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SANDRIELLI CZELUSNIAK FREITAS MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DO TRABALHO Monografia apresentada para obtenção de título de Especialista em Pedagogia da Gestão Empresarial – Recursos Humanos, da Universidade Tuiuti do Paraná. Prof. Ms. Olga Maria Silva Mattos. PALMEIRA 2009

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SANDRIELLI CZELUSNIAK FREITAS

MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DO TRABALHO

Monografia apresentada para obtenção de título de Especialista em Pedagogia da Gestão Empresarial – Recursos Humanos, da Universidade Tuiuti do Paraná.

Prof. Ms. Olga Maria Silva Mattos.

PALMEIRA 2009

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SUMÁRIO LISTAS........................................................................................................................iii

RESUMO E ABSTRACTS .........................................................................................iv

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1

2. O QUE É MOTIVAÇÃO...........................................................................................7

3. TEORIAS DA MOTIVAÇÃO..................................................................................11

4. O FATOR SATISFAÇÃO NO TRABALHO...........................................................21

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA.....................................29

6. ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA...................................................31

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................48

REFERÊNCIAS..........................................................................................................51

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LISTAS

Gráfico I. Condições de Infra-estrutura..................................................................33

Gráfico II. Benefícios fornecidos pela empresa....................................................36

Gráfico III. Relação produtividade remuneração...................................................38

Gráfico IV. Relacionamento interpessoal entre funcionários..............................39

Gráfico V. Relação chefe- Funcionário...................................................................41

Gráfico VI. Capacitação Técnica.............................................................................44

Gráfico VII. Oportunidade de crescimento e segurança.......................................46

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RESUMO

Esta monografia tem como objetivo tratar da motivação no ambiente de trabalho. Pretendo mostrar como a motivação influencia no desempenho e rendimento dos funcionários. Este estudo se justifica porque compreender a motivação humana tem sido um desafio para muitos administradores e até mesmo psicólogos. Várias pesquisas têm sido elaboradas e diversas teorias têm tentado explicar o funcionamento desta força que leva as pessoas a agirem em prol do alcance de objetivos. Analisando as enquetes a respeito do assunto percebemos que existe ainda muita confusão e desconhecimento sobre o que é e o que não é motivação. Vemos ainda que a motivação é quase sempre relacionada com desempenho positivo. Muitas vezes, uma pessoa sente-se levada a fazer algo para evitar uma punição ou para conquistar uma recompensa. A iniciativa para a realização da tarefa não partiu da própria pessoa, mas de um terceiro, que a estimulou de alguma forma para que ela se movimentasse em direção ao objetivo pretendido. A pessoa não teria caminhado em direção ao objetivo caso não houvesse a punição ou a recompensa. As pessoas podem, também, agir levadas por um impulso interno, por uma necessidade interior. Neste caso, existe vontade própria para alcançar o objetivo, existe motivação, que pode ser transformada em movimento permanente por meio de uma determinada estimulação. Aliás, é isso que as organizações produtivas buscam. Porém, na maioria das vezes, o que se vê é a aplicação de técnicas de estimulo ao movimento imediatista. O movimento é uma situação passageira. Só dura enquanto persistirem os estímulos que o geraram. Além disso, a eliminação dos estímulos normalmente provoca insatisfação e um comportamento indesejável. Neste sentido, faz-se necessária a presença da motivação nas instituições, não só motivação dos funcionários, mas também motivação dos profissionais envolvidos no processo do trabalho, a fim de que obtenhamos maior prazer em desempenhar nossas funções e obter melhores resultados. Funcionários motivados, mostram melhores desempenhos; demonstram maior envolvimento. Para o desenvolvimento desta pesquisa, optou-se pela pesquisa bibliográfica e elaboração de questionários, que foram entregues aos funcionários e após analisados.

Palavras-chave: motivação, desempenho, trabalho, estímulos, envolvimento e comportamento.

ABSTRACTS

This monograph has as objective to deal with the motivation in the work environment. I intend to show as the motivation influences in the performance and income of the employees. This study if it justifies because to understand the motivation human being it has been a challenge for many administrators and even though psychologists. Some research has been elaborated and diverse theories have attemped to explain the functioning of this force that takes the people to act in favor of the reach of objectives. Analyzing enquires regarding the subject we perceive that it still exists much confusion and unfamiliarity on what it is and what is not motivation. We see despite the motivation is almost always related with positive performance. Many times, a person feels itself led to make something to prevent a punishment or to conquer one she rewards. The initiative for the accomplishment of the task did not leave of the proper person, but of one third, that it stimulated it of some form so that it put into motion itself in direction to the intended objective. The person would not have walked in direction to the objective in case that she did not have the punishment or she rewards it. The people can, also, act led for an internal impulse, an interior necessity. In this in case

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that, proper will exists to reach the objective, exists motivation, that can be transformed into permanent movement by means of one determined stimulation. By the way, it is this that the productive organizations search. However, most of the time, what it is seen is the application of techniques of I stimulate to the imediatista movement. The movement is a situation passenger. It only lasts while to persist the stimulators that had generated it. Moreover, the elimination of the stimulations normally provokes insatisfaction and an undesirable behavior. In this direction, the presence of the motivation in the institutions, not only becomes necessary motivation of the employees, but also motivation of the involved professionals in the process of the work, so that let us get greater pleasure in playing our functions and getting better resulted. Motivated employees, show better performances; they demonstrate to greater envolvement. For the development of this research, it was opted to the bibliographical research and elaboration of questionnaires, that had been delivering to the employees and after analyzed.

Word-key: motivation, performance, work, stimulators, envolvement and

behavior.

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1. INTRODUCÃO

A presente monografia descreve o trabalho efetuado pela aluna do curso

em questão, junto a COOPAGEV – Cooperativa Escola dos Alunos do Colégio

Agrícola Estadual Getúlio Vargas Ltda. Traz a descrição das atividades

desenvolvidas na pesquisa realizada para a conclusão do curso. O objetivo

primordial deste estudo é a descrição da teoriaXpráxis vivenciada: levantamento

das necessidades, plano de trabalho, desenvolvimento de estágio através de

observação e meios de pesquisa.

As organizações já se deram em conta da importância das pessoas e da

forma como são administradas, diferentemente do que ocorria no passado,

quando o foco recaia apenas na tecnologia do produto ou no processo.

É preciso considerar que, embora as pessoas precisem ser administradas

pelas organizações como seu recurso humano, não se pode perder de vista que

elas são seres humanos, que querem ser felizes e ter qualidade de vida, que tem

outros vínculos alem daqueles que mantém com as suas organizações e que seus

objetivos nunca coincidem integralmente com os da organização, ainda que

possam ter muitos pontos coincidentes.

A partir das principais teorias de motivação, investigar quais são as

conseqüências que a motivação e desmotivação geram no ambiente de trabalho.

Levando em consideração essas teorias e sua aplicabilidade pretende-se verificar

as necessidades de cada indivíduo diante das situações apresentadas.

Para melhor compreender a influencia da motivação no ambiente de

trabalho é necessário um conhecimento sobre o que é motivação, neste momento

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abordaremos tal conceito, sob o ponto de vista de diversas linhas de pensamento

bem como os estilos de comportamento motivacional de suas hierarquias.

O que motiva? Em função de sua importância para diversos aspectos da

vida social e do trabalho, esta pergunta tem levado diversos estudiosos,

principalmente nos campos da Psicologia e da Administração, a desenvolverem

pesquisas que possam teorizar o que leva ser humano à ação. Mas, o que se

observa é o que o público em geral tem uma tendência a aceitar os conceitos mais

simples, que tentam oferecer soluções fáceis para problemas complexos. Essa

tendência contribui apenas para desviar atenção das pessoas sobre os reais

problemas e assim retardar os esforços reais e concretos de identificar um

caminho melhor.

Estas considerações de forma alguma invalidam os postulados de Maslow,

ou qualquer outra teoria que possua uma formulação de fácil compreensão. Elas

apenas alertam para a necessidade de compreender que o assunto motivação é

complexo, e não se deve cair na tentação de buscar o caminho mais fácil. Outro

ponto importante é que as diversas teorias de motivação não se anulam umas às

outras, pelo contrário, elas se complementam.

Para compreender o conceito de motivação, Archer (1997) apresenta uma

contribuição importante ao descrever a diferença entre motivadores e fatores de

satisfação. Para ele um motivador nada mais é que um motivo – uma

necessidade, por outro lado um fator de motivação é alguma coisa que satisfaz

uma necessidade. Normalmente as pessoas confundem aquilo que satisfaz uma

necessidade humana (fator de satisfação), com a própria necessidade (fator de

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motivação). Archer utiliza o exemplo da água para explicar esta confusão de

conceitos.

“Água, por exemplo, é um fator de satisfação de uma necessidade denominada sede; todavia, sempre que a sede é sentida, há a tendência de encarar a água como a necessidade, em lugar da sede, em si mesma. Isto é exemplificado por afirmações que referem ao fator de satisfação, tomado no contexto da própria necessidade: “eu necessito de água”. Esta é a expressão corriqueira que é usada pela pessoa que está sentindo sede. Refletindo-se mais sobre o assunto, torna-se óbvio que a água não pode de forma alguma ser uma necessidade – é um fator de satisfação da necessidade” (ARCHER, 1997, 24).

Este esclarecimento é importante para analisar o principal debate entre os

teóricos de motivação, que se dividem em dois blocos: aqueles que consideram a

motivação como algo intrínseco ao indivíduo e os teóricos que consideram que

são os fatores externos ou extrínsecos que motivam. São exemplos de fontes de

motivação extrínseca dinheiro, promoções e reconhecimento do gerente e dos

colegas de trabalho. A motivação intrínseca, por outro lado, deriva-se do

relacionamento da pessoa com a própria tarefa. Segundo Vroom (2001) uma

pessoa fica intrinsecamente motivada quando se sente gratificada pela realização

de uma tarefa de forma eficaz, independente das recompensas que recebe dos

demais por tê-la realizada. Elas envolvem-se no trabalho pelo desafio ou pelo

prazer em si. Sentem motivadas pelo interesse pela satisfação que ele

proporciona.

O primeiro impacto na vida organizacional é sobre a utilização da

remuneração, fator extrínseco, como motivador da ação no ambiente de trabalho.

Administrar usando recompensas não é tão previsível quanto se possa desejar e

estudos demonstram que o grau de satisfação após aumento salarial era intenso,

mas de curta duração.

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A motivação procura explicar por que as pessoas se comportam. No

modelo tradicional de administração Taylor e seus seguidores baseavam-se nas

concepções de um “homem econômico”, cujo comportamento é motivado

exclusivamente pela busca de dinheiro e recompensas salariais e materiais do

trabalho.

Com o passar do tempo os modelos motivacionais sofreram varias

evoluções de pensamento. Com o surgimento das Teorias das Relações Humanas

passou-se a chamar atenção uma nova teoria motivacional na qual o homem é

motivado, não por estímulos econômicos, mas por recompensas sociais,

simbólicas e não materiais. Passou-se então a estudar a influencia da motivação

no comportamento das pessoas.

Em termos visíveis nas organizações, a motivação é o processo

responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa

para o alcance de determinada meta, onde intensidade refere-se a quanto esforço

uma pessoa despende. É o impulso de exercer uma ação para alcance

organizacional, mas que também tenha uma capacidade de satisfazer a alguma

necessidade individual.

Este é o elemento que as pessoas se referem quando falam de motivação.

Contudo, a intensidade não é capaz de levar a resultados favoráveis, a menos que

seja conduzida em uma direção que beneficie a organização. Finalmente, a

motivação tem uma dimensão de persistência. Esta é uma medida de quanto

tempo uma pessoa consegue manter seu esforço. Os indivíduos motivados se

mantêm na realização da tarefa até que seus objetivos sejam atingidos.

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A psicologia nos descreve a motivação como sendo uma força propulsora

(desejo) por trás de todas as ações de um organismo. Na administração, como

pudemos observar acima, motivação é o processo responsável pela intensidade,

direção e persistência dos esforços de uma pessoas para alcance de uma

determinada meta. A motivação é baseada em emoções. É o conjunto de motivos

que levam uma pessoa a empreender determinada ação (motivo+ação=

motivação). Motivos esses que podem ser influencias internas ou externas

geradas conscientemente ou inconscientemente pelo próprio homem.

Os motivos que nos fazem trabalhar, ganhar dinheiro e consumir podem ser

observados na hierarquia de necessidades de Maslow:

- necessidades fisiológicas: são as necessidades vitais, primárias,

relacionadas com a sobrevivência do individuo. São ações inatas e

instintivas. As principais são: sono, alimentação, atividade física, sexual,

abrigo e proteção. São necessidades periódicas e cíclicas.

- necessidades de segurança: leva o individuo a auto-defesa, procura de

proteção contra perigos, ameaças ou privações. Busca de conforto, bem-

estar.

- necessidades sociais: necessidade de ser considerada socialmente, pelo

sexo oposto, necessidade de fazer parte, de ter contato humano.

- necessidades de estima: é a necessidade do individuo de ter poder,

status.

-necessidade de auto-realização: são mais elevadas e decorrem da cultura

e da educação. São raramente satisfeitas em sua totalidade, pois o homem

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esta sempre procurando maiores satisfações e estabelecendo metas

crescentes e mais sofisticadas.

A motivação não deve ser imposta e sim estimulada, ela surge dentro das

pessoas, por esta razão o individuo tem que querer ser motivado, cabe a

empresa/sociedade oferecer os incentivos necessários para o êxito deste

processo motivacional.

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2. O QUE É MOTIVAÇÃO

A motivação é uma condição fundamental e indispensável para o alcance

dos objetivos pessoais, do trabalho, das organizações e dos países. Porém, a

motivação dos funcionários das empresas começou a se tornar um problema sério

nos países desenvolvidos do Ocidente somente a partir da década de setenta e,

portanto, não se trata de um problema tão antigo.

O mundo teve uma mudança violenta assim que passou-se da década de

sessenta para a década de setenta. Inúmeros problemas sociais começaram a

surgir, sendo que os três significativos eram:

Agitação estudantil.

Responsabilidade civil pelo produto.

Motivação

Todos eles relacionados com o aumento do padrão de vida das pessoas e

com o aumento de seu nível educacional.

Subentende-se que melhorias de padrão de vida e educação constituem

uma tendência social desejável, mas é necessário a consciência de que com isso

as possibilidades de ocorrências de problemas sociais como os citados acima se

tornam maiores.

A motivação tem sido um dos maiores desafios na gestão organizacional

para muitos psicólogos, gerentes e executivos. Muitas pesquisas têm sido

elaboradas e diversas teorias têm tentado explicar o funcionamento desta “força

misteriosa”, ou ainda desconhecida, que leva as pessoas a agirem em direção do

alcance de seus objetivos.

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Quando uma pessoa se coloca ou se direciona a um caminho ou um

objetivo, ela não necessariamente está motivada a atingir este objetivo. Os fatores

que a levam a caminhar naquela direção podem-lhe ser intrínsecos (internos) ou

extrínsecos (externos). Quando são intrínsecos, há motivação; quando são

extrínsecos, há apenas movimento ou apenas satisfação (BERGAMINI, 1986 e

1989).

Muitas vezes, uma pessoa tem o desejo a realizar algo para evitar uma

punição, ou para conquistar uma recompensa. Nestes casos, a iniciativa para a

realização da tarefa não partiu da própria pessoa, mas de um terceiro (fator

extrínseco), que a estimulou de alguma forma para que ela se movimentasse em

direção ao objetivo pretendido. A pessoa não teria caminhado em direção ao

objetivo caso não houvesse a punição ou a recompensa.

As pessoas podem ainda, agir levadas por um impulso interno (fator

intrínseco), por uma necessidade interior. Neste caso, existe vontade própria para

alcançar o objetivo, existe motivação.

O movimento é uma situação passageira, uma necessidade momentânea.

Só dura enquanto persistirem os estímulos que o geraram. Além disso, a

eliminação dos estímulos normalmente provoca insatisfação e um comportamento

indesejável.

Se todas as vezes que um funcionário falta, ou atrasa, houver uma punição

com perda de vencimentos mensais, a partir do momento que tal conseqüência

desagradável deixar de existir, o comportamento indesejável reaparecerá, isto é,

as faltas e os atrasos voltarão a se repetir. Por outro lado, se houver uma

premiação ou gratificação especial quando os níveis de vendas aumentarem, a

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partir do momento em que este prêmio deixar de existir, o empenho dos

vendedores diminuirá e as vendas voltarão a cair e, podendo atingir níveis

inferiores àqueles já atingidos antes da iniciativa da premiação.

Isso pode até mesmo gerar uma desmotivação, independentemente da

permanência dos estímulos geradores. Como as pessoas não se deixam

manipular, embora aparentemente continuem se movendo, o montante de energia

pessoal investida nas atividades condicionadas vai gradativamente diminuindo e

cada vez mais o indivíduo vai rendendo menos. O nível de satisfação pessoal vai

baixando com o decorrer do tempo e, com ele, diminuindo o conceito de estima

que as pessoas experimentam a respeito de si mesmas.

A motivação, por sua vez, dura enquanto a necessidade interior não for

suprida. O alcance dos objetivos propostos, ou seja, o fim do potencial motivador

gera no indivíduo um sentimento de estima e auto-realização que lhe traz

satisfação e o predispõe a empreendimentos cada vez mais ousados, em busca

da concretização de novas necessidades e potencialidades.

A partir destas colocações pode-se, então, entender a motivação como uma

energia, uma tensão, uma força, ou ainda, um impulso interno aos indivíduos.

Sobretudo, o que é relevante considerar é que a motivação é interior a cada

indivíduo e leva-o a agir espontaneamente para alcançar determinado objetivo.

Assim, não é possível motivar uma pessoa, o que é possível é criar um ambiente

compatível com os objetivos da pessoa, um ambiente no qual a pessoa se sinta

motivada.

Alguns teóricos destacam-se na busca de esclarecer o que influencia as

pessoas na busca de seus objetivos. Dentre eles, os mais conhecidos e mais

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representativos dessas teorias, estão a hierarquia das necessidades humanas de

Maslow, a teoria da expectativa de Vroom, a teoria da motivação de Herzberg e a

teoria X e Y de McGregor.

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3. TEORIAS DA MOTIVAÇÃO

Este trabalho tem por objetivo apresentar algumas das principais teorias

relacionadas à motivação humana, em especial no ambiente empresarial. Para

isso, o ponto de partida é um estudo especifico em cada teoria, destacando suas

principais características e linhas de pensamento, buscando, os final do trabalho,

uma analise sobre qual teoria esta sendo adotada na empresa observada e qual a

posição de seus lideres frente a essa teoria.

As teorias da motivação são muitas. De acordo com Vries (1993) tudo se

passa como se cada pesquisador interessado pelo fenômeno se sentisse obrigado

a elaborar a sua própria teoria. Há a teoria das necessidades - Maslow,

McClelland, Alderfer, a teoria dos 2 fatores - Herzberg, Mausner, Snyderman, a

teoria das expectativas ou instrumentalidade -Vroom, a teoria do reforço - Skinner,

Connellan, a teoria dos objetivos – Locke, Bryan, a teoria da eqüidade Homans e

Adams, para mencionar apenas as mais influentes. O fato de várias delas terem

embasamento científico apenas complica ainda mais a questão. Mas, quando uma

teoria é considerada válida, isto não anula automaticamente as demais. Na

verdade, muitas são complementares e o desafio é juntá-las para tentar entender

o seu inter - relacionamento.

3.1. TEORIA DAS NECESSIDADES-MASLOW

Maslow cita o comportamento motivacional, que é explicado pelas

necessidades humanas. Entende-se que a motivação é o resultado dos estímulos

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que agem com força sobre os indivíduos, levando-os a ação. Para que haja ação

ou reação é preciso que um estímulo seja implementado, seja decorrente de coisa

externa ou proveniente do próprio organismo. Esta teoria nos dá idéia de um ciclo,

o Ciclo Motivacional não se realiza, sobrevém a frustração do indivíduo que

poderá assumir várias atitudes:

a. Comportamento ilógico ou sem normalidade;

b. Agressividade por não poder dar vazão à insatisfação contida;

c. Nervosismo, insônia, distúrbios circulatórios/digestivos;

d. Falta de interesse pelas tarefas ou objetivos;

e. Passividade, moral baixo, má vontade, pessimismo, resistência às

modificações, insegurança, não colaboração.

Quando a necessidade não é satisfeita e não sobrevindo as situações

anteriormente mencionadas, não significa que o indivíduo permanecerá

eternamente frustrado. De alguma maneira, segundo Maslow, a necessidade será

transferida ou compensada. Daí percebe-se que a motivação é um estado cíclico e

constante na vida pessoal.

A teoria de Maslow é conhecida como uma das mais importantes teorias de

motivação. Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma

hierarquia, ou seja, uma escala de valores a serem transpostos. Isto significa que

no momento em que o indivíduo realiza uma necessidade, surge outra em seu

lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem meios para satisfazê-la. Poucas

ou nenhuma pessoa procurará reconhecimento pessoal e status se suas

necessidades básicas estiverem insatisfeitas.

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De acordo com esta teoria, o ser humano possui diversas necessidades

que podem ser separadas em categorias hierarquizadas. Para motivar uma

pessoa, deve-se identificar qual é a categoria mais baixa na qual ela tem uma

necessidade, e suprir estas necessidades antes de pensar em outras em

categorias mais altas.

Estas categorias são normalmente apresentadas na forma de uma

pirâmide:

3.1.1.Necessidades Fisiológicas: São relacionadas às necessidades do

organismo, e são a principal prioridade do ser humano. Entre elas estão respirar e

se alimentar. Sem estas necessidades supridas, as pessoas sentirão dor e

desconforto e ficarão doentes.

3.1.2.Necessidades de Segurança: Envolve a estabilidade básica que o ser

humano deseja ter. Por exemplo, segurança física (contra a violência), segurança

de recursos financeiros, segurança da família e de saúde.

3.1.3.Necessidades Sociais: Com as duas primeiras categorias supridas, passa-

se a ter necessidades relacionadas à atividade social, como amizades, aceitação

social, suporte familiar e amor.

3.1.4.Necessidades de Status e Estima: Todos gostam de ser respeitados e

bem vistos. Este é o passo seguinte na hierarquia de necessidades: ser

reconhecido como uma pessoa competente e respeitada. Em alguns casos leva a

exageros como arrogância e complexo de superioridade.

3.1.5.Necessidade de Auto Realização: É uma necessidade instintiva do ser

humano. Todos gostam de sentir que estão fazendo o melhor com suas

habilidades e superando desafios. As pessoas neste nível de necessidades

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gostam de resolver problemas, possuem um senso de moralidade e gostam de

ajudar aos outros. Suprir esta necessidade equivale a atingir o mais alto potencial

da pessoa.

Segundo Maslow, o ser humano persegue a satisfação dos seus desejos e

motiva-se para atendê-los. Quando suas necessidades não são satisfeitas, geram

tensão. Na tentativa de diminuir essa tensão, o indivíduo ganha força motivadora

para buscar realização das necessidades.

As necessidades fisiológicas constituem a sobrevivência do indivíduo e a

preservação da espécie: alimentação, sono, repouso, abrigo, etc. As necessidades

de segurança constituem a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a

fuga e o perigo. As necessidades sociais incluem a necessidade de associação,

de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade,

de afeto e amor. A necessidade de estima envolvem a auto apreciação, a

autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito, de status,

prestígio e consideração, além de desejo de força e de adequação, de confiança

perante o mundo, independência e autonomia. As necessidades de auto

realização são as mais elevadas, de cada pessoa realizar o seu próprio potencial

e de auto desenvolver-se continuamente.

3.2- TEORIA DOS DOIS FATORES-FREDERICK HERZBERG

A Teoria dos dois fatores foi formulada e desenvolvida por Frederick

Herzberg, procuravam identificar quais as conseqüências de determinados tipos

de acontecimentos na vida profissional dos indivíduos, visando determinar os

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fatores que os levam a sentir-se excepcionalmente felizes e aqueles que os fizem

sentir-se infelizes na situação de trabalho.

3.2.1.Fatores Higiênicos: se localizam no ambiente que rodeia as pessoas e

abrange as condições dentro das quais elas desempenham seu trabalho. Como

essas condições são administradas e decididas pela empresa, os fatores

higiênicos são: o salário, os benefícios sociais, o tipo de chefia ou supervisão que

as pessoas recebem de seus superiores, as condições físicas e ambientais de

trabalho, as políticas e diretrizes da empresa, o clima de relações entre a empresa

e as pessoas que nela trabalham, os regulamentos internos, etc. São fatores de

contexto e se situam no ambiente externo que cercam o indivíduo. Contudo, de

acordo com as pesquisas de Herzberg, quando os fatores higiênicos são ótimos,

eles apenas evitam a insatisfação e, quando a elevam, não conseguem sustentá-

la elevada por muito tempo. Porém, quando os fatores higiênicos são péssimos ou

precários, eles provocam a insatisfação dos empregados.

3.2.2.Fatores Motivacionais: estão relacionados com o conteúdo do cargo e com

a natureza das tarefas que o indivíduo executa. Assim sendo, os fatores

motivacionais estão sobre controle do indivíduo, pois estão relacionados com

aquilo que ele faz e desempenha. Os fatores motivacionais envolvem os

sentimentos de crescimento individual, de reconhecimento profissional e as

necessidades de autoreavaliação e dependem das tarefas que o indivíduo realiza

no seu trabalho.

Os estudos de Herzberg levaram a conclusão que os fatores que influíam

na prodição de satisfação profissional eram desligados e distintos dos fatores que

levaram a insatisfação profissional. Assim, os fatores que causavam satisfação

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estão relacionados à própria tarefa, relações com o que ele faz, reconhecimento

pela realização da tarefa, natureza da tarefa, responsabilidade, promoção

profissional e capacidade de melhor executá-la. Por outro lado, constatou-se que

os fatores causadores de insatisfação são fatores ambientais, isto é, externos à

tarefa, tais como: tipo de supervisão recebida no serviço, natureza das relações

interpessoais, condição do ambiente onde o trabalho executado e finalmente o

próprio salário.

3.3-TEORIA X E Y-MCGREGOR

A teoria de Mc Gregor é na verdade um conjunto de dois extremos opostos

de suposições. Estes conjuntos foram denominados "X" e "Y". Por esse motivo,

também é conhecida pelo nome de "Teoria X e Teoria Y".

Para Mc Gregor, se aceitarmos a teoria "X", e nos comportarmos de acordo

com ela, as pessoas se mostrarão preguiçosas e desmotivadas. Já se aceitarmos

a teoria "Y", as pessoas com quem interagimos se mostrarão motivadas.

Douglas McGregor desenvolveu em “O lado humano das organizações”

(1960) as seguintes teorias referentes ao estilo de comando dos diretivos:

3.3.1.Teoria X

• O ser humano ordinário sente uma repugnância intrínseca para o trabalho e

o evitará sempre que puder.

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• Devido a esta tendência humana ao retirar o trabalho à maioria das

pessoas tem que ser obrigadas a trabalhar a força, controladas, dirigidas e

ameaçadas com castigos para que desenvolvam o esforço adequado para

realização dos objetivos da organização.

• O ser humano comum prefere que o dirijam, quer esquivar das

responsabilidades, tem relativamente pouca ambição e deseja mais nada

que sua segurança.

3.3.2 Teoria Y

• O desenvolvimento do esforço físico e mental no trabalho é tão natural

como o jogo ou o descanso. Ao ser humano comum não lhe irrita

essencialmente trabalhar.

• O controle externo e a ameaça de castigo não são os únicos meios de

canalizar o esforço humano para os objetivos da organização, o homem

deve se dirigir e se controlar em serviço dos objetivos, cuja realização se

compromete.

• Compromete-se à realização dos objetivos da empresa pelas

compensações associadas com seu lucro.

• O ser humano ordinário se habitua a buscar responsabilidades. A falta de

ambição e a insistência na segurança são, geralmente, conseqüências da

mesma experiência e não características essencialmente humanas.

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• A capacidade de desenvolver em grau relativamente alto a imaginação, o

engenho e a capacidade criadora para resolver os problemas da

organização, é característica de grandes setores da população.

• Nas condições atuais da vida industrial as potencialidades intelectuais do

ser humano estão sendo utilizadas só em parte.

Mesmo que a Teoria X está ainda estendida por muitos diretivos, se considera

uma forma de pensar obsoleta. McGregor propõe a adoção da Teoria Y para

aumentar a motivação dos empregados.

Donald Morton (”Applying theory Y to library management”) sugere que a Teoria Y

é efetiva com trabalhadores com certos níveis de conhecimentos que os levam

além dos dois primeiros níveis da Hierarquia de Maslow, e que a Teoria X é

freqüentemente mais efetiva com o pessoal que realiza trabalhos manuais ou

rotineiros.

3.4- TEORIA DA EXPECTATIVA-VITOR H.VROOM

Atualmente, uma das explicações mais amplamente aceita sobre motivação

é a teoria da expectativa, de Victor Vroom. Apesar de ter alguns críticos, boa parte

das pesquisas dá embasamento a esta teoria. Ele desenvolveu um modelo

contingencial de motivação, baseando-se na observação de que o processo

motivacional não depende apenas dos objetivos individuais, mas também do

contexto de trabalho em que o indivíduo está inscrito. Para Vroom (2002), a

motivação é um processo que governa as escolhas entre diferentes possibilidades

de comportamento do indivíduo, que avalia as conseqüências de cada alternativa

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de ação e satisfação, que deve ser encarada como resultante de relações entre as

expectativas que a pessoa desenvolve e os resultados esperados.

A teoria da Expectativa analisa os mecanismos motivacionais apoiando-se

em três conceitos: a Expectância, a Instrumentalidade e a Valência assim

descritas por Lévy-Leboyer (1994): A Expectância é aquilo que um indivíduo

acredita ser capaz de fazer, após empreender um esforço. A instrumentalidade é

se o trabalho executado representa claramente a possibilidade de se atingir um

objetivo esperado e a Valência representa a ligação entre objetivo a ser atingido e

o valor que este objetivo tem para o indivíduo, ou seja, se ele é relevante,

importante ou não.

Em termos práticos, esta teoria sugere que um funcionário se sente

motivado a despender um alto grau de esforço quando isto vai resultar em boa

avaliação de desempenho; que boa avaliação de desempenho vai resultar em

recompensas organizacionais, tais como bonificação, aumento de salário ou

promoção; e que estas recompensas vão atender suas metas pessoais.

De acordo com Vroom (2002), a teoria da expectativa ajuda a explicar por

que tantos trabalhadores não se sentem motivados em seu trabalho e fazem o

mínimo necessário para continuarem empregados. Sob a forma de perguntas, o

autor Robbins (2002) examina as três relações da teoria da expectativa, sendo

que todas devem ser respondidas positivamente pelos funcionários para que sua

motivação seja maximizada:

“Primeiro: se eu der o máximo de meu esforço, isto será reconhecido em minha avaliação de desempenho? Para muitos trabalhadores, a resposta é: não. Por quê? Sua capacidade pode deixar a desejar, o que significa que, por mais que se esforcem, eles nunca terão um desempenho superior. Outra possibilidade é o funcionário, justa ou injustamente, achar que seu chefe não gosta dele. Conseqüentemente, sua expectativa é de

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uma avaliação ruim, não importa o quanto se esforce. Estes exemplos sugerem que uma das possíveis causas da baixa motivação de um funcionário é que, não importa o quanto se esforce, nunca receberá uma boa avaliação de desempenho. Segundo: se eu obtiver uma boa avaliação de desempenho, isto resultará em alguma recompensa organizacional? Muitos trabalhadores percebem a relação desempenho-recompensa como fraca. O motivo é que as organizações recompensam muitas outras coisas além do desempenho. Por exemplo, quando a remuneração está de alguma forma ligada a fatores como tempo de casa, capacidade de cooperação ou bajulação do chefe, os funcionários podem perceber a relação desempenho – recompensa como fraca. Finalmente, se eu receber alguma recompensa, ela será atraente para mim? O funcionário trabalha duro na esperança de conseguir uma promoção, mas recebe somente um aumento de salário. Ou espera conseguir um trabalho mais desafiador e interessante, mas consegue algumas palavras elogiosas. Estes exemplos ilustram a necessidade de as recompensas serem adequadas às necessidades. Infelizmente, muitos executivos têm limitações quanto às recompensas que podem oferecer, o que dificulta a possibilidade de individualizá-las. Além disto, muitos executivos assumem erroneamente que todos os funcionários querem as mesmas coisas, deixando de perceber os efeitos motivacionais da diferenciação de recompensas.” (ROBBINS, 2002, p. 168).

Ainda segundo Robbins (2002) a Teoria da Expectativa é um modelo

contingente ou situacional, com isto não existe um princípio universal que explique

as motivações de todas as pessoas. Além disso, o fato de compreender quais

necessidades uma pessoa quer satisfazer, não assegura que ela perceba o alto

desempenho como meio necessário para satisfazê-las.

Essa é a principal crítica à Teoria da Expectativa: para que uma pessoa

seja capaz de estabelecer uma relação clara entre o seu desempenho e os

resultados que vai obter é necessário: ter uma gama de informações, analisá-las e

tirar conclusões, o que em termos práticos, não é fácil realizar. Mas esta teoria

tem uma vantagem importante em relação às teorias baseadas nas necessidades:

ela leva em consideração as diferenças dos indivíduos e valoriza o lado racional

das pessoas, além de considerar o contexto da ação.

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4. O FATOR SATISFAÇÃO NO TRABALHO

O fator humano permeia todos os níveis da organização e sem eles os

demais recursos, praticamente tornam-se inoperantes. Por isso é preciso atrair e

manter as pessoas dentro das organizações, assegurando-lhes condições para

que possam satisfazer os anseios internos de crescimento psicológico e

desenvolvimento profissional.

Um dos maiores desafios das organizações, nesse ambiente, é o de

conseguir o máximo de aproveitamento de seu capital intelectual e de seus

talentos. Para mantê-los motivados a usar e multiplicar ao máximo seus

conhecimentos com outros colegas, de forma a manter a organização em um alto

nível de competência e performance, o papel de gestão de pessoas é

fundamental.

Sabendo - se que as pessoas constituem o “coração da empresa”,

percebemos a necessidade de mantê-las motivadas no trabalho para que as

empresas possam competir no mercado.

A sensação de bem-estar no trabalho resulta da dimensão psicológica, pela

segurança emocional que consiste em sentir - se valorizado, pelo reconhecimento

da capacidade profissional e do desempenho (resultados). Resulta também na

dimensão social, pelo sentir – se integrado, interagindo em equipe, comprometido

com objetivos. (Matos, 1996, p. 247).

Segundo Chiavenato (2000, p. 80) “a motivação funciona em termos de

forças ativas e impulsionadoras, traduzidas por palavras funciona como “desejo” e

“receio”; o indivíduo deseja poder, deseja status, receia o ostracismo social, rejeita

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as ameaças à sua auto-estima. Além disso, a motivação aberta a determinada

meta, para cujo alcance o ser humano gasta energias. Assim, quando se pergunta

o motivo pelo qual um funcionário age de uma forma inesperada, está se entrando

numa questão de motivação.

Reconhece-se, portanto, que o homem é um ser complexo e que apresenta

um comportamento variado, divergindo em suas necessidades de indivíduo para

indivíduo, torna - se necessário buscar informações para alguns dos mais

confusos mistérios da existência humana: sua motivação.

Conhecendo-se os fatores que motivam o individuo, buscar-se-á elaborar

sugestões dos problemas percebidos e identificados.

Segundo Spector (2002, p. 198) “a motivação é geralmente descrita como

um estado interior que induz uma pessoa a assumir determinados tipos de

comportamento. Visto por outra perspectiva, a motivação refere - se ao desejo de

adquirir ou alcançar algum objetivo, ou seja, a motivação resulta dos desejos,

necessidades ou vontades”. Isso justifica o fato pelo qual algumas pessoas são

altamente motivadas a ganhar dinheiro, e presume - se que esse alto grau de

motivação pode afetar o comportamento para tal aquisição.

O estudo da motivação é uma busca de explicações para alguns dos mais

intricados mistérios da existência humana - suas próprias ações. Dessa forma, a

motivação no homem envolve um procedimento cuja origem e processamento se

fazem dentro da própria vida psíquica. Constitui um fenômeno essencialmente

psicológico.

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Percebe - se, portanto, que o estudo da motivação é extremamente

complexo e que para entendê-lo tem que enxergar o ser humano de forma

holística.

Segundo Bergamini (1986, p. 21), o termo motivação “é geralmente

empregado como sinônimo de forças psicológicas, desejos, impulsos, instintos,

necessidades, vontade, intenção, etc.”.

Entende - se então, que existem fatores intrínsecos que contribuem para as

pessoas agirem em determinadas situações, atitudes benéficas ou não para a

organização.

Toledo (1981) comenta: “por que fazemos alguma coisa”, ou seja, razão

que nos leva a pensar ou agir de certa forma.

Murray(1983) define motivação dizendo que “apesar das discrepâncias

existentes sobre o que vem a ser motivação, existe entre os estudiosos do

assunto um consenso de que motivação é uma fator interno, que dá início, dirige e

integra o comportamento de uma pessoa”. Ou melhor, apesar de ser provocado

por um impulso que pode ser um fator externo, é sempre um fator interno.

A concepção de motivação do autor citado anteriormente diverge do ponto

de vista de Taylor, já que o mesmo foi um dos que mais utilizou o dinheiro como

principal incentivo à motivação no trabalho.

Ariza (1996) afirma que “as medidas tradicionais para a motivação no

trabalho, tais como benefícios, estabilidade no emprego e salários elevados, já

não são mais suficientes para motivar os trabalhadores, e não são colocadas

como veículos que estimulam a motivação no trabalho, como ocorriam anos

atrás”.

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A motivação segundo a organização social do trabalho é bem explicada por

Maximiano (2000, p. 57), onde cita os principais aspectos da organização social

do trabalho, segundo Taylor:

• Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos;

• Estudo da fadiga humana;

• Divisão do trabalho e especialização do operário;

• Desenho de cargos e tarefas;

• Incentivos salariais e prêmios de produção;

• Conceito de “homo economicus”;

• Condições ambientais de trabalho;

• Padronização de métodos e máquinas;

• Supervisão funcional.

Dessa forma, Taylor tinha uma visão simplificada e racional do ser humano.

O mesmo utilizava a remuneração financeira como principal fonte de motivação no

trabalho.

A divisão do trabalho, por exemplo, tornou as tarefas repetitivas e

prejudicavam o raciocínio e a criatividade dos trabalhadores.

Silva (2000, p. 35), relata que “o modelo de administração científica

provocou forte reação de insatisfação no empregado e, a falta de recompensa

psicológica resultou em absenteísmo, redução de velocidade de produção, mau

relacionamento entre empregado e empregador, sabotagem, rotatividades e

greves”. Dessa forma, percebe-se que esse modelo de administração científica

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era inadequado para motivar o empregado, daí o surgimento de movimentos de

motivação no trabalho.

A motivação na escola das relações humanas foi defendida por Elton Mayo,

que pregava que a melhor maneira de motivar os funcionários seria dando ênfase

ao comportamento social dos mesmos, dando-lhes oportunidades de se sentirem

úteis e importantes para o trabalho.

Para isso, deveria promover o reconhecimento do valor de cada pessoa.

Deveria, ainda, através dessa nova diretriz, possibilitar aos trabalhadores um

conhecimento mais amplo da organização, tendo abertura para emitir opiniões a

respeito de toda estratégia produtiva, bem como das diretrizes administrativas da

organização.

É importante ressaltar que nem o dinheiro defendido por Taylor, nem o

relacionamento interpessoal de Mayo deve ser trabalhado de forma isolada como

forma de motivação pelas organizações, pois o homem é bem mais complexo do

que se imagina.

A teoria do Impulso é justificada por Bergamini (1997) da seguinte maneira:

“os impulsos são representantes daquelas formas de comportamento por meio dos

quais os seres vivos procuram restabelecer o equilíbrio”. Essa teoria pregava que

o homem possuiria sempre um estado de carência (por exemplo, a fome) e seu

comportamento se daria sempre em direção à obtenção daquilo que lhe falta para

recuperar o equilíbrio.

Dessa forma, podemos dizer que a satisfação da necessidade é

considerada oposta à motivação, isto é, quanto mais satisfeita a necessidade,

menos motivada a pessoa está para satisfazê - la.

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Esta teoria foi a que mais contou com a aceitação dos psicólogos na

explicação do comportamento humano, propondo a personalidade como um

reduto de forças básicas ou energia própria que orienta o indivíduo numa ou

noutra direção.

Dessa forma, segundo essa teoria, o homem possuiria sempre um estado

de carência e seu comportamento se daria na direção de se obter aquilo que lhe

falta para obter o equilíbrio.

O modelo de Hackman e Lawler foi conhecido pela elaboração de cinco

proposições. Nesse modelo é possível alcançar a satisfação do trabalhador na

direção das metas organizacionais.

Para relacionar a satisfação da necessidade individual com as realizações

das metas organizacionais, Hackman e Lawler, citado por Rodrigues (1999),

identificam nas proposições três características gerais do trabalho:

“ A primeira refere-se a autonomia, que diz respeito à responsabilidade do indivíduo por uma significativa parte do seu trabalho. A segunda, são identificadas duas formas básicas: a identidade da tarefa e o uso das capacidades e habilidades por parte do trabalhador. Nesse caso, significa o grau de compensação no trabalho percebido pelo trabalhador. A terceira é o “feedback” que o trabalho ou as condições de trabalho devem fornecer ao indivíduo.”

Spector (2002, p. 199) menciona que a teoria da equidade difere das

demais por se concentrar nos valores pessoais, em vez de necessidades, crenças

e reforços. Essa teoria presume que as pessoas valorizam universalmente a

justiça em suas relações sociais no trabalho. Presume-se que os funcionários

sejam motivados a corrigir situações em que existam injustiças ou desigualdades.

A teoria da equidade de Adams é quando os indivíduos fazem uma comparação

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entre as suas recompensas (R) e contribuições (C) e as recompensas e

contribuições dos outros, isto é, o indivíduo avalia se a proporção entre os

resultados que obtém e a energia que ele aplica á situação é a mesma na

comparação com o outro. Pode-se chegar a uma relação de equidade, em que há

equilíbrio nesta relação (RC individual = RC dos outros); de iniqüidade, quando o

indivíduo percebe que essas relações o desfavorecem (RC individuais < RC dos

outros) e de favorecimento quando o indivíduo percebe que é favorecido nesta

relação (RC individuais > RC dos outros).

Pode-se considerar também em equidade ou iniqüidade têm a possibilidade

de ocorrer na percepção do indivíduo quando a relação existente entre o que ele

investe no trabalho (dedicação, energia, cuidado, tempo, etc.) e o que ele recebe

em troca (reconhecimento, gratidão, satisfação, possibilidade de crescimento

profissional, salário, status, etc.) sem haver a comparação com outros indivíduos.

A motivação é geralmente descrita como um estado interior que induz uma

pessoa a assumir determinados tipos de comportamento (SPECTOR, 2002). Visto

por outra perspectiva, a motivação refere-se ao desejo de adquirir ou alcançar

algum objetivo, ou seja, a motivação resulta dos desejos, necessidades ou

vontades. Isso justifica o fato pelo qual algumas pessoas são altamente motivadas

a ganhar dinheiro, e presume-se que esse alto grau de motivação pode afetar o

comportamento para tal aquisição.

Um dos maiores desafios das organizações, é o de conseguir o máximo de

aproveitamento de seu capital intelectual e de seus talentos. Dessa forma, deve-

se mantê-los motivados a usar e multiplicar ao máximo seus conhecimentos com

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outros colegas, de forma a manter uma organização em alto nível de competência

e performance, tornando o papel de gestão de pessoas fundamental.

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5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

O presente trabalho foi efetivado com 40 funcionários do COLÉGIO

AGRÍCOLA ESTADUAL GETÚLIO VARGAS – órgão vinculado a Secretaria

Estadual de Educação do Paraná – SEED/PR, da cidade Palmeira- Pr, tendo

como suporte inicial a permissão do Diretor da mesma para a realização do estudo

empírico. Assim sendo, a pesquisa foi desenvolvida em âmbito quantitativo, tendo

em vista uma perspectiva qualitativa, apenas para a tabulação dos dados

coletados por meio dos questionários, já a análise da mesma considerou a

satisfação ou insatisfação dos funcionários a partir de sua opinião individual, o que

pode ser apreendido como algo particular de cada funcionário, buscando, dessa

forma, um produto final a respeito do nível de satisfação/insatisfação de todos os

funcionários que fizeram parte da pesquisa.

Considerando-se o critério de classificação proposto por Vergara (1990)

quanto aos fins e meios, tem-se:

a) Quanto aos fins: trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório;

b) Quanto aos meios: trata-se de uma pesquisa de campo. Entretanto, a

partir da revisão bibliográfica percebe-se que a pesquisa se enquadra enquanto

exploratória e descritiva. É importante enfatizar que diversos são os tipos de

pesquisa: histórica, social, teórica, experimental, exploratória e descritiva etc. Em

se tratando de pesquisa exploratória é àquela a qual busca constatar algo numa

organização ou num fato. Entende-se pesquisa descritiva como aquela que

descreve características de determinada população ou o estabelecimento de

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relações entre variáveis. A pesquisa descritiva engloba o uso de técnicas

padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática.

Os procedimentos metodológicos utilizados seguiram os seguintes passos:

elaboração do projeto de pesquisa; levantamento de dados teóricos que

possibilitará a coleta de dados teóricos para a estruturação do questionário;

elaboração do questionário; revisão bibliográfica; aplicação de questionários aos

funcionários da sede administrativa do Colégio; tabulação dos dados obtidos a

partir das informações adquiridas pelo questionário; análise final e apresentação

dos resultados da pesquisa. Os questionários foram aplicados durante o mês de

março, abril e maio do presente ano.

É interessante lembrar que o questionário, numa pesquisa, é um

instrumento de coleta de dados e por isso a linguagem deve ser simples e direta a

fim de que a pessoa a ser questionada compreenda com clareza o que está sendo

perguntado (BELLO, 2004). Com isso foi elaborado um questionário composto por

oito blocos de questões, a saber: condições de infra-estrutura; benefícios

fornecidos pela SEED/PR; relação produtividade/remuneração; relacionamento

interpessoal entre funcionários; relação chefe/funcionário; capacitação

técnica/educacional; oportunidade de crescimento e segurança; e, apreciação da

realização pessoal. Nesse sentido, o questionário totalizando vinte questões

relacionadas a satisfação dos funcionários do Colégio.

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6. ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA

O presente trabalho foi efetivado com 40 funcionários da COOPAGEV -

COOPERATIVA ESCOLA DOS ALUNOS DO COLÉGIO AGRÍCOLA ESTADUAL

GETÚLIO VARGAS LTDA, tendo como suporte inicial a permissão do Diretor da

mesma para a realização do estudo empírico. Assim sendo, a pesquisa foi

desenvolvida em âmbito quantitativo, tendo em vista uma perspectiva qualitativa,

apenas para a tabulação dos dados coletados por meio dos questionários, já a

análise da mesma considerou a satisfação/insatisfação dos funcionários a partir de

sua opinião individual, o que pode ser apreendido como algo particular de cada

funcionário, buscando, dessa forma, um produto final a respeito do nível de

satisfação/insatisfação de todos os funcionários que fizeram parte da pesquisa.

Os procedimentos metodológicos utilizados seguiram os seguintes passos:

elaboração do projeto de pesquisa; levantamento de dados teóricos que

possibilitará a coleta de dados teóricos para a estruturação do questionário;

elaboração do questionário; revisão bibliográfica; aplicação de questionários aos

funcionários do Colégio Agrícola Estadual Getúlio Vargas; tabulação dos dados

obtidos a partir das informações adquiridas pelo questionário; análise final e

apresentação dos resultados da pesquisa. Os questionários foram aplicados

durante o mês de março, abril e maio do presente ano.

É interessante lembrar que o questionário, numa pesquisa, é um

instrumento de coleta de dados e por isso a linguagem deve ser simples e direta a

fim de que a pessoa a ser questionada compreenda com clareza o que está sendo

perguntado (BELLO, 2004). Com isso foi elaborado um questionário composto por

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oito blocos de questões, a saber: condições de infra-estrutura; benefícios

fornecidos pela instituição; relação produtividade/remuneração; relacionamento

interpessoal entre funcionários; relação chefe-funcionário; capacitação técnica;

oportunidade de crescimento e segurança; e, apreciação da realização pessoal.

Nesse sentido, o questionário totalizando vinte questões relacionadas à satisfação

dos funcionários da COOPAGEV.

6.1.ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA

“Pesquisa é o mesmo que busca ou procura. Pesquisar, portanto, é buscar

ou procurar resposta para alguma coisa. Em se tratando de ciência a pesquisa é a

busca de solução a um problema que alguém queira saber a resposta” (BELLO,

2004, p. 5). Assim, com o intuito de analisar o nível de satisfação dos funcionários

da COOPAGEV adotou-se uma pesquisa de caráter exploratório com análise

descritiva dos dados. Considera-se nesta análise as siglas:

• M.S: como muito satisfeito;

• S: satisfeito;

• N: neutro;

• I: insatisfeito;

• M.I: muito insatisfeito.

O instrumento utilizado foi uma Escala de Insatisfação no Trabalho,

composta por 08 fatores, totalizando 20 variáveis com 05 opções de respostas de

M.S. a M.I. Os fatores analisados são: condições de Infra-estrutura, benefícios

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fornecidos pela instituição, relação produtividade/remuneração, relacionamento

interpessoal entre funcionários, relação chefe-funcionário, capacitação técnica,

oportunidade de crescimento e segurança e apreciação da realização pessoal.

Gráfico I. Condições de Infra-estrutura

Variável: M.S: como muito satisfeito; S: satisfeito; N: neutro; I: insatisfeito; M.I:

muito insatisfeito.

Ambiente de trabalho proporcionado pelo COOPAGEV.

31; 77%

2; 5%

7; 18%

Limpeza e higiene no local de trabalho.

33; 82%

3; 8%4; 10%

123

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34

Materiais e equipamentos no local de trabalho.

21; 52%

6; 15%

13; 33%

123

O fator condições de infra-estrutura foi analisado por meios das variáveis

ambiente de trabalho, limpeza e higiene e materiais e equipamentos. Conforme os

dados obtidos na tabela 01, verifica-se que 31 funcionários da COOPAGEV estão

satisfeitos com o ambiente de trabalho, entretanto apenas 07 apresentam grau de

insatisfação na variável analisada. Por fim, 02 funcionários não demonstraram

satisfação ou insatisfação no ambiente de trabalho, ou seja mantiveram-se

neutros. Observa-se ainda que na tabela 01, 33 dos funcionários da COOPAGEV

estão satisfeitos com a limpeza e higiene no local de trabalho, porém 04

apresentaram grau de insatisfação. Apenas 03 funcionários não apresentaram

grau de satisfação ou insatisfação na variável analisada, o que significa

neutralidade. No que diz respeito a materiais e equipamentos no local de trabalho

houve uma redução do nível de satisfação, pois apenas 21 funcionários estão

satisfeitos. Entretanto, 13 funcionários demonstraram insatisfação em relação a

esta variável. Em relação a funcionários neutros 06 não demonstraram satisfação

ou insatisfação.

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35

De acordo com o exposto acima, pode-se concluir que a COOPAGEV

apresenta um nível de satisfação positivo no que diz respeito à condição de infra-

estrutura. No ponto de vista de Hiba (apud MATOS, 2000) as boas condições de

trabalho proporcionado pela instituição promovem o desenvolvimento das

capacidades dos funcionários e reduzem os riscos, acidentes e geram uma maior

produtividade, em conseqüência, contribuem para que as organizações sejam

mais competitivas no mercado.

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36

Gráfico II. Benefícios fornecidos pela empresa

Variável: M.S: como muito satisfeito; S: satisfeito; N: neutro; I: insatisfeito; M.I:

muito insatisfeito.

Auxilio transporte.

21; 52%16; 40%

3; 8%

123

Assistência médica hospitalar.

31; 77%

7; 18%2; 5%

123

Auxilio alimentação

39; 97%

1; 3%

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37

Entende-se como benefícios fornecidos pela instituição a seguinte

composição, Auxilio transporte, Assistência médica hospitalar e Auxilio

alimentação. De acordo com a tabela 02, verifica-se que 21 funcionários da

COOPAGEV estão satisfeitos no que diz respeito ao auxilio transporte, todavia 03

apresentam grau de insatisfação na variável analisada, e um número considerável

de 16 funcionários indicaram neutralidade. Nota-se que na tabela 02 a maioria dos

funcionários está satisfeitos, o que representa 31 pessoas no que se refere à

Assistência médica hospitalar, porém apenas 02 funcionários mostraram-se

insatisfeitos em relação a variável analisada. Pôde observar-se ainda que 07

mantiveram-se neutros. Podemos observar ainda na tabela 02, que a maioria dos

funcionários do COOPAGEV estão satisfeitos com o auxilio alimentação fornecido

pela empresa pesquisada, o que representa 39 das pessoas avaliadas, e apenas

01 pessoa indicou neutralidade.

Conforme o exposto acima pode-se concluir que a COOPAGEV apresenta

um nível de satisfação considerável em relação aos benefícios fornecidos pela

instituição. Para Lacombe (2005) os benefícios fornecidos pela instituição

acarretam gratificações adicionais como auxilio transporte, assistência médica

hospitalar e auxilio- alimentação ocasionando conforto nas condições de trabalho.

Na concepção de Heliana (2007) os benefícios sociais eram oferecidos com intuito

de atrair bons profissionais, na visão contemporânea estes benefícios visam atrair

talentos. Neste contexto os benefícios não devem se analisados apenas como

elementos compensatórios, pois os mesmos devem ser considerados como

fatores de alavancagem de qualidade de vida e produtividade na empresa.

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38

Gráfico III. Relação produtividade remuneração

Variável: M.S: como muito satisfeito; S: satisfeito; N: neutro; I: insatisfeito; M.I:

muito insatisfeito.

Salário compatível com seu cargo

7; 18%

6; 15%

27; 67%

Compreende-se como Relação Produtividade Remuneração, a estrutura

composta de salário compatível com cargo. Conforme a tabela 3, constatou-se

apenas 07 funcionários satisfeitos com salário, porém 27 apresentaram grau de

insatisfação no que diz respeito a variável analisada, e 6 funcionários

apresentaram neutralidade.

De acordo com a tabela acima, pode-se concluir que a maioria dos

funcionários estão insatisfeitos com a Relação Produtividade/Remuneração. Para

Aguiar (1981) as necessidades dos funcionários de uma organização devem ser

atendidas à medida que estes favorecem o aumento da produtividade, assim

como os resultados da empresa, mas para isso é preciso motivá-los.

Diferentemente Lacombe (2005) afirma que a remuneração e a produtividade

estão diretamente ligadas, uma vez que quanto maior for à remuneração maior

será a produtividade dos funcionários, logo, maior os resultados da empresa.

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39

Gráfico IV. Relacionamento interpessoal entre funcionários

Variável: M.S: como muito satisfeito; S: satisfeito; N: neutro; I: insatisfeito; M.I:

muito insatisfeito.

Relacionamento com colegas do setor

32; 80%

4; 10%4; 10%

123

Prestigio do seu grupo de trabalho

24; 59%7; 18%

9; 23%

123

Conforme a tabela 04, podemos decompor Relacionamento Interpessoal

entre Funcionários a partir do momento que considerarmos relacionamento com

os colegas de setor, e também o prestigio do grupo de trabalho. Na tabela 04,

podemos observar 32 funcionários satisfeitos com relacionamento entre os

colegas de setor, todavia apenas 04 apresentaram grau de insatisfação, em

relação a variável analisada, e 04 funcionários indicaram neutralidade. No que diz

respeito ao prestigio do grupo de trabalho, 24 funcionários mostraram-se

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40

satisfeitos com esta variável, enquanto que 09 funcionários estavam insatisfeitos

com prestigio do seu grupo de trabalho, e 07 indicaram neutralidade.

De acordo com exposto acima, nota-se que a maioria dos funcionários

apresenta grau de satisfação positivo no que diz respeito ao relacionamento

interpessoal entre funcionários. Para Vergara e Branco (apud MENDES & DINIZ,

2000, p.02) as relações interpessoais são “ingredientes importantes das

organizações de sucesso, ou melhor, das empresas humanizadas”. No ponto de

vista de Sá & Lemoine (apud MENDES & DINIZ, 2000) é necessário que as

empresas valorizem as relações interpessoais, pois estas relações são

fundamentais para o desenvolvimento e competitividade da organização.

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41

Gráfico V. Relação chefe- Funcionário

Variável: M.S: como muito satisfeito; S: satisfeito; N: neutro; I: insatisfeito; M.I:

muito insatisfeito.

Relacionamento com chefe de setor

27; 67%3; 8%

10; 25%

123

Seu chefe o auxilia em suas atividades

25; 62%6; 15%

9; 23%

123

Há reconhecimento pelo chefe de setor

22; 54%9; 23%

9; 23%

123

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42

Compreende-se como Relação Chefe Funcionário, a seguinte estrutura

composta de relacionamento com chefe de setor, atividades auxiliadas pelo chefe

de setor e o reconhecimento pelo chefe de setor. A tabela 05 mostra que 27

funcionários encontram-se satisfeitos em relação ao relacionamento com chefe de

setor, porém 10 apresentam grau de insatisfação para com esta variável, e 03

funcionários apresentaram neutralidade. Conforme a tabela 05, a variável

atividade auxiliada pelo chefe de setor, observa-se que 25 funcionários estão

satisfeitos, entretanto 09 apresentam grau de insatisfação no que diz respeito a

essa variável, e 06 funcionários mantiveram-se neutros. Ainda de acordo com a

tabela 05, do total de 40 funcionários 22 apresentam grau de satisfação no que

concerne à variável reconhecimento por parte do chefe de setor, mas 09 daqueles

mostraram-se insatisfeitos com a variável analisada, e 09 funcionários indicaram

neutralidade.

Pode-se concluir que a maioria dos funcionários da COOPAGEV estão

satisfeitos com a relação chefe funcionário. Dessa maneira, a forma de organizar o

setor ou área, segundo Aguiar (1981) tende a possibilitar a ampliação do potencial

dos funcionários, pois precisa ser uma constante preocupação dos chefes. Apesar

de Aguiar (1981) enfatizar que a função da chefia era desenvolvida com ênfase no

domínio sobre o comportamento de seus subordinados, o que acarretar situações

de conflitos ou insatisfação, na COOPAGEV a pesquisa aponta que os

funcionários não têm problemas a respeito das relações com a chefia. Essa

situação pode ser analisada a partir de Herzberg (apud AGUIAR, 1981, p. 154) o

qual aponta “como função primordial das chefias o planejamento e a organização

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43

dos seus setores de forma a possibilitar condições para a auto-expressão e a

auto-realização de seus subordinados”.

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44

Gráfico VI. Capacitação Técnica

Variável: M.S: como muito satisfeito; S: satisfeito; N: neutro; I: insatisfeito; M.I:

muito insatisfeito.

Treinamento oferecido pela empresa

23; 57%

2; 5%

15; 38%123

Investimentos da empresa em treinamentos

20; 50%

4; 10%

16; 40%123

O fator capacitação técnica é composto por treinamento e investimentos da

empresa. Como mostrado na tabela 06, observa-se que 23 funcionários estão

satisfeitos com o treinamento proporcionado pela instituição. Entretanto 15

demonstraram-se insatisfeitos para com a variável pesquisada. Somente 02

funcionários não apresentaram satisfação ou insatisfação, o que indica

neutralidade.

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45

Em relação aos investimentos da instituição em treinamentos constatou-se que 20

funcionários estão satisfeitos, porém, um número considerável de 16 funcionários

demonstrou insatisfação a respeito da variável em questão. Um total de 04

funcionários não opinaram seu nível de satisfação ou insatisfação, uma vez que se

mantiveram neutros sobre tal variável.

De acordo com a análise acima, pode-se dizer que há satisfação em

relação à capacitação técnica oferecida pela COOPAGEV. Em relação a esse

quesito Aguiar (1981) compreende que os funcionários não são meros emissores

de resposta a estímulos exteriores e sim indivíduos que possuem capacidade

técnica profissional para o desenvolvimento de suas tarefas, pois os mesmos

precisam de mostrar que se sentem seguros profissionalmente. Para isso, as

empresas devem oferecer treinamentos, capacitações técnicas, cursos, entre

outros, de acordo com suas funções. Isso, conforme a pesquisa é realidade na

COOPAGEV, apesar de haver certo grau de insatisfação em relação a esse fator.

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46

Gráfico VII. Oportunidade de crescimento e segurança

Variável: M.S: como muito satisfeito; S: satisfeito; N: neutro; I: insatisfeito; M.I:

muito insatisfeito.

Aprender novos conhecimentos e habilidades

19; 47%

9; 23%

12; 30%

123

Plano de carreira existente na instituição

2; 5%9; 23%

29; 72%

123

Estabilidade no local de trabalho

28; 70%

4; 10%

8; 20%

123

O nível de satisfação em relação à oportunidade de crescimento e

segurança foi analisado a partir das seguintes variáveis: aprender novos

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47

conhecimentos e habilidades, plano de carreira e estabilidade no local de trabalho.

Verificou-se na tabela. 07 que 19 funcionários estão satisfeitos e 12 insatisfeitos

em relação à variável aprender novos conhecimentos e habilidades e ainda 09

funcionários mostraram-se neutros na variável em questão. Na variável plano de

carreira apenas 02 funcionários estão satisfeito, enquanto que 29 apresentaram

nível de insatisfação. Constata-se que 09 funcionários indicaram neutralidade na

variável. A respeito da variável estabilidade no local de trabalho 28 funcionários

indicaram estar satisfeitos, no entanto, 08 apresentaram nível de insatisfação e 04

mantiveram- se neutros.

Através do exposto a maioria dos funcionários estão satisfeitos com a

oportunidade de crescimento e segurança, porém a variável plano de carreira

obteve um elevado nível de insatisfação. Na concepção de Bowditch e Buono

(2002) a insatisfação quanto ao plano de carreira ocasiona ênfase no

enfraquecimento das oportunidades de desenvolvimento pessoal, ocasiona a

estagnação do progresso e segurança do individuo na criação de novas

habilidades.

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48

Considerações Finais

No trabalho foram utilizados teóricos que deram grande contribuição para o

desenvolvimento da pesquisa, como: Rodrigues (1999); Martinez (2002); Robbins

(1999) Wagner III & Hollenbeck (1999); Ribeiro (2005). Os objetivos do trabalho

foram alcançados, pois se comprovou que grande índice de satisfação dos

funcionários que trabalham na COOPAGEV. Em relação às hipóteses com a

pesquisa algumas foram confirmadas outras não foram comprovadas.

Por meio da pesquisa, foi constatado o seguinte: no que concerne à

hierarquização, ou seja, relação chefe funcionário, por exemplo, esta não inibe a

produtividade dos funcionários, pois os mesmos apresentaram-se satisfeitos com

essa relação; a respeito da oportunidade de crescimento e segurança e a

capacitação técnica os funcionários demonstraram satisfação, apesar de haver

possibilidade de crescimento profissional, por se tratar de uma instituição estatal,

os mesmos apontaram insatisfação no que diz respeito ao plano de carreira; não

há dificuldades de comunicação entre os mesmos, pois a troca de informações

entre os setores não comprometem a execução das tarefas administrativas entre

os setores; os funcionários não se sentem realizados pessoalmente pelo fato não

possuírem salário compatível com seu cargo, portanto os mesmos se mostraram

insatisfeitos na relação produtividade/remuneração.

Apesar da pesquisa ser desenvolvida com a autorização do atual Diretor da

COOPAGEV, surgiram algumas dificuldades no decorrer da mesma como:

disponibilidade de tempo dos funcionários associado; à ausência de interesse em

responder aos questionários.

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49

Entretanto, vale ressaltar que este estudo possibilitou um conhecimento

sobre a realidade de uma instituição da esfera pública. Nessa perspectiva, a

pesquisa tende a contribuir para a implantação e/ou implementação de melhorias

no ambiente de trabalho resultando no aumento do desempenho e produtividade

dos funcionários. Essa pesquisa também pode contribuir indiretamente para a

melhoria da vida profissional dos funcionários da COOPAGEV, visto que o Diretor

ao tomar conhecimento de tal realidade pode daqui a diante pensar estratégias de

ações voltadas à questão investigada em busca de solucioná-la ou pelo menos

colaborar para minimizar a insatisfação dos mesmos.

Vale lembrar que esse trabalho apesar de ter um caráter de investigação

exploratória ainda não é suficiente para se obter em âmbito geral um resultado a

respeito de todos os funcionários da COOPAGEV, uma vez que a pesquisa se

limita apenas aos funcionários de sua sede administrativa em Palmeira. Assim,

torna-se necessária a compreensão da realidade de todo o quadro funcional da

COOPAGEV a fim de planejar ações que tenham como objetivo a satisfação dos

mesmos em seu local de trabalho.

Nessa ótica, a possibilidade de melhorar a vida profissional dos funcionários

de uma empresa, poderá ser efetivada se for levado em consideração o cotidiano

no local de trabalho, avaliando tanto aqueles quanto este último, por meio de

atuações específicas da equipe de recursos humanos da mesma.

Portanto a partir da pesquisa constatou-se que a maioria dos funcionários

da sede administrativa da COOPAGEV apresentou grau de satisfação no

ambiente de trabalho, entretanto os mesmos demonstraram certa insatisfação a

respeito da variável plano de carreira existente na empresa contida no fator

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50

oportunidade de crescimento e segurança. No que concerne à relação

produtividade remuneração tais funcionários demonstraram insatisfação nas

variáveis salário compatível com seu cargo e participação nos resultados da

empresa.

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