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Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho PROCESSO Nº TST-AIRR-248400-43.2009.5.02.0203 Firmado por assinatura eletrônica em 26/11/2014 pelo Sistema de Informações Judiciárias do Tribunal Superior do Trabalho, nos termos da Lei nº 11.419/2006. A C Ó R D Ã O 3ª Turma GMAAB/val/ct/er AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. INDEFERIMENTO DE PERGUNTAS À TESTEMUNHA. CERCEIO DO DIREITO DE DEFESA INOCORRENTE. Relativamente ao indeferimento de perguntas, o Tribunal Regional entendeu que as empresas deveriam ter formulado seus questionamentos à testemunha quando lhe foi entregue a palavra, já não podendo apresentar novas questões depois de ter encerrado sua inquirição, hipótese em que ocorre a preclusão. Concluiu que, em face do afirmado pelas testemunhas da empresa, no sentido de que o empregado possuía crachá de acesso e que este emite relatório de horário, já havia prova consistente a respeito da jornada de trabalho. Quanto ao requerimento de expedição de ofício à Receita Federal, o Tribunal Regional assinalou que a declaração de renda de empresas do autor em nada influencia a procedência ou improcedência dos pedidos. Não se constata ofensa direta ao artigo 5º, II, LIV e LV, da Constituição Federal, porque a matéria foi dirimida com fundamento em normas processuais infraconstitucionais relativas à direção do processo e ao indeferimento de provas e diligências inúteis ao andamento do feito. Também não se constata violação dos artigos 62, 765 e 832 da CLT; 128, 130, 418, 460, do CPC e 7º, X, da Lei 8906/94, haja vista que reconhecido i) a mera preclusão em razão de as perguntas terem sido propostas pelas empresas após estas já terem encerrado suas inquirições e passado a palavra para a parte contrária e ii) a declaração de renda de empresas do autor em nada influenciaria na procedência ou improcedência dos pedidos. Note-se que as empresas não indicam, v.g., se essas Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1000CD3A8E2F1B0C9A.

Nao Cabe Arbitragem Litigio Contrato

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Arbitragem

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  • Poder JudicirioJustia do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

    PROCESSO N TST-AIRR-248400-43.2009.5.02.0203

    Firmado por assinatura eletrnica em 26/11/2014 pelo Sistema de Informaes Judicirias do Tribunal Superior

    do Trabalho, nos termos da Lei n 11.419/2006.

    A C R D O

    3 Turma

    GMAAB/val/ct/er

    AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE

    REVISTA. INDEFERIMENTO DE PERGUNTAS

    TESTEMUNHA. CERCEIO DO DIREITO DE

    DEFESA INOCORRENTE. Relativamente ao

    indeferimento de perguntas, o Tribunal

    Regional entendeu que as empresas

    deveriam ter formulado seus

    questionamentos testemunha quando lhe

    foi entregue a palavra, j no podendo

    apresentar novas questes depois de ter

    encerrado sua inquirio, hiptese em

    que ocorre a precluso. Concluiu que, em

    face do afirmado pelas testemunhas da

    empresa, no sentido de que o empregado

    possua crach de acesso e que este

    emite relatrio de horrio, j havia

    prova consistente a respeito da jornada

    de trabalho. Quanto ao requerimento de

    expedio de ofcio Receita Federal,

    o Tribunal Regional assinalou que a

    declarao de renda de empresas do autor

    em nada influencia a procedncia ou

    improcedncia dos pedidos. No se

    constata ofensa direta ao artigo 5, II,

    LIV e LV, da Constituio Federal,

    porque a matria foi dirimida com

    fundamento em normas processuais

    infraconstitucionais relativas

    direo do processo e ao indeferimento

    de provas e diligncias inteis ao

    andamento do feito. Tambm no se

    constata violao dos artigos 62, 765 e

    832 da CLT; 128, 130, 418, 460, do CPC

    e 7, X, da Lei 8906/94, haja vista que

    reconhecido i) a mera precluso em razo

    de as perguntas terem sido propostas

    pelas empresas aps estas j terem

    encerrado suas inquiries e passado a

    palavra para a parte contrria e ii) a

    declarao de renda de empresas do autor

    em nada influenciaria na procedncia ou

    improcedncia dos pedidos. Note-se que

    as empresas no indicam, v.g., se essas

    Este do

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    ser

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    do Trabalho, nos termos da Lei n 11.419/2006.

    inquiries decorrem de perguntas ou

    questes surgidas com as respostas s

    perguntas do autor e aps a oportunidade

    que tiveram de inquerir as testemunhas,

    nem em que aspecto a declarao de renda

    contribuiria para desvendar a real

    jornada de trabalho realizada pelo

    empregado. Portanto, nesse particular,

    no se constata na deciso regional nem

    se evidencia nas razes recursais a

    existncia de prejuzo, nos termos do

    artigo 794 da CLT, a induzir o

    reconhecimento da nulidade do julgado

    em face do alegado cerceio do direito de

    defesa.

    PROCEDIMENTO ARBITRAL.

    INAPLICABILIDADE AO PROCESSO

    INDIVIDUAL DO TRABALHO. A matria no

    comporta discusso no mbito desta

    Corte em face das reiteradas decises no

    sentido da inaplicabilidade da

    arbitragem nos dissdios individuais

    trabalhistas.

    DEPSITOS DO FGTS. PRESCRIO

    APLICVEL. O Tribunal Regional aplicou

    o entendimento contido na Smula 362

    desta Corte, segundo o qual

    trintenria a prescrio do direito de

    reclamar contra o no-recolhimento da

    contribuio para o FGTS, observado o

    prazo de 2 (dois) anos aps o trmino do

    contrato de trabalho. No h falar em

    contrariedade Smula 206 desta Corte,

    diante da aplicao da Smula 362 que

    trata especificamente da matria,

    abordando a interpretao das normas

    constitucionais aplicveis.

    Esclarea-se que, nos termos da deciso

    proferida pelo e. STF no ARE 709212/DF

    e do julgado por esta c. 3 Turma no

    processo RR-1378-73.2012.5.07.0026,

    Rel. Min. Maurcio Godinho Delgado,

    data do julgamento 19/11/2014, a nova

    compreenso da Corte Suprema acerca da

    prescrio quinquenal e da modulao

    definida naquela deciso somente

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    aplicvel s aes ajuizadas aps a data

    do julgamento do ARE 709212/DF. O

    recurso de revista no se viabiliza por

    divergncia jurisprudencial, nos

    termos do 4 do artigo 896 da CLT (Lei

    9756/98).

    MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. FALTA DE

    PAGAMENTO DA TOTALIDADE DAS VERBAS

    RESCISRIAS. PAGAMENTO EXTRA FOLHA. No

    caso concreto foram reconhecidos a

    existncia de pagamentos extra folha

    e a falta de pagamento da totalidade das

    verbas rescisrias. A Corte Regional

    entendeu que a conduta maliciosa das

    empresas no pode ser premiada.

    Evidenciado o descumprimento da

    obrigao trabalhista, prevalece a

    determinao de pagamento da multa

    quando reconhecida a conduta

    empresarial maliciosa, sob pena de se

    privilegiar o ato ilcito, at porque o

    prprio texto legal prev como nica

    hiptese excludente de pagamento da

    multa a comprovao de que o trabalhador

    deu causa mora, situao que no

    ocorreu no presente caso. Agravo de

    instrumento conhecido e desprovido.

    Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo

    de Instrumento em Recurso de Revista n

    TST-AIRR-248400-43.2009.5.02.0203, em que so Agravantes ANTILHAS

    EMBALAGENS EDITORA E GRFICA S.A. E OUTRO e Agravado JEZIEL CACHETTI

    PINATTI.

    Trata-se de agravo de instrumento interposto pelas

    empresas contra o r. despacho por meio do qual a Presidncia do Tribunal

    Regional do Trabalho negou seguimento ao recurso de revista.

    Sustentam que aludido despacho deve ser modificado

    para possibilitar o trnsito respectivo.

    Apresentadas contraminuta e contrarrazes.

    No h parecer do Ministrio Pblico do Trabalho.

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    o relatrio.

    V O T O

    1 - CONHECIMENTO

    O agravo de instrumento tempestivo, a representao

    processual regular e o preparo foi satisfeito. CONHEO.

    V O T O

    2 - MRITO

    2.1 INDEFERIMENTO DE PERGUNTAS TESTEMUNHA. CERCEIO

    DO DIREITO DE DEFESA INOCORRENTE.

    O Tribunal Regional assim decidiu:

    3.1. Da nulidade por cerceamento de defesa recurso das reclamadas.

    As rs entendem que a sentena deve ser declarada nula porque

    diversas perguntas foram indeferidas em audincia, que tinham o objetivo de

    demonstrar que o reclamante tinha conscincia do ato praticado perante o

    Tribunal Arbitral, bem como a liberdade quanto ao horrio de trabalho e o

    labor realizado de forma externa.

    Na ata de audincia constou:

    O procurador da reclamada pretende fazer outra pergunta visando buscar o esclarecimento testemunha. Indefiro o

    requerimento em homenagem a precluso consumativa, na

    medida em que a palavra j havia sido passada ao procurador do

    autor. Protestos.

    O procurador da reclamada requer a acareao do

    RECLAMANTE com as testemunhas.

    Indefiro o requerimento por falta de amparo legal.

    As reclamadas requerem a juntada de dois documentos,

    para contrapor o depoimento pessoal do autor.

    Indefiro o requerimento por no se tratarem de documentos

    novos.

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    O procurador das reclamadas requer expedio de ofcio

    Receita Federal, visando obter a declarao de renda das

    empresas do autor.

    Indefiro o requerimento por irrelevante ao deslinde do caso

    em concreto (fls. 138).

    De fato, a parte interessada deve formular seus questionamentos

    testemunha quando lhe for entregue a palavra, j no podendo

    apresentar novas questes depois de ter encerrado sua inquirio, por

    precluso, ressaltando-se que o princpio da primazia da realidade, invocado

    nas contrarrazes, no afasta os nus processuais aos quais a parte est

    sujeita.

    Ainda, o juzo de origem deixou consignado na ata que:

    A primeira testemunha ouvida, indicada pelas reclamadas, refere que o autor possua um crach de acesso s

    empresas. Esclarece que esse crach emitia um relatrio de

    horrio. J a segunda testemunha ouvida, tambm indicada pelas

    reclamadas informa que o crach utilizado para ingresso na

    empresa emite relatrio de horrio (fls. 139).

    Dessa forma, por j haver prova consistente a respeito da jornada,

    no h falar em cerceamento de defesa.

    Quanto acareao requerida pela r, trata-se de deciso do juzo de

    origem condizente com os demais elementos existentes nos autos e

    consistente com a faculdade legal estatuda no art. 418 do CPC.

    No tocante ao requerimento de expedio de ofcio Receita

    Federal, tambm no procede a pretenso, porquanto a declarao de

    renda de empresas do autor em nada influencia a procedncia ou

    improcedncia dos pedidos.

    Rejeito a preliminar. (Grifamos e destacamos)

    Ao responder os embargos de declarao, complementou:

    3. Do cerceamento de defesa acariao das testemunhas

    determinao de juntada de documentos

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    Alegam as reclamadas que na ata de audincia os procuradores

    buscaram o esclarecimento da testemunha e no houve pedido de apreciao

    de novas questes.

    Sem razo.

    No recurso as reclamadas alegaram nulidade da sentena porque

    diversas perguntas foram indeferidas em audincia, que tinham o objetivo de

    demonstrar que o reclamante tinha conscincia do ato praticado perante o

    Tribunal Arbitral, bem como a liberdade quanto ao horrio de trabalho e o

    labor realizado de forma externa.

    A questo foi expressamente abordada no acrdo no sentido de que a

    parte interessada deve formular seus questionamentos testemunha quando

    lhe for entregue a palavra, sendo que no presente caso, como visto s fls. 138,

    no momento em que o procurador da reclamada pretendia formular outras

    perguntas testemunha, a palavra j havia sido passada ao procurador do

    autor, operando-se a precluso.

    Da mesma forma, como expressamente consignado no acrdo, a

    rejeio do pedido de acareao do reclamante com as testemunhas, foi

    mantido por tratar-se de deciso do juzo de origem condizente com os

    demais elementos existentes nos autos e consistente com a faculdade legal

    estatuda no art. 418 do CPC.

    Tambm sem razo as reclamadas em sua insurgncia contra a

    determinao do juzo de origem, na audincia de fls. 139, para anexarem aos

    autos os relatrios de ingresso e sada do reclamante em dez dias, sob pena de

    confisso, isso porque nos termos do art. 130 do CPC, caber ao juiz, de

    ofcio ou a requerimento da parte, determinar as provas necessrias

    instruo do processo, indeferindo as diligncias inteis ou meramente

    protelatrias, alm disso, dispe o art. 765 da CLT que os Juzos e Tribunais

    do Trabalho tero ampla liberdade na direo do processo e velaro pelo

    andamento rpido das causas, podendo determinar qualquer diligncia

    necessria ao esclarecimento delas, constando ainda, de forma clara e

    expressa no acrdo que a testemunha ouvida por meio da carta precatria da

    1a Vara do Trabalho de Santana de Parnaba, confirmou as extenses de

    jornada e que havia controle de horrio por meio do crach de acesso, bem

    como que o reclamante no tinha autonomia no desenvolvimento de suas

    atribuies.

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    Em seus demais questionamentos as reclamadas fazem um

    comparativo do contedo de documentos presentes nos autos com os

    depoimentos colhidos em audincia, o que demonstra a evidente inteno das

    reclamadas na reanlise das provas o que no se permite por meio dos

    embargos de declarao.

    Rejeito.

    As empresas reclamadas alegam, em sntese, que o

    indeferimento de perguntas testemunha e de expedio de ofcio Receita

    Federal implicou o cerceio do direito de defesa.

    Relativamente s perguntas indeferidas afirmam que:

    1. a audincia de instruo ainda estava em curso

    e que alguns pontos do depoimento da testemunha

    mereciam esclarecimentos, tal como o crach de

    acesso ao estacionamento da empresa e se este

    constitui prova consistente a respeito do

    controle da jornada de trabalho;

    2. a questo do crach no foi ventilada na petio

    inicial, nem na rplica do autor defesa, de modo

    que no houve o contraditrio no aspecto;

    3. o no cumprimento da ordem judicial para juntar

    os relatrios de ingresso e sada do reclamante

    foi justificado em face de no haver lei que as

    obrigue a guardar documentos que tem como

    objetivo apenas a proteo do patrimnio

    empresarial, aludindo ao fato de que o contrato

    de trabalho se extinguiu em 2008, a presente

    reclamao trabalhista foi proposta em 2009 e a

    ordem de juntada dos relatrios ocorreu em 2011;

    4. a condenao ao pagamento de 14 horas dirias de

    trabalho decorre do descumprimento da ordem de

    apresentao dos controles de acesso, mas no se

    sabe (porque foi indeferida a pergunta no

    aspecto) se o empregado ia trabalhar de carro e

    se o seu veculo possua o dispositivo sem

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    parar, o qual tambm permite a emisso de

    relatrios; e

    5. se as empresas no tinham qualquer tipo de

    controle, em razo at de alegarem o exerccio

    de cargo de confiana pelo autor, no se poderia

    exigir preciso numrica das testemunhas e do

    preposto sobre o percentual de tempo em que o

    trabalho se realizava externamente.

    Sustentam que as perguntas formuladas eram

    pertinentes e poderiam ter ajudado na busca da verdade real.

    Quanto ao indeferimento de expedio de ofcio para

    a Receita Federal, alegam que:

    a) o empregado afirmou que laborava das 7h s 21

    horas, de segunda a sexta-feira, com intervalo

    de 30 minutos. E tal horrio, nos meses de

    setembro a dezembro de cada ano, acontecia tambm

    aos sbados, domingos e feriados;

    b) das 7 s 21 horas tem 14 horas de labor;

    c) se o autor, de acordo com alguns dos documentos

    existentes nos autos, morava em So Paulo, no

    Bairro do Butant, na Rua Fernando Augusto Santa

    Cruz Oliveira n 71, se esse trecho -

    Butant/Santana de Parnaba - fosse percorrido

    em uma hora e trinta minutos, ida e volta, na

    mdia, conforme informaes anexas do Google

    MAPS, acrescido a esse fato o notrio trnsito

    de So Paulo, restaria ao empregado,

    considerando o dia de 24 horas, apenas oito horas

    e trinta minutos para fazer as suas refeies;

    cuidar da sua higiene pessoal; cuidar da sua

    famlia, manter relacionamentos sociais;

    dormir, etc.;

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    d) as empresas provaram que o reclamante possua

    empresa aberta desde 30 de maio de 2.000, a qual

    somente foi encerrada em janeiro/2009;

    e) logo, no perodo de maio/2000 a janeiro/2009 o

    autor manteve empresa aberta concomitantemente

    ao seu contrato de trabalho; e

    f) assim, no era possvel ficar 14 horas

    disposio da empresa e encontrar tempo para

    tocar o seu prprio negcio e realizar todas as

    atividades acima referidas.

    Apontam violao dos artigos 5, II, LIV, LV, da

    Constituio Federal; 62, 765, 832, da CLT, 128, 130, 418, 460 do CPC

    e 7, X, da Lei 8906/94, contrariedade Smula 338, I, do TST e

    divergncia jurisprudencial.

    Relativamente ao indeferimento de perguntas, o

    Tribunal Regional entendeu que as empresas deveriam ter formulado seus

    questionamentos testemunha quando lhe foi entregue a palavra, j no

    podendo apresentar novas questes depois de ter encerrado sua inquirio,

    hiptese em que ocorre a precluso.

    Aduziu que o princpio da primazia da realidade,

    invocado nas contrarrazes, no afasta os nus processuais aos quais a

    parte est sujeita.

    Concluiu que, em face do afirmado pelas testemunhas

    da empresa, no sentido de que o empregado possua crach de acesso e que

    este emite relatrio de horrio, j havia prova consistente a respeito

    da jornada de trabalho.

    Quanto ao requerimento de expedio de ofcio

    Receita Federal, o Tribunal Regional assinalou que a declarao de renda

    de empresas do autor em nada influencia a procedncia ou improcedncia

    dos pedidos.

    No se constata ofensa direta ao artigo 5, II, LIV

    e LV, da Constituio Federal, porque a matria foi dirimida com

    fundamento em normas processuais infraconstitucionais relativas

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    do Trabalho, nos termos da Lei n 11.419/2006.

    direo do processo e ao indeferimento de provas e diligncias inteis

    ao andamento do feito.

    Tambm no se constata violao dos artigos 62, 765

    e 832 da CLT; 128, 130, 418 e 460, do CPC e 7, X, da Lei 8906/94, haja

    vista que reconhecido que i) a mera precluso em razo de as perguntas

    terem sido propostas pelas empresas aps estas j terem encerrado suas

    inquiries e passado a palavra para a parte contrria e ii) a declarao

    de renda de empresas do autor em nada influenciaria na procedncia ou

    improcedncia dos pedidos.

    Note-se que as empresas no indicam, v.g., se essas

    inquiries decorrem de perguntas ou questes surgidas com as respostas

    s perguntas do autor e aps a oportunidade que tiveram de inquerir as

    testemunhas, nem em que aspecto a declarao de renda contribuiria para

    desvendar a real jornada de trabalho realizada pelo empregado.

    Portanto, nesse particular, no se constata na deciso

    regional nem se evidenciam nas razes recursais a existncia de prejuzo,

    nos termos do artigo 794 da CLT, a induzir o reconhecimento da nulidade

    do julgado em face do alegado cerceio do direito de defesa.

    No se constata contrariedade ao item I da Smula 338

    desta Corte, tanto porque o alegado cerceio do direito de defesa no foi

    apreciado sob o enfoque da mencionada smula, como tambm o verbete trata

    de matria estranha nulidade alegada:

    JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. NUS DA PROVA

    (incorporadas as Orientaes Jurisprudenciais ns 234 e 306 da SBDI-1) -

    Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

    I - nus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados

    o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, 2, da CLT. A

    no-apresentao injustificada dos controles de freqncia gera presuno

    relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por

    prova em contrrio.

    (omissis).

    Este do

    cume

    nto

    pode

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    do Trabalho, nos termos da Lei n 11.419/2006.

    O aresto fl. 460 inservvel porque oriundo do mesmo

    Tribunal prolator da deciso recorrida (alnea a do artigo 896 da CLT

    Lei 9756/98).

    Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO no aspecto.

    2.2 PROCEDIMENTO ARBITRAL - INAPLICABILIDADE AO

    PROCESSO INDIVIDUAL DO TRABALHO

    O Tribunal Regional assim decidiu:

    4.3. Da nulidade do procedimento arbitral.

    A pretenso de extino do feito no comporta acolhimento, porquanto

    o Termo de Resciso Contratual de fls. 42 e o Termo de Deciso Arbitral de

    fls. 39 revelam que a reclamada se valeu de forma inapropriada da

    arbitragem para efetuar o pagamento das verbas rescisrias, fazendo constar

    a quitao plena quanto ao objeto do presente acordo (que so as verbas

    postuladas na exordial).

    Com efeito, o Juzo Arbitral no se aplica aos contratos individuais de

    trabalho, porque neles esto garantidos direitos indisponveis, no havendo

    falar que a ausncia de vcio de

    consentimento convalida o ato, no se enquadrando, portanto, na

    previso do artigo 1 da Lei n 9.307/96:

    As pessoas capazes de contratar podero valer-se da arbitragem para

    dirimir litgios relativos a direitos patrimoniais disponveis.

    Nesse mesmo sentido, a jurisprudncia macia deste E. TRT:

    ()

    Invivel, portanto, a perseguida extino do feito.

    Rejeita-se a arguio.

    E, ao responder os embargos de declarao,

    complementou:

    Este do

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    pode

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    5. Da nulidade do procedimento arbitral

    Alegam as reclamadas que a deciso que entende que o procedimento

    arbitral no adequado para dirimir litgios trabalhistas no unnime e para

    tanto, acosta deciso do C. TST favorvel sua tese.

    Sem razo.

    No houve omisso, contradio ou obscuridade na deciso atacada. A

    matria foi julgada de forma fundamentada, constando de forma clara e

    expressa no acrdo que o Juzo Arbitral no se aplica aos contratos

    individuais de trabalho, porque neles esto garantidos direitos indisponveis,

    no havendo falar que a ausncia de vcio de consentimento convalida o ato,

    no se enquadrando, portanto, na previso do artigo 1 da Lei n 9.307/96.

    Rejeito.

    As empresas reclamadas alegam, em sntese, a validade

    do procedimento arbitral.

    Sustentam que o empregado no foi coagido a procurar

    o Tribunal Arbitral, de modo que deve ser conferida eficcia confisso

    dada pelo autor de livre e espontnea vontade.

    Apontam violao do artigo 1 da Lei 9.307/96 e

    divergncia jurisprudencial.

    A matria no comporta discusso no mbito desta Corte

    em face das reiteradas decises no sentido da inaplicabilidade da

    arbitragem nos dissdios individuais trabalhistas.

    Nesse sentido, exemplificativamente, os seguintes

    precedentes:

    AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA -

    QUITAO - ARBITRAGEM - CMARA ARBITRAL - DISSDIO

    INDIVIDUAL - INVALIDADE. O Direito do Trabalho no cogita da

    quitao em carter irrevogvel em relao aos direitos do empregado,

    irrenunciveis ou de disponibilidade relativa, consoante imposto no art. 9 da

    CLT. Admitir tal hiptese importaria obstar ou impedir a aplicao das

    normas imperativas de proteo ao trabalhador. Nesse particularismo reside,

    portanto, a nota singular do Direito do Trabalho em face do Direito Civil. A

    transao firmada em Juzo Arbitral no opera efeitos jurdicos na esfera

    trabalhista, porque a transgresso de norma cogente importa a nulidade ipso

    Este do

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    do Trabalho, nos termos da Lei n 11.419/2006.

    jure, que se faz substituir automaticamente pela norma heternoma de

    natureza imperativa, visando tutela da parte economicamente mais

    debilitada, em um contexto obrigacional de desequilbrio de foras. Em sede

    de Direito do Trabalho, a transao tem pressuposto de validade na

    assistncia do sindicato, do Ministrio do Trabalho ou do prprio rgo

    jurisdicional, por expressa determinao legal, alm da necessidade de

    determinao das parcelas quitadas, nos exatos limites do art. 477, 1 e 2,

    da CLT. Agravo de instrumento desprovido.

    (AIRR-160800-39.2008.5.02.0002, Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira

    de Mello Filho, Data de Julgamento: 19/11/2014, 7 Turma, Data de

    Publicao: DEJT 21/11/2014)

    ARBITRAGEM. DISSDIOS INDIVIDUAIS TRABALHISTAS.

    INCOMPATIBILIDADE. Nos dissdios coletivos, os sindicatos

    representativos de determinada classe de trabalhadores buscam a tutela de

    interesses gerais e abstratos de uma categoria profissional, como melhores

    condies de trabalho e remunerao. Os direitos discutidos so, na maior

    parte das vezes, disponveis e passveis de negociao, a exemplo da reduo

    ou no da jornada de trabalho e do salrio. Nessa hiptese, como defende a

    grande maioria dos doutrinadores, a arbitragem vivel, pois empregados e

    empregadores tm respaldo igualitrio de seus sindicatos. No mbito da

    Justia do Trabalho, em que se pretende a tutela de interesses individuais e

    concretos de pessoas identificveis, como, por exemplo, o salrio e as frias,

    a arbitragem desaconselhvel, porque outro o contexto: neste caso,

    imperativa a observncia do princpio protetivo, fundamento do direito

    individual do trabalhador, que se justifica em face do desequilbrio existente

    nas relaes entre trabalhador - hipossuficiente - e empregador. Esse

    princpio, que ala patamar constitucional, busca, efetivamente, tratar os

    empregados de forma desigual para reduzir a desigualdade nas relaes

    trabalhistas, de modo a limitar a autonomia privada. Imperativa tambm a

    observncia do princpio da irrenunciabilidade, que nada mais do que o

    desdobramento do primeiro. So tratados neste caso os direitos do trabalho

    indisponveis previstos, quase sempre, em normas cogentes, que confirmam

    o princpio protetivo do trabalhador. Incompatvel, portanto, o instituto da

    arbitragem nos dissdios individuais trabalhistas. Recurso de revista

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    do Trabalho, nos termos da Lei n 11.419/2006.

    conhecido e provido. (RR- 175-07.2011.5.02.0073 , Relator Ministro: Jos

    Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 30/09/2014, 2 Turma, Data de

    Publicao: DEJT 10/10/2014)

    RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO SOB A GIDE DA

    LEI N. 11.496/2007. ARBITRAGEM EM DISSDIOS INDIVIDUAIS.

    INVALIDADE. QUITAO GERAL DO CONTRATO DE TRABALHO.

    A jurisprudncia desta Corte superior vem-se firmando no sentido de que

    invlida a utilizao de arbitragem, mtodo de heterocomposio, nos

    dissdios individuais trabalhistas. Tem-se consagrado, ainda, entendimento

    no sentido de que o acordo firmado perante o Juzo Arbitral no se reveste da

    eficcia de coisa julgada, nem acarreta a total e irrestrita quitao das

    parcelas oriundas do extinto contrato de emprego. Precedentes desta Corte

    superior. Recurso de embargos a que se nega provimento.

    (E-RR-217400-10.2007.5.02.0069, Relator Ministro: Lelio Bentes Corra,

    Data de Julgamento: 25/04/2013, Subseo I Especializada em Dissdios

    Individuais, Data de Publicao: DEJT 03/05/2013)

    Os arestos s fls. 450/453, alm de inservveis porque

    oriundos do mesmo Tribunal prolator da deciso recorrida e de Turma desta

    Corte (alnea a do artigo 896 da CLT Lei 9756/98), encontram bice

    no disposto na Smula 333 desta Corte.

    Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO no tema.

    2.3 DEPSITOS DO FGTS - PRESCRIO APLICVEL

    O Tribunal Regional assim decidiu:

    4.2. Da prescrio do FGTS.

    No mrito, no assiste razo ora recorrente. Isto porque comungo do

    entendimento exposado na smula 362 do TST, DJ 19.11.2003, o qual

    dever ser aplicado no presente caso, posto que tambm esto sendo

    reclamadas parcelas do FGTS nunca depositadas e

    diferenas sobre valores j quitados.

    Nada a modificar.

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    do Trabalho, nos termos da Lei n 11.419/2006.

    Ao responder os embargos de declarao, complementou:

    4. Da prescrio qinqenal do FGTS

    Est claro e expresso no acrdo a adoo do entendimento constante

    na Smula 362 do TST em relao ao FGTS.

    A deciso foi devidamente fundamentada, restando incabvel o

    questionamento das reclamadas.

    As empresas alegam, em sntese, a prescrio

    quinquenal relativa pretenso de recolhimento dos depsitos do FGTS.

    Apontam violao do artigo 7, III, XXIX, da

    Constituio Federal, contrariedade Smula 206 do TST e divergncia

    jurisprudencial.

    O Tribunal Regional aplicou o entendimento contido na

    Smula 362 desta Corte:

    362. FGTS. PRESCRIO (nova redao) - Res. 121/2003, DJ 19, 20

    e 21.11.2003

    trintenria a prescrio do direito de reclamar contra o

    no-recolhimento da contribuio para o FGTS, observado o prazo de 2

    (dois) anos aps o trmino do contrato de trabalho.

    No h falar em ofensa aos dispositivos

    constitucionais, nem em contrariedade Smula 206 desta Corte, diante

    da aplicao da Smula 362 desta Corte que trata especificamente da

    matria, abordando a interpretao das normas constitucionais

    aplicveis.

    Esclarea-se que, nos termos da deciso proferida pelo

    e. STF no ARE 709212/DF e no julgado por esta c. 3 Turma no processo

    RR-1378-73.2012.5.07.0026, Rel. Min. Maurcio Godinho Delgado, data do

    julgamento 19/11/2014, a nova compreenso da Corte Suprema acerca da

    prescrio quinquenal e da modulao definida naquela deciso somente

    aplicvel s aes ajuizadas aps a data do julgamento do ARE 709212/DF.

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    do Trabalho, nos termos da Lei n 11.419/2006.

    O recurso de revista no se viabiliza por divergncia

    jurisprudencial, nos termos do 4 do artigo 896 da CLT (Lei 9756/98).

    Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO no particular.

    2.4 MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT - FALTA DE PAGAMENTO

    DA TOTALIDADE DAS VERBAS RESCISRIAS - PAGAMENTO EXTRA FOLHA

    O Tribunal Regional assim decidiu:

    4.9. Da multa do art. 477 da CLT.

    A existncia de pagamentos extra folha no uma surpresa para as

    reclamadas, tanto que no a negaram e h documentao comprobatria nos

    autos.

    Dessa forma, a conduta maliciosa das rs em no pagar a totalidade das

    verbas rescisrias e a falta de comprovao de qualquer culpa do autor por tal

    omisso no podem ser premiadas.

    Correta a condenao.

    Ao responder os embargos de declarao, complementou:

    6. Do art. 477 da CLT

    Infundada a irresignao das reclamadas no sentido de que o

    dispositivo legal em questo fala em multa apenas na hiptese de parcelas

    no pagas dentro do prazo legal e constantes no termo de resciso ou recibo

    de quitao.

    Foi constatada a falta de pagamento da totalidade das verbas

    rescisrias, sendo perfeitamente aplicvel a multa do art. 477 da CLT,

    contando de forma clara e expressa no acrdo que a conduta maliciosa das

    rs no pode ser premiada.

    Rejeito.

    As empresas alegam que as multas dos 6 e 8 do

    artigo 477 da CLT somente so aplicveis nas hipteses de descumprimento

    do prazo que estipulam.

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    do Trabalho, nos termos da Lei n 11.419/2006.

    Sustentam que a condenao ao pagamento da multa

    implica violao dos artigos 5, II, da Constituio Federal e 477,

    6 e 8 da CLT.

    O acrdo regional registra que foi constatada a falta

    de pagamento da totalidade das verbas rescisrias.

    Entendeu que a conduta maliciosa das rs em no pagar

    a totalidade das verbas rescisrias e a falta de comprovao de qualquer

    culpa do autor por tal omisso no podem ser premiadas.

    Dispe o artigo 477 da CLT:

    Art. 477 - assegurado a todo empregado, no existindo prazo

    estipulado para a terminao do respectivo contrato, e quando no haja ele

    dado motivo para cessao das relaes de trabalho, o direto de haver do

    empregador uma indenizao, paga na base da maior remunerao que tenha

    percebido na mesma empresa.

    (...)

    4 - O pagamento a que fizer jus o empregado ser efetuado no ato

    da homologao da resciso do contrato de trabalho, em dinheiro ou em

    cheque visado, conforme acordem as partes, salvo se o empregado for

    analfabeto, quando o pagamento somente poder ser feito em dinheiro.

    6 - O pagamento das parcelas constantes do instrumento de

    resciso ou recibo de quitao dever ser efetuado nos seguintes prazos:

    (...)

    8 - A inobservncia do disposto no 6 deste artigo sujeitar o

    infrator multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento da

    multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu salrio,

    devidamente corrigido pelo ndice de variao do BTN, salvo quando,

    comprovadamente, o trabalhador der causa mora.

    Dessume-se, portanto, que a aplicao da multa de que

    cogita o artigo 477 da CLT tem pertinncia quando o empregador no cumpre

    o prazo ali estabelecido para a quitao das verbas rescisrias

    incontroversas.

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    do Trabalho, nos termos da Lei n 11.419/2006.

    No caso concreto foram reconhecidos a existncia de

    pagamentos extra folha e a falta de pagamento da totalidade das verbas

    rescisrias.

    A Corte Regional entendeu que a conduta maliciosa das

    empresas no pode ser premiada.

    Evidenciado o descumprimento da obrigao

    trabalhista, prevalece a determinao de pagamento da multa quando

    reconhecida a conduta empresarial maliciosa, sob pena de se privilegiar

    o ato ilcito, at porque o prprio texto legal prev como nica hiptese

    excludente de pagamento da multa a comprovao de que o trabalhador deu

    causa mora, situao que no ocorreu no presente caso.

    Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo de

    instrumento.

    ISTO POSTO

    ACORDAM os Ministros da Terceira Turma do Tribunal

    Superior do Trabalho, por unanimidade, conhecer e negar provimento ao

    agravo de instrumento.

    Braslia, 26 de novembro de 2014.

    Firmado por Assinatura Eletrnica (Lei n 11.419/2006)

    ALEXANDRE AGRA BELMONTE Ministro Relator

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