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Museu de Arte - mac.pr.gov.br · muitos deles em início de carreira, e hoje renomados. Críticos, curadores, professores de arte e dirigentes de instituições culturais contribuíram

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RealizaçãoMuseu de Arte Contemporânea do Paraná

Rua Desembargador Westphalen, 16 Centro 80010-110 Curitiba/PR41 3323 5328 41 3323 5337www.cultura.pr.gov.br/macPeríodo expositivo12 de novembro de 2014 a 29 de março de 2015

Dados internacionais de catalogação na publicação Bibliotecária responsável: Mara Rejane Vicente Teixeira

Salão Paranaense (65. : 2014 : Curitiba, PR) 65. Salão Paranaense. - Curitiba, PR : Museu de Arte Contemporânea do Paraná : Secretaria de Estado da Cultura, 2014. 88 p. : principalmente il. col. ; 23 cm. Catálogo da exposição realizada no Museu de Arte Contemporânea, Curitiba, de 12 de novembro de 2014 a 29 de março de 2015.

1. Arte moderna – Séc. XXI – Paraná – Exposições. I. Museu de Arte Contemporânea (PR). II. Paraná. Secretaria de Estado da Cultura. CDD ( 22ª ed.) 709.81

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PAULINO VIAPIANASecretário de Estado da Cultura

Vamos combinar uma coisa: salões – redondos, quadrados, ovais,

retangulares, não importa a forma – são os espaços mais democráticos de

convivência. A vida que vale a pena ser vivida perpassa muitos deles; a que não

vale a pena, também. Um leve cutucão na memória e afloram lembranças de

nossas trajetórias por esses lugares: com altivez ou medo, com segurança ou

vergonha, com alegria ou tristeza – enfim, com sentimentos que nos desafiam

e colocam à prova nossa condição humana.

Se é verdadeiro que a arte imita a vida, então aquela também pontua

sua existência com passagens pelos salões. Uma roda de samba dá-se num

salão, o mesmo que pode abrigar uma roda de chimarrão ou uma roda de

contação de histórias. Federico Fellini rodou uma de suas obras-primas, Ensaio

de Orquestra, num salão de uma antiga igreja, enquanto Ettore Scola contou meio

século da história francesa (1930-1980) no magnífico O Baile, num salão de baile,

claro – e sem uma única palavra, apenas com gestos, danças e música.

Não sei se os criadores do Salão Paranaense se permitiram tamanho

devaneio ao batizar o principal prêmio das artes visuais do Paraná, mas nos

legaram o que contemporaneamente chamamos de “sacada de gênio”. Porque

é uma metáfora perfeita para pôr à prova as habilidades dos participantes:

desfilar pelo salão sob os olhares críticos – quando não invejosos – de um

exército pronto a capturá-los. Os que conseguiram cumprir a façanha estão no

trecho a honrar salões com suas presenças, com suas obras ou com ambas.

Por isso, a 65ª edição do Salão Paranaense merece ser comemorada como

sempre: com um salão repleto de obras de artistas de todo o Brasil, habilidosos

artífices que expressam os sentimentos de um tempo em profunda mutação. As

novas tecnologias – também um modo de expressar arte – mudaram radicalmente

a forma de pensar, de agir e de ver o mundo, suas possibilidades e suas contradições.

E mais uma vez o Museu de Arte Contemporânea abre seus salões para que tenhamos

a oportunidade de circular livremente e contemplar toda essa transformação.

Um ótimo salão a todos.

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LENORA PEDROSODiretora do Museu de Arte Contemporânea do Paraná e Casa Andrade Muricy

O Salão Paranaense completa neste mês de novembro 70 anos de existência.

Instituído pelo Decreto nº. 2004, de 27 de setembro de 1944, o “Salão Paranaense de Belas Artes”, em homenagem ao grande mestre e precursor Alfredo Andersen, contava em sua primeira edição com as seções de Pintura e Salão Livre.

A exposição foi inaugurada no dia 10 de novembro de 1944, com 43 artistas inscritos e aceitos, todos eles paranaenses. A pintura acadêmica predominava, embora o Salão já se apresentasse aberto para novas linguagens.

De lá para cá, em 65 edições, registramos a participação de centenas de artistas, muitos deles em início de carreira, e hoje renomados. Críticos, curadores, professores de arte e dirigentes de instituições culturais contribuíram como jurados.

A partir de 1970, a organização do Salão passou a ser responsabilidade do Museu de Arte Contemporânea do Paraná, que sempre prezou pela sua continuidade e evolução, adaptando-se às necessidades e inovações propostas pela arte contemporânea. Importante ressaltar a relevante atuação de Fernando Velloso, idealizador e criador do museu, e de Ennio Marques Ferreira, da Secretaria de Estado da Cultura, que ampliaram a notoriedade do Salão a âmbito nacional.

Queremos, nesta data simbólica, homenagear a todos que participaram nestes 70 anos.

A trajetória do Salão Paranaense está intrinsecamente ligada à história do Museu de Arte Contemporânea do Paraná, pois grande parte de seu acervo foi formada com obras do “Prêmio Aquisição”, constituindo-se, assim, na mais importante coleção de arte do Estado.

Nesta edição, na tentativa de aprimorar a forma de apresentação dos dossiês dos artistas, foi solicitado no regulamento que a documentação fotográfica, memoriais de projetos, maquetes virtuais e demais informações fossem gravados em CDs ou DVDs.

Esse processo, além de otimizar o trabalho em conjunto do Comitê Curatorial na análise das propostas, melhorou a qualidade da visualização das obras, facilitou a exposição do trabalho do artista e barateou o custo do envio do material.

Foram recebidas 619 propostas, vindas de 21 estados brasileiros, sendo que destas, 61 propostas não puderam ser inscritas por estarem em desacordo com o regulamento do Salão, totalizando 558 inscrições. O Comitê Curatorial despendeu, em três dias, mais de 25 horas de trabalho para a análise das obras, em meio a discussões, comentários, críticas e menções à história da arte, sempre democraticamente, tornando este árduo trabalho de seleção em uma interessantíssima oportunidade de aprendizado para os funcionários do museu que integraram a equipe de apoio. Entre muitas propostas de qualidade surpreendente foram selecionados 25 artistas que apresentam uma diversidade de linguagens e de suportes; dos tradicionais aos inovadores e inusitados. Poderemos ver nesta mostra pinturas, gravuras, vídeos, instalações, fotografias, tridimensionais e outras manifestações presentes na produção contemporânea.

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Comitê Curatorial

ANGÉLICA DE MORAES SP

JOÃO HENRIQUE DO AMARAL PR

FERNANDO BINI PR

INTENSIDADE DE PROPÓSITOS E RESULTADOS

Sabe-se que a democracia não é algo perfeito, embora ainda não se tenha conseguido inventar outro modo melhor de governar do que apoiado no consenso da maioria. Há uma agenda mínima de valores a serem atendidos e, mesmo que a prática se mostre por vezes bastante aquém das expectativas, a democracia é e continua sendo o denominador comum que torna possível a coesão, o chamado contrato social. Há aí uma inegável semelhança de propósitos e resultados com o salão de arte.

Longevo, imperfeito, polêmico, tachado até de irremediavelmente obsoleto, ainda assim seus detratores não encontraram modelo mais inclusivo para rastrear bons artistas em processo de inserção no circuito. Todos os demais modelos tentados em passado recente resultaram em hipertrofia do papel do curador e/ou no fortalecimento de estruturas que o linguajar popular mais límpido identifica como panelas, igrejinhas ou confrarias. Há nesses modelos alternativos ao salão o gerenciamento de recursos públicos para o privilégio de muito poucos, como nos sistemas monárquicos ou totalitários. Os resultados ficam longe de radiografar o estado da arte naquele momento mas são, por ironia inescapável, prato cheio para uma sociologia do poder na arte.

Por falar em poder, o modelo salão é especialmente útil e eficaz na atualidade, em que o mercado e suas estratégias percolam e envolvem quase todas as instâncias da produção e divulgação da obra de arte. No processo, o artista ora é sócio consciente desses objetivos ora é quase alijado do domínio sobre a circulação do próprio produto. O salão, ao contrário, se inscreve em uma instância arejada em que o próprio artista é dono absoluto da decisão de participar da seleção. Isso, lógico, quando ele ainda não tem seu nome bastante conhecido no circuito comercial, estágio em que precisará ouvir seu galerista sobre o cálculo dos custos e benefícios dessa participação.

Assim como nos ciclos econômicos históricos, o mercado de arte no Brasil apenas há pouco mais de duas décadas superou o estágio do extrativismo (que esgota os recursos naturais) e caminha para uma economia sustentável. Em muitos casos, ainda não encontrou o limite entre o paternalismo messiânico e a discussão adulta sobre os critérios para adotar este ou aquele trajeto de inserção da produção. Mesmo nascido no século XVI e consolidado no século XVIII, o salão ainda oferece um território de liberdade para atrair tanto os que ainda estão fora desse jogo mercantil pesado quanto os que, mesmo

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inseridos nele, não abdicam de arbitrar seus próprios destinos.

O Salão Paranaense, pela sua longevidade quase inédita na cena nacional, com prestígio consolidado na constância e qualidade de suas edições, certamente jamais estaria no índex dos estrategistas do mercado. Muito pelo contrário. O esvaziamento de inscrições, causa mortis de muitos salões brasileiros que não chegaram ao século XXI, não se verifica neste prestigioso evento agora em sua 65ª edição. Foram 619 inscrições, com predomínio de artistas sediados em Estados que dispõem da maior oferta de estruturas culturais no país (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco, entre outros). Ou seja, não é por falta de opções em seus locais de origem que buscam a legitimação de seu trabalho em Curitiba. É porque há consenso de que este salão é importante como instância de visibilidade no circuito brasileiro.

Generoso na acolhida de inscrições de todos os cantos do país, o Salão Paranaense colhe como fruto dessa política cultural a ampliação do acervo do Museu de Arte Contemporânea (MAC-PR) via prêmios aquisição. Aqui cabe um testemunho pessoal: esse acervo vem constituindo um eficaz mapeamento da produção visual brasileira. A convite do MAC-PR, tive a prazerosa oportunidade de realizar um recorte dele para a curadoria que resultou na exposição “Cor, Cordis” (maio a setembro de 2013).

processos de construção de poéticas singulares. Informações que já se provaram muito úteis na tarefa de elencar nomes para curadorias.

O processo seletivo empregado pelo júri da 65ª edição do Salão Paranaense previu, desde seu edital, o recurso do banco de dados digital, trazendo para o âmbito dessa atividade uma prática já amplamente incorporada à vida em geral com a era da informática, na penúltima década do século passado. Ao invés da morosa (e por vezes confusa) consulta pela manipulação sucessiva de dossiês impressos em papel, o acesso às informações de cada artista inscrito se fez pela análise simultânea, no computador, de cada conjunto de dados dos candidatos. Isso agilizou a troca de opiniões e a decisão consensual entre os jurados, fazendo fluir um trabalho pesado. As imagens das obras, por sua vez, ganharam maior possibilidade de percepção de detalhes e características.

Adotada em recentes edições, a remuneração dos artistas selecionados é outro bem-vindo aprimoramento do salão. Em um circuito institucional onde, em grande parte, as exposições ainda acontecem às custas dos artistas, o MAC-PR se coloca decisivamente no lado oposto: o do fomento da produção.

Uma das características observadas no conjunto de trabalhos inscritos foi o aumento da presença da videoarte e da fotografia digital. Embora alguns candidatos ainda não tenham

Em contato direto com a reserva técnica do MAC-PR, notei a riqueza de possibilidades de leituras das obras ali armazenadas, que perfazem um arco desde a deliciosa pintura regional tributária do academicismo, incorporada em suas primeiras edições, até exemplares importantes e recentes da produção brasileira em instalação, fotografia, vídeo e videoinstalação. Na perspectiva das muitas décadas que esse conjunto propõe, indagamos: que outra política pública tem tamanha constância na formação de acervos contemporâneos para museus de arte? Desconheço. Lembro de impacto semelhante apenas com a extinta fase de prêmios aquisitivos da Bienal de São Paulo (que deu peças antológicas da História da Arte ao Museu de Arte Contemporânea, MAC-USP) e o Panorama do Museu de Arte Moderna de São Paulo, ambas instituições privadas com finalidades públicas.

Todos esses fatos dão uma medida da enorme responsabilidade dos integrantes do júri do Salão Paranaense, que devem reafirmar uma tradição buscando em igual medida ser abertos e perceptivos na identificação das rupturas e das propostas inovadoras. Isso tudo sem descuidar de conferir a persistência das técnicas convencionais, revigoradas por novos aportes autorais.

Esta é a terceira vez que tenho a honra de participar do júri, experiência que enriquece meu repertório como curadora e promove um ajuste mais preciso no acompanhamento de jovens talentos, tendências de linguagens e

entendido que documentar a obra em vídeo não é fazer videoarte, esse clássico erro de percepção da ferramenta está cada vez mais raro. Reflexo da ação dos cursos de artes visuais nas universidades e na formação específica para essa área, a imagem digital em todas suas possibilidades ganha uma prática mais adequada a suas características e, por consequência, maior eficácia poética.

A apropriação e articulação de imagens e notícias divulgadas pelos meios de comunicação de massa proporciona vigorosas anotações sobre a violência urbana e a criminalidade (Fábio Follador). Esse viés sociológico está também na obra sobre o holocausto das populações indígenas no país (Alice Shintani). Há humor e crônica de costumes no cruzamento entre vídeoescultura e música (João Angelini) ou sutilezas poéticas desenhadas no espaço pelo corpo em movimento, sublinhadas pela intervenção na captação da imagem (Ísis Gasparini), ambos remetendo à história da videoarte e ao legado de seu pioneiro, Nan June Paik.

A memória como recurso imperfeito para o resgate do passado (Gustavo Torres e Patrícia Osses) se harmoniza com a fotografia como reconfiguração do sempre arbitrário e contingente conceito de lugar (Verônica Pereira). Ao mesmo tempo, antigas técnicas de pintura, como a exigente encáustica ainda e sempre oferecem os meios para a produção de obras de

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qualidade e, neste caso, afiado viés conceitual (Fernanda Valadares). A pintura figurativa, tendência que se reafirma na atualidade de modo cada vez mais nítido, tanto pode resultar da reconfiguração de imagens saídas da fotografia e se fazer no embate direto com a tela e as tintas (Andréia Falqueto) quanto adotar processos de colagem digital de imagens apropriadas para obter uma feérica homenagem à tradição barroca (Marcelo Tinoco). Nesse segmento, confirma-se a reversão contemporânea desses dois universos: a fotografia deixou de ser tributária da pintura e seus processos e códigos de representação para ser, também e principalmente, recorte apropriado como elemento estruturador da pintura.

A instalação e a escultura presentes nesta seleção nos permitem observar tanto a vigência da feroz ironia de raiz pop (Evandro Prado) quanto os ecos bem articulados da herança construtiva brasileira (Tulio Pinto) ou a figuração que remete a sensíveis memórias de infância (Flávio Cerqueira). O pensamento escultórico pode também manifestar sua potência no jogo de formas colocados em uma situação quase planar (Amanda Mei).

Há o belo exercício virtuosístico da técnica tradicional da xilogravura (Gabriela Menezes e Ana Calzavara) assim como o deslocamento e expansão de antigos processos e instrumentos das artes gráficas para a contemporaneidade: o buril da gravura em metal passa a abrir sulcos e rebarbas sobre a superfície de papel de fotos, para a criação de peças únicas (Rosângela Dorazio). Ou há a ampliação da intimista técnica

Sempre tivemos, e continuamos tendo, dúvidas se um Salão de arte ainda é a melhor maneira de apresentar as novas criações da arte contemporânea. Nos anos 80 e 90 as polêmicas sobre o modelo e a validade destes salões foram acirradas, mas Ângela Ancora da Luz observa que estes anos “apreciaram a vontade de permanência dessa instituição”, embora alguns salões não resistiram ao tempo e outros modificaram suas estruturas, no entanto até hoje, desde a década de 40 do século passado, temos o Salão Paranaense, hoje no seu formato bienal.

Ele sempre teve o privilégio de detectar as origens e as transformações que estão agindo sobre a arte brasileira. Desde sua criação pretendeu confrontar a produção regional e a produção nacional e, se teve o grande papel de integrar os movimentos artísticos do Paraná aos movimentos nacionais, também recebeu, em certos momentos, o que de mais novo se fazia no Brasil. Dessas obras pioneiras é que se constitui, hoje, o acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná, desde os anos 70, o promotor do evento. São os salões uma das formas mais eficientes de aquisição de obras de vanguarda que transformam frequentemente o acervo de um Museu.

REGISTROS DE UM SALÃO: O 65º SALÃO PARANAENSE

ANGÉLICA DE MORAES

gráfica da frotagem para a criação coletiva em grandes superfícies e ações com sabor de happening (Retta e o Coletivo ComoVer).

A ácida reflexão em registro performático sobre o peso inibidor e quase intransponível que a história da arte e da pintura exercem sobre o jovem artista (Andre Terayama) e a fotografia como resiliência de valores pictóricos (Péricles Mendes e Marcelo Costa) somam-se à radical subversão da perspectiva renascentista e da tradição das ilusões de ótica potencializadas pela subversão de registros digitais em vídeo (Bruno Borne).

Por fim e não menos importante, o uso do simulacro e da metalinguagem resultam em percepções irônicas e irreverentes que iluminam e comentam o modo como se articula o edifício de valores do mundo das artes visuais (Bruno Moreschi e Tom Lisboa).

Obtivemos, assim,um conjunto de trabalhos capaz de oferecer ao público a percepção e consequente reflexão sobre o que caracteriza a jovem produção visual no país, tão diversa quanto intensa de propósitos, alcançados com qualidade inegável. Um conjunto que o formato salão permite seja reunido com isenção, a partir única e exclusivamente dos conteúdos existentes nas próprias obras e no percurso profissional de seus autores. Um exercício democrático, afinal, que é tão ou mais representativo na medida em que se prova e demonstra livre em suas escolhas.

Foi, e acreditamos ser ainda, a forma mais coerente e democrática de circulação da arte brasileira e no qual, o jovem artista pode, por sua própria iniciativa se inscrever e participar do evento. As obras de arte sempre necessitam de um julgamento, seja o dos especialistas ou o do público. A polêmica ainda não foi encerrada, lamentavelmente o resultado é sempre obra de um júri, ou de uma comissão de seleção. Mas os salões não escondem serem uma estratégia de difusão cultural e a maneira de ampliação dos acervos institucionais ou públicos.

A Comissão de Seleção deste Salão trabalhou exaustivamente durante três dias a partir de um conjunto de obras riquíssimo, o que tornava o trabalho mais difícil. Não fosse a harmonia que se instalou no grupo e contando com a paciente ajuda do pessoal do Museu de Arte Contemporânea do Paraná não teríamos conseguido este conjunto de obras que se interpenetram e se relacionam através dos seus objetivos poéticos. O Salão foi constituído dessa maneira, mas sabemos que importantes obras não puderam ser escolhidas. Esta Comissão julgou mais correto que a escolha dos prêmios de aquisição fosse feita após a montagem das obras, pouco antes da abertura do Salão já com as obras montadas nos espaços expositivos.

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A complexidade dos salões contemporâneos, pela expansão de sua circulação e suas ações em termos sociais e culturais tem mostrado que os centros produtivos tradicionais não têm mais a hegemonia. Os termos deleuzianos de desterritorialização e nomadismo são aplicados tanto a locais quanto a artistas e mostram o caráter descentralizador próprio da arte atual, mas neste Salão sentimos ainda que é São Paulo o centro mais experimental, pois a seleção foi dependente do que foi apresentado pelos artistas inscritos.

Desde o período iluminista, não podemos nos privar do prazer da conversa, da discussão teórica e é por isso, conforme dizia Décio Pignatari, “sempre estaremos metidos em um júri para dizer o que é bonito e o que não é [...]. Sempre alguém vai ter que dizer que este é melhor que aquele e que em certo sentido é mais belo”. É este prazer da conversa, do debate, da troca de opiniões no qual ninguém tem a razão final e, muitas vezes, as discussões são mais éticas do que estéticas, ou melhor, elas ressaltam o sentido grego da ética como sendo uma “estética da existência”.

A arte contemporânea é o nosso cotidiano poetizado e, por isso, acessível a todos, principalmente àqueles que abandonando os preconceitos, aceitam o papel instigante que a arte sempre teve. Este Salão está repleto destes estímulos e seria impossível comentar a obra de todos os artistas, escolherei alguns artistas e suas obras como exemplos da

os mistérios e os enigmas que povoam o imaginário humano. Elementos presentes também na obra de Samico, e que Gabriela seguindo nesta tradição,vai a procura dos mitos ancestrais da deusa dragão Tiamat, a da criação original e do matriarcado. Ela nos encanta também pela qualidade de seu trabalho gráfico.

Gustavo Torres (RJ) fala de uma nostalgia do passado que está presente tanto na sua instalação “Despeço”, com projetores Super 8 ou na “Vitrola e Lixa”, ambas de 2013. O ruído inerente aos meios de expressão visual e sonoros do passado gera estas duas instalações sonoras. No primeiro filmes caseiros antigos em Super 8, uma bitola que não se entrega ao desaparecimento, uma espécie também de nostalgia da solidão. A rebeldia contra os meios de expressão também aparece em “Vitrola e Lixa” quando a agulha de uma vitrola é destruída produzindo um ruído intermitente e angustiante.

Retta e o Coletivo ComoVer (Luiz Rettamozo, PR), “ComoVer” é uma intervenção urbana começada em 2013 e que terá uma de suas fases durante o 65º Salão Paranaense. É um artista multimídia que articula com habilidade as mais diversas linguagens, verbais e não verbais, irônico e humorista sem deixar de ser profundo. Considera que todos têm em seu íntimo o poder criador de artista, incita as pessoas a agirem sobre a obra que pretende realizar. Rettamozo parece preocupado em representar a paisagem humana na qual se vive. E é um artista também preocupado em mostrar como podemos ver o

riqueza e complexidades das linguagens artísticas presentes.

Fábio Follador (PR) com o vídeo “Plaquetas” (2014). Plaquetas podem ser pequenas placas, de aviso talvez, mas também “plaquetas de sangue” que sua maior ou menor quantidade no organismo pode causar sérios problemas à saúde. Follador é um artista multimídia, fotógrafo, realizador de vídeos e que tem origem no desenho e na gravura como formas de apreensão da realidade vistas através de um mecanismo que jamais corresponde ao real, por trás delas está a existência humana. Capta a violência, a agitação urbana da atualidade a qual pretende poetizar. O desfocado, a cor agressiva, é uma imagem como espelho dessa realidade, mas que também pode trair.

Gabriela Menezes (MG) apresenta três Xilogravuras cujo tema é “Drakon” (dragão em grego) de 2013 a 2014. Lembra a tradição da xilogravura de Marcelo Grassmann ou Gilvan Samico, a influência medieval que ainda persiste na cultura brasileira expressada principalmente pela obra literária de Ariano Suassuna. A xilogravura muitas vezes se confunde com a “gravura popular” ou a “ilustração do folheto de cordel”, populares no nordeste do Brasil, mas não só, e que Suassuna soube mostrar o caráter misterioso que existe entre o artista e a matéria que ele transforma, não esquecendo o lado irônico e satírico que também estão presentes na gravura popular. Gabriela lembra o trabalho primoroso de Marcelo Grassmann em suas figuras mitológicas e fantásticas relacionando

mundo através de nossas próprias emoções. A arte não é só extensão da mão e da visão, mas principalmente da alma. É outra forma narrativa poética de um olhar sobre a terra.

Tom Lisboa (PR) com “Visita premiada” (2014). A arte lúdica de Tom Lisboa sempre nos surpreende. É o artista nômade por excelência, artista visual, pintor, fotógrafo e cineasta que age com desenvoltura entre os meios tradicionais e os novos meios, sem preconceitos. Sua intenção é de educar o olhar do espectador através da imagem que nunca está completa e que obriga a participação, seja através da reflexão e da dúvida ou a participação efetiva do espectador na obra de arte. Graduado em Informática com especialização em Marketing e Mestre em Comunicação e Linguagem, sua dimensão crítica é sobre o contexto na qual a obra é produzida. Já disse, em outra ocasião, que é clara a sua atitude de contestação, “contra a ordem estabelecida”, não pretende somente produzir um efeito sobre a realidade do mundo, mas principalmente quer produzir um efeito na consciência dos indivíduos que, querendo ou não, se tornam os espectadores ativos de sua obra.

Túlio Pinto (RS) com as obras “Linha de Terra #2 (2013), Nadir #8 (2014) e Compensação #3 (2013). A limpeza de sua obra parece um contraponto com a violência do mundo cotidiano. Lembra ou é uma herança do Concretismo ou ainda algo José Rezende ou Waltercio Caldas. Sua obra articula com a ciência: o equilíbrio,

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o peso, a tensão, a transparência, o sólido, o vazio e principalmente o espaço; parece que ele quer com sua obra um diálogo em busca de uma unidade através de oposições. A partir de materiais industriais de naturezas distintas, utilizando também das leis da natureza, constrói seus trabalhos como se tivessem saídos de um laboratório de física, baseado no conceito de território onde pode agir com o efêmero e as suas transformações. São obras metafóricas de experiências vividas cuja ideia se fixa nas contradições, por exemplo, leve e pesado, cheio e vazio ou na presença e ausência.

Verônica S. Pereira (SP) com as fotografias “Janelar” (2014). O jogo ilusionista entre interior e exterior retoma o mito ao qual a arte esteve submetida desde o Renascimento: a janela de Alberti que se abre para o exterior se abre também para o interior.

O espelho de Brunelleschi, a janela de Alberti, a parede de vidro de Leonardo da Vinci ou a máquina de desenhar de Dürer acrescentam a noção de transparência como espaço de mediação entre o real e a ilusão – é a perspectiva, é o ver através. Eles questionavam a materialidade dos objetos absorvendo os seus vestígios, que são os resíduos de uma presença. As metáforas, os jogos

JOÃO HENRIQUE DO AMARAL

Então, o Salão Paranaense chega aos 70 anos! Com fôlego experimentalista, historicamente nacional, democrático, incentivador de variadas correntes, sem medo da contemporaneidade, propenso a polêmicas. Cada vez mais, um trampolim natural, uma vitrine e um divisor de currículos.

Passou por vários formatos. Inscreveram-se, no decorrer de todas suas edições, artistas que fizeram a História da Arte no Brasil. Não menos importantes os jurados, do Paraná, de vários estados brasileiros e, em algumas ocasiões, do exterior também.

Neste ano, 24 artistas selecionados expõem suas obras. Pintura, escultura, gravura, fotografia, vídeo e performance nos trazem violência e suavidade; tratam do espiritual, do racional, do musical e do caótico. Uma deliciosa mistura, como convém a uma mostra que pretende ser um painel da produção atual no Brasil.

FERNANDO BINI

SOBRE O SALÃO

semânticos, a ampliação dos campos, a tradução dos espaços, mostram que a criação vem da necessidade de se comunicar, de se fazer presente, de estar vivo, de afirmar a dimensão humana.

Transformar o efêmero, o banal e encontrar um meio poético que produza uma nova percepção do mundo e do nosso entorno é um dos objetivos da arte. Material e imaterial, tudo, em certa medida, estava no Grande Vidro de Marcel Duchamp e mostra que a arte age com suas linguagens e metalinguagens nas quais os espectadores são as “testemunhas oculares”.

Estes são alguns artistas presentes, escolhidos um pouco ao acaso, muito mais há neste salão que nos incita a reflexão e a contemplação e que também é um passeio pela arte contemporânea, desde pinturas, esculturas, gravuras, gravuras sobre fotografia, fotografias (sempre numerosas), vídeos, instalações e intervenções que convidam a uma visita prazerosa. A arte representa este encontro contínuo com o mundo, no qual a obra é a provocadora, não mais em busca somente de uma beleza, mas de um sentido, de um significado, que justifiquem mesmo a vida contemporânea.

A montagem conspira com essas vertentes que às vezes se opõem e outras se complementam. Mais uma vez o histórico prédio do Museu de Arte do Paraná / MAC-PR acolhe a exposição em suas múltiplas salas, com sua imponente escadaria, no grande espaço da Sala Theodoro De Bona e nos intimistas espaços em que o espectador vivencia a interação e também a grandiosidade que as peças expostas exigem.

Nas obras visitadas o que se encontra são espelhos, personagens da Igreja e da vida, dragões míticos, calçadas e janelas, a ingenuidade infantil e a crueza das notícias diárias, a delicadeza do papel e a imponência da pedra em equilíbrio. Contrapontos da realidade. E a realidade é como a arte: instável, imprecisa, mágica e sujeita ao caráter humano. Bem vindos!

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Angélica de Moraes SPFernando Bini PRJoão Henrique do Amaral PR

ARTISTASSELECIONADOS

E PREMIADOS

Prêmio Aquisição Bruno Borne | Porto Alegre RS

Prêmio Aquisição Túlio Pinto | Porto Alegre RS

Alice Shintani | São Paulo SP

Amanda Mei | São Paulo SP

Ana Calzavara | São Paulo SP

André Terayama | São Paulo SP

Andreia Falqueto | Vitória ES

Bruno Moreschi | São Paulo SP

Evandro Prado | São Paulo SP

Fábio Follador | Curitiba PR

Fernanda Valadares | Porto Alegre RS

Flávio Cerqueira | São Paulo SP

Gabriela Menezes | Itabirito MG

Gustavo Torres | Rio de Janeiro RJ

Isis Gasparini | São Paulo SP

João Angelini | Planaltina DF

Marcelo Costa | São Paulo SP

Marcelo Tinoco | São Paulo SP

Patricia Osses | São Paulo SP

Péricles Mendes | Salvador BA

Retta e o Coletivo ComoVer | Curitiba PR

Rosângela Dorazio | São Paulo SP

Tom Lisboa | Curitiba PR

Verônica S. Pereira | São Paulo SP

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Eclipse Especular, 2014computação gráfica, animação digital, 2’, 200 x 165 x 60 cmTangente, 2011projeção de animação digital, 1’30’’ e espelho, 150 x 150 cm

BRUNO BORNE Porto Alegre/RS

Prêmio Aquisição

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Túlio Pinto Porto Alegre/RS

Linha de terra # 2, 2013cubo de aço e lâmina de vidro, 154 x 100 x 130 cmCompensação # 3, 2013aço e vidro, 240 x 220 x 130 cmNadir # 8, 2014aço, vidro, pedra e corda, 204 x 260 x 80 cm

Prêmio Aquisição

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Alice Shintani São Paulo/SP

Oluap oãs, 2014vídeo, 5’

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Amanda Mei São Paulo/SP

Sistema em linha A, 2014vidro, papel, madeira, papelão, tinta acrílica e tijolo 40,5 x 115 x 12 cm

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Ana Calzavara São Paulo/SP

Sobrevoo, 2014xilogravura a cores sobre papel japonês sobre MDF, 35 x 320 cm

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André Terayama São Paulo/SP

Coluna infinita (Para Brancusi), 2012vídeo, 6’47’’Sem título (Cavaletes), 2011vídeo, 2’45’’

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Andreia Falqueto Vitória/ES

Intercurso, 2014óleo s/ tela, 150 x 110 cmBenedicto, 2014óleo s/ tela, 60 x 40 cmDie Brillen, 2014óleo s/ tela, 180 x 110 cm

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Bruno Moreschi São Paulo/SP

Art Book, 2012/2014livro, impressão sobre papel, 25 x 17 cm

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Evandro Prado São Paulo/SP

Da série “Synodos”, 2014pintura acrílica sobre tela, 140 x 100 cmDa série “Synodos”, 2014pintura acrílica sobre tela, 170 x 130 cm“Sede Vacante II”, 2013tecido, madeira e papel, 180 x 60 x 40 cm

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Fábio Follador Curitiba/PR

Plaquetas, 2014vídeo, 3’. Narração:

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Fernanda Valadares Porto Alegre/RS

3º43’17’’S 38º30’58’’W, 2014, encáustica sobre compensado naval, 160 x 160 cm23º33’0’’S 46º41’21’’W, 2014, encáustica sobre compensado naval, 160 x 140 cmO sétimo continente, 2014, grafite sobre papel arroz, 60 x 400 cm

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Flávio Cerqueira São Paulo/SP

Horizonte Infinito, 2013pintura eletrostática sobre bronze e madeira,101 x 35 x 20 cmAo seu alcance, 2013bronze e madeira, 133 x 54 x 47 cmAvuá!, 2013bronze, madeira e cordão de couro, 95 x 105 x 70 cm

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Gabriela Menezes Itabirito/MG

Tiamat – Drákon III, 2014xilogravura, 89 x 69 cmDrákon II, 2014xilogravura, 50 x 41 cmLong – Drákon I, 2013xilogravura, 100 x 90 cm

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Gustavo Torres Rio de Janeiro/RJ

Despeço, 2013projetores super 8 e loops de filme super 8, dimensões variadasVitrola e Lixa, 2013vitrola e disco de lixa, 50 x 40 x 15 cm

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Isis Gasparini São Paulo/SP

Diarkis, 2012vídeo, 2’50’’

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João Angelini Planaltina/DF

Sambão de 3, 20143 televisores de tubo e 3 aparelhos de DVD, 3’3’’, 150 x 120 x 80 cm

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Marcelo Costa São Paulo/SP

Da série “Janelas” – Tríptico II, 2012fotografia impressa em jatos de tinta sobre papel de algodão, 38,5 x 58 cmDa série “Janelas” – Tríptico III, 2013fotografia impressa em jatos de tinta sobre papel de algodão, 38,5 x 58 cm

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Marcelo Tinoco São Paulo/SP

Diorama Rio – Jardim Botânico RJ, Brasil, 2013jato de tinta mineral sobre papel de algodão, 116 x 160 cmHigh Line 1 – New York, USA, 2012jato de tinta mineral sobre papel de algodão, 116 x 178 cm Tolstoi – Oslo, Noruega, 2014jato de tinta mineral sobre papel de algodão, 116 x 185 cm

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Patricia Osses São Paulo/SP

Ipiranga 1, 2013fotografia, 70 x 100 cmIpiranga 2, 2013fotografia, 70 x 100 cmIpiranga 5, 2013fotografia, 70 x 100 cm

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Péricles Mendes Salvador/BA

Descartáveis, 2012/14fotografia, 53 x 80 cm

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Retta e o Coletivo ComoVer Curitiba/PR

Ana Claudia Xavier, André Coelho, Claudia de Lara Samways, Mateus Rettamozo, Rinaldo Carvalho, Tainá Gomes, Taíme Gouvêa, Walkyria Novais, Luiz RettamozoComoVer Curitiba, 2013/14intervenção urbana, frottage e pintura coletiva, 150 x 600 cm

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Rosângela Dorazio São Paulo/SP

Verde e vermelho, 2013gravura sobre fotografia, 85 x 150 cmAzul, 2013gravura sobre fotografia, 100 x 130 cmCéu com estrelas, 2012gravura sobre fotografia, 100 x 130 cm

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Tom Lisboa Curitiba/PR

Visita Premiada, 2014

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Verônica S. Pereira São Paulo/SP

Janelar, 2014fotografia impressa em película adesiva, 100 x 120 cmJanelar, 2014fotografia impressa em película adesiva, 120 x 200 cm

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Comitê Curatorial

ANGÉLICA DE MORAES Pelotas | RS, 1949

É crítica de artes visuais, curadora e jornalista cultural. Bacharel em Jornalismo pela PUC/RS; Mestre em Crítica, Teoria e Práxis e Mestre em Comunicação e Semiótica pelas PUC/RS e PUC/SP. Integrante da equipe que criou o projeto editorial da revista Select, Editora Três, ocupando o cargo de editora de artes visuais e onde atualmente é colaboradora; escreve ainda nas revistas Isto É e Wish Report. Fez cobertura da Bienal de Veneza, 2011 e Documenta de kassel, Alemanha, 2012, para as revistas Select e Isto É. Integrou a equipe fundadora do Caderno 2 do jornal O Estado de São Paulo, exercendo jornalismo cultural e crítica de artes visuais por mais de uma década e fazendo a crítica de mostras internacionais (Kassel, Veneza, Yokohama, Tóquio, Madri, Nova York, Washington). Fez crítica de artes visuais e literatura para a revista Veja, 1988-1990; foi colaboradora, nos anos 90, do Caderno T, publicação sobre política cultural encartada na revista Bravo! e editora entre 2000-2002. Curadora de muitas exposições, como: Grafias, de Regina Silveira; Território Expandido I, II e II, SESC-Pompéia; Rumos Visuais Itaú-Cultural, 1999-2000; Por que Duchamp? e Pintura Reencarnada, Paço das Artes, São Paulo, 1999 e 2004, respectivamente; Arte Política: isso são outros 500, mostra itinerante, São Paulo, Recife, Fortaleza, 2000; Sem Fronteiras e Agora/Ágora: Criação e Transgressão em Rede, Santander Cultural, Porto Alegre, 2001 e 2011, respectivamente; Rommulo Vieira Conceição, Prêmio Funarte 2012, São Paulo; Cor, Cordis Mostra do Acervo, MAC/PR, 2013. Editou, organizou edições e publicou textos nos livros:

Regina Silveira: Cartografias da sombra, Mídia-Arte: fomento e desdobramentos, Arte/Estado, Crítica de arte no Brasil: temáticas contemporâneas, Sandra Cinto, Arte Brasileira 50 anos, Alex Flemming, entre outros. De setembro de 2008 e março de 2009, integrou a equipe brasileira de pesquisadores do projeto Documents of 20th Century Latin American and Latino Art, a digital archive and publications project, desenvolvido pelo ICAA do Museum of Fines Arts, Houston, Texas.

FERNANDO BINI Rio das Antas | SC, 1946

Formado em Desenho e Pintura pela EMBAP, fez Licenciatura em Desenho e História da Arte na PUC/PR, Especialização em Filosofia da Educação, Conservação e Restauração do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Mestre pela PUC/PR com a dissertação “Semiótica da Arte: a propósito de uma semiótica da Pintura”. Doutorando em Estética e Tecnologia das Artes na Universidade de Paris VIII. Freqüentou cursos nas diversas áreas de artes visuais, integrando o movimento artístico paranaense entre os anos 60 e 80. Com propostas em pintura, gravura, instalação, cinema, fotografia, participou de salões, mostras de arte recebendo vários prêmios. Na área acadêmica, foi professor, fundador e Chefe de Departamento do curso de Desenho Industrial no CEFET/PR; professor e fundador do Curso de Desenho Industrial – Projeto de Produto – da Pontifícia Universidade Católica do Paraná; professor

de História da Arte, História da Arte Contemporânea, História da Arte Brasileira e Paranaense no Curso de Educação Artística da Universidade Federal do Paraná; professor de História da Cultura e do Design da Universidade Tuiuti do Paraná. Foi diretor do Museu da Imagem e do Som da Secretaria de Estado da Cultura, membro do Conselho Estadual de Cultura, membro do Conselho Diretor do CEFET/PR, presidente da Associação Brasileira de Semiótica – Regional do Paraná e membro do Conselho Consultivo do MAC/PR, membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte. Desde os anos 70 se dedica à pesquisa teórica, à crítica de arte e a apresentação de artistas e exposições, destacando-se os trabalhos sobre João Turin, Guido Viaro, O Movimento de Renovação da Arte Paranaense, O Papel do Curador, Jefferson César, Elizabeth Titton, Helena Wong, Josué Demarche, Fernando Velloso, Domicio Pedroso, Violeta Franco, Poty, Faxinal das Artes, entre outros. Membro de comissão organizadora, júri e comitê curatorial de salões de arte, design, mostras de cinema e vídeo.

JOÃO HENRIQUE DO AMARAL Curitiba/PR, 1956

Freqüentou o Curso de Comunicação Social na Universidade Federal do Paraná e o Curso de Museologia – Museus e Acervos Culturais, MEC/UFPR. Chefiou a Coordenadoria do Sistema Estadual de Museus, em 1997, quando promoveu exposições e salões estaduais de arte. Foi membro do Conselho

Consultivo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná por duas gestões e do Conselho Consultivo da Galeria Banestado. Fez apresentações de mostras como: Gravadores Contemporâneos do Paraná, Paço Imperial, Rio de Janeiro, 1997; Ordem Oculta, Casa da Cultura Monsenhor Celso, Paranaguá, 1999; Percepção e Sutileza, Museu de Arte do Paraná, Curitiba, 2000; Cascavel mostra sua Arte – Identidade, Museu de Arte de Cascavel, 2000. Foi curador adjunto do Projeto Rumos Visuais, Instituto Cultural Itaú, São Paulo, 1999-2000; curador do Projeto SAGAS – Brasilianische Kunst aus Parana in Berlin, 2002; um dos curadores convidados do Projeto Síntese Paraná: Arte Atual, Casa Andrade Muricy, Curitiba, 2002; um dos curadores da Exposição Inaugural do Novo Museu/Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, 2002; curador do Projeto Seminovos - Mostra de Artistas Jovens – Fundação Cultural de Curitiba, 2004; da exposição Momento Transição, Fundação Cultural de Curitiba, 2004; da Semana de Arte do Paraná-Brasil em Córdoba, seleção de Vídeo-Arte, 2004, entre outros. Participou da Comissão de Revisão do Acervo Artístico da Fundação Cultural de Curitiba, 2006. Integrante de comissões julgadoras de diversos salões, entre os quais: Salão Paranaense, Curitiba, 1991; Salão Pernambucano de Artes Plásticas, Recife, 2000; XII Salão de Artes Plásticas de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2000, além do Circuito Oficial de Salões da SEEC. Foi Diretor do Museu de Arte Contemporânea do Paraná entre 1998 e 2002. Atua como cronista de arte, pesquisador e curador.

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O Museu de Arte Contemporânea do Paraná foi criado em 1970 com a finalidade de estimular e divulgar a criação artística contemporânea, além de abrigar e preservar um acervo de arte pertencente ao Estado. Ocupa sede própria num prédio construído em 1928, de estilo eclético, que é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado. O Museu formou seu acervo com obras provenientes de Prêmios de Salões, doações e aquisições, reunindo cerca de mais de 1500 obras de artistas modernos e contemporâneos de diversas gerações e tendências.O acervo é constituído por pintura, desenho, gravura, escultura, objeto, fotografia, tapeçaria, colagem, instalação, performance e vídeo, tendo representados alguns dos mais importantes nomes das artes visuais do país. Além de realizar mostras individuais e coletivas de artistas selecionados ou convidados, o Museu divulga seu acervo com mostras temáticas e curatoriais. Tradicionalmente voltado para a educação, prioriza projetos de ação educativa para estudantes, instituiçõese público em geral. Abriga uma biblioteca especializada, que registra e preserva um acervo documental sobre artistas e sua produção, instituições, eventos, textos autorais e informativos, não apenas das artes visuais.

MAC

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Governador do Estado do ParanáBeto Richa Secretário de Estado da CulturaPaulino Viapiana

Diretora-Geral da SEECValéria Marques Teixeira

Coordenadora do Sistema Estadual de MuseusChristine Vianna Baptista

Coordenadora de ComunicaçãoThaísa M. Teixeira Sade

Coordenação de Desenho GráficoRita Soliéri Brandt

Museu de Arte Contemporânea do Paraná

DiretoraLenora Pedroso AdministraçãoDorothi Oliveira

Acervo Vera Regina Vianna Baptista

MontagemWilliam de Almeida Batista

Pesquisa e DocumentaçãoMyriam Sbravati, Regina Célia Rezende, Gerson Ferreira

EducativoEdilene Luiz Osório, Lucia Venturin

Segurança e ManutençãoAnanias Quirino, Gilson de Carvalho, Manoel da Silva, Terezinha Moreira

EstagiáriosAna Laura M. Torquato, Joana de Lima Mayerle, Júlia Cretella Carvalhaes, Melise Vidal Gouvêa, Nádia Akemi Gonçalves, Rafaella Shizuko Uada, Robson Luan Juraski

Presidente da Sociedade de Amigos do Museu de Arte Contemporânea do ParanáEdilene Terezinha Guzzoni

Comitê CuratorialAngélica de MoraesFernando BiniJoão Henrique do Amaral

Curadoria da ExposiçãoJoão Henrique do Amaral

Produção Rebeca Gavião M. G. Pinheiro

Assistente de ProduçãoSandra de Abreu Keller

Design GráficoCoordenação de Desenho Gráfico | SEECCecília Fumaneri, Raquel Dzierva

Finalização e Tratamento de ImagensAdriana Salmazo Zavadniak

IluminaçãoIluminarte

MontagemEquipe Montagem Curitiba

RevisãoMarjure Kosugi

FotografiaNego Miranda | pp. 8, 35, 37, 39, 43, 51, 60, 64, 65, 68,70 a 83Kraw Penas | p. 77Lenora Pedroso | pp. 20 a 26, 28, 31 a 33, 41, 42, 46, 47, 50, 52, 53, 83, 86

AgradecimentoIrai das Graças Casagrande

Logomarca do Salão ParanaenseEnnio Marques Ferreira

Patrocínio

Realização

Rua Desembargador Westphalen, 16 Centro 80010-110 Curitiba/PR41 3323 5328 41 3323 5337

Período expositivo 12 de novembro de 2014 a 29 de março de 2015www.mac.pr.gov.br [email protected]