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UNIVERSIDADE ESTAacuteCIO DE SAacute
MESTRADO EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA
MORTALIDADE INFANTIL POR CAUSAS EVITAacuteVEIS NA AacuteREA
PROGRAMAacuteTICA 10 DO MUNICIacutePIO DO RIO DE JANEIRO
MARIA LUIZA RAMOS DA SILVA
RIO DE JANEIRO
2017
MORTALIDADE INFANTIL POR CAUSAS EVITAacuteVEIS NA AacuteREA
PROGRAMAacuteTICA 10 DO MUNICIacutePIO DO RIO DE JANEIRO
MARIA LUIZA RAMOS DA SILVA
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave
Universidade Estaacutecio de Saacute como requisito
obrigatoacuterio para obtenccedilatildeo do grau de Mestre
em Sauacutede da Famiacutelia
Orientadora Profa Dra Maria Tereza Fonseca
da Costa
Rio de Janeiro
2017
S586m Silva Maria Luiza Ramos da
Mortalidade infantil por causas evitaacuteveis na aacuterea programaacutetica 10 do municiacutepio do Rio de
Janeiro Maria Luiza Ramos da Silva ndash Rio de Janeiro 2018
88f 30cm
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Sauacutede da Famiacutelia)-Universidade Estaacutecio de Saacute 2018
Orientadora Profordf Drordf Maria Tereza Fonseca da Costa
1 Mortalidade 2 Mortalidade infantil 3 Atenccedilatildeo primaria agrave sauacutede 4 Causa da morte 5
Sauacutede da Famiacutelia I Costa Maria Tereza Fonseca da II Tiacutetulo
MARIA LUIZA RAMOS DA SILVA
MORTALIDADE INFANTIL POR CAUSAS EVITAacuteVEIS NA AacuteREA
PROGRAMAacuteTICA 10 DO MUNICIacutePIO DO RIO DE JANEIRO
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave Universidade Estaacutecio de Saacute como requisito para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Sauacutede da Famiacutelia Orientadora Profordf Drordf Maria Tereza Fonseca da Costa
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Profordf Drordf Maria Teresa Fonseca da Costa
Orientadora Universidade Estaacutecio de Saacute
_____________________________________________
Prof Dr Ricardo de Mattos Russo Rafael
Universidade Estaacutecio de Saacute
_____________________________________________
Profordm Dra Valeacuteria Romano
Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ
Dedico esse trabalho agrave minha matildee
Vilma grande amor da minha vida
AGRADECIMENTOS
Agrave minha matildee Vilma por ser uma matildee maravilhosa pelo seu amor
Ao meu pai Seacutergio (in memorian) por ter me ensinado tantas coisas importantes sobretudo
ser uma pessoa honrada
Ao meus filho Daniel e tambeacutem a Minie e Cookie que amo tanto
Aos meus irmatildeos Maria Paula e Seacutergio por acreditarem em mim Agrave minha famiacutelia que eu
desejo toda a felicidade do mundo
Agrave minha orientadora Maria Tereza Fonseca da Costa pelo apoio compreensatildeo e carinho
Aos meus professores do mestrado queridos por terem me ensinado tantas coisas importantes
e terem ampliado tanto os meus conhecimentos
Ao professor Ricardo Mattos pela generosidade gentileza aleacutem de ter aceitado o convite para
a minha banca contribuindo com ensinamentos valiosos
Agrave professora Valeacuteria Romano pelo carinho aleacutem de ter aceitado fazer parte da minha banca
quando fez grandes contribuiccedilotildees ao trabalho
Aos amigos queridos do mestrado o carinho a amizade o companheirismo Foi um enorme
prazer ir agraves aulas desfrutar a alegria do conviacutevio com vocecirc Um agradecimento especial agrave
Nayara Borges que com tanta generosidade me ajudou no momento em que eu mais
precisava ao alto astral dos risos da amiga Mocircnica Soares e ao apoio da amiga Viviane
Pereira Porto Agradeccedilo tambeacutem a Ana Paula Moura Nunes querida do administrativo
Agrave amiga Denise de Mattos Gaudard amiga de muitos anos de uma vida que me ajudou tanto
no trabalho na sua formataccedilatildeo estruturaccedilatildeo e revisatildeo
Agrave minha terapeuta querida Beatriz Breves pelo apoio pelo incentivo pelo carinho pela
ajuda
Ao Bruno Cardoso da Gerecircncia de Dados Vitais da SVSSMS Rio por ter me apoiado com o
trabalho
Aos meus amigos amados que fazem a minha jornada nessa vida mais feliz
A Deus por iluminar o meu caminho por cuidar de mim e de todos que eu amo Por me
ajudar a tentar cada dia ser uma pessoa melhor
ldquoDeixai as crianccedilas virem a mim rdquo
(Mateus 1913-15)
RESUMO
Introduccedilatildeo A mortalidade infantil relaciona-se agraves condiccedilotildees sociais e econocircmicas da
populaccedilatildeo e tambeacutem agrave oferta e qualidade dos serviccedilos de sauacutede Apesar do decliacutenio de suas
taxas no Brasil nas uacuteltimas deacutecadas ela ainda se apresenta elevada quando comparada a
outros paiacuteses e haacute uma grande proporccedilatildeo de oacutebitos evitaacuteveis Objetivo Analisar a variaccedilatildeo
dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados para
o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea Programaacutetica (AP) 10 do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015 Metodologia Estudo exploratoacuterio
descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre a mortalidade infantil e sua evitabilidade
considerando os oacutebitos de menores de um ano de residentes na aacuterea de bairros centrais do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 com descriccedilatildeo da variaccedilatildeo por ano e
pelos triecircnios correspondentes a este periacuteodo Foram utilizados dados secundaacuterios de bases
dos sistemas de mortalidade e de nascimentos com classificaccedilatildeo das causas de oacutebitos
segundo Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do
Brasil Resultados Houve aumento de oacutebitos infantis em 2015 na aacuterea diferente da
diminuiccedilatildeo da meacutedia no municiacutepio Analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP
10 e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes
considerando-se o primeiro e uacuteltimo triecircnio Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da
Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na AP10 no periacuteodo estudado ainda se observa uma
proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
relacionadas aos oacutebitos infantis
Palavras Chave Mortalidade Infantil Causas de Morte Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
ABSTRACT
Introduction Infant mortality is related to the social and economic conditions of the
population and also to the supply and quality of health services Despite the decline of its
rates in Brazil in recent decades it is still high when compared to other countries and there is
a large proportion of preventable deaths Objective To analyze the variation of infant deaths
by components and according to the avoidance criteria recommended for the Brazilian
Unified Health System (SUS) in the Program Area (AP) 10 in the municipality of Rio de
Janeiro between 2007 and 2015 Methods Descriptive exploratory study of temporal and
quantitative series on infant mortality and its avoidability considering the deaths of children
under one year of age in the central districts of the city of Rio de Janeiro from 2007 to 2015
with a description of the variation per year and for the triennia corresponding to this period
Secondary data from the bases of mortality and birth systems were used with a classification
of causes of death according to the List of Causes of Deaths Avoidable by Interventions of the
Brazilian Unified Health System Results There was an increase in infant deaths in 2015 in
the area different from the average decrease in the municipality Analyzing the Infant
Mortality in AP 10 and MRJ we observed a reduction of their rates in relation to all their
components considering the first and last three years Although there was a reduction in
Infant Mortality in MRJ and also in AP10 during the period under study there is still a
significant proportion of Avoidable Causes by Intervention of the Unified Health System
related to infant deaths
Key words Infant Mortality Cause of Death Primary Health Care
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2010
Tabela 2 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao nascerlt 2500g
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios
MRJ 2007 a 2015
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal no periacuteodo
MRJ 2007 a 2015
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ
Tabela 14 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee
Tabela 15 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 21 - TMI por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 22 - TMI por componentes por periacuteodo no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Tabela 25 - TMI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio
Tabela 26 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade- MRJ
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeo segundo evitabilidade
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 33 - Taxa de MI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash MRJ e APs ndash 2007 e
2017
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 - Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo
feita em base ao periacuteodo de 2000 a 2010
Graacutefico 5 - Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP de 20715
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de
2007 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10 por triecircnio de 2007 a
2015
Graacutefico 12 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID no MRJ
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Figura 2 - Bairros da AP 10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 - Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
ANEXO 2 - Lista de causas evitaacuteveis
ANEXO 3 - Oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AP Aacuterea Programaacutetica (ou Aacuterea de Planejamento)
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
BP Baixo Peso
Cap Capiacutetulo
CID-10 Classificaccedilatildeo Estatiacutestica Internacional de Doenccedilas e Problemas Relacionados agrave
Sauacutede 10ordf revisatildeo tambeacutem conhecida como Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas 10ordf
revisatildeo
CMI Coeficiente de Mortalidade Infantil
CMS Centro Municipal de Sauacutede
CNDSS Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
DATASUS Departamento de Informaacutetica do SUS
DNV Declaraccedilotildees de Nascido Vivo
DO Declaraccedilatildeo de Oacutebito
DSS Determinantes Sociais de Sauacutede
EQSF Equipe Sauacutede da Famiacutelia
ESB Equipe de Sauacutede Bucal
ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano
MI Mortalidade Infantil
MRJ Municiacutepio do Rio de Janeiro
MS Ministeacuterio da Sauacutede
Nordm Nuacutemero
NV Nascidos Vivos
OBS Observaccedilatildeo
ODM Objetivos do Desenvolvimento do Milecircnio
OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OTICS Observatoacuterio de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo em Sistemas e Serviccedilos
de Sauacutede
PACS Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
PSF Programa de Sauacutede da Famiacutelia
RJ Rio de Janeiro
RN Receacutem-nascido
SIM Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade
SMS Secretaria Municipal de Sauacutede
SMS-RJ Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
SINASC Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos
SUBPAV Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria Vigilacircncia e Promoccedilatildeo da Sauacutede
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
TABNET eacute um instrumento desenvolvido pelo DATASUS ndash Departamento de Informaacutetica
do Sistema Uacutenico de Sauacutede oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) que permite tabulaccedilotildees on-
line de dados e geraccedilatildeo de informaccedilotildees
TMI Taxa de Mortalidade Infantil
TMF Taxa de Mortalidade Fetal
UIS Unidade Integrada de Sauacutede
UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria 22
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro 23
23 Mortalidade Infantil no Brasil 27
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis 31
3 OBJETIVOS 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 METODOLOGIA 37
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados 37
42 Cenaacuterio de Estudo 37
43 Estrateacutegia de Anaacutelise 38
44 Aspectos Eacuteticos 41
5 RESULTADOS 41
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro 42
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ 50
53 Mortalidade Infantil na AP 10 55
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10 58
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs 66
6 DISCUSSAtildeO 69
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 71
8 REFEREcircNCIAS 75
9 ANEXOS 80
17
1 INTRODUCcedilAtildeO
A mortalidade infantil eacute um assunto de extrema importacircncia no Brasil e em todo
mundo Aleacutem de ser um indicador das condiccedilotildees soacutecio econocircmicas de uma populaccedilatildeo
tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos de sauacutede Para Bezerra et al (2007) a taxa de
mortalidade infantil representa um indicador de extrema importacircncia sendo um dos mais
utilizados no acircmbito internacional e encontra-se relacionada com fatores soacutecio-ambientais
nutriccedilatildeo saneamento baacutesico fatores relacionados a serviccedilos que prestam atenccedilatildeo agrave gestante e
ao receacutem-nato (BEZERRA 2007) Apesar de apresentar um decliacutenio de suas taxas desde
1990 ainda tem sido um desafio minimizar seus determinantes que em grande parte satildeo
evitaacuteveis No Brasil ainda encontramos taxas elevadas de mortalidade infantil quando nos
comparamos a paiacuteses desenvolvidos A estimativa para o Japatildeo por exemplo era de uma taxa
de mortalidade infantil de 20 1000 em 2015 sendo uma das menores do mundo Jaacute para o
Canadaacute a taxa estimada era de 40 nos EUA 60 enquanto para o Brasil a estimativa era 150
1000 no mesmo periacuteodo (UNICEF 2015 p 1923 e 27)
Segundo Antunes (2015) estudos sobre as condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo suas
relaccedilotildees sociais econocircmicas bioloacutegicas culturais e poliacuteticas revelam as disparidades entre a
sauacutede de seus integrantes onde as condiccedilotildees sociais e econocircmicas fraacutegeis implicam
desigualdades em sauacutede (ANTUNES 2015) Buss e Pellegrini (2007) reforccedilam esta
observaccedilatildeo ao relatar que as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo diretamente ligadas agraves
condiccedilotildees sociais que agravadas pela iniquidade de renda contribuem para um risco
diferenciado na maior parte a populaccedilatildeo Para isso foi proposta uma seacuterie de conceitos sobre
os Determinantes Sociais de Sauacutede (DSS)
ldquoPara a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) os
DSS satildeo os fatores sociais econocircmicos culturais eacutetnico-raciais psicoloacutegicos e
comportamentais que influenciam a ocorrecircncia de problemas de sauacutede e seus fatores
de risco na populaccedilatildeordquo (BUSS e PELLEGRINI 2007 p 78)
Em 2005 foi criada a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
(DSS) a partir da orientaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) para se discutir e
ampliar o conhecimento e a consciecircncia sobre os determinantes sociais da sauacutede assim como
suas relaccedilotildees a desigualdade e iniquidade em sauacutede Para se analisar o conceito de
18
Iniquumlidade em sauacutede pode-se remontar a Whitehead (1992) apud Buss e Pellegrini (2007) que
traduz este conceito do ponto de vista eacutetico e social ao mencionar iniquidades em sauacutede como
sendo desigualdades injustas e indesejaacuteveis para a populaccedilatildeo (BUSS e PELLEGRINI 2007)
O conceito de equidade estabelece o direito de todos desde que se possa atender agraves
necessidades de pessoas que precisam mais fazendo com que haja justiccedila social Atraveacutes do
Relatoacuterio Final da Comissatildeo Nacional sobre Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) 2008
o Brasil esteve situado ldquoem 11ordm lugar entre os mais desiguais do mundo em termos de
distribuiccedilatildeo da rendardquo com dados de 2005 (CNDSS 2008 p11) produzindo uma injusta
desigualdade social (FIOCRUZ 2008)
A questatildeo da sauacutede como um princiacutepio baacutesico da humanidade tem tanta relevacircncia
que a partir de 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) propocircs o relatoacuterio onde
descreve os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) que continha metas
apontadas ateacute 2015 (ONU 2000) Esse relatoacuterio menciona o quarto objetivo que destaca as
estrateacutegias da ONU para os governos de todo mundo sobre quais satildeo as diretrizes para
promover a reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia em dois terccedilos tendo como referecircncia a taxa
de 1990 Santos et al (2012) ratificam que estas diretrizes foram sugeridas estrateacutegias
regionais que utilizaram os seguintes indicadores a taxa de mortalidade na infacircncia (menores
de 5 anos) entre 1990 e 2015 a taxa de mortalidade infantil (menores de 1 ano) e a proporccedilatildeo
de crianccedilas de ateacute 1 ano vacinadas contra o sarampo (SANTOS 2012)
A meta dos ODM a respeito dos oacutebitos infantis foi alcanccedilada no Brasil em 2010
passando para uma taxa de 156 oacutebitos por 1000 nascidos vivos embora o paiacutes ainda
apresente alta taxa de mortalidade infantil (IBGE 2016) Assim parece ser fundamental que
se conheccedilam as principais de causas de morte infantil assim como as causas de mortes
evitaacuteveis neste grupo a fim de contribuir para a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no Brasil
(MENEZES 2014)middot
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foi definido na Constituiccedilatildeo de 1988 e
regulamentado pelas Leis Orgacircnicas da Sauacutede (lei 88090 e Lei 814290) a fim de
democratizar os serviccedilos de sauacutede no Brasil dessa forma garantindo o acesso universal aos
serviccedilos de sauacutede puacuteblica Seus princiacutepios aleacutem da universalidade satildeo a integralidade
equidade a regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo da rede das accedilotildees e dos serviccedilos de sauacutede a
descentralizaccedilatildeo na sauacutede e participaccedilatildeo e controle social (BRASIL 2012)
19
O Programa Sauacutede da Famiacutelia instituiacutedo no Brasil em 1994 como um dos muitos
programas do governo brasileiro que seguem os princiacutepios e diretrizes do SUS trazendo a
reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria Em 1998 mudou de denominaccedilatildeo e passou a se chamar
Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia uma vez que sua principal caracteriacutestica foi a de ser uma
estrateacutegia de reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no Brasil (JESUS 2015)
Aleacutem de se apresentar como o primeiro contato do paciente com o serviccedilo de sauacutede o
PSF priorizou accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de sauacutede representando uma
importante conquista social prevista na Constituiccedilatildeo de 1988 A ESF permite um maior
acesso ao SUS assim como a realizaccedilatildeo de uma assistecircncia que busca acompanhar o
indiviacuteduo e sua famiacutelia dentro do seu ambiente social A atenccedilatildeo ao preacute-natal do mesmo
modo que os acompanhamentos da crianccedila menor de um ano possibilitam a prestaccedilatildeo de um
serviccedilo de qualidade agrave sauacutede materna e infantil no territoacuterio da ESF (BRASIL 2012)
A motivaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo ocorreu ao longo da construccedilatildeo da minha
carreira profissional como meacutedica generalista atuando na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde
2001 A humanizaccedilatildeo do atendimento o viacutenculo entre os profissionais de sauacutede e os usuaacuterios
da ESF assim como o atendimento longitudinal (ou seja ao longo do tempo) com enfoque
nas linhas de cuidado (relativas ao fluxo assistencial) garantidas ao usuaacuterio contribuem para a
percepccedilatildeo de uma maior e melhor oferta de assistecircncia agrave sua sauacutede visando melhorar os
indicadores de sauacutede A sauacutede infantil e a possiacutevel interferecircncia nos seus indicadores com a
expansatildeo da ESF na Cidade mostrou-se como um adequado tema para estudo O Mestrado
em Sauacutede da Famiacutelia e a realizaccedilatildeo desse estudo foram uma boa oportunidade quando
complementei esse tempo e experiecircncia de trabalho com uma pesquisa a qual poderaacute
contribuir no conhecimento sobre sauacutede na infacircncia observando-a no contexto expansatildeo
recente da atenccedilatildeo primaacuteria no municiacutepio do Rio de Janeiro
Por razotildees relacionadas agraves questotildees de tempo para a realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo do
Mestrado definiu-se uma aacuterea especiacutefica da Cidade sobre a qual as informaccedilotildees foram mais
objetivamente analisadas Uma suposiccedilatildeo inicial era a de que estaria ocorrendo melhoria
contiacutenua dos indicadores de sauacutede infantil com o maior acesso aos serviccedilos de sauacutede do
municiacutepio do Rio de Janeiro nos moldes dos paiacuteses e regiotildees que priorizam a atenccedilatildeo
primaacuteria haacute mais tempo Houve a definiccedilatildeo de aacuterea geograacutefica especiacutefica no municiacutepio para
melhor focalizar os interesses desse estudo a Aacuterea Programaacutetica 10 (AP 10) que seraacute
apresentada a seguir tambeacutem porque em 2015 foi observada tendecircncia de aumento da
mortalidade infantil nesta aacuterea diferente do que ocorreu na maior parte das aacutereas da Cidade
20
Como questatildeo norteadora inicial deste estudo apresentou-se ldquoComo estaacute o
Mortalidade Infantil apoacutes a expansatildeo da ESF na AP 10 em relaccedilatildeo agraves taxas do municiacutepio do
Rio de Janeirordquo
Neste momento foi tambeacutem importante compreender como ofertar cada vez mais
serviccedilos de sauacutede de qualidade para a populaccedilatildeo em especial agrave gestante ao receacutem-nascido e agrave
da crianccedila menor de um ano que necessitam ter um acesso facilitado e uma assistecircncia
qualificada visando contribuir com a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no municiacutepio
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria
Em setembro de 1978 a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Fundo das
Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (UNICEF) articularam uma Conferecircncia Internacional sobre
Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) Essa conferecircncia denominada ldquoConferecircncia de Alma-
Atardquo se tornou um marco histoacuterico para a sauacutede jaacute que o modelo anterior de atenccedilatildeo agrave sauacutede
com um vieacutes mais biomeacutedico verticalizado especializado e intervencionista estava sendo
fortemente questionado Eram necessaacuterias novas abordagens para a intervenccedilatildeo em sauacutede
(GIOVANELLA 2009)
ldquoNa Declaraccedilatildeo de Alma-Ata a APS eacute concebida como a atenccedilatildeo agrave sauacutede essencial
baseada em meacutetodos e tecnologias apropriadas cientificamente comprovados e
socialmente aceitaacuteveis cujo acesso deve ser garantido a todas as pessoas e famiacutelias
da comunidade mediante sua plena participaccedilatildeo Pressupotildee assim a participaccedilatildeo
comunitaacuteria e a democratizaccedilatildeo dos conhecimentos incluindo lsquopraticantes
tradicionaisrsquo (curandeiros parteiras) e agentes de sauacutede da comunidade treinados
para tarefas especiacuteficas contrapondo-se ao elitismo meacutedico Nessa concepccedilatildeo a
APS representa o primeiro niacutevel de contato com o sistema de sauacutede levando a
atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel de onde as pessoas residem e trabalham
Contudo natildeo se restringe ao primeiro niacutevel integrando um processo permanente de
assistecircncia sanitaacuteria que inclui a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo a cura e a reabilitaccedilatildeordquo
(GIOVANELLA 2009 p579)
Em seguida em 1986 foi realizada a Primeira Conferecircncia Internacional sobre
Promoccedilatildeo da Sauacutede em Ottawa no Canadaacute com vistas agraves novas propostas em sauacutede puacuteblica
segundo Emiacutelia Nunes (2011) Foi assinada ao final da Conferecircncia a Carta de Otawa que
aleacutem de propor uma visatildeo consciente sobre os determinantes de sauacutede por uma populaccedilatildeo
ativa e em relaccedilatildeo agraves questotildees voltadas para os serviccedilos de sauacutede propotildee tambeacutem a reduccedilatildeo
das disparidades sociais e econocircmicas dentre outros objetivos Buscava-se assim uma nova
sauacutede puacuteblica como uma grande estrateacutegia para a obtenccedilatildeo de ldquoSauacutede para todos no ano
2000rdquo (NUNES 2011)
Ainda em 1986 foi realizada a 8ordf Conferecircncia Nacional de Sauacutede no Brasil tendo
como presidente o meacutedico sanitarista Seacutergio Arouca Essa conferecircncia viria a ser um dos
marcos institucionais de uma reforma sanitaacuteria que nos apresentou os princiacutepios de um novo
sistema de sauacutede (AROUCA 2003)
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 pocircde concretizar a criaccedilatildeo de um novo sistema de
sauacutede o SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) cujos princiacutepios de equidade integralidade e
22
universalidade aleacutem de trazerem a democracia de volta ao paiacutes levaram agrave reorganizaccedilatildeo da
atenccedilatildeo agrave sauacutede (PAIVA e TEIXEIRA 2014)
Identifica-se no texto constitucional que aleacutem de ter como um dos seus objetivos
minimizar a desigualdade social procurou tambeacutem assegurar ao cidadatildeo direitos tais como
sauacutede que resulte em bem-estar educaccedilatildeo lazer seguranccedila trabalho etc (NORONHA
2013) O texto constitucional tambeacutem reafirma que
ldquoA sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e
econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e
recuperaccedilatildeordquo (BRASIL 1988 Artigo 196 Seccedilatildeo II DA SAUacuteDE)
Souza (2010) reforccedila que com base na Constituiccedilatildeo o Estado se articulou para
ampliar o alcance de suas poliacuteticas inclusivas de sauacutede e garantir o acesso dos serviccedilos de
sauacutede a todos atraveacutes de um processo de regulamentaccedilatildeo da estrutura de sauacutede descentralizada
que avanccedilou em 1990 atraveacutes ambas da Lei Orgacircnica de Sauacutede No 8080 que estrutura o
SUS e a Lei No 8142 que trata das respectivas transferecircncias de recursos aos entes
conveniados Estas leis dispotildeem acerca de accedilotildees e serviccedilos em sauacutede a serem executados pelo
SUS aleacutem dos objetivos diretrizes princiacutepios e campo seus de atuaccedilatildeo entre outras
disposiccedilotildees
A descentralizaccedilatildeo do SUS possibilita a sua atuaccedilatildeo aos niacuteveis locais coloca a
engrenagem poliacutetico-administrativa mais proacutexima do usuaacuterio do sistema de sauacutede permitindo
sua participaccedilatildeo nessa nova concepccedilatildeo de sauacutede Inclusive os repasses financeiros e a
participaccedilatildeo da populaccedilatildeo na gestatildeo do sistema de sauacutede tambeacutem fazem parte das leis
orgacircnicas de sauacutede (SOUZA 2010) O SUS implica uma rede de serviccedilos de sauacutede
articulados que presta atenccedilatildeo de forma assistencial integrada e longitudinal coordenada pela
Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (OUVERNEY e NORONHA 2013)
Na APS se estabelece a porta de entrada do indiviacuteduo ao sistema de sauacutede
correspondendo agraves primeiras accedilotildees de cuidados em sauacutede que satildeo levadas ao ambiente mais
proacuteximo de onde se encontram as pessoas (STARFIELD 2002)
Barbara Starfield (2002) tambeacutem considera como caracteriacutesticas especiacuteficas da APS
a prestaccedilatildeo de serviccedilos de primeiro contato a responsabilidade longitudinal pelo paciente
com continuidade da relaccedilatildeo cliacutenico-paciente ao longo da vida estabelecendo assim um
viacutenculo muito positivo entre os profissionais de sauacutede e pacientes a garantia de cuidado
integral considerando-se os acircmbitos fiacutesicos psiacutequicos e sociais da sauacutede dentro dos limites de
23
atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede e a coordenaccedilatildeo das diversas accedilotildees e serviccedilos indispensaacuteveis
para resolver necessidades menos frequentes e mais complexas
A primeira caracteriacutestica da atenccedilatildeo primaacuteria eacute de ser a porta de entrada para o sistema
de sauacutede o serviccedilo de primeiro contato Para isso ele deve ter seu acesso facilitado agraves pessoas
Para isso se faz necessaacuterio que as Unidades Baacutesicas de Sauacutede estejam localizadas proacuteximas
aos domiciacutelios das pessoas assim como proacuteximas tambeacutem de seus trabalhos escolas ou seja
onde vivem trazendo assim um conceito de capilaridade maior agrave assistecircncia (Brasil 2012)
Outra importante funccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria eacute encaminhar pacientes para a rede de atenccedilatildeo
secundaacuteria e terciaacuteria (especializadas) garantindo o seu acesso nessas redes A clientela deve
ser adstrita a um territoacuterio e deve ser garantida uma atenccedilatildeo integral (STARFIELD 2002)
Durante muito tempo atribuiu-se agrave melhoria das condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas como o
fator mais importante de reduccedilatildeo da mortalidade das populaccedilotildees Poreacutem mostrou-se inegaacutevel
o papel dos serviccedilos de sauacutede ofertados agrave populaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da morbimortalidade das
populaccedilotildees (BRASIL 2012)
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro
A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia eacute considerada uma estrateacutegia de expansatildeo qualificaccedilatildeo
e consolidaccedilatildeo da APS no paiacutes Ele segue os mesmos princiacutepios do SUS que satildeo
universalidade equidade integralidade regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo Sua atenccedilatildeo eacute sobre
a famiacutelia e natildeo apenas sobre o individuo Suas accedilotildees satildeo de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo de
doenccedilas assistecircncia recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo agrave sauacutede Seu objetivo eacute de promover o acesso
agrave sauacutede a todos (BRASIL 2012)
Segundo Carla Cazelli em sua dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave FIOCRUZ em
2003 o Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) do municiacutepio do Rio de Janeiro teve o seu
primeiro projeto implantado em 1995 na Ilha de Paquetaacute com uma relativa expansatildeo em
1999 para as comunidades do Borel - Tijuca Parque Royal - Ilha do Governador Canal do
Anil - Jacarepaguaacute Vilas Canoas - Satildeo Conrado e Vilar Carioca - Campo Grande CASELLI
2003 e foi ampliando paulatinamente o nuacutemero de equipes ateacute 2016 como pode ser
observado no ANEXO 1
Nos uacuteltimos anos outro contexto poliacutetico municipal determinou uma nova etapa de
efetiva expansatildeo do PSF fato este descrito por Harzheim (2013)
24
ldquoNo municiacutepio do Rio de Janeiro a cobertura da ESF em 2009 estava em torno de
7 A partir desse ano forte ecircnfase foi dada para a APS Iniciou-se uma reforma da
APS orientada pela qualidade representada pela criaccedilatildeo das novas Cliacutenicas de
Famiacutelia e pelas Unidades tipo A (ambas 100 ESF) diferente das unidades B
(Unidades com algumas equipes de ESF) e C (Unidades Tradicionais sem ESF) Ao
final de 2012 a cobertura populacional da ESF era 40rdquo (HARZHEIM 2013 p
11)
Em 2000 havia 13 equipes de ESF no municiacutepio e desde entatildeo ocorreu uma expansatildeo
no nuacutemero de equipes e unidades Esta expansatildeo passa a ser referida como Reforma da
Atenccedilatildeo Primaacuteria (RCSP) na Cidade do Rio de Janeiro iniciada em 2009 com alicerce na
mudanccedila organizacional da Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) que coloca a Atenccedilatildeo
Primaacuteria como ordenadora das Redes de Atenccedilatildeo A cobertura populacional no municiacutepio do
Rio de Janeiro em 2009 correspondia a 7 e no final de 2012 jaacute era de 40 da populaccedilatildeo
Conforme mostrado no Graacutefico 1 entre 2008 e 2016 a cidade do Rio de Janeiro apresentou a
maior ampliaccedilatildeo de acesso do paiacutes na APS (HARZHEIM 2013)
Graacutefico 1- Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Para fins de planejamento e gestatildeo a Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) do Rio de
Janeiro divide a cidade em dez aacutereas programaacuteticas (AP) Na Cidade a expansatildeo da
Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia ocorreu de maneira natildeo equilibrada nas AP Em 2010 foi
inaugurada uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 e uma na AP 21 enquanto dez Cliacutenicas de
Famiacutelia foram inauguradas na AP 53 como mostra a Tabela 1 Em 2011 foram inauguradas
uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 AP 40 e AP 53 nove Cliacutenicas na AP 32 e cinco Cliacutenicas
na AP 33 como pode ser visto na Tabela 2 A maior expansatildeo da ESF na AP 10 regiatildeo
relacionada ao presente estudo se deu em 2016 como podemos observar nos Graacuteficos 2 e 3
(OTICS 2017)
25
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2010
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 4 2
AP 21 1 11 4
AP 31 5 36 15
AP 52 3 13 6
AP 53 10 47 22
TOTAL 20 111 49
Fonte OTICS SMS 2017
Tabela 2- Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2011
Fonte OTICS SMS 2017
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 6 3
AP 31 4 22 9
AP 32 9 49 19
AP 33 5 24 10
AP 40 1 3 1
AP 51 4 30 12
AP 52 4 23 9
AP 53 1 6 3
TOTAL 29 163 66
26
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 - IBGE 2010 Plataforma SUBPAV e Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP
ateacute outubro de 2016
27
23 Mortalidade Infantil no Brasil
A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) eacute um indicador do niacutevel de sauacutede da populaccedilatildeo
importante para avaliar poliacuteticas de sauacutede puacuteblica (SANTOS e LANSKY 2015) aleacutem de
refletir qualidade de vida da populaccedilatildeo esta taxa tambeacutem se relaciona agraves suas diferentes
condiccedilotildees socioeconocircmicas (SANTANA 2011)
A TMI se refere aos oacutebitos ocorridos entre os menores de um ano (lt 1 ano) e pode ser
subdividida em dois componentes Neonatal e Poacutes- Neonatal O oacutebito neonatal eacute aquele que
ocorre nos primeiros 27 dias de vida e pode ainda se dividir em neonatal precoce (periacuteodo de
0 a 6 dias) e neonatal tardio (7 a 27 dias) O oacutebito poacutes-neonatal eacute aquele que ocorre entre o 28ordm
dia e 364ordm dia de vida (Brasil 2009)
Nas ultimas deacutecadas mais precisamente ateacute 1990 havia maior proporccedilatildeo de oacutebitos no
periacuteodo poacutes-neonatal Apoacutes 1990 foram constatadas mudanccedilas nos iacutendices de mortalidade
que passaram a predominar no periacuteodo neonatal no Brasil Essa mudanccedila foi consequumlente agrave
reduccedilatildeo das principais causas de mortalidade poacutes-neonatal como as doenccedilas infecto-
parasitaacuterias doenccedilas do trato respiratoacuterio e desnutriccedilatildeo com consequente aumento
proporcional das principais causas da mortalidade no periacuteodo neonatal precoce como a
prematuridade asfixia do receacutem-nato e doenccedilas infecciosas no receacutem-nascido (MENEZES
2014)
Para Lima (2006) o componente neonatal da Mortalidade Infantil constitui-se
problema de sauacutede puacuteblica uma vez que quantidade relevante dos oacutebitos que ocorrem neste
periacuteodo associa-se a causas evitaacuteveis (relativas ao acesso e agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
bem como agrave qualidade desta assistecircncia) Esse componente estaacute ligado agraves condiccedilotildees sociais
econocircmicas de assistecircncia agrave sauacutede materna e infantil comportamentais e bioloacutegicas dentre
outras mas tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos ofertados agraves matildees e aos receacutem-nascidos
durante o periacuteodo de gestaccedilatildeo do parto e periacuteodo neonatalmiddot
Tendo como referecircncia as notas teacutecnicas da Rede Interagencial de Informaccedilotildees para a
Sauacutede - RIPSA (2009) verifica-se o conceito de TMI definido a partir da divisatildeo do nuacutemero
de oacutebitos de menores de um ano de idade pelo nuacutemero total de nascidos vivos na populaccedilatildeo
residente em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (RIPSA 2009)
28
Outro conceito de mortalidade utilizado eacute a mediccedilatildeo proporcional por grupos de
causas no que se refere ao percentual de oacutebitos ocorridos por grupos de causas definidas na
populaccedilatildeo residente (BRASIL 2009)
Igualmente importante a se considerar a TMF (Taxa de Mortalidade Fetal) eacute calculada
dividindo-se o nuacutemero total de oacutebitos fetais pelo nuacutemero de nascimentos totais (nascidos
vivos e oacutebitos fetais) variando poreacutem o criteacuterio de idade gestacional e peso para definir o
oacutebito fetal (BARBEIRO 2015) Vaacuterias definiccedilotildees para oacutebito fetal satildeo apresentadas na
literatura Para a OMS o oacutebito fetal eacute aquele que ocorre antes de uma expulsatildeo completa do
produto da concepccedilatildeo do organismo materno independente da idade gestacional da matildee da
crianccedila Jaacute para o National Center for Health Statistics dos Estados Unidos a morte fetal eacute
aquela que ocorre apoacutes a 20 ordf semana completa de gestaccedilatildeo Outros autores utilizam alguns
paracircmetros como peso altura e idade gestacional avanccedilada para definir os oacutebitos fetais
(SAMPAIO 2010)
Em 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede instituiu um Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da
Mortalidade Materna e Neonatal Em 2009 o Pacto pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil
nas Regiotildees da Amazocircnia Legal e Nordeste do Brasil (PRMI) a fim de reduzir em 5 ao
ano a TMI nos anos de 2009 e 2010 sobretudo em seu componente neonatal
(GUERRERO 2010)
Rosacircngela Ferrari e col realizaram um estudo bibliograacutefico e descritivo em 2012
sobre a mortalidade poacutes- neonatal no Brasil entre 2004 e 2009 Aleacutem de evidenciarem o
decliacutenio da mortalidade infantil sobretudo de seu componente poacutes-neonatal no final de 1990
foi observada relaccedilatildeo estatisticamente significativa entre as condiccedilotildees de vida e a taxa de
mortalidade infantil (FERRARI et al 2012)
Em algumas regiotildees do Brasil houve uma diminuiccedilatildeo importante das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (mais de 80) seguidas pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio e por deficiecircncias
nutricionais e baixo peso ao nascer A duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo escore de Apgar menor que sete
no 1ordm e 5ordm minutos de vida e nuacutemero igual ou maior que seis consultas de preacute-natal tambeacutem
satildeo variaacuteveis que estatildeo relacionadas agrave mortalidade infantil Em regiotildees de menor renda e
importante desigualdade econocircmica ainda haacute elevada TMI Como principais causas de morte
infantil as doenccedilas diarreacuteicas e as pneumonias foram as principais causas evitaacuteveis de morte
infantil seguida das malformaccedilotildees congecircnitas causa dificilmente evitaacutevel de morte infantil
Fatores de risco relacionados agraves pneumonias satildeo idade menor que seis meses peso abaixo de
2500 gramas desmame precoce desnutriccedilatildeo deficiecircncia de micronutrientes (vitaminas A
29
ferro e zinco) e presenccedila de episoacutedio preacutevio de pneumonia A maior oferta de aacutegua potaacutevel e
rede de esgoto contribuiacuteram para a reduccedilatildeo das doenccedilas diarreacuteicas As causas externas como
os acidentes e causas mal definidas tambeacutem se relacionam com a mortalidade poacutes-neonatal
(FERRARI et al 2012)middot
O periacuteodo perinatal compreende aquele do final da gestaccedilatildeo (oacutebitos fetais) ateacute os seis
primeiros dias completos de vida As causas diretas de mortalidade perinatal satildeo o baixo peso
ao nascer e a prematuridade assim como fatores que envolvem a gestante e seu acesso agrave
assistecircncia ao preacute-natal Aleacutem disso fatores soacutecios econocircmicos e ambientais que estatildeo
relacionados agrave gestante tambeacutem podem interferir nos determinantes da morte infantil
(MARTINS 2013)
A mortalidade perinatal eacute um indicador que permite uma anaacutelise da assistecircncia de
sauacutede agrave gestante e o acesso a serviccedilos de sauacutede eficazes para que haja reduccedilatildeo dos fatores de
risco e agravos agrave gestante e ao RN (BRASIL 2010)
Devidos agraves iniquidades soacutecio-econocircmicas e diferentes fatores de risco regionais assim
como dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede de qualidade a mortalidade infantil e seus
componentes se apresentam de maneira variada entre as diversas regiotildees do Brasil No Norte
e no Nordeste ela se apresenta com maior expressatildeo que nas demais regiotildees Para
exemplificar estas diferenccedilas identifica-se em Silva 2013 a seguinte anaacutelise
ldquoA neo-mortalidade precoce em 2006 variou de 64 no Rio Grande do Sul a 197
por mil nascidos vivos em Alagoas (Departamento de Informaacutetica do SUS
Indicadores de mortalidade Acessado em 08Out2012) Nos paiacuteses desenvolvidos
a meacutedia da taxa de mortalidade neonatal precoce eacute de 40 por mil nascidos vivosrdquo
(SILVA 2013)
No Brasil a TMI apresentou uma tendecircncia decrescente nas uacuteltimas deacutecadas de 1990
a 2014 Em 1980 a taxa era de 785 oacutebitos mil nascidos vivos (NV) em 1990 era de 785
oacutebitos por mil nascidos vivos em 2000 era de 2736 por mil nascidos vivos e em 2010
alcanccedilou 1597 oacutebitos por mil nascidos vivos atingindo a meta estabelecida pela ONU como
mostra o Graacutefico 4
O componente poacutes-neonatal (28 dias a um ano de vida incompleto) apresentou a
maior tendecircncia de queda (73 ao ano) e o componente neonatal precoce (0 a 6 dias de
vida) a menor 31 ao ano Do fim da deacutecada de 80 em diante houve um aumento da
proporccedilatildeo do componente neonatal precoce em relaccedilatildeo ao componente poacutes-neonatal
(BRASIL 2010) A Tabela 3 tambeacutem mostra a tendecircncia decrescente da TMI nas regiotildees e
UF do Brasil de 2000 a 2010
30
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo feita em base
ao periacuteodo de 2000 a 2010
Fonte CGIAEDASISSVSMS 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Regiatildeo e UF 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Regiatildeo Norte
2862 2767 2659 2559 2447 2358 2275 2214 2306 2228 2097
Regiatildeo
Sudeste
1915 1831 1732 1701 1628 1538 1503 1457 1416 1389 1343
Regiatildeo Sul 1703 164 1605 1578 1498 138 1334 1294 1265 12 1158
Regiatildeo
Centro-Oeste
2092 2065 1929 187 1854 1771 1706 1651 1699 1644 1593
Distrito
Federal
144 1518 1365 133 1395 1363 128 1109 1189 1226 1216
Total
2736 263 2489 2388 2259 2143 2066 2001 1756 168 1597
Fontes SIM MS
Outro modo de analisar a mortalidade infantil eacute a sua observaccedilatildeo quanto agraves proporccedilotildees
segundo grupo de causas
ldquoAs afecccedilotildees perinatais constituem a principal causa de mortalidade de crianccedilas
menores de um ano no Brasil Em 1990 correspondiam a 40 dos oacutebitos infantis
Em 2008 essa proporccedilatildeo elevou-se para 60 A mortalidade proporcional por
malformaccedilotildees congecircnitas em menores de um ano aumentou de 67 em 1990 para
183 em 2008 Enquanto isso a mortalidade proporcional por doenccedilas infecciosas
reduziu-se de 146 para 53 dos oacutebitos infantis no mesmo periacuteodo o que
representa diminuiccedilatildeo de 64rdquo (BRASIL 2010)
No Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de causas de mortalidade infantil foi
devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de 60) seguidas das demais causas
31
definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-parasitaacuterias (em torno de 68) e pelas
doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Eacute importante lembrar que ainda podem existir problemas na qualidade dos registros de
oacutebitos em menores de um ano e fetais Devemos para isso avaliar a cobertura e qualidade do
Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos (SINASCC) e o de Mortalidade (SIM)
Algumas informaccedilotildees satildeo baacutesicas e devem constar de toda DO (declaraccedilatildeo de oacutebito) fetal ou
de menor de um ano O peso ao nascer um dos mais importantes assim como a idade
gestacional satildeo dados muitas vezes mal informados O momento do parto em que o oacutebito
ocorre eacute igualmente importante para a classificaccedilatildeo dos oacutebitos evitaacuteveis Ele pode ocorrer
antes do parto ou apoacutes o parto Esse dado tambeacutem eacute muitas vezes mal preenchido Outro
dado que se relaciona de maneira determinante com a MI eacute a escolaridade materna que do
mesmo modo eacute muitas vezes ignorado (BRASIL 2009)
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis
Para aumentar a qualidade de informaccedilotildees e o conhecimento da situaccedilatildeo de
mortalidade infantil e perinatal mostrou-se como necessaacuteria a vigilacircncia adequada e
diferenciada desses oacutebitos A partir da Declaraccedilatildeo de Oacutebito a vigilacircncia de oacutebito nos
municiacutepios coletaraacute dados para planejamento de accedilotildees que previnam esses oacutebitos e melhorem
seus indicadores
A partir de 1990 jaacute foram criados os primeiros Comitecircs de Investigaccedilatildeo do Oacutebito
Infantil (CIOI) sendo realizada a elaboraccedilatildeo do manual dos comitecircs de prevenccedilatildeo do oacutebito
infantil e fetal em 2004 para analisar os determinantes dos oacutebitos infantis e portanto traccedilar
estrateacutegias para minimizar esses determinantes (VENAcircNCIO 2010) Esse manual teve sua
versatildeo atualizada em 2009 (BRASIL 2009)
ldquoOs Comitecircs de Prevenccedilatildeo do Oacutebito Infantil e Fetal satildeo organismos
interinstitucionais de caraacuteter eminentemente educativo e formativo com atuaccedilatildeo
sigilosa Congregam instituiccedilotildees governamentais e da sociedade civil organizada
contando com participaccedilatildeo multiprofissional cuja atribuiccedilatildeo eacute dar visibilidade
acompanhar e monitorar os oacutebitos infantis e fetais e propor intervenccedilotildees para
reduccedilatildeo da mortalidade Satildeo instrumentos de gestatildeo que permitem avaliar a
qualidade da assistecircncia agrave sauacutede prestada agrave gestante ao parto e ao nascimento e agrave
crianccedila no primeiro ano de vida para subsidiar as poliacuteticas puacuteblicas e as accedilotildees de
intervenccedilatildeordquo (BRASIL paacuteg 46 2009)
32
As fichas para Investigaccedilatildeo do oacutebito infantil e fetal foram elaboradas para que
houvesse um padratildeo uacutenico a ser utilizado na vigilacircncia dos oacutebitos infantis e fetais Elas devem
ser preenchidas a partir de dados de prontuaacuterios cadernetas das gestantes entre outros e para
que as comparaccedilotildees do conteuacutedo das mesmas possam ser feitas e os dados do SIM sejam
obtidos com maior qualidade de informaccedilotildees Accedilotildees podem ser assim planejadas e executadas
de maneira uniforme nos trecircs niacuteveis municipal regional e estadual (BRASIL 2010)
Apesar da melhoria das condiccedilotildees socioeconocircmicas e o do aumento na oferta dos
serviccedilos de sauacutede nas uacuteltimas deacutecadas no Brasil a mortalidade infantil ainda eacute decorrente de
causas evitaacuteveis de mortalidade (SANTOS 2014) ldquoAs causas de mortes evitaacuteveis ou
reduziacuteveis satildeo definidas como aquelas preveniacuteveis total ou parcialmente por accedilotildees efetivas
dos serviccedilos de sauacutede que estejam acessiacuteveis em um determinado local e eacutepocardquo (MALTA
2010) Desde a deacutecada de 70 se pensa na evitabilidade do oacutebito infantil por serviccedilos de sauacutede
eficazes e atenccedilatildeo meacutedica qualificada (HARTZ et al1996)
Em 2008 foi publicada uma primeira versatildeo da lista de causas de mortes evitaacuteveis por
intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil (proposta em 2007) sob a coordenaccedilatildeo da
Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil Sua primeira revisatildeo
ocorreu em 2009 durante uma oficina realizada na 9ordf Mostra Nacional de Experiecircncias Bem-
Sucedidas em Epidemiologia Prevenccedilatildeo e Controle de Doenccedilas - 9ordf EXPOEPI (MALTA
2010a)
Santos et al realizaram uma pesquisa sobre mortalidade infantil em LondrinaParanaacute
em 2010 estudando a evitabilidade de oacutebitos infantis em coortes de nascidos vivos (NV)
referentes a dois biecircnios nos anos 2000 (20002001) e o biecircnio (20072008) O primeiro
biecircnio por ter ocorrido antes da expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia e o outro por ser o
mais proacuteximo ao estudo realizado Como resultado as taxas de mortalidade infantil foram de
1170 e 1120 por 1000 NV em 20002001 e em 20072008 Em ambos os biecircnios o
componente neonatal foi o que apresentou a maior taxa especialmente no periacuteodo neonatal
precoce com taxas de 624 e 636 oacutebitos por 1000 NV em 20002001 e 2007 2008
respectivamente O aumento maior foi o da taxa de mortalidade neonatal tardia de 182 oacutebitos
a cada 1000 NV no primeiro biecircnio e de 227 no biecircnio posterior A mortalidade poacutes-neonatal
foi a uacutenica que reduziu sendo que em 20002001 foi de 364 oacutebitos a cada 1000 NV e 257
em 20072008 A maioria dos oacutebitos nos dois biecircnios foi considerada evitaacutevel tanto quanto
em relaccedilatildeo agrave adequada atenccedilatildeo agrave mulher durante a gestaccedilatildeo e o parto quanto ao feto e ao
receacutem-nascido especialmente o relativo a adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (SANTOS
2014)
33
As mortes evitaacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo ocorreram mais entre
nascidos com baixo peso e as natildeo claramente evitaacuteveis entre crianccedilas com peso adequado em
ambos os biecircnios Aproximadamente sete em cada 10 oacutebitos infantis foram considerados
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS tanto no primeiro (716) como no segundo (655)
periacuteodo estudado (SANTOS 2014)
O baixo peso (BP) ao nascer eacute aquele em que o peso ao nascer eacute inferior a 2500 g
(OMS 2008) e ele estaacute relacionado tanto ao crescimento fetal quanto a duraccedilatildeo da gravidez
O crescimento fetal retardado eacute definido como peso ao nascimento inferior ao percentil 10
para a idade gestacional A prematuridade seria a duraccedilatildeo da gravidez cuja idade gestacional
se encontra menor que 37 semanas Fatores geneacuteticos (em torno de 40) e fatores maternos
(em cerca de 60) estatildeo relacionados ao crescimento fetal Quando satildeo realizadas de 4-6
consultas de preacute-natal haacute uma chance de quase 30 em reduzir o risco de BP e quando o
nuacutemero de consultas eacute igual ou maior que 7 chega-se a 40 menor o risco de BP ao nascer
(SILVA 2010)
Em outro trabalho publicado em 2014 realizado por Menezes et al com o objetivo de
analisar os oacutebitos de menores de um ano residentes em Belo Horizonte no periacuteodo de 2006 a
2011 foram utilizados criteacuterios para avaliaccedilatildeo de evitabilidade a partir da atualizaccedilatildeo da
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede As causas
dos oacutebitos evitaacuteveis foram entatildeo categorizadas como mostra o Quadro 1 (MENEZES 2014)
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
1) Causas evitaacuteveis
(a) reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo
(b) reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e parto e ao feto e ao receacutem-
nascido
(c) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento
(d) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas agraves accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede
2) Causas mal definidas
3) Demais causas natildeo claramente evitaacuteveis
34
Durante o periacuteodo do estudo obtiveram os seguintes dados 672 oacutebitos
neonatais 327 oacutebitos poacutes-neonatais e 004 oacutebito com faixa etaacuteria ignorada Esses dados
foram obtidos atraveacutes do SIM (Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade) e do SINASC
(Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos) apurou-se o nuacutemero de nascidos vivos nesse
periacuteodo Houve diminuiccedilatildeo de todos os componentes da mortalidade infantil poreacutem o
componente neonatal tardio apresentou a maior reduccedilatildeo (22) O componente neonatal
precoce correspondeu ao coeficiente de mortalidade com maior peso (72) nos oacutebitos do
periacuteodo neonatal As mortes consideradas evitaacuteveis corresponderam a 63 e estas se
relacionaram mais diretamente a uma falha na adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e na
adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido (RN) A mortalidade infantil por causas
evitaacuteveis diminuiu em 9 e as devidas agraves accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento foram
as que apresentaram maior reduccedilatildeo de 388 As pneumonias e outras doenccedilas bacterianas
foram as principais causas relacionadas a esse grupo As causas evitaacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido tambeacutem diminuiacuteram (307) principalmente devido agrave
reduccedilatildeo das infecccedilotildees especiacuteficas do periacuteodo perinatal e tambeacutem dos transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal As causas evitaacuteveis relacionadas agrave adequada atenccedilatildeo agrave
mulher na gestaccedilatildeo e as reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo a sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo apresentaram aumento enquanto natildeo houve nenhuma alteraccedilatildeo nas reduziacuteveis por
accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo As taxas de mortalidade classificadas como causas de morte mal-
definidas e as demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) tambeacutem tiveram seu nuacutemero reduzido
(MENEZES 2014)
Em 70 das mortes estas ocorreram em crianccedilas com baixo peso ao nascer
especialmente em crianccedilas com menos de 1500 gramas A adequada atenccedilatildeo na gestaccedilatildeo e a
adequada atenccedilatildeo ao feto e receacutem-nascido se correlacionaram com essas mortes Os
transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e peso baixo ao nascer transtorno
respiratoacuterio especiacutefico e infecccedilatildeo especiacutefica do periacuteodo perinatal foram as principais causas
de morte infantil por causas evitaacuteveis nesse estudo
ldquoNos oacutebitos de crianccedilas com peso ao nascer maior ou igual a 2500 g prevaleceram
os grupos de causas evitaacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento e
accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas as accedilotildees de atenccedilatildeo de sauacutede As demais
causas (natildeo claramente evitaacuteveis) representaram cerca de 280 das mortes infantis
e esta proporccedilatildeo foi crescente com o aumento do pesordquo (MENEZES2014)
Alguns fatores tais como oferta de serviccedilos de sauacutede prestados com qualidade
condiccedilotildees sociais e econocircmicas da populaccedilatildeo assim como seu perfil demograacutefico podem
estar relacionados agrave mortalidade proporcional por grupos de causas (Brasil 2010) Segundo as
35
tabelas apresentadas podemos observar que no Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de
causas de mortalidade infantil foi devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de
60) seguidas das demais causas definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (por volta de 68) e pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Houve uma diminuiccedilatildeo progressiva ao longo dos anos das afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatal assim como das doenccedilas infecto-parasitaacuterias e um aumento progressivo pelas
demais causas definidas Pequenas variaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
ocorreram ao longo do tempo poreacutem houve uma tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo
Estaacute apresentada no ANEXO 2 a Lista Brasileira de Causas de Mortes Evitaacuteveis por
Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede na populaccedilatildeo de 5 a 74 anos (MALTA 2010)
36
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Analisar a variaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de
evitabilidade preconizados para o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea
Programaacutetica 10 do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015
32 Objetivos especiacuteficos
bull Descrever a situaccedilatildeo de nascimento e oacutebitos infantis na AP 10 do municiacutepio do Rio de
Janeiro entre 2007 e 2015 em relaccedilatildeo ao municiacutepio e agraves demais aacutereas da cidade
bull Discutir a ocorrecircncia dos principais grupos de causas evitaacuteveis de mortalidade infantil
na AP 10 no municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e 2015
bull Contribuir para a produccedilatildeo de um informe teacutecnico sobre Mortalidade Infantil na AP
10 divulgando as informaccedilotildees prioritaacuterias para profissionais e gestores da aacuterea
37
4 METODOLOGIA
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados
Trata-se de um estudo exploratoacuterio descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre
a mortalidade infantil e sua evitabilidade considerando os oacutebitos de menores de um ano de
residentes na AP 10 e do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 no qual
ocorreu a expansatildeo da ESF na Cidade Seratildeo utilizadas as bases de dados secundaacuterios do
Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade (SIM) Ministeacuterio da Sauacutede disponiacuteveis pela
ferramenta TABNET na Plataforma da Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em
Sauacutede (SUBPAV) para toda gestatildeo da Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
(SMS-RJ)
As informaccedilotildees definidas para os objetivos deste estudo se relacionam aos oacutebitos em
menores de 1 ano sendo estes divididos ainda como oacutebitos neonatais neonatais precoces
neonatais tardios e poacutes-neonatais Informaccedilotildees sobre partos e nascimentos tambeacutem foram
incluiacutedas nesta descriccedilatildeo de dados tendo em vista sua relaccedilatildeo direta com oacutebitos infantis e a
possibilidade de observaccedilatildeo inicial sobre o padratildeo de ocorrecircncias na aacuterea em estudo
Esses dados secundaacuterios foram apurados na ferramenta TABNET na plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
A Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede
do Brasil (MALTA 2010) foi utilizada como paracircmetro para a anaacutelise por grupo de causas
no periacuteodo em estudo
42 Cenaacuterio de Estudo
As Aacutereas Programaacuteticas (AP) satildeo aacutereas divididas pela Prefeitura do Rio de Janeiro
para a gestatildeo da sauacutede A Secretaria Municipal de Sauacutede trabalha com essas AP desde 1993
quando foram chamadas de aacutereas de planejamento a fim de traccedilar planos estrateacutegicos em
relaccedilatildeo agrave sauacutede (SMS 2013)
A Aacuterea de Planejamento 10 (AP 10) corresponde agrave primeira das dez aacutereas
programaacuteticas do Municiacutepio do Rio de Janeiro como mostra a Figura 1
38
A Cidade do Rio de Janeiro eacute dividida em dez Aacutereas Programaacuteticas e a AP 10
corresponde aos bairros Benfica Caju Catumbi Centro Cidade Nova Estaacutecio Gamboa
Mangueira Rio Comprido Santa Teresa Santo Cristo Satildeo Cristoacutevatildeo Sauacutede e Vasco da
Gama
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Fonte IBGE- setembro de 2011
O Rio de Janeiro eacute um municiacutepio brasileiro de grande importacircncia
econocircmica sociocultural e financeira do paiacutes Em 2010 a populaccedilatildeo do Rio de Janeiro era de
6 320 446 habitantes (395 da populaccedilatildeo estadual) Dentre elas 4683 satildeo homens e
5317 mulheres Para 2015 era estimada uma populaccedilatildeo de 6 386 443 pessoas (IPP 2017)
A AP 10 aleacutem de ser o centro histoacuterico da Cidade do Rio de Janeiro tem em sua
formaccedilatildeo 14 bairros (jaacute citados) e 6 Regiotildees Administrativas (Centro Santa Teresa Rio
Comprido Paquetaacute Satildeo Cristoacutevatildeo e Portuaacuteria) como podemos observar na Figura 2 De
1970 a 2000 houve um decreacutescimo de 27 de sua populaccedilatildeo Paquetaacute foi a uacutenica regiatildeo a
sofrer um pequeno aumento de sua populaccedilatildeo em torno de 5 Eacute uma regiatildeo que atrai
trabalhadores onde setor de serviccedilos eacute o de maior procura No ano 2000 cinco regiotildees
administrativas tinham um alto IDH e apenas uma regiatildeo administrativa com meacutedio IDH
(IBGE 2016)
39
Figura 2 ndash Bairros da AP 10
Fonte Fonte IBGE- setembro de 2011
A AP 10 possui 17 unidades de Atenccedilatildeo Primaacuteria 75 equipes de Sauacutede da Famiacutelia 1
PS CASS 2 equipes NASF 2 equipes de consultoacuterio na rua e 1 Policliacutenica (SMS 2016)
Em 2015 a AP 10 tinha uma populaccedilatildeo estimada de 311265 habitantes e em 2010
estimava-se que 35 da populaccedilatildeo residia em favelas cerca de 103296 habitantes (IPP
2017)
O nuacutemero de famiacutelias cadastradas na ESF em 2009 era de 260 famiacutelias Em 2010
houve um aumento do nuacutemero de famiacutelias cadastradas para 8196 famiacutelias Em 2015 houve
um aumento significativo para 72786 cadastros e em 2016 uma estimativa de 79766
castrados das famiacutelias (SMS 2016)
A escolha da AP 10 para uma anaacutelise especiacutefica no estudo ocorreu pelo fato de ter
ocorrido um aumento da morte em menores de 1 ano no ano de 2015 alterando-se a
tendecircncia anterior
40
43 Estrateacutegia de Anaacutelise
A descriccedilatildeo da situaccedilatildeo de nascimentos e mortalidade infantil na AP 10 foi feita
utilizando-se o periacuteodo de 2007 a 2015 como a referecircncia para verificaccedilatildeo das variaccedilotildees
encontradas considerando-se diferentes variaacuteveis e os principais componentes da mortalidade
infantil Como jaacute citado os dados foram apurados na ferramenta TABNET na Plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
Ao iniciar-se este estudo tendo como objetivo a anaacutelise de dados ateacute 2015 e natildeo
estando este uacuteltimo ano ainda disponiacutevel na paacutegina da SMS Rio na internet e nem tampouco
no SIM DATASUS utilizou-se a ferramenta TABNET na Plataforma SUBPAV com
ciecircncia e apoio da Gerecircncia de Dados Vitais da SMS Esta plataforma tem acesso restrito a
profissionais que atuam na SMS
A partir da coleta de dados foi elaborado um banco no software Microsoft Excell
2016 no qual foram feitos os consolidados de frequecircncia por tipo de anaacutelise desejada visando
a apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas e graacuteficos
A anaacutelise descritiva estaacute apresentada levando em conta dados especiacuteficos de cada ano
assim como tambeacutem a variaccedilatildeo considerando-se trecircs triecircnios ndash de 2007 a 2009 de 2010 a
2012 e de 2013 a 2015 estrateacutegia esta que foi decidida a fim de que o nuacutemero de casos para
as aacutereas do municiacutepio particularmente a AP 10 se apresentasse com melhor consistecircncia do
que aquele com menores quantitativos quando considerados dados de somente o periacuteodo de
um ano
O processamento dos dados de Mortalidade Infantil e de seus componentes no
periacuteodo analisado e nas diferentes aacutereas do municiacutepio permitiu tambeacutem a verificaccedilatildeo das
variaccedilotildees de tendecircncias da AP 10 em comparaccedilatildeo com as demais aacutereas e com o municiacutepio do
Rio de Janeiro
Os dados referentes aos principais grupos de causas evitaacuteveis da Mortalidade Infantil e
seus componentes segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados pelo Ministeacuterio da
Sauacutede para o SUS no Brasil ocorridos nas AP do municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e
2015 tambeacutem seratildeo apresentados e discutidos
Informaccedilotildees mais relevantes deveratildeo ser destacadas para inclusatildeo em Informe Teacutecnico
produzido a parte do presente estudo visando divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees sobre Mortalidade
Infantil a profissionais e gestores da AP 10 assim como da SMS do Rio de Janeiro
41
44 Aspectos Eacuteticos
Embora o planejamento da pesquisa envolvesse principalmente a apuraccedilatildeo de dados
secundaacuterios considerando-se a necessidade de coleta de dados ainda natildeo divulgados houve
exigecircncia da SMS de que o projeto de pesquisa fosse submetido a parecer de eacutetica em
pesquisa
Desse modo a pesquisa cumpriu todas as etapas previstas nas normas nacionais que
subsidiam a pesquisa em sauacutede tendo como bases a Resoluccedilatildeo do CNEP 4662012 e
a Normativa 0012013 com encaminhamento para os Comitecircs de Eacutetica e Pesquisa da Estaacutecio
e da Secretaria Municipal de Sauacutede Para a avaliaccedilatildeo eacutetica o projeto de pesquisa foi
protocolado por meio do sistema Plataforma Brasil uma base nacional e unificada de
registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema CEPCONEP
Este estudo estaacute relacionado agrave apuraccedilatildeo e anaacutelise de dados secundaacuterios o que implicou
uma reduccedilatildeo plena de riscos envolvendo as pesquisas em sauacutede Durante todo o processo de
coleta processamento e anaacutelise de dados todas as precauccedilotildees para garantir-se o sigilo e a
confidencialidade das informaccedilotildees foram tomadas com o compromisso de natildeo ser divulgado
qualquer dado que permitisse direta ou indiretamente a identificaccedilatildeo de serviccedilos unidades de
sauacutede ou profissionais envolvidos na assistecircncia dos casos
Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica da SMS do Rio de Janeiro com
nuacutemero de parecer da aprovaccedilatildeo 1836593 no dia 25112016
42
5 RESULTADOS
Foram levantados os dados de nascimento e oacutebitos do Municiacutepio do Rio de Janeiro
(MRJ) e das suas diferentes aacutereas programaacuteticas atraveacutes da ferramenta TABNET disponiacutevel
no acesso a Indicadores e Dados Estatiacutesticos no portal da SMS do Rio de Janeiro e na
Plataforma SUBPAV No iniacutecio deste levantamento considerando os objetivos deste estudo
os dados do ano de 2015 natildeo estavam disponiacuteveis neste acesso sendo necessaacuteria a
colaboraccedilatildeo da Gerecircncia de Dados Vitais da Superintendecircncia de Vigilacircncia em Sauacutede da
SMS que forneceu as informaccedilotildees necessaacuterias para a anaacutelise de todo periacuteodo estudado
incluindo-se o ano de 2015
As informaccedilotildees seratildeo apresentadas como seacuterie histoacuterica do ano de 2007 anterior ao
iniacutecio da chamada reforma da APS no municiacutepio que se sugere tenha comeccedilado em 2009 ateacute
o ano de 2015 quando se iniciou a proposta deste estudo As informaccedilotildees seratildeo tambeacutem
apresentadas com os dados consolidados por triecircnios 2007 a 2009 2010 a 2012 e 2013 a
2015 o que foi decidido porque desse modo seriam agrupados mais dados de mortalidade em
populaccedilotildees menores como satildeo as aacutereas programaacuteticas de sauacutede no Rio de Janeiro Esta
definiccedilatildeo metodoloacutegica para anaacutelise por triecircnios tambeacutem foi decidida com o objetivo de
suavizarem-se variaccedilotildees aleatoacuterias no nuacutemero de oacutebitos em determinado ano estimando-se a
meacutedia aritmeacutetica do triecircnio como foi utilizado em recente estudo sobre Mortalidade Infantil
em Minas Gerais (LISBOA et al 2015)
Antes de apresentar os resultados relacionados ao levantamento de oacutebitos infantis no
MRJ optou-se por incluir informaccedilotildees sobre nascimentos tendo em vista a possibilidade de
acesso ao SINASC na mesma plataforma da SMS e porque possuem estreita relaccedilatildeo com
aspectos ligados ao risco de oacutebitos em menores de um ano Julgou-se importante observar os
dados referentes ao nuacutemero de nascimentos ocorridos tanto no MRJ e na AP 10 uma vez que
haacute estreita relaccedilatildeo do nuacutemero de nascidos vivos com o caacutelculo da taxa de mortalidade infantil
o que poderia indicar sugestotildees de anaacutelises posteriores mesmo que fora dos objetivos do
presente estudo
43
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro (MRJ)
Aleacutem da variaccedilatildeo de nascimentos no periacuteodo alguns fatores como o baixo peso ao
nascer filhos de matildees adolescentes tipo de parto nuacutemero de consultas de preacute-natal assim
como o nascimento em unidades SUS seratildeo aqui tambeacutem apresentados
Em 1997 o total de nascidos vivos no MRJ foi de 103193 com Taxa de Natalidade
de 186 1000 habitantes neste ano Esses indicadores apresentaram um decreacutescimo ateacute 2007
quando o total de nascimentos foi de 82019 e a Taxa de Natalidade de 133 1000 habitantes
A partir deste ano com exceccedilatildeo de 2010 observa-se um aumento do nuacutemero de nascimentos
na cidade e a Taxa de Natalidade elevaram-se para 143 1000 habitantes em 2015 com
90439 nascimentos no MRJ segundo as informaccedilotildees disponibilizadas pela SVSSMS
A Tabela 4 apresenta os dados de nascidos vivos por ano de 2007 a 2015 Foi
observado um aumento de nascimentos na Cidade nos uacuteltimos anos o que contrastou com
periacuteodos anteriores se considerarmos que no ano de 2015 por exemplo o total de nascidos
vivos foi de 90532 como disponiacutevel na mesma fonte nuacutemero superior ao do ano de 2007
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variaccedilatildeo
N
10 4638 4632 4822 4733 4680 4446 4506 4669 4656 18
21 6211 6275 6371 6873 6576 6405 6445 6624 6556 345
22 3572 3573 3552 3607 3521 3503 3526 3607 3648 76
31 11316 11438 11514 10914 11644 11420 11683 11861 12073 757
32 7325 7071 7124 7134 7224 7156 7283 7523 7268 -57
33 12585 12379 12913 12304 12573 12648 12900 13011 13030 445
4 11817 12388 13246 13069 14019 14387 14451 15148 15430 3613
51 8559 8337 8560 8565 9050 9019 9487 9459 9414 855
52 9671 9865 9725 9537 10190 10492 10688 11364 11446 1775
53 5610 5680 5971 5776 5861 6265 6405 6368 6718 1108
Ign 715 703 617 745 601 636 100 289 293 -422
MRJ 82019 82341 84415 83257 85939 86377 87474 89923 90532 8513
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao analisar o percentual da variaccedilatildeo dos nascidos vivos nos triecircnios 20072009
20102012 e 20132015 observa-se que o MRJ teve um aumento de 77 enquanto o
percentual da variaccedilatildeo da AP 10 sofreu um decreacutescimo de 19 A regiatildeo dos bairros do
Centro da cidade e adjacecircncias foi a uacutenica AP que apresentou um decreacutescimo do nuacutemero de
44
nascimentos considerados o primeiro e uacuteltimo triecircnio analisados enquanto a AP 40
apresentou o maior aumento do nuacutemero de nascidos vivos no mesmo periacuteodo
correspondendo a um aumento de 202 como podemos ver na Tabela 5 O Graacutefico 5
mostra a variaccedilatildeo do percentual dos nascidos vivos por AP e na totalidade do MRJ de 2007 a
2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
N
Variaccedilatildeo
1 14092 13859 13831 -261 -19
21 18857 19854 19625 768 41
22 10697 10631 10781 84 08
31 34268 33978 35617 1349 39
32 21520 21514 22074 554 26
33 37877 37525 38941 1064 28
4 37451 41475 45029 7578 202
51 25456 26634 28360 2904 114
52 29261 30219 33498 4237 145
53 17261 17902 19491 2230 129
MRJ 248775 255573 267929 19154 77
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 5 -Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP
MRJ 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
45
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao observamos o peso ao nascimento constatamos que apesar de ter havido uma
reduccedilatildeo do nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) entre 2007 e 2015 em
todas as AP a AP 51 apresentou aumento de seu percentual (98) como mostra a Tabela 6
A AP 10 apresentou o maior decreacutescimo da proporccedilatildeo de nascimentos de crianccedilas com baixo
peso havendo diminuiccedilatildeo desta proporccedilatildeo em quase todas as aacutereas exceto 51 e 53
Considerando-se os triecircnios estudados constata-se uma diminuiccedilatildeo gradativa do
percentual de nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) no municiacutepio do
Rio de Janeiro assim como tambeacutem representado no Graacutefico 6 e apresentado na Tabela 7
sendo que na AP 10 esta variaccedilatildeo foi a de maior valor
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP do MRJ de 2007209 a 201315
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao Nascer lt 2500g
AP Resid 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10 110 103 101 105 98 97 93 89 96
21 89 91 95 96 90 90 81 92 87
22 94 99 95 101 103 85 88 85 91
31 97 97 101 100 95 100 92 95 90
32 103 94 98 102 98 99 99 91 101
33 100 100 99 95 94 96 93 96 96
4 95 96 95 92 88 92 89 94 94
51 95 96 97 92 89 98 91 88 98
52 95 89 92 92 92 85 94 90 83
53 96 92 94 92 95 95 95 89 96
MRJ 97 95 97 96 93 94 92 92 93
46
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 104 100 92 -116
21 92 92 87 -52
22 96 96 88 -81
31 98 99 92 -63
32 98 100 97 -17
33 100 95 95 -47
4 96 91 92 -33
51 96 93 92 -42
52 92 89 89 -30
53 94 94 94 -08
MRJ 96 94 92 -43
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Com relaccedilatildeo aos nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes eles diminuiacuteram
ao longo do periacuteodo analisado em todo o MRJ e em todas as AP Em 2015 o percentual de
nascimentos de matildees adolescentes foi de 153 no MRJ enquanto em 2007 era de 172 No
triecircnio 201315 esse percentual meacutedio foi de 159 em contraste com 169 do primeiro
triecircnio apresentando assim uma reduccedilatildeo de quase 6 como pode ser visto na Tabela 8 O
maior percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 201315 correspondeu agrave AP
53 (214) e o menor percentual correspondeu ao da AP 21(84) As maiores variaccedilotildees do
percentual nos triecircnios estudados ocorreram nas aacutereas 21 e 22 onde os bairros apresentam
melhores indicadores econocircmicos e sociais
47
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e
Variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 197 185 181 -81
21 102 93 84 -176
22 125 113 103 -176
31 187 187 183 -21
32 166 157 152 -84
33 178 181 174 -22
4 138 131 123 -108
51 187 186 179 -48
52 180 174 169 -61
53 223 209 214 -40
MRJ 169 163 159 -59
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Observamos um aumento do percentual de nascimento por parto cesaacutereo nos trecircs
triecircnios estudados em todo o MRJ como pode ser visto na Tabela 9 Nota-se que no segundo
triecircnio (20102012) houve um aumento do percentual em todas as AP em relaccedilatildeo ao primeiro
triecircnio (20072009) A maior variaccedilatildeo do percentual por nascimento por parto cesaacutereo se deu
na AP 52 (147) enquanto a menor variaccedilatildeo ocorreu na AP 31 (01) As aacutereas 52 e 53
apresentaram um aumento importante de partos cesaacutereos Na AP 10 este aumento percentual
foi dos menores no MRJ
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 478 523 486 16
21 626 650 640 21
22 657 677 670 19
31 514 540 515 01
32 546 591 572 49
33 534 569 577 82
4 575 611 615 70
51 525 552 534 18
52 506 562 580 147
53 419 468 477 140
MRJ 536 574 567 58
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
48
Os nascimentos com registro no SINASC de adequado nuacutemero de consultas de preacute-
natal tambeacutem foi verificado levando-se em conta a associaccedilatildeo teoacuterica desta assistecircncia com
morbidade e mortalidade infantis Em todo o MRJ houve um aumento do percentual de
nascimentos com 7 ou mais consultas de preacute-natal de 2007 a 2015 exceto na AP 33 onde
houve diminuiccedilatildeo do seu percentual A AP 10 apresentou 724 desses nascimentos em
2015 como mostra a Tabela 10 com 7 ou mais consultas de preacute-natal
Atraveacutes do Graacutefico 7 pode ser observado um decreacutescimo de nascimentos de gestantes
com menos de 7 ou mais consultas de preacute-natal em quase todas as AP sendo a reduccedilatildeo mais
importante a ocorrida na AP 21 (309) e exceto na AP 33 com um aumento de 11 de
gestantes com menos de 7ou mais consultas de preacute-natal
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal
No periacuteodo MRJ 2007 a 2015 AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
1 647 647 624 633 647 648 696 705 724
21 802 825 811 796 794 836 855 829 839
22 817 816 816 814 781 812 808 810 823
31 649 619 598 590 597 635 670 700 722
32 674 672 672 676 657 706 740 761 762
33 689 641 674 639 625 652 662 659 668
4 710 685 662 658 648 705 741 726 766
51 674 625 615 615 619 635 657 684 709
52 661 628 617 630 641 662 689 699 733
53 589 593 611 571 581 612 669 724 768
MRJ 685 663 658 650 647 679 708 717 741
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
49
Os nascimentos em unidades SUS no MRJ apresentaram uma meacutedia de 579 em
20132015 quando eram 548 em 20072009 Na AP 10 houve um aumento de 170 em
relaccedilatildeo a esses nascimentos em contraste com a AP 22 que teve uma reduccedilatildeo de mais de
50 como mostra a Tabela 11 Uma provaacutevel ampliaccedilatildeo de oferta de leitos SUS para a
assistecircncia ao parto na AP 10 pode ser estimada a partir do importante acreacutescimo na
proporccedilatildeo de nascimentos no SUS nesta aacuterea comparando-se este dado com a variaccedilatildeo
meacutedia do MRJ
O percentual de nascimentos no SUS no triecircnio 201315 foi maior nas AP 53
(765) AP 51(699) e AP 31(671) e os menores percentuais corresponderam agraves AP
22(164) e AP 21 (263) Nos trecircs triecircnios estudados o maior aumento do percentual de
nascimentos no SUS se deu na AP 31 (145) e a AP 22 apresentou um decreacutescimo
importante de 173
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015
Variaccedilatildeo
10 538 563 629 170
21 245 266 263 72
22 337 230 164 -513
31 526 651 671 275
32 578 572 570 -13
33 583 621 616 57
4 512 513 509 -06
51 663 682 699 54
52 633 625 628 -07
53 750 725 765 21
MRJ 548 567 579 57
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
As observaccedilotildees das variaacuteveis apresentadas tendo como fonte o SINASC natildeo
permitiram identificar padratildeo de variaccedilatildeo que tivesse relaccedilatildeo teoacuterica com o aumento da
Mortalidade Infantil na AP 10 no ano de 2015 salvo a questatildeo do aumento da natalidade
fato estes comem a todas as aacutereas da Cidade no periacuteodo estudado
50
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ
A mortalidade infantil no municiacutepio do Rio de Janeiro apresenta uma tendecircncia
decrescente haacute vaacuterios anos e estudos de Matos et al (2007) sobre mortalidade infantil no MRJ
no periacuteodo de 1979 a 2004 demonstraram que houve um decreacutescimo de todos os
componentes relativos aos oacutebitos infantis nesse periacuteodo
No Graacutefico 8 pode-se observar de que maneira ocorreu essa tendecircncia decrescente
das TMI e seus componentes no MRJ de 1980 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
51
A Tabela 12 apresenta as variaccedilotildees das TMI e seus componentes no MRJ ao longo dos
triecircnios 20072009 20102012 e 20132015 verificando-se uma variaccedilatildeo negativa destes
indicadores ou seja a reduccedilatildeo da mortalidade infantil em todos os seus componentes
principalmente da mortalidade ocorrida no periacuteodo poacutes-neonatal com uma reduccedilatildeo importante
de 168
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados Faixa Etaacuteria Infan 20072009 20102012 20132014 Faixa
Etaacuteria inf
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 lt 7d -73
07-27 23 21 22 07-27 -60
28d-lt1 49 47 41 28d-lt1 -168 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis eacute uma importante estrateacutegia da vigilacircncia da
mortalidade (BRASIL 2009) cujos objetivos se relacionam agrave possibilidade de contribuir para
o desenvolvimento de accedilotildees especiacuteficas que visem a reduccedilatildeo dessas taxas A investigaccedilatildeo dos
oacutebitos infantis iniciou-se no municiacutepio do Rio de Janeiro em 2006 e no ano seguinte que
representa o limite inicial do presente estudo foram apenas investigados 347 dos oacutebitos
infantis (SMS 2016) Em 2015 ocorreram 1094 oacutebitos infantis sendo investigados 904
oacutebitos ou seja 826 do total demonstrando um incremento importante dos oacutebitos
investigados como mostra o Graacutefico 9
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A Tabela 13 e o Graacutefico 10 mostram que foram investigados 754 dos oacutebitos
relativos ao periacuteodo neonatal precoce (lt 7 dias) 845 no periacuteodo neonatal tardio e 915
ao periacuteodo poacutes-neonatal no MRJ em 2015
52
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ Faixa Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 384 648 702 738 832 880 828 801 754
07-27 460 598 644 749 838 889 864 870 845
28d-lt1 250 573 609 776 781 848 886 910 915
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tambeacutem foram observados os oacutebitos referentes a algumas variaacuteveis de risco como a
idade da matildee a idade gestacional das matildees e o peso do RN ao nascer considerando a
proporccedilatildeo de oacutebitos infantis por cada uma dessas variaacuteveis nas aacutereas e MRJ
A Tabela 14 apresenta a proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis ocorridos em matildees nas
diferentes faixas etaacuterias Houve um aumento do percentual de oacutebitos em matildees nas faixas
etaacuterias de 20 a 24 anos 45 a 49 anos diminuiccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis nas
adolescentes
53
Tabela 14 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee MRJ
Idade
Matildee
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10-14 07 15 06 09 06 21 14 14 16
15-19 179 147 161 167 183 181 185 162 169
20-24 215 228 210 190 203 212 199 240 209
25-29 181 191 186 203 171 188 202 215 197
30-34 156 138 139 145 158 152 157 179 176
35-39 69 80 89 96 101 109 112 101 139
40-44 29 28 33 33 40 34 35 44 48
45-49 06 04 03 02 02 02 02 06 01
Ign 159 168 172 155 136 102 95 38 46
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Outra variaacutevel de risco para os oacutebitos infantis se relaciona agrave idade gestacional das
matildees O maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 ocorreu entre a 37- 41 semanas de
gestaccedilatildeo correspondendo a um total de 167 oacutebitos de 2007 a 2015 Tambeacutem houve um
grande nuacutemero de oacutebitos (129 oacutebitos) entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo nesse periacuteodo A
soma dos oacutebitos infantis ocorridos nesses dois periacuteodos de gestaccedilatildeo correspondeu a um pouco
mais da metade do nuacutemero de oacutebitos totais no periacuteodo analisado conforme mostra a Tabela
15
Tabela 15 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Semanas
Gestaccedilatildeo
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Menos 22 22 23 71 26 73 61 68 58 63
22 a 27 227 246 196 212 181 197 205 228 228
28 a 31 165 155 174 155 136 156 144 159 143
32 a 36 193 169 173 224 140 170 178 173 182
37 a 41 248 242 262 254 212 249 260 288 294
42 e mais 11 16 13 10 14 10 09 14 10
Natildeo informado 133 148 111 119 244 157 135 80 80
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Um importante fator a ser observado se refere ao peso da crianccedila ao nascer uma vez
que ele se encontra estreitamente relacionado ao oacutebito infantil A Tabela 16 apresenta o
54
percentual de oacutebitos ocorridos em RN com menos de 2500g sendo de 599 em 2007 e de 629
em 2015 mostrando algum decreacutescimo na proporccedilatildeo de oacutebitos infantis com peso adequado ao
nascimento
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Peso
nascer (500g)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
0g a 499g 53 54 112 50 58 49 53 44 50
0500g a 0999g 285 288 236 272 246 269 261 303 291
1000g a 1499g 99 117 105 103 105 114 124 120 109
1500g a 1999g 79 73 69 72 98 70 79 70 88
2000g a 2499g 83 67 68 76 74 83 73 97 101
2500g a 2999g 90 88 100 146 127 100 114 130 130
3000g a 3499g 91 95 108 82 93 127 109 138 129
3500g a 3999g 39 39 49 42 47 55 50 60 62
4000g a 4499g 09 06 11 08 08 08 23 13 19
4500g e mais 04 04 03 04 03 07 05 07 05
Ignorado 166 169 140 145 141 117 110 19 16
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
55
53 Mortalidade Infantil na AP 10
Em relaccedilatildeo a AP 10 apresentaremos os nuacutemeros absolutos dos oacutebitos infantis
ocorridos entre 2007 e 2015 e a proporccedilatildeo de seus componentes no mesmo periacuteodo
Como pode ser verificado na Tabela 17 em 2015 ocorreram 67 oacutebitos infantis sendo
esse nuacutemero de oacutebito infantil maior do que o apresentado no iniacutecio do periacuteodo de expansatildeo
recente da APS determinando assim o fato que motivou e caracterizou o interesse desse
estudo principalmente porque foram 17 oacutebitos a mais que os do ano anterior exatamente
quando a aacuterea jaacute atingia maior cobertura da ESF A maior proporccedilatildeo de oacutebitos de concentra
no periacuteodo neonatal precoce sendo observada uma variaccedilatildeo negativa da proporccedilatildeo de oacutebitos
poacutes-neonatais como esperado como ser observado na Tabela 18
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 por componentes de 2007 a 2015 Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 31 31 38 33 25 26 25 25 35
07-27 11 14 12 10 9 8 10 10 12
28d-lt1 24 23 32 19 24 16 28 15 20
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 470 456 463 532 431 520 397 500 522
07-27 167 206 146 161 155 160 159 200 179
28d-lt1 364 338 390 306 414 320 444 300 299
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Em relaccedilatildeo agraves taxas de mortalidade infantil na AP 10 durante o periacuteodo estudado
observa-se que 2008 2009 2013 e 2015 houve aumento dessas taxas principalmente no
periacuteodo neonatal precoce como se observa na Tabela 19 Quando comparamos essas mesmas
taxas de mortalidade agraves taxas de mortalidade infantil no MRJ vemos na Tabela 20 que as
TMI foram mais elevadas na AP 10 do que no MRJ nesses anos A mortalidade neonatal
precoce foi o componente da MI com maiores taxas A TMI no MRJ em 2015 se apresentou
56
menor do que a TMI em 2007 Fato esse que natildeo ocorreu na AP 10 quando a TMI aumentou
em 2015 em relaccedilatildeo a 2007
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 67 67 79 70 53 58 55 54 75
07-27 24 30 25 21 19 18 22 21 26
28d-lt1 52 50 66 40 51 36 62 32 43
Total 142 147 170 131 124 112 140 107 144 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 612 601 643 638 567 581 609 540 568
07-27 212 26 223 206 194 229 226 203 221
28d-lt1 483 498 500 466 490 457 431 384 416
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
As mesmas informaccedilotildees quando analisadas de modo que sejam observados os
valores natildeo por cada ano mas sim pelos os triecircnios estudados permitem identificar que o
nuacutemero de oacutebitos infantis e as TMI nos seus trecircs componentes principais se apresentaram
com decreacutescimo na AP 10 e no MRJ como se pode ver nas Tabelas 21 e 22 Entretanto a
variaccedilatildeo percentual na TMI e nos seus componentes foi maior na AP 10 que a variaccedilatildeo
percentual meacutedia do MRJ
Tabela 21 - TMI por componentes na AP 10 e por triecircnio de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 71 61 61 -10 -141
07-27 26 19 23 -03 -113
28d-lt1 56 43 46 -10 -178
Total 153 123 130 -23 -150 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 22 - TMI por componentes no MRJ e por triecircnio no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 -05 -80
07-27 23 21 22 -01 -43
28d-lt1 49 47 41 -08 -163
Total 134 127 120 -14 -104
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
57
No Graacutefico 11 estatildeo representadas as variaccedilotildees das TMI na AP 10 por componentes
nos trecircs triecircnios estudados
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10
Por triecircnio de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Na Mortalidade Infantil Proporcional por faixa etaacuteria observamos a manutenccedilatildeo do
padratildeo com maior proporccedilatildeo de oacutebitos infantis neonatais precoces o que jaacute se apresentava
desde o iniacutecio do periacuteodo estudado assim como jaacute era uma tendecircncia conhecida a partir dos
anos 90 na AP 10 como observada na Tabela 23
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015
lt 7d 463 494 472
07-27 171 159 178
28d-lt1 366 347 350
Total 1000 1000 1000
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
58
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10
Analisando as causas de oacutebitos infantis por capiacutetulos e categorias do Coacutedigo
Internacional de Doenccedilas (CID) vemos que a maior causa de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
correspondeu ao XVI capiacutetulo do CID ou seja por ldquoAlgumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatalrdquo (607 oacutebitos ou 555) Em seguida os oacutebitos mais preponderantes se relacionaram
ao XVII capiacutetulo do CID que trata de ldquoMalformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias
cromossocircmicasrdquo (233 oacutebitos) Essas duas causas somadas equivalem a mais ou menos 75
das causas de oacutebitos infantis por capiacutetulo do CID Considerando o periacuteodo de 2007 a 2015 as
causas mais preponderantes de oacutebitos infantis foram as mesmas observadas em 2015
Em relaccedilatildeo agrave categoria do CID a maior causa de mortalidade infantil no MRJ em
2015 correspondeu ao ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relacionadas com a gravidez atualrdquo (CID P00) Malformaccedilotildees congecircnitas
deformidades e anomalias cromossocircmicas (principalmente por ldquoOutras malformaccedilotildees
congecircnitas do coraccedilatildeordquo- CID Q24) ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CIDP36) e
ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por complicaccedilotildees maternas gravidezrdquo (CID P01)
Os oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ no periacuteodo de
2007 a 2015 satildeo apresentados no ANEXO 3 Natildeo estatildeo apresentadas as informaccedilotildees sobre
Mortalidade Infantil por grupo de causas para a AP 10 tendo em vista que o padratildeo de
distribuiccedilatildeo eacute semelhante ao do MRJ onde se apresenta um perfil de causas compatiacuteveis com
a classificaccedilatildeo sobre evitabilidade que seraacute apresentada depois
O Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave
gravidez atual corresponderam ao maior percentual de causa de morte infantil em 2015 no
MRJ e apresentou elevaccedilatildeo de seu percentual quando comparado a 2007 quando o
Desconforto Respiratoacuterio do Receacutem-Nascido era a causa mais preponderante como se
observa na Tabela 24 e Graacutefico 12
59
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Causa (CID10) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
P00 Feto e RN afetados por af
maternas natildeo obrigrelacionadas agrave
gravidez atual 54 55 90 100 88 112 123 95 98
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido 120 95 98 87 74 63 71 79 56
P36 Septicemia bacteriana do RN 70 80 68 61 48 58 70 79 89
P01 Feto e RN afetados por compl
maternas da gravidez 28 44 57 51 62 63 57 52 59
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircnitas do
coraccedilatildeo 51 51 44 39 47 48 56 55 37
P02 Feto e RN afetados por compl
placenta cordatildeo umb e membr 32 41 33 48 41 53 45 33 56
J18 Pneumonia pmicro-org NE 47 32 41 30 39 38 42 27 37
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade 35 27 26 37 38 28 25 27 23
P21 Asfixia ao nascer 41 38 37 23 19 20 20 24 28
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 13 19 17 32 27 31 21 21 27
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 12 ndash Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
O Graacutefico 13 mostra o aumento da TMI devido ao Feto e RN afetados por afecccedilotildees
maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual (CID P00) e a diminuiccedilatildeo da
TMI por Desconforto respiratoacuterio do receacutem-nascido (CID P22) apoacutes uma pequena elevaccedilatildeo
em 2014 A Tabela 25 mostra que a elevaccedilatildeo do Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas
natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual como causa da mortalidade infantil no
triecircnio 20132015 foi a mais acentuada (variaccedilatildeo de 39) e o Desconforto respiratoacuterio do
receacutem-nascido representou maior decreacutescimo no mesmo triecircnio com uma diminuiccedilatildeo de
36
60
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 25 ndash MI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio Causa (CID10) 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
P00 Fetos e receacutem-nascidos afetados por afec
maternas natildeo obr relacionados a gravidez
atual
67 100 106
39
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido
104 75 68
-36
P36 Septicemia bacteriana do receacutem-nascido 73 56 79
06
P01 Feto rec-nasc afet complic maternas
gravidez
43 59 56
13
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircn do coraccedilatildeo 49 44 49
0
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr
35 47 45
10
J18 Pneumonia pmicro-org NE 40 36 36 -04
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade
29 34 25
-04
P21 Asfixia ao nascer 39 21 24 -15
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 16 30 23 07
Total geral 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Lembrando o conceito de Malta (2010) sobre a morte infantil causada por afecccedilotildees
evitaacuteveis por intervenccedilotildees no SUS ou seja aquelas passiacuteveis de serem prevenidas ou
reduzidas por serviccedilos eficientes de sauacutede verificamos a seguir de que maneira ocorreram as
principais causas evitaacuteveis no MRJ e na AP 10 em particular
Segundo a Lista Brasileira de Causas Evitaacuteveis feita com dados do Sistema de
Informaccedilotildees sobre Mortalidade dispotildee-se de subgrupos de causas Esses subgrupos
correspondem agraves causas evitaacuteveis que satildeo aquelas Reduziacuteveis pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave
61
mulher no parto Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequados e Reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculada a
accedilotildees de atenccedilatildeo
As principais causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 foram relacionadas agraves causas
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (349 oacutebitos infantis) correspondendo a
319 dos oacutebitos Outras causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis de menores proporccedilotildees foram as
causas tais como ldquoReduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeordquo e agraves ldquoCausas mal definidasrdquo 05
e 33 respectivamente em 2015 como apresenta a Tabela 26 As ldquoDemais causas (natildeo
claramente evitaacuteveis)rdquo apresentaram um nuacutemero de 294 oacutebitos correspondendo somente a
269 do total Em resumo as causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
corresponderam a 698 como visualisamos na Tabela 27 Jaacute a Tabela 28 representa a
pequena diminuiccedilatildeo da TMI por causas evitaacuteveis no MRJ em 2015 (841000) em relaccedilatildeo agrave
TMI em 2007 de 891000 por causas evitaacuteveis
Tabela 26 -Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade no MRJ Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 03 03 01 03 04 05 00 03 05
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
na gestaccedilatildeo
269 274 319 320 309 331 351 320 319
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
no parto
104 99 94 80 77 76 73 75 86
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-
nascido
140 155 141 123 112 115 127 141 147
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e
tratamento adequado
112 87 95 72 101 89 96 72 79
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede
vinculada agraves accedilotildees de atenccedilatildeo
49 63 61 64 63 71 53 61 63
2 Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 677 682 710 662 667 687 701 671 698
Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
Natildeo claramente evitaacuteveis 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
62
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 89 93 97 87 83 87 89 76 84
Causas mal definidas 06 05 05 06 05 04 04 04 04
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 38 35 38 37 35 34 33 32
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo agora considerados os valores por triecircnios atraveacutes das taxas e da proporccedilatildeo por
grupo de causas nestes grupos segundo as informaccedilotildees descritas nas tabelas abaixo
Ao estudarmos os triecircnios no MRJ observamos que as causas Reduziacuteveis por
adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram as que apresentaram a maior taxa de
mortalidade infantil nos trecircs triecircnios como mostra a Tabela 29 As Causas mal definidas
foram as que tiveram maior reduccedilatildeo nos triecircnios estudados (-240) apresentada na Tabela
30 e Graacutefico 14 resultado que pode ser atribuiacutedo como decorrente da melhor investigaccedilatildeo
dos oacutebitos
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 00
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 39 41 40
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 13 10 09
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 20 15 17
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento
adequado
13 11 10
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a
accedilotildees de atenccedilatildeo
08 08 07
2 Causas mal definidas 05 05 04
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 36 37 33
Total 134 128 120
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeosegundo evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 93 86 83 -105
Causas mal definidas 05 05 04 -240
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 37 33 -87
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
63
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo apresentados os dados relacionados aos oacutebitos infantis evitaacuteveis de residentes na
aacuterea da AP 10 com os valores por ano no periacuteodo de 2007 a 2015 atraveacutes do nuacutemero
absoluto de oacutebitos da proporccedilatildeo por grupo de causas e as respectivas taxas por cada ano Em
seguida as informaccedilotildees apresentadas estatildeo agrupadas por triecircnio considerando-se o periacuteodo
de 2007 a 2015
O fato que chamou a atenccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo na AP 10 foi que
ocorreram 67 oacutebitos infantis em 2015 sendo 48 (716) desses oacutebitos ocorreram por causas
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS como pode ser observado nas Tabela 31 e Tabela 32
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 44 47 58 38 34 38 45 36 48
Causas mal definidas 2 3 1 8 4 2 1 1 2
Natildeo claramente evitaacuteveis 20 18 23 16 20 10 17 13 17
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
64
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 667 691 707 613 586 760 714 720 716
Causas mal definidas 30 44 12 129 69 40 16 20 30
Natildeo claramente evitaacuteveis 303 265 280 258 345 200 270 260 254
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 33 - TMI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 95 101 120 80 73 85 100 77 103
Causas mal definidas 04 06 02 17 09 04 02 02 04
Natildeo claramente evitaacuteveis 43 39 48 34 43 22 38 28 37
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A taxa de mortalidade por causas evitaacuteveis na AP 10 no ano de 2015 foi uma das
maiores do periacuteodo estudado de 103 por mil nascidos vivos sendo poreacutem menor que a taxa
que ocorreu 2009 de 120 oacutebitos em mil nascidos vivos como mostra a Tabela 33
Em todo o periacuteodo estudado as mortes por causas evitaacuteveis foram as que apresentaram
maior nuacutemero em relaccedilatildeo agraves demais causas Ainda na Tabela 33 podemos observar que a
TMI por Causas evitaacuteveis na AP 10 em 2015 (103 por 1000 nascidos vivos) se apresentou
maior do que no ano de 2007 (95) Poreacutem quando analisamos as TMI por triecircnios
verificamos que houve uma pequena reduccedilatildeo da mortalidade infantil por causas evitaacuteveis
assim como as demais causas
Quando analisamos os triecircnios observamos que a TMI na AP 10 por causas de morte
evitaacuteveis decresceu de 1061000 em 20072009 para uma taxa de 931000 em 20132015
As causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram responsaacuteveis pelo
maior percentual de causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis apresentando 333 no triecircnio
20132015 apresentado nas Tabelas 34 35 e 36 embora tenha tido uma diminuiccedilatildeo de sua
TMI no triecircnio 200132015 em relaccedilatildeo ao triecircnio 20072009
65
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 06
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 329 359 333
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 93 76 67
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 116 94 139
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequado 102 71 78
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo
51 47 94
2 Causas mal definidas 28 82 22
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 282 271 261
Total 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10 Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 106 79 93 -13
Causas mal
definidas
04 10 03 -01
Natildeo claramente
evitaacuteveis
43 33 34 -09
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de
imunizaccedilatildeo
00 00 01 01
121 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
50 44 43 -07
122 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher no parto
14 09 09 -05
123 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao receacutem-nascido
18 12 18 0
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequado
16 09 10 -06
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave
sauacutede vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo
08 06 12 04
2 Causas mal definidas 04 10 03 -01
3 Demais causas (natildeo claramente
evitaacuteveis)
43 33 34 -09
Total 153 123 130 -23 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
66
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs
A seguir os dados analisados no presente estudo estatildeo resumidos incluindo-se
informaccedilotildees de todas as aacutereas da Cidade sendo apresentados na Tabela 37
Desse modo podemos constatar que em todas as AP exceto na AP 10 e na AP 32
houve um aumento da taxa de natalidade de 2007 a 2015 no municiacutepio do Rio de Janeiro O
percentual de crianccedilas nascidas com baixo peso na AP 10 foi equivalente ao MRJ em 2015
apresentado a maior reduccedilatildeo de todas as AP
Embora a proporccedilatildeo de nascimentos com menos de 7 consultas preacute-natal na AP 10
tenha diminuiacutedo no triecircnio 201315 essa reduccedilatildeo foi inferior a reduccedilatildeo ocorrida em todo o
municiacutepio do Rio de Janeiro Ainda na AP 10 podemos observar que apesar de ainda
apresentar um grande percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 20132015
ela teve uma reduccedilatildeo maior do que a ocorrida no MRJ no mesmo triecircnio
O maior percentual de parto cesaacutereo ocorreu na AP 22 enquanto a AP 10 apresentou
um dos menores percentuais nesse uacuteltimo triecircnio estudado O maior aumento do percentual de
partos cesaacutereos em 2015 ocorreu na AP 53 enquanto o menor aumento desse percentual
ocorreu na AP 31
A maior proporccedilatildeo de parto realizado nos SUS aconteceu na AP 53 No triecircnio
20132015 a maior taxa de moralidade infantil se deu na AP 33 e a taxa de mortalidade
infantil estimada para o triecircnio na AP 10 foi de 131000 sendo maior do que a verificada no
MRJ taxa de 120 A AP 21 foi a que apresentou a menor taxa no uacuteltimo triecircnio do estudo
de 85
A taxa de mortalidade neonatal foi maior do que a taxa de mortalidade poacutes-neonatal agrave
custas da maior incidecircncia de oacutebitos no periacuteodo neonatal precoce A TMI por causas evitaacuteveis
diminuiu em todas as AP no triecircnio 201315 quando comparada ao triecircnio 200709 exceto
nas AP 33 e AP 53 A maior reduccedilatildeo dessa TMI ocorreu na AP 22 com uma diminuiccedilatildeo de
4444
67
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash
MRJ e APs ndash 2007 e 2017
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Taxa de
Natalidade
2007
1605
978
966
1289
1289
1342
1425
1274
1511
1603
1329
Taxa de
Natalidade
2015
1563
1028
983
1362
1275
1383
1696
1403
1721
1824
1432
Percentual
de BPN
triecircnio
20132015
92
87
88
92
97
95
92
92
89
94
92
Variaccedilatildeo
BPN
2007-2009 e
2013-2015
-116
-52
-81
-63
-17
-47
-33
-42
-30
-08
-43
Proporccedilatildeo
de Nasc
com menos
de 7 cons
Preacute Natal
Triecircnio
20132015
278
120
148
292
230
314
219
284
272
274
254
Variaccedilatildeo
da Propde
Nasc com
menos de 7
cons Preacute
Natal
2007-2009 e
2013-2015
-158
-309
-134
-163
-230
11
-248
-187
-137
-284
-170
Propde
Nasc de
Matildees
Adolesc
Triecircnio
20132015
181
84
103
183
152
174
123
179
169
214
159
Variaccedilatildeo
de Nasc de
Matildees Adol
20072009 e
20132015
-79
-169
-180
-21
-86
-20
-107
-42
-62
-41
-62
Proporccedilatildeo
de Nascim
Parto
Cesaacutereo
Triecircnio
20132015
486
640
670
515
572
577
615
534
580
477
567
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto
Cesaacutereo-
Triecircnio
20072015
16
21
19
01
49
82
70
18
147
140
57
68
(cont)
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Proporccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
Triecircnio
20132015
629
263
164
671
570
616
509
699
628
765
579
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
20072015
170
72
-513
275
-13
57
-06
54
-07
21
57
TMI total
20132015
130
85
77
129
114
140
100
133
109
171
120
TMI
Neonatal
Precoce
20132015
61
42
40
54
48
77
47
62
52
84
57
TMI
Neonatal
Tardia
20132015
23
19
10
26
23
21
19
24
20
30
22
TMI
Neonatal
20132015
84
61
50
80
71
98
67
86
72
114
79
TMI Poacutes
Neonatal
20132015
46
23
27
49
43
43
34
47
37
57
41
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20072009
106
59
81
95
90
96
75
108
96
115
93
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20132015
93
53
45
89
70
100
63
95
78
135
83
Variaccedilatildeo
de Oacutebitos
Infantis por
Causas
Evitaacuteveis
20072015
-1226
-1016
-4444
-631
-2222
416
-160
-1203
-1875
1739
-1075
Fonte SIMSINASCSVSSMS Rio-2017
69
6 DISCUSSAtildeO
Os indicadores de sauacutede podem ser afetados em seus valores ao longo do tempo
quando satildeo disponibilizados melhores serviccedilos de atenccedilatildeo agrave sauacutede assim como quando satildeo
observadas melhores condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo Inclusive iniciativas de poliacuteticas
puacuteblicas que visem beneficiar a populaccedilatildeo satildeo tatildeo importantes que podem afetar diretamente
a ocorrecircncia de fatores de risco
Neste estudo pocircde-se observar alteraccedilatildeo de alguns fatores relacionados teoricamente agrave
Mortalidade Infantil para todo o MRJ e na AP 10 quando consideradas as informaccedilotildees sobre
parto e nascimento do SINASC
Considerando a Proporccedilatildeo de Baixo Peso ao nascer houve um decreacutescimo de 116
de nascimento de crianccedilas com baixo peso (lt 2500g) na AP 10 o maior decreacutescimo entre as
aacutereas programaacuteticas O MRJ tambeacutem apresentou reduccedilatildeo desse percentual Para Gaiva (2014)
um grande nuacutemero de estudos aponta o baixo peso como um dos principais fatores
relacionados ao aumento do risco de oacutebito neonatal A prematuridade e o crescimento
intrauterino restrito satildeo os principais determinantes do baixo peso ao nascer e podem ser
avaliados atraveacutes de um acompanhamento preacute-natal de qualidade assim como uma adequada
atenccedilatildeo no momento do parto (GAIVA 2014)
Os nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes diminuiacuteram em todas as AP ao
longo do periacuteodo analisado sendo que o maior decreacutescimo ocorreu na AP 22
A idade materna eacute uma importante caracteriacutestica da gestante que traz riscos evidentes
quando a matildee se encontra abaixo dos 20 anos e quando se encontra acima dos 35 anos de
idade Em um estudo de Lima et al 2010 sobre a associaccedilatildeo entre a mortalidade neonatal
precoce e poacutes-neonatal e a idade da matildee observou-se que quando a idade materna eacute maior de
35 anos e na adolescecircncia haacute associaccedilatildeo respectivamente ao oacutebito neonatal precoce e poacutes-
neonatal Imaturidade bioloacutegica fatores socioeconocircmicos e a natildeo realizaccedilatildeo das consultas
preacute-natais necessaacuterias podem estar associados agraves adolescentes Jaacute as matildees acima de 35 anos
podem apresentar fatores como comorbidades partos ciruacutergicos e fetos com anomalias
congecircnitas que podem levar ao oacutebito infantil apesar de muitas vezes disporem de melhores
condiccedilotildees socioeconocircmicas e adequados cuidados preacute-natais (LIMA et al 2010)
70
Em relaccedilatildeo ao tipo de parto se cesaacutereo ou normal observamos um aumento do parto
cesaacutereo em todo o MRJ sendo que esse aumento foi acentuado nas AP 53 e AP 52 entre
2007 e 2015 No MRJ observou-se um aumento de 57 de parto cesaacutereo enquanto a AP 10
apresentou um aumento de 16 O parto cesaacutereo estaacute cada vez mais frequente no Brasil
assim como no resto do mundo e embora seja cada vez mais seguro ele ainda apresenta riscos
(PATAH 2011) Segundo Lansky (2014) a taxa de cesaacutereas no Brasil era de 535 em 2011
A OMS recomenda que ele seja realizado quando necessaacuterio para evitar complicaccedilotildees para
matildee e filho A Federaccedilatildeo Internacional de Ginecologia e Obstetriacutecia (FIGO) preconiza uma
proporccedilatildeo maacutexima de cesaacutereas ateacute 20 dos partos e a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede ateacute
15 dos partos (Soares 2010) Em um estudo de Sanders et al (2017) para analisar fatores
relacionados ao oacutebito infantil em Fortaleza (Cearaacute) eles verificaram que o parto cesaacutereo
demonstrou ser um fator de proteccedilatildeo para a mortalidade infantil quando realizado em
gestantes de alto risco
O nuacutemero de nascimentos de matildees com adequado nuacutemero de consultas de preacute-natal
tambeacutem eacute importante a ser observado uma vez que as gestantes que realizam menos do que
seis consultas de preacute-natal apresentam risco maior de terem oacutebito fetal (KLEIN et al 2012)
Observamos nesse estudo que o percentual de nascidos vivos de gestantes com 7 ou mais
consultas de preacute-natal aumentou em todas as AP (exceto a AP 33) de 2007 a 2015 As matildees
que realizaram um nuacutemero de consultas menor do que 7 apresentaram um iacutendice de oacutebitos
proporcionalmente maior ratificando o niacutevel de fator de risco de oacutebitos de receacutem-nascidos em
relaccedilatildeo ao numero de consultas preacute-natal Observa-se inclusive que o niacutevel de oacutebitos
decresceu graccedilas ao aumento percentual de incidecircncia de 7 ou mais consulta para as matildees em
todas as AP excetuando as AP 22 e AP 33 Fernandes (2016) reforccedila que a proporccedilatildeo de
atendimentos e consultas de preacute-natal tem sido fundamental na relaccedilatildeo direta da diminuiccedilatildeo
da ocorrecircncia do baixo peso dos receacutem-natos comparando-se com os percentuais de
incidecircncia de baixo peso quando natildeo haacute um expressivo nuacutemero de consultas de preacute-natal
Em relaccedilatildeo agrave idade gestacional o maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 tenha
ocorrido em nascidos vivos entre a 37- 41 semanas de gestaccedilatildeo e somente em seguida os
prematuros entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo de 2007 a 2015 embora um estudo de Klein
(2012) a natimortalidade e a neomortalidade encontrem-se mais associadas agrave baixa idade
gestacional
Os nascimentos ocorridos em maternidades do SUS aumentaram 17 na AP 10 nos
triecircnios analisados presumindo-se aumento de oferta de leitos puacuteblicos na aacuterea enquanto no
71
MRJ houve um aumento menor de 57 Para Barbeiro (2015) a mortalidade fetal pode ser
encontrada em maior nuacutemero em gestantes com condiccedilotildees socioeconocircmicas precaacuterias que
satildeo aquelas que utilizam as maternidades do SUS
Nesse trabalho natildeo foram levados em conta outros fatores de risco para mortalidade
infantil tais como a escolaridade da matildee a presenccedila de gestaccedilotildees anteriores ao parto atual
Apgar de 5ordm minuto menor ou igual a 7 a raccedilacor da matildee entre outros assim como outros
fatores relacionados agrave morte infantil que poderatildeo ser explorados em estudos posteriores
Embora tenha ocorrido um aumento importante de oacutebitos infantis em 2015 na AP 10
que chamou dos gestores da SMS analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP 10
e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes ao
longo do periacuteodo estudado
A taxa de mortalidade infantil na AP 10 em 2015 era de 144 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos superior a do MRJ no mesmo ano que foi de 121 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos Satildeo taxas essas ainda altas quando comparadas a paiacuteses jaacute mencionados como
Japatildeo (TMI 20) Canadaacute (TMI 40) e Estados Unidos da Ameacuterica (TMI 60) (UNICEF
2015)
O componente poacutes-neonatal estaacute mais relacionado agraves condiccedilotildees baacutesicas de sauacutede
como a aacutegua tratada saneamento baacutesico acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede condiccedilotildees
socioeconocircmicas especialmente as relativas agrave renda Essas condiccedilotildees satildeo passiacuteveis de serem
modificadas atraveacutes de uma poliacutetica de sauacutede que atenda a essas necessidades Outros fatores
que influenciam as condiccedilotildees de vida aleacutem da renda familiar satildeo o grau de escolaridade dos
pais o acesso uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel e moradia salubre (FERRARI 2012) Em 2013 as
principais causas poacutes-neonatais no MRJ foram segundo o capiacutetulo da CID 10 as
Malformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias cromossocircmicas (cap XVII) 253 as
Doenccedilas do aparelho respiratoacuterio- pneumonia e bronquiolite aguda- (cap X) 178
Algumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (cap XVI) 128 e Algumas doenccedilas
infecciosas e parasitaacuterias (cap I) 109 As causas baacutesicas segundo causas externas foi por
Riscos NE a respiraccedilatildeo (W84) 50 e Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico (W78) 325(site da
SUBPAV acesso em 18052017)
A principal causa neonatal de oacutebito infantil no MRJ em 2015 correspondeu ao feto e
receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas com agrave
gravidez atual (CID P00) afecccedilotildees essas principalmente relacionadas a transtornos maternos
hipertensivos e do trato urinaacuterio As outras duas grandes causas de morte infantil no MRJ
72
corresponderam a ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CID P36) e ldquoOutras
malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeordquo (CID Q24) Ainda em 2015 698 dos oacutebitos infantis
foram por causas evitaacuteveis no MRJ Houve uma reduccedilatildeo de 105 na taxa de mortalidade
infantil no MRJ por causas evitaacuteveis nos triecircnios analisados Essa reduccedilatildeo deveu-se
principalmente agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Houve um
aumento da TMI devido agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na
AP10 no periacuteodo estudado ainda observa-se uma proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis
por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede relacionadas aos oacutebitos infantis
Em 2015 a AP 10 apresentou 716 dos oacutebitos por Causas evitaacuteveis Houve reduccedilatildeo
de suas TMI nos triecircnios estudados sendo a maior reduccedilatildeo devida agraves Causas Mal Definidas
(reduccedilatildeo de 321) A TMI (103) em 2015 que se relacionou agraves causas evitaacuteveis de oacutebitos
infantis principalmente agraves causas ldquoReduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeordquo
(358) mostram assim a importacircncia da atenccedilatildeo agrave sauacutede da gestante na assistecircncia Preacute Natal
da Atenccedilatildeo Primaacuteria e na rede de serviccedilos
A gestante quando apresenta um nuacutemero de consultas preacute- natais maior ou igual a seis
e o iniacutecio dessas consultas se faz de maneira precoce esses fatores exercem uma proteccedilatildeo agrave
gestante e ao RN A boa qualidade dessa atenccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo tambeacutem faz com que haja
diminuiccedilatildeo da morte infantil (SILVA 2013) Esses oacutebitos poderatildeo ser evitados cada vez
mais atraveacutes de accedilotildees preventivas diagnoacutestico e tratamento precoce pelos serviccedilos de sauacutede
Estudos apontam que o as gestante que realizam 6 ou mais consultas de preacute-natal tem 4 x
menos chances que seu filho venha a oacutebito (BRUM 2015)
A hipertensatildeo eclampsia infecccedilatildeo urinaacuteria hemorragia anemia e idade gestacional
inferior a 37 semanas satildeo fatores relacionados agrave gestante que se associam agrave prematuridade e
ao baixo peso ao nascer Com o controle devido desses fatores atraveacutes de assistecircncia adequada
ao preacute- natal os oacutebitos infantis podem ser evitados (SILVA 2013) Daiacute a importacircncia da
gestante ter faacutecil acesso ao serviccedilo de sauacutede para fazer um exame preacute-natal adequado e ser
referenciada a uma maternidade para completar a sua assistecircncia e a de seu filho A maior
parte dos partos ocorre em hospitais mas isso natildeo impede os altos iacutendices de
morbimortalidade materna e perinatal produzidas por uma assistecircncia possivelmente falha
somada a um desnecessaacuterio e elevado nuacutemero de cesarianas Um adequado controle preacute-natal
assim como a prevenccedilatildeo de cesarianas sem indicaccedilotildees teacutecnicas especiacuteficas levando agrave
prematuridade iatrogecircnica podem contribuir significativamente para a reduccedilatildeo desses oacutebitos
(LANSKY 2014)
73
As afecccedilotildees perinatais encontram-se relacionadas ao cuidado preacute- natal e agrave gestante agraves
condiccedilotildees do receacutem- nascido e ao parto (Bezerra 2007) A concentraccedilatildeo maior das causas
evitaacuteveis desses oacutebitos se encontra no grupo das causas reduziacuteveis pela atenccedilatildeo agrave gestaccedilatildeo
parto feto e receacutem-nato em torno de 39 As reduziacuteveis por adequado atenccedilatildeo ao RN
correspondem a 29 seguidas das causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao parto (15)
Aquelas que estatildeo ligadas a accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequados correspondem a
15 as que necessitam de accedilotildees de promoccedilatildeo vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo se encontram
com 7 das causas e pequena parte se deve a accedilotildees de imunizaccedilotildees (BEZERRA 2007)
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes desse estudo observamos que apesar da Mortalidade Infantil no MRJ e na AP
10 tenham decrescido nos triecircnios analisados ambos satildeo ainda altas taxas de mortalidade
infantil Apesar do decliacutenio da TMI ocorrer haacute deacutecadas se faz necessaacuterio a elaboraccedilatildeo de
estrateacutegias de enfrentamento de suas causas que satildeo na sua maioria evitaacuteveis A ampliaccedilatildeo da
vigilacircncia de oacutebitos no MRJ foi uma importante estrateacutegia implantada a fim de contribuir para
a melhor qualificaccedilatildeo das causas de morte infantil para que se faccedilam accedilotildees que diminuam os
oacutebitos infantis por causas que possam ser evitadas
Em virtude da ocorrecircncia importante de oacutebitos infantis em filhos de matildees
adolescentes haacute portanto a necessidade de incrementar accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo em
sauacutede da mulher principalmente nas faixas etaacuterias extremas e em especial nas adolescentes
Pesquisas relacionadas agrave idade materna assim como a outros fatores relacionados agrave morte
infantil tambeacutem devem ser ampliadas Aleacutem disso eacute importante que se invista em accedilotildees de
poliacuteticas publicas que objetivem conscientizaccedilatildeo desses jovens do ponto de vista da educaccedilatildeo
sexual com orientaccedilotildees sobre o uso de preservativos e planejamento familiar
Devido ao aumento da cesariana tanto no MRJ como na AP 10 esforccedilos devem ser
feitos para que a cesariana seja feita apenas com recomendaccedilotildees teacutecnicas precisas e natildeo
indiscriminadamente para gestante de baixo risco Eacute importante preparar a gestante durante o
cuidado preacute-natal e enfatizar a importacircncia do parto humanizado
Um preacute-natal qualificado agrave gestante tem importacircncia fundamental para a diminuiccedilatildeo
dos oacutebitos infantis
Essa pesquisa foi realizada com a perspectiva de contribuir com a Coordenadoria da
AP 10 atraveacutes de dados recentes para uma melhor visibilidade da tendecircncia da mortalidade
74
infantil e de seus componentes assim como os fatores de risco relacionados Os dados aqui
apresentados seratildeo disponibilizados para a gestatildeo da CAP 10 a fim de que seja produzido um
informe teacutecnico especiacutefico sobre Mortalidade Infantil sensibilizando profissionais e gestores
da APS sobre a necessidade de reduccedilatildeo das causas de oacutebitos evitaacuteveis por intervenccedilotildees do
SUS
Como este foi um estudo exploratoacuterio descritivo natildeo eacute possiacutevel estabelecer-se relaccedilatildeo
entre o aumento da cobertura da APS na aacuterea e os indicadores de oacutebitos infantis Entretanto o
quadro geral apresentado na AP 10 mostra-se como ainda instaacutevel considerando-se a
expectativa de reduccedilatildeo da TMI na medida em que ocorre maior oferta de serviccedilos na APS
75
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Departamento de Anaacutelise de Situaccedilatildeo de Sauacutede Coordenaccedilatildeo Geral de Informaccedilatildeo e Anaacutelise
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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
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80
ANEXO 1
Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
Ano Mecircs Populaccedilatildeo
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Equipe de Sauacutede
Bucal
Modalidade I
Implantados Proporccedilatildeo de cobertura populacional estimada Credenciadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede
1999 01 5569181 0 000 0
1999 12 5569181 0 000 0
2000 01 5598953 0 000 0
2000 12 5598953 22 136 0
2001 01 5613897 22 135 0
2001 12 5897485 19 111 0
2002 01 5897485 19 111 0
2002 12 5897485 23 135 0
2003 01 5897485 23 135 0
2003 12 5937253 23 134 0
2004 01 5937253 23 134 0
2004 12 5974081 57 329 0
2005 01 5974081 57 329 50
2005 12 5974081 96 554 0
2006 01 5974081 98 566 0
2006 12 6094183 118 668 0
2007 01 6094183 119 674 0
2007 12 6136652 131 736 35
2008 01 6136652 144 810 35
2008 12 6136652 128 720 35
2009 01 6161047 124 694 35
2009 12 6161047 165 924 35
2010 01 6161047 170 952 35
2010 12 6186710 266 1483 228
2011 01 6186710 281 1567 228
2011 12 6320446 506 2762 228
2012 01 6320446 585 3193 228
2012 12 6355949 734 3984 528
2013 01 6355949 749 4066 528
2013 12 6390290 730 3941 528
2014 01 6390290 720 3887 528
2014 12 6390290 831 4486 528
2015 01 6390290 832 4492 528
2015 12 6390290 855 4616 528
2016 01 6390290 855 4616 528
Fonte MSSASDAB e IBGE
81
ANEXO 2
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do
Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil
Para menores de 5 anos no Grupo 1 - Causas Evitaacuteveis destacam-se
1 Grupo 1 - Causas evitaacuteveis
11 Reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo Tuberculose do sistema nervoso (A17)
Tuberculose miliar (A19) Teacutetano neonatal (A33) Outros tipos de teacutetano (A35) Difteria
(A36) Coqueluche (A37) Poliomielite aguda (A80) Sarampo (B05) Rubeacuteola (B06)
Hepatite B (B16) Caxumba (B260) Meningite por Haemophilus (G000) Rubeacuteola congecircnita
(P350) Hepatite viral congecircnita (P353)
12 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo parto feto e ao receacutem-nascido
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Siacutefilis congecircnita (A50)
Doenccedilas pelo viacuterus da imunodeficiecircncia humana (B20 a B24) Feto e receacutem-nascidos afetados
por complicaccedilotildees da placenta e das membranas (P022 P023 P027 P028 P029) Afecccedilotildees
maternas que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P00 P04) Complicaccedilotildees maternas da
gravidez que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P01) Crescimento fetal retardado e
desnutriccedilatildeo fetal (P05) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e baixo peso
ao nascer natildeo classificados em outra parte (P07) Siacutendrome da anguacutestia respiratoacuteria do
receacutem-nascido (P220) Hemorragia pulmonar originada no periacuteodo perinatal (P26)
Hemorragia intracraniana natildeo traumaacutetica do feto e do receacutem-nascido (P52) Isoimunizaccedilatildeo Rh
e ABO do feto ou do receacutem-nascido (P550 P551) Doenccedilas hemoliacuteticas do feto ou do
receacutem-nascido devidas agrave isoimunizaccedilatildeo (P558 a P579) Enterocolite necrotizante do feto e
do receacutem-nascido (P77)
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Placenta preacutevia e descolamento
prematuro da placenta (P020 a P021) Feto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees do cordatildeo
umbilical (P024 a P026) Outras complicaccedilotildees do trabalho de parto ou do parto que afetam o
receacutem-nascido (P03) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo prolongada e peso elevado ao
nascer (P08) Traumatismo de parto (P10 a P15) Hipoacutexia intra-uterina e asfixia ao nascer
(P20 P21) Aspiraccedilatildeo neonatal (P24 exceto P243)
82
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido Transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal (P221 P228 P229 P23 P25 P27 P28) Infecccedilotildees
especiacuteficas do periacuteodo perinatal (P35 a P399 exceto P350 e P353) Hemorragia neonatal
(P50 a P54) Outras icteriacutecias perinatais (P58 P59) Transtornos endoacutecrinos e metaboacutelicos
transitoacuterios especiacuteficos e do receacutem-nascido (P70 a P74) Transtornos hematoloacutegicos do
receacutem-nascido (P60 P61) Transtornos do aparelho digestivo do receacutem-nascido (P75 a P78)
Afecccedilotildees que comprometem o tegumento e a regulaccedilatildeo teacutermica do receacutem-nascido (P80 a
P83) Outros transtornos originados no periacuteodo perinatal (P90 a P968)
13 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento Tuberculose respiratoacuteria
com confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A15) Tuberculose das vias respiratoacuterias sem
confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A16) Tuberculose de outros oacutergatildeos (A18)
Meningite (G001 a G03) Infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas superiores (J00 a J06) Pneumonia
(J12 a J18) Outras infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas inferiores (J20 a J22) Edema de laringe
(J384) Doenccedilas crocircnicas das vias aeacutereas inferiores (J40 a J47 exceto J43 e J44) Doenccedilas
pulmonares devidas a agentes externos (J68 a J69) Outras doenccedilas causadas por clamiacutedias
(A70 a A74) Outras doenccedilas bacterianas (A30 A31 A32 A38 A39 A40 A41 A46 A49)
Hipotireoidismo congecircnito (E030 E031) Diabetes mellitus (E10 a E14) Distuacuterbios
metaboacutelicos ndash fenilcetonuacuteria (E700) e deficiecircncia congecircnita de lactase (E730) Epilepsia
(G40 G41) Siacutendrome de Down (Q90) Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio (N390) Febre reumaacutetica e
doenccedila cardiacuteaca reumaacutetica (I00 a I09)
14 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede Doenccedilas infecciosas intestinais (A00 a A09) Algumas doenccedilas bacterianas
zoonoacuteticas (A20 a A28) Febres por arboviacuterus e febres hemorraacutegicas virais (A90 a A99)
Rickettsioses (A75 a A79) Raiva (A82) Doenccedilas devidas a protozoaacuterios (B50 a B64)
Helmintiacuteases (B65 a B83) Outras doenccedilas infecciosas (B99) Anemias nutricionais (D50 a
D53) Deficiecircncias nutricionais (E40 a E64) Desidrataccedilatildeo (E86) Acidentes de transportes
(V01 a V99) Envenenamento acidental por exposiccedilatildeo a substacircncias nocivas (X40 a X44)
Intoxicaccedilatildeo acidental por outras substacircncias (X45 a X49) Siacutendrome da morte suacutebita na
infacircncia (R95) Quedas acidentais (W00 a W19) Exposiccedilatildeo ao fumo ao fogo e agraves chamas
(X00 a X09) Exposiccedilatildeo agraves forccedilas da natureza (X30 a X39) Afogamento e submersatildeo
acidentais (W65 a W74) Outros riscos acidentais agrave respiraccedilatildeo (W75 a W84) Exposiccedilatildeo agrave
corrente eleacutetrica agrave radiaccedilatildeo e a temperaturas e pressotildees extremas do ambiente (W85 a W99)
Agressotildees (X85 a Y09) Eventos cuja intenccedilatildeo eacute indeterminada (Y10 a Y34) Exposiccedilatildeo a
forccedilas mecacircnicas inanimadas (W20 a W49) Acidentes ocorridos em pacientes durante
83
prestaccedilatildeo de cuidados meacutedicos e ciruacutergicos (Y60 a Y69) Reaccedilatildeo anormal em pacientes ou
complicaccedilatildeo tardia causadas por procedimentos ciruacutergicos e outros procedimentos meacutedicos
sem menccedilatildeo de acidentes ao tempo do procedimento (Y83 a Y84) Efeitos adversos de
drogas medicamentos e substacircncias bioloacutegicas usadas com finalidade terapecircutica (Y40 a
Y59)
No grupo 2 - Causas de morte mal-definidas
2 Causas de morte mal-definidas Sintomas sinais e achados anormais de exames cliacutenicos e
de laboratoacuterio natildeo classificados em outra parte (R00 a R99 exceto R95) Morte fetal de causa
natildeo especificada (P95) Afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal natildeo especificadas (P 969)
No grupo 3 - Demais causas de morte (natildeo claramente evitaacuteveis)
1 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) As demais causas de morte O grupo de
especialistas sugeriu que as anaacutelises fossem processadas por peso ao nascer
considerando evitaacuteveis as mortes de casos com peso a partir de 1500g subdivididos
nas seguintes categorias 1500g a 2499g ge2500g Recomendou-se realizar novas
validaccedilotildees da lista e verificar criteacuterios de magnitude para inclusatildeo na lista Os
acidentes de tracircnsitotransporte antes incluindo os coacutedigos V01 a V89 passaram
incluir os coacutedigos de V01 a V99
84
ANEXO 3
Oacutebitos Infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ Causa (CID10 3C) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
P00 -Feto e RN afetados afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relac gravidez atual (NCOP) 58 62 104 109 94 123 137 97 107 891
P22 Desconforto respiratoacuterio do RN 129 106 113 95 79 69 79 80 61 811
P36 Septicemia bacteriana do RN 75 90 78 66 52 64 78 80 97 680
P01 Feto e RN afet complic maternas gravidez 30 49 66 56 67 69 63 53 64 517
Q24 Outr malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeo 55 57 51 42 50 53 62 56 40 466
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr 34 46 38 52 44 58 50 34 61 417
J18 Pneumonia pmicroorg NE 50 36 47 33 42 42 47 27 41 365
R99 Outr causas mal definidas e NE
mortalidade 38 30 30 40 41 31 28 27 25 290
P21 Asfixia ao nascer 44 43 42 25 20 22 22 24 31 273
W84 Riscos NE a respiracao 14 21 20 35 29 34 23 21 30 227
P96 Outr afeccoes originadas periodo
perinatal 31 30 31 29 16 19 26 19 22 223
P07 Transt rel gest curt dur peso baix nasc
NCOP 23 25 30 26 13 11 22 21 23 194
P24 Sindr de aspiracao neonatal 28 17 16 17 20 24 24 22 21 189
Q89 Outr malformaccedilotildees congen NCOP 18 17 18 22 28 26 27 18 15 189
Q33 Malformaccedilotildees congen do pulmao 26 28 26 25 19 16 18 18 9 185
J21 Bronquiolite aguda 14 10 17 16 25 20 20 10 22 154
A50 Siacutefilis congecircnita 5 7 11 20 22 27 23 15 23 153
P77 Enterocolite necrotizante do feto e RN 9 20 14 8 16 21 21 24 20 153
A41 Outr septicemias 29 14 13 13 15 11 19 19 6 139
Q91 Sindr de Edwards e sindr de Patau 10 15 9 14 24 21 11 12 12 128
Q79 Malformaccedilotildees congen sist osteomuscular
NCOP 16 9 12 14 12 17 19 8 18 125
Q25 Malformaccedilotildees congen das grandes
arterias 7 19 18 16 14 11 11 12 14 122
Q20 Malformaccedilotildees congen camaras e
comunicaccedilotildees card 13 15 12 14 11 6 9 8 14 102
P29 Transt cardiovasc orig periacuteodo perinatal 16 7 12 15 5 9 8 18 11 101
Q00 Anencefalia e malformacoes similares 14 20 8 9 13 13 6 8 10 101
W78 Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico 11 11 9 9 10 11 16 10 13 100
Q21 Malformaccedilotildees congen dos septos
cardiacos 9 17 14 6 16 11 4 12 7 96
P20 Hipoacutexia intra-uterina 11 8 3 8 10 10 7 14 15 86
Q04 Outr malformaccedilotildees congen do ceacuterebro 10 5 8 9 6 8 6 13 17 82
P03 Fet rec-nasc afet out compl trab parto
parto 7 14 18 10 10 8 6 4 5 82
P39 Outr infecc especificas do periodo
perinatal 12 17 12 7 8 5 8 3 3 75
P28 Outr afeccoes respirat orig per perinatal 8 5 8 4 9 4 4 11 19 72
A09 Diarreia e gastroenterite orig infecc
presum 10 10 11 7 5 4 5 8 8 68
Q03 Hidrocefalia congen 8 4 10 10 6 6 5 8 10 67
Q90 Sindr de Down 6 11 7 3 8 6 7 4 7 59
P23 Pneumonia congen 7 7 7 11 5 5 5 5 5 57
Q99 Outr anomalias dos cromossomos NCOP 5 4 5 5 3 11 10 5 8 56
P26 Hemorragia pulmonar orig periodo
perinatal 5 5 5 3 6 7 10 3 11 55
P27 Doenc respirat cron orig periodo perinatal 2 8 4 10 9 8 3 7 4 55
G80 Paralisia cerebral infantil 3 3 4 9 8 9 6 2 2 46
P04 Fet rec-nasc infl af noc trans plac leit mat 4 5 6 6 10 3 3 5 2 44
G00 Meningite bacter NCOP 7 6 6 7 7 3 2 5 1 44
W79 nalacao ingest aliment caus obstr trat resp 2 3 5 3 1 6 4 4 6 34
Q87 Outr sindr cmalform cong q acomet mult
sist 0 3 7 2 3 1 5 8 5 34
P61 Outr transt hematologicos perinatais 1 5 3 2 7 5 4 5 2 34
P25 Enfisema interst afecc corr orig per perinat 5 6 8 4 3 1 2 3 0 32
85
Q23Malformaccedilotildees congen v aortica e mitral 3 1 2 5 4 1 4 3 8 31
P37 Outr doenc infecc e parasit congen 1 5 3 2 4 2 7 3 4 31
P52 Hemorragia intracran nao-traum feto rec-
nasc 6 4 5 3 3 0 3 4 2 30
Q60 Agenesia renal e outr defeitos reducao
rim 3 3 1 5 4 1 0 7 5 29
A39 Infecc meningogocica 1 5 7 3 2 3 4 2 2 29
J69 Pneumonite dev solidos e liquidos 4 7 5 0 5 5 1 0 1 28
Q22 Malform congen valvas pulmonar
tricuspide 4 4 2 4 3 4 0 3 3 27
I27 Outr form de doenc cardiaca pulmonar 2 7 2 2 3 4 1 1 3 25
Q39 Malformacoes congen do esofago 4 2 0 5 5 4 1 1 2 24
J98 Outr transt respirat 0 6 3 4 2 3 2 3 1 24
P83 Outr afecc compr tegum espec feto rec-
nasc 2 5 2 3 0 2 0 4 5 23
Q61 Doenc cisticas do rim 1 2 1 4 3 2 2 4 3 22
G04 Encefalite mielite e encefalomielite 1 2 3 4 3 3 3 0 3 22
I42 Cardiomiopatias 4 2 0 1 2 1 0 2 9 21
Q43 Outr malformaccedilotildees congen do intestino 3 2 1 1 3 3 3 3 2 21
E46 Desnutric proteico-calorica NE 4 4 1 2 3 4 1 1 1 21
K56 Ileo paralitico e obstr intestinal shernia 3 0 2 1 3 1 1 5 4 20
G93 Outr transt do encefalo 4 4 2 2 1 0 1 3 2 19
Q01 Encefalocele 0 3 4 1 2 4 3 1 1 19
Q44 Malformaccedilotildees congen vesic biliar via
biliar fiacutegado 0 1 1 3 3 1 4 3 1 17
E88 Outr disturbios metabolicos 1 4 2 3 1 0 3 1 1 16
I51 Complic cardiopatias doenc cardiacas mal
def 3 3 0 1 3 0 0 4 1 15
Q05 Espinha bifida 4 1 1 1 2 1 2 2 1 15
P05 Crescimento fetal retard e desnutric fetal 4 3 2 2 0 0 1 2 1 15
Y34 Fatos ou eventos NE e intenc nao
determinada 1 1 2 2 2 2 3 1 1 15
P70 Trans transit metab carboid esp fet rec-
nasc 3 0 0 1 0 5 1 3 1 14
Q77 Osteocondr canom cresc ossos long col
vert 2 0 2 0 2 2 5 0 1 14
P55 Doenc hemolitica do feto e do recem-
nascido 0 1 3 0 2 1 2 2 2 13
Q42 Ausencia atresia e estenose congen do
colon 2 0 1 2 1 2 1 3 1 13
Q78 Outr osteocondrodisplasias 2 1 0 2 0 1 4 2 1 13
B20 Doenc pHIV result doenc infecc e
parasit 2 4 1 1 0 0 3 1 1 13
P60 Coagulacao intravasc dissem feto rec-
nasc 3 0 2 0 1 3 4 0 0 13
P35 Doenc virais congen 3 4 0 1 1 3 1 0 0 13
G03 Meningite dev outr causas e a causas NE 3 3 1 1 0 1 0 2 1 12
A37 Coqueluche 0 0 1 0 1 5 0 1 3 11
Q07 Outr malformacoes congen do sist
nervoso 0 2 2 2 0 2 0 2 1 11
B01 Varicela 1 1 1 2 3 2 1 0 0 11
P74 Outr dist eletrolit metab transit per neonat 3 0 4 0 2 2 0 0 0 11
Q64 Outr malformacoes congen aparelho
urinario 2 0 2 1 1 1 1 0 2 10
Q62 Anom cong obstr pelv renal malf cong
ureter 1 1 1 0 1 2 2 1 1 10
E86 Deplecao de volume 3 1 1 3 2 0 0 0 0 10
P78 Outr transt ap digestivo periodo perinatal 0 0 1 2 1 0 1 1 3 9
N39 Outr transt do trato urinario 1 1 0 0 1 1 2 1 2 9
Q32 Malformaccedilotildees congecircnitas de traqueacuteia e
brocircnquios 0 1 0 3 0 0 2 2 1 9
Q41Ausecircncia atresia estenose congecircnita
intestino delgado 1 0 0 3 2 1 0 1 1 9
J15 Pneumonia bacteriana NCOP 1 2 1 0 3 0 0 1 1 9
K21 Doenc de refluxo gastroesofaacutegico 2 1 0 1 0 3 0 2 0 9
K72 Insuf hepatica NCOP 1 0 1 1 2 2 1 1 0 9
W75 Sufocaccedilatildeo e estrangulamento acidental na 0 0 0 1 1 1 0 4 1 8
86
cama
G91 Hidrocefalia 0 0 0 1 1 0 2 3 1 8
Q63 Outr malformacoes congen do rim 0 0 0 2 3 0 0 3 0 8
C71 Neopl malig do encefalo 3 0 1 1 3 0 0 0 0 8
Q75 Outr malformacoes congen ossos cranio e
face 1 0 1 0 0 0 2 0 3 7
Q02 Microcefalia 1 1 0 0 0 1 1 1 2 7
E84 Fibrose cistica 1 1 1 0 0 1 0 3 0 7
A91 Febre hemorragica dev virus do dengue 0 6 0 0 1 0 0 0 0 7
J45 Asma 3 1 2 1 0 0 0 0 0 7
H66 Otite media supurativa e as NE 0 0 0 0 1 1 1 1 2 6
E43 Desnutric proteico-calorica grave NE 0 1 0 1 0 1 1 1 1 6
Q28 Outr malform congen aparelho
circulatorio 3 0 1 0 0 0 1 0 1 6
E87 Outr transt equil hidroeletr e acido-basic 1 1 2 0 0 1 0 0 1 6
Q31 Malformacoes congen da laringe 0 2 0 0 0 0 1 3 0 6
W04 Queda enquanto carreg apoiado poutr
pessoas 0 0 2 1 0 1 1 1 0 6
A90 Dengue 1 3 0 0 1 0 1 0 0 6
Y07 Outr sindr de maus tratos 0 0 3 0 3 0 0 0 0 6
D65 Coagulacao intravascular disseminada 3 0 1 0 2 0 0 0 0 6
R95 Sindr da morte subita na infancia 0 1 0 0 0 0 1 2 1 5
B25 Doenc pcitomegalovirus 0 0 0 2 0 0 1 1 1 5
I62 Outr hemorragias intracranianas nao-
traum 0 2 0 0 0 0 1 1 1 5
I50 Insuf cardiaca 0 1 0 2 0 0 1 0 1 5
P76 Outr obstrucoes intestinais do recem-
nascido 0 1 1 0 1 1 0 0 1 5
K92 Outr doenc do aparelho digestivo 1 0 2 1 0 0 0 0 1 5
I31 Outr doenc do pericardio 0 0 1 1 1 0 1 1 0 5
J20 Bronquite aguda 0 0 0 0 1 3 0 1 0 5
A04 Outr infecc intestinais bacter 0 1 2 1 0 0 0 1 0 5
G40 Epilepsia 0 0 1 1 0 1 2 0 0 5
R68 Outr sint e sinais gerais 3 0 0 0 0 0 2 0 0 5
P56 Hidropsia fetal dev doenc hemolitica 1 1 2 0 0 0 1 0 0 5
X09 Exposicao a tipo NE de fumacas fogo
chamas 0 0 1 0 1 3 0 0 0 5
D57 Transt falciformes 1 0 1 1 1 1 0 0 0 5
G12 Atrofia muscular espinal e sindr
correlatas 0 1 0 0 0 0 1 0 2 4
Q45 Outr malformacoes congen aparelho
digestivo 1 0 0 0 0 0 1 0 2 4
A19 Tuberc miliar 0 0 0 1 1 0 0 1 1 4
I40 Miocardite aguda 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q26 Malformacoes congen das grandes veias 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q37 Fenda labial cfenda palatina 0 0 0 0 0 1 2 0 1 4
E75 Disturb metab esfingolip e outr depos
lipid 0 0 0 0 1 0 2 0 1 4
Q93 Monossomias e delecoes dos autossomos
NCOP 0 0 0 1 0 1 1 0 1 4
N19 Insuf renal NE 0 2 0 0 1 0 0 0 1 4
W06 Queda de um leito 0 0 0 0 1 1 1 1 0 4
Q30 Malformacao congen do nariz 0 1 1 0 0 0 1 1 0 4
N17 Insuf renal aguda 0 1 0 1 1 0 0 1 0 4
P90 Convulsoes do recem-nascido 1 2 0 0 0 0 0 1 0 4
P54 Outr hemorragias neonatais 0 0 1 0 1 0 2 0 0 4
V03 Pedestre traum colis automov pickup
caminhon 0 0 3 0 0 0 1 0 0 4
D64 Outr anemias 0 0 2 1 0 1 0 0 0 4
W74 Afogamento e submersao NE 1 0 1 1 0 1 0 0 0 4
K83 Outr doenc das vias biliares 0 2 1 0 0 1 0 0 0 4
P91 Outr disturbios funcao cerebral rec-nasc 0 2 0 1 1 0 0 0 0 4
N13 Uropatia obstrutiva e prefluxo 2 1 0 0 1 0 0 0 0 4
C74 Neopl malig da gland supra-renal 1 0 2 1 0 0 0 0 0 4
J22 Infecc agudas NE das vias aereas infer 0 0 0 1 0 0 0 0 2 3
J90 Derrame pleural NCOP 0 0 0 1 0 0 0 1 1 3
P38 Onfalite recem-nasc cou shemorragia 1 0 0 0 0 0 0 1 1 3
87
leve
E74 Outr disturbios do metabolismo
carboidratos 0 0 0 0 0 2 0 0 1 3
X59 Exposicao a fatores NE 0 0 0 0 1 1 0 0 1 3
I33 Endocardite aguda e subaguda 0 0 1 0 0 1 0 0 1 3
V09 Pedestre traum outr acid transp e NE 0 0 0 1 1 0 0 0 1 3
Y09 Agressao pmeios NE 1 0 0 0 1 0 0 0 1 3
I61 Hemorragia intracerebral 0 0 0 0 1 0 1 1 0 3
B22 Doenc pHIV result em outr doenc espec 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
W19 Queda sespecificacao 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
V89 Acid veic mot n-mot tipos de veic NE 0 0 0 0 1 1 0 1 0 3
P80 Hipotermia do recem-nascido 1 0 0 0 0 1 0 1 0 3
K55 Transt vasculares do intestino 0 0 1 1 0 0 0 1 0 3
Q27 Outr malformacoes congen sist vasc perif 0 2 0 0 0 0 0 1 0 3
A16 Tuberc vias respirat sconf bacter histol 0 1 0 0 0 0 2 0 0 3
L03 Celulite 0 0 0 0 1 1 1 0 0 3
K40 Hernia inguinal 0 0 0 1 1 0 1 0 0 3
Y19 Env out prod quim subst noc e NE int n
det 0 0 0 1 1 1 0 0 0 3
J38 Doenc das cordas vocais e da laringe
NCOP 0 0 1 0 1 1 0 0 0 3
C92 Leucemia mieloide 0 0 1 1 0 1 0 0 0 3
J96 Insuf respirat NCOP 1 0 1 0 0 1 0 0 0 3
J80 Sindr do desconforto respirat do adulto 0 0 1 0 2 0 0 0 0 3
Q40 Outr malform congen trato digestivo
super 0 0 1 1 1 0 0 0 0 3
A17 Tuberc do sist nervoso 1 1 0 0 1 0 0 0 0 3
P58 Ictericia neonatal dev outr hemolises
excess 0 0 2 1 0 0 0 0 0 3
D68 Outr defeitos da coagulacao 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
P15 Outr traum de parto 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
J09 Influenza (gripe) devida a viacuterus
identificado da gripe aviaacuteria
0 0 3 0 0 0 0 0 0 3
B99 Doenc infecc outr e as NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
W87 Exposicao a corrente eletrica NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
P72 Outr transt endocrinos transit period
neonat 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2
I21 Infarto agudo do miocardio 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2
D61 Outr anemias aplasticas 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2
A86 Encefalite viral NE 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
V47 Ocup automovel traum colis obj fixo
parado 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
E72 Outr disturbios metabolismo de
aminoacidos 1 0 0 0 0 0 0 0 1 2
J12 Pneumonia viral NCOP 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2
Y04 Agressao pmeio de forca corporal 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Y06 Negligencia e abandono 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
R09 Outr sint sinais relat ap circulat respirat 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2
E70 Disturbios metabolism aminoacidos
aromaticos 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
K31 Outr doenc do estomago e do duodeno 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
I88 Linfadenite inespecifica 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2
D76 Alg doenc q env tec linforr e sist
reticuloh 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
E14 Diabetes mellitus NE 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
Y05 Agressao sexual pmeio de forca fisica 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
D84 Outr imunodeficiencias 0 0 0 0 1 0 1 0 0 2
G71 Transt prim dos musculos 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
J86 Piotorax 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
Q34 Outr malformacoes congen aparelho
respirat 0 0 1 0 0 0 1 0 0 2
L02 Abscesso cutaneo furunculo e antraz 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
Q06 Outr malformacoes congen da medula
espinhal 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
E25 Transt adrenogenitais 0 0 1 0 0 1 0 0 0 2
D18Hemangioma e linfangioma de qq localiz 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
88
X99 Agressao objeto cortante ou penetrante 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
C76 Neopl malig outr localiz e mal definidas 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
K63 Outr doenc do intestino 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
J70 Afeccoes respirat dev outr agentes
externos 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
Y83 Reac anorm compl tard interv cirurg
sacid 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
I60 Hemorragia subaracnoide 0 0 0 1 1 0 0 0 0 2
J06 Infecc agudas vias aereas super loc mult
NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
P59 Ictericia neonatal dev outr causas e as NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
B24 Doenc pHIV NE 0 1 0 0 1 0 0 0 0 2
P92 Problemas de alimentacao do recem-
nascido 1 0 0 0 1 0 0 0 0 2
X36 Vitima avalanc desab terra out mov sup
terr 0 0 1 1 0 0 0 0 0 2
J10 Influenza dev virus influenza identificado 0 0 2 0 0 0 0 0 0 2
C22 Neopl malig figado vias biliares intra-
hepat 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E03 Outr hipotireoidismos 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E23 Hipofuncao e outr transt da hipofise 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
E41 Marasmo nutricional 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
A40 Septicemia estreptococica 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
C72 Neop mal med esp nerv cran out sist nerv
cen 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
E71 Dist metab aminoacidos cad ramif e acid
grax 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I26 Embolia pulmonar 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I80 Flebite e tromboflebite 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
N10 Nefrite tubulo-intersticial aguda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
P50 Perda sanguinea fetal 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Q92 Outr trissomias e trissom parc autoss
NCOP 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V04 Pedestre traum colis veic transp pesado
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V44 Ocup autom traum colis veic trans pesad
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
W20 Impacto caus objeto lanc projetado em
queda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Y08 Agressao poutr meios espec 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
D59 Anemia hemolitica adquir 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
G60 Neuropatia hereditaria e idiopatica 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
M60 Miosite 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
P53 Doenc hemorragica do feto e do recem-
nascido 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
W08 Queda de outr tipo de mobilia 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X08 Exposicao outr tipo espec fumaca fogo
chamas 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X91 Agressao enforc estrangulamento
sufocacao 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
B49 Micose NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C33 Neopl malig da traqueia 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C38 Neopl malig do coracao mediastino e
pleura 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C73 Neopl malig da gland tireoide 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C95 Leucemia de tipo celular NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
J39 Outr doenc das vias aereas super 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
K52 Outr gastroenterites e colites nao-infecc 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q36 Fenda labial 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q68 Outr deform osteomusculares congen 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C64 Neopl malig do rim exceto pelve renal 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
C91 Leucemia linfoide 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
D48 Neopl comp incdesconh outr localiz e NE 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J04 Laringite e traqueite agudas 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J34 Outr transt do nariz e dos seios paranasais 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
L51 Eritema polimorfo 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
89
MORTALIDADE INFANTIL POR CAUSAS EVITAacuteVEIS NA AacuteREA
PROGRAMAacuteTICA 10 DO MUNICIacutePIO DO RIO DE JANEIRO
MARIA LUIZA RAMOS DA SILVA
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave
Universidade Estaacutecio de Saacute como requisito
obrigatoacuterio para obtenccedilatildeo do grau de Mestre
em Sauacutede da Famiacutelia
Orientadora Profa Dra Maria Tereza Fonseca
da Costa
Rio de Janeiro
2017
S586m Silva Maria Luiza Ramos da
Mortalidade infantil por causas evitaacuteveis na aacuterea programaacutetica 10 do municiacutepio do Rio de
Janeiro Maria Luiza Ramos da Silva ndash Rio de Janeiro 2018
88f 30cm
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Sauacutede da Famiacutelia)-Universidade Estaacutecio de Saacute 2018
Orientadora Profordf Drordf Maria Tereza Fonseca da Costa
1 Mortalidade 2 Mortalidade infantil 3 Atenccedilatildeo primaria agrave sauacutede 4 Causa da morte 5
Sauacutede da Famiacutelia I Costa Maria Tereza Fonseca da II Tiacutetulo
MARIA LUIZA RAMOS DA SILVA
MORTALIDADE INFANTIL POR CAUSAS EVITAacuteVEIS NA AacuteREA
PROGRAMAacuteTICA 10 DO MUNICIacutePIO DO RIO DE JANEIRO
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave Universidade Estaacutecio de Saacute como requisito para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Sauacutede da Famiacutelia Orientadora Profordf Drordf Maria Tereza Fonseca da Costa
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Profordf Drordf Maria Teresa Fonseca da Costa
Orientadora Universidade Estaacutecio de Saacute
_____________________________________________
Prof Dr Ricardo de Mattos Russo Rafael
Universidade Estaacutecio de Saacute
_____________________________________________
Profordm Dra Valeacuteria Romano
Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ
Dedico esse trabalho agrave minha matildee
Vilma grande amor da minha vida
AGRADECIMENTOS
Agrave minha matildee Vilma por ser uma matildee maravilhosa pelo seu amor
Ao meu pai Seacutergio (in memorian) por ter me ensinado tantas coisas importantes sobretudo
ser uma pessoa honrada
Ao meus filho Daniel e tambeacutem a Minie e Cookie que amo tanto
Aos meus irmatildeos Maria Paula e Seacutergio por acreditarem em mim Agrave minha famiacutelia que eu
desejo toda a felicidade do mundo
Agrave minha orientadora Maria Tereza Fonseca da Costa pelo apoio compreensatildeo e carinho
Aos meus professores do mestrado queridos por terem me ensinado tantas coisas importantes
e terem ampliado tanto os meus conhecimentos
Ao professor Ricardo Mattos pela generosidade gentileza aleacutem de ter aceitado o convite para
a minha banca contribuindo com ensinamentos valiosos
Agrave professora Valeacuteria Romano pelo carinho aleacutem de ter aceitado fazer parte da minha banca
quando fez grandes contribuiccedilotildees ao trabalho
Aos amigos queridos do mestrado o carinho a amizade o companheirismo Foi um enorme
prazer ir agraves aulas desfrutar a alegria do conviacutevio com vocecirc Um agradecimento especial agrave
Nayara Borges que com tanta generosidade me ajudou no momento em que eu mais
precisava ao alto astral dos risos da amiga Mocircnica Soares e ao apoio da amiga Viviane
Pereira Porto Agradeccedilo tambeacutem a Ana Paula Moura Nunes querida do administrativo
Agrave amiga Denise de Mattos Gaudard amiga de muitos anos de uma vida que me ajudou tanto
no trabalho na sua formataccedilatildeo estruturaccedilatildeo e revisatildeo
Agrave minha terapeuta querida Beatriz Breves pelo apoio pelo incentivo pelo carinho pela
ajuda
Ao Bruno Cardoso da Gerecircncia de Dados Vitais da SVSSMS Rio por ter me apoiado com o
trabalho
Aos meus amigos amados que fazem a minha jornada nessa vida mais feliz
A Deus por iluminar o meu caminho por cuidar de mim e de todos que eu amo Por me
ajudar a tentar cada dia ser uma pessoa melhor
ldquoDeixai as crianccedilas virem a mim rdquo
(Mateus 1913-15)
RESUMO
Introduccedilatildeo A mortalidade infantil relaciona-se agraves condiccedilotildees sociais e econocircmicas da
populaccedilatildeo e tambeacutem agrave oferta e qualidade dos serviccedilos de sauacutede Apesar do decliacutenio de suas
taxas no Brasil nas uacuteltimas deacutecadas ela ainda se apresenta elevada quando comparada a
outros paiacuteses e haacute uma grande proporccedilatildeo de oacutebitos evitaacuteveis Objetivo Analisar a variaccedilatildeo
dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados para
o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea Programaacutetica (AP) 10 do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015 Metodologia Estudo exploratoacuterio
descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre a mortalidade infantil e sua evitabilidade
considerando os oacutebitos de menores de um ano de residentes na aacuterea de bairros centrais do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 com descriccedilatildeo da variaccedilatildeo por ano e
pelos triecircnios correspondentes a este periacuteodo Foram utilizados dados secundaacuterios de bases
dos sistemas de mortalidade e de nascimentos com classificaccedilatildeo das causas de oacutebitos
segundo Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do
Brasil Resultados Houve aumento de oacutebitos infantis em 2015 na aacuterea diferente da
diminuiccedilatildeo da meacutedia no municiacutepio Analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP
10 e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes
considerando-se o primeiro e uacuteltimo triecircnio Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da
Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na AP10 no periacuteodo estudado ainda se observa uma
proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
relacionadas aos oacutebitos infantis
Palavras Chave Mortalidade Infantil Causas de Morte Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
ABSTRACT
Introduction Infant mortality is related to the social and economic conditions of the
population and also to the supply and quality of health services Despite the decline of its
rates in Brazil in recent decades it is still high when compared to other countries and there is
a large proportion of preventable deaths Objective To analyze the variation of infant deaths
by components and according to the avoidance criteria recommended for the Brazilian
Unified Health System (SUS) in the Program Area (AP) 10 in the municipality of Rio de
Janeiro between 2007 and 2015 Methods Descriptive exploratory study of temporal and
quantitative series on infant mortality and its avoidability considering the deaths of children
under one year of age in the central districts of the city of Rio de Janeiro from 2007 to 2015
with a description of the variation per year and for the triennia corresponding to this period
Secondary data from the bases of mortality and birth systems were used with a classification
of causes of death according to the List of Causes of Deaths Avoidable by Interventions of the
Brazilian Unified Health System Results There was an increase in infant deaths in 2015 in
the area different from the average decrease in the municipality Analyzing the Infant
Mortality in AP 10 and MRJ we observed a reduction of their rates in relation to all their
components considering the first and last three years Although there was a reduction in
Infant Mortality in MRJ and also in AP10 during the period under study there is still a
significant proportion of Avoidable Causes by Intervention of the Unified Health System
related to infant deaths
Key words Infant Mortality Cause of Death Primary Health Care
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2010
Tabela 2 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao nascerlt 2500g
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios
MRJ 2007 a 2015
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal no periacuteodo
MRJ 2007 a 2015
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ
Tabela 14 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee
Tabela 15 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 21 - TMI por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 22 - TMI por componentes por periacuteodo no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Tabela 25 - TMI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio
Tabela 26 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade- MRJ
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeo segundo evitabilidade
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 33 - Taxa de MI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash MRJ e APs ndash 2007 e
2017
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 - Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo
feita em base ao periacuteodo de 2000 a 2010
Graacutefico 5 - Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP de 20715
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de
2007 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10 por triecircnio de 2007 a
2015
Graacutefico 12 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID no MRJ
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Figura 2 - Bairros da AP 10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 - Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
ANEXO 2 - Lista de causas evitaacuteveis
ANEXO 3 - Oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AP Aacuterea Programaacutetica (ou Aacuterea de Planejamento)
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
BP Baixo Peso
Cap Capiacutetulo
CID-10 Classificaccedilatildeo Estatiacutestica Internacional de Doenccedilas e Problemas Relacionados agrave
Sauacutede 10ordf revisatildeo tambeacutem conhecida como Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas 10ordf
revisatildeo
CMI Coeficiente de Mortalidade Infantil
CMS Centro Municipal de Sauacutede
CNDSS Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
DATASUS Departamento de Informaacutetica do SUS
DNV Declaraccedilotildees de Nascido Vivo
DO Declaraccedilatildeo de Oacutebito
DSS Determinantes Sociais de Sauacutede
EQSF Equipe Sauacutede da Famiacutelia
ESB Equipe de Sauacutede Bucal
ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano
MI Mortalidade Infantil
MRJ Municiacutepio do Rio de Janeiro
MS Ministeacuterio da Sauacutede
Nordm Nuacutemero
NV Nascidos Vivos
OBS Observaccedilatildeo
ODM Objetivos do Desenvolvimento do Milecircnio
OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OTICS Observatoacuterio de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo em Sistemas e Serviccedilos
de Sauacutede
PACS Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
PSF Programa de Sauacutede da Famiacutelia
RJ Rio de Janeiro
RN Receacutem-nascido
SIM Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade
SMS Secretaria Municipal de Sauacutede
SMS-RJ Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
SINASC Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos
SUBPAV Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria Vigilacircncia e Promoccedilatildeo da Sauacutede
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
TABNET eacute um instrumento desenvolvido pelo DATASUS ndash Departamento de Informaacutetica
do Sistema Uacutenico de Sauacutede oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) que permite tabulaccedilotildees on-
line de dados e geraccedilatildeo de informaccedilotildees
TMI Taxa de Mortalidade Infantil
TMF Taxa de Mortalidade Fetal
UIS Unidade Integrada de Sauacutede
UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria 22
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro 23
23 Mortalidade Infantil no Brasil 27
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis 31
3 OBJETIVOS 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 METODOLOGIA 37
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados 37
42 Cenaacuterio de Estudo 37
43 Estrateacutegia de Anaacutelise 38
44 Aspectos Eacuteticos 41
5 RESULTADOS 41
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro 42
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ 50
53 Mortalidade Infantil na AP 10 55
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10 58
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs 66
6 DISCUSSAtildeO 69
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 71
8 REFEREcircNCIAS 75
9 ANEXOS 80
17
1 INTRODUCcedilAtildeO
A mortalidade infantil eacute um assunto de extrema importacircncia no Brasil e em todo
mundo Aleacutem de ser um indicador das condiccedilotildees soacutecio econocircmicas de uma populaccedilatildeo
tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos de sauacutede Para Bezerra et al (2007) a taxa de
mortalidade infantil representa um indicador de extrema importacircncia sendo um dos mais
utilizados no acircmbito internacional e encontra-se relacionada com fatores soacutecio-ambientais
nutriccedilatildeo saneamento baacutesico fatores relacionados a serviccedilos que prestam atenccedilatildeo agrave gestante e
ao receacutem-nato (BEZERRA 2007) Apesar de apresentar um decliacutenio de suas taxas desde
1990 ainda tem sido um desafio minimizar seus determinantes que em grande parte satildeo
evitaacuteveis No Brasil ainda encontramos taxas elevadas de mortalidade infantil quando nos
comparamos a paiacuteses desenvolvidos A estimativa para o Japatildeo por exemplo era de uma taxa
de mortalidade infantil de 20 1000 em 2015 sendo uma das menores do mundo Jaacute para o
Canadaacute a taxa estimada era de 40 nos EUA 60 enquanto para o Brasil a estimativa era 150
1000 no mesmo periacuteodo (UNICEF 2015 p 1923 e 27)
Segundo Antunes (2015) estudos sobre as condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo suas
relaccedilotildees sociais econocircmicas bioloacutegicas culturais e poliacuteticas revelam as disparidades entre a
sauacutede de seus integrantes onde as condiccedilotildees sociais e econocircmicas fraacutegeis implicam
desigualdades em sauacutede (ANTUNES 2015) Buss e Pellegrini (2007) reforccedilam esta
observaccedilatildeo ao relatar que as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo diretamente ligadas agraves
condiccedilotildees sociais que agravadas pela iniquidade de renda contribuem para um risco
diferenciado na maior parte a populaccedilatildeo Para isso foi proposta uma seacuterie de conceitos sobre
os Determinantes Sociais de Sauacutede (DSS)
ldquoPara a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) os
DSS satildeo os fatores sociais econocircmicos culturais eacutetnico-raciais psicoloacutegicos e
comportamentais que influenciam a ocorrecircncia de problemas de sauacutede e seus fatores
de risco na populaccedilatildeordquo (BUSS e PELLEGRINI 2007 p 78)
Em 2005 foi criada a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
(DSS) a partir da orientaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) para se discutir e
ampliar o conhecimento e a consciecircncia sobre os determinantes sociais da sauacutede assim como
suas relaccedilotildees a desigualdade e iniquidade em sauacutede Para se analisar o conceito de
18
Iniquumlidade em sauacutede pode-se remontar a Whitehead (1992) apud Buss e Pellegrini (2007) que
traduz este conceito do ponto de vista eacutetico e social ao mencionar iniquidades em sauacutede como
sendo desigualdades injustas e indesejaacuteveis para a populaccedilatildeo (BUSS e PELLEGRINI 2007)
O conceito de equidade estabelece o direito de todos desde que se possa atender agraves
necessidades de pessoas que precisam mais fazendo com que haja justiccedila social Atraveacutes do
Relatoacuterio Final da Comissatildeo Nacional sobre Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) 2008
o Brasil esteve situado ldquoem 11ordm lugar entre os mais desiguais do mundo em termos de
distribuiccedilatildeo da rendardquo com dados de 2005 (CNDSS 2008 p11) produzindo uma injusta
desigualdade social (FIOCRUZ 2008)
A questatildeo da sauacutede como um princiacutepio baacutesico da humanidade tem tanta relevacircncia
que a partir de 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) propocircs o relatoacuterio onde
descreve os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) que continha metas
apontadas ateacute 2015 (ONU 2000) Esse relatoacuterio menciona o quarto objetivo que destaca as
estrateacutegias da ONU para os governos de todo mundo sobre quais satildeo as diretrizes para
promover a reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia em dois terccedilos tendo como referecircncia a taxa
de 1990 Santos et al (2012) ratificam que estas diretrizes foram sugeridas estrateacutegias
regionais que utilizaram os seguintes indicadores a taxa de mortalidade na infacircncia (menores
de 5 anos) entre 1990 e 2015 a taxa de mortalidade infantil (menores de 1 ano) e a proporccedilatildeo
de crianccedilas de ateacute 1 ano vacinadas contra o sarampo (SANTOS 2012)
A meta dos ODM a respeito dos oacutebitos infantis foi alcanccedilada no Brasil em 2010
passando para uma taxa de 156 oacutebitos por 1000 nascidos vivos embora o paiacutes ainda
apresente alta taxa de mortalidade infantil (IBGE 2016) Assim parece ser fundamental que
se conheccedilam as principais de causas de morte infantil assim como as causas de mortes
evitaacuteveis neste grupo a fim de contribuir para a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no Brasil
(MENEZES 2014)middot
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foi definido na Constituiccedilatildeo de 1988 e
regulamentado pelas Leis Orgacircnicas da Sauacutede (lei 88090 e Lei 814290) a fim de
democratizar os serviccedilos de sauacutede no Brasil dessa forma garantindo o acesso universal aos
serviccedilos de sauacutede puacuteblica Seus princiacutepios aleacutem da universalidade satildeo a integralidade
equidade a regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo da rede das accedilotildees e dos serviccedilos de sauacutede a
descentralizaccedilatildeo na sauacutede e participaccedilatildeo e controle social (BRASIL 2012)
19
O Programa Sauacutede da Famiacutelia instituiacutedo no Brasil em 1994 como um dos muitos
programas do governo brasileiro que seguem os princiacutepios e diretrizes do SUS trazendo a
reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria Em 1998 mudou de denominaccedilatildeo e passou a se chamar
Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia uma vez que sua principal caracteriacutestica foi a de ser uma
estrateacutegia de reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no Brasil (JESUS 2015)
Aleacutem de se apresentar como o primeiro contato do paciente com o serviccedilo de sauacutede o
PSF priorizou accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de sauacutede representando uma
importante conquista social prevista na Constituiccedilatildeo de 1988 A ESF permite um maior
acesso ao SUS assim como a realizaccedilatildeo de uma assistecircncia que busca acompanhar o
indiviacuteduo e sua famiacutelia dentro do seu ambiente social A atenccedilatildeo ao preacute-natal do mesmo
modo que os acompanhamentos da crianccedila menor de um ano possibilitam a prestaccedilatildeo de um
serviccedilo de qualidade agrave sauacutede materna e infantil no territoacuterio da ESF (BRASIL 2012)
A motivaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo ocorreu ao longo da construccedilatildeo da minha
carreira profissional como meacutedica generalista atuando na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde
2001 A humanizaccedilatildeo do atendimento o viacutenculo entre os profissionais de sauacutede e os usuaacuterios
da ESF assim como o atendimento longitudinal (ou seja ao longo do tempo) com enfoque
nas linhas de cuidado (relativas ao fluxo assistencial) garantidas ao usuaacuterio contribuem para a
percepccedilatildeo de uma maior e melhor oferta de assistecircncia agrave sua sauacutede visando melhorar os
indicadores de sauacutede A sauacutede infantil e a possiacutevel interferecircncia nos seus indicadores com a
expansatildeo da ESF na Cidade mostrou-se como um adequado tema para estudo O Mestrado
em Sauacutede da Famiacutelia e a realizaccedilatildeo desse estudo foram uma boa oportunidade quando
complementei esse tempo e experiecircncia de trabalho com uma pesquisa a qual poderaacute
contribuir no conhecimento sobre sauacutede na infacircncia observando-a no contexto expansatildeo
recente da atenccedilatildeo primaacuteria no municiacutepio do Rio de Janeiro
Por razotildees relacionadas agraves questotildees de tempo para a realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo do
Mestrado definiu-se uma aacuterea especiacutefica da Cidade sobre a qual as informaccedilotildees foram mais
objetivamente analisadas Uma suposiccedilatildeo inicial era a de que estaria ocorrendo melhoria
contiacutenua dos indicadores de sauacutede infantil com o maior acesso aos serviccedilos de sauacutede do
municiacutepio do Rio de Janeiro nos moldes dos paiacuteses e regiotildees que priorizam a atenccedilatildeo
primaacuteria haacute mais tempo Houve a definiccedilatildeo de aacuterea geograacutefica especiacutefica no municiacutepio para
melhor focalizar os interesses desse estudo a Aacuterea Programaacutetica 10 (AP 10) que seraacute
apresentada a seguir tambeacutem porque em 2015 foi observada tendecircncia de aumento da
mortalidade infantil nesta aacuterea diferente do que ocorreu na maior parte das aacutereas da Cidade
20
Como questatildeo norteadora inicial deste estudo apresentou-se ldquoComo estaacute o
Mortalidade Infantil apoacutes a expansatildeo da ESF na AP 10 em relaccedilatildeo agraves taxas do municiacutepio do
Rio de Janeirordquo
Neste momento foi tambeacutem importante compreender como ofertar cada vez mais
serviccedilos de sauacutede de qualidade para a populaccedilatildeo em especial agrave gestante ao receacutem-nascido e agrave
da crianccedila menor de um ano que necessitam ter um acesso facilitado e uma assistecircncia
qualificada visando contribuir com a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no municiacutepio
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria
Em setembro de 1978 a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Fundo das
Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (UNICEF) articularam uma Conferecircncia Internacional sobre
Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) Essa conferecircncia denominada ldquoConferecircncia de Alma-
Atardquo se tornou um marco histoacuterico para a sauacutede jaacute que o modelo anterior de atenccedilatildeo agrave sauacutede
com um vieacutes mais biomeacutedico verticalizado especializado e intervencionista estava sendo
fortemente questionado Eram necessaacuterias novas abordagens para a intervenccedilatildeo em sauacutede
(GIOVANELLA 2009)
ldquoNa Declaraccedilatildeo de Alma-Ata a APS eacute concebida como a atenccedilatildeo agrave sauacutede essencial
baseada em meacutetodos e tecnologias apropriadas cientificamente comprovados e
socialmente aceitaacuteveis cujo acesso deve ser garantido a todas as pessoas e famiacutelias
da comunidade mediante sua plena participaccedilatildeo Pressupotildee assim a participaccedilatildeo
comunitaacuteria e a democratizaccedilatildeo dos conhecimentos incluindo lsquopraticantes
tradicionaisrsquo (curandeiros parteiras) e agentes de sauacutede da comunidade treinados
para tarefas especiacuteficas contrapondo-se ao elitismo meacutedico Nessa concepccedilatildeo a
APS representa o primeiro niacutevel de contato com o sistema de sauacutede levando a
atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel de onde as pessoas residem e trabalham
Contudo natildeo se restringe ao primeiro niacutevel integrando um processo permanente de
assistecircncia sanitaacuteria que inclui a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo a cura e a reabilitaccedilatildeordquo
(GIOVANELLA 2009 p579)
Em seguida em 1986 foi realizada a Primeira Conferecircncia Internacional sobre
Promoccedilatildeo da Sauacutede em Ottawa no Canadaacute com vistas agraves novas propostas em sauacutede puacuteblica
segundo Emiacutelia Nunes (2011) Foi assinada ao final da Conferecircncia a Carta de Otawa que
aleacutem de propor uma visatildeo consciente sobre os determinantes de sauacutede por uma populaccedilatildeo
ativa e em relaccedilatildeo agraves questotildees voltadas para os serviccedilos de sauacutede propotildee tambeacutem a reduccedilatildeo
das disparidades sociais e econocircmicas dentre outros objetivos Buscava-se assim uma nova
sauacutede puacuteblica como uma grande estrateacutegia para a obtenccedilatildeo de ldquoSauacutede para todos no ano
2000rdquo (NUNES 2011)
Ainda em 1986 foi realizada a 8ordf Conferecircncia Nacional de Sauacutede no Brasil tendo
como presidente o meacutedico sanitarista Seacutergio Arouca Essa conferecircncia viria a ser um dos
marcos institucionais de uma reforma sanitaacuteria que nos apresentou os princiacutepios de um novo
sistema de sauacutede (AROUCA 2003)
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 pocircde concretizar a criaccedilatildeo de um novo sistema de
sauacutede o SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) cujos princiacutepios de equidade integralidade e
22
universalidade aleacutem de trazerem a democracia de volta ao paiacutes levaram agrave reorganizaccedilatildeo da
atenccedilatildeo agrave sauacutede (PAIVA e TEIXEIRA 2014)
Identifica-se no texto constitucional que aleacutem de ter como um dos seus objetivos
minimizar a desigualdade social procurou tambeacutem assegurar ao cidadatildeo direitos tais como
sauacutede que resulte em bem-estar educaccedilatildeo lazer seguranccedila trabalho etc (NORONHA
2013) O texto constitucional tambeacutem reafirma que
ldquoA sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e
econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e
recuperaccedilatildeordquo (BRASIL 1988 Artigo 196 Seccedilatildeo II DA SAUacuteDE)
Souza (2010) reforccedila que com base na Constituiccedilatildeo o Estado se articulou para
ampliar o alcance de suas poliacuteticas inclusivas de sauacutede e garantir o acesso dos serviccedilos de
sauacutede a todos atraveacutes de um processo de regulamentaccedilatildeo da estrutura de sauacutede descentralizada
que avanccedilou em 1990 atraveacutes ambas da Lei Orgacircnica de Sauacutede No 8080 que estrutura o
SUS e a Lei No 8142 que trata das respectivas transferecircncias de recursos aos entes
conveniados Estas leis dispotildeem acerca de accedilotildees e serviccedilos em sauacutede a serem executados pelo
SUS aleacutem dos objetivos diretrizes princiacutepios e campo seus de atuaccedilatildeo entre outras
disposiccedilotildees
A descentralizaccedilatildeo do SUS possibilita a sua atuaccedilatildeo aos niacuteveis locais coloca a
engrenagem poliacutetico-administrativa mais proacutexima do usuaacuterio do sistema de sauacutede permitindo
sua participaccedilatildeo nessa nova concepccedilatildeo de sauacutede Inclusive os repasses financeiros e a
participaccedilatildeo da populaccedilatildeo na gestatildeo do sistema de sauacutede tambeacutem fazem parte das leis
orgacircnicas de sauacutede (SOUZA 2010) O SUS implica uma rede de serviccedilos de sauacutede
articulados que presta atenccedilatildeo de forma assistencial integrada e longitudinal coordenada pela
Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (OUVERNEY e NORONHA 2013)
Na APS se estabelece a porta de entrada do indiviacuteduo ao sistema de sauacutede
correspondendo agraves primeiras accedilotildees de cuidados em sauacutede que satildeo levadas ao ambiente mais
proacuteximo de onde se encontram as pessoas (STARFIELD 2002)
Barbara Starfield (2002) tambeacutem considera como caracteriacutesticas especiacuteficas da APS
a prestaccedilatildeo de serviccedilos de primeiro contato a responsabilidade longitudinal pelo paciente
com continuidade da relaccedilatildeo cliacutenico-paciente ao longo da vida estabelecendo assim um
viacutenculo muito positivo entre os profissionais de sauacutede e pacientes a garantia de cuidado
integral considerando-se os acircmbitos fiacutesicos psiacutequicos e sociais da sauacutede dentro dos limites de
23
atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede e a coordenaccedilatildeo das diversas accedilotildees e serviccedilos indispensaacuteveis
para resolver necessidades menos frequentes e mais complexas
A primeira caracteriacutestica da atenccedilatildeo primaacuteria eacute de ser a porta de entrada para o sistema
de sauacutede o serviccedilo de primeiro contato Para isso ele deve ter seu acesso facilitado agraves pessoas
Para isso se faz necessaacuterio que as Unidades Baacutesicas de Sauacutede estejam localizadas proacuteximas
aos domiciacutelios das pessoas assim como proacuteximas tambeacutem de seus trabalhos escolas ou seja
onde vivem trazendo assim um conceito de capilaridade maior agrave assistecircncia (Brasil 2012)
Outra importante funccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria eacute encaminhar pacientes para a rede de atenccedilatildeo
secundaacuteria e terciaacuteria (especializadas) garantindo o seu acesso nessas redes A clientela deve
ser adstrita a um territoacuterio e deve ser garantida uma atenccedilatildeo integral (STARFIELD 2002)
Durante muito tempo atribuiu-se agrave melhoria das condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas como o
fator mais importante de reduccedilatildeo da mortalidade das populaccedilotildees Poreacutem mostrou-se inegaacutevel
o papel dos serviccedilos de sauacutede ofertados agrave populaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da morbimortalidade das
populaccedilotildees (BRASIL 2012)
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro
A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia eacute considerada uma estrateacutegia de expansatildeo qualificaccedilatildeo
e consolidaccedilatildeo da APS no paiacutes Ele segue os mesmos princiacutepios do SUS que satildeo
universalidade equidade integralidade regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo Sua atenccedilatildeo eacute sobre
a famiacutelia e natildeo apenas sobre o individuo Suas accedilotildees satildeo de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo de
doenccedilas assistecircncia recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo agrave sauacutede Seu objetivo eacute de promover o acesso
agrave sauacutede a todos (BRASIL 2012)
Segundo Carla Cazelli em sua dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave FIOCRUZ em
2003 o Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) do municiacutepio do Rio de Janeiro teve o seu
primeiro projeto implantado em 1995 na Ilha de Paquetaacute com uma relativa expansatildeo em
1999 para as comunidades do Borel - Tijuca Parque Royal - Ilha do Governador Canal do
Anil - Jacarepaguaacute Vilas Canoas - Satildeo Conrado e Vilar Carioca - Campo Grande CASELLI
2003 e foi ampliando paulatinamente o nuacutemero de equipes ateacute 2016 como pode ser
observado no ANEXO 1
Nos uacuteltimos anos outro contexto poliacutetico municipal determinou uma nova etapa de
efetiva expansatildeo do PSF fato este descrito por Harzheim (2013)
24
ldquoNo municiacutepio do Rio de Janeiro a cobertura da ESF em 2009 estava em torno de
7 A partir desse ano forte ecircnfase foi dada para a APS Iniciou-se uma reforma da
APS orientada pela qualidade representada pela criaccedilatildeo das novas Cliacutenicas de
Famiacutelia e pelas Unidades tipo A (ambas 100 ESF) diferente das unidades B
(Unidades com algumas equipes de ESF) e C (Unidades Tradicionais sem ESF) Ao
final de 2012 a cobertura populacional da ESF era 40rdquo (HARZHEIM 2013 p
11)
Em 2000 havia 13 equipes de ESF no municiacutepio e desde entatildeo ocorreu uma expansatildeo
no nuacutemero de equipes e unidades Esta expansatildeo passa a ser referida como Reforma da
Atenccedilatildeo Primaacuteria (RCSP) na Cidade do Rio de Janeiro iniciada em 2009 com alicerce na
mudanccedila organizacional da Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) que coloca a Atenccedilatildeo
Primaacuteria como ordenadora das Redes de Atenccedilatildeo A cobertura populacional no municiacutepio do
Rio de Janeiro em 2009 correspondia a 7 e no final de 2012 jaacute era de 40 da populaccedilatildeo
Conforme mostrado no Graacutefico 1 entre 2008 e 2016 a cidade do Rio de Janeiro apresentou a
maior ampliaccedilatildeo de acesso do paiacutes na APS (HARZHEIM 2013)
Graacutefico 1- Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Para fins de planejamento e gestatildeo a Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) do Rio de
Janeiro divide a cidade em dez aacutereas programaacuteticas (AP) Na Cidade a expansatildeo da
Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia ocorreu de maneira natildeo equilibrada nas AP Em 2010 foi
inaugurada uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 e uma na AP 21 enquanto dez Cliacutenicas de
Famiacutelia foram inauguradas na AP 53 como mostra a Tabela 1 Em 2011 foram inauguradas
uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 AP 40 e AP 53 nove Cliacutenicas na AP 32 e cinco Cliacutenicas
na AP 33 como pode ser visto na Tabela 2 A maior expansatildeo da ESF na AP 10 regiatildeo
relacionada ao presente estudo se deu em 2016 como podemos observar nos Graacuteficos 2 e 3
(OTICS 2017)
25
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2010
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 4 2
AP 21 1 11 4
AP 31 5 36 15
AP 52 3 13 6
AP 53 10 47 22
TOTAL 20 111 49
Fonte OTICS SMS 2017
Tabela 2- Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2011
Fonte OTICS SMS 2017
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 6 3
AP 31 4 22 9
AP 32 9 49 19
AP 33 5 24 10
AP 40 1 3 1
AP 51 4 30 12
AP 52 4 23 9
AP 53 1 6 3
TOTAL 29 163 66
26
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 - IBGE 2010 Plataforma SUBPAV e Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP
ateacute outubro de 2016
27
23 Mortalidade Infantil no Brasil
A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) eacute um indicador do niacutevel de sauacutede da populaccedilatildeo
importante para avaliar poliacuteticas de sauacutede puacuteblica (SANTOS e LANSKY 2015) aleacutem de
refletir qualidade de vida da populaccedilatildeo esta taxa tambeacutem se relaciona agraves suas diferentes
condiccedilotildees socioeconocircmicas (SANTANA 2011)
A TMI se refere aos oacutebitos ocorridos entre os menores de um ano (lt 1 ano) e pode ser
subdividida em dois componentes Neonatal e Poacutes- Neonatal O oacutebito neonatal eacute aquele que
ocorre nos primeiros 27 dias de vida e pode ainda se dividir em neonatal precoce (periacuteodo de
0 a 6 dias) e neonatal tardio (7 a 27 dias) O oacutebito poacutes-neonatal eacute aquele que ocorre entre o 28ordm
dia e 364ordm dia de vida (Brasil 2009)
Nas ultimas deacutecadas mais precisamente ateacute 1990 havia maior proporccedilatildeo de oacutebitos no
periacuteodo poacutes-neonatal Apoacutes 1990 foram constatadas mudanccedilas nos iacutendices de mortalidade
que passaram a predominar no periacuteodo neonatal no Brasil Essa mudanccedila foi consequumlente agrave
reduccedilatildeo das principais causas de mortalidade poacutes-neonatal como as doenccedilas infecto-
parasitaacuterias doenccedilas do trato respiratoacuterio e desnutriccedilatildeo com consequente aumento
proporcional das principais causas da mortalidade no periacuteodo neonatal precoce como a
prematuridade asfixia do receacutem-nato e doenccedilas infecciosas no receacutem-nascido (MENEZES
2014)
Para Lima (2006) o componente neonatal da Mortalidade Infantil constitui-se
problema de sauacutede puacuteblica uma vez que quantidade relevante dos oacutebitos que ocorrem neste
periacuteodo associa-se a causas evitaacuteveis (relativas ao acesso e agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
bem como agrave qualidade desta assistecircncia) Esse componente estaacute ligado agraves condiccedilotildees sociais
econocircmicas de assistecircncia agrave sauacutede materna e infantil comportamentais e bioloacutegicas dentre
outras mas tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos ofertados agraves matildees e aos receacutem-nascidos
durante o periacuteodo de gestaccedilatildeo do parto e periacuteodo neonatalmiddot
Tendo como referecircncia as notas teacutecnicas da Rede Interagencial de Informaccedilotildees para a
Sauacutede - RIPSA (2009) verifica-se o conceito de TMI definido a partir da divisatildeo do nuacutemero
de oacutebitos de menores de um ano de idade pelo nuacutemero total de nascidos vivos na populaccedilatildeo
residente em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (RIPSA 2009)
28
Outro conceito de mortalidade utilizado eacute a mediccedilatildeo proporcional por grupos de
causas no que se refere ao percentual de oacutebitos ocorridos por grupos de causas definidas na
populaccedilatildeo residente (BRASIL 2009)
Igualmente importante a se considerar a TMF (Taxa de Mortalidade Fetal) eacute calculada
dividindo-se o nuacutemero total de oacutebitos fetais pelo nuacutemero de nascimentos totais (nascidos
vivos e oacutebitos fetais) variando poreacutem o criteacuterio de idade gestacional e peso para definir o
oacutebito fetal (BARBEIRO 2015) Vaacuterias definiccedilotildees para oacutebito fetal satildeo apresentadas na
literatura Para a OMS o oacutebito fetal eacute aquele que ocorre antes de uma expulsatildeo completa do
produto da concepccedilatildeo do organismo materno independente da idade gestacional da matildee da
crianccedila Jaacute para o National Center for Health Statistics dos Estados Unidos a morte fetal eacute
aquela que ocorre apoacutes a 20 ordf semana completa de gestaccedilatildeo Outros autores utilizam alguns
paracircmetros como peso altura e idade gestacional avanccedilada para definir os oacutebitos fetais
(SAMPAIO 2010)
Em 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede instituiu um Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da
Mortalidade Materna e Neonatal Em 2009 o Pacto pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil
nas Regiotildees da Amazocircnia Legal e Nordeste do Brasil (PRMI) a fim de reduzir em 5 ao
ano a TMI nos anos de 2009 e 2010 sobretudo em seu componente neonatal
(GUERRERO 2010)
Rosacircngela Ferrari e col realizaram um estudo bibliograacutefico e descritivo em 2012
sobre a mortalidade poacutes- neonatal no Brasil entre 2004 e 2009 Aleacutem de evidenciarem o
decliacutenio da mortalidade infantil sobretudo de seu componente poacutes-neonatal no final de 1990
foi observada relaccedilatildeo estatisticamente significativa entre as condiccedilotildees de vida e a taxa de
mortalidade infantil (FERRARI et al 2012)
Em algumas regiotildees do Brasil houve uma diminuiccedilatildeo importante das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (mais de 80) seguidas pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio e por deficiecircncias
nutricionais e baixo peso ao nascer A duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo escore de Apgar menor que sete
no 1ordm e 5ordm minutos de vida e nuacutemero igual ou maior que seis consultas de preacute-natal tambeacutem
satildeo variaacuteveis que estatildeo relacionadas agrave mortalidade infantil Em regiotildees de menor renda e
importante desigualdade econocircmica ainda haacute elevada TMI Como principais causas de morte
infantil as doenccedilas diarreacuteicas e as pneumonias foram as principais causas evitaacuteveis de morte
infantil seguida das malformaccedilotildees congecircnitas causa dificilmente evitaacutevel de morte infantil
Fatores de risco relacionados agraves pneumonias satildeo idade menor que seis meses peso abaixo de
2500 gramas desmame precoce desnutriccedilatildeo deficiecircncia de micronutrientes (vitaminas A
29
ferro e zinco) e presenccedila de episoacutedio preacutevio de pneumonia A maior oferta de aacutegua potaacutevel e
rede de esgoto contribuiacuteram para a reduccedilatildeo das doenccedilas diarreacuteicas As causas externas como
os acidentes e causas mal definidas tambeacutem se relacionam com a mortalidade poacutes-neonatal
(FERRARI et al 2012)middot
O periacuteodo perinatal compreende aquele do final da gestaccedilatildeo (oacutebitos fetais) ateacute os seis
primeiros dias completos de vida As causas diretas de mortalidade perinatal satildeo o baixo peso
ao nascer e a prematuridade assim como fatores que envolvem a gestante e seu acesso agrave
assistecircncia ao preacute-natal Aleacutem disso fatores soacutecios econocircmicos e ambientais que estatildeo
relacionados agrave gestante tambeacutem podem interferir nos determinantes da morte infantil
(MARTINS 2013)
A mortalidade perinatal eacute um indicador que permite uma anaacutelise da assistecircncia de
sauacutede agrave gestante e o acesso a serviccedilos de sauacutede eficazes para que haja reduccedilatildeo dos fatores de
risco e agravos agrave gestante e ao RN (BRASIL 2010)
Devidos agraves iniquidades soacutecio-econocircmicas e diferentes fatores de risco regionais assim
como dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede de qualidade a mortalidade infantil e seus
componentes se apresentam de maneira variada entre as diversas regiotildees do Brasil No Norte
e no Nordeste ela se apresenta com maior expressatildeo que nas demais regiotildees Para
exemplificar estas diferenccedilas identifica-se em Silva 2013 a seguinte anaacutelise
ldquoA neo-mortalidade precoce em 2006 variou de 64 no Rio Grande do Sul a 197
por mil nascidos vivos em Alagoas (Departamento de Informaacutetica do SUS
Indicadores de mortalidade Acessado em 08Out2012) Nos paiacuteses desenvolvidos
a meacutedia da taxa de mortalidade neonatal precoce eacute de 40 por mil nascidos vivosrdquo
(SILVA 2013)
No Brasil a TMI apresentou uma tendecircncia decrescente nas uacuteltimas deacutecadas de 1990
a 2014 Em 1980 a taxa era de 785 oacutebitos mil nascidos vivos (NV) em 1990 era de 785
oacutebitos por mil nascidos vivos em 2000 era de 2736 por mil nascidos vivos e em 2010
alcanccedilou 1597 oacutebitos por mil nascidos vivos atingindo a meta estabelecida pela ONU como
mostra o Graacutefico 4
O componente poacutes-neonatal (28 dias a um ano de vida incompleto) apresentou a
maior tendecircncia de queda (73 ao ano) e o componente neonatal precoce (0 a 6 dias de
vida) a menor 31 ao ano Do fim da deacutecada de 80 em diante houve um aumento da
proporccedilatildeo do componente neonatal precoce em relaccedilatildeo ao componente poacutes-neonatal
(BRASIL 2010) A Tabela 3 tambeacutem mostra a tendecircncia decrescente da TMI nas regiotildees e
UF do Brasil de 2000 a 2010
30
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo feita em base
ao periacuteodo de 2000 a 2010
Fonte CGIAEDASISSVSMS 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Regiatildeo e UF 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Regiatildeo Norte
2862 2767 2659 2559 2447 2358 2275 2214 2306 2228 2097
Regiatildeo
Sudeste
1915 1831 1732 1701 1628 1538 1503 1457 1416 1389 1343
Regiatildeo Sul 1703 164 1605 1578 1498 138 1334 1294 1265 12 1158
Regiatildeo
Centro-Oeste
2092 2065 1929 187 1854 1771 1706 1651 1699 1644 1593
Distrito
Federal
144 1518 1365 133 1395 1363 128 1109 1189 1226 1216
Total
2736 263 2489 2388 2259 2143 2066 2001 1756 168 1597
Fontes SIM MS
Outro modo de analisar a mortalidade infantil eacute a sua observaccedilatildeo quanto agraves proporccedilotildees
segundo grupo de causas
ldquoAs afecccedilotildees perinatais constituem a principal causa de mortalidade de crianccedilas
menores de um ano no Brasil Em 1990 correspondiam a 40 dos oacutebitos infantis
Em 2008 essa proporccedilatildeo elevou-se para 60 A mortalidade proporcional por
malformaccedilotildees congecircnitas em menores de um ano aumentou de 67 em 1990 para
183 em 2008 Enquanto isso a mortalidade proporcional por doenccedilas infecciosas
reduziu-se de 146 para 53 dos oacutebitos infantis no mesmo periacuteodo o que
representa diminuiccedilatildeo de 64rdquo (BRASIL 2010)
No Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de causas de mortalidade infantil foi
devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de 60) seguidas das demais causas
31
definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-parasitaacuterias (em torno de 68) e pelas
doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Eacute importante lembrar que ainda podem existir problemas na qualidade dos registros de
oacutebitos em menores de um ano e fetais Devemos para isso avaliar a cobertura e qualidade do
Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos (SINASCC) e o de Mortalidade (SIM)
Algumas informaccedilotildees satildeo baacutesicas e devem constar de toda DO (declaraccedilatildeo de oacutebito) fetal ou
de menor de um ano O peso ao nascer um dos mais importantes assim como a idade
gestacional satildeo dados muitas vezes mal informados O momento do parto em que o oacutebito
ocorre eacute igualmente importante para a classificaccedilatildeo dos oacutebitos evitaacuteveis Ele pode ocorrer
antes do parto ou apoacutes o parto Esse dado tambeacutem eacute muitas vezes mal preenchido Outro
dado que se relaciona de maneira determinante com a MI eacute a escolaridade materna que do
mesmo modo eacute muitas vezes ignorado (BRASIL 2009)
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis
Para aumentar a qualidade de informaccedilotildees e o conhecimento da situaccedilatildeo de
mortalidade infantil e perinatal mostrou-se como necessaacuteria a vigilacircncia adequada e
diferenciada desses oacutebitos A partir da Declaraccedilatildeo de Oacutebito a vigilacircncia de oacutebito nos
municiacutepios coletaraacute dados para planejamento de accedilotildees que previnam esses oacutebitos e melhorem
seus indicadores
A partir de 1990 jaacute foram criados os primeiros Comitecircs de Investigaccedilatildeo do Oacutebito
Infantil (CIOI) sendo realizada a elaboraccedilatildeo do manual dos comitecircs de prevenccedilatildeo do oacutebito
infantil e fetal em 2004 para analisar os determinantes dos oacutebitos infantis e portanto traccedilar
estrateacutegias para minimizar esses determinantes (VENAcircNCIO 2010) Esse manual teve sua
versatildeo atualizada em 2009 (BRASIL 2009)
ldquoOs Comitecircs de Prevenccedilatildeo do Oacutebito Infantil e Fetal satildeo organismos
interinstitucionais de caraacuteter eminentemente educativo e formativo com atuaccedilatildeo
sigilosa Congregam instituiccedilotildees governamentais e da sociedade civil organizada
contando com participaccedilatildeo multiprofissional cuja atribuiccedilatildeo eacute dar visibilidade
acompanhar e monitorar os oacutebitos infantis e fetais e propor intervenccedilotildees para
reduccedilatildeo da mortalidade Satildeo instrumentos de gestatildeo que permitem avaliar a
qualidade da assistecircncia agrave sauacutede prestada agrave gestante ao parto e ao nascimento e agrave
crianccedila no primeiro ano de vida para subsidiar as poliacuteticas puacuteblicas e as accedilotildees de
intervenccedilatildeordquo (BRASIL paacuteg 46 2009)
32
As fichas para Investigaccedilatildeo do oacutebito infantil e fetal foram elaboradas para que
houvesse um padratildeo uacutenico a ser utilizado na vigilacircncia dos oacutebitos infantis e fetais Elas devem
ser preenchidas a partir de dados de prontuaacuterios cadernetas das gestantes entre outros e para
que as comparaccedilotildees do conteuacutedo das mesmas possam ser feitas e os dados do SIM sejam
obtidos com maior qualidade de informaccedilotildees Accedilotildees podem ser assim planejadas e executadas
de maneira uniforme nos trecircs niacuteveis municipal regional e estadual (BRASIL 2010)
Apesar da melhoria das condiccedilotildees socioeconocircmicas e o do aumento na oferta dos
serviccedilos de sauacutede nas uacuteltimas deacutecadas no Brasil a mortalidade infantil ainda eacute decorrente de
causas evitaacuteveis de mortalidade (SANTOS 2014) ldquoAs causas de mortes evitaacuteveis ou
reduziacuteveis satildeo definidas como aquelas preveniacuteveis total ou parcialmente por accedilotildees efetivas
dos serviccedilos de sauacutede que estejam acessiacuteveis em um determinado local e eacutepocardquo (MALTA
2010) Desde a deacutecada de 70 se pensa na evitabilidade do oacutebito infantil por serviccedilos de sauacutede
eficazes e atenccedilatildeo meacutedica qualificada (HARTZ et al1996)
Em 2008 foi publicada uma primeira versatildeo da lista de causas de mortes evitaacuteveis por
intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil (proposta em 2007) sob a coordenaccedilatildeo da
Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil Sua primeira revisatildeo
ocorreu em 2009 durante uma oficina realizada na 9ordf Mostra Nacional de Experiecircncias Bem-
Sucedidas em Epidemiologia Prevenccedilatildeo e Controle de Doenccedilas - 9ordf EXPOEPI (MALTA
2010a)
Santos et al realizaram uma pesquisa sobre mortalidade infantil em LondrinaParanaacute
em 2010 estudando a evitabilidade de oacutebitos infantis em coortes de nascidos vivos (NV)
referentes a dois biecircnios nos anos 2000 (20002001) e o biecircnio (20072008) O primeiro
biecircnio por ter ocorrido antes da expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia e o outro por ser o
mais proacuteximo ao estudo realizado Como resultado as taxas de mortalidade infantil foram de
1170 e 1120 por 1000 NV em 20002001 e em 20072008 Em ambos os biecircnios o
componente neonatal foi o que apresentou a maior taxa especialmente no periacuteodo neonatal
precoce com taxas de 624 e 636 oacutebitos por 1000 NV em 20002001 e 2007 2008
respectivamente O aumento maior foi o da taxa de mortalidade neonatal tardia de 182 oacutebitos
a cada 1000 NV no primeiro biecircnio e de 227 no biecircnio posterior A mortalidade poacutes-neonatal
foi a uacutenica que reduziu sendo que em 20002001 foi de 364 oacutebitos a cada 1000 NV e 257
em 20072008 A maioria dos oacutebitos nos dois biecircnios foi considerada evitaacutevel tanto quanto
em relaccedilatildeo agrave adequada atenccedilatildeo agrave mulher durante a gestaccedilatildeo e o parto quanto ao feto e ao
receacutem-nascido especialmente o relativo a adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (SANTOS
2014)
33
As mortes evitaacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo ocorreram mais entre
nascidos com baixo peso e as natildeo claramente evitaacuteveis entre crianccedilas com peso adequado em
ambos os biecircnios Aproximadamente sete em cada 10 oacutebitos infantis foram considerados
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS tanto no primeiro (716) como no segundo (655)
periacuteodo estudado (SANTOS 2014)
O baixo peso (BP) ao nascer eacute aquele em que o peso ao nascer eacute inferior a 2500 g
(OMS 2008) e ele estaacute relacionado tanto ao crescimento fetal quanto a duraccedilatildeo da gravidez
O crescimento fetal retardado eacute definido como peso ao nascimento inferior ao percentil 10
para a idade gestacional A prematuridade seria a duraccedilatildeo da gravidez cuja idade gestacional
se encontra menor que 37 semanas Fatores geneacuteticos (em torno de 40) e fatores maternos
(em cerca de 60) estatildeo relacionados ao crescimento fetal Quando satildeo realizadas de 4-6
consultas de preacute-natal haacute uma chance de quase 30 em reduzir o risco de BP e quando o
nuacutemero de consultas eacute igual ou maior que 7 chega-se a 40 menor o risco de BP ao nascer
(SILVA 2010)
Em outro trabalho publicado em 2014 realizado por Menezes et al com o objetivo de
analisar os oacutebitos de menores de um ano residentes em Belo Horizonte no periacuteodo de 2006 a
2011 foram utilizados criteacuterios para avaliaccedilatildeo de evitabilidade a partir da atualizaccedilatildeo da
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede As causas
dos oacutebitos evitaacuteveis foram entatildeo categorizadas como mostra o Quadro 1 (MENEZES 2014)
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
1) Causas evitaacuteveis
(a) reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo
(b) reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e parto e ao feto e ao receacutem-
nascido
(c) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento
(d) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas agraves accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede
2) Causas mal definidas
3) Demais causas natildeo claramente evitaacuteveis
34
Durante o periacuteodo do estudo obtiveram os seguintes dados 672 oacutebitos
neonatais 327 oacutebitos poacutes-neonatais e 004 oacutebito com faixa etaacuteria ignorada Esses dados
foram obtidos atraveacutes do SIM (Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade) e do SINASC
(Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos) apurou-se o nuacutemero de nascidos vivos nesse
periacuteodo Houve diminuiccedilatildeo de todos os componentes da mortalidade infantil poreacutem o
componente neonatal tardio apresentou a maior reduccedilatildeo (22) O componente neonatal
precoce correspondeu ao coeficiente de mortalidade com maior peso (72) nos oacutebitos do
periacuteodo neonatal As mortes consideradas evitaacuteveis corresponderam a 63 e estas se
relacionaram mais diretamente a uma falha na adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e na
adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido (RN) A mortalidade infantil por causas
evitaacuteveis diminuiu em 9 e as devidas agraves accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento foram
as que apresentaram maior reduccedilatildeo de 388 As pneumonias e outras doenccedilas bacterianas
foram as principais causas relacionadas a esse grupo As causas evitaacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido tambeacutem diminuiacuteram (307) principalmente devido agrave
reduccedilatildeo das infecccedilotildees especiacuteficas do periacuteodo perinatal e tambeacutem dos transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal As causas evitaacuteveis relacionadas agrave adequada atenccedilatildeo agrave
mulher na gestaccedilatildeo e as reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo a sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo apresentaram aumento enquanto natildeo houve nenhuma alteraccedilatildeo nas reduziacuteveis por
accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo As taxas de mortalidade classificadas como causas de morte mal-
definidas e as demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) tambeacutem tiveram seu nuacutemero reduzido
(MENEZES 2014)
Em 70 das mortes estas ocorreram em crianccedilas com baixo peso ao nascer
especialmente em crianccedilas com menos de 1500 gramas A adequada atenccedilatildeo na gestaccedilatildeo e a
adequada atenccedilatildeo ao feto e receacutem-nascido se correlacionaram com essas mortes Os
transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e peso baixo ao nascer transtorno
respiratoacuterio especiacutefico e infecccedilatildeo especiacutefica do periacuteodo perinatal foram as principais causas
de morte infantil por causas evitaacuteveis nesse estudo
ldquoNos oacutebitos de crianccedilas com peso ao nascer maior ou igual a 2500 g prevaleceram
os grupos de causas evitaacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento e
accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas as accedilotildees de atenccedilatildeo de sauacutede As demais
causas (natildeo claramente evitaacuteveis) representaram cerca de 280 das mortes infantis
e esta proporccedilatildeo foi crescente com o aumento do pesordquo (MENEZES2014)
Alguns fatores tais como oferta de serviccedilos de sauacutede prestados com qualidade
condiccedilotildees sociais e econocircmicas da populaccedilatildeo assim como seu perfil demograacutefico podem
estar relacionados agrave mortalidade proporcional por grupos de causas (Brasil 2010) Segundo as
35
tabelas apresentadas podemos observar que no Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de
causas de mortalidade infantil foi devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de
60) seguidas das demais causas definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (por volta de 68) e pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Houve uma diminuiccedilatildeo progressiva ao longo dos anos das afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatal assim como das doenccedilas infecto-parasitaacuterias e um aumento progressivo pelas
demais causas definidas Pequenas variaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
ocorreram ao longo do tempo poreacutem houve uma tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo
Estaacute apresentada no ANEXO 2 a Lista Brasileira de Causas de Mortes Evitaacuteveis por
Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede na populaccedilatildeo de 5 a 74 anos (MALTA 2010)
36
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Analisar a variaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de
evitabilidade preconizados para o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea
Programaacutetica 10 do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015
32 Objetivos especiacuteficos
bull Descrever a situaccedilatildeo de nascimento e oacutebitos infantis na AP 10 do municiacutepio do Rio de
Janeiro entre 2007 e 2015 em relaccedilatildeo ao municiacutepio e agraves demais aacutereas da cidade
bull Discutir a ocorrecircncia dos principais grupos de causas evitaacuteveis de mortalidade infantil
na AP 10 no municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e 2015
bull Contribuir para a produccedilatildeo de um informe teacutecnico sobre Mortalidade Infantil na AP
10 divulgando as informaccedilotildees prioritaacuterias para profissionais e gestores da aacuterea
37
4 METODOLOGIA
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados
Trata-se de um estudo exploratoacuterio descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre
a mortalidade infantil e sua evitabilidade considerando os oacutebitos de menores de um ano de
residentes na AP 10 e do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 no qual
ocorreu a expansatildeo da ESF na Cidade Seratildeo utilizadas as bases de dados secundaacuterios do
Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade (SIM) Ministeacuterio da Sauacutede disponiacuteveis pela
ferramenta TABNET na Plataforma da Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em
Sauacutede (SUBPAV) para toda gestatildeo da Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
(SMS-RJ)
As informaccedilotildees definidas para os objetivos deste estudo se relacionam aos oacutebitos em
menores de 1 ano sendo estes divididos ainda como oacutebitos neonatais neonatais precoces
neonatais tardios e poacutes-neonatais Informaccedilotildees sobre partos e nascimentos tambeacutem foram
incluiacutedas nesta descriccedilatildeo de dados tendo em vista sua relaccedilatildeo direta com oacutebitos infantis e a
possibilidade de observaccedilatildeo inicial sobre o padratildeo de ocorrecircncias na aacuterea em estudo
Esses dados secundaacuterios foram apurados na ferramenta TABNET na plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
A Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede
do Brasil (MALTA 2010) foi utilizada como paracircmetro para a anaacutelise por grupo de causas
no periacuteodo em estudo
42 Cenaacuterio de Estudo
As Aacutereas Programaacuteticas (AP) satildeo aacutereas divididas pela Prefeitura do Rio de Janeiro
para a gestatildeo da sauacutede A Secretaria Municipal de Sauacutede trabalha com essas AP desde 1993
quando foram chamadas de aacutereas de planejamento a fim de traccedilar planos estrateacutegicos em
relaccedilatildeo agrave sauacutede (SMS 2013)
A Aacuterea de Planejamento 10 (AP 10) corresponde agrave primeira das dez aacutereas
programaacuteticas do Municiacutepio do Rio de Janeiro como mostra a Figura 1
38
A Cidade do Rio de Janeiro eacute dividida em dez Aacutereas Programaacuteticas e a AP 10
corresponde aos bairros Benfica Caju Catumbi Centro Cidade Nova Estaacutecio Gamboa
Mangueira Rio Comprido Santa Teresa Santo Cristo Satildeo Cristoacutevatildeo Sauacutede e Vasco da
Gama
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Fonte IBGE- setembro de 2011
O Rio de Janeiro eacute um municiacutepio brasileiro de grande importacircncia
econocircmica sociocultural e financeira do paiacutes Em 2010 a populaccedilatildeo do Rio de Janeiro era de
6 320 446 habitantes (395 da populaccedilatildeo estadual) Dentre elas 4683 satildeo homens e
5317 mulheres Para 2015 era estimada uma populaccedilatildeo de 6 386 443 pessoas (IPP 2017)
A AP 10 aleacutem de ser o centro histoacuterico da Cidade do Rio de Janeiro tem em sua
formaccedilatildeo 14 bairros (jaacute citados) e 6 Regiotildees Administrativas (Centro Santa Teresa Rio
Comprido Paquetaacute Satildeo Cristoacutevatildeo e Portuaacuteria) como podemos observar na Figura 2 De
1970 a 2000 houve um decreacutescimo de 27 de sua populaccedilatildeo Paquetaacute foi a uacutenica regiatildeo a
sofrer um pequeno aumento de sua populaccedilatildeo em torno de 5 Eacute uma regiatildeo que atrai
trabalhadores onde setor de serviccedilos eacute o de maior procura No ano 2000 cinco regiotildees
administrativas tinham um alto IDH e apenas uma regiatildeo administrativa com meacutedio IDH
(IBGE 2016)
39
Figura 2 ndash Bairros da AP 10
Fonte Fonte IBGE- setembro de 2011
A AP 10 possui 17 unidades de Atenccedilatildeo Primaacuteria 75 equipes de Sauacutede da Famiacutelia 1
PS CASS 2 equipes NASF 2 equipes de consultoacuterio na rua e 1 Policliacutenica (SMS 2016)
Em 2015 a AP 10 tinha uma populaccedilatildeo estimada de 311265 habitantes e em 2010
estimava-se que 35 da populaccedilatildeo residia em favelas cerca de 103296 habitantes (IPP
2017)
O nuacutemero de famiacutelias cadastradas na ESF em 2009 era de 260 famiacutelias Em 2010
houve um aumento do nuacutemero de famiacutelias cadastradas para 8196 famiacutelias Em 2015 houve
um aumento significativo para 72786 cadastros e em 2016 uma estimativa de 79766
castrados das famiacutelias (SMS 2016)
A escolha da AP 10 para uma anaacutelise especiacutefica no estudo ocorreu pelo fato de ter
ocorrido um aumento da morte em menores de 1 ano no ano de 2015 alterando-se a
tendecircncia anterior
40
43 Estrateacutegia de Anaacutelise
A descriccedilatildeo da situaccedilatildeo de nascimentos e mortalidade infantil na AP 10 foi feita
utilizando-se o periacuteodo de 2007 a 2015 como a referecircncia para verificaccedilatildeo das variaccedilotildees
encontradas considerando-se diferentes variaacuteveis e os principais componentes da mortalidade
infantil Como jaacute citado os dados foram apurados na ferramenta TABNET na Plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
Ao iniciar-se este estudo tendo como objetivo a anaacutelise de dados ateacute 2015 e natildeo
estando este uacuteltimo ano ainda disponiacutevel na paacutegina da SMS Rio na internet e nem tampouco
no SIM DATASUS utilizou-se a ferramenta TABNET na Plataforma SUBPAV com
ciecircncia e apoio da Gerecircncia de Dados Vitais da SMS Esta plataforma tem acesso restrito a
profissionais que atuam na SMS
A partir da coleta de dados foi elaborado um banco no software Microsoft Excell
2016 no qual foram feitos os consolidados de frequecircncia por tipo de anaacutelise desejada visando
a apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas e graacuteficos
A anaacutelise descritiva estaacute apresentada levando em conta dados especiacuteficos de cada ano
assim como tambeacutem a variaccedilatildeo considerando-se trecircs triecircnios ndash de 2007 a 2009 de 2010 a
2012 e de 2013 a 2015 estrateacutegia esta que foi decidida a fim de que o nuacutemero de casos para
as aacutereas do municiacutepio particularmente a AP 10 se apresentasse com melhor consistecircncia do
que aquele com menores quantitativos quando considerados dados de somente o periacuteodo de
um ano
O processamento dos dados de Mortalidade Infantil e de seus componentes no
periacuteodo analisado e nas diferentes aacutereas do municiacutepio permitiu tambeacutem a verificaccedilatildeo das
variaccedilotildees de tendecircncias da AP 10 em comparaccedilatildeo com as demais aacutereas e com o municiacutepio do
Rio de Janeiro
Os dados referentes aos principais grupos de causas evitaacuteveis da Mortalidade Infantil e
seus componentes segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados pelo Ministeacuterio da
Sauacutede para o SUS no Brasil ocorridos nas AP do municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e
2015 tambeacutem seratildeo apresentados e discutidos
Informaccedilotildees mais relevantes deveratildeo ser destacadas para inclusatildeo em Informe Teacutecnico
produzido a parte do presente estudo visando divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees sobre Mortalidade
Infantil a profissionais e gestores da AP 10 assim como da SMS do Rio de Janeiro
41
44 Aspectos Eacuteticos
Embora o planejamento da pesquisa envolvesse principalmente a apuraccedilatildeo de dados
secundaacuterios considerando-se a necessidade de coleta de dados ainda natildeo divulgados houve
exigecircncia da SMS de que o projeto de pesquisa fosse submetido a parecer de eacutetica em
pesquisa
Desse modo a pesquisa cumpriu todas as etapas previstas nas normas nacionais que
subsidiam a pesquisa em sauacutede tendo como bases a Resoluccedilatildeo do CNEP 4662012 e
a Normativa 0012013 com encaminhamento para os Comitecircs de Eacutetica e Pesquisa da Estaacutecio
e da Secretaria Municipal de Sauacutede Para a avaliaccedilatildeo eacutetica o projeto de pesquisa foi
protocolado por meio do sistema Plataforma Brasil uma base nacional e unificada de
registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema CEPCONEP
Este estudo estaacute relacionado agrave apuraccedilatildeo e anaacutelise de dados secundaacuterios o que implicou
uma reduccedilatildeo plena de riscos envolvendo as pesquisas em sauacutede Durante todo o processo de
coleta processamento e anaacutelise de dados todas as precauccedilotildees para garantir-se o sigilo e a
confidencialidade das informaccedilotildees foram tomadas com o compromisso de natildeo ser divulgado
qualquer dado que permitisse direta ou indiretamente a identificaccedilatildeo de serviccedilos unidades de
sauacutede ou profissionais envolvidos na assistecircncia dos casos
Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica da SMS do Rio de Janeiro com
nuacutemero de parecer da aprovaccedilatildeo 1836593 no dia 25112016
42
5 RESULTADOS
Foram levantados os dados de nascimento e oacutebitos do Municiacutepio do Rio de Janeiro
(MRJ) e das suas diferentes aacutereas programaacuteticas atraveacutes da ferramenta TABNET disponiacutevel
no acesso a Indicadores e Dados Estatiacutesticos no portal da SMS do Rio de Janeiro e na
Plataforma SUBPAV No iniacutecio deste levantamento considerando os objetivos deste estudo
os dados do ano de 2015 natildeo estavam disponiacuteveis neste acesso sendo necessaacuteria a
colaboraccedilatildeo da Gerecircncia de Dados Vitais da Superintendecircncia de Vigilacircncia em Sauacutede da
SMS que forneceu as informaccedilotildees necessaacuterias para a anaacutelise de todo periacuteodo estudado
incluindo-se o ano de 2015
As informaccedilotildees seratildeo apresentadas como seacuterie histoacuterica do ano de 2007 anterior ao
iniacutecio da chamada reforma da APS no municiacutepio que se sugere tenha comeccedilado em 2009 ateacute
o ano de 2015 quando se iniciou a proposta deste estudo As informaccedilotildees seratildeo tambeacutem
apresentadas com os dados consolidados por triecircnios 2007 a 2009 2010 a 2012 e 2013 a
2015 o que foi decidido porque desse modo seriam agrupados mais dados de mortalidade em
populaccedilotildees menores como satildeo as aacutereas programaacuteticas de sauacutede no Rio de Janeiro Esta
definiccedilatildeo metodoloacutegica para anaacutelise por triecircnios tambeacutem foi decidida com o objetivo de
suavizarem-se variaccedilotildees aleatoacuterias no nuacutemero de oacutebitos em determinado ano estimando-se a
meacutedia aritmeacutetica do triecircnio como foi utilizado em recente estudo sobre Mortalidade Infantil
em Minas Gerais (LISBOA et al 2015)
Antes de apresentar os resultados relacionados ao levantamento de oacutebitos infantis no
MRJ optou-se por incluir informaccedilotildees sobre nascimentos tendo em vista a possibilidade de
acesso ao SINASC na mesma plataforma da SMS e porque possuem estreita relaccedilatildeo com
aspectos ligados ao risco de oacutebitos em menores de um ano Julgou-se importante observar os
dados referentes ao nuacutemero de nascimentos ocorridos tanto no MRJ e na AP 10 uma vez que
haacute estreita relaccedilatildeo do nuacutemero de nascidos vivos com o caacutelculo da taxa de mortalidade infantil
o que poderia indicar sugestotildees de anaacutelises posteriores mesmo que fora dos objetivos do
presente estudo
43
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro (MRJ)
Aleacutem da variaccedilatildeo de nascimentos no periacuteodo alguns fatores como o baixo peso ao
nascer filhos de matildees adolescentes tipo de parto nuacutemero de consultas de preacute-natal assim
como o nascimento em unidades SUS seratildeo aqui tambeacutem apresentados
Em 1997 o total de nascidos vivos no MRJ foi de 103193 com Taxa de Natalidade
de 186 1000 habitantes neste ano Esses indicadores apresentaram um decreacutescimo ateacute 2007
quando o total de nascimentos foi de 82019 e a Taxa de Natalidade de 133 1000 habitantes
A partir deste ano com exceccedilatildeo de 2010 observa-se um aumento do nuacutemero de nascimentos
na cidade e a Taxa de Natalidade elevaram-se para 143 1000 habitantes em 2015 com
90439 nascimentos no MRJ segundo as informaccedilotildees disponibilizadas pela SVSSMS
A Tabela 4 apresenta os dados de nascidos vivos por ano de 2007 a 2015 Foi
observado um aumento de nascimentos na Cidade nos uacuteltimos anos o que contrastou com
periacuteodos anteriores se considerarmos que no ano de 2015 por exemplo o total de nascidos
vivos foi de 90532 como disponiacutevel na mesma fonte nuacutemero superior ao do ano de 2007
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variaccedilatildeo
N
10 4638 4632 4822 4733 4680 4446 4506 4669 4656 18
21 6211 6275 6371 6873 6576 6405 6445 6624 6556 345
22 3572 3573 3552 3607 3521 3503 3526 3607 3648 76
31 11316 11438 11514 10914 11644 11420 11683 11861 12073 757
32 7325 7071 7124 7134 7224 7156 7283 7523 7268 -57
33 12585 12379 12913 12304 12573 12648 12900 13011 13030 445
4 11817 12388 13246 13069 14019 14387 14451 15148 15430 3613
51 8559 8337 8560 8565 9050 9019 9487 9459 9414 855
52 9671 9865 9725 9537 10190 10492 10688 11364 11446 1775
53 5610 5680 5971 5776 5861 6265 6405 6368 6718 1108
Ign 715 703 617 745 601 636 100 289 293 -422
MRJ 82019 82341 84415 83257 85939 86377 87474 89923 90532 8513
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao analisar o percentual da variaccedilatildeo dos nascidos vivos nos triecircnios 20072009
20102012 e 20132015 observa-se que o MRJ teve um aumento de 77 enquanto o
percentual da variaccedilatildeo da AP 10 sofreu um decreacutescimo de 19 A regiatildeo dos bairros do
Centro da cidade e adjacecircncias foi a uacutenica AP que apresentou um decreacutescimo do nuacutemero de
44
nascimentos considerados o primeiro e uacuteltimo triecircnio analisados enquanto a AP 40
apresentou o maior aumento do nuacutemero de nascidos vivos no mesmo periacuteodo
correspondendo a um aumento de 202 como podemos ver na Tabela 5 O Graacutefico 5
mostra a variaccedilatildeo do percentual dos nascidos vivos por AP e na totalidade do MRJ de 2007 a
2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
N
Variaccedilatildeo
1 14092 13859 13831 -261 -19
21 18857 19854 19625 768 41
22 10697 10631 10781 84 08
31 34268 33978 35617 1349 39
32 21520 21514 22074 554 26
33 37877 37525 38941 1064 28
4 37451 41475 45029 7578 202
51 25456 26634 28360 2904 114
52 29261 30219 33498 4237 145
53 17261 17902 19491 2230 129
MRJ 248775 255573 267929 19154 77
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 5 -Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP
MRJ 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
45
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao observamos o peso ao nascimento constatamos que apesar de ter havido uma
reduccedilatildeo do nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) entre 2007 e 2015 em
todas as AP a AP 51 apresentou aumento de seu percentual (98) como mostra a Tabela 6
A AP 10 apresentou o maior decreacutescimo da proporccedilatildeo de nascimentos de crianccedilas com baixo
peso havendo diminuiccedilatildeo desta proporccedilatildeo em quase todas as aacutereas exceto 51 e 53
Considerando-se os triecircnios estudados constata-se uma diminuiccedilatildeo gradativa do
percentual de nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) no municiacutepio do
Rio de Janeiro assim como tambeacutem representado no Graacutefico 6 e apresentado na Tabela 7
sendo que na AP 10 esta variaccedilatildeo foi a de maior valor
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP do MRJ de 2007209 a 201315
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao Nascer lt 2500g
AP Resid 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10 110 103 101 105 98 97 93 89 96
21 89 91 95 96 90 90 81 92 87
22 94 99 95 101 103 85 88 85 91
31 97 97 101 100 95 100 92 95 90
32 103 94 98 102 98 99 99 91 101
33 100 100 99 95 94 96 93 96 96
4 95 96 95 92 88 92 89 94 94
51 95 96 97 92 89 98 91 88 98
52 95 89 92 92 92 85 94 90 83
53 96 92 94 92 95 95 95 89 96
MRJ 97 95 97 96 93 94 92 92 93
46
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 104 100 92 -116
21 92 92 87 -52
22 96 96 88 -81
31 98 99 92 -63
32 98 100 97 -17
33 100 95 95 -47
4 96 91 92 -33
51 96 93 92 -42
52 92 89 89 -30
53 94 94 94 -08
MRJ 96 94 92 -43
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Com relaccedilatildeo aos nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes eles diminuiacuteram
ao longo do periacuteodo analisado em todo o MRJ e em todas as AP Em 2015 o percentual de
nascimentos de matildees adolescentes foi de 153 no MRJ enquanto em 2007 era de 172 No
triecircnio 201315 esse percentual meacutedio foi de 159 em contraste com 169 do primeiro
triecircnio apresentando assim uma reduccedilatildeo de quase 6 como pode ser visto na Tabela 8 O
maior percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 201315 correspondeu agrave AP
53 (214) e o menor percentual correspondeu ao da AP 21(84) As maiores variaccedilotildees do
percentual nos triecircnios estudados ocorreram nas aacutereas 21 e 22 onde os bairros apresentam
melhores indicadores econocircmicos e sociais
47
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e
Variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 197 185 181 -81
21 102 93 84 -176
22 125 113 103 -176
31 187 187 183 -21
32 166 157 152 -84
33 178 181 174 -22
4 138 131 123 -108
51 187 186 179 -48
52 180 174 169 -61
53 223 209 214 -40
MRJ 169 163 159 -59
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Observamos um aumento do percentual de nascimento por parto cesaacutereo nos trecircs
triecircnios estudados em todo o MRJ como pode ser visto na Tabela 9 Nota-se que no segundo
triecircnio (20102012) houve um aumento do percentual em todas as AP em relaccedilatildeo ao primeiro
triecircnio (20072009) A maior variaccedilatildeo do percentual por nascimento por parto cesaacutereo se deu
na AP 52 (147) enquanto a menor variaccedilatildeo ocorreu na AP 31 (01) As aacutereas 52 e 53
apresentaram um aumento importante de partos cesaacutereos Na AP 10 este aumento percentual
foi dos menores no MRJ
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 478 523 486 16
21 626 650 640 21
22 657 677 670 19
31 514 540 515 01
32 546 591 572 49
33 534 569 577 82
4 575 611 615 70
51 525 552 534 18
52 506 562 580 147
53 419 468 477 140
MRJ 536 574 567 58
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
48
Os nascimentos com registro no SINASC de adequado nuacutemero de consultas de preacute-
natal tambeacutem foi verificado levando-se em conta a associaccedilatildeo teoacuterica desta assistecircncia com
morbidade e mortalidade infantis Em todo o MRJ houve um aumento do percentual de
nascimentos com 7 ou mais consultas de preacute-natal de 2007 a 2015 exceto na AP 33 onde
houve diminuiccedilatildeo do seu percentual A AP 10 apresentou 724 desses nascimentos em
2015 como mostra a Tabela 10 com 7 ou mais consultas de preacute-natal
Atraveacutes do Graacutefico 7 pode ser observado um decreacutescimo de nascimentos de gestantes
com menos de 7 ou mais consultas de preacute-natal em quase todas as AP sendo a reduccedilatildeo mais
importante a ocorrida na AP 21 (309) e exceto na AP 33 com um aumento de 11 de
gestantes com menos de 7ou mais consultas de preacute-natal
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal
No periacuteodo MRJ 2007 a 2015 AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
1 647 647 624 633 647 648 696 705 724
21 802 825 811 796 794 836 855 829 839
22 817 816 816 814 781 812 808 810 823
31 649 619 598 590 597 635 670 700 722
32 674 672 672 676 657 706 740 761 762
33 689 641 674 639 625 652 662 659 668
4 710 685 662 658 648 705 741 726 766
51 674 625 615 615 619 635 657 684 709
52 661 628 617 630 641 662 689 699 733
53 589 593 611 571 581 612 669 724 768
MRJ 685 663 658 650 647 679 708 717 741
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
49
Os nascimentos em unidades SUS no MRJ apresentaram uma meacutedia de 579 em
20132015 quando eram 548 em 20072009 Na AP 10 houve um aumento de 170 em
relaccedilatildeo a esses nascimentos em contraste com a AP 22 que teve uma reduccedilatildeo de mais de
50 como mostra a Tabela 11 Uma provaacutevel ampliaccedilatildeo de oferta de leitos SUS para a
assistecircncia ao parto na AP 10 pode ser estimada a partir do importante acreacutescimo na
proporccedilatildeo de nascimentos no SUS nesta aacuterea comparando-se este dado com a variaccedilatildeo
meacutedia do MRJ
O percentual de nascimentos no SUS no triecircnio 201315 foi maior nas AP 53
(765) AP 51(699) e AP 31(671) e os menores percentuais corresponderam agraves AP
22(164) e AP 21 (263) Nos trecircs triecircnios estudados o maior aumento do percentual de
nascimentos no SUS se deu na AP 31 (145) e a AP 22 apresentou um decreacutescimo
importante de 173
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015
Variaccedilatildeo
10 538 563 629 170
21 245 266 263 72
22 337 230 164 -513
31 526 651 671 275
32 578 572 570 -13
33 583 621 616 57
4 512 513 509 -06
51 663 682 699 54
52 633 625 628 -07
53 750 725 765 21
MRJ 548 567 579 57
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
As observaccedilotildees das variaacuteveis apresentadas tendo como fonte o SINASC natildeo
permitiram identificar padratildeo de variaccedilatildeo que tivesse relaccedilatildeo teoacuterica com o aumento da
Mortalidade Infantil na AP 10 no ano de 2015 salvo a questatildeo do aumento da natalidade
fato estes comem a todas as aacutereas da Cidade no periacuteodo estudado
50
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ
A mortalidade infantil no municiacutepio do Rio de Janeiro apresenta uma tendecircncia
decrescente haacute vaacuterios anos e estudos de Matos et al (2007) sobre mortalidade infantil no MRJ
no periacuteodo de 1979 a 2004 demonstraram que houve um decreacutescimo de todos os
componentes relativos aos oacutebitos infantis nesse periacuteodo
No Graacutefico 8 pode-se observar de que maneira ocorreu essa tendecircncia decrescente
das TMI e seus componentes no MRJ de 1980 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
51
A Tabela 12 apresenta as variaccedilotildees das TMI e seus componentes no MRJ ao longo dos
triecircnios 20072009 20102012 e 20132015 verificando-se uma variaccedilatildeo negativa destes
indicadores ou seja a reduccedilatildeo da mortalidade infantil em todos os seus componentes
principalmente da mortalidade ocorrida no periacuteodo poacutes-neonatal com uma reduccedilatildeo importante
de 168
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados Faixa Etaacuteria Infan 20072009 20102012 20132014 Faixa
Etaacuteria inf
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 lt 7d -73
07-27 23 21 22 07-27 -60
28d-lt1 49 47 41 28d-lt1 -168 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis eacute uma importante estrateacutegia da vigilacircncia da
mortalidade (BRASIL 2009) cujos objetivos se relacionam agrave possibilidade de contribuir para
o desenvolvimento de accedilotildees especiacuteficas que visem a reduccedilatildeo dessas taxas A investigaccedilatildeo dos
oacutebitos infantis iniciou-se no municiacutepio do Rio de Janeiro em 2006 e no ano seguinte que
representa o limite inicial do presente estudo foram apenas investigados 347 dos oacutebitos
infantis (SMS 2016) Em 2015 ocorreram 1094 oacutebitos infantis sendo investigados 904
oacutebitos ou seja 826 do total demonstrando um incremento importante dos oacutebitos
investigados como mostra o Graacutefico 9
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A Tabela 13 e o Graacutefico 10 mostram que foram investigados 754 dos oacutebitos
relativos ao periacuteodo neonatal precoce (lt 7 dias) 845 no periacuteodo neonatal tardio e 915
ao periacuteodo poacutes-neonatal no MRJ em 2015
52
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ Faixa Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 384 648 702 738 832 880 828 801 754
07-27 460 598 644 749 838 889 864 870 845
28d-lt1 250 573 609 776 781 848 886 910 915
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tambeacutem foram observados os oacutebitos referentes a algumas variaacuteveis de risco como a
idade da matildee a idade gestacional das matildees e o peso do RN ao nascer considerando a
proporccedilatildeo de oacutebitos infantis por cada uma dessas variaacuteveis nas aacutereas e MRJ
A Tabela 14 apresenta a proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis ocorridos em matildees nas
diferentes faixas etaacuterias Houve um aumento do percentual de oacutebitos em matildees nas faixas
etaacuterias de 20 a 24 anos 45 a 49 anos diminuiccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis nas
adolescentes
53
Tabela 14 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee MRJ
Idade
Matildee
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10-14 07 15 06 09 06 21 14 14 16
15-19 179 147 161 167 183 181 185 162 169
20-24 215 228 210 190 203 212 199 240 209
25-29 181 191 186 203 171 188 202 215 197
30-34 156 138 139 145 158 152 157 179 176
35-39 69 80 89 96 101 109 112 101 139
40-44 29 28 33 33 40 34 35 44 48
45-49 06 04 03 02 02 02 02 06 01
Ign 159 168 172 155 136 102 95 38 46
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Outra variaacutevel de risco para os oacutebitos infantis se relaciona agrave idade gestacional das
matildees O maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 ocorreu entre a 37- 41 semanas de
gestaccedilatildeo correspondendo a um total de 167 oacutebitos de 2007 a 2015 Tambeacutem houve um
grande nuacutemero de oacutebitos (129 oacutebitos) entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo nesse periacuteodo A
soma dos oacutebitos infantis ocorridos nesses dois periacuteodos de gestaccedilatildeo correspondeu a um pouco
mais da metade do nuacutemero de oacutebitos totais no periacuteodo analisado conforme mostra a Tabela
15
Tabela 15 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Semanas
Gestaccedilatildeo
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Menos 22 22 23 71 26 73 61 68 58 63
22 a 27 227 246 196 212 181 197 205 228 228
28 a 31 165 155 174 155 136 156 144 159 143
32 a 36 193 169 173 224 140 170 178 173 182
37 a 41 248 242 262 254 212 249 260 288 294
42 e mais 11 16 13 10 14 10 09 14 10
Natildeo informado 133 148 111 119 244 157 135 80 80
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Um importante fator a ser observado se refere ao peso da crianccedila ao nascer uma vez
que ele se encontra estreitamente relacionado ao oacutebito infantil A Tabela 16 apresenta o
54
percentual de oacutebitos ocorridos em RN com menos de 2500g sendo de 599 em 2007 e de 629
em 2015 mostrando algum decreacutescimo na proporccedilatildeo de oacutebitos infantis com peso adequado ao
nascimento
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Peso
nascer (500g)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
0g a 499g 53 54 112 50 58 49 53 44 50
0500g a 0999g 285 288 236 272 246 269 261 303 291
1000g a 1499g 99 117 105 103 105 114 124 120 109
1500g a 1999g 79 73 69 72 98 70 79 70 88
2000g a 2499g 83 67 68 76 74 83 73 97 101
2500g a 2999g 90 88 100 146 127 100 114 130 130
3000g a 3499g 91 95 108 82 93 127 109 138 129
3500g a 3999g 39 39 49 42 47 55 50 60 62
4000g a 4499g 09 06 11 08 08 08 23 13 19
4500g e mais 04 04 03 04 03 07 05 07 05
Ignorado 166 169 140 145 141 117 110 19 16
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
55
53 Mortalidade Infantil na AP 10
Em relaccedilatildeo a AP 10 apresentaremos os nuacutemeros absolutos dos oacutebitos infantis
ocorridos entre 2007 e 2015 e a proporccedilatildeo de seus componentes no mesmo periacuteodo
Como pode ser verificado na Tabela 17 em 2015 ocorreram 67 oacutebitos infantis sendo
esse nuacutemero de oacutebito infantil maior do que o apresentado no iniacutecio do periacuteodo de expansatildeo
recente da APS determinando assim o fato que motivou e caracterizou o interesse desse
estudo principalmente porque foram 17 oacutebitos a mais que os do ano anterior exatamente
quando a aacuterea jaacute atingia maior cobertura da ESF A maior proporccedilatildeo de oacutebitos de concentra
no periacuteodo neonatal precoce sendo observada uma variaccedilatildeo negativa da proporccedilatildeo de oacutebitos
poacutes-neonatais como esperado como ser observado na Tabela 18
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 por componentes de 2007 a 2015 Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 31 31 38 33 25 26 25 25 35
07-27 11 14 12 10 9 8 10 10 12
28d-lt1 24 23 32 19 24 16 28 15 20
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 470 456 463 532 431 520 397 500 522
07-27 167 206 146 161 155 160 159 200 179
28d-lt1 364 338 390 306 414 320 444 300 299
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Em relaccedilatildeo agraves taxas de mortalidade infantil na AP 10 durante o periacuteodo estudado
observa-se que 2008 2009 2013 e 2015 houve aumento dessas taxas principalmente no
periacuteodo neonatal precoce como se observa na Tabela 19 Quando comparamos essas mesmas
taxas de mortalidade agraves taxas de mortalidade infantil no MRJ vemos na Tabela 20 que as
TMI foram mais elevadas na AP 10 do que no MRJ nesses anos A mortalidade neonatal
precoce foi o componente da MI com maiores taxas A TMI no MRJ em 2015 se apresentou
56
menor do que a TMI em 2007 Fato esse que natildeo ocorreu na AP 10 quando a TMI aumentou
em 2015 em relaccedilatildeo a 2007
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 67 67 79 70 53 58 55 54 75
07-27 24 30 25 21 19 18 22 21 26
28d-lt1 52 50 66 40 51 36 62 32 43
Total 142 147 170 131 124 112 140 107 144 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 612 601 643 638 567 581 609 540 568
07-27 212 26 223 206 194 229 226 203 221
28d-lt1 483 498 500 466 490 457 431 384 416
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
As mesmas informaccedilotildees quando analisadas de modo que sejam observados os
valores natildeo por cada ano mas sim pelos os triecircnios estudados permitem identificar que o
nuacutemero de oacutebitos infantis e as TMI nos seus trecircs componentes principais se apresentaram
com decreacutescimo na AP 10 e no MRJ como se pode ver nas Tabelas 21 e 22 Entretanto a
variaccedilatildeo percentual na TMI e nos seus componentes foi maior na AP 10 que a variaccedilatildeo
percentual meacutedia do MRJ
Tabela 21 - TMI por componentes na AP 10 e por triecircnio de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 71 61 61 -10 -141
07-27 26 19 23 -03 -113
28d-lt1 56 43 46 -10 -178
Total 153 123 130 -23 -150 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 22 - TMI por componentes no MRJ e por triecircnio no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 -05 -80
07-27 23 21 22 -01 -43
28d-lt1 49 47 41 -08 -163
Total 134 127 120 -14 -104
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
57
No Graacutefico 11 estatildeo representadas as variaccedilotildees das TMI na AP 10 por componentes
nos trecircs triecircnios estudados
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10
Por triecircnio de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Na Mortalidade Infantil Proporcional por faixa etaacuteria observamos a manutenccedilatildeo do
padratildeo com maior proporccedilatildeo de oacutebitos infantis neonatais precoces o que jaacute se apresentava
desde o iniacutecio do periacuteodo estudado assim como jaacute era uma tendecircncia conhecida a partir dos
anos 90 na AP 10 como observada na Tabela 23
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015
lt 7d 463 494 472
07-27 171 159 178
28d-lt1 366 347 350
Total 1000 1000 1000
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
58
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10
Analisando as causas de oacutebitos infantis por capiacutetulos e categorias do Coacutedigo
Internacional de Doenccedilas (CID) vemos que a maior causa de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
correspondeu ao XVI capiacutetulo do CID ou seja por ldquoAlgumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatalrdquo (607 oacutebitos ou 555) Em seguida os oacutebitos mais preponderantes se relacionaram
ao XVII capiacutetulo do CID que trata de ldquoMalformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias
cromossocircmicasrdquo (233 oacutebitos) Essas duas causas somadas equivalem a mais ou menos 75
das causas de oacutebitos infantis por capiacutetulo do CID Considerando o periacuteodo de 2007 a 2015 as
causas mais preponderantes de oacutebitos infantis foram as mesmas observadas em 2015
Em relaccedilatildeo agrave categoria do CID a maior causa de mortalidade infantil no MRJ em
2015 correspondeu ao ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relacionadas com a gravidez atualrdquo (CID P00) Malformaccedilotildees congecircnitas
deformidades e anomalias cromossocircmicas (principalmente por ldquoOutras malformaccedilotildees
congecircnitas do coraccedilatildeordquo- CID Q24) ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CIDP36) e
ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por complicaccedilotildees maternas gravidezrdquo (CID P01)
Os oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ no periacuteodo de
2007 a 2015 satildeo apresentados no ANEXO 3 Natildeo estatildeo apresentadas as informaccedilotildees sobre
Mortalidade Infantil por grupo de causas para a AP 10 tendo em vista que o padratildeo de
distribuiccedilatildeo eacute semelhante ao do MRJ onde se apresenta um perfil de causas compatiacuteveis com
a classificaccedilatildeo sobre evitabilidade que seraacute apresentada depois
O Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave
gravidez atual corresponderam ao maior percentual de causa de morte infantil em 2015 no
MRJ e apresentou elevaccedilatildeo de seu percentual quando comparado a 2007 quando o
Desconforto Respiratoacuterio do Receacutem-Nascido era a causa mais preponderante como se
observa na Tabela 24 e Graacutefico 12
59
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Causa (CID10) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
P00 Feto e RN afetados por af
maternas natildeo obrigrelacionadas agrave
gravidez atual 54 55 90 100 88 112 123 95 98
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido 120 95 98 87 74 63 71 79 56
P36 Septicemia bacteriana do RN 70 80 68 61 48 58 70 79 89
P01 Feto e RN afetados por compl
maternas da gravidez 28 44 57 51 62 63 57 52 59
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircnitas do
coraccedilatildeo 51 51 44 39 47 48 56 55 37
P02 Feto e RN afetados por compl
placenta cordatildeo umb e membr 32 41 33 48 41 53 45 33 56
J18 Pneumonia pmicro-org NE 47 32 41 30 39 38 42 27 37
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade 35 27 26 37 38 28 25 27 23
P21 Asfixia ao nascer 41 38 37 23 19 20 20 24 28
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 13 19 17 32 27 31 21 21 27
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 12 ndash Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
O Graacutefico 13 mostra o aumento da TMI devido ao Feto e RN afetados por afecccedilotildees
maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual (CID P00) e a diminuiccedilatildeo da
TMI por Desconforto respiratoacuterio do receacutem-nascido (CID P22) apoacutes uma pequena elevaccedilatildeo
em 2014 A Tabela 25 mostra que a elevaccedilatildeo do Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas
natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual como causa da mortalidade infantil no
triecircnio 20132015 foi a mais acentuada (variaccedilatildeo de 39) e o Desconforto respiratoacuterio do
receacutem-nascido representou maior decreacutescimo no mesmo triecircnio com uma diminuiccedilatildeo de
36
60
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 25 ndash MI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio Causa (CID10) 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
P00 Fetos e receacutem-nascidos afetados por afec
maternas natildeo obr relacionados a gravidez
atual
67 100 106
39
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido
104 75 68
-36
P36 Septicemia bacteriana do receacutem-nascido 73 56 79
06
P01 Feto rec-nasc afet complic maternas
gravidez
43 59 56
13
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircn do coraccedilatildeo 49 44 49
0
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr
35 47 45
10
J18 Pneumonia pmicro-org NE 40 36 36 -04
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade
29 34 25
-04
P21 Asfixia ao nascer 39 21 24 -15
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 16 30 23 07
Total geral 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Lembrando o conceito de Malta (2010) sobre a morte infantil causada por afecccedilotildees
evitaacuteveis por intervenccedilotildees no SUS ou seja aquelas passiacuteveis de serem prevenidas ou
reduzidas por serviccedilos eficientes de sauacutede verificamos a seguir de que maneira ocorreram as
principais causas evitaacuteveis no MRJ e na AP 10 em particular
Segundo a Lista Brasileira de Causas Evitaacuteveis feita com dados do Sistema de
Informaccedilotildees sobre Mortalidade dispotildee-se de subgrupos de causas Esses subgrupos
correspondem agraves causas evitaacuteveis que satildeo aquelas Reduziacuteveis pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave
61
mulher no parto Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequados e Reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculada a
accedilotildees de atenccedilatildeo
As principais causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 foram relacionadas agraves causas
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (349 oacutebitos infantis) correspondendo a
319 dos oacutebitos Outras causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis de menores proporccedilotildees foram as
causas tais como ldquoReduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeordquo e agraves ldquoCausas mal definidasrdquo 05
e 33 respectivamente em 2015 como apresenta a Tabela 26 As ldquoDemais causas (natildeo
claramente evitaacuteveis)rdquo apresentaram um nuacutemero de 294 oacutebitos correspondendo somente a
269 do total Em resumo as causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
corresponderam a 698 como visualisamos na Tabela 27 Jaacute a Tabela 28 representa a
pequena diminuiccedilatildeo da TMI por causas evitaacuteveis no MRJ em 2015 (841000) em relaccedilatildeo agrave
TMI em 2007 de 891000 por causas evitaacuteveis
Tabela 26 -Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade no MRJ Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 03 03 01 03 04 05 00 03 05
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
na gestaccedilatildeo
269 274 319 320 309 331 351 320 319
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
no parto
104 99 94 80 77 76 73 75 86
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-
nascido
140 155 141 123 112 115 127 141 147
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e
tratamento adequado
112 87 95 72 101 89 96 72 79
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede
vinculada agraves accedilotildees de atenccedilatildeo
49 63 61 64 63 71 53 61 63
2 Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 277 279 256 289 292 278 265 296 269
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Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 677 682 710 662 667 687 701 671 698
Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
Natildeo claramente evitaacuteveis 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
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62
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 89 93 97 87 83 87 89 76 84
Causas mal definidas 06 05 05 06 05 04 04 04 04
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 38 35 38 37 35 34 33 32
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo agora considerados os valores por triecircnios atraveacutes das taxas e da proporccedilatildeo por
grupo de causas nestes grupos segundo as informaccedilotildees descritas nas tabelas abaixo
Ao estudarmos os triecircnios no MRJ observamos que as causas Reduziacuteveis por
adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram as que apresentaram a maior taxa de
mortalidade infantil nos trecircs triecircnios como mostra a Tabela 29 As Causas mal definidas
foram as que tiveram maior reduccedilatildeo nos triecircnios estudados (-240) apresentada na Tabela
30 e Graacutefico 14 resultado que pode ser atribuiacutedo como decorrente da melhor investigaccedilatildeo
dos oacutebitos
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 00
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 39 41 40
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 13 10 09
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 20 15 17
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento
adequado
13 11 10
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a
accedilotildees de atenccedilatildeo
08 08 07
2 Causas mal definidas 05 05 04
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 36 37 33
Total 134 128 120
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeosegundo evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 93 86 83 -105
Causas mal definidas 05 05 04 -240
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 37 33 -87
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
63
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo apresentados os dados relacionados aos oacutebitos infantis evitaacuteveis de residentes na
aacuterea da AP 10 com os valores por ano no periacuteodo de 2007 a 2015 atraveacutes do nuacutemero
absoluto de oacutebitos da proporccedilatildeo por grupo de causas e as respectivas taxas por cada ano Em
seguida as informaccedilotildees apresentadas estatildeo agrupadas por triecircnio considerando-se o periacuteodo
de 2007 a 2015
O fato que chamou a atenccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo na AP 10 foi que
ocorreram 67 oacutebitos infantis em 2015 sendo 48 (716) desses oacutebitos ocorreram por causas
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS como pode ser observado nas Tabela 31 e Tabela 32
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 44 47 58 38 34 38 45 36 48
Causas mal definidas 2 3 1 8 4 2 1 1 2
Natildeo claramente evitaacuteveis 20 18 23 16 20 10 17 13 17
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
64
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 667 691 707 613 586 760 714 720 716
Causas mal definidas 30 44 12 129 69 40 16 20 30
Natildeo claramente evitaacuteveis 303 265 280 258 345 200 270 260 254
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 33 - TMI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 95 101 120 80 73 85 100 77 103
Causas mal definidas 04 06 02 17 09 04 02 02 04
Natildeo claramente evitaacuteveis 43 39 48 34 43 22 38 28 37
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A taxa de mortalidade por causas evitaacuteveis na AP 10 no ano de 2015 foi uma das
maiores do periacuteodo estudado de 103 por mil nascidos vivos sendo poreacutem menor que a taxa
que ocorreu 2009 de 120 oacutebitos em mil nascidos vivos como mostra a Tabela 33
Em todo o periacuteodo estudado as mortes por causas evitaacuteveis foram as que apresentaram
maior nuacutemero em relaccedilatildeo agraves demais causas Ainda na Tabela 33 podemos observar que a
TMI por Causas evitaacuteveis na AP 10 em 2015 (103 por 1000 nascidos vivos) se apresentou
maior do que no ano de 2007 (95) Poreacutem quando analisamos as TMI por triecircnios
verificamos que houve uma pequena reduccedilatildeo da mortalidade infantil por causas evitaacuteveis
assim como as demais causas
Quando analisamos os triecircnios observamos que a TMI na AP 10 por causas de morte
evitaacuteveis decresceu de 1061000 em 20072009 para uma taxa de 931000 em 20132015
As causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram responsaacuteveis pelo
maior percentual de causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis apresentando 333 no triecircnio
20132015 apresentado nas Tabelas 34 35 e 36 embora tenha tido uma diminuiccedilatildeo de sua
TMI no triecircnio 200132015 em relaccedilatildeo ao triecircnio 20072009
65
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 06
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 329 359 333
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 93 76 67
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 116 94 139
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequado 102 71 78
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo
51 47 94
2 Causas mal definidas 28 82 22
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 282 271 261
Total 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10 Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 106 79 93 -13
Causas mal
definidas
04 10 03 -01
Natildeo claramente
evitaacuteveis
43 33 34 -09
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de
imunizaccedilatildeo
00 00 01 01
121 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
50 44 43 -07
122 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher no parto
14 09 09 -05
123 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao receacutem-nascido
18 12 18 0
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequado
16 09 10 -06
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave
sauacutede vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo
08 06 12 04
2 Causas mal definidas 04 10 03 -01
3 Demais causas (natildeo claramente
evitaacuteveis)
43 33 34 -09
Total 153 123 130 -23 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
66
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs
A seguir os dados analisados no presente estudo estatildeo resumidos incluindo-se
informaccedilotildees de todas as aacutereas da Cidade sendo apresentados na Tabela 37
Desse modo podemos constatar que em todas as AP exceto na AP 10 e na AP 32
houve um aumento da taxa de natalidade de 2007 a 2015 no municiacutepio do Rio de Janeiro O
percentual de crianccedilas nascidas com baixo peso na AP 10 foi equivalente ao MRJ em 2015
apresentado a maior reduccedilatildeo de todas as AP
Embora a proporccedilatildeo de nascimentos com menos de 7 consultas preacute-natal na AP 10
tenha diminuiacutedo no triecircnio 201315 essa reduccedilatildeo foi inferior a reduccedilatildeo ocorrida em todo o
municiacutepio do Rio de Janeiro Ainda na AP 10 podemos observar que apesar de ainda
apresentar um grande percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 20132015
ela teve uma reduccedilatildeo maior do que a ocorrida no MRJ no mesmo triecircnio
O maior percentual de parto cesaacutereo ocorreu na AP 22 enquanto a AP 10 apresentou
um dos menores percentuais nesse uacuteltimo triecircnio estudado O maior aumento do percentual de
partos cesaacutereos em 2015 ocorreu na AP 53 enquanto o menor aumento desse percentual
ocorreu na AP 31
A maior proporccedilatildeo de parto realizado nos SUS aconteceu na AP 53 No triecircnio
20132015 a maior taxa de moralidade infantil se deu na AP 33 e a taxa de mortalidade
infantil estimada para o triecircnio na AP 10 foi de 131000 sendo maior do que a verificada no
MRJ taxa de 120 A AP 21 foi a que apresentou a menor taxa no uacuteltimo triecircnio do estudo
de 85
A taxa de mortalidade neonatal foi maior do que a taxa de mortalidade poacutes-neonatal agrave
custas da maior incidecircncia de oacutebitos no periacuteodo neonatal precoce A TMI por causas evitaacuteveis
diminuiu em todas as AP no triecircnio 201315 quando comparada ao triecircnio 200709 exceto
nas AP 33 e AP 53 A maior reduccedilatildeo dessa TMI ocorreu na AP 22 com uma diminuiccedilatildeo de
4444
67
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash
MRJ e APs ndash 2007 e 2017
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Taxa de
Natalidade
2007
1605
978
966
1289
1289
1342
1425
1274
1511
1603
1329
Taxa de
Natalidade
2015
1563
1028
983
1362
1275
1383
1696
1403
1721
1824
1432
Percentual
de BPN
triecircnio
20132015
92
87
88
92
97
95
92
92
89
94
92
Variaccedilatildeo
BPN
2007-2009 e
2013-2015
-116
-52
-81
-63
-17
-47
-33
-42
-30
-08
-43
Proporccedilatildeo
de Nasc
com menos
de 7 cons
Preacute Natal
Triecircnio
20132015
278
120
148
292
230
314
219
284
272
274
254
Variaccedilatildeo
da Propde
Nasc com
menos de 7
cons Preacute
Natal
2007-2009 e
2013-2015
-158
-309
-134
-163
-230
11
-248
-187
-137
-284
-170
Propde
Nasc de
Matildees
Adolesc
Triecircnio
20132015
181
84
103
183
152
174
123
179
169
214
159
Variaccedilatildeo
de Nasc de
Matildees Adol
20072009 e
20132015
-79
-169
-180
-21
-86
-20
-107
-42
-62
-41
-62
Proporccedilatildeo
de Nascim
Parto
Cesaacutereo
Triecircnio
20132015
486
640
670
515
572
577
615
534
580
477
567
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto
Cesaacutereo-
Triecircnio
20072015
16
21
19
01
49
82
70
18
147
140
57
68
(cont)
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Proporccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
Triecircnio
20132015
629
263
164
671
570
616
509
699
628
765
579
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
20072015
170
72
-513
275
-13
57
-06
54
-07
21
57
TMI total
20132015
130
85
77
129
114
140
100
133
109
171
120
TMI
Neonatal
Precoce
20132015
61
42
40
54
48
77
47
62
52
84
57
TMI
Neonatal
Tardia
20132015
23
19
10
26
23
21
19
24
20
30
22
TMI
Neonatal
20132015
84
61
50
80
71
98
67
86
72
114
79
TMI Poacutes
Neonatal
20132015
46
23
27
49
43
43
34
47
37
57
41
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20072009
106
59
81
95
90
96
75
108
96
115
93
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20132015
93
53
45
89
70
100
63
95
78
135
83
Variaccedilatildeo
de Oacutebitos
Infantis por
Causas
Evitaacuteveis
20072015
-1226
-1016
-4444
-631
-2222
416
-160
-1203
-1875
1739
-1075
Fonte SIMSINASCSVSSMS Rio-2017
69
6 DISCUSSAtildeO
Os indicadores de sauacutede podem ser afetados em seus valores ao longo do tempo
quando satildeo disponibilizados melhores serviccedilos de atenccedilatildeo agrave sauacutede assim como quando satildeo
observadas melhores condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo Inclusive iniciativas de poliacuteticas
puacuteblicas que visem beneficiar a populaccedilatildeo satildeo tatildeo importantes que podem afetar diretamente
a ocorrecircncia de fatores de risco
Neste estudo pocircde-se observar alteraccedilatildeo de alguns fatores relacionados teoricamente agrave
Mortalidade Infantil para todo o MRJ e na AP 10 quando consideradas as informaccedilotildees sobre
parto e nascimento do SINASC
Considerando a Proporccedilatildeo de Baixo Peso ao nascer houve um decreacutescimo de 116
de nascimento de crianccedilas com baixo peso (lt 2500g) na AP 10 o maior decreacutescimo entre as
aacutereas programaacuteticas O MRJ tambeacutem apresentou reduccedilatildeo desse percentual Para Gaiva (2014)
um grande nuacutemero de estudos aponta o baixo peso como um dos principais fatores
relacionados ao aumento do risco de oacutebito neonatal A prematuridade e o crescimento
intrauterino restrito satildeo os principais determinantes do baixo peso ao nascer e podem ser
avaliados atraveacutes de um acompanhamento preacute-natal de qualidade assim como uma adequada
atenccedilatildeo no momento do parto (GAIVA 2014)
Os nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes diminuiacuteram em todas as AP ao
longo do periacuteodo analisado sendo que o maior decreacutescimo ocorreu na AP 22
A idade materna eacute uma importante caracteriacutestica da gestante que traz riscos evidentes
quando a matildee se encontra abaixo dos 20 anos e quando se encontra acima dos 35 anos de
idade Em um estudo de Lima et al 2010 sobre a associaccedilatildeo entre a mortalidade neonatal
precoce e poacutes-neonatal e a idade da matildee observou-se que quando a idade materna eacute maior de
35 anos e na adolescecircncia haacute associaccedilatildeo respectivamente ao oacutebito neonatal precoce e poacutes-
neonatal Imaturidade bioloacutegica fatores socioeconocircmicos e a natildeo realizaccedilatildeo das consultas
preacute-natais necessaacuterias podem estar associados agraves adolescentes Jaacute as matildees acima de 35 anos
podem apresentar fatores como comorbidades partos ciruacutergicos e fetos com anomalias
congecircnitas que podem levar ao oacutebito infantil apesar de muitas vezes disporem de melhores
condiccedilotildees socioeconocircmicas e adequados cuidados preacute-natais (LIMA et al 2010)
70
Em relaccedilatildeo ao tipo de parto se cesaacutereo ou normal observamos um aumento do parto
cesaacutereo em todo o MRJ sendo que esse aumento foi acentuado nas AP 53 e AP 52 entre
2007 e 2015 No MRJ observou-se um aumento de 57 de parto cesaacutereo enquanto a AP 10
apresentou um aumento de 16 O parto cesaacutereo estaacute cada vez mais frequente no Brasil
assim como no resto do mundo e embora seja cada vez mais seguro ele ainda apresenta riscos
(PATAH 2011) Segundo Lansky (2014) a taxa de cesaacutereas no Brasil era de 535 em 2011
A OMS recomenda que ele seja realizado quando necessaacuterio para evitar complicaccedilotildees para
matildee e filho A Federaccedilatildeo Internacional de Ginecologia e Obstetriacutecia (FIGO) preconiza uma
proporccedilatildeo maacutexima de cesaacutereas ateacute 20 dos partos e a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede ateacute
15 dos partos (Soares 2010) Em um estudo de Sanders et al (2017) para analisar fatores
relacionados ao oacutebito infantil em Fortaleza (Cearaacute) eles verificaram que o parto cesaacutereo
demonstrou ser um fator de proteccedilatildeo para a mortalidade infantil quando realizado em
gestantes de alto risco
O nuacutemero de nascimentos de matildees com adequado nuacutemero de consultas de preacute-natal
tambeacutem eacute importante a ser observado uma vez que as gestantes que realizam menos do que
seis consultas de preacute-natal apresentam risco maior de terem oacutebito fetal (KLEIN et al 2012)
Observamos nesse estudo que o percentual de nascidos vivos de gestantes com 7 ou mais
consultas de preacute-natal aumentou em todas as AP (exceto a AP 33) de 2007 a 2015 As matildees
que realizaram um nuacutemero de consultas menor do que 7 apresentaram um iacutendice de oacutebitos
proporcionalmente maior ratificando o niacutevel de fator de risco de oacutebitos de receacutem-nascidos em
relaccedilatildeo ao numero de consultas preacute-natal Observa-se inclusive que o niacutevel de oacutebitos
decresceu graccedilas ao aumento percentual de incidecircncia de 7 ou mais consulta para as matildees em
todas as AP excetuando as AP 22 e AP 33 Fernandes (2016) reforccedila que a proporccedilatildeo de
atendimentos e consultas de preacute-natal tem sido fundamental na relaccedilatildeo direta da diminuiccedilatildeo
da ocorrecircncia do baixo peso dos receacutem-natos comparando-se com os percentuais de
incidecircncia de baixo peso quando natildeo haacute um expressivo nuacutemero de consultas de preacute-natal
Em relaccedilatildeo agrave idade gestacional o maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 tenha
ocorrido em nascidos vivos entre a 37- 41 semanas de gestaccedilatildeo e somente em seguida os
prematuros entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo de 2007 a 2015 embora um estudo de Klein
(2012) a natimortalidade e a neomortalidade encontrem-se mais associadas agrave baixa idade
gestacional
Os nascimentos ocorridos em maternidades do SUS aumentaram 17 na AP 10 nos
triecircnios analisados presumindo-se aumento de oferta de leitos puacuteblicos na aacuterea enquanto no
71
MRJ houve um aumento menor de 57 Para Barbeiro (2015) a mortalidade fetal pode ser
encontrada em maior nuacutemero em gestantes com condiccedilotildees socioeconocircmicas precaacuterias que
satildeo aquelas que utilizam as maternidades do SUS
Nesse trabalho natildeo foram levados em conta outros fatores de risco para mortalidade
infantil tais como a escolaridade da matildee a presenccedila de gestaccedilotildees anteriores ao parto atual
Apgar de 5ordm minuto menor ou igual a 7 a raccedilacor da matildee entre outros assim como outros
fatores relacionados agrave morte infantil que poderatildeo ser explorados em estudos posteriores
Embora tenha ocorrido um aumento importante de oacutebitos infantis em 2015 na AP 10
que chamou dos gestores da SMS analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP 10
e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes ao
longo do periacuteodo estudado
A taxa de mortalidade infantil na AP 10 em 2015 era de 144 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos superior a do MRJ no mesmo ano que foi de 121 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos Satildeo taxas essas ainda altas quando comparadas a paiacuteses jaacute mencionados como
Japatildeo (TMI 20) Canadaacute (TMI 40) e Estados Unidos da Ameacuterica (TMI 60) (UNICEF
2015)
O componente poacutes-neonatal estaacute mais relacionado agraves condiccedilotildees baacutesicas de sauacutede
como a aacutegua tratada saneamento baacutesico acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede condiccedilotildees
socioeconocircmicas especialmente as relativas agrave renda Essas condiccedilotildees satildeo passiacuteveis de serem
modificadas atraveacutes de uma poliacutetica de sauacutede que atenda a essas necessidades Outros fatores
que influenciam as condiccedilotildees de vida aleacutem da renda familiar satildeo o grau de escolaridade dos
pais o acesso uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel e moradia salubre (FERRARI 2012) Em 2013 as
principais causas poacutes-neonatais no MRJ foram segundo o capiacutetulo da CID 10 as
Malformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias cromossocircmicas (cap XVII) 253 as
Doenccedilas do aparelho respiratoacuterio- pneumonia e bronquiolite aguda- (cap X) 178
Algumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (cap XVI) 128 e Algumas doenccedilas
infecciosas e parasitaacuterias (cap I) 109 As causas baacutesicas segundo causas externas foi por
Riscos NE a respiraccedilatildeo (W84) 50 e Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico (W78) 325(site da
SUBPAV acesso em 18052017)
A principal causa neonatal de oacutebito infantil no MRJ em 2015 correspondeu ao feto e
receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas com agrave
gravidez atual (CID P00) afecccedilotildees essas principalmente relacionadas a transtornos maternos
hipertensivos e do trato urinaacuterio As outras duas grandes causas de morte infantil no MRJ
72
corresponderam a ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CID P36) e ldquoOutras
malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeordquo (CID Q24) Ainda em 2015 698 dos oacutebitos infantis
foram por causas evitaacuteveis no MRJ Houve uma reduccedilatildeo de 105 na taxa de mortalidade
infantil no MRJ por causas evitaacuteveis nos triecircnios analisados Essa reduccedilatildeo deveu-se
principalmente agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Houve um
aumento da TMI devido agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na
AP10 no periacuteodo estudado ainda observa-se uma proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis
por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede relacionadas aos oacutebitos infantis
Em 2015 a AP 10 apresentou 716 dos oacutebitos por Causas evitaacuteveis Houve reduccedilatildeo
de suas TMI nos triecircnios estudados sendo a maior reduccedilatildeo devida agraves Causas Mal Definidas
(reduccedilatildeo de 321) A TMI (103) em 2015 que se relacionou agraves causas evitaacuteveis de oacutebitos
infantis principalmente agraves causas ldquoReduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeordquo
(358) mostram assim a importacircncia da atenccedilatildeo agrave sauacutede da gestante na assistecircncia Preacute Natal
da Atenccedilatildeo Primaacuteria e na rede de serviccedilos
A gestante quando apresenta um nuacutemero de consultas preacute- natais maior ou igual a seis
e o iniacutecio dessas consultas se faz de maneira precoce esses fatores exercem uma proteccedilatildeo agrave
gestante e ao RN A boa qualidade dessa atenccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo tambeacutem faz com que haja
diminuiccedilatildeo da morte infantil (SILVA 2013) Esses oacutebitos poderatildeo ser evitados cada vez
mais atraveacutes de accedilotildees preventivas diagnoacutestico e tratamento precoce pelos serviccedilos de sauacutede
Estudos apontam que o as gestante que realizam 6 ou mais consultas de preacute-natal tem 4 x
menos chances que seu filho venha a oacutebito (BRUM 2015)
A hipertensatildeo eclampsia infecccedilatildeo urinaacuteria hemorragia anemia e idade gestacional
inferior a 37 semanas satildeo fatores relacionados agrave gestante que se associam agrave prematuridade e
ao baixo peso ao nascer Com o controle devido desses fatores atraveacutes de assistecircncia adequada
ao preacute- natal os oacutebitos infantis podem ser evitados (SILVA 2013) Daiacute a importacircncia da
gestante ter faacutecil acesso ao serviccedilo de sauacutede para fazer um exame preacute-natal adequado e ser
referenciada a uma maternidade para completar a sua assistecircncia e a de seu filho A maior
parte dos partos ocorre em hospitais mas isso natildeo impede os altos iacutendices de
morbimortalidade materna e perinatal produzidas por uma assistecircncia possivelmente falha
somada a um desnecessaacuterio e elevado nuacutemero de cesarianas Um adequado controle preacute-natal
assim como a prevenccedilatildeo de cesarianas sem indicaccedilotildees teacutecnicas especiacuteficas levando agrave
prematuridade iatrogecircnica podem contribuir significativamente para a reduccedilatildeo desses oacutebitos
(LANSKY 2014)
73
As afecccedilotildees perinatais encontram-se relacionadas ao cuidado preacute- natal e agrave gestante agraves
condiccedilotildees do receacutem- nascido e ao parto (Bezerra 2007) A concentraccedilatildeo maior das causas
evitaacuteveis desses oacutebitos se encontra no grupo das causas reduziacuteveis pela atenccedilatildeo agrave gestaccedilatildeo
parto feto e receacutem-nato em torno de 39 As reduziacuteveis por adequado atenccedilatildeo ao RN
correspondem a 29 seguidas das causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao parto (15)
Aquelas que estatildeo ligadas a accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequados correspondem a
15 as que necessitam de accedilotildees de promoccedilatildeo vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo se encontram
com 7 das causas e pequena parte se deve a accedilotildees de imunizaccedilotildees (BEZERRA 2007)
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes desse estudo observamos que apesar da Mortalidade Infantil no MRJ e na AP
10 tenham decrescido nos triecircnios analisados ambos satildeo ainda altas taxas de mortalidade
infantil Apesar do decliacutenio da TMI ocorrer haacute deacutecadas se faz necessaacuterio a elaboraccedilatildeo de
estrateacutegias de enfrentamento de suas causas que satildeo na sua maioria evitaacuteveis A ampliaccedilatildeo da
vigilacircncia de oacutebitos no MRJ foi uma importante estrateacutegia implantada a fim de contribuir para
a melhor qualificaccedilatildeo das causas de morte infantil para que se faccedilam accedilotildees que diminuam os
oacutebitos infantis por causas que possam ser evitadas
Em virtude da ocorrecircncia importante de oacutebitos infantis em filhos de matildees
adolescentes haacute portanto a necessidade de incrementar accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo em
sauacutede da mulher principalmente nas faixas etaacuterias extremas e em especial nas adolescentes
Pesquisas relacionadas agrave idade materna assim como a outros fatores relacionados agrave morte
infantil tambeacutem devem ser ampliadas Aleacutem disso eacute importante que se invista em accedilotildees de
poliacuteticas publicas que objetivem conscientizaccedilatildeo desses jovens do ponto de vista da educaccedilatildeo
sexual com orientaccedilotildees sobre o uso de preservativos e planejamento familiar
Devido ao aumento da cesariana tanto no MRJ como na AP 10 esforccedilos devem ser
feitos para que a cesariana seja feita apenas com recomendaccedilotildees teacutecnicas precisas e natildeo
indiscriminadamente para gestante de baixo risco Eacute importante preparar a gestante durante o
cuidado preacute-natal e enfatizar a importacircncia do parto humanizado
Um preacute-natal qualificado agrave gestante tem importacircncia fundamental para a diminuiccedilatildeo
dos oacutebitos infantis
Essa pesquisa foi realizada com a perspectiva de contribuir com a Coordenadoria da
AP 10 atraveacutes de dados recentes para uma melhor visibilidade da tendecircncia da mortalidade
74
infantil e de seus componentes assim como os fatores de risco relacionados Os dados aqui
apresentados seratildeo disponibilizados para a gestatildeo da CAP 10 a fim de que seja produzido um
informe teacutecnico especiacutefico sobre Mortalidade Infantil sensibilizando profissionais e gestores
da APS sobre a necessidade de reduccedilatildeo das causas de oacutebitos evitaacuteveis por intervenccedilotildees do
SUS
Como este foi um estudo exploratoacuterio descritivo natildeo eacute possiacutevel estabelecer-se relaccedilatildeo
entre o aumento da cobertura da APS na aacuterea e os indicadores de oacutebitos infantis Entretanto o
quadro geral apresentado na AP 10 mostra-se como ainda instaacutevel considerando-se a
expectativa de reduccedilatildeo da TMI na medida em que ocorre maior oferta de serviccedilos na APS
75
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80
ANEXO 1
Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
Ano Mecircs Populaccedilatildeo
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Equipe de Sauacutede
Bucal
Modalidade I
Implantados Proporccedilatildeo de cobertura populacional estimada Credenciadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede
1999 01 5569181 0 000 0
1999 12 5569181 0 000 0
2000 01 5598953 0 000 0
2000 12 5598953 22 136 0
2001 01 5613897 22 135 0
2001 12 5897485 19 111 0
2002 01 5897485 19 111 0
2002 12 5897485 23 135 0
2003 01 5897485 23 135 0
2003 12 5937253 23 134 0
2004 01 5937253 23 134 0
2004 12 5974081 57 329 0
2005 01 5974081 57 329 50
2005 12 5974081 96 554 0
2006 01 5974081 98 566 0
2006 12 6094183 118 668 0
2007 01 6094183 119 674 0
2007 12 6136652 131 736 35
2008 01 6136652 144 810 35
2008 12 6136652 128 720 35
2009 01 6161047 124 694 35
2009 12 6161047 165 924 35
2010 01 6161047 170 952 35
2010 12 6186710 266 1483 228
2011 01 6186710 281 1567 228
2011 12 6320446 506 2762 228
2012 01 6320446 585 3193 228
2012 12 6355949 734 3984 528
2013 01 6355949 749 4066 528
2013 12 6390290 730 3941 528
2014 01 6390290 720 3887 528
2014 12 6390290 831 4486 528
2015 01 6390290 832 4492 528
2015 12 6390290 855 4616 528
2016 01 6390290 855 4616 528
Fonte MSSASDAB e IBGE
81
ANEXO 2
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do
Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil
Para menores de 5 anos no Grupo 1 - Causas Evitaacuteveis destacam-se
1 Grupo 1 - Causas evitaacuteveis
11 Reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo Tuberculose do sistema nervoso (A17)
Tuberculose miliar (A19) Teacutetano neonatal (A33) Outros tipos de teacutetano (A35) Difteria
(A36) Coqueluche (A37) Poliomielite aguda (A80) Sarampo (B05) Rubeacuteola (B06)
Hepatite B (B16) Caxumba (B260) Meningite por Haemophilus (G000) Rubeacuteola congecircnita
(P350) Hepatite viral congecircnita (P353)
12 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo parto feto e ao receacutem-nascido
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Siacutefilis congecircnita (A50)
Doenccedilas pelo viacuterus da imunodeficiecircncia humana (B20 a B24) Feto e receacutem-nascidos afetados
por complicaccedilotildees da placenta e das membranas (P022 P023 P027 P028 P029) Afecccedilotildees
maternas que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P00 P04) Complicaccedilotildees maternas da
gravidez que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P01) Crescimento fetal retardado e
desnutriccedilatildeo fetal (P05) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e baixo peso
ao nascer natildeo classificados em outra parte (P07) Siacutendrome da anguacutestia respiratoacuteria do
receacutem-nascido (P220) Hemorragia pulmonar originada no periacuteodo perinatal (P26)
Hemorragia intracraniana natildeo traumaacutetica do feto e do receacutem-nascido (P52) Isoimunizaccedilatildeo Rh
e ABO do feto ou do receacutem-nascido (P550 P551) Doenccedilas hemoliacuteticas do feto ou do
receacutem-nascido devidas agrave isoimunizaccedilatildeo (P558 a P579) Enterocolite necrotizante do feto e
do receacutem-nascido (P77)
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Placenta preacutevia e descolamento
prematuro da placenta (P020 a P021) Feto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees do cordatildeo
umbilical (P024 a P026) Outras complicaccedilotildees do trabalho de parto ou do parto que afetam o
receacutem-nascido (P03) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo prolongada e peso elevado ao
nascer (P08) Traumatismo de parto (P10 a P15) Hipoacutexia intra-uterina e asfixia ao nascer
(P20 P21) Aspiraccedilatildeo neonatal (P24 exceto P243)
82
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido Transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal (P221 P228 P229 P23 P25 P27 P28) Infecccedilotildees
especiacuteficas do periacuteodo perinatal (P35 a P399 exceto P350 e P353) Hemorragia neonatal
(P50 a P54) Outras icteriacutecias perinatais (P58 P59) Transtornos endoacutecrinos e metaboacutelicos
transitoacuterios especiacuteficos e do receacutem-nascido (P70 a P74) Transtornos hematoloacutegicos do
receacutem-nascido (P60 P61) Transtornos do aparelho digestivo do receacutem-nascido (P75 a P78)
Afecccedilotildees que comprometem o tegumento e a regulaccedilatildeo teacutermica do receacutem-nascido (P80 a
P83) Outros transtornos originados no periacuteodo perinatal (P90 a P968)
13 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento Tuberculose respiratoacuteria
com confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A15) Tuberculose das vias respiratoacuterias sem
confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A16) Tuberculose de outros oacutergatildeos (A18)
Meningite (G001 a G03) Infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas superiores (J00 a J06) Pneumonia
(J12 a J18) Outras infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas inferiores (J20 a J22) Edema de laringe
(J384) Doenccedilas crocircnicas das vias aeacutereas inferiores (J40 a J47 exceto J43 e J44) Doenccedilas
pulmonares devidas a agentes externos (J68 a J69) Outras doenccedilas causadas por clamiacutedias
(A70 a A74) Outras doenccedilas bacterianas (A30 A31 A32 A38 A39 A40 A41 A46 A49)
Hipotireoidismo congecircnito (E030 E031) Diabetes mellitus (E10 a E14) Distuacuterbios
metaboacutelicos ndash fenilcetonuacuteria (E700) e deficiecircncia congecircnita de lactase (E730) Epilepsia
(G40 G41) Siacutendrome de Down (Q90) Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio (N390) Febre reumaacutetica e
doenccedila cardiacuteaca reumaacutetica (I00 a I09)
14 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede Doenccedilas infecciosas intestinais (A00 a A09) Algumas doenccedilas bacterianas
zoonoacuteticas (A20 a A28) Febres por arboviacuterus e febres hemorraacutegicas virais (A90 a A99)
Rickettsioses (A75 a A79) Raiva (A82) Doenccedilas devidas a protozoaacuterios (B50 a B64)
Helmintiacuteases (B65 a B83) Outras doenccedilas infecciosas (B99) Anemias nutricionais (D50 a
D53) Deficiecircncias nutricionais (E40 a E64) Desidrataccedilatildeo (E86) Acidentes de transportes
(V01 a V99) Envenenamento acidental por exposiccedilatildeo a substacircncias nocivas (X40 a X44)
Intoxicaccedilatildeo acidental por outras substacircncias (X45 a X49) Siacutendrome da morte suacutebita na
infacircncia (R95) Quedas acidentais (W00 a W19) Exposiccedilatildeo ao fumo ao fogo e agraves chamas
(X00 a X09) Exposiccedilatildeo agraves forccedilas da natureza (X30 a X39) Afogamento e submersatildeo
acidentais (W65 a W74) Outros riscos acidentais agrave respiraccedilatildeo (W75 a W84) Exposiccedilatildeo agrave
corrente eleacutetrica agrave radiaccedilatildeo e a temperaturas e pressotildees extremas do ambiente (W85 a W99)
Agressotildees (X85 a Y09) Eventos cuja intenccedilatildeo eacute indeterminada (Y10 a Y34) Exposiccedilatildeo a
forccedilas mecacircnicas inanimadas (W20 a W49) Acidentes ocorridos em pacientes durante
83
prestaccedilatildeo de cuidados meacutedicos e ciruacutergicos (Y60 a Y69) Reaccedilatildeo anormal em pacientes ou
complicaccedilatildeo tardia causadas por procedimentos ciruacutergicos e outros procedimentos meacutedicos
sem menccedilatildeo de acidentes ao tempo do procedimento (Y83 a Y84) Efeitos adversos de
drogas medicamentos e substacircncias bioloacutegicas usadas com finalidade terapecircutica (Y40 a
Y59)
No grupo 2 - Causas de morte mal-definidas
2 Causas de morte mal-definidas Sintomas sinais e achados anormais de exames cliacutenicos e
de laboratoacuterio natildeo classificados em outra parte (R00 a R99 exceto R95) Morte fetal de causa
natildeo especificada (P95) Afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal natildeo especificadas (P 969)
No grupo 3 - Demais causas de morte (natildeo claramente evitaacuteveis)
1 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) As demais causas de morte O grupo de
especialistas sugeriu que as anaacutelises fossem processadas por peso ao nascer
considerando evitaacuteveis as mortes de casos com peso a partir de 1500g subdivididos
nas seguintes categorias 1500g a 2499g ge2500g Recomendou-se realizar novas
validaccedilotildees da lista e verificar criteacuterios de magnitude para inclusatildeo na lista Os
acidentes de tracircnsitotransporte antes incluindo os coacutedigos V01 a V89 passaram
incluir os coacutedigos de V01 a V99
84
ANEXO 3
Oacutebitos Infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ Causa (CID10 3C) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
P00 -Feto e RN afetados afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relac gravidez atual (NCOP) 58 62 104 109 94 123 137 97 107 891
P22 Desconforto respiratoacuterio do RN 129 106 113 95 79 69 79 80 61 811
P36 Septicemia bacteriana do RN 75 90 78 66 52 64 78 80 97 680
P01 Feto e RN afet complic maternas gravidez 30 49 66 56 67 69 63 53 64 517
Q24 Outr malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeo 55 57 51 42 50 53 62 56 40 466
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr 34 46 38 52 44 58 50 34 61 417
J18 Pneumonia pmicroorg NE 50 36 47 33 42 42 47 27 41 365
R99 Outr causas mal definidas e NE
mortalidade 38 30 30 40 41 31 28 27 25 290
P21 Asfixia ao nascer 44 43 42 25 20 22 22 24 31 273
W84 Riscos NE a respiracao 14 21 20 35 29 34 23 21 30 227
P96 Outr afeccoes originadas periodo
perinatal 31 30 31 29 16 19 26 19 22 223
P07 Transt rel gest curt dur peso baix nasc
NCOP 23 25 30 26 13 11 22 21 23 194
P24 Sindr de aspiracao neonatal 28 17 16 17 20 24 24 22 21 189
Q89 Outr malformaccedilotildees congen NCOP 18 17 18 22 28 26 27 18 15 189
Q33 Malformaccedilotildees congen do pulmao 26 28 26 25 19 16 18 18 9 185
J21 Bronquiolite aguda 14 10 17 16 25 20 20 10 22 154
A50 Siacutefilis congecircnita 5 7 11 20 22 27 23 15 23 153
P77 Enterocolite necrotizante do feto e RN 9 20 14 8 16 21 21 24 20 153
A41 Outr septicemias 29 14 13 13 15 11 19 19 6 139
Q91 Sindr de Edwards e sindr de Patau 10 15 9 14 24 21 11 12 12 128
Q79 Malformaccedilotildees congen sist osteomuscular
NCOP 16 9 12 14 12 17 19 8 18 125
Q25 Malformaccedilotildees congen das grandes
arterias 7 19 18 16 14 11 11 12 14 122
Q20 Malformaccedilotildees congen camaras e
comunicaccedilotildees card 13 15 12 14 11 6 9 8 14 102
P29 Transt cardiovasc orig periacuteodo perinatal 16 7 12 15 5 9 8 18 11 101
Q00 Anencefalia e malformacoes similares 14 20 8 9 13 13 6 8 10 101
W78 Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico 11 11 9 9 10 11 16 10 13 100
Q21 Malformaccedilotildees congen dos septos
cardiacos 9 17 14 6 16 11 4 12 7 96
P20 Hipoacutexia intra-uterina 11 8 3 8 10 10 7 14 15 86
Q04 Outr malformaccedilotildees congen do ceacuterebro 10 5 8 9 6 8 6 13 17 82
P03 Fet rec-nasc afet out compl trab parto
parto 7 14 18 10 10 8 6 4 5 82
P39 Outr infecc especificas do periodo
perinatal 12 17 12 7 8 5 8 3 3 75
P28 Outr afeccoes respirat orig per perinatal 8 5 8 4 9 4 4 11 19 72
A09 Diarreia e gastroenterite orig infecc
presum 10 10 11 7 5 4 5 8 8 68
Q03 Hidrocefalia congen 8 4 10 10 6 6 5 8 10 67
Q90 Sindr de Down 6 11 7 3 8 6 7 4 7 59
P23 Pneumonia congen 7 7 7 11 5 5 5 5 5 57
Q99 Outr anomalias dos cromossomos NCOP 5 4 5 5 3 11 10 5 8 56
P26 Hemorragia pulmonar orig periodo
perinatal 5 5 5 3 6 7 10 3 11 55
P27 Doenc respirat cron orig periodo perinatal 2 8 4 10 9 8 3 7 4 55
G80 Paralisia cerebral infantil 3 3 4 9 8 9 6 2 2 46
P04 Fet rec-nasc infl af noc trans plac leit mat 4 5 6 6 10 3 3 5 2 44
G00 Meningite bacter NCOP 7 6 6 7 7 3 2 5 1 44
W79 nalacao ingest aliment caus obstr trat resp 2 3 5 3 1 6 4 4 6 34
Q87 Outr sindr cmalform cong q acomet mult
sist 0 3 7 2 3 1 5 8 5 34
P61 Outr transt hematologicos perinatais 1 5 3 2 7 5 4 5 2 34
P25 Enfisema interst afecc corr orig per perinat 5 6 8 4 3 1 2 3 0 32
85
Q23Malformaccedilotildees congen v aortica e mitral 3 1 2 5 4 1 4 3 8 31
P37 Outr doenc infecc e parasit congen 1 5 3 2 4 2 7 3 4 31
P52 Hemorragia intracran nao-traum feto rec-
nasc 6 4 5 3 3 0 3 4 2 30
Q60 Agenesia renal e outr defeitos reducao
rim 3 3 1 5 4 1 0 7 5 29
A39 Infecc meningogocica 1 5 7 3 2 3 4 2 2 29
J69 Pneumonite dev solidos e liquidos 4 7 5 0 5 5 1 0 1 28
Q22 Malform congen valvas pulmonar
tricuspide 4 4 2 4 3 4 0 3 3 27
I27 Outr form de doenc cardiaca pulmonar 2 7 2 2 3 4 1 1 3 25
Q39 Malformacoes congen do esofago 4 2 0 5 5 4 1 1 2 24
J98 Outr transt respirat 0 6 3 4 2 3 2 3 1 24
P83 Outr afecc compr tegum espec feto rec-
nasc 2 5 2 3 0 2 0 4 5 23
Q61 Doenc cisticas do rim 1 2 1 4 3 2 2 4 3 22
G04 Encefalite mielite e encefalomielite 1 2 3 4 3 3 3 0 3 22
I42 Cardiomiopatias 4 2 0 1 2 1 0 2 9 21
Q43 Outr malformaccedilotildees congen do intestino 3 2 1 1 3 3 3 3 2 21
E46 Desnutric proteico-calorica NE 4 4 1 2 3 4 1 1 1 21
K56 Ileo paralitico e obstr intestinal shernia 3 0 2 1 3 1 1 5 4 20
G93 Outr transt do encefalo 4 4 2 2 1 0 1 3 2 19
Q01 Encefalocele 0 3 4 1 2 4 3 1 1 19
Q44 Malformaccedilotildees congen vesic biliar via
biliar fiacutegado 0 1 1 3 3 1 4 3 1 17
E88 Outr disturbios metabolicos 1 4 2 3 1 0 3 1 1 16
I51 Complic cardiopatias doenc cardiacas mal
def 3 3 0 1 3 0 0 4 1 15
Q05 Espinha bifida 4 1 1 1 2 1 2 2 1 15
P05 Crescimento fetal retard e desnutric fetal 4 3 2 2 0 0 1 2 1 15
Y34 Fatos ou eventos NE e intenc nao
determinada 1 1 2 2 2 2 3 1 1 15
P70 Trans transit metab carboid esp fet rec-
nasc 3 0 0 1 0 5 1 3 1 14
Q77 Osteocondr canom cresc ossos long col
vert 2 0 2 0 2 2 5 0 1 14
P55 Doenc hemolitica do feto e do recem-
nascido 0 1 3 0 2 1 2 2 2 13
Q42 Ausencia atresia e estenose congen do
colon 2 0 1 2 1 2 1 3 1 13
Q78 Outr osteocondrodisplasias 2 1 0 2 0 1 4 2 1 13
B20 Doenc pHIV result doenc infecc e
parasit 2 4 1 1 0 0 3 1 1 13
P60 Coagulacao intravasc dissem feto rec-
nasc 3 0 2 0 1 3 4 0 0 13
P35 Doenc virais congen 3 4 0 1 1 3 1 0 0 13
G03 Meningite dev outr causas e a causas NE 3 3 1 1 0 1 0 2 1 12
A37 Coqueluche 0 0 1 0 1 5 0 1 3 11
Q07 Outr malformacoes congen do sist
nervoso 0 2 2 2 0 2 0 2 1 11
B01 Varicela 1 1 1 2 3 2 1 0 0 11
P74 Outr dist eletrolit metab transit per neonat 3 0 4 0 2 2 0 0 0 11
Q64 Outr malformacoes congen aparelho
urinario 2 0 2 1 1 1 1 0 2 10
Q62 Anom cong obstr pelv renal malf cong
ureter 1 1 1 0 1 2 2 1 1 10
E86 Deplecao de volume 3 1 1 3 2 0 0 0 0 10
P78 Outr transt ap digestivo periodo perinatal 0 0 1 2 1 0 1 1 3 9
N39 Outr transt do trato urinario 1 1 0 0 1 1 2 1 2 9
Q32 Malformaccedilotildees congecircnitas de traqueacuteia e
brocircnquios 0 1 0 3 0 0 2 2 1 9
Q41Ausecircncia atresia estenose congecircnita
intestino delgado 1 0 0 3 2 1 0 1 1 9
J15 Pneumonia bacteriana NCOP 1 2 1 0 3 0 0 1 1 9
K21 Doenc de refluxo gastroesofaacutegico 2 1 0 1 0 3 0 2 0 9
K72 Insuf hepatica NCOP 1 0 1 1 2 2 1 1 0 9
W75 Sufocaccedilatildeo e estrangulamento acidental na 0 0 0 1 1 1 0 4 1 8
86
cama
G91 Hidrocefalia 0 0 0 1 1 0 2 3 1 8
Q63 Outr malformacoes congen do rim 0 0 0 2 3 0 0 3 0 8
C71 Neopl malig do encefalo 3 0 1 1 3 0 0 0 0 8
Q75 Outr malformacoes congen ossos cranio e
face 1 0 1 0 0 0 2 0 3 7
Q02 Microcefalia 1 1 0 0 0 1 1 1 2 7
E84 Fibrose cistica 1 1 1 0 0 1 0 3 0 7
A91 Febre hemorragica dev virus do dengue 0 6 0 0 1 0 0 0 0 7
J45 Asma 3 1 2 1 0 0 0 0 0 7
H66 Otite media supurativa e as NE 0 0 0 0 1 1 1 1 2 6
E43 Desnutric proteico-calorica grave NE 0 1 0 1 0 1 1 1 1 6
Q28 Outr malform congen aparelho
circulatorio 3 0 1 0 0 0 1 0 1 6
E87 Outr transt equil hidroeletr e acido-basic 1 1 2 0 0 1 0 0 1 6
Q31 Malformacoes congen da laringe 0 2 0 0 0 0 1 3 0 6
W04 Queda enquanto carreg apoiado poutr
pessoas 0 0 2 1 0 1 1 1 0 6
A90 Dengue 1 3 0 0 1 0 1 0 0 6
Y07 Outr sindr de maus tratos 0 0 3 0 3 0 0 0 0 6
D65 Coagulacao intravascular disseminada 3 0 1 0 2 0 0 0 0 6
R95 Sindr da morte subita na infancia 0 1 0 0 0 0 1 2 1 5
B25 Doenc pcitomegalovirus 0 0 0 2 0 0 1 1 1 5
I62 Outr hemorragias intracranianas nao-
traum 0 2 0 0 0 0 1 1 1 5
I50 Insuf cardiaca 0 1 0 2 0 0 1 0 1 5
P76 Outr obstrucoes intestinais do recem-
nascido 0 1 1 0 1 1 0 0 1 5
K92 Outr doenc do aparelho digestivo 1 0 2 1 0 0 0 0 1 5
I31 Outr doenc do pericardio 0 0 1 1 1 0 1 1 0 5
J20 Bronquite aguda 0 0 0 0 1 3 0 1 0 5
A04 Outr infecc intestinais bacter 0 1 2 1 0 0 0 1 0 5
G40 Epilepsia 0 0 1 1 0 1 2 0 0 5
R68 Outr sint e sinais gerais 3 0 0 0 0 0 2 0 0 5
P56 Hidropsia fetal dev doenc hemolitica 1 1 2 0 0 0 1 0 0 5
X09 Exposicao a tipo NE de fumacas fogo
chamas 0 0 1 0 1 3 0 0 0 5
D57 Transt falciformes 1 0 1 1 1 1 0 0 0 5
G12 Atrofia muscular espinal e sindr
correlatas 0 1 0 0 0 0 1 0 2 4
Q45 Outr malformacoes congen aparelho
digestivo 1 0 0 0 0 0 1 0 2 4
A19 Tuberc miliar 0 0 0 1 1 0 0 1 1 4
I40 Miocardite aguda 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q26 Malformacoes congen das grandes veias 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q37 Fenda labial cfenda palatina 0 0 0 0 0 1 2 0 1 4
E75 Disturb metab esfingolip e outr depos
lipid 0 0 0 0 1 0 2 0 1 4
Q93 Monossomias e delecoes dos autossomos
NCOP 0 0 0 1 0 1 1 0 1 4
N19 Insuf renal NE 0 2 0 0 1 0 0 0 1 4
W06 Queda de um leito 0 0 0 0 1 1 1 1 0 4
Q30 Malformacao congen do nariz 0 1 1 0 0 0 1 1 0 4
N17 Insuf renal aguda 0 1 0 1 1 0 0 1 0 4
P90 Convulsoes do recem-nascido 1 2 0 0 0 0 0 1 0 4
P54 Outr hemorragias neonatais 0 0 1 0 1 0 2 0 0 4
V03 Pedestre traum colis automov pickup
caminhon 0 0 3 0 0 0 1 0 0 4
D64 Outr anemias 0 0 2 1 0 1 0 0 0 4
W74 Afogamento e submersao NE 1 0 1 1 0 1 0 0 0 4
K83 Outr doenc das vias biliares 0 2 1 0 0 1 0 0 0 4
P91 Outr disturbios funcao cerebral rec-nasc 0 2 0 1 1 0 0 0 0 4
N13 Uropatia obstrutiva e prefluxo 2 1 0 0 1 0 0 0 0 4
C74 Neopl malig da gland supra-renal 1 0 2 1 0 0 0 0 0 4
J22 Infecc agudas NE das vias aereas infer 0 0 0 1 0 0 0 0 2 3
J90 Derrame pleural NCOP 0 0 0 1 0 0 0 1 1 3
P38 Onfalite recem-nasc cou shemorragia 1 0 0 0 0 0 0 1 1 3
87
leve
E74 Outr disturbios do metabolismo
carboidratos 0 0 0 0 0 2 0 0 1 3
X59 Exposicao a fatores NE 0 0 0 0 1 1 0 0 1 3
I33 Endocardite aguda e subaguda 0 0 1 0 0 1 0 0 1 3
V09 Pedestre traum outr acid transp e NE 0 0 0 1 1 0 0 0 1 3
Y09 Agressao pmeios NE 1 0 0 0 1 0 0 0 1 3
I61 Hemorragia intracerebral 0 0 0 0 1 0 1 1 0 3
B22 Doenc pHIV result em outr doenc espec 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
W19 Queda sespecificacao 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
V89 Acid veic mot n-mot tipos de veic NE 0 0 0 0 1 1 0 1 0 3
P80 Hipotermia do recem-nascido 1 0 0 0 0 1 0 1 0 3
K55 Transt vasculares do intestino 0 0 1 1 0 0 0 1 0 3
Q27 Outr malformacoes congen sist vasc perif 0 2 0 0 0 0 0 1 0 3
A16 Tuberc vias respirat sconf bacter histol 0 1 0 0 0 0 2 0 0 3
L03 Celulite 0 0 0 0 1 1 1 0 0 3
K40 Hernia inguinal 0 0 0 1 1 0 1 0 0 3
Y19 Env out prod quim subst noc e NE int n
det 0 0 0 1 1 1 0 0 0 3
J38 Doenc das cordas vocais e da laringe
NCOP 0 0 1 0 1 1 0 0 0 3
C92 Leucemia mieloide 0 0 1 1 0 1 0 0 0 3
J96 Insuf respirat NCOP 1 0 1 0 0 1 0 0 0 3
J80 Sindr do desconforto respirat do adulto 0 0 1 0 2 0 0 0 0 3
Q40 Outr malform congen trato digestivo
super 0 0 1 1 1 0 0 0 0 3
A17 Tuberc do sist nervoso 1 1 0 0 1 0 0 0 0 3
P58 Ictericia neonatal dev outr hemolises
excess 0 0 2 1 0 0 0 0 0 3
D68 Outr defeitos da coagulacao 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
P15 Outr traum de parto 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
J09 Influenza (gripe) devida a viacuterus
identificado da gripe aviaacuteria
0 0 3 0 0 0 0 0 0 3
B99 Doenc infecc outr e as NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
W87 Exposicao a corrente eletrica NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
P72 Outr transt endocrinos transit period
neonat 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2
I21 Infarto agudo do miocardio 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2
D61 Outr anemias aplasticas 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2
A86 Encefalite viral NE 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
V47 Ocup automovel traum colis obj fixo
parado 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
E72 Outr disturbios metabolismo de
aminoacidos 1 0 0 0 0 0 0 0 1 2
J12 Pneumonia viral NCOP 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2
Y04 Agressao pmeio de forca corporal 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Y06 Negligencia e abandono 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
R09 Outr sint sinais relat ap circulat respirat 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2
E70 Disturbios metabolism aminoacidos
aromaticos 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
K31 Outr doenc do estomago e do duodeno 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
I88 Linfadenite inespecifica 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2
D76 Alg doenc q env tec linforr e sist
reticuloh 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
E14 Diabetes mellitus NE 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
Y05 Agressao sexual pmeio de forca fisica 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
D84 Outr imunodeficiencias 0 0 0 0 1 0 1 0 0 2
G71 Transt prim dos musculos 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
J86 Piotorax 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
Q34 Outr malformacoes congen aparelho
respirat 0 0 1 0 0 0 1 0 0 2
L02 Abscesso cutaneo furunculo e antraz 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
Q06 Outr malformacoes congen da medula
espinhal 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
E25 Transt adrenogenitais 0 0 1 0 0 1 0 0 0 2
D18Hemangioma e linfangioma de qq localiz 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
88
X99 Agressao objeto cortante ou penetrante 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
C76 Neopl malig outr localiz e mal definidas 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
K63 Outr doenc do intestino 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
J70 Afeccoes respirat dev outr agentes
externos 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
Y83 Reac anorm compl tard interv cirurg
sacid 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
I60 Hemorragia subaracnoide 0 0 0 1 1 0 0 0 0 2
J06 Infecc agudas vias aereas super loc mult
NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
P59 Ictericia neonatal dev outr causas e as NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
B24 Doenc pHIV NE 0 1 0 0 1 0 0 0 0 2
P92 Problemas de alimentacao do recem-
nascido 1 0 0 0 1 0 0 0 0 2
X36 Vitima avalanc desab terra out mov sup
terr 0 0 1 1 0 0 0 0 0 2
J10 Influenza dev virus influenza identificado 0 0 2 0 0 0 0 0 0 2
C22 Neopl malig figado vias biliares intra-
hepat 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E03 Outr hipotireoidismos 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E23 Hipofuncao e outr transt da hipofise 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
E41 Marasmo nutricional 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
A40 Septicemia estreptococica 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
C72 Neop mal med esp nerv cran out sist nerv
cen 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
E71 Dist metab aminoacidos cad ramif e acid
grax 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I26 Embolia pulmonar 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I80 Flebite e tromboflebite 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
N10 Nefrite tubulo-intersticial aguda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
P50 Perda sanguinea fetal 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Q92 Outr trissomias e trissom parc autoss
NCOP 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V04 Pedestre traum colis veic transp pesado
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V44 Ocup autom traum colis veic trans pesad
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
W20 Impacto caus objeto lanc projetado em
queda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Y08 Agressao poutr meios espec 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
D59 Anemia hemolitica adquir 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
G60 Neuropatia hereditaria e idiopatica 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
M60 Miosite 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
P53 Doenc hemorragica do feto e do recem-
nascido 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
W08 Queda de outr tipo de mobilia 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X08 Exposicao outr tipo espec fumaca fogo
chamas 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X91 Agressao enforc estrangulamento
sufocacao 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
B49 Micose NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C33 Neopl malig da traqueia 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C38 Neopl malig do coracao mediastino e
pleura 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C73 Neopl malig da gland tireoide 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C95 Leucemia de tipo celular NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
J39 Outr doenc das vias aereas super 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
K52 Outr gastroenterites e colites nao-infecc 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q36 Fenda labial 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q68 Outr deform osteomusculares congen 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C64 Neopl malig do rim exceto pelve renal 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
C91 Leucemia linfoide 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
D48 Neopl comp incdesconh outr localiz e NE 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J04 Laringite e traqueite agudas 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J34 Outr transt do nariz e dos seios paranasais 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
L51 Eritema polimorfo 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
89
S586m Silva Maria Luiza Ramos da
Mortalidade infantil por causas evitaacuteveis na aacuterea programaacutetica 10 do municiacutepio do Rio de
Janeiro Maria Luiza Ramos da Silva ndash Rio de Janeiro 2018
88f 30cm
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Sauacutede da Famiacutelia)-Universidade Estaacutecio de Saacute 2018
Orientadora Profordf Drordf Maria Tereza Fonseca da Costa
1 Mortalidade 2 Mortalidade infantil 3 Atenccedilatildeo primaria agrave sauacutede 4 Causa da morte 5
Sauacutede da Famiacutelia I Costa Maria Tereza Fonseca da II Tiacutetulo
MARIA LUIZA RAMOS DA SILVA
MORTALIDADE INFANTIL POR CAUSAS EVITAacuteVEIS NA AacuteREA
PROGRAMAacuteTICA 10 DO MUNICIacutePIO DO RIO DE JANEIRO
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave Universidade Estaacutecio de Saacute como requisito para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Sauacutede da Famiacutelia Orientadora Profordf Drordf Maria Tereza Fonseca da Costa
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Profordf Drordf Maria Teresa Fonseca da Costa
Orientadora Universidade Estaacutecio de Saacute
_____________________________________________
Prof Dr Ricardo de Mattos Russo Rafael
Universidade Estaacutecio de Saacute
_____________________________________________
Profordm Dra Valeacuteria Romano
Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ
Dedico esse trabalho agrave minha matildee
Vilma grande amor da minha vida
AGRADECIMENTOS
Agrave minha matildee Vilma por ser uma matildee maravilhosa pelo seu amor
Ao meu pai Seacutergio (in memorian) por ter me ensinado tantas coisas importantes sobretudo
ser uma pessoa honrada
Ao meus filho Daniel e tambeacutem a Minie e Cookie que amo tanto
Aos meus irmatildeos Maria Paula e Seacutergio por acreditarem em mim Agrave minha famiacutelia que eu
desejo toda a felicidade do mundo
Agrave minha orientadora Maria Tereza Fonseca da Costa pelo apoio compreensatildeo e carinho
Aos meus professores do mestrado queridos por terem me ensinado tantas coisas importantes
e terem ampliado tanto os meus conhecimentos
Ao professor Ricardo Mattos pela generosidade gentileza aleacutem de ter aceitado o convite para
a minha banca contribuindo com ensinamentos valiosos
Agrave professora Valeacuteria Romano pelo carinho aleacutem de ter aceitado fazer parte da minha banca
quando fez grandes contribuiccedilotildees ao trabalho
Aos amigos queridos do mestrado o carinho a amizade o companheirismo Foi um enorme
prazer ir agraves aulas desfrutar a alegria do conviacutevio com vocecirc Um agradecimento especial agrave
Nayara Borges que com tanta generosidade me ajudou no momento em que eu mais
precisava ao alto astral dos risos da amiga Mocircnica Soares e ao apoio da amiga Viviane
Pereira Porto Agradeccedilo tambeacutem a Ana Paula Moura Nunes querida do administrativo
Agrave amiga Denise de Mattos Gaudard amiga de muitos anos de uma vida que me ajudou tanto
no trabalho na sua formataccedilatildeo estruturaccedilatildeo e revisatildeo
Agrave minha terapeuta querida Beatriz Breves pelo apoio pelo incentivo pelo carinho pela
ajuda
Ao Bruno Cardoso da Gerecircncia de Dados Vitais da SVSSMS Rio por ter me apoiado com o
trabalho
Aos meus amigos amados que fazem a minha jornada nessa vida mais feliz
A Deus por iluminar o meu caminho por cuidar de mim e de todos que eu amo Por me
ajudar a tentar cada dia ser uma pessoa melhor
ldquoDeixai as crianccedilas virem a mim rdquo
(Mateus 1913-15)
RESUMO
Introduccedilatildeo A mortalidade infantil relaciona-se agraves condiccedilotildees sociais e econocircmicas da
populaccedilatildeo e tambeacutem agrave oferta e qualidade dos serviccedilos de sauacutede Apesar do decliacutenio de suas
taxas no Brasil nas uacuteltimas deacutecadas ela ainda se apresenta elevada quando comparada a
outros paiacuteses e haacute uma grande proporccedilatildeo de oacutebitos evitaacuteveis Objetivo Analisar a variaccedilatildeo
dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados para
o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea Programaacutetica (AP) 10 do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015 Metodologia Estudo exploratoacuterio
descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre a mortalidade infantil e sua evitabilidade
considerando os oacutebitos de menores de um ano de residentes na aacuterea de bairros centrais do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 com descriccedilatildeo da variaccedilatildeo por ano e
pelos triecircnios correspondentes a este periacuteodo Foram utilizados dados secundaacuterios de bases
dos sistemas de mortalidade e de nascimentos com classificaccedilatildeo das causas de oacutebitos
segundo Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do
Brasil Resultados Houve aumento de oacutebitos infantis em 2015 na aacuterea diferente da
diminuiccedilatildeo da meacutedia no municiacutepio Analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP
10 e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes
considerando-se o primeiro e uacuteltimo triecircnio Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da
Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na AP10 no periacuteodo estudado ainda se observa uma
proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
relacionadas aos oacutebitos infantis
Palavras Chave Mortalidade Infantil Causas de Morte Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
ABSTRACT
Introduction Infant mortality is related to the social and economic conditions of the
population and also to the supply and quality of health services Despite the decline of its
rates in Brazil in recent decades it is still high when compared to other countries and there is
a large proportion of preventable deaths Objective To analyze the variation of infant deaths
by components and according to the avoidance criteria recommended for the Brazilian
Unified Health System (SUS) in the Program Area (AP) 10 in the municipality of Rio de
Janeiro between 2007 and 2015 Methods Descriptive exploratory study of temporal and
quantitative series on infant mortality and its avoidability considering the deaths of children
under one year of age in the central districts of the city of Rio de Janeiro from 2007 to 2015
with a description of the variation per year and for the triennia corresponding to this period
Secondary data from the bases of mortality and birth systems were used with a classification
of causes of death according to the List of Causes of Deaths Avoidable by Interventions of the
Brazilian Unified Health System Results There was an increase in infant deaths in 2015 in
the area different from the average decrease in the municipality Analyzing the Infant
Mortality in AP 10 and MRJ we observed a reduction of their rates in relation to all their
components considering the first and last three years Although there was a reduction in
Infant Mortality in MRJ and also in AP10 during the period under study there is still a
significant proportion of Avoidable Causes by Intervention of the Unified Health System
related to infant deaths
Key words Infant Mortality Cause of Death Primary Health Care
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2010
Tabela 2 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao nascerlt 2500g
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios
MRJ 2007 a 2015
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal no periacuteodo
MRJ 2007 a 2015
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ
Tabela 14 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee
Tabela 15 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 21 - TMI por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 22 - TMI por componentes por periacuteodo no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Tabela 25 - TMI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio
Tabela 26 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade- MRJ
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeo segundo evitabilidade
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 33 - Taxa de MI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash MRJ e APs ndash 2007 e
2017
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 - Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo
feita em base ao periacuteodo de 2000 a 2010
Graacutefico 5 - Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP de 20715
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de
2007 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10 por triecircnio de 2007 a
2015
Graacutefico 12 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID no MRJ
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Figura 2 - Bairros da AP 10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 - Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
ANEXO 2 - Lista de causas evitaacuteveis
ANEXO 3 - Oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AP Aacuterea Programaacutetica (ou Aacuterea de Planejamento)
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
BP Baixo Peso
Cap Capiacutetulo
CID-10 Classificaccedilatildeo Estatiacutestica Internacional de Doenccedilas e Problemas Relacionados agrave
Sauacutede 10ordf revisatildeo tambeacutem conhecida como Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas 10ordf
revisatildeo
CMI Coeficiente de Mortalidade Infantil
CMS Centro Municipal de Sauacutede
CNDSS Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
DATASUS Departamento de Informaacutetica do SUS
DNV Declaraccedilotildees de Nascido Vivo
DO Declaraccedilatildeo de Oacutebito
DSS Determinantes Sociais de Sauacutede
EQSF Equipe Sauacutede da Famiacutelia
ESB Equipe de Sauacutede Bucal
ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano
MI Mortalidade Infantil
MRJ Municiacutepio do Rio de Janeiro
MS Ministeacuterio da Sauacutede
Nordm Nuacutemero
NV Nascidos Vivos
OBS Observaccedilatildeo
ODM Objetivos do Desenvolvimento do Milecircnio
OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OTICS Observatoacuterio de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo em Sistemas e Serviccedilos
de Sauacutede
PACS Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
PSF Programa de Sauacutede da Famiacutelia
RJ Rio de Janeiro
RN Receacutem-nascido
SIM Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade
SMS Secretaria Municipal de Sauacutede
SMS-RJ Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
SINASC Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos
SUBPAV Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria Vigilacircncia e Promoccedilatildeo da Sauacutede
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
TABNET eacute um instrumento desenvolvido pelo DATASUS ndash Departamento de Informaacutetica
do Sistema Uacutenico de Sauacutede oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) que permite tabulaccedilotildees on-
line de dados e geraccedilatildeo de informaccedilotildees
TMI Taxa de Mortalidade Infantil
TMF Taxa de Mortalidade Fetal
UIS Unidade Integrada de Sauacutede
UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria 22
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro 23
23 Mortalidade Infantil no Brasil 27
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis 31
3 OBJETIVOS 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 METODOLOGIA 37
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados 37
42 Cenaacuterio de Estudo 37
43 Estrateacutegia de Anaacutelise 38
44 Aspectos Eacuteticos 41
5 RESULTADOS 41
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro 42
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ 50
53 Mortalidade Infantil na AP 10 55
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10 58
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs 66
6 DISCUSSAtildeO 69
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 71
8 REFEREcircNCIAS 75
9 ANEXOS 80
17
1 INTRODUCcedilAtildeO
A mortalidade infantil eacute um assunto de extrema importacircncia no Brasil e em todo
mundo Aleacutem de ser um indicador das condiccedilotildees soacutecio econocircmicas de uma populaccedilatildeo
tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos de sauacutede Para Bezerra et al (2007) a taxa de
mortalidade infantil representa um indicador de extrema importacircncia sendo um dos mais
utilizados no acircmbito internacional e encontra-se relacionada com fatores soacutecio-ambientais
nutriccedilatildeo saneamento baacutesico fatores relacionados a serviccedilos que prestam atenccedilatildeo agrave gestante e
ao receacutem-nato (BEZERRA 2007) Apesar de apresentar um decliacutenio de suas taxas desde
1990 ainda tem sido um desafio minimizar seus determinantes que em grande parte satildeo
evitaacuteveis No Brasil ainda encontramos taxas elevadas de mortalidade infantil quando nos
comparamos a paiacuteses desenvolvidos A estimativa para o Japatildeo por exemplo era de uma taxa
de mortalidade infantil de 20 1000 em 2015 sendo uma das menores do mundo Jaacute para o
Canadaacute a taxa estimada era de 40 nos EUA 60 enquanto para o Brasil a estimativa era 150
1000 no mesmo periacuteodo (UNICEF 2015 p 1923 e 27)
Segundo Antunes (2015) estudos sobre as condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo suas
relaccedilotildees sociais econocircmicas bioloacutegicas culturais e poliacuteticas revelam as disparidades entre a
sauacutede de seus integrantes onde as condiccedilotildees sociais e econocircmicas fraacutegeis implicam
desigualdades em sauacutede (ANTUNES 2015) Buss e Pellegrini (2007) reforccedilam esta
observaccedilatildeo ao relatar que as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo diretamente ligadas agraves
condiccedilotildees sociais que agravadas pela iniquidade de renda contribuem para um risco
diferenciado na maior parte a populaccedilatildeo Para isso foi proposta uma seacuterie de conceitos sobre
os Determinantes Sociais de Sauacutede (DSS)
ldquoPara a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) os
DSS satildeo os fatores sociais econocircmicos culturais eacutetnico-raciais psicoloacutegicos e
comportamentais que influenciam a ocorrecircncia de problemas de sauacutede e seus fatores
de risco na populaccedilatildeordquo (BUSS e PELLEGRINI 2007 p 78)
Em 2005 foi criada a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
(DSS) a partir da orientaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) para se discutir e
ampliar o conhecimento e a consciecircncia sobre os determinantes sociais da sauacutede assim como
suas relaccedilotildees a desigualdade e iniquidade em sauacutede Para se analisar o conceito de
18
Iniquumlidade em sauacutede pode-se remontar a Whitehead (1992) apud Buss e Pellegrini (2007) que
traduz este conceito do ponto de vista eacutetico e social ao mencionar iniquidades em sauacutede como
sendo desigualdades injustas e indesejaacuteveis para a populaccedilatildeo (BUSS e PELLEGRINI 2007)
O conceito de equidade estabelece o direito de todos desde que se possa atender agraves
necessidades de pessoas que precisam mais fazendo com que haja justiccedila social Atraveacutes do
Relatoacuterio Final da Comissatildeo Nacional sobre Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) 2008
o Brasil esteve situado ldquoem 11ordm lugar entre os mais desiguais do mundo em termos de
distribuiccedilatildeo da rendardquo com dados de 2005 (CNDSS 2008 p11) produzindo uma injusta
desigualdade social (FIOCRUZ 2008)
A questatildeo da sauacutede como um princiacutepio baacutesico da humanidade tem tanta relevacircncia
que a partir de 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) propocircs o relatoacuterio onde
descreve os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) que continha metas
apontadas ateacute 2015 (ONU 2000) Esse relatoacuterio menciona o quarto objetivo que destaca as
estrateacutegias da ONU para os governos de todo mundo sobre quais satildeo as diretrizes para
promover a reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia em dois terccedilos tendo como referecircncia a taxa
de 1990 Santos et al (2012) ratificam que estas diretrizes foram sugeridas estrateacutegias
regionais que utilizaram os seguintes indicadores a taxa de mortalidade na infacircncia (menores
de 5 anos) entre 1990 e 2015 a taxa de mortalidade infantil (menores de 1 ano) e a proporccedilatildeo
de crianccedilas de ateacute 1 ano vacinadas contra o sarampo (SANTOS 2012)
A meta dos ODM a respeito dos oacutebitos infantis foi alcanccedilada no Brasil em 2010
passando para uma taxa de 156 oacutebitos por 1000 nascidos vivos embora o paiacutes ainda
apresente alta taxa de mortalidade infantil (IBGE 2016) Assim parece ser fundamental que
se conheccedilam as principais de causas de morte infantil assim como as causas de mortes
evitaacuteveis neste grupo a fim de contribuir para a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no Brasil
(MENEZES 2014)middot
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foi definido na Constituiccedilatildeo de 1988 e
regulamentado pelas Leis Orgacircnicas da Sauacutede (lei 88090 e Lei 814290) a fim de
democratizar os serviccedilos de sauacutede no Brasil dessa forma garantindo o acesso universal aos
serviccedilos de sauacutede puacuteblica Seus princiacutepios aleacutem da universalidade satildeo a integralidade
equidade a regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo da rede das accedilotildees e dos serviccedilos de sauacutede a
descentralizaccedilatildeo na sauacutede e participaccedilatildeo e controle social (BRASIL 2012)
19
O Programa Sauacutede da Famiacutelia instituiacutedo no Brasil em 1994 como um dos muitos
programas do governo brasileiro que seguem os princiacutepios e diretrizes do SUS trazendo a
reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria Em 1998 mudou de denominaccedilatildeo e passou a se chamar
Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia uma vez que sua principal caracteriacutestica foi a de ser uma
estrateacutegia de reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no Brasil (JESUS 2015)
Aleacutem de se apresentar como o primeiro contato do paciente com o serviccedilo de sauacutede o
PSF priorizou accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de sauacutede representando uma
importante conquista social prevista na Constituiccedilatildeo de 1988 A ESF permite um maior
acesso ao SUS assim como a realizaccedilatildeo de uma assistecircncia que busca acompanhar o
indiviacuteduo e sua famiacutelia dentro do seu ambiente social A atenccedilatildeo ao preacute-natal do mesmo
modo que os acompanhamentos da crianccedila menor de um ano possibilitam a prestaccedilatildeo de um
serviccedilo de qualidade agrave sauacutede materna e infantil no territoacuterio da ESF (BRASIL 2012)
A motivaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo ocorreu ao longo da construccedilatildeo da minha
carreira profissional como meacutedica generalista atuando na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde
2001 A humanizaccedilatildeo do atendimento o viacutenculo entre os profissionais de sauacutede e os usuaacuterios
da ESF assim como o atendimento longitudinal (ou seja ao longo do tempo) com enfoque
nas linhas de cuidado (relativas ao fluxo assistencial) garantidas ao usuaacuterio contribuem para a
percepccedilatildeo de uma maior e melhor oferta de assistecircncia agrave sua sauacutede visando melhorar os
indicadores de sauacutede A sauacutede infantil e a possiacutevel interferecircncia nos seus indicadores com a
expansatildeo da ESF na Cidade mostrou-se como um adequado tema para estudo O Mestrado
em Sauacutede da Famiacutelia e a realizaccedilatildeo desse estudo foram uma boa oportunidade quando
complementei esse tempo e experiecircncia de trabalho com uma pesquisa a qual poderaacute
contribuir no conhecimento sobre sauacutede na infacircncia observando-a no contexto expansatildeo
recente da atenccedilatildeo primaacuteria no municiacutepio do Rio de Janeiro
Por razotildees relacionadas agraves questotildees de tempo para a realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo do
Mestrado definiu-se uma aacuterea especiacutefica da Cidade sobre a qual as informaccedilotildees foram mais
objetivamente analisadas Uma suposiccedilatildeo inicial era a de que estaria ocorrendo melhoria
contiacutenua dos indicadores de sauacutede infantil com o maior acesso aos serviccedilos de sauacutede do
municiacutepio do Rio de Janeiro nos moldes dos paiacuteses e regiotildees que priorizam a atenccedilatildeo
primaacuteria haacute mais tempo Houve a definiccedilatildeo de aacuterea geograacutefica especiacutefica no municiacutepio para
melhor focalizar os interesses desse estudo a Aacuterea Programaacutetica 10 (AP 10) que seraacute
apresentada a seguir tambeacutem porque em 2015 foi observada tendecircncia de aumento da
mortalidade infantil nesta aacuterea diferente do que ocorreu na maior parte das aacutereas da Cidade
20
Como questatildeo norteadora inicial deste estudo apresentou-se ldquoComo estaacute o
Mortalidade Infantil apoacutes a expansatildeo da ESF na AP 10 em relaccedilatildeo agraves taxas do municiacutepio do
Rio de Janeirordquo
Neste momento foi tambeacutem importante compreender como ofertar cada vez mais
serviccedilos de sauacutede de qualidade para a populaccedilatildeo em especial agrave gestante ao receacutem-nascido e agrave
da crianccedila menor de um ano que necessitam ter um acesso facilitado e uma assistecircncia
qualificada visando contribuir com a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no municiacutepio
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria
Em setembro de 1978 a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Fundo das
Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (UNICEF) articularam uma Conferecircncia Internacional sobre
Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) Essa conferecircncia denominada ldquoConferecircncia de Alma-
Atardquo se tornou um marco histoacuterico para a sauacutede jaacute que o modelo anterior de atenccedilatildeo agrave sauacutede
com um vieacutes mais biomeacutedico verticalizado especializado e intervencionista estava sendo
fortemente questionado Eram necessaacuterias novas abordagens para a intervenccedilatildeo em sauacutede
(GIOVANELLA 2009)
ldquoNa Declaraccedilatildeo de Alma-Ata a APS eacute concebida como a atenccedilatildeo agrave sauacutede essencial
baseada em meacutetodos e tecnologias apropriadas cientificamente comprovados e
socialmente aceitaacuteveis cujo acesso deve ser garantido a todas as pessoas e famiacutelias
da comunidade mediante sua plena participaccedilatildeo Pressupotildee assim a participaccedilatildeo
comunitaacuteria e a democratizaccedilatildeo dos conhecimentos incluindo lsquopraticantes
tradicionaisrsquo (curandeiros parteiras) e agentes de sauacutede da comunidade treinados
para tarefas especiacuteficas contrapondo-se ao elitismo meacutedico Nessa concepccedilatildeo a
APS representa o primeiro niacutevel de contato com o sistema de sauacutede levando a
atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel de onde as pessoas residem e trabalham
Contudo natildeo se restringe ao primeiro niacutevel integrando um processo permanente de
assistecircncia sanitaacuteria que inclui a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo a cura e a reabilitaccedilatildeordquo
(GIOVANELLA 2009 p579)
Em seguida em 1986 foi realizada a Primeira Conferecircncia Internacional sobre
Promoccedilatildeo da Sauacutede em Ottawa no Canadaacute com vistas agraves novas propostas em sauacutede puacuteblica
segundo Emiacutelia Nunes (2011) Foi assinada ao final da Conferecircncia a Carta de Otawa que
aleacutem de propor uma visatildeo consciente sobre os determinantes de sauacutede por uma populaccedilatildeo
ativa e em relaccedilatildeo agraves questotildees voltadas para os serviccedilos de sauacutede propotildee tambeacutem a reduccedilatildeo
das disparidades sociais e econocircmicas dentre outros objetivos Buscava-se assim uma nova
sauacutede puacuteblica como uma grande estrateacutegia para a obtenccedilatildeo de ldquoSauacutede para todos no ano
2000rdquo (NUNES 2011)
Ainda em 1986 foi realizada a 8ordf Conferecircncia Nacional de Sauacutede no Brasil tendo
como presidente o meacutedico sanitarista Seacutergio Arouca Essa conferecircncia viria a ser um dos
marcos institucionais de uma reforma sanitaacuteria que nos apresentou os princiacutepios de um novo
sistema de sauacutede (AROUCA 2003)
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 pocircde concretizar a criaccedilatildeo de um novo sistema de
sauacutede o SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) cujos princiacutepios de equidade integralidade e
22
universalidade aleacutem de trazerem a democracia de volta ao paiacutes levaram agrave reorganizaccedilatildeo da
atenccedilatildeo agrave sauacutede (PAIVA e TEIXEIRA 2014)
Identifica-se no texto constitucional que aleacutem de ter como um dos seus objetivos
minimizar a desigualdade social procurou tambeacutem assegurar ao cidadatildeo direitos tais como
sauacutede que resulte em bem-estar educaccedilatildeo lazer seguranccedila trabalho etc (NORONHA
2013) O texto constitucional tambeacutem reafirma que
ldquoA sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e
econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e
recuperaccedilatildeordquo (BRASIL 1988 Artigo 196 Seccedilatildeo II DA SAUacuteDE)
Souza (2010) reforccedila que com base na Constituiccedilatildeo o Estado se articulou para
ampliar o alcance de suas poliacuteticas inclusivas de sauacutede e garantir o acesso dos serviccedilos de
sauacutede a todos atraveacutes de um processo de regulamentaccedilatildeo da estrutura de sauacutede descentralizada
que avanccedilou em 1990 atraveacutes ambas da Lei Orgacircnica de Sauacutede No 8080 que estrutura o
SUS e a Lei No 8142 que trata das respectivas transferecircncias de recursos aos entes
conveniados Estas leis dispotildeem acerca de accedilotildees e serviccedilos em sauacutede a serem executados pelo
SUS aleacutem dos objetivos diretrizes princiacutepios e campo seus de atuaccedilatildeo entre outras
disposiccedilotildees
A descentralizaccedilatildeo do SUS possibilita a sua atuaccedilatildeo aos niacuteveis locais coloca a
engrenagem poliacutetico-administrativa mais proacutexima do usuaacuterio do sistema de sauacutede permitindo
sua participaccedilatildeo nessa nova concepccedilatildeo de sauacutede Inclusive os repasses financeiros e a
participaccedilatildeo da populaccedilatildeo na gestatildeo do sistema de sauacutede tambeacutem fazem parte das leis
orgacircnicas de sauacutede (SOUZA 2010) O SUS implica uma rede de serviccedilos de sauacutede
articulados que presta atenccedilatildeo de forma assistencial integrada e longitudinal coordenada pela
Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (OUVERNEY e NORONHA 2013)
Na APS se estabelece a porta de entrada do indiviacuteduo ao sistema de sauacutede
correspondendo agraves primeiras accedilotildees de cuidados em sauacutede que satildeo levadas ao ambiente mais
proacuteximo de onde se encontram as pessoas (STARFIELD 2002)
Barbara Starfield (2002) tambeacutem considera como caracteriacutesticas especiacuteficas da APS
a prestaccedilatildeo de serviccedilos de primeiro contato a responsabilidade longitudinal pelo paciente
com continuidade da relaccedilatildeo cliacutenico-paciente ao longo da vida estabelecendo assim um
viacutenculo muito positivo entre os profissionais de sauacutede e pacientes a garantia de cuidado
integral considerando-se os acircmbitos fiacutesicos psiacutequicos e sociais da sauacutede dentro dos limites de
23
atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede e a coordenaccedilatildeo das diversas accedilotildees e serviccedilos indispensaacuteveis
para resolver necessidades menos frequentes e mais complexas
A primeira caracteriacutestica da atenccedilatildeo primaacuteria eacute de ser a porta de entrada para o sistema
de sauacutede o serviccedilo de primeiro contato Para isso ele deve ter seu acesso facilitado agraves pessoas
Para isso se faz necessaacuterio que as Unidades Baacutesicas de Sauacutede estejam localizadas proacuteximas
aos domiciacutelios das pessoas assim como proacuteximas tambeacutem de seus trabalhos escolas ou seja
onde vivem trazendo assim um conceito de capilaridade maior agrave assistecircncia (Brasil 2012)
Outra importante funccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria eacute encaminhar pacientes para a rede de atenccedilatildeo
secundaacuteria e terciaacuteria (especializadas) garantindo o seu acesso nessas redes A clientela deve
ser adstrita a um territoacuterio e deve ser garantida uma atenccedilatildeo integral (STARFIELD 2002)
Durante muito tempo atribuiu-se agrave melhoria das condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas como o
fator mais importante de reduccedilatildeo da mortalidade das populaccedilotildees Poreacutem mostrou-se inegaacutevel
o papel dos serviccedilos de sauacutede ofertados agrave populaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da morbimortalidade das
populaccedilotildees (BRASIL 2012)
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro
A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia eacute considerada uma estrateacutegia de expansatildeo qualificaccedilatildeo
e consolidaccedilatildeo da APS no paiacutes Ele segue os mesmos princiacutepios do SUS que satildeo
universalidade equidade integralidade regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo Sua atenccedilatildeo eacute sobre
a famiacutelia e natildeo apenas sobre o individuo Suas accedilotildees satildeo de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo de
doenccedilas assistecircncia recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo agrave sauacutede Seu objetivo eacute de promover o acesso
agrave sauacutede a todos (BRASIL 2012)
Segundo Carla Cazelli em sua dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave FIOCRUZ em
2003 o Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) do municiacutepio do Rio de Janeiro teve o seu
primeiro projeto implantado em 1995 na Ilha de Paquetaacute com uma relativa expansatildeo em
1999 para as comunidades do Borel - Tijuca Parque Royal - Ilha do Governador Canal do
Anil - Jacarepaguaacute Vilas Canoas - Satildeo Conrado e Vilar Carioca - Campo Grande CASELLI
2003 e foi ampliando paulatinamente o nuacutemero de equipes ateacute 2016 como pode ser
observado no ANEXO 1
Nos uacuteltimos anos outro contexto poliacutetico municipal determinou uma nova etapa de
efetiva expansatildeo do PSF fato este descrito por Harzheim (2013)
24
ldquoNo municiacutepio do Rio de Janeiro a cobertura da ESF em 2009 estava em torno de
7 A partir desse ano forte ecircnfase foi dada para a APS Iniciou-se uma reforma da
APS orientada pela qualidade representada pela criaccedilatildeo das novas Cliacutenicas de
Famiacutelia e pelas Unidades tipo A (ambas 100 ESF) diferente das unidades B
(Unidades com algumas equipes de ESF) e C (Unidades Tradicionais sem ESF) Ao
final de 2012 a cobertura populacional da ESF era 40rdquo (HARZHEIM 2013 p
11)
Em 2000 havia 13 equipes de ESF no municiacutepio e desde entatildeo ocorreu uma expansatildeo
no nuacutemero de equipes e unidades Esta expansatildeo passa a ser referida como Reforma da
Atenccedilatildeo Primaacuteria (RCSP) na Cidade do Rio de Janeiro iniciada em 2009 com alicerce na
mudanccedila organizacional da Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) que coloca a Atenccedilatildeo
Primaacuteria como ordenadora das Redes de Atenccedilatildeo A cobertura populacional no municiacutepio do
Rio de Janeiro em 2009 correspondia a 7 e no final de 2012 jaacute era de 40 da populaccedilatildeo
Conforme mostrado no Graacutefico 1 entre 2008 e 2016 a cidade do Rio de Janeiro apresentou a
maior ampliaccedilatildeo de acesso do paiacutes na APS (HARZHEIM 2013)
Graacutefico 1- Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Para fins de planejamento e gestatildeo a Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) do Rio de
Janeiro divide a cidade em dez aacutereas programaacuteticas (AP) Na Cidade a expansatildeo da
Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia ocorreu de maneira natildeo equilibrada nas AP Em 2010 foi
inaugurada uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 e uma na AP 21 enquanto dez Cliacutenicas de
Famiacutelia foram inauguradas na AP 53 como mostra a Tabela 1 Em 2011 foram inauguradas
uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 AP 40 e AP 53 nove Cliacutenicas na AP 32 e cinco Cliacutenicas
na AP 33 como pode ser visto na Tabela 2 A maior expansatildeo da ESF na AP 10 regiatildeo
relacionada ao presente estudo se deu em 2016 como podemos observar nos Graacuteficos 2 e 3
(OTICS 2017)
25
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2010
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 4 2
AP 21 1 11 4
AP 31 5 36 15
AP 52 3 13 6
AP 53 10 47 22
TOTAL 20 111 49
Fonte OTICS SMS 2017
Tabela 2- Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2011
Fonte OTICS SMS 2017
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 6 3
AP 31 4 22 9
AP 32 9 49 19
AP 33 5 24 10
AP 40 1 3 1
AP 51 4 30 12
AP 52 4 23 9
AP 53 1 6 3
TOTAL 29 163 66
26
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 - IBGE 2010 Plataforma SUBPAV e Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP
ateacute outubro de 2016
27
23 Mortalidade Infantil no Brasil
A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) eacute um indicador do niacutevel de sauacutede da populaccedilatildeo
importante para avaliar poliacuteticas de sauacutede puacuteblica (SANTOS e LANSKY 2015) aleacutem de
refletir qualidade de vida da populaccedilatildeo esta taxa tambeacutem se relaciona agraves suas diferentes
condiccedilotildees socioeconocircmicas (SANTANA 2011)
A TMI se refere aos oacutebitos ocorridos entre os menores de um ano (lt 1 ano) e pode ser
subdividida em dois componentes Neonatal e Poacutes- Neonatal O oacutebito neonatal eacute aquele que
ocorre nos primeiros 27 dias de vida e pode ainda se dividir em neonatal precoce (periacuteodo de
0 a 6 dias) e neonatal tardio (7 a 27 dias) O oacutebito poacutes-neonatal eacute aquele que ocorre entre o 28ordm
dia e 364ordm dia de vida (Brasil 2009)
Nas ultimas deacutecadas mais precisamente ateacute 1990 havia maior proporccedilatildeo de oacutebitos no
periacuteodo poacutes-neonatal Apoacutes 1990 foram constatadas mudanccedilas nos iacutendices de mortalidade
que passaram a predominar no periacuteodo neonatal no Brasil Essa mudanccedila foi consequumlente agrave
reduccedilatildeo das principais causas de mortalidade poacutes-neonatal como as doenccedilas infecto-
parasitaacuterias doenccedilas do trato respiratoacuterio e desnutriccedilatildeo com consequente aumento
proporcional das principais causas da mortalidade no periacuteodo neonatal precoce como a
prematuridade asfixia do receacutem-nato e doenccedilas infecciosas no receacutem-nascido (MENEZES
2014)
Para Lima (2006) o componente neonatal da Mortalidade Infantil constitui-se
problema de sauacutede puacuteblica uma vez que quantidade relevante dos oacutebitos que ocorrem neste
periacuteodo associa-se a causas evitaacuteveis (relativas ao acesso e agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
bem como agrave qualidade desta assistecircncia) Esse componente estaacute ligado agraves condiccedilotildees sociais
econocircmicas de assistecircncia agrave sauacutede materna e infantil comportamentais e bioloacutegicas dentre
outras mas tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos ofertados agraves matildees e aos receacutem-nascidos
durante o periacuteodo de gestaccedilatildeo do parto e periacuteodo neonatalmiddot
Tendo como referecircncia as notas teacutecnicas da Rede Interagencial de Informaccedilotildees para a
Sauacutede - RIPSA (2009) verifica-se o conceito de TMI definido a partir da divisatildeo do nuacutemero
de oacutebitos de menores de um ano de idade pelo nuacutemero total de nascidos vivos na populaccedilatildeo
residente em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (RIPSA 2009)
28
Outro conceito de mortalidade utilizado eacute a mediccedilatildeo proporcional por grupos de
causas no que se refere ao percentual de oacutebitos ocorridos por grupos de causas definidas na
populaccedilatildeo residente (BRASIL 2009)
Igualmente importante a se considerar a TMF (Taxa de Mortalidade Fetal) eacute calculada
dividindo-se o nuacutemero total de oacutebitos fetais pelo nuacutemero de nascimentos totais (nascidos
vivos e oacutebitos fetais) variando poreacutem o criteacuterio de idade gestacional e peso para definir o
oacutebito fetal (BARBEIRO 2015) Vaacuterias definiccedilotildees para oacutebito fetal satildeo apresentadas na
literatura Para a OMS o oacutebito fetal eacute aquele que ocorre antes de uma expulsatildeo completa do
produto da concepccedilatildeo do organismo materno independente da idade gestacional da matildee da
crianccedila Jaacute para o National Center for Health Statistics dos Estados Unidos a morte fetal eacute
aquela que ocorre apoacutes a 20 ordf semana completa de gestaccedilatildeo Outros autores utilizam alguns
paracircmetros como peso altura e idade gestacional avanccedilada para definir os oacutebitos fetais
(SAMPAIO 2010)
Em 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede instituiu um Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da
Mortalidade Materna e Neonatal Em 2009 o Pacto pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil
nas Regiotildees da Amazocircnia Legal e Nordeste do Brasil (PRMI) a fim de reduzir em 5 ao
ano a TMI nos anos de 2009 e 2010 sobretudo em seu componente neonatal
(GUERRERO 2010)
Rosacircngela Ferrari e col realizaram um estudo bibliograacutefico e descritivo em 2012
sobre a mortalidade poacutes- neonatal no Brasil entre 2004 e 2009 Aleacutem de evidenciarem o
decliacutenio da mortalidade infantil sobretudo de seu componente poacutes-neonatal no final de 1990
foi observada relaccedilatildeo estatisticamente significativa entre as condiccedilotildees de vida e a taxa de
mortalidade infantil (FERRARI et al 2012)
Em algumas regiotildees do Brasil houve uma diminuiccedilatildeo importante das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (mais de 80) seguidas pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio e por deficiecircncias
nutricionais e baixo peso ao nascer A duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo escore de Apgar menor que sete
no 1ordm e 5ordm minutos de vida e nuacutemero igual ou maior que seis consultas de preacute-natal tambeacutem
satildeo variaacuteveis que estatildeo relacionadas agrave mortalidade infantil Em regiotildees de menor renda e
importante desigualdade econocircmica ainda haacute elevada TMI Como principais causas de morte
infantil as doenccedilas diarreacuteicas e as pneumonias foram as principais causas evitaacuteveis de morte
infantil seguida das malformaccedilotildees congecircnitas causa dificilmente evitaacutevel de morte infantil
Fatores de risco relacionados agraves pneumonias satildeo idade menor que seis meses peso abaixo de
2500 gramas desmame precoce desnutriccedilatildeo deficiecircncia de micronutrientes (vitaminas A
29
ferro e zinco) e presenccedila de episoacutedio preacutevio de pneumonia A maior oferta de aacutegua potaacutevel e
rede de esgoto contribuiacuteram para a reduccedilatildeo das doenccedilas diarreacuteicas As causas externas como
os acidentes e causas mal definidas tambeacutem se relacionam com a mortalidade poacutes-neonatal
(FERRARI et al 2012)middot
O periacuteodo perinatal compreende aquele do final da gestaccedilatildeo (oacutebitos fetais) ateacute os seis
primeiros dias completos de vida As causas diretas de mortalidade perinatal satildeo o baixo peso
ao nascer e a prematuridade assim como fatores que envolvem a gestante e seu acesso agrave
assistecircncia ao preacute-natal Aleacutem disso fatores soacutecios econocircmicos e ambientais que estatildeo
relacionados agrave gestante tambeacutem podem interferir nos determinantes da morte infantil
(MARTINS 2013)
A mortalidade perinatal eacute um indicador que permite uma anaacutelise da assistecircncia de
sauacutede agrave gestante e o acesso a serviccedilos de sauacutede eficazes para que haja reduccedilatildeo dos fatores de
risco e agravos agrave gestante e ao RN (BRASIL 2010)
Devidos agraves iniquidades soacutecio-econocircmicas e diferentes fatores de risco regionais assim
como dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede de qualidade a mortalidade infantil e seus
componentes se apresentam de maneira variada entre as diversas regiotildees do Brasil No Norte
e no Nordeste ela se apresenta com maior expressatildeo que nas demais regiotildees Para
exemplificar estas diferenccedilas identifica-se em Silva 2013 a seguinte anaacutelise
ldquoA neo-mortalidade precoce em 2006 variou de 64 no Rio Grande do Sul a 197
por mil nascidos vivos em Alagoas (Departamento de Informaacutetica do SUS
Indicadores de mortalidade Acessado em 08Out2012) Nos paiacuteses desenvolvidos
a meacutedia da taxa de mortalidade neonatal precoce eacute de 40 por mil nascidos vivosrdquo
(SILVA 2013)
No Brasil a TMI apresentou uma tendecircncia decrescente nas uacuteltimas deacutecadas de 1990
a 2014 Em 1980 a taxa era de 785 oacutebitos mil nascidos vivos (NV) em 1990 era de 785
oacutebitos por mil nascidos vivos em 2000 era de 2736 por mil nascidos vivos e em 2010
alcanccedilou 1597 oacutebitos por mil nascidos vivos atingindo a meta estabelecida pela ONU como
mostra o Graacutefico 4
O componente poacutes-neonatal (28 dias a um ano de vida incompleto) apresentou a
maior tendecircncia de queda (73 ao ano) e o componente neonatal precoce (0 a 6 dias de
vida) a menor 31 ao ano Do fim da deacutecada de 80 em diante houve um aumento da
proporccedilatildeo do componente neonatal precoce em relaccedilatildeo ao componente poacutes-neonatal
(BRASIL 2010) A Tabela 3 tambeacutem mostra a tendecircncia decrescente da TMI nas regiotildees e
UF do Brasil de 2000 a 2010
30
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo feita em base
ao periacuteodo de 2000 a 2010
Fonte CGIAEDASISSVSMS 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Regiatildeo e UF 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Regiatildeo Norte
2862 2767 2659 2559 2447 2358 2275 2214 2306 2228 2097
Regiatildeo
Sudeste
1915 1831 1732 1701 1628 1538 1503 1457 1416 1389 1343
Regiatildeo Sul 1703 164 1605 1578 1498 138 1334 1294 1265 12 1158
Regiatildeo
Centro-Oeste
2092 2065 1929 187 1854 1771 1706 1651 1699 1644 1593
Distrito
Federal
144 1518 1365 133 1395 1363 128 1109 1189 1226 1216
Total
2736 263 2489 2388 2259 2143 2066 2001 1756 168 1597
Fontes SIM MS
Outro modo de analisar a mortalidade infantil eacute a sua observaccedilatildeo quanto agraves proporccedilotildees
segundo grupo de causas
ldquoAs afecccedilotildees perinatais constituem a principal causa de mortalidade de crianccedilas
menores de um ano no Brasil Em 1990 correspondiam a 40 dos oacutebitos infantis
Em 2008 essa proporccedilatildeo elevou-se para 60 A mortalidade proporcional por
malformaccedilotildees congecircnitas em menores de um ano aumentou de 67 em 1990 para
183 em 2008 Enquanto isso a mortalidade proporcional por doenccedilas infecciosas
reduziu-se de 146 para 53 dos oacutebitos infantis no mesmo periacuteodo o que
representa diminuiccedilatildeo de 64rdquo (BRASIL 2010)
No Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de causas de mortalidade infantil foi
devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de 60) seguidas das demais causas
31
definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-parasitaacuterias (em torno de 68) e pelas
doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Eacute importante lembrar que ainda podem existir problemas na qualidade dos registros de
oacutebitos em menores de um ano e fetais Devemos para isso avaliar a cobertura e qualidade do
Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos (SINASCC) e o de Mortalidade (SIM)
Algumas informaccedilotildees satildeo baacutesicas e devem constar de toda DO (declaraccedilatildeo de oacutebito) fetal ou
de menor de um ano O peso ao nascer um dos mais importantes assim como a idade
gestacional satildeo dados muitas vezes mal informados O momento do parto em que o oacutebito
ocorre eacute igualmente importante para a classificaccedilatildeo dos oacutebitos evitaacuteveis Ele pode ocorrer
antes do parto ou apoacutes o parto Esse dado tambeacutem eacute muitas vezes mal preenchido Outro
dado que se relaciona de maneira determinante com a MI eacute a escolaridade materna que do
mesmo modo eacute muitas vezes ignorado (BRASIL 2009)
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis
Para aumentar a qualidade de informaccedilotildees e o conhecimento da situaccedilatildeo de
mortalidade infantil e perinatal mostrou-se como necessaacuteria a vigilacircncia adequada e
diferenciada desses oacutebitos A partir da Declaraccedilatildeo de Oacutebito a vigilacircncia de oacutebito nos
municiacutepios coletaraacute dados para planejamento de accedilotildees que previnam esses oacutebitos e melhorem
seus indicadores
A partir de 1990 jaacute foram criados os primeiros Comitecircs de Investigaccedilatildeo do Oacutebito
Infantil (CIOI) sendo realizada a elaboraccedilatildeo do manual dos comitecircs de prevenccedilatildeo do oacutebito
infantil e fetal em 2004 para analisar os determinantes dos oacutebitos infantis e portanto traccedilar
estrateacutegias para minimizar esses determinantes (VENAcircNCIO 2010) Esse manual teve sua
versatildeo atualizada em 2009 (BRASIL 2009)
ldquoOs Comitecircs de Prevenccedilatildeo do Oacutebito Infantil e Fetal satildeo organismos
interinstitucionais de caraacuteter eminentemente educativo e formativo com atuaccedilatildeo
sigilosa Congregam instituiccedilotildees governamentais e da sociedade civil organizada
contando com participaccedilatildeo multiprofissional cuja atribuiccedilatildeo eacute dar visibilidade
acompanhar e monitorar os oacutebitos infantis e fetais e propor intervenccedilotildees para
reduccedilatildeo da mortalidade Satildeo instrumentos de gestatildeo que permitem avaliar a
qualidade da assistecircncia agrave sauacutede prestada agrave gestante ao parto e ao nascimento e agrave
crianccedila no primeiro ano de vida para subsidiar as poliacuteticas puacuteblicas e as accedilotildees de
intervenccedilatildeordquo (BRASIL paacuteg 46 2009)
32
As fichas para Investigaccedilatildeo do oacutebito infantil e fetal foram elaboradas para que
houvesse um padratildeo uacutenico a ser utilizado na vigilacircncia dos oacutebitos infantis e fetais Elas devem
ser preenchidas a partir de dados de prontuaacuterios cadernetas das gestantes entre outros e para
que as comparaccedilotildees do conteuacutedo das mesmas possam ser feitas e os dados do SIM sejam
obtidos com maior qualidade de informaccedilotildees Accedilotildees podem ser assim planejadas e executadas
de maneira uniforme nos trecircs niacuteveis municipal regional e estadual (BRASIL 2010)
Apesar da melhoria das condiccedilotildees socioeconocircmicas e o do aumento na oferta dos
serviccedilos de sauacutede nas uacuteltimas deacutecadas no Brasil a mortalidade infantil ainda eacute decorrente de
causas evitaacuteveis de mortalidade (SANTOS 2014) ldquoAs causas de mortes evitaacuteveis ou
reduziacuteveis satildeo definidas como aquelas preveniacuteveis total ou parcialmente por accedilotildees efetivas
dos serviccedilos de sauacutede que estejam acessiacuteveis em um determinado local e eacutepocardquo (MALTA
2010) Desde a deacutecada de 70 se pensa na evitabilidade do oacutebito infantil por serviccedilos de sauacutede
eficazes e atenccedilatildeo meacutedica qualificada (HARTZ et al1996)
Em 2008 foi publicada uma primeira versatildeo da lista de causas de mortes evitaacuteveis por
intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil (proposta em 2007) sob a coordenaccedilatildeo da
Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil Sua primeira revisatildeo
ocorreu em 2009 durante uma oficina realizada na 9ordf Mostra Nacional de Experiecircncias Bem-
Sucedidas em Epidemiologia Prevenccedilatildeo e Controle de Doenccedilas - 9ordf EXPOEPI (MALTA
2010a)
Santos et al realizaram uma pesquisa sobre mortalidade infantil em LondrinaParanaacute
em 2010 estudando a evitabilidade de oacutebitos infantis em coortes de nascidos vivos (NV)
referentes a dois biecircnios nos anos 2000 (20002001) e o biecircnio (20072008) O primeiro
biecircnio por ter ocorrido antes da expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia e o outro por ser o
mais proacuteximo ao estudo realizado Como resultado as taxas de mortalidade infantil foram de
1170 e 1120 por 1000 NV em 20002001 e em 20072008 Em ambos os biecircnios o
componente neonatal foi o que apresentou a maior taxa especialmente no periacuteodo neonatal
precoce com taxas de 624 e 636 oacutebitos por 1000 NV em 20002001 e 2007 2008
respectivamente O aumento maior foi o da taxa de mortalidade neonatal tardia de 182 oacutebitos
a cada 1000 NV no primeiro biecircnio e de 227 no biecircnio posterior A mortalidade poacutes-neonatal
foi a uacutenica que reduziu sendo que em 20002001 foi de 364 oacutebitos a cada 1000 NV e 257
em 20072008 A maioria dos oacutebitos nos dois biecircnios foi considerada evitaacutevel tanto quanto
em relaccedilatildeo agrave adequada atenccedilatildeo agrave mulher durante a gestaccedilatildeo e o parto quanto ao feto e ao
receacutem-nascido especialmente o relativo a adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (SANTOS
2014)
33
As mortes evitaacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo ocorreram mais entre
nascidos com baixo peso e as natildeo claramente evitaacuteveis entre crianccedilas com peso adequado em
ambos os biecircnios Aproximadamente sete em cada 10 oacutebitos infantis foram considerados
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS tanto no primeiro (716) como no segundo (655)
periacuteodo estudado (SANTOS 2014)
O baixo peso (BP) ao nascer eacute aquele em que o peso ao nascer eacute inferior a 2500 g
(OMS 2008) e ele estaacute relacionado tanto ao crescimento fetal quanto a duraccedilatildeo da gravidez
O crescimento fetal retardado eacute definido como peso ao nascimento inferior ao percentil 10
para a idade gestacional A prematuridade seria a duraccedilatildeo da gravidez cuja idade gestacional
se encontra menor que 37 semanas Fatores geneacuteticos (em torno de 40) e fatores maternos
(em cerca de 60) estatildeo relacionados ao crescimento fetal Quando satildeo realizadas de 4-6
consultas de preacute-natal haacute uma chance de quase 30 em reduzir o risco de BP e quando o
nuacutemero de consultas eacute igual ou maior que 7 chega-se a 40 menor o risco de BP ao nascer
(SILVA 2010)
Em outro trabalho publicado em 2014 realizado por Menezes et al com o objetivo de
analisar os oacutebitos de menores de um ano residentes em Belo Horizonte no periacuteodo de 2006 a
2011 foram utilizados criteacuterios para avaliaccedilatildeo de evitabilidade a partir da atualizaccedilatildeo da
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede As causas
dos oacutebitos evitaacuteveis foram entatildeo categorizadas como mostra o Quadro 1 (MENEZES 2014)
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
1) Causas evitaacuteveis
(a) reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo
(b) reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e parto e ao feto e ao receacutem-
nascido
(c) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento
(d) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas agraves accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede
2) Causas mal definidas
3) Demais causas natildeo claramente evitaacuteveis
34
Durante o periacuteodo do estudo obtiveram os seguintes dados 672 oacutebitos
neonatais 327 oacutebitos poacutes-neonatais e 004 oacutebito com faixa etaacuteria ignorada Esses dados
foram obtidos atraveacutes do SIM (Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade) e do SINASC
(Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos) apurou-se o nuacutemero de nascidos vivos nesse
periacuteodo Houve diminuiccedilatildeo de todos os componentes da mortalidade infantil poreacutem o
componente neonatal tardio apresentou a maior reduccedilatildeo (22) O componente neonatal
precoce correspondeu ao coeficiente de mortalidade com maior peso (72) nos oacutebitos do
periacuteodo neonatal As mortes consideradas evitaacuteveis corresponderam a 63 e estas se
relacionaram mais diretamente a uma falha na adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e na
adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido (RN) A mortalidade infantil por causas
evitaacuteveis diminuiu em 9 e as devidas agraves accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento foram
as que apresentaram maior reduccedilatildeo de 388 As pneumonias e outras doenccedilas bacterianas
foram as principais causas relacionadas a esse grupo As causas evitaacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido tambeacutem diminuiacuteram (307) principalmente devido agrave
reduccedilatildeo das infecccedilotildees especiacuteficas do periacuteodo perinatal e tambeacutem dos transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal As causas evitaacuteveis relacionadas agrave adequada atenccedilatildeo agrave
mulher na gestaccedilatildeo e as reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo a sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo apresentaram aumento enquanto natildeo houve nenhuma alteraccedilatildeo nas reduziacuteveis por
accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo As taxas de mortalidade classificadas como causas de morte mal-
definidas e as demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) tambeacutem tiveram seu nuacutemero reduzido
(MENEZES 2014)
Em 70 das mortes estas ocorreram em crianccedilas com baixo peso ao nascer
especialmente em crianccedilas com menos de 1500 gramas A adequada atenccedilatildeo na gestaccedilatildeo e a
adequada atenccedilatildeo ao feto e receacutem-nascido se correlacionaram com essas mortes Os
transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e peso baixo ao nascer transtorno
respiratoacuterio especiacutefico e infecccedilatildeo especiacutefica do periacuteodo perinatal foram as principais causas
de morte infantil por causas evitaacuteveis nesse estudo
ldquoNos oacutebitos de crianccedilas com peso ao nascer maior ou igual a 2500 g prevaleceram
os grupos de causas evitaacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento e
accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas as accedilotildees de atenccedilatildeo de sauacutede As demais
causas (natildeo claramente evitaacuteveis) representaram cerca de 280 das mortes infantis
e esta proporccedilatildeo foi crescente com o aumento do pesordquo (MENEZES2014)
Alguns fatores tais como oferta de serviccedilos de sauacutede prestados com qualidade
condiccedilotildees sociais e econocircmicas da populaccedilatildeo assim como seu perfil demograacutefico podem
estar relacionados agrave mortalidade proporcional por grupos de causas (Brasil 2010) Segundo as
35
tabelas apresentadas podemos observar que no Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de
causas de mortalidade infantil foi devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de
60) seguidas das demais causas definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (por volta de 68) e pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Houve uma diminuiccedilatildeo progressiva ao longo dos anos das afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatal assim como das doenccedilas infecto-parasitaacuterias e um aumento progressivo pelas
demais causas definidas Pequenas variaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
ocorreram ao longo do tempo poreacutem houve uma tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo
Estaacute apresentada no ANEXO 2 a Lista Brasileira de Causas de Mortes Evitaacuteveis por
Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede na populaccedilatildeo de 5 a 74 anos (MALTA 2010)
36
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Analisar a variaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de
evitabilidade preconizados para o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea
Programaacutetica 10 do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015
32 Objetivos especiacuteficos
bull Descrever a situaccedilatildeo de nascimento e oacutebitos infantis na AP 10 do municiacutepio do Rio de
Janeiro entre 2007 e 2015 em relaccedilatildeo ao municiacutepio e agraves demais aacutereas da cidade
bull Discutir a ocorrecircncia dos principais grupos de causas evitaacuteveis de mortalidade infantil
na AP 10 no municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e 2015
bull Contribuir para a produccedilatildeo de um informe teacutecnico sobre Mortalidade Infantil na AP
10 divulgando as informaccedilotildees prioritaacuterias para profissionais e gestores da aacuterea
37
4 METODOLOGIA
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados
Trata-se de um estudo exploratoacuterio descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre
a mortalidade infantil e sua evitabilidade considerando os oacutebitos de menores de um ano de
residentes na AP 10 e do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 no qual
ocorreu a expansatildeo da ESF na Cidade Seratildeo utilizadas as bases de dados secundaacuterios do
Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade (SIM) Ministeacuterio da Sauacutede disponiacuteveis pela
ferramenta TABNET na Plataforma da Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em
Sauacutede (SUBPAV) para toda gestatildeo da Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
(SMS-RJ)
As informaccedilotildees definidas para os objetivos deste estudo se relacionam aos oacutebitos em
menores de 1 ano sendo estes divididos ainda como oacutebitos neonatais neonatais precoces
neonatais tardios e poacutes-neonatais Informaccedilotildees sobre partos e nascimentos tambeacutem foram
incluiacutedas nesta descriccedilatildeo de dados tendo em vista sua relaccedilatildeo direta com oacutebitos infantis e a
possibilidade de observaccedilatildeo inicial sobre o padratildeo de ocorrecircncias na aacuterea em estudo
Esses dados secundaacuterios foram apurados na ferramenta TABNET na plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
A Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede
do Brasil (MALTA 2010) foi utilizada como paracircmetro para a anaacutelise por grupo de causas
no periacuteodo em estudo
42 Cenaacuterio de Estudo
As Aacutereas Programaacuteticas (AP) satildeo aacutereas divididas pela Prefeitura do Rio de Janeiro
para a gestatildeo da sauacutede A Secretaria Municipal de Sauacutede trabalha com essas AP desde 1993
quando foram chamadas de aacutereas de planejamento a fim de traccedilar planos estrateacutegicos em
relaccedilatildeo agrave sauacutede (SMS 2013)
A Aacuterea de Planejamento 10 (AP 10) corresponde agrave primeira das dez aacutereas
programaacuteticas do Municiacutepio do Rio de Janeiro como mostra a Figura 1
38
A Cidade do Rio de Janeiro eacute dividida em dez Aacutereas Programaacuteticas e a AP 10
corresponde aos bairros Benfica Caju Catumbi Centro Cidade Nova Estaacutecio Gamboa
Mangueira Rio Comprido Santa Teresa Santo Cristo Satildeo Cristoacutevatildeo Sauacutede e Vasco da
Gama
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Fonte IBGE- setembro de 2011
O Rio de Janeiro eacute um municiacutepio brasileiro de grande importacircncia
econocircmica sociocultural e financeira do paiacutes Em 2010 a populaccedilatildeo do Rio de Janeiro era de
6 320 446 habitantes (395 da populaccedilatildeo estadual) Dentre elas 4683 satildeo homens e
5317 mulheres Para 2015 era estimada uma populaccedilatildeo de 6 386 443 pessoas (IPP 2017)
A AP 10 aleacutem de ser o centro histoacuterico da Cidade do Rio de Janeiro tem em sua
formaccedilatildeo 14 bairros (jaacute citados) e 6 Regiotildees Administrativas (Centro Santa Teresa Rio
Comprido Paquetaacute Satildeo Cristoacutevatildeo e Portuaacuteria) como podemos observar na Figura 2 De
1970 a 2000 houve um decreacutescimo de 27 de sua populaccedilatildeo Paquetaacute foi a uacutenica regiatildeo a
sofrer um pequeno aumento de sua populaccedilatildeo em torno de 5 Eacute uma regiatildeo que atrai
trabalhadores onde setor de serviccedilos eacute o de maior procura No ano 2000 cinco regiotildees
administrativas tinham um alto IDH e apenas uma regiatildeo administrativa com meacutedio IDH
(IBGE 2016)
39
Figura 2 ndash Bairros da AP 10
Fonte Fonte IBGE- setembro de 2011
A AP 10 possui 17 unidades de Atenccedilatildeo Primaacuteria 75 equipes de Sauacutede da Famiacutelia 1
PS CASS 2 equipes NASF 2 equipes de consultoacuterio na rua e 1 Policliacutenica (SMS 2016)
Em 2015 a AP 10 tinha uma populaccedilatildeo estimada de 311265 habitantes e em 2010
estimava-se que 35 da populaccedilatildeo residia em favelas cerca de 103296 habitantes (IPP
2017)
O nuacutemero de famiacutelias cadastradas na ESF em 2009 era de 260 famiacutelias Em 2010
houve um aumento do nuacutemero de famiacutelias cadastradas para 8196 famiacutelias Em 2015 houve
um aumento significativo para 72786 cadastros e em 2016 uma estimativa de 79766
castrados das famiacutelias (SMS 2016)
A escolha da AP 10 para uma anaacutelise especiacutefica no estudo ocorreu pelo fato de ter
ocorrido um aumento da morte em menores de 1 ano no ano de 2015 alterando-se a
tendecircncia anterior
40
43 Estrateacutegia de Anaacutelise
A descriccedilatildeo da situaccedilatildeo de nascimentos e mortalidade infantil na AP 10 foi feita
utilizando-se o periacuteodo de 2007 a 2015 como a referecircncia para verificaccedilatildeo das variaccedilotildees
encontradas considerando-se diferentes variaacuteveis e os principais componentes da mortalidade
infantil Como jaacute citado os dados foram apurados na ferramenta TABNET na Plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
Ao iniciar-se este estudo tendo como objetivo a anaacutelise de dados ateacute 2015 e natildeo
estando este uacuteltimo ano ainda disponiacutevel na paacutegina da SMS Rio na internet e nem tampouco
no SIM DATASUS utilizou-se a ferramenta TABNET na Plataforma SUBPAV com
ciecircncia e apoio da Gerecircncia de Dados Vitais da SMS Esta plataforma tem acesso restrito a
profissionais que atuam na SMS
A partir da coleta de dados foi elaborado um banco no software Microsoft Excell
2016 no qual foram feitos os consolidados de frequecircncia por tipo de anaacutelise desejada visando
a apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas e graacuteficos
A anaacutelise descritiva estaacute apresentada levando em conta dados especiacuteficos de cada ano
assim como tambeacutem a variaccedilatildeo considerando-se trecircs triecircnios ndash de 2007 a 2009 de 2010 a
2012 e de 2013 a 2015 estrateacutegia esta que foi decidida a fim de que o nuacutemero de casos para
as aacutereas do municiacutepio particularmente a AP 10 se apresentasse com melhor consistecircncia do
que aquele com menores quantitativos quando considerados dados de somente o periacuteodo de
um ano
O processamento dos dados de Mortalidade Infantil e de seus componentes no
periacuteodo analisado e nas diferentes aacutereas do municiacutepio permitiu tambeacutem a verificaccedilatildeo das
variaccedilotildees de tendecircncias da AP 10 em comparaccedilatildeo com as demais aacutereas e com o municiacutepio do
Rio de Janeiro
Os dados referentes aos principais grupos de causas evitaacuteveis da Mortalidade Infantil e
seus componentes segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados pelo Ministeacuterio da
Sauacutede para o SUS no Brasil ocorridos nas AP do municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e
2015 tambeacutem seratildeo apresentados e discutidos
Informaccedilotildees mais relevantes deveratildeo ser destacadas para inclusatildeo em Informe Teacutecnico
produzido a parte do presente estudo visando divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees sobre Mortalidade
Infantil a profissionais e gestores da AP 10 assim como da SMS do Rio de Janeiro
41
44 Aspectos Eacuteticos
Embora o planejamento da pesquisa envolvesse principalmente a apuraccedilatildeo de dados
secundaacuterios considerando-se a necessidade de coleta de dados ainda natildeo divulgados houve
exigecircncia da SMS de que o projeto de pesquisa fosse submetido a parecer de eacutetica em
pesquisa
Desse modo a pesquisa cumpriu todas as etapas previstas nas normas nacionais que
subsidiam a pesquisa em sauacutede tendo como bases a Resoluccedilatildeo do CNEP 4662012 e
a Normativa 0012013 com encaminhamento para os Comitecircs de Eacutetica e Pesquisa da Estaacutecio
e da Secretaria Municipal de Sauacutede Para a avaliaccedilatildeo eacutetica o projeto de pesquisa foi
protocolado por meio do sistema Plataforma Brasil uma base nacional e unificada de
registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema CEPCONEP
Este estudo estaacute relacionado agrave apuraccedilatildeo e anaacutelise de dados secundaacuterios o que implicou
uma reduccedilatildeo plena de riscos envolvendo as pesquisas em sauacutede Durante todo o processo de
coleta processamento e anaacutelise de dados todas as precauccedilotildees para garantir-se o sigilo e a
confidencialidade das informaccedilotildees foram tomadas com o compromisso de natildeo ser divulgado
qualquer dado que permitisse direta ou indiretamente a identificaccedilatildeo de serviccedilos unidades de
sauacutede ou profissionais envolvidos na assistecircncia dos casos
Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica da SMS do Rio de Janeiro com
nuacutemero de parecer da aprovaccedilatildeo 1836593 no dia 25112016
42
5 RESULTADOS
Foram levantados os dados de nascimento e oacutebitos do Municiacutepio do Rio de Janeiro
(MRJ) e das suas diferentes aacutereas programaacuteticas atraveacutes da ferramenta TABNET disponiacutevel
no acesso a Indicadores e Dados Estatiacutesticos no portal da SMS do Rio de Janeiro e na
Plataforma SUBPAV No iniacutecio deste levantamento considerando os objetivos deste estudo
os dados do ano de 2015 natildeo estavam disponiacuteveis neste acesso sendo necessaacuteria a
colaboraccedilatildeo da Gerecircncia de Dados Vitais da Superintendecircncia de Vigilacircncia em Sauacutede da
SMS que forneceu as informaccedilotildees necessaacuterias para a anaacutelise de todo periacuteodo estudado
incluindo-se o ano de 2015
As informaccedilotildees seratildeo apresentadas como seacuterie histoacuterica do ano de 2007 anterior ao
iniacutecio da chamada reforma da APS no municiacutepio que se sugere tenha comeccedilado em 2009 ateacute
o ano de 2015 quando se iniciou a proposta deste estudo As informaccedilotildees seratildeo tambeacutem
apresentadas com os dados consolidados por triecircnios 2007 a 2009 2010 a 2012 e 2013 a
2015 o que foi decidido porque desse modo seriam agrupados mais dados de mortalidade em
populaccedilotildees menores como satildeo as aacutereas programaacuteticas de sauacutede no Rio de Janeiro Esta
definiccedilatildeo metodoloacutegica para anaacutelise por triecircnios tambeacutem foi decidida com o objetivo de
suavizarem-se variaccedilotildees aleatoacuterias no nuacutemero de oacutebitos em determinado ano estimando-se a
meacutedia aritmeacutetica do triecircnio como foi utilizado em recente estudo sobre Mortalidade Infantil
em Minas Gerais (LISBOA et al 2015)
Antes de apresentar os resultados relacionados ao levantamento de oacutebitos infantis no
MRJ optou-se por incluir informaccedilotildees sobre nascimentos tendo em vista a possibilidade de
acesso ao SINASC na mesma plataforma da SMS e porque possuem estreita relaccedilatildeo com
aspectos ligados ao risco de oacutebitos em menores de um ano Julgou-se importante observar os
dados referentes ao nuacutemero de nascimentos ocorridos tanto no MRJ e na AP 10 uma vez que
haacute estreita relaccedilatildeo do nuacutemero de nascidos vivos com o caacutelculo da taxa de mortalidade infantil
o que poderia indicar sugestotildees de anaacutelises posteriores mesmo que fora dos objetivos do
presente estudo
43
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro (MRJ)
Aleacutem da variaccedilatildeo de nascimentos no periacuteodo alguns fatores como o baixo peso ao
nascer filhos de matildees adolescentes tipo de parto nuacutemero de consultas de preacute-natal assim
como o nascimento em unidades SUS seratildeo aqui tambeacutem apresentados
Em 1997 o total de nascidos vivos no MRJ foi de 103193 com Taxa de Natalidade
de 186 1000 habitantes neste ano Esses indicadores apresentaram um decreacutescimo ateacute 2007
quando o total de nascimentos foi de 82019 e a Taxa de Natalidade de 133 1000 habitantes
A partir deste ano com exceccedilatildeo de 2010 observa-se um aumento do nuacutemero de nascimentos
na cidade e a Taxa de Natalidade elevaram-se para 143 1000 habitantes em 2015 com
90439 nascimentos no MRJ segundo as informaccedilotildees disponibilizadas pela SVSSMS
A Tabela 4 apresenta os dados de nascidos vivos por ano de 2007 a 2015 Foi
observado um aumento de nascimentos na Cidade nos uacuteltimos anos o que contrastou com
periacuteodos anteriores se considerarmos que no ano de 2015 por exemplo o total de nascidos
vivos foi de 90532 como disponiacutevel na mesma fonte nuacutemero superior ao do ano de 2007
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variaccedilatildeo
N
10 4638 4632 4822 4733 4680 4446 4506 4669 4656 18
21 6211 6275 6371 6873 6576 6405 6445 6624 6556 345
22 3572 3573 3552 3607 3521 3503 3526 3607 3648 76
31 11316 11438 11514 10914 11644 11420 11683 11861 12073 757
32 7325 7071 7124 7134 7224 7156 7283 7523 7268 -57
33 12585 12379 12913 12304 12573 12648 12900 13011 13030 445
4 11817 12388 13246 13069 14019 14387 14451 15148 15430 3613
51 8559 8337 8560 8565 9050 9019 9487 9459 9414 855
52 9671 9865 9725 9537 10190 10492 10688 11364 11446 1775
53 5610 5680 5971 5776 5861 6265 6405 6368 6718 1108
Ign 715 703 617 745 601 636 100 289 293 -422
MRJ 82019 82341 84415 83257 85939 86377 87474 89923 90532 8513
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao analisar o percentual da variaccedilatildeo dos nascidos vivos nos triecircnios 20072009
20102012 e 20132015 observa-se que o MRJ teve um aumento de 77 enquanto o
percentual da variaccedilatildeo da AP 10 sofreu um decreacutescimo de 19 A regiatildeo dos bairros do
Centro da cidade e adjacecircncias foi a uacutenica AP que apresentou um decreacutescimo do nuacutemero de
44
nascimentos considerados o primeiro e uacuteltimo triecircnio analisados enquanto a AP 40
apresentou o maior aumento do nuacutemero de nascidos vivos no mesmo periacuteodo
correspondendo a um aumento de 202 como podemos ver na Tabela 5 O Graacutefico 5
mostra a variaccedilatildeo do percentual dos nascidos vivos por AP e na totalidade do MRJ de 2007 a
2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
N
Variaccedilatildeo
1 14092 13859 13831 -261 -19
21 18857 19854 19625 768 41
22 10697 10631 10781 84 08
31 34268 33978 35617 1349 39
32 21520 21514 22074 554 26
33 37877 37525 38941 1064 28
4 37451 41475 45029 7578 202
51 25456 26634 28360 2904 114
52 29261 30219 33498 4237 145
53 17261 17902 19491 2230 129
MRJ 248775 255573 267929 19154 77
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 5 -Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP
MRJ 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
45
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao observamos o peso ao nascimento constatamos que apesar de ter havido uma
reduccedilatildeo do nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) entre 2007 e 2015 em
todas as AP a AP 51 apresentou aumento de seu percentual (98) como mostra a Tabela 6
A AP 10 apresentou o maior decreacutescimo da proporccedilatildeo de nascimentos de crianccedilas com baixo
peso havendo diminuiccedilatildeo desta proporccedilatildeo em quase todas as aacutereas exceto 51 e 53
Considerando-se os triecircnios estudados constata-se uma diminuiccedilatildeo gradativa do
percentual de nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) no municiacutepio do
Rio de Janeiro assim como tambeacutem representado no Graacutefico 6 e apresentado na Tabela 7
sendo que na AP 10 esta variaccedilatildeo foi a de maior valor
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP do MRJ de 2007209 a 201315
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao Nascer lt 2500g
AP Resid 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10 110 103 101 105 98 97 93 89 96
21 89 91 95 96 90 90 81 92 87
22 94 99 95 101 103 85 88 85 91
31 97 97 101 100 95 100 92 95 90
32 103 94 98 102 98 99 99 91 101
33 100 100 99 95 94 96 93 96 96
4 95 96 95 92 88 92 89 94 94
51 95 96 97 92 89 98 91 88 98
52 95 89 92 92 92 85 94 90 83
53 96 92 94 92 95 95 95 89 96
MRJ 97 95 97 96 93 94 92 92 93
46
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 104 100 92 -116
21 92 92 87 -52
22 96 96 88 -81
31 98 99 92 -63
32 98 100 97 -17
33 100 95 95 -47
4 96 91 92 -33
51 96 93 92 -42
52 92 89 89 -30
53 94 94 94 -08
MRJ 96 94 92 -43
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Com relaccedilatildeo aos nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes eles diminuiacuteram
ao longo do periacuteodo analisado em todo o MRJ e em todas as AP Em 2015 o percentual de
nascimentos de matildees adolescentes foi de 153 no MRJ enquanto em 2007 era de 172 No
triecircnio 201315 esse percentual meacutedio foi de 159 em contraste com 169 do primeiro
triecircnio apresentando assim uma reduccedilatildeo de quase 6 como pode ser visto na Tabela 8 O
maior percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 201315 correspondeu agrave AP
53 (214) e o menor percentual correspondeu ao da AP 21(84) As maiores variaccedilotildees do
percentual nos triecircnios estudados ocorreram nas aacutereas 21 e 22 onde os bairros apresentam
melhores indicadores econocircmicos e sociais
47
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e
Variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 197 185 181 -81
21 102 93 84 -176
22 125 113 103 -176
31 187 187 183 -21
32 166 157 152 -84
33 178 181 174 -22
4 138 131 123 -108
51 187 186 179 -48
52 180 174 169 -61
53 223 209 214 -40
MRJ 169 163 159 -59
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Observamos um aumento do percentual de nascimento por parto cesaacutereo nos trecircs
triecircnios estudados em todo o MRJ como pode ser visto na Tabela 9 Nota-se que no segundo
triecircnio (20102012) houve um aumento do percentual em todas as AP em relaccedilatildeo ao primeiro
triecircnio (20072009) A maior variaccedilatildeo do percentual por nascimento por parto cesaacutereo se deu
na AP 52 (147) enquanto a menor variaccedilatildeo ocorreu na AP 31 (01) As aacutereas 52 e 53
apresentaram um aumento importante de partos cesaacutereos Na AP 10 este aumento percentual
foi dos menores no MRJ
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 478 523 486 16
21 626 650 640 21
22 657 677 670 19
31 514 540 515 01
32 546 591 572 49
33 534 569 577 82
4 575 611 615 70
51 525 552 534 18
52 506 562 580 147
53 419 468 477 140
MRJ 536 574 567 58
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
48
Os nascimentos com registro no SINASC de adequado nuacutemero de consultas de preacute-
natal tambeacutem foi verificado levando-se em conta a associaccedilatildeo teoacuterica desta assistecircncia com
morbidade e mortalidade infantis Em todo o MRJ houve um aumento do percentual de
nascimentos com 7 ou mais consultas de preacute-natal de 2007 a 2015 exceto na AP 33 onde
houve diminuiccedilatildeo do seu percentual A AP 10 apresentou 724 desses nascimentos em
2015 como mostra a Tabela 10 com 7 ou mais consultas de preacute-natal
Atraveacutes do Graacutefico 7 pode ser observado um decreacutescimo de nascimentos de gestantes
com menos de 7 ou mais consultas de preacute-natal em quase todas as AP sendo a reduccedilatildeo mais
importante a ocorrida na AP 21 (309) e exceto na AP 33 com um aumento de 11 de
gestantes com menos de 7ou mais consultas de preacute-natal
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal
No periacuteodo MRJ 2007 a 2015 AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
1 647 647 624 633 647 648 696 705 724
21 802 825 811 796 794 836 855 829 839
22 817 816 816 814 781 812 808 810 823
31 649 619 598 590 597 635 670 700 722
32 674 672 672 676 657 706 740 761 762
33 689 641 674 639 625 652 662 659 668
4 710 685 662 658 648 705 741 726 766
51 674 625 615 615 619 635 657 684 709
52 661 628 617 630 641 662 689 699 733
53 589 593 611 571 581 612 669 724 768
MRJ 685 663 658 650 647 679 708 717 741
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
49
Os nascimentos em unidades SUS no MRJ apresentaram uma meacutedia de 579 em
20132015 quando eram 548 em 20072009 Na AP 10 houve um aumento de 170 em
relaccedilatildeo a esses nascimentos em contraste com a AP 22 que teve uma reduccedilatildeo de mais de
50 como mostra a Tabela 11 Uma provaacutevel ampliaccedilatildeo de oferta de leitos SUS para a
assistecircncia ao parto na AP 10 pode ser estimada a partir do importante acreacutescimo na
proporccedilatildeo de nascimentos no SUS nesta aacuterea comparando-se este dado com a variaccedilatildeo
meacutedia do MRJ
O percentual de nascimentos no SUS no triecircnio 201315 foi maior nas AP 53
(765) AP 51(699) e AP 31(671) e os menores percentuais corresponderam agraves AP
22(164) e AP 21 (263) Nos trecircs triecircnios estudados o maior aumento do percentual de
nascimentos no SUS se deu na AP 31 (145) e a AP 22 apresentou um decreacutescimo
importante de 173
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015
Variaccedilatildeo
10 538 563 629 170
21 245 266 263 72
22 337 230 164 -513
31 526 651 671 275
32 578 572 570 -13
33 583 621 616 57
4 512 513 509 -06
51 663 682 699 54
52 633 625 628 -07
53 750 725 765 21
MRJ 548 567 579 57
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
As observaccedilotildees das variaacuteveis apresentadas tendo como fonte o SINASC natildeo
permitiram identificar padratildeo de variaccedilatildeo que tivesse relaccedilatildeo teoacuterica com o aumento da
Mortalidade Infantil na AP 10 no ano de 2015 salvo a questatildeo do aumento da natalidade
fato estes comem a todas as aacutereas da Cidade no periacuteodo estudado
50
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ
A mortalidade infantil no municiacutepio do Rio de Janeiro apresenta uma tendecircncia
decrescente haacute vaacuterios anos e estudos de Matos et al (2007) sobre mortalidade infantil no MRJ
no periacuteodo de 1979 a 2004 demonstraram que houve um decreacutescimo de todos os
componentes relativos aos oacutebitos infantis nesse periacuteodo
No Graacutefico 8 pode-se observar de que maneira ocorreu essa tendecircncia decrescente
das TMI e seus componentes no MRJ de 1980 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
51
A Tabela 12 apresenta as variaccedilotildees das TMI e seus componentes no MRJ ao longo dos
triecircnios 20072009 20102012 e 20132015 verificando-se uma variaccedilatildeo negativa destes
indicadores ou seja a reduccedilatildeo da mortalidade infantil em todos os seus componentes
principalmente da mortalidade ocorrida no periacuteodo poacutes-neonatal com uma reduccedilatildeo importante
de 168
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados Faixa Etaacuteria Infan 20072009 20102012 20132014 Faixa
Etaacuteria inf
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 lt 7d -73
07-27 23 21 22 07-27 -60
28d-lt1 49 47 41 28d-lt1 -168 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis eacute uma importante estrateacutegia da vigilacircncia da
mortalidade (BRASIL 2009) cujos objetivos se relacionam agrave possibilidade de contribuir para
o desenvolvimento de accedilotildees especiacuteficas que visem a reduccedilatildeo dessas taxas A investigaccedilatildeo dos
oacutebitos infantis iniciou-se no municiacutepio do Rio de Janeiro em 2006 e no ano seguinte que
representa o limite inicial do presente estudo foram apenas investigados 347 dos oacutebitos
infantis (SMS 2016) Em 2015 ocorreram 1094 oacutebitos infantis sendo investigados 904
oacutebitos ou seja 826 do total demonstrando um incremento importante dos oacutebitos
investigados como mostra o Graacutefico 9
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A Tabela 13 e o Graacutefico 10 mostram que foram investigados 754 dos oacutebitos
relativos ao periacuteodo neonatal precoce (lt 7 dias) 845 no periacuteodo neonatal tardio e 915
ao periacuteodo poacutes-neonatal no MRJ em 2015
52
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ Faixa Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 384 648 702 738 832 880 828 801 754
07-27 460 598 644 749 838 889 864 870 845
28d-lt1 250 573 609 776 781 848 886 910 915
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tambeacutem foram observados os oacutebitos referentes a algumas variaacuteveis de risco como a
idade da matildee a idade gestacional das matildees e o peso do RN ao nascer considerando a
proporccedilatildeo de oacutebitos infantis por cada uma dessas variaacuteveis nas aacutereas e MRJ
A Tabela 14 apresenta a proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis ocorridos em matildees nas
diferentes faixas etaacuterias Houve um aumento do percentual de oacutebitos em matildees nas faixas
etaacuterias de 20 a 24 anos 45 a 49 anos diminuiccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis nas
adolescentes
53
Tabela 14 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee MRJ
Idade
Matildee
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10-14 07 15 06 09 06 21 14 14 16
15-19 179 147 161 167 183 181 185 162 169
20-24 215 228 210 190 203 212 199 240 209
25-29 181 191 186 203 171 188 202 215 197
30-34 156 138 139 145 158 152 157 179 176
35-39 69 80 89 96 101 109 112 101 139
40-44 29 28 33 33 40 34 35 44 48
45-49 06 04 03 02 02 02 02 06 01
Ign 159 168 172 155 136 102 95 38 46
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Outra variaacutevel de risco para os oacutebitos infantis se relaciona agrave idade gestacional das
matildees O maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 ocorreu entre a 37- 41 semanas de
gestaccedilatildeo correspondendo a um total de 167 oacutebitos de 2007 a 2015 Tambeacutem houve um
grande nuacutemero de oacutebitos (129 oacutebitos) entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo nesse periacuteodo A
soma dos oacutebitos infantis ocorridos nesses dois periacuteodos de gestaccedilatildeo correspondeu a um pouco
mais da metade do nuacutemero de oacutebitos totais no periacuteodo analisado conforme mostra a Tabela
15
Tabela 15 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Semanas
Gestaccedilatildeo
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Menos 22 22 23 71 26 73 61 68 58 63
22 a 27 227 246 196 212 181 197 205 228 228
28 a 31 165 155 174 155 136 156 144 159 143
32 a 36 193 169 173 224 140 170 178 173 182
37 a 41 248 242 262 254 212 249 260 288 294
42 e mais 11 16 13 10 14 10 09 14 10
Natildeo informado 133 148 111 119 244 157 135 80 80
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Um importante fator a ser observado se refere ao peso da crianccedila ao nascer uma vez
que ele se encontra estreitamente relacionado ao oacutebito infantil A Tabela 16 apresenta o
54
percentual de oacutebitos ocorridos em RN com menos de 2500g sendo de 599 em 2007 e de 629
em 2015 mostrando algum decreacutescimo na proporccedilatildeo de oacutebitos infantis com peso adequado ao
nascimento
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Peso
nascer (500g)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
0g a 499g 53 54 112 50 58 49 53 44 50
0500g a 0999g 285 288 236 272 246 269 261 303 291
1000g a 1499g 99 117 105 103 105 114 124 120 109
1500g a 1999g 79 73 69 72 98 70 79 70 88
2000g a 2499g 83 67 68 76 74 83 73 97 101
2500g a 2999g 90 88 100 146 127 100 114 130 130
3000g a 3499g 91 95 108 82 93 127 109 138 129
3500g a 3999g 39 39 49 42 47 55 50 60 62
4000g a 4499g 09 06 11 08 08 08 23 13 19
4500g e mais 04 04 03 04 03 07 05 07 05
Ignorado 166 169 140 145 141 117 110 19 16
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
55
53 Mortalidade Infantil na AP 10
Em relaccedilatildeo a AP 10 apresentaremos os nuacutemeros absolutos dos oacutebitos infantis
ocorridos entre 2007 e 2015 e a proporccedilatildeo de seus componentes no mesmo periacuteodo
Como pode ser verificado na Tabela 17 em 2015 ocorreram 67 oacutebitos infantis sendo
esse nuacutemero de oacutebito infantil maior do que o apresentado no iniacutecio do periacuteodo de expansatildeo
recente da APS determinando assim o fato que motivou e caracterizou o interesse desse
estudo principalmente porque foram 17 oacutebitos a mais que os do ano anterior exatamente
quando a aacuterea jaacute atingia maior cobertura da ESF A maior proporccedilatildeo de oacutebitos de concentra
no periacuteodo neonatal precoce sendo observada uma variaccedilatildeo negativa da proporccedilatildeo de oacutebitos
poacutes-neonatais como esperado como ser observado na Tabela 18
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 por componentes de 2007 a 2015 Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 31 31 38 33 25 26 25 25 35
07-27 11 14 12 10 9 8 10 10 12
28d-lt1 24 23 32 19 24 16 28 15 20
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 470 456 463 532 431 520 397 500 522
07-27 167 206 146 161 155 160 159 200 179
28d-lt1 364 338 390 306 414 320 444 300 299
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Em relaccedilatildeo agraves taxas de mortalidade infantil na AP 10 durante o periacuteodo estudado
observa-se que 2008 2009 2013 e 2015 houve aumento dessas taxas principalmente no
periacuteodo neonatal precoce como se observa na Tabela 19 Quando comparamos essas mesmas
taxas de mortalidade agraves taxas de mortalidade infantil no MRJ vemos na Tabela 20 que as
TMI foram mais elevadas na AP 10 do que no MRJ nesses anos A mortalidade neonatal
precoce foi o componente da MI com maiores taxas A TMI no MRJ em 2015 se apresentou
56
menor do que a TMI em 2007 Fato esse que natildeo ocorreu na AP 10 quando a TMI aumentou
em 2015 em relaccedilatildeo a 2007
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 67 67 79 70 53 58 55 54 75
07-27 24 30 25 21 19 18 22 21 26
28d-lt1 52 50 66 40 51 36 62 32 43
Total 142 147 170 131 124 112 140 107 144 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 612 601 643 638 567 581 609 540 568
07-27 212 26 223 206 194 229 226 203 221
28d-lt1 483 498 500 466 490 457 431 384 416
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
As mesmas informaccedilotildees quando analisadas de modo que sejam observados os
valores natildeo por cada ano mas sim pelos os triecircnios estudados permitem identificar que o
nuacutemero de oacutebitos infantis e as TMI nos seus trecircs componentes principais se apresentaram
com decreacutescimo na AP 10 e no MRJ como se pode ver nas Tabelas 21 e 22 Entretanto a
variaccedilatildeo percentual na TMI e nos seus componentes foi maior na AP 10 que a variaccedilatildeo
percentual meacutedia do MRJ
Tabela 21 - TMI por componentes na AP 10 e por triecircnio de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 71 61 61 -10 -141
07-27 26 19 23 -03 -113
28d-lt1 56 43 46 -10 -178
Total 153 123 130 -23 -150 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 22 - TMI por componentes no MRJ e por triecircnio no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 -05 -80
07-27 23 21 22 -01 -43
28d-lt1 49 47 41 -08 -163
Total 134 127 120 -14 -104
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
57
No Graacutefico 11 estatildeo representadas as variaccedilotildees das TMI na AP 10 por componentes
nos trecircs triecircnios estudados
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10
Por triecircnio de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Na Mortalidade Infantil Proporcional por faixa etaacuteria observamos a manutenccedilatildeo do
padratildeo com maior proporccedilatildeo de oacutebitos infantis neonatais precoces o que jaacute se apresentava
desde o iniacutecio do periacuteodo estudado assim como jaacute era uma tendecircncia conhecida a partir dos
anos 90 na AP 10 como observada na Tabela 23
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015
lt 7d 463 494 472
07-27 171 159 178
28d-lt1 366 347 350
Total 1000 1000 1000
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
58
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10
Analisando as causas de oacutebitos infantis por capiacutetulos e categorias do Coacutedigo
Internacional de Doenccedilas (CID) vemos que a maior causa de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
correspondeu ao XVI capiacutetulo do CID ou seja por ldquoAlgumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatalrdquo (607 oacutebitos ou 555) Em seguida os oacutebitos mais preponderantes se relacionaram
ao XVII capiacutetulo do CID que trata de ldquoMalformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias
cromossocircmicasrdquo (233 oacutebitos) Essas duas causas somadas equivalem a mais ou menos 75
das causas de oacutebitos infantis por capiacutetulo do CID Considerando o periacuteodo de 2007 a 2015 as
causas mais preponderantes de oacutebitos infantis foram as mesmas observadas em 2015
Em relaccedilatildeo agrave categoria do CID a maior causa de mortalidade infantil no MRJ em
2015 correspondeu ao ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relacionadas com a gravidez atualrdquo (CID P00) Malformaccedilotildees congecircnitas
deformidades e anomalias cromossocircmicas (principalmente por ldquoOutras malformaccedilotildees
congecircnitas do coraccedilatildeordquo- CID Q24) ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CIDP36) e
ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por complicaccedilotildees maternas gravidezrdquo (CID P01)
Os oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ no periacuteodo de
2007 a 2015 satildeo apresentados no ANEXO 3 Natildeo estatildeo apresentadas as informaccedilotildees sobre
Mortalidade Infantil por grupo de causas para a AP 10 tendo em vista que o padratildeo de
distribuiccedilatildeo eacute semelhante ao do MRJ onde se apresenta um perfil de causas compatiacuteveis com
a classificaccedilatildeo sobre evitabilidade que seraacute apresentada depois
O Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave
gravidez atual corresponderam ao maior percentual de causa de morte infantil em 2015 no
MRJ e apresentou elevaccedilatildeo de seu percentual quando comparado a 2007 quando o
Desconforto Respiratoacuterio do Receacutem-Nascido era a causa mais preponderante como se
observa na Tabela 24 e Graacutefico 12
59
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Causa (CID10) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
P00 Feto e RN afetados por af
maternas natildeo obrigrelacionadas agrave
gravidez atual 54 55 90 100 88 112 123 95 98
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido 120 95 98 87 74 63 71 79 56
P36 Septicemia bacteriana do RN 70 80 68 61 48 58 70 79 89
P01 Feto e RN afetados por compl
maternas da gravidez 28 44 57 51 62 63 57 52 59
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircnitas do
coraccedilatildeo 51 51 44 39 47 48 56 55 37
P02 Feto e RN afetados por compl
placenta cordatildeo umb e membr 32 41 33 48 41 53 45 33 56
J18 Pneumonia pmicro-org NE 47 32 41 30 39 38 42 27 37
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade 35 27 26 37 38 28 25 27 23
P21 Asfixia ao nascer 41 38 37 23 19 20 20 24 28
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 13 19 17 32 27 31 21 21 27
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 12 ndash Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
O Graacutefico 13 mostra o aumento da TMI devido ao Feto e RN afetados por afecccedilotildees
maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual (CID P00) e a diminuiccedilatildeo da
TMI por Desconforto respiratoacuterio do receacutem-nascido (CID P22) apoacutes uma pequena elevaccedilatildeo
em 2014 A Tabela 25 mostra que a elevaccedilatildeo do Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas
natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual como causa da mortalidade infantil no
triecircnio 20132015 foi a mais acentuada (variaccedilatildeo de 39) e o Desconforto respiratoacuterio do
receacutem-nascido representou maior decreacutescimo no mesmo triecircnio com uma diminuiccedilatildeo de
36
60
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 25 ndash MI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio Causa (CID10) 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
P00 Fetos e receacutem-nascidos afetados por afec
maternas natildeo obr relacionados a gravidez
atual
67 100 106
39
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido
104 75 68
-36
P36 Septicemia bacteriana do receacutem-nascido 73 56 79
06
P01 Feto rec-nasc afet complic maternas
gravidez
43 59 56
13
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircn do coraccedilatildeo 49 44 49
0
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr
35 47 45
10
J18 Pneumonia pmicro-org NE 40 36 36 -04
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade
29 34 25
-04
P21 Asfixia ao nascer 39 21 24 -15
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 16 30 23 07
Total geral 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Lembrando o conceito de Malta (2010) sobre a morte infantil causada por afecccedilotildees
evitaacuteveis por intervenccedilotildees no SUS ou seja aquelas passiacuteveis de serem prevenidas ou
reduzidas por serviccedilos eficientes de sauacutede verificamos a seguir de que maneira ocorreram as
principais causas evitaacuteveis no MRJ e na AP 10 em particular
Segundo a Lista Brasileira de Causas Evitaacuteveis feita com dados do Sistema de
Informaccedilotildees sobre Mortalidade dispotildee-se de subgrupos de causas Esses subgrupos
correspondem agraves causas evitaacuteveis que satildeo aquelas Reduziacuteveis pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave
61
mulher no parto Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequados e Reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculada a
accedilotildees de atenccedilatildeo
As principais causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 foram relacionadas agraves causas
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (349 oacutebitos infantis) correspondendo a
319 dos oacutebitos Outras causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis de menores proporccedilotildees foram as
causas tais como ldquoReduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeordquo e agraves ldquoCausas mal definidasrdquo 05
e 33 respectivamente em 2015 como apresenta a Tabela 26 As ldquoDemais causas (natildeo
claramente evitaacuteveis)rdquo apresentaram um nuacutemero de 294 oacutebitos correspondendo somente a
269 do total Em resumo as causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
corresponderam a 698 como visualisamos na Tabela 27 Jaacute a Tabela 28 representa a
pequena diminuiccedilatildeo da TMI por causas evitaacuteveis no MRJ em 2015 (841000) em relaccedilatildeo agrave
TMI em 2007 de 891000 por causas evitaacuteveis
Tabela 26 -Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade no MRJ Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 03 03 01 03 04 05 00 03 05
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
na gestaccedilatildeo
269 274 319 320 309 331 351 320 319
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
no parto
104 99 94 80 77 76 73 75 86
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-
nascido
140 155 141 123 112 115 127 141 147
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e
tratamento adequado
112 87 95 72 101 89 96 72 79
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede
vinculada agraves accedilotildees de atenccedilatildeo
49 63 61 64 63 71 53 61 63
2 Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 277 279 256 289 292 278 265 296 269
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Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 677 682 710 662 667 687 701 671 698
Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
Natildeo claramente evitaacuteveis 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
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62
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 89 93 97 87 83 87 89 76 84
Causas mal definidas 06 05 05 06 05 04 04 04 04
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 38 35 38 37 35 34 33 32
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo agora considerados os valores por triecircnios atraveacutes das taxas e da proporccedilatildeo por
grupo de causas nestes grupos segundo as informaccedilotildees descritas nas tabelas abaixo
Ao estudarmos os triecircnios no MRJ observamos que as causas Reduziacuteveis por
adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram as que apresentaram a maior taxa de
mortalidade infantil nos trecircs triecircnios como mostra a Tabela 29 As Causas mal definidas
foram as que tiveram maior reduccedilatildeo nos triecircnios estudados (-240) apresentada na Tabela
30 e Graacutefico 14 resultado que pode ser atribuiacutedo como decorrente da melhor investigaccedilatildeo
dos oacutebitos
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 00
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 39 41 40
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 13 10 09
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 20 15 17
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento
adequado
13 11 10
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a
accedilotildees de atenccedilatildeo
08 08 07
2 Causas mal definidas 05 05 04
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 36 37 33
Total 134 128 120
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeosegundo evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 93 86 83 -105
Causas mal definidas 05 05 04 -240
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 37 33 -87
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
63
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo apresentados os dados relacionados aos oacutebitos infantis evitaacuteveis de residentes na
aacuterea da AP 10 com os valores por ano no periacuteodo de 2007 a 2015 atraveacutes do nuacutemero
absoluto de oacutebitos da proporccedilatildeo por grupo de causas e as respectivas taxas por cada ano Em
seguida as informaccedilotildees apresentadas estatildeo agrupadas por triecircnio considerando-se o periacuteodo
de 2007 a 2015
O fato que chamou a atenccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo na AP 10 foi que
ocorreram 67 oacutebitos infantis em 2015 sendo 48 (716) desses oacutebitos ocorreram por causas
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS como pode ser observado nas Tabela 31 e Tabela 32
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 44 47 58 38 34 38 45 36 48
Causas mal definidas 2 3 1 8 4 2 1 1 2
Natildeo claramente evitaacuteveis 20 18 23 16 20 10 17 13 17
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
64
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 667 691 707 613 586 760 714 720 716
Causas mal definidas 30 44 12 129 69 40 16 20 30
Natildeo claramente evitaacuteveis 303 265 280 258 345 200 270 260 254
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 33 - TMI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 95 101 120 80 73 85 100 77 103
Causas mal definidas 04 06 02 17 09 04 02 02 04
Natildeo claramente evitaacuteveis 43 39 48 34 43 22 38 28 37
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A taxa de mortalidade por causas evitaacuteveis na AP 10 no ano de 2015 foi uma das
maiores do periacuteodo estudado de 103 por mil nascidos vivos sendo poreacutem menor que a taxa
que ocorreu 2009 de 120 oacutebitos em mil nascidos vivos como mostra a Tabela 33
Em todo o periacuteodo estudado as mortes por causas evitaacuteveis foram as que apresentaram
maior nuacutemero em relaccedilatildeo agraves demais causas Ainda na Tabela 33 podemos observar que a
TMI por Causas evitaacuteveis na AP 10 em 2015 (103 por 1000 nascidos vivos) se apresentou
maior do que no ano de 2007 (95) Poreacutem quando analisamos as TMI por triecircnios
verificamos que houve uma pequena reduccedilatildeo da mortalidade infantil por causas evitaacuteveis
assim como as demais causas
Quando analisamos os triecircnios observamos que a TMI na AP 10 por causas de morte
evitaacuteveis decresceu de 1061000 em 20072009 para uma taxa de 931000 em 20132015
As causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram responsaacuteveis pelo
maior percentual de causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis apresentando 333 no triecircnio
20132015 apresentado nas Tabelas 34 35 e 36 embora tenha tido uma diminuiccedilatildeo de sua
TMI no triecircnio 200132015 em relaccedilatildeo ao triecircnio 20072009
65
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 06
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 329 359 333
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 93 76 67
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 116 94 139
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequado 102 71 78
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo
51 47 94
2 Causas mal definidas 28 82 22
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 282 271 261
Total 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10 Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 106 79 93 -13
Causas mal
definidas
04 10 03 -01
Natildeo claramente
evitaacuteveis
43 33 34 -09
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de
imunizaccedilatildeo
00 00 01 01
121 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
50 44 43 -07
122 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher no parto
14 09 09 -05
123 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao receacutem-nascido
18 12 18 0
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequado
16 09 10 -06
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave
sauacutede vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo
08 06 12 04
2 Causas mal definidas 04 10 03 -01
3 Demais causas (natildeo claramente
evitaacuteveis)
43 33 34 -09
Total 153 123 130 -23 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
66
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs
A seguir os dados analisados no presente estudo estatildeo resumidos incluindo-se
informaccedilotildees de todas as aacutereas da Cidade sendo apresentados na Tabela 37
Desse modo podemos constatar que em todas as AP exceto na AP 10 e na AP 32
houve um aumento da taxa de natalidade de 2007 a 2015 no municiacutepio do Rio de Janeiro O
percentual de crianccedilas nascidas com baixo peso na AP 10 foi equivalente ao MRJ em 2015
apresentado a maior reduccedilatildeo de todas as AP
Embora a proporccedilatildeo de nascimentos com menos de 7 consultas preacute-natal na AP 10
tenha diminuiacutedo no triecircnio 201315 essa reduccedilatildeo foi inferior a reduccedilatildeo ocorrida em todo o
municiacutepio do Rio de Janeiro Ainda na AP 10 podemos observar que apesar de ainda
apresentar um grande percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 20132015
ela teve uma reduccedilatildeo maior do que a ocorrida no MRJ no mesmo triecircnio
O maior percentual de parto cesaacutereo ocorreu na AP 22 enquanto a AP 10 apresentou
um dos menores percentuais nesse uacuteltimo triecircnio estudado O maior aumento do percentual de
partos cesaacutereos em 2015 ocorreu na AP 53 enquanto o menor aumento desse percentual
ocorreu na AP 31
A maior proporccedilatildeo de parto realizado nos SUS aconteceu na AP 53 No triecircnio
20132015 a maior taxa de moralidade infantil se deu na AP 33 e a taxa de mortalidade
infantil estimada para o triecircnio na AP 10 foi de 131000 sendo maior do que a verificada no
MRJ taxa de 120 A AP 21 foi a que apresentou a menor taxa no uacuteltimo triecircnio do estudo
de 85
A taxa de mortalidade neonatal foi maior do que a taxa de mortalidade poacutes-neonatal agrave
custas da maior incidecircncia de oacutebitos no periacuteodo neonatal precoce A TMI por causas evitaacuteveis
diminuiu em todas as AP no triecircnio 201315 quando comparada ao triecircnio 200709 exceto
nas AP 33 e AP 53 A maior reduccedilatildeo dessa TMI ocorreu na AP 22 com uma diminuiccedilatildeo de
4444
67
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash
MRJ e APs ndash 2007 e 2017
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Taxa de
Natalidade
2007
1605
978
966
1289
1289
1342
1425
1274
1511
1603
1329
Taxa de
Natalidade
2015
1563
1028
983
1362
1275
1383
1696
1403
1721
1824
1432
Percentual
de BPN
triecircnio
20132015
92
87
88
92
97
95
92
92
89
94
92
Variaccedilatildeo
BPN
2007-2009 e
2013-2015
-116
-52
-81
-63
-17
-47
-33
-42
-30
-08
-43
Proporccedilatildeo
de Nasc
com menos
de 7 cons
Preacute Natal
Triecircnio
20132015
278
120
148
292
230
314
219
284
272
274
254
Variaccedilatildeo
da Propde
Nasc com
menos de 7
cons Preacute
Natal
2007-2009 e
2013-2015
-158
-309
-134
-163
-230
11
-248
-187
-137
-284
-170
Propde
Nasc de
Matildees
Adolesc
Triecircnio
20132015
181
84
103
183
152
174
123
179
169
214
159
Variaccedilatildeo
de Nasc de
Matildees Adol
20072009 e
20132015
-79
-169
-180
-21
-86
-20
-107
-42
-62
-41
-62
Proporccedilatildeo
de Nascim
Parto
Cesaacutereo
Triecircnio
20132015
486
640
670
515
572
577
615
534
580
477
567
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto
Cesaacutereo-
Triecircnio
20072015
16
21
19
01
49
82
70
18
147
140
57
68
(cont)
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Proporccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
Triecircnio
20132015
629
263
164
671
570
616
509
699
628
765
579
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
20072015
170
72
-513
275
-13
57
-06
54
-07
21
57
TMI total
20132015
130
85
77
129
114
140
100
133
109
171
120
TMI
Neonatal
Precoce
20132015
61
42
40
54
48
77
47
62
52
84
57
TMI
Neonatal
Tardia
20132015
23
19
10
26
23
21
19
24
20
30
22
TMI
Neonatal
20132015
84
61
50
80
71
98
67
86
72
114
79
TMI Poacutes
Neonatal
20132015
46
23
27
49
43
43
34
47
37
57
41
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20072009
106
59
81
95
90
96
75
108
96
115
93
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20132015
93
53
45
89
70
100
63
95
78
135
83
Variaccedilatildeo
de Oacutebitos
Infantis por
Causas
Evitaacuteveis
20072015
-1226
-1016
-4444
-631
-2222
416
-160
-1203
-1875
1739
-1075
Fonte SIMSINASCSVSSMS Rio-2017
69
6 DISCUSSAtildeO
Os indicadores de sauacutede podem ser afetados em seus valores ao longo do tempo
quando satildeo disponibilizados melhores serviccedilos de atenccedilatildeo agrave sauacutede assim como quando satildeo
observadas melhores condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo Inclusive iniciativas de poliacuteticas
puacuteblicas que visem beneficiar a populaccedilatildeo satildeo tatildeo importantes que podem afetar diretamente
a ocorrecircncia de fatores de risco
Neste estudo pocircde-se observar alteraccedilatildeo de alguns fatores relacionados teoricamente agrave
Mortalidade Infantil para todo o MRJ e na AP 10 quando consideradas as informaccedilotildees sobre
parto e nascimento do SINASC
Considerando a Proporccedilatildeo de Baixo Peso ao nascer houve um decreacutescimo de 116
de nascimento de crianccedilas com baixo peso (lt 2500g) na AP 10 o maior decreacutescimo entre as
aacutereas programaacuteticas O MRJ tambeacutem apresentou reduccedilatildeo desse percentual Para Gaiva (2014)
um grande nuacutemero de estudos aponta o baixo peso como um dos principais fatores
relacionados ao aumento do risco de oacutebito neonatal A prematuridade e o crescimento
intrauterino restrito satildeo os principais determinantes do baixo peso ao nascer e podem ser
avaliados atraveacutes de um acompanhamento preacute-natal de qualidade assim como uma adequada
atenccedilatildeo no momento do parto (GAIVA 2014)
Os nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes diminuiacuteram em todas as AP ao
longo do periacuteodo analisado sendo que o maior decreacutescimo ocorreu na AP 22
A idade materna eacute uma importante caracteriacutestica da gestante que traz riscos evidentes
quando a matildee se encontra abaixo dos 20 anos e quando se encontra acima dos 35 anos de
idade Em um estudo de Lima et al 2010 sobre a associaccedilatildeo entre a mortalidade neonatal
precoce e poacutes-neonatal e a idade da matildee observou-se que quando a idade materna eacute maior de
35 anos e na adolescecircncia haacute associaccedilatildeo respectivamente ao oacutebito neonatal precoce e poacutes-
neonatal Imaturidade bioloacutegica fatores socioeconocircmicos e a natildeo realizaccedilatildeo das consultas
preacute-natais necessaacuterias podem estar associados agraves adolescentes Jaacute as matildees acima de 35 anos
podem apresentar fatores como comorbidades partos ciruacutergicos e fetos com anomalias
congecircnitas que podem levar ao oacutebito infantil apesar de muitas vezes disporem de melhores
condiccedilotildees socioeconocircmicas e adequados cuidados preacute-natais (LIMA et al 2010)
70
Em relaccedilatildeo ao tipo de parto se cesaacutereo ou normal observamos um aumento do parto
cesaacutereo em todo o MRJ sendo que esse aumento foi acentuado nas AP 53 e AP 52 entre
2007 e 2015 No MRJ observou-se um aumento de 57 de parto cesaacutereo enquanto a AP 10
apresentou um aumento de 16 O parto cesaacutereo estaacute cada vez mais frequente no Brasil
assim como no resto do mundo e embora seja cada vez mais seguro ele ainda apresenta riscos
(PATAH 2011) Segundo Lansky (2014) a taxa de cesaacutereas no Brasil era de 535 em 2011
A OMS recomenda que ele seja realizado quando necessaacuterio para evitar complicaccedilotildees para
matildee e filho A Federaccedilatildeo Internacional de Ginecologia e Obstetriacutecia (FIGO) preconiza uma
proporccedilatildeo maacutexima de cesaacutereas ateacute 20 dos partos e a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede ateacute
15 dos partos (Soares 2010) Em um estudo de Sanders et al (2017) para analisar fatores
relacionados ao oacutebito infantil em Fortaleza (Cearaacute) eles verificaram que o parto cesaacutereo
demonstrou ser um fator de proteccedilatildeo para a mortalidade infantil quando realizado em
gestantes de alto risco
O nuacutemero de nascimentos de matildees com adequado nuacutemero de consultas de preacute-natal
tambeacutem eacute importante a ser observado uma vez que as gestantes que realizam menos do que
seis consultas de preacute-natal apresentam risco maior de terem oacutebito fetal (KLEIN et al 2012)
Observamos nesse estudo que o percentual de nascidos vivos de gestantes com 7 ou mais
consultas de preacute-natal aumentou em todas as AP (exceto a AP 33) de 2007 a 2015 As matildees
que realizaram um nuacutemero de consultas menor do que 7 apresentaram um iacutendice de oacutebitos
proporcionalmente maior ratificando o niacutevel de fator de risco de oacutebitos de receacutem-nascidos em
relaccedilatildeo ao numero de consultas preacute-natal Observa-se inclusive que o niacutevel de oacutebitos
decresceu graccedilas ao aumento percentual de incidecircncia de 7 ou mais consulta para as matildees em
todas as AP excetuando as AP 22 e AP 33 Fernandes (2016) reforccedila que a proporccedilatildeo de
atendimentos e consultas de preacute-natal tem sido fundamental na relaccedilatildeo direta da diminuiccedilatildeo
da ocorrecircncia do baixo peso dos receacutem-natos comparando-se com os percentuais de
incidecircncia de baixo peso quando natildeo haacute um expressivo nuacutemero de consultas de preacute-natal
Em relaccedilatildeo agrave idade gestacional o maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 tenha
ocorrido em nascidos vivos entre a 37- 41 semanas de gestaccedilatildeo e somente em seguida os
prematuros entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo de 2007 a 2015 embora um estudo de Klein
(2012) a natimortalidade e a neomortalidade encontrem-se mais associadas agrave baixa idade
gestacional
Os nascimentos ocorridos em maternidades do SUS aumentaram 17 na AP 10 nos
triecircnios analisados presumindo-se aumento de oferta de leitos puacuteblicos na aacuterea enquanto no
71
MRJ houve um aumento menor de 57 Para Barbeiro (2015) a mortalidade fetal pode ser
encontrada em maior nuacutemero em gestantes com condiccedilotildees socioeconocircmicas precaacuterias que
satildeo aquelas que utilizam as maternidades do SUS
Nesse trabalho natildeo foram levados em conta outros fatores de risco para mortalidade
infantil tais como a escolaridade da matildee a presenccedila de gestaccedilotildees anteriores ao parto atual
Apgar de 5ordm minuto menor ou igual a 7 a raccedilacor da matildee entre outros assim como outros
fatores relacionados agrave morte infantil que poderatildeo ser explorados em estudos posteriores
Embora tenha ocorrido um aumento importante de oacutebitos infantis em 2015 na AP 10
que chamou dos gestores da SMS analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP 10
e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes ao
longo do periacuteodo estudado
A taxa de mortalidade infantil na AP 10 em 2015 era de 144 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos superior a do MRJ no mesmo ano que foi de 121 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos Satildeo taxas essas ainda altas quando comparadas a paiacuteses jaacute mencionados como
Japatildeo (TMI 20) Canadaacute (TMI 40) e Estados Unidos da Ameacuterica (TMI 60) (UNICEF
2015)
O componente poacutes-neonatal estaacute mais relacionado agraves condiccedilotildees baacutesicas de sauacutede
como a aacutegua tratada saneamento baacutesico acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede condiccedilotildees
socioeconocircmicas especialmente as relativas agrave renda Essas condiccedilotildees satildeo passiacuteveis de serem
modificadas atraveacutes de uma poliacutetica de sauacutede que atenda a essas necessidades Outros fatores
que influenciam as condiccedilotildees de vida aleacutem da renda familiar satildeo o grau de escolaridade dos
pais o acesso uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel e moradia salubre (FERRARI 2012) Em 2013 as
principais causas poacutes-neonatais no MRJ foram segundo o capiacutetulo da CID 10 as
Malformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias cromossocircmicas (cap XVII) 253 as
Doenccedilas do aparelho respiratoacuterio- pneumonia e bronquiolite aguda- (cap X) 178
Algumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (cap XVI) 128 e Algumas doenccedilas
infecciosas e parasitaacuterias (cap I) 109 As causas baacutesicas segundo causas externas foi por
Riscos NE a respiraccedilatildeo (W84) 50 e Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico (W78) 325(site da
SUBPAV acesso em 18052017)
A principal causa neonatal de oacutebito infantil no MRJ em 2015 correspondeu ao feto e
receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas com agrave
gravidez atual (CID P00) afecccedilotildees essas principalmente relacionadas a transtornos maternos
hipertensivos e do trato urinaacuterio As outras duas grandes causas de morte infantil no MRJ
72
corresponderam a ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CID P36) e ldquoOutras
malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeordquo (CID Q24) Ainda em 2015 698 dos oacutebitos infantis
foram por causas evitaacuteveis no MRJ Houve uma reduccedilatildeo de 105 na taxa de mortalidade
infantil no MRJ por causas evitaacuteveis nos triecircnios analisados Essa reduccedilatildeo deveu-se
principalmente agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Houve um
aumento da TMI devido agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na
AP10 no periacuteodo estudado ainda observa-se uma proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis
por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede relacionadas aos oacutebitos infantis
Em 2015 a AP 10 apresentou 716 dos oacutebitos por Causas evitaacuteveis Houve reduccedilatildeo
de suas TMI nos triecircnios estudados sendo a maior reduccedilatildeo devida agraves Causas Mal Definidas
(reduccedilatildeo de 321) A TMI (103) em 2015 que se relacionou agraves causas evitaacuteveis de oacutebitos
infantis principalmente agraves causas ldquoReduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeordquo
(358) mostram assim a importacircncia da atenccedilatildeo agrave sauacutede da gestante na assistecircncia Preacute Natal
da Atenccedilatildeo Primaacuteria e na rede de serviccedilos
A gestante quando apresenta um nuacutemero de consultas preacute- natais maior ou igual a seis
e o iniacutecio dessas consultas se faz de maneira precoce esses fatores exercem uma proteccedilatildeo agrave
gestante e ao RN A boa qualidade dessa atenccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo tambeacutem faz com que haja
diminuiccedilatildeo da morte infantil (SILVA 2013) Esses oacutebitos poderatildeo ser evitados cada vez
mais atraveacutes de accedilotildees preventivas diagnoacutestico e tratamento precoce pelos serviccedilos de sauacutede
Estudos apontam que o as gestante que realizam 6 ou mais consultas de preacute-natal tem 4 x
menos chances que seu filho venha a oacutebito (BRUM 2015)
A hipertensatildeo eclampsia infecccedilatildeo urinaacuteria hemorragia anemia e idade gestacional
inferior a 37 semanas satildeo fatores relacionados agrave gestante que se associam agrave prematuridade e
ao baixo peso ao nascer Com o controle devido desses fatores atraveacutes de assistecircncia adequada
ao preacute- natal os oacutebitos infantis podem ser evitados (SILVA 2013) Daiacute a importacircncia da
gestante ter faacutecil acesso ao serviccedilo de sauacutede para fazer um exame preacute-natal adequado e ser
referenciada a uma maternidade para completar a sua assistecircncia e a de seu filho A maior
parte dos partos ocorre em hospitais mas isso natildeo impede os altos iacutendices de
morbimortalidade materna e perinatal produzidas por uma assistecircncia possivelmente falha
somada a um desnecessaacuterio e elevado nuacutemero de cesarianas Um adequado controle preacute-natal
assim como a prevenccedilatildeo de cesarianas sem indicaccedilotildees teacutecnicas especiacuteficas levando agrave
prematuridade iatrogecircnica podem contribuir significativamente para a reduccedilatildeo desses oacutebitos
(LANSKY 2014)
73
As afecccedilotildees perinatais encontram-se relacionadas ao cuidado preacute- natal e agrave gestante agraves
condiccedilotildees do receacutem- nascido e ao parto (Bezerra 2007) A concentraccedilatildeo maior das causas
evitaacuteveis desses oacutebitos se encontra no grupo das causas reduziacuteveis pela atenccedilatildeo agrave gestaccedilatildeo
parto feto e receacutem-nato em torno de 39 As reduziacuteveis por adequado atenccedilatildeo ao RN
correspondem a 29 seguidas das causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao parto (15)
Aquelas que estatildeo ligadas a accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequados correspondem a
15 as que necessitam de accedilotildees de promoccedilatildeo vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo se encontram
com 7 das causas e pequena parte se deve a accedilotildees de imunizaccedilotildees (BEZERRA 2007)
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes desse estudo observamos que apesar da Mortalidade Infantil no MRJ e na AP
10 tenham decrescido nos triecircnios analisados ambos satildeo ainda altas taxas de mortalidade
infantil Apesar do decliacutenio da TMI ocorrer haacute deacutecadas se faz necessaacuterio a elaboraccedilatildeo de
estrateacutegias de enfrentamento de suas causas que satildeo na sua maioria evitaacuteveis A ampliaccedilatildeo da
vigilacircncia de oacutebitos no MRJ foi uma importante estrateacutegia implantada a fim de contribuir para
a melhor qualificaccedilatildeo das causas de morte infantil para que se faccedilam accedilotildees que diminuam os
oacutebitos infantis por causas que possam ser evitadas
Em virtude da ocorrecircncia importante de oacutebitos infantis em filhos de matildees
adolescentes haacute portanto a necessidade de incrementar accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo em
sauacutede da mulher principalmente nas faixas etaacuterias extremas e em especial nas adolescentes
Pesquisas relacionadas agrave idade materna assim como a outros fatores relacionados agrave morte
infantil tambeacutem devem ser ampliadas Aleacutem disso eacute importante que se invista em accedilotildees de
poliacuteticas publicas que objetivem conscientizaccedilatildeo desses jovens do ponto de vista da educaccedilatildeo
sexual com orientaccedilotildees sobre o uso de preservativos e planejamento familiar
Devido ao aumento da cesariana tanto no MRJ como na AP 10 esforccedilos devem ser
feitos para que a cesariana seja feita apenas com recomendaccedilotildees teacutecnicas precisas e natildeo
indiscriminadamente para gestante de baixo risco Eacute importante preparar a gestante durante o
cuidado preacute-natal e enfatizar a importacircncia do parto humanizado
Um preacute-natal qualificado agrave gestante tem importacircncia fundamental para a diminuiccedilatildeo
dos oacutebitos infantis
Essa pesquisa foi realizada com a perspectiva de contribuir com a Coordenadoria da
AP 10 atraveacutes de dados recentes para uma melhor visibilidade da tendecircncia da mortalidade
74
infantil e de seus componentes assim como os fatores de risco relacionados Os dados aqui
apresentados seratildeo disponibilizados para a gestatildeo da CAP 10 a fim de que seja produzido um
informe teacutecnico especiacutefico sobre Mortalidade Infantil sensibilizando profissionais e gestores
da APS sobre a necessidade de reduccedilatildeo das causas de oacutebitos evitaacuteveis por intervenccedilotildees do
SUS
Como este foi um estudo exploratoacuterio descritivo natildeo eacute possiacutevel estabelecer-se relaccedilatildeo
entre o aumento da cobertura da APS na aacuterea e os indicadores de oacutebitos infantis Entretanto o
quadro geral apresentado na AP 10 mostra-se como ainda instaacutevel considerando-se a
expectativa de reduccedilatildeo da TMI na medida em que ocorre maior oferta de serviccedilos na APS
75
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80
ANEXO 1
Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
Ano Mecircs Populaccedilatildeo
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Equipe de Sauacutede
Bucal
Modalidade I
Implantados Proporccedilatildeo de cobertura populacional estimada Credenciadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede
1999 01 5569181 0 000 0
1999 12 5569181 0 000 0
2000 01 5598953 0 000 0
2000 12 5598953 22 136 0
2001 01 5613897 22 135 0
2001 12 5897485 19 111 0
2002 01 5897485 19 111 0
2002 12 5897485 23 135 0
2003 01 5897485 23 135 0
2003 12 5937253 23 134 0
2004 01 5937253 23 134 0
2004 12 5974081 57 329 0
2005 01 5974081 57 329 50
2005 12 5974081 96 554 0
2006 01 5974081 98 566 0
2006 12 6094183 118 668 0
2007 01 6094183 119 674 0
2007 12 6136652 131 736 35
2008 01 6136652 144 810 35
2008 12 6136652 128 720 35
2009 01 6161047 124 694 35
2009 12 6161047 165 924 35
2010 01 6161047 170 952 35
2010 12 6186710 266 1483 228
2011 01 6186710 281 1567 228
2011 12 6320446 506 2762 228
2012 01 6320446 585 3193 228
2012 12 6355949 734 3984 528
2013 01 6355949 749 4066 528
2013 12 6390290 730 3941 528
2014 01 6390290 720 3887 528
2014 12 6390290 831 4486 528
2015 01 6390290 832 4492 528
2015 12 6390290 855 4616 528
2016 01 6390290 855 4616 528
Fonte MSSASDAB e IBGE
81
ANEXO 2
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do
Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil
Para menores de 5 anos no Grupo 1 - Causas Evitaacuteveis destacam-se
1 Grupo 1 - Causas evitaacuteveis
11 Reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo Tuberculose do sistema nervoso (A17)
Tuberculose miliar (A19) Teacutetano neonatal (A33) Outros tipos de teacutetano (A35) Difteria
(A36) Coqueluche (A37) Poliomielite aguda (A80) Sarampo (B05) Rubeacuteola (B06)
Hepatite B (B16) Caxumba (B260) Meningite por Haemophilus (G000) Rubeacuteola congecircnita
(P350) Hepatite viral congecircnita (P353)
12 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo parto feto e ao receacutem-nascido
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Siacutefilis congecircnita (A50)
Doenccedilas pelo viacuterus da imunodeficiecircncia humana (B20 a B24) Feto e receacutem-nascidos afetados
por complicaccedilotildees da placenta e das membranas (P022 P023 P027 P028 P029) Afecccedilotildees
maternas que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P00 P04) Complicaccedilotildees maternas da
gravidez que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P01) Crescimento fetal retardado e
desnutriccedilatildeo fetal (P05) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e baixo peso
ao nascer natildeo classificados em outra parte (P07) Siacutendrome da anguacutestia respiratoacuteria do
receacutem-nascido (P220) Hemorragia pulmonar originada no periacuteodo perinatal (P26)
Hemorragia intracraniana natildeo traumaacutetica do feto e do receacutem-nascido (P52) Isoimunizaccedilatildeo Rh
e ABO do feto ou do receacutem-nascido (P550 P551) Doenccedilas hemoliacuteticas do feto ou do
receacutem-nascido devidas agrave isoimunizaccedilatildeo (P558 a P579) Enterocolite necrotizante do feto e
do receacutem-nascido (P77)
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Placenta preacutevia e descolamento
prematuro da placenta (P020 a P021) Feto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees do cordatildeo
umbilical (P024 a P026) Outras complicaccedilotildees do trabalho de parto ou do parto que afetam o
receacutem-nascido (P03) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo prolongada e peso elevado ao
nascer (P08) Traumatismo de parto (P10 a P15) Hipoacutexia intra-uterina e asfixia ao nascer
(P20 P21) Aspiraccedilatildeo neonatal (P24 exceto P243)
82
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido Transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal (P221 P228 P229 P23 P25 P27 P28) Infecccedilotildees
especiacuteficas do periacuteodo perinatal (P35 a P399 exceto P350 e P353) Hemorragia neonatal
(P50 a P54) Outras icteriacutecias perinatais (P58 P59) Transtornos endoacutecrinos e metaboacutelicos
transitoacuterios especiacuteficos e do receacutem-nascido (P70 a P74) Transtornos hematoloacutegicos do
receacutem-nascido (P60 P61) Transtornos do aparelho digestivo do receacutem-nascido (P75 a P78)
Afecccedilotildees que comprometem o tegumento e a regulaccedilatildeo teacutermica do receacutem-nascido (P80 a
P83) Outros transtornos originados no periacuteodo perinatal (P90 a P968)
13 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento Tuberculose respiratoacuteria
com confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A15) Tuberculose das vias respiratoacuterias sem
confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A16) Tuberculose de outros oacutergatildeos (A18)
Meningite (G001 a G03) Infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas superiores (J00 a J06) Pneumonia
(J12 a J18) Outras infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas inferiores (J20 a J22) Edema de laringe
(J384) Doenccedilas crocircnicas das vias aeacutereas inferiores (J40 a J47 exceto J43 e J44) Doenccedilas
pulmonares devidas a agentes externos (J68 a J69) Outras doenccedilas causadas por clamiacutedias
(A70 a A74) Outras doenccedilas bacterianas (A30 A31 A32 A38 A39 A40 A41 A46 A49)
Hipotireoidismo congecircnito (E030 E031) Diabetes mellitus (E10 a E14) Distuacuterbios
metaboacutelicos ndash fenilcetonuacuteria (E700) e deficiecircncia congecircnita de lactase (E730) Epilepsia
(G40 G41) Siacutendrome de Down (Q90) Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio (N390) Febre reumaacutetica e
doenccedila cardiacuteaca reumaacutetica (I00 a I09)
14 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede Doenccedilas infecciosas intestinais (A00 a A09) Algumas doenccedilas bacterianas
zoonoacuteticas (A20 a A28) Febres por arboviacuterus e febres hemorraacutegicas virais (A90 a A99)
Rickettsioses (A75 a A79) Raiva (A82) Doenccedilas devidas a protozoaacuterios (B50 a B64)
Helmintiacuteases (B65 a B83) Outras doenccedilas infecciosas (B99) Anemias nutricionais (D50 a
D53) Deficiecircncias nutricionais (E40 a E64) Desidrataccedilatildeo (E86) Acidentes de transportes
(V01 a V99) Envenenamento acidental por exposiccedilatildeo a substacircncias nocivas (X40 a X44)
Intoxicaccedilatildeo acidental por outras substacircncias (X45 a X49) Siacutendrome da morte suacutebita na
infacircncia (R95) Quedas acidentais (W00 a W19) Exposiccedilatildeo ao fumo ao fogo e agraves chamas
(X00 a X09) Exposiccedilatildeo agraves forccedilas da natureza (X30 a X39) Afogamento e submersatildeo
acidentais (W65 a W74) Outros riscos acidentais agrave respiraccedilatildeo (W75 a W84) Exposiccedilatildeo agrave
corrente eleacutetrica agrave radiaccedilatildeo e a temperaturas e pressotildees extremas do ambiente (W85 a W99)
Agressotildees (X85 a Y09) Eventos cuja intenccedilatildeo eacute indeterminada (Y10 a Y34) Exposiccedilatildeo a
forccedilas mecacircnicas inanimadas (W20 a W49) Acidentes ocorridos em pacientes durante
83
prestaccedilatildeo de cuidados meacutedicos e ciruacutergicos (Y60 a Y69) Reaccedilatildeo anormal em pacientes ou
complicaccedilatildeo tardia causadas por procedimentos ciruacutergicos e outros procedimentos meacutedicos
sem menccedilatildeo de acidentes ao tempo do procedimento (Y83 a Y84) Efeitos adversos de
drogas medicamentos e substacircncias bioloacutegicas usadas com finalidade terapecircutica (Y40 a
Y59)
No grupo 2 - Causas de morte mal-definidas
2 Causas de morte mal-definidas Sintomas sinais e achados anormais de exames cliacutenicos e
de laboratoacuterio natildeo classificados em outra parte (R00 a R99 exceto R95) Morte fetal de causa
natildeo especificada (P95) Afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal natildeo especificadas (P 969)
No grupo 3 - Demais causas de morte (natildeo claramente evitaacuteveis)
1 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) As demais causas de morte O grupo de
especialistas sugeriu que as anaacutelises fossem processadas por peso ao nascer
considerando evitaacuteveis as mortes de casos com peso a partir de 1500g subdivididos
nas seguintes categorias 1500g a 2499g ge2500g Recomendou-se realizar novas
validaccedilotildees da lista e verificar criteacuterios de magnitude para inclusatildeo na lista Os
acidentes de tracircnsitotransporte antes incluindo os coacutedigos V01 a V89 passaram
incluir os coacutedigos de V01 a V99
84
ANEXO 3
Oacutebitos Infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ Causa (CID10 3C) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
P00 -Feto e RN afetados afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relac gravidez atual (NCOP) 58 62 104 109 94 123 137 97 107 891
P22 Desconforto respiratoacuterio do RN 129 106 113 95 79 69 79 80 61 811
P36 Septicemia bacteriana do RN 75 90 78 66 52 64 78 80 97 680
P01 Feto e RN afet complic maternas gravidez 30 49 66 56 67 69 63 53 64 517
Q24 Outr malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeo 55 57 51 42 50 53 62 56 40 466
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr 34 46 38 52 44 58 50 34 61 417
J18 Pneumonia pmicroorg NE 50 36 47 33 42 42 47 27 41 365
R99 Outr causas mal definidas e NE
mortalidade 38 30 30 40 41 31 28 27 25 290
P21 Asfixia ao nascer 44 43 42 25 20 22 22 24 31 273
W84 Riscos NE a respiracao 14 21 20 35 29 34 23 21 30 227
P96 Outr afeccoes originadas periodo
perinatal 31 30 31 29 16 19 26 19 22 223
P07 Transt rel gest curt dur peso baix nasc
NCOP 23 25 30 26 13 11 22 21 23 194
P24 Sindr de aspiracao neonatal 28 17 16 17 20 24 24 22 21 189
Q89 Outr malformaccedilotildees congen NCOP 18 17 18 22 28 26 27 18 15 189
Q33 Malformaccedilotildees congen do pulmao 26 28 26 25 19 16 18 18 9 185
J21 Bronquiolite aguda 14 10 17 16 25 20 20 10 22 154
A50 Siacutefilis congecircnita 5 7 11 20 22 27 23 15 23 153
P77 Enterocolite necrotizante do feto e RN 9 20 14 8 16 21 21 24 20 153
A41 Outr septicemias 29 14 13 13 15 11 19 19 6 139
Q91 Sindr de Edwards e sindr de Patau 10 15 9 14 24 21 11 12 12 128
Q79 Malformaccedilotildees congen sist osteomuscular
NCOP 16 9 12 14 12 17 19 8 18 125
Q25 Malformaccedilotildees congen das grandes
arterias 7 19 18 16 14 11 11 12 14 122
Q20 Malformaccedilotildees congen camaras e
comunicaccedilotildees card 13 15 12 14 11 6 9 8 14 102
P29 Transt cardiovasc orig periacuteodo perinatal 16 7 12 15 5 9 8 18 11 101
Q00 Anencefalia e malformacoes similares 14 20 8 9 13 13 6 8 10 101
W78 Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico 11 11 9 9 10 11 16 10 13 100
Q21 Malformaccedilotildees congen dos septos
cardiacos 9 17 14 6 16 11 4 12 7 96
P20 Hipoacutexia intra-uterina 11 8 3 8 10 10 7 14 15 86
Q04 Outr malformaccedilotildees congen do ceacuterebro 10 5 8 9 6 8 6 13 17 82
P03 Fet rec-nasc afet out compl trab parto
parto 7 14 18 10 10 8 6 4 5 82
P39 Outr infecc especificas do periodo
perinatal 12 17 12 7 8 5 8 3 3 75
P28 Outr afeccoes respirat orig per perinatal 8 5 8 4 9 4 4 11 19 72
A09 Diarreia e gastroenterite orig infecc
presum 10 10 11 7 5 4 5 8 8 68
Q03 Hidrocefalia congen 8 4 10 10 6 6 5 8 10 67
Q90 Sindr de Down 6 11 7 3 8 6 7 4 7 59
P23 Pneumonia congen 7 7 7 11 5 5 5 5 5 57
Q99 Outr anomalias dos cromossomos NCOP 5 4 5 5 3 11 10 5 8 56
P26 Hemorragia pulmonar orig periodo
perinatal 5 5 5 3 6 7 10 3 11 55
P27 Doenc respirat cron orig periodo perinatal 2 8 4 10 9 8 3 7 4 55
G80 Paralisia cerebral infantil 3 3 4 9 8 9 6 2 2 46
P04 Fet rec-nasc infl af noc trans plac leit mat 4 5 6 6 10 3 3 5 2 44
G00 Meningite bacter NCOP 7 6 6 7 7 3 2 5 1 44
W79 nalacao ingest aliment caus obstr trat resp 2 3 5 3 1 6 4 4 6 34
Q87 Outr sindr cmalform cong q acomet mult
sist 0 3 7 2 3 1 5 8 5 34
P61 Outr transt hematologicos perinatais 1 5 3 2 7 5 4 5 2 34
P25 Enfisema interst afecc corr orig per perinat 5 6 8 4 3 1 2 3 0 32
85
Q23Malformaccedilotildees congen v aortica e mitral 3 1 2 5 4 1 4 3 8 31
P37 Outr doenc infecc e parasit congen 1 5 3 2 4 2 7 3 4 31
P52 Hemorragia intracran nao-traum feto rec-
nasc 6 4 5 3 3 0 3 4 2 30
Q60 Agenesia renal e outr defeitos reducao
rim 3 3 1 5 4 1 0 7 5 29
A39 Infecc meningogocica 1 5 7 3 2 3 4 2 2 29
J69 Pneumonite dev solidos e liquidos 4 7 5 0 5 5 1 0 1 28
Q22 Malform congen valvas pulmonar
tricuspide 4 4 2 4 3 4 0 3 3 27
I27 Outr form de doenc cardiaca pulmonar 2 7 2 2 3 4 1 1 3 25
Q39 Malformacoes congen do esofago 4 2 0 5 5 4 1 1 2 24
J98 Outr transt respirat 0 6 3 4 2 3 2 3 1 24
P83 Outr afecc compr tegum espec feto rec-
nasc 2 5 2 3 0 2 0 4 5 23
Q61 Doenc cisticas do rim 1 2 1 4 3 2 2 4 3 22
G04 Encefalite mielite e encefalomielite 1 2 3 4 3 3 3 0 3 22
I42 Cardiomiopatias 4 2 0 1 2 1 0 2 9 21
Q43 Outr malformaccedilotildees congen do intestino 3 2 1 1 3 3 3 3 2 21
E46 Desnutric proteico-calorica NE 4 4 1 2 3 4 1 1 1 21
K56 Ileo paralitico e obstr intestinal shernia 3 0 2 1 3 1 1 5 4 20
G93 Outr transt do encefalo 4 4 2 2 1 0 1 3 2 19
Q01 Encefalocele 0 3 4 1 2 4 3 1 1 19
Q44 Malformaccedilotildees congen vesic biliar via
biliar fiacutegado 0 1 1 3 3 1 4 3 1 17
E88 Outr disturbios metabolicos 1 4 2 3 1 0 3 1 1 16
I51 Complic cardiopatias doenc cardiacas mal
def 3 3 0 1 3 0 0 4 1 15
Q05 Espinha bifida 4 1 1 1 2 1 2 2 1 15
P05 Crescimento fetal retard e desnutric fetal 4 3 2 2 0 0 1 2 1 15
Y34 Fatos ou eventos NE e intenc nao
determinada 1 1 2 2 2 2 3 1 1 15
P70 Trans transit metab carboid esp fet rec-
nasc 3 0 0 1 0 5 1 3 1 14
Q77 Osteocondr canom cresc ossos long col
vert 2 0 2 0 2 2 5 0 1 14
P55 Doenc hemolitica do feto e do recem-
nascido 0 1 3 0 2 1 2 2 2 13
Q42 Ausencia atresia e estenose congen do
colon 2 0 1 2 1 2 1 3 1 13
Q78 Outr osteocondrodisplasias 2 1 0 2 0 1 4 2 1 13
B20 Doenc pHIV result doenc infecc e
parasit 2 4 1 1 0 0 3 1 1 13
P60 Coagulacao intravasc dissem feto rec-
nasc 3 0 2 0 1 3 4 0 0 13
P35 Doenc virais congen 3 4 0 1 1 3 1 0 0 13
G03 Meningite dev outr causas e a causas NE 3 3 1 1 0 1 0 2 1 12
A37 Coqueluche 0 0 1 0 1 5 0 1 3 11
Q07 Outr malformacoes congen do sist
nervoso 0 2 2 2 0 2 0 2 1 11
B01 Varicela 1 1 1 2 3 2 1 0 0 11
P74 Outr dist eletrolit metab transit per neonat 3 0 4 0 2 2 0 0 0 11
Q64 Outr malformacoes congen aparelho
urinario 2 0 2 1 1 1 1 0 2 10
Q62 Anom cong obstr pelv renal malf cong
ureter 1 1 1 0 1 2 2 1 1 10
E86 Deplecao de volume 3 1 1 3 2 0 0 0 0 10
P78 Outr transt ap digestivo periodo perinatal 0 0 1 2 1 0 1 1 3 9
N39 Outr transt do trato urinario 1 1 0 0 1 1 2 1 2 9
Q32 Malformaccedilotildees congecircnitas de traqueacuteia e
brocircnquios 0 1 0 3 0 0 2 2 1 9
Q41Ausecircncia atresia estenose congecircnita
intestino delgado 1 0 0 3 2 1 0 1 1 9
J15 Pneumonia bacteriana NCOP 1 2 1 0 3 0 0 1 1 9
K21 Doenc de refluxo gastroesofaacutegico 2 1 0 1 0 3 0 2 0 9
K72 Insuf hepatica NCOP 1 0 1 1 2 2 1 1 0 9
W75 Sufocaccedilatildeo e estrangulamento acidental na 0 0 0 1 1 1 0 4 1 8
86
cama
G91 Hidrocefalia 0 0 0 1 1 0 2 3 1 8
Q63 Outr malformacoes congen do rim 0 0 0 2 3 0 0 3 0 8
C71 Neopl malig do encefalo 3 0 1 1 3 0 0 0 0 8
Q75 Outr malformacoes congen ossos cranio e
face 1 0 1 0 0 0 2 0 3 7
Q02 Microcefalia 1 1 0 0 0 1 1 1 2 7
E84 Fibrose cistica 1 1 1 0 0 1 0 3 0 7
A91 Febre hemorragica dev virus do dengue 0 6 0 0 1 0 0 0 0 7
J45 Asma 3 1 2 1 0 0 0 0 0 7
H66 Otite media supurativa e as NE 0 0 0 0 1 1 1 1 2 6
E43 Desnutric proteico-calorica grave NE 0 1 0 1 0 1 1 1 1 6
Q28 Outr malform congen aparelho
circulatorio 3 0 1 0 0 0 1 0 1 6
E87 Outr transt equil hidroeletr e acido-basic 1 1 2 0 0 1 0 0 1 6
Q31 Malformacoes congen da laringe 0 2 0 0 0 0 1 3 0 6
W04 Queda enquanto carreg apoiado poutr
pessoas 0 0 2 1 0 1 1 1 0 6
A90 Dengue 1 3 0 0 1 0 1 0 0 6
Y07 Outr sindr de maus tratos 0 0 3 0 3 0 0 0 0 6
D65 Coagulacao intravascular disseminada 3 0 1 0 2 0 0 0 0 6
R95 Sindr da morte subita na infancia 0 1 0 0 0 0 1 2 1 5
B25 Doenc pcitomegalovirus 0 0 0 2 0 0 1 1 1 5
I62 Outr hemorragias intracranianas nao-
traum 0 2 0 0 0 0 1 1 1 5
I50 Insuf cardiaca 0 1 0 2 0 0 1 0 1 5
P76 Outr obstrucoes intestinais do recem-
nascido 0 1 1 0 1 1 0 0 1 5
K92 Outr doenc do aparelho digestivo 1 0 2 1 0 0 0 0 1 5
I31 Outr doenc do pericardio 0 0 1 1 1 0 1 1 0 5
J20 Bronquite aguda 0 0 0 0 1 3 0 1 0 5
A04 Outr infecc intestinais bacter 0 1 2 1 0 0 0 1 0 5
G40 Epilepsia 0 0 1 1 0 1 2 0 0 5
R68 Outr sint e sinais gerais 3 0 0 0 0 0 2 0 0 5
P56 Hidropsia fetal dev doenc hemolitica 1 1 2 0 0 0 1 0 0 5
X09 Exposicao a tipo NE de fumacas fogo
chamas 0 0 1 0 1 3 0 0 0 5
D57 Transt falciformes 1 0 1 1 1 1 0 0 0 5
G12 Atrofia muscular espinal e sindr
correlatas 0 1 0 0 0 0 1 0 2 4
Q45 Outr malformacoes congen aparelho
digestivo 1 0 0 0 0 0 1 0 2 4
A19 Tuberc miliar 0 0 0 1 1 0 0 1 1 4
I40 Miocardite aguda 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q26 Malformacoes congen das grandes veias 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q37 Fenda labial cfenda palatina 0 0 0 0 0 1 2 0 1 4
E75 Disturb metab esfingolip e outr depos
lipid 0 0 0 0 1 0 2 0 1 4
Q93 Monossomias e delecoes dos autossomos
NCOP 0 0 0 1 0 1 1 0 1 4
N19 Insuf renal NE 0 2 0 0 1 0 0 0 1 4
W06 Queda de um leito 0 0 0 0 1 1 1 1 0 4
Q30 Malformacao congen do nariz 0 1 1 0 0 0 1 1 0 4
N17 Insuf renal aguda 0 1 0 1 1 0 0 1 0 4
P90 Convulsoes do recem-nascido 1 2 0 0 0 0 0 1 0 4
P54 Outr hemorragias neonatais 0 0 1 0 1 0 2 0 0 4
V03 Pedestre traum colis automov pickup
caminhon 0 0 3 0 0 0 1 0 0 4
D64 Outr anemias 0 0 2 1 0 1 0 0 0 4
W74 Afogamento e submersao NE 1 0 1 1 0 1 0 0 0 4
K83 Outr doenc das vias biliares 0 2 1 0 0 1 0 0 0 4
P91 Outr disturbios funcao cerebral rec-nasc 0 2 0 1 1 0 0 0 0 4
N13 Uropatia obstrutiva e prefluxo 2 1 0 0 1 0 0 0 0 4
C74 Neopl malig da gland supra-renal 1 0 2 1 0 0 0 0 0 4
J22 Infecc agudas NE das vias aereas infer 0 0 0 1 0 0 0 0 2 3
J90 Derrame pleural NCOP 0 0 0 1 0 0 0 1 1 3
P38 Onfalite recem-nasc cou shemorragia 1 0 0 0 0 0 0 1 1 3
87
leve
E74 Outr disturbios do metabolismo
carboidratos 0 0 0 0 0 2 0 0 1 3
X59 Exposicao a fatores NE 0 0 0 0 1 1 0 0 1 3
I33 Endocardite aguda e subaguda 0 0 1 0 0 1 0 0 1 3
V09 Pedestre traum outr acid transp e NE 0 0 0 1 1 0 0 0 1 3
Y09 Agressao pmeios NE 1 0 0 0 1 0 0 0 1 3
I61 Hemorragia intracerebral 0 0 0 0 1 0 1 1 0 3
B22 Doenc pHIV result em outr doenc espec 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
W19 Queda sespecificacao 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
V89 Acid veic mot n-mot tipos de veic NE 0 0 0 0 1 1 0 1 0 3
P80 Hipotermia do recem-nascido 1 0 0 0 0 1 0 1 0 3
K55 Transt vasculares do intestino 0 0 1 1 0 0 0 1 0 3
Q27 Outr malformacoes congen sist vasc perif 0 2 0 0 0 0 0 1 0 3
A16 Tuberc vias respirat sconf bacter histol 0 1 0 0 0 0 2 0 0 3
L03 Celulite 0 0 0 0 1 1 1 0 0 3
K40 Hernia inguinal 0 0 0 1 1 0 1 0 0 3
Y19 Env out prod quim subst noc e NE int n
det 0 0 0 1 1 1 0 0 0 3
J38 Doenc das cordas vocais e da laringe
NCOP 0 0 1 0 1 1 0 0 0 3
C92 Leucemia mieloide 0 0 1 1 0 1 0 0 0 3
J96 Insuf respirat NCOP 1 0 1 0 0 1 0 0 0 3
J80 Sindr do desconforto respirat do adulto 0 0 1 0 2 0 0 0 0 3
Q40 Outr malform congen trato digestivo
super 0 0 1 1 1 0 0 0 0 3
A17 Tuberc do sist nervoso 1 1 0 0 1 0 0 0 0 3
P58 Ictericia neonatal dev outr hemolises
excess 0 0 2 1 0 0 0 0 0 3
D68 Outr defeitos da coagulacao 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
P15 Outr traum de parto 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
J09 Influenza (gripe) devida a viacuterus
identificado da gripe aviaacuteria
0 0 3 0 0 0 0 0 0 3
B99 Doenc infecc outr e as NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
W87 Exposicao a corrente eletrica NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
P72 Outr transt endocrinos transit period
neonat 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2
I21 Infarto agudo do miocardio 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2
D61 Outr anemias aplasticas 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2
A86 Encefalite viral NE 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
V47 Ocup automovel traum colis obj fixo
parado 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
E72 Outr disturbios metabolismo de
aminoacidos 1 0 0 0 0 0 0 0 1 2
J12 Pneumonia viral NCOP 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2
Y04 Agressao pmeio de forca corporal 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Y06 Negligencia e abandono 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
R09 Outr sint sinais relat ap circulat respirat 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2
E70 Disturbios metabolism aminoacidos
aromaticos 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
K31 Outr doenc do estomago e do duodeno 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
I88 Linfadenite inespecifica 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2
D76 Alg doenc q env tec linforr e sist
reticuloh 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
E14 Diabetes mellitus NE 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
Y05 Agressao sexual pmeio de forca fisica 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
D84 Outr imunodeficiencias 0 0 0 0 1 0 1 0 0 2
G71 Transt prim dos musculos 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
J86 Piotorax 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
Q34 Outr malformacoes congen aparelho
respirat 0 0 1 0 0 0 1 0 0 2
L02 Abscesso cutaneo furunculo e antraz 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
Q06 Outr malformacoes congen da medula
espinhal 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
E25 Transt adrenogenitais 0 0 1 0 0 1 0 0 0 2
D18Hemangioma e linfangioma de qq localiz 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
88
X99 Agressao objeto cortante ou penetrante 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
C76 Neopl malig outr localiz e mal definidas 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
K63 Outr doenc do intestino 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
J70 Afeccoes respirat dev outr agentes
externos 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
Y83 Reac anorm compl tard interv cirurg
sacid 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
I60 Hemorragia subaracnoide 0 0 0 1 1 0 0 0 0 2
J06 Infecc agudas vias aereas super loc mult
NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
P59 Ictericia neonatal dev outr causas e as NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
B24 Doenc pHIV NE 0 1 0 0 1 0 0 0 0 2
P92 Problemas de alimentacao do recem-
nascido 1 0 0 0 1 0 0 0 0 2
X36 Vitima avalanc desab terra out mov sup
terr 0 0 1 1 0 0 0 0 0 2
J10 Influenza dev virus influenza identificado 0 0 2 0 0 0 0 0 0 2
C22 Neopl malig figado vias biliares intra-
hepat 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E03 Outr hipotireoidismos 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E23 Hipofuncao e outr transt da hipofise 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
E41 Marasmo nutricional 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
A40 Septicemia estreptococica 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
C72 Neop mal med esp nerv cran out sist nerv
cen 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
E71 Dist metab aminoacidos cad ramif e acid
grax 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I26 Embolia pulmonar 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I80 Flebite e tromboflebite 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
N10 Nefrite tubulo-intersticial aguda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
P50 Perda sanguinea fetal 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Q92 Outr trissomias e trissom parc autoss
NCOP 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V04 Pedestre traum colis veic transp pesado
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V44 Ocup autom traum colis veic trans pesad
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
W20 Impacto caus objeto lanc projetado em
queda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Y08 Agressao poutr meios espec 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
D59 Anemia hemolitica adquir 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
G60 Neuropatia hereditaria e idiopatica 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
M60 Miosite 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
P53 Doenc hemorragica do feto e do recem-
nascido 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
W08 Queda de outr tipo de mobilia 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X08 Exposicao outr tipo espec fumaca fogo
chamas 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X91 Agressao enforc estrangulamento
sufocacao 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
B49 Micose NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C33 Neopl malig da traqueia 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C38 Neopl malig do coracao mediastino e
pleura 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C73 Neopl malig da gland tireoide 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C95 Leucemia de tipo celular NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
J39 Outr doenc das vias aereas super 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
K52 Outr gastroenterites e colites nao-infecc 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q36 Fenda labial 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q68 Outr deform osteomusculares congen 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C64 Neopl malig do rim exceto pelve renal 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
C91 Leucemia linfoide 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
D48 Neopl comp incdesconh outr localiz e NE 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J04 Laringite e traqueite agudas 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J34 Outr transt do nariz e dos seios paranasais 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
L51 Eritema polimorfo 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
89
MARIA LUIZA RAMOS DA SILVA
MORTALIDADE INFANTIL POR CAUSAS EVITAacuteVEIS NA AacuteREA
PROGRAMAacuteTICA 10 DO MUNICIacutePIO DO RIO DE JANEIRO
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave Universidade Estaacutecio de Saacute como requisito para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Sauacutede da Famiacutelia Orientadora Profordf Drordf Maria Tereza Fonseca da Costa
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Profordf Drordf Maria Teresa Fonseca da Costa
Orientadora Universidade Estaacutecio de Saacute
_____________________________________________
Prof Dr Ricardo de Mattos Russo Rafael
Universidade Estaacutecio de Saacute
_____________________________________________
Profordm Dra Valeacuteria Romano
Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ
Dedico esse trabalho agrave minha matildee
Vilma grande amor da minha vida
AGRADECIMENTOS
Agrave minha matildee Vilma por ser uma matildee maravilhosa pelo seu amor
Ao meu pai Seacutergio (in memorian) por ter me ensinado tantas coisas importantes sobretudo
ser uma pessoa honrada
Ao meus filho Daniel e tambeacutem a Minie e Cookie que amo tanto
Aos meus irmatildeos Maria Paula e Seacutergio por acreditarem em mim Agrave minha famiacutelia que eu
desejo toda a felicidade do mundo
Agrave minha orientadora Maria Tereza Fonseca da Costa pelo apoio compreensatildeo e carinho
Aos meus professores do mestrado queridos por terem me ensinado tantas coisas importantes
e terem ampliado tanto os meus conhecimentos
Ao professor Ricardo Mattos pela generosidade gentileza aleacutem de ter aceitado o convite para
a minha banca contribuindo com ensinamentos valiosos
Agrave professora Valeacuteria Romano pelo carinho aleacutem de ter aceitado fazer parte da minha banca
quando fez grandes contribuiccedilotildees ao trabalho
Aos amigos queridos do mestrado o carinho a amizade o companheirismo Foi um enorme
prazer ir agraves aulas desfrutar a alegria do conviacutevio com vocecirc Um agradecimento especial agrave
Nayara Borges que com tanta generosidade me ajudou no momento em que eu mais
precisava ao alto astral dos risos da amiga Mocircnica Soares e ao apoio da amiga Viviane
Pereira Porto Agradeccedilo tambeacutem a Ana Paula Moura Nunes querida do administrativo
Agrave amiga Denise de Mattos Gaudard amiga de muitos anos de uma vida que me ajudou tanto
no trabalho na sua formataccedilatildeo estruturaccedilatildeo e revisatildeo
Agrave minha terapeuta querida Beatriz Breves pelo apoio pelo incentivo pelo carinho pela
ajuda
Ao Bruno Cardoso da Gerecircncia de Dados Vitais da SVSSMS Rio por ter me apoiado com o
trabalho
Aos meus amigos amados que fazem a minha jornada nessa vida mais feliz
A Deus por iluminar o meu caminho por cuidar de mim e de todos que eu amo Por me
ajudar a tentar cada dia ser uma pessoa melhor
ldquoDeixai as crianccedilas virem a mim rdquo
(Mateus 1913-15)
RESUMO
Introduccedilatildeo A mortalidade infantil relaciona-se agraves condiccedilotildees sociais e econocircmicas da
populaccedilatildeo e tambeacutem agrave oferta e qualidade dos serviccedilos de sauacutede Apesar do decliacutenio de suas
taxas no Brasil nas uacuteltimas deacutecadas ela ainda se apresenta elevada quando comparada a
outros paiacuteses e haacute uma grande proporccedilatildeo de oacutebitos evitaacuteveis Objetivo Analisar a variaccedilatildeo
dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados para
o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea Programaacutetica (AP) 10 do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015 Metodologia Estudo exploratoacuterio
descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre a mortalidade infantil e sua evitabilidade
considerando os oacutebitos de menores de um ano de residentes na aacuterea de bairros centrais do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 com descriccedilatildeo da variaccedilatildeo por ano e
pelos triecircnios correspondentes a este periacuteodo Foram utilizados dados secundaacuterios de bases
dos sistemas de mortalidade e de nascimentos com classificaccedilatildeo das causas de oacutebitos
segundo Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do
Brasil Resultados Houve aumento de oacutebitos infantis em 2015 na aacuterea diferente da
diminuiccedilatildeo da meacutedia no municiacutepio Analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP
10 e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes
considerando-se o primeiro e uacuteltimo triecircnio Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da
Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na AP10 no periacuteodo estudado ainda se observa uma
proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
relacionadas aos oacutebitos infantis
Palavras Chave Mortalidade Infantil Causas de Morte Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
ABSTRACT
Introduction Infant mortality is related to the social and economic conditions of the
population and also to the supply and quality of health services Despite the decline of its
rates in Brazil in recent decades it is still high when compared to other countries and there is
a large proportion of preventable deaths Objective To analyze the variation of infant deaths
by components and according to the avoidance criteria recommended for the Brazilian
Unified Health System (SUS) in the Program Area (AP) 10 in the municipality of Rio de
Janeiro between 2007 and 2015 Methods Descriptive exploratory study of temporal and
quantitative series on infant mortality and its avoidability considering the deaths of children
under one year of age in the central districts of the city of Rio de Janeiro from 2007 to 2015
with a description of the variation per year and for the triennia corresponding to this period
Secondary data from the bases of mortality and birth systems were used with a classification
of causes of death according to the List of Causes of Deaths Avoidable by Interventions of the
Brazilian Unified Health System Results There was an increase in infant deaths in 2015 in
the area different from the average decrease in the municipality Analyzing the Infant
Mortality in AP 10 and MRJ we observed a reduction of their rates in relation to all their
components considering the first and last three years Although there was a reduction in
Infant Mortality in MRJ and also in AP10 during the period under study there is still a
significant proportion of Avoidable Causes by Intervention of the Unified Health System
related to infant deaths
Key words Infant Mortality Cause of Death Primary Health Care
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2010
Tabela 2 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao nascerlt 2500g
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios
MRJ 2007 a 2015
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal no periacuteodo
MRJ 2007 a 2015
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ
Tabela 14 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee
Tabela 15 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 21 - TMI por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 22 - TMI por componentes por periacuteodo no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Tabela 25 - TMI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio
Tabela 26 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade- MRJ
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeo segundo evitabilidade
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 33 - Taxa de MI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash MRJ e APs ndash 2007 e
2017
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 - Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo
feita em base ao periacuteodo de 2000 a 2010
Graacutefico 5 - Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP de 20715
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de
2007 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10 por triecircnio de 2007 a
2015
Graacutefico 12 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID no MRJ
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Figura 2 - Bairros da AP 10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 - Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
ANEXO 2 - Lista de causas evitaacuteveis
ANEXO 3 - Oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AP Aacuterea Programaacutetica (ou Aacuterea de Planejamento)
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
BP Baixo Peso
Cap Capiacutetulo
CID-10 Classificaccedilatildeo Estatiacutestica Internacional de Doenccedilas e Problemas Relacionados agrave
Sauacutede 10ordf revisatildeo tambeacutem conhecida como Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas 10ordf
revisatildeo
CMI Coeficiente de Mortalidade Infantil
CMS Centro Municipal de Sauacutede
CNDSS Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
DATASUS Departamento de Informaacutetica do SUS
DNV Declaraccedilotildees de Nascido Vivo
DO Declaraccedilatildeo de Oacutebito
DSS Determinantes Sociais de Sauacutede
EQSF Equipe Sauacutede da Famiacutelia
ESB Equipe de Sauacutede Bucal
ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano
MI Mortalidade Infantil
MRJ Municiacutepio do Rio de Janeiro
MS Ministeacuterio da Sauacutede
Nordm Nuacutemero
NV Nascidos Vivos
OBS Observaccedilatildeo
ODM Objetivos do Desenvolvimento do Milecircnio
OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OTICS Observatoacuterio de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo em Sistemas e Serviccedilos
de Sauacutede
PACS Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
PSF Programa de Sauacutede da Famiacutelia
RJ Rio de Janeiro
RN Receacutem-nascido
SIM Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade
SMS Secretaria Municipal de Sauacutede
SMS-RJ Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
SINASC Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos
SUBPAV Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria Vigilacircncia e Promoccedilatildeo da Sauacutede
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
TABNET eacute um instrumento desenvolvido pelo DATASUS ndash Departamento de Informaacutetica
do Sistema Uacutenico de Sauacutede oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) que permite tabulaccedilotildees on-
line de dados e geraccedilatildeo de informaccedilotildees
TMI Taxa de Mortalidade Infantil
TMF Taxa de Mortalidade Fetal
UIS Unidade Integrada de Sauacutede
UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria 22
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro 23
23 Mortalidade Infantil no Brasil 27
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis 31
3 OBJETIVOS 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 METODOLOGIA 37
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados 37
42 Cenaacuterio de Estudo 37
43 Estrateacutegia de Anaacutelise 38
44 Aspectos Eacuteticos 41
5 RESULTADOS 41
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro 42
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ 50
53 Mortalidade Infantil na AP 10 55
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10 58
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs 66
6 DISCUSSAtildeO 69
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 71
8 REFEREcircNCIAS 75
9 ANEXOS 80
17
1 INTRODUCcedilAtildeO
A mortalidade infantil eacute um assunto de extrema importacircncia no Brasil e em todo
mundo Aleacutem de ser um indicador das condiccedilotildees soacutecio econocircmicas de uma populaccedilatildeo
tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos de sauacutede Para Bezerra et al (2007) a taxa de
mortalidade infantil representa um indicador de extrema importacircncia sendo um dos mais
utilizados no acircmbito internacional e encontra-se relacionada com fatores soacutecio-ambientais
nutriccedilatildeo saneamento baacutesico fatores relacionados a serviccedilos que prestam atenccedilatildeo agrave gestante e
ao receacutem-nato (BEZERRA 2007) Apesar de apresentar um decliacutenio de suas taxas desde
1990 ainda tem sido um desafio minimizar seus determinantes que em grande parte satildeo
evitaacuteveis No Brasil ainda encontramos taxas elevadas de mortalidade infantil quando nos
comparamos a paiacuteses desenvolvidos A estimativa para o Japatildeo por exemplo era de uma taxa
de mortalidade infantil de 20 1000 em 2015 sendo uma das menores do mundo Jaacute para o
Canadaacute a taxa estimada era de 40 nos EUA 60 enquanto para o Brasil a estimativa era 150
1000 no mesmo periacuteodo (UNICEF 2015 p 1923 e 27)
Segundo Antunes (2015) estudos sobre as condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo suas
relaccedilotildees sociais econocircmicas bioloacutegicas culturais e poliacuteticas revelam as disparidades entre a
sauacutede de seus integrantes onde as condiccedilotildees sociais e econocircmicas fraacutegeis implicam
desigualdades em sauacutede (ANTUNES 2015) Buss e Pellegrini (2007) reforccedilam esta
observaccedilatildeo ao relatar que as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo diretamente ligadas agraves
condiccedilotildees sociais que agravadas pela iniquidade de renda contribuem para um risco
diferenciado na maior parte a populaccedilatildeo Para isso foi proposta uma seacuterie de conceitos sobre
os Determinantes Sociais de Sauacutede (DSS)
ldquoPara a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) os
DSS satildeo os fatores sociais econocircmicos culturais eacutetnico-raciais psicoloacutegicos e
comportamentais que influenciam a ocorrecircncia de problemas de sauacutede e seus fatores
de risco na populaccedilatildeordquo (BUSS e PELLEGRINI 2007 p 78)
Em 2005 foi criada a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
(DSS) a partir da orientaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) para se discutir e
ampliar o conhecimento e a consciecircncia sobre os determinantes sociais da sauacutede assim como
suas relaccedilotildees a desigualdade e iniquidade em sauacutede Para se analisar o conceito de
18
Iniquumlidade em sauacutede pode-se remontar a Whitehead (1992) apud Buss e Pellegrini (2007) que
traduz este conceito do ponto de vista eacutetico e social ao mencionar iniquidades em sauacutede como
sendo desigualdades injustas e indesejaacuteveis para a populaccedilatildeo (BUSS e PELLEGRINI 2007)
O conceito de equidade estabelece o direito de todos desde que se possa atender agraves
necessidades de pessoas que precisam mais fazendo com que haja justiccedila social Atraveacutes do
Relatoacuterio Final da Comissatildeo Nacional sobre Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) 2008
o Brasil esteve situado ldquoem 11ordm lugar entre os mais desiguais do mundo em termos de
distribuiccedilatildeo da rendardquo com dados de 2005 (CNDSS 2008 p11) produzindo uma injusta
desigualdade social (FIOCRUZ 2008)
A questatildeo da sauacutede como um princiacutepio baacutesico da humanidade tem tanta relevacircncia
que a partir de 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) propocircs o relatoacuterio onde
descreve os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) que continha metas
apontadas ateacute 2015 (ONU 2000) Esse relatoacuterio menciona o quarto objetivo que destaca as
estrateacutegias da ONU para os governos de todo mundo sobre quais satildeo as diretrizes para
promover a reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia em dois terccedilos tendo como referecircncia a taxa
de 1990 Santos et al (2012) ratificam que estas diretrizes foram sugeridas estrateacutegias
regionais que utilizaram os seguintes indicadores a taxa de mortalidade na infacircncia (menores
de 5 anos) entre 1990 e 2015 a taxa de mortalidade infantil (menores de 1 ano) e a proporccedilatildeo
de crianccedilas de ateacute 1 ano vacinadas contra o sarampo (SANTOS 2012)
A meta dos ODM a respeito dos oacutebitos infantis foi alcanccedilada no Brasil em 2010
passando para uma taxa de 156 oacutebitos por 1000 nascidos vivos embora o paiacutes ainda
apresente alta taxa de mortalidade infantil (IBGE 2016) Assim parece ser fundamental que
se conheccedilam as principais de causas de morte infantil assim como as causas de mortes
evitaacuteveis neste grupo a fim de contribuir para a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no Brasil
(MENEZES 2014)middot
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foi definido na Constituiccedilatildeo de 1988 e
regulamentado pelas Leis Orgacircnicas da Sauacutede (lei 88090 e Lei 814290) a fim de
democratizar os serviccedilos de sauacutede no Brasil dessa forma garantindo o acesso universal aos
serviccedilos de sauacutede puacuteblica Seus princiacutepios aleacutem da universalidade satildeo a integralidade
equidade a regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo da rede das accedilotildees e dos serviccedilos de sauacutede a
descentralizaccedilatildeo na sauacutede e participaccedilatildeo e controle social (BRASIL 2012)
19
O Programa Sauacutede da Famiacutelia instituiacutedo no Brasil em 1994 como um dos muitos
programas do governo brasileiro que seguem os princiacutepios e diretrizes do SUS trazendo a
reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria Em 1998 mudou de denominaccedilatildeo e passou a se chamar
Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia uma vez que sua principal caracteriacutestica foi a de ser uma
estrateacutegia de reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no Brasil (JESUS 2015)
Aleacutem de se apresentar como o primeiro contato do paciente com o serviccedilo de sauacutede o
PSF priorizou accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de sauacutede representando uma
importante conquista social prevista na Constituiccedilatildeo de 1988 A ESF permite um maior
acesso ao SUS assim como a realizaccedilatildeo de uma assistecircncia que busca acompanhar o
indiviacuteduo e sua famiacutelia dentro do seu ambiente social A atenccedilatildeo ao preacute-natal do mesmo
modo que os acompanhamentos da crianccedila menor de um ano possibilitam a prestaccedilatildeo de um
serviccedilo de qualidade agrave sauacutede materna e infantil no territoacuterio da ESF (BRASIL 2012)
A motivaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo ocorreu ao longo da construccedilatildeo da minha
carreira profissional como meacutedica generalista atuando na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde
2001 A humanizaccedilatildeo do atendimento o viacutenculo entre os profissionais de sauacutede e os usuaacuterios
da ESF assim como o atendimento longitudinal (ou seja ao longo do tempo) com enfoque
nas linhas de cuidado (relativas ao fluxo assistencial) garantidas ao usuaacuterio contribuem para a
percepccedilatildeo de uma maior e melhor oferta de assistecircncia agrave sua sauacutede visando melhorar os
indicadores de sauacutede A sauacutede infantil e a possiacutevel interferecircncia nos seus indicadores com a
expansatildeo da ESF na Cidade mostrou-se como um adequado tema para estudo O Mestrado
em Sauacutede da Famiacutelia e a realizaccedilatildeo desse estudo foram uma boa oportunidade quando
complementei esse tempo e experiecircncia de trabalho com uma pesquisa a qual poderaacute
contribuir no conhecimento sobre sauacutede na infacircncia observando-a no contexto expansatildeo
recente da atenccedilatildeo primaacuteria no municiacutepio do Rio de Janeiro
Por razotildees relacionadas agraves questotildees de tempo para a realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo do
Mestrado definiu-se uma aacuterea especiacutefica da Cidade sobre a qual as informaccedilotildees foram mais
objetivamente analisadas Uma suposiccedilatildeo inicial era a de que estaria ocorrendo melhoria
contiacutenua dos indicadores de sauacutede infantil com o maior acesso aos serviccedilos de sauacutede do
municiacutepio do Rio de Janeiro nos moldes dos paiacuteses e regiotildees que priorizam a atenccedilatildeo
primaacuteria haacute mais tempo Houve a definiccedilatildeo de aacuterea geograacutefica especiacutefica no municiacutepio para
melhor focalizar os interesses desse estudo a Aacuterea Programaacutetica 10 (AP 10) que seraacute
apresentada a seguir tambeacutem porque em 2015 foi observada tendecircncia de aumento da
mortalidade infantil nesta aacuterea diferente do que ocorreu na maior parte das aacutereas da Cidade
20
Como questatildeo norteadora inicial deste estudo apresentou-se ldquoComo estaacute o
Mortalidade Infantil apoacutes a expansatildeo da ESF na AP 10 em relaccedilatildeo agraves taxas do municiacutepio do
Rio de Janeirordquo
Neste momento foi tambeacutem importante compreender como ofertar cada vez mais
serviccedilos de sauacutede de qualidade para a populaccedilatildeo em especial agrave gestante ao receacutem-nascido e agrave
da crianccedila menor de um ano que necessitam ter um acesso facilitado e uma assistecircncia
qualificada visando contribuir com a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no municiacutepio
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria
Em setembro de 1978 a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Fundo das
Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (UNICEF) articularam uma Conferecircncia Internacional sobre
Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) Essa conferecircncia denominada ldquoConferecircncia de Alma-
Atardquo se tornou um marco histoacuterico para a sauacutede jaacute que o modelo anterior de atenccedilatildeo agrave sauacutede
com um vieacutes mais biomeacutedico verticalizado especializado e intervencionista estava sendo
fortemente questionado Eram necessaacuterias novas abordagens para a intervenccedilatildeo em sauacutede
(GIOVANELLA 2009)
ldquoNa Declaraccedilatildeo de Alma-Ata a APS eacute concebida como a atenccedilatildeo agrave sauacutede essencial
baseada em meacutetodos e tecnologias apropriadas cientificamente comprovados e
socialmente aceitaacuteveis cujo acesso deve ser garantido a todas as pessoas e famiacutelias
da comunidade mediante sua plena participaccedilatildeo Pressupotildee assim a participaccedilatildeo
comunitaacuteria e a democratizaccedilatildeo dos conhecimentos incluindo lsquopraticantes
tradicionaisrsquo (curandeiros parteiras) e agentes de sauacutede da comunidade treinados
para tarefas especiacuteficas contrapondo-se ao elitismo meacutedico Nessa concepccedilatildeo a
APS representa o primeiro niacutevel de contato com o sistema de sauacutede levando a
atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel de onde as pessoas residem e trabalham
Contudo natildeo se restringe ao primeiro niacutevel integrando um processo permanente de
assistecircncia sanitaacuteria que inclui a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo a cura e a reabilitaccedilatildeordquo
(GIOVANELLA 2009 p579)
Em seguida em 1986 foi realizada a Primeira Conferecircncia Internacional sobre
Promoccedilatildeo da Sauacutede em Ottawa no Canadaacute com vistas agraves novas propostas em sauacutede puacuteblica
segundo Emiacutelia Nunes (2011) Foi assinada ao final da Conferecircncia a Carta de Otawa que
aleacutem de propor uma visatildeo consciente sobre os determinantes de sauacutede por uma populaccedilatildeo
ativa e em relaccedilatildeo agraves questotildees voltadas para os serviccedilos de sauacutede propotildee tambeacutem a reduccedilatildeo
das disparidades sociais e econocircmicas dentre outros objetivos Buscava-se assim uma nova
sauacutede puacuteblica como uma grande estrateacutegia para a obtenccedilatildeo de ldquoSauacutede para todos no ano
2000rdquo (NUNES 2011)
Ainda em 1986 foi realizada a 8ordf Conferecircncia Nacional de Sauacutede no Brasil tendo
como presidente o meacutedico sanitarista Seacutergio Arouca Essa conferecircncia viria a ser um dos
marcos institucionais de uma reforma sanitaacuteria que nos apresentou os princiacutepios de um novo
sistema de sauacutede (AROUCA 2003)
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 pocircde concretizar a criaccedilatildeo de um novo sistema de
sauacutede o SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) cujos princiacutepios de equidade integralidade e
22
universalidade aleacutem de trazerem a democracia de volta ao paiacutes levaram agrave reorganizaccedilatildeo da
atenccedilatildeo agrave sauacutede (PAIVA e TEIXEIRA 2014)
Identifica-se no texto constitucional que aleacutem de ter como um dos seus objetivos
minimizar a desigualdade social procurou tambeacutem assegurar ao cidadatildeo direitos tais como
sauacutede que resulte em bem-estar educaccedilatildeo lazer seguranccedila trabalho etc (NORONHA
2013) O texto constitucional tambeacutem reafirma que
ldquoA sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e
econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e
recuperaccedilatildeordquo (BRASIL 1988 Artigo 196 Seccedilatildeo II DA SAUacuteDE)
Souza (2010) reforccedila que com base na Constituiccedilatildeo o Estado se articulou para
ampliar o alcance de suas poliacuteticas inclusivas de sauacutede e garantir o acesso dos serviccedilos de
sauacutede a todos atraveacutes de um processo de regulamentaccedilatildeo da estrutura de sauacutede descentralizada
que avanccedilou em 1990 atraveacutes ambas da Lei Orgacircnica de Sauacutede No 8080 que estrutura o
SUS e a Lei No 8142 que trata das respectivas transferecircncias de recursos aos entes
conveniados Estas leis dispotildeem acerca de accedilotildees e serviccedilos em sauacutede a serem executados pelo
SUS aleacutem dos objetivos diretrizes princiacutepios e campo seus de atuaccedilatildeo entre outras
disposiccedilotildees
A descentralizaccedilatildeo do SUS possibilita a sua atuaccedilatildeo aos niacuteveis locais coloca a
engrenagem poliacutetico-administrativa mais proacutexima do usuaacuterio do sistema de sauacutede permitindo
sua participaccedilatildeo nessa nova concepccedilatildeo de sauacutede Inclusive os repasses financeiros e a
participaccedilatildeo da populaccedilatildeo na gestatildeo do sistema de sauacutede tambeacutem fazem parte das leis
orgacircnicas de sauacutede (SOUZA 2010) O SUS implica uma rede de serviccedilos de sauacutede
articulados que presta atenccedilatildeo de forma assistencial integrada e longitudinal coordenada pela
Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (OUVERNEY e NORONHA 2013)
Na APS se estabelece a porta de entrada do indiviacuteduo ao sistema de sauacutede
correspondendo agraves primeiras accedilotildees de cuidados em sauacutede que satildeo levadas ao ambiente mais
proacuteximo de onde se encontram as pessoas (STARFIELD 2002)
Barbara Starfield (2002) tambeacutem considera como caracteriacutesticas especiacuteficas da APS
a prestaccedilatildeo de serviccedilos de primeiro contato a responsabilidade longitudinal pelo paciente
com continuidade da relaccedilatildeo cliacutenico-paciente ao longo da vida estabelecendo assim um
viacutenculo muito positivo entre os profissionais de sauacutede e pacientes a garantia de cuidado
integral considerando-se os acircmbitos fiacutesicos psiacutequicos e sociais da sauacutede dentro dos limites de
23
atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede e a coordenaccedilatildeo das diversas accedilotildees e serviccedilos indispensaacuteveis
para resolver necessidades menos frequentes e mais complexas
A primeira caracteriacutestica da atenccedilatildeo primaacuteria eacute de ser a porta de entrada para o sistema
de sauacutede o serviccedilo de primeiro contato Para isso ele deve ter seu acesso facilitado agraves pessoas
Para isso se faz necessaacuterio que as Unidades Baacutesicas de Sauacutede estejam localizadas proacuteximas
aos domiciacutelios das pessoas assim como proacuteximas tambeacutem de seus trabalhos escolas ou seja
onde vivem trazendo assim um conceito de capilaridade maior agrave assistecircncia (Brasil 2012)
Outra importante funccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria eacute encaminhar pacientes para a rede de atenccedilatildeo
secundaacuteria e terciaacuteria (especializadas) garantindo o seu acesso nessas redes A clientela deve
ser adstrita a um territoacuterio e deve ser garantida uma atenccedilatildeo integral (STARFIELD 2002)
Durante muito tempo atribuiu-se agrave melhoria das condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas como o
fator mais importante de reduccedilatildeo da mortalidade das populaccedilotildees Poreacutem mostrou-se inegaacutevel
o papel dos serviccedilos de sauacutede ofertados agrave populaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da morbimortalidade das
populaccedilotildees (BRASIL 2012)
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro
A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia eacute considerada uma estrateacutegia de expansatildeo qualificaccedilatildeo
e consolidaccedilatildeo da APS no paiacutes Ele segue os mesmos princiacutepios do SUS que satildeo
universalidade equidade integralidade regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo Sua atenccedilatildeo eacute sobre
a famiacutelia e natildeo apenas sobre o individuo Suas accedilotildees satildeo de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo de
doenccedilas assistecircncia recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo agrave sauacutede Seu objetivo eacute de promover o acesso
agrave sauacutede a todos (BRASIL 2012)
Segundo Carla Cazelli em sua dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave FIOCRUZ em
2003 o Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) do municiacutepio do Rio de Janeiro teve o seu
primeiro projeto implantado em 1995 na Ilha de Paquetaacute com uma relativa expansatildeo em
1999 para as comunidades do Borel - Tijuca Parque Royal - Ilha do Governador Canal do
Anil - Jacarepaguaacute Vilas Canoas - Satildeo Conrado e Vilar Carioca - Campo Grande CASELLI
2003 e foi ampliando paulatinamente o nuacutemero de equipes ateacute 2016 como pode ser
observado no ANEXO 1
Nos uacuteltimos anos outro contexto poliacutetico municipal determinou uma nova etapa de
efetiva expansatildeo do PSF fato este descrito por Harzheim (2013)
24
ldquoNo municiacutepio do Rio de Janeiro a cobertura da ESF em 2009 estava em torno de
7 A partir desse ano forte ecircnfase foi dada para a APS Iniciou-se uma reforma da
APS orientada pela qualidade representada pela criaccedilatildeo das novas Cliacutenicas de
Famiacutelia e pelas Unidades tipo A (ambas 100 ESF) diferente das unidades B
(Unidades com algumas equipes de ESF) e C (Unidades Tradicionais sem ESF) Ao
final de 2012 a cobertura populacional da ESF era 40rdquo (HARZHEIM 2013 p
11)
Em 2000 havia 13 equipes de ESF no municiacutepio e desde entatildeo ocorreu uma expansatildeo
no nuacutemero de equipes e unidades Esta expansatildeo passa a ser referida como Reforma da
Atenccedilatildeo Primaacuteria (RCSP) na Cidade do Rio de Janeiro iniciada em 2009 com alicerce na
mudanccedila organizacional da Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) que coloca a Atenccedilatildeo
Primaacuteria como ordenadora das Redes de Atenccedilatildeo A cobertura populacional no municiacutepio do
Rio de Janeiro em 2009 correspondia a 7 e no final de 2012 jaacute era de 40 da populaccedilatildeo
Conforme mostrado no Graacutefico 1 entre 2008 e 2016 a cidade do Rio de Janeiro apresentou a
maior ampliaccedilatildeo de acesso do paiacutes na APS (HARZHEIM 2013)
Graacutefico 1- Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Para fins de planejamento e gestatildeo a Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) do Rio de
Janeiro divide a cidade em dez aacutereas programaacuteticas (AP) Na Cidade a expansatildeo da
Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia ocorreu de maneira natildeo equilibrada nas AP Em 2010 foi
inaugurada uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 e uma na AP 21 enquanto dez Cliacutenicas de
Famiacutelia foram inauguradas na AP 53 como mostra a Tabela 1 Em 2011 foram inauguradas
uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 AP 40 e AP 53 nove Cliacutenicas na AP 32 e cinco Cliacutenicas
na AP 33 como pode ser visto na Tabela 2 A maior expansatildeo da ESF na AP 10 regiatildeo
relacionada ao presente estudo se deu em 2016 como podemos observar nos Graacuteficos 2 e 3
(OTICS 2017)
25
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2010
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 4 2
AP 21 1 11 4
AP 31 5 36 15
AP 52 3 13 6
AP 53 10 47 22
TOTAL 20 111 49
Fonte OTICS SMS 2017
Tabela 2- Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2011
Fonte OTICS SMS 2017
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 6 3
AP 31 4 22 9
AP 32 9 49 19
AP 33 5 24 10
AP 40 1 3 1
AP 51 4 30 12
AP 52 4 23 9
AP 53 1 6 3
TOTAL 29 163 66
26
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 - IBGE 2010 Plataforma SUBPAV e Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP
ateacute outubro de 2016
27
23 Mortalidade Infantil no Brasil
A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) eacute um indicador do niacutevel de sauacutede da populaccedilatildeo
importante para avaliar poliacuteticas de sauacutede puacuteblica (SANTOS e LANSKY 2015) aleacutem de
refletir qualidade de vida da populaccedilatildeo esta taxa tambeacutem se relaciona agraves suas diferentes
condiccedilotildees socioeconocircmicas (SANTANA 2011)
A TMI se refere aos oacutebitos ocorridos entre os menores de um ano (lt 1 ano) e pode ser
subdividida em dois componentes Neonatal e Poacutes- Neonatal O oacutebito neonatal eacute aquele que
ocorre nos primeiros 27 dias de vida e pode ainda se dividir em neonatal precoce (periacuteodo de
0 a 6 dias) e neonatal tardio (7 a 27 dias) O oacutebito poacutes-neonatal eacute aquele que ocorre entre o 28ordm
dia e 364ordm dia de vida (Brasil 2009)
Nas ultimas deacutecadas mais precisamente ateacute 1990 havia maior proporccedilatildeo de oacutebitos no
periacuteodo poacutes-neonatal Apoacutes 1990 foram constatadas mudanccedilas nos iacutendices de mortalidade
que passaram a predominar no periacuteodo neonatal no Brasil Essa mudanccedila foi consequumlente agrave
reduccedilatildeo das principais causas de mortalidade poacutes-neonatal como as doenccedilas infecto-
parasitaacuterias doenccedilas do trato respiratoacuterio e desnutriccedilatildeo com consequente aumento
proporcional das principais causas da mortalidade no periacuteodo neonatal precoce como a
prematuridade asfixia do receacutem-nato e doenccedilas infecciosas no receacutem-nascido (MENEZES
2014)
Para Lima (2006) o componente neonatal da Mortalidade Infantil constitui-se
problema de sauacutede puacuteblica uma vez que quantidade relevante dos oacutebitos que ocorrem neste
periacuteodo associa-se a causas evitaacuteveis (relativas ao acesso e agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
bem como agrave qualidade desta assistecircncia) Esse componente estaacute ligado agraves condiccedilotildees sociais
econocircmicas de assistecircncia agrave sauacutede materna e infantil comportamentais e bioloacutegicas dentre
outras mas tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos ofertados agraves matildees e aos receacutem-nascidos
durante o periacuteodo de gestaccedilatildeo do parto e periacuteodo neonatalmiddot
Tendo como referecircncia as notas teacutecnicas da Rede Interagencial de Informaccedilotildees para a
Sauacutede - RIPSA (2009) verifica-se o conceito de TMI definido a partir da divisatildeo do nuacutemero
de oacutebitos de menores de um ano de idade pelo nuacutemero total de nascidos vivos na populaccedilatildeo
residente em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (RIPSA 2009)
28
Outro conceito de mortalidade utilizado eacute a mediccedilatildeo proporcional por grupos de
causas no que se refere ao percentual de oacutebitos ocorridos por grupos de causas definidas na
populaccedilatildeo residente (BRASIL 2009)
Igualmente importante a se considerar a TMF (Taxa de Mortalidade Fetal) eacute calculada
dividindo-se o nuacutemero total de oacutebitos fetais pelo nuacutemero de nascimentos totais (nascidos
vivos e oacutebitos fetais) variando poreacutem o criteacuterio de idade gestacional e peso para definir o
oacutebito fetal (BARBEIRO 2015) Vaacuterias definiccedilotildees para oacutebito fetal satildeo apresentadas na
literatura Para a OMS o oacutebito fetal eacute aquele que ocorre antes de uma expulsatildeo completa do
produto da concepccedilatildeo do organismo materno independente da idade gestacional da matildee da
crianccedila Jaacute para o National Center for Health Statistics dos Estados Unidos a morte fetal eacute
aquela que ocorre apoacutes a 20 ordf semana completa de gestaccedilatildeo Outros autores utilizam alguns
paracircmetros como peso altura e idade gestacional avanccedilada para definir os oacutebitos fetais
(SAMPAIO 2010)
Em 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede instituiu um Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da
Mortalidade Materna e Neonatal Em 2009 o Pacto pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil
nas Regiotildees da Amazocircnia Legal e Nordeste do Brasil (PRMI) a fim de reduzir em 5 ao
ano a TMI nos anos de 2009 e 2010 sobretudo em seu componente neonatal
(GUERRERO 2010)
Rosacircngela Ferrari e col realizaram um estudo bibliograacutefico e descritivo em 2012
sobre a mortalidade poacutes- neonatal no Brasil entre 2004 e 2009 Aleacutem de evidenciarem o
decliacutenio da mortalidade infantil sobretudo de seu componente poacutes-neonatal no final de 1990
foi observada relaccedilatildeo estatisticamente significativa entre as condiccedilotildees de vida e a taxa de
mortalidade infantil (FERRARI et al 2012)
Em algumas regiotildees do Brasil houve uma diminuiccedilatildeo importante das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (mais de 80) seguidas pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio e por deficiecircncias
nutricionais e baixo peso ao nascer A duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo escore de Apgar menor que sete
no 1ordm e 5ordm minutos de vida e nuacutemero igual ou maior que seis consultas de preacute-natal tambeacutem
satildeo variaacuteveis que estatildeo relacionadas agrave mortalidade infantil Em regiotildees de menor renda e
importante desigualdade econocircmica ainda haacute elevada TMI Como principais causas de morte
infantil as doenccedilas diarreacuteicas e as pneumonias foram as principais causas evitaacuteveis de morte
infantil seguida das malformaccedilotildees congecircnitas causa dificilmente evitaacutevel de morte infantil
Fatores de risco relacionados agraves pneumonias satildeo idade menor que seis meses peso abaixo de
2500 gramas desmame precoce desnutriccedilatildeo deficiecircncia de micronutrientes (vitaminas A
29
ferro e zinco) e presenccedila de episoacutedio preacutevio de pneumonia A maior oferta de aacutegua potaacutevel e
rede de esgoto contribuiacuteram para a reduccedilatildeo das doenccedilas diarreacuteicas As causas externas como
os acidentes e causas mal definidas tambeacutem se relacionam com a mortalidade poacutes-neonatal
(FERRARI et al 2012)middot
O periacuteodo perinatal compreende aquele do final da gestaccedilatildeo (oacutebitos fetais) ateacute os seis
primeiros dias completos de vida As causas diretas de mortalidade perinatal satildeo o baixo peso
ao nascer e a prematuridade assim como fatores que envolvem a gestante e seu acesso agrave
assistecircncia ao preacute-natal Aleacutem disso fatores soacutecios econocircmicos e ambientais que estatildeo
relacionados agrave gestante tambeacutem podem interferir nos determinantes da morte infantil
(MARTINS 2013)
A mortalidade perinatal eacute um indicador que permite uma anaacutelise da assistecircncia de
sauacutede agrave gestante e o acesso a serviccedilos de sauacutede eficazes para que haja reduccedilatildeo dos fatores de
risco e agravos agrave gestante e ao RN (BRASIL 2010)
Devidos agraves iniquidades soacutecio-econocircmicas e diferentes fatores de risco regionais assim
como dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede de qualidade a mortalidade infantil e seus
componentes se apresentam de maneira variada entre as diversas regiotildees do Brasil No Norte
e no Nordeste ela se apresenta com maior expressatildeo que nas demais regiotildees Para
exemplificar estas diferenccedilas identifica-se em Silva 2013 a seguinte anaacutelise
ldquoA neo-mortalidade precoce em 2006 variou de 64 no Rio Grande do Sul a 197
por mil nascidos vivos em Alagoas (Departamento de Informaacutetica do SUS
Indicadores de mortalidade Acessado em 08Out2012) Nos paiacuteses desenvolvidos
a meacutedia da taxa de mortalidade neonatal precoce eacute de 40 por mil nascidos vivosrdquo
(SILVA 2013)
No Brasil a TMI apresentou uma tendecircncia decrescente nas uacuteltimas deacutecadas de 1990
a 2014 Em 1980 a taxa era de 785 oacutebitos mil nascidos vivos (NV) em 1990 era de 785
oacutebitos por mil nascidos vivos em 2000 era de 2736 por mil nascidos vivos e em 2010
alcanccedilou 1597 oacutebitos por mil nascidos vivos atingindo a meta estabelecida pela ONU como
mostra o Graacutefico 4
O componente poacutes-neonatal (28 dias a um ano de vida incompleto) apresentou a
maior tendecircncia de queda (73 ao ano) e o componente neonatal precoce (0 a 6 dias de
vida) a menor 31 ao ano Do fim da deacutecada de 80 em diante houve um aumento da
proporccedilatildeo do componente neonatal precoce em relaccedilatildeo ao componente poacutes-neonatal
(BRASIL 2010) A Tabela 3 tambeacutem mostra a tendecircncia decrescente da TMI nas regiotildees e
UF do Brasil de 2000 a 2010
30
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo feita em base
ao periacuteodo de 2000 a 2010
Fonte CGIAEDASISSVSMS 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Regiatildeo e UF 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Regiatildeo Norte
2862 2767 2659 2559 2447 2358 2275 2214 2306 2228 2097
Regiatildeo
Sudeste
1915 1831 1732 1701 1628 1538 1503 1457 1416 1389 1343
Regiatildeo Sul 1703 164 1605 1578 1498 138 1334 1294 1265 12 1158
Regiatildeo
Centro-Oeste
2092 2065 1929 187 1854 1771 1706 1651 1699 1644 1593
Distrito
Federal
144 1518 1365 133 1395 1363 128 1109 1189 1226 1216
Total
2736 263 2489 2388 2259 2143 2066 2001 1756 168 1597
Fontes SIM MS
Outro modo de analisar a mortalidade infantil eacute a sua observaccedilatildeo quanto agraves proporccedilotildees
segundo grupo de causas
ldquoAs afecccedilotildees perinatais constituem a principal causa de mortalidade de crianccedilas
menores de um ano no Brasil Em 1990 correspondiam a 40 dos oacutebitos infantis
Em 2008 essa proporccedilatildeo elevou-se para 60 A mortalidade proporcional por
malformaccedilotildees congecircnitas em menores de um ano aumentou de 67 em 1990 para
183 em 2008 Enquanto isso a mortalidade proporcional por doenccedilas infecciosas
reduziu-se de 146 para 53 dos oacutebitos infantis no mesmo periacuteodo o que
representa diminuiccedilatildeo de 64rdquo (BRASIL 2010)
No Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de causas de mortalidade infantil foi
devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de 60) seguidas das demais causas
31
definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-parasitaacuterias (em torno de 68) e pelas
doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Eacute importante lembrar que ainda podem existir problemas na qualidade dos registros de
oacutebitos em menores de um ano e fetais Devemos para isso avaliar a cobertura e qualidade do
Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos (SINASCC) e o de Mortalidade (SIM)
Algumas informaccedilotildees satildeo baacutesicas e devem constar de toda DO (declaraccedilatildeo de oacutebito) fetal ou
de menor de um ano O peso ao nascer um dos mais importantes assim como a idade
gestacional satildeo dados muitas vezes mal informados O momento do parto em que o oacutebito
ocorre eacute igualmente importante para a classificaccedilatildeo dos oacutebitos evitaacuteveis Ele pode ocorrer
antes do parto ou apoacutes o parto Esse dado tambeacutem eacute muitas vezes mal preenchido Outro
dado que se relaciona de maneira determinante com a MI eacute a escolaridade materna que do
mesmo modo eacute muitas vezes ignorado (BRASIL 2009)
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis
Para aumentar a qualidade de informaccedilotildees e o conhecimento da situaccedilatildeo de
mortalidade infantil e perinatal mostrou-se como necessaacuteria a vigilacircncia adequada e
diferenciada desses oacutebitos A partir da Declaraccedilatildeo de Oacutebito a vigilacircncia de oacutebito nos
municiacutepios coletaraacute dados para planejamento de accedilotildees que previnam esses oacutebitos e melhorem
seus indicadores
A partir de 1990 jaacute foram criados os primeiros Comitecircs de Investigaccedilatildeo do Oacutebito
Infantil (CIOI) sendo realizada a elaboraccedilatildeo do manual dos comitecircs de prevenccedilatildeo do oacutebito
infantil e fetal em 2004 para analisar os determinantes dos oacutebitos infantis e portanto traccedilar
estrateacutegias para minimizar esses determinantes (VENAcircNCIO 2010) Esse manual teve sua
versatildeo atualizada em 2009 (BRASIL 2009)
ldquoOs Comitecircs de Prevenccedilatildeo do Oacutebito Infantil e Fetal satildeo organismos
interinstitucionais de caraacuteter eminentemente educativo e formativo com atuaccedilatildeo
sigilosa Congregam instituiccedilotildees governamentais e da sociedade civil organizada
contando com participaccedilatildeo multiprofissional cuja atribuiccedilatildeo eacute dar visibilidade
acompanhar e monitorar os oacutebitos infantis e fetais e propor intervenccedilotildees para
reduccedilatildeo da mortalidade Satildeo instrumentos de gestatildeo que permitem avaliar a
qualidade da assistecircncia agrave sauacutede prestada agrave gestante ao parto e ao nascimento e agrave
crianccedila no primeiro ano de vida para subsidiar as poliacuteticas puacuteblicas e as accedilotildees de
intervenccedilatildeordquo (BRASIL paacuteg 46 2009)
32
As fichas para Investigaccedilatildeo do oacutebito infantil e fetal foram elaboradas para que
houvesse um padratildeo uacutenico a ser utilizado na vigilacircncia dos oacutebitos infantis e fetais Elas devem
ser preenchidas a partir de dados de prontuaacuterios cadernetas das gestantes entre outros e para
que as comparaccedilotildees do conteuacutedo das mesmas possam ser feitas e os dados do SIM sejam
obtidos com maior qualidade de informaccedilotildees Accedilotildees podem ser assim planejadas e executadas
de maneira uniforme nos trecircs niacuteveis municipal regional e estadual (BRASIL 2010)
Apesar da melhoria das condiccedilotildees socioeconocircmicas e o do aumento na oferta dos
serviccedilos de sauacutede nas uacuteltimas deacutecadas no Brasil a mortalidade infantil ainda eacute decorrente de
causas evitaacuteveis de mortalidade (SANTOS 2014) ldquoAs causas de mortes evitaacuteveis ou
reduziacuteveis satildeo definidas como aquelas preveniacuteveis total ou parcialmente por accedilotildees efetivas
dos serviccedilos de sauacutede que estejam acessiacuteveis em um determinado local e eacutepocardquo (MALTA
2010) Desde a deacutecada de 70 se pensa na evitabilidade do oacutebito infantil por serviccedilos de sauacutede
eficazes e atenccedilatildeo meacutedica qualificada (HARTZ et al1996)
Em 2008 foi publicada uma primeira versatildeo da lista de causas de mortes evitaacuteveis por
intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil (proposta em 2007) sob a coordenaccedilatildeo da
Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil Sua primeira revisatildeo
ocorreu em 2009 durante uma oficina realizada na 9ordf Mostra Nacional de Experiecircncias Bem-
Sucedidas em Epidemiologia Prevenccedilatildeo e Controle de Doenccedilas - 9ordf EXPOEPI (MALTA
2010a)
Santos et al realizaram uma pesquisa sobre mortalidade infantil em LondrinaParanaacute
em 2010 estudando a evitabilidade de oacutebitos infantis em coortes de nascidos vivos (NV)
referentes a dois biecircnios nos anos 2000 (20002001) e o biecircnio (20072008) O primeiro
biecircnio por ter ocorrido antes da expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia e o outro por ser o
mais proacuteximo ao estudo realizado Como resultado as taxas de mortalidade infantil foram de
1170 e 1120 por 1000 NV em 20002001 e em 20072008 Em ambos os biecircnios o
componente neonatal foi o que apresentou a maior taxa especialmente no periacuteodo neonatal
precoce com taxas de 624 e 636 oacutebitos por 1000 NV em 20002001 e 2007 2008
respectivamente O aumento maior foi o da taxa de mortalidade neonatal tardia de 182 oacutebitos
a cada 1000 NV no primeiro biecircnio e de 227 no biecircnio posterior A mortalidade poacutes-neonatal
foi a uacutenica que reduziu sendo que em 20002001 foi de 364 oacutebitos a cada 1000 NV e 257
em 20072008 A maioria dos oacutebitos nos dois biecircnios foi considerada evitaacutevel tanto quanto
em relaccedilatildeo agrave adequada atenccedilatildeo agrave mulher durante a gestaccedilatildeo e o parto quanto ao feto e ao
receacutem-nascido especialmente o relativo a adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (SANTOS
2014)
33
As mortes evitaacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo ocorreram mais entre
nascidos com baixo peso e as natildeo claramente evitaacuteveis entre crianccedilas com peso adequado em
ambos os biecircnios Aproximadamente sete em cada 10 oacutebitos infantis foram considerados
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS tanto no primeiro (716) como no segundo (655)
periacuteodo estudado (SANTOS 2014)
O baixo peso (BP) ao nascer eacute aquele em que o peso ao nascer eacute inferior a 2500 g
(OMS 2008) e ele estaacute relacionado tanto ao crescimento fetal quanto a duraccedilatildeo da gravidez
O crescimento fetal retardado eacute definido como peso ao nascimento inferior ao percentil 10
para a idade gestacional A prematuridade seria a duraccedilatildeo da gravidez cuja idade gestacional
se encontra menor que 37 semanas Fatores geneacuteticos (em torno de 40) e fatores maternos
(em cerca de 60) estatildeo relacionados ao crescimento fetal Quando satildeo realizadas de 4-6
consultas de preacute-natal haacute uma chance de quase 30 em reduzir o risco de BP e quando o
nuacutemero de consultas eacute igual ou maior que 7 chega-se a 40 menor o risco de BP ao nascer
(SILVA 2010)
Em outro trabalho publicado em 2014 realizado por Menezes et al com o objetivo de
analisar os oacutebitos de menores de um ano residentes em Belo Horizonte no periacuteodo de 2006 a
2011 foram utilizados criteacuterios para avaliaccedilatildeo de evitabilidade a partir da atualizaccedilatildeo da
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede As causas
dos oacutebitos evitaacuteveis foram entatildeo categorizadas como mostra o Quadro 1 (MENEZES 2014)
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
1) Causas evitaacuteveis
(a) reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo
(b) reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e parto e ao feto e ao receacutem-
nascido
(c) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento
(d) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas agraves accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede
2) Causas mal definidas
3) Demais causas natildeo claramente evitaacuteveis
34
Durante o periacuteodo do estudo obtiveram os seguintes dados 672 oacutebitos
neonatais 327 oacutebitos poacutes-neonatais e 004 oacutebito com faixa etaacuteria ignorada Esses dados
foram obtidos atraveacutes do SIM (Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade) e do SINASC
(Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos) apurou-se o nuacutemero de nascidos vivos nesse
periacuteodo Houve diminuiccedilatildeo de todos os componentes da mortalidade infantil poreacutem o
componente neonatal tardio apresentou a maior reduccedilatildeo (22) O componente neonatal
precoce correspondeu ao coeficiente de mortalidade com maior peso (72) nos oacutebitos do
periacuteodo neonatal As mortes consideradas evitaacuteveis corresponderam a 63 e estas se
relacionaram mais diretamente a uma falha na adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e na
adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido (RN) A mortalidade infantil por causas
evitaacuteveis diminuiu em 9 e as devidas agraves accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento foram
as que apresentaram maior reduccedilatildeo de 388 As pneumonias e outras doenccedilas bacterianas
foram as principais causas relacionadas a esse grupo As causas evitaacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido tambeacutem diminuiacuteram (307) principalmente devido agrave
reduccedilatildeo das infecccedilotildees especiacuteficas do periacuteodo perinatal e tambeacutem dos transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal As causas evitaacuteveis relacionadas agrave adequada atenccedilatildeo agrave
mulher na gestaccedilatildeo e as reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo a sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo apresentaram aumento enquanto natildeo houve nenhuma alteraccedilatildeo nas reduziacuteveis por
accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo As taxas de mortalidade classificadas como causas de morte mal-
definidas e as demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) tambeacutem tiveram seu nuacutemero reduzido
(MENEZES 2014)
Em 70 das mortes estas ocorreram em crianccedilas com baixo peso ao nascer
especialmente em crianccedilas com menos de 1500 gramas A adequada atenccedilatildeo na gestaccedilatildeo e a
adequada atenccedilatildeo ao feto e receacutem-nascido se correlacionaram com essas mortes Os
transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e peso baixo ao nascer transtorno
respiratoacuterio especiacutefico e infecccedilatildeo especiacutefica do periacuteodo perinatal foram as principais causas
de morte infantil por causas evitaacuteveis nesse estudo
ldquoNos oacutebitos de crianccedilas com peso ao nascer maior ou igual a 2500 g prevaleceram
os grupos de causas evitaacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento e
accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas as accedilotildees de atenccedilatildeo de sauacutede As demais
causas (natildeo claramente evitaacuteveis) representaram cerca de 280 das mortes infantis
e esta proporccedilatildeo foi crescente com o aumento do pesordquo (MENEZES2014)
Alguns fatores tais como oferta de serviccedilos de sauacutede prestados com qualidade
condiccedilotildees sociais e econocircmicas da populaccedilatildeo assim como seu perfil demograacutefico podem
estar relacionados agrave mortalidade proporcional por grupos de causas (Brasil 2010) Segundo as
35
tabelas apresentadas podemos observar que no Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de
causas de mortalidade infantil foi devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de
60) seguidas das demais causas definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (por volta de 68) e pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Houve uma diminuiccedilatildeo progressiva ao longo dos anos das afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatal assim como das doenccedilas infecto-parasitaacuterias e um aumento progressivo pelas
demais causas definidas Pequenas variaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
ocorreram ao longo do tempo poreacutem houve uma tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo
Estaacute apresentada no ANEXO 2 a Lista Brasileira de Causas de Mortes Evitaacuteveis por
Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede na populaccedilatildeo de 5 a 74 anos (MALTA 2010)
36
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Analisar a variaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de
evitabilidade preconizados para o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea
Programaacutetica 10 do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015
32 Objetivos especiacuteficos
bull Descrever a situaccedilatildeo de nascimento e oacutebitos infantis na AP 10 do municiacutepio do Rio de
Janeiro entre 2007 e 2015 em relaccedilatildeo ao municiacutepio e agraves demais aacutereas da cidade
bull Discutir a ocorrecircncia dos principais grupos de causas evitaacuteveis de mortalidade infantil
na AP 10 no municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e 2015
bull Contribuir para a produccedilatildeo de um informe teacutecnico sobre Mortalidade Infantil na AP
10 divulgando as informaccedilotildees prioritaacuterias para profissionais e gestores da aacuterea
37
4 METODOLOGIA
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados
Trata-se de um estudo exploratoacuterio descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre
a mortalidade infantil e sua evitabilidade considerando os oacutebitos de menores de um ano de
residentes na AP 10 e do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 no qual
ocorreu a expansatildeo da ESF na Cidade Seratildeo utilizadas as bases de dados secundaacuterios do
Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade (SIM) Ministeacuterio da Sauacutede disponiacuteveis pela
ferramenta TABNET na Plataforma da Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em
Sauacutede (SUBPAV) para toda gestatildeo da Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
(SMS-RJ)
As informaccedilotildees definidas para os objetivos deste estudo se relacionam aos oacutebitos em
menores de 1 ano sendo estes divididos ainda como oacutebitos neonatais neonatais precoces
neonatais tardios e poacutes-neonatais Informaccedilotildees sobre partos e nascimentos tambeacutem foram
incluiacutedas nesta descriccedilatildeo de dados tendo em vista sua relaccedilatildeo direta com oacutebitos infantis e a
possibilidade de observaccedilatildeo inicial sobre o padratildeo de ocorrecircncias na aacuterea em estudo
Esses dados secundaacuterios foram apurados na ferramenta TABNET na plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
A Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede
do Brasil (MALTA 2010) foi utilizada como paracircmetro para a anaacutelise por grupo de causas
no periacuteodo em estudo
42 Cenaacuterio de Estudo
As Aacutereas Programaacuteticas (AP) satildeo aacutereas divididas pela Prefeitura do Rio de Janeiro
para a gestatildeo da sauacutede A Secretaria Municipal de Sauacutede trabalha com essas AP desde 1993
quando foram chamadas de aacutereas de planejamento a fim de traccedilar planos estrateacutegicos em
relaccedilatildeo agrave sauacutede (SMS 2013)
A Aacuterea de Planejamento 10 (AP 10) corresponde agrave primeira das dez aacutereas
programaacuteticas do Municiacutepio do Rio de Janeiro como mostra a Figura 1
38
A Cidade do Rio de Janeiro eacute dividida em dez Aacutereas Programaacuteticas e a AP 10
corresponde aos bairros Benfica Caju Catumbi Centro Cidade Nova Estaacutecio Gamboa
Mangueira Rio Comprido Santa Teresa Santo Cristo Satildeo Cristoacutevatildeo Sauacutede e Vasco da
Gama
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Fonte IBGE- setembro de 2011
O Rio de Janeiro eacute um municiacutepio brasileiro de grande importacircncia
econocircmica sociocultural e financeira do paiacutes Em 2010 a populaccedilatildeo do Rio de Janeiro era de
6 320 446 habitantes (395 da populaccedilatildeo estadual) Dentre elas 4683 satildeo homens e
5317 mulheres Para 2015 era estimada uma populaccedilatildeo de 6 386 443 pessoas (IPP 2017)
A AP 10 aleacutem de ser o centro histoacuterico da Cidade do Rio de Janeiro tem em sua
formaccedilatildeo 14 bairros (jaacute citados) e 6 Regiotildees Administrativas (Centro Santa Teresa Rio
Comprido Paquetaacute Satildeo Cristoacutevatildeo e Portuaacuteria) como podemos observar na Figura 2 De
1970 a 2000 houve um decreacutescimo de 27 de sua populaccedilatildeo Paquetaacute foi a uacutenica regiatildeo a
sofrer um pequeno aumento de sua populaccedilatildeo em torno de 5 Eacute uma regiatildeo que atrai
trabalhadores onde setor de serviccedilos eacute o de maior procura No ano 2000 cinco regiotildees
administrativas tinham um alto IDH e apenas uma regiatildeo administrativa com meacutedio IDH
(IBGE 2016)
39
Figura 2 ndash Bairros da AP 10
Fonte Fonte IBGE- setembro de 2011
A AP 10 possui 17 unidades de Atenccedilatildeo Primaacuteria 75 equipes de Sauacutede da Famiacutelia 1
PS CASS 2 equipes NASF 2 equipes de consultoacuterio na rua e 1 Policliacutenica (SMS 2016)
Em 2015 a AP 10 tinha uma populaccedilatildeo estimada de 311265 habitantes e em 2010
estimava-se que 35 da populaccedilatildeo residia em favelas cerca de 103296 habitantes (IPP
2017)
O nuacutemero de famiacutelias cadastradas na ESF em 2009 era de 260 famiacutelias Em 2010
houve um aumento do nuacutemero de famiacutelias cadastradas para 8196 famiacutelias Em 2015 houve
um aumento significativo para 72786 cadastros e em 2016 uma estimativa de 79766
castrados das famiacutelias (SMS 2016)
A escolha da AP 10 para uma anaacutelise especiacutefica no estudo ocorreu pelo fato de ter
ocorrido um aumento da morte em menores de 1 ano no ano de 2015 alterando-se a
tendecircncia anterior
40
43 Estrateacutegia de Anaacutelise
A descriccedilatildeo da situaccedilatildeo de nascimentos e mortalidade infantil na AP 10 foi feita
utilizando-se o periacuteodo de 2007 a 2015 como a referecircncia para verificaccedilatildeo das variaccedilotildees
encontradas considerando-se diferentes variaacuteveis e os principais componentes da mortalidade
infantil Como jaacute citado os dados foram apurados na ferramenta TABNET na Plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
Ao iniciar-se este estudo tendo como objetivo a anaacutelise de dados ateacute 2015 e natildeo
estando este uacuteltimo ano ainda disponiacutevel na paacutegina da SMS Rio na internet e nem tampouco
no SIM DATASUS utilizou-se a ferramenta TABNET na Plataforma SUBPAV com
ciecircncia e apoio da Gerecircncia de Dados Vitais da SMS Esta plataforma tem acesso restrito a
profissionais que atuam na SMS
A partir da coleta de dados foi elaborado um banco no software Microsoft Excell
2016 no qual foram feitos os consolidados de frequecircncia por tipo de anaacutelise desejada visando
a apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas e graacuteficos
A anaacutelise descritiva estaacute apresentada levando em conta dados especiacuteficos de cada ano
assim como tambeacutem a variaccedilatildeo considerando-se trecircs triecircnios ndash de 2007 a 2009 de 2010 a
2012 e de 2013 a 2015 estrateacutegia esta que foi decidida a fim de que o nuacutemero de casos para
as aacutereas do municiacutepio particularmente a AP 10 se apresentasse com melhor consistecircncia do
que aquele com menores quantitativos quando considerados dados de somente o periacuteodo de
um ano
O processamento dos dados de Mortalidade Infantil e de seus componentes no
periacuteodo analisado e nas diferentes aacutereas do municiacutepio permitiu tambeacutem a verificaccedilatildeo das
variaccedilotildees de tendecircncias da AP 10 em comparaccedilatildeo com as demais aacutereas e com o municiacutepio do
Rio de Janeiro
Os dados referentes aos principais grupos de causas evitaacuteveis da Mortalidade Infantil e
seus componentes segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados pelo Ministeacuterio da
Sauacutede para o SUS no Brasil ocorridos nas AP do municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e
2015 tambeacutem seratildeo apresentados e discutidos
Informaccedilotildees mais relevantes deveratildeo ser destacadas para inclusatildeo em Informe Teacutecnico
produzido a parte do presente estudo visando divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees sobre Mortalidade
Infantil a profissionais e gestores da AP 10 assim como da SMS do Rio de Janeiro
41
44 Aspectos Eacuteticos
Embora o planejamento da pesquisa envolvesse principalmente a apuraccedilatildeo de dados
secundaacuterios considerando-se a necessidade de coleta de dados ainda natildeo divulgados houve
exigecircncia da SMS de que o projeto de pesquisa fosse submetido a parecer de eacutetica em
pesquisa
Desse modo a pesquisa cumpriu todas as etapas previstas nas normas nacionais que
subsidiam a pesquisa em sauacutede tendo como bases a Resoluccedilatildeo do CNEP 4662012 e
a Normativa 0012013 com encaminhamento para os Comitecircs de Eacutetica e Pesquisa da Estaacutecio
e da Secretaria Municipal de Sauacutede Para a avaliaccedilatildeo eacutetica o projeto de pesquisa foi
protocolado por meio do sistema Plataforma Brasil uma base nacional e unificada de
registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema CEPCONEP
Este estudo estaacute relacionado agrave apuraccedilatildeo e anaacutelise de dados secundaacuterios o que implicou
uma reduccedilatildeo plena de riscos envolvendo as pesquisas em sauacutede Durante todo o processo de
coleta processamento e anaacutelise de dados todas as precauccedilotildees para garantir-se o sigilo e a
confidencialidade das informaccedilotildees foram tomadas com o compromisso de natildeo ser divulgado
qualquer dado que permitisse direta ou indiretamente a identificaccedilatildeo de serviccedilos unidades de
sauacutede ou profissionais envolvidos na assistecircncia dos casos
Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica da SMS do Rio de Janeiro com
nuacutemero de parecer da aprovaccedilatildeo 1836593 no dia 25112016
42
5 RESULTADOS
Foram levantados os dados de nascimento e oacutebitos do Municiacutepio do Rio de Janeiro
(MRJ) e das suas diferentes aacutereas programaacuteticas atraveacutes da ferramenta TABNET disponiacutevel
no acesso a Indicadores e Dados Estatiacutesticos no portal da SMS do Rio de Janeiro e na
Plataforma SUBPAV No iniacutecio deste levantamento considerando os objetivos deste estudo
os dados do ano de 2015 natildeo estavam disponiacuteveis neste acesso sendo necessaacuteria a
colaboraccedilatildeo da Gerecircncia de Dados Vitais da Superintendecircncia de Vigilacircncia em Sauacutede da
SMS que forneceu as informaccedilotildees necessaacuterias para a anaacutelise de todo periacuteodo estudado
incluindo-se o ano de 2015
As informaccedilotildees seratildeo apresentadas como seacuterie histoacuterica do ano de 2007 anterior ao
iniacutecio da chamada reforma da APS no municiacutepio que se sugere tenha comeccedilado em 2009 ateacute
o ano de 2015 quando se iniciou a proposta deste estudo As informaccedilotildees seratildeo tambeacutem
apresentadas com os dados consolidados por triecircnios 2007 a 2009 2010 a 2012 e 2013 a
2015 o que foi decidido porque desse modo seriam agrupados mais dados de mortalidade em
populaccedilotildees menores como satildeo as aacutereas programaacuteticas de sauacutede no Rio de Janeiro Esta
definiccedilatildeo metodoloacutegica para anaacutelise por triecircnios tambeacutem foi decidida com o objetivo de
suavizarem-se variaccedilotildees aleatoacuterias no nuacutemero de oacutebitos em determinado ano estimando-se a
meacutedia aritmeacutetica do triecircnio como foi utilizado em recente estudo sobre Mortalidade Infantil
em Minas Gerais (LISBOA et al 2015)
Antes de apresentar os resultados relacionados ao levantamento de oacutebitos infantis no
MRJ optou-se por incluir informaccedilotildees sobre nascimentos tendo em vista a possibilidade de
acesso ao SINASC na mesma plataforma da SMS e porque possuem estreita relaccedilatildeo com
aspectos ligados ao risco de oacutebitos em menores de um ano Julgou-se importante observar os
dados referentes ao nuacutemero de nascimentos ocorridos tanto no MRJ e na AP 10 uma vez que
haacute estreita relaccedilatildeo do nuacutemero de nascidos vivos com o caacutelculo da taxa de mortalidade infantil
o que poderia indicar sugestotildees de anaacutelises posteriores mesmo que fora dos objetivos do
presente estudo
43
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro (MRJ)
Aleacutem da variaccedilatildeo de nascimentos no periacuteodo alguns fatores como o baixo peso ao
nascer filhos de matildees adolescentes tipo de parto nuacutemero de consultas de preacute-natal assim
como o nascimento em unidades SUS seratildeo aqui tambeacutem apresentados
Em 1997 o total de nascidos vivos no MRJ foi de 103193 com Taxa de Natalidade
de 186 1000 habitantes neste ano Esses indicadores apresentaram um decreacutescimo ateacute 2007
quando o total de nascimentos foi de 82019 e a Taxa de Natalidade de 133 1000 habitantes
A partir deste ano com exceccedilatildeo de 2010 observa-se um aumento do nuacutemero de nascimentos
na cidade e a Taxa de Natalidade elevaram-se para 143 1000 habitantes em 2015 com
90439 nascimentos no MRJ segundo as informaccedilotildees disponibilizadas pela SVSSMS
A Tabela 4 apresenta os dados de nascidos vivos por ano de 2007 a 2015 Foi
observado um aumento de nascimentos na Cidade nos uacuteltimos anos o que contrastou com
periacuteodos anteriores se considerarmos que no ano de 2015 por exemplo o total de nascidos
vivos foi de 90532 como disponiacutevel na mesma fonte nuacutemero superior ao do ano de 2007
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variaccedilatildeo
N
10 4638 4632 4822 4733 4680 4446 4506 4669 4656 18
21 6211 6275 6371 6873 6576 6405 6445 6624 6556 345
22 3572 3573 3552 3607 3521 3503 3526 3607 3648 76
31 11316 11438 11514 10914 11644 11420 11683 11861 12073 757
32 7325 7071 7124 7134 7224 7156 7283 7523 7268 -57
33 12585 12379 12913 12304 12573 12648 12900 13011 13030 445
4 11817 12388 13246 13069 14019 14387 14451 15148 15430 3613
51 8559 8337 8560 8565 9050 9019 9487 9459 9414 855
52 9671 9865 9725 9537 10190 10492 10688 11364 11446 1775
53 5610 5680 5971 5776 5861 6265 6405 6368 6718 1108
Ign 715 703 617 745 601 636 100 289 293 -422
MRJ 82019 82341 84415 83257 85939 86377 87474 89923 90532 8513
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao analisar o percentual da variaccedilatildeo dos nascidos vivos nos triecircnios 20072009
20102012 e 20132015 observa-se que o MRJ teve um aumento de 77 enquanto o
percentual da variaccedilatildeo da AP 10 sofreu um decreacutescimo de 19 A regiatildeo dos bairros do
Centro da cidade e adjacecircncias foi a uacutenica AP que apresentou um decreacutescimo do nuacutemero de
44
nascimentos considerados o primeiro e uacuteltimo triecircnio analisados enquanto a AP 40
apresentou o maior aumento do nuacutemero de nascidos vivos no mesmo periacuteodo
correspondendo a um aumento de 202 como podemos ver na Tabela 5 O Graacutefico 5
mostra a variaccedilatildeo do percentual dos nascidos vivos por AP e na totalidade do MRJ de 2007 a
2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
N
Variaccedilatildeo
1 14092 13859 13831 -261 -19
21 18857 19854 19625 768 41
22 10697 10631 10781 84 08
31 34268 33978 35617 1349 39
32 21520 21514 22074 554 26
33 37877 37525 38941 1064 28
4 37451 41475 45029 7578 202
51 25456 26634 28360 2904 114
52 29261 30219 33498 4237 145
53 17261 17902 19491 2230 129
MRJ 248775 255573 267929 19154 77
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 5 -Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP
MRJ 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
45
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao observamos o peso ao nascimento constatamos que apesar de ter havido uma
reduccedilatildeo do nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) entre 2007 e 2015 em
todas as AP a AP 51 apresentou aumento de seu percentual (98) como mostra a Tabela 6
A AP 10 apresentou o maior decreacutescimo da proporccedilatildeo de nascimentos de crianccedilas com baixo
peso havendo diminuiccedilatildeo desta proporccedilatildeo em quase todas as aacutereas exceto 51 e 53
Considerando-se os triecircnios estudados constata-se uma diminuiccedilatildeo gradativa do
percentual de nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) no municiacutepio do
Rio de Janeiro assim como tambeacutem representado no Graacutefico 6 e apresentado na Tabela 7
sendo que na AP 10 esta variaccedilatildeo foi a de maior valor
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP do MRJ de 2007209 a 201315
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao Nascer lt 2500g
AP Resid 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10 110 103 101 105 98 97 93 89 96
21 89 91 95 96 90 90 81 92 87
22 94 99 95 101 103 85 88 85 91
31 97 97 101 100 95 100 92 95 90
32 103 94 98 102 98 99 99 91 101
33 100 100 99 95 94 96 93 96 96
4 95 96 95 92 88 92 89 94 94
51 95 96 97 92 89 98 91 88 98
52 95 89 92 92 92 85 94 90 83
53 96 92 94 92 95 95 95 89 96
MRJ 97 95 97 96 93 94 92 92 93
46
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 104 100 92 -116
21 92 92 87 -52
22 96 96 88 -81
31 98 99 92 -63
32 98 100 97 -17
33 100 95 95 -47
4 96 91 92 -33
51 96 93 92 -42
52 92 89 89 -30
53 94 94 94 -08
MRJ 96 94 92 -43
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Com relaccedilatildeo aos nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes eles diminuiacuteram
ao longo do periacuteodo analisado em todo o MRJ e em todas as AP Em 2015 o percentual de
nascimentos de matildees adolescentes foi de 153 no MRJ enquanto em 2007 era de 172 No
triecircnio 201315 esse percentual meacutedio foi de 159 em contraste com 169 do primeiro
triecircnio apresentando assim uma reduccedilatildeo de quase 6 como pode ser visto na Tabela 8 O
maior percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 201315 correspondeu agrave AP
53 (214) e o menor percentual correspondeu ao da AP 21(84) As maiores variaccedilotildees do
percentual nos triecircnios estudados ocorreram nas aacutereas 21 e 22 onde os bairros apresentam
melhores indicadores econocircmicos e sociais
47
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e
Variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 197 185 181 -81
21 102 93 84 -176
22 125 113 103 -176
31 187 187 183 -21
32 166 157 152 -84
33 178 181 174 -22
4 138 131 123 -108
51 187 186 179 -48
52 180 174 169 -61
53 223 209 214 -40
MRJ 169 163 159 -59
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Observamos um aumento do percentual de nascimento por parto cesaacutereo nos trecircs
triecircnios estudados em todo o MRJ como pode ser visto na Tabela 9 Nota-se que no segundo
triecircnio (20102012) houve um aumento do percentual em todas as AP em relaccedilatildeo ao primeiro
triecircnio (20072009) A maior variaccedilatildeo do percentual por nascimento por parto cesaacutereo se deu
na AP 52 (147) enquanto a menor variaccedilatildeo ocorreu na AP 31 (01) As aacutereas 52 e 53
apresentaram um aumento importante de partos cesaacutereos Na AP 10 este aumento percentual
foi dos menores no MRJ
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 478 523 486 16
21 626 650 640 21
22 657 677 670 19
31 514 540 515 01
32 546 591 572 49
33 534 569 577 82
4 575 611 615 70
51 525 552 534 18
52 506 562 580 147
53 419 468 477 140
MRJ 536 574 567 58
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
48
Os nascimentos com registro no SINASC de adequado nuacutemero de consultas de preacute-
natal tambeacutem foi verificado levando-se em conta a associaccedilatildeo teoacuterica desta assistecircncia com
morbidade e mortalidade infantis Em todo o MRJ houve um aumento do percentual de
nascimentos com 7 ou mais consultas de preacute-natal de 2007 a 2015 exceto na AP 33 onde
houve diminuiccedilatildeo do seu percentual A AP 10 apresentou 724 desses nascimentos em
2015 como mostra a Tabela 10 com 7 ou mais consultas de preacute-natal
Atraveacutes do Graacutefico 7 pode ser observado um decreacutescimo de nascimentos de gestantes
com menos de 7 ou mais consultas de preacute-natal em quase todas as AP sendo a reduccedilatildeo mais
importante a ocorrida na AP 21 (309) e exceto na AP 33 com um aumento de 11 de
gestantes com menos de 7ou mais consultas de preacute-natal
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal
No periacuteodo MRJ 2007 a 2015 AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
1 647 647 624 633 647 648 696 705 724
21 802 825 811 796 794 836 855 829 839
22 817 816 816 814 781 812 808 810 823
31 649 619 598 590 597 635 670 700 722
32 674 672 672 676 657 706 740 761 762
33 689 641 674 639 625 652 662 659 668
4 710 685 662 658 648 705 741 726 766
51 674 625 615 615 619 635 657 684 709
52 661 628 617 630 641 662 689 699 733
53 589 593 611 571 581 612 669 724 768
MRJ 685 663 658 650 647 679 708 717 741
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
49
Os nascimentos em unidades SUS no MRJ apresentaram uma meacutedia de 579 em
20132015 quando eram 548 em 20072009 Na AP 10 houve um aumento de 170 em
relaccedilatildeo a esses nascimentos em contraste com a AP 22 que teve uma reduccedilatildeo de mais de
50 como mostra a Tabela 11 Uma provaacutevel ampliaccedilatildeo de oferta de leitos SUS para a
assistecircncia ao parto na AP 10 pode ser estimada a partir do importante acreacutescimo na
proporccedilatildeo de nascimentos no SUS nesta aacuterea comparando-se este dado com a variaccedilatildeo
meacutedia do MRJ
O percentual de nascimentos no SUS no triecircnio 201315 foi maior nas AP 53
(765) AP 51(699) e AP 31(671) e os menores percentuais corresponderam agraves AP
22(164) e AP 21 (263) Nos trecircs triecircnios estudados o maior aumento do percentual de
nascimentos no SUS se deu na AP 31 (145) e a AP 22 apresentou um decreacutescimo
importante de 173
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015
Variaccedilatildeo
10 538 563 629 170
21 245 266 263 72
22 337 230 164 -513
31 526 651 671 275
32 578 572 570 -13
33 583 621 616 57
4 512 513 509 -06
51 663 682 699 54
52 633 625 628 -07
53 750 725 765 21
MRJ 548 567 579 57
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
As observaccedilotildees das variaacuteveis apresentadas tendo como fonte o SINASC natildeo
permitiram identificar padratildeo de variaccedilatildeo que tivesse relaccedilatildeo teoacuterica com o aumento da
Mortalidade Infantil na AP 10 no ano de 2015 salvo a questatildeo do aumento da natalidade
fato estes comem a todas as aacutereas da Cidade no periacuteodo estudado
50
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ
A mortalidade infantil no municiacutepio do Rio de Janeiro apresenta uma tendecircncia
decrescente haacute vaacuterios anos e estudos de Matos et al (2007) sobre mortalidade infantil no MRJ
no periacuteodo de 1979 a 2004 demonstraram que houve um decreacutescimo de todos os
componentes relativos aos oacutebitos infantis nesse periacuteodo
No Graacutefico 8 pode-se observar de que maneira ocorreu essa tendecircncia decrescente
das TMI e seus componentes no MRJ de 1980 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
51
A Tabela 12 apresenta as variaccedilotildees das TMI e seus componentes no MRJ ao longo dos
triecircnios 20072009 20102012 e 20132015 verificando-se uma variaccedilatildeo negativa destes
indicadores ou seja a reduccedilatildeo da mortalidade infantil em todos os seus componentes
principalmente da mortalidade ocorrida no periacuteodo poacutes-neonatal com uma reduccedilatildeo importante
de 168
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados Faixa Etaacuteria Infan 20072009 20102012 20132014 Faixa
Etaacuteria inf
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 lt 7d -73
07-27 23 21 22 07-27 -60
28d-lt1 49 47 41 28d-lt1 -168 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis eacute uma importante estrateacutegia da vigilacircncia da
mortalidade (BRASIL 2009) cujos objetivos se relacionam agrave possibilidade de contribuir para
o desenvolvimento de accedilotildees especiacuteficas que visem a reduccedilatildeo dessas taxas A investigaccedilatildeo dos
oacutebitos infantis iniciou-se no municiacutepio do Rio de Janeiro em 2006 e no ano seguinte que
representa o limite inicial do presente estudo foram apenas investigados 347 dos oacutebitos
infantis (SMS 2016) Em 2015 ocorreram 1094 oacutebitos infantis sendo investigados 904
oacutebitos ou seja 826 do total demonstrando um incremento importante dos oacutebitos
investigados como mostra o Graacutefico 9
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A Tabela 13 e o Graacutefico 10 mostram que foram investigados 754 dos oacutebitos
relativos ao periacuteodo neonatal precoce (lt 7 dias) 845 no periacuteodo neonatal tardio e 915
ao periacuteodo poacutes-neonatal no MRJ em 2015
52
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ Faixa Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 384 648 702 738 832 880 828 801 754
07-27 460 598 644 749 838 889 864 870 845
28d-lt1 250 573 609 776 781 848 886 910 915
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tambeacutem foram observados os oacutebitos referentes a algumas variaacuteveis de risco como a
idade da matildee a idade gestacional das matildees e o peso do RN ao nascer considerando a
proporccedilatildeo de oacutebitos infantis por cada uma dessas variaacuteveis nas aacutereas e MRJ
A Tabela 14 apresenta a proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis ocorridos em matildees nas
diferentes faixas etaacuterias Houve um aumento do percentual de oacutebitos em matildees nas faixas
etaacuterias de 20 a 24 anos 45 a 49 anos diminuiccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis nas
adolescentes
53
Tabela 14 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee MRJ
Idade
Matildee
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10-14 07 15 06 09 06 21 14 14 16
15-19 179 147 161 167 183 181 185 162 169
20-24 215 228 210 190 203 212 199 240 209
25-29 181 191 186 203 171 188 202 215 197
30-34 156 138 139 145 158 152 157 179 176
35-39 69 80 89 96 101 109 112 101 139
40-44 29 28 33 33 40 34 35 44 48
45-49 06 04 03 02 02 02 02 06 01
Ign 159 168 172 155 136 102 95 38 46
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Outra variaacutevel de risco para os oacutebitos infantis se relaciona agrave idade gestacional das
matildees O maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 ocorreu entre a 37- 41 semanas de
gestaccedilatildeo correspondendo a um total de 167 oacutebitos de 2007 a 2015 Tambeacutem houve um
grande nuacutemero de oacutebitos (129 oacutebitos) entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo nesse periacuteodo A
soma dos oacutebitos infantis ocorridos nesses dois periacuteodos de gestaccedilatildeo correspondeu a um pouco
mais da metade do nuacutemero de oacutebitos totais no periacuteodo analisado conforme mostra a Tabela
15
Tabela 15 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Semanas
Gestaccedilatildeo
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Menos 22 22 23 71 26 73 61 68 58 63
22 a 27 227 246 196 212 181 197 205 228 228
28 a 31 165 155 174 155 136 156 144 159 143
32 a 36 193 169 173 224 140 170 178 173 182
37 a 41 248 242 262 254 212 249 260 288 294
42 e mais 11 16 13 10 14 10 09 14 10
Natildeo informado 133 148 111 119 244 157 135 80 80
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Um importante fator a ser observado se refere ao peso da crianccedila ao nascer uma vez
que ele se encontra estreitamente relacionado ao oacutebito infantil A Tabela 16 apresenta o
54
percentual de oacutebitos ocorridos em RN com menos de 2500g sendo de 599 em 2007 e de 629
em 2015 mostrando algum decreacutescimo na proporccedilatildeo de oacutebitos infantis com peso adequado ao
nascimento
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Peso
nascer (500g)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
0g a 499g 53 54 112 50 58 49 53 44 50
0500g a 0999g 285 288 236 272 246 269 261 303 291
1000g a 1499g 99 117 105 103 105 114 124 120 109
1500g a 1999g 79 73 69 72 98 70 79 70 88
2000g a 2499g 83 67 68 76 74 83 73 97 101
2500g a 2999g 90 88 100 146 127 100 114 130 130
3000g a 3499g 91 95 108 82 93 127 109 138 129
3500g a 3999g 39 39 49 42 47 55 50 60 62
4000g a 4499g 09 06 11 08 08 08 23 13 19
4500g e mais 04 04 03 04 03 07 05 07 05
Ignorado 166 169 140 145 141 117 110 19 16
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
55
53 Mortalidade Infantil na AP 10
Em relaccedilatildeo a AP 10 apresentaremos os nuacutemeros absolutos dos oacutebitos infantis
ocorridos entre 2007 e 2015 e a proporccedilatildeo de seus componentes no mesmo periacuteodo
Como pode ser verificado na Tabela 17 em 2015 ocorreram 67 oacutebitos infantis sendo
esse nuacutemero de oacutebito infantil maior do que o apresentado no iniacutecio do periacuteodo de expansatildeo
recente da APS determinando assim o fato que motivou e caracterizou o interesse desse
estudo principalmente porque foram 17 oacutebitos a mais que os do ano anterior exatamente
quando a aacuterea jaacute atingia maior cobertura da ESF A maior proporccedilatildeo de oacutebitos de concentra
no periacuteodo neonatal precoce sendo observada uma variaccedilatildeo negativa da proporccedilatildeo de oacutebitos
poacutes-neonatais como esperado como ser observado na Tabela 18
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 por componentes de 2007 a 2015 Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 31 31 38 33 25 26 25 25 35
07-27 11 14 12 10 9 8 10 10 12
28d-lt1 24 23 32 19 24 16 28 15 20
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 470 456 463 532 431 520 397 500 522
07-27 167 206 146 161 155 160 159 200 179
28d-lt1 364 338 390 306 414 320 444 300 299
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Em relaccedilatildeo agraves taxas de mortalidade infantil na AP 10 durante o periacuteodo estudado
observa-se que 2008 2009 2013 e 2015 houve aumento dessas taxas principalmente no
periacuteodo neonatal precoce como se observa na Tabela 19 Quando comparamos essas mesmas
taxas de mortalidade agraves taxas de mortalidade infantil no MRJ vemos na Tabela 20 que as
TMI foram mais elevadas na AP 10 do que no MRJ nesses anos A mortalidade neonatal
precoce foi o componente da MI com maiores taxas A TMI no MRJ em 2015 se apresentou
56
menor do que a TMI em 2007 Fato esse que natildeo ocorreu na AP 10 quando a TMI aumentou
em 2015 em relaccedilatildeo a 2007
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 67 67 79 70 53 58 55 54 75
07-27 24 30 25 21 19 18 22 21 26
28d-lt1 52 50 66 40 51 36 62 32 43
Total 142 147 170 131 124 112 140 107 144 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 612 601 643 638 567 581 609 540 568
07-27 212 26 223 206 194 229 226 203 221
28d-lt1 483 498 500 466 490 457 431 384 416
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
As mesmas informaccedilotildees quando analisadas de modo que sejam observados os
valores natildeo por cada ano mas sim pelos os triecircnios estudados permitem identificar que o
nuacutemero de oacutebitos infantis e as TMI nos seus trecircs componentes principais se apresentaram
com decreacutescimo na AP 10 e no MRJ como se pode ver nas Tabelas 21 e 22 Entretanto a
variaccedilatildeo percentual na TMI e nos seus componentes foi maior na AP 10 que a variaccedilatildeo
percentual meacutedia do MRJ
Tabela 21 - TMI por componentes na AP 10 e por triecircnio de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 71 61 61 -10 -141
07-27 26 19 23 -03 -113
28d-lt1 56 43 46 -10 -178
Total 153 123 130 -23 -150 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 22 - TMI por componentes no MRJ e por triecircnio no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 -05 -80
07-27 23 21 22 -01 -43
28d-lt1 49 47 41 -08 -163
Total 134 127 120 -14 -104
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
57
No Graacutefico 11 estatildeo representadas as variaccedilotildees das TMI na AP 10 por componentes
nos trecircs triecircnios estudados
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10
Por triecircnio de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Na Mortalidade Infantil Proporcional por faixa etaacuteria observamos a manutenccedilatildeo do
padratildeo com maior proporccedilatildeo de oacutebitos infantis neonatais precoces o que jaacute se apresentava
desde o iniacutecio do periacuteodo estudado assim como jaacute era uma tendecircncia conhecida a partir dos
anos 90 na AP 10 como observada na Tabela 23
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015
lt 7d 463 494 472
07-27 171 159 178
28d-lt1 366 347 350
Total 1000 1000 1000
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
58
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10
Analisando as causas de oacutebitos infantis por capiacutetulos e categorias do Coacutedigo
Internacional de Doenccedilas (CID) vemos que a maior causa de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
correspondeu ao XVI capiacutetulo do CID ou seja por ldquoAlgumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatalrdquo (607 oacutebitos ou 555) Em seguida os oacutebitos mais preponderantes se relacionaram
ao XVII capiacutetulo do CID que trata de ldquoMalformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias
cromossocircmicasrdquo (233 oacutebitos) Essas duas causas somadas equivalem a mais ou menos 75
das causas de oacutebitos infantis por capiacutetulo do CID Considerando o periacuteodo de 2007 a 2015 as
causas mais preponderantes de oacutebitos infantis foram as mesmas observadas em 2015
Em relaccedilatildeo agrave categoria do CID a maior causa de mortalidade infantil no MRJ em
2015 correspondeu ao ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relacionadas com a gravidez atualrdquo (CID P00) Malformaccedilotildees congecircnitas
deformidades e anomalias cromossocircmicas (principalmente por ldquoOutras malformaccedilotildees
congecircnitas do coraccedilatildeordquo- CID Q24) ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CIDP36) e
ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por complicaccedilotildees maternas gravidezrdquo (CID P01)
Os oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ no periacuteodo de
2007 a 2015 satildeo apresentados no ANEXO 3 Natildeo estatildeo apresentadas as informaccedilotildees sobre
Mortalidade Infantil por grupo de causas para a AP 10 tendo em vista que o padratildeo de
distribuiccedilatildeo eacute semelhante ao do MRJ onde se apresenta um perfil de causas compatiacuteveis com
a classificaccedilatildeo sobre evitabilidade que seraacute apresentada depois
O Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave
gravidez atual corresponderam ao maior percentual de causa de morte infantil em 2015 no
MRJ e apresentou elevaccedilatildeo de seu percentual quando comparado a 2007 quando o
Desconforto Respiratoacuterio do Receacutem-Nascido era a causa mais preponderante como se
observa na Tabela 24 e Graacutefico 12
59
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Causa (CID10) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
P00 Feto e RN afetados por af
maternas natildeo obrigrelacionadas agrave
gravidez atual 54 55 90 100 88 112 123 95 98
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido 120 95 98 87 74 63 71 79 56
P36 Septicemia bacteriana do RN 70 80 68 61 48 58 70 79 89
P01 Feto e RN afetados por compl
maternas da gravidez 28 44 57 51 62 63 57 52 59
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircnitas do
coraccedilatildeo 51 51 44 39 47 48 56 55 37
P02 Feto e RN afetados por compl
placenta cordatildeo umb e membr 32 41 33 48 41 53 45 33 56
J18 Pneumonia pmicro-org NE 47 32 41 30 39 38 42 27 37
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade 35 27 26 37 38 28 25 27 23
P21 Asfixia ao nascer 41 38 37 23 19 20 20 24 28
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 13 19 17 32 27 31 21 21 27
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 12 ndash Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
O Graacutefico 13 mostra o aumento da TMI devido ao Feto e RN afetados por afecccedilotildees
maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual (CID P00) e a diminuiccedilatildeo da
TMI por Desconforto respiratoacuterio do receacutem-nascido (CID P22) apoacutes uma pequena elevaccedilatildeo
em 2014 A Tabela 25 mostra que a elevaccedilatildeo do Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas
natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual como causa da mortalidade infantil no
triecircnio 20132015 foi a mais acentuada (variaccedilatildeo de 39) e o Desconforto respiratoacuterio do
receacutem-nascido representou maior decreacutescimo no mesmo triecircnio com uma diminuiccedilatildeo de
36
60
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 25 ndash MI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio Causa (CID10) 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
P00 Fetos e receacutem-nascidos afetados por afec
maternas natildeo obr relacionados a gravidez
atual
67 100 106
39
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido
104 75 68
-36
P36 Septicemia bacteriana do receacutem-nascido 73 56 79
06
P01 Feto rec-nasc afet complic maternas
gravidez
43 59 56
13
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircn do coraccedilatildeo 49 44 49
0
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr
35 47 45
10
J18 Pneumonia pmicro-org NE 40 36 36 -04
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade
29 34 25
-04
P21 Asfixia ao nascer 39 21 24 -15
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 16 30 23 07
Total geral 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Lembrando o conceito de Malta (2010) sobre a morte infantil causada por afecccedilotildees
evitaacuteveis por intervenccedilotildees no SUS ou seja aquelas passiacuteveis de serem prevenidas ou
reduzidas por serviccedilos eficientes de sauacutede verificamos a seguir de que maneira ocorreram as
principais causas evitaacuteveis no MRJ e na AP 10 em particular
Segundo a Lista Brasileira de Causas Evitaacuteveis feita com dados do Sistema de
Informaccedilotildees sobre Mortalidade dispotildee-se de subgrupos de causas Esses subgrupos
correspondem agraves causas evitaacuteveis que satildeo aquelas Reduziacuteveis pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave
61
mulher no parto Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequados e Reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculada a
accedilotildees de atenccedilatildeo
As principais causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 foram relacionadas agraves causas
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (349 oacutebitos infantis) correspondendo a
319 dos oacutebitos Outras causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis de menores proporccedilotildees foram as
causas tais como ldquoReduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeordquo e agraves ldquoCausas mal definidasrdquo 05
e 33 respectivamente em 2015 como apresenta a Tabela 26 As ldquoDemais causas (natildeo
claramente evitaacuteveis)rdquo apresentaram um nuacutemero de 294 oacutebitos correspondendo somente a
269 do total Em resumo as causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
corresponderam a 698 como visualisamos na Tabela 27 Jaacute a Tabela 28 representa a
pequena diminuiccedilatildeo da TMI por causas evitaacuteveis no MRJ em 2015 (841000) em relaccedilatildeo agrave
TMI em 2007 de 891000 por causas evitaacuteveis
Tabela 26 -Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade no MRJ Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 03 03 01 03 04 05 00 03 05
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
na gestaccedilatildeo
269 274 319 320 309 331 351 320 319
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
no parto
104 99 94 80 77 76 73 75 86
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-
nascido
140 155 141 123 112 115 127 141 147
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e
tratamento adequado
112 87 95 72 101 89 96 72 79
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede
vinculada agraves accedilotildees de atenccedilatildeo
49 63 61 64 63 71 53 61 63
2 Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 677 682 710 662 667 687 701 671 698
Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
Natildeo claramente evitaacuteveis 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
62
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 89 93 97 87 83 87 89 76 84
Causas mal definidas 06 05 05 06 05 04 04 04 04
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 38 35 38 37 35 34 33 32
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo agora considerados os valores por triecircnios atraveacutes das taxas e da proporccedilatildeo por
grupo de causas nestes grupos segundo as informaccedilotildees descritas nas tabelas abaixo
Ao estudarmos os triecircnios no MRJ observamos que as causas Reduziacuteveis por
adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram as que apresentaram a maior taxa de
mortalidade infantil nos trecircs triecircnios como mostra a Tabela 29 As Causas mal definidas
foram as que tiveram maior reduccedilatildeo nos triecircnios estudados (-240) apresentada na Tabela
30 e Graacutefico 14 resultado que pode ser atribuiacutedo como decorrente da melhor investigaccedilatildeo
dos oacutebitos
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 00
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 39 41 40
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 13 10 09
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 20 15 17
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento
adequado
13 11 10
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a
accedilotildees de atenccedilatildeo
08 08 07
2 Causas mal definidas 05 05 04
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 36 37 33
Total 134 128 120
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeosegundo evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 93 86 83 -105
Causas mal definidas 05 05 04 -240
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 37 33 -87
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
63
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo apresentados os dados relacionados aos oacutebitos infantis evitaacuteveis de residentes na
aacuterea da AP 10 com os valores por ano no periacuteodo de 2007 a 2015 atraveacutes do nuacutemero
absoluto de oacutebitos da proporccedilatildeo por grupo de causas e as respectivas taxas por cada ano Em
seguida as informaccedilotildees apresentadas estatildeo agrupadas por triecircnio considerando-se o periacuteodo
de 2007 a 2015
O fato que chamou a atenccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo na AP 10 foi que
ocorreram 67 oacutebitos infantis em 2015 sendo 48 (716) desses oacutebitos ocorreram por causas
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS como pode ser observado nas Tabela 31 e Tabela 32
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 44 47 58 38 34 38 45 36 48
Causas mal definidas 2 3 1 8 4 2 1 1 2
Natildeo claramente evitaacuteveis 20 18 23 16 20 10 17 13 17
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
64
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 667 691 707 613 586 760 714 720 716
Causas mal definidas 30 44 12 129 69 40 16 20 30
Natildeo claramente evitaacuteveis 303 265 280 258 345 200 270 260 254
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 33 - TMI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 95 101 120 80 73 85 100 77 103
Causas mal definidas 04 06 02 17 09 04 02 02 04
Natildeo claramente evitaacuteveis 43 39 48 34 43 22 38 28 37
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A taxa de mortalidade por causas evitaacuteveis na AP 10 no ano de 2015 foi uma das
maiores do periacuteodo estudado de 103 por mil nascidos vivos sendo poreacutem menor que a taxa
que ocorreu 2009 de 120 oacutebitos em mil nascidos vivos como mostra a Tabela 33
Em todo o periacuteodo estudado as mortes por causas evitaacuteveis foram as que apresentaram
maior nuacutemero em relaccedilatildeo agraves demais causas Ainda na Tabela 33 podemos observar que a
TMI por Causas evitaacuteveis na AP 10 em 2015 (103 por 1000 nascidos vivos) se apresentou
maior do que no ano de 2007 (95) Poreacutem quando analisamos as TMI por triecircnios
verificamos que houve uma pequena reduccedilatildeo da mortalidade infantil por causas evitaacuteveis
assim como as demais causas
Quando analisamos os triecircnios observamos que a TMI na AP 10 por causas de morte
evitaacuteveis decresceu de 1061000 em 20072009 para uma taxa de 931000 em 20132015
As causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram responsaacuteveis pelo
maior percentual de causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis apresentando 333 no triecircnio
20132015 apresentado nas Tabelas 34 35 e 36 embora tenha tido uma diminuiccedilatildeo de sua
TMI no triecircnio 200132015 em relaccedilatildeo ao triecircnio 20072009
65
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 06
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 329 359 333
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 93 76 67
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 116 94 139
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequado 102 71 78
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo
51 47 94
2 Causas mal definidas 28 82 22
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 282 271 261
Total 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10 Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 106 79 93 -13
Causas mal
definidas
04 10 03 -01
Natildeo claramente
evitaacuteveis
43 33 34 -09
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de
imunizaccedilatildeo
00 00 01 01
121 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
50 44 43 -07
122 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher no parto
14 09 09 -05
123 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao receacutem-nascido
18 12 18 0
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequado
16 09 10 -06
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave
sauacutede vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo
08 06 12 04
2 Causas mal definidas 04 10 03 -01
3 Demais causas (natildeo claramente
evitaacuteveis)
43 33 34 -09
Total 153 123 130 -23 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
66
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs
A seguir os dados analisados no presente estudo estatildeo resumidos incluindo-se
informaccedilotildees de todas as aacutereas da Cidade sendo apresentados na Tabela 37
Desse modo podemos constatar que em todas as AP exceto na AP 10 e na AP 32
houve um aumento da taxa de natalidade de 2007 a 2015 no municiacutepio do Rio de Janeiro O
percentual de crianccedilas nascidas com baixo peso na AP 10 foi equivalente ao MRJ em 2015
apresentado a maior reduccedilatildeo de todas as AP
Embora a proporccedilatildeo de nascimentos com menos de 7 consultas preacute-natal na AP 10
tenha diminuiacutedo no triecircnio 201315 essa reduccedilatildeo foi inferior a reduccedilatildeo ocorrida em todo o
municiacutepio do Rio de Janeiro Ainda na AP 10 podemos observar que apesar de ainda
apresentar um grande percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 20132015
ela teve uma reduccedilatildeo maior do que a ocorrida no MRJ no mesmo triecircnio
O maior percentual de parto cesaacutereo ocorreu na AP 22 enquanto a AP 10 apresentou
um dos menores percentuais nesse uacuteltimo triecircnio estudado O maior aumento do percentual de
partos cesaacutereos em 2015 ocorreu na AP 53 enquanto o menor aumento desse percentual
ocorreu na AP 31
A maior proporccedilatildeo de parto realizado nos SUS aconteceu na AP 53 No triecircnio
20132015 a maior taxa de moralidade infantil se deu na AP 33 e a taxa de mortalidade
infantil estimada para o triecircnio na AP 10 foi de 131000 sendo maior do que a verificada no
MRJ taxa de 120 A AP 21 foi a que apresentou a menor taxa no uacuteltimo triecircnio do estudo
de 85
A taxa de mortalidade neonatal foi maior do que a taxa de mortalidade poacutes-neonatal agrave
custas da maior incidecircncia de oacutebitos no periacuteodo neonatal precoce A TMI por causas evitaacuteveis
diminuiu em todas as AP no triecircnio 201315 quando comparada ao triecircnio 200709 exceto
nas AP 33 e AP 53 A maior reduccedilatildeo dessa TMI ocorreu na AP 22 com uma diminuiccedilatildeo de
4444
67
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash
MRJ e APs ndash 2007 e 2017
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Taxa de
Natalidade
2007
1605
978
966
1289
1289
1342
1425
1274
1511
1603
1329
Taxa de
Natalidade
2015
1563
1028
983
1362
1275
1383
1696
1403
1721
1824
1432
Percentual
de BPN
triecircnio
20132015
92
87
88
92
97
95
92
92
89
94
92
Variaccedilatildeo
BPN
2007-2009 e
2013-2015
-116
-52
-81
-63
-17
-47
-33
-42
-30
-08
-43
Proporccedilatildeo
de Nasc
com menos
de 7 cons
Preacute Natal
Triecircnio
20132015
278
120
148
292
230
314
219
284
272
274
254
Variaccedilatildeo
da Propde
Nasc com
menos de 7
cons Preacute
Natal
2007-2009 e
2013-2015
-158
-309
-134
-163
-230
11
-248
-187
-137
-284
-170
Propde
Nasc de
Matildees
Adolesc
Triecircnio
20132015
181
84
103
183
152
174
123
179
169
214
159
Variaccedilatildeo
de Nasc de
Matildees Adol
20072009 e
20132015
-79
-169
-180
-21
-86
-20
-107
-42
-62
-41
-62
Proporccedilatildeo
de Nascim
Parto
Cesaacutereo
Triecircnio
20132015
486
640
670
515
572
577
615
534
580
477
567
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto
Cesaacutereo-
Triecircnio
20072015
16
21
19
01
49
82
70
18
147
140
57
68
(cont)
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Proporccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
Triecircnio
20132015
629
263
164
671
570
616
509
699
628
765
579
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
20072015
170
72
-513
275
-13
57
-06
54
-07
21
57
TMI total
20132015
130
85
77
129
114
140
100
133
109
171
120
TMI
Neonatal
Precoce
20132015
61
42
40
54
48
77
47
62
52
84
57
TMI
Neonatal
Tardia
20132015
23
19
10
26
23
21
19
24
20
30
22
TMI
Neonatal
20132015
84
61
50
80
71
98
67
86
72
114
79
TMI Poacutes
Neonatal
20132015
46
23
27
49
43
43
34
47
37
57
41
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20072009
106
59
81
95
90
96
75
108
96
115
93
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20132015
93
53
45
89
70
100
63
95
78
135
83
Variaccedilatildeo
de Oacutebitos
Infantis por
Causas
Evitaacuteveis
20072015
-1226
-1016
-4444
-631
-2222
416
-160
-1203
-1875
1739
-1075
Fonte SIMSINASCSVSSMS Rio-2017
69
6 DISCUSSAtildeO
Os indicadores de sauacutede podem ser afetados em seus valores ao longo do tempo
quando satildeo disponibilizados melhores serviccedilos de atenccedilatildeo agrave sauacutede assim como quando satildeo
observadas melhores condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo Inclusive iniciativas de poliacuteticas
puacuteblicas que visem beneficiar a populaccedilatildeo satildeo tatildeo importantes que podem afetar diretamente
a ocorrecircncia de fatores de risco
Neste estudo pocircde-se observar alteraccedilatildeo de alguns fatores relacionados teoricamente agrave
Mortalidade Infantil para todo o MRJ e na AP 10 quando consideradas as informaccedilotildees sobre
parto e nascimento do SINASC
Considerando a Proporccedilatildeo de Baixo Peso ao nascer houve um decreacutescimo de 116
de nascimento de crianccedilas com baixo peso (lt 2500g) na AP 10 o maior decreacutescimo entre as
aacutereas programaacuteticas O MRJ tambeacutem apresentou reduccedilatildeo desse percentual Para Gaiva (2014)
um grande nuacutemero de estudos aponta o baixo peso como um dos principais fatores
relacionados ao aumento do risco de oacutebito neonatal A prematuridade e o crescimento
intrauterino restrito satildeo os principais determinantes do baixo peso ao nascer e podem ser
avaliados atraveacutes de um acompanhamento preacute-natal de qualidade assim como uma adequada
atenccedilatildeo no momento do parto (GAIVA 2014)
Os nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes diminuiacuteram em todas as AP ao
longo do periacuteodo analisado sendo que o maior decreacutescimo ocorreu na AP 22
A idade materna eacute uma importante caracteriacutestica da gestante que traz riscos evidentes
quando a matildee se encontra abaixo dos 20 anos e quando se encontra acima dos 35 anos de
idade Em um estudo de Lima et al 2010 sobre a associaccedilatildeo entre a mortalidade neonatal
precoce e poacutes-neonatal e a idade da matildee observou-se que quando a idade materna eacute maior de
35 anos e na adolescecircncia haacute associaccedilatildeo respectivamente ao oacutebito neonatal precoce e poacutes-
neonatal Imaturidade bioloacutegica fatores socioeconocircmicos e a natildeo realizaccedilatildeo das consultas
preacute-natais necessaacuterias podem estar associados agraves adolescentes Jaacute as matildees acima de 35 anos
podem apresentar fatores como comorbidades partos ciruacutergicos e fetos com anomalias
congecircnitas que podem levar ao oacutebito infantil apesar de muitas vezes disporem de melhores
condiccedilotildees socioeconocircmicas e adequados cuidados preacute-natais (LIMA et al 2010)
70
Em relaccedilatildeo ao tipo de parto se cesaacutereo ou normal observamos um aumento do parto
cesaacutereo em todo o MRJ sendo que esse aumento foi acentuado nas AP 53 e AP 52 entre
2007 e 2015 No MRJ observou-se um aumento de 57 de parto cesaacutereo enquanto a AP 10
apresentou um aumento de 16 O parto cesaacutereo estaacute cada vez mais frequente no Brasil
assim como no resto do mundo e embora seja cada vez mais seguro ele ainda apresenta riscos
(PATAH 2011) Segundo Lansky (2014) a taxa de cesaacutereas no Brasil era de 535 em 2011
A OMS recomenda que ele seja realizado quando necessaacuterio para evitar complicaccedilotildees para
matildee e filho A Federaccedilatildeo Internacional de Ginecologia e Obstetriacutecia (FIGO) preconiza uma
proporccedilatildeo maacutexima de cesaacutereas ateacute 20 dos partos e a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede ateacute
15 dos partos (Soares 2010) Em um estudo de Sanders et al (2017) para analisar fatores
relacionados ao oacutebito infantil em Fortaleza (Cearaacute) eles verificaram que o parto cesaacutereo
demonstrou ser um fator de proteccedilatildeo para a mortalidade infantil quando realizado em
gestantes de alto risco
O nuacutemero de nascimentos de matildees com adequado nuacutemero de consultas de preacute-natal
tambeacutem eacute importante a ser observado uma vez que as gestantes que realizam menos do que
seis consultas de preacute-natal apresentam risco maior de terem oacutebito fetal (KLEIN et al 2012)
Observamos nesse estudo que o percentual de nascidos vivos de gestantes com 7 ou mais
consultas de preacute-natal aumentou em todas as AP (exceto a AP 33) de 2007 a 2015 As matildees
que realizaram um nuacutemero de consultas menor do que 7 apresentaram um iacutendice de oacutebitos
proporcionalmente maior ratificando o niacutevel de fator de risco de oacutebitos de receacutem-nascidos em
relaccedilatildeo ao numero de consultas preacute-natal Observa-se inclusive que o niacutevel de oacutebitos
decresceu graccedilas ao aumento percentual de incidecircncia de 7 ou mais consulta para as matildees em
todas as AP excetuando as AP 22 e AP 33 Fernandes (2016) reforccedila que a proporccedilatildeo de
atendimentos e consultas de preacute-natal tem sido fundamental na relaccedilatildeo direta da diminuiccedilatildeo
da ocorrecircncia do baixo peso dos receacutem-natos comparando-se com os percentuais de
incidecircncia de baixo peso quando natildeo haacute um expressivo nuacutemero de consultas de preacute-natal
Em relaccedilatildeo agrave idade gestacional o maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 tenha
ocorrido em nascidos vivos entre a 37- 41 semanas de gestaccedilatildeo e somente em seguida os
prematuros entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo de 2007 a 2015 embora um estudo de Klein
(2012) a natimortalidade e a neomortalidade encontrem-se mais associadas agrave baixa idade
gestacional
Os nascimentos ocorridos em maternidades do SUS aumentaram 17 na AP 10 nos
triecircnios analisados presumindo-se aumento de oferta de leitos puacuteblicos na aacuterea enquanto no
71
MRJ houve um aumento menor de 57 Para Barbeiro (2015) a mortalidade fetal pode ser
encontrada em maior nuacutemero em gestantes com condiccedilotildees socioeconocircmicas precaacuterias que
satildeo aquelas que utilizam as maternidades do SUS
Nesse trabalho natildeo foram levados em conta outros fatores de risco para mortalidade
infantil tais como a escolaridade da matildee a presenccedila de gestaccedilotildees anteriores ao parto atual
Apgar de 5ordm minuto menor ou igual a 7 a raccedilacor da matildee entre outros assim como outros
fatores relacionados agrave morte infantil que poderatildeo ser explorados em estudos posteriores
Embora tenha ocorrido um aumento importante de oacutebitos infantis em 2015 na AP 10
que chamou dos gestores da SMS analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP 10
e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes ao
longo do periacuteodo estudado
A taxa de mortalidade infantil na AP 10 em 2015 era de 144 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos superior a do MRJ no mesmo ano que foi de 121 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos Satildeo taxas essas ainda altas quando comparadas a paiacuteses jaacute mencionados como
Japatildeo (TMI 20) Canadaacute (TMI 40) e Estados Unidos da Ameacuterica (TMI 60) (UNICEF
2015)
O componente poacutes-neonatal estaacute mais relacionado agraves condiccedilotildees baacutesicas de sauacutede
como a aacutegua tratada saneamento baacutesico acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede condiccedilotildees
socioeconocircmicas especialmente as relativas agrave renda Essas condiccedilotildees satildeo passiacuteveis de serem
modificadas atraveacutes de uma poliacutetica de sauacutede que atenda a essas necessidades Outros fatores
que influenciam as condiccedilotildees de vida aleacutem da renda familiar satildeo o grau de escolaridade dos
pais o acesso uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel e moradia salubre (FERRARI 2012) Em 2013 as
principais causas poacutes-neonatais no MRJ foram segundo o capiacutetulo da CID 10 as
Malformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias cromossocircmicas (cap XVII) 253 as
Doenccedilas do aparelho respiratoacuterio- pneumonia e bronquiolite aguda- (cap X) 178
Algumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (cap XVI) 128 e Algumas doenccedilas
infecciosas e parasitaacuterias (cap I) 109 As causas baacutesicas segundo causas externas foi por
Riscos NE a respiraccedilatildeo (W84) 50 e Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico (W78) 325(site da
SUBPAV acesso em 18052017)
A principal causa neonatal de oacutebito infantil no MRJ em 2015 correspondeu ao feto e
receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas com agrave
gravidez atual (CID P00) afecccedilotildees essas principalmente relacionadas a transtornos maternos
hipertensivos e do trato urinaacuterio As outras duas grandes causas de morte infantil no MRJ
72
corresponderam a ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CID P36) e ldquoOutras
malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeordquo (CID Q24) Ainda em 2015 698 dos oacutebitos infantis
foram por causas evitaacuteveis no MRJ Houve uma reduccedilatildeo de 105 na taxa de mortalidade
infantil no MRJ por causas evitaacuteveis nos triecircnios analisados Essa reduccedilatildeo deveu-se
principalmente agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Houve um
aumento da TMI devido agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na
AP10 no periacuteodo estudado ainda observa-se uma proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis
por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede relacionadas aos oacutebitos infantis
Em 2015 a AP 10 apresentou 716 dos oacutebitos por Causas evitaacuteveis Houve reduccedilatildeo
de suas TMI nos triecircnios estudados sendo a maior reduccedilatildeo devida agraves Causas Mal Definidas
(reduccedilatildeo de 321) A TMI (103) em 2015 que se relacionou agraves causas evitaacuteveis de oacutebitos
infantis principalmente agraves causas ldquoReduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeordquo
(358) mostram assim a importacircncia da atenccedilatildeo agrave sauacutede da gestante na assistecircncia Preacute Natal
da Atenccedilatildeo Primaacuteria e na rede de serviccedilos
A gestante quando apresenta um nuacutemero de consultas preacute- natais maior ou igual a seis
e o iniacutecio dessas consultas se faz de maneira precoce esses fatores exercem uma proteccedilatildeo agrave
gestante e ao RN A boa qualidade dessa atenccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo tambeacutem faz com que haja
diminuiccedilatildeo da morte infantil (SILVA 2013) Esses oacutebitos poderatildeo ser evitados cada vez
mais atraveacutes de accedilotildees preventivas diagnoacutestico e tratamento precoce pelos serviccedilos de sauacutede
Estudos apontam que o as gestante que realizam 6 ou mais consultas de preacute-natal tem 4 x
menos chances que seu filho venha a oacutebito (BRUM 2015)
A hipertensatildeo eclampsia infecccedilatildeo urinaacuteria hemorragia anemia e idade gestacional
inferior a 37 semanas satildeo fatores relacionados agrave gestante que se associam agrave prematuridade e
ao baixo peso ao nascer Com o controle devido desses fatores atraveacutes de assistecircncia adequada
ao preacute- natal os oacutebitos infantis podem ser evitados (SILVA 2013) Daiacute a importacircncia da
gestante ter faacutecil acesso ao serviccedilo de sauacutede para fazer um exame preacute-natal adequado e ser
referenciada a uma maternidade para completar a sua assistecircncia e a de seu filho A maior
parte dos partos ocorre em hospitais mas isso natildeo impede os altos iacutendices de
morbimortalidade materna e perinatal produzidas por uma assistecircncia possivelmente falha
somada a um desnecessaacuterio e elevado nuacutemero de cesarianas Um adequado controle preacute-natal
assim como a prevenccedilatildeo de cesarianas sem indicaccedilotildees teacutecnicas especiacuteficas levando agrave
prematuridade iatrogecircnica podem contribuir significativamente para a reduccedilatildeo desses oacutebitos
(LANSKY 2014)
73
As afecccedilotildees perinatais encontram-se relacionadas ao cuidado preacute- natal e agrave gestante agraves
condiccedilotildees do receacutem- nascido e ao parto (Bezerra 2007) A concentraccedilatildeo maior das causas
evitaacuteveis desses oacutebitos se encontra no grupo das causas reduziacuteveis pela atenccedilatildeo agrave gestaccedilatildeo
parto feto e receacutem-nato em torno de 39 As reduziacuteveis por adequado atenccedilatildeo ao RN
correspondem a 29 seguidas das causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao parto (15)
Aquelas que estatildeo ligadas a accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequados correspondem a
15 as que necessitam de accedilotildees de promoccedilatildeo vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo se encontram
com 7 das causas e pequena parte se deve a accedilotildees de imunizaccedilotildees (BEZERRA 2007)
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes desse estudo observamos que apesar da Mortalidade Infantil no MRJ e na AP
10 tenham decrescido nos triecircnios analisados ambos satildeo ainda altas taxas de mortalidade
infantil Apesar do decliacutenio da TMI ocorrer haacute deacutecadas se faz necessaacuterio a elaboraccedilatildeo de
estrateacutegias de enfrentamento de suas causas que satildeo na sua maioria evitaacuteveis A ampliaccedilatildeo da
vigilacircncia de oacutebitos no MRJ foi uma importante estrateacutegia implantada a fim de contribuir para
a melhor qualificaccedilatildeo das causas de morte infantil para que se faccedilam accedilotildees que diminuam os
oacutebitos infantis por causas que possam ser evitadas
Em virtude da ocorrecircncia importante de oacutebitos infantis em filhos de matildees
adolescentes haacute portanto a necessidade de incrementar accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo em
sauacutede da mulher principalmente nas faixas etaacuterias extremas e em especial nas adolescentes
Pesquisas relacionadas agrave idade materna assim como a outros fatores relacionados agrave morte
infantil tambeacutem devem ser ampliadas Aleacutem disso eacute importante que se invista em accedilotildees de
poliacuteticas publicas que objetivem conscientizaccedilatildeo desses jovens do ponto de vista da educaccedilatildeo
sexual com orientaccedilotildees sobre o uso de preservativos e planejamento familiar
Devido ao aumento da cesariana tanto no MRJ como na AP 10 esforccedilos devem ser
feitos para que a cesariana seja feita apenas com recomendaccedilotildees teacutecnicas precisas e natildeo
indiscriminadamente para gestante de baixo risco Eacute importante preparar a gestante durante o
cuidado preacute-natal e enfatizar a importacircncia do parto humanizado
Um preacute-natal qualificado agrave gestante tem importacircncia fundamental para a diminuiccedilatildeo
dos oacutebitos infantis
Essa pesquisa foi realizada com a perspectiva de contribuir com a Coordenadoria da
AP 10 atraveacutes de dados recentes para uma melhor visibilidade da tendecircncia da mortalidade
74
infantil e de seus componentes assim como os fatores de risco relacionados Os dados aqui
apresentados seratildeo disponibilizados para a gestatildeo da CAP 10 a fim de que seja produzido um
informe teacutecnico especiacutefico sobre Mortalidade Infantil sensibilizando profissionais e gestores
da APS sobre a necessidade de reduccedilatildeo das causas de oacutebitos evitaacuteveis por intervenccedilotildees do
SUS
Como este foi um estudo exploratoacuterio descritivo natildeo eacute possiacutevel estabelecer-se relaccedilatildeo
entre o aumento da cobertura da APS na aacuterea e os indicadores de oacutebitos infantis Entretanto o
quadro geral apresentado na AP 10 mostra-se como ainda instaacutevel considerando-se a
expectativa de reduccedilatildeo da TMI na medida em que ocorre maior oferta de serviccedilos na APS
75
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80
ANEXO 1
Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
Ano Mecircs Populaccedilatildeo
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Equipe de Sauacutede
Bucal
Modalidade I
Implantados Proporccedilatildeo de cobertura populacional estimada Credenciadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede
1999 01 5569181 0 000 0
1999 12 5569181 0 000 0
2000 01 5598953 0 000 0
2000 12 5598953 22 136 0
2001 01 5613897 22 135 0
2001 12 5897485 19 111 0
2002 01 5897485 19 111 0
2002 12 5897485 23 135 0
2003 01 5897485 23 135 0
2003 12 5937253 23 134 0
2004 01 5937253 23 134 0
2004 12 5974081 57 329 0
2005 01 5974081 57 329 50
2005 12 5974081 96 554 0
2006 01 5974081 98 566 0
2006 12 6094183 118 668 0
2007 01 6094183 119 674 0
2007 12 6136652 131 736 35
2008 01 6136652 144 810 35
2008 12 6136652 128 720 35
2009 01 6161047 124 694 35
2009 12 6161047 165 924 35
2010 01 6161047 170 952 35
2010 12 6186710 266 1483 228
2011 01 6186710 281 1567 228
2011 12 6320446 506 2762 228
2012 01 6320446 585 3193 228
2012 12 6355949 734 3984 528
2013 01 6355949 749 4066 528
2013 12 6390290 730 3941 528
2014 01 6390290 720 3887 528
2014 12 6390290 831 4486 528
2015 01 6390290 832 4492 528
2015 12 6390290 855 4616 528
2016 01 6390290 855 4616 528
Fonte MSSASDAB e IBGE
81
ANEXO 2
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do
Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil
Para menores de 5 anos no Grupo 1 - Causas Evitaacuteveis destacam-se
1 Grupo 1 - Causas evitaacuteveis
11 Reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo Tuberculose do sistema nervoso (A17)
Tuberculose miliar (A19) Teacutetano neonatal (A33) Outros tipos de teacutetano (A35) Difteria
(A36) Coqueluche (A37) Poliomielite aguda (A80) Sarampo (B05) Rubeacuteola (B06)
Hepatite B (B16) Caxumba (B260) Meningite por Haemophilus (G000) Rubeacuteola congecircnita
(P350) Hepatite viral congecircnita (P353)
12 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo parto feto e ao receacutem-nascido
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Siacutefilis congecircnita (A50)
Doenccedilas pelo viacuterus da imunodeficiecircncia humana (B20 a B24) Feto e receacutem-nascidos afetados
por complicaccedilotildees da placenta e das membranas (P022 P023 P027 P028 P029) Afecccedilotildees
maternas que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P00 P04) Complicaccedilotildees maternas da
gravidez que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P01) Crescimento fetal retardado e
desnutriccedilatildeo fetal (P05) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e baixo peso
ao nascer natildeo classificados em outra parte (P07) Siacutendrome da anguacutestia respiratoacuteria do
receacutem-nascido (P220) Hemorragia pulmonar originada no periacuteodo perinatal (P26)
Hemorragia intracraniana natildeo traumaacutetica do feto e do receacutem-nascido (P52) Isoimunizaccedilatildeo Rh
e ABO do feto ou do receacutem-nascido (P550 P551) Doenccedilas hemoliacuteticas do feto ou do
receacutem-nascido devidas agrave isoimunizaccedilatildeo (P558 a P579) Enterocolite necrotizante do feto e
do receacutem-nascido (P77)
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Placenta preacutevia e descolamento
prematuro da placenta (P020 a P021) Feto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees do cordatildeo
umbilical (P024 a P026) Outras complicaccedilotildees do trabalho de parto ou do parto que afetam o
receacutem-nascido (P03) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo prolongada e peso elevado ao
nascer (P08) Traumatismo de parto (P10 a P15) Hipoacutexia intra-uterina e asfixia ao nascer
(P20 P21) Aspiraccedilatildeo neonatal (P24 exceto P243)
82
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido Transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal (P221 P228 P229 P23 P25 P27 P28) Infecccedilotildees
especiacuteficas do periacuteodo perinatal (P35 a P399 exceto P350 e P353) Hemorragia neonatal
(P50 a P54) Outras icteriacutecias perinatais (P58 P59) Transtornos endoacutecrinos e metaboacutelicos
transitoacuterios especiacuteficos e do receacutem-nascido (P70 a P74) Transtornos hematoloacutegicos do
receacutem-nascido (P60 P61) Transtornos do aparelho digestivo do receacutem-nascido (P75 a P78)
Afecccedilotildees que comprometem o tegumento e a regulaccedilatildeo teacutermica do receacutem-nascido (P80 a
P83) Outros transtornos originados no periacuteodo perinatal (P90 a P968)
13 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento Tuberculose respiratoacuteria
com confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A15) Tuberculose das vias respiratoacuterias sem
confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A16) Tuberculose de outros oacutergatildeos (A18)
Meningite (G001 a G03) Infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas superiores (J00 a J06) Pneumonia
(J12 a J18) Outras infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas inferiores (J20 a J22) Edema de laringe
(J384) Doenccedilas crocircnicas das vias aeacutereas inferiores (J40 a J47 exceto J43 e J44) Doenccedilas
pulmonares devidas a agentes externos (J68 a J69) Outras doenccedilas causadas por clamiacutedias
(A70 a A74) Outras doenccedilas bacterianas (A30 A31 A32 A38 A39 A40 A41 A46 A49)
Hipotireoidismo congecircnito (E030 E031) Diabetes mellitus (E10 a E14) Distuacuterbios
metaboacutelicos ndash fenilcetonuacuteria (E700) e deficiecircncia congecircnita de lactase (E730) Epilepsia
(G40 G41) Siacutendrome de Down (Q90) Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio (N390) Febre reumaacutetica e
doenccedila cardiacuteaca reumaacutetica (I00 a I09)
14 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede Doenccedilas infecciosas intestinais (A00 a A09) Algumas doenccedilas bacterianas
zoonoacuteticas (A20 a A28) Febres por arboviacuterus e febres hemorraacutegicas virais (A90 a A99)
Rickettsioses (A75 a A79) Raiva (A82) Doenccedilas devidas a protozoaacuterios (B50 a B64)
Helmintiacuteases (B65 a B83) Outras doenccedilas infecciosas (B99) Anemias nutricionais (D50 a
D53) Deficiecircncias nutricionais (E40 a E64) Desidrataccedilatildeo (E86) Acidentes de transportes
(V01 a V99) Envenenamento acidental por exposiccedilatildeo a substacircncias nocivas (X40 a X44)
Intoxicaccedilatildeo acidental por outras substacircncias (X45 a X49) Siacutendrome da morte suacutebita na
infacircncia (R95) Quedas acidentais (W00 a W19) Exposiccedilatildeo ao fumo ao fogo e agraves chamas
(X00 a X09) Exposiccedilatildeo agraves forccedilas da natureza (X30 a X39) Afogamento e submersatildeo
acidentais (W65 a W74) Outros riscos acidentais agrave respiraccedilatildeo (W75 a W84) Exposiccedilatildeo agrave
corrente eleacutetrica agrave radiaccedilatildeo e a temperaturas e pressotildees extremas do ambiente (W85 a W99)
Agressotildees (X85 a Y09) Eventos cuja intenccedilatildeo eacute indeterminada (Y10 a Y34) Exposiccedilatildeo a
forccedilas mecacircnicas inanimadas (W20 a W49) Acidentes ocorridos em pacientes durante
83
prestaccedilatildeo de cuidados meacutedicos e ciruacutergicos (Y60 a Y69) Reaccedilatildeo anormal em pacientes ou
complicaccedilatildeo tardia causadas por procedimentos ciruacutergicos e outros procedimentos meacutedicos
sem menccedilatildeo de acidentes ao tempo do procedimento (Y83 a Y84) Efeitos adversos de
drogas medicamentos e substacircncias bioloacutegicas usadas com finalidade terapecircutica (Y40 a
Y59)
No grupo 2 - Causas de morte mal-definidas
2 Causas de morte mal-definidas Sintomas sinais e achados anormais de exames cliacutenicos e
de laboratoacuterio natildeo classificados em outra parte (R00 a R99 exceto R95) Morte fetal de causa
natildeo especificada (P95) Afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal natildeo especificadas (P 969)
No grupo 3 - Demais causas de morte (natildeo claramente evitaacuteveis)
1 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) As demais causas de morte O grupo de
especialistas sugeriu que as anaacutelises fossem processadas por peso ao nascer
considerando evitaacuteveis as mortes de casos com peso a partir de 1500g subdivididos
nas seguintes categorias 1500g a 2499g ge2500g Recomendou-se realizar novas
validaccedilotildees da lista e verificar criteacuterios de magnitude para inclusatildeo na lista Os
acidentes de tracircnsitotransporte antes incluindo os coacutedigos V01 a V89 passaram
incluir os coacutedigos de V01 a V99
84
ANEXO 3
Oacutebitos Infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ Causa (CID10 3C) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
P00 -Feto e RN afetados afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relac gravidez atual (NCOP) 58 62 104 109 94 123 137 97 107 891
P22 Desconforto respiratoacuterio do RN 129 106 113 95 79 69 79 80 61 811
P36 Septicemia bacteriana do RN 75 90 78 66 52 64 78 80 97 680
P01 Feto e RN afet complic maternas gravidez 30 49 66 56 67 69 63 53 64 517
Q24 Outr malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeo 55 57 51 42 50 53 62 56 40 466
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr 34 46 38 52 44 58 50 34 61 417
J18 Pneumonia pmicroorg NE 50 36 47 33 42 42 47 27 41 365
R99 Outr causas mal definidas e NE
mortalidade 38 30 30 40 41 31 28 27 25 290
P21 Asfixia ao nascer 44 43 42 25 20 22 22 24 31 273
W84 Riscos NE a respiracao 14 21 20 35 29 34 23 21 30 227
P96 Outr afeccoes originadas periodo
perinatal 31 30 31 29 16 19 26 19 22 223
P07 Transt rel gest curt dur peso baix nasc
NCOP 23 25 30 26 13 11 22 21 23 194
P24 Sindr de aspiracao neonatal 28 17 16 17 20 24 24 22 21 189
Q89 Outr malformaccedilotildees congen NCOP 18 17 18 22 28 26 27 18 15 189
Q33 Malformaccedilotildees congen do pulmao 26 28 26 25 19 16 18 18 9 185
J21 Bronquiolite aguda 14 10 17 16 25 20 20 10 22 154
A50 Siacutefilis congecircnita 5 7 11 20 22 27 23 15 23 153
P77 Enterocolite necrotizante do feto e RN 9 20 14 8 16 21 21 24 20 153
A41 Outr septicemias 29 14 13 13 15 11 19 19 6 139
Q91 Sindr de Edwards e sindr de Patau 10 15 9 14 24 21 11 12 12 128
Q79 Malformaccedilotildees congen sist osteomuscular
NCOP 16 9 12 14 12 17 19 8 18 125
Q25 Malformaccedilotildees congen das grandes
arterias 7 19 18 16 14 11 11 12 14 122
Q20 Malformaccedilotildees congen camaras e
comunicaccedilotildees card 13 15 12 14 11 6 9 8 14 102
P29 Transt cardiovasc orig periacuteodo perinatal 16 7 12 15 5 9 8 18 11 101
Q00 Anencefalia e malformacoes similares 14 20 8 9 13 13 6 8 10 101
W78 Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico 11 11 9 9 10 11 16 10 13 100
Q21 Malformaccedilotildees congen dos septos
cardiacos 9 17 14 6 16 11 4 12 7 96
P20 Hipoacutexia intra-uterina 11 8 3 8 10 10 7 14 15 86
Q04 Outr malformaccedilotildees congen do ceacuterebro 10 5 8 9 6 8 6 13 17 82
P03 Fet rec-nasc afet out compl trab parto
parto 7 14 18 10 10 8 6 4 5 82
P39 Outr infecc especificas do periodo
perinatal 12 17 12 7 8 5 8 3 3 75
P28 Outr afeccoes respirat orig per perinatal 8 5 8 4 9 4 4 11 19 72
A09 Diarreia e gastroenterite orig infecc
presum 10 10 11 7 5 4 5 8 8 68
Q03 Hidrocefalia congen 8 4 10 10 6 6 5 8 10 67
Q90 Sindr de Down 6 11 7 3 8 6 7 4 7 59
P23 Pneumonia congen 7 7 7 11 5 5 5 5 5 57
Q99 Outr anomalias dos cromossomos NCOP 5 4 5 5 3 11 10 5 8 56
P26 Hemorragia pulmonar orig periodo
perinatal 5 5 5 3 6 7 10 3 11 55
P27 Doenc respirat cron orig periodo perinatal 2 8 4 10 9 8 3 7 4 55
G80 Paralisia cerebral infantil 3 3 4 9 8 9 6 2 2 46
P04 Fet rec-nasc infl af noc trans plac leit mat 4 5 6 6 10 3 3 5 2 44
G00 Meningite bacter NCOP 7 6 6 7 7 3 2 5 1 44
W79 nalacao ingest aliment caus obstr trat resp 2 3 5 3 1 6 4 4 6 34
Q87 Outr sindr cmalform cong q acomet mult
sist 0 3 7 2 3 1 5 8 5 34
P61 Outr transt hematologicos perinatais 1 5 3 2 7 5 4 5 2 34
P25 Enfisema interst afecc corr orig per perinat 5 6 8 4 3 1 2 3 0 32
85
Q23Malformaccedilotildees congen v aortica e mitral 3 1 2 5 4 1 4 3 8 31
P37 Outr doenc infecc e parasit congen 1 5 3 2 4 2 7 3 4 31
P52 Hemorragia intracran nao-traum feto rec-
nasc 6 4 5 3 3 0 3 4 2 30
Q60 Agenesia renal e outr defeitos reducao
rim 3 3 1 5 4 1 0 7 5 29
A39 Infecc meningogocica 1 5 7 3 2 3 4 2 2 29
J69 Pneumonite dev solidos e liquidos 4 7 5 0 5 5 1 0 1 28
Q22 Malform congen valvas pulmonar
tricuspide 4 4 2 4 3 4 0 3 3 27
I27 Outr form de doenc cardiaca pulmonar 2 7 2 2 3 4 1 1 3 25
Q39 Malformacoes congen do esofago 4 2 0 5 5 4 1 1 2 24
J98 Outr transt respirat 0 6 3 4 2 3 2 3 1 24
P83 Outr afecc compr tegum espec feto rec-
nasc 2 5 2 3 0 2 0 4 5 23
Q61 Doenc cisticas do rim 1 2 1 4 3 2 2 4 3 22
G04 Encefalite mielite e encefalomielite 1 2 3 4 3 3 3 0 3 22
I42 Cardiomiopatias 4 2 0 1 2 1 0 2 9 21
Q43 Outr malformaccedilotildees congen do intestino 3 2 1 1 3 3 3 3 2 21
E46 Desnutric proteico-calorica NE 4 4 1 2 3 4 1 1 1 21
K56 Ileo paralitico e obstr intestinal shernia 3 0 2 1 3 1 1 5 4 20
G93 Outr transt do encefalo 4 4 2 2 1 0 1 3 2 19
Q01 Encefalocele 0 3 4 1 2 4 3 1 1 19
Q44 Malformaccedilotildees congen vesic biliar via
biliar fiacutegado 0 1 1 3 3 1 4 3 1 17
E88 Outr disturbios metabolicos 1 4 2 3 1 0 3 1 1 16
I51 Complic cardiopatias doenc cardiacas mal
def 3 3 0 1 3 0 0 4 1 15
Q05 Espinha bifida 4 1 1 1 2 1 2 2 1 15
P05 Crescimento fetal retard e desnutric fetal 4 3 2 2 0 0 1 2 1 15
Y34 Fatos ou eventos NE e intenc nao
determinada 1 1 2 2 2 2 3 1 1 15
P70 Trans transit metab carboid esp fet rec-
nasc 3 0 0 1 0 5 1 3 1 14
Q77 Osteocondr canom cresc ossos long col
vert 2 0 2 0 2 2 5 0 1 14
P55 Doenc hemolitica do feto e do recem-
nascido 0 1 3 0 2 1 2 2 2 13
Q42 Ausencia atresia e estenose congen do
colon 2 0 1 2 1 2 1 3 1 13
Q78 Outr osteocondrodisplasias 2 1 0 2 0 1 4 2 1 13
B20 Doenc pHIV result doenc infecc e
parasit 2 4 1 1 0 0 3 1 1 13
P60 Coagulacao intravasc dissem feto rec-
nasc 3 0 2 0 1 3 4 0 0 13
P35 Doenc virais congen 3 4 0 1 1 3 1 0 0 13
G03 Meningite dev outr causas e a causas NE 3 3 1 1 0 1 0 2 1 12
A37 Coqueluche 0 0 1 0 1 5 0 1 3 11
Q07 Outr malformacoes congen do sist
nervoso 0 2 2 2 0 2 0 2 1 11
B01 Varicela 1 1 1 2 3 2 1 0 0 11
P74 Outr dist eletrolit metab transit per neonat 3 0 4 0 2 2 0 0 0 11
Q64 Outr malformacoes congen aparelho
urinario 2 0 2 1 1 1 1 0 2 10
Q62 Anom cong obstr pelv renal malf cong
ureter 1 1 1 0 1 2 2 1 1 10
E86 Deplecao de volume 3 1 1 3 2 0 0 0 0 10
P78 Outr transt ap digestivo periodo perinatal 0 0 1 2 1 0 1 1 3 9
N39 Outr transt do trato urinario 1 1 0 0 1 1 2 1 2 9
Q32 Malformaccedilotildees congecircnitas de traqueacuteia e
brocircnquios 0 1 0 3 0 0 2 2 1 9
Q41Ausecircncia atresia estenose congecircnita
intestino delgado 1 0 0 3 2 1 0 1 1 9
J15 Pneumonia bacteriana NCOP 1 2 1 0 3 0 0 1 1 9
K21 Doenc de refluxo gastroesofaacutegico 2 1 0 1 0 3 0 2 0 9
K72 Insuf hepatica NCOP 1 0 1 1 2 2 1 1 0 9
W75 Sufocaccedilatildeo e estrangulamento acidental na 0 0 0 1 1 1 0 4 1 8
86
cama
G91 Hidrocefalia 0 0 0 1 1 0 2 3 1 8
Q63 Outr malformacoes congen do rim 0 0 0 2 3 0 0 3 0 8
C71 Neopl malig do encefalo 3 0 1 1 3 0 0 0 0 8
Q75 Outr malformacoes congen ossos cranio e
face 1 0 1 0 0 0 2 0 3 7
Q02 Microcefalia 1 1 0 0 0 1 1 1 2 7
E84 Fibrose cistica 1 1 1 0 0 1 0 3 0 7
A91 Febre hemorragica dev virus do dengue 0 6 0 0 1 0 0 0 0 7
J45 Asma 3 1 2 1 0 0 0 0 0 7
H66 Otite media supurativa e as NE 0 0 0 0 1 1 1 1 2 6
E43 Desnutric proteico-calorica grave NE 0 1 0 1 0 1 1 1 1 6
Q28 Outr malform congen aparelho
circulatorio 3 0 1 0 0 0 1 0 1 6
E87 Outr transt equil hidroeletr e acido-basic 1 1 2 0 0 1 0 0 1 6
Q31 Malformacoes congen da laringe 0 2 0 0 0 0 1 3 0 6
W04 Queda enquanto carreg apoiado poutr
pessoas 0 0 2 1 0 1 1 1 0 6
A90 Dengue 1 3 0 0 1 0 1 0 0 6
Y07 Outr sindr de maus tratos 0 0 3 0 3 0 0 0 0 6
D65 Coagulacao intravascular disseminada 3 0 1 0 2 0 0 0 0 6
R95 Sindr da morte subita na infancia 0 1 0 0 0 0 1 2 1 5
B25 Doenc pcitomegalovirus 0 0 0 2 0 0 1 1 1 5
I62 Outr hemorragias intracranianas nao-
traum 0 2 0 0 0 0 1 1 1 5
I50 Insuf cardiaca 0 1 0 2 0 0 1 0 1 5
P76 Outr obstrucoes intestinais do recem-
nascido 0 1 1 0 1 1 0 0 1 5
K92 Outr doenc do aparelho digestivo 1 0 2 1 0 0 0 0 1 5
I31 Outr doenc do pericardio 0 0 1 1 1 0 1 1 0 5
J20 Bronquite aguda 0 0 0 0 1 3 0 1 0 5
A04 Outr infecc intestinais bacter 0 1 2 1 0 0 0 1 0 5
G40 Epilepsia 0 0 1 1 0 1 2 0 0 5
R68 Outr sint e sinais gerais 3 0 0 0 0 0 2 0 0 5
P56 Hidropsia fetal dev doenc hemolitica 1 1 2 0 0 0 1 0 0 5
X09 Exposicao a tipo NE de fumacas fogo
chamas 0 0 1 0 1 3 0 0 0 5
D57 Transt falciformes 1 0 1 1 1 1 0 0 0 5
G12 Atrofia muscular espinal e sindr
correlatas 0 1 0 0 0 0 1 0 2 4
Q45 Outr malformacoes congen aparelho
digestivo 1 0 0 0 0 0 1 0 2 4
A19 Tuberc miliar 0 0 0 1 1 0 0 1 1 4
I40 Miocardite aguda 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q26 Malformacoes congen das grandes veias 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q37 Fenda labial cfenda palatina 0 0 0 0 0 1 2 0 1 4
E75 Disturb metab esfingolip e outr depos
lipid 0 0 0 0 1 0 2 0 1 4
Q93 Monossomias e delecoes dos autossomos
NCOP 0 0 0 1 0 1 1 0 1 4
N19 Insuf renal NE 0 2 0 0 1 0 0 0 1 4
W06 Queda de um leito 0 0 0 0 1 1 1 1 0 4
Q30 Malformacao congen do nariz 0 1 1 0 0 0 1 1 0 4
N17 Insuf renal aguda 0 1 0 1 1 0 0 1 0 4
P90 Convulsoes do recem-nascido 1 2 0 0 0 0 0 1 0 4
P54 Outr hemorragias neonatais 0 0 1 0 1 0 2 0 0 4
V03 Pedestre traum colis automov pickup
caminhon 0 0 3 0 0 0 1 0 0 4
D64 Outr anemias 0 0 2 1 0 1 0 0 0 4
W74 Afogamento e submersao NE 1 0 1 1 0 1 0 0 0 4
K83 Outr doenc das vias biliares 0 2 1 0 0 1 0 0 0 4
P91 Outr disturbios funcao cerebral rec-nasc 0 2 0 1 1 0 0 0 0 4
N13 Uropatia obstrutiva e prefluxo 2 1 0 0 1 0 0 0 0 4
C74 Neopl malig da gland supra-renal 1 0 2 1 0 0 0 0 0 4
J22 Infecc agudas NE das vias aereas infer 0 0 0 1 0 0 0 0 2 3
J90 Derrame pleural NCOP 0 0 0 1 0 0 0 1 1 3
P38 Onfalite recem-nasc cou shemorragia 1 0 0 0 0 0 0 1 1 3
87
leve
E74 Outr disturbios do metabolismo
carboidratos 0 0 0 0 0 2 0 0 1 3
X59 Exposicao a fatores NE 0 0 0 0 1 1 0 0 1 3
I33 Endocardite aguda e subaguda 0 0 1 0 0 1 0 0 1 3
V09 Pedestre traum outr acid transp e NE 0 0 0 1 1 0 0 0 1 3
Y09 Agressao pmeios NE 1 0 0 0 1 0 0 0 1 3
I61 Hemorragia intracerebral 0 0 0 0 1 0 1 1 0 3
B22 Doenc pHIV result em outr doenc espec 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
W19 Queda sespecificacao 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
V89 Acid veic mot n-mot tipos de veic NE 0 0 0 0 1 1 0 1 0 3
P80 Hipotermia do recem-nascido 1 0 0 0 0 1 0 1 0 3
K55 Transt vasculares do intestino 0 0 1 1 0 0 0 1 0 3
Q27 Outr malformacoes congen sist vasc perif 0 2 0 0 0 0 0 1 0 3
A16 Tuberc vias respirat sconf bacter histol 0 1 0 0 0 0 2 0 0 3
L03 Celulite 0 0 0 0 1 1 1 0 0 3
K40 Hernia inguinal 0 0 0 1 1 0 1 0 0 3
Y19 Env out prod quim subst noc e NE int n
det 0 0 0 1 1 1 0 0 0 3
J38 Doenc das cordas vocais e da laringe
NCOP 0 0 1 0 1 1 0 0 0 3
C92 Leucemia mieloide 0 0 1 1 0 1 0 0 0 3
J96 Insuf respirat NCOP 1 0 1 0 0 1 0 0 0 3
J80 Sindr do desconforto respirat do adulto 0 0 1 0 2 0 0 0 0 3
Q40 Outr malform congen trato digestivo
super 0 0 1 1 1 0 0 0 0 3
A17 Tuberc do sist nervoso 1 1 0 0 1 0 0 0 0 3
P58 Ictericia neonatal dev outr hemolises
excess 0 0 2 1 0 0 0 0 0 3
D68 Outr defeitos da coagulacao 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
P15 Outr traum de parto 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
J09 Influenza (gripe) devida a viacuterus
identificado da gripe aviaacuteria
0 0 3 0 0 0 0 0 0 3
B99 Doenc infecc outr e as NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
W87 Exposicao a corrente eletrica NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
P72 Outr transt endocrinos transit period
neonat 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2
I21 Infarto agudo do miocardio 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2
D61 Outr anemias aplasticas 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2
A86 Encefalite viral NE 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
V47 Ocup automovel traum colis obj fixo
parado 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
E72 Outr disturbios metabolismo de
aminoacidos 1 0 0 0 0 0 0 0 1 2
J12 Pneumonia viral NCOP 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2
Y04 Agressao pmeio de forca corporal 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Y06 Negligencia e abandono 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
R09 Outr sint sinais relat ap circulat respirat 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2
E70 Disturbios metabolism aminoacidos
aromaticos 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
K31 Outr doenc do estomago e do duodeno 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
I88 Linfadenite inespecifica 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2
D76 Alg doenc q env tec linforr e sist
reticuloh 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
E14 Diabetes mellitus NE 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
Y05 Agressao sexual pmeio de forca fisica 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
D84 Outr imunodeficiencias 0 0 0 0 1 0 1 0 0 2
G71 Transt prim dos musculos 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
J86 Piotorax 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
Q34 Outr malformacoes congen aparelho
respirat 0 0 1 0 0 0 1 0 0 2
L02 Abscesso cutaneo furunculo e antraz 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
Q06 Outr malformacoes congen da medula
espinhal 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
E25 Transt adrenogenitais 0 0 1 0 0 1 0 0 0 2
D18Hemangioma e linfangioma de qq localiz 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
88
X99 Agressao objeto cortante ou penetrante 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
C76 Neopl malig outr localiz e mal definidas 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
K63 Outr doenc do intestino 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
J70 Afeccoes respirat dev outr agentes
externos 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
Y83 Reac anorm compl tard interv cirurg
sacid 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
I60 Hemorragia subaracnoide 0 0 0 1 1 0 0 0 0 2
J06 Infecc agudas vias aereas super loc mult
NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
P59 Ictericia neonatal dev outr causas e as NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
B24 Doenc pHIV NE 0 1 0 0 1 0 0 0 0 2
P92 Problemas de alimentacao do recem-
nascido 1 0 0 0 1 0 0 0 0 2
X36 Vitima avalanc desab terra out mov sup
terr 0 0 1 1 0 0 0 0 0 2
J10 Influenza dev virus influenza identificado 0 0 2 0 0 0 0 0 0 2
C22 Neopl malig figado vias biliares intra-
hepat 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E03 Outr hipotireoidismos 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E23 Hipofuncao e outr transt da hipofise 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
E41 Marasmo nutricional 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
A40 Septicemia estreptococica 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
C72 Neop mal med esp nerv cran out sist nerv
cen 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
E71 Dist metab aminoacidos cad ramif e acid
grax 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I26 Embolia pulmonar 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I80 Flebite e tromboflebite 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
N10 Nefrite tubulo-intersticial aguda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
P50 Perda sanguinea fetal 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Q92 Outr trissomias e trissom parc autoss
NCOP 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V04 Pedestre traum colis veic transp pesado
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V44 Ocup autom traum colis veic trans pesad
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
W20 Impacto caus objeto lanc projetado em
queda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Y08 Agressao poutr meios espec 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
D59 Anemia hemolitica adquir 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
G60 Neuropatia hereditaria e idiopatica 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
M60 Miosite 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
P53 Doenc hemorragica do feto e do recem-
nascido 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
W08 Queda de outr tipo de mobilia 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X08 Exposicao outr tipo espec fumaca fogo
chamas 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X91 Agressao enforc estrangulamento
sufocacao 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
B49 Micose NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C33 Neopl malig da traqueia 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C38 Neopl malig do coracao mediastino e
pleura 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C73 Neopl malig da gland tireoide 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C95 Leucemia de tipo celular NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
J39 Outr doenc das vias aereas super 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
K52 Outr gastroenterites e colites nao-infecc 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q36 Fenda labial 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q68 Outr deform osteomusculares congen 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C64 Neopl malig do rim exceto pelve renal 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
C91 Leucemia linfoide 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
D48 Neopl comp incdesconh outr localiz e NE 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J04 Laringite e traqueite agudas 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J34 Outr transt do nariz e dos seios paranasais 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
L51 Eritema polimorfo 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
89
Dedico esse trabalho agrave minha matildee
Vilma grande amor da minha vida
AGRADECIMENTOS
Agrave minha matildee Vilma por ser uma matildee maravilhosa pelo seu amor
Ao meu pai Seacutergio (in memorian) por ter me ensinado tantas coisas importantes sobretudo
ser uma pessoa honrada
Ao meus filho Daniel e tambeacutem a Minie e Cookie que amo tanto
Aos meus irmatildeos Maria Paula e Seacutergio por acreditarem em mim Agrave minha famiacutelia que eu
desejo toda a felicidade do mundo
Agrave minha orientadora Maria Tereza Fonseca da Costa pelo apoio compreensatildeo e carinho
Aos meus professores do mestrado queridos por terem me ensinado tantas coisas importantes
e terem ampliado tanto os meus conhecimentos
Ao professor Ricardo Mattos pela generosidade gentileza aleacutem de ter aceitado o convite para
a minha banca contribuindo com ensinamentos valiosos
Agrave professora Valeacuteria Romano pelo carinho aleacutem de ter aceitado fazer parte da minha banca
quando fez grandes contribuiccedilotildees ao trabalho
Aos amigos queridos do mestrado o carinho a amizade o companheirismo Foi um enorme
prazer ir agraves aulas desfrutar a alegria do conviacutevio com vocecirc Um agradecimento especial agrave
Nayara Borges que com tanta generosidade me ajudou no momento em que eu mais
precisava ao alto astral dos risos da amiga Mocircnica Soares e ao apoio da amiga Viviane
Pereira Porto Agradeccedilo tambeacutem a Ana Paula Moura Nunes querida do administrativo
Agrave amiga Denise de Mattos Gaudard amiga de muitos anos de uma vida que me ajudou tanto
no trabalho na sua formataccedilatildeo estruturaccedilatildeo e revisatildeo
Agrave minha terapeuta querida Beatriz Breves pelo apoio pelo incentivo pelo carinho pela
ajuda
Ao Bruno Cardoso da Gerecircncia de Dados Vitais da SVSSMS Rio por ter me apoiado com o
trabalho
Aos meus amigos amados que fazem a minha jornada nessa vida mais feliz
A Deus por iluminar o meu caminho por cuidar de mim e de todos que eu amo Por me
ajudar a tentar cada dia ser uma pessoa melhor
ldquoDeixai as crianccedilas virem a mim rdquo
(Mateus 1913-15)
RESUMO
Introduccedilatildeo A mortalidade infantil relaciona-se agraves condiccedilotildees sociais e econocircmicas da
populaccedilatildeo e tambeacutem agrave oferta e qualidade dos serviccedilos de sauacutede Apesar do decliacutenio de suas
taxas no Brasil nas uacuteltimas deacutecadas ela ainda se apresenta elevada quando comparada a
outros paiacuteses e haacute uma grande proporccedilatildeo de oacutebitos evitaacuteveis Objetivo Analisar a variaccedilatildeo
dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados para
o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea Programaacutetica (AP) 10 do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015 Metodologia Estudo exploratoacuterio
descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre a mortalidade infantil e sua evitabilidade
considerando os oacutebitos de menores de um ano de residentes na aacuterea de bairros centrais do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 com descriccedilatildeo da variaccedilatildeo por ano e
pelos triecircnios correspondentes a este periacuteodo Foram utilizados dados secundaacuterios de bases
dos sistemas de mortalidade e de nascimentos com classificaccedilatildeo das causas de oacutebitos
segundo Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do
Brasil Resultados Houve aumento de oacutebitos infantis em 2015 na aacuterea diferente da
diminuiccedilatildeo da meacutedia no municiacutepio Analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP
10 e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes
considerando-se o primeiro e uacuteltimo triecircnio Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da
Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na AP10 no periacuteodo estudado ainda se observa uma
proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
relacionadas aos oacutebitos infantis
Palavras Chave Mortalidade Infantil Causas de Morte Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
ABSTRACT
Introduction Infant mortality is related to the social and economic conditions of the
population and also to the supply and quality of health services Despite the decline of its
rates in Brazil in recent decades it is still high when compared to other countries and there is
a large proportion of preventable deaths Objective To analyze the variation of infant deaths
by components and according to the avoidance criteria recommended for the Brazilian
Unified Health System (SUS) in the Program Area (AP) 10 in the municipality of Rio de
Janeiro between 2007 and 2015 Methods Descriptive exploratory study of temporal and
quantitative series on infant mortality and its avoidability considering the deaths of children
under one year of age in the central districts of the city of Rio de Janeiro from 2007 to 2015
with a description of the variation per year and for the triennia corresponding to this period
Secondary data from the bases of mortality and birth systems were used with a classification
of causes of death according to the List of Causes of Deaths Avoidable by Interventions of the
Brazilian Unified Health System Results There was an increase in infant deaths in 2015 in
the area different from the average decrease in the municipality Analyzing the Infant
Mortality in AP 10 and MRJ we observed a reduction of their rates in relation to all their
components considering the first and last three years Although there was a reduction in
Infant Mortality in MRJ and also in AP10 during the period under study there is still a
significant proportion of Avoidable Causes by Intervention of the Unified Health System
related to infant deaths
Key words Infant Mortality Cause of Death Primary Health Care
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2010
Tabela 2 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao nascerlt 2500g
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios
MRJ 2007 a 2015
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal no periacuteodo
MRJ 2007 a 2015
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ
Tabela 14 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee
Tabela 15 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 21 - TMI por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 22 - TMI por componentes por periacuteodo no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Tabela 25 - TMI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio
Tabela 26 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade- MRJ
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeo segundo evitabilidade
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 33 - Taxa de MI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash MRJ e APs ndash 2007 e
2017
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 - Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo
feita em base ao periacuteodo de 2000 a 2010
Graacutefico 5 - Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP de 20715
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de
2007 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10 por triecircnio de 2007 a
2015
Graacutefico 12 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID no MRJ
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Figura 2 - Bairros da AP 10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 - Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
ANEXO 2 - Lista de causas evitaacuteveis
ANEXO 3 - Oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AP Aacuterea Programaacutetica (ou Aacuterea de Planejamento)
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
BP Baixo Peso
Cap Capiacutetulo
CID-10 Classificaccedilatildeo Estatiacutestica Internacional de Doenccedilas e Problemas Relacionados agrave
Sauacutede 10ordf revisatildeo tambeacutem conhecida como Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas 10ordf
revisatildeo
CMI Coeficiente de Mortalidade Infantil
CMS Centro Municipal de Sauacutede
CNDSS Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
DATASUS Departamento de Informaacutetica do SUS
DNV Declaraccedilotildees de Nascido Vivo
DO Declaraccedilatildeo de Oacutebito
DSS Determinantes Sociais de Sauacutede
EQSF Equipe Sauacutede da Famiacutelia
ESB Equipe de Sauacutede Bucal
ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano
MI Mortalidade Infantil
MRJ Municiacutepio do Rio de Janeiro
MS Ministeacuterio da Sauacutede
Nordm Nuacutemero
NV Nascidos Vivos
OBS Observaccedilatildeo
ODM Objetivos do Desenvolvimento do Milecircnio
OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OTICS Observatoacuterio de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo em Sistemas e Serviccedilos
de Sauacutede
PACS Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
PSF Programa de Sauacutede da Famiacutelia
RJ Rio de Janeiro
RN Receacutem-nascido
SIM Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade
SMS Secretaria Municipal de Sauacutede
SMS-RJ Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
SINASC Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos
SUBPAV Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria Vigilacircncia e Promoccedilatildeo da Sauacutede
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
TABNET eacute um instrumento desenvolvido pelo DATASUS ndash Departamento de Informaacutetica
do Sistema Uacutenico de Sauacutede oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) que permite tabulaccedilotildees on-
line de dados e geraccedilatildeo de informaccedilotildees
TMI Taxa de Mortalidade Infantil
TMF Taxa de Mortalidade Fetal
UIS Unidade Integrada de Sauacutede
UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria 22
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro 23
23 Mortalidade Infantil no Brasil 27
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis 31
3 OBJETIVOS 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 METODOLOGIA 37
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados 37
42 Cenaacuterio de Estudo 37
43 Estrateacutegia de Anaacutelise 38
44 Aspectos Eacuteticos 41
5 RESULTADOS 41
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro 42
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ 50
53 Mortalidade Infantil na AP 10 55
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10 58
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs 66
6 DISCUSSAtildeO 69
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 71
8 REFEREcircNCIAS 75
9 ANEXOS 80
17
1 INTRODUCcedilAtildeO
A mortalidade infantil eacute um assunto de extrema importacircncia no Brasil e em todo
mundo Aleacutem de ser um indicador das condiccedilotildees soacutecio econocircmicas de uma populaccedilatildeo
tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos de sauacutede Para Bezerra et al (2007) a taxa de
mortalidade infantil representa um indicador de extrema importacircncia sendo um dos mais
utilizados no acircmbito internacional e encontra-se relacionada com fatores soacutecio-ambientais
nutriccedilatildeo saneamento baacutesico fatores relacionados a serviccedilos que prestam atenccedilatildeo agrave gestante e
ao receacutem-nato (BEZERRA 2007) Apesar de apresentar um decliacutenio de suas taxas desde
1990 ainda tem sido um desafio minimizar seus determinantes que em grande parte satildeo
evitaacuteveis No Brasil ainda encontramos taxas elevadas de mortalidade infantil quando nos
comparamos a paiacuteses desenvolvidos A estimativa para o Japatildeo por exemplo era de uma taxa
de mortalidade infantil de 20 1000 em 2015 sendo uma das menores do mundo Jaacute para o
Canadaacute a taxa estimada era de 40 nos EUA 60 enquanto para o Brasil a estimativa era 150
1000 no mesmo periacuteodo (UNICEF 2015 p 1923 e 27)
Segundo Antunes (2015) estudos sobre as condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo suas
relaccedilotildees sociais econocircmicas bioloacutegicas culturais e poliacuteticas revelam as disparidades entre a
sauacutede de seus integrantes onde as condiccedilotildees sociais e econocircmicas fraacutegeis implicam
desigualdades em sauacutede (ANTUNES 2015) Buss e Pellegrini (2007) reforccedilam esta
observaccedilatildeo ao relatar que as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo diretamente ligadas agraves
condiccedilotildees sociais que agravadas pela iniquidade de renda contribuem para um risco
diferenciado na maior parte a populaccedilatildeo Para isso foi proposta uma seacuterie de conceitos sobre
os Determinantes Sociais de Sauacutede (DSS)
ldquoPara a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) os
DSS satildeo os fatores sociais econocircmicos culturais eacutetnico-raciais psicoloacutegicos e
comportamentais que influenciam a ocorrecircncia de problemas de sauacutede e seus fatores
de risco na populaccedilatildeordquo (BUSS e PELLEGRINI 2007 p 78)
Em 2005 foi criada a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
(DSS) a partir da orientaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) para se discutir e
ampliar o conhecimento e a consciecircncia sobre os determinantes sociais da sauacutede assim como
suas relaccedilotildees a desigualdade e iniquidade em sauacutede Para se analisar o conceito de
18
Iniquumlidade em sauacutede pode-se remontar a Whitehead (1992) apud Buss e Pellegrini (2007) que
traduz este conceito do ponto de vista eacutetico e social ao mencionar iniquidades em sauacutede como
sendo desigualdades injustas e indesejaacuteveis para a populaccedilatildeo (BUSS e PELLEGRINI 2007)
O conceito de equidade estabelece o direito de todos desde que se possa atender agraves
necessidades de pessoas que precisam mais fazendo com que haja justiccedila social Atraveacutes do
Relatoacuterio Final da Comissatildeo Nacional sobre Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) 2008
o Brasil esteve situado ldquoem 11ordm lugar entre os mais desiguais do mundo em termos de
distribuiccedilatildeo da rendardquo com dados de 2005 (CNDSS 2008 p11) produzindo uma injusta
desigualdade social (FIOCRUZ 2008)
A questatildeo da sauacutede como um princiacutepio baacutesico da humanidade tem tanta relevacircncia
que a partir de 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) propocircs o relatoacuterio onde
descreve os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) que continha metas
apontadas ateacute 2015 (ONU 2000) Esse relatoacuterio menciona o quarto objetivo que destaca as
estrateacutegias da ONU para os governos de todo mundo sobre quais satildeo as diretrizes para
promover a reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia em dois terccedilos tendo como referecircncia a taxa
de 1990 Santos et al (2012) ratificam que estas diretrizes foram sugeridas estrateacutegias
regionais que utilizaram os seguintes indicadores a taxa de mortalidade na infacircncia (menores
de 5 anos) entre 1990 e 2015 a taxa de mortalidade infantil (menores de 1 ano) e a proporccedilatildeo
de crianccedilas de ateacute 1 ano vacinadas contra o sarampo (SANTOS 2012)
A meta dos ODM a respeito dos oacutebitos infantis foi alcanccedilada no Brasil em 2010
passando para uma taxa de 156 oacutebitos por 1000 nascidos vivos embora o paiacutes ainda
apresente alta taxa de mortalidade infantil (IBGE 2016) Assim parece ser fundamental que
se conheccedilam as principais de causas de morte infantil assim como as causas de mortes
evitaacuteveis neste grupo a fim de contribuir para a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no Brasil
(MENEZES 2014)middot
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foi definido na Constituiccedilatildeo de 1988 e
regulamentado pelas Leis Orgacircnicas da Sauacutede (lei 88090 e Lei 814290) a fim de
democratizar os serviccedilos de sauacutede no Brasil dessa forma garantindo o acesso universal aos
serviccedilos de sauacutede puacuteblica Seus princiacutepios aleacutem da universalidade satildeo a integralidade
equidade a regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo da rede das accedilotildees e dos serviccedilos de sauacutede a
descentralizaccedilatildeo na sauacutede e participaccedilatildeo e controle social (BRASIL 2012)
19
O Programa Sauacutede da Famiacutelia instituiacutedo no Brasil em 1994 como um dos muitos
programas do governo brasileiro que seguem os princiacutepios e diretrizes do SUS trazendo a
reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria Em 1998 mudou de denominaccedilatildeo e passou a se chamar
Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia uma vez que sua principal caracteriacutestica foi a de ser uma
estrateacutegia de reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no Brasil (JESUS 2015)
Aleacutem de se apresentar como o primeiro contato do paciente com o serviccedilo de sauacutede o
PSF priorizou accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de sauacutede representando uma
importante conquista social prevista na Constituiccedilatildeo de 1988 A ESF permite um maior
acesso ao SUS assim como a realizaccedilatildeo de uma assistecircncia que busca acompanhar o
indiviacuteduo e sua famiacutelia dentro do seu ambiente social A atenccedilatildeo ao preacute-natal do mesmo
modo que os acompanhamentos da crianccedila menor de um ano possibilitam a prestaccedilatildeo de um
serviccedilo de qualidade agrave sauacutede materna e infantil no territoacuterio da ESF (BRASIL 2012)
A motivaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo ocorreu ao longo da construccedilatildeo da minha
carreira profissional como meacutedica generalista atuando na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde
2001 A humanizaccedilatildeo do atendimento o viacutenculo entre os profissionais de sauacutede e os usuaacuterios
da ESF assim como o atendimento longitudinal (ou seja ao longo do tempo) com enfoque
nas linhas de cuidado (relativas ao fluxo assistencial) garantidas ao usuaacuterio contribuem para a
percepccedilatildeo de uma maior e melhor oferta de assistecircncia agrave sua sauacutede visando melhorar os
indicadores de sauacutede A sauacutede infantil e a possiacutevel interferecircncia nos seus indicadores com a
expansatildeo da ESF na Cidade mostrou-se como um adequado tema para estudo O Mestrado
em Sauacutede da Famiacutelia e a realizaccedilatildeo desse estudo foram uma boa oportunidade quando
complementei esse tempo e experiecircncia de trabalho com uma pesquisa a qual poderaacute
contribuir no conhecimento sobre sauacutede na infacircncia observando-a no contexto expansatildeo
recente da atenccedilatildeo primaacuteria no municiacutepio do Rio de Janeiro
Por razotildees relacionadas agraves questotildees de tempo para a realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo do
Mestrado definiu-se uma aacuterea especiacutefica da Cidade sobre a qual as informaccedilotildees foram mais
objetivamente analisadas Uma suposiccedilatildeo inicial era a de que estaria ocorrendo melhoria
contiacutenua dos indicadores de sauacutede infantil com o maior acesso aos serviccedilos de sauacutede do
municiacutepio do Rio de Janeiro nos moldes dos paiacuteses e regiotildees que priorizam a atenccedilatildeo
primaacuteria haacute mais tempo Houve a definiccedilatildeo de aacuterea geograacutefica especiacutefica no municiacutepio para
melhor focalizar os interesses desse estudo a Aacuterea Programaacutetica 10 (AP 10) que seraacute
apresentada a seguir tambeacutem porque em 2015 foi observada tendecircncia de aumento da
mortalidade infantil nesta aacuterea diferente do que ocorreu na maior parte das aacutereas da Cidade
20
Como questatildeo norteadora inicial deste estudo apresentou-se ldquoComo estaacute o
Mortalidade Infantil apoacutes a expansatildeo da ESF na AP 10 em relaccedilatildeo agraves taxas do municiacutepio do
Rio de Janeirordquo
Neste momento foi tambeacutem importante compreender como ofertar cada vez mais
serviccedilos de sauacutede de qualidade para a populaccedilatildeo em especial agrave gestante ao receacutem-nascido e agrave
da crianccedila menor de um ano que necessitam ter um acesso facilitado e uma assistecircncia
qualificada visando contribuir com a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no municiacutepio
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria
Em setembro de 1978 a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Fundo das
Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (UNICEF) articularam uma Conferecircncia Internacional sobre
Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) Essa conferecircncia denominada ldquoConferecircncia de Alma-
Atardquo se tornou um marco histoacuterico para a sauacutede jaacute que o modelo anterior de atenccedilatildeo agrave sauacutede
com um vieacutes mais biomeacutedico verticalizado especializado e intervencionista estava sendo
fortemente questionado Eram necessaacuterias novas abordagens para a intervenccedilatildeo em sauacutede
(GIOVANELLA 2009)
ldquoNa Declaraccedilatildeo de Alma-Ata a APS eacute concebida como a atenccedilatildeo agrave sauacutede essencial
baseada em meacutetodos e tecnologias apropriadas cientificamente comprovados e
socialmente aceitaacuteveis cujo acesso deve ser garantido a todas as pessoas e famiacutelias
da comunidade mediante sua plena participaccedilatildeo Pressupotildee assim a participaccedilatildeo
comunitaacuteria e a democratizaccedilatildeo dos conhecimentos incluindo lsquopraticantes
tradicionaisrsquo (curandeiros parteiras) e agentes de sauacutede da comunidade treinados
para tarefas especiacuteficas contrapondo-se ao elitismo meacutedico Nessa concepccedilatildeo a
APS representa o primeiro niacutevel de contato com o sistema de sauacutede levando a
atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel de onde as pessoas residem e trabalham
Contudo natildeo se restringe ao primeiro niacutevel integrando um processo permanente de
assistecircncia sanitaacuteria que inclui a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo a cura e a reabilitaccedilatildeordquo
(GIOVANELLA 2009 p579)
Em seguida em 1986 foi realizada a Primeira Conferecircncia Internacional sobre
Promoccedilatildeo da Sauacutede em Ottawa no Canadaacute com vistas agraves novas propostas em sauacutede puacuteblica
segundo Emiacutelia Nunes (2011) Foi assinada ao final da Conferecircncia a Carta de Otawa que
aleacutem de propor uma visatildeo consciente sobre os determinantes de sauacutede por uma populaccedilatildeo
ativa e em relaccedilatildeo agraves questotildees voltadas para os serviccedilos de sauacutede propotildee tambeacutem a reduccedilatildeo
das disparidades sociais e econocircmicas dentre outros objetivos Buscava-se assim uma nova
sauacutede puacuteblica como uma grande estrateacutegia para a obtenccedilatildeo de ldquoSauacutede para todos no ano
2000rdquo (NUNES 2011)
Ainda em 1986 foi realizada a 8ordf Conferecircncia Nacional de Sauacutede no Brasil tendo
como presidente o meacutedico sanitarista Seacutergio Arouca Essa conferecircncia viria a ser um dos
marcos institucionais de uma reforma sanitaacuteria que nos apresentou os princiacutepios de um novo
sistema de sauacutede (AROUCA 2003)
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 pocircde concretizar a criaccedilatildeo de um novo sistema de
sauacutede o SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) cujos princiacutepios de equidade integralidade e
22
universalidade aleacutem de trazerem a democracia de volta ao paiacutes levaram agrave reorganizaccedilatildeo da
atenccedilatildeo agrave sauacutede (PAIVA e TEIXEIRA 2014)
Identifica-se no texto constitucional que aleacutem de ter como um dos seus objetivos
minimizar a desigualdade social procurou tambeacutem assegurar ao cidadatildeo direitos tais como
sauacutede que resulte em bem-estar educaccedilatildeo lazer seguranccedila trabalho etc (NORONHA
2013) O texto constitucional tambeacutem reafirma que
ldquoA sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e
econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e
recuperaccedilatildeordquo (BRASIL 1988 Artigo 196 Seccedilatildeo II DA SAUacuteDE)
Souza (2010) reforccedila que com base na Constituiccedilatildeo o Estado se articulou para
ampliar o alcance de suas poliacuteticas inclusivas de sauacutede e garantir o acesso dos serviccedilos de
sauacutede a todos atraveacutes de um processo de regulamentaccedilatildeo da estrutura de sauacutede descentralizada
que avanccedilou em 1990 atraveacutes ambas da Lei Orgacircnica de Sauacutede No 8080 que estrutura o
SUS e a Lei No 8142 que trata das respectivas transferecircncias de recursos aos entes
conveniados Estas leis dispotildeem acerca de accedilotildees e serviccedilos em sauacutede a serem executados pelo
SUS aleacutem dos objetivos diretrizes princiacutepios e campo seus de atuaccedilatildeo entre outras
disposiccedilotildees
A descentralizaccedilatildeo do SUS possibilita a sua atuaccedilatildeo aos niacuteveis locais coloca a
engrenagem poliacutetico-administrativa mais proacutexima do usuaacuterio do sistema de sauacutede permitindo
sua participaccedilatildeo nessa nova concepccedilatildeo de sauacutede Inclusive os repasses financeiros e a
participaccedilatildeo da populaccedilatildeo na gestatildeo do sistema de sauacutede tambeacutem fazem parte das leis
orgacircnicas de sauacutede (SOUZA 2010) O SUS implica uma rede de serviccedilos de sauacutede
articulados que presta atenccedilatildeo de forma assistencial integrada e longitudinal coordenada pela
Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (OUVERNEY e NORONHA 2013)
Na APS se estabelece a porta de entrada do indiviacuteduo ao sistema de sauacutede
correspondendo agraves primeiras accedilotildees de cuidados em sauacutede que satildeo levadas ao ambiente mais
proacuteximo de onde se encontram as pessoas (STARFIELD 2002)
Barbara Starfield (2002) tambeacutem considera como caracteriacutesticas especiacuteficas da APS
a prestaccedilatildeo de serviccedilos de primeiro contato a responsabilidade longitudinal pelo paciente
com continuidade da relaccedilatildeo cliacutenico-paciente ao longo da vida estabelecendo assim um
viacutenculo muito positivo entre os profissionais de sauacutede e pacientes a garantia de cuidado
integral considerando-se os acircmbitos fiacutesicos psiacutequicos e sociais da sauacutede dentro dos limites de
23
atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede e a coordenaccedilatildeo das diversas accedilotildees e serviccedilos indispensaacuteveis
para resolver necessidades menos frequentes e mais complexas
A primeira caracteriacutestica da atenccedilatildeo primaacuteria eacute de ser a porta de entrada para o sistema
de sauacutede o serviccedilo de primeiro contato Para isso ele deve ter seu acesso facilitado agraves pessoas
Para isso se faz necessaacuterio que as Unidades Baacutesicas de Sauacutede estejam localizadas proacuteximas
aos domiciacutelios das pessoas assim como proacuteximas tambeacutem de seus trabalhos escolas ou seja
onde vivem trazendo assim um conceito de capilaridade maior agrave assistecircncia (Brasil 2012)
Outra importante funccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria eacute encaminhar pacientes para a rede de atenccedilatildeo
secundaacuteria e terciaacuteria (especializadas) garantindo o seu acesso nessas redes A clientela deve
ser adstrita a um territoacuterio e deve ser garantida uma atenccedilatildeo integral (STARFIELD 2002)
Durante muito tempo atribuiu-se agrave melhoria das condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas como o
fator mais importante de reduccedilatildeo da mortalidade das populaccedilotildees Poreacutem mostrou-se inegaacutevel
o papel dos serviccedilos de sauacutede ofertados agrave populaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da morbimortalidade das
populaccedilotildees (BRASIL 2012)
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro
A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia eacute considerada uma estrateacutegia de expansatildeo qualificaccedilatildeo
e consolidaccedilatildeo da APS no paiacutes Ele segue os mesmos princiacutepios do SUS que satildeo
universalidade equidade integralidade regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo Sua atenccedilatildeo eacute sobre
a famiacutelia e natildeo apenas sobre o individuo Suas accedilotildees satildeo de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo de
doenccedilas assistecircncia recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo agrave sauacutede Seu objetivo eacute de promover o acesso
agrave sauacutede a todos (BRASIL 2012)
Segundo Carla Cazelli em sua dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave FIOCRUZ em
2003 o Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) do municiacutepio do Rio de Janeiro teve o seu
primeiro projeto implantado em 1995 na Ilha de Paquetaacute com uma relativa expansatildeo em
1999 para as comunidades do Borel - Tijuca Parque Royal - Ilha do Governador Canal do
Anil - Jacarepaguaacute Vilas Canoas - Satildeo Conrado e Vilar Carioca - Campo Grande CASELLI
2003 e foi ampliando paulatinamente o nuacutemero de equipes ateacute 2016 como pode ser
observado no ANEXO 1
Nos uacuteltimos anos outro contexto poliacutetico municipal determinou uma nova etapa de
efetiva expansatildeo do PSF fato este descrito por Harzheim (2013)
24
ldquoNo municiacutepio do Rio de Janeiro a cobertura da ESF em 2009 estava em torno de
7 A partir desse ano forte ecircnfase foi dada para a APS Iniciou-se uma reforma da
APS orientada pela qualidade representada pela criaccedilatildeo das novas Cliacutenicas de
Famiacutelia e pelas Unidades tipo A (ambas 100 ESF) diferente das unidades B
(Unidades com algumas equipes de ESF) e C (Unidades Tradicionais sem ESF) Ao
final de 2012 a cobertura populacional da ESF era 40rdquo (HARZHEIM 2013 p
11)
Em 2000 havia 13 equipes de ESF no municiacutepio e desde entatildeo ocorreu uma expansatildeo
no nuacutemero de equipes e unidades Esta expansatildeo passa a ser referida como Reforma da
Atenccedilatildeo Primaacuteria (RCSP) na Cidade do Rio de Janeiro iniciada em 2009 com alicerce na
mudanccedila organizacional da Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) que coloca a Atenccedilatildeo
Primaacuteria como ordenadora das Redes de Atenccedilatildeo A cobertura populacional no municiacutepio do
Rio de Janeiro em 2009 correspondia a 7 e no final de 2012 jaacute era de 40 da populaccedilatildeo
Conforme mostrado no Graacutefico 1 entre 2008 e 2016 a cidade do Rio de Janeiro apresentou a
maior ampliaccedilatildeo de acesso do paiacutes na APS (HARZHEIM 2013)
Graacutefico 1- Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Para fins de planejamento e gestatildeo a Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) do Rio de
Janeiro divide a cidade em dez aacutereas programaacuteticas (AP) Na Cidade a expansatildeo da
Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia ocorreu de maneira natildeo equilibrada nas AP Em 2010 foi
inaugurada uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 e uma na AP 21 enquanto dez Cliacutenicas de
Famiacutelia foram inauguradas na AP 53 como mostra a Tabela 1 Em 2011 foram inauguradas
uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 AP 40 e AP 53 nove Cliacutenicas na AP 32 e cinco Cliacutenicas
na AP 33 como pode ser visto na Tabela 2 A maior expansatildeo da ESF na AP 10 regiatildeo
relacionada ao presente estudo se deu em 2016 como podemos observar nos Graacuteficos 2 e 3
(OTICS 2017)
25
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2010
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 4 2
AP 21 1 11 4
AP 31 5 36 15
AP 52 3 13 6
AP 53 10 47 22
TOTAL 20 111 49
Fonte OTICS SMS 2017
Tabela 2- Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2011
Fonte OTICS SMS 2017
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 6 3
AP 31 4 22 9
AP 32 9 49 19
AP 33 5 24 10
AP 40 1 3 1
AP 51 4 30 12
AP 52 4 23 9
AP 53 1 6 3
TOTAL 29 163 66
26
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 - IBGE 2010 Plataforma SUBPAV e Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP
ateacute outubro de 2016
27
23 Mortalidade Infantil no Brasil
A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) eacute um indicador do niacutevel de sauacutede da populaccedilatildeo
importante para avaliar poliacuteticas de sauacutede puacuteblica (SANTOS e LANSKY 2015) aleacutem de
refletir qualidade de vida da populaccedilatildeo esta taxa tambeacutem se relaciona agraves suas diferentes
condiccedilotildees socioeconocircmicas (SANTANA 2011)
A TMI se refere aos oacutebitos ocorridos entre os menores de um ano (lt 1 ano) e pode ser
subdividida em dois componentes Neonatal e Poacutes- Neonatal O oacutebito neonatal eacute aquele que
ocorre nos primeiros 27 dias de vida e pode ainda se dividir em neonatal precoce (periacuteodo de
0 a 6 dias) e neonatal tardio (7 a 27 dias) O oacutebito poacutes-neonatal eacute aquele que ocorre entre o 28ordm
dia e 364ordm dia de vida (Brasil 2009)
Nas ultimas deacutecadas mais precisamente ateacute 1990 havia maior proporccedilatildeo de oacutebitos no
periacuteodo poacutes-neonatal Apoacutes 1990 foram constatadas mudanccedilas nos iacutendices de mortalidade
que passaram a predominar no periacuteodo neonatal no Brasil Essa mudanccedila foi consequumlente agrave
reduccedilatildeo das principais causas de mortalidade poacutes-neonatal como as doenccedilas infecto-
parasitaacuterias doenccedilas do trato respiratoacuterio e desnutriccedilatildeo com consequente aumento
proporcional das principais causas da mortalidade no periacuteodo neonatal precoce como a
prematuridade asfixia do receacutem-nato e doenccedilas infecciosas no receacutem-nascido (MENEZES
2014)
Para Lima (2006) o componente neonatal da Mortalidade Infantil constitui-se
problema de sauacutede puacuteblica uma vez que quantidade relevante dos oacutebitos que ocorrem neste
periacuteodo associa-se a causas evitaacuteveis (relativas ao acesso e agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
bem como agrave qualidade desta assistecircncia) Esse componente estaacute ligado agraves condiccedilotildees sociais
econocircmicas de assistecircncia agrave sauacutede materna e infantil comportamentais e bioloacutegicas dentre
outras mas tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos ofertados agraves matildees e aos receacutem-nascidos
durante o periacuteodo de gestaccedilatildeo do parto e periacuteodo neonatalmiddot
Tendo como referecircncia as notas teacutecnicas da Rede Interagencial de Informaccedilotildees para a
Sauacutede - RIPSA (2009) verifica-se o conceito de TMI definido a partir da divisatildeo do nuacutemero
de oacutebitos de menores de um ano de idade pelo nuacutemero total de nascidos vivos na populaccedilatildeo
residente em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (RIPSA 2009)
28
Outro conceito de mortalidade utilizado eacute a mediccedilatildeo proporcional por grupos de
causas no que se refere ao percentual de oacutebitos ocorridos por grupos de causas definidas na
populaccedilatildeo residente (BRASIL 2009)
Igualmente importante a se considerar a TMF (Taxa de Mortalidade Fetal) eacute calculada
dividindo-se o nuacutemero total de oacutebitos fetais pelo nuacutemero de nascimentos totais (nascidos
vivos e oacutebitos fetais) variando poreacutem o criteacuterio de idade gestacional e peso para definir o
oacutebito fetal (BARBEIRO 2015) Vaacuterias definiccedilotildees para oacutebito fetal satildeo apresentadas na
literatura Para a OMS o oacutebito fetal eacute aquele que ocorre antes de uma expulsatildeo completa do
produto da concepccedilatildeo do organismo materno independente da idade gestacional da matildee da
crianccedila Jaacute para o National Center for Health Statistics dos Estados Unidos a morte fetal eacute
aquela que ocorre apoacutes a 20 ordf semana completa de gestaccedilatildeo Outros autores utilizam alguns
paracircmetros como peso altura e idade gestacional avanccedilada para definir os oacutebitos fetais
(SAMPAIO 2010)
Em 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede instituiu um Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da
Mortalidade Materna e Neonatal Em 2009 o Pacto pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil
nas Regiotildees da Amazocircnia Legal e Nordeste do Brasil (PRMI) a fim de reduzir em 5 ao
ano a TMI nos anos de 2009 e 2010 sobretudo em seu componente neonatal
(GUERRERO 2010)
Rosacircngela Ferrari e col realizaram um estudo bibliograacutefico e descritivo em 2012
sobre a mortalidade poacutes- neonatal no Brasil entre 2004 e 2009 Aleacutem de evidenciarem o
decliacutenio da mortalidade infantil sobretudo de seu componente poacutes-neonatal no final de 1990
foi observada relaccedilatildeo estatisticamente significativa entre as condiccedilotildees de vida e a taxa de
mortalidade infantil (FERRARI et al 2012)
Em algumas regiotildees do Brasil houve uma diminuiccedilatildeo importante das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (mais de 80) seguidas pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio e por deficiecircncias
nutricionais e baixo peso ao nascer A duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo escore de Apgar menor que sete
no 1ordm e 5ordm minutos de vida e nuacutemero igual ou maior que seis consultas de preacute-natal tambeacutem
satildeo variaacuteveis que estatildeo relacionadas agrave mortalidade infantil Em regiotildees de menor renda e
importante desigualdade econocircmica ainda haacute elevada TMI Como principais causas de morte
infantil as doenccedilas diarreacuteicas e as pneumonias foram as principais causas evitaacuteveis de morte
infantil seguida das malformaccedilotildees congecircnitas causa dificilmente evitaacutevel de morte infantil
Fatores de risco relacionados agraves pneumonias satildeo idade menor que seis meses peso abaixo de
2500 gramas desmame precoce desnutriccedilatildeo deficiecircncia de micronutrientes (vitaminas A
29
ferro e zinco) e presenccedila de episoacutedio preacutevio de pneumonia A maior oferta de aacutegua potaacutevel e
rede de esgoto contribuiacuteram para a reduccedilatildeo das doenccedilas diarreacuteicas As causas externas como
os acidentes e causas mal definidas tambeacutem se relacionam com a mortalidade poacutes-neonatal
(FERRARI et al 2012)middot
O periacuteodo perinatal compreende aquele do final da gestaccedilatildeo (oacutebitos fetais) ateacute os seis
primeiros dias completos de vida As causas diretas de mortalidade perinatal satildeo o baixo peso
ao nascer e a prematuridade assim como fatores que envolvem a gestante e seu acesso agrave
assistecircncia ao preacute-natal Aleacutem disso fatores soacutecios econocircmicos e ambientais que estatildeo
relacionados agrave gestante tambeacutem podem interferir nos determinantes da morte infantil
(MARTINS 2013)
A mortalidade perinatal eacute um indicador que permite uma anaacutelise da assistecircncia de
sauacutede agrave gestante e o acesso a serviccedilos de sauacutede eficazes para que haja reduccedilatildeo dos fatores de
risco e agravos agrave gestante e ao RN (BRASIL 2010)
Devidos agraves iniquidades soacutecio-econocircmicas e diferentes fatores de risco regionais assim
como dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede de qualidade a mortalidade infantil e seus
componentes se apresentam de maneira variada entre as diversas regiotildees do Brasil No Norte
e no Nordeste ela se apresenta com maior expressatildeo que nas demais regiotildees Para
exemplificar estas diferenccedilas identifica-se em Silva 2013 a seguinte anaacutelise
ldquoA neo-mortalidade precoce em 2006 variou de 64 no Rio Grande do Sul a 197
por mil nascidos vivos em Alagoas (Departamento de Informaacutetica do SUS
Indicadores de mortalidade Acessado em 08Out2012) Nos paiacuteses desenvolvidos
a meacutedia da taxa de mortalidade neonatal precoce eacute de 40 por mil nascidos vivosrdquo
(SILVA 2013)
No Brasil a TMI apresentou uma tendecircncia decrescente nas uacuteltimas deacutecadas de 1990
a 2014 Em 1980 a taxa era de 785 oacutebitos mil nascidos vivos (NV) em 1990 era de 785
oacutebitos por mil nascidos vivos em 2000 era de 2736 por mil nascidos vivos e em 2010
alcanccedilou 1597 oacutebitos por mil nascidos vivos atingindo a meta estabelecida pela ONU como
mostra o Graacutefico 4
O componente poacutes-neonatal (28 dias a um ano de vida incompleto) apresentou a
maior tendecircncia de queda (73 ao ano) e o componente neonatal precoce (0 a 6 dias de
vida) a menor 31 ao ano Do fim da deacutecada de 80 em diante houve um aumento da
proporccedilatildeo do componente neonatal precoce em relaccedilatildeo ao componente poacutes-neonatal
(BRASIL 2010) A Tabela 3 tambeacutem mostra a tendecircncia decrescente da TMI nas regiotildees e
UF do Brasil de 2000 a 2010
30
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo feita em base
ao periacuteodo de 2000 a 2010
Fonte CGIAEDASISSVSMS 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Regiatildeo e UF 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Regiatildeo Norte
2862 2767 2659 2559 2447 2358 2275 2214 2306 2228 2097
Regiatildeo
Sudeste
1915 1831 1732 1701 1628 1538 1503 1457 1416 1389 1343
Regiatildeo Sul 1703 164 1605 1578 1498 138 1334 1294 1265 12 1158
Regiatildeo
Centro-Oeste
2092 2065 1929 187 1854 1771 1706 1651 1699 1644 1593
Distrito
Federal
144 1518 1365 133 1395 1363 128 1109 1189 1226 1216
Total
2736 263 2489 2388 2259 2143 2066 2001 1756 168 1597
Fontes SIM MS
Outro modo de analisar a mortalidade infantil eacute a sua observaccedilatildeo quanto agraves proporccedilotildees
segundo grupo de causas
ldquoAs afecccedilotildees perinatais constituem a principal causa de mortalidade de crianccedilas
menores de um ano no Brasil Em 1990 correspondiam a 40 dos oacutebitos infantis
Em 2008 essa proporccedilatildeo elevou-se para 60 A mortalidade proporcional por
malformaccedilotildees congecircnitas em menores de um ano aumentou de 67 em 1990 para
183 em 2008 Enquanto isso a mortalidade proporcional por doenccedilas infecciosas
reduziu-se de 146 para 53 dos oacutebitos infantis no mesmo periacuteodo o que
representa diminuiccedilatildeo de 64rdquo (BRASIL 2010)
No Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de causas de mortalidade infantil foi
devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de 60) seguidas das demais causas
31
definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-parasitaacuterias (em torno de 68) e pelas
doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Eacute importante lembrar que ainda podem existir problemas na qualidade dos registros de
oacutebitos em menores de um ano e fetais Devemos para isso avaliar a cobertura e qualidade do
Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos (SINASCC) e o de Mortalidade (SIM)
Algumas informaccedilotildees satildeo baacutesicas e devem constar de toda DO (declaraccedilatildeo de oacutebito) fetal ou
de menor de um ano O peso ao nascer um dos mais importantes assim como a idade
gestacional satildeo dados muitas vezes mal informados O momento do parto em que o oacutebito
ocorre eacute igualmente importante para a classificaccedilatildeo dos oacutebitos evitaacuteveis Ele pode ocorrer
antes do parto ou apoacutes o parto Esse dado tambeacutem eacute muitas vezes mal preenchido Outro
dado que se relaciona de maneira determinante com a MI eacute a escolaridade materna que do
mesmo modo eacute muitas vezes ignorado (BRASIL 2009)
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis
Para aumentar a qualidade de informaccedilotildees e o conhecimento da situaccedilatildeo de
mortalidade infantil e perinatal mostrou-se como necessaacuteria a vigilacircncia adequada e
diferenciada desses oacutebitos A partir da Declaraccedilatildeo de Oacutebito a vigilacircncia de oacutebito nos
municiacutepios coletaraacute dados para planejamento de accedilotildees que previnam esses oacutebitos e melhorem
seus indicadores
A partir de 1990 jaacute foram criados os primeiros Comitecircs de Investigaccedilatildeo do Oacutebito
Infantil (CIOI) sendo realizada a elaboraccedilatildeo do manual dos comitecircs de prevenccedilatildeo do oacutebito
infantil e fetal em 2004 para analisar os determinantes dos oacutebitos infantis e portanto traccedilar
estrateacutegias para minimizar esses determinantes (VENAcircNCIO 2010) Esse manual teve sua
versatildeo atualizada em 2009 (BRASIL 2009)
ldquoOs Comitecircs de Prevenccedilatildeo do Oacutebito Infantil e Fetal satildeo organismos
interinstitucionais de caraacuteter eminentemente educativo e formativo com atuaccedilatildeo
sigilosa Congregam instituiccedilotildees governamentais e da sociedade civil organizada
contando com participaccedilatildeo multiprofissional cuja atribuiccedilatildeo eacute dar visibilidade
acompanhar e monitorar os oacutebitos infantis e fetais e propor intervenccedilotildees para
reduccedilatildeo da mortalidade Satildeo instrumentos de gestatildeo que permitem avaliar a
qualidade da assistecircncia agrave sauacutede prestada agrave gestante ao parto e ao nascimento e agrave
crianccedila no primeiro ano de vida para subsidiar as poliacuteticas puacuteblicas e as accedilotildees de
intervenccedilatildeordquo (BRASIL paacuteg 46 2009)
32
As fichas para Investigaccedilatildeo do oacutebito infantil e fetal foram elaboradas para que
houvesse um padratildeo uacutenico a ser utilizado na vigilacircncia dos oacutebitos infantis e fetais Elas devem
ser preenchidas a partir de dados de prontuaacuterios cadernetas das gestantes entre outros e para
que as comparaccedilotildees do conteuacutedo das mesmas possam ser feitas e os dados do SIM sejam
obtidos com maior qualidade de informaccedilotildees Accedilotildees podem ser assim planejadas e executadas
de maneira uniforme nos trecircs niacuteveis municipal regional e estadual (BRASIL 2010)
Apesar da melhoria das condiccedilotildees socioeconocircmicas e o do aumento na oferta dos
serviccedilos de sauacutede nas uacuteltimas deacutecadas no Brasil a mortalidade infantil ainda eacute decorrente de
causas evitaacuteveis de mortalidade (SANTOS 2014) ldquoAs causas de mortes evitaacuteveis ou
reduziacuteveis satildeo definidas como aquelas preveniacuteveis total ou parcialmente por accedilotildees efetivas
dos serviccedilos de sauacutede que estejam acessiacuteveis em um determinado local e eacutepocardquo (MALTA
2010) Desde a deacutecada de 70 se pensa na evitabilidade do oacutebito infantil por serviccedilos de sauacutede
eficazes e atenccedilatildeo meacutedica qualificada (HARTZ et al1996)
Em 2008 foi publicada uma primeira versatildeo da lista de causas de mortes evitaacuteveis por
intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil (proposta em 2007) sob a coordenaccedilatildeo da
Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil Sua primeira revisatildeo
ocorreu em 2009 durante uma oficina realizada na 9ordf Mostra Nacional de Experiecircncias Bem-
Sucedidas em Epidemiologia Prevenccedilatildeo e Controle de Doenccedilas - 9ordf EXPOEPI (MALTA
2010a)
Santos et al realizaram uma pesquisa sobre mortalidade infantil em LondrinaParanaacute
em 2010 estudando a evitabilidade de oacutebitos infantis em coortes de nascidos vivos (NV)
referentes a dois biecircnios nos anos 2000 (20002001) e o biecircnio (20072008) O primeiro
biecircnio por ter ocorrido antes da expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia e o outro por ser o
mais proacuteximo ao estudo realizado Como resultado as taxas de mortalidade infantil foram de
1170 e 1120 por 1000 NV em 20002001 e em 20072008 Em ambos os biecircnios o
componente neonatal foi o que apresentou a maior taxa especialmente no periacuteodo neonatal
precoce com taxas de 624 e 636 oacutebitos por 1000 NV em 20002001 e 2007 2008
respectivamente O aumento maior foi o da taxa de mortalidade neonatal tardia de 182 oacutebitos
a cada 1000 NV no primeiro biecircnio e de 227 no biecircnio posterior A mortalidade poacutes-neonatal
foi a uacutenica que reduziu sendo que em 20002001 foi de 364 oacutebitos a cada 1000 NV e 257
em 20072008 A maioria dos oacutebitos nos dois biecircnios foi considerada evitaacutevel tanto quanto
em relaccedilatildeo agrave adequada atenccedilatildeo agrave mulher durante a gestaccedilatildeo e o parto quanto ao feto e ao
receacutem-nascido especialmente o relativo a adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (SANTOS
2014)
33
As mortes evitaacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo ocorreram mais entre
nascidos com baixo peso e as natildeo claramente evitaacuteveis entre crianccedilas com peso adequado em
ambos os biecircnios Aproximadamente sete em cada 10 oacutebitos infantis foram considerados
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS tanto no primeiro (716) como no segundo (655)
periacuteodo estudado (SANTOS 2014)
O baixo peso (BP) ao nascer eacute aquele em que o peso ao nascer eacute inferior a 2500 g
(OMS 2008) e ele estaacute relacionado tanto ao crescimento fetal quanto a duraccedilatildeo da gravidez
O crescimento fetal retardado eacute definido como peso ao nascimento inferior ao percentil 10
para a idade gestacional A prematuridade seria a duraccedilatildeo da gravidez cuja idade gestacional
se encontra menor que 37 semanas Fatores geneacuteticos (em torno de 40) e fatores maternos
(em cerca de 60) estatildeo relacionados ao crescimento fetal Quando satildeo realizadas de 4-6
consultas de preacute-natal haacute uma chance de quase 30 em reduzir o risco de BP e quando o
nuacutemero de consultas eacute igual ou maior que 7 chega-se a 40 menor o risco de BP ao nascer
(SILVA 2010)
Em outro trabalho publicado em 2014 realizado por Menezes et al com o objetivo de
analisar os oacutebitos de menores de um ano residentes em Belo Horizonte no periacuteodo de 2006 a
2011 foram utilizados criteacuterios para avaliaccedilatildeo de evitabilidade a partir da atualizaccedilatildeo da
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede As causas
dos oacutebitos evitaacuteveis foram entatildeo categorizadas como mostra o Quadro 1 (MENEZES 2014)
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
1) Causas evitaacuteveis
(a) reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo
(b) reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e parto e ao feto e ao receacutem-
nascido
(c) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento
(d) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas agraves accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede
2) Causas mal definidas
3) Demais causas natildeo claramente evitaacuteveis
34
Durante o periacuteodo do estudo obtiveram os seguintes dados 672 oacutebitos
neonatais 327 oacutebitos poacutes-neonatais e 004 oacutebito com faixa etaacuteria ignorada Esses dados
foram obtidos atraveacutes do SIM (Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade) e do SINASC
(Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos) apurou-se o nuacutemero de nascidos vivos nesse
periacuteodo Houve diminuiccedilatildeo de todos os componentes da mortalidade infantil poreacutem o
componente neonatal tardio apresentou a maior reduccedilatildeo (22) O componente neonatal
precoce correspondeu ao coeficiente de mortalidade com maior peso (72) nos oacutebitos do
periacuteodo neonatal As mortes consideradas evitaacuteveis corresponderam a 63 e estas se
relacionaram mais diretamente a uma falha na adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e na
adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido (RN) A mortalidade infantil por causas
evitaacuteveis diminuiu em 9 e as devidas agraves accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento foram
as que apresentaram maior reduccedilatildeo de 388 As pneumonias e outras doenccedilas bacterianas
foram as principais causas relacionadas a esse grupo As causas evitaacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido tambeacutem diminuiacuteram (307) principalmente devido agrave
reduccedilatildeo das infecccedilotildees especiacuteficas do periacuteodo perinatal e tambeacutem dos transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal As causas evitaacuteveis relacionadas agrave adequada atenccedilatildeo agrave
mulher na gestaccedilatildeo e as reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo a sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo apresentaram aumento enquanto natildeo houve nenhuma alteraccedilatildeo nas reduziacuteveis por
accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo As taxas de mortalidade classificadas como causas de morte mal-
definidas e as demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) tambeacutem tiveram seu nuacutemero reduzido
(MENEZES 2014)
Em 70 das mortes estas ocorreram em crianccedilas com baixo peso ao nascer
especialmente em crianccedilas com menos de 1500 gramas A adequada atenccedilatildeo na gestaccedilatildeo e a
adequada atenccedilatildeo ao feto e receacutem-nascido se correlacionaram com essas mortes Os
transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e peso baixo ao nascer transtorno
respiratoacuterio especiacutefico e infecccedilatildeo especiacutefica do periacuteodo perinatal foram as principais causas
de morte infantil por causas evitaacuteveis nesse estudo
ldquoNos oacutebitos de crianccedilas com peso ao nascer maior ou igual a 2500 g prevaleceram
os grupos de causas evitaacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento e
accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas as accedilotildees de atenccedilatildeo de sauacutede As demais
causas (natildeo claramente evitaacuteveis) representaram cerca de 280 das mortes infantis
e esta proporccedilatildeo foi crescente com o aumento do pesordquo (MENEZES2014)
Alguns fatores tais como oferta de serviccedilos de sauacutede prestados com qualidade
condiccedilotildees sociais e econocircmicas da populaccedilatildeo assim como seu perfil demograacutefico podem
estar relacionados agrave mortalidade proporcional por grupos de causas (Brasil 2010) Segundo as
35
tabelas apresentadas podemos observar que no Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de
causas de mortalidade infantil foi devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de
60) seguidas das demais causas definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (por volta de 68) e pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Houve uma diminuiccedilatildeo progressiva ao longo dos anos das afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatal assim como das doenccedilas infecto-parasitaacuterias e um aumento progressivo pelas
demais causas definidas Pequenas variaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
ocorreram ao longo do tempo poreacutem houve uma tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo
Estaacute apresentada no ANEXO 2 a Lista Brasileira de Causas de Mortes Evitaacuteveis por
Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede na populaccedilatildeo de 5 a 74 anos (MALTA 2010)
36
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Analisar a variaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de
evitabilidade preconizados para o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea
Programaacutetica 10 do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015
32 Objetivos especiacuteficos
bull Descrever a situaccedilatildeo de nascimento e oacutebitos infantis na AP 10 do municiacutepio do Rio de
Janeiro entre 2007 e 2015 em relaccedilatildeo ao municiacutepio e agraves demais aacutereas da cidade
bull Discutir a ocorrecircncia dos principais grupos de causas evitaacuteveis de mortalidade infantil
na AP 10 no municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e 2015
bull Contribuir para a produccedilatildeo de um informe teacutecnico sobre Mortalidade Infantil na AP
10 divulgando as informaccedilotildees prioritaacuterias para profissionais e gestores da aacuterea
37
4 METODOLOGIA
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados
Trata-se de um estudo exploratoacuterio descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre
a mortalidade infantil e sua evitabilidade considerando os oacutebitos de menores de um ano de
residentes na AP 10 e do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 no qual
ocorreu a expansatildeo da ESF na Cidade Seratildeo utilizadas as bases de dados secundaacuterios do
Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade (SIM) Ministeacuterio da Sauacutede disponiacuteveis pela
ferramenta TABNET na Plataforma da Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em
Sauacutede (SUBPAV) para toda gestatildeo da Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
(SMS-RJ)
As informaccedilotildees definidas para os objetivos deste estudo se relacionam aos oacutebitos em
menores de 1 ano sendo estes divididos ainda como oacutebitos neonatais neonatais precoces
neonatais tardios e poacutes-neonatais Informaccedilotildees sobre partos e nascimentos tambeacutem foram
incluiacutedas nesta descriccedilatildeo de dados tendo em vista sua relaccedilatildeo direta com oacutebitos infantis e a
possibilidade de observaccedilatildeo inicial sobre o padratildeo de ocorrecircncias na aacuterea em estudo
Esses dados secundaacuterios foram apurados na ferramenta TABNET na plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
A Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede
do Brasil (MALTA 2010) foi utilizada como paracircmetro para a anaacutelise por grupo de causas
no periacuteodo em estudo
42 Cenaacuterio de Estudo
As Aacutereas Programaacuteticas (AP) satildeo aacutereas divididas pela Prefeitura do Rio de Janeiro
para a gestatildeo da sauacutede A Secretaria Municipal de Sauacutede trabalha com essas AP desde 1993
quando foram chamadas de aacutereas de planejamento a fim de traccedilar planos estrateacutegicos em
relaccedilatildeo agrave sauacutede (SMS 2013)
A Aacuterea de Planejamento 10 (AP 10) corresponde agrave primeira das dez aacutereas
programaacuteticas do Municiacutepio do Rio de Janeiro como mostra a Figura 1
38
A Cidade do Rio de Janeiro eacute dividida em dez Aacutereas Programaacuteticas e a AP 10
corresponde aos bairros Benfica Caju Catumbi Centro Cidade Nova Estaacutecio Gamboa
Mangueira Rio Comprido Santa Teresa Santo Cristo Satildeo Cristoacutevatildeo Sauacutede e Vasco da
Gama
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Fonte IBGE- setembro de 2011
O Rio de Janeiro eacute um municiacutepio brasileiro de grande importacircncia
econocircmica sociocultural e financeira do paiacutes Em 2010 a populaccedilatildeo do Rio de Janeiro era de
6 320 446 habitantes (395 da populaccedilatildeo estadual) Dentre elas 4683 satildeo homens e
5317 mulheres Para 2015 era estimada uma populaccedilatildeo de 6 386 443 pessoas (IPP 2017)
A AP 10 aleacutem de ser o centro histoacuterico da Cidade do Rio de Janeiro tem em sua
formaccedilatildeo 14 bairros (jaacute citados) e 6 Regiotildees Administrativas (Centro Santa Teresa Rio
Comprido Paquetaacute Satildeo Cristoacutevatildeo e Portuaacuteria) como podemos observar na Figura 2 De
1970 a 2000 houve um decreacutescimo de 27 de sua populaccedilatildeo Paquetaacute foi a uacutenica regiatildeo a
sofrer um pequeno aumento de sua populaccedilatildeo em torno de 5 Eacute uma regiatildeo que atrai
trabalhadores onde setor de serviccedilos eacute o de maior procura No ano 2000 cinco regiotildees
administrativas tinham um alto IDH e apenas uma regiatildeo administrativa com meacutedio IDH
(IBGE 2016)
39
Figura 2 ndash Bairros da AP 10
Fonte Fonte IBGE- setembro de 2011
A AP 10 possui 17 unidades de Atenccedilatildeo Primaacuteria 75 equipes de Sauacutede da Famiacutelia 1
PS CASS 2 equipes NASF 2 equipes de consultoacuterio na rua e 1 Policliacutenica (SMS 2016)
Em 2015 a AP 10 tinha uma populaccedilatildeo estimada de 311265 habitantes e em 2010
estimava-se que 35 da populaccedilatildeo residia em favelas cerca de 103296 habitantes (IPP
2017)
O nuacutemero de famiacutelias cadastradas na ESF em 2009 era de 260 famiacutelias Em 2010
houve um aumento do nuacutemero de famiacutelias cadastradas para 8196 famiacutelias Em 2015 houve
um aumento significativo para 72786 cadastros e em 2016 uma estimativa de 79766
castrados das famiacutelias (SMS 2016)
A escolha da AP 10 para uma anaacutelise especiacutefica no estudo ocorreu pelo fato de ter
ocorrido um aumento da morte em menores de 1 ano no ano de 2015 alterando-se a
tendecircncia anterior
40
43 Estrateacutegia de Anaacutelise
A descriccedilatildeo da situaccedilatildeo de nascimentos e mortalidade infantil na AP 10 foi feita
utilizando-se o periacuteodo de 2007 a 2015 como a referecircncia para verificaccedilatildeo das variaccedilotildees
encontradas considerando-se diferentes variaacuteveis e os principais componentes da mortalidade
infantil Como jaacute citado os dados foram apurados na ferramenta TABNET na Plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
Ao iniciar-se este estudo tendo como objetivo a anaacutelise de dados ateacute 2015 e natildeo
estando este uacuteltimo ano ainda disponiacutevel na paacutegina da SMS Rio na internet e nem tampouco
no SIM DATASUS utilizou-se a ferramenta TABNET na Plataforma SUBPAV com
ciecircncia e apoio da Gerecircncia de Dados Vitais da SMS Esta plataforma tem acesso restrito a
profissionais que atuam na SMS
A partir da coleta de dados foi elaborado um banco no software Microsoft Excell
2016 no qual foram feitos os consolidados de frequecircncia por tipo de anaacutelise desejada visando
a apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas e graacuteficos
A anaacutelise descritiva estaacute apresentada levando em conta dados especiacuteficos de cada ano
assim como tambeacutem a variaccedilatildeo considerando-se trecircs triecircnios ndash de 2007 a 2009 de 2010 a
2012 e de 2013 a 2015 estrateacutegia esta que foi decidida a fim de que o nuacutemero de casos para
as aacutereas do municiacutepio particularmente a AP 10 se apresentasse com melhor consistecircncia do
que aquele com menores quantitativos quando considerados dados de somente o periacuteodo de
um ano
O processamento dos dados de Mortalidade Infantil e de seus componentes no
periacuteodo analisado e nas diferentes aacutereas do municiacutepio permitiu tambeacutem a verificaccedilatildeo das
variaccedilotildees de tendecircncias da AP 10 em comparaccedilatildeo com as demais aacutereas e com o municiacutepio do
Rio de Janeiro
Os dados referentes aos principais grupos de causas evitaacuteveis da Mortalidade Infantil e
seus componentes segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados pelo Ministeacuterio da
Sauacutede para o SUS no Brasil ocorridos nas AP do municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e
2015 tambeacutem seratildeo apresentados e discutidos
Informaccedilotildees mais relevantes deveratildeo ser destacadas para inclusatildeo em Informe Teacutecnico
produzido a parte do presente estudo visando divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees sobre Mortalidade
Infantil a profissionais e gestores da AP 10 assim como da SMS do Rio de Janeiro
41
44 Aspectos Eacuteticos
Embora o planejamento da pesquisa envolvesse principalmente a apuraccedilatildeo de dados
secundaacuterios considerando-se a necessidade de coleta de dados ainda natildeo divulgados houve
exigecircncia da SMS de que o projeto de pesquisa fosse submetido a parecer de eacutetica em
pesquisa
Desse modo a pesquisa cumpriu todas as etapas previstas nas normas nacionais que
subsidiam a pesquisa em sauacutede tendo como bases a Resoluccedilatildeo do CNEP 4662012 e
a Normativa 0012013 com encaminhamento para os Comitecircs de Eacutetica e Pesquisa da Estaacutecio
e da Secretaria Municipal de Sauacutede Para a avaliaccedilatildeo eacutetica o projeto de pesquisa foi
protocolado por meio do sistema Plataforma Brasil uma base nacional e unificada de
registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema CEPCONEP
Este estudo estaacute relacionado agrave apuraccedilatildeo e anaacutelise de dados secundaacuterios o que implicou
uma reduccedilatildeo plena de riscos envolvendo as pesquisas em sauacutede Durante todo o processo de
coleta processamento e anaacutelise de dados todas as precauccedilotildees para garantir-se o sigilo e a
confidencialidade das informaccedilotildees foram tomadas com o compromisso de natildeo ser divulgado
qualquer dado que permitisse direta ou indiretamente a identificaccedilatildeo de serviccedilos unidades de
sauacutede ou profissionais envolvidos na assistecircncia dos casos
Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica da SMS do Rio de Janeiro com
nuacutemero de parecer da aprovaccedilatildeo 1836593 no dia 25112016
42
5 RESULTADOS
Foram levantados os dados de nascimento e oacutebitos do Municiacutepio do Rio de Janeiro
(MRJ) e das suas diferentes aacutereas programaacuteticas atraveacutes da ferramenta TABNET disponiacutevel
no acesso a Indicadores e Dados Estatiacutesticos no portal da SMS do Rio de Janeiro e na
Plataforma SUBPAV No iniacutecio deste levantamento considerando os objetivos deste estudo
os dados do ano de 2015 natildeo estavam disponiacuteveis neste acesso sendo necessaacuteria a
colaboraccedilatildeo da Gerecircncia de Dados Vitais da Superintendecircncia de Vigilacircncia em Sauacutede da
SMS que forneceu as informaccedilotildees necessaacuterias para a anaacutelise de todo periacuteodo estudado
incluindo-se o ano de 2015
As informaccedilotildees seratildeo apresentadas como seacuterie histoacuterica do ano de 2007 anterior ao
iniacutecio da chamada reforma da APS no municiacutepio que se sugere tenha comeccedilado em 2009 ateacute
o ano de 2015 quando se iniciou a proposta deste estudo As informaccedilotildees seratildeo tambeacutem
apresentadas com os dados consolidados por triecircnios 2007 a 2009 2010 a 2012 e 2013 a
2015 o que foi decidido porque desse modo seriam agrupados mais dados de mortalidade em
populaccedilotildees menores como satildeo as aacutereas programaacuteticas de sauacutede no Rio de Janeiro Esta
definiccedilatildeo metodoloacutegica para anaacutelise por triecircnios tambeacutem foi decidida com o objetivo de
suavizarem-se variaccedilotildees aleatoacuterias no nuacutemero de oacutebitos em determinado ano estimando-se a
meacutedia aritmeacutetica do triecircnio como foi utilizado em recente estudo sobre Mortalidade Infantil
em Minas Gerais (LISBOA et al 2015)
Antes de apresentar os resultados relacionados ao levantamento de oacutebitos infantis no
MRJ optou-se por incluir informaccedilotildees sobre nascimentos tendo em vista a possibilidade de
acesso ao SINASC na mesma plataforma da SMS e porque possuem estreita relaccedilatildeo com
aspectos ligados ao risco de oacutebitos em menores de um ano Julgou-se importante observar os
dados referentes ao nuacutemero de nascimentos ocorridos tanto no MRJ e na AP 10 uma vez que
haacute estreita relaccedilatildeo do nuacutemero de nascidos vivos com o caacutelculo da taxa de mortalidade infantil
o que poderia indicar sugestotildees de anaacutelises posteriores mesmo que fora dos objetivos do
presente estudo
43
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro (MRJ)
Aleacutem da variaccedilatildeo de nascimentos no periacuteodo alguns fatores como o baixo peso ao
nascer filhos de matildees adolescentes tipo de parto nuacutemero de consultas de preacute-natal assim
como o nascimento em unidades SUS seratildeo aqui tambeacutem apresentados
Em 1997 o total de nascidos vivos no MRJ foi de 103193 com Taxa de Natalidade
de 186 1000 habitantes neste ano Esses indicadores apresentaram um decreacutescimo ateacute 2007
quando o total de nascimentos foi de 82019 e a Taxa de Natalidade de 133 1000 habitantes
A partir deste ano com exceccedilatildeo de 2010 observa-se um aumento do nuacutemero de nascimentos
na cidade e a Taxa de Natalidade elevaram-se para 143 1000 habitantes em 2015 com
90439 nascimentos no MRJ segundo as informaccedilotildees disponibilizadas pela SVSSMS
A Tabela 4 apresenta os dados de nascidos vivos por ano de 2007 a 2015 Foi
observado um aumento de nascimentos na Cidade nos uacuteltimos anos o que contrastou com
periacuteodos anteriores se considerarmos que no ano de 2015 por exemplo o total de nascidos
vivos foi de 90532 como disponiacutevel na mesma fonte nuacutemero superior ao do ano de 2007
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variaccedilatildeo
N
10 4638 4632 4822 4733 4680 4446 4506 4669 4656 18
21 6211 6275 6371 6873 6576 6405 6445 6624 6556 345
22 3572 3573 3552 3607 3521 3503 3526 3607 3648 76
31 11316 11438 11514 10914 11644 11420 11683 11861 12073 757
32 7325 7071 7124 7134 7224 7156 7283 7523 7268 -57
33 12585 12379 12913 12304 12573 12648 12900 13011 13030 445
4 11817 12388 13246 13069 14019 14387 14451 15148 15430 3613
51 8559 8337 8560 8565 9050 9019 9487 9459 9414 855
52 9671 9865 9725 9537 10190 10492 10688 11364 11446 1775
53 5610 5680 5971 5776 5861 6265 6405 6368 6718 1108
Ign 715 703 617 745 601 636 100 289 293 -422
MRJ 82019 82341 84415 83257 85939 86377 87474 89923 90532 8513
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao analisar o percentual da variaccedilatildeo dos nascidos vivos nos triecircnios 20072009
20102012 e 20132015 observa-se que o MRJ teve um aumento de 77 enquanto o
percentual da variaccedilatildeo da AP 10 sofreu um decreacutescimo de 19 A regiatildeo dos bairros do
Centro da cidade e adjacecircncias foi a uacutenica AP que apresentou um decreacutescimo do nuacutemero de
44
nascimentos considerados o primeiro e uacuteltimo triecircnio analisados enquanto a AP 40
apresentou o maior aumento do nuacutemero de nascidos vivos no mesmo periacuteodo
correspondendo a um aumento de 202 como podemos ver na Tabela 5 O Graacutefico 5
mostra a variaccedilatildeo do percentual dos nascidos vivos por AP e na totalidade do MRJ de 2007 a
2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
N
Variaccedilatildeo
1 14092 13859 13831 -261 -19
21 18857 19854 19625 768 41
22 10697 10631 10781 84 08
31 34268 33978 35617 1349 39
32 21520 21514 22074 554 26
33 37877 37525 38941 1064 28
4 37451 41475 45029 7578 202
51 25456 26634 28360 2904 114
52 29261 30219 33498 4237 145
53 17261 17902 19491 2230 129
MRJ 248775 255573 267929 19154 77
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 5 -Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP
MRJ 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
45
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao observamos o peso ao nascimento constatamos que apesar de ter havido uma
reduccedilatildeo do nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) entre 2007 e 2015 em
todas as AP a AP 51 apresentou aumento de seu percentual (98) como mostra a Tabela 6
A AP 10 apresentou o maior decreacutescimo da proporccedilatildeo de nascimentos de crianccedilas com baixo
peso havendo diminuiccedilatildeo desta proporccedilatildeo em quase todas as aacutereas exceto 51 e 53
Considerando-se os triecircnios estudados constata-se uma diminuiccedilatildeo gradativa do
percentual de nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) no municiacutepio do
Rio de Janeiro assim como tambeacutem representado no Graacutefico 6 e apresentado na Tabela 7
sendo que na AP 10 esta variaccedilatildeo foi a de maior valor
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP do MRJ de 2007209 a 201315
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao Nascer lt 2500g
AP Resid 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10 110 103 101 105 98 97 93 89 96
21 89 91 95 96 90 90 81 92 87
22 94 99 95 101 103 85 88 85 91
31 97 97 101 100 95 100 92 95 90
32 103 94 98 102 98 99 99 91 101
33 100 100 99 95 94 96 93 96 96
4 95 96 95 92 88 92 89 94 94
51 95 96 97 92 89 98 91 88 98
52 95 89 92 92 92 85 94 90 83
53 96 92 94 92 95 95 95 89 96
MRJ 97 95 97 96 93 94 92 92 93
46
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 104 100 92 -116
21 92 92 87 -52
22 96 96 88 -81
31 98 99 92 -63
32 98 100 97 -17
33 100 95 95 -47
4 96 91 92 -33
51 96 93 92 -42
52 92 89 89 -30
53 94 94 94 -08
MRJ 96 94 92 -43
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Com relaccedilatildeo aos nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes eles diminuiacuteram
ao longo do periacuteodo analisado em todo o MRJ e em todas as AP Em 2015 o percentual de
nascimentos de matildees adolescentes foi de 153 no MRJ enquanto em 2007 era de 172 No
triecircnio 201315 esse percentual meacutedio foi de 159 em contraste com 169 do primeiro
triecircnio apresentando assim uma reduccedilatildeo de quase 6 como pode ser visto na Tabela 8 O
maior percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 201315 correspondeu agrave AP
53 (214) e o menor percentual correspondeu ao da AP 21(84) As maiores variaccedilotildees do
percentual nos triecircnios estudados ocorreram nas aacutereas 21 e 22 onde os bairros apresentam
melhores indicadores econocircmicos e sociais
47
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e
Variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 197 185 181 -81
21 102 93 84 -176
22 125 113 103 -176
31 187 187 183 -21
32 166 157 152 -84
33 178 181 174 -22
4 138 131 123 -108
51 187 186 179 -48
52 180 174 169 -61
53 223 209 214 -40
MRJ 169 163 159 -59
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Observamos um aumento do percentual de nascimento por parto cesaacutereo nos trecircs
triecircnios estudados em todo o MRJ como pode ser visto na Tabela 9 Nota-se que no segundo
triecircnio (20102012) houve um aumento do percentual em todas as AP em relaccedilatildeo ao primeiro
triecircnio (20072009) A maior variaccedilatildeo do percentual por nascimento por parto cesaacutereo se deu
na AP 52 (147) enquanto a menor variaccedilatildeo ocorreu na AP 31 (01) As aacutereas 52 e 53
apresentaram um aumento importante de partos cesaacutereos Na AP 10 este aumento percentual
foi dos menores no MRJ
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 478 523 486 16
21 626 650 640 21
22 657 677 670 19
31 514 540 515 01
32 546 591 572 49
33 534 569 577 82
4 575 611 615 70
51 525 552 534 18
52 506 562 580 147
53 419 468 477 140
MRJ 536 574 567 58
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
48
Os nascimentos com registro no SINASC de adequado nuacutemero de consultas de preacute-
natal tambeacutem foi verificado levando-se em conta a associaccedilatildeo teoacuterica desta assistecircncia com
morbidade e mortalidade infantis Em todo o MRJ houve um aumento do percentual de
nascimentos com 7 ou mais consultas de preacute-natal de 2007 a 2015 exceto na AP 33 onde
houve diminuiccedilatildeo do seu percentual A AP 10 apresentou 724 desses nascimentos em
2015 como mostra a Tabela 10 com 7 ou mais consultas de preacute-natal
Atraveacutes do Graacutefico 7 pode ser observado um decreacutescimo de nascimentos de gestantes
com menos de 7 ou mais consultas de preacute-natal em quase todas as AP sendo a reduccedilatildeo mais
importante a ocorrida na AP 21 (309) e exceto na AP 33 com um aumento de 11 de
gestantes com menos de 7ou mais consultas de preacute-natal
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal
No periacuteodo MRJ 2007 a 2015 AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
1 647 647 624 633 647 648 696 705 724
21 802 825 811 796 794 836 855 829 839
22 817 816 816 814 781 812 808 810 823
31 649 619 598 590 597 635 670 700 722
32 674 672 672 676 657 706 740 761 762
33 689 641 674 639 625 652 662 659 668
4 710 685 662 658 648 705 741 726 766
51 674 625 615 615 619 635 657 684 709
52 661 628 617 630 641 662 689 699 733
53 589 593 611 571 581 612 669 724 768
MRJ 685 663 658 650 647 679 708 717 741
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
49
Os nascimentos em unidades SUS no MRJ apresentaram uma meacutedia de 579 em
20132015 quando eram 548 em 20072009 Na AP 10 houve um aumento de 170 em
relaccedilatildeo a esses nascimentos em contraste com a AP 22 que teve uma reduccedilatildeo de mais de
50 como mostra a Tabela 11 Uma provaacutevel ampliaccedilatildeo de oferta de leitos SUS para a
assistecircncia ao parto na AP 10 pode ser estimada a partir do importante acreacutescimo na
proporccedilatildeo de nascimentos no SUS nesta aacuterea comparando-se este dado com a variaccedilatildeo
meacutedia do MRJ
O percentual de nascimentos no SUS no triecircnio 201315 foi maior nas AP 53
(765) AP 51(699) e AP 31(671) e os menores percentuais corresponderam agraves AP
22(164) e AP 21 (263) Nos trecircs triecircnios estudados o maior aumento do percentual de
nascimentos no SUS se deu na AP 31 (145) e a AP 22 apresentou um decreacutescimo
importante de 173
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015
Variaccedilatildeo
10 538 563 629 170
21 245 266 263 72
22 337 230 164 -513
31 526 651 671 275
32 578 572 570 -13
33 583 621 616 57
4 512 513 509 -06
51 663 682 699 54
52 633 625 628 -07
53 750 725 765 21
MRJ 548 567 579 57
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
As observaccedilotildees das variaacuteveis apresentadas tendo como fonte o SINASC natildeo
permitiram identificar padratildeo de variaccedilatildeo que tivesse relaccedilatildeo teoacuterica com o aumento da
Mortalidade Infantil na AP 10 no ano de 2015 salvo a questatildeo do aumento da natalidade
fato estes comem a todas as aacutereas da Cidade no periacuteodo estudado
50
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ
A mortalidade infantil no municiacutepio do Rio de Janeiro apresenta uma tendecircncia
decrescente haacute vaacuterios anos e estudos de Matos et al (2007) sobre mortalidade infantil no MRJ
no periacuteodo de 1979 a 2004 demonstraram que houve um decreacutescimo de todos os
componentes relativos aos oacutebitos infantis nesse periacuteodo
No Graacutefico 8 pode-se observar de que maneira ocorreu essa tendecircncia decrescente
das TMI e seus componentes no MRJ de 1980 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
51
A Tabela 12 apresenta as variaccedilotildees das TMI e seus componentes no MRJ ao longo dos
triecircnios 20072009 20102012 e 20132015 verificando-se uma variaccedilatildeo negativa destes
indicadores ou seja a reduccedilatildeo da mortalidade infantil em todos os seus componentes
principalmente da mortalidade ocorrida no periacuteodo poacutes-neonatal com uma reduccedilatildeo importante
de 168
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados Faixa Etaacuteria Infan 20072009 20102012 20132014 Faixa
Etaacuteria inf
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 lt 7d -73
07-27 23 21 22 07-27 -60
28d-lt1 49 47 41 28d-lt1 -168 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis eacute uma importante estrateacutegia da vigilacircncia da
mortalidade (BRASIL 2009) cujos objetivos se relacionam agrave possibilidade de contribuir para
o desenvolvimento de accedilotildees especiacuteficas que visem a reduccedilatildeo dessas taxas A investigaccedilatildeo dos
oacutebitos infantis iniciou-se no municiacutepio do Rio de Janeiro em 2006 e no ano seguinte que
representa o limite inicial do presente estudo foram apenas investigados 347 dos oacutebitos
infantis (SMS 2016) Em 2015 ocorreram 1094 oacutebitos infantis sendo investigados 904
oacutebitos ou seja 826 do total demonstrando um incremento importante dos oacutebitos
investigados como mostra o Graacutefico 9
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A Tabela 13 e o Graacutefico 10 mostram que foram investigados 754 dos oacutebitos
relativos ao periacuteodo neonatal precoce (lt 7 dias) 845 no periacuteodo neonatal tardio e 915
ao periacuteodo poacutes-neonatal no MRJ em 2015
52
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ Faixa Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 384 648 702 738 832 880 828 801 754
07-27 460 598 644 749 838 889 864 870 845
28d-lt1 250 573 609 776 781 848 886 910 915
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tambeacutem foram observados os oacutebitos referentes a algumas variaacuteveis de risco como a
idade da matildee a idade gestacional das matildees e o peso do RN ao nascer considerando a
proporccedilatildeo de oacutebitos infantis por cada uma dessas variaacuteveis nas aacutereas e MRJ
A Tabela 14 apresenta a proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis ocorridos em matildees nas
diferentes faixas etaacuterias Houve um aumento do percentual de oacutebitos em matildees nas faixas
etaacuterias de 20 a 24 anos 45 a 49 anos diminuiccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis nas
adolescentes
53
Tabela 14 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee MRJ
Idade
Matildee
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10-14 07 15 06 09 06 21 14 14 16
15-19 179 147 161 167 183 181 185 162 169
20-24 215 228 210 190 203 212 199 240 209
25-29 181 191 186 203 171 188 202 215 197
30-34 156 138 139 145 158 152 157 179 176
35-39 69 80 89 96 101 109 112 101 139
40-44 29 28 33 33 40 34 35 44 48
45-49 06 04 03 02 02 02 02 06 01
Ign 159 168 172 155 136 102 95 38 46
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Outra variaacutevel de risco para os oacutebitos infantis se relaciona agrave idade gestacional das
matildees O maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 ocorreu entre a 37- 41 semanas de
gestaccedilatildeo correspondendo a um total de 167 oacutebitos de 2007 a 2015 Tambeacutem houve um
grande nuacutemero de oacutebitos (129 oacutebitos) entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo nesse periacuteodo A
soma dos oacutebitos infantis ocorridos nesses dois periacuteodos de gestaccedilatildeo correspondeu a um pouco
mais da metade do nuacutemero de oacutebitos totais no periacuteodo analisado conforme mostra a Tabela
15
Tabela 15 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Semanas
Gestaccedilatildeo
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Menos 22 22 23 71 26 73 61 68 58 63
22 a 27 227 246 196 212 181 197 205 228 228
28 a 31 165 155 174 155 136 156 144 159 143
32 a 36 193 169 173 224 140 170 178 173 182
37 a 41 248 242 262 254 212 249 260 288 294
42 e mais 11 16 13 10 14 10 09 14 10
Natildeo informado 133 148 111 119 244 157 135 80 80
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Um importante fator a ser observado se refere ao peso da crianccedila ao nascer uma vez
que ele se encontra estreitamente relacionado ao oacutebito infantil A Tabela 16 apresenta o
54
percentual de oacutebitos ocorridos em RN com menos de 2500g sendo de 599 em 2007 e de 629
em 2015 mostrando algum decreacutescimo na proporccedilatildeo de oacutebitos infantis com peso adequado ao
nascimento
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Peso
nascer (500g)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
0g a 499g 53 54 112 50 58 49 53 44 50
0500g a 0999g 285 288 236 272 246 269 261 303 291
1000g a 1499g 99 117 105 103 105 114 124 120 109
1500g a 1999g 79 73 69 72 98 70 79 70 88
2000g a 2499g 83 67 68 76 74 83 73 97 101
2500g a 2999g 90 88 100 146 127 100 114 130 130
3000g a 3499g 91 95 108 82 93 127 109 138 129
3500g a 3999g 39 39 49 42 47 55 50 60 62
4000g a 4499g 09 06 11 08 08 08 23 13 19
4500g e mais 04 04 03 04 03 07 05 07 05
Ignorado 166 169 140 145 141 117 110 19 16
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
55
53 Mortalidade Infantil na AP 10
Em relaccedilatildeo a AP 10 apresentaremos os nuacutemeros absolutos dos oacutebitos infantis
ocorridos entre 2007 e 2015 e a proporccedilatildeo de seus componentes no mesmo periacuteodo
Como pode ser verificado na Tabela 17 em 2015 ocorreram 67 oacutebitos infantis sendo
esse nuacutemero de oacutebito infantil maior do que o apresentado no iniacutecio do periacuteodo de expansatildeo
recente da APS determinando assim o fato que motivou e caracterizou o interesse desse
estudo principalmente porque foram 17 oacutebitos a mais que os do ano anterior exatamente
quando a aacuterea jaacute atingia maior cobertura da ESF A maior proporccedilatildeo de oacutebitos de concentra
no periacuteodo neonatal precoce sendo observada uma variaccedilatildeo negativa da proporccedilatildeo de oacutebitos
poacutes-neonatais como esperado como ser observado na Tabela 18
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 por componentes de 2007 a 2015 Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 31 31 38 33 25 26 25 25 35
07-27 11 14 12 10 9 8 10 10 12
28d-lt1 24 23 32 19 24 16 28 15 20
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 470 456 463 532 431 520 397 500 522
07-27 167 206 146 161 155 160 159 200 179
28d-lt1 364 338 390 306 414 320 444 300 299
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Em relaccedilatildeo agraves taxas de mortalidade infantil na AP 10 durante o periacuteodo estudado
observa-se que 2008 2009 2013 e 2015 houve aumento dessas taxas principalmente no
periacuteodo neonatal precoce como se observa na Tabela 19 Quando comparamos essas mesmas
taxas de mortalidade agraves taxas de mortalidade infantil no MRJ vemos na Tabela 20 que as
TMI foram mais elevadas na AP 10 do que no MRJ nesses anos A mortalidade neonatal
precoce foi o componente da MI com maiores taxas A TMI no MRJ em 2015 se apresentou
56
menor do que a TMI em 2007 Fato esse que natildeo ocorreu na AP 10 quando a TMI aumentou
em 2015 em relaccedilatildeo a 2007
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 67 67 79 70 53 58 55 54 75
07-27 24 30 25 21 19 18 22 21 26
28d-lt1 52 50 66 40 51 36 62 32 43
Total 142 147 170 131 124 112 140 107 144 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 612 601 643 638 567 581 609 540 568
07-27 212 26 223 206 194 229 226 203 221
28d-lt1 483 498 500 466 490 457 431 384 416
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
As mesmas informaccedilotildees quando analisadas de modo que sejam observados os
valores natildeo por cada ano mas sim pelos os triecircnios estudados permitem identificar que o
nuacutemero de oacutebitos infantis e as TMI nos seus trecircs componentes principais se apresentaram
com decreacutescimo na AP 10 e no MRJ como se pode ver nas Tabelas 21 e 22 Entretanto a
variaccedilatildeo percentual na TMI e nos seus componentes foi maior na AP 10 que a variaccedilatildeo
percentual meacutedia do MRJ
Tabela 21 - TMI por componentes na AP 10 e por triecircnio de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 71 61 61 -10 -141
07-27 26 19 23 -03 -113
28d-lt1 56 43 46 -10 -178
Total 153 123 130 -23 -150 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 22 - TMI por componentes no MRJ e por triecircnio no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 -05 -80
07-27 23 21 22 -01 -43
28d-lt1 49 47 41 -08 -163
Total 134 127 120 -14 -104
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
57
No Graacutefico 11 estatildeo representadas as variaccedilotildees das TMI na AP 10 por componentes
nos trecircs triecircnios estudados
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10
Por triecircnio de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Na Mortalidade Infantil Proporcional por faixa etaacuteria observamos a manutenccedilatildeo do
padratildeo com maior proporccedilatildeo de oacutebitos infantis neonatais precoces o que jaacute se apresentava
desde o iniacutecio do periacuteodo estudado assim como jaacute era uma tendecircncia conhecida a partir dos
anos 90 na AP 10 como observada na Tabela 23
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015
lt 7d 463 494 472
07-27 171 159 178
28d-lt1 366 347 350
Total 1000 1000 1000
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
58
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10
Analisando as causas de oacutebitos infantis por capiacutetulos e categorias do Coacutedigo
Internacional de Doenccedilas (CID) vemos que a maior causa de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
correspondeu ao XVI capiacutetulo do CID ou seja por ldquoAlgumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatalrdquo (607 oacutebitos ou 555) Em seguida os oacutebitos mais preponderantes se relacionaram
ao XVII capiacutetulo do CID que trata de ldquoMalformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias
cromossocircmicasrdquo (233 oacutebitos) Essas duas causas somadas equivalem a mais ou menos 75
das causas de oacutebitos infantis por capiacutetulo do CID Considerando o periacuteodo de 2007 a 2015 as
causas mais preponderantes de oacutebitos infantis foram as mesmas observadas em 2015
Em relaccedilatildeo agrave categoria do CID a maior causa de mortalidade infantil no MRJ em
2015 correspondeu ao ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relacionadas com a gravidez atualrdquo (CID P00) Malformaccedilotildees congecircnitas
deformidades e anomalias cromossocircmicas (principalmente por ldquoOutras malformaccedilotildees
congecircnitas do coraccedilatildeordquo- CID Q24) ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CIDP36) e
ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por complicaccedilotildees maternas gravidezrdquo (CID P01)
Os oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ no periacuteodo de
2007 a 2015 satildeo apresentados no ANEXO 3 Natildeo estatildeo apresentadas as informaccedilotildees sobre
Mortalidade Infantil por grupo de causas para a AP 10 tendo em vista que o padratildeo de
distribuiccedilatildeo eacute semelhante ao do MRJ onde se apresenta um perfil de causas compatiacuteveis com
a classificaccedilatildeo sobre evitabilidade que seraacute apresentada depois
O Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave
gravidez atual corresponderam ao maior percentual de causa de morte infantil em 2015 no
MRJ e apresentou elevaccedilatildeo de seu percentual quando comparado a 2007 quando o
Desconforto Respiratoacuterio do Receacutem-Nascido era a causa mais preponderante como se
observa na Tabela 24 e Graacutefico 12
59
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Causa (CID10) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
P00 Feto e RN afetados por af
maternas natildeo obrigrelacionadas agrave
gravidez atual 54 55 90 100 88 112 123 95 98
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido 120 95 98 87 74 63 71 79 56
P36 Septicemia bacteriana do RN 70 80 68 61 48 58 70 79 89
P01 Feto e RN afetados por compl
maternas da gravidez 28 44 57 51 62 63 57 52 59
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircnitas do
coraccedilatildeo 51 51 44 39 47 48 56 55 37
P02 Feto e RN afetados por compl
placenta cordatildeo umb e membr 32 41 33 48 41 53 45 33 56
J18 Pneumonia pmicro-org NE 47 32 41 30 39 38 42 27 37
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade 35 27 26 37 38 28 25 27 23
P21 Asfixia ao nascer 41 38 37 23 19 20 20 24 28
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 13 19 17 32 27 31 21 21 27
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 12 ndash Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
O Graacutefico 13 mostra o aumento da TMI devido ao Feto e RN afetados por afecccedilotildees
maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual (CID P00) e a diminuiccedilatildeo da
TMI por Desconforto respiratoacuterio do receacutem-nascido (CID P22) apoacutes uma pequena elevaccedilatildeo
em 2014 A Tabela 25 mostra que a elevaccedilatildeo do Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas
natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual como causa da mortalidade infantil no
triecircnio 20132015 foi a mais acentuada (variaccedilatildeo de 39) e o Desconforto respiratoacuterio do
receacutem-nascido representou maior decreacutescimo no mesmo triecircnio com uma diminuiccedilatildeo de
36
60
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 25 ndash MI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio Causa (CID10) 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
P00 Fetos e receacutem-nascidos afetados por afec
maternas natildeo obr relacionados a gravidez
atual
67 100 106
39
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido
104 75 68
-36
P36 Septicemia bacteriana do receacutem-nascido 73 56 79
06
P01 Feto rec-nasc afet complic maternas
gravidez
43 59 56
13
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircn do coraccedilatildeo 49 44 49
0
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr
35 47 45
10
J18 Pneumonia pmicro-org NE 40 36 36 -04
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade
29 34 25
-04
P21 Asfixia ao nascer 39 21 24 -15
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 16 30 23 07
Total geral 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Lembrando o conceito de Malta (2010) sobre a morte infantil causada por afecccedilotildees
evitaacuteveis por intervenccedilotildees no SUS ou seja aquelas passiacuteveis de serem prevenidas ou
reduzidas por serviccedilos eficientes de sauacutede verificamos a seguir de que maneira ocorreram as
principais causas evitaacuteveis no MRJ e na AP 10 em particular
Segundo a Lista Brasileira de Causas Evitaacuteveis feita com dados do Sistema de
Informaccedilotildees sobre Mortalidade dispotildee-se de subgrupos de causas Esses subgrupos
correspondem agraves causas evitaacuteveis que satildeo aquelas Reduziacuteveis pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave
61
mulher no parto Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequados e Reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculada a
accedilotildees de atenccedilatildeo
As principais causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 foram relacionadas agraves causas
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (349 oacutebitos infantis) correspondendo a
319 dos oacutebitos Outras causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis de menores proporccedilotildees foram as
causas tais como ldquoReduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeordquo e agraves ldquoCausas mal definidasrdquo 05
e 33 respectivamente em 2015 como apresenta a Tabela 26 As ldquoDemais causas (natildeo
claramente evitaacuteveis)rdquo apresentaram um nuacutemero de 294 oacutebitos correspondendo somente a
269 do total Em resumo as causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
corresponderam a 698 como visualisamos na Tabela 27 Jaacute a Tabela 28 representa a
pequena diminuiccedilatildeo da TMI por causas evitaacuteveis no MRJ em 2015 (841000) em relaccedilatildeo agrave
TMI em 2007 de 891000 por causas evitaacuteveis
Tabela 26 -Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade no MRJ Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 03 03 01 03 04 05 00 03 05
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
na gestaccedilatildeo
269 274 319 320 309 331 351 320 319
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
no parto
104 99 94 80 77 76 73 75 86
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-
nascido
140 155 141 123 112 115 127 141 147
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e
tratamento adequado
112 87 95 72 101 89 96 72 79
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede
vinculada agraves accedilotildees de atenccedilatildeo
49 63 61 64 63 71 53 61 63
2 Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 677 682 710 662 667 687 701 671 698
Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
Natildeo claramente evitaacuteveis 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
62
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 89 93 97 87 83 87 89 76 84
Causas mal definidas 06 05 05 06 05 04 04 04 04
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 38 35 38 37 35 34 33 32
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo agora considerados os valores por triecircnios atraveacutes das taxas e da proporccedilatildeo por
grupo de causas nestes grupos segundo as informaccedilotildees descritas nas tabelas abaixo
Ao estudarmos os triecircnios no MRJ observamos que as causas Reduziacuteveis por
adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram as que apresentaram a maior taxa de
mortalidade infantil nos trecircs triecircnios como mostra a Tabela 29 As Causas mal definidas
foram as que tiveram maior reduccedilatildeo nos triecircnios estudados (-240) apresentada na Tabela
30 e Graacutefico 14 resultado que pode ser atribuiacutedo como decorrente da melhor investigaccedilatildeo
dos oacutebitos
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 00
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 39 41 40
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 13 10 09
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 20 15 17
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento
adequado
13 11 10
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a
accedilotildees de atenccedilatildeo
08 08 07
2 Causas mal definidas 05 05 04
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 36 37 33
Total 134 128 120
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeosegundo evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 93 86 83 -105
Causas mal definidas 05 05 04 -240
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 37 33 -87
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
63
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo apresentados os dados relacionados aos oacutebitos infantis evitaacuteveis de residentes na
aacuterea da AP 10 com os valores por ano no periacuteodo de 2007 a 2015 atraveacutes do nuacutemero
absoluto de oacutebitos da proporccedilatildeo por grupo de causas e as respectivas taxas por cada ano Em
seguida as informaccedilotildees apresentadas estatildeo agrupadas por triecircnio considerando-se o periacuteodo
de 2007 a 2015
O fato que chamou a atenccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo na AP 10 foi que
ocorreram 67 oacutebitos infantis em 2015 sendo 48 (716) desses oacutebitos ocorreram por causas
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS como pode ser observado nas Tabela 31 e Tabela 32
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 44 47 58 38 34 38 45 36 48
Causas mal definidas 2 3 1 8 4 2 1 1 2
Natildeo claramente evitaacuteveis 20 18 23 16 20 10 17 13 17
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
64
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 667 691 707 613 586 760 714 720 716
Causas mal definidas 30 44 12 129 69 40 16 20 30
Natildeo claramente evitaacuteveis 303 265 280 258 345 200 270 260 254
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 33 - TMI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 95 101 120 80 73 85 100 77 103
Causas mal definidas 04 06 02 17 09 04 02 02 04
Natildeo claramente evitaacuteveis 43 39 48 34 43 22 38 28 37
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A taxa de mortalidade por causas evitaacuteveis na AP 10 no ano de 2015 foi uma das
maiores do periacuteodo estudado de 103 por mil nascidos vivos sendo poreacutem menor que a taxa
que ocorreu 2009 de 120 oacutebitos em mil nascidos vivos como mostra a Tabela 33
Em todo o periacuteodo estudado as mortes por causas evitaacuteveis foram as que apresentaram
maior nuacutemero em relaccedilatildeo agraves demais causas Ainda na Tabela 33 podemos observar que a
TMI por Causas evitaacuteveis na AP 10 em 2015 (103 por 1000 nascidos vivos) se apresentou
maior do que no ano de 2007 (95) Poreacutem quando analisamos as TMI por triecircnios
verificamos que houve uma pequena reduccedilatildeo da mortalidade infantil por causas evitaacuteveis
assim como as demais causas
Quando analisamos os triecircnios observamos que a TMI na AP 10 por causas de morte
evitaacuteveis decresceu de 1061000 em 20072009 para uma taxa de 931000 em 20132015
As causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram responsaacuteveis pelo
maior percentual de causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis apresentando 333 no triecircnio
20132015 apresentado nas Tabelas 34 35 e 36 embora tenha tido uma diminuiccedilatildeo de sua
TMI no triecircnio 200132015 em relaccedilatildeo ao triecircnio 20072009
65
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 06
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 329 359 333
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 93 76 67
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 116 94 139
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequado 102 71 78
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo
51 47 94
2 Causas mal definidas 28 82 22
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 282 271 261
Total 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10 Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 106 79 93 -13
Causas mal
definidas
04 10 03 -01
Natildeo claramente
evitaacuteveis
43 33 34 -09
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de
imunizaccedilatildeo
00 00 01 01
121 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
50 44 43 -07
122 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher no parto
14 09 09 -05
123 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao receacutem-nascido
18 12 18 0
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequado
16 09 10 -06
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave
sauacutede vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo
08 06 12 04
2 Causas mal definidas 04 10 03 -01
3 Demais causas (natildeo claramente
evitaacuteveis)
43 33 34 -09
Total 153 123 130 -23 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
66
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs
A seguir os dados analisados no presente estudo estatildeo resumidos incluindo-se
informaccedilotildees de todas as aacutereas da Cidade sendo apresentados na Tabela 37
Desse modo podemos constatar que em todas as AP exceto na AP 10 e na AP 32
houve um aumento da taxa de natalidade de 2007 a 2015 no municiacutepio do Rio de Janeiro O
percentual de crianccedilas nascidas com baixo peso na AP 10 foi equivalente ao MRJ em 2015
apresentado a maior reduccedilatildeo de todas as AP
Embora a proporccedilatildeo de nascimentos com menos de 7 consultas preacute-natal na AP 10
tenha diminuiacutedo no triecircnio 201315 essa reduccedilatildeo foi inferior a reduccedilatildeo ocorrida em todo o
municiacutepio do Rio de Janeiro Ainda na AP 10 podemos observar que apesar de ainda
apresentar um grande percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 20132015
ela teve uma reduccedilatildeo maior do que a ocorrida no MRJ no mesmo triecircnio
O maior percentual de parto cesaacutereo ocorreu na AP 22 enquanto a AP 10 apresentou
um dos menores percentuais nesse uacuteltimo triecircnio estudado O maior aumento do percentual de
partos cesaacutereos em 2015 ocorreu na AP 53 enquanto o menor aumento desse percentual
ocorreu na AP 31
A maior proporccedilatildeo de parto realizado nos SUS aconteceu na AP 53 No triecircnio
20132015 a maior taxa de moralidade infantil se deu na AP 33 e a taxa de mortalidade
infantil estimada para o triecircnio na AP 10 foi de 131000 sendo maior do que a verificada no
MRJ taxa de 120 A AP 21 foi a que apresentou a menor taxa no uacuteltimo triecircnio do estudo
de 85
A taxa de mortalidade neonatal foi maior do que a taxa de mortalidade poacutes-neonatal agrave
custas da maior incidecircncia de oacutebitos no periacuteodo neonatal precoce A TMI por causas evitaacuteveis
diminuiu em todas as AP no triecircnio 201315 quando comparada ao triecircnio 200709 exceto
nas AP 33 e AP 53 A maior reduccedilatildeo dessa TMI ocorreu na AP 22 com uma diminuiccedilatildeo de
4444
67
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash
MRJ e APs ndash 2007 e 2017
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Taxa de
Natalidade
2007
1605
978
966
1289
1289
1342
1425
1274
1511
1603
1329
Taxa de
Natalidade
2015
1563
1028
983
1362
1275
1383
1696
1403
1721
1824
1432
Percentual
de BPN
triecircnio
20132015
92
87
88
92
97
95
92
92
89
94
92
Variaccedilatildeo
BPN
2007-2009 e
2013-2015
-116
-52
-81
-63
-17
-47
-33
-42
-30
-08
-43
Proporccedilatildeo
de Nasc
com menos
de 7 cons
Preacute Natal
Triecircnio
20132015
278
120
148
292
230
314
219
284
272
274
254
Variaccedilatildeo
da Propde
Nasc com
menos de 7
cons Preacute
Natal
2007-2009 e
2013-2015
-158
-309
-134
-163
-230
11
-248
-187
-137
-284
-170
Propde
Nasc de
Matildees
Adolesc
Triecircnio
20132015
181
84
103
183
152
174
123
179
169
214
159
Variaccedilatildeo
de Nasc de
Matildees Adol
20072009 e
20132015
-79
-169
-180
-21
-86
-20
-107
-42
-62
-41
-62
Proporccedilatildeo
de Nascim
Parto
Cesaacutereo
Triecircnio
20132015
486
640
670
515
572
577
615
534
580
477
567
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto
Cesaacutereo-
Triecircnio
20072015
16
21
19
01
49
82
70
18
147
140
57
68
(cont)
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Proporccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
Triecircnio
20132015
629
263
164
671
570
616
509
699
628
765
579
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
20072015
170
72
-513
275
-13
57
-06
54
-07
21
57
TMI total
20132015
130
85
77
129
114
140
100
133
109
171
120
TMI
Neonatal
Precoce
20132015
61
42
40
54
48
77
47
62
52
84
57
TMI
Neonatal
Tardia
20132015
23
19
10
26
23
21
19
24
20
30
22
TMI
Neonatal
20132015
84
61
50
80
71
98
67
86
72
114
79
TMI Poacutes
Neonatal
20132015
46
23
27
49
43
43
34
47
37
57
41
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20072009
106
59
81
95
90
96
75
108
96
115
93
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20132015
93
53
45
89
70
100
63
95
78
135
83
Variaccedilatildeo
de Oacutebitos
Infantis por
Causas
Evitaacuteveis
20072015
-1226
-1016
-4444
-631
-2222
416
-160
-1203
-1875
1739
-1075
Fonte SIMSINASCSVSSMS Rio-2017
69
6 DISCUSSAtildeO
Os indicadores de sauacutede podem ser afetados em seus valores ao longo do tempo
quando satildeo disponibilizados melhores serviccedilos de atenccedilatildeo agrave sauacutede assim como quando satildeo
observadas melhores condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo Inclusive iniciativas de poliacuteticas
puacuteblicas que visem beneficiar a populaccedilatildeo satildeo tatildeo importantes que podem afetar diretamente
a ocorrecircncia de fatores de risco
Neste estudo pocircde-se observar alteraccedilatildeo de alguns fatores relacionados teoricamente agrave
Mortalidade Infantil para todo o MRJ e na AP 10 quando consideradas as informaccedilotildees sobre
parto e nascimento do SINASC
Considerando a Proporccedilatildeo de Baixo Peso ao nascer houve um decreacutescimo de 116
de nascimento de crianccedilas com baixo peso (lt 2500g) na AP 10 o maior decreacutescimo entre as
aacutereas programaacuteticas O MRJ tambeacutem apresentou reduccedilatildeo desse percentual Para Gaiva (2014)
um grande nuacutemero de estudos aponta o baixo peso como um dos principais fatores
relacionados ao aumento do risco de oacutebito neonatal A prematuridade e o crescimento
intrauterino restrito satildeo os principais determinantes do baixo peso ao nascer e podem ser
avaliados atraveacutes de um acompanhamento preacute-natal de qualidade assim como uma adequada
atenccedilatildeo no momento do parto (GAIVA 2014)
Os nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes diminuiacuteram em todas as AP ao
longo do periacuteodo analisado sendo que o maior decreacutescimo ocorreu na AP 22
A idade materna eacute uma importante caracteriacutestica da gestante que traz riscos evidentes
quando a matildee se encontra abaixo dos 20 anos e quando se encontra acima dos 35 anos de
idade Em um estudo de Lima et al 2010 sobre a associaccedilatildeo entre a mortalidade neonatal
precoce e poacutes-neonatal e a idade da matildee observou-se que quando a idade materna eacute maior de
35 anos e na adolescecircncia haacute associaccedilatildeo respectivamente ao oacutebito neonatal precoce e poacutes-
neonatal Imaturidade bioloacutegica fatores socioeconocircmicos e a natildeo realizaccedilatildeo das consultas
preacute-natais necessaacuterias podem estar associados agraves adolescentes Jaacute as matildees acima de 35 anos
podem apresentar fatores como comorbidades partos ciruacutergicos e fetos com anomalias
congecircnitas que podem levar ao oacutebito infantil apesar de muitas vezes disporem de melhores
condiccedilotildees socioeconocircmicas e adequados cuidados preacute-natais (LIMA et al 2010)
70
Em relaccedilatildeo ao tipo de parto se cesaacutereo ou normal observamos um aumento do parto
cesaacutereo em todo o MRJ sendo que esse aumento foi acentuado nas AP 53 e AP 52 entre
2007 e 2015 No MRJ observou-se um aumento de 57 de parto cesaacutereo enquanto a AP 10
apresentou um aumento de 16 O parto cesaacutereo estaacute cada vez mais frequente no Brasil
assim como no resto do mundo e embora seja cada vez mais seguro ele ainda apresenta riscos
(PATAH 2011) Segundo Lansky (2014) a taxa de cesaacutereas no Brasil era de 535 em 2011
A OMS recomenda que ele seja realizado quando necessaacuterio para evitar complicaccedilotildees para
matildee e filho A Federaccedilatildeo Internacional de Ginecologia e Obstetriacutecia (FIGO) preconiza uma
proporccedilatildeo maacutexima de cesaacutereas ateacute 20 dos partos e a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede ateacute
15 dos partos (Soares 2010) Em um estudo de Sanders et al (2017) para analisar fatores
relacionados ao oacutebito infantil em Fortaleza (Cearaacute) eles verificaram que o parto cesaacutereo
demonstrou ser um fator de proteccedilatildeo para a mortalidade infantil quando realizado em
gestantes de alto risco
O nuacutemero de nascimentos de matildees com adequado nuacutemero de consultas de preacute-natal
tambeacutem eacute importante a ser observado uma vez que as gestantes que realizam menos do que
seis consultas de preacute-natal apresentam risco maior de terem oacutebito fetal (KLEIN et al 2012)
Observamos nesse estudo que o percentual de nascidos vivos de gestantes com 7 ou mais
consultas de preacute-natal aumentou em todas as AP (exceto a AP 33) de 2007 a 2015 As matildees
que realizaram um nuacutemero de consultas menor do que 7 apresentaram um iacutendice de oacutebitos
proporcionalmente maior ratificando o niacutevel de fator de risco de oacutebitos de receacutem-nascidos em
relaccedilatildeo ao numero de consultas preacute-natal Observa-se inclusive que o niacutevel de oacutebitos
decresceu graccedilas ao aumento percentual de incidecircncia de 7 ou mais consulta para as matildees em
todas as AP excetuando as AP 22 e AP 33 Fernandes (2016) reforccedila que a proporccedilatildeo de
atendimentos e consultas de preacute-natal tem sido fundamental na relaccedilatildeo direta da diminuiccedilatildeo
da ocorrecircncia do baixo peso dos receacutem-natos comparando-se com os percentuais de
incidecircncia de baixo peso quando natildeo haacute um expressivo nuacutemero de consultas de preacute-natal
Em relaccedilatildeo agrave idade gestacional o maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 tenha
ocorrido em nascidos vivos entre a 37- 41 semanas de gestaccedilatildeo e somente em seguida os
prematuros entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo de 2007 a 2015 embora um estudo de Klein
(2012) a natimortalidade e a neomortalidade encontrem-se mais associadas agrave baixa idade
gestacional
Os nascimentos ocorridos em maternidades do SUS aumentaram 17 na AP 10 nos
triecircnios analisados presumindo-se aumento de oferta de leitos puacuteblicos na aacuterea enquanto no
71
MRJ houve um aumento menor de 57 Para Barbeiro (2015) a mortalidade fetal pode ser
encontrada em maior nuacutemero em gestantes com condiccedilotildees socioeconocircmicas precaacuterias que
satildeo aquelas que utilizam as maternidades do SUS
Nesse trabalho natildeo foram levados em conta outros fatores de risco para mortalidade
infantil tais como a escolaridade da matildee a presenccedila de gestaccedilotildees anteriores ao parto atual
Apgar de 5ordm minuto menor ou igual a 7 a raccedilacor da matildee entre outros assim como outros
fatores relacionados agrave morte infantil que poderatildeo ser explorados em estudos posteriores
Embora tenha ocorrido um aumento importante de oacutebitos infantis em 2015 na AP 10
que chamou dos gestores da SMS analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP 10
e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes ao
longo do periacuteodo estudado
A taxa de mortalidade infantil na AP 10 em 2015 era de 144 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos superior a do MRJ no mesmo ano que foi de 121 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos Satildeo taxas essas ainda altas quando comparadas a paiacuteses jaacute mencionados como
Japatildeo (TMI 20) Canadaacute (TMI 40) e Estados Unidos da Ameacuterica (TMI 60) (UNICEF
2015)
O componente poacutes-neonatal estaacute mais relacionado agraves condiccedilotildees baacutesicas de sauacutede
como a aacutegua tratada saneamento baacutesico acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede condiccedilotildees
socioeconocircmicas especialmente as relativas agrave renda Essas condiccedilotildees satildeo passiacuteveis de serem
modificadas atraveacutes de uma poliacutetica de sauacutede que atenda a essas necessidades Outros fatores
que influenciam as condiccedilotildees de vida aleacutem da renda familiar satildeo o grau de escolaridade dos
pais o acesso uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel e moradia salubre (FERRARI 2012) Em 2013 as
principais causas poacutes-neonatais no MRJ foram segundo o capiacutetulo da CID 10 as
Malformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias cromossocircmicas (cap XVII) 253 as
Doenccedilas do aparelho respiratoacuterio- pneumonia e bronquiolite aguda- (cap X) 178
Algumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (cap XVI) 128 e Algumas doenccedilas
infecciosas e parasitaacuterias (cap I) 109 As causas baacutesicas segundo causas externas foi por
Riscos NE a respiraccedilatildeo (W84) 50 e Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico (W78) 325(site da
SUBPAV acesso em 18052017)
A principal causa neonatal de oacutebito infantil no MRJ em 2015 correspondeu ao feto e
receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas com agrave
gravidez atual (CID P00) afecccedilotildees essas principalmente relacionadas a transtornos maternos
hipertensivos e do trato urinaacuterio As outras duas grandes causas de morte infantil no MRJ
72
corresponderam a ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CID P36) e ldquoOutras
malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeordquo (CID Q24) Ainda em 2015 698 dos oacutebitos infantis
foram por causas evitaacuteveis no MRJ Houve uma reduccedilatildeo de 105 na taxa de mortalidade
infantil no MRJ por causas evitaacuteveis nos triecircnios analisados Essa reduccedilatildeo deveu-se
principalmente agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Houve um
aumento da TMI devido agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na
AP10 no periacuteodo estudado ainda observa-se uma proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis
por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede relacionadas aos oacutebitos infantis
Em 2015 a AP 10 apresentou 716 dos oacutebitos por Causas evitaacuteveis Houve reduccedilatildeo
de suas TMI nos triecircnios estudados sendo a maior reduccedilatildeo devida agraves Causas Mal Definidas
(reduccedilatildeo de 321) A TMI (103) em 2015 que se relacionou agraves causas evitaacuteveis de oacutebitos
infantis principalmente agraves causas ldquoReduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeordquo
(358) mostram assim a importacircncia da atenccedilatildeo agrave sauacutede da gestante na assistecircncia Preacute Natal
da Atenccedilatildeo Primaacuteria e na rede de serviccedilos
A gestante quando apresenta um nuacutemero de consultas preacute- natais maior ou igual a seis
e o iniacutecio dessas consultas se faz de maneira precoce esses fatores exercem uma proteccedilatildeo agrave
gestante e ao RN A boa qualidade dessa atenccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo tambeacutem faz com que haja
diminuiccedilatildeo da morte infantil (SILVA 2013) Esses oacutebitos poderatildeo ser evitados cada vez
mais atraveacutes de accedilotildees preventivas diagnoacutestico e tratamento precoce pelos serviccedilos de sauacutede
Estudos apontam que o as gestante que realizam 6 ou mais consultas de preacute-natal tem 4 x
menos chances que seu filho venha a oacutebito (BRUM 2015)
A hipertensatildeo eclampsia infecccedilatildeo urinaacuteria hemorragia anemia e idade gestacional
inferior a 37 semanas satildeo fatores relacionados agrave gestante que se associam agrave prematuridade e
ao baixo peso ao nascer Com o controle devido desses fatores atraveacutes de assistecircncia adequada
ao preacute- natal os oacutebitos infantis podem ser evitados (SILVA 2013) Daiacute a importacircncia da
gestante ter faacutecil acesso ao serviccedilo de sauacutede para fazer um exame preacute-natal adequado e ser
referenciada a uma maternidade para completar a sua assistecircncia e a de seu filho A maior
parte dos partos ocorre em hospitais mas isso natildeo impede os altos iacutendices de
morbimortalidade materna e perinatal produzidas por uma assistecircncia possivelmente falha
somada a um desnecessaacuterio e elevado nuacutemero de cesarianas Um adequado controle preacute-natal
assim como a prevenccedilatildeo de cesarianas sem indicaccedilotildees teacutecnicas especiacuteficas levando agrave
prematuridade iatrogecircnica podem contribuir significativamente para a reduccedilatildeo desses oacutebitos
(LANSKY 2014)
73
As afecccedilotildees perinatais encontram-se relacionadas ao cuidado preacute- natal e agrave gestante agraves
condiccedilotildees do receacutem- nascido e ao parto (Bezerra 2007) A concentraccedilatildeo maior das causas
evitaacuteveis desses oacutebitos se encontra no grupo das causas reduziacuteveis pela atenccedilatildeo agrave gestaccedilatildeo
parto feto e receacutem-nato em torno de 39 As reduziacuteveis por adequado atenccedilatildeo ao RN
correspondem a 29 seguidas das causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao parto (15)
Aquelas que estatildeo ligadas a accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequados correspondem a
15 as que necessitam de accedilotildees de promoccedilatildeo vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo se encontram
com 7 das causas e pequena parte se deve a accedilotildees de imunizaccedilotildees (BEZERRA 2007)
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes desse estudo observamos que apesar da Mortalidade Infantil no MRJ e na AP
10 tenham decrescido nos triecircnios analisados ambos satildeo ainda altas taxas de mortalidade
infantil Apesar do decliacutenio da TMI ocorrer haacute deacutecadas se faz necessaacuterio a elaboraccedilatildeo de
estrateacutegias de enfrentamento de suas causas que satildeo na sua maioria evitaacuteveis A ampliaccedilatildeo da
vigilacircncia de oacutebitos no MRJ foi uma importante estrateacutegia implantada a fim de contribuir para
a melhor qualificaccedilatildeo das causas de morte infantil para que se faccedilam accedilotildees que diminuam os
oacutebitos infantis por causas que possam ser evitadas
Em virtude da ocorrecircncia importante de oacutebitos infantis em filhos de matildees
adolescentes haacute portanto a necessidade de incrementar accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo em
sauacutede da mulher principalmente nas faixas etaacuterias extremas e em especial nas adolescentes
Pesquisas relacionadas agrave idade materna assim como a outros fatores relacionados agrave morte
infantil tambeacutem devem ser ampliadas Aleacutem disso eacute importante que se invista em accedilotildees de
poliacuteticas publicas que objetivem conscientizaccedilatildeo desses jovens do ponto de vista da educaccedilatildeo
sexual com orientaccedilotildees sobre o uso de preservativos e planejamento familiar
Devido ao aumento da cesariana tanto no MRJ como na AP 10 esforccedilos devem ser
feitos para que a cesariana seja feita apenas com recomendaccedilotildees teacutecnicas precisas e natildeo
indiscriminadamente para gestante de baixo risco Eacute importante preparar a gestante durante o
cuidado preacute-natal e enfatizar a importacircncia do parto humanizado
Um preacute-natal qualificado agrave gestante tem importacircncia fundamental para a diminuiccedilatildeo
dos oacutebitos infantis
Essa pesquisa foi realizada com a perspectiva de contribuir com a Coordenadoria da
AP 10 atraveacutes de dados recentes para uma melhor visibilidade da tendecircncia da mortalidade
74
infantil e de seus componentes assim como os fatores de risco relacionados Os dados aqui
apresentados seratildeo disponibilizados para a gestatildeo da CAP 10 a fim de que seja produzido um
informe teacutecnico especiacutefico sobre Mortalidade Infantil sensibilizando profissionais e gestores
da APS sobre a necessidade de reduccedilatildeo das causas de oacutebitos evitaacuteveis por intervenccedilotildees do
SUS
Como este foi um estudo exploratoacuterio descritivo natildeo eacute possiacutevel estabelecer-se relaccedilatildeo
entre o aumento da cobertura da APS na aacuterea e os indicadores de oacutebitos infantis Entretanto o
quadro geral apresentado na AP 10 mostra-se como ainda instaacutevel considerando-se a
expectativa de reduccedilatildeo da TMI na medida em que ocorre maior oferta de serviccedilos na APS
75
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2009
80
ANEXO 1
Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
Ano Mecircs Populaccedilatildeo
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Equipe de Sauacutede
Bucal
Modalidade I
Implantados Proporccedilatildeo de cobertura populacional estimada Credenciadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede
1999 01 5569181 0 000 0
1999 12 5569181 0 000 0
2000 01 5598953 0 000 0
2000 12 5598953 22 136 0
2001 01 5613897 22 135 0
2001 12 5897485 19 111 0
2002 01 5897485 19 111 0
2002 12 5897485 23 135 0
2003 01 5897485 23 135 0
2003 12 5937253 23 134 0
2004 01 5937253 23 134 0
2004 12 5974081 57 329 0
2005 01 5974081 57 329 50
2005 12 5974081 96 554 0
2006 01 5974081 98 566 0
2006 12 6094183 118 668 0
2007 01 6094183 119 674 0
2007 12 6136652 131 736 35
2008 01 6136652 144 810 35
2008 12 6136652 128 720 35
2009 01 6161047 124 694 35
2009 12 6161047 165 924 35
2010 01 6161047 170 952 35
2010 12 6186710 266 1483 228
2011 01 6186710 281 1567 228
2011 12 6320446 506 2762 228
2012 01 6320446 585 3193 228
2012 12 6355949 734 3984 528
2013 01 6355949 749 4066 528
2013 12 6390290 730 3941 528
2014 01 6390290 720 3887 528
2014 12 6390290 831 4486 528
2015 01 6390290 832 4492 528
2015 12 6390290 855 4616 528
2016 01 6390290 855 4616 528
Fonte MSSASDAB e IBGE
81
ANEXO 2
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do
Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil
Para menores de 5 anos no Grupo 1 - Causas Evitaacuteveis destacam-se
1 Grupo 1 - Causas evitaacuteveis
11 Reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo Tuberculose do sistema nervoso (A17)
Tuberculose miliar (A19) Teacutetano neonatal (A33) Outros tipos de teacutetano (A35) Difteria
(A36) Coqueluche (A37) Poliomielite aguda (A80) Sarampo (B05) Rubeacuteola (B06)
Hepatite B (B16) Caxumba (B260) Meningite por Haemophilus (G000) Rubeacuteola congecircnita
(P350) Hepatite viral congecircnita (P353)
12 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo parto feto e ao receacutem-nascido
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Siacutefilis congecircnita (A50)
Doenccedilas pelo viacuterus da imunodeficiecircncia humana (B20 a B24) Feto e receacutem-nascidos afetados
por complicaccedilotildees da placenta e das membranas (P022 P023 P027 P028 P029) Afecccedilotildees
maternas que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P00 P04) Complicaccedilotildees maternas da
gravidez que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P01) Crescimento fetal retardado e
desnutriccedilatildeo fetal (P05) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e baixo peso
ao nascer natildeo classificados em outra parte (P07) Siacutendrome da anguacutestia respiratoacuteria do
receacutem-nascido (P220) Hemorragia pulmonar originada no periacuteodo perinatal (P26)
Hemorragia intracraniana natildeo traumaacutetica do feto e do receacutem-nascido (P52) Isoimunizaccedilatildeo Rh
e ABO do feto ou do receacutem-nascido (P550 P551) Doenccedilas hemoliacuteticas do feto ou do
receacutem-nascido devidas agrave isoimunizaccedilatildeo (P558 a P579) Enterocolite necrotizante do feto e
do receacutem-nascido (P77)
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Placenta preacutevia e descolamento
prematuro da placenta (P020 a P021) Feto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees do cordatildeo
umbilical (P024 a P026) Outras complicaccedilotildees do trabalho de parto ou do parto que afetam o
receacutem-nascido (P03) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo prolongada e peso elevado ao
nascer (P08) Traumatismo de parto (P10 a P15) Hipoacutexia intra-uterina e asfixia ao nascer
(P20 P21) Aspiraccedilatildeo neonatal (P24 exceto P243)
82
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido Transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal (P221 P228 P229 P23 P25 P27 P28) Infecccedilotildees
especiacuteficas do periacuteodo perinatal (P35 a P399 exceto P350 e P353) Hemorragia neonatal
(P50 a P54) Outras icteriacutecias perinatais (P58 P59) Transtornos endoacutecrinos e metaboacutelicos
transitoacuterios especiacuteficos e do receacutem-nascido (P70 a P74) Transtornos hematoloacutegicos do
receacutem-nascido (P60 P61) Transtornos do aparelho digestivo do receacutem-nascido (P75 a P78)
Afecccedilotildees que comprometem o tegumento e a regulaccedilatildeo teacutermica do receacutem-nascido (P80 a
P83) Outros transtornos originados no periacuteodo perinatal (P90 a P968)
13 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento Tuberculose respiratoacuteria
com confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A15) Tuberculose das vias respiratoacuterias sem
confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A16) Tuberculose de outros oacutergatildeos (A18)
Meningite (G001 a G03) Infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas superiores (J00 a J06) Pneumonia
(J12 a J18) Outras infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas inferiores (J20 a J22) Edema de laringe
(J384) Doenccedilas crocircnicas das vias aeacutereas inferiores (J40 a J47 exceto J43 e J44) Doenccedilas
pulmonares devidas a agentes externos (J68 a J69) Outras doenccedilas causadas por clamiacutedias
(A70 a A74) Outras doenccedilas bacterianas (A30 A31 A32 A38 A39 A40 A41 A46 A49)
Hipotireoidismo congecircnito (E030 E031) Diabetes mellitus (E10 a E14) Distuacuterbios
metaboacutelicos ndash fenilcetonuacuteria (E700) e deficiecircncia congecircnita de lactase (E730) Epilepsia
(G40 G41) Siacutendrome de Down (Q90) Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio (N390) Febre reumaacutetica e
doenccedila cardiacuteaca reumaacutetica (I00 a I09)
14 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede Doenccedilas infecciosas intestinais (A00 a A09) Algumas doenccedilas bacterianas
zoonoacuteticas (A20 a A28) Febres por arboviacuterus e febres hemorraacutegicas virais (A90 a A99)
Rickettsioses (A75 a A79) Raiva (A82) Doenccedilas devidas a protozoaacuterios (B50 a B64)
Helmintiacuteases (B65 a B83) Outras doenccedilas infecciosas (B99) Anemias nutricionais (D50 a
D53) Deficiecircncias nutricionais (E40 a E64) Desidrataccedilatildeo (E86) Acidentes de transportes
(V01 a V99) Envenenamento acidental por exposiccedilatildeo a substacircncias nocivas (X40 a X44)
Intoxicaccedilatildeo acidental por outras substacircncias (X45 a X49) Siacutendrome da morte suacutebita na
infacircncia (R95) Quedas acidentais (W00 a W19) Exposiccedilatildeo ao fumo ao fogo e agraves chamas
(X00 a X09) Exposiccedilatildeo agraves forccedilas da natureza (X30 a X39) Afogamento e submersatildeo
acidentais (W65 a W74) Outros riscos acidentais agrave respiraccedilatildeo (W75 a W84) Exposiccedilatildeo agrave
corrente eleacutetrica agrave radiaccedilatildeo e a temperaturas e pressotildees extremas do ambiente (W85 a W99)
Agressotildees (X85 a Y09) Eventos cuja intenccedilatildeo eacute indeterminada (Y10 a Y34) Exposiccedilatildeo a
forccedilas mecacircnicas inanimadas (W20 a W49) Acidentes ocorridos em pacientes durante
83
prestaccedilatildeo de cuidados meacutedicos e ciruacutergicos (Y60 a Y69) Reaccedilatildeo anormal em pacientes ou
complicaccedilatildeo tardia causadas por procedimentos ciruacutergicos e outros procedimentos meacutedicos
sem menccedilatildeo de acidentes ao tempo do procedimento (Y83 a Y84) Efeitos adversos de
drogas medicamentos e substacircncias bioloacutegicas usadas com finalidade terapecircutica (Y40 a
Y59)
No grupo 2 - Causas de morte mal-definidas
2 Causas de morte mal-definidas Sintomas sinais e achados anormais de exames cliacutenicos e
de laboratoacuterio natildeo classificados em outra parte (R00 a R99 exceto R95) Morte fetal de causa
natildeo especificada (P95) Afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal natildeo especificadas (P 969)
No grupo 3 - Demais causas de morte (natildeo claramente evitaacuteveis)
1 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) As demais causas de morte O grupo de
especialistas sugeriu que as anaacutelises fossem processadas por peso ao nascer
considerando evitaacuteveis as mortes de casos com peso a partir de 1500g subdivididos
nas seguintes categorias 1500g a 2499g ge2500g Recomendou-se realizar novas
validaccedilotildees da lista e verificar criteacuterios de magnitude para inclusatildeo na lista Os
acidentes de tracircnsitotransporte antes incluindo os coacutedigos V01 a V89 passaram
incluir os coacutedigos de V01 a V99
84
ANEXO 3
Oacutebitos Infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ Causa (CID10 3C) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
P00 -Feto e RN afetados afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relac gravidez atual (NCOP) 58 62 104 109 94 123 137 97 107 891
P22 Desconforto respiratoacuterio do RN 129 106 113 95 79 69 79 80 61 811
P36 Septicemia bacteriana do RN 75 90 78 66 52 64 78 80 97 680
P01 Feto e RN afet complic maternas gravidez 30 49 66 56 67 69 63 53 64 517
Q24 Outr malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeo 55 57 51 42 50 53 62 56 40 466
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr 34 46 38 52 44 58 50 34 61 417
J18 Pneumonia pmicroorg NE 50 36 47 33 42 42 47 27 41 365
R99 Outr causas mal definidas e NE
mortalidade 38 30 30 40 41 31 28 27 25 290
P21 Asfixia ao nascer 44 43 42 25 20 22 22 24 31 273
W84 Riscos NE a respiracao 14 21 20 35 29 34 23 21 30 227
P96 Outr afeccoes originadas periodo
perinatal 31 30 31 29 16 19 26 19 22 223
P07 Transt rel gest curt dur peso baix nasc
NCOP 23 25 30 26 13 11 22 21 23 194
P24 Sindr de aspiracao neonatal 28 17 16 17 20 24 24 22 21 189
Q89 Outr malformaccedilotildees congen NCOP 18 17 18 22 28 26 27 18 15 189
Q33 Malformaccedilotildees congen do pulmao 26 28 26 25 19 16 18 18 9 185
J21 Bronquiolite aguda 14 10 17 16 25 20 20 10 22 154
A50 Siacutefilis congecircnita 5 7 11 20 22 27 23 15 23 153
P77 Enterocolite necrotizante do feto e RN 9 20 14 8 16 21 21 24 20 153
A41 Outr septicemias 29 14 13 13 15 11 19 19 6 139
Q91 Sindr de Edwards e sindr de Patau 10 15 9 14 24 21 11 12 12 128
Q79 Malformaccedilotildees congen sist osteomuscular
NCOP 16 9 12 14 12 17 19 8 18 125
Q25 Malformaccedilotildees congen das grandes
arterias 7 19 18 16 14 11 11 12 14 122
Q20 Malformaccedilotildees congen camaras e
comunicaccedilotildees card 13 15 12 14 11 6 9 8 14 102
P29 Transt cardiovasc orig periacuteodo perinatal 16 7 12 15 5 9 8 18 11 101
Q00 Anencefalia e malformacoes similares 14 20 8 9 13 13 6 8 10 101
W78 Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico 11 11 9 9 10 11 16 10 13 100
Q21 Malformaccedilotildees congen dos septos
cardiacos 9 17 14 6 16 11 4 12 7 96
P20 Hipoacutexia intra-uterina 11 8 3 8 10 10 7 14 15 86
Q04 Outr malformaccedilotildees congen do ceacuterebro 10 5 8 9 6 8 6 13 17 82
P03 Fet rec-nasc afet out compl trab parto
parto 7 14 18 10 10 8 6 4 5 82
P39 Outr infecc especificas do periodo
perinatal 12 17 12 7 8 5 8 3 3 75
P28 Outr afeccoes respirat orig per perinatal 8 5 8 4 9 4 4 11 19 72
A09 Diarreia e gastroenterite orig infecc
presum 10 10 11 7 5 4 5 8 8 68
Q03 Hidrocefalia congen 8 4 10 10 6 6 5 8 10 67
Q90 Sindr de Down 6 11 7 3 8 6 7 4 7 59
P23 Pneumonia congen 7 7 7 11 5 5 5 5 5 57
Q99 Outr anomalias dos cromossomos NCOP 5 4 5 5 3 11 10 5 8 56
P26 Hemorragia pulmonar orig periodo
perinatal 5 5 5 3 6 7 10 3 11 55
P27 Doenc respirat cron orig periodo perinatal 2 8 4 10 9 8 3 7 4 55
G80 Paralisia cerebral infantil 3 3 4 9 8 9 6 2 2 46
P04 Fet rec-nasc infl af noc trans plac leit mat 4 5 6 6 10 3 3 5 2 44
G00 Meningite bacter NCOP 7 6 6 7 7 3 2 5 1 44
W79 nalacao ingest aliment caus obstr trat resp 2 3 5 3 1 6 4 4 6 34
Q87 Outr sindr cmalform cong q acomet mult
sist 0 3 7 2 3 1 5 8 5 34
P61 Outr transt hematologicos perinatais 1 5 3 2 7 5 4 5 2 34
P25 Enfisema interst afecc corr orig per perinat 5 6 8 4 3 1 2 3 0 32
85
Q23Malformaccedilotildees congen v aortica e mitral 3 1 2 5 4 1 4 3 8 31
P37 Outr doenc infecc e parasit congen 1 5 3 2 4 2 7 3 4 31
P52 Hemorragia intracran nao-traum feto rec-
nasc 6 4 5 3 3 0 3 4 2 30
Q60 Agenesia renal e outr defeitos reducao
rim 3 3 1 5 4 1 0 7 5 29
A39 Infecc meningogocica 1 5 7 3 2 3 4 2 2 29
J69 Pneumonite dev solidos e liquidos 4 7 5 0 5 5 1 0 1 28
Q22 Malform congen valvas pulmonar
tricuspide 4 4 2 4 3 4 0 3 3 27
I27 Outr form de doenc cardiaca pulmonar 2 7 2 2 3 4 1 1 3 25
Q39 Malformacoes congen do esofago 4 2 0 5 5 4 1 1 2 24
J98 Outr transt respirat 0 6 3 4 2 3 2 3 1 24
P83 Outr afecc compr tegum espec feto rec-
nasc 2 5 2 3 0 2 0 4 5 23
Q61 Doenc cisticas do rim 1 2 1 4 3 2 2 4 3 22
G04 Encefalite mielite e encefalomielite 1 2 3 4 3 3 3 0 3 22
I42 Cardiomiopatias 4 2 0 1 2 1 0 2 9 21
Q43 Outr malformaccedilotildees congen do intestino 3 2 1 1 3 3 3 3 2 21
E46 Desnutric proteico-calorica NE 4 4 1 2 3 4 1 1 1 21
K56 Ileo paralitico e obstr intestinal shernia 3 0 2 1 3 1 1 5 4 20
G93 Outr transt do encefalo 4 4 2 2 1 0 1 3 2 19
Q01 Encefalocele 0 3 4 1 2 4 3 1 1 19
Q44 Malformaccedilotildees congen vesic biliar via
biliar fiacutegado 0 1 1 3 3 1 4 3 1 17
E88 Outr disturbios metabolicos 1 4 2 3 1 0 3 1 1 16
I51 Complic cardiopatias doenc cardiacas mal
def 3 3 0 1 3 0 0 4 1 15
Q05 Espinha bifida 4 1 1 1 2 1 2 2 1 15
P05 Crescimento fetal retard e desnutric fetal 4 3 2 2 0 0 1 2 1 15
Y34 Fatos ou eventos NE e intenc nao
determinada 1 1 2 2 2 2 3 1 1 15
P70 Trans transit metab carboid esp fet rec-
nasc 3 0 0 1 0 5 1 3 1 14
Q77 Osteocondr canom cresc ossos long col
vert 2 0 2 0 2 2 5 0 1 14
P55 Doenc hemolitica do feto e do recem-
nascido 0 1 3 0 2 1 2 2 2 13
Q42 Ausencia atresia e estenose congen do
colon 2 0 1 2 1 2 1 3 1 13
Q78 Outr osteocondrodisplasias 2 1 0 2 0 1 4 2 1 13
B20 Doenc pHIV result doenc infecc e
parasit 2 4 1 1 0 0 3 1 1 13
P60 Coagulacao intravasc dissem feto rec-
nasc 3 0 2 0 1 3 4 0 0 13
P35 Doenc virais congen 3 4 0 1 1 3 1 0 0 13
G03 Meningite dev outr causas e a causas NE 3 3 1 1 0 1 0 2 1 12
A37 Coqueluche 0 0 1 0 1 5 0 1 3 11
Q07 Outr malformacoes congen do sist
nervoso 0 2 2 2 0 2 0 2 1 11
B01 Varicela 1 1 1 2 3 2 1 0 0 11
P74 Outr dist eletrolit metab transit per neonat 3 0 4 0 2 2 0 0 0 11
Q64 Outr malformacoes congen aparelho
urinario 2 0 2 1 1 1 1 0 2 10
Q62 Anom cong obstr pelv renal malf cong
ureter 1 1 1 0 1 2 2 1 1 10
E86 Deplecao de volume 3 1 1 3 2 0 0 0 0 10
P78 Outr transt ap digestivo periodo perinatal 0 0 1 2 1 0 1 1 3 9
N39 Outr transt do trato urinario 1 1 0 0 1 1 2 1 2 9
Q32 Malformaccedilotildees congecircnitas de traqueacuteia e
brocircnquios 0 1 0 3 0 0 2 2 1 9
Q41Ausecircncia atresia estenose congecircnita
intestino delgado 1 0 0 3 2 1 0 1 1 9
J15 Pneumonia bacteriana NCOP 1 2 1 0 3 0 0 1 1 9
K21 Doenc de refluxo gastroesofaacutegico 2 1 0 1 0 3 0 2 0 9
K72 Insuf hepatica NCOP 1 0 1 1 2 2 1 1 0 9
W75 Sufocaccedilatildeo e estrangulamento acidental na 0 0 0 1 1 1 0 4 1 8
86
cama
G91 Hidrocefalia 0 0 0 1 1 0 2 3 1 8
Q63 Outr malformacoes congen do rim 0 0 0 2 3 0 0 3 0 8
C71 Neopl malig do encefalo 3 0 1 1 3 0 0 0 0 8
Q75 Outr malformacoes congen ossos cranio e
face 1 0 1 0 0 0 2 0 3 7
Q02 Microcefalia 1 1 0 0 0 1 1 1 2 7
E84 Fibrose cistica 1 1 1 0 0 1 0 3 0 7
A91 Febre hemorragica dev virus do dengue 0 6 0 0 1 0 0 0 0 7
J45 Asma 3 1 2 1 0 0 0 0 0 7
H66 Otite media supurativa e as NE 0 0 0 0 1 1 1 1 2 6
E43 Desnutric proteico-calorica grave NE 0 1 0 1 0 1 1 1 1 6
Q28 Outr malform congen aparelho
circulatorio 3 0 1 0 0 0 1 0 1 6
E87 Outr transt equil hidroeletr e acido-basic 1 1 2 0 0 1 0 0 1 6
Q31 Malformacoes congen da laringe 0 2 0 0 0 0 1 3 0 6
W04 Queda enquanto carreg apoiado poutr
pessoas 0 0 2 1 0 1 1 1 0 6
A90 Dengue 1 3 0 0 1 0 1 0 0 6
Y07 Outr sindr de maus tratos 0 0 3 0 3 0 0 0 0 6
D65 Coagulacao intravascular disseminada 3 0 1 0 2 0 0 0 0 6
R95 Sindr da morte subita na infancia 0 1 0 0 0 0 1 2 1 5
B25 Doenc pcitomegalovirus 0 0 0 2 0 0 1 1 1 5
I62 Outr hemorragias intracranianas nao-
traum 0 2 0 0 0 0 1 1 1 5
I50 Insuf cardiaca 0 1 0 2 0 0 1 0 1 5
P76 Outr obstrucoes intestinais do recem-
nascido 0 1 1 0 1 1 0 0 1 5
K92 Outr doenc do aparelho digestivo 1 0 2 1 0 0 0 0 1 5
I31 Outr doenc do pericardio 0 0 1 1 1 0 1 1 0 5
J20 Bronquite aguda 0 0 0 0 1 3 0 1 0 5
A04 Outr infecc intestinais bacter 0 1 2 1 0 0 0 1 0 5
G40 Epilepsia 0 0 1 1 0 1 2 0 0 5
R68 Outr sint e sinais gerais 3 0 0 0 0 0 2 0 0 5
P56 Hidropsia fetal dev doenc hemolitica 1 1 2 0 0 0 1 0 0 5
X09 Exposicao a tipo NE de fumacas fogo
chamas 0 0 1 0 1 3 0 0 0 5
D57 Transt falciformes 1 0 1 1 1 1 0 0 0 5
G12 Atrofia muscular espinal e sindr
correlatas 0 1 0 0 0 0 1 0 2 4
Q45 Outr malformacoes congen aparelho
digestivo 1 0 0 0 0 0 1 0 2 4
A19 Tuberc miliar 0 0 0 1 1 0 0 1 1 4
I40 Miocardite aguda 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q26 Malformacoes congen das grandes veias 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q37 Fenda labial cfenda palatina 0 0 0 0 0 1 2 0 1 4
E75 Disturb metab esfingolip e outr depos
lipid 0 0 0 0 1 0 2 0 1 4
Q93 Monossomias e delecoes dos autossomos
NCOP 0 0 0 1 0 1 1 0 1 4
N19 Insuf renal NE 0 2 0 0 1 0 0 0 1 4
W06 Queda de um leito 0 0 0 0 1 1 1 1 0 4
Q30 Malformacao congen do nariz 0 1 1 0 0 0 1 1 0 4
N17 Insuf renal aguda 0 1 0 1 1 0 0 1 0 4
P90 Convulsoes do recem-nascido 1 2 0 0 0 0 0 1 0 4
P54 Outr hemorragias neonatais 0 0 1 0 1 0 2 0 0 4
V03 Pedestre traum colis automov pickup
caminhon 0 0 3 0 0 0 1 0 0 4
D64 Outr anemias 0 0 2 1 0 1 0 0 0 4
W74 Afogamento e submersao NE 1 0 1 1 0 1 0 0 0 4
K83 Outr doenc das vias biliares 0 2 1 0 0 1 0 0 0 4
P91 Outr disturbios funcao cerebral rec-nasc 0 2 0 1 1 0 0 0 0 4
N13 Uropatia obstrutiva e prefluxo 2 1 0 0 1 0 0 0 0 4
C74 Neopl malig da gland supra-renal 1 0 2 1 0 0 0 0 0 4
J22 Infecc agudas NE das vias aereas infer 0 0 0 1 0 0 0 0 2 3
J90 Derrame pleural NCOP 0 0 0 1 0 0 0 1 1 3
P38 Onfalite recem-nasc cou shemorragia 1 0 0 0 0 0 0 1 1 3
87
leve
E74 Outr disturbios do metabolismo
carboidratos 0 0 0 0 0 2 0 0 1 3
X59 Exposicao a fatores NE 0 0 0 0 1 1 0 0 1 3
I33 Endocardite aguda e subaguda 0 0 1 0 0 1 0 0 1 3
V09 Pedestre traum outr acid transp e NE 0 0 0 1 1 0 0 0 1 3
Y09 Agressao pmeios NE 1 0 0 0 1 0 0 0 1 3
I61 Hemorragia intracerebral 0 0 0 0 1 0 1 1 0 3
B22 Doenc pHIV result em outr doenc espec 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
W19 Queda sespecificacao 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
V89 Acid veic mot n-mot tipos de veic NE 0 0 0 0 1 1 0 1 0 3
P80 Hipotermia do recem-nascido 1 0 0 0 0 1 0 1 0 3
K55 Transt vasculares do intestino 0 0 1 1 0 0 0 1 0 3
Q27 Outr malformacoes congen sist vasc perif 0 2 0 0 0 0 0 1 0 3
A16 Tuberc vias respirat sconf bacter histol 0 1 0 0 0 0 2 0 0 3
L03 Celulite 0 0 0 0 1 1 1 0 0 3
K40 Hernia inguinal 0 0 0 1 1 0 1 0 0 3
Y19 Env out prod quim subst noc e NE int n
det 0 0 0 1 1 1 0 0 0 3
J38 Doenc das cordas vocais e da laringe
NCOP 0 0 1 0 1 1 0 0 0 3
C92 Leucemia mieloide 0 0 1 1 0 1 0 0 0 3
J96 Insuf respirat NCOP 1 0 1 0 0 1 0 0 0 3
J80 Sindr do desconforto respirat do adulto 0 0 1 0 2 0 0 0 0 3
Q40 Outr malform congen trato digestivo
super 0 0 1 1 1 0 0 0 0 3
A17 Tuberc do sist nervoso 1 1 0 0 1 0 0 0 0 3
P58 Ictericia neonatal dev outr hemolises
excess 0 0 2 1 0 0 0 0 0 3
D68 Outr defeitos da coagulacao 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
P15 Outr traum de parto 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
J09 Influenza (gripe) devida a viacuterus
identificado da gripe aviaacuteria
0 0 3 0 0 0 0 0 0 3
B99 Doenc infecc outr e as NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
W87 Exposicao a corrente eletrica NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
P72 Outr transt endocrinos transit period
neonat 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2
I21 Infarto agudo do miocardio 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2
D61 Outr anemias aplasticas 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2
A86 Encefalite viral NE 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
V47 Ocup automovel traum colis obj fixo
parado 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
E72 Outr disturbios metabolismo de
aminoacidos 1 0 0 0 0 0 0 0 1 2
J12 Pneumonia viral NCOP 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2
Y04 Agressao pmeio de forca corporal 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Y06 Negligencia e abandono 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
R09 Outr sint sinais relat ap circulat respirat 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2
E70 Disturbios metabolism aminoacidos
aromaticos 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
K31 Outr doenc do estomago e do duodeno 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
I88 Linfadenite inespecifica 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2
D76 Alg doenc q env tec linforr e sist
reticuloh 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
E14 Diabetes mellitus NE 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
Y05 Agressao sexual pmeio de forca fisica 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
D84 Outr imunodeficiencias 0 0 0 0 1 0 1 0 0 2
G71 Transt prim dos musculos 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
J86 Piotorax 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
Q34 Outr malformacoes congen aparelho
respirat 0 0 1 0 0 0 1 0 0 2
L02 Abscesso cutaneo furunculo e antraz 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
Q06 Outr malformacoes congen da medula
espinhal 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
E25 Transt adrenogenitais 0 0 1 0 0 1 0 0 0 2
D18Hemangioma e linfangioma de qq localiz 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
88
X99 Agressao objeto cortante ou penetrante 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
C76 Neopl malig outr localiz e mal definidas 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
K63 Outr doenc do intestino 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
J70 Afeccoes respirat dev outr agentes
externos 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
Y83 Reac anorm compl tard interv cirurg
sacid 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
I60 Hemorragia subaracnoide 0 0 0 1 1 0 0 0 0 2
J06 Infecc agudas vias aereas super loc mult
NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
P59 Ictericia neonatal dev outr causas e as NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
B24 Doenc pHIV NE 0 1 0 0 1 0 0 0 0 2
P92 Problemas de alimentacao do recem-
nascido 1 0 0 0 1 0 0 0 0 2
X36 Vitima avalanc desab terra out mov sup
terr 0 0 1 1 0 0 0 0 0 2
J10 Influenza dev virus influenza identificado 0 0 2 0 0 0 0 0 0 2
C22 Neopl malig figado vias biliares intra-
hepat 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E03 Outr hipotireoidismos 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E23 Hipofuncao e outr transt da hipofise 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
E41 Marasmo nutricional 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
A40 Septicemia estreptococica 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
C72 Neop mal med esp nerv cran out sist nerv
cen 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
E71 Dist metab aminoacidos cad ramif e acid
grax 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I26 Embolia pulmonar 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I80 Flebite e tromboflebite 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
N10 Nefrite tubulo-intersticial aguda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
P50 Perda sanguinea fetal 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Q92 Outr trissomias e trissom parc autoss
NCOP 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V04 Pedestre traum colis veic transp pesado
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V44 Ocup autom traum colis veic trans pesad
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
W20 Impacto caus objeto lanc projetado em
queda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Y08 Agressao poutr meios espec 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
D59 Anemia hemolitica adquir 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
G60 Neuropatia hereditaria e idiopatica 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
M60 Miosite 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
P53 Doenc hemorragica do feto e do recem-
nascido 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
W08 Queda de outr tipo de mobilia 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X08 Exposicao outr tipo espec fumaca fogo
chamas 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X91 Agressao enforc estrangulamento
sufocacao 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
B49 Micose NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C33 Neopl malig da traqueia 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C38 Neopl malig do coracao mediastino e
pleura 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C73 Neopl malig da gland tireoide 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C95 Leucemia de tipo celular NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
J39 Outr doenc das vias aereas super 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
K52 Outr gastroenterites e colites nao-infecc 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q36 Fenda labial 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q68 Outr deform osteomusculares congen 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C64 Neopl malig do rim exceto pelve renal 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
C91 Leucemia linfoide 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
D48 Neopl comp incdesconh outr localiz e NE 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J04 Laringite e traqueite agudas 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J34 Outr transt do nariz e dos seios paranasais 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
L51 Eritema polimorfo 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
89
AGRADECIMENTOS
Agrave minha matildee Vilma por ser uma matildee maravilhosa pelo seu amor
Ao meu pai Seacutergio (in memorian) por ter me ensinado tantas coisas importantes sobretudo
ser uma pessoa honrada
Ao meus filho Daniel e tambeacutem a Minie e Cookie que amo tanto
Aos meus irmatildeos Maria Paula e Seacutergio por acreditarem em mim Agrave minha famiacutelia que eu
desejo toda a felicidade do mundo
Agrave minha orientadora Maria Tereza Fonseca da Costa pelo apoio compreensatildeo e carinho
Aos meus professores do mestrado queridos por terem me ensinado tantas coisas importantes
e terem ampliado tanto os meus conhecimentos
Ao professor Ricardo Mattos pela generosidade gentileza aleacutem de ter aceitado o convite para
a minha banca contribuindo com ensinamentos valiosos
Agrave professora Valeacuteria Romano pelo carinho aleacutem de ter aceitado fazer parte da minha banca
quando fez grandes contribuiccedilotildees ao trabalho
Aos amigos queridos do mestrado o carinho a amizade o companheirismo Foi um enorme
prazer ir agraves aulas desfrutar a alegria do conviacutevio com vocecirc Um agradecimento especial agrave
Nayara Borges que com tanta generosidade me ajudou no momento em que eu mais
precisava ao alto astral dos risos da amiga Mocircnica Soares e ao apoio da amiga Viviane
Pereira Porto Agradeccedilo tambeacutem a Ana Paula Moura Nunes querida do administrativo
Agrave amiga Denise de Mattos Gaudard amiga de muitos anos de uma vida que me ajudou tanto
no trabalho na sua formataccedilatildeo estruturaccedilatildeo e revisatildeo
Agrave minha terapeuta querida Beatriz Breves pelo apoio pelo incentivo pelo carinho pela
ajuda
Ao Bruno Cardoso da Gerecircncia de Dados Vitais da SVSSMS Rio por ter me apoiado com o
trabalho
Aos meus amigos amados que fazem a minha jornada nessa vida mais feliz
A Deus por iluminar o meu caminho por cuidar de mim e de todos que eu amo Por me
ajudar a tentar cada dia ser uma pessoa melhor
ldquoDeixai as crianccedilas virem a mim rdquo
(Mateus 1913-15)
RESUMO
Introduccedilatildeo A mortalidade infantil relaciona-se agraves condiccedilotildees sociais e econocircmicas da
populaccedilatildeo e tambeacutem agrave oferta e qualidade dos serviccedilos de sauacutede Apesar do decliacutenio de suas
taxas no Brasil nas uacuteltimas deacutecadas ela ainda se apresenta elevada quando comparada a
outros paiacuteses e haacute uma grande proporccedilatildeo de oacutebitos evitaacuteveis Objetivo Analisar a variaccedilatildeo
dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados para
o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea Programaacutetica (AP) 10 do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015 Metodologia Estudo exploratoacuterio
descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre a mortalidade infantil e sua evitabilidade
considerando os oacutebitos de menores de um ano de residentes na aacuterea de bairros centrais do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 com descriccedilatildeo da variaccedilatildeo por ano e
pelos triecircnios correspondentes a este periacuteodo Foram utilizados dados secundaacuterios de bases
dos sistemas de mortalidade e de nascimentos com classificaccedilatildeo das causas de oacutebitos
segundo Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do
Brasil Resultados Houve aumento de oacutebitos infantis em 2015 na aacuterea diferente da
diminuiccedilatildeo da meacutedia no municiacutepio Analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP
10 e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes
considerando-se o primeiro e uacuteltimo triecircnio Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da
Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na AP10 no periacuteodo estudado ainda se observa uma
proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
relacionadas aos oacutebitos infantis
Palavras Chave Mortalidade Infantil Causas de Morte Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
ABSTRACT
Introduction Infant mortality is related to the social and economic conditions of the
population and also to the supply and quality of health services Despite the decline of its
rates in Brazil in recent decades it is still high when compared to other countries and there is
a large proportion of preventable deaths Objective To analyze the variation of infant deaths
by components and according to the avoidance criteria recommended for the Brazilian
Unified Health System (SUS) in the Program Area (AP) 10 in the municipality of Rio de
Janeiro between 2007 and 2015 Methods Descriptive exploratory study of temporal and
quantitative series on infant mortality and its avoidability considering the deaths of children
under one year of age in the central districts of the city of Rio de Janeiro from 2007 to 2015
with a description of the variation per year and for the triennia corresponding to this period
Secondary data from the bases of mortality and birth systems were used with a classification
of causes of death according to the List of Causes of Deaths Avoidable by Interventions of the
Brazilian Unified Health System Results There was an increase in infant deaths in 2015 in
the area different from the average decrease in the municipality Analyzing the Infant
Mortality in AP 10 and MRJ we observed a reduction of their rates in relation to all their
components considering the first and last three years Although there was a reduction in
Infant Mortality in MRJ and also in AP10 during the period under study there is still a
significant proportion of Avoidable Causes by Intervention of the Unified Health System
related to infant deaths
Key words Infant Mortality Cause of Death Primary Health Care
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2010
Tabela 2 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao nascerlt 2500g
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios
MRJ 2007 a 2015
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal no periacuteodo
MRJ 2007 a 2015
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ
Tabela 14 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee
Tabela 15 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 21 - TMI por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 22 - TMI por componentes por periacuteodo no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Tabela 25 - TMI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio
Tabela 26 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade- MRJ
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeo segundo evitabilidade
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 33 - Taxa de MI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash MRJ e APs ndash 2007 e
2017
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 - Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo
feita em base ao periacuteodo de 2000 a 2010
Graacutefico 5 - Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP de 20715
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de
2007 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10 por triecircnio de 2007 a
2015
Graacutefico 12 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID no MRJ
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Figura 2 - Bairros da AP 10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 - Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
ANEXO 2 - Lista de causas evitaacuteveis
ANEXO 3 - Oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AP Aacuterea Programaacutetica (ou Aacuterea de Planejamento)
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
BP Baixo Peso
Cap Capiacutetulo
CID-10 Classificaccedilatildeo Estatiacutestica Internacional de Doenccedilas e Problemas Relacionados agrave
Sauacutede 10ordf revisatildeo tambeacutem conhecida como Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas 10ordf
revisatildeo
CMI Coeficiente de Mortalidade Infantil
CMS Centro Municipal de Sauacutede
CNDSS Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
DATASUS Departamento de Informaacutetica do SUS
DNV Declaraccedilotildees de Nascido Vivo
DO Declaraccedilatildeo de Oacutebito
DSS Determinantes Sociais de Sauacutede
EQSF Equipe Sauacutede da Famiacutelia
ESB Equipe de Sauacutede Bucal
ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano
MI Mortalidade Infantil
MRJ Municiacutepio do Rio de Janeiro
MS Ministeacuterio da Sauacutede
Nordm Nuacutemero
NV Nascidos Vivos
OBS Observaccedilatildeo
ODM Objetivos do Desenvolvimento do Milecircnio
OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OTICS Observatoacuterio de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo em Sistemas e Serviccedilos
de Sauacutede
PACS Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
PSF Programa de Sauacutede da Famiacutelia
RJ Rio de Janeiro
RN Receacutem-nascido
SIM Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade
SMS Secretaria Municipal de Sauacutede
SMS-RJ Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
SINASC Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos
SUBPAV Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria Vigilacircncia e Promoccedilatildeo da Sauacutede
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
TABNET eacute um instrumento desenvolvido pelo DATASUS ndash Departamento de Informaacutetica
do Sistema Uacutenico de Sauacutede oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) que permite tabulaccedilotildees on-
line de dados e geraccedilatildeo de informaccedilotildees
TMI Taxa de Mortalidade Infantil
TMF Taxa de Mortalidade Fetal
UIS Unidade Integrada de Sauacutede
UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria 22
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro 23
23 Mortalidade Infantil no Brasil 27
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis 31
3 OBJETIVOS 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 METODOLOGIA 37
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados 37
42 Cenaacuterio de Estudo 37
43 Estrateacutegia de Anaacutelise 38
44 Aspectos Eacuteticos 41
5 RESULTADOS 41
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro 42
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ 50
53 Mortalidade Infantil na AP 10 55
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10 58
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs 66
6 DISCUSSAtildeO 69
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 71
8 REFEREcircNCIAS 75
9 ANEXOS 80
17
1 INTRODUCcedilAtildeO
A mortalidade infantil eacute um assunto de extrema importacircncia no Brasil e em todo
mundo Aleacutem de ser um indicador das condiccedilotildees soacutecio econocircmicas de uma populaccedilatildeo
tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos de sauacutede Para Bezerra et al (2007) a taxa de
mortalidade infantil representa um indicador de extrema importacircncia sendo um dos mais
utilizados no acircmbito internacional e encontra-se relacionada com fatores soacutecio-ambientais
nutriccedilatildeo saneamento baacutesico fatores relacionados a serviccedilos que prestam atenccedilatildeo agrave gestante e
ao receacutem-nato (BEZERRA 2007) Apesar de apresentar um decliacutenio de suas taxas desde
1990 ainda tem sido um desafio minimizar seus determinantes que em grande parte satildeo
evitaacuteveis No Brasil ainda encontramos taxas elevadas de mortalidade infantil quando nos
comparamos a paiacuteses desenvolvidos A estimativa para o Japatildeo por exemplo era de uma taxa
de mortalidade infantil de 20 1000 em 2015 sendo uma das menores do mundo Jaacute para o
Canadaacute a taxa estimada era de 40 nos EUA 60 enquanto para o Brasil a estimativa era 150
1000 no mesmo periacuteodo (UNICEF 2015 p 1923 e 27)
Segundo Antunes (2015) estudos sobre as condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo suas
relaccedilotildees sociais econocircmicas bioloacutegicas culturais e poliacuteticas revelam as disparidades entre a
sauacutede de seus integrantes onde as condiccedilotildees sociais e econocircmicas fraacutegeis implicam
desigualdades em sauacutede (ANTUNES 2015) Buss e Pellegrini (2007) reforccedilam esta
observaccedilatildeo ao relatar que as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo diretamente ligadas agraves
condiccedilotildees sociais que agravadas pela iniquidade de renda contribuem para um risco
diferenciado na maior parte a populaccedilatildeo Para isso foi proposta uma seacuterie de conceitos sobre
os Determinantes Sociais de Sauacutede (DSS)
ldquoPara a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) os
DSS satildeo os fatores sociais econocircmicos culturais eacutetnico-raciais psicoloacutegicos e
comportamentais que influenciam a ocorrecircncia de problemas de sauacutede e seus fatores
de risco na populaccedilatildeordquo (BUSS e PELLEGRINI 2007 p 78)
Em 2005 foi criada a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
(DSS) a partir da orientaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) para se discutir e
ampliar o conhecimento e a consciecircncia sobre os determinantes sociais da sauacutede assim como
suas relaccedilotildees a desigualdade e iniquidade em sauacutede Para se analisar o conceito de
18
Iniquumlidade em sauacutede pode-se remontar a Whitehead (1992) apud Buss e Pellegrini (2007) que
traduz este conceito do ponto de vista eacutetico e social ao mencionar iniquidades em sauacutede como
sendo desigualdades injustas e indesejaacuteveis para a populaccedilatildeo (BUSS e PELLEGRINI 2007)
O conceito de equidade estabelece o direito de todos desde que se possa atender agraves
necessidades de pessoas que precisam mais fazendo com que haja justiccedila social Atraveacutes do
Relatoacuterio Final da Comissatildeo Nacional sobre Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) 2008
o Brasil esteve situado ldquoem 11ordm lugar entre os mais desiguais do mundo em termos de
distribuiccedilatildeo da rendardquo com dados de 2005 (CNDSS 2008 p11) produzindo uma injusta
desigualdade social (FIOCRUZ 2008)
A questatildeo da sauacutede como um princiacutepio baacutesico da humanidade tem tanta relevacircncia
que a partir de 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) propocircs o relatoacuterio onde
descreve os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) que continha metas
apontadas ateacute 2015 (ONU 2000) Esse relatoacuterio menciona o quarto objetivo que destaca as
estrateacutegias da ONU para os governos de todo mundo sobre quais satildeo as diretrizes para
promover a reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia em dois terccedilos tendo como referecircncia a taxa
de 1990 Santos et al (2012) ratificam que estas diretrizes foram sugeridas estrateacutegias
regionais que utilizaram os seguintes indicadores a taxa de mortalidade na infacircncia (menores
de 5 anos) entre 1990 e 2015 a taxa de mortalidade infantil (menores de 1 ano) e a proporccedilatildeo
de crianccedilas de ateacute 1 ano vacinadas contra o sarampo (SANTOS 2012)
A meta dos ODM a respeito dos oacutebitos infantis foi alcanccedilada no Brasil em 2010
passando para uma taxa de 156 oacutebitos por 1000 nascidos vivos embora o paiacutes ainda
apresente alta taxa de mortalidade infantil (IBGE 2016) Assim parece ser fundamental que
se conheccedilam as principais de causas de morte infantil assim como as causas de mortes
evitaacuteveis neste grupo a fim de contribuir para a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no Brasil
(MENEZES 2014)middot
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foi definido na Constituiccedilatildeo de 1988 e
regulamentado pelas Leis Orgacircnicas da Sauacutede (lei 88090 e Lei 814290) a fim de
democratizar os serviccedilos de sauacutede no Brasil dessa forma garantindo o acesso universal aos
serviccedilos de sauacutede puacuteblica Seus princiacutepios aleacutem da universalidade satildeo a integralidade
equidade a regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo da rede das accedilotildees e dos serviccedilos de sauacutede a
descentralizaccedilatildeo na sauacutede e participaccedilatildeo e controle social (BRASIL 2012)
19
O Programa Sauacutede da Famiacutelia instituiacutedo no Brasil em 1994 como um dos muitos
programas do governo brasileiro que seguem os princiacutepios e diretrizes do SUS trazendo a
reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria Em 1998 mudou de denominaccedilatildeo e passou a se chamar
Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia uma vez que sua principal caracteriacutestica foi a de ser uma
estrateacutegia de reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no Brasil (JESUS 2015)
Aleacutem de se apresentar como o primeiro contato do paciente com o serviccedilo de sauacutede o
PSF priorizou accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de sauacutede representando uma
importante conquista social prevista na Constituiccedilatildeo de 1988 A ESF permite um maior
acesso ao SUS assim como a realizaccedilatildeo de uma assistecircncia que busca acompanhar o
indiviacuteduo e sua famiacutelia dentro do seu ambiente social A atenccedilatildeo ao preacute-natal do mesmo
modo que os acompanhamentos da crianccedila menor de um ano possibilitam a prestaccedilatildeo de um
serviccedilo de qualidade agrave sauacutede materna e infantil no territoacuterio da ESF (BRASIL 2012)
A motivaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo ocorreu ao longo da construccedilatildeo da minha
carreira profissional como meacutedica generalista atuando na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde
2001 A humanizaccedilatildeo do atendimento o viacutenculo entre os profissionais de sauacutede e os usuaacuterios
da ESF assim como o atendimento longitudinal (ou seja ao longo do tempo) com enfoque
nas linhas de cuidado (relativas ao fluxo assistencial) garantidas ao usuaacuterio contribuem para a
percepccedilatildeo de uma maior e melhor oferta de assistecircncia agrave sua sauacutede visando melhorar os
indicadores de sauacutede A sauacutede infantil e a possiacutevel interferecircncia nos seus indicadores com a
expansatildeo da ESF na Cidade mostrou-se como um adequado tema para estudo O Mestrado
em Sauacutede da Famiacutelia e a realizaccedilatildeo desse estudo foram uma boa oportunidade quando
complementei esse tempo e experiecircncia de trabalho com uma pesquisa a qual poderaacute
contribuir no conhecimento sobre sauacutede na infacircncia observando-a no contexto expansatildeo
recente da atenccedilatildeo primaacuteria no municiacutepio do Rio de Janeiro
Por razotildees relacionadas agraves questotildees de tempo para a realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo do
Mestrado definiu-se uma aacuterea especiacutefica da Cidade sobre a qual as informaccedilotildees foram mais
objetivamente analisadas Uma suposiccedilatildeo inicial era a de que estaria ocorrendo melhoria
contiacutenua dos indicadores de sauacutede infantil com o maior acesso aos serviccedilos de sauacutede do
municiacutepio do Rio de Janeiro nos moldes dos paiacuteses e regiotildees que priorizam a atenccedilatildeo
primaacuteria haacute mais tempo Houve a definiccedilatildeo de aacuterea geograacutefica especiacutefica no municiacutepio para
melhor focalizar os interesses desse estudo a Aacuterea Programaacutetica 10 (AP 10) que seraacute
apresentada a seguir tambeacutem porque em 2015 foi observada tendecircncia de aumento da
mortalidade infantil nesta aacuterea diferente do que ocorreu na maior parte das aacutereas da Cidade
20
Como questatildeo norteadora inicial deste estudo apresentou-se ldquoComo estaacute o
Mortalidade Infantil apoacutes a expansatildeo da ESF na AP 10 em relaccedilatildeo agraves taxas do municiacutepio do
Rio de Janeirordquo
Neste momento foi tambeacutem importante compreender como ofertar cada vez mais
serviccedilos de sauacutede de qualidade para a populaccedilatildeo em especial agrave gestante ao receacutem-nascido e agrave
da crianccedila menor de um ano que necessitam ter um acesso facilitado e uma assistecircncia
qualificada visando contribuir com a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no municiacutepio
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria
Em setembro de 1978 a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Fundo das
Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (UNICEF) articularam uma Conferecircncia Internacional sobre
Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) Essa conferecircncia denominada ldquoConferecircncia de Alma-
Atardquo se tornou um marco histoacuterico para a sauacutede jaacute que o modelo anterior de atenccedilatildeo agrave sauacutede
com um vieacutes mais biomeacutedico verticalizado especializado e intervencionista estava sendo
fortemente questionado Eram necessaacuterias novas abordagens para a intervenccedilatildeo em sauacutede
(GIOVANELLA 2009)
ldquoNa Declaraccedilatildeo de Alma-Ata a APS eacute concebida como a atenccedilatildeo agrave sauacutede essencial
baseada em meacutetodos e tecnologias apropriadas cientificamente comprovados e
socialmente aceitaacuteveis cujo acesso deve ser garantido a todas as pessoas e famiacutelias
da comunidade mediante sua plena participaccedilatildeo Pressupotildee assim a participaccedilatildeo
comunitaacuteria e a democratizaccedilatildeo dos conhecimentos incluindo lsquopraticantes
tradicionaisrsquo (curandeiros parteiras) e agentes de sauacutede da comunidade treinados
para tarefas especiacuteficas contrapondo-se ao elitismo meacutedico Nessa concepccedilatildeo a
APS representa o primeiro niacutevel de contato com o sistema de sauacutede levando a
atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel de onde as pessoas residem e trabalham
Contudo natildeo se restringe ao primeiro niacutevel integrando um processo permanente de
assistecircncia sanitaacuteria que inclui a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo a cura e a reabilitaccedilatildeordquo
(GIOVANELLA 2009 p579)
Em seguida em 1986 foi realizada a Primeira Conferecircncia Internacional sobre
Promoccedilatildeo da Sauacutede em Ottawa no Canadaacute com vistas agraves novas propostas em sauacutede puacuteblica
segundo Emiacutelia Nunes (2011) Foi assinada ao final da Conferecircncia a Carta de Otawa que
aleacutem de propor uma visatildeo consciente sobre os determinantes de sauacutede por uma populaccedilatildeo
ativa e em relaccedilatildeo agraves questotildees voltadas para os serviccedilos de sauacutede propotildee tambeacutem a reduccedilatildeo
das disparidades sociais e econocircmicas dentre outros objetivos Buscava-se assim uma nova
sauacutede puacuteblica como uma grande estrateacutegia para a obtenccedilatildeo de ldquoSauacutede para todos no ano
2000rdquo (NUNES 2011)
Ainda em 1986 foi realizada a 8ordf Conferecircncia Nacional de Sauacutede no Brasil tendo
como presidente o meacutedico sanitarista Seacutergio Arouca Essa conferecircncia viria a ser um dos
marcos institucionais de uma reforma sanitaacuteria que nos apresentou os princiacutepios de um novo
sistema de sauacutede (AROUCA 2003)
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 pocircde concretizar a criaccedilatildeo de um novo sistema de
sauacutede o SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) cujos princiacutepios de equidade integralidade e
22
universalidade aleacutem de trazerem a democracia de volta ao paiacutes levaram agrave reorganizaccedilatildeo da
atenccedilatildeo agrave sauacutede (PAIVA e TEIXEIRA 2014)
Identifica-se no texto constitucional que aleacutem de ter como um dos seus objetivos
minimizar a desigualdade social procurou tambeacutem assegurar ao cidadatildeo direitos tais como
sauacutede que resulte em bem-estar educaccedilatildeo lazer seguranccedila trabalho etc (NORONHA
2013) O texto constitucional tambeacutem reafirma que
ldquoA sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e
econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e
recuperaccedilatildeordquo (BRASIL 1988 Artigo 196 Seccedilatildeo II DA SAUacuteDE)
Souza (2010) reforccedila que com base na Constituiccedilatildeo o Estado se articulou para
ampliar o alcance de suas poliacuteticas inclusivas de sauacutede e garantir o acesso dos serviccedilos de
sauacutede a todos atraveacutes de um processo de regulamentaccedilatildeo da estrutura de sauacutede descentralizada
que avanccedilou em 1990 atraveacutes ambas da Lei Orgacircnica de Sauacutede No 8080 que estrutura o
SUS e a Lei No 8142 que trata das respectivas transferecircncias de recursos aos entes
conveniados Estas leis dispotildeem acerca de accedilotildees e serviccedilos em sauacutede a serem executados pelo
SUS aleacutem dos objetivos diretrizes princiacutepios e campo seus de atuaccedilatildeo entre outras
disposiccedilotildees
A descentralizaccedilatildeo do SUS possibilita a sua atuaccedilatildeo aos niacuteveis locais coloca a
engrenagem poliacutetico-administrativa mais proacutexima do usuaacuterio do sistema de sauacutede permitindo
sua participaccedilatildeo nessa nova concepccedilatildeo de sauacutede Inclusive os repasses financeiros e a
participaccedilatildeo da populaccedilatildeo na gestatildeo do sistema de sauacutede tambeacutem fazem parte das leis
orgacircnicas de sauacutede (SOUZA 2010) O SUS implica uma rede de serviccedilos de sauacutede
articulados que presta atenccedilatildeo de forma assistencial integrada e longitudinal coordenada pela
Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (OUVERNEY e NORONHA 2013)
Na APS se estabelece a porta de entrada do indiviacuteduo ao sistema de sauacutede
correspondendo agraves primeiras accedilotildees de cuidados em sauacutede que satildeo levadas ao ambiente mais
proacuteximo de onde se encontram as pessoas (STARFIELD 2002)
Barbara Starfield (2002) tambeacutem considera como caracteriacutesticas especiacuteficas da APS
a prestaccedilatildeo de serviccedilos de primeiro contato a responsabilidade longitudinal pelo paciente
com continuidade da relaccedilatildeo cliacutenico-paciente ao longo da vida estabelecendo assim um
viacutenculo muito positivo entre os profissionais de sauacutede e pacientes a garantia de cuidado
integral considerando-se os acircmbitos fiacutesicos psiacutequicos e sociais da sauacutede dentro dos limites de
23
atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede e a coordenaccedilatildeo das diversas accedilotildees e serviccedilos indispensaacuteveis
para resolver necessidades menos frequentes e mais complexas
A primeira caracteriacutestica da atenccedilatildeo primaacuteria eacute de ser a porta de entrada para o sistema
de sauacutede o serviccedilo de primeiro contato Para isso ele deve ter seu acesso facilitado agraves pessoas
Para isso se faz necessaacuterio que as Unidades Baacutesicas de Sauacutede estejam localizadas proacuteximas
aos domiciacutelios das pessoas assim como proacuteximas tambeacutem de seus trabalhos escolas ou seja
onde vivem trazendo assim um conceito de capilaridade maior agrave assistecircncia (Brasil 2012)
Outra importante funccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria eacute encaminhar pacientes para a rede de atenccedilatildeo
secundaacuteria e terciaacuteria (especializadas) garantindo o seu acesso nessas redes A clientela deve
ser adstrita a um territoacuterio e deve ser garantida uma atenccedilatildeo integral (STARFIELD 2002)
Durante muito tempo atribuiu-se agrave melhoria das condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas como o
fator mais importante de reduccedilatildeo da mortalidade das populaccedilotildees Poreacutem mostrou-se inegaacutevel
o papel dos serviccedilos de sauacutede ofertados agrave populaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da morbimortalidade das
populaccedilotildees (BRASIL 2012)
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro
A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia eacute considerada uma estrateacutegia de expansatildeo qualificaccedilatildeo
e consolidaccedilatildeo da APS no paiacutes Ele segue os mesmos princiacutepios do SUS que satildeo
universalidade equidade integralidade regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo Sua atenccedilatildeo eacute sobre
a famiacutelia e natildeo apenas sobre o individuo Suas accedilotildees satildeo de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo de
doenccedilas assistecircncia recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo agrave sauacutede Seu objetivo eacute de promover o acesso
agrave sauacutede a todos (BRASIL 2012)
Segundo Carla Cazelli em sua dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave FIOCRUZ em
2003 o Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) do municiacutepio do Rio de Janeiro teve o seu
primeiro projeto implantado em 1995 na Ilha de Paquetaacute com uma relativa expansatildeo em
1999 para as comunidades do Borel - Tijuca Parque Royal - Ilha do Governador Canal do
Anil - Jacarepaguaacute Vilas Canoas - Satildeo Conrado e Vilar Carioca - Campo Grande CASELLI
2003 e foi ampliando paulatinamente o nuacutemero de equipes ateacute 2016 como pode ser
observado no ANEXO 1
Nos uacuteltimos anos outro contexto poliacutetico municipal determinou uma nova etapa de
efetiva expansatildeo do PSF fato este descrito por Harzheim (2013)
24
ldquoNo municiacutepio do Rio de Janeiro a cobertura da ESF em 2009 estava em torno de
7 A partir desse ano forte ecircnfase foi dada para a APS Iniciou-se uma reforma da
APS orientada pela qualidade representada pela criaccedilatildeo das novas Cliacutenicas de
Famiacutelia e pelas Unidades tipo A (ambas 100 ESF) diferente das unidades B
(Unidades com algumas equipes de ESF) e C (Unidades Tradicionais sem ESF) Ao
final de 2012 a cobertura populacional da ESF era 40rdquo (HARZHEIM 2013 p
11)
Em 2000 havia 13 equipes de ESF no municiacutepio e desde entatildeo ocorreu uma expansatildeo
no nuacutemero de equipes e unidades Esta expansatildeo passa a ser referida como Reforma da
Atenccedilatildeo Primaacuteria (RCSP) na Cidade do Rio de Janeiro iniciada em 2009 com alicerce na
mudanccedila organizacional da Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) que coloca a Atenccedilatildeo
Primaacuteria como ordenadora das Redes de Atenccedilatildeo A cobertura populacional no municiacutepio do
Rio de Janeiro em 2009 correspondia a 7 e no final de 2012 jaacute era de 40 da populaccedilatildeo
Conforme mostrado no Graacutefico 1 entre 2008 e 2016 a cidade do Rio de Janeiro apresentou a
maior ampliaccedilatildeo de acesso do paiacutes na APS (HARZHEIM 2013)
Graacutefico 1- Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Para fins de planejamento e gestatildeo a Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) do Rio de
Janeiro divide a cidade em dez aacutereas programaacuteticas (AP) Na Cidade a expansatildeo da
Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia ocorreu de maneira natildeo equilibrada nas AP Em 2010 foi
inaugurada uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 e uma na AP 21 enquanto dez Cliacutenicas de
Famiacutelia foram inauguradas na AP 53 como mostra a Tabela 1 Em 2011 foram inauguradas
uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 AP 40 e AP 53 nove Cliacutenicas na AP 32 e cinco Cliacutenicas
na AP 33 como pode ser visto na Tabela 2 A maior expansatildeo da ESF na AP 10 regiatildeo
relacionada ao presente estudo se deu em 2016 como podemos observar nos Graacuteficos 2 e 3
(OTICS 2017)
25
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2010
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 4 2
AP 21 1 11 4
AP 31 5 36 15
AP 52 3 13 6
AP 53 10 47 22
TOTAL 20 111 49
Fonte OTICS SMS 2017
Tabela 2- Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2011
Fonte OTICS SMS 2017
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 6 3
AP 31 4 22 9
AP 32 9 49 19
AP 33 5 24 10
AP 40 1 3 1
AP 51 4 30 12
AP 52 4 23 9
AP 53 1 6 3
TOTAL 29 163 66
26
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 - IBGE 2010 Plataforma SUBPAV e Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP
ateacute outubro de 2016
27
23 Mortalidade Infantil no Brasil
A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) eacute um indicador do niacutevel de sauacutede da populaccedilatildeo
importante para avaliar poliacuteticas de sauacutede puacuteblica (SANTOS e LANSKY 2015) aleacutem de
refletir qualidade de vida da populaccedilatildeo esta taxa tambeacutem se relaciona agraves suas diferentes
condiccedilotildees socioeconocircmicas (SANTANA 2011)
A TMI se refere aos oacutebitos ocorridos entre os menores de um ano (lt 1 ano) e pode ser
subdividida em dois componentes Neonatal e Poacutes- Neonatal O oacutebito neonatal eacute aquele que
ocorre nos primeiros 27 dias de vida e pode ainda se dividir em neonatal precoce (periacuteodo de
0 a 6 dias) e neonatal tardio (7 a 27 dias) O oacutebito poacutes-neonatal eacute aquele que ocorre entre o 28ordm
dia e 364ordm dia de vida (Brasil 2009)
Nas ultimas deacutecadas mais precisamente ateacute 1990 havia maior proporccedilatildeo de oacutebitos no
periacuteodo poacutes-neonatal Apoacutes 1990 foram constatadas mudanccedilas nos iacutendices de mortalidade
que passaram a predominar no periacuteodo neonatal no Brasil Essa mudanccedila foi consequumlente agrave
reduccedilatildeo das principais causas de mortalidade poacutes-neonatal como as doenccedilas infecto-
parasitaacuterias doenccedilas do trato respiratoacuterio e desnutriccedilatildeo com consequente aumento
proporcional das principais causas da mortalidade no periacuteodo neonatal precoce como a
prematuridade asfixia do receacutem-nato e doenccedilas infecciosas no receacutem-nascido (MENEZES
2014)
Para Lima (2006) o componente neonatal da Mortalidade Infantil constitui-se
problema de sauacutede puacuteblica uma vez que quantidade relevante dos oacutebitos que ocorrem neste
periacuteodo associa-se a causas evitaacuteveis (relativas ao acesso e agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
bem como agrave qualidade desta assistecircncia) Esse componente estaacute ligado agraves condiccedilotildees sociais
econocircmicas de assistecircncia agrave sauacutede materna e infantil comportamentais e bioloacutegicas dentre
outras mas tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos ofertados agraves matildees e aos receacutem-nascidos
durante o periacuteodo de gestaccedilatildeo do parto e periacuteodo neonatalmiddot
Tendo como referecircncia as notas teacutecnicas da Rede Interagencial de Informaccedilotildees para a
Sauacutede - RIPSA (2009) verifica-se o conceito de TMI definido a partir da divisatildeo do nuacutemero
de oacutebitos de menores de um ano de idade pelo nuacutemero total de nascidos vivos na populaccedilatildeo
residente em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (RIPSA 2009)
28
Outro conceito de mortalidade utilizado eacute a mediccedilatildeo proporcional por grupos de
causas no que se refere ao percentual de oacutebitos ocorridos por grupos de causas definidas na
populaccedilatildeo residente (BRASIL 2009)
Igualmente importante a se considerar a TMF (Taxa de Mortalidade Fetal) eacute calculada
dividindo-se o nuacutemero total de oacutebitos fetais pelo nuacutemero de nascimentos totais (nascidos
vivos e oacutebitos fetais) variando poreacutem o criteacuterio de idade gestacional e peso para definir o
oacutebito fetal (BARBEIRO 2015) Vaacuterias definiccedilotildees para oacutebito fetal satildeo apresentadas na
literatura Para a OMS o oacutebito fetal eacute aquele que ocorre antes de uma expulsatildeo completa do
produto da concepccedilatildeo do organismo materno independente da idade gestacional da matildee da
crianccedila Jaacute para o National Center for Health Statistics dos Estados Unidos a morte fetal eacute
aquela que ocorre apoacutes a 20 ordf semana completa de gestaccedilatildeo Outros autores utilizam alguns
paracircmetros como peso altura e idade gestacional avanccedilada para definir os oacutebitos fetais
(SAMPAIO 2010)
Em 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede instituiu um Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da
Mortalidade Materna e Neonatal Em 2009 o Pacto pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil
nas Regiotildees da Amazocircnia Legal e Nordeste do Brasil (PRMI) a fim de reduzir em 5 ao
ano a TMI nos anos de 2009 e 2010 sobretudo em seu componente neonatal
(GUERRERO 2010)
Rosacircngela Ferrari e col realizaram um estudo bibliograacutefico e descritivo em 2012
sobre a mortalidade poacutes- neonatal no Brasil entre 2004 e 2009 Aleacutem de evidenciarem o
decliacutenio da mortalidade infantil sobretudo de seu componente poacutes-neonatal no final de 1990
foi observada relaccedilatildeo estatisticamente significativa entre as condiccedilotildees de vida e a taxa de
mortalidade infantil (FERRARI et al 2012)
Em algumas regiotildees do Brasil houve uma diminuiccedilatildeo importante das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (mais de 80) seguidas pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio e por deficiecircncias
nutricionais e baixo peso ao nascer A duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo escore de Apgar menor que sete
no 1ordm e 5ordm minutos de vida e nuacutemero igual ou maior que seis consultas de preacute-natal tambeacutem
satildeo variaacuteveis que estatildeo relacionadas agrave mortalidade infantil Em regiotildees de menor renda e
importante desigualdade econocircmica ainda haacute elevada TMI Como principais causas de morte
infantil as doenccedilas diarreacuteicas e as pneumonias foram as principais causas evitaacuteveis de morte
infantil seguida das malformaccedilotildees congecircnitas causa dificilmente evitaacutevel de morte infantil
Fatores de risco relacionados agraves pneumonias satildeo idade menor que seis meses peso abaixo de
2500 gramas desmame precoce desnutriccedilatildeo deficiecircncia de micronutrientes (vitaminas A
29
ferro e zinco) e presenccedila de episoacutedio preacutevio de pneumonia A maior oferta de aacutegua potaacutevel e
rede de esgoto contribuiacuteram para a reduccedilatildeo das doenccedilas diarreacuteicas As causas externas como
os acidentes e causas mal definidas tambeacutem se relacionam com a mortalidade poacutes-neonatal
(FERRARI et al 2012)middot
O periacuteodo perinatal compreende aquele do final da gestaccedilatildeo (oacutebitos fetais) ateacute os seis
primeiros dias completos de vida As causas diretas de mortalidade perinatal satildeo o baixo peso
ao nascer e a prematuridade assim como fatores que envolvem a gestante e seu acesso agrave
assistecircncia ao preacute-natal Aleacutem disso fatores soacutecios econocircmicos e ambientais que estatildeo
relacionados agrave gestante tambeacutem podem interferir nos determinantes da morte infantil
(MARTINS 2013)
A mortalidade perinatal eacute um indicador que permite uma anaacutelise da assistecircncia de
sauacutede agrave gestante e o acesso a serviccedilos de sauacutede eficazes para que haja reduccedilatildeo dos fatores de
risco e agravos agrave gestante e ao RN (BRASIL 2010)
Devidos agraves iniquidades soacutecio-econocircmicas e diferentes fatores de risco regionais assim
como dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede de qualidade a mortalidade infantil e seus
componentes se apresentam de maneira variada entre as diversas regiotildees do Brasil No Norte
e no Nordeste ela se apresenta com maior expressatildeo que nas demais regiotildees Para
exemplificar estas diferenccedilas identifica-se em Silva 2013 a seguinte anaacutelise
ldquoA neo-mortalidade precoce em 2006 variou de 64 no Rio Grande do Sul a 197
por mil nascidos vivos em Alagoas (Departamento de Informaacutetica do SUS
Indicadores de mortalidade Acessado em 08Out2012) Nos paiacuteses desenvolvidos
a meacutedia da taxa de mortalidade neonatal precoce eacute de 40 por mil nascidos vivosrdquo
(SILVA 2013)
No Brasil a TMI apresentou uma tendecircncia decrescente nas uacuteltimas deacutecadas de 1990
a 2014 Em 1980 a taxa era de 785 oacutebitos mil nascidos vivos (NV) em 1990 era de 785
oacutebitos por mil nascidos vivos em 2000 era de 2736 por mil nascidos vivos e em 2010
alcanccedilou 1597 oacutebitos por mil nascidos vivos atingindo a meta estabelecida pela ONU como
mostra o Graacutefico 4
O componente poacutes-neonatal (28 dias a um ano de vida incompleto) apresentou a
maior tendecircncia de queda (73 ao ano) e o componente neonatal precoce (0 a 6 dias de
vida) a menor 31 ao ano Do fim da deacutecada de 80 em diante houve um aumento da
proporccedilatildeo do componente neonatal precoce em relaccedilatildeo ao componente poacutes-neonatal
(BRASIL 2010) A Tabela 3 tambeacutem mostra a tendecircncia decrescente da TMI nas regiotildees e
UF do Brasil de 2000 a 2010
30
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo feita em base
ao periacuteodo de 2000 a 2010
Fonte CGIAEDASISSVSMS 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Regiatildeo e UF 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Regiatildeo Norte
2862 2767 2659 2559 2447 2358 2275 2214 2306 2228 2097
Regiatildeo
Sudeste
1915 1831 1732 1701 1628 1538 1503 1457 1416 1389 1343
Regiatildeo Sul 1703 164 1605 1578 1498 138 1334 1294 1265 12 1158
Regiatildeo
Centro-Oeste
2092 2065 1929 187 1854 1771 1706 1651 1699 1644 1593
Distrito
Federal
144 1518 1365 133 1395 1363 128 1109 1189 1226 1216
Total
2736 263 2489 2388 2259 2143 2066 2001 1756 168 1597
Fontes SIM MS
Outro modo de analisar a mortalidade infantil eacute a sua observaccedilatildeo quanto agraves proporccedilotildees
segundo grupo de causas
ldquoAs afecccedilotildees perinatais constituem a principal causa de mortalidade de crianccedilas
menores de um ano no Brasil Em 1990 correspondiam a 40 dos oacutebitos infantis
Em 2008 essa proporccedilatildeo elevou-se para 60 A mortalidade proporcional por
malformaccedilotildees congecircnitas em menores de um ano aumentou de 67 em 1990 para
183 em 2008 Enquanto isso a mortalidade proporcional por doenccedilas infecciosas
reduziu-se de 146 para 53 dos oacutebitos infantis no mesmo periacuteodo o que
representa diminuiccedilatildeo de 64rdquo (BRASIL 2010)
No Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de causas de mortalidade infantil foi
devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de 60) seguidas das demais causas
31
definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-parasitaacuterias (em torno de 68) e pelas
doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Eacute importante lembrar que ainda podem existir problemas na qualidade dos registros de
oacutebitos em menores de um ano e fetais Devemos para isso avaliar a cobertura e qualidade do
Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos (SINASCC) e o de Mortalidade (SIM)
Algumas informaccedilotildees satildeo baacutesicas e devem constar de toda DO (declaraccedilatildeo de oacutebito) fetal ou
de menor de um ano O peso ao nascer um dos mais importantes assim como a idade
gestacional satildeo dados muitas vezes mal informados O momento do parto em que o oacutebito
ocorre eacute igualmente importante para a classificaccedilatildeo dos oacutebitos evitaacuteveis Ele pode ocorrer
antes do parto ou apoacutes o parto Esse dado tambeacutem eacute muitas vezes mal preenchido Outro
dado que se relaciona de maneira determinante com a MI eacute a escolaridade materna que do
mesmo modo eacute muitas vezes ignorado (BRASIL 2009)
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis
Para aumentar a qualidade de informaccedilotildees e o conhecimento da situaccedilatildeo de
mortalidade infantil e perinatal mostrou-se como necessaacuteria a vigilacircncia adequada e
diferenciada desses oacutebitos A partir da Declaraccedilatildeo de Oacutebito a vigilacircncia de oacutebito nos
municiacutepios coletaraacute dados para planejamento de accedilotildees que previnam esses oacutebitos e melhorem
seus indicadores
A partir de 1990 jaacute foram criados os primeiros Comitecircs de Investigaccedilatildeo do Oacutebito
Infantil (CIOI) sendo realizada a elaboraccedilatildeo do manual dos comitecircs de prevenccedilatildeo do oacutebito
infantil e fetal em 2004 para analisar os determinantes dos oacutebitos infantis e portanto traccedilar
estrateacutegias para minimizar esses determinantes (VENAcircNCIO 2010) Esse manual teve sua
versatildeo atualizada em 2009 (BRASIL 2009)
ldquoOs Comitecircs de Prevenccedilatildeo do Oacutebito Infantil e Fetal satildeo organismos
interinstitucionais de caraacuteter eminentemente educativo e formativo com atuaccedilatildeo
sigilosa Congregam instituiccedilotildees governamentais e da sociedade civil organizada
contando com participaccedilatildeo multiprofissional cuja atribuiccedilatildeo eacute dar visibilidade
acompanhar e monitorar os oacutebitos infantis e fetais e propor intervenccedilotildees para
reduccedilatildeo da mortalidade Satildeo instrumentos de gestatildeo que permitem avaliar a
qualidade da assistecircncia agrave sauacutede prestada agrave gestante ao parto e ao nascimento e agrave
crianccedila no primeiro ano de vida para subsidiar as poliacuteticas puacuteblicas e as accedilotildees de
intervenccedilatildeordquo (BRASIL paacuteg 46 2009)
32
As fichas para Investigaccedilatildeo do oacutebito infantil e fetal foram elaboradas para que
houvesse um padratildeo uacutenico a ser utilizado na vigilacircncia dos oacutebitos infantis e fetais Elas devem
ser preenchidas a partir de dados de prontuaacuterios cadernetas das gestantes entre outros e para
que as comparaccedilotildees do conteuacutedo das mesmas possam ser feitas e os dados do SIM sejam
obtidos com maior qualidade de informaccedilotildees Accedilotildees podem ser assim planejadas e executadas
de maneira uniforme nos trecircs niacuteveis municipal regional e estadual (BRASIL 2010)
Apesar da melhoria das condiccedilotildees socioeconocircmicas e o do aumento na oferta dos
serviccedilos de sauacutede nas uacuteltimas deacutecadas no Brasil a mortalidade infantil ainda eacute decorrente de
causas evitaacuteveis de mortalidade (SANTOS 2014) ldquoAs causas de mortes evitaacuteveis ou
reduziacuteveis satildeo definidas como aquelas preveniacuteveis total ou parcialmente por accedilotildees efetivas
dos serviccedilos de sauacutede que estejam acessiacuteveis em um determinado local e eacutepocardquo (MALTA
2010) Desde a deacutecada de 70 se pensa na evitabilidade do oacutebito infantil por serviccedilos de sauacutede
eficazes e atenccedilatildeo meacutedica qualificada (HARTZ et al1996)
Em 2008 foi publicada uma primeira versatildeo da lista de causas de mortes evitaacuteveis por
intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil (proposta em 2007) sob a coordenaccedilatildeo da
Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil Sua primeira revisatildeo
ocorreu em 2009 durante uma oficina realizada na 9ordf Mostra Nacional de Experiecircncias Bem-
Sucedidas em Epidemiologia Prevenccedilatildeo e Controle de Doenccedilas - 9ordf EXPOEPI (MALTA
2010a)
Santos et al realizaram uma pesquisa sobre mortalidade infantil em LondrinaParanaacute
em 2010 estudando a evitabilidade de oacutebitos infantis em coortes de nascidos vivos (NV)
referentes a dois biecircnios nos anos 2000 (20002001) e o biecircnio (20072008) O primeiro
biecircnio por ter ocorrido antes da expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia e o outro por ser o
mais proacuteximo ao estudo realizado Como resultado as taxas de mortalidade infantil foram de
1170 e 1120 por 1000 NV em 20002001 e em 20072008 Em ambos os biecircnios o
componente neonatal foi o que apresentou a maior taxa especialmente no periacuteodo neonatal
precoce com taxas de 624 e 636 oacutebitos por 1000 NV em 20002001 e 2007 2008
respectivamente O aumento maior foi o da taxa de mortalidade neonatal tardia de 182 oacutebitos
a cada 1000 NV no primeiro biecircnio e de 227 no biecircnio posterior A mortalidade poacutes-neonatal
foi a uacutenica que reduziu sendo que em 20002001 foi de 364 oacutebitos a cada 1000 NV e 257
em 20072008 A maioria dos oacutebitos nos dois biecircnios foi considerada evitaacutevel tanto quanto
em relaccedilatildeo agrave adequada atenccedilatildeo agrave mulher durante a gestaccedilatildeo e o parto quanto ao feto e ao
receacutem-nascido especialmente o relativo a adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (SANTOS
2014)
33
As mortes evitaacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo ocorreram mais entre
nascidos com baixo peso e as natildeo claramente evitaacuteveis entre crianccedilas com peso adequado em
ambos os biecircnios Aproximadamente sete em cada 10 oacutebitos infantis foram considerados
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS tanto no primeiro (716) como no segundo (655)
periacuteodo estudado (SANTOS 2014)
O baixo peso (BP) ao nascer eacute aquele em que o peso ao nascer eacute inferior a 2500 g
(OMS 2008) e ele estaacute relacionado tanto ao crescimento fetal quanto a duraccedilatildeo da gravidez
O crescimento fetal retardado eacute definido como peso ao nascimento inferior ao percentil 10
para a idade gestacional A prematuridade seria a duraccedilatildeo da gravidez cuja idade gestacional
se encontra menor que 37 semanas Fatores geneacuteticos (em torno de 40) e fatores maternos
(em cerca de 60) estatildeo relacionados ao crescimento fetal Quando satildeo realizadas de 4-6
consultas de preacute-natal haacute uma chance de quase 30 em reduzir o risco de BP e quando o
nuacutemero de consultas eacute igual ou maior que 7 chega-se a 40 menor o risco de BP ao nascer
(SILVA 2010)
Em outro trabalho publicado em 2014 realizado por Menezes et al com o objetivo de
analisar os oacutebitos de menores de um ano residentes em Belo Horizonte no periacuteodo de 2006 a
2011 foram utilizados criteacuterios para avaliaccedilatildeo de evitabilidade a partir da atualizaccedilatildeo da
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede As causas
dos oacutebitos evitaacuteveis foram entatildeo categorizadas como mostra o Quadro 1 (MENEZES 2014)
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
1) Causas evitaacuteveis
(a) reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo
(b) reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e parto e ao feto e ao receacutem-
nascido
(c) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento
(d) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas agraves accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede
2) Causas mal definidas
3) Demais causas natildeo claramente evitaacuteveis
34
Durante o periacuteodo do estudo obtiveram os seguintes dados 672 oacutebitos
neonatais 327 oacutebitos poacutes-neonatais e 004 oacutebito com faixa etaacuteria ignorada Esses dados
foram obtidos atraveacutes do SIM (Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade) e do SINASC
(Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos) apurou-se o nuacutemero de nascidos vivos nesse
periacuteodo Houve diminuiccedilatildeo de todos os componentes da mortalidade infantil poreacutem o
componente neonatal tardio apresentou a maior reduccedilatildeo (22) O componente neonatal
precoce correspondeu ao coeficiente de mortalidade com maior peso (72) nos oacutebitos do
periacuteodo neonatal As mortes consideradas evitaacuteveis corresponderam a 63 e estas se
relacionaram mais diretamente a uma falha na adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e na
adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido (RN) A mortalidade infantil por causas
evitaacuteveis diminuiu em 9 e as devidas agraves accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento foram
as que apresentaram maior reduccedilatildeo de 388 As pneumonias e outras doenccedilas bacterianas
foram as principais causas relacionadas a esse grupo As causas evitaacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido tambeacutem diminuiacuteram (307) principalmente devido agrave
reduccedilatildeo das infecccedilotildees especiacuteficas do periacuteodo perinatal e tambeacutem dos transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal As causas evitaacuteveis relacionadas agrave adequada atenccedilatildeo agrave
mulher na gestaccedilatildeo e as reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo a sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo apresentaram aumento enquanto natildeo houve nenhuma alteraccedilatildeo nas reduziacuteveis por
accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo As taxas de mortalidade classificadas como causas de morte mal-
definidas e as demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) tambeacutem tiveram seu nuacutemero reduzido
(MENEZES 2014)
Em 70 das mortes estas ocorreram em crianccedilas com baixo peso ao nascer
especialmente em crianccedilas com menos de 1500 gramas A adequada atenccedilatildeo na gestaccedilatildeo e a
adequada atenccedilatildeo ao feto e receacutem-nascido se correlacionaram com essas mortes Os
transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e peso baixo ao nascer transtorno
respiratoacuterio especiacutefico e infecccedilatildeo especiacutefica do periacuteodo perinatal foram as principais causas
de morte infantil por causas evitaacuteveis nesse estudo
ldquoNos oacutebitos de crianccedilas com peso ao nascer maior ou igual a 2500 g prevaleceram
os grupos de causas evitaacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento e
accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas as accedilotildees de atenccedilatildeo de sauacutede As demais
causas (natildeo claramente evitaacuteveis) representaram cerca de 280 das mortes infantis
e esta proporccedilatildeo foi crescente com o aumento do pesordquo (MENEZES2014)
Alguns fatores tais como oferta de serviccedilos de sauacutede prestados com qualidade
condiccedilotildees sociais e econocircmicas da populaccedilatildeo assim como seu perfil demograacutefico podem
estar relacionados agrave mortalidade proporcional por grupos de causas (Brasil 2010) Segundo as
35
tabelas apresentadas podemos observar que no Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de
causas de mortalidade infantil foi devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de
60) seguidas das demais causas definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (por volta de 68) e pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Houve uma diminuiccedilatildeo progressiva ao longo dos anos das afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatal assim como das doenccedilas infecto-parasitaacuterias e um aumento progressivo pelas
demais causas definidas Pequenas variaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
ocorreram ao longo do tempo poreacutem houve uma tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo
Estaacute apresentada no ANEXO 2 a Lista Brasileira de Causas de Mortes Evitaacuteveis por
Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede na populaccedilatildeo de 5 a 74 anos (MALTA 2010)
36
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Analisar a variaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de
evitabilidade preconizados para o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea
Programaacutetica 10 do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015
32 Objetivos especiacuteficos
bull Descrever a situaccedilatildeo de nascimento e oacutebitos infantis na AP 10 do municiacutepio do Rio de
Janeiro entre 2007 e 2015 em relaccedilatildeo ao municiacutepio e agraves demais aacutereas da cidade
bull Discutir a ocorrecircncia dos principais grupos de causas evitaacuteveis de mortalidade infantil
na AP 10 no municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e 2015
bull Contribuir para a produccedilatildeo de um informe teacutecnico sobre Mortalidade Infantil na AP
10 divulgando as informaccedilotildees prioritaacuterias para profissionais e gestores da aacuterea
37
4 METODOLOGIA
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados
Trata-se de um estudo exploratoacuterio descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre
a mortalidade infantil e sua evitabilidade considerando os oacutebitos de menores de um ano de
residentes na AP 10 e do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 no qual
ocorreu a expansatildeo da ESF na Cidade Seratildeo utilizadas as bases de dados secundaacuterios do
Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade (SIM) Ministeacuterio da Sauacutede disponiacuteveis pela
ferramenta TABNET na Plataforma da Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em
Sauacutede (SUBPAV) para toda gestatildeo da Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
(SMS-RJ)
As informaccedilotildees definidas para os objetivos deste estudo se relacionam aos oacutebitos em
menores de 1 ano sendo estes divididos ainda como oacutebitos neonatais neonatais precoces
neonatais tardios e poacutes-neonatais Informaccedilotildees sobre partos e nascimentos tambeacutem foram
incluiacutedas nesta descriccedilatildeo de dados tendo em vista sua relaccedilatildeo direta com oacutebitos infantis e a
possibilidade de observaccedilatildeo inicial sobre o padratildeo de ocorrecircncias na aacuterea em estudo
Esses dados secundaacuterios foram apurados na ferramenta TABNET na plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
A Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede
do Brasil (MALTA 2010) foi utilizada como paracircmetro para a anaacutelise por grupo de causas
no periacuteodo em estudo
42 Cenaacuterio de Estudo
As Aacutereas Programaacuteticas (AP) satildeo aacutereas divididas pela Prefeitura do Rio de Janeiro
para a gestatildeo da sauacutede A Secretaria Municipal de Sauacutede trabalha com essas AP desde 1993
quando foram chamadas de aacutereas de planejamento a fim de traccedilar planos estrateacutegicos em
relaccedilatildeo agrave sauacutede (SMS 2013)
A Aacuterea de Planejamento 10 (AP 10) corresponde agrave primeira das dez aacutereas
programaacuteticas do Municiacutepio do Rio de Janeiro como mostra a Figura 1
38
A Cidade do Rio de Janeiro eacute dividida em dez Aacutereas Programaacuteticas e a AP 10
corresponde aos bairros Benfica Caju Catumbi Centro Cidade Nova Estaacutecio Gamboa
Mangueira Rio Comprido Santa Teresa Santo Cristo Satildeo Cristoacutevatildeo Sauacutede e Vasco da
Gama
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Fonte IBGE- setembro de 2011
O Rio de Janeiro eacute um municiacutepio brasileiro de grande importacircncia
econocircmica sociocultural e financeira do paiacutes Em 2010 a populaccedilatildeo do Rio de Janeiro era de
6 320 446 habitantes (395 da populaccedilatildeo estadual) Dentre elas 4683 satildeo homens e
5317 mulheres Para 2015 era estimada uma populaccedilatildeo de 6 386 443 pessoas (IPP 2017)
A AP 10 aleacutem de ser o centro histoacuterico da Cidade do Rio de Janeiro tem em sua
formaccedilatildeo 14 bairros (jaacute citados) e 6 Regiotildees Administrativas (Centro Santa Teresa Rio
Comprido Paquetaacute Satildeo Cristoacutevatildeo e Portuaacuteria) como podemos observar na Figura 2 De
1970 a 2000 houve um decreacutescimo de 27 de sua populaccedilatildeo Paquetaacute foi a uacutenica regiatildeo a
sofrer um pequeno aumento de sua populaccedilatildeo em torno de 5 Eacute uma regiatildeo que atrai
trabalhadores onde setor de serviccedilos eacute o de maior procura No ano 2000 cinco regiotildees
administrativas tinham um alto IDH e apenas uma regiatildeo administrativa com meacutedio IDH
(IBGE 2016)
39
Figura 2 ndash Bairros da AP 10
Fonte Fonte IBGE- setembro de 2011
A AP 10 possui 17 unidades de Atenccedilatildeo Primaacuteria 75 equipes de Sauacutede da Famiacutelia 1
PS CASS 2 equipes NASF 2 equipes de consultoacuterio na rua e 1 Policliacutenica (SMS 2016)
Em 2015 a AP 10 tinha uma populaccedilatildeo estimada de 311265 habitantes e em 2010
estimava-se que 35 da populaccedilatildeo residia em favelas cerca de 103296 habitantes (IPP
2017)
O nuacutemero de famiacutelias cadastradas na ESF em 2009 era de 260 famiacutelias Em 2010
houve um aumento do nuacutemero de famiacutelias cadastradas para 8196 famiacutelias Em 2015 houve
um aumento significativo para 72786 cadastros e em 2016 uma estimativa de 79766
castrados das famiacutelias (SMS 2016)
A escolha da AP 10 para uma anaacutelise especiacutefica no estudo ocorreu pelo fato de ter
ocorrido um aumento da morte em menores de 1 ano no ano de 2015 alterando-se a
tendecircncia anterior
40
43 Estrateacutegia de Anaacutelise
A descriccedilatildeo da situaccedilatildeo de nascimentos e mortalidade infantil na AP 10 foi feita
utilizando-se o periacuteodo de 2007 a 2015 como a referecircncia para verificaccedilatildeo das variaccedilotildees
encontradas considerando-se diferentes variaacuteveis e os principais componentes da mortalidade
infantil Como jaacute citado os dados foram apurados na ferramenta TABNET na Plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
Ao iniciar-se este estudo tendo como objetivo a anaacutelise de dados ateacute 2015 e natildeo
estando este uacuteltimo ano ainda disponiacutevel na paacutegina da SMS Rio na internet e nem tampouco
no SIM DATASUS utilizou-se a ferramenta TABNET na Plataforma SUBPAV com
ciecircncia e apoio da Gerecircncia de Dados Vitais da SMS Esta plataforma tem acesso restrito a
profissionais que atuam na SMS
A partir da coleta de dados foi elaborado um banco no software Microsoft Excell
2016 no qual foram feitos os consolidados de frequecircncia por tipo de anaacutelise desejada visando
a apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas e graacuteficos
A anaacutelise descritiva estaacute apresentada levando em conta dados especiacuteficos de cada ano
assim como tambeacutem a variaccedilatildeo considerando-se trecircs triecircnios ndash de 2007 a 2009 de 2010 a
2012 e de 2013 a 2015 estrateacutegia esta que foi decidida a fim de que o nuacutemero de casos para
as aacutereas do municiacutepio particularmente a AP 10 se apresentasse com melhor consistecircncia do
que aquele com menores quantitativos quando considerados dados de somente o periacuteodo de
um ano
O processamento dos dados de Mortalidade Infantil e de seus componentes no
periacuteodo analisado e nas diferentes aacutereas do municiacutepio permitiu tambeacutem a verificaccedilatildeo das
variaccedilotildees de tendecircncias da AP 10 em comparaccedilatildeo com as demais aacutereas e com o municiacutepio do
Rio de Janeiro
Os dados referentes aos principais grupos de causas evitaacuteveis da Mortalidade Infantil e
seus componentes segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados pelo Ministeacuterio da
Sauacutede para o SUS no Brasil ocorridos nas AP do municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e
2015 tambeacutem seratildeo apresentados e discutidos
Informaccedilotildees mais relevantes deveratildeo ser destacadas para inclusatildeo em Informe Teacutecnico
produzido a parte do presente estudo visando divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees sobre Mortalidade
Infantil a profissionais e gestores da AP 10 assim como da SMS do Rio de Janeiro
41
44 Aspectos Eacuteticos
Embora o planejamento da pesquisa envolvesse principalmente a apuraccedilatildeo de dados
secundaacuterios considerando-se a necessidade de coleta de dados ainda natildeo divulgados houve
exigecircncia da SMS de que o projeto de pesquisa fosse submetido a parecer de eacutetica em
pesquisa
Desse modo a pesquisa cumpriu todas as etapas previstas nas normas nacionais que
subsidiam a pesquisa em sauacutede tendo como bases a Resoluccedilatildeo do CNEP 4662012 e
a Normativa 0012013 com encaminhamento para os Comitecircs de Eacutetica e Pesquisa da Estaacutecio
e da Secretaria Municipal de Sauacutede Para a avaliaccedilatildeo eacutetica o projeto de pesquisa foi
protocolado por meio do sistema Plataforma Brasil uma base nacional e unificada de
registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema CEPCONEP
Este estudo estaacute relacionado agrave apuraccedilatildeo e anaacutelise de dados secundaacuterios o que implicou
uma reduccedilatildeo plena de riscos envolvendo as pesquisas em sauacutede Durante todo o processo de
coleta processamento e anaacutelise de dados todas as precauccedilotildees para garantir-se o sigilo e a
confidencialidade das informaccedilotildees foram tomadas com o compromisso de natildeo ser divulgado
qualquer dado que permitisse direta ou indiretamente a identificaccedilatildeo de serviccedilos unidades de
sauacutede ou profissionais envolvidos na assistecircncia dos casos
Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica da SMS do Rio de Janeiro com
nuacutemero de parecer da aprovaccedilatildeo 1836593 no dia 25112016
42
5 RESULTADOS
Foram levantados os dados de nascimento e oacutebitos do Municiacutepio do Rio de Janeiro
(MRJ) e das suas diferentes aacutereas programaacuteticas atraveacutes da ferramenta TABNET disponiacutevel
no acesso a Indicadores e Dados Estatiacutesticos no portal da SMS do Rio de Janeiro e na
Plataforma SUBPAV No iniacutecio deste levantamento considerando os objetivos deste estudo
os dados do ano de 2015 natildeo estavam disponiacuteveis neste acesso sendo necessaacuteria a
colaboraccedilatildeo da Gerecircncia de Dados Vitais da Superintendecircncia de Vigilacircncia em Sauacutede da
SMS que forneceu as informaccedilotildees necessaacuterias para a anaacutelise de todo periacuteodo estudado
incluindo-se o ano de 2015
As informaccedilotildees seratildeo apresentadas como seacuterie histoacuterica do ano de 2007 anterior ao
iniacutecio da chamada reforma da APS no municiacutepio que se sugere tenha comeccedilado em 2009 ateacute
o ano de 2015 quando se iniciou a proposta deste estudo As informaccedilotildees seratildeo tambeacutem
apresentadas com os dados consolidados por triecircnios 2007 a 2009 2010 a 2012 e 2013 a
2015 o que foi decidido porque desse modo seriam agrupados mais dados de mortalidade em
populaccedilotildees menores como satildeo as aacutereas programaacuteticas de sauacutede no Rio de Janeiro Esta
definiccedilatildeo metodoloacutegica para anaacutelise por triecircnios tambeacutem foi decidida com o objetivo de
suavizarem-se variaccedilotildees aleatoacuterias no nuacutemero de oacutebitos em determinado ano estimando-se a
meacutedia aritmeacutetica do triecircnio como foi utilizado em recente estudo sobre Mortalidade Infantil
em Minas Gerais (LISBOA et al 2015)
Antes de apresentar os resultados relacionados ao levantamento de oacutebitos infantis no
MRJ optou-se por incluir informaccedilotildees sobre nascimentos tendo em vista a possibilidade de
acesso ao SINASC na mesma plataforma da SMS e porque possuem estreita relaccedilatildeo com
aspectos ligados ao risco de oacutebitos em menores de um ano Julgou-se importante observar os
dados referentes ao nuacutemero de nascimentos ocorridos tanto no MRJ e na AP 10 uma vez que
haacute estreita relaccedilatildeo do nuacutemero de nascidos vivos com o caacutelculo da taxa de mortalidade infantil
o que poderia indicar sugestotildees de anaacutelises posteriores mesmo que fora dos objetivos do
presente estudo
43
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro (MRJ)
Aleacutem da variaccedilatildeo de nascimentos no periacuteodo alguns fatores como o baixo peso ao
nascer filhos de matildees adolescentes tipo de parto nuacutemero de consultas de preacute-natal assim
como o nascimento em unidades SUS seratildeo aqui tambeacutem apresentados
Em 1997 o total de nascidos vivos no MRJ foi de 103193 com Taxa de Natalidade
de 186 1000 habitantes neste ano Esses indicadores apresentaram um decreacutescimo ateacute 2007
quando o total de nascimentos foi de 82019 e a Taxa de Natalidade de 133 1000 habitantes
A partir deste ano com exceccedilatildeo de 2010 observa-se um aumento do nuacutemero de nascimentos
na cidade e a Taxa de Natalidade elevaram-se para 143 1000 habitantes em 2015 com
90439 nascimentos no MRJ segundo as informaccedilotildees disponibilizadas pela SVSSMS
A Tabela 4 apresenta os dados de nascidos vivos por ano de 2007 a 2015 Foi
observado um aumento de nascimentos na Cidade nos uacuteltimos anos o que contrastou com
periacuteodos anteriores se considerarmos que no ano de 2015 por exemplo o total de nascidos
vivos foi de 90532 como disponiacutevel na mesma fonte nuacutemero superior ao do ano de 2007
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variaccedilatildeo
N
10 4638 4632 4822 4733 4680 4446 4506 4669 4656 18
21 6211 6275 6371 6873 6576 6405 6445 6624 6556 345
22 3572 3573 3552 3607 3521 3503 3526 3607 3648 76
31 11316 11438 11514 10914 11644 11420 11683 11861 12073 757
32 7325 7071 7124 7134 7224 7156 7283 7523 7268 -57
33 12585 12379 12913 12304 12573 12648 12900 13011 13030 445
4 11817 12388 13246 13069 14019 14387 14451 15148 15430 3613
51 8559 8337 8560 8565 9050 9019 9487 9459 9414 855
52 9671 9865 9725 9537 10190 10492 10688 11364 11446 1775
53 5610 5680 5971 5776 5861 6265 6405 6368 6718 1108
Ign 715 703 617 745 601 636 100 289 293 -422
MRJ 82019 82341 84415 83257 85939 86377 87474 89923 90532 8513
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao analisar o percentual da variaccedilatildeo dos nascidos vivos nos triecircnios 20072009
20102012 e 20132015 observa-se que o MRJ teve um aumento de 77 enquanto o
percentual da variaccedilatildeo da AP 10 sofreu um decreacutescimo de 19 A regiatildeo dos bairros do
Centro da cidade e adjacecircncias foi a uacutenica AP que apresentou um decreacutescimo do nuacutemero de
44
nascimentos considerados o primeiro e uacuteltimo triecircnio analisados enquanto a AP 40
apresentou o maior aumento do nuacutemero de nascidos vivos no mesmo periacuteodo
correspondendo a um aumento de 202 como podemos ver na Tabela 5 O Graacutefico 5
mostra a variaccedilatildeo do percentual dos nascidos vivos por AP e na totalidade do MRJ de 2007 a
2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
N
Variaccedilatildeo
1 14092 13859 13831 -261 -19
21 18857 19854 19625 768 41
22 10697 10631 10781 84 08
31 34268 33978 35617 1349 39
32 21520 21514 22074 554 26
33 37877 37525 38941 1064 28
4 37451 41475 45029 7578 202
51 25456 26634 28360 2904 114
52 29261 30219 33498 4237 145
53 17261 17902 19491 2230 129
MRJ 248775 255573 267929 19154 77
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 5 -Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP
MRJ 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
45
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao observamos o peso ao nascimento constatamos que apesar de ter havido uma
reduccedilatildeo do nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) entre 2007 e 2015 em
todas as AP a AP 51 apresentou aumento de seu percentual (98) como mostra a Tabela 6
A AP 10 apresentou o maior decreacutescimo da proporccedilatildeo de nascimentos de crianccedilas com baixo
peso havendo diminuiccedilatildeo desta proporccedilatildeo em quase todas as aacutereas exceto 51 e 53
Considerando-se os triecircnios estudados constata-se uma diminuiccedilatildeo gradativa do
percentual de nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) no municiacutepio do
Rio de Janeiro assim como tambeacutem representado no Graacutefico 6 e apresentado na Tabela 7
sendo que na AP 10 esta variaccedilatildeo foi a de maior valor
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP do MRJ de 2007209 a 201315
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao Nascer lt 2500g
AP Resid 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10 110 103 101 105 98 97 93 89 96
21 89 91 95 96 90 90 81 92 87
22 94 99 95 101 103 85 88 85 91
31 97 97 101 100 95 100 92 95 90
32 103 94 98 102 98 99 99 91 101
33 100 100 99 95 94 96 93 96 96
4 95 96 95 92 88 92 89 94 94
51 95 96 97 92 89 98 91 88 98
52 95 89 92 92 92 85 94 90 83
53 96 92 94 92 95 95 95 89 96
MRJ 97 95 97 96 93 94 92 92 93
46
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 104 100 92 -116
21 92 92 87 -52
22 96 96 88 -81
31 98 99 92 -63
32 98 100 97 -17
33 100 95 95 -47
4 96 91 92 -33
51 96 93 92 -42
52 92 89 89 -30
53 94 94 94 -08
MRJ 96 94 92 -43
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Com relaccedilatildeo aos nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes eles diminuiacuteram
ao longo do periacuteodo analisado em todo o MRJ e em todas as AP Em 2015 o percentual de
nascimentos de matildees adolescentes foi de 153 no MRJ enquanto em 2007 era de 172 No
triecircnio 201315 esse percentual meacutedio foi de 159 em contraste com 169 do primeiro
triecircnio apresentando assim uma reduccedilatildeo de quase 6 como pode ser visto na Tabela 8 O
maior percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 201315 correspondeu agrave AP
53 (214) e o menor percentual correspondeu ao da AP 21(84) As maiores variaccedilotildees do
percentual nos triecircnios estudados ocorreram nas aacutereas 21 e 22 onde os bairros apresentam
melhores indicadores econocircmicos e sociais
47
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e
Variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 197 185 181 -81
21 102 93 84 -176
22 125 113 103 -176
31 187 187 183 -21
32 166 157 152 -84
33 178 181 174 -22
4 138 131 123 -108
51 187 186 179 -48
52 180 174 169 -61
53 223 209 214 -40
MRJ 169 163 159 -59
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Observamos um aumento do percentual de nascimento por parto cesaacutereo nos trecircs
triecircnios estudados em todo o MRJ como pode ser visto na Tabela 9 Nota-se que no segundo
triecircnio (20102012) houve um aumento do percentual em todas as AP em relaccedilatildeo ao primeiro
triecircnio (20072009) A maior variaccedilatildeo do percentual por nascimento por parto cesaacutereo se deu
na AP 52 (147) enquanto a menor variaccedilatildeo ocorreu na AP 31 (01) As aacutereas 52 e 53
apresentaram um aumento importante de partos cesaacutereos Na AP 10 este aumento percentual
foi dos menores no MRJ
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 478 523 486 16
21 626 650 640 21
22 657 677 670 19
31 514 540 515 01
32 546 591 572 49
33 534 569 577 82
4 575 611 615 70
51 525 552 534 18
52 506 562 580 147
53 419 468 477 140
MRJ 536 574 567 58
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
48
Os nascimentos com registro no SINASC de adequado nuacutemero de consultas de preacute-
natal tambeacutem foi verificado levando-se em conta a associaccedilatildeo teoacuterica desta assistecircncia com
morbidade e mortalidade infantis Em todo o MRJ houve um aumento do percentual de
nascimentos com 7 ou mais consultas de preacute-natal de 2007 a 2015 exceto na AP 33 onde
houve diminuiccedilatildeo do seu percentual A AP 10 apresentou 724 desses nascimentos em
2015 como mostra a Tabela 10 com 7 ou mais consultas de preacute-natal
Atraveacutes do Graacutefico 7 pode ser observado um decreacutescimo de nascimentos de gestantes
com menos de 7 ou mais consultas de preacute-natal em quase todas as AP sendo a reduccedilatildeo mais
importante a ocorrida na AP 21 (309) e exceto na AP 33 com um aumento de 11 de
gestantes com menos de 7ou mais consultas de preacute-natal
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal
No periacuteodo MRJ 2007 a 2015 AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
1 647 647 624 633 647 648 696 705 724
21 802 825 811 796 794 836 855 829 839
22 817 816 816 814 781 812 808 810 823
31 649 619 598 590 597 635 670 700 722
32 674 672 672 676 657 706 740 761 762
33 689 641 674 639 625 652 662 659 668
4 710 685 662 658 648 705 741 726 766
51 674 625 615 615 619 635 657 684 709
52 661 628 617 630 641 662 689 699 733
53 589 593 611 571 581 612 669 724 768
MRJ 685 663 658 650 647 679 708 717 741
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
49
Os nascimentos em unidades SUS no MRJ apresentaram uma meacutedia de 579 em
20132015 quando eram 548 em 20072009 Na AP 10 houve um aumento de 170 em
relaccedilatildeo a esses nascimentos em contraste com a AP 22 que teve uma reduccedilatildeo de mais de
50 como mostra a Tabela 11 Uma provaacutevel ampliaccedilatildeo de oferta de leitos SUS para a
assistecircncia ao parto na AP 10 pode ser estimada a partir do importante acreacutescimo na
proporccedilatildeo de nascimentos no SUS nesta aacuterea comparando-se este dado com a variaccedilatildeo
meacutedia do MRJ
O percentual de nascimentos no SUS no triecircnio 201315 foi maior nas AP 53
(765) AP 51(699) e AP 31(671) e os menores percentuais corresponderam agraves AP
22(164) e AP 21 (263) Nos trecircs triecircnios estudados o maior aumento do percentual de
nascimentos no SUS se deu na AP 31 (145) e a AP 22 apresentou um decreacutescimo
importante de 173
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015
Variaccedilatildeo
10 538 563 629 170
21 245 266 263 72
22 337 230 164 -513
31 526 651 671 275
32 578 572 570 -13
33 583 621 616 57
4 512 513 509 -06
51 663 682 699 54
52 633 625 628 -07
53 750 725 765 21
MRJ 548 567 579 57
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
As observaccedilotildees das variaacuteveis apresentadas tendo como fonte o SINASC natildeo
permitiram identificar padratildeo de variaccedilatildeo que tivesse relaccedilatildeo teoacuterica com o aumento da
Mortalidade Infantil na AP 10 no ano de 2015 salvo a questatildeo do aumento da natalidade
fato estes comem a todas as aacutereas da Cidade no periacuteodo estudado
50
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ
A mortalidade infantil no municiacutepio do Rio de Janeiro apresenta uma tendecircncia
decrescente haacute vaacuterios anos e estudos de Matos et al (2007) sobre mortalidade infantil no MRJ
no periacuteodo de 1979 a 2004 demonstraram que houve um decreacutescimo de todos os
componentes relativos aos oacutebitos infantis nesse periacuteodo
No Graacutefico 8 pode-se observar de que maneira ocorreu essa tendecircncia decrescente
das TMI e seus componentes no MRJ de 1980 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
51
A Tabela 12 apresenta as variaccedilotildees das TMI e seus componentes no MRJ ao longo dos
triecircnios 20072009 20102012 e 20132015 verificando-se uma variaccedilatildeo negativa destes
indicadores ou seja a reduccedilatildeo da mortalidade infantil em todos os seus componentes
principalmente da mortalidade ocorrida no periacuteodo poacutes-neonatal com uma reduccedilatildeo importante
de 168
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados Faixa Etaacuteria Infan 20072009 20102012 20132014 Faixa
Etaacuteria inf
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 lt 7d -73
07-27 23 21 22 07-27 -60
28d-lt1 49 47 41 28d-lt1 -168 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis eacute uma importante estrateacutegia da vigilacircncia da
mortalidade (BRASIL 2009) cujos objetivos se relacionam agrave possibilidade de contribuir para
o desenvolvimento de accedilotildees especiacuteficas que visem a reduccedilatildeo dessas taxas A investigaccedilatildeo dos
oacutebitos infantis iniciou-se no municiacutepio do Rio de Janeiro em 2006 e no ano seguinte que
representa o limite inicial do presente estudo foram apenas investigados 347 dos oacutebitos
infantis (SMS 2016) Em 2015 ocorreram 1094 oacutebitos infantis sendo investigados 904
oacutebitos ou seja 826 do total demonstrando um incremento importante dos oacutebitos
investigados como mostra o Graacutefico 9
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A Tabela 13 e o Graacutefico 10 mostram que foram investigados 754 dos oacutebitos
relativos ao periacuteodo neonatal precoce (lt 7 dias) 845 no periacuteodo neonatal tardio e 915
ao periacuteodo poacutes-neonatal no MRJ em 2015
52
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ Faixa Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 384 648 702 738 832 880 828 801 754
07-27 460 598 644 749 838 889 864 870 845
28d-lt1 250 573 609 776 781 848 886 910 915
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tambeacutem foram observados os oacutebitos referentes a algumas variaacuteveis de risco como a
idade da matildee a idade gestacional das matildees e o peso do RN ao nascer considerando a
proporccedilatildeo de oacutebitos infantis por cada uma dessas variaacuteveis nas aacutereas e MRJ
A Tabela 14 apresenta a proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis ocorridos em matildees nas
diferentes faixas etaacuterias Houve um aumento do percentual de oacutebitos em matildees nas faixas
etaacuterias de 20 a 24 anos 45 a 49 anos diminuiccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis nas
adolescentes
53
Tabela 14 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee MRJ
Idade
Matildee
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10-14 07 15 06 09 06 21 14 14 16
15-19 179 147 161 167 183 181 185 162 169
20-24 215 228 210 190 203 212 199 240 209
25-29 181 191 186 203 171 188 202 215 197
30-34 156 138 139 145 158 152 157 179 176
35-39 69 80 89 96 101 109 112 101 139
40-44 29 28 33 33 40 34 35 44 48
45-49 06 04 03 02 02 02 02 06 01
Ign 159 168 172 155 136 102 95 38 46
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Outra variaacutevel de risco para os oacutebitos infantis se relaciona agrave idade gestacional das
matildees O maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 ocorreu entre a 37- 41 semanas de
gestaccedilatildeo correspondendo a um total de 167 oacutebitos de 2007 a 2015 Tambeacutem houve um
grande nuacutemero de oacutebitos (129 oacutebitos) entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo nesse periacuteodo A
soma dos oacutebitos infantis ocorridos nesses dois periacuteodos de gestaccedilatildeo correspondeu a um pouco
mais da metade do nuacutemero de oacutebitos totais no periacuteodo analisado conforme mostra a Tabela
15
Tabela 15 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Semanas
Gestaccedilatildeo
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Menos 22 22 23 71 26 73 61 68 58 63
22 a 27 227 246 196 212 181 197 205 228 228
28 a 31 165 155 174 155 136 156 144 159 143
32 a 36 193 169 173 224 140 170 178 173 182
37 a 41 248 242 262 254 212 249 260 288 294
42 e mais 11 16 13 10 14 10 09 14 10
Natildeo informado 133 148 111 119 244 157 135 80 80
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Um importante fator a ser observado se refere ao peso da crianccedila ao nascer uma vez
que ele se encontra estreitamente relacionado ao oacutebito infantil A Tabela 16 apresenta o
54
percentual de oacutebitos ocorridos em RN com menos de 2500g sendo de 599 em 2007 e de 629
em 2015 mostrando algum decreacutescimo na proporccedilatildeo de oacutebitos infantis com peso adequado ao
nascimento
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Peso
nascer (500g)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
0g a 499g 53 54 112 50 58 49 53 44 50
0500g a 0999g 285 288 236 272 246 269 261 303 291
1000g a 1499g 99 117 105 103 105 114 124 120 109
1500g a 1999g 79 73 69 72 98 70 79 70 88
2000g a 2499g 83 67 68 76 74 83 73 97 101
2500g a 2999g 90 88 100 146 127 100 114 130 130
3000g a 3499g 91 95 108 82 93 127 109 138 129
3500g a 3999g 39 39 49 42 47 55 50 60 62
4000g a 4499g 09 06 11 08 08 08 23 13 19
4500g e mais 04 04 03 04 03 07 05 07 05
Ignorado 166 169 140 145 141 117 110 19 16
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
55
53 Mortalidade Infantil na AP 10
Em relaccedilatildeo a AP 10 apresentaremos os nuacutemeros absolutos dos oacutebitos infantis
ocorridos entre 2007 e 2015 e a proporccedilatildeo de seus componentes no mesmo periacuteodo
Como pode ser verificado na Tabela 17 em 2015 ocorreram 67 oacutebitos infantis sendo
esse nuacutemero de oacutebito infantil maior do que o apresentado no iniacutecio do periacuteodo de expansatildeo
recente da APS determinando assim o fato que motivou e caracterizou o interesse desse
estudo principalmente porque foram 17 oacutebitos a mais que os do ano anterior exatamente
quando a aacuterea jaacute atingia maior cobertura da ESF A maior proporccedilatildeo de oacutebitos de concentra
no periacuteodo neonatal precoce sendo observada uma variaccedilatildeo negativa da proporccedilatildeo de oacutebitos
poacutes-neonatais como esperado como ser observado na Tabela 18
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 por componentes de 2007 a 2015 Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 31 31 38 33 25 26 25 25 35
07-27 11 14 12 10 9 8 10 10 12
28d-lt1 24 23 32 19 24 16 28 15 20
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 470 456 463 532 431 520 397 500 522
07-27 167 206 146 161 155 160 159 200 179
28d-lt1 364 338 390 306 414 320 444 300 299
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Em relaccedilatildeo agraves taxas de mortalidade infantil na AP 10 durante o periacuteodo estudado
observa-se que 2008 2009 2013 e 2015 houve aumento dessas taxas principalmente no
periacuteodo neonatal precoce como se observa na Tabela 19 Quando comparamos essas mesmas
taxas de mortalidade agraves taxas de mortalidade infantil no MRJ vemos na Tabela 20 que as
TMI foram mais elevadas na AP 10 do que no MRJ nesses anos A mortalidade neonatal
precoce foi o componente da MI com maiores taxas A TMI no MRJ em 2015 se apresentou
56
menor do que a TMI em 2007 Fato esse que natildeo ocorreu na AP 10 quando a TMI aumentou
em 2015 em relaccedilatildeo a 2007
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 67 67 79 70 53 58 55 54 75
07-27 24 30 25 21 19 18 22 21 26
28d-lt1 52 50 66 40 51 36 62 32 43
Total 142 147 170 131 124 112 140 107 144 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 612 601 643 638 567 581 609 540 568
07-27 212 26 223 206 194 229 226 203 221
28d-lt1 483 498 500 466 490 457 431 384 416
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
As mesmas informaccedilotildees quando analisadas de modo que sejam observados os
valores natildeo por cada ano mas sim pelos os triecircnios estudados permitem identificar que o
nuacutemero de oacutebitos infantis e as TMI nos seus trecircs componentes principais se apresentaram
com decreacutescimo na AP 10 e no MRJ como se pode ver nas Tabelas 21 e 22 Entretanto a
variaccedilatildeo percentual na TMI e nos seus componentes foi maior na AP 10 que a variaccedilatildeo
percentual meacutedia do MRJ
Tabela 21 - TMI por componentes na AP 10 e por triecircnio de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 71 61 61 -10 -141
07-27 26 19 23 -03 -113
28d-lt1 56 43 46 -10 -178
Total 153 123 130 -23 -150 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 22 - TMI por componentes no MRJ e por triecircnio no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 -05 -80
07-27 23 21 22 -01 -43
28d-lt1 49 47 41 -08 -163
Total 134 127 120 -14 -104
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
57
No Graacutefico 11 estatildeo representadas as variaccedilotildees das TMI na AP 10 por componentes
nos trecircs triecircnios estudados
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10
Por triecircnio de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Na Mortalidade Infantil Proporcional por faixa etaacuteria observamos a manutenccedilatildeo do
padratildeo com maior proporccedilatildeo de oacutebitos infantis neonatais precoces o que jaacute se apresentava
desde o iniacutecio do periacuteodo estudado assim como jaacute era uma tendecircncia conhecida a partir dos
anos 90 na AP 10 como observada na Tabela 23
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015
lt 7d 463 494 472
07-27 171 159 178
28d-lt1 366 347 350
Total 1000 1000 1000
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
58
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10
Analisando as causas de oacutebitos infantis por capiacutetulos e categorias do Coacutedigo
Internacional de Doenccedilas (CID) vemos que a maior causa de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
correspondeu ao XVI capiacutetulo do CID ou seja por ldquoAlgumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatalrdquo (607 oacutebitos ou 555) Em seguida os oacutebitos mais preponderantes se relacionaram
ao XVII capiacutetulo do CID que trata de ldquoMalformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias
cromossocircmicasrdquo (233 oacutebitos) Essas duas causas somadas equivalem a mais ou menos 75
das causas de oacutebitos infantis por capiacutetulo do CID Considerando o periacuteodo de 2007 a 2015 as
causas mais preponderantes de oacutebitos infantis foram as mesmas observadas em 2015
Em relaccedilatildeo agrave categoria do CID a maior causa de mortalidade infantil no MRJ em
2015 correspondeu ao ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relacionadas com a gravidez atualrdquo (CID P00) Malformaccedilotildees congecircnitas
deformidades e anomalias cromossocircmicas (principalmente por ldquoOutras malformaccedilotildees
congecircnitas do coraccedilatildeordquo- CID Q24) ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CIDP36) e
ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por complicaccedilotildees maternas gravidezrdquo (CID P01)
Os oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ no periacuteodo de
2007 a 2015 satildeo apresentados no ANEXO 3 Natildeo estatildeo apresentadas as informaccedilotildees sobre
Mortalidade Infantil por grupo de causas para a AP 10 tendo em vista que o padratildeo de
distribuiccedilatildeo eacute semelhante ao do MRJ onde se apresenta um perfil de causas compatiacuteveis com
a classificaccedilatildeo sobre evitabilidade que seraacute apresentada depois
O Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave
gravidez atual corresponderam ao maior percentual de causa de morte infantil em 2015 no
MRJ e apresentou elevaccedilatildeo de seu percentual quando comparado a 2007 quando o
Desconforto Respiratoacuterio do Receacutem-Nascido era a causa mais preponderante como se
observa na Tabela 24 e Graacutefico 12
59
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Causa (CID10) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
P00 Feto e RN afetados por af
maternas natildeo obrigrelacionadas agrave
gravidez atual 54 55 90 100 88 112 123 95 98
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido 120 95 98 87 74 63 71 79 56
P36 Septicemia bacteriana do RN 70 80 68 61 48 58 70 79 89
P01 Feto e RN afetados por compl
maternas da gravidez 28 44 57 51 62 63 57 52 59
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircnitas do
coraccedilatildeo 51 51 44 39 47 48 56 55 37
P02 Feto e RN afetados por compl
placenta cordatildeo umb e membr 32 41 33 48 41 53 45 33 56
J18 Pneumonia pmicro-org NE 47 32 41 30 39 38 42 27 37
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade 35 27 26 37 38 28 25 27 23
P21 Asfixia ao nascer 41 38 37 23 19 20 20 24 28
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 13 19 17 32 27 31 21 21 27
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 12 ndash Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
O Graacutefico 13 mostra o aumento da TMI devido ao Feto e RN afetados por afecccedilotildees
maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual (CID P00) e a diminuiccedilatildeo da
TMI por Desconforto respiratoacuterio do receacutem-nascido (CID P22) apoacutes uma pequena elevaccedilatildeo
em 2014 A Tabela 25 mostra que a elevaccedilatildeo do Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas
natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual como causa da mortalidade infantil no
triecircnio 20132015 foi a mais acentuada (variaccedilatildeo de 39) e o Desconforto respiratoacuterio do
receacutem-nascido representou maior decreacutescimo no mesmo triecircnio com uma diminuiccedilatildeo de
36
60
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 25 ndash MI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio Causa (CID10) 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
P00 Fetos e receacutem-nascidos afetados por afec
maternas natildeo obr relacionados a gravidez
atual
67 100 106
39
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido
104 75 68
-36
P36 Septicemia bacteriana do receacutem-nascido 73 56 79
06
P01 Feto rec-nasc afet complic maternas
gravidez
43 59 56
13
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircn do coraccedilatildeo 49 44 49
0
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr
35 47 45
10
J18 Pneumonia pmicro-org NE 40 36 36 -04
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade
29 34 25
-04
P21 Asfixia ao nascer 39 21 24 -15
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 16 30 23 07
Total geral 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Lembrando o conceito de Malta (2010) sobre a morte infantil causada por afecccedilotildees
evitaacuteveis por intervenccedilotildees no SUS ou seja aquelas passiacuteveis de serem prevenidas ou
reduzidas por serviccedilos eficientes de sauacutede verificamos a seguir de que maneira ocorreram as
principais causas evitaacuteveis no MRJ e na AP 10 em particular
Segundo a Lista Brasileira de Causas Evitaacuteveis feita com dados do Sistema de
Informaccedilotildees sobre Mortalidade dispotildee-se de subgrupos de causas Esses subgrupos
correspondem agraves causas evitaacuteveis que satildeo aquelas Reduziacuteveis pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave
61
mulher no parto Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequados e Reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculada a
accedilotildees de atenccedilatildeo
As principais causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 foram relacionadas agraves causas
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (349 oacutebitos infantis) correspondendo a
319 dos oacutebitos Outras causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis de menores proporccedilotildees foram as
causas tais como ldquoReduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeordquo e agraves ldquoCausas mal definidasrdquo 05
e 33 respectivamente em 2015 como apresenta a Tabela 26 As ldquoDemais causas (natildeo
claramente evitaacuteveis)rdquo apresentaram um nuacutemero de 294 oacutebitos correspondendo somente a
269 do total Em resumo as causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
corresponderam a 698 como visualisamos na Tabela 27 Jaacute a Tabela 28 representa a
pequena diminuiccedilatildeo da TMI por causas evitaacuteveis no MRJ em 2015 (841000) em relaccedilatildeo agrave
TMI em 2007 de 891000 por causas evitaacuteveis
Tabela 26 -Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade no MRJ Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 03 03 01 03 04 05 00 03 05
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
na gestaccedilatildeo
269 274 319 320 309 331 351 320 319
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
no parto
104 99 94 80 77 76 73 75 86
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-
nascido
140 155 141 123 112 115 127 141 147
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e
tratamento adequado
112 87 95 72 101 89 96 72 79
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede
vinculada agraves accedilotildees de atenccedilatildeo
49 63 61 64 63 71 53 61 63
2 Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 677 682 710 662 667 687 701 671 698
Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
Natildeo claramente evitaacuteveis 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
62
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 89 93 97 87 83 87 89 76 84
Causas mal definidas 06 05 05 06 05 04 04 04 04
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 38 35 38 37 35 34 33 32
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo agora considerados os valores por triecircnios atraveacutes das taxas e da proporccedilatildeo por
grupo de causas nestes grupos segundo as informaccedilotildees descritas nas tabelas abaixo
Ao estudarmos os triecircnios no MRJ observamos que as causas Reduziacuteveis por
adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram as que apresentaram a maior taxa de
mortalidade infantil nos trecircs triecircnios como mostra a Tabela 29 As Causas mal definidas
foram as que tiveram maior reduccedilatildeo nos triecircnios estudados (-240) apresentada na Tabela
30 e Graacutefico 14 resultado que pode ser atribuiacutedo como decorrente da melhor investigaccedilatildeo
dos oacutebitos
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 00
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 39 41 40
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 13 10 09
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 20 15 17
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento
adequado
13 11 10
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a
accedilotildees de atenccedilatildeo
08 08 07
2 Causas mal definidas 05 05 04
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 36 37 33
Total 134 128 120
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeosegundo evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 93 86 83 -105
Causas mal definidas 05 05 04 -240
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 37 33 -87
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
63
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo apresentados os dados relacionados aos oacutebitos infantis evitaacuteveis de residentes na
aacuterea da AP 10 com os valores por ano no periacuteodo de 2007 a 2015 atraveacutes do nuacutemero
absoluto de oacutebitos da proporccedilatildeo por grupo de causas e as respectivas taxas por cada ano Em
seguida as informaccedilotildees apresentadas estatildeo agrupadas por triecircnio considerando-se o periacuteodo
de 2007 a 2015
O fato que chamou a atenccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo na AP 10 foi que
ocorreram 67 oacutebitos infantis em 2015 sendo 48 (716) desses oacutebitos ocorreram por causas
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS como pode ser observado nas Tabela 31 e Tabela 32
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 44 47 58 38 34 38 45 36 48
Causas mal definidas 2 3 1 8 4 2 1 1 2
Natildeo claramente evitaacuteveis 20 18 23 16 20 10 17 13 17
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
64
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 667 691 707 613 586 760 714 720 716
Causas mal definidas 30 44 12 129 69 40 16 20 30
Natildeo claramente evitaacuteveis 303 265 280 258 345 200 270 260 254
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 33 - TMI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 95 101 120 80 73 85 100 77 103
Causas mal definidas 04 06 02 17 09 04 02 02 04
Natildeo claramente evitaacuteveis 43 39 48 34 43 22 38 28 37
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A taxa de mortalidade por causas evitaacuteveis na AP 10 no ano de 2015 foi uma das
maiores do periacuteodo estudado de 103 por mil nascidos vivos sendo poreacutem menor que a taxa
que ocorreu 2009 de 120 oacutebitos em mil nascidos vivos como mostra a Tabela 33
Em todo o periacuteodo estudado as mortes por causas evitaacuteveis foram as que apresentaram
maior nuacutemero em relaccedilatildeo agraves demais causas Ainda na Tabela 33 podemos observar que a
TMI por Causas evitaacuteveis na AP 10 em 2015 (103 por 1000 nascidos vivos) se apresentou
maior do que no ano de 2007 (95) Poreacutem quando analisamos as TMI por triecircnios
verificamos que houve uma pequena reduccedilatildeo da mortalidade infantil por causas evitaacuteveis
assim como as demais causas
Quando analisamos os triecircnios observamos que a TMI na AP 10 por causas de morte
evitaacuteveis decresceu de 1061000 em 20072009 para uma taxa de 931000 em 20132015
As causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram responsaacuteveis pelo
maior percentual de causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis apresentando 333 no triecircnio
20132015 apresentado nas Tabelas 34 35 e 36 embora tenha tido uma diminuiccedilatildeo de sua
TMI no triecircnio 200132015 em relaccedilatildeo ao triecircnio 20072009
65
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 06
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 329 359 333
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 93 76 67
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 116 94 139
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequado 102 71 78
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo
51 47 94
2 Causas mal definidas 28 82 22
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 282 271 261
Total 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10 Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 106 79 93 -13
Causas mal
definidas
04 10 03 -01
Natildeo claramente
evitaacuteveis
43 33 34 -09
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de
imunizaccedilatildeo
00 00 01 01
121 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
50 44 43 -07
122 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher no parto
14 09 09 -05
123 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao receacutem-nascido
18 12 18 0
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequado
16 09 10 -06
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave
sauacutede vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo
08 06 12 04
2 Causas mal definidas 04 10 03 -01
3 Demais causas (natildeo claramente
evitaacuteveis)
43 33 34 -09
Total 153 123 130 -23 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
66
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs
A seguir os dados analisados no presente estudo estatildeo resumidos incluindo-se
informaccedilotildees de todas as aacutereas da Cidade sendo apresentados na Tabela 37
Desse modo podemos constatar que em todas as AP exceto na AP 10 e na AP 32
houve um aumento da taxa de natalidade de 2007 a 2015 no municiacutepio do Rio de Janeiro O
percentual de crianccedilas nascidas com baixo peso na AP 10 foi equivalente ao MRJ em 2015
apresentado a maior reduccedilatildeo de todas as AP
Embora a proporccedilatildeo de nascimentos com menos de 7 consultas preacute-natal na AP 10
tenha diminuiacutedo no triecircnio 201315 essa reduccedilatildeo foi inferior a reduccedilatildeo ocorrida em todo o
municiacutepio do Rio de Janeiro Ainda na AP 10 podemos observar que apesar de ainda
apresentar um grande percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 20132015
ela teve uma reduccedilatildeo maior do que a ocorrida no MRJ no mesmo triecircnio
O maior percentual de parto cesaacutereo ocorreu na AP 22 enquanto a AP 10 apresentou
um dos menores percentuais nesse uacuteltimo triecircnio estudado O maior aumento do percentual de
partos cesaacutereos em 2015 ocorreu na AP 53 enquanto o menor aumento desse percentual
ocorreu na AP 31
A maior proporccedilatildeo de parto realizado nos SUS aconteceu na AP 53 No triecircnio
20132015 a maior taxa de moralidade infantil se deu na AP 33 e a taxa de mortalidade
infantil estimada para o triecircnio na AP 10 foi de 131000 sendo maior do que a verificada no
MRJ taxa de 120 A AP 21 foi a que apresentou a menor taxa no uacuteltimo triecircnio do estudo
de 85
A taxa de mortalidade neonatal foi maior do que a taxa de mortalidade poacutes-neonatal agrave
custas da maior incidecircncia de oacutebitos no periacuteodo neonatal precoce A TMI por causas evitaacuteveis
diminuiu em todas as AP no triecircnio 201315 quando comparada ao triecircnio 200709 exceto
nas AP 33 e AP 53 A maior reduccedilatildeo dessa TMI ocorreu na AP 22 com uma diminuiccedilatildeo de
4444
67
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash
MRJ e APs ndash 2007 e 2017
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Taxa de
Natalidade
2007
1605
978
966
1289
1289
1342
1425
1274
1511
1603
1329
Taxa de
Natalidade
2015
1563
1028
983
1362
1275
1383
1696
1403
1721
1824
1432
Percentual
de BPN
triecircnio
20132015
92
87
88
92
97
95
92
92
89
94
92
Variaccedilatildeo
BPN
2007-2009 e
2013-2015
-116
-52
-81
-63
-17
-47
-33
-42
-30
-08
-43
Proporccedilatildeo
de Nasc
com menos
de 7 cons
Preacute Natal
Triecircnio
20132015
278
120
148
292
230
314
219
284
272
274
254
Variaccedilatildeo
da Propde
Nasc com
menos de 7
cons Preacute
Natal
2007-2009 e
2013-2015
-158
-309
-134
-163
-230
11
-248
-187
-137
-284
-170
Propde
Nasc de
Matildees
Adolesc
Triecircnio
20132015
181
84
103
183
152
174
123
179
169
214
159
Variaccedilatildeo
de Nasc de
Matildees Adol
20072009 e
20132015
-79
-169
-180
-21
-86
-20
-107
-42
-62
-41
-62
Proporccedilatildeo
de Nascim
Parto
Cesaacutereo
Triecircnio
20132015
486
640
670
515
572
577
615
534
580
477
567
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto
Cesaacutereo-
Triecircnio
20072015
16
21
19
01
49
82
70
18
147
140
57
68
(cont)
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Proporccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
Triecircnio
20132015
629
263
164
671
570
616
509
699
628
765
579
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
20072015
170
72
-513
275
-13
57
-06
54
-07
21
57
TMI total
20132015
130
85
77
129
114
140
100
133
109
171
120
TMI
Neonatal
Precoce
20132015
61
42
40
54
48
77
47
62
52
84
57
TMI
Neonatal
Tardia
20132015
23
19
10
26
23
21
19
24
20
30
22
TMI
Neonatal
20132015
84
61
50
80
71
98
67
86
72
114
79
TMI Poacutes
Neonatal
20132015
46
23
27
49
43
43
34
47
37
57
41
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20072009
106
59
81
95
90
96
75
108
96
115
93
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20132015
93
53
45
89
70
100
63
95
78
135
83
Variaccedilatildeo
de Oacutebitos
Infantis por
Causas
Evitaacuteveis
20072015
-1226
-1016
-4444
-631
-2222
416
-160
-1203
-1875
1739
-1075
Fonte SIMSINASCSVSSMS Rio-2017
69
6 DISCUSSAtildeO
Os indicadores de sauacutede podem ser afetados em seus valores ao longo do tempo
quando satildeo disponibilizados melhores serviccedilos de atenccedilatildeo agrave sauacutede assim como quando satildeo
observadas melhores condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo Inclusive iniciativas de poliacuteticas
puacuteblicas que visem beneficiar a populaccedilatildeo satildeo tatildeo importantes que podem afetar diretamente
a ocorrecircncia de fatores de risco
Neste estudo pocircde-se observar alteraccedilatildeo de alguns fatores relacionados teoricamente agrave
Mortalidade Infantil para todo o MRJ e na AP 10 quando consideradas as informaccedilotildees sobre
parto e nascimento do SINASC
Considerando a Proporccedilatildeo de Baixo Peso ao nascer houve um decreacutescimo de 116
de nascimento de crianccedilas com baixo peso (lt 2500g) na AP 10 o maior decreacutescimo entre as
aacutereas programaacuteticas O MRJ tambeacutem apresentou reduccedilatildeo desse percentual Para Gaiva (2014)
um grande nuacutemero de estudos aponta o baixo peso como um dos principais fatores
relacionados ao aumento do risco de oacutebito neonatal A prematuridade e o crescimento
intrauterino restrito satildeo os principais determinantes do baixo peso ao nascer e podem ser
avaliados atraveacutes de um acompanhamento preacute-natal de qualidade assim como uma adequada
atenccedilatildeo no momento do parto (GAIVA 2014)
Os nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes diminuiacuteram em todas as AP ao
longo do periacuteodo analisado sendo que o maior decreacutescimo ocorreu na AP 22
A idade materna eacute uma importante caracteriacutestica da gestante que traz riscos evidentes
quando a matildee se encontra abaixo dos 20 anos e quando se encontra acima dos 35 anos de
idade Em um estudo de Lima et al 2010 sobre a associaccedilatildeo entre a mortalidade neonatal
precoce e poacutes-neonatal e a idade da matildee observou-se que quando a idade materna eacute maior de
35 anos e na adolescecircncia haacute associaccedilatildeo respectivamente ao oacutebito neonatal precoce e poacutes-
neonatal Imaturidade bioloacutegica fatores socioeconocircmicos e a natildeo realizaccedilatildeo das consultas
preacute-natais necessaacuterias podem estar associados agraves adolescentes Jaacute as matildees acima de 35 anos
podem apresentar fatores como comorbidades partos ciruacutergicos e fetos com anomalias
congecircnitas que podem levar ao oacutebito infantil apesar de muitas vezes disporem de melhores
condiccedilotildees socioeconocircmicas e adequados cuidados preacute-natais (LIMA et al 2010)
70
Em relaccedilatildeo ao tipo de parto se cesaacutereo ou normal observamos um aumento do parto
cesaacutereo em todo o MRJ sendo que esse aumento foi acentuado nas AP 53 e AP 52 entre
2007 e 2015 No MRJ observou-se um aumento de 57 de parto cesaacutereo enquanto a AP 10
apresentou um aumento de 16 O parto cesaacutereo estaacute cada vez mais frequente no Brasil
assim como no resto do mundo e embora seja cada vez mais seguro ele ainda apresenta riscos
(PATAH 2011) Segundo Lansky (2014) a taxa de cesaacutereas no Brasil era de 535 em 2011
A OMS recomenda que ele seja realizado quando necessaacuterio para evitar complicaccedilotildees para
matildee e filho A Federaccedilatildeo Internacional de Ginecologia e Obstetriacutecia (FIGO) preconiza uma
proporccedilatildeo maacutexima de cesaacutereas ateacute 20 dos partos e a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede ateacute
15 dos partos (Soares 2010) Em um estudo de Sanders et al (2017) para analisar fatores
relacionados ao oacutebito infantil em Fortaleza (Cearaacute) eles verificaram que o parto cesaacutereo
demonstrou ser um fator de proteccedilatildeo para a mortalidade infantil quando realizado em
gestantes de alto risco
O nuacutemero de nascimentos de matildees com adequado nuacutemero de consultas de preacute-natal
tambeacutem eacute importante a ser observado uma vez que as gestantes que realizam menos do que
seis consultas de preacute-natal apresentam risco maior de terem oacutebito fetal (KLEIN et al 2012)
Observamos nesse estudo que o percentual de nascidos vivos de gestantes com 7 ou mais
consultas de preacute-natal aumentou em todas as AP (exceto a AP 33) de 2007 a 2015 As matildees
que realizaram um nuacutemero de consultas menor do que 7 apresentaram um iacutendice de oacutebitos
proporcionalmente maior ratificando o niacutevel de fator de risco de oacutebitos de receacutem-nascidos em
relaccedilatildeo ao numero de consultas preacute-natal Observa-se inclusive que o niacutevel de oacutebitos
decresceu graccedilas ao aumento percentual de incidecircncia de 7 ou mais consulta para as matildees em
todas as AP excetuando as AP 22 e AP 33 Fernandes (2016) reforccedila que a proporccedilatildeo de
atendimentos e consultas de preacute-natal tem sido fundamental na relaccedilatildeo direta da diminuiccedilatildeo
da ocorrecircncia do baixo peso dos receacutem-natos comparando-se com os percentuais de
incidecircncia de baixo peso quando natildeo haacute um expressivo nuacutemero de consultas de preacute-natal
Em relaccedilatildeo agrave idade gestacional o maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 tenha
ocorrido em nascidos vivos entre a 37- 41 semanas de gestaccedilatildeo e somente em seguida os
prematuros entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo de 2007 a 2015 embora um estudo de Klein
(2012) a natimortalidade e a neomortalidade encontrem-se mais associadas agrave baixa idade
gestacional
Os nascimentos ocorridos em maternidades do SUS aumentaram 17 na AP 10 nos
triecircnios analisados presumindo-se aumento de oferta de leitos puacuteblicos na aacuterea enquanto no
71
MRJ houve um aumento menor de 57 Para Barbeiro (2015) a mortalidade fetal pode ser
encontrada em maior nuacutemero em gestantes com condiccedilotildees socioeconocircmicas precaacuterias que
satildeo aquelas que utilizam as maternidades do SUS
Nesse trabalho natildeo foram levados em conta outros fatores de risco para mortalidade
infantil tais como a escolaridade da matildee a presenccedila de gestaccedilotildees anteriores ao parto atual
Apgar de 5ordm minuto menor ou igual a 7 a raccedilacor da matildee entre outros assim como outros
fatores relacionados agrave morte infantil que poderatildeo ser explorados em estudos posteriores
Embora tenha ocorrido um aumento importante de oacutebitos infantis em 2015 na AP 10
que chamou dos gestores da SMS analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP 10
e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes ao
longo do periacuteodo estudado
A taxa de mortalidade infantil na AP 10 em 2015 era de 144 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos superior a do MRJ no mesmo ano que foi de 121 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos Satildeo taxas essas ainda altas quando comparadas a paiacuteses jaacute mencionados como
Japatildeo (TMI 20) Canadaacute (TMI 40) e Estados Unidos da Ameacuterica (TMI 60) (UNICEF
2015)
O componente poacutes-neonatal estaacute mais relacionado agraves condiccedilotildees baacutesicas de sauacutede
como a aacutegua tratada saneamento baacutesico acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede condiccedilotildees
socioeconocircmicas especialmente as relativas agrave renda Essas condiccedilotildees satildeo passiacuteveis de serem
modificadas atraveacutes de uma poliacutetica de sauacutede que atenda a essas necessidades Outros fatores
que influenciam as condiccedilotildees de vida aleacutem da renda familiar satildeo o grau de escolaridade dos
pais o acesso uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel e moradia salubre (FERRARI 2012) Em 2013 as
principais causas poacutes-neonatais no MRJ foram segundo o capiacutetulo da CID 10 as
Malformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias cromossocircmicas (cap XVII) 253 as
Doenccedilas do aparelho respiratoacuterio- pneumonia e bronquiolite aguda- (cap X) 178
Algumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (cap XVI) 128 e Algumas doenccedilas
infecciosas e parasitaacuterias (cap I) 109 As causas baacutesicas segundo causas externas foi por
Riscos NE a respiraccedilatildeo (W84) 50 e Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico (W78) 325(site da
SUBPAV acesso em 18052017)
A principal causa neonatal de oacutebito infantil no MRJ em 2015 correspondeu ao feto e
receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas com agrave
gravidez atual (CID P00) afecccedilotildees essas principalmente relacionadas a transtornos maternos
hipertensivos e do trato urinaacuterio As outras duas grandes causas de morte infantil no MRJ
72
corresponderam a ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CID P36) e ldquoOutras
malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeordquo (CID Q24) Ainda em 2015 698 dos oacutebitos infantis
foram por causas evitaacuteveis no MRJ Houve uma reduccedilatildeo de 105 na taxa de mortalidade
infantil no MRJ por causas evitaacuteveis nos triecircnios analisados Essa reduccedilatildeo deveu-se
principalmente agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Houve um
aumento da TMI devido agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na
AP10 no periacuteodo estudado ainda observa-se uma proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis
por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede relacionadas aos oacutebitos infantis
Em 2015 a AP 10 apresentou 716 dos oacutebitos por Causas evitaacuteveis Houve reduccedilatildeo
de suas TMI nos triecircnios estudados sendo a maior reduccedilatildeo devida agraves Causas Mal Definidas
(reduccedilatildeo de 321) A TMI (103) em 2015 que se relacionou agraves causas evitaacuteveis de oacutebitos
infantis principalmente agraves causas ldquoReduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeordquo
(358) mostram assim a importacircncia da atenccedilatildeo agrave sauacutede da gestante na assistecircncia Preacute Natal
da Atenccedilatildeo Primaacuteria e na rede de serviccedilos
A gestante quando apresenta um nuacutemero de consultas preacute- natais maior ou igual a seis
e o iniacutecio dessas consultas se faz de maneira precoce esses fatores exercem uma proteccedilatildeo agrave
gestante e ao RN A boa qualidade dessa atenccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo tambeacutem faz com que haja
diminuiccedilatildeo da morte infantil (SILVA 2013) Esses oacutebitos poderatildeo ser evitados cada vez
mais atraveacutes de accedilotildees preventivas diagnoacutestico e tratamento precoce pelos serviccedilos de sauacutede
Estudos apontam que o as gestante que realizam 6 ou mais consultas de preacute-natal tem 4 x
menos chances que seu filho venha a oacutebito (BRUM 2015)
A hipertensatildeo eclampsia infecccedilatildeo urinaacuteria hemorragia anemia e idade gestacional
inferior a 37 semanas satildeo fatores relacionados agrave gestante que se associam agrave prematuridade e
ao baixo peso ao nascer Com o controle devido desses fatores atraveacutes de assistecircncia adequada
ao preacute- natal os oacutebitos infantis podem ser evitados (SILVA 2013) Daiacute a importacircncia da
gestante ter faacutecil acesso ao serviccedilo de sauacutede para fazer um exame preacute-natal adequado e ser
referenciada a uma maternidade para completar a sua assistecircncia e a de seu filho A maior
parte dos partos ocorre em hospitais mas isso natildeo impede os altos iacutendices de
morbimortalidade materna e perinatal produzidas por uma assistecircncia possivelmente falha
somada a um desnecessaacuterio e elevado nuacutemero de cesarianas Um adequado controle preacute-natal
assim como a prevenccedilatildeo de cesarianas sem indicaccedilotildees teacutecnicas especiacuteficas levando agrave
prematuridade iatrogecircnica podem contribuir significativamente para a reduccedilatildeo desses oacutebitos
(LANSKY 2014)
73
As afecccedilotildees perinatais encontram-se relacionadas ao cuidado preacute- natal e agrave gestante agraves
condiccedilotildees do receacutem- nascido e ao parto (Bezerra 2007) A concentraccedilatildeo maior das causas
evitaacuteveis desses oacutebitos se encontra no grupo das causas reduziacuteveis pela atenccedilatildeo agrave gestaccedilatildeo
parto feto e receacutem-nato em torno de 39 As reduziacuteveis por adequado atenccedilatildeo ao RN
correspondem a 29 seguidas das causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao parto (15)
Aquelas que estatildeo ligadas a accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequados correspondem a
15 as que necessitam de accedilotildees de promoccedilatildeo vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo se encontram
com 7 das causas e pequena parte se deve a accedilotildees de imunizaccedilotildees (BEZERRA 2007)
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes desse estudo observamos que apesar da Mortalidade Infantil no MRJ e na AP
10 tenham decrescido nos triecircnios analisados ambos satildeo ainda altas taxas de mortalidade
infantil Apesar do decliacutenio da TMI ocorrer haacute deacutecadas se faz necessaacuterio a elaboraccedilatildeo de
estrateacutegias de enfrentamento de suas causas que satildeo na sua maioria evitaacuteveis A ampliaccedilatildeo da
vigilacircncia de oacutebitos no MRJ foi uma importante estrateacutegia implantada a fim de contribuir para
a melhor qualificaccedilatildeo das causas de morte infantil para que se faccedilam accedilotildees que diminuam os
oacutebitos infantis por causas que possam ser evitadas
Em virtude da ocorrecircncia importante de oacutebitos infantis em filhos de matildees
adolescentes haacute portanto a necessidade de incrementar accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo em
sauacutede da mulher principalmente nas faixas etaacuterias extremas e em especial nas adolescentes
Pesquisas relacionadas agrave idade materna assim como a outros fatores relacionados agrave morte
infantil tambeacutem devem ser ampliadas Aleacutem disso eacute importante que se invista em accedilotildees de
poliacuteticas publicas que objetivem conscientizaccedilatildeo desses jovens do ponto de vista da educaccedilatildeo
sexual com orientaccedilotildees sobre o uso de preservativos e planejamento familiar
Devido ao aumento da cesariana tanto no MRJ como na AP 10 esforccedilos devem ser
feitos para que a cesariana seja feita apenas com recomendaccedilotildees teacutecnicas precisas e natildeo
indiscriminadamente para gestante de baixo risco Eacute importante preparar a gestante durante o
cuidado preacute-natal e enfatizar a importacircncia do parto humanizado
Um preacute-natal qualificado agrave gestante tem importacircncia fundamental para a diminuiccedilatildeo
dos oacutebitos infantis
Essa pesquisa foi realizada com a perspectiva de contribuir com a Coordenadoria da
AP 10 atraveacutes de dados recentes para uma melhor visibilidade da tendecircncia da mortalidade
74
infantil e de seus componentes assim como os fatores de risco relacionados Os dados aqui
apresentados seratildeo disponibilizados para a gestatildeo da CAP 10 a fim de que seja produzido um
informe teacutecnico especiacutefico sobre Mortalidade Infantil sensibilizando profissionais e gestores
da APS sobre a necessidade de reduccedilatildeo das causas de oacutebitos evitaacuteveis por intervenccedilotildees do
SUS
Como este foi um estudo exploratoacuterio descritivo natildeo eacute possiacutevel estabelecer-se relaccedilatildeo
entre o aumento da cobertura da APS na aacuterea e os indicadores de oacutebitos infantis Entretanto o
quadro geral apresentado na AP 10 mostra-se como ainda instaacutevel considerando-se a
expectativa de reduccedilatildeo da TMI na medida em que ocorre maior oferta de serviccedilos na APS
75
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Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
Ano Mecircs Populaccedilatildeo
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Equipe de Sauacutede
Bucal
Modalidade I
Implantados Proporccedilatildeo de cobertura populacional estimada Credenciadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede
1999 01 5569181 0 000 0
1999 12 5569181 0 000 0
2000 01 5598953 0 000 0
2000 12 5598953 22 136 0
2001 01 5613897 22 135 0
2001 12 5897485 19 111 0
2002 01 5897485 19 111 0
2002 12 5897485 23 135 0
2003 01 5897485 23 135 0
2003 12 5937253 23 134 0
2004 01 5937253 23 134 0
2004 12 5974081 57 329 0
2005 01 5974081 57 329 50
2005 12 5974081 96 554 0
2006 01 5974081 98 566 0
2006 12 6094183 118 668 0
2007 01 6094183 119 674 0
2007 12 6136652 131 736 35
2008 01 6136652 144 810 35
2008 12 6136652 128 720 35
2009 01 6161047 124 694 35
2009 12 6161047 165 924 35
2010 01 6161047 170 952 35
2010 12 6186710 266 1483 228
2011 01 6186710 281 1567 228
2011 12 6320446 506 2762 228
2012 01 6320446 585 3193 228
2012 12 6355949 734 3984 528
2013 01 6355949 749 4066 528
2013 12 6390290 730 3941 528
2014 01 6390290 720 3887 528
2014 12 6390290 831 4486 528
2015 01 6390290 832 4492 528
2015 12 6390290 855 4616 528
2016 01 6390290 855 4616 528
Fonte MSSASDAB e IBGE
81
ANEXO 2
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do
Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil
Para menores de 5 anos no Grupo 1 - Causas Evitaacuteveis destacam-se
1 Grupo 1 - Causas evitaacuteveis
11 Reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo Tuberculose do sistema nervoso (A17)
Tuberculose miliar (A19) Teacutetano neonatal (A33) Outros tipos de teacutetano (A35) Difteria
(A36) Coqueluche (A37) Poliomielite aguda (A80) Sarampo (B05) Rubeacuteola (B06)
Hepatite B (B16) Caxumba (B260) Meningite por Haemophilus (G000) Rubeacuteola congecircnita
(P350) Hepatite viral congecircnita (P353)
12 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo parto feto e ao receacutem-nascido
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Siacutefilis congecircnita (A50)
Doenccedilas pelo viacuterus da imunodeficiecircncia humana (B20 a B24) Feto e receacutem-nascidos afetados
por complicaccedilotildees da placenta e das membranas (P022 P023 P027 P028 P029) Afecccedilotildees
maternas que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P00 P04) Complicaccedilotildees maternas da
gravidez que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P01) Crescimento fetal retardado e
desnutriccedilatildeo fetal (P05) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e baixo peso
ao nascer natildeo classificados em outra parte (P07) Siacutendrome da anguacutestia respiratoacuteria do
receacutem-nascido (P220) Hemorragia pulmonar originada no periacuteodo perinatal (P26)
Hemorragia intracraniana natildeo traumaacutetica do feto e do receacutem-nascido (P52) Isoimunizaccedilatildeo Rh
e ABO do feto ou do receacutem-nascido (P550 P551) Doenccedilas hemoliacuteticas do feto ou do
receacutem-nascido devidas agrave isoimunizaccedilatildeo (P558 a P579) Enterocolite necrotizante do feto e
do receacutem-nascido (P77)
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Placenta preacutevia e descolamento
prematuro da placenta (P020 a P021) Feto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees do cordatildeo
umbilical (P024 a P026) Outras complicaccedilotildees do trabalho de parto ou do parto que afetam o
receacutem-nascido (P03) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo prolongada e peso elevado ao
nascer (P08) Traumatismo de parto (P10 a P15) Hipoacutexia intra-uterina e asfixia ao nascer
(P20 P21) Aspiraccedilatildeo neonatal (P24 exceto P243)
82
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido Transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal (P221 P228 P229 P23 P25 P27 P28) Infecccedilotildees
especiacuteficas do periacuteodo perinatal (P35 a P399 exceto P350 e P353) Hemorragia neonatal
(P50 a P54) Outras icteriacutecias perinatais (P58 P59) Transtornos endoacutecrinos e metaboacutelicos
transitoacuterios especiacuteficos e do receacutem-nascido (P70 a P74) Transtornos hematoloacutegicos do
receacutem-nascido (P60 P61) Transtornos do aparelho digestivo do receacutem-nascido (P75 a P78)
Afecccedilotildees que comprometem o tegumento e a regulaccedilatildeo teacutermica do receacutem-nascido (P80 a
P83) Outros transtornos originados no periacuteodo perinatal (P90 a P968)
13 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento Tuberculose respiratoacuteria
com confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A15) Tuberculose das vias respiratoacuterias sem
confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A16) Tuberculose de outros oacutergatildeos (A18)
Meningite (G001 a G03) Infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas superiores (J00 a J06) Pneumonia
(J12 a J18) Outras infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas inferiores (J20 a J22) Edema de laringe
(J384) Doenccedilas crocircnicas das vias aeacutereas inferiores (J40 a J47 exceto J43 e J44) Doenccedilas
pulmonares devidas a agentes externos (J68 a J69) Outras doenccedilas causadas por clamiacutedias
(A70 a A74) Outras doenccedilas bacterianas (A30 A31 A32 A38 A39 A40 A41 A46 A49)
Hipotireoidismo congecircnito (E030 E031) Diabetes mellitus (E10 a E14) Distuacuterbios
metaboacutelicos ndash fenilcetonuacuteria (E700) e deficiecircncia congecircnita de lactase (E730) Epilepsia
(G40 G41) Siacutendrome de Down (Q90) Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio (N390) Febre reumaacutetica e
doenccedila cardiacuteaca reumaacutetica (I00 a I09)
14 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede Doenccedilas infecciosas intestinais (A00 a A09) Algumas doenccedilas bacterianas
zoonoacuteticas (A20 a A28) Febres por arboviacuterus e febres hemorraacutegicas virais (A90 a A99)
Rickettsioses (A75 a A79) Raiva (A82) Doenccedilas devidas a protozoaacuterios (B50 a B64)
Helmintiacuteases (B65 a B83) Outras doenccedilas infecciosas (B99) Anemias nutricionais (D50 a
D53) Deficiecircncias nutricionais (E40 a E64) Desidrataccedilatildeo (E86) Acidentes de transportes
(V01 a V99) Envenenamento acidental por exposiccedilatildeo a substacircncias nocivas (X40 a X44)
Intoxicaccedilatildeo acidental por outras substacircncias (X45 a X49) Siacutendrome da morte suacutebita na
infacircncia (R95) Quedas acidentais (W00 a W19) Exposiccedilatildeo ao fumo ao fogo e agraves chamas
(X00 a X09) Exposiccedilatildeo agraves forccedilas da natureza (X30 a X39) Afogamento e submersatildeo
acidentais (W65 a W74) Outros riscos acidentais agrave respiraccedilatildeo (W75 a W84) Exposiccedilatildeo agrave
corrente eleacutetrica agrave radiaccedilatildeo e a temperaturas e pressotildees extremas do ambiente (W85 a W99)
Agressotildees (X85 a Y09) Eventos cuja intenccedilatildeo eacute indeterminada (Y10 a Y34) Exposiccedilatildeo a
forccedilas mecacircnicas inanimadas (W20 a W49) Acidentes ocorridos em pacientes durante
83
prestaccedilatildeo de cuidados meacutedicos e ciruacutergicos (Y60 a Y69) Reaccedilatildeo anormal em pacientes ou
complicaccedilatildeo tardia causadas por procedimentos ciruacutergicos e outros procedimentos meacutedicos
sem menccedilatildeo de acidentes ao tempo do procedimento (Y83 a Y84) Efeitos adversos de
drogas medicamentos e substacircncias bioloacutegicas usadas com finalidade terapecircutica (Y40 a
Y59)
No grupo 2 - Causas de morte mal-definidas
2 Causas de morte mal-definidas Sintomas sinais e achados anormais de exames cliacutenicos e
de laboratoacuterio natildeo classificados em outra parte (R00 a R99 exceto R95) Morte fetal de causa
natildeo especificada (P95) Afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal natildeo especificadas (P 969)
No grupo 3 - Demais causas de morte (natildeo claramente evitaacuteveis)
1 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) As demais causas de morte O grupo de
especialistas sugeriu que as anaacutelises fossem processadas por peso ao nascer
considerando evitaacuteveis as mortes de casos com peso a partir de 1500g subdivididos
nas seguintes categorias 1500g a 2499g ge2500g Recomendou-se realizar novas
validaccedilotildees da lista e verificar criteacuterios de magnitude para inclusatildeo na lista Os
acidentes de tracircnsitotransporte antes incluindo os coacutedigos V01 a V89 passaram
incluir os coacutedigos de V01 a V99
84
ANEXO 3
Oacutebitos Infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ Causa (CID10 3C) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
P00 -Feto e RN afetados afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relac gravidez atual (NCOP) 58 62 104 109 94 123 137 97 107 891
P22 Desconforto respiratoacuterio do RN 129 106 113 95 79 69 79 80 61 811
P36 Septicemia bacteriana do RN 75 90 78 66 52 64 78 80 97 680
P01 Feto e RN afet complic maternas gravidez 30 49 66 56 67 69 63 53 64 517
Q24 Outr malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeo 55 57 51 42 50 53 62 56 40 466
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr 34 46 38 52 44 58 50 34 61 417
J18 Pneumonia pmicroorg NE 50 36 47 33 42 42 47 27 41 365
R99 Outr causas mal definidas e NE
mortalidade 38 30 30 40 41 31 28 27 25 290
P21 Asfixia ao nascer 44 43 42 25 20 22 22 24 31 273
W84 Riscos NE a respiracao 14 21 20 35 29 34 23 21 30 227
P96 Outr afeccoes originadas periodo
perinatal 31 30 31 29 16 19 26 19 22 223
P07 Transt rel gest curt dur peso baix nasc
NCOP 23 25 30 26 13 11 22 21 23 194
P24 Sindr de aspiracao neonatal 28 17 16 17 20 24 24 22 21 189
Q89 Outr malformaccedilotildees congen NCOP 18 17 18 22 28 26 27 18 15 189
Q33 Malformaccedilotildees congen do pulmao 26 28 26 25 19 16 18 18 9 185
J21 Bronquiolite aguda 14 10 17 16 25 20 20 10 22 154
A50 Siacutefilis congecircnita 5 7 11 20 22 27 23 15 23 153
P77 Enterocolite necrotizante do feto e RN 9 20 14 8 16 21 21 24 20 153
A41 Outr septicemias 29 14 13 13 15 11 19 19 6 139
Q91 Sindr de Edwards e sindr de Patau 10 15 9 14 24 21 11 12 12 128
Q79 Malformaccedilotildees congen sist osteomuscular
NCOP 16 9 12 14 12 17 19 8 18 125
Q25 Malformaccedilotildees congen das grandes
arterias 7 19 18 16 14 11 11 12 14 122
Q20 Malformaccedilotildees congen camaras e
comunicaccedilotildees card 13 15 12 14 11 6 9 8 14 102
P29 Transt cardiovasc orig periacuteodo perinatal 16 7 12 15 5 9 8 18 11 101
Q00 Anencefalia e malformacoes similares 14 20 8 9 13 13 6 8 10 101
W78 Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico 11 11 9 9 10 11 16 10 13 100
Q21 Malformaccedilotildees congen dos septos
cardiacos 9 17 14 6 16 11 4 12 7 96
P20 Hipoacutexia intra-uterina 11 8 3 8 10 10 7 14 15 86
Q04 Outr malformaccedilotildees congen do ceacuterebro 10 5 8 9 6 8 6 13 17 82
P03 Fet rec-nasc afet out compl trab parto
parto 7 14 18 10 10 8 6 4 5 82
P39 Outr infecc especificas do periodo
perinatal 12 17 12 7 8 5 8 3 3 75
P28 Outr afeccoes respirat orig per perinatal 8 5 8 4 9 4 4 11 19 72
A09 Diarreia e gastroenterite orig infecc
presum 10 10 11 7 5 4 5 8 8 68
Q03 Hidrocefalia congen 8 4 10 10 6 6 5 8 10 67
Q90 Sindr de Down 6 11 7 3 8 6 7 4 7 59
P23 Pneumonia congen 7 7 7 11 5 5 5 5 5 57
Q99 Outr anomalias dos cromossomos NCOP 5 4 5 5 3 11 10 5 8 56
P26 Hemorragia pulmonar orig periodo
perinatal 5 5 5 3 6 7 10 3 11 55
P27 Doenc respirat cron orig periodo perinatal 2 8 4 10 9 8 3 7 4 55
G80 Paralisia cerebral infantil 3 3 4 9 8 9 6 2 2 46
P04 Fet rec-nasc infl af noc trans plac leit mat 4 5 6 6 10 3 3 5 2 44
G00 Meningite bacter NCOP 7 6 6 7 7 3 2 5 1 44
W79 nalacao ingest aliment caus obstr trat resp 2 3 5 3 1 6 4 4 6 34
Q87 Outr sindr cmalform cong q acomet mult
sist 0 3 7 2 3 1 5 8 5 34
P61 Outr transt hematologicos perinatais 1 5 3 2 7 5 4 5 2 34
P25 Enfisema interst afecc corr orig per perinat 5 6 8 4 3 1 2 3 0 32
85
Q23Malformaccedilotildees congen v aortica e mitral 3 1 2 5 4 1 4 3 8 31
P37 Outr doenc infecc e parasit congen 1 5 3 2 4 2 7 3 4 31
P52 Hemorragia intracran nao-traum feto rec-
nasc 6 4 5 3 3 0 3 4 2 30
Q60 Agenesia renal e outr defeitos reducao
rim 3 3 1 5 4 1 0 7 5 29
A39 Infecc meningogocica 1 5 7 3 2 3 4 2 2 29
J69 Pneumonite dev solidos e liquidos 4 7 5 0 5 5 1 0 1 28
Q22 Malform congen valvas pulmonar
tricuspide 4 4 2 4 3 4 0 3 3 27
I27 Outr form de doenc cardiaca pulmonar 2 7 2 2 3 4 1 1 3 25
Q39 Malformacoes congen do esofago 4 2 0 5 5 4 1 1 2 24
J98 Outr transt respirat 0 6 3 4 2 3 2 3 1 24
P83 Outr afecc compr tegum espec feto rec-
nasc 2 5 2 3 0 2 0 4 5 23
Q61 Doenc cisticas do rim 1 2 1 4 3 2 2 4 3 22
G04 Encefalite mielite e encefalomielite 1 2 3 4 3 3 3 0 3 22
I42 Cardiomiopatias 4 2 0 1 2 1 0 2 9 21
Q43 Outr malformaccedilotildees congen do intestino 3 2 1 1 3 3 3 3 2 21
E46 Desnutric proteico-calorica NE 4 4 1 2 3 4 1 1 1 21
K56 Ileo paralitico e obstr intestinal shernia 3 0 2 1 3 1 1 5 4 20
G93 Outr transt do encefalo 4 4 2 2 1 0 1 3 2 19
Q01 Encefalocele 0 3 4 1 2 4 3 1 1 19
Q44 Malformaccedilotildees congen vesic biliar via
biliar fiacutegado 0 1 1 3 3 1 4 3 1 17
E88 Outr disturbios metabolicos 1 4 2 3 1 0 3 1 1 16
I51 Complic cardiopatias doenc cardiacas mal
def 3 3 0 1 3 0 0 4 1 15
Q05 Espinha bifida 4 1 1 1 2 1 2 2 1 15
P05 Crescimento fetal retard e desnutric fetal 4 3 2 2 0 0 1 2 1 15
Y34 Fatos ou eventos NE e intenc nao
determinada 1 1 2 2 2 2 3 1 1 15
P70 Trans transit metab carboid esp fet rec-
nasc 3 0 0 1 0 5 1 3 1 14
Q77 Osteocondr canom cresc ossos long col
vert 2 0 2 0 2 2 5 0 1 14
P55 Doenc hemolitica do feto e do recem-
nascido 0 1 3 0 2 1 2 2 2 13
Q42 Ausencia atresia e estenose congen do
colon 2 0 1 2 1 2 1 3 1 13
Q78 Outr osteocondrodisplasias 2 1 0 2 0 1 4 2 1 13
B20 Doenc pHIV result doenc infecc e
parasit 2 4 1 1 0 0 3 1 1 13
P60 Coagulacao intravasc dissem feto rec-
nasc 3 0 2 0 1 3 4 0 0 13
P35 Doenc virais congen 3 4 0 1 1 3 1 0 0 13
G03 Meningite dev outr causas e a causas NE 3 3 1 1 0 1 0 2 1 12
A37 Coqueluche 0 0 1 0 1 5 0 1 3 11
Q07 Outr malformacoes congen do sist
nervoso 0 2 2 2 0 2 0 2 1 11
B01 Varicela 1 1 1 2 3 2 1 0 0 11
P74 Outr dist eletrolit metab transit per neonat 3 0 4 0 2 2 0 0 0 11
Q64 Outr malformacoes congen aparelho
urinario 2 0 2 1 1 1 1 0 2 10
Q62 Anom cong obstr pelv renal malf cong
ureter 1 1 1 0 1 2 2 1 1 10
E86 Deplecao de volume 3 1 1 3 2 0 0 0 0 10
P78 Outr transt ap digestivo periodo perinatal 0 0 1 2 1 0 1 1 3 9
N39 Outr transt do trato urinario 1 1 0 0 1 1 2 1 2 9
Q32 Malformaccedilotildees congecircnitas de traqueacuteia e
brocircnquios 0 1 0 3 0 0 2 2 1 9
Q41Ausecircncia atresia estenose congecircnita
intestino delgado 1 0 0 3 2 1 0 1 1 9
J15 Pneumonia bacteriana NCOP 1 2 1 0 3 0 0 1 1 9
K21 Doenc de refluxo gastroesofaacutegico 2 1 0 1 0 3 0 2 0 9
K72 Insuf hepatica NCOP 1 0 1 1 2 2 1 1 0 9
W75 Sufocaccedilatildeo e estrangulamento acidental na 0 0 0 1 1 1 0 4 1 8
86
cama
G91 Hidrocefalia 0 0 0 1 1 0 2 3 1 8
Q63 Outr malformacoes congen do rim 0 0 0 2 3 0 0 3 0 8
C71 Neopl malig do encefalo 3 0 1 1 3 0 0 0 0 8
Q75 Outr malformacoes congen ossos cranio e
face 1 0 1 0 0 0 2 0 3 7
Q02 Microcefalia 1 1 0 0 0 1 1 1 2 7
E84 Fibrose cistica 1 1 1 0 0 1 0 3 0 7
A91 Febre hemorragica dev virus do dengue 0 6 0 0 1 0 0 0 0 7
J45 Asma 3 1 2 1 0 0 0 0 0 7
H66 Otite media supurativa e as NE 0 0 0 0 1 1 1 1 2 6
E43 Desnutric proteico-calorica grave NE 0 1 0 1 0 1 1 1 1 6
Q28 Outr malform congen aparelho
circulatorio 3 0 1 0 0 0 1 0 1 6
E87 Outr transt equil hidroeletr e acido-basic 1 1 2 0 0 1 0 0 1 6
Q31 Malformacoes congen da laringe 0 2 0 0 0 0 1 3 0 6
W04 Queda enquanto carreg apoiado poutr
pessoas 0 0 2 1 0 1 1 1 0 6
A90 Dengue 1 3 0 0 1 0 1 0 0 6
Y07 Outr sindr de maus tratos 0 0 3 0 3 0 0 0 0 6
D65 Coagulacao intravascular disseminada 3 0 1 0 2 0 0 0 0 6
R95 Sindr da morte subita na infancia 0 1 0 0 0 0 1 2 1 5
B25 Doenc pcitomegalovirus 0 0 0 2 0 0 1 1 1 5
I62 Outr hemorragias intracranianas nao-
traum 0 2 0 0 0 0 1 1 1 5
I50 Insuf cardiaca 0 1 0 2 0 0 1 0 1 5
P76 Outr obstrucoes intestinais do recem-
nascido 0 1 1 0 1 1 0 0 1 5
K92 Outr doenc do aparelho digestivo 1 0 2 1 0 0 0 0 1 5
I31 Outr doenc do pericardio 0 0 1 1 1 0 1 1 0 5
J20 Bronquite aguda 0 0 0 0 1 3 0 1 0 5
A04 Outr infecc intestinais bacter 0 1 2 1 0 0 0 1 0 5
G40 Epilepsia 0 0 1 1 0 1 2 0 0 5
R68 Outr sint e sinais gerais 3 0 0 0 0 0 2 0 0 5
P56 Hidropsia fetal dev doenc hemolitica 1 1 2 0 0 0 1 0 0 5
X09 Exposicao a tipo NE de fumacas fogo
chamas 0 0 1 0 1 3 0 0 0 5
D57 Transt falciformes 1 0 1 1 1 1 0 0 0 5
G12 Atrofia muscular espinal e sindr
correlatas 0 1 0 0 0 0 1 0 2 4
Q45 Outr malformacoes congen aparelho
digestivo 1 0 0 0 0 0 1 0 2 4
A19 Tuberc miliar 0 0 0 1 1 0 0 1 1 4
I40 Miocardite aguda 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q26 Malformacoes congen das grandes veias 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q37 Fenda labial cfenda palatina 0 0 0 0 0 1 2 0 1 4
E75 Disturb metab esfingolip e outr depos
lipid 0 0 0 0 1 0 2 0 1 4
Q93 Monossomias e delecoes dos autossomos
NCOP 0 0 0 1 0 1 1 0 1 4
N19 Insuf renal NE 0 2 0 0 1 0 0 0 1 4
W06 Queda de um leito 0 0 0 0 1 1 1 1 0 4
Q30 Malformacao congen do nariz 0 1 1 0 0 0 1 1 0 4
N17 Insuf renal aguda 0 1 0 1 1 0 0 1 0 4
P90 Convulsoes do recem-nascido 1 2 0 0 0 0 0 1 0 4
P54 Outr hemorragias neonatais 0 0 1 0 1 0 2 0 0 4
V03 Pedestre traum colis automov pickup
caminhon 0 0 3 0 0 0 1 0 0 4
D64 Outr anemias 0 0 2 1 0 1 0 0 0 4
W74 Afogamento e submersao NE 1 0 1 1 0 1 0 0 0 4
K83 Outr doenc das vias biliares 0 2 1 0 0 1 0 0 0 4
P91 Outr disturbios funcao cerebral rec-nasc 0 2 0 1 1 0 0 0 0 4
N13 Uropatia obstrutiva e prefluxo 2 1 0 0 1 0 0 0 0 4
C74 Neopl malig da gland supra-renal 1 0 2 1 0 0 0 0 0 4
J22 Infecc agudas NE das vias aereas infer 0 0 0 1 0 0 0 0 2 3
J90 Derrame pleural NCOP 0 0 0 1 0 0 0 1 1 3
P38 Onfalite recem-nasc cou shemorragia 1 0 0 0 0 0 0 1 1 3
87
leve
E74 Outr disturbios do metabolismo
carboidratos 0 0 0 0 0 2 0 0 1 3
X59 Exposicao a fatores NE 0 0 0 0 1 1 0 0 1 3
I33 Endocardite aguda e subaguda 0 0 1 0 0 1 0 0 1 3
V09 Pedestre traum outr acid transp e NE 0 0 0 1 1 0 0 0 1 3
Y09 Agressao pmeios NE 1 0 0 0 1 0 0 0 1 3
I61 Hemorragia intracerebral 0 0 0 0 1 0 1 1 0 3
B22 Doenc pHIV result em outr doenc espec 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
W19 Queda sespecificacao 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
V89 Acid veic mot n-mot tipos de veic NE 0 0 0 0 1 1 0 1 0 3
P80 Hipotermia do recem-nascido 1 0 0 0 0 1 0 1 0 3
K55 Transt vasculares do intestino 0 0 1 1 0 0 0 1 0 3
Q27 Outr malformacoes congen sist vasc perif 0 2 0 0 0 0 0 1 0 3
A16 Tuberc vias respirat sconf bacter histol 0 1 0 0 0 0 2 0 0 3
L03 Celulite 0 0 0 0 1 1 1 0 0 3
K40 Hernia inguinal 0 0 0 1 1 0 1 0 0 3
Y19 Env out prod quim subst noc e NE int n
det 0 0 0 1 1 1 0 0 0 3
J38 Doenc das cordas vocais e da laringe
NCOP 0 0 1 0 1 1 0 0 0 3
C92 Leucemia mieloide 0 0 1 1 0 1 0 0 0 3
J96 Insuf respirat NCOP 1 0 1 0 0 1 0 0 0 3
J80 Sindr do desconforto respirat do adulto 0 0 1 0 2 0 0 0 0 3
Q40 Outr malform congen trato digestivo
super 0 0 1 1 1 0 0 0 0 3
A17 Tuberc do sist nervoso 1 1 0 0 1 0 0 0 0 3
P58 Ictericia neonatal dev outr hemolises
excess 0 0 2 1 0 0 0 0 0 3
D68 Outr defeitos da coagulacao 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
P15 Outr traum de parto 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
J09 Influenza (gripe) devida a viacuterus
identificado da gripe aviaacuteria
0 0 3 0 0 0 0 0 0 3
B99 Doenc infecc outr e as NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
W87 Exposicao a corrente eletrica NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
P72 Outr transt endocrinos transit period
neonat 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2
I21 Infarto agudo do miocardio 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2
D61 Outr anemias aplasticas 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2
A86 Encefalite viral NE 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
V47 Ocup automovel traum colis obj fixo
parado 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
E72 Outr disturbios metabolismo de
aminoacidos 1 0 0 0 0 0 0 0 1 2
J12 Pneumonia viral NCOP 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2
Y04 Agressao pmeio de forca corporal 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Y06 Negligencia e abandono 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
R09 Outr sint sinais relat ap circulat respirat 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2
E70 Disturbios metabolism aminoacidos
aromaticos 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
K31 Outr doenc do estomago e do duodeno 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
I88 Linfadenite inespecifica 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2
D76 Alg doenc q env tec linforr e sist
reticuloh 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
E14 Diabetes mellitus NE 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
Y05 Agressao sexual pmeio de forca fisica 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
D84 Outr imunodeficiencias 0 0 0 0 1 0 1 0 0 2
G71 Transt prim dos musculos 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
J86 Piotorax 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
Q34 Outr malformacoes congen aparelho
respirat 0 0 1 0 0 0 1 0 0 2
L02 Abscesso cutaneo furunculo e antraz 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
Q06 Outr malformacoes congen da medula
espinhal 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
E25 Transt adrenogenitais 0 0 1 0 0 1 0 0 0 2
D18Hemangioma e linfangioma de qq localiz 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
88
X99 Agressao objeto cortante ou penetrante 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
C76 Neopl malig outr localiz e mal definidas 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
K63 Outr doenc do intestino 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
J70 Afeccoes respirat dev outr agentes
externos 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
Y83 Reac anorm compl tard interv cirurg
sacid 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
I60 Hemorragia subaracnoide 0 0 0 1 1 0 0 0 0 2
J06 Infecc agudas vias aereas super loc mult
NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
P59 Ictericia neonatal dev outr causas e as NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
B24 Doenc pHIV NE 0 1 0 0 1 0 0 0 0 2
P92 Problemas de alimentacao do recem-
nascido 1 0 0 0 1 0 0 0 0 2
X36 Vitima avalanc desab terra out mov sup
terr 0 0 1 1 0 0 0 0 0 2
J10 Influenza dev virus influenza identificado 0 0 2 0 0 0 0 0 0 2
C22 Neopl malig figado vias biliares intra-
hepat 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E03 Outr hipotireoidismos 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E23 Hipofuncao e outr transt da hipofise 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
E41 Marasmo nutricional 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
A40 Septicemia estreptococica 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
C72 Neop mal med esp nerv cran out sist nerv
cen 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
E71 Dist metab aminoacidos cad ramif e acid
grax 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I26 Embolia pulmonar 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I80 Flebite e tromboflebite 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
N10 Nefrite tubulo-intersticial aguda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
P50 Perda sanguinea fetal 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Q92 Outr trissomias e trissom parc autoss
NCOP 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V04 Pedestre traum colis veic transp pesado
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V44 Ocup autom traum colis veic trans pesad
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
W20 Impacto caus objeto lanc projetado em
queda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Y08 Agressao poutr meios espec 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
D59 Anemia hemolitica adquir 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
G60 Neuropatia hereditaria e idiopatica 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
M60 Miosite 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
P53 Doenc hemorragica do feto e do recem-
nascido 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
W08 Queda de outr tipo de mobilia 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X08 Exposicao outr tipo espec fumaca fogo
chamas 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X91 Agressao enforc estrangulamento
sufocacao 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
B49 Micose NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C33 Neopl malig da traqueia 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C38 Neopl malig do coracao mediastino e
pleura 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C73 Neopl malig da gland tireoide 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C95 Leucemia de tipo celular NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
J39 Outr doenc das vias aereas super 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
K52 Outr gastroenterites e colites nao-infecc 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q36 Fenda labial 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q68 Outr deform osteomusculares congen 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C64 Neopl malig do rim exceto pelve renal 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
C91 Leucemia linfoide 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
D48 Neopl comp incdesconh outr localiz e NE 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J04 Laringite e traqueite agudas 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J34 Outr transt do nariz e dos seios paranasais 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
L51 Eritema polimorfo 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
89
ldquoDeixai as crianccedilas virem a mim rdquo
(Mateus 1913-15)
RESUMO
Introduccedilatildeo A mortalidade infantil relaciona-se agraves condiccedilotildees sociais e econocircmicas da
populaccedilatildeo e tambeacutem agrave oferta e qualidade dos serviccedilos de sauacutede Apesar do decliacutenio de suas
taxas no Brasil nas uacuteltimas deacutecadas ela ainda se apresenta elevada quando comparada a
outros paiacuteses e haacute uma grande proporccedilatildeo de oacutebitos evitaacuteveis Objetivo Analisar a variaccedilatildeo
dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados para
o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea Programaacutetica (AP) 10 do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015 Metodologia Estudo exploratoacuterio
descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre a mortalidade infantil e sua evitabilidade
considerando os oacutebitos de menores de um ano de residentes na aacuterea de bairros centrais do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 com descriccedilatildeo da variaccedilatildeo por ano e
pelos triecircnios correspondentes a este periacuteodo Foram utilizados dados secundaacuterios de bases
dos sistemas de mortalidade e de nascimentos com classificaccedilatildeo das causas de oacutebitos
segundo Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do
Brasil Resultados Houve aumento de oacutebitos infantis em 2015 na aacuterea diferente da
diminuiccedilatildeo da meacutedia no municiacutepio Analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP
10 e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes
considerando-se o primeiro e uacuteltimo triecircnio Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da
Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na AP10 no periacuteodo estudado ainda se observa uma
proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
relacionadas aos oacutebitos infantis
Palavras Chave Mortalidade Infantil Causas de Morte Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
ABSTRACT
Introduction Infant mortality is related to the social and economic conditions of the
population and also to the supply and quality of health services Despite the decline of its
rates in Brazil in recent decades it is still high when compared to other countries and there is
a large proportion of preventable deaths Objective To analyze the variation of infant deaths
by components and according to the avoidance criteria recommended for the Brazilian
Unified Health System (SUS) in the Program Area (AP) 10 in the municipality of Rio de
Janeiro between 2007 and 2015 Methods Descriptive exploratory study of temporal and
quantitative series on infant mortality and its avoidability considering the deaths of children
under one year of age in the central districts of the city of Rio de Janeiro from 2007 to 2015
with a description of the variation per year and for the triennia corresponding to this period
Secondary data from the bases of mortality and birth systems were used with a classification
of causes of death according to the List of Causes of Deaths Avoidable by Interventions of the
Brazilian Unified Health System Results There was an increase in infant deaths in 2015 in
the area different from the average decrease in the municipality Analyzing the Infant
Mortality in AP 10 and MRJ we observed a reduction of their rates in relation to all their
components considering the first and last three years Although there was a reduction in
Infant Mortality in MRJ and also in AP10 during the period under study there is still a
significant proportion of Avoidable Causes by Intervention of the Unified Health System
related to infant deaths
Key words Infant Mortality Cause of Death Primary Health Care
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2010
Tabela 2 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao nascerlt 2500g
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios
MRJ 2007 a 2015
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal no periacuteodo
MRJ 2007 a 2015
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ
Tabela 14 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee
Tabela 15 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 21 - TMI por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 22 - TMI por componentes por periacuteodo no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Tabela 25 - TMI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio
Tabela 26 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade- MRJ
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeo segundo evitabilidade
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 33 - Taxa de MI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash MRJ e APs ndash 2007 e
2017
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 - Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo
feita em base ao periacuteodo de 2000 a 2010
Graacutefico 5 - Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP de 20715
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de
2007 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10 por triecircnio de 2007 a
2015
Graacutefico 12 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID no MRJ
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Figura 2 - Bairros da AP 10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 - Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
ANEXO 2 - Lista de causas evitaacuteveis
ANEXO 3 - Oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AP Aacuterea Programaacutetica (ou Aacuterea de Planejamento)
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
BP Baixo Peso
Cap Capiacutetulo
CID-10 Classificaccedilatildeo Estatiacutestica Internacional de Doenccedilas e Problemas Relacionados agrave
Sauacutede 10ordf revisatildeo tambeacutem conhecida como Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas 10ordf
revisatildeo
CMI Coeficiente de Mortalidade Infantil
CMS Centro Municipal de Sauacutede
CNDSS Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
DATASUS Departamento de Informaacutetica do SUS
DNV Declaraccedilotildees de Nascido Vivo
DO Declaraccedilatildeo de Oacutebito
DSS Determinantes Sociais de Sauacutede
EQSF Equipe Sauacutede da Famiacutelia
ESB Equipe de Sauacutede Bucal
ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano
MI Mortalidade Infantil
MRJ Municiacutepio do Rio de Janeiro
MS Ministeacuterio da Sauacutede
Nordm Nuacutemero
NV Nascidos Vivos
OBS Observaccedilatildeo
ODM Objetivos do Desenvolvimento do Milecircnio
OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OTICS Observatoacuterio de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo em Sistemas e Serviccedilos
de Sauacutede
PACS Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
PSF Programa de Sauacutede da Famiacutelia
RJ Rio de Janeiro
RN Receacutem-nascido
SIM Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade
SMS Secretaria Municipal de Sauacutede
SMS-RJ Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
SINASC Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos
SUBPAV Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria Vigilacircncia e Promoccedilatildeo da Sauacutede
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
TABNET eacute um instrumento desenvolvido pelo DATASUS ndash Departamento de Informaacutetica
do Sistema Uacutenico de Sauacutede oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) que permite tabulaccedilotildees on-
line de dados e geraccedilatildeo de informaccedilotildees
TMI Taxa de Mortalidade Infantil
TMF Taxa de Mortalidade Fetal
UIS Unidade Integrada de Sauacutede
UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria 22
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro 23
23 Mortalidade Infantil no Brasil 27
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis 31
3 OBJETIVOS 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 METODOLOGIA 37
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados 37
42 Cenaacuterio de Estudo 37
43 Estrateacutegia de Anaacutelise 38
44 Aspectos Eacuteticos 41
5 RESULTADOS 41
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro 42
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ 50
53 Mortalidade Infantil na AP 10 55
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10 58
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs 66
6 DISCUSSAtildeO 69
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 71
8 REFEREcircNCIAS 75
9 ANEXOS 80
17
1 INTRODUCcedilAtildeO
A mortalidade infantil eacute um assunto de extrema importacircncia no Brasil e em todo
mundo Aleacutem de ser um indicador das condiccedilotildees soacutecio econocircmicas de uma populaccedilatildeo
tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos de sauacutede Para Bezerra et al (2007) a taxa de
mortalidade infantil representa um indicador de extrema importacircncia sendo um dos mais
utilizados no acircmbito internacional e encontra-se relacionada com fatores soacutecio-ambientais
nutriccedilatildeo saneamento baacutesico fatores relacionados a serviccedilos que prestam atenccedilatildeo agrave gestante e
ao receacutem-nato (BEZERRA 2007) Apesar de apresentar um decliacutenio de suas taxas desde
1990 ainda tem sido um desafio minimizar seus determinantes que em grande parte satildeo
evitaacuteveis No Brasil ainda encontramos taxas elevadas de mortalidade infantil quando nos
comparamos a paiacuteses desenvolvidos A estimativa para o Japatildeo por exemplo era de uma taxa
de mortalidade infantil de 20 1000 em 2015 sendo uma das menores do mundo Jaacute para o
Canadaacute a taxa estimada era de 40 nos EUA 60 enquanto para o Brasil a estimativa era 150
1000 no mesmo periacuteodo (UNICEF 2015 p 1923 e 27)
Segundo Antunes (2015) estudos sobre as condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo suas
relaccedilotildees sociais econocircmicas bioloacutegicas culturais e poliacuteticas revelam as disparidades entre a
sauacutede de seus integrantes onde as condiccedilotildees sociais e econocircmicas fraacutegeis implicam
desigualdades em sauacutede (ANTUNES 2015) Buss e Pellegrini (2007) reforccedilam esta
observaccedilatildeo ao relatar que as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo diretamente ligadas agraves
condiccedilotildees sociais que agravadas pela iniquidade de renda contribuem para um risco
diferenciado na maior parte a populaccedilatildeo Para isso foi proposta uma seacuterie de conceitos sobre
os Determinantes Sociais de Sauacutede (DSS)
ldquoPara a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) os
DSS satildeo os fatores sociais econocircmicos culturais eacutetnico-raciais psicoloacutegicos e
comportamentais que influenciam a ocorrecircncia de problemas de sauacutede e seus fatores
de risco na populaccedilatildeordquo (BUSS e PELLEGRINI 2007 p 78)
Em 2005 foi criada a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
(DSS) a partir da orientaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) para se discutir e
ampliar o conhecimento e a consciecircncia sobre os determinantes sociais da sauacutede assim como
suas relaccedilotildees a desigualdade e iniquidade em sauacutede Para se analisar o conceito de
18
Iniquumlidade em sauacutede pode-se remontar a Whitehead (1992) apud Buss e Pellegrini (2007) que
traduz este conceito do ponto de vista eacutetico e social ao mencionar iniquidades em sauacutede como
sendo desigualdades injustas e indesejaacuteveis para a populaccedilatildeo (BUSS e PELLEGRINI 2007)
O conceito de equidade estabelece o direito de todos desde que se possa atender agraves
necessidades de pessoas que precisam mais fazendo com que haja justiccedila social Atraveacutes do
Relatoacuterio Final da Comissatildeo Nacional sobre Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) 2008
o Brasil esteve situado ldquoem 11ordm lugar entre os mais desiguais do mundo em termos de
distribuiccedilatildeo da rendardquo com dados de 2005 (CNDSS 2008 p11) produzindo uma injusta
desigualdade social (FIOCRUZ 2008)
A questatildeo da sauacutede como um princiacutepio baacutesico da humanidade tem tanta relevacircncia
que a partir de 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) propocircs o relatoacuterio onde
descreve os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) que continha metas
apontadas ateacute 2015 (ONU 2000) Esse relatoacuterio menciona o quarto objetivo que destaca as
estrateacutegias da ONU para os governos de todo mundo sobre quais satildeo as diretrizes para
promover a reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia em dois terccedilos tendo como referecircncia a taxa
de 1990 Santos et al (2012) ratificam que estas diretrizes foram sugeridas estrateacutegias
regionais que utilizaram os seguintes indicadores a taxa de mortalidade na infacircncia (menores
de 5 anos) entre 1990 e 2015 a taxa de mortalidade infantil (menores de 1 ano) e a proporccedilatildeo
de crianccedilas de ateacute 1 ano vacinadas contra o sarampo (SANTOS 2012)
A meta dos ODM a respeito dos oacutebitos infantis foi alcanccedilada no Brasil em 2010
passando para uma taxa de 156 oacutebitos por 1000 nascidos vivos embora o paiacutes ainda
apresente alta taxa de mortalidade infantil (IBGE 2016) Assim parece ser fundamental que
se conheccedilam as principais de causas de morte infantil assim como as causas de mortes
evitaacuteveis neste grupo a fim de contribuir para a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no Brasil
(MENEZES 2014)middot
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foi definido na Constituiccedilatildeo de 1988 e
regulamentado pelas Leis Orgacircnicas da Sauacutede (lei 88090 e Lei 814290) a fim de
democratizar os serviccedilos de sauacutede no Brasil dessa forma garantindo o acesso universal aos
serviccedilos de sauacutede puacuteblica Seus princiacutepios aleacutem da universalidade satildeo a integralidade
equidade a regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo da rede das accedilotildees e dos serviccedilos de sauacutede a
descentralizaccedilatildeo na sauacutede e participaccedilatildeo e controle social (BRASIL 2012)
19
O Programa Sauacutede da Famiacutelia instituiacutedo no Brasil em 1994 como um dos muitos
programas do governo brasileiro que seguem os princiacutepios e diretrizes do SUS trazendo a
reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria Em 1998 mudou de denominaccedilatildeo e passou a se chamar
Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia uma vez que sua principal caracteriacutestica foi a de ser uma
estrateacutegia de reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no Brasil (JESUS 2015)
Aleacutem de se apresentar como o primeiro contato do paciente com o serviccedilo de sauacutede o
PSF priorizou accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de sauacutede representando uma
importante conquista social prevista na Constituiccedilatildeo de 1988 A ESF permite um maior
acesso ao SUS assim como a realizaccedilatildeo de uma assistecircncia que busca acompanhar o
indiviacuteduo e sua famiacutelia dentro do seu ambiente social A atenccedilatildeo ao preacute-natal do mesmo
modo que os acompanhamentos da crianccedila menor de um ano possibilitam a prestaccedilatildeo de um
serviccedilo de qualidade agrave sauacutede materna e infantil no territoacuterio da ESF (BRASIL 2012)
A motivaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo ocorreu ao longo da construccedilatildeo da minha
carreira profissional como meacutedica generalista atuando na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde
2001 A humanizaccedilatildeo do atendimento o viacutenculo entre os profissionais de sauacutede e os usuaacuterios
da ESF assim como o atendimento longitudinal (ou seja ao longo do tempo) com enfoque
nas linhas de cuidado (relativas ao fluxo assistencial) garantidas ao usuaacuterio contribuem para a
percepccedilatildeo de uma maior e melhor oferta de assistecircncia agrave sua sauacutede visando melhorar os
indicadores de sauacutede A sauacutede infantil e a possiacutevel interferecircncia nos seus indicadores com a
expansatildeo da ESF na Cidade mostrou-se como um adequado tema para estudo O Mestrado
em Sauacutede da Famiacutelia e a realizaccedilatildeo desse estudo foram uma boa oportunidade quando
complementei esse tempo e experiecircncia de trabalho com uma pesquisa a qual poderaacute
contribuir no conhecimento sobre sauacutede na infacircncia observando-a no contexto expansatildeo
recente da atenccedilatildeo primaacuteria no municiacutepio do Rio de Janeiro
Por razotildees relacionadas agraves questotildees de tempo para a realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo do
Mestrado definiu-se uma aacuterea especiacutefica da Cidade sobre a qual as informaccedilotildees foram mais
objetivamente analisadas Uma suposiccedilatildeo inicial era a de que estaria ocorrendo melhoria
contiacutenua dos indicadores de sauacutede infantil com o maior acesso aos serviccedilos de sauacutede do
municiacutepio do Rio de Janeiro nos moldes dos paiacuteses e regiotildees que priorizam a atenccedilatildeo
primaacuteria haacute mais tempo Houve a definiccedilatildeo de aacuterea geograacutefica especiacutefica no municiacutepio para
melhor focalizar os interesses desse estudo a Aacuterea Programaacutetica 10 (AP 10) que seraacute
apresentada a seguir tambeacutem porque em 2015 foi observada tendecircncia de aumento da
mortalidade infantil nesta aacuterea diferente do que ocorreu na maior parte das aacutereas da Cidade
20
Como questatildeo norteadora inicial deste estudo apresentou-se ldquoComo estaacute o
Mortalidade Infantil apoacutes a expansatildeo da ESF na AP 10 em relaccedilatildeo agraves taxas do municiacutepio do
Rio de Janeirordquo
Neste momento foi tambeacutem importante compreender como ofertar cada vez mais
serviccedilos de sauacutede de qualidade para a populaccedilatildeo em especial agrave gestante ao receacutem-nascido e agrave
da crianccedila menor de um ano que necessitam ter um acesso facilitado e uma assistecircncia
qualificada visando contribuir com a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no municiacutepio
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria
Em setembro de 1978 a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Fundo das
Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (UNICEF) articularam uma Conferecircncia Internacional sobre
Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) Essa conferecircncia denominada ldquoConferecircncia de Alma-
Atardquo se tornou um marco histoacuterico para a sauacutede jaacute que o modelo anterior de atenccedilatildeo agrave sauacutede
com um vieacutes mais biomeacutedico verticalizado especializado e intervencionista estava sendo
fortemente questionado Eram necessaacuterias novas abordagens para a intervenccedilatildeo em sauacutede
(GIOVANELLA 2009)
ldquoNa Declaraccedilatildeo de Alma-Ata a APS eacute concebida como a atenccedilatildeo agrave sauacutede essencial
baseada em meacutetodos e tecnologias apropriadas cientificamente comprovados e
socialmente aceitaacuteveis cujo acesso deve ser garantido a todas as pessoas e famiacutelias
da comunidade mediante sua plena participaccedilatildeo Pressupotildee assim a participaccedilatildeo
comunitaacuteria e a democratizaccedilatildeo dos conhecimentos incluindo lsquopraticantes
tradicionaisrsquo (curandeiros parteiras) e agentes de sauacutede da comunidade treinados
para tarefas especiacuteficas contrapondo-se ao elitismo meacutedico Nessa concepccedilatildeo a
APS representa o primeiro niacutevel de contato com o sistema de sauacutede levando a
atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel de onde as pessoas residem e trabalham
Contudo natildeo se restringe ao primeiro niacutevel integrando um processo permanente de
assistecircncia sanitaacuteria que inclui a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo a cura e a reabilitaccedilatildeordquo
(GIOVANELLA 2009 p579)
Em seguida em 1986 foi realizada a Primeira Conferecircncia Internacional sobre
Promoccedilatildeo da Sauacutede em Ottawa no Canadaacute com vistas agraves novas propostas em sauacutede puacuteblica
segundo Emiacutelia Nunes (2011) Foi assinada ao final da Conferecircncia a Carta de Otawa que
aleacutem de propor uma visatildeo consciente sobre os determinantes de sauacutede por uma populaccedilatildeo
ativa e em relaccedilatildeo agraves questotildees voltadas para os serviccedilos de sauacutede propotildee tambeacutem a reduccedilatildeo
das disparidades sociais e econocircmicas dentre outros objetivos Buscava-se assim uma nova
sauacutede puacuteblica como uma grande estrateacutegia para a obtenccedilatildeo de ldquoSauacutede para todos no ano
2000rdquo (NUNES 2011)
Ainda em 1986 foi realizada a 8ordf Conferecircncia Nacional de Sauacutede no Brasil tendo
como presidente o meacutedico sanitarista Seacutergio Arouca Essa conferecircncia viria a ser um dos
marcos institucionais de uma reforma sanitaacuteria que nos apresentou os princiacutepios de um novo
sistema de sauacutede (AROUCA 2003)
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 pocircde concretizar a criaccedilatildeo de um novo sistema de
sauacutede o SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) cujos princiacutepios de equidade integralidade e
22
universalidade aleacutem de trazerem a democracia de volta ao paiacutes levaram agrave reorganizaccedilatildeo da
atenccedilatildeo agrave sauacutede (PAIVA e TEIXEIRA 2014)
Identifica-se no texto constitucional que aleacutem de ter como um dos seus objetivos
minimizar a desigualdade social procurou tambeacutem assegurar ao cidadatildeo direitos tais como
sauacutede que resulte em bem-estar educaccedilatildeo lazer seguranccedila trabalho etc (NORONHA
2013) O texto constitucional tambeacutem reafirma que
ldquoA sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e
econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e
recuperaccedilatildeordquo (BRASIL 1988 Artigo 196 Seccedilatildeo II DA SAUacuteDE)
Souza (2010) reforccedila que com base na Constituiccedilatildeo o Estado se articulou para
ampliar o alcance de suas poliacuteticas inclusivas de sauacutede e garantir o acesso dos serviccedilos de
sauacutede a todos atraveacutes de um processo de regulamentaccedilatildeo da estrutura de sauacutede descentralizada
que avanccedilou em 1990 atraveacutes ambas da Lei Orgacircnica de Sauacutede No 8080 que estrutura o
SUS e a Lei No 8142 que trata das respectivas transferecircncias de recursos aos entes
conveniados Estas leis dispotildeem acerca de accedilotildees e serviccedilos em sauacutede a serem executados pelo
SUS aleacutem dos objetivos diretrizes princiacutepios e campo seus de atuaccedilatildeo entre outras
disposiccedilotildees
A descentralizaccedilatildeo do SUS possibilita a sua atuaccedilatildeo aos niacuteveis locais coloca a
engrenagem poliacutetico-administrativa mais proacutexima do usuaacuterio do sistema de sauacutede permitindo
sua participaccedilatildeo nessa nova concepccedilatildeo de sauacutede Inclusive os repasses financeiros e a
participaccedilatildeo da populaccedilatildeo na gestatildeo do sistema de sauacutede tambeacutem fazem parte das leis
orgacircnicas de sauacutede (SOUZA 2010) O SUS implica uma rede de serviccedilos de sauacutede
articulados que presta atenccedilatildeo de forma assistencial integrada e longitudinal coordenada pela
Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (OUVERNEY e NORONHA 2013)
Na APS se estabelece a porta de entrada do indiviacuteduo ao sistema de sauacutede
correspondendo agraves primeiras accedilotildees de cuidados em sauacutede que satildeo levadas ao ambiente mais
proacuteximo de onde se encontram as pessoas (STARFIELD 2002)
Barbara Starfield (2002) tambeacutem considera como caracteriacutesticas especiacuteficas da APS
a prestaccedilatildeo de serviccedilos de primeiro contato a responsabilidade longitudinal pelo paciente
com continuidade da relaccedilatildeo cliacutenico-paciente ao longo da vida estabelecendo assim um
viacutenculo muito positivo entre os profissionais de sauacutede e pacientes a garantia de cuidado
integral considerando-se os acircmbitos fiacutesicos psiacutequicos e sociais da sauacutede dentro dos limites de
23
atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede e a coordenaccedilatildeo das diversas accedilotildees e serviccedilos indispensaacuteveis
para resolver necessidades menos frequentes e mais complexas
A primeira caracteriacutestica da atenccedilatildeo primaacuteria eacute de ser a porta de entrada para o sistema
de sauacutede o serviccedilo de primeiro contato Para isso ele deve ter seu acesso facilitado agraves pessoas
Para isso se faz necessaacuterio que as Unidades Baacutesicas de Sauacutede estejam localizadas proacuteximas
aos domiciacutelios das pessoas assim como proacuteximas tambeacutem de seus trabalhos escolas ou seja
onde vivem trazendo assim um conceito de capilaridade maior agrave assistecircncia (Brasil 2012)
Outra importante funccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria eacute encaminhar pacientes para a rede de atenccedilatildeo
secundaacuteria e terciaacuteria (especializadas) garantindo o seu acesso nessas redes A clientela deve
ser adstrita a um territoacuterio e deve ser garantida uma atenccedilatildeo integral (STARFIELD 2002)
Durante muito tempo atribuiu-se agrave melhoria das condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas como o
fator mais importante de reduccedilatildeo da mortalidade das populaccedilotildees Poreacutem mostrou-se inegaacutevel
o papel dos serviccedilos de sauacutede ofertados agrave populaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da morbimortalidade das
populaccedilotildees (BRASIL 2012)
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro
A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia eacute considerada uma estrateacutegia de expansatildeo qualificaccedilatildeo
e consolidaccedilatildeo da APS no paiacutes Ele segue os mesmos princiacutepios do SUS que satildeo
universalidade equidade integralidade regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo Sua atenccedilatildeo eacute sobre
a famiacutelia e natildeo apenas sobre o individuo Suas accedilotildees satildeo de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo de
doenccedilas assistecircncia recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo agrave sauacutede Seu objetivo eacute de promover o acesso
agrave sauacutede a todos (BRASIL 2012)
Segundo Carla Cazelli em sua dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave FIOCRUZ em
2003 o Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) do municiacutepio do Rio de Janeiro teve o seu
primeiro projeto implantado em 1995 na Ilha de Paquetaacute com uma relativa expansatildeo em
1999 para as comunidades do Borel - Tijuca Parque Royal - Ilha do Governador Canal do
Anil - Jacarepaguaacute Vilas Canoas - Satildeo Conrado e Vilar Carioca - Campo Grande CASELLI
2003 e foi ampliando paulatinamente o nuacutemero de equipes ateacute 2016 como pode ser
observado no ANEXO 1
Nos uacuteltimos anos outro contexto poliacutetico municipal determinou uma nova etapa de
efetiva expansatildeo do PSF fato este descrito por Harzheim (2013)
24
ldquoNo municiacutepio do Rio de Janeiro a cobertura da ESF em 2009 estava em torno de
7 A partir desse ano forte ecircnfase foi dada para a APS Iniciou-se uma reforma da
APS orientada pela qualidade representada pela criaccedilatildeo das novas Cliacutenicas de
Famiacutelia e pelas Unidades tipo A (ambas 100 ESF) diferente das unidades B
(Unidades com algumas equipes de ESF) e C (Unidades Tradicionais sem ESF) Ao
final de 2012 a cobertura populacional da ESF era 40rdquo (HARZHEIM 2013 p
11)
Em 2000 havia 13 equipes de ESF no municiacutepio e desde entatildeo ocorreu uma expansatildeo
no nuacutemero de equipes e unidades Esta expansatildeo passa a ser referida como Reforma da
Atenccedilatildeo Primaacuteria (RCSP) na Cidade do Rio de Janeiro iniciada em 2009 com alicerce na
mudanccedila organizacional da Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) que coloca a Atenccedilatildeo
Primaacuteria como ordenadora das Redes de Atenccedilatildeo A cobertura populacional no municiacutepio do
Rio de Janeiro em 2009 correspondia a 7 e no final de 2012 jaacute era de 40 da populaccedilatildeo
Conforme mostrado no Graacutefico 1 entre 2008 e 2016 a cidade do Rio de Janeiro apresentou a
maior ampliaccedilatildeo de acesso do paiacutes na APS (HARZHEIM 2013)
Graacutefico 1- Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Para fins de planejamento e gestatildeo a Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) do Rio de
Janeiro divide a cidade em dez aacutereas programaacuteticas (AP) Na Cidade a expansatildeo da
Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia ocorreu de maneira natildeo equilibrada nas AP Em 2010 foi
inaugurada uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 e uma na AP 21 enquanto dez Cliacutenicas de
Famiacutelia foram inauguradas na AP 53 como mostra a Tabela 1 Em 2011 foram inauguradas
uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 AP 40 e AP 53 nove Cliacutenicas na AP 32 e cinco Cliacutenicas
na AP 33 como pode ser visto na Tabela 2 A maior expansatildeo da ESF na AP 10 regiatildeo
relacionada ao presente estudo se deu em 2016 como podemos observar nos Graacuteficos 2 e 3
(OTICS 2017)
25
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2010
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 4 2
AP 21 1 11 4
AP 31 5 36 15
AP 52 3 13 6
AP 53 10 47 22
TOTAL 20 111 49
Fonte OTICS SMS 2017
Tabela 2- Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2011
Fonte OTICS SMS 2017
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 6 3
AP 31 4 22 9
AP 32 9 49 19
AP 33 5 24 10
AP 40 1 3 1
AP 51 4 30 12
AP 52 4 23 9
AP 53 1 6 3
TOTAL 29 163 66
26
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 - IBGE 2010 Plataforma SUBPAV e Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP
ateacute outubro de 2016
27
23 Mortalidade Infantil no Brasil
A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) eacute um indicador do niacutevel de sauacutede da populaccedilatildeo
importante para avaliar poliacuteticas de sauacutede puacuteblica (SANTOS e LANSKY 2015) aleacutem de
refletir qualidade de vida da populaccedilatildeo esta taxa tambeacutem se relaciona agraves suas diferentes
condiccedilotildees socioeconocircmicas (SANTANA 2011)
A TMI se refere aos oacutebitos ocorridos entre os menores de um ano (lt 1 ano) e pode ser
subdividida em dois componentes Neonatal e Poacutes- Neonatal O oacutebito neonatal eacute aquele que
ocorre nos primeiros 27 dias de vida e pode ainda se dividir em neonatal precoce (periacuteodo de
0 a 6 dias) e neonatal tardio (7 a 27 dias) O oacutebito poacutes-neonatal eacute aquele que ocorre entre o 28ordm
dia e 364ordm dia de vida (Brasil 2009)
Nas ultimas deacutecadas mais precisamente ateacute 1990 havia maior proporccedilatildeo de oacutebitos no
periacuteodo poacutes-neonatal Apoacutes 1990 foram constatadas mudanccedilas nos iacutendices de mortalidade
que passaram a predominar no periacuteodo neonatal no Brasil Essa mudanccedila foi consequumlente agrave
reduccedilatildeo das principais causas de mortalidade poacutes-neonatal como as doenccedilas infecto-
parasitaacuterias doenccedilas do trato respiratoacuterio e desnutriccedilatildeo com consequente aumento
proporcional das principais causas da mortalidade no periacuteodo neonatal precoce como a
prematuridade asfixia do receacutem-nato e doenccedilas infecciosas no receacutem-nascido (MENEZES
2014)
Para Lima (2006) o componente neonatal da Mortalidade Infantil constitui-se
problema de sauacutede puacuteblica uma vez que quantidade relevante dos oacutebitos que ocorrem neste
periacuteodo associa-se a causas evitaacuteveis (relativas ao acesso e agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
bem como agrave qualidade desta assistecircncia) Esse componente estaacute ligado agraves condiccedilotildees sociais
econocircmicas de assistecircncia agrave sauacutede materna e infantil comportamentais e bioloacutegicas dentre
outras mas tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos ofertados agraves matildees e aos receacutem-nascidos
durante o periacuteodo de gestaccedilatildeo do parto e periacuteodo neonatalmiddot
Tendo como referecircncia as notas teacutecnicas da Rede Interagencial de Informaccedilotildees para a
Sauacutede - RIPSA (2009) verifica-se o conceito de TMI definido a partir da divisatildeo do nuacutemero
de oacutebitos de menores de um ano de idade pelo nuacutemero total de nascidos vivos na populaccedilatildeo
residente em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (RIPSA 2009)
28
Outro conceito de mortalidade utilizado eacute a mediccedilatildeo proporcional por grupos de
causas no que se refere ao percentual de oacutebitos ocorridos por grupos de causas definidas na
populaccedilatildeo residente (BRASIL 2009)
Igualmente importante a se considerar a TMF (Taxa de Mortalidade Fetal) eacute calculada
dividindo-se o nuacutemero total de oacutebitos fetais pelo nuacutemero de nascimentos totais (nascidos
vivos e oacutebitos fetais) variando poreacutem o criteacuterio de idade gestacional e peso para definir o
oacutebito fetal (BARBEIRO 2015) Vaacuterias definiccedilotildees para oacutebito fetal satildeo apresentadas na
literatura Para a OMS o oacutebito fetal eacute aquele que ocorre antes de uma expulsatildeo completa do
produto da concepccedilatildeo do organismo materno independente da idade gestacional da matildee da
crianccedila Jaacute para o National Center for Health Statistics dos Estados Unidos a morte fetal eacute
aquela que ocorre apoacutes a 20 ordf semana completa de gestaccedilatildeo Outros autores utilizam alguns
paracircmetros como peso altura e idade gestacional avanccedilada para definir os oacutebitos fetais
(SAMPAIO 2010)
Em 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede instituiu um Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da
Mortalidade Materna e Neonatal Em 2009 o Pacto pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil
nas Regiotildees da Amazocircnia Legal e Nordeste do Brasil (PRMI) a fim de reduzir em 5 ao
ano a TMI nos anos de 2009 e 2010 sobretudo em seu componente neonatal
(GUERRERO 2010)
Rosacircngela Ferrari e col realizaram um estudo bibliograacutefico e descritivo em 2012
sobre a mortalidade poacutes- neonatal no Brasil entre 2004 e 2009 Aleacutem de evidenciarem o
decliacutenio da mortalidade infantil sobretudo de seu componente poacutes-neonatal no final de 1990
foi observada relaccedilatildeo estatisticamente significativa entre as condiccedilotildees de vida e a taxa de
mortalidade infantil (FERRARI et al 2012)
Em algumas regiotildees do Brasil houve uma diminuiccedilatildeo importante das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (mais de 80) seguidas pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio e por deficiecircncias
nutricionais e baixo peso ao nascer A duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo escore de Apgar menor que sete
no 1ordm e 5ordm minutos de vida e nuacutemero igual ou maior que seis consultas de preacute-natal tambeacutem
satildeo variaacuteveis que estatildeo relacionadas agrave mortalidade infantil Em regiotildees de menor renda e
importante desigualdade econocircmica ainda haacute elevada TMI Como principais causas de morte
infantil as doenccedilas diarreacuteicas e as pneumonias foram as principais causas evitaacuteveis de morte
infantil seguida das malformaccedilotildees congecircnitas causa dificilmente evitaacutevel de morte infantil
Fatores de risco relacionados agraves pneumonias satildeo idade menor que seis meses peso abaixo de
2500 gramas desmame precoce desnutriccedilatildeo deficiecircncia de micronutrientes (vitaminas A
29
ferro e zinco) e presenccedila de episoacutedio preacutevio de pneumonia A maior oferta de aacutegua potaacutevel e
rede de esgoto contribuiacuteram para a reduccedilatildeo das doenccedilas diarreacuteicas As causas externas como
os acidentes e causas mal definidas tambeacutem se relacionam com a mortalidade poacutes-neonatal
(FERRARI et al 2012)middot
O periacuteodo perinatal compreende aquele do final da gestaccedilatildeo (oacutebitos fetais) ateacute os seis
primeiros dias completos de vida As causas diretas de mortalidade perinatal satildeo o baixo peso
ao nascer e a prematuridade assim como fatores que envolvem a gestante e seu acesso agrave
assistecircncia ao preacute-natal Aleacutem disso fatores soacutecios econocircmicos e ambientais que estatildeo
relacionados agrave gestante tambeacutem podem interferir nos determinantes da morte infantil
(MARTINS 2013)
A mortalidade perinatal eacute um indicador que permite uma anaacutelise da assistecircncia de
sauacutede agrave gestante e o acesso a serviccedilos de sauacutede eficazes para que haja reduccedilatildeo dos fatores de
risco e agravos agrave gestante e ao RN (BRASIL 2010)
Devidos agraves iniquidades soacutecio-econocircmicas e diferentes fatores de risco regionais assim
como dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede de qualidade a mortalidade infantil e seus
componentes se apresentam de maneira variada entre as diversas regiotildees do Brasil No Norte
e no Nordeste ela se apresenta com maior expressatildeo que nas demais regiotildees Para
exemplificar estas diferenccedilas identifica-se em Silva 2013 a seguinte anaacutelise
ldquoA neo-mortalidade precoce em 2006 variou de 64 no Rio Grande do Sul a 197
por mil nascidos vivos em Alagoas (Departamento de Informaacutetica do SUS
Indicadores de mortalidade Acessado em 08Out2012) Nos paiacuteses desenvolvidos
a meacutedia da taxa de mortalidade neonatal precoce eacute de 40 por mil nascidos vivosrdquo
(SILVA 2013)
No Brasil a TMI apresentou uma tendecircncia decrescente nas uacuteltimas deacutecadas de 1990
a 2014 Em 1980 a taxa era de 785 oacutebitos mil nascidos vivos (NV) em 1990 era de 785
oacutebitos por mil nascidos vivos em 2000 era de 2736 por mil nascidos vivos e em 2010
alcanccedilou 1597 oacutebitos por mil nascidos vivos atingindo a meta estabelecida pela ONU como
mostra o Graacutefico 4
O componente poacutes-neonatal (28 dias a um ano de vida incompleto) apresentou a
maior tendecircncia de queda (73 ao ano) e o componente neonatal precoce (0 a 6 dias de
vida) a menor 31 ao ano Do fim da deacutecada de 80 em diante houve um aumento da
proporccedilatildeo do componente neonatal precoce em relaccedilatildeo ao componente poacutes-neonatal
(BRASIL 2010) A Tabela 3 tambeacutem mostra a tendecircncia decrescente da TMI nas regiotildees e
UF do Brasil de 2000 a 2010
30
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo feita em base
ao periacuteodo de 2000 a 2010
Fonte CGIAEDASISSVSMS 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Regiatildeo e UF 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Regiatildeo Norte
2862 2767 2659 2559 2447 2358 2275 2214 2306 2228 2097
Regiatildeo
Sudeste
1915 1831 1732 1701 1628 1538 1503 1457 1416 1389 1343
Regiatildeo Sul 1703 164 1605 1578 1498 138 1334 1294 1265 12 1158
Regiatildeo
Centro-Oeste
2092 2065 1929 187 1854 1771 1706 1651 1699 1644 1593
Distrito
Federal
144 1518 1365 133 1395 1363 128 1109 1189 1226 1216
Total
2736 263 2489 2388 2259 2143 2066 2001 1756 168 1597
Fontes SIM MS
Outro modo de analisar a mortalidade infantil eacute a sua observaccedilatildeo quanto agraves proporccedilotildees
segundo grupo de causas
ldquoAs afecccedilotildees perinatais constituem a principal causa de mortalidade de crianccedilas
menores de um ano no Brasil Em 1990 correspondiam a 40 dos oacutebitos infantis
Em 2008 essa proporccedilatildeo elevou-se para 60 A mortalidade proporcional por
malformaccedilotildees congecircnitas em menores de um ano aumentou de 67 em 1990 para
183 em 2008 Enquanto isso a mortalidade proporcional por doenccedilas infecciosas
reduziu-se de 146 para 53 dos oacutebitos infantis no mesmo periacuteodo o que
representa diminuiccedilatildeo de 64rdquo (BRASIL 2010)
No Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de causas de mortalidade infantil foi
devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de 60) seguidas das demais causas
31
definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-parasitaacuterias (em torno de 68) e pelas
doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Eacute importante lembrar que ainda podem existir problemas na qualidade dos registros de
oacutebitos em menores de um ano e fetais Devemos para isso avaliar a cobertura e qualidade do
Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos (SINASCC) e o de Mortalidade (SIM)
Algumas informaccedilotildees satildeo baacutesicas e devem constar de toda DO (declaraccedilatildeo de oacutebito) fetal ou
de menor de um ano O peso ao nascer um dos mais importantes assim como a idade
gestacional satildeo dados muitas vezes mal informados O momento do parto em que o oacutebito
ocorre eacute igualmente importante para a classificaccedilatildeo dos oacutebitos evitaacuteveis Ele pode ocorrer
antes do parto ou apoacutes o parto Esse dado tambeacutem eacute muitas vezes mal preenchido Outro
dado que se relaciona de maneira determinante com a MI eacute a escolaridade materna que do
mesmo modo eacute muitas vezes ignorado (BRASIL 2009)
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis
Para aumentar a qualidade de informaccedilotildees e o conhecimento da situaccedilatildeo de
mortalidade infantil e perinatal mostrou-se como necessaacuteria a vigilacircncia adequada e
diferenciada desses oacutebitos A partir da Declaraccedilatildeo de Oacutebito a vigilacircncia de oacutebito nos
municiacutepios coletaraacute dados para planejamento de accedilotildees que previnam esses oacutebitos e melhorem
seus indicadores
A partir de 1990 jaacute foram criados os primeiros Comitecircs de Investigaccedilatildeo do Oacutebito
Infantil (CIOI) sendo realizada a elaboraccedilatildeo do manual dos comitecircs de prevenccedilatildeo do oacutebito
infantil e fetal em 2004 para analisar os determinantes dos oacutebitos infantis e portanto traccedilar
estrateacutegias para minimizar esses determinantes (VENAcircNCIO 2010) Esse manual teve sua
versatildeo atualizada em 2009 (BRASIL 2009)
ldquoOs Comitecircs de Prevenccedilatildeo do Oacutebito Infantil e Fetal satildeo organismos
interinstitucionais de caraacuteter eminentemente educativo e formativo com atuaccedilatildeo
sigilosa Congregam instituiccedilotildees governamentais e da sociedade civil organizada
contando com participaccedilatildeo multiprofissional cuja atribuiccedilatildeo eacute dar visibilidade
acompanhar e monitorar os oacutebitos infantis e fetais e propor intervenccedilotildees para
reduccedilatildeo da mortalidade Satildeo instrumentos de gestatildeo que permitem avaliar a
qualidade da assistecircncia agrave sauacutede prestada agrave gestante ao parto e ao nascimento e agrave
crianccedila no primeiro ano de vida para subsidiar as poliacuteticas puacuteblicas e as accedilotildees de
intervenccedilatildeordquo (BRASIL paacuteg 46 2009)
32
As fichas para Investigaccedilatildeo do oacutebito infantil e fetal foram elaboradas para que
houvesse um padratildeo uacutenico a ser utilizado na vigilacircncia dos oacutebitos infantis e fetais Elas devem
ser preenchidas a partir de dados de prontuaacuterios cadernetas das gestantes entre outros e para
que as comparaccedilotildees do conteuacutedo das mesmas possam ser feitas e os dados do SIM sejam
obtidos com maior qualidade de informaccedilotildees Accedilotildees podem ser assim planejadas e executadas
de maneira uniforme nos trecircs niacuteveis municipal regional e estadual (BRASIL 2010)
Apesar da melhoria das condiccedilotildees socioeconocircmicas e o do aumento na oferta dos
serviccedilos de sauacutede nas uacuteltimas deacutecadas no Brasil a mortalidade infantil ainda eacute decorrente de
causas evitaacuteveis de mortalidade (SANTOS 2014) ldquoAs causas de mortes evitaacuteveis ou
reduziacuteveis satildeo definidas como aquelas preveniacuteveis total ou parcialmente por accedilotildees efetivas
dos serviccedilos de sauacutede que estejam acessiacuteveis em um determinado local e eacutepocardquo (MALTA
2010) Desde a deacutecada de 70 se pensa na evitabilidade do oacutebito infantil por serviccedilos de sauacutede
eficazes e atenccedilatildeo meacutedica qualificada (HARTZ et al1996)
Em 2008 foi publicada uma primeira versatildeo da lista de causas de mortes evitaacuteveis por
intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil (proposta em 2007) sob a coordenaccedilatildeo da
Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil Sua primeira revisatildeo
ocorreu em 2009 durante uma oficina realizada na 9ordf Mostra Nacional de Experiecircncias Bem-
Sucedidas em Epidemiologia Prevenccedilatildeo e Controle de Doenccedilas - 9ordf EXPOEPI (MALTA
2010a)
Santos et al realizaram uma pesquisa sobre mortalidade infantil em LondrinaParanaacute
em 2010 estudando a evitabilidade de oacutebitos infantis em coortes de nascidos vivos (NV)
referentes a dois biecircnios nos anos 2000 (20002001) e o biecircnio (20072008) O primeiro
biecircnio por ter ocorrido antes da expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia e o outro por ser o
mais proacuteximo ao estudo realizado Como resultado as taxas de mortalidade infantil foram de
1170 e 1120 por 1000 NV em 20002001 e em 20072008 Em ambos os biecircnios o
componente neonatal foi o que apresentou a maior taxa especialmente no periacuteodo neonatal
precoce com taxas de 624 e 636 oacutebitos por 1000 NV em 20002001 e 2007 2008
respectivamente O aumento maior foi o da taxa de mortalidade neonatal tardia de 182 oacutebitos
a cada 1000 NV no primeiro biecircnio e de 227 no biecircnio posterior A mortalidade poacutes-neonatal
foi a uacutenica que reduziu sendo que em 20002001 foi de 364 oacutebitos a cada 1000 NV e 257
em 20072008 A maioria dos oacutebitos nos dois biecircnios foi considerada evitaacutevel tanto quanto
em relaccedilatildeo agrave adequada atenccedilatildeo agrave mulher durante a gestaccedilatildeo e o parto quanto ao feto e ao
receacutem-nascido especialmente o relativo a adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (SANTOS
2014)
33
As mortes evitaacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo ocorreram mais entre
nascidos com baixo peso e as natildeo claramente evitaacuteveis entre crianccedilas com peso adequado em
ambos os biecircnios Aproximadamente sete em cada 10 oacutebitos infantis foram considerados
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS tanto no primeiro (716) como no segundo (655)
periacuteodo estudado (SANTOS 2014)
O baixo peso (BP) ao nascer eacute aquele em que o peso ao nascer eacute inferior a 2500 g
(OMS 2008) e ele estaacute relacionado tanto ao crescimento fetal quanto a duraccedilatildeo da gravidez
O crescimento fetal retardado eacute definido como peso ao nascimento inferior ao percentil 10
para a idade gestacional A prematuridade seria a duraccedilatildeo da gravidez cuja idade gestacional
se encontra menor que 37 semanas Fatores geneacuteticos (em torno de 40) e fatores maternos
(em cerca de 60) estatildeo relacionados ao crescimento fetal Quando satildeo realizadas de 4-6
consultas de preacute-natal haacute uma chance de quase 30 em reduzir o risco de BP e quando o
nuacutemero de consultas eacute igual ou maior que 7 chega-se a 40 menor o risco de BP ao nascer
(SILVA 2010)
Em outro trabalho publicado em 2014 realizado por Menezes et al com o objetivo de
analisar os oacutebitos de menores de um ano residentes em Belo Horizonte no periacuteodo de 2006 a
2011 foram utilizados criteacuterios para avaliaccedilatildeo de evitabilidade a partir da atualizaccedilatildeo da
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede As causas
dos oacutebitos evitaacuteveis foram entatildeo categorizadas como mostra o Quadro 1 (MENEZES 2014)
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
1) Causas evitaacuteveis
(a) reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo
(b) reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e parto e ao feto e ao receacutem-
nascido
(c) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento
(d) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas agraves accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede
2) Causas mal definidas
3) Demais causas natildeo claramente evitaacuteveis
34
Durante o periacuteodo do estudo obtiveram os seguintes dados 672 oacutebitos
neonatais 327 oacutebitos poacutes-neonatais e 004 oacutebito com faixa etaacuteria ignorada Esses dados
foram obtidos atraveacutes do SIM (Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade) e do SINASC
(Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos) apurou-se o nuacutemero de nascidos vivos nesse
periacuteodo Houve diminuiccedilatildeo de todos os componentes da mortalidade infantil poreacutem o
componente neonatal tardio apresentou a maior reduccedilatildeo (22) O componente neonatal
precoce correspondeu ao coeficiente de mortalidade com maior peso (72) nos oacutebitos do
periacuteodo neonatal As mortes consideradas evitaacuteveis corresponderam a 63 e estas se
relacionaram mais diretamente a uma falha na adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e na
adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido (RN) A mortalidade infantil por causas
evitaacuteveis diminuiu em 9 e as devidas agraves accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento foram
as que apresentaram maior reduccedilatildeo de 388 As pneumonias e outras doenccedilas bacterianas
foram as principais causas relacionadas a esse grupo As causas evitaacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido tambeacutem diminuiacuteram (307) principalmente devido agrave
reduccedilatildeo das infecccedilotildees especiacuteficas do periacuteodo perinatal e tambeacutem dos transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal As causas evitaacuteveis relacionadas agrave adequada atenccedilatildeo agrave
mulher na gestaccedilatildeo e as reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo a sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo apresentaram aumento enquanto natildeo houve nenhuma alteraccedilatildeo nas reduziacuteveis por
accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo As taxas de mortalidade classificadas como causas de morte mal-
definidas e as demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) tambeacutem tiveram seu nuacutemero reduzido
(MENEZES 2014)
Em 70 das mortes estas ocorreram em crianccedilas com baixo peso ao nascer
especialmente em crianccedilas com menos de 1500 gramas A adequada atenccedilatildeo na gestaccedilatildeo e a
adequada atenccedilatildeo ao feto e receacutem-nascido se correlacionaram com essas mortes Os
transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e peso baixo ao nascer transtorno
respiratoacuterio especiacutefico e infecccedilatildeo especiacutefica do periacuteodo perinatal foram as principais causas
de morte infantil por causas evitaacuteveis nesse estudo
ldquoNos oacutebitos de crianccedilas com peso ao nascer maior ou igual a 2500 g prevaleceram
os grupos de causas evitaacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento e
accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas as accedilotildees de atenccedilatildeo de sauacutede As demais
causas (natildeo claramente evitaacuteveis) representaram cerca de 280 das mortes infantis
e esta proporccedilatildeo foi crescente com o aumento do pesordquo (MENEZES2014)
Alguns fatores tais como oferta de serviccedilos de sauacutede prestados com qualidade
condiccedilotildees sociais e econocircmicas da populaccedilatildeo assim como seu perfil demograacutefico podem
estar relacionados agrave mortalidade proporcional por grupos de causas (Brasil 2010) Segundo as
35
tabelas apresentadas podemos observar que no Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de
causas de mortalidade infantil foi devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de
60) seguidas das demais causas definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (por volta de 68) e pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Houve uma diminuiccedilatildeo progressiva ao longo dos anos das afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatal assim como das doenccedilas infecto-parasitaacuterias e um aumento progressivo pelas
demais causas definidas Pequenas variaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
ocorreram ao longo do tempo poreacutem houve uma tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo
Estaacute apresentada no ANEXO 2 a Lista Brasileira de Causas de Mortes Evitaacuteveis por
Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede na populaccedilatildeo de 5 a 74 anos (MALTA 2010)
36
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Analisar a variaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de
evitabilidade preconizados para o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea
Programaacutetica 10 do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015
32 Objetivos especiacuteficos
bull Descrever a situaccedilatildeo de nascimento e oacutebitos infantis na AP 10 do municiacutepio do Rio de
Janeiro entre 2007 e 2015 em relaccedilatildeo ao municiacutepio e agraves demais aacutereas da cidade
bull Discutir a ocorrecircncia dos principais grupos de causas evitaacuteveis de mortalidade infantil
na AP 10 no municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e 2015
bull Contribuir para a produccedilatildeo de um informe teacutecnico sobre Mortalidade Infantil na AP
10 divulgando as informaccedilotildees prioritaacuterias para profissionais e gestores da aacuterea
37
4 METODOLOGIA
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados
Trata-se de um estudo exploratoacuterio descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre
a mortalidade infantil e sua evitabilidade considerando os oacutebitos de menores de um ano de
residentes na AP 10 e do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 no qual
ocorreu a expansatildeo da ESF na Cidade Seratildeo utilizadas as bases de dados secundaacuterios do
Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade (SIM) Ministeacuterio da Sauacutede disponiacuteveis pela
ferramenta TABNET na Plataforma da Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em
Sauacutede (SUBPAV) para toda gestatildeo da Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
(SMS-RJ)
As informaccedilotildees definidas para os objetivos deste estudo se relacionam aos oacutebitos em
menores de 1 ano sendo estes divididos ainda como oacutebitos neonatais neonatais precoces
neonatais tardios e poacutes-neonatais Informaccedilotildees sobre partos e nascimentos tambeacutem foram
incluiacutedas nesta descriccedilatildeo de dados tendo em vista sua relaccedilatildeo direta com oacutebitos infantis e a
possibilidade de observaccedilatildeo inicial sobre o padratildeo de ocorrecircncias na aacuterea em estudo
Esses dados secundaacuterios foram apurados na ferramenta TABNET na plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
A Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede
do Brasil (MALTA 2010) foi utilizada como paracircmetro para a anaacutelise por grupo de causas
no periacuteodo em estudo
42 Cenaacuterio de Estudo
As Aacutereas Programaacuteticas (AP) satildeo aacutereas divididas pela Prefeitura do Rio de Janeiro
para a gestatildeo da sauacutede A Secretaria Municipal de Sauacutede trabalha com essas AP desde 1993
quando foram chamadas de aacutereas de planejamento a fim de traccedilar planos estrateacutegicos em
relaccedilatildeo agrave sauacutede (SMS 2013)
A Aacuterea de Planejamento 10 (AP 10) corresponde agrave primeira das dez aacutereas
programaacuteticas do Municiacutepio do Rio de Janeiro como mostra a Figura 1
38
A Cidade do Rio de Janeiro eacute dividida em dez Aacutereas Programaacuteticas e a AP 10
corresponde aos bairros Benfica Caju Catumbi Centro Cidade Nova Estaacutecio Gamboa
Mangueira Rio Comprido Santa Teresa Santo Cristo Satildeo Cristoacutevatildeo Sauacutede e Vasco da
Gama
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Fonte IBGE- setembro de 2011
O Rio de Janeiro eacute um municiacutepio brasileiro de grande importacircncia
econocircmica sociocultural e financeira do paiacutes Em 2010 a populaccedilatildeo do Rio de Janeiro era de
6 320 446 habitantes (395 da populaccedilatildeo estadual) Dentre elas 4683 satildeo homens e
5317 mulheres Para 2015 era estimada uma populaccedilatildeo de 6 386 443 pessoas (IPP 2017)
A AP 10 aleacutem de ser o centro histoacuterico da Cidade do Rio de Janeiro tem em sua
formaccedilatildeo 14 bairros (jaacute citados) e 6 Regiotildees Administrativas (Centro Santa Teresa Rio
Comprido Paquetaacute Satildeo Cristoacutevatildeo e Portuaacuteria) como podemos observar na Figura 2 De
1970 a 2000 houve um decreacutescimo de 27 de sua populaccedilatildeo Paquetaacute foi a uacutenica regiatildeo a
sofrer um pequeno aumento de sua populaccedilatildeo em torno de 5 Eacute uma regiatildeo que atrai
trabalhadores onde setor de serviccedilos eacute o de maior procura No ano 2000 cinco regiotildees
administrativas tinham um alto IDH e apenas uma regiatildeo administrativa com meacutedio IDH
(IBGE 2016)
39
Figura 2 ndash Bairros da AP 10
Fonte Fonte IBGE- setembro de 2011
A AP 10 possui 17 unidades de Atenccedilatildeo Primaacuteria 75 equipes de Sauacutede da Famiacutelia 1
PS CASS 2 equipes NASF 2 equipes de consultoacuterio na rua e 1 Policliacutenica (SMS 2016)
Em 2015 a AP 10 tinha uma populaccedilatildeo estimada de 311265 habitantes e em 2010
estimava-se que 35 da populaccedilatildeo residia em favelas cerca de 103296 habitantes (IPP
2017)
O nuacutemero de famiacutelias cadastradas na ESF em 2009 era de 260 famiacutelias Em 2010
houve um aumento do nuacutemero de famiacutelias cadastradas para 8196 famiacutelias Em 2015 houve
um aumento significativo para 72786 cadastros e em 2016 uma estimativa de 79766
castrados das famiacutelias (SMS 2016)
A escolha da AP 10 para uma anaacutelise especiacutefica no estudo ocorreu pelo fato de ter
ocorrido um aumento da morte em menores de 1 ano no ano de 2015 alterando-se a
tendecircncia anterior
40
43 Estrateacutegia de Anaacutelise
A descriccedilatildeo da situaccedilatildeo de nascimentos e mortalidade infantil na AP 10 foi feita
utilizando-se o periacuteodo de 2007 a 2015 como a referecircncia para verificaccedilatildeo das variaccedilotildees
encontradas considerando-se diferentes variaacuteveis e os principais componentes da mortalidade
infantil Como jaacute citado os dados foram apurados na ferramenta TABNET na Plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
Ao iniciar-se este estudo tendo como objetivo a anaacutelise de dados ateacute 2015 e natildeo
estando este uacuteltimo ano ainda disponiacutevel na paacutegina da SMS Rio na internet e nem tampouco
no SIM DATASUS utilizou-se a ferramenta TABNET na Plataforma SUBPAV com
ciecircncia e apoio da Gerecircncia de Dados Vitais da SMS Esta plataforma tem acesso restrito a
profissionais que atuam na SMS
A partir da coleta de dados foi elaborado um banco no software Microsoft Excell
2016 no qual foram feitos os consolidados de frequecircncia por tipo de anaacutelise desejada visando
a apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas e graacuteficos
A anaacutelise descritiva estaacute apresentada levando em conta dados especiacuteficos de cada ano
assim como tambeacutem a variaccedilatildeo considerando-se trecircs triecircnios ndash de 2007 a 2009 de 2010 a
2012 e de 2013 a 2015 estrateacutegia esta que foi decidida a fim de que o nuacutemero de casos para
as aacutereas do municiacutepio particularmente a AP 10 se apresentasse com melhor consistecircncia do
que aquele com menores quantitativos quando considerados dados de somente o periacuteodo de
um ano
O processamento dos dados de Mortalidade Infantil e de seus componentes no
periacuteodo analisado e nas diferentes aacutereas do municiacutepio permitiu tambeacutem a verificaccedilatildeo das
variaccedilotildees de tendecircncias da AP 10 em comparaccedilatildeo com as demais aacutereas e com o municiacutepio do
Rio de Janeiro
Os dados referentes aos principais grupos de causas evitaacuteveis da Mortalidade Infantil e
seus componentes segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados pelo Ministeacuterio da
Sauacutede para o SUS no Brasil ocorridos nas AP do municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e
2015 tambeacutem seratildeo apresentados e discutidos
Informaccedilotildees mais relevantes deveratildeo ser destacadas para inclusatildeo em Informe Teacutecnico
produzido a parte do presente estudo visando divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees sobre Mortalidade
Infantil a profissionais e gestores da AP 10 assim como da SMS do Rio de Janeiro
41
44 Aspectos Eacuteticos
Embora o planejamento da pesquisa envolvesse principalmente a apuraccedilatildeo de dados
secundaacuterios considerando-se a necessidade de coleta de dados ainda natildeo divulgados houve
exigecircncia da SMS de que o projeto de pesquisa fosse submetido a parecer de eacutetica em
pesquisa
Desse modo a pesquisa cumpriu todas as etapas previstas nas normas nacionais que
subsidiam a pesquisa em sauacutede tendo como bases a Resoluccedilatildeo do CNEP 4662012 e
a Normativa 0012013 com encaminhamento para os Comitecircs de Eacutetica e Pesquisa da Estaacutecio
e da Secretaria Municipal de Sauacutede Para a avaliaccedilatildeo eacutetica o projeto de pesquisa foi
protocolado por meio do sistema Plataforma Brasil uma base nacional e unificada de
registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema CEPCONEP
Este estudo estaacute relacionado agrave apuraccedilatildeo e anaacutelise de dados secundaacuterios o que implicou
uma reduccedilatildeo plena de riscos envolvendo as pesquisas em sauacutede Durante todo o processo de
coleta processamento e anaacutelise de dados todas as precauccedilotildees para garantir-se o sigilo e a
confidencialidade das informaccedilotildees foram tomadas com o compromisso de natildeo ser divulgado
qualquer dado que permitisse direta ou indiretamente a identificaccedilatildeo de serviccedilos unidades de
sauacutede ou profissionais envolvidos na assistecircncia dos casos
Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica da SMS do Rio de Janeiro com
nuacutemero de parecer da aprovaccedilatildeo 1836593 no dia 25112016
42
5 RESULTADOS
Foram levantados os dados de nascimento e oacutebitos do Municiacutepio do Rio de Janeiro
(MRJ) e das suas diferentes aacutereas programaacuteticas atraveacutes da ferramenta TABNET disponiacutevel
no acesso a Indicadores e Dados Estatiacutesticos no portal da SMS do Rio de Janeiro e na
Plataforma SUBPAV No iniacutecio deste levantamento considerando os objetivos deste estudo
os dados do ano de 2015 natildeo estavam disponiacuteveis neste acesso sendo necessaacuteria a
colaboraccedilatildeo da Gerecircncia de Dados Vitais da Superintendecircncia de Vigilacircncia em Sauacutede da
SMS que forneceu as informaccedilotildees necessaacuterias para a anaacutelise de todo periacuteodo estudado
incluindo-se o ano de 2015
As informaccedilotildees seratildeo apresentadas como seacuterie histoacuterica do ano de 2007 anterior ao
iniacutecio da chamada reforma da APS no municiacutepio que se sugere tenha comeccedilado em 2009 ateacute
o ano de 2015 quando se iniciou a proposta deste estudo As informaccedilotildees seratildeo tambeacutem
apresentadas com os dados consolidados por triecircnios 2007 a 2009 2010 a 2012 e 2013 a
2015 o que foi decidido porque desse modo seriam agrupados mais dados de mortalidade em
populaccedilotildees menores como satildeo as aacutereas programaacuteticas de sauacutede no Rio de Janeiro Esta
definiccedilatildeo metodoloacutegica para anaacutelise por triecircnios tambeacutem foi decidida com o objetivo de
suavizarem-se variaccedilotildees aleatoacuterias no nuacutemero de oacutebitos em determinado ano estimando-se a
meacutedia aritmeacutetica do triecircnio como foi utilizado em recente estudo sobre Mortalidade Infantil
em Minas Gerais (LISBOA et al 2015)
Antes de apresentar os resultados relacionados ao levantamento de oacutebitos infantis no
MRJ optou-se por incluir informaccedilotildees sobre nascimentos tendo em vista a possibilidade de
acesso ao SINASC na mesma plataforma da SMS e porque possuem estreita relaccedilatildeo com
aspectos ligados ao risco de oacutebitos em menores de um ano Julgou-se importante observar os
dados referentes ao nuacutemero de nascimentos ocorridos tanto no MRJ e na AP 10 uma vez que
haacute estreita relaccedilatildeo do nuacutemero de nascidos vivos com o caacutelculo da taxa de mortalidade infantil
o que poderia indicar sugestotildees de anaacutelises posteriores mesmo que fora dos objetivos do
presente estudo
43
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro (MRJ)
Aleacutem da variaccedilatildeo de nascimentos no periacuteodo alguns fatores como o baixo peso ao
nascer filhos de matildees adolescentes tipo de parto nuacutemero de consultas de preacute-natal assim
como o nascimento em unidades SUS seratildeo aqui tambeacutem apresentados
Em 1997 o total de nascidos vivos no MRJ foi de 103193 com Taxa de Natalidade
de 186 1000 habitantes neste ano Esses indicadores apresentaram um decreacutescimo ateacute 2007
quando o total de nascimentos foi de 82019 e a Taxa de Natalidade de 133 1000 habitantes
A partir deste ano com exceccedilatildeo de 2010 observa-se um aumento do nuacutemero de nascimentos
na cidade e a Taxa de Natalidade elevaram-se para 143 1000 habitantes em 2015 com
90439 nascimentos no MRJ segundo as informaccedilotildees disponibilizadas pela SVSSMS
A Tabela 4 apresenta os dados de nascidos vivos por ano de 2007 a 2015 Foi
observado um aumento de nascimentos na Cidade nos uacuteltimos anos o que contrastou com
periacuteodos anteriores se considerarmos que no ano de 2015 por exemplo o total de nascidos
vivos foi de 90532 como disponiacutevel na mesma fonte nuacutemero superior ao do ano de 2007
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variaccedilatildeo
N
10 4638 4632 4822 4733 4680 4446 4506 4669 4656 18
21 6211 6275 6371 6873 6576 6405 6445 6624 6556 345
22 3572 3573 3552 3607 3521 3503 3526 3607 3648 76
31 11316 11438 11514 10914 11644 11420 11683 11861 12073 757
32 7325 7071 7124 7134 7224 7156 7283 7523 7268 -57
33 12585 12379 12913 12304 12573 12648 12900 13011 13030 445
4 11817 12388 13246 13069 14019 14387 14451 15148 15430 3613
51 8559 8337 8560 8565 9050 9019 9487 9459 9414 855
52 9671 9865 9725 9537 10190 10492 10688 11364 11446 1775
53 5610 5680 5971 5776 5861 6265 6405 6368 6718 1108
Ign 715 703 617 745 601 636 100 289 293 -422
MRJ 82019 82341 84415 83257 85939 86377 87474 89923 90532 8513
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao analisar o percentual da variaccedilatildeo dos nascidos vivos nos triecircnios 20072009
20102012 e 20132015 observa-se que o MRJ teve um aumento de 77 enquanto o
percentual da variaccedilatildeo da AP 10 sofreu um decreacutescimo de 19 A regiatildeo dos bairros do
Centro da cidade e adjacecircncias foi a uacutenica AP que apresentou um decreacutescimo do nuacutemero de
44
nascimentos considerados o primeiro e uacuteltimo triecircnio analisados enquanto a AP 40
apresentou o maior aumento do nuacutemero de nascidos vivos no mesmo periacuteodo
correspondendo a um aumento de 202 como podemos ver na Tabela 5 O Graacutefico 5
mostra a variaccedilatildeo do percentual dos nascidos vivos por AP e na totalidade do MRJ de 2007 a
2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
N
Variaccedilatildeo
1 14092 13859 13831 -261 -19
21 18857 19854 19625 768 41
22 10697 10631 10781 84 08
31 34268 33978 35617 1349 39
32 21520 21514 22074 554 26
33 37877 37525 38941 1064 28
4 37451 41475 45029 7578 202
51 25456 26634 28360 2904 114
52 29261 30219 33498 4237 145
53 17261 17902 19491 2230 129
MRJ 248775 255573 267929 19154 77
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 5 -Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP
MRJ 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
45
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao observamos o peso ao nascimento constatamos que apesar de ter havido uma
reduccedilatildeo do nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) entre 2007 e 2015 em
todas as AP a AP 51 apresentou aumento de seu percentual (98) como mostra a Tabela 6
A AP 10 apresentou o maior decreacutescimo da proporccedilatildeo de nascimentos de crianccedilas com baixo
peso havendo diminuiccedilatildeo desta proporccedilatildeo em quase todas as aacutereas exceto 51 e 53
Considerando-se os triecircnios estudados constata-se uma diminuiccedilatildeo gradativa do
percentual de nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) no municiacutepio do
Rio de Janeiro assim como tambeacutem representado no Graacutefico 6 e apresentado na Tabela 7
sendo que na AP 10 esta variaccedilatildeo foi a de maior valor
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP do MRJ de 2007209 a 201315
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao Nascer lt 2500g
AP Resid 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10 110 103 101 105 98 97 93 89 96
21 89 91 95 96 90 90 81 92 87
22 94 99 95 101 103 85 88 85 91
31 97 97 101 100 95 100 92 95 90
32 103 94 98 102 98 99 99 91 101
33 100 100 99 95 94 96 93 96 96
4 95 96 95 92 88 92 89 94 94
51 95 96 97 92 89 98 91 88 98
52 95 89 92 92 92 85 94 90 83
53 96 92 94 92 95 95 95 89 96
MRJ 97 95 97 96 93 94 92 92 93
46
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 104 100 92 -116
21 92 92 87 -52
22 96 96 88 -81
31 98 99 92 -63
32 98 100 97 -17
33 100 95 95 -47
4 96 91 92 -33
51 96 93 92 -42
52 92 89 89 -30
53 94 94 94 -08
MRJ 96 94 92 -43
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Com relaccedilatildeo aos nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes eles diminuiacuteram
ao longo do periacuteodo analisado em todo o MRJ e em todas as AP Em 2015 o percentual de
nascimentos de matildees adolescentes foi de 153 no MRJ enquanto em 2007 era de 172 No
triecircnio 201315 esse percentual meacutedio foi de 159 em contraste com 169 do primeiro
triecircnio apresentando assim uma reduccedilatildeo de quase 6 como pode ser visto na Tabela 8 O
maior percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 201315 correspondeu agrave AP
53 (214) e o menor percentual correspondeu ao da AP 21(84) As maiores variaccedilotildees do
percentual nos triecircnios estudados ocorreram nas aacutereas 21 e 22 onde os bairros apresentam
melhores indicadores econocircmicos e sociais
47
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e
Variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 197 185 181 -81
21 102 93 84 -176
22 125 113 103 -176
31 187 187 183 -21
32 166 157 152 -84
33 178 181 174 -22
4 138 131 123 -108
51 187 186 179 -48
52 180 174 169 -61
53 223 209 214 -40
MRJ 169 163 159 -59
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Observamos um aumento do percentual de nascimento por parto cesaacutereo nos trecircs
triecircnios estudados em todo o MRJ como pode ser visto na Tabela 9 Nota-se que no segundo
triecircnio (20102012) houve um aumento do percentual em todas as AP em relaccedilatildeo ao primeiro
triecircnio (20072009) A maior variaccedilatildeo do percentual por nascimento por parto cesaacutereo se deu
na AP 52 (147) enquanto a menor variaccedilatildeo ocorreu na AP 31 (01) As aacutereas 52 e 53
apresentaram um aumento importante de partos cesaacutereos Na AP 10 este aumento percentual
foi dos menores no MRJ
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 478 523 486 16
21 626 650 640 21
22 657 677 670 19
31 514 540 515 01
32 546 591 572 49
33 534 569 577 82
4 575 611 615 70
51 525 552 534 18
52 506 562 580 147
53 419 468 477 140
MRJ 536 574 567 58
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
48
Os nascimentos com registro no SINASC de adequado nuacutemero de consultas de preacute-
natal tambeacutem foi verificado levando-se em conta a associaccedilatildeo teoacuterica desta assistecircncia com
morbidade e mortalidade infantis Em todo o MRJ houve um aumento do percentual de
nascimentos com 7 ou mais consultas de preacute-natal de 2007 a 2015 exceto na AP 33 onde
houve diminuiccedilatildeo do seu percentual A AP 10 apresentou 724 desses nascimentos em
2015 como mostra a Tabela 10 com 7 ou mais consultas de preacute-natal
Atraveacutes do Graacutefico 7 pode ser observado um decreacutescimo de nascimentos de gestantes
com menos de 7 ou mais consultas de preacute-natal em quase todas as AP sendo a reduccedilatildeo mais
importante a ocorrida na AP 21 (309) e exceto na AP 33 com um aumento de 11 de
gestantes com menos de 7ou mais consultas de preacute-natal
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal
No periacuteodo MRJ 2007 a 2015 AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
1 647 647 624 633 647 648 696 705 724
21 802 825 811 796 794 836 855 829 839
22 817 816 816 814 781 812 808 810 823
31 649 619 598 590 597 635 670 700 722
32 674 672 672 676 657 706 740 761 762
33 689 641 674 639 625 652 662 659 668
4 710 685 662 658 648 705 741 726 766
51 674 625 615 615 619 635 657 684 709
52 661 628 617 630 641 662 689 699 733
53 589 593 611 571 581 612 669 724 768
MRJ 685 663 658 650 647 679 708 717 741
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
49
Os nascimentos em unidades SUS no MRJ apresentaram uma meacutedia de 579 em
20132015 quando eram 548 em 20072009 Na AP 10 houve um aumento de 170 em
relaccedilatildeo a esses nascimentos em contraste com a AP 22 que teve uma reduccedilatildeo de mais de
50 como mostra a Tabela 11 Uma provaacutevel ampliaccedilatildeo de oferta de leitos SUS para a
assistecircncia ao parto na AP 10 pode ser estimada a partir do importante acreacutescimo na
proporccedilatildeo de nascimentos no SUS nesta aacuterea comparando-se este dado com a variaccedilatildeo
meacutedia do MRJ
O percentual de nascimentos no SUS no triecircnio 201315 foi maior nas AP 53
(765) AP 51(699) e AP 31(671) e os menores percentuais corresponderam agraves AP
22(164) e AP 21 (263) Nos trecircs triecircnios estudados o maior aumento do percentual de
nascimentos no SUS se deu na AP 31 (145) e a AP 22 apresentou um decreacutescimo
importante de 173
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015
Variaccedilatildeo
10 538 563 629 170
21 245 266 263 72
22 337 230 164 -513
31 526 651 671 275
32 578 572 570 -13
33 583 621 616 57
4 512 513 509 -06
51 663 682 699 54
52 633 625 628 -07
53 750 725 765 21
MRJ 548 567 579 57
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
As observaccedilotildees das variaacuteveis apresentadas tendo como fonte o SINASC natildeo
permitiram identificar padratildeo de variaccedilatildeo que tivesse relaccedilatildeo teoacuterica com o aumento da
Mortalidade Infantil na AP 10 no ano de 2015 salvo a questatildeo do aumento da natalidade
fato estes comem a todas as aacutereas da Cidade no periacuteodo estudado
50
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ
A mortalidade infantil no municiacutepio do Rio de Janeiro apresenta uma tendecircncia
decrescente haacute vaacuterios anos e estudos de Matos et al (2007) sobre mortalidade infantil no MRJ
no periacuteodo de 1979 a 2004 demonstraram que houve um decreacutescimo de todos os
componentes relativos aos oacutebitos infantis nesse periacuteodo
No Graacutefico 8 pode-se observar de que maneira ocorreu essa tendecircncia decrescente
das TMI e seus componentes no MRJ de 1980 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
51
A Tabela 12 apresenta as variaccedilotildees das TMI e seus componentes no MRJ ao longo dos
triecircnios 20072009 20102012 e 20132015 verificando-se uma variaccedilatildeo negativa destes
indicadores ou seja a reduccedilatildeo da mortalidade infantil em todos os seus componentes
principalmente da mortalidade ocorrida no periacuteodo poacutes-neonatal com uma reduccedilatildeo importante
de 168
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados Faixa Etaacuteria Infan 20072009 20102012 20132014 Faixa
Etaacuteria inf
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 lt 7d -73
07-27 23 21 22 07-27 -60
28d-lt1 49 47 41 28d-lt1 -168 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis eacute uma importante estrateacutegia da vigilacircncia da
mortalidade (BRASIL 2009) cujos objetivos se relacionam agrave possibilidade de contribuir para
o desenvolvimento de accedilotildees especiacuteficas que visem a reduccedilatildeo dessas taxas A investigaccedilatildeo dos
oacutebitos infantis iniciou-se no municiacutepio do Rio de Janeiro em 2006 e no ano seguinte que
representa o limite inicial do presente estudo foram apenas investigados 347 dos oacutebitos
infantis (SMS 2016) Em 2015 ocorreram 1094 oacutebitos infantis sendo investigados 904
oacutebitos ou seja 826 do total demonstrando um incremento importante dos oacutebitos
investigados como mostra o Graacutefico 9
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A Tabela 13 e o Graacutefico 10 mostram que foram investigados 754 dos oacutebitos
relativos ao periacuteodo neonatal precoce (lt 7 dias) 845 no periacuteodo neonatal tardio e 915
ao periacuteodo poacutes-neonatal no MRJ em 2015
52
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ Faixa Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 384 648 702 738 832 880 828 801 754
07-27 460 598 644 749 838 889 864 870 845
28d-lt1 250 573 609 776 781 848 886 910 915
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tambeacutem foram observados os oacutebitos referentes a algumas variaacuteveis de risco como a
idade da matildee a idade gestacional das matildees e o peso do RN ao nascer considerando a
proporccedilatildeo de oacutebitos infantis por cada uma dessas variaacuteveis nas aacutereas e MRJ
A Tabela 14 apresenta a proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis ocorridos em matildees nas
diferentes faixas etaacuterias Houve um aumento do percentual de oacutebitos em matildees nas faixas
etaacuterias de 20 a 24 anos 45 a 49 anos diminuiccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis nas
adolescentes
53
Tabela 14 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee MRJ
Idade
Matildee
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10-14 07 15 06 09 06 21 14 14 16
15-19 179 147 161 167 183 181 185 162 169
20-24 215 228 210 190 203 212 199 240 209
25-29 181 191 186 203 171 188 202 215 197
30-34 156 138 139 145 158 152 157 179 176
35-39 69 80 89 96 101 109 112 101 139
40-44 29 28 33 33 40 34 35 44 48
45-49 06 04 03 02 02 02 02 06 01
Ign 159 168 172 155 136 102 95 38 46
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Outra variaacutevel de risco para os oacutebitos infantis se relaciona agrave idade gestacional das
matildees O maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 ocorreu entre a 37- 41 semanas de
gestaccedilatildeo correspondendo a um total de 167 oacutebitos de 2007 a 2015 Tambeacutem houve um
grande nuacutemero de oacutebitos (129 oacutebitos) entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo nesse periacuteodo A
soma dos oacutebitos infantis ocorridos nesses dois periacuteodos de gestaccedilatildeo correspondeu a um pouco
mais da metade do nuacutemero de oacutebitos totais no periacuteodo analisado conforme mostra a Tabela
15
Tabela 15 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Semanas
Gestaccedilatildeo
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Menos 22 22 23 71 26 73 61 68 58 63
22 a 27 227 246 196 212 181 197 205 228 228
28 a 31 165 155 174 155 136 156 144 159 143
32 a 36 193 169 173 224 140 170 178 173 182
37 a 41 248 242 262 254 212 249 260 288 294
42 e mais 11 16 13 10 14 10 09 14 10
Natildeo informado 133 148 111 119 244 157 135 80 80
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Um importante fator a ser observado se refere ao peso da crianccedila ao nascer uma vez
que ele se encontra estreitamente relacionado ao oacutebito infantil A Tabela 16 apresenta o
54
percentual de oacutebitos ocorridos em RN com menos de 2500g sendo de 599 em 2007 e de 629
em 2015 mostrando algum decreacutescimo na proporccedilatildeo de oacutebitos infantis com peso adequado ao
nascimento
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Peso
nascer (500g)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
0g a 499g 53 54 112 50 58 49 53 44 50
0500g a 0999g 285 288 236 272 246 269 261 303 291
1000g a 1499g 99 117 105 103 105 114 124 120 109
1500g a 1999g 79 73 69 72 98 70 79 70 88
2000g a 2499g 83 67 68 76 74 83 73 97 101
2500g a 2999g 90 88 100 146 127 100 114 130 130
3000g a 3499g 91 95 108 82 93 127 109 138 129
3500g a 3999g 39 39 49 42 47 55 50 60 62
4000g a 4499g 09 06 11 08 08 08 23 13 19
4500g e mais 04 04 03 04 03 07 05 07 05
Ignorado 166 169 140 145 141 117 110 19 16
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
55
53 Mortalidade Infantil na AP 10
Em relaccedilatildeo a AP 10 apresentaremos os nuacutemeros absolutos dos oacutebitos infantis
ocorridos entre 2007 e 2015 e a proporccedilatildeo de seus componentes no mesmo periacuteodo
Como pode ser verificado na Tabela 17 em 2015 ocorreram 67 oacutebitos infantis sendo
esse nuacutemero de oacutebito infantil maior do que o apresentado no iniacutecio do periacuteodo de expansatildeo
recente da APS determinando assim o fato que motivou e caracterizou o interesse desse
estudo principalmente porque foram 17 oacutebitos a mais que os do ano anterior exatamente
quando a aacuterea jaacute atingia maior cobertura da ESF A maior proporccedilatildeo de oacutebitos de concentra
no periacuteodo neonatal precoce sendo observada uma variaccedilatildeo negativa da proporccedilatildeo de oacutebitos
poacutes-neonatais como esperado como ser observado na Tabela 18
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 por componentes de 2007 a 2015 Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 31 31 38 33 25 26 25 25 35
07-27 11 14 12 10 9 8 10 10 12
28d-lt1 24 23 32 19 24 16 28 15 20
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 470 456 463 532 431 520 397 500 522
07-27 167 206 146 161 155 160 159 200 179
28d-lt1 364 338 390 306 414 320 444 300 299
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Em relaccedilatildeo agraves taxas de mortalidade infantil na AP 10 durante o periacuteodo estudado
observa-se que 2008 2009 2013 e 2015 houve aumento dessas taxas principalmente no
periacuteodo neonatal precoce como se observa na Tabela 19 Quando comparamos essas mesmas
taxas de mortalidade agraves taxas de mortalidade infantil no MRJ vemos na Tabela 20 que as
TMI foram mais elevadas na AP 10 do que no MRJ nesses anos A mortalidade neonatal
precoce foi o componente da MI com maiores taxas A TMI no MRJ em 2015 se apresentou
56
menor do que a TMI em 2007 Fato esse que natildeo ocorreu na AP 10 quando a TMI aumentou
em 2015 em relaccedilatildeo a 2007
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 67 67 79 70 53 58 55 54 75
07-27 24 30 25 21 19 18 22 21 26
28d-lt1 52 50 66 40 51 36 62 32 43
Total 142 147 170 131 124 112 140 107 144 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 612 601 643 638 567 581 609 540 568
07-27 212 26 223 206 194 229 226 203 221
28d-lt1 483 498 500 466 490 457 431 384 416
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
As mesmas informaccedilotildees quando analisadas de modo que sejam observados os
valores natildeo por cada ano mas sim pelos os triecircnios estudados permitem identificar que o
nuacutemero de oacutebitos infantis e as TMI nos seus trecircs componentes principais se apresentaram
com decreacutescimo na AP 10 e no MRJ como se pode ver nas Tabelas 21 e 22 Entretanto a
variaccedilatildeo percentual na TMI e nos seus componentes foi maior na AP 10 que a variaccedilatildeo
percentual meacutedia do MRJ
Tabela 21 - TMI por componentes na AP 10 e por triecircnio de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 71 61 61 -10 -141
07-27 26 19 23 -03 -113
28d-lt1 56 43 46 -10 -178
Total 153 123 130 -23 -150 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 22 - TMI por componentes no MRJ e por triecircnio no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 -05 -80
07-27 23 21 22 -01 -43
28d-lt1 49 47 41 -08 -163
Total 134 127 120 -14 -104
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
57
No Graacutefico 11 estatildeo representadas as variaccedilotildees das TMI na AP 10 por componentes
nos trecircs triecircnios estudados
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10
Por triecircnio de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Na Mortalidade Infantil Proporcional por faixa etaacuteria observamos a manutenccedilatildeo do
padratildeo com maior proporccedilatildeo de oacutebitos infantis neonatais precoces o que jaacute se apresentava
desde o iniacutecio do periacuteodo estudado assim como jaacute era uma tendecircncia conhecida a partir dos
anos 90 na AP 10 como observada na Tabela 23
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015
lt 7d 463 494 472
07-27 171 159 178
28d-lt1 366 347 350
Total 1000 1000 1000
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
58
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10
Analisando as causas de oacutebitos infantis por capiacutetulos e categorias do Coacutedigo
Internacional de Doenccedilas (CID) vemos que a maior causa de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
correspondeu ao XVI capiacutetulo do CID ou seja por ldquoAlgumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatalrdquo (607 oacutebitos ou 555) Em seguida os oacutebitos mais preponderantes se relacionaram
ao XVII capiacutetulo do CID que trata de ldquoMalformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias
cromossocircmicasrdquo (233 oacutebitos) Essas duas causas somadas equivalem a mais ou menos 75
das causas de oacutebitos infantis por capiacutetulo do CID Considerando o periacuteodo de 2007 a 2015 as
causas mais preponderantes de oacutebitos infantis foram as mesmas observadas em 2015
Em relaccedilatildeo agrave categoria do CID a maior causa de mortalidade infantil no MRJ em
2015 correspondeu ao ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relacionadas com a gravidez atualrdquo (CID P00) Malformaccedilotildees congecircnitas
deformidades e anomalias cromossocircmicas (principalmente por ldquoOutras malformaccedilotildees
congecircnitas do coraccedilatildeordquo- CID Q24) ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CIDP36) e
ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por complicaccedilotildees maternas gravidezrdquo (CID P01)
Os oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ no periacuteodo de
2007 a 2015 satildeo apresentados no ANEXO 3 Natildeo estatildeo apresentadas as informaccedilotildees sobre
Mortalidade Infantil por grupo de causas para a AP 10 tendo em vista que o padratildeo de
distribuiccedilatildeo eacute semelhante ao do MRJ onde se apresenta um perfil de causas compatiacuteveis com
a classificaccedilatildeo sobre evitabilidade que seraacute apresentada depois
O Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave
gravidez atual corresponderam ao maior percentual de causa de morte infantil em 2015 no
MRJ e apresentou elevaccedilatildeo de seu percentual quando comparado a 2007 quando o
Desconforto Respiratoacuterio do Receacutem-Nascido era a causa mais preponderante como se
observa na Tabela 24 e Graacutefico 12
59
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Causa (CID10) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
P00 Feto e RN afetados por af
maternas natildeo obrigrelacionadas agrave
gravidez atual 54 55 90 100 88 112 123 95 98
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido 120 95 98 87 74 63 71 79 56
P36 Septicemia bacteriana do RN 70 80 68 61 48 58 70 79 89
P01 Feto e RN afetados por compl
maternas da gravidez 28 44 57 51 62 63 57 52 59
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircnitas do
coraccedilatildeo 51 51 44 39 47 48 56 55 37
P02 Feto e RN afetados por compl
placenta cordatildeo umb e membr 32 41 33 48 41 53 45 33 56
J18 Pneumonia pmicro-org NE 47 32 41 30 39 38 42 27 37
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade 35 27 26 37 38 28 25 27 23
P21 Asfixia ao nascer 41 38 37 23 19 20 20 24 28
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 13 19 17 32 27 31 21 21 27
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 12 ndash Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
O Graacutefico 13 mostra o aumento da TMI devido ao Feto e RN afetados por afecccedilotildees
maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual (CID P00) e a diminuiccedilatildeo da
TMI por Desconforto respiratoacuterio do receacutem-nascido (CID P22) apoacutes uma pequena elevaccedilatildeo
em 2014 A Tabela 25 mostra que a elevaccedilatildeo do Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas
natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual como causa da mortalidade infantil no
triecircnio 20132015 foi a mais acentuada (variaccedilatildeo de 39) e o Desconforto respiratoacuterio do
receacutem-nascido representou maior decreacutescimo no mesmo triecircnio com uma diminuiccedilatildeo de
36
60
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 25 ndash MI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio Causa (CID10) 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
P00 Fetos e receacutem-nascidos afetados por afec
maternas natildeo obr relacionados a gravidez
atual
67 100 106
39
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido
104 75 68
-36
P36 Septicemia bacteriana do receacutem-nascido 73 56 79
06
P01 Feto rec-nasc afet complic maternas
gravidez
43 59 56
13
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircn do coraccedilatildeo 49 44 49
0
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr
35 47 45
10
J18 Pneumonia pmicro-org NE 40 36 36 -04
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade
29 34 25
-04
P21 Asfixia ao nascer 39 21 24 -15
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 16 30 23 07
Total geral 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Lembrando o conceito de Malta (2010) sobre a morte infantil causada por afecccedilotildees
evitaacuteveis por intervenccedilotildees no SUS ou seja aquelas passiacuteveis de serem prevenidas ou
reduzidas por serviccedilos eficientes de sauacutede verificamos a seguir de que maneira ocorreram as
principais causas evitaacuteveis no MRJ e na AP 10 em particular
Segundo a Lista Brasileira de Causas Evitaacuteveis feita com dados do Sistema de
Informaccedilotildees sobre Mortalidade dispotildee-se de subgrupos de causas Esses subgrupos
correspondem agraves causas evitaacuteveis que satildeo aquelas Reduziacuteveis pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave
61
mulher no parto Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequados e Reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculada a
accedilotildees de atenccedilatildeo
As principais causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 foram relacionadas agraves causas
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (349 oacutebitos infantis) correspondendo a
319 dos oacutebitos Outras causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis de menores proporccedilotildees foram as
causas tais como ldquoReduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeordquo e agraves ldquoCausas mal definidasrdquo 05
e 33 respectivamente em 2015 como apresenta a Tabela 26 As ldquoDemais causas (natildeo
claramente evitaacuteveis)rdquo apresentaram um nuacutemero de 294 oacutebitos correspondendo somente a
269 do total Em resumo as causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
corresponderam a 698 como visualisamos na Tabela 27 Jaacute a Tabela 28 representa a
pequena diminuiccedilatildeo da TMI por causas evitaacuteveis no MRJ em 2015 (841000) em relaccedilatildeo agrave
TMI em 2007 de 891000 por causas evitaacuteveis
Tabela 26 -Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade no MRJ Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 03 03 01 03 04 05 00 03 05
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
na gestaccedilatildeo
269 274 319 320 309 331 351 320 319
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
no parto
104 99 94 80 77 76 73 75 86
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-
nascido
140 155 141 123 112 115 127 141 147
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e
tratamento adequado
112 87 95 72 101 89 96 72 79
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede
vinculada agraves accedilotildees de atenccedilatildeo
49 63 61 64 63 71 53 61 63
2 Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 677 682 710 662 667 687 701 671 698
Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
Natildeo claramente evitaacuteveis 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
62
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 89 93 97 87 83 87 89 76 84
Causas mal definidas 06 05 05 06 05 04 04 04 04
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 38 35 38 37 35 34 33 32
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo agora considerados os valores por triecircnios atraveacutes das taxas e da proporccedilatildeo por
grupo de causas nestes grupos segundo as informaccedilotildees descritas nas tabelas abaixo
Ao estudarmos os triecircnios no MRJ observamos que as causas Reduziacuteveis por
adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram as que apresentaram a maior taxa de
mortalidade infantil nos trecircs triecircnios como mostra a Tabela 29 As Causas mal definidas
foram as que tiveram maior reduccedilatildeo nos triecircnios estudados (-240) apresentada na Tabela
30 e Graacutefico 14 resultado que pode ser atribuiacutedo como decorrente da melhor investigaccedilatildeo
dos oacutebitos
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 00
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 39 41 40
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 13 10 09
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 20 15 17
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento
adequado
13 11 10
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a
accedilotildees de atenccedilatildeo
08 08 07
2 Causas mal definidas 05 05 04
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 36 37 33
Total 134 128 120
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeosegundo evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 93 86 83 -105
Causas mal definidas 05 05 04 -240
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 37 33 -87
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
63
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo apresentados os dados relacionados aos oacutebitos infantis evitaacuteveis de residentes na
aacuterea da AP 10 com os valores por ano no periacuteodo de 2007 a 2015 atraveacutes do nuacutemero
absoluto de oacutebitos da proporccedilatildeo por grupo de causas e as respectivas taxas por cada ano Em
seguida as informaccedilotildees apresentadas estatildeo agrupadas por triecircnio considerando-se o periacuteodo
de 2007 a 2015
O fato que chamou a atenccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo na AP 10 foi que
ocorreram 67 oacutebitos infantis em 2015 sendo 48 (716) desses oacutebitos ocorreram por causas
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS como pode ser observado nas Tabela 31 e Tabela 32
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 44 47 58 38 34 38 45 36 48
Causas mal definidas 2 3 1 8 4 2 1 1 2
Natildeo claramente evitaacuteveis 20 18 23 16 20 10 17 13 17
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
64
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 667 691 707 613 586 760 714 720 716
Causas mal definidas 30 44 12 129 69 40 16 20 30
Natildeo claramente evitaacuteveis 303 265 280 258 345 200 270 260 254
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 33 - TMI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 95 101 120 80 73 85 100 77 103
Causas mal definidas 04 06 02 17 09 04 02 02 04
Natildeo claramente evitaacuteveis 43 39 48 34 43 22 38 28 37
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A taxa de mortalidade por causas evitaacuteveis na AP 10 no ano de 2015 foi uma das
maiores do periacuteodo estudado de 103 por mil nascidos vivos sendo poreacutem menor que a taxa
que ocorreu 2009 de 120 oacutebitos em mil nascidos vivos como mostra a Tabela 33
Em todo o periacuteodo estudado as mortes por causas evitaacuteveis foram as que apresentaram
maior nuacutemero em relaccedilatildeo agraves demais causas Ainda na Tabela 33 podemos observar que a
TMI por Causas evitaacuteveis na AP 10 em 2015 (103 por 1000 nascidos vivos) se apresentou
maior do que no ano de 2007 (95) Poreacutem quando analisamos as TMI por triecircnios
verificamos que houve uma pequena reduccedilatildeo da mortalidade infantil por causas evitaacuteveis
assim como as demais causas
Quando analisamos os triecircnios observamos que a TMI na AP 10 por causas de morte
evitaacuteveis decresceu de 1061000 em 20072009 para uma taxa de 931000 em 20132015
As causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram responsaacuteveis pelo
maior percentual de causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis apresentando 333 no triecircnio
20132015 apresentado nas Tabelas 34 35 e 36 embora tenha tido uma diminuiccedilatildeo de sua
TMI no triecircnio 200132015 em relaccedilatildeo ao triecircnio 20072009
65
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 06
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 329 359 333
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 93 76 67
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 116 94 139
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequado 102 71 78
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo
51 47 94
2 Causas mal definidas 28 82 22
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 282 271 261
Total 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10 Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 106 79 93 -13
Causas mal
definidas
04 10 03 -01
Natildeo claramente
evitaacuteveis
43 33 34 -09
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de
imunizaccedilatildeo
00 00 01 01
121 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
50 44 43 -07
122 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher no parto
14 09 09 -05
123 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao receacutem-nascido
18 12 18 0
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequado
16 09 10 -06
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave
sauacutede vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo
08 06 12 04
2 Causas mal definidas 04 10 03 -01
3 Demais causas (natildeo claramente
evitaacuteveis)
43 33 34 -09
Total 153 123 130 -23 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
66
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs
A seguir os dados analisados no presente estudo estatildeo resumidos incluindo-se
informaccedilotildees de todas as aacutereas da Cidade sendo apresentados na Tabela 37
Desse modo podemos constatar que em todas as AP exceto na AP 10 e na AP 32
houve um aumento da taxa de natalidade de 2007 a 2015 no municiacutepio do Rio de Janeiro O
percentual de crianccedilas nascidas com baixo peso na AP 10 foi equivalente ao MRJ em 2015
apresentado a maior reduccedilatildeo de todas as AP
Embora a proporccedilatildeo de nascimentos com menos de 7 consultas preacute-natal na AP 10
tenha diminuiacutedo no triecircnio 201315 essa reduccedilatildeo foi inferior a reduccedilatildeo ocorrida em todo o
municiacutepio do Rio de Janeiro Ainda na AP 10 podemos observar que apesar de ainda
apresentar um grande percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 20132015
ela teve uma reduccedilatildeo maior do que a ocorrida no MRJ no mesmo triecircnio
O maior percentual de parto cesaacutereo ocorreu na AP 22 enquanto a AP 10 apresentou
um dos menores percentuais nesse uacuteltimo triecircnio estudado O maior aumento do percentual de
partos cesaacutereos em 2015 ocorreu na AP 53 enquanto o menor aumento desse percentual
ocorreu na AP 31
A maior proporccedilatildeo de parto realizado nos SUS aconteceu na AP 53 No triecircnio
20132015 a maior taxa de moralidade infantil se deu na AP 33 e a taxa de mortalidade
infantil estimada para o triecircnio na AP 10 foi de 131000 sendo maior do que a verificada no
MRJ taxa de 120 A AP 21 foi a que apresentou a menor taxa no uacuteltimo triecircnio do estudo
de 85
A taxa de mortalidade neonatal foi maior do que a taxa de mortalidade poacutes-neonatal agrave
custas da maior incidecircncia de oacutebitos no periacuteodo neonatal precoce A TMI por causas evitaacuteveis
diminuiu em todas as AP no triecircnio 201315 quando comparada ao triecircnio 200709 exceto
nas AP 33 e AP 53 A maior reduccedilatildeo dessa TMI ocorreu na AP 22 com uma diminuiccedilatildeo de
4444
67
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash
MRJ e APs ndash 2007 e 2017
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Taxa de
Natalidade
2007
1605
978
966
1289
1289
1342
1425
1274
1511
1603
1329
Taxa de
Natalidade
2015
1563
1028
983
1362
1275
1383
1696
1403
1721
1824
1432
Percentual
de BPN
triecircnio
20132015
92
87
88
92
97
95
92
92
89
94
92
Variaccedilatildeo
BPN
2007-2009 e
2013-2015
-116
-52
-81
-63
-17
-47
-33
-42
-30
-08
-43
Proporccedilatildeo
de Nasc
com menos
de 7 cons
Preacute Natal
Triecircnio
20132015
278
120
148
292
230
314
219
284
272
274
254
Variaccedilatildeo
da Propde
Nasc com
menos de 7
cons Preacute
Natal
2007-2009 e
2013-2015
-158
-309
-134
-163
-230
11
-248
-187
-137
-284
-170
Propde
Nasc de
Matildees
Adolesc
Triecircnio
20132015
181
84
103
183
152
174
123
179
169
214
159
Variaccedilatildeo
de Nasc de
Matildees Adol
20072009 e
20132015
-79
-169
-180
-21
-86
-20
-107
-42
-62
-41
-62
Proporccedilatildeo
de Nascim
Parto
Cesaacutereo
Triecircnio
20132015
486
640
670
515
572
577
615
534
580
477
567
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto
Cesaacutereo-
Triecircnio
20072015
16
21
19
01
49
82
70
18
147
140
57
68
(cont)
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Proporccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
Triecircnio
20132015
629
263
164
671
570
616
509
699
628
765
579
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
20072015
170
72
-513
275
-13
57
-06
54
-07
21
57
TMI total
20132015
130
85
77
129
114
140
100
133
109
171
120
TMI
Neonatal
Precoce
20132015
61
42
40
54
48
77
47
62
52
84
57
TMI
Neonatal
Tardia
20132015
23
19
10
26
23
21
19
24
20
30
22
TMI
Neonatal
20132015
84
61
50
80
71
98
67
86
72
114
79
TMI Poacutes
Neonatal
20132015
46
23
27
49
43
43
34
47
37
57
41
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20072009
106
59
81
95
90
96
75
108
96
115
93
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20132015
93
53
45
89
70
100
63
95
78
135
83
Variaccedilatildeo
de Oacutebitos
Infantis por
Causas
Evitaacuteveis
20072015
-1226
-1016
-4444
-631
-2222
416
-160
-1203
-1875
1739
-1075
Fonte SIMSINASCSVSSMS Rio-2017
69
6 DISCUSSAtildeO
Os indicadores de sauacutede podem ser afetados em seus valores ao longo do tempo
quando satildeo disponibilizados melhores serviccedilos de atenccedilatildeo agrave sauacutede assim como quando satildeo
observadas melhores condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo Inclusive iniciativas de poliacuteticas
puacuteblicas que visem beneficiar a populaccedilatildeo satildeo tatildeo importantes que podem afetar diretamente
a ocorrecircncia de fatores de risco
Neste estudo pocircde-se observar alteraccedilatildeo de alguns fatores relacionados teoricamente agrave
Mortalidade Infantil para todo o MRJ e na AP 10 quando consideradas as informaccedilotildees sobre
parto e nascimento do SINASC
Considerando a Proporccedilatildeo de Baixo Peso ao nascer houve um decreacutescimo de 116
de nascimento de crianccedilas com baixo peso (lt 2500g) na AP 10 o maior decreacutescimo entre as
aacutereas programaacuteticas O MRJ tambeacutem apresentou reduccedilatildeo desse percentual Para Gaiva (2014)
um grande nuacutemero de estudos aponta o baixo peso como um dos principais fatores
relacionados ao aumento do risco de oacutebito neonatal A prematuridade e o crescimento
intrauterino restrito satildeo os principais determinantes do baixo peso ao nascer e podem ser
avaliados atraveacutes de um acompanhamento preacute-natal de qualidade assim como uma adequada
atenccedilatildeo no momento do parto (GAIVA 2014)
Os nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes diminuiacuteram em todas as AP ao
longo do periacuteodo analisado sendo que o maior decreacutescimo ocorreu na AP 22
A idade materna eacute uma importante caracteriacutestica da gestante que traz riscos evidentes
quando a matildee se encontra abaixo dos 20 anos e quando se encontra acima dos 35 anos de
idade Em um estudo de Lima et al 2010 sobre a associaccedilatildeo entre a mortalidade neonatal
precoce e poacutes-neonatal e a idade da matildee observou-se que quando a idade materna eacute maior de
35 anos e na adolescecircncia haacute associaccedilatildeo respectivamente ao oacutebito neonatal precoce e poacutes-
neonatal Imaturidade bioloacutegica fatores socioeconocircmicos e a natildeo realizaccedilatildeo das consultas
preacute-natais necessaacuterias podem estar associados agraves adolescentes Jaacute as matildees acima de 35 anos
podem apresentar fatores como comorbidades partos ciruacutergicos e fetos com anomalias
congecircnitas que podem levar ao oacutebito infantil apesar de muitas vezes disporem de melhores
condiccedilotildees socioeconocircmicas e adequados cuidados preacute-natais (LIMA et al 2010)
70
Em relaccedilatildeo ao tipo de parto se cesaacutereo ou normal observamos um aumento do parto
cesaacutereo em todo o MRJ sendo que esse aumento foi acentuado nas AP 53 e AP 52 entre
2007 e 2015 No MRJ observou-se um aumento de 57 de parto cesaacutereo enquanto a AP 10
apresentou um aumento de 16 O parto cesaacutereo estaacute cada vez mais frequente no Brasil
assim como no resto do mundo e embora seja cada vez mais seguro ele ainda apresenta riscos
(PATAH 2011) Segundo Lansky (2014) a taxa de cesaacutereas no Brasil era de 535 em 2011
A OMS recomenda que ele seja realizado quando necessaacuterio para evitar complicaccedilotildees para
matildee e filho A Federaccedilatildeo Internacional de Ginecologia e Obstetriacutecia (FIGO) preconiza uma
proporccedilatildeo maacutexima de cesaacutereas ateacute 20 dos partos e a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede ateacute
15 dos partos (Soares 2010) Em um estudo de Sanders et al (2017) para analisar fatores
relacionados ao oacutebito infantil em Fortaleza (Cearaacute) eles verificaram que o parto cesaacutereo
demonstrou ser um fator de proteccedilatildeo para a mortalidade infantil quando realizado em
gestantes de alto risco
O nuacutemero de nascimentos de matildees com adequado nuacutemero de consultas de preacute-natal
tambeacutem eacute importante a ser observado uma vez que as gestantes que realizam menos do que
seis consultas de preacute-natal apresentam risco maior de terem oacutebito fetal (KLEIN et al 2012)
Observamos nesse estudo que o percentual de nascidos vivos de gestantes com 7 ou mais
consultas de preacute-natal aumentou em todas as AP (exceto a AP 33) de 2007 a 2015 As matildees
que realizaram um nuacutemero de consultas menor do que 7 apresentaram um iacutendice de oacutebitos
proporcionalmente maior ratificando o niacutevel de fator de risco de oacutebitos de receacutem-nascidos em
relaccedilatildeo ao numero de consultas preacute-natal Observa-se inclusive que o niacutevel de oacutebitos
decresceu graccedilas ao aumento percentual de incidecircncia de 7 ou mais consulta para as matildees em
todas as AP excetuando as AP 22 e AP 33 Fernandes (2016) reforccedila que a proporccedilatildeo de
atendimentos e consultas de preacute-natal tem sido fundamental na relaccedilatildeo direta da diminuiccedilatildeo
da ocorrecircncia do baixo peso dos receacutem-natos comparando-se com os percentuais de
incidecircncia de baixo peso quando natildeo haacute um expressivo nuacutemero de consultas de preacute-natal
Em relaccedilatildeo agrave idade gestacional o maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 tenha
ocorrido em nascidos vivos entre a 37- 41 semanas de gestaccedilatildeo e somente em seguida os
prematuros entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo de 2007 a 2015 embora um estudo de Klein
(2012) a natimortalidade e a neomortalidade encontrem-se mais associadas agrave baixa idade
gestacional
Os nascimentos ocorridos em maternidades do SUS aumentaram 17 na AP 10 nos
triecircnios analisados presumindo-se aumento de oferta de leitos puacuteblicos na aacuterea enquanto no
71
MRJ houve um aumento menor de 57 Para Barbeiro (2015) a mortalidade fetal pode ser
encontrada em maior nuacutemero em gestantes com condiccedilotildees socioeconocircmicas precaacuterias que
satildeo aquelas que utilizam as maternidades do SUS
Nesse trabalho natildeo foram levados em conta outros fatores de risco para mortalidade
infantil tais como a escolaridade da matildee a presenccedila de gestaccedilotildees anteriores ao parto atual
Apgar de 5ordm minuto menor ou igual a 7 a raccedilacor da matildee entre outros assim como outros
fatores relacionados agrave morte infantil que poderatildeo ser explorados em estudos posteriores
Embora tenha ocorrido um aumento importante de oacutebitos infantis em 2015 na AP 10
que chamou dos gestores da SMS analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP 10
e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes ao
longo do periacuteodo estudado
A taxa de mortalidade infantil na AP 10 em 2015 era de 144 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos superior a do MRJ no mesmo ano que foi de 121 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos Satildeo taxas essas ainda altas quando comparadas a paiacuteses jaacute mencionados como
Japatildeo (TMI 20) Canadaacute (TMI 40) e Estados Unidos da Ameacuterica (TMI 60) (UNICEF
2015)
O componente poacutes-neonatal estaacute mais relacionado agraves condiccedilotildees baacutesicas de sauacutede
como a aacutegua tratada saneamento baacutesico acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede condiccedilotildees
socioeconocircmicas especialmente as relativas agrave renda Essas condiccedilotildees satildeo passiacuteveis de serem
modificadas atraveacutes de uma poliacutetica de sauacutede que atenda a essas necessidades Outros fatores
que influenciam as condiccedilotildees de vida aleacutem da renda familiar satildeo o grau de escolaridade dos
pais o acesso uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel e moradia salubre (FERRARI 2012) Em 2013 as
principais causas poacutes-neonatais no MRJ foram segundo o capiacutetulo da CID 10 as
Malformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias cromossocircmicas (cap XVII) 253 as
Doenccedilas do aparelho respiratoacuterio- pneumonia e bronquiolite aguda- (cap X) 178
Algumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (cap XVI) 128 e Algumas doenccedilas
infecciosas e parasitaacuterias (cap I) 109 As causas baacutesicas segundo causas externas foi por
Riscos NE a respiraccedilatildeo (W84) 50 e Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico (W78) 325(site da
SUBPAV acesso em 18052017)
A principal causa neonatal de oacutebito infantil no MRJ em 2015 correspondeu ao feto e
receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas com agrave
gravidez atual (CID P00) afecccedilotildees essas principalmente relacionadas a transtornos maternos
hipertensivos e do trato urinaacuterio As outras duas grandes causas de morte infantil no MRJ
72
corresponderam a ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CID P36) e ldquoOutras
malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeordquo (CID Q24) Ainda em 2015 698 dos oacutebitos infantis
foram por causas evitaacuteveis no MRJ Houve uma reduccedilatildeo de 105 na taxa de mortalidade
infantil no MRJ por causas evitaacuteveis nos triecircnios analisados Essa reduccedilatildeo deveu-se
principalmente agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Houve um
aumento da TMI devido agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na
AP10 no periacuteodo estudado ainda observa-se uma proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis
por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede relacionadas aos oacutebitos infantis
Em 2015 a AP 10 apresentou 716 dos oacutebitos por Causas evitaacuteveis Houve reduccedilatildeo
de suas TMI nos triecircnios estudados sendo a maior reduccedilatildeo devida agraves Causas Mal Definidas
(reduccedilatildeo de 321) A TMI (103) em 2015 que se relacionou agraves causas evitaacuteveis de oacutebitos
infantis principalmente agraves causas ldquoReduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeordquo
(358) mostram assim a importacircncia da atenccedilatildeo agrave sauacutede da gestante na assistecircncia Preacute Natal
da Atenccedilatildeo Primaacuteria e na rede de serviccedilos
A gestante quando apresenta um nuacutemero de consultas preacute- natais maior ou igual a seis
e o iniacutecio dessas consultas se faz de maneira precoce esses fatores exercem uma proteccedilatildeo agrave
gestante e ao RN A boa qualidade dessa atenccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo tambeacutem faz com que haja
diminuiccedilatildeo da morte infantil (SILVA 2013) Esses oacutebitos poderatildeo ser evitados cada vez
mais atraveacutes de accedilotildees preventivas diagnoacutestico e tratamento precoce pelos serviccedilos de sauacutede
Estudos apontam que o as gestante que realizam 6 ou mais consultas de preacute-natal tem 4 x
menos chances que seu filho venha a oacutebito (BRUM 2015)
A hipertensatildeo eclampsia infecccedilatildeo urinaacuteria hemorragia anemia e idade gestacional
inferior a 37 semanas satildeo fatores relacionados agrave gestante que se associam agrave prematuridade e
ao baixo peso ao nascer Com o controle devido desses fatores atraveacutes de assistecircncia adequada
ao preacute- natal os oacutebitos infantis podem ser evitados (SILVA 2013) Daiacute a importacircncia da
gestante ter faacutecil acesso ao serviccedilo de sauacutede para fazer um exame preacute-natal adequado e ser
referenciada a uma maternidade para completar a sua assistecircncia e a de seu filho A maior
parte dos partos ocorre em hospitais mas isso natildeo impede os altos iacutendices de
morbimortalidade materna e perinatal produzidas por uma assistecircncia possivelmente falha
somada a um desnecessaacuterio e elevado nuacutemero de cesarianas Um adequado controle preacute-natal
assim como a prevenccedilatildeo de cesarianas sem indicaccedilotildees teacutecnicas especiacuteficas levando agrave
prematuridade iatrogecircnica podem contribuir significativamente para a reduccedilatildeo desses oacutebitos
(LANSKY 2014)
73
As afecccedilotildees perinatais encontram-se relacionadas ao cuidado preacute- natal e agrave gestante agraves
condiccedilotildees do receacutem- nascido e ao parto (Bezerra 2007) A concentraccedilatildeo maior das causas
evitaacuteveis desses oacutebitos se encontra no grupo das causas reduziacuteveis pela atenccedilatildeo agrave gestaccedilatildeo
parto feto e receacutem-nato em torno de 39 As reduziacuteveis por adequado atenccedilatildeo ao RN
correspondem a 29 seguidas das causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao parto (15)
Aquelas que estatildeo ligadas a accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequados correspondem a
15 as que necessitam de accedilotildees de promoccedilatildeo vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo se encontram
com 7 das causas e pequena parte se deve a accedilotildees de imunizaccedilotildees (BEZERRA 2007)
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes desse estudo observamos que apesar da Mortalidade Infantil no MRJ e na AP
10 tenham decrescido nos triecircnios analisados ambos satildeo ainda altas taxas de mortalidade
infantil Apesar do decliacutenio da TMI ocorrer haacute deacutecadas se faz necessaacuterio a elaboraccedilatildeo de
estrateacutegias de enfrentamento de suas causas que satildeo na sua maioria evitaacuteveis A ampliaccedilatildeo da
vigilacircncia de oacutebitos no MRJ foi uma importante estrateacutegia implantada a fim de contribuir para
a melhor qualificaccedilatildeo das causas de morte infantil para que se faccedilam accedilotildees que diminuam os
oacutebitos infantis por causas que possam ser evitadas
Em virtude da ocorrecircncia importante de oacutebitos infantis em filhos de matildees
adolescentes haacute portanto a necessidade de incrementar accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo em
sauacutede da mulher principalmente nas faixas etaacuterias extremas e em especial nas adolescentes
Pesquisas relacionadas agrave idade materna assim como a outros fatores relacionados agrave morte
infantil tambeacutem devem ser ampliadas Aleacutem disso eacute importante que se invista em accedilotildees de
poliacuteticas publicas que objetivem conscientizaccedilatildeo desses jovens do ponto de vista da educaccedilatildeo
sexual com orientaccedilotildees sobre o uso de preservativos e planejamento familiar
Devido ao aumento da cesariana tanto no MRJ como na AP 10 esforccedilos devem ser
feitos para que a cesariana seja feita apenas com recomendaccedilotildees teacutecnicas precisas e natildeo
indiscriminadamente para gestante de baixo risco Eacute importante preparar a gestante durante o
cuidado preacute-natal e enfatizar a importacircncia do parto humanizado
Um preacute-natal qualificado agrave gestante tem importacircncia fundamental para a diminuiccedilatildeo
dos oacutebitos infantis
Essa pesquisa foi realizada com a perspectiva de contribuir com a Coordenadoria da
AP 10 atraveacutes de dados recentes para uma melhor visibilidade da tendecircncia da mortalidade
74
infantil e de seus componentes assim como os fatores de risco relacionados Os dados aqui
apresentados seratildeo disponibilizados para a gestatildeo da CAP 10 a fim de que seja produzido um
informe teacutecnico especiacutefico sobre Mortalidade Infantil sensibilizando profissionais e gestores
da APS sobre a necessidade de reduccedilatildeo das causas de oacutebitos evitaacuteveis por intervenccedilotildees do
SUS
Como este foi um estudo exploratoacuterio descritivo natildeo eacute possiacutevel estabelecer-se relaccedilatildeo
entre o aumento da cobertura da APS na aacuterea e os indicadores de oacutebitos infantis Entretanto o
quadro geral apresentado na AP 10 mostra-se como ainda instaacutevel considerando-se a
expectativa de reduccedilatildeo da TMI na medida em que ocorre maior oferta de serviccedilos na APS
75
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2009
80
ANEXO 1
Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
Ano Mecircs Populaccedilatildeo
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Equipe de Sauacutede
Bucal
Modalidade I
Implantados Proporccedilatildeo de cobertura populacional estimada Credenciadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede
1999 01 5569181 0 000 0
1999 12 5569181 0 000 0
2000 01 5598953 0 000 0
2000 12 5598953 22 136 0
2001 01 5613897 22 135 0
2001 12 5897485 19 111 0
2002 01 5897485 19 111 0
2002 12 5897485 23 135 0
2003 01 5897485 23 135 0
2003 12 5937253 23 134 0
2004 01 5937253 23 134 0
2004 12 5974081 57 329 0
2005 01 5974081 57 329 50
2005 12 5974081 96 554 0
2006 01 5974081 98 566 0
2006 12 6094183 118 668 0
2007 01 6094183 119 674 0
2007 12 6136652 131 736 35
2008 01 6136652 144 810 35
2008 12 6136652 128 720 35
2009 01 6161047 124 694 35
2009 12 6161047 165 924 35
2010 01 6161047 170 952 35
2010 12 6186710 266 1483 228
2011 01 6186710 281 1567 228
2011 12 6320446 506 2762 228
2012 01 6320446 585 3193 228
2012 12 6355949 734 3984 528
2013 01 6355949 749 4066 528
2013 12 6390290 730 3941 528
2014 01 6390290 720 3887 528
2014 12 6390290 831 4486 528
2015 01 6390290 832 4492 528
2015 12 6390290 855 4616 528
2016 01 6390290 855 4616 528
Fonte MSSASDAB e IBGE
81
ANEXO 2
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do
Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil
Para menores de 5 anos no Grupo 1 - Causas Evitaacuteveis destacam-se
1 Grupo 1 - Causas evitaacuteveis
11 Reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo Tuberculose do sistema nervoso (A17)
Tuberculose miliar (A19) Teacutetano neonatal (A33) Outros tipos de teacutetano (A35) Difteria
(A36) Coqueluche (A37) Poliomielite aguda (A80) Sarampo (B05) Rubeacuteola (B06)
Hepatite B (B16) Caxumba (B260) Meningite por Haemophilus (G000) Rubeacuteola congecircnita
(P350) Hepatite viral congecircnita (P353)
12 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo parto feto e ao receacutem-nascido
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Siacutefilis congecircnita (A50)
Doenccedilas pelo viacuterus da imunodeficiecircncia humana (B20 a B24) Feto e receacutem-nascidos afetados
por complicaccedilotildees da placenta e das membranas (P022 P023 P027 P028 P029) Afecccedilotildees
maternas que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P00 P04) Complicaccedilotildees maternas da
gravidez que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P01) Crescimento fetal retardado e
desnutriccedilatildeo fetal (P05) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e baixo peso
ao nascer natildeo classificados em outra parte (P07) Siacutendrome da anguacutestia respiratoacuteria do
receacutem-nascido (P220) Hemorragia pulmonar originada no periacuteodo perinatal (P26)
Hemorragia intracraniana natildeo traumaacutetica do feto e do receacutem-nascido (P52) Isoimunizaccedilatildeo Rh
e ABO do feto ou do receacutem-nascido (P550 P551) Doenccedilas hemoliacuteticas do feto ou do
receacutem-nascido devidas agrave isoimunizaccedilatildeo (P558 a P579) Enterocolite necrotizante do feto e
do receacutem-nascido (P77)
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Placenta preacutevia e descolamento
prematuro da placenta (P020 a P021) Feto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees do cordatildeo
umbilical (P024 a P026) Outras complicaccedilotildees do trabalho de parto ou do parto que afetam o
receacutem-nascido (P03) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo prolongada e peso elevado ao
nascer (P08) Traumatismo de parto (P10 a P15) Hipoacutexia intra-uterina e asfixia ao nascer
(P20 P21) Aspiraccedilatildeo neonatal (P24 exceto P243)
82
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido Transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal (P221 P228 P229 P23 P25 P27 P28) Infecccedilotildees
especiacuteficas do periacuteodo perinatal (P35 a P399 exceto P350 e P353) Hemorragia neonatal
(P50 a P54) Outras icteriacutecias perinatais (P58 P59) Transtornos endoacutecrinos e metaboacutelicos
transitoacuterios especiacuteficos e do receacutem-nascido (P70 a P74) Transtornos hematoloacutegicos do
receacutem-nascido (P60 P61) Transtornos do aparelho digestivo do receacutem-nascido (P75 a P78)
Afecccedilotildees que comprometem o tegumento e a regulaccedilatildeo teacutermica do receacutem-nascido (P80 a
P83) Outros transtornos originados no periacuteodo perinatal (P90 a P968)
13 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento Tuberculose respiratoacuteria
com confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A15) Tuberculose das vias respiratoacuterias sem
confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A16) Tuberculose de outros oacutergatildeos (A18)
Meningite (G001 a G03) Infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas superiores (J00 a J06) Pneumonia
(J12 a J18) Outras infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas inferiores (J20 a J22) Edema de laringe
(J384) Doenccedilas crocircnicas das vias aeacutereas inferiores (J40 a J47 exceto J43 e J44) Doenccedilas
pulmonares devidas a agentes externos (J68 a J69) Outras doenccedilas causadas por clamiacutedias
(A70 a A74) Outras doenccedilas bacterianas (A30 A31 A32 A38 A39 A40 A41 A46 A49)
Hipotireoidismo congecircnito (E030 E031) Diabetes mellitus (E10 a E14) Distuacuterbios
metaboacutelicos ndash fenilcetonuacuteria (E700) e deficiecircncia congecircnita de lactase (E730) Epilepsia
(G40 G41) Siacutendrome de Down (Q90) Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio (N390) Febre reumaacutetica e
doenccedila cardiacuteaca reumaacutetica (I00 a I09)
14 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede Doenccedilas infecciosas intestinais (A00 a A09) Algumas doenccedilas bacterianas
zoonoacuteticas (A20 a A28) Febres por arboviacuterus e febres hemorraacutegicas virais (A90 a A99)
Rickettsioses (A75 a A79) Raiva (A82) Doenccedilas devidas a protozoaacuterios (B50 a B64)
Helmintiacuteases (B65 a B83) Outras doenccedilas infecciosas (B99) Anemias nutricionais (D50 a
D53) Deficiecircncias nutricionais (E40 a E64) Desidrataccedilatildeo (E86) Acidentes de transportes
(V01 a V99) Envenenamento acidental por exposiccedilatildeo a substacircncias nocivas (X40 a X44)
Intoxicaccedilatildeo acidental por outras substacircncias (X45 a X49) Siacutendrome da morte suacutebita na
infacircncia (R95) Quedas acidentais (W00 a W19) Exposiccedilatildeo ao fumo ao fogo e agraves chamas
(X00 a X09) Exposiccedilatildeo agraves forccedilas da natureza (X30 a X39) Afogamento e submersatildeo
acidentais (W65 a W74) Outros riscos acidentais agrave respiraccedilatildeo (W75 a W84) Exposiccedilatildeo agrave
corrente eleacutetrica agrave radiaccedilatildeo e a temperaturas e pressotildees extremas do ambiente (W85 a W99)
Agressotildees (X85 a Y09) Eventos cuja intenccedilatildeo eacute indeterminada (Y10 a Y34) Exposiccedilatildeo a
forccedilas mecacircnicas inanimadas (W20 a W49) Acidentes ocorridos em pacientes durante
83
prestaccedilatildeo de cuidados meacutedicos e ciruacutergicos (Y60 a Y69) Reaccedilatildeo anormal em pacientes ou
complicaccedilatildeo tardia causadas por procedimentos ciruacutergicos e outros procedimentos meacutedicos
sem menccedilatildeo de acidentes ao tempo do procedimento (Y83 a Y84) Efeitos adversos de
drogas medicamentos e substacircncias bioloacutegicas usadas com finalidade terapecircutica (Y40 a
Y59)
No grupo 2 - Causas de morte mal-definidas
2 Causas de morte mal-definidas Sintomas sinais e achados anormais de exames cliacutenicos e
de laboratoacuterio natildeo classificados em outra parte (R00 a R99 exceto R95) Morte fetal de causa
natildeo especificada (P95) Afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal natildeo especificadas (P 969)
No grupo 3 - Demais causas de morte (natildeo claramente evitaacuteveis)
1 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) As demais causas de morte O grupo de
especialistas sugeriu que as anaacutelises fossem processadas por peso ao nascer
considerando evitaacuteveis as mortes de casos com peso a partir de 1500g subdivididos
nas seguintes categorias 1500g a 2499g ge2500g Recomendou-se realizar novas
validaccedilotildees da lista e verificar criteacuterios de magnitude para inclusatildeo na lista Os
acidentes de tracircnsitotransporte antes incluindo os coacutedigos V01 a V89 passaram
incluir os coacutedigos de V01 a V99
84
ANEXO 3
Oacutebitos Infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ Causa (CID10 3C) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
P00 -Feto e RN afetados afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relac gravidez atual (NCOP) 58 62 104 109 94 123 137 97 107 891
P22 Desconforto respiratoacuterio do RN 129 106 113 95 79 69 79 80 61 811
P36 Septicemia bacteriana do RN 75 90 78 66 52 64 78 80 97 680
P01 Feto e RN afet complic maternas gravidez 30 49 66 56 67 69 63 53 64 517
Q24 Outr malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeo 55 57 51 42 50 53 62 56 40 466
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr 34 46 38 52 44 58 50 34 61 417
J18 Pneumonia pmicroorg NE 50 36 47 33 42 42 47 27 41 365
R99 Outr causas mal definidas e NE
mortalidade 38 30 30 40 41 31 28 27 25 290
P21 Asfixia ao nascer 44 43 42 25 20 22 22 24 31 273
W84 Riscos NE a respiracao 14 21 20 35 29 34 23 21 30 227
P96 Outr afeccoes originadas periodo
perinatal 31 30 31 29 16 19 26 19 22 223
P07 Transt rel gest curt dur peso baix nasc
NCOP 23 25 30 26 13 11 22 21 23 194
P24 Sindr de aspiracao neonatal 28 17 16 17 20 24 24 22 21 189
Q89 Outr malformaccedilotildees congen NCOP 18 17 18 22 28 26 27 18 15 189
Q33 Malformaccedilotildees congen do pulmao 26 28 26 25 19 16 18 18 9 185
J21 Bronquiolite aguda 14 10 17 16 25 20 20 10 22 154
A50 Siacutefilis congecircnita 5 7 11 20 22 27 23 15 23 153
P77 Enterocolite necrotizante do feto e RN 9 20 14 8 16 21 21 24 20 153
A41 Outr septicemias 29 14 13 13 15 11 19 19 6 139
Q91 Sindr de Edwards e sindr de Patau 10 15 9 14 24 21 11 12 12 128
Q79 Malformaccedilotildees congen sist osteomuscular
NCOP 16 9 12 14 12 17 19 8 18 125
Q25 Malformaccedilotildees congen das grandes
arterias 7 19 18 16 14 11 11 12 14 122
Q20 Malformaccedilotildees congen camaras e
comunicaccedilotildees card 13 15 12 14 11 6 9 8 14 102
P29 Transt cardiovasc orig periacuteodo perinatal 16 7 12 15 5 9 8 18 11 101
Q00 Anencefalia e malformacoes similares 14 20 8 9 13 13 6 8 10 101
W78 Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico 11 11 9 9 10 11 16 10 13 100
Q21 Malformaccedilotildees congen dos septos
cardiacos 9 17 14 6 16 11 4 12 7 96
P20 Hipoacutexia intra-uterina 11 8 3 8 10 10 7 14 15 86
Q04 Outr malformaccedilotildees congen do ceacuterebro 10 5 8 9 6 8 6 13 17 82
P03 Fet rec-nasc afet out compl trab parto
parto 7 14 18 10 10 8 6 4 5 82
P39 Outr infecc especificas do periodo
perinatal 12 17 12 7 8 5 8 3 3 75
P28 Outr afeccoes respirat orig per perinatal 8 5 8 4 9 4 4 11 19 72
A09 Diarreia e gastroenterite orig infecc
presum 10 10 11 7 5 4 5 8 8 68
Q03 Hidrocefalia congen 8 4 10 10 6 6 5 8 10 67
Q90 Sindr de Down 6 11 7 3 8 6 7 4 7 59
P23 Pneumonia congen 7 7 7 11 5 5 5 5 5 57
Q99 Outr anomalias dos cromossomos NCOP 5 4 5 5 3 11 10 5 8 56
P26 Hemorragia pulmonar orig periodo
perinatal 5 5 5 3 6 7 10 3 11 55
P27 Doenc respirat cron orig periodo perinatal 2 8 4 10 9 8 3 7 4 55
G80 Paralisia cerebral infantil 3 3 4 9 8 9 6 2 2 46
P04 Fet rec-nasc infl af noc trans plac leit mat 4 5 6 6 10 3 3 5 2 44
G00 Meningite bacter NCOP 7 6 6 7 7 3 2 5 1 44
W79 nalacao ingest aliment caus obstr trat resp 2 3 5 3 1 6 4 4 6 34
Q87 Outr sindr cmalform cong q acomet mult
sist 0 3 7 2 3 1 5 8 5 34
P61 Outr transt hematologicos perinatais 1 5 3 2 7 5 4 5 2 34
P25 Enfisema interst afecc corr orig per perinat 5 6 8 4 3 1 2 3 0 32
85
Q23Malformaccedilotildees congen v aortica e mitral 3 1 2 5 4 1 4 3 8 31
P37 Outr doenc infecc e parasit congen 1 5 3 2 4 2 7 3 4 31
P52 Hemorragia intracran nao-traum feto rec-
nasc 6 4 5 3 3 0 3 4 2 30
Q60 Agenesia renal e outr defeitos reducao
rim 3 3 1 5 4 1 0 7 5 29
A39 Infecc meningogocica 1 5 7 3 2 3 4 2 2 29
J69 Pneumonite dev solidos e liquidos 4 7 5 0 5 5 1 0 1 28
Q22 Malform congen valvas pulmonar
tricuspide 4 4 2 4 3 4 0 3 3 27
I27 Outr form de doenc cardiaca pulmonar 2 7 2 2 3 4 1 1 3 25
Q39 Malformacoes congen do esofago 4 2 0 5 5 4 1 1 2 24
J98 Outr transt respirat 0 6 3 4 2 3 2 3 1 24
P83 Outr afecc compr tegum espec feto rec-
nasc 2 5 2 3 0 2 0 4 5 23
Q61 Doenc cisticas do rim 1 2 1 4 3 2 2 4 3 22
G04 Encefalite mielite e encefalomielite 1 2 3 4 3 3 3 0 3 22
I42 Cardiomiopatias 4 2 0 1 2 1 0 2 9 21
Q43 Outr malformaccedilotildees congen do intestino 3 2 1 1 3 3 3 3 2 21
E46 Desnutric proteico-calorica NE 4 4 1 2 3 4 1 1 1 21
K56 Ileo paralitico e obstr intestinal shernia 3 0 2 1 3 1 1 5 4 20
G93 Outr transt do encefalo 4 4 2 2 1 0 1 3 2 19
Q01 Encefalocele 0 3 4 1 2 4 3 1 1 19
Q44 Malformaccedilotildees congen vesic biliar via
biliar fiacutegado 0 1 1 3 3 1 4 3 1 17
E88 Outr disturbios metabolicos 1 4 2 3 1 0 3 1 1 16
I51 Complic cardiopatias doenc cardiacas mal
def 3 3 0 1 3 0 0 4 1 15
Q05 Espinha bifida 4 1 1 1 2 1 2 2 1 15
P05 Crescimento fetal retard e desnutric fetal 4 3 2 2 0 0 1 2 1 15
Y34 Fatos ou eventos NE e intenc nao
determinada 1 1 2 2 2 2 3 1 1 15
P70 Trans transit metab carboid esp fet rec-
nasc 3 0 0 1 0 5 1 3 1 14
Q77 Osteocondr canom cresc ossos long col
vert 2 0 2 0 2 2 5 0 1 14
P55 Doenc hemolitica do feto e do recem-
nascido 0 1 3 0 2 1 2 2 2 13
Q42 Ausencia atresia e estenose congen do
colon 2 0 1 2 1 2 1 3 1 13
Q78 Outr osteocondrodisplasias 2 1 0 2 0 1 4 2 1 13
B20 Doenc pHIV result doenc infecc e
parasit 2 4 1 1 0 0 3 1 1 13
P60 Coagulacao intravasc dissem feto rec-
nasc 3 0 2 0 1 3 4 0 0 13
P35 Doenc virais congen 3 4 0 1 1 3 1 0 0 13
G03 Meningite dev outr causas e a causas NE 3 3 1 1 0 1 0 2 1 12
A37 Coqueluche 0 0 1 0 1 5 0 1 3 11
Q07 Outr malformacoes congen do sist
nervoso 0 2 2 2 0 2 0 2 1 11
B01 Varicela 1 1 1 2 3 2 1 0 0 11
P74 Outr dist eletrolit metab transit per neonat 3 0 4 0 2 2 0 0 0 11
Q64 Outr malformacoes congen aparelho
urinario 2 0 2 1 1 1 1 0 2 10
Q62 Anom cong obstr pelv renal malf cong
ureter 1 1 1 0 1 2 2 1 1 10
E86 Deplecao de volume 3 1 1 3 2 0 0 0 0 10
P78 Outr transt ap digestivo periodo perinatal 0 0 1 2 1 0 1 1 3 9
N39 Outr transt do trato urinario 1 1 0 0 1 1 2 1 2 9
Q32 Malformaccedilotildees congecircnitas de traqueacuteia e
brocircnquios 0 1 0 3 0 0 2 2 1 9
Q41Ausecircncia atresia estenose congecircnita
intestino delgado 1 0 0 3 2 1 0 1 1 9
J15 Pneumonia bacteriana NCOP 1 2 1 0 3 0 0 1 1 9
K21 Doenc de refluxo gastroesofaacutegico 2 1 0 1 0 3 0 2 0 9
K72 Insuf hepatica NCOP 1 0 1 1 2 2 1 1 0 9
W75 Sufocaccedilatildeo e estrangulamento acidental na 0 0 0 1 1 1 0 4 1 8
86
cama
G91 Hidrocefalia 0 0 0 1 1 0 2 3 1 8
Q63 Outr malformacoes congen do rim 0 0 0 2 3 0 0 3 0 8
C71 Neopl malig do encefalo 3 0 1 1 3 0 0 0 0 8
Q75 Outr malformacoes congen ossos cranio e
face 1 0 1 0 0 0 2 0 3 7
Q02 Microcefalia 1 1 0 0 0 1 1 1 2 7
E84 Fibrose cistica 1 1 1 0 0 1 0 3 0 7
A91 Febre hemorragica dev virus do dengue 0 6 0 0 1 0 0 0 0 7
J45 Asma 3 1 2 1 0 0 0 0 0 7
H66 Otite media supurativa e as NE 0 0 0 0 1 1 1 1 2 6
E43 Desnutric proteico-calorica grave NE 0 1 0 1 0 1 1 1 1 6
Q28 Outr malform congen aparelho
circulatorio 3 0 1 0 0 0 1 0 1 6
E87 Outr transt equil hidroeletr e acido-basic 1 1 2 0 0 1 0 0 1 6
Q31 Malformacoes congen da laringe 0 2 0 0 0 0 1 3 0 6
W04 Queda enquanto carreg apoiado poutr
pessoas 0 0 2 1 0 1 1 1 0 6
A90 Dengue 1 3 0 0 1 0 1 0 0 6
Y07 Outr sindr de maus tratos 0 0 3 0 3 0 0 0 0 6
D65 Coagulacao intravascular disseminada 3 0 1 0 2 0 0 0 0 6
R95 Sindr da morte subita na infancia 0 1 0 0 0 0 1 2 1 5
B25 Doenc pcitomegalovirus 0 0 0 2 0 0 1 1 1 5
I62 Outr hemorragias intracranianas nao-
traum 0 2 0 0 0 0 1 1 1 5
I50 Insuf cardiaca 0 1 0 2 0 0 1 0 1 5
P76 Outr obstrucoes intestinais do recem-
nascido 0 1 1 0 1 1 0 0 1 5
K92 Outr doenc do aparelho digestivo 1 0 2 1 0 0 0 0 1 5
I31 Outr doenc do pericardio 0 0 1 1 1 0 1 1 0 5
J20 Bronquite aguda 0 0 0 0 1 3 0 1 0 5
A04 Outr infecc intestinais bacter 0 1 2 1 0 0 0 1 0 5
G40 Epilepsia 0 0 1 1 0 1 2 0 0 5
R68 Outr sint e sinais gerais 3 0 0 0 0 0 2 0 0 5
P56 Hidropsia fetal dev doenc hemolitica 1 1 2 0 0 0 1 0 0 5
X09 Exposicao a tipo NE de fumacas fogo
chamas 0 0 1 0 1 3 0 0 0 5
D57 Transt falciformes 1 0 1 1 1 1 0 0 0 5
G12 Atrofia muscular espinal e sindr
correlatas 0 1 0 0 0 0 1 0 2 4
Q45 Outr malformacoes congen aparelho
digestivo 1 0 0 0 0 0 1 0 2 4
A19 Tuberc miliar 0 0 0 1 1 0 0 1 1 4
I40 Miocardite aguda 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q26 Malformacoes congen das grandes veias 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q37 Fenda labial cfenda palatina 0 0 0 0 0 1 2 0 1 4
E75 Disturb metab esfingolip e outr depos
lipid 0 0 0 0 1 0 2 0 1 4
Q93 Monossomias e delecoes dos autossomos
NCOP 0 0 0 1 0 1 1 0 1 4
N19 Insuf renal NE 0 2 0 0 1 0 0 0 1 4
W06 Queda de um leito 0 0 0 0 1 1 1 1 0 4
Q30 Malformacao congen do nariz 0 1 1 0 0 0 1 1 0 4
N17 Insuf renal aguda 0 1 0 1 1 0 0 1 0 4
P90 Convulsoes do recem-nascido 1 2 0 0 0 0 0 1 0 4
P54 Outr hemorragias neonatais 0 0 1 0 1 0 2 0 0 4
V03 Pedestre traum colis automov pickup
caminhon 0 0 3 0 0 0 1 0 0 4
D64 Outr anemias 0 0 2 1 0 1 0 0 0 4
W74 Afogamento e submersao NE 1 0 1 1 0 1 0 0 0 4
K83 Outr doenc das vias biliares 0 2 1 0 0 1 0 0 0 4
P91 Outr disturbios funcao cerebral rec-nasc 0 2 0 1 1 0 0 0 0 4
N13 Uropatia obstrutiva e prefluxo 2 1 0 0 1 0 0 0 0 4
C74 Neopl malig da gland supra-renal 1 0 2 1 0 0 0 0 0 4
J22 Infecc agudas NE das vias aereas infer 0 0 0 1 0 0 0 0 2 3
J90 Derrame pleural NCOP 0 0 0 1 0 0 0 1 1 3
P38 Onfalite recem-nasc cou shemorragia 1 0 0 0 0 0 0 1 1 3
87
leve
E74 Outr disturbios do metabolismo
carboidratos 0 0 0 0 0 2 0 0 1 3
X59 Exposicao a fatores NE 0 0 0 0 1 1 0 0 1 3
I33 Endocardite aguda e subaguda 0 0 1 0 0 1 0 0 1 3
V09 Pedestre traum outr acid transp e NE 0 0 0 1 1 0 0 0 1 3
Y09 Agressao pmeios NE 1 0 0 0 1 0 0 0 1 3
I61 Hemorragia intracerebral 0 0 0 0 1 0 1 1 0 3
B22 Doenc pHIV result em outr doenc espec 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
W19 Queda sespecificacao 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
V89 Acid veic mot n-mot tipos de veic NE 0 0 0 0 1 1 0 1 0 3
P80 Hipotermia do recem-nascido 1 0 0 0 0 1 0 1 0 3
K55 Transt vasculares do intestino 0 0 1 1 0 0 0 1 0 3
Q27 Outr malformacoes congen sist vasc perif 0 2 0 0 0 0 0 1 0 3
A16 Tuberc vias respirat sconf bacter histol 0 1 0 0 0 0 2 0 0 3
L03 Celulite 0 0 0 0 1 1 1 0 0 3
K40 Hernia inguinal 0 0 0 1 1 0 1 0 0 3
Y19 Env out prod quim subst noc e NE int n
det 0 0 0 1 1 1 0 0 0 3
J38 Doenc das cordas vocais e da laringe
NCOP 0 0 1 0 1 1 0 0 0 3
C92 Leucemia mieloide 0 0 1 1 0 1 0 0 0 3
J96 Insuf respirat NCOP 1 0 1 0 0 1 0 0 0 3
J80 Sindr do desconforto respirat do adulto 0 0 1 0 2 0 0 0 0 3
Q40 Outr malform congen trato digestivo
super 0 0 1 1 1 0 0 0 0 3
A17 Tuberc do sist nervoso 1 1 0 0 1 0 0 0 0 3
P58 Ictericia neonatal dev outr hemolises
excess 0 0 2 1 0 0 0 0 0 3
D68 Outr defeitos da coagulacao 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
P15 Outr traum de parto 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
J09 Influenza (gripe) devida a viacuterus
identificado da gripe aviaacuteria
0 0 3 0 0 0 0 0 0 3
B99 Doenc infecc outr e as NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
W87 Exposicao a corrente eletrica NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
P72 Outr transt endocrinos transit period
neonat 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2
I21 Infarto agudo do miocardio 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2
D61 Outr anemias aplasticas 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2
A86 Encefalite viral NE 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
V47 Ocup automovel traum colis obj fixo
parado 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
E72 Outr disturbios metabolismo de
aminoacidos 1 0 0 0 0 0 0 0 1 2
J12 Pneumonia viral NCOP 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2
Y04 Agressao pmeio de forca corporal 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Y06 Negligencia e abandono 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
R09 Outr sint sinais relat ap circulat respirat 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2
E70 Disturbios metabolism aminoacidos
aromaticos 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
K31 Outr doenc do estomago e do duodeno 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
I88 Linfadenite inespecifica 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2
D76 Alg doenc q env tec linforr e sist
reticuloh 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
E14 Diabetes mellitus NE 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
Y05 Agressao sexual pmeio de forca fisica 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
D84 Outr imunodeficiencias 0 0 0 0 1 0 1 0 0 2
G71 Transt prim dos musculos 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
J86 Piotorax 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
Q34 Outr malformacoes congen aparelho
respirat 0 0 1 0 0 0 1 0 0 2
L02 Abscesso cutaneo furunculo e antraz 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
Q06 Outr malformacoes congen da medula
espinhal 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
E25 Transt adrenogenitais 0 0 1 0 0 1 0 0 0 2
D18Hemangioma e linfangioma de qq localiz 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
88
X99 Agressao objeto cortante ou penetrante 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
C76 Neopl malig outr localiz e mal definidas 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
K63 Outr doenc do intestino 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
J70 Afeccoes respirat dev outr agentes
externos 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
Y83 Reac anorm compl tard interv cirurg
sacid 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
I60 Hemorragia subaracnoide 0 0 0 1 1 0 0 0 0 2
J06 Infecc agudas vias aereas super loc mult
NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
P59 Ictericia neonatal dev outr causas e as NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
B24 Doenc pHIV NE 0 1 0 0 1 0 0 0 0 2
P92 Problemas de alimentacao do recem-
nascido 1 0 0 0 1 0 0 0 0 2
X36 Vitima avalanc desab terra out mov sup
terr 0 0 1 1 0 0 0 0 0 2
J10 Influenza dev virus influenza identificado 0 0 2 0 0 0 0 0 0 2
C22 Neopl malig figado vias biliares intra-
hepat 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E03 Outr hipotireoidismos 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E23 Hipofuncao e outr transt da hipofise 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
E41 Marasmo nutricional 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
A40 Septicemia estreptococica 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
C72 Neop mal med esp nerv cran out sist nerv
cen 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
E71 Dist metab aminoacidos cad ramif e acid
grax 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I26 Embolia pulmonar 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I80 Flebite e tromboflebite 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
N10 Nefrite tubulo-intersticial aguda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
P50 Perda sanguinea fetal 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Q92 Outr trissomias e trissom parc autoss
NCOP 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V04 Pedestre traum colis veic transp pesado
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V44 Ocup autom traum colis veic trans pesad
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
W20 Impacto caus objeto lanc projetado em
queda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Y08 Agressao poutr meios espec 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
D59 Anemia hemolitica adquir 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
G60 Neuropatia hereditaria e idiopatica 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
M60 Miosite 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
P53 Doenc hemorragica do feto e do recem-
nascido 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
W08 Queda de outr tipo de mobilia 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X08 Exposicao outr tipo espec fumaca fogo
chamas 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X91 Agressao enforc estrangulamento
sufocacao 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
B49 Micose NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C33 Neopl malig da traqueia 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C38 Neopl malig do coracao mediastino e
pleura 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C73 Neopl malig da gland tireoide 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C95 Leucemia de tipo celular NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
J39 Outr doenc das vias aereas super 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
K52 Outr gastroenterites e colites nao-infecc 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q36 Fenda labial 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q68 Outr deform osteomusculares congen 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C64 Neopl malig do rim exceto pelve renal 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
C91 Leucemia linfoide 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
D48 Neopl comp incdesconh outr localiz e NE 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J04 Laringite e traqueite agudas 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J34 Outr transt do nariz e dos seios paranasais 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
L51 Eritema polimorfo 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
89
RESUMO
Introduccedilatildeo A mortalidade infantil relaciona-se agraves condiccedilotildees sociais e econocircmicas da
populaccedilatildeo e tambeacutem agrave oferta e qualidade dos serviccedilos de sauacutede Apesar do decliacutenio de suas
taxas no Brasil nas uacuteltimas deacutecadas ela ainda se apresenta elevada quando comparada a
outros paiacuteses e haacute uma grande proporccedilatildeo de oacutebitos evitaacuteveis Objetivo Analisar a variaccedilatildeo
dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados para
o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea Programaacutetica (AP) 10 do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015 Metodologia Estudo exploratoacuterio
descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre a mortalidade infantil e sua evitabilidade
considerando os oacutebitos de menores de um ano de residentes na aacuterea de bairros centrais do
municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 com descriccedilatildeo da variaccedilatildeo por ano e
pelos triecircnios correspondentes a este periacuteodo Foram utilizados dados secundaacuterios de bases
dos sistemas de mortalidade e de nascimentos com classificaccedilatildeo das causas de oacutebitos
segundo Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do
Brasil Resultados Houve aumento de oacutebitos infantis em 2015 na aacuterea diferente da
diminuiccedilatildeo da meacutedia no municiacutepio Analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP
10 e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes
considerando-se o primeiro e uacuteltimo triecircnio Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da
Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na AP10 no periacuteodo estudado ainda se observa uma
proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
relacionadas aos oacutebitos infantis
Palavras Chave Mortalidade Infantil Causas de Morte Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
ABSTRACT
Introduction Infant mortality is related to the social and economic conditions of the
population and also to the supply and quality of health services Despite the decline of its
rates in Brazil in recent decades it is still high when compared to other countries and there is
a large proportion of preventable deaths Objective To analyze the variation of infant deaths
by components and according to the avoidance criteria recommended for the Brazilian
Unified Health System (SUS) in the Program Area (AP) 10 in the municipality of Rio de
Janeiro between 2007 and 2015 Methods Descriptive exploratory study of temporal and
quantitative series on infant mortality and its avoidability considering the deaths of children
under one year of age in the central districts of the city of Rio de Janeiro from 2007 to 2015
with a description of the variation per year and for the triennia corresponding to this period
Secondary data from the bases of mortality and birth systems were used with a classification
of causes of death according to the List of Causes of Deaths Avoidable by Interventions of the
Brazilian Unified Health System Results There was an increase in infant deaths in 2015 in
the area different from the average decrease in the municipality Analyzing the Infant
Mortality in AP 10 and MRJ we observed a reduction of their rates in relation to all their
components considering the first and last three years Although there was a reduction in
Infant Mortality in MRJ and also in AP10 during the period under study there is still a
significant proportion of Avoidable Causes by Intervention of the Unified Health System
related to infant deaths
Key words Infant Mortality Cause of Death Primary Health Care
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2010
Tabela 2 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao nascerlt 2500g
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios
MRJ 2007 a 2015
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal no periacuteodo
MRJ 2007 a 2015
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ
Tabela 14 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee
Tabela 15 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 21 - TMI por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 22 - TMI por componentes por periacuteodo no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Tabela 25 - TMI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio
Tabela 26 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade- MRJ
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeo segundo evitabilidade
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 33 - Taxa de MI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash MRJ e APs ndash 2007 e
2017
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 - Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo
feita em base ao periacuteodo de 2000 a 2010
Graacutefico 5 - Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP de 20715
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de
2007 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10 por triecircnio de 2007 a
2015
Graacutefico 12 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID no MRJ
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Figura 2 - Bairros da AP 10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 - Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
ANEXO 2 - Lista de causas evitaacuteveis
ANEXO 3 - Oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AP Aacuterea Programaacutetica (ou Aacuterea de Planejamento)
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
BP Baixo Peso
Cap Capiacutetulo
CID-10 Classificaccedilatildeo Estatiacutestica Internacional de Doenccedilas e Problemas Relacionados agrave
Sauacutede 10ordf revisatildeo tambeacutem conhecida como Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas 10ordf
revisatildeo
CMI Coeficiente de Mortalidade Infantil
CMS Centro Municipal de Sauacutede
CNDSS Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
DATASUS Departamento de Informaacutetica do SUS
DNV Declaraccedilotildees de Nascido Vivo
DO Declaraccedilatildeo de Oacutebito
DSS Determinantes Sociais de Sauacutede
EQSF Equipe Sauacutede da Famiacutelia
ESB Equipe de Sauacutede Bucal
ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano
MI Mortalidade Infantil
MRJ Municiacutepio do Rio de Janeiro
MS Ministeacuterio da Sauacutede
Nordm Nuacutemero
NV Nascidos Vivos
OBS Observaccedilatildeo
ODM Objetivos do Desenvolvimento do Milecircnio
OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OTICS Observatoacuterio de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo em Sistemas e Serviccedilos
de Sauacutede
PACS Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
PSF Programa de Sauacutede da Famiacutelia
RJ Rio de Janeiro
RN Receacutem-nascido
SIM Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade
SMS Secretaria Municipal de Sauacutede
SMS-RJ Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
SINASC Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos
SUBPAV Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria Vigilacircncia e Promoccedilatildeo da Sauacutede
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
TABNET eacute um instrumento desenvolvido pelo DATASUS ndash Departamento de Informaacutetica
do Sistema Uacutenico de Sauacutede oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) que permite tabulaccedilotildees on-
line de dados e geraccedilatildeo de informaccedilotildees
TMI Taxa de Mortalidade Infantil
TMF Taxa de Mortalidade Fetal
UIS Unidade Integrada de Sauacutede
UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria 22
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro 23
23 Mortalidade Infantil no Brasil 27
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis 31
3 OBJETIVOS 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 METODOLOGIA 37
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados 37
42 Cenaacuterio de Estudo 37
43 Estrateacutegia de Anaacutelise 38
44 Aspectos Eacuteticos 41
5 RESULTADOS 41
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro 42
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ 50
53 Mortalidade Infantil na AP 10 55
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10 58
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs 66
6 DISCUSSAtildeO 69
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 71
8 REFEREcircNCIAS 75
9 ANEXOS 80
17
1 INTRODUCcedilAtildeO
A mortalidade infantil eacute um assunto de extrema importacircncia no Brasil e em todo
mundo Aleacutem de ser um indicador das condiccedilotildees soacutecio econocircmicas de uma populaccedilatildeo
tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos de sauacutede Para Bezerra et al (2007) a taxa de
mortalidade infantil representa um indicador de extrema importacircncia sendo um dos mais
utilizados no acircmbito internacional e encontra-se relacionada com fatores soacutecio-ambientais
nutriccedilatildeo saneamento baacutesico fatores relacionados a serviccedilos que prestam atenccedilatildeo agrave gestante e
ao receacutem-nato (BEZERRA 2007) Apesar de apresentar um decliacutenio de suas taxas desde
1990 ainda tem sido um desafio minimizar seus determinantes que em grande parte satildeo
evitaacuteveis No Brasil ainda encontramos taxas elevadas de mortalidade infantil quando nos
comparamos a paiacuteses desenvolvidos A estimativa para o Japatildeo por exemplo era de uma taxa
de mortalidade infantil de 20 1000 em 2015 sendo uma das menores do mundo Jaacute para o
Canadaacute a taxa estimada era de 40 nos EUA 60 enquanto para o Brasil a estimativa era 150
1000 no mesmo periacuteodo (UNICEF 2015 p 1923 e 27)
Segundo Antunes (2015) estudos sobre as condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo suas
relaccedilotildees sociais econocircmicas bioloacutegicas culturais e poliacuteticas revelam as disparidades entre a
sauacutede de seus integrantes onde as condiccedilotildees sociais e econocircmicas fraacutegeis implicam
desigualdades em sauacutede (ANTUNES 2015) Buss e Pellegrini (2007) reforccedilam esta
observaccedilatildeo ao relatar que as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo diretamente ligadas agraves
condiccedilotildees sociais que agravadas pela iniquidade de renda contribuem para um risco
diferenciado na maior parte a populaccedilatildeo Para isso foi proposta uma seacuterie de conceitos sobre
os Determinantes Sociais de Sauacutede (DSS)
ldquoPara a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) os
DSS satildeo os fatores sociais econocircmicos culturais eacutetnico-raciais psicoloacutegicos e
comportamentais que influenciam a ocorrecircncia de problemas de sauacutede e seus fatores
de risco na populaccedilatildeordquo (BUSS e PELLEGRINI 2007 p 78)
Em 2005 foi criada a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
(DSS) a partir da orientaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) para se discutir e
ampliar o conhecimento e a consciecircncia sobre os determinantes sociais da sauacutede assim como
suas relaccedilotildees a desigualdade e iniquidade em sauacutede Para se analisar o conceito de
18
Iniquumlidade em sauacutede pode-se remontar a Whitehead (1992) apud Buss e Pellegrini (2007) que
traduz este conceito do ponto de vista eacutetico e social ao mencionar iniquidades em sauacutede como
sendo desigualdades injustas e indesejaacuteveis para a populaccedilatildeo (BUSS e PELLEGRINI 2007)
O conceito de equidade estabelece o direito de todos desde que se possa atender agraves
necessidades de pessoas que precisam mais fazendo com que haja justiccedila social Atraveacutes do
Relatoacuterio Final da Comissatildeo Nacional sobre Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) 2008
o Brasil esteve situado ldquoem 11ordm lugar entre os mais desiguais do mundo em termos de
distribuiccedilatildeo da rendardquo com dados de 2005 (CNDSS 2008 p11) produzindo uma injusta
desigualdade social (FIOCRUZ 2008)
A questatildeo da sauacutede como um princiacutepio baacutesico da humanidade tem tanta relevacircncia
que a partir de 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) propocircs o relatoacuterio onde
descreve os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) que continha metas
apontadas ateacute 2015 (ONU 2000) Esse relatoacuterio menciona o quarto objetivo que destaca as
estrateacutegias da ONU para os governos de todo mundo sobre quais satildeo as diretrizes para
promover a reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia em dois terccedilos tendo como referecircncia a taxa
de 1990 Santos et al (2012) ratificam que estas diretrizes foram sugeridas estrateacutegias
regionais que utilizaram os seguintes indicadores a taxa de mortalidade na infacircncia (menores
de 5 anos) entre 1990 e 2015 a taxa de mortalidade infantil (menores de 1 ano) e a proporccedilatildeo
de crianccedilas de ateacute 1 ano vacinadas contra o sarampo (SANTOS 2012)
A meta dos ODM a respeito dos oacutebitos infantis foi alcanccedilada no Brasil em 2010
passando para uma taxa de 156 oacutebitos por 1000 nascidos vivos embora o paiacutes ainda
apresente alta taxa de mortalidade infantil (IBGE 2016) Assim parece ser fundamental que
se conheccedilam as principais de causas de morte infantil assim como as causas de mortes
evitaacuteveis neste grupo a fim de contribuir para a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no Brasil
(MENEZES 2014)middot
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foi definido na Constituiccedilatildeo de 1988 e
regulamentado pelas Leis Orgacircnicas da Sauacutede (lei 88090 e Lei 814290) a fim de
democratizar os serviccedilos de sauacutede no Brasil dessa forma garantindo o acesso universal aos
serviccedilos de sauacutede puacuteblica Seus princiacutepios aleacutem da universalidade satildeo a integralidade
equidade a regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo da rede das accedilotildees e dos serviccedilos de sauacutede a
descentralizaccedilatildeo na sauacutede e participaccedilatildeo e controle social (BRASIL 2012)
19
O Programa Sauacutede da Famiacutelia instituiacutedo no Brasil em 1994 como um dos muitos
programas do governo brasileiro que seguem os princiacutepios e diretrizes do SUS trazendo a
reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria Em 1998 mudou de denominaccedilatildeo e passou a se chamar
Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia uma vez que sua principal caracteriacutestica foi a de ser uma
estrateacutegia de reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no Brasil (JESUS 2015)
Aleacutem de se apresentar como o primeiro contato do paciente com o serviccedilo de sauacutede o
PSF priorizou accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de sauacutede representando uma
importante conquista social prevista na Constituiccedilatildeo de 1988 A ESF permite um maior
acesso ao SUS assim como a realizaccedilatildeo de uma assistecircncia que busca acompanhar o
indiviacuteduo e sua famiacutelia dentro do seu ambiente social A atenccedilatildeo ao preacute-natal do mesmo
modo que os acompanhamentos da crianccedila menor de um ano possibilitam a prestaccedilatildeo de um
serviccedilo de qualidade agrave sauacutede materna e infantil no territoacuterio da ESF (BRASIL 2012)
A motivaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo ocorreu ao longo da construccedilatildeo da minha
carreira profissional como meacutedica generalista atuando na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde
2001 A humanizaccedilatildeo do atendimento o viacutenculo entre os profissionais de sauacutede e os usuaacuterios
da ESF assim como o atendimento longitudinal (ou seja ao longo do tempo) com enfoque
nas linhas de cuidado (relativas ao fluxo assistencial) garantidas ao usuaacuterio contribuem para a
percepccedilatildeo de uma maior e melhor oferta de assistecircncia agrave sua sauacutede visando melhorar os
indicadores de sauacutede A sauacutede infantil e a possiacutevel interferecircncia nos seus indicadores com a
expansatildeo da ESF na Cidade mostrou-se como um adequado tema para estudo O Mestrado
em Sauacutede da Famiacutelia e a realizaccedilatildeo desse estudo foram uma boa oportunidade quando
complementei esse tempo e experiecircncia de trabalho com uma pesquisa a qual poderaacute
contribuir no conhecimento sobre sauacutede na infacircncia observando-a no contexto expansatildeo
recente da atenccedilatildeo primaacuteria no municiacutepio do Rio de Janeiro
Por razotildees relacionadas agraves questotildees de tempo para a realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo do
Mestrado definiu-se uma aacuterea especiacutefica da Cidade sobre a qual as informaccedilotildees foram mais
objetivamente analisadas Uma suposiccedilatildeo inicial era a de que estaria ocorrendo melhoria
contiacutenua dos indicadores de sauacutede infantil com o maior acesso aos serviccedilos de sauacutede do
municiacutepio do Rio de Janeiro nos moldes dos paiacuteses e regiotildees que priorizam a atenccedilatildeo
primaacuteria haacute mais tempo Houve a definiccedilatildeo de aacuterea geograacutefica especiacutefica no municiacutepio para
melhor focalizar os interesses desse estudo a Aacuterea Programaacutetica 10 (AP 10) que seraacute
apresentada a seguir tambeacutem porque em 2015 foi observada tendecircncia de aumento da
mortalidade infantil nesta aacuterea diferente do que ocorreu na maior parte das aacutereas da Cidade
20
Como questatildeo norteadora inicial deste estudo apresentou-se ldquoComo estaacute o
Mortalidade Infantil apoacutes a expansatildeo da ESF na AP 10 em relaccedilatildeo agraves taxas do municiacutepio do
Rio de Janeirordquo
Neste momento foi tambeacutem importante compreender como ofertar cada vez mais
serviccedilos de sauacutede de qualidade para a populaccedilatildeo em especial agrave gestante ao receacutem-nascido e agrave
da crianccedila menor de um ano que necessitam ter um acesso facilitado e uma assistecircncia
qualificada visando contribuir com a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no municiacutepio
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria
Em setembro de 1978 a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Fundo das
Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (UNICEF) articularam uma Conferecircncia Internacional sobre
Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) Essa conferecircncia denominada ldquoConferecircncia de Alma-
Atardquo se tornou um marco histoacuterico para a sauacutede jaacute que o modelo anterior de atenccedilatildeo agrave sauacutede
com um vieacutes mais biomeacutedico verticalizado especializado e intervencionista estava sendo
fortemente questionado Eram necessaacuterias novas abordagens para a intervenccedilatildeo em sauacutede
(GIOVANELLA 2009)
ldquoNa Declaraccedilatildeo de Alma-Ata a APS eacute concebida como a atenccedilatildeo agrave sauacutede essencial
baseada em meacutetodos e tecnologias apropriadas cientificamente comprovados e
socialmente aceitaacuteveis cujo acesso deve ser garantido a todas as pessoas e famiacutelias
da comunidade mediante sua plena participaccedilatildeo Pressupotildee assim a participaccedilatildeo
comunitaacuteria e a democratizaccedilatildeo dos conhecimentos incluindo lsquopraticantes
tradicionaisrsquo (curandeiros parteiras) e agentes de sauacutede da comunidade treinados
para tarefas especiacuteficas contrapondo-se ao elitismo meacutedico Nessa concepccedilatildeo a
APS representa o primeiro niacutevel de contato com o sistema de sauacutede levando a
atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel de onde as pessoas residem e trabalham
Contudo natildeo se restringe ao primeiro niacutevel integrando um processo permanente de
assistecircncia sanitaacuteria que inclui a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo a cura e a reabilitaccedilatildeordquo
(GIOVANELLA 2009 p579)
Em seguida em 1986 foi realizada a Primeira Conferecircncia Internacional sobre
Promoccedilatildeo da Sauacutede em Ottawa no Canadaacute com vistas agraves novas propostas em sauacutede puacuteblica
segundo Emiacutelia Nunes (2011) Foi assinada ao final da Conferecircncia a Carta de Otawa que
aleacutem de propor uma visatildeo consciente sobre os determinantes de sauacutede por uma populaccedilatildeo
ativa e em relaccedilatildeo agraves questotildees voltadas para os serviccedilos de sauacutede propotildee tambeacutem a reduccedilatildeo
das disparidades sociais e econocircmicas dentre outros objetivos Buscava-se assim uma nova
sauacutede puacuteblica como uma grande estrateacutegia para a obtenccedilatildeo de ldquoSauacutede para todos no ano
2000rdquo (NUNES 2011)
Ainda em 1986 foi realizada a 8ordf Conferecircncia Nacional de Sauacutede no Brasil tendo
como presidente o meacutedico sanitarista Seacutergio Arouca Essa conferecircncia viria a ser um dos
marcos institucionais de uma reforma sanitaacuteria que nos apresentou os princiacutepios de um novo
sistema de sauacutede (AROUCA 2003)
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 pocircde concretizar a criaccedilatildeo de um novo sistema de
sauacutede o SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) cujos princiacutepios de equidade integralidade e
22
universalidade aleacutem de trazerem a democracia de volta ao paiacutes levaram agrave reorganizaccedilatildeo da
atenccedilatildeo agrave sauacutede (PAIVA e TEIXEIRA 2014)
Identifica-se no texto constitucional que aleacutem de ter como um dos seus objetivos
minimizar a desigualdade social procurou tambeacutem assegurar ao cidadatildeo direitos tais como
sauacutede que resulte em bem-estar educaccedilatildeo lazer seguranccedila trabalho etc (NORONHA
2013) O texto constitucional tambeacutem reafirma que
ldquoA sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e
econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e
recuperaccedilatildeordquo (BRASIL 1988 Artigo 196 Seccedilatildeo II DA SAUacuteDE)
Souza (2010) reforccedila que com base na Constituiccedilatildeo o Estado se articulou para
ampliar o alcance de suas poliacuteticas inclusivas de sauacutede e garantir o acesso dos serviccedilos de
sauacutede a todos atraveacutes de um processo de regulamentaccedilatildeo da estrutura de sauacutede descentralizada
que avanccedilou em 1990 atraveacutes ambas da Lei Orgacircnica de Sauacutede No 8080 que estrutura o
SUS e a Lei No 8142 que trata das respectivas transferecircncias de recursos aos entes
conveniados Estas leis dispotildeem acerca de accedilotildees e serviccedilos em sauacutede a serem executados pelo
SUS aleacutem dos objetivos diretrizes princiacutepios e campo seus de atuaccedilatildeo entre outras
disposiccedilotildees
A descentralizaccedilatildeo do SUS possibilita a sua atuaccedilatildeo aos niacuteveis locais coloca a
engrenagem poliacutetico-administrativa mais proacutexima do usuaacuterio do sistema de sauacutede permitindo
sua participaccedilatildeo nessa nova concepccedilatildeo de sauacutede Inclusive os repasses financeiros e a
participaccedilatildeo da populaccedilatildeo na gestatildeo do sistema de sauacutede tambeacutem fazem parte das leis
orgacircnicas de sauacutede (SOUZA 2010) O SUS implica uma rede de serviccedilos de sauacutede
articulados que presta atenccedilatildeo de forma assistencial integrada e longitudinal coordenada pela
Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (OUVERNEY e NORONHA 2013)
Na APS se estabelece a porta de entrada do indiviacuteduo ao sistema de sauacutede
correspondendo agraves primeiras accedilotildees de cuidados em sauacutede que satildeo levadas ao ambiente mais
proacuteximo de onde se encontram as pessoas (STARFIELD 2002)
Barbara Starfield (2002) tambeacutem considera como caracteriacutesticas especiacuteficas da APS
a prestaccedilatildeo de serviccedilos de primeiro contato a responsabilidade longitudinal pelo paciente
com continuidade da relaccedilatildeo cliacutenico-paciente ao longo da vida estabelecendo assim um
viacutenculo muito positivo entre os profissionais de sauacutede e pacientes a garantia de cuidado
integral considerando-se os acircmbitos fiacutesicos psiacutequicos e sociais da sauacutede dentro dos limites de
23
atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede e a coordenaccedilatildeo das diversas accedilotildees e serviccedilos indispensaacuteveis
para resolver necessidades menos frequentes e mais complexas
A primeira caracteriacutestica da atenccedilatildeo primaacuteria eacute de ser a porta de entrada para o sistema
de sauacutede o serviccedilo de primeiro contato Para isso ele deve ter seu acesso facilitado agraves pessoas
Para isso se faz necessaacuterio que as Unidades Baacutesicas de Sauacutede estejam localizadas proacuteximas
aos domiciacutelios das pessoas assim como proacuteximas tambeacutem de seus trabalhos escolas ou seja
onde vivem trazendo assim um conceito de capilaridade maior agrave assistecircncia (Brasil 2012)
Outra importante funccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria eacute encaminhar pacientes para a rede de atenccedilatildeo
secundaacuteria e terciaacuteria (especializadas) garantindo o seu acesso nessas redes A clientela deve
ser adstrita a um territoacuterio e deve ser garantida uma atenccedilatildeo integral (STARFIELD 2002)
Durante muito tempo atribuiu-se agrave melhoria das condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas como o
fator mais importante de reduccedilatildeo da mortalidade das populaccedilotildees Poreacutem mostrou-se inegaacutevel
o papel dos serviccedilos de sauacutede ofertados agrave populaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da morbimortalidade das
populaccedilotildees (BRASIL 2012)
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro
A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia eacute considerada uma estrateacutegia de expansatildeo qualificaccedilatildeo
e consolidaccedilatildeo da APS no paiacutes Ele segue os mesmos princiacutepios do SUS que satildeo
universalidade equidade integralidade regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo Sua atenccedilatildeo eacute sobre
a famiacutelia e natildeo apenas sobre o individuo Suas accedilotildees satildeo de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo de
doenccedilas assistecircncia recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo agrave sauacutede Seu objetivo eacute de promover o acesso
agrave sauacutede a todos (BRASIL 2012)
Segundo Carla Cazelli em sua dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave FIOCRUZ em
2003 o Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) do municiacutepio do Rio de Janeiro teve o seu
primeiro projeto implantado em 1995 na Ilha de Paquetaacute com uma relativa expansatildeo em
1999 para as comunidades do Borel - Tijuca Parque Royal - Ilha do Governador Canal do
Anil - Jacarepaguaacute Vilas Canoas - Satildeo Conrado e Vilar Carioca - Campo Grande CASELLI
2003 e foi ampliando paulatinamente o nuacutemero de equipes ateacute 2016 como pode ser
observado no ANEXO 1
Nos uacuteltimos anos outro contexto poliacutetico municipal determinou uma nova etapa de
efetiva expansatildeo do PSF fato este descrito por Harzheim (2013)
24
ldquoNo municiacutepio do Rio de Janeiro a cobertura da ESF em 2009 estava em torno de
7 A partir desse ano forte ecircnfase foi dada para a APS Iniciou-se uma reforma da
APS orientada pela qualidade representada pela criaccedilatildeo das novas Cliacutenicas de
Famiacutelia e pelas Unidades tipo A (ambas 100 ESF) diferente das unidades B
(Unidades com algumas equipes de ESF) e C (Unidades Tradicionais sem ESF) Ao
final de 2012 a cobertura populacional da ESF era 40rdquo (HARZHEIM 2013 p
11)
Em 2000 havia 13 equipes de ESF no municiacutepio e desde entatildeo ocorreu uma expansatildeo
no nuacutemero de equipes e unidades Esta expansatildeo passa a ser referida como Reforma da
Atenccedilatildeo Primaacuteria (RCSP) na Cidade do Rio de Janeiro iniciada em 2009 com alicerce na
mudanccedila organizacional da Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) que coloca a Atenccedilatildeo
Primaacuteria como ordenadora das Redes de Atenccedilatildeo A cobertura populacional no municiacutepio do
Rio de Janeiro em 2009 correspondia a 7 e no final de 2012 jaacute era de 40 da populaccedilatildeo
Conforme mostrado no Graacutefico 1 entre 2008 e 2016 a cidade do Rio de Janeiro apresentou a
maior ampliaccedilatildeo de acesso do paiacutes na APS (HARZHEIM 2013)
Graacutefico 1- Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Para fins de planejamento e gestatildeo a Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) do Rio de
Janeiro divide a cidade em dez aacutereas programaacuteticas (AP) Na Cidade a expansatildeo da
Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia ocorreu de maneira natildeo equilibrada nas AP Em 2010 foi
inaugurada uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 e uma na AP 21 enquanto dez Cliacutenicas de
Famiacutelia foram inauguradas na AP 53 como mostra a Tabela 1 Em 2011 foram inauguradas
uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 AP 40 e AP 53 nove Cliacutenicas na AP 32 e cinco Cliacutenicas
na AP 33 como pode ser visto na Tabela 2 A maior expansatildeo da ESF na AP 10 regiatildeo
relacionada ao presente estudo se deu em 2016 como podemos observar nos Graacuteficos 2 e 3
(OTICS 2017)
25
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2010
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 4 2
AP 21 1 11 4
AP 31 5 36 15
AP 52 3 13 6
AP 53 10 47 22
TOTAL 20 111 49
Fonte OTICS SMS 2017
Tabela 2- Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2011
Fonte OTICS SMS 2017
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 6 3
AP 31 4 22 9
AP 32 9 49 19
AP 33 5 24 10
AP 40 1 3 1
AP 51 4 30 12
AP 52 4 23 9
AP 53 1 6 3
TOTAL 29 163 66
26
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 - IBGE 2010 Plataforma SUBPAV e Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP
ateacute outubro de 2016
27
23 Mortalidade Infantil no Brasil
A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) eacute um indicador do niacutevel de sauacutede da populaccedilatildeo
importante para avaliar poliacuteticas de sauacutede puacuteblica (SANTOS e LANSKY 2015) aleacutem de
refletir qualidade de vida da populaccedilatildeo esta taxa tambeacutem se relaciona agraves suas diferentes
condiccedilotildees socioeconocircmicas (SANTANA 2011)
A TMI se refere aos oacutebitos ocorridos entre os menores de um ano (lt 1 ano) e pode ser
subdividida em dois componentes Neonatal e Poacutes- Neonatal O oacutebito neonatal eacute aquele que
ocorre nos primeiros 27 dias de vida e pode ainda se dividir em neonatal precoce (periacuteodo de
0 a 6 dias) e neonatal tardio (7 a 27 dias) O oacutebito poacutes-neonatal eacute aquele que ocorre entre o 28ordm
dia e 364ordm dia de vida (Brasil 2009)
Nas ultimas deacutecadas mais precisamente ateacute 1990 havia maior proporccedilatildeo de oacutebitos no
periacuteodo poacutes-neonatal Apoacutes 1990 foram constatadas mudanccedilas nos iacutendices de mortalidade
que passaram a predominar no periacuteodo neonatal no Brasil Essa mudanccedila foi consequumlente agrave
reduccedilatildeo das principais causas de mortalidade poacutes-neonatal como as doenccedilas infecto-
parasitaacuterias doenccedilas do trato respiratoacuterio e desnutriccedilatildeo com consequente aumento
proporcional das principais causas da mortalidade no periacuteodo neonatal precoce como a
prematuridade asfixia do receacutem-nato e doenccedilas infecciosas no receacutem-nascido (MENEZES
2014)
Para Lima (2006) o componente neonatal da Mortalidade Infantil constitui-se
problema de sauacutede puacuteblica uma vez que quantidade relevante dos oacutebitos que ocorrem neste
periacuteodo associa-se a causas evitaacuteveis (relativas ao acesso e agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
bem como agrave qualidade desta assistecircncia) Esse componente estaacute ligado agraves condiccedilotildees sociais
econocircmicas de assistecircncia agrave sauacutede materna e infantil comportamentais e bioloacutegicas dentre
outras mas tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos ofertados agraves matildees e aos receacutem-nascidos
durante o periacuteodo de gestaccedilatildeo do parto e periacuteodo neonatalmiddot
Tendo como referecircncia as notas teacutecnicas da Rede Interagencial de Informaccedilotildees para a
Sauacutede - RIPSA (2009) verifica-se o conceito de TMI definido a partir da divisatildeo do nuacutemero
de oacutebitos de menores de um ano de idade pelo nuacutemero total de nascidos vivos na populaccedilatildeo
residente em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (RIPSA 2009)
28
Outro conceito de mortalidade utilizado eacute a mediccedilatildeo proporcional por grupos de
causas no que se refere ao percentual de oacutebitos ocorridos por grupos de causas definidas na
populaccedilatildeo residente (BRASIL 2009)
Igualmente importante a se considerar a TMF (Taxa de Mortalidade Fetal) eacute calculada
dividindo-se o nuacutemero total de oacutebitos fetais pelo nuacutemero de nascimentos totais (nascidos
vivos e oacutebitos fetais) variando poreacutem o criteacuterio de idade gestacional e peso para definir o
oacutebito fetal (BARBEIRO 2015) Vaacuterias definiccedilotildees para oacutebito fetal satildeo apresentadas na
literatura Para a OMS o oacutebito fetal eacute aquele que ocorre antes de uma expulsatildeo completa do
produto da concepccedilatildeo do organismo materno independente da idade gestacional da matildee da
crianccedila Jaacute para o National Center for Health Statistics dos Estados Unidos a morte fetal eacute
aquela que ocorre apoacutes a 20 ordf semana completa de gestaccedilatildeo Outros autores utilizam alguns
paracircmetros como peso altura e idade gestacional avanccedilada para definir os oacutebitos fetais
(SAMPAIO 2010)
Em 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede instituiu um Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da
Mortalidade Materna e Neonatal Em 2009 o Pacto pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil
nas Regiotildees da Amazocircnia Legal e Nordeste do Brasil (PRMI) a fim de reduzir em 5 ao
ano a TMI nos anos de 2009 e 2010 sobretudo em seu componente neonatal
(GUERRERO 2010)
Rosacircngela Ferrari e col realizaram um estudo bibliograacutefico e descritivo em 2012
sobre a mortalidade poacutes- neonatal no Brasil entre 2004 e 2009 Aleacutem de evidenciarem o
decliacutenio da mortalidade infantil sobretudo de seu componente poacutes-neonatal no final de 1990
foi observada relaccedilatildeo estatisticamente significativa entre as condiccedilotildees de vida e a taxa de
mortalidade infantil (FERRARI et al 2012)
Em algumas regiotildees do Brasil houve uma diminuiccedilatildeo importante das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (mais de 80) seguidas pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio e por deficiecircncias
nutricionais e baixo peso ao nascer A duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo escore de Apgar menor que sete
no 1ordm e 5ordm minutos de vida e nuacutemero igual ou maior que seis consultas de preacute-natal tambeacutem
satildeo variaacuteveis que estatildeo relacionadas agrave mortalidade infantil Em regiotildees de menor renda e
importante desigualdade econocircmica ainda haacute elevada TMI Como principais causas de morte
infantil as doenccedilas diarreacuteicas e as pneumonias foram as principais causas evitaacuteveis de morte
infantil seguida das malformaccedilotildees congecircnitas causa dificilmente evitaacutevel de morte infantil
Fatores de risco relacionados agraves pneumonias satildeo idade menor que seis meses peso abaixo de
2500 gramas desmame precoce desnutriccedilatildeo deficiecircncia de micronutrientes (vitaminas A
29
ferro e zinco) e presenccedila de episoacutedio preacutevio de pneumonia A maior oferta de aacutegua potaacutevel e
rede de esgoto contribuiacuteram para a reduccedilatildeo das doenccedilas diarreacuteicas As causas externas como
os acidentes e causas mal definidas tambeacutem se relacionam com a mortalidade poacutes-neonatal
(FERRARI et al 2012)middot
O periacuteodo perinatal compreende aquele do final da gestaccedilatildeo (oacutebitos fetais) ateacute os seis
primeiros dias completos de vida As causas diretas de mortalidade perinatal satildeo o baixo peso
ao nascer e a prematuridade assim como fatores que envolvem a gestante e seu acesso agrave
assistecircncia ao preacute-natal Aleacutem disso fatores soacutecios econocircmicos e ambientais que estatildeo
relacionados agrave gestante tambeacutem podem interferir nos determinantes da morte infantil
(MARTINS 2013)
A mortalidade perinatal eacute um indicador que permite uma anaacutelise da assistecircncia de
sauacutede agrave gestante e o acesso a serviccedilos de sauacutede eficazes para que haja reduccedilatildeo dos fatores de
risco e agravos agrave gestante e ao RN (BRASIL 2010)
Devidos agraves iniquidades soacutecio-econocircmicas e diferentes fatores de risco regionais assim
como dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede de qualidade a mortalidade infantil e seus
componentes se apresentam de maneira variada entre as diversas regiotildees do Brasil No Norte
e no Nordeste ela se apresenta com maior expressatildeo que nas demais regiotildees Para
exemplificar estas diferenccedilas identifica-se em Silva 2013 a seguinte anaacutelise
ldquoA neo-mortalidade precoce em 2006 variou de 64 no Rio Grande do Sul a 197
por mil nascidos vivos em Alagoas (Departamento de Informaacutetica do SUS
Indicadores de mortalidade Acessado em 08Out2012) Nos paiacuteses desenvolvidos
a meacutedia da taxa de mortalidade neonatal precoce eacute de 40 por mil nascidos vivosrdquo
(SILVA 2013)
No Brasil a TMI apresentou uma tendecircncia decrescente nas uacuteltimas deacutecadas de 1990
a 2014 Em 1980 a taxa era de 785 oacutebitos mil nascidos vivos (NV) em 1990 era de 785
oacutebitos por mil nascidos vivos em 2000 era de 2736 por mil nascidos vivos e em 2010
alcanccedilou 1597 oacutebitos por mil nascidos vivos atingindo a meta estabelecida pela ONU como
mostra o Graacutefico 4
O componente poacutes-neonatal (28 dias a um ano de vida incompleto) apresentou a
maior tendecircncia de queda (73 ao ano) e o componente neonatal precoce (0 a 6 dias de
vida) a menor 31 ao ano Do fim da deacutecada de 80 em diante houve um aumento da
proporccedilatildeo do componente neonatal precoce em relaccedilatildeo ao componente poacutes-neonatal
(BRASIL 2010) A Tabela 3 tambeacutem mostra a tendecircncia decrescente da TMI nas regiotildees e
UF do Brasil de 2000 a 2010
30
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo feita em base
ao periacuteodo de 2000 a 2010
Fonte CGIAEDASISSVSMS 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Regiatildeo e UF 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Regiatildeo Norte
2862 2767 2659 2559 2447 2358 2275 2214 2306 2228 2097
Regiatildeo
Sudeste
1915 1831 1732 1701 1628 1538 1503 1457 1416 1389 1343
Regiatildeo Sul 1703 164 1605 1578 1498 138 1334 1294 1265 12 1158
Regiatildeo
Centro-Oeste
2092 2065 1929 187 1854 1771 1706 1651 1699 1644 1593
Distrito
Federal
144 1518 1365 133 1395 1363 128 1109 1189 1226 1216
Total
2736 263 2489 2388 2259 2143 2066 2001 1756 168 1597
Fontes SIM MS
Outro modo de analisar a mortalidade infantil eacute a sua observaccedilatildeo quanto agraves proporccedilotildees
segundo grupo de causas
ldquoAs afecccedilotildees perinatais constituem a principal causa de mortalidade de crianccedilas
menores de um ano no Brasil Em 1990 correspondiam a 40 dos oacutebitos infantis
Em 2008 essa proporccedilatildeo elevou-se para 60 A mortalidade proporcional por
malformaccedilotildees congecircnitas em menores de um ano aumentou de 67 em 1990 para
183 em 2008 Enquanto isso a mortalidade proporcional por doenccedilas infecciosas
reduziu-se de 146 para 53 dos oacutebitos infantis no mesmo periacuteodo o que
representa diminuiccedilatildeo de 64rdquo (BRASIL 2010)
No Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de causas de mortalidade infantil foi
devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de 60) seguidas das demais causas
31
definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-parasitaacuterias (em torno de 68) e pelas
doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Eacute importante lembrar que ainda podem existir problemas na qualidade dos registros de
oacutebitos em menores de um ano e fetais Devemos para isso avaliar a cobertura e qualidade do
Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos (SINASCC) e o de Mortalidade (SIM)
Algumas informaccedilotildees satildeo baacutesicas e devem constar de toda DO (declaraccedilatildeo de oacutebito) fetal ou
de menor de um ano O peso ao nascer um dos mais importantes assim como a idade
gestacional satildeo dados muitas vezes mal informados O momento do parto em que o oacutebito
ocorre eacute igualmente importante para a classificaccedilatildeo dos oacutebitos evitaacuteveis Ele pode ocorrer
antes do parto ou apoacutes o parto Esse dado tambeacutem eacute muitas vezes mal preenchido Outro
dado que se relaciona de maneira determinante com a MI eacute a escolaridade materna que do
mesmo modo eacute muitas vezes ignorado (BRASIL 2009)
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis
Para aumentar a qualidade de informaccedilotildees e o conhecimento da situaccedilatildeo de
mortalidade infantil e perinatal mostrou-se como necessaacuteria a vigilacircncia adequada e
diferenciada desses oacutebitos A partir da Declaraccedilatildeo de Oacutebito a vigilacircncia de oacutebito nos
municiacutepios coletaraacute dados para planejamento de accedilotildees que previnam esses oacutebitos e melhorem
seus indicadores
A partir de 1990 jaacute foram criados os primeiros Comitecircs de Investigaccedilatildeo do Oacutebito
Infantil (CIOI) sendo realizada a elaboraccedilatildeo do manual dos comitecircs de prevenccedilatildeo do oacutebito
infantil e fetal em 2004 para analisar os determinantes dos oacutebitos infantis e portanto traccedilar
estrateacutegias para minimizar esses determinantes (VENAcircNCIO 2010) Esse manual teve sua
versatildeo atualizada em 2009 (BRASIL 2009)
ldquoOs Comitecircs de Prevenccedilatildeo do Oacutebito Infantil e Fetal satildeo organismos
interinstitucionais de caraacuteter eminentemente educativo e formativo com atuaccedilatildeo
sigilosa Congregam instituiccedilotildees governamentais e da sociedade civil organizada
contando com participaccedilatildeo multiprofissional cuja atribuiccedilatildeo eacute dar visibilidade
acompanhar e monitorar os oacutebitos infantis e fetais e propor intervenccedilotildees para
reduccedilatildeo da mortalidade Satildeo instrumentos de gestatildeo que permitem avaliar a
qualidade da assistecircncia agrave sauacutede prestada agrave gestante ao parto e ao nascimento e agrave
crianccedila no primeiro ano de vida para subsidiar as poliacuteticas puacuteblicas e as accedilotildees de
intervenccedilatildeordquo (BRASIL paacuteg 46 2009)
32
As fichas para Investigaccedilatildeo do oacutebito infantil e fetal foram elaboradas para que
houvesse um padratildeo uacutenico a ser utilizado na vigilacircncia dos oacutebitos infantis e fetais Elas devem
ser preenchidas a partir de dados de prontuaacuterios cadernetas das gestantes entre outros e para
que as comparaccedilotildees do conteuacutedo das mesmas possam ser feitas e os dados do SIM sejam
obtidos com maior qualidade de informaccedilotildees Accedilotildees podem ser assim planejadas e executadas
de maneira uniforme nos trecircs niacuteveis municipal regional e estadual (BRASIL 2010)
Apesar da melhoria das condiccedilotildees socioeconocircmicas e o do aumento na oferta dos
serviccedilos de sauacutede nas uacuteltimas deacutecadas no Brasil a mortalidade infantil ainda eacute decorrente de
causas evitaacuteveis de mortalidade (SANTOS 2014) ldquoAs causas de mortes evitaacuteveis ou
reduziacuteveis satildeo definidas como aquelas preveniacuteveis total ou parcialmente por accedilotildees efetivas
dos serviccedilos de sauacutede que estejam acessiacuteveis em um determinado local e eacutepocardquo (MALTA
2010) Desde a deacutecada de 70 se pensa na evitabilidade do oacutebito infantil por serviccedilos de sauacutede
eficazes e atenccedilatildeo meacutedica qualificada (HARTZ et al1996)
Em 2008 foi publicada uma primeira versatildeo da lista de causas de mortes evitaacuteveis por
intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil (proposta em 2007) sob a coordenaccedilatildeo da
Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil Sua primeira revisatildeo
ocorreu em 2009 durante uma oficina realizada na 9ordf Mostra Nacional de Experiecircncias Bem-
Sucedidas em Epidemiologia Prevenccedilatildeo e Controle de Doenccedilas - 9ordf EXPOEPI (MALTA
2010a)
Santos et al realizaram uma pesquisa sobre mortalidade infantil em LondrinaParanaacute
em 2010 estudando a evitabilidade de oacutebitos infantis em coortes de nascidos vivos (NV)
referentes a dois biecircnios nos anos 2000 (20002001) e o biecircnio (20072008) O primeiro
biecircnio por ter ocorrido antes da expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia e o outro por ser o
mais proacuteximo ao estudo realizado Como resultado as taxas de mortalidade infantil foram de
1170 e 1120 por 1000 NV em 20002001 e em 20072008 Em ambos os biecircnios o
componente neonatal foi o que apresentou a maior taxa especialmente no periacuteodo neonatal
precoce com taxas de 624 e 636 oacutebitos por 1000 NV em 20002001 e 2007 2008
respectivamente O aumento maior foi o da taxa de mortalidade neonatal tardia de 182 oacutebitos
a cada 1000 NV no primeiro biecircnio e de 227 no biecircnio posterior A mortalidade poacutes-neonatal
foi a uacutenica que reduziu sendo que em 20002001 foi de 364 oacutebitos a cada 1000 NV e 257
em 20072008 A maioria dos oacutebitos nos dois biecircnios foi considerada evitaacutevel tanto quanto
em relaccedilatildeo agrave adequada atenccedilatildeo agrave mulher durante a gestaccedilatildeo e o parto quanto ao feto e ao
receacutem-nascido especialmente o relativo a adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (SANTOS
2014)
33
As mortes evitaacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo ocorreram mais entre
nascidos com baixo peso e as natildeo claramente evitaacuteveis entre crianccedilas com peso adequado em
ambos os biecircnios Aproximadamente sete em cada 10 oacutebitos infantis foram considerados
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS tanto no primeiro (716) como no segundo (655)
periacuteodo estudado (SANTOS 2014)
O baixo peso (BP) ao nascer eacute aquele em que o peso ao nascer eacute inferior a 2500 g
(OMS 2008) e ele estaacute relacionado tanto ao crescimento fetal quanto a duraccedilatildeo da gravidez
O crescimento fetal retardado eacute definido como peso ao nascimento inferior ao percentil 10
para a idade gestacional A prematuridade seria a duraccedilatildeo da gravidez cuja idade gestacional
se encontra menor que 37 semanas Fatores geneacuteticos (em torno de 40) e fatores maternos
(em cerca de 60) estatildeo relacionados ao crescimento fetal Quando satildeo realizadas de 4-6
consultas de preacute-natal haacute uma chance de quase 30 em reduzir o risco de BP e quando o
nuacutemero de consultas eacute igual ou maior que 7 chega-se a 40 menor o risco de BP ao nascer
(SILVA 2010)
Em outro trabalho publicado em 2014 realizado por Menezes et al com o objetivo de
analisar os oacutebitos de menores de um ano residentes em Belo Horizonte no periacuteodo de 2006 a
2011 foram utilizados criteacuterios para avaliaccedilatildeo de evitabilidade a partir da atualizaccedilatildeo da
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede As causas
dos oacutebitos evitaacuteveis foram entatildeo categorizadas como mostra o Quadro 1 (MENEZES 2014)
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
1) Causas evitaacuteveis
(a) reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo
(b) reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e parto e ao feto e ao receacutem-
nascido
(c) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento
(d) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas agraves accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede
2) Causas mal definidas
3) Demais causas natildeo claramente evitaacuteveis
34
Durante o periacuteodo do estudo obtiveram os seguintes dados 672 oacutebitos
neonatais 327 oacutebitos poacutes-neonatais e 004 oacutebito com faixa etaacuteria ignorada Esses dados
foram obtidos atraveacutes do SIM (Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade) e do SINASC
(Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos) apurou-se o nuacutemero de nascidos vivos nesse
periacuteodo Houve diminuiccedilatildeo de todos os componentes da mortalidade infantil poreacutem o
componente neonatal tardio apresentou a maior reduccedilatildeo (22) O componente neonatal
precoce correspondeu ao coeficiente de mortalidade com maior peso (72) nos oacutebitos do
periacuteodo neonatal As mortes consideradas evitaacuteveis corresponderam a 63 e estas se
relacionaram mais diretamente a uma falha na adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e na
adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido (RN) A mortalidade infantil por causas
evitaacuteveis diminuiu em 9 e as devidas agraves accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento foram
as que apresentaram maior reduccedilatildeo de 388 As pneumonias e outras doenccedilas bacterianas
foram as principais causas relacionadas a esse grupo As causas evitaacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido tambeacutem diminuiacuteram (307) principalmente devido agrave
reduccedilatildeo das infecccedilotildees especiacuteficas do periacuteodo perinatal e tambeacutem dos transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal As causas evitaacuteveis relacionadas agrave adequada atenccedilatildeo agrave
mulher na gestaccedilatildeo e as reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo a sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo apresentaram aumento enquanto natildeo houve nenhuma alteraccedilatildeo nas reduziacuteveis por
accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo As taxas de mortalidade classificadas como causas de morte mal-
definidas e as demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) tambeacutem tiveram seu nuacutemero reduzido
(MENEZES 2014)
Em 70 das mortes estas ocorreram em crianccedilas com baixo peso ao nascer
especialmente em crianccedilas com menos de 1500 gramas A adequada atenccedilatildeo na gestaccedilatildeo e a
adequada atenccedilatildeo ao feto e receacutem-nascido se correlacionaram com essas mortes Os
transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e peso baixo ao nascer transtorno
respiratoacuterio especiacutefico e infecccedilatildeo especiacutefica do periacuteodo perinatal foram as principais causas
de morte infantil por causas evitaacuteveis nesse estudo
ldquoNos oacutebitos de crianccedilas com peso ao nascer maior ou igual a 2500 g prevaleceram
os grupos de causas evitaacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento e
accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas as accedilotildees de atenccedilatildeo de sauacutede As demais
causas (natildeo claramente evitaacuteveis) representaram cerca de 280 das mortes infantis
e esta proporccedilatildeo foi crescente com o aumento do pesordquo (MENEZES2014)
Alguns fatores tais como oferta de serviccedilos de sauacutede prestados com qualidade
condiccedilotildees sociais e econocircmicas da populaccedilatildeo assim como seu perfil demograacutefico podem
estar relacionados agrave mortalidade proporcional por grupos de causas (Brasil 2010) Segundo as
35
tabelas apresentadas podemos observar que no Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de
causas de mortalidade infantil foi devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de
60) seguidas das demais causas definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (por volta de 68) e pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Houve uma diminuiccedilatildeo progressiva ao longo dos anos das afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatal assim como das doenccedilas infecto-parasitaacuterias e um aumento progressivo pelas
demais causas definidas Pequenas variaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
ocorreram ao longo do tempo poreacutem houve uma tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo
Estaacute apresentada no ANEXO 2 a Lista Brasileira de Causas de Mortes Evitaacuteveis por
Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede na populaccedilatildeo de 5 a 74 anos (MALTA 2010)
36
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Analisar a variaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de
evitabilidade preconizados para o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea
Programaacutetica 10 do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015
32 Objetivos especiacuteficos
bull Descrever a situaccedilatildeo de nascimento e oacutebitos infantis na AP 10 do municiacutepio do Rio de
Janeiro entre 2007 e 2015 em relaccedilatildeo ao municiacutepio e agraves demais aacutereas da cidade
bull Discutir a ocorrecircncia dos principais grupos de causas evitaacuteveis de mortalidade infantil
na AP 10 no municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e 2015
bull Contribuir para a produccedilatildeo de um informe teacutecnico sobre Mortalidade Infantil na AP
10 divulgando as informaccedilotildees prioritaacuterias para profissionais e gestores da aacuterea
37
4 METODOLOGIA
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados
Trata-se de um estudo exploratoacuterio descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre
a mortalidade infantil e sua evitabilidade considerando os oacutebitos de menores de um ano de
residentes na AP 10 e do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 no qual
ocorreu a expansatildeo da ESF na Cidade Seratildeo utilizadas as bases de dados secundaacuterios do
Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade (SIM) Ministeacuterio da Sauacutede disponiacuteveis pela
ferramenta TABNET na Plataforma da Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em
Sauacutede (SUBPAV) para toda gestatildeo da Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
(SMS-RJ)
As informaccedilotildees definidas para os objetivos deste estudo se relacionam aos oacutebitos em
menores de 1 ano sendo estes divididos ainda como oacutebitos neonatais neonatais precoces
neonatais tardios e poacutes-neonatais Informaccedilotildees sobre partos e nascimentos tambeacutem foram
incluiacutedas nesta descriccedilatildeo de dados tendo em vista sua relaccedilatildeo direta com oacutebitos infantis e a
possibilidade de observaccedilatildeo inicial sobre o padratildeo de ocorrecircncias na aacuterea em estudo
Esses dados secundaacuterios foram apurados na ferramenta TABNET na plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
A Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede
do Brasil (MALTA 2010) foi utilizada como paracircmetro para a anaacutelise por grupo de causas
no periacuteodo em estudo
42 Cenaacuterio de Estudo
As Aacutereas Programaacuteticas (AP) satildeo aacutereas divididas pela Prefeitura do Rio de Janeiro
para a gestatildeo da sauacutede A Secretaria Municipal de Sauacutede trabalha com essas AP desde 1993
quando foram chamadas de aacutereas de planejamento a fim de traccedilar planos estrateacutegicos em
relaccedilatildeo agrave sauacutede (SMS 2013)
A Aacuterea de Planejamento 10 (AP 10) corresponde agrave primeira das dez aacutereas
programaacuteticas do Municiacutepio do Rio de Janeiro como mostra a Figura 1
38
A Cidade do Rio de Janeiro eacute dividida em dez Aacutereas Programaacuteticas e a AP 10
corresponde aos bairros Benfica Caju Catumbi Centro Cidade Nova Estaacutecio Gamboa
Mangueira Rio Comprido Santa Teresa Santo Cristo Satildeo Cristoacutevatildeo Sauacutede e Vasco da
Gama
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Fonte IBGE- setembro de 2011
O Rio de Janeiro eacute um municiacutepio brasileiro de grande importacircncia
econocircmica sociocultural e financeira do paiacutes Em 2010 a populaccedilatildeo do Rio de Janeiro era de
6 320 446 habitantes (395 da populaccedilatildeo estadual) Dentre elas 4683 satildeo homens e
5317 mulheres Para 2015 era estimada uma populaccedilatildeo de 6 386 443 pessoas (IPP 2017)
A AP 10 aleacutem de ser o centro histoacuterico da Cidade do Rio de Janeiro tem em sua
formaccedilatildeo 14 bairros (jaacute citados) e 6 Regiotildees Administrativas (Centro Santa Teresa Rio
Comprido Paquetaacute Satildeo Cristoacutevatildeo e Portuaacuteria) como podemos observar na Figura 2 De
1970 a 2000 houve um decreacutescimo de 27 de sua populaccedilatildeo Paquetaacute foi a uacutenica regiatildeo a
sofrer um pequeno aumento de sua populaccedilatildeo em torno de 5 Eacute uma regiatildeo que atrai
trabalhadores onde setor de serviccedilos eacute o de maior procura No ano 2000 cinco regiotildees
administrativas tinham um alto IDH e apenas uma regiatildeo administrativa com meacutedio IDH
(IBGE 2016)
39
Figura 2 ndash Bairros da AP 10
Fonte Fonte IBGE- setembro de 2011
A AP 10 possui 17 unidades de Atenccedilatildeo Primaacuteria 75 equipes de Sauacutede da Famiacutelia 1
PS CASS 2 equipes NASF 2 equipes de consultoacuterio na rua e 1 Policliacutenica (SMS 2016)
Em 2015 a AP 10 tinha uma populaccedilatildeo estimada de 311265 habitantes e em 2010
estimava-se que 35 da populaccedilatildeo residia em favelas cerca de 103296 habitantes (IPP
2017)
O nuacutemero de famiacutelias cadastradas na ESF em 2009 era de 260 famiacutelias Em 2010
houve um aumento do nuacutemero de famiacutelias cadastradas para 8196 famiacutelias Em 2015 houve
um aumento significativo para 72786 cadastros e em 2016 uma estimativa de 79766
castrados das famiacutelias (SMS 2016)
A escolha da AP 10 para uma anaacutelise especiacutefica no estudo ocorreu pelo fato de ter
ocorrido um aumento da morte em menores de 1 ano no ano de 2015 alterando-se a
tendecircncia anterior
40
43 Estrateacutegia de Anaacutelise
A descriccedilatildeo da situaccedilatildeo de nascimentos e mortalidade infantil na AP 10 foi feita
utilizando-se o periacuteodo de 2007 a 2015 como a referecircncia para verificaccedilatildeo das variaccedilotildees
encontradas considerando-se diferentes variaacuteveis e os principais componentes da mortalidade
infantil Como jaacute citado os dados foram apurados na ferramenta TABNET na Plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
Ao iniciar-se este estudo tendo como objetivo a anaacutelise de dados ateacute 2015 e natildeo
estando este uacuteltimo ano ainda disponiacutevel na paacutegina da SMS Rio na internet e nem tampouco
no SIM DATASUS utilizou-se a ferramenta TABNET na Plataforma SUBPAV com
ciecircncia e apoio da Gerecircncia de Dados Vitais da SMS Esta plataforma tem acesso restrito a
profissionais que atuam na SMS
A partir da coleta de dados foi elaborado um banco no software Microsoft Excell
2016 no qual foram feitos os consolidados de frequecircncia por tipo de anaacutelise desejada visando
a apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas e graacuteficos
A anaacutelise descritiva estaacute apresentada levando em conta dados especiacuteficos de cada ano
assim como tambeacutem a variaccedilatildeo considerando-se trecircs triecircnios ndash de 2007 a 2009 de 2010 a
2012 e de 2013 a 2015 estrateacutegia esta que foi decidida a fim de que o nuacutemero de casos para
as aacutereas do municiacutepio particularmente a AP 10 se apresentasse com melhor consistecircncia do
que aquele com menores quantitativos quando considerados dados de somente o periacuteodo de
um ano
O processamento dos dados de Mortalidade Infantil e de seus componentes no
periacuteodo analisado e nas diferentes aacutereas do municiacutepio permitiu tambeacutem a verificaccedilatildeo das
variaccedilotildees de tendecircncias da AP 10 em comparaccedilatildeo com as demais aacutereas e com o municiacutepio do
Rio de Janeiro
Os dados referentes aos principais grupos de causas evitaacuteveis da Mortalidade Infantil e
seus componentes segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados pelo Ministeacuterio da
Sauacutede para o SUS no Brasil ocorridos nas AP do municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e
2015 tambeacutem seratildeo apresentados e discutidos
Informaccedilotildees mais relevantes deveratildeo ser destacadas para inclusatildeo em Informe Teacutecnico
produzido a parte do presente estudo visando divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees sobre Mortalidade
Infantil a profissionais e gestores da AP 10 assim como da SMS do Rio de Janeiro
41
44 Aspectos Eacuteticos
Embora o planejamento da pesquisa envolvesse principalmente a apuraccedilatildeo de dados
secundaacuterios considerando-se a necessidade de coleta de dados ainda natildeo divulgados houve
exigecircncia da SMS de que o projeto de pesquisa fosse submetido a parecer de eacutetica em
pesquisa
Desse modo a pesquisa cumpriu todas as etapas previstas nas normas nacionais que
subsidiam a pesquisa em sauacutede tendo como bases a Resoluccedilatildeo do CNEP 4662012 e
a Normativa 0012013 com encaminhamento para os Comitecircs de Eacutetica e Pesquisa da Estaacutecio
e da Secretaria Municipal de Sauacutede Para a avaliaccedilatildeo eacutetica o projeto de pesquisa foi
protocolado por meio do sistema Plataforma Brasil uma base nacional e unificada de
registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema CEPCONEP
Este estudo estaacute relacionado agrave apuraccedilatildeo e anaacutelise de dados secundaacuterios o que implicou
uma reduccedilatildeo plena de riscos envolvendo as pesquisas em sauacutede Durante todo o processo de
coleta processamento e anaacutelise de dados todas as precauccedilotildees para garantir-se o sigilo e a
confidencialidade das informaccedilotildees foram tomadas com o compromisso de natildeo ser divulgado
qualquer dado que permitisse direta ou indiretamente a identificaccedilatildeo de serviccedilos unidades de
sauacutede ou profissionais envolvidos na assistecircncia dos casos
Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica da SMS do Rio de Janeiro com
nuacutemero de parecer da aprovaccedilatildeo 1836593 no dia 25112016
42
5 RESULTADOS
Foram levantados os dados de nascimento e oacutebitos do Municiacutepio do Rio de Janeiro
(MRJ) e das suas diferentes aacutereas programaacuteticas atraveacutes da ferramenta TABNET disponiacutevel
no acesso a Indicadores e Dados Estatiacutesticos no portal da SMS do Rio de Janeiro e na
Plataforma SUBPAV No iniacutecio deste levantamento considerando os objetivos deste estudo
os dados do ano de 2015 natildeo estavam disponiacuteveis neste acesso sendo necessaacuteria a
colaboraccedilatildeo da Gerecircncia de Dados Vitais da Superintendecircncia de Vigilacircncia em Sauacutede da
SMS que forneceu as informaccedilotildees necessaacuterias para a anaacutelise de todo periacuteodo estudado
incluindo-se o ano de 2015
As informaccedilotildees seratildeo apresentadas como seacuterie histoacuterica do ano de 2007 anterior ao
iniacutecio da chamada reforma da APS no municiacutepio que se sugere tenha comeccedilado em 2009 ateacute
o ano de 2015 quando se iniciou a proposta deste estudo As informaccedilotildees seratildeo tambeacutem
apresentadas com os dados consolidados por triecircnios 2007 a 2009 2010 a 2012 e 2013 a
2015 o que foi decidido porque desse modo seriam agrupados mais dados de mortalidade em
populaccedilotildees menores como satildeo as aacutereas programaacuteticas de sauacutede no Rio de Janeiro Esta
definiccedilatildeo metodoloacutegica para anaacutelise por triecircnios tambeacutem foi decidida com o objetivo de
suavizarem-se variaccedilotildees aleatoacuterias no nuacutemero de oacutebitos em determinado ano estimando-se a
meacutedia aritmeacutetica do triecircnio como foi utilizado em recente estudo sobre Mortalidade Infantil
em Minas Gerais (LISBOA et al 2015)
Antes de apresentar os resultados relacionados ao levantamento de oacutebitos infantis no
MRJ optou-se por incluir informaccedilotildees sobre nascimentos tendo em vista a possibilidade de
acesso ao SINASC na mesma plataforma da SMS e porque possuem estreita relaccedilatildeo com
aspectos ligados ao risco de oacutebitos em menores de um ano Julgou-se importante observar os
dados referentes ao nuacutemero de nascimentos ocorridos tanto no MRJ e na AP 10 uma vez que
haacute estreita relaccedilatildeo do nuacutemero de nascidos vivos com o caacutelculo da taxa de mortalidade infantil
o que poderia indicar sugestotildees de anaacutelises posteriores mesmo que fora dos objetivos do
presente estudo
43
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro (MRJ)
Aleacutem da variaccedilatildeo de nascimentos no periacuteodo alguns fatores como o baixo peso ao
nascer filhos de matildees adolescentes tipo de parto nuacutemero de consultas de preacute-natal assim
como o nascimento em unidades SUS seratildeo aqui tambeacutem apresentados
Em 1997 o total de nascidos vivos no MRJ foi de 103193 com Taxa de Natalidade
de 186 1000 habitantes neste ano Esses indicadores apresentaram um decreacutescimo ateacute 2007
quando o total de nascimentos foi de 82019 e a Taxa de Natalidade de 133 1000 habitantes
A partir deste ano com exceccedilatildeo de 2010 observa-se um aumento do nuacutemero de nascimentos
na cidade e a Taxa de Natalidade elevaram-se para 143 1000 habitantes em 2015 com
90439 nascimentos no MRJ segundo as informaccedilotildees disponibilizadas pela SVSSMS
A Tabela 4 apresenta os dados de nascidos vivos por ano de 2007 a 2015 Foi
observado um aumento de nascimentos na Cidade nos uacuteltimos anos o que contrastou com
periacuteodos anteriores se considerarmos que no ano de 2015 por exemplo o total de nascidos
vivos foi de 90532 como disponiacutevel na mesma fonte nuacutemero superior ao do ano de 2007
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variaccedilatildeo
N
10 4638 4632 4822 4733 4680 4446 4506 4669 4656 18
21 6211 6275 6371 6873 6576 6405 6445 6624 6556 345
22 3572 3573 3552 3607 3521 3503 3526 3607 3648 76
31 11316 11438 11514 10914 11644 11420 11683 11861 12073 757
32 7325 7071 7124 7134 7224 7156 7283 7523 7268 -57
33 12585 12379 12913 12304 12573 12648 12900 13011 13030 445
4 11817 12388 13246 13069 14019 14387 14451 15148 15430 3613
51 8559 8337 8560 8565 9050 9019 9487 9459 9414 855
52 9671 9865 9725 9537 10190 10492 10688 11364 11446 1775
53 5610 5680 5971 5776 5861 6265 6405 6368 6718 1108
Ign 715 703 617 745 601 636 100 289 293 -422
MRJ 82019 82341 84415 83257 85939 86377 87474 89923 90532 8513
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao analisar o percentual da variaccedilatildeo dos nascidos vivos nos triecircnios 20072009
20102012 e 20132015 observa-se que o MRJ teve um aumento de 77 enquanto o
percentual da variaccedilatildeo da AP 10 sofreu um decreacutescimo de 19 A regiatildeo dos bairros do
Centro da cidade e adjacecircncias foi a uacutenica AP que apresentou um decreacutescimo do nuacutemero de
44
nascimentos considerados o primeiro e uacuteltimo triecircnio analisados enquanto a AP 40
apresentou o maior aumento do nuacutemero de nascidos vivos no mesmo periacuteodo
correspondendo a um aumento de 202 como podemos ver na Tabela 5 O Graacutefico 5
mostra a variaccedilatildeo do percentual dos nascidos vivos por AP e na totalidade do MRJ de 2007 a
2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
N
Variaccedilatildeo
1 14092 13859 13831 -261 -19
21 18857 19854 19625 768 41
22 10697 10631 10781 84 08
31 34268 33978 35617 1349 39
32 21520 21514 22074 554 26
33 37877 37525 38941 1064 28
4 37451 41475 45029 7578 202
51 25456 26634 28360 2904 114
52 29261 30219 33498 4237 145
53 17261 17902 19491 2230 129
MRJ 248775 255573 267929 19154 77
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 5 -Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP
MRJ 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
45
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao observamos o peso ao nascimento constatamos que apesar de ter havido uma
reduccedilatildeo do nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) entre 2007 e 2015 em
todas as AP a AP 51 apresentou aumento de seu percentual (98) como mostra a Tabela 6
A AP 10 apresentou o maior decreacutescimo da proporccedilatildeo de nascimentos de crianccedilas com baixo
peso havendo diminuiccedilatildeo desta proporccedilatildeo em quase todas as aacutereas exceto 51 e 53
Considerando-se os triecircnios estudados constata-se uma diminuiccedilatildeo gradativa do
percentual de nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) no municiacutepio do
Rio de Janeiro assim como tambeacutem representado no Graacutefico 6 e apresentado na Tabela 7
sendo que na AP 10 esta variaccedilatildeo foi a de maior valor
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP do MRJ de 2007209 a 201315
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao Nascer lt 2500g
AP Resid 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10 110 103 101 105 98 97 93 89 96
21 89 91 95 96 90 90 81 92 87
22 94 99 95 101 103 85 88 85 91
31 97 97 101 100 95 100 92 95 90
32 103 94 98 102 98 99 99 91 101
33 100 100 99 95 94 96 93 96 96
4 95 96 95 92 88 92 89 94 94
51 95 96 97 92 89 98 91 88 98
52 95 89 92 92 92 85 94 90 83
53 96 92 94 92 95 95 95 89 96
MRJ 97 95 97 96 93 94 92 92 93
46
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 104 100 92 -116
21 92 92 87 -52
22 96 96 88 -81
31 98 99 92 -63
32 98 100 97 -17
33 100 95 95 -47
4 96 91 92 -33
51 96 93 92 -42
52 92 89 89 -30
53 94 94 94 -08
MRJ 96 94 92 -43
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Com relaccedilatildeo aos nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes eles diminuiacuteram
ao longo do periacuteodo analisado em todo o MRJ e em todas as AP Em 2015 o percentual de
nascimentos de matildees adolescentes foi de 153 no MRJ enquanto em 2007 era de 172 No
triecircnio 201315 esse percentual meacutedio foi de 159 em contraste com 169 do primeiro
triecircnio apresentando assim uma reduccedilatildeo de quase 6 como pode ser visto na Tabela 8 O
maior percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 201315 correspondeu agrave AP
53 (214) e o menor percentual correspondeu ao da AP 21(84) As maiores variaccedilotildees do
percentual nos triecircnios estudados ocorreram nas aacutereas 21 e 22 onde os bairros apresentam
melhores indicadores econocircmicos e sociais
47
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e
Variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 197 185 181 -81
21 102 93 84 -176
22 125 113 103 -176
31 187 187 183 -21
32 166 157 152 -84
33 178 181 174 -22
4 138 131 123 -108
51 187 186 179 -48
52 180 174 169 -61
53 223 209 214 -40
MRJ 169 163 159 -59
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Observamos um aumento do percentual de nascimento por parto cesaacutereo nos trecircs
triecircnios estudados em todo o MRJ como pode ser visto na Tabela 9 Nota-se que no segundo
triecircnio (20102012) houve um aumento do percentual em todas as AP em relaccedilatildeo ao primeiro
triecircnio (20072009) A maior variaccedilatildeo do percentual por nascimento por parto cesaacutereo se deu
na AP 52 (147) enquanto a menor variaccedilatildeo ocorreu na AP 31 (01) As aacutereas 52 e 53
apresentaram um aumento importante de partos cesaacutereos Na AP 10 este aumento percentual
foi dos menores no MRJ
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 478 523 486 16
21 626 650 640 21
22 657 677 670 19
31 514 540 515 01
32 546 591 572 49
33 534 569 577 82
4 575 611 615 70
51 525 552 534 18
52 506 562 580 147
53 419 468 477 140
MRJ 536 574 567 58
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
48
Os nascimentos com registro no SINASC de adequado nuacutemero de consultas de preacute-
natal tambeacutem foi verificado levando-se em conta a associaccedilatildeo teoacuterica desta assistecircncia com
morbidade e mortalidade infantis Em todo o MRJ houve um aumento do percentual de
nascimentos com 7 ou mais consultas de preacute-natal de 2007 a 2015 exceto na AP 33 onde
houve diminuiccedilatildeo do seu percentual A AP 10 apresentou 724 desses nascimentos em
2015 como mostra a Tabela 10 com 7 ou mais consultas de preacute-natal
Atraveacutes do Graacutefico 7 pode ser observado um decreacutescimo de nascimentos de gestantes
com menos de 7 ou mais consultas de preacute-natal em quase todas as AP sendo a reduccedilatildeo mais
importante a ocorrida na AP 21 (309) e exceto na AP 33 com um aumento de 11 de
gestantes com menos de 7ou mais consultas de preacute-natal
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal
No periacuteodo MRJ 2007 a 2015 AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
1 647 647 624 633 647 648 696 705 724
21 802 825 811 796 794 836 855 829 839
22 817 816 816 814 781 812 808 810 823
31 649 619 598 590 597 635 670 700 722
32 674 672 672 676 657 706 740 761 762
33 689 641 674 639 625 652 662 659 668
4 710 685 662 658 648 705 741 726 766
51 674 625 615 615 619 635 657 684 709
52 661 628 617 630 641 662 689 699 733
53 589 593 611 571 581 612 669 724 768
MRJ 685 663 658 650 647 679 708 717 741
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
49
Os nascimentos em unidades SUS no MRJ apresentaram uma meacutedia de 579 em
20132015 quando eram 548 em 20072009 Na AP 10 houve um aumento de 170 em
relaccedilatildeo a esses nascimentos em contraste com a AP 22 que teve uma reduccedilatildeo de mais de
50 como mostra a Tabela 11 Uma provaacutevel ampliaccedilatildeo de oferta de leitos SUS para a
assistecircncia ao parto na AP 10 pode ser estimada a partir do importante acreacutescimo na
proporccedilatildeo de nascimentos no SUS nesta aacuterea comparando-se este dado com a variaccedilatildeo
meacutedia do MRJ
O percentual de nascimentos no SUS no triecircnio 201315 foi maior nas AP 53
(765) AP 51(699) e AP 31(671) e os menores percentuais corresponderam agraves AP
22(164) e AP 21 (263) Nos trecircs triecircnios estudados o maior aumento do percentual de
nascimentos no SUS se deu na AP 31 (145) e a AP 22 apresentou um decreacutescimo
importante de 173
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015
Variaccedilatildeo
10 538 563 629 170
21 245 266 263 72
22 337 230 164 -513
31 526 651 671 275
32 578 572 570 -13
33 583 621 616 57
4 512 513 509 -06
51 663 682 699 54
52 633 625 628 -07
53 750 725 765 21
MRJ 548 567 579 57
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
As observaccedilotildees das variaacuteveis apresentadas tendo como fonte o SINASC natildeo
permitiram identificar padratildeo de variaccedilatildeo que tivesse relaccedilatildeo teoacuterica com o aumento da
Mortalidade Infantil na AP 10 no ano de 2015 salvo a questatildeo do aumento da natalidade
fato estes comem a todas as aacutereas da Cidade no periacuteodo estudado
50
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ
A mortalidade infantil no municiacutepio do Rio de Janeiro apresenta uma tendecircncia
decrescente haacute vaacuterios anos e estudos de Matos et al (2007) sobre mortalidade infantil no MRJ
no periacuteodo de 1979 a 2004 demonstraram que houve um decreacutescimo de todos os
componentes relativos aos oacutebitos infantis nesse periacuteodo
No Graacutefico 8 pode-se observar de que maneira ocorreu essa tendecircncia decrescente
das TMI e seus componentes no MRJ de 1980 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
51
A Tabela 12 apresenta as variaccedilotildees das TMI e seus componentes no MRJ ao longo dos
triecircnios 20072009 20102012 e 20132015 verificando-se uma variaccedilatildeo negativa destes
indicadores ou seja a reduccedilatildeo da mortalidade infantil em todos os seus componentes
principalmente da mortalidade ocorrida no periacuteodo poacutes-neonatal com uma reduccedilatildeo importante
de 168
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados Faixa Etaacuteria Infan 20072009 20102012 20132014 Faixa
Etaacuteria inf
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 lt 7d -73
07-27 23 21 22 07-27 -60
28d-lt1 49 47 41 28d-lt1 -168 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis eacute uma importante estrateacutegia da vigilacircncia da
mortalidade (BRASIL 2009) cujos objetivos se relacionam agrave possibilidade de contribuir para
o desenvolvimento de accedilotildees especiacuteficas que visem a reduccedilatildeo dessas taxas A investigaccedilatildeo dos
oacutebitos infantis iniciou-se no municiacutepio do Rio de Janeiro em 2006 e no ano seguinte que
representa o limite inicial do presente estudo foram apenas investigados 347 dos oacutebitos
infantis (SMS 2016) Em 2015 ocorreram 1094 oacutebitos infantis sendo investigados 904
oacutebitos ou seja 826 do total demonstrando um incremento importante dos oacutebitos
investigados como mostra o Graacutefico 9
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A Tabela 13 e o Graacutefico 10 mostram que foram investigados 754 dos oacutebitos
relativos ao periacuteodo neonatal precoce (lt 7 dias) 845 no periacuteodo neonatal tardio e 915
ao periacuteodo poacutes-neonatal no MRJ em 2015
52
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ Faixa Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 384 648 702 738 832 880 828 801 754
07-27 460 598 644 749 838 889 864 870 845
28d-lt1 250 573 609 776 781 848 886 910 915
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tambeacutem foram observados os oacutebitos referentes a algumas variaacuteveis de risco como a
idade da matildee a idade gestacional das matildees e o peso do RN ao nascer considerando a
proporccedilatildeo de oacutebitos infantis por cada uma dessas variaacuteveis nas aacutereas e MRJ
A Tabela 14 apresenta a proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis ocorridos em matildees nas
diferentes faixas etaacuterias Houve um aumento do percentual de oacutebitos em matildees nas faixas
etaacuterias de 20 a 24 anos 45 a 49 anos diminuiccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis nas
adolescentes
53
Tabela 14 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee MRJ
Idade
Matildee
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10-14 07 15 06 09 06 21 14 14 16
15-19 179 147 161 167 183 181 185 162 169
20-24 215 228 210 190 203 212 199 240 209
25-29 181 191 186 203 171 188 202 215 197
30-34 156 138 139 145 158 152 157 179 176
35-39 69 80 89 96 101 109 112 101 139
40-44 29 28 33 33 40 34 35 44 48
45-49 06 04 03 02 02 02 02 06 01
Ign 159 168 172 155 136 102 95 38 46
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Outra variaacutevel de risco para os oacutebitos infantis se relaciona agrave idade gestacional das
matildees O maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 ocorreu entre a 37- 41 semanas de
gestaccedilatildeo correspondendo a um total de 167 oacutebitos de 2007 a 2015 Tambeacutem houve um
grande nuacutemero de oacutebitos (129 oacutebitos) entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo nesse periacuteodo A
soma dos oacutebitos infantis ocorridos nesses dois periacuteodos de gestaccedilatildeo correspondeu a um pouco
mais da metade do nuacutemero de oacutebitos totais no periacuteodo analisado conforme mostra a Tabela
15
Tabela 15 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Semanas
Gestaccedilatildeo
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Menos 22 22 23 71 26 73 61 68 58 63
22 a 27 227 246 196 212 181 197 205 228 228
28 a 31 165 155 174 155 136 156 144 159 143
32 a 36 193 169 173 224 140 170 178 173 182
37 a 41 248 242 262 254 212 249 260 288 294
42 e mais 11 16 13 10 14 10 09 14 10
Natildeo informado 133 148 111 119 244 157 135 80 80
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Um importante fator a ser observado se refere ao peso da crianccedila ao nascer uma vez
que ele se encontra estreitamente relacionado ao oacutebito infantil A Tabela 16 apresenta o
54
percentual de oacutebitos ocorridos em RN com menos de 2500g sendo de 599 em 2007 e de 629
em 2015 mostrando algum decreacutescimo na proporccedilatildeo de oacutebitos infantis com peso adequado ao
nascimento
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Peso
nascer (500g)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
0g a 499g 53 54 112 50 58 49 53 44 50
0500g a 0999g 285 288 236 272 246 269 261 303 291
1000g a 1499g 99 117 105 103 105 114 124 120 109
1500g a 1999g 79 73 69 72 98 70 79 70 88
2000g a 2499g 83 67 68 76 74 83 73 97 101
2500g a 2999g 90 88 100 146 127 100 114 130 130
3000g a 3499g 91 95 108 82 93 127 109 138 129
3500g a 3999g 39 39 49 42 47 55 50 60 62
4000g a 4499g 09 06 11 08 08 08 23 13 19
4500g e mais 04 04 03 04 03 07 05 07 05
Ignorado 166 169 140 145 141 117 110 19 16
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
55
53 Mortalidade Infantil na AP 10
Em relaccedilatildeo a AP 10 apresentaremos os nuacutemeros absolutos dos oacutebitos infantis
ocorridos entre 2007 e 2015 e a proporccedilatildeo de seus componentes no mesmo periacuteodo
Como pode ser verificado na Tabela 17 em 2015 ocorreram 67 oacutebitos infantis sendo
esse nuacutemero de oacutebito infantil maior do que o apresentado no iniacutecio do periacuteodo de expansatildeo
recente da APS determinando assim o fato que motivou e caracterizou o interesse desse
estudo principalmente porque foram 17 oacutebitos a mais que os do ano anterior exatamente
quando a aacuterea jaacute atingia maior cobertura da ESF A maior proporccedilatildeo de oacutebitos de concentra
no periacuteodo neonatal precoce sendo observada uma variaccedilatildeo negativa da proporccedilatildeo de oacutebitos
poacutes-neonatais como esperado como ser observado na Tabela 18
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 por componentes de 2007 a 2015 Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 31 31 38 33 25 26 25 25 35
07-27 11 14 12 10 9 8 10 10 12
28d-lt1 24 23 32 19 24 16 28 15 20
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 470 456 463 532 431 520 397 500 522
07-27 167 206 146 161 155 160 159 200 179
28d-lt1 364 338 390 306 414 320 444 300 299
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Em relaccedilatildeo agraves taxas de mortalidade infantil na AP 10 durante o periacuteodo estudado
observa-se que 2008 2009 2013 e 2015 houve aumento dessas taxas principalmente no
periacuteodo neonatal precoce como se observa na Tabela 19 Quando comparamos essas mesmas
taxas de mortalidade agraves taxas de mortalidade infantil no MRJ vemos na Tabela 20 que as
TMI foram mais elevadas na AP 10 do que no MRJ nesses anos A mortalidade neonatal
precoce foi o componente da MI com maiores taxas A TMI no MRJ em 2015 se apresentou
56
menor do que a TMI em 2007 Fato esse que natildeo ocorreu na AP 10 quando a TMI aumentou
em 2015 em relaccedilatildeo a 2007
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 67 67 79 70 53 58 55 54 75
07-27 24 30 25 21 19 18 22 21 26
28d-lt1 52 50 66 40 51 36 62 32 43
Total 142 147 170 131 124 112 140 107 144 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 612 601 643 638 567 581 609 540 568
07-27 212 26 223 206 194 229 226 203 221
28d-lt1 483 498 500 466 490 457 431 384 416
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
As mesmas informaccedilotildees quando analisadas de modo que sejam observados os
valores natildeo por cada ano mas sim pelos os triecircnios estudados permitem identificar que o
nuacutemero de oacutebitos infantis e as TMI nos seus trecircs componentes principais se apresentaram
com decreacutescimo na AP 10 e no MRJ como se pode ver nas Tabelas 21 e 22 Entretanto a
variaccedilatildeo percentual na TMI e nos seus componentes foi maior na AP 10 que a variaccedilatildeo
percentual meacutedia do MRJ
Tabela 21 - TMI por componentes na AP 10 e por triecircnio de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 71 61 61 -10 -141
07-27 26 19 23 -03 -113
28d-lt1 56 43 46 -10 -178
Total 153 123 130 -23 -150 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 22 - TMI por componentes no MRJ e por triecircnio no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 -05 -80
07-27 23 21 22 -01 -43
28d-lt1 49 47 41 -08 -163
Total 134 127 120 -14 -104
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
57
No Graacutefico 11 estatildeo representadas as variaccedilotildees das TMI na AP 10 por componentes
nos trecircs triecircnios estudados
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10
Por triecircnio de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Na Mortalidade Infantil Proporcional por faixa etaacuteria observamos a manutenccedilatildeo do
padratildeo com maior proporccedilatildeo de oacutebitos infantis neonatais precoces o que jaacute se apresentava
desde o iniacutecio do periacuteodo estudado assim como jaacute era uma tendecircncia conhecida a partir dos
anos 90 na AP 10 como observada na Tabela 23
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015
lt 7d 463 494 472
07-27 171 159 178
28d-lt1 366 347 350
Total 1000 1000 1000
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
58
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10
Analisando as causas de oacutebitos infantis por capiacutetulos e categorias do Coacutedigo
Internacional de Doenccedilas (CID) vemos que a maior causa de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
correspondeu ao XVI capiacutetulo do CID ou seja por ldquoAlgumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatalrdquo (607 oacutebitos ou 555) Em seguida os oacutebitos mais preponderantes se relacionaram
ao XVII capiacutetulo do CID que trata de ldquoMalformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias
cromossocircmicasrdquo (233 oacutebitos) Essas duas causas somadas equivalem a mais ou menos 75
das causas de oacutebitos infantis por capiacutetulo do CID Considerando o periacuteodo de 2007 a 2015 as
causas mais preponderantes de oacutebitos infantis foram as mesmas observadas em 2015
Em relaccedilatildeo agrave categoria do CID a maior causa de mortalidade infantil no MRJ em
2015 correspondeu ao ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relacionadas com a gravidez atualrdquo (CID P00) Malformaccedilotildees congecircnitas
deformidades e anomalias cromossocircmicas (principalmente por ldquoOutras malformaccedilotildees
congecircnitas do coraccedilatildeordquo- CID Q24) ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CIDP36) e
ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por complicaccedilotildees maternas gravidezrdquo (CID P01)
Os oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ no periacuteodo de
2007 a 2015 satildeo apresentados no ANEXO 3 Natildeo estatildeo apresentadas as informaccedilotildees sobre
Mortalidade Infantil por grupo de causas para a AP 10 tendo em vista que o padratildeo de
distribuiccedilatildeo eacute semelhante ao do MRJ onde se apresenta um perfil de causas compatiacuteveis com
a classificaccedilatildeo sobre evitabilidade que seraacute apresentada depois
O Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave
gravidez atual corresponderam ao maior percentual de causa de morte infantil em 2015 no
MRJ e apresentou elevaccedilatildeo de seu percentual quando comparado a 2007 quando o
Desconforto Respiratoacuterio do Receacutem-Nascido era a causa mais preponderante como se
observa na Tabela 24 e Graacutefico 12
59
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Causa (CID10) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
P00 Feto e RN afetados por af
maternas natildeo obrigrelacionadas agrave
gravidez atual 54 55 90 100 88 112 123 95 98
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido 120 95 98 87 74 63 71 79 56
P36 Septicemia bacteriana do RN 70 80 68 61 48 58 70 79 89
P01 Feto e RN afetados por compl
maternas da gravidez 28 44 57 51 62 63 57 52 59
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircnitas do
coraccedilatildeo 51 51 44 39 47 48 56 55 37
P02 Feto e RN afetados por compl
placenta cordatildeo umb e membr 32 41 33 48 41 53 45 33 56
J18 Pneumonia pmicro-org NE 47 32 41 30 39 38 42 27 37
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade 35 27 26 37 38 28 25 27 23
P21 Asfixia ao nascer 41 38 37 23 19 20 20 24 28
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 13 19 17 32 27 31 21 21 27
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 12 ndash Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
O Graacutefico 13 mostra o aumento da TMI devido ao Feto e RN afetados por afecccedilotildees
maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual (CID P00) e a diminuiccedilatildeo da
TMI por Desconforto respiratoacuterio do receacutem-nascido (CID P22) apoacutes uma pequena elevaccedilatildeo
em 2014 A Tabela 25 mostra que a elevaccedilatildeo do Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas
natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual como causa da mortalidade infantil no
triecircnio 20132015 foi a mais acentuada (variaccedilatildeo de 39) e o Desconforto respiratoacuterio do
receacutem-nascido representou maior decreacutescimo no mesmo triecircnio com uma diminuiccedilatildeo de
36
60
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 25 ndash MI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio Causa (CID10) 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
P00 Fetos e receacutem-nascidos afetados por afec
maternas natildeo obr relacionados a gravidez
atual
67 100 106
39
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido
104 75 68
-36
P36 Septicemia bacteriana do receacutem-nascido 73 56 79
06
P01 Feto rec-nasc afet complic maternas
gravidez
43 59 56
13
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircn do coraccedilatildeo 49 44 49
0
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr
35 47 45
10
J18 Pneumonia pmicro-org NE 40 36 36 -04
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade
29 34 25
-04
P21 Asfixia ao nascer 39 21 24 -15
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 16 30 23 07
Total geral 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Lembrando o conceito de Malta (2010) sobre a morte infantil causada por afecccedilotildees
evitaacuteveis por intervenccedilotildees no SUS ou seja aquelas passiacuteveis de serem prevenidas ou
reduzidas por serviccedilos eficientes de sauacutede verificamos a seguir de que maneira ocorreram as
principais causas evitaacuteveis no MRJ e na AP 10 em particular
Segundo a Lista Brasileira de Causas Evitaacuteveis feita com dados do Sistema de
Informaccedilotildees sobre Mortalidade dispotildee-se de subgrupos de causas Esses subgrupos
correspondem agraves causas evitaacuteveis que satildeo aquelas Reduziacuteveis pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave
61
mulher no parto Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequados e Reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculada a
accedilotildees de atenccedilatildeo
As principais causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 foram relacionadas agraves causas
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (349 oacutebitos infantis) correspondendo a
319 dos oacutebitos Outras causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis de menores proporccedilotildees foram as
causas tais como ldquoReduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeordquo e agraves ldquoCausas mal definidasrdquo 05
e 33 respectivamente em 2015 como apresenta a Tabela 26 As ldquoDemais causas (natildeo
claramente evitaacuteveis)rdquo apresentaram um nuacutemero de 294 oacutebitos correspondendo somente a
269 do total Em resumo as causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
corresponderam a 698 como visualisamos na Tabela 27 Jaacute a Tabela 28 representa a
pequena diminuiccedilatildeo da TMI por causas evitaacuteveis no MRJ em 2015 (841000) em relaccedilatildeo agrave
TMI em 2007 de 891000 por causas evitaacuteveis
Tabela 26 -Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade no MRJ Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 03 03 01 03 04 05 00 03 05
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
na gestaccedilatildeo
269 274 319 320 309 331 351 320 319
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
no parto
104 99 94 80 77 76 73 75 86
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-
nascido
140 155 141 123 112 115 127 141 147
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e
tratamento adequado
112 87 95 72 101 89 96 72 79
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede
vinculada agraves accedilotildees de atenccedilatildeo
49 63 61 64 63 71 53 61 63
2 Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 677 682 710 662 667 687 701 671 698
Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
Natildeo claramente evitaacuteveis 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
62
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 89 93 97 87 83 87 89 76 84
Causas mal definidas 06 05 05 06 05 04 04 04 04
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 38 35 38 37 35 34 33 32
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo agora considerados os valores por triecircnios atraveacutes das taxas e da proporccedilatildeo por
grupo de causas nestes grupos segundo as informaccedilotildees descritas nas tabelas abaixo
Ao estudarmos os triecircnios no MRJ observamos que as causas Reduziacuteveis por
adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram as que apresentaram a maior taxa de
mortalidade infantil nos trecircs triecircnios como mostra a Tabela 29 As Causas mal definidas
foram as que tiveram maior reduccedilatildeo nos triecircnios estudados (-240) apresentada na Tabela
30 e Graacutefico 14 resultado que pode ser atribuiacutedo como decorrente da melhor investigaccedilatildeo
dos oacutebitos
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 00
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 39 41 40
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 13 10 09
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 20 15 17
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento
adequado
13 11 10
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a
accedilotildees de atenccedilatildeo
08 08 07
2 Causas mal definidas 05 05 04
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 36 37 33
Total 134 128 120
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeosegundo evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 93 86 83 -105
Causas mal definidas 05 05 04 -240
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 37 33 -87
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
63
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo apresentados os dados relacionados aos oacutebitos infantis evitaacuteveis de residentes na
aacuterea da AP 10 com os valores por ano no periacuteodo de 2007 a 2015 atraveacutes do nuacutemero
absoluto de oacutebitos da proporccedilatildeo por grupo de causas e as respectivas taxas por cada ano Em
seguida as informaccedilotildees apresentadas estatildeo agrupadas por triecircnio considerando-se o periacuteodo
de 2007 a 2015
O fato que chamou a atenccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo na AP 10 foi que
ocorreram 67 oacutebitos infantis em 2015 sendo 48 (716) desses oacutebitos ocorreram por causas
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS como pode ser observado nas Tabela 31 e Tabela 32
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 44 47 58 38 34 38 45 36 48
Causas mal definidas 2 3 1 8 4 2 1 1 2
Natildeo claramente evitaacuteveis 20 18 23 16 20 10 17 13 17
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
64
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 667 691 707 613 586 760 714 720 716
Causas mal definidas 30 44 12 129 69 40 16 20 30
Natildeo claramente evitaacuteveis 303 265 280 258 345 200 270 260 254
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 33 - TMI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 95 101 120 80 73 85 100 77 103
Causas mal definidas 04 06 02 17 09 04 02 02 04
Natildeo claramente evitaacuteveis 43 39 48 34 43 22 38 28 37
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A taxa de mortalidade por causas evitaacuteveis na AP 10 no ano de 2015 foi uma das
maiores do periacuteodo estudado de 103 por mil nascidos vivos sendo poreacutem menor que a taxa
que ocorreu 2009 de 120 oacutebitos em mil nascidos vivos como mostra a Tabela 33
Em todo o periacuteodo estudado as mortes por causas evitaacuteveis foram as que apresentaram
maior nuacutemero em relaccedilatildeo agraves demais causas Ainda na Tabela 33 podemos observar que a
TMI por Causas evitaacuteveis na AP 10 em 2015 (103 por 1000 nascidos vivos) se apresentou
maior do que no ano de 2007 (95) Poreacutem quando analisamos as TMI por triecircnios
verificamos que houve uma pequena reduccedilatildeo da mortalidade infantil por causas evitaacuteveis
assim como as demais causas
Quando analisamos os triecircnios observamos que a TMI na AP 10 por causas de morte
evitaacuteveis decresceu de 1061000 em 20072009 para uma taxa de 931000 em 20132015
As causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram responsaacuteveis pelo
maior percentual de causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis apresentando 333 no triecircnio
20132015 apresentado nas Tabelas 34 35 e 36 embora tenha tido uma diminuiccedilatildeo de sua
TMI no triecircnio 200132015 em relaccedilatildeo ao triecircnio 20072009
65
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 06
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 329 359 333
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 93 76 67
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 116 94 139
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequado 102 71 78
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo
51 47 94
2 Causas mal definidas 28 82 22
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 282 271 261
Total 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10 Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 106 79 93 -13
Causas mal
definidas
04 10 03 -01
Natildeo claramente
evitaacuteveis
43 33 34 -09
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de
imunizaccedilatildeo
00 00 01 01
121 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
50 44 43 -07
122 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher no parto
14 09 09 -05
123 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao receacutem-nascido
18 12 18 0
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequado
16 09 10 -06
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave
sauacutede vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo
08 06 12 04
2 Causas mal definidas 04 10 03 -01
3 Demais causas (natildeo claramente
evitaacuteveis)
43 33 34 -09
Total 153 123 130 -23 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
66
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs
A seguir os dados analisados no presente estudo estatildeo resumidos incluindo-se
informaccedilotildees de todas as aacutereas da Cidade sendo apresentados na Tabela 37
Desse modo podemos constatar que em todas as AP exceto na AP 10 e na AP 32
houve um aumento da taxa de natalidade de 2007 a 2015 no municiacutepio do Rio de Janeiro O
percentual de crianccedilas nascidas com baixo peso na AP 10 foi equivalente ao MRJ em 2015
apresentado a maior reduccedilatildeo de todas as AP
Embora a proporccedilatildeo de nascimentos com menos de 7 consultas preacute-natal na AP 10
tenha diminuiacutedo no triecircnio 201315 essa reduccedilatildeo foi inferior a reduccedilatildeo ocorrida em todo o
municiacutepio do Rio de Janeiro Ainda na AP 10 podemos observar que apesar de ainda
apresentar um grande percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 20132015
ela teve uma reduccedilatildeo maior do que a ocorrida no MRJ no mesmo triecircnio
O maior percentual de parto cesaacutereo ocorreu na AP 22 enquanto a AP 10 apresentou
um dos menores percentuais nesse uacuteltimo triecircnio estudado O maior aumento do percentual de
partos cesaacutereos em 2015 ocorreu na AP 53 enquanto o menor aumento desse percentual
ocorreu na AP 31
A maior proporccedilatildeo de parto realizado nos SUS aconteceu na AP 53 No triecircnio
20132015 a maior taxa de moralidade infantil se deu na AP 33 e a taxa de mortalidade
infantil estimada para o triecircnio na AP 10 foi de 131000 sendo maior do que a verificada no
MRJ taxa de 120 A AP 21 foi a que apresentou a menor taxa no uacuteltimo triecircnio do estudo
de 85
A taxa de mortalidade neonatal foi maior do que a taxa de mortalidade poacutes-neonatal agrave
custas da maior incidecircncia de oacutebitos no periacuteodo neonatal precoce A TMI por causas evitaacuteveis
diminuiu em todas as AP no triecircnio 201315 quando comparada ao triecircnio 200709 exceto
nas AP 33 e AP 53 A maior reduccedilatildeo dessa TMI ocorreu na AP 22 com uma diminuiccedilatildeo de
4444
67
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash
MRJ e APs ndash 2007 e 2017
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Taxa de
Natalidade
2007
1605
978
966
1289
1289
1342
1425
1274
1511
1603
1329
Taxa de
Natalidade
2015
1563
1028
983
1362
1275
1383
1696
1403
1721
1824
1432
Percentual
de BPN
triecircnio
20132015
92
87
88
92
97
95
92
92
89
94
92
Variaccedilatildeo
BPN
2007-2009 e
2013-2015
-116
-52
-81
-63
-17
-47
-33
-42
-30
-08
-43
Proporccedilatildeo
de Nasc
com menos
de 7 cons
Preacute Natal
Triecircnio
20132015
278
120
148
292
230
314
219
284
272
274
254
Variaccedilatildeo
da Propde
Nasc com
menos de 7
cons Preacute
Natal
2007-2009 e
2013-2015
-158
-309
-134
-163
-230
11
-248
-187
-137
-284
-170
Propde
Nasc de
Matildees
Adolesc
Triecircnio
20132015
181
84
103
183
152
174
123
179
169
214
159
Variaccedilatildeo
de Nasc de
Matildees Adol
20072009 e
20132015
-79
-169
-180
-21
-86
-20
-107
-42
-62
-41
-62
Proporccedilatildeo
de Nascim
Parto
Cesaacutereo
Triecircnio
20132015
486
640
670
515
572
577
615
534
580
477
567
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto
Cesaacutereo-
Triecircnio
20072015
16
21
19
01
49
82
70
18
147
140
57
68
(cont)
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Proporccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
Triecircnio
20132015
629
263
164
671
570
616
509
699
628
765
579
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
20072015
170
72
-513
275
-13
57
-06
54
-07
21
57
TMI total
20132015
130
85
77
129
114
140
100
133
109
171
120
TMI
Neonatal
Precoce
20132015
61
42
40
54
48
77
47
62
52
84
57
TMI
Neonatal
Tardia
20132015
23
19
10
26
23
21
19
24
20
30
22
TMI
Neonatal
20132015
84
61
50
80
71
98
67
86
72
114
79
TMI Poacutes
Neonatal
20132015
46
23
27
49
43
43
34
47
37
57
41
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20072009
106
59
81
95
90
96
75
108
96
115
93
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20132015
93
53
45
89
70
100
63
95
78
135
83
Variaccedilatildeo
de Oacutebitos
Infantis por
Causas
Evitaacuteveis
20072015
-1226
-1016
-4444
-631
-2222
416
-160
-1203
-1875
1739
-1075
Fonte SIMSINASCSVSSMS Rio-2017
69
6 DISCUSSAtildeO
Os indicadores de sauacutede podem ser afetados em seus valores ao longo do tempo
quando satildeo disponibilizados melhores serviccedilos de atenccedilatildeo agrave sauacutede assim como quando satildeo
observadas melhores condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo Inclusive iniciativas de poliacuteticas
puacuteblicas que visem beneficiar a populaccedilatildeo satildeo tatildeo importantes que podem afetar diretamente
a ocorrecircncia de fatores de risco
Neste estudo pocircde-se observar alteraccedilatildeo de alguns fatores relacionados teoricamente agrave
Mortalidade Infantil para todo o MRJ e na AP 10 quando consideradas as informaccedilotildees sobre
parto e nascimento do SINASC
Considerando a Proporccedilatildeo de Baixo Peso ao nascer houve um decreacutescimo de 116
de nascimento de crianccedilas com baixo peso (lt 2500g) na AP 10 o maior decreacutescimo entre as
aacutereas programaacuteticas O MRJ tambeacutem apresentou reduccedilatildeo desse percentual Para Gaiva (2014)
um grande nuacutemero de estudos aponta o baixo peso como um dos principais fatores
relacionados ao aumento do risco de oacutebito neonatal A prematuridade e o crescimento
intrauterino restrito satildeo os principais determinantes do baixo peso ao nascer e podem ser
avaliados atraveacutes de um acompanhamento preacute-natal de qualidade assim como uma adequada
atenccedilatildeo no momento do parto (GAIVA 2014)
Os nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes diminuiacuteram em todas as AP ao
longo do periacuteodo analisado sendo que o maior decreacutescimo ocorreu na AP 22
A idade materna eacute uma importante caracteriacutestica da gestante que traz riscos evidentes
quando a matildee se encontra abaixo dos 20 anos e quando se encontra acima dos 35 anos de
idade Em um estudo de Lima et al 2010 sobre a associaccedilatildeo entre a mortalidade neonatal
precoce e poacutes-neonatal e a idade da matildee observou-se que quando a idade materna eacute maior de
35 anos e na adolescecircncia haacute associaccedilatildeo respectivamente ao oacutebito neonatal precoce e poacutes-
neonatal Imaturidade bioloacutegica fatores socioeconocircmicos e a natildeo realizaccedilatildeo das consultas
preacute-natais necessaacuterias podem estar associados agraves adolescentes Jaacute as matildees acima de 35 anos
podem apresentar fatores como comorbidades partos ciruacutergicos e fetos com anomalias
congecircnitas que podem levar ao oacutebito infantil apesar de muitas vezes disporem de melhores
condiccedilotildees socioeconocircmicas e adequados cuidados preacute-natais (LIMA et al 2010)
70
Em relaccedilatildeo ao tipo de parto se cesaacutereo ou normal observamos um aumento do parto
cesaacutereo em todo o MRJ sendo que esse aumento foi acentuado nas AP 53 e AP 52 entre
2007 e 2015 No MRJ observou-se um aumento de 57 de parto cesaacutereo enquanto a AP 10
apresentou um aumento de 16 O parto cesaacutereo estaacute cada vez mais frequente no Brasil
assim como no resto do mundo e embora seja cada vez mais seguro ele ainda apresenta riscos
(PATAH 2011) Segundo Lansky (2014) a taxa de cesaacutereas no Brasil era de 535 em 2011
A OMS recomenda que ele seja realizado quando necessaacuterio para evitar complicaccedilotildees para
matildee e filho A Federaccedilatildeo Internacional de Ginecologia e Obstetriacutecia (FIGO) preconiza uma
proporccedilatildeo maacutexima de cesaacutereas ateacute 20 dos partos e a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede ateacute
15 dos partos (Soares 2010) Em um estudo de Sanders et al (2017) para analisar fatores
relacionados ao oacutebito infantil em Fortaleza (Cearaacute) eles verificaram que o parto cesaacutereo
demonstrou ser um fator de proteccedilatildeo para a mortalidade infantil quando realizado em
gestantes de alto risco
O nuacutemero de nascimentos de matildees com adequado nuacutemero de consultas de preacute-natal
tambeacutem eacute importante a ser observado uma vez que as gestantes que realizam menos do que
seis consultas de preacute-natal apresentam risco maior de terem oacutebito fetal (KLEIN et al 2012)
Observamos nesse estudo que o percentual de nascidos vivos de gestantes com 7 ou mais
consultas de preacute-natal aumentou em todas as AP (exceto a AP 33) de 2007 a 2015 As matildees
que realizaram um nuacutemero de consultas menor do que 7 apresentaram um iacutendice de oacutebitos
proporcionalmente maior ratificando o niacutevel de fator de risco de oacutebitos de receacutem-nascidos em
relaccedilatildeo ao numero de consultas preacute-natal Observa-se inclusive que o niacutevel de oacutebitos
decresceu graccedilas ao aumento percentual de incidecircncia de 7 ou mais consulta para as matildees em
todas as AP excetuando as AP 22 e AP 33 Fernandes (2016) reforccedila que a proporccedilatildeo de
atendimentos e consultas de preacute-natal tem sido fundamental na relaccedilatildeo direta da diminuiccedilatildeo
da ocorrecircncia do baixo peso dos receacutem-natos comparando-se com os percentuais de
incidecircncia de baixo peso quando natildeo haacute um expressivo nuacutemero de consultas de preacute-natal
Em relaccedilatildeo agrave idade gestacional o maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 tenha
ocorrido em nascidos vivos entre a 37- 41 semanas de gestaccedilatildeo e somente em seguida os
prematuros entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo de 2007 a 2015 embora um estudo de Klein
(2012) a natimortalidade e a neomortalidade encontrem-se mais associadas agrave baixa idade
gestacional
Os nascimentos ocorridos em maternidades do SUS aumentaram 17 na AP 10 nos
triecircnios analisados presumindo-se aumento de oferta de leitos puacuteblicos na aacuterea enquanto no
71
MRJ houve um aumento menor de 57 Para Barbeiro (2015) a mortalidade fetal pode ser
encontrada em maior nuacutemero em gestantes com condiccedilotildees socioeconocircmicas precaacuterias que
satildeo aquelas que utilizam as maternidades do SUS
Nesse trabalho natildeo foram levados em conta outros fatores de risco para mortalidade
infantil tais como a escolaridade da matildee a presenccedila de gestaccedilotildees anteriores ao parto atual
Apgar de 5ordm minuto menor ou igual a 7 a raccedilacor da matildee entre outros assim como outros
fatores relacionados agrave morte infantil que poderatildeo ser explorados em estudos posteriores
Embora tenha ocorrido um aumento importante de oacutebitos infantis em 2015 na AP 10
que chamou dos gestores da SMS analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP 10
e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes ao
longo do periacuteodo estudado
A taxa de mortalidade infantil na AP 10 em 2015 era de 144 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos superior a do MRJ no mesmo ano que foi de 121 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos Satildeo taxas essas ainda altas quando comparadas a paiacuteses jaacute mencionados como
Japatildeo (TMI 20) Canadaacute (TMI 40) e Estados Unidos da Ameacuterica (TMI 60) (UNICEF
2015)
O componente poacutes-neonatal estaacute mais relacionado agraves condiccedilotildees baacutesicas de sauacutede
como a aacutegua tratada saneamento baacutesico acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede condiccedilotildees
socioeconocircmicas especialmente as relativas agrave renda Essas condiccedilotildees satildeo passiacuteveis de serem
modificadas atraveacutes de uma poliacutetica de sauacutede que atenda a essas necessidades Outros fatores
que influenciam as condiccedilotildees de vida aleacutem da renda familiar satildeo o grau de escolaridade dos
pais o acesso uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel e moradia salubre (FERRARI 2012) Em 2013 as
principais causas poacutes-neonatais no MRJ foram segundo o capiacutetulo da CID 10 as
Malformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias cromossocircmicas (cap XVII) 253 as
Doenccedilas do aparelho respiratoacuterio- pneumonia e bronquiolite aguda- (cap X) 178
Algumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (cap XVI) 128 e Algumas doenccedilas
infecciosas e parasitaacuterias (cap I) 109 As causas baacutesicas segundo causas externas foi por
Riscos NE a respiraccedilatildeo (W84) 50 e Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico (W78) 325(site da
SUBPAV acesso em 18052017)
A principal causa neonatal de oacutebito infantil no MRJ em 2015 correspondeu ao feto e
receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas com agrave
gravidez atual (CID P00) afecccedilotildees essas principalmente relacionadas a transtornos maternos
hipertensivos e do trato urinaacuterio As outras duas grandes causas de morte infantil no MRJ
72
corresponderam a ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CID P36) e ldquoOutras
malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeordquo (CID Q24) Ainda em 2015 698 dos oacutebitos infantis
foram por causas evitaacuteveis no MRJ Houve uma reduccedilatildeo de 105 na taxa de mortalidade
infantil no MRJ por causas evitaacuteveis nos triecircnios analisados Essa reduccedilatildeo deveu-se
principalmente agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Houve um
aumento da TMI devido agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na
AP10 no periacuteodo estudado ainda observa-se uma proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis
por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede relacionadas aos oacutebitos infantis
Em 2015 a AP 10 apresentou 716 dos oacutebitos por Causas evitaacuteveis Houve reduccedilatildeo
de suas TMI nos triecircnios estudados sendo a maior reduccedilatildeo devida agraves Causas Mal Definidas
(reduccedilatildeo de 321) A TMI (103) em 2015 que se relacionou agraves causas evitaacuteveis de oacutebitos
infantis principalmente agraves causas ldquoReduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeordquo
(358) mostram assim a importacircncia da atenccedilatildeo agrave sauacutede da gestante na assistecircncia Preacute Natal
da Atenccedilatildeo Primaacuteria e na rede de serviccedilos
A gestante quando apresenta um nuacutemero de consultas preacute- natais maior ou igual a seis
e o iniacutecio dessas consultas se faz de maneira precoce esses fatores exercem uma proteccedilatildeo agrave
gestante e ao RN A boa qualidade dessa atenccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo tambeacutem faz com que haja
diminuiccedilatildeo da morte infantil (SILVA 2013) Esses oacutebitos poderatildeo ser evitados cada vez
mais atraveacutes de accedilotildees preventivas diagnoacutestico e tratamento precoce pelos serviccedilos de sauacutede
Estudos apontam que o as gestante que realizam 6 ou mais consultas de preacute-natal tem 4 x
menos chances que seu filho venha a oacutebito (BRUM 2015)
A hipertensatildeo eclampsia infecccedilatildeo urinaacuteria hemorragia anemia e idade gestacional
inferior a 37 semanas satildeo fatores relacionados agrave gestante que se associam agrave prematuridade e
ao baixo peso ao nascer Com o controle devido desses fatores atraveacutes de assistecircncia adequada
ao preacute- natal os oacutebitos infantis podem ser evitados (SILVA 2013) Daiacute a importacircncia da
gestante ter faacutecil acesso ao serviccedilo de sauacutede para fazer um exame preacute-natal adequado e ser
referenciada a uma maternidade para completar a sua assistecircncia e a de seu filho A maior
parte dos partos ocorre em hospitais mas isso natildeo impede os altos iacutendices de
morbimortalidade materna e perinatal produzidas por uma assistecircncia possivelmente falha
somada a um desnecessaacuterio e elevado nuacutemero de cesarianas Um adequado controle preacute-natal
assim como a prevenccedilatildeo de cesarianas sem indicaccedilotildees teacutecnicas especiacuteficas levando agrave
prematuridade iatrogecircnica podem contribuir significativamente para a reduccedilatildeo desses oacutebitos
(LANSKY 2014)
73
As afecccedilotildees perinatais encontram-se relacionadas ao cuidado preacute- natal e agrave gestante agraves
condiccedilotildees do receacutem- nascido e ao parto (Bezerra 2007) A concentraccedilatildeo maior das causas
evitaacuteveis desses oacutebitos se encontra no grupo das causas reduziacuteveis pela atenccedilatildeo agrave gestaccedilatildeo
parto feto e receacutem-nato em torno de 39 As reduziacuteveis por adequado atenccedilatildeo ao RN
correspondem a 29 seguidas das causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao parto (15)
Aquelas que estatildeo ligadas a accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequados correspondem a
15 as que necessitam de accedilotildees de promoccedilatildeo vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo se encontram
com 7 das causas e pequena parte se deve a accedilotildees de imunizaccedilotildees (BEZERRA 2007)
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes desse estudo observamos que apesar da Mortalidade Infantil no MRJ e na AP
10 tenham decrescido nos triecircnios analisados ambos satildeo ainda altas taxas de mortalidade
infantil Apesar do decliacutenio da TMI ocorrer haacute deacutecadas se faz necessaacuterio a elaboraccedilatildeo de
estrateacutegias de enfrentamento de suas causas que satildeo na sua maioria evitaacuteveis A ampliaccedilatildeo da
vigilacircncia de oacutebitos no MRJ foi uma importante estrateacutegia implantada a fim de contribuir para
a melhor qualificaccedilatildeo das causas de morte infantil para que se faccedilam accedilotildees que diminuam os
oacutebitos infantis por causas que possam ser evitadas
Em virtude da ocorrecircncia importante de oacutebitos infantis em filhos de matildees
adolescentes haacute portanto a necessidade de incrementar accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo em
sauacutede da mulher principalmente nas faixas etaacuterias extremas e em especial nas adolescentes
Pesquisas relacionadas agrave idade materna assim como a outros fatores relacionados agrave morte
infantil tambeacutem devem ser ampliadas Aleacutem disso eacute importante que se invista em accedilotildees de
poliacuteticas publicas que objetivem conscientizaccedilatildeo desses jovens do ponto de vista da educaccedilatildeo
sexual com orientaccedilotildees sobre o uso de preservativos e planejamento familiar
Devido ao aumento da cesariana tanto no MRJ como na AP 10 esforccedilos devem ser
feitos para que a cesariana seja feita apenas com recomendaccedilotildees teacutecnicas precisas e natildeo
indiscriminadamente para gestante de baixo risco Eacute importante preparar a gestante durante o
cuidado preacute-natal e enfatizar a importacircncia do parto humanizado
Um preacute-natal qualificado agrave gestante tem importacircncia fundamental para a diminuiccedilatildeo
dos oacutebitos infantis
Essa pesquisa foi realizada com a perspectiva de contribuir com a Coordenadoria da
AP 10 atraveacutes de dados recentes para uma melhor visibilidade da tendecircncia da mortalidade
74
infantil e de seus componentes assim como os fatores de risco relacionados Os dados aqui
apresentados seratildeo disponibilizados para a gestatildeo da CAP 10 a fim de que seja produzido um
informe teacutecnico especiacutefico sobre Mortalidade Infantil sensibilizando profissionais e gestores
da APS sobre a necessidade de reduccedilatildeo das causas de oacutebitos evitaacuteveis por intervenccedilotildees do
SUS
Como este foi um estudo exploratoacuterio descritivo natildeo eacute possiacutevel estabelecer-se relaccedilatildeo
entre o aumento da cobertura da APS na aacuterea e os indicadores de oacutebitos infantis Entretanto o
quadro geral apresentado na AP 10 mostra-se como ainda instaacutevel considerando-se a
expectativa de reduccedilatildeo da TMI na medida em que ocorre maior oferta de serviccedilos na APS
75
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80
ANEXO 1
Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
Ano Mecircs Populaccedilatildeo
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Equipe de Sauacutede
Bucal
Modalidade I
Implantados Proporccedilatildeo de cobertura populacional estimada Credenciadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede
1999 01 5569181 0 000 0
1999 12 5569181 0 000 0
2000 01 5598953 0 000 0
2000 12 5598953 22 136 0
2001 01 5613897 22 135 0
2001 12 5897485 19 111 0
2002 01 5897485 19 111 0
2002 12 5897485 23 135 0
2003 01 5897485 23 135 0
2003 12 5937253 23 134 0
2004 01 5937253 23 134 0
2004 12 5974081 57 329 0
2005 01 5974081 57 329 50
2005 12 5974081 96 554 0
2006 01 5974081 98 566 0
2006 12 6094183 118 668 0
2007 01 6094183 119 674 0
2007 12 6136652 131 736 35
2008 01 6136652 144 810 35
2008 12 6136652 128 720 35
2009 01 6161047 124 694 35
2009 12 6161047 165 924 35
2010 01 6161047 170 952 35
2010 12 6186710 266 1483 228
2011 01 6186710 281 1567 228
2011 12 6320446 506 2762 228
2012 01 6320446 585 3193 228
2012 12 6355949 734 3984 528
2013 01 6355949 749 4066 528
2013 12 6390290 730 3941 528
2014 01 6390290 720 3887 528
2014 12 6390290 831 4486 528
2015 01 6390290 832 4492 528
2015 12 6390290 855 4616 528
2016 01 6390290 855 4616 528
Fonte MSSASDAB e IBGE
81
ANEXO 2
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do
Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil
Para menores de 5 anos no Grupo 1 - Causas Evitaacuteveis destacam-se
1 Grupo 1 - Causas evitaacuteveis
11 Reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo Tuberculose do sistema nervoso (A17)
Tuberculose miliar (A19) Teacutetano neonatal (A33) Outros tipos de teacutetano (A35) Difteria
(A36) Coqueluche (A37) Poliomielite aguda (A80) Sarampo (B05) Rubeacuteola (B06)
Hepatite B (B16) Caxumba (B260) Meningite por Haemophilus (G000) Rubeacuteola congecircnita
(P350) Hepatite viral congecircnita (P353)
12 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo parto feto e ao receacutem-nascido
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Siacutefilis congecircnita (A50)
Doenccedilas pelo viacuterus da imunodeficiecircncia humana (B20 a B24) Feto e receacutem-nascidos afetados
por complicaccedilotildees da placenta e das membranas (P022 P023 P027 P028 P029) Afecccedilotildees
maternas que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P00 P04) Complicaccedilotildees maternas da
gravidez que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P01) Crescimento fetal retardado e
desnutriccedilatildeo fetal (P05) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e baixo peso
ao nascer natildeo classificados em outra parte (P07) Siacutendrome da anguacutestia respiratoacuteria do
receacutem-nascido (P220) Hemorragia pulmonar originada no periacuteodo perinatal (P26)
Hemorragia intracraniana natildeo traumaacutetica do feto e do receacutem-nascido (P52) Isoimunizaccedilatildeo Rh
e ABO do feto ou do receacutem-nascido (P550 P551) Doenccedilas hemoliacuteticas do feto ou do
receacutem-nascido devidas agrave isoimunizaccedilatildeo (P558 a P579) Enterocolite necrotizante do feto e
do receacutem-nascido (P77)
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Placenta preacutevia e descolamento
prematuro da placenta (P020 a P021) Feto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees do cordatildeo
umbilical (P024 a P026) Outras complicaccedilotildees do trabalho de parto ou do parto que afetam o
receacutem-nascido (P03) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo prolongada e peso elevado ao
nascer (P08) Traumatismo de parto (P10 a P15) Hipoacutexia intra-uterina e asfixia ao nascer
(P20 P21) Aspiraccedilatildeo neonatal (P24 exceto P243)
82
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido Transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal (P221 P228 P229 P23 P25 P27 P28) Infecccedilotildees
especiacuteficas do periacuteodo perinatal (P35 a P399 exceto P350 e P353) Hemorragia neonatal
(P50 a P54) Outras icteriacutecias perinatais (P58 P59) Transtornos endoacutecrinos e metaboacutelicos
transitoacuterios especiacuteficos e do receacutem-nascido (P70 a P74) Transtornos hematoloacutegicos do
receacutem-nascido (P60 P61) Transtornos do aparelho digestivo do receacutem-nascido (P75 a P78)
Afecccedilotildees que comprometem o tegumento e a regulaccedilatildeo teacutermica do receacutem-nascido (P80 a
P83) Outros transtornos originados no periacuteodo perinatal (P90 a P968)
13 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento Tuberculose respiratoacuteria
com confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A15) Tuberculose das vias respiratoacuterias sem
confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A16) Tuberculose de outros oacutergatildeos (A18)
Meningite (G001 a G03) Infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas superiores (J00 a J06) Pneumonia
(J12 a J18) Outras infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas inferiores (J20 a J22) Edema de laringe
(J384) Doenccedilas crocircnicas das vias aeacutereas inferiores (J40 a J47 exceto J43 e J44) Doenccedilas
pulmonares devidas a agentes externos (J68 a J69) Outras doenccedilas causadas por clamiacutedias
(A70 a A74) Outras doenccedilas bacterianas (A30 A31 A32 A38 A39 A40 A41 A46 A49)
Hipotireoidismo congecircnito (E030 E031) Diabetes mellitus (E10 a E14) Distuacuterbios
metaboacutelicos ndash fenilcetonuacuteria (E700) e deficiecircncia congecircnita de lactase (E730) Epilepsia
(G40 G41) Siacutendrome de Down (Q90) Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio (N390) Febre reumaacutetica e
doenccedila cardiacuteaca reumaacutetica (I00 a I09)
14 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede Doenccedilas infecciosas intestinais (A00 a A09) Algumas doenccedilas bacterianas
zoonoacuteticas (A20 a A28) Febres por arboviacuterus e febres hemorraacutegicas virais (A90 a A99)
Rickettsioses (A75 a A79) Raiva (A82) Doenccedilas devidas a protozoaacuterios (B50 a B64)
Helmintiacuteases (B65 a B83) Outras doenccedilas infecciosas (B99) Anemias nutricionais (D50 a
D53) Deficiecircncias nutricionais (E40 a E64) Desidrataccedilatildeo (E86) Acidentes de transportes
(V01 a V99) Envenenamento acidental por exposiccedilatildeo a substacircncias nocivas (X40 a X44)
Intoxicaccedilatildeo acidental por outras substacircncias (X45 a X49) Siacutendrome da morte suacutebita na
infacircncia (R95) Quedas acidentais (W00 a W19) Exposiccedilatildeo ao fumo ao fogo e agraves chamas
(X00 a X09) Exposiccedilatildeo agraves forccedilas da natureza (X30 a X39) Afogamento e submersatildeo
acidentais (W65 a W74) Outros riscos acidentais agrave respiraccedilatildeo (W75 a W84) Exposiccedilatildeo agrave
corrente eleacutetrica agrave radiaccedilatildeo e a temperaturas e pressotildees extremas do ambiente (W85 a W99)
Agressotildees (X85 a Y09) Eventos cuja intenccedilatildeo eacute indeterminada (Y10 a Y34) Exposiccedilatildeo a
forccedilas mecacircnicas inanimadas (W20 a W49) Acidentes ocorridos em pacientes durante
83
prestaccedilatildeo de cuidados meacutedicos e ciruacutergicos (Y60 a Y69) Reaccedilatildeo anormal em pacientes ou
complicaccedilatildeo tardia causadas por procedimentos ciruacutergicos e outros procedimentos meacutedicos
sem menccedilatildeo de acidentes ao tempo do procedimento (Y83 a Y84) Efeitos adversos de
drogas medicamentos e substacircncias bioloacutegicas usadas com finalidade terapecircutica (Y40 a
Y59)
No grupo 2 - Causas de morte mal-definidas
2 Causas de morte mal-definidas Sintomas sinais e achados anormais de exames cliacutenicos e
de laboratoacuterio natildeo classificados em outra parte (R00 a R99 exceto R95) Morte fetal de causa
natildeo especificada (P95) Afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal natildeo especificadas (P 969)
No grupo 3 - Demais causas de morte (natildeo claramente evitaacuteveis)
1 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) As demais causas de morte O grupo de
especialistas sugeriu que as anaacutelises fossem processadas por peso ao nascer
considerando evitaacuteveis as mortes de casos com peso a partir de 1500g subdivididos
nas seguintes categorias 1500g a 2499g ge2500g Recomendou-se realizar novas
validaccedilotildees da lista e verificar criteacuterios de magnitude para inclusatildeo na lista Os
acidentes de tracircnsitotransporte antes incluindo os coacutedigos V01 a V89 passaram
incluir os coacutedigos de V01 a V99
84
ANEXO 3
Oacutebitos Infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ Causa (CID10 3C) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
P00 -Feto e RN afetados afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relac gravidez atual (NCOP) 58 62 104 109 94 123 137 97 107 891
P22 Desconforto respiratoacuterio do RN 129 106 113 95 79 69 79 80 61 811
P36 Septicemia bacteriana do RN 75 90 78 66 52 64 78 80 97 680
P01 Feto e RN afet complic maternas gravidez 30 49 66 56 67 69 63 53 64 517
Q24 Outr malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeo 55 57 51 42 50 53 62 56 40 466
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr 34 46 38 52 44 58 50 34 61 417
J18 Pneumonia pmicroorg NE 50 36 47 33 42 42 47 27 41 365
R99 Outr causas mal definidas e NE
mortalidade 38 30 30 40 41 31 28 27 25 290
P21 Asfixia ao nascer 44 43 42 25 20 22 22 24 31 273
W84 Riscos NE a respiracao 14 21 20 35 29 34 23 21 30 227
P96 Outr afeccoes originadas periodo
perinatal 31 30 31 29 16 19 26 19 22 223
P07 Transt rel gest curt dur peso baix nasc
NCOP 23 25 30 26 13 11 22 21 23 194
P24 Sindr de aspiracao neonatal 28 17 16 17 20 24 24 22 21 189
Q89 Outr malformaccedilotildees congen NCOP 18 17 18 22 28 26 27 18 15 189
Q33 Malformaccedilotildees congen do pulmao 26 28 26 25 19 16 18 18 9 185
J21 Bronquiolite aguda 14 10 17 16 25 20 20 10 22 154
A50 Siacutefilis congecircnita 5 7 11 20 22 27 23 15 23 153
P77 Enterocolite necrotizante do feto e RN 9 20 14 8 16 21 21 24 20 153
A41 Outr septicemias 29 14 13 13 15 11 19 19 6 139
Q91 Sindr de Edwards e sindr de Patau 10 15 9 14 24 21 11 12 12 128
Q79 Malformaccedilotildees congen sist osteomuscular
NCOP 16 9 12 14 12 17 19 8 18 125
Q25 Malformaccedilotildees congen das grandes
arterias 7 19 18 16 14 11 11 12 14 122
Q20 Malformaccedilotildees congen camaras e
comunicaccedilotildees card 13 15 12 14 11 6 9 8 14 102
P29 Transt cardiovasc orig periacuteodo perinatal 16 7 12 15 5 9 8 18 11 101
Q00 Anencefalia e malformacoes similares 14 20 8 9 13 13 6 8 10 101
W78 Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico 11 11 9 9 10 11 16 10 13 100
Q21 Malformaccedilotildees congen dos septos
cardiacos 9 17 14 6 16 11 4 12 7 96
P20 Hipoacutexia intra-uterina 11 8 3 8 10 10 7 14 15 86
Q04 Outr malformaccedilotildees congen do ceacuterebro 10 5 8 9 6 8 6 13 17 82
P03 Fet rec-nasc afet out compl trab parto
parto 7 14 18 10 10 8 6 4 5 82
P39 Outr infecc especificas do periodo
perinatal 12 17 12 7 8 5 8 3 3 75
P28 Outr afeccoes respirat orig per perinatal 8 5 8 4 9 4 4 11 19 72
A09 Diarreia e gastroenterite orig infecc
presum 10 10 11 7 5 4 5 8 8 68
Q03 Hidrocefalia congen 8 4 10 10 6 6 5 8 10 67
Q90 Sindr de Down 6 11 7 3 8 6 7 4 7 59
P23 Pneumonia congen 7 7 7 11 5 5 5 5 5 57
Q99 Outr anomalias dos cromossomos NCOP 5 4 5 5 3 11 10 5 8 56
P26 Hemorragia pulmonar orig periodo
perinatal 5 5 5 3 6 7 10 3 11 55
P27 Doenc respirat cron orig periodo perinatal 2 8 4 10 9 8 3 7 4 55
G80 Paralisia cerebral infantil 3 3 4 9 8 9 6 2 2 46
P04 Fet rec-nasc infl af noc trans plac leit mat 4 5 6 6 10 3 3 5 2 44
G00 Meningite bacter NCOP 7 6 6 7 7 3 2 5 1 44
W79 nalacao ingest aliment caus obstr trat resp 2 3 5 3 1 6 4 4 6 34
Q87 Outr sindr cmalform cong q acomet mult
sist 0 3 7 2 3 1 5 8 5 34
P61 Outr transt hematologicos perinatais 1 5 3 2 7 5 4 5 2 34
P25 Enfisema interst afecc corr orig per perinat 5 6 8 4 3 1 2 3 0 32
85
Q23Malformaccedilotildees congen v aortica e mitral 3 1 2 5 4 1 4 3 8 31
P37 Outr doenc infecc e parasit congen 1 5 3 2 4 2 7 3 4 31
P52 Hemorragia intracran nao-traum feto rec-
nasc 6 4 5 3 3 0 3 4 2 30
Q60 Agenesia renal e outr defeitos reducao
rim 3 3 1 5 4 1 0 7 5 29
A39 Infecc meningogocica 1 5 7 3 2 3 4 2 2 29
J69 Pneumonite dev solidos e liquidos 4 7 5 0 5 5 1 0 1 28
Q22 Malform congen valvas pulmonar
tricuspide 4 4 2 4 3 4 0 3 3 27
I27 Outr form de doenc cardiaca pulmonar 2 7 2 2 3 4 1 1 3 25
Q39 Malformacoes congen do esofago 4 2 0 5 5 4 1 1 2 24
J98 Outr transt respirat 0 6 3 4 2 3 2 3 1 24
P83 Outr afecc compr tegum espec feto rec-
nasc 2 5 2 3 0 2 0 4 5 23
Q61 Doenc cisticas do rim 1 2 1 4 3 2 2 4 3 22
G04 Encefalite mielite e encefalomielite 1 2 3 4 3 3 3 0 3 22
I42 Cardiomiopatias 4 2 0 1 2 1 0 2 9 21
Q43 Outr malformaccedilotildees congen do intestino 3 2 1 1 3 3 3 3 2 21
E46 Desnutric proteico-calorica NE 4 4 1 2 3 4 1 1 1 21
K56 Ileo paralitico e obstr intestinal shernia 3 0 2 1 3 1 1 5 4 20
G93 Outr transt do encefalo 4 4 2 2 1 0 1 3 2 19
Q01 Encefalocele 0 3 4 1 2 4 3 1 1 19
Q44 Malformaccedilotildees congen vesic biliar via
biliar fiacutegado 0 1 1 3 3 1 4 3 1 17
E88 Outr disturbios metabolicos 1 4 2 3 1 0 3 1 1 16
I51 Complic cardiopatias doenc cardiacas mal
def 3 3 0 1 3 0 0 4 1 15
Q05 Espinha bifida 4 1 1 1 2 1 2 2 1 15
P05 Crescimento fetal retard e desnutric fetal 4 3 2 2 0 0 1 2 1 15
Y34 Fatos ou eventos NE e intenc nao
determinada 1 1 2 2 2 2 3 1 1 15
P70 Trans transit metab carboid esp fet rec-
nasc 3 0 0 1 0 5 1 3 1 14
Q77 Osteocondr canom cresc ossos long col
vert 2 0 2 0 2 2 5 0 1 14
P55 Doenc hemolitica do feto e do recem-
nascido 0 1 3 0 2 1 2 2 2 13
Q42 Ausencia atresia e estenose congen do
colon 2 0 1 2 1 2 1 3 1 13
Q78 Outr osteocondrodisplasias 2 1 0 2 0 1 4 2 1 13
B20 Doenc pHIV result doenc infecc e
parasit 2 4 1 1 0 0 3 1 1 13
P60 Coagulacao intravasc dissem feto rec-
nasc 3 0 2 0 1 3 4 0 0 13
P35 Doenc virais congen 3 4 0 1 1 3 1 0 0 13
G03 Meningite dev outr causas e a causas NE 3 3 1 1 0 1 0 2 1 12
A37 Coqueluche 0 0 1 0 1 5 0 1 3 11
Q07 Outr malformacoes congen do sist
nervoso 0 2 2 2 0 2 0 2 1 11
B01 Varicela 1 1 1 2 3 2 1 0 0 11
P74 Outr dist eletrolit metab transit per neonat 3 0 4 0 2 2 0 0 0 11
Q64 Outr malformacoes congen aparelho
urinario 2 0 2 1 1 1 1 0 2 10
Q62 Anom cong obstr pelv renal malf cong
ureter 1 1 1 0 1 2 2 1 1 10
E86 Deplecao de volume 3 1 1 3 2 0 0 0 0 10
P78 Outr transt ap digestivo periodo perinatal 0 0 1 2 1 0 1 1 3 9
N39 Outr transt do trato urinario 1 1 0 0 1 1 2 1 2 9
Q32 Malformaccedilotildees congecircnitas de traqueacuteia e
brocircnquios 0 1 0 3 0 0 2 2 1 9
Q41Ausecircncia atresia estenose congecircnita
intestino delgado 1 0 0 3 2 1 0 1 1 9
J15 Pneumonia bacteriana NCOP 1 2 1 0 3 0 0 1 1 9
K21 Doenc de refluxo gastroesofaacutegico 2 1 0 1 0 3 0 2 0 9
K72 Insuf hepatica NCOP 1 0 1 1 2 2 1 1 0 9
W75 Sufocaccedilatildeo e estrangulamento acidental na 0 0 0 1 1 1 0 4 1 8
86
cama
G91 Hidrocefalia 0 0 0 1 1 0 2 3 1 8
Q63 Outr malformacoes congen do rim 0 0 0 2 3 0 0 3 0 8
C71 Neopl malig do encefalo 3 0 1 1 3 0 0 0 0 8
Q75 Outr malformacoes congen ossos cranio e
face 1 0 1 0 0 0 2 0 3 7
Q02 Microcefalia 1 1 0 0 0 1 1 1 2 7
E84 Fibrose cistica 1 1 1 0 0 1 0 3 0 7
A91 Febre hemorragica dev virus do dengue 0 6 0 0 1 0 0 0 0 7
J45 Asma 3 1 2 1 0 0 0 0 0 7
H66 Otite media supurativa e as NE 0 0 0 0 1 1 1 1 2 6
E43 Desnutric proteico-calorica grave NE 0 1 0 1 0 1 1 1 1 6
Q28 Outr malform congen aparelho
circulatorio 3 0 1 0 0 0 1 0 1 6
E87 Outr transt equil hidroeletr e acido-basic 1 1 2 0 0 1 0 0 1 6
Q31 Malformacoes congen da laringe 0 2 0 0 0 0 1 3 0 6
W04 Queda enquanto carreg apoiado poutr
pessoas 0 0 2 1 0 1 1 1 0 6
A90 Dengue 1 3 0 0 1 0 1 0 0 6
Y07 Outr sindr de maus tratos 0 0 3 0 3 0 0 0 0 6
D65 Coagulacao intravascular disseminada 3 0 1 0 2 0 0 0 0 6
R95 Sindr da morte subita na infancia 0 1 0 0 0 0 1 2 1 5
B25 Doenc pcitomegalovirus 0 0 0 2 0 0 1 1 1 5
I62 Outr hemorragias intracranianas nao-
traum 0 2 0 0 0 0 1 1 1 5
I50 Insuf cardiaca 0 1 0 2 0 0 1 0 1 5
P76 Outr obstrucoes intestinais do recem-
nascido 0 1 1 0 1 1 0 0 1 5
K92 Outr doenc do aparelho digestivo 1 0 2 1 0 0 0 0 1 5
I31 Outr doenc do pericardio 0 0 1 1 1 0 1 1 0 5
J20 Bronquite aguda 0 0 0 0 1 3 0 1 0 5
A04 Outr infecc intestinais bacter 0 1 2 1 0 0 0 1 0 5
G40 Epilepsia 0 0 1 1 0 1 2 0 0 5
R68 Outr sint e sinais gerais 3 0 0 0 0 0 2 0 0 5
P56 Hidropsia fetal dev doenc hemolitica 1 1 2 0 0 0 1 0 0 5
X09 Exposicao a tipo NE de fumacas fogo
chamas 0 0 1 0 1 3 0 0 0 5
D57 Transt falciformes 1 0 1 1 1 1 0 0 0 5
G12 Atrofia muscular espinal e sindr
correlatas 0 1 0 0 0 0 1 0 2 4
Q45 Outr malformacoes congen aparelho
digestivo 1 0 0 0 0 0 1 0 2 4
A19 Tuberc miliar 0 0 0 1 1 0 0 1 1 4
I40 Miocardite aguda 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q26 Malformacoes congen das grandes veias 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q37 Fenda labial cfenda palatina 0 0 0 0 0 1 2 0 1 4
E75 Disturb metab esfingolip e outr depos
lipid 0 0 0 0 1 0 2 0 1 4
Q93 Monossomias e delecoes dos autossomos
NCOP 0 0 0 1 0 1 1 0 1 4
N19 Insuf renal NE 0 2 0 0 1 0 0 0 1 4
W06 Queda de um leito 0 0 0 0 1 1 1 1 0 4
Q30 Malformacao congen do nariz 0 1 1 0 0 0 1 1 0 4
N17 Insuf renal aguda 0 1 0 1 1 0 0 1 0 4
P90 Convulsoes do recem-nascido 1 2 0 0 0 0 0 1 0 4
P54 Outr hemorragias neonatais 0 0 1 0 1 0 2 0 0 4
V03 Pedestre traum colis automov pickup
caminhon 0 0 3 0 0 0 1 0 0 4
D64 Outr anemias 0 0 2 1 0 1 0 0 0 4
W74 Afogamento e submersao NE 1 0 1 1 0 1 0 0 0 4
K83 Outr doenc das vias biliares 0 2 1 0 0 1 0 0 0 4
P91 Outr disturbios funcao cerebral rec-nasc 0 2 0 1 1 0 0 0 0 4
N13 Uropatia obstrutiva e prefluxo 2 1 0 0 1 0 0 0 0 4
C74 Neopl malig da gland supra-renal 1 0 2 1 0 0 0 0 0 4
J22 Infecc agudas NE das vias aereas infer 0 0 0 1 0 0 0 0 2 3
J90 Derrame pleural NCOP 0 0 0 1 0 0 0 1 1 3
P38 Onfalite recem-nasc cou shemorragia 1 0 0 0 0 0 0 1 1 3
87
leve
E74 Outr disturbios do metabolismo
carboidratos 0 0 0 0 0 2 0 0 1 3
X59 Exposicao a fatores NE 0 0 0 0 1 1 0 0 1 3
I33 Endocardite aguda e subaguda 0 0 1 0 0 1 0 0 1 3
V09 Pedestre traum outr acid transp e NE 0 0 0 1 1 0 0 0 1 3
Y09 Agressao pmeios NE 1 0 0 0 1 0 0 0 1 3
I61 Hemorragia intracerebral 0 0 0 0 1 0 1 1 0 3
B22 Doenc pHIV result em outr doenc espec 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
W19 Queda sespecificacao 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
V89 Acid veic mot n-mot tipos de veic NE 0 0 0 0 1 1 0 1 0 3
P80 Hipotermia do recem-nascido 1 0 0 0 0 1 0 1 0 3
K55 Transt vasculares do intestino 0 0 1 1 0 0 0 1 0 3
Q27 Outr malformacoes congen sist vasc perif 0 2 0 0 0 0 0 1 0 3
A16 Tuberc vias respirat sconf bacter histol 0 1 0 0 0 0 2 0 0 3
L03 Celulite 0 0 0 0 1 1 1 0 0 3
K40 Hernia inguinal 0 0 0 1 1 0 1 0 0 3
Y19 Env out prod quim subst noc e NE int n
det 0 0 0 1 1 1 0 0 0 3
J38 Doenc das cordas vocais e da laringe
NCOP 0 0 1 0 1 1 0 0 0 3
C92 Leucemia mieloide 0 0 1 1 0 1 0 0 0 3
J96 Insuf respirat NCOP 1 0 1 0 0 1 0 0 0 3
J80 Sindr do desconforto respirat do adulto 0 0 1 0 2 0 0 0 0 3
Q40 Outr malform congen trato digestivo
super 0 0 1 1 1 0 0 0 0 3
A17 Tuberc do sist nervoso 1 1 0 0 1 0 0 0 0 3
P58 Ictericia neonatal dev outr hemolises
excess 0 0 2 1 0 0 0 0 0 3
D68 Outr defeitos da coagulacao 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
P15 Outr traum de parto 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
J09 Influenza (gripe) devida a viacuterus
identificado da gripe aviaacuteria
0 0 3 0 0 0 0 0 0 3
B99 Doenc infecc outr e as NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
W87 Exposicao a corrente eletrica NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
P72 Outr transt endocrinos transit period
neonat 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2
I21 Infarto agudo do miocardio 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2
D61 Outr anemias aplasticas 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2
A86 Encefalite viral NE 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
V47 Ocup automovel traum colis obj fixo
parado 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
E72 Outr disturbios metabolismo de
aminoacidos 1 0 0 0 0 0 0 0 1 2
J12 Pneumonia viral NCOP 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2
Y04 Agressao pmeio de forca corporal 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Y06 Negligencia e abandono 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
R09 Outr sint sinais relat ap circulat respirat 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2
E70 Disturbios metabolism aminoacidos
aromaticos 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
K31 Outr doenc do estomago e do duodeno 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
I88 Linfadenite inespecifica 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2
D76 Alg doenc q env tec linforr e sist
reticuloh 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
E14 Diabetes mellitus NE 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
Y05 Agressao sexual pmeio de forca fisica 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
D84 Outr imunodeficiencias 0 0 0 0 1 0 1 0 0 2
G71 Transt prim dos musculos 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
J86 Piotorax 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
Q34 Outr malformacoes congen aparelho
respirat 0 0 1 0 0 0 1 0 0 2
L02 Abscesso cutaneo furunculo e antraz 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
Q06 Outr malformacoes congen da medula
espinhal 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
E25 Transt adrenogenitais 0 0 1 0 0 1 0 0 0 2
D18Hemangioma e linfangioma de qq localiz 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
88
X99 Agressao objeto cortante ou penetrante 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
C76 Neopl malig outr localiz e mal definidas 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
K63 Outr doenc do intestino 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
J70 Afeccoes respirat dev outr agentes
externos 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
Y83 Reac anorm compl tard interv cirurg
sacid 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
I60 Hemorragia subaracnoide 0 0 0 1 1 0 0 0 0 2
J06 Infecc agudas vias aereas super loc mult
NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
P59 Ictericia neonatal dev outr causas e as NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
B24 Doenc pHIV NE 0 1 0 0 1 0 0 0 0 2
P92 Problemas de alimentacao do recem-
nascido 1 0 0 0 1 0 0 0 0 2
X36 Vitima avalanc desab terra out mov sup
terr 0 0 1 1 0 0 0 0 0 2
J10 Influenza dev virus influenza identificado 0 0 2 0 0 0 0 0 0 2
C22 Neopl malig figado vias biliares intra-
hepat 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E03 Outr hipotireoidismos 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E23 Hipofuncao e outr transt da hipofise 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
E41 Marasmo nutricional 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
A40 Septicemia estreptococica 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
C72 Neop mal med esp nerv cran out sist nerv
cen 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
E71 Dist metab aminoacidos cad ramif e acid
grax 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I26 Embolia pulmonar 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I80 Flebite e tromboflebite 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
N10 Nefrite tubulo-intersticial aguda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
P50 Perda sanguinea fetal 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Q92 Outr trissomias e trissom parc autoss
NCOP 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V04 Pedestre traum colis veic transp pesado
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V44 Ocup autom traum colis veic trans pesad
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
W20 Impacto caus objeto lanc projetado em
queda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Y08 Agressao poutr meios espec 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
D59 Anemia hemolitica adquir 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
G60 Neuropatia hereditaria e idiopatica 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
M60 Miosite 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
P53 Doenc hemorragica do feto e do recem-
nascido 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
W08 Queda de outr tipo de mobilia 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X08 Exposicao outr tipo espec fumaca fogo
chamas 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X91 Agressao enforc estrangulamento
sufocacao 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
B49 Micose NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C33 Neopl malig da traqueia 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C38 Neopl malig do coracao mediastino e
pleura 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C73 Neopl malig da gland tireoide 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C95 Leucemia de tipo celular NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
J39 Outr doenc das vias aereas super 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
K52 Outr gastroenterites e colites nao-infecc 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q36 Fenda labial 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q68 Outr deform osteomusculares congen 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C64 Neopl malig do rim exceto pelve renal 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
C91 Leucemia linfoide 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
D48 Neopl comp incdesconh outr localiz e NE 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J04 Laringite e traqueite agudas 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J34 Outr transt do nariz e dos seios paranasais 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
L51 Eritema polimorfo 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
89
ABSTRACT
Introduction Infant mortality is related to the social and economic conditions of the
population and also to the supply and quality of health services Despite the decline of its
rates in Brazil in recent decades it is still high when compared to other countries and there is
a large proportion of preventable deaths Objective To analyze the variation of infant deaths
by components and according to the avoidance criteria recommended for the Brazilian
Unified Health System (SUS) in the Program Area (AP) 10 in the municipality of Rio de
Janeiro between 2007 and 2015 Methods Descriptive exploratory study of temporal and
quantitative series on infant mortality and its avoidability considering the deaths of children
under one year of age in the central districts of the city of Rio de Janeiro from 2007 to 2015
with a description of the variation per year and for the triennia corresponding to this period
Secondary data from the bases of mortality and birth systems were used with a classification
of causes of death according to the List of Causes of Deaths Avoidable by Interventions of the
Brazilian Unified Health System Results There was an increase in infant deaths in 2015 in
the area different from the average decrease in the municipality Analyzing the Infant
Mortality in AP 10 and MRJ we observed a reduction of their rates in relation to all their
components considering the first and last three years Although there was a reduction in
Infant Mortality in MRJ and also in AP10 during the period under study there is still a
significant proportion of Avoidable Causes by Intervention of the Unified Health System
related to infant deaths
Key words Infant Mortality Cause of Death Primary Health Care
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2010
Tabela 2 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao nascerlt 2500g
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios
MRJ 2007 a 2015
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal no periacuteodo
MRJ 2007 a 2015
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ
Tabela 14 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee
Tabela 15 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 21 - TMI por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 22 - TMI por componentes por periacuteodo no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Tabela 25 - TMI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio
Tabela 26 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade- MRJ
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeo segundo evitabilidade
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 33 - Taxa de MI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash MRJ e APs ndash 2007 e
2017
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 - Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo
feita em base ao periacuteodo de 2000 a 2010
Graacutefico 5 - Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP de 20715
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de
2007 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10 por triecircnio de 2007 a
2015
Graacutefico 12 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID no MRJ
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Figura 2 - Bairros da AP 10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 - Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
ANEXO 2 - Lista de causas evitaacuteveis
ANEXO 3 - Oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AP Aacuterea Programaacutetica (ou Aacuterea de Planejamento)
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
BP Baixo Peso
Cap Capiacutetulo
CID-10 Classificaccedilatildeo Estatiacutestica Internacional de Doenccedilas e Problemas Relacionados agrave
Sauacutede 10ordf revisatildeo tambeacutem conhecida como Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas 10ordf
revisatildeo
CMI Coeficiente de Mortalidade Infantil
CMS Centro Municipal de Sauacutede
CNDSS Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
DATASUS Departamento de Informaacutetica do SUS
DNV Declaraccedilotildees de Nascido Vivo
DO Declaraccedilatildeo de Oacutebito
DSS Determinantes Sociais de Sauacutede
EQSF Equipe Sauacutede da Famiacutelia
ESB Equipe de Sauacutede Bucal
ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano
MI Mortalidade Infantil
MRJ Municiacutepio do Rio de Janeiro
MS Ministeacuterio da Sauacutede
Nordm Nuacutemero
NV Nascidos Vivos
OBS Observaccedilatildeo
ODM Objetivos do Desenvolvimento do Milecircnio
OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OTICS Observatoacuterio de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo em Sistemas e Serviccedilos
de Sauacutede
PACS Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
PSF Programa de Sauacutede da Famiacutelia
RJ Rio de Janeiro
RN Receacutem-nascido
SIM Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade
SMS Secretaria Municipal de Sauacutede
SMS-RJ Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
SINASC Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos
SUBPAV Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria Vigilacircncia e Promoccedilatildeo da Sauacutede
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
TABNET eacute um instrumento desenvolvido pelo DATASUS ndash Departamento de Informaacutetica
do Sistema Uacutenico de Sauacutede oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) que permite tabulaccedilotildees on-
line de dados e geraccedilatildeo de informaccedilotildees
TMI Taxa de Mortalidade Infantil
TMF Taxa de Mortalidade Fetal
UIS Unidade Integrada de Sauacutede
UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria 22
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro 23
23 Mortalidade Infantil no Brasil 27
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis 31
3 OBJETIVOS 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 METODOLOGIA 37
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados 37
42 Cenaacuterio de Estudo 37
43 Estrateacutegia de Anaacutelise 38
44 Aspectos Eacuteticos 41
5 RESULTADOS 41
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro 42
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ 50
53 Mortalidade Infantil na AP 10 55
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10 58
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs 66
6 DISCUSSAtildeO 69
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 71
8 REFEREcircNCIAS 75
9 ANEXOS 80
17
1 INTRODUCcedilAtildeO
A mortalidade infantil eacute um assunto de extrema importacircncia no Brasil e em todo
mundo Aleacutem de ser um indicador das condiccedilotildees soacutecio econocircmicas de uma populaccedilatildeo
tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos de sauacutede Para Bezerra et al (2007) a taxa de
mortalidade infantil representa um indicador de extrema importacircncia sendo um dos mais
utilizados no acircmbito internacional e encontra-se relacionada com fatores soacutecio-ambientais
nutriccedilatildeo saneamento baacutesico fatores relacionados a serviccedilos que prestam atenccedilatildeo agrave gestante e
ao receacutem-nato (BEZERRA 2007) Apesar de apresentar um decliacutenio de suas taxas desde
1990 ainda tem sido um desafio minimizar seus determinantes que em grande parte satildeo
evitaacuteveis No Brasil ainda encontramos taxas elevadas de mortalidade infantil quando nos
comparamos a paiacuteses desenvolvidos A estimativa para o Japatildeo por exemplo era de uma taxa
de mortalidade infantil de 20 1000 em 2015 sendo uma das menores do mundo Jaacute para o
Canadaacute a taxa estimada era de 40 nos EUA 60 enquanto para o Brasil a estimativa era 150
1000 no mesmo periacuteodo (UNICEF 2015 p 1923 e 27)
Segundo Antunes (2015) estudos sobre as condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo suas
relaccedilotildees sociais econocircmicas bioloacutegicas culturais e poliacuteticas revelam as disparidades entre a
sauacutede de seus integrantes onde as condiccedilotildees sociais e econocircmicas fraacutegeis implicam
desigualdades em sauacutede (ANTUNES 2015) Buss e Pellegrini (2007) reforccedilam esta
observaccedilatildeo ao relatar que as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo diretamente ligadas agraves
condiccedilotildees sociais que agravadas pela iniquidade de renda contribuem para um risco
diferenciado na maior parte a populaccedilatildeo Para isso foi proposta uma seacuterie de conceitos sobre
os Determinantes Sociais de Sauacutede (DSS)
ldquoPara a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) os
DSS satildeo os fatores sociais econocircmicos culturais eacutetnico-raciais psicoloacutegicos e
comportamentais que influenciam a ocorrecircncia de problemas de sauacutede e seus fatores
de risco na populaccedilatildeordquo (BUSS e PELLEGRINI 2007 p 78)
Em 2005 foi criada a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
(DSS) a partir da orientaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) para se discutir e
ampliar o conhecimento e a consciecircncia sobre os determinantes sociais da sauacutede assim como
suas relaccedilotildees a desigualdade e iniquidade em sauacutede Para se analisar o conceito de
18
Iniquumlidade em sauacutede pode-se remontar a Whitehead (1992) apud Buss e Pellegrini (2007) que
traduz este conceito do ponto de vista eacutetico e social ao mencionar iniquidades em sauacutede como
sendo desigualdades injustas e indesejaacuteveis para a populaccedilatildeo (BUSS e PELLEGRINI 2007)
O conceito de equidade estabelece o direito de todos desde que se possa atender agraves
necessidades de pessoas que precisam mais fazendo com que haja justiccedila social Atraveacutes do
Relatoacuterio Final da Comissatildeo Nacional sobre Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) 2008
o Brasil esteve situado ldquoem 11ordm lugar entre os mais desiguais do mundo em termos de
distribuiccedilatildeo da rendardquo com dados de 2005 (CNDSS 2008 p11) produzindo uma injusta
desigualdade social (FIOCRUZ 2008)
A questatildeo da sauacutede como um princiacutepio baacutesico da humanidade tem tanta relevacircncia
que a partir de 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) propocircs o relatoacuterio onde
descreve os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) que continha metas
apontadas ateacute 2015 (ONU 2000) Esse relatoacuterio menciona o quarto objetivo que destaca as
estrateacutegias da ONU para os governos de todo mundo sobre quais satildeo as diretrizes para
promover a reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia em dois terccedilos tendo como referecircncia a taxa
de 1990 Santos et al (2012) ratificam que estas diretrizes foram sugeridas estrateacutegias
regionais que utilizaram os seguintes indicadores a taxa de mortalidade na infacircncia (menores
de 5 anos) entre 1990 e 2015 a taxa de mortalidade infantil (menores de 1 ano) e a proporccedilatildeo
de crianccedilas de ateacute 1 ano vacinadas contra o sarampo (SANTOS 2012)
A meta dos ODM a respeito dos oacutebitos infantis foi alcanccedilada no Brasil em 2010
passando para uma taxa de 156 oacutebitos por 1000 nascidos vivos embora o paiacutes ainda
apresente alta taxa de mortalidade infantil (IBGE 2016) Assim parece ser fundamental que
se conheccedilam as principais de causas de morte infantil assim como as causas de mortes
evitaacuteveis neste grupo a fim de contribuir para a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no Brasil
(MENEZES 2014)middot
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foi definido na Constituiccedilatildeo de 1988 e
regulamentado pelas Leis Orgacircnicas da Sauacutede (lei 88090 e Lei 814290) a fim de
democratizar os serviccedilos de sauacutede no Brasil dessa forma garantindo o acesso universal aos
serviccedilos de sauacutede puacuteblica Seus princiacutepios aleacutem da universalidade satildeo a integralidade
equidade a regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo da rede das accedilotildees e dos serviccedilos de sauacutede a
descentralizaccedilatildeo na sauacutede e participaccedilatildeo e controle social (BRASIL 2012)
19
O Programa Sauacutede da Famiacutelia instituiacutedo no Brasil em 1994 como um dos muitos
programas do governo brasileiro que seguem os princiacutepios e diretrizes do SUS trazendo a
reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria Em 1998 mudou de denominaccedilatildeo e passou a se chamar
Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia uma vez que sua principal caracteriacutestica foi a de ser uma
estrateacutegia de reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no Brasil (JESUS 2015)
Aleacutem de se apresentar como o primeiro contato do paciente com o serviccedilo de sauacutede o
PSF priorizou accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de sauacutede representando uma
importante conquista social prevista na Constituiccedilatildeo de 1988 A ESF permite um maior
acesso ao SUS assim como a realizaccedilatildeo de uma assistecircncia que busca acompanhar o
indiviacuteduo e sua famiacutelia dentro do seu ambiente social A atenccedilatildeo ao preacute-natal do mesmo
modo que os acompanhamentos da crianccedila menor de um ano possibilitam a prestaccedilatildeo de um
serviccedilo de qualidade agrave sauacutede materna e infantil no territoacuterio da ESF (BRASIL 2012)
A motivaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo ocorreu ao longo da construccedilatildeo da minha
carreira profissional como meacutedica generalista atuando na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde
2001 A humanizaccedilatildeo do atendimento o viacutenculo entre os profissionais de sauacutede e os usuaacuterios
da ESF assim como o atendimento longitudinal (ou seja ao longo do tempo) com enfoque
nas linhas de cuidado (relativas ao fluxo assistencial) garantidas ao usuaacuterio contribuem para a
percepccedilatildeo de uma maior e melhor oferta de assistecircncia agrave sua sauacutede visando melhorar os
indicadores de sauacutede A sauacutede infantil e a possiacutevel interferecircncia nos seus indicadores com a
expansatildeo da ESF na Cidade mostrou-se como um adequado tema para estudo O Mestrado
em Sauacutede da Famiacutelia e a realizaccedilatildeo desse estudo foram uma boa oportunidade quando
complementei esse tempo e experiecircncia de trabalho com uma pesquisa a qual poderaacute
contribuir no conhecimento sobre sauacutede na infacircncia observando-a no contexto expansatildeo
recente da atenccedilatildeo primaacuteria no municiacutepio do Rio de Janeiro
Por razotildees relacionadas agraves questotildees de tempo para a realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo do
Mestrado definiu-se uma aacuterea especiacutefica da Cidade sobre a qual as informaccedilotildees foram mais
objetivamente analisadas Uma suposiccedilatildeo inicial era a de que estaria ocorrendo melhoria
contiacutenua dos indicadores de sauacutede infantil com o maior acesso aos serviccedilos de sauacutede do
municiacutepio do Rio de Janeiro nos moldes dos paiacuteses e regiotildees que priorizam a atenccedilatildeo
primaacuteria haacute mais tempo Houve a definiccedilatildeo de aacuterea geograacutefica especiacutefica no municiacutepio para
melhor focalizar os interesses desse estudo a Aacuterea Programaacutetica 10 (AP 10) que seraacute
apresentada a seguir tambeacutem porque em 2015 foi observada tendecircncia de aumento da
mortalidade infantil nesta aacuterea diferente do que ocorreu na maior parte das aacutereas da Cidade
20
Como questatildeo norteadora inicial deste estudo apresentou-se ldquoComo estaacute o
Mortalidade Infantil apoacutes a expansatildeo da ESF na AP 10 em relaccedilatildeo agraves taxas do municiacutepio do
Rio de Janeirordquo
Neste momento foi tambeacutem importante compreender como ofertar cada vez mais
serviccedilos de sauacutede de qualidade para a populaccedilatildeo em especial agrave gestante ao receacutem-nascido e agrave
da crianccedila menor de um ano que necessitam ter um acesso facilitado e uma assistecircncia
qualificada visando contribuir com a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no municiacutepio
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria
Em setembro de 1978 a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Fundo das
Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (UNICEF) articularam uma Conferecircncia Internacional sobre
Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) Essa conferecircncia denominada ldquoConferecircncia de Alma-
Atardquo se tornou um marco histoacuterico para a sauacutede jaacute que o modelo anterior de atenccedilatildeo agrave sauacutede
com um vieacutes mais biomeacutedico verticalizado especializado e intervencionista estava sendo
fortemente questionado Eram necessaacuterias novas abordagens para a intervenccedilatildeo em sauacutede
(GIOVANELLA 2009)
ldquoNa Declaraccedilatildeo de Alma-Ata a APS eacute concebida como a atenccedilatildeo agrave sauacutede essencial
baseada em meacutetodos e tecnologias apropriadas cientificamente comprovados e
socialmente aceitaacuteveis cujo acesso deve ser garantido a todas as pessoas e famiacutelias
da comunidade mediante sua plena participaccedilatildeo Pressupotildee assim a participaccedilatildeo
comunitaacuteria e a democratizaccedilatildeo dos conhecimentos incluindo lsquopraticantes
tradicionaisrsquo (curandeiros parteiras) e agentes de sauacutede da comunidade treinados
para tarefas especiacuteficas contrapondo-se ao elitismo meacutedico Nessa concepccedilatildeo a
APS representa o primeiro niacutevel de contato com o sistema de sauacutede levando a
atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel de onde as pessoas residem e trabalham
Contudo natildeo se restringe ao primeiro niacutevel integrando um processo permanente de
assistecircncia sanitaacuteria que inclui a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo a cura e a reabilitaccedilatildeordquo
(GIOVANELLA 2009 p579)
Em seguida em 1986 foi realizada a Primeira Conferecircncia Internacional sobre
Promoccedilatildeo da Sauacutede em Ottawa no Canadaacute com vistas agraves novas propostas em sauacutede puacuteblica
segundo Emiacutelia Nunes (2011) Foi assinada ao final da Conferecircncia a Carta de Otawa que
aleacutem de propor uma visatildeo consciente sobre os determinantes de sauacutede por uma populaccedilatildeo
ativa e em relaccedilatildeo agraves questotildees voltadas para os serviccedilos de sauacutede propotildee tambeacutem a reduccedilatildeo
das disparidades sociais e econocircmicas dentre outros objetivos Buscava-se assim uma nova
sauacutede puacuteblica como uma grande estrateacutegia para a obtenccedilatildeo de ldquoSauacutede para todos no ano
2000rdquo (NUNES 2011)
Ainda em 1986 foi realizada a 8ordf Conferecircncia Nacional de Sauacutede no Brasil tendo
como presidente o meacutedico sanitarista Seacutergio Arouca Essa conferecircncia viria a ser um dos
marcos institucionais de uma reforma sanitaacuteria que nos apresentou os princiacutepios de um novo
sistema de sauacutede (AROUCA 2003)
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 pocircde concretizar a criaccedilatildeo de um novo sistema de
sauacutede o SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) cujos princiacutepios de equidade integralidade e
22
universalidade aleacutem de trazerem a democracia de volta ao paiacutes levaram agrave reorganizaccedilatildeo da
atenccedilatildeo agrave sauacutede (PAIVA e TEIXEIRA 2014)
Identifica-se no texto constitucional que aleacutem de ter como um dos seus objetivos
minimizar a desigualdade social procurou tambeacutem assegurar ao cidadatildeo direitos tais como
sauacutede que resulte em bem-estar educaccedilatildeo lazer seguranccedila trabalho etc (NORONHA
2013) O texto constitucional tambeacutem reafirma que
ldquoA sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e
econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e
recuperaccedilatildeordquo (BRASIL 1988 Artigo 196 Seccedilatildeo II DA SAUacuteDE)
Souza (2010) reforccedila que com base na Constituiccedilatildeo o Estado se articulou para
ampliar o alcance de suas poliacuteticas inclusivas de sauacutede e garantir o acesso dos serviccedilos de
sauacutede a todos atraveacutes de um processo de regulamentaccedilatildeo da estrutura de sauacutede descentralizada
que avanccedilou em 1990 atraveacutes ambas da Lei Orgacircnica de Sauacutede No 8080 que estrutura o
SUS e a Lei No 8142 que trata das respectivas transferecircncias de recursos aos entes
conveniados Estas leis dispotildeem acerca de accedilotildees e serviccedilos em sauacutede a serem executados pelo
SUS aleacutem dos objetivos diretrizes princiacutepios e campo seus de atuaccedilatildeo entre outras
disposiccedilotildees
A descentralizaccedilatildeo do SUS possibilita a sua atuaccedilatildeo aos niacuteveis locais coloca a
engrenagem poliacutetico-administrativa mais proacutexima do usuaacuterio do sistema de sauacutede permitindo
sua participaccedilatildeo nessa nova concepccedilatildeo de sauacutede Inclusive os repasses financeiros e a
participaccedilatildeo da populaccedilatildeo na gestatildeo do sistema de sauacutede tambeacutem fazem parte das leis
orgacircnicas de sauacutede (SOUZA 2010) O SUS implica uma rede de serviccedilos de sauacutede
articulados que presta atenccedilatildeo de forma assistencial integrada e longitudinal coordenada pela
Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (OUVERNEY e NORONHA 2013)
Na APS se estabelece a porta de entrada do indiviacuteduo ao sistema de sauacutede
correspondendo agraves primeiras accedilotildees de cuidados em sauacutede que satildeo levadas ao ambiente mais
proacuteximo de onde se encontram as pessoas (STARFIELD 2002)
Barbara Starfield (2002) tambeacutem considera como caracteriacutesticas especiacuteficas da APS
a prestaccedilatildeo de serviccedilos de primeiro contato a responsabilidade longitudinal pelo paciente
com continuidade da relaccedilatildeo cliacutenico-paciente ao longo da vida estabelecendo assim um
viacutenculo muito positivo entre os profissionais de sauacutede e pacientes a garantia de cuidado
integral considerando-se os acircmbitos fiacutesicos psiacutequicos e sociais da sauacutede dentro dos limites de
23
atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede e a coordenaccedilatildeo das diversas accedilotildees e serviccedilos indispensaacuteveis
para resolver necessidades menos frequentes e mais complexas
A primeira caracteriacutestica da atenccedilatildeo primaacuteria eacute de ser a porta de entrada para o sistema
de sauacutede o serviccedilo de primeiro contato Para isso ele deve ter seu acesso facilitado agraves pessoas
Para isso se faz necessaacuterio que as Unidades Baacutesicas de Sauacutede estejam localizadas proacuteximas
aos domiciacutelios das pessoas assim como proacuteximas tambeacutem de seus trabalhos escolas ou seja
onde vivem trazendo assim um conceito de capilaridade maior agrave assistecircncia (Brasil 2012)
Outra importante funccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria eacute encaminhar pacientes para a rede de atenccedilatildeo
secundaacuteria e terciaacuteria (especializadas) garantindo o seu acesso nessas redes A clientela deve
ser adstrita a um territoacuterio e deve ser garantida uma atenccedilatildeo integral (STARFIELD 2002)
Durante muito tempo atribuiu-se agrave melhoria das condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas como o
fator mais importante de reduccedilatildeo da mortalidade das populaccedilotildees Poreacutem mostrou-se inegaacutevel
o papel dos serviccedilos de sauacutede ofertados agrave populaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da morbimortalidade das
populaccedilotildees (BRASIL 2012)
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro
A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia eacute considerada uma estrateacutegia de expansatildeo qualificaccedilatildeo
e consolidaccedilatildeo da APS no paiacutes Ele segue os mesmos princiacutepios do SUS que satildeo
universalidade equidade integralidade regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo Sua atenccedilatildeo eacute sobre
a famiacutelia e natildeo apenas sobre o individuo Suas accedilotildees satildeo de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo de
doenccedilas assistecircncia recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo agrave sauacutede Seu objetivo eacute de promover o acesso
agrave sauacutede a todos (BRASIL 2012)
Segundo Carla Cazelli em sua dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave FIOCRUZ em
2003 o Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) do municiacutepio do Rio de Janeiro teve o seu
primeiro projeto implantado em 1995 na Ilha de Paquetaacute com uma relativa expansatildeo em
1999 para as comunidades do Borel - Tijuca Parque Royal - Ilha do Governador Canal do
Anil - Jacarepaguaacute Vilas Canoas - Satildeo Conrado e Vilar Carioca - Campo Grande CASELLI
2003 e foi ampliando paulatinamente o nuacutemero de equipes ateacute 2016 como pode ser
observado no ANEXO 1
Nos uacuteltimos anos outro contexto poliacutetico municipal determinou uma nova etapa de
efetiva expansatildeo do PSF fato este descrito por Harzheim (2013)
24
ldquoNo municiacutepio do Rio de Janeiro a cobertura da ESF em 2009 estava em torno de
7 A partir desse ano forte ecircnfase foi dada para a APS Iniciou-se uma reforma da
APS orientada pela qualidade representada pela criaccedilatildeo das novas Cliacutenicas de
Famiacutelia e pelas Unidades tipo A (ambas 100 ESF) diferente das unidades B
(Unidades com algumas equipes de ESF) e C (Unidades Tradicionais sem ESF) Ao
final de 2012 a cobertura populacional da ESF era 40rdquo (HARZHEIM 2013 p
11)
Em 2000 havia 13 equipes de ESF no municiacutepio e desde entatildeo ocorreu uma expansatildeo
no nuacutemero de equipes e unidades Esta expansatildeo passa a ser referida como Reforma da
Atenccedilatildeo Primaacuteria (RCSP) na Cidade do Rio de Janeiro iniciada em 2009 com alicerce na
mudanccedila organizacional da Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) que coloca a Atenccedilatildeo
Primaacuteria como ordenadora das Redes de Atenccedilatildeo A cobertura populacional no municiacutepio do
Rio de Janeiro em 2009 correspondia a 7 e no final de 2012 jaacute era de 40 da populaccedilatildeo
Conforme mostrado no Graacutefico 1 entre 2008 e 2016 a cidade do Rio de Janeiro apresentou a
maior ampliaccedilatildeo de acesso do paiacutes na APS (HARZHEIM 2013)
Graacutefico 1- Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Para fins de planejamento e gestatildeo a Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) do Rio de
Janeiro divide a cidade em dez aacutereas programaacuteticas (AP) Na Cidade a expansatildeo da
Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia ocorreu de maneira natildeo equilibrada nas AP Em 2010 foi
inaugurada uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 e uma na AP 21 enquanto dez Cliacutenicas de
Famiacutelia foram inauguradas na AP 53 como mostra a Tabela 1 Em 2011 foram inauguradas
uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 AP 40 e AP 53 nove Cliacutenicas na AP 32 e cinco Cliacutenicas
na AP 33 como pode ser visto na Tabela 2 A maior expansatildeo da ESF na AP 10 regiatildeo
relacionada ao presente estudo se deu em 2016 como podemos observar nos Graacuteficos 2 e 3
(OTICS 2017)
25
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2010
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 4 2
AP 21 1 11 4
AP 31 5 36 15
AP 52 3 13 6
AP 53 10 47 22
TOTAL 20 111 49
Fonte OTICS SMS 2017
Tabela 2- Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2011
Fonte OTICS SMS 2017
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 6 3
AP 31 4 22 9
AP 32 9 49 19
AP 33 5 24 10
AP 40 1 3 1
AP 51 4 30 12
AP 52 4 23 9
AP 53 1 6 3
TOTAL 29 163 66
26
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 - IBGE 2010 Plataforma SUBPAV e Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP
ateacute outubro de 2016
27
23 Mortalidade Infantil no Brasil
A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) eacute um indicador do niacutevel de sauacutede da populaccedilatildeo
importante para avaliar poliacuteticas de sauacutede puacuteblica (SANTOS e LANSKY 2015) aleacutem de
refletir qualidade de vida da populaccedilatildeo esta taxa tambeacutem se relaciona agraves suas diferentes
condiccedilotildees socioeconocircmicas (SANTANA 2011)
A TMI se refere aos oacutebitos ocorridos entre os menores de um ano (lt 1 ano) e pode ser
subdividida em dois componentes Neonatal e Poacutes- Neonatal O oacutebito neonatal eacute aquele que
ocorre nos primeiros 27 dias de vida e pode ainda se dividir em neonatal precoce (periacuteodo de
0 a 6 dias) e neonatal tardio (7 a 27 dias) O oacutebito poacutes-neonatal eacute aquele que ocorre entre o 28ordm
dia e 364ordm dia de vida (Brasil 2009)
Nas ultimas deacutecadas mais precisamente ateacute 1990 havia maior proporccedilatildeo de oacutebitos no
periacuteodo poacutes-neonatal Apoacutes 1990 foram constatadas mudanccedilas nos iacutendices de mortalidade
que passaram a predominar no periacuteodo neonatal no Brasil Essa mudanccedila foi consequumlente agrave
reduccedilatildeo das principais causas de mortalidade poacutes-neonatal como as doenccedilas infecto-
parasitaacuterias doenccedilas do trato respiratoacuterio e desnutriccedilatildeo com consequente aumento
proporcional das principais causas da mortalidade no periacuteodo neonatal precoce como a
prematuridade asfixia do receacutem-nato e doenccedilas infecciosas no receacutem-nascido (MENEZES
2014)
Para Lima (2006) o componente neonatal da Mortalidade Infantil constitui-se
problema de sauacutede puacuteblica uma vez que quantidade relevante dos oacutebitos que ocorrem neste
periacuteodo associa-se a causas evitaacuteveis (relativas ao acesso e agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
bem como agrave qualidade desta assistecircncia) Esse componente estaacute ligado agraves condiccedilotildees sociais
econocircmicas de assistecircncia agrave sauacutede materna e infantil comportamentais e bioloacutegicas dentre
outras mas tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos ofertados agraves matildees e aos receacutem-nascidos
durante o periacuteodo de gestaccedilatildeo do parto e periacuteodo neonatalmiddot
Tendo como referecircncia as notas teacutecnicas da Rede Interagencial de Informaccedilotildees para a
Sauacutede - RIPSA (2009) verifica-se o conceito de TMI definido a partir da divisatildeo do nuacutemero
de oacutebitos de menores de um ano de idade pelo nuacutemero total de nascidos vivos na populaccedilatildeo
residente em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (RIPSA 2009)
28
Outro conceito de mortalidade utilizado eacute a mediccedilatildeo proporcional por grupos de
causas no que se refere ao percentual de oacutebitos ocorridos por grupos de causas definidas na
populaccedilatildeo residente (BRASIL 2009)
Igualmente importante a se considerar a TMF (Taxa de Mortalidade Fetal) eacute calculada
dividindo-se o nuacutemero total de oacutebitos fetais pelo nuacutemero de nascimentos totais (nascidos
vivos e oacutebitos fetais) variando poreacutem o criteacuterio de idade gestacional e peso para definir o
oacutebito fetal (BARBEIRO 2015) Vaacuterias definiccedilotildees para oacutebito fetal satildeo apresentadas na
literatura Para a OMS o oacutebito fetal eacute aquele que ocorre antes de uma expulsatildeo completa do
produto da concepccedilatildeo do organismo materno independente da idade gestacional da matildee da
crianccedila Jaacute para o National Center for Health Statistics dos Estados Unidos a morte fetal eacute
aquela que ocorre apoacutes a 20 ordf semana completa de gestaccedilatildeo Outros autores utilizam alguns
paracircmetros como peso altura e idade gestacional avanccedilada para definir os oacutebitos fetais
(SAMPAIO 2010)
Em 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede instituiu um Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da
Mortalidade Materna e Neonatal Em 2009 o Pacto pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil
nas Regiotildees da Amazocircnia Legal e Nordeste do Brasil (PRMI) a fim de reduzir em 5 ao
ano a TMI nos anos de 2009 e 2010 sobretudo em seu componente neonatal
(GUERRERO 2010)
Rosacircngela Ferrari e col realizaram um estudo bibliograacutefico e descritivo em 2012
sobre a mortalidade poacutes- neonatal no Brasil entre 2004 e 2009 Aleacutem de evidenciarem o
decliacutenio da mortalidade infantil sobretudo de seu componente poacutes-neonatal no final de 1990
foi observada relaccedilatildeo estatisticamente significativa entre as condiccedilotildees de vida e a taxa de
mortalidade infantil (FERRARI et al 2012)
Em algumas regiotildees do Brasil houve uma diminuiccedilatildeo importante das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (mais de 80) seguidas pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio e por deficiecircncias
nutricionais e baixo peso ao nascer A duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo escore de Apgar menor que sete
no 1ordm e 5ordm minutos de vida e nuacutemero igual ou maior que seis consultas de preacute-natal tambeacutem
satildeo variaacuteveis que estatildeo relacionadas agrave mortalidade infantil Em regiotildees de menor renda e
importante desigualdade econocircmica ainda haacute elevada TMI Como principais causas de morte
infantil as doenccedilas diarreacuteicas e as pneumonias foram as principais causas evitaacuteveis de morte
infantil seguida das malformaccedilotildees congecircnitas causa dificilmente evitaacutevel de morte infantil
Fatores de risco relacionados agraves pneumonias satildeo idade menor que seis meses peso abaixo de
2500 gramas desmame precoce desnutriccedilatildeo deficiecircncia de micronutrientes (vitaminas A
29
ferro e zinco) e presenccedila de episoacutedio preacutevio de pneumonia A maior oferta de aacutegua potaacutevel e
rede de esgoto contribuiacuteram para a reduccedilatildeo das doenccedilas diarreacuteicas As causas externas como
os acidentes e causas mal definidas tambeacutem se relacionam com a mortalidade poacutes-neonatal
(FERRARI et al 2012)middot
O periacuteodo perinatal compreende aquele do final da gestaccedilatildeo (oacutebitos fetais) ateacute os seis
primeiros dias completos de vida As causas diretas de mortalidade perinatal satildeo o baixo peso
ao nascer e a prematuridade assim como fatores que envolvem a gestante e seu acesso agrave
assistecircncia ao preacute-natal Aleacutem disso fatores soacutecios econocircmicos e ambientais que estatildeo
relacionados agrave gestante tambeacutem podem interferir nos determinantes da morte infantil
(MARTINS 2013)
A mortalidade perinatal eacute um indicador que permite uma anaacutelise da assistecircncia de
sauacutede agrave gestante e o acesso a serviccedilos de sauacutede eficazes para que haja reduccedilatildeo dos fatores de
risco e agravos agrave gestante e ao RN (BRASIL 2010)
Devidos agraves iniquidades soacutecio-econocircmicas e diferentes fatores de risco regionais assim
como dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede de qualidade a mortalidade infantil e seus
componentes se apresentam de maneira variada entre as diversas regiotildees do Brasil No Norte
e no Nordeste ela se apresenta com maior expressatildeo que nas demais regiotildees Para
exemplificar estas diferenccedilas identifica-se em Silva 2013 a seguinte anaacutelise
ldquoA neo-mortalidade precoce em 2006 variou de 64 no Rio Grande do Sul a 197
por mil nascidos vivos em Alagoas (Departamento de Informaacutetica do SUS
Indicadores de mortalidade Acessado em 08Out2012) Nos paiacuteses desenvolvidos
a meacutedia da taxa de mortalidade neonatal precoce eacute de 40 por mil nascidos vivosrdquo
(SILVA 2013)
No Brasil a TMI apresentou uma tendecircncia decrescente nas uacuteltimas deacutecadas de 1990
a 2014 Em 1980 a taxa era de 785 oacutebitos mil nascidos vivos (NV) em 1990 era de 785
oacutebitos por mil nascidos vivos em 2000 era de 2736 por mil nascidos vivos e em 2010
alcanccedilou 1597 oacutebitos por mil nascidos vivos atingindo a meta estabelecida pela ONU como
mostra o Graacutefico 4
O componente poacutes-neonatal (28 dias a um ano de vida incompleto) apresentou a
maior tendecircncia de queda (73 ao ano) e o componente neonatal precoce (0 a 6 dias de
vida) a menor 31 ao ano Do fim da deacutecada de 80 em diante houve um aumento da
proporccedilatildeo do componente neonatal precoce em relaccedilatildeo ao componente poacutes-neonatal
(BRASIL 2010) A Tabela 3 tambeacutem mostra a tendecircncia decrescente da TMI nas regiotildees e
UF do Brasil de 2000 a 2010
30
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo feita em base
ao periacuteodo de 2000 a 2010
Fonte CGIAEDASISSVSMS 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Regiatildeo e UF 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Regiatildeo Norte
2862 2767 2659 2559 2447 2358 2275 2214 2306 2228 2097
Regiatildeo
Sudeste
1915 1831 1732 1701 1628 1538 1503 1457 1416 1389 1343
Regiatildeo Sul 1703 164 1605 1578 1498 138 1334 1294 1265 12 1158
Regiatildeo
Centro-Oeste
2092 2065 1929 187 1854 1771 1706 1651 1699 1644 1593
Distrito
Federal
144 1518 1365 133 1395 1363 128 1109 1189 1226 1216
Total
2736 263 2489 2388 2259 2143 2066 2001 1756 168 1597
Fontes SIM MS
Outro modo de analisar a mortalidade infantil eacute a sua observaccedilatildeo quanto agraves proporccedilotildees
segundo grupo de causas
ldquoAs afecccedilotildees perinatais constituem a principal causa de mortalidade de crianccedilas
menores de um ano no Brasil Em 1990 correspondiam a 40 dos oacutebitos infantis
Em 2008 essa proporccedilatildeo elevou-se para 60 A mortalidade proporcional por
malformaccedilotildees congecircnitas em menores de um ano aumentou de 67 em 1990 para
183 em 2008 Enquanto isso a mortalidade proporcional por doenccedilas infecciosas
reduziu-se de 146 para 53 dos oacutebitos infantis no mesmo periacuteodo o que
representa diminuiccedilatildeo de 64rdquo (BRASIL 2010)
No Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de causas de mortalidade infantil foi
devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de 60) seguidas das demais causas
31
definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-parasitaacuterias (em torno de 68) e pelas
doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Eacute importante lembrar que ainda podem existir problemas na qualidade dos registros de
oacutebitos em menores de um ano e fetais Devemos para isso avaliar a cobertura e qualidade do
Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos (SINASCC) e o de Mortalidade (SIM)
Algumas informaccedilotildees satildeo baacutesicas e devem constar de toda DO (declaraccedilatildeo de oacutebito) fetal ou
de menor de um ano O peso ao nascer um dos mais importantes assim como a idade
gestacional satildeo dados muitas vezes mal informados O momento do parto em que o oacutebito
ocorre eacute igualmente importante para a classificaccedilatildeo dos oacutebitos evitaacuteveis Ele pode ocorrer
antes do parto ou apoacutes o parto Esse dado tambeacutem eacute muitas vezes mal preenchido Outro
dado que se relaciona de maneira determinante com a MI eacute a escolaridade materna que do
mesmo modo eacute muitas vezes ignorado (BRASIL 2009)
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis
Para aumentar a qualidade de informaccedilotildees e o conhecimento da situaccedilatildeo de
mortalidade infantil e perinatal mostrou-se como necessaacuteria a vigilacircncia adequada e
diferenciada desses oacutebitos A partir da Declaraccedilatildeo de Oacutebito a vigilacircncia de oacutebito nos
municiacutepios coletaraacute dados para planejamento de accedilotildees que previnam esses oacutebitos e melhorem
seus indicadores
A partir de 1990 jaacute foram criados os primeiros Comitecircs de Investigaccedilatildeo do Oacutebito
Infantil (CIOI) sendo realizada a elaboraccedilatildeo do manual dos comitecircs de prevenccedilatildeo do oacutebito
infantil e fetal em 2004 para analisar os determinantes dos oacutebitos infantis e portanto traccedilar
estrateacutegias para minimizar esses determinantes (VENAcircNCIO 2010) Esse manual teve sua
versatildeo atualizada em 2009 (BRASIL 2009)
ldquoOs Comitecircs de Prevenccedilatildeo do Oacutebito Infantil e Fetal satildeo organismos
interinstitucionais de caraacuteter eminentemente educativo e formativo com atuaccedilatildeo
sigilosa Congregam instituiccedilotildees governamentais e da sociedade civil organizada
contando com participaccedilatildeo multiprofissional cuja atribuiccedilatildeo eacute dar visibilidade
acompanhar e monitorar os oacutebitos infantis e fetais e propor intervenccedilotildees para
reduccedilatildeo da mortalidade Satildeo instrumentos de gestatildeo que permitem avaliar a
qualidade da assistecircncia agrave sauacutede prestada agrave gestante ao parto e ao nascimento e agrave
crianccedila no primeiro ano de vida para subsidiar as poliacuteticas puacuteblicas e as accedilotildees de
intervenccedilatildeordquo (BRASIL paacuteg 46 2009)
32
As fichas para Investigaccedilatildeo do oacutebito infantil e fetal foram elaboradas para que
houvesse um padratildeo uacutenico a ser utilizado na vigilacircncia dos oacutebitos infantis e fetais Elas devem
ser preenchidas a partir de dados de prontuaacuterios cadernetas das gestantes entre outros e para
que as comparaccedilotildees do conteuacutedo das mesmas possam ser feitas e os dados do SIM sejam
obtidos com maior qualidade de informaccedilotildees Accedilotildees podem ser assim planejadas e executadas
de maneira uniforme nos trecircs niacuteveis municipal regional e estadual (BRASIL 2010)
Apesar da melhoria das condiccedilotildees socioeconocircmicas e o do aumento na oferta dos
serviccedilos de sauacutede nas uacuteltimas deacutecadas no Brasil a mortalidade infantil ainda eacute decorrente de
causas evitaacuteveis de mortalidade (SANTOS 2014) ldquoAs causas de mortes evitaacuteveis ou
reduziacuteveis satildeo definidas como aquelas preveniacuteveis total ou parcialmente por accedilotildees efetivas
dos serviccedilos de sauacutede que estejam acessiacuteveis em um determinado local e eacutepocardquo (MALTA
2010) Desde a deacutecada de 70 se pensa na evitabilidade do oacutebito infantil por serviccedilos de sauacutede
eficazes e atenccedilatildeo meacutedica qualificada (HARTZ et al1996)
Em 2008 foi publicada uma primeira versatildeo da lista de causas de mortes evitaacuteveis por
intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil (proposta em 2007) sob a coordenaccedilatildeo da
Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil Sua primeira revisatildeo
ocorreu em 2009 durante uma oficina realizada na 9ordf Mostra Nacional de Experiecircncias Bem-
Sucedidas em Epidemiologia Prevenccedilatildeo e Controle de Doenccedilas - 9ordf EXPOEPI (MALTA
2010a)
Santos et al realizaram uma pesquisa sobre mortalidade infantil em LondrinaParanaacute
em 2010 estudando a evitabilidade de oacutebitos infantis em coortes de nascidos vivos (NV)
referentes a dois biecircnios nos anos 2000 (20002001) e o biecircnio (20072008) O primeiro
biecircnio por ter ocorrido antes da expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia e o outro por ser o
mais proacuteximo ao estudo realizado Como resultado as taxas de mortalidade infantil foram de
1170 e 1120 por 1000 NV em 20002001 e em 20072008 Em ambos os biecircnios o
componente neonatal foi o que apresentou a maior taxa especialmente no periacuteodo neonatal
precoce com taxas de 624 e 636 oacutebitos por 1000 NV em 20002001 e 2007 2008
respectivamente O aumento maior foi o da taxa de mortalidade neonatal tardia de 182 oacutebitos
a cada 1000 NV no primeiro biecircnio e de 227 no biecircnio posterior A mortalidade poacutes-neonatal
foi a uacutenica que reduziu sendo que em 20002001 foi de 364 oacutebitos a cada 1000 NV e 257
em 20072008 A maioria dos oacutebitos nos dois biecircnios foi considerada evitaacutevel tanto quanto
em relaccedilatildeo agrave adequada atenccedilatildeo agrave mulher durante a gestaccedilatildeo e o parto quanto ao feto e ao
receacutem-nascido especialmente o relativo a adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (SANTOS
2014)
33
As mortes evitaacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo ocorreram mais entre
nascidos com baixo peso e as natildeo claramente evitaacuteveis entre crianccedilas com peso adequado em
ambos os biecircnios Aproximadamente sete em cada 10 oacutebitos infantis foram considerados
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS tanto no primeiro (716) como no segundo (655)
periacuteodo estudado (SANTOS 2014)
O baixo peso (BP) ao nascer eacute aquele em que o peso ao nascer eacute inferior a 2500 g
(OMS 2008) e ele estaacute relacionado tanto ao crescimento fetal quanto a duraccedilatildeo da gravidez
O crescimento fetal retardado eacute definido como peso ao nascimento inferior ao percentil 10
para a idade gestacional A prematuridade seria a duraccedilatildeo da gravidez cuja idade gestacional
se encontra menor que 37 semanas Fatores geneacuteticos (em torno de 40) e fatores maternos
(em cerca de 60) estatildeo relacionados ao crescimento fetal Quando satildeo realizadas de 4-6
consultas de preacute-natal haacute uma chance de quase 30 em reduzir o risco de BP e quando o
nuacutemero de consultas eacute igual ou maior que 7 chega-se a 40 menor o risco de BP ao nascer
(SILVA 2010)
Em outro trabalho publicado em 2014 realizado por Menezes et al com o objetivo de
analisar os oacutebitos de menores de um ano residentes em Belo Horizonte no periacuteodo de 2006 a
2011 foram utilizados criteacuterios para avaliaccedilatildeo de evitabilidade a partir da atualizaccedilatildeo da
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede As causas
dos oacutebitos evitaacuteveis foram entatildeo categorizadas como mostra o Quadro 1 (MENEZES 2014)
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
1) Causas evitaacuteveis
(a) reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo
(b) reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e parto e ao feto e ao receacutem-
nascido
(c) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento
(d) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas agraves accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede
2) Causas mal definidas
3) Demais causas natildeo claramente evitaacuteveis
34
Durante o periacuteodo do estudo obtiveram os seguintes dados 672 oacutebitos
neonatais 327 oacutebitos poacutes-neonatais e 004 oacutebito com faixa etaacuteria ignorada Esses dados
foram obtidos atraveacutes do SIM (Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade) e do SINASC
(Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos) apurou-se o nuacutemero de nascidos vivos nesse
periacuteodo Houve diminuiccedilatildeo de todos os componentes da mortalidade infantil poreacutem o
componente neonatal tardio apresentou a maior reduccedilatildeo (22) O componente neonatal
precoce correspondeu ao coeficiente de mortalidade com maior peso (72) nos oacutebitos do
periacuteodo neonatal As mortes consideradas evitaacuteveis corresponderam a 63 e estas se
relacionaram mais diretamente a uma falha na adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e na
adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido (RN) A mortalidade infantil por causas
evitaacuteveis diminuiu em 9 e as devidas agraves accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento foram
as que apresentaram maior reduccedilatildeo de 388 As pneumonias e outras doenccedilas bacterianas
foram as principais causas relacionadas a esse grupo As causas evitaacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido tambeacutem diminuiacuteram (307) principalmente devido agrave
reduccedilatildeo das infecccedilotildees especiacuteficas do periacuteodo perinatal e tambeacutem dos transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal As causas evitaacuteveis relacionadas agrave adequada atenccedilatildeo agrave
mulher na gestaccedilatildeo e as reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo a sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo apresentaram aumento enquanto natildeo houve nenhuma alteraccedilatildeo nas reduziacuteveis por
accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo As taxas de mortalidade classificadas como causas de morte mal-
definidas e as demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) tambeacutem tiveram seu nuacutemero reduzido
(MENEZES 2014)
Em 70 das mortes estas ocorreram em crianccedilas com baixo peso ao nascer
especialmente em crianccedilas com menos de 1500 gramas A adequada atenccedilatildeo na gestaccedilatildeo e a
adequada atenccedilatildeo ao feto e receacutem-nascido se correlacionaram com essas mortes Os
transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e peso baixo ao nascer transtorno
respiratoacuterio especiacutefico e infecccedilatildeo especiacutefica do periacuteodo perinatal foram as principais causas
de morte infantil por causas evitaacuteveis nesse estudo
ldquoNos oacutebitos de crianccedilas com peso ao nascer maior ou igual a 2500 g prevaleceram
os grupos de causas evitaacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento e
accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas as accedilotildees de atenccedilatildeo de sauacutede As demais
causas (natildeo claramente evitaacuteveis) representaram cerca de 280 das mortes infantis
e esta proporccedilatildeo foi crescente com o aumento do pesordquo (MENEZES2014)
Alguns fatores tais como oferta de serviccedilos de sauacutede prestados com qualidade
condiccedilotildees sociais e econocircmicas da populaccedilatildeo assim como seu perfil demograacutefico podem
estar relacionados agrave mortalidade proporcional por grupos de causas (Brasil 2010) Segundo as
35
tabelas apresentadas podemos observar que no Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de
causas de mortalidade infantil foi devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de
60) seguidas das demais causas definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (por volta de 68) e pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Houve uma diminuiccedilatildeo progressiva ao longo dos anos das afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatal assim como das doenccedilas infecto-parasitaacuterias e um aumento progressivo pelas
demais causas definidas Pequenas variaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
ocorreram ao longo do tempo poreacutem houve uma tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo
Estaacute apresentada no ANEXO 2 a Lista Brasileira de Causas de Mortes Evitaacuteveis por
Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede na populaccedilatildeo de 5 a 74 anos (MALTA 2010)
36
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Analisar a variaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de
evitabilidade preconizados para o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea
Programaacutetica 10 do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015
32 Objetivos especiacuteficos
bull Descrever a situaccedilatildeo de nascimento e oacutebitos infantis na AP 10 do municiacutepio do Rio de
Janeiro entre 2007 e 2015 em relaccedilatildeo ao municiacutepio e agraves demais aacutereas da cidade
bull Discutir a ocorrecircncia dos principais grupos de causas evitaacuteveis de mortalidade infantil
na AP 10 no municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e 2015
bull Contribuir para a produccedilatildeo de um informe teacutecnico sobre Mortalidade Infantil na AP
10 divulgando as informaccedilotildees prioritaacuterias para profissionais e gestores da aacuterea
37
4 METODOLOGIA
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados
Trata-se de um estudo exploratoacuterio descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre
a mortalidade infantil e sua evitabilidade considerando os oacutebitos de menores de um ano de
residentes na AP 10 e do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 no qual
ocorreu a expansatildeo da ESF na Cidade Seratildeo utilizadas as bases de dados secundaacuterios do
Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade (SIM) Ministeacuterio da Sauacutede disponiacuteveis pela
ferramenta TABNET na Plataforma da Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em
Sauacutede (SUBPAV) para toda gestatildeo da Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
(SMS-RJ)
As informaccedilotildees definidas para os objetivos deste estudo se relacionam aos oacutebitos em
menores de 1 ano sendo estes divididos ainda como oacutebitos neonatais neonatais precoces
neonatais tardios e poacutes-neonatais Informaccedilotildees sobre partos e nascimentos tambeacutem foram
incluiacutedas nesta descriccedilatildeo de dados tendo em vista sua relaccedilatildeo direta com oacutebitos infantis e a
possibilidade de observaccedilatildeo inicial sobre o padratildeo de ocorrecircncias na aacuterea em estudo
Esses dados secundaacuterios foram apurados na ferramenta TABNET na plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
A Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede
do Brasil (MALTA 2010) foi utilizada como paracircmetro para a anaacutelise por grupo de causas
no periacuteodo em estudo
42 Cenaacuterio de Estudo
As Aacutereas Programaacuteticas (AP) satildeo aacutereas divididas pela Prefeitura do Rio de Janeiro
para a gestatildeo da sauacutede A Secretaria Municipal de Sauacutede trabalha com essas AP desde 1993
quando foram chamadas de aacutereas de planejamento a fim de traccedilar planos estrateacutegicos em
relaccedilatildeo agrave sauacutede (SMS 2013)
A Aacuterea de Planejamento 10 (AP 10) corresponde agrave primeira das dez aacutereas
programaacuteticas do Municiacutepio do Rio de Janeiro como mostra a Figura 1
38
A Cidade do Rio de Janeiro eacute dividida em dez Aacutereas Programaacuteticas e a AP 10
corresponde aos bairros Benfica Caju Catumbi Centro Cidade Nova Estaacutecio Gamboa
Mangueira Rio Comprido Santa Teresa Santo Cristo Satildeo Cristoacutevatildeo Sauacutede e Vasco da
Gama
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Fonte IBGE- setembro de 2011
O Rio de Janeiro eacute um municiacutepio brasileiro de grande importacircncia
econocircmica sociocultural e financeira do paiacutes Em 2010 a populaccedilatildeo do Rio de Janeiro era de
6 320 446 habitantes (395 da populaccedilatildeo estadual) Dentre elas 4683 satildeo homens e
5317 mulheres Para 2015 era estimada uma populaccedilatildeo de 6 386 443 pessoas (IPP 2017)
A AP 10 aleacutem de ser o centro histoacuterico da Cidade do Rio de Janeiro tem em sua
formaccedilatildeo 14 bairros (jaacute citados) e 6 Regiotildees Administrativas (Centro Santa Teresa Rio
Comprido Paquetaacute Satildeo Cristoacutevatildeo e Portuaacuteria) como podemos observar na Figura 2 De
1970 a 2000 houve um decreacutescimo de 27 de sua populaccedilatildeo Paquetaacute foi a uacutenica regiatildeo a
sofrer um pequeno aumento de sua populaccedilatildeo em torno de 5 Eacute uma regiatildeo que atrai
trabalhadores onde setor de serviccedilos eacute o de maior procura No ano 2000 cinco regiotildees
administrativas tinham um alto IDH e apenas uma regiatildeo administrativa com meacutedio IDH
(IBGE 2016)
39
Figura 2 ndash Bairros da AP 10
Fonte Fonte IBGE- setembro de 2011
A AP 10 possui 17 unidades de Atenccedilatildeo Primaacuteria 75 equipes de Sauacutede da Famiacutelia 1
PS CASS 2 equipes NASF 2 equipes de consultoacuterio na rua e 1 Policliacutenica (SMS 2016)
Em 2015 a AP 10 tinha uma populaccedilatildeo estimada de 311265 habitantes e em 2010
estimava-se que 35 da populaccedilatildeo residia em favelas cerca de 103296 habitantes (IPP
2017)
O nuacutemero de famiacutelias cadastradas na ESF em 2009 era de 260 famiacutelias Em 2010
houve um aumento do nuacutemero de famiacutelias cadastradas para 8196 famiacutelias Em 2015 houve
um aumento significativo para 72786 cadastros e em 2016 uma estimativa de 79766
castrados das famiacutelias (SMS 2016)
A escolha da AP 10 para uma anaacutelise especiacutefica no estudo ocorreu pelo fato de ter
ocorrido um aumento da morte em menores de 1 ano no ano de 2015 alterando-se a
tendecircncia anterior
40
43 Estrateacutegia de Anaacutelise
A descriccedilatildeo da situaccedilatildeo de nascimentos e mortalidade infantil na AP 10 foi feita
utilizando-se o periacuteodo de 2007 a 2015 como a referecircncia para verificaccedilatildeo das variaccedilotildees
encontradas considerando-se diferentes variaacuteveis e os principais componentes da mortalidade
infantil Como jaacute citado os dados foram apurados na ferramenta TABNET na Plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
Ao iniciar-se este estudo tendo como objetivo a anaacutelise de dados ateacute 2015 e natildeo
estando este uacuteltimo ano ainda disponiacutevel na paacutegina da SMS Rio na internet e nem tampouco
no SIM DATASUS utilizou-se a ferramenta TABNET na Plataforma SUBPAV com
ciecircncia e apoio da Gerecircncia de Dados Vitais da SMS Esta plataforma tem acesso restrito a
profissionais que atuam na SMS
A partir da coleta de dados foi elaborado um banco no software Microsoft Excell
2016 no qual foram feitos os consolidados de frequecircncia por tipo de anaacutelise desejada visando
a apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas e graacuteficos
A anaacutelise descritiva estaacute apresentada levando em conta dados especiacuteficos de cada ano
assim como tambeacutem a variaccedilatildeo considerando-se trecircs triecircnios ndash de 2007 a 2009 de 2010 a
2012 e de 2013 a 2015 estrateacutegia esta que foi decidida a fim de que o nuacutemero de casos para
as aacutereas do municiacutepio particularmente a AP 10 se apresentasse com melhor consistecircncia do
que aquele com menores quantitativos quando considerados dados de somente o periacuteodo de
um ano
O processamento dos dados de Mortalidade Infantil e de seus componentes no
periacuteodo analisado e nas diferentes aacutereas do municiacutepio permitiu tambeacutem a verificaccedilatildeo das
variaccedilotildees de tendecircncias da AP 10 em comparaccedilatildeo com as demais aacutereas e com o municiacutepio do
Rio de Janeiro
Os dados referentes aos principais grupos de causas evitaacuteveis da Mortalidade Infantil e
seus componentes segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados pelo Ministeacuterio da
Sauacutede para o SUS no Brasil ocorridos nas AP do municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e
2015 tambeacutem seratildeo apresentados e discutidos
Informaccedilotildees mais relevantes deveratildeo ser destacadas para inclusatildeo em Informe Teacutecnico
produzido a parte do presente estudo visando divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees sobre Mortalidade
Infantil a profissionais e gestores da AP 10 assim como da SMS do Rio de Janeiro
41
44 Aspectos Eacuteticos
Embora o planejamento da pesquisa envolvesse principalmente a apuraccedilatildeo de dados
secundaacuterios considerando-se a necessidade de coleta de dados ainda natildeo divulgados houve
exigecircncia da SMS de que o projeto de pesquisa fosse submetido a parecer de eacutetica em
pesquisa
Desse modo a pesquisa cumpriu todas as etapas previstas nas normas nacionais que
subsidiam a pesquisa em sauacutede tendo como bases a Resoluccedilatildeo do CNEP 4662012 e
a Normativa 0012013 com encaminhamento para os Comitecircs de Eacutetica e Pesquisa da Estaacutecio
e da Secretaria Municipal de Sauacutede Para a avaliaccedilatildeo eacutetica o projeto de pesquisa foi
protocolado por meio do sistema Plataforma Brasil uma base nacional e unificada de
registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema CEPCONEP
Este estudo estaacute relacionado agrave apuraccedilatildeo e anaacutelise de dados secundaacuterios o que implicou
uma reduccedilatildeo plena de riscos envolvendo as pesquisas em sauacutede Durante todo o processo de
coleta processamento e anaacutelise de dados todas as precauccedilotildees para garantir-se o sigilo e a
confidencialidade das informaccedilotildees foram tomadas com o compromisso de natildeo ser divulgado
qualquer dado que permitisse direta ou indiretamente a identificaccedilatildeo de serviccedilos unidades de
sauacutede ou profissionais envolvidos na assistecircncia dos casos
Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica da SMS do Rio de Janeiro com
nuacutemero de parecer da aprovaccedilatildeo 1836593 no dia 25112016
42
5 RESULTADOS
Foram levantados os dados de nascimento e oacutebitos do Municiacutepio do Rio de Janeiro
(MRJ) e das suas diferentes aacutereas programaacuteticas atraveacutes da ferramenta TABNET disponiacutevel
no acesso a Indicadores e Dados Estatiacutesticos no portal da SMS do Rio de Janeiro e na
Plataforma SUBPAV No iniacutecio deste levantamento considerando os objetivos deste estudo
os dados do ano de 2015 natildeo estavam disponiacuteveis neste acesso sendo necessaacuteria a
colaboraccedilatildeo da Gerecircncia de Dados Vitais da Superintendecircncia de Vigilacircncia em Sauacutede da
SMS que forneceu as informaccedilotildees necessaacuterias para a anaacutelise de todo periacuteodo estudado
incluindo-se o ano de 2015
As informaccedilotildees seratildeo apresentadas como seacuterie histoacuterica do ano de 2007 anterior ao
iniacutecio da chamada reforma da APS no municiacutepio que se sugere tenha comeccedilado em 2009 ateacute
o ano de 2015 quando se iniciou a proposta deste estudo As informaccedilotildees seratildeo tambeacutem
apresentadas com os dados consolidados por triecircnios 2007 a 2009 2010 a 2012 e 2013 a
2015 o que foi decidido porque desse modo seriam agrupados mais dados de mortalidade em
populaccedilotildees menores como satildeo as aacutereas programaacuteticas de sauacutede no Rio de Janeiro Esta
definiccedilatildeo metodoloacutegica para anaacutelise por triecircnios tambeacutem foi decidida com o objetivo de
suavizarem-se variaccedilotildees aleatoacuterias no nuacutemero de oacutebitos em determinado ano estimando-se a
meacutedia aritmeacutetica do triecircnio como foi utilizado em recente estudo sobre Mortalidade Infantil
em Minas Gerais (LISBOA et al 2015)
Antes de apresentar os resultados relacionados ao levantamento de oacutebitos infantis no
MRJ optou-se por incluir informaccedilotildees sobre nascimentos tendo em vista a possibilidade de
acesso ao SINASC na mesma plataforma da SMS e porque possuem estreita relaccedilatildeo com
aspectos ligados ao risco de oacutebitos em menores de um ano Julgou-se importante observar os
dados referentes ao nuacutemero de nascimentos ocorridos tanto no MRJ e na AP 10 uma vez que
haacute estreita relaccedilatildeo do nuacutemero de nascidos vivos com o caacutelculo da taxa de mortalidade infantil
o que poderia indicar sugestotildees de anaacutelises posteriores mesmo que fora dos objetivos do
presente estudo
43
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro (MRJ)
Aleacutem da variaccedilatildeo de nascimentos no periacuteodo alguns fatores como o baixo peso ao
nascer filhos de matildees adolescentes tipo de parto nuacutemero de consultas de preacute-natal assim
como o nascimento em unidades SUS seratildeo aqui tambeacutem apresentados
Em 1997 o total de nascidos vivos no MRJ foi de 103193 com Taxa de Natalidade
de 186 1000 habitantes neste ano Esses indicadores apresentaram um decreacutescimo ateacute 2007
quando o total de nascimentos foi de 82019 e a Taxa de Natalidade de 133 1000 habitantes
A partir deste ano com exceccedilatildeo de 2010 observa-se um aumento do nuacutemero de nascimentos
na cidade e a Taxa de Natalidade elevaram-se para 143 1000 habitantes em 2015 com
90439 nascimentos no MRJ segundo as informaccedilotildees disponibilizadas pela SVSSMS
A Tabela 4 apresenta os dados de nascidos vivos por ano de 2007 a 2015 Foi
observado um aumento de nascimentos na Cidade nos uacuteltimos anos o que contrastou com
periacuteodos anteriores se considerarmos que no ano de 2015 por exemplo o total de nascidos
vivos foi de 90532 como disponiacutevel na mesma fonte nuacutemero superior ao do ano de 2007
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variaccedilatildeo
N
10 4638 4632 4822 4733 4680 4446 4506 4669 4656 18
21 6211 6275 6371 6873 6576 6405 6445 6624 6556 345
22 3572 3573 3552 3607 3521 3503 3526 3607 3648 76
31 11316 11438 11514 10914 11644 11420 11683 11861 12073 757
32 7325 7071 7124 7134 7224 7156 7283 7523 7268 -57
33 12585 12379 12913 12304 12573 12648 12900 13011 13030 445
4 11817 12388 13246 13069 14019 14387 14451 15148 15430 3613
51 8559 8337 8560 8565 9050 9019 9487 9459 9414 855
52 9671 9865 9725 9537 10190 10492 10688 11364 11446 1775
53 5610 5680 5971 5776 5861 6265 6405 6368 6718 1108
Ign 715 703 617 745 601 636 100 289 293 -422
MRJ 82019 82341 84415 83257 85939 86377 87474 89923 90532 8513
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao analisar o percentual da variaccedilatildeo dos nascidos vivos nos triecircnios 20072009
20102012 e 20132015 observa-se que o MRJ teve um aumento de 77 enquanto o
percentual da variaccedilatildeo da AP 10 sofreu um decreacutescimo de 19 A regiatildeo dos bairros do
Centro da cidade e adjacecircncias foi a uacutenica AP que apresentou um decreacutescimo do nuacutemero de
44
nascimentos considerados o primeiro e uacuteltimo triecircnio analisados enquanto a AP 40
apresentou o maior aumento do nuacutemero de nascidos vivos no mesmo periacuteodo
correspondendo a um aumento de 202 como podemos ver na Tabela 5 O Graacutefico 5
mostra a variaccedilatildeo do percentual dos nascidos vivos por AP e na totalidade do MRJ de 2007 a
2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
N
Variaccedilatildeo
1 14092 13859 13831 -261 -19
21 18857 19854 19625 768 41
22 10697 10631 10781 84 08
31 34268 33978 35617 1349 39
32 21520 21514 22074 554 26
33 37877 37525 38941 1064 28
4 37451 41475 45029 7578 202
51 25456 26634 28360 2904 114
52 29261 30219 33498 4237 145
53 17261 17902 19491 2230 129
MRJ 248775 255573 267929 19154 77
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 5 -Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP
MRJ 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
45
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao observamos o peso ao nascimento constatamos que apesar de ter havido uma
reduccedilatildeo do nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) entre 2007 e 2015 em
todas as AP a AP 51 apresentou aumento de seu percentual (98) como mostra a Tabela 6
A AP 10 apresentou o maior decreacutescimo da proporccedilatildeo de nascimentos de crianccedilas com baixo
peso havendo diminuiccedilatildeo desta proporccedilatildeo em quase todas as aacutereas exceto 51 e 53
Considerando-se os triecircnios estudados constata-se uma diminuiccedilatildeo gradativa do
percentual de nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) no municiacutepio do
Rio de Janeiro assim como tambeacutem representado no Graacutefico 6 e apresentado na Tabela 7
sendo que na AP 10 esta variaccedilatildeo foi a de maior valor
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP do MRJ de 2007209 a 201315
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao Nascer lt 2500g
AP Resid 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10 110 103 101 105 98 97 93 89 96
21 89 91 95 96 90 90 81 92 87
22 94 99 95 101 103 85 88 85 91
31 97 97 101 100 95 100 92 95 90
32 103 94 98 102 98 99 99 91 101
33 100 100 99 95 94 96 93 96 96
4 95 96 95 92 88 92 89 94 94
51 95 96 97 92 89 98 91 88 98
52 95 89 92 92 92 85 94 90 83
53 96 92 94 92 95 95 95 89 96
MRJ 97 95 97 96 93 94 92 92 93
46
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 104 100 92 -116
21 92 92 87 -52
22 96 96 88 -81
31 98 99 92 -63
32 98 100 97 -17
33 100 95 95 -47
4 96 91 92 -33
51 96 93 92 -42
52 92 89 89 -30
53 94 94 94 -08
MRJ 96 94 92 -43
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Com relaccedilatildeo aos nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes eles diminuiacuteram
ao longo do periacuteodo analisado em todo o MRJ e em todas as AP Em 2015 o percentual de
nascimentos de matildees adolescentes foi de 153 no MRJ enquanto em 2007 era de 172 No
triecircnio 201315 esse percentual meacutedio foi de 159 em contraste com 169 do primeiro
triecircnio apresentando assim uma reduccedilatildeo de quase 6 como pode ser visto na Tabela 8 O
maior percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 201315 correspondeu agrave AP
53 (214) e o menor percentual correspondeu ao da AP 21(84) As maiores variaccedilotildees do
percentual nos triecircnios estudados ocorreram nas aacutereas 21 e 22 onde os bairros apresentam
melhores indicadores econocircmicos e sociais
47
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e
Variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 197 185 181 -81
21 102 93 84 -176
22 125 113 103 -176
31 187 187 183 -21
32 166 157 152 -84
33 178 181 174 -22
4 138 131 123 -108
51 187 186 179 -48
52 180 174 169 -61
53 223 209 214 -40
MRJ 169 163 159 -59
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Observamos um aumento do percentual de nascimento por parto cesaacutereo nos trecircs
triecircnios estudados em todo o MRJ como pode ser visto na Tabela 9 Nota-se que no segundo
triecircnio (20102012) houve um aumento do percentual em todas as AP em relaccedilatildeo ao primeiro
triecircnio (20072009) A maior variaccedilatildeo do percentual por nascimento por parto cesaacutereo se deu
na AP 52 (147) enquanto a menor variaccedilatildeo ocorreu na AP 31 (01) As aacutereas 52 e 53
apresentaram um aumento importante de partos cesaacutereos Na AP 10 este aumento percentual
foi dos menores no MRJ
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 478 523 486 16
21 626 650 640 21
22 657 677 670 19
31 514 540 515 01
32 546 591 572 49
33 534 569 577 82
4 575 611 615 70
51 525 552 534 18
52 506 562 580 147
53 419 468 477 140
MRJ 536 574 567 58
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
48
Os nascimentos com registro no SINASC de adequado nuacutemero de consultas de preacute-
natal tambeacutem foi verificado levando-se em conta a associaccedilatildeo teoacuterica desta assistecircncia com
morbidade e mortalidade infantis Em todo o MRJ houve um aumento do percentual de
nascimentos com 7 ou mais consultas de preacute-natal de 2007 a 2015 exceto na AP 33 onde
houve diminuiccedilatildeo do seu percentual A AP 10 apresentou 724 desses nascimentos em
2015 como mostra a Tabela 10 com 7 ou mais consultas de preacute-natal
Atraveacutes do Graacutefico 7 pode ser observado um decreacutescimo de nascimentos de gestantes
com menos de 7 ou mais consultas de preacute-natal em quase todas as AP sendo a reduccedilatildeo mais
importante a ocorrida na AP 21 (309) e exceto na AP 33 com um aumento de 11 de
gestantes com menos de 7ou mais consultas de preacute-natal
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal
No periacuteodo MRJ 2007 a 2015 AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
1 647 647 624 633 647 648 696 705 724
21 802 825 811 796 794 836 855 829 839
22 817 816 816 814 781 812 808 810 823
31 649 619 598 590 597 635 670 700 722
32 674 672 672 676 657 706 740 761 762
33 689 641 674 639 625 652 662 659 668
4 710 685 662 658 648 705 741 726 766
51 674 625 615 615 619 635 657 684 709
52 661 628 617 630 641 662 689 699 733
53 589 593 611 571 581 612 669 724 768
MRJ 685 663 658 650 647 679 708 717 741
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
49
Os nascimentos em unidades SUS no MRJ apresentaram uma meacutedia de 579 em
20132015 quando eram 548 em 20072009 Na AP 10 houve um aumento de 170 em
relaccedilatildeo a esses nascimentos em contraste com a AP 22 que teve uma reduccedilatildeo de mais de
50 como mostra a Tabela 11 Uma provaacutevel ampliaccedilatildeo de oferta de leitos SUS para a
assistecircncia ao parto na AP 10 pode ser estimada a partir do importante acreacutescimo na
proporccedilatildeo de nascimentos no SUS nesta aacuterea comparando-se este dado com a variaccedilatildeo
meacutedia do MRJ
O percentual de nascimentos no SUS no triecircnio 201315 foi maior nas AP 53
(765) AP 51(699) e AP 31(671) e os menores percentuais corresponderam agraves AP
22(164) e AP 21 (263) Nos trecircs triecircnios estudados o maior aumento do percentual de
nascimentos no SUS se deu na AP 31 (145) e a AP 22 apresentou um decreacutescimo
importante de 173
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015
Variaccedilatildeo
10 538 563 629 170
21 245 266 263 72
22 337 230 164 -513
31 526 651 671 275
32 578 572 570 -13
33 583 621 616 57
4 512 513 509 -06
51 663 682 699 54
52 633 625 628 -07
53 750 725 765 21
MRJ 548 567 579 57
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
As observaccedilotildees das variaacuteveis apresentadas tendo como fonte o SINASC natildeo
permitiram identificar padratildeo de variaccedilatildeo que tivesse relaccedilatildeo teoacuterica com o aumento da
Mortalidade Infantil na AP 10 no ano de 2015 salvo a questatildeo do aumento da natalidade
fato estes comem a todas as aacutereas da Cidade no periacuteodo estudado
50
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ
A mortalidade infantil no municiacutepio do Rio de Janeiro apresenta uma tendecircncia
decrescente haacute vaacuterios anos e estudos de Matos et al (2007) sobre mortalidade infantil no MRJ
no periacuteodo de 1979 a 2004 demonstraram que houve um decreacutescimo de todos os
componentes relativos aos oacutebitos infantis nesse periacuteodo
No Graacutefico 8 pode-se observar de que maneira ocorreu essa tendecircncia decrescente
das TMI e seus componentes no MRJ de 1980 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
51
A Tabela 12 apresenta as variaccedilotildees das TMI e seus componentes no MRJ ao longo dos
triecircnios 20072009 20102012 e 20132015 verificando-se uma variaccedilatildeo negativa destes
indicadores ou seja a reduccedilatildeo da mortalidade infantil em todos os seus componentes
principalmente da mortalidade ocorrida no periacuteodo poacutes-neonatal com uma reduccedilatildeo importante
de 168
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados Faixa Etaacuteria Infan 20072009 20102012 20132014 Faixa
Etaacuteria inf
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 lt 7d -73
07-27 23 21 22 07-27 -60
28d-lt1 49 47 41 28d-lt1 -168 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis eacute uma importante estrateacutegia da vigilacircncia da
mortalidade (BRASIL 2009) cujos objetivos se relacionam agrave possibilidade de contribuir para
o desenvolvimento de accedilotildees especiacuteficas que visem a reduccedilatildeo dessas taxas A investigaccedilatildeo dos
oacutebitos infantis iniciou-se no municiacutepio do Rio de Janeiro em 2006 e no ano seguinte que
representa o limite inicial do presente estudo foram apenas investigados 347 dos oacutebitos
infantis (SMS 2016) Em 2015 ocorreram 1094 oacutebitos infantis sendo investigados 904
oacutebitos ou seja 826 do total demonstrando um incremento importante dos oacutebitos
investigados como mostra o Graacutefico 9
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A Tabela 13 e o Graacutefico 10 mostram que foram investigados 754 dos oacutebitos
relativos ao periacuteodo neonatal precoce (lt 7 dias) 845 no periacuteodo neonatal tardio e 915
ao periacuteodo poacutes-neonatal no MRJ em 2015
52
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ Faixa Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 384 648 702 738 832 880 828 801 754
07-27 460 598 644 749 838 889 864 870 845
28d-lt1 250 573 609 776 781 848 886 910 915
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tambeacutem foram observados os oacutebitos referentes a algumas variaacuteveis de risco como a
idade da matildee a idade gestacional das matildees e o peso do RN ao nascer considerando a
proporccedilatildeo de oacutebitos infantis por cada uma dessas variaacuteveis nas aacutereas e MRJ
A Tabela 14 apresenta a proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis ocorridos em matildees nas
diferentes faixas etaacuterias Houve um aumento do percentual de oacutebitos em matildees nas faixas
etaacuterias de 20 a 24 anos 45 a 49 anos diminuiccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis nas
adolescentes
53
Tabela 14 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee MRJ
Idade
Matildee
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10-14 07 15 06 09 06 21 14 14 16
15-19 179 147 161 167 183 181 185 162 169
20-24 215 228 210 190 203 212 199 240 209
25-29 181 191 186 203 171 188 202 215 197
30-34 156 138 139 145 158 152 157 179 176
35-39 69 80 89 96 101 109 112 101 139
40-44 29 28 33 33 40 34 35 44 48
45-49 06 04 03 02 02 02 02 06 01
Ign 159 168 172 155 136 102 95 38 46
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Outra variaacutevel de risco para os oacutebitos infantis se relaciona agrave idade gestacional das
matildees O maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 ocorreu entre a 37- 41 semanas de
gestaccedilatildeo correspondendo a um total de 167 oacutebitos de 2007 a 2015 Tambeacutem houve um
grande nuacutemero de oacutebitos (129 oacutebitos) entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo nesse periacuteodo A
soma dos oacutebitos infantis ocorridos nesses dois periacuteodos de gestaccedilatildeo correspondeu a um pouco
mais da metade do nuacutemero de oacutebitos totais no periacuteodo analisado conforme mostra a Tabela
15
Tabela 15 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Semanas
Gestaccedilatildeo
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Menos 22 22 23 71 26 73 61 68 58 63
22 a 27 227 246 196 212 181 197 205 228 228
28 a 31 165 155 174 155 136 156 144 159 143
32 a 36 193 169 173 224 140 170 178 173 182
37 a 41 248 242 262 254 212 249 260 288 294
42 e mais 11 16 13 10 14 10 09 14 10
Natildeo informado 133 148 111 119 244 157 135 80 80
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Um importante fator a ser observado se refere ao peso da crianccedila ao nascer uma vez
que ele se encontra estreitamente relacionado ao oacutebito infantil A Tabela 16 apresenta o
54
percentual de oacutebitos ocorridos em RN com menos de 2500g sendo de 599 em 2007 e de 629
em 2015 mostrando algum decreacutescimo na proporccedilatildeo de oacutebitos infantis com peso adequado ao
nascimento
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Peso
nascer (500g)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
0g a 499g 53 54 112 50 58 49 53 44 50
0500g a 0999g 285 288 236 272 246 269 261 303 291
1000g a 1499g 99 117 105 103 105 114 124 120 109
1500g a 1999g 79 73 69 72 98 70 79 70 88
2000g a 2499g 83 67 68 76 74 83 73 97 101
2500g a 2999g 90 88 100 146 127 100 114 130 130
3000g a 3499g 91 95 108 82 93 127 109 138 129
3500g a 3999g 39 39 49 42 47 55 50 60 62
4000g a 4499g 09 06 11 08 08 08 23 13 19
4500g e mais 04 04 03 04 03 07 05 07 05
Ignorado 166 169 140 145 141 117 110 19 16
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
55
53 Mortalidade Infantil na AP 10
Em relaccedilatildeo a AP 10 apresentaremos os nuacutemeros absolutos dos oacutebitos infantis
ocorridos entre 2007 e 2015 e a proporccedilatildeo de seus componentes no mesmo periacuteodo
Como pode ser verificado na Tabela 17 em 2015 ocorreram 67 oacutebitos infantis sendo
esse nuacutemero de oacutebito infantil maior do que o apresentado no iniacutecio do periacuteodo de expansatildeo
recente da APS determinando assim o fato que motivou e caracterizou o interesse desse
estudo principalmente porque foram 17 oacutebitos a mais que os do ano anterior exatamente
quando a aacuterea jaacute atingia maior cobertura da ESF A maior proporccedilatildeo de oacutebitos de concentra
no periacuteodo neonatal precoce sendo observada uma variaccedilatildeo negativa da proporccedilatildeo de oacutebitos
poacutes-neonatais como esperado como ser observado na Tabela 18
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 por componentes de 2007 a 2015 Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 31 31 38 33 25 26 25 25 35
07-27 11 14 12 10 9 8 10 10 12
28d-lt1 24 23 32 19 24 16 28 15 20
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 470 456 463 532 431 520 397 500 522
07-27 167 206 146 161 155 160 159 200 179
28d-lt1 364 338 390 306 414 320 444 300 299
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Em relaccedilatildeo agraves taxas de mortalidade infantil na AP 10 durante o periacuteodo estudado
observa-se que 2008 2009 2013 e 2015 houve aumento dessas taxas principalmente no
periacuteodo neonatal precoce como se observa na Tabela 19 Quando comparamos essas mesmas
taxas de mortalidade agraves taxas de mortalidade infantil no MRJ vemos na Tabela 20 que as
TMI foram mais elevadas na AP 10 do que no MRJ nesses anos A mortalidade neonatal
precoce foi o componente da MI com maiores taxas A TMI no MRJ em 2015 se apresentou
56
menor do que a TMI em 2007 Fato esse que natildeo ocorreu na AP 10 quando a TMI aumentou
em 2015 em relaccedilatildeo a 2007
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 67 67 79 70 53 58 55 54 75
07-27 24 30 25 21 19 18 22 21 26
28d-lt1 52 50 66 40 51 36 62 32 43
Total 142 147 170 131 124 112 140 107 144 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 612 601 643 638 567 581 609 540 568
07-27 212 26 223 206 194 229 226 203 221
28d-lt1 483 498 500 466 490 457 431 384 416
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
As mesmas informaccedilotildees quando analisadas de modo que sejam observados os
valores natildeo por cada ano mas sim pelos os triecircnios estudados permitem identificar que o
nuacutemero de oacutebitos infantis e as TMI nos seus trecircs componentes principais se apresentaram
com decreacutescimo na AP 10 e no MRJ como se pode ver nas Tabelas 21 e 22 Entretanto a
variaccedilatildeo percentual na TMI e nos seus componentes foi maior na AP 10 que a variaccedilatildeo
percentual meacutedia do MRJ
Tabela 21 - TMI por componentes na AP 10 e por triecircnio de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 71 61 61 -10 -141
07-27 26 19 23 -03 -113
28d-lt1 56 43 46 -10 -178
Total 153 123 130 -23 -150 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 22 - TMI por componentes no MRJ e por triecircnio no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 -05 -80
07-27 23 21 22 -01 -43
28d-lt1 49 47 41 -08 -163
Total 134 127 120 -14 -104
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
57
No Graacutefico 11 estatildeo representadas as variaccedilotildees das TMI na AP 10 por componentes
nos trecircs triecircnios estudados
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10
Por triecircnio de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Na Mortalidade Infantil Proporcional por faixa etaacuteria observamos a manutenccedilatildeo do
padratildeo com maior proporccedilatildeo de oacutebitos infantis neonatais precoces o que jaacute se apresentava
desde o iniacutecio do periacuteodo estudado assim como jaacute era uma tendecircncia conhecida a partir dos
anos 90 na AP 10 como observada na Tabela 23
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015
lt 7d 463 494 472
07-27 171 159 178
28d-lt1 366 347 350
Total 1000 1000 1000
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
58
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10
Analisando as causas de oacutebitos infantis por capiacutetulos e categorias do Coacutedigo
Internacional de Doenccedilas (CID) vemos que a maior causa de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
correspondeu ao XVI capiacutetulo do CID ou seja por ldquoAlgumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatalrdquo (607 oacutebitos ou 555) Em seguida os oacutebitos mais preponderantes se relacionaram
ao XVII capiacutetulo do CID que trata de ldquoMalformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias
cromossocircmicasrdquo (233 oacutebitos) Essas duas causas somadas equivalem a mais ou menos 75
das causas de oacutebitos infantis por capiacutetulo do CID Considerando o periacuteodo de 2007 a 2015 as
causas mais preponderantes de oacutebitos infantis foram as mesmas observadas em 2015
Em relaccedilatildeo agrave categoria do CID a maior causa de mortalidade infantil no MRJ em
2015 correspondeu ao ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relacionadas com a gravidez atualrdquo (CID P00) Malformaccedilotildees congecircnitas
deformidades e anomalias cromossocircmicas (principalmente por ldquoOutras malformaccedilotildees
congecircnitas do coraccedilatildeordquo- CID Q24) ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CIDP36) e
ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por complicaccedilotildees maternas gravidezrdquo (CID P01)
Os oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ no periacuteodo de
2007 a 2015 satildeo apresentados no ANEXO 3 Natildeo estatildeo apresentadas as informaccedilotildees sobre
Mortalidade Infantil por grupo de causas para a AP 10 tendo em vista que o padratildeo de
distribuiccedilatildeo eacute semelhante ao do MRJ onde se apresenta um perfil de causas compatiacuteveis com
a classificaccedilatildeo sobre evitabilidade que seraacute apresentada depois
O Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave
gravidez atual corresponderam ao maior percentual de causa de morte infantil em 2015 no
MRJ e apresentou elevaccedilatildeo de seu percentual quando comparado a 2007 quando o
Desconforto Respiratoacuterio do Receacutem-Nascido era a causa mais preponderante como se
observa na Tabela 24 e Graacutefico 12
59
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Causa (CID10) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
P00 Feto e RN afetados por af
maternas natildeo obrigrelacionadas agrave
gravidez atual 54 55 90 100 88 112 123 95 98
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido 120 95 98 87 74 63 71 79 56
P36 Septicemia bacteriana do RN 70 80 68 61 48 58 70 79 89
P01 Feto e RN afetados por compl
maternas da gravidez 28 44 57 51 62 63 57 52 59
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircnitas do
coraccedilatildeo 51 51 44 39 47 48 56 55 37
P02 Feto e RN afetados por compl
placenta cordatildeo umb e membr 32 41 33 48 41 53 45 33 56
J18 Pneumonia pmicro-org NE 47 32 41 30 39 38 42 27 37
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade 35 27 26 37 38 28 25 27 23
P21 Asfixia ao nascer 41 38 37 23 19 20 20 24 28
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 13 19 17 32 27 31 21 21 27
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 12 ndash Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
O Graacutefico 13 mostra o aumento da TMI devido ao Feto e RN afetados por afecccedilotildees
maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual (CID P00) e a diminuiccedilatildeo da
TMI por Desconforto respiratoacuterio do receacutem-nascido (CID P22) apoacutes uma pequena elevaccedilatildeo
em 2014 A Tabela 25 mostra que a elevaccedilatildeo do Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas
natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual como causa da mortalidade infantil no
triecircnio 20132015 foi a mais acentuada (variaccedilatildeo de 39) e o Desconforto respiratoacuterio do
receacutem-nascido representou maior decreacutescimo no mesmo triecircnio com uma diminuiccedilatildeo de
36
60
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 25 ndash MI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio Causa (CID10) 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
P00 Fetos e receacutem-nascidos afetados por afec
maternas natildeo obr relacionados a gravidez
atual
67 100 106
39
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido
104 75 68
-36
P36 Septicemia bacteriana do receacutem-nascido 73 56 79
06
P01 Feto rec-nasc afet complic maternas
gravidez
43 59 56
13
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircn do coraccedilatildeo 49 44 49
0
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr
35 47 45
10
J18 Pneumonia pmicro-org NE 40 36 36 -04
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade
29 34 25
-04
P21 Asfixia ao nascer 39 21 24 -15
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 16 30 23 07
Total geral 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Lembrando o conceito de Malta (2010) sobre a morte infantil causada por afecccedilotildees
evitaacuteveis por intervenccedilotildees no SUS ou seja aquelas passiacuteveis de serem prevenidas ou
reduzidas por serviccedilos eficientes de sauacutede verificamos a seguir de que maneira ocorreram as
principais causas evitaacuteveis no MRJ e na AP 10 em particular
Segundo a Lista Brasileira de Causas Evitaacuteveis feita com dados do Sistema de
Informaccedilotildees sobre Mortalidade dispotildee-se de subgrupos de causas Esses subgrupos
correspondem agraves causas evitaacuteveis que satildeo aquelas Reduziacuteveis pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave
61
mulher no parto Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequados e Reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculada a
accedilotildees de atenccedilatildeo
As principais causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 foram relacionadas agraves causas
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (349 oacutebitos infantis) correspondendo a
319 dos oacutebitos Outras causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis de menores proporccedilotildees foram as
causas tais como ldquoReduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeordquo e agraves ldquoCausas mal definidasrdquo 05
e 33 respectivamente em 2015 como apresenta a Tabela 26 As ldquoDemais causas (natildeo
claramente evitaacuteveis)rdquo apresentaram um nuacutemero de 294 oacutebitos correspondendo somente a
269 do total Em resumo as causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
corresponderam a 698 como visualisamos na Tabela 27 Jaacute a Tabela 28 representa a
pequena diminuiccedilatildeo da TMI por causas evitaacuteveis no MRJ em 2015 (841000) em relaccedilatildeo agrave
TMI em 2007 de 891000 por causas evitaacuteveis
Tabela 26 -Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade no MRJ Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 03 03 01 03 04 05 00 03 05
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
na gestaccedilatildeo
269 274 319 320 309 331 351 320 319
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
no parto
104 99 94 80 77 76 73 75 86
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-
nascido
140 155 141 123 112 115 127 141 147
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e
tratamento adequado
112 87 95 72 101 89 96 72 79
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede
vinculada agraves accedilotildees de atenccedilatildeo
49 63 61 64 63 71 53 61 63
2 Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 677 682 710 662 667 687 701 671 698
Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
Natildeo claramente evitaacuteveis 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
62
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 89 93 97 87 83 87 89 76 84
Causas mal definidas 06 05 05 06 05 04 04 04 04
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 38 35 38 37 35 34 33 32
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo agora considerados os valores por triecircnios atraveacutes das taxas e da proporccedilatildeo por
grupo de causas nestes grupos segundo as informaccedilotildees descritas nas tabelas abaixo
Ao estudarmos os triecircnios no MRJ observamos que as causas Reduziacuteveis por
adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram as que apresentaram a maior taxa de
mortalidade infantil nos trecircs triecircnios como mostra a Tabela 29 As Causas mal definidas
foram as que tiveram maior reduccedilatildeo nos triecircnios estudados (-240) apresentada na Tabela
30 e Graacutefico 14 resultado que pode ser atribuiacutedo como decorrente da melhor investigaccedilatildeo
dos oacutebitos
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 00
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 39 41 40
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 13 10 09
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 20 15 17
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento
adequado
13 11 10
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a
accedilotildees de atenccedilatildeo
08 08 07
2 Causas mal definidas 05 05 04
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 36 37 33
Total 134 128 120
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeosegundo evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 93 86 83 -105
Causas mal definidas 05 05 04 -240
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 37 33 -87
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
63
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo apresentados os dados relacionados aos oacutebitos infantis evitaacuteveis de residentes na
aacuterea da AP 10 com os valores por ano no periacuteodo de 2007 a 2015 atraveacutes do nuacutemero
absoluto de oacutebitos da proporccedilatildeo por grupo de causas e as respectivas taxas por cada ano Em
seguida as informaccedilotildees apresentadas estatildeo agrupadas por triecircnio considerando-se o periacuteodo
de 2007 a 2015
O fato que chamou a atenccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo na AP 10 foi que
ocorreram 67 oacutebitos infantis em 2015 sendo 48 (716) desses oacutebitos ocorreram por causas
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS como pode ser observado nas Tabela 31 e Tabela 32
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 44 47 58 38 34 38 45 36 48
Causas mal definidas 2 3 1 8 4 2 1 1 2
Natildeo claramente evitaacuteveis 20 18 23 16 20 10 17 13 17
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
64
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 667 691 707 613 586 760 714 720 716
Causas mal definidas 30 44 12 129 69 40 16 20 30
Natildeo claramente evitaacuteveis 303 265 280 258 345 200 270 260 254
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 33 - TMI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 95 101 120 80 73 85 100 77 103
Causas mal definidas 04 06 02 17 09 04 02 02 04
Natildeo claramente evitaacuteveis 43 39 48 34 43 22 38 28 37
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A taxa de mortalidade por causas evitaacuteveis na AP 10 no ano de 2015 foi uma das
maiores do periacuteodo estudado de 103 por mil nascidos vivos sendo poreacutem menor que a taxa
que ocorreu 2009 de 120 oacutebitos em mil nascidos vivos como mostra a Tabela 33
Em todo o periacuteodo estudado as mortes por causas evitaacuteveis foram as que apresentaram
maior nuacutemero em relaccedilatildeo agraves demais causas Ainda na Tabela 33 podemos observar que a
TMI por Causas evitaacuteveis na AP 10 em 2015 (103 por 1000 nascidos vivos) se apresentou
maior do que no ano de 2007 (95) Poreacutem quando analisamos as TMI por triecircnios
verificamos que houve uma pequena reduccedilatildeo da mortalidade infantil por causas evitaacuteveis
assim como as demais causas
Quando analisamos os triecircnios observamos que a TMI na AP 10 por causas de morte
evitaacuteveis decresceu de 1061000 em 20072009 para uma taxa de 931000 em 20132015
As causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram responsaacuteveis pelo
maior percentual de causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis apresentando 333 no triecircnio
20132015 apresentado nas Tabelas 34 35 e 36 embora tenha tido uma diminuiccedilatildeo de sua
TMI no triecircnio 200132015 em relaccedilatildeo ao triecircnio 20072009
65
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 06
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 329 359 333
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 93 76 67
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 116 94 139
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequado 102 71 78
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo
51 47 94
2 Causas mal definidas 28 82 22
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 282 271 261
Total 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10 Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 106 79 93 -13
Causas mal
definidas
04 10 03 -01
Natildeo claramente
evitaacuteveis
43 33 34 -09
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de
imunizaccedilatildeo
00 00 01 01
121 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
50 44 43 -07
122 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher no parto
14 09 09 -05
123 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao receacutem-nascido
18 12 18 0
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequado
16 09 10 -06
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave
sauacutede vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo
08 06 12 04
2 Causas mal definidas 04 10 03 -01
3 Demais causas (natildeo claramente
evitaacuteveis)
43 33 34 -09
Total 153 123 130 -23 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
66
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs
A seguir os dados analisados no presente estudo estatildeo resumidos incluindo-se
informaccedilotildees de todas as aacutereas da Cidade sendo apresentados na Tabela 37
Desse modo podemos constatar que em todas as AP exceto na AP 10 e na AP 32
houve um aumento da taxa de natalidade de 2007 a 2015 no municiacutepio do Rio de Janeiro O
percentual de crianccedilas nascidas com baixo peso na AP 10 foi equivalente ao MRJ em 2015
apresentado a maior reduccedilatildeo de todas as AP
Embora a proporccedilatildeo de nascimentos com menos de 7 consultas preacute-natal na AP 10
tenha diminuiacutedo no triecircnio 201315 essa reduccedilatildeo foi inferior a reduccedilatildeo ocorrida em todo o
municiacutepio do Rio de Janeiro Ainda na AP 10 podemos observar que apesar de ainda
apresentar um grande percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 20132015
ela teve uma reduccedilatildeo maior do que a ocorrida no MRJ no mesmo triecircnio
O maior percentual de parto cesaacutereo ocorreu na AP 22 enquanto a AP 10 apresentou
um dos menores percentuais nesse uacuteltimo triecircnio estudado O maior aumento do percentual de
partos cesaacutereos em 2015 ocorreu na AP 53 enquanto o menor aumento desse percentual
ocorreu na AP 31
A maior proporccedilatildeo de parto realizado nos SUS aconteceu na AP 53 No triecircnio
20132015 a maior taxa de moralidade infantil se deu na AP 33 e a taxa de mortalidade
infantil estimada para o triecircnio na AP 10 foi de 131000 sendo maior do que a verificada no
MRJ taxa de 120 A AP 21 foi a que apresentou a menor taxa no uacuteltimo triecircnio do estudo
de 85
A taxa de mortalidade neonatal foi maior do que a taxa de mortalidade poacutes-neonatal agrave
custas da maior incidecircncia de oacutebitos no periacuteodo neonatal precoce A TMI por causas evitaacuteveis
diminuiu em todas as AP no triecircnio 201315 quando comparada ao triecircnio 200709 exceto
nas AP 33 e AP 53 A maior reduccedilatildeo dessa TMI ocorreu na AP 22 com uma diminuiccedilatildeo de
4444
67
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash
MRJ e APs ndash 2007 e 2017
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Taxa de
Natalidade
2007
1605
978
966
1289
1289
1342
1425
1274
1511
1603
1329
Taxa de
Natalidade
2015
1563
1028
983
1362
1275
1383
1696
1403
1721
1824
1432
Percentual
de BPN
triecircnio
20132015
92
87
88
92
97
95
92
92
89
94
92
Variaccedilatildeo
BPN
2007-2009 e
2013-2015
-116
-52
-81
-63
-17
-47
-33
-42
-30
-08
-43
Proporccedilatildeo
de Nasc
com menos
de 7 cons
Preacute Natal
Triecircnio
20132015
278
120
148
292
230
314
219
284
272
274
254
Variaccedilatildeo
da Propde
Nasc com
menos de 7
cons Preacute
Natal
2007-2009 e
2013-2015
-158
-309
-134
-163
-230
11
-248
-187
-137
-284
-170
Propde
Nasc de
Matildees
Adolesc
Triecircnio
20132015
181
84
103
183
152
174
123
179
169
214
159
Variaccedilatildeo
de Nasc de
Matildees Adol
20072009 e
20132015
-79
-169
-180
-21
-86
-20
-107
-42
-62
-41
-62
Proporccedilatildeo
de Nascim
Parto
Cesaacutereo
Triecircnio
20132015
486
640
670
515
572
577
615
534
580
477
567
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto
Cesaacutereo-
Triecircnio
20072015
16
21
19
01
49
82
70
18
147
140
57
68
(cont)
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Proporccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
Triecircnio
20132015
629
263
164
671
570
616
509
699
628
765
579
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
20072015
170
72
-513
275
-13
57
-06
54
-07
21
57
TMI total
20132015
130
85
77
129
114
140
100
133
109
171
120
TMI
Neonatal
Precoce
20132015
61
42
40
54
48
77
47
62
52
84
57
TMI
Neonatal
Tardia
20132015
23
19
10
26
23
21
19
24
20
30
22
TMI
Neonatal
20132015
84
61
50
80
71
98
67
86
72
114
79
TMI Poacutes
Neonatal
20132015
46
23
27
49
43
43
34
47
37
57
41
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20072009
106
59
81
95
90
96
75
108
96
115
93
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20132015
93
53
45
89
70
100
63
95
78
135
83
Variaccedilatildeo
de Oacutebitos
Infantis por
Causas
Evitaacuteveis
20072015
-1226
-1016
-4444
-631
-2222
416
-160
-1203
-1875
1739
-1075
Fonte SIMSINASCSVSSMS Rio-2017
69
6 DISCUSSAtildeO
Os indicadores de sauacutede podem ser afetados em seus valores ao longo do tempo
quando satildeo disponibilizados melhores serviccedilos de atenccedilatildeo agrave sauacutede assim como quando satildeo
observadas melhores condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo Inclusive iniciativas de poliacuteticas
puacuteblicas que visem beneficiar a populaccedilatildeo satildeo tatildeo importantes que podem afetar diretamente
a ocorrecircncia de fatores de risco
Neste estudo pocircde-se observar alteraccedilatildeo de alguns fatores relacionados teoricamente agrave
Mortalidade Infantil para todo o MRJ e na AP 10 quando consideradas as informaccedilotildees sobre
parto e nascimento do SINASC
Considerando a Proporccedilatildeo de Baixo Peso ao nascer houve um decreacutescimo de 116
de nascimento de crianccedilas com baixo peso (lt 2500g) na AP 10 o maior decreacutescimo entre as
aacutereas programaacuteticas O MRJ tambeacutem apresentou reduccedilatildeo desse percentual Para Gaiva (2014)
um grande nuacutemero de estudos aponta o baixo peso como um dos principais fatores
relacionados ao aumento do risco de oacutebito neonatal A prematuridade e o crescimento
intrauterino restrito satildeo os principais determinantes do baixo peso ao nascer e podem ser
avaliados atraveacutes de um acompanhamento preacute-natal de qualidade assim como uma adequada
atenccedilatildeo no momento do parto (GAIVA 2014)
Os nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes diminuiacuteram em todas as AP ao
longo do periacuteodo analisado sendo que o maior decreacutescimo ocorreu na AP 22
A idade materna eacute uma importante caracteriacutestica da gestante que traz riscos evidentes
quando a matildee se encontra abaixo dos 20 anos e quando se encontra acima dos 35 anos de
idade Em um estudo de Lima et al 2010 sobre a associaccedilatildeo entre a mortalidade neonatal
precoce e poacutes-neonatal e a idade da matildee observou-se que quando a idade materna eacute maior de
35 anos e na adolescecircncia haacute associaccedilatildeo respectivamente ao oacutebito neonatal precoce e poacutes-
neonatal Imaturidade bioloacutegica fatores socioeconocircmicos e a natildeo realizaccedilatildeo das consultas
preacute-natais necessaacuterias podem estar associados agraves adolescentes Jaacute as matildees acima de 35 anos
podem apresentar fatores como comorbidades partos ciruacutergicos e fetos com anomalias
congecircnitas que podem levar ao oacutebito infantil apesar de muitas vezes disporem de melhores
condiccedilotildees socioeconocircmicas e adequados cuidados preacute-natais (LIMA et al 2010)
70
Em relaccedilatildeo ao tipo de parto se cesaacutereo ou normal observamos um aumento do parto
cesaacutereo em todo o MRJ sendo que esse aumento foi acentuado nas AP 53 e AP 52 entre
2007 e 2015 No MRJ observou-se um aumento de 57 de parto cesaacutereo enquanto a AP 10
apresentou um aumento de 16 O parto cesaacutereo estaacute cada vez mais frequente no Brasil
assim como no resto do mundo e embora seja cada vez mais seguro ele ainda apresenta riscos
(PATAH 2011) Segundo Lansky (2014) a taxa de cesaacutereas no Brasil era de 535 em 2011
A OMS recomenda que ele seja realizado quando necessaacuterio para evitar complicaccedilotildees para
matildee e filho A Federaccedilatildeo Internacional de Ginecologia e Obstetriacutecia (FIGO) preconiza uma
proporccedilatildeo maacutexima de cesaacutereas ateacute 20 dos partos e a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede ateacute
15 dos partos (Soares 2010) Em um estudo de Sanders et al (2017) para analisar fatores
relacionados ao oacutebito infantil em Fortaleza (Cearaacute) eles verificaram que o parto cesaacutereo
demonstrou ser um fator de proteccedilatildeo para a mortalidade infantil quando realizado em
gestantes de alto risco
O nuacutemero de nascimentos de matildees com adequado nuacutemero de consultas de preacute-natal
tambeacutem eacute importante a ser observado uma vez que as gestantes que realizam menos do que
seis consultas de preacute-natal apresentam risco maior de terem oacutebito fetal (KLEIN et al 2012)
Observamos nesse estudo que o percentual de nascidos vivos de gestantes com 7 ou mais
consultas de preacute-natal aumentou em todas as AP (exceto a AP 33) de 2007 a 2015 As matildees
que realizaram um nuacutemero de consultas menor do que 7 apresentaram um iacutendice de oacutebitos
proporcionalmente maior ratificando o niacutevel de fator de risco de oacutebitos de receacutem-nascidos em
relaccedilatildeo ao numero de consultas preacute-natal Observa-se inclusive que o niacutevel de oacutebitos
decresceu graccedilas ao aumento percentual de incidecircncia de 7 ou mais consulta para as matildees em
todas as AP excetuando as AP 22 e AP 33 Fernandes (2016) reforccedila que a proporccedilatildeo de
atendimentos e consultas de preacute-natal tem sido fundamental na relaccedilatildeo direta da diminuiccedilatildeo
da ocorrecircncia do baixo peso dos receacutem-natos comparando-se com os percentuais de
incidecircncia de baixo peso quando natildeo haacute um expressivo nuacutemero de consultas de preacute-natal
Em relaccedilatildeo agrave idade gestacional o maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 tenha
ocorrido em nascidos vivos entre a 37- 41 semanas de gestaccedilatildeo e somente em seguida os
prematuros entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo de 2007 a 2015 embora um estudo de Klein
(2012) a natimortalidade e a neomortalidade encontrem-se mais associadas agrave baixa idade
gestacional
Os nascimentos ocorridos em maternidades do SUS aumentaram 17 na AP 10 nos
triecircnios analisados presumindo-se aumento de oferta de leitos puacuteblicos na aacuterea enquanto no
71
MRJ houve um aumento menor de 57 Para Barbeiro (2015) a mortalidade fetal pode ser
encontrada em maior nuacutemero em gestantes com condiccedilotildees socioeconocircmicas precaacuterias que
satildeo aquelas que utilizam as maternidades do SUS
Nesse trabalho natildeo foram levados em conta outros fatores de risco para mortalidade
infantil tais como a escolaridade da matildee a presenccedila de gestaccedilotildees anteriores ao parto atual
Apgar de 5ordm minuto menor ou igual a 7 a raccedilacor da matildee entre outros assim como outros
fatores relacionados agrave morte infantil que poderatildeo ser explorados em estudos posteriores
Embora tenha ocorrido um aumento importante de oacutebitos infantis em 2015 na AP 10
que chamou dos gestores da SMS analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP 10
e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes ao
longo do periacuteodo estudado
A taxa de mortalidade infantil na AP 10 em 2015 era de 144 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos superior a do MRJ no mesmo ano que foi de 121 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos Satildeo taxas essas ainda altas quando comparadas a paiacuteses jaacute mencionados como
Japatildeo (TMI 20) Canadaacute (TMI 40) e Estados Unidos da Ameacuterica (TMI 60) (UNICEF
2015)
O componente poacutes-neonatal estaacute mais relacionado agraves condiccedilotildees baacutesicas de sauacutede
como a aacutegua tratada saneamento baacutesico acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede condiccedilotildees
socioeconocircmicas especialmente as relativas agrave renda Essas condiccedilotildees satildeo passiacuteveis de serem
modificadas atraveacutes de uma poliacutetica de sauacutede que atenda a essas necessidades Outros fatores
que influenciam as condiccedilotildees de vida aleacutem da renda familiar satildeo o grau de escolaridade dos
pais o acesso uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel e moradia salubre (FERRARI 2012) Em 2013 as
principais causas poacutes-neonatais no MRJ foram segundo o capiacutetulo da CID 10 as
Malformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias cromossocircmicas (cap XVII) 253 as
Doenccedilas do aparelho respiratoacuterio- pneumonia e bronquiolite aguda- (cap X) 178
Algumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (cap XVI) 128 e Algumas doenccedilas
infecciosas e parasitaacuterias (cap I) 109 As causas baacutesicas segundo causas externas foi por
Riscos NE a respiraccedilatildeo (W84) 50 e Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico (W78) 325(site da
SUBPAV acesso em 18052017)
A principal causa neonatal de oacutebito infantil no MRJ em 2015 correspondeu ao feto e
receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas com agrave
gravidez atual (CID P00) afecccedilotildees essas principalmente relacionadas a transtornos maternos
hipertensivos e do trato urinaacuterio As outras duas grandes causas de morte infantil no MRJ
72
corresponderam a ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CID P36) e ldquoOutras
malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeordquo (CID Q24) Ainda em 2015 698 dos oacutebitos infantis
foram por causas evitaacuteveis no MRJ Houve uma reduccedilatildeo de 105 na taxa de mortalidade
infantil no MRJ por causas evitaacuteveis nos triecircnios analisados Essa reduccedilatildeo deveu-se
principalmente agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Houve um
aumento da TMI devido agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na
AP10 no periacuteodo estudado ainda observa-se uma proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis
por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede relacionadas aos oacutebitos infantis
Em 2015 a AP 10 apresentou 716 dos oacutebitos por Causas evitaacuteveis Houve reduccedilatildeo
de suas TMI nos triecircnios estudados sendo a maior reduccedilatildeo devida agraves Causas Mal Definidas
(reduccedilatildeo de 321) A TMI (103) em 2015 que se relacionou agraves causas evitaacuteveis de oacutebitos
infantis principalmente agraves causas ldquoReduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeordquo
(358) mostram assim a importacircncia da atenccedilatildeo agrave sauacutede da gestante na assistecircncia Preacute Natal
da Atenccedilatildeo Primaacuteria e na rede de serviccedilos
A gestante quando apresenta um nuacutemero de consultas preacute- natais maior ou igual a seis
e o iniacutecio dessas consultas se faz de maneira precoce esses fatores exercem uma proteccedilatildeo agrave
gestante e ao RN A boa qualidade dessa atenccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo tambeacutem faz com que haja
diminuiccedilatildeo da morte infantil (SILVA 2013) Esses oacutebitos poderatildeo ser evitados cada vez
mais atraveacutes de accedilotildees preventivas diagnoacutestico e tratamento precoce pelos serviccedilos de sauacutede
Estudos apontam que o as gestante que realizam 6 ou mais consultas de preacute-natal tem 4 x
menos chances que seu filho venha a oacutebito (BRUM 2015)
A hipertensatildeo eclampsia infecccedilatildeo urinaacuteria hemorragia anemia e idade gestacional
inferior a 37 semanas satildeo fatores relacionados agrave gestante que se associam agrave prematuridade e
ao baixo peso ao nascer Com o controle devido desses fatores atraveacutes de assistecircncia adequada
ao preacute- natal os oacutebitos infantis podem ser evitados (SILVA 2013) Daiacute a importacircncia da
gestante ter faacutecil acesso ao serviccedilo de sauacutede para fazer um exame preacute-natal adequado e ser
referenciada a uma maternidade para completar a sua assistecircncia e a de seu filho A maior
parte dos partos ocorre em hospitais mas isso natildeo impede os altos iacutendices de
morbimortalidade materna e perinatal produzidas por uma assistecircncia possivelmente falha
somada a um desnecessaacuterio e elevado nuacutemero de cesarianas Um adequado controle preacute-natal
assim como a prevenccedilatildeo de cesarianas sem indicaccedilotildees teacutecnicas especiacuteficas levando agrave
prematuridade iatrogecircnica podem contribuir significativamente para a reduccedilatildeo desses oacutebitos
(LANSKY 2014)
73
As afecccedilotildees perinatais encontram-se relacionadas ao cuidado preacute- natal e agrave gestante agraves
condiccedilotildees do receacutem- nascido e ao parto (Bezerra 2007) A concentraccedilatildeo maior das causas
evitaacuteveis desses oacutebitos se encontra no grupo das causas reduziacuteveis pela atenccedilatildeo agrave gestaccedilatildeo
parto feto e receacutem-nato em torno de 39 As reduziacuteveis por adequado atenccedilatildeo ao RN
correspondem a 29 seguidas das causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao parto (15)
Aquelas que estatildeo ligadas a accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequados correspondem a
15 as que necessitam de accedilotildees de promoccedilatildeo vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo se encontram
com 7 das causas e pequena parte se deve a accedilotildees de imunizaccedilotildees (BEZERRA 2007)
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes desse estudo observamos que apesar da Mortalidade Infantil no MRJ e na AP
10 tenham decrescido nos triecircnios analisados ambos satildeo ainda altas taxas de mortalidade
infantil Apesar do decliacutenio da TMI ocorrer haacute deacutecadas se faz necessaacuterio a elaboraccedilatildeo de
estrateacutegias de enfrentamento de suas causas que satildeo na sua maioria evitaacuteveis A ampliaccedilatildeo da
vigilacircncia de oacutebitos no MRJ foi uma importante estrateacutegia implantada a fim de contribuir para
a melhor qualificaccedilatildeo das causas de morte infantil para que se faccedilam accedilotildees que diminuam os
oacutebitos infantis por causas que possam ser evitadas
Em virtude da ocorrecircncia importante de oacutebitos infantis em filhos de matildees
adolescentes haacute portanto a necessidade de incrementar accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo em
sauacutede da mulher principalmente nas faixas etaacuterias extremas e em especial nas adolescentes
Pesquisas relacionadas agrave idade materna assim como a outros fatores relacionados agrave morte
infantil tambeacutem devem ser ampliadas Aleacutem disso eacute importante que se invista em accedilotildees de
poliacuteticas publicas que objetivem conscientizaccedilatildeo desses jovens do ponto de vista da educaccedilatildeo
sexual com orientaccedilotildees sobre o uso de preservativos e planejamento familiar
Devido ao aumento da cesariana tanto no MRJ como na AP 10 esforccedilos devem ser
feitos para que a cesariana seja feita apenas com recomendaccedilotildees teacutecnicas precisas e natildeo
indiscriminadamente para gestante de baixo risco Eacute importante preparar a gestante durante o
cuidado preacute-natal e enfatizar a importacircncia do parto humanizado
Um preacute-natal qualificado agrave gestante tem importacircncia fundamental para a diminuiccedilatildeo
dos oacutebitos infantis
Essa pesquisa foi realizada com a perspectiva de contribuir com a Coordenadoria da
AP 10 atraveacutes de dados recentes para uma melhor visibilidade da tendecircncia da mortalidade
74
infantil e de seus componentes assim como os fatores de risco relacionados Os dados aqui
apresentados seratildeo disponibilizados para a gestatildeo da CAP 10 a fim de que seja produzido um
informe teacutecnico especiacutefico sobre Mortalidade Infantil sensibilizando profissionais e gestores
da APS sobre a necessidade de reduccedilatildeo das causas de oacutebitos evitaacuteveis por intervenccedilotildees do
SUS
Como este foi um estudo exploratoacuterio descritivo natildeo eacute possiacutevel estabelecer-se relaccedilatildeo
entre o aumento da cobertura da APS na aacuterea e os indicadores de oacutebitos infantis Entretanto o
quadro geral apresentado na AP 10 mostra-se como ainda instaacutevel considerando-se a
expectativa de reduccedilatildeo da TMI na medida em que ocorre maior oferta de serviccedilos na APS
75
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Departamento de Anaacutelise de Situaccedilatildeo de Sauacutede Coordenaccedilatildeo Geral de Informaccedilatildeo e Anaacutelise
Epidemioloacutegica Manual de Vigilacircncia do Oacutebito Infantil e Fetal e do Comitecirc de Prevenccedilatildeo do
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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Anaacutelise
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80
ANEXO 1
Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
Ano Mecircs Populaccedilatildeo
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Equipe de Sauacutede
Bucal
Modalidade I
Implantados Proporccedilatildeo de cobertura populacional estimada Credenciadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede
1999 01 5569181 0 000 0
1999 12 5569181 0 000 0
2000 01 5598953 0 000 0
2000 12 5598953 22 136 0
2001 01 5613897 22 135 0
2001 12 5897485 19 111 0
2002 01 5897485 19 111 0
2002 12 5897485 23 135 0
2003 01 5897485 23 135 0
2003 12 5937253 23 134 0
2004 01 5937253 23 134 0
2004 12 5974081 57 329 0
2005 01 5974081 57 329 50
2005 12 5974081 96 554 0
2006 01 5974081 98 566 0
2006 12 6094183 118 668 0
2007 01 6094183 119 674 0
2007 12 6136652 131 736 35
2008 01 6136652 144 810 35
2008 12 6136652 128 720 35
2009 01 6161047 124 694 35
2009 12 6161047 165 924 35
2010 01 6161047 170 952 35
2010 12 6186710 266 1483 228
2011 01 6186710 281 1567 228
2011 12 6320446 506 2762 228
2012 01 6320446 585 3193 228
2012 12 6355949 734 3984 528
2013 01 6355949 749 4066 528
2013 12 6390290 730 3941 528
2014 01 6390290 720 3887 528
2014 12 6390290 831 4486 528
2015 01 6390290 832 4492 528
2015 12 6390290 855 4616 528
2016 01 6390290 855 4616 528
Fonte MSSASDAB e IBGE
81
ANEXO 2
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do
Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil
Para menores de 5 anos no Grupo 1 - Causas Evitaacuteveis destacam-se
1 Grupo 1 - Causas evitaacuteveis
11 Reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo Tuberculose do sistema nervoso (A17)
Tuberculose miliar (A19) Teacutetano neonatal (A33) Outros tipos de teacutetano (A35) Difteria
(A36) Coqueluche (A37) Poliomielite aguda (A80) Sarampo (B05) Rubeacuteola (B06)
Hepatite B (B16) Caxumba (B260) Meningite por Haemophilus (G000) Rubeacuteola congecircnita
(P350) Hepatite viral congecircnita (P353)
12 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo parto feto e ao receacutem-nascido
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Siacutefilis congecircnita (A50)
Doenccedilas pelo viacuterus da imunodeficiecircncia humana (B20 a B24) Feto e receacutem-nascidos afetados
por complicaccedilotildees da placenta e das membranas (P022 P023 P027 P028 P029) Afecccedilotildees
maternas que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P00 P04) Complicaccedilotildees maternas da
gravidez que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P01) Crescimento fetal retardado e
desnutriccedilatildeo fetal (P05) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e baixo peso
ao nascer natildeo classificados em outra parte (P07) Siacutendrome da anguacutestia respiratoacuteria do
receacutem-nascido (P220) Hemorragia pulmonar originada no periacuteodo perinatal (P26)
Hemorragia intracraniana natildeo traumaacutetica do feto e do receacutem-nascido (P52) Isoimunizaccedilatildeo Rh
e ABO do feto ou do receacutem-nascido (P550 P551) Doenccedilas hemoliacuteticas do feto ou do
receacutem-nascido devidas agrave isoimunizaccedilatildeo (P558 a P579) Enterocolite necrotizante do feto e
do receacutem-nascido (P77)
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Placenta preacutevia e descolamento
prematuro da placenta (P020 a P021) Feto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees do cordatildeo
umbilical (P024 a P026) Outras complicaccedilotildees do trabalho de parto ou do parto que afetam o
receacutem-nascido (P03) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo prolongada e peso elevado ao
nascer (P08) Traumatismo de parto (P10 a P15) Hipoacutexia intra-uterina e asfixia ao nascer
(P20 P21) Aspiraccedilatildeo neonatal (P24 exceto P243)
82
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido Transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal (P221 P228 P229 P23 P25 P27 P28) Infecccedilotildees
especiacuteficas do periacuteodo perinatal (P35 a P399 exceto P350 e P353) Hemorragia neonatal
(P50 a P54) Outras icteriacutecias perinatais (P58 P59) Transtornos endoacutecrinos e metaboacutelicos
transitoacuterios especiacuteficos e do receacutem-nascido (P70 a P74) Transtornos hematoloacutegicos do
receacutem-nascido (P60 P61) Transtornos do aparelho digestivo do receacutem-nascido (P75 a P78)
Afecccedilotildees que comprometem o tegumento e a regulaccedilatildeo teacutermica do receacutem-nascido (P80 a
P83) Outros transtornos originados no periacuteodo perinatal (P90 a P968)
13 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento Tuberculose respiratoacuteria
com confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A15) Tuberculose das vias respiratoacuterias sem
confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A16) Tuberculose de outros oacutergatildeos (A18)
Meningite (G001 a G03) Infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas superiores (J00 a J06) Pneumonia
(J12 a J18) Outras infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas inferiores (J20 a J22) Edema de laringe
(J384) Doenccedilas crocircnicas das vias aeacutereas inferiores (J40 a J47 exceto J43 e J44) Doenccedilas
pulmonares devidas a agentes externos (J68 a J69) Outras doenccedilas causadas por clamiacutedias
(A70 a A74) Outras doenccedilas bacterianas (A30 A31 A32 A38 A39 A40 A41 A46 A49)
Hipotireoidismo congecircnito (E030 E031) Diabetes mellitus (E10 a E14) Distuacuterbios
metaboacutelicos ndash fenilcetonuacuteria (E700) e deficiecircncia congecircnita de lactase (E730) Epilepsia
(G40 G41) Siacutendrome de Down (Q90) Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio (N390) Febre reumaacutetica e
doenccedila cardiacuteaca reumaacutetica (I00 a I09)
14 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede Doenccedilas infecciosas intestinais (A00 a A09) Algumas doenccedilas bacterianas
zoonoacuteticas (A20 a A28) Febres por arboviacuterus e febres hemorraacutegicas virais (A90 a A99)
Rickettsioses (A75 a A79) Raiva (A82) Doenccedilas devidas a protozoaacuterios (B50 a B64)
Helmintiacuteases (B65 a B83) Outras doenccedilas infecciosas (B99) Anemias nutricionais (D50 a
D53) Deficiecircncias nutricionais (E40 a E64) Desidrataccedilatildeo (E86) Acidentes de transportes
(V01 a V99) Envenenamento acidental por exposiccedilatildeo a substacircncias nocivas (X40 a X44)
Intoxicaccedilatildeo acidental por outras substacircncias (X45 a X49) Siacutendrome da morte suacutebita na
infacircncia (R95) Quedas acidentais (W00 a W19) Exposiccedilatildeo ao fumo ao fogo e agraves chamas
(X00 a X09) Exposiccedilatildeo agraves forccedilas da natureza (X30 a X39) Afogamento e submersatildeo
acidentais (W65 a W74) Outros riscos acidentais agrave respiraccedilatildeo (W75 a W84) Exposiccedilatildeo agrave
corrente eleacutetrica agrave radiaccedilatildeo e a temperaturas e pressotildees extremas do ambiente (W85 a W99)
Agressotildees (X85 a Y09) Eventos cuja intenccedilatildeo eacute indeterminada (Y10 a Y34) Exposiccedilatildeo a
forccedilas mecacircnicas inanimadas (W20 a W49) Acidentes ocorridos em pacientes durante
83
prestaccedilatildeo de cuidados meacutedicos e ciruacutergicos (Y60 a Y69) Reaccedilatildeo anormal em pacientes ou
complicaccedilatildeo tardia causadas por procedimentos ciruacutergicos e outros procedimentos meacutedicos
sem menccedilatildeo de acidentes ao tempo do procedimento (Y83 a Y84) Efeitos adversos de
drogas medicamentos e substacircncias bioloacutegicas usadas com finalidade terapecircutica (Y40 a
Y59)
No grupo 2 - Causas de morte mal-definidas
2 Causas de morte mal-definidas Sintomas sinais e achados anormais de exames cliacutenicos e
de laboratoacuterio natildeo classificados em outra parte (R00 a R99 exceto R95) Morte fetal de causa
natildeo especificada (P95) Afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal natildeo especificadas (P 969)
No grupo 3 - Demais causas de morte (natildeo claramente evitaacuteveis)
1 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) As demais causas de morte O grupo de
especialistas sugeriu que as anaacutelises fossem processadas por peso ao nascer
considerando evitaacuteveis as mortes de casos com peso a partir de 1500g subdivididos
nas seguintes categorias 1500g a 2499g ge2500g Recomendou-se realizar novas
validaccedilotildees da lista e verificar criteacuterios de magnitude para inclusatildeo na lista Os
acidentes de tracircnsitotransporte antes incluindo os coacutedigos V01 a V89 passaram
incluir os coacutedigos de V01 a V99
84
ANEXO 3
Oacutebitos Infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ Causa (CID10 3C) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
P00 -Feto e RN afetados afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relac gravidez atual (NCOP) 58 62 104 109 94 123 137 97 107 891
P22 Desconforto respiratoacuterio do RN 129 106 113 95 79 69 79 80 61 811
P36 Septicemia bacteriana do RN 75 90 78 66 52 64 78 80 97 680
P01 Feto e RN afet complic maternas gravidez 30 49 66 56 67 69 63 53 64 517
Q24 Outr malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeo 55 57 51 42 50 53 62 56 40 466
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr 34 46 38 52 44 58 50 34 61 417
J18 Pneumonia pmicroorg NE 50 36 47 33 42 42 47 27 41 365
R99 Outr causas mal definidas e NE
mortalidade 38 30 30 40 41 31 28 27 25 290
P21 Asfixia ao nascer 44 43 42 25 20 22 22 24 31 273
W84 Riscos NE a respiracao 14 21 20 35 29 34 23 21 30 227
P96 Outr afeccoes originadas periodo
perinatal 31 30 31 29 16 19 26 19 22 223
P07 Transt rel gest curt dur peso baix nasc
NCOP 23 25 30 26 13 11 22 21 23 194
P24 Sindr de aspiracao neonatal 28 17 16 17 20 24 24 22 21 189
Q89 Outr malformaccedilotildees congen NCOP 18 17 18 22 28 26 27 18 15 189
Q33 Malformaccedilotildees congen do pulmao 26 28 26 25 19 16 18 18 9 185
J21 Bronquiolite aguda 14 10 17 16 25 20 20 10 22 154
A50 Siacutefilis congecircnita 5 7 11 20 22 27 23 15 23 153
P77 Enterocolite necrotizante do feto e RN 9 20 14 8 16 21 21 24 20 153
A41 Outr septicemias 29 14 13 13 15 11 19 19 6 139
Q91 Sindr de Edwards e sindr de Patau 10 15 9 14 24 21 11 12 12 128
Q79 Malformaccedilotildees congen sist osteomuscular
NCOP 16 9 12 14 12 17 19 8 18 125
Q25 Malformaccedilotildees congen das grandes
arterias 7 19 18 16 14 11 11 12 14 122
Q20 Malformaccedilotildees congen camaras e
comunicaccedilotildees card 13 15 12 14 11 6 9 8 14 102
P29 Transt cardiovasc orig periacuteodo perinatal 16 7 12 15 5 9 8 18 11 101
Q00 Anencefalia e malformacoes similares 14 20 8 9 13 13 6 8 10 101
W78 Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico 11 11 9 9 10 11 16 10 13 100
Q21 Malformaccedilotildees congen dos septos
cardiacos 9 17 14 6 16 11 4 12 7 96
P20 Hipoacutexia intra-uterina 11 8 3 8 10 10 7 14 15 86
Q04 Outr malformaccedilotildees congen do ceacuterebro 10 5 8 9 6 8 6 13 17 82
P03 Fet rec-nasc afet out compl trab parto
parto 7 14 18 10 10 8 6 4 5 82
P39 Outr infecc especificas do periodo
perinatal 12 17 12 7 8 5 8 3 3 75
P28 Outr afeccoes respirat orig per perinatal 8 5 8 4 9 4 4 11 19 72
A09 Diarreia e gastroenterite orig infecc
presum 10 10 11 7 5 4 5 8 8 68
Q03 Hidrocefalia congen 8 4 10 10 6 6 5 8 10 67
Q90 Sindr de Down 6 11 7 3 8 6 7 4 7 59
P23 Pneumonia congen 7 7 7 11 5 5 5 5 5 57
Q99 Outr anomalias dos cromossomos NCOP 5 4 5 5 3 11 10 5 8 56
P26 Hemorragia pulmonar orig periodo
perinatal 5 5 5 3 6 7 10 3 11 55
P27 Doenc respirat cron orig periodo perinatal 2 8 4 10 9 8 3 7 4 55
G80 Paralisia cerebral infantil 3 3 4 9 8 9 6 2 2 46
P04 Fet rec-nasc infl af noc trans plac leit mat 4 5 6 6 10 3 3 5 2 44
G00 Meningite bacter NCOP 7 6 6 7 7 3 2 5 1 44
W79 nalacao ingest aliment caus obstr trat resp 2 3 5 3 1 6 4 4 6 34
Q87 Outr sindr cmalform cong q acomet mult
sist 0 3 7 2 3 1 5 8 5 34
P61 Outr transt hematologicos perinatais 1 5 3 2 7 5 4 5 2 34
P25 Enfisema interst afecc corr orig per perinat 5 6 8 4 3 1 2 3 0 32
85
Q23Malformaccedilotildees congen v aortica e mitral 3 1 2 5 4 1 4 3 8 31
P37 Outr doenc infecc e parasit congen 1 5 3 2 4 2 7 3 4 31
P52 Hemorragia intracran nao-traum feto rec-
nasc 6 4 5 3 3 0 3 4 2 30
Q60 Agenesia renal e outr defeitos reducao
rim 3 3 1 5 4 1 0 7 5 29
A39 Infecc meningogocica 1 5 7 3 2 3 4 2 2 29
J69 Pneumonite dev solidos e liquidos 4 7 5 0 5 5 1 0 1 28
Q22 Malform congen valvas pulmonar
tricuspide 4 4 2 4 3 4 0 3 3 27
I27 Outr form de doenc cardiaca pulmonar 2 7 2 2 3 4 1 1 3 25
Q39 Malformacoes congen do esofago 4 2 0 5 5 4 1 1 2 24
J98 Outr transt respirat 0 6 3 4 2 3 2 3 1 24
P83 Outr afecc compr tegum espec feto rec-
nasc 2 5 2 3 0 2 0 4 5 23
Q61 Doenc cisticas do rim 1 2 1 4 3 2 2 4 3 22
G04 Encefalite mielite e encefalomielite 1 2 3 4 3 3 3 0 3 22
I42 Cardiomiopatias 4 2 0 1 2 1 0 2 9 21
Q43 Outr malformaccedilotildees congen do intestino 3 2 1 1 3 3 3 3 2 21
E46 Desnutric proteico-calorica NE 4 4 1 2 3 4 1 1 1 21
K56 Ileo paralitico e obstr intestinal shernia 3 0 2 1 3 1 1 5 4 20
G93 Outr transt do encefalo 4 4 2 2 1 0 1 3 2 19
Q01 Encefalocele 0 3 4 1 2 4 3 1 1 19
Q44 Malformaccedilotildees congen vesic biliar via
biliar fiacutegado 0 1 1 3 3 1 4 3 1 17
E88 Outr disturbios metabolicos 1 4 2 3 1 0 3 1 1 16
I51 Complic cardiopatias doenc cardiacas mal
def 3 3 0 1 3 0 0 4 1 15
Q05 Espinha bifida 4 1 1 1 2 1 2 2 1 15
P05 Crescimento fetal retard e desnutric fetal 4 3 2 2 0 0 1 2 1 15
Y34 Fatos ou eventos NE e intenc nao
determinada 1 1 2 2 2 2 3 1 1 15
P70 Trans transit metab carboid esp fet rec-
nasc 3 0 0 1 0 5 1 3 1 14
Q77 Osteocondr canom cresc ossos long col
vert 2 0 2 0 2 2 5 0 1 14
P55 Doenc hemolitica do feto e do recem-
nascido 0 1 3 0 2 1 2 2 2 13
Q42 Ausencia atresia e estenose congen do
colon 2 0 1 2 1 2 1 3 1 13
Q78 Outr osteocondrodisplasias 2 1 0 2 0 1 4 2 1 13
B20 Doenc pHIV result doenc infecc e
parasit 2 4 1 1 0 0 3 1 1 13
P60 Coagulacao intravasc dissem feto rec-
nasc 3 0 2 0 1 3 4 0 0 13
P35 Doenc virais congen 3 4 0 1 1 3 1 0 0 13
G03 Meningite dev outr causas e a causas NE 3 3 1 1 0 1 0 2 1 12
A37 Coqueluche 0 0 1 0 1 5 0 1 3 11
Q07 Outr malformacoes congen do sist
nervoso 0 2 2 2 0 2 0 2 1 11
B01 Varicela 1 1 1 2 3 2 1 0 0 11
P74 Outr dist eletrolit metab transit per neonat 3 0 4 0 2 2 0 0 0 11
Q64 Outr malformacoes congen aparelho
urinario 2 0 2 1 1 1 1 0 2 10
Q62 Anom cong obstr pelv renal malf cong
ureter 1 1 1 0 1 2 2 1 1 10
E86 Deplecao de volume 3 1 1 3 2 0 0 0 0 10
P78 Outr transt ap digestivo periodo perinatal 0 0 1 2 1 0 1 1 3 9
N39 Outr transt do trato urinario 1 1 0 0 1 1 2 1 2 9
Q32 Malformaccedilotildees congecircnitas de traqueacuteia e
brocircnquios 0 1 0 3 0 0 2 2 1 9
Q41Ausecircncia atresia estenose congecircnita
intestino delgado 1 0 0 3 2 1 0 1 1 9
J15 Pneumonia bacteriana NCOP 1 2 1 0 3 0 0 1 1 9
K21 Doenc de refluxo gastroesofaacutegico 2 1 0 1 0 3 0 2 0 9
K72 Insuf hepatica NCOP 1 0 1 1 2 2 1 1 0 9
W75 Sufocaccedilatildeo e estrangulamento acidental na 0 0 0 1 1 1 0 4 1 8
86
cama
G91 Hidrocefalia 0 0 0 1 1 0 2 3 1 8
Q63 Outr malformacoes congen do rim 0 0 0 2 3 0 0 3 0 8
C71 Neopl malig do encefalo 3 0 1 1 3 0 0 0 0 8
Q75 Outr malformacoes congen ossos cranio e
face 1 0 1 0 0 0 2 0 3 7
Q02 Microcefalia 1 1 0 0 0 1 1 1 2 7
E84 Fibrose cistica 1 1 1 0 0 1 0 3 0 7
A91 Febre hemorragica dev virus do dengue 0 6 0 0 1 0 0 0 0 7
J45 Asma 3 1 2 1 0 0 0 0 0 7
H66 Otite media supurativa e as NE 0 0 0 0 1 1 1 1 2 6
E43 Desnutric proteico-calorica grave NE 0 1 0 1 0 1 1 1 1 6
Q28 Outr malform congen aparelho
circulatorio 3 0 1 0 0 0 1 0 1 6
E87 Outr transt equil hidroeletr e acido-basic 1 1 2 0 0 1 0 0 1 6
Q31 Malformacoes congen da laringe 0 2 0 0 0 0 1 3 0 6
W04 Queda enquanto carreg apoiado poutr
pessoas 0 0 2 1 0 1 1 1 0 6
A90 Dengue 1 3 0 0 1 0 1 0 0 6
Y07 Outr sindr de maus tratos 0 0 3 0 3 0 0 0 0 6
D65 Coagulacao intravascular disseminada 3 0 1 0 2 0 0 0 0 6
R95 Sindr da morte subita na infancia 0 1 0 0 0 0 1 2 1 5
B25 Doenc pcitomegalovirus 0 0 0 2 0 0 1 1 1 5
I62 Outr hemorragias intracranianas nao-
traum 0 2 0 0 0 0 1 1 1 5
I50 Insuf cardiaca 0 1 0 2 0 0 1 0 1 5
P76 Outr obstrucoes intestinais do recem-
nascido 0 1 1 0 1 1 0 0 1 5
K92 Outr doenc do aparelho digestivo 1 0 2 1 0 0 0 0 1 5
I31 Outr doenc do pericardio 0 0 1 1 1 0 1 1 0 5
J20 Bronquite aguda 0 0 0 0 1 3 0 1 0 5
A04 Outr infecc intestinais bacter 0 1 2 1 0 0 0 1 0 5
G40 Epilepsia 0 0 1 1 0 1 2 0 0 5
R68 Outr sint e sinais gerais 3 0 0 0 0 0 2 0 0 5
P56 Hidropsia fetal dev doenc hemolitica 1 1 2 0 0 0 1 0 0 5
X09 Exposicao a tipo NE de fumacas fogo
chamas 0 0 1 0 1 3 0 0 0 5
D57 Transt falciformes 1 0 1 1 1 1 0 0 0 5
G12 Atrofia muscular espinal e sindr
correlatas 0 1 0 0 0 0 1 0 2 4
Q45 Outr malformacoes congen aparelho
digestivo 1 0 0 0 0 0 1 0 2 4
A19 Tuberc miliar 0 0 0 1 1 0 0 1 1 4
I40 Miocardite aguda 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q26 Malformacoes congen das grandes veias 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q37 Fenda labial cfenda palatina 0 0 0 0 0 1 2 0 1 4
E75 Disturb metab esfingolip e outr depos
lipid 0 0 0 0 1 0 2 0 1 4
Q93 Monossomias e delecoes dos autossomos
NCOP 0 0 0 1 0 1 1 0 1 4
N19 Insuf renal NE 0 2 0 0 1 0 0 0 1 4
W06 Queda de um leito 0 0 0 0 1 1 1 1 0 4
Q30 Malformacao congen do nariz 0 1 1 0 0 0 1 1 0 4
N17 Insuf renal aguda 0 1 0 1 1 0 0 1 0 4
P90 Convulsoes do recem-nascido 1 2 0 0 0 0 0 1 0 4
P54 Outr hemorragias neonatais 0 0 1 0 1 0 2 0 0 4
V03 Pedestre traum colis automov pickup
caminhon 0 0 3 0 0 0 1 0 0 4
D64 Outr anemias 0 0 2 1 0 1 0 0 0 4
W74 Afogamento e submersao NE 1 0 1 1 0 1 0 0 0 4
K83 Outr doenc das vias biliares 0 2 1 0 0 1 0 0 0 4
P91 Outr disturbios funcao cerebral rec-nasc 0 2 0 1 1 0 0 0 0 4
N13 Uropatia obstrutiva e prefluxo 2 1 0 0 1 0 0 0 0 4
C74 Neopl malig da gland supra-renal 1 0 2 1 0 0 0 0 0 4
J22 Infecc agudas NE das vias aereas infer 0 0 0 1 0 0 0 0 2 3
J90 Derrame pleural NCOP 0 0 0 1 0 0 0 1 1 3
P38 Onfalite recem-nasc cou shemorragia 1 0 0 0 0 0 0 1 1 3
87
leve
E74 Outr disturbios do metabolismo
carboidratos 0 0 0 0 0 2 0 0 1 3
X59 Exposicao a fatores NE 0 0 0 0 1 1 0 0 1 3
I33 Endocardite aguda e subaguda 0 0 1 0 0 1 0 0 1 3
V09 Pedestre traum outr acid transp e NE 0 0 0 1 1 0 0 0 1 3
Y09 Agressao pmeios NE 1 0 0 0 1 0 0 0 1 3
I61 Hemorragia intracerebral 0 0 0 0 1 0 1 1 0 3
B22 Doenc pHIV result em outr doenc espec 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
W19 Queda sespecificacao 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
V89 Acid veic mot n-mot tipos de veic NE 0 0 0 0 1 1 0 1 0 3
P80 Hipotermia do recem-nascido 1 0 0 0 0 1 0 1 0 3
K55 Transt vasculares do intestino 0 0 1 1 0 0 0 1 0 3
Q27 Outr malformacoes congen sist vasc perif 0 2 0 0 0 0 0 1 0 3
A16 Tuberc vias respirat sconf bacter histol 0 1 0 0 0 0 2 0 0 3
L03 Celulite 0 0 0 0 1 1 1 0 0 3
K40 Hernia inguinal 0 0 0 1 1 0 1 0 0 3
Y19 Env out prod quim subst noc e NE int n
det 0 0 0 1 1 1 0 0 0 3
J38 Doenc das cordas vocais e da laringe
NCOP 0 0 1 0 1 1 0 0 0 3
C92 Leucemia mieloide 0 0 1 1 0 1 0 0 0 3
J96 Insuf respirat NCOP 1 0 1 0 0 1 0 0 0 3
J80 Sindr do desconforto respirat do adulto 0 0 1 0 2 0 0 0 0 3
Q40 Outr malform congen trato digestivo
super 0 0 1 1 1 0 0 0 0 3
A17 Tuberc do sist nervoso 1 1 0 0 1 0 0 0 0 3
P58 Ictericia neonatal dev outr hemolises
excess 0 0 2 1 0 0 0 0 0 3
D68 Outr defeitos da coagulacao 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
P15 Outr traum de parto 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
J09 Influenza (gripe) devida a viacuterus
identificado da gripe aviaacuteria
0 0 3 0 0 0 0 0 0 3
B99 Doenc infecc outr e as NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
W87 Exposicao a corrente eletrica NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
P72 Outr transt endocrinos transit period
neonat 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2
I21 Infarto agudo do miocardio 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2
D61 Outr anemias aplasticas 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2
A86 Encefalite viral NE 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
V47 Ocup automovel traum colis obj fixo
parado 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
E72 Outr disturbios metabolismo de
aminoacidos 1 0 0 0 0 0 0 0 1 2
J12 Pneumonia viral NCOP 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2
Y04 Agressao pmeio de forca corporal 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Y06 Negligencia e abandono 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
R09 Outr sint sinais relat ap circulat respirat 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2
E70 Disturbios metabolism aminoacidos
aromaticos 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
K31 Outr doenc do estomago e do duodeno 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
I88 Linfadenite inespecifica 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2
D76 Alg doenc q env tec linforr e sist
reticuloh 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
E14 Diabetes mellitus NE 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
Y05 Agressao sexual pmeio de forca fisica 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
D84 Outr imunodeficiencias 0 0 0 0 1 0 1 0 0 2
G71 Transt prim dos musculos 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
J86 Piotorax 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
Q34 Outr malformacoes congen aparelho
respirat 0 0 1 0 0 0 1 0 0 2
L02 Abscesso cutaneo furunculo e antraz 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
Q06 Outr malformacoes congen da medula
espinhal 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
E25 Transt adrenogenitais 0 0 1 0 0 1 0 0 0 2
D18Hemangioma e linfangioma de qq localiz 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
88
X99 Agressao objeto cortante ou penetrante 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
C76 Neopl malig outr localiz e mal definidas 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
K63 Outr doenc do intestino 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
J70 Afeccoes respirat dev outr agentes
externos 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
Y83 Reac anorm compl tard interv cirurg
sacid 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
I60 Hemorragia subaracnoide 0 0 0 1 1 0 0 0 0 2
J06 Infecc agudas vias aereas super loc mult
NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
P59 Ictericia neonatal dev outr causas e as NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
B24 Doenc pHIV NE 0 1 0 0 1 0 0 0 0 2
P92 Problemas de alimentacao do recem-
nascido 1 0 0 0 1 0 0 0 0 2
X36 Vitima avalanc desab terra out mov sup
terr 0 0 1 1 0 0 0 0 0 2
J10 Influenza dev virus influenza identificado 0 0 2 0 0 0 0 0 0 2
C22 Neopl malig figado vias biliares intra-
hepat 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E03 Outr hipotireoidismos 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E23 Hipofuncao e outr transt da hipofise 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
E41 Marasmo nutricional 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
A40 Septicemia estreptococica 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
C72 Neop mal med esp nerv cran out sist nerv
cen 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
E71 Dist metab aminoacidos cad ramif e acid
grax 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I26 Embolia pulmonar 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I80 Flebite e tromboflebite 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
N10 Nefrite tubulo-intersticial aguda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
P50 Perda sanguinea fetal 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Q92 Outr trissomias e trissom parc autoss
NCOP 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V04 Pedestre traum colis veic transp pesado
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V44 Ocup autom traum colis veic trans pesad
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
W20 Impacto caus objeto lanc projetado em
queda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Y08 Agressao poutr meios espec 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
D59 Anemia hemolitica adquir 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
G60 Neuropatia hereditaria e idiopatica 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
M60 Miosite 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
P53 Doenc hemorragica do feto e do recem-
nascido 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
W08 Queda de outr tipo de mobilia 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X08 Exposicao outr tipo espec fumaca fogo
chamas 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X91 Agressao enforc estrangulamento
sufocacao 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
B49 Micose NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C33 Neopl malig da traqueia 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C38 Neopl malig do coracao mediastino e
pleura 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C73 Neopl malig da gland tireoide 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C95 Leucemia de tipo celular NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
J39 Outr doenc das vias aereas super 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
K52 Outr gastroenterites e colites nao-infecc 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q36 Fenda labial 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q68 Outr deform osteomusculares congen 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C64 Neopl malig do rim exceto pelve renal 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
C91 Leucemia linfoide 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
D48 Neopl comp incdesconh outr localiz e NE 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J04 Laringite e traqueite agudas 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J34 Outr transt do nariz e dos seios paranasais 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
L51 Eritema polimorfo 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
89
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2010
Tabela 2 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas ndash 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao nascerlt 2500g
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios
MRJ 2007 a 2015
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal no periacuteodo
MRJ 2007 a 2015
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS por periacuteodo e variaccedilatildeo por
triecircnios MRJ 2007 a 2015
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ
Tabela 14 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee
Tabela 15 ndash Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 21 - TMI por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 22 - TMI por componentes por periacuteodo no MRJ de 2007 a 2015
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Tabela 25 - TMI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio
Tabela 26 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade- MRJ
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeo segundo evitabilidade
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 33 - Taxa de MI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash MRJ e APs ndash 2007 e
2017
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 - Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo
feita em base ao periacuteodo de 2000 a 2010
Graacutefico 5 - Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP de 20715
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de
2007 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10 por triecircnio de 2007 a
2015
Graacutefico 12 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID no MRJ
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Figura 2 - Bairros da AP 10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 - Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
ANEXO 2 - Lista de causas evitaacuteveis
ANEXO 3 - Oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AP Aacuterea Programaacutetica (ou Aacuterea de Planejamento)
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
BP Baixo Peso
Cap Capiacutetulo
CID-10 Classificaccedilatildeo Estatiacutestica Internacional de Doenccedilas e Problemas Relacionados agrave
Sauacutede 10ordf revisatildeo tambeacutem conhecida como Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas 10ordf
revisatildeo
CMI Coeficiente de Mortalidade Infantil
CMS Centro Municipal de Sauacutede
CNDSS Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
DATASUS Departamento de Informaacutetica do SUS
DNV Declaraccedilotildees de Nascido Vivo
DO Declaraccedilatildeo de Oacutebito
DSS Determinantes Sociais de Sauacutede
EQSF Equipe Sauacutede da Famiacutelia
ESB Equipe de Sauacutede Bucal
ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano
MI Mortalidade Infantil
MRJ Municiacutepio do Rio de Janeiro
MS Ministeacuterio da Sauacutede
Nordm Nuacutemero
NV Nascidos Vivos
OBS Observaccedilatildeo
ODM Objetivos do Desenvolvimento do Milecircnio
OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OTICS Observatoacuterio de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo em Sistemas e Serviccedilos
de Sauacutede
PACS Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
PSF Programa de Sauacutede da Famiacutelia
RJ Rio de Janeiro
RN Receacutem-nascido
SIM Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade
SMS Secretaria Municipal de Sauacutede
SMS-RJ Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
SINASC Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos
SUBPAV Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria Vigilacircncia e Promoccedilatildeo da Sauacutede
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
TABNET eacute um instrumento desenvolvido pelo DATASUS ndash Departamento de Informaacutetica
do Sistema Uacutenico de Sauacutede oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) que permite tabulaccedilotildees on-
line de dados e geraccedilatildeo de informaccedilotildees
TMI Taxa de Mortalidade Infantil
TMF Taxa de Mortalidade Fetal
UIS Unidade Integrada de Sauacutede
UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria 22
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro 23
23 Mortalidade Infantil no Brasil 27
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis 31
3 OBJETIVOS 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 METODOLOGIA 37
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados 37
42 Cenaacuterio de Estudo 37
43 Estrateacutegia de Anaacutelise 38
44 Aspectos Eacuteticos 41
5 RESULTADOS 41
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro 42
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ 50
53 Mortalidade Infantil na AP 10 55
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10 58
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs 66
6 DISCUSSAtildeO 69
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 71
8 REFEREcircNCIAS 75
9 ANEXOS 80
17
1 INTRODUCcedilAtildeO
A mortalidade infantil eacute um assunto de extrema importacircncia no Brasil e em todo
mundo Aleacutem de ser um indicador das condiccedilotildees soacutecio econocircmicas de uma populaccedilatildeo
tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos de sauacutede Para Bezerra et al (2007) a taxa de
mortalidade infantil representa um indicador de extrema importacircncia sendo um dos mais
utilizados no acircmbito internacional e encontra-se relacionada com fatores soacutecio-ambientais
nutriccedilatildeo saneamento baacutesico fatores relacionados a serviccedilos que prestam atenccedilatildeo agrave gestante e
ao receacutem-nato (BEZERRA 2007) Apesar de apresentar um decliacutenio de suas taxas desde
1990 ainda tem sido um desafio minimizar seus determinantes que em grande parte satildeo
evitaacuteveis No Brasil ainda encontramos taxas elevadas de mortalidade infantil quando nos
comparamos a paiacuteses desenvolvidos A estimativa para o Japatildeo por exemplo era de uma taxa
de mortalidade infantil de 20 1000 em 2015 sendo uma das menores do mundo Jaacute para o
Canadaacute a taxa estimada era de 40 nos EUA 60 enquanto para o Brasil a estimativa era 150
1000 no mesmo periacuteodo (UNICEF 2015 p 1923 e 27)
Segundo Antunes (2015) estudos sobre as condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo suas
relaccedilotildees sociais econocircmicas bioloacutegicas culturais e poliacuteticas revelam as disparidades entre a
sauacutede de seus integrantes onde as condiccedilotildees sociais e econocircmicas fraacutegeis implicam
desigualdades em sauacutede (ANTUNES 2015) Buss e Pellegrini (2007) reforccedilam esta
observaccedilatildeo ao relatar que as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo diretamente ligadas agraves
condiccedilotildees sociais que agravadas pela iniquidade de renda contribuem para um risco
diferenciado na maior parte a populaccedilatildeo Para isso foi proposta uma seacuterie de conceitos sobre
os Determinantes Sociais de Sauacutede (DSS)
ldquoPara a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) os
DSS satildeo os fatores sociais econocircmicos culturais eacutetnico-raciais psicoloacutegicos e
comportamentais que influenciam a ocorrecircncia de problemas de sauacutede e seus fatores
de risco na populaccedilatildeordquo (BUSS e PELLEGRINI 2007 p 78)
Em 2005 foi criada a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
(DSS) a partir da orientaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) para se discutir e
ampliar o conhecimento e a consciecircncia sobre os determinantes sociais da sauacutede assim como
suas relaccedilotildees a desigualdade e iniquidade em sauacutede Para se analisar o conceito de
18
Iniquumlidade em sauacutede pode-se remontar a Whitehead (1992) apud Buss e Pellegrini (2007) que
traduz este conceito do ponto de vista eacutetico e social ao mencionar iniquidades em sauacutede como
sendo desigualdades injustas e indesejaacuteveis para a populaccedilatildeo (BUSS e PELLEGRINI 2007)
O conceito de equidade estabelece o direito de todos desde que se possa atender agraves
necessidades de pessoas que precisam mais fazendo com que haja justiccedila social Atraveacutes do
Relatoacuterio Final da Comissatildeo Nacional sobre Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) 2008
o Brasil esteve situado ldquoem 11ordm lugar entre os mais desiguais do mundo em termos de
distribuiccedilatildeo da rendardquo com dados de 2005 (CNDSS 2008 p11) produzindo uma injusta
desigualdade social (FIOCRUZ 2008)
A questatildeo da sauacutede como um princiacutepio baacutesico da humanidade tem tanta relevacircncia
que a partir de 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) propocircs o relatoacuterio onde
descreve os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) que continha metas
apontadas ateacute 2015 (ONU 2000) Esse relatoacuterio menciona o quarto objetivo que destaca as
estrateacutegias da ONU para os governos de todo mundo sobre quais satildeo as diretrizes para
promover a reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia em dois terccedilos tendo como referecircncia a taxa
de 1990 Santos et al (2012) ratificam que estas diretrizes foram sugeridas estrateacutegias
regionais que utilizaram os seguintes indicadores a taxa de mortalidade na infacircncia (menores
de 5 anos) entre 1990 e 2015 a taxa de mortalidade infantil (menores de 1 ano) e a proporccedilatildeo
de crianccedilas de ateacute 1 ano vacinadas contra o sarampo (SANTOS 2012)
A meta dos ODM a respeito dos oacutebitos infantis foi alcanccedilada no Brasil em 2010
passando para uma taxa de 156 oacutebitos por 1000 nascidos vivos embora o paiacutes ainda
apresente alta taxa de mortalidade infantil (IBGE 2016) Assim parece ser fundamental que
se conheccedilam as principais de causas de morte infantil assim como as causas de mortes
evitaacuteveis neste grupo a fim de contribuir para a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no Brasil
(MENEZES 2014)middot
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foi definido na Constituiccedilatildeo de 1988 e
regulamentado pelas Leis Orgacircnicas da Sauacutede (lei 88090 e Lei 814290) a fim de
democratizar os serviccedilos de sauacutede no Brasil dessa forma garantindo o acesso universal aos
serviccedilos de sauacutede puacuteblica Seus princiacutepios aleacutem da universalidade satildeo a integralidade
equidade a regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo da rede das accedilotildees e dos serviccedilos de sauacutede a
descentralizaccedilatildeo na sauacutede e participaccedilatildeo e controle social (BRASIL 2012)
19
O Programa Sauacutede da Famiacutelia instituiacutedo no Brasil em 1994 como um dos muitos
programas do governo brasileiro que seguem os princiacutepios e diretrizes do SUS trazendo a
reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria Em 1998 mudou de denominaccedilatildeo e passou a se chamar
Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia uma vez que sua principal caracteriacutestica foi a de ser uma
estrateacutegia de reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no Brasil (JESUS 2015)
Aleacutem de se apresentar como o primeiro contato do paciente com o serviccedilo de sauacutede o
PSF priorizou accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de sauacutede representando uma
importante conquista social prevista na Constituiccedilatildeo de 1988 A ESF permite um maior
acesso ao SUS assim como a realizaccedilatildeo de uma assistecircncia que busca acompanhar o
indiviacuteduo e sua famiacutelia dentro do seu ambiente social A atenccedilatildeo ao preacute-natal do mesmo
modo que os acompanhamentos da crianccedila menor de um ano possibilitam a prestaccedilatildeo de um
serviccedilo de qualidade agrave sauacutede materna e infantil no territoacuterio da ESF (BRASIL 2012)
A motivaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo ocorreu ao longo da construccedilatildeo da minha
carreira profissional como meacutedica generalista atuando na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde
2001 A humanizaccedilatildeo do atendimento o viacutenculo entre os profissionais de sauacutede e os usuaacuterios
da ESF assim como o atendimento longitudinal (ou seja ao longo do tempo) com enfoque
nas linhas de cuidado (relativas ao fluxo assistencial) garantidas ao usuaacuterio contribuem para a
percepccedilatildeo de uma maior e melhor oferta de assistecircncia agrave sua sauacutede visando melhorar os
indicadores de sauacutede A sauacutede infantil e a possiacutevel interferecircncia nos seus indicadores com a
expansatildeo da ESF na Cidade mostrou-se como um adequado tema para estudo O Mestrado
em Sauacutede da Famiacutelia e a realizaccedilatildeo desse estudo foram uma boa oportunidade quando
complementei esse tempo e experiecircncia de trabalho com uma pesquisa a qual poderaacute
contribuir no conhecimento sobre sauacutede na infacircncia observando-a no contexto expansatildeo
recente da atenccedilatildeo primaacuteria no municiacutepio do Rio de Janeiro
Por razotildees relacionadas agraves questotildees de tempo para a realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo do
Mestrado definiu-se uma aacuterea especiacutefica da Cidade sobre a qual as informaccedilotildees foram mais
objetivamente analisadas Uma suposiccedilatildeo inicial era a de que estaria ocorrendo melhoria
contiacutenua dos indicadores de sauacutede infantil com o maior acesso aos serviccedilos de sauacutede do
municiacutepio do Rio de Janeiro nos moldes dos paiacuteses e regiotildees que priorizam a atenccedilatildeo
primaacuteria haacute mais tempo Houve a definiccedilatildeo de aacuterea geograacutefica especiacutefica no municiacutepio para
melhor focalizar os interesses desse estudo a Aacuterea Programaacutetica 10 (AP 10) que seraacute
apresentada a seguir tambeacutem porque em 2015 foi observada tendecircncia de aumento da
mortalidade infantil nesta aacuterea diferente do que ocorreu na maior parte das aacutereas da Cidade
20
Como questatildeo norteadora inicial deste estudo apresentou-se ldquoComo estaacute o
Mortalidade Infantil apoacutes a expansatildeo da ESF na AP 10 em relaccedilatildeo agraves taxas do municiacutepio do
Rio de Janeirordquo
Neste momento foi tambeacutem importante compreender como ofertar cada vez mais
serviccedilos de sauacutede de qualidade para a populaccedilatildeo em especial agrave gestante ao receacutem-nascido e agrave
da crianccedila menor de um ano que necessitam ter um acesso facilitado e uma assistecircncia
qualificada visando contribuir com a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no municiacutepio
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria
Em setembro de 1978 a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Fundo das
Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (UNICEF) articularam uma Conferecircncia Internacional sobre
Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) Essa conferecircncia denominada ldquoConferecircncia de Alma-
Atardquo se tornou um marco histoacuterico para a sauacutede jaacute que o modelo anterior de atenccedilatildeo agrave sauacutede
com um vieacutes mais biomeacutedico verticalizado especializado e intervencionista estava sendo
fortemente questionado Eram necessaacuterias novas abordagens para a intervenccedilatildeo em sauacutede
(GIOVANELLA 2009)
ldquoNa Declaraccedilatildeo de Alma-Ata a APS eacute concebida como a atenccedilatildeo agrave sauacutede essencial
baseada em meacutetodos e tecnologias apropriadas cientificamente comprovados e
socialmente aceitaacuteveis cujo acesso deve ser garantido a todas as pessoas e famiacutelias
da comunidade mediante sua plena participaccedilatildeo Pressupotildee assim a participaccedilatildeo
comunitaacuteria e a democratizaccedilatildeo dos conhecimentos incluindo lsquopraticantes
tradicionaisrsquo (curandeiros parteiras) e agentes de sauacutede da comunidade treinados
para tarefas especiacuteficas contrapondo-se ao elitismo meacutedico Nessa concepccedilatildeo a
APS representa o primeiro niacutevel de contato com o sistema de sauacutede levando a
atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel de onde as pessoas residem e trabalham
Contudo natildeo se restringe ao primeiro niacutevel integrando um processo permanente de
assistecircncia sanitaacuteria que inclui a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo a cura e a reabilitaccedilatildeordquo
(GIOVANELLA 2009 p579)
Em seguida em 1986 foi realizada a Primeira Conferecircncia Internacional sobre
Promoccedilatildeo da Sauacutede em Ottawa no Canadaacute com vistas agraves novas propostas em sauacutede puacuteblica
segundo Emiacutelia Nunes (2011) Foi assinada ao final da Conferecircncia a Carta de Otawa que
aleacutem de propor uma visatildeo consciente sobre os determinantes de sauacutede por uma populaccedilatildeo
ativa e em relaccedilatildeo agraves questotildees voltadas para os serviccedilos de sauacutede propotildee tambeacutem a reduccedilatildeo
das disparidades sociais e econocircmicas dentre outros objetivos Buscava-se assim uma nova
sauacutede puacuteblica como uma grande estrateacutegia para a obtenccedilatildeo de ldquoSauacutede para todos no ano
2000rdquo (NUNES 2011)
Ainda em 1986 foi realizada a 8ordf Conferecircncia Nacional de Sauacutede no Brasil tendo
como presidente o meacutedico sanitarista Seacutergio Arouca Essa conferecircncia viria a ser um dos
marcos institucionais de uma reforma sanitaacuteria que nos apresentou os princiacutepios de um novo
sistema de sauacutede (AROUCA 2003)
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 pocircde concretizar a criaccedilatildeo de um novo sistema de
sauacutede o SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) cujos princiacutepios de equidade integralidade e
22
universalidade aleacutem de trazerem a democracia de volta ao paiacutes levaram agrave reorganizaccedilatildeo da
atenccedilatildeo agrave sauacutede (PAIVA e TEIXEIRA 2014)
Identifica-se no texto constitucional que aleacutem de ter como um dos seus objetivos
minimizar a desigualdade social procurou tambeacutem assegurar ao cidadatildeo direitos tais como
sauacutede que resulte em bem-estar educaccedilatildeo lazer seguranccedila trabalho etc (NORONHA
2013) O texto constitucional tambeacutem reafirma que
ldquoA sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e
econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e
recuperaccedilatildeordquo (BRASIL 1988 Artigo 196 Seccedilatildeo II DA SAUacuteDE)
Souza (2010) reforccedila que com base na Constituiccedilatildeo o Estado se articulou para
ampliar o alcance de suas poliacuteticas inclusivas de sauacutede e garantir o acesso dos serviccedilos de
sauacutede a todos atraveacutes de um processo de regulamentaccedilatildeo da estrutura de sauacutede descentralizada
que avanccedilou em 1990 atraveacutes ambas da Lei Orgacircnica de Sauacutede No 8080 que estrutura o
SUS e a Lei No 8142 que trata das respectivas transferecircncias de recursos aos entes
conveniados Estas leis dispotildeem acerca de accedilotildees e serviccedilos em sauacutede a serem executados pelo
SUS aleacutem dos objetivos diretrizes princiacutepios e campo seus de atuaccedilatildeo entre outras
disposiccedilotildees
A descentralizaccedilatildeo do SUS possibilita a sua atuaccedilatildeo aos niacuteveis locais coloca a
engrenagem poliacutetico-administrativa mais proacutexima do usuaacuterio do sistema de sauacutede permitindo
sua participaccedilatildeo nessa nova concepccedilatildeo de sauacutede Inclusive os repasses financeiros e a
participaccedilatildeo da populaccedilatildeo na gestatildeo do sistema de sauacutede tambeacutem fazem parte das leis
orgacircnicas de sauacutede (SOUZA 2010) O SUS implica uma rede de serviccedilos de sauacutede
articulados que presta atenccedilatildeo de forma assistencial integrada e longitudinal coordenada pela
Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (OUVERNEY e NORONHA 2013)
Na APS se estabelece a porta de entrada do indiviacuteduo ao sistema de sauacutede
correspondendo agraves primeiras accedilotildees de cuidados em sauacutede que satildeo levadas ao ambiente mais
proacuteximo de onde se encontram as pessoas (STARFIELD 2002)
Barbara Starfield (2002) tambeacutem considera como caracteriacutesticas especiacuteficas da APS
a prestaccedilatildeo de serviccedilos de primeiro contato a responsabilidade longitudinal pelo paciente
com continuidade da relaccedilatildeo cliacutenico-paciente ao longo da vida estabelecendo assim um
viacutenculo muito positivo entre os profissionais de sauacutede e pacientes a garantia de cuidado
integral considerando-se os acircmbitos fiacutesicos psiacutequicos e sociais da sauacutede dentro dos limites de
23
atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede e a coordenaccedilatildeo das diversas accedilotildees e serviccedilos indispensaacuteveis
para resolver necessidades menos frequentes e mais complexas
A primeira caracteriacutestica da atenccedilatildeo primaacuteria eacute de ser a porta de entrada para o sistema
de sauacutede o serviccedilo de primeiro contato Para isso ele deve ter seu acesso facilitado agraves pessoas
Para isso se faz necessaacuterio que as Unidades Baacutesicas de Sauacutede estejam localizadas proacuteximas
aos domiciacutelios das pessoas assim como proacuteximas tambeacutem de seus trabalhos escolas ou seja
onde vivem trazendo assim um conceito de capilaridade maior agrave assistecircncia (Brasil 2012)
Outra importante funccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria eacute encaminhar pacientes para a rede de atenccedilatildeo
secundaacuteria e terciaacuteria (especializadas) garantindo o seu acesso nessas redes A clientela deve
ser adstrita a um territoacuterio e deve ser garantida uma atenccedilatildeo integral (STARFIELD 2002)
Durante muito tempo atribuiu-se agrave melhoria das condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas como o
fator mais importante de reduccedilatildeo da mortalidade das populaccedilotildees Poreacutem mostrou-se inegaacutevel
o papel dos serviccedilos de sauacutede ofertados agrave populaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da morbimortalidade das
populaccedilotildees (BRASIL 2012)
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro
A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia eacute considerada uma estrateacutegia de expansatildeo qualificaccedilatildeo
e consolidaccedilatildeo da APS no paiacutes Ele segue os mesmos princiacutepios do SUS que satildeo
universalidade equidade integralidade regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo Sua atenccedilatildeo eacute sobre
a famiacutelia e natildeo apenas sobre o individuo Suas accedilotildees satildeo de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo de
doenccedilas assistecircncia recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo agrave sauacutede Seu objetivo eacute de promover o acesso
agrave sauacutede a todos (BRASIL 2012)
Segundo Carla Cazelli em sua dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave FIOCRUZ em
2003 o Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) do municiacutepio do Rio de Janeiro teve o seu
primeiro projeto implantado em 1995 na Ilha de Paquetaacute com uma relativa expansatildeo em
1999 para as comunidades do Borel - Tijuca Parque Royal - Ilha do Governador Canal do
Anil - Jacarepaguaacute Vilas Canoas - Satildeo Conrado e Vilar Carioca - Campo Grande CASELLI
2003 e foi ampliando paulatinamente o nuacutemero de equipes ateacute 2016 como pode ser
observado no ANEXO 1
Nos uacuteltimos anos outro contexto poliacutetico municipal determinou uma nova etapa de
efetiva expansatildeo do PSF fato este descrito por Harzheim (2013)
24
ldquoNo municiacutepio do Rio de Janeiro a cobertura da ESF em 2009 estava em torno de
7 A partir desse ano forte ecircnfase foi dada para a APS Iniciou-se uma reforma da
APS orientada pela qualidade representada pela criaccedilatildeo das novas Cliacutenicas de
Famiacutelia e pelas Unidades tipo A (ambas 100 ESF) diferente das unidades B
(Unidades com algumas equipes de ESF) e C (Unidades Tradicionais sem ESF) Ao
final de 2012 a cobertura populacional da ESF era 40rdquo (HARZHEIM 2013 p
11)
Em 2000 havia 13 equipes de ESF no municiacutepio e desde entatildeo ocorreu uma expansatildeo
no nuacutemero de equipes e unidades Esta expansatildeo passa a ser referida como Reforma da
Atenccedilatildeo Primaacuteria (RCSP) na Cidade do Rio de Janeiro iniciada em 2009 com alicerce na
mudanccedila organizacional da Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) que coloca a Atenccedilatildeo
Primaacuteria como ordenadora das Redes de Atenccedilatildeo A cobertura populacional no municiacutepio do
Rio de Janeiro em 2009 correspondia a 7 e no final de 2012 jaacute era de 40 da populaccedilatildeo
Conforme mostrado no Graacutefico 1 entre 2008 e 2016 a cidade do Rio de Janeiro apresentou a
maior ampliaccedilatildeo de acesso do paiacutes na APS (HARZHEIM 2013)
Graacutefico 1- Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Para fins de planejamento e gestatildeo a Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) do Rio de
Janeiro divide a cidade em dez aacutereas programaacuteticas (AP) Na Cidade a expansatildeo da
Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia ocorreu de maneira natildeo equilibrada nas AP Em 2010 foi
inaugurada uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 e uma na AP 21 enquanto dez Cliacutenicas de
Famiacutelia foram inauguradas na AP 53 como mostra a Tabela 1 Em 2011 foram inauguradas
uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 AP 40 e AP 53 nove Cliacutenicas na AP 32 e cinco Cliacutenicas
na AP 33 como pode ser visto na Tabela 2 A maior expansatildeo da ESF na AP 10 regiatildeo
relacionada ao presente estudo se deu em 2016 como podemos observar nos Graacuteficos 2 e 3
(OTICS 2017)
25
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2010
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 4 2
AP 21 1 11 4
AP 31 5 36 15
AP 52 3 13 6
AP 53 10 47 22
TOTAL 20 111 49
Fonte OTICS SMS 2017
Tabela 2- Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2011
Fonte OTICS SMS 2017
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 6 3
AP 31 4 22 9
AP 32 9 49 19
AP 33 5 24 10
AP 40 1 3 1
AP 51 4 30 12
AP 52 4 23 9
AP 53 1 6 3
TOTAL 29 163 66
26
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 - IBGE 2010 Plataforma SUBPAV e Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP
ateacute outubro de 2016
27
23 Mortalidade Infantil no Brasil
A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) eacute um indicador do niacutevel de sauacutede da populaccedilatildeo
importante para avaliar poliacuteticas de sauacutede puacuteblica (SANTOS e LANSKY 2015) aleacutem de
refletir qualidade de vida da populaccedilatildeo esta taxa tambeacutem se relaciona agraves suas diferentes
condiccedilotildees socioeconocircmicas (SANTANA 2011)
A TMI se refere aos oacutebitos ocorridos entre os menores de um ano (lt 1 ano) e pode ser
subdividida em dois componentes Neonatal e Poacutes- Neonatal O oacutebito neonatal eacute aquele que
ocorre nos primeiros 27 dias de vida e pode ainda se dividir em neonatal precoce (periacuteodo de
0 a 6 dias) e neonatal tardio (7 a 27 dias) O oacutebito poacutes-neonatal eacute aquele que ocorre entre o 28ordm
dia e 364ordm dia de vida (Brasil 2009)
Nas ultimas deacutecadas mais precisamente ateacute 1990 havia maior proporccedilatildeo de oacutebitos no
periacuteodo poacutes-neonatal Apoacutes 1990 foram constatadas mudanccedilas nos iacutendices de mortalidade
que passaram a predominar no periacuteodo neonatal no Brasil Essa mudanccedila foi consequumlente agrave
reduccedilatildeo das principais causas de mortalidade poacutes-neonatal como as doenccedilas infecto-
parasitaacuterias doenccedilas do trato respiratoacuterio e desnutriccedilatildeo com consequente aumento
proporcional das principais causas da mortalidade no periacuteodo neonatal precoce como a
prematuridade asfixia do receacutem-nato e doenccedilas infecciosas no receacutem-nascido (MENEZES
2014)
Para Lima (2006) o componente neonatal da Mortalidade Infantil constitui-se
problema de sauacutede puacuteblica uma vez que quantidade relevante dos oacutebitos que ocorrem neste
periacuteodo associa-se a causas evitaacuteveis (relativas ao acesso e agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
bem como agrave qualidade desta assistecircncia) Esse componente estaacute ligado agraves condiccedilotildees sociais
econocircmicas de assistecircncia agrave sauacutede materna e infantil comportamentais e bioloacutegicas dentre
outras mas tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos ofertados agraves matildees e aos receacutem-nascidos
durante o periacuteodo de gestaccedilatildeo do parto e periacuteodo neonatalmiddot
Tendo como referecircncia as notas teacutecnicas da Rede Interagencial de Informaccedilotildees para a
Sauacutede - RIPSA (2009) verifica-se o conceito de TMI definido a partir da divisatildeo do nuacutemero
de oacutebitos de menores de um ano de idade pelo nuacutemero total de nascidos vivos na populaccedilatildeo
residente em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (RIPSA 2009)
28
Outro conceito de mortalidade utilizado eacute a mediccedilatildeo proporcional por grupos de
causas no que se refere ao percentual de oacutebitos ocorridos por grupos de causas definidas na
populaccedilatildeo residente (BRASIL 2009)
Igualmente importante a se considerar a TMF (Taxa de Mortalidade Fetal) eacute calculada
dividindo-se o nuacutemero total de oacutebitos fetais pelo nuacutemero de nascimentos totais (nascidos
vivos e oacutebitos fetais) variando poreacutem o criteacuterio de idade gestacional e peso para definir o
oacutebito fetal (BARBEIRO 2015) Vaacuterias definiccedilotildees para oacutebito fetal satildeo apresentadas na
literatura Para a OMS o oacutebito fetal eacute aquele que ocorre antes de uma expulsatildeo completa do
produto da concepccedilatildeo do organismo materno independente da idade gestacional da matildee da
crianccedila Jaacute para o National Center for Health Statistics dos Estados Unidos a morte fetal eacute
aquela que ocorre apoacutes a 20 ordf semana completa de gestaccedilatildeo Outros autores utilizam alguns
paracircmetros como peso altura e idade gestacional avanccedilada para definir os oacutebitos fetais
(SAMPAIO 2010)
Em 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede instituiu um Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da
Mortalidade Materna e Neonatal Em 2009 o Pacto pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil
nas Regiotildees da Amazocircnia Legal e Nordeste do Brasil (PRMI) a fim de reduzir em 5 ao
ano a TMI nos anos de 2009 e 2010 sobretudo em seu componente neonatal
(GUERRERO 2010)
Rosacircngela Ferrari e col realizaram um estudo bibliograacutefico e descritivo em 2012
sobre a mortalidade poacutes- neonatal no Brasil entre 2004 e 2009 Aleacutem de evidenciarem o
decliacutenio da mortalidade infantil sobretudo de seu componente poacutes-neonatal no final de 1990
foi observada relaccedilatildeo estatisticamente significativa entre as condiccedilotildees de vida e a taxa de
mortalidade infantil (FERRARI et al 2012)
Em algumas regiotildees do Brasil houve uma diminuiccedilatildeo importante das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (mais de 80) seguidas pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio e por deficiecircncias
nutricionais e baixo peso ao nascer A duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo escore de Apgar menor que sete
no 1ordm e 5ordm minutos de vida e nuacutemero igual ou maior que seis consultas de preacute-natal tambeacutem
satildeo variaacuteveis que estatildeo relacionadas agrave mortalidade infantil Em regiotildees de menor renda e
importante desigualdade econocircmica ainda haacute elevada TMI Como principais causas de morte
infantil as doenccedilas diarreacuteicas e as pneumonias foram as principais causas evitaacuteveis de morte
infantil seguida das malformaccedilotildees congecircnitas causa dificilmente evitaacutevel de morte infantil
Fatores de risco relacionados agraves pneumonias satildeo idade menor que seis meses peso abaixo de
2500 gramas desmame precoce desnutriccedilatildeo deficiecircncia de micronutrientes (vitaminas A
29
ferro e zinco) e presenccedila de episoacutedio preacutevio de pneumonia A maior oferta de aacutegua potaacutevel e
rede de esgoto contribuiacuteram para a reduccedilatildeo das doenccedilas diarreacuteicas As causas externas como
os acidentes e causas mal definidas tambeacutem se relacionam com a mortalidade poacutes-neonatal
(FERRARI et al 2012)middot
O periacuteodo perinatal compreende aquele do final da gestaccedilatildeo (oacutebitos fetais) ateacute os seis
primeiros dias completos de vida As causas diretas de mortalidade perinatal satildeo o baixo peso
ao nascer e a prematuridade assim como fatores que envolvem a gestante e seu acesso agrave
assistecircncia ao preacute-natal Aleacutem disso fatores soacutecios econocircmicos e ambientais que estatildeo
relacionados agrave gestante tambeacutem podem interferir nos determinantes da morte infantil
(MARTINS 2013)
A mortalidade perinatal eacute um indicador que permite uma anaacutelise da assistecircncia de
sauacutede agrave gestante e o acesso a serviccedilos de sauacutede eficazes para que haja reduccedilatildeo dos fatores de
risco e agravos agrave gestante e ao RN (BRASIL 2010)
Devidos agraves iniquidades soacutecio-econocircmicas e diferentes fatores de risco regionais assim
como dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede de qualidade a mortalidade infantil e seus
componentes se apresentam de maneira variada entre as diversas regiotildees do Brasil No Norte
e no Nordeste ela se apresenta com maior expressatildeo que nas demais regiotildees Para
exemplificar estas diferenccedilas identifica-se em Silva 2013 a seguinte anaacutelise
ldquoA neo-mortalidade precoce em 2006 variou de 64 no Rio Grande do Sul a 197
por mil nascidos vivos em Alagoas (Departamento de Informaacutetica do SUS
Indicadores de mortalidade Acessado em 08Out2012) Nos paiacuteses desenvolvidos
a meacutedia da taxa de mortalidade neonatal precoce eacute de 40 por mil nascidos vivosrdquo
(SILVA 2013)
No Brasil a TMI apresentou uma tendecircncia decrescente nas uacuteltimas deacutecadas de 1990
a 2014 Em 1980 a taxa era de 785 oacutebitos mil nascidos vivos (NV) em 1990 era de 785
oacutebitos por mil nascidos vivos em 2000 era de 2736 por mil nascidos vivos e em 2010
alcanccedilou 1597 oacutebitos por mil nascidos vivos atingindo a meta estabelecida pela ONU como
mostra o Graacutefico 4
O componente poacutes-neonatal (28 dias a um ano de vida incompleto) apresentou a
maior tendecircncia de queda (73 ao ano) e o componente neonatal precoce (0 a 6 dias de
vida) a menor 31 ao ano Do fim da deacutecada de 80 em diante houve um aumento da
proporccedilatildeo do componente neonatal precoce em relaccedilatildeo ao componente poacutes-neonatal
(BRASIL 2010) A Tabela 3 tambeacutem mostra a tendecircncia decrescente da TMI nas regiotildees e
UF do Brasil de 2000 a 2010
30
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo feita em base
ao periacuteodo de 2000 a 2010
Fonte CGIAEDASISSVSMS 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Regiatildeo e UF 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Regiatildeo Norte
2862 2767 2659 2559 2447 2358 2275 2214 2306 2228 2097
Regiatildeo
Sudeste
1915 1831 1732 1701 1628 1538 1503 1457 1416 1389 1343
Regiatildeo Sul 1703 164 1605 1578 1498 138 1334 1294 1265 12 1158
Regiatildeo
Centro-Oeste
2092 2065 1929 187 1854 1771 1706 1651 1699 1644 1593
Distrito
Federal
144 1518 1365 133 1395 1363 128 1109 1189 1226 1216
Total
2736 263 2489 2388 2259 2143 2066 2001 1756 168 1597
Fontes SIM MS
Outro modo de analisar a mortalidade infantil eacute a sua observaccedilatildeo quanto agraves proporccedilotildees
segundo grupo de causas
ldquoAs afecccedilotildees perinatais constituem a principal causa de mortalidade de crianccedilas
menores de um ano no Brasil Em 1990 correspondiam a 40 dos oacutebitos infantis
Em 2008 essa proporccedilatildeo elevou-se para 60 A mortalidade proporcional por
malformaccedilotildees congecircnitas em menores de um ano aumentou de 67 em 1990 para
183 em 2008 Enquanto isso a mortalidade proporcional por doenccedilas infecciosas
reduziu-se de 146 para 53 dos oacutebitos infantis no mesmo periacuteodo o que
representa diminuiccedilatildeo de 64rdquo (BRASIL 2010)
No Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de causas de mortalidade infantil foi
devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de 60) seguidas das demais causas
31
definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-parasitaacuterias (em torno de 68) e pelas
doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Eacute importante lembrar que ainda podem existir problemas na qualidade dos registros de
oacutebitos em menores de um ano e fetais Devemos para isso avaliar a cobertura e qualidade do
Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos (SINASCC) e o de Mortalidade (SIM)
Algumas informaccedilotildees satildeo baacutesicas e devem constar de toda DO (declaraccedilatildeo de oacutebito) fetal ou
de menor de um ano O peso ao nascer um dos mais importantes assim como a idade
gestacional satildeo dados muitas vezes mal informados O momento do parto em que o oacutebito
ocorre eacute igualmente importante para a classificaccedilatildeo dos oacutebitos evitaacuteveis Ele pode ocorrer
antes do parto ou apoacutes o parto Esse dado tambeacutem eacute muitas vezes mal preenchido Outro
dado que se relaciona de maneira determinante com a MI eacute a escolaridade materna que do
mesmo modo eacute muitas vezes ignorado (BRASIL 2009)
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis
Para aumentar a qualidade de informaccedilotildees e o conhecimento da situaccedilatildeo de
mortalidade infantil e perinatal mostrou-se como necessaacuteria a vigilacircncia adequada e
diferenciada desses oacutebitos A partir da Declaraccedilatildeo de Oacutebito a vigilacircncia de oacutebito nos
municiacutepios coletaraacute dados para planejamento de accedilotildees que previnam esses oacutebitos e melhorem
seus indicadores
A partir de 1990 jaacute foram criados os primeiros Comitecircs de Investigaccedilatildeo do Oacutebito
Infantil (CIOI) sendo realizada a elaboraccedilatildeo do manual dos comitecircs de prevenccedilatildeo do oacutebito
infantil e fetal em 2004 para analisar os determinantes dos oacutebitos infantis e portanto traccedilar
estrateacutegias para minimizar esses determinantes (VENAcircNCIO 2010) Esse manual teve sua
versatildeo atualizada em 2009 (BRASIL 2009)
ldquoOs Comitecircs de Prevenccedilatildeo do Oacutebito Infantil e Fetal satildeo organismos
interinstitucionais de caraacuteter eminentemente educativo e formativo com atuaccedilatildeo
sigilosa Congregam instituiccedilotildees governamentais e da sociedade civil organizada
contando com participaccedilatildeo multiprofissional cuja atribuiccedilatildeo eacute dar visibilidade
acompanhar e monitorar os oacutebitos infantis e fetais e propor intervenccedilotildees para
reduccedilatildeo da mortalidade Satildeo instrumentos de gestatildeo que permitem avaliar a
qualidade da assistecircncia agrave sauacutede prestada agrave gestante ao parto e ao nascimento e agrave
crianccedila no primeiro ano de vida para subsidiar as poliacuteticas puacuteblicas e as accedilotildees de
intervenccedilatildeordquo (BRASIL paacuteg 46 2009)
32
As fichas para Investigaccedilatildeo do oacutebito infantil e fetal foram elaboradas para que
houvesse um padratildeo uacutenico a ser utilizado na vigilacircncia dos oacutebitos infantis e fetais Elas devem
ser preenchidas a partir de dados de prontuaacuterios cadernetas das gestantes entre outros e para
que as comparaccedilotildees do conteuacutedo das mesmas possam ser feitas e os dados do SIM sejam
obtidos com maior qualidade de informaccedilotildees Accedilotildees podem ser assim planejadas e executadas
de maneira uniforme nos trecircs niacuteveis municipal regional e estadual (BRASIL 2010)
Apesar da melhoria das condiccedilotildees socioeconocircmicas e o do aumento na oferta dos
serviccedilos de sauacutede nas uacuteltimas deacutecadas no Brasil a mortalidade infantil ainda eacute decorrente de
causas evitaacuteveis de mortalidade (SANTOS 2014) ldquoAs causas de mortes evitaacuteveis ou
reduziacuteveis satildeo definidas como aquelas preveniacuteveis total ou parcialmente por accedilotildees efetivas
dos serviccedilos de sauacutede que estejam acessiacuteveis em um determinado local e eacutepocardquo (MALTA
2010) Desde a deacutecada de 70 se pensa na evitabilidade do oacutebito infantil por serviccedilos de sauacutede
eficazes e atenccedilatildeo meacutedica qualificada (HARTZ et al1996)
Em 2008 foi publicada uma primeira versatildeo da lista de causas de mortes evitaacuteveis por
intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil (proposta em 2007) sob a coordenaccedilatildeo da
Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil Sua primeira revisatildeo
ocorreu em 2009 durante uma oficina realizada na 9ordf Mostra Nacional de Experiecircncias Bem-
Sucedidas em Epidemiologia Prevenccedilatildeo e Controle de Doenccedilas - 9ordf EXPOEPI (MALTA
2010a)
Santos et al realizaram uma pesquisa sobre mortalidade infantil em LondrinaParanaacute
em 2010 estudando a evitabilidade de oacutebitos infantis em coortes de nascidos vivos (NV)
referentes a dois biecircnios nos anos 2000 (20002001) e o biecircnio (20072008) O primeiro
biecircnio por ter ocorrido antes da expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia e o outro por ser o
mais proacuteximo ao estudo realizado Como resultado as taxas de mortalidade infantil foram de
1170 e 1120 por 1000 NV em 20002001 e em 20072008 Em ambos os biecircnios o
componente neonatal foi o que apresentou a maior taxa especialmente no periacuteodo neonatal
precoce com taxas de 624 e 636 oacutebitos por 1000 NV em 20002001 e 2007 2008
respectivamente O aumento maior foi o da taxa de mortalidade neonatal tardia de 182 oacutebitos
a cada 1000 NV no primeiro biecircnio e de 227 no biecircnio posterior A mortalidade poacutes-neonatal
foi a uacutenica que reduziu sendo que em 20002001 foi de 364 oacutebitos a cada 1000 NV e 257
em 20072008 A maioria dos oacutebitos nos dois biecircnios foi considerada evitaacutevel tanto quanto
em relaccedilatildeo agrave adequada atenccedilatildeo agrave mulher durante a gestaccedilatildeo e o parto quanto ao feto e ao
receacutem-nascido especialmente o relativo a adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (SANTOS
2014)
33
As mortes evitaacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo ocorreram mais entre
nascidos com baixo peso e as natildeo claramente evitaacuteveis entre crianccedilas com peso adequado em
ambos os biecircnios Aproximadamente sete em cada 10 oacutebitos infantis foram considerados
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS tanto no primeiro (716) como no segundo (655)
periacuteodo estudado (SANTOS 2014)
O baixo peso (BP) ao nascer eacute aquele em que o peso ao nascer eacute inferior a 2500 g
(OMS 2008) e ele estaacute relacionado tanto ao crescimento fetal quanto a duraccedilatildeo da gravidez
O crescimento fetal retardado eacute definido como peso ao nascimento inferior ao percentil 10
para a idade gestacional A prematuridade seria a duraccedilatildeo da gravidez cuja idade gestacional
se encontra menor que 37 semanas Fatores geneacuteticos (em torno de 40) e fatores maternos
(em cerca de 60) estatildeo relacionados ao crescimento fetal Quando satildeo realizadas de 4-6
consultas de preacute-natal haacute uma chance de quase 30 em reduzir o risco de BP e quando o
nuacutemero de consultas eacute igual ou maior que 7 chega-se a 40 menor o risco de BP ao nascer
(SILVA 2010)
Em outro trabalho publicado em 2014 realizado por Menezes et al com o objetivo de
analisar os oacutebitos de menores de um ano residentes em Belo Horizonte no periacuteodo de 2006 a
2011 foram utilizados criteacuterios para avaliaccedilatildeo de evitabilidade a partir da atualizaccedilatildeo da
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede As causas
dos oacutebitos evitaacuteveis foram entatildeo categorizadas como mostra o Quadro 1 (MENEZES 2014)
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
1) Causas evitaacuteveis
(a) reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo
(b) reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e parto e ao feto e ao receacutem-
nascido
(c) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento
(d) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas agraves accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede
2) Causas mal definidas
3) Demais causas natildeo claramente evitaacuteveis
34
Durante o periacuteodo do estudo obtiveram os seguintes dados 672 oacutebitos
neonatais 327 oacutebitos poacutes-neonatais e 004 oacutebito com faixa etaacuteria ignorada Esses dados
foram obtidos atraveacutes do SIM (Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade) e do SINASC
(Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos) apurou-se o nuacutemero de nascidos vivos nesse
periacuteodo Houve diminuiccedilatildeo de todos os componentes da mortalidade infantil poreacutem o
componente neonatal tardio apresentou a maior reduccedilatildeo (22) O componente neonatal
precoce correspondeu ao coeficiente de mortalidade com maior peso (72) nos oacutebitos do
periacuteodo neonatal As mortes consideradas evitaacuteveis corresponderam a 63 e estas se
relacionaram mais diretamente a uma falha na adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e na
adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido (RN) A mortalidade infantil por causas
evitaacuteveis diminuiu em 9 e as devidas agraves accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento foram
as que apresentaram maior reduccedilatildeo de 388 As pneumonias e outras doenccedilas bacterianas
foram as principais causas relacionadas a esse grupo As causas evitaacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido tambeacutem diminuiacuteram (307) principalmente devido agrave
reduccedilatildeo das infecccedilotildees especiacuteficas do periacuteodo perinatal e tambeacutem dos transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal As causas evitaacuteveis relacionadas agrave adequada atenccedilatildeo agrave
mulher na gestaccedilatildeo e as reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo a sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo apresentaram aumento enquanto natildeo houve nenhuma alteraccedilatildeo nas reduziacuteveis por
accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo As taxas de mortalidade classificadas como causas de morte mal-
definidas e as demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) tambeacutem tiveram seu nuacutemero reduzido
(MENEZES 2014)
Em 70 das mortes estas ocorreram em crianccedilas com baixo peso ao nascer
especialmente em crianccedilas com menos de 1500 gramas A adequada atenccedilatildeo na gestaccedilatildeo e a
adequada atenccedilatildeo ao feto e receacutem-nascido se correlacionaram com essas mortes Os
transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e peso baixo ao nascer transtorno
respiratoacuterio especiacutefico e infecccedilatildeo especiacutefica do periacuteodo perinatal foram as principais causas
de morte infantil por causas evitaacuteveis nesse estudo
ldquoNos oacutebitos de crianccedilas com peso ao nascer maior ou igual a 2500 g prevaleceram
os grupos de causas evitaacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento e
accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas as accedilotildees de atenccedilatildeo de sauacutede As demais
causas (natildeo claramente evitaacuteveis) representaram cerca de 280 das mortes infantis
e esta proporccedilatildeo foi crescente com o aumento do pesordquo (MENEZES2014)
Alguns fatores tais como oferta de serviccedilos de sauacutede prestados com qualidade
condiccedilotildees sociais e econocircmicas da populaccedilatildeo assim como seu perfil demograacutefico podem
estar relacionados agrave mortalidade proporcional por grupos de causas (Brasil 2010) Segundo as
35
tabelas apresentadas podemos observar que no Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de
causas de mortalidade infantil foi devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de
60) seguidas das demais causas definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (por volta de 68) e pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Houve uma diminuiccedilatildeo progressiva ao longo dos anos das afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatal assim como das doenccedilas infecto-parasitaacuterias e um aumento progressivo pelas
demais causas definidas Pequenas variaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
ocorreram ao longo do tempo poreacutem houve uma tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo
Estaacute apresentada no ANEXO 2 a Lista Brasileira de Causas de Mortes Evitaacuteveis por
Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede na populaccedilatildeo de 5 a 74 anos (MALTA 2010)
36
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Analisar a variaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de
evitabilidade preconizados para o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea
Programaacutetica 10 do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015
32 Objetivos especiacuteficos
bull Descrever a situaccedilatildeo de nascimento e oacutebitos infantis na AP 10 do municiacutepio do Rio de
Janeiro entre 2007 e 2015 em relaccedilatildeo ao municiacutepio e agraves demais aacutereas da cidade
bull Discutir a ocorrecircncia dos principais grupos de causas evitaacuteveis de mortalidade infantil
na AP 10 no municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e 2015
bull Contribuir para a produccedilatildeo de um informe teacutecnico sobre Mortalidade Infantil na AP
10 divulgando as informaccedilotildees prioritaacuterias para profissionais e gestores da aacuterea
37
4 METODOLOGIA
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados
Trata-se de um estudo exploratoacuterio descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre
a mortalidade infantil e sua evitabilidade considerando os oacutebitos de menores de um ano de
residentes na AP 10 e do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 no qual
ocorreu a expansatildeo da ESF na Cidade Seratildeo utilizadas as bases de dados secundaacuterios do
Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade (SIM) Ministeacuterio da Sauacutede disponiacuteveis pela
ferramenta TABNET na Plataforma da Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em
Sauacutede (SUBPAV) para toda gestatildeo da Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
(SMS-RJ)
As informaccedilotildees definidas para os objetivos deste estudo se relacionam aos oacutebitos em
menores de 1 ano sendo estes divididos ainda como oacutebitos neonatais neonatais precoces
neonatais tardios e poacutes-neonatais Informaccedilotildees sobre partos e nascimentos tambeacutem foram
incluiacutedas nesta descriccedilatildeo de dados tendo em vista sua relaccedilatildeo direta com oacutebitos infantis e a
possibilidade de observaccedilatildeo inicial sobre o padratildeo de ocorrecircncias na aacuterea em estudo
Esses dados secundaacuterios foram apurados na ferramenta TABNET na plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
A Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede
do Brasil (MALTA 2010) foi utilizada como paracircmetro para a anaacutelise por grupo de causas
no periacuteodo em estudo
42 Cenaacuterio de Estudo
As Aacutereas Programaacuteticas (AP) satildeo aacutereas divididas pela Prefeitura do Rio de Janeiro
para a gestatildeo da sauacutede A Secretaria Municipal de Sauacutede trabalha com essas AP desde 1993
quando foram chamadas de aacutereas de planejamento a fim de traccedilar planos estrateacutegicos em
relaccedilatildeo agrave sauacutede (SMS 2013)
A Aacuterea de Planejamento 10 (AP 10) corresponde agrave primeira das dez aacutereas
programaacuteticas do Municiacutepio do Rio de Janeiro como mostra a Figura 1
38
A Cidade do Rio de Janeiro eacute dividida em dez Aacutereas Programaacuteticas e a AP 10
corresponde aos bairros Benfica Caju Catumbi Centro Cidade Nova Estaacutecio Gamboa
Mangueira Rio Comprido Santa Teresa Santo Cristo Satildeo Cristoacutevatildeo Sauacutede e Vasco da
Gama
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Fonte IBGE- setembro de 2011
O Rio de Janeiro eacute um municiacutepio brasileiro de grande importacircncia
econocircmica sociocultural e financeira do paiacutes Em 2010 a populaccedilatildeo do Rio de Janeiro era de
6 320 446 habitantes (395 da populaccedilatildeo estadual) Dentre elas 4683 satildeo homens e
5317 mulheres Para 2015 era estimada uma populaccedilatildeo de 6 386 443 pessoas (IPP 2017)
A AP 10 aleacutem de ser o centro histoacuterico da Cidade do Rio de Janeiro tem em sua
formaccedilatildeo 14 bairros (jaacute citados) e 6 Regiotildees Administrativas (Centro Santa Teresa Rio
Comprido Paquetaacute Satildeo Cristoacutevatildeo e Portuaacuteria) como podemos observar na Figura 2 De
1970 a 2000 houve um decreacutescimo de 27 de sua populaccedilatildeo Paquetaacute foi a uacutenica regiatildeo a
sofrer um pequeno aumento de sua populaccedilatildeo em torno de 5 Eacute uma regiatildeo que atrai
trabalhadores onde setor de serviccedilos eacute o de maior procura No ano 2000 cinco regiotildees
administrativas tinham um alto IDH e apenas uma regiatildeo administrativa com meacutedio IDH
(IBGE 2016)
39
Figura 2 ndash Bairros da AP 10
Fonte Fonte IBGE- setembro de 2011
A AP 10 possui 17 unidades de Atenccedilatildeo Primaacuteria 75 equipes de Sauacutede da Famiacutelia 1
PS CASS 2 equipes NASF 2 equipes de consultoacuterio na rua e 1 Policliacutenica (SMS 2016)
Em 2015 a AP 10 tinha uma populaccedilatildeo estimada de 311265 habitantes e em 2010
estimava-se que 35 da populaccedilatildeo residia em favelas cerca de 103296 habitantes (IPP
2017)
O nuacutemero de famiacutelias cadastradas na ESF em 2009 era de 260 famiacutelias Em 2010
houve um aumento do nuacutemero de famiacutelias cadastradas para 8196 famiacutelias Em 2015 houve
um aumento significativo para 72786 cadastros e em 2016 uma estimativa de 79766
castrados das famiacutelias (SMS 2016)
A escolha da AP 10 para uma anaacutelise especiacutefica no estudo ocorreu pelo fato de ter
ocorrido um aumento da morte em menores de 1 ano no ano de 2015 alterando-se a
tendecircncia anterior
40
43 Estrateacutegia de Anaacutelise
A descriccedilatildeo da situaccedilatildeo de nascimentos e mortalidade infantil na AP 10 foi feita
utilizando-se o periacuteodo de 2007 a 2015 como a referecircncia para verificaccedilatildeo das variaccedilotildees
encontradas considerando-se diferentes variaacuteveis e os principais componentes da mortalidade
infantil Como jaacute citado os dados foram apurados na ferramenta TABNET na Plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
Ao iniciar-se este estudo tendo como objetivo a anaacutelise de dados ateacute 2015 e natildeo
estando este uacuteltimo ano ainda disponiacutevel na paacutegina da SMS Rio na internet e nem tampouco
no SIM DATASUS utilizou-se a ferramenta TABNET na Plataforma SUBPAV com
ciecircncia e apoio da Gerecircncia de Dados Vitais da SMS Esta plataforma tem acesso restrito a
profissionais que atuam na SMS
A partir da coleta de dados foi elaborado um banco no software Microsoft Excell
2016 no qual foram feitos os consolidados de frequecircncia por tipo de anaacutelise desejada visando
a apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas e graacuteficos
A anaacutelise descritiva estaacute apresentada levando em conta dados especiacuteficos de cada ano
assim como tambeacutem a variaccedilatildeo considerando-se trecircs triecircnios ndash de 2007 a 2009 de 2010 a
2012 e de 2013 a 2015 estrateacutegia esta que foi decidida a fim de que o nuacutemero de casos para
as aacutereas do municiacutepio particularmente a AP 10 se apresentasse com melhor consistecircncia do
que aquele com menores quantitativos quando considerados dados de somente o periacuteodo de
um ano
O processamento dos dados de Mortalidade Infantil e de seus componentes no
periacuteodo analisado e nas diferentes aacutereas do municiacutepio permitiu tambeacutem a verificaccedilatildeo das
variaccedilotildees de tendecircncias da AP 10 em comparaccedilatildeo com as demais aacutereas e com o municiacutepio do
Rio de Janeiro
Os dados referentes aos principais grupos de causas evitaacuteveis da Mortalidade Infantil e
seus componentes segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados pelo Ministeacuterio da
Sauacutede para o SUS no Brasil ocorridos nas AP do municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e
2015 tambeacutem seratildeo apresentados e discutidos
Informaccedilotildees mais relevantes deveratildeo ser destacadas para inclusatildeo em Informe Teacutecnico
produzido a parte do presente estudo visando divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees sobre Mortalidade
Infantil a profissionais e gestores da AP 10 assim como da SMS do Rio de Janeiro
41
44 Aspectos Eacuteticos
Embora o planejamento da pesquisa envolvesse principalmente a apuraccedilatildeo de dados
secundaacuterios considerando-se a necessidade de coleta de dados ainda natildeo divulgados houve
exigecircncia da SMS de que o projeto de pesquisa fosse submetido a parecer de eacutetica em
pesquisa
Desse modo a pesquisa cumpriu todas as etapas previstas nas normas nacionais que
subsidiam a pesquisa em sauacutede tendo como bases a Resoluccedilatildeo do CNEP 4662012 e
a Normativa 0012013 com encaminhamento para os Comitecircs de Eacutetica e Pesquisa da Estaacutecio
e da Secretaria Municipal de Sauacutede Para a avaliaccedilatildeo eacutetica o projeto de pesquisa foi
protocolado por meio do sistema Plataforma Brasil uma base nacional e unificada de
registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema CEPCONEP
Este estudo estaacute relacionado agrave apuraccedilatildeo e anaacutelise de dados secundaacuterios o que implicou
uma reduccedilatildeo plena de riscos envolvendo as pesquisas em sauacutede Durante todo o processo de
coleta processamento e anaacutelise de dados todas as precauccedilotildees para garantir-se o sigilo e a
confidencialidade das informaccedilotildees foram tomadas com o compromisso de natildeo ser divulgado
qualquer dado que permitisse direta ou indiretamente a identificaccedilatildeo de serviccedilos unidades de
sauacutede ou profissionais envolvidos na assistecircncia dos casos
Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica da SMS do Rio de Janeiro com
nuacutemero de parecer da aprovaccedilatildeo 1836593 no dia 25112016
42
5 RESULTADOS
Foram levantados os dados de nascimento e oacutebitos do Municiacutepio do Rio de Janeiro
(MRJ) e das suas diferentes aacutereas programaacuteticas atraveacutes da ferramenta TABNET disponiacutevel
no acesso a Indicadores e Dados Estatiacutesticos no portal da SMS do Rio de Janeiro e na
Plataforma SUBPAV No iniacutecio deste levantamento considerando os objetivos deste estudo
os dados do ano de 2015 natildeo estavam disponiacuteveis neste acesso sendo necessaacuteria a
colaboraccedilatildeo da Gerecircncia de Dados Vitais da Superintendecircncia de Vigilacircncia em Sauacutede da
SMS que forneceu as informaccedilotildees necessaacuterias para a anaacutelise de todo periacuteodo estudado
incluindo-se o ano de 2015
As informaccedilotildees seratildeo apresentadas como seacuterie histoacuterica do ano de 2007 anterior ao
iniacutecio da chamada reforma da APS no municiacutepio que se sugere tenha comeccedilado em 2009 ateacute
o ano de 2015 quando se iniciou a proposta deste estudo As informaccedilotildees seratildeo tambeacutem
apresentadas com os dados consolidados por triecircnios 2007 a 2009 2010 a 2012 e 2013 a
2015 o que foi decidido porque desse modo seriam agrupados mais dados de mortalidade em
populaccedilotildees menores como satildeo as aacutereas programaacuteticas de sauacutede no Rio de Janeiro Esta
definiccedilatildeo metodoloacutegica para anaacutelise por triecircnios tambeacutem foi decidida com o objetivo de
suavizarem-se variaccedilotildees aleatoacuterias no nuacutemero de oacutebitos em determinado ano estimando-se a
meacutedia aritmeacutetica do triecircnio como foi utilizado em recente estudo sobre Mortalidade Infantil
em Minas Gerais (LISBOA et al 2015)
Antes de apresentar os resultados relacionados ao levantamento de oacutebitos infantis no
MRJ optou-se por incluir informaccedilotildees sobre nascimentos tendo em vista a possibilidade de
acesso ao SINASC na mesma plataforma da SMS e porque possuem estreita relaccedilatildeo com
aspectos ligados ao risco de oacutebitos em menores de um ano Julgou-se importante observar os
dados referentes ao nuacutemero de nascimentos ocorridos tanto no MRJ e na AP 10 uma vez que
haacute estreita relaccedilatildeo do nuacutemero de nascidos vivos com o caacutelculo da taxa de mortalidade infantil
o que poderia indicar sugestotildees de anaacutelises posteriores mesmo que fora dos objetivos do
presente estudo
43
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro (MRJ)
Aleacutem da variaccedilatildeo de nascimentos no periacuteodo alguns fatores como o baixo peso ao
nascer filhos de matildees adolescentes tipo de parto nuacutemero de consultas de preacute-natal assim
como o nascimento em unidades SUS seratildeo aqui tambeacutem apresentados
Em 1997 o total de nascidos vivos no MRJ foi de 103193 com Taxa de Natalidade
de 186 1000 habitantes neste ano Esses indicadores apresentaram um decreacutescimo ateacute 2007
quando o total de nascimentos foi de 82019 e a Taxa de Natalidade de 133 1000 habitantes
A partir deste ano com exceccedilatildeo de 2010 observa-se um aumento do nuacutemero de nascimentos
na cidade e a Taxa de Natalidade elevaram-se para 143 1000 habitantes em 2015 com
90439 nascimentos no MRJ segundo as informaccedilotildees disponibilizadas pela SVSSMS
A Tabela 4 apresenta os dados de nascidos vivos por ano de 2007 a 2015 Foi
observado um aumento de nascimentos na Cidade nos uacuteltimos anos o que contrastou com
periacuteodos anteriores se considerarmos que no ano de 2015 por exemplo o total de nascidos
vivos foi de 90532 como disponiacutevel na mesma fonte nuacutemero superior ao do ano de 2007
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variaccedilatildeo
N
10 4638 4632 4822 4733 4680 4446 4506 4669 4656 18
21 6211 6275 6371 6873 6576 6405 6445 6624 6556 345
22 3572 3573 3552 3607 3521 3503 3526 3607 3648 76
31 11316 11438 11514 10914 11644 11420 11683 11861 12073 757
32 7325 7071 7124 7134 7224 7156 7283 7523 7268 -57
33 12585 12379 12913 12304 12573 12648 12900 13011 13030 445
4 11817 12388 13246 13069 14019 14387 14451 15148 15430 3613
51 8559 8337 8560 8565 9050 9019 9487 9459 9414 855
52 9671 9865 9725 9537 10190 10492 10688 11364 11446 1775
53 5610 5680 5971 5776 5861 6265 6405 6368 6718 1108
Ign 715 703 617 745 601 636 100 289 293 -422
MRJ 82019 82341 84415 83257 85939 86377 87474 89923 90532 8513
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao analisar o percentual da variaccedilatildeo dos nascidos vivos nos triecircnios 20072009
20102012 e 20132015 observa-se que o MRJ teve um aumento de 77 enquanto o
percentual da variaccedilatildeo da AP 10 sofreu um decreacutescimo de 19 A regiatildeo dos bairros do
Centro da cidade e adjacecircncias foi a uacutenica AP que apresentou um decreacutescimo do nuacutemero de
44
nascimentos considerados o primeiro e uacuteltimo triecircnio analisados enquanto a AP 40
apresentou o maior aumento do nuacutemero de nascidos vivos no mesmo periacuteodo
correspondendo a um aumento de 202 como podemos ver na Tabela 5 O Graacutefico 5
mostra a variaccedilatildeo do percentual dos nascidos vivos por AP e na totalidade do MRJ de 2007 a
2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
N
Variaccedilatildeo
1 14092 13859 13831 -261 -19
21 18857 19854 19625 768 41
22 10697 10631 10781 84 08
31 34268 33978 35617 1349 39
32 21520 21514 22074 554 26
33 37877 37525 38941 1064 28
4 37451 41475 45029 7578 202
51 25456 26634 28360 2904 114
52 29261 30219 33498 4237 145
53 17261 17902 19491 2230 129
MRJ 248775 255573 267929 19154 77
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 5 -Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP
MRJ 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
45
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao observamos o peso ao nascimento constatamos que apesar de ter havido uma
reduccedilatildeo do nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) entre 2007 e 2015 em
todas as AP a AP 51 apresentou aumento de seu percentual (98) como mostra a Tabela 6
A AP 10 apresentou o maior decreacutescimo da proporccedilatildeo de nascimentos de crianccedilas com baixo
peso havendo diminuiccedilatildeo desta proporccedilatildeo em quase todas as aacutereas exceto 51 e 53
Considerando-se os triecircnios estudados constata-se uma diminuiccedilatildeo gradativa do
percentual de nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) no municiacutepio do
Rio de Janeiro assim como tambeacutem representado no Graacutefico 6 e apresentado na Tabela 7
sendo que na AP 10 esta variaccedilatildeo foi a de maior valor
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP do MRJ de 2007209 a 201315
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao Nascer lt 2500g
AP Resid 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10 110 103 101 105 98 97 93 89 96
21 89 91 95 96 90 90 81 92 87
22 94 99 95 101 103 85 88 85 91
31 97 97 101 100 95 100 92 95 90
32 103 94 98 102 98 99 99 91 101
33 100 100 99 95 94 96 93 96 96
4 95 96 95 92 88 92 89 94 94
51 95 96 97 92 89 98 91 88 98
52 95 89 92 92 92 85 94 90 83
53 96 92 94 92 95 95 95 89 96
MRJ 97 95 97 96 93 94 92 92 93
46
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 104 100 92 -116
21 92 92 87 -52
22 96 96 88 -81
31 98 99 92 -63
32 98 100 97 -17
33 100 95 95 -47
4 96 91 92 -33
51 96 93 92 -42
52 92 89 89 -30
53 94 94 94 -08
MRJ 96 94 92 -43
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Com relaccedilatildeo aos nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes eles diminuiacuteram
ao longo do periacuteodo analisado em todo o MRJ e em todas as AP Em 2015 o percentual de
nascimentos de matildees adolescentes foi de 153 no MRJ enquanto em 2007 era de 172 No
triecircnio 201315 esse percentual meacutedio foi de 159 em contraste com 169 do primeiro
triecircnio apresentando assim uma reduccedilatildeo de quase 6 como pode ser visto na Tabela 8 O
maior percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 201315 correspondeu agrave AP
53 (214) e o menor percentual correspondeu ao da AP 21(84) As maiores variaccedilotildees do
percentual nos triecircnios estudados ocorreram nas aacutereas 21 e 22 onde os bairros apresentam
melhores indicadores econocircmicos e sociais
47
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e
Variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 197 185 181 -81
21 102 93 84 -176
22 125 113 103 -176
31 187 187 183 -21
32 166 157 152 -84
33 178 181 174 -22
4 138 131 123 -108
51 187 186 179 -48
52 180 174 169 -61
53 223 209 214 -40
MRJ 169 163 159 -59
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Observamos um aumento do percentual de nascimento por parto cesaacutereo nos trecircs
triecircnios estudados em todo o MRJ como pode ser visto na Tabela 9 Nota-se que no segundo
triecircnio (20102012) houve um aumento do percentual em todas as AP em relaccedilatildeo ao primeiro
triecircnio (20072009) A maior variaccedilatildeo do percentual por nascimento por parto cesaacutereo se deu
na AP 52 (147) enquanto a menor variaccedilatildeo ocorreu na AP 31 (01) As aacutereas 52 e 53
apresentaram um aumento importante de partos cesaacutereos Na AP 10 este aumento percentual
foi dos menores no MRJ
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 478 523 486 16
21 626 650 640 21
22 657 677 670 19
31 514 540 515 01
32 546 591 572 49
33 534 569 577 82
4 575 611 615 70
51 525 552 534 18
52 506 562 580 147
53 419 468 477 140
MRJ 536 574 567 58
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
48
Os nascimentos com registro no SINASC de adequado nuacutemero de consultas de preacute-
natal tambeacutem foi verificado levando-se em conta a associaccedilatildeo teoacuterica desta assistecircncia com
morbidade e mortalidade infantis Em todo o MRJ houve um aumento do percentual de
nascimentos com 7 ou mais consultas de preacute-natal de 2007 a 2015 exceto na AP 33 onde
houve diminuiccedilatildeo do seu percentual A AP 10 apresentou 724 desses nascimentos em
2015 como mostra a Tabela 10 com 7 ou mais consultas de preacute-natal
Atraveacutes do Graacutefico 7 pode ser observado um decreacutescimo de nascimentos de gestantes
com menos de 7 ou mais consultas de preacute-natal em quase todas as AP sendo a reduccedilatildeo mais
importante a ocorrida na AP 21 (309) e exceto na AP 33 com um aumento de 11 de
gestantes com menos de 7ou mais consultas de preacute-natal
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal
No periacuteodo MRJ 2007 a 2015 AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
1 647 647 624 633 647 648 696 705 724
21 802 825 811 796 794 836 855 829 839
22 817 816 816 814 781 812 808 810 823
31 649 619 598 590 597 635 670 700 722
32 674 672 672 676 657 706 740 761 762
33 689 641 674 639 625 652 662 659 668
4 710 685 662 658 648 705 741 726 766
51 674 625 615 615 619 635 657 684 709
52 661 628 617 630 641 662 689 699 733
53 589 593 611 571 581 612 669 724 768
MRJ 685 663 658 650 647 679 708 717 741
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
49
Os nascimentos em unidades SUS no MRJ apresentaram uma meacutedia de 579 em
20132015 quando eram 548 em 20072009 Na AP 10 houve um aumento de 170 em
relaccedilatildeo a esses nascimentos em contraste com a AP 22 que teve uma reduccedilatildeo de mais de
50 como mostra a Tabela 11 Uma provaacutevel ampliaccedilatildeo de oferta de leitos SUS para a
assistecircncia ao parto na AP 10 pode ser estimada a partir do importante acreacutescimo na
proporccedilatildeo de nascimentos no SUS nesta aacuterea comparando-se este dado com a variaccedilatildeo
meacutedia do MRJ
O percentual de nascimentos no SUS no triecircnio 201315 foi maior nas AP 53
(765) AP 51(699) e AP 31(671) e os menores percentuais corresponderam agraves AP
22(164) e AP 21 (263) Nos trecircs triecircnios estudados o maior aumento do percentual de
nascimentos no SUS se deu na AP 31 (145) e a AP 22 apresentou um decreacutescimo
importante de 173
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015
Variaccedilatildeo
10 538 563 629 170
21 245 266 263 72
22 337 230 164 -513
31 526 651 671 275
32 578 572 570 -13
33 583 621 616 57
4 512 513 509 -06
51 663 682 699 54
52 633 625 628 -07
53 750 725 765 21
MRJ 548 567 579 57
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
As observaccedilotildees das variaacuteveis apresentadas tendo como fonte o SINASC natildeo
permitiram identificar padratildeo de variaccedilatildeo que tivesse relaccedilatildeo teoacuterica com o aumento da
Mortalidade Infantil na AP 10 no ano de 2015 salvo a questatildeo do aumento da natalidade
fato estes comem a todas as aacutereas da Cidade no periacuteodo estudado
50
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ
A mortalidade infantil no municiacutepio do Rio de Janeiro apresenta uma tendecircncia
decrescente haacute vaacuterios anos e estudos de Matos et al (2007) sobre mortalidade infantil no MRJ
no periacuteodo de 1979 a 2004 demonstraram que houve um decreacutescimo de todos os
componentes relativos aos oacutebitos infantis nesse periacuteodo
No Graacutefico 8 pode-se observar de que maneira ocorreu essa tendecircncia decrescente
das TMI e seus componentes no MRJ de 1980 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
51
A Tabela 12 apresenta as variaccedilotildees das TMI e seus componentes no MRJ ao longo dos
triecircnios 20072009 20102012 e 20132015 verificando-se uma variaccedilatildeo negativa destes
indicadores ou seja a reduccedilatildeo da mortalidade infantil em todos os seus componentes
principalmente da mortalidade ocorrida no periacuteodo poacutes-neonatal com uma reduccedilatildeo importante
de 168
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados Faixa Etaacuteria Infan 20072009 20102012 20132014 Faixa
Etaacuteria inf
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 lt 7d -73
07-27 23 21 22 07-27 -60
28d-lt1 49 47 41 28d-lt1 -168 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis eacute uma importante estrateacutegia da vigilacircncia da
mortalidade (BRASIL 2009) cujos objetivos se relacionam agrave possibilidade de contribuir para
o desenvolvimento de accedilotildees especiacuteficas que visem a reduccedilatildeo dessas taxas A investigaccedilatildeo dos
oacutebitos infantis iniciou-se no municiacutepio do Rio de Janeiro em 2006 e no ano seguinte que
representa o limite inicial do presente estudo foram apenas investigados 347 dos oacutebitos
infantis (SMS 2016) Em 2015 ocorreram 1094 oacutebitos infantis sendo investigados 904
oacutebitos ou seja 826 do total demonstrando um incremento importante dos oacutebitos
investigados como mostra o Graacutefico 9
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A Tabela 13 e o Graacutefico 10 mostram que foram investigados 754 dos oacutebitos
relativos ao periacuteodo neonatal precoce (lt 7 dias) 845 no periacuteodo neonatal tardio e 915
ao periacuteodo poacutes-neonatal no MRJ em 2015
52
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ Faixa Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 384 648 702 738 832 880 828 801 754
07-27 460 598 644 749 838 889 864 870 845
28d-lt1 250 573 609 776 781 848 886 910 915
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tambeacutem foram observados os oacutebitos referentes a algumas variaacuteveis de risco como a
idade da matildee a idade gestacional das matildees e o peso do RN ao nascer considerando a
proporccedilatildeo de oacutebitos infantis por cada uma dessas variaacuteveis nas aacutereas e MRJ
A Tabela 14 apresenta a proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis ocorridos em matildees nas
diferentes faixas etaacuterias Houve um aumento do percentual de oacutebitos em matildees nas faixas
etaacuterias de 20 a 24 anos 45 a 49 anos diminuiccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis nas
adolescentes
53
Tabela 14 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee MRJ
Idade
Matildee
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10-14 07 15 06 09 06 21 14 14 16
15-19 179 147 161 167 183 181 185 162 169
20-24 215 228 210 190 203 212 199 240 209
25-29 181 191 186 203 171 188 202 215 197
30-34 156 138 139 145 158 152 157 179 176
35-39 69 80 89 96 101 109 112 101 139
40-44 29 28 33 33 40 34 35 44 48
45-49 06 04 03 02 02 02 02 06 01
Ign 159 168 172 155 136 102 95 38 46
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Outra variaacutevel de risco para os oacutebitos infantis se relaciona agrave idade gestacional das
matildees O maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 ocorreu entre a 37- 41 semanas de
gestaccedilatildeo correspondendo a um total de 167 oacutebitos de 2007 a 2015 Tambeacutem houve um
grande nuacutemero de oacutebitos (129 oacutebitos) entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo nesse periacuteodo A
soma dos oacutebitos infantis ocorridos nesses dois periacuteodos de gestaccedilatildeo correspondeu a um pouco
mais da metade do nuacutemero de oacutebitos totais no periacuteodo analisado conforme mostra a Tabela
15
Tabela 15 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Semanas
Gestaccedilatildeo
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Menos 22 22 23 71 26 73 61 68 58 63
22 a 27 227 246 196 212 181 197 205 228 228
28 a 31 165 155 174 155 136 156 144 159 143
32 a 36 193 169 173 224 140 170 178 173 182
37 a 41 248 242 262 254 212 249 260 288 294
42 e mais 11 16 13 10 14 10 09 14 10
Natildeo informado 133 148 111 119 244 157 135 80 80
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Um importante fator a ser observado se refere ao peso da crianccedila ao nascer uma vez
que ele se encontra estreitamente relacionado ao oacutebito infantil A Tabela 16 apresenta o
54
percentual de oacutebitos ocorridos em RN com menos de 2500g sendo de 599 em 2007 e de 629
em 2015 mostrando algum decreacutescimo na proporccedilatildeo de oacutebitos infantis com peso adequado ao
nascimento
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Peso
nascer (500g)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
0g a 499g 53 54 112 50 58 49 53 44 50
0500g a 0999g 285 288 236 272 246 269 261 303 291
1000g a 1499g 99 117 105 103 105 114 124 120 109
1500g a 1999g 79 73 69 72 98 70 79 70 88
2000g a 2499g 83 67 68 76 74 83 73 97 101
2500g a 2999g 90 88 100 146 127 100 114 130 130
3000g a 3499g 91 95 108 82 93 127 109 138 129
3500g a 3999g 39 39 49 42 47 55 50 60 62
4000g a 4499g 09 06 11 08 08 08 23 13 19
4500g e mais 04 04 03 04 03 07 05 07 05
Ignorado 166 169 140 145 141 117 110 19 16
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
55
53 Mortalidade Infantil na AP 10
Em relaccedilatildeo a AP 10 apresentaremos os nuacutemeros absolutos dos oacutebitos infantis
ocorridos entre 2007 e 2015 e a proporccedilatildeo de seus componentes no mesmo periacuteodo
Como pode ser verificado na Tabela 17 em 2015 ocorreram 67 oacutebitos infantis sendo
esse nuacutemero de oacutebito infantil maior do que o apresentado no iniacutecio do periacuteodo de expansatildeo
recente da APS determinando assim o fato que motivou e caracterizou o interesse desse
estudo principalmente porque foram 17 oacutebitos a mais que os do ano anterior exatamente
quando a aacuterea jaacute atingia maior cobertura da ESF A maior proporccedilatildeo de oacutebitos de concentra
no periacuteodo neonatal precoce sendo observada uma variaccedilatildeo negativa da proporccedilatildeo de oacutebitos
poacutes-neonatais como esperado como ser observado na Tabela 18
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 por componentes de 2007 a 2015 Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 31 31 38 33 25 26 25 25 35
07-27 11 14 12 10 9 8 10 10 12
28d-lt1 24 23 32 19 24 16 28 15 20
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 470 456 463 532 431 520 397 500 522
07-27 167 206 146 161 155 160 159 200 179
28d-lt1 364 338 390 306 414 320 444 300 299
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Em relaccedilatildeo agraves taxas de mortalidade infantil na AP 10 durante o periacuteodo estudado
observa-se que 2008 2009 2013 e 2015 houve aumento dessas taxas principalmente no
periacuteodo neonatal precoce como se observa na Tabela 19 Quando comparamos essas mesmas
taxas de mortalidade agraves taxas de mortalidade infantil no MRJ vemos na Tabela 20 que as
TMI foram mais elevadas na AP 10 do que no MRJ nesses anos A mortalidade neonatal
precoce foi o componente da MI com maiores taxas A TMI no MRJ em 2015 se apresentou
56
menor do que a TMI em 2007 Fato esse que natildeo ocorreu na AP 10 quando a TMI aumentou
em 2015 em relaccedilatildeo a 2007
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 67 67 79 70 53 58 55 54 75
07-27 24 30 25 21 19 18 22 21 26
28d-lt1 52 50 66 40 51 36 62 32 43
Total 142 147 170 131 124 112 140 107 144 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 612 601 643 638 567 581 609 540 568
07-27 212 26 223 206 194 229 226 203 221
28d-lt1 483 498 500 466 490 457 431 384 416
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
As mesmas informaccedilotildees quando analisadas de modo que sejam observados os
valores natildeo por cada ano mas sim pelos os triecircnios estudados permitem identificar que o
nuacutemero de oacutebitos infantis e as TMI nos seus trecircs componentes principais se apresentaram
com decreacutescimo na AP 10 e no MRJ como se pode ver nas Tabelas 21 e 22 Entretanto a
variaccedilatildeo percentual na TMI e nos seus componentes foi maior na AP 10 que a variaccedilatildeo
percentual meacutedia do MRJ
Tabela 21 - TMI por componentes na AP 10 e por triecircnio de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 71 61 61 -10 -141
07-27 26 19 23 -03 -113
28d-lt1 56 43 46 -10 -178
Total 153 123 130 -23 -150 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 22 - TMI por componentes no MRJ e por triecircnio no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 -05 -80
07-27 23 21 22 -01 -43
28d-lt1 49 47 41 -08 -163
Total 134 127 120 -14 -104
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
57
No Graacutefico 11 estatildeo representadas as variaccedilotildees das TMI na AP 10 por componentes
nos trecircs triecircnios estudados
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10
Por triecircnio de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Na Mortalidade Infantil Proporcional por faixa etaacuteria observamos a manutenccedilatildeo do
padratildeo com maior proporccedilatildeo de oacutebitos infantis neonatais precoces o que jaacute se apresentava
desde o iniacutecio do periacuteodo estudado assim como jaacute era uma tendecircncia conhecida a partir dos
anos 90 na AP 10 como observada na Tabela 23
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015
lt 7d 463 494 472
07-27 171 159 178
28d-lt1 366 347 350
Total 1000 1000 1000
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
58
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10
Analisando as causas de oacutebitos infantis por capiacutetulos e categorias do Coacutedigo
Internacional de Doenccedilas (CID) vemos que a maior causa de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
correspondeu ao XVI capiacutetulo do CID ou seja por ldquoAlgumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatalrdquo (607 oacutebitos ou 555) Em seguida os oacutebitos mais preponderantes se relacionaram
ao XVII capiacutetulo do CID que trata de ldquoMalformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias
cromossocircmicasrdquo (233 oacutebitos) Essas duas causas somadas equivalem a mais ou menos 75
das causas de oacutebitos infantis por capiacutetulo do CID Considerando o periacuteodo de 2007 a 2015 as
causas mais preponderantes de oacutebitos infantis foram as mesmas observadas em 2015
Em relaccedilatildeo agrave categoria do CID a maior causa de mortalidade infantil no MRJ em
2015 correspondeu ao ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relacionadas com a gravidez atualrdquo (CID P00) Malformaccedilotildees congecircnitas
deformidades e anomalias cromossocircmicas (principalmente por ldquoOutras malformaccedilotildees
congecircnitas do coraccedilatildeordquo- CID Q24) ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CIDP36) e
ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por complicaccedilotildees maternas gravidezrdquo (CID P01)
Os oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ no periacuteodo de
2007 a 2015 satildeo apresentados no ANEXO 3 Natildeo estatildeo apresentadas as informaccedilotildees sobre
Mortalidade Infantil por grupo de causas para a AP 10 tendo em vista que o padratildeo de
distribuiccedilatildeo eacute semelhante ao do MRJ onde se apresenta um perfil de causas compatiacuteveis com
a classificaccedilatildeo sobre evitabilidade que seraacute apresentada depois
O Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave
gravidez atual corresponderam ao maior percentual de causa de morte infantil em 2015 no
MRJ e apresentou elevaccedilatildeo de seu percentual quando comparado a 2007 quando o
Desconforto Respiratoacuterio do Receacutem-Nascido era a causa mais preponderante como se
observa na Tabela 24 e Graacutefico 12
59
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Causa (CID10) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
P00 Feto e RN afetados por af
maternas natildeo obrigrelacionadas agrave
gravidez atual 54 55 90 100 88 112 123 95 98
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido 120 95 98 87 74 63 71 79 56
P36 Septicemia bacteriana do RN 70 80 68 61 48 58 70 79 89
P01 Feto e RN afetados por compl
maternas da gravidez 28 44 57 51 62 63 57 52 59
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircnitas do
coraccedilatildeo 51 51 44 39 47 48 56 55 37
P02 Feto e RN afetados por compl
placenta cordatildeo umb e membr 32 41 33 48 41 53 45 33 56
J18 Pneumonia pmicro-org NE 47 32 41 30 39 38 42 27 37
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade 35 27 26 37 38 28 25 27 23
P21 Asfixia ao nascer 41 38 37 23 19 20 20 24 28
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 13 19 17 32 27 31 21 21 27
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 12 ndash Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
O Graacutefico 13 mostra o aumento da TMI devido ao Feto e RN afetados por afecccedilotildees
maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual (CID P00) e a diminuiccedilatildeo da
TMI por Desconforto respiratoacuterio do receacutem-nascido (CID P22) apoacutes uma pequena elevaccedilatildeo
em 2014 A Tabela 25 mostra que a elevaccedilatildeo do Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas
natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual como causa da mortalidade infantil no
triecircnio 20132015 foi a mais acentuada (variaccedilatildeo de 39) e o Desconforto respiratoacuterio do
receacutem-nascido representou maior decreacutescimo no mesmo triecircnio com uma diminuiccedilatildeo de
36
60
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 25 ndash MI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio Causa (CID10) 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
P00 Fetos e receacutem-nascidos afetados por afec
maternas natildeo obr relacionados a gravidez
atual
67 100 106
39
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido
104 75 68
-36
P36 Septicemia bacteriana do receacutem-nascido 73 56 79
06
P01 Feto rec-nasc afet complic maternas
gravidez
43 59 56
13
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircn do coraccedilatildeo 49 44 49
0
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr
35 47 45
10
J18 Pneumonia pmicro-org NE 40 36 36 -04
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade
29 34 25
-04
P21 Asfixia ao nascer 39 21 24 -15
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 16 30 23 07
Total geral 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Lembrando o conceito de Malta (2010) sobre a morte infantil causada por afecccedilotildees
evitaacuteveis por intervenccedilotildees no SUS ou seja aquelas passiacuteveis de serem prevenidas ou
reduzidas por serviccedilos eficientes de sauacutede verificamos a seguir de que maneira ocorreram as
principais causas evitaacuteveis no MRJ e na AP 10 em particular
Segundo a Lista Brasileira de Causas Evitaacuteveis feita com dados do Sistema de
Informaccedilotildees sobre Mortalidade dispotildee-se de subgrupos de causas Esses subgrupos
correspondem agraves causas evitaacuteveis que satildeo aquelas Reduziacuteveis pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave
61
mulher no parto Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequados e Reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculada a
accedilotildees de atenccedilatildeo
As principais causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 foram relacionadas agraves causas
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (349 oacutebitos infantis) correspondendo a
319 dos oacutebitos Outras causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis de menores proporccedilotildees foram as
causas tais como ldquoReduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeordquo e agraves ldquoCausas mal definidasrdquo 05
e 33 respectivamente em 2015 como apresenta a Tabela 26 As ldquoDemais causas (natildeo
claramente evitaacuteveis)rdquo apresentaram um nuacutemero de 294 oacutebitos correspondendo somente a
269 do total Em resumo as causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
corresponderam a 698 como visualisamos na Tabela 27 Jaacute a Tabela 28 representa a
pequena diminuiccedilatildeo da TMI por causas evitaacuteveis no MRJ em 2015 (841000) em relaccedilatildeo agrave
TMI em 2007 de 891000 por causas evitaacuteveis
Tabela 26 -Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade no MRJ Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 03 03 01 03 04 05 00 03 05
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
na gestaccedilatildeo
269 274 319 320 309 331 351 320 319
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
no parto
104 99 94 80 77 76 73 75 86
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-
nascido
140 155 141 123 112 115 127 141 147
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e
tratamento adequado
112 87 95 72 101 89 96 72 79
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede
vinculada agraves accedilotildees de atenccedilatildeo
49 63 61 64 63 71 53 61 63
2 Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 277 279 256 289 292 278 265 296 269
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Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 677 682 710 662 667 687 701 671 698
Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
Natildeo claramente evitaacuteveis 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
62
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 89 93 97 87 83 87 89 76 84
Causas mal definidas 06 05 05 06 05 04 04 04 04
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 38 35 38 37 35 34 33 32
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo agora considerados os valores por triecircnios atraveacutes das taxas e da proporccedilatildeo por
grupo de causas nestes grupos segundo as informaccedilotildees descritas nas tabelas abaixo
Ao estudarmos os triecircnios no MRJ observamos que as causas Reduziacuteveis por
adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram as que apresentaram a maior taxa de
mortalidade infantil nos trecircs triecircnios como mostra a Tabela 29 As Causas mal definidas
foram as que tiveram maior reduccedilatildeo nos triecircnios estudados (-240) apresentada na Tabela
30 e Graacutefico 14 resultado que pode ser atribuiacutedo como decorrente da melhor investigaccedilatildeo
dos oacutebitos
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 00
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 39 41 40
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 13 10 09
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 20 15 17
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento
adequado
13 11 10
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a
accedilotildees de atenccedilatildeo
08 08 07
2 Causas mal definidas 05 05 04
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 36 37 33
Total 134 128 120
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeosegundo evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 93 86 83 -105
Causas mal definidas 05 05 04 -240
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 37 33 -87
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
63
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo apresentados os dados relacionados aos oacutebitos infantis evitaacuteveis de residentes na
aacuterea da AP 10 com os valores por ano no periacuteodo de 2007 a 2015 atraveacutes do nuacutemero
absoluto de oacutebitos da proporccedilatildeo por grupo de causas e as respectivas taxas por cada ano Em
seguida as informaccedilotildees apresentadas estatildeo agrupadas por triecircnio considerando-se o periacuteodo
de 2007 a 2015
O fato que chamou a atenccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo na AP 10 foi que
ocorreram 67 oacutebitos infantis em 2015 sendo 48 (716) desses oacutebitos ocorreram por causas
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS como pode ser observado nas Tabela 31 e Tabela 32
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 44 47 58 38 34 38 45 36 48
Causas mal definidas 2 3 1 8 4 2 1 1 2
Natildeo claramente evitaacuteveis 20 18 23 16 20 10 17 13 17
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
64
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 667 691 707 613 586 760 714 720 716
Causas mal definidas 30 44 12 129 69 40 16 20 30
Natildeo claramente evitaacuteveis 303 265 280 258 345 200 270 260 254
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 33 - TMI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 95 101 120 80 73 85 100 77 103
Causas mal definidas 04 06 02 17 09 04 02 02 04
Natildeo claramente evitaacuteveis 43 39 48 34 43 22 38 28 37
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A taxa de mortalidade por causas evitaacuteveis na AP 10 no ano de 2015 foi uma das
maiores do periacuteodo estudado de 103 por mil nascidos vivos sendo poreacutem menor que a taxa
que ocorreu 2009 de 120 oacutebitos em mil nascidos vivos como mostra a Tabela 33
Em todo o periacuteodo estudado as mortes por causas evitaacuteveis foram as que apresentaram
maior nuacutemero em relaccedilatildeo agraves demais causas Ainda na Tabela 33 podemos observar que a
TMI por Causas evitaacuteveis na AP 10 em 2015 (103 por 1000 nascidos vivos) se apresentou
maior do que no ano de 2007 (95) Poreacutem quando analisamos as TMI por triecircnios
verificamos que houve uma pequena reduccedilatildeo da mortalidade infantil por causas evitaacuteveis
assim como as demais causas
Quando analisamos os triecircnios observamos que a TMI na AP 10 por causas de morte
evitaacuteveis decresceu de 1061000 em 20072009 para uma taxa de 931000 em 20132015
As causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram responsaacuteveis pelo
maior percentual de causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis apresentando 333 no triecircnio
20132015 apresentado nas Tabelas 34 35 e 36 embora tenha tido uma diminuiccedilatildeo de sua
TMI no triecircnio 200132015 em relaccedilatildeo ao triecircnio 20072009
65
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 06
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 329 359 333
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 93 76 67
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 116 94 139
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequado 102 71 78
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo
51 47 94
2 Causas mal definidas 28 82 22
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 282 271 261
Total 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10 Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 106 79 93 -13
Causas mal
definidas
04 10 03 -01
Natildeo claramente
evitaacuteveis
43 33 34 -09
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de
imunizaccedilatildeo
00 00 01 01
121 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
50 44 43 -07
122 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher no parto
14 09 09 -05
123 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao receacutem-nascido
18 12 18 0
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequado
16 09 10 -06
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave
sauacutede vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo
08 06 12 04
2 Causas mal definidas 04 10 03 -01
3 Demais causas (natildeo claramente
evitaacuteveis)
43 33 34 -09
Total 153 123 130 -23 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
66
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs
A seguir os dados analisados no presente estudo estatildeo resumidos incluindo-se
informaccedilotildees de todas as aacutereas da Cidade sendo apresentados na Tabela 37
Desse modo podemos constatar que em todas as AP exceto na AP 10 e na AP 32
houve um aumento da taxa de natalidade de 2007 a 2015 no municiacutepio do Rio de Janeiro O
percentual de crianccedilas nascidas com baixo peso na AP 10 foi equivalente ao MRJ em 2015
apresentado a maior reduccedilatildeo de todas as AP
Embora a proporccedilatildeo de nascimentos com menos de 7 consultas preacute-natal na AP 10
tenha diminuiacutedo no triecircnio 201315 essa reduccedilatildeo foi inferior a reduccedilatildeo ocorrida em todo o
municiacutepio do Rio de Janeiro Ainda na AP 10 podemos observar que apesar de ainda
apresentar um grande percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 20132015
ela teve uma reduccedilatildeo maior do que a ocorrida no MRJ no mesmo triecircnio
O maior percentual de parto cesaacutereo ocorreu na AP 22 enquanto a AP 10 apresentou
um dos menores percentuais nesse uacuteltimo triecircnio estudado O maior aumento do percentual de
partos cesaacutereos em 2015 ocorreu na AP 53 enquanto o menor aumento desse percentual
ocorreu na AP 31
A maior proporccedilatildeo de parto realizado nos SUS aconteceu na AP 53 No triecircnio
20132015 a maior taxa de moralidade infantil se deu na AP 33 e a taxa de mortalidade
infantil estimada para o triecircnio na AP 10 foi de 131000 sendo maior do que a verificada no
MRJ taxa de 120 A AP 21 foi a que apresentou a menor taxa no uacuteltimo triecircnio do estudo
de 85
A taxa de mortalidade neonatal foi maior do que a taxa de mortalidade poacutes-neonatal agrave
custas da maior incidecircncia de oacutebitos no periacuteodo neonatal precoce A TMI por causas evitaacuteveis
diminuiu em todas as AP no triecircnio 201315 quando comparada ao triecircnio 200709 exceto
nas AP 33 e AP 53 A maior reduccedilatildeo dessa TMI ocorreu na AP 22 com uma diminuiccedilatildeo de
4444
67
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash
MRJ e APs ndash 2007 e 2017
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Taxa de
Natalidade
2007
1605
978
966
1289
1289
1342
1425
1274
1511
1603
1329
Taxa de
Natalidade
2015
1563
1028
983
1362
1275
1383
1696
1403
1721
1824
1432
Percentual
de BPN
triecircnio
20132015
92
87
88
92
97
95
92
92
89
94
92
Variaccedilatildeo
BPN
2007-2009 e
2013-2015
-116
-52
-81
-63
-17
-47
-33
-42
-30
-08
-43
Proporccedilatildeo
de Nasc
com menos
de 7 cons
Preacute Natal
Triecircnio
20132015
278
120
148
292
230
314
219
284
272
274
254
Variaccedilatildeo
da Propde
Nasc com
menos de 7
cons Preacute
Natal
2007-2009 e
2013-2015
-158
-309
-134
-163
-230
11
-248
-187
-137
-284
-170
Propde
Nasc de
Matildees
Adolesc
Triecircnio
20132015
181
84
103
183
152
174
123
179
169
214
159
Variaccedilatildeo
de Nasc de
Matildees Adol
20072009 e
20132015
-79
-169
-180
-21
-86
-20
-107
-42
-62
-41
-62
Proporccedilatildeo
de Nascim
Parto
Cesaacutereo
Triecircnio
20132015
486
640
670
515
572
577
615
534
580
477
567
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto
Cesaacutereo-
Triecircnio
20072015
16
21
19
01
49
82
70
18
147
140
57
68
(cont)
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Proporccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
Triecircnio
20132015
629
263
164
671
570
616
509
699
628
765
579
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
20072015
170
72
-513
275
-13
57
-06
54
-07
21
57
TMI total
20132015
130
85
77
129
114
140
100
133
109
171
120
TMI
Neonatal
Precoce
20132015
61
42
40
54
48
77
47
62
52
84
57
TMI
Neonatal
Tardia
20132015
23
19
10
26
23
21
19
24
20
30
22
TMI
Neonatal
20132015
84
61
50
80
71
98
67
86
72
114
79
TMI Poacutes
Neonatal
20132015
46
23
27
49
43
43
34
47
37
57
41
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20072009
106
59
81
95
90
96
75
108
96
115
93
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20132015
93
53
45
89
70
100
63
95
78
135
83
Variaccedilatildeo
de Oacutebitos
Infantis por
Causas
Evitaacuteveis
20072015
-1226
-1016
-4444
-631
-2222
416
-160
-1203
-1875
1739
-1075
Fonte SIMSINASCSVSSMS Rio-2017
69
6 DISCUSSAtildeO
Os indicadores de sauacutede podem ser afetados em seus valores ao longo do tempo
quando satildeo disponibilizados melhores serviccedilos de atenccedilatildeo agrave sauacutede assim como quando satildeo
observadas melhores condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo Inclusive iniciativas de poliacuteticas
puacuteblicas que visem beneficiar a populaccedilatildeo satildeo tatildeo importantes que podem afetar diretamente
a ocorrecircncia de fatores de risco
Neste estudo pocircde-se observar alteraccedilatildeo de alguns fatores relacionados teoricamente agrave
Mortalidade Infantil para todo o MRJ e na AP 10 quando consideradas as informaccedilotildees sobre
parto e nascimento do SINASC
Considerando a Proporccedilatildeo de Baixo Peso ao nascer houve um decreacutescimo de 116
de nascimento de crianccedilas com baixo peso (lt 2500g) na AP 10 o maior decreacutescimo entre as
aacutereas programaacuteticas O MRJ tambeacutem apresentou reduccedilatildeo desse percentual Para Gaiva (2014)
um grande nuacutemero de estudos aponta o baixo peso como um dos principais fatores
relacionados ao aumento do risco de oacutebito neonatal A prematuridade e o crescimento
intrauterino restrito satildeo os principais determinantes do baixo peso ao nascer e podem ser
avaliados atraveacutes de um acompanhamento preacute-natal de qualidade assim como uma adequada
atenccedilatildeo no momento do parto (GAIVA 2014)
Os nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes diminuiacuteram em todas as AP ao
longo do periacuteodo analisado sendo que o maior decreacutescimo ocorreu na AP 22
A idade materna eacute uma importante caracteriacutestica da gestante que traz riscos evidentes
quando a matildee se encontra abaixo dos 20 anos e quando se encontra acima dos 35 anos de
idade Em um estudo de Lima et al 2010 sobre a associaccedilatildeo entre a mortalidade neonatal
precoce e poacutes-neonatal e a idade da matildee observou-se que quando a idade materna eacute maior de
35 anos e na adolescecircncia haacute associaccedilatildeo respectivamente ao oacutebito neonatal precoce e poacutes-
neonatal Imaturidade bioloacutegica fatores socioeconocircmicos e a natildeo realizaccedilatildeo das consultas
preacute-natais necessaacuterias podem estar associados agraves adolescentes Jaacute as matildees acima de 35 anos
podem apresentar fatores como comorbidades partos ciruacutergicos e fetos com anomalias
congecircnitas que podem levar ao oacutebito infantil apesar de muitas vezes disporem de melhores
condiccedilotildees socioeconocircmicas e adequados cuidados preacute-natais (LIMA et al 2010)
70
Em relaccedilatildeo ao tipo de parto se cesaacutereo ou normal observamos um aumento do parto
cesaacutereo em todo o MRJ sendo que esse aumento foi acentuado nas AP 53 e AP 52 entre
2007 e 2015 No MRJ observou-se um aumento de 57 de parto cesaacutereo enquanto a AP 10
apresentou um aumento de 16 O parto cesaacutereo estaacute cada vez mais frequente no Brasil
assim como no resto do mundo e embora seja cada vez mais seguro ele ainda apresenta riscos
(PATAH 2011) Segundo Lansky (2014) a taxa de cesaacutereas no Brasil era de 535 em 2011
A OMS recomenda que ele seja realizado quando necessaacuterio para evitar complicaccedilotildees para
matildee e filho A Federaccedilatildeo Internacional de Ginecologia e Obstetriacutecia (FIGO) preconiza uma
proporccedilatildeo maacutexima de cesaacutereas ateacute 20 dos partos e a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede ateacute
15 dos partos (Soares 2010) Em um estudo de Sanders et al (2017) para analisar fatores
relacionados ao oacutebito infantil em Fortaleza (Cearaacute) eles verificaram que o parto cesaacutereo
demonstrou ser um fator de proteccedilatildeo para a mortalidade infantil quando realizado em
gestantes de alto risco
O nuacutemero de nascimentos de matildees com adequado nuacutemero de consultas de preacute-natal
tambeacutem eacute importante a ser observado uma vez que as gestantes que realizam menos do que
seis consultas de preacute-natal apresentam risco maior de terem oacutebito fetal (KLEIN et al 2012)
Observamos nesse estudo que o percentual de nascidos vivos de gestantes com 7 ou mais
consultas de preacute-natal aumentou em todas as AP (exceto a AP 33) de 2007 a 2015 As matildees
que realizaram um nuacutemero de consultas menor do que 7 apresentaram um iacutendice de oacutebitos
proporcionalmente maior ratificando o niacutevel de fator de risco de oacutebitos de receacutem-nascidos em
relaccedilatildeo ao numero de consultas preacute-natal Observa-se inclusive que o niacutevel de oacutebitos
decresceu graccedilas ao aumento percentual de incidecircncia de 7 ou mais consulta para as matildees em
todas as AP excetuando as AP 22 e AP 33 Fernandes (2016) reforccedila que a proporccedilatildeo de
atendimentos e consultas de preacute-natal tem sido fundamental na relaccedilatildeo direta da diminuiccedilatildeo
da ocorrecircncia do baixo peso dos receacutem-natos comparando-se com os percentuais de
incidecircncia de baixo peso quando natildeo haacute um expressivo nuacutemero de consultas de preacute-natal
Em relaccedilatildeo agrave idade gestacional o maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 tenha
ocorrido em nascidos vivos entre a 37- 41 semanas de gestaccedilatildeo e somente em seguida os
prematuros entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo de 2007 a 2015 embora um estudo de Klein
(2012) a natimortalidade e a neomortalidade encontrem-se mais associadas agrave baixa idade
gestacional
Os nascimentos ocorridos em maternidades do SUS aumentaram 17 na AP 10 nos
triecircnios analisados presumindo-se aumento de oferta de leitos puacuteblicos na aacuterea enquanto no
71
MRJ houve um aumento menor de 57 Para Barbeiro (2015) a mortalidade fetal pode ser
encontrada em maior nuacutemero em gestantes com condiccedilotildees socioeconocircmicas precaacuterias que
satildeo aquelas que utilizam as maternidades do SUS
Nesse trabalho natildeo foram levados em conta outros fatores de risco para mortalidade
infantil tais como a escolaridade da matildee a presenccedila de gestaccedilotildees anteriores ao parto atual
Apgar de 5ordm minuto menor ou igual a 7 a raccedilacor da matildee entre outros assim como outros
fatores relacionados agrave morte infantil que poderatildeo ser explorados em estudos posteriores
Embora tenha ocorrido um aumento importante de oacutebitos infantis em 2015 na AP 10
que chamou dos gestores da SMS analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP 10
e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes ao
longo do periacuteodo estudado
A taxa de mortalidade infantil na AP 10 em 2015 era de 144 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos superior a do MRJ no mesmo ano que foi de 121 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos Satildeo taxas essas ainda altas quando comparadas a paiacuteses jaacute mencionados como
Japatildeo (TMI 20) Canadaacute (TMI 40) e Estados Unidos da Ameacuterica (TMI 60) (UNICEF
2015)
O componente poacutes-neonatal estaacute mais relacionado agraves condiccedilotildees baacutesicas de sauacutede
como a aacutegua tratada saneamento baacutesico acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede condiccedilotildees
socioeconocircmicas especialmente as relativas agrave renda Essas condiccedilotildees satildeo passiacuteveis de serem
modificadas atraveacutes de uma poliacutetica de sauacutede que atenda a essas necessidades Outros fatores
que influenciam as condiccedilotildees de vida aleacutem da renda familiar satildeo o grau de escolaridade dos
pais o acesso uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel e moradia salubre (FERRARI 2012) Em 2013 as
principais causas poacutes-neonatais no MRJ foram segundo o capiacutetulo da CID 10 as
Malformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias cromossocircmicas (cap XVII) 253 as
Doenccedilas do aparelho respiratoacuterio- pneumonia e bronquiolite aguda- (cap X) 178
Algumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (cap XVI) 128 e Algumas doenccedilas
infecciosas e parasitaacuterias (cap I) 109 As causas baacutesicas segundo causas externas foi por
Riscos NE a respiraccedilatildeo (W84) 50 e Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico (W78) 325(site da
SUBPAV acesso em 18052017)
A principal causa neonatal de oacutebito infantil no MRJ em 2015 correspondeu ao feto e
receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas com agrave
gravidez atual (CID P00) afecccedilotildees essas principalmente relacionadas a transtornos maternos
hipertensivos e do trato urinaacuterio As outras duas grandes causas de morte infantil no MRJ
72
corresponderam a ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CID P36) e ldquoOutras
malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeordquo (CID Q24) Ainda em 2015 698 dos oacutebitos infantis
foram por causas evitaacuteveis no MRJ Houve uma reduccedilatildeo de 105 na taxa de mortalidade
infantil no MRJ por causas evitaacuteveis nos triecircnios analisados Essa reduccedilatildeo deveu-se
principalmente agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Houve um
aumento da TMI devido agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na
AP10 no periacuteodo estudado ainda observa-se uma proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis
por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede relacionadas aos oacutebitos infantis
Em 2015 a AP 10 apresentou 716 dos oacutebitos por Causas evitaacuteveis Houve reduccedilatildeo
de suas TMI nos triecircnios estudados sendo a maior reduccedilatildeo devida agraves Causas Mal Definidas
(reduccedilatildeo de 321) A TMI (103) em 2015 que se relacionou agraves causas evitaacuteveis de oacutebitos
infantis principalmente agraves causas ldquoReduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeordquo
(358) mostram assim a importacircncia da atenccedilatildeo agrave sauacutede da gestante na assistecircncia Preacute Natal
da Atenccedilatildeo Primaacuteria e na rede de serviccedilos
A gestante quando apresenta um nuacutemero de consultas preacute- natais maior ou igual a seis
e o iniacutecio dessas consultas se faz de maneira precoce esses fatores exercem uma proteccedilatildeo agrave
gestante e ao RN A boa qualidade dessa atenccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo tambeacutem faz com que haja
diminuiccedilatildeo da morte infantil (SILVA 2013) Esses oacutebitos poderatildeo ser evitados cada vez
mais atraveacutes de accedilotildees preventivas diagnoacutestico e tratamento precoce pelos serviccedilos de sauacutede
Estudos apontam que o as gestante que realizam 6 ou mais consultas de preacute-natal tem 4 x
menos chances que seu filho venha a oacutebito (BRUM 2015)
A hipertensatildeo eclampsia infecccedilatildeo urinaacuteria hemorragia anemia e idade gestacional
inferior a 37 semanas satildeo fatores relacionados agrave gestante que se associam agrave prematuridade e
ao baixo peso ao nascer Com o controle devido desses fatores atraveacutes de assistecircncia adequada
ao preacute- natal os oacutebitos infantis podem ser evitados (SILVA 2013) Daiacute a importacircncia da
gestante ter faacutecil acesso ao serviccedilo de sauacutede para fazer um exame preacute-natal adequado e ser
referenciada a uma maternidade para completar a sua assistecircncia e a de seu filho A maior
parte dos partos ocorre em hospitais mas isso natildeo impede os altos iacutendices de
morbimortalidade materna e perinatal produzidas por uma assistecircncia possivelmente falha
somada a um desnecessaacuterio e elevado nuacutemero de cesarianas Um adequado controle preacute-natal
assim como a prevenccedilatildeo de cesarianas sem indicaccedilotildees teacutecnicas especiacuteficas levando agrave
prematuridade iatrogecircnica podem contribuir significativamente para a reduccedilatildeo desses oacutebitos
(LANSKY 2014)
73
As afecccedilotildees perinatais encontram-se relacionadas ao cuidado preacute- natal e agrave gestante agraves
condiccedilotildees do receacutem- nascido e ao parto (Bezerra 2007) A concentraccedilatildeo maior das causas
evitaacuteveis desses oacutebitos se encontra no grupo das causas reduziacuteveis pela atenccedilatildeo agrave gestaccedilatildeo
parto feto e receacutem-nato em torno de 39 As reduziacuteveis por adequado atenccedilatildeo ao RN
correspondem a 29 seguidas das causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao parto (15)
Aquelas que estatildeo ligadas a accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequados correspondem a
15 as que necessitam de accedilotildees de promoccedilatildeo vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo se encontram
com 7 das causas e pequena parte se deve a accedilotildees de imunizaccedilotildees (BEZERRA 2007)
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes desse estudo observamos que apesar da Mortalidade Infantil no MRJ e na AP
10 tenham decrescido nos triecircnios analisados ambos satildeo ainda altas taxas de mortalidade
infantil Apesar do decliacutenio da TMI ocorrer haacute deacutecadas se faz necessaacuterio a elaboraccedilatildeo de
estrateacutegias de enfrentamento de suas causas que satildeo na sua maioria evitaacuteveis A ampliaccedilatildeo da
vigilacircncia de oacutebitos no MRJ foi uma importante estrateacutegia implantada a fim de contribuir para
a melhor qualificaccedilatildeo das causas de morte infantil para que se faccedilam accedilotildees que diminuam os
oacutebitos infantis por causas que possam ser evitadas
Em virtude da ocorrecircncia importante de oacutebitos infantis em filhos de matildees
adolescentes haacute portanto a necessidade de incrementar accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo em
sauacutede da mulher principalmente nas faixas etaacuterias extremas e em especial nas adolescentes
Pesquisas relacionadas agrave idade materna assim como a outros fatores relacionados agrave morte
infantil tambeacutem devem ser ampliadas Aleacutem disso eacute importante que se invista em accedilotildees de
poliacuteticas publicas que objetivem conscientizaccedilatildeo desses jovens do ponto de vista da educaccedilatildeo
sexual com orientaccedilotildees sobre o uso de preservativos e planejamento familiar
Devido ao aumento da cesariana tanto no MRJ como na AP 10 esforccedilos devem ser
feitos para que a cesariana seja feita apenas com recomendaccedilotildees teacutecnicas precisas e natildeo
indiscriminadamente para gestante de baixo risco Eacute importante preparar a gestante durante o
cuidado preacute-natal e enfatizar a importacircncia do parto humanizado
Um preacute-natal qualificado agrave gestante tem importacircncia fundamental para a diminuiccedilatildeo
dos oacutebitos infantis
Essa pesquisa foi realizada com a perspectiva de contribuir com a Coordenadoria da
AP 10 atraveacutes de dados recentes para uma melhor visibilidade da tendecircncia da mortalidade
74
infantil e de seus componentes assim como os fatores de risco relacionados Os dados aqui
apresentados seratildeo disponibilizados para a gestatildeo da CAP 10 a fim de que seja produzido um
informe teacutecnico especiacutefico sobre Mortalidade Infantil sensibilizando profissionais e gestores
da APS sobre a necessidade de reduccedilatildeo das causas de oacutebitos evitaacuteveis por intervenccedilotildees do
SUS
Como este foi um estudo exploratoacuterio descritivo natildeo eacute possiacutevel estabelecer-se relaccedilatildeo
entre o aumento da cobertura da APS na aacuterea e os indicadores de oacutebitos infantis Entretanto o
quadro geral apresentado na AP 10 mostra-se como ainda instaacutevel considerando-se a
expectativa de reduccedilatildeo da TMI na medida em que ocorre maior oferta de serviccedilos na APS
75
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2009
80
ANEXO 1
Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
Ano Mecircs Populaccedilatildeo
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Equipe de Sauacutede
Bucal
Modalidade I
Implantados Proporccedilatildeo de cobertura populacional estimada Credenciadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede
1999 01 5569181 0 000 0
1999 12 5569181 0 000 0
2000 01 5598953 0 000 0
2000 12 5598953 22 136 0
2001 01 5613897 22 135 0
2001 12 5897485 19 111 0
2002 01 5897485 19 111 0
2002 12 5897485 23 135 0
2003 01 5897485 23 135 0
2003 12 5937253 23 134 0
2004 01 5937253 23 134 0
2004 12 5974081 57 329 0
2005 01 5974081 57 329 50
2005 12 5974081 96 554 0
2006 01 5974081 98 566 0
2006 12 6094183 118 668 0
2007 01 6094183 119 674 0
2007 12 6136652 131 736 35
2008 01 6136652 144 810 35
2008 12 6136652 128 720 35
2009 01 6161047 124 694 35
2009 12 6161047 165 924 35
2010 01 6161047 170 952 35
2010 12 6186710 266 1483 228
2011 01 6186710 281 1567 228
2011 12 6320446 506 2762 228
2012 01 6320446 585 3193 228
2012 12 6355949 734 3984 528
2013 01 6355949 749 4066 528
2013 12 6390290 730 3941 528
2014 01 6390290 720 3887 528
2014 12 6390290 831 4486 528
2015 01 6390290 832 4492 528
2015 12 6390290 855 4616 528
2016 01 6390290 855 4616 528
Fonte MSSASDAB e IBGE
81
ANEXO 2
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do
Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil
Para menores de 5 anos no Grupo 1 - Causas Evitaacuteveis destacam-se
1 Grupo 1 - Causas evitaacuteveis
11 Reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo Tuberculose do sistema nervoso (A17)
Tuberculose miliar (A19) Teacutetano neonatal (A33) Outros tipos de teacutetano (A35) Difteria
(A36) Coqueluche (A37) Poliomielite aguda (A80) Sarampo (B05) Rubeacuteola (B06)
Hepatite B (B16) Caxumba (B260) Meningite por Haemophilus (G000) Rubeacuteola congecircnita
(P350) Hepatite viral congecircnita (P353)
12 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo parto feto e ao receacutem-nascido
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Siacutefilis congecircnita (A50)
Doenccedilas pelo viacuterus da imunodeficiecircncia humana (B20 a B24) Feto e receacutem-nascidos afetados
por complicaccedilotildees da placenta e das membranas (P022 P023 P027 P028 P029) Afecccedilotildees
maternas que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P00 P04) Complicaccedilotildees maternas da
gravidez que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P01) Crescimento fetal retardado e
desnutriccedilatildeo fetal (P05) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e baixo peso
ao nascer natildeo classificados em outra parte (P07) Siacutendrome da anguacutestia respiratoacuteria do
receacutem-nascido (P220) Hemorragia pulmonar originada no periacuteodo perinatal (P26)
Hemorragia intracraniana natildeo traumaacutetica do feto e do receacutem-nascido (P52) Isoimunizaccedilatildeo Rh
e ABO do feto ou do receacutem-nascido (P550 P551) Doenccedilas hemoliacuteticas do feto ou do
receacutem-nascido devidas agrave isoimunizaccedilatildeo (P558 a P579) Enterocolite necrotizante do feto e
do receacutem-nascido (P77)
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Placenta preacutevia e descolamento
prematuro da placenta (P020 a P021) Feto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees do cordatildeo
umbilical (P024 a P026) Outras complicaccedilotildees do trabalho de parto ou do parto que afetam o
receacutem-nascido (P03) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo prolongada e peso elevado ao
nascer (P08) Traumatismo de parto (P10 a P15) Hipoacutexia intra-uterina e asfixia ao nascer
(P20 P21) Aspiraccedilatildeo neonatal (P24 exceto P243)
82
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido Transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal (P221 P228 P229 P23 P25 P27 P28) Infecccedilotildees
especiacuteficas do periacuteodo perinatal (P35 a P399 exceto P350 e P353) Hemorragia neonatal
(P50 a P54) Outras icteriacutecias perinatais (P58 P59) Transtornos endoacutecrinos e metaboacutelicos
transitoacuterios especiacuteficos e do receacutem-nascido (P70 a P74) Transtornos hematoloacutegicos do
receacutem-nascido (P60 P61) Transtornos do aparelho digestivo do receacutem-nascido (P75 a P78)
Afecccedilotildees que comprometem o tegumento e a regulaccedilatildeo teacutermica do receacutem-nascido (P80 a
P83) Outros transtornos originados no periacuteodo perinatal (P90 a P968)
13 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento Tuberculose respiratoacuteria
com confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A15) Tuberculose das vias respiratoacuterias sem
confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A16) Tuberculose de outros oacutergatildeos (A18)
Meningite (G001 a G03) Infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas superiores (J00 a J06) Pneumonia
(J12 a J18) Outras infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas inferiores (J20 a J22) Edema de laringe
(J384) Doenccedilas crocircnicas das vias aeacutereas inferiores (J40 a J47 exceto J43 e J44) Doenccedilas
pulmonares devidas a agentes externos (J68 a J69) Outras doenccedilas causadas por clamiacutedias
(A70 a A74) Outras doenccedilas bacterianas (A30 A31 A32 A38 A39 A40 A41 A46 A49)
Hipotireoidismo congecircnito (E030 E031) Diabetes mellitus (E10 a E14) Distuacuterbios
metaboacutelicos ndash fenilcetonuacuteria (E700) e deficiecircncia congecircnita de lactase (E730) Epilepsia
(G40 G41) Siacutendrome de Down (Q90) Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio (N390) Febre reumaacutetica e
doenccedila cardiacuteaca reumaacutetica (I00 a I09)
14 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede Doenccedilas infecciosas intestinais (A00 a A09) Algumas doenccedilas bacterianas
zoonoacuteticas (A20 a A28) Febres por arboviacuterus e febres hemorraacutegicas virais (A90 a A99)
Rickettsioses (A75 a A79) Raiva (A82) Doenccedilas devidas a protozoaacuterios (B50 a B64)
Helmintiacuteases (B65 a B83) Outras doenccedilas infecciosas (B99) Anemias nutricionais (D50 a
D53) Deficiecircncias nutricionais (E40 a E64) Desidrataccedilatildeo (E86) Acidentes de transportes
(V01 a V99) Envenenamento acidental por exposiccedilatildeo a substacircncias nocivas (X40 a X44)
Intoxicaccedilatildeo acidental por outras substacircncias (X45 a X49) Siacutendrome da morte suacutebita na
infacircncia (R95) Quedas acidentais (W00 a W19) Exposiccedilatildeo ao fumo ao fogo e agraves chamas
(X00 a X09) Exposiccedilatildeo agraves forccedilas da natureza (X30 a X39) Afogamento e submersatildeo
acidentais (W65 a W74) Outros riscos acidentais agrave respiraccedilatildeo (W75 a W84) Exposiccedilatildeo agrave
corrente eleacutetrica agrave radiaccedilatildeo e a temperaturas e pressotildees extremas do ambiente (W85 a W99)
Agressotildees (X85 a Y09) Eventos cuja intenccedilatildeo eacute indeterminada (Y10 a Y34) Exposiccedilatildeo a
forccedilas mecacircnicas inanimadas (W20 a W49) Acidentes ocorridos em pacientes durante
83
prestaccedilatildeo de cuidados meacutedicos e ciruacutergicos (Y60 a Y69) Reaccedilatildeo anormal em pacientes ou
complicaccedilatildeo tardia causadas por procedimentos ciruacutergicos e outros procedimentos meacutedicos
sem menccedilatildeo de acidentes ao tempo do procedimento (Y83 a Y84) Efeitos adversos de
drogas medicamentos e substacircncias bioloacutegicas usadas com finalidade terapecircutica (Y40 a
Y59)
No grupo 2 - Causas de morte mal-definidas
2 Causas de morte mal-definidas Sintomas sinais e achados anormais de exames cliacutenicos e
de laboratoacuterio natildeo classificados em outra parte (R00 a R99 exceto R95) Morte fetal de causa
natildeo especificada (P95) Afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal natildeo especificadas (P 969)
No grupo 3 - Demais causas de morte (natildeo claramente evitaacuteveis)
1 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) As demais causas de morte O grupo de
especialistas sugeriu que as anaacutelises fossem processadas por peso ao nascer
considerando evitaacuteveis as mortes de casos com peso a partir de 1500g subdivididos
nas seguintes categorias 1500g a 2499g ge2500g Recomendou-se realizar novas
validaccedilotildees da lista e verificar criteacuterios de magnitude para inclusatildeo na lista Os
acidentes de tracircnsitotransporte antes incluindo os coacutedigos V01 a V89 passaram
incluir os coacutedigos de V01 a V99
84
ANEXO 3
Oacutebitos Infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ Causa (CID10 3C) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
P00 -Feto e RN afetados afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relac gravidez atual (NCOP) 58 62 104 109 94 123 137 97 107 891
P22 Desconforto respiratoacuterio do RN 129 106 113 95 79 69 79 80 61 811
P36 Septicemia bacteriana do RN 75 90 78 66 52 64 78 80 97 680
P01 Feto e RN afet complic maternas gravidez 30 49 66 56 67 69 63 53 64 517
Q24 Outr malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeo 55 57 51 42 50 53 62 56 40 466
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr 34 46 38 52 44 58 50 34 61 417
J18 Pneumonia pmicroorg NE 50 36 47 33 42 42 47 27 41 365
R99 Outr causas mal definidas e NE
mortalidade 38 30 30 40 41 31 28 27 25 290
P21 Asfixia ao nascer 44 43 42 25 20 22 22 24 31 273
W84 Riscos NE a respiracao 14 21 20 35 29 34 23 21 30 227
P96 Outr afeccoes originadas periodo
perinatal 31 30 31 29 16 19 26 19 22 223
P07 Transt rel gest curt dur peso baix nasc
NCOP 23 25 30 26 13 11 22 21 23 194
P24 Sindr de aspiracao neonatal 28 17 16 17 20 24 24 22 21 189
Q89 Outr malformaccedilotildees congen NCOP 18 17 18 22 28 26 27 18 15 189
Q33 Malformaccedilotildees congen do pulmao 26 28 26 25 19 16 18 18 9 185
J21 Bronquiolite aguda 14 10 17 16 25 20 20 10 22 154
A50 Siacutefilis congecircnita 5 7 11 20 22 27 23 15 23 153
P77 Enterocolite necrotizante do feto e RN 9 20 14 8 16 21 21 24 20 153
A41 Outr septicemias 29 14 13 13 15 11 19 19 6 139
Q91 Sindr de Edwards e sindr de Patau 10 15 9 14 24 21 11 12 12 128
Q79 Malformaccedilotildees congen sist osteomuscular
NCOP 16 9 12 14 12 17 19 8 18 125
Q25 Malformaccedilotildees congen das grandes
arterias 7 19 18 16 14 11 11 12 14 122
Q20 Malformaccedilotildees congen camaras e
comunicaccedilotildees card 13 15 12 14 11 6 9 8 14 102
P29 Transt cardiovasc orig periacuteodo perinatal 16 7 12 15 5 9 8 18 11 101
Q00 Anencefalia e malformacoes similares 14 20 8 9 13 13 6 8 10 101
W78 Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico 11 11 9 9 10 11 16 10 13 100
Q21 Malformaccedilotildees congen dos septos
cardiacos 9 17 14 6 16 11 4 12 7 96
P20 Hipoacutexia intra-uterina 11 8 3 8 10 10 7 14 15 86
Q04 Outr malformaccedilotildees congen do ceacuterebro 10 5 8 9 6 8 6 13 17 82
P03 Fet rec-nasc afet out compl trab parto
parto 7 14 18 10 10 8 6 4 5 82
P39 Outr infecc especificas do periodo
perinatal 12 17 12 7 8 5 8 3 3 75
P28 Outr afeccoes respirat orig per perinatal 8 5 8 4 9 4 4 11 19 72
A09 Diarreia e gastroenterite orig infecc
presum 10 10 11 7 5 4 5 8 8 68
Q03 Hidrocefalia congen 8 4 10 10 6 6 5 8 10 67
Q90 Sindr de Down 6 11 7 3 8 6 7 4 7 59
P23 Pneumonia congen 7 7 7 11 5 5 5 5 5 57
Q99 Outr anomalias dos cromossomos NCOP 5 4 5 5 3 11 10 5 8 56
P26 Hemorragia pulmonar orig periodo
perinatal 5 5 5 3 6 7 10 3 11 55
P27 Doenc respirat cron orig periodo perinatal 2 8 4 10 9 8 3 7 4 55
G80 Paralisia cerebral infantil 3 3 4 9 8 9 6 2 2 46
P04 Fet rec-nasc infl af noc trans plac leit mat 4 5 6 6 10 3 3 5 2 44
G00 Meningite bacter NCOP 7 6 6 7 7 3 2 5 1 44
W79 nalacao ingest aliment caus obstr trat resp 2 3 5 3 1 6 4 4 6 34
Q87 Outr sindr cmalform cong q acomet mult
sist 0 3 7 2 3 1 5 8 5 34
P61 Outr transt hematologicos perinatais 1 5 3 2 7 5 4 5 2 34
P25 Enfisema interst afecc corr orig per perinat 5 6 8 4 3 1 2 3 0 32
85
Q23Malformaccedilotildees congen v aortica e mitral 3 1 2 5 4 1 4 3 8 31
P37 Outr doenc infecc e parasit congen 1 5 3 2 4 2 7 3 4 31
P52 Hemorragia intracran nao-traum feto rec-
nasc 6 4 5 3 3 0 3 4 2 30
Q60 Agenesia renal e outr defeitos reducao
rim 3 3 1 5 4 1 0 7 5 29
A39 Infecc meningogocica 1 5 7 3 2 3 4 2 2 29
J69 Pneumonite dev solidos e liquidos 4 7 5 0 5 5 1 0 1 28
Q22 Malform congen valvas pulmonar
tricuspide 4 4 2 4 3 4 0 3 3 27
I27 Outr form de doenc cardiaca pulmonar 2 7 2 2 3 4 1 1 3 25
Q39 Malformacoes congen do esofago 4 2 0 5 5 4 1 1 2 24
J98 Outr transt respirat 0 6 3 4 2 3 2 3 1 24
P83 Outr afecc compr tegum espec feto rec-
nasc 2 5 2 3 0 2 0 4 5 23
Q61 Doenc cisticas do rim 1 2 1 4 3 2 2 4 3 22
G04 Encefalite mielite e encefalomielite 1 2 3 4 3 3 3 0 3 22
I42 Cardiomiopatias 4 2 0 1 2 1 0 2 9 21
Q43 Outr malformaccedilotildees congen do intestino 3 2 1 1 3 3 3 3 2 21
E46 Desnutric proteico-calorica NE 4 4 1 2 3 4 1 1 1 21
K56 Ileo paralitico e obstr intestinal shernia 3 0 2 1 3 1 1 5 4 20
G93 Outr transt do encefalo 4 4 2 2 1 0 1 3 2 19
Q01 Encefalocele 0 3 4 1 2 4 3 1 1 19
Q44 Malformaccedilotildees congen vesic biliar via
biliar fiacutegado 0 1 1 3 3 1 4 3 1 17
E88 Outr disturbios metabolicos 1 4 2 3 1 0 3 1 1 16
I51 Complic cardiopatias doenc cardiacas mal
def 3 3 0 1 3 0 0 4 1 15
Q05 Espinha bifida 4 1 1 1 2 1 2 2 1 15
P05 Crescimento fetal retard e desnutric fetal 4 3 2 2 0 0 1 2 1 15
Y34 Fatos ou eventos NE e intenc nao
determinada 1 1 2 2 2 2 3 1 1 15
P70 Trans transit metab carboid esp fet rec-
nasc 3 0 0 1 0 5 1 3 1 14
Q77 Osteocondr canom cresc ossos long col
vert 2 0 2 0 2 2 5 0 1 14
P55 Doenc hemolitica do feto e do recem-
nascido 0 1 3 0 2 1 2 2 2 13
Q42 Ausencia atresia e estenose congen do
colon 2 0 1 2 1 2 1 3 1 13
Q78 Outr osteocondrodisplasias 2 1 0 2 0 1 4 2 1 13
B20 Doenc pHIV result doenc infecc e
parasit 2 4 1 1 0 0 3 1 1 13
P60 Coagulacao intravasc dissem feto rec-
nasc 3 0 2 0 1 3 4 0 0 13
P35 Doenc virais congen 3 4 0 1 1 3 1 0 0 13
G03 Meningite dev outr causas e a causas NE 3 3 1 1 0 1 0 2 1 12
A37 Coqueluche 0 0 1 0 1 5 0 1 3 11
Q07 Outr malformacoes congen do sist
nervoso 0 2 2 2 0 2 0 2 1 11
B01 Varicela 1 1 1 2 3 2 1 0 0 11
P74 Outr dist eletrolit metab transit per neonat 3 0 4 0 2 2 0 0 0 11
Q64 Outr malformacoes congen aparelho
urinario 2 0 2 1 1 1 1 0 2 10
Q62 Anom cong obstr pelv renal malf cong
ureter 1 1 1 0 1 2 2 1 1 10
E86 Deplecao de volume 3 1 1 3 2 0 0 0 0 10
P78 Outr transt ap digestivo periodo perinatal 0 0 1 2 1 0 1 1 3 9
N39 Outr transt do trato urinario 1 1 0 0 1 1 2 1 2 9
Q32 Malformaccedilotildees congecircnitas de traqueacuteia e
brocircnquios 0 1 0 3 0 0 2 2 1 9
Q41Ausecircncia atresia estenose congecircnita
intestino delgado 1 0 0 3 2 1 0 1 1 9
J15 Pneumonia bacteriana NCOP 1 2 1 0 3 0 0 1 1 9
K21 Doenc de refluxo gastroesofaacutegico 2 1 0 1 0 3 0 2 0 9
K72 Insuf hepatica NCOP 1 0 1 1 2 2 1 1 0 9
W75 Sufocaccedilatildeo e estrangulamento acidental na 0 0 0 1 1 1 0 4 1 8
86
cama
G91 Hidrocefalia 0 0 0 1 1 0 2 3 1 8
Q63 Outr malformacoes congen do rim 0 0 0 2 3 0 0 3 0 8
C71 Neopl malig do encefalo 3 0 1 1 3 0 0 0 0 8
Q75 Outr malformacoes congen ossos cranio e
face 1 0 1 0 0 0 2 0 3 7
Q02 Microcefalia 1 1 0 0 0 1 1 1 2 7
E84 Fibrose cistica 1 1 1 0 0 1 0 3 0 7
A91 Febre hemorragica dev virus do dengue 0 6 0 0 1 0 0 0 0 7
J45 Asma 3 1 2 1 0 0 0 0 0 7
H66 Otite media supurativa e as NE 0 0 0 0 1 1 1 1 2 6
E43 Desnutric proteico-calorica grave NE 0 1 0 1 0 1 1 1 1 6
Q28 Outr malform congen aparelho
circulatorio 3 0 1 0 0 0 1 0 1 6
E87 Outr transt equil hidroeletr e acido-basic 1 1 2 0 0 1 0 0 1 6
Q31 Malformacoes congen da laringe 0 2 0 0 0 0 1 3 0 6
W04 Queda enquanto carreg apoiado poutr
pessoas 0 0 2 1 0 1 1 1 0 6
A90 Dengue 1 3 0 0 1 0 1 0 0 6
Y07 Outr sindr de maus tratos 0 0 3 0 3 0 0 0 0 6
D65 Coagulacao intravascular disseminada 3 0 1 0 2 0 0 0 0 6
R95 Sindr da morte subita na infancia 0 1 0 0 0 0 1 2 1 5
B25 Doenc pcitomegalovirus 0 0 0 2 0 0 1 1 1 5
I62 Outr hemorragias intracranianas nao-
traum 0 2 0 0 0 0 1 1 1 5
I50 Insuf cardiaca 0 1 0 2 0 0 1 0 1 5
P76 Outr obstrucoes intestinais do recem-
nascido 0 1 1 0 1 1 0 0 1 5
K92 Outr doenc do aparelho digestivo 1 0 2 1 0 0 0 0 1 5
I31 Outr doenc do pericardio 0 0 1 1 1 0 1 1 0 5
J20 Bronquite aguda 0 0 0 0 1 3 0 1 0 5
A04 Outr infecc intestinais bacter 0 1 2 1 0 0 0 1 0 5
G40 Epilepsia 0 0 1 1 0 1 2 0 0 5
R68 Outr sint e sinais gerais 3 0 0 0 0 0 2 0 0 5
P56 Hidropsia fetal dev doenc hemolitica 1 1 2 0 0 0 1 0 0 5
X09 Exposicao a tipo NE de fumacas fogo
chamas 0 0 1 0 1 3 0 0 0 5
D57 Transt falciformes 1 0 1 1 1 1 0 0 0 5
G12 Atrofia muscular espinal e sindr
correlatas 0 1 0 0 0 0 1 0 2 4
Q45 Outr malformacoes congen aparelho
digestivo 1 0 0 0 0 0 1 0 2 4
A19 Tuberc miliar 0 0 0 1 1 0 0 1 1 4
I40 Miocardite aguda 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q26 Malformacoes congen das grandes veias 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q37 Fenda labial cfenda palatina 0 0 0 0 0 1 2 0 1 4
E75 Disturb metab esfingolip e outr depos
lipid 0 0 0 0 1 0 2 0 1 4
Q93 Monossomias e delecoes dos autossomos
NCOP 0 0 0 1 0 1 1 0 1 4
N19 Insuf renal NE 0 2 0 0 1 0 0 0 1 4
W06 Queda de um leito 0 0 0 0 1 1 1 1 0 4
Q30 Malformacao congen do nariz 0 1 1 0 0 0 1 1 0 4
N17 Insuf renal aguda 0 1 0 1 1 0 0 1 0 4
P90 Convulsoes do recem-nascido 1 2 0 0 0 0 0 1 0 4
P54 Outr hemorragias neonatais 0 0 1 0 1 0 2 0 0 4
V03 Pedestre traum colis automov pickup
caminhon 0 0 3 0 0 0 1 0 0 4
D64 Outr anemias 0 0 2 1 0 1 0 0 0 4
W74 Afogamento e submersao NE 1 0 1 1 0 1 0 0 0 4
K83 Outr doenc das vias biliares 0 2 1 0 0 1 0 0 0 4
P91 Outr disturbios funcao cerebral rec-nasc 0 2 0 1 1 0 0 0 0 4
N13 Uropatia obstrutiva e prefluxo 2 1 0 0 1 0 0 0 0 4
C74 Neopl malig da gland supra-renal 1 0 2 1 0 0 0 0 0 4
J22 Infecc agudas NE das vias aereas infer 0 0 0 1 0 0 0 0 2 3
J90 Derrame pleural NCOP 0 0 0 1 0 0 0 1 1 3
P38 Onfalite recem-nasc cou shemorragia 1 0 0 0 0 0 0 1 1 3
87
leve
E74 Outr disturbios do metabolismo
carboidratos 0 0 0 0 0 2 0 0 1 3
X59 Exposicao a fatores NE 0 0 0 0 1 1 0 0 1 3
I33 Endocardite aguda e subaguda 0 0 1 0 0 1 0 0 1 3
V09 Pedestre traum outr acid transp e NE 0 0 0 1 1 0 0 0 1 3
Y09 Agressao pmeios NE 1 0 0 0 1 0 0 0 1 3
I61 Hemorragia intracerebral 0 0 0 0 1 0 1 1 0 3
B22 Doenc pHIV result em outr doenc espec 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
W19 Queda sespecificacao 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
V89 Acid veic mot n-mot tipos de veic NE 0 0 0 0 1 1 0 1 0 3
P80 Hipotermia do recem-nascido 1 0 0 0 0 1 0 1 0 3
K55 Transt vasculares do intestino 0 0 1 1 0 0 0 1 0 3
Q27 Outr malformacoes congen sist vasc perif 0 2 0 0 0 0 0 1 0 3
A16 Tuberc vias respirat sconf bacter histol 0 1 0 0 0 0 2 0 0 3
L03 Celulite 0 0 0 0 1 1 1 0 0 3
K40 Hernia inguinal 0 0 0 1 1 0 1 0 0 3
Y19 Env out prod quim subst noc e NE int n
det 0 0 0 1 1 1 0 0 0 3
J38 Doenc das cordas vocais e da laringe
NCOP 0 0 1 0 1 1 0 0 0 3
C92 Leucemia mieloide 0 0 1 1 0 1 0 0 0 3
J96 Insuf respirat NCOP 1 0 1 0 0 1 0 0 0 3
J80 Sindr do desconforto respirat do adulto 0 0 1 0 2 0 0 0 0 3
Q40 Outr malform congen trato digestivo
super 0 0 1 1 1 0 0 0 0 3
A17 Tuberc do sist nervoso 1 1 0 0 1 0 0 0 0 3
P58 Ictericia neonatal dev outr hemolises
excess 0 0 2 1 0 0 0 0 0 3
D68 Outr defeitos da coagulacao 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
P15 Outr traum de parto 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
J09 Influenza (gripe) devida a viacuterus
identificado da gripe aviaacuteria
0 0 3 0 0 0 0 0 0 3
B99 Doenc infecc outr e as NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
W87 Exposicao a corrente eletrica NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
P72 Outr transt endocrinos transit period
neonat 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2
I21 Infarto agudo do miocardio 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2
D61 Outr anemias aplasticas 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2
A86 Encefalite viral NE 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
V47 Ocup automovel traum colis obj fixo
parado 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
E72 Outr disturbios metabolismo de
aminoacidos 1 0 0 0 0 0 0 0 1 2
J12 Pneumonia viral NCOP 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2
Y04 Agressao pmeio de forca corporal 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Y06 Negligencia e abandono 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
R09 Outr sint sinais relat ap circulat respirat 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2
E70 Disturbios metabolism aminoacidos
aromaticos 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
K31 Outr doenc do estomago e do duodeno 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
I88 Linfadenite inespecifica 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2
D76 Alg doenc q env tec linforr e sist
reticuloh 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
E14 Diabetes mellitus NE 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
Y05 Agressao sexual pmeio de forca fisica 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
D84 Outr imunodeficiencias 0 0 0 0 1 0 1 0 0 2
G71 Transt prim dos musculos 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
J86 Piotorax 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
Q34 Outr malformacoes congen aparelho
respirat 0 0 1 0 0 0 1 0 0 2
L02 Abscesso cutaneo furunculo e antraz 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
Q06 Outr malformacoes congen da medula
espinhal 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
E25 Transt adrenogenitais 0 0 1 0 0 1 0 0 0 2
D18Hemangioma e linfangioma de qq localiz 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
88
X99 Agressao objeto cortante ou penetrante 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
C76 Neopl malig outr localiz e mal definidas 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
K63 Outr doenc do intestino 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
J70 Afeccoes respirat dev outr agentes
externos 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
Y83 Reac anorm compl tard interv cirurg
sacid 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
I60 Hemorragia subaracnoide 0 0 0 1 1 0 0 0 0 2
J06 Infecc agudas vias aereas super loc mult
NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
P59 Ictericia neonatal dev outr causas e as NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
B24 Doenc pHIV NE 0 1 0 0 1 0 0 0 0 2
P92 Problemas de alimentacao do recem-
nascido 1 0 0 0 1 0 0 0 0 2
X36 Vitima avalanc desab terra out mov sup
terr 0 0 1 1 0 0 0 0 0 2
J10 Influenza dev virus influenza identificado 0 0 2 0 0 0 0 0 0 2
C22 Neopl malig figado vias biliares intra-
hepat 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E03 Outr hipotireoidismos 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E23 Hipofuncao e outr transt da hipofise 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
E41 Marasmo nutricional 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
A40 Septicemia estreptococica 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
C72 Neop mal med esp nerv cran out sist nerv
cen 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
E71 Dist metab aminoacidos cad ramif e acid
grax 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I26 Embolia pulmonar 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I80 Flebite e tromboflebite 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
N10 Nefrite tubulo-intersticial aguda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
P50 Perda sanguinea fetal 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Q92 Outr trissomias e trissom parc autoss
NCOP 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V04 Pedestre traum colis veic transp pesado
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V44 Ocup autom traum colis veic trans pesad
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
W20 Impacto caus objeto lanc projetado em
queda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Y08 Agressao poutr meios espec 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
D59 Anemia hemolitica adquir 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
G60 Neuropatia hereditaria e idiopatica 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
M60 Miosite 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
P53 Doenc hemorragica do feto e do recem-
nascido 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
W08 Queda de outr tipo de mobilia 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X08 Exposicao outr tipo espec fumaca fogo
chamas 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X91 Agressao enforc estrangulamento
sufocacao 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
B49 Micose NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C33 Neopl malig da traqueia 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C38 Neopl malig do coracao mediastino e
pleura 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C73 Neopl malig da gland tireoide 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C95 Leucemia de tipo celular NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
J39 Outr doenc das vias aereas super 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
K52 Outr gastroenterites e colites nao-infecc 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q36 Fenda labial 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q68 Outr deform osteomusculares congen 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C64 Neopl malig do rim exceto pelve renal 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
C91 Leucemia linfoide 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
D48 Neopl comp incdesconh outr localiz e NE 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J04 Laringite e traqueite agudas 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J34 Outr transt do nariz e dos seios paranasais 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
L51 Eritema polimorfo 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
89
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeo segundo evitabilidade
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Tabela 33 - Taxa de MI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash MRJ e APs ndash 2007 e
2017
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 - Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo
feita em base ao periacuteodo de 2000 a 2010
Graacutefico 5 - Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP de 20715
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de
2007 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10 por triecircnio de 2007 a
2015
Graacutefico 12 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID no MRJ
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Figura 2 - Bairros da AP 10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 - Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
ANEXO 2 - Lista de causas evitaacuteveis
ANEXO 3 - Oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AP Aacuterea Programaacutetica (ou Aacuterea de Planejamento)
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
BP Baixo Peso
Cap Capiacutetulo
CID-10 Classificaccedilatildeo Estatiacutestica Internacional de Doenccedilas e Problemas Relacionados agrave
Sauacutede 10ordf revisatildeo tambeacutem conhecida como Classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas 10ordf
revisatildeo
CMI Coeficiente de Mortalidade Infantil
CMS Centro Municipal de Sauacutede
CNDSS Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
DATASUS Departamento de Informaacutetica do SUS
DNV Declaraccedilotildees de Nascido Vivo
DO Declaraccedilatildeo de Oacutebito
DSS Determinantes Sociais de Sauacutede
EQSF Equipe Sauacutede da Famiacutelia
ESB Equipe de Sauacutede Bucal
ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano
MI Mortalidade Infantil
MRJ Municiacutepio do Rio de Janeiro
MS Ministeacuterio da Sauacutede
Nordm Nuacutemero
NV Nascidos Vivos
OBS Observaccedilatildeo
ODM Objetivos do Desenvolvimento do Milecircnio
OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OTICS Observatoacuterio de Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo em Sistemas e Serviccedilos
de Sauacutede
PACS Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
PSF Programa de Sauacutede da Famiacutelia
RJ Rio de Janeiro
RN Receacutem-nascido
SIM Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade
SMS Secretaria Municipal de Sauacutede
SMS-RJ Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
SINASC Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos
SUBPAV Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria Vigilacircncia e Promoccedilatildeo da Sauacutede
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
TABNET eacute um instrumento desenvolvido pelo DATASUS ndash Departamento de Informaacutetica
do Sistema Uacutenico de Sauacutede oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) que permite tabulaccedilotildees on-
line de dados e geraccedilatildeo de informaccedilotildees
TMI Taxa de Mortalidade Infantil
TMF Taxa de Mortalidade Fetal
UIS Unidade Integrada de Sauacutede
UNICEF Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria 22
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro 23
23 Mortalidade Infantil no Brasil 27
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis 31
3 OBJETIVOS 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 METODOLOGIA 37
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados 37
42 Cenaacuterio de Estudo 37
43 Estrateacutegia de Anaacutelise 38
44 Aspectos Eacuteticos 41
5 RESULTADOS 41
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro 42
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ 50
53 Mortalidade Infantil na AP 10 55
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10 58
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs 66
6 DISCUSSAtildeO 69
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 71
8 REFEREcircNCIAS 75
9 ANEXOS 80
17
1 INTRODUCcedilAtildeO
A mortalidade infantil eacute um assunto de extrema importacircncia no Brasil e em todo
mundo Aleacutem de ser um indicador das condiccedilotildees soacutecio econocircmicas de uma populaccedilatildeo
tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos de sauacutede Para Bezerra et al (2007) a taxa de
mortalidade infantil representa um indicador de extrema importacircncia sendo um dos mais
utilizados no acircmbito internacional e encontra-se relacionada com fatores soacutecio-ambientais
nutriccedilatildeo saneamento baacutesico fatores relacionados a serviccedilos que prestam atenccedilatildeo agrave gestante e
ao receacutem-nato (BEZERRA 2007) Apesar de apresentar um decliacutenio de suas taxas desde
1990 ainda tem sido um desafio minimizar seus determinantes que em grande parte satildeo
evitaacuteveis No Brasil ainda encontramos taxas elevadas de mortalidade infantil quando nos
comparamos a paiacuteses desenvolvidos A estimativa para o Japatildeo por exemplo era de uma taxa
de mortalidade infantil de 20 1000 em 2015 sendo uma das menores do mundo Jaacute para o
Canadaacute a taxa estimada era de 40 nos EUA 60 enquanto para o Brasil a estimativa era 150
1000 no mesmo periacuteodo (UNICEF 2015 p 1923 e 27)
Segundo Antunes (2015) estudos sobre as condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo suas
relaccedilotildees sociais econocircmicas bioloacutegicas culturais e poliacuteticas revelam as disparidades entre a
sauacutede de seus integrantes onde as condiccedilotildees sociais e econocircmicas fraacutegeis implicam
desigualdades em sauacutede (ANTUNES 2015) Buss e Pellegrini (2007) reforccedilam esta
observaccedilatildeo ao relatar que as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo estatildeo diretamente ligadas agraves
condiccedilotildees sociais que agravadas pela iniquidade de renda contribuem para um risco
diferenciado na maior parte a populaccedilatildeo Para isso foi proposta uma seacuterie de conceitos sobre
os Determinantes Sociais de Sauacutede (DSS)
ldquoPara a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) os
DSS satildeo os fatores sociais econocircmicos culturais eacutetnico-raciais psicoloacutegicos e
comportamentais que influenciam a ocorrecircncia de problemas de sauacutede e seus fatores
de risco na populaccedilatildeordquo (BUSS e PELLEGRINI 2007 p 78)
Em 2005 foi criada a Comissatildeo Nacional sobre os Determinantes Sociais da Sauacutede
(DSS) a partir da orientaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) para se discutir e
ampliar o conhecimento e a consciecircncia sobre os determinantes sociais da sauacutede assim como
suas relaccedilotildees a desigualdade e iniquidade em sauacutede Para se analisar o conceito de
18
Iniquumlidade em sauacutede pode-se remontar a Whitehead (1992) apud Buss e Pellegrini (2007) que
traduz este conceito do ponto de vista eacutetico e social ao mencionar iniquidades em sauacutede como
sendo desigualdades injustas e indesejaacuteveis para a populaccedilatildeo (BUSS e PELLEGRINI 2007)
O conceito de equidade estabelece o direito de todos desde que se possa atender agraves
necessidades de pessoas que precisam mais fazendo com que haja justiccedila social Atraveacutes do
Relatoacuterio Final da Comissatildeo Nacional sobre Determinantes Sociais da Sauacutede (CNDSS) 2008
o Brasil esteve situado ldquoem 11ordm lugar entre os mais desiguais do mundo em termos de
distribuiccedilatildeo da rendardquo com dados de 2005 (CNDSS 2008 p11) produzindo uma injusta
desigualdade social (FIOCRUZ 2008)
A questatildeo da sauacutede como um princiacutepio baacutesico da humanidade tem tanta relevacircncia
que a partir de 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) propocircs o relatoacuterio onde
descreve os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) que continha metas
apontadas ateacute 2015 (ONU 2000) Esse relatoacuterio menciona o quarto objetivo que destaca as
estrateacutegias da ONU para os governos de todo mundo sobre quais satildeo as diretrizes para
promover a reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia em dois terccedilos tendo como referecircncia a taxa
de 1990 Santos et al (2012) ratificam que estas diretrizes foram sugeridas estrateacutegias
regionais que utilizaram os seguintes indicadores a taxa de mortalidade na infacircncia (menores
de 5 anos) entre 1990 e 2015 a taxa de mortalidade infantil (menores de 1 ano) e a proporccedilatildeo
de crianccedilas de ateacute 1 ano vacinadas contra o sarampo (SANTOS 2012)
A meta dos ODM a respeito dos oacutebitos infantis foi alcanccedilada no Brasil em 2010
passando para uma taxa de 156 oacutebitos por 1000 nascidos vivos embora o paiacutes ainda
apresente alta taxa de mortalidade infantil (IBGE 2016) Assim parece ser fundamental que
se conheccedilam as principais de causas de morte infantil assim como as causas de mortes
evitaacuteveis neste grupo a fim de contribuir para a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no Brasil
(MENEZES 2014)middot
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foi definido na Constituiccedilatildeo de 1988 e
regulamentado pelas Leis Orgacircnicas da Sauacutede (lei 88090 e Lei 814290) a fim de
democratizar os serviccedilos de sauacutede no Brasil dessa forma garantindo o acesso universal aos
serviccedilos de sauacutede puacuteblica Seus princiacutepios aleacutem da universalidade satildeo a integralidade
equidade a regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo da rede das accedilotildees e dos serviccedilos de sauacutede a
descentralizaccedilatildeo na sauacutede e participaccedilatildeo e controle social (BRASIL 2012)
19
O Programa Sauacutede da Famiacutelia instituiacutedo no Brasil em 1994 como um dos muitos
programas do governo brasileiro que seguem os princiacutepios e diretrizes do SUS trazendo a
reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria Em 1998 mudou de denominaccedilatildeo e passou a se chamar
Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia uma vez que sua principal caracteriacutestica foi a de ser uma
estrateacutegia de reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede no Brasil (JESUS 2015)
Aleacutem de se apresentar como o primeiro contato do paciente com o serviccedilo de sauacutede o
PSF priorizou accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de sauacutede representando uma
importante conquista social prevista na Constituiccedilatildeo de 1988 A ESF permite um maior
acesso ao SUS assim como a realizaccedilatildeo de uma assistecircncia que busca acompanhar o
indiviacuteduo e sua famiacutelia dentro do seu ambiente social A atenccedilatildeo ao preacute-natal do mesmo
modo que os acompanhamentos da crianccedila menor de um ano possibilitam a prestaccedilatildeo de um
serviccedilo de qualidade agrave sauacutede materna e infantil no territoacuterio da ESF (BRASIL 2012)
A motivaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo ocorreu ao longo da construccedilatildeo da minha
carreira profissional como meacutedica generalista atuando na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde
2001 A humanizaccedilatildeo do atendimento o viacutenculo entre os profissionais de sauacutede e os usuaacuterios
da ESF assim como o atendimento longitudinal (ou seja ao longo do tempo) com enfoque
nas linhas de cuidado (relativas ao fluxo assistencial) garantidas ao usuaacuterio contribuem para a
percepccedilatildeo de uma maior e melhor oferta de assistecircncia agrave sua sauacutede visando melhorar os
indicadores de sauacutede A sauacutede infantil e a possiacutevel interferecircncia nos seus indicadores com a
expansatildeo da ESF na Cidade mostrou-se como um adequado tema para estudo O Mestrado
em Sauacutede da Famiacutelia e a realizaccedilatildeo desse estudo foram uma boa oportunidade quando
complementei esse tempo e experiecircncia de trabalho com uma pesquisa a qual poderaacute
contribuir no conhecimento sobre sauacutede na infacircncia observando-a no contexto expansatildeo
recente da atenccedilatildeo primaacuteria no municiacutepio do Rio de Janeiro
Por razotildees relacionadas agraves questotildees de tempo para a realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo do
Mestrado definiu-se uma aacuterea especiacutefica da Cidade sobre a qual as informaccedilotildees foram mais
objetivamente analisadas Uma suposiccedilatildeo inicial era a de que estaria ocorrendo melhoria
contiacutenua dos indicadores de sauacutede infantil com o maior acesso aos serviccedilos de sauacutede do
municiacutepio do Rio de Janeiro nos moldes dos paiacuteses e regiotildees que priorizam a atenccedilatildeo
primaacuteria haacute mais tempo Houve a definiccedilatildeo de aacuterea geograacutefica especiacutefica no municiacutepio para
melhor focalizar os interesses desse estudo a Aacuterea Programaacutetica 10 (AP 10) que seraacute
apresentada a seguir tambeacutem porque em 2015 foi observada tendecircncia de aumento da
mortalidade infantil nesta aacuterea diferente do que ocorreu na maior parte das aacutereas da Cidade
20
Como questatildeo norteadora inicial deste estudo apresentou-se ldquoComo estaacute o
Mortalidade Infantil apoacutes a expansatildeo da ESF na AP 10 em relaccedilatildeo agraves taxas do municiacutepio do
Rio de Janeirordquo
Neste momento foi tambeacutem importante compreender como ofertar cada vez mais
serviccedilos de sauacutede de qualidade para a populaccedilatildeo em especial agrave gestante ao receacutem-nascido e agrave
da crianccedila menor de um ano que necessitam ter um acesso facilitado e uma assistecircncia
qualificada visando contribuir com a reduccedilatildeo da mortalidade infantil no municiacutepio
21
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 O SUS e a Atenccedilatildeo Primaacuteria
Em setembro de 1978 a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Fundo das
Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (UNICEF) articularam uma Conferecircncia Internacional sobre
Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede (APS) Essa conferecircncia denominada ldquoConferecircncia de Alma-
Atardquo se tornou um marco histoacuterico para a sauacutede jaacute que o modelo anterior de atenccedilatildeo agrave sauacutede
com um vieacutes mais biomeacutedico verticalizado especializado e intervencionista estava sendo
fortemente questionado Eram necessaacuterias novas abordagens para a intervenccedilatildeo em sauacutede
(GIOVANELLA 2009)
ldquoNa Declaraccedilatildeo de Alma-Ata a APS eacute concebida como a atenccedilatildeo agrave sauacutede essencial
baseada em meacutetodos e tecnologias apropriadas cientificamente comprovados e
socialmente aceitaacuteveis cujo acesso deve ser garantido a todas as pessoas e famiacutelias
da comunidade mediante sua plena participaccedilatildeo Pressupotildee assim a participaccedilatildeo
comunitaacuteria e a democratizaccedilatildeo dos conhecimentos incluindo lsquopraticantes
tradicionaisrsquo (curandeiros parteiras) e agentes de sauacutede da comunidade treinados
para tarefas especiacuteficas contrapondo-se ao elitismo meacutedico Nessa concepccedilatildeo a
APS representa o primeiro niacutevel de contato com o sistema de sauacutede levando a
atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel de onde as pessoas residem e trabalham
Contudo natildeo se restringe ao primeiro niacutevel integrando um processo permanente de
assistecircncia sanitaacuteria que inclui a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo a cura e a reabilitaccedilatildeordquo
(GIOVANELLA 2009 p579)
Em seguida em 1986 foi realizada a Primeira Conferecircncia Internacional sobre
Promoccedilatildeo da Sauacutede em Ottawa no Canadaacute com vistas agraves novas propostas em sauacutede puacuteblica
segundo Emiacutelia Nunes (2011) Foi assinada ao final da Conferecircncia a Carta de Otawa que
aleacutem de propor uma visatildeo consciente sobre os determinantes de sauacutede por uma populaccedilatildeo
ativa e em relaccedilatildeo agraves questotildees voltadas para os serviccedilos de sauacutede propotildee tambeacutem a reduccedilatildeo
das disparidades sociais e econocircmicas dentre outros objetivos Buscava-se assim uma nova
sauacutede puacuteblica como uma grande estrateacutegia para a obtenccedilatildeo de ldquoSauacutede para todos no ano
2000rdquo (NUNES 2011)
Ainda em 1986 foi realizada a 8ordf Conferecircncia Nacional de Sauacutede no Brasil tendo
como presidente o meacutedico sanitarista Seacutergio Arouca Essa conferecircncia viria a ser um dos
marcos institucionais de uma reforma sanitaacuteria que nos apresentou os princiacutepios de um novo
sistema de sauacutede (AROUCA 2003)
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 pocircde concretizar a criaccedilatildeo de um novo sistema de
sauacutede o SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) cujos princiacutepios de equidade integralidade e
22
universalidade aleacutem de trazerem a democracia de volta ao paiacutes levaram agrave reorganizaccedilatildeo da
atenccedilatildeo agrave sauacutede (PAIVA e TEIXEIRA 2014)
Identifica-se no texto constitucional que aleacutem de ter como um dos seus objetivos
minimizar a desigualdade social procurou tambeacutem assegurar ao cidadatildeo direitos tais como
sauacutede que resulte em bem-estar educaccedilatildeo lazer seguranccedila trabalho etc (NORONHA
2013) O texto constitucional tambeacutem reafirma que
ldquoA sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e
econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e
recuperaccedilatildeordquo (BRASIL 1988 Artigo 196 Seccedilatildeo II DA SAUacuteDE)
Souza (2010) reforccedila que com base na Constituiccedilatildeo o Estado se articulou para
ampliar o alcance de suas poliacuteticas inclusivas de sauacutede e garantir o acesso dos serviccedilos de
sauacutede a todos atraveacutes de um processo de regulamentaccedilatildeo da estrutura de sauacutede descentralizada
que avanccedilou em 1990 atraveacutes ambas da Lei Orgacircnica de Sauacutede No 8080 que estrutura o
SUS e a Lei No 8142 que trata das respectivas transferecircncias de recursos aos entes
conveniados Estas leis dispotildeem acerca de accedilotildees e serviccedilos em sauacutede a serem executados pelo
SUS aleacutem dos objetivos diretrizes princiacutepios e campo seus de atuaccedilatildeo entre outras
disposiccedilotildees
A descentralizaccedilatildeo do SUS possibilita a sua atuaccedilatildeo aos niacuteveis locais coloca a
engrenagem poliacutetico-administrativa mais proacutexima do usuaacuterio do sistema de sauacutede permitindo
sua participaccedilatildeo nessa nova concepccedilatildeo de sauacutede Inclusive os repasses financeiros e a
participaccedilatildeo da populaccedilatildeo na gestatildeo do sistema de sauacutede tambeacutem fazem parte das leis
orgacircnicas de sauacutede (SOUZA 2010) O SUS implica uma rede de serviccedilos de sauacutede
articulados que presta atenccedilatildeo de forma assistencial integrada e longitudinal coordenada pela
Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (OUVERNEY e NORONHA 2013)
Na APS se estabelece a porta de entrada do indiviacuteduo ao sistema de sauacutede
correspondendo agraves primeiras accedilotildees de cuidados em sauacutede que satildeo levadas ao ambiente mais
proacuteximo de onde se encontram as pessoas (STARFIELD 2002)
Barbara Starfield (2002) tambeacutem considera como caracteriacutesticas especiacuteficas da APS
a prestaccedilatildeo de serviccedilos de primeiro contato a responsabilidade longitudinal pelo paciente
com continuidade da relaccedilatildeo cliacutenico-paciente ao longo da vida estabelecendo assim um
viacutenculo muito positivo entre os profissionais de sauacutede e pacientes a garantia de cuidado
integral considerando-se os acircmbitos fiacutesicos psiacutequicos e sociais da sauacutede dentro dos limites de
23
atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede e a coordenaccedilatildeo das diversas accedilotildees e serviccedilos indispensaacuteveis
para resolver necessidades menos frequentes e mais complexas
A primeira caracteriacutestica da atenccedilatildeo primaacuteria eacute de ser a porta de entrada para o sistema
de sauacutede o serviccedilo de primeiro contato Para isso ele deve ter seu acesso facilitado agraves pessoas
Para isso se faz necessaacuterio que as Unidades Baacutesicas de Sauacutede estejam localizadas proacuteximas
aos domiciacutelios das pessoas assim como proacuteximas tambeacutem de seus trabalhos escolas ou seja
onde vivem trazendo assim um conceito de capilaridade maior agrave assistecircncia (Brasil 2012)
Outra importante funccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria eacute encaminhar pacientes para a rede de atenccedilatildeo
secundaacuteria e terciaacuteria (especializadas) garantindo o seu acesso nessas redes A clientela deve
ser adstrita a um territoacuterio e deve ser garantida uma atenccedilatildeo integral (STARFIELD 2002)
Durante muito tempo atribuiu-se agrave melhoria das condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas como o
fator mais importante de reduccedilatildeo da mortalidade das populaccedilotildees Poreacutem mostrou-se inegaacutevel
o papel dos serviccedilos de sauacutede ofertados agrave populaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da morbimortalidade das
populaccedilotildees (BRASIL 2012)
22 Expansatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia no Rio de Janeiro
A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia eacute considerada uma estrateacutegia de expansatildeo qualificaccedilatildeo
e consolidaccedilatildeo da APS no paiacutes Ele segue os mesmos princiacutepios do SUS que satildeo
universalidade equidade integralidade regionalizaccedilatildeo e hierarquizaccedilatildeo Sua atenccedilatildeo eacute sobre
a famiacutelia e natildeo apenas sobre o individuo Suas accedilotildees satildeo de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo de
doenccedilas assistecircncia recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo agrave sauacutede Seu objetivo eacute de promover o acesso
agrave sauacutede a todos (BRASIL 2012)
Segundo Carla Cazelli em sua dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave FIOCRUZ em
2003 o Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) do municiacutepio do Rio de Janeiro teve o seu
primeiro projeto implantado em 1995 na Ilha de Paquetaacute com uma relativa expansatildeo em
1999 para as comunidades do Borel - Tijuca Parque Royal - Ilha do Governador Canal do
Anil - Jacarepaguaacute Vilas Canoas - Satildeo Conrado e Vilar Carioca - Campo Grande CASELLI
2003 e foi ampliando paulatinamente o nuacutemero de equipes ateacute 2016 como pode ser
observado no ANEXO 1
Nos uacuteltimos anos outro contexto poliacutetico municipal determinou uma nova etapa de
efetiva expansatildeo do PSF fato este descrito por Harzheim (2013)
24
ldquoNo municiacutepio do Rio de Janeiro a cobertura da ESF em 2009 estava em torno de
7 A partir desse ano forte ecircnfase foi dada para a APS Iniciou-se uma reforma da
APS orientada pela qualidade representada pela criaccedilatildeo das novas Cliacutenicas de
Famiacutelia e pelas Unidades tipo A (ambas 100 ESF) diferente das unidades B
(Unidades com algumas equipes de ESF) e C (Unidades Tradicionais sem ESF) Ao
final de 2012 a cobertura populacional da ESF era 40rdquo (HARZHEIM 2013 p
11)
Em 2000 havia 13 equipes de ESF no municiacutepio e desde entatildeo ocorreu uma expansatildeo
no nuacutemero de equipes e unidades Esta expansatildeo passa a ser referida como Reforma da
Atenccedilatildeo Primaacuteria (RCSP) na Cidade do Rio de Janeiro iniciada em 2009 com alicerce na
mudanccedila organizacional da Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) que coloca a Atenccedilatildeo
Primaacuteria como ordenadora das Redes de Atenccedilatildeo A cobertura populacional no municiacutepio do
Rio de Janeiro em 2009 correspondia a 7 e no final de 2012 jaacute era de 40 da populaccedilatildeo
Conforme mostrado no Graacutefico 1 entre 2008 e 2016 a cidade do Rio de Janeiro apresentou a
maior ampliaccedilatildeo de acesso do paiacutes na APS (HARZHEIM 2013)
Graacutefico 1- Cobertura da ESF no Municiacutepio do Rio de Janeiro estimativa 2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Fonte MSSASDAB e IBGE SUBPAV SMSRJ-2016
Para fins de planejamento e gestatildeo a Secretaria Municipal de Sauacutede (SMS) do Rio de
Janeiro divide a cidade em dez aacutereas programaacuteticas (AP) Na Cidade a expansatildeo da
Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia ocorreu de maneira natildeo equilibrada nas AP Em 2010 foi
inaugurada uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 e uma na AP 21 enquanto dez Cliacutenicas de
Famiacutelia foram inauguradas na AP 53 como mostra a Tabela 1 Em 2011 foram inauguradas
uma Cliacutenica de Famiacutelia na AP 10 AP 40 e AP 53 nove Cliacutenicas na AP 32 e cinco Cliacutenicas
na AP 33 como pode ser visto na Tabela 2 A maior expansatildeo da ESF na AP 10 regiatildeo
relacionada ao presente estudo se deu em 2016 como podemos observar nos Graacuteficos 2 e 3
(OTICS 2017)
25
Tabela 1 - Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2010
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 4 2
AP 21 1 11 4
AP 31 5 36 15
AP 52 3 13 6
AP 53 10 47 22
TOTAL 20 111 49
Fonte OTICS SMS 2017
Tabela 2- Cliacutenicas de Famiacutelia inauguradas - 2011
Fonte OTICS SMS 2017
AP Nordm Nordm EQSF Nordm ESB
AP 10 1 6 3
AP 31 4 22 9
AP 32 9 49 19
AP 33 5 24 10
AP 40 1 3 1
AP 51 4 30 12
AP 52 4 23 9
AP 53 1 6 3
TOTAL 29 163 66
26
Graacutefico 2 - Famiacutelias Cadastradas na AP 10 2009- out de 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP 2016
Graacutefico 3 - Nuacutemero de Pessoas Cadastradas ndash CAP 10 2010x PEP 2016
Fonte Relatoacuterio de Gestatildeo CAP 10 - IBGE 2010 Plataforma SUBPAV e Prontuaacuterio Eletrocircnico - PEP
ateacute outubro de 2016
27
23 Mortalidade Infantil no Brasil
A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) eacute um indicador do niacutevel de sauacutede da populaccedilatildeo
importante para avaliar poliacuteticas de sauacutede puacuteblica (SANTOS e LANSKY 2015) aleacutem de
refletir qualidade de vida da populaccedilatildeo esta taxa tambeacutem se relaciona agraves suas diferentes
condiccedilotildees socioeconocircmicas (SANTANA 2011)
A TMI se refere aos oacutebitos ocorridos entre os menores de um ano (lt 1 ano) e pode ser
subdividida em dois componentes Neonatal e Poacutes- Neonatal O oacutebito neonatal eacute aquele que
ocorre nos primeiros 27 dias de vida e pode ainda se dividir em neonatal precoce (periacuteodo de
0 a 6 dias) e neonatal tardio (7 a 27 dias) O oacutebito poacutes-neonatal eacute aquele que ocorre entre o 28ordm
dia e 364ordm dia de vida (Brasil 2009)
Nas ultimas deacutecadas mais precisamente ateacute 1990 havia maior proporccedilatildeo de oacutebitos no
periacuteodo poacutes-neonatal Apoacutes 1990 foram constatadas mudanccedilas nos iacutendices de mortalidade
que passaram a predominar no periacuteodo neonatal no Brasil Essa mudanccedila foi consequumlente agrave
reduccedilatildeo das principais causas de mortalidade poacutes-neonatal como as doenccedilas infecto-
parasitaacuterias doenccedilas do trato respiratoacuterio e desnutriccedilatildeo com consequente aumento
proporcional das principais causas da mortalidade no periacuteodo neonatal precoce como a
prematuridade asfixia do receacutem-nato e doenccedilas infecciosas no receacutem-nascido (MENEZES
2014)
Para Lima (2006) o componente neonatal da Mortalidade Infantil constitui-se
problema de sauacutede puacuteblica uma vez que quantidade relevante dos oacutebitos que ocorrem neste
periacuteodo associa-se a causas evitaacuteveis (relativas ao acesso e agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
bem como agrave qualidade desta assistecircncia) Esse componente estaacute ligado agraves condiccedilotildees sociais
econocircmicas de assistecircncia agrave sauacutede materna e infantil comportamentais e bioloacutegicas dentre
outras mas tambeacutem reflete a qualidade dos serviccedilos ofertados agraves matildees e aos receacutem-nascidos
durante o periacuteodo de gestaccedilatildeo do parto e periacuteodo neonatalmiddot
Tendo como referecircncia as notas teacutecnicas da Rede Interagencial de Informaccedilotildees para a
Sauacutede - RIPSA (2009) verifica-se o conceito de TMI definido a partir da divisatildeo do nuacutemero
de oacutebitos de menores de um ano de idade pelo nuacutemero total de nascidos vivos na populaccedilatildeo
residente em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (RIPSA 2009)
28
Outro conceito de mortalidade utilizado eacute a mediccedilatildeo proporcional por grupos de
causas no que se refere ao percentual de oacutebitos ocorridos por grupos de causas definidas na
populaccedilatildeo residente (BRASIL 2009)
Igualmente importante a se considerar a TMF (Taxa de Mortalidade Fetal) eacute calculada
dividindo-se o nuacutemero total de oacutebitos fetais pelo nuacutemero de nascimentos totais (nascidos
vivos e oacutebitos fetais) variando poreacutem o criteacuterio de idade gestacional e peso para definir o
oacutebito fetal (BARBEIRO 2015) Vaacuterias definiccedilotildees para oacutebito fetal satildeo apresentadas na
literatura Para a OMS o oacutebito fetal eacute aquele que ocorre antes de uma expulsatildeo completa do
produto da concepccedilatildeo do organismo materno independente da idade gestacional da matildee da
crianccedila Jaacute para o National Center for Health Statistics dos Estados Unidos a morte fetal eacute
aquela que ocorre apoacutes a 20 ordf semana completa de gestaccedilatildeo Outros autores utilizam alguns
paracircmetros como peso altura e idade gestacional avanccedilada para definir os oacutebitos fetais
(SAMPAIO 2010)
Em 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede instituiu um Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da
Mortalidade Materna e Neonatal Em 2009 o Pacto pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil
nas Regiotildees da Amazocircnia Legal e Nordeste do Brasil (PRMI) a fim de reduzir em 5 ao
ano a TMI nos anos de 2009 e 2010 sobretudo em seu componente neonatal
(GUERRERO 2010)
Rosacircngela Ferrari e col realizaram um estudo bibliograacutefico e descritivo em 2012
sobre a mortalidade poacutes- neonatal no Brasil entre 2004 e 2009 Aleacutem de evidenciarem o
decliacutenio da mortalidade infantil sobretudo de seu componente poacutes-neonatal no final de 1990
foi observada relaccedilatildeo estatisticamente significativa entre as condiccedilotildees de vida e a taxa de
mortalidade infantil (FERRARI et al 2012)
Em algumas regiotildees do Brasil houve uma diminuiccedilatildeo importante das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (mais de 80) seguidas pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio e por deficiecircncias
nutricionais e baixo peso ao nascer A duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo escore de Apgar menor que sete
no 1ordm e 5ordm minutos de vida e nuacutemero igual ou maior que seis consultas de preacute-natal tambeacutem
satildeo variaacuteveis que estatildeo relacionadas agrave mortalidade infantil Em regiotildees de menor renda e
importante desigualdade econocircmica ainda haacute elevada TMI Como principais causas de morte
infantil as doenccedilas diarreacuteicas e as pneumonias foram as principais causas evitaacuteveis de morte
infantil seguida das malformaccedilotildees congecircnitas causa dificilmente evitaacutevel de morte infantil
Fatores de risco relacionados agraves pneumonias satildeo idade menor que seis meses peso abaixo de
2500 gramas desmame precoce desnutriccedilatildeo deficiecircncia de micronutrientes (vitaminas A
29
ferro e zinco) e presenccedila de episoacutedio preacutevio de pneumonia A maior oferta de aacutegua potaacutevel e
rede de esgoto contribuiacuteram para a reduccedilatildeo das doenccedilas diarreacuteicas As causas externas como
os acidentes e causas mal definidas tambeacutem se relacionam com a mortalidade poacutes-neonatal
(FERRARI et al 2012)middot
O periacuteodo perinatal compreende aquele do final da gestaccedilatildeo (oacutebitos fetais) ateacute os seis
primeiros dias completos de vida As causas diretas de mortalidade perinatal satildeo o baixo peso
ao nascer e a prematuridade assim como fatores que envolvem a gestante e seu acesso agrave
assistecircncia ao preacute-natal Aleacutem disso fatores soacutecios econocircmicos e ambientais que estatildeo
relacionados agrave gestante tambeacutem podem interferir nos determinantes da morte infantil
(MARTINS 2013)
A mortalidade perinatal eacute um indicador que permite uma anaacutelise da assistecircncia de
sauacutede agrave gestante e o acesso a serviccedilos de sauacutede eficazes para que haja reduccedilatildeo dos fatores de
risco e agravos agrave gestante e ao RN (BRASIL 2010)
Devidos agraves iniquidades soacutecio-econocircmicas e diferentes fatores de risco regionais assim
como dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede de qualidade a mortalidade infantil e seus
componentes se apresentam de maneira variada entre as diversas regiotildees do Brasil No Norte
e no Nordeste ela se apresenta com maior expressatildeo que nas demais regiotildees Para
exemplificar estas diferenccedilas identifica-se em Silva 2013 a seguinte anaacutelise
ldquoA neo-mortalidade precoce em 2006 variou de 64 no Rio Grande do Sul a 197
por mil nascidos vivos em Alagoas (Departamento de Informaacutetica do SUS
Indicadores de mortalidade Acessado em 08Out2012) Nos paiacuteses desenvolvidos
a meacutedia da taxa de mortalidade neonatal precoce eacute de 40 por mil nascidos vivosrdquo
(SILVA 2013)
No Brasil a TMI apresentou uma tendecircncia decrescente nas uacuteltimas deacutecadas de 1990
a 2014 Em 1980 a taxa era de 785 oacutebitos mil nascidos vivos (NV) em 1990 era de 785
oacutebitos por mil nascidos vivos em 2000 era de 2736 por mil nascidos vivos e em 2010
alcanccedilou 1597 oacutebitos por mil nascidos vivos atingindo a meta estabelecida pela ONU como
mostra o Graacutefico 4
O componente poacutes-neonatal (28 dias a um ano de vida incompleto) apresentou a
maior tendecircncia de queda (73 ao ano) e o componente neonatal precoce (0 a 6 dias de
vida) a menor 31 ao ano Do fim da deacutecada de 80 em diante houve um aumento da
proporccedilatildeo do componente neonatal precoce em relaccedilatildeo ao componente poacutes-neonatal
(BRASIL 2010) A Tabela 3 tambeacutem mostra a tendecircncia decrescente da TMI nas regiotildees e
UF do Brasil de 2000 a 2010
30
Graacutefico 4 - Taxa de mortalidade infantil e seus componentes Brasil 1990 ndash 2007 projeccedilatildeo feita em base
ao periacuteodo de 2000 a 2010
Fonte CGIAEDASISSVSMS 2011
Tabela 3 - Taxa de mortalidade infantil- BRASIL- 2000 a 2010
Regiatildeo e UF 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Regiatildeo Norte
2862 2767 2659 2559 2447 2358 2275 2214 2306 2228 2097
Regiatildeo
Sudeste
1915 1831 1732 1701 1628 1538 1503 1457 1416 1389 1343
Regiatildeo Sul 1703 164 1605 1578 1498 138 1334 1294 1265 12 1158
Regiatildeo
Centro-Oeste
2092 2065 1929 187 1854 1771 1706 1651 1699 1644 1593
Distrito
Federal
144 1518 1365 133 1395 1363 128 1109 1189 1226 1216
Total
2736 263 2489 2388 2259 2143 2066 2001 1756 168 1597
Fontes SIM MS
Outro modo de analisar a mortalidade infantil eacute a sua observaccedilatildeo quanto agraves proporccedilotildees
segundo grupo de causas
ldquoAs afecccedilotildees perinatais constituem a principal causa de mortalidade de crianccedilas
menores de um ano no Brasil Em 1990 correspondiam a 40 dos oacutebitos infantis
Em 2008 essa proporccedilatildeo elevou-se para 60 A mortalidade proporcional por
malformaccedilotildees congecircnitas em menores de um ano aumentou de 67 em 1990 para
183 em 2008 Enquanto isso a mortalidade proporcional por doenccedilas infecciosas
reduziu-se de 146 para 53 dos oacutebitos infantis no mesmo periacuteodo o que
representa diminuiccedilatildeo de 64rdquo (BRASIL 2010)
No Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de causas de mortalidade infantil foi
devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de 60) seguidas das demais causas
31
definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-parasitaacuterias (em torno de 68) e pelas
doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Eacute importante lembrar que ainda podem existir problemas na qualidade dos registros de
oacutebitos em menores de um ano e fetais Devemos para isso avaliar a cobertura e qualidade do
Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos (SINASCC) e o de Mortalidade (SIM)
Algumas informaccedilotildees satildeo baacutesicas e devem constar de toda DO (declaraccedilatildeo de oacutebito) fetal ou
de menor de um ano O peso ao nascer um dos mais importantes assim como a idade
gestacional satildeo dados muitas vezes mal informados O momento do parto em que o oacutebito
ocorre eacute igualmente importante para a classificaccedilatildeo dos oacutebitos evitaacuteveis Ele pode ocorrer
antes do parto ou apoacutes o parto Esse dado tambeacutem eacute muitas vezes mal preenchido Outro
dado que se relaciona de maneira determinante com a MI eacute a escolaridade materna que do
mesmo modo eacute muitas vezes ignorado (BRASIL 2009)
24 Vigilacircncia de Oacutebitos Infantis Evitaacuteveis
Para aumentar a qualidade de informaccedilotildees e o conhecimento da situaccedilatildeo de
mortalidade infantil e perinatal mostrou-se como necessaacuteria a vigilacircncia adequada e
diferenciada desses oacutebitos A partir da Declaraccedilatildeo de Oacutebito a vigilacircncia de oacutebito nos
municiacutepios coletaraacute dados para planejamento de accedilotildees que previnam esses oacutebitos e melhorem
seus indicadores
A partir de 1990 jaacute foram criados os primeiros Comitecircs de Investigaccedilatildeo do Oacutebito
Infantil (CIOI) sendo realizada a elaboraccedilatildeo do manual dos comitecircs de prevenccedilatildeo do oacutebito
infantil e fetal em 2004 para analisar os determinantes dos oacutebitos infantis e portanto traccedilar
estrateacutegias para minimizar esses determinantes (VENAcircNCIO 2010) Esse manual teve sua
versatildeo atualizada em 2009 (BRASIL 2009)
ldquoOs Comitecircs de Prevenccedilatildeo do Oacutebito Infantil e Fetal satildeo organismos
interinstitucionais de caraacuteter eminentemente educativo e formativo com atuaccedilatildeo
sigilosa Congregam instituiccedilotildees governamentais e da sociedade civil organizada
contando com participaccedilatildeo multiprofissional cuja atribuiccedilatildeo eacute dar visibilidade
acompanhar e monitorar os oacutebitos infantis e fetais e propor intervenccedilotildees para
reduccedilatildeo da mortalidade Satildeo instrumentos de gestatildeo que permitem avaliar a
qualidade da assistecircncia agrave sauacutede prestada agrave gestante ao parto e ao nascimento e agrave
crianccedila no primeiro ano de vida para subsidiar as poliacuteticas puacuteblicas e as accedilotildees de
intervenccedilatildeordquo (BRASIL paacuteg 46 2009)
32
As fichas para Investigaccedilatildeo do oacutebito infantil e fetal foram elaboradas para que
houvesse um padratildeo uacutenico a ser utilizado na vigilacircncia dos oacutebitos infantis e fetais Elas devem
ser preenchidas a partir de dados de prontuaacuterios cadernetas das gestantes entre outros e para
que as comparaccedilotildees do conteuacutedo das mesmas possam ser feitas e os dados do SIM sejam
obtidos com maior qualidade de informaccedilotildees Accedilotildees podem ser assim planejadas e executadas
de maneira uniforme nos trecircs niacuteveis municipal regional e estadual (BRASIL 2010)
Apesar da melhoria das condiccedilotildees socioeconocircmicas e o do aumento na oferta dos
serviccedilos de sauacutede nas uacuteltimas deacutecadas no Brasil a mortalidade infantil ainda eacute decorrente de
causas evitaacuteveis de mortalidade (SANTOS 2014) ldquoAs causas de mortes evitaacuteveis ou
reduziacuteveis satildeo definidas como aquelas preveniacuteveis total ou parcialmente por accedilotildees efetivas
dos serviccedilos de sauacutede que estejam acessiacuteveis em um determinado local e eacutepocardquo (MALTA
2010) Desde a deacutecada de 70 se pensa na evitabilidade do oacutebito infantil por serviccedilos de sauacutede
eficazes e atenccedilatildeo meacutedica qualificada (HARTZ et al1996)
Em 2008 foi publicada uma primeira versatildeo da lista de causas de mortes evitaacuteveis por
intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil (proposta em 2007) sob a coordenaccedilatildeo da
Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil Sua primeira revisatildeo
ocorreu em 2009 durante uma oficina realizada na 9ordf Mostra Nacional de Experiecircncias Bem-
Sucedidas em Epidemiologia Prevenccedilatildeo e Controle de Doenccedilas - 9ordf EXPOEPI (MALTA
2010a)
Santos et al realizaram uma pesquisa sobre mortalidade infantil em LondrinaParanaacute
em 2010 estudando a evitabilidade de oacutebitos infantis em coortes de nascidos vivos (NV)
referentes a dois biecircnios nos anos 2000 (20002001) e o biecircnio (20072008) O primeiro
biecircnio por ter ocorrido antes da expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia e o outro por ser o
mais proacuteximo ao estudo realizado Como resultado as taxas de mortalidade infantil foram de
1170 e 1120 por 1000 NV em 20002001 e em 20072008 Em ambos os biecircnios o
componente neonatal foi o que apresentou a maior taxa especialmente no periacuteodo neonatal
precoce com taxas de 624 e 636 oacutebitos por 1000 NV em 20002001 e 2007 2008
respectivamente O aumento maior foi o da taxa de mortalidade neonatal tardia de 182 oacutebitos
a cada 1000 NV no primeiro biecircnio e de 227 no biecircnio posterior A mortalidade poacutes-neonatal
foi a uacutenica que reduziu sendo que em 20002001 foi de 364 oacutebitos a cada 1000 NV e 257
em 20072008 A maioria dos oacutebitos nos dois biecircnios foi considerada evitaacutevel tanto quanto
em relaccedilatildeo agrave adequada atenccedilatildeo agrave mulher durante a gestaccedilatildeo e o parto quanto ao feto e ao
receacutem-nascido especialmente o relativo a adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (SANTOS
2014)
33
As mortes evitaacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo ocorreram mais entre
nascidos com baixo peso e as natildeo claramente evitaacuteveis entre crianccedilas com peso adequado em
ambos os biecircnios Aproximadamente sete em cada 10 oacutebitos infantis foram considerados
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS tanto no primeiro (716) como no segundo (655)
periacuteodo estudado (SANTOS 2014)
O baixo peso (BP) ao nascer eacute aquele em que o peso ao nascer eacute inferior a 2500 g
(OMS 2008) e ele estaacute relacionado tanto ao crescimento fetal quanto a duraccedilatildeo da gravidez
O crescimento fetal retardado eacute definido como peso ao nascimento inferior ao percentil 10
para a idade gestacional A prematuridade seria a duraccedilatildeo da gravidez cuja idade gestacional
se encontra menor que 37 semanas Fatores geneacuteticos (em torno de 40) e fatores maternos
(em cerca de 60) estatildeo relacionados ao crescimento fetal Quando satildeo realizadas de 4-6
consultas de preacute-natal haacute uma chance de quase 30 em reduzir o risco de BP e quando o
nuacutemero de consultas eacute igual ou maior que 7 chega-se a 40 menor o risco de BP ao nascer
(SILVA 2010)
Em outro trabalho publicado em 2014 realizado por Menezes et al com o objetivo de
analisar os oacutebitos de menores de um ano residentes em Belo Horizonte no periacuteodo de 2006 a
2011 foram utilizados criteacuterios para avaliaccedilatildeo de evitabilidade a partir da atualizaccedilatildeo da
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede As causas
dos oacutebitos evitaacuteveis foram entatildeo categorizadas como mostra o Quadro 1 (MENEZES 2014)
Quadro 1 ndash Classificaccedilatildeo dos oacutebitos segundo evitabilidade
1) Causas evitaacuteveis
(a) reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo
(b) reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e parto e ao feto e ao receacutem-
nascido
(c) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento
(d) reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas agraves accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede
2) Causas mal definidas
3) Demais causas natildeo claramente evitaacuteveis
34
Durante o periacuteodo do estudo obtiveram os seguintes dados 672 oacutebitos
neonatais 327 oacutebitos poacutes-neonatais e 004 oacutebito com faixa etaacuteria ignorada Esses dados
foram obtidos atraveacutes do SIM (Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade) e do SINASC
(Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos) apurou-se o nuacutemero de nascidos vivos nesse
periacuteodo Houve diminuiccedilatildeo de todos os componentes da mortalidade infantil poreacutem o
componente neonatal tardio apresentou a maior reduccedilatildeo (22) O componente neonatal
precoce correspondeu ao coeficiente de mortalidade com maior peso (72) nos oacutebitos do
periacuteodo neonatal As mortes consideradas evitaacuteveis corresponderam a 63 e estas se
relacionaram mais diretamente a uma falha na adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo e na
adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido (RN) A mortalidade infantil por causas
evitaacuteveis diminuiu em 9 e as devidas agraves accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento foram
as que apresentaram maior reduccedilatildeo de 388 As pneumonias e outras doenccedilas bacterianas
foram as principais causas relacionadas a esse grupo As causas evitaacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido tambeacutem diminuiacuteram (307) principalmente devido agrave
reduccedilatildeo das infecccedilotildees especiacuteficas do periacuteodo perinatal e tambeacutem dos transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal As causas evitaacuteveis relacionadas agrave adequada atenccedilatildeo agrave
mulher na gestaccedilatildeo e as reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo a sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo apresentaram aumento enquanto natildeo houve nenhuma alteraccedilatildeo nas reduziacuteveis por
accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo As taxas de mortalidade classificadas como causas de morte mal-
definidas e as demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) tambeacutem tiveram seu nuacutemero reduzido
(MENEZES 2014)
Em 70 das mortes estas ocorreram em crianccedilas com baixo peso ao nascer
especialmente em crianccedilas com menos de 1500 gramas A adequada atenccedilatildeo na gestaccedilatildeo e a
adequada atenccedilatildeo ao feto e receacutem-nascido se correlacionaram com essas mortes Os
transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e peso baixo ao nascer transtorno
respiratoacuterio especiacutefico e infecccedilatildeo especiacutefica do periacuteodo perinatal foram as principais causas
de morte infantil por causas evitaacuteveis nesse estudo
ldquoNos oacutebitos de crianccedilas com peso ao nascer maior ou igual a 2500 g prevaleceram
os grupos de causas evitaacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento e
accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas as accedilotildees de atenccedilatildeo de sauacutede As demais
causas (natildeo claramente evitaacuteveis) representaram cerca de 280 das mortes infantis
e esta proporccedilatildeo foi crescente com o aumento do pesordquo (MENEZES2014)
Alguns fatores tais como oferta de serviccedilos de sauacutede prestados com qualidade
condiccedilotildees sociais e econocircmicas da populaccedilatildeo assim como seu perfil demograacutefico podem
estar relacionados agrave mortalidade proporcional por grupos de causas (Brasil 2010) Segundo as
35
tabelas apresentadas podemos observar que no Brasil de 2001 a 2011 o maior grupo de
causas de mortalidade infantil foi devido agraves afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (mais de
60) seguidas das demais causas definidas (por volta de 20) das doenccedilas infecto-
parasitaacuterias (por volta de 68) e pelas doenccedilas do aparelho respiratoacuterio (em torno de 63)
Houve uma diminuiccedilatildeo progressiva ao longo dos anos das afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatal assim como das doenccedilas infecto-parasitaacuterias e um aumento progressivo pelas
demais causas definidas Pequenas variaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio
ocorreram ao longo do tempo poreacutem houve uma tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo
Estaacute apresentada no ANEXO 2 a Lista Brasileira de Causas de Mortes Evitaacuteveis por
Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede na populaccedilatildeo de 5 a 74 anos (MALTA 2010)
36
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Analisar a variaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componentes e segundo os criteacuterios de
evitabilidade preconizados para o Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) do Brasil ocorridos na Aacuterea
Programaacutetica 10 do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo entre 2007 e 2015
32 Objetivos especiacuteficos
bull Descrever a situaccedilatildeo de nascimento e oacutebitos infantis na AP 10 do municiacutepio do Rio de
Janeiro entre 2007 e 2015 em relaccedilatildeo ao municiacutepio e agraves demais aacutereas da cidade
bull Discutir a ocorrecircncia dos principais grupos de causas evitaacuteveis de mortalidade infantil
na AP 10 no municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e 2015
bull Contribuir para a produccedilatildeo de um informe teacutecnico sobre Mortalidade Infantil na AP
10 divulgando as informaccedilotildees prioritaacuterias para profissionais e gestores da aacuterea
37
4 METODOLOGIA
41 Caracterizaccedilatildeo do Estudo e Coleta dos Dados
Trata-se de um estudo exploratoacuterio descritivo de seacuteries temporais e quantitativo sobre
a mortalidade infantil e sua evitabilidade considerando os oacutebitos de menores de um ano de
residentes na AP 10 e do municiacutepio do Rio de Janeiro no periacuteodo de 2007 a 2015 no qual
ocorreu a expansatildeo da ESF na Cidade Seratildeo utilizadas as bases de dados secundaacuterios do
Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade (SIM) Ministeacuterio da Sauacutede disponiacuteveis pela
ferramenta TABNET na Plataforma da Subsecretaria de Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em
Sauacutede (SUBPAV) para toda gestatildeo da Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
(SMS-RJ)
As informaccedilotildees definidas para os objetivos deste estudo se relacionam aos oacutebitos em
menores de 1 ano sendo estes divididos ainda como oacutebitos neonatais neonatais precoces
neonatais tardios e poacutes-neonatais Informaccedilotildees sobre partos e nascimentos tambeacutem foram
incluiacutedas nesta descriccedilatildeo de dados tendo em vista sua relaccedilatildeo direta com oacutebitos infantis e a
possibilidade de observaccedilatildeo inicial sobre o padratildeo de ocorrecircncias na aacuterea em estudo
Esses dados secundaacuterios foram apurados na ferramenta TABNET na plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
A Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do Sistema Uacutenico de Sauacutede
do Brasil (MALTA 2010) foi utilizada como paracircmetro para a anaacutelise por grupo de causas
no periacuteodo em estudo
42 Cenaacuterio de Estudo
As Aacutereas Programaacuteticas (AP) satildeo aacutereas divididas pela Prefeitura do Rio de Janeiro
para a gestatildeo da sauacutede A Secretaria Municipal de Sauacutede trabalha com essas AP desde 1993
quando foram chamadas de aacutereas de planejamento a fim de traccedilar planos estrateacutegicos em
relaccedilatildeo agrave sauacutede (SMS 2013)
A Aacuterea de Planejamento 10 (AP 10) corresponde agrave primeira das dez aacutereas
programaacuteticas do Municiacutepio do Rio de Janeiro como mostra a Figura 1
38
A Cidade do Rio de Janeiro eacute dividida em dez Aacutereas Programaacuteticas e a AP 10
corresponde aos bairros Benfica Caju Catumbi Centro Cidade Nova Estaacutecio Gamboa
Mangueira Rio Comprido Santa Teresa Santo Cristo Satildeo Cristoacutevatildeo Sauacutede e Vasco da
Gama
Figura 1 - Municiacutepio do Rio de Janeiro e suas Aacutereas Programaacuteticas
Fonte IBGE- setembro de 2011
O Rio de Janeiro eacute um municiacutepio brasileiro de grande importacircncia
econocircmica sociocultural e financeira do paiacutes Em 2010 a populaccedilatildeo do Rio de Janeiro era de
6 320 446 habitantes (395 da populaccedilatildeo estadual) Dentre elas 4683 satildeo homens e
5317 mulheres Para 2015 era estimada uma populaccedilatildeo de 6 386 443 pessoas (IPP 2017)
A AP 10 aleacutem de ser o centro histoacuterico da Cidade do Rio de Janeiro tem em sua
formaccedilatildeo 14 bairros (jaacute citados) e 6 Regiotildees Administrativas (Centro Santa Teresa Rio
Comprido Paquetaacute Satildeo Cristoacutevatildeo e Portuaacuteria) como podemos observar na Figura 2 De
1970 a 2000 houve um decreacutescimo de 27 de sua populaccedilatildeo Paquetaacute foi a uacutenica regiatildeo a
sofrer um pequeno aumento de sua populaccedilatildeo em torno de 5 Eacute uma regiatildeo que atrai
trabalhadores onde setor de serviccedilos eacute o de maior procura No ano 2000 cinco regiotildees
administrativas tinham um alto IDH e apenas uma regiatildeo administrativa com meacutedio IDH
(IBGE 2016)
39
Figura 2 ndash Bairros da AP 10
Fonte Fonte IBGE- setembro de 2011
A AP 10 possui 17 unidades de Atenccedilatildeo Primaacuteria 75 equipes de Sauacutede da Famiacutelia 1
PS CASS 2 equipes NASF 2 equipes de consultoacuterio na rua e 1 Policliacutenica (SMS 2016)
Em 2015 a AP 10 tinha uma populaccedilatildeo estimada de 311265 habitantes e em 2010
estimava-se que 35 da populaccedilatildeo residia em favelas cerca de 103296 habitantes (IPP
2017)
O nuacutemero de famiacutelias cadastradas na ESF em 2009 era de 260 famiacutelias Em 2010
houve um aumento do nuacutemero de famiacutelias cadastradas para 8196 famiacutelias Em 2015 houve
um aumento significativo para 72786 cadastros e em 2016 uma estimativa de 79766
castrados das famiacutelias (SMS 2016)
A escolha da AP 10 para uma anaacutelise especiacutefica no estudo ocorreu pelo fato de ter
ocorrido um aumento da morte em menores de 1 ano no ano de 2015 alterando-se a
tendecircncia anterior
40
43 Estrateacutegia de Anaacutelise
A descriccedilatildeo da situaccedilatildeo de nascimentos e mortalidade infantil na AP 10 foi feita
utilizando-se o periacuteodo de 2007 a 2015 como a referecircncia para verificaccedilatildeo das variaccedilotildees
encontradas considerando-se diferentes variaacuteveis e os principais componentes da mortalidade
infantil Como jaacute citado os dados foram apurados na ferramenta TABNET na Plataforma
SUBPAV (Subsecretaria de Promoccedilatildeo e Atenccedilatildeo Primaacuteria e Vigilacircncia em Sauacutede) da
Secretaria Municipal de Sauacutede do Rio de Janeiro
Ao iniciar-se este estudo tendo como objetivo a anaacutelise de dados ateacute 2015 e natildeo
estando este uacuteltimo ano ainda disponiacutevel na paacutegina da SMS Rio na internet e nem tampouco
no SIM DATASUS utilizou-se a ferramenta TABNET na Plataforma SUBPAV com
ciecircncia e apoio da Gerecircncia de Dados Vitais da SMS Esta plataforma tem acesso restrito a
profissionais que atuam na SMS
A partir da coleta de dados foi elaborado um banco no software Microsoft Excell
2016 no qual foram feitos os consolidados de frequecircncia por tipo de anaacutelise desejada visando
a apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas e graacuteficos
A anaacutelise descritiva estaacute apresentada levando em conta dados especiacuteficos de cada ano
assim como tambeacutem a variaccedilatildeo considerando-se trecircs triecircnios ndash de 2007 a 2009 de 2010 a
2012 e de 2013 a 2015 estrateacutegia esta que foi decidida a fim de que o nuacutemero de casos para
as aacutereas do municiacutepio particularmente a AP 10 se apresentasse com melhor consistecircncia do
que aquele com menores quantitativos quando considerados dados de somente o periacuteodo de
um ano
O processamento dos dados de Mortalidade Infantil e de seus componentes no
periacuteodo analisado e nas diferentes aacutereas do municiacutepio permitiu tambeacutem a verificaccedilatildeo das
variaccedilotildees de tendecircncias da AP 10 em comparaccedilatildeo com as demais aacutereas e com o municiacutepio do
Rio de Janeiro
Os dados referentes aos principais grupos de causas evitaacuteveis da Mortalidade Infantil e
seus componentes segundo os criteacuterios de evitabilidade preconizados pelo Ministeacuterio da
Sauacutede para o SUS no Brasil ocorridos nas AP do municiacutepio do Rio de Janeiro entre 2007 e
2015 tambeacutem seratildeo apresentados e discutidos
Informaccedilotildees mais relevantes deveratildeo ser destacadas para inclusatildeo em Informe Teacutecnico
produzido a parte do presente estudo visando divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees sobre Mortalidade
Infantil a profissionais e gestores da AP 10 assim como da SMS do Rio de Janeiro
41
44 Aspectos Eacuteticos
Embora o planejamento da pesquisa envolvesse principalmente a apuraccedilatildeo de dados
secundaacuterios considerando-se a necessidade de coleta de dados ainda natildeo divulgados houve
exigecircncia da SMS de que o projeto de pesquisa fosse submetido a parecer de eacutetica em
pesquisa
Desse modo a pesquisa cumpriu todas as etapas previstas nas normas nacionais que
subsidiam a pesquisa em sauacutede tendo como bases a Resoluccedilatildeo do CNEP 4662012 e
a Normativa 0012013 com encaminhamento para os Comitecircs de Eacutetica e Pesquisa da Estaacutecio
e da Secretaria Municipal de Sauacutede Para a avaliaccedilatildeo eacutetica o projeto de pesquisa foi
protocolado por meio do sistema Plataforma Brasil uma base nacional e unificada de
registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema CEPCONEP
Este estudo estaacute relacionado agrave apuraccedilatildeo e anaacutelise de dados secundaacuterios o que implicou
uma reduccedilatildeo plena de riscos envolvendo as pesquisas em sauacutede Durante todo o processo de
coleta processamento e anaacutelise de dados todas as precauccedilotildees para garantir-se o sigilo e a
confidencialidade das informaccedilotildees foram tomadas com o compromisso de natildeo ser divulgado
qualquer dado que permitisse direta ou indiretamente a identificaccedilatildeo de serviccedilos unidades de
sauacutede ou profissionais envolvidos na assistecircncia dos casos
Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica da SMS do Rio de Janeiro com
nuacutemero de parecer da aprovaccedilatildeo 1836593 no dia 25112016
42
5 RESULTADOS
Foram levantados os dados de nascimento e oacutebitos do Municiacutepio do Rio de Janeiro
(MRJ) e das suas diferentes aacutereas programaacuteticas atraveacutes da ferramenta TABNET disponiacutevel
no acesso a Indicadores e Dados Estatiacutesticos no portal da SMS do Rio de Janeiro e na
Plataforma SUBPAV No iniacutecio deste levantamento considerando os objetivos deste estudo
os dados do ano de 2015 natildeo estavam disponiacuteveis neste acesso sendo necessaacuteria a
colaboraccedilatildeo da Gerecircncia de Dados Vitais da Superintendecircncia de Vigilacircncia em Sauacutede da
SMS que forneceu as informaccedilotildees necessaacuterias para a anaacutelise de todo periacuteodo estudado
incluindo-se o ano de 2015
As informaccedilotildees seratildeo apresentadas como seacuterie histoacuterica do ano de 2007 anterior ao
iniacutecio da chamada reforma da APS no municiacutepio que se sugere tenha comeccedilado em 2009 ateacute
o ano de 2015 quando se iniciou a proposta deste estudo As informaccedilotildees seratildeo tambeacutem
apresentadas com os dados consolidados por triecircnios 2007 a 2009 2010 a 2012 e 2013 a
2015 o que foi decidido porque desse modo seriam agrupados mais dados de mortalidade em
populaccedilotildees menores como satildeo as aacutereas programaacuteticas de sauacutede no Rio de Janeiro Esta
definiccedilatildeo metodoloacutegica para anaacutelise por triecircnios tambeacutem foi decidida com o objetivo de
suavizarem-se variaccedilotildees aleatoacuterias no nuacutemero de oacutebitos em determinado ano estimando-se a
meacutedia aritmeacutetica do triecircnio como foi utilizado em recente estudo sobre Mortalidade Infantil
em Minas Gerais (LISBOA et al 2015)
Antes de apresentar os resultados relacionados ao levantamento de oacutebitos infantis no
MRJ optou-se por incluir informaccedilotildees sobre nascimentos tendo em vista a possibilidade de
acesso ao SINASC na mesma plataforma da SMS e porque possuem estreita relaccedilatildeo com
aspectos ligados ao risco de oacutebitos em menores de um ano Julgou-se importante observar os
dados referentes ao nuacutemero de nascimentos ocorridos tanto no MRJ e na AP 10 uma vez que
haacute estreita relaccedilatildeo do nuacutemero de nascidos vivos com o caacutelculo da taxa de mortalidade infantil
o que poderia indicar sugestotildees de anaacutelises posteriores mesmo que fora dos objetivos do
presente estudo
43
51 Populaccedilatildeo e Nascimentos no Municiacutepio do Rio de Janeiro (MRJ)
Aleacutem da variaccedilatildeo de nascimentos no periacuteodo alguns fatores como o baixo peso ao
nascer filhos de matildees adolescentes tipo de parto nuacutemero de consultas de preacute-natal assim
como o nascimento em unidades SUS seratildeo aqui tambeacutem apresentados
Em 1997 o total de nascidos vivos no MRJ foi de 103193 com Taxa de Natalidade
de 186 1000 habitantes neste ano Esses indicadores apresentaram um decreacutescimo ateacute 2007
quando o total de nascimentos foi de 82019 e a Taxa de Natalidade de 133 1000 habitantes
A partir deste ano com exceccedilatildeo de 2010 observa-se um aumento do nuacutemero de nascimentos
na cidade e a Taxa de Natalidade elevaram-se para 143 1000 habitantes em 2015 com
90439 nascimentos no MRJ segundo as informaccedilotildees disponibilizadas pela SVSSMS
A Tabela 4 apresenta os dados de nascidos vivos por ano de 2007 a 2015 Foi
observado um aumento de nascimentos na Cidade nos uacuteltimos anos o que contrastou com
periacuteodos anteriores se considerarmos que no ano de 2015 por exemplo o total de nascidos
vivos foi de 90532 como disponiacutevel na mesma fonte nuacutemero superior ao do ano de 2007
Tabela 4 - Total de nascidos vivos por AP de residecircncia MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variaccedilatildeo
N
10 4638 4632 4822 4733 4680 4446 4506 4669 4656 18
21 6211 6275 6371 6873 6576 6405 6445 6624 6556 345
22 3572 3573 3552 3607 3521 3503 3526 3607 3648 76
31 11316 11438 11514 10914 11644 11420 11683 11861 12073 757
32 7325 7071 7124 7134 7224 7156 7283 7523 7268 -57
33 12585 12379 12913 12304 12573 12648 12900 13011 13030 445
4 11817 12388 13246 13069 14019 14387 14451 15148 15430 3613
51 8559 8337 8560 8565 9050 9019 9487 9459 9414 855
52 9671 9865 9725 9537 10190 10492 10688 11364 11446 1775
53 5610 5680 5971 5776 5861 6265 6405 6368 6718 1108
Ign 715 703 617 745 601 636 100 289 293 -422
MRJ 82019 82341 84415 83257 85939 86377 87474 89923 90532 8513
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao analisar o percentual da variaccedilatildeo dos nascidos vivos nos triecircnios 20072009
20102012 e 20132015 observa-se que o MRJ teve um aumento de 77 enquanto o
percentual da variaccedilatildeo da AP 10 sofreu um decreacutescimo de 19 A regiatildeo dos bairros do
Centro da cidade e adjacecircncias foi a uacutenica AP que apresentou um decreacutescimo do nuacutemero de
44
nascimentos considerados o primeiro e uacuteltimo triecircnio analisados enquanto a AP 40
apresentou o maior aumento do nuacutemero de nascidos vivos no mesmo periacuteodo
correspondendo a um aumento de 202 como podemos ver na Tabela 5 O Graacutefico 5
mostra a variaccedilatildeo do percentual dos nascidos vivos por AP e na totalidade do MRJ de 2007 a
2015
Tabela 5 - Total de nascidos vivos por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP
Resid
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
N
Variaccedilatildeo
1 14092 13859 13831 -261 -19
21 18857 19854 19625 768 41
22 10697 10631 10781 84 08
31 34268 33978 35617 1349 39
32 21520 21514 22074 554 26
33 37877 37525 38941 1064 28
4 37451 41475 45029 7578 202
51 25456 26634 28360 2904 114
52 29261 30219 33498 4237 145
53 17261 17902 19491 2230 129
MRJ 248775 255573 267929 19154 77
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 5 -Variaccedilatildeo percentual do total de nascidos vivos por AP
MRJ 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
45
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Ao observamos o peso ao nascimento constatamos que apesar de ter havido uma
reduccedilatildeo do nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) entre 2007 e 2015 em
todas as AP a AP 51 apresentou aumento de seu percentual (98) como mostra a Tabela 6
A AP 10 apresentou o maior decreacutescimo da proporccedilatildeo de nascimentos de crianccedilas com baixo
peso havendo diminuiccedilatildeo desta proporccedilatildeo em quase todas as aacutereas exceto 51 e 53
Considerando-se os triecircnios estudados constata-se uma diminuiccedilatildeo gradativa do
percentual de nascimento de crianccedilas com baixo peso ao nascer (lt2500g) no municiacutepio do
Rio de Janeiro assim como tambeacutem representado no Graacutefico 6 e apresentado na Tabela 7
sendo que na AP 10 esta variaccedilatildeo foi a de maior valor
Graacutefico 6 - Variaccedilatildeo percentual de nasccom BP por AP do MRJ de 2007209 a 201315
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Tabela 6 - Percentual de Nascimentos com Peso ao Nascer lt 2500g
AP Resid 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10 110 103 101 105 98 97 93 89 96
21 89 91 95 96 90 90 81 92 87
22 94 99 95 101 103 85 88 85 91
31 97 97 101 100 95 100 92 95 90
32 103 94 98 102 98 99 99 91 101
33 100 100 99 95 94 96 93 96 96
4 95 96 95 92 88 92 89 94 94
51 95 96 97 92 89 98 91 88 98
52 95 89 92 92 92 85 94 90 83
53 96 92 94 92 95 95 95 89 96
MRJ 97 95 97 96 93 94 92 92 93
46
Tabela 7 - Percentual de nascidos vivos com baixo peso
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 104 100 92 -116
21 92 92 87 -52
22 96 96 88 -81
31 98 99 92 -63
32 98 100 97 -17
33 100 95 95 -47
4 96 91 92 -33
51 96 93 92 -42
52 92 89 89 -30
53 94 94 94 -08
MRJ 96 94 92 -43
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Com relaccedilatildeo aos nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes eles diminuiacuteram
ao longo do periacuteodo analisado em todo o MRJ e em todas as AP Em 2015 o percentual de
nascimentos de matildees adolescentes foi de 153 no MRJ enquanto em 2007 era de 172 No
triecircnio 201315 esse percentual meacutedio foi de 159 em contraste com 169 do primeiro
triecircnio apresentando assim uma reduccedilatildeo de quase 6 como pode ser visto na Tabela 8 O
maior percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 201315 correspondeu agrave AP
53 (214) e o menor percentual correspondeu ao da AP 21(84) As maiores variaccedilotildees do
percentual nos triecircnios estudados ocorreram nas aacutereas 21 e 22 onde os bairros apresentam
melhores indicadores econocircmicos e sociais
47
Tabela 8 - Percentual de nascidos vivos de matildees adolescentes por periacuteodo e
Variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015 AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 197 185 181 -81
21 102 93 84 -176
22 125 113 103 -176
31 187 187 183 -21
32 166 157 152 -84
33 178 181 174 -22
4 138 131 123 -108
51 187 186 179 -48
52 180 174 169 -61
53 223 209 214 -40
MRJ 169 163 159 -59
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Observamos um aumento do percentual de nascimento por parto cesaacutereo nos trecircs
triecircnios estudados em todo o MRJ como pode ser visto na Tabela 9 Nota-se que no segundo
triecircnio (20102012) houve um aumento do percentual em todas as AP em relaccedilatildeo ao primeiro
triecircnio (20072009) A maior variaccedilatildeo do percentual por nascimento por parto cesaacutereo se deu
na AP 52 (147) enquanto a menor variaccedilatildeo ocorreu na AP 31 (01) As aacutereas 52 e 53
apresentaram um aumento importante de partos cesaacutereos Na AP 10 este aumento percentual
foi dos menores no MRJ
Tabela 9 - Percentual de nascidos vivos por tipo de parto cesaacutereo
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
10 478 523 486 16
21 626 650 640 21
22 657 677 670 19
31 514 540 515 01
32 546 591 572 49
33 534 569 577 82
4 575 611 615 70
51 525 552 534 18
52 506 562 580 147
53 419 468 477 140
MRJ 536 574 567 58
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
48
Os nascimentos com registro no SINASC de adequado nuacutemero de consultas de preacute-
natal tambeacutem foi verificado levando-se em conta a associaccedilatildeo teoacuterica desta assistecircncia com
morbidade e mortalidade infantis Em todo o MRJ houve um aumento do percentual de
nascimentos com 7 ou mais consultas de preacute-natal de 2007 a 2015 exceto na AP 33 onde
houve diminuiccedilatildeo do seu percentual A AP 10 apresentou 724 desses nascimentos em
2015 como mostra a Tabela 10 com 7 ou mais consultas de preacute-natal
Atraveacutes do Graacutefico 7 pode ser observado um decreacutescimo de nascimentos de gestantes
com menos de 7 ou mais consultas de preacute-natal em quase todas as AP sendo a reduccedilatildeo mais
importante a ocorrida na AP 21 (309) e exceto na AP 33 com um aumento de 11 de
gestantes com menos de 7ou mais consultas de preacute-natal
Tabela 10 - Percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de preacute-natal
No periacuteodo MRJ 2007 a 2015 AP
Resid
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
1 647 647 624 633 647 648 696 705 724
21 802 825 811 796 794 836 855 829 839
22 817 816 816 814 781 812 808 810 823
31 649 619 598 590 597 635 670 700 722
32 674 672 672 676 657 706 740 761 762
33 689 641 674 639 625 652 662 659 668
4 710 685 662 658 648 705 741 726 766
51 674 625 615 615 619 635 657 684 709
52 661 628 617 630 641 662 689 699 733
53 589 593 611 571 581 612 669 724 768
MRJ 685 663 658 650 647 679 708 717 741
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 7 - Variaccedilatildeo do percentual de nascimentos com menos de 7 consultas de Preacute-natal de 2007 a 2015
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
49
Os nascimentos em unidades SUS no MRJ apresentaram uma meacutedia de 579 em
20132015 quando eram 548 em 20072009 Na AP 10 houve um aumento de 170 em
relaccedilatildeo a esses nascimentos em contraste com a AP 22 que teve uma reduccedilatildeo de mais de
50 como mostra a Tabela 11 Uma provaacutevel ampliaccedilatildeo de oferta de leitos SUS para a
assistecircncia ao parto na AP 10 pode ser estimada a partir do importante acreacutescimo na
proporccedilatildeo de nascimentos no SUS nesta aacuterea comparando-se este dado com a variaccedilatildeo
meacutedia do MRJ
O percentual de nascimentos no SUS no triecircnio 201315 foi maior nas AP 53
(765) AP 51(699) e AP 31(671) e os menores percentuais corresponderam agraves AP
22(164) e AP 21 (263) Nos trecircs triecircnios estudados o maior aumento do percentual de
nascimentos no SUS se deu na AP 31 (145) e a AP 22 apresentou um decreacutescimo
importante de 173
Tabela 11 - Percentual de nascidos vivos em unidades SUS
Por periacuteodo e variaccedilatildeo por triecircnios MRJ 2007 a 2015
AP Resid 20072009 20102012 20132015
Variaccedilatildeo
10 538 563 629 170
21 245 266 263 72
22 337 230 164 -513
31 526 651 671 275
32 578 572 570 -13
33 583 621 616 57
4 512 513 509 -06
51 663 682 699 54
52 633 625 628 -07
53 750 725 765 21
MRJ 548 567 579 57
Fonte SINASCSVSSMS Rio-2017
As observaccedilotildees das variaacuteveis apresentadas tendo como fonte o SINASC natildeo
permitiram identificar padratildeo de variaccedilatildeo que tivesse relaccedilatildeo teoacuterica com o aumento da
Mortalidade Infantil na AP 10 no ano de 2015 salvo a questatildeo do aumento da natalidade
fato estes comem a todas as aacutereas da Cidade no periacuteodo estudado
50
52 Aspectos Gerais da Mortalidade Infantil no Municiacutepio do RJ
A mortalidade infantil no municiacutepio do Rio de Janeiro apresenta uma tendecircncia
decrescente haacute vaacuterios anos e estudos de Matos et al (2007) sobre mortalidade infantil no MRJ
no periacuteodo de 1979 a 2004 demonstraram que houve um decreacutescimo de todos os
componentes relativos aos oacutebitos infantis nesse periacuteodo
No Graacutefico 8 pode-se observar de que maneira ocorreu essa tendecircncia decrescente
das TMI e seus componentes no MRJ de 1980 a 2015
Graacutefico 8 - MI e seus componentes Municiacutepio do Rio de Janeiro 1980 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
51
A Tabela 12 apresenta as variaccedilotildees das TMI e seus componentes no MRJ ao longo dos
triecircnios 20072009 20102012 e 20132015 verificando-se uma variaccedilatildeo negativa destes
indicadores ou seja a reduccedilatildeo da mortalidade infantil em todos os seus componentes
principalmente da mortalidade ocorrida no periacuteodo poacutes-neonatal com uma reduccedilatildeo importante
de 168
Tabela 12 - TMI no MRJ por componentes nos triecircnios estudados Faixa Etaacuteria Infan 20072009 20102012 20132014 Faixa
Etaacuteria inf
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 lt 7d -73
07-27 23 21 22 07-27 -60
28d-lt1 49 47 41 28d-lt1 -168 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis eacute uma importante estrateacutegia da vigilacircncia da
mortalidade (BRASIL 2009) cujos objetivos se relacionam agrave possibilidade de contribuir para
o desenvolvimento de accedilotildees especiacuteficas que visem a reduccedilatildeo dessas taxas A investigaccedilatildeo dos
oacutebitos infantis iniciou-se no municiacutepio do Rio de Janeiro em 2006 e no ano seguinte que
representa o limite inicial do presente estudo foram apenas investigados 347 dos oacutebitos
infantis (SMS 2016) Em 2015 ocorreram 1094 oacutebitos infantis sendo investigados 904
oacutebitos ou seja 826 do total demonstrando um incremento importante dos oacutebitos
investigados como mostra o Graacutefico 9
Graacutefico 9 - Percentual de Investigaccedilatildeo de oacutebitos infantis no MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A Tabela 13 e o Graacutefico 10 mostram que foram investigados 754 dos oacutebitos
relativos ao periacuteodo neonatal precoce (lt 7 dias) 845 no periacuteodo neonatal tardio e 915
ao periacuteodo poacutes-neonatal no MRJ em 2015
52
Tabela 13 - Proporccedilatildeo de oacutebitos infantis investigados entre 2007 e 2015 no MRJ Faixa Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 384 648 702 738 832 880 828 801 754
07-27 460 598 644 749 838 889 864 870 845
28d-lt1 250 573 609 776 781 848 886 910 915
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 10 - Percentual de investigaccedilatildeo dos oacutebitos infantis por componente MRJ 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tambeacutem foram observados os oacutebitos referentes a algumas variaacuteveis de risco como a
idade da matildee a idade gestacional das matildees e o peso do RN ao nascer considerando a
proporccedilatildeo de oacutebitos infantis por cada uma dessas variaacuteveis nas aacutereas e MRJ
A Tabela 14 apresenta a proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis ocorridos em matildees nas
diferentes faixas etaacuterias Houve um aumento do percentual de oacutebitos em matildees nas faixas
etaacuterias de 20 a 24 anos 45 a 49 anos diminuiccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis nas
adolescentes
53
Tabela 14 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade da matildee MRJ
Idade
Matildee
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10-14 07 15 06 09 06 21 14 14 16
15-19 179 147 161 167 183 181 185 162 169
20-24 215 228 210 190 203 212 199 240 209
25-29 181 191 186 203 171 188 202 215 197
30-34 156 138 139 145 158 152 157 179 176
35-39 69 80 89 96 101 109 112 101 139
40-44 29 28 33 33 40 34 35 44 48
45-49 06 04 03 02 02 02 02 06 01
Ign 159 168 172 155 136 102 95 38 46
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Outra variaacutevel de risco para os oacutebitos infantis se relaciona agrave idade gestacional das
matildees O maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 ocorreu entre a 37- 41 semanas de
gestaccedilatildeo correspondendo a um total de 167 oacutebitos de 2007 a 2015 Tambeacutem houve um
grande nuacutemero de oacutebitos (129 oacutebitos) entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo nesse periacuteodo A
soma dos oacutebitos infantis ocorridos nesses dois periacuteodos de gestaccedilatildeo correspondeu a um pouco
mais da metade do nuacutemero de oacutebitos totais no periacuteodo analisado conforme mostra a Tabela
15
Tabela 15 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por ano segundo Idade Gestacional MRJ
Semanas
Gestaccedilatildeo
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Menos 22 22 23 71 26 73 61 68 58 63
22 a 27 227 246 196 212 181 197 205 228 228
28 a 31 165 155 174 155 136 156 144 159 143
32 a 36 193 169 173 224 140 170 178 173 182
37 a 41 248 242 262 254 212 249 260 288 294
42 e mais 11 16 13 10 14 10 09 14 10
Natildeo informado 133 148 111 119 244 157 135 80 80
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Um importante fator a ser observado se refere ao peso da crianccedila ao nascer uma vez
que ele se encontra estreitamente relacionado ao oacutebito infantil A Tabela 16 apresenta o
54
percentual de oacutebitos ocorridos em RN com menos de 2500g sendo de 599 em 2007 e de 629
em 2015 mostrando algum decreacutescimo na proporccedilatildeo de oacutebitos infantis com peso adequado ao
nascimento
Tabela 16 - Proporccedilatildeo dos oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo o Peso ao Nascer MRJ
Peso
nascer (500g)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
0g a 499g 53 54 112 50 58 49 53 44 50
0500g a 0999g 285 288 236 272 246 269 261 303 291
1000g a 1499g 99 117 105 103 105 114 124 120 109
1500g a 1999g 79 73 69 72 98 70 79 70 88
2000g a 2499g 83 67 68 76 74 83 73 97 101
2500g a 2999g 90 88 100 146 127 100 114 130 130
3000g a 3499g 91 95 108 82 93 127 109 138 129
3500g a 3999g 39 39 49 42 47 55 50 60 62
4000g a 4499g 09 06 11 08 08 08 23 13 19
4500g e mais 04 04 03 04 03 07 05 07 05
Ignorado 166 169 140 145 141 117 110 19 16
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
55
53 Mortalidade Infantil na AP 10
Em relaccedilatildeo a AP 10 apresentaremos os nuacutemeros absolutos dos oacutebitos infantis
ocorridos entre 2007 e 2015 e a proporccedilatildeo de seus componentes no mesmo periacuteodo
Como pode ser verificado na Tabela 17 em 2015 ocorreram 67 oacutebitos infantis sendo
esse nuacutemero de oacutebito infantil maior do que o apresentado no iniacutecio do periacuteodo de expansatildeo
recente da APS determinando assim o fato que motivou e caracterizou o interesse desse
estudo principalmente porque foram 17 oacutebitos a mais que os do ano anterior exatamente
quando a aacuterea jaacute atingia maior cobertura da ESF A maior proporccedilatildeo de oacutebitos de concentra
no periacuteodo neonatal precoce sendo observada uma variaccedilatildeo negativa da proporccedilatildeo de oacutebitos
poacutes-neonatais como esperado como ser observado na Tabela 18
Tabela 17 - Total de oacutebitos AP 10 por componentes de 2007 a 2015 Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 31 31 38 33 25 26 25 25 35
07-27 11 14 12 10 9 8 10 10 12
28d-lt1 24 23 32 19 24 16 28 15 20
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 18 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 470 456 463 532 431 520 397 500 522
07-27 167 206 146 161 155 160 159 200 179
28d-lt1 364 338 390 306 414 320 444 300 299
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Em relaccedilatildeo agraves taxas de mortalidade infantil na AP 10 durante o periacuteodo estudado
observa-se que 2008 2009 2013 e 2015 houve aumento dessas taxas principalmente no
periacuteodo neonatal precoce como se observa na Tabela 19 Quando comparamos essas mesmas
taxas de mortalidade agraves taxas de mortalidade infantil no MRJ vemos na Tabela 20 que as
TMI foram mais elevadas na AP 10 do que no MRJ nesses anos A mortalidade neonatal
precoce foi o componente da MI com maiores taxas A TMI no MRJ em 2015 se apresentou
56
menor do que a TMI em 2007 Fato esse que natildeo ocorreu na AP 10 quando a TMI aumentou
em 2015 em relaccedilatildeo a 2007
Tabela 19 - TMI por componentes na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 67 67 79 70 53 58 55 54 75
07-27 24 30 25 21 19 18 22 21 26
28d-lt1 52 50 66 40 51 36 62 32 43
Total 142 147 170 131 124 112 140 107 144 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 20 - TMI por componentes no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
lt 7d 612 601 643 638 567 581 609 540 568
07-27 212 26 223 206 194 229 226 203 221
28d-lt1 483 498 500 466 490 457 431 384 416
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
As mesmas informaccedilotildees quando analisadas de modo que sejam observados os
valores natildeo por cada ano mas sim pelos os triecircnios estudados permitem identificar que o
nuacutemero de oacutebitos infantis e as TMI nos seus trecircs componentes principais se apresentaram
com decreacutescimo na AP 10 e no MRJ como se pode ver nas Tabelas 21 e 22 Entretanto a
variaccedilatildeo percentual na TMI e nos seus componentes foi maior na AP 10 que a variaccedilatildeo
percentual meacutedia do MRJ
Tabela 21 - TMI por componentes na AP 10 e por triecircnio de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 71 61 61 -10 -141
07-27 26 19 23 -03 -113
28d-lt1 56 43 46 -10 -178
Total 153 123 130 -23 -150 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 22 - TMI por componentes no MRJ e por triecircnio no MRJ de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Variaccedilatildeo
lt 7d 62 59 57 -05 -80
07-27 23 21 22 -01 -43
28d-lt1 49 47 41 -08 -163
Total 134 127 120 -14 -104
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
57
No Graacutefico 11 estatildeo representadas as variaccedilotildees das TMI na AP 10 por componentes
nos trecircs triecircnios estudados
Graacutefico 11 - Taxa de mortalidade infantil por componente na AP 10
Por triecircnio de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Na Mortalidade Infantil Proporcional por faixa etaacuteria observamos a manutenccedilatildeo do
padratildeo com maior proporccedilatildeo de oacutebitos infantis neonatais precoces o que jaacute se apresentava
desde o iniacutecio do periacuteodo estudado assim como jaacute era uma tendecircncia conhecida a partir dos
anos 90 na AP 10 como observada na Tabela 23
Tabela 23 - Proporccedilatildeo de oacutebitos por componentes por periacuteodo na AP 10 de 2007 a 2015
Faixa
Etaacuteria
Infantil
20072009 20102012 20132015
lt 7d 463 494 472
07-27 171 159 178
28d-lt1 366 347 350
Total 1000 1000 1000
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
58
54 Mortalidade Infantil e Causas Evitaacuteveis no MRJ e AP 10
Analisando as causas de oacutebitos infantis por capiacutetulos e categorias do Coacutedigo
Internacional de Doenccedilas (CID) vemos que a maior causa de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
correspondeu ao XVI capiacutetulo do CID ou seja por ldquoAlgumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo
perinatalrdquo (607 oacutebitos ou 555) Em seguida os oacutebitos mais preponderantes se relacionaram
ao XVII capiacutetulo do CID que trata de ldquoMalformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias
cromossocircmicasrdquo (233 oacutebitos) Essas duas causas somadas equivalem a mais ou menos 75
das causas de oacutebitos infantis por capiacutetulo do CID Considerando o periacuteodo de 2007 a 2015 as
causas mais preponderantes de oacutebitos infantis foram as mesmas observadas em 2015
Em relaccedilatildeo agrave categoria do CID a maior causa de mortalidade infantil no MRJ em
2015 correspondeu ao ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relacionadas com a gravidez atualrdquo (CID P00) Malformaccedilotildees congecircnitas
deformidades e anomalias cromossocircmicas (principalmente por ldquoOutras malformaccedilotildees
congecircnitas do coraccedilatildeordquo- CID Q24) ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CIDP36) e
ldquoFeto e receacutem-nascido afetados por complicaccedilotildees maternas gravidezrdquo (CID P01)
Os oacutebitos infantis totais segundo causa por categoria da CID no MRJ no periacuteodo de
2007 a 2015 satildeo apresentados no ANEXO 3 Natildeo estatildeo apresentadas as informaccedilotildees sobre
Mortalidade Infantil por grupo de causas para a AP 10 tendo em vista que o padratildeo de
distribuiccedilatildeo eacute semelhante ao do MRJ onde se apresenta um perfil de causas compatiacuteveis com
a classificaccedilatildeo sobre evitabilidade que seraacute apresentada depois
O Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave
gravidez atual corresponderam ao maior percentual de causa de morte infantil em 2015 no
MRJ e apresentou elevaccedilatildeo de seu percentual quando comparado a 2007 quando o
Desconforto Respiratoacuterio do Receacutem-Nascido era a causa mais preponderante como se
observa na Tabela 24 e Graacutefico 12
59
Tabela 24 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ
Causa (CID10) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
P00 Feto e RN afetados por af
maternas natildeo obrigrelacionadas agrave
gravidez atual 54 55 90 100 88 112 123 95 98
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido 120 95 98 87 74 63 71 79 56
P36 Septicemia bacteriana do RN 70 80 68 61 48 58 70 79 89
P01 Feto e RN afetados por compl
maternas da gravidez 28 44 57 51 62 63 57 52 59
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircnitas do
coraccedilatildeo 51 51 44 39 47 48 56 55 37
P02 Feto e RN afetados por compl
placenta cordatildeo umb e membr 32 41 33 48 41 53 45 33 56
J18 Pneumonia pmicro-org NE 47 32 41 30 39 38 42 27 37
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade 35 27 26 37 38 28 25 27 23
P21 Asfixia ao nascer 41 38 37 23 19 20 20 24 28
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 13 19 17 32 27 31 21 21 27
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Graacutefico 12 ndash Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis segundo causa por categoria da CID MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
O Graacutefico 13 mostra o aumento da TMI devido ao Feto e RN afetados por afecccedilotildees
maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual (CID P00) e a diminuiccedilatildeo da
TMI por Desconforto respiratoacuterio do receacutem-nascido (CID P22) apoacutes uma pequena elevaccedilatildeo
em 2014 A Tabela 25 mostra que a elevaccedilatildeo do Feto e RN afetados por afecccedilotildees maternas
natildeo obrigatoriamente relacionadas agrave gravidez atual como causa da mortalidade infantil no
triecircnio 20132015 foi a mais acentuada (variaccedilatildeo de 39) e o Desconforto respiratoacuterio do
receacutem-nascido representou maior decreacutescimo no mesmo triecircnio com uma diminuiccedilatildeo de
36
60
Graacutefico 13 - Taxa de Oacutebitos infantis Totais segundo causa por categoria da CID-MRJ
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 25 ndash MI Proporcional por Causas MRJ por triecircnio Causa (CID10) 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
P00 Fetos e receacutem-nascidos afetados por afec
maternas natildeo obr relacionados a gravidez
atual
67 100 106
39
P22 Desconforto respiratoacuterio do receacutem-
nascido
104 75 68
-36
P36 Septicemia bacteriana do receacutem-nascido 73 56 79
06
P01 Feto rec-nasc afet complic maternas
gravidez
43 59 56
13
Q24 Outras malformaccedilotildees congecircn do coraccedilatildeo 49 44 49
0
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr
35 47 45
10
J18 Pneumonia pmicro-org NE 40 36 36 -04
R99 Outras causas mal definidas e NE
mortalidade
29 34 25
-04
P21 Asfixia ao nascer 39 21 24 -15
W84 Riscos NE a respiraccedilatildeo 16 30 23 07
Total geral 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Lembrando o conceito de Malta (2010) sobre a morte infantil causada por afecccedilotildees
evitaacuteveis por intervenccedilotildees no SUS ou seja aquelas passiacuteveis de serem prevenidas ou
reduzidas por serviccedilos eficientes de sauacutede verificamos a seguir de que maneira ocorreram as
principais causas evitaacuteveis no MRJ e na AP 10 em particular
Segundo a Lista Brasileira de Causas Evitaacuteveis feita com dados do Sistema de
Informaccedilotildees sobre Mortalidade dispotildee-se de subgrupos de causas Esses subgrupos
correspondem agraves causas evitaacuteveis que satildeo aquelas Reduziacuteveis pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave
61
mulher no parto Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequados e Reduziacuteveis por accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculada a
accedilotildees de atenccedilatildeo
As principais causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 foram relacionadas agraves causas
Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo (349 oacutebitos infantis) correspondendo a
319 dos oacutebitos Outras causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis de menores proporccedilotildees foram as
causas tais como ldquoReduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeordquo e agraves ldquoCausas mal definidasrdquo 05
e 33 respectivamente em 2015 como apresenta a Tabela 26 As ldquoDemais causas (natildeo
claramente evitaacuteveis)rdquo apresentaram um nuacutemero de 294 oacutebitos correspondendo somente a
269 do total Em resumo as causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis em 2015 no MRJ
corresponderam a 698 como visualisamos na Tabela 27 Jaacute a Tabela 28 representa a
pequena diminuiccedilatildeo da TMI por causas evitaacuteveis no MRJ em 2015 (841000) em relaccedilatildeo agrave
TMI em 2007 de 891000 por causas evitaacuteveis
Tabela 26 -Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis no MRJ por ano segundo subgrupo de evitabilidade no MRJ Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 03 03 01 03 04 05 00 03 05
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
na gestaccedilatildeo
269 274 319 320 309 331 351 320 319
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher
no parto
104 99 94 80 77 76 73 75 86
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-
nascido
140 155 141 123 112 115 127 141 147
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e
tratamento adequado
112 87 95 72 101 89 96 72 79
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede
vinculada agraves accedilotildees de atenccedilatildeo
49 63 61 64 63 71 53 61 63
2 Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 27 ndash Resumo da proporccedilatildeo de oacutebitos infantis MRJ segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 677 682 710 662 667 687 701 671 698
Causas mal definidas 46 39 34 49 41 35 34 33 33
Natildeo claramente evitaacuteveis 277 279 256 289 292 278 265 296 269
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
62
Tabela 28 - Taxa de mortalidade infantil segundo evitabilidade no MRJ
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 89 93 97 87 83 87 89 76 84
Causas mal definidas 06 05 05 06 05 04 04 04 04
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 38 35 38 37 35 34 33 32
Total 131 136 137 131 125 127 127 113 121
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo agora considerados os valores por triecircnios atraveacutes das taxas e da proporccedilatildeo por
grupo de causas nestes grupos segundo as informaccedilotildees descritas nas tabelas abaixo
Ao estudarmos os triecircnios no MRJ observamos que as causas Reduziacuteveis por
adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram as que apresentaram a maior taxa de
mortalidade infantil nos trecircs triecircnios como mostra a Tabela 29 As Causas mal definidas
foram as que tiveram maior reduccedilatildeo nos triecircnios estudados (-240) apresentada na Tabela
30 e Graacutefico 14 resultado que pode ser atribuiacutedo como decorrente da melhor investigaccedilatildeo
dos oacutebitos
Tabela 29 - TMI por triecircnio no MRJ segundo subgrupos de evitabilidade Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 00
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 39 41 40
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 13 10 09
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 20 15 17
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento
adequado
13 11 10
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a
accedilotildees de atenccedilatildeo
08 08 07
2 Causas mal definidas 05 05 04
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 36 37 33
Total 134 128 120
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 30 - TMI por triecircnio no MRJ e variaccedilatildeosegundo evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 93 86 83 -105
Causas mal definidas 05 05 04 -240
Natildeo claramente
evitaacuteveis
36 37 33 -87
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
63
Graacutefico 14 - Taxa de MI categoria de evitabilidade por triecircnio MRJ de 2007 a 2015
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Seratildeo apresentados os dados relacionados aos oacutebitos infantis evitaacuteveis de residentes na
aacuterea da AP 10 com os valores por ano no periacuteodo de 2007 a 2015 atraveacutes do nuacutemero
absoluto de oacutebitos da proporccedilatildeo por grupo de causas e as respectivas taxas por cada ano Em
seguida as informaccedilotildees apresentadas estatildeo agrupadas por triecircnio considerando-se o periacuteodo
de 2007 a 2015
O fato que chamou a atenccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste estudo na AP 10 foi que
ocorreram 67 oacutebitos infantis em 2015 sendo 48 (716) desses oacutebitos ocorreram por causas
evitaacuteveis por intervenccedilotildees do SUS como pode ser observado nas Tabela 31 e Tabela 32
Tabela 31 - Total de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 44 47 58 38 34 38 45 36 48
Causas mal definidas 2 3 1 8 4 2 1 1 2
Natildeo claramente evitaacuteveis 20 18 23 16 20 10 17 13 17
Total 66 68 82 62 58 50 63 50 67
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
64
Tabela 32 - Proporccedilatildeo de Oacutebitos infantis na AP 10 de 2007 a 2015
Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 667 691 707 613 586 760 714 720 716
Causas mal definidas 30 44 12 129 69 40 16 20 30
Natildeo claramente evitaacuteveis 303 265 280 258 345 200 270 260 254
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
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Tabela 33 - TMI na AP 10 de 2007 a 2015 segundo evitabilidade Classificaccedilatildeo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evitaacuteveis 95 101 120 80 73 85 100 77 103
Causas mal definidas 04 06 02 17 09 04 02 02 04
Natildeo claramente evitaacuteveis 43 39 48 34 43 22 38 28 37
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
A taxa de mortalidade por causas evitaacuteveis na AP 10 no ano de 2015 foi uma das
maiores do periacuteodo estudado de 103 por mil nascidos vivos sendo poreacutem menor que a taxa
que ocorreu 2009 de 120 oacutebitos em mil nascidos vivos como mostra a Tabela 33
Em todo o periacuteodo estudado as mortes por causas evitaacuteveis foram as que apresentaram
maior nuacutemero em relaccedilatildeo agraves demais causas Ainda na Tabela 33 podemos observar que a
TMI por Causas evitaacuteveis na AP 10 em 2015 (103 por 1000 nascidos vivos) se apresentou
maior do que no ano de 2007 (95) Poreacutem quando analisamos as TMI por triecircnios
verificamos que houve uma pequena reduccedilatildeo da mortalidade infantil por causas evitaacuteveis
assim como as demais causas
Quando analisamos os triecircnios observamos que a TMI na AP 10 por causas de morte
evitaacuteveis decresceu de 1061000 em 20072009 para uma taxa de 931000 em 20132015
As causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo foram responsaacuteveis pelo
maior percentual de causas evitaacuteveis de oacutebitos infantis apresentando 333 no triecircnio
20132015 apresentado nas Tabelas 34 35 e 36 embora tenha tido uma diminuiccedilatildeo de sua
TMI no triecircnio 200132015 em relaccedilatildeo ao triecircnio 20072009
65
Tabela 34 - Proporccedilatildeo de MI por triecircnio na AP 10 segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de imunizaccedilatildeo 00 00 06
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo 329 359 333
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto 93 76 67
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao receacutem-nascido 116 94 139
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequado 102 71 78
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees de
atenccedilatildeo
51 47 94
2 Causas mal definidas 28 82 22
3 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) 282 271 261
Total 100 100 100
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 35 - Taxa de MI por triecircnio na AP 10 Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
Evitaacuteveis 106 79 93 -13
Causas mal
definidas
04 10 03 -01
Natildeo claramente
evitaacuteveis
43 33 34 -09
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
Tabela 36 - Taxa de oacutebitos infantis na AP 10 por triecircnio segundo subgrupos de evitabilidade
Classificaccedilatildeo 20072009 20102012 20132015 Variaccedilatildeo
11 Reduziacutevel pelas accedilotildees de
imunizaccedilatildeo
00 00 01 01
121 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
50 44 43 -07
122 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo agrave mulher no parto
14 09 09 -05
123 Reduziacuteveis por adequada
atenccedilatildeo ao receacutem-nascido
18 12 18 0
13 Reduziacuteveis por accedilotildees de
diagnoacutestico e tratamento adequado
16 09 10 -06
14 Reduziacuteveis por accedilotildees promoccedilatildeo agrave
sauacutede vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo
08 06 12 04
2 Causas mal definidas 04 10 03 -01
3 Demais causas (natildeo claramente
evitaacuteveis)
43 33 34 -09
Total 153 123 130 -23 Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
66
55 Oacutebitos Infantis no MRJ e demais APs
A seguir os dados analisados no presente estudo estatildeo resumidos incluindo-se
informaccedilotildees de todas as aacutereas da Cidade sendo apresentados na Tabela 37
Desse modo podemos constatar que em todas as AP exceto na AP 10 e na AP 32
houve um aumento da taxa de natalidade de 2007 a 2015 no municiacutepio do Rio de Janeiro O
percentual de crianccedilas nascidas com baixo peso na AP 10 foi equivalente ao MRJ em 2015
apresentado a maior reduccedilatildeo de todas as AP
Embora a proporccedilatildeo de nascimentos com menos de 7 consultas preacute-natal na AP 10
tenha diminuiacutedo no triecircnio 201315 essa reduccedilatildeo foi inferior a reduccedilatildeo ocorrida em todo o
municiacutepio do Rio de Janeiro Ainda na AP 10 podemos observar que apesar de ainda
apresentar um grande percentual de nascimentos de matildees adolescentes no triecircnio 20132015
ela teve uma reduccedilatildeo maior do que a ocorrida no MRJ no mesmo triecircnio
O maior percentual de parto cesaacutereo ocorreu na AP 22 enquanto a AP 10 apresentou
um dos menores percentuais nesse uacuteltimo triecircnio estudado O maior aumento do percentual de
partos cesaacutereos em 2015 ocorreu na AP 53 enquanto o menor aumento desse percentual
ocorreu na AP 31
A maior proporccedilatildeo de parto realizado nos SUS aconteceu na AP 53 No triecircnio
20132015 a maior taxa de moralidade infantil se deu na AP 33 e a taxa de mortalidade
infantil estimada para o triecircnio na AP 10 foi de 131000 sendo maior do que a verificada no
MRJ taxa de 120 A AP 21 foi a que apresentou a menor taxa no uacuteltimo triecircnio do estudo
de 85
A taxa de mortalidade neonatal foi maior do que a taxa de mortalidade poacutes-neonatal agrave
custas da maior incidecircncia de oacutebitos no periacuteodo neonatal precoce A TMI por causas evitaacuteveis
diminuiu em todas as AP no triecircnio 201315 quando comparada ao triecircnio 200709 exceto
nas AP 33 e AP 53 A maior reduccedilatildeo dessa TMI ocorreu na AP 22 com uma diminuiccedilatildeo de
4444
67
Tabela 37 - Componentes de Anaacutelise Nascimentos e Oacutebitos Infantis ndash
MRJ e APs ndash 2007 e 2017
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Taxa de
Natalidade
2007
1605
978
966
1289
1289
1342
1425
1274
1511
1603
1329
Taxa de
Natalidade
2015
1563
1028
983
1362
1275
1383
1696
1403
1721
1824
1432
Percentual
de BPN
triecircnio
20132015
92
87
88
92
97
95
92
92
89
94
92
Variaccedilatildeo
BPN
2007-2009 e
2013-2015
-116
-52
-81
-63
-17
-47
-33
-42
-30
-08
-43
Proporccedilatildeo
de Nasc
com menos
de 7 cons
Preacute Natal
Triecircnio
20132015
278
120
148
292
230
314
219
284
272
274
254
Variaccedilatildeo
da Propde
Nasc com
menos de 7
cons Preacute
Natal
2007-2009 e
2013-2015
-158
-309
-134
-163
-230
11
-248
-187
-137
-284
-170
Propde
Nasc de
Matildees
Adolesc
Triecircnio
20132015
181
84
103
183
152
174
123
179
169
214
159
Variaccedilatildeo
de Nasc de
Matildees Adol
20072009 e
20132015
-79
-169
-180
-21
-86
-20
-107
-42
-62
-41
-62
Proporccedilatildeo
de Nascim
Parto
Cesaacutereo
Triecircnio
20132015
486
640
670
515
572
577
615
534
580
477
567
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto
Cesaacutereo-
Triecircnio
20072015
16
21
19
01
49
82
70
18
147
140
57
68
(cont)
Indicadores
por AP e
MRJ
10
21
22
31
32
33
40
51
52
53
MRJ
Proporccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
Triecircnio
20132015
629
263
164
671
570
616
509
699
628
765
579
Variaccedilatildeo
de Nasc
Parto SUS
20072015
170
72
-513
275
-13
57
-06
54
-07
21
57
TMI total
20132015
130
85
77
129
114
140
100
133
109
171
120
TMI
Neonatal
Precoce
20132015
61
42
40
54
48
77
47
62
52
84
57
TMI
Neonatal
Tardia
20132015
23
19
10
26
23
21
19
24
20
30
22
TMI
Neonatal
20132015
84
61
50
80
71
98
67
86
72
114
79
TMI Poacutes
Neonatal
20132015
46
23
27
49
43
43
34
47
37
57
41
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20072009
106
59
81
95
90
96
75
108
96
115
93
TMI por
Causas
Evitaacuteveis
20132015
93
53
45
89
70
100
63
95
78
135
83
Variaccedilatildeo
de Oacutebitos
Infantis por
Causas
Evitaacuteveis
20072015
-1226
-1016
-4444
-631
-2222
416
-160
-1203
-1875
1739
-1075
Fonte SIMSINASCSVSSMS Rio-2017
69
6 DISCUSSAtildeO
Os indicadores de sauacutede podem ser afetados em seus valores ao longo do tempo
quando satildeo disponibilizados melhores serviccedilos de atenccedilatildeo agrave sauacutede assim como quando satildeo
observadas melhores condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo Inclusive iniciativas de poliacuteticas
puacuteblicas que visem beneficiar a populaccedilatildeo satildeo tatildeo importantes que podem afetar diretamente
a ocorrecircncia de fatores de risco
Neste estudo pocircde-se observar alteraccedilatildeo de alguns fatores relacionados teoricamente agrave
Mortalidade Infantil para todo o MRJ e na AP 10 quando consideradas as informaccedilotildees sobre
parto e nascimento do SINASC
Considerando a Proporccedilatildeo de Baixo Peso ao nascer houve um decreacutescimo de 116
de nascimento de crianccedilas com baixo peso (lt 2500g) na AP 10 o maior decreacutescimo entre as
aacutereas programaacuteticas O MRJ tambeacutem apresentou reduccedilatildeo desse percentual Para Gaiva (2014)
um grande nuacutemero de estudos aponta o baixo peso como um dos principais fatores
relacionados ao aumento do risco de oacutebito neonatal A prematuridade e o crescimento
intrauterino restrito satildeo os principais determinantes do baixo peso ao nascer e podem ser
avaliados atraveacutes de um acompanhamento preacute-natal de qualidade assim como uma adequada
atenccedilatildeo no momento do parto (GAIVA 2014)
Os nascimentos de filhos vivos de matildees adolescentes diminuiacuteram em todas as AP ao
longo do periacuteodo analisado sendo que o maior decreacutescimo ocorreu na AP 22
A idade materna eacute uma importante caracteriacutestica da gestante que traz riscos evidentes
quando a matildee se encontra abaixo dos 20 anos e quando se encontra acima dos 35 anos de
idade Em um estudo de Lima et al 2010 sobre a associaccedilatildeo entre a mortalidade neonatal
precoce e poacutes-neonatal e a idade da matildee observou-se que quando a idade materna eacute maior de
35 anos e na adolescecircncia haacute associaccedilatildeo respectivamente ao oacutebito neonatal precoce e poacutes-
neonatal Imaturidade bioloacutegica fatores socioeconocircmicos e a natildeo realizaccedilatildeo das consultas
preacute-natais necessaacuterias podem estar associados agraves adolescentes Jaacute as matildees acima de 35 anos
podem apresentar fatores como comorbidades partos ciruacutergicos e fetos com anomalias
congecircnitas que podem levar ao oacutebito infantil apesar de muitas vezes disporem de melhores
condiccedilotildees socioeconocircmicas e adequados cuidados preacute-natais (LIMA et al 2010)
70
Em relaccedilatildeo ao tipo de parto se cesaacutereo ou normal observamos um aumento do parto
cesaacutereo em todo o MRJ sendo que esse aumento foi acentuado nas AP 53 e AP 52 entre
2007 e 2015 No MRJ observou-se um aumento de 57 de parto cesaacutereo enquanto a AP 10
apresentou um aumento de 16 O parto cesaacutereo estaacute cada vez mais frequente no Brasil
assim como no resto do mundo e embora seja cada vez mais seguro ele ainda apresenta riscos
(PATAH 2011) Segundo Lansky (2014) a taxa de cesaacutereas no Brasil era de 535 em 2011
A OMS recomenda que ele seja realizado quando necessaacuterio para evitar complicaccedilotildees para
matildee e filho A Federaccedilatildeo Internacional de Ginecologia e Obstetriacutecia (FIGO) preconiza uma
proporccedilatildeo maacutexima de cesaacutereas ateacute 20 dos partos e a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede ateacute
15 dos partos (Soares 2010) Em um estudo de Sanders et al (2017) para analisar fatores
relacionados ao oacutebito infantil em Fortaleza (Cearaacute) eles verificaram que o parto cesaacutereo
demonstrou ser um fator de proteccedilatildeo para a mortalidade infantil quando realizado em
gestantes de alto risco
O nuacutemero de nascimentos de matildees com adequado nuacutemero de consultas de preacute-natal
tambeacutem eacute importante a ser observado uma vez que as gestantes que realizam menos do que
seis consultas de preacute-natal apresentam risco maior de terem oacutebito fetal (KLEIN et al 2012)
Observamos nesse estudo que o percentual de nascidos vivos de gestantes com 7 ou mais
consultas de preacute-natal aumentou em todas as AP (exceto a AP 33) de 2007 a 2015 As matildees
que realizaram um nuacutemero de consultas menor do que 7 apresentaram um iacutendice de oacutebitos
proporcionalmente maior ratificando o niacutevel de fator de risco de oacutebitos de receacutem-nascidos em
relaccedilatildeo ao numero de consultas preacute-natal Observa-se inclusive que o niacutevel de oacutebitos
decresceu graccedilas ao aumento percentual de incidecircncia de 7 ou mais consulta para as matildees em
todas as AP excetuando as AP 22 e AP 33 Fernandes (2016) reforccedila que a proporccedilatildeo de
atendimentos e consultas de preacute-natal tem sido fundamental na relaccedilatildeo direta da diminuiccedilatildeo
da ocorrecircncia do baixo peso dos receacutem-natos comparando-se com os percentuais de
incidecircncia de baixo peso quando natildeo haacute um expressivo nuacutemero de consultas de preacute-natal
Em relaccedilatildeo agrave idade gestacional o maior nuacutemero de oacutebitos infantis da AP 10 tenha
ocorrido em nascidos vivos entre a 37- 41 semanas de gestaccedilatildeo e somente em seguida os
prematuros entre a 22-27 semanas de gestaccedilatildeo de 2007 a 2015 embora um estudo de Klein
(2012) a natimortalidade e a neomortalidade encontrem-se mais associadas agrave baixa idade
gestacional
Os nascimentos ocorridos em maternidades do SUS aumentaram 17 na AP 10 nos
triecircnios analisados presumindo-se aumento de oferta de leitos puacuteblicos na aacuterea enquanto no
71
MRJ houve um aumento menor de 57 Para Barbeiro (2015) a mortalidade fetal pode ser
encontrada em maior nuacutemero em gestantes com condiccedilotildees socioeconocircmicas precaacuterias que
satildeo aquelas que utilizam as maternidades do SUS
Nesse trabalho natildeo foram levados em conta outros fatores de risco para mortalidade
infantil tais como a escolaridade da matildee a presenccedila de gestaccedilotildees anteriores ao parto atual
Apgar de 5ordm minuto menor ou igual a 7 a raccedilacor da matildee entre outros assim como outros
fatores relacionados agrave morte infantil que poderatildeo ser explorados em estudos posteriores
Embora tenha ocorrido um aumento importante de oacutebitos infantis em 2015 na AP 10
que chamou dos gestores da SMS analisando-se por triecircnios a Mortalidade Infantil na AP 10
e no MRJ observamos reduccedilatildeo de suas taxas em relaccedilatildeo a todos os seus componentes ao
longo do periacuteodo estudado
A taxa de mortalidade infantil na AP 10 em 2015 era de 144 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos superior a do MRJ no mesmo ano que foi de 121 oacutebitos infantis por mil
nascidos vivos Satildeo taxas essas ainda altas quando comparadas a paiacuteses jaacute mencionados como
Japatildeo (TMI 20) Canadaacute (TMI 40) e Estados Unidos da Ameacuterica (TMI 60) (UNICEF
2015)
O componente poacutes-neonatal estaacute mais relacionado agraves condiccedilotildees baacutesicas de sauacutede
como a aacutegua tratada saneamento baacutesico acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede condiccedilotildees
socioeconocircmicas especialmente as relativas agrave renda Essas condiccedilotildees satildeo passiacuteveis de serem
modificadas atraveacutes de uma poliacutetica de sauacutede que atenda a essas necessidades Outros fatores
que influenciam as condiccedilotildees de vida aleacutem da renda familiar satildeo o grau de escolaridade dos
pais o acesso uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel e moradia salubre (FERRARI 2012) Em 2013 as
principais causas poacutes-neonatais no MRJ foram segundo o capiacutetulo da CID 10 as
Malformaccedilotildees congecircnitas deformidades e anomalias cromossocircmicas (cap XVII) 253 as
Doenccedilas do aparelho respiratoacuterio- pneumonia e bronquiolite aguda- (cap X) 178
Algumas afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal (cap XVI) 128 e Algumas doenccedilas
infecciosas e parasitaacuterias (cap I) 109 As causas baacutesicas segundo causas externas foi por
Riscos NE a respiraccedilatildeo (W84) 50 e Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico (W78) 325(site da
SUBPAV acesso em 18052017)
A principal causa neonatal de oacutebito infantil no MRJ em 2015 correspondeu ao feto e
receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees maternas natildeo obrigatoriamente relacionadas com agrave
gravidez atual (CID P00) afecccedilotildees essas principalmente relacionadas a transtornos maternos
hipertensivos e do trato urinaacuterio As outras duas grandes causas de morte infantil no MRJ
72
corresponderam a ldquoSepticemia bacteriana do receacutem-nascidordquo (CID P36) e ldquoOutras
malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeordquo (CID Q24) Ainda em 2015 698 dos oacutebitos infantis
foram por causas evitaacuteveis no MRJ Houve uma reduccedilatildeo de 105 na taxa de mortalidade
infantil no MRJ por causas evitaacuteveis nos triecircnios analisados Essa reduccedilatildeo deveu-se
principalmente agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Houve um
aumento da TMI devido agraves causas Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo
Embora tenha ocorrido uma reduccedilatildeo da Mortalidade Infantil no MRJ e tambeacutem na
AP10 no periacuteodo estudado ainda observa-se uma proporccedilatildeo importante de Causas Evitaacuteveis
por Intervenccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede relacionadas aos oacutebitos infantis
Em 2015 a AP 10 apresentou 716 dos oacutebitos por Causas evitaacuteveis Houve reduccedilatildeo
de suas TMI nos triecircnios estudados sendo a maior reduccedilatildeo devida agraves Causas Mal Definidas
(reduccedilatildeo de 321) A TMI (103) em 2015 que se relacionou agraves causas evitaacuteveis de oacutebitos
infantis principalmente agraves causas ldquoReduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeordquo
(358) mostram assim a importacircncia da atenccedilatildeo agrave sauacutede da gestante na assistecircncia Preacute Natal
da Atenccedilatildeo Primaacuteria e na rede de serviccedilos
A gestante quando apresenta um nuacutemero de consultas preacute- natais maior ou igual a seis
e o iniacutecio dessas consultas se faz de maneira precoce esses fatores exercem uma proteccedilatildeo agrave
gestante e ao RN A boa qualidade dessa atenccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo tambeacutem faz com que haja
diminuiccedilatildeo da morte infantil (SILVA 2013) Esses oacutebitos poderatildeo ser evitados cada vez
mais atraveacutes de accedilotildees preventivas diagnoacutestico e tratamento precoce pelos serviccedilos de sauacutede
Estudos apontam que o as gestante que realizam 6 ou mais consultas de preacute-natal tem 4 x
menos chances que seu filho venha a oacutebito (BRUM 2015)
A hipertensatildeo eclampsia infecccedilatildeo urinaacuteria hemorragia anemia e idade gestacional
inferior a 37 semanas satildeo fatores relacionados agrave gestante que se associam agrave prematuridade e
ao baixo peso ao nascer Com o controle devido desses fatores atraveacutes de assistecircncia adequada
ao preacute- natal os oacutebitos infantis podem ser evitados (SILVA 2013) Daiacute a importacircncia da
gestante ter faacutecil acesso ao serviccedilo de sauacutede para fazer um exame preacute-natal adequado e ser
referenciada a uma maternidade para completar a sua assistecircncia e a de seu filho A maior
parte dos partos ocorre em hospitais mas isso natildeo impede os altos iacutendices de
morbimortalidade materna e perinatal produzidas por uma assistecircncia possivelmente falha
somada a um desnecessaacuterio e elevado nuacutemero de cesarianas Um adequado controle preacute-natal
assim como a prevenccedilatildeo de cesarianas sem indicaccedilotildees teacutecnicas especiacuteficas levando agrave
prematuridade iatrogecircnica podem contribuir significativamente para a reduccedilatildeo desses oacutebitos
(LANSKY 2014)
73
As afecccedilotildees perinatais encontram-se relacionadas ao cuidado preacute- natal e agrave gestante agraves
condiccedilotildees do receacutem- nascido e ao parto (Bezerra 2007) A concentraccedilatildeo maior das causas
evitaacuteveis desses oacutebitos se encontra no grupo das causas reduziacuteveis pela atenccedilatildeo agrave gestaccedilatildeo
parto feto e receacutem-nato em torno de 39 As reduziacuteveis por adequado atenccedilatildeo ao RN
correspondem a 29 seguidas das causas reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao parto (15)
Aquelas que estatildeo ligadas a accedilotildees de diagnoacutestico e tratamento adequados correspondem a
15 as que necessitam de accedilotildees de promoccedilatildeo vinculadas a accedilotildees de atenccedilatildeo se encontram
com 7 das causas e pequena parte se deve a accedilotildees de imunizaccedilotildees (BEZERRA 2007)
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Atraveacutes desse estudo observamos que apesar da Mortalidade Infantil no MRJ e na AP
10 tenham decrescido nos triecircnios analisados ambos satildeo ainda altas taxas de mortalidade
infantil Apesar do decliacutenio da TMI ocorrer haacute deacutecadas se faz necessaacuterio a elaboraccedilatildeo de
estrateacutegias de enfrentamento de suas causas que satildeo na sua maioria evitaacuteveis A ampliaccedilatildeo da
vigilacircncia de oacutebitos no MRJ foi uma importante estrateacutegia implantada a fim de contribuir para
a melhor qualificaccedilatildeo das causas de morte infantil para que se faccedilam accedilotildees que diminuam os
oacutebitos infantis por causas que possam ser evitadas
Em virtude da ocorrecircncia importante de oacutebitos infantis em filhos de matildees
adolescentes haacute portanto a necessidade de incrementar accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo em
sauacutede da mulher principalmente nas faixas etaacuterias extremas e em especial nas adolescentes
Pesquisas relacionadas agrave idade materna assim como a outros fatores relacionados agrave morte
infantil tambeacutem devem ser ampliadas Aleacutem disso eacute importante que se invista em accedilotildees de
poliacuteticas publicas que objetivem conscientizaccedilatildeo desses jovens do ponto de vista da educaccedilatildeo
sexual com orientaccedilotildees sobre o uso de preservativos e planejamento familiar
Devido ao aumento da cesariana tanto no MRJ como na AP 10 esforccedilos devem ser
feitos para que a cesariana seja feita apenas com recomendaccedilotildees teacutecnicas precisas e natildeo
indiscriminadamente para gestante de baixo risco Eacute importante preparar a gestante durante o
cuidado preacute-natal e enfatizar a importacircncia do parto humanizado
Um preacute-natal qualificado agrave gestante tem importacircncia fundamental para a diminuiccedilatildeo
dos oacutebitos infantis
Essa pesquisa foi realizada com a perspectiva de contribuir com a Coordenadoria da
AP 10 atraveacutes de dados recentes para uma melhor visibilidade da tendecircncia da mortalidade
74
infantil e de seus componentes assim como os fatores de risco relacionados Os dados aqui
apresentados seratildeo disponibilizados para a gestatildeo da CAP 10 a fim de que seja produzido um
informe teacutecnico especiacutefico sobre Mortalidade Infantil sensibilizando profissionais e gestores
da APS sobre a necessidade de reduccedilatildeo das causas de oacutebitos evitaacuteveis por intervenccedilotildees do
SUS
Como este foi um estudo exploratoacuterio descritivo natildeo eacute possiacutevel estabelecer-se relaccedilatildeo
entre o aumento da cobertura da APS na aacuterea e os indicadores de oacutebitos infantis Entretanto o
quadro geral apresentado na AP 10 mostra-se como ainda instaacutevel considerando-se a
expectativa de reduccedilatildeo da TMI na medida em que ocorre maior oferta de serviccedilos na APS
75
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2009
80
ANEXO 1
Teto credenciamento e implantaccedilatildeo das estrateacutegias de Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede Sauacutede da Famiacutelia e Sauacutede Bucal- MRJ- Jan de 1999 a Dez de 2016
Ano Mecircs Populaccedilatildeo
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Equipe de Sauacutede
Bucal
Modalidade I
Implantados Proporccedilatildeo de cobertura populacional estimada Credenciadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede
1999 01 5569181 0 000 0
1999 12 5569181 0 000 0
2000 01 5598953 0 000 0
2000 12 5598953 22 136 0
2001 01 5613897 22 135 0
2001 12 5897485 19 111 0
2002 01 5897485 19 111 0
2002 12 5897485 23 135 0
2003 01 5897485 23 135 0
2003 12 5937253 23 134 0
2004 01 5937253 23 134 0
2004 12 5974081 57 329 0
2005 01 5974081 57 329 50
2005 12 5974081 96 554 0
2006 01 5974081 98 566 0
2006 12 6094183 118 668 0
2007 01 6094183 119 674 0
2007 12 6136652 131 736 35
2008 01 6136652 144 810 35
2008 12 6136652 128 720 35
2009 01 6161047 124 694 35
2009 12 6161047 165 924 35
2010 01 6161047 170 952 35
2010 12 6186710 266 1483 228
2011 01 6186710 281 1567 228
2011 12 6320446 506 2762 228
2012 01 6320446 585 3193 228
2012 12 6355949 734 3984 528
2013 01 6355949 749 4066 528
2013 12 6390290 730 3941 528
2014 01 6390290 720 3887 528
2014 12 6390290 831 4486 528
2015 01 6390290 832 4492 528
2015 12 6390290 855 4616 528
2016 01 6390290 855 4616 528
Fonte MSSASDAB e IBGE
81
ANEXO 2
Lista de Causas de Mortes Evitaacuteveis por Intervenccedilotildees do
Sistema Uacutenico de Sauacutede do Brasil
Para menores de 5 anos no Grupo 1 - Causas Evitaacuteveis destacam-se
1 Grupo 1 - Causas evitaacuteveis
11 Reduziacuteveis por accedilotildees de imunoprevenccedilatildeo Tuberculose do sistema nervoso (A17)
Tuberculose miliar (A19) Teacutetano neonatal (A33) Outros tipos de teacutetano (A35) Difteria
(A36) Coqueluche (A37) Poliomielite aguda (A80) Sarampo (B05) Rubeacuteola (B06)
Hepatite B (B16) Caxumba (B260) Meningite por Haemophilus (G000) Rubeacuteola congecircnita
(P350) Hepatite viral congecircnita (P353)
12 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo parto feto e ao receacutem-nascido
121 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher na gestaccedilatildeo Siacutefilis congecircnita (A50)
Doenccedilas pelo viacuterus da imunodeficiecircncia humana (B20 a B24) Feto e receacutem-nascidos afetados
por complicaccedilotildees da placenta e das membranas (P022 P023 P027 P028 P029) Afecccedilotildees
maternas que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P00 P04) Complicaccedilotildees maternas da
gravidez que afetam o feto ou o receacutem-nascido (P01) Crescimento fetal retardado e
desnutriccedilatildeo fetal (P05) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo de curta duraccedilatildeo e baixo peso
ao nascer natildeo classificados em outra parte (P07) Siacutendrome da anguacutestia respiratoacuteria do
receacutem-nascido (P220) Hemorragia pulmonar originada no periacuteodo perinatal (P26)
Hemorragia intracraniana natildeo traumaacutetica do feto e do receacutem-nascido (P52) Isoimunizaccedilatildeo Rh
e ABO do feto ou do receacutem-nascido (P550 P551) Doenccedilas hemoliacuteticas do feto ou do
receacutem-nascido devidas agrave isoimunizaccedilatildeo (P558 a P579) Enterocolite necrotizante do feto e
do receacutem-nascido (P77)
122 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo agrave mulher no parto Placenta preacutevia e descolamento
prematuro da placenta (P020 a P021) Feto e receacutem-nascido afetados por afecccedilotildees do cordatildeo
umbilical (P024 a P026) Outras complicaccedilotildees do trabalho de parto ou do parto que afetam o
receacutem-nascido (P03) Transtornos relacionados com gestaccedilatildeo prolongada e peso elevado ao
nascer (P08) Traumatismo de parto (P10 a P15) Hipoacutexia intra-uterina e asfixia ao nascer
(P20 P21) Aspiraccedilatildeo neonatal (P24 exceto P243)
82
123 Reduziacuteveis por adequada atenccedilatildeo ao feto e ao receacutem-nascido Transtornos respiratoacuterios
especiacuteficos do periacuteodo perinatal (P221 P228 P229 P23 P25 P27 P28) Infecccedilotildees
especiacuteficas do periacuteodo perinatal (P35 a P399 exceto P350 e P353) Hemorragia neonatal
(P50 a P54) Outras icteriacutecias perinatais (P58 P59) Transtornos endoacutecrinos e metaboacutelicos
transitoacuterios especiacuteficos e do receacutem-nascido (P70 a P74) Transtornos hematoloacutegicos do
receacutem-nascido (P60 P61) Transtornos do aparelho digestivo do receacutem-nascido (P75 a P78)
Afecccedilotildees que comprometem o tegumento e a regulaccedilatildeo teacutermica do receacutem-nascido (P80 a
P83) Outros transtornos originados no periacuteodo perinatal (P90 a P968)
13 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de diagnoacutestico e tratamento Tuberculose respiratoacuteria
com confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A15) Tuberculose das vias respiratoacuterias sem
confirmaccedilatildeo bacterioloacutegica e histoloacutegica (A16) Tuberculose de outros oacutergatildeos (A18)
Meningite (G001 a G03) Infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas superiores (J00 a J06) Pneumonia
(J12 a J18) Outras infecccedilotildees agudas das vias aeacutereas inferiores (J20 a J22) Edema de laringe
(J384) Doenccedilas crocircnicas das vias aeacutereas inferiores (J40 a J47 exceto J43 e J44) Doenccedilas
pulmonares devidas a agentes externos (J68 a J69) Outras doenccedilas causadas por clamiacutedias
(A70 a A74) Outras doenccedilas bacterianas (A30 A31 A32 A38 A39 A40 A41 A46 A49)
Hipotireoidismo congecircnito (E030 E031) Diabetes mellitus (E10 a E14) Distuacuterbios
metaboacutelicos ndash fenilcetonuacuteria (E700) e deficiecircncia congecircnita de lactase (E730) Epilepsia
(G40 G41) Siacutendrome de Down (Q90) Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio (N390) Febre reumaacutetica e
doenccedila cardiacuteaca reumaacutetica (I00 a I09)
14 Reduziacuteveis por accedilotildees adequadas de promoccedilatildeo agrave sauacutede vinculadas a accedilotildees adequadas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede Doenccedilas infecciosas intestinais (A00 a A09) Algumas doenccedilas bacterianas
zoonoacuteticas (A20 a A28) Febres por arboviacuterus e febres hemorraacutegicas virais (A90 a A99)
Rickettsioses (A75 a A79) Raiva (A82) Doenccedilas devidas a protozoaacuterios (B50 a B64)
Helmintiacuteases (B65 a B83) Outras doenccedilas infecciosas (B99) Anemias nutricionais (D50 a
D53) Deficiecircncias nutricionais (E40 a E64) Desidrataccedilatildeo (E86) Acidentes de transportes
(V01 a V99) Envenenamento acidental por exposiccedilatildeo a substacircncias nocivas (X40 a X44)
Intoxicaccedilatildeo acidental por outras substacircncias (X45 a X49) Siacutendrome da morte suacutebita na
infacircncia (R95) Quedas acidentais (W00 a W19) Exposiccedilatildeo ao fumo ao fogo e agraves chamas
(X00 a X09) Exposiccedilatildeo agraves forccedilas da natureza (X30 a X39) Afogamento e submersatildeo
acidentais (W65 a W74) Outros riscos acidentais agrave respiraccedilatildeo (W75 a W84) Exposiccedilatildeo agrave
corrente eleacutetrica agrave radiaccedilatildeo e a temperaturas e pressotildees extremas do ambiente (W85 a W99)
Agressotildees (X85 a Y09) Eventos cuja intenccedilatildeo eacute indeterminada (Y10 a Y34) Exposiccedilatildeo a
forccedilas mecacircnicas inanimadas (W20 a W49) Acidentes ocorridos em pacientes durante
83
prestaccedilatildeo de cuidados meacutedicos e ciruacutergicos (Y60 a Y69) Reaccedilatildeo anormal em pacientes ou
complicaccedilatildeo tardia causadas por procedimentos ciruacutergicos e outros procedimentos meacutedicos
sem menccedilatildeo de acidentes ao tempo do procedimento (Y83 a Y84) Efeitos adversos de
drogas medicamentos e substacircncias bioloacutegicas usadas com finalidade terapecircutica (Y40 a
Y59)
No grupo 2 - Causas de morte mal-definidas
2 Causas de morte mal-definidas Sintomas sinais e achados anormais de exames cliacutenicos e
de laboratoacuterio natildeo classificados em outra parte (R00 a R99 exceto R95) Morte fetal de causa
natildeo especificada (P95) Afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal natildeo especificadas (P 969)
No grupo 3 - Demais causas de morte (natildeo claramente evitaacuteveis)
1 Demais causas (natildeo claramente evitaacuteveis) As demais causas de morte O grupo de
especialistas sugeriu que as anaacutelises fossem processadas por peso ao nascer
considerando evitaacuteveis as mortes de casos com peso a partir de 1500g subdivididos
nas seguintes categorias 1500g a 2499g ge2500g Recomendou-se realizar novas
validaccedilotildees da lista e verificar criteacuterios de magnitude para inclusatildeo na lista Os
acidentes de tracircnsitotransporte antes incluindo os coacutedigos V01 a V89 passaram
incluir os coacutedigos de V01 a V99
84
ANEXO 3
Oacutebitos Infantis Totais segundo causa por categoria da CID no MRJ Causa (CID10 3C) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
P00 -Feto e RN afetados afecccedilotildees maternas natildeo
obrigatoriamente relac gravidez atual (NCOP) 58 62 104 109 94 123 137 97 107 891
P22 Desconforto respiratoacuterio do RN 129 106 113 95 79 69 79 80 61 811
P36 Septicemia bacteriana do RN 75 90 78 66 52 64 78 80 97 680
P01 Feto e RN afet complic maternas gravidez 30 49 66 56 67 69 63 53 64 517
Q24 Outr malformaccedilotildees congecircnitas do coraccedilatildeo 55 57 51 42 50 53 62 56 40 466
P02 Fet rec-nasc afet compl plac cord umb
membr 34 46 38 52 44 58 50 34 61 417
J18 Pneumonia pmicroorg NE 50 36 47 33 42 42 47 27 41 365
R99 Outr causas mal definidas e NE
mortalidade 38 30 30 40 41 31 28 27 25 290
P21 Asfixia ao nascer 44 43 42 25 20 22 22 24 31 273
W84 Riscos NE a respiracao 14 21 20 35 29 34 23 21 30 227
P96 Outr afeccoes originadas periodo
perinatal 31 30 31 29 16 19 26 19 22 223
P07 Transt rel gest curt dur peso baix nasc
NCOP 23 25 30 26 13 11 22 21 23 194
P24 Sindr de aspiracao neonatal 28 17 16 17 20 24 24 22 21 189
Q89 Outr malformaccedilotildees congen NCOP 18 17 18 22 28 26 27 18 15 189
Q33 Malformaccedilotildees congen do pulmao 26 28 26 25 19 16 18 18 9 185
J21 Bronquiolite aguda 14 10 17 16 25 20 20 10 22 154
A50 Siacutefilis congecircnita 5 7 11 20 22 27 23 15 23 153
P77 Enterocolite necrotizante do feto e RN 9 20 14 8 16 21 21 24 20 153
A41 Outr septicemias 29 14 13 13 15 11 19 19 6 139
Q91 Sindr de Edwards e sindr de Patau 10 15 9 14 24 21 11 12 12 128
Q79 Malformaccedilotildees congen sist osteomuscular
NCOP 16 9 12 14 12 17 19 8 18 125
Q25 Malformaccedilotildees congen das grandes
arterias 7 19 18 16 14 11 11 12 14 122
Q20 Malformaccedilotildees congen camaras e
comunicaccedilotildees card 13 15 12 14 11 6 9 8 14 102
P29 Transt cardiovasc orig periacuteodo perinatal 16 7 12 15 5 9 8 18 11 101
Q00 Anencefalia e malformacoes similares 14 20 8 9 13 13 6 8 10 101
W78 Inalaccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico 11 11 9 9 10 11 16 10 13 100
Q21 Malformaccedilotildees congen dos septos
cardiacos 9 17 14 6 16 11 4 12 7 96
P20 Hipoacutexia intra-uterina 11 8 3 8 10 10 7 14 15 86
Q04 Outr malformaccedilotildees congen do ceacuterebro 10 5 8 9 6 8 6 13 17 82
P03 Fet rec-nasc afet out compl trab parto
parto 7 14 18 10 10 8 6 4 5 82
P39 Outr infecc especificas do periodo
perinatal 12 17 12 7 8 5 8 3 3 75
P28 Outr afeccoes respirat orig per perinatal 8 5 8 4 9 4 4 11 19 72
A09 Diarreia e gastroenterite orig infecc
presum 10 10 11 7 5 4 5 8 8 68
Q03 Hidrocefalia congen 8 4 10 10 6 6 5 8 10 67
Q90 Sindr de Down 6 11 7 3 8 6 7 4 7 59
P23 Pneumonia congen 7 7 7 11 5 5 5 5 5 57
Q99 Outr anomalias dos cromossomos NCOP 5 4 5 5 3 11 10 5 8 56
P26 Hemorragia pulmonar orig periodo
perinatal 5 5 5 3 6 7 10 3 11 55
P27 Doenc respirat cron orig periodo perinatal 2 8 4 10 9 8 3 7 4 55
G80 Paralisia cerebral infantil 3 3 4 9 8 9 6 2 2 46
P04 Fet rec-nasc infl af noc trans plac leit mat 4 5 6 6 10 3 3 5 2 44
G00 Meningite bacter NCOP 7 6 6 7 7 3 2 5 1 44
W79 nalacao ingest aliment caus obstr trat resp 2 3 5 3 1 6 4 4 6 34
Q87 Outr sindr cmalform cong q acomet mult
sist 0 3 7 2 3 1 5 8 5 34
P61 Outr transt hematologicos perinatais 1 5 3 2 7 5 4 5 2 34
P25 Enfisema interst afecc corr orig per perinat 5 6 8 4 3 1 2 3 0 32
85
Q23Malformaccedilotildees congen v aortica e mitral 3 1 2 5 4 1 4 3 8 31
P37 Outr doenc infecc e parasit congen 1 5 3 2 4 2 7 3 4 31
P52 Hemorragia intracran nao-traum feto rec-
nasc 6 4 5 3 3 0 3 4 2 30
Q60 Agenesia renal e outr defeitos reducao
rim 3 3 1 5 4 1 0 7 5 29
A39 Infecc meningogocica 1 5 7 3 2 3 4 2 2 29
J69 Pneumonite dev solidos e liquidos 4 7 5 0 5 5 1 0 1 28
Q22 Malform congen valvas pulmonar
tricuspide 4 4 2 4 3 4 0 3 3 27
I27 Outr form de doenc cardiaca pulmonar 2 7 2 2 3 4 1 1 3 25
Q39 Malformacoes congen do esofago 4 2 0 5 5 4 1 1 2 24
J98 Outr transt respirat 0 6 3 4 2 3 2 3 1 24
P83 Outr afecc compr tegum espec feto rec-
nasc 2 5 2 3 0 2 0 4 5 23
Q61 Doenc cisticas do rim 1 2 1 4 3 2 2 4 3 22
G04 Encefalite mielite e encefalomielite 1 2 3 4 3 3 3 0 3 22
I42 Cardiomiopatias 4 2 0 1 2 1 0 2 9 21
Q43 Outr malformaccedilotildees congen do intestino 3 2 1 1 3 3 3 3 2 21
E46 Desnutric proteico-calorica NE 4 4 1 2 3 4 1 1 1 21
K56 Ileo paralitico e obstr intestinal shernia 3 0 2 1 3 1 1 5 4 20
G93 Outr transt do encefalo 4 4 2 2 1 0 1 3 2 19
Q01 Encefalocele 0 3 4 1 2 4 3 1 1 19
Q44 Malformaccedilotildees congen vesic biliar via
biliar fiacutegado 0 1 1 3 3 1 4 3 1 17
E88 Outr disturbios metabolicos 1 4 2 3 1 0 3 1 1 16
I51 Complic cardiopatias doenc cardiacas mal
def 3 3 0 1 3 0 0 4 1 15
Q05 Espinha bifida 4 1 1 1 2 1 2 2 1 15
P05 Crescimento fetal retard e desnutric fetal 4 3 2 2 0 0 1 2 1 15
Y34 Fatos ou eventos NE e intenc nao
determinada 1 1 2 2 2 2 3 1 1 15
P70 Trans transit metab carboid esp fet rec-
nasc 3 0 0 1 0 5 1 3 1 14
Q77 Osteocondr canom cresc ossos long col
vert 2 0 2 0 2 2 5 0 1 14
P55 Doenc hemolitica do feto e do recem-
nascido 0 1 3 0 2 1 2 2 2 13
Q42 Ausencia atresia e estenose congen do
colon 2 0 1 2 1 2 1 3 1 13
Q78 Outr osteocondrodisplasias 2 1 0 2 0 1 4 2 1 13
B20 Doenc pHIV result doenc infecc e
parasit 2 4 1 1 0 0 3 1 1 13
P60 Coagulacao intravasc dissem feto rec-
nasc 3 0 2 0 1 3 4 0 0 13
P35 Doenc virais congen 3 4 0 1 1 3 1 0 0 13
G03 Meningite dev outr causas e a causas NE 3 3 1 1 0 1 0 2 1 12
A37 Coqueluche 0 0 1 0 1 5 0 1 3 11
Q07 Outr malformacoes congen do sist
nervoso 0 2 2 2 0 2 0 2 1 11
B01 Varicela 1 1 1 2 3 2 1 0 0 11
P74 Outr dist eletrolit metab transit per neonat 3 0 4 0 2 2 0 0 0 11
Q64 Outr malformacoes congen aparelho
urinario 2 0 2 1 1 1 1 0 2 10
Q62 Anom cong obstr pelv renal malf cong
ureter 1 1 1 0 1 2 2 1 1 10
E86 Deplecao de volume 3 1 1 3 2 0 0 0 0 10
P78 Outr transt ap digestivo periodo perinatal 0 0 1 2 1 0 1 1 3 9
N39 Outr transt do trato urinario 1 1 0 0 1 1 2 1 2 9
Q32 Malformaccedilotildees congecircnitas de traqueacuteia e
brocircnquios 0 1 0 3 0 0 2 2 1 9
Q41Ausecircncia atresia estenose congecircnita
intestino delgado 1 0 0 3 2 1 0 1 1 9
J15 Pneumonia bacteriana NCOP 1 2 1 0 3 0 0 1 1 9
K21 Doenc de refluxo gastroesofaacutegico 2 1 0 1 0 3 0 2 0 9
K72 Insuf hepatica NCOP 1 0 1 1 2 2 1 1 0 9
W75 Sufocaccedilatildeo e estrangulamento acidental na 0 0 0 1 1 1 0 4 1 8
86
cama
G91 Hidrocefalia 0 0 0 1 1 0 2 3 1 8
Q63 Outr malformacoes congen do rim 0 0 0 2 3 0 0 3 0 8
C71 Neopl malig do encefalo 3 0 1 1 3 0 0 0 0 8
Q75 Outr malformacoes congen ossos cranio e
face 1 0 1 0 0 0 2 0 3 7
Q02 Microcefalia 1 1 0 0 0 1 1 1 2 7
E84 Fibrose cistica 1 1 1 0 0 1 0 3 0 7
A91 Febre hemorragica dev virus do dengue 0 6 0 0 1 0 0 0 0 7
J45 Asma 3 1 2 1 0 0 0 0 0 7
H66 Otite media supurativa e as NE 0 0 0 0 1 1 1 1 2 6
E43 Desnutric proteico-calorica grave NE 0 1 0 1 0 1 1 1 1 6
Q28 Outr malform congen aparelho
circulatorio 3 0 1 0 0 0 1 0 1 6
E87 Outr transt equil hidroeletr e acido-basic 1 1 2 0 0 1 0 0 1 6
Q31 Malformacoes congen da laringe 0 2 0 0 0 0 1 3 0 6
W04 Queda enquanto carreg apoiado poutr
pessoas 0 0 2 1 0 1 1 1 0 6
A90 Dengue 1 3 0 0 1 0 1 0 0 6
Y07 Outr sindr de maus tratos 0 0 3 0 3 0 0 0 0 6
D65 Coagulacao intravascular disseminada 3 0 1 0 2 0 0 0 0 6
R95 Sindr da morte subita na infancia 0 1 0 0 0 0 1 2 1 5
B25 Doenc pcitomegalovirus 0 0 0 2 0 0 1 1 1 5
I62 Outr hemorragias intracranianas nao-
traum 0 2 0 0 0 0 1 1 1 5
I50 Insuf cardiaca 0 1 0 2 0 0 1 0 1 5
P76 Outr obstrucoes intestinais do recem-
nascido 0 1 1 0 1 1 0 0 1 5
K92 Outr doenc do aparelho digestivo 1 0 2 1 0 0 0 0 1 5
I31 Outr doenc do pericardio 0 0 1 1 1 0 1 1 0 5
J20 Bronquite aguda 0 0 0 0 1 3 0 1 0 5
A04 Outr infecc intestinais bacter 0 1 2 1 0 0 0 1 0 5
G40 Epilepsia 0 0 1 1 0 1 2 0 0 5
R68 Outr sint e sinais gerais 3 0 0 0 0 0 2 0 0 5
P56 Hidropsia fetal dev doenc hemolitica 1 1 2 0 0 0 1 0 0 5
X09 Exposicao a tipo NE de fumacas fogo
chamas 0 0 1 0 1 3 0 0 0 5
D57 Transt falciformes 1 0 1 1 1 1 0 0 0 5
G12 Atrofia muscular espinal e sindr
correlatas 0 1 0 0 0 0 1 0 2 4
Q45 Outr malformacoes congen aparelho
digestivo 1 0 0 0 0 0 1 0 2 4
A19 Tuberc miliar 0 0 0 1 1 0 0 1 1 4
I40 Miocardite aguda 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q26 Malformacoes congen das grandes veias 0 1 1 0 0 0 0 1 1 4
Q37 Fenda labial cfenda palatina 0 0 0 0 0 1 2 0 1 4
E75 Disturb metab esfingolip e outr depos
lipid 0 0 0 0 1 0 2 0 1 4
Q93 Monossomias e delecoes dos autossomos
NCOP 0 0 0 1 0 1 1 0 1 4
N19 Insuf renal NE 0 2 0 0 1 0 0 0 1 4
W06 Queda de um leito 0 0 0 0 1 1 1 1 0 4
Q30 Malformacao congen do nariz 0 1 1 0 0 0 1 1 0 4
N17 Insuf renal aguda 0 1 0 1 1 0 0 1 0 4
P90 Convulsoes do recem-nascido 1 2 0 0 0 0 0 1 0 4
P54 Outr hemorragias neonatais 0 0 1 0 1 0 2 0 0 4
V03 Pedestre traum colis automov pickup
caminhon 0 0 3 0 0 0 1 0 0 4
D64 Outr anemias 0 0 2 1 0 1 0 0 0 4
W74 Afogamento e submersao NE 1 0 1 1 0 1 0 0 0 4
K83 Outr doenc das vias biliares 0 2 1 0 0 1 0 0 0 4
P91 Outr disturbios funcao cerebral rec-nasc 0 2 0 1 1 0 0 0 0 4
N13 Uropatia obstrutiva e prefluxo 2 1 0 0 1 0 0 0 0 4
C74 Neopl malig da gland supra-renal 1 0 2 1 0 0 0 0 0 4
J22 Infecc agudas NE das vias aereas infer 0 0 0 1 0 0 0 0 2 3
J90 Derrame pleural NCOP 0 0 0 1 0 0 0 1 1 3
P38 Onfalite recem-nasc cou shemorragia 1 0 0 0 0 0 0 1 1 3
87
leve
E74 Outr disturbios do metabolismo
carboidratos 0 0 0 0 0 2 0 0 1 3
X59 Exposicao a fatores NE 0 0 0 0 1 1 0 0 1 3
I33 Endocardite aguda e subaguda 0 0 1 0 0 1 0 0 1 3
V09 Pedestre traum outr acid transp e NE 0 0 0 1 1 0 0 0 1 3
Y09 Agressao pmeios NE 1 0 0 0 1 0 0 0 1 3
I61 Hemorragia intracerebral 0 0 0 0 1 0 1 1 0 3
B22 Doenc pHIV result em outr doenc espec 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
W19 Queda sespecificacao 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3
V89 Acid veic mot n-mot tipos de veic NE 0 0 0 0 1 1 0 1 0 3
P80 Hipotermia do recem-nascido 1 0 0 0 0 1 0 1 0 3
K55 Transt vasculares do intestino 0 0 1 1 0 0 0 1 0 3
Q27 Outr malformacoes congen sist vasc perif 0 2 0 0 0 0 0 1 0 3
A16 Tuberc vias respirat sconf bacter histol 0 1 0 0 0 0 2 0 0 3
L03 Celulite 0 0 0 0 1 1 1 0 0 3
K40 Hernia inguinal 0 0 0 1 1 0 1 0 0 3
Y19 Env out prod quim subst noc e NE int n
det 0 0 0 1 1 1 0 0 0 3
J38 Doenc das cordas vocais e da laringe
NCOP 0 0 1 0 1 1 0 0 0 3
C92 Leucemia mieloide 0 0 1 1 0 1 0 0 0 3
J96 Insuf respirat NCOP 1 0 1 0 0 1 0 0 0 3
J80 Sindr do desconforto respirat do adulto 0 0 1 0 2 0 0 0 0 3
Q40 Outr malform congen trato digestivo
super 0 0 1 1 1 0 0 0 0 3
A17 Tuberc do sist nervoso 1 1 0 0 1 0 0 0 0 3
P58 Ictericia neonatal dev outr hemolises
excess 0 0 2 1 0 0 0 0 0 3
D68 Outr defeitos da coagulacao 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
P15 Outr traum de parto 1 1 0 1 0 0 0 0 0 3
J09 Influenza (gripe) devida a viacuterus
identificado da gripe aviaacuteria
0 0 3 0 0 0 0 0 0 3
B99 Doenc infecc outr e as NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
W87 Exposicao a corrente eletrica NE 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3
P72 Outr transt endocrinos transit period
neonat 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2
I21 Infarto agudo do miocardio 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2
D61 Outr anemias aplasticas 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2
A86 Encefalite viral NE 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
V47 Ocup automovel traum colis obj fixo
parado 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
E72 Outr disturbios metabolismo de
aminoacidos 1 0 0 0 0 0 0 0 1 2
J12 Pneumonia viral NCOP 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2
Y04 Agressao pmeio de forca corporal 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Y06 Negligencia e abandono 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
R09 Outr sint sinais relat ap circulat respirat 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2
E70 Disturbios metabolism aminoacidos
aromaticos 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
K31 Outr doenc do estomago e do duodeno 0 1 0 0 0 0 0 1 0 2
I88 Linfadenite inespecifica 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2
D76 Alg doenc q env tec linforr e sist
reticuloh 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
E14 Diabetes mellitus NE 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
Y05 Agressao sexual pmeio de forca fisica 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
D84 Outr imunodeficiencias 0 0 0 0 1 0 1 0 0 2
G71 Transt prim dos musculos 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
J86 Piotorax 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2
Q34 Outr malformacoes congen aparelho
respirat 0 0 1 0 0 0 1 0 0 2
L02 Abscesso cutaneo furunculo e antraz 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
Q06 Outr malformacoes congen da medula
espinhal 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2
E25 Transt adrenogenitais 0 0 1 0 0 1 0 0 0 2
D18Hemangioma e linfangioma de qq localiz 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
88
X99 Agressao objeto cortante ou penetrante 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
C76 Neopl malig outr localiz e mal definidas 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
K63 Outr doenc do intestino 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
J70 Afeccoes respirat dev outr agentes
externos 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
Y83 Reac anorm compl tard interv cirurg
sacid 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
I60 Hemorragia subaracnoide 0 0 0 1 1 0 0 0 0 2
J06 Infecc agudas vias aereas super loc mult
NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
P59 Ictericia neonatal dev outr causas e as NE 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
B24 Doenc pHIV NE 0 1 0 0 1 0 0 0 0 2
P92 Problemas de alimentacao do recem-
nascido 1 0 0 0 1 0 0 0 0 2
X36 Vitima avalanc desab terra out mov sup
terr 0 0 1 1 0 0 0 0 0 2
J10 Influenza dev virus influenza identificado 0 0 2 0 0 0 0 0 0 2
C22 Neopl malig figado vias biliares intra-
hepat 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E03 Outr hipotireoidismos 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2
E23 Hipofuncao e outr transt da hipofise 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
E41 Marasmo nutricional 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2
A40 Septicemia estreptococica 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
C72 Neop mal med esp nerv cran out sist nerv
cen 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
E71 Dist metab aminoacidos cad ramif e acid
grax 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I26 Embolia pulmonar 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
I80 Flebite e tromboflebite 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
N10 Nefrite tubulo-intersticial aguda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
P50 Perda sanguinea fetal 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Q92 Outr trissomias e trissom parc autoss
NCOP 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V04 Pedestre traum colis veic transp pesado
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
V44 Ocup autom traum colis veic trans pesad
onib 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
W20 Impacto caus objeto lanc projetado em
queda 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Y08 Agressao poutr meios espec 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
D59 Anemia hemolitica adquir 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
G60 Neuropatia hereditaria e idiopatica 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
M60 Miosite 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
P53 Doenc hemorragica do feto e do recem-
nascido 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
W08 Queda de outr tipo de mobilia 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X08 Exposicao outr tipo espec fumaca fogo
chamas 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X91 Agressao enforc estrangulamento
sufocacao 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
B49 Micose NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C33 Neopl malig da traqueia 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C38 Neopl malig do coracao mediastino e
pleura 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C73 Neopl malig da gland tireoide 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C95 Leucemia de tipo celular NE 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
J39 Outr doenc das vias aereas super 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
K52 Outr gastroenterites e colites nao-infecc 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q36 Fenda labial 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Q68 Outr deform osteomusculares congen 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
C64 Neopl malig do rim exceto pelve renal 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
C91 Leucemia linfoide 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
D48 Neopl comp incdesconh outr localiz e NE 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J04 Laringite e traqueite agudas 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
J34 Outr transt do nariz e dos seios paranasais 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
L51 Eritema polimorfo 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Fonte SIMSVSSMS Rio-2017
89