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Número Referências
001 ENGRÁCIO, Arthur. O Castelo de FrankenStein. Amazonas. Recorte de jornal sem local sem data.
002 FELDMANN, Carlos Alberto. Livro. Arte p. 2. Recorte de jornal sem local sem data.
003 O CASTELO de FrankenStein. Recorte de jornal sem local sem data.
004 SILVA, Deonísio da. Novos. Verne. p. 30. Recorte de jornal sem local sem data.
005 SOARES, Iaponan. Um castelo de bons fantasmas. Diário Catarinense. Florianópolis, 7 jul., de 1986. Opinião
006 MENEZES, Holdemar. Mudança de propósito. O Estado. Florianópolis, 10 jul., de 1986. p. 18
007 PÓLVORA, Hélio. A boa crítica. Cacau. Itabuna, ago./set. de 1986.
008 SALIM Miguel lança livro na Bienal. Correio Braziliense. Brasília, 04 ago.de 1986. p. 23
009 BONDACZUK. Pedro J. Um passeio pelos aposentos do "Castelo de Frankenstein". Correio Popular. Campinas, 19 set. de 1986. p. 28
010 AQUINO, Flávio. Outro magnífico Miguel. Manchete. Rio de Janeiro, n. 1804, nov. de 1986.
011 SALIM Miguel rompe fronteiras com "O Castelo de Frankenstein". O Estado. Florianópolis, 23 nov.de 1986. Caderno de domingo, p. 1
012 FISCHER, Almeida. A crítica de livros. O Estado de São Paulo. São Paulo06 jun. , de 1987.p. 11, n. 362, ano 7
013 CAMPOZINI FILHO. Um castelo. Folha do Povo. Minas Gerais, 13 jun. de 1987.
014 LANDIM, Teoberto Salim Miguel: O Castelo de Frankenstein. A Notícia. Joinville, 19 ago. de 1990. p. 5
015 MACEDO, Dimas Crítica e recensão. A Notícia. Joinville, 19 ago. de 1990. Anexo, p. 5
016 MIGUEL lança 2º volume de O Castelo de Frankestein. A Notícia. Joinville 18 set. de 1990. p. 17
017 MENEZES, Carlos. Literatura. O Globo. Rio de Janeiro, 25 set. de 1990.
018 ASSIS, Valesca de. Os bons contos de oficina. A Notícia. São Luiz de Gonzaga, 20 e 21 out. de 1990.
019 CAPISTRANO, Odemir. Um reencontro com Cruz e Souza. Diário Catarinense. Florianópolis, 21 out. de 1990. Mural, p. 2
020 SANTANA, Valdomiro. Uma reflexão sobre o ato de viver e o de escrever. A Tarde. Salvador, 21 out. de 1990.
021 CASTELO de Salim Miguel. Jornal Universitário. Florianópolis, 12 nov. de 1990. p. 1
022 O CASTELO de FrankenStein. Diário de Sorocaba. Sorocaba, 18 nov.de 1990.
023 DALCASTAGNE, Regina. A viagem modernista contra o maramo cultural. Correio Braziliense. Brasília, 19 nov. de 1990. Caderno 2, p. 6
024 GIGLIOTTI, Adir. Livros Novos. O Comércio. Amparo, 02 dez. de 1990.
025 ZONER, Cecília. Literatura do Continente: Hispan-América n'o castelo de Frankenstein. O Estado de Paraná. Curitiba 16 dez. de 1990. p. 28
UDESC - FAED - IDCH - COLEÇÃO SALIM MIGUEL
026 ATHANÁSIO, Enéias. Autores Catarinenses. Blumenau em Caderno. Blumenau, jun. de 1990. p. 180
027 O CASTELO de FrankenStein. Pau Brasil: Publicação Bimestral sobre Ecologia e Cultura. São Paulo, n. 13, ano 3 jul./ago de 1986, p. 99fischer
UDESC - FAED - IDCH - COLEÇÃO SALIM MIGUEL
001 - ENGRÁCIO, Arthur. O Castelo de FrankenStein . Amazonas. Recorte de jornal sem local sem data.
• O Caste'" de Frankenstein, de Salim Miguel, Editora da UFSC/Co-Edição Editora Lunardell" Florian6polis, 212 páginas. O autor. contista consagrado, reúne neste livro parte de sua colaboração crftica da última fase (1976/85), publicada em jornais do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina_ Contra
riamente ao que diz o sub-tnulo da obra, os trabalhos nela inseridos, são mais que simples anotações sobre livros e autores: Penetram a área da crftica, revelando equilibrado senso "de julgamento de SM, que fala dos escritores enfocados e suas ' obras, com perfeito conhecimento de cau
sa.
UDESC - FAED - IDCH - COLEÇÃO SALIM MIGUEL
002 - FELDMANN, Carl os Alberto. Li vro. Arte p. 2. Recorte de jornal sem local sem data.
LIVRO - Os elogios da crítica e a boa aceitação do público, levaram a Editora da UniIICrsidade Federal de Santa Catarina, a pu-blicar o sellundo volume de ·0 Castelo de Frankenstem·, do escritor Salim Miguel. Como fez o cientista que criou o monstro Salim constrói seu castelo literário com fragmentos: críticas, resenhas e prefácios de sua autoria publicados em diversos veículos do País. Só que "esta edição não se limita ao período de dez anos (1976/1985). Além de fazer um recuo a 1949, avança até 1989 e inclui entrevistas, perfis, palestra, depoimentos de intelectuais representativos de Santa Catarina, Brasil, América L3tina. A porta do Castelo se abre com um panorama do ambiente do Grupo Sul, vivido pelo próprio Salim e se fecha com uma palestra sobre cinema e mitologia. Adonias Filho, escritor e jornalis ta carioca e o nosso Beta Stodieck, mortos no ·pressago· mês de agosto passado, são referenciados na apresentação da obra.
UDESC - FAED - IDCH - COLEÇÃO SALIM MIGUEL
· 003 - O CASTELO de FrankenStein. Recorte de jornal sem local sem data.
•• O cast~lo J(" Frankenstein. Salim . Miguel. UFSC. 212 P .. Cr$ 650.00. Coletãnea de ensaios sobre literatura con temporáDea do Brasil. da América Hispinica E> da Europa. Segundo ,,"olume dp uma série em que são fo. l'I.1izadas obras de
autores como Garci a ~vlárQuez.. Cabrera lL!ante. Juan ) ulfo.ltalo Svevo, Umberto Eco, AlexRDder Lenaro e Saul Below.
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004 - SILVA, Deonisio da . Novos. Verne. p. 30. Recorte de jornal sem local sem data.
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O brasileiro tem um caso de amor não correspon
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tores, amamos nossa pátria, mas ela não quer nada conosco. Um dia as massas ainda vão comer o fino biscoito que fabricamos, como disse Oswald de Andrade. A propósito, senhora dona professora da UNICAMP, de sobrenome Eleutério, que acaba de publicar um livro sobre o homem, sua bibliografia ressuscita Geraldo Ferraz - um escritor que faz muita falta entre nós - fazendo-o escrever na revista Isto É nos anos '80. Ó dor! São dois os Geraldos, professor&. Um é Geraldo Ferraz, romancista, autor de DoramUDdo eAfaJDONtrevista, entre outros, este último escrito de parceria com sua mulher, Patrícia Galvão. Outro é o rebento que daí nasceu, o Geraldo GalvAo Ferraz, jornalista e crítico de literatura e de cinema, atualmente escrevendo na Folha da Tarde, sobretudo. O Geraldo, pai dele, infelizmente morreu em 1979! Um dia, as massas, mesmo as universitárias, ainda haverão de comer o fino biscoito etc.
Como se vê, são muitos os amo ... -.-...pondidos. Agoramesmclacabade sair, em co-edição entre a Editora Lunardelli e a Universidade Federal de Santa Catarina, o volume 2 de O Castelo de Frank· stein, de Salim Miguel, escritor que dispensa apresentações. A parecença com os dois outros Castelos, o volume um e o de Axel, de Edmund Wilson, não está somente no título. Tal como a Wilson, não faltam a Salim as competências específicas para escrever suas críticas. Conhece como poucos a literatura brasileira.
Os melhores momentos deste livro de Salim Miguel, que se assina S.M. (Sua Majestade, de quem o plebeu Da Silva só pode ser súdito), são muitos, mas quero destacar aos leitores um ensaio sobre Mário de Andrade, curioso por sua atualidade e perspicácia. É de 1949! Salim lembra que o professor Mário de Andrade perdeu alunos por ser tido por maluco. E teve que pagar a primeira edição de Macunaíma, de oitocentos exemplares, que levou anos e anos para vender (esta
segunda informação não sei se é Salim quem faz, mas é que venho de compor uma banca de tese sobre Mário de Andrade, na UFRS, e a moça; para compará-lo a Carpentier, levanta cobras e lagartos sobre o tema escolhldo e entre tantas, me ficou essa dívida atroz dos contemporâneos de Mário para com o genial escritor!).
Salim, que em parceria de Cícero Sandroni, Fausto Cunha e Laura Sandroni, editou durante anos a revista Ficção, tem, além de tudo, o faro de jornalista, como demostra na entrevista que faz com Jorge Amado. O mestre lembra que escreveu Mar Morto em 15 dias, porque, ao sair da cadeia, em 1946, precisava de dinheiro. Lembra tambêm QDeM""tiesm 8Pt.. todos se queixavam de ser meus personagens e hoje (dá a entrevista em 1984) se queixam por não estarem nos meus livros". E diz que para escrever Tieta teve que "aprender sobre o problema do tit4nw". E vem, ainda que em dose homeopática, a sabedoria do velho Jorge: "A gente acaba utilizando muito pouco da pesquiBa. porém, sem ela vod se sente inseguro".
Outro aposento do Castelo de Frankatein que visitei com prazer foi o comentário ao Pequeno Guia da Literatura Ocidental, de Luis Carlos Lisboa, há anos um mapa que muito consultei. Salim tem duas ou três discordâncias sobre os duzentos livros que Lisboa levaria para uma ilha e faz alguns acréscimos aos famosos duzentos. O leitor pergunta: que livros eu levaria? (Espero que não seja nas "ilhas 3x4", onde quase todos os de nossa faixa otária já estivemos, hein, Salim! Como hóspedes ou visitando amigos).
O Castelo de Frankatein é daqueles livros .de leitura indispensável, pelo saber e pelo sabor. Deveria ser lido por todos, até pelos bobos profundos que, descontadas as referências a livros que nossos zulus eletrônicos quase todos com curso superior ainda não leram, será entendido por todos.
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005 - SOARES, laponan. Um castelo de bons fantasmas. Diário Catarine nse. Florianópolis, 7 ju l., de 1986. Opin ião
Um castelo de bons fantasmas laponan Soor68
Do Conoelho Estadual de Cultur ..
o texto de critica literária tem se mostrado, nos últimos anos, um exercic10 de diges· lação problemática para o leitor comum. A necessidade de mostrar suficiência no emprego de novos métodos de abordagem, não raras vezez tem feito desses textos um terreno árido onde o leitor toge, quase sempre, ao prlmelro tropeço da caminhada. A critica acadêmica, salvo algumas excessões, padece pela falta de slmpltcldade e nisso esquece sua função básica e primordial: aproximar o leitor da obra de criação. Tem razão Jorge Luis Borges quando observa ser a literatura uma forma de alegria. Nesse sentido, o autor de "O Elogio da Sombra", chega a
o novo livro de Salim Miguel é um bom exemplo de crítica literária) que tem rigor e f ascínio de leitura
ser taxativo, quando afirma que "se lermos algo com d1ftculdade a autor fracassou".
Nâo faz multo, afirmavame um amigo em tom dogmático que não era mais possivel a existência da critica fora dos padrões acadêmicos. Ois· cordei de sua opinião e apontet, como exemplo, algumas obras que, emborarealtzadas com rigor, não deixava de oferecer uma leitura agradAvel e criativa.
O novo livro de Salim Mi-
guel, "O Castelo de Frankensteln ", que reúne "anotaçOes sobre autores e livros" , é um bom exemplo de critica literária, que tem rigor e fas· cinio de leitura, muito embora sem pagar tributos aos chamados "padrões acadêmicos". Ftcctonista dos mais Importantes da moderna literatura brasileira - o seu romance "O Cordão UmbUjcal" é obra def1n1da -, Salim Miguel é, igualmente, um critico de reconhecida projeção. Entretanto, só agora é que
decidiu reunir em livros uma pequena parcela dispersa desse seu outro aspecto do fazer llterário.
Os textos de "O Castelo de Frankensteln" dão conta da atividade do critico Salim Miguel que, como homem de sensibUldade e de lnteUgência, sabe ser um observador privilegiado do fenômeno criativo, sempre capaz d.e ~ vislumbrar num texto estudado Angulo novo que possa interessar aos leitores.
Abordando basicamente obras de ficção, o livro reúne estudos sobre autores catarinenses e de outros estados, bem como autores hispano-americanos e de nacionalidades d1versas. O resultado é o melhor posslvel e espero., com espectativa, que a promessa do autor logo se cum pra: A pubUcaçãodo segundo volume " deste estranho Castelo" de bons fantasmas.
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006· MENEZES, Holdemar. Mudança de propósito. O Estado. Florianópolis, 10 jul., de 1986. p. 18
Mudança de propósito F
AZ muitos anos que escrevI: . para este mesmo espaçaI
. uma crônica sobre o desgaste do ser humano. Isso {oi no
tempo em que o Sérgio da Costa Ramos era o editordo Cademo. Foilogo após a Revolução de 64.
Um paréntes:: vejam que eu nunca chamo a R evolução de 64 de golpe militar. Não cheguei ainda a este índice de insanidaáe. Minhas barbas estão sempre de molho. Há muita gente pensando que a democracia vigente, a do cruzado, é realmente sólida.
Na crõnica, eu dizia: "O tempo corrdi a pedra e o metal. Mas cna, modela, nos dois elementos, dequando em vez, belas liguras. No ser humano, não. O tempo deretona, estraga, até mesmo inutiliza . . ,
E cita'va eecflla Meireles: "Eu não tinha este rosto de hojel assim calmo, assim tnste, assim magro! nem estes olhos vazios! nem o lábio amargo! Eu não tinha estas mãos sem forçai tão paradas e frias e monas! Eu não tinha este coração que nem se mostrai Eu não dei por esta mudança/ táo simples, tão cena, tão fácil! Em que espelho tirou perdida a minha face?"
Ouando, no sábado, eu la para a Lagoa nem estava pensando em golpe militar, nem em face corroída pelo tempo. Mas, na Beira-Mar None, eu vi tanta correndo, pulando, andando,
se arrastando, que mudei de prop6-sito.
O meu prop6sito, na verdade, era um só: ler .10 Castelo de Frankenstein '; de Salim Miguel. O livro de "críticas, resenhasl depoimentos, prefácios e orelhas", segundo o própna Autor. Um livro muito importante, digo eu.
Pretendia até fazer uma resenha sobre ele. Mas cadé talento? A crítica é uma atividade muito difícil. São poucos os eleitos para este mister. Salim Miguel é um deles.
Mas posso dizer que "O Castelo de Frankenstein'; editado pela Editora da UFSC, em co-edição com a Lunardclli deve ser de leitura obrigaIrÓnà.
Em termos nacionais, há comentános sobre Autran Dourado, Braga Montenegro, Da/cídio Jurandir, En'co VenSsimo~ Jorge Amado, José J. Veiga, Hélio Pólvora. Inácio de Loyola Brandão, Moreira Campos e outros.
Noplanoda Hispano-América, Salim Miguel fala de Carlos Fuentes, José Donoso, Cabrera Infante, Juan Rulfo, Júlio Conázar, Manuel Puig, Vargas Llosa, Ernesto SábalO, Garda Marquez e maIS alguns.
Numa vis;io universal, sempre com erudição e propriedade, o Autor aborda aspectos de ItaJo SflCVO, Um-
btrto Eco, Gagol, Alexander Lenard e jaul Bellow. .
4 importância de Salim Miguel é tAi marcante na literatura catadnenstque "O Castelo de Frankenstein" drveria ser recebido com palmas e fO/uetões. Como um presente que nlo merecemos.
Porém. no percurso da Feliciano Nl11es Pires para a Lagoa, eu vi tanta geJle preocupada com o corpo que qLBse abandonei a intenção de falar smre o livro de Salim Miguel.
Parei o carro para ver aquele pesSOlI todo se movimentando. Alguns ~arrastando penosamente. Ali estaVíI11, certamente, os safenados e os 11lo-safenados. Os que desejavam prder peso e os q'le pensavam em o'Jsculação simplesmente.
Ali estavam os obesos e os magros. (}r velhos e os moços. Ali estavam ()' varicosos e os não-varicosos. Os m peitos empinados e os de mamas Ilurchas, tnstes, desconsoladas. Ali e.tavam homens e mulheres em busca lI' algo mais do que a face perdida.
Ali estavam os exibicioms18S e os IImslstas. Os sãos e os neuróticos. as macro e os microbióticos. Os santIS e os demómos. Os hcteros e os IomossexuaJS. Os traídos e os traidors. Os amados e os desamados.
Na verdade, sãos ou doentes, o que Mos buSC8II1 é O encontro com o soro
da eterna juventude. Ledo engano! O tempo corr6i a pedra e o metal. O tempo deteoara. estraga, até mesmo inutiliza. Todos eles. pensei. estavam correndo atrás de um tempo que não volta mais.
Ou de um substituto do soro do Dr. Alexander Bogomolets. tão em evidênCia nos anos 50. Poucos se recordam que o famoso cientista russo emocionou o mundo com o promissor soro citotóxico antirreticular. que se propunha acabar com a velhice.
O Dr. Bogpmolets defendia que um ser humano de 70 anos é ainda jovem.' Somente viveu a metade de sua vida n.atural. Isso se se propuser a lutar contra a velhice, pOIS esta é apenas uma enfermidade evitável.
Para os que correm na Beira-Mar Narre. mesmo que não se interessem pelo novo livro de Salim Miguel, uma revelação otimista. O Dr. Bogamolets afirma que, cientificamente, a homem deven'a viver entre 125a 150 anos~ Salve, Salve!
Cam tanto tempo assim pela frente, não adianta correr. Melhor mesmo é ir caminhando, especialmente aqueles sem boas condições Ilsicas. Até sobran'a tempo para uma olhada no espelho da real1dade.
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007 • PÓl VORA, Hélio. A boa crítica. Cacau. Itabuna, ago ,fset. de 1986.
A Boa Cn'tica
Salim Miguel - O Castelo de Fr.nkensteln, anoritÇDes sobre aurores e livros. Edirora da UFSC/ Lunardellt: F lOrianópolis, 1986, 212p.
A boa cr(tica depende a meu ver de quatro pré ·re qu;"tos : bom gOStO, experiêncIa literária, empatia com o texto e honenidade intelectual. Salrm Miguel , escritor veterano mas que , ao lado de muitos companheiros de luta literáda , merece melhor dNulgação e reconhecimento , possui aquelas quaHdadu de sobra. Por ;SSO , nas suas aproximações , toca ou roça quase sempre a f{mbria misteriosa onde a criação costuma aga;alhar·se
A e)(emplo do grande Fausto Cunha, o catartnense Salim é um I.nh.dor d.livfOI, desde os tempos em que editava em FlorianÓpolIS a revista SUL de presença mar cante na inte lect ual idade de sua terra e que revelou , entre outros, ficcionistas de calibre, como Guido Wil mar Sassi e Adolfo Boos Jr, Salim sabe que , como crrtico , é prec;so abrir a alma, soltar a emoção. N,sso sua Cf(tfea não será um e)(ercrc;o estat(Slico , mas a tenta · tiva instigante (parodiando H. E. Bates) de dISsecar o pássaro para deSCObrir ou pressentir o mistérIO de seu vOo . porém sem matar o pássaro .
Em O Cutelo de Frenkennein o cr(fico reúne alguns te)(tos assinad05 em jornais e reVIStas importantes do pa(s . O t(tulo é um achado. A boa cr"tica , como ficou subentendido a,' atrás , é também um ato de criação e se alimenta de fluidos e investigações assustadores , Tal· vez o t{tulo tenha ra(zes no A.xel's C.stle. do sau doso Edmund Wtlson, que pratICou a cr(trea de ficção com a mesma desenvoltura de feiticeiro diplomado. Estou a me lembrar de algumas novelas erÓticas dele .
Palavras de advertência, ditas por Salim à guisa de prefácio, nos desvendam logo o seu projeto esuhico: chegar ao nucleo estrartfgico da obra guiado por uma sensibtlidade apurada . Ele ressalta seu empenho em "ass;"a!ar o impacto que em minha sensibilidade dei)(a· ra uma leitura ou marca de determ;"ada personalida· de ." E depois de acentuar que até hoje não parou , "e enquanto v;ver não parare,", confessa que procurou, nos livros em e)(ame, "desvelar a intuição última da proposta inscrita e dela e)(trair minha leitura 1. .. )".
Mesmo na cr"tica de INros Indicados pelo editor do jornal ou da revista onde sairam, e que são poucas neste volume, Salim Miguel firma ·se no princípio de que . para criticar, ê prec iso ler e meditar - tru"smo que as resenhas litenir ias de hoje em dia ignoram . E. quando se prop(Se ler, é o leitor sem preconceitos, sem pOSIcionamentos apriodsticos. ~ aquele leitor sem rosto , coautor e cumprice que todo escritor desejar ia ter ,
Por este motivo as críticas de O Casulo de Frenkenrtein passam a fazer parte da melhor crítica brasileira contemporânea. Te)(tos lobre Adolfo Boas Jr., Guido Wilmar Saui , Holdema r Menezes , Ricardo L Hoffmann e Silveira de Souza, catannenses. e sobre Jorge Amado, ~rico Ver(uimo, Braga Montenegro, Au tran Dourado, Dalc{dio Jurandir . Marques Rebelo, Miguel Jorge, Moreira Campos, O. G. Rego de Carvalho, Aenard Perez . etc. contribuirão decisivamente par8 situar seus autores no movimento literario atual. O critico I§ bem informado: além da obra. discorre sobre a circunstância !histÓric0ileográfica) da obra, tendo também o cuidado de identificá-Ia espacialmente na bibliografia de cada autor ,
As mesmas preocupaç(Ses guiam os passos do cr{tico ao se aventurar pelo territÓrio de escritores hispan oamericanos. Carlr Cu~ntes, Ernesto Sãbato , CtrO Ale· gria, Gabrie l Ga rCI .. Mrt quez. o admirável Juan Rulfo, o e)(traordtnádo cont rs. J argentIno Júlio Cortázar , o eterno Clássico que sefa Ricardo Güiraldes - todos es· tes autores crescem para nós e nos dizem mali coisas graças ao ;ano de ver e á maneira de dizer do crItico Sa' I,m Mrguel.
HELIO PÓLVORA
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008· SALIM Migue l lança livro na Bienal. Correio Brazilie nse. Brasília, 04 ago .de 1986. p. 23
. o escritor SaJim MI· g u el . dlretorexecutivo da Editora da Universidade Federal de Santa Cata· rl n a, está e m
Srasllla participando de reu· nlões no Ministério da Educa· ção e trocando experiências com a Editora da UnJversidade de Brasllfa. Dos contatos com a EdUnB deverao brotar coedições e partlclpaçao num in· formativo sobre o movimento editorial da UnB e em outras editoras unJversitárlas. O nú· mero zero do Jornal será lança· do na Blena) do Livro, em São Paulo. Que acontece de 21 a 31 de agosto.
A Editora da Universidade dE Santa Catarina participará da Bienal. em dois stands: um reservado peJo MEC para todas as editoras universJtárias e outro, da Fundação CatarIneose de CUltura. No correr da Bienal. serão lançados seis livros novos da editora unJversitária catarJneose. Um deles. é do próprio Salim Miguel: O Castelo de Franksteln. que traz anotaçOes sobre Hvros e autores; outro. o primeiro livro publicado sobre a obra de Manuel Bandeira. no ano de seu centenário (O COloqutaJ na Poética de Bandeira. de Helena Régls e um terceiro sobre A Informática no Brasil - A Opção PoJltlca é Nossa. de Lficla Salgueiro dos Santos.
Salim Mlguel. 62 anos. antes de editar O Castelo de Franbtem. sua primeira Incursão na área da critica literária. publl· cou sete livros de ncção: A VeIblce e Outros COntos (51); A1IIUma Gente (53); Rede (55); O PrImeiro Gosto (73) ; A M3rte do Tenente e Outras Mortes (79); A Voz Submersa ( 84), Dez Contos Escolhidos (85). Nos anos 60. o escritor dedicou-se ao cinema, onde atuou como argumentlsta e rotelrlsta de vários lUmes.
O Castelo de Frankstelo refine parte do trabalho (critica literária. resenhas. depolmen· tOS) publicados ao longo dos dez últimos anos. em órgãos da imprensa carioca. pauJista. gaúcha e catarlnense. O autor. co-nbecldo como contista e romancista. justlflca a edlçao de um livro de critica. lembrando Que "desde multo cedo. criança. ainda. em Blguaçu - Santa Catarina, ao mesmo tempo em que dava Inicio à minha flcçao. Imaglnando-a e recontando--a primeiro oralmente e. depois. em rascunhos Que circUlavam de mio em mão. ta Intentando uma reflexão critica sobre o ato de viver e o ato de escrever". -
Salim Miguel lança livro na Bienal
JORGE CAROOSO
O livro dlvlde-se em quatro partes: literatura produzida em Santa Catarina. Literatura Brasileira. Literatura HlspanoAmericana, Outros Temas e U ", teraturas. Com O CastelO' Frankstelo. Salim Miguel quis "resgatar textos que dão minha visão sobre o processo de criação Ilterárla. em especial de vultos da literatura latinoamericana. muitos citados. mas pouco conhecidOS. Por v~ zes são trabalhos maIs longos. em outros. simples manchas fixando aspectos que mais ferl~ I raro minha senslbllldade".
A EdUora ela UniverSidade' Federal de Santa Catarina ~stâ I
completando cinco anos e Já pu-; bllcou mais de ISO titUlas. No próximo ano. espera Chegar aos, 3)() titulas. Salim laz questao de lembrar que " a EUFSC é umá, edJtora aJternatlva, que publica tftulos Importantes mas de re-: tomo comercial lento e Que nlo se esquece do autor novo". A1t 150 publicações da editora universitária catarlnense dJvidemse em três séries: a dldAtlc:a, que publica livros· textos para alunos; a sérte geral. que edlla as obras aprovadar-: pejo COJlSfflho Editorial. inc;uc;;Jve cnaçAo literária; a série de publlcaçOel per1ód..Icas (revistas nas áreas de Geografla. Educaçao. Le-. Iras. Ciências SOCiais; Ciências Humanas. Saúde e Educllção).
Entre os UtUlos publicados. Salim Miguel lembra que " multos estão esgotados - cerca de· wn terço do total - e vários lA seguem para segunda edição".
- Vêm tendo boa aceitação 11-. vros como A Guerra do Con~ lado - OrgaolzaçAo da lrm .... dJIdJI Cabocla. de Marli Auras; e CarvAo - A Pirita Humana: .-11_ de Crlclama. de Teres!Ilha Gasho Volpato. onde a auto-, ra mostra que os trabalhadores nas mlnas de carvão. aos 30 e poucos anos. são verdadeiros "piratas". ou seja. simUares dos reslduos do material que expJoram. Entre os livros mais procurados estao Últimos Soaetas - Primeira EdlçAo Critica de Cruz e Souza; Este Mar CatartDa. antologia de contos sobre O mar. Jlba de Santa Calarlna -" Relatos de VIajantes Estrllll8Ú' ...... e IoJcIaçAo ao VIobo. de Or, lando Borges Schroeder.
Em outubro próximo, lembrà Salim. o MEC promoverá uma reunlAo de p.dltoras unlversltArias. para analisar o desempe. nho do setor. Em mala do ano que vem, Bras1lla sedla a reuot40 anual das Editoras Unlver~ sltárlas. Neste encontro. ser. lormallzada a estrutura lurJdJca da Assoclaçio das Editoras Universitárias·
•
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010· AQUI NO, Flávio. Outro magnífico Miguel. Manchete. Rio de Janeiro, n. 1804, novo de 1986.
Outro magnífico Miguel
Ou arincnse de Bigu"lçu. jornalista e escritor de 13 livros e de rOleiros ci nematográficos. Salim Miguel. 62 anos. la nça mais ou· lro. O Castelo de Frankenstein (Edi tora da USe. Florianópolis) . Criado no in terior de Santa Catarina . em 1943 Salim va i com a famíli a para Florianópolis. Na época a atividade cultura l d ... cio dade praticamente se resumia em torno de uma revista lit cr<'t r;a . a Sul ( 194R- 195R) . Era o vc·ículo pelo qual os jovens de wle nto. ilhados. podiam manl er inter· c<i mbio com as OOV,IS idéi ils. da poesia eis artes pl:ís li c<ls . com os
ce ntr os c ultur a lm e nt e mais evoluídos. Salim {oi um dos mais atuan tes do gru po. O Castelo de .'7ra nkenstein , uma coletânea de crônicas e análise literária escrilas pelo autor em jornais e revistas do Rio (MANCHETE ent re elas) e de Florianópolis. conta as experiências literá ri as iniciais do escritor na crônica Marques Rebelo em Floriutlópolis. Em estilo claro. cuidado e incisivo, Sa lim Miguel analisa (em 52 crônicas) o movime nto literário no Brasil , em Santa Catarina e na América do Sul , começando com Adolfo Boos e terminando com Umberto Eco. O Flávio de Aquino
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011· SALIM M iguel rompe fronteiras com "O Castelo de Frankenstein". O Estado. Florianópolis, 23 nov.de 1986. Caderno de domingo, p. 1
Salim Miguel rompe fronteiras com 'O Castelo 'de Fr·ankenstein'
ASSIM como do cérebro excêntrico de um médico saiu um monstro, do co·
nhecimento de Salim Miguel se orisinou um estudo crítico sobre mais de 50 autores do continente americano, que constróem O Castelo de Frankenstein. Recémlançado na I Feira do Livro de Florianópolis, ele já figura na lista dos mais vendidos entre os escritores catarinenses . Nesse castelouma homenagem à obra O castelo de Axel, do norte-americano Edmund Wilson - cabe tudo D que diga respeito à literatura. Salim rompe as fronteiras e navega pelo oceano literário local e dos países vizinhos. H Afinal, vivemos numa ilha , mas não podemos pensar numa ilha", pondera.
São 57 críticas, resenhas e prefácios publicados entre 1976 e 1985 em vários órgãos de imprensa (Manchete, Ficção e Jornal do Brasil , do Rio de Janeiro; Pau Brasil e Leia, de São Paulo e Correio do Povo, de Porto Alegre, além deste jornal), abordando a obra de autores escolhidos como Adolfo Boos Jr., Jorge Amado, Ignácio Loyola Brandão, Gabriel Garcia Marquez, Manuel Puig, Ernesto Sábato, Italo Svevo e Saul Below.
Embora dividido em quatro capítulos aparentemente desconexos - Santa Catarina, Brasil , Hispano-América e outros - o livro tem uma unidade que, segundo o autor, é dada por sua maneira de ver a criação. Aliás , o biguaçuense de origem libanesa bebe desse pote - a literaturahá 32 anos em seus 62 de vida. E anuncia: "Não vou parar nunca". No primeiro capítulo ele faz uma pausa especial para conceituar a produção local e contar sua história, sob o título Literatura SC: breve noticia.
SUL: DIVISOR DE ÁGUAS Lo o no r ciro
Santa Catarina se processa em ciclos mais ou menos estanques. "Se nós tomarmos o final do século passado teremos o ciclo da Idéia No va, encabeçado por Cruz e Sousa e Virgmo Várzea . Altino Flores e Othon Gama O'Eça marcaram a década de 20 com a fundação da Associação Catarinense de Letras", elucida Salim. Até então, analisa, Santa Catarina nunca foi pródiga em autores representativos. Na poesia sobressaiu Cruz e Sousa (sempre ele) , logo a seguir Luiz Delfino . "Os demais são menores, mesmo em termos regionais", lamenta.
Na prosa o panorama era ainda mais melancólico. Para Salim, "não existia um único vulto que se po~sa equiparar a Cruz e Sousa' . A sua sombra estão Virgílio Várzea, Othon D'Eça e Tito Carvalho, que fazem da temática mar e do regi('~alismo serra-acima, duas vertentes em que se bifurca a literatura catarinense. A primeira seguida a:nais tarde por Holdemar Menezes, Miro Morais , Silveira de Souza , Almiro Caldeira, Flávio José Cardozo. A outra, por Guido Wilmar Sassi , Enéas Athanázio, Edson Ubaldo, adota às vezes um fundo histórico, como no caso de Uda Klueger.
O próximo ciclo, que daria berço a estes expoentes, seria um di· visor de águas. A partir dele o autor detecta uma sensível virada na produção literária, tanto em quantidade como em qualidade. Pelos idos de 40 e 50 um grupo de jovens estudantes e intelectuais se reunia para sacudir a poeira da literatura , artes plásticas, cinema e teatro. Embora tardiamente , fizeram acontecer aqui o movimento de arte moderna nas-
cido no eixo Rio-São Paulo. Provocando a cidade peq uena, os vanguardistas eram tidos ou como bichas ou comunistas.
Aqueles jovens do Grupo Sul, em que se incluíam Salim Miguel e sua esposa Eglê Malheiros , iniciaram um ciclo até hoje ainda não superado, na opinião do presidente da Academia Catarinense' de Letras, Theobaldo Jamundá . Eles fazem parte de um tempo, nem tão distante, "em que se falava nas três capitais de Santa Caiarina: Aorianópolis, Porto Alegre , Curitiba, para não falar em Rio e São Paulo". MOVIMENTOS FLUTUANTES
Como fruto desse deslanche , as Edições Sul lançam na década de 50 vários ficcionistas: o próprio Salim, Adolfo Boos Jr. , Guido Wilmar Sassi e Antônio Paladino. Surge também um gênero até então inexplorado - a antologia , que permite acompanhar a evolução da literatura e de seus protagon istas no período. Exemplos são Contistas novos de SC, Edições Sul (54), Assim escrevem os catarinenses, Alfa Ómega (76), Este mar catarina, Editora áa UFSC (83), Este humorcatanna, Lunardella , entre outros.
Do ciclo Idéia Nova ao Grupo Sul, Salim identifica uma característica constante : a presença da poesia e do conto , sendo '1ue amhos são, igualmente, os dOIS pólos
de maior destaque. Em conseqüência, "temos hoje um número expressivo de excelentes poetas e contistas" , e logia ele, ressalvando apenas que "do Sul para cá, são movimentos flutuantes, que não se fixam nem consolidam: há nomes c nomes, há lançamentos de livros, de promoçóes, de concursos".
Nesse caldeirão efervescente, o bruxo Salim se detém a analisar individualmente a forte pitada
'lue os catarinenses Adolfo Boos r.. Emanuel Medeiros Vieira,
Guido Wilmar Sassi , Holdemar Menezes, Ricardo Hoffmann e Silveira de Souza colocaram na poção. "Apesar das concepçôes e estilos diferentes são partes de um todo", reitera. Como estas, as críticas dos outros autores na· danais e hispano-americanos foram solicitadas ora pelas empresas jornalísticas ora Indicadas pelo autor, com base nos lançamentos literários da época.
A GLORIA Além de jornalista e escritor,
Salim Miguel está à frente da Editora da UFSC e já enveredou pelos campos do cinema, como roteirista de O preço da Ilusão (57) - o primeiro longa-metragem realizado no Estado -, de três documentários: O camInho certo (58), Santa Catanna (62) e Vale o progresso (b4). E mais dois filmes de ficção: A cartomante (74),
baseado no conto de Machado de Assis e Fogo morto, romance de José Lins do Rego.
Ingressou na Iateratura em 1951 com Velhice e outros contos, escrevendo depois Alguma gentehistórias , Rede - romance , O pnmeiro gosto - contos, A morte do tenente e outras mortes -contos e A voz submersa - romance . Participou na organização das antologias A Ponte (prosa e verso) , Centenário de Cruze Sousa: interpretações, Este mar calarina e Este humor cal:· .. ·o" r .:oi estudado em pelo menos aez outras.
Desde a primeira obra, duas atitudes marcam sua literatura: "Uma reflexão sobre o alO de viver e de escrever, procurando extrair daí minha visão de mundo". A outra, denota sua ambição e a vontade de ir ainda muito mais além: "Nenhum escritor deve se satisfazer em ser uma gloriazinha municipal. Mesmo que não consiga alcançar projeção nacional, deve querer sempre ser um nome importante no cenário cultural de seu País , de seu meio e de seu tempo" , aconselha, de cadeira.
o castelo de Fraokeosleíoj anotações so~n aulores e livros, Salim Miguel. Editora da UFSC, coedição Lunardelli, 1986, 212 páginas, ezs 70
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012 - FISCHER, Almeida. A crítica de livros. O Estado de São Paulo. São Paulo06 jun., de 1987.p. 11, n. 362, ano 7
A crítica de livros Salim Mipd é 6cáonisra bastante conhecido e louvado, autor
de DumeroIOIliVl'Ol, entre romances e volumc:s de contos, e orpniudor de muitas antologia de atlUDtoI e autores de Santa Catarina. Pode-te mesmo dizer que ele é um dos melhores e mais ativos escritora catariDenses de boie- Nada obstante seu renome DOS meios lilerÚiol, Salim Mi&ud esa<V< sob .. li""" que recebe. ao contrário da esmapdora maioria de seus companheiros, que Dão diz uma palavra sequer sob .. oIxa de quem quer que seia, mas espcra que todOI aanam a rapcito de publicações de sua autoria. Esaever sob .. livroo dot ootroI seria uma diminuiçio inaceitável.
O escritor catari~ DO entanto, que tem a consc:i!ncia de que a literatura. para sair da quuc dandatiDidade em que se encontr~ tem de ter levada ao público como atividade artfstic:a séria e v6lida., semp" esan<u sob .. li""" dot ..... a>Jqu, pratando wim um bom ..m~ li ...... do País. É preciso four com que o povo se habitue ao <oolato com a produçio liledria, compenetrando-se de que, alán dos cantores e amtoràonistu do rock e dos atores e atrizes da nmeIas de 1OIttiIII> t cio cinema (bem. <;<!"!q os jopdo ... de
lulObol). aiDda .,.;....., escrito ... e poeIU c1odieadot à recriaçio e in .... çio da Yicla em termos de arR, que lhe podem ofeftcet um produto excelcn .. para preeodIer ....... ~ .. hor .. de .......
Como Salim Mi&ud sabe que a li .... run, para se romar um produto de amsumo habirual, """ de atirJair o público arravá dot Yáculos de CXJmUDicaçio, ele jamais deixou de usar os espaços que cooquisrou com seus estudos sobre autora e livros. Tais trabalhos vim sendopublicados há muitos anos em DUIDUOIOI jornais e revistas do PaIs. Decrin.dot ao público em ........... _ do basran .. simples, sem lOfUtieaÇÕ<$ merodolc\sieas ou ...meu em sua maioria. Uma oe1eçio c1eaoes trabalhos de reIlexio qIriea foi hj pouco .. unida em livro, sob o drulo de O CuIdo de!Te' I iz; publieado pela Editora da UaiYenidadc Federal de Santa Catarina, em convênio com a Editora l.wwdelli. de Roriaaópolis. O livro está dividido em quatro panes: "Santa Catarina", "BrasiI", "Hispan~América" e "Outros", aarupados OI trabalhos quodo o domicílio dos autora focalizados. Na primeira parte, Salim Miguel estuda os autores catariDenses, revelando muitos valora literirios inteiramente dcscoahecidos fora do seu eseacIo naral. Os demais escritores cio Pais aparecem na segunda parte do livro. Os estUdos estio escritos em linpapm butaDte acasível, sem OI aparatos da aítica universitária de DOIaOI dW, IOfUtieada • esnobe e por ftXS diarorcida.
O auror cenrra seu julgamenro em eIemeuros de li ...... edade iodUcutivel, apoiado em .... experifrocia e vivtnda de escritor. em sua teDJibilidade e culNra. Aliú, a aftica literiria autintica somente K realiza com bate nesses elementos.
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014 -LANDIM, Teoberto Salim Miguel: O Castelo de Frankenstein. A Notícia. Joinville, 19 ago. de 1990. p. 5
SALIM MI GUEL
O CASTELO DE FRANKENSTEIN Anotações sobre autores e livros
Santa Catarina; Ed. da UFSC/ 1986
Como já registra o subtítulo, o A. reúne, neste volume, suas resenhas e dqx>imentos pu blicados em jornais e revistas 80 longo de uma imensa actividade jornallstica.
O Costela de Fronkenstein está di\~dido .. em quatro partes: a primeira começa com uma notícia, realmente panorâmica, da vida literária de Santa Catarina. P or sinal, o ilhamento culrural, político e ~n6mico de que Salim l\'liguel fal a, é uma. amostra perfeita do que ocorre também em outros Estados brasileiros. Excluindo Rio de Ja· neiro e São Paulo, não sei se outro tem a sua independéncia, pelo menos cultural, que provoque a atenção da intelecrualidade dos grandes centros. O escriror da Provín· cia, por melhor que seja, se não se deslocar para o Rio de J aneíro dou São Paulo. onde rudo acontett, passará sem o reconhecimento de sua obra. Portanto, vejo que abrindo um espaço especial para a
literarura de _Sama Catarina, exduindo-a da segunda pane de seus-estudos, «Brasil», ou ~a, a literatura no Brasil, quis o A. , com suas anotações, sem muita pretensão critica, chamar ti atenç3'o para a produção literária de seu Esrado.
Nesta segunda parte, Salim M.iguel percorre o Brasil at:mvés de suas leiruras , não só dos aU[Qres já consagrados, mas tra· balhando com um corpus bastante variodo: do Non e, com Dalcídio ]urandir, passondo pelo Nordeste, com Jorge Amado, José América de Almeida, Moreira Campos e Josué MonteUo; ultnJpassando o Brasil·Cenu:t.l com José J. Veiga , Autran Dou· rado; sem esquecer o Sul com sua Saga, seus Arquipélagos e seus Incidentes em ",Um solo solidirio'lo, na prosa de I::rico Veríssimo.
A quarta parte compõe·se de seis rese· nhas de livros internacionais. E ntre eles se uestaca «Os ecos da rosa» sobre o best·sel/er, de Umberm Eco, O Nome da Rosa. Neste te.xto, o A. mostra conhecer bem os romances policiais de Conao Doyle. Um \"00 cuno na literatura comparada quando pre::ende ver alguma iden tidade entre estes autor(!s.
Pelas abordagens, pelos autores estudados, por serem matérias variadas e pela independência dos textos que este Castelo nos ap resenta, concluo que o leitor encon[cará , n:io uma invulgar proposta criric.:!, mas um importante regiStro informativo que, sem dúvida, contribuirá bastante para a riem!!r esrudiosos de literatura .
Teaberto Landim
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015 - MACEDO, Dimas Critica e recensão. A Notrcia. Joinville, 19 ago. de 1990. Anexo, p. 5
"EXO A Notícia - 5 -
~~
rítica e recensão: • Dimas Macedo
o nome do escritor catarinense Salim Miguel representa, com a mais absoluta certeza, uma legenda de clarividência no processo de transformação ~ de referência da moderna literatura do Brasil, entrelaçada que se encontra a sua contribuição com os movimentos de vanguarda e de transição que se operaram em Santa Catarina e em boa parte da ambiência da região Centro-Sul.
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Ficcionista dos mais expressivos da sua geração, ao lado de Dalton TrevIsan, de João Antônio, de Hélio Póvora, de Moreira Campos e de outros nomes exponencIais da curta fic~ão brasileira, constitui uma ehte das mais importantes da nossa história literána, gradativamente dimensio- ..
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nada pela aparente moderniza- .. . ....... .. .o -.: •. ção que incorporou ao acervo da nossa memóna cultural.
Na década de 70 a personalidade de Salim Miguel se destacou basicamente através das páginas da revista "Ficção" que ele fundou e ajudou a editar, contribuindo assIm para a tentativa de documentação da curta ficção brasileira, com o mais ousado e expressivo projeto literário que neste sentido foi erigido entre nós.
Em livros como "Velhice e Outros Contos" (1951), "Alguma Gente" (1953), Rede"
8955), "O Primeiro Gosto" 1973), "A Morte do Tenente e utrasMortes", (1979)e"A Voz
Submersa" (1984), cujo conteúdo ainda não tive a oportunidade de conhecer, flui, com certeza, o tirocínio do escritor polivalente e maduro que Salim Miguel não conseguiu ocultar e que a crítica literária mais consistente e esclarecida soube avaliar na sua mais cristalina proporção.
Entretanto, é da dimensão do crítico que habita as aspirações literánas de Salim Miguel que neste artigo ouso discorrer. Nas suas anotações sobre livros e autores, enfeixadas em "O Castelo de Frankenstein" Florianópolis, Editora da Universidade de Santa Catarina, 1986, aparece revelada, de forma indiscutível, a face do analista literário colocada acima de qualquer suspeição.
Enfocando aspectos da literatura catarinense atual, da aventura literária contemporânea do Brasil e do projeto ficcionista e lítero-criativo da cultura artística hispano-americana, isto sem contar suas incursões pelo discurso de !talo Svevo, Umberto Eco, Saul Below e Alexander Lenard, o autor de "O Castelo de Frankenstein" parece efetivamente testemunhar a superioridade cultural e artística da sua maneira de interpretar os valores e desvalores da literatura em toda a sua humana e transformadora dimensão.
As raízes do discurso crítico de Salim Miguel se encontram assim explicitadas segundo as palavras do autor: "desde muito cedo, criança ainda, ao mesmo tempo em que dava início à minha ficção, imaginando-a a recontando-a primeiro oralmente, e depois em rascunhos que· circulavam de mão-em-mão. ia inten-
tando uma reflexão crítica sobre o ato de viver e o ato de escrever".
Assim, ficcionista consciente, pois, dos mistérios que envolvem a pesquisa da linguagem e o ofício do refazer a escritura literária em permanente processo de recriação , Salim Miguel, desta forma, se revela crítICO literário consciente e audaz, extraindo dos segredos da mundividência literária as ferramentas necessárias ao seu processo de cosmovisão.
Humilde, no entanto, na "explicação necessária" com a qual procura abri "O Castelo de Frankenstein" , Salim Miguel nos seduz e encanta ao confessar o seguinte: "nestes escritores que ora público existem vários onde me debrucei mais detidamente analisando autores e obras, pro: curando desvelar a intenção última da proposta inscrita e dela extrair minha leitura; noutros estão o que eu cha'!l0 de manchas, sucmtas anotaçoes, pmçando algo do que mais me tocou . Gostaria também de esclarecer que se muitos dos trabalhos foram solicitados pelos órgãos de imprensa, para alguns a sugestão foi minha . Nem todos. claro. S1 0 autores de minha preferência - e a respeito de alguns que mais marcaram nunca consegui escrever".
E assim deslancha pelas paginas de "O Castelo de Frankenstein" o discurso sedutor e cativante de Salim Miguel, explicando aspectos ainda ignorados ou ainda não devidamente compreendidos da obra de escritores como Guido Wilmar Sassi , Ricardo Hoffmann, Autran Dourado, Josué Montelo, Jorge Amado, Mário Pontes , José Américo de Almeida, Marques Rabelo, Miguel Jorge e Ignácio de Loyola Brandão, isto sem contar a revelação que o autor nos faz da escritura de monstros sagrados da literatura latino-americana com.o Carlos Fuentes, Ernesto Sábato, Guilermo Cabrera Infante, Jorge Icaza, Juan Rulfo e Gabriel Garcia Marquez, aliando ao compromisso destes escritores a aventura literária de Italo Svevo, U mberto Eco, Alexander Lenard e Saul Below, cujo universo interpretado e descoberto pela argúcia do autor de "A Voz Submersa" nos proporciona a sensção de uma encantadora alegoria cultural.
Interessante, decididamente interessante a abordagem feita por Salim Miguel em torno da obra de Braga Montenegro,mestre consumado do conto brasileiro mas ainda hoje desconhecido do grande público nacional, pelas circunstâncias trágicas do destino que o aferrou aos limitados espaços da sua província natal.
Gratificante também me foi observar a penetração e a sensibilidade com as quais o autor penetrou no universo de Gogol, traçando-lhe um dos retratos mais densos entre todos os que foram produzidos entre nós. A descoberta e a interpretação que fez da obra de Orlando Geraldo Rego de Carvalho igualmente muito me valeu, assim como me foram compensadores os desenhos projetados em torno de Rulfo, de Svevo e de Cortázar, mostrandonos assim Salim Miguel o quanto a sua experiência de crítico o situa como um escritor percuclente e fora do comum.
* Escritor e professor da Universidade de Forraleza
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016 - MIGUEL lança 29 volume de O Castelo de Fra nkestein. A Notícia. Joinville 18 set. de 1990. p. 17
Miguel lança 2~ volume de O Castelo de Frankenstein • Trata-se do ll? título publicado pelo autor catarinense
Florianópolis-Sem nenhuma festa de lançamento, o volume 2 de O Castelo de Fra nkenstein, de Salim Miguel, já se encontra à disposição dos leitores. O livro, publicado pela Editora da UFSC, reúne "anotações sobre autores e livros" divu lgadas por vários órgãos de imprensa de 1949 até o ano passado, difere ntemente do volume 1 (de 1986), que contém escritos de um período de dez anos. Salim Miguel, diretor executivo da EdUFSC e, portanto, organizador de diversos lançamentos anuais, afirma si mplesmente que não sabe mais lançar suas próprias obras. A última festa do gênero, no seu caso, aconteceu em 1973, no Stuclio A-2, cle Beto Stodieek - a quem o Castelo de Frankenstein é dedicado, ao lado do escritor Adonias Filho.
O que motivou a edição do segundo volume deste Castelo, segundo o autor em seu prefácio, "foi a aceitação do primeiro po r parte dos lei tores e acolhida favorável da crítica" (como registrou na contracapa do livro). Trata-se do 11' título publicado por Salim Miguel, entre nove volumes de ficção -entre contos e romances -e dois de crítica literária (os dois Castelos frankensteinianos). Nascido no Líbano e criado em Biguaçu, Salim transferiu-se para Florianópolis em 1943 e iniciou na Capital as suas atividades em torno da cultura. Sua estréia em livro se deu há quase quatro décadas, com " Velhice e outros contos" (Ed . Su l, 1951).
A editora que permitiu esta estréia era parte de um todo chamado Grupo Su l - movimento cultural renovador que durou dez anos, de 1947 a 1957. Além da editora, o grupo encabeçado por Salim Miguel e Aníbal Nunes Pires publicava uma revista, mantinha um clube de cinema e ativava o cinema, as artes plásticas e o teatro no Estado. Mais tarde, depois de ter publicado o primeiro romance, "Rede" (Ed . Sul, 1955), Salim radicou-se no Rio de Janeiro -de 1965 a 1979 -, onde , entre outras coisas, editou a revista Ficção, ao lado de Eglê Malheiros e Fausto Cunha.
O volume 2 de O Castelo de Frankenstein, mais abrangente que ° primeiro, inicia com "um texto juvenil e provocador", segundo o próprio autor, e termina com um ensaio sobre o cinema e os mitos. Entre estes dois textos, o leitor encontrará desde anotações sobre personagens catarinenses, como Jorge Lacerda, Gama D'Eça e Ody Fraga , até estrangeiros como Joseph Conrad e Fernando Pessoa.
Novos lançamentos em breve Uma vez que " não sabe" lan
çar seus próprios livros, O diretor executivo da Editora da UFSC aproveita para anunciar alguns lançame ntos alheios e não apenas de sua editora. Na próxima sexta, dia 21, a pedida é a palestra e o lançamento do novo livro de Christovam Buarque , " A desordem do progresso (o fim da era dos economistas e a construção do futuro)" , da Paz e Terra, que acontecem a partir das 20 horas no auditório do Centro de Ciências Humanas da UFSC, Buarque, romancista, economista e professor universitário, foi reitor da Universidade de Brasflia entre 1986 e 89.
De sua editora , três títulos têm
lançamentos marcados para breve: "Eleições e sistema partidário em Santa Catarina (1945/1979)", de Yan de Souza Carreirão, dia 24, às 20h30min, no restaurante Reçaka, " A questão nuclear brasileira: um jogo de mandos e desmandos", de Odete Maria de Oliveira , dia 27, às 21 horas , na Biblioteca Centrai da Universidade do Vale do Itajaí, e "Produtor e agroindústria: consensos e dissensos", de Maria Ignez Paulilo, dia 26, às 17h3Omin, na Galeria de Arte da UFSC. Além destes livros, a Editora da UFSC acaba de publicar um "Guia para editoração de livros" , de Datus Smith Jr. , em convênio com a Universidade Federal de Pernambuco.
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017 - MENEZES, Carlos. Literatura. O Globo. Rio de Janeiro, 25 set. de 1990 .
• LITERATURA - Em co-edição da Universidade Federal de Santa Catarina e a Lunardelli, esta saindo o volume II de "O castelo de Frankenstein", de Salim Miguel. Reúne a colaboração do autor - Dccionista, cineasta e crítico literario - durante os últimos 40 anos, na divulgação de livros e autores, em jornais e revistas_ Vale como um largo panorama da vida literaria brasileira nesses quatro decênios, constituindo autorizada fonte de referências e pesquisas para professores, alunos e quem quer que se interesse pelas letras nacionais.
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018 - ASSIS, Valesca de. Os bons contos de oficina. A Notícia. São Luiz de Gonzaga, 20 e 21 out. de 1990.
Vc:lesca de Assis
CONTOS DE OFICINA 5 -org. l ulz Antonio do Assi s Brasil, LIVRARIA EDITO RA ACAD~M ICA, Porlo AI. gre, 10õ pp . Chega ao públiCO mais um volume da coleção CONTOS DE OFICINA, produlo do l.abalho dos participante. da Oficina de Crlaçao Literária da PUCRS, Amplia-se a série, evidenciando também um crescimento qualitativo, bem como a nrude consciência de que o bom faze r IItcrãrlo é resultado de Intensa dedicação, multas leituras, persistência e honestidade no re- fazer contrnuo. A carrolra literária é talvez a mais lenta de todas , de· mandando , segundo AleJo ear- ' pent ier, cerca da vinte anos para que um au tor f irme seu nome entre os leitores. OS JO" vens escritores que ora lançam sua antologia, têm, de ante-
mAo, assegurada 8 virtude do talento. Persevarando, como pretendem, a literatura gaócha tem o direito de esperar multo deles. Ass inam os CONTOS ' e MINICONTOS) DE OFICINA 5: Carolina Orehmcr, Helena Orllz, Jnne Brodl>eck, Jos é Albarto de Souza. JOUo Conto, Ve ra lone, l aerla Ant onio e Silva, Marlene Flâmla, Patsy Cecato e Paulo Beckor.
O CASTELO DE FRANKENSTE IN Anot açOe. sobro Autores e Livros -.saUm MIguel. vai. 2, ED. DA UFSCI ED LUNARDELLI .. Florlan6polls, 2t 1 pp, "Você t eve rnz~ em reunir om voluma ,seus t rabalhos osparsos4 Seu livro ê subs tancioso. ver:ado. Informativo, baseado em jufgamen ..
to equi librado e na cap.ecldade de distinguir o essan" elalu
• Assim Pnulo RónaJ sau· dou o 1· vol, de O CASTELO DE FRANKEN STEIN. Neste segundo tomo, como no anterlor, Salim f..,'lguel reúne parte de sua produção crn lca, publcada em vãrkls jornais do pars. O nvro ti dividido em cinco "espaços": Espaço de Santa Ca- I
tartna, Espaço do Bresn , Espaço de Outros Palses, Espeço Para Vlegam a Espaço para Pa!estra. Salim tv1gue l transita bem em qualquer desses espaços, conduzindo o leitor, com sua palavra séria e consciente, por veradas segu ras de enr1 .. queclmento pessoal.
AIAOR & CUBA -LIVRE - Alvaro Csrdoso-Gomes, Col. Tr8-
'mas. FTO, SP, 118 pp.lntericr
de São PaUlO, década de 50, Sérgio , personagem p~ncl pel, relembra sua adolescência. Jamanta, SeguiMo , OUatrclho, companheiros de classe e de algazarra. A escols, lugar Ideal para fortalgear o grupo: tiS colas, os besouros amarrados com barbante , voando feito aviões a Jato, a um passo da d1retorl3, a dois , a sU$pens~ e a falsificação de assinaturas. Salle da pr:mavera, das Dabutantes , do Havaf, do Revelllcn. Antes , duas cubas· llbres para espantar a timIdez. Nomeio da festa, aguém deseja e. n3moreda do próximo: socos , pontapés, cadeiras voor.do _ Fe!lz· mente, a po!fcla chega depois. Um livro de retonro ti adolescência, onde se fez homem, sem dor, sem culpa e tensees, bem ro os 1110 de uma cldede do Interior na década de SC,
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019 _ CAPISTRANO, Odemi r. Um reencontro com Cruz e Souza . Diário Cata rinense. Florianópoli s, 21 out. de 1990. Mu ral , p . 2
Um reencontro com Oruz e Sousa Trabalho importante é esse Reencontro com Romances e canç6ea selarditas , traduzido do Onu:: e SOI&8a, de Uellnton Farias Alves (Papa- judeu-espanhol por Leonor ScUar-cabral e Livro Edltora/ O Estado/ Governo de Santa que saiu recentemente pela Massao Ohno
catarina, Florian6poUs, Editor, São Paulo, 1990, merecendo comentá-1990). Uebnton é jomallsta e rios elogi0808 de Paulo Rônal, um mestre no escritor radicado no Rio de assunto. Com trabalho gráfico impecável, o Janelro e há anos vem se livro, cobrindo o perlodoque vai do século XV ocupando do estudo da figu- ao XX, fornece , de quebra, informações históra do extraordinário slmbo- ricas sobre os sefardttas, termo que se refere lista brasUeiroque foi Cruz e aos judeus provenientes da perunsula Ibéri
Sousa. OUvindo opln1ões, pesquisando em ~ blbUotecaaeem outras fontes, ele reúne neste Por ttm, saudemos Salim Miguel. Trata-se livro parte do resultado de sua tnC8.l1SAvel do segundo volume de O ca.ttelo de Fm"keft,s· busca. trazendo mala clartdade à matéria, ou te'" - anotaç6es sobre escritores e livros seja, Cruz e Sousa e sua obra. (Editora da UFSC e Lunanlelll, Flor1anópo-
O llvro, Uustrado por Francisco Miblelll, Us, 1990). o autor dá um a vasculhada em seu alinha contribulç6es de Alfonso Romano de baú e colhe prectoaoa comentários anotados a Sant'Ana,HenrtqueL.A1ves,NélaonTangeri- respeito do universo Uterárlo, que ele Irenl.laponan Soares, Vieira da SUva, Flávio da qüenta com aquele desembaraço próprio dos Cruz e Vlrg1Uo Várzea, com apresentação de homenade letraBoom vocação paraorgantzaAustregéldJo de Athayde, presidente da Aca- dor da cultura. AliAs.- nA.o por caso, uma de demla BraaUeira de Letras, que vem a Floria- suas grandeslnBplraçôesé Mártode Andrade, n6polla especlalmente para o lançamento queSallrnrevisltasemcertmOnlaecommuJto deste Reencontro, amanhA à noite, conforme prazer, obrigado. tem sido amplamente divulgado pelos meios de comUJÚcaçAo.
E como a poesia está em pauta, citemos ~O:.:D:.EM=:.I R::....:C::"':.P:.:I::S::TR="'::":.O=--_--:=======--~~~~~~III!!!!!!!!:!!!!!!!:!!!!!!iIlllll!!!I!!!~!!!!!!!1I!J
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020 - SANTANA, Va ldomiro. Uma reflexão sobre o ato de viver e o de escrever. A Tarde . Sa lvador, 21 out . de 1990.
liVROS VAUIOMIOO 5.ou<r .....
Uma reflexão sobre o ato de viver e o de escrever
o CASTELO OE FRANKENSTEIN -VOl. 2, de Salim Miguel. Editora da UFSC. 211 péglnaa. CrS650.00.
O titulo e a Ilustração da capa In· dicam litera· tura de horror . En chendo os olhos , o castelo surge dentro da noite, banhado por \Jma luz fantasmagórica. Nas escadarias, esqueletos de árvorés. Mais uma coletanea de histórias de arrepiar os cabelos? Não, calma. Olhe de novo. Leia, veja. Logo abaixo das letras em tom laranja do tnulo,uma chamada esclarecedora: o subtftulo "AnotaçOes sobre Autores e Livros", composto em corpo menor, letras pretas, fundo verdemusgo.
O que se vai ler, portanto, não tem nada a ver com O que parece horripilante. O thUlo, por brincadeira, fOI sugerido por um escritor amigo de Salim Miguel, e ele encampou. Não há, também, nenhuma semelhança com O Castelo de Axel, estudo sobre o simbolismo nas literaturas francesa e inglesa, do ensaísta e critico norte-americano Edmund Wilson.
Construção bem-acabada, fortale·
za, mistério ... Não é assim que está Impressa em nossa retina a imagem de um castelo? Tão antiga - de uma arquitetura nascida no século XI -que se transformou em núcleo permanente de uma percepção unlversai. Ora, não serve também esta imagem para caracterizar a literatura, conden· sar tudo o que ela, enquanto arte, significa para o esplrito humano? Sim. Como uma construção sólida, poderosa e cheia de mistérios, a literatura resiste ao tempo.
Mas antes apresentemos o autor. Nascido no Líbano em 1924, Salim Miguel era ainda um bebê quando chegou com a famflia em Santa Catarina, onde foi criado em zonas de colonização alemã e açoriana. Em 1943 mudou-se para Florianópolis. Autodidata, leu ludo que lhe cala nas mãos, encharcou-se de literatura. É jornalista desde a adolescência - e, inquieto, se tornou escritor. De seus 11 livros até agora publicados, nove são de ficção (contos e romances) e dois de critica literária. De 1947 a 1957, em Florianópolis, participou com outros jovens de um movimento conhecido como Grupo Sul - revista, editora, teatro, artes plásticas, clube de cinema, cinema - que agitou e renovou a vida intelectual catarinense. De 1965 a 1979 morou no Rio de Janeiro. AI sobreviveu como jornalista, trabalhou em cinema, foi um dos editores de Ficç40, revista literária de circulação nacional que marcou época (76 a 79 - cujos correspondentes e!ILSalvador foram
João Ubaldo Ribeiro e Ruy Espinheira Filho), fez um mapeamento do conto brasileiro, tendo lançado mais de 350 autores inéditos.
De volta a Florianópolis, Salim Miguel chefiou a Empresa Brasileira de Noticias e atualmente dirige a Editora da Universidade Federal de Santa Catarina, um projeto que deu certo, com um catálogo de titulas pUblicados -abrangendo todas as áreas do conhecimento, séries didáticas, coleçOes de contos, romances, poesia, ensaios e estudos de etnografia e folclore - de fazer inveja ao da Universidade Federal da Bahia, para não falar da superior qualidade gráfica e do trabalho competente de distribuição e divulgação dos livros.
Bem. O Castelo é dividido em vários espaços. Em sua entrada, ou pórtico, dois textos - um sobre Mário de Andrade, O outro sobre Cruz e Sousa, poeta simbolista, negro, nascido na Ilha do Desterro - chamam a atenção do leitor. InformaçOes objetivas, clareza de análisa, capacidade de ler e ver o que há de essancial numa obra literária. Com estas ferramentas, assim trabalha o crhico Salim Miguel. Nada de terminologias enganosamente complexas, nem a exibição de métodos importados (como o estruturalismo, por exemplo, que mistificou todos os cursos de Letras no Brasil, nas décadas de 60 e 70), para dizer como pesar OVOS de moscas em balanças de telas de aranha. A leitura, para SalimJ.1il1uel, é semllre motivo de Inda-
Trecho Com seu estilo coloquial. seu folclore, sua descon
tinuidade no tratamento diferenciado dos mesmos temas, sua fantasia explosiva e delirante, sua mistura do magico e do real/, As Mil e uma Noites t~m mantido, em todo tipo de ouvinte e/ou !eitor, um fascínio inextingufvelatravés dos séculos, superando modiSmos, costumes, escolas literarias, preconceitos. E nem é menor a influ'ncis que exerceu e continua 8 exercer em literaturas de todos os peíses e em todas as épocas.
( ... ) nas conversas com meus pais, em nossa casa de 8iguaçu, era corrente o uso do árabe. Foi por inter· médio deles que primeiro tomei conhecimento das his· tórias do livro, que haviam encantado a infância de ambos e agora me encantavam.
Um pouco mais tarde fui ler em português as aventuras de Simbad, o Marujo e a história de Aladim e a Lâmpada Maravilhosa.
Extrafdo de O C8Itelo de Frankensteln
gaçêo existencial, ponto de partida para a reflexão critica sobre o ato de viver e o ato de escrever - "que sa fundem e confundem, indo e vindo da realidade da vida para a realidade da ficção". O que há nos outros espaços? Um panorama da literatura catarinensa, uma lembrança de Graciliano Ramos, um exame da obra de Machado de Assis, um perfil de Drummond, o cotejo de três traduçOes de Joseph Conrad, I~eratura africana, Fernando Pesaoa, um estudo sobre o cinema e sua mitologia induzida, o fascfnio permanente de um livro árabe ...
Um Castelo, sem a menor dúvida, para..o orgar.J!ül!!ra.
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021- CASTELO de Salim Miguel. Jornal Universitário. Florianópolis,
12 novo de 1990. p. 1
Castelo deSaúÍ]J
o volume2de "OCastela de Frankenstein", de Salim Miguel, já está à disposiçáo dos /eliores. O IJvro, publicado pela EdJtora da UniversIdade, reúne anotações sobre autores e livros, dlc vulgadas por vários 6rgáos de imprensa de 1949 até o ano passado.
Trata-se do 11." título publicado por Miguel, entre nove volumes de ficçáo - contos e romances -, e dois de críiica Irterária.
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022 - O CASTELO de FrankenStein. Diário de Sorocaba. Serecaba, 18 nev.de 1990.
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J)OMINGO, 18 DE NOVEMBRO DE 1~ ~'(ifflr) " '. ! DIARIO DE SOROCABA
L1TERARA Livros novos
l . '. ' . " . O Castel.o 'f;le Fran~kenstein V"Cas tel~ 'franke nsteineano que nião a respeito de temas lite rários gia e d: putado no Parlamento da se preze necessita conte r de t u~ . .. apaixonantes e polêmicos conto . Confederação He lvétic3. flue a do um pouco, devidamente com- ' ' Relação Autor/Editor, Coerência Brasiliense lança ' entre n6s com partlmentado. Há Inclosive, espa' entre Vida e Obra, O Poder dã tradução de Eliane TeJera Llsbua. ço rc;:se rvado BOS mortos, pois nos- .. , . Palavra, O Permanente Fascínio A movimE"nh.ç:io· dos lucros do sa caminhada pela vida é entre te- •. ' do Livro, da Arte de Saber Nar· "' : mercado de drogas, a hipocrisia cida dcles, .cada quáI levando um, far e tc .. Em 212 páginas. filie cerca o segredo bancário. a pedaço de nós" • explica o autor, ~ Assim, trata-se de um grande ' evasão fiscal. armam entos, enfim, Salim Miguel, a respeito desta;...: · painel de abordage ns literárias uma série enorme de aspectos en· sua obra, volume li, lançamento ' que deverá cumprir a mesma tra- cobertos são repassados, ou seja, da editora da UFSC e da Lu- , je tória de sucesso do volume ante- ' ''Javados'' pelo mestre-deputado nardelli , d e Florianópolis. São rior, sO,bre o (Iual vários intélec- nes te livro. escri to quatof"l.e anos textos' sobre autores e livros, na ' tuais 6e manifestaram, como Carlos após outro Ii vro-den~ncia de gran-
- mesma linha'<lo 'Volume I, lança· ~ Menezes:definindo-o'''va1iosafon- de. repercussão, denominado Um do em 1986 e ~uito bem recebi- te de pesquisa, principalm ent~ Suíço Acima de Qual<Juer Suspei-do pela c ritica e por autores nacio- para professores e es tudantes de ta . 160 páginas. Ziegler es teve nais d e! d es tll.que, assim como por Le lJas" lia oalda em. 19GO, OI çorr.pan!.ia estudantes e pelo público el11 geral. de Boge r Ba5"ttdc .
Salim Miguel atua com bastan· o.,: PAPISA J OANA · l\egis· te dinamismo em movimentos cu l- trando tratar-se dJ. "'primeira do-turais , é jornalista. fez adaptações cumentação comple ta sobre os ffi-para O cinema, co-editou a revis- tos por trás cla lenda". a lbrasa ta Ficções (conto) de 76 a 79, e lança es te escrito, clt;! Rosemary e este é seu .ll- livro. que col11emo~ Darroll Pardoe. que tem COlllO
ra os 40 anos de sua es tré ia, em subtítulo, O Mist(rio da Mulher-1951, com Velhice e Outros Con· Papa. Em 164 l>ágin.s, traduç,io tos.. . de Aydano Arruda, com il us tra-
No volume 11 de O CASTE. ções. Começa com a descriçáo LO DE FRANKENSTEIN, ... 140 da mulher·ponHAce (meados do inseridos cerca de cinquenta traba· ·séc. IX ou séc. Xl) e acompanha lhos, que falam a respeito de as· o desenvolvimento subsequente pectos lite rá.rios de Santa Catari- de sua história até os dias de ho-na (O Conto na Literatu ra Catari· je . Examina o papel da papisa pa· nen'se. Ficçlio e Poesia em SC," ra os polemistas protes tantes do Literatura na Ilha: Breves Anota·' séc. XVI em diante, assim como ções, Uns Causos Saborosos e Pi-"· sua adoção pelas feministas do séc. torescos, etc,); abordam escritores XX. Discute ainda o tratamento brasileiros e suas obras (A Propó· dado à papisa na ficção e no dra-sito dE" Mário de Andrade, Macha- ma, assim como a carta Papisa, do de Assis , o Mest re, Lembra0' do TarO. Os autores, l\osemary e ça de Craciliano, R. Magalhães Darroll Parcloe, são respectiva· ) r., Da Importãncia de Ler/Reler o A SUIÇA UVA ' MAIS 'mente editora de revistas e livros Antônio Cândido e outros); foeali· BRANCO · "O enfaot-terrible e escritora, e Ph .S. em qurmica za também autore~ es!rangei.ros da esquerda surça revela as prá\i- (Binningham), redator de revista
i (Fe~nand.o,Pesso. e, sua h~esgotá- cos dos baocos çle seu pars", é o cienUfl.ca e, atualmente, bibliote. , vel tu"a, A Prq~lto á .. 1:t,i:I~: .t ' \Lu '~lc~e~eol.el'!ou,~ç,l,p!>sel"'a. · ; :p,á'iO jlld~strial. ,,' ·" ,'1 • • I çães ele Conrad) e ainda 'reserva ' teut''a respt i\o deste trabalho d ' '1' .~ ! ~'~IREIT.O. \.I'OpER. .. E
~s~aço) para O trat*mento. â ti~I' :t Ic4d Zle~)er,~;~Çe!1qt9Jl ~oç\P)R·~" IlPR;!.~!(tf ~;~-9.!!lf~i::-, - _ s . 3
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lall(;a. em 3" edi\·llO. pste livro de Roberto A.H. de Aguiar, 49 anos, nascido em São Vicente, SP, professor da Unilllc'p e Universidade de Brasília. dn qual é també m procurador. Agu i.tr é ainda advogado militante. Trata-se de seu primeiro livro e "nasceu a partir de sua vida como professor e advogado, tendo como objetivo a arti· culação de uma auordagem do direito respaldada nas correlações de rorça concre tas, na oposição entre o direito posto e um autidireito emergente". Ele inicia com uma introd uçfio. divide o trabalho C':!l O D i r ". ito (V'II1l('l lõen6m f' nn
Obsentável e O Dire ito como Fe· nômcno Valorativo, para encerrar
. com suas conclusões. 184 páginas. o OSTEOPATlA, MANIPU
LAÇA0 E ESTRUTURA DO CORPO . A osteopatia dá ênfa· se especial à mecânica do corpo, usando técnica.1ii manipulaUvas para de tectar e corrigir pos turas em consef)lI ência de funçõcs imperfe itas . Trata-se de uma técnica de grande desenvolvimellto, sobretudo nos Estados Uniuos . e é objeto deste livro de Leon Chai· tow, fund ador da Associação de Os teopatia Craniana, formado em Londres e doutor por jns tHuj~ ções da Nova Zelandia, Austrália e França. O lançamento é da Summus Edilorial, tradução de Dcni· se Maria Bolanho. revisão técnica de Sílvia Kon . Entre outras colocações, Chaitow, utilizando conceitos da osteopatia , demonstra como o siste ma de músculos, ossos e articulações - principalmen. te a coluna - podem s~ r reflexos
, de doenças mais sérias e .também parci~llnente respons~vel pelo in ici!) de p)'Occsso, I"'rtolW<;o( j 12
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023 - DALCASTAGN E, Regina . A viagem modernista contra o maramo cultura l. Co rreio Braziliense. Brasília , 19 novo de 1990. Caderno 2, p. 6
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A viagem modernista contra o .E1arasmo cultural quieto c timido, ali esta- A entrevista acabou 'endo publicada, embora. de hoje nada têm a ver com os novos de 1922, E foi
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Salim Miguel relembra as aventuras do Grupo Sul, a turma que, mesmo com atraso, fez uma revolução
ano é 1950; a cidade, Rio de Janeiro, Em suas ruas, livrarias e cinemas circula um grupo de jovens intelectuais, Pelo jeito camo andam e falam , pela expectativa que
trazem no olhar, se adivinha o seu provincianismo e deslumbramento, Eles acabam de chegar da remota ilha de Santa Catarina e vêm em busca de alguns dos maiores nomes da' literatura brasileira: Gracili.no Ramos, José Lins do Rego, Aníbal Machado, o críti co Oito Maria Carpeaux, Esses mesmos moços estavam fazendo uma autêntica revira· volta na pasmaceira cultural de Santa Catarina ao levar para lá - já com mais de 20 anos de atraso -o movimento modernista, através do Grupo Sul.
O escritor Salim Miguel era um desses rapazes e' conta, uo segundo \'olume de O castelo de Frankestein, algumas das aventuras e descobertas daquela viagem. O livro, uma coletânea de artigos pu· blicados na imprensa entre 1949 e 1987, traz textos curtos, que abrangem os mais diferentes temas e autores - desde aspectos exclusivos do fazer li-terário em Santa Catarina até O cotejamento das diferentes traduções de Joseph Conrad para o portu
",' guês, passando pelas recordações de encontros e com'ersas com escritores como Graciliano Ramos ou Carlos Orummoud de Andrade,
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Contista, romancista e crítico literário, Salim Mi-guel utiliza a memória como matéria-prima para a sua produção flccional. Mestre no manejo de sua ferramenta, narra com graça mesmo aquilo que lhe ocorreu, sem tentar mascarar constrangimeiltos ou pequenos ridiculos. Assim, ele conta como um dia, em meio àquelas andanças pelo Rio de Janeiro, ele e seus companheiros se depararam com Ommmond dentro do mesmo elevador: "alto e magro,
va ele, Virei-me para um como admite Miguel, tenha ficado muito ruim, O esta uma lição que nos legaram Mário de Andrade ". amigo. cochichei, avan- encontro no elevador marcou o início de uma con- e seus companheiros. Estamos certos de que não rei até o poeta, timido vivência que duraria até a morte de Orummond, gostariam que nos subordinássemos a eles, pois também eu, sussurei: Nos artigos que possuem esse cunho mais memo- que aí voltaríamos ao antigo e inócuo círculo vicia-'Carlos Orummond?' rialístico, o autor oferece emoções vividas por ele, do, Reconhecemos o que eles fizeram de bom, as Olhou-me, riu aquele ri- jovem e inseguro, diante de alguns de seus mes- contribuições trazidas; compreendemos os exage-50 que o marcava, retro- tres; ou então, mais tarde, já dono de seu oficio. ros do momento, não poderíamos compreendê-los cou 'sim', um sim inter- aquelas alegrias compartilhadas com grandes escri- agora. já que as condições psicológicas são outras e rogativo. E eu: 'Foi bom tores que se tomaram seus amigos. Em todos esses exigem outra atitude, inteiramente outra e consen-encontrá-lo, ia mesmo textos, uma grande nostalgia, que consegue sensi· tânea com o momento".
. ' ,procurá-lo', Ele: 'Quem bilizar mes~o o leitor mais distraido, É que a maio- Alguns artigos enfocam um escritor em seu todo, é você?' Salim MIguel se Identifica e pede uma en- na deles fOI escnta logo após a morte de algum de como Cruz e Sousa, Machado de Assis e Fernando trev!sta. Druim",l.ond ~ direto: "N.ão dou .en~revist~. seul c~mpanhei~os, como O pró~rio Drum~ond, o Pessoa; outros, uma obra em específico, como Suo-voce deve saber ,o Jovem catannense inSIste, diz pesqUIsador Raimundo Magalhas Jr" o clDeasta mi de Paulo de Carvalho-Neto ou O amor nos que não custa tentar e o poeta encerra a conversa: Ody Fraga e mesmo o governador catarinense Jor- te;"pos do cólera, de García Márquez, Há ainda "Então tente", ge Lacerda que, como jornalista, foi incentivador uma entrevista com Jorge Amado e ~m elegante ar
A com/em se espraiai/a, mas s6 me recordo de Craciliano, do tom de sua 1'01, de seus gestos sóbrios, de suas frases incisivas. Também confesso com franqueza, estava mais intert'~'sado em oUll-lo do que em falar. Pouco disse. E o que diria eu? Deixei que os demais puxassem a conversa, fal:wa-se de IMos e autores. De repente estál~Jnws todos metidos numa discussão, Jorge Medauar, extrol'ertido, se exaltava, gesticulando, el/quallto Craci/i:mo, calmamente, ia repetindo: "Mas meu caro, nunca pensei, como I'ocê é errado, IJquele livro é uma grande porcaria. tem que ser!" E o Jorge: - "Você já leu, I'océ já leu, precisa ler, é difereute dos outros" ... E "oltava CrJcrliallO com pacié1Jcia: - "Mas sim, já conheço os lil'lv$ dele, esta hist6ria de lil'ro que sempre desejei mas temi escrever é besteira da grosSJ!" Med.JuM, sem se cem-I'encer. insistia. . •
De repente, em meio à cOlwersa, GracilimlO rirause para mim. perguntou:
- E ... cê, que rw TItubeei, gaguejei, 11 custo resfKJndi:
- Uns ... uns ... pro ... projetos de contos ...
- Besteira - exclamou - besteira isto de uns projetos de COntos. Ou faz OU não faz. Nada de projetos, MeIa a cara, faça. faça, tnh:Jhe muito .. ,
Não me lembro quem, me parece que Eglê ou Pedro, J"ISSOu-lhe uma Sul onde estal'a um conto meu. Primeiro folheou toda a rerista, com paciência, com interesse, depois, num canto, se pôs a ler meu trabalho. Eu observando, tremendo. Leu um trecho, parou, \'oItou atrás, leu mais um pedaço, tomou a parar, fechou a revista, com uma cara que me intimidou, que não consegui decifrar, \eio de novo para o grupo, guardou a revista. Felizmtnte ninguém pergulltou Ilada e eu fingi que náo tin; ti visto. Só no fim, quando nos despedíamos e eu imaginara já se ter ele esquecido, me disse que iria ler COm calma e que depois, quando I'oltássemos ali, me Maria. Não !'oltamos.
Ocelep.lr (;raei1Uao e DrummoatI IISII • mem6rú fIIIR produzir 6cção
do Grupo Sul. Mas O castelo de Frankenstein não é feito só de
memórias, embora elas formem talvez sua parte mais saborosa, A maioria dos artigos é de crítica, como diz seu subtítulo: Anotações sobre autores e livros, Um dos destaques é um ensaio de 1949 sobre Mário de Andrade, Mais do que um artigo jornalístico, o texto é um documento do movimento Modernista em Santa Catarina, expressando anseios e preocupações de todo o grupo: "Os novos
tigo sobre OIhon Gama O'Eça, adversário intelectual dos modernistas catarinenses. Outro ensaio analisa a relação entre autor e editor, que Miguel conhece mais do que ninguém (atualmente é diretor da Editora da Universidade Federal de Santa Catarina),
Autor de romance densos e instigantes como A voz subme"" (Global, 1984) e A vida breve de Sezefredo das Neves, poeta) (1M, 1987), Salim Miguel publicou seu último livro de ficção em 1988 - os contos de As areias do tempo (Global), Em toda a sua obra, um infinito rastrear pela memória e pelo tempo, Suas personagens vão e voltam, transitam por seus escritos, aparecendo ora como protagonistas de um conto, ora como figurantes num romance, Salim Miguel é um autor que sabe aproveitar todas as possibilidades tradicionais da narrativa, mas que não deixa nunca de experimentar o novo.
• R.,ma Dalcutatae. Especial para o CORREIO
o castelo de Frank ... ein, volume 2 - Salim Miguel. Editora da UFSCI LunardeUi, Florianópoli~ 1990, 211 ....
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024 _ GIGLlOTTI, Adir. Livros Novos. O Comércio. Amparo, 02 dez. de 1990.
LIVROS ROVOS Adir Giglio~ti
O CASTELO DE FRANSKENSTEIN
" "Ca8telo frank.ensteineano que se preze necessita
conter de tudo um pouco, devidamente compartimentado. Há, inclusive, espaço reservado aos mortos, pois nos~a caminhada pela vida é entretecida deles, cada qual levando um pedaço de nós". - explica ° autor, Salim Miguel, a respeito desta sua obra, volume li, lança.. menta da editora da UFSC e da LunardelJi, de F,oria· nópoLs . São textos sobre autores e livros, na mesma linha do volume I, lançado em 1986 e muito bem recebido pela crítica e por autores nacionais de destaque, as. sim como por estudantes e pelo público em geral.
Salim Miguel atua COm bastante dinamismo em mo. vimentos culturais, é jornalista, fez adaptações para o cinema, co-editou a revista Ficções (contos) de 76 a 79, e este é seu 11 .0 livro, que comemora os 40 anos de sua estréia, em 1951, com Velhice e Outros Contos.
No VOlume 11 d e O O CASTELO DE FRANKENSTEIN estão inseridos cerca de cinquenta trabalhos, que falam a respeito de a.spectos literários de Santa CatarL na (O Conto na Literatura Catarinense, Ficção e Poesia QIn SC, Literatura na Ilha: Breves Anotações, Uns CauSOs Saboros:os e Pitorescos etc.); abordam escritores brasJeiros e suas obras (A Propósito de Mário de Andrade, Machado de Assis, o Mest.re, Lembrança de Gra eiliano, R. Magalhães Jr. , Da Importância de Ler/ Reler Antônio Cândido e outros); focaliza também autores es~
trange:ros (Fernando Pessoa e sua Inesgotável Arca, A Propósito das Traduções de Conrad) e ainda reserva espaço para o tratarr.ento e a opinião a respeito de temas literários apaixonantes e polêmicos como Relação Autor/ Editor, Coerência entre Vida e Obra, O POder da Palavra, O Permanente Fascínio do Livro, da Arte de Saber Narrar etc .. Em 212 páginas.
Assim, trata.se de um grande painel de abordagens literárias que deverá cumprir a mesrna trajetória de sucesso do volume anterior, ~obre o qual vários intelectuais se manifestaram com Carlos Menezes, definindo_o "valiosa fonte de pesquisa, principalmente para profes:ores e estudantes de Letras".
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025 - ZONER, Cecília. Literatura do Continente: Hispan-América n'o castelo de Frankenstein. O Estado de Paraná. Curitiba 16 dez. de 1990. p. 28
!1iIo ESTADo DO PA~Á - CURITIBA, DOMINGO, 16 DE DEZEMBRO DE 1990
LITERATURA DO CONTINENTE CEcíLIA ZOKNEP
Hispano-América ' n' o castelo-de Frankestein
Salim Miguel o chama de "Estranho castelo" . Um castelo todo constituído de palavras que se originam de outras. As. que, por sua vez, constituem as obras que merecem suas anotações.
.. Anotações sobre ' autores e li vros" é o sub -título de .o casulo fie Frankestein que a Editora da Universidade Federal de Santa Catarina publicou em 1980. Formado por quatro capítulos - Santa Catar1na , Brasil , Hispano-América, Outros - tem sempre o interesse pelos contempor;âneos .
O capítulo terceiro, Hispano-América , se compõe de dezoito art igos . Um deles , comenta o prêmio Nobel atribuido a Gabriel Garcia Márquez, outro, à morte de Cortázar . Os demais, tratam de obras lat ino-americanas publicapas no Brasil pelas Editoras Difel , Civilização Brasileira , afobar, ,lrlio -Ómega, ~ova Fronteira, Paz e Terra e Francisco AI ves .
São obras que, na maioria das vezes , razões diferentes explicam a qualidade . Também, quase sempre, sâo oferecidas ao leitor brasileiro sem algumas das referências nece.ssárias - que certas escolas críticas o perdoem - para que a compreensâo do texto ou o prazer da leitura possam ser mais completo!" e pro· fundos .
Situando-as no seu contexto geográfico e literário - Argentina, Cu· ba , Chile, México , Peru - , mensurando-lhes as qualidades, os textos de Salim Miguel adquirem , então , essa importância que somente um arauto pode ter. Sobretudo , numa sociedade que , salvo as sempre honrosas exceções, precisa ser guiada no seu renovado consumismo que inc,lui, também , o livresco .
A sensibilidade com que se aproxima do texto, as informações que oferece sobre o autor e sua vida Ine· rária se acrescenta a preocupação de contribuir para a qualidade das traduções com observações neces· · sárias e per) inentes.
Uma excelente contribuição que Salim Miguel , pelos labirintos de seu castelo onde se cruzam Angel Rama, Cabero Infante, Jorge Icaza, José Maria Arguedas, Ricardo Güiraldes , entre outros, oferece para o conhecimento de uma Literatura, muitas vezes inigualável, que é produzida no Continente e , ainda assim , continua ignorada pela grande parte dos leitores no Brasil. Pois também ele, inserido 'na geografia do Sul do Rio Bravo , teima em permanecer atrelado !ciOS gostos de le itura de o utros centros considerados por uma certa elite como civiliza· dos.
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026 - ATHANÁSIO, Enéias. Autores Catarinenses. Blumenau em Caderno. Blumenau, jun . de 1990. p. 180 . , . ! • 55'
AU TORES CATARI NENSES EN~AS ATHANAZIO
Mais um livro importante, lançado no final do ano passado, vai passando em branca nuvem· Refiro-me ao segundo volume de «O Castelo de Frankenstein», de autoria de Salim Miguel, (UFSC/ LunardelliFlorianópolis - 1990), onde o conhecido crítico e ficcionista reúne uma variada seleção de suas análises literárias, gênero a que ele vem se dedicando sem cansaço há longos anos. Com este livro, Sal im Miguel está comemorando seu 40°. ano de atividade literária, iniciada em 1951, com o lançamento de «Velhice e Outros Contos». E convenhamos que uma dedicação de quatro décadas à literatura, com tão rarefeitas recompensas, mais que merece uma comemoração . Merece também o nosso ap lau€O e o nosso reconhecimento a quem tanto tem dado de si às nossas letras e à nossa cultura. Este é o 11 0. livr.o de Salim Miguel, dos quais 9 ~ão de ficção - contos e romanc es - e dois de ensaios críti cos.
O livro se abre com um conjunto de seis excelentes artigos a propósito de Mário de Andrade , nos quais o autor esmiúça importantes aspectos da obra, do pensamento e das lições do «Papa do Modernismo», entre elas a polêmica e sempre lembrada afirmação de que «o destino do artista erudito não é fazer arte pro Povo, mas pra melhorar a Vida» (pág. 19). Sua intenção, nesses artigos, não é assumir a defesa de Mário, coisa de que ele não necessita, mas «tão-somente expor certos pontos de vista» e «esclarecer alguma coisa de obscuro», além de mostrar ' novamente a importância do Movimento Modernista e da . Semana de Arte Moderna • . E nesse propósito Salim foi perfeito, seus artigos são uma contribuição apreciável aos estudos sobre o autor de «Macunaima .•
Outra presença forte no livro é Cruz e Sousa, reve lando-se num dos mais longos ensaios a justa admiração do critico pelo «pretinho da antiga Desterro» (pág . 31). «Muito embora fosse relegado e diminu ído em sua época e seu meio, - escreve o autor - eleVOU-Se com forç a, com impeto, vencendo todos os contratempos e preconceitos. Hoje é um dos mais altos expoentes da poesia bras ile ira e o mais importan te vulto da corrente simbolista . Roger Bastide vai além: considera-o um dos três grandes do simbolismo universal, dizendo estar assi m constituida a grande triade harmoniosa: Mallarmé, Stefam George e Cruz e Sousa» (pág. 31).
Muitos outr.os estão presentes, catarinenses, brasi leiros e estrangeiros, todos expostos ao leitor com visão aguda e penetrante, realçando o bom acentuando o ruim, estimulando sempre. Assim é que por essas página~ desfilam Jorge Lacerda, Gama D'ça, o Professor Fontes, Almiro Caldeira, Laury Maciel, Flávio de Aquino, Ody Fraga, Marcos Konder Reis, Graciliano Ramos, Machado de Assis, João Felicio dos Santos, R. Magal hães Jr., Jorge Amado, Monteiro Lobato, Lima Barreto, Antonio Candido, Joseph Conrad, Fernando Pessoa, o poeta português A. Vicente Campinas, de nossa mútua amizade, muitos e muitos outr.os. En fo-
ques sobre a poesia, o conto, o romance a literatura em nosso Estado, o cmema, alguns art istas plásticos, o livro e seus prob lemas, teatro, viagens e mil outrcs temas, indicações e sugestões que fazem deste um livro rico e ilustrativo. Não poderiam faltar as referências ao Círculo de Arte Modern a e ao Grupo Sul , que deflagraram o modernismo em Santa Catarina e dos quais fo i o autor at ivo participante de um dos seus expoentes .
Mais um ponto merece ser relembrado: a inibição provocada por " OS Sertões», de Euclides da Cunha, no surgimento de um grande romance sobre nosso Contestado, ou mesmo outras obras de f icção a respeito de Canudos. Quando escrevi sobre «A Guerra do Fim do Mundo. de Vargas Llosa, abordei esse aspecto, sem saber que Salim Miguel: mUitos anos antes, já o fizera. Concordo inteiramente quando ele diz' «Há temas que metem medo . Canudos é um deles. E António Conse: Iheiro . Ou qualquer coisa que tenha rel ação com Canudos . Mesmo aqui no _ Estado de Santa Catarina, onde temos o Contestado, com o Monge Joao Mana . Mesmo aqui , quando se pensa em escrever a respeito, uma obra logo surge, domina, limita: " OS Sertões», de Euclides da Cunha. O poder da obra, sua força, aquela linguagem plástica, a maneira como foi tratado o assunto, misto de r.omance e documento, faz com que os que se aventuram por vezes se despersonalizem em função da obra de Euclides da Cunha. (pág . 99) . Dizê-lo melhor, impossivel.
Concluindo, «O Caste lo de Frankenstein. revela um critico sensível e competente, que escreve com clareza e simplicidade cobrindo um período_ longo e fruli.1ero das letr.as, com realce para as n~ssas aqui da terra. E de Justi ça le-Io e divulga-lo.
UDESC - FAED - IDCH - COLEÇÃO SALIM MIGUEL
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Pau Orasil
editora de didáticos onde se aboliu a maldita ficha de leitura, expediente ridículo que nor· malmente s6 serve para passar um atestado de incompetência de quem as prepara e de comodismo de quem as usa.
~~---------------o Castelo de Frankenstein , de Salim
Miguel, UFSC . Lunordelli, Florianópolis, 1986.
Talvez a obra deste ficcionista catarinense ainda não tenha recebido a divulgação à altura da sua importância . Exatamente por isso, é oportuno o lançamento dessa reuniào dos seus artigos literários - resenhas, críticas etc. - de 1976 até hoje. A qualidade de suas análises de autores catarinenses, do restante do Brasil e de outros países latino-americano serve para lembrar que escritor é quem sabe ler e que a criação literária é um diãlogo com a obra de algum outro autor. Sua condição de escritor dá a Salim Miguel o pleno direito de
13, ano
ser impressionista e informal nesses artigos e resenhas. Isso nada tem a ver com superficiali· dade, e contrasta agradavelmente com o forma· Iismo cientificista e a falsa objetividade tio em voga e já n[o mais circunscritos apenas a ambientes acadêmicos,
Também têm chegado à revista Pau Brasil diversas outras publicações literárias, em sua maioria edições de autor e uma ou outra de editoras atuantes no mercado, Dentre elas, merece destaque Palavras e Silêncios de Latuf Mucci (ed. Folha de Viçosa, MG), com poemas despo· jados, simples, mas com belos momentos líricos, mostrando que seu autor tem, entre outras qualidades, o poder da síntese. E os livros do inquieto e atuante Joaquim Mattar, Fome e Seca na Terra do Sol e Ouça Multidão, poemas de temática social, bem como a profissão de.fé de Alice Faria, Meu Pão de Cado Dia - a poesia (massa o Ohono editor, SP), um tanto discursiva mas válida pelo entusiamo transparente no título'?k
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