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áudio música e tecnologia | 1 NOVA IGREJA DA BARRA Conheça os projetos de acústica e sonorização CAÇANDO MITOS Nova série desconstrói “verdades absolutas” do mundo do áudio HOME STUDIO Os subwoofers e suas especi cações Ano XXV - ab ril/2013 nº259 - R$ 13,00 - www.musitec.com.br  MONI TORAÇÃO AO VIVO Técnicos contam suas experiências e citam o in-ear como a grande mudança dos últimos 25 anos As luzes do novo show do Revelação Novalite adquire equipamentos RED Lighting Recursos do menu Paint das câmeras de vídeo Iluminando E muito mais! ESPECIAL AM&T 25 anos     L     U     Z    &    C     E     N    A

Musitec - abr2013

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    NOVA IGREJA DA BARRAConhea os projetos

    de acstica e sonorizao

    CAANDO MITOSNova srie desconstri verdades

    absolutas do mundo do udio

    HOME STUDIOOs subwoofers e

    suas especificaes

    Ano XXV - abril/2013 n259 - R$ 13,00 - www.musitec.com.br

    MONITORAO AO VIVOTcnicos contam suas experincias e citamo in-ear como a grande mudana dos ltimos 25 anos

    As luzes do novo show do Revelao Novalite adquire equipamentos RED LightingRecursos do menu Paint das cmeras de vdeo Iluminando E muito mais!

    ESPECIALAM&T 25 anos

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    ISSN 1414-2821udio Msica & TecnologiaAno XXV N 259 / abril de 2013Fundador: Slon do Valle

    Direo geral: Lucinda DinizEdio tcnica: Miguel RattonEdio jornalstica: Marcio TeixeiraConsultoria de PA:Carlos Pedruzzi

    COLABORARAM NESTA EDIOChrist, Cristiano Moura, Daniel Raizer, Enricode Paoli, Fbio Henriques, Farlley Derze,Fernando Barros, Fernando Moura, GlaucoPaganotti, Lucas Ramos, Luciano Alves,Omid Brgin e Renato Muoz

    REDAOLouise Palma, Marcio Teixeirae Rodrigo [email protected]@musitec.com.brDIREO DE ARTE E DIAGRAMAOClient By - clientby.com.brFrederico Ado

    AssinaturasKarla [email protected]

    Distribuio: Eric Baptista

    PublicidadeMnica [email protected]

    Impresso: Ediouro Grfica e Editora Ltda.

    udio Msica & Tecnologia uma publicao mensal da EditoraMsica & Tecnologia Ltda,CGC 86936028/0001-50Insc. mun. 01644696Insc. est. 84907529Periodicidade Mensal

    ASSINATURASEst. Jacarepagu, 7655 Sl. 704/705Jacarepagu Rio de Janeiro RJCEP: 22753-900Tel/Fax: (21) 3079-1820 (21) 3579-1821 (21) 3174-2528Banco BradescoAg. 1804-0 - c/c: 23011-1

    Website: www.musitec.com.br

    Distribuio exclusiva para todo o Brasil pelaFernando Chinaglia Distribuidora S.A.Rua Teodoro da Silva, 907Rio de Janeiro - RJ - Cep 20563-900

    No permitida a reproduo total ouparcial das matrias publicadas nesta revista.

    AM&T no se responsabiliza pelas opiniesde seus colaboradores e nem pelo contedodos anncios veiculados.2 | udio msica e tecnologia

    No sei como algumas pessoas conseguem ouvir msica em volume to alto. Outro dia, fui

    conhecer uma casa noturna e quei impressionado com o nvel sonoro do local. No aguen-

    tei nem cinco minutos e me afastei, indo para o fundo do lugar. O tcnico de PA da casa me

    disse que, depois de ajustar o som, usa protetores auriculares a maior parte do tempo. J

    estive em lugares onde os agudos eram to exagerados que me levaram a concluir que o

    tcnico estava cando incapacitado para operar o som.

    Nas ruas, nos nibus, em toda parte, vemos muitas pessoas com seus fones e aquele zum-

    bido caracterstico vazando das suas orelhas, denunciando os danos que viro no futuro.

    Conversando recentemente com um mdico otorrino, soube que alguns operadores deudio o consultaram para fazer uma avaliao de seus ouvidos e em todos foi detectada

    alguma perda auditiva. So prossionais ainda jovens, que correm um enorme risco de no

    conseguirem seguir suas carreiras por muito tempo.

    lamentvel que no haja uma conscincia maior no s por parte dos prossionais, mas

    tambm do pblico. Na maioria das cidades do Brasil existem leis que estabelecem limites

    de nvel sonoro para a comunidade, isto , em reas externas. Uma norma do Ministrio

    do Trabalho regulamenta os nveis sonoros mximos aos quais as pessoas podem car ex-

    postas. Se medirmos o volume do som nas casas noturnas, concluiremos que no se pode

    permanecer l dentro por mais de meia hora.

    O ouvido o elo mais valioso no caminho do som, e apesar das pesquisas animadorascom clulas-tronco, ainda so irrecuperveis os danos que a nossa audio sofre quando

    submetida a nveis sonoros muito intensos. Cuide bem do seu ouvido, porque ele um

    equipamento do seu sistema que voc no poder trocar quando parar de funcionar.

    Nasce o caderno Luz & CenaA partir desta edio, o universo do vdeo, da luz e da cenograa passa a ter espao cativo

    naudio Msica & Tecnologiacom a chegada do caderno Luz & Cena.

    Nele, voc encontrar mensalmente notcias, informaes sobre produtos, matrias, co-

    lunas de especialistas e tudo o mais que estava acostumado a ler na revista Luz & Cena.

    AM&Te L&Cem um nico veculo? Nada mal!

    Boa leitura!

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    Em Tempo RealGuilherme TettamantiRodrigo Sabatinelli

    Notcias do FrontAs partes de um sistema de sonorizao (Parte 1)

    Objetivas ou subjetivasRenato Muoz

    Em CasaEquipamentos para um home studioSubwoofers: especificaesLucas Ramos

    Plug-insEqualizadores Waves: conhecendo os recursos do C1(Parte 1)Cristiano Moura

    Caando MitosAs lendas, a atmosfera do vinil e o problema da escadinhaFbio Henriques

    holofoteClaudia Caliel, cengrafa e figurinistapor Louise Palma

    produtoraTocavideos: iniciativa focada no msico e na msicapor Fernando Barros

    mercado

    Locadora Novalite investe em movings eribaltas RED Lightingpor Rodrigo Sabatinelli

    Monitorando a HistriaOperadores de monitorcontam experincias vividasnos ltimos 25 anosRodrigo Sabatinelli

    Revelao 360 GrausEstrutura grandiosa, usada emgravao de DVD, adaptadapara cair na estradaRodrigo Sabatinelli

    editorial 2novos produtos 10msico na real 110lugar da verdade 128

    Nova IgrejaProjeto de sonorizao remodela templo religioso noRio de JaneiroRodrigo Sabatinelli

    udio e AcsticaOndas Estacionrias Axiais: um olhar sobre o tipo

    de onda que acontece entre duas paredes paralelasOmid Brgin

    Media ComposerTransies: dando os primeiros passosCristiano Moura

    Arte EletrnicaProprietrio da brasileira Electronic MusicWorks fala sobre synths da marca, que recriamsonoridades clssicasChrist

    Pro ToolsAlgumas dicas para melhorar seu setup de monitoraoDaniel Raizer

    SonarNovidades do Sonar X2 e X2a: por dentro do ProChannelLuciano Alves

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    notcias de mercado 6review 16ndice de anunciantes 127

    P R O D U T O S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 6

    E M F O C O . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 8

    O P E R A O D E V D E O . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 8

    I L U M I N A N D O . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 6

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    NOTCIASDEMERCADO

    A Solid State Logic anunciou o retorno deMax Noach empresa no cargo de gerente

    regional de vendas para a Amrica Latina.

    Nesta nova funo, ele vai supervisionar as

    atividades de venda e de apoio na Amrica

    Central e na Amrica do Sul.

    Estamos muito emocionados em receber o

    Max de volta para a famlia Solid State Logic,

    disse George Horton, vice-presidente da Re-

    gio Oeste e Amrica Latina da SSL. A Am-

    rica Latina tornou-se rapidamente um mer-

    cado importante para todas as empresas de

    udio, e temos sorte de ter algum com uma

    viso to ampla para a regio, acrescentou.

    Ao longo dos dez anos em que esteve na

    SSL, Max ajudou a desenvolver a presen-

    a da empresa no mercado sul-americano

    e ocupou vrios cargos, incluindo os de ge-

    rente regional de vendas e de chefe de ven-

    das da Diviso Ocidental.

    Estou muito emocionado e entusiasmado em voltar a trabalhar na SSL, uma empresa que sempre adorei, e com as pessoas que

    eu admiro, disse Max. No vejo hora de contribuir para o futuro da SSL, ajudando a alcanar novas fronteiras e desenvolvendo

    mercados existentes. Na verdade, me sinto voltando para casa, concluiu.

    SSL ANUNCIA NOVO GERENTE REGIONAL DE VENDAS

    EQUIPO RECORDISTA DE VENDAS

    DA MARCA KURZWEIL

    A Equipo foi consagrada com o prmio Sales Record Kurzweil por seu desempenho no

    ano de 2012. Distribuidora exclusiva no Brasil da marca especializada em worksta-

    tions, pianos e stage pianos, a empresa recebeu a homenagem criada para prestigiar

    o distribuidor que mais se destacou em relao s vendas em todo o mundo.

    Os diretores da Equipo Everton e Juliano Waldman manifestaram satisfao e orgu-

    lho com a conquista. O prmio resultado de um trabalho feito com um planeja-

    mento agressivo, objetivos claros, muita dedicao e empenho de toda a empresa,

    destacou Everton Waldman. realmente uma honra receber tal premiao de uma

    marca conceituada como a Kurzweil. O primeiro passo foi dado, mas h muito tra-

    balho a ser feito, armou, por sua vez, Juliano Waldman ao receber a premiao.

    A entrega do prmio foi realizada durante o Namm Show, importante feira do setor,

    que aconteceu no nal de janeiro de 2013 em Anaheim, na Califrnia.

    O diretor Juliano Waldman e o prmio:

    desempenho da empresa em 2012 rendeu

    homenagem internacional

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    Depois de 13 anos sem registrar crescimento, a receita global da indstria fonogrca com venda de msicas cresceu

    0,3% em 2012. Segundo o relatrio da Federao Internacional da Indstria Fonogrca, o mercado faturou 16 bilhes

    de dlares devido receita digital, 9% superior do ano passado. Isto no acontecia desde 1999, quando o compar-

    tilhamento de arquivos online desestabilizou as estruturas da indstria.

    Apesar das vendas digitais totalizarem apenas um tero do total de 5,6 bilhes de dlares da receita, este crescimento

    aponta uma tendncia do mercado, que investe cada vez mais na rea digital.

    INDSTRIA FONOGRFICA CRESCE PELAPRIMEIRA VEZ EM 13 ANOS

    AES BRASIL EXPO

    ACONTECE EM MAIOA 17 edio da AES Brasil Expo ser realizada entre

    os dias 7 e 9 de maio, no pavilho amarelo do Expo

    Center Norte, em So Paulo. O evento uma boa

    oportunidade tanto para prossionais quanto para os

    interessados nos setores de udio, vdeo e iluminao

    e vai contar com mais de 70 expositores no total, en-

    globando uma srie de atividades.

    Na conveno, os participantes podero assistir a se-

    minrios, treinamentos, visitas tcnicas, workshops,

    tutoriais, keynotes, lanamentos inditos, minicur-

    sos, demonstraes de tecnologias, equipamentos e

    debates com importantes nomes nacionais e interna-

    cionais do setor.

    J o congresso, que chega sua 11 edio, envolvepainis temticos com contedo cientco e tcnico,

    apresentao de trabalhos acadmicos nas reas de udio, engenharia, com-

    putao, msica e acstica.

    Na parte de exposio, os visitantes vo conferir estandes de marcas brasilei-

    ras e internacionais nas reas de udio, iluminao, som, vdeo e automao

    residenciais e udio e vdeo motor. A rea de demonstrao ser montada ao ar

    livre especialmente para sistemas de sonorizao de grande porte, enquanto o

    auditrio interno receber sistemas de sonorizao compactos e amplicadores

    de instrumentos musicais e uma sala especca ser usada para a apresentao

    e demonstrao de mesas de som digitais.

    Mais informaes podem ser encontradas no site ocial do evento: www.

    aesbrasilexpo.com.br.

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    NOTCIASDEMERCADO

    IATEC OFERECE CURSO ITINERANTE DESONORIZAO E PRODUO DE EVENTOSDesde maro o Instituto de Artes e Tcnicas em Comunicao (IATEC) est oferecendo cursos itinerantesde sonorizao e produo de shows e eventos. O BR Tour 2013 vai percorrer nove capitais

    brasileiras e cada cidade contar com o corpo docente do instituto, alm de ementa e me-

    todologia similares ao que praticado em suas duas unidades no Rio de Janeiro.

    A especializao em sonorizao, na qual os interessados sero introduzidos pr-

    tica da sonorizao de shows e eventos, aborda temas como alinhamento

    de PA, passagem de som e mixagem. O curso passa pelos fundamentos

    do udio, os equipamentos necessrios e a especializao em consoles

    digitais, e ensina como interligar os equipamentos, realizar a microfonao

    conforme a nalidade exigida, trabalhar com software de medio de sistemas e a fazer o

    trabalho de roadie. O curso ser ministrado nas cidades de Olinda, Porto Alegre, Fortaleza, So Paulo,

    Cuiab, Salvador e Curitiba.

    J a especializao em produo de eventos, que visitar as cidades de Porto Alegre, So

    Paulo, Goinia, Braslia e Belo Horizonte, rene todo o conhecimento necessrio para produ-

    zir shows e eventos com caractersticas e oramentos distintos, para vrios tipos de pblico.

    Ele oferece ainda uma explicao sobre as leis de incentivo, projeto e planejamento de infraestrutura e direo de palco, alm de noes

    de marketing e assessoria de imprensa.

    As aulas possuem foco bastante prtico e orientado para as habilidades mais exigidas no mercado de trabalho. Mais informaes e inscries em

    www.iatec.com.br, nos telefones (21) 2493-9628 e 2486-0629 e pelo e-mail [email protected].

    MOLECADA NO ROCKBal, jud, natao e futebol so algumas das opes de atividades extracurriculares mais populares

    entre a crianada e seus pais. Praticando uma ou outra, os pequenos adquirem hbitos saudveis,

    aprendam a trabalhar em equipe e se desenvolvem em diversos aspectos.

    No entanto, as crianas tambm esto de olho em outras reas, to positivas quanto o esporte. Uma

    delas a msica. Com isso em mente, e buscando fazer do aprendizado uma grande brincadeira, a

    Academia do Rock, escola de msica com base em Curitiba, oferece aulas a crianas de cinco a 12

    anos. Com o ensino do rock, as crianas, alm de estarem em contato com a msica, seja tocando

    bateria, guitarra, teclado, tambm esto se divertindo, conta Marcelo Freitas, diretor da instituio.

    Segundo ele, trabalhar com a msica, seja no estilo que for, desenvolve o raciocnio e a criativida-

    de, entre outras aptides. A msica desempenha um importante papel na vida recreativa da crian-

    a, ao mesmo tempo em que desenvolve a criatividade, promovendo autodisciplina e despertando

    a conscincia rtmica e esttica, acrescenta.

    Para o pblico pr-adolescente, a Academia do Rock oferece, alm das aulas de instrumentos, a

    chance tocar em uma banda de rock. O programa visa ensinar a trabalhar em equipe, estabelecer

    metas e conquistar autoconana para apresentar-se em pblico. Ao nal de cada semestre acon-

    tece o Rock Hour, um show de rock dos alunos da escola.

    Mais informaes sobre a instituio podem ser obtidas em seu site ocial: www.academiadorock.com.br.

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    ROLAND LANA APLICATIVO PARACONSOLE M-200I

    STEINBERG APRESENTA A INTERFACE UR22

    NOVOSPRODUTOS

    A Steinberg anunciou o lanamento da UR22, sua mais nova interface de udio digital

    e MIDI. A unidade de conexo USB 2.0 trabalha a 24 bits, oferece at 192 kHz de fre-

    quncia de amostragem e dispe de dois conectores combo Neutrik para que

    instrumento, microfone ou linha sejam a ele ligados. Conta com dois prs

    de alta qualidade D-PRE, havendo um pr para a entrada 2, onde se pode

    conectar diretamente instrumentos de alta impedncia.

    O equipamento dotado ainda de conectores de MIDI In e Out e sadas ana-

    lgicas e para fones. Atua com baixssima latncia e vem com o Cubase AI6,

    com possibilidade de download gratuito da verso 7 do software to logo o

    mesmo seja disponibilizado. A diferena mais importante entre as verses

    que a 7 permitir um trabalho no nvel mximo de amostragem da interface.

    www.steinberg.net

    Divulgao

    Durante a BVE 2013, que aconteceu entre 26 e 28 de fevereiro em Londres, a Roland

    apresentou seu novo M-200i V-Mixer, um aplicativo para iPad que permite o controle de

    todas as principais caractersticas do console M-200i. Com ele, possvel controlar de

    qualquer lugar os pr-amps, pan, ltros, PEQ e GEQ. Ele tambm permite que o usurio

    salve e carregue as cenas, ajuste compressores e gates, use os sends on faders e realize

    edio de efeitos.

    A rede sem o criada atravs da conexo entre o roteador e a entrada LAN do M-200i

    ou conectando o adaptador Roland Wireless Connect (WNA1100-RL) a uma entrada USB.

    O mixer possui 32 canais, com 17 faders motorizados, oito sadas auxiliares, quatro sa-

    das Matrix e oito DCAs, junto com 24 entradas e 14 sadas no console em si (expansvel

    at 64 x 54 atravs da porta REAC e da tecnologia Roland Digital Snake).

    www.roland.com

    www.roland.com.br

    Divulgao

    SOUNDCRAFT SI PERFORMERJ NO MERCADO

    J est ao seu alcance a mesa Si Performer, da Soundcraft, primeiro mixer digital a contar com integrao DMX.

    O produto dotado de processadores internos Lexicon e equalizador paramtrico de quatro bandas e ofe-

    rece diversas opes de sada, roteamento exvel e controle via iPad. Vale destacar que

    a integrao entre a porta DMX512 e a interface de controle de iluminao disponibi-

    lizam controles nos faders de iluminao e udio, que so combinados em camadas e

    permitem o comando evento em pacote nico e compacto.

    A Si Performer, em sua verso 3, oferece 32 entradas mono de mic e 30 faders. Na

    verso 2 so 24 as entradas mono e 22 o nmero de faders. Nas duas verses h

    um equalizador grco BSS de 28 bandas para todas as sadas, um pr-amplicador

    da Srie Vi e oito entradas de linha (P10). H capacidade para trabalho com at 20 auxi-

    liares (oito mono e seis estreo) e possibilidade de expanso para at 80 canais,

    www.soundcraftaudio.com.br

    www.harmandobrasil.com.br

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    BEHRINGER APRESENTAPAS PORTTEIS

    FONES DO AC/DC SO NOVIDADE

    DA ON.EARZ

    NOVOSPRODUTOS

    Como hoje os naming rights vo alm, voc pode, se quiser, andar na

    montanha russa do Aerosmith, comprar um caixo do Kiss ou, a sim, tendo

    a ver com a msica mesmo, deslar pelas ruas com o nome de sua banda

    favorita estampando seu headphone. isso o que a empresa belga On.Earz

    acaba de fazer, lanando, por meio de sua linha The Legends, fones dos austra-

    lianos do AC/CD.

    As caractersticas mais importantes dos fones AC/DC so sensibilidade de 108 dB +/- 3

    dB, impedncia de 32 ohm, cabo de 1,2 m, driver de 40 mm dinmico, resposta de fre-

    quncia de 20-20.000 Hz e a opo Music Sharing, que permite que outros fones sejam

    plugados na concha do aparelho. Socializao musical no nvel mximo.

    eu.onearz.com

    Trs so os modelos da linha Europort, de PAs portteis da Behringer, anunciados recentemente pela companhia: EPA900 (foto), EPA300

    e EPA150. Cada um possui cerca de 100 presets, processador FX 24 bits, sistema antimicrofonia e, sim, um microfone Behringer

    XM1800S, podendo ser instalados e acionados de forma rpida e descomplicada. Um aspecto fundamental dos novos sistemas que eles

    se tornam seus prprios cases de transporte. Todos os componentes podem ser guardados em uma mala resistente e de transporte fcil.

    Entre as caractersticas dos sistemas, destacam-se, ainda, o fato

    de que oferecerem 300 watts, mixer de seis canais, woo-

    fers de 8, driver de 1.35, equalizador de duas ban-

    das, pad selecionvel e LEDs de clip em todos os

    canais mono. Mais? Equalizador grco est-

    reo de cinco bandas, dois pr-amps com cha-

    ve de phantom power +48V e a funo VoiceCanceller, que remove a voz nas gravaes

    para que os karaoks no quem limitados

    s velhas canes dos velhos catlogos.

    www.behringer.com

    www.proshows.com.br

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    NOVOSPRODUTOS

    NOISE SUPRESSOR NS1: GUERRA

    CONTRA O RUDOA israelense Audio Waves recentemente apresentou ao mercado o Noise Supressor NS1. Trata-se deum plug-in prossional de supresso de rudo indicado para ps-produo, narrao e trabalhos

    musicais que se adapta de maneira instantnea ao sinal sonoro para, em seguida, analisar e focar

    no primeiro plano e eliminar o rudo de fundo.

    O NS1, que possui um medidor de atenuao e compatvel com MultiRack e SoundGrid, con-

    trolado por apenas um fader, que determina de que forma, com que intensidade, a supresso de

    rudo ser realizado. O Attenuation Meter mostra o total de energia removida do sinal de entrada.

    www.waves.com

    www.quanta.com.br

    MIXAGEM FCIL COM O GEMINI CDMP-6000A ProShows traz ao Brasil o CDMP-6000, da Gemini, equipamento para mix ao

    vivo que combina funes de playback e outras caractersticas prossionais

    com uma fcil seo de mixagem. Quer se trabalhe com arquivos de udio em

    CDs, MP3s ou no formato WAV, ou todos estes ao mesmo tempo, o CDMP-

    6000 uma soluo convel e verstil para DJs e instalaes em clubes.

    Entre outras caractersticas do produto esto entrada USB, sistema anti-

    choque; trs modos de disco selecionveis; inicializao instantnea e Cue

    com pr-escuta; leitura de sada do BPM (TAP); funo Pitch Bend via disco

    de controle ou botes e controle de Pitch varivel. Na seo de mixagem h um

    EQ de trs bandas com controle de ganho, sada de fone de ouvido de , entrada

    para microfone XLR e e entradas auxiliares para dispositivos de fone e linha.

    www.geminidj.com

    www.proshows.com.br

    Divulgao

    JBL SELENIUM LANA NOVOS

    SUBWOOFERS DA LINHA SWA linha SW est crescendo e a JBL Selenium, distribuda pela Harman do Brasil, apresenta o

    SW5P, novo integrante da famlia. O produto est disponvel nos modelos de 15 (foto) e 18 po-

    legadas e conta com uma potncia ainda maior, de 1200 W RMS. Com performance melhorada,

    o equipamento uma boa alternativa queles que buscam mais resposta em sua aplicao.

    O lanamento pode ser conferido no estande da Harman na AES Brasil Expo 2013, que ser

    realizada entre os dias 7 e 9 de maio, em So Paulo.

    www.jblselenium.com.br

    www.harmandobrasil.com.brDivulgao

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    REVIEW Rodrigo Sabatinelli

    Caetano Veloso Abraao (Universal Music)

    Mariene de Castro Ser de Luz (Uma Homenagem a ClaraNunes) (Universal Music)

    Abraao, o novo disco de Caetano Veloso, tem despertado em mim

    duas sensaes proporcionalmente distintas: a alegria e a tristeza. A

    alegria por ser mais um CD com a esttica que fez de Ce Zii e Zie

    trabalhos dos mais bacanas, lanados por ele nos ltimos anos. E a tris-

    teza por saber que a trilogia, construda tambm por Pedro S, Marcelo

    Calado e Ricardo Dias Gomes a Banda C , agora est completa.

    Na verdade, seu m [o da trilogia] no me causa surpresa, conside-

    rando, obviamente, que Caetano no um artista de continuidades.

    Inquieto e sempre se reinventando, ele at que esteve ainda est,

    na verdade por bastante tempo ao lado dos meninos, tambm res-

    ponsveis pela grande mudana em seu som, ultimamente recheado

    de guitarras distorcidas e batidas pouco ou nada convencionais, mas

    parece que agora vai respirar outros ares.

    No tal Abraaco, o disco em questo, que tem incrveis composies,

    tais como a faixa-ttulo,A Bossa Nova Foda, O Imprio da Lei e Es-

    tou Triste, o quarteto fantstico mais uma vez acertou a mo. Espe-

    cialmente em faixas bem particulares, como a singela Quando o Galo

    Cantoue a prafrentex Parabns, para mim, a mais bacana do disco.

    Na primeira, Caetano e seu violo dialogam de forma potica por uma melodia melanclica, at que a guitarra de Pedro e outros instrumentos,

    pilotados por Ricardo e Marcelo, invadem a harmonia e o ritmo, transformando por completo a cano. E na segunda, que tem, em sua estru-

    tura, inuncias do reggae, do ska e da msica tribal, brinca com os amigos em meio a uma verdadeira farra musical. Valeu, Banda C! Valeu,

    Caetano! Obrigado pelo disco! Um abraao a todos.

    A nova gerao do samba est muito bem representada por Mariene de Castro, cantora que,

    depois de muita batalha, vem conquistando seu merecido espao. As coisas, alis, tm acon-

    tecido em maior intensidade para a artista baiana, que recentemente assumiu a responsabi-

    lidade de representar ningum menos que Clara Nunes. Em Ser de Luz (Uma Homenagem a

    Clara Nunes), trabalho em questo, Mariene visita alguns standards da carreira de Clara,

    tentando dar a eles um pouco de sua marca.

    Gravado ao vivo no Espao Tom Jobim, no Rio de Janeiro, o DVD conta com Guerreira, MeninoDeus, Coisa da Antiga cantada ao lado de Zeca Pagodinho , Morena de Angola,Juzo Final

    com Diogo Nogueira , Corao Leviano, O Mar Serenou, Conto de Areia, , Baianae Portela na

    Avenida, entre outras. Do repertrio que Mariene canta no dia a dia da estrada estoA Pureza da

    Flor,Amuleto da Sortee a faixa-ttulo, sucesso na voz de Alcione, outra diva do samba.

    Embora seja sempre muito perigoso tentar manobras radicais como esta e, tambm, como a

    feita por Maria Rita, que recentemente interpretou canes de Elis Regina, sua me , Mariene

    prestou tal homenagem sem derrapar. E como cantora de personalidade, fez seu papel: deixou

    novas leituras de prolas incontestveis. A j citada Alcione, h alguns anos fez o mesmo com

    brilhantismo ainda maior, e, junto a uma competente banda, se deliciou no palco travestida de

    Clara, at hoje intocvel e insupervel, diga-se de passagem.

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    Guilherme Tettamanti comeou a trabalhar com udio

    em um estdio construdo na garagem da casa de

    seus pais Na poca, diz ele, quase todo mundo tinha

    um computador, uma placa de som e um par de microfones,

    kit de sobrevivncia para iniciantes na prosso.

    Mas o destino reservava ao jovem surpresas muito agradveis.

    Com o tempo, Guilherme foi se prossionalizando cursou

    Tcnicas Gravao e Produo Fonogrca e fez da prtica

    grande aliada para seu crescimento prossional, anal de con-

    tas, nada melhor do que o dia a dia dos estdios para evoluir e

    conquistar, cada vez mais, o mercado.

    Hoje, Guilherme dono do Studio94, projetado pela Walters-

    -Storyk Design Group, Inc. (WSDG), de John Storyk, que ele

    mantm em parceria com Andr Rafael, do extinto AR Studios.

    GUILHERME

    TETTAMANTI

    GUILHERME

    TETTAMANTI

    EM TEMPO REAL | Rodrigo Sabatinelli

    BATEBOLA

    Divulgao

    Mesa:SSL Duality. Quem j usou sabe o que estou falando...

    Monitor de referncia:Yamaha NS10 e Genelec 1032

    Perifricos:Neve 1032, Urei 1176 e SSL X-Rack

    Melhor engenheiro de gravao nacional: Acho injusto

    escolher um s, pois temos muitas pessoas competentes

    aqui no Brasil

    Melhor engenheiro estrangeiro: No atuei com nenhum

    ainda, mas gosto muito do Moogie Canazio, que, apesar de

    brasileiro, trabalha muito l fora

    Melhor som de disco nacional:Umbigobunker!?, do Jay

    Vaquer

    Melhor som de disco internacional:All The Right Rea-

    sons, do Nickelback

    No estdio, gosto de:Boas energias

    Na estdio, no gosto de: Desarmonia

    Sonho de consumo profssional:SSL Duality

    Dica para iniciantes:Arte no tem limite, mas temos que

    ter bom senso. Em uma gravao na qual temos inmeras in-

    formaes tcnicas e padres estabelecidos, a msica sempre

    tem que prevalecer. No nal, isso o que importa. Todas as

    escolhas feitas por mim nas respostas anteriores representam

    a minha realidade e meu momento. No querem dizer que

    sempre sero essas.

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    NOTCIAS DO FRONT | Renato Muoz

    A partir deste ms escreverei mais detalhadamente sobre todos os

    equipamentos de udio que fazem parte de um sistema de sonori-

    zao. Alm de abordar a parte tcnica (equipamentos), falarei bas-

    tante sobre um lado mais subjetivo (programa, pblico etc.), que,na minha opinio, tambm acaba fazendo parte do que conhecemos

    como um sistema de sonorizao.

    Tentarei seguir uma ordem cronolgica, considerando os vrios te-

    mas (objetivos e subjetivos) que normalmente aparecem quando o

    assunto sistema de sonorizao. Ou seja, falarei desde o programa

    que ser sonorizado, passando pelos equipamentos que fazem este

    trabalho, e chegando s pessoas que so atendidas pelo sistema.

    No podemos falar em um sistema de sonorizao (principalmente

    os aplicados em shows musicais) sem tocar em outros pontos de

    grande importncia, como os equipamentos de udio, o programaque est sendo reproduzido, o local onde est sendo reproduzido e

    tambm o pblico para o qual o som est sendo reproduzido. Algum

    destes pontos podem parecer meio estranhos para ns, tcnicos, j

    que eles so muito subjetivos. Mas acredite: eles so to ou mais im-

    portantes do que a parte tcnica dos equipamentos. Como veremos,

    se eles no estiverem corretamente colocados na nossa equao -

    nal, ser muito difcil termos sucesso no nosso trabalho.

    Ns, como tcnicos, que trabalhamos com sistemas de sonorizao, seja

    em uma pequena igreja para um pequeno pblico, ou para uma grande

    banda e um grande pblico, sempre vamos nos deparar com estes as-

    pectos. O que fundamental para um bom resultado sonoro reconhe-cer e saber como trabalhar com todos eles.

    AM&T

    (Par

    te

    1)

    Para as prximas colunas, tentarei trazer a participao de outros tcni-

    cos, que, como eu, esto trabalhando diretamente com sistemas de so-

    norizao de grande porte. Assim, poderemos ver como outros prossio-

    nais pensam e se comportam em relao a tantos aspectos (novamente objetivos e subjetivos) que fazem parte de um sistema de sonorizao.

    Antes de comearmos com partes objetivas e subjetivas, devemos

    estabelecer alguns pontos que nos esclaream melhor o que so os

    sistemas de sonorizao, quando surgiram, qual o principal objetivo

    deles, quais as suas principais atribuies. Desta forma, poderemos

    entender melhor de onde tudo isso veio e, principalmente, qual a

    melhor maneira de se trabalhar com toda essa informao.

    Podemos dizer que um sistema de sonorizao utilizado quandoexiste a necessidade de se levar a um pblico (grande ou pe-

    queno) uma informao (programa). Estes sistemas so relativa-

    mente novos, principalmente os utilizados para a sonorizao de

    eventos musicais. Se pensarmos no incio da dcada de 1960, po-

    demos ver como eles eram simplrios. Porm, muito antes disso j

    existiam grandes plateias que tinham a necessidade de receber

    o programa. Se pensarmos nos antigos anteatros romanos, nas

    igrejas catlicas, com seu grande tempo de reverberao, e nos

    teatros ingleses, notaremos que estes locais utilizavam de suas

    caractersticas acsticas para propagar o programa.

    Pouca gente sabe que a maioria dos anteatros possua uma cober-tura acima da parte nal da arquibancada. Ela fazia com que o som

    As partes de umsistema de sonorizao

    OBJETIVAS OU SUBJETIVAS

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    vindo do palco reetisse e voltasse para o pblico. As igrejas usavam

    o grande tempo de reverberao para propagar as missas que eram

    cantadas, enquanto os teatros eram projetados para que tudo o que

    se falasse no palco fosse ouvido em todos os assentos.

    Ento, podemos dizer, com uma certa razo, que as condies acsti-

    cas de um determinado local podem ter sido desenhadas por seus pro-

    jetistas com a ntida inteno de fazer as vezes de um

    sistema de sonorizao (quando eles ainda estavam

    muito longe de serem inventados). Da a relevncia da

    acstica para os sistemas de sonorizao.

    Quem trabalha com a instalao e montagem de

    sistemas de sonorizao sabe que um dos grandes

    problemas que enfrentamos so as salas que foram

    projetadas e construdas para ajudarem na propaga-

    o do som. O que normalmente acontece que esta

    caracterstica acaba prejudicando, e muito, o sistema

    de sonorizao, ao invs de ajud-lo.

    No importando o seu tamanho e nem a quantidade de

    pessoas que ele ir atingir, o principal objetivo de um

    sistema de sonorizao fazer com que o seu pblico-

    -alvo receba o programa que est sendo executado

    com a maior inteligibilidade possvel. Desta ma-

    neira, qualquer pessoa, em qualquer parte do

    ambiente, se dar por satisfeita.

    Por mais estranho que possa parecer, uma das

    primeiras perguntas que se deve fazer quando

    se est desenhando um sistema de sonoriza-

    o se realmente existe a necessidade do tal

    sistema para aquele determinado ambiente. O

    que se deve procurar entender se o sistema

    no ir atrapalhar mais do que ajudar na dis-

    tribuio do programa.

    Imagine-se em um ambiente com caracters-

    ticas sonoras muito adversas, com muitas re-

    exes ou rebatimentos, ou em um ambiente

    muito pequeno. Nestas duas situaes (que

    podem estar at combinadas), a presena de

    um sistema de sonorizao mal projetado po-

    deria simplesmente no funcionar, o que gera-

    ria problemas de entendimento por parte do

    pblico. Isto normalmente o que acontece

    quando algum tem a brilhante ideia de fazer um show dentro de

    um teatro que foi construdo h quase 100 anos e que tem todas

    as caractersticas acsticas para fazer com que uma pessoa fale no

    palco e seja ouvida na ltima leira de cadeiras. Ou seja, quando

    colocamos vrias caixas de um sistema, vocs podem imaginar o que

    acontece com o som!

    No estou dizendo que quem trabalha com sistemas de sonorizao

    deve ser um expert em acstica, porm, extremamente necess-

    Reproduo

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    co, se esta pessoa no

    souber como o pro-

    grama, certamente a

    sua mixagem ser pre-

    judicada. Imagine um

    solo de guitarra: como

    o tcnico no sabe que

    ali existe o tal solo,

    provavelmente a parte

    inicial deste movimen-

    to ser perdida, e as-

    sim por diante.

    Quando eu digo que

    devemos conhecer o

    programa, principal-

    mente quando mixa-

    mos shows, eu quero

    dizer que temos que

    saber o momento exato dos solos, de onde esto vindo os sons que

    escutamos, quais so as dinmicas da banda para a msica em ques-

    to etc. Ou seja, quem est mixando uma banda ao vivo deve prati-

    camente fazer parte de sua execuo.

    Normalmente, o programa de que tanto falamos pode ser gerado por

    uma mquina, como CDs, MP3, computadores ou por instrumentos

    musicais, que, por sua vez, nos levam direto ao msico. No meu ponto

    de vista, tanto o programa quanto o msico tambm devem ser in-

    cludos no que estamos agora tratando como sistema de sonorizao.

    Como eu prero car mais focado no lado de sonorizao para sho-

    ws, vamos levar em considerao que o msico responsvel direto

    pela fonte sonora que captamos. Mesmo antes de pensarmos em um

    microfone e em seu posicionamento para determinado instrumento,

    Divulgao

    rio que se tenha uma

    boa noo de alguns

    conceitos bsicos,

    que podem e devem

    ser aplicados durante

    todas as etapas de

    desenho e montagem

    do seu sistema, pois

    se alguns cuidados

    forem tomados nesta

    etapa, problemas fu-

    turos sero evitados.

    A acstica pode ser

    aplicada de diferen-

    tes formas: para me-

    lhorar o som da sala,

    para evitar que sons

    gerados dentro desta

    sala vazem para o lado de fora ou ao contrrio, fazendo com que

    rudos externos no penetrem no ambiente, atrapalhando no enten-

    dimento do programa... Ento, quando trabalhamos em uma sala,

    devemos levar todos estes aspectos em considerao.

    O programa um dos nossos pontos de partida, pois a partir dele

    que poderemos montar o nosso sistema de sonorizao. Devemos

    lembrar que um programa pode ser extremamente simples, como

    apenas um sinal estreo vindo de um CD player, ou muito mais com-

    plexo, vindo de uma grande orquestra.

    A minha opinio em relao ao programa que ser reproduzido

    a de que quem for o responsvel pela sua mixagem dever neces-

    sariamente conhec-lo. Nunca pode acontecer de chegar a hora de

    algum falar e seu microfone estar desligado, ou comear um vdeo

    sem o seu udio correspondente. Coisas bsicas que s so realmen-

    te notadas quando ocorrem.

    As coisas cam ainda piores com bandas ou orquestras,

    pois nessas situaes normalmente encontramos muitos

    canais de udio para serem mixados. A enorme quantida-de de canais pode signicar um elevado grau de complexi-

    dade para aquele que est atrs do console de mixagem, e

    esta outra preocupao que ns, tcnicos, devemos ter.

    J escrevi um artigo aqui na revista sobre como se pre-

    parar para mixar um programa, porm, sempre bom

    dar uma reforada: antes de mais nada, procure saber

    do que se trata o programa, como ele ser executado,

    quem ir execut-lo; tente assistir a apresentaes an-

    teriores ou a ensaios, faa anotaes, que preparado

    para tudo o que vai acontecer.

    Mesmo se quem est mixando um excelente tcni-

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    NOTCIAS DO FRONT

    iremos depender muito do msico (principalmente

    de suas qualidades).

    Se voc tiver a chance, faa um teste: pea para

    dois msicos tocarem a mesma coisa em um mes-

    mo instrumento. Voc certamente notar que

    aquele instrumento ir soar diferente para cada um

    dos msicos. Alm disso, uma performance ruim

    no pode ser corrigida durante a mixagem de uma

    banda ao vivo. Ou seja, por melhor que seja seu

    sistema, voc ainda vai depender dos msicos.

    Imagine que um baterista no consegue fazer as

    viradas em seu instrumento no mesmo tempo ou

    com a mesma intensidade. O problema da inten-

    sidade pode ser resolvido com um compressor,

    porm, no temos muito o que fazer em relao

    ao tempo ou quanto anao do instrumento,

    por exemplo, que devem ser corrigidos pelo msico na fonte, e

    no na mixagem.

    Aps o msico, temos obviamente o seu instrumento musical, ele (jun-

    to com a participao direta do msico) ser a fonte do nosso progra-

    ma, dele que captaremos os sons que juntaremos na mixagem nal,

    este instrumento pode ser acstico ou eltrico (podemos considerar um

    amplicador de baixo ou de guitarra como uma fonte sonora).

    Cabe a quem vai fazer a mixagem do programa conhecer muito

    bem os sons que esto sendo feitos no palco (pelos msicos,

    seus instrumentos e amplicadores), pois o nosso principal ob-

    jetivo reproduzir para a plateia exatamente o que est sendo

    executado no palco, e se ns no conhecermos o som na fonte,

    no saberemos como sonoriz-lo.

    Como vocs viram, falar sobre um sistema de sonorizao pode ser

    muito mais complexo do que se parece. Podemos e iremos pas-

    sar um bom tempo tratando apenas de assuntos subjetivos, como

    programa, ambiente e pblico, antes de comearmos a falar, mais

    objetivamente, dos equipamentos de udio.

    Neste primeiro artigo, z apenas uma introduo dos primeiros tpi-

    cos que irei discutir, como o programa, que pode ser considerado o

    comeo de tudo. Devemos lembrar que o programa o que deve ser

    sonorizado e o que as pessoas tm de entender da melhor maneira.

    Por isso a grande importncia de se trabalhar bem com ele.

    O principal objetivo de um sistema de sonorizao distribuir para

    uma plateia o tal programa com a maior inteligibilidade possvel, e

    para isso poderemos ter que enfrentar problemas, principalmente

    com condies acsticas desfavorveis. Alm disso, outros proble-

    mas podem surgir, como a m instalao do sistema e, principal-

    mente, sua m operao.

    Mais adiante tambm iremos discutir como a mo de obra funda-

    mental em todo este processo. Os sistemas de sonorizao esto cada

    vez mais complexos e exigindo bastante conhecimento tecnolgico

    para o seu manuseio, porm, nem sempre os tcnicos responsveis

    esto se mostrando preparados altura para este tipo de trabalho.

    No importa o tamanho do sistema com o qual voc est trabalhan-

    do e nem o tamanho do seu pblico: vrios cuidados devem ser

    tomados para que tudo funcione da maneira correta e para que o

    resultado sonoro nal seja agradvel a todos. Como veremos, um

    dos nossos grandes problemas que nunca dependemos somente

    de ns para que isso acontea.

    Nos prximos artigos continuarei detalhando parte a parte os sistemas

    de sonorizao da forma como os entendo, sempre misturando subje-

    tividade e objetividade, pois tenho certeza absoluta de que estes dois

    pontos devem ser estudados e conhecidos por aqueles que pretendem

    ou por aqueles que j trabalham com sistemas de sonorizao.

    Renato Muoz formado em Comunicao Social e atua como instrutor do IATEC e tcnico de gravao e

    PA. Iniciou sua carreira em 1990 e desde 2003 trabalha com o Skank. E-mail: [email protected]

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    EQUIPAMENTOS PARAUM HOME STUDIO

    SUBWOOFERS: ESPECIFICAES

    EM CASA | Lucas Ramos

    (PARTE 17)

    No ms passado ns comeamos a falar sobre subwoofers:

    como funcionam, porque utiliz-los em nossos estdios e

    como melhor posicion-los. Ento, nessa edio, vamos

    seguir com o tema, conhecendo um pouco mais sobre as

    especicaes tcnicas que ajudaro na hora de escolher o

    melhor subwoofer para o seu estdio. E, para nalizar, va-

    mos conhecer tambm alguns modelos populares.

    Ento vamos l!

    TAMANHO DO FALANTE/POTNCIA

    O tamanho do falante utilizado no subwoofer talvez seja

    a caracterstica mais bvia, e ir afetar diretamente duas

    especicaes importantes: resposta de frequncia e po-

    tncia. Mas, geralmente, a caracterstica mais afetada ser

    a potncia. A regra bsica quanto maior o falante, mais

    potente ele ser nos graves (mas nem sempre assim).

    Porm, se sua sala no for grande, no haver necessidade de

    muita potncia. E se a sala no tiver tratamento acstico ade-

    quado (especialmente armadilhas de grave), muita potn-

    cia nos graves resultar em frequncias sobrando e em um

    indesejado excesso de graves (conhecido como room gain).

    Por outro lado, se voc costuma ouvir material com muito

    grave e em nveis elevados (o que no funcionar bem em

    salas pequenas), um subwoofer com maior potncia ser

    necessrio para no forar demais o sistema (amplicador

    e falante do subwoofer). Nessas condies, subwoofers me-

    nos potentes podem distorcer ou at serem danicados.

    Outra coisa a se considerar que se voc utiliza um siste-

    ma surround (com bass management), o subwoofer ter

    de reproduzir os graves dos cinco monitores (ou sete, para

    surround 7.1), alm do canal LFE. Isso forar o subwoo-

    fer mais que o normal, podendo gerar distores ou at

    danic-lo. Por isso, tambm recomendvel utilizar um

    subwoofer maior nesse caso.

    Geralmente, subwoofers com falante de 8 a 10 polegadas

    e potncia entre 100 e 200 watts funcionam bem para a

    maioria das salas. Se a sala for grande, ou se voc costuma

    ouvir material com bastante grave e em nveis elevados, um

    subwoofer com falante de 10 a 12 polegadas e potncia de

    200 (ou mais) watts pode funcionar melhor. Se voc utili-

    zar um sistema surround, pode ser mais seguro utilizar um

    subwoofer maior tambm (de 12 polegadas) para aguentar

    os sinais vindo dos cinco monitores.

    RESPOSTA DE FREQUNCIA

    muito tentador querer um subwoofer que responda o mais

    grave possvel. Porm, muitas vezes as especicaes do

    DEVOLUO

    Assim como com os monitores, a melhor maneira de escolher o subwoofer certo para o seu estdio testando o

    mesmo no prprio estdio. Porm, no toda loja que vai deixar voc levar um subwoofer para testar em casa (aqui,

    no Brasil, eu no conheo uma). Por isso importante saber quais so as condies para devoluo do subwoofer

    que voc escolher. Assim, caso voc decida que, ao testar em seu estdio, aquele subwoofer no o ideal, poder

    devolv-lo sem nus. Geralmente, as lojas do 30 dias para a devoluo, mas vale a pena vericar isso antes da

    compra, e tambm, se possvel, obter essas informaes por escrito, para garantir.

    EM CASA | Lucas Ramos

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    fabricante podem confundir. Por isso, importante visuali-

    zar um grco da resposta de frequncia para ter certeza

    que um subwoofer mesmo capaz de responder at certa

    frequncia. Muitas vezes um fabricante cita uma resposta

    de 25 a 120 Hz mas no especica que em 25 Hz haver

    uma queda de 10 dB em relao ao resto.

    Em geral, quanto mais grave um subwoofer for capaz de re-

    produzir, melhor. Mas, na verdade, isso

    tudo vai depender bastante da sala em

    si e de sua acstica. Toda sala ter uma

    aumento natural nos graves, que de-

    pender do posicionamento do subwoo-

    fer e da distncia entre as paredes da

    sala (especialmente em salas peque-

    nas). Por isso, dependendo das dimen-

    ses da sua sala, uma resposta de fre-

    quncia mais grave pode ser prejudicial.

    H clculos que podem ser feitos para

    deduzir as frequncias que sero am-plicadas em dada sala, mas so um

    pouco complicados e difceis de se

    aplicar com preciso. Para no com-

    plicar demais, recomendo simples-

    mente escolher o subwoofer baseado

    nas especicaes e depois test-lo

    em seu estdio (utilizando a tcnica

    de posicionamento que conhecemos

    na edio passada). Se voc sentir

    um ganho desproporcional em algu-

    mas frequncias, independentemente da

    posio na sala, pode ser devido a isso.

    Em alguns casos, pode-se minimizar es-

    ses problemas utilizando um equalizador

    grco, porm, o ideal no utilizar um

    equalizador, mas tentar simplesmente

    achar uma posio onde no haja esse

    problema. Se no houver opo, pode-se

    recorrer a um equalizador grco.

    FASE

    Para prevenir problemas de fase entre o

    subwoofer e os monitores, muito impor-

    tante que o subwoofer e todos os monitores

    estejam mesma distncia do ouvinte. Nateoria, isso garante que os sinais de todos

    os falantes cheguem ao mesmo tempo, minimizando, assim,

    as interferncias de fase. Para fazer isso, basta medir a dis-

    tncia entre os ouvidos do ouvinte e o subwoofer e posicionar

    os seus monitores mesma distncia (a distncia entre os

    dois monitores deve ser essa mesma tambm). Uma dica que

    pode ajudar cortar pedaos de barbante (ou qualquer tipo de

    o ou corda) e grud-los no topo dos monitores e subwoofer

    (com ta), esticando-os at a posio dos ouvidos. Se estive-

    rem posicionados corretamente, os pedaos de barbante de-

    vem se encontrar esticados nessa mesma posio.

    EM CASA

    importante visualizar um grfico da resposta de

    frequncia para ter certeza de que um subwoofer mesmo capaz de responder at certa frequncia

    Para prevenir problemas de fase entre o subwoofer e osmonitores, muito importante que o subwoofer e todos os

    monitores estejam mesma distncia do ouvinte

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    Lucas Ramos tricolor de corao, engenheiro de udio, produtor musical e professor do IATEC. Formado em Engenharia de udio

    pela SAE (School of Audio Engineering), dispe de certificaes oficiais como Pro Tools Certified Operator, Apple Logic Certified

    Trainer e Ableton Live Certified Trainer. E-mail: [email protected]

    Alguns modelos

    populares de

    subwoofers: 1)

    Genelec 7020B, 2)

    Yamaha HS10W, 3)

    Prodipe PRO10S V2, 4)

    ADAM Sub8, 5) GeminiSR-10SUB, 6) JBL

    LSR2310SP, 7) Dynaudio

    BM 9S, 8) KRK 10S, 9)

    M-Audio SBX10, 10)

    Focal CMS SUB

    32 | udio msica e tecnologia

    ALGUNS MODELOS

    Praticamente todo fabricante de monitores tambm fabrica

    um subwoofer. Muitos, inclusive, oferecem mais de um mo-

    delo. Porm, no essencial que voc utilize um subwoofer

    do mesmo fabricante que os seus monitores. Muitas pesso-

    as acabam comprando monitores e um subwoofer da mes-

    ma marca, pois s vezes as lojas ou os fabricantes ofere-

    cem pacotes de monitorao (com desconto) que incluem

    um subwoofer. Entretanto, muito comum a utilizao de

    um subwoofer de marca diferente. Basta voc encontrar o

    subwoofer que funcione melhor pra voc, independente-

    mente do fabricante.

    A seguir, temos uma tabela com alguns modelos populares

    de subwoofers. Essa lista serve somente para exemplicar,

    ento, para no enrolar demais, listei apenas um modelo

    de cada marca, e geralmente o modelo mais barato (que

    so mais populares nos home studios). Se voc tiver maior

    interesse, vale a pena pesquisar esses e outros fabricantes.

    Voc, inclusive, poder utilizar as listas de monitores das

    ltimas edies como referncia de marcas de monitores,

    pois, geralmente, as mesmas tero subwoofers tambm.

    Os subwoofers invadiram as casas atravs de home the-

    aters e sistemas de som para computadores e carros...

    e por isso tambm esto invadindo os estdios. Mesmo

    que voc no goste de t rabalhar com

    um subwoofer o tempo todo (assim

    como eu), essencial que pelo me-

    nos oua o seu trabalho em um sis-

    tema com um subwoofer para pelo

    menos checar como est soando

    antes de bater o martelo. Muitas

    pessoas utilizam at um sistema

    de home theater mesmo, somente

    como uma segunda referncia. Seja

    qual for a sua preferncia, no se

    pode mais ignorar os subwoofers.

    Ms que vem tem mais...

    At l!

    EM CASA

    Nome Resposta de frequncia Tamanho do falante Potncia

    Genelec 7050B 25 - 120 Hz 8 70 W

    Yamaha HS10W 30 - 180 Hz 8 120 W

    Prodipe PRO10S V2 30 - 150 Hz 10 150 W

    ADAM Sub8 28 - 150 Hz 8 160 W

    Gemini SR-10SUB 35 - 200 Hz 10 175 W

    JBL LSR2310SP 31 - 150 Hz 10 180 W

    Dynaudio BM 9S 29 - 200 Hz 10 200 W

    KRK 10S 34 - 150 Hz 10 225 W

    M-Audio SBX10 20 - 200 Hz 10 240 W

    Focal CMS SUB 30 - 250 Hz 11 300 W

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    CONHECENDO OS RECURSOS DO C1 (PARTE 1)

    EQUALIZADORES

    WAVES

    Figura 1 Mdulos do C1

    Compressores so equipamentos cercados de mitos e mistrios. Di-

    ferentemente da maioria dos processadores de efeito, sua atuao

    varia de acordo com o sinal de entrada, e isso faz com que seja

    mais complexo aprender a mexer na base da intuio. Simplesmente

    rodar os botes e ouvir os resultados no funciona, pois o comporta-

    mento do processador depende do sinal que est entrando.

    O C1 um dos compressores mais antigos da Waves e acabou per-

    dendo espao conforme a empresa lanava suas verses que emula-

    vam hardwares analgicos. Porm, o C1 uma ferramenta poderosa,

    com recursos nicos, e merece toda nossa ateno.

    importante ressaltar que este artigo no se prope a ensinar o

    funcionamento dos compressores ou seus parmetros bsicos uni-

    versais, como Threshold, Ratio, Attack e Release. O foco ser apenasem torno do C1, sendo apresentada a construo dos mdulos e

    alguns parmetros especcos deste plug-in.

    Obs.: para ver todos os processadores de dinmica da Waves, acesse

    http://tinyurl.com/proc-waves.

    O QUE O C1?

    A primeira coisa a se entender que o C1 no um simples com-

    pressor, mas um compander, ou seja, um processador que possui

    mdulos de compressor (g. 1A) e expander/gate (g. 1B), mas o

    que h de interessante nele a maneira por meio da qual estes m-

    dulos foram implantados, que faz com que o C1 seja uma ferramenta

    muito verstil para correo de problemas ou para o uso criativo.

    Estes podem atuar separadamente ou em conjunto, e mais que isso,

    tambm inclui um terceiro mdulo de ltro (g. 1C) que pode intera-

    gir com os dois mdulos ou de forma independente.

    Isso signica que unindo o conhecimento tcnico com a arte, pos-

    svel usar o C1 de diversas formas.

    PLUG-INS | Cristiano MouraPLUG-INS | Cristiano Moura

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    Gustavo

    Pessoa

    e

    Guta

    Stresser

    PLUG-INS

    PREVENDO O FUTURO...

    Como dito no incio do artigo, o funcionamento do C1 e de qualquer

    processador de dinmica est diretamente ligado ao sinal de entra-

    da. A funo Look Ahead (g. 2) permite que o C1 faa uma leitura

    antecipada do sinal e isto resulta numa maior preciso tanto na hora

    de comprimir quanto na hora de cortar o sinal com noise gate. Esta

    uma funo s possvel num ambiente de gravao em que o sinal

    j tenha sido gravado, anal, a tecnologia j evoluiu muito, mas no

    ao ponto de ter algum poder de adivinhao.

    lor em milissegundos para estes casos. Podemos entender comouma segunda opo para o release.

    Um exemplo: digamos que o release esteja regulado para 100 e

    o PDR esteja regulado para 10. Isto signicado que em ataques

    curtos (um som de caixa) o release ser de 10 ms, porm, se o

    perodo de compressor for longo (voz), o release ser de 100 ms.

    CONCLUSO

    O C1 um processador de muitas facetas. O recurso de side-

    chain, por exemplo, foi projetado para ser usado de diversas

    formas, e vale a pena um artigo especco para tratar deste

    assunto. Outros assuntos, como a possibilidade de comprimir

    nveis mdios sem afetar os sinais mais altos e mais baixos,

    equalizao dinmica e opes para trazer nitidez em passagens

    de pouco volume sero abordados nas prximas edies.

    Abraos!

    Cristiano Moura produtor musical e instrutor certifica-

    do da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro

    Tools e treinamentos em mixagem na ProClass-RJ.

    Por este motivo, compressores em hardware no possuem esta

    funo, e caso o usurio queima emular o comportamento de um

    hardware, pode desativar esta funo.

    No entenda a funo Look Ahead como algo melhor ou pior. Ape-

    sar de fornecer uma deteco antecipada e mais precisa, isso no

    quer dizer que sonoramente ser o resultado mais interessante.

    Por exemplo, transientes tendem a car mais brilhantes com a

    funo Look Ahead desligada, pois o atraso na deteco acaba

    contribuindo para preservar os picos.

    AUTO GAIN E AUTO RELEASE

    O C1 possui algumas caractersticas conhecidas, porm disfaradas

    com outro nome. Logo o primeiro boto, em que est escrito Low

    Reference (g. 3A), indica que o compressor est congurado para

    o funcionamento convencional, onde sinais mais altos so atenuados

    a partir do threshold e espera-se que o usurio faa a compensao

    desta atenuao usando o controle de ganho. Porm, ao clicar neste

    boto, o C1 entra no modo Peak Reference (g. 3B), e, neste caso, o

    ajuste de ganho ser feito pelo prprio sistema.

    A mesma questo se aplica ao parmetro PDR (Program Dependent

    Release). Para evitar que uma compresso se prolongue demais em

    sinais com transientes curtos (bateria e percusso, por exemplo), ousurio pode utilizar este parmetro e estipular neste campo um va-

    Figura 2 Look Ahead

    Figura 3A

    Low Reference

    Figura 3B

    Peak Reference

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    AS LENDAS, A ATMOSFERA DO VINIL E O PROBLEMA DA ESCADINHA

    CAANDO MITOS | Fbio Henriques

    ode-se notar hoje em dia dois movimentos muito for-

    tes no udio. Por um lado, o conceito muito difundido

    de que quanto mais alta a sample rate, melhor, e, deoutro, a ideia de que as gravaes em vinil e em ta so mais

    is. Independentemente da veracidade destas armaes,

    sobre as quais falaremos mais adiante, existe, antes de tudo,

    uma questo que precisa muito ser abordada. Maior do que

    qualquer mito tcnico, existe no s uma lenda urbana, mas

    uma verdadeira crena quase religiosa na dissociao entre

    o carter matemtico e fsico e o emocional e espiritual

    da msica e do udio. Toda vez que qualquer assunto tcnico

    vem tona, l vm os romnticos a criticar a frieza dos

    nmeros e defender o lado potico da coisa.

    bvio que o udio atua profunda e decisivamente no cre-bro humano. Desde nosso lado mais primitivo, pr-histrico

    mesmo, que se beneciou de nossa habilidade de distinguir

    sons repentinos em meio a rudos de fundo de nvel mais

    ou menos constante (costumo sempre citar a situao hi-

    pottica em que nosso ancestral homindeo salvo de um

    ataque de urso por conseguir distinguir o som de um gra-

    veto quebrando e determinar sua direo, mesmo estando

    margem de um rio barulhento), at os setores mais evo-

    ludos, que conseguem captar a beleza de estruturas mel-

    dicas e harmnicas de uma sinfonia. Agora, pressupor que

    isso conita com qualquer anlise cientca , no mnimo,

    ofender sculos de cincia muito bem feita.

    Aproveitando o gancho da msica clssica, j ouvi gente

    dizendo coisas do tipo como ser possvel descrever mate-

    maticamente uma obra de Bach?. Esta pessoa esquece que

    a anao temperada usada por Bach em O Cravo Bem

    Temperado nada mais do que a matemtica e a fsica a

    servio do pragmatismo musical. E se levarmos nosso racio-

    cnio bem mais para trs, teremos as primeiras investiga-

    es de Pitgoras (h meros 2.500 anos) quanto questo

    das consonncias e dissonncias. Tudo cincia.

    Talvez o problema central esteja nesta falsa ideia de que a

    cincia algo que no contempla o lado mais espiritual dascoisas. Como cita um enftico leitor em comentrio no meu

    blog: Fico me perguntando por que ningum tenta explicar

    nossas emoes de forma matemtica. A ele, o que res-

    pondi que isto no verdade de modo algum. Alm do

    fato de existirem j esforos no sentido de se descrever ma-

    temtica e sicamente o processo emocional humano (j se

    consegue mapear as emoes atravs de tomgrafos, por

    exemplo), j at comeamos a esboar alguns pequenos

    resultados nesta direo, como nas j existentes cadeiras

    de roda movidas por comandos mentais.

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    41/132udio msica e tecnologia | 39

    Disco em que Wanda Landowska interpreta O Cravo Bem

    Temperado, de Johann Sebastian Bach: afinao temperada a

    matemtica e a fsica a servio do pragmatismo musical

    fundamental que a gente no confunda a complexidade de

    algo com a nossa incapacidade absoluta de entendermos ou

    descrevermos e estudarmos cienticamente. Como diria Ar-

    thur Clarke, qualquer tecnologia sucientemente avanada

    indistinguvel de magia. Vai tentar explicar um iPhone

    para um pigmeu que nunca teve contato com nossa civili-

    zao... Ento, s porque algo ainda complicado demais

    para a gente entender ou descrever no quer dizer que seja

    impossvel para sempre.

    Alguns podem argumentar que, por exemplo, nossos mo-

    delos cientcos so pobres. E, de fato, preciso concordar.

    Voc pode passar horas alinhando a sala de um estdio

    apenas pelo grco de um analisador de espectro, mas en-

    quanto no ouvir efetivamente a sala, no h como saber

    se o resultado est agradvel. Este no um problema de

    impossibilidade, mas de grau de complexidade, tal como

    vimos acima. Para lidar com coisas muito complexas, o que

    a gente tem feito desde que inventamos a roda at colo-

    car 32 satlites a 2 mil km de distncia da Terra, que nos

    permitem achar nossa posio com um GPS comprado por

    menos de R$ 300, o processo sempre foi mais ou menos

    o mesmo: a gente quebra algo bem complicado em pe-

    WikiImages

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    42/13240 | udio msica e tecnologia

    daos menores, para que

    possamos descrev-los

    com preciso, e a par-

    tir da montamos nossa

    tecnologia. Anal, se ide-

    ologicamente a cincia

    busca o entendimento e

    a descrio da realidade,

    em termos de engenha-

    ria s importante que

    as descries cientcas

    funcionem (a descrio

    do real reside em outro

    campo). Pergunte a um

    doutor em fsica qunti-

    ca se ela a verdade

    e provavelmente ele vai

    responder que isso ele

    no sabe, mas

    sabe que as equa-

    es que a consti-

    tuem funcionam.

    Sendo assim, por mais que um sinal de 1 kHz ou um rudo

    rosa sejam uma plida amostra do que a maravilha da infor-

    mao musical pode atingir, isto no quer dizer que a este-

    jamos resumindo atravs deste tipo de simplicao. Este

    apenas um jeito simples de lidar com coisas complexas para

    que seja possvel trabalharmos com elas. Imaginem se para

    alinhar um PA precisssemos car esperando a chegada de

    um superaudilo para julgar se o calor, a envolvncia e a

    expressividade do ambiente da micareta esto ok. Por outro

    lado, ainda , sem dvida, necessria uma boa dose de ava-

    liao intelectual do tcnico de PA, que vai alm dos meros

    testes que os aparelhos fornecem. Escolher as tintas e os pin-

    cis apenas uma etapa para se conseguir uma bela pintura.

    Tomemos um caso bem simples. Em um dos posts mais po-

    lmicos de meu blog, eu fazia uma comparao tcnica entre

    LPs e CDs, e este foi um caso emblemtico nesta questo de

    que tratamos. No texto, eu, antes de mais nada, deixo cla-

    ro que discuto apenas aspectos tcnicos, pois no acho que

    contribua em nada, pelo menos neste tipo de discusso, dar

    uma mera opinio. Dizer ao leitor o que eu gosto ou prero

    no o ajudar em nada, mas fornecer-lhe dados palpveis e

    verdicos pode ser uma ferramenta bem til.

    Um dos problemas que levantei no tal post foi o da velocida-

    de angular constante do LP versus velocidade linear constan-

    te do CD. Esta uma questo importantssima na compara-

    o destas mdias, mas

    confesso que nunca vi

    ningum levant-la.

    Explicando, um LP gira

    a uma velocidade cons-

    tante de 33,333333rotaes por minuto,

    e esta sua chama-

    da velocidade angu-

    lar. A agulha l suas

    informaes de for-

    ma linear, em crculos

    concntricos, a partir

    da borda da bolacha,

    caminhando em dire-

    o ao centro. Fazendo

    um paralelo, algum j

    reparou que,numa corrida

    de 400 me-

    tros rasos,

    quanto mais

    interna a raia, mais para trs o corredor larga? Isto lhe d

    uma desvantagem? claro que esta diferena entre os cor-

    redores visa compensar o fato de que quem faz a curva

    por fora corre uma distncia maior do que o que est por

    dentro. No caso do LP acontece algo semelhante. Como a

    velocidade de rotao constante, a velocidade linear da

    borda da bolacha maior do que perto do centro. E como o

    disco leva sempre os mesmos 1,8 segundos para dar umavolta, o incio da primeira faixa percorre uma distncia bem

    maior que o nal da ltima faixa.

    Vejamos um exemplo. Tomemos o LP Time Further Out,

    do The Dave Brubeck Quartet, lanado em agosto de 1961

    (curiosamente, o ms e ano em que nasci), que ainda tenho

    em minha coleo de vinis sagrados. O incio da primeira

    msica do lado 1, Its a Raggy Waltz, est a 14,5 cm de dis-

    tncia do centro do disco, e o nal da ltima faixa deste lado,

    Far More Blue, est a 6,5 cm. Poupando os leitores do deta-

    lhe do clculo (inserir qualquer conta com o nmero Pi aqui

    no seria muito amigvel), para tocar o primeiro 1,8 segundo

    de msica a agulha teve a felicidade de percorrer uns 91 cm

    de vinil. Quase um metro para uns dois compassos.

    Pois bem. Para executar a ltima volta do LP no nal de Far

    More Blue, a agulha teve apenas 41 cm. Ou seja, para o

    mesmo 1,8 segundo de msica, menos da metade do vinil.

    O resultado disso que a qualidade do udio substancial-

    mente menor perto do centro do que perto da borda. Mal

    comparando, seria diminuir a sample rate de uma gravao

    digital pela metade (para os mais cticos, uma senide de 1

    CAANDO MITOS

    LP Time Further Out, do The Dave Brubeck Quartet: como em todo vinil,

    primeiras msicas de cada lado tm mais qualidade sonora que as ltimas

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    43/132udio msica e tecnologia | 41

    kHz na borda tem um comprimento fsico de 0,5 mm, e, no centro, 0,2 mm).

    Isto algo frio e tcnico que transcende qualquer necessidade de recorrer-

    mos a aspectos mais nobres da sensibilidade humana. Antigamente, quando

    a gente denia a ordem das msicas de um LP, obviamente havia a preocu-

    pao esttica, mas o segundo fator mais importante era justamente quais

    msicas mereciam mais qualidade e quais as que podiam se contentar commenos. E ento havia o dilema de que a segunda melhor msica em termos

    de qualidade tcnica seria a primeira do lado B, mas, em compensao, o

    ouvinte seria obrigado a virar o disco aps ouvir a primeira do lado A.

    No caso do CD, h duas diferenas importantes. A primeira no to relevan-

    te, que o fato dele ser lido do centro para a borda, ao contrrio do LP. Mas

    a segunda fundamental. No CD, a velocidade angular varia no sentido de

    que a velocidade linear de leitura seja constante. O CD roda mais rpido nas

    primeiras msicas do que nas ltimas. Isso garante que, pelo menos neste

    aspecto, a qualidade da decodicao ser a mesma ao longo de toda a au-

    dio. Somando a isso o fato de que no preciso virar o CD, nossa nica

    preocupao na hora de denir a ordem das msicas a artstica.

    Voltando ao nosso ponto de discusso, depois que eu apresentei essa e ou-

    tras importantes desvantagens do LP, choveram comentrios falando da im-

    possibilidade do CD captar a atmosfera que o LP capta, e coisas do gnero.

    Percebem a mudana de foco? Enquanto um medidor de distoro nos daria

    uma ideia bem precisa do prejuzo sofrido na ltima msica, um atmosfe-

    rmetro algo que ainda no existe. O problema focar no que se mede.

    E pra quem deseja argumentar que o crebro o nosso atmosfermetro, o

    mnimo que posso dizer que todos precisaramos receber uma calibragem

    cerebral do Inmetro para que pudssemos comparar nossas opinies.

    Pedindo licena aos leitores para emitir, agora sim, minha opinio, acho umabsurdo eu ter que ouvir Far More Blue com a metade da qualidade de Its a

    Raggy Waltz. Fim da opinio.

    Vejamos um caso muito interessante e que parece ser o assunto do momento

    no meio do udio prossional. Mas, antes disso, permita-me apresentar-lhes

    uma entidade que ser a base de toda a nossa discusso: a senide.

    Senide

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    46/13244 | udio msica e tecnologia

    Verso em portugus: imaginemos a simplicao em que

    temos uma bela senide de 1000 Hz. Se anotarmos o valor

    de sua amplitude 2000 vezes a cada segundo, estaremos

    determinando exatamente esta onda, pois nesta funo

    simples no temos nenhuma frequncia acima de 1000 Hz.

    Vejam que interessante: ele arma (e prova esse pessoalda comunidade cientca faz uma certa questo disso) que

    se eu anotar uma srie de nmeros como acima, serei capaz,

    em outra oportunidade, de recriar esta onda exatamente

    como ela era apenas atravs destes nmeros. Ningum na

    comunidade cientca reclamou que ele estava transforman-

    do a senide em escadinha (voltaremos a isto mais adiante)

    e que por isso ela estaria muito longe da realidade.

    Mas reparem que o texto diz que deve haver uma frequn-

    cia mxima (B) na tal funo para que se possa estabelecer

    a frequncia de amostragem correta. Assim, se temos uma

    onda mais complexa e admitimos que ela tem uma frequn-cia mxima, amostr-la no dobro desta frequncia capta to-

    das as informaes a respeito de seu contedo harmnico.

    Pois bem, a gente no precisa se preocupar em acreditar

    em Nyquist e Shannon, j que desde 1949 ningum os des-

    mentiu, ento vamos admitir que o teorema verdadeiro

    (alis, qualquer coisa em matemtica que tenha o nome

    de teorema j implica em ser uma verdade comprovada

    e comprovvel; para um exemplo interessante, vale pes-

    quisar a questo da Conjectura de Fermat, que s virou

    teorema aps 358 anos, quando nalmente foi provado).

    Assim sendo, se a gente conseguir garantir (na medida do

    possvel) que haja uma frequncia mxima em um sinal

    de udio a ser digitalizado, amostr-lo no dobro desta

    frequncia nos dar delidade absoluta com relao aos

    harmnicos que o constituem. E o tal sinal nem precisa

    ser peridico, na verdade. Mais adiante veremos como

    conseguimos esta garantia.

    Por enquanto, vejamos a questo da escadinha. Outro diavi um importante cantor dando uma entrevista. Nela, ele

    disse que preferia o vinil, pois o digital transformava o udio

    numa escadinha, e que isso era antinatural. Perdeu uma

    excelente oportunidade de car em silncio.

    Vejamos por que.

    Se a gente tem um sinal original senoidal, por exemplo, en-

    trando em um equipamento ou processo, se a onda sai com

    a sua forma (mesmo que muito levemente) alterada, signi-

    ca que ela sofreu uma distoro, e essa mudana na forma

    da onda na verdade foi o resultado de termos acrescentado

    harmnicos a ela (ou de termos alterado a intensidade dos

    seus harmnicos originais).

    O processo de amostragem, em um dado momento, re-

    almente transforma o sinal numa escadinha, que tem

    uma certa semelhana com a onda original porque tem

    a mesma frequncia fundamental. S que isto se d in-

    ternamente. Antes do sinal ser mandado para a sada,

    ele passa por um ltro que elimina todos os harmnicos

    acima daquela tal frequncia mxima B que vimos ante-

    riormente. Assim, como a diferena entre a escadinha e

    a onda original eram os harmnicos extras que entraram

    para montar os degraus da escada, se a gente manda

    estes harmnicos embora, o que temos justamente a

    onda original. Apesar de ter havido a tal escada, no era,

    de modo nenhum, antinatural.

    Como exemplo, temos as guras presentes nesta pgina.

    Na do alto na tela temos uma onda quadrada com frequn-

    cia de 100 Hz. Este o pior caso de escadinha possvel, em

    que a senide original foi toda transformada numa grande

    escada. Na segunda, aplicamos um ltro passa-baixas (l-

    tro de agudos) em 200 Hz, eliminando os harmnicos acima

    deste valor. O resultado justamente a senide original de

    100 Hz. Para os que quiserem vericar, estou disponibilizan-

    do uma sesso de Pro Tools que demonstra isso em http://

    tinyurl.com/sessao-protools.

    Repare que o som da onda quadrada tem um zumbido e

    que a senide fundamental tem um som puro. O conjunto

    dos harmnicos acima dos 100 Hz o responsvel pelo zum-

    Conhecido como o pai da teoria da informao, Claude

    Shannon complementou o trabalho de Nyquist

    WikiImages

    CAANDO MITOS

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    bido (outra coisa que se pode notar ao lado do length l em

    cima no contador de samples que uma oscilao completa

    tem exatamente os 441 samples que uma onda de 100 Hz

    tem por segundo, pois cada oscilao desta frequncia tem 1

    centsimo de segundo). A concluso a que chegamos que

    alegar que o problema do digital a escadinha no procede.

    Ms que vem prosseguiremos falando sobre mitos, focando

    justamente no que est mais na moda hoje em dia: o udio

    de alta denio.

    Fbio Henriques engenheiro eletrnico e de gravao e autor dos Guias de Mixagem 1, 2 e 3, lanados pela editora Msica &

    Tecnologia. responsvel pelos produtos da gravadora Cano Nova, onde atua como engenhei ro de gravao e mixagem e produtor

    musical. Visite www.facebook.com/GuiaDeMixagem, um espao para comentrios e discusses a respeito de mixagens, udio e m-

    sica. Comente este artigo em www.facebook.com/GuiaDeMixagem.

    De quadrada a senide

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    Dando continuidade s matrias especiais que tm como

    objetivo relatar as principais mudanas ocorridas no udio

    prossional nos ltimos 25 anos, nesta edio sairemos da

    house mix [j que nossa ltima capa tratava da evoluo dos

    sistemas de sonorizao] e, literalmente, subiremos ao palco. Agora, nosso

    personagem o operador de monitor, responsvel por assegurar boa parte

    da qualidade de um show ao vivo. Anal de contas, todo e qualquer artista

    que se preze depende diretamente do trabalho deste prossional.

    A exemplo do que ocorreu l na frente, no PA, que, com o passar dos

    anos, foi elevado ao modo y e, ainda, ganhou com os avanos no que

    diz respeito disperso sonora e processamento, entre outras questes,

    na monitorao ao vivo as inovaes tambm no foram poucas. A come-

    ar pelo tamanho destes equipamentos, que, todos sabemos, passaram a

    existir em formatos de fones auriculares, possivelmente sua mais repre-

    sentativa mudana e, por que no dizer, evoluo?

    Para contar um pouco dessa histria, convocamos alguns nomes que, de

    forma natural ou no , encararam as mudanas ocorridas neste setor

    da sonorizao. Paulo Farat, Luizinho Mazzei, Lzzaro de Jesus, Edvar Fer-

    rari Cunha (o Batata) e Jos Luis Carrato (o Z Heavy) so alguns dos que

    lembraram, com saudosismo e uma certa dose de bom humor, a forma

    curiosa com que comearam a trabalhar com caixas de cho e, anos de-

    pois, com que receberam a chegada dos in-ears.

    H 25 ANOS

    H 25 anos, a chamada monitorao de shows ao vivo era feita com caixas de

    cho e side lls. Por muito tempo, diga-se de passagem, foi com essa congu-

    rao que artistas do mundo inteiro subiam ao palco para suas apresentaes.

    Divulgao

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    Com alguns anos a mais de estrada que os ami-

    gos, Paulo Farat lembra com saudosismo dostempos em que a monitorao ao vivo era feita

    somente por caixas de som. Ainda que tenha

    acompanhado a evoluo e seja, h tempos,

    usurio de sistemas hbridos de monitorao, ele

    defende os grandes elementos, que, para mui-

    tos, poluam os palcos visual e sonoramente.

    Mixar monitores de cho de qualidade era

    extremamente graticante. Esse papo de que

    eles atrapalhavam os PAs pura lenda. Quando

    operados com discernimento e concepo, tudo

    saa perfeitamente bem. Eu e Roberto Marques[na poca, tcnico de PA] zemos por muito

    tempo o som do Milton Nascimento e ele nunca

    teve problemas operacionais [no PA] por conta

    das minhas caixas, salvo em alguns velhos tea-

    tros da Europa, que, denitivamente, no foram con-

    cebidos para grandes shows amplicados, defende.

    Para Batata, a chegada da Clair ao Brasil promoveuevoluo na qualidade da monitorao em shows aovivo. At o Rock in Rio, o que se encontrava na estradaeram monitores de qualidade sofrvel, recorda

    Arquivopessoal

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    CAPA

    Paulo Farat defende o uso dos side fills: para ele,que trabalha com sistema hbrido, as caixas podemser teis num momento de pane dos ear phones

    50 | udio msica e tecnologia

    COM OU SEM SIDE FILL?

    At hoje, muito discutido sobre a real importncia dos side

    lls na monitorao ao vivo. Alguns defendem o uso desses ti-

    pos de caixas, enquanto outros condenam ou, simplesmente,

    preferem no us-las, casos como os que veremos a seguir.

    Paulo Farat, que, na es-

    trada com o RPM, usa umsistema hbrido, compos-

    to por monitores de cho,

    sides e in-ears, garante

    que, se usados da forma

    correta, os side lls so

    bastante teis, pois ofe-

    recem, segundo ele, um

    colorido ao palco.

    Mesmo na era dos ears,

    um bom side, mixado

    com discernimento, podenos ajudar, e muito, es-

    pecialmente em casos

    de pane na transmis-

    so ou na recepo dos

    nossos bravos racks

    de fone. No RPM, por

    exemplo, eu utilizo mo-

    nitorao hbrida e os

    sides tm suas funes

    especcas, explica.

    Luizinho Mazzei conta que, certa vez, num showrealizado em pleno vero, para 100 mil pessoas,

    no aniversrio de uma cidade paulista, foram eles,

    os sides, que salvaram a apresentao. Segundo

    o tcnico, durante o show, soldados do Corpo de

    Bombeiros jogavam gua no pblico para mini-

    mizar o calor. Uma das mangueiras estava dire-

    cionada para uma rea prxima a house mix...

    O tcnico de PA comeou a acenar para que

    no fosse jogada gua ali, mas o bombeiro

    entendeu errado e foi com a ducha dire-

    to na mesa, que parou na hora. Naquele

    momento, veio a ordem da house: vire os

    sides para a plateia e faa uma mixagem com o progra-

    ma musical completo. No show seguinte, j mudaram as

    vias do multicabo e o PA comeou a ser feito da mesa de

    monitor, entrando direto no processador, conta.

    Meu primeiro parceiro foi Marcelo Cuinha. Trabalhamos

    juntos em aproximadamente 15 gigs e o considero um dos

    melhores seno o melhor tcnicos de PA do Brasil. Foi

    ele quem me disse, l atrs,

    para no prejudicar o som do

    PA com os sides, usando ne-

    les somente o necessrio, e

    no fazer as vontades malu-

    cas dos msicos. Me mostrou

    a importncia de fazer uma

    mixagem de disco para o

    palco, mantendo o som igual

    em toda a sua rea, dica que

    sigo at hoje, completa.

    Lzzaro tambm utiliza side

    lls no palco de Ivete. Porm,

    por muito tempo o tcnico foi

    contra lanar mo desse tipo

    de caixa no complemento da

    monitorao da cantora. Os

    sides so um complemento do

    PA para o cantor e sua ban-

    da. Neles, coloco elementos

    no-acsticos, como teclados

    e trilhas. Na verdade, j fui

    radicalmente contra seu uso,

    porm hoje em dia convivemos

    de forma pacca, explica.

    Divulgao

    O uso dos side fills na monitorao algoque, at hoje, divide opinies. Tcnicos dizemque caixas deveriam ser utilizadas somentecomo complemento, e no como monitores

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    CAPA

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    Lzzaro lembra que, na Bahia, o primeiro ar-

    tista a utilizar um equipamento do gnero foio cantor Netinho. Ivete Sangalo, outra pioneira

    no uso dos ears, adquiriu o seu logo em se-

    guida. Composto por um sistema Garwood +

    Aphex Dominator II com fones Future Sonics,

    o kit da cantora parou nas mos do tcnico,

    que, na ocasio, mal sabia o que fazer com ele.

    A produo me entregou [o kit] e disse:

    Toma a! Agora ela vai usar isso como mo-

    nitor. Eu nem sequer sabia que aquele tipo

    de coisa existia e muito menos como utiliz-

    -lo. Quem me socorreu foi Carlos Correia,na poca, tcnico da Banda Eva. Ele me

    presenteou com dois exemplares da Mix

    [revista estrangeira, referncia em udio

    prossional] que contavam o bsico sobre o

    sistema e davam dicas sobre compresso e

    cuidados com suas transmisses, lembra.

    Para Farat, que estreou no universo dos

    ear phones em 1998, quando trabalhava

    com o cantor Mauricio Manieri, a no absoro imediata

    desta tecnologia foi algo totalmente natural. Artistas e

    tcnicos precisaram de um tempo para se adaptar aos

    ento novos equipamentos, que, da noite para o dia, in-

    vadiram o show business do pas.

    Voc no podia chegar para um artista e dizer: Olha, coloque

    o fone a! O som vai legal. Com certeza, de incio, a grande

    maioria deles detestaria. Na verdade, migrar dos monitores

    para os fones no foi algo to simples assim. Exigiu, de tcni-

    cos e artistas, bons ensaios e muita conversa sobre a concep-

    o das mixagens, entre outras coisas, justica. E, no incio,

    muita gente usava os fones de maneira errada. Era bastante

    comum ouvir uma mix desequilibrada, com a voz extrema-

    mente alta e efeitos equivocados, completa.

    Quem no sofreu nem um pouco nas mos da tecnologia em

    questo foi Z Heavy. A rpida adaptao ao meio, diz ele, se

    deu em funo do largo conhecimento que tinha sobre gra-

    vaes em estdio. Vim de estdio. Isso me ajudou muito.

    Os tcnicos de monitor que, na poca, sacavam de estdio,

    tiveram muito mais facilidade para encarar essa transio.

    Eles entenderam, de imediato, que as mixagens cariam mais

    denidas, que seriam mais criteriosas, explica.

    Quem tambm acredita que preciso ter muita ateno com

    os sides Z Heavy. Segundo ele, as caixas poluem o palco,

    especialmente por no serem usadas como complementares.

    Muitos artistas pedem aos tcnicos que coloquem os sides

    num volume alto, cheios de coisas penduradas, e isso atra-

    palha o trabalho. Se fosse usado corretamente, seria, sem

    dvida, uma boa ferramenta, mas infelizmente isso no

    o que vemos por a. Os sides tm, por conceito, o papel de

    reforar os espaos de ausncia de udio no palco, explica.

    A CHEGADA DOS IN-EARS

    No Brasil, os monitores de cho desempenhavam seu papel

    sem serem assombrados por qualquer tipo de concorrn-

    cia. At que, em meados dos anos 1990, l por 1995, 1996,

    chegaram ao pas os primeiros sistemas in-ear, causando al-

    voroo e, ao mesmo tempo, estranhamento a tcnicos e ar-

    tistas, que, em sua maioria, precisaram de um tempo para se

    adaptarem novidade, tida como revolucionria no meio.

    Quando viu o primeiro ear phone em sua vida,Lzzaro sequer sabia que a tecnologia existia: quemme socorreu na poca foi o Carlos Correia, lembra

    Arquivopes

    soal

    Divulgao

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    CAPA

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    muda e se voc no se preocupar com isso, o msico tende

    a errar tempo, se perder em harmonia e, consequentemente,

    prejudicar a todos, principalmente o pblico. Vejo inmeros

    prossionais falando que trabalhar com fone legal, fcil,

    simples, mas acho justamente o contrrio, completa Mazzei.

    Para Farat, a opo pelo bsico e bem feito ainda a gran-

    de sada em busca de uma boa mixagem de monitores,

    sejam eles de cho ou in-ears. Segundo o tcnico, com

    a chegada dos monitores pessoais, o modo de mixar no

    mudou. No palco, o microfone continua sendo o primeiro

    a ser ouvido. Ningum faz som... O melhor adotar o

    procedimento correto com o material tcnico e artstico

    que se tem nas mos. Simples assim, explica.

    Segundo Batata, que admite no ser o maior dos fs dos in-

    -ears, a tecnologia, que veio para car, trouxe vantagens e

    desvantagens. Ele arma que os fones, apesar de excelentes

    para os artistas, no so capazes de reproduzir o chama-

    do som do palco. Eles [os fones] so necessrios, claro,principalmente se considerarmos que, hoje, com monitores

    pessoais, em qualquer canto do Brasil o artista ter o mes-

    mo som de monitorao, no dependendo mais da qualidade

    dos equipamentos das locadoras que os atendem. Mas tem

    esse fator, a frieza do meio digital, completa.

    COMO SER O FUTURO?

    Para Lzzaro, no futuro haver uma grande evoluo no con-

    ceito de monitorao pessoal. Segundo ele, entre as inova-

    es estar o fato de os consoles

    digitais passarem a permitir ocontrole remoto e sem os dos

    elementos da mix, e o conceito

    de controles via IP, que atual-

    mente funciona usando cabos

    de rede, ser feito via wireless.

    Os bodypacks iro incorpo-

    rar microfones de ambincia,

    que permitiro aos msicos

    dosarem o quanto de am-

    biente querem ouvir sem

    ter que tirar os fones. Sensores de movi-mento, parecidos com os utilizados nos celu-

    lares, vo controlar o pan dos instrumentos

    na mix, criando uma coerncia entre o que

    o msico v e o posicionamento dos instru-

    mentos nela [a mix], aposta.

    Mazzei vai alm e sonha em, um dia, poder trabalhar de

    casa. Mas como assim? Gostaria de poder operar meus

    shows sentado em uma cadeira de couro, no ar-condicio-

    nado, com uma cmera visualizando tudo o que acontece

    l no show, sem ter que viajar, passar frio, calor, enfrentar

    chuva etc. At acredito que um dia isso ser possvel, mas

    precisamos nos preparar muito para quando chegar esse

    momento. Acho que j terei me aposentado quando isso se

    tornar realidade, diverte-se.

    Dono de extremo bom humor, Farat diz que hoje no pos-

    svel especular sobre qual ser o futuro da monitorao ao