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Hilti Portugal: A construir um futuro melhor Município de Ponte da Barca: Destino turístico e de investimento de excelência Este suplemento comercial faz parte integrante do Jornal O Sol e não pode ser vendido separadamente. Os textos que constam nesta publicação são da exclusiva responsabilidade dos seus participantes. Agosto 2017 N.º 2

Município de Ponte da Barca: Destino turístico e de investimento de ... · primeira loja do cidadão de segunda geração do país foi instalada em Ponte da Barca, temos uma biblioteca

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Hilti Portugal:

A construir um futuro melhor

Município de Ponte da Barca:

Destino turístico e

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Agosto 2017N.º 2

Festa das Vindimas

Ponte da Barca celebra tradição vitivinícola de 22 a 24 de setembroDe 22 a 24 de setembro, Ponte da Barca acolhe mais uma edição da Festa das Vindimas. Organizada pela Câmara Municipal de Ponte da Barca, o certame está fortemente ligado à tradição vitivinícola do concelho atestado pelo programa que continua a integrar momentos de grande simbolismo como o desfile 'A vinda do campo' (dia 22, às 21h), a Pisada das uvas (dia 23, às 21h), a Tirada do Vinho (dia 24, às 15h30) e a recriação de outros momentos chave das vindimas.

A música e dança tradicional com destaque para a atuação de artistas Cláudia Martins & Minhotos Marotos (dia 22, às 22h), o espetáculo do Grupo Vozes do Lima (dia 23, às 22h30), e a atuação dos Ranchos Folclóricos do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca, Vila Chã S. João, Lavradas e S. Martinho de Crasto, (dia 24, às 16h00), um Concurso de Marmelada Caseira ou a venda de artesanato e o saborear das iguarias que serão servidas na Feira das Tasquinhas e Artesanato, instalada no Centro de Exposição e Venda de Produtos Regionais, são outros dos motivos de interesse para uma visita a Ponte da Barca durante este fim de semana.

“Fizemos de Ponte da Barca um destino de turismo e de investimento de excelência”Ao longo de 12 anos enquanto edil de Ponte da Barca, António Vassalo Abreu mudou radicalmente a realidade socioeconómica do concelho. Depois de, no primeiro mandato, ter criado os alicerces necessários para dotar o município de uma assinalável cobertura em domínios como a acção social e a educação, o edil projetou uma estratégia de desenvolvimento que alia património cultural, histórico e paisagístico, transformando o concelho num destino turístico de excelência muito procurado e num apetecível território para investidores. O edil, que termina, por imposição legislativa, mais um ciclo bem sucedido da sua vida, conquistou definitivamente o coração dos barquenses… Num breve périplo pelas desafiantes artérias de Ponte da Barca, o povo é unânime quanto aos louvores, sentimento bem expresso nas últimas autárquicas, em que conseguiu reunir a preferência da população de Ponte da Barca em todas as assembleias de voto. Em entrevista, António Vassalo Abreu faz um balanço dos últimos 12 anos ao serviço de um concelho onde, atualmente, vale a pena viver e investir...

Entrevista com António Vassalo Abreu, Presidente da Câmara Municipal de Ponte da Barca

Encerra-se um ciclo político em Ponte da Barca com uma marcan-te presença do executivo liderado por Vassalo Abreu… O que fica no concelho, após estes 12 anos?Penso que ficará muita coisa, tal como ficará, naturalmente, muito por fazer. Recordo que quando cheguei à Câma-ra com a equipa, em 2005, o nosso ob-jetivo a longo prazo era transformar Ponte da Barca num destino turístico de excelência mas, antes disso, tínha-mos como prioridade fazer de Ponte da Barca um local onde se pudesse es-tar… Também recordo que, por exem-plo, ao nível da ação social, estávamos em último lugar no que concerne à co-bertura a nível distrital, ao passo que, neste momento, estamos na linha da frente. Em valências como creches, jardins-de-infância, centros de dia ou unidades de cuidados continuados, estamos neste momento muito bem equipados, o mesmo sucedendo no domínio da educação, onde fomos dos primeiros a fechar as antigas escolas primárias, que estavam com três ou quatro alunos e a criar dois centros escolares de excelência. E não terá sido por acaso que a abertura do ante-rior ano letivo se fez no Centro Esco-lar de Crasto, apontado como um dos melhores deste país. Depois de asse-gurarmos a concretização destas prio-ridades que considerámos básicas, procurámos criar todas as condições para tornarmos Ponte da Barca um destino turístico de excelência, objeti-vo hoje concretizado. Oferecemos atualmente a quem nos visita exce-lentes unidades hoteleiras, com mais de 60 casas de turismo de habitação e de turismo rural, dois hotéis de qua-tro estrelas recentemente inaugura-dos e um hostel reaberto, para além do que já tínhamos, o que demonstra que conseguimos captar o interesse

de investidores privados. Para além disso, a ponte que liga Lavradas a Pe-dreiro, uma aspiração de muitos anos, foi concretizada há relativamente poucos anos; tivemos a primeira loja interativa de turismo da zona norte, a primeira loja do cidadão de segunda geração do país foi instalada em Ponte da Barca, temos uma biblioteca muni-cipal de nível quatro numa escala de zero a cinco, fizemos um novo quartel da GNR, temos uma Casa da Cultura de que nos podemos orgulhar, recu-perámos o edifício dos Paços do Con-celho, temos a porta de entrada do Parque Nacional Peneda-Gerês e recu-perámos o Castelo do Lindoso, um ponto emblemático do nosso conce-lho… Ao nível da recuperação e da re-generação urbana, desenvolvemos também um significativo esforço, no-meadamente no que concerne às aces-sibilidades… Enfim, creio que fizemos o possível e diria que o possível não foi pouco. Claro que gostaríamos de ter mais… De tudo o que nos propuse-mos fazer, só falta mesmo a ligação a Braga…

Se tivesse que eleger um marco, qual seria o seu maior orgulho ao longo destes 12 anos de exercício?Não é fácil eleger um marco em 12 anos… talvez a forma como fui eleito em 2013, que me deixou profunda-mente feliz porque ganhei – eu e o Partido Socialista - as eleições não só em todas as freguesias como também em todas as secções de voto.Sob o ponto de vista da proximi-dade, também deixa um exemplo ímpar. O município de Ponte da Barca traduz hoje uma realidade díspar do restante país face à pos-tura do seu autarca, que anda dia-riamente a pé pelas ruas do seu concelho, cruza-se com os muníci-

António Vassalo Abreu, Presidente da Câmara Municipal de Ponte da Barca

pes e não nega um pedido de con-versa… É isto, na sua perspetiva, ser autarca?Antes de mais, devo frisar que não nasci em Ponte da Barca… Só agora tenho família cá porque já tenho ne-tos mas costumo dizer que sou natu-ral de Esposende, casei em Paredes de Coura e, agora, sou de Ponte da Barca. Vim parar a Ponte da Barca com 34 anos, já lá vão 32 anos, como chefe de finanças… 12 anos depois, fui morar para Braga e, passados oito anos, os barquenses fizeram de mim presiden-te de câmara. Desde sempre, procurei ter esta proximidade com as pessoas, quer a nível profissional, quer agora como autarca e, como bem referiu, ando muito a pé, sendo que também moro perto da Câmara. Mas esta pro-ximidade que tenho com as pessoas vem desde sempre. Sou uma pessoa de origem humilde e sei, por cons-ciência própria, o que é lidar com al-gum elitismo. E não me refiro apenas a uma questão política. Esta foi a edu-cação que tive dos meus pais: tratar todas as pessoas por igual. As oportu-nidades têm que ser iguais para todos e foi também isso que persegui ao longo destes 12 anos, enquanto presi-dente de câmara. A política local é isso mesmo e confesso que conheço presi-dentes de câmara de grandes centros que também revelam esta postura: Fernando Medina, amigo que conhe-ço há muitos anos, anda na rua em Lisboa… Quando fui candidato à pre-sidência da câmara, disse que a porta estaria sempre aberta e o senhor jor-nalista testemunhou isso mesmo, an-tes de iniciarmos esta entrevista…

Confirmo a veracidade do que aca-ba de afirmar e proponho que nos debrucemos agora sobre a sua grande prioridade para o manda-to que agora termina, o turismo. Além da vasta riqueza patrimo-nial, paisagística e imaterial que Ponte da Barca possui, o seu exer-cício também deixa um marco quanto ao reconhecimento da na-talidade de Fernão de Maga-lhães…Ponte da Barca é um concelho com história… Quando se diz que Ponte de Lima é a vila mais antiga do país, este dado pode ser confrontado com o facto de Ponte da Barca também ter registos históricos quanto às suas origens que remontam igual-

do, no grande projecto de Circum--Navegação de Fernão de Magalhães e revela uma enorme dinâmica de missão em elevar a vida e a obra des-te navegador a categoria mundial. Esta aprovação representa mais uma conquista, fruto do empenho e resiliência em defender os interes-ses da nossa terra e defender Fernão de Magalhães como Barquense. Re-corde-se que a Câmara Municipal desenvolveu muitos esforços no sentido de levar a cabo iniciativas de valorização da importância deste filho de Ponte da Barca. Depois do nome de uma rua e de uma praça na vila barquense, do apoio à publica-ção de trabalhos científicos sobre ele e o seu tempo e da atribuição do seu nome ao Centro Interpretativo, a autarquia prestou-lhe mais um tri-buto com a inauguração de um mo-numento na praça com o mesmo nome do navegador e viu aprovada a admissão de Ponte da Barca à rede das cidades Magalhãnicas.

Quanto ao turismo, que tem sido uma realidade em franco cresci-mento no concelho de Ponte da Barca…Felizmente… Temos indicadores ex-tremamente positivos e salientaria um dado significativo que se prende com a taxa de ocupação numa época tradicionalmente baixa, em novem-bro e dezembro, que se traduziu em 68 por cento; as subidas às portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês su-biram, em 2016, 20,8 por cento relati-vamente a 2015, isto sem contar com as visitas escolares… Não posso dei-xar de referir que passaram pelas ins-talações da Associação de Desenvolvi-mento das Regiões do Parque Nacio-nal da Peneda-Gerês 1243 turistas estrangeiros à procura de informação, o que traduz um aumento de 36 por

mente a 1125, por foral de Dona Te-resa. Ponte da Barca é um concelho antigo e com história mas confesso que, quando cheguei à Câmara, nun-ca tinha ouvido falar na hipótese de Fernão de Magalhães ser natural de Ponte da Barca, embora soubesse que teria tido cá familiares. Ainda assim, entendo que mais importan-te do que a naturalidade é a univer-salidade de Fernão de Magalhães. No entanto, o seu a seu dono e, como tal, nunca poderíamos estar fora desta rede. É hoje inquestioná-vel que Fernão de Magalhães nasceu em Ponte da Barca e que daqui saiu para o mundo. E não existe nenhum historiador português que afirme o contrário. Ainda recentemente, o Professor Amândio Barros publicou

cento face a 2015… Mas o que mais me deixa satisfeito é constatar que quem investiu superou as expectati-vas iniciais, com um excelente retor-no, essencialmente devido ao afluxo de turistas estrangeiros que procu-ram turismo paisagístico, de nature-za, de aventura e patrimonial. E, feliz-mente, também são cada vez mais os portugueses que nos visitam, sobre-tudo aos fins-de-semana.

Que fatores sustentarão essa pro-cura?Desde logo, a gastronomia de exce-lência. Na época da lampreia, por exemplo, existem restaurantes em Ponte da Barca onde é necessário

uma segunda edição da obra O Ho-mem que Navegou o Mundo, em busca das origens de Magalhães, em que afasta todas as outras possibili-dades. Refere o autor que “a univer-salidade em Magalhães conta muito e isso está fora de dúvida. Mas tam-bém conta muito o sentimento de pertença e de identificação de uma comunidade com os seus antepassa-dos e a questão da naturalidade de Fernão de Magalhães deve consti-tuir o exemplo da forma como a in-vestigação histórica rigorosa permi-tiu colocar esta figura no seu devido lugar, entre os naturais de Ponte da Barca, das Terras da Ribeira Lima, de Entre Douro e Minho, obra que se deve a investigadores como Quei-rós Veloso, António Baião ou Aveli-

proceder-se a uma marcação com muita antecedência. Realizamos seis domingos gastronómicos por ano, que incluem Lampreia, Cozido à Portuguesa, Cabrito à Serra Ama-rela, Arroz de Sarrabulho, Posta Barrosã e o Naco à Terras da Nóbre-ga. Paralelamente, temos o nosso Vinhão… Em termos de perfil, te-mos uma procura turística muito di-versificada, que inclui o turismo histórico e cultural, domínio em que temos três mosteiros e pontes que integram a Rota Românica, além de sermos Caminho de Santiago; mas o que está a trazer atualmente muita gente a Ponte da Barca é a Reserva Mundial da Biosfera… No Parque de Campismo de entre Ambos os Rios vêem-se caravanas de toda a Euro-pa… Por outro lado, no Lindoso, te-mos a maior concentração de espi-gueiros da Península Ibérica, com cerca de 70 só junto ao Castelo, onde temos um Centro Interpretati-vo da região. Depois, temos magní-ficas lagoas no Parque Nacional da Peneda-Gerês, algumas muito pro-curadas sobretudo por amantes de canyoning. Por fim, a nossa cultura popular que atrai muita gente, no seio da qual destacaria a que consi-

no Jesus Costa”. Fernão de Maga-lhães nasceu na freguesia de Paço Vedro de Magalhães, ou seja, em Paço Velho de Magalhães e no seu testamento, que se encontra em Se-vilha, lê-se que “é oriundo do lugar de la Puente de La Barca, de las Ter-ras de Nóbrega”, designação ante-rior do concelho de Ponte da Barca. Por conseguinte, entendemos que teríamos que estar integrados na rede das cidades magalhãnicas, algo que nos foi naturalmente reconheci-do. Foi aprovada, no dia 20 de janei-ro, a admissão de Ponte da Barca à rede das cidades Magalhãnicas, composta por várias cidades e vilas mundiais que reclamam para si um conjunto de evidências e factos his-tóricos que as integraram, no passa-

dero a mais genuína do Alto Minho, a romaria tradicional de São Barto-lomeu, que agrega milhares de con-certinas na noite de 23 para 24 de agosto, mantendo a génese secular que a caracteriza.

Findado um ciclo político, em quem deposita a sua confiança para um trabalho de continuidade ao serviço do concelho?O meu sucessor, que desejo venha a ser o Inocêncio Araújo, é uma pessoa com provas dadas à comunidade. E lembro, por exemplo, o facto de, ape-sar de ter apenas 42 anos de idade, ter sido presidente de junta de Entre Am-bos os Rios ao longo de 12 anos, onde a sua obra está à vista. Além disso, é presidente do Centro Social de Entre Ambos os Rios, instituição que cons-titui uma referência a nível distrital, onde se destaca um lar e centro de dia que “só” criou 40 postos de trabalho… Diria que é o meu homem de ação. Durante 12 anos, foi o meu adjunto, conhece melhor do que ninguém a realidade deste concelho, as pessoas e as suas necessidades e, por conse-guinte, o Inocêncio Araújo tem todas as condições para ser um excelente presidente de câmara.

“Tenho muito orgulho em ter acompanhado o Presidente Vassalo Abreu nesta transformação que foi feita em Ponte da Barca”

Nascido em Ponte da Barca há 42 anos, Inocêncio Araújo afirma-se orgulhosamente como “filho da terra”, onde sempre viveu e trabalhou. Licenciado em gestão comercial e contabilidade, apesar da tenra idade, acumula já uma abrangente experiência profissional, tendo trabalhado como técnico administrativo no setor do imobiliário e construção civil antes de assumir as funções de Adjunto do Presidente da Câmara Municipal de Ponte da Barca. Com apenas 27 anos de idade foi eleito presidente da Junta de Freguesia de Entre Ambos-os-Rios, onde cumpriu os três mandatos que a lei limita, tendo sido, ao longo dos últimos 12 anos, o “braço direito” do ainda Presidente Vassalo Abreu. Durante este período, Inocêncio Araújo, que hoje se perfila como candidato a presidente da câmara, participou ativamente no movimento associativo do concelho, servindo instituições como o Centro Social Entre Ambos-os-Rios, a Associação Cultural Recreativa e Desportiva Entre Ambos-os-Rios, a Associação Desportiva de Ponte da Barca ou a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ponte da Barca, entre outras. Em entrevista, Inocêncio Araújo assume que este é um dos mais importantes marcos do seu legado ao serviço da terra: “Orgulho-me particularmente de ter ajudado a constituir o Centro Social de Entre Ambos-os-Rios, instituição que diariamente presta apoio a mais de 100 pessoas e emprega 40 pessoas de Ponte da Barca”, acrescentando que “não precisei de estar à espera da cadeira de presidente da câmara para contribuir para o bem-estar da população barquense. Estive, estou e estarei sempre por cá, com o objetivo de fazer com que Ponte da Barca se transforme numa terra de mais e melhores oportunidades, com novas empresas, novos empreendimentos, mais emprego, e que seja uma terra com boa qualidade de vida, onde novos e menos novos, todos se sintam bem, onde quem cá está queira ficar e quem tenha saído queira regressar”.

Entrevista com Inocêncio Araújo, adjunto do Presidente da Câmara Municipal de Ponte da Barca e candidato à presidência da autarquia

Durante 12 anos, assumiu o cargo de presidente de junta, numa fre-guesia do concelho de Ponte da Barca, tendo acumulado ainda mais 12 anos enquanto adjunto do atual presidente de câmara… Com apenas 42 anos, metade da sua vida foi dedicada ao poder au-tárquico…Comecei a minha vida política ativa aos 26 anos, a convite do Presidente Vassalo Abreu, que concorria à Câma-ra Municipal de Ponte da Barca. Na al-tura, aceitei o seu projeto, que incluía a minha candidatura à presidência da Junta de Freguesia de Entre Ambos--os-Rios, o que constituía um desafio arrojado, uma vez que, por um lado, aquela freguesia nunca tinha sido pre-sidida por outra cor política que não o PSD e, por outro, eu era um jovem… O certo é que as pessoas acreditaram em mim e venci as eleições. o PS não conquistou a Câmara, mas quando tal aconteceu quatro anos mais tarde, o Presidente Vassalo Abreu convidou--me para ser seu adjunto na Câmara, enquanto simultaneamente iniciava o meu segundo mandato em Entre Am-bos-os-Rios. Ou seja, cumpri 12 anos de presidente de junta, função que tive que deixar devido à limitação de mandatos, tendo continuado com o Presidente Vassalo Abreu na Câmara, onde acumulo 12 anos de adjunto, o que me permitiu colher um conjunto de experiências no domínio autárqui-co. E agora, respondendo ao apelo de muita gente e do próprio partido, de-cidi disponibilizar-me para ser candi-dato à Câmara Municipal de Ponte da Barca.

E o que poderá representar essa experiência de 12 anos ao serviço da Junta de Freguesia de Entre Ambos-os-Rios?

Desde logo, representa para mim um orgulho ter vivido essa experiência… Aliás, costumo afirmar que sou candi-dato a presidente de câmara porque fui presidente de junta. E é com senti-mento de causa que afirmo que a fre-guesia é o órgão mais próximo da po-pulação. Ali vive-se efetivamente a política autárquica de uma forma di-ferente e essa experiência faz-me sen-tir preparado até para adoptar um re-lacionamento com as freguesias de forma muito próxima e cuidada.

É notório o desenvolvimento evi-denciado pelo município de Ponte da Barca ao longo dos últimos 12 anos, nomeadamente em domí-nios como a economia, a captação de investimento, a retoma do em-prego ou a potenciação do turis-mo. Face a estes indicadores e presumindo que a sua proposta assente numa continuidade, que espaço restará para a definição de novas metas e rumos?Antes de mais, quero deixar bem claro que tenho muito orgulho em ter acompanhado o Presidente Vassalo Abreu nesta transformação que foi feita em Ponte da Barca. O município apresentava um conjunto de proble-mas e carências ao nível dos equipa-mentos, da infraestruturação de aces-so ao saneamento e de outras infraes-truturas básicas que o colocavam num patamar muito atrasado relativamen-te aos restantes concelhos do distrito. O Presidente Vassalo Abreu, junta-mente com a sua equipa, conseguiu transformar Ponte da Barca num con-celho ao nível do que melhor temos no distrito. E nalguns aspectos, esta-mos até na primeira linha… Refiro--me concretamente ao domínio so-cial, em que Ponte da Barca se encon-tra hoje referenciada como um exem-

Inocêncio Araújo

plo a nível distrital, tendo passado de indicadores muito baixos a muito satis-fatórios. A título de exemplo, à entrada do Presidente Vassalo Abreu, Ponte da Barca tinha um único lar de idosos, ao passo que hoje dispõe de três. Por outro lado, foi feito um enorme investimento nos centros escolares, entre constru-ções erequalificações.Em suma, a acção social e a educação foram duas apostas determinantes nos dois primeiros mandatos. E ainda bem que assim foi porque, face à crise instalada em 2008, diria que a reali-dade não foi tão adversa em Ponte da Barca porque a câmara soube prepa-rar-se, essencialmente ao nível social. Mas também ao nível das acessibili-dades suportámos grandes investi-mentos que ajudaram a dotar hoje o concelho de uma centralidade que não tinha, o mesmo sucedendo com o pólo empresarial no Rodo, igualmen-te suportado na íntegra pela autar-quia e cuja expansão é uma das mi-nhas intenções para o próximo man-dato. No turismo, destaco a impor-tantíssima promoção do território que foi levada a cabo, potenciando elementos culturais, em particular a figura de Fernão Magalhães que nun-ca tinha sido evidenciada e que proje-tou Ponte da Barca para a região, para o país e também para o exterior; a preservação das nossas tradições, pe-las inúmeras atividades que fomos desenvolvendo; o Parque Nacional da Peneda Gerês, que foi tratado de uma forma diferente, elevando a questão da reserva da biosfera e concedendo--lhe mais visibilidade. Ou seja, a Câ-mara elegeu como ponto de partida para a promoção do território as suas próprias potencialidades, dando-lhes a necessária evidência. O que resultou numa projecção e num impulso tal que fez perceber, até aos investidores privados, que o território tem poten-cialidades que valem a pena explorar. E isso sentiu-se: o privado apareceu, investiu, nasceram unidades hotelei-ras, um parque de campismo em En-tre Ambos-os-Rios e algumas peque-nas empresas com atividades comple-mentares à turística. E o caminho passa por aí: apostar na mobilidade, criando por exemplo mais quilóme-tros de ecovia, mais e melhores tri-lhos, aproveitar a criação de um espa-ço de co-working na sede do concelho, cuja candidatura já se encontra apro-vada, e criar um espaço semelhante

na zona de Lavradas, destinado à ins-talação de jovens empreendedores, preferencialmente barquenses, com gabinetes e comunicações gratuitas.

Apesar das condições criadas es-sencialmente pelos autarcas, ao longo das últimas décadas, nos territórios do interior do país e em outros considerados de baixa densidade, os indicadores permi-tem-nos concluir que a desertifi-cação continua a ser uma realida-de… Em que medida constitui esse fenómeno também uma preo-cupação em Ponte da Barca?Ponte da Barca tem conseguido estag-nar esses indicadores… Não tendo au-mentado o número de população resi-dente, também não apresenta uma diminuição acentuada. Mas o fenó-meno está presente nas nossas cogi-tações. Temos que trazer novas pes-soas para Ponte da Barca. Não acredi-to que, pelo menos a médio prazo, as coisas possam inverter substancial-mente em termos de natalidade mas, por outro lado, as condições que o concelho oferece já são muito satisfa-tórias, a qualidade de vida é boa e já vemos pessoas de outras regiões que apostam em deslocar-se para conce-

lhos do interior, sendo Ponte da Barca um exemplo disso. E acredito que esse será um fenómeno que irá acentuar--se no futuro. A verdade é que consta-tamos diariamente que o turista que nos visita fica muito agradavelmente surpreendido face à qualidade dos di-versos espaços que o servem, desde a hotelaria às empresas de animação tu-rística, passando pelos nossos postos de turismo ou pelos locais onde promo-vemos algum acompanhamento. E, também por isso, temos empresas de animação turística que não são de cá, mas que já se encontram instaladas em Ponte da Barca, algumas das quais mu-daram mesmo a sua sede para o conce-lho. Tudo isto mostra que a nossa apos-ta tem que ser por esta via, não descu-rando a questão empresarial, nomea-damente o setor industrial, a que temos que estar atentos. Existem es-paços no concelho onde é possível fo-mentar esse tipo de atividades, ainda que, a determinada altura, tenham desperdiçado essa oportunidade em Ponte da Barca face à existência de fundos comunitários de apoio.

Que principais projetos gostaria de ver concretizados no municí-pio?

Entendo que devemos apostar na mo-dernidade. Quando refiro a criação de espaços de co-working, não se tra-tando propriamente de um conceito novo, a verdade é que ainda não é prática habitual na nossa região. Sa-bemos hoje que as empresas, parti-cularmente em áreas tecnológicas e da informação, necessitam de pouco espaço para fazerem muito… Vamos tentar perceber até junto das uni-versidades quais são os jovens bar-quenses com potencial empreende-dor e a que áreas se dedicam e ten-tar criar condições para que possam desenvolver em Ponte da Barca os conhecimentos e as competências que adquiriram. E criaremos espa-ços para isso: para pensamentos, para tecnologias e para o desenvol-vimento de novas empresas. Por ou-tro lado, procuraremos potenciar as atividades ligadas ao turismo, poten-ciando o surgimento de mais unida-des, porque percebemos que o territó-rio terá que dar resposta a um aumen-to de procura na área do turismo. Existem oportunidades a explorar, existe espaço para o crescimento e es-taremos atentos ao fenómeno en-quanto motor de desenvolvimento do território.

Um exemplo de proximidade entre município e munícipeCom a prioridade centrada nas pessoas, desde o início que a política do executivo cerveirense se baseou no humanismo, na proximidade e na cidadania ativa, e tem sido em torno destes conceitos que a Câmara Municipal tem orientado a atuação junto das populações e daqueles que visitam.A proximidade entre município e munícipe foi amplamente trabalhada através do conceito de autarquia de ‘porta aberta’ em que, mesmo havendo dias específicos para atendimento, quer o Presidente da Câmara Municipal quer os respetivos vereadores com pelouros atribuídos, estão sempre recetivos para bem receber os munícipes no imediato, mediante disponibilidade de agenda.Para agilizar esta relação município e munícipe, foi ainda implementado um conjunto de ferramentas de desburocratização e informatização como a criação de uma nova página municipal, com caraterísticas mais funcionais, intuitivas e responsivas, e do lançamento do Portal Geográfico que permite aos cidadãos consultar os instrumentos de gestão territorial e requerer plantas de localização sem terem a necessidade de se deslocar às instalações da Câmara Municipal.No âmbito da cidadania ativa, destaque para o Orçamento Participativo de Vila Nova de Cerveira e para a valorização da relação transfronteiriça Cerveira-Tomiño, através da criação de uma programação cultural conjunta e de projetos mútuos, para além da figura de Provedor Transfronteiriço, e do processo de Orçamento Participativo Transfronteiriço.

Entrevista com Fernando Nogueira, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira

Que balanço faz do mandato que agora termina? Acreditando que a valorização de um território tem de estar alicerçada nas pessoas, e partindo da premissa de que a atividade política só faz sentido como projeto coletivo ao serviço do bem comum, a atuação deste executi-vo cerveirense tem primado por uma política de humanismo alicerçada na proximidade, solidariedade, transpa-rência e atratividade.As pessoas estão no centro das priori-dades, por isso a nossa gestão está centrada nas pessoas e a adoção de uma política de baixa fiscalidade foi uma opção imediata, de forma a in-centivar uma maior equidade social e justiça fiscal.

Entre os objetivos definidos, quando assumiu funções em 2013, quais considera terem sido atingi-dos?Ao longo do presente mandato já em-preendemos várias ações de grande, média e pequena dimensão, e todas com um denominador comum: me-lhorar a qualidade de vida dos cervei-renses. Como alguns exemplos temos a requalificação profunda da Piscina Municipal (2 milhões de euros); a co-locação de relvado sintético no Está-

dio Municipal Rafael Pedreira (250 mil euros); a beneficiação do Estádio 1º de Janeiro (600 mil euros); a 2ª fase da Ecopista do Rio Minho com li-gação ao concelho de Valença (600 mil euros); a adaptação de edifício para a sede da Unidade Local de Covas (80 mil euros); a melhoria do abasteci-mento de água em várias freguesias, com destaque para um grande esforço financeiro na freguesia de Covas com a construção de dois reservatórios de água (300 mil euros); modernização e beneficiação das redes de água e sa-neamento (500 mil euros); requalifi-cação e manutenção das redes viárias e acessibilidades de proximidade nas várias freguesias (750 mil euros anuais); transferências diretas para as freguesias com uma média superior anual de 400 mil euros em numerário.No entanto, e não desvalorizando as grandes obras, há também muitas e pequenas ações de grande impacto no dia a dia dos cerveirenses. Desde logo a constituição de parcerias estratégi-cas para a dinamização empresarial do concelho, resultando em dois po-los industriais lotados que absorvem constantemente muita mão-de-obra, proporcionando salários atrativos e acima da média; implementação do Serviço de Teleassistência materiali-zado na rede móvel; conservação de património municipal e associativo de interesse público; incentivo a um maior envolvimento comunitário em eventos culturais como o Crochet Sai à Rua e a BIA – Artes e Ofícios Tradi-cionais; consolidamos eventos des-portivos e atraímos novas modalida-des e provas com imediata projeção nacional. E, porque somos um conce-lho que preservamos o bem-estar ani-mal, implementamos um regulamen-to inovador que visa a esterilização gratuita de animais de companhia, de forma a minimizar os efeitos do aban-dono.Temos os impostos nos limites míni-mos exigidos por lei desde logo com a

redução significativa do IMI para fa-mílias com dois ou mais filhos; a de-volução de 2,5% de IRS aos cerveiren-ses e o compromisso de investir parte do valor arrecadado no apoio social; e aplicamos benefícios para os investi-dores.Introduzimos alterações afetas ao Cartão do Idoso ‘Idade+’, nomeada-mente a redução de 50 por cento no pagamento do consumo da água, sa-neamento e tarifas de lixo; duplicou--se a comparticipação municipal na aquisição de medicamentos; e avan-çou-se com o serviço de bricolagem solidária ‘Casa Nova’, entre um vasto conjunto de políticas sociais.Na área da Educação, aumentamos o número de estudantes do ensino su-perior a beneficiar de bolsas de estu-do, bem como alargamos a gratuitida-de dos transportes escolares até ao 12º ano de escolaridade.A proximidade entre Município e Mu-nícipe também foi amplamente traba-lhada através do conceito de autar-quia de ‘porta aberta’, da implemen-tação de ferramentas de desburocrati-zação e informatização, e de uma rede de wi-fi em todas as freguesias. Não obstante, e fomentando a cidadania ativa, também avançamos com o Or-çamento Participativo 2015 e 2016. No dossier da cooperação transfron-teiriça impulsionamos a Amizade Cerveira-Tomiño com resultados mui-to positivos, desde o Orçamento Par-ticipativo Transfronteiriço, a criação da provedoria transfronteiriça, e a ce-reja no topo do bolo, a criação de um parque natural transfronteiriço de 24ha, cuja concretização só será pos-sível com a construção de uma traves-

sia pedonal e ciclável sobre o rio Mi-nho, num processo que está a dar os primeiros passos.

Por outro lado, o que lamenta não ter conseguido alcançar e que mo-tivos estarão subjacentes a esses incumprimentos?Fundamentalmente, duas coisas: por um lado, resolver definitivamente o im-passe que envolve a utilização do Caste-lo de Cerveira, e que já se arrasta desde 2008, pelas dificuldades de aparente imobilismo por parte de alguns serviços da administração central com compe-tências na matéria; por outro lado, a conclusão dos objetivos que tínhamos relativamente à ampliação da drena-gem de águas residuais nas freguesias onde tal era possível pela drenagem gra-vítica, porque as candidaturas a fundos comunitários ainda estão por resolver.

Quais serão os seus objetivos se vol-tar a vencer as próximas eleições? Um autarca nunca se pode dar por sa-tisfeito com a obra feita ou em curso, por isso temos diretrizes muito claras e concretas para continuar a criar di-nâmicas constantes em prol da afir-mação nacional e internacional de Vila Nova de Cerveira.Entre os vários projetos ambiciosos e de desenvolvimento sustentável pre-vistos encontra-se o Parque Trans-fronteiriço Castelinho-Fortaleza, com cerca de 20ha, através de uma ponte pedonal/ciclável sobre o rio Minho, no âmbito da cooperação transfron-teiriça Cerveira-Tomiño; o polígono industrial de Cerveira e Valença ao longo de 314 ha junto à EN 13; a 3ª fase da Ecovia; a requalificação da Es-

cola Básica e Secundária de Vila Nova de Cerveira; o ‘Mobilidade Urbana Sustentável’.Precisamos ainda de trabalhar no alar-gamento da oferta hoteleira através da captação de potenciais investidores pri-vados, por um lado; e fomentar a oferta habitacional no concelho, com maior incidência junto dos polos industrias de Cerveira, por outro lado. Continuar a investir na rede de água e saneamento; reforçar a requalificação das principais vias de rede viária municipal; promover o alargamento da Tecnologia LED na iluminação pública de todas as fregue-sias, de modo a, sem aumento de custos para a autarquia, manter a IP ligada toda a noite.A aposta no turismo sustentável, e o de natureza em particular, é igualmente

uma prioridade, possibilitando expe-riências nos rios Coura e Minho, e fre-guesias envolventes; assim como con-solidar a marca ‘Cerveira, Vila das Ar-tes’.Ao nível de apoios diretos aos cervei-renses, prevêem-se alterações aos re-gulamentos municipais de taxas e ta-rifas, de forma a introduzir uma maior atenção e equidade social para famílias numerosas e famílias mais desprotegidas, bem como a criação do Espaço do Cidadão e de serviços de apoio descentralizados.Continuamos empenhados em que a administração central permita resolver definitivamente a utilização do Castelo de Cerveira, através do programa Revi-ve ou de outra iniciativa que sirva os vá-rios interesses em equação.Fernando Nogueira, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira

“Em oito anos, criámos muita riqueza e postos de trabalho”Há dois mandatos a semear para colher a preferência dos munícipes de Celorico de Basto, Joaquim Mota e Silva teve o condão de, através de uma gestão rigorosa em termos financeiros e pragmática ao nível da gestão estratégica do desenvolvimento territorial, incrementar significativamente a qualidade de vida e a apetência pelo investimento no concelho. Ao fim de oito anos, a autarquia recuperou como poucas, reduziu substancialmente a dívida e a capacidade de financiamento e ainda conquistou uma substancial margem de investimento, com um enfoque muito direcionado para as pessoas. A criação de emprego e o incremento da qualidade de vida em vários domínios transversais à vivência diária, como a promoção do acesso em condições de excelência à educação, à saúde, à ação social, à cultura, ao lazer e à segurança, têm sido os principais pilares das políticas implementadas por Joaquim Mota e Silva. Durante os últimos anos, muitos empresários e investidores reconheceram as potencialidades do concelho em setores como o calçado ou o turismo, criando empregos qualificados e contribuindo para a fixação da população, cujos índices de natalidade se destacam no panorama nacional.

Entrevista com Joaquim Mota e Silva, Presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto

Ao longo do atual mandato autár-quico, sobressai em Celorico de Basto o crescimento industrial do município e o crescimento do em-prego que, a par da fixação da po-pulação, parecem ter sido as gran-des prioridades…Este mandato autárquico acabou por dar seguimento ao que aconteceu nos anos anteriores, traduzindo uma forte aposta na criação de emprego, nomea-damente em duas vertentes fundamen-tais para o concelho: a indústria, sobre-tudo no setor do calçado, do têxtil e de outras áreas tecnologicamente avança-das, que conseguiram criar riqueza e muitos postos de trabalho através da instalação de várias unidades fabris em Celorico de Basto. E não devemos es-quecer o contexto em que iniciámos este mandato, com o cenário de crise que assolava o país… Simultaneamen-te, conseguimos implementar uma di-nâmica muito importante na área do turismo, com a instalação de muitas unidades em domínios da hotelaria, do turismo rural e de habitação, dotando o concelho de cerca de 300 quartos. A perspetiva aponta para que tenhamos 700 quartos dentro de pouco mais de três anos, transformando este setor

intervir durante os próximos anos, no sentido de termos gente jovem e gente licenciada do concelho a trabalhar cá com mais rendimento e, simultanea-mente, atrair gente de fora. Outra área em que apostámos fortemente ao longo dos últimos anos foi a educação, dotan-do o concelho de equipamentos moder-nos para as crianças e jovens e com as melhores condições disponíveis para que professores, alunos, funcionários e encarregados de educação possam de-sempenhar as suas funções. O investi-mento em curso, orçado em 1,3 milhões de euros, para a requalificação da Escola EB 2/3 Secundária de Celorico de Basto, somado ao investimento para a requali-ficação das EB 2/3 de Gandarela e da Mota e ao apoio que demos nos ma-nuais escolares e, fruto desta feliz ini-ciativa do Governo que passou a fazê-lo, passaremos a oferecer esse apoio nos cadernos de atividades, demonstra bem o apoio total que oferecemos nesta área da educação. Depois, temos outra linha

num gerador direto e indireto de postos de trabalho. Em conjunto, esta dinâmi-ca nas áreas da indústria e do turismo permitiram ainda que o comércio e os serviços se desenvolvessem, o que é pa-tente na instalação de novos negócios por parte de jovens empreendedores lo-cais. É preciso não esquecer igualmente um importante setor como a agricultu-ra, num dos concelhos do mundo que mais e melhor vinho verde produz e ex-porta… Ao fim destes anos, a leitura dos dados que temos permite-nos per-ceber que nunca foram criados tantos postos de trabalho, com pessoas a des-contar para a Segurança Social nem tan-tas empresas devidamente registadas como neste momento.

A par desse crescimento do em-prego no concelho, constata-se que a oferta combina hoje qualifi-cação, associada a essas novas empresas instaladas…Sim, essa é precisamente outra vertente em que temos vindo a apostar e que já está a dar frutos, ou seja, a atração de empresas que dão espaço a mão-de-o-bra qualificada, nomeadamente a jo-vens com formação superior. E é tam-bém nessa linha que continuaremos a

extremamente importante, a da ação social, em que implementámos progra-mas de apoio às pessoas mais carencia-das e excluídas e, por outro lado, uma interligação muito forte com as IPSS, que têm criado valências e respostas so-ciais a todos os níveis, demonstrando uma capacidade ímpar em toda a região e com investimentos significativos, ob-viamente em parceria com o município. Este setor da economia social é hoje muito forte em Celorico de Basto, dan-do emprego a cerca de 400 pessoas.

Posto isto, pergunto-lhe se consi-dera já ter atingido o objetivo de-finido há sensivelmente oito anos, de tornar Celorico de Basto um bom concelho para viver.Claro que Celorico de Basto é hoje um bom concelho para viver. Não só por-que tem emprego, educação e ação so-cial a um bom nível mas também por-que, ao longo dos últimos seis anos, o permaneceu no top 20 no que concer-

Joaquim Mota e Silva, Presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto

ne a índices de segurança, ao que não é alheio mais uma vez um trabalho de parceria que desenvolvemos com a GNR, em que disponibilizamos o que é necessário, nomeadamente através da requalificação do posto local. Por outro lado, este é um concelho que trabalha com um enfoque muito especial nas fa-mílias, com o intuito de fomentarmos a atratividade e de fixarmos as pes-soas. Também por isso, elegemos do-mínios como a oferta desportiva como fortes apostas e, passados estes anos, podemos dizer que nunca houve tan-tas modalidades praticadas, atletas inscritos e coletividades a funcionar em Celorico. E nunca foi tão fácil às crianças, jovens e adultos do concelho terem acesso ao desporto e em condi-ções de excelência. Também a área cul-tural se tem desenvolvido significati-vamente no concelho e, hoje em dia, temos muita gente, de várias idades, a praticar teatro, música, dança e outras artes. Celorico é hoje um concelho que fervilha atividade cultural, assim como lazer. Naturalmente, quando junta-mos todas estas características, cons-tatamos que existe qualidade de vida

em Celorico de Basto: desde a vivência numa terra com emprego, que em cola-boração com as entidades competen-tes e fruto de uma linha de apoio con-cedida pela autarquia para a vinda de profissionais de saúde para o concelho, oferece bons cuidados de saúde, bons cuidados de educação, uma forte ação social, um excelente ambiente, uma excelente oferta cultural, desportiva e de lazer, uma comunidade segura e acolhedora, uma proximidade muito satisfatória à capital do norte e à capi-tal do distrito… É importante frisar que, se conseguimos assegurar uma série de investimentos a todos os ní-veis importantes para a população, foi porque adoptámos uma gestão muito rigorosa da câmara municipal, com um

funcionamento muito positivo, encon-trando-nos hoje seis milhões de euros abaixo do limite de endividamento e com um prazo médio de pagamento aos fornecedores de 19 dias. Isto ape-sar de todos os investimentos que fize-mos e dos que projetamos fazer… Nos próximos três anos, prevemos investir mais de 10 milhões de euros, com a de-vida comparticipação de fundos comu-nitários, em infraestruturas que consi-deramos importantes para o concelho.

Quem conhece Celorico de Basto reconhece o território como uma espécie de oásis escondido neste país, que combina harmoniosa-mente atributos naturais como ambiente, riqueza paisagística e patrimonial com um desenvolvi-mento sustentado. Num convite à visita do concelho, que destaques enumeraria?De facto, sempre primámos, nesta combinação de desenvolvimento, por um respeito enorme pelo meio ambien-te e por um urbanismo que não fosse agressivo. Temos vários ex-libris, desde o Castelo e o Mosteiro de Arnoia e a an-tiga Vila de Basto, sede do concelho até 1719, passando pela Serra do Viso, pelo Planalto da Lameira, com os seus vestígios arqueológicos ou os moinhos de Argontim… Depois, temos alguns elementos da Rota do Românico que constituem um património cultural ex-traordinariamente valioso e que deve ser visitado. Como é natural nesta re-gião, aliamos ainda riqueza paisagística e gastronómica. Somos um concelho

que apresenta três realidades dentro dos seus 180 km quadrados: a zona de planalto, de encosta e de vale. Estas duas últimas distinguem-se ainda pela excelente qualidade de produção vitivi-nícola mas, ao longo do concelho, te-mos diferentes realidades, paisagens, enquadramentos e encantos. Ainda re-centemente, a ecopista do Tâmega foi distinguida, nos 25 km pertencentes a Celorico, como um dos 10 destinos de eleição do nosso país para a realização de uma caminhada, com uma vista ex-traordinariamente soberba sobre o rio Tâmega, que serpenteia o nosso conce-lho. Também por isso existem cada vez mais turistas a visitar Celorico e, neste momento, está a projetada a constru-ção de várias unidades hoteleiras, bem como o reforço do turismo rural, que nos permitirá subir dos 300 para os 700 quartos num horizonte de três anos. Tudo isto representa mais em-prego, mais empreendedorismo e no-vos investimentos na área do turismo.

Aproximando-se aquele que pode-rá ser o seu último exercício en-quanto autarca de Celorico de Basto, que proposta apresenta aos seus munícipes para os próxi-mos quatro anos?Uma aposta cada vez mais reforçada e a criação de dinâmicas cada vez mais fo-cadas na criação de emprego em todos os segmentos da população. Sentimos que a economia está em franco cresci-mento e, por essa via, cria oportunida-des de negócio, de emprego e de criação de riqueza e, por isso, continuaremos nessa aceleração. Queremos viver numa terra que tenha todas as condições, des-de a saúde, a educação, a ação social, o desporto, a cultura, o lazer e a seguran-ça, garantindo não só a qualidade de vida necessária à fixação da população que cá vive mas também a atração de novas pessoas e daqueles que, noutros tempos, daqui saíram procurando me-lhores condições de vida.

Economia, emprego e participação cívica, um legado devolvido em quatro anos

Há sensivelmente quatro anos, mais precisamente no dia 29 de setembro 2013, o povo saía à rua para eleger os seus líderes autárquicos. No município de Caminha sentia-se nas ruas uma agitação atípica… O povo era chamado a decidir entre a continuidade de uma liderança política que se havia manifestado progressivamente desgastada ao longo de vários anos em que o isolamento, o marasmo e a escassez de opções potenciadoras de democracias participativas se acentuavam no município e uma solução de rutura face ao passado. Ao início da noite, o povo saía à rua, entoando Grândola Vila Morena, num claro sinal de esperança face ao futuro… Volvidos quatro anos e após um périplo pelo município, será legítimo afirmar-se que o povo teve razão ao depositar a sua confiança em Miguel Alves, autarca que devolveu a Caminha o dinamismo e o incremento de qualidade de vida concomitantes com o potencial do município. Hoje, Caminha combina excelência em eixos como o turismo e a captação de investimento e os mais recentes indicadores qualitativos e quantitativos que apresenta nestes domínios traduzem um trabalho que envolve um esforço estratégico e concertado entre a autarquia, a sociedade civil e os seus principais agentes económicos. Em entrevista, Miguel Alves apresenta-nos alguns fatores chave de sucesso de uma liderança autárquica que promete transformar-se num case study em Portugal.

Entrevista com Miguel Alves, Presidente da Câmara Municipal de Caminha

Com 42 anos de idade, faz parte de uma nova geração que assume atualmente a renovação da gestão autárquica de vários territórios do país… Praticamente cumprido o seu primeiro mandato ao servi-ço do município de Caminha, o que fica ao fim destes quatro anos?Fica, desde logo, uma marca muito li-gada à participação e à cidadania mas igualmente uma marca muito forte associada à recuperação do prestígio deste concelho, nomeadamente no que concerne à criação de emprego e de novas dinâmicas de motivação da economia, que julgo serem hoje muito claras. Olhando para trás e fazendo uma comparação com estes últimos quatro anos, continuo a encarar o de-semprego como uma questão funda-mental. Embora esta questão do em-prego não seja uma competência ex-

clusiva das autarquias, conseguimos descer por duas vezes, em quatro anos, o IMI e a taxa variável do IRS… Simultaneamente, apostámos as nos-sas energias na potenciação do turis-mo, o maior ativo e indústria do con-celho de Caminha, com um claro re-flexo que aponta para um acréscimo de 37 por cento de dormidas (supe-rior à média nacional, regional e do Alto Minho). E creio que não será também de menosprezar o facto de termos atingido um decréscimo de 57 por cento no número de desemprega-dos em Caminha nestes quatro anos… Obviamente, estes indicadores não nos descansam relativamente aos 430 desempregados inscritos no concelho mas, comparando a realidade com que nos deparámos quando cá chegámos, em que tínhamos cerca de 1100 de-sempregados, temos a consciência e satisfação de termos percorrido um

Miguel Alves, Presidente da Câmara Municipal de Caminha

percurso… Percurso que tem reper-cussões muito claras na economia: te-mos mais gente a trabalhar, mais gen-te a visitar a nossa terra, mais gente a comprar casa no concelho de Cami-nha e, também por isso, um estudo recentemente publicado colocou Ca-minha como o 18º concelho do país que mais rapidamente saiu da crise do imobiliário. E esta é mais uma marca que fica porque a economia está vi-brante e a crescer e é muito notório que isso tenha acontecido em Cami-nha.

Falou numa marca ligada à parti-cipação e à cidadania. Que meca-nismos foram criados na prosse-cução desses desígnios?Quando chegámos à Câmara, não existia nenhum mecanismo que ga-rantisse a participação e a escolha das pessoas na gestão autárquica, nem mecanismos de controlo da atividade pública, para além do que era nor-mal… Apostámos em divulgar o que fazemos e em fiscalizar a atividade da Câmara através de “mais olhos” e, além disso, em incentivar a participa-ção dos cidadãos. Isto significa trans-parência. Refiro-me concretamente à criação do provedor do munícipe, à

transmissão online das assembleias municipais, à criação de gabinetes para a nossa oposição trabalhar, algo que não existia anteriormente, à cria-ção do Orçamento Participativo de Caminha, à discussão de grandes te-mas e posterior escolha por parte dos cidadãos, como sucedeu relativamen-te ao novo mercado municipal, finali-zando com a possibilidade que existe hoje, única no mundo, de os muníci-pes de Caminha poderem dispor da totalidade da taxa variável de IRS que deixam no concelho para decidirem o que fazer com a mesma, através de um processo de participação. Falamos efetivamente de uma nova dimensão que Caminha hoje apresenta e que não possuía há quatro anos. Em suma, economia e participação são dois dos destaques mais fortes destes quatro anos.O seu exercício foi iniciado num período de crise por todos conhe-cido… Sendo os municípios as pri-meiras frentes de apoio às popu-lações carenciadas, presumo que a acção social tenha sido um desíg-nio desafiante…Sim, obviamente. E o cuidado com as pessoas assume diferentes vertentes que temos que acautelar. A primeira

ação política que deve existir nestes períodos tem que visar a criação de emprego e, dessa, já falei… Esta apos-ta que fizemos em voltar a colocar 600 pessoas no mercado de trabalho em quatro anos resolve muitos dos problemas sociais das famílias do concelho. Porém, continua a existir um conjunto de pessoas por diferen-tes motivos excluídas desta dinâmica da economia e, nesse contexto, o que fazemos é trabalhar com as institui-ções de modo a apetrechá-las e a pre-pará-las para poderem responder a si-tuações, quer de pobreza, quer de iso-lamento. É o que temos feito ao longo do tempo, trabalhando com cada uma das instituições, que apoiamos finan-ceiramente e logisticamente e devo frisar que temos hoje uma rede social muito forte no concelho, que permite acudir a todas as situações complica-das. Por outro lado, também desen-volvemos ações dirigidas à capacidade financeira das famílias e, a esse nível, destacaria dois exemplos: o pagamen-to dos ATL em pausas letivas, nomea-damente nas férias de verão e o trans-porte escolar que, até ao 12º ano, é gratuito. Por outro lado, baixámos a fatura de água… Tudo isto advém de uma política estratégica que toca vá-

rios instrumentos. Dinamizando a economia e diminuindo os custos das famílias e fiscais, conseguimos ajudar muitos munícipes a enfrentar os dias difíceis. Por outro lado, para as famí-lias que não se enquadram nestes ti-pos de apoios, temos uma rede social forte que acolhe cada uma dessas si-tuações, para além da questão da sub-sidiação atribuída pela autarquia em situações limite.

A localização de Caminha, privile-giada face à proximidade com grandes centros urbanos, ao aero-porto do Porto e à Galiza consti-tui uma espécie de via verde para o desenvolvimento… Em que me-dida têm sido estes fatores poten-ciados pela autarquia com vista à captação de investimento no ter-ritório?Obviamente! É preciso perceber que o nosso território é dimensionado para uma indústria específica, em particu-lar o turismo e, nesse contexto, pre-tendemos acima de tudo que as pes-soas se sintam bem em Caminha e que aqui vivam. Independentemente de poderem trabalhar em zonas mais industriais, como Cerveira, Valença ou Viana do Castelo, interessa-nos

Um exemplo de descentralização“Se nos batemos por uma maior descentralização de competências do Estado para as regiões e destas para os municípios, também aqui temos que perceber que as instituições que trabalham diariamente no terreno, na freguesia, naquela rua e naquela casa, conhecem muito melhor a realidade micro do que nós. Por isso, tentamos dotar as instituições dos instrumentos financeiros e de conhecimento relativamente a cada uma destas situações para que as mesmas possam realizar o seu trabalho com a maior eficácia possível”.

acolher as pessoas e incentivá-las a que aqui residam e, para isso, procu-ramos incrementar qualidade de vida em todos os fatores que dimensionam a vivência do dia-a-dia. Com esse in-tuito, conseguimos potenciar a liga-ção ao aeroporto e aos turistas que chegam diariamente ao Porto, ten-tando “atacar” cada um destes merca-dos e bolsas de turistas que aqui vêm à procura de novas experiências. E te-mos conseguido fazê-lo através de um conjunto de ofertas sustentadas em elementos como o mar, o rio e a serra. A relação com Espanha faz-se tentan-do substantivar a ligação que temos com os nossos amigos Galegos, cati-vando nesta orla que vai até Ourense um turismo de períodos de mais curta permanência. E conseguimo-lo, no-meadamente através da divulgação dos nossos eventos e da nossa ativi-dade cultural e desportiva em cada um destes territórios. E tem sido tam-bém notório o crescimento do núme-ro de turistas espanhóis que aprovei-tam esta proximidade fronteiriça, também graças ao investimento que tem sido feito, nomeadamente a recu-peração do ferry boat, potenciando atividades em conjunto e recuperan-do relações institucionais com os mu-nicípios vizinhos espanhóis que se en-contravam no passado degradadas.

Um dos fatores de desenvolvi-mento dos concelhos prende-se com a capacidade de atração de investimento por parte das autar-quias… Que ações foram imple-mentadas nesse sentido, ao longo dos últimos quatro anos?

Dependendo do tipo e dimensão do investimento, temos vários mecanis-mos de apoio ao investimento no con-celho. Desde logo, a aplicação da der-rama só existe para quem já possua uma atividade consolidada. Todos os demais que criem postos de trabalho líquidos no concelho estão protegidos deste pagamento, tal como as peque-nas e médias empresas que não atin-jam determinado volume. Além disso, procedemos a uma revisão do PDM, que já deveria ter sido revisto por lei há dez anos, aplicando políticas mo-dernas. Isso permitiu-nos criar áreas de expansão para zonas industriais e acomodar o crescimento urbanístico de cada território e, a par, delimitar claramente as áreas de investimento em termos urbanísticos mas também aquelas que queremos proteger, pre-servando a desejável riqueza e equilí-brio ambiental e o futuro do concelho. Sobre este tema, há que ter em conta que o turismo cria e potencia a recu-peração e a construção de novos imó-veis, criando ainda muitos postos de trabalho, o que beneficia uma indús-tria tradicional do concelho, a cons-trução civil. Também nessa perspeti-va, existem reduções substantivas de IMI para quem recupera imóveis, no-meadamente nos centros históricos, em zonas de proteção urbanística ou para quem aplica fórmulas de cons-trução mais amigas do ambiente. São ações que desenvolvemos para poder-mos atrair, objetivo que perseguimos igualmente através da realização de eventos. Há uma grande potenciação da capacidade de atração de investi-mentos através da nossa compartici-

pação dos eventos realizados no con-celho e, por isso, temos hoje eventos que não existiam há quatro anos, como o Festival Entre Margens, dedi-cado à música tradicional luso-galai-ca, o Festival do Espadarte, que con-tribuiu para que Vila Praia de âncora seja hoje a capital do Espadarte, estou a falar do regresso do Rali de Portugal ao concelho de Caminha, o que não acontecia há mais de 20 anos e, mais recentemente, do regresso do Festival de Vilar de Mouros, que esteve 10 anos perdido por incúria política e que, há dois anos, voltou com o nosso apoio, trazendo uma dimensão que não existia.

Um compromisso com o futuro“O meu compromisso com o futuro tem essencialmente a ver com a manutenção de uma grande dinâmica económica, sustentada na paisagem, na cultura e no turismo, acompanhada de uma forma de gestão de recursos séria, racional e contida. Em 2012, a Câmara Municipal de Caminha caiu na vergonha de ter que assumir o Programa de Apoio à Economia Local, que não é mais do que um eufemismo para uma intervenção de uma troika nacional e, há dois meses, saímos desse programa porque estamos a diminuir a dívida bancária (cerca de 25 por cento durante o mandato) e a racionalizar os custos. Mas esta contenção deve servir a economia, criando emprego e investimento e atraindo população. É isso que vamos continuar a fazer e, nesse âmbito, gostaria de destacar três projetos para o concelho de Caminha: o primeiro tem a ver com a reabilitação do Centro Histórico, quer do ponto de vista infraestrutural, quer em termos de mobilidade; em segundo lugar, desenvolver um programa de intervenção urbanística em Vila Praia de Âncora que permita percorrer o eixo que vai da Sandia até às Camboas, dotando os caminhos e ruas de bons pavimentos, de estruturas ligadas às águas pluviais e ao saneamento, de zonas de estacionamento e de lazer. Em terceiro lugar, depois de termos quatro bandeiras azuis em quatro praias atlânticas, chegou a altura de termos também uma bandeira azul numa praia fluvial e vamos apostar nessa meta para a praia fluvial das Azenhas, em Vilar de Mouros, enquanto medida que constitui também um sinal do trabalho que vamos desenvolvendo na área do ambiente”.

XIX Bienal Internacional de Arte de Cerveira:

Da Pop Arte às Trans-Vanguardas, Apropriações da arte popular

Cabral Pinto, Coordenador Artístico da XIX Bienal Internacional de Arte de Cerveira e Nuno Correia, Vice-Presidente da Fundação Bienal de Arte de Cerveira

O programa de 2017 envolve um Con-curso Internacional, representações de 14 Universidades, Escolas Superiores e Politécnicos das áreas artísticas, Artis-tas Convidados e Curadorias nacionais e internacionais, uma Homenagem principal (Paula Rego), Homenagens (Jaime Azinheira e Ernesto de Sousa), Conferências e Debates, Ateliers e Wor-kshops, Performances, Visitas Guiadas, Concertos, entre outros.A 19.ª edição do evento alarga, mais uma vez, o seu âmbito expositivo, apre-sentando mostras em Paredes de Cou-ra, Caminha, Vigo e Ourense (Espa-nha). A Direcção Artística coube a Ca-bral Pinto, nestas páginas entrevistado por Inovação & Qualidade. A par, con-versámos igualmente com Nuno Cor-reia, Vice-Presidente da Fundação Bie-nal de Arte de Cerveira.

Nuno Correia, Vice-Presidente da Fundação Bienal de Arte de Cerveira

Propunha que começássemos por um périplo pela história da Bienal de Cerveira… Mais do que um gran-de evento cultural minhoto, este evento tornou-se num cartaz da Euro-região Norte de Portugal-Ga-liza…Em primeiro lugar, considero que a Bie-nal Internacional de Arte de Cerveira consegue ultrapassar todas as frontei-

Cerveira convida a viagem da Pop Arte às Trans-Vanguardas“Da Pop Arte às Trans-Vanguardas, Apropriações da arte popular” é o tema da XIX Bienal Internacional de Arte de Cerveira, que decorre desde 15 de Julho e termina a 16 de Setembro, em Vila Nova de Cerveira, para apresentar mais de 500 participantes de 35 países, e mais de 600 obras de arte. Nas últimas décadas, a Bienal Internacional de Arte de Cerveira tem-se afirmado como um dos acontecimentos mais marcantes das artes plásticas no nosso país, afirmando-se como um evento de referência para a cultura artística nacional e internacional. Recorde-se que se trata da mais antiga bienal de arte do país e da Península Ibérica, traduzindo-se desde 1978 um local de encontro, debate e investigação de Arte Contemporânea, num programa concertado com a vizinha Galiza e o Ensino Superior a nível Europeu.

XIX Bienal Internacional de Arte de Cerveira decorre desde 15 de Julho e termina a 16 de Setembro

ras, não se restringindo à Euro-região. Neste momento, é uma iniciativa mun-dial, até pela própria participação que temos em todas as iniciativas, que en-volvem artistas estrangeiros. Vejamos, por exemplo, o Concurso Internacional, que no presente ano, teve 31 países concorrentes, dos quatro cantos do mundo. A Bienal Internacional de Arte de Cerveira foi um evento que teve um crescimento natural, também resultado de uma certa maturidade ao longo des-tes anos, desde a primeira iniciativa, que decorreu em 1978, sob um desafio lançado pelo pintor Jaime Isidoro ao presidente da câmara de então. E este desafio lançado a um concelho de peri-feria, centrado na Arte Contemporâ-nea, foi por muita gente referido como utópico, numa altura em que a arte es-taria muito mais centrada em Lisboa e, de certa forma, no Porto. Ainda assim, veio criar um conjunto de enigmas e um corte radical com o que era perspectiva-do ao nível do relacionamento entre a arte, os artistas e o meio onde se inse-ria. Todos estes processos culturais têm o seu crescimento e houve, naturalmen-te, uma fase de consolidação, uma fase de internacionalização e atrevo-me a

considerar que, neste momento, esta-mos numa fase de constelação. A Bienal Internacional de Arte de Cerveira tor-nou-se um elemento chave estratégico, não só para Vila Nova de Cerveira, como também para a própria região, incluin-do a Galiza. Diria mesmo que os divi-dendos permitem colher frutos por vá-rias localidades, o que se deve também ao facto de ter a capacidade de se orga-nizar e projectar fora do núcleo central, que é o concelho de Vila Nova de Cervei-ra, uma vez que temos capacidade para promover mostras noutros locais. Daí que o programa da 19.ª edição tenha al-guns locais de descentralização da Bie-nal, nomeadamente Vigo, Ourense, Pa-redes de Coura e Caminha. E terá, em Novembro, resultado da Bienal, uma mostra que será exposta em Ponteve-dra. Por estes caminhos que têm sido percorridos e, também, em grande par-te, por todo o trabalho e preocupação que a Fundação Bienal de Arte de Cer-veira tem revelado perante o evento e a

sua programação paralela, criámos um conjunto de sinergias e dinamismos que marcam um cunho muito específi-co na nossa região.

Quais são os principais objectivos estratégicos do evento?Desde logo, a promoção da Arte Con-temporânea. Mas igualmente a valori-zação do seu acervo, a potenciação tu-rística, o desenvolvimento económi-co… Aliás, existem estudos que de-monstram que a Bienal Internacional de Arte de Cerveira, no ano 2013, gerou cerca de 2 milhões de euros de receitas directas e indirectas para a região… E este ano, fruto desta atractividade na-cional, a Bienal sai naturalmente favo-recida em termos de visitantes. Não posso deixar de referir que a Fundação Bienal de Arte de Cerveira e, nomeada-mente, esta edição têm tido um apoio exemplar por parte da Câmara Munici-pal de Vila Nova de Cerveira. É graças a este grande mecenas que abrimos as nossas portas no dia 15 de Julho, cujo apoio não se esgota no domínio finan-ceiro, versando igualmente todo o apoio logístico, com a criação e renovação de espaços que permite acolher estas gran-des exposições que iremos ter na 19.ª edição.

Cabral Pinto, Coordenador Artístico da XIX Bienal Internacional de Arte de Cerveira

Em que principais eixos assentou o programa cultural da edição da Bienal deste ano?Diria que este ano a Bienal regres-sou um pouco ao modelo da primei-ra edição, em 1978. No fundo, pre-tendemos produzir actividades no centro da vila, algo que se praticava nas primeiras edições, antes de se optar por uma maior concentração no Fórum, perdendo-se algum con-tacto entre os cerveirenses e a Bie-nal. Destacaria a promoção de um conjunto de actividades muito inte-ressante, no domínio da poesia, da música, cinema e artes performati-vas. Paralelamente, apresentamos ao público três homenagens: a prin-cipal a Paula Rego e, também, a dois artistas já falecidos, Ernesto de Sou-

sa, um impulsionador que defendeu muito o tema da arte popular, e Jai-me Azinheira, um eterno amigo da Bienal. Outra característica deste evento é o Concurso Internacional, que pode ser visitado pelo público no Castelo de Cerveira. Este ano, definimos que este evento iria tra-tar o espaço que vai da Pop Arte às Trans-Vanguardas, havendo aqui um reconhecimento de toda a evolu-ção tecnológica que surgiu durante este período, resultado dos conheci-mentos adquiridos pelos nossos an-

tepassados. Além disso, temos as actividades complementares da bie-nal, que envolvem a realização de workshops, visitas guiadas, sessões ao vivo de artistas a pintar a rua… Basicamente, estamos a regressar às origens, até porque muitas das acti-vidades que se desenvolviam naque-le tempo fazem hoje todo o sentido.

Entre os eventos que integram este vasto programa, o que desta-caria?Destaco, desde logo, o serviço educa-tivo que, no fundo, se traduz na for-mação e criação de novos públicos. A ideia consiste em motivar e sensibili-zar crianças e jovens, puxando-os para a arte, fazendo-os perceber o que é e transmitindo o que representa a consciência artística… No fundo, tra-ta-se de promover a cultura artística, domínio em que somos deficitários e que pode ter um efeito extremamente positivo na nossa atitude perante as coisas e as outras pessoas.

Entre o leque de artistas convida-dos, existirá algum critério pre-viamente definido que mereça igualmente destaque?

Nesta edição, quisemos trazer alguns artistas que estavam afastados da Bienal… Que estiveram presentes mas nunca mais voltaram… A título de exemplo, nunca mais tivemos aqui Júlio Resende, Graça Morais ou Paula Rego, que esteve cá apenas na primei-ra edição. Conseguimos trazer alguns desses nomes, muito importantes até pela história do evento e da própria evolução da arte contemporânea. Em exposição teremos artistas como Eu-rico Gonçalves, José Guimarães, Sil-vestre Pestana, entre outros convida-dos de renome.

De que forma assegura a agenda do evento a universalidade terri-torial que a Bienal já adquiriu?Este ano, a exemplo do que fizemos no ano passado, desenvolvemos um conjunto de actividades cuja inten-ção consistiu em aproximar também os nossos vizinhos da Galiza. Du-rante o ano passado, fizemos um projecto, o Aquarte - Uma Mirada Luso-Galaica, com quatro artistas galegos e quatro artistas portugue-ses que desceram o rio, captando apontamentos e registando ima-gens, num trabalho que posterior-mente desenvolveram em atelier. Disso resultou uma exposição muito interessante, que esteve patente no nosso Fórum. E captámos esses ar-tistas que, hoje, participam invaria-velmente nas nossas exposições. Esse trabalho realizado no ano pas-sado está agora a dar frutos e, por isso, a Bienal assegura a participa-ção de 35 países, o que muito con-tribui para a projecção do evento para além das nossas fronteiras.

Cabral Pinto, Coordenador Artístico da XIX Bienal Internacional de Arte de Cerveira

Nuno Correia, Vice-Presidente da Fundação Bienal de Arte de Cerveira

Concurso InternacionalO concurso foi destinado a artistas de todo o mundo, tendo registado a participação de mais de três centenas de artistas, de 31 países, que se candidataram com 586 obras. No total, o júri de seleccionou 206 peças de 149 autores, provenientes de 25 nacionalidades diferentes, que estão expostas no Castelo de Cerveira.

Homenagem PrincipalAproximando-se dos seus 40 anos, a Bienal Internacional de Arte de Cerveira presta tributo a um dos maiores nomes da pintura nacional e internacional, Paula Rego. Detentora de um imaginário simbólico distintivo, a artista encontra-se representada nos mais conceituados museus do mundo.No total são apresentadas ao púbico 51 obras, entre gravura, desenho e pintura, criadas entre 1968 e 2001, de coleções de Fundações, Museus e privados. De destacar a presença das pinturas “The Barn” (1994) do Museu Coleção Berardo, avaliada em mais de 1 milhão de euros, e “Lenços dos Amores” (1968), da Coleção Millennium BCP, de 250 mil euros.A ligação de Paula Rego ao evento remonta à 1.ª edição (1978), na qual participou como artista, e a 1995, ano em que a reprodução da sua pintura “Guarda” foi capa do catálogo da VIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira. Esta peça, pertencente a uma Coleção Privada em depósito na Fundação de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, também integra a exposição.

Instituições de Ensino SuperiorCom o fim de aproximar os conceitos científicos da prática laboratorial, foram convidadas Faculdades, Institutos e Escolas Superiores de Arte a participar nesta Bienal com mostras dos resultados das investigações. Participam, nesta edição, 14 Instituições: Colégio das Artes, Universidade de Coimbra, Escola das Artes, Universidade Católica Portuguesa do Porto, Escola de Artes, Universidade de Évora, Escola Superior Artística do Porto, Escola Superior das Artes e Design das Caldas da Rainha, Instituto Politécnico Leiria, Escola Superior das Artes e Design Matosinhos, Escola Superior de Educação, Instituto Politécnico do Porto, Escola Superior de Média Artes e Design, Instituto Politécnico do Porto, Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo, Instituto Politécnico do Porto, Escola Superior Gallaecia, Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, Instituto Politécnico de Viana do Castelo, IPT/Instituto Politécnico de Tomar, Universidade do Minho.

VIII Bienal de Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa A XIX Bienal Internacional de Arte de Cerveira integrou, na sua programação, entre 22 e 30 de Julho, a VIII Bienal de Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa. A iniciativa é promovida pela Conferência de Ministros Responsáveis pela Juventude e pelo Desporto CPLP e tem como objetivo ser um espaço de encontro entre os jovens artistas dos 9 países membros, com base nas suas perspectivas culturais reproduzidas em variadas formas de expressão.

Um parceiro de referência num município solidárioNo que respeita à fundação e de acordo com vários registos históricos, a Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Cerveira terá surgido em 1595, com uma missão invariavelmente associada a iniciativas sociais, humanizantes e seculares. Atualmente, esta instituição centenária é uma IPSS, assegurando respostas sociais no domínio da terceira idade (Estrutura Residencial para Idosos com 70 utentes, dos quais 70% são dependentes, e destes, 20% estão em situação de doença do foro psicológico); Creche/Jardim-de-infância (com 70 crianças); Igreja da Misericórdia (Assistência espiritual) e Rede Local de Intervenção Social. Sendo a única entidade que no Concelho abraça concomitantemente estas quatro respostas sociais, a Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Cerveira passou, nos últimos anos, por situações de extrema dificuldade financeira mas, graças a um exemplar esforço de gestão encetado na provedoria de Rui Cruz, foi possível reverter uma situação verdadeiramente caótica em equilíbrio. Exemplo disso mesmo, foi a redução do passivo e dos custos correntes de uma instituição que gerava prejuízos anuais na ordem dos 500 mil euros e que, hoje, reforçando respostas, deixou de produzir exercícios negativos. Entre os parceiros institucionais da SCM de Cerveira, o provedor Rui Cruz destaca a autarquia local: “O relacionamento com a Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira é óptimo! Temos sido parceiros desde a primeira ordem, relação que pretendemos naturalmente preservar, pois só assim é possível fazer algo em prol da população que beneficia do nosso trabalho… Atrevo-me a dizer que se não tivéssemos alterado a forma como a instituição estava a ser gerida nem tivéssemos contado com o apoio da autarquia, teríamos corrido sérios riscos de fechar portas”.

Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Cerveira

Comecemos pelo seu passado pro-fissional e pelo contexto que me-diou a sua adesão a este desafio…Eu trabalhava no setor da banca, tendo desempenhado as funções de gerente de balcão de uma instituição financeira em Vila Nova de Cerveira durante mais de 25 anos e, para além da minha atividade profissional, estive sempre ligado a di-versas instituições, entre as quais desta-caria, pelo horizonte temporal e pela ati-vidade em si, os Bombeiros Voluntários. Servi durante vários anos a instituição, onde fui tesoureiro, presidente da direc-ção da Associação de Bombeiros de Vila Nova de Cerveira e comandante do cor-po de bombeiros. A determinada altura, entendi que o meu trabalho estava con-cretizado e, face ao desafio que me foi lançado por algumas pessoas amigas que conheciam o meu trabalho e dedica-ção à causa pública para o exercício desta

função da provedoria da Misericórdia, candidatei-me e aqui estou…

Como encontrou a Santa Casa quan-do aqui chegou?Do ponto de vista financeiro e até orga-nizacional, diria que estava um caos completo. Para ter uma ideia, ao final do primeiro ano, o resultado foi de cerca de meio milhão de euros de prejuízo, ao que se somava mais de meio milhão de passivo, o que significava um buraco fi-nanceiro na ordem de um milhão de eu-ros.

E que reformas foram entretanto implementadas no sentido de re-verter essa situação?Acima de tudo, incrementámos muita disciplina do ponto de vista financeiro… Evidentemente, tivemos que começar por reduzir os custos, sendo a parte mais negativa e penosa a dispensa de trabalhadores numa primeira fase. Por um lado, víamo-nos forçados a fazer cortes e, por outro, tínhamos excesso de trabalhadores na valência em que aque-les se encontravam, a área da infância, onde não havia sido feito qualquer rea-justamento em face da redução da nata-lidade. Entretanto, no âmbito desse pro-cesso de saneamento financeiro, optá-mos essencialmente por reduzir custos,

quer através da redução dos recursos humanos, quer através de uma negocia-ção exaustiva com todos os fornecedo-res e credores. Toda a componente de custos foi revista e renegociada, desde o fornecimento de eletricidade, comuni-cações, gás ou papel... Por outro lado, ti-vemos também que fazer uma profunda renegociação com os nossos credores, estabelecendo planos de pagamentos e acordos com perdão de parte da dívida, após termos recorrido a um financia-mento para consolidarmos a totalidade da dívida. Hoje em dia, temos a situação completamente estabilizada e, não ven-dendo propriamente saúde financeira, temos pelo menos as contas equilibra-das e, acima de tudo, não estamos a ter prejuízos, que era o patamar que mais desejávamos alcançar.

Quais são as principais valências da instituição?A SCM de Vila Nova de Cerveira tem uma ERPI – Estrutura Residencial para Pessoas Idosas – designado por Lar Ma-ria Luísa, tem a valência da infância, com creche e pré-escolar; numa das fre-guesias do concelho, temos um Centro de Dia e, mais recentemente, vimos aprovada uma candidatura do RLIS e te-mos então também nas nossas valências a Rede Local de Intervenção Social.

No seio dessas valências, quantos idosos e crianças serve a SCM de Cerveira e quantos trabalhadores emprega?No Lar, temos 70 idosos e uma extensa lista de espera; temos 20 idosos no Cen-tro de Dia e cerca de 70 crianças no in-fantário. No conjunto das valências, a SCM de Cerveira emprega 70 pessoas.

Face a essa extensa lista de espera, não seria viável uma ampliação da estrutura?Temos que obedecer a um plano de de-senvolvimento que garanta a sustenta-bilidade da instituição e das suas respos-tas. Entendemos que essa ampliação não seria possível sem que a institui-ção estivesse financeiramente reestru-turada, processo que está em curso. Entretanto, definimos prioridades, entre as quais figurou uma obra de re-qualificação do nosso jardim-de-in-fância, onde temos mais problemas estruturais no edifício, que tem já 37 anos de existência. Para o efeito, apre-sentámos no início do ano passado uma candidatura ao Fundo Rainha D. Leonor, criado no âmbito da União das Misericórdias Portuguesas e da SCM de Lisboa, entretanto aprovada e que irá apoiar esse projeto em cerca de 50 por cento. Os outros 50 por cento resultarão de um protocolo de coopera-ção financeira celebrado com a Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, que suportará o valor restante, viabilizando desta forma a execução de uma obra desta dimensão, que ronda os 300 mil euros e que não estaria dentro da capaci-dade desta instituição. Por outro lado, também o lar carece de obras de requali-ficação, para além de constatarmos essa necessidade de ampliação da capacida-de. Evidentemente, esta é uma obra de outra dimensão e que constituirá a nos-sa segunda aposta. Já fizemos uma pré--candidatura a um fundo europeu e aguardamos uma decisão para perceber-mos que tipo de obra poderemos execu-tar.

Rui Cruz, provedor da SCM de Cerveira

Alfândega com Fé no futuro

Num país que ainda não conseguiu afirmar-se como exemplo no que concerne à paridade de género no seio das autarquias, Berta Nunes configura um dos raros e bem sucedidos exemplos do autarca no feminino… Há oito anos atrás, depois de uma carreira médica desenvolvida no concelho durante mais de duas décadas e de 16 anos ao serviço da autarquia local no exercício de várias funções, viu o povo dedicar-lhe plena confiança para exercer a função de presidente de câmara, manifestação reforçada num segundo mandato, iniciado há quatro anos. A comunhão de valores como transparência, proximidade e humanismo é-lhe reconhecida pela população de Alfândega da Fé, que nutre pela edil um assinável carinho e respeito pela obra realizada. Depois de ter conseguido transformar uma realidade financeira caótica num equilíbrio que lhe permite hoje aspirar à sustentabilidade do município, Berta Nunes elege como prioridade máxima para os próximos anos, independentemente do que ditar o resultado das eleições, a captação de investimento e consequente criação de emprego, que visa alcançar continuando a aproveitar com eficácia os fundos comunitários, não descurando o investimento público. Por outro lado, em entrevista, a autarca assinala como essencial continuar o trabalho desenvolvido com vista à redução da dívida, reforçando ainda o assinalável registo em áreas como a ação social e a cultura.

Entrevista com Berta Nunes (Câmara Municipal de Alfândega da Fé)

Há oito anos, acrescentou mais um capítulo à história da demo-cracia portuguesa, ao ser eleita autarca, no feminino… Em al-gum momento sentiu, no exercí-cio das funções que lhe foram confiadas, um tratamento dife-renciado em função do género?Sim… mas principalmente por par-te dos meus colegas… Por parte da população não… As pessoas conhe-cem-me, até porque fui médica de família durante mais de 25 anos no concelho de Alfândega da Fé e, como tal, sempre mantive uma rela-ção com as mesmas que não depen-dia do género. Num concelho com cerca de 5 mil habitantes, cheguei a ter mais de 2 mil utentes, com os quais tinha já uma relação de proxi-midade, o que me permitiu ter um conhecimento muito profundo das suas vivências e dificuldades e que resultou no reconhecimento do tra-balho que estava a realizar. O facto de ser mulher, na minha opinião, não teve impacto na altura da popu-lação escolher quem ficaria à frente da autarquia. Agora, efectivamente, claro que se nota em várias instân-cias o facto de ser mulher. Refiro--me concretamente às reuniões com outros presidentes de câmara e em vários outros momentos formais… E nota-se porque as mulheres ainda são muito poucas no exercício au-tárquico. Mas é com algum optimis-mo que constato que, nas próximas eleições, surgem muitas mais mu-lheres como cabeças de lista e espe-ro que isso signifique uma mudan-ça. De todo o modo, creio que as mulheres só serão aceites neste meio do poder local quando tiver-mos um número de mulheres sufi-ciente à frente das autarquias, para que as pessoas percebam que não é o género que define um bom ou mau autarca.

Sendo uma cidadã do município e beneficiando dessa experiên-cia profissional na área da saú-

de familiar, terá uma visão pri-vilegiada da realidade económi-ca, social, sanitária e educacio-nal de Alfândega da Fé e da sua população…Sim, além de que não “caí” propria-mente na vida autárquica para ser presidente de câmara… Fui presi-dente da assembleia municipal du-rante três mandatos, posterior-mente candidatei-me, perdi e exerci funções como vereadora da oposi-ção e, na segunda candidatura, con-quistei a preferência da população. Por isso, já estou na vida autárquica há mais de 20 anos, conheço as pes-soas, as suas dificuldades e, como autarca, tal como fiz como médica, atendo todas as pessoas, que me procuram no sentido de expressa-rem os mais variados problemas e expectativas. Somos uma autarquia de portas abertas, que privilegia o contacto direto com as pessoas e, não sendo essa proximidade por si só uma garantia de qualidade do trabalho desempenhado, a verdade é que também temos vindo a de-monstrar que somos capazes e que temos resultados. E isso contribui certamente para que as pessoas, ao avaliarem o nosso trabalho, con-fiem em nós.

Que balanço faz do cumprimen-to das prioridades assumidas no início deste mandato, cujo final se aproxima?Como é sabido, poderei ir para o terceiro mandato. No primeiro, a nossa principal prioridade consis-tuiu em pormos as contas em or-dem, uma vez que herdámos um município em desequilíbrio estru-tural, que é a mais grave forma de desequilíbrio financeiro, com uma dívida a curto prazo superior a oito milhões e com um prazo médio de pagamento superior a 900 dias. Por isso, começámos por sanear as con-tas do município, trabalhando no sentido de o tornar sustentável. En-trámos em outubro de 2009 e, logo Berta Nunes

Ana Duque, Chefe de Gabinete e responsável pelas áreas da Cultura e Turismo “A Casa da Cultura Mestre José Rodrigues foi idealizada pelo arquiteto Alcino Soutinho e, enquanto projeto, o termo que melhor a define é a excelência. Aliás, a admiração é uma reacção habitual por parte de artistas de fora que nos visitam, quando se deparam com este espaço, tão bonito e dotado de tão boas condições. E presta-se a diversas utilizações… Temos a Galeria Manuel Cunha e um auditório, espaços que procuramos dotar de polivalência, concedendo-lhes diversos usos.Fazemos um registo regular do número de visitantes e de espetadores e, além do dinamismo que representamos, temos já indicadores que revelam uma recetividade muito interessante por parte das pessoas, que se traduz nos mais de 400 visitantes que atraímos através da atual exposição, patente deste 15/07 . Simultaneamente, já é muito significativa a quantidade de artistas e de companhias que vêm ter connosco, (e não o contrário) sendo interessante constatar esta mudança de paradigma ao fim de tão poucos anos…Um dos critérios que privilegiamos é o equilíbrio entre a promoção dos nossos valores - algo que é assegurado através da figura do Mestre José Rodrigues mas também de outros artistas, como fotógrafos ou músicos, entre outros novos valores que procuramos captar ou consolidar - e artistas que vêm de fora. No fundo, a cultura também é uma viagem… para quem não pode sair do concelho com regularidade, através dos artistas que trazemos, acedem e experimentam novas formas de expressão artística, diferentes sonoridades e têm contato com variadas atitudes de estar na vida.”.

Fé. Por outro lado, temos alguns in-vestidores privados a investirem na recuperação da aldeia de Felgueiras que pretendem transformar numa “aldeia da biosfera”, atraindo turis-mo de natureza, de saúde e cultural. Mais recentemente, celebrámos um contrato com investidores locais, concessionando terrenos adjacen-tes a uma barragem, onde surgirá um projeto também no domínio do turismo, com oferta de campismo, caravanismo e uma piscina fluvial. É importante desenvolver políticas

de captação de investimento e cria-ção de emprego, através de uma ati-tude proactiva, de apoio ao investi-dor, apostando desde logo em mer-cados como a diáspora, nomeada-mente no Brasil, França e Angola, países com os quais já temos rela-ções a este nível. Tudo isto repre-senta mais postos de trabalho… Por isso, é importante trabalhar com os investidores e encontrar formas de os ajudar para que se sintam atraí-dos pelo concelho e aqui criem mais postos de trabalho.

em 2010, fizemos um saneamento financeiro para pagarmos toda a dí-vida de curto prazo. No entanto, durante esse primeiro mandato, foi infelizmente surgindo dívida que não se encontrava registada. Ape-sar de tudo, conseguimos continuar a investir, fruto de um bom apro-veitamento do quadro comunitário de apoio da altura, o que nos permi-tiu realizar muita obra. Refiro-me nomeadamente à reabilitação de es-tradas municipais e do centro da vila, à recuperação da Torre do Re-lógio, um símbolo da vila de Alfân-dega da Fé, bem como reabilitação de parte do Castelo, a zona históri-ca da vila. Entretanto, também nos deparávamos com o problema das empresas municipais, que geravam prejuízos anuais na ordem do meio milhão de euros, o qual resolvemos durante o segundo mandato, extin-guindo uma empresa e vendendo outra. No segundo mandato, tomá-mos várias outras medidas visando a sustentabilidade financeira e, a partir de 2015, entrámos numa si-tuação em que não temos pagamen-tos em atraso e estamos a reduzir a dívida de uma forma sustentada e, em simultâneo, a trabalhar no novo quadro comunitário, com algumas obras no terreno e outras candida-tadas.

Que grandes projetos poderão resultar do aproveitamento do atual quadro comunitário?No atual mandato, estamos a conti-nuar a reabilitação da vila ligando o centro à área mais antiga, o Castelo. Na segunda fase, é importante dar continuidade à reabilitação de ou-tras zonas da vila, nomeadamente a recuperação do Largo do Arcebispo

José de Moura (Largo da Igreja Ma-triz) reabilitando casas antigas aí existentes. Sendo o turismo uma das principais potencialidades des-te território, é importante criar fa-tores de atração e o património, aliado à gastronomia, é um excelen-te cartão de visita. Outras candida-turas foram submetidas, estando algumas já aprovadas. Estas candi-daturas são importantes para o de-senvolvimento do concelho, sendo que a sua concretização se deve em grande parte ao trabalho conjunto do executivo camarário e dos repre-sentantes das freguesias envolvi-das. Por exemplo, foi já apresentada uma candidatura que tem a ver com a recuperação do Lagar d’el Rei, um dos poucos exemplares de lagares industriais da época, que pertenceu aos Távoras. Outra candidatura, já submetida, visa a realização de mais uma intervenção no agrupamento de escolas. Temos ainda uma candi-datura já aprovada que visa melho-rar o abastecimento de água à par-te sul do concelho, domínio em que estamos atualmente muito bem servidos, tendo acabado os tradicionais problemas relaciona-dos com a falta de água no verão. Com um investimento de meio mi-lhão de euros, fechar-se-á este ci-clo, ficando apenas a faltar resol-ver a questão do saneamento em duas pequenas aldeias. Temos ou-tra candidatura já aprovada que nos permitirá criar uma base de apoio ao corpo de prevenção de incêndios da GNR (GIPS). Feliz-mente, este ano, até ao momento, não temos tido grandes problemas com os incêndios, em grande par-te devido ao célere e eficaz traba-lho desenvolvido por todos, prin-

cipalmente os bombeiros. Final-mente, já se encontra também apro-vada numa primeira fase, uma candidatura extremamente impor-tante que visa o alargamento e a re-qualificação da nossa zona indus-trial, uma zona muito bem situada, distando cinco minutos do IC5.

Nesse contexto, a exemplo do que sucede com grande parte dos municípios do interior, Al-fândega da Fé é um território de baixa densidade, o que eleva o desafio da captação de investi-mento e da criação de emprego. Que programas ou ações foram desenvolvidas ao longo dos últi-mos anos a este nível?Como referi, fizemos essa candida-tura para o alargamento e requalifi-cação da nossa zona industrial, que fica próxima do Porto e de Madrid graças a esta proximidade com o IC5. Paralelamente, temos vindo a desenvolver um trabalho conjunto com os municípios do IC5, nomea-damente com Zamora e Salamanca,

para que esta infraestrutura rodo-viária possa traduzir-se num eixo de desenvolvimento e captar a visi-ta de mais turistas. Simultanea-mente, temos trabalhado com in-vestidores privados, apoiando e procurando atrair investimento e já temos várias ações no terreno. A tí-tulo de exemplo, vendemos um pa-vilhão na zona industrial a uma em-presa multinacional espanhola que opera no setor dos frutos secos, que adquire produtos locais e procederá a um novo investimento para pro-ceder à transformação destes pro-dutos. Neste domínio, a nossa es-tratégia passa por criar e potenciar sinergias entre os investidores. Te-mos, por exemplo, um investidor que nos comprou a Alfandegatur e o Hotel Spa que é simultaneamente presidente de um agrupamento de produtores, que exporta vinho e azeite para o Brasil e, recentemen-te, começou a exportar frutos se-cos. Se o negócio correr bem essa empresa passará a embalar e trans-formar a amêndoa em Alfândega da

Mestre José Rodrigues: aposta na arte como fator de atração“Em relação ao Mestre José Rodrigues, que aqui viveu e cuja família é de Alfândega da Fé, temos atualmente um protocolo com a Fundação José Rodrigues que contempla vários trabalhos, desde exposições, workshops com crianças no domínio artístico, honrando o legado deixado pelo Mestre neste município e criando aqui mais um fator de atratividade. Temos a Casa da Cultura que tem o seu nome e a casa de família que é importante valorizar, bem como as obras do Mestre que são nossa propriedade e que devem ser colocadas ao usufruto do público… Em suma, estamos apostados no desenvolvimento de várias iniciativas que visam dar continuidade a este trabalho de ligação à obra do Mestre, enfatizando as suas ligações a Alfândega da Fé”.

Festa da Montanha Situada nas encosta sul da Serra de Bornes, outrora designada como Serra de Monte Mel, a aldeia de Sambade é a maior do concelho. Atravessada pela estrada nacional, a igreja matriz, sec. XVIII assume-se como elemento patrimonial de referência. Foi um importante centro de produção de lã, de linho e de seda, sendo essa então a sua principal riqueza. Aliás, a aldeia era conhecida como terra de cardadores, ofício ao qual se dedicavam muitos dos habitantes. Ainda hoje, a pastorícia e a agricultura são as principais atividades económicas, destacando-se a produção de castanha. O evento decorre no largo da Igreja Matriz, no interior de uma tenda, alugada para o efeito onde são colocados os stands um palco para realização da animação musical e este ano com a novidade de dispor de dois restaurantes, com propostas gastronómicas sob a coordenação do Chef Marco Gomes, onde se destaca o Festival do Cabrito Transmontano. A iniciativa, organizada pela Câmara Municipal de Alfândega da Fé, em conjunto com a Junta da Freguesia de Sambade, acontece nos dias 3, 4 e 5 de Novembro e pretende afirmar as potencialidades da montanha no contexto económico, turístico e cultural. A Festa da Montanha vai ser momento de debate, reflexão, divulgação e fruição de todas as potencialidades daquelas áreas. Daí que à mostra e venda de produtos característicos da montanha, se juntem atividades desportivas e lúdicas, se elogiem as atividades económicas e as histórias e lendas associadas Serra de Monte-Mel. Com uma forte componente de animação centrada nas tradições e histórias locais, espera-se que esta iniciativa seja fator de atração de muitos visitantes.

Iniciativas complementares: Montaria ao Javali / Exposição e atividades lúdicas no Centro de Interpretação do Território / Seminário sobre a temática da castanha e dos castanheiros / Animação de Rua / Fogueira e Castanhas assadas.

“Colmatámos carências básicas que deviam ter sido resolvidas em mandatos anteriores…”Há oito anos ao serviço do município de Carrazeda de Ansiães enquanto autarca, José Luís Correia deixa um legado marcado pela superação das expectativas face aos compromissos assumidos perante uma população que atualmente apenas lamenta não poder renovar-lhe um voto de confiança. Nota alta para o desafio inicial de reestruturação financeira de um município altamente endividado face ao potencial de atratividade que representava, o atual executivo focou esforços na dotação de infraestruturas básicas, como os equipamentos colectivos destinados ao lazer, à prática desportiva e à expressão artística e cultural, bem como na implementação de apoios sociais e na área da educação. Transportes gratuitos para todas as crianças e jovens que frequentam o ensino obrigatório, comparticipação das refeições escolares ou atribuição de bolsas de estudo para alunos do ensino secundário e superior são algumas das ações preconizadas nesta área. Também no domínio do empreendedorismo e da captação de emprego o autarca deixa um rumo com alicerces bem sustentados, materializados na criação de uma promissora incubadora de empresas de base local… Quanto ao futuro, as boas acessibilidades de que goza atualmente Carrazeda de Ansiães, somadas a uma satisfatória rede viária municipal, à privilegiada localização geográfica, a um ímpar património religioso e paisagístico e à atual afirmação turística e dos produtos agrícolas do concelho só poderão resultar num futuro risonho…

Entrevista com José Luís Correia, Presidente da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães

Fazendo uma retrospectiva dos dois últimos mandatos e tendo em conta o facto de Carrazeda de An-siães ser um concelho do interior e de baixa densidade populacio-nal, pergunto-lhe se já será possí-vel fazer o jogo das diferenças en-tre o pré e o pós José Luís Correia face ao legado que deixa no muni-cípio…Tenho a consciência tranquila para ser avaliado, tal como foi provado nas eleições de 2009 e de 2013… Devo re-cordar que encontrei uma câmara com uma dívida bastante significati-va, na ordem dos 12 milhões de euros, para a dimensão do concelho e para as receitas que tem. Consegui reduzir a dívida para 1,4 milhões de euros mas, além disso, também me apraz referir a obra que realizámos e deixamos, no-meadamente dos equipamentos co-

para o segundo. Creio tratar-se de uma oportunidade única, esta que es-tamos a desenvolver. Além disso, por-que estamos num concelho essencial-mente agrícola, procurámos promo-ver a comercialização dos produtos de excelência de Carrazeda de Ansiães, a maçã, o vinho e o azeite, levando-os a exposições regionais, nacionais e in-ternacionais, associando aos mesmos outra riqueza que ostentamos, o pa-trimónio. Somos um concelho do Alto Douro Vinhateiro com uma grande área classificada como Património da Humanidade e, potenciando essas si-nergias, promovemos o turismo, de-senvolvendo várias iniciativas, asso-ciando a tudo isto a memória rural, cuja musealização iniciámos. Por isso, criámos o Museu da Memória Rural em Vilarinho da Castanheira e nú-cleos temáticos noutras freguesias. Tudo isto são motivos criadores de atratividade que associados ao nosso património, com cinco monumentos nacionais classificados, devidamente organizados em circuitos turísticos e rotas temáticas. Estes circuitos são gratuitos, sendo que a câmara muni-cipal faculta ainda o transporte com guia turístico. Desta forma, potencia-mos a vinda de pessoas ao concelho e a oportunidade de os nossos produto-

lectivos que construímos, da benefi-ciação da rede viária, do início do bal-neário termal das Caldas de São Lou-renço, bem como os apoios sociais e na área da educação. Criámos um re-gulamento de apoio aos estratos so-ciais desfavorecidos que nos permitiu oferecermos apoios significativos destinados à melhoria da habitação de pessoas carenciadas, bem como à aquisição de medicamentos e, no do-mínio cultural, destacaria a atividade desenvolvida, outrora praticamente inexistente.

Nestes territórios do interior, di-ria que são dois os grandes desa-fios com que se deparam os autar-cas: a fixação das populações lo-cais, oferecendo qualidade de vida, o que depende igualmente da criação de emprego e da atra-

res locais comercializarem os seus produtos.

Em que medida tem sido esse in-cremento da oferta turística acompanhado pelo número de vi-sitantes no concelho?Tem sido uma agradável surpresa! Está em crescendo de ano para ano, excedendo as nossas expectativas e surpreendendo-nos face ao tão rápido efeito… São milhares e milhares… Isto referindo apenas os locais onde contabilizamos entradas, o Castelo de

ção de investimento… Que estra-tégias desenvolveu no sentido de captar investimento e emprego para Carrazeda ao longo destes dois mandatos?Antes de mais, procurámos dotar o município de equipamentos colecti-vos que, ao contrário de outros, ainda não possuíamos. Essa foi uma preocu-pação básica que, saliento, não deve-ria ter sido nossa, até porque manda-tos anteriores teriam beneficiado de melhores oportunidades de financia-mento… Se pensarmos num municí-pio que não tenha equipamentos para a prática de desporto ou para o desen-volvimento de atividades culturais, dificilmente poderemos pensar em qualidade de vida. Agora, digo que a qualidade de vida se encontra nos municípios do interior, faltando ape-nas assegurar oportunidades de em-

Ansiães e o Museu da Memória Ru-ral…

No entanto, mesmo com tantas potencialidades a explorar como a proximidade face ao Aeroporto do Porto, um dos melhores da Euro-pa, e ao Porto de Leixões e a con-sequente entrada de milhões de turistas anualmente no norte, continua a não existir uma estra-tégia concertada que facilite o acesso dos turistas a estes oásis ao longo do Douro…

prego. E é aí que reside a grande bar-reira, que nos motivou a enfrentar um enorme desfio. Neste âmbito, des-tacaria um projeto que estamos atual-mente a concluir, que visou a trans-formação do antigo mercado munici-pal numa incubadora de empresas e num espaço de atividades económi-cas, de exposição e comercialização de produtos agrícolas. No âmbito dessa incubadora, está em curso a análise das candidaturas, permitindo-nos apoiar entre oito a dez jovens em-preendedores, que terão um espaço para sediarem as suas empresas, sem qualquer custo logístico. Prestaremos ainda um apoio por cada posto de tra-balho criado durante dois anos, sendo que a câmara municipal traduzirá esse apoio num valor equivalente ao salá-rio mínimo nacional para o primeiro posto e a 50 por cento dessa verba

Sem dúvida alguma. Sou defensor há muitos anos dessa estratégia que, apesar de nunca ter sido imple-mentada, não configura, no meu en-tendimento, grandes dificuldades. É verdade o que disse, que o Aeropor-to Sá Carneiro é dos melhores da Europa, com um tráfego muito sig-nificativo… O problema é que quem, neste caso, sofreu com todas as con-dicionantes da classificação e da inerente preservação do Douro como Património da Humanidade, não é quem está a retirar o devido proveito. Refiro-me aos territórios e aos proprietários destes concelhos ribeirinhos. É necessário que todos estes operadores, desde as aero-transportadoras o Metro do Porto, a CP, os operadores fluviais, algumas empresas rodoviárias, outros em-preendedores turísticos e as câma-ras municipais concertem pacotes intermodais e cómodos. A verdade é que, no cenário atual, torna-se com-plicado para um turista organizar previamente um périplo pela região, o que seria muito facilmente con-tornável se fossem criados pacotes formatados. Isto dá algum trabalho mas, além de não ser impossível, traria muito proveito à região. E poderia resultar numa forma de contrariamos o exclusivo do turis-mo de rio, naqueles barcos que nada deixam aos concelhos ribeiri-nhos a não ser poluição e degrada-ção das margens. Quem não gosta-ria de andar em contacto com as margens, com as culturas, as po-pulações, a gastronomia e as paisa-gens para perceber o que representa viver nesta região?

José Luís Correia, Presidente da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães

“Em 15 anos, foram muitos os investi-mentos realizados a pensar nas pessoas”Há 15 anos que José Maria Costa serve o município de Murça nos vários domínios da gestão autárquica. Entre 2001 e 2013, o atual edil assumiu funções como vice-presidente e vereador, com pelouros como a educação, cultura, desporto, ação social, planeamento e gestão urbanística, águas e serviços urbanos. Nascido na freguesia rural de Jou, no município que lhe atribuiu uma maioria absoluta nas últimas legislativas, José Maria Costa lecionou em 11 municípios do interior, o que talvez ajude a explicar a sua ímpar postura de grande proximidade para com os seus conterrâneos, bem como a transparência e humildade com que os serve, dia-a-dia, nas suas tarefas de gestão. Hoje, Murça afigura-se um concelho dinâmico. Em grande parte fruto da implementação de uma estratégia autárquica que privilegia a exploração das suas maiores potencialidades, o território elevou-se a destino turístico de eleição. Um território de referência no que concerne à qualidade de vida, natureza, Terra Fria e Terra Quente, produtos endógenos cultivados em montanhas e planícies de cortar a respiração, lazer, cobertura social, educacional e de infraestruturas, além dos inevitáveis prazeres únicos à mesa… Em entrevista, José Maria Costa projeta o passado e o presente do seu município…

Entrevista com José Maria Costa, Presidente da Câmara Municipal de Murça

Será legítimo afirmar-se que o Presidente é um homem da casa, uma vez que se encontra ligado à autarquia desde 2001, tendo acu-mulado, enquanto vereador, to-dos os pelouros possíveis até 2012, até que, há quatro anos, a população de Murça depositou em si confiança máxima, conceden-do-lhe maioria absoluta… Per-gunto-lhe se já será possível fazer o jogo das diferenças no concelho de Murça entre o pré e o pós José Maria Costa.Confesso que não consigo falar sobre Murça sem me debruçar sobre todo o tempo em que estive aqui e sobre o que será o futuro do concelho depois de mim… Na verdade, essa diferença será enorme porque, durante estes 15 anos, foram muitos os investimentos realizados no concelho, essencial-mente a pensar nas pessoas, no senti-do de criar sustentabilidade assente nas condições de vida das populações.

tar todas as infraestruturas que refe-ri, assumem particular importância as vias de comunicação e, nesse domí-nio, estamos muito bem localizados e muito próximos das principais cida-des do norte do país e até de Espanha, o que nos confere uma certa centrali-dade, fundamental para que Murça continue a ser um concelho com mui-ta vitalidade.

No início do mandato, assumia como desígnio a rentabilização dos recursos humanos e financei-ros e, paralelamente, na articula-ção com os parceiros locais da so-ciedade civil, enquanto motor de desenvolvimento…É inegável a importância de uma ges-tão equilibrada dos recursos financei-ros e humanos. É verdade que o nosso concelho tem recursos, produtos en-dógenos que lhe conferem muita vita-lidade, como sucede com o vinho ou com o azeite, na região demarcada da

E o que Murça será no futuro depende não só do trabalho realizado até ao presente, como das conjunturas e po-líticas que serão tomadas a nível na-cional, no sentido de manter os terri-tórios de baixa densidade com vitali-dade e com vida. Entendo que os mu-nicípios e o poder autárquico, essencialmente a partir da década de 90, quando se iniciaram os quadros comunitários de apoio, realizaram grandes investimentos, que passaram por domínios como as infraestruturas básicas e os demais serviços relacio-nados com a educação, a cultura, o so-cial e o empreendedorismo. Na verda-de, percebemos hoje que qualquer vila e concelho dos territórios de baixa densidade possuem boas condições para que as pessoas desfrutem de uma boa qualidade de vida, desde que possam ter um rendimento, seja o mesmo proveniente das culturas lo-cais predominantes ou de um empre-go. No caso de Murça, a complemen-

Terra Quente, com a castanha, a amêndoa e a azeitona na zona de montanha e de Terra Fria, que estão a adquirir uma significativa dimensão e que já se tornaram determinantes para a economia do concelho. E temos igualmente muita gente que exerce funções no setor dos serviços… Em suma, temos uma taxa de desempre-go enquadrada com a média nacional.

No plano pessoal, em que medida o facto de ter sido docente em 11 concelhos do interior, de ter exer-cido na educação especial e de ter produzido uma tese subordinada aos temas e problemáticas da edu-cação em Portugal lhe conferirá a necessária postura de proximida-de e sensibilidade, essenciais para o exercício das funções de autar-ca?Creio que sim… Existem duas com-ponentes intrínsecas que considero importantes: uma tem a ver com a

José Maria Costa, Presidente da Câmara Municipal de Murça

minha formação e outra com a mi-nha natureza. Sendo eu uma pessoa nascida na aldeia, que sempre viveu a sua origem com muito afinco, tal-vez tenha contribuído para que seja de relacionamento humano muito fácil. E é verdade que me sinto como peixe na água no meio das pessoas, independentemente do seu estrato económico e social. No fundo, sinto--me uma pessoa do povo. Fiz parte de órgãos sociais de várias associa-ções locais, assim como da comissão de festas da minha freguesia e acabo também por deixar uma marca no meu concelho através desta compo-nente técnica de ter estado ligado à educação. E orgulho-me também do trabalho desenvolvido nesta área no concelho de Murça… A minha tese de mestrado, embora tenha requeri-do uma análise territorial abrangen-te, tem muito a ver com o território de Murça e serviu para a construção da Carta Educativa do município

que, entre 2003 e 2011, fez todo um percurso de reorganização da rede escolar e sinto-me realizado face ao trabalho feito.

Voltando ao início deste manda-to, recordo valores por si privi-legiados, como sustentabilida-de, solidariedade, integridade, equidade, igualdade de género e transparência. Falamos num mandato de quatro anos, atra-vessado por uma grande crise e, no final, prendado por uma clara retoma… Pergunto-lhe como foi gerir aquela fase mais exigente, garantindo o cumprimento de to-dos aqueles valores inicialmente proclamados…Estes quatro anos não foram nada fá-ceis… Essencialmente, se evidenciar-mos o grande investimento que a au-tarquia fez em termos de infraestru-turas e de equipamentos para criar as condições necessárias para que as

pessoas possam viver em Murça. Tudo isso levou a que a Câmara, pro-curando dar resposta, e com alguns financiamentos já contratualizados em 2002, entrasse em super endivi-damento face à alteração da lei das finanças locais. Por isso, tivemos que recorrer a uma estratégia de sa-neamento financeiro, que nos im-pôs significativas limitações, o que não foi nada fácil. Mas sempre pre-samos pela transparência ao nível da gestão do município e a verdade é que o município saiu, nos últimos quatro anos, do fundo para o topo da lista… Paralelamente, assistimos ao encerramento de muitas peque-nas empresas durante este ciclo mais negativo mas soubemos criar respostas. A título de exemplo, refiro a conceção de um plano social escolar que complementa as respostas do Po-der Central, criando bolsas de estudo para o ensino superior e bolsas de mé-rito, apoiando os nossos jovens em domínios como os transportes e a ali-mentação e reforçando a componente de apoio às famílias. Também com os nossos idosos, criámos espaços de convívio e de lazer e, fruto de uma parceria com o Centro de Emprego, requisitámos pessoas que assim inte-grámos no seio profissional, no senti-do de quebrar o isolamento destas pessoas e de lhes oferecer uma vida mais ativa.

Está a crescer em Leça do Balio o centro empresarial de sonho…O projeto de expansão da Lionesa, da autoria do arquiteto António Leitão Barbosa, tem como objetivo aumentar a atual área bruta locável para mais de 100 mil m2 até 2025, num investimento global de 100 milhões de euros. Capaz de acolher uma comunidade de mais de 10 mil pessoas, a Lionesa vai tornar-se um dos maiores centros empresariais do país, sendo que a expansão arranca já em 2017, com o setor do desporto e lazer a inaugurar uma zona desportiva que incluirá oito campos de padel, um campo de ténis e dois campos de futebol. Esta área incluirá ainda um corredor verde, projeto municipal que fará a ligação entre a Lionesa e a zona costeira em Leça da Palmeira, fazendo assim a conexão dos Caminhos de Santiago.

Lionesa projeta futuro com investimento superior a 100M€

case study português no setor da lo-gística e industrial. Como recorda Pe-dro Pinto, administrador da Lionesa, “em 2002, juntamente com quatro só-cios, adquiri a Lionesa, perspectivan-do uma área de construção com cerca de 44 mil metros quadrados e uma área descoberta equivalente e, depois, foi a própria Lionesa a dar-nos a res-posta sobre o que deveríamos fazer… Quando fizemos essa aquisição, con-tratámos um guarda e, entretanto, iniciei um período de férias… Em se-tembro, quando voltei, esse guarda ti-nha uma lista de mais de 20 pessoas que pretendiam arrendar espaços. A Lionesa é um espaço que tem uma energia muito própria e parecia dizer--nos: arrendem espaços!”Recorde-se que o centro empresarial da Lionesa nasceu em 2002 para dar vida a

um espaço que foi outrora uma proprie-dade de indústria têxtil. Com uma visão de futuro sustentada, aliada à preocu-pação com a preservação e manutenção da memória arquitetónica, foram desde sempre sendo criadas infraestruturas para um centro empresarial multiface-tado, flexível e dinâmico onde vários negócios encontraram espaço para prosperarem e expandirem. Como re-corda ainda Pedro Pinto, à procura des-ses espaços disponíveis, surge um ho-mem dinamarquês que nos pedia cerca de 10 mil metros de área para a Comer-cial Têxtil, que viria a constituir o nosso primeiro grande negócio”. “Trouxe um arquiteto dinamarquês, que projetou um escritório e uma fábrica completa-mente atípica face ao padrão nacional e que serviria como espaço de referência para apresentarmos a outros clientes…

Começámos a arrendar espaços e assim se resume o início da Lionesa”.Com um posicionamento definido, os responsáveis pela Lionesa iam adqui-rindo conhecimentos cada vez mais especializados sobre um negócio em exponenciação… “Começámos a per-ceber que, para instalarmos aqui uma comunidade de pessoas, teríamos que oferecer qualidade de vida, o que obri-gava à instalação de ofertas até então inexistentes, como multibanco, giná-sio, restauração, quiosque, farmácia, transportes, entre outros serviços e espaços que viriam a dar conforto a quem cá estava”.Além das múltiplas valências de supor-te às empresas e aos colaboradores, os serviços de comodidades e lazer manti-veram-se sempre no topo das priorida-des da Lionesa, no intuito de estimular os relacionamentos interpessoais entre cada colaborador. Hoje, a Lionesa é um negócio detido apenas por Pedro Pinto e que beneficia de uma ímpar localiza-ção geográfica, a menos de dez minutos de um aeroporto, de um porto de mar e do centro de cidades como o Porto, Ma-tosinhos e Maia, o que lhe confere uma centralidade única, com facilidade de estacionamento e de mobilidade e uma apreciável área verde circundante. Como refere Pedro Pinto, “estamos no Porto sem estarmos no pior que um grande centro urbano representa. E isso faz com que seja possível convivermos com a natureza… Respeitámos todas as árvores que aqui existiam, em breve será construída uma ciclovia no âmbito do corredor verde do rio Leça, teremos zona fluvial, um circuito de manuten-ção junto ao rio… O que há meia dúzia de anos era um sonho traduz-se agora em realidade… Percebemos que a liga-ção à arte, à natureza, ao lazer e à como-didade são fatores fundamentais para a obtenção de qualidade de vida”. Em suma, Pedro Pinto qualifica a Lionesa atual e futura como “um local com his-tória que é simultaneamente sexy e acompanha esta nova indústria de 4.0. E é esta mistura de arte, natureza, pa-trimónio, local com história que resulta no conceito que procuramos construir”.Hoje, o Centro Empresarial da Lionesa tem uma taxa de ocupação de 98% e acolhe um movimento diário de 4 mil pessoas das mais de 110 empresas se-deadas, entre as quais a Hilti, Farfetch, RH Mais (Contact Center da Vodafone), Connor Internacional, 7 Graus, Kicks, Li & Fung, entre outras.

Nos próximos anos iniciam-se as obras que definem os novos edifícios do centro empresarial, na Lionesa ori-ginária e no espaço contíguo à mes-ma. Estes novos edifícios, da autoria de diferentes arquitetos, aportam uma nova identidade para o centro empresarial, sempre em harmonia com a envolvente. No que respeita à funcionalidade, nos novos edifícios estão incluídos um hotel, residências empresariais e universitárias e uma área dedicada ao empreendedorismo, bem como novas áreas de restaura-ção, serviços e comércio que irão di-namizar o dia-a-dia da Lionesa. Na reta final do projeto, avança-se para a construção de um novo par-queamento – silo-auto – que restrin-girá quase totalmente a circulação au-tomóvel, fomentando, assim, o circui-

to pedonal. Está previsto ainda um novo sistema emblemático – um vai--e-vem suspenso por carril - como método de transporte individual, que fará as ligações entre as duas extre-midades, reduzindo a distância, para todos os trabalhadores. Por fim, o projeto de expansão da Lio-nesa inclui a construção de uma tor-re, capaz de representar todo o po-tencial de inovação e criatividade da Lionesa, capacitando-a para albergar um novo e alternativo programa. Este edifício icónico, de 25 pisos, visa romper com a horizontalidade que caracteriza o território envolvente e materializa o desejo de crescimento da Lionesa. Mas voltemos ao passado para perce-bermos como foi construído e alicer-çado este que promete revelar-se um

Pedro Pinto, administrador da Lionesa

A Hilti foi fundada em 1941, em Schaan, no Principado do Liechtenstein. Come-çou como uma pequena empresa fami-liar, que passou por um processo de crescimento contínuo até se tornar a multinacional que é hoje. Está presente em mais de 120 países e conta com cer-ca de 25 mil colaboradores. Marca pre-sença no mercado português desde 1978, onde emprega cerca de 100 cola-boradores e elege como missão cons-truir um futuro melhor, o que passa por ajudar os seus clientes a construir mais rapidamente, com mais segurança e com maior inovação, sempre com a consciência do legado que deixam para trás. Na base da estratégia da empresa está uma cultura orientada para a per-formance e para o cuidar das pessoas. A busca constante pela excelência nos re-sultados é acompanhada por uma cul-tura que cuida e ouve verdadeiramente o que os colaboradores têm a dizer, in-centivando-os a questionarem-se e a desenvolverem as suas carreiras. Como testemunhámos em entrevista a Antó-

A Investir na Inovação e nas Pessoas para construir um futuro melhorSão atualmente 100 os profissionais que podem ostentar o orgulho de trabalhar na Hilti Portugal, considerada a melhor empresa para trabalhar em Portugal em 2016. A esta distinção, a empresa soma ainda o galardão atribuído em 2015 e 2017, de Empresa mais Feliz em Portugal, galardões que não são propriamente encarados no seio da “família Hilti” como um mero objetivo mas antes como consequência natural da cultura empresarial instalada. Anualmente, a Hilti, que em Portugal opera a partir do Parque Empresarial da Lionesa, na freguesia de Leça do Balio, concelho de Matosinhos, aplica um inquérito aos seus profissionais, instrumento transversal a todo o grupo e com elevada participação, de que resultam ideias a aplicar na prossecução da melhoria de processos e do bem-estar dos trabalhadores. Destaque para iniciativas como o pequeno-almoço diário na sede, aulas de yoga, lembrança no dia da mulher, cabaz de Páscoa e Natal, seguro de vida, seguro de saúde, cheque infância e ainda eventos de cariz social. No que respeita a uma das prioridades do Grupo Hilti, o desenvolvimento das pessoas, a empresa concebeu ferramentas de acompanhamento, o People Management Process e o Strategic Manpower Development, que suportam a evolução de carreira dos seus colaboradores. Mais de 30 pessoas que iniciaram carreira na Hilti Portugal estão hoje em posições de destaque na Hilti Internacional, ao que não será alheia a forte aposta na formação, materializada em ações presenciais, algumas até fora do país, mas também na plataforma de e-learning, criada para facilitar a gestão de agendas.

Hilti Portugal

nio Raab, Diretor Geral da Hilti Portu-gal e a partir de um périplo pela empre-sa, aqui acredita-se que o que distingue uma organização são as pessoas. Saben-do que a importância das pessoas não se fica apenas numa dimensão concep-tual, são várias as iniciativas, práticas e ferramentas implementadas para ope-racionalizar e viver esta forma de estar.

O António Raab tem a desafiante missão de liderar, em Portugal, um grupo que é líder mundial na sua área de negócio… Do mundo para Portugal, como descreveria este case study que desenvolve soluções para a área da construção?O Grupo Hilti é uma multinacional se-diada no principado de Liechtenstein. Trata-se de uma empresa de origem fa-miliar, fundada há 76 anos pelo profes-sor Martin Hilti. Após o falecimento do fundador, o seu filho passaria a assumir o cargo de Board Executive. Hoje, a Hilti Internacional conta com cerca de 25 mil funcionários, prevendo-se que no final

do ano a sua faturação ronde os 5 mil milhões de francos suíços (perto de 4.400 milhões de euros). Um dos gran-des investimentos da empresa, que este ano já superou os 158 milhões de euros, foca-se no desenvolvimento de novos produtos, técnicas e serviços. Anual-mente, lançamos entre 50 e 60 novos produtos, alguns dos quais são testados em Portugal, país onde a Hilti marca presença há 40 anos. A Hilti Portugal é atualmente constituída por 100 profis-sionais, atravessando uma fase de signi-ficativo crescimento ao nível da fatura-ção.

A Hilti Portugal marca presença no país através de uma rede de lojas próprias, fator que marca também alguma diferenciação ao nível do posicionamento…Sim, a nossa sede está localizada na Lio-nesa, em Leça do Balio, onde trabalham 45 pessoas e temos sete lojas Hilti espa-lhadas pelo país que vendem exclusiva-mente os nossos produtos, sendo que

não trabalhamos com revendedores ou distribuidores. Assim, temos lojas no Algarve, Lisboa, Alfragide, Leiria, Gaia, Porto e Braga. Em Portugal, temos ain-da outros departamentos, como uma equipa de vendas constituída por 45 profissionais, o departamento de enge-nharia, financeiro, marketing, recursos humanos, serviço de clientes e planea-mento logístico. Basicamente, temos aqui uma empresa dentro do Grupo Hilti, que está representado em 128 países, onde emprega cerca de 18 mil vendedores. Diariamente e a nível glo-bal, temos cerca de 180 mil contactos com o consumidor final. Por isso, a Hilti é líder mundial na técnica de fixação. É uma empresa que privilegia a proximi-dade com o consumidor final, o que fa-cilita o desenvolvimento de produtos, a sua colocação no mercado e o atingi-mento de altas taxas de sucesso.

Quando falamos no mercado da construção civil, estamos perante um leque de oportunidades e de

António Raab, Diretor Geral da Hilti Portugal

oferta muito vasto… Quer concre-tizar em que consiste concretamen-te a oferta da Hilti que, para além de produtos, também inclui soft-ware?A empresa nasceu numa área indus-trial, que consiste no fabrico de produ-tos. Associados a esses produtos, come-çámos a comercializar serviços e solu-ções de software e, hoje, temos a esse nível soluções integradas e simultanea-mente únicas. Constatámos que o mer-cado evoluiu da simples aquisição de ferramentas ou materiais para uma perspetiva de gestão e de produtividade e, como tal, adaptámo-nos e passámos a elencar no seio das nossas prioridades o desenvolvimento de serviços e de soft-ware. A empresa nasceu numa área in-dustrial, que consiste no fabrico de pro-dutos. Associados a esses produtos, co-meçámos a comercializar serviços e so-luções de software e, hoje, temos a esse nível soluções integradas e simultanea-mente únicas. Constatámos que o mer-cado evoluiu da simples aquisição de ferramentas ou materiais para uma perspetiva de gestão e de produtividade e, como tal, adaptámo-nos e passámos a elencar no seio das nossas prioridades o desenvolvimento de serviços e de soft-ware. Entre eles destacamos o nosso software de gestão para a construção – Hilti ON!Track – que permite poupar tempo e recursos aos profissionais da construção, pela simplificação do pro-cesso de inventário e otimização de stocks. Falamos em poupanças entre 50 a 80% dos custos com a gestão de ati-vos. É uma das áreas mais recentes e que tem tido uma excelente aceitação da parte dos nossos clientes.

Que mais-valias representam essas soluções de software?Nós deixámos de fornecer simplesmen-te a parte física, ou seja, o hardware, passando a posicionar-nos como uma empresa que oferece soluções. E isto al-terou radicalmente o paradigma do contacto com o cliente e mesmo a for-ma como ministramos formações. Basi-camente, a maior parte das nossas solu-ções está coberta por três componen-tes: o hardware, que pode ser a ferra-menta, o serviço e o software. Tomando como exemplo um material de fixação, em que pretendemos fazer uma estru-tura, a qual exige um dimensionamen-to, temos soluções de software que rea-lizam os cálculos necessários; por outro lado, se falarmos numa solução de soft-

ware para ferramentas, temos por exemplo um sistema de gestão integra-da de ferramentas que permite ao clien-te conhecer a sua localização em tempo real, o custo de aquisição, as reparações e manutenções e fazer a gestão de todo o seu ciclo de vida. Para dar um exemplo alusivo à nossa atividade de desenvolvi-mento, lançaremos este mês uma nova solução no âmbito da Internet of Things, a aplicação Hilti Connect, que permitirá que todas as nossas ferra-mentas fiquem conetadas a smart pho-ne com acesso a um conjunto de infor-mação que vai desde o funcionamento da máquina à sua melhor rentabiliza-ção. O que pretendemos é auxiliar o nosso cliente a tirar o maior partido possível dos nossos produtos.

Sendo evidente que qualquer cida-dão pode, em teoria, ser um poten-cial utilizador dos produtos Hilti, dada a especificidade, qualidade e custo, o segmento dos profissionais da construção deverá representar uma fasquia significativa das ven-das da empresa…No nosso portefólio de clientes, temos os particulares ou privados, que admi-ram e se fidelizaram à máquina e aos consumíveis Hilti mas a nossa vocação é efetivamente o mercado profissional, nomeadamente em nichos como a construção, a instalação, a parte elétri-ca, a mecânica e a indústria. Nesses seg-mentos, que representam cerca de 99 por cento da nossa faturação, somos de facto muito procurados porque oferece-mos soluções que os profissionais não encontram nos tradicionais distribui-dores, que se dedicam apenas à comer-cialização da máquina em si. Na Hilti, procuramos não apenas vender uma máquina e a broca mas agregar um su-porte que o nosso cliente profissional necessita para desenvolver o seu traba-lho. Daí estarmos particularmente fo-cados no desenvolvimento de software e de serviços.

Além desse suporte aos clientes profissionais, a Hilti tem vindo a ser reconhecida face à preocupação evidenciada relativamente à quali-dade de vida e bem-estar do seu pú-blico interno, ou seja, dos seus pro-fissionais, tendo sido mesmo dis-tinguida como a melhor empresa para trabalhar em Portugal…Sim, foi com orgulho que recebemos essa distinção como melhor empresa

para se trabalhar em Portugal e como melhor empresa no domínio do de-senvolvimento das pessoas, algo que considero uma consequência muito clara da forma como vemos e como trabalhamos com as pessoas dentro da empresa. Temos uma comunicação extremamente simples e direta, so-mos uma equipa pequena, constituí-da por 100 pessoas, na qual não há lugar a hierarquias… E um dos exem-plos é o open space que temos na nos-sa sede, com todos os departamentos “misturados” porque pretendemos que as pessoas comuniquem, inde-pendentemente da função que exer-cem. E isto também se deve a um ex-celente trabalho dos nossos recursos humanos, que sabem escutar as pes-soas dentro da empresa. Nós desen-volvemos anualmente um questioná-rio em que procuramos perceber os níveis de satisfação dos nossos fun-cionários relativamente à empresa, ao trabalho, à chefia e aos colegas. E da-mos-lhes a oportunidade de veicula-rem opiniões, expectativas e suges-tões para melhorarmos. E todos os anos temos implementado medidas sugeridas pelos colaboradores. A títu-lo de exemplo, uma das mais recentes iniciativas que implementamos, e que está relacionada com uma preocupa-ção crescente dos nossos colaborado-res com o equilíbrio trabalho/vida, foi a possibilidade de nos departamentos internos os colaboradores terem a possibilidade de praticarem um horá-rio de entrada e saída flexível, assim como terem flexibilidade no tempo de trabalho.Esta ideia da centralização nas pessoas já vem do nosso fundador, Martin Hilti, que afirmava que as pessoas estão em primeiro lugar. E nós apenas damos se-quência a essa máxima, considerando--as o mais importante recurso que te-mos dentro da Hilti. Sem pessoas moti-vadas e contentes com a empresa, cer-tamente não teríamos os resultados que estamos hoje a alcançar e, simulta-neamente, teríamos clientes insatisfei-

tos porque a insatisfação interna reflec-te-se directamente na insatisfação ex-terna. Por isso, fiquei extremamente satisfeito pelo prémio, que não foi o único, uma vez que este ano também fomos considerados pela revista Exame a empresa mais feliz para se trabalhar em Portugal. E convidá-lo-ei a dar uma volta pela empresa para perceber esse ambiente sadio e de felicidade que se respira cá dentro…

Numa indústria em que a base tec-nológica e a inovação estão sempre presentes, que importância assume a área da formação?A formação é um dos pilares fundamen-tais no seio da empresa. Quando os fun-cionários entram na Hilti já contam com um package de boas-vindas e com um “padrinho” dentro da empresa, ao que se segue uma formação na área de produtos e processos. Ainda no mês passado, fizemos a nossa chamada “Viagem da Cultura”, evento em que in-terrompemos a atividade normal da empresa durante dois dias para discu-tirmos com os funcionários assuntos como resultados, processos e outros que estes e a empresa consideram im-portantes. Isso demonstra que estamos muito interessados em treinar as pes-soas. A formação está no topo das prio-ridades da Hilti porque oferece segu-rança e rapidez nas tomadas de decisão.

Falamos de um Grupo com presença em 128 países, com 60 novos pro-dutos lançados só no ano passado e com 10 mil produtos no portefólio global… Este ano, o júri dos Pré-mios de Design de Acabamento de Interiores de 2017 - 2017 iF Design Awards – atribuiu à Hilti quatro prémios de design de produto e um prémio de design de comunicação para produtos que apresentam um design novo e inovado, fatores que pressupõem também um forte in-vestimento em investigação…Nós recebemos o feed back diretamente do consumidor final para o nosso ven-dedor. Muitas vezes, esse feed back sur-ge na forma de uma expectativa expres-sa pelo cliente quanto à busca de uma solução para a execução de determina-da tarefa. Essa informação é partilhada pelos nossos vendedores com os nossos departamentos, como o de marketing, que posteriormente comunicam com a sede. Falamos em melhorias de ferra-mentas para produtos já existentes ou

na deteção de oportunidades de negó-cio, uma vez que passámos a cobrir so-luções até então inexistentes. São os próprios clientes que nos desafiam a en-contrar essas soluções. Ao nível do de-senvolvimento, a Hilti Portugal presta ainda o contributo de testar produtos e ferramentas diretamente com os clien-tes para posteriormente darmos um feed back à casa mãe. E temos uma ter-ceira vertente, também suportada em

Portugal, na área de estudos técnicos associada à fixação, ao abrigo da qual celebrámos vários protocolos com uni-versidades, uma vez que existem pecu-liaridades e necessidades específicas a que temos que responder relativamente ao mercado nacional. E também a esse nível temos contado com todo o apoio da casa mãe.

Presumo que a Hilti Portugal esteja

bem vista no seio do Grupo…Diria que as 128 estão bem vistas… Quando surge, a nível local, alguma sugestão que vise melhorar o país e a empresa a melhorar um produto que já é ótimo, o Grupo apoia… Portugal está realmente muito bem na ótica da Hilti Internacional. Temos “exporta-do” pessoas de alto gabarito que têm construído carreiras de enorme su-cesso em diversas empresas Hilti in-

ternacionais, essencialmente para a casa mãe. Temos hoje chefias na Amé-rica Latina, temos outros profissio-nais que assumiram um destaque cen-tral no Grupo Hilti e isso deixa-nos extremamente felizes porque signifi-ca que conseguimos contratar e de-senvolver pessoas. Nos últimos cinco anos, conseguimos colocar mais de 30 pessoas em posições muito interes-santes no Grupo…

Em 2011, a Hilti instalou-se no Parque Empresarial da Lionesa, em Leça do Balio, concelho de Matosinhos, estrutura que ofe-rece uma importante proximida-de com um porto de mar, um ae-roporto, a cidade do Porto e ou-tras do norte do país… Que mais--valias resultaram desta opção?São tantas que ainda aqui estamos hoje… A Lionesa está extremamente bem localizada: a 10 minutos do aero-porto e do Porto de Leixões e a cinco minutos da cidade do Porto; temos grandes empresas aqui à volta, como a Efacec, a Sonae, as Tintas CIN, a Uni-cer… Na Lionesa, temos tudo o que os profissionais precisam, desde a restau-ração à farmácia e outros serviços es-senciais, temos o verde envolvente… Quando decidimos mudar de instala-ções, procurámos 15 alternativas e, voltando à questão dos colaboradores da empresa, foram eles que nos ajuda-ram a encontrar este local. E foi com base nas suas opiniões que tomámos esta decisão, bem como a de todo o equipamento com que apetrechámos esta unidade para que pudessem traba-lhar com todo o conforto necessário. E estamos também muito animados face a este novo projeto Lionesa 2025, que captará muito mais empresas de reno-me às já existentes neste espaço e re-sultará numa modernidade muito fo-cada na natureza, no verde e no bem--estar. Se passamos aqui 8 a 10 horas diárias, as pessoas merecem estar um local agradável, onde possam cami-nhar, divertir-se e respirar um ambien-te saudável. E a Lionesa tem essa ver-tente. Tem vindo a assumir-se cada vez mais como uma grande praça empresa-rial com médias e grandes empresas e ainda com um enorme potencial de crescimento, que considero muito po-sitivo pelo que tive a oportunidade de conhecer acerca deste novo projeto. Siga-nos

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Sensações únicas!A cidade de Bragança é reconhecida pelo seu património medieval. Viaje pela história através de percursos pedestres e desfrute de toda a envolvência cultural e paisagística. As ruas da cidade são testemunhas de uma história que remonta a Idade do Bronze. O castelo e a antiga Cidadela de Bragança localizam-se à margem esquerda do rio Fervença. A Torre de Menagem, onde hoje funciona o Museu Militar, foi considerada como um dos monumentos mais belos e bem preservados de Portugal. Suba ao alto das suas muralhas e aprecie a serra de Montesinho, a serra de Sanabria, a serra de Rebordões e a serra de Nogueira. Aproveite ainda a sua estadia para conhecer todo o património cultural das aldeias do concelho, onde persistem tradições ancestrais e uma ruralidade autêntica. Por fim, convidamo-lo a saborear a excelente gastronomia transmontana oferecida pelo Restaurante São Lázaro e a vivenciar as mais exóticas experiências oferecidas pelo Hotel Turismo São Lázaro! O hotel fica situado a apenas 1 Km do Centro Histórico, numa das áreas mais apelativas e bonitas de Bragança, enquadrado na natureza e com vistas fantásticas para o Castelo de Bragança e para a Serra de Montesinho. Em entrevista, o Diretor-Geral Marcel Silveira apresenta-nos esta unidade hoteleira, também ela um ícone do distrito… 

Hotel Turismo São Lázaro

A cidade de Bragança é reconheci-da pela sua riqueza patrimonial, paisagística e gastronómica. Em que medida estão estes atributos presentes no conceito do Hotel Turismo São Lázaro?O Hotel São Lázaro está inserido em Bragança, uma região com enorme valor cultural e gastronómico a nível nacional. Os hóspedes que nos visi-tam, tanto a nível nacional como in-ternacional, procuram estes produtos de primeira qualidade e cidades que preservam a originalidade do destino. Bragança é uma destas cidades e o Hotel São Lázaro proporciona estas

pleta renovação das suas infraestru-turas, renovando na sua totalidade os quartos, zonas públicas e com a cria-ção de novos equipamentos como o Health Club, cujas obras ficarão con-cluídas ainda em 2017. Esta reestru-turação tem como objetivo qualificar o hotel com 4 estrelas e oferecer aos visitantes de Bragança uma opção de inovação, qualidade e conforto ao ní-vel dos melhores 4 estrelas do país. Que serviços complementam a oferta desta unidade?O hotel é um dos maiores do norte. Possui 272 quartos, salas de congres-

experiências aos seus hóspedes, utili-zando produtos da região na confec-ção dos seus produtos e facilitando vias de acesso a visitas, ao património cultural e de natureza aos seus clien-tes. Ao nível das estruturas físicas, que principais fatores diferen-ciam a oferta do Hotel Turismo São Lázaro?O Hotel está presente na cidade de Bragança há 15 anos. Sempre fomos a referência hoteleira na região e, como não podia deixar de ser, o Hotel vem mais uma vez inovar e está em com-

sos e reuniões, dois bares, um dos quais funciona 24 horas e restauran-te. Ainda este ano ficarão disponíveis novos espaços de conforto e lazer... Os novos equipamentos contam com campo de ténis, ginásio, spa, piscina, minigolfe com 25 pistas e um novo Cocktail Bar, que trará novidades à ci-dade de Bragança, não só para os hós-pedes como para toda a população lo-cal. É muito importante referir que o Hotel São Lázaro não é só para os hós-pedes que visitam a cidade. O Hotel está aberto a todo o público que nos queira visitar e usufruir dos nossos serviços.

Marcel Silveira, Diretor-Geral do Hotel Turismo São Lázaro