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Métodos Estocásticos da Engenharia II Capítulo 6 - Inferência: outros problemas de estimação intervalar e testes não-paramétricos Prof. Magno Silvério Campos 2019/1 (UFOP/EM/DEPRO) Métodos Estocásticos da Engenharia II 2019/1 1 / 67

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Métodos Estocásticos da Engenharia IICapítulo 6 - Inferência: outros problemas de estimação intervalar e

testes não-paramétricos

Prof. Magno Silvério Campos

2019/1

(UFOP/EM/DEPRO) Métodos Estocásticos da Engenharia II 2019/1 1 / 67

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Bibliografia

Bibliografia

Essas notas de aulas foram baseadas nas seguintes obras:1 BORNIA, A. C.; BARBETTA, P. A.; REIS, M. M. Estatística para

Cursos de Engenharia e Informática. 2. ed. São Paulo: Atlas,2009.

2 HINES, W.W.; et al. Probabilidade e Estatística na Engenharia. 4.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

3 MONTGOMERY, D.C.; RUNGER, G.C. Estatística Aplicada eProbabilidade para Engenheiros. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.

4 MONTGOMERY, D.C.; RUNGER, G.C. Estatística Aplicada eProbabilidade para Engenheiros. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

Aconselha-se pesquisá-las para se obter um maior aprofundamento e ummelhor aproveitamento nos estudos.

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Conteúdo programático

Conteúdo Programático

1 Outros problemas de estimação intervalarIntervalos de PrediçãoIntervalos de Tolerância

2 Testes não-paramétricosTestes de Aderência:

Teste χ2 para adequação de ajusteTeste de Kolmogorov-SmirnovTeste de Lilliefors

Testes de Associação:Testes χ2 de Independência

Testes para duas populações:Teste dos sinaisTeste dos Postos Sinalizados de WilcoxonTeste de Wilcoxon-Mann-Whitney

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Seção 1 - Outros problemas de estimação intervalar

Intervalos de Predição

IntroduçãoAté o presente momento, foram apresentados estimadores intervalarespara parâmetros populacionais, tais como a média, µ.

Há muitas situações em que há interesse em predizer uma única obser-vação futura para a variável aleatória de interesse, em vez de predizer ouestimar a média dessa variável aleatória. Um intervalo de prediçãopode ser construído para qualquer observação única em algum tempofuturo.

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Seção 1 - Outros problemas de estimação intervalar

Considere uma amostra aleatória dada de tamanho n, X1, X2, . . . , Xn,de uma população normal com média µ e variância σ2.

Denote por X̄ a média amostral. Suponha que desejemos predizer aobservação futura Xn+1.

Como X̄ é o preditor pontual para essa observação, o erro de predição édado por

Xn+1 − X̄.

O valor esperado e a variância do erro de predição são

E(Xn+1 − X̄) = E(Xn+1)− E(X̄) = µ− µ = 0

V ar(Xn+1 − X̄) = V ar(Xn+1) + V ar(X̄) = σ2 +σ2

n= σ2(1 +

1

n).

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Seção 1 - Outros problemas de estimação intervalar

Como Xn+1 e X̄ são variáveis aleatórias independentes, distribuídas nor-malmente, o erro de predição é também distribuído normalmente e

Z =(Xn+1 − X̄)− 0√

σ2(1 + 1n)

=(Xn+1 − X̄)√σ2(1 + 1

n)∼ N(0, 1).

Se σ2 é desconhecida, pode ser estimada pela variância amostral, S2, e,então,

T =(Xn+1 − X̄)√S2(1 + 1

n)∼ t(n−1).

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Seção 1 - Outros problemas de estimação intervalar

Seguindo o procedimento usual para a construção de intervalos de con-fiança, o intervalo de predição bilateral de 100(1 − α)% de confiançaé

−tα2,n−1 ≤

(Xn+1 − X̄)√S2(1 + 1

n)≤ tα

2,n−1.

Rearranjando a desigualdade acima, obtemos a forma final para o inter-valo de predição bilateral de 100(1− α)%:

X̄ − tα2,n−1

√S2(1 +

1

n) ≤ Xn+1 ≤ X̄ + tα

2,n−1

√S2(1 +

1

n)

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Seção 1 - Outros problemas de estimação intervalar

Intervalo de PrediçãoUm intervalo de predição de 100(1− α)% para uma observação futura apartir de uma distribuição normal é dado por

X̄ − tα2,n−1

√S2(1 +

1

n) ≤ Xn+1 ≤ X̄ + tα

2,n−1

√S2(1 +

1

n)

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Seção 1 - Outros problemas de estimação intervalar

Exemplo 1 - [Hines e outros(2006)]As forças máximas experimentadas por um avião de transporte de umalinha aérea para 10 voos em determinada rota são (em unidades de gra-vidade, g)

1, 15; 1, 23; 1, 56; 1, 69; 1, 71; 1, 83; 1, 83; 1, 85; 1, 90; 1, 91.

Amédia e o desvio-padrão amostrais são calculados como x̄ = 1, 666 e s =0, 273, respectivamente. Pode ser importante predizer a próxima forçamáxima a ser experimentada pelo avião. Então, qual será o intervalo depredição para x11, com 95% de confiança?

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Seção 1 - Outros problemas de estimação intervalar

Exemplo 2 - [Montgomery e Runger(2016)]

Um artigo no periódico Materials Engineering (1989, Vol. II, No. 4,pp. 275-281) descreve os resultados de testes trativos de adesão em 22corpos-de-prova de liga U-700. A média amostral para a carga no pontode falha do corpo-de-prova é x̄ = 13, 71 megapascal, e o desvio-padrãoda amostra é s = 3, 55 megapascal.

1 Sabendo-se que a população segue uma distribuição normal,encontre um IC de 95% para µ.

2 Planejamos testar um vigésimo terceiro corpo de prova. Construaum intervalo de 95% de confiança para a carga na falha para essecorpo-de-prova.

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Seção 1 - Outros problemas de estimação intervalar

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Seção 1 - Outros problemas de estimação intervalar

ComparaçõesJá vimos na PARTE I deste capítulo que o intervalo de confiança paraµ, com coeficiente de confiança 100(1− α)% é dado por:

X̄ − tα2,n−1

S√n≤ µ ≤ X̄ + tα

2,n−1

S√n.

Por outro lado, um intervalo de predição de 100(1 − α)% para uma ob-servação futura a partir de uma distribuição normal é dado por

X̄ − tα2,n−1

√S2(1 +

1

n) ≤ Xn+1 ≤ X̄ + tα

2,n−1

√S2(1 +

1

n)

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Seção 1 - Outros problemas de estimação intervalar

Observação 1O intervalo de predição para Xn+1 será sempre maior do que o intervalode confiança para µ, pelo fato de haver mais variabilidade associada como erro de previsão do que com o erro de estimação.

Observação 2Quando n torna-se grande (n → ∞), o comprimento do IC diminui azero, tornando-se essencialmente o valor único µ; porém, o comprimentodo intervalo de predição se aproxima de 2tα

2,n−1S.

Assim, quando n aumenta, a incerteza em estimar µ vai para zero, em-bora sempre haverá incerteza sobre o valor futuro Xn+1.

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Seção 1 - Outros problemas de estimação intervalar

Intervalos Tolerância para uma distribuição normal

IntroduçãoOs intervalos de confiança são os intervalos nos quais esperamos quecontenham o verdadeiro parâmetro populacional, tal como a média µ.Em contraposição, os intervalos de tolerância são intervalos nos quaisesperamos que contenham uma porcentagem dos valores populacionais.

Fonte: Montgomery & Runger (2009), p.74

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Seção 1 - Outros problemas de estimação intervalar

Intervalo de TolerânciaUm intervalo de tolerância para capturar no mínimo q% dos valores deuma distribuição normal, com nível de confiança de 100(1− α)%, é

x̄± ks

sendo k um fator do intervalo de tolerância que se encontra em tabelasestatísticas.

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Seção 1 - Outros problemas de estimação intervalar

Exemplo 1 - [Hines e outros(2006)]Reconsidere as forças máximas para o exemplo do avião de transporte.Deseja-se um intervalo de tolerância bilateral que cubra 99% de todas asforças máximas, com 95% de confiança.

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Seção 1 - Outros problemas de estimação intervalar

Exemplo 2 - [Montgomery e Runger(2016)]Reconsidere os testes trativos de adesão, já apresentados no slide 10. Acarga na falha para n = 22 corpos-de-prova foi observada e encontramosque x̄ = 13, 71 e s = 3, 55. Deseja-se um intervalo de tolerância bilateralque cubra 90% de todas as cargas na falha na popoulação, com 95% deconfiança.

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Seção 1 - Outros problemas de estimação intervalar

Observação 1Da tabela para o fator k do intervalo de tolerância, notamos que quandon → ∞, o valor de k vai para o valor Z 1−q

2. Por exemplo, se quisermos

que 90% da população caiam no intervalo bilateral de tolerância, k seaproxima de Z0,05 = 1, 645 quando n→∞.

Observação 2Quando n→∞, um intervalo de predição de 100(1−α)% para um valorfuturo se aproxima de um intervalo de tolerância que contém 100(1−α)%da distribuição.

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Testes não-paramétricos

Introdução: Os testes descritos nas partes I e II deste capítulo são ditosparamétricos, porque supõem que os dados seguem determinada distri-buição de probabilidades.

Imagine que as suposições necessárias para a aplicação dos testes pa-ramétricos não sejam satisfeitas. De acordo com Bornia et al. (2009),suponha que ocorram alguns dos casos abaixo:

1 Os dados sob análise têm um nível de mensuração qualitativo;2 Os dados sob análise têm nível de mensuração quantitativo, mas

há indícios de que a distribuição populacional não é a normal;3 Há interesse em realizar inferência sobre outras características da

população, além dos parâmetros de sua distribuição, como aprópria forma da distribuição.

Uma alternativa para essas situações é a utilização dos testes não-paramétricos, ou testes livres de distribuição.

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Testes de Aderência

De acordo com Bornia et al. (2009), o objetivo de um teste de aderência éverificar se os dados de uma amostra comportam-se de acordo com umadistribuição teórica, que pode ser uma distribuição de probabilidadesclássica (como normal, exponencial, gama, etc.), ou proporções definidasespecificamente para o problema.

Serão apresentados os seguintes testes de aderência:Teste χ2 para adequação de ajuste;Teste de Kolmogorov-Smirnov;Teste de Lilliefors.

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Teste χ2 para adequação de ajusteSegundo Montgomery et al. (2009), um tipo de hipótese é frequente-mente encontrado: não conhecemos a distribuição sobre consideração dapopulação e desejamos testar a hipótese de que uma distribuição parti-cular será satisfatória como um modelo para a população.

Considere uma amostra de tamanho n, proveniente de uma populaçãocuja distribuição de probabilidades é desconhecida, arranjadas em k in-tervalos de classe.

Seja Oi a frequência observada no i-ésimo intervalo de classe. A partirda distribuição de probabilidades hipotetizada, calcula-se a frequênciaesperada Ei no i-ésimo intervalo de classe. Então, seja testar as seguinteshipóteses:

H0 : Oi = Ei, ∀ i = 1, 2, . . . , k;

H1 : Oi 6= Ei, para algum i = 1, 2, . . . , k.

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Estatística de Teste:

χ20 =

k∑i=1

(Oi − Ei)2

Ei∼ χ2

k−p−1 se H0 é verdadeira,

onde p representa o número de parâmetros da distribuição utilizada nahipótese, estimados pelas estatíticas amostrais.

Critério de Rejeição de H0:

Se χ20 > χ2

α, k−p−1.

Montgomery et al. (2009) sugerem que para melhores resultados, Ei ≥ 3.Caso isso não ocorra, frequências esperadas de classes adjacentes podemser agrupadas. Assim, as frequências observadas correspondentes seriamcombinadas também, reduzindo o valor de k.

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Exemplo 1 - [Bornia e outros(2009)]Determinado veículo utilitário está sofrendo pesadas críticas de seus pro-prietários, com relação à grande frequência de defeitos em certas posiçõesdos pneus. Por isso, o fabricante do veículo resolveu coletar informaçõessobre 152 ocorrências de defeitos, classificando-as por posição do pneu.Os resultados estão na tabela abaixo:

Usando nível de significância de 5%, há razão para acreditar que a pro-babilidade de defeito é diferente para alguma das posições?

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Exemplo 2 - [Montgomery e Runger(2016)]O número de defeitos nas placas de circuito impresso é suposto seguira distribuição de Poisson. Uma amostra aleatória de n = 60 placasimpressas foi coletada e o número de defeitos observado:

Podemos afirmar, a um nível de 5% de significância, que o número dedefeitos nessas placas seguem uma distribuição de Poisson?

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

ObservaçãoSegundo Hines et al. (2006), uma prática comum na construção dosintervalos de classe é escolher os limites das células de modo que asfrequências esperadas (Ei = npi) sejam iguais para todas as classes.

Para se usar esse método, desejamos escolher as fronteiras a0, a1, . . . , akpara as k classes, de modo que todas as probabilidades

pi = P (ai−1 ≤ X ≤ ai) =

∫ ai

ai−1

f(x)dx, ∀ i = 1, 2, . . . , k.

sejam iguais.

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Exemplo 3 - [Hines e outros(2006)]Um engenheiro de produção está testando uma fonte de energia usadaem uma estação de trabalho de processamento. Ele deseja determinarse a voltagem de saída é descrita adequadamente por uma distribuiçãonormal.

De uma amostra aleatória de n = 100 unidades ele obtém estimativasamostrais da média e do desvio-padrão, x̄ = 12, 04 V e s = 0, 08 V.

Que conclusões podem ser tiradas, usando α = 5%? Suponha que eledecida utilizar k = 8 classes de frequências para realizar o teste.

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Para cada intervalo, pi = 18 = 0, 125. Assim, podemos construir a se-

guinte tabela:

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Teste de Kolmogorov-SmirnovDe acordo com Bornia et al. (2009), quando se deseja verificar a ade-rência de um conjunto de valores em relação a uma distribuição de pro-babilidades específica (discreta ou contínua), uma alternativa é utilizaro Teste de Kolmogorov-Smirnov, sendo mais poderoso do que o teste doχ2, nestas situações.

Esse teste pode ser aplicado para avaliar a aderência a qualquer distri-buição, desde que seus parâmetros sejam especificados.

Hipóteses:Seja F (x) a FDA, com parâmetros especificados, para a qual se querverificar a aderência dos dados. As hipoóteses são:

H0 : os dados provém de F (x) (há aderência);

H1 : os dados não provém de F (x) (não há aderência); .

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Procedimento de Teste:1 Seja a FDA empírica S(xi), definida como

S(xi) =número de valores ≤ xi

n, ∀ i = 1, 2, . . . , n,

onde n é o tamanho da amostra e xi é um valor qualquer daamostra.

2 Obtenha os valores teóricos de F (xi) (∀i = 1, 2, . . . , n), calculadospela FDA, hipotetizada em H0.

3 Calcule as discrepâncias entre S(X) e F (x) através de:

|F (xi)− S(xi)| e |F (xi)− S(xi−1)| ∀ i = 1, 2, . . . , n.

4 Estatística de Teste:

D = max{|F (xi)−S(xi)| , |F (xi)−S(xi−1)|} ∀ i = 1, 2, . . . , n.

5 Critério de Rejeição de H0: Se D ≥ dc, onde dc é um valortabelado, de acordo com o nível de significância α e o tamanho nda amostra.

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Exemplo 4 - [Bornia e outros(2009)]A metodologia usada para calcular os índices de confiabilidade de umsistema de transmissão de energia elétrica exige que os tempos para afalha dos componentes sigam distribuições exponenciais.

Observações anteriores indicaram a validade de tal suposição, MAS umengenheiro recém-contratado decidiu verificar se o tempo para a falha(em horas) de um componente, especificamente crítico, pode ser admitidocom distribuição exponencial com média de 500 horas.

Para testar essa hipótese, utilizando nível de significância de 1%, coletou-se uma amostra de 20 observações do tempo de falha desse componente:

7,55; 25,20; 41,00; 133,59; 146,77; 157,55; 158,07; 206,08; 385,09; 426,89;555,86; 639,43; 816,11; 847,57; 924,63; 945,66; 968,66; 1.130,39;

1.143,93; 1.365,69

Que conclusões podem ser tiradas?(UFOP/EM/DEPRO) Métodos Estocásticos da Engenharia II 2019/1 33 / 67

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Solução: As hipóteses são:

H0 : os dados provém de F (x) exponencial com média µ = 500;

H1 : os dados não provém de F (x) exponencial com média µ = 500; .

Os cálculos para o teste são apresentados na tabela a seguir:

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Teste de LillieforsDe acordo com Bornia et al. (2009), esse teste é usado para verificar aaderência dos dados a uma distribuição normal qualquer, isto é, sem aespecificação de seus parâmetros.

É bastante parecido com o teste de aderência de Kolmogorov-Smirnov,pois também avaliamos:

As distribuições acumuladas S(x) e F (x);Obtemos a distância máxima D entre elas;Comparamos D com um valor tabelado, em função do nível designificância e do tamanho da amostra;

As diferenças residem na forma de obtenção de F (x) (pois a média e odesvio padrão são calculados com base na amostra) e na tabela utlizadapara a decisão do teste.

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Exemplo 5 - [Bornia e outros(2009)]Um fabricante de autopeças está próximo de fechar um grande contratocom uma montadora. O ponto-chave é a garantia da qualidade de seusprodutos, especialmente do diâmetro (em mm) dos eixos produzidos queele supõe seguir uma distribuição normal

A montadora selecionou uma amostra aleatória de 15 eixos, para testaras especificações a 5% de significância. Os valores observados foram:

93,45; 94,46; 94,93; 96,17; 96,74; 97,07; 97,68; 97,93; 99,10; 99,30;100,73; 103,29; 103,60; 103,83; 105,20

Que conclusões podem ser tiradas?

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Solução: As hipóteses são:

H0 : os dados provém de F (x) normalH1 : os dados não provém de F (x) normal

Os cálculos para o teste são apresentados na tabela a seguir:

Φ

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Testes de Associação

De acordo com Bornia et al. (2009), dizemos que duas variáveis qualita-tivas não têm associação entre si, quando são independentes. Podemostestar essa independência através de testes de hipóteses a partir de umaestrutura denominada tabela de contigência.

Exemplo 6 - [Montgomery e Runger(2016)]Uma empresa opera três máquinas com possibilidade de duas mudançasde configuração todo dia. De acordo com registros de produção, sãocoletados dados do número de interrupções:

Deseja-se testar a hipótese, a um nível de 5% de significância, de que asinterrupções são independentes das configurações adotadas.

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Testes χ2 de IndependênciaConsiderando duas variáveis categóricas X e Y , podemos construir asseguintes hipóteses:

H0 : X e Y são independentes;H1 : Não há independência entre X e Y (hassociao); .

Alternativamente, podemos escrever:

H0 : f(x, y) = p(x)q(y)

H1 : f(x, y) 6= p(x)q(y).

Isto é, duas variáveis são independentes ⇔ a probabilidade conjunta forigual ao produto das probabilidades marginais.Considerando:

Oij a frequência observada na célula (i, j) da tabela de contigência;Eij a frequência esperada na célula (i, j), segundo H0, vem:

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

H0 : Oij = Eij

H1 : Oij 6= Eij ,

onde Eij = npij = np̂ip̂j , se H0 é verdadeira, e pij é a proporção obser-vada na célula (i, j) da tabela de contigência.

Estatística de Teste

χ20 =

∑i

∑j

[(Oij − Eij)2

Eij] ∼ χ2

(no de linhas - 1)(no de colunas - 1)

Agora, se a tabela de contigência for 2× 2,

χ20 =

∑i

∑j

[(|Oij − Eij | − 0, 5)2

Eij] ∼ χ2

1

Critério de Rejeição Se χ20 ≥ χ2

α,(no de linhas - 1)(no de colunas - 1)(UFOP/EM/DEPRO) Métodos Estocásticos da Engenharia II 2019/1 42 / 67

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Voltando ao exemplo 6, temos a seguinte solução:Hipóteses:

H0 : as interrupções na produção independem da configuração adotada;H1 : há associação entre as interrupções e as configurações.

Estatística de teste

172 · 88172

· 87172

= 44, 51

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Logo,χ20 =

∑i

∑j [

(Oij−Eij)2Eij

] =

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Exemplo 7 - Adaptado de [Bornia e outros(2009)]Uma empresa produz um certo tipo de produtos, trabalhando em trêsturnos. O setor de qualidade deseja verificar se o desempenho dos turnosé semelhante, no que tange às proporções de peças aprovadas e rejeitadas.

Para isso, amostras aleatórias desse produto foram coletadas em cadaturno. Uma dessas amostras, é tabulada abaixo:

A partir desses dados, é possível considerar semelhante o desempenhodos três turnos, usando um nível de significância de 5%?

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Testes para duas populações

IntroduçãoDe acordo com Bornia et al. (2009), muitas vezes, não é possível fazeruso de testes paramétricos para comparar duas populações, por causa danão observância de premissas básicas para a aplicação destes testes.

Por exemplo, alguns testes paramétricos apresentados na Parte I e IIdeste material requerem a suposição de normalidade para as populaçõescomparadas.

Nesta seção, serão apresentados métodos alternativos para os casos ondeas suposições não são ou não podem ser verificadas. Para isso, serãoapresentados os seguintes testes:

Teste dos Sinais;Teste dos Postos Sinalizados de Wilcoxon;Teste de Wilcoxon-Mann-Whitney.

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Testes dos Sinais: Caso I: amostra pequena (n < 15)

Teste dos SinaisEste teste é utilizado para comparar a mediana de duas distribuiçõespopulacionais, com base em amostras pareadas.

Hipótese Nula

H0 : Md2 = Md1

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

1 Estatística de Teste:Teste Uniltareral Superior (H1 : Md2 > Md1)

P =

n∑x=n+

(n

x

)(1

2)x(1− 1

2)n−x

Teste Unilateral Inferior (H1 : Md2 < Md1)

P =

n+∑x=0

(n

x

)(1

2)x(1− 1

2)n−x

Teste Bilateral (H1 : Md2 6= Md1)Se n+ < n

2,

P = 2 ·n+∑x=0

(n

x

)(1

2)x(1− 1

2)n−x

Se n+ > n2,

P = 2 ·n∑

x=n+

(n

x

)(1

2)x(1− 1

2)n−x

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Região crítica

Hipótese Alternativa Critério de rejeição de H0

H1 : Md2 6= Md1 α ≥ PH1 : Md2 > Md1 α ≥ PH1 : Md2 < Md1 α ≥ P

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Testes dos Sinais: Caso II: amostra grande (n ≥ 15)

Hipótese Nula: H0 : Md2 = Md1

Estatística de Teste

Z0 =2n∗+ − n√

n, onde

n∗+ = n+ − 0, 5 (teste unilateral à direita);n∗+ = n+ + 0, 5 (teste unilateral à esquerda);n∗+ = n+ (teste bilateral);

Hipótese Alternativa Critério de rejeição de H0

H1 : Md2 6= Md1 |z0| > zα2

H1 : Md2 > Md1 z0 > zαH1 : Md2 < Md1 z0 < −zα

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Exemplo 8 - Adaptado de [Bornia e outros(2009)]Uma empresa está estudando a viabilidade de utilizar um novo tipo deequipamento (eletrônico), ao invés do equipamento utilizado atualmente(mecânico).

Após treinamento apropriado, 26 operários foram sorteados para reali-zar as medições das mesmas peças, com o equipamento eletrônico e omecânico. Os tempos gastos (em segundos) foram registrados e estão natabela a seguir:

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Somente será viável a introdução dos novos equipamentos se o tempomediano de medição for menor do que o obtido com os equipamentosmecânicos em uso.

Sabe-se que os tempos de medição desses equipamentos não costumamseguir distribuições normais. Teste as seguintes hipóteses (use α = 0, 05):

H0 : Mde = Mdm

H1 : Mde < Mdm,

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Teste dos postos sinalizados de Wilcoxon

IntroduçãoSegundo Bornia et al. (2009), o teste dos postos sinalizados de Wilcoxon,ou simplesmente, Teste de Wilcoxon, é uma alternativa mais poderosado que o Teste dos Sinais, uma vez que este último não costuma detectardiferença entre dois tratamentos (populações) se as amostras não foremgrandes, a menos que a diferença real entre os tratamentos seja muitogrande.

Procedimento: Atribua postos às diferenças de cada par de observações,independentemente do sinal, alocando o posto 1 à menor diferença emmódulo; o posto 2 à segunda menor diferença em módulo; · · · ; o posto nà maior diferença em módulo. Às observações empatadas atribua a médiados postos normais correspondentes. Por exemplo, considere três dife-renças iguais (empatadas), que, se distintas, corresponderiam aos postos7, 8 e 9. Então, atribua a cada uma delas a média desses postos, isto é,o posto 8.

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

É pressuposto que a variável estudada seja contínua.

Observada uma amostra pareada de n > 20 observações (já descontandoos casos em que as diferenças entre os tratamentos for nula), defina s+como a soma dos postos das diferenças positivas da amostra observada.

Hipótese Nula

H0 : Md2 = Md1

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Estatística de Teste

Z0 =

√24

4· 4s+ − n(n+ 1)√

n(n+ 1)(2n+ 1)∼ N(0, 1) se H0 é verdadeiro

Região Crítica

Hipótese Alternativa Critério de rejeição de H0

H1 : Md2 6= Md1 |z0| > zα2

H1 : Md2 > Md1 z0 > zαH1 : Md2 < Md1 z0 < −zα

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Exemplo 9 - Adaptado de [Bornia e outros(2009)]Aplicando o Teste de Wilcoxon ao problema do exemplo 8.

Sabe-se que os tempos de medição desses equipamentos não costumamseguir distribuições normais. Teste as seguintes hipóteses (use α = 0, 05):

H0 : Mde = Mdm

H1 : Mde < Mdm,

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Solução

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Teste de Wilcoxon-Mann-Whitney

IntroduçãoEsse teste é utilizado para comparar a posição central de duas populações,com base em amostras independentes, extraídas aleatoriamente dessaspopulações.

ProcedimentoSejam n1 e n2 os tamanhos das amostras 1 e 2. Os n1 +n2 elementos de-vem ser ordenados em ordem crescente em termos da variável observada.

Atribua o posto 1 à menor observação, posto 2 à segunda menor observa-ção, e assim por diante, até atribuir o posto n1 +n2 à maior observação.Em caso de empate, adote o procedimento apresentado no Teste de Wil-coxon.

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

É pressuposto que os dados das duas amostras independentes provêm depopulações com distribuições contínuas.

Observada uma amostra pareada de n > 20 observações, defina w1 comosendo a soma dos postos da amostra 1.

Além disso, calcule

u = w1 − [n1(n1 + 1)

2]

Hipótese Nula

H0 : Md2 = Md1

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Estatística de Teste

Z0 =u− n1n2

2√n1n2(n1+n2+1)

12

∼ N(0, 1) se H0 é verdadeiro

Região Crítica

Hipótese Alternativa Critério de rejeição de H0

H1 : Md2 6= Md1 |z0| > zα2

H1 : Md2 > Md1 z0 > zαH1 : Md2 < Md1 z0 < −zα

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Exemplo 10 - [Bornia e outros(2009)]Um administrador de rede tem recebido insistentes reclamações de usuá-rios de que os tempos de processamento dos dois servidores da rede sãodiferentes, no que tange ao acesso. Visando conferir tal afirmação dosclientes, ele registrou os tempos de acessos (em segundos) de 30 usuáriosem cada servidor. Os dados estão na tabela abaixo:

Supondo-se que os tempos de acesso não seguem uma distribuição nor-mal, teste as seguintes hipóteses (use α = 0, 05):

H0 : Mde = Mdm

H1 : Mde 6= Mdm,(UFOP/EM/DEPRO) Métodos Estocásticos da Engenharia II 2019/1 65 / 67

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Solução

Da tabela acima, temos que w1 = 754.

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Seção 2 - Testes não-paramétricos

Bornia, A., outros, 2009. Estatística para Cursos de Engenharia eInformática. São Paulo: Atlas.

Hines, W., outros, 2006. Probabilidade e Estatística na Engenharia.Rio de Janeiro: LTC.

Montgomery, D., Runger, G., 2016. Estatística Aplicada eProbabilidade para Engenheiros. Rio de Janeiro: LTC.

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