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Na abordagem sobre sexualidade com crianças e adolescentes no
contexto escolar os docentes devem investir no seu enriquecimento
instrumental buscando a compreensão e da internalização dos
conceitos e conteúdos contextualizando a afetividade e a sexualidade
a como integrantes dos direitos humanos
É preciso que exista coerência entre os posicionamentos ideológicos e as praticas pedagógicas para inspirar credibilidade e permitir a criação de vínculos entre professores e alunos. Nesta web de hoje vamos elencar três tópicos importantes:
Conteúdos
Marcos legais
Estratégias
A importância dos direitos sexuais
As discussões entre especialistas geraram novo conhecimento sobre a
importância dos direitos sexuais para que se possa usufruir o mais alto
padrão atingível de saúde física e mental, e a inter-relação entre os
direitos sexuais e os direitos ao desenvolvimento, liberdade, igualdade
e dignidade para que mulheres, homens e jovens em todos os lugares
tenham controle de seus próprios corpos e, portanto, de seus destinos.
UMA PEQUENA REVISÃO SOBRE OS DIREITOS SEXUAIS:
Os conceitos sobre direitos a saúde sexual e reprodutiva representam
uma conquista histórica, produto da luta pela cidadania e direitos
humanos e foram desenvolvidos recentemente. Consiste na defesa das
premissas dos direitos humanos, bem-estar social e igualdade de
gênero para as questões da saúde e dos direitos sexuais e
reprodutivos.
Direitos Sexuais: São direitos a uma vida sexual com prazer e livre de
descriminação.
Os Direitos Sexuais, foram extraídos dos documentos elaborados
por vários países, incluindo o Brasil, durante a Conferência
Internacional sobre População e Desenvolvimento, que ocorreu na
cidade do Cairo - Egito no ano de 1994, e também através da 4ª
Conferência Mundial sobre a Mulher, que ocorreu na cidade de
Beijing - China no ano de 1995.
Marcos legais
O marco histórico das políticas de saúde sexual e reprodutiva no Brasil
teve seu ínicio em 1983, com a conquista das organizações feministas
e a elaboração do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher
(PAISM) que já trazia a perspectiva da integralidade pela ampliação da
atenção a saúde feminina e dos cuidados materno-infantis, já incluindo
a educação em saúde como mobilizador da construção da autonomia
da mulher em relação ao seu corpo e a sua sexualidade.
Identificação
Importante ressaltar que, para realizar abordagens sobre a sexualidade
com crianças e adolescentes o educador deve fazer uma auto
avaliação e reconhecer se seus limites e preconceitos pessoais
podem impedir a internalização dos conceitos e conteúdos,
comprometendo a credibilidade e naturalidade da abordagem.
Perguntas importantes para o educador:
• Existe coerência entre os meus posicionamentos ideológicos e os conceitos e conteúdos relacionados ao temas?
• Meus preconceitos pessoais podem ser um obstáculo as praticas pedagógicas ?
• Me sinto confortável abordando estes temas?
Direitos sexuais
O educador precisa compreender que os direitos sexuais são direitos
humanos universais baseados na liberdade, dignidade e igualdade
inerentes a todos os seres humanos, reconhecida como um aspecto
positivo da vida.
Uma oficina com a abordagem dos Direitos Humanos seu histórico e
conceito pode ser uma ótima ferramenta para iniciar o tema direitos
sexuais e reprodutivos
Como os profissionais da atenção básica e os educadores podem trabalhar o
tema sexualidade com crianças e adolescentes no contexto escolar?
Através da dinamização da escuta, mais do que falar, ao abordar o
tema o educador deve criar estratégias para fazer circular a palavra
entre os alunos, com Atividades em Grupos e Rodas de Conversa.
Escute as crianças e os adolescentes, colha dados e informações
antes de iniciar a abordagem.
Como os profissionais da atenção básica e os educadores podem trabalhar o
tema sexualidade com crianças e adolescentes no contexto escolar?
Através de Rodas de Conversa é possível colher as dúvidas e
demandas para a construção de uma programação de atividades
sobre o tema;
A abordagem da sexualidade deve-se iniciar com referências
afetivas, trazendo os conceitos de amizade, afeto, amor
relacionados aos sonhos e aos projetos de vida.
Estratégias
O educador deve buscar compreender as diferenças e as semelhanças
entre os direitos sexuais e os direitos reprodutivos .
Uma estratégia bastante dinâmica e lúdica para abordar o tema é a
realização de um seminário ou uma feira de ciências sobre o tema
"sexualidade" mobilizando o interesse dos jovens para o aprendizado
do tema.
Educação para o exercício da sexualidade
Importante ampliar a discussão em sala de aula para além dos
conteúdos biológicos pois tem sido um equivoco comum abordar a
saúde sexual e reprodutiva apenas nos seus aspectos de planejamento
familiar, pré-natal e prevenção das DST/Aids.
A sexualidade deve ser abordada em seus aspectos sociais e
afetivos, evitando a patologização do tema.
Educação para o exercício da sexualidade
É preciso criar um espaço para abordar as questões sexuais,
ampliando a compreensão do conceito de atividade sexual seus
significados e implicações acolhendo as dúvidas a respeito das
práticas sexuais.
Lembrando sempre que as atividades sexuais englobam desde os
primeiros jogos sexuais ate a primeira experiência sexual com
outra pessoa.
A educação para a sexualidade
Ao abordar o tema sexualidade com crianças na faixa etária de 4 a 9
anos, deve-se criar estratégias de protagonismo de forma a estimular a
compreensão da afetividade e da sexualidade de forma franca e
natural, utilizando linguagem cientifica de forma afetuosa e lúdica.
O educador pode utilizar musicas, vídeos e jogos para estimular as
crianças e adolescentes a falar o que pensam, fazer “listas” de
perguntas, utilizando a estratégia de perguntas por escrito para evitar
constrangimentos, inclusive fazendo um “banco” de perguntas
incluindo perguntas de todas as turmas
A educação para a sexualidade
Segundo alguns educadores algumas crianças manifestam na escola
uma sexualidade “aflorada” e uma erotização precoce, muitas
vezes como resultante de uma realidade domestica carente e pouco
afetuosa, e muitas vezes em situações de promiscuidade.
Ao educador as vezes cabe inclusive a “descoberta” dos abusos
sexuais sofridos por crianças. Nestas situações se faz necessários
trazer o tema inserido em outros conteúdos, de forma transversal,
buscando ampliar o conceito de sexualidade para além das praticas
sexuais.
A educação para a sexualidade
Com adolescentes deve-se buscar a ampliação da percepção sobre a
sexualidade em seus aspectos biopsicossociais favorecendo a
compreensão dos direitos sexuais e reprodutivos como direitos
inerentes ao ser humano desconstruindo os paradigmas sobre
desigualdade e os estigmas sobre gênero, orientação e identidade
sexual.
Para a favorecer a compreensão da diversidade sexual humana para
crianças e adolescentes e preciso estimular a compreensão das
relações entre as pessoas, a diversidade de costumes, de línguas, de
culturas, de raças e a diversidade de vivências como todos os
elementos que compõem a sexualidade humana, considerando os
desejos, afetos e comportamentos
UMA ESTRATÉGIA IMPORTANTE:
REALIZAR UM SEMINÁRIO SOBRE A DIVERSIDADE SEXUAL AO LONGO DA
HISTORIA
Para reduzir o Bullying e as brincadeiras preconceituosas pode-se
organizar um debate entre varias turmas sobre a diversidade
sexual, estimulando a compreensão da variedade e a pluralidade
das vivências, práticas, desejos, afetos, identidades e atitudes
CADA GRUPO SOCIAL POSSUI SINGULARIDADES NA SUA
ORGANIZAÇÃO E NOS SEUS ELEMENTOS E MANIFESTAÇÕES
CULTURAIS
TROCANDO PRECONCEITO POR CONCEITOS
Abordando a orientação sexual
Em diversas culturas e países ao longo da historia da humanidade o
amor ou afeição entre pessoas do mesmo sexo, assumiu diversas
formas e diferentes configurações sociais
A educação para a sexualidade
Vale ressaltar que a heterossexualidade foi durante muito tempo
inquestionavelmente entendida como natural aos seres humanos e a
toda a fauna do planeta. Esta compreensão equivoca da sexualidade
apenas na sua dimensão reprodutiva é limitada, que não considera o
caráter cultural, afetivo e lúdico da sexualidade condenando as
manifestação de afeto, desejo ou carinho homoeróticos
A educação para a sexualidade
A homossexualidade foi retirada da classificação das enfermidades
pela Organização Mundial de Saúde, já que em diversas culturas e
países ao longo da historia da humanidade o amor ou afeição entre
pessoas do mesmo sexo, assumiu diversas formas e diferentes
configurações sociais, devendo sempre prevalecer o respeito á
liberdade e á dignidade humana.
A educação para a sexualidade
O Conselho Federal de Psicologia em consonância com a diretrizes da
OMS considera que a forma como cada um vive a sua sexualidade faz
parte da identidade do sujeito e deve ser compreendido na sua
totalidade, não constituindo a homossexualidade, bissexualidade
ou transexualidade doença, distúrbio ou perversão e que o psicólogo
pode e deve contribuir com o seu conhecimento para o esclarecimento
sobre as questões da sexualidade, permitindo a superação de
preconceitos e discriminações.
DIVERSIDADE SEXUAL AO LONGO DA HISTORIA
Importante sinalizar aos jovens que os papéis sexuais estão
relacionados a padrões culturais, de acordo com a época, local e
comportamentos e condutas esperadas do indivíduo, conforme seu
gênero. Os papéis de gênero persistem nos estereótipos perpetuados
na educação que propiciam crises de identidade e conflitos.
Identidade de gênero
• Identidade de gênero, seria a condição biológica, mas a experiência
sociopsicológica é que vai favorecer a construção dessa identidade.
Identidade sexual
• Identidade sexual o sentimento e convicção interna de ser homem ou
mulher. “A formação da identidade de gênero é um processo complexo
que incorpora elementos conscientes e inconscientes associados ao
sexo biológico e qualidades estabelecidas pela sociedade como
adequadas à condição do masculino ou do feminino” (Baleeiro,
Siqueira, Cavalcante & Souza, 1999, p. 70).
Orientação sexual
• Orientação sexual é o direcionamento do desejo sexual, que pode
ter como objeto pessoas do mesmo sexo (homossexualidade), do
outro sexo (heterossexualidade) ou de ambos os sexos
(bissexualidade).
A educação para a sexualidade
“Uma educação libertadora deve favorecer a capacidade de o jovem
cuidar da sua saúde e bem-estar sexual, deve problematizar situações
referentes à sexualidade, promovendo uma discussão sobre atitudes,
crenças e preconceitos e ajudando-o a encontrar soluções, transmitindo
de forma clara e objetiva conteúdos que atendam as demandas dos
jovens e sobretudo encorajá-los a buscar o serviço e referenciá-lo
quando necessário.” Santos Barros, Monalisa. Saúde sexual e
reprodutiva, Brasília Conselho Federal de Psicologia Ano 2002.
Referências
• S. Corrêa e M. B. Ávila, “Direitos sexuais e reprodutivos: pauta
global e percursos brasileiros”, in E. Berquó (org)., Sexo e vida:
panorama da saúde reprodutiva no Brasil. Campinas: Editora da
Unicamp, 2003. 19 J.
• F. N. Formiga Filho, “Políticas de saúde reprodutiva no Brasil: uma
análise do PAISM”, in Galvão e Díaz, op. cit., 1999
• Direitos sexuais e reprodutivos na adolescência: interações ONU-
Brasil
• http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/.pdf
• http://www.adolescencia.org.br/adolescencia/interna
A convergência não é consenso,
mas, seguramente faz todas as
diferenças canalizadas para um fim
comum que pode ser definido como
“dignidade humana”.
Gey Espinheira,
“O valor intrínseco e o valor de
troca”, 2008