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BOLETIM TEMÁTICO - SOCIAL 01 ODNE - OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE MORTALIDADE MATERNA* Uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 é reduzir a razão de mortalidade materna (RMM) global para menos de 70 óbitos por 100 mil nascidos vivos (NV) até 2030. Para tanto, todos os países devem reduzir em pelo menos dois terços a RMM, sendo 2010 o ano base. Para o Brasil, a meta corresponde a uma redução da RMM para cerca de 20 óbitos para cada 100 mil NV em 2030. Em 2014 , a mortalidade materna no Brasil era de 58,4 óbitos/100 mil NV, ante a razão de 73,3 óbitos/100 mil NV. Perseguir melhores indicadores de desenvolvimento socioeconômico é um dos pilares das agendas de desenvolvimento dos países. Alcançar melhores indicadores de saúde é crucial para a promoção do desenvolvimento, com impactos diretos sobre o bem-estar e a qualidade de vida do indivíduo. Na saúde, dois indicadores são relevantes para avaliar a qualidade dos serviços básicos ofertados à população: as taxas de mortalidade materna e infantil, que permitem avaliar as condições de saúde ligadas à primeira infância e à gestante. MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL Razão de mortalidade materna no Brasil e Regiões (2000 - 2014) Em termos regionais, em 2014, a cada 100 mil NV 78,58 mães morreram na Região Norte. O Nordeste apresentou a segunda maior RMM (71,30 óbitos/100 mil NV), seguido do Centro Oeste (54,27 óbitos/100 mil NV), Sudeste (54,57 óbitos/100 mil NV) e do Sul com 37,58 óbitos/100 mil NV. FONTE: Ministério da Saúde/DATASUS/Indicadores e Dados Básicos - IDB SUDENE/DPLAN/CGEP/2016. (*) Para o Brasil, empregamos os dados dos Indicadores e Dados Básicos - IDB do DATASUS/RIPSA. Para os estados e as regiões, o indicador foi calculado com base nos dados do Ministério da Saúde do SIM e SINASC (disponíveis em http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02) 2000 2003 2006 2009 2012 2014* S SE CO Brasil NE N Taxa de Mortalidade Materna (óbitos/100 mil NV) 57 63 73 54 42 52 62 58 73 39 48 53 59 64 77 57 47 57 67 73 72 62 62 55 71 58 54 52 38 79 66 62 57 46 48 63 *No ano de 2014, a RMM para o Brasil foi estimada pelos autores

MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL

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Page 1: MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL

BOLETIM TEMÁTICO - SOCIAL

01ODNE - OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE

MORTALIDADE MATERNA*

Uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 é reduzir a razão de mortalidade materna (RMM) global para menos de 70 óbitos por 100 mil nascidos vivos (NV) até 2030. Para tanto, todos os países devem reduzir em pelo menos dois terços a RMM, sendo 2010 o ano base. Para o Brasil, a meta corresponde a uma redução da RMM para cerca de 20 óbitos para cada 100 mil NV em 2030. Em 2014 , a mortalidade materna no Brasil era de 58,4 óbitos/100 mil NV, ante a razão de 73,3 óbitos/100 mil NV.

Perseguir melhores indicadores de desenvolvimento socioeconômico é um dos pilares das agendas de desenvolvimento dos países. Alcançar melhores indicadores

de saúde é crucial para a promoção do desenvolvimento, com impactos diretos sobre o bem-estar e a qualidade de vida do indivíduo.

Na saúde, dois indicadores são relevantes para avaliar a qualidade dos serviços básicos ofertados à população: as taxas de mortalidade materna e infantil, que

permitem avaliar as condições de saúde ligadas à primeira infância e à gestante.

MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL

Razão de mortalidade materna no Brasil e Regiões (2000 - 2014)

Em termos regionais, em 2014, a cada 100 mil NV 78,58 mães morreram na Região Norte. O Nordeste apresentou a segunda maior RMM (71,30 óbitos/100 mil NV), seguido do Centro Oeste (54,27 óbitos/100 mil NV), Sudeste (54,57 óbitos/100 mil NV) e do Sul com 37,58 óbitos/100 mil NV.

FONTE: Ministério da Saúde/DATASUS/Indicadores e Dados Básicos - IDBSUDENE/DPLAN/CGEP/2016.

(*) Para o Brasil, empregamos os dados dos Indicadores e Dados Básicos - IDB do DATASUS/RIPSA. Para os estados e as regiões, o indicador foi calculado com base nos dados do Ministério da Saúde do SIM e SINASC (disponíveis em http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02)

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02ODNE - OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE

Em 2014, quatro dos nove estados da região Nordeste registraram RMM superiores à meta do ODS: Alagoas (104,13 óbitos/100 mil NV), Maranhão (79,44 óbitos/100 mil NV), Rio Grande do Norte (74,83 óbitos/100 mil NV) e Bahia (73,03 óbitos/100 mil NV). Por sua vez, a Paraíba teve o melhor desempenho no indicador em 2014 (53,8 óbitos/100 mil NV). Sendo o único estado com uma RMM menor que o nível nacional.

Entre os anos 2000 e 2014, em termos de variação absoluta, houve uma queda na razão de mortalidade materna no Brasil (-20,4,%) e na Região Sul (-29,7%). Entretanto, nas quatro demais regiões a mortalidade aumentou, com destaque para o Centro Oeste (38,8%). O Nordeste teve a terceira maior variação (23,3%).

Razão de mortalidade materna no Brasil e estados do Nordeste (2000 - 2014)

Variação da razão de mortalidade materna no Brasil, Regiões e estados do NE (2000 - 2014)

MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL BOLETIM TEMÁTICO - SOCIAL

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FONTE: Ministério da Saúde/DATASUS/Indicadores e Dados Básicos - IDB. SUDENE/DPLAN/CGEP/2016.

(*) Os números estão ordenados do menor para o maior em relação ao ano de 2014

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FONTE: Ministério da Saúde/DATASUS/Indicadores e Dados Básicos - IDB. SUDENE/DPLAN/CGEP/2016.

Page 3: MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL

03ODNE - OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE

MORTALIDADE INFANTIL (0 A 1 ANO DE IDADE)

Taxa de mortalidade infantil no Brasil e Regiões (1990 - 2013)

Entre 1990 e 2013, o Brasil evoluiu significativamente na redução da taxa de mortalidade infantil (de 0 a 1 ano de idade). Em 1990, a mortalidade era de 47,0 óbitos infantis por mil nascidos vivos (NV) atingindo a marca de 14,4 óbitos/mil NV em 2013, ou seja, uma redução de 69,4%.

Em todo o período, as Regiões Nordeste e Norte apresentaram as maiores taxas. Em 1990, foram 75,8 óbitos/mil NV no Nordeste e 45,9 óbitos/mil NV no Norte. A partir de 2003, a Região Norte assume a liderança. Em 2013, a Região Norte registrou 18,2 óbitos/mil NV, enquanto nas Regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul as taxas foram de 16,6, 15,5, 12,6 e 10,9 óbitos/mil NV, respectivamente.

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MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL BOLETIM TEMÁTICO - SOCIAL

Fonte: Ministério da Saúde/DATASUS/Indicadores e Dados Básicos - IDB.SUDENE/DPLAN/CGEP/2016.

A mortalidade materna também cresceu nos estados do Nordeste no período, com exceção de Sergipe (-19,9%), Ceará (-9,1%) e Piauí (-8,3%) que reduziram a RMM. No Maranhão, a mortalidade aumentou pouco (0,1%), uma média de 86,2 óbitos a cada 100 mil NV em todo o período no estado. Dos 27 estados brasileiros, Alagoas teve o segundo pior desempenho com uma variação na RMM de 107,5%, ficando atrás apenas de Rondônia (117,7%). A Paraíba, a despeito de apresentar a menor mortalidade no Nordeste, tanto em 2000 quanto em 2014, foi o segundo estado da região com maior crescimento na mortalidade materna (106,3%).

Taxa de mortalidade infantil no Brasil e estados do Nordeste (1990 - 2013)

Entre os anos 1990 e 2010, a mortalidade infantil nos estados do Nordeste foi superior à média do país. De 1990 até 1998, Alagoas apresentava a maior mortalidade do país com 102,2 óbitos/mil NV em 1990 e em 2013 ocupava a 15ª posição entre os estados com maior índice de morte infantil e o 6º lugar na Região Nordeste. Em 2013, apenas o Ceará, com uma taxa de 14,1 óbitos/mil NV, possuía mortalidade infantil menor que o nível nacional.

Page 4: MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL

04ODNE - OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE

Ainda neste ano, a Bahia destacava-se por apresentar a maior mortalidade no Nordeste (18,7 óbitos/mil NV) e como o quarto estado brasileiro com a maior taxa de mortalidade, em que o Amapá, Roraima e Amazonas com taxas de 21,8, 19,5 e 18,9 óbitos/mil NV, respectivamente, lideravam este ranking.

Variação da taxa de mortalidade infantil no Brasil, regiões e estados do Nordeste (1990 -2013)Em termos macrorregionais, o Nordeste foi a Região que mais reduziu a mortalidade infantil em todo o período. Pontualmente, entre os anos 1990 e 2000, o número de óbitos por mil nascidos vivos reduziu em 52,6%; e entre 2000 e 2010 a redução foi de 46,9%. A região Centro-Oeste foi que teve a menor redução (-54,9% entre 1990 e 2013).

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Ministério da Saúde/DATASUS/Indicadores e Dados Básicos - IDB. SUDENE/DPLAN/CGEP/2016.

Ministério da Saúde/DATASUS/Indicadores e Dados Básicos - IDB. SUDENE/DPLAN/CGEP/2016.

MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL BOLETIM TEMÁTICO - SOCIAL

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Entre 1990 e 2013 Alagoas e Ceará foram os estados do Nordeste que mais avançaram na diminuição da mortalidade, -84,2% e -82,3%, respectivamente. E entre anos 2000 e 2013, o Ceará e Paraíba apresentaram as maiores reduções, -61,8% e -58,2%, respectivamente. Por outro lado, a Bahia foi o estado que menos reduziu mortalidade infantil em todos os períodos analisados.

Page 5: MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL

05ODNE - OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE

Área de atuação da Sudene: mortalidade infantilPara a área de atuação da Sudene constituída por 1989 municípios no ano de 2010, em 1991 a mortalidade infantil média foi de 73,1 óbitos/ mil NV, enquanto para o Brasil a taxa foi de 47,1 óbitos/ mil NV. Além disso, 74% dos municípios da referida área registraram mortalidade superior a 60 óbitos/mil NV, e apenas 3% dos municípios tinham mortalidade entre 20 e 40 óbitos/mil NV.

Em 2000, o cenário era mais favorável, a taxa média de mortalidade foi de 47,7 óbitos/mil NV. No país a mortalidade foi de 26,1 óbitos/mil NV neste ano. Mas, ainda assim, somente 18 municípios tiveram mortalidade igual ou inferior à nacional. Apenas 25% dos municípios registraram um índice entre 20 e 40 óbitos/mil NV, 64% dos municípios com mortalidade entre 40 e 60 óbitos/ mil NV e 11% com mortalidade entre 60 e 80 óbitos/por mil NV.

Por sua vez, em 2010, os dados para esta área confirmam o cenário de redução de mortalidade infantil nacional. A mortalidade média nesta região foi de 26,4 óbitos/mil NV, enquanto no Brasil a taxa foi de 16,0 óbitos/mil NV. Notadamente, avanços foram alcançados: 15% dos municípios tiveram até 20 óbitos/mil NV, enquanto 83% dos municípios com mortalidade entre 20 e 40 óbitos/mil NV (ante a 3% em 1991 e 25% em 2000). Todavia, em 2010 apenas 54 municipalidades registraram desempenho igual ou superior ao Brasil.

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Mortalidade Infantil (0 a 1 ano de idade)

20102000

MORTALIDADE ATÉ 5 ANOS DE IDADE

Em relação a mortalidade de crianças menores de 5 anos, a meta do ODS é reduzir até 2030 a mortalidade para ao menos 25 óbitos por mil nascidos vivos (NV).

PNUD - Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, com base nos dados do IBGE dos Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010. Elaboração: SUDENE/DPLAN/CGP/2016

MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL BOLETIM TEMÁTICO - SOCIAL

*Mortes por mil nascidos vivos.

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06ODNE - OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE

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Taxa de mortalidade em menores de 5 anos no Brasil e Regiões (1990 - 2013)

Em 2013, a mortalidade em menores de 5 anos no Brasil foi de 16,7 óbitos/mil NV, ante a taxa de 53,7 em 1990. Entre as macrorregiões, em 1990 a região Nordeste apresentou a maior taxa de mortalidade (87,3 óbitos/mil NV), enquanto em 2013, tinha a segunda maior taxa (19,0 óbitos/mil NV) quando na região Norte a mortalidade foi de 22,1 óbitos/mil NV. Por outro lado, na região Sul foram observadas as menores taxas de mortalidade em todo o período. Em especial, 12,6 óbitos/mil NV em 2013.

Taxa de mortalidade em menores de 5 anos no Brasil e estados do Nordeste (1990 - 2013)Tal como para a mortalidade infantil, até o ano de 2010 a mortalidade em crianças de 0 a 5 anos em todos os estados do Nordeste foi maior do que a taxa verificada para o Brasil. Em 1990, o pior desempenho foi de Alagoas com 117,8 óbitos/mil NV e a menor mortalidade foi no Piauí (74,9 óbitos/mil NV). Já em 2000, destacam-se a Paraíba com a maior mortalidade (44,3 óbitos/mil NV) e Pernambuco com o menor índice (38,8 óbitos/mil NV). Por fim, em 2013 a Bahia e o Piauí tiveram as maiores taxas, 21,2 e 20,9 óbitos/mil NV, respectivamente, enquanto o Ceará teve o melhor desempenho (16,2 óbitos/mil NV).

Ministério da Saúde/DATASUS/Indicadores e Dados Básicos - IDB. SUDENE/DPLAN/CGEP/2016.

Ministério da Saúde/DATASUS/Indicadores e Dados Básicos - IDB. SUDENE/DPLAN/CGEP/2016.

MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL BOLETIM TEMÁTICO - SOCIAL

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07ODNE - OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE

Variação da taxa de mortalidade em menores de 5 anos no Brasil, Regiões e estados do NE (1990 - 2013)Desde o ano de 1990, o país experimentou reduções expressivas na mortalidade em menores de 5 anos (queda de 69,0% entre 1990 e 2013 e de 44,7% entre 2000 e 2013). A maior redução neste indicador se deu no Nordeste (-78,2% entre 1990 e 2013 e -53,9% entre 2000 e 2013). O Centro-Oeste teve a menor redução nos dois períodos, -56,2% entre 1990 e 2013 e de -30,8% entre 2000 e 2013, permanecendo sempre na terceira posição após as Regiões Norte e Nordeste.

No Nordeste, Alagoas, Ceará e Pernambuco foram os estados que mais reduziram o indicador entre 1990 e 2013 com taxas de -84,3%, -82,3%, e -80,5%, respectivamente. Entre 2000 e 2013, as maiores reduções se deram nos estados do Ceará, Alagoas e Paraíba, apresentando variações de -61,7%, -58,1 e -57,6%%, respectivamente. Por outro lado, nos dois períodos considerados, as menores reduções ocorreram no Piauí e na Bahia.

Área de atuação da Sudene: mortalidade em menores de 5 anos

Em 1991, a taxa média de mortalidade em menores de 5 anos nos municípios da área de atuação da Sudene era de 94,3 óbitos/mil NV, enquanto no Brasil foram 50,7 óbitos a cada mil nascidos vivos. Dos 1989 municípios, 72% tiveram taxas superiores a 80 óbitos/mil NV (dos quais 41% das cidades tinham taxas entre 100 e 152 óbitos/mil NV).

Em 2000, a taxa de mortalidade média foi de 59,6 óbitos/mil NV, entretanto tal marca ainda era muito superior a nacional (30,1 óbitos/mil NV). Apenas 6% dos municípios tiveram taxas de mortalidade entre 80 e 100 óbitos/mil NV, enquanto 45% dos municípios tiveram taxas entre 60 e 80 óbitos/mil NV, 42% com mais de 40 até 60 óbitos/mil NV, e os 7% restantes com mortalidade entre 20 e 40 óbitos/mil NV.

MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL BOLETIM TEMÁTICO - SOCIAL

Ministério da Saúde/DATASUS/Indicadores e Dados Básicos - IDB. SUDENE/DPLAN/CGEP/2016.

Page 8: MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL

Em 2010, os resultados mostraram-se ainda mais positivos revelando uma taxa média de mortalidade de crianças de até 5 anos de 28,6 óbitos/mil NV. Comparativamente, no Brasil, a taxa foi de 18,6 óbitos/mil NV. Destaca-se que 8% dos municípios tiveram taxas entre 0 e 20 óbitos/mil NV. A maioria dos municípios, 86%, apresentou taxas entre 20 e 40 óbitos/mil NV e apenas 6% do total com taxas mais elevadas, mais de 40 até 60 óbitos/mil NV.

08ODNE - OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE

0 - 20 20 - 40 40 - 60 60 - 80 80- 100 100-152

1991

Fátima (BA)151,0*

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Jucati (PE)106,0

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Roteiro (AL)50,9

maior índiceColatina (ES)32,3

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Nova Venécia (ES)18,2

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Olinda (PE)11,9

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20102000

Superintendência do Desenvolvimento do NordesteMarcelo José Almeida das Neves

Diretoria de Planejamento e Articulação de PolíticasAlexandre Henrique de Gusmão Gonçalves

Coordenação Geral de Estudos e Pesquisas, Avaliação, Tecnologia e InovaçãoFrederico Augusto de Araújo Cavalcanti Coordenação de Estudos, Pesquisas, Tecnologia e InovaçãoAlbertina de Souza Leão Pereira

Equipe TécnicaTássia Germano de Oliveira (Economista Responsável)

EstagiáriosAntônio Padilha (Geografia)Manuella Lima (Geografia)Gabriel F. Cândido da Silva (Economia)

Editoração - Assessoria de Comunicação SocialAgnelo Câmara de Mesquita JúniorCamila Maria de Lima Araújo (Estagiária)

Fonte: PNUD - Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, com base nos dados do IBGE dos Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010.Elaboração: SUDENE/DPLAN/CGP/2016

MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL BOLETIM TEMÁTICO - SOCIAL

Mortalidade em menores de 5 anos de idade

*Mortes por mil nascidos vivos.

DesafiosEm síntese, esta breve análise revela que, mesmo com uma redução do número de óbitos maternos a cada 100 mil NV no Brasil e nos estados da região Sul, em muitas localidades, em especial no Norte e Nordeste, houve uma piora no indicador. Além disso, apesar da considerável redução na mortalidade infantil e entre crianças de 0 até 5 anos de idade na área de atuação da Sudene, cabe destacar que, passados 10 dez anos, a mortalidade média desta região aproximava-se do valor nacional observado na década anterior.

De outra forma, esses números apontam que para perseguir maiores reduções nos indicadores de mortalidade materna e na infância (considerando aqui os grupos de 0 a 1 e de 0 a 5 anos de idade), a área de atuação da Sudene, em especial a região do Semiárido, deve ser considerada prioritária para as intervenções públicas que visam melhorar as condições de saúde no país.