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N9 7 1971 Outubro EDITORIAL - Nosso Grande Sacramento . . . . p. Somos coerentes? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 4 Duas mulheres entre os Doutores da Igreja . . p. 5 O Sacerdócio Ministerial e a Justiça do Mundo p. 9 Beatificação do Pe . Kolbe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 10 Equipistas no Século II? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 11 Nós e os Noivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13 Renovando um compromisso . . . . . . . . . . . . . . . . p. 18 As equipes da Itália . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 19 Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 22 Campanha Côn . Caffarel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 28 Um enderêço para seus Filhos estudantes na França . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 30 Retiros para 1971 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 31 Oração para a próxima reunião . . . . . . . . . . . . . p. 32

N9 7 1971 Outubro - ENS · Dom Martin Chamberlain, O.S.B. ("Lettre aux Ménages", nQ 34) • -3- ... São Bernardo, asceta, contem ... Homilia da Proclamação) . Precisando agir

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N9 7 1971

Outubro

EDITORIAL - Nosso Grande Sacramento . . . . p.

Somos coerentes? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 4

Duas mulheres entre os Doutores da Igreja . . p. 5

O Sacerdócio Ministerial e a Justiça do Mundo p. 9

Beatificação do Pe. Kolbe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 10

Equipistas no Século II? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 11

Nós e os Noivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13

Renovando um compromisso . . . . . . . . . . . . . . . . p. 18

As equipes da Itália . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 19

Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 22

Campanha Côn. Caffarel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 28

Um enderêço para seus Filhos estudantes na França . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 30

Retiros para 1971 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 31

Oração para a próxima reunião . . . . . . . . . . . . . p. 32

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Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das Equipes de Nossa Senhora no Brasil.

Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 ~ Tel.: 80-4850 04530 - SAO PAULO, SP

- somente para distribuição interna -

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EDITORIAL

NOSSO GRANDE SACRAMENTO

A maior parte dos casais de nossas equipes está estudando êste ano o discurso do Santo Padr'e às E.N.S . e tomando consciência mais viva das grandezas do casamento cristão. Estas grande­zas têm o seu fundamento no sacramento que êles mesmos se conferiram no dia próximo ou distante de suas núpcias. A página que vão ler - extrato de uma alocução de casamento -relembra o conteúdo da cerimônia que realiza a união de dois cristãos entre si e a inserção de Cristo na sua vida e no seu lar. Merece ser meditada a dois.

O matrimônio é um sacramento, um ato do Cristo, portanto. Daqui a pouco, quando colocardes as vossas mãos uma na outra, vossas duas almas, vossas duas vidas uma na outra, é o Cristo que virá selar a vossa união; quanto a mim sou apenas a Sua testemu­nha. É o Cristo que vos casa, e sois vós mesmos que ireis atuar como Seus ministros. O ato que vos liga um ao outro, vos liga também ao Senhor.

Se chamamos o matrimônio um sacramento é porque Deus nêle se dá tão realmente como em todo sacramento. Esta dádiva não é feita a cada um de vós separadamente, prometendo a sua graça em tôdas as tarefas difíceis do estado conjugal; êle se dá a vós dois juntos, à própria comunidade que ides formar, considerando-vos daqui por diante como um único ser nôvo, uma só carne, como nô-lo repete a Bíblia desde o Gênesis até São Paulo.

Por causa desta presença de Deus no Casamento - presença invisível mas real - quando dentro de alguns instantes pronun­ciardes as palavras que irão consagrar a vossa união, é com reli-

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gioso respeito que vos iremos escutar, como na Missa, quando o sacerdote transforma o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Cristo. E todos os casais que vos rodeiam aqui nesta tarde, irão agradecer o Senhor convosco pelo dom magnífico do sacramento do Matrimônio, e renovarão em segrêdo - e para isto eu os con­vido - cada qual no seu lugar, os compromissos que assumiram no dia de seu casamento.

Isto significa que o próprio Cristo toma a seu cargo a vossa união. No combate de todos os dias, ~le vos irá sustentar, por­quanto é ~le que é o Criador de vossa vontade e de vosso amor. Deus vos destinava um ao outro. E declara solenemente que tal é realmente a sua vontade e que doravante ~le ficará convosco para lutar. Cristo não estará somente convosco mas em vós. As graças de vosso estado são uma presença de Deus. É Deus que trabalha na nossa vida.

Quais são estas graças? Em primeiro lugar, Deus irá curar o vosso amor, isto é, por sua graça reconduzirá o vosso corpo ao seu papel de servidor, ~le dilatará o vosso coração ensinando-o a se abrir e a se dar. Além disto a graça de Cristo ensina o amor a sobrepujar-se. Vosso amor se sobrelevará na mútua renúncia. Morrer para ressuscitar, tal é a lei da vida cristã, tal é a lei do amor cristão.

É preciso acreditar na felicidade, é preciso crer também que a cruz é a condição necessária para a conquista da alegria.

Não esquecei jamais que sôbre as vossas alianças, e sôbre as vossas mãos que irão acolher estas alianças, eu vou traçar um único sinal da cruz.

Finalmente, a graça sacramental do matrimônio é uma graça de fecundidade. Se o Senhor se dignar conceder-vos filhos, é a ~le que os dareis, não somente fazendo desabrochar nêles o sentido de Deus, mas moldando-os pouco a pouco à imagem do Cristo, cul­tivando as graças de seu batismo.

A graça do matrimônio coloca em vosso coração o coração de Deus, as mãos de Deus, para ir moldando, dia após dia, um filho semelhante a seu Filho. Além do mais, não vos esqueçais: o que Cristo espera de vosso lar é a colaboração na criação de filhos a quem irá comunicar a vida, a graça e a felicidade.

Por isso Cristo quer ser o convidado de vosso lar, como outrora em Caná e em Betânia; que ~le seja não somente o amigo mas o verdadeiro Chefe de vossa família. Não pretendo, ao terminar, advogar longamente para vós, a causa da moral conjugal que a Igreja formula em nome de Deus nos seguintes têrmos: indissolúvel unidade, inviolável fidelidade, fecundidade. Ireis aceitar esta lei, estou certo, não com resignação, mas com altivez; nela está o se-

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grêdo que irá assegurar o equilíbrio, a harmonia, a irradiação e a santidade de vossa união.

Eu vos deixo, com êste voto que a Igreja exprime numa de suas mais antigas e belas preces:

Onde reinam o amor e a caridade, sabemos que Deus está presente. Reunidos por amor de Cristo e não fazendo senão um, manifestai-lhe a vossa alegria de estardes juntos, aplicai-vos em temer e amar o Deus vivo, a vos amar um ao outro do fundo do coração. Já que vossos corpos num só estão unidos, cuidai que vossos corações nunca estejam divididos, a fim de que sempre no meio de vós esteja o Cristo. Possais assim um dia na glória, com Nossa Senhora e os Bemaventurados, por tôda a eternidade, pos­suir, imensa e serena, a alegria de contemplar a face de Cristo, nosso Deus. Amém.

Dom Martin Chamberlain, O.S.B. ("Lettre aux Ménages", nQ 34)

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A PALAVRA DO PAPA

SOMOS COERENTES?

"A grande ·norma da vida cristã é a lógica, a coe­rência, a fidelidade. Quando se admite um princí­pio, é preciso ter a lucidez e a energia para deduzir as conseqüências que êle pode ter. O cristão é um homem coerente, um homem de caráter. São Paulo diz: "O justo viverá de fé". Vive não só com a fé, mas da fé. Esta coerência qualifica a auten­ticidade do cristão. Possuir êste nome, sem satis­fazer as exigências que êle comporta é duplicidade, · é farisaísmo, é, talvez, utilitarismo e conformismo. Se se quiser edificar um cristianismo sincero e forte, é preciso impor a si mesmo esta retidão lógica e moral. Isto não significa deixar-se levar por um arcaísmo ético, nem por uma intransigência cega com a complexidade da história: significa seguir a Cristo".

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(Audiência Pública de 16-6-71)

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A IGREJA PRESENTE

DUAS MULHERES ENTRE OS DOUTORES DA IGREJA

Há um ano, Paulo VI acrescentava dois nomes ao rol dos quase trinta Doutores da Igreja. É)ste gesto nada teria de extraordinário não fôsse o fato de serem os novos Doutores, pela primeira vez na his­tória da Igreja, mu.lheres: Santa Tereza d'Avila e Santa Catarina de Sena.

O que é um Doutor da Igreja - Vinte e nove vêzes no decurso dos séculos, a Igreja procla­

mou "Doutor" alguma personalidade que se destacara pela "san­tidade de sua vida, pureza de sua doutrina e qualidade de sua ciência".

Doutores porque ensinavam, de maneira luminosa, pela pa­lavra ou por seus escritos, a "sã doutrina", seja ao povo, de seus púlpitos de pregadores, seja nos Concílios, combatendo as here­sias, seja dirigindo as consciências, aconselhando reis e papas, seja escrevendo tratados de teologia e vida espiritual que ensi­nariam gerações e gerações de estudiosos.

A maioria dêles foram teólogos e místicos - pela contem­plação, acendiam à luz da Verdade e o Espírito Santo os inspirava para transmiti-la. Assim São Tomás, através da oração, do jejum e da devoção ao Santíssimo Sacramento, alcançou as luzes que transmitiu na "Suma Teológica".

Assim, São Jerônimo, asceta que passou os trinta e cinco úl­timos anos da sua vida na solidão perto da gruta onde nasceu Jesus, foi o pai da exegese - i. e., o maior tradutor e comen­tador da Bíblia. Assim, o filósofo e poeta místico Santo Agos­tinho, para falar de Deus aos homens do seu tempo encontrou palavras simples que ressoam até aos nossos dias, exercendo um fascínio todo especial sôbre aquêles que procuram a Verdade.

Outros associavam à vida contemplativa uma vida de ação das mais dinâmicas: seus temperamentos místicos não os impe­diam de serem ótimos administradores, eficientes organizadores,

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decididos reformadores. São Gregório, o Magno, bem merece o título pois, ex-prefeito de Roma que se fizera monge, teve um pontificado dos mais fecundos ao mesmo tempo no plano espi­ritual e temporal, e isto apesar de enfermo durante tôda a vida. Também Santo Ambrósio, governador da Ligúria eleito bispo de Milão por aclamação popular aos 34 anos, foi um verdadeiro pai para o seu povo, mas permanecia intransigente diante do poder leigo corrompido do seu tempo. São Bernardo, asceta, contem­plativo e reformador da vida monástica, era também um homem "engajado", grande pregador que sabia falar ao povo e aconse­lhar papas e reis.

Quase todos viveram durante os primeiros séculos do cristia­nismo. Dos cinco que surgiram mais tarde, merece uma palavra São Francisco de Sales, por ser o "nosso" Doutor, o Doutor dos leigos ... Dizia êle: "Mais do que um êrro, é uma heresia querer afastar a vida devota dos quartéis, das lojas dos artesões, do lar da gente casada. Onde quer que estejamos, podemos deve­mos aspirar à vida perfeita". E a vida perfeita, segundo São Francisco de Sales, "é simplesmente querer fazer a vontade de Deus, e, ainda, fazê-la com alegria".

Santa Teresa - Assim também pensava essa mulher "singula­(1515 - 1583) ríssima e grandíssima", como diz Paulo VI, que

encarava a vida espiritual com muita simplici­dade, apesar de ter sido uma das almas místicas mais profundas e vigorosas que a Igreja conheceu. Sua vida foi a síntese mais com­pleta de duas tendências que costumamos erradamente considerar incompatíveis: a ação e a contemplação.

As misérias do corpo doente não afetavam absolutamente o seu ânimo: percorria a Espanha de cima abaixo, fundando e vi­sitando suas casas religiosas. Para conseguir o seu objetivo, a reforma do Carmelo, foi obrigada a enfrentar os mais ferrenhos e inesperados opositores - desde as condições atmosféricas até bispos e cardeais. Qualquer viagem, naquele tempo, era uma epopéia, mas dificuldades materiais nada representavam para ela: as suas preocupações eram de outra ordem. Numa época em que o lugar das mulheres era dentro de casa - ou entre as quatro paredes de um convento - era considerada "irrequieta, desobe­diente e teimosa" por várias autoridades eclesiásticas, mas isso não a impressionava, e sem o menor complexo defendia o seu ponto de vista, amparada interiormente pelo Espírito Santo.

Sua descomunal atividade não a impedia de, noite a dentro, escrever tratados de vida espiritual destinados a ensinar os ca­minhos da contemplação àqueles que procuram unir-se a Deus pela oração. "Escritora genialíssima e fecunda ... , possuiu a arte de expor os segredos da oração em grau tão elevado que se elas-

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sificou entre os maiores mestres da vida espiritual". (Paulo VI -Homilia da Proclamação) .

Precisando agir como raras vêzes mulheres o conseguiram, no entanto aspirava a uma só coisa: ficar a sós com o seu Senhor. J esus teve pena dela e concedeu-lhe a graça de acompanhá-la na própria ação: falava-lhe a todo momento. Assim é que ela entrava em êxtase quando menos esperava, encontrando-se mais de uma vez em situações embaraçosas, num tempo em que era comum a acusação de bruxaria. Mas tão evidente era a sua sin­ceridade que não foram os seus êxtases e sim os seus livros que lhe causaram dificuldades com a Inquisição. Nem isso chegou a abalar êsse temperamento sereno e forte, e quando se conven­ceu de que não recuperaria o seu livro, resolveu simplesmente escrever outro ...

Ao lado de todos os seus dons temporais e espirituais, o que mais impressiona na personalidade de Santa Teresa é a sua hu­manidade, o seu bom senso - qualquer excesso, numa época em que o fervor religioso provocava exageros de todos os tipos, era por ela severamente reprovado. Melhor do que ninguém, soube viver e ensinar a viver com os dois pés na terra e a alma no céu.

Santa Catarina - Enquanto o equilíbrio é um traço marcante do (1347 - 1380) caráter de Santa Teresa, Santa Catarina pare-

ce situar-se num mundo diferente, onde impe­ra a "loucura do Evangelho". Teresa ingressou no convento, por decisão própria mas sem muita convicção, aos vinte anos -Catarina, aos dezenove, jejuava e orava sem cessar em sua própria casa e aos vinte e três contraía as suas "bodas místicas", com Nosso Senhor. Essa contemplativa por excelência também sen­tiu-se chamada a uma missão inusitada para uma mulher: a da reforma da própria Igreja, através da reforma dos seus membros.

Vivendo em época na qual predominavam ódios e rivalidades entre pessoas, famílias, cidades, na qual grande parte do clero secular e regular participava da devassidão generalizada, sentiu que não bastava rezar: era preciso falar, e bem alto: "Oh, chega de ficar calado ... escrevia ela a um prelado - vejo que de tanto silêncio o mundo está corrompido, a lgrej a empalidecida ... " Por meio de suas Cartas, admoestava a uns e outros, exortava; exigia dos religiosos fidelidade à sua vocação, dos leigos que praticassem as virtudes cristãs cumprindo os deveres do próprio estado, "ani­mados por uma caridade ardente para com Deus e para com o próximo". Grande era o seu amor pela Igreja e seu zêlo pelo trono de Pedro - o seu maior feito foi ter conseguido persuadir o Papa Gregório XI a deixar Avinhão e voltar para Roma.

Nada a demovia do seu propósito: o fogo que nela ardia era o do próprio Espírito. Senão, como explicar a ascendência exer-

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cida sôbre pessoas maduras e cultas por uma môça tão nova? Morreu com 33 anos apenas. . . A sua sabedoria foi uma carisma do Espírito Santo para a renovação da Igreja, a ser conseguida, escrevia ela, "com orações humildes e contínuas, com o suor e as lágrimas dos servos de Deus" (Diálogos).

Doutoras para os nossos dias - V árias circunstâncias separam essas mulheres, parecidas na

vocação: uma era filha de fidalgos espanhóis, a outra era a 23.a criança na família de um abastado tintureiro italiano; uma era carmelita, a outra dominicana; uma trabalhou pela Igreja aqui na terra 48 anos, a outra pouco mais de 10; uma viveu em pleno Renascimento, a outra no fim da Idade Média. No entanto, une­-as, além do caráter, da generosidade, do amor a Deus, algo que por si só poderia explicar o fato de o Papa ter resolvido confe­rir-lhes o título de "Doutoras": as duas viveram em épocas par­ticularmente conturbadas, em que o relaxamento dos costumes era conseqüência da perturbação dos espíritos. Ambas têm muito a ensinar-nos, neste século em que impera o materialismo ... Sua mensagem "chega até nós, filhos do nosso tempo, numa época em que se vão perdendo não só o hábito de colóquio com Deus, mas também o sentido da necessidade e do dever de O adorar e invocar" (Homilia da Proclamação de Santa Teresa).

O gesto de Paulo VI também encerra outro significado: visa reabilitar na Igreja a mulher, desacreditada durante séculos em virtude da advertência de São Paulo: "Calem-se as mulheres nas assembléias, pois que não lhes é permitido falar" ... (I Cor. 14, 34). Afirma o Santo Padre que "a mulher, ao ser recebida na Igreja pelo batismo, participa do sacerdócio comum dos fiéis, que a ha­bilita e obriga a professar diante dos homens a fé recebida de Deus por meio da Igreja. (L.G.-11) E nesta profissão de fé muitas mulheres chegaram aos cumes mais elevados, até serem com a sua palavra e os seus escritos luz e guia para os seus irmãos. Luz alimentada todos os dias no contato íntimo com Deus, também nas formas mais nobres da oração mística, para a qual São Francisco de Sales não hesita em dizer que possuem uma especial capacidade. Luz que se tornou vida de maneira sublime, para o bem e o serviço dos homens".

É objetivo do Papa ainda sublinhar o papel da mulher no mundo de hoje, pois lembra a seguir que "o II Concílio do Va­ticano quis reconhecer a elevada colaboração com a graça divina que as mulheres são chamadas a dar para a instauração do Reino de Deus na terra, e, ao exaltar a grandeza da sua missão, não duvida em convidá-las igualmente a cooperarem 'para que a hu­manidade não decaia', 'para reconciliar os homens com a vida', 'para salvar a paz no mundo' (Mensagem às Mulheres)."

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Apontando-nos o exemplo da vida e santidade de duas mu­lheres fora do comum, quis sem dúvida Paulo VI lembrar-nos que o nosso tempo necessita de gente fora do comum: "O que é louco, segundo o mundo, é o que Deus escolheu para confundir os sábios; o que é fraco, segundo o mundo, é o que Deus esco­lheu para confundir o que é forte. (I Cor. 1, 27)" Fracos somos mesmo, mas "tudo podemos nAquêle que nos dá fôrça" (Fil. 4, 13) e a "loucura do Evangelho" é a única que pode salvar o mundo.

O SACERDÓCIO MINISTERIAL E A JUSTIÇA NO MUNDO

Estão agora reunidos em Roma os representantes do Epis­copado mundial. Durante todo o mês irão dedicar-se ao estudo dêsses dois problemas - complexos, delicados e de suma impor­tância para o futuro da Igreja e do mundo.

Os delegados das diversas conferências episcopais levaram para Roma a súmula dos estudos realizados em seus países du­rante os meses que antecederam o Sínodo.

A Comissão Representativa da C.N.B.B. deu a conhecer em fins de agôsto a posição assumida, em nome da Igreja do Brasil, pelos 36 bispos que tiveram que se pronunciar em última ins­tância sôbre êsses assuntos. As resoluções tomadas são fruto de uma semana inteira de reflexão na base dos pareceres envia­dos pelos Regionais (1) - pareceres êsses resultantes de estudos baseados, por sua vez, em consultas feitas junto a todo o clero.

Em relação ao Sacerdócio Ministerial, os bispos brasileiros estão de acôrdo para afirmar o valor do celibato sacerdotal e desejam "a sua manutenção na Igreja como forma expressiva de consagração a Deus e serviço aos homens". Quanto à questã0 da ordenação de homens casados, não conseguiram a mesma una­nimidade: enquanto 8 bispos votaram para que "se mantenha a atual disciplina que proíbe a ordenação de homens casados" e 2 se abstiveram de opinar, a Comissão, por 26 votos, manifes­tou-se a favor de que "se abra a possibilidade da ordenação pres­biterial de homens casados, dentro das necessidades pastorais, a critério das Conferências nacionais, com a respectiva aprovação da Santa Sé."

(1) Seções da C.N.B.B. que abrangem dioceses agrupadas segundo um cri­tério geográfico.

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Quanto ao tema "A Justiça no Mundo", resolveu a Comissão "pedir ao Sínodo uma palavra final, clara e empenhativa, válida para tôda a Igreja, sôbre os agudos problemas da justiça no mundo de hoje" e expressou "o desejo de que esta palavra pro­longue e reforce a mensagem altamente atual da <octogesima Adveniens' ".

A questão de uma Lei Fundamental para tôda a Igreja não é objeto de estudos mas os bispos deverão pronunciar-se sôbre a sua viabilidade. A posição do episcopado brasileiro a respeito é esta: a favor do princípio da mesma, desde que seja refor­mulado o atual projeto.

Diante da gravidade dos problemas em pauta e da reper­cussão que as decisões tomadas durante o Sínodo não podem deixar de ter, é muito difícil a tarefa dos "padres sinodais". Não será demais que todos os cristãos se unam a êles em oração, para que o Espírito Santo os assista, inspire e ilumine em seus tra­balhos. Nesse sentido, deveremos pôr uma intenção especial em nossas orações dêste mês de outubro, principalmente por ocasião da reunião de nossas equipes quando, ao unir-nos para pedir algo em nome de Cristo, teremos mais chances de sermos ouvidos, como ftle mesmo prometeu.

BEATIFICAÇÃO DO PE. KOLBE

Chegou ao fim, depois de 30 anos, o processo de Beatificação do Pe. Maximiliano Kolbe, franciscano austríaco que, a 14 de outubro de 1941, ofereceu a própria vida, no campo de concer~­tração de Auschwitz, para que fôsse salvo outro prêso, pai de cinco filhos. Será proclamado beato no dia 17 de outubro .

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ESPIRITUALIDADE

EQUIPISTAS NO SÉCULO 11?

Num trabalho intitulado "A minha espôsa" Tertulia­no, ve.lho autor cristão do fim do II Século, escreve esta bela e atualíssima página sôbre a vida conjugal:

"Como parar de celebrar a felicidade do matrimônio? . . . Que doce jugo para dois crentes unidos pela mesma esperança, a mesma fidelidade, a mesma maneira de viver, a mesma reli­gião! . . . Uma carne, mas também um espírito: êles rezam juntos, se ajoelham juntos, jejuam juntos.

:tl:les se instruem um ao outro, se exortam um ao outro, se apoiam um sôbre o outro.

Juntos são vistos na igreja, juntos vão comungar; na necessidade, como na adversidade, como nos dias felizes, êles estão juntos.

Roma - Catacumbas (Direitos reservados)

Não têm segrêdo um para o outro; Não fogem um do outro; e não são um fardo um para o outro.

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Visitam de bom grado os enfermos e ajudam os necessitados.

Não dão esmola a contragôsto; suas oferendas são levadas com alegria; dedicam-se tranquilamente à sua tarefa cotidiana.

O sinal da cruz não é feito às escondidas A ação de graças não é truncada, a oração é feita em alta voz.

1!:les cantam alternando os salmos e os hinos; rivalizam no louvor do Senhor.

Onde vê e ouve isto Cristo se regozija. Aqueles, 1!:le envia a sua paz.

E onde 1!:le está, não está o Maligno".

(Texto enviado pelo Pe. Melanson, Conselheiro espiritual do Setor de Campinas) .

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APOSTOLADO

NóS E OS NOIVOS

O problema, dez anos atrás, era convencer os vigários dos benefícios da preparação para o casamento . .. Hoje, essa preparação é OBRIGATóRIA na maioria das nossas dioceses. Isto decerto constitui motivo de júbilo para nós, mas redunda também numa grande preocupação: estamos nós, que contribuímos para lançar a idéia, em condições de atender AGORA à necessidade da Igreja? Multiplicaram-se os casais que dão o curso na mesma medida em que os cursos se multiplicaram? É uma interrogação angustiante, porque não se pode respondê-la pela afirmativa. Não há dúvida que muitos são os equipistas que se dedi­cam a êste aposto.lado, mas ainda são poucos demais, principalmente em São Paulo, onde, devido ao grande número de noivos à espera de um curso, a situação é de tamanha gravidade que resolvemos interrogar alguns dos equipistas que se especializaram nesse tra­balho.

C.M. - Vocês, Mariinha e Marino, que dão o curso na região Centro, como sentem o problema?

Mariinha e Marino - A região episcopal Centro está bem orga­nizada com relação aos cursos de noivos.

Quando vão tratar dos papéis do casamento, os noivos recebem um folheto no qual vêm relacionados os 107 cursos dados na

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reg1ao durante o ano. Há uma boa variedade de horários, pos­sibilitando aos noivos escolherem o dia e a hora que mais lhes convêm. Em duas ou três paróquias até, o curso é pràticamente permanente. Na Igreja de São Francisco de Assis, por exemplo, sede da Pastoral Nipo-Brasileira, há doze cursos: um por mês ... Mas essas honrosas exceções não nos devem iludir: só a metade das paróquias da região Centro têm cursos de noivos. E acre­ditamos que as outras regiões tenham problemas semelhantes, se não forem piores.

C.M. - A que vocês atribuem êsse fato de só metade das paró­quias terem cursos organizados?

Mariinha e Marino - Muito simples: à falta de casais para darem o curso. E não pensem que nas paróquias

que têm curso a situação seja sempre ideal: muitas reduziram o curso a 4 ou 5 aulas, por falta de quem desse as palestras, e sou­bemos de uma na qual o curso inteiro é dado por um só casal -imaginem, tôdas as palestras dadas por um mesmo casal: isto é um absurdo!

Maria Adélia e Rômulo - E nós soubemos de um curso que está sendo dado pelo vigário - não é um

absurdo maior ainda? Os noivos se queixam de que o padre fica é dando catecismo ...

Mariinha e Marino - Ainda há outro aspecto: devido à omissão dos equipistas, o nível dos cursos tem bai­

xado muito. Como não se casa mais sem curso, alguns vigários, porque têm que arranjar um curso a todo custo, na falta de equi­pistas ou mefecistas lançam mão de qualquer casal de boa von­tade. E nem sempre encontram: assim é que chegamos a êsses disparates apontados agora. Alguns requisitos básicos para o êxito dos cursos têm sido completamente ignorados. A começar pelo número de casais de noivos, que é sempre muito grande em qualquer paróquia e em qualquer curso - quando o ideal seria uma dúzia, na melhor das hipóteses temos de 25 a 30 casais.

Maria Adélia e Rômulo - Isto ainda é uma situação muito boa. E nas paróquias onde só conseguem

dar um curso ou dois no ano? Aí são 100 e até 200 casais de noivos!

Paula e Dagoberto - E o pior de tudo é que o curso é dado ao mesmo tempo a universitários e em­

pregadas domésticas - o casal que faz a palestra tem que esco­lher pelo maior número - ou as empregadas não entendem "patavina" e acabam dormindo, ou os universitários acham o curso infantil . . . Tudo por falta de expositores em número su­ficiente.

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C.M. - Num meio como o das Equipes, onde os casais têm tanto a dar, por que será que não há mais colaboração, que

tão poucos se candidatam espontâneamente?

Maria Adélia e Rômulo - Bem, talvez a maioria simplesmente não se tenha dado conta da urgência

do problema. Também muitos pensam que é preciso um dom especial para dar o curso, o que não é verdade. É lógico que algumas qualidades são necessárias, mas em geral pelo menos um dos cônjuges as tem: um mínimo de comunicação com os jovens, um certo desembaraço. O principal no entanto é apenas a boa vontade - esta, todos têm! Com o desejo de acertar, a seriedade em preparar-se, qualquer um pode dar o curso. As aulas já vêm preparadas, é só ilustrá-las com os exemplos e as experiências tiradas da própria vida de casados.

Paula e Dagoberto - É isto mesmo. No comêço nós também pensávamos que não tínhamos jeito para

isto. Eu, Paula, era tímida e para mim foi um esfôrço muito grande. Gradativamente tudo foi se normalizando e, embora ain­da tenha falhas na minha apresentação, confesso que não esperava conseguir o que tenho feito!

C.M. - Há quanto tempo vocês dão o curso?

Paula e Dagoberto - Há mais ou menos 6 anos. Colaboramos em quatro paróquias, e freqüentemente

somos solicitados para substituir algum casal em outros lugares.

Maria Adélia e Rômulo - Isto de ter que substituir casais na última hora é que é "dureza" - a

gente já dá o curso há tanto tempo, em várias paróquias, algumas bem longe de casa; estamos ficando cansados e o nosso entusiasmo disso se ressente. Deveria haver mais casais para ajudar-nos e inclusive substituir-nos.

Paula e Dagoberto - É o nosso problema no momento: encon-trar um casal que queira dar a nossa

aula - que aliás é bem fácil, Psicologia masculina e feminina -para que possamos desligar-nos do trabalho com os noivos para poder dedicar-nos a um outro tipo de apostolado, junto a casais, onde sentimos que seremos mais úteis, justamente porque a ex­periência com os noivos nos preparou para êle. Há muito tempo fomos chamados e não pudemos aceitar porque ainda estamos esperando que alguém se habilite ...

C.M. - Há uma constante em tudo o que vocês têm dito, uma reclamação bem definida: poucos casais, e, muitos noivos

esperando por um curso, um curso bom... São muito poucos para atender a tantos, em tantos lugares ...

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Maria Adélia e Rômulo - Aí é que está: se fôssemos mais nu-merosos, poderíamos fazer uma orga­

nização mais racional, que permitisse a cada casal preocupar-se apenas com a sua paróquia, ou as da sua região, em vez de ter que atuar também em paróquias distantes. Mesmo assim, por algum tempo teremos que nos sacrificar para levar o curso lá onde não há quem o possa dar. Mas seria preciso que os párocos resolvessem convocar os seus casais, para que pudéssemos trans­mitir-lhes a nossa experiência, treinando grupos locais que depois atuariam êles mesmos juntos aos noivos.

C.M. - Se não apelam para os seus paroquianos, não será porque têm mais confiança nos casais que pertencem aos movi­

mentos familiares, que já estão preparados, não só pela vivência como também pelo estudo?

Mariinha - É bem possível. Para dizer a verdade, não posso entender o que está acontecendo com os nossos casais,

que ainda não se apresentaram para chamar a si um pouco do grande serviço que a obrigatoriedade de os noivos fazerem o curso acarretou para os casais cristãos... Acredito que 2/3 dos equi­pistas de São Paulo nunca deram sequer uma palestra - calculo pela região Centro, que abrange um território onde residem muitos equipistas. Mesmo que não se ache suficientemente jovem ou que já esteja super-ocupado em outros campos - o que afinal não acontece com todos - é preciso que cada casal de equipe assuma pelo menos uma palestra - até que se formem grupos mais jovens e mais disponíveis, que, por sua vez, irão formando outros. É hora de todos responderem PRESENTE.

Maria Adélia e Rômulo- É um apêlo URGENTE êste que es-tamos fazendo. E dirigido a todos,

isto é, a cada um de vocês em particular. Venham! Inscrevam-se no Secretariado. Estamos dispostos a ajudá-los, a dar-lhes tôda a orientação que acharem necessária. E vocês verão como não é nada difícil e como não toma tempo como vocês imaginam!

C.M. - Bem, só podemos desejar que êsse apêlo de vocês seja ouvido e que todos os equipistas se convençam da sua

responsabilidade em ajudar agora os noivos, casais de amanhã, a estar preparados para receberem as alegrias e enfrentarem as dificuldades de uma vida a dois com espírito cristão.

Paula e Dagoberto - Antes de finalizar, gostaríamos de frisar alguma coisa muito importante: os bene­

fícios que nós mesmos adquirimos nesse trabalho. . . Ao lado de estarmos ajudando os outros por amor a Deus, também estamos nos ajudando a nós mesmos, quando lembramos quantas coisas estamos aconselhando, ensinando e que muitas vêzes não estamos

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mais pondo em prática, coisas tão importantes para o aperfeiçoa­mento da nossa própria vida conjugal. . . Depois de cada palestra, é como se fizéssemos um exame de ·consciência sôbre nosso re­lacionamento e nosso aperfeiçoamento .

Em São Paulo, telefonem para:

Magda e Felício (V. Mariana)

Maria Adélia e Rômulo (Pinheiros)

Mariinha e Marinônio (Sta . Cecilia)

Natalina e Gassen <V. Clementino)

Nivia e Antonio (Sumaré)

Paula e Dagoberto (Perdizes)

Rosa e Corbisier (Moema)

-, 70-7400

80-5406

52-0789

71-8258

62-0334

51-6770

71-8515

Vocês, que trabalham na preparação para o casamento em outras cidades, enviem-nos seus testemunhos!

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VIDA DE EQUIPE

RENOV~ANDO UM COMPROMISSO

Em outubro do ano passado, a Carta Mensal pu­blicou o convite da Equipe n.0 40 de São Paulo para a cerimônia do seu compromisso.

Foi uma cerimônia linda, comovente, como raras vêzes tivemos oportunidade de presenciar.

No aniversário dêsse compromisso, eis o texto que recebemos:

Em breve, a 40 poderá festejar o primeiro aniversário do seu compromisso. Isto é, de seu compromisso oficial com o Mo­vimento - porque, comprometidos uns com os outros, dentro da Equipe, já o estávamos há muito tempo.

Nosso compromisso real é aquêle em que empenhamos nossas palavras, cada membro da Equipe perante todos os demais, em reconhecimento do desejo de cumprir integralmente nossa voca­ção de cristãos casados.

Nosso compromisso primordial ergue-se diante dos irmãos de Equipe:

- somos, cada um, o fiador dos atos dos outros -atos que testemunham das palavras -das palavras que formulam ideais -ideais colocados muito alto, mas nem por isso inatingíveis­ideais que, pelo auxílio mútuo, pouco a pouco se vão

tornando realidades -realidades tanto mais valiosas quanto mais nos custaram

concretizar -tanto mais ricas quanto mais parcelas encerram de cada

um dos membros da 40.

Porque ser fiel à palavra empenhada é virtude que precisa de vigilância contínua e de calor humano - apoio e compreen­são - da caridade fraterna que brota espontânea onde quer que esteja a presença viva de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Poderemos, no próximo dia 25 de outubro, festejar nosso pri­meiro aniversário de compromisso oficial com o Movimento: re­lembrar a Missa festiva, a Comunhão comovente, as palavras animadoras (e infelizmente também de despedida) do nosso de­dicado Assistente.

Sim, festejaremos- mas sabendo sempre que somos fiadores e testemunhas recíprocos no grande compromisso, vivo e diário, de finalidade a Cristo, Aquele que é o único que tem as palavras da Vida Eterna.

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O MOVIMENTO NO MUNDO

AS EQU IPES DA ITÁLIA

Surge a Carta Mensal Italiana

Há muito que os equipistas da Itália queriam publicar uma Carta Mensal sua além da tradução da Carta Internacional. Con­seguiram realizar o seu desejo e recebemos os primeiros números da nova publicação, chamada "Equipe ITALIA - Noticiário das E.N.S. Italianas".

~sse boletim, nascido da reflexão e do trabalho em comum dos Responsáveis de Setor italianos, vem responder a uma ne­cessidade de troca de experiências evidenciada num inquérito sôbre a Carta ·Mensal realizado entre os equipistas italianos. Com dois objetivos, a informação e a troca de experiências, o "Equipe ITALIA" visa não só estreitar os laços entre os equipistas italia­nos, como também trazer um enriquecimento para o conjunto do Movimento: o "Equipe ITALIA" quer ser um complemento da Carta Mensal internacional. Aplaudimos a iniciativa, da qual já aproveitamos muita coisa, como vocês vão ver.

Troca de experiências

Abre-se a primeira seção, "Experiências das Equipes", com uma série de perguntas inteligentes sôbre a co-participação, fi­nalizando com uma advertência e um apêlo que transcrevemos

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com destaque no fim dêste comentário, por considerarmos que vem a calhar para nós.

O n.0 2 do "Equipe ITALIA" começa com uma reclamação: "as contribuições recebidas foram muito poucas e totalmente in­suficientes para formar um artigo" e renova o apêlo para que se envie material. Isto tem para nós algo de muito, muito con­solador ... Seríamos nós meio italianos, ou seriam êles meio bra­sileiros?

Quem não tem cão caça com gato e nossos amigos italianos trataram de preencher a seção "Experiências" lançando mão de uma reflexão sôbre a meditação diária e de uma carta enviada pelo Setor de Roma aos seus equipistas.

Informações

Enquanto o primeiro número traz um apanhado da situação do Movimento no mundo desde 1959 - resumo de uma palestra feita por um casal do então Centro Diretor durante a Peregri­nação - no segundo vem o histórico das Equipes na Itália, que resumimos a seguir para vocês:

As E.N.S. nasceram na Itália entre 1959 e 1960, simultânea­mente em Roma e Turim, de maneira totalmente independente. Enquanto em Roma surgiu a primeira equipe em conseqüência da Peregrinação de 1959, em Turim um grupo de casais, depois de várias experiências, comunicou-se diretamente com o Secre­tariado em Paris a fim de conhecer os métodos do Movimento.

Entusiasmados com a procura comunitária de Deus, com essa reunião "em nome de Cristo", com o longo tempo dedicado à oração, os equipistas italianos não tardaram em conquistar novos adeptos. Graças à transferência de alguns casais para outras cidades, o Movimento foi levado a V arese em 1964, a Gênova em 1966, a Siena em 1967. Com o aumento do número de equi­pes, foram fundados os primeiros Setores, em Roma e Turim, vindo êste último a desdobrar-se em dois, pois já contava com 24 equipes. Mais tarde, formaram-se os Setores de Varese e Gê­nova. :Jl:sses quatro Setores agrupam ainda outras cidades, num total de 90 equipes.

Os Responsáveis de Setor reunem-se duas vêzes por ano, em Gênova - por motivos "geográficos". De 1966 para cá, reali­zaram-se na Itália cinco Sessões de formação, duas das quais internacionais (Varese e Assis).

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Outras Seções

Numa seção intitulada "Retornaram à Casa do Pai", são lembrados um Conselheiro espiritual e um equ~pista romanos. Sôbre o segundo, foram reunidos, sob o título "Um justo cami­nhou entre nós", testemunhos impressionantes de sua mulher e de seus companheiros de equipe, bem como de outros equipistas e Conselheiros espirituais que o conheceram.

Termina o boletim n.0 2 com uns "Avisos". O primeiro diz respeito à presença em Turim, no dia 3 de abril, do Pe. Caffarel em pessoa, para uma conferência e posterior encontro com as Equipes de Setor; o segundo, a um encontro de quatro dias or­ganizado pelo Grupo "Família" da organização "Pro Civitate Christiana" sôbre o assunto "Família para os Outros", durante o qual um casal das Equipes daria a sua contribuição ao con­fronto de experiências comunitárias intitulado "Famílias em Co­munidade".

"A utilidade da troca de expenencias será proporcional ao empenho de todos nós. Cada um deve sentir que o testemunho de uma ex­periência comunicada aos outros poderá dar aquela pequena contribuição que ajuda a re­solver uma situação ou que impele a dar um passo à frente."

("Equipe ITALIA", n9 1)

Enderêço do Secretariado italiano: EQUIPES NOTRE-DAME- Segreteria per l'Italia Corso Cosenza, 39 - 10137 TORINO

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NOTTCIAS DOS SETORES

BAURU- CARTA RECEBIDA DE PORTUGAL EM RESPOSTA A MISSIVA DIRIGIDA AS EQUIPES DO PôR TO POR TODOS

OS EQUIPISTAS DE BAURU

Caríssimos amigos das Equipes de Bauru:

Recebemos pelo casal Pinho a vossa terna mensagem de ami­zade verdadeira foi como a sentimos. Se é fácil ser amigo de alguém que se conhece é difícil mas é válido sê-lo de quem não se conhece. É o que acontece comnosco, que não nos conhece­mos, mas estamos bem unidos pelo mesmo amor humano que é vivido na realidade existencial do nosso "ser casados" e "ser Pais" e, unidos pelo mesmo grande amor ao Senhor do amor. É t:le o centro do nosso viver, tanto de vocês como de nós e porque assim o sentimos e porque estamos todos voltados para t:le, que nos une, daí sermos todos grandes amigos.

Temos pena de os Pinho estarem tão pouco tempo entre nós, de estarmos em tempo de férias e muitos casais terem saído e de já terem terminado até setembro as atividades das E.N.S. Assim êles não puderam contactar seriamente com o movimento, nem assistir a nenhuma reunião.

A vossa "Mensagem" ficará comnosco sim, e em outubro na primeira grande reunião das nossas oitenta Equipes do Pôrto, será lida e mostrada a todos os casais.

Que o movimento das E.N.S. seja no Brasil e no Bauru um sinal do amor de Deus ao mundo, sinal de alegria de paz e de esperança que possui quem encontrou o Senhor. Receba cada um de vocês, um grande e bem apertado abraço que em nome dos casais da nossa região do Pôrto vos endereçamos.

De nós, para todos também, a maior amizade, obrigado pela vossa lembrança, dos vossos,

Sofia e C ar los

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LONDRINA - VISITA AO ARCEBISPO

Vários casais das equipes 1, 2 e 3, e o Padre Aloísio Favaro, encontraram-se com o Arcebispo Dom Geraldo Fernandes na Cúria Episcopal, no último dia 17.

O objetivo dêsse encontro resumiu-se em:

1.0 - Visita de Cortesia - Os casais procuraram nesta visita

expor ao Sr. Arcebispo as atividades, o funcionamento positivo, bem como a expansão das E.N.S. em Londrina. Dom Geraldo frisou que conhecia de longo tempo êste movimento, por inter­médio de um seu compadre, o atual Professor Dr. Orlando de Oliveira Mello.

2.0 - Discurso do Papa - Foi entregue a Dom Geraldo uma

brochura contendo o Discurso do Papa, proferido em maio de 1970 perante dois mil casais das E.N.S. de todo o mundo. tste Discurso foi distribuído às equipes de todo o mundo para que os casais equipistas o tivessem por Tema de Estudos, para uma maior espiritualidade conjugal.

Nosso Digníssimo Arcebispo Dom Geraldo, com tôda aquela simpatia e simplicidade que lhe é peculiar, deixou-nos bastante à vontade.

Do bate-papo que transcorreu por mais de uma hora, ficou demonstrado que êste movimento das E.N.S. é um movimento de casais, cujas regras visam o encontro de casal com Cristo, no dia a dia do lar, do trabalho e da sociedade. As palavras de Dom Geraldo foram bem claras e precisas quando nos disse: "A equipe funcionando no lar, já é um grande trabalho. Façam o trabalho, mas não o façam sem a oração. O trabalho sem ora­ção é o mesmo que subir numa árvore e serrá-la após ter subido".

Dom Geraldo, que já conhecia pois, a mística das Equipes, demonstrou sentir satisfação em saber que existem em Londrina casais dispostos a se encontrarem, e se empenharem nos traba­lhos apostólicos. Colocou-se à nossa disposição e aprovou o nosso desejo de expansão e apostolado.

~ste encontro veio dar maior incentivo a prosseguirmos na busca de casais que almejam uma vida a dois, verdadeiramente autêntica, feliz e cristã.

CAXIAS- NOTíCIAS DO SETOR

Afora as reuniões normais que temos realizado durante o mês de maio, através das quais temos procurado analisar o an­damento do movimento, temos programado o retiro espiritual, e as primeiras medidas tendentes a dinamizar as atividades do mo-

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vimento, e o que é mais importante, promover a umao e o con­graçamento de todos os equipistas, tal qual uma única família.

Tivemos também a realização de um encontro com todos os Conselheiros Espirituais do Movimento. Foi um encontro de real e efetivo proveito. Inspirados e agraciados com a presença do Espírito Santo, travamos um diálogo e trocamos testemunhos que são de inestimável valor para a vida do movimento e vieram comprovar que não é por acaso, mas sim por obra de Deus que nos encontramos no Movimento, pois é dando que recebemos.

Dêste encontro, efetivamente, graças à participação de nossos Conselheiros Espirituais, resultaram novas luzes e um estímulo todo nôvo às atividades dos componentes do setor.

PETRóPOLIS - MUTIRÃOZINHO

Verdadeiramente surpreendente foi essa experiência que ti­vemos com a realização do "Mutirãozinho" em Petrópolis, na mesma ocasião em que se realizou o 1.0 Mutirão desta cidade serrana.

Realizado no Colégio Santa Catarina, da Associação Congre­gação de Santa Catarina - aqui fica a nossa gratidão às Irmãs -êsse encontro de filhos de equipistas de Nossa Senhora alcançou pleno êxito, mesmo em se tratando de uma experiência. Ali es­tiveram quarenta crianças entre 4 a 12 anos, que já eram por­tadoras do "vírus" da vida equipista transmitido por seus pais.

Tudo correu de maneira muito parecida com o Mutirão, cujo roteiro vocês conhecem, só que os temas e a recreação, como é óbvio, foram próprios para crianças. Assim é que tivemos fu­tebol, cinema, balas e muita paciência. Ao anoitecer de domin­go voltaram para os seus lares. Apesar dos dias chuvosos, con­seguimos dar boa conta do recado.

Os pontos culminantes da experiência foram a missa e os grupos de trabalho, onde as crianças impressionaram principal­mente por seu comportamento e responsabilidade.

Terminamos êsses dois dias de trabalho e alegria; houve o encontro das crianças com seus pais no Convento Madre Regina, local onde se realizou o mutirão. ~sse encontro emocionou a todos, porque, de certa maneira representava também o encontro das crianças com a vida em equipes de seus pais, isto é, também êles agora participam ativamente dessa vida, e não ouvem falar, apenas . . .

Tudo isso nos levou a promover, uma semana depois, uma reunião na qual fizemos uma revisão do trabalho executado, quando chegamos à conclusão de que, com êsse "Mutirãozinho" assumimos, perante as nossas crianças, uma grave responsabili-

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dade, qual seja a de continuarmos nesse caminho com elas, para não decepcioná-las. Assim é que vamos levar a efeito em agôsto, outubro e dezembro dêste ano, novas reuniões com essas crian­ças, a fim de prosseguirmos e consolidarmos êsse ideal.

Por enquanto, com relação ao 1.0 Mutirãozinho, sentimos uma grande tranquilidade, graças a Deus e ao dever cumprido!

JAú- ORAÇÃO POR UM EQUIPISTA ENFERMO

Diante de nossos olhos passa neste momento a história da Equipe 2.

Há quase quinze anos surgiu em Jaú, pilotada por Ignez e Orozimbo e assistida pelo Cônego Pedro.

Os nossos filhos eram pequenos, alguns bebês ainda . . . Vie­ram outros para aumentar a nossa felicidade. . . Depois um dêles partiu para o céu e como foi triste para todos nós êste dia ... Alguns perderam pais e irmãos e choramos juntos ...

As nossas crianças cresceram, adoeceram, recuperaram a saú­de, estudaram, formaram-se, casaram-se, tiveram filhos e funda­ram novos lares.

Vieram trabalhos sôbre nossas vidas, mil problemas, mas também muita alegria, passeios, festas, maravilhosas e inesque­cíveis férias na praia, retiros, recolhimentos todos juntos e ami­gos. Juntos nas alegrias e juntos nas dôres.

A vida foi passando e mudando. Mas algo ficou imutável, a grande união entre nós, o nosso Encontro em Deus.

Hoje, então, estamos unidos mais fortemente ainda, em tôrno do nosso Cristo de sempre, do Cristo que encontramos há quase quinze anos atrás, pedindo a 1tle por Edward.

- É com lágrimas nos olhos que acompanhamos o seu so­frimento. . . O calvário de Stella e Edward também é nosso.

E aquela afirmação de Cristo que temos ouvido seguidamente desde o tempo distante de nossa entrada na Equipe de Nossa Senhora nos vem à mente a todo instante. "Quando dois ou mais estiverem reunidos em meu nome eu estarei no meio dêles".

E nós estamos reunidos em seu Nome, ouvi a nossa prece. A prece da Família reunida da Equipe 2, a prece que ele­

vamos aos céus por intenção de Edward e Stella, a prece dorida, mas confiante e insistente. (1)

Ouvi-nos Senhor!

(1) Edward agora já se encontra fora de perigo. Os que acompanharam a sua doença não têm dúvida que no seu caso "a mão de Deus operou maravilhas". Tantas foram as súplicas e orações que o Senhor dig­nou-se ouvi-las. A todos os que rezaram - Stella por várias vêzes apelou para todos os Setores - os agradecimentos do casal e do Setor.

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SANTOS - VARIAS NOTíCIAS

Retiros - O 1.0 retiro dêste ano foi um sucesso. Magní­fica a organização, o entusiasmo e a dedicação da Equipe n.0 2, traduzindo-se na obtenção de 29 inscrições e no efetivo compa­recimento de vinte e três casais. O Padre Pedro Lopes deixou em todos os retirantes uma encantadora impressão de um cris­tianismo alegre e realizador: o serviço aos semelhantes. Dêsse retiro já se formou um grupo de casais e, em breve, teremos uma nova equipe.

Missa Mensal - Cada vez mais concorridas as S. Missas mensais, graças a Deus, colaborando para que tenhamos um ver­dadeiro clima de Movimento, de Igreja, de comunidade como "gente que se conhece, se estima, se ajuda, que reza junto e, junto, ajuda aos outros".

Romaria ao Monte Serrat - Foi uma deliciosa tarde. Tivemos a grata presença de D. David, Cônego Lúcio Floro e, para nossa grande alegria, vinte e três casais equipistas, segundo o bem elaborado relatório do casal responsável da Equipe 8, que não mediu esforços, fazendo convites e, quando necessário, reno­vando-os pessoalmente. Foi um grande trabalho de fraternidade. A S. Missa celebrada a seguir foi muito bem participada por todos os presentes. A Senhora do Monte Serrat ficou mais perto de nós e abençoou de maneira especial a todos os que compare­ceram, e, por seu intermédio, também aquêles que não puderam estar conosco naquela tarde.

Guarujá - A pedido do Cônego Domênico Rangoni fomos a Guarujá para falar sôbre o Movimento das E. N. Senhora a um grupo de casais e, agora, já mais regularmente lá têm estado o Cônego Lúcio e o encarregado de novas equipes. O grupo é ótimo e parece estar gostando da experiência. Que Deus os ajude e que daí venha a nascer uma nova equipe.

Centro de Formação para o Apostolado - Já foi iniciado o trabalho de formação do quadro social do "CEFAS", vi­sando a preparação para o apostolado mais eficiente. Através do "CEF AS" teremos, também, a nossa Casa de Retiros, sanan­do-se uma deficiência sempre sentida. Estamos anexando fichas de inscrição, certos de que não faltarão colaboradores espontâneos para uma obra tão útil.

GARÇA- CURSOS PARA NOIVOS E NAMORADOS

Neste mês de julho tivemos a realização de dois cursos: o de noivos e o de namorados, êste pela primeira vez realizado em nossa cidade. Como sempre acontece em relação aos trabalhos

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que oferecemos a Deus as graças foram abundantes e os resul­tados, acreditamos, não poderiam ser melhores.

No curso de noivos, foram setenta e um os participantes, sendo trinta e dois casais. Pelo expressivo número de partici­pantes - aliás o maior em todos os cursos até aqui realizados -pode se fazer uma idéia do interêsse que o curso vem despertan­do, naturalmente em face do desejo dos noivos em iniciar bem suas vidas de casados. Acreditamos que daqui por diante tere­mos de realizar mais de dois cursos por ano ; e o faremos, com a graça de Deus.

O curso para namorados foi uma experiência agradabilíssi­ma. Por ser a primeira vez que foi realizado e ainda assim já contando com elevado número de participantes (trinta e dois casais), despertou tanto interêsse ao ponto de, se houvesse sido possível, promover, logo em seguida, outro curso. Mas, a Equipe de dirigentes achou que não seria conveniente a realização de outro logo assim em seguida, não só porque ela havia se can­sado muito mas também porque era necessária uma revisão do roteiro, aproveitando-se as observações, as críticas, as sugestões verificadas durante e após o curso. Não há dúvidas que os pró­ximos serão melhores, e afirmamos isso em decorrência do que pudemos ouvir e sentir na reunião de revisão. Preparemo-nos! ...

Ainda em razão do interêsse despertado pelos dois cursos acima mencionados, sentiram os Equipistas que o nosso movi­mento precisava de uma melhor estrutura de base para se con­solidar e poder enfeixar tôda essa série de cursos e promoções que estão sendo idealizadas (curso de batismo, de noivos, de namorados, de casados etc.). Para tanto houve uma assembléia de todos os Equipistas de Garça, no Salão Paroquial, quando foi eleito um casal para coordenar uma diretoria que supervisione tôdas as Equipes.

GUANABARA- O PRIMEIRO BOLETIM DO SETOR B

Recebemos o primeiro boletim do Setor B da Guanabara. Tra­ta-se de informativo bem impresso, com apresentação muito agra­dável.

Começa com um sugestivo convite para um dia de estudos, citando palavras do Côn. Caffarel: "Hora de parar para pensar. Aprender primeiro a nadar, para depois, lançar-se ao mar para salvar náufragos. Por vêzes tem-se a tendência de acreditar que basta amor, que o amor é a caridade cristã. Não! Não ha­verá verdadeira assembléia cristã senão quando escutamos o Cristo presente. Amem-se para unir-se e unam-se para ouvi-Lo". Salienta o boletim que como no ano passado, um grupo de casais equipistas ficará encarregado das crianças, proporcionando-lhes

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uma parte recreativa como cinema, pescaria, corrida de saco, dança das cadeiras etc., a fim de que os pais possam tranqui­lamente participar do Dia de Estudos. No fim do artigo há ficha destacável para inscrição no dia de estudos.

Segue o resumo de uma palestra ouvida na Sessão de for­mação em São José dos Campos sôbre o assunto: A Mística é a fôrça motriz que nos impulsiona; é a aceitação que nos faz sair do nosso instalado, para agirmos.

Constitui a parte principal do boletim comovente testemunho de um casal cujo marido precisou submeter-se a delicada inter­venção cirúrgica. Relatando tôdas as peripécias por que passou e como a mão de Deus em tôdas elas o amparou, ressalta êsse casal o poder da fé e o valor da oração. Depois de um agrade­cimento aos companheiros, fazem a seguinte recomedação: "Não hesitem em pedir orações. Confiem, e fiquem certos de que serão atendidos".

O boletim termina com notícias do movimento na Guana­bara. Assim ficamos sabendo que o Setor A tem três equipes novas em pilotagem.

CAMPANHA CôN. CAFFAREL

Arrecadação até 31 de agôsto de 1971 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Cr$ 21.863,60

Despesas diversas (passagens, planejamento, correspondência, carnês e demais impressos) Cr$ 6.146,30

SALDO Cr$ 15.717,30

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ENCONTRO EM GUARATINGUETA

No dia 15 de agôsto, realizou-se em Guaratinguetá, o IV EN­CONTRO DE EQUIPES DE NOSSA SENHORA DO VALE DO PARAíBA E MOGI DAS CRUZES.

Um sucesso. Estiveram presentes 40 casais de Guaratinguetá, São José dos Campos, Mogi das Cruzes, J acareí, Pindamonhan­gaba, Taubaté e São Paulo.

Frei Hugo Baggio, de Petrópolis, falou sôbre o amor con­jugal, abordando, num "crescendo", os seus vários aspectos : Contato humano, Matrimônio no seu aspecto natural, Matrimônio no seu aspecto sacramental, Espiritualidade matrimonial, Comunidade de amor.

A Coordenação de Guaratinguetá, sob a "batuta" de Regina e Eduardo, estêve "impecável": tudo foi programado com cari­nho, inclusive um "senhor almôço", com quibe e tudo mais.

A Região São Paulo/E, como de costume, está de parabéns . . .

MAIS DUAS EQUIPES EM MOGI

As duas equipes que se estão iniciando em Mogi elevam a 5 o número de equipes daquela cidade. Uma delas não precisou providenciar um Conselheiro espiritual, pois um dos maridos é diácono. . . ~ste é sem dúvida um caso ainda sem precedentes, que no entanto poderá, com o tempo, repetir-se. Auguramos aos dois novos grupos um "bom início" e que se entrosem bem no Movimento.

SESSAO DE FORMAÇAO DE 19 GRAU EM ITAICI

A Região S.P./ F realizará nos dias 12, 13, 14 e 15 de no­vembro, uma Sessão de Formação de 1.0 Grau, em Itaici.

CURSO DE BíBLIA

O Setor "D" de São Paulo está organizando um Curso Bíblico abordando o tema: "Dificuldades na leitura da Bíblia". O curso, ministrado pelo Pe. Aloísio Krohling, no Seminário do Espírito Santo, à Rua do Verbo Divino, 993- tel.: 61-4000 - , será iniciado no dia 16 de outubro, das 15 às 17 hs. Os interessados poderão colhêr maiores informações com Maria Helena e Rodrigo, Rua Indiana, 472 - Brooklin - tel.: 61-4469.

DEUS CHAMOU A SI

Com grande pesar recebemos comunicação do falecimento de Regina, da Equipe n.0 3, N. Sra. de Fátima, de Guararapes. Pe­dimos as orações de todos para o seu espôso, Alberto Arbex, e dois filhinhos.

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UM ENDER~ÇO PARA SEUS FILHOS ESTUDANTES NA FRANÇA

Muitos pais se preocupam quando os filhos vão estudar fora do país: - qual o ambiente em que irão viver, não sentirão muita solidão em terra estranha?

No ano passado, conseguimos arranjar, por intermédio de um casal que pertenceu às Equipes enquanto morou no Brasil, uma família católica que recebeu em sua casa uma estudante brasi­leira, mediante pequena pensão. A filha dos nossos companhei­ros de equipe foi recebida com muito carinho, gostou muito da sua "família francesa" e os pais aqui estavam tranquilos.

Dada a freqüência com a qual êsses casos se apresentam, pensamos em comunicar a todos vocês um enderêço ao qual po­derão recorrer diretamente.

Trata-se da "Communauté Catholique Latino-Américaine de Paris", cujo animador é o Pe. Edouard Gueydan - Padre Eduar­do, como êle mesmo gosta de se identificar. Assessorado por uma equipe de voluntários, o Pe. Eduardo tornou a "Communauté" um centro onde os estudantes latino-americanos encontram aquê­le calor humano tão necessário em terra estranha, mormente durante os longos meses de inverno, quando a saudade se torna mais forte, por falta, talvez, daquele sol, que em latitudes mais amenas, esquenta por si só o coração da gente.

Além de proporcionarem êsse ambiente acolhedor, os res­ponsáveis pela Comunidade desdobram-se para solucionar as di­ficuldades encontradas pelos recém-chegados - providenciar, por exemplo, uma família que lhes queira ceder um quarto, pô-los em contato com estudantes do seu país ou que tenham os mesmos interêsses etc.

O centro conta com uma biblioteca, organiza encontros, cír­culos de estudos, favorece o contato com vários movimentos e a participação em reuniões de caráter familiar, profissional, ecumênico etc. A Comunidade tem uma missa no primeiro do­mingo de cada mês, confissão em português e espanhol todos os sábados à tarde, mantém equipes de vida espiritual e promove recolhimentos.

O enderêço da Comunidade é: "La Communauté Catholique Latlno-Américaine de Paris" 42, rue de Grenelle

PARIS, 7eme Métros: "Rue du Bac" e "Sevres Babylone" Telefones: 548. 87 . 71 e 548. 02. 67

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organizados pelo setor de Campinas

1 a 2 de outubro - Pe. João Antônio Busch

12 a 14 de novembro - Pe. Mário Zuchetto

Inscrições com o casal Stella e Carlos Valverde Rodrigues, rua Dr. José Ferreira de Camargo, 364 - Tel.: 9-5307 - CAM­PINAS (SP).

organizados pela Região São Paulo

8 a 10 de outubro, em Barueri Pe. João Edênio do Vale

22 a 24 de outubro, em Barueri (sem filhos) Pe. Antônio Aquino

5 a 7 de novembro, em Valinhos Pe. Mário Zuchetto e equipe

19 a 21 de novembro, em Valinhos Frei Marcos Mendes de Faria

26 a 28 de novembro, em Barueri

3 a 5 de dezembro, em Valinhos

Inscrições na Secretaria: Tel. : 80-4850.

organizados pelo setor de Santos

5 a 7 de novembro, em Barueri

Informações com o casal Dacília e Raul Rocha do Amaral, rua Castro Alves, 14- SANTOS (SP) - Tel.: 4-1325.

organizados pelo setor de São José dos Campos

19 a 21 de novembro, em S. José dos Campos

Informações com o casal Ma. Antonieta e Luiz Gonzaga Rios, rua H-19-A, n.0 101 - C.T.A. - S. JOSÉ DOS CAMPOS (SP) -Tel.: 3212 - r / 398.

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ORAÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO

TEXTO DE MEDITAÇAO (Luc. 12; 16-21)

"Havia um homem rico cujos campos produziam muito. E êle reiletia consigo: Que farei? Porque não tenho onde recolher os meus frutos. Disse então êle: Farei o seguinte: derrubarei os meus celeiros e construirei maiores; nêles recolherei tôda a minha colheita e os meus bens. E direi à minha alma: ó minha alma, tens muitos bens em depósito para muitíssimos anos; des­cansa, come, bebe e regala-te. Deus, porém, lhe disse: Insen­sato! nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma. E as coisas que ajuntaste, de quem serão? Assim acontece ao homem que entesoura para si mesmo e não é rico para Deus".

ORAÇAO LITúRGICA (SI. 48)

Povos da terra! Homens do mundo inteiro, ouvi o que vou dizer! Todos, grandes e pequenos, ricos e pobres. Quero comunicar-vos a sabedoria que eu descobri nas minhas reflexões. Tenho procurado sempre a verdade, e aqui está o que encontrei.

Por que haveria de inquietar-me no tempo da privação, quando sentir de perto a maldade dos meus opressores? ~sses que confiam no seu grande capital, que se gloriam na quantidade imensa das suas riquezas.

Comprar a vida, ninguém compra, ninguém poderá pagar a Deus o preço exigido, para viver sempre e escapar da morte. É alto demais êsse preço, nunca poderão cobri-lo! Morrer, todos morrem, o sábio e o louco, vão todos juntos, deixando para outros os seus bens. O cemitério será para sempre a sua residência, só ficam seus nomes nas placas das ruas.

Acontece que no meio da sua riqueza os homens não pensam em nada disto! São como gado que engorda para o corte!

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EQUIPES NOTRE DAME 49 Rue de la Glaciêre

Paris Xlll

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - ZP 5 - Tel. : 80-4850

04530 - São Paulo, SP