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Motores | Automação | Energia | Transmissão & Distribuição | Tintas

Motores | Automação | Energia | Transmissão & Distribuição | Tintas · 2020. 8. 11. · ABNT NBR 14951; NBR 15156; Falha de aplicação Defeito após a secagem Superficial Estrutural

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  • Motores | Automação | Energia | Transmissão & Distribuição | Tintas

  • Prefácio

    Tinta é o nome normalmente dado a uma família de produtos (líquidos, viscosos ou sólidos em pó)

    que, após aplicação sob a forma de uma fina camada, a um substrato se converte num filme sólido. As

    tintas são usadas para proteger e dar cor a objetos ou superfícies.

    A tinta é muito comum e aplica-se a praticamente qualquer tipo de objetos. Usa-se para

    produzir arte; na indústria: estruturas metálicas, produção de automóveis, equipamentos, tubulações,

    produtos eletroeletrônicos; como proteção anticorrosiva; na construção civil: em paredes interiores, em

    superfícies exteriores, expostas às condições meteorológicas; um grande número de aplicações atuais

    e futuras, como frascos utilizados para perfumes e maquiagens.

    Por muito tempo as tintas liquidas foram utilizadas pelo seu aspecto estético, mais tarde, quando

    introduzidas em países do norte da América e da Europa, onde as condições climáticas eram mais

    severas, o aspecto proteção ganhou mais importância, enquanto as tintas em pó tiveram sua origem

    da década de 50 nos Estados Unidos.

    No Brasil, atualmente temos tintas, resinas e diversas formulações que possuem tecnologia a nível

    internacional e de acordo com as mais modernas técnicas de proteção anticorrosiva utilizadas no

    segmento de pintura industrial.

    Atualmente as tintas liquidas possuem a maior fatia do mercado por ter sua tecnologia mais

    conhecida, enquanto as tintas em pó estão crescendo devido as suas vantagens econômicas,

    decorativas, protetivas e de segurança.

    Além da decoração uma função muito importante para as tintas são as propriedades

    anticorrosivas, pois aproximadamente 30% do aço produzido no mundo é utilizado para reposição de

    peças e partes de equipamentos e instalações deterioradas pela corrosão, estima-se um valor de 3,5%

    do Produto Interno Bruto o gasto com problemas de corrosão em países industrializados. Desse modo

    as tintas têm a missão de retardar esse processo, por meio de proteção catódica, por barreira e

    proteção anódica.

    Como dito acima, a função anticorrosiva tem papel fundamental na economia do país, por isso é

    necessário todo cuidado e inspeção para evitar falhas e defeitos na pintura, ou seja, quaisquer

    alterações na pintura (falhas ou defeitos) que ocorram durante a aplicação ou após a sua exposição

    que, do ponto de vista técnico e/ou estético, sejam indesejáveis independentemente de suas causas.

    Desse modo, muitas falhas e defeitos podem ser evitados se alguns procedimentos forem

    seguidos e se for dada devida atenção ao trabalho realizado. Entretanto, algumas complicações podem

    surgir devido a imperfeiçoes em algum estágio do processo de aplicação, sejam eles no pré-tratamento

    ou na utilização incorreta dos equipamentos de aplicação. Principalmente os defeitos estruturais, no

    qual influenciam na proteção do material, comprometendo-o.

    O ponto relevante apesar do avanço tecnológico das tintas, é que cada vez mais, precisamos

    preparar mais pessoas, mais profissionais para as diversas atividades de seleção de esquemas de

    pintura, aplicação, controle de qualidade da aplicação e inspeção dos esquemas de pintura, não só

    durante a aplicação, mas também durante toda a vida útil à que foi projetado o esquema de pintura.

    Autor:

    █ SANDRO MOCHNACZ

    █ Serviço ao Cliente

    █ Paumar S.A Indústria e Comercio – Grupo WEG

    █ www.weg.net

    https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADquidohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Viscosohttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3lidohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Poeirahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Substrato_(gr%C3%A1fica)https://pt.wikipedia.org/wiki/Corhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Artehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%BAstriahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Corros%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Meteorologiahttps://mail.weg.net/owa/UrlBlockedError.aspx

  • SUMÁRIO

    1 O QUE SÃO FALHAS E DEFEITOS ....................................................................................................... 5

    1.1 Análise de falhas e defeitos .......................................................................................................... 5

    1.2 Critérios de aceitação .................................................................................................................... 5 1.2.1 Critérios de defeitos ..................................................................................................................... 6

    2 Origem das falhas .................................................................................................................................. 6

    2.1 Áreas mais sujeitas a falhas ............................................................................................................ 6

    2.2 Agentes causadores de falhas ..................................................................................................... 6 2.2.1 Tensão mecânica ........................................................................................................................ 6 2.2.2 Tensão interna ............................................................................................................................. 7 2.2.3 Ataque químico ............................................................................................................................ 7 2.2.4 Condições ambientais ................................................................................................................. 7 2.2.5 Osmose ........................................................................................................................................ 7 2.2.6 Outros fatores .............................................................................................................................. 7

    2.3 Aplicação ...................................................................................................................................... 10 2.3.1 Rolo ............................................................................................................................................ 10 2.3.2 Trincha ou pincel ....................................................................................................................... 10 2.3.3 Pulverização .............................................................................................................................. 10

    3 Falhas em tintas líquidas .................................................................................................................... 12

    4 Falhas em tintas em pó ....................................................................................................................... 21

    4.1 Problemas na aplicação das tintas em pó................................................................................. 21 4.1.1 Baixa deposição de tinta ............................................................................................................ 21 4.1.2 Aterramento do sistema deficiente ............................................................................................ 21 4.1.3 Vazão de pó excessiva .............................................................................................................. 21 4.1.4 Falta de tintas nas peças ........................................................................................................... 21 4.1.5 Excesso de pó ........................................................................................................................... 21 4.1.6 Identificação das falhas ............................................................................................................. 21

    4.2 Problema na pistola eletrostática ............................................................................................... 23 4.2.1 Baixa tensão .............................................................................................................................. 23 4.2.2 Golfadas na aplicação ............................................................................................................... 23 4.2.3 Centelhas, faíscas, labaredas de fogo ...................................................................................... 23

    4.3 Testes na instalação de pintura ................................................................................................. 23 4.3.1 Limpeza ..................................................................................................................................... 23 4.3.2 Umidade ou óleo na linha de ar comprimido ............................................................................. 24 4.3.3 Carga eletrostática da pistola de aplicação ............................................................................... 24 4.3.4 Estufa de cura em operação adequada .................................................................................... 24 4.3.5 Fluidização ................................................................................................................................. 24 4.3.6 Umidade do pó........................................................................................................................... 24 4.3.7 Pontos ........................................................................................................................................ 24 4.3.8 Contaminação ............................................................................................................................ 24 4.3.9 Adesão ....................................................................................................................................... 24 4.3.10 Carga massa.............................................................................................................................. 24

    4.4 Defeitos na pintura - Filme curado ............................................................................................. 25 4.4.1 Cores fora de tonalidade ........................................................................................................... 25 4.4.2 Excesso de temperatura ............................................................................................................ 25 4.4.3 Baixo brilho ................................................................................................................................ 25 4.4.4 Baixa resistência mecânica ....................................................................................................... 25 4.4.5 Micro furos e crateras ................................................................................................................ 25

  • 4.4.6 Pontos na peça pintada ............................................................................................................. 26 4.4.7 Alastramento deficiente ............................................................................................................. 26 4.4.8 Pó repelido da peça ................................................................................................................... 26

    5 Falhas comuns ..................................................................................................................................... 27

    5.1 Considerações gerais de rendimento ........................................................................................ 27 5.1.1 Rendimento de tintas líquidas ................................................................................................... 29 5.1.2 Rendimento de tinta em pó ........................................................................................................ 29

    5.2 Falhas gerais ................................................................................................................................ 29 5.2.1 Mangueiras longas .................................................................................................................... 29 5.2.2 Vazão da pistola ........................................................................................................................ 29 5.2.3 Velocidade do ar nas silhuetas da cabine e estufa ................................................................... 29

    6 Como evitar falhas e defeitos ............................................................................................................. 30

    6.1 Problemas na fábrica ................................................................................................................... 30 6.1.1 Explicitação do esquema de pintura .......................................................................................... 30 6.1.2 Qualidade das tintas utilizadas .................................................................................................. 30 6.1.3 Check list – falhas e defeitos e soluções no produto ................................................................ 31

    6.2 Problemas no campo ................................................................................................................... 32 6.2.1 Treinamento e capacitação do pessoal ..................................................................................... 32 6.2.2 Elaboração de procedimentos de execução ............................................................................. 32 6.2.3 Elaboração de procedimentos de inspeção .............................................................................. 32 6.2.4 Calibração dos aparelhos e instrumentos de medição e testes ................................................ 32 6.2.5 Inspeção visual da superfície a ser pintada .............................................................................. 33 6.2.6 Avaliação das condições atmosféricas ...................................................................................... 33 6.2.7 Inspeção de recebimento de abrasivo ....................................................................................... 33 6.2.8 Inspeção de recebimentos das tintas ........................................................................................ 33 6.2.9 Avaliação do grau de limpeza da superfície .............................................................................. 34 6.2.10 Medição do perfil de rugosidade................................................................................................ 34 6.2.11 Acompanhamento da mistura e diluição das tintas ................................................................... 34 6.2.12 Avaliação do método de aplicação das tintas ........................................................................... 34 6.2.13 Ações de detecção de defeitos.................................................................................................. 34 6.2.14 Avaliação de eventuais falhas das películas de tinta ................................................................ 34 6.2.15 Prevenção na aplicação de um sistema de tinta ....................................................................... 35

    6.3 Check list – falhas e defeitos e soluções no processo ............................................................ 36

    7 Ensaios e controle de qualidade ........................................................................................................ 37

    7.1 Exemplos de ensaios ................................................................................................................... 38

    8 NORMAS DE REFERÊNCIA ................................................................................................................. 40

    8.1 N-13 ................................................................................................................................................ 40

    8.2 NBR 15185..................................................................................................................................... 40

    8.3 NBR 14951..................................................................................................................................... 41

    8.4 ISO 12944 ...................................................................................................................................... 41

    9 EQUIPAMENTOS E CONDIÇÕES DE OPERAÇÕES ......................................................................... 44

    10 GLOSSÁRIO ...................................................................................................................................... 46

    11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 56

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 5

    1 O QUE SÃO FALHAS E DEFEITOS

    Na definição de pintura industrial pode haver falhas e defeitos na película de tinta, e podem ser atribuídos aos três pilares para a obtenção de uma pintura de qualidade: material da tinta, preparação de superfície e à habilidade do aplicador.

    Falha (formação do filme): Irregularidade que pode ser corrigida durante a aplicação da tinta.

    Defeito: Imperfeições que podem comprometer o desempenho e/ou o grau de estética para os quais os produtos foram desenvolvidos ou especificados. O defeito pode ser:

    Defeito Superficial: As falhas do efeito superficial afetam a cor e o brilho e interferem nas características decorativas, estéticas, de segurança ou ainda de identificação pela cor da película.

    Defeito Estrutural: As falhas de efeito estrutural comprometem a integridade da película e por consequência a eficiência protetora do revestimento. b. Defeitos Estruturais Portanto vamos listar abaixo os defeitos classificados como de origem “estruturais”.

    Os métodos convencionais mais utilizados na maioria dos casos são as aplicações a rolo, trincha ou pincel, pulverização convencional e pulverização sem ar (Airless spray).

    Não é raro observarmos esquemas de

    pintura, que teoricamente seriam de grande desempenho, falharem rapidamente por aspectos associados à má qualidade da aplicação.

    O tradicional controle da qualidade com

    ênfase em inspeção do produto final, apesar de ser a abordagem mais frequente, é totalmente contraindicada em se tratando de aplicação de tintas.

    1.1 Análise de falhas e defeitos

    Defeitos ABNT NBR 14951; ABNT

    NBR 15156;

    Falha de aplicação

    Defeito após a secagem

    Superficial Estrutural

    1 Casca de laranja X X 2 Corrosão/oxidação X 3 Craqueamento X

    4 Crateras/olho de peixe

    X

    5 Danos mecânicos X 6 Descascamento X 7 Descoloração X 8 Empoamento X 9 Empolamento X 10 Enrugamento X 11 Escorrimento X X 12 Espessura irregular X X 13 Exsudação X X 14 Fendimento X 15 Fervura X

    16 Impregnação de abrasivo

    X X

    17 Inclusão de pelos X X 18 Manchamento X 19 Marcas de trincha X X 20 Poros X 21 Pulverização seca X X 22 Sangramento X X

    1.2 Critérios de aceitação

    A norma N-13 Rev.L diz em examinar

    se cada demãos de tinta (durante a

    aplicação e após exposição) está isenta de

    falhas ou defeitos, tais como:

    a) Escorrimento

    b) Empolamento

    c) Enrugamento

    d) Fendimento (craqueamento)

    e) Olho de peixe (cratera)

    f) Impregnação de abrasivo e/ou

    contaminantes

    g) Descascamento

    h) Oxidação/corrosão

    i) Inclusão de pelos

    j) Poros

    k) Sangramento

    l) Manchamento

    m) Pulverização seca (overspray)

    n) Empoamento (gizamento)

    o) Fervura

    p) Danos mecânicos

    q) Queimas

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 6

    Falhas e defeitos causados por ações

    alheias ao processo de pintura tais como,

    danos mecânicos ou queimaduras não se

    enquadram no escopo desta Norma.

    1.2.1 Critérios de Defeitos

    Defeitos em pintura segundo a norma

    ABNT NBR 15156:2004

    • Densidade de defeito: frequência

    e/ou distribuição do defeito sobre a

    superfície.

    • Intensidade de defeito: tamanho

    específico do defeito.

    DENSIDADE

    GENERALIZADA LOCALIZADA

    INTENSIDADE

    • Pouca incidência

    • Média incidência

    • Generalizada

    • Diversificada

    2 ORIGEM DAS FALHAS

    2.1 Áreas mais sujeitas a falhas

    As áreas de películas de tintas mais frequentemente afetadas são:

    • Estagnação de água; • Com parafusos e porcas; • De arestas e cantos vivos; • Com frestas; • Submetidas à ação de substancias

    químicas; • Mais sujeitas às condições atmosféricas; • Soldas e proximidades;

    Essas áreas permitem a presença de

    agentes aceleradores de corrosão como agua, eletrólitos (sais, ácidos e bases), aeração diferencial e solicitações mecânicas.

    2.2 Agentes causadores de falhas

    Existem inúmeras razões para as tintas

    falharem, é comum que essas falhas

    ocorram por um dos quatro erros a seguir,

    aplicação errada da tinta, tinta com defeito,

    escolha errada da tinta ou exposição a

    ambientes danosos. Mesmo assim, pode

    acontecer de uma combinação desses erros

    ser a causa do problema.

    Além disso, para uma tinta falhar, deve

    haver um fator para que isso aconteça, esse

    fator pode ser físico, químico, degradação

    por UV.

    2.2.1 Tensão mecânica

    Uma pintura seca, ou curada pode ser

    considerada como um sólido visco elástico,

    esse termo significa que certos materiais,

    como as tintas, têm propriedades de líquidos

    viscosos e elásticos. Ou seja, quando uma

    força é exercida sobre o material ele tende a

    se comportar como um liquido, ao contrário

    ele tende a se comportar como um sólido.

    Quando o filme está curado ele muda

    gradualmente de um liquido visco elástico

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 7

    para um sólido visco elástico. Contudo, esse

    comportamento entre liquido e sólido

    está fortemente ligado a temperatura.

    Com base nas experiências,

    observou-se que os materiais são mais

    frágeis a temperaturas mais baixas. Um

    material testado a 21 °C aparenta ser

    flexível, enquanto testado a -17 °C tende a

    quebrar. Essa diferença de comportamento

    é por causa da temperatura de transição

    vítrea do material.

    Basicamente essa temperatura é o

    ponto em que alguma cadeia de polímero,

    que contém fortes interações, alcança

    energia térmica o suficiente para ‘relaxar’ e

    se tornar flexível.

    As propriedades físicas são

    frequentemente estudadas nesse ramo, e

    testes envolvendo tensão e elasticidade são

    utilizados frequentemente.

    2.2.2 Tensão interna

    Quando as tintas curam, elas tendem a

    encolher. Isso ocorre por causa da perda de

    massa pela evaporação do solvente.

    Contudo, o que acontece é o oposto, a

    tensão interna é uma consequência da não

    habilidade da tinta encolher.

    2.2.3 Ataque químico

    Como dito anteriormente, alguns

    fatores devem ocorrer para acontecer a

    falha. O ataque químico é um desses fatores,

    pois, podem degradar a integridade da

    pintura.

    Na maior parte as tintas são feitas de

    polímeros orgânicos, e a reatividade das

    moléculas orgânicas depende dos grupos

    funcionais presentes no composto. Como se

    tratam de compostos orgânicos, há ligações

    covalentes entre os átomos, sendo assim, a

    acessibilidade à elétrons é outro fator que

    influencia a reatividade da tinta.

    2.2.4 Condições ambientais

    As condições atmosféricas, como

    calor, umidade e luz, podem ser muito

    destrutivas para as tintas. A luz do sol possui

    radiações que são mais energéticas (UV),

    sendo assim, é possível de acontecer a

    fotodegradação de compostos orgânicos

    presentes nas tintas, causado pela absorção

    da energia UV, em consequência as ligações

    químicas são quebradas e as propriedades

    físicas podem ser alteradas, geralmente

    para pior.

    2.2.5 Osmose

    Outro mecanismo causador de falhas é

    a permeação, seja por oxigênio ou pela

    água, que em contato com o substrato pode

    causar corrosão e consequentemente

    falhas. Uma célula osmótica pode ser criada

    quando água fica estagnada na superfície da

    tinta. Essa célula é uma membrana

    semipermeável, que separa soluções de

    altas e baixas concentrações, gerando uma

    alteração no equilíbrio do sistema. Com isso,

    podem se obter falhas na pintura.

    2.2.6 Outros fatores

    Existem outros fatores externos que

    também influenciam no surgimento de

    falhas, tais como operações de montagem,

    microclima, movimentação e

    armazenamento e danos mecânicos.

    2.2.6.1 Movimentação e armazenamento

    Peças empilhadas de forma incorreta,

    sem separação dificultando o acesso para

    movimentação e a elevação sem nenhum

    cuidado de separação entre as peças

    causando danos em todas as arestas são

    problemas que independem da aplicação e

    da qualidade da tinta. Danos podem ser

    ocasionados também por uso incorreto de

    equipamentos no manuseio das peças.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 8

    (a) Armazenamento feito de maneira incorreta

    (b) Transporte realizado da maneira

    incorreta

    (c) Dano ocasionado pelo uso de

    empilhadeira para virar a peça

    (d) Elevação realizada de maneira incorreta

    (e) Armazenamento feito de maneira

    correta

    (f) Transporte feito de maneira correta,

    uso de EVA sobre os caibros de madeira

    e entre as cintas e a estrutura na

    amarração

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 9

    2.2.6.2 Microclima

    Ambientes confinados que possam possuir condições diferentes da zona exterior. Caso

    tenham proximidade de atmosferas agressivas (polos petroquímicos, indústrias de papel e

    celulose, fertilizantes), esse problema é agravado.

    (a) fumos químicos com direção a plataforma (microclima)

    2.2.6.3 Exsudação (amine bloom)

    Essa falha é causada pela presença de

    amina livre sobre a superfície da pintura.

    Para verificar a presença desse fenômeno

    existem alguns métodos, o mais simples

    deles é ao passar a mão sobre o

    revestimento com amina livre percebe-se ela

    serosa e com odor característico da resina.

    Cabe ressaltar que essa primeira

    impressão pode ter um outro fator, que é

    cura retardada principalmente pelo excesso

    de espessura.

    Outra maneira de verificar a existência

    da amina é com kits de verificação existentes

    no mercado, em que eles acusam a

    presença de carbamato, indicando a

    provável presença de aminas livres.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 10

    A foto acima ilustra a migração de

    amina sobre o filme de poliuretano,

    confirmando a presença de amina, e

    posteriormente o desplacamento

    generalizado.

    2.3 Aplicação

    2.3.1 Rolo

    Este método de aplicação é

    frequentemente utilizado na pintura de

    superfícies de porte médio. Para a sua

    aplicação deve-se utilizar rolo com lã de

    carneiro, pois as tintas contêm compostos

    orgânicos que afetam o de espuma.

    Geralmente tinta de alta espessura

    aplicada a rolo não alastra suficientemente,

    deixando o filme irregular, podendo acarretar

    a falta de cobertura em pontos de baixa

    espessura. Este fato se dá devido às tintas

    de alta espessura serem formuladas para

    não escorrerem quando da sua aplicação,

    apresentando uma alta viscosidade

    tixotrópica.

    Ao repintar sistemas termoplásticos

    (como borracha clorada, vinílico, acrílico,

    etc.), deve-se tomar o máximo cuidado, pois,

    com a força aplicada sobre a demão anterior,

    poderá solubilizar novamente a tinta e

    começar a formar grumos na aplicação e

    também ocorrer o sangramento.

    2.3.2 Trincha ou pincel

    Método de aplicação relativamente

    lento, porém, é geralmente empregado

    quando se tratam de pequenas áreas,

    retoques, repasse em áreas de solda,

    rebites, quinas e cantos.

    As tintas de alta espessura foram

    desenvolvidas para aplicação por

    pulverização airless, sendo, assim, difícil

    conseguir uma uniformidade sem que haja a

    formação de sulcos provenientes das cerdas

    do pincel.

    Ao repintar sistemas termoplásticos

    (como borracha clorada, vinílico, acrílico,

    etc.), deve-se tomar o máximo cuidado, pois,

    com a força aplicada sobre a demão anterior,

    poderá solubilizar novamente a tinta e

    começar a formar grumos na aplicação.

    2.3.3 Pulverização

    Este sistema de aplicação é o mais

    eficaz e produtivo da forma como é projetada

    e depositada a tinta sobre o substrato,

    promovendo uma boa uniformidade e

    alastramento do filme ao longo da superfície

    aplicada. Os dados sobre os tipos de

    equipamentos necessários para aplicação,

    levando em consideração sua viscosidade,

    tipo de material e assim por diante, se

    encontram na sessão de tabelas.

    2.3.3.1 Convencional

    Método rápido e muito utilizado pela

    sua facilidade de aplicação. A pistola

    convencional é um conjunto de

    equipamentos relativamente simples, porém

    é imprescindível a mão-de-obra

    especializada, usando a seguinte

    combinação: volume e pressão do ar com a

    vazão do fluido, para obter uma película

    isenta de defeitos. Além dos controles acima,

    é muito importante a escolha do tipo de

    pistola e seus equipamentos, tais como:

    capa de ar, agulha e tipo de bico, que

    incidem diretamente na perfeita

    pulverização.

    Se a aplicação por meio da

    pulverização convencional não for

    devidamente controlada, teremos

    certamente grande quantidade de tinta por

    overspray, além de problemas técnicos

    como escorrimento, fraco alastramento,

    porosidade, etc.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 11

    A tinta de alta espessura, se aplicada através de pulverização convencional, irá requerer maior diluição, refletindo em maior número de demãos para atingir a espessura recomendada.

    2.3.3.2 Airless spray

    Na pulverização sem ar (airless

    spray), o ar não se mistura com a tinta para

    formar o leque, pois é pulverizada por meio

    de pressão hidráulica, através de bicos

    especialmente projetados. Esta pressão é

    fornecida por uma bomba acionada a ar,

    tendo uma alta relação de pressão do fluido

    para a pressão do ar.

    As principais vantagens da

    pulverização por airless spray são as

    aplicações de tintas de alta espessura sem

    diluição, para trabalhos de grande escala

    com chaparias ou peças planas; menor

    perda de material e redução do overspray;

    aplicação rápida e vantagens econômicas.

    O leque de pulverização é produzido

    por uma fenda na ponta dos bicos. A escolha

    do bico dependerá da pressão de fluido

    necessária para obter a pulverização

    desejada e do orifício necessário para

    produzir a correta vazão de saída do fluído.

    A escolha do tamanho do leque de

    aplicação está relacionada com o tamanho

    do orifício e escolha do bico, e dependerá do

    tipo de acabamento desejado e facilidade de

    aplicação.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 12

    3 FALHAS EM TINTAS LÍQUIDAS

    Ao variar a quantidade e o tipo de resina, pigmento, solvente e aditivos, podem criar uma vasta

    variedade de tintas. O teor de sólidos, o conteúdo de pigmentos e a qualidade de óxido de titânio são os

    três indicadores da qualidade de uma tinta. Uma matéria prima de qualidade é o suficiente para garantir

    a qualidade da tinta, porém há outros fatores presentes para que a aplicação da tinta tenha êxito, a

    habilidade do pintor e a preparação da superfície são fatores igualmente importantes para uma boa

    pintura.

    Os quadros seguintes apresentam causas e soluções para os problemas de aplicação de tintas

    líquidas.

    Identificação Origens Correções Fervura

    Presença de várias bolhas pequenas que aparecem em parte de superfície ou em toda a superfície pintada, podendo ou não apresentar um pequeno orifício central

    1) Evaporação muito rápida do solvente 2) Aplicação sobre superfícies quentes 3) Tinta formulada inadequadamente para aplicação a rolo 4) Uso de Diluente/Thinner inadequado 5) Espessura muito alta 6) Não atendimento dos intervalos entre demãos 7) Necessidade de Flash Off 8) Temperatura ambiente

    1) Após secar, lixar as partes afetadas, preparar a superfície e repintar conforme a especificação técnica 2) Usar solvente menos volátil 3) Uso de retardador 4) Deixar esfriar o substrato 5) Usar tinta aditivada com tenso ativos / antiespumantes para aplicação a rolo 6) Usar Diluente / Thinner correto 7) Aplicar na espessura recomendada 8) Respeitar os intervalos recomendados entre demãos 9) Aumentar o tempo de Flash Off para forneio (Cura em estufa)

    Enrugamento

    Presença de micro rugas na superfície ou encolhimento da película de tinta aplicada em parte ou em toda a superfície. Ondulação da película, ocasionada por uma secagem irregular

    1) Pode ser motivado por películas muito espessas ou por solventes extremamente voláteis 2) Secagem superficial muito rápida 3) Formulação da tinta (uso solventes muito voláteis) 4) Não atendimento dos intervalos entre demãos

    1) Após secar, lixar as partes afetadas, preparar a superfície e repintar conforme a especificação técnica 2) Se necessário remover tudo 3) Aplicar espessura correta 4) Usar solvente menos volátil. 5) Diluir corretamente

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 13

    Empolamento ou Bolhas

    Formação de bolhas ou vesículas contendo sólidos, líquidos ou gases

    1) Encapsulamento de ar na tinta devido processo de mistura e preparação 2) Processo de aplicação que envolve bombeamento 3) Secagem superficial rápida do filme 4) Uso de solvente de evaporação rápida 5) Superfície mal preparada ou oleosa. 6) Excesso de umidade no substrato ou ambiente. 7) Solvente retido no substrato devido à secagem rápida da tinta. 8) Uso de tinta muito porosa (inadequada ao ambiente)

    1) Após secar, lixar as partes afetadas, preparar a superfície e repintar conforme a especificação técnica 2) Se necessário remover tudo 3) Uso de menor proporção de solventes de evaporação rápida na formulação 4) Melhorar a limpeza superficial. 5) Tratamento de superfície próximo orla marítima (maresia) 6) Eliminar a umidade no substrato. 7) Aplicar espessuras conforme recomendação e usar solvente mais pesado. 8) Eliminar a umidade do ambiente 9) Rever especificação da tinta

    Marcas de trincha

    Falta de nivelamento; pintura estriada no sentido de aplicação

    1) Tinta com desbalanceamento tixotrópico. 2) Solvente de evaporação rápida. 3) Inabilidade do pintor ou pincel de cerdas muito duras.

    1) Utilizar produtos adequados. 2) Usar solventes de evaporação mais lenta (retardador) 3) Treinamento de Pintor 4) Utilização de pincel mais macio.

    Gretamento ou Craqueamento

    A superfície apresenta-se com aspecto de textura igual ao couro de jacaré (alligatoring)

    1) Inabilidade do Pintor 2) Aplicação de tintas Etil Silicato de Zinco (Alta Camada) 3) Aplicação de tinta de alta dureza sobre fundo de menor dureza. 4) Secagem superficial rápida, enquanto a película continua pastosa por retenção do solvente. 5) Camada muito espessa. 6) Diluição inadequada 7) Não observância dos intervalos entre demãos

    1) Treinamento do Pintor 2) Respeitar intervalos entre demãos 3) Respeitar intervalos entre demãos 4) Seguir orientação de diluição 5) A tinta aplicada deve ser de dureza adequada ao fundo. 6) Usar solvente adequado. 7) Aplicar espessuras conforme recomendação 8) Seguir recomendação de intervalo entre demão 9) Caso a tinta for Etil Silicato de Zinco – Derrubar tudo jateando.

    Escorrimento ou Coladuras

    Em superfícies verticais as tintas tendem, por ação da gravidade, a se deslocar enquanto líquidas, em forma de onda ou gotas até a parte inferior.

    1) Inabilidade do Pintor 2) Viscosidade muito baixa da tinta. 3) Camada muito espessa. 4) Uso de diluentes inadequados 5) Desbalanceamento de solventes. 6) Falta de tixotropia. 7) Não observância dos intervalos entre demãos 8) Sedimentação na embalagem

    1) Treinamento do Pintor 2) Acertar a viscosidade conforme orientação do fabricante. 3) Aplicar espessuras recomendadas de filme úmido 4) Usar solventes mais voláteis. 5) Utilizar produtos de boa qualidade técnica. 6) Respeitar intervalos recomendados entre demãos 7) Misturar bem as tintas

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 14

    Trincamento

    A superfície apresenta-se com minúsculas trincas.

    1) Intervalos entre demãos menores que o estipulado. 2) Uso excessivo de solvente nas camadas subsequentes. 3) Ganho ou perda de água (quando a superfície é de madeira).

    1) Obedecer ao tempo recomendado pelo fabricante para repintura. 2) Usar Diluente recomendado pelo fabricante 3) Selar o substrato da madeira convenientemente. 4) Não usar qualquer tipo de thinner

    Descoramento (branqueamento)

    Perda de cor por degradação dos pigmentos ou por fotodegradação da resina. Geralmente ocorre em Tintas Epóxi.

    1) Pigmentos ou resinas inadequadas para a finalidade. 2) Ocorre com mais frequência em dias frios, úmidos e chuva.

    1) Empregar tintas de formulação adequada para resistir às condições ambientais específicas. 2) Esperar secar e polir com Massa de Polir 3) Em casos mais graves, aguardar secagem completa, lixar com lixa de grana fina, adicionar de 5 a 10% em volume de Retardador.

    Aspereza

    Após a secagem da tinta a superfície se apresenta áspera ao toque, com partículas sólidas salientes e aderidas ao filme.

    1) Poeira do ambiente depositada sobre a pintura enquanto ainda não curada. 2) Presença de sedimentação na tinta 3) A tinta não foi devidamente homogeneizada antes da aplicação.

    1) Evitar pinturas em ambientes com presença de poeira. 2) Homogeneizar a tinta completamente e filtrar se necessário.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 15

    Sangramento

    Consiste no manchamento de uma película, especialmente pelo afloramento da cor da tinta de fundo. Migração parcial dos pigmentos, geral- mente vermelhos e marrons da pintura antiga para a película do novo acabamento.

    1) O solvente do novo acabamento dissolve a tinta antiga. 2) A ação de solventes fortes da tinta de acabamento provoca a dissolução da tinta de fundo, com o consequente manchamento do acabamento. 3) Aplicação de tintas sobre tintas à base de alcatrão

    1) Remover totalmente a pintura e repintar com a cor desejada. 2) Consultar o fabricante quanto a recomendação de produtos

    Descascamento (falta de aderência)

    Descascamento do filme de tinta do substrato, parcial ou totalmente.

    Consiste na perda de aderência entre a película e o substrato ou das diversas demãos entre si.

    1) Superfície mal preparada, contaminada com gorduras ou partículas sólidas soltas. 2) Umidade no substrato sob efeito do calor ambiental passa ao estado de vapor, pressionando o filme de tinta, que se desprende. 3) Pintura sobre superfície aquecida. 5) Contaminação da superfície a ser pintada após a limpeza 6) Rugosidade inadequada (pouca rugosidade) 8) Inobservância dos intervalos para repintura 9) Contaminação da superfície entre demãos.

    1) Melhorar a limpeza superficial 2) Controlar o perfil de rugosidade 3) Eliminar partículas sólidas soltas. 4) Medir a temperatura do substrato 5) Rever possíveis pontos de contaminação durante o manuseio da peça 6) Ajustar a viscosidade de maneira a garantir a tensão superficial baixa pra uma completa umectação da superfície. 7) Nunca usar tintas convencionais sobre superfícies aquecidas acima de 50ºC.

    Calcinação

    Envelhecimento superficial das pinturas resultando no seu engizamento (chalking)

    1) Degradação da resina das tintas sob o efeito dos raios solares (Tintas Epóxi). 2) Nas tintas brancas e pastéis uso de pigmento (dióxido de titânio) inadequado.

    1) Escolher tintas de formulação adequada para resistir as radiações ultravioleta e as intempéries.

    Desenvolvimento de fungos ou bolor

    Formação de colônias de fungos que se desenvolvem escurecendo a superfície.

    1) Umidade elevada associada à presença de materiais orgânicos em decomposição ou parasitas de plantas. 2) Temperatura ambiente entre 0ºC e 40ºC e oxigênio favorecem o desenvolvimento de fungos.

    1) Lavar a superfície com solução de hipoclorito de sódio ou formol. 2) Usar tintas que contenham agentes fungicidas. 3) Diminuir a umidade aquecendo o ambiente e aumentando a ventilação. 4) Aplicar esquemas de pintura que tornem as superfícies niveladas, livres de micro cavidades e imperfeições onde os fungos se alojam.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 16

    Diferença de tonalidade

    Manchas na superfície com impressão de serem cores diferentes

    1) Uso de thinners/solventes

    inadequados. 2) Utilização de produtos com viscosidades incorretas. 3) Uso incorreto do revólver de pulverização. 4) Número inadequado de demãos. 5) Homogeneização inadequada antes da aplicação

    1) Se necessário remover totalmente o filme aplicado 2) Corrigir a tonalidade com as cores mixing. 3) É importante homogeneizar bem o produto antes da sua aplicação 4) Conferir as espessuras do filme aplicado

    Casca de laranja

    Irregularidades da Superfície pintada lembrando o aspecto de casca de laranja (filme não uniforme, micro relevos)

    1) Ambiente muito quente durante a pintura 2) Alta viscosidade da tinta grossa 3) Uso de thinners ou solventes não recomendados. 4) Regulagem inadequada do revólver de pulverização. 5) Velocidade de aplicação e distância entre o revólver e a superfície incorreta. 6 Aceleração da secagem com jato de ar. 7) Intervalo insuficiente entre demãos. 8) Inabilidade do Pintor

    1) Se necessário remover totalmente o filme aplicado 2) Treinamento do Pintor 3) Consultar fabricante quanto ao Diluente adequado 4) Ajustar corretamente a viscosidade de aplicação da tinta 5) Obedecer aos intervalos entre demãos.

    Manchamento das cores metálicas

    Concentração de alumínio em pequenas áreas, ocorrendo o manchamento da pintura.

    1) Inabilidade do Pintor 2) Pressão muito baixa ou distância insuficiente do revólver em relação à superfície. 3) Uso de Thinners ou solventes de evaporação lenta.

    1) Treinamento do Pintor 2) Após secagem completa, lixar e repintar 3) Usar apenas o diluente recomendado pelo fabricante

    Oxidação Prematura

    Manchas de oxidação vindas do substrato

    1) Insuficiência de espessura seca final. 2) Peça jateada sem controle do perfil de jato. 3) Contaminação. 4) Aplicação de espessura de filme irregular

    1) Adequar e controlar camadas secas. 2) Umidade no substrato. 3) Aplicar a tinta em espessuras uniformes 4) Controlar o perfil de jato

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 17

    Eflorescência

    Sais inorgânicos de coloração esbranquiçada que migram do interior da superfície e podem, inclusive, romper a película de tinta.

    1) Superfície de alvenaria contendo alto teor de umidade, sem estar suficientemente curada.

    1) Raspar o substrato e aguardar cura completa do mesmo. 2) Utilizar fundo selado alcalino resistente e repintar com tinta adequada. 3) Se necessário, neutralizar previamente a superfície com solução de ácido muriático.

    Crateras

    Formação de uma pequena depressão arredondada sobre a superfície pintada. Pode apresentar-se de forma perfurante e apenas superficial. Também conhecida como olho de peixe.

    1) Superfície contaminada por óleos, graxas ou gorduras 2) Ambiente de pintura contaminado por silicones 3) Uso de anti-respingos e desmoldantes a base de silicone em áreas próximas a pintura 4) Ar comprimido contaminado 5) Umidade sobre a peça e no ar 6) Falta de instalação de purgadores e filtros de ar 7) Pouca homogeneização da tinta

    1) Observar o tratamento de superfície quanto a presença de óleo 2) Instalar purgadores de ar próximo as pistolas de pintura 3) Efetuar a purga do compressor com certa frequência 4) Eliminar anti-respingos e desmoldantes a base de silicone dos locais de realização de solda 5) Homogeneizar bem a tinta antes da preparação.

    Névoa Branqueamento (Brushing)

    É o esbranquiçamento da superfície pintada com Tinta Nitrocelulose.

    Durante a aplicação, a evaporação dos solventes provoca o resfriamento. A água condensada no filme provoca precipitação das resinas e pigmentos, gerando o aspecto leitoso e falta de brilho.

    1) Ocorre durante a aplicação da tinta em condições de alta umidade 2) Uso de diluentes / thinners inadequados 3) Presença de muita umidade no ambiente de pintura 4) Demão muito carregada, retardando a secagem

    1) Após secar, lixar as partes afetadas, preparar a superfície e repintar conforme a especificação técnica 2) Controlar a umidade e temperatura dos ambientes de pintura 3) Usar diluentes de evaporação mais lenta

    Impurezas no filme

    São defeitos semelhantes minúsculos grânulos que ocorrem aleatoriamente na superfície

    1) Impurezas impregnadas na superfície 2) Presença de partículas gelificadas de resinas na tinta 3) Presença de impurezas no ambiente 4) Impregnação de abrasivo

    1) Avaliar como está a estabilidade do produto 2) Observar a limpeza do substrato 3) Passar ar comprimido nas peças antes da pintura

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 18

    Marcas de lixa

    Aspecto de riscos no filme de tinta sobre o substrato retratando parcial ou totalmente a peça

    1) Uso de lixa de grana muito grossa para o preparo da superfície 2) Uso de ferramentas manuais e mecânicas inadequadamente

    1) Corrigir com massa rápida ou poliéster o local 2) Lixar com lixa de grana mais fina 3) Treinamento dos operadores

    Sedimentação

    Decantação de substâncias sólidas ou pastosas no fundo das embalagens de difícil homogeneização

    1) Problema de formulação 2) Produto muito tempo armazenado 3) Tinta diluída e guardada por longo período 4) Excesso de diluição 5) É produto que foi solicitado a sua revalidação? 6) Ambiente de armazenamento inadequado 7) Sedimentação apenas após diluir a tinta?

    1) Emitir registro de reclamação para o fabricante, solicitando a correção 2) Implantar sistema de utilização sempre do lote mais antigo 3) Diluir de acordo com orientações do fabricante 4) Utilizar produtos revalidados primeiro 5) Implantar melhorias nas áreas de armazenamento 6) Após diluir se ocorrer sedimentação, homogeneizar com mais frequência.

    Diferenças de Espessuras

    Diferença nas espessuras de tintas aplicadas geralmente geradas em função da geometria da peça

    1) Inabilidade do Pintor 2) Falta de controle de filme úmido, quando aplicável. 3) Uso de tintas eletrostáticas 4) Geometria da peça que gera as diferenças de espessuras

    1) Após secar, lixar as partes afetadas, preparar a superfície e repintar conforme a especificação técnica 2) Treinar os Pintores 3) Quando possível adotar o uso de pente úmido

    Poros

    Por causa da alta carga de zinco sobre a concentração em volume do pigmento do aglutinante, os revestimentos ricos em zinco são mais porosos do que qualquer outro tipo de tinta

    1) Evaporação rápida dos solventes; 2) Temperatura ambiente alta. 3) Temperatura de superfície alta; 4) Aplicação de espessura acima do recomendado; 5) Oclusão de ar ou solvente no filme (Tinta etil silicato de zinco); 6) Falta de habilidade do pintor; “Overspray”; uso de diluente errado.

    1) Respeitar o Intervalo mínimo entre demãos; 2) Controle das condições ambientais e temperatura da superfície; 3) Selagem adequada das tintas etil silicato de zinco (tie coat ou mist coat); 4) Correto balanceamento dos solventes na tinta e diluente (+ pesado). 5) Lixar superficialmente a superfície e aplicar uma nova demão.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 19

    Empoeiramento (Overspray)

    Formação de muita nuvem de tinta durante a aplicação, trazendo como consequência após a secagem o aparecimento do aspecto áspero ao passar a mão sobre a peça

    1) Inabilidade do Pintor 2) Ambiente de pintura muito quente 3) Pressão de aplicação muito alta 4) Uso de Thinner inadequado

    1) Treinar os Pintores 2) Controlar a temperatura ambiente 3) Regular a pressão de aplicação geralmente de 40 a 60 Lb / pol2 4) Diluir conforme recomendação do fabricante 5) Usar Thinner ou diluente de secagem mais lenta 6) Controlar a temperatura do substrato

    Baixa cobertura

    Característica de filme aplicado onde aparece o fundo da chapa ou a cor da tinta de fundo (Primer) após a aplicação da tinta

    1) Falta de homogeneização da tinta 2) Preparação inadequada, com excesso de diluição 3) Produto inadequado 4) Falta de procedimento na linha de pintura

    1) Implantar procedimento na pintura com orientações de uso, manuseio e preparação das tintas 2) Controlar a diluição via medição da viscosidade 3) Comunicar a Fábrica, para que seja avaliada a possibilidade de melhoria da tinta para os próximos lotes a serem fornecidos

    Baixa resistência à lavabilidade

    Ao tentar remover sujeiras por lavagem com sabão neutro, a tinta se desmancha ou deixa sinais da operação.

    1) A tinta não está curada. 2) A formulação não é adequada para ser lavada.

    1) Deixar a tinta atingir a cura total antes de lavar. 2) Usar tintas de formulação adequada.

    Manchas (Úmidas ou químicas)

    Mudança no aspecto da superfície como resultado do contato com a água diretamente sobre o filme ou o substrato, podendo gerar marcas semelhantes a pontos, anéis, manchas ou mesmo diminuição do brilho

    1) Contato com umidade ou outro produto antes do seu período de cura total 2) Fixação de sujeiras em áreas de maior porosidade ou de fusão térmica. 3) Efeitos de sais do substrato sobre o veículo da tinta ou sobre os pigmentos/cargas. 4) Produto inadequado 5) Presença de umidade no substrato e ambiente.

    1) Após a secagem, lixar as partes afetadas, preparar a superfície e repintar conforme especificado 2) Observar período após aplicação antes de colocar em contato com produtos químicos ou umidade 3) Rever produto junto ao fabricante 4) Lavar a superfície. 5) Eliminar a causa da umidade no substrato e ambiente.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 20

    Saponificação

    A tinta parece mole ou pegajosa, pode acontecer na superfície inteira ou em locais específicos

    1) Reação de saponificação entre os componentes das tintas (ésteres, alcalinos e água). 2) Geralmente encontrado em tintas alquidicas e a óleo. 3) Frequentemente encontrado em pinturas em concreto e pinturas em conjunto com proteção catódica

    1) Remover a tinta pegajosa onde a saponificação ocorreu 2) Utilizar abrasivos e limpar a superfície 3) Reaplicar as tintas de fundo e de acabamento não saponificáveis

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 21

    4 FALHAS EM TINTAS EM PÓ

    4.1 Problemas na aplicação das tintas

    em pó

    4.1.1 Baixa deposição de tinta

    Baixa eficiência do gerador (Atração

    Eletrostática) – Fonte de alta tensão do

    equipamento.

    Desmonte a pistola, limpando todos

    os contatos de energia do cabo de alta

    tensão com a cascata e eletrodo.

    4.1.2 Aterramento do sistema deficiente

    Checar o aterramento da instalação completa, verificando se não houve rompimento do fio terra. Ganchos sujos, prejudicando a aterramento da peça ao sistema.

    Limpar os pontos de contato entre

    peça e gancheira. Pode utilizar um cabo

    aterrado como vareta para improvisar um

    aterramento para peças que não possuam

    contato algum.

    4.1.3 Vazão de pó excessiva

    Ajustar o equipamento para vazões

    entre 120 à 150 g/min. Lembre-se que

    partículas de pó não ionizadas não são

    atraídas para as peças. Pistolas muito

    próximas as peças. Reposicione a pistola

    para uma distância aproximada de 15 cm.

    Projeto irregular das gancheiras.

    Desenvolver gancheiras que facilitem o

    acesso do pó para as peças. Velocidade do

    ar da exaustão da cabine muito alta. Instalar

    silhuetas para distribuir melhor a ventilação.

    4.1.4 Falta de tintas nas peças

    Corrente de ar na cabine. Enclausurar

    região de pintura de modo não permitir que

    correntes de ar interferiram na atração do pó.

    Baixa vazão de pó. Aumente a vazão

    de pó após limpar o sistema de alimentação

    de tinta (mangueira / bomba ejetora). Tempo

    insuficiente para pintura. Reduzir a

    velocidade do transportador. Acrescentar

    mais pistolas.

    Deposição fraca de tinta na peça.

    Técnica de pintura irregular. Estabelecer

    método de aplicação realizando estudo

    sobre a peça. Em peças planas sobrepor as

    passadas e cruzar as demãos. Iniciar a

    pintura nas partes mais críticas, cantos sob

    efeito de gaiola de Faraday.

    Tipo de peça não compatível com a

    instalação. Maior cuidado no retoque

    manual. Instalação de pistolas adicionais.

    Peça com cantos (Gaiola de Faraday) e

    Repintura. Diminuir a tensão e a vazão. No

    caso de repintura, repita o procedimento e

    caso necessário, prepare a superfície com

    lixa nº 400, limpeza com álcool e evitar

    contato manual.

    4.1.5 Excesso de pó

    Caso tenha vazão alta. Reduzir a vazão. Pistolas muito próximas da peça. Reposicione as pistolas, distanciando-as. Tempo excessivo de pintura. Aumente a velocidade do transportador e treinamento de operador, caso houver.

    4.1.6 Identificação das falhas

    O quadro seguinte apresentam

    causas e soluções para alguns problemas

    específicos na aplicação das tintas em pó.

    Lembrando que alguns defeitos

    mencionados na tabela de defeitos da tinta

    líquida também pode ocorrer nas tintas em

    pó, como por exemplo:

    Fervura

    Empolamento ou Bolhas

    Contaminação

    Casca de laranja

    Crateras

    Oxidação prematura

    Calcinação

    Impurezas

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 22

    Identificação Origens Defeitos Baixa fluidização

    Pó pesado com pouca movimentação no tanque gerando aplicação com camada irregular

    1) Presença de umidade ou óleo no ar comprimido 2) Obstrução do ar na entrada do tanque 3) Erro na regulagem do ar de fluidização 4) Pó com umidade devido a armazenamento inadequado

    1) Verificar o estado de compressores e purgadores 2) Verificar todos os dutos de suprimento de ar 3) Ajustar o fluxo de ar até fluidização adequada do pó 4) Recolher o pó em uso e recomeçar o processo com pó de embalagem fechada

    Falta de aderência

    Durante a aplicação o pó bate na peça não aderindo, gerando mais tinta para ser recuperada

    1) Aparelho de aplicação com baixa tensão eletrostática 2) Peças com pouco aterramento 3) Aplicação com tinta recuperada 4) Posicionamento errado da pistola

    1) Regular a tensão de acordo com o tipo de aplicação: - Pintura: 80 - 100 kV - Repintura: 40 - 50 kV Trocar a pistola para verificar se o problema é no equipamento 2) Verificar e limpar pontos de contato com gancheiras. Verificar se não foi rompido o cabo de aterramento 3) Ajustar a proporção de mistura. Evitar usar somente pó recuperado 4) Reposicionar as peças

    Pontos Salientes

    Defeito constituído por minúsculos grânulos da mesma cor da tinta, dispersos aleatoriamente na tinta curada

    1) Impurezas no substrato 2) Uso de tinta recuperada sem efetuar filtração prévia 3) Tela de filtração da tinta recuperada furada 4) Golfadas de pó geradas pela pistola durante a aplicação 5) Aplicação de tinta contendo grumos 6) Impurezas no ambiente

    1) Passar ar comprimido nas peças contaminadas antes da pintura 2) Parar de misturar tinta recuperada enquanto não for possível filtrar 3) Peneirar a tinta antes de colocar no tanque de fluidização. Se a compactação for muito intensa, usar tinta de outro lote caso haja em estoque 4) Efetuar a limpeza da linha inclusive da estufa avaliando a parte lateral e superior da mesma

    Golfada de pó

    O pó é expelido de maneira não uniforme

    1) Baixa pressão de ar 2) Fluidização baixa ou em excesso 3) Caminho do pó obstruido 4) Pó úmido ou compactado 5) comprimento de mangueira excessiva

    1) Veridicar e arrumar a pressão 2) Regular a fluidização do recipiente 3) Realizar a limpera da mangueira 4) Usar mangueira de tamanho correto

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 23

    Falha no leque

    A forma com que o pó é ejetado é diferente do ideal

    1) Pelas gastas ou desalinhadas 2) Pó aculumado na trajetoria até a pistola 3) Fluidização em excesso 4) Ar de transporte em excesso

    1) Manutenção das peças com regularizade 2) Limpeza eficaz das peças antes do uso 3) Regular a fluidização 4) Controlar a pressão do ar de entrada

    Gancheira suja

    Sujeira presente no gancho dificulta o aterramento

    1) Falta de limpeza do gancho 2) Material pendurado de forma errada

    1) Limpar o gancho com frequêcia 2) Verificar o contato entre o material e o gancho, para garantir o aterramento

    4.2 Problema na pistola eletrostática

    4.2.1 Baixa tensão

    Fuga de alta tensão. Fugas de alta

    tensão nas conexões do cabo com o

    multiplicador (cascata), resistência e eletrodo.

    Desregulagem da placa osciladora.

    Potenciômetros desregulados. Fonte de alta

    tensão (cascata) queimada (contatar

    fabricante).

    4.2.2 Golfadas na aplicação

    Venturi (ejetor) gasto. O pó por ser

    abrasivo, promove um desgaste do furo

    interno, aumento o seu diâmetro.

    A perda da pressão interna faz com que

    o pó perca velocidade de transporte, fazendo

    com que haja aglomerações de partículas no

    interior da mangueiras e pistola.

    4.2.3 Centelhas, faíscas, labaredas de fogo

    Fuga de alta tensão. Cabo de alta

    tensão rompido; Resistência da pistola está

    aberta.

    Verificar eventuais fugas de alta tensão

    utilizando um fio condutivo ligado ao

    aterramento do equipamento e passando-o

    por todo o comprimento do cabo de alta

    tensão e pistola. A presença de um curto

    circuito indica fuga de alta tensão. Medir a

    resistência elétrica da pistola.

    4.3 Testes na instalação de pintura

    4.3.1 Limpeza

    (Desengraxe) colocar uma peça sob uma torneira aberta. Não deverá ocorrer filetes de água (Quebra d’água). O molhamento deverá ser uniforme.

    Limpar uma chapa manualmente utilizando somente um solvente e pintá-la. Comparar os resultados entre o teste e o verificado na linha.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 24

    4.3.2 Umidade ou óleo na linha de ar comprimido

    Ative o leito fluidizado e identifique no

    reservatório o nível obtido. Mantenha o leito

    ativado durante 1 hora e em seguida observe

    novamente o nível obtido.

    O nível deverá ser o mesmo. Caso o

    nível de pó tenha abaixado, indica umidade na

    linha de ar comprimido.

    4.3.3 Carga eletrostática da pistola de aplicação

    Ajuste a tensão da pistola para máxima

    tensão. Mantenha a vazão de pó fechada.

    Segure uma folha de papel em frente ao bico

    da pistola e acione o gatilho. O papel deverá

    ser repelido pelo campo eletrostático caso a

    pistola esteja correta.

    Pinte um painel e em seguida bata-o

    levemente contra a parede da cabine de

    aplicação. Considera-se satisfatório se

    apenas uma pequena quantidade de pó se

    desprender do painel.

    4.3.4 Estufa de cura em operação adequada

    Coloque painéis pintados em diferentes

    regiões da estufa. (Estacionária: Cantos,

    Meio, Pontos superior e inferior - Contínua:

    Ponto superior, meio e inferior) verifique a cor

    e o brilho dos painéis após a cura. A cor e o

    brilho deverão ter a mesma correspondência

    nos diferentes painéis.

    Execute os testes de grade

    (aderência), dobramento (flexibilidade) e MEK

    (cura). Os painéis deverão ser aprovados em

    todos os testes. O nível mais baixo indica

    menor fluidez.

    4.3.5 Fluidização

    Realize um teste comparativo com

    vários tipos de pó, aplicando os mesmos

    parâmetros de pressão do ar e quantidade

    depositada no recipiente. Com o leito ativado,

    identifique o nível atingido pelo pó. Não

    deverá apresentar empedramento e/ou

    grumos. Pequenos caroços poderão ser

    encontrados, porém, facilmente dissolvidos.

    4.3.6 Umidade do pó

    Apanhe com a mão, uma determinada

    quantidade de tinta e comprima-a fechando a

    mão. Em seguida solte-a. Eventuais pontos

    incorporados no filme são mais visíveis em

    camadas baixas.

    4.3.7 Pontos

    Aplicar a tinta em pó em uma camada

    regular de 40 a 50 micrometros. Se houver

    contaminação de qualquer origem, a mesma

    deverá aparecer no painel.

    4.3.8 Contaminação

    Mergulhe e retire um painel pré-

    aquecido à 200 ºC em uma caixa de tinta

    virgem e o examine. A presença de

    contaminantes no filme e/ou substrato indicam

    pré tratamento da superfície imperfeitos.

    Examine as costas do filme extraído e

    o substrato onde foi aplicado. Se o filme

    quebrar em dois, indica fragilidade em virtude

    de cura insuficiente.

    4.3.9 Adesão

    Retire uma lâmina do filme da tinta e

    dobre. A quantidade de pó depositada,

    aspecto indicará o poder de condutibilidade da

    tinta.

    4.3.10 Carga massa

    Compare com outros pós durante a

    aplicação, utilizando a mesma pistola, vazão,

    transporte, distância, tipo de bico, ganchos

    limpos e dimensão do painel.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 25

    4.4 Defeitos na pintura - Filme curado

    4.4.1 Cores fora de tonalidade

    Variação de camada (Baixa camada /

    Excesso de camada). Estabilizar camada de

    tinta aplicada conforme especificação do

    fabricante contida no Boletim Técnico.

    Cura insuficiente ou sobre cura.

    Verificar cura do filme através de curva de

    tempo / temperatura extraída através de

    termógrafo.

    Alta velocidade da exaustão do pó na

    cabine de aplicação e/ou correntes de ar na

    linha de pintura. Instalar difusores para

    distribuição na cabine, enclausurar linha de

    pintura.

    4.4.2 Excesso de temperatura

    Verificar pirômetros conferindo o

    posicionamento dos termopares e

    confiabilidade da leitura. Deficiência na

    distribuição do calor na estufa. Exposição

    direta da chama do queimador. Realizar uma

    termografia na estufa.

    4.4.3 Baixo brilho

    Temperatura excessiva da estufa

    Termografar estufa para verificação de picos

    de temperatura. Reduzir o tempo de cura.

    Contaminação com outros pós de

    diferentes fabricantes. Limpar o sistema e

    aplicar pó virgem. Reação com gases no

    interior da estufa. Eliminar fontes de

    contaminação de gases.

    Umidade na linha de ar. Verificar filtros

    e secador de ar.

    4.4.4 Baixa resistência mecânica

    Filme não curado. Verificar cura do

    filme através de curva de tempo / temperatura

    extraída através de termógrafo.

    Camada alta de tinta aplicada.

    Estabilizar camada de tinta aplicada conforme

    especificação do fabricante contida no Boletim

    Técnico.

    Falha no pré tratamento. Verificar

    banhos (compare com chapa nua). Alta

    camada de fosfato. Corrigir banhos de

    preparação da superfície.

    4.4.5 Micro furos e crateras

    Falha no pré-tratamento. Corrigir os

    banhos (compare com chapas nuas).

    Contaminação com outros pós. Limpar

    o sistema e usar pó virgem. Contaminantes no

    ambiente, como silicone. Remover a origem

    da contaminação. Óleo ou água na linha de ar

    comprimido. Checar os filtros.

    Substrato poroso. Substituir o substrato

    ou aplicar massa plástica. Peça

    confeccionada através de processo de

    fundição (alumínio, ferro fundido).

    Desgaseificar peças por pré-aquecimento.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 26

    4.4.6 Pontos na peça pintada

    Contaminantes em suspensão. Limpar

    a área de trabalho. Isolar instalação de pintura

    de áreas que possam gerar contaminantes.

    Pó recuperado não peneirado. Peneirar

    o pó recuperado do filtro e cabine. Sujeira na

    instalação (reservatório, bomba). Limpar

    equipamento e componentes. Verificar no

    fundo do reservatório possíveis

    contaminantes. Distanciar 5 cm o tubo

    pescador do fundo do leito.

    Sujeira no substrato (grafite, borras de

    fosfato). Limpar peças com ar comprimido

    antes de pintá-las. Transportador, Carrinho,

    Estufa sujos. (Acumulo de tinta, casca).

    Estabelecer limpeza periódica.

    4.4.7 Alastramento deficiente

    Camada excessiva de tinta. Estabilizar

    camada aplicada conforme especificado pelo

    fabricante.

    Excesso de ar auxiliar na pistola de

    aplicação. Ajustar o ar auxiliar de modo não se

    observar a tinta sendo soprada (forçada) para

    a peça. Deve-se notar a nuvem de pó

    circulando livremente.

    Baixa fluidização do pó no reservatório.

    Verificar fluidização do pó no reservatório. O

    mesmo deve fluir livremente no tanque sem

    haver acúmulos e ou compactação da tinta.

    Pistola muito próxima da peça.

    Reposicione a pistola de modo a encontrar

    uma distância onde haja um melhor

    envolvimento. Tensão de aplicação baixa ou

    alta para a finalidade. Ajustar tensão de modo

    a se obter um melhor envolvimento

    eletrostático.

    Tempo de aquecimento do metal muito

    longo. Exposição excessiva à baixa

    temperatura. Avaliar projeto de distribuição de

    calor da estufa.

    4.4.8 Pó repelido da peça

    Tensão ou corrente de saída

    excessiva. Fazer medição do equipamento.

    Pistolas muito próximas. Reposicionar a

    pistola

    Repintura. Reduzir a tensão de

    aplicação. Aumentar a vazão de pó. Pré

    aquecer o substrato.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 27

    5 FALHAS COMUNS

    A análise econômica de diferentes tipos

    de pintura tem como fatores principais de

    custo: preparação da superfície, aquisição

    das tintas, aplicação e duração do sistema de

    pintura.

    Para que se possa compreender

    melhor o valor ideal de uma pintura, quanto ao

    seu desempenho em condições específicas

    de serviço, é necessário ter alguma

    experiência do cálculo para a economia deste

    sistema, considerando o preço por metro

    quadrado, espessura seca, custo da aplicação

    e outras despesas.

    A vida útil de cada sistema depende do

    tipo de grau de preparação da superfície a ser

    pintada, pois quanto melhor a preparação,

    melhor será a aderência da tinta aplicada.

    Outros dois fatores que influenciam na

    eficiência de um sistema são: a maior

    espessura da película seca aplicada e

    utilização de tintas de alta performance.

    A fórmula de aplicação de economia

    potencial de uma pintura é descrita como:

    Custo do material = Custo

    Total / Ano

    Custo da preparação da superfície Custo de aplicação Duração do Sistema

    Preparação da Superfície

    Obtendo-se o custo total de uma pintura

    m²/ano, para um determinado sistema de

    pintura, você pode chegar a economia

    potencial do sistema mais eficaz e, desta

    maneira, fazer comparativos entre sistemas e

    analisar quais as suas necessidades técnicas.

    Os sistemas de pintura de alta

    performance e desempenho são

    aparentemente materiais de custo mais

    elevado, entretanto, em ambientes agressivos

    onde se requer uma proteção prolongada, o

    uso destes materiais é de suma importância.

    Devido ao seu alto desempenho, eles

    proporcionam benefícios que se alinham entre

    os materiais de custos reais na indústria de

    revestimentos.

    5.1 Considerações gerais de rendimento

    Entende-se por rendimento, a área em

    m² que um determinado volume de tinta pode

    cobrir uma superfície, porém é difícil fornecer

    uma estimativa real da quantidade de tinta

    necessária para um determinado trabalho. O

    rendimento teórico é calculado levando-se em

    conta o material não volátil (sólidos) em

    volume da tinta.

    Neste caso, considera-se que a tinta

    seja aplicada em superfície totalmente lisa,

    sem nenhuma irregularidade ou perda na

    aplicação. Mas como se sabe, as superfícies

    normalmente apresentam irregularidades, tais

    como: rugosidade através de jateamento

    abrasivo e/ou porosidade, o que ocasiona

    acúmulo e/ou absorção da tinta pela

    superfície, causando, desta forma, uma

    redução no rendimento teórico.

    Alguns fatores contribuem para as

    perdas de tinta, quando da sua aplicação:

    a) O primeiro fator é a perda por

    distribuição de tinta em uma superfície,

    resultante do excesso de tinta aplicada pelo

    pintor ao querer atingir uma determinada

    espessura, tornando a camada ou película

    totalmente não uniforme.

    b) O segundo fator que interfere para a

    redução do rendimento teórico é o processo

    pelo qual se aplica o produto. Nas aplicações

    a pincel, trincha ou rolo, normalmente ocorre

    uma perda de 5% a 15% e nas aplicações com

    pistolas convencionais, da ordem de 30%.

    c) O terceiro fator que interfere no

    rendimento é relativo às condições no

    ambiente de pintura. Em pinturas externas,

    em dias de muito vento ou muito calor, a perda

    pode ser o dobro da mencionada no item

    anterior, sendo o caso mais crítico o da

    aplicação à pistola.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 28

    d) O quarto fator que interfere no

    rendimento são as perdas provenientes das

    embalagens e/ou equipamentos utilizados

    para aplicação, tais como: o nos galões:

    devido a certa quantidade que pode

    permanecer no recipiente, quando da sua

    transferência para o tanque de pressão; as

    tintas de dois componentes que podem

    exceder o tempo de vida útil; o nas

    mangueiras e tanques de pressão, devido às

    quantidades de materiais que ficam nas

    paredes sem condições de reaproveitamento.

    e) O quinto fator que interfere no

    rendimento é o tipo de substrato e condições

    da superfície em que o produto será aplicado.

    Se a pintura for realizada em tubulações,

    grades, vigas, etc., obviamente as perdas

    serão altas, chegando A junção de todos estes

    fatores é que nos daria o rendimento real, ou

    seja, o número de metros quadrados que

    seriam cobertos por um galão de tinta.

    Conclusão: o rendimento real deve ser

    obtido em experiência prática no canteiro de

    obras para se ter um valor de plena

    confiabilidade.

    • Tempo de indução:

    É o tempo que se dá às tintas

    catalisadas bi ou tri componentes, após a

    mistura dos componentes A, B ou C, para que

    se possa entrar em operação de aplicação.

    Este tempo é de no mínimo 15 e no máximo

    30 minutos em temperatura de ± 25ºC. Quanto

    mais baixa for a temperatura maior deverá ser

    o tempo de indução.

    O tempo de indução é de fundamental

    importância para que a tinta não perca suas

    propriedades físicas e químicas após a sua

    aplicação e, consequentemente, a sua cura,

    não comprometendo a durabilidade do

    sistema de pintura.

    O tempo de indução é muito

    importante, pois ele propicia que os reagentes

    se encontrem e, com isso, seja possível obter

    o máximo desempenho que se deseja.

    Obs.: Importante ressaltar que na maioria

    dos casos a diluição só deve ser feita depois

    de decorrido o tempo de indução.

    • Condições ideais para pintura

    Pintar com umidade relativa do ar

    inferior a 85% e temperatura do ar entre 10ºC

    e 40ºC. No caso de tinta epóxi, a secagem

    normalmente se processa através de reações

    químicas e ocorre com a temperatura acima

    de 12ºC. Abaixo desta temperatura a cura da

    tinta não ocorre. Existem tintas epoxídicas

    especiais que curam acima de 5ºC, exceto

    quando houver menção especial no boletim

    técnico do produto.

    Somente aplicar se a temperatura do

    substrato estiver pelo menos 3ºC acima do

    ponto de orvalho.

    As tintas são testadas em laboratório

    em condições ambientais satisfatórias e

    temperatura do ar de ± 25ºC. Abaixo ou acima

    desta temperatura poderá ocorrer retardamento ou aceleração da secagem e cura total.

    Caso o intervalo de repintura máximo

    seja ultrapassado, deve-se proceder

    lixamento da película para que haja uma

    perfeita aderência da demão subsequente.

    Para repintura interna de tanques,

    manter exaustão constante quando da

    secagem dos produtos. A temperatura ideal

    para cura total do sistema (7 dias) é de 25ºC.

    Portanto, a cada decréscimo de 3ºC, deve-se

    aumentar em um dia a cura do sistema.

    As tintas pigmentadas com cromato de

    zinco ou pó de zinco poderão formar sais de

    zinco na superfície da película exposta ao

    intemperismo, se a aplicação do acabamento

    for demorada. Neste caso, lavar a superfície

    com água doce potável, escovando com

    cerdas de nylon, e secar.

    A tinta borracha clorada, quando

    aplicada à pistola convencional, tende a

    formar fiapos (normal para este tipo de tinta).

    Para minimizar, aconselha-se aumentar o

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 29

    número de demãos, diluindo a tinta a 20% e

    diminuindo a espessura por demão.

    As tintas de acabamento de baixa

    espessura e tonalidade clara, quando

    aplicadas sobre fundos escuros, aparentam

    pouca cobertura, sendo necessário duas

    demãos no mínimo para cobrir a superfície.

    • Diluição

    A diluição recomendada vai depender

    diretamente da temperatura ambiente, dos

    equipamentos utilizados, bem como da

    habilidade dos pintores. Como as várias

    regiões do nosso país são bastante

    diferenciadas em termos climáticos,

    recomendamos sempre que se consulte

    nosso departamento técnico para uma melhor

    indicação da quantidade de solvente de

    diluição para cada equipamento utilizado.

    5.1.1 Rendimento de tintas líquidas

    O rendimento teórico da tinta não inclui

    no cálculo as perdas devidas ao método de

    aplicação, as condições de aplicação. A

    seguinte formula pode ser utilizada:

    𝑅𝑡 = 𝑆𝑉 ∙ 10

    𝐸𝑃𝑆

    Em que Rt é o rendimento teórico, SV é

    o teor de sólidos por volume e EPS é a

    espessura da película seca.

    5.1.2 Rendimento de tinta em pó

    Para o cálculo de rendimento teórico de tinta

    em pó a seguinte relação pode ser usada:

    𝑅 = 1000

    𝐶 ∙ 𝑃𝑒

    Em que R é o rendimento teórico em m²/kg

    de tinta, C é a camada em microns e Pe é o peso

    específico da tinta em g/cm³.

    Para o rendimento pratica deve-se

    considerar a porcentagem do pó recuperado e

    também das perdas relacionadas ao formato e

    disposição das peças e condições dos

    equipamentos de aplicação.

    5.2 Falhas gerais

    O primeiro passo na solução de qualquer

    problema com relação a tintas é identificá-lo

    corretamente e, em seguida, determinar sua

    causa.

    A possibilidade de haver mais de uma causa

    contribuindo para um único defeito não deve ser

    descartada. As propostas corretivas para os

    defeitos apresentados podem não ser específicas

    de um determinado defeito, devido a

    particularidade da manufatura ou restrições

    relacionadas ao desempenho do produto.

    A combinação de várias soluções (duas ou

    mais alternativas) normalmente é mais eficaz, pois

    os efeitos são mais facilmente eliminados dessa

    maneira. Ao se perceber que a falha persiste após

    a aplicação da solução indicada, deve-se retornar

    à fase de identificação (diagnóstico), observando-

    se os seguintes pontos:

    • Se a identificação do defeito foi correta • Se todas as causas prováveis foram

    consideradas • O uso dos materiais corretos (lotes de tinta e

    tipos) • Qual o substrato empregado

    5.2.1 Mangueiras longas

    Otimizar ao máximo o comprimento da

    mangueira do pó. Mangueiras longas requerem

    maior pressão do pó para equalizar o fluxo.

    5.2.2 Vazão da pistola

    Com a tensão zerada, pulverize com a

    máxima vazão em um aspirador portátil. Pese a

    quantidade de pó/líquido após 1 minuto. A

    quantidade de pó/líquido encontrada deverá ser a

    mesma especificada do manual do fabricante

    (g/min. - Kg/hr).

    5.2.3 Velocidade do ar nas silhuetas da cabine e estufa

    Solte pequenos pedaços de papel no fluxo

    de ar. O fluxo de ar deverá ser uniforme sem zonas

    "mortas". A exaustão da cabine não deve interferir

    no envolvimento eletrostático da tinta durante a

    aplicação.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 30

    6 COMO EVITAR FALHAS E

    DEFEITOS

    6.1 Problemas na fábrica

    6.1.1 Explicitação do esquema de pintura

    O esquema de pintura deve ser explicitado

    por escrito contendo o seguinte conteúdo

    mínimo:

    • Preparo da superfície a ser alcançado,

    definindo grau de limpeza e rugosidade a

    ser alcançada;

    • Especificação das tintas a serem utilizadas;

    • Intervalos entre demãos a serem

    observadas;

    • Espessuras por demão das películas de

    tinta;

    • Método de aplicação a serem utilizados;

    • Ensaios a serem realizados, durante e após

    a aplicação, com os respectivos critérios de

    aceitação ou rejeição.

    Deve-se certificar se o esquema de

    pintura explicitado é adequado às

    particularidades do meio ambiente, das

    condições operacionais do equipamento que

    está sendo pintado e das condições da

    aplicação (acesso, implicações do jateamento

    abrasivo etc.).

    6.1.2 Qualidade das tintas utilizadas

    Deve-se certificar se as tintas a serem

    utilizadas na aplicação do esquema de pintura

    estão em conformidade com o especificado.

    Isto pode ser feito de duas formas. Na

    primeira, enviar as tintas para o laboratório e

    através de ensaios, comparar as propriedades

    das tintas com o especificado. Esse processo

    é demorado e de elevado custo. A forma mais

    adequada e preventiva é efetuar uma

    qualificação preliminar do fornecedor da tinta.

    Esta qualificação deve contemplar aspectos

    de capacitação fabril, capacitação de pessoal

    e sistema da qualidade implantado pelo

    fabricante. Nestes casos, exige-se que a tinta

    venha acompanhada de um certificado de

    qualidade e eventualmente é enviada ao

    laboratório para comprovar o atendimento ao

    especificado.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 31

    6.1.3 Check list – falhas e defeitos e soluções no produto

    Na tabela abaixo podem-se verificar a ordem de procedimentos a se adotar quando ocorrer um

    problema no produto.

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 32

    6.2 Problemas no campo

    6.2.1 Treinamento e capacitação do pessoal

    Trata-se talvez da ação preventiva

    mais importante na otimização do

    desempenho de esquemas de pintura. A

    aplicação de tintas, apesar de não ser uma

    atividade complexa, requer cuidados

    especiais que dependem não só da habilidade

    do profissional como do conhecimento de uma

    série de técnicas aplicáveis.

    O treinamento e a capacitação do

    pessoal devem abranger principalmente os

    jatistas, os pintores, os supervisores ou

    encarregados de campo e os inspetores de

    controle de qualidade. O treinamento deve

    ser teórico e envolver também aspectos de

    motivação e conscientização para a

    importância da qualidade.

    6.2.2 Elaboração de procedimentos de

    execução

    A ideia da elaboração preliminar deste

    documento é fazer com que o pessoal

    responsável pela execução dos trabalhos de

    aplicação das tintas possa familiarizar–se com

    os requisitos do esquema de pintura, bem

    como explicitar detalhadamente como os

    atenderá. Isto faz com que o pessoal

    responsável pela execução planeje sua

    atuação, minimizando a possibilidade de

    ocorrerem surpresas durante a aplicação das

    tintas, que possam comprometer a qualidade

    do esquema de pintura.

    Um procedimento de aplicação de

    tintas deve conter o seguinte conteúdo

    mínimo:

    • Esquema de pintura a ser usado;

    • Normas do esquema de pintura a ser

    usado;

    • Condições de recebimento e

    armazenamento das tintas, abrasivos,

    etc.;

    • Preparo da superfície a ser executado;

    • Sequência de aplicação do esquema

    de pintura, com intervalos de tempo

    entre demãos;

    • Processo de aplicação de cada tinta;

    • Tintas a serem usadas, incluindo

    fornecedores e respectivas referências

    comerciais;

    • Métodos de retoques no esquema de

    pintura.

    6.2.3 Elaboração de procedimentos de inspeção

    O procedimento de inspeção deve

    contemplar o seguinte conteúdo mínimo:

    • Definição das etapas da aplicação que

    serão inspecionadas;

    • Definição do procedimento de inspeção

    de cada etapa;

    • Definição da frequência de inspeção de

    cada etapa;

    • Definição da época de inspeção de

    cada etapa;

    • Definição da amostragem e critérios de

    aceitação ou rejeição a serem

    observados;

    • Definição dos pontos de parada

    obrigatória para inspeção (hold points).

    6.2.4 Calibração dos aparelhos e

    instrumentos de medição e testes

    Não há controle da qualidade que seja

    confiável se é feito com instrumentos não

    calibrados periodicamente. As condições de

    uso, características construtivas dos

    instrumentos e as condições climáticas são

    alguns fatores que podem provocar alterações

    nos instrumentos, que levam a erros de

    leitura.

    Assim, é desejável que os mesmos

    sejam periodicamente calibrados. Esta

    periodicidade variará em função dos três

    fatores anteriormente mencionados. O

    pessoal de controle de qualidade do aplicador

    das tintas deve elaborar e implementar um

    “plano de calibração dos aparelhos e

  • DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 33

    instrumentos de medição e testes”, indicando

    para cada um:

    • Periodicamente da calibração;

    • Entidade calibradora, que deve ser

    credenciada pela Rede Brasileira de

    calibração (RBC), coordenada pelo

    INMTRO;

    • Procedimento de calibração;

    • Padrão de referência;

    • Exatidão do aparelho ou instrumento;

    6.2.5 Inspeção visual da superfície a ser pintada

    A inspeção é feita visualmente,

    objetivando identificar a presença de óleo ou

    graxa sobre a superfície, que devem ser

    removidos por solvente, além de identificar o

    estado inicial de oxidação da superfície, que

    será necessário para avaliar o grau de sua

    limpeza através de comparação com os

    padrões das Normas ISO 8.501-1 e SIS 05 59

    00.

    Essa inspeção permite ainda identificar

    eventuais defeitos superficiais, tais como

    incrustações de escória, respingos de soldas

    e massas, que no