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Ao Ilustríssimo Senhor Presidente da Colenda Comissão Especial de Licitação da Concorrência Pública n° 01/2015, internacional, de menor valor de tarifa, referente à Concessão do Serviços de Transporte Coletivo por Ônibus do Município de Porto Alegre. PROCESSO administrativo N" 001.008159.15.7 CONTRARRAZÕES Consórcio Mais - Consórcio de Mobilidade da Área Integrada Sudeste, neste ato representada pela empresa líder SUDESTE TRANSPORTES COLETIVOS LTDA., com sua sede na Rua Saldanha da Gama, n° 555, Bairro São José, cidade de Porto Alegre/RS, Cep. 91.520-630, inscrita no CNPJ sob o n" 88.175.625/0001-35, legalmente registrada na Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob o NIRE 43.200.484.601, por seus representantes legais JOSÉ ALBERTO MACHADO GUERREIRO, brasileiro, casado no regime da comunhão universal de bens, economista, residente e domiciliado na Rua Carlos Trein Filho, 835, apto. 801, bairro Auxiliadora, cidade de Porto Alegre/RS, Cep. 90.450-120, inscrito no CRE/RS n" 2.790 e no CPF sob o n° 121.959.280-34 e TITO FÁBIO SCHMIDT, brasileiro, advogado, separado, residente e domiciliado na Travessa Coronel Antônio Carneiro Pinto, 63, apto. 803, Bairro Petrópolis, cidade de Porto Alegre/RS, Cep. 90.460-020, portador da OAB/RS 11.821, inscrito no CPF sob n° 201.888.890-00, Diretores Presidente e Administrativo e Financeiro, respectivamente, vem, respeitosamente a presença de Vossa Senhora, apresentar CONTRARRAZÕES AO RECURSO ADMINISTRATIVO Interposto por Stadtbus Transportes Ltda.. com sede na Av. Independência, 860, Centro, cidade de Santa Cruz/RS, CNPJ 93.273.860/0001-80 (Jíécorrente"), o que faz nos termos o item 21.4 do Edital e artigo 109, § 3- da Lei 8.666/93, fundamentos que seguem: —s Ch l

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Ao

Ilustríssimo Senhor Presidente da Colenda Comissão Especial de Licitação da

Concorrência Pública n° 01/2015, internacional, de menor valor de tarifa,

referente à Concessão do Serviços de Transporte Coletivo por Ônibus do

Município de Porto Alegre.

PROCESSO administrativo N" 001.008159.15.7

CONTRARRAZÕES

Consórcio Mais - Consórcio de Mobilidade da Área Integrada

Sudeste, neste ato representada pela empresa líder SUDESTE TRANSPORTES

COLETIVOS LTDA., com sua sede na Rua Saldanha da Gama, n° 555, Bairro São José,

cidade de Porto Alegre/RS, Cep. 91.520-630, inscrita no CNPJ sob o n" 88.175.625/0001-35,

legalmente registrada na Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob o NIRE

43.200.484.601, por seus representantes legais JOSÉ ALBERTO MACHADO GUERREIRO,

brasileiro, casado no regime da comunhão universal de bens, economista, residente e

domiciliado na Rua Carlos Trein Filho, 835, apto. 801, bairro Auxiliadora, cidade de Porto

Alegre/RS, Cep. 90.450-120, inscrito no CRE/RS n" 2.790 e no CPF sob o n° 121.959.280-34 e

TITO FÁBIO SCHMIDT, brasileiro, advogado, separado, residente e domiciliado na Travessa

Coronel Antônio Carneiro Pinto, 63, apto. 803, Bairro Petrópolis, cidade de Porto Alegre/RS,

Cep. 90.460-020, portador da OAB/RS 11.821, inscrito no CPF sob n° 201.888.890-00,

Diretores Presidente e Administrativo e Financeiro, respectivamente, vem, respeitosamente a

presença de Vossa Senhora, apresentar

CONTRARRAZÕES AO RECURSO ADMINISTRATIVO

Interposto por Stadtbus Transportes Ltda.. com sede na Av.

Independência, 860, Centro, cidade de Santa Cruz/RS, CNPJ 93.273.860/0001-80

(Jíécorrente"), o que faz nos termos o item 21.4 do Edital e artigo 109, § 3- da Lei 8.666/93,fundamentos que seguem: —s

Chl

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C*N$éRCI#

lí) MAIS

I - Breve Resenha Fática;

Trata-se de recurso administrativo interposto pela Recorrente contra decisão

dessa Colenda Comissão Especial de Licitação que, aos vinte e quatro dias do mês de julho de

dois mil e quinze, às nove horas, na sede da Área de Compras e Serviços (ACS), da Secretaria

Municipal da Fazenda (SMF), situada na Rua Siqueira Campos, 1300, 3° andar, sala 301,

reuniu-se e procedeu ao julgamento das propostas da Concorrência 1/2015 e, de acordo com os

documentos constantes às folhas 2030 a 3255 do processo administrativo n° 001.008159.15.7,

em estrita observância do Edital, assim procedeu, em apertada síntese:

LOTE 6; Licitante CONSÓRCIO DE MOBILIDADE DA ÁREA INTEGRADASUDESTE - MAIS: apresentou a Garantia da Proposta em conformidade com o item 14do Edital. No entanto, a Licitante ofertou Tarifa Técnica no valor de R$ 3,4674,observando o valor máximo estipulado no item 3.1 do Edital. Procedida à análise daproposta verificou-se o preenchimento dos requisitos do item 15 do Edital e do Anexo

VI-B. Sendo assim, restou classificada em primeiro lugar 3 UlllCfl

proposta apresentada pela Licitante consórcio deMOBILIDADE DA ÁREA INTEGRADA SUDESTE - MAIS com a TarifaTécnica de R$ 3,4674 (grifou-se)

Das razões apresentadas, se extrai que a Recorrente visa a procedência do

recurso para que a Recorrida tenha sua proposta desclassificada e, o faz, em apertada síntese,

sob os frágeis fundamentos de que há: (i) Divergência entre a "frota calculada" e da "frota

utilizada na proposta da tarifa"; (ii) Impossibilidade de analise do cálculo do fator de

utilização; (iii) - Utilização de dados de campo sem previsão; (iv) - Utilização de coeficientes

não comprovados; (v) - Utilização de contas contábeis sem apresentação das demonstrações

oficiais.

É de se observar que as razões recursais da Recorrente, a bem da verdade e

conforme se verá ponto a ponto mais adiante, são de conteúdo meramente sensacionalista e

apelativo, sem qualquer relevância ou procedência sob o enfoque técnico ou jurídico.

Demonstra, isto sim, o absoluto despreparo técnico da Recorrente e deixa absolutamente claro o

total desconhecimento técnico quanto às metodologias e legislações aplicáveis e exigidas pelo

Edital do Serviço de Transporte Coletivo por Ônibus do Município de Porto Alegre, senão

vejamos:

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a MAIS

II - Preliminarmente;

A) Ausência de Interesse de Agir da Recorrente que não Participou do

Certame no Lote 6;

Preliminarmente, há de se observar que a Recorrente sequer apresentou

proposta para o Lote 6, de modo que, no que se refere ao Lote 6, incontroverso que a Recorrente

sequer participou do Certame.

No entanto, se extrai do Recurso (item 1 do pedido) que o pleito recursal está a

pretender, pontualmente, a DESCLASSIFICAÇÃO da proposta apresentada pelo Consórcio

Recorrido e não a revogação do certame.

Essa condição atrai, inevitavelmente, a ausência de legítimo interesse de agir da

Recorrente, já que por não ter participado do processo licitatório não indica a Recorrente qual o

direito seu que pretende defender, qual o benefício que teria ou poderia ter em conseqüência do

deferimento do Recurso.

A jurisprudência, em casos tais, já se posicionou no sentido de reconhecer a

ausência do interesse de agir da Recorrente:

Analdo Lima WagnerAssistente Administrativo

Matricula 1151290ACS/5MF

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA. LICITAÇÃO.NULIDADE DO ATO CONVOCATÓRIO APONTADA POR EMPRESA QUE NÃOPARTICIPOU DO CERTAME. EXTINÇÃO DA AÇÃO POR FALTA DEINTERESSE DE AGIR. O mandado de segurança tem por finalidade proteger direitolíquido e certo de seu autor,afrontado por ato de autoridade, ilegal ou abusivo. No caso,por não ter participado do processo licitatório não indica a impetrante qual o direito seuque pretende defender, qual o benefício que teria ou poderia ter em conseqüência dodeferimento da ação mandamental. Na verdade, haveria de apontar e provar ofensaconcreta, certa, especifica a direito próprio, em decorrência do ato coator, o que não feze nem poderia fazê-lo pelo fato, escusada a insistência, de não ter participado doprocesso. Não se diga que aquele que tenha interessi em participar da licitação nãopossa questionar o ato convocatório. Todavia, a matéria de vício na conduta daAdministração se regula pelo principio geral da legitimidade e do interesse de agir.Com efeito, a Constituição autoriza que vícios na gestão da coisa pública sejamcombatidos por via da ação popular. O mandado de segurança não se presta paradeclaração de nulidade de ato administrativo, tampouco substitui a ação popular(Súmula 101 do STF); propÕe-se a obter ordem, mandado, que garanta o direito líquidoe certo do impetrante, lesado ou ameaçado de lesão por ato de autoridade. Nascircunstâncias, o Ato Convocatório enquanto norma abstrata é insuscetível de causarlesão ao direito da Impetrante, que, a ele não acudiu; só por si não lesa direitoindividual, sem antes convertido em ato concreto a atuar direta e imediatamente sobreseus destinatários, ou seja, os que participam, participaram ou foram impedidos departicipar do certame. Não é o caso. Apelo desprovido. Unânime. (Apelação CívelN70030021448, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Genaro José Baroni Borges, Julgado em 15/07/2009)

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yS c^Nséftei#MAIS

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO.SERVIÇOS DE TELE-ATENDIMENTO. ANEEL. EMPRESA QUENÃOPARTICIPOU DA LICITAÇÃO. 1. NSo tem legitimidade ativa para impetrarmandado de segurança contra atos da Comissão de Licitaçãoempresa quenãoparticipa do certame. 2. Agravo de instrumento a que se nega provimento e agravoregimental prejudicado. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO.LICITAÇÃO. SERVIÇOS DE TELE-ATENDIMENTO. ANEEL. EMPRESA QUENÃOPARTICIPOU DA LICITAÇÃO. 1. Não tem legitimidade ativa para impetrarmandado de segurança contra atos da Comissão de Licitaçãoempresa quenãoparticipa do certame. 2. Agravo de instrumento a que se nega provimento e agravoregimental prejudicado. (AG 2004.01.00.021999-5/DF, Rei. Desembargadora FederalMaria Isabel Gallotti Rodrigues, Sexta Turma,DJ p.88 de 22/11/2004)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA.LICITAÇÃO. PRETENSÃO DE DECLARAÇÃO DE NULIDADE DE EDITAL.IMPUGNAÇÃO EM ABSTRATO. EMPRESA QUE NÃOPARTICIPA DOCERTAME. AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR. EFEITO TRANSLATIVO DORECURSO. O mandado de segurança é o remédio constitucional adequado à proteçãode direito líquido certo violado ou na iminência de violação por ato eivado deilegalidade ou abuso de poder praticado por autoridade. Não se presta o mandamus àimpugnação de ato dito ilegal sem que a ele corresponda violação presente ou iminentea direito líquido e certo do autor. A empresa impetrante nãopartícípou do certame.Configura-se ausência de interesse de agir para o mandado de segurança o ataque acláusulas editalícias em abstrato. Em decorrência do efeito translativo do agravo deinstrumento, pode o Tribunal extinguir o processo com base em questões de ordempública. PROCESSO EXTINTO. RECURSO PREJUDICADO. (Agravo de InstrumentoN" 70055783831, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: AlmirPorto da Rocha Filho, Julgado em 20/11/2013)

Somado a ausência de fundamentos técnicos e jurídicos relevantes aos temas

levantados pelo Recorrente, há que se reconhecer a ausência de legítimo interesse de agir da

Recorrente que sequer participou no Certame no que se refere ao Lote 6.

B) Ausência de Impugnacão do Edital e Questão já Afastada pelo Poder

JUDICIÁRIO:

Ainda em sede de preliminar, a Recorrida tem a consignar que os temas

levantados em suas razões recursais deixaram de ter pela Recorrente a necessária impugnação

administrativa, notadamente quando a Recorrente sustenta: "{...)Impossibilidade de analise do

cálculo dofator de utilização: Utilização de dados de campo sem previsão

Importante destacar que a Recorrente, antes do Certame, buscou o Poder

Judiciário através do mandado de segurança n° 001/1.15.0113876-7, do qual se retira, embora

sem trânsito em julgado, que a impugnação feita pela Recorrente centrou-se na "exigência do

atestado de capacidade técnica, item 16.9.4.1.1 do Edital deconcorrência pública n°001/2015,

ao exigir a quantidade média de passageiros de, no mínimo 50% (cinqüenta por cento) do

Arnaldo Uma WagnerAssistente Administrativo

Matricula 1151290ACS/SMF

Op\

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ys C«NSéR€«#MAIS

número de passageiros médios mensais estimados para o LOTE onde concorra licitante,

informados no Anexo II deste Edital", deixando a Recorrente, administrativa ou judicialmente,

de combater os pontos que ora são postos, embora sem fundamento, no Recurso.

E, mesmo no que se refere ao aludido item 16.9.4.1 do Edital, há decisão do Eg.

TJRS, afastando as apontadas ilegalidades do Certame no que se refere às exigências técnicas

postas no Editai e que, conforme decisão do TJRS no Agravo de Instrumento n° 70065796005,

1* Câmara Cível, não violou "os princípios constitucionais da isonomia, da igualdade e da

impessoalidade que devem conduzir o processo licitatório, a teor do que estabelece o artigo 3°

da Lei 8.666/93, na medida em que constitui requisito complementar básico para comprovação

da prestação efetiva do serviço público objeto do certame

Por conseguinte, também por essa razão o Recurso ora apresentado carece de

interesse de agir, seja porque a Recorrente não participou do Certame no Lote 6, seja porque não

impugnou, judicial ou administrativamente, os termos do Edital. A jurisprudência é implacável

em reconhecer a falta de interesse de agir em casos dessa espécie:

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA.LICITAÇÃO. PRETENSÃO DE DECLARAÇÃO DE NULIDADE DE EDITAL.IMPUGNAÇÀO EM ABSTRATO. EMPRESA QUE NÃOFARTICIFA DOCERTAME. AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR. EFEITO TRANSLATIVO DORECURSO. Em decorrência do efeito translativo do agravo de instrumento, pode oTribuna] extinguir o processo com base em questões de ordem pública. O mandado desegurança é o remédio constitucional adequado à proteção de direito líquido certoviolado ou na iminência de violação por ato eivado de ilegalidade ou abuso de poderpraticado por autoridade. Não se presta o mandamus à impugnação de ato dito ilegalsem que a ele corresponda violação presente ou iminente a direito líquido e certo doautor. A empresa impetrante não imougnou o edital na esfera administrativa,

tampouco participando do certame. Configura-se ausência de interesse de agir

para o mandado de segurança. PROCESSO EXTINTO. RECURSO PREJUDICADO.

(Agravo de Instrumento N° 70050746940, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Almir Porto da Rocha Filho, Julgado em 19/12/2012) (grifou-se)

Por essas razões preliminares, espera o Recorrido que essa Ilustre Comissão

reconheça a falta de interesse de agir da Recorrente e, assim, negue provimento ao recurso para

manter a qualificação do Recorrido como vencedor do Lote 6, por ser de direito e da mais

lídima Justiça!

Arnaldo Uma WagnerAssistente Administrativo

Matrícula 1151290ACS/SMF

Oh

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III - Razões de Mérito;

No mérito, melhor sorte não tem a Recorrente, conforme se demonstra, ponto a

ponto:

(A) Da Alegada Divergência entre a "frota calculada" e a "frota

utilizada" na proposta da tarifa;

Alega o Recorrente que o Recorrido teria apresentado cálculo da tarifa errado,

já que o cálculo teria sido feito sobre 175 veículos apresentados no cálculo do Fator de

Utilização dos Motoristas e Cobradores ("FU"), e não sobre o número de 179 de FrotaOperante

exigida pelo Edital.

Chama a atenção e preocupa a falta de conhecimento técnico da Recorrente. Ou

age de má fé ou confunde conceitos e metodologias básicos e elementares ao objeto do Certame.

Issoporque claramente nãoconsegue diferenciar o número de veículos da "FrotaOperante" real

e efetiva do número de veículos referenciais paracálculo do "Fatorde Utilização dos Motoristas

e Cobradores" ("FU"), que detém metodologias diversas.

Ora, o Recorrido, diverso do alegado pela Recorrente, apresentou cálculo da

tarifa considerando uma frota operante real e efetiva de 179 veículos, uma vez que é esse o

número constante da planilha do Edital, no Anexo VI-C "Planilha Para Elaboração da Proposta

de Tarifa Técnica" e que consta do preenchimento das informações inerentes ao Lote 06.

Importante dizer que o número de 179 veículos é fixado (e não podeser alterado) pelo Edital na

planilha do Anexo VI-C "Planilha Para Elaboração da Proposta de Tarifa Técnica" e, por essa

razão, quando do preenchimento das informações do Lote 06, o Recorrente obrigatoriamente

apresentou seu cálculo de tarifa sobre o número de 179.

A apresentação de cálculo do "Fator de Utilização dos Motoristas e

Cobradores" ("FU"), que não se confunde com a frota operante e detém metodologia própria,

está exigida pelo item 1.1.3 do Anexo VI, B, do Edital e foi igualmente atendida pelo

Recorrido:

Arnaldo Lima WagnerAss^tente Administrativo

Matrícula 11S1290ACS/SMF

1.1.3 A comprovação do Fator de Utilização de Pessoal Operacional(motorista/cobrador) deverá ser entregue no formato de tabela de programação deserviço, seguindo modelo GEIPOT, em uma extensão de arquivo .pdf. ou .xis.

1/

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Das alegações do recurso, se conclui que a Recorrente nâo conhece a

metodologia de cálculo de fator de utilização estabelecida pelo edital desenvolvida pelo

GEIPOT e adotada em Porto Alegre através do Decreto Municipal 18.560/2014, alterado pelo

Decreto 18.942/2015, referendadas e exigidas pelo Edital e Anexos.

Seguindo a Metodologia GEIPOT, que, repete-se, é a metodologia

vinculada ao Certame por força do item 1.1.3 do Anexo VI, B, Edital e do Decreto

Municipal 18.560/2014, precisamente o Anexo II do GEIPOT, que assim dispõe e esclarece:

"Assim, quando o quadro de horário indicar o recolhimento do veículo antes de secompletar a jornada legal de trabalho, considera-se que o veículo continua a operar atécompletar a jomada, já que a empresa não pode descontar do salário do empregado ashoras não-trabalhadas, em função da programação operacional das linhas.O passo seguinte é identificar a maior quantidade de veículos utilizada em uma faixahorária, o que deve ocorrer em um dia útil, e considerar esse valor como sendo 100% dafrota operante. Em seguida, deve-se calcular, para cada faixa horária em dias úteis,sábados e domingos, o percentual da frota operante, tomando por base a quantidade deveículos que representao total da frota operante. Esses percentuais devem ser lançadosnas colunas correspondentes do formulário".

Esses registros evidenciam que se está diante de grandezas distintas, que nâo

podemser confimdidas entre si - daí a ausênciade qualquercontradição das propostas.

A própria metodologia esclarece definitivamente a questão quando diz que "O

passo seguinte é identificar a maior quantidade de veículos utilizada em uma faixa horária, o

que deve ocorrerem um dia útil, e consideraresse valor como sendo 100%da frota operante".

Se a metodologia pede para "considerar esse valor como sendo" é porque o

numero resultante considera, apenas para efeitos de cálculo de FU, um número que é diferente

da Frota Operante, a qual, repete-se, foi expressamente indicada pela Recorrida no

preenchimento do Anexo VI-C "Planilha Para Elaboração da Proposta de Tarifa Técnica"como

sendo 179 veículos inerentes ao Lote 06.

Arremata-se referido que Porto Alegre encontra-se entre as várias capitais que

tradicionalmente adotam a metodologia GEIPOT. Observe-se que tal metodologia não foi

objeto de qualquer ressalva ou crítica, nem mesmo da própria Recorrente, judicial ou

extrajudicialmente.

>naido Uma WagnerAssistente Administrativo

Matrícula 1151290acs/smf

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Com efeito, historicamente o Órgão Gestor tem aplicado a metodologia do

GEIPOT nos processos tarifários, obtendo números de frota operante distintos (porque

vinculados ao fator de utilização) do número de frota total integrante do sistema.

Portanto, não há incoerência alguma entre os números indicados para frota

operacional. Os números são distintos porque retratam realidades diversas. Um dos números - a

frota indicada para o fator de utilização - é meramente referencial para possibilitar o cálculo das

despesas de pessoal. O outro - a frota indicadana composição da planilha de custos —é o que

confirma o número de veículos que a licitante compromete-se a disponibilizar para a operação

da outorga. Ambos os cálculos, dentro das exigências e vínculação do Edital, foram

apresentados pela Recorrida e, portanto, atenderam a vinculação Editalícia.

Resta, pois, examinar se a proposta da Recorrida atendeu ao Edital no que diz

respeito: (1) a frota exigida pelo edital para o Lote 6; e (2) apresentou os cálculos corretos do

fator de utilização dentro da metodologia do GEIPOT.

Ambos os requisitos foram cumpridos, como visto. Além disso, o Recorrido

firmou o compromisso de que "'disponibilizará, dentro dos prazos definidos no Edital de

Licitação e seus anexos, a frota de veículos com as características, idade média e idade máxima

e quantidades exigidas no citado Edital, especialmente em seu AnexoIIF.

Todos esses elementos afastam quaisquer dúvidas sobre a quantidade de

veículos que foi considerada para a elaboração da proposta.

Ademais, o recurso administrativo sequer examinou o cálculo da frota operante

considerando o fator de utilização. Não identificou qualquer defeito material no cálculo,

limitando-se a pretendercompararnúmerosque não são equivalentes entre si.

Diante disso, não há nenhuma razão para rever a acertada classificação da

proposta.

(B) Impossibilidade de análise do cálculo do fator de utilização.-

O Recorrente flagrantemente falta com a verdade ao imputar que "O Recorrido

fez o cálculo do Fator de Utilização dos Motoristas e Cobradores ("FU") utilizando-se de

Urnaldo Uma WagnerAssistente Administraüvo

Matrícula 1151290ACS/SMF

y

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sistema não disponível a todos os licitantesdemonstrando-se como argumento frágil,

absolutamente apelativo e sem qualquer fundamento jurídico.

Em primeiro lugar, deve-se observar que a Recorrente não impugnou o Edital

quanto ao item 1.1.3 do Anexo VI-B, assim transcrito:

"A comprovação do Fator de Utilização de Pessoal Operacional(motorista/cobrador) deverá ser entregue no formato de tabela de programaçãode serviço, seguindo modelo GEIPOT, em uma extensão de arquivo .pdf. ou.xisx".

Por parte da Recorrida, o cálculo do fator de utilização foi apresentado em

conformidade com o item 1.1.3 do Anexo VI-B do edital e é importante destacar que o

Recorrente sequer questiona o cálculo em si. Não aponta nenhum defeito material na proposta, e

esse é o aspecto fundamental para confirmar a sua adequação e vinculação em face do

instrumento convocatório.

O ponto questionado pela Recorrente diz respeito à forma de apresentação do

cálculo. No entanto, a proposta observou o edital também por esse ângulo, conforme indicado a

seguir, e o fez através de recursos e equipe próprios, aptos e capazes a elaboração do cálculo.

Disso se afasta a leviana alegação do Recorrente, pois a Recorrida apresentou

seus cálculos de acordo com os critérios e força vinculativa do Edital.

(c) Da Utilização de dados de campo sem previsão:

Diverso do sustentado pelo Recorrente, a Recorrida seguiu fielmente a

orientação do Anexo VI - B do Edital, no que diz respeito ao cálculo do coeficiente de

combustível, óleo, lubrificantes e vida útil de pneus e recapagens, que, com seu efeito

vinculante, está assim disposto:

"A comprovação das informações prestadas deverá ser entregue em planilhas decálculo impressas e/ou em arquivos com extensão .xlsx ou .pdf., acompanhadasde planilhas auxiliares, memórias de cálculo complementares e de texto queexplique os critérios e demais aspectos relevantes para a compreensão ecomprovação das informações prestadas nas planilhas".

A Recorrida, portanto, apresentou planilhas de cálculo em arquivos com

extensão .xlsx ou .pdf, acompanhadas de planilhas auxiliares, memórias de cálculo / KArnaldo Uma Wagner áo. I 'Assistente Administrativo L/r \

Matrícula 1151290ACS/SMF

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complementares e de texto que explicou os critérios e demais aspectos relevantes para

compreensão e comprovação das informações prestadas nas planilhas.

No demonstrativo estão explicados os critérios e demais aspectos relevantes

para a compreensão e comprovação dos coeficientes calculados (informações prestadas na

planilha).

a

O "Recorrente", a partir de esclarecimento por ele encaminhado à Comissão de

Licitação, quer fazer crer que a situação dele (Recorrente) se aplicaria à Recorrida, o que, a toda

vista, não condiz com a realidade e denota mais uma intenção da Recorrente de tumultuar o

certame com argumentos totalmente antijurídicos.

A Comissão de Licitação esclareceu "para licitantes que não operam

atualmente no município de Porto Alegre" quanto a possibilidade e faculdade de justificar de

outras formas, sendo certo, no entanto, que a forma de demonstração dos custos prevista no

Anexo VI - B do Edital foi apenas ampliada e flexibilizada àqueles que não operavam no

sistema de Porto Alegre, mantendo-se os originais termos e exigências do Edital.

Nesse contexto e seguindo estritamente as exigências do Edital, o Recorrido

apresentou para comprovação da programação um arquivo contendo as tabelas de programação

de serviço em arquivo extensão .PDF, formato exigido pelo Edital. O conteúdo das linhas de

registro está claramente descrito no item 5.2 do Demonstrativo de Cálculo de Coeficientes do

Lote 6, tratando-se o conteúdo do CD de um "enigma" apenas para quem não teve o trabalho de

ler o Demonstrativo.

A interpretação do Recorrente, portanto, invoca interpretação distorcida dos

esclarecimentos prestados pela d. Comissão para pretender afirmar exigência que nem sequer

está contida no edital.

Para fundamentar o recurso neste ponto, a Recorrente alude à resposta da d.

Comissão ao 4° questionamento formulado por aquela licitante. A pergunta foi assim redigida:

"Em caso positivo, como sedará, naprática, ACOMPROVAÇÃO (com que documentos) de um

coeficiente de consumo especialmente para uma empresa que não presta os serviços /|atualmente no Município?" (grifou-se). jty

rv,

0^Arnaldo Lima WagnerAssistente Administrativo

Matrícula 1151290ACS/SMF

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C#NSéRei#

^MAIS

Em resposta, a d. Comissão afirmou que "cr proponente poderá obter esta

informação com osfabricantes dos veículos''' (grifou-se).

O argumento da Recorrente é o de que "a principal forma recomendada pela

Comissãofoi a informação porparte dos fabricantes dos veículos".

Além de a resposta da d. Comissão ter sido dada em face de questionamento

especifico - considerando "uma empresa que não presta os serviços atualmente no Município"

(o que não é o caso do ora Recorrido) o esclarecimento é claro ao estabelecer possibilidades

alternativas de comprovação dos coeficientes de consumo. A utilização do verbo poderá ao

invés de deverá pela d. Comissão não é casual.

Como a Recorrente expressamente observa, "cr informação por parte dos

fabricantes dos veículos" é apenas "recomendada" - e não constitui a única forma de

apresentação da proposta neste ponto. Isso porque, em seguida, a d. Comissão admite que "a

proponente poderá demonstrar através de dados de campo de uma operação de transporte

coletivo urbano por ela realizada"., "ou, ainda, utilizar os valores dos coeficientes indicados

nos estudos de viabilidade, apresentados nos anexos VIA.l a VIA.6".

Nem poderia ser diferente, já que a Comissão não poderia em sede de

esclarecimentos inovar o edital para restringir a forma de comprovação dos coeficientes de

consumo, estabelecendo nova exigência peremptória a ser atendida pelos licitantes.

O edital previu apenas que os coeficientes de consumo deveriam ser

comprovados, sem estabelecer forma única e predeterminada para o atendimento desse

requisito, tal como se vê do item 1.1.1 do Anexo VI-B.

Portanto e conforme o princípio da vinculação ao edital (arts. 3® e 41 da Lei

8.666/93), a d. Comissão não poderia alterar essa sistemática. Ainda, de acordo com art. 44 da

Lei 8.666/93, "No julgamento das propostas, a comissão levará em consideração os critérios

objetivos definidos no edital ou convite".

Por isso, diversamente do que pretende a Recorrente, a resposta apenas

esclareceu, em conformidade com o edital, que há alternativas possíveis para a demonstração

dos coeficientes de consumo, sem definir solução obrigatória.

^nido Uma WagnerKislstente Administrativo

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I

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Assim, não há qualquer cabimento na afirmação da Recorrente de que "a

informação por parte dos fabricantes dos veículos" seria a "a principal forma" de demonstração

dos custos. O edital não estabeleceu forma fixa nem forma preferencial para comprovação dos

coeficientes.

Além disso, a utilização dos dados efetivos da operação para demonstrar os

coeficientes - ainda mais considerando a operação dentro do sistema de Porto Alegre - jamais

poderia ser desconsiderada pela d. Comissão, por mais de uma razão.

Primeiro, porque, como indicado, o edital não veda a comprovação dos

coeficientes de consumo dessa forma.

Segundo, porque essa forma é expressamente confirmada pelos esclarecimentos

prestados pela d. Comissão de Licitação.

Terceiro, porque não há qualquer fundamento técnico ou jurídico para a

suposição da Recorrente de que a declaração dos fabricantes deveria ser privilegiada.

Isso porque a declaração dos fabricantes não é absoluta - considera dados de

consumo em tese, sem considerar os variados cenários em que os veículos operarão. Lembre-se

que os coeficientes de consumo de combustíveis, óleos e lubrificantes podem variar em função

das condições concretas de operação.

Daí porque não só é admissível como é até mais precisa e fidedigna à realidade

a demonstração dos coeficientes de consumo a partirdos dados reais da operação no sistema de

Porto Alegre. Esses dados são os que mais se aproximam da realidadedo serviço licitado- mais

até do que as próprias declarações dos fabricantes.

A par disso, os dados apresentados em consonância com o edital são conhecidos

e fiscalizados pela Administração - portanto, são inclusive mais facilmente passíveis de

confirmação.

Enfim, a apresentação dos dados de campo cumpre o requisito do edital. Mas

mais do que isso, revela-se compatível com a Lei 8.666/93,que determina, para fins de aferição

da validade das propostas, a comprovação da sua ''viabilidade através de documentação que / L

- . 170]Arnaldo Uma WagnerAssistente Administrativo

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comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de

produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato'" (art. 48, II).

Ora: os custos de campo são rigorosamente: (1) **coerentes com os de

mercado"', e (2) inequivocamente ^''compatíveis com a execução do objeto do contrato". Assim,

se pelo ângulo formal (modo de demonstração dos 11 coeficientes de consumo) não há

descumprimento a regra alguma do edital, pelo ângulo material a proposta também se revela

adequada em face do edital e da realidade em que os serviços da futura outorga serão

executados.

Lembre-se, afinal, que os documentos em questão prestam-se à mesma

finalidade, qual seja: demonstrar a viabilidade da proposta a partir de dados concretos e

fundamentados na realidade, tal como admitido pelo edital e no próprio esclarecimento da d.

Comissão invocado pela Recorrente.

Nesses casos, considerando situações em que a comprovação de determinada

exigência editalícia pode ser feita de mais de uma forma, a jurisprudência reconhece a

impossibilidade de desclassificação de proposta se os documentos apresentados possuem o valor

probatório e atendem a finalidade exigida no ato convocatório:

A impetrante alegaque a comissão de licitação, ao habilitar a proposta daconcorrenteque teria deixado de apresentar documentos exigidos no edital ou fazê-los de formairregular, acaboupor violar o princípioda vinculaçãoao instrumento convocatório.- Os documentos exigidos pelo edital foram apresentados com teor válido einterpretados equivocadamente pelo concorrente, ou foram supridos por outros commesma finalidade e mesmo valor probatório, razão pela qual inexistiu a alegadaviolação.- 'O interesse público reclama o maior número possível de concorrentes, configurandoilegalidade a exigência desfiliada da lei básica de regência e com interpretação decláusulas editalícias impondo condição excessiva para a habilitação' (REsp n®5.601/DF, Rei. Min. Demócrito Reinaldo)." (STJ, MS 7.814/DF, 1" S., rei. Min.Francisco Falcão, j. em 28.08.2002, DJ de 21.10.2002).

Por todas essas razões, também neste ponto o recurso administrativo é

improcedente.

(D) Da Utilização de Cokficientes Nâo Comprovados;

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^MAIS

Sustenta o Recorrente que o Recorrido, no cálculo do coeficiente de peças e

acessórios, teria calculado um coeficiente de 0,0073 e teria utilizado, para o cálculo da tarifa, o

coeficiente máximo permitido pelo Edital, ou seja, 0,0054.

O próprio Recorrente reconhece, portanto, que a proposta do Recorrido e seu

cálculo da tarifa levou em consideração o coeficiente de peças e acessórios de 0,0054, restando

isento de dúvidas que a proposta do Recorrido está dentro dos parâmetros permitidos pelo

Certame.

Sabe-se que o procedimento licitatório é resguardado pelo princípio da

vinculaçâo ao edital; esta exigência é expressa no art. 41 da Lei n. 8.666/93.

Assim, o Recorrido atendeu corretamente as orientações do Anexo VI - B do

Edital que diz: "1.5 O LICITANTE deverá observar os valores mínimos e máximos indicados

pelo PODER CONCEDENTE, no ANEXO VI C, para cada um dos coeficientes e índices de

uso que ele deve preencher para formar sua PROPOSTA, sob pena das propostas serem

consideradas inexequíveis".

Enfim, a apresentação dos dados de campo cumpre o requisito do edital. Mas,

mais do que isso, revela-se compatível com a Lei 8.666/93, que determina, para fins de aferição

da validade das propostas, a comprovação da sua ''viabilidade através de documentação que

comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de

produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato" (art. 48, II).

A proposta do Recorrido foi apresentada em estrita observância ao edital.

Quando se verificou coeficiente superior ao limite máximo admitido, o Recorrido observou o

limite do edital em sua proposta, obedecendo os parâmetros estabelecidos pelo Instrumento

Convocatório.

Não há, pois, que se falar em qualquer impropriedade da proposta, devendo ser

julgado improcedente o recurso também sob este enfoque.

(E) Da Utilização das Contas Contábeis sem Apresentação das Demonstrações

Oficiais:

3ido Lima Wagner«-«sistente Administrath/o

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Mais uma vez o Recorrente intenciona exigir do Recorrido aquilo que não está

previsto no Edital e que, dentro do princípio da vinculação(art. 41 da Lei n. 8.666/93), não

podem ser exigidos sob pena de caracterizar exigência excessiva, subjetiva (não vinculada) e

prejudicial ao caráter competitivo do certame.

In casu, o Recorrido atendeu corretamente as orientações do Anexo VI - B do

Edital que diz: "1.1.2 A comprovação das informações prestadas deverá ser entregue em

planilhas de cálculo impressas e/ou em arquivos com extensão .xlsx ou .pdf., acompanhadas de

planilhas auxiliares, memórias de cálculo complementares e de texto que explique os critérios e

demais aspectos relevantes para a compreensão e comprovação das informações prestadas nas

planilhas".

Diverso do sustentado pelo Recorrente, o Recorrido apresentou a comprovação

do coeficiente de peças e acessórios através de planilhas de cálculo, acompanhado de planilhas

auxiliares que explicamcom clarezaos critériose demais aspectos relevantes a comprovação.

A ausência de ''̂ demonstrações contábeis que não são as efetivamente entregues

e autenticadas pela Junta Comercial do Estado" também não é fundamento para a

desclassificação.

As demonstrações referidas pela Recorrente constituem documentos não

exigidos no envelope 01, mas no envelope 02 (item 16.9.3, ó, do edital). O requisito de

habilitação não pode ser exigidona fase de julgamento das propostas.

Ademais, não há cabimento em interpretaro edital de forma ampliativa ou por

analogia para supor regras não expressamente previstas. Aplica-se o princípio da vinculação ao

instrumento convocatório (art. 41 da Lei 8.666/93), ao qual se vincula a diretriz de interpretação

restritiva dos requisitos de habilitação. Mais precisamente, tais requisitos jamais podem ser

interpretados de forma extensiva ou ampliativa.

Logo, todos os requisitos exigidos dos licitantes devem estar expressamente

previstos no edital. Como já reconheceu o Tribunal de Contas da União, não cabe "ó Comissão

de Licitação fazer interpretação extensiva dos requisitos de habilitação presentes no

instrumento convocatório. Ainda assim, caso duas ou mais interpretações forem possíveis,

deverão ser admitidos os licitantes que atenderem a quaisquer delas" (Acórdão n° 1.848/2003,

Plenário, rei. Min. ADYLSON MOTTA). (^\* Uma WagnerA..j^enteAdminlstrBt^f

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^MAIS

Ademais e como não poderia deixar de ser, a Recorrente não identificou erro

algum nas demonstrações contábeis.

Logo, o edital não foi descumprido e, novamente, a Recorrente não identificou

defeito algum no conteúdo da proposta do Recorrido, o que afasta o cabimento de rever a

decisão de classificação.

Por fim, importante destacar que o rito licitatório, longo e oneroso, não pode

ser revogado sem um motivo grave, tendente à lesão do interesse público. A doutrina condena

peremptoriamente o rigor formalista. Fatos previsíveis, ou sem conseqüências realmente

insuperáveis não devem induzir ao desfazimenío do processo de licitação^, ao que se conclui,

definitivamente, que não é o caso de rever a decisão de classificação do Recorrido proferida por

esta Ilustre Comissão, porquanto não subsiste qualquer fundamento jurídico para tanto.

IV -Conclusões;

Diante do exposto, o Recorrido requer digne-se essa Ilustre Comissão:

a) Acolher as preliminares antes suscitadas, para fulminar desde logo o

recurso, reconhecendo, de plano, a carência de interesse de agir do

Recorrente, porque sequer participou do Certame no Lote 6 e o pedido

posto no recurso é apenas de ver desclassificado o Recorrido, sem

minimamente esclarecer seu interesse jurídico, bem assim a impossibilidade

de combater questões não suscitadas através de impugnação ou contestação

administrativa ou judicial prévia, de modo que revisitá-las nesse momento

demonstra clara intenção de tumulto ao processo licitatório de serviço

essencial à coletividade de Porto Alegre.

(Mlusfacausa para anular ou revoeara licitação deve fícar evidenciada cmprocedimento regular, com oportunidade de defesa.

Não basta a simples alesacâo de vício ou de interesse público nara mvalidar a licitação: necessário é que a Administraçãodemonstre o motivoinvalidalârio." (Meireiles, Hely Lopes, Licitação e Contrato Administrativo, São Pauio: Malheiros. 2010, 15"edição, pág. 223)

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ab) E, no mérito, julgar improcedente o recurso, reconhecendo que o Recorrido

atendeu a todos os itens do Edital, devendo ser mantida como classificada

sua proposta.

Porto Alegre, 17 de Agosto de 2015.

Consórcio Máis - Consórcio de^^bilidade daErljpresa Líder SudgíHe Transportes Còletivos

José AlbertOyMachado Gueireiro

da Sudeste

a.

Consórcio Mais —Consórcio de Mobilidade da Area Integrada SudesteEmpresa Líder Sudeste Transportes Coletivos Ltda.

Tito Fábio Schmidt