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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOSSISTEMAS Moringa oleifera Lam.: ASPECTOS MORFOMÉTRICOS, FISIOLÓGICOS E CULTIVO EM GRADIENTE DE ESPAÇAMENTO MICHELLE CONCEIÇÃO VASCONCELOS 2013

Moringa oleifera Lam.: ASPECTOS MORFOMÉTRICOS, FISIOLÓGICOS E CULTIVO … · 2017-11-25 · iii FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOSSISTEMAS

Moringa oleifera Lam.: ASPECTOS MORFOMÉTRICOS, FISIOLÓGICOS E CULTIVO EM GRADIENTE DE

ESPAÇAMENTO

MICHELLE CONCEIÇÃO VASCONCELOS

2013

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ii

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOSSISTEMAS

MICHELLE CONCEIÇÃO VASCONCELOS

Moringa oleifera Lam.: ASPECTOS MORFOMÉTRICOS, FISIOLÓGICOS E CULTIVO EM GRADIENTE DE

ESPAÇAMENTO Dissertação apresentada à Universidade Federal de Sergipe, como parte das exigências do Curso de Mestrado em Agroecossistemas, área de concentração em Produção em Agroecossistemas, para obtenção do título de “Mestre em Ciências”. Orientadora: Profa. Dra. Renata Silva-Mann

SÃO CRISTÓVÃO SERGIPE – BRASIL

2013

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iii

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Vasconcelos, Michelle Conceição

S232e Moringa oleifera Lam.: aspectos morfométricos, fisiológicos e cultivo em gradiente de espaçamento / Michelle Conceição Vasconcelos; orientadora Renata Silva-Mann. – São Cristóvão, 2013. 65 f.: il. Dissertação (mestrado em Agroecossistemas) – Universidade Federal de Sergipe, 2013.

O 1. Moringaceae. 2. Estresse hídrico. 3. Delineamento

sistemático. 4. Teste de raios X. I. Mann, Renata Silva, orient. II. Título

CDU: 582.683.4

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v

Aos pais que sempre acreditaram em mim e no

meu sucesso, dando-me força, coragem e amor

para seguir sempre em frente.

Dedico

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vi

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus por ter me dado a dádiva da vida e as

oportunidades de ter conquistado mais uma etapa da minha vida acadêmica.

Agradeço aos meus pais, Tânia Cristina Conceição Vasconcelos e Jailson Torres

Vasconcelos, por darem-me amor, carinho e oportunidade de ter sempre uma educação de

qualidade que me fez vencer e chegar ao fim de mais uma etapa da vida acadêmica. Aos meus

irmãos, João Vitor Torres Vasconcelos e Vinicius Gabriel Torres Vasconcelos, pelos

momentos valiosos vividos.

À Joel Conceição Costa pelo companheirismo e amizade em todos os momentos,

desde que nos conhecemos e construímos não somente uma grande amizade.

À minha orientadora Dra. Renata Silva-Mann por dar-me a oportunidade de ser sua

orientada e ter aprendido muito com as pesquisas desenvolvidas.

À Profa. Dra. Maria Laene Moreira de Carvalho, pela oportunidade de pesquisa no

Laboratório de Análise de Sementes da Universidade Federal de Lavras.

À Andréa dos Santos Oliveira e Cláudio das Neves Vieira Bárbara pelo apoio técnico

e pela amizade.

À Tássia Fernanda Santos Neri Soares e Fernanda Vieira Santana pelo auxílio nas

análises de campo.

À João Paulo Silva Souza e Luiz Fernando Ganassali Oliveira Junior pela

colaboração nas análise do trabalho da casa de vegetação.

À Universidade Federal de Sergipe e ao Programa de Pós-Graduação em

Agroecossistemas. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pela

bolsa e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pela oportunidade de

ter realizado o estágio por meio do Projeto PROCAD.

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vii

SUMÁRIO

Página LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... ix

LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. xi

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS ........................................................ xii

RESUMO ................................................................................................................................ xiii

ABSTRACT ............................................................................................................................ xiv

1. INTRODUÇÃO GERAL .................................................................................................. 15

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 17

2.1. Moringa oleifera Lam. ............................................................................................... 17

2.2. Teste de raio-x ........................................................................................................... 19

2.3. Restrição hídrica em plantas ...................................................................................... 20

2.4. Densidade de plantas ................................................................................................. 23

2.5. Delineamento sistemático tipo “leque” ...................................................................... 24

3. ARTIGO 1 - ANÁLISE DE IMAGEM E SANIDADE EM SEMENTES DE Moringa

oleifera ...................................................................................................................................... 26

Introdução ............................................................................................................................. 28

Material e Métodos ............................................................................................................... 29

Resultados e Discussão ......................................................................................................... 30

Conclusão .............................................................................................................................. 35

Referências Bibliográficas .................................................................................................... 35

4. ARTIGO 2 - RESPOSTAS BIOMÉTRICAS E FISIOLÓGICAS À RESTRIÇÃO

HÍDRICA EM MUDAS DE Moringa oleifera. ....................................................................... 38

Introdução ............................................................................................................................. 40

Material e Métodos ............................................................................................................... 41

Resultados e Discussão ......................................................................................................... 42

Conclusão .............................................................................................................................. 46

Referências Bibliográficas .................................................................................................... 47

5. ARTIGO 3 - USO DO DELINEAMENTO SISTEMÁTICO EM PLANTIO DE Moringa

oleifera. ..................................................................................................................................... 49

Introdução ............................................................................................................................. 51

Material e Métodos ............................................................................................................... 52

Resultados e Discussão ......................................................................................................... 54

Conclusão .............................................................................................................................. 59

Referências Bibliográficas .................................................................................................... 59

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viii

6. CONCLUSÃO GERAL .................................................................................................... 61

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 62

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ix

LISTA DE FIGURAS

ARTIGO 1

Figura 1 - Imagens radiográficas da morfologia interna de sementes de Moringa oleifera

Lam. (1) = Cheia e bem formada; (2) = Com espaço e mal formada; (3) = Manchada, (4) =

com dano. UFS, São Cristóvão-SE. 2013.................................................................................31

Figura 2 - Imagem radiográfica de semente de Moringa oleifera Lam. classificada quanto a

morfologia interna como manchada. UFS, São Cristóvão-SE. 2013........................................33

ARTIGO 2

Figura 1 - Assimilação fotossintética de CO2 (A), condutância estomática (B), concentração

interna de carbono (C), transpiração (D) e déficit de pressão de vapor entre a folha e o ar (E)

de mudas de Moringa oleifera Lam. submetidas à restrição hídrica. UFS, São Cristóvão-SE.

2013...........................................................................................................................................43

Figura 2 - Clorofila a (Chl a), Clorofila b (Chl b), Clorofila Total (Chl T) e relação (Chl a/b)

de mudas de Moringa oleifera Lam. submetida a restrição hídrica. UFS, São Cristóvão-SE.

2013...........................................................................................................................................44

Figura 3 - Altura total (A), diâmetro do colo (B), número de folhas (C), massa fresca (D) e

massa seca (E) de mudas de Moringa oleifera Lam. submetida a restrição hídrica. UFS, São

Cristóvão-SE. 2013...................................................................................................................45

ARTIGO 3

Figura 1 - Valores do raio inicial (r0), raios dos tratamentos (r1 a rn), ângulo entre raios (θ) e

área associada a cada planta (A1 a An) no delineamento sistemático tipo “leque” (ODA

LOMBARDI, 2005)..................................................................................................................53

Figura 2 - Croqui de instalação do experimento sistemático tipo “leque”. Cada encontro de

linha da figura refere-se a uma planta na área estabelecida em campo. (STAPE,

1995).........................................................................................................................................54

Figura 3 - Desenvolvimento do diâmetro do colo da Moringa oleifera Lam. nas matrizes 1

(A) e 4 (B) em cada densidade durante o período de doze meses de avaliação, no

delineamento sistemático tipo “leque”. UFS, São Cristóvão-SE. 2013....................................55

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x

Figura 4 - Desenvolvimento da altura total da Moringa oleifera Lam. nas matrizes 1 (A) e 4

(B) em cada tratamento durante o período de doze meses de avaliação, no delineamento

sistemático tipo “leque”. UFS, São Cristóvão-SE. 2013..........................................................57

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xi

LISTA DE TABELAS

ARTIGO 1

Tabela 1 – Valores médios de Área (cm2), Circularidade, Diâmetro máximo (cm), Diâmetro

mínimo (cm), Esfericidade da forma, Irregularidade do contorno e Perímetro (cm) das

sementes de Moringa oleifera Lam. provenientes de dois genótipos. UFS, São Cristóvão-SE.

2013...........................................................................................................................................31

Tabela 2 – Frequência (%) de categoria de sementes e de germinaçãode Moringa oleifera

Lam. provenientes de dois genótipos. UFS, São Cristóvão-SE. 2013......................................32

Tabela 3 – Percentual de germinação das sementes de Moringa oleifera Lam. por categoria,

com espaço e mal formada e manchada ou com dano, para dois genótipos. UFS, São

Cristóvão-SE. 2013...................................................................................................................32

Tabela 4 – Percentual de ocorrência de fungos em sementes de Moringa oleifera Lam. por

genótipo pelo método de Blotter test. UFS, São Cristóvão-SE. 2013......................................34

ARTIGO 3

Tabela 1 - Valores da distância radial, área por planta e densidade de plantas para 10

espaçamentos (tratamentos) no delineamento sistemático tipo “leque” (Stape, 1995).............53

Tabela 2 - Estimativas dos parâmetros b0e b1 da regressão linear no intervalo de confiança de

95% de probabilidade, das variáveis diâmetro do colo e altura total, no delineamento

sistemático tipo “leque”. UFS, São Cristóvão-SE. 2013..........................................................58

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

A – assimilação fotossintética de CO2

Chl a - Clorofila a

Chl b - Clorofila b

Chl T - Clorofila Total

Chl a/b - Relação Clorofila a por clorofila b

Ci – condutância estomática

DPVfolha-ar - Déficit de pressão de vapor entre a folha e o ar

E - Transpiração

Gs - Condutância estomática

SAS – Sistema de análise de sementes

2,4-D - 2,4 diclorofenoxiacético

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xiii

RESUMO

VASCONCELOS, Michelle Conceição. Moringa oleifera Lam.: aspectos morfométricos, fisiológicos e cultivo em gradiente de espaçamento. São Cristóvão: UFS, 2013. 65p. (Dissertação – Mestrado em Agroecossistemas).*

Moringa oleifera Lam. (moringa) é uma espécie de fácil adaptação ao semiárido brasileiro, contudo o seu cultivo é rudimentar. Faltam informações sobre a qualidade física e fisiológica das sementes, avaliação de mudas sob condições de restrição hídrica e o desenvolvimento de plantios em diferentes espaçamentos. Assim, o presente trabalho teve por objetivo a caracterização da morfologia interna e identificação de fungos das sementes, a avaliação fisiológica de mudas submetidas à restrição hídrica e a avaliação do desenvolvimento inicial de plantas de moringa sob gradiente de espaçamento. A morfologia interna das sementes foi observada empregando o teste de raios X com intensidade de 22 kV por 14,8 s no Laboratório de Análise de Sementes da Universidade Federal de Lavras (UFLA), utilizando 200 sementes de dois diferentes genótipos. A identificação e quantificação de fungos foram realizadas por meio do blotter test no Laboratório de Patologia de Sementes da UFLA, utilizando 200 sementes de dois diferentes genótipos. As mudas, provenientes de sementes de um genótipo, foram avaliadas sob restrição hídrica a 40, 60, 80 e 100% da capacidade de campo durante 21 dias para os parâmetros ecofisiológicos e biométricos. O gradiente de espaçamento em plantio foi instalado no Campus Experimental da Universidade Federal de Sergipe empregando o delineamento sistemático, com 10 diferentes densidades, e as plantas foram oriundas de sementes de quatro genótipos. As sementes com relação à sua morfologia interna foram divididas em três classes: (a) cheias e bem formadas, (b) com espaço e mal formadas e (c) manchadas ou com dano. No teste de sanidade foram observados os seguintes fungos: Aspergillus niger, Aspergillus flavus, Alternaria sp., Fusarium sp., Penicillium sp. e Phomopsis sp. As mudas de moringa são mais sensíveis à restrição déficit hídrica sob 40% da capacidade de campo com relação aos parâmetros de trocas gasosas. As plantas sob gradiente de espaçamento apresentaram melhor desenvolvimento em unidade de área igual ou superior à 9,5 m2 planta-1. Conclui-se que plantios de moringa podem ser implantados com densidade igual ou inferior a 1.000 plantas por hectares e com irrigação entre 100% e 60% da capacidade de campo.

Palavras-chave: Moringaceae, delineamento sistemático, estresse hídrico e teste de raios X. ___________________

* Comitê Orientador: Renata Silva-Mann – UFS (Orientadora), Maria Laene Moreira de Carvalho – UFLA (Co-orientadora) e Andréa dos Santos Oliveira – UFLA (Co-orientadora)

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xiv

ABSTRACT

VASCONCELOS, Michelle Conceição. Moringa oleifera Lam: seed quality, hydric restriction, and planting spacing gradient. São Cristóvão: UFS, 2012. 65p. (Dissertation – Master Program in Agroecosystem).*

Moringa oleifera Lam (Moringa) is a kind of easy adaptation to the Brazilian semiarid region, but its cultivation is rudimentary. Missing information about the physical and physiological quality of seeds, seedlings assessment under conditions of water stress and the development of plantations in different spacings. Thus, the present study aimed to characterize the internal morphology and identification of fungi from the seeds, the physiological assessment of seedlings subjected to water restriction and evaluation of the initial growth of moringa under gradient spacing. The morphology of the seeds was observed using the X-ray test with an intensity of 22 kV for 14.8 s in Laboratório de Análise de Sementes of the Universidade Federal de Laras (UFLA) using 200 seeds of two different genotypes. The identification and quantification of fungi were made by the blotter test the Laboratório de Patologia de Sementes of the UFLA using 200 seeds of two different genotypes. The seedlings from seeds of a genotype were evaluated under water restriction at 40, 60, 80 and 100% of field capacity for 21 days to ecophysiological parameters and biometric. The gradient spacing planting was installed in the Experimental Campus of the Universidade Federal de Sergipe using the systematic design, with 10 different densities, and the plants were grown from seeds of four genotypes. Seeds in relation to their internal morphology were divided into three classes: (a) full and well formed, (b) with space and malformed and (c) stained or damage. The health test were observed following fungi: Aspergillus niger, Aspergillus flavus, Alternaria sp., Fusarium sp., Penicillium sp. and Phomopsis sp. Moringa seedlings are more sensitive to water deficit restriction under 40% of field capacity with respect to gas exchange parameters. Plants under gradient spacing showed better development unit of area equal to or greater than 9.5 m2 plant-1. We conclude that planting moringa can be deployed with a density less than or equal to 1,000 plants per hectare and irrigation between 100% and 60% of field capacity.

Key-words: Moringaceae, systematic design, water stress and x-rays test.

___________________

* Guidance Committee: Renata Silva-Mann – UFS (Advisor), Maria Laene Moreira de Carvalho – UFLA (Co-advisor) e Andréa dos Santos Oliveira – UFLA (Co-advisor)

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15

1. INTRODUÇÃO GERAL

As condições edafoclimáticas de regiões semiáridas dificultam a disponibilidade de

alimento, de água potável e de medicamentos. Portanto, o estudo de espécies que apresentem

diversos usos e que sejam resistentes às condições de restrição hídrica é de oportuno interesse.

Neste aspecto, destaca-se a Moringa oleifera Lam. (moringa), espécie exótica, que apresenta

potencial para plantio no semiárido brasileiro.

Para a moringa pode-se enumerar seu uso na complementação da alimentação

humana, na alimentação animal, devido ao seu alto teor de proteína e na medicina, além de

destacar-se na ornamentação de parques e jardins (Vieira et al., 2008). O uso como floculante

natural de resíduos em água para utilização doméstica também tem sido citado. Quando se

compara o uso das sementes de moringa trituradas no tratamento de água, em substituição ao

sulfato de alumínio, estas sementes apresentam as vantagens de não alterarem

significativamente o pH da água e não causarem problemas de corrosão em recipientes após o

tratamento (Gallão et al., 2006).

Considerando seus múltiplos usos, esta espécie está sendo utilizada em diversos

programas sociais em distintas partes do globo, sendo promissora, principalmente, em regiões

que apresentam baixo desenvolvimento e com problemas relacionados ao tratamento de água

e limitação de implantação de culturas agrícolas.

Plantios também estão sendo conduzidos com o objetivo de produção de sementes

para a extração do óleo (37,2% de lipídio, sendo que 71,6% são de ácido oleico) (Bezerra et

al., 2004) que possui potencialidade para produção de biocombustível (Oliveira Filho et al.,

2012).

O estabelecimento de plantios está relacionado à obtenção de sementes de alto

padrão de qualidade, que requer um programa de controle de qualidade bem estabelecido e

bem conduzido. Isso significa, dentre os vários procedimentos, a execução de testes para a

avaliação da qualidade física e fisiológica de sementes (Leeuwen et al., 2005). Deste modo,

destaca-se o teste de raios X, que é uma técnica não destrutiva e de rápida detecção de

sementes vazias, cheias e com dano; categorias que interferem no vigor de lote de sementes.

No entanto, o cultivo da moringa é ainda rudimentar, necessitando de estudos no que

diz respeito ao comportamento da mesma em plantios em diferentes densidades, e também em

condições de restrição hídrica, pois estes fatores influenciam diretamente no desenvolvimento

físico e fotossintético da planta, e, consequentemente, interferem na produção e na qualidade

dos frutos e sementes.

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16

Assim, com o presente trabalho teve por objetivo a caracterização da morfologia

interna e identificação de fungos das sementes, a avaliação ecofisiológica de mudas

submetidas à restrição hídrica e a avaliação do desenvolvimento inicial das plantas de

Moringa oleifera sob gradiente de espaçamento.

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17

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Moringa oleifera Lam.

A moringa é uma espécie da família Moringaceae, originária do nordeste indiano,

amplamente distribuída na Índia, Egito, Filipinas, Ceilão, Tailândia, Malásia, Burma,

Pasquitão, Singapura, Jamaica e Nigéria (Corrêa, 1984).

No Brasil, foi introduzida por volta de 1950, sendo encontrada na região Nordeste,

principalmente, nos Estados do Maranhão, Piauí e Ceará. É cultivada como planta ornamental

e medicinal, e conhecida como lírio-branco, quiabo-de-quina ou simplesmente moringa

(Matos, 1998; Lorenzi & Matos, 2002). No Estado de Sergipe, os poucos indivíduos

plantados estão no Campus da Universidade Federal de Sergipe (Passos et al., 2012) e

atendem somente a pesquisas.

A moringa é uma planta adaptada às condições semiáridas e de uso diversificado

com especial destaque na ornamentação de parques e jardins, na alimentação animal, na

complementação alimentar humana, na farmacologia e como melífera (Vieira et al., 2008;

Santana et al., 2010). Além desses usos, as sementes podem ser utilizadas no tratamento de

água, pois contém proteínas com baixo peso molecular e quando seu pó é dissolvido em água

adquirem cargas positivas que atraem partículas negativamente carregadas tais como, argilas e

siltes, formando flocos densos que sedimentam. A coagulação com moringa ainda possui uma

vantagem adicional de ter propriedades antimicrobianas e não modificar o pH e o gosto da

água (Amaral et al., 2006; Amagloh & Benang, 2009).

Esta espécie é perene de até 10 m de altura, de copa rala, com folhas bipinadas, e

flores amarelo-pálidas em racemos. Os frutos são do tipo cápsula e deiscente com aspecto de

uma vagem, com seção triangular, de 35 cm de comprimento e marcado pelas sementes em

seu interior. As sementes são trialadas e oleaginosas (Lorenzi & Matos, 2002).

Em estudo fitoquímico realizado em sementes de moringa verificou-se 33,9% de

proteínas e 37,2% de lipídios, sendo que 71,6% de ácido oleico (ácido graxo insaturado)

(Bezerra et al., 2004). A depender da parte da planta e do uso in natura ou fresco, pode

apresentar variações em sua composição. A semente da moringa apresenta 59,45% de fibra

total para semente seca e 177,13 mg de ácido ascórbico por 100g de vitamina C na semente in

natura e quantidades de 30,25 mg mL-1 de carotenóides nas folhas e fibra alimentícia de

36,56% na vagem in natura (Passos et al., 2012).

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O óleo obtido das sementes da moringa pode ser usado no preparo de alimentos, na

fabricação de sabonetes e de cosméticos, na lubrificação de mecanismo de precisão (como

pequenas engrenagens) e como biocombustível. A torta resultante da extração do óleo das

sementes pode ser utilizada na compostagem para condicionamento e fertilização do solo, ou

ainda na alimentação animal (Santana et al., 2010; Santos et al., 2011a).

As propriedades de cura do óleo da moringa foram documentadas por culturas

antigas do Egito, em que uma de suas utilidades era na preparação de pomadas para pele. Esse

óleo contém propriedades antissépticas e anti-inflamatórias que ajudam a curar rapidamente

problemas menores da pele tais como cortes, equimoses, queimaduras e irritação causadas por

inseto. Seu valor cosmético é usado no cuidado do corpo e do cabelo como um creme hidrante

e também é considerado como o melhor óleo de massagem da aromo terapia. É um óleo muito

duradouro com uma vida útil de até cinco anos (Santos et al., 2011a).

Em experimento com água com turbidez de 30-40 UNT (Unidades Nefelométricas de

Turbidez) e de 200-250 UNT se obteve redução da Escherichia coli quando tratada com

extrato de sementes de moringa e expostas a radiação solar por 12 horas (Amaral et al., 2006).

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco descobriram que a semente de

moringa pode ser usada para combater as larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da

dengue e da febre amarela. Segundo o estudo, uma das proteínas contidas nas sementes, a

lectina, impede o processo de digestão da larva, provocando a sua morte por desnutrição

(Coelho et al., 2009).

A planta de moringa requer poucos tratos culturais e cresce rapidamente até uma

altura de quatro metros no primeiro ano, gerando flores e frutos a partir de um ano. Em

condições favoráveis, uma única planta pode produzir de 50 a 70 kg de frutos por ano

(Santana et al., 2010). A sua propagação pode ser por meio de sementes ou estacas. A

propagação por sementes resulta em grande variabilidade genética, tornando possível a

seleção de materiais com características desejáveis (Silva et al., 2008).

A moringa é uma espécie diploide (2n = 28), com polinização realizada por insetos,

principalmente as abelhas, e adaptada a um sistema reprodutivo misto. É uma espécie

adaptada à autofecundação (geitonogamia) e ao cruzamento (xenogamia) (Ramachandran et

al., 1980; Jyoth et al., 1990).

As sementes de moringa quando armazenadas em condições de baixa temperatura

(10°C) e baixa umidade relativa do ar (55% de UR) permanecem viáveis por mais de 24

meses, tendo apenas uma redução de aproximadamente 15% no percentual de germinação,

aos 24 meses. Porém, as sementes quando armazenadas sob condições não controladas

(ambiente natural - alta temperatura e alta umidade) mantêm a sua qualidade inicial por seis

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19

meses, sendo que aos 12 meses a redução da germinação é de 78%, e aos 24 meses, de 100%

(Bezerra et al., 2004).

As sementes de moringa são sensíveis à salinidade com nível de estresse igual ou

superior a 100 Mol m-3, mas com a pré-hidratação das sementes com água se promove um

melhor comportamento durante o processo de germinação até 50 Mol m-3 (Santos et al.,

2011b).

2.2. Teste de raios X

Um dos requisitos básicos para a identificação de problemas associados com o

potencial fisiológico de sementes é a avaliação da sua morfologia interna. Para algumas

espécies o conhecimento sobre a morfologia interna das sementes proporciona eficiente apoio

aos programas de controle de qualidade. Entretanto, para espécies ainda pouco exploradas

pela pesquisa, como as florestais, a caracterização da morfologia interna das sementes, com a

identificação das partes que as compõem são fundamentais para a elucidação de dúvidas sobre

a anormalidade de plântulas ou a presença de sementes não germinadas no teste de

germinação (Junior, 2010).

Uma das técnicas empregadas atualmente no estudo da qualidade de sementes é a de

raios X. Essa técnica foi inicialmente estudada na Suécia, em 1953, por Simak e Gustafsson,

para as sementes de Pinus silvestris L. Após esse estudo, esse teste tem sido aperfeiçoado para

diferentes fins e espécies vegetais (Pupim et al., 2008) e foi incluído nas Regras para Análise

de Sementes do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Brasil, 2009).

O teste de raios X é considerado um método rápido e não destrutivo que tem o

objetivo de detectar sementes vazias, cheias e presença de danos internos causados por insetos

ou danos mecânicos (ISTA, 2004). O teste de raios X, após o beneficiamento, pode permitir a

detecção de sementes infestadas por insetos e ou a presença de danos físicos invisíveis ao olho

nu, que podem comprometer a qualidade das sementes e, consequentemente, o potencial de

armazenamento (Carvalho et al., 2009).

Dessa forma, o teste de raios X tem sido recomendado como uma técnica promissora

para o estudo de sementes florestais, contribuindo para o controle de qualidade dessas, pela

seleção e descarte de sementes de má qualidade física e fisiológica. Entretanto, a eficiência do

teste depende de procedimentos específicos para a espécie em estudo, como a determinação

do melhor tempo e intensidade de radiação, aos quais as sementes ficam expostas durante a

execução do teste (Albuquerquei & Guimarães, 2008).

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Estudos baseados em fotografias de raios X também foram utilizados para predizer a

morfologia de plântulas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill.) no estado de transplantio.

Em casa de vegetação é que se faz esta seleção por visualização, no entanto, devido ao seu

caráter não destrutivo as sementes poderiam ser monitoradas e retiradas antes de se produzir

as plântulas. A morfologia de cotilédones apresenta alta correlação com as plântulas normais

obtidas (Burg et al., 1994).

Em sementes de milho o teste de raios X foi usado para avaliar os efeitos dos danos

físicos na qualidade. Pela análise de imagens se relacionam plântulas anormais com os danos

internos e externos (Cícero et al., 1998).

O teste de raios X foi utilizado visando verificar se as medições das imagens

radiográficas digitais de sementes de G. biloba poderiam se relacionar com aquelas obtidas

pelo paquímetro manual, bem como o desenvolvimento das sementes por meio de medições

digitais da câmara de ar das sementes. Com a técnica pode-se detectar danos por insetos ou

fraturas e estabelecer um padrão de imagens otimizando a determinação de medidas das

sementes (Salinas et al., 2012).

Os testes utilizados para analisar a qualidade de sementes antes do plantio não devem

superestimar os dados, uma vez que isto representa grande importância no estabelecimento de

plantas no campo. Para aumentar a certificação de espécies nativas existe a necessidade de

testes precisos. Assim a análise da qualidade de sementes tais como testes de vigor, raios X e

conteúdo de umidade podem prover informações úteis quanto à qualidade de sementes.

2.3. Restrição hídrica em plantas

Na zona semiárida do Nordeste brasileiro, a ocorrência de secas caracterizadas

geralmente pela escassez e má distribuição das chuvas, transforma a agricultura de sequeiro

numa atividade de alto risco e de baixa renda. Apesar dos fatores sócio-econômicos e

culturais que limitam, em parte, o emprego de determinadas tecnologias pelos produtores,

observa-se que quando as precipitações pluviométricas são suficientes e distribuídas

regularmente, a produção agrícola atinge valores razoáveis. Tais condições evidenciam, desse

modo, que a água se constitui em fator limitante e que do seu melhor aproveitamento, bem

como da utilização de culturas mais adaptadas a essas condições, depende o aumento da

produtividade (Leite & Filho, 2004).

A deficiência de água no solo interfere nas relações hídricas, na fisiologia e na

morfologia das plantas ao ponto de causar estresse hídrico, que, conforme a magnitude pode

limitar severamente a produção e até mesmo a sobrevivência da espécie (Mattos et al., 2005).

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Como são evidentes os efeitos do ambiente no crescimento, no desenvolvimento e na

produtividade vegetal, é essencial a avaliação dos efeitos desses fatores na fisiologia do

crescimento das espécies de importância econômica e ecológica (Cabral et al., 2004).

A primeira reação das plantas, ao serem submetidas à deficiência hídrica, é reduzir o

potencial osmótico e, consequentemente, hídrico das raízes, no intuito de gerar gradiente de

potencial capaz de promover a absorção de água, a partir do solo, ou reduzir a transpiração, de

tal maneira que a planta mantenha um balanço positivo de água. Esta tendência é observada

sob deficiência hídrica moderada ou severa de curta duração (Guimarães et al., 2011).

Entre os vários fatores limitantes da produção vegetal, o déficit hídrico ocupa

posição de destaque, pois além de afetar as relações hídricas nas plantas, alterando-lhes o

metabolismo, é fenômeno que ocorre em grandes extensões de áreas cultiváveis (Nogueira et

al., 2001). Vários parâmetros têm sido estudados para avaliar a resposta das espécies vegetais

ao estresse hídrico, destacando-se o potencial hídrico foliar, potencial osmótico e conteúdo

relativo de água, a condutância estomática e a transpiração, a temperatura foliar e o acúmulo

de prolina.

O potencial de água, no qual a fotossíntese torna-se nula depende das características

adaptativas da espécie, do tempo e exposição, da severidade do déficit de água, do estádio de

desenvolvimento da planta e da possibilidade de aclimatação ao estresse (Calbo & Moraes,

2000).

A taxa fotossintética da folha raramente é tão responsiva ao estresse hídrico

moderado quanto à expansão foliar, pois a fotossíntese é muito menos sensível ao turgor do

que a expansão foliar. Entretanto, estresse hídrico moderado afeta, geralmente, a fotossíntese

foliar e a condutância estomática. Os resultados de muitos estudos têm mostrado que o efeito

relativo do estresse hídrico sobre a condutância estomática é significativamente maior do que

sobre a fotossíntese (Taiz & Zeiger, 2004).

Dessa forma torna-se extremamente importante o estudo ecofisiológico da moringa,

em sua fase inicial de crescimento, principalmente por auxiliar no estabelecimento de

parâmetros fisiológicos indicativos de tolerância aos estresses abióticos. Parâmetros esses

que, bem manejados, podem melhorar a produção e estabelecimento de mudas, além de

facilitar na seleção de material genético resistente as condições edafoclimáticas desejadas.

O estresse hídrico é um dos mais importantes fatores ambientais que regulam o

crescimento e desenvolvimento de plantas. Nas práticas agronômicas os efeitos de estresse

hídrico são traduzidos em baixo rendimento e/ou qualidade reduzida. Os efeitos da restrição

hídrica foram estudados em trigo e após a aplicação de ácido abscísico (ABA) (1 mM) em

diferentes estádios fisiológicos e sob diferentes regimes hídricos. Mesmo com a aplicação de

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ABA não houve mudanças nos teores de proteína, no entanto, houve aumento do rendimento

de grãos produzidos em condições de restrição hídrica (Travaglia et al., 2010).

Como um resultado negativo das mudanças climáticas, a seca é uma preocupação no

mundo, particularmente em regiões áridas e semiáridas. Em condições de seca, plântulas de

múltiplas espécies de forragens podem produzir maior biomassa que espécies únicas

plantadas. Regimes de 100, 85 e 70% da capacidade de campo foram aplicados numa região

semiárida. E a alfafa foi a que demonstrou melhor combinação com outras forrageiras (Wang

et al., 2012).

No entanto, cada espécie se comporta diferencialmente em condições de estresse

hídrico, principalmente considerando espécies tropicais; e esta análise deve ser específica,

principalmente considerando o estabelecimento do plantio nos primeiros meses.

As regiões semiáridas estão sujeitas a degradação do solo e a água permanece nele por

períodos curtos. A resposta de fotossíntese requer especial atenção uma vez que a água é um

doador de elétrons que auxilia na manutenção do processo e na produtividade em biomassa

(Angelopoulos et al., 1996; Nepomuceno et al., 1998).

Em relação às espécies brasileiras uma análise de fluorescência transiente foi realizada

em Kielmeyera rugosa sob duas condições de disponibilidades de água (estação úmida e seca)

e pode prover informações nas mudanças de estrutura, conformação e função do aparato

fotossintético, especialmente PSII. A fluorescência inicial (F0) representa a emissão basal de

fluorescência de clorofila (Chl) quando componentes redox dos fotossistemas estão

completamente oxidados. Isto requer apropriada adaptação ao escuro. Pelos resultados um

aumento em F0 na estação seca, pode ser explicada pelo dano inicial ocorrendo em PSII,

devido a altas temperaturas e baixa disponibilidade de água (Silva et al., 2013).

Gethyllis multifolia e Gethyllis villosa espécies que crescem no semiárido do sul da

África foram estudadas e sugere-se que G. multifolia é mais sensível ao estresse por restrição

hídrica que G. villosa; e ambas as espécies adotam certas mudanças morfológicas em folhas

em sombra. Durante o estresse a seca com G. villosa tem-se um incremento da performance

fotossintética quando comparada com G. multifolia, que parece não estar relacionada às

adaptações foliares, mas as folhas de G. villosa mantém a sua condutância estomática (Gs),

compensação de luz fotossintética (LCP) e campos de fóton (Danielis et al., 2013).

A condutância estomática (gs), transpiração (E), conteúdo relativo de água (RWC)

dentre outras variáveis foram avaliadas para estresse hídrico moderado, severo e na

reidratação em plantas jovens envasadas de Jatropha curcas L. Tanto o déficit moderado

quanto o severo reduziram gs e E. Além disso, em seca severa, as plantas apresentaram

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senescência foliar acentuada. A seca severa diminuiu o metabolismo foliar e RWC

(Arcoverde et al., 2011).

2.4. Densidade de plantas

Um dos principais aspectos envolvidos no manejo se refere à correta densidade de

árvores por unidade de área, no plantio e ao longo do ciclo da floresta, pois ela influenciará

não só o crescimento individual das plantas como também o seu crescimento em conjunto

(Stape, 1995). Assim, a densidade é uma variável que deve ser manejada em função de uma

série de fatores relativos ao comportamento das plantas em maciços, nas condições

edafoclimáticas do local e visando o produto final almejado (Stape, 1995).

A densidade é determinada pelo espaçamento entre árvores, ou pela área associada a

cada planta (Stape, 1995). Em geral, aumentando a densidade de plantio tem-se o crescimento

de árvores individuais manifestando-se por uma diminuição do diâmetro e aumento da altura,

mas em contraste por um aumento na biomassa total por hectare (Ferrere et al., 2005).

Plantios em menores espaçamentos têm uma maior densidade populacional por

unidade de área, refletindo em intensa competição entre as plantas por água, luz e nutrientes

devido ao pouco desenvolvimento do sistema radicular e uma baixa produção fotossintética,

podendo resultar numa estagnação prematura no crescimento, o que traz sérios prejuízos ao

povoamento. Em espaçamentos muito amplos, há uma densidade populacional baixa, onde se

obtêm árvores com grandes diâmetros, grande área de copa e com bastante ramificação;

gerando a presença de muitos nós, podendo não atender aos objetivos que se pretende

(Pauleski, 2010).

A arquitetura das plantas, a posição dos frutos e o número de frutos por planta, são

significativamente influenciados pelo espaçamento e densidade de semeadura. Em condições

de alta população por unidade de área, verifica-se redução do número de frutos por planta,

entretanto, tem-se um aumento do número de frutos por área, o que leva ao equilíbrio da

produção (Boquet, 2005).

A densidade de plantas por área influencia a distribuição e as profundidades das

raízes que podem variar consideravelmente, podendo ocorrer estresse por deficiência hídrica

em períodos de tempo mais curtos induzido pela competição entre as raízes, podendo levar a

perdas na produção (Terra et al., 2010).

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2.5. Delineamento sistemático tipo “leque”

A instalação de experimentos tradicionais com repetições, aleatorização dos

tratamentos, controle local e bordadura, têm restringido o número de espaçamentos ensaiados,

dadas as dificuldades relativas às disponibilidades de área e recursos para instalação,

manutenções e avaliações (Stape, 1995).

Visando superar, em parte, tais restrições, estudiosos do setor florestal propuseram

no início da década de 60, delineamentos em que as bordaduras seriam eliminadas, ou

diminuídas, ao se disporem os tratamentos numa ordem sistemática com gradientes crescentes

da variável quantitativa em estudo, no caso densidade de plantas, funcionando cada

tratamento como bordadura entre o tratamento anterior e o posterior (Stape, 1995).

A tentativa de aumentar o número de espaçamentos testados nos ensaios florestais

surgiu, na área hortícola, delineamentos sistemáticos para estudo de espaçamentos, baseados

em desenhos geométricos circulares e retangulares, sob o apelo de que as bordaduras seriam

dispensáveis pela intercompensação, e que a falta de aleatorização dos tratamentos não seria

tão prejudicial, uma vez que as áreas de instalação, pequenos canteiros hortícolas, seriam

garantidamente homogêneas (Stape, 1995).

Dentre estes delineamentos, propostos por Nelder (1962), o delineamento sistemático

tipo “leque” tem sido o mais utilizado em experimentação de campo, inicialmente em

horticultura, sendo posteriormente introduzido na área agrícola para culturas puras e

consorciação, e na área florestal nos estudos sobre plantios homogêneos e agrossilvicultura

(Stape, 1995).

O delineamento sistemático tipo “leque”, caracteriza-se num sistema baseado em

raios e arcos de círculos concêntricos, onde a retangularidade, ou seja, a razão entre as

distâncias inter e intralinhas, é constante. Neste delineamento a área por planta aumenta com

o aumento da distância à origem, sendo os raios separados por um ângulo constante e os arcos

espaçados por uma progressão geométrica da distância radial (Nelder, 1962).

Um desenho de espaçamento sistemático irá consistir de uma grade de pontos, em

que cada ponto representa a posição de uma planta, e tendo a propriedade de que a área por

planta e/ou a retangularidade do espaço disponível para mudanças de plantas de alguma forma

consistente ao longo das diferentes partes da grade. Localmente, o projeto será assumido

como aproximadamente retangular, de modo que qualquer planta tem vizinhos imediatos em

posições semelhantes às que ocorreriam em uma matriz estritamente regular - retangular

(Nelder, 1962).

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Além de permitir avaliar maior número de espaçamentos possíveis, os delineamentos

sistemáticos também se destacam pela sua compacidade, necessitando de pequenas áreas

experimentais que facilitam o manejo e abrangência. No entanto, dois fatores são limitantes

na utilização desse delineamento. O primeiro é que o arranjo sistemático (não casualizado)

das plantas não permite o uso das análises convencionais por ferir o princípio básico da

casualização na alocação dos tratamentos. A falta da casualização não garante a

independência dos erros associados a cada unidade experimental, tornando as unidades

experimentais correlacionadas. O segundo é a alta sensibilidade para valores perdidos (Oda

Souza et al., 2008).

O delineamento Nelder (1962) auxilia pesquisadores a testar múltiplas densidades de

árvores em uma única parcela. Como as relações espaciais entre as árvores plantadas são

fundamentais, um pesquisador necessita do estabelecimento de um delineamento para

estabelecimento da parcela. Enquanto Nelder (1962) sugere cálculos baseados em equações

para determinar os parâmetros, a apresentação foca na derivação destas equações e não na sua

aplicação em pesquisa florestal.

Outros autores têm delineado parcelas, mas tem usado equações baseadas na

trigonometria. A existência de duas metodologias de análise gera confusão. Parrot et al.

(2011) sugere meios diretos para determinar os parâmetros de projeto críticos para o

estabelecimento de parcelas Nelder usados dentro da pesquisa com densidade de árvores. As

equações de distribuição apresentadas são expressas em termos que permitem pesquisadores

responder facilmente as questões relacionadas ao emprego de delineamentos em Nelder.

Com base nas sugestões de Parrot et al. (2011), a taxa de mortalidade pode ser crucial,

uma vez que ocorre uma ruptura da distribuição espacial das árvores dentro da parcela e

mudanças no crescimento de árvores adjacentes. Mark (1983) e Stape & Binkley (2010)

sugerem que se uma árvore morre as quatro árvores ao redor deveriam ser removidas para

análise. No entanto, a realidade na implantação de plantios de espécies arbóreas leva a

aproximadamente 20% de mortalidade, e poderia resultar em redução de uma amostra.

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3. ARTIGO 1

Pretensão de submeter para a Revista Brasileira de Sementes

ANÁLISE DE IMAGEM E SANIDADE EM SEMENTES DE Moringa oleifera

Michelle Conceição Vasconcelos1, Renata Silva-Mann2 et al.

1Engenheira Florestal e Mestranda em Agroecossistema – [email protected]; 2Professora Adjunta IV do Departamento de Engenharia Agronômica da Universidade Federal

de Sergipe – [email protected];

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ANÁLISE DE IMAGEM E SANIDADE DE SEMENTES DE Moringa oleifera

Michelle Conceição Vasconcelos1, Renata Silva-Mann2 et al.

RESUMO: A Moringa oleifera (moringa) é uma espécie arbórea que se destaca pelo uso

potencial para a produção de biocombustível, mas se faz necessário conhecimento dos

aspectos morfológicos e fisiológicos das sementes para estabelecimento de campos de

produção. Neste trabalho objetivou-se estudar a morfologia interna das sementes por meio de

raios X e a identificação de fungos das mesmas. O experimento foi conduzido nos

Laboratórios de Análise de Sementes e de Patologia de Sementes da Universidade Federal de

Lavras. A caracterização morfológica interna das sementes foi realizada em uma câmara de

raios X com intensidade de 22 kV por 14,8 s e a identificação de fungos foi realizada por

meio do blotter test, ambos realizados com 200 sementes de dois genótipos. As sementes de

moringa por meio de radiografias foram caracterizadas em: (a) cheias e bem formadas; (b)

com espaço e mal formadas; e (c) manchadas ou com dano, sendo a categoria com espaço e

mal formada a de maior ocorrência (55%). Conclui-se que o teste de raios X em moringa é

válido para caracterização da morfologia interna das sementes. Os fungos Aspergillus niger,

Aspergillus flavus, Alternaria sp., Fusarium sp., Penicillium sp. e Phomopsis sp. ocorrem em

sementes de moringa.

Palavras chaves: Moringaceae, morfologia, blotter test, germinação.

IMAGE ANALYSIS AND SANITY SEEDS Moringa oleifera

ABSTRACT: Moringa oleifera (moringa) is a tree species with potential use as biofuel

production, but this is necessary the knowledge of morphology and physiology of seeds to

establish field production. This work was carried out aiming to study the internal morphology

by X-ray and identification of fungi from seeds. The experiments were carried out in the

Laboratório de Análise de Sementes and Laboratório de Patologia de Sementes, at

Universidade Federal de Lavras. Morphological characterization of seeds was performed in a

chamber with X-ray intensity 22 kV per 14.8 s and the identification of fungi was carried out

using the blotter test, both with the use of seeds of 200 genotypes. The moringa seeds through

radiographs were characterized as (a) full and well formed; (b) with space and poorly formed,

and (c) stained or damaged. The category with the space and malformed presented higher

incidence (55%). The X-ray test is valid for internal characterization of seeds morphology.

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The fungi Aspergillus niger, Aspergillus flavus, Alternaria sp. Fusarium sp. Penicillium sp.

and Phomopsis sp. occurs in moringa seeds.

Key words: Moringaceae, morphology, blotter test, germination

INTRODUÇÃO

A análise das imagens é utilizada como um método para verificar os danos ou para

detectar a qualidade das sementes de várias espécies. É uma técnica promissora devido à sua

rapidez e por não ser destrutiva, e permite a realização de testes fisiológicos no material

examinado (Menezes et al., 2012). Assim, o teste de raios X tem o objetivo de detectar

sementes vazias, cheias e presença de danos internos causados por insetos ou danos

mecânicos (ISTA, 2004).

O teste de raios X tem sido recomendado como uma técnica promissora para o

estudo de sementes florestais, contribuindo para o controle de qualidade dessas, pela seleção e

descarte de sementes de má qualidade física e fisiológica. Entretanto, a eficiência do teste

depende de procedimentos específicos para a espécie em estudo, como a determinação do

melhor tempo e intensidade de radiação, aos quais as sementes ficam expostas durante a

execução do teste (Albuquerquei e Guimarães, 2008).

O teste de raios X foi empregado em sementes de 'Aroeira-branca' (Lithraea

molleoides (Vell.) Engl.) visando detectar danos ou anormalidades em embriões e

correlacionar tais anormalidades aos testes de germinação. O teste foi efetivo para acessar a

qualidade das sementes (Machado e Cícero, 2003).

Além da qualidade fisiológica da semente tem que se considerar também a qualidade

sanitária, pois para a obtenção de uma boa muda é necessário o controle da qualidade sanitária

das sementes utilizadas, uma vez que estas poderão servir de veículo de propagação e

disseminação de patógenos capazes de dizimar plantações inteiras (Mendes et al., 2011).

O teste de sanidade determina a condição sanitária de uma amostra de sementes, e

consequentemente, do lote, obtendo-se informações que podem ser usadas para comparar a

qualidade de diferentes lotes de sementes ou determinar a sua utilização.

Diversos micro-organismos patogênicos podem estar associados às sementes de

espécies florestais, cujos danos mais frequentes causados por fungos aparecem na forma de

manchas necróticas, descolorações de cascas, deformações, apodrecimentos e tem como

consequência, diminuição do vigor, perda do poder germinativo, problemas na formação das

mudas, além de se constituírem em focos primários de infecção no viveiro e no campo. A

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eliminação ou redução do inóculo de fungos em sementes tem sido eficientemente alcançada

por tratamentos químicos, biológicos e físicos (Oliveira et al., 2011).

Os métodos utilizados na detecção de fungos em sementes baseiam-se em diferentes

aspectos que variam desde análise visual da amostra e da fração impura, bem como exame

microscópico da suspensão proveniente da lavagem de sementes, exame de embriões, método

do rolo de papel, incubação em meios de cultura padronizados ou meios semi-seletivos e

incubação em substrato de papel de filtro (blotter test) e, na maioria das vezes, com a

confirmação por meio de observação ao microscópio (Barrocas e Machado, 2010).

Pesquisas relacionadas à patologia de sementes de espécies florestais nativas,

especialmente aquelas mais aprofundadas, são escassas. Para algumas espécies têm-se

encontrado testes como os realizados com sementes de cedro empregando dois métodos de

detecção, avaliação da transmissão de fungos associados às sementes para as plântulas e

avaliação da patogenicidade de fungos associados às sementes e transmitidos para as

plântulas. Os fungos encontrados em ambos os testes foram: Pestalotia sp., Rhizoctonia sp.,

Penicillium sp., Phomopsis sp., Rhizopus sp., Aspergillus sp. e Fusarium sp. (Lazarotto et al.,

2012).

Fungos associados às sementes podem contribuir para tombamento na fase de

estabelecimento de mudas em campo. Para moringa o conhecimento técnico-científico acerca

da patogenicidade de fungos em sementes ainda é muito limitado, havendo a necessidade de

pesquisas e investimentos para que as atividades possam chegar a resultados

socioeconomicamente viáveis. Assim, este conhecimento se faz necessário, pois a ocorrência

de fungos em sementes de moringa pode inibir o estabelecimento de mudas no campo, caso as

sementes não sejam tratadas com fungicida recomendado.

Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar a morfologia interna das sementes por

meio do teste de raios X e a identificação de fungos por meio do Blotter test em dois

genótipos de Moringa oleifera.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido nos Laboratórios de Análise de Sementes e de

Patologia de Sementes da Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais. Foram utilizadas

sementes de moringa de dois genótipos proveniente do município de Aracaju-SE.

Por meio da captura de imagem semi-automatizada do Sistema de Análise de

Sementes (SAS), versão PRO, foram avaliadas as características geométricas, área,

circularidade, diâmetro máximo e mínimo, esfericidade da forma, irregularidade do contorno

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e perímetro, das sementes, com utilização de 100 sementes por genótipo, em que cada

semente representou uma repetição.

As sementes foram submetidas à análise radiográfica utilizando o equipamento

Faxitron HP MX-20, com intensidade de 22 kv e tempo de exposição aproximado de 14,8

segundos, conforme calibração automática do equipamento. Foram utilizadas oito repetições

de 25 sementes cada, totalizando 200 sementes por genótipo. Os resultados das analises

radiográficas foram utilizadas para definição de categorias.

Após a separação por categorias, as sementes foram submetidas ao teste de

germinação, para o qual foram utilizadas quatro repetições de 25 sementes por categoria. O

teste foi conduzido em substrato papel tipo germitest, umedecido com água destilada na

proporção de 2,5 vezes a massa do papel, em germinador a 25°C. As avaliações foram

realizadas ao sétimo (primeira contagem de germinação) e décimo quarto dias após a

instalação do teste.

Os resultados foram expressos em porcentagens de plântulas normais de acordo com

as Regras para Análise de Sementes (Brasil, 2009).

Assim, visando avaliar outros fatores de interferência na análise dos resultados, as

sementes foram submetidas ao teste de sanidade pelo método do papel de filtro ou Blotter test

modificado, com o uso de 2,4 diclorofenoxiacético (2,4-D), utilizando-se 200 sementes por

genótipo, divididas em oito repetições de 25 sementes dispostas em placas de Petri sobre três

folhas de papel filtro embebidas em água destilada, 2,4-D e ágar. As placas foram mantidas

em câmara de incubação de sementes a 20°C e fotoperíodo de 12 horas por sete dias. Após

sete dias da semeadura, foi avaliada a presença de fungos nas sementes, com a visualização de

suas estruturas morfológicas, principalmente pelos esporos, em microscópio estereoscópico.

Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste de F a 5% de

probabilidade, e as médias comparadas por Scott-Knott a 5% de probabilidade com o auxílio

do programa SISVAR® (Ferreira, 2008).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As sementes de moringa apresentam geometria circular e os valores médios desta

geometria para cada genótipo podem ser verificados na Tabela 1. As sementes obtiveram

diferença significativa para a área, o diâmetro máximo e mínimo e o perímetro entre os

genótipos.

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Tabela 1 – Valores médios de Área (cm2), Circularidade, Diâmetro máximo (cm), Diâmetro mínimo (cm), Esfericidade da forma, Irregularidade do contorno e Perímetro (cm) das sementes de Moringa oleifera Lam. provenientes de dois genótipos. UFS, São Cristóvão-SE. 2013.

Geometria Genótipo 1 Genótipo 2 CV (%) Área (cm2) 0,88 a 0,79 b 12,17 Circularidade 0,84 a 0,84 a 6,21 Diâmetro máximo (cm) 1,15 a 1,09 b 6,55 Diâmetro mínimo (cm) 0,95 a 0,90 b 7,15 Esfericidade da forma 16,10 a 15,92 a 7,56 Irregularidade do contorno 0,03 a 0,03 a 30,39 Perímetro (cm) 3,75 a 3,53 b 6,50 Médias seguidas pela mesma letra na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Estudos envolvendo as características físicas de sementes são de grande importância

para o desenvolvimento de máquinas e equipamentos (Melo et al., 2007). Estas características

ainda podem contribuir para a caracterização de genótipos e ajuste em equipamentos para

beneficiamento das mesmas.

Assim, conhecimentos prévios das propriedades físicas das sementes tais como a

forma, o tamanho, volume, massa específica e a área, entre outras informações, são

imprescindíveis para o engenheiro dimensionar máquinas e equipamentos agrícolas (Nagaoka

et al., 2005), em busca de aumentar a qualidade dos produtos. Devilla et al. (2010),

verificaram as propriedades físicas de mamona cultivar Paraguaçu, que apresentaram valores

superiores à cultivar Guarani IAC-266, IAC-80, Comum, Rajada, Branquinha e Nordestina.

Para as sementes de moringa ainda não existem relatos de cultivares, no entanto, os testes

realizados aqui poderão ser usados com diferentes genótipos visando à caracterização futura.

Com relação à análise de sementes por imagem, as sementes de moringa foram

divididas em categorias de acordo com a morfologia interna da mesma em (a) cheia e bem

formada; (b) com espaço e mal formada e (c) manchada ou com dano (Figura 1).

Figura 1 - Imagens radiográficas da morfologia interna de sementes de Moringa oleifera Lam. (1) = Cheia e bem formada; (2) = Com espaço e mal formada; (3) = Manchada; (4) = com dano. UFS, São Cristóvão-SE. 2013.

(1) (2) (3) (4)

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A diferença encontrada quanto ao tipo de sementes se deve ao suprimento de

assimilados durante o desenvolvimento das sementes (Oliveira et al. , 2013), visto que,

segundo Marcos Filho (2005), as sementes localizadas na base dos frutos estão mais próximas

da fonte fotossintética, em relação àquelas localizadas mais distantes do pedúnculo. Assim, as

sementes da posição basal podem apresentar maior acúmulo de reservas (Oliveira et al. ,

2013). Portanto, as sementes cheias e bem formadas possivelmente são provenientes da base

do fruto, por esse motivo verificou-se menor quantidade da mesma. As demais categorias se

localizam, provavelmente na porção mediana e apical do fruto (Oliveira et al. , 2013), sendo

as sementes da categoria manchada ou com dano a que contabilizou uma maior quantidade de

sementes para ambos os genótipos e única a não diferir significativamente entre os genótipos

(Tabela 2).

Tabela 2 – Frequência (%) de categoria de sementes e de germinação de Moringa oleifera Lam. provenientes de dois genótipos. UFS, São Cristóvão-SE. 2013. Categoria Genótipo 01 Genótipo 02 Cheia e bem formada (%) 3,0 a 14,0 b Com espaço e mal formada (%) 49,5 a 59,0 a Manchada ou com dano (%) 47,5 a 27,0 b Médias seguidas pela mesma letra na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Para as sementes de moringa não foi possível identificar as estruturais essências das

sementes, como por exemplo, o eixo embrionário, o qual é muito pequeno quando comparado

ao endosperma da mesma. O mesmo não ocorreu com as sementes de pinhão-manso que pelo

teste de raios X foi possível identificar as estruturas essenciais da semente (Pinto et al., 2009).

Para a categoria de semente cheia e bem formada, o número de sementes

identificadas nesta categoria não foi suficiente para se ter uma amostra para o teste de

germinação. Com relação às outras categorias não foi observada diferença estatística entre os

genótipos e nem diferença entre as categorias dentro dos genótipos para o percentual de

germinação. Na Tabela 3 pode se observar o percentual de germinação por categoria e por

genótipo.

Tabela 3 – Percentual de germinação das sementes de Moringa oleifera Lam. por categoria, com espaço e mal formada e manchada ou com dano, para dois genótipos. UFS, São Cristóvão-SE. 2013. Categoria Genótipo 01 Genótipo 02 Com espaço e mal formada (%) 69,00 Aa 54,00 Aa Manchada ou com dano (%) 79,00 Aa 71,25 Aa Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

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Como se pode observar na Tabela 3 as sementes consideradas manchadas ou com

danos apresentaram maiores percentuais de germinação. Portanto, a mancha ou dano

observado ao longo do cotilédone, não afeta a germinação de sementes de moringa. As

sementes contendo espaço e com má formação apresentaram menores valores de germinação.

Assim sementes de moringa com mancha ou com dano não devem ser descartadas do

lote, pois o que irá definir a germinação das mesmas será o potencial fisiológico que

carregam. Por meio das imagens radiográficas constata-se há ou não tecidos formados, mas,

não se pode estabelecer, necessariamente, relação direta com os processos fisiológicos das

sementes (Pupim et al. 2008). As manchas observadas na maioria das sementes de moringa

estão relacionadas com pequenas alterações na formação dos cotilédones, que não

comprometem a germinação, como podem ser observadas na Figura 2. No entanto, manchas

nas imagens radiográficas como a da Figura 1(3) pode estar relacionada a presença de fungos

nas estruturas internas da semente.

Figura 2 - Imagem radiográfica de semente de Moringa oleifera Lam. classificada quanto a morfologia interna como manchada. UFS, São Cristóvão-SE. 2013.

A combinação de tons claros e escuros observados nas imagens da radiografia são

determinados pela quantidade de raios X absorvida pelas regiões distintas das sementes

(ISTA, 1996). Quando a cavidade interna não é completamente preenchida por embrião e

tecido do endosperma ou contém tecido menos denso, a análise de raios X das imagens

produzidas contém manchas escuras, já que a resistência não foi suficiente para bloquear a

passagem de raios X (Gagliardi e Marcos-Filho, 2011).

Em sementes de pimentão (Capsicum annuum) para que fosse possível clara

visualização da estrutura interna das sementes foi necessário o ajuste de água para 12% e

exposição das sementes a 10 kV de radiação por 260 segundos (Gagliardi e Marcos-FILHO,

2011).

Em teste de raios X em sementes de mamona sementes parcialmente cheias e com

mancha ou defeito apresentaram menor percentual germinativo quando comparadas com as

cheias e opacas ou com manchas (Kobori et al., 2012).

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Durante a germinação as sementes estão sujeitas a fatores que podem contribuir para

a redução da germinação potencial. Dentre estes fatores a ocorrência de micro-organismos é

fator determinante para o desempenho germinativo das sementes, bem como a presença do

arranjo destas em rolos de papel germitest (Machado e Cícero et al., 2003).

No teste de sanidade em sementes de moringa foram identificados os seguintes

fungos: Aspergillus niger, Aspergillus flavus, Alternaria sp., Fusarium sp., Penicillium sp. e

Phomopsis sp. Para os fungos Aspergillus niger, Fusarium sp. e Phomopsis sp. houve

diferença significativa entre os genótipos, sendo que para Aspergillus niger houve maior

incidência no genótipo 1 e para Fusarium sp. e Phomopsis sp. houve maior incidência no

genótipo 2. Na Tabela 4 podem ser observados os percentuais de ocorrência dos fungos por

genótipo.

Tabela 4 – Percentual de ocorrência de fungos em sementes de Moringa oleifera Lam. por genótipo pelo método de Blotter test. UFS, São Cristóvão-SE. 2013. Fungo Genótipo 01 Genótipo 02 Aspergillus niger 97,5 a 2,5 b Aspergillus flavus 17,5 a 9,5 a Alternaria sp. 2,0 a 2,5 a Fusarium sp. 10,0 a 18,5 b Penicillium sp. 14,0 a 7,5 a Phomopsis sp. 29,5 a 51,0 b Médias seguidas pela mesma letra na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Os gêneros Aspergillus, Penicillium, Nigrospora, Colletotrichume Fusarium

colonizaram tecidos vivos de plântulas de leucena (Leucaena leucocephala Lam.), mas não

causaram sintomas de doenças e não influenciaram na germinação (Mendes et al. 2011).

O Aspergillus niger é um fungo saprófito cosmopolita, que causa problemas apenas

na degradação dos órgãos vegetais armazenados. Em sementes, este é prejudicial quando lotes

são armazenados com umidade elevada (Oliveira et al., 2011).

As espécies de Fusarium são comumente associadas às sementes de diversas

culturas, ocasionando perda de germinação e vigor, e auxiliando, também, no complexo de

patógenos que causam tombamento em plantas (Kobayasti et al., 2011).

Em Myrsine ferruinea verificou-se que alguns fungos, potencialmente patogênicos

ocorreram tanto nos frutos como nas sementes, sendo identificados Alternaria sp.,

Colletotrichum sp., Fusarium sp., Macrophomina sp. e Pestaloti sp., que possivelmente,

foram transmitidos dos frutos para as sementes (Rego et al., 2009).

Fungos fitopatogênicos podem associar-se às sementes em todas as etapas de

produção. Esta associação é responsável, muitas vezes, pela redução da qualidade fisiológica

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das sementes, dispersão de patógenos a longas distâncias e transmissão destes da semente à

planta, bem como em meio eficiente de sobrevivência do patógeno, em contato direto com o

hospedeiro (Machado, 1982).

Por meio da análise sanitária foi possível identificar e quantificar os fungos

associados às sementes de dois genótipos de moringa. Esses fungos podem ser transportados

aderidos à superfície da semente, no seu interior ou como parte do material inerte, na forma

de impureza física.

CONCLUSÃO

O teste de raios X em moringa é válido para caracterização da morfologia interna das

sementes. Os fungos Aspergillus niger, Aspergillus flavus, Alternaria sp., Fusarium sp.,

Penicillium sp. e Phomopsis sp. ocorrem em sementes de moringa.

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4. ARTIGO 2

Pretensão de submeter para a Revista Árvore

RESPOSTAS BIOMÉTRICAS E FISIOLÓGICAS À RESTRIÇÃO HÍDRICA EM

MUDAS DE Moringa oleifera

Michelle Conceição Vasconcelos1, Renata Silva-Mann2et al.

1Engenheira Florestal e Mestranda em Agroecossistema – [email protected]; 2Profa. Dra. do Departamento de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de Sergipe

[email protected];

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RESPOSTAS BIOMÉTRICAS E FISIOLÓGICAS À RESTRIÇÃO HÍDRICA EM

MUDAS DE Moringa oleifera

Michelle Conceição Vasconcelos1, Renata Silva-Mann2 et al.

RESUMO: Moringa oleifera Lam. (moringa) é uma espécie arbórea com potencial para

plantio em regiões semiáridas, no entanto, para a germinação e desenvolvimento inicial requer

água. O conhecimento sobre a produção de mudas sob restrição hídrica pode auxiliar na

implantação e no manejo de campos de produção. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar

o desenvolvimento ecofisiológico e biométrico de mudas de moringa submetidas à restrição

hídrica controlada. O experimento foi desenvolvido em casa de vegetação no Departamento

de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de Sergipe, usando delineamento

inteiramente casualizado com quatro tratamentos (40, 60, 80 e 100% da capacidade de campo)

e seis repetições cada. As variáveis analisadas foram parâmetros ecofisiológicos e biométricos

(diâmetro do colo, altura e número de folhas) realizados às 9h00 após 21 dias de restrição. As

mudas de moringa apresentaram apenas diferença significativa para os parâmetros

ecofisiológicos e redução linear dos valores à medida que se aumentava a restrição hídrica.

Conclui-se que as mudas de Moringa oleifera têm a capacidade de redução das trocas gasosas

sob restrição hídrica de até 40% capacidade de campo para adaptação e manutenção da sua

sobrevivência.

Palavras chaves: Moringaceae, estresse e trocas gasosas.

BIOMETRIC AND PHYSIOLOGICAL RESPONSES TO WATER DEFICIT IN

SEEDLINGS of Moringa oleifera

ABSTRACT: Moringa oleifera Lam. (moringa) is a tree species with potential for planting in

semiarid regions, however, for germination and initial development requires water. The

knowledge about the production of seedlings under water restriction can assist in managing

the deployment of production fields. Thus, aim of this study was to evaluate the development

and ecophysiological biometric moringa seedlings subjected to water restriction controlled.

The experiment was conducted in a greenhouse at the Departamento de Engenharia

Agronômica, at Universidade Federal de Sergipe, using a completely randomized design with

four treatments (40, 60, 80 and 100% of field capacity) and six replicates each. The variables

analyzed were ecophysiological and biometric parameters (diameter, height and number of

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leaves) conducted at 9h00 after 21 days of restriction. Moringa seedlings showed only

significant difference for the ecophysiological parameters and linear reduction of the values as

they increased fluid restriction. We conclude that the seedlings of Moringa oleifera have the

ability to reduce gas exchange under water restriction up to 40% field capacity to adapt and

maintain its survival.

Key words: Moringaceae, stress and gas exchange.

INTRODUÇÃO

Em condições tropicais, a produtividade agrícola pode ser negativamente afetada por

uma série de estresses bióticos e abióticos que alteram o crescimento e o desenvolvimento

vegetal. Nesse contexto, destacam-se a deficiência de nutrientes, como nitrogênio e fósforo,

bem como os estresses decorrentes da baixa disponibilidade hídrica e das altas temperaturas

(Silva et al., 2012a).

O déficit hídrico é um dos tipos de estresse abiótico mais crítico e comum que

acometem as lavouras conduzidas em ambientes semiáridos. Seus efeitos são evidentes em

qualquer estádio fenológico da planta, podendo variar de acordo com a severidade e duração

do estresse (Farooq et al., 2009).

A falta de água no solo pode levar a planta ao estresse hídrico, provocando mudanças

morfológicas e fisiológicas. A menor disponibilidade hídrica pode levar a redução na

expansão celular, redução na área foliar, aumento na abscisão foliar, diminuição da relação

entre a biomassa da raiz com a parte aérea, fechamento de estômatos e redução na fotossíntese

(Taiz e Zeiger, 2009). Quando as plantas são expostas às situações de déficit hídrico exibem,

frequentemente, respostas fisiológicas que resultam de modo indireto, na conservação da água

no solo, como se estivessem economizando para períodos posteriores (Sousa e Lima, 2012).

Em estudo com as espécies Gethyllis multifolia e Gethyllis villosa que crescem no

semiárido do sul da África, sugere-se que G. multifolia é mais sensível ao estresse por

restrição hídrica que G. villosa e ambas as espécies adotam certas mudanças morfológicas em

folhas sob sombra. Durante o estresse à seca G. villosa tem um incremento do desempenho

fotossintético quando comparada com G. multifolia, que parece não estar relacionada às

adaptações foliares, mas as folhas de G. villosa mantêm a sua condutância estomática (Gs),

compensação de luz fotossintética (LCP) e campos de fóton (Danielis et al., 2013).

Vários parâmetros têm sido utilizados para avaliar a resposta das espécies vegetais à

restrição hídrica, destacando-se o potencial hídrico foliar, potencial osmótico e conteúdo

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relativo de água, a condutância estomática e a transpiração, a temperatura foliar e o acúmulo

de prolina. No entanto, para a moringa que apresenta grande potencial para plantio em

condições semiáridas não foram feitos estudos desta natureza.

As plantas necessitam de grande quantidade de água e nutrientes ao longo do seu

ciclo de vida e todos os aspectos do desenvolvimento da planta são afetados pela redução no

conteúdo de água no solo. Esta redução da umidade do solo leva a mudanças no ambiente

físico, o qual subsequentemente é afetado por processos fisiológicos e bioquímicos (Sarker et

al., 2005).

Dessa forma torna-se extremamente importante o estudo ecofisiológico da moringa

em sua fase inicial de crescimento, principalmente por auxiliar no estabelecimento de

parâmetros ecofisiológicos indicativos de tolerância aos estresses abióticos. Parâmetros esses

que, bem manejados, podem melhorar a produção e estabelecimento de mudas, além de

facilitar na seleção de material genético resistente às condições edafoclimáticas.

Assim, objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento ecofisiológico e

biométrico de mudas de Moringa oleifera submetidas à restrição hídrica controlada.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Campus da Universidade Federal de Sergipe – UFS,

localizado no município de São Cristóvão do Estado de Sergipe. Foram utilizadas mudas

provenientes de sementes colhidas no município de Aracaju-SE de um único genótipo.

As mudas foram produzidas em vasos de polipropileno de 13 L e mantidas em casa

de vegetação sob iluminação natural. O substrato utilizado foi composto por areia lavada,

argila e esterco bovino na proporção de 1:1:1.

Durante o período experimental as condições ambientais no interior da casa de

vegetação, representadas pela temperatura média e umidade relativa média do ar, medidas

diariamente com termohigrômetro, foram 35,7ºC ± 3°C e 51% ± 6,5%.

As mudas permaneceram em capacidade de campo em vaso por 50 dias, após este

período iniciou-se a restrição hídrica que ocorreu durante 21 dias. Diariamente e sempre no

mesmo horário, foram pesados os vasos com as plantas, em uma balança de precisão com três

casas decimais, para verificação da quantidade de água consumida e, posteriormente,

adicionados os volumes a fim de manter a capacidade hídrica de cada tratamento.

As medições de trocas gasosas foram realizadas utilizando-se de um analisador de

gás a infravermelho IRGA (LI-COR Nebrasca, USA) modelo LI-6400xt, com fluxo de ar de

300 mL min-1 e fonte de luz acoplada de 1.500 µmol m-2 s-1 sendo feitas em folhas maduras

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completamente expandidas do terço médio da planta. As medições ocorreram às 9h00. Os

dados obtidos de trocas gasosas foram: assimilação fotossintética de CO2 (A), condutância

estomática (gS), transpiração (E), déficit de pressão de vapor entre a folha e o ar (DPVfolha-ar)

e concentração interna de carbono (Ci).

Para a determinação de clorofilas a, b e total foi utilizado método não destrutivo, por

meio do medidor Clorofilog (Falker) que permite leituras instantâneas do teor relativo de

clorofila na folha. As medições foram realizadas nos intervalos das outras análises, sendo

feitas em folhas maduras completamente expandidas do terço médio da planta.

Os parâmetros biométricos foram realizados aos 21 dias de restrição hídrica em todas

as plantas. A altura total foi medida a partir do colo da planta. O diâmetro do colo foi avaliado

logo a 10 cm do solo com auxílio de um paquímetro digital. O número de folhas foi

determinado pela contagem das folhas expandidas da planta, e a; massa fresca e seca da parte

aérea e do sistema radicular que foram determinadas após o término do experimento, em que

a parte aérea foi separada do sistema radicular (as raízes foram lavadas e secas a sombra para

remoção do excesso de substrato) pesadas e secas em estufa de ventilação forçada a uma

temperatura de média de 60°C até obter peso constante e por fim pesada novamente para

obter a massa seca.

O delineamento empregado foi o inteiramente casualizado com quatro tratamentos

(40, 60, 80 e 100% da capacidade de campo) e seis repetições, sendo a parcela útil constituída

por uma planta por vaso. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste de F a

5% de probabilidade, e análise de regressão com o auxílio do programa SISVAR® (Ferreira,

2008).

RESULTADOS

Os parâmetros de assimilação fotossintética de CO2, condutância estomática,

concentração interna de carbono, transpiração e déficit de pressão de vapor entre a folha e o ar

das mudas de moringa diferiram significativamente para os diferentes níveis de capacidade de

campo.

Com o aumento da restrição hídrica observou-se um decréscimo nas taxas de

assimilação fotossintética de CO2, de concentração interna de carbono, da transpiração e da

temperatura da folha (Figura 1).

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43

y = 0,118483x + 1,087833R² = 0,821

0

4

8

12

16

20

40% 60% 80% 100%

Ass

imil

ação

fot

ossi

ntét

ica

de C

O2

(µm

ol C

O2

m-2

s-1)

Capacidade de Campo

A

y = 0,000036x2 -0,005563x + 0,423750R² = 0,414

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

40% 60% 80% 100%

Con

dutâ

ncia

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omát

ica

(mol

H2O

m-2

s-1)

Capacidade de Campo

B

y = 3,358758x - 44,856000R² = 0,749

0

100

200

300

400

40% 60% 80% 100%

Con

cent

raçã

o in

tern

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car

bono

(m

mol

m²)

Capacidade de Campo

C

y = 0,038083x - 0,012500R² = 0,837

0

1

2

3

4

5

40% 60% 80% 100%

Tra

nspi

raçã

o (m

mol

m-2

s-1)

Capacidade de Campo

D

y = -0,027967x + 4,711833R² = 0,907

0

1

2

3

4

5

40% 60% 80% 100%

Déf

icit

de

pres

são

de v

apor

ent

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fo

lha

e o

ar (

kPa)

Capacidade de Campo

E

Figura 1 – Assimilação fotossintética de CO2 (A), condutância estomática (B), concentração interna de carbono (C), transpiração (D) e déficit de pressão de vapor entre a folha e o ar (E) de mudas de Moringa oleifera Lam. submetidas à restrição hídrica. UFS, São Cristóvão-SE. 2013.

Diferente do ocorrido com os valores de trocas gasosas os teores de clorofila a, b e

total das mudas de moringa submetidas aos diferentes níveis de restrição hídrica não

apresentaram diferença significativa (Figura 2). Mas, foi possível observar que a clorofila a

esteve presente em concentrações maiores nas plantas, próximo à proporção de 3:1 com

relação à clorofila b, o que sugere que as plantas estavam em condições normais quanto aos

teores deste pigmento.

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44

0

5

10

15

20

25

30

35

40% 60% 80% 100%

Teor

de

Clo

rofi

la

Capacidade de Campo

Chla Chlb Chlt Chala/b

Figura 2 - Clorofila a (Chl a), Clorofila b (Chl b), Clorofila Total (Chl T) e relação (Chl a/b) de mudas de Moringa oleifera Lam. submetida a restrição hídrica. UFS, São Cristóvão-SE. 2013.

Conforme foi verificado para os teores de clorofila as mudas de moringa também não

apresentaram diferença significativas para os parâmetros biométricos estudados (Figura 3).

0

15

30

45

60

75

90

40% 60% 80% 100%

Alt

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l (cm

)

Capacidade de Campo

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0

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4

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40% 60% 80% 100%

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m)

Capacidade de Campo

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2

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Capacidade de Campo

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30

40% 60% 80% 100%

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)

Capacidade de Campo

Parte aérea Sistema radicular

D

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45

0

3

6

9

12

15

40% 60% 80% 100%

Mas

sa S

eca

(g)

Capacidade de Campo

Parte aérea Sistema radicular

E

Figura 3 – Altura total (A), diâmetro do colo (B), número de folhas (C), massa fresca (D) e massa seca (E) de mudas de Moringa oleifera Lam. submetidas à restrição hídrica. UFS, São Cristóvão-SE. 2013.

DISCUSSÃO

Os parâmetros ecofisiológicos e biométricos foram usados para entender os efeitos e

a intensidade do estresse por falta de água causada ao aparato fotossintético de mudas de

moringa submetida à restrição hídrica controlada. O déficit hídrico não causou danos severos

às mudas de moringa, pois não houve alteração na condutância estomática que constitui em

uma das primeiras estratégias usadas pelas plantas para diminuir a transpiração e a

manutenção da turgescência (Eckstein e Robinson, 1996).

Para os parâmetros ecofisiológicos - assimilação fotossintética de CO2, concentração

interna de carbono, transpiração e déficit de pressão de vapor entre a folha e o ar verificou-se

redução à medida que houve aumento da restrição hídrica.

Resultados semelhantes para assimilação fotossintética de CO2, condutância

estomática e transpiração foram encontrados por Rivas et al. (2013) que submeteram plantas

de Moringa oleifera de 50 dias a dois ciclos de estresse (1º durou 10 dias e o 2º oito dias) com

10% da capacidade do vaso e um de reidratação entre os ciclos de estresse.

O estresse geralmente aumenta a resistência difusiva ao vapor de água pelo

fechamento dos estômatos, reduzindo a transpiração e, consequentemente, o suprimento de

CO2 para a fotossíntese (Nogueira et al., 1998). No entanto, o que ocorreu com a transpiração

das mudas de moringa foi o mesmo encontrado para algumas espécies da caatinga, nas quais a

redução nos valores da transpiração em algumas espécies dava-se à disponibilidade de água

no solo do que ao controle estomático (Silva et al., 2004), pois quando as plantas passam por

ciclos de seca, elas podem desenvolver certa resistência à falta de água, mantendo a

transpiração por períodos mais longos (Larcher, 2006).

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Outro fator que corrobora com a afirmação de que as mudas não sofreram danos

severos com a restrição hídrica à que foram submetidas são os teores de clorofilas que se

mantiveram constantes durante o período de restrição. A clorofila é um grupo de pigmentos

fotossintéticos presentes nos cloroplastos das plantas responsáveis pela captação da radiação

solar que ao transmitir a energia produz a coloração verde dos vegetais (Marenco, 2005) e sua

deficiência pode ser reconhecida pela coloração pálida ou clorótica da folha, acarretando

considerável redução na taxa fotossintética (Larcher, 2006).

Plantas de moringa com 30 dias quando submetidas ao estresse salino de 0, 75 e 150

mM de NaCl também não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos para os

pigmentos fotossintéticos, mas apresentaram maiores teores para o tratamento de maior

concentração salina (Silva et al., 2012b).

Resultados semelhantes de trocas gasosas foram encontrados para o umbuzeiro

(Spondias tuberosa) na estação seca como forma de adaptação da planta para a sua

sobrevivência (Lima Filho, 2004). Assim, pode-se afirmar que as mudas de moringa passaram

por um processo adaptativo ao déficit de água no solo.

A aroeira (Schinus terebinthifolius) é moderadamente tolerante a baixos níveis de

água no solo, pois plantas jovens de aroeira crescem melhor quando cultivadas com

suprimento hídrico de 75% da capacidade de campo, podendo ser cultivadas em níveis de

água de até 50% da capacidade de campo, sem apresentar modificações morfológicas e

fisiológicas significativas (Silva et al., 2008).

Uma dada espécie de planta pode sobrepujar as condições ambientais adversas, ou

seja, pode apresentar desempenho diferenciado, que se reflete em plasticidade. Desta forma,

as avaliações fisiológicas não podem se restringir a um único genótipo e devem considerar o

desempenho destes nas mais diversas condições de restrição hídrica para que se possa

verificar um diferencial de plasticidade.

CONCLUSÃO

As mudas de Moringa oleifera têm a capacidade de redução das trocas gasosas sob

restrição hídrica de até 40% capacidade de campo para adaptação e manutenção da sua

sobrevivência.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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5. ARTIGO 3

Pretensão de submeter para a Pesquisa Agropecuária Brasileira

USO DO DELINEAMENTO SISTEMÁTICO EM PLANTIO DE Moringa oleifera

Michelle Conceição Vasconcelos1, Renata Silva-Mann2 et al.

1Engenheira Florestal e Mestranda em Agroecossistema – [email protected]; 2Profa. Dra. do Departamento de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de Sergipe

[email protected];

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USO DO DELINEAMENTO SISTEMÁTICO EM PLANTIO DE Moringa oleifera

Michelle Conceição Vasconcelos1, Renata Silva-Mann2 et al.

RESUMO: Moringa oleifera Lam. (moringa) é uma espécie arbórea com diversas utilidades,

como floculante no tratamento de água, uso na alimentação, como medicamento e seu óleo

pode ser usado na produção de biocombustível. No entanto, faltam testes que permitam a

identificação do melhor espaçamento para estabelecimento de plantios em campo. Assim,

objetivo do presente trabalho foi avaliar o crescimento de plantas de Moringa oleifera com

relação às características dendrométricas (altura total e diâmetro do colo) e o inicio da

floração e da frutificação em plantio sob gradiente de espaçamento. O experimento foi

implantado no Campus Experimental da UFS sob delineamento sistemático tipo "leque”, no

qual foram estabelecidos 10 diferentes densidades de plantas. As avaliações ocorreram

durante 12 meses com avaliações mensais do diâmetro do colo e altura total das plantas de

moringa. Conclui-se que as áreas por planta de 9,5 m2 ou superiores são as indicadas para o

melhor desenvolvimento das plantas de moringa.

Palavras chaves: Moringaceae, densidade de plantas e delineamento sistemático.

USE OF SYSTEMATIC DESIGN IN PLANTING Moringa oleifera

ABSTRACT: Moringa oleifera Lam (moringa) is a forestry species with many uses, as

flocculant in water treatment, use as food, medicine and its oil can be used for biofuel

production. However, there are not tests for the identification of the best spacing for

establishment of field plantations. Thus, objective of this study was to evaluate the growth of

plants Moringa oleifera regarding dendrometric characteristics (total height and diameter) and

the beginning of flowering and fruiting in planting under gradient spacing. The experiment

was established at the Experimental Campus of the UFS under systematic design type Nelder,

which were established with 10 different plant densities. The evaluation occurred during 12

months with monthly evaluations of stem diameter and total height of moringa plants. It was

concluded that areas equal or higher of 9.5 m2 are recommended for the best growth of

moringa.

Key words: Moringaceae, plant density and systematic design.

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INTRODUÇÃO

A árvore tropical de múltiplos usos, Moringa oleifera, pode ser facilmente cultivada

em condições do semiárido. Além de ser um recurso natural no tratamento de resíduos de

água, a sua utilização tem duas vantagens adicionais no tratamento de água: fonte primária de

carbono ativado e agente coagulante/floculante nas sementes (OBUSENG et al., 2012).

O óleo obtido das sementes da moringa pode ser usado no preparo de alimentos, na

fabricação de sabonetes e de cosméticos, na lubrificação de mecanismo de precisão (como

pequenas engrenagens) e como biocombustível. A torta resultante da extração do óleo das

sementes pode ser utilizada na compostagem para condicionamento e fertilização do solo, ou

ainda na alimentação animal (SANTANA et al., 2010; SANTOS et al., 2011).

No entanto, o cultivo da moringa é ainda rudimentar, necessitando de estudos no que

diz respeito ao estabelecimento da mesma em plantios sob diferentes espaçamentos, pois este

fator influencia diretamente no desenvolvimento físico e fotossintético da planta, e

consequentemente, interfere na produção e na qualidade dos frutos e sementes.

A escolha do espaçamento de plantio está diretamente relacionada com a densidade

de plantas na área de cultivo. Esta por sua vez influencia na escolha do sistema de manejo a

ser empregado, na eficiência do uso da água e de nutrientes e na incidência e propagação de

doenças. Com isso um método de averiguação de espaçamento pode ser o delineamento

sistemático.

O delineamento sistemático tipo “leque”, caracteriza-se num sistema baseado em

raios e arcos de círculos concêntricos, onde a retangularidade, ou seja, a razão entre as

distâncias inter e intralinhas, é constante. Neste delineamento a área por planta aumenta com

o aumento da distância à origem, sendo os raios separados por um ângulo constante e os arcos

espaçados por uma progressão geométrica da distância radial (NELDER, 1962).

Em associação agroflorestal “cedro-lima-Chaya” em círculo de Nelder de 3.154 m2,

composta por 20 círculos concêntricos, alternando com cedros e lima a 1,50 m de distância e

10 plantas por círculo, e a Chaya criada em uma moldura retangular 1,50 x 3,00 m, sobreposto

ao círculo Nelder, a densidade de plantio em que alcançou o maior crescimento e

produtividade foi 3.046 a 3.297 plantas ha-1 (AGUILAR et al., 2011).

A densidade de plantios é determinada pelo espaçamento entre árvores, ou pela área

associada a cada planta (STAPE, 1995). Em geral, aumentando a densidade de plantio tem-se

o crescimento de árvores individuais manifestando-se por uma diminuição do diâmetro e

aumento da altura, mas em contraste por um aumento na biomassa total por hectare

(FERRERE et al., 2005).

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Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o crescimento de plantas de

Moringa oleifera com relação às características dendrométricas (altura total e diâmetro do

colo) e o inicio da floração e da frutificação em plantio sob gradiente de espaçamento.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi instalado no Campus Experimental da Universidade Federal de

Sergipe – UFS, localizado no município de São Cristóvão do Estado de Sergipe (10° 55’ 26"

de latitude sul e 37° 11’ 57" de longitude oeste).

Nesta área o solo é classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo, com relevo

plano a suavemente ondulado, caracterizado pela unidade de paisagem dos Tabuleiros

Costeiros (EMBRAPA, 1999). A região tem clima, de acordo com a classificação de

Köeppen, do tipo As tropical chuvoso, temperatura média anual de 25,5ºC, com verão seco e

precipitação pluviométrica média anual de 1.300 mm, com chuvas concentradas nos meses de

abril a setembro.

A área do experimento corresponde a aproximadamente um hectare, em que o solo

apresenta as seguintes características na camada de 0-20 cm: pH = 4,87, P = 1,39 ml dm-3, K+

= 0,06 cmolc dm-3, Ca2++Mg2+ = 0,38 cmolc dm-3, Al3+ = 0,68 cmolc dm-3, H+Al3+ = 2,23

cmolc dm-3, CTC = 2,33 cmolc dm-3, M.O. = 10,7 g dm-3.

As sementes para a produção de mudas foram provenientes de quatro genótipos

localizados no município de Aracaju-SE. As mudas foram produzidas em sacos de polietileno

de aproximadamente um litro (15 x 25 cm) utilizando como substrato terra da própria área e

esterco bovino na proporção de 1:2.

Durante o desenvolvimento das mudas foi realizado o preparo da área de forma

mecanizada, com a limpeza do terreno por meio de roçagem, para remoção das plantas

invasoras, aração a 30 cm de profundidade, gradagem cruzada, para descompactação da

camada superficial do solo. Após a acidez do solo foi corrigida usando uma ton ha-1 de

calcário dolomitico segundo recomendação da análise do solo.

Em seguido da demarcação topográfica dos pontos de plantio com o auxílio de um

teodolito digital (DT – 104, Topcon), e a abertura das covas (40x40x40 cm) com espaçamento

segundo Nelder (1962) e Stape (1995) empregando o delineamento sistemático tipo "leque”.

Neste delineamento, esquematizado na Figura 1, a área por planta aumenta com o aumento da

distância à origem, sendo os raios separados por um ângulo constante e os arcos espaçados

por uma progressão geométrica da distância radial.

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Os três principais valores que definem este delineamento são r0 (primeira distância

radial), α (fator da progressão geométrica radial) e θ (ângulo entre raios). Além destes,

destacam-se a retangularidade τ, e a área associada por planta An (Figura 1). As relações

existentes entre estes valores são (STAPE, 1995):

rn+1 = rn. α τ = θ / (α1/2 - α-1/2) An = θ.rn2 (α - α-1) / 2

Figura 1 - Valores do raio inicial (r0), raios dos tratamentos (r1 a rn), ângulo entre raios (θ) e área associada a cada planta (A1 a An) no delineamento sistemático tipo “leque” (ODA LOMBARDI, 2005).

Em cada tratamento foi associado uma distância radial, área por planta e densidade

de forma a manter uma retangularidade (Tabela 1), isto é, garantindo distâncias constantes

entre plantas no raio e nos arcos (STAPE, 1995; STAPE & BINKLEY, 2010).

Tabela 1 - Valores da distância radial, área por planta e densidade de plantas para 10 espaçamentos (tratamentos) no delineamento sistemático tipo “leque” (Stape, 1995).

Tratamento Distância Radial (m) Área (m2 planta-1) Densidade (planta ha-1) 01 6,42 1,40 7.143 02 7,78 2,05 4.878 03 9,42 3,01 3.322 04 11,41 4,41 2.268 05 13,82 6,47 1.546 06 16,74 9,50 1.053 07 20,27 13,93 718 08 24,55 20,43 489 09 29,73 29,97 334 10 36,00 43,95 228

O experimento foi estabelecido de forma a conter uma bordadura interna com raio de

5,30 m e uma bordadura externa com raio de 43,60 m. O delineamento foi dividido em quatro

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54

quadrantes, em que cada quadrante foi composto por uma matriz contendo 108 plantas, sendo

90 constituindo os dez espaçamentos do experimento e 18 as bordaduras, totalizando 432

plantas. O croqui representando o plantio é apresentado na Figura 2.

Figura 2 - Croqui de instalação do experimento sistemático tipo “leque”. Cada encontro de linha da figura refere-se a uma planta na área estabelecida em campo. (STAPE, 1995).

A avaliação do experimento foi realizada mensalmente durante um ano. Em cada

uma das avaliações foram obtidos dados individuais referentes ao diâmetro do colo e altura

total das plantas, em cada uma das parcelas do experimento sistemático tipo “leque”.

Os dados dentrométricos foram submetidos à análise de regressão polinomial com o

auxílio do programa SISVAR® (FERREIRA, 2008).

Durante as avaliações mensais dos doze meses de experimentação foi observada a

ocorrência de floração e frutificação, contando-se o número de inflorescência e frutos por

planta, em cada uma das parcelas do experimento.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para as matrizes 1 e 4, com um período de desenvolvimento de dozes meses, as

plantas apresentaram diferenças significativas para variável diâmetro do colo, em que no

primeiro tratamento, 1,40 m2 planta-1, o diâmetro do colo para as plantas da matriz 1 foi em

média 3,2 cm e no último tratamento, 43,69 m2 planta-1, foi 3,6 cm. Para a matriz 4 foi

observado maior incremento do diâmetro do colo em ambos os tratamentos, 3,7 cm e 5,2 cm.

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O desenvolvimento do diâmetro do colo para as matrizes 1 e 4 pode ser observado na

Figura 3, na qual se verifica o aumento do diâmetro do colo em cada tratamento durante o

período de doze meses de avaliação.

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

Diâ

met

ro d

o co

lo

(cm

)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 121,40

4,41

13,93

43,95

Avaliações (mês)

m2 pl

anta-1

0-1 1-2 2-3 3-4

0,0

1,5

3,0

4,5

6,0

Diâ

met

ro d

o co

lo (

cm)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 121,40

4,41

13,93

43,95

Avaliações (mês)

m2 pl

anta-1

0-1,5 1,5-3 3-4,5 4,5-6

Figura 3 - Desenvolvimento do diâmetro do colo da Moringa oleifera Lam. nas matrizes 1 (A) e 4 (B) em cada densidade durante o período de doze meses de avaliação, no delineamento sistemático tipo “leque”. UFS, São Cristóvão-SE. 2013.

A

B

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Analisando a Figura 3, é possível observar que a partir do tratamento com 9,50 m2

planta-1 para a matriz 1; e do tratamento 13,93 m2 planta-1 para a matriz 4 obteve-se um maior

desenvolvimento em diâmetro de colo em relação aos demais espaçamentos. Este fato é

esperado, no entanto, é conveniente se avaliar o espaçamento em que se tenha o melhor

desenvolvimento inicialmente. Após três anos de plantio é pertinente se realizar uma

avaliação econômica deste plantio, conforme sugerido para outras espécies (NASCIMENTO,

2011).

Para a variável altura total das plantas ocorreram diferenças significativas entre os

tratamentos para ambas as matrizes. O primeiro tratamento, 1,40 m2 planta-1, a altura para as

plantas da matriz 1 foi em média 1,41 m e no último tratamento, 43,69 m2 planta-1, foi de 1,75

m. Para a matriz 4 foi observado, 1,39 m e 2,40 m, e apenas o último tratamento se obteve um

maior incremento em altura.

O desenvolvimento da altura total para as matrizes 1 e 4 pode ser observada na

Figura 4.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

Alt

ura

tota

l (m

)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 121,40

4,41

13,93

43,95

Avaliações (mês)

m2 pl

anta-1

0-0,5 0,5-1 1-1,5 1,5-2

A

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57

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Alt

ura

tota

l (m

)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 121,40

4,41

13,93

43,95

Avaliações (mês)

m2 pl

anta-1

0-0,5 0,5-1 1-1,5 1,5-2 2-2,5

Figura 4 - Desenvolvimento da altura total da Moringa oleifera Lam. nas matrizes 1 (A) e 4 (B) em cada tratamento durante o período de doze meses de avaliação, no delineamento sistemático tipo “leque”. UFS, São Cristóvão-SE. 2013.

É possível observar que o mesmo comportamento do diâmetro do colo é observado

para altura total, em que a partir do tratamento com 9,50 m2 planta-1 para a matriz 1; e do

tratamento com 13,93 m2 planta-1 para a matriz 4, se observou um maior desenvolvimento em

altura total em relação aos demais.

Nas Figuras 3 e 4 pode-se constatar que para o tratamento de 13,93 m2 planta-1

(matriz 1) e para o tratamento com 20,43 m2 planta-1 (matriz 4), para os quais se observou

diâmetro do colo e altura total inferior em relação aos demais, esta redução pode ser explicada

pelo ataque de formigas cortadeiras na área experimental que influenciou o desvio de energia

necessária para o desenvolvimento morfológico das plantas para a brotações.

Na Tabela 2 são descritas as estimativas dos parâmetros b0 e b1 para as variáveis,

diâmetro do colo e altura total, obtido no intervalo de confiança de 95% de probabilidade.

B

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Tabela 2 - Estimativas dos parâmetros b0e b1 da regressão linear no intervalo de confiança de 95% de probabilidade, das variáveis diâmetro do colo e altura total, no delineamento sistemático tipo “leque”. UFS, São Cristóvão-SE. 2013.

Parâmetros Diâmetro do colo Altura total b0 2,606667 1,014185 b1 0,168081 0,097300

As plantas de moringa apresentam uma relação direta entre o desenvolvimento em

altura e diâmetro do colo, algo que não ocorre com plantas de Eucalyptus sp. plantadas

também em delineamento sistemático, como exemplo o estudo de Stape e Binkley (2010).

A relação entre a altura e o diâmetro de plantas é denominada de relação

hipsométrica. Por meio dessa relação foi desenvolvido modelo matemático que estima

indiretamente a altura, mas a relação hipsométrica é desenvolvida para aplicação no

povoamento onde se procedeu a recolha dos dados, ou em povoamentos que apresentem

características análogas (TOMÉ et al., 2007).

Nascimento et al. (2012) verificaram que para Anadenanthera macrocarpa e Schinus

terebinthifolius com o aumento do espaçamento (1,0 x 1,0, 1,5 x 1,5, 2,0 x 2,0 e 3,0 x 2,0 m)

houve um aumento da altura e do diâmetro ao nível do solo.

Resultados semelhantes para o desenvolvimento do diâmetro foram encontrados para

o Eucalyptus dunii com 8,5 anos, cultivado em delineamento sistemático tipo “leque”

(STAPE e BINKLEY, 2010). Mas com relação à altura foi observado que o pico de

crescimento do Eucalyptus dunii foi menor com o aumento do espaçamento, enquanto que

para a Moringa oleifera ocorreu o inverso, maior crescimento em altura com o aumento do

espaçamento.

Era esperado que a moringa tivesse um incremento em altura nos espaçamentos

maiores em que a área por planta fosse menor, pois haveria uma maior competição por luz e

assim um maior desenvolvimento em altura e menor em diâmetro. Uma possível explicação

para este fato seria a competição por nutriente e água disponível no solo. Assim, é possível

afirmar que a moringa precisa de maior espaçamento (maior área por planta) para um pleno

desenvolvimento.

Contudo, se o cultivo de moringa visar à produção de folhas, para a alimentação

humana e animal e outros fins, plantios mais adensadas favorecerá, pois este terá maior

número de planta por hectares e, consequentemente, maior produção de folhagens por hectare.

O mesmo não se aplica para a produção de sementes, pois para este fim a planta precisa está

em pleno desenvolvimento para a produção e isso ocorre em plantios menos densos.

Para o Schizolobium amazonicum o aumento da densidade populacional promoveu

redução da altura e diâmetro das plantas. Sendo que os espaçamentos que proporcionaram

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maiores crescimentos em altura e diâmetro foram o 4x3 m e 4x4 m dos espaçamentos

estudados (1,5x1,5 m, 2x2 m, 3x2 m, 3x3 m, 4x2 m, 4x3 m, 4x4 m) (RONDON, 2002).

Pode-se ainda inferir sobre o início da floração e frutificação da moringa que iniciou

ao quinto e sétimo meses de desenvolvimento nos espaçamentos com área por planta igual ou

maior que 9,50 m2. Foi possível observar em média duas a quatro inflorescências e em média

três frutos por planta em ambas as matrizes.

A produção de frutos também é afetada pela densidade de plantio, como foi possível

observar para duas cultivares de amora-preta que à medida que se aumentou o número de

plantas por hectare, houve uma redução da produção de frutas por planta, que pode ser

atribuída à concorrência entre plantas por nutrientes e luz, o que reduz os índices biométricos

(diâmetro de tronco, comprimento de ramos etc.) das plantas em alta densidade (RASEIRA et

al., 2007).

Devido ao alto índice de mortalidade, 56% para a matriz 2 e 43% para a matriz 3,

causada pelo fungo Fusarium sp. nos primeiros meses de implantação do experimento não foi

possível realizar as análises nessas matrizes. No entanto, tal fato não pode ser omitido, uma

vez que pode representar informações novas da interação de patógenos com a planta.

CONCLUSÃO

Com doze meses de desenvolvimento plantas de moringa cultivadas em gradiente de

espaçamento apresentam melhor desenvolvimento relativo para altura total e diâmetro do colo

a partir de unidade de área por planta igual ou maior que 9,5 m2.

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6. CONCLUSÃO GERAL

O teste de raios X em moringa é válido para caracterização da morfologia interna das

sementes.

Os fungos Aspergillus Niger, Aspergillus flavus, Alternaria sp., Fusarium sp.,

Penicillium sp. e Phomopsis sp. ocorrem em sementes de moringa produzidas em Aracaju-SE.

As mudas de Moringa oleifera têm a capacidade de redução das trocas gasosas sob

condições de restrição hídrica de até 40% capacidade de campo, o que pode ser uma

adaptação visando à manutenção da sua sobrevivência.

A Moringa oleifera para estabelecimento satisfatório em campo precisa de uma área

igual ou superior à 9,5 m2 planta-1.

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Page 65: Moringa oleifera Lam.: ASPECTOS MORFOMÉTRICOS, FISIOLÓGICOS E CULTIVO … · 2017-11-25 · iii FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

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