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MOVIMENTOS GRAVITACIONAIS DE MASSA NO MUNICÍPIO DE GASPAR, VALE DO ITAJAÍ, SC, NA CATÁSTROFE DE NOVEMBRO DE
2008. CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS POR CRITÉRIOS GEOMORFOLÓGICOS, GEOLÓGICOS E PEDOLÓGICOS.
Juan Antonio Altamirano Flores Universidade Federal de Santa Catarina [email protected] Joel Robert Georges Marcel Pellerin Universidade Federal de Santa Catarina [email protected] Harideva Marturano Égas Universidade Federal de Santa Catarina [email protected]
RESUMO
O mês de novembro de 2008 ficará marcado na memória de catarinenses e brasileiros em conseqüência dos eventos catastróficos que afetaram o Vale do Itajaí no Estado de Santa Catarina. Neste trabalho são apresentados os resultados dos levantamentos realizados no Município de Gaspar, nos bairros de Belchior Baixo e Sertão Verde, que foram afetados por processos de movimentos gravitacionais de massa. Estes estão relacionados ao prolongado período de chuvas, com seus ápices nos dias 22 e 23 de novembro. O trabalho objetivou a interpretação das morfologias derivadas das grandes movimentações de massa e seus efeitos nos bairros afetados por esses eventos. Dessa forma, para caracterizar os processos de movimentos gravitacionais, foram empregados critérios geomorfológicos, geológicos e pedológicos associado a uma avaliação da ocupação do espaço geográfico. Em Belchior Baixo, ocorreram movimentos de massa de caráter híbrido em depósitos de cascalho e rochas gnáissicas, estes com alteritos espessos. Nos depósitos de cascalho, o grande volume de água das chuvas erodiu superficialmente, transportando os sedimentos finos e provocando o conseqüente desmoronamento de forma lenta das frações mais grosseiras. A seguir, os espessos mantos de alteritos das rochas gnáissicas do Complexo Luis Alves foram responsáveis por grandes deslizamentos do tipo rotacional, que ocorreram de forma rápida, deslocaram um volume considerável de detritos com conseqüente destruição de moradias e resultando em dois óbitos. Já em Sertão Verde se salienta a marcada combinação das estruturas geológicas desfavoráveis aos cortes de taludes e a expansão urbana. Constatou-se que as rochas do Grupo Itajaí apresentam estruturas sedimentares primárias, foliação metamórfica e dobramentos que mergulham em concordância com a inclinação da vertente. Estas feições estruturais afetam e comprometem a estabilidade e a segurança de grande parte das moradias. Os deslizamentos ocorridos neste bairro resultaram em sete óbitos. Palavras-chave: Desastre Natural, Vale do Itajaí, Município de Gaspar.
ABSTRACT
The month of November 2008 will remain in the memory of the residents of Santa Catarina State and Brazil due to the catastrophic events that affected the Itajaí Valley in that state. This paper presents the results of a survey conducted in the municipality of Gaspar, in the neighborhoods of Belchior Baixo and Sertão Verde, which were affected by processes of gravitational movements of mass. These actions were related to the prolonged rainy period, which peaked on Nov. 22 and 23. The purpose of the study was to conduct interpretations of the morphologies derived from the large movements of mass and their effects on the neighborhoods affected by these events. To characterize the processes of gravitational movements, geomorphological, geological and pedological criteria were used, combined with an evaluation of the occupation of the geographic space. In Belchior Baixo, movements of mass of a hybrid character took place in deposits of gravel and gneissic rock, with thick alterites. In the gravel deposits, the large volume of rain water caused superficial erosion, transporting the fine sediments and provoking a consequent slow landslide of the heavier portions. Then the thick layers of alteritos of the gneissic rock from the Luis Alves Complex were responsible for large rotational type landslides that occurred rapidly and shifted a considerable volume of detritus with consequent destruction of houses and two deaths. Meanwhile, Sertão Verde is characterized by a combination of geological structures unfavorable to cuts into the slopes and urban expansion. It was found that that the rocks of the Itajaí Group have primary sedimentary structures, metamorphic foliation and folds that plunge in keeping with the incline of the slope. These structural traits affect and compromise the stability and security of many of the residences. The landslides in this neighborhood caused seven deaths. Key words: Natural Disaster, Itajaí Valley, Municipality of Gaspar.
Introdução
O território do Estado de Santa Catarina tem sido cenário de vários desastres naturais nas
últimas décadas, alguns de proporções catastróficas. Estes eventos estão associados ao clima
subtropical úmido e situados em uma região de encontro de massas atmosféricas, Polar Atlântica e
Subtropical Atlântica, respectivamente. As condicionantes geomorfológicas, geológicas, pedológicas e
a ocupação humana neste espaço geográfico são responsáveis pela ocorrência destes significativos
eventos.
Em novembro de 2008 ocorreu uma grande catástrofe, principalmente no Vale do Itajaí, onde
além das enchentes e inundações ocorreram grandes movimentos gravitacionais de massa que geraram
corridas de detritos, afetando áreas urbanas e rurais. Estes deslizamentos mudaram significativamente
a morfologia dos vales e encostas de muitas áreas. Relacionam-se a infiltração de água e saturação do
solo com as condicionantes geomorfológicas, geológicas e pedológicas, guardando nítida relação com
o intenso e concentrado período de chuva na região.
O presente trabalho objetivou em interpretar as morfologias derivadas dos movimentos
gravitacionais de massa no município de Gaspar, localizado no Médio Vale do Itajaí, nos bairros de
Belchior Baixo e Sertão Verde (Figura 1). Dessa forma, para caracterizar os processos de movimentos
de massa, foram empregados critérios geomorfológicos, geológicos e pedológicos associado a uma
avaliação da ocupação do espaço geográfico.
Figura 1: Localização das áreas de estudo. Fonte: Planta Planialtimétrica da Prefeitura da Gaspar. Escala original: 1:5000. Executado por Agritec S. A. 2002.
O evento atmosférico de novembro de 2008 em Santa Catarina
Os sistemas atmosféricos instáveis em Santa Catarina, geralmente, estão inseridos nas massas
de ar quente e úmidas onde ocorre a ascensão do ar aquecido, ou se desenvolvem pelo contraste
térmico entre duas massas de ar com densidades diferentes. Estão associados, via de regra, às frentes
frias, aos vórtices ciclônicos, aos cavados em baixos, médios e altos níveis atmosféricos, às baixas
pressões em superfície, aos complexos convectivos de mesoescala, à convecção tropical, à Zona de
Convergência do Atlantico Sul e aos jatos em médios e altos níveis (MONTEIRO; MENDONÇA,
2005).
Os eventos de novembro foram precedidos de um longo período de precipitação iniciado em
meados de agosto de 2008. O ápice das precipitações foi resultado de uma condição atmosférica onde
a circulação do Oceano Atlântico provocou ventos de Leste em níveis baixos da atmosfera desde 19 de
novembro de 2008. Esta instabilidade atmosférica foi reforçada nos dias 21 a 23 de novembro por um
Vórtice Ciclônico, também em níveis médios da atmosfera, que provou precipitações concentradas no
Médio Vale do Itajaí (Figura 2).
Figura 2: Condição atmosférica da Região Sul do Brasil em 22 de novembro de 2008. Fonte: Ciram – Epagri 27/11/2008.
Os índices pluviométricos registrados nos municípios de Blumenau, de 523,9 mm e Luiz Alves
de 693 mm acumulados no período de 21/11 a 25/11, retratam o volume das precipitações (Tabela 1).
Tabela 1: Índices pluviométricos em estações meteorológicas de municípios do Vale do Itajaí. Fonte: Ciram – Epagri 27/11/2008.
Circulação marítima provocou ventos de Leste em níveis baixos da atmosfera desde 19/11
Instabilidade foi reforçada nos dias 21 a 23/11 por vórtice ciclônico em níveis médios da atmosfera
As condições atmosféricas com intensas e concentradas chuvas, caracterizadas como
excepcionais, sempre existiram no Estado de Santa Catarina. No Município de Blumenau, há registros
de inundações datadas desde meados do século XIX, que resultaram no transbordamento do Rio Itajaí-
Açu. Na época as condições não foram tão alarmantes devidos à baixa concentração populacional
(HERMANN, et al, 2005). No entanto, o fato marcante ocorrido no Desastre em novembro de 2008 foi
à ocorrência de movimentos gravitacionais de massa em proporções catastróficas (Figura 3).
Figura 3: Deslizamento de grande proporção no Alto Baú, Ilhota, SC, que formou uma barragem no vale principal e destruiu várias residências. Foto: Joel Pellerin, jan/2008.
Assim, podemos entender que a paisagem do Vale do Itajaí...
(...) se transforma no tempo e no ritmo da indissolúvel da relação entre os processos naturais e a dinâmica social. Misturam-se na paisagem as marcas de um tempo geológico longo, onde a dinâmica geológico-geomorfológica define e delinea os comportamentos; e a marca de um tempo curto, onde os processos naturais e antrópicos retrabalham a paisagem na escala da história do homem. (GUERRA; CUNHA, 1996, grifo autores)
Metodologia
Para a análise de risco foi usado como base os conhecimentos geológicos, geomorfológicos e
pedológicos das áreas de estudo. Estes sempre ligados à ocupação dos lugares e ao risco, iminente ou
baixo, que estão submetidos, principalmente se ocorrerem precipitações intensas e volumosas podendo
assim provocar novos movimentos de massa.
Um dos instrumentos de analise de risco mais eficientes é o mapeamentos de áreas de risco. A
partir deste mapa é possível elaborar medidas preventivas, planificar as situações de emergência e
estabelecer ações conjuntas entre a comunidade e o poder público, com o intuito de promover a defesa
permanente contra os desastres naturais. As medidas preventivas estão associadas à identificação das
áreas com maior potencial a serem afetadas, onde são hierarquizados os cenários de risco e a
proposição de medidas corretivas (MARCELINO, 2008)
Para o mapeamento das áreas de risco na localidade de Belchior Baixo optou-se pela
metodologia de mapeamento cadastral enquanto para o Sertão Verde optou-se por definir zonas de
risco e não vistoriar casa por casa, visto que o problema era da encosta como um todo e a abrangência
do fenômeno coloca em risco dezenas de residências. Este procedimento é definido por Cerri, et al
(2007) considerando que, o mapeamento de risco de escorregamentos em encostas ocupadas podem ser
realizados em dois níveis de detalhe distintos: o zoneamento de risco e o cadastramento de risco. No
zoneamento são delimitados setores nos qual se encontram várias moradias enquanto o cadastramento
é analisado moradia por moradia.
Os materiais utilizados em campo foram: os mapas planialtimétricos e ortofotocartas do
município em escala 1:10.000 e 1:5.000 da zona urbana; mapa geológico do GAPLAN; GPS de
Navegação; Máquina fotográfica; Martelo Geológico e Bússula Geológica. Nas atividades de campo
sempre fomos acompanhados pelos moradores, que relataram como os deslizamentos ocorreram e de
que forma eles se abrigaram.
Posteriormente ao campo, foram realizados em laboratório os trabalhos de cartografia digital
para a espacialização dos dados. Segundo Ross (2006) há dois procedimentos metodológicos
operacionais básicos para gerar produtos com dados georreferenciados, que sejam representados na
cartografia digital ou convencional: o procedimento metodológico-operacional Land System
(bibliografia especializada) que tem como características gerar produtos temáticos analítico-sintético,
que seja gerado por geoprocessamento, através de interpretação automática, ou executado a partir de
interpretação visual; e o multitemático, caracterizando-se por gerar produtos analíticos em uma
primeira fase e de síntese posteriormente.
Resultados e Discussões
Belchior Baixo
No Bairro de Belchior Baixo, nos dias 22 a 23 ocorreram diversos escorregamentos de fluxos
lentos de cascalho que ocasionaram a destruição de várias residências. Em 6 de dezembro ocorreu um
grande deslizamentos rotacional no espesso alterito das rochas gnáissicas que gerou fluxo de detritos
isolou por completo o Bairro Belchior Baixo.
Os movimentos de massa no conglomerado, na parte leste do bairro, em algum dos trechos,
foram provocados devido à forma íngreme dos cortes realizados para construção da Rua Vidal Flávio
Dias em seu acesso leste (sentido Gaspar-Blumenau). O escorregamento de cascalho depositou
material sobre a estrada e interrompeu a mesma (Figura 4). A queda dessa barreira se caracteriza por
um desmoronamento de rochas sedimentares conglomeráticas e de sedimentos aluvionares. Segundo
dados repassados por moradores, a movimentação desses materiais foram causadas pela ação d água
que provocou intensa erosão superficial, ravinamento e conseqüentes escorregamentos.
Figura 4: Escorregamento do conglomerado sobre a Rua Vidal Flávio Dias em seu acesso leste (sentido Gaspar-Blumenau). As máquinas da prefeitura trabalhavam para liberar o acesso. Foto: Harideva Égas, jan/2008.
Nas encostas foram observados depósito de cascalho proveniente do retrabalhamento do
conglomerado oriundo de cotas superiores. O cascalho é formado por seixos arredondados imersos em
matriz síltico-argilosa. A característica desse material guarda uma íntima relação com os processos de
movimentos de massa provocados pelas intensas precipitações que resultaram na erosão e no
desmoronamento e danos materiais conseqüentes. Segundo informação dos moradores, esse material
sedimentar teve um deslocamento lento e gradual, permitindo a percepção do risco e a evacuação
espontânea dos moradores da área. Esse material é predominante na encosta acima da estrada e nos
morros circundantes. Já nas cotas inferiores, nas altitudes entre 15m e 30m, encontramos a ocorrência
de arenito do grupo Itajaí, chamado de “chamote” pelos moradores (Figura 5).
Figura 5: Cascalho oriundo do conglomerado sobre o arenito - chamado de “chamote” pelos moradores. Foto: Harideva Égas, jan/2008.
Na área central do bairro ocorreu um desmoronamento do cascalho que destruiu uma residência
(figura 6).
Figura 6: Casa totalmente destruída por desmoronamento do conglomerado. Foto: Harideva Égas, jan/2008.
O contato do conglomerado com os alteritos dos gnaisses, que se situa na forma
geomorfológica de Horst, e se enquadra na direção N30ºE. A morfologia da área é constituída por
modelado de dissecação em colinas e de modelado de acumulação em planície aluvial.
Os espessos mantos de alteração das rochas gnáissicas do Complexo Luis Alves estão
relacionados aos grandes deslizamentos do tipo rotacional, que ocorreram de forma rápida, deslocando
um volume considerável de detritos com conseqüentes destruições. O deslizamento de maior
proporção no Belchior Baixo ocorreu em 06 de dezembro de 2008, após a grande maioria dos
movimentos de massa no Vale do Itajaí, e resultou em dois óbitos. O vale que encaixa o grande
deslizamento é constituído dominantemente por solos desenvolvidos sobre as rochas gnáissicas.
(Figuras 7 e 8).
Figura 7: Vista da crista do deslizamento rotacional no alterito do gnaisse. Foto: Joana Nery, jan/2008.
Figura 8: Vista da massa deslizada do grande deslizamento em direção ao Rio Itajaí-Açu. Foto: Joana Nery, jan/2008.
No bairro foram vistoriadas um total de 29 residências que estavam sobre a abrangência dos
eventos, onde: 8 foram destruídas e/ou condenadas; 6 sofreram parcialmente danos e as 15 demais
foram preservadas. Assim, foi elaborado um mapa multi-temático do evento contendo os movimentos
de massa, a geologia, alguns aspectos da geomorfologia e a localização e classificação das residências
(Figura 9).
Figura 9: Mapa multi-temático do evento de movimentos de massa no bairro de Belchior Baixo, Gaspar, SC. Fonte: Planta Planialtimétrica e Ortofotocarta da Prefeitura da Gaspar. Escala original: 1:5000. Executado por Agritec S. A. 2002. Imagem LandSat Jan/2009.
Sertão Verde
O bairro do Sertão Verde está localizado no lado direito da BR 470 (sentido Gaspar-Blumenau)
e margem esquerda do rio Itajaí-Açu. No episódio de novembro de 2008, aconteceram diversos
escorregamentos neste bairro. Muitas casas foram totalmente destruídas, outras sofreram danos e
muitas pessoas ficaram desabrigadas. Além disso, segundo moradores do local, o bairro, que ocupa um
vale, já foi afetado diversas vezes com problemas de inundação, causando muitos transtornos a
população.
Foi constatado que a encosta norte do vale sofreu mais com escorregamentos do que a encosta
sul, e encontra-se em situação instável, com diversas fendas verificadas no terreno. Esta encosta
apresenta, portanto, maior perigo a população que vive em suas proximidades.
Em termos geológicos e geomorfológicos, a instabilidade desta encosta é motivada pela
ocorrência de rochas metassedimentares de direção N84ºE, mergulho 27ºSE cortado por falha de
direção N35ºE com ocorrência de diaclasamento na direção N57ºE e mergulho verticalizado.
Observam-se no local, seqüências de dobras que constituem sinclinal e anticlinal cujos eixos de
dobramentos mergulham no mesmo sentido à estrutura primária e foliação presentes nos
metassedimentos. Estes três elementos estruturais convergem em direção ao vale tornando
extremamente desfavoráveis os cortes das encostas e comprometendo seriamente a estabilidade do
maciço rochoso (Figuras 10 e 11).
Mergulho da rocha em direção a vertente
Mergulho da rocha em direção contrária a vertente
(a)
(b)
Figura 10. Esquema do mergulho da rocha no vale do Sertão Verde. (a) Vale antes do escorregamento; (b) Vale depois do escorregamento.
SinclinalFalhas
Figura 11. Seqüência de dobras nos metassedimentos. Foto: Joel Pellerin, jan/2008.
< N S > < N S >
Na encosta norte do bairro foi registrado sete deslizamentos. O deslizamento mais catastrófico
(Figura 12) destruiu trinta casas e ocasionou sete óbitos. Este deslizamento teve como conseqüência
uma corrida de lama e o desastre foi ampliado, pelo fato de ter escorregado e depositado no setor
inundado provocando uma onda que destruí mais casas a jusante dos depósitos de vertente (Figura 13).
Figura 12. Deslizamento que provocou sete óbitos. Foto: Joel Pellerin, jan/2008.
Figura 13. Residências destruída pela onda provocada pelo grande deslizamento (figura 12). Foto: Joel Pellerin, jan/2008.
De forma geral, foi constatado que todo o vale se encontra em situação perigosa, pois a maior
parte das casas apresenta risco de escorregamento e/ou inundação. Desta maneira, foram delimitadas
áreas de grande risco de deslizamento e áreas inundáveis, conforme (Figura 14). Por exemplo, ao
longo da Rua Sertão Verde todas as casas localizadas em cotas inferiores a 9m estão sujeitas a
inundação.
Figura 14. Mapa dos eventos e zoneamento das áreas de risco no Sertão Verde, Gaspar, SC. Fonte: Planta Planialtimétrica e Ortofotocarta da Prefeitura da Gaspar. Escala original: 1:5000. Executado por Agritec S. A. 2002. Imagem LandSat Jan/2009. .
Conclusões
As interpretações de imagens analógicas e digitais, complementadas ao mapeamento geológico,
geomorfológico e pedológico foram essenciais para a compreensão dos processos de movimentos de
massa ocorridos nos bairros de Belchior Baixo e Sertão Verde em Gaspar, SC. As áreas de riscos de
deslizamentos são aquelas em que as estruturas geológicas somadas às formas do relevo, espessuras
dos solos e ação antrópica constituem um conjunto que submetidos a longos e intensos períodos de
chuvas e conseqüente saturação do binômio solo-rocha alterada, colocam áreas como os bairros
relacionados em permanente situação de risco. Ficou definido que a integração de dados geológicos,
geomorfológicos e pedológicos são ferramentas fundamentais na caracterização de áreas susceptíveis a
deslizamentos, por vezes, de proporções catastróficas.
Agradecimentos
Manifestamos os nossos agradecimentos ao Centro de Estudos e Pesquisas em Desastres
(CEPED) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) por disponibilizar parte do material
empregado neste trabalho e ao apoio logístico das equipes de campo.
Agradecemos também os integrantes das equipes: acadêmica de Engenharia Sanitária e
Ambiental (UFSC) Joana Nery Giglio, mestrando em Engenharia Sanitária e Ambiental (UFSC)
Fernando Grison e a mestranda em Geografia (UFSC) Fernanda Bauzys.
Finalmente aos Laboratórios de Análise Ambiental (LAAm) e Geoprocessamento (LabGeop)
do Departamento de Geociências da UFSC que disponibilizaram seus espaços para a execução deste
trabalho.
Referências bibliográficas
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