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HISTÓRIA Conheça o segundo Tribunal a se instalar no Brasil: Rio de Janeiro ENCONTRO Tribunal de Justiça do Pará sedia o 99º Encontro ARTIGO O presidente da AMB, João Ricardo, fala sobre o Sistema Judicial Brasileiro EDIÇÃO 2 ANO I JUNHO DE 2014 “NÃO HÁ DEMOCRACIA SEM JUÍZES INDEPENDENTES . NÃO HÁ JUÍZES INDEPENDENTES SEM UMA CARREIRA COM REMUNERAÇÃO CONDIGNA”

“NÃO HÁ DEMOCRACIA SEM JUÍZES - Início do... · to do Poder Judiciário no Brasil como o ... JUNHO DE 2014 tado pelos servidores do TJTO, ... presidentes dos tribunais de Justiça

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HISTÓRIAConheça o segundo Tribunal a seinstalar no Brasil: Rio de Janeiro

ENCONTROTribunal de Justiça do Pará

sedia o 99º Encontro

ARTIGOO presidente da AMB, João Ricardo,

fala sobre o Sistema Judicial Brasileiro

EDIÇÃO 2 ANO I JUNHO DE 2014

“NÃO HÁ DEMOCRACIA SEM

JUÍZES INDEPENDENTES.NÃO HÁ JUÍZES INDEPENDENTES

SEM UMA CARREIRA COM

REMUNERAÇÃO CONDIGNA”

Em 2016, Belém completa 400 anos. Fundada pelos portugueses às margens da baía do Guajará, a cidade fl oresceu, cresceu e virou metrópole, unindo o charme do passado à efervescência cultural do presente. Lugares históricos como a Cidade Velha, o Ver-o-Peso e o Theatro da Paz dividem as atenções dos visitantes com as modernidades da Estação das Docas, Mangal das Garças e o Ver-o-Rio. A Prefeitura trabalha para que Belém chegue ao quarto centenário ainda mais bonita, realizando diversas melhorias na cidade. Para o orgulho dos seus moradores e o encanto dos que vierem conhecer a Cidade das Mangueiras.

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JUNHO DE 2014

Muitas vezes não nos damos conta da voracidade do tempo. Mas o certo é que ele, se não soubermos aproveitá-lo, cons-pira contra nós, seja na dimensão pessoal ou profi ssional. Alcançamos a metade do ano e vemos que os desafi os a vencer não nos concedem tréguas, posto que, para cada etapa que ultrapassamos novos obs-táculos se nos deparam.

Longe de nos arrefecer, encoraja-nos essa luta encetada em diferentes frentes. Mas, a energia ganha mais vitalidade quan-do recebe a alentadora parceria de todos. A consciência da necessidade de nossa co-esão, de que unidos teremos muito mais força para vencermos as difi culdades que nos são comuns, constitui um revigoran-te incentivo nesta trajetória do Colégio de Presidentes.

Foi perceptível essa conjugação de es-forços, na mobilização em torno da es-tratégia política em relação ao trâmite da PEC 63. A expressiva vitória obtida com a aprovação da PEC/63 na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal, apesar das várias tenta-tivas e manobras protelatórias dos que se recusam a nos fazer justiça nos dá a

convicção de que estamos escrevendo uma página signifi cativa na história deste Colé-gio, ao testemunhar o quanto foi decisivo o empenho de cada Presidente nos diálo-gos com a classe política.

Nunca será demais ressaltar a impor-tância da magistratura estadual no contex-to do Poder Judiciário no Brasil como o segmento mais importante na prestação jurisdicional, não só pelo número de processos submetidos ao seu julgamen-to, mas, também, pela quantidade de magistrados e a amplitude e diversidade de sua competência. Se por um lado é um apanágio, por outro, certamente o de maior relevância, aumenta consideravel-mente a nossa responsabilidade perante o povo brasileiro, porque a Nação espera de nós uma resposta ágil, segura e transparen-te aos seus anseios de Justiça.

Temos que manter o foco nessa indisso-lúvel união. Ser cada vez mais participati-vos e atuantes, no particular e no coletivo, em todos os assuntos que afetem o Poder Judiciário, sua gestão, autonomia e valori-zação da carreira.

Não deixemos para amanhã o que preci-samos conquistar agora!

coesão

Desembargador Milton NobrePresidente do CPPTJB

“Nunca será

demais ressaltar

a importância

da magistratura

estadual”

Vitória da

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JUNHO DE 2014

Tribunal de Justiça do Acre Des. ROBERTO BARROS DOS SANTOS(2013-2015)

Tribunal de Justiça de AlagoasDes. JOSÉ CARLOS MALTA MARQUES (2013-2015)

Tribunal de Justiça do Amazonas Des. ARI JORGE MOUTINHO DA COSTA (2012-2014)

Tribunal de Justiça do Amapá Des. LUIZ CARLOS GOMES DOS SANTOS (2013-2015)

Tribunal de Justiça da Bahia Des. ESERVAL ROCHA (2014-2016)

Tribunal de Justiça do Ceará Des. LUIZ GERARDO DE PONTES BRÍGIDO (2013-2015)

Tribunal de Justiça do DF e Territórios Des. GETÚLIO VARGAS DE MORAES OLIVEIRA(2013-2014)

Tribunal de Justiça do Espírito Santo Des. SÉRGIO BIZZOTTO PESSOA DE MENDONÇA (2013-2015)

Tribunal de Justiça de Goiás Des. NEY TELES DE PAULA(2013-2015)

Tribunal de Justiça do Maranhão Desa. CLEONICE SILVA FREIRE (2013-2015)

Tribunal de Justiça do Mato Grosso Des. ORLANDO DE ALMEIDA PERRI (2013-2015)

Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul Des. JOENILDO DE SOUSA CHAVES (2013-2015)

Tribunal de Justiça de Minas Gerais Des. JOAQUIM HERCULANO RODRIGUES (2012-2014)

Tribunal de Justiça do Pará Desa. LUZIA NADJA GUIMARÃES NASCIMENTO (2013-2015)

Tribunal de Justiça da Paraíba Desa. MARIA DE FÁTIMA MORAES CAVALCANTI (2013-2015)

Tribunal de Justiça do Paraná Des. GUILHERME LUIZ GOMES (2013-2015)

Tribunal de Justiça de Pernambuco Des. FREDERICO RICARDO DE ALMEIDA NEVES (2014-2016)

Tribunal de Justiça do Piauí Desa. EULÁLIA MARIA RIBEIRO G N PINHEIRO (2012-2014)

Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Desa. LEILA MARIA CARRILO C R MARIANO (2013-2015)

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte Des. ADERSON SILVINO DE SOUZA (2013-2015)

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Des. JOSÉ AQUINO FLÔRES CAMARGO (2014-2016)

Tribunal de Justiça de Rondônia Des. ROWILSON TEIXEIRA (2013-2015)

Tribunal de Justiça de Roraima Desa. TÂNIA MARIA V. DIAS DE SOUZA CRUZ (2013-2015)

Tribunal de Justiça de Santa Catarina Des. NELSON SCHAEFER MARTINS (2014-2016)

Tribunal de Justiça de São Paulo Des. JOSÉ RENATO NALINI (2014-2016)

Tribunal de Justiça de Sergipe Des. CLÁUDIO DINART DÉDA CHAGAS (2013-2015)

Tribunal de Justiça do Tocantins Desa. ÂNGELA MARIA RIBEIRO PRUDENTE (2013-2015)

COLÉGIO PERMANENTE DE PRESIDENTES DE TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DO BRASIL

COMISSÃO EXECUTIVA COM MANDATO ATÉ MARÇO DE 2016

Presidente: Desembargador MILTON AUGUSTO DE BRITO NOBRE (TJPA)

Membros:Des. MARCUS ANTONIO DE SOUZA FAVER (TJRJ)

Des. MARCELO BANDEIRA PEREIRA (TJRS)Des. MIGUEL KFOURI NETO (TJPR)

Des. CAIO OTÁVIO REGALADO DE ALENCAR (TJRN)Des. JOÃO DE JESUS ABDALA SIMÕES (TJAM)

Desa. MARILZA MAYNARD SALGADO DE CARVALHO (TJSE)Des. OTÁVIO AUGUSTO BARBOSA (TJDFT)

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JUNHO DE 2014

Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Desa. LEILA MARIA CARRILO C R MARIANO (2013-2015)

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte Des. ADERSON SILVINO DE SOUZA (2013-2015)

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Des. JOSÉ AQUINO FLÔRES CAMARGO (2014-2016)

Tribunal de Justiça de Rondônia Des. ROWILSON TEIXEIRA (2013-2015)

Tribunal de Justiça de Roraima Desa. TÂNIA MARIA V. DIAS DE SOUZA CRUZ (2013-2015)

Tribunal de Justiça de Santa Catarina Des. NELSON SCHAEFER MARTINS (2014-2016)

Tribunal de Justiça de São Paulo Des. JOSÉ RENATO NALINI (2014-2016)

Tribunal de Justiça de Sergipe Des. CLÁUDIO DINART DÉDA CHAGAS (2013-2015)

Tribunal de Justiça do Tocantins Desa. ÂNGELA MARIA RIBEIRO PRUDENTE (2013-2015)

Em defesa dos direitos fundamentaisMinistro Ricardo Lewandowski, do STF, ressalta que o Judiciário mergulhou nos problemas da coletividade para buscar soluções que garantam o exercício da cidadania.PÁGINAS 12 E 13.

PEC 63 é aprovada na CCJComissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal aprova PEC da valorizaçãoda magistratura.PÁGINAS 20 A 22.

Um déficit a ser corrigidoDesembargador José Renato Nalini aponta o déficit orçamentário do Judiciário como o causador de distorções que inviabilizam o enfrentamento de urgências da sociedade.PÁGINAS 24 E 25.

Belém reúne os presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil PÁGINAS 30 A 41.

Gestão Estratégica das Ações de Massa

Des. José Aquino Flôres de Camargo, presidente do TJRS

PÁGINAS 50 A 51.

EXPEDIENTE

Editor responsávelWALBERT MONTEIRO

DRT 1095/PA

FotosCOMUS / BELÉM

TJTO e TJPA

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JUNHO DE 2014

COLÉGIO PERMANENTE DE PRESIDENTES DE TRIBUNAIS DE JUSTIÇA SE REUNIU EM PALMAS, NO TOCANTINS, DISCUTINDO O FUTURO DA MAGISTRATURA E O APERFEIÇOAMENTO DO PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO

PRESIDENTES SE ENCONTRAM NOCORAÇÃO DO BRASIL

O 98º Encontro do Colégio Permanen-te de Presidentes de Tribunais de Justiça foi realizado no período de 27 a 29 de março, na bela cidade de Palmas, capital do Estado do Tocantins reunindo desem-bargadores de todo o país. A solenidade de abertura ocorreu na sala de sessões do Tribunal Pleno do TJTO, sendo coorde-nada pelos anfi triões, desembargadora

Ângela Prudente, presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins e o desembarga-dor do Pará, Milton Nobre, presidente do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil.

Seguindo o protocolo tradicional, an-tes do início da sessão, os presidentes adentraram o Pleno representando seus estados. O Hino Nacional foi interpre-

DEBATESNo 98º Encontro do Colégio Permanente, em Palmas, uma re-fl exão sobre o futuro da magistratura

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JUNHO DE 2014

tado pelos servidores do TJTO, Jadir Oliveira e Glaciele Torquato, acompa-nhados pelo violinista Evânio Evan-gelista. Em momento de valorização da cultura tocantinense, o cantor Ge-nésio Tocantins interpretou o Hino ao Tocantins. Prestigiaram o evento o governador do Tocantins José Wilson Siqueira Campos e o Ministro Ricardo Lewandowski, vice-presidente do STF e palestrante da noite.

Em seu discurso a presidente do TJTO, desembargadora Ângela Pru-dente, falou da honra em receber os presidentes dos tribunais de Justiça do Brasil e agradeceu a todos pela parti-cipação: “Honra-me, em nome desta Casa, dar as boas-vindas e receber os presidentes de todos os tribunais de Justiça do país, que nos próximos dias trabalharão em prol da cidadania e do aperfeiçoamento do judiciário brasi-leiro”, declarou. Ela também ressaltou a importância do Colégio Permanente para a justiça brasileira, ao afi rmar: “As decisões do colegiado têm-se revelado essenciais no aperfeiçoamento do Judici-ário, uma vez que refl etem positivamente no desempenho da justiça brasileira, pos-sibilitando maior qualidade e efi ciência”.

O presidente do Colégio, desembar-gador Milton Nobre, refl etiu em seu discurso sobre a importância da valo-rização da magistratura brasileira (leia a íntegra nesta edição). Sobre o Encontro reforçou a relevância das discussões e a participação de todos os tribunais do país ao afi rmar, “antevejo o 98º Encon-tro do Colégio de Presidentes como um referencial para os próximos eventos, sempre no sentido da união dos nossos esforços em favor do aperfeiçoamento da prestação jurisdicional”.

A sessão foi encerrada com a pales-tra proferida pelo ministro Ricardo Lewandowski, que dissertou sobre os avanços do judiciário brasileiro e a ne-cessidade de uma maior valorização da magistratura.

JUBILEU DE PRATA DO TRIBUNAL TOCANTINENSE

Na abertura oficial do Encontro foram, tam-bém, comemorados os 25 anos do Tribunal de Justiça do Tocantins sendo homenageados com a medalha Jubileu de Prata o governador José Wilson Siqueira Campos; o ministro Ri-cardo Lewandowski; o presidente do Colégio Permanente, desembar-

gador Milton Nobre; o desembargador Marcus Faver, membro da Co-missão Executiva e ex-presidente do Colégio; e os atuais desembar-gadores do Tribunal de Justiça do Estado do To-cantins. Também foram realizados o lançamento do Registro Fotográfico dos 25 anos do TJTO e vídeo institucional.

HOMENAGEMMinistro Ricardo Lewandowski recebe da Desa. Ângela Prudente a medalha dos 25 anos do TJTO

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MILTON NOBRE DEFENDE REFLEXÃO PROFUNDA SOBRE O FUTURO DA CARREIRA DA MAGISTRATURA EM DISCURSO NA ABERTURA DA REUNIÃO DO COLÉGIO DE PRESIDENTES EM PALMAS, NO TOCANTINS

MAGISTRATURA EM BUSCA

DE VALORIZAÇÃOMinhas senhoras e meus senhores, Quero iniciar este pronunciamento, o

inaugural que faço após a minha posse na presidência deste augusto colegiado, com três agradecimentos: o primeiro, à Desem-bargadora Ângela Prudente, Presidente do e. Tribunal de Justiça do valoroso Estado do Tocantins, nossa gentil anfi triã, não só pela calorosa acolhida nesta moderna e agradá-

vel cidade de Palmas, mas, sobretudo, por ter de pronto aquiescido ao meu pedido para sediar este 98º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil; o segundo, ao eminen-te Ministro Ricardo Lewandowski, do Co-lendo Supremo Tribunal Federal, e aos Drs. João Ricardo dos Santos Costa, Presidente da AMB, e Rogério Leme, Diretor de De-

DISCURSO Des. Milton Nobre faz o seu pronunciamento na abertura do Encontro

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senvolvimento Organizacional da ABRH-Nacional, por haverem, em inequívoca de-monstração de prestígio aos Tribunais de Justiça do Brasil, aberto espaços em suas congestionadas agendas para estarem co-nosco hoje e amanhã, brindando-nos cada qual com uma conferência; e, fi nalmente, o terceiro, aos colegas Presidentes que, mais uma vez, demonstram apoio às atividades deste Colegiado, mediante um compareci-mento quase unânime ao nosso Encontro, neste signifi cativo momento no qual feste-jamos o Jubileu de Prata do e. Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins.

Esta última referência, quanto ao trans-curso dos 25 anos de profícua existência do Judiciário Tocantinense, não fossem os im-portantes assuntos constantes na nossa pau-ta de trabalho, por si só, justifi caria a presen-ça, solidária e maciça, dos prezados colegas Presidentes que acabo de registrar, pois a passagem de tão signifi cativo aniversário de uma Corte de Justiça, como ninguém des-conhece, é indicativa da consolidação de um grande acervo de experiências concretas na prática da prestação jurisdicional, cuja conti-nuidade efi ciente só pôde ser alcançada com o denodado esforço e a devotada dedicação dos magistrados que a integram.

Daí porque, ainda no pórtico deste pro-nunciamento, cumpro com grande satisfa-ção o dever de manifestar o reconhecimen-to e a homenagem do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil aos Desembargadores e Juízes do Po-der Judiciário do Tocantins, bem como aos servidores e serventuários da Justiça estadual, preito este que é extensivo aos membros do Ministério Público e aos senhores Advogados, inclusive aos que compõem a Defensoria Pú-blica, sem os quais a efetividade da justiça em favor do povo deste Estado inexistiria.

Sempre entendi que, em quaisquer even-tos, as solenidades de abertura que se reves-tem de caráter festivo, não são oportunida-des adequadas para longas considerações técnicas ou científi cas por parte daqueles que têm a responsabilidade de dirigir os tra-balhos, em especial quando, como no caso presente, há um ilustre e douto convidado

No cenário atual, vicejam a falta de interesse e a perda de bons quadros que os Tribunais não conseguem preencher facilmente.

que proferirá uma palestra magna.De fato, mesmo que o orador procu-

re ser agradável tentando versar assunto de interesse geral dos ouvintes, nessas circunstâncias, além de certamente trans-gredir as regras etiquetais, as quais orien-tam quanto à descortesia de retardar o momento culminante da fala do confe-rencista, corre o risco de se estender em demasia, abusando da paciência do audi-tório e criando, a reboque, a imperdoável situação de retribuir-lhe a gentileza da au-diência com um discurso longo.

Por essas razões, afi anço, desde logo, que pretendo ser conciso e breve. Con-tudo, diante das responsabilidades em que me encontro investido, não posso deixar de referir-me ao cenário atual no qual vicejam desestímulos à magistratura e que tem, dentre as suas mais notórias consequências, o desinteresse no ingresso e a perda de bons quadros em favor de outras carreiras jurídicas mais atrativas, sendo desta refl exos os pedidos de exo-neração de Juízes e as aposentadorias pre-coces, criando vagas que os Tribunais não conseguem preencher com facilidade.

Embora considere verdadeira a necessi-dade de se repensar esse cenário, acentuo a imperiosa importância de dentro dele se meditar sobre o futuro da carreira da magistratura, enfocando-a de modo ho-lístico, vale dizer, em sua integralidade e totais circunstâncias, razão pela qual me permito tecer algumas considerações a respeito do que se passa nos bastidores de tão desestimulante realidade.

É obvio que não vou tentar aqui escla-recer se esse quadro seria mais um refl e-xo do longo período de transição para-digmática que vivenciamos, tanto na sua dimensão societal quanto epistemológica, conforme aponta Boaventura de Sousa Santos, no primeiro volume de sua “Crí-tica da Razão Indolente”, ou se é um sin-toma na magistratura de algo semelhante ao que Richard Susskind, no tão discutido The End of Lawyers, vislumbrou estar começando a acontecer com a profi ssão dos advogados, ou seja, sua extinção, pelo

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menos como a conhecemos hoje. Todavia, ouso dizer que a falta de estímu-

lo ao ingresso e à permanência na judicatu-ra tem atualmente, como principal motivo, a existência de um mercado de carreiras jurí-dicas que se tornaram bem mais atrativas, na medida em que impõem menos restrições sociais, asseguram mais liberdade de exer-cício, com menor responsabilidade, e maior remuneração.

Não precisa ser conhecedor das moder-nas práticas que os americanos nominam de incentivizar, verbo que Michael J. Sandel, num livro publicado em 2012 (What Money Can´t Buy) rotulou canhestro, para compre-ender que a magistratura, diante dessa con-corrência, tornou-se um caminho, mais do que espinhoso, difícil e, portanto, que co-meça a fi car menos procurado.

Hoje, por exemplo, entre ser Juiz ou titu-

Sem uma refl exão sobre o futuro da carreira, os Tribunais terão graves problemas para preencher seus quadros de juízes.

lar de um cartório de registros públicos, prática que Portugal estatizou há mais de um século, ou de um cartório de notas, atividade que esse mesmo país e a Ale-manha há muito liberaram para advoca-cia, estas últimas terminam prevalecendo como opção mais atrativa de exercício, eis que, a toda evidência, exigem muito menor responsabilidade, não têm limi-te temporal para aposentadoria e ain-da apresentam a vantagem de oferecer rendimentos, em alguns casos, dezenas de vezes superiores aos de Ministro do Supremo Tribunal Federal.

Mas, esse não é um caso isolado. Com efeito, ser Procurador de Estado ou de Município, percebendo, além da remuneração, honorários, o que está generalizado, e, mais, podendo exer-cer de modo concomitante a chamada

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advocacia liberal, afigura-se muito mais compensador do que ingressar na ma-gistratura, sobretudo estadual, que obri-ga longos períodos de residência nos mais longínquos rincões do país.

De outra banda, o modelo remuneratório atual da magistratura, tem se revelado como um forte vetor a impelir o desinteresse pela carreira, na proporção em que desvaloriza a experiência acumulada em decorrência dos anos de exercício, uma vez que não a consi-dera para fi ns remuneratórios.

Por via de consequência, como são pou-cos os níveis em que se organiza a carrei-ra da magistratura e, uma vez chegada à última entrância na Justiça Estadual ou à titularidade nas Justiças Federal e do Tra-balho, como à promoção aos Tribunais Regionais Federais e Tribunais Regionais do Trabalho ou o acesso aos Tribunais de Justiça são vias estreitas, há, na prática, um longo período em que os Juízes mais an-tigos na carreira têm mesma remuneração auferida pelos mais novos, sendo óbvio que isso constitui um desincentivo, contri-bui ao desencanto e também para tornar o ingresso ou a permanência no Judiciário menos atraentes.

O certo é que, esse feixe de problemas de efeitos convergentes, permite-nos hoje

antever que, sem uma ampla, profun-da e urgente refl exão sobre o futuro da carreira da magistratura, os tribunais es-tarão enfrentando em breve gravíssimos problemas para ter seus quadros de juízes adequadamente preenchidos.

Senhores Ministros, demais Autorida-des, amigos Presidentes, Senhoras e Se-nhores,

Creio que já falei mais do que devia. É, pois, chegado o momento de terminar. Agradeço a simpática atenção com que todos me ouviram e a prestigiosa presen-ça das dignas autoridades, bem como dos demais convidados. Reitero o reconhe-cimento à Presidente Ângela Prudente, pela acolhida afetuosa. E o meu aplauso a todos que integram o Poder Judiciário do Estado do Tocantins ou coadjuvam suas atividades, pelo transcurso de seu jubileu de prata. Reafi rmo também os meus agradecimentos ao senhor Minis-tro Ricardo Lewandowski, bem assim aos Drs. João Ricardo dos Santos Costa e Rogério Leme, nossos conferencistas convidados, cujas presenças engrande-cem e asseguram o êxito deste 98º Co-légio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil.

Muito obrigado!

ABERTURAPresidentes de Tribunais, em primeiro plano, acompanham o discurso

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Durante a abertura do 98º En-contro do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, que aconteceu na noite de 27 de março, no auditório do Tribunal de Justiça do Tocantins, o vice-presidente do Supremo Tri-

bunal Federal (STF), Ministro Ricar-do Enrique Lewandowski, disse estar honrado com o evento e que o En-contro é um momento de troca de experiências.

Ao iniciar sua palestra, o Ministro exaltou o crescimento econômico do

MISSÃOPara o Ministro Lewandowski, o Judiciário mergulhou nos problemas da coletividade

MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI, DO STF, DESTACA O PAPEL DO JUDICIÁRIO NA GARANTIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO CIDADÃO, EM PARCERIA COM OS DEMAIS PODERES DA REPÚBLICA

UM JUDICIÁRIO A SERVIÇO

DA COLETIVIDADE

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País, as riquezas culturais, étnicas e a cordialidade entre os brasileiros.

“O nosso País é um celeiro de produ-ção agrícola para o mundo e esse cresci-mento também é notável no Tocantins. A previsão dos economistas é que den-tro em breve seremos a quinta maior potência do mundo. Ademais, vivemos num ambiente estável e de paz, mas, diante de um lamentável estado de de-sigualdade social. Creio que dentro em breve isso será superado”, defendeu.

Lewandowski disse ainda que o Brasil está crescendo ao índice de 2,3% e que esse sucesso se deve graças aos esforços comuns dos brasileiros. “Também hou-ve a redução na taxa de desemprego, enquanto que a maior parte do mundo sofre por não ter como sustentar seus familiares. Essa é uma façanha extraor-dinária e o Brasil está de parabéns”.

Avanços na magistraturaO Ministro também destacou os avan-

ços da magistratura no Brasil, ao expli-car que 18 mil magistrados das áreas federal, trabalhista e eleitoral têm con-

“Os magistrados passaram a atuar em diversas áreas. A magistratura passou a ser uma parceira dos poderes.”

tribuído para o cenário de sucesso in-discutível e que o Judiciário, a partir da Constituição de 1988, mergulhou decisivamente na importante missão de resolver os problemas da coletivi-dade.

“Uma das razões é que o Judiciário, em todos os níveis, promoveu a garan-tia dos direitos fundamentais, pois, no decorrer desses anos, os magistrados passaram a atuar em diversas áreas: meio ambiente, direitos da criança, saúde, pessoas com necessidades es-peciais, entre outros. A magistratura passou a ser uma parceira dos demais poderes”, defendeu.

Ao finalizar a palestra, o Ministro disse que, apesar de toda essa impor-tantíssima colaboração do Judiciário, a classe não está recebendo a devida atenção. “Isso tem proporcionado uma lamentável fuga para outras cate-gorias funcionais. Temos e haveremos de reverter esse quadro”, declarou.

O Ministro disse ainda que não há democracia se os direitos fundamen-tais não forem assegurados, momento em que recebeu aplausos da plateia.

DEMOCRACIAO Ministro Lewandoswi recebeu aplausos da plateia ao defender a garantia de direitos

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ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DO BRASIL (AMB) DEFENDE A UNIDADE E PARCERIA ENTRE OS MEMBROS DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA PARA ENFRENTAR OS DESAFIOS DE MELHORAR A EFICIÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO

UNIDADE PARA ENFRENTARAS DIFICULDADES

Durante o 98º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, o Presidente da Asso-ciação dos Magistrados do Brasil (AMB), Juiz de Direito João Ricardo dos Santos, proferiu palestra sobre o tema “Papel do Judiciário no Litígio Contemporâneo”. De acordo com o Juiz, o momento é uma oportunidade para expor as necessidades

em nível nacional e reforçar a unidade. “Temos que ter a percepção de alinhar nossas forças para enfrentar questões importantes para o Judiciário e para a so-ciedade. Não vamos fugir desse conceito, pois temos o compromisso de lutar pela melhora efetiva do Judiciário”, destacou o magistrado ao explicar a atuação da AMB na defesa dos interesses da classe.

UNIÃONo Encontro de Palmas, o presidente da AMB, João Ricardo dos Santos, ratifi cou a urgência de unidade entre as instituições representativas da magistratura, no que foi apoiado pelos presidentes de Tribunais

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JUNHO DE 2014

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Sobre a carreira, o presidente da AMB disse que o cenário atual é que os magistrados vivenciam difi culdades nas condições de trabalho e que para enfrentar essa situação é necessária a união da classe. “A gestão da AMB busca a unidade da magistratura e esta-mos caminhando para potenciali-zar a parceria entre os presidentes dos TJs, para juntos superarmos essas difi culdades”, explicou. O presidente também destacou que as parcerias da AMB com a Asso-ciação dos Juízes

Federais do Brasil (Ajufe) e As-sociação Nacional dos Magistra-dos Estaduais (Anamages) pos-sibilitou ao Congresso Nacional enxergar a magistratura de outra forma.

“Mostramos a eles que temos um discurso só, que temos unidade

e um projeto comum. Essa parce-ria nos permitiu movimentar um pleito no congresso. É o caso da PEC 63, que, através das parcerias com as entidades do Ministério

Público conseguimos potenciali-zar a força política no Congresso Nacional para o andamento desse pleito, que é uma bandeira insti-tucional”, defendeu.

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TECNOLOGIAVantagens do sistema E-Proc foram apresentadas e debatidas no encontro

TÉCNICOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO TOCANTINS RESPONSÁVEIS PELA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE PROCESSO ELETRÔNICO APRESENTARAM AS VANTAGENS DO SISTEMA DURANTE O 98º ENCONTRO DOS MAGISTRADOS

TJTO APRESENTA VANTAGENS DO

SISTEMA E-PROC

Pela parte vespertina, o Encontro pros-seguiu com apresentação de workshop sobre o Sistema de Processo Eletrônico e suas vantagens apresentado por técni-cos do Tribunal de Justiça do Tocantins responsáveis por sua implantação no TJTO, o que permitiu a movimentação processual de forma eletrônica em todas as 42 comarcas do Estado, tornando os trabalhos 100% virtuais.

O funcionamento do E-proc foi apre-

sentado aos magistrados através de um vídeo institucional e, em seguida, o di-retor geral do TJTO, Flávio Leali, e o diretor de Tecnologia da Informação do Tribunal, Rogério Nogueira, fi zeram considerações sobre as vantagens que o sistema oferece, entre elas a agilidade e a ausência do manejo de processos físicos e também da possibilidade dos advoga-dos peticionarem em qualquer parte do mundo.“Com a chegada do E-proc fi cou

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Governador recebe o Colégio de Presidentes O governador Siqueira Cam-pos recebeu em seu gabinete, no Palácio Araguaia, os presi-dentes de Tribunais de Justi-ça presentes ao 98º Encontro, mantendo com eles um diálogo sobre a história e os atrativos do Estado do Tocantins.

Na ocasiáo o Chefe do Poder Executivo tocantinense sancionou a Lei 2833/14, que trata dos sub-sídios da magistratura estadual.

Ao fi nal, Siqueira Campos en-tregou a cada presidente uma lembrança representativa do Estado que tem como símbolo um girassol.

tudo muito fácil e rápido. Acredito que a experiência pode ser dividida entre ou-tros tribunais”, disse o diretor-geral.

Já o diretor de TI, Rogério Nogueira disse que a ferramenta é totalmente adap-tável e que ela foi concebida pelo TRF 4. “Fizemos as adequações do software para o judiciário tocantinense. É uma ferra-menta com acessibilidade e que possibili-ta a interação inclusive com os defi cientes visuais e auditivos”. Em seguida, o juiz Rafael Gonçalves de Paula, da 3ª Vara Criminal, explicou as funcionalidades da ferramenta e a agilidade na tramitação. Segundo ele o sistema permite customi-zar as atividades e fazer relatórios de tra-balho de forma permanente. O juiz Luis Otávio de Queiroz Fraz, da 2ª Vara Cível, a primeira do Brasil a ter todos os pro-cessos digitalizados, disse que o sistema permite que as decisões saiam com força de mandado e com isso ganha-se tempo. “Com a instituição do e-Proc houve um ganho muito importante para o Tocan-tins. Hoje estamos vivendo uma nova fase, tanto magistrados como servidores e os jurisdicionados”, concluiu.

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Após dois dias de reuniões de trabalho e intensos debates com foco no Judiciário brasilei-ro, o 98º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça foi encer-rado no sábado, 29 de mar-ço, com a edição da Carta de Palmas, documento que reú-ne os pontos institucionais, deliberados e aprovados por unanimidade pelos integrantes do Colégio.

Segundo o presidente do Co-légio, desembargador Milton Nobre, a Carta serve como um direcionamento para o Judiciá-rio brasileiro. “É um documen-to de fundamental importância e busca o aprimoramento da Justiça do nosso país”. O de-sembargador Nobre ainda ava-liou o 98º Encontro como de alta produtividade para a pres-tação jurisdicional: “nosso debate é focado na promoção de uma Justiça cada vez mais eficiente ao povo brasileiro”. Leia a íntegra do documento no box nesta página

A presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins, desembar-gadora Ângela Prudente, tam-bém avaliou de forma positiva os dois dias de trabalho. “As de-liberações realizadas no Encon-tro foram de grande relevância para o Poder Judiciário dos esta-dos e consequentemente para a

sociedade”. A Desembargadora ainda reafi rmou a satisfação em sediar o evento e receber repre-sentantes de todos os tribunais no Tocantins. “Agradeço imen-samente a presença de todos em nome do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins. Para nós foi uma imensa honra recebê-los. Desde já deixo o convite permanente para que voltem ao nosso Estado”.

VISITA À ESMATAntes de retornarem aos seus

estados os presidentes de Tribu-nais visitaram a Escola Superior da Magistratura Tocantinense - Esmat. O grupo foi recepciona-do pelo diretor Geral da Escola, desembargador Marco Villas Boas que, juntamente com a presidente do TJTO, desembar-gadora Ângela Prudente, apre-sentou a estrutura da Escola, uma das mais modernas do país. Os participantes do Encontro conheceram o estúdio, de onde são transmitidas as aulas tele presenciais para as 42 comarcas do Tocantins. “Temos procu-rado promover o aperfeiço-amento dos magistrados e a profissionalização de todo o Judiciário tocantinense”, disse o desembargador Villas Boas ao falar dos cursos ofe-recidos pela Esmat.

MARCADO PELO SUCESSO, 98º ENCONTRO DO COLÉGIO DE PRESIDENTES EDITA DOCUMENTO FUNDAMENTAL PARA O APRIMORAMENTO DA JUSTIÇA NO BRASIL

COLÉGIO EDITA A CARTA

DE PALMAS

COESÃO Presidentes de

Tribunais de Justiça reforçaram

o compromisso de união da

magistratura

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O Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, reunido na cidade de Palmas -TO, durante seu 98º Encontro, no período de 27 a 29 de março de 2014, torna pública as seguintes conclusões, aprovadas por unanimidade:

CARTA DE PALMAS

1 - Proclamar que o apoio de todos os Tribunais à aprovação do adicional de valorização do tem-po de magistratura, objeto do Projeto de Emen-da Constitucional nº 63, é requisito fundamental para a afirmação da Magistratura como carreira de Estado;

2 - Tornar público que na apuração das receitas correntes líquidas dos Estados, sobre as quais in-cidem os percentuais orçamentários devidos aos Tribunais, devem ser incluídos todos os valores decorrentes de renúncias fiscais;

3 - Enfatizar que na implementação do processo

eletrônico devem ser respeitados os sistemas já estruturados nos Tribunais, que neles investiram consideráveis recursos, sugerindo-se que sejam compatibilizados ao Modelo Nacional de Intero-perabilidade - MNI;

4 - Ressaltar que as Escolas Judiciais devem in-cluir nos seus currículos conceitos de gestão de pessoas por competência, buscando produtivida-de e o desenvolvimento do servidor;

5 - Conclamar a importância da união da Magistra-tura como fator fundamental para a recuperação das prerrogativas institucionais.

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PROPOSTA GARANTE A MAGISTRADOS E MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO O RECEBIMENTO DE PARCELA MENSAL DE VALORIZAÇÃO POR TEMPO DE EXERCÍCIO NA FUNÇÃO

PEC 63 É APROVADA NA

CCJ DO SENADO

Representando uma signifi cativa vitória de todas as instituições que lutaram por essa causa, acima de tudo justa, a Propos-ta de Emenda à Constituição nº 63, com o substitutivo do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que “acrescenta os §§ 9º e 10 ao art. 39 da Constituição, para instituir a parcela indenizatória de valorização por tempo de serviço na Magistratura e Mi-

nistério Público da União, dos Estados e do Distrito Federal, remunerados por sub-sídio”, fi nalmente foi aprovada na quar-ta-feira, dia 21 de maio, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal.

Apresentada pelo senador Gim Ar-gello (PTB-DF), a PEC 63/2013 garante a Magistrados e membros do Ministério

ATRATIVOSen. Vital do Rêgo: reconhecimento pecuniário garante a carreira

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Público o recebimento de “parcela men-sal de valorização por tempo de exercí-cio” na função. Na sua versão original, a PEC atribuía caráter indenizatório a essa parcela, para evitar que, somada ao subsí-dio, ultrapassasse o teto remuneratório do funcionalismo público. Coube ao senador Vital do Rêgo eliminar esta caracterização no substitutivo.

A matéria, considerada polêmica, ense-jou que um número expressivo de senado-res (mais de vinte) se manifestasse sobre a proposta e até quem teve posicionamento contrário, como a senadora Gleisi Hoff-mann (PT-PR), reconheceu a defasagem salarial e a existência de distorções nas carreiras da magistratura brasileira. A ma-téria foi aprovada com os votos contrários dos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Armando Monteiro (PTB-PE), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Gleisi Hoff-mann (PT-PR).

O senador Gim Argello afi rmou, na jus-tifi cativa da proposta, que o objetivo é, acima de tudo, dar o justo reconhecimen-to ao tempo de serviço prestado à Magis-tratura, considerando que a remuneração por subsídio acabou gerando uma séria distorção: os que ocupam cargo isolado ou alcançam a última classe na carreira, independente do tempo de serviço, que pode ser 10 ou 15 anos, percebem o mes-mo subsídio dos que acabaram de ingres-sar na carreira. “Essa situação de óbvia quebra de isonomia, por tratar igualmente os de situação desigual, atinge gravemente a magistratura nacional”, destacou o autor da PEC/63.

Já o autor do substitutivo, senador Vital do Rêgo, explicou que é inadiável dar o reconhe-cimento pecuniário à experiência acumulada por magistrados, procuradores e promoto-res. A concessão dessa vantagem constitui um atrativo a mais para a permanência deles. “Nos últimos quatro anos, 600 magistrados deixaram a carreira”, disse o senador.

Para ele, o impacto fi nanceiro do benefí-cio está estimado em pouco mais de 1% da folha de pagamento mensal da magistratura, quer federal quer estadual.

Aprovação resulta de união das instituições judiciárias com as bancadas dos Estados.

COLÉGIO DE PRESIDENTES FESTEJA VITÓRIA

O presidente da Comissão Executiva do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça, desembargador Milton Nobre, comemorou essa aprova-ção como o resultado de uma conjugação articulada de todas as instituições repre-sentativas da magistratura nacional como a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), presidida pelo dr. João Ricardo Costa; Associação Nacional dos Magis-trados da Justiça do Trabalho (ANA-MATRA), presidida pelo dr. Paulo Luiz Schmidt e Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), presidida pelo dr. Nino Toldo. A atuação dessas entidades foi im-pecável, demonstrando aos senadores da CCJ a justiça do pleito de magistrados e membros do Ministério Público, em con-junto com a coesão de esforços de todos os Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil junto às bancadas de seus respecti-vos estados.

Milton Nobre louvou, também, o posi-cionamento do Superior Tribunal de Jus-tiça, cujo Pleno aprovou moção de apoio que foi encaminhada pelo presidente

MÉRITOSen. Gim

Argello: justo reconhecimento à

magistratura

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ministro Félix Fischer tanto ao presidente do Senado como ao da Câmara dos De-putados e dos ministros Francisco Falcão, Corregedor Nacional de Justiça, e Hum-berto Martins que se empenharam, desde o primeiro momento, em prol da revaloriza-ção da carreira da magistratura, mediante o resgate de uma remuneração condigna em respeito à experiência decorrente do tempo de serviço. Na apreciação do presidente do Colégio, foi muito importante o posiciona-mento de ministros do Supremo Tribunal Federal, relembrando, para exemplifi car,

o pronunciamento do Ministro Ricardo Lewandowski na abertura do 98º Encon-tro do Colégio de Presidentes, realizado em Palmas. Milton Nobre, ressaltando a importância da PEC 63 para o futuro da democracia brasileira, sentenciou: “Não há democracia sem juízes independentes.não há juízes independentes sem uma carreira com remuneração condigna”.

Já o presidente da Associação dos Ma-gistrados Brasileiros (AMB), João Ricar-do Costa, fi cou muito satisfeito com o re-sultado alcançado: “O que a magistratura brasileira pretende é a reestruturação de uma carreira de extrema relevância den-tro do Estado Democrático de Direito e que vem sofrendo um processo contínuo de desvalorização. O Brasil possui 22 mil vagas para a magistratura, mas não con-segue preenchê-las, havendo um défi cit na ordem de quatro mil vagas”. A AMB distribuiu nota ofi cial onde afi rma que o teto constitucional não pode ser um dogma absoluto, pois o radicalismo nos conceitos em relação às políticas de ven-cimento resulta nesse cenário de absur-da distorção fazendo com que os juízes abandonem a carreira.

Paulo Luiz Schmidt, presidente da As-sociação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), não se deseja, com o adicional, ultrapassar o teto constitucional, mas, exclusivamente, valo-rizar a carreira e evitar a evasão de juízes: “Não estamos falando de um ministro de Estado que ocupa um cargo e amanhã pode deixá-lo, mas sim de um magistra-do que dedica toda uma vida à carreira”. Para ele, o sistema deve estimular quem ingressa a permanecer na carreira, acu-mulando experiência.

Também o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Nino Toldo, aplaudiu a aprovação destacando que a medida é “importante porque va-loriza a carreira e estimula a permanência nos melhores quadros na magistratura”.

As repercussões dessa aprovação da PEC 63 serão analisadas com mais pro-fundida durante o 99º Encontro de Presi-dentes, em Belém, nos dias 5 a 7 de junho.

TRIBUNAJuiz Paulo Luiz Schimidt (acima) e João Ricardo dos Santos Costa,Presidente da Asso-ciação dos Magistrados Brasileiros (AMB)

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JUDICIÁRIO SACRIFICADO

A explosão de ações judiciais é um fenôme-no que assola o Brasil e precisaria ser tratado como política pública das mais sérias. Como atender ao demandismo que produziu, em poucos anos, quase 100 milhões de processos em toda a Justiça brasileira? O usuário do sis-tema quer respostas prontas. Afi nal, impossí-vel pactuar com a injustiça, e o serviço estatal encarregado de resolver confl itos precisa fun-cionar com efi ciência, princípio incidente so-bre toda espécie de atividade governamental.

Enquanto não se inverte a tendência de pro-liferação de processos, fruto, entre outras cau-sas, de uma formação adversarial nas Faculda-des de Direito, e se adota o rumo do ideal da pacifi cação, é preciso enfrentar os milhões de demandas em curso. São Paulo é um exemplo emblemático: 20 milhões de processos tra-mitam por todos os foros da Justiça Comum Estadual. Mas o crescimento quantitativo não correspondeu ao tratamento reservado ao Po-der Judiciário pelos setores técnicos responsá-veis pelo orçamento.

Des. José Renato NaliniPresidente do TJSP

Enquanto o Orçamento Geral do Estado registrou acréscimo de 97% nos últimos sete exercícios, saltando de R$ 96 bilhões em 2008 para R$ 190 bilhões em 2014, a dotação do Tribunal de Justiça (TJSP) foi corrigida em apenas 54,7%, passando de R$ 4,2 bilhões em 2008 para R$ 6,5 bilhões em 2014. Signi-fi cativa a queda na participação do Judiciário nesse orçamento: era de 4,38% em 2008 e em 2014 foi reduzida para 3,42%.

Se a porcentagem mínima fosse preser-vada, a dotação orçamentária de 2014 cor-responderia a R$ 8,32 bilhões, ou seja, R$ 1,82 bilhão superior ao aprovado na Lei Orçamentária de 2014, após as mutilações propostas pelo Executivo e acolhidas pelo Legislativo.

O quadro atual é preocupante, para ser eufemístico. Em 2013 o comprometimento com pessoal atingiu 95,7% de todo o orça-mento. Houve necessidade de suplementação orçamentária para honrar o pagamento do funcionalismo, no valor de R$ 231 milhões.

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Já para 2014 o TJSP postulou R$ 9,8 bilhões, dos quais R$ 9,08 bilhões para pagamento de pessoal, R$ 420 milhões para custeio e R$ 206 milhões para investimento. Na proposta inicial projetou-se o custo do dissídio anual de servi-dores e magistrados e o acréscimo decorrente do aumento efetivo de servidores - ativos e inativos -, que passou de 57.822 para 60.862 em dezembro de 2013.

Foram ainda encaminhadas Emendas de números 8.749, 10.969, 12.129, 12.147 e 12.335, para inclusão dos benefícios conce-didos aos funcionários da Justiça, previstos pela Lei Complementar Estadual n.º1.217, aprovada no fi nal de 2013. Essa normativa criou a Gratifi cação pelo Desempenho de Atividade Cartorária (GDAC), o Adicional de Qualifi cação (AQ) e a Revisão de Enquadra-mentos. Todavia tais acréscimos, decorrentes de lei aprovada pelo Legislativo e sancionada pelo Executivo, não foram acolhidos. Entre o exercício de 2013 e o de 2014 houve adição de míseros 2,28% no orçamento do Judiciário, evidentemente insufi ciente para fazer face às despesas para a manutenção dos serviços.

Um aumento de apenas R$ 162 milhões para pagamento de pessoal não suportará o gasto ordi-nário diante dos dissídios anuais de servidores (6%) e magistrados (5%), que importarão em despesa projetada de R$ 359 milhões anuais - além dos R$ 220 milhões da implantação dos benefícios legais GDAC, AQ, da Revisão de Enquadramentos e dos R$ 294 milhões decorrentes da recomposição do quadro de servidores.

Esse défi cit orçamentário torna inviável o enfrentamento de urgências manifestas: suprir as estruturas anacrônicas de inúmeras comar-cas, tanto material como de pessoal, atender às demandas dos municípios que pretendem ampliação dos serviços, dotar de instalações condignas foros sucateados, acelerar a infor-matização e tantos outros sonhos suscetíveis de se converterem - diante da ausência de re-cursos fi nanceiros - num trágico pesadelo.

É urgente repensar a fórmula adotada por São Paulo de sustento de sua Justiça. Para mantê-la em situação compatível com

O défi cit do orçamento torna inviável a missão doJudiciário brasileiro diante de urgências manifestas.

as necessidades da população precisa ser retomada a discussão de reservar porcen-tagem mínima da arrecadação do ICMS, insuscetível de cortes ou de contingencia-mento. Nunca se destinaram 6% da ar-recadação à Justiça do maior Estado da Federação. Mas é preciso implementar a urgente destinação dos emolumentos dos serviços extrajudiciais exclusivamente ao Judiciário. Por preceito constitucional, é o Judiciário que fi scaliza, disciplina, provê as funções e mantém sob sua direta co-ordenação os antigos cartórios: tabelio-natos e registros públicos. É inconcebível que a parcela que o Estado arrecada com tais imprescindíveis préstimos não seja carreada para a Justiça. Impõe-se revisão da lei de custas, repensar a prodigalização da justiça gratuita, além de outras iniciati-vas que resultem da criatividade e da boa vontade dos que não temem uma Justiça efetiva, efi caz e efi ciente.

Afi nal, a Constituição da República, desde 1988, garante ao Judiciário autonomia admi-nistrativa e fi nanceira (artigo 99), regra reite-rada na Constituição do Estado de São Paulo (artigo 55). Todavia, como uma série de ou-tros preceitos fundamentais, convertida em proclamação retórica, como alegoria a uma Justiça que se pretende seja apenas simbólica.

O problema não se circunscreve ao âm-bito restrito da comunidade judiciária, mas interfere na higidez da própria democracia, que não existe de verdade se não houver Judiciário a funcionar com desenvoltura. A carência de condições que tornem viável a regularidade dos serviços gera intranquili-dade interna, a traduzir-se em inadequada prestação de um serviço essencial e do qual dependem não apenas a pacifi cação social, mas o próprio desenvolvimento do Brasil.

Mais uma vez, é a sociedade que deve de-fi nir como quer que seja sua Justiça e qual a qualidade dos préstimos que ela deve ofere-cer a quem arca com seus custos.

Publicado em O Estado de S. Paulo (16 de abril de 2014)

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A Justiça brasileira funciona em perma-nente situação de vulnerabilidade em virtude do congestionamento processual. Essa cons-tatação decorre da análise das mais diversas fontes, incluindo sofi sticadas pesquisas, cada vez mais amplas e reveladoras, executadas por entidades especializadas na área.

Com a instalação do Conselho Nacional de Justiça, o processo de conhecimento do Ju-diciário, antes restrito ao campo acadêmico, assumiu uma linha institucional de interesse. A cada ano, as pesquisas sobre litigiosidade e sobre a atuação dos tribunais na solução dos litígios têm um acréscimo qualifi cativo por adicionar novos dados e elementos que re-velam cada vez mais uma justiça ainda pouco compreendida.

Conhecer o litígio social e compreender o fenômeno da judicialização é o passo ne-cessário e fundamental para que possamos enfrentar de forma qualificada e eficaz o congestionamento dos tribunais e seus efeitos danosos à sociedade. Efeitos que atingem inclusive a própria credibilidade do Poder Judiciário.

O Judiciário está em crise porque é lento, e essa lentidão equivale, muitas vezes, à falta de acesso à justiça. O acúmulo histórico de estu-dos sobre a acessibilidade, baliza-se na iden-tifi cação dos obstáculos, alguns teoricamente apontados, outros percebidos no empirismo revelado por pesquisas diversas. Mas, de con-creto, os debates e os estudos avançam em busca de um conhecimento que embala as políticas destinadas à efi ciência do sistema.

João Ricardo dos Santos CostaPresidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)

A crise é um fato que não se pode negar, até porque a negação equivale à renúncia da solução, e a superação é um passo factível, temos que acreditar. Penso que a crença na superação das nossas difi culdades é um sentimento que deve ser encarado como uma atribuição funcional dos magistrados e temos mostrado isso, basta que constate-mos as várias posturas e iniciativas voltadas à gestão dos tribunais.

Mas a questão relacionada à morosidade está muito focada nas justifi cativas de ca-rências orçamentárias. É no fi nanciamento da Justiça brasileira que reside a identifi ca-ção da fonte primária das difi culdades em prestar um serviço efi ciente. Entretanto, limitar o debate sobre a morosidade judicial na falta de orçamento impede que se faça uma criteriosa e aprofundada avaliação da atuação do Poder Judiciário na solução dos confl itos, notadamente, quando a dinâmica social lhe submete a uma situação limite.

A título de ilustração, adoto o exemplo de uma circunstância extrema que atinge a Justiça, podemos assim adjetivar o confl i-to que envolve poupadores e instituições fi nanceiras, oriundo dos planos Bresser (1987), Verão (1989) Collor (1990) e Collor II (1991). As sequelas dos referidos paco-tes econômicos foram e são por demais signifi cativas.

Sem qualquer receio de exagerar, dos milhões de poupadores, minúscula par-cela buscou em juízo os expurgos indevi-dos, porém sufi ciente para contribuir com

O SISTEMA JUDICIAL BRASILEIRO,

OS TRIBUNAIS E O CNJ

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o congestionamento processual, claro que num contexto que agrega outras tantas vio-lações massifi cadas de direitos, compondo uma contabilidade marcada pela repetição do mesmo julgamento milhares de vezes e sem qualquer redução no custo individual do processo.

O direito dos poupadores vem sendo re-conhecido nas ações individuais ajuizadas, desde 1987, consolidando o que chamamos de posição pacífi ca dos tribunais. Ocorre que a dimensão do litígio e suas implicações sociais somente foram percebidas com ni-tidez vinte anos após o primeiro plano econômico (2007), quando, às vésperas da prescrição do direito de reivindicar as perdas ocasionadas pelo Plano Bresser, milhares correram ao judiciário para reaver os valores expurgados.

Em alguns locais do país, instituições e entidades legitimadas ingressaram com ações coletivas. Tais ações visam reparar o dano sofrido por todos, independentemen-te de terem ingressado com ação individual. Algumas decisões vieram em quatro meses com ordem às instituições fi nanceiras de devolverem os valores devidos. Sentença aparentemente óbvia, diante da jurisprudên-cia consolidada no milênio passado. A justa expectativa da sociedade era de receber os valores imediatamente.

Mas o nosso sistema processual anacrôni-co não possibilita a concretização do que de-veria ser lógico. É aqui que pretendo pautar a questão, porque o mais resistente dos obs-táculos para superarmos o excessivo tempo do processo é a vetusta forma de atuação do judiciário na solução dos confl itos do nosso tempo, fruto de uma organização judiciária anacrônica e uma ideologia processual des-toante da demanda por justiça, sem descon-siderar a cultura individual de solução de confl itos que sequer garante os ditos direitos subjetivos.

Apontaria como primeiro componente propulsor desse estado crônico, a existência - podemos assim dizer numa despretensiosa didática - de quatro instâncias na estrutura judiciária nacional: o juiz singular, os tribu-

Nosso sistema processual é lento e anacrônico. As amarras impostas estão sendo removidas aos poucos.

nais de apelação (2º grau), o STJ (3º grau) e o STF (4º grau). Embora haja restrição re-cursal em relação aos tribunais superiores, não é muito difícil a utilização dessas ins-tância para postergar uma decisão judicial. Não bastasse essa exacerbação patológica do duplo grau, que chega a equivaler, em termos de violação de direitos, a abolição do princípio, temos uma hemorrágica pos-sibilidade de recursos que, manejada por um bom especialista, garante a eternidade do confl ito. Aqui entramos no segundo obstáculo a ser removido: o complexo processual que despreza o conteúdo on-tológico do direito e trata o fenômeno social como uma abstração dissociada da realidade.

As amarras impostas aos operadores do direito estão sendo removidas aos poucos. A imperiosa reforma do processo coletivo abrirá a possibilidade do judiciário dimensio-nar o impacto social de um direito violado, libertando-se do juízo restrito do dano indi-vidual ausente de conteúdo emancipatório nos casos de lesões coletivas. Propostas não faltam vertidas em projetos legislativos ador-mecidos no parlamento, que olimpicamente desconsidera a situação latente e crítica do nosso sistema judicial.

Voltemos ao caso dos planos econômi-cos, aqui guindado como elemento para-digmático de restrição à justiça rápida. Pois bem, alguns processos coletivos foram jul-gados, no primeiro grau, em outubro de 2007. Objetos de apelação, os processos sofreram o ataque de mais quatro dezenas de recursos ou outras iniciativas judiciais vinculadas, umas de caráter recursal e ou-tras com origem no segundo grau. Todos os procedimentos discutiam a forma e não o conteúdo, já que o direito, como já dito, é reconhecido por ampla e histórica jurisprudência. Isso apenas no 2º grau, sem considerar que tais procedimentos certamente se repetirão nos outros dois degraus recursais, diga-se, mais congestio-nados ainda. Cabe lembrar que a matéria está na pauta do Supremo Tribunal Fede-ral, que dará a última palavra neste litígio

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O CNJ pouco contribuiu para reverter o quadro de abusos na busca ao Judiciário. Pelocontrário.

institucionalizado pelo Judiciário.Como visto, o modelo permite que um

único processo, após julgado no primeiro grau, exija várias outras decisões dos juízes, todas de conteúdo formal, que podem che-gar até quarenta ou mais, contra no máxi-mo quatro que decide o direito postulado. O processo é feito e manejado de forma perversa como um modelo ideologicamen-te instrumentalizado para impedir o cum-primento de uma decisão judicial e assim fi xar as suas amarras no poder do juiz de solucionar o confl ito.

O caso das cadernetas de poupança é em-blemático para demonstrar a iniquidade do sistema processual. O referencial decorre da mobilização das instituições fi nanceiras diante da iminência de terem que devolver tais valores para a sociedade lesada. A Fe-braban, respaldada na lei processual vigen-te, foi ao STF tentar reverter a jurisprudên-cia. O sistema aqui denunciado possibilita que isso ocorra.

Historiando o caso, numa sintética e crua explanação, podemos dizer que o direito dos poupadores, violado no século XX, antes da queda do muro de Berlim, gerou um confl ito judicial que sobreviveu ao século, para não dizer ao milênio, viu nascer e defi nhar a onda neoliberal, testemunhou a criação da internet e está resistindo nesta primeira década do sé-culo XXI com singular vigor, habitando du-rante todos esses anos a morada judicial e, la-mentavelmente, de forma institucionalizada.

O caso dos planos econômicos, usado aqui como elemento de certifi cação do sistema anacrônico, obviamente não vem a ser um caso isolado de macro litígio com dimensões econômicas e características singulares. Mui-tos outros existem e tramitam nas mesmas circunstâncias e condições, com o efeito da-noso de abarrotar o judiciário com milhares de demandas ao mesmo tempo em que ten-ciona a sociedade com outros tantos milhões de vitimados que não ingressam em juízo. Os efeitos na ótica dos Direitos Econômicos e Sociais são ainda desconhecidos porque o sistema judiciário brasileiro, infelizmente, ainda não criou uma estrutura para produzir tais informações, apesar de já passados quase

10 anos da criação do CNJ.O exemplo aqui adotado leva a outro

inarredável debate, sobre o que chamamos do uso predatório da justiça. Podemos de-fi nir essa prática, como a conduta de deter-minadas empresas ou instituições, que se utilizam das muitas possibilidades procras-tinatórias do modelo processual à prática de violações de direitos como estratégia de obtenção de lucro com o consumo maciço de orçamento público. Atuam com carga elevada de danosidade social por via dupla: capturando ilicitamente milhões em capital que poderia estar circulando na economia e consumindo boa parte do orçamento públi-co direcionado ao fi nanciamento da justiça.

Os gravíssimos números divulgados pela Febraban, dando conta que os bancos per-derão R$ 100 bilhões se tiverem que de-volver integralmente os valores retidos nos quatro planos econômicos, demonstram o tamanho dos danos causados à sociedade. A retirada de tal monta do setor produti-vo num grave momento recessivo, irradiou seus efeitos negativos nas condições de vida de milhões de pessoas que sofreram a bru-talidade das restrições em seus direitos eco-nômicos e sociais. Esse aspecto da violação e do litígio gerado, posto no judiciário, não pode facilmente ser percebido em uma ação individual tradicional com a mesma visibi-lidade que está agora sendo desvelada na ação coletiva.

O caso paradigma (planos econômicos) também é simbólico, porque envolve o se-tor que mais utiliza de forma predatória o judiciário na esfera das relações comerciais privadas reguladas. Os bancos, como as telefônicas e os planos de saúde, prestam serviços concedidos, e estão submetidos às agências reguladoras. O uso abusivo do Ju-diciário por esses setores demonstra que a regulação não funciona. A sociedade está vulnerável às constantes violações de di-reitos e o sistema judicial está, gradativa-mente, tornando-se inviável para cumprir o seu mister.

É fundamental que na antessala das po-líticas nacionais para o Poder Judiciário elabore-se um modelo que atue no sentido

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O empenho dos juízes na luta por reformas e a mobilização do Judiciário prometem evolução racional do sistema.

de compelir as agências reguladoras a serem efetivas. Existe pouco espaço à dúvida para entender que essa é uma função fundamen-tal do CNJ, apesar de até o momento quase nada ter sido feito nessa direção. O Conse-lho apenas cumpriu a limitada tarefa de iden-tifi car os maiores litigantes.

O CNJ pouco contribuiu para reverter o quadro de abusos na utilização do Judiciá-rio, ao contrário, em alguns casos tomou medidas que facilitaram a utilização preda-tória da justiça ao exigir metas verticalizadas, desconsiderando os planos estratégicos dos tribunais, agravando o congestionamento pelo desconhecimento das realidades locais. A autonomia dos tribunais é afetada, assim como a independência dos juízes. Até o mo-mento, não identifi camos qualquer política efetiva que possibilitasse dar aos tribunais informações e diagnósticos para conhecer o litígio, as suas causas e consequências, con-siderando a dimensão macro de seus efeitos na sociedade e no sistema de justiça. E os tribunais estão plenamente legitimados para exigir políticas nacionais efetivas, já que as obrigações são de via dupla e a hierarquia constitucional estabelecida na Emenda 45 não pode atuar em desfavor da sociedade com a inércia do órgão incumbido de dar a direção estratégica ao sistema.

Já poderíamos ter avançado muito se os gestores dos tribunais tivessem o domínio da litigiosidade e seu impacto no orçamento dos tribunais. São informações preciosas que devem integrar e infl uenciar o cotidiano de-cisório nos atos de administração da justiça. Mas essa é uma tarefa que pode ser desen-volvida com muita efi cácia pelo CNJ, aliás melhor fi nalidade não teria o Conselho.

A AMB, no início de 2014, convidada pelo CNJ, apresentou em audiência pública e pro-tocolou uma proposta para criação de um departamento científi co de monitoramento e inteligência para desvelar o litígio no Bra-sil. O objetivo é blindar o sistema judicial do uso predatório da justiça e fornecer aos tri-bunais instrumentos para identifi car e coibir os abusos, com diagnostico sobre o impac-to fi nanceiro nos tribunais e refl exos sociais das violações.

Com dados e diagnóstico, tanto o CNJ quanto os tribunais poderão ter um panora-ma fi el das práticas comerciais atentatórias às nossas legislações e não coibidas pelas agên-cias reguladoras. O próprio Banco Central poderá ser informado dos impactos negati-vos das práticas ilegais do sistema fi nanceiro e atuar preventivamente. O conhecimento global do impacto econômico de cada macro litígio, possibilita a formulação de políticas mais abrangentes para dar efi cácia às agen-cias reguladoras, reprimindo o uso indevido do judiciário por meio da prevenção da vio-lação de direitos. Os mecanismos de preven-ção trazem o benefício do distensionamento gradativo da sociedade e a interrupção do circulo vicioso de violações. Como ganho decorrente, teremos uma redução substancial de gastos orçamentários em demandas repe-titivas de forma a viabilizar investimentos em setores estratégicos da intervenção judicial, como execução penal, infância e juventude e violência doméstica.

É possível que uma tarefa dessa natureza possa ser desenvolvida pelos maiores tribunais, porém sua efi cácia seria por demais mitigada pela impossibilidade de lograr uma abrangên-cia fora das fronteiras do ente federativo a que estiver inserido o tribunal. Na verdade, é um projeto adequado ao CNJ por ser o órgão que exerce obrigações constitucionais de, pela via global do sistema, criar e executar políticas que instrumentalizem os tribunais para bem cum-prirem as suas funções.

Mesmo com as difi culdades que cercam essa questão, temos razões de sobra para acreditar em mudanças. O empenho da magistratura brasileira na luta por reformas processuais e a mobilização de todos os segmentos da cena judiciária na elaboração de um projeto de refor-ma do processo coletivo são iniciativas que pro-metem uma evolução racional do sistema e sua adequação aos confl itos no nosso tempo, mas não podemos fi car acomodados contando com o Poder Legislativo, temos que buscar alternativas e, a que aparece como mais viável dentro da esfera de autonomia do Poder Judiciário é o CNJ. Ao abraçar a causa, essa instituição estaria cumprindo a sua principal função constitucional.

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO RECEBE A REUNIÃO DO COLÉGIO E MOSTRA AÇÕES CONCRETAS PARA A CONSTRUÇÃO DE CULTURA DE PAZ COM A APROXIMAÇÃO ENTRE JUDICIÁRIO E CIDADÃO

PARÁ TEM ENCONTRO MARCADO

COM PRESIDENTES

O Pará guarda características incomuns: com mais de 1,2 milhão km² e uma popu-lação de 7,2 milhões de habitantes (2,1 mi-lhões na capital), está assentado na maior bacia hidrográfi ca e na maior fl oresta tro-pical do mundo. Muitos de seus 144 mu-nicípios só são alcançados de barcos ou avião. É nesse universo que o Tribunal de Justiça do Pará, com 30 desembargadores

e 295 juízes distribuídos em 110 comarcas, atua para levar serviços jurisdicionais a ci-dadãos que vivem em comunidades ribeiri-nhas, áreas de fl orestas e em grandes polos urbanos.

Nada do que o TJPA está fazendo para cumprir seu papel jurisdicional acontece por caso. Cada ação ou atividade do Tribu-nal está prevista no plano de gestão para o

SEDETribunal de Justiça do Estado do Pará: instalações modernas em prédio histórico

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biênio 2013/2015, traçado pela presidente do Tribunal, desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento, e sua equipe. “Afi -nados com os princípios da governança co-laborativa, que norteia o novo paradigma de planejamento da Justiça no País, demos passos fundamentais para cumprir as me-tas que fi xamos, juntos, no nosso Plano de Gestão para o biênio 2013-2015, enraizan-do o conceito de justiça e cidadania entre as populações do campo e da cidade, protago-nizando ações concretas que visam a cons-trução de uma cultura de paz, ampliando o atendimento ao público em todas as regiões do Estado, e aproximando os serviços da Justiça ao dia a dia do cidadão”, resume a magistrada.

Para chegar cada vez mais perto de quem procura os seus serviços, o Judiciário para-ense adotou medidas estruturantes: implan-tou duas novas comarcas, ampliou o número de varas e juizados e construiu e reformou fóruns em vários municípios.

Em 2013, o TJPA propôs e o Legislativo criou de uma só vez 12 Varas do Juizado Especial. Também foram criadas por Lei as Comarcas de Vitória do Xingu, Monte Dou-rado, no Município de Almeirim, Canaã dos Carajás e Inhangapi, áreas de implantação de grandes projetos e geradores de deman-das judiciárias. Em 2014, foram inaugurados os modernos fóruns de Anapu, Inhangapi e Goianésia do Pará.

Essa expansão do Judiciário está amplian-do em cerca de 70% o número de servido-res do TJPA. Até setembro de 2013, prazo de encerramento da validade do concurso público realizado em 2009, o TJPA incor-porou 1.195 servidores em cargos de nível médio e superior. Nesse período, o núme-ro de servidores efetivos saltou de 1.734 para 2.933, um incremento de 69,22%, com atenção maior ao preenchimento de vagas nas comarcas do interior, para onde foram destinados 650 servidores.

Em maio deste ano, o TJPA publicou edi-tal para novo concurso. Serão abertas 200 vagas para servidores nos níveis médio e su-perior, distribuídas entre os 12 polos Judi-

O Judiciário paraense implantou duas novas comarcas, ampliou o número de varas e reformou fóruns.

ciários. O Tribunal também abriu inscri-ções para o concurso público ao cargo de juiz de direito substituto. São 40 vagas mais cadastro de reserva.

Para chegar mais rápido aos diferen-tes pontos do Estado, a Justiça do Pará investiu em transporte, de acordo com as características geográfi cas de cada comarca. O TJPA aumentou em 39% sua frota, de 2012 para 2013, quando o número de veículos saltou de 308 para 430. O atendimento é prioritário às co-marcas de 1ª e 2ª entrâncias no interior, onde a necessidade de transporte é mais urgente. No total, 122 novos veículos fo-ram entregues a 72 comarcas em 2013. Foram 50 pick-ups, 30 carros, 40 motos e 2 lanchas costeiras para atender as po-pulações ribeirinhas. Este ano, mais duas lanchas serão entregues.

JUSTIÇA ITINERANTEPara ajudar o atendimento das de-

mandas do interior, o TJPA tem o pro-jeto “Justiça Itinerante”, que leva servi-ços judiciários a locais de difícil acesso por meio dos Juizados Especiais e Jus-tiça Comum, utilizando barcos, ônibus ou aviões a partir de viagens agendadas pela presidência do tribunal. São ofere-cidos serviços como emissão de docu-mentos e casamentos, investigação de paternidade, reconhecimento de união estável, audiências de casos de menor complexidade, entre outros. Em 2014, 66 municípios estarão recebendo esses serviços e a previsão é de que 1,2 mi-lhões de pessoas sejam atendidas.

RIBEIRINHO CIDADÃOOutro projeto itinerante, o “Ribeirinho

Cidadão”, foi criado em 2011 para garan-tir que as populações ribeirinhas tenham acesso a seus direitos e aos serviços pú-blicos. Com o mesmo objetivo, o “Justiça Ribeirinha” é um projeto do TJPA em parceria com a Caixa Econômica Federal que utiliza a estrutura da Agência-Barco para atendimentos.

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FUTEBOL COM JUSTIÇAO Pará tem grande tradição nos esportes

e uma torcida apaixonada. Atenta a essa rea-lidade, o projeto “Futebol com Justiça” pro-cura garantir a cultura de paz em eventos esportivos de grande aglomeração, em espe-cial o futebol, através das regras do Estatuto do Torcedor. Um ônibus adaptado com sa-las de audiência e anexo permanece no estádio durante a realização do jogo para atender as demandas e solucionar confl itos e infrações de menor poder ofensivo. Após a implantação desse projeto, houve queda expressiva de con-fl itos e ocorrências policiais.

VERÃO COM JUSTIÇADurante as férias de julho, o projeto “Ve-

rão com Justiça” vai às praias de maior mo-vimento no interior do Pará com o objetivo de assegurar tranquilidade às famílias que estão no local. Em sistema de revezamento, o ônibus adaptado percorre os balneários mais visitados durante os quatro fi nais de semana de julho. No ônibus, são realizadas audiências de conciliação e instrução de julgamento para crimes de menor potencial ofensivo.

CONQUISTANDO A LIBERDADEQuebrar o preconceito e resgatar a au-

toestima da população carcerária são os principais objetivos do projeto “Conquis-tando a Liberdade”. O projeto é feito em parceria com escolas públicas por meio da atividade “Papo di rocha”, onde os presos contam sua experiência de cárcere para alertar os alunos a fi carem longe do mundo do crime. Existe também o res-gate de espaço públicos através da recu-peração de praças, hospitais, delegacias, escolas e cemitérios. Todo o trabalho é feito pelos presos para conscientizar da importância de preservar o patrimônio público. Esse projeto rendeu ao seu ide-alizador, o juiz Deomar Barroso, menção honrosa do projeto Innovare.

CONCILIAÇÃOA “Semana da Conciliação Fiscal”

surgiu para permitir acordos em ações já ajuizadas pelo Fisco Municipal. O trabalho consiste em promover acor-dos a partir do parcelamento do dé-bito tributário, com descontos de até

TRIBUNAL PLENOAcima, os desembargadores reunidos no plenário “Des. Pojucan Tavares”

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90% de juros e multa, em audiência de conciliação. Entre os objetivos dessa iniciativa estão reduzir o número de processos em tramitação na Vara, re-duzir o tempo de duração da lide na justiça e implantar a política de conci-liação. A “Semana da Conciliação Fis-cal” tem calendário anual e já realizou cerca de duas mil conciliações. Em maio deste ano, cerca de mil acordos foram realizados em 10 dias.

PAI PRESENTEO projeto “Recomeço” surgiu para

complementar o “Pai presente” que estimula o reconhecimento voluntário de paternidade. O trabalho garante aos pais e filhos envolvidos um reencontro físico e emocional, auxiliando um reco-meço através de uma confraternização que envolve programações esportivas e culturais, almoço festivo e sorteio de brindes.

Para que esses projetos sejam realiza-dos com sucesso, o Tribunal de Justiça do Pará investiu na infraestrutura física e na formação de pessoal. Mais de 25 mil horas de cursos presenciais, exter-nos e congressos de capacitação foram oferecidos a 1.621 servidores.

ENCONTROS REGIONAISEm 2013, foram realizados três en-

contros regionais de magistrados. O primeiro ocorreu em junho no municí-pio de Barcarena, o segundo em agosto, no município de Santarém, e o tercei-ro em Paragominas. O objetivo desses encontros é aproximar os gestores do Judiciário das Comarcas para trocar in-formações, receber demandas e alinhar as ações da capital e interior ao plano de Gestão do Biênio 2013/2015.

O TJPA também ofereceu dois cur-sos de Media Training para juízes da capital e do interior. O primeiro ocor-reu em setembro de 2013 e o segundo, em abril de 2014. Cerca de 40 magis-trados receberam treinamento, minis-

TJ-PA une esforços para levar adiante projetos de resgate da cidadania no Estado

trado por profissionais de renome nacional, como Jayme Brener, de São Paulo, e Cristina Serra, da Rede Globo.

Contando com a participação de magistrados, servidores e instituições públicas e privadas, o TJPA pretende ir além. Estão previstas a reestrutura-ção das varas especializadas em ques-tões agrárias, ambientais e minerais e a instalação de novas unidades de juizados especiais. Desse modo, o Judiciário manterá sua tendência de evolução, trabalhando em razão da sua própria existência: a realiza-ção da Justiça.

RESGATEAcima, projeto Conquistando a Liberdade. Inter-no conversa com estudantes na Escola Estadual Cidade de Emaús, no Bengui.

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BELÉM: VOCAÇÃO PARA O TURISMO NOBELÉM: VOCAÇÃO PARA O TURISMO NO

CORAÇÃO DA AMAZÔNIAJoão Carlos Pereira,

escritor e jornalista

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Quando fundou a cidade de Belém, no dia 12 de janeiro de 1616, o capitão Francisco Caldeira Castelo Branco ocupou um espaço de fl oresta onde habitvam os índios Xurucus. Naquele momento histórico, Portugal inexis-tia como nação, uma vez que estava anexado ao trono da Espanha, ocupado pela dinastia Filipina. No longo período de 60 anos em que Portugal e Espanha foram um só e mesmo reino, o novo núcleo urbano da Amazônia tinha como objetivo proteger o acesso da re-gião, pelo caminho das águas, uma vez que era obrigatório passar pela baía do Guajará ser ser visto pelos portugueses aqui instalados.

Terra da castanhaTerra da borrachaTerra de biribá bacuri sapotiTerra de fala cheia de nome indígenaQue a gente não sabe se é de fruta pé de pau ou ave[de plumagem bonita.Nortista gostosaEu te quero bem.Me obrigarás a novas saudadesNunca mais me esquecerei do teu Largo da SéCom a fé maciça das duas maravilhosas igrejas barrocasE o renque ajoelhado de sobradinhos coloniais tão[bonitinhosNunca mais me esquecereiDas velas encarnadasVerdesAzuisDa doca de Ver-o-PesoNunca maisE foi pra me consolar mais tardeQue inventei esta cantiga:

Bembelelém!Viva Belém!Nortista gostosaEu te quero bem.

BELÉM DO PARÁMANUEL BANDEIRA Bembelelém!Viva Belém!Belém do Pará porto moderno integrado na equatorialBeleza eterna da paisagemBembelelém!Viva Belém!Cidade pomar(Obrigou a polícia a classifi car um adjetivo novo de delinqüente:O apedrejador de mangueiras)Bembelelém!Viva Belém!Belém do Pará onde as avenidas se chamam Estradas:Estrada de São JerônimoEstrada de NazaréOnde a banal Avenida Marechal Deodoro da Fonseca de todas[as cidades do BraslSe chama liricamenteBrasileiramenteEstrada do Generalíssimo Deodoro

Bembelelém!Viva Belém!Nortista gostosaEu te quero bem.

Belém nasceu como uma fortifi ca-ção militar – daí seu primeiro nome: “Forte do Presépio”. A povoação que crescia á sua volta foi batizada de Feliz Lusitânia, que passou a se cha-mar, sucessivamente, de Santa maria do Grão-Pará, Santa maria de belém do grão Pará, até que, na condição de eprimeira capital da Amazônia, teve o nome defi nito reduzido para Belém.

Foi tomado de encanto por esse nome que, em 1929, o poeta Manuel Bandeira, passando por belém, escre-veu este poema:

HOMENAGEMO poeta Manuel Bandeira, um apaixonado por Belém

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Ao longo de quase 400 anos de história, que serão comemorados em 2016, Belém co-nheceu diferntes momentos econômicos. A princípio, o dinheiro que circulava na cidade era proveniente da agricultura de subsistência, da pecuária e da pesca, praticada, sobretudo, por pequenos produtores da ilha do Marajó e do município da Vigia, que vivia sob saudável atividade educacional da Companhia de Jesus. Um ano após haver sido problamada a inde-pendência do Brasil, Belém, até então forte-mente ligada a Portugal, reconheceu a nova condição política do país.

Entre 1835 e 1840, a província do Grão-Pa-rá experimentou a tragédia de um movimento revolucionário chamado Cabanagem que, pela primeira vez, levou o povo ao poder. O con-fl ito ocorreu devido à irrelevância política à qual a província foi relegada, após a Inde-pendência do Brasil e o cenário de pobreza extrema povo paraense. Morreram, em cin-co anos, cerca de 40.000 pessoas, ou 30% da população local, entre os quais integrantes de tribos indígenas, que foram totalmente dizimadas.

No século XIX e nas duas primeiras déca-das do século XX, Belém se transformou em uma das cidades brasileiras mais desenvolvi-das e numa das mais prósperas do mundo. O ciclo da borracha fez a capital do Pará seguir uma tendência mundial de bom gosto e, con-sequentemente, afrancesar-se. Multiplicaram-se, graças ao volume de dinheiro que por aqui circulava, grandes e suntuosas residências, abriram-se instituições bancárias, o comércio prosperou, num ambiente que fi cou como-nhecido como a “belle époque” amazônica.

Rica e próspera, Belém conheceu, antes de muitas cidades importantes, a iluminação elé-trica, teve um luxuoso cinema, o Olýmpia (em funcionamento até hoje), viu surgir um mag-nífi co teatro de ópera, o Theatro da paz, além, de grandes praças, prédios suntuosos e largas avenidas. Vivia-se não em Belém do Pará, mas numa Belém de Paris, tamanho o refi namento das pessoas e dos ambientes.

A riqueza da época atraiu para o Pará levas de imigrantes estrangeiros como portugueses, chineses, franceses, japoneses, espanhóis e ou-tros grupos menores, que para a região embar-

Hoje, Belém é uma cidade dotada de todos os elementos de uma metrópole moderna, um polo

cavam, acalentando sonho de prosperidade, a partir das atividades ligadas à terraa.

No âmbito do Poder Judiciário, a comar-ca da capital, com sede em Belém, envolvia, além do seu município, os de Acará, Ou-rém e Guamá. Nessa época, havia quinze freguesias: Nossa Senhora da Graça da Sé, Sant’Ana da Campina, Santíssima Trin-dade e Nossa Senhora de Nazareth do Desterro, na capital. No interior as de São José do Acará, São Francisco Xavier de Barcarena, Nossa Senhora da Concei-ção de Benfi ca, Sant’Ana de Bujaru, Nossa Senhora do Ó do Mosqueiro, Sant’Ana do Capim, São Domingos da Boa Vista, São João Batista do Conde, São Miguel do Gua-má, Nossa Senhora da Piedade de Irituia e Divino Espírito Santo de Ourém.

Com o declínio do comércio da borracha, chegou a fi m o ciclo de “ouro elástico” ex-traído da seringueira. Sem dinheiro e sem escravos, o Pará, e Belém, de modo parti-cular, viveram longos momentos de estg-nação, até que os grandes projetos na área de mineração fi zeram ressurgir o interesse econônico pelo Estado. A abertuera da ro-dovia Belém- Brasília também foi decisiva para ligar o Norte ao restante do Brasil, por via terrestre.

Hoje, Belém é uma cidade dotada de to-dos os elementos que caracterizam uma ci-dade moderna. Com a revitalização dos dis-tritos industriais de Icoaraci e Ananindeua, a implantação da Hidrovia do Tocantins, a construção de hidrelétricas e a Ferrovia Norte-Sul, a cidade vive um novo ciclo de desenvolvimento.

A região metropolitana abriga quase dois milhões de habitantes e a capital do Pará, conhecida como a metrópole da Amazônia e também a cidade das mangueiras, trans-formou-se num polo de atração turística. Não por acaso foi, na região, a cidade que mais eventos profi ssionais acolheu. Voca-cionadamente mariana, com larga tradição católica, Belém é o palco da maior procis-são do planeta – o Círio de Nossa Senho-ra de Nazaré – que acontece no segundo domingo de outubro, numa tradição que, em 2014, completará 222 anos.

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O QUE VER EM BELÉM

Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré

A Basílica de Nazaré é a única basílica da Amazônia. Sua história, seu simbolismo e sua importância religiosa exercem uma pro-funda infl uência no imaginário religioso pa-raense. Elevada no dia 31 de maio de 2006 à categoria de Santuário Mariano Arquidioce-sano, passou a denominar-se Basílica Santu-ário de Nossa Senhora de Nazaré. É lá que está guardada a imagem original de Nossa Senhora de Nazaré, cujo achado deu origem à devoção mariana na cidade.

Complexo Feliz Lusitânia

Localizado no bairro da Cidade Velha, faz parte do centro histórico revitaliza-do. O complexo contempla a Catedral Metropolitana de Belém (uma das mais bonitas do Brasil, cuja visita é impres-cindível), praça Dom Frei Ca-etano, Casa das Onze Janelas, Corveta Museu Solimões, Forte do Presépio e o com-plexo de Santo Alexandre, formado pela Igreja e pelo Museu de Arte Sacra do Pará, considerado um dos mais be-los do Brasil. Foi num quar-to do prédio do Museu, na época sede da Arquidiocese e residência do Arcebispo, que dormiu o papa, hoje São João paulo II, a quando de sua visi-ta a Belém, no ano de 1980.

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Complexo Ver-o-PesoComposto pela Feira do Açaí, as praças do Relógio (relógio de ferro, fundido na Inglaterra) Pescador, dos Velames, o Solar da Beira e o Mercado Municipal. O mercado de Ferro, que completa o Ver-o-Peso, foi todo transportado da Inglaterra e eleito uma das 7 maravilhas do Brasil.

Estação das DocasÉ um complexo de arte, lazer e gastronomia. A Estação, como é conhecida, possui um moderno terminal fl uvial, o Amazon River, com ancoradouro fl utuante, capaz de aportar até 4 embarcações de 70 pés. Diariamente são realizados diversos passeios fl uviais pela orla e ilhas de Belém.

HangarCentro de Convenções

e Feiras da Amazônia - Com uma área total de 64.000m² e 25.000m² de área construída totalmente integrada ao ambiente amazônico, o Hangar, como é conhe-cido, está equipado com recursos de última tec-nologia e preparado para qualquer tipo de evento, como feiras, congressos, convenções, encontros, seminários, simpósios e exposições.

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O QUE VER EM BELÉM

Theatro da Paz Inspirado no Teatro alla Scala de Milão, é o maior e mais antigo da Amazônia, construído em 1878 com recursos auferidos da exportação de látex, no Ciclo da Borracha. É considerado um dos mais luxuosos do Brasil.

Mangal das Garças Localizado às margens do rio Guamá, em pleno centro histórico, o parque é resultado da revitalização de uma área de 40.000 m², no entor-no do Arsenal da Marinha. Poussi um interessantíssimo borboletário, um farol e um restaurante de padrão internacional.

Palácio Antônio LemosHoje é sede da Prefeitura e abriga o Museu do município.

Palácio Lauro SodréSede do Museu do Estado do Pará.

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Complexo Ver-o-RioNuma área de cinco mil metros quadrados de frente para a baía do Guaja-rá, o projeto alia contemplação da natureza com a praticidade na utili-zação do espaço urbano.

Espaço São José Liberto

Instalado no antigo presídio da capital – o presídio de São José -, abriga, desde 2002, o Museu de Gemas do Pará, o Polo Joalheiro, a Casa do Artesão e uma capela, onde são eralizados eventos musi-cais. Hoje, o local é referência para o mercado joalheiro paraense por conta das jóias em ouro e gemas produzidas pelo talento dos ourives e designers paraenses.

Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio GoeldiCriado em 1866, é a mais antiga instituição de pesquisas da região Ama-zônica e referência mundial na Amazônia. O Parque Zoobotânico está situado no centro urbano de Belém, com uma área de 5,2 hectares. É o mais antigo do Brasil no seu gênero.

Portal da Amazôniaresultante do projeto de macrodrenagem da Estrada Nova, é uma área aterrada e arborizada, ao lado do Mangal das Garças, com larga e linda vista para o rio Guamá. Dispõe de espaço para práticas desportivas, ciclovia e quiosques para lanches rápidos.

Parque da Residência Antiga residência ofi cial dos governadores do estado, agora é a sede da Secretaria Executiva de Cultura. Possui um orquidário, belos jardins, um teatro e um restaurante.

Praça Batista CamposConsiderada uma das mais bonitas praças do Brasil, é cortada por lagos. Um coreto central e vários caramanchões dão à praça um aspecto europeu.

JOÃO GOMES / COMUSN

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A HISTÓRIA DE VIDA DO JUIZ EDILSON ENEDINO É UM CASO DE SUCESSO INSPIRADOR QUE MOTIVA OS QUE ATUAM NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS

O clima de satisfação com o trabalho e a admiração que os servidores nutrem pelo magistrado, a quem estão subordi-nados, parecem ser tão robustos quan-to o nome do setor onde estão lotados - Vara de Falências, Recuperações Judi-ciais, Insolvência Civil e Litígios Em-presariais do Distrito Federal. A equi-pe, formada por doze servidores e dois

estagiários, reconhece o dinamismo que leva o juiz titular da Vara, Edilson Enedino das Chagas, a despachar com rapidez os feitos e sabe que, por trás de todo o compromisso com a atividade jurisdicional e de uma singular compe-tência que o credencia como professor de Direito Empresarial, existe uma his-tória de vida que o faz respeitado como

SUCESSOO juiz Edilson Enedino atua na Vara de Falências, Recuperações Judiciais, Insolvência Civil e Litígios Empresariais do Distrito Federal

DE VENDEDOR DE BANANAS

A JUIZ DE DIREITO

PELOS TRIBUNAIS

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ser humano, além de profissional singu-lar. O Juiz Edilson, 44 anos, que um dia vendeu bananas, tornou-se a motivação para os servidores que, com frequência, recebem elogios de jurisdicionados pelo diligente trabalho que executam.

Nascido em Brasília, filho de pai po-tiguar e mãe paraibana, Edilson teve, na invasão do Paranoá, sua primeira resi-dência. Graças a um programa habita-cional da extinta SHIS, a família conse-guiu uma casa “zero quarto” no Gama. Aos dois anos, perdeu o pai, seu Pedro, que trabalhava como tratorista do GDF. A partir daí, a dona de casa Marlene passa a travar uma tremenda luta pela subsistência – sua e dos cinco filhos. Ao relatar esses tempos, o juiz Edilson pon-dera que, se não fosse a família unida, a igreja, a casa, a escola e o hospital públi-cos e também um programa alimentar do governo federal (LBA), talvez nem tivessem sobrevivido.

Era preciso ajudar a buscar o sus-tento e, aos oito anos, Edilson co-meça a fazer sua par te vendendo bananas. Aos nove, passa a vender picolés e, aos dez, torna-se jorna-leiro. Aos doze anos, vai trabalhar como f lanelinha e, aos catorze, como auxil iar gráfico. A dil igência leva-o, aos quinze anos, a tornar-se auxil iar de mecânica, mas permanece, como já fazia antes, realizando qualquer trabalho braçal que consegue, sobre-tudo como ajudante de obra. Até en-tão, poucos poderiam prever que o adolescente laborioso seria, um dia, o primeiro colocado no concurso de 1998 para Juiz de Direito – al iás, o primeiro morador do Gama a alcan-çar o feito.

Aos 17 anos, Edilson termina o 2º Grau em uma escola pública noturna e, no ano seguinte, realiza o curso de formação de fuzileiro naval da Mari-nha do Brasil . Em 1989, é aprovado e formado policial mil itar do DF e, dois anos depois, toma posse no Tri-bunal Superior do Trabalho, no cargo de Auxil iar Operacional de Serviços Diversos.

Foi entre os anos de 1991 e 1994 que uma brilhante carreira jurídica come-çou a ser delineada. Estudando em uma faculdade par ticular – na época não havia cotas para as universidades públicas federais – Edilson formou-se em Direito e, apenas um ano após a formatura, tornou-se fiscal do tra-balho do DF. Em 1998, veio a con-quista do primeiro lugar no concurso para Juiz de Direito e o início de sua trajetória no TJDFT. Passou por Va-ras Criminais e Cíveis, por Juizado Especial e Vara da Infância e Juven-tude, enriquecendo seu currículo e competência, inclusive trabalhando, entre 2009 e 2011, como Juiz Eleito-ral em Samambaia. Em 2011, passou a atuar na Vara de Falência onde perma-nece até hoje.

O Juiz Edilson valoriza sua própria história e faz questão de lembrar, sem-pre, de onde veio. Em suas próprias palavras: “Entendo que importa muito mais quem está conosco do que aquilo que nos acontece. Deus, a família, os amigos, um Estado presente e atuan-te, uma igreja fraterna. Com essa fór-mula, muita fé e honestidade, a vitória sempre chega”.

(Publicado em 30 de maio de 2014 por SB no site do TJDFT)

O juiz Edilson valoriza sua própria história e faz questão de lembrar, sempre, de onde veio

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PELA PRIMEIRA VEZ EM 12 ANOS O ESTADO DO ALAGOAS VIU SEREM REDUZIDOS OS NÚMEROS DE HOMICÍDIOS. ATUAÇÃO DO JUDICIÁRIO DIMINUIU ESTOQUE DE PROCESSOS.

CELERIDADE JUDICIAL REDUZ

CRIMINALIDADE

Ainda há muito trabalho árduo a se fazer, mas Alagoas está no caminho certo do combate à violência. A con-clusão é da Câmara de Monitoramen-to do Programa Brasil Mais Seguro no Estado, que teve mais uma reunião

nesta quarta-feira (29), desta vez com presença do secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, Flá-vio Crocce Caetano, e do presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), José Carlos Malta Marques.

COOPERAÇÃORepresentantes de instituições envol-vidas com a segu-rança pública se reúnem com o des. José Carlos Malta Marques, presiden-te do TJAL

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No encontro, o Ministério da Justiça apresentou os números que demonstram o resultado positivo do Brasil Mais Se-guro em Alagoas, iniciado há dois anos, em junho de 2012. Os homicídios caí-ram em 10%, quando compara-se 2011, último ano completo sem o Programa, com 2013.

Na comparação, também houve au-mento de 9,4% nos processos de ho-micídio distribuídos no Judiciário ala-goano, o que significa que houve mais investigações policiais concluídas e mais denúncias do Ministério Públi-co. Por outro lado, a quantidade de processos sentenciados aumentou em mais de 54%.

A efi ciência dos magistrados possibili-tou que o aumento da demanda não re-sultasse em mais processos sem julgamen-to, ressalta o secretário Flávio Caetano. “Apesar do número maior de distri-buição, pela primeira vez conseguimos diminuir o estoque de processos, uma redução em 9%, mostrando que quando se integra Polícia com Justiça, é possível diminuir os homicídios e a impunida-de”. Ainda segundo o secretário, essa é a primeira vez em 12 anos que o número de homicídios cai em Alagoas.

Coordenada pelo TJ/AL através do juiz Maurílio Ferraz, a Câmara de Monitora-mento é o ambiente onde as instituições envolvidas com o combate à violência de-senvolvem estratégias integradas para dar efetividade aos inquéritos e processos ju-diciais de homicídios.

“Alagoas realmente começou a reduzir esses números negativos. E isso é fruto de um trabalho sistêmico, não algo iso-lado. É motivo de comemoração para o Poder Judiciário e para Alagoas”, desta-cou Maurílio Ferraz, que é juiz auxiliar da presidência do TJ/AL. Ferraz assumiu a coordenação da Câmara após a saída de Diógenes Tenório, atualmente secretário de Defesa Social do Estado.

(Por Isaac Neves - Dicom TJ/AL)

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PROJETO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS INTERLIGA COMARCAS DO INTERIOR ATRAVÉS DE REDES CRIADAS A PARTIR DE PARCERIAS COM DIVERSAS INSTITUIÇÕES

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

GARANTE ACESSO

Ações do Plano Estratégico de Tec-nologia da Informação e Comunicação (Petic – 2014) desenvolvidas pelo Tri-bunal de Justiça do Amazonas (TJAM) proporcionam melhorias no acesso aos dados do órgão, utilizando a internet. Os resultados de seis destas ações fo-ram apresentados pela Divisão de Pla-nejamento e Gestão Estratégica do TJAM na 5ª Reunião de Análise Estra-

tégica (RAE), referente aos projetos do primeiro quadrimestre de 2014.

O primeiro passo foi a adesão do Linhão de Tucuruí e Gasoduto Coari – Manaus. Devido às condições geo-gráficas do Estado do Amazonas, têm surgido alternativas que possam levar a internet às comarcas do interior do Amazonas: uma delas está no envio de dados utilizando a mesma estrutura da

INTERLIGADOSComarcas mais distantes de Manaus passam a ter sistemas integrados

PELOS TRIBUNAIS

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ATIVIDADE Des. Ari Jorge Moutinho da Costa, presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas

rede elétrica. Do interior do Pará até Manaus, várias cidades do baixo Ama-zonas são beneficiadas com a internet. O mesmo acontece com as comunida-des que estão na direção da cidade de Coari, em que a rede nestas cidades pas-sa pelo Gasoduto Coari/Manaus. A ci-dade beneficiadas estão na calha do rio Solimões, num trecho de pouco mais de 300 quilômetros.

SIPAMNas cidades mais distantes da capital

e sem o acesso à internet,a solução foi um projeto de cooperação técnica com o Sistema de Proteção da Amazônia (Si-pam). Como o Sipam tem rede de dados em todos os municípios da Amazônia, o TJAM também utiliza a rede para acesso às informações. Nos primeiros meses de 2014, o Sipam fez um redirecionamento das antenas, o que obrigou o TJAM a também mudar o sistema para a devida adequação.

“Temos procurado soluções para ace-lerar e melhorar a prestação jurisdicio-nal no interior do Amazonas. Temos conseguido essas parcerias e a cada dia o acesso tem melhorado”, afirmou o desembargador corregedor do TJAM, Yedo Simões de Oliveira, coordenador da Comissão de Tecnologia da Informa-ção do Tribunal. O Tribunal de Justiça do Amazonas também desenvolveu o projeto de integração, via web services, dos sistemas judiciais do TJAM com os de outros órgãos.

VIRTUALIZAÇÃOO projeto de virtualização dos proces-

sos judiciais das comarcas do interior do Amazonas, por meio do Projudi, trouxe inúmeros benefícios aos jurisdicionados em geral. Hoje, um advogado ou uma parte pode ver o processo de qualquer lugar do mundo, desde que esteja co-

nectado à internet e os magistrados podem despachar nos processos com maior rapidez. O TJAM também re-formou o datacenter principal e o se-cundário. Outra ação foi o projeto do sistema de atendimento eletrônico nos Juizados Especiais (SMAD).

Para o desembargador Yedo Simôes, as ações do Plano Estratégico de Tec-nologia da Informação e Comunicação (Petic) vão trazer benefícios para o Es-tado do Amazonas, mas carece de atu-alização, pois a cada dia surgem novas soluções em tecnologia da informação e quem ganha são os jurisdicionados, que podem ter o acesso à justiça com mais celeridade.

(Por Carlos Souza, TJAM)

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REUNIÃO NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTO COLOCOU EM DEBATE AS BASES E OS MECANISMOS PARA A PROMOÇÃO DO INTERCÂMBIO DE IDEIAS ENTRE MAGISTRADOS

COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA É TEMA

DE SEMINÁRIO

Quatrocentos Juízes e desembargado-res da Justiça Estadual, Federal e do Tra-balho se reuniram na sexta-feira (30), no prédio da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, para discutir as bases e os mecanismos da coopera-ção judiciária. O 1º Seminário Estadual sobre Cooperação Judiciária do Espírito Santo foi idealizado com o objetivo de promover o intercâmbio de ideias entre os magistrados e facilitar a prática de futuros atos de cooperação.

O Conselho Nacional de Justiça e a co-operação judiciária foi tema da palestra proferida pelo desembargador federal do Trabalho da 9ª região e ex-conselheiro do CNJ, Ney José de Freitas. Para o desem-bargador, “o papel do CNJ é fundamen-tal, porque, como um órgão criado pela Constituição e que trata das políticas do Po-der Judiciário Nacional, é quem deve co-mandar este tipo de ação, porque ele tem uma força, uma capacidade de estabelecer isso para todos os Tribunais do País”.

IDEIASDes. Sérgio Bizzotto Pessoa de Mendonça, presidente do TJES

PELOS TRIBUNAIS

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O desembargador federal do traba-lho da 3ª região e membro do Comitê Executivo da Rede Nacional de Coo-peração Judiciária do CNJ, José Edu-ardo de Resende Chaves Júnior, falou sobre os mecanismos da cooperação e sobre a atuação da Rede Nacional de Cooperação Judiciária do CNJ.

“O papel da Rede é mediar eventu-ais conflitos de competência entre ju-ízes e harmonizar de forma consensu-al procedimentos. Tudo que envolva causas, demanda de causas, processos que envolvam mais de um juiz, esse é o grande papel da rede, é fazer essa intermediação, essa mediação que é feita por juízes e entre juízes para prevenir eventuais conflitos de com-petência”, ressaltou.

O desembargador José Eduardo também lembrou que a cooperação judiciária segue Recomendação nº 38/2011 do CNJ e não possui ne-nhum viés de imposição. “Toda a base da cooperação é a não obriga-toriedade. Por isso ela veio à luz no CNJ como recomendação e não como resolução”.

A juíza de Direito Gisele Souza de Oliveira, uma das responsáveis pela coordenação científica do evento, fa-lou sobre a mobilização dos magistra-dos para as ações de cooperação. Para a magistrada, o encontro cria “um in-tercâmbio para que juízes federais, tra-balhistas e estaduais se conheçam”. E, acrescentou, “convivemos no mesmo Estado, prestamos a jurisdição em ra-mos diferentes, mas no final das con-tas a prestação jurisdicional adequada ao cidadão é a nossa meta, então nós estamos nos reunindo para ver exata-mente o que a gente pode fazer para

aprimorar a prestação jurisdicional quando o ato de um juiz dependa do ato de um outro juiz, ou seja, co-locar em contato juízes de diversos ramos, aqui no Espírito Santo”.

A juíza também relembrou que o Tribunal de Justiça do Espírito Santo já criou um Núcleo de Co-operação Judiciária por meio de ato da presidência e, também, já instituiu a figura do juiz de coo-peração.

“O juiz de cooperação aqui no Estado está apto a receber pedidos de cooperação de juízes do Brasil inteiro, sejam juízes federais, esta-duais, juízes do Trabalho, da Justi-ça Militar. Todos aqueles atos que tiverem que ser praticados aqui no Espírito Santo, que dependerem de um impulso, de uma ajuda para a celeridade dele, poderão ser obtidos através de contato informal com o juiz de cooperação. É ele, aqui no Estado, que faz o elo com os outros Tribunais e as outras unidades do País”, completou.

O seminário foi realizado pela Es-cola Superior da Magistratura do Es-pírito Santo (Esmages), juntamente com a Escola da Magistratura do Estado do Espírito Santo (Emes), e recebeu o apoio do Conselho Na-cional de Justiça (CNJ), do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES), da Associação dos Magistrados do Es-tado do Espírito Santo (Amages) e da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 17ª Região (Amatra).

(Por Elza Silva, Assessoria de Imprensa e Comunicação Social do TJES)

O objetivo é mediar eventuais confl itos de competência entre juízes e harmonizar de forma consensual procedimentos

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GESTÃO ESTRATÉGICA DAS AÇÕES DE MASSA:

ALTERNATIVA PARA AGILIZAR A SOLUÇÃO

DE CONFLITOS Um dos principais desafi os do Poder Judici-

ário é dar celeridade mediante a prestação de jurisdição efi ciente e que satisfaça o cidadão que busca solução para seus confl itos. Com este fi to, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul desenvolveu importantes mecanismos para dar agilização às ações de massa.

A Gestão das Ações de Massa integra o Pla-nejamento Estratégico do Poder Judiciário do Rio Grande do Sul, instituído em 22 de feve-reiro de 2010. O Grupo de Trabalho, liderado pelo 1º Vice-Presidente e integrado por Ma-gistrados de 1º e 2º Graus, defi ne a execução de diversas ações estratégicas para o enfrenta-mento destas demandas.

Nesta linha de atuação foram destacados temas, objeto do estudo, tratados coletiva-mente, e foram implantadas ações para o seu enfrentamento:

a) Legalidade do repasse do PIS e da COFINS nas faturas de serviços de telefonia e nas faturas de fornecimento de energia elétrica. Expedidos os Atos n. 01/2010-1ª VP (PIS e COFINS nas faturas de serviços de telefonia) e 02/2010-1ª VP (PIS e COFINS nas faturas de energia elé-trica), suspendendo os recursos até o pronuncia-mento do Superior Tribunal de Justiça no REsp n. 976.836/RS (TEMA 293-STJ) e no REsp n. 1.185.070/RS (TEMA 428 – STJ);

b) Defi nição da base de cálculo do tributo ISS (Imposto Sobre Serviços) em operações de arrendamento mercantil, e o sujeito ativo dessa relação jurídica. Controvérsia debati-da no REsp n. 1.060.210/SC (TEMA 355

Des. José Aquino Flôres de Camargo Presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul

– STJ), Rel. Min. Luis Fux. O julgamento desse REsp paradigma foi afetado à siste-mática dos Recursos Repetitivos, tendo sido determinada pelo Relator a suspensão de to-dos os processos, em todas as instâncias, que versem essa controvérsia. Expedido Ato n. 01/2011-1ª VP, e determinada a suspensão da distribuição das apelações cíveis que ver-sem a controvérsia;

c) Diferenças de correção monetária em remuneração de cadernetas de poupança decorrentes dos planos econômicos Bresser, Verão, Collor I e II. Reconhecida pelo Su-premo Tribunal Federal a Repercussão Ge-ral da controvérsia nos seguintes Recursos Extraordinários: RE 591.797/SP (TEMA 265 – STF), RE 632.212/SP (TEMA 285 – STF) e RE 626.307/SP (TEMA 264 – STF). Expedido o Ato n. 02/2011-1ª VP. Estão suspensos os processos que versam a con-trovérsia até pronunciamento defi nitivo da Excelsa Corte nos Recursos Extraordinários acima identifi cados. Aguarda-se, portanto, a conclusão do julgamento dos mencionados TEMAS pelo Supremo Tribunal Federal para dar-se seguimento ao módulo do Pro-jeto que diz respeito a essa matéria;

d) Critério de reajuste das tarifas de energia elétrica no país, no que respeita aos encargos setoriais e encargos de transmissão, desde 2002 até 2009, com pedido de restituição aos consumidores afetados. Com base na

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Ação Civil Coletiva n. 2009.38.00.027553-0/MG, foi expedido o Ato n. 03/2011-1ª VP, que determinou a suspensão das apelações cí-veis concernentes à matéria até o julgamento da Ação Civil Coletiva, e que atingem a inte-gralidade dos consumidores gaúchos.

Aguarda-se decisão do Superior Tribunal de Justiça em Recurso Especial Representati-vo da Controvérsia selecionado pelo Tribunal de Justiça em tema que diz respeito à com-petência (federal ou estadual) para processar e julgar os feitos que tratam dessa matéria e que envolvem as empresas concessionárias de energia elétrica.

e) Implementação do piso salarial profi ssio-nal nacional para os profi ssionais do Magisté-rio Público da Educação Básica. Em atuação conjunta do Tribunal de Justiça e do Ministé-rio Público, foi delineada a Ação Civil Pública n. 001/1.11.0246307-9, promovida pelo Mi-nistério Público do Estado em 12 de setembro de 2011.

O processo tramitou perante o 2º Juizado da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Porto Alegre (sentença proferida em 16 de fe-vereiro de 2012). Expedido o Ato n. 04/2011-1ª VP - revogado pelo Ato n. 02/2013-1ª VP, uma vez que atingido o seu objetivo -, para determinar a suspensão da distribuição das apelações cíveis concernentes à matéria até o julgamento da referida Ação Civil Pública, que ocorreu no dia 25 de junho de 2013, após o julgamento dos Embargos de Declaração pelo Supremo Tribunal Federal em 28 de fevereiro de 2013.

À vista dos inúmeros recursos interpostos pelas partes - inconformadas com a suspen-são das respectivas ações individuais -, foram selecionados por este Tribunal de Justiça, com base no art. 543-C, § 1º, CPC, recursos especiais representativos da controvérsia. O Recurso Especial n. 1.33.801/RS (TEMA 589 – STJ), nessa condição de Representativo da Controvérsia, foi recebido pelo Rel. Min. Mauro Campbell Marques, e o seu julgamento, em 14 de agosto de 2013, afetado à Primeira Seção sob a sistemática dos Recursos Repeti-tivos, resultou no acolhimento da tese de que ajuizada ação coletiva atinente à macrolide ge-radora de processos multitudinários, as ações

individuais fi cam suspensas no aguardo do jul-gamento da ação coletiva, sem negar vigência aos artigos 103 e 104 do Código de Defesa do Consumidor, com os quais se harmoniza.

Na sequência da exposição das bases que edifi cam os Atos expedidos, em relação ao mesmo Tema, junto ao Supremo Tribunal Fe-deral, o Min. Teori Albino Zavascki selecionou o ARE n. 738.109/RS como Representativo da Controvérsia. No Plenário Virtual, em 27 de setembro de 2013, a questão foi erigida a TEMA 675: a “suspensão da ação individu-al em razão da existência da ação coletiva”. Assim, a Suprema Corte defi niu que não há Repercussão Geral, julgamento que remete a questão à seara infraconstitucional, balizada pelos Recursos Especiais paradigmas.

Vale consignar, considerada a relevância, a decisão proferida em 10 de dezembro de 2013 pela Min. Cármen Lúcia, negando seguimento à Reclamação n. 16.023/RS, na qual havia sido deduzida irresignação com a suspensão da ação individual visando à implementação do piso salarial do magistério.

Nos autos do processo da Ação Civil Pú-blica, foram interpostos pelo Estado do Rio Grande do Sul Recurso Especial e Recurso Extraordinário, ambos admitidos, aguardando decisão das Cortes Superiores.

f) Repetitivos mandados de segurança impe-trados tendo por objeto pretensão à implanta-ção de benefícios decorrentes de promoção de classe de integrantes da carreira do magistério estadual e respectiva cobrança de valores re-troativos. Instaurado Incidente de Assunção de Competência (processos 70046885588, 70046892667 e 70046889531). Expedido o Ato n. 05/2011-1ª� VP, alterado pelo Ato n. 01/2012-1ª VP, e determinada a suspensão da distribuição dos mandados de segurança que versam a matéria até o julgamento da Assun-ção de Competência;

g) Legitimidade da cobrança das tarifas ad-ministrativas para a concessão e cobrança de crédito, sob qualquer denominação, e possibi-lidade de fi nanciamento do IOF. Expedido o Ato n. 01/2013-1ª VP, foi determinada a sus-pensão da distribuição das apelações cíveis que versavam o Tema até o julgamento do Recurso

A Gestão das Ações de Massa integra o Planejamento Estratégico do Poder Judiciário do Rio Grande do Sul

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Especial paradigmático REsp n. 1.251.331-RS (TEMA 621 – STJ), acórdão publicado em 24 de outubro de 2013. Pela egrégia Corregedoria Geral da Justiça, foi expedido o Ofício-Circu-lar n. 051/2013-CGJ;

h) Natureza dos sistemas de “scoring” e a pos-sibilidade de violação a princípios e regras do Có-digo de Defesa do Consumidor capaz de gerar indenização por dano moral. Destacada a Ação Coletiva de Consumo proposta pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul e, ao julgamento da Apelação Cível n. 70056228737, interposta por Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre, a Quinta Câmara Cível, em 11 de setembro de 2013, determinou a suspensão das ações individuais nas quais fi guram CDL e en-tidades fi liadas. Expedido o Ato. n. 03/2013-1ª VP (revogado), foi determinada a suspensão da distribuição das apelações cíveis que versam a controvérsia até fi nal julgamento da Ação Cole-tiva de Consumo.

Ainda, dando enfrentamento a essas de-mandas de massa, foram selecionados recur-sos especiais representativos da controvérsia e remetidos ao Superior Tribunal de Justiça. No âmbito da Corte Superior, o Min. Paulo de Tarso Sanseverino afetou o julgamento do REsp n. 1.419.697/RS (TEMA 710 – STJ) à Segunda Seção sob o rito dos Recursos Re-petitivos. E, além da suspensão dos recursos que versam esse Tema, esclareceu - decisão proferida em 27 de novembro de 2013 - que a suspensão abrange todas as ações e a suspen-são terminará com o julgamento do aludido Recurso Repetitivo.

Ante as impugnações dirigidas ao Conse-lho Nacional da Justiça, instaurados proce-dimentos de controle administrativo a partir de pedidos de providências em face dos atos administrativos expedidos pela Primeira Vice-Presidência, que determinavam a suspensão da distribuição das apelações cíveis, alterou-se o procedimento até então adotado. Resultou aperfeiçoado o procedimento, sempre em evolução, e passou-se à orientação através de Atos da Presidência. Nesses moldes, o Ato n. 001/2014-P, orienta os Desembargadores, em aderindo ao Projeto de Gestão Estratégica das Ações de Massa, a suspensão dos recursos à sua relatoria distribuídos, matéria concernente

ao sistema “scoring”. De conseqüência, fo-ram revogados os atos que determinavam a suspensão da distribuição das apelações cíveis que versavam a controvérsia.

Delineadas, assim, a título ilustrativo, ações estratégicas do projeto relativamen-te a cada módulo ou tema, constata-se que são duas as valiosas ferramentas jurídicas a amparar a intervenção e atuação: a prioriza-ção da coletivização das demandas – com o acionar de ação civil pública ou ação co-letiva -, e valorização da aplicação dos ins-titutos da Repercussão Geral (STF) e dos Recursos Repetitivos (STJ).

Junto com o Grupo de Trabalho do Pro-jeto participam todos os operadores do Direito com interesse direto ou refl exo nos temas em estudo, seja na busca da defi nição da adequada ação estratégica ou no aperfei-çoamento dos mecanismos de identifi cação e análise das ações de massa atuais e futuras, sempre com vista à possível coletivização de demandas.

A pedido dos integrantes do Grupo de Trabalho do Projeto foram desenvolvidas ferramentas pelo Departamento de Infor-mática como o “software” que identifi ca os tipos de ações conforme classifi cação pro-posta pelo CNJ - Tabelas Processuais Unifi -cadas -, e o “Fórum de Discussão dos Dis-tribuidores”. Essas ferramentas permitem detectar o surgimento de novas demandas repetitivas, ainda na origem, e também seu monitoramento, de modo a orientar as es-tratégias de atuação caso a caso.

Encontra-se em fase de desenvolvimento a criação de “link”, a ser inserido em página inicial da Intranet, para propiciar a magis-trados e servidores consulta sobre todas as linhas de ação adotadas pelo Projeto.

Graças à maciça adesão dos Magistrados às medidas sugeridas pelo Grupo de Trabalho, conjuntamente com a Corregedoria-Geral da Justiça, viabiliza-se o surgimento de uma nova cultura para resolução do incremento da de-manda. Esse processo, inovador, dá efetivi-dade à efi ciência que se traduz em celerida-de no julgamento, menor custo, segurança jurídica e valorização da jurisdição.

Porto Alegre, maio de 2014.

Graças à adesão dos Magistrados às medidas sugeridas pelo Grupo de Trabalho, viabiliza-se o surgimento de uma nova cultura para resolução do incremento da demanda.

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SOB A GESTÃO DO DESEMBARGADOR GUILHERME LUIZ GOMES, TRIBUNAL DO PARANÁ INSTALA NOVOS EQUIPAMENTOS DE AUTOATENDIMENTO PARA FACILITAR ACESSO PROCESSUAL

INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA

AGILIZA CONSULTAS

A administração do presidente Gui-lherme Luiz Gomes instalou novas má-quinas de autoatendimento no Tribunal de Justiça, na sede Mauá, destinadas à consulta pública da movimentação pro-cessual e localização de processos.

Nos novos equipamentos, a utilização de tela sensível ao toque traz maior co-modidade ao usuário, sobretudo na se-leção do tipo de consulta desejada e no preenchimento dos campos necessários à realização da pesquisa. A interface ainda possibilita a impressão das informações referentes à movimentação processual em slip, gerando o pronto registro da

consulta realizada. Munido dessa infor-mação o usuário poderá dirigir-se direta-mente aos Cartórios perante os quais os feitos tramitam, conferindo assim maior facilidade na localização dos autos.

Trata-se de mais uma opção de acesso à informação colocada à disposição do público interessado. Além disso, as con-sultas também podem ser realizadas pela internet no site do Tribunal de Justiça na aba “Consultas”, opção “Consultas Pro-cessuais”.

Publicado originalmente na página do Tribunal de Justiça do Paraná na in-ternet.

AGILIDADEDesembargadorGuilherme Luiz Gomes (acima)

PELOS TRIBUNAIS

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a primeira fase do Brasil-Colô-nia, correspondente ao sistema das capitanias hereditárias, que, entre os anos de 1534 e 1548, se caracterizou pela

descentralização político-administrativa do território, a função judiciária competia ao

N

“Dom Filipe, por Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves (...), etc. Faço saber que, tendo considerado a que El-Rei, meu Senhor e Pai (...), houve por bem mandar os anos passados ao Estado do Brasil uma Relação (...), o qual parece que hoje é mais importante, e necessário, em razão do descobrimento e conquista de novas terras, e aumento do comércio, com que se tem dilatado muito aquele Estado, assim em número de vassalos como em grande quantidade de fazendas; por cujo respeito cresceram as dúvidas e demandas, que cada dia se movem, em que não se pode administrar inteiramente Justiça, na forma que convém, pelo Ouvidor Geral somente – Hei por bem de ordenar a dita Relação (...), na forma e com o Regimento seguinte.”

Do Alvará de 7 de março de 1609 – Regimento da Relação do Estado do Brasil

PRIMÓRDIOS DA JUSTIÇA NO BRASIL

capitão donatário, reunindo este as atribui-ções de administrador, juiz e chefe militar.

A partir de 1548, implantou-se no Brasil o sistema de governos gerais, no qual o poder político e administrativo se concentrava nas mãos de um representante do rei, o governador-geral, que, nos assuntos

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Cadernos de Exposições

PRIMÓRDIOS DA JUSTIÇA NO BRASIL

HISTÓRIA

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Selo de Pero Borges, primeiro ouvidor-geral do Brasil, nomeado em 1 5 48

relativos à justiça, era assessorado pelo ouvi-dor-geral, magistrado incumbido de aplicar o direito em toda a extensão territorial da colônia.

As amplas atribuições do ouvidor-geral foram fixadas em regimento firmado pelo rei, expedido em 17 de dezembro de 1548. Pero Borges, nomeado para o cargo, iniciou no ano seguinte a sua primeira via-gem de correição pelo litoral brasileiro.

Mais tarde, visando a limitação dos poderes do ouvidor-geral e uma administra-ção mais eficaz da justiça na colônia, tornou-se necessária a criação de um órgão julgador de segunda instância, nos moldes das Rela-ções – tribunais previstos nas Ordenações do Reino. Assim foi instituída a Relação do Estado do Brasil, com sede em Salvador, na Bahia, e regimento datado de 25 de setem-bro de 1587. A sua instalação, entretanto, só se efetivou em 1609, depois da expedição de novo regimento, semelhante ao anterior, em 7 de março do referido ano.

Por motivos políticos e econômicos, a Relação do Estado do Brasil foi extinta pelo Alvará de 5 de abril de 1626, só voltando a funcionar após o transcurso de mais de um quarto de século, por determinação da Carta Régia de 12 de setembro de 1652.

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Evolução Histórica do TJERJ

Sede da Relaçã o do Estado do Brasil ( Salvador, Bahia), demolida em 1 8 7 3.

a primeira fase do Brasil-Colô-nia, correspondente ao sistema das capitanias hereditárias, que, entre os anos de 1534 e 1548, se caracterizou pela

descentralização político-administrativa do território, a função judiciária competia ao

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“Dom Filipe, por Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves (...), etc. Faço saber que, tendo considerado a que El-Rei, meu Senhor e Pai (...), houve por bem mandar os anos passados ao Estado do Brasil uma Relação (...), o qual parece que hoje é mais importante, e necessário, em razão do descobrimento e conquista de novas terras, e aumento do comércio, com que se tem dilatado muito aquele Estado, assim em número de vassalos como em grande quantidade de fazendas; por cujo respeito cresceram as dúvidas e demandas, que cada dia se movem, em que não se pode administrar inteiramente Justiça, na forma que convém, pelo Ouvidor Geral somente – Hei por bem de ordenar a dita Relação (...), na forma e com o Regimento seguinte.”

Do Alvará de 7 de março de 1609 – Regimento da Relação do Estado do Brasil

PRIMÓRDIOS DA JUSTIÇA NO BRASIL

capitão donatário, reunindo este as atribui-ções de administrador, juiz e chefe militar.

A partir de 1548, implantou-se no Brasil o sistema de governos gerais, no qual o poder político e administrativo se concentrava nas mãos de um representante do rei, o governador-geral, que, nos assuntos

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Cadernos de Exposições

Selo de Pero Borges, primeiro ouvidor-geral do Brasil, nomeado em 1 5 48

relativos à justiça, era assessorado pelo ouvi-dor-geral, magistrado incumbido de aplicar o direito em toda a extensão territorial da colônia.

As amplas atribuições do ouvidor-geral foram fixadas em regimento firmado pelo rei, expedido em 17 de dezembro de 1548. Pero Borges, nomeado para o cargo, iniciou no ano seguinte a sua primeira via-gem de correição pelo litoral brasileiro.

Mais tarde, visando a limitação dos poderes do ouvidor-geral e uma administra-ção mais eficaz da justiça na colônia, tornou-se necessária a criação de um órgão julgador de segunda instância, nos moldes das Rela-ções – tribunais previstos nas Ordenações do Reino. Assim foi instituída a Relação do Estado do Brasil, com sede em Salvador, na Bahia, e regimento datado de 25 de setem-bro de 1587. A sua instalação, entretanto, só se efetivou em 1609, depois da expedição de novo regimento, semelhante ao anterior, em 7 de março do referido ano.

Por motivos políticos e econômicos, a Relação do Estado do Brasil foi extinta pelo Alvará de 5 de abril de 1626, só voltando a funcionar após o transcurso de mais de um quarto de século, por determinação da Carta Régia de 12 de setembro de 1652.

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Evolução Histórica do TJERJ

Sede da Relaçã o do Estado do Brasil ( Salvador, Bahia), demolida em 1 8 7 3.

Selo de Pero Borges, primeiro ouvidor-geral do Brasil, nomeado em 1 5 48

relativos à justiça, era assessorado pelo ouvi-dor-geral, magistrado incumbido de aplicar o direito em toda a extensão territorial da colônia.

As amplas atribuições do ouvidor-geral foram fixadas em regimento firmado pelo rei, expedido em 17 de dezembro de 1548. Pero Borges, nomeado para o cargo, iniciou no ano seguinte a sua primeira via-gem de correição pelo litoral brasileiro.

Mais tarde, visando a limitação dos poderes do ouvidor-geral e uma administra-ção mais eficaz da justiça na colônia, tornou-se necessária a criação de um órgão julgador de segunda instância, nos moldes das Rela-ções – tribunais previstos nas Ordenações do Reino. Assim foi instituída a Relação do Estado do Brasil, com sede em Salvador, na Bahia, e regimento datado de 25 de setem-bro de 1587. A sua instalação, entretanto, só se efetivou em 1609, depois da expedição de novo regimento, semelhante ao anterior, em 7 de março do referido ano.

Por motivos políticos e econômicos, a Relação do Estado do Brasil foi extinta pelo Alvará de 5 de abril de 1626, só voltando a funcionar após o transcurso de mais de um quarto de século, por determinação da Carta Régia de 12 de setembro de 1652.

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Evolução Histórica do TJERJ

Sede da Relaçã o do Estado do Brasil ( Salvador, Bahia), demolida em 1 8 7 3.

a primeira fase do Brasil-Colô-nia, correspondente ao sistema das capitanias hereditárias, que, entre os anos de 1534 e 1548, se caracterizou pela

descentralização político-administrativa do território, a função judiciária competia ao

N

“Dom Filipe, por Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves (...), etc. Faço saber que, tendo considerado a que El-Rei, meu Senhor e Pai (...), houve por bem mandar os anos passados ao Estado do Brasil uma Relação (...), o qual parece que hoje é mais importante, e necessário, em razão do descobrimento e conquista de novas terras, e aumento do comércio, com que se tem dilatado muito aquele Estado, assim em número de vassalos como em grande quantidade de fazendas; por cujo respeito cresceram as dúvidas e demandas, que cada dia se movem, em que não se pode administrar inteiramente Justiça, na forma que convém, pelo Ouvidor Geral somente – Hei por bem de ordenar a dita Relação (...), na forma e com o Regimento seguinte.”

Do Alvará de 7 de março de 1609 – Regimento da Relação do Estado do Brasil

PRIMÓRDIOS DA JUSTIÇA NO BRASIL

capitão donatário, reunindo este as atribui-ções de administrador, juiz e chefe militar.

A partir de 1548, implantou-se no Brasil o sistema de governos gerais, no qual o poder político e administrativo se concentrava nas mãos de um representante do rei, o governador-geral, que, nos assuntos

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Cadernos de Exposições

56

JUNHO DE 2014

criação de um segundo tribunal recursal no Brasil veio suprir uma lacuna na ad-ministração judiciária do sul da colônia, onde o aumento da demanda judicial e

transformações de caráter socioeconômico reclamavam uma presença mais atuante da Justiça. Nesse sentido, a Carta Régia de 3 de dezembro de 1734 fez a previsão de se criar uma Relação no Rio de Janeiro.

Contudo, somente em 1751 foi criada o novo tribu-nal, que recebeu regimento por alvará expedido pelo rei D. José I em 13 de outubro do mesmo ano. Composto de dez desembargadores, era presidido pelo governador da capi-tania do Rio de Janeiro. O primeiro a exercer esse cargo foi Gomes Freire de Andrada, que veio a ser agraciado com o título de conde de Bobadela. A partir de 1763, com a transferência da sede do vice-reinado para o Rio de Janei-ro, a Relação passou a ser presidida pelo vice-rei.

RELAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

(1751 – 1808)

A

D. José I , rei de Portugal ( 1 7 5 0 – 1 7 7 7)

Ó leo sobre tela: “ D. José I ”

“Dom José, por Graça de Deus, Rei de Portugal, e dos Algarves (...), etc. Faço saber, aos que este Regimento virem, que tendo consideração a Me representarem os Povos da Parte do Sul do Estado do Brasil, que por ficar em tanta distância a Relação da Bahia, não podem seguir nela as suas causas, e requerimentos, sem padecer grandes demoras, despesas, e perigos, o que só podia evitar-se, criando-se outra Relação na Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (...), e por desejar que todos os Meus Vassalos sejam providos com a mais reta, e mais pronta administração da Justiça (...), Houve por bem de criar a dita Relação, a que mando dar este Regimento (...)”

Do Alvará de 13 de outubro de 1751 – Regimento da Relação do Rio de Janeiro

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Instalada no prédio que até então abrigara a cadeia e a Câmara – posteriormente conhecido como a “Cadeia Velha” –, no local onde hoje se encontra o Palácio Tiradentes, a Relação do Rio de Janeiro iniciou seus trabalhos em 15 de julho de 1752.

Com o surgimento da Relação do Rio de Janeiro, que tinha por distrito jurisdicio-nal todo o território ao sul da Bahia, com-preendendo treze comarcas, a Justiça no Brasil passou a ter dois órgãos coletivos de segunda instância, as Relações da Bahia e do Rio de Janeiro.

Gomes Freire de Andrada, primeiro presidente da Relaçã o

do Rio de Janeiro ( 1 7 5 1 – 1 7 6 2)

Q uadro de José W asht Rodrigues, baseado em trabalho de Manoel da C unha

Fac- símile do alvará ré gio de D. José I , q ue, em 1 7 5 1, deu à Relaçã o do Rio de Janeiro o seu regimento

A “ C adeia Velha”, primeira sede da Relaçã o do Rio de Janeiro

Ó leo sobre tela: “ A C adeia V elha” , de G isa Maria G iselda Machado M. Peix oto

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criação de um segundo tribunal recursal no Brasil veio suprir uma lacuna na ad-ministração judiciária do sul da colônia, onde o aumento da demanda judicial e

transformações de caráter socioeconômico reclamavam uma presença mais atuante da Justiça. Nesse sentido, a Carta Régia de 3 de dezembro de 1734 fez a previsão de se criar uma Relação no Rio de Janeiro.

Contudo, somente em 1751 foi criada o novo tribu-nal, que recebeu regimento por alvará expedido pelo rei D. José I em 13 de outubro do mesmo ano. Composto de dez desembargadores, era presidido pelo governador da capi-tania do Rio de Janeiro. O primeiro a exercer esse cargo foi Gomes Freire de Andrada, que veio a ser agraciado com o título de conde de Bobadela. A partir de 1763, com a transferência da sede do vice-reinado para o Rio de Janei-ro, a Relação passou a ser presidida pelo vice-rei.

RELAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

(1751 – 1808)

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D. José I , rei de Portugal ( 1 7 5 0 – 1 7 7 7)

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“Dom José, por Graça de Deus, Rei de Portugal, e dos Algarves (...), etc. Faço saber, aos que este Regimento virem, que tendo consideração a Me representarem os Povos da Parte do Sul do Estado do Brasil, que por ficar em tanta distância a Relação da Bahia, não podem seguir nela as suas causas, e requerimentos, sem padecer grandes demoras, despesas, e perigos, o que só podia evitar-se, criando-se outra Relação na Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (...), e por desejar que todos os Meus Vassalos sejam providos com a mais reta, e mais pronta administração da Justiça (...), Houve por bem de criar a dita Relação, a que mando dar este Regimento (...)”

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Instalada no prédio que até então abrigara a cadeia e a Câmara – posteriormente conhecido como a “Cadeia Velha” –, no local onde hoje se encontra o Palácio Tiradentes, a Relação do Rio de Janeiro iniciou seus trabalhos em 15 de julho de 1752.

Com o surgimento da Relação do Rio de Janeiro, que tinha por distrito jurisdicio-nal todo o território ao sul da Bahia, com-preendendo treze comarcas, a Justiça no Brasil passou a ter dois órgãos coletivos de segunda instância, as Relações da Bahia e do Rio de Janeiro.

Gomes Freire de Andrada, primeiro presidente da Relaçã o

do Rio de Janeiro ( 1 7 5 1 – 1 7 6 2)

Q uadro de José W asht Rodrigues, baseado em trabalho de Manoel da C unha

Fac- símile do alvará ré gio de D. José I , q ue, em 1 7 5 1, deu à Relaçã o do Rio de Janeiro o seu regimento

A “ C adeia Velha”, primeira sede da Relaçã o do Rio de Janeiro

Ó leo sobre tela: “ A C adeia V elha” , de G isa Maria G iselda Machado M. Peix oto

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transferência da corte portuguesa para o Brasil, em 1808, ocasionou profundas transformações na orga-nização judiciária da colônia. Em

10 de maio daquele ano, alvará do príncipe regente D. João elevou a Relação do Rio de Janeiro à condição de Casa da Suplicação do Brasil, como tribunal de última instância, tendo a mesma alçada da Casa da Suplicação de Lisboa, o que representou o início de uma justiça nacional.

CASA DA SUPLICAÇÃO DO BRASIL

(1808 – 1833)

A

José de Oliveira Pinto Botelho e Mosq ueira, chanceler da C asa da

Suplicaçã o do Brasil. Desempenhou as funçõ es de regedor de 1 8 0 8 a 1 8 21

Termo de posse de José de Oliveira Pinto B otelho e Mosq ueira como chanceler da C asa da Suplicaçã o do Brasil

“Todos os Agravos Ordinários e de Apelações do Pará, Maranhão, Ilhas dos Açores e Madeira, e da Relação da Bahia (...), os quais se interpunham para a Casa da Suplicação de Lisboa, serão daqui em diante interpostos para a do Brasil e nela se decidirão finalmente pela mesma forma que o eram até agora, segundo as determinações das Minhas Ordenações e mais Disposições Régias.”Do Alvará de 10 de maio de 1808

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O seu regimento era o mesmo da sua congênere portuguesa, sendo mantido o da Relação do Rio de Janeiro, naquilo que não houvesse sido revogado pelo citado alvará e não fosse incompatível com o novo ordena-mento jurídico.

Instalada em 30 de julho de 1808, em prédio da Rua do Lavradio, adquirido pela Fazenda Nacional para abrigar a Relação do Rio de Janeiro, a Casa da Suplicação do Brasil era presidida pelo regedor da Justiça. O primeiro titular desse cargo foi o ministro Francisco de Assis Mascarenhas, conde de Palma e depois marquês de São João da Palma, embora, até a sua posse, em 28 de julho de 1821, o chanceler José de Oliveira Pinto Botelho e Mosqueira tenha exercido as funções de regedor, conforme estabelecia o Livro I, Título I, item 48, das Ordenações do Reino.

No período imperial, com a criação do Supremo Tribunal de Justiça, em 28 de setembro de 1828, a Casa da Suplicação do Brasil foi extinta, mas continuou a funcionar até 1833, quando se restaurou a Relação do Rio de Janeiro, que retornou à sua condição de tribunal local.

D. Joã o V I , rei de Portugal ( 1 8 1 6 – 1 8 2 6)

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Termo de posse de Francisco de

Assis Mascarenhas, conde de Palma, como regedor da

C asa da Suplicação do Brasil ( 1 8 2 1)

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transferência da corte portuguesa para o Brasil, em 1808, ocasionou profundas transformações na orga-nização judiciária da colônia. Em

10 de maio daquele ano, alvará do príncipe regente D. João elevou a Relação do Rio de Janeiro à condição de Casa da Suplicação do Brasil, como tribunal de última instância, tendo a mesma alçada da Casa da Suplicação de Lisboa, o que representou o início de uma justiça nacional.

CASA DA SUPLICAÇÃO DO BRASIL

(1808 – 1833)

A

José de Oliveira Pinto Botelho e Mosq ueira, chanceler da C asa da

Suplicaçã o do Brasil. Desempenhou as funçõ es de regedor de 1 8 0 8 a 1 8 21

Termo de posse de José de Oliveira Pinto B otelho e Mosq ueira como chanceler da C asa da Suplicaçã o do Brasil

“Todos os Agravos Ordinários e de Apelações do Pará, Maranhão, Ilhas dos Açores e Madeira, e da Relação da Bahia (...), os quais se interpunham para a Casa da Suplicação de Lisboa, serão daqui em diante interpostos para a do Brasil e nela se decidirão finalmente pela mesma forma que o eram até agora, segundo as determinações das Minhas Ordenações e mais Disposições Régias.”Do Alvará de 10 de maio de 1808

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O seu regimento era o mesmo da sua congênere portuguesa, sendo mantido o da Relação do Rio de Janeiro, naquilo que não houvesse sido revogado pelo citado alvará e não fosse incompatível com o novo ordena-mento jurídico.

Instalada em 30 de julho de 1808, em prédio da Rua do Lavradio, adquirido pela Fazenda Nacional para abrigar a Relação do Rio de Janeiro, a Casa da Suplicação do Brasil era presidida pelo regedor da Justiça. O primeiro titular desse cargo foi o ministro Francisco de Assis Mascarenhas, conde de Palma e depois marquês de São João da Palma, embora, até a sua posse, em 28 de julho de 1821, o chanceler José de Oliveira Pinto Botelho e Mosqueira tenha exercido as funções de regedor, conforme estabelecia o Livro I, Título I, item 48, das Ordenações do Reino.

No período imperial, com a criação do Supremo Tribunal de Justiça, em 28 de setembro de 1828, a Casa da Suplicação do Brasil foi extinta, mas continuou a funcionar até 1833, quando se restaurou a Relação do Rio de Janeiro, que retornou à sua condição de tribunal local.

D. Joã o V I , rei de Portugal ( 1 8 1 6 – 1 8 2 6)

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Termo de posse de Francisco de

Assis Mascarenhas, conde de Palma, como regedor da

C asa da Suplicação do Brasil ( 1 8 2 1)

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o primeiro período impe-rial, a criação do Supre-mo Tribunal de Justiça, em 1828, acarretou a

extinção da Casa da Suplicação do Brasil e o retorno da Relação do Rio de Janeiro à sua condição de tribunal local, que, por estar se-diado na capital do Império, recebia também a denominação de Relação da Corte.

As Relações eram tribunais de segunda instância, previstos no artigo 158 da Carta Constitucional de 1824. O Regulamento das Relações do Império, datado de 3 de janeiro de 1833, veio dispor sobre as atribuições

RELAÇÃO DA CORTE(1833 – 1890)

Aspecto atual da sede da Relaçã o da C orte, na Rua do L avradio. H oj e, o pré dio abriga a Sociedade Brasileira de Belas Artes

N“Para julgar as causas em segunda e última instância haverá nas Províncias do Império as Relações que forem necessárias para a comodidade dos povos.”Constituição do Império do Brasil, de 25 de março de 1824 (art. 158)

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D. Pedro I , imperador do Brasil ( 1 8 2 2 – 1 8 3 1 ). Óleo sobre tela: “ D. Pedro I”

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Jdesses órgãos julgadores e a competência de seus presidentes. Nessa ocasião havia no Brasil quatro Relações: a da Corte e as exis-tentes nas Províncias da Bahia, Maranhão e Pernambuco.

Ocupando o mesmo prédio onde se instalara a Casa da Suplicação do Brasil, na Rua do Lavradio, a Relação da Corte teve como primeiro presidente o desembargador João Antônio Rodrigues de Carvalho, nome-ado em 1833. Posteriormente, a partir do Decreto n° 2.342, de 6 de agosto de 1873, que elevou para onze o número de Relações no Império, o seu distrito jurisdicional pas-sou a abranger apenas o Município Neutro, correspondente à cidade do Rio de Janeiro, e as Províncias do Rio de Janeiro e do Espí-rito Santo.

Proclamada a República, a Justiça do Estado do Rio de Janeiro, antiga província fluminense, foi separada da Justiça do Dis-trito Federal – denominação que passara a ter o Município Neutro –, vindo esta a ser organizada pelo Decreto nº 1.030, de 14 de novembro de 1890.

C hegada de desembargadores ao Palácio da Justiça, na Rua do L avradio. As duas foices colocadas à entrada indicam q ue se tratava do j ulgamento de um criminoso. C ena pintada por Debret na primeira metade do século X IX

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o primeiro período impe-rial, a criação do Supre-mo Tribunal de Justiça, em 1828, acarretou a

extinção da Casa da Suplicação do Brasil e o retorno da Relação do Rio de Janeiro à sua condição de tribunal local, que, por estar se-diado na capital do Império, recebia também a denominação de Relação da Corte.

As Relações eram tribunais de segunda instância, previstos no artigo 158 da Carta Constitucional de 1824. O Regulamento das Relações do Império, datado de 3 de janeiro de 1833, veio dispor sobre as atribuições

RELAÇÃO DA CORTE(1833 – 1890)

Aspecto atual da sede da Relaçã o da C orte, na Rua do L avradio. H oj e, o pré dio abriga a Sociedade Brasileira de Belas Artes

N“Para julgar as causas em segunda e última instância haverá nas Províncias do Império as Relações que forem necessárias para a comodidade dos povos.”Constituição do Império do Brasil, de 25 de março de 1824 (art. 158)

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Jdesses órgãos julgadores e a competência de seus presidentes. Nessa ocasião havia no Brasil quatro Relações: a da Corte e as exis-tentes nas Províncias da Bahia, Maranhão e Pernambuco.

Ocupando o mesmo prédio onde se instalara a Casa da Suplicação do Brasil, na Rua do Lavradio, a Relação da Corte teve como primeiro presidente o desembargador João Antônio Rodrigues de Carvalho, nome-ado em 1833. Posteriormente, a partir do Decreto n° 2.342, de 6 de agosto de 1873, que elevou para onze o número de Relações no Império, o seu distrito jurisdicional pas-sou a abranger apenas o Município Neutro, correspondente à cidade do Rio de Janeiro, e as Províncias do Rio de Janeiro e do Espí-rito Santo.

Proclamada a República, a Justiça do Estado do Rio de Janeiro, antiga província fluminense, foi separada da Justiça do Dis-trito Federal – denominação que passara a ter o Município Neutro –, vindo esta a ser organizada pelo Decreto nº 1.030, de 14 de novembro de 1890.

C hegada de desembargadores ao Palácio da Justiça, na Rua do L avradio. As duas foices colocadas à entrada indicam q ue se tratava do j ulgamento de um criminoso. C ena pintada por Debret na primeira metade do século X IX

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pós a Proclamação da República, passou-se a ter, distintamente, a Jus-tiça do Estado do Rio de

Janeiro e a do Distrito Federal, vindo esta a ser organizada, ainda na vigência do Governo Provisório, pelo Decreto n° 1.030, de 14 de novembro de 1890. A Corte de Apelação, o tribunal de mais elevada instância do Poder Judiciário do Distrito Federal, compunha-se de doze magistrados e dividia-se em duas câmaras, uma cível e outra criminal, tendo ainda um Conselho Supremo, formado pelo presidente, pelo vice-presidente e pelo juiz mais antigo.

DA CORTE DE APELAÇÃO AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO

DISTRITO FEDERAL(1891 – 1960)

A

C asarã o da Rua L uí s de C amõ es, sede da C orte de Apelaçã o do Distrito Federal de 1 9 1 3 a 1 9 2 6. N ele funciona atualmente o C entro de Arte H é lio Oiticica

Instalou-se a Corte de Apelação do Distrito Federal em 9 de março de 1891, no antigo edifício da Relação, na Rua do Lavradio, sob a presidência do desembargador Eduardo Pindahyba de Mattos. No ano seguinte, esse tribunal, que teve como primeiro presidente o desembargador Francisco de Faria Lemos, ocupou provisoriamente a antiga residência do Conde da Barca, na Rua do Passeio, prédio onde se alojara, em 1808, a Impressão Régia (antigo nome da Imprensa Régia). Transferiu-se, em 1913, para um casarão na Rua Luís de Camões, nele permanecendo até ser inaugurado o Palácio da Justiça do Distrito Federal, na Rua Dom Manuel, em

“O Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, tendo em consideração que (...) cumpre que sejam instalados os novos tribunais e empossados os funcionários da ordem judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal, decreta:”

“Art. 1º A Corte de Apelação e o Tribunal Civil e Cri-minal se instalarão no dia 9 do corrente mês, às 11 ho-ras da manhã, cada qual sob a presidência interina do mais antigo dos juízes respectivos, que fará perante o Ministro da Justiça a solene promessa de bem cumprir os deveres do cargo, e a receberá dos outros membros do tribunal a que presidir.”

Do Decreto nº 6, de 7 de março de 1891, que deu providências para a instalação dos tribunais e juízes do Distrito Federal

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cerimônia realizada no dia 6 de novembro de 1926, conforme se pode constatar pelo noticiário dos jornais da época, embora na ata de inauguração conste a data de 7 de novembro de 1926. Presidia então a Corte de Apelação o desembargador Ataulpho Nápoles de Paiva.

O Palácio da Justiça re-gistrou momentos importan-tes da história do Judiciário, dentre os quais se destacam a instalação do Tribunal do Júri

do Distrito Federal, em 3 de ja-neiro de 1927; a promulgação

do Código Penal, em 7 de dezembro de 1940; e a realização da Primeira Conferência Nacio-nal de Desembargadores, de 19 a 29 de julho de 1943.

Desembargador Eduardo Pindahyba de Mattos, q ue presidiu a instalaçã o da C orte de Apelaçã o do Distrito Federal em 9 de março de 1 8 91Antiga residência do conde

da Barca, na Rua do Passeio. N esse pré dio, j á demolido, funcionou, durante algum tempo, a C orte de Apelaçã o do Distrito Federal

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O antigo Palácio da Justiça, onde se instalou, em 6 de novembro de 1 9 2 6, a C orte de Apelaçã o do Distrito Federal. H oj e, o edif ício abriga, no terceiro andar, a sede do Museu da Justiça

Nos termos da Carta Constitucional de 1937, a Corte de Apelação do Distrito Federal passou a ter o nome de Tribunal de Apelação, posteriormente alterado para Tribunal de Justiça pela Constituição de 1946. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal foi assim denominado até 1960, quando ocorreu a transferência da Capital da República para Brasília e a criação do Estado da Guanabara.

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pós a Proclamação da República, passou-se a ter, distintamente, a Jus-tiça do Estado do Rio de

Janeiro e a do Distrito Federal, vindo esta a ser organizada, ainda na vigência do Governo Provisório, pelo Decreto n° 1.030, de 14 de novembro de 1890. A Corte de Apelação, o tribunal de mais elevada instância do Poder Judiciário do Distrito Federal, compunha-se de doze magistrados e dividia-se em duas câmaras, uma cível e outra criminal, tendo ainda um Conselho Supremo, formado pelo presidente, pelo vice-presidente e pelo juiz mais antigo.

DA CORTE DE APELAÇÃO AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO

DISTRITO FEDERAL(1891 – 1960)

A

C asarã o da Rua L uí s de C amõ es, sede da C orte de Apelaçã o do Distrito Federal de 1 9 1 3 a 1 9 2 6. N ele funciona atualmente o C entro de Arte H é lio Oiticica

Instalou-se a Corte de Apelação do Distrito Federal em 9 de março de 1891, no antigo edifício da Relação, na Rua do Lavradio, sob a presidência do desembargador Eduardo Pindahyba de Mattos. No ano seguinte, esse tribunal, que teve como primeiro presidente o desembargador Francisco de Faria Lemos, ocupou provisoriamente a antiga residência do Conde da Barca, na Rua do Passeio, prédio onde se alojara, em 1808, a Impressão Régia (antigo nome da Imprensa Régia). Transferiu-se, em 1913, para um casarão na Rua Luís de Camões, nele permanecendo até ser inaugurado o Palácio da Justiça do Distrito Federal, na Rua Dom Manuel, em

“O Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, tendo em consideração que (...) cumpre que sejam instalados os novos tribunais e empossados os funcionários da ordem judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal, decreta:”

“Art. 1º A Corte de Apelação e o Tribunal Civil e Cri-minal se instalarão no dia 9 do corrente mês, às 11 ho-ras da manhã, cada qual sob a presidência interina do mais antigo dos juízes respectivos, que fará perante o Ministro da Justiça a solene promessa de bem cumprir os deveres do cargo, e a receberá dos outros membros do tribunal a que presidir.”

Do Decreto nº 6, de 7 de março de 1891, que deu providências para a instalação dos tribunais e juízes do Distrito Federal

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cerimônia realizada no dia 6 de novembro de 1926, conforme se pode constatar pelo noticiário dos jornais da época, embora na ata de inauguração conste a data de 7 de novembro de 1926. Presidia então a Corte de Apelação o desembargador Ataulpho Nápoles de Paiva.

O Palácio da Justiça re-gistrou momentos importan-tes da história do Judiciário, dentre os quais se destacam a instalação do Tribunal do Júri

do Distrito Federal, em 3 de ja-neiro de 1927; a promulgação

do Código Penal, em 7 de dezembro de 1940; e a realização da Primeira Conferência Nacio-nal de Desembargadores, de 19 a 29 de julho de 1943.

Desembargador Eduardo Pindahyba de Mattos, q ue presidiu a instalaçã o da C orte de Apelaçã o do Distrito Federal em 9 de março de 1 8 91Antiga residência do conde

da Barca, na Rua do Passeio. N esse pré dio, j á demolido, funcionou, durante algum tempo, a C orte de Apelaçã o do Distrito Federal

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O antigo Palácio da Justiça, onde se instalou, em 6 de novembro de 1 9 2 6, a C orte de Apelaçã o do Distrito Federal. H oj e, o edif ício abriga, no terceiro andar, a sede do Museu da Justiça

Nos termos da Carta Constitucional de 1937, a Corte de Apelação do Distrito Federal passou a ter o nome de Tribunal de Apelação, posteriormente alterado para Tribunal de Justiça pela Constituição de 1946. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal foi assim denominado até 1960, quando ocorreu a transferência da Capital da República para Brasília e a criação do Estado da Guanabara.

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JUNHO DE 2014

Estado da Guanabara foi criado pela Lei n° 3.752, de 14 de abril de 1960, em cumprimento ao artigo 4° do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias de 1946. As-sim, o dia 21 de abril de 1960 marca não apenas a mudança da Capital da República para Brasília, mas também o surgimento de uma nova unidade federativa, constituída pelo território do antigo Distrito Federal.

A justiça do Distrito Federal era regida por leis federais, muitas das quais, inclusive o próprio Código de Organização Judiciária, continuaram a vigorar no novo estado, onde surgiu um Poder Judiciário composto de magistrados oriundos do antigo Distrito Federal.

TRIBUNAL DE JUSTIÇADO ESTADO DA GUANABARA

(1960-1975)

ODesembargador O scar Accioly Tenório, primeiro presidente eleito do Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara ( 1 9 61 – 1 9 6 2)

Presidiu inicialmente o Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara o desem-bargador Homero Brasiliense Soares de Pinho, que iniciara mandato na presidência do Tribunal de Justiça do antigo Distrito Federal para completá-lo em dezembro de 1960. O primeiro presidente eleito, para o biênio 1961 – 1962, foi o desembargador Oscar Accioly Tenório.

Instalado no palácio da Rua Dom Ma-nuel nº 29, o Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara foi sede da Terceira Conferên-cia Nacional de Desembargadores, realizada em 1965. Permaneceu no histórico prédio até 8 de dezembro de 1974, data em que ocorreu a inauguração do novo Palácio da Justiça, na administração do desembargador Nelson Ribeiro Alves.

No ano seguinte, em decorrência da fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro para formar nova unidade fede-rativa, o Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara foi extinto, juntamente com o do antigo Estado do Rio de Janeiro, pelo Decreto-Lei n° 3, expedido em 15 de março de 1975.

“Na data em que se efetivar a mudança da Capital Federal, prevista no art. 4º do Ato das Constitucionais Transitórias, o Distrito Federal passará (...) a constituir o Estado da Guanabara, com os mesmos limites geográficos, tendo por Capital e sede do Governo a Cidade do Rio de Janeiro.”

Lei nº 3.752, de 14 de abril de 1960 (art. 1º)

Desembargador H omero Brasiliense Soares de Pinho, ú ltimo presidente do Tribunal de Justiça do antigo Distrito Federal. Presidiu inicialmente o Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara

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o período imperial, a justiça de segunda instância em toda a Província do Rio de Janeiro era exercida pela Relação da Corte, tribunal sediado na capital do Impé-

rio. Proclamada a República, as antigas pro-víncias, transformadas em estados, tiveram ampla autonomia para se organizarem polí-tica e administrativamente, vindo a Justiça a estruturar-se de várias formas, de acordo com as diversas unidades da Federação.

O Decreto n° 272, de 29 de junho de 1891, organizou o Poder Judiciário do Esta-do do Rio de Janeiro, sendo a mais elevada instância exercida pelo Tribunal da Relação, com jurisdição em todo o território estadu-al. Instalado em 15 de julho de 1891, em Niterói, o novo tribunal teve como primeiro presidente o desembargador João Gonçalves Gomes e Sousa.

DO TRIBUNAL DA RELAÇÃO AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ANTIGO ESTADO DO

RIO DE JANEIRO (1891 – 1975)

N

“A Justiça do Estado do Rio de Janeiro será exercida por um Tribunal da Relação composto de Desembargadores; Juízes singulares intitula-dos Juízes de Direito e substitutos (...); Tribunal Correcional e Júri; e será auxiliada pelo Ministério Público.”

Decreto nº 272, de 29 de junho de 1891 (art. 1º)

al. Instalado em 15 de julho de 1891, em Niterói, o novo tribunal teve como primeiro presidente o desembargador João Gonçalves Gomes e Sousa.

Desembargador Arthur Annes Jácome Pires, presidente do Tribunal da Relaçã o do Estado do Rio de Janeiro ( 1 9 2 0)

Ó leo sobre tela de Auguste Petit

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Palácio da Justiça em N iterói, onde se instalou, em 3 1 de j aneiro de 1 9 2 0, o Tribunal da Relaçã o do antigo Estado do Rio de Janeiro

Em 31 de janeiro de 1920, o Tribunal da Relação, que até então tivera diversas sedes, sendo a última o prédio da Rua 15 de Novembro nº 56 (já demolido), instalou-se no recém-construído Palácio da Justiça, na atual Praça da República, em Niterói, em sessão presidida pelo desembargador Arthur Annes Jácome Pires.

A Constituição da República de 1934 deu nova denominação aos tribunais estaduais, que passaram a ter o nome de Corte de Apelação, tal como o do Distrito Federal. Essa denominação foi posterior-mente alterada para Tribunal de Apelação pela Carta de 1937 e, finalmente, para Tribunal de Justiça pela Constituição promulgada em 1946.

Em 1975, em conseqüência da fusão dos Esta-dos do Rio de Janeiro e da Guanabara para formar nova unidade federativa, o Tribunal de Justiça do an-tigo Estado do Rio de Janeiro foi extinto, juntamente com o do Estado da Guanabara, pelo Decreto-Lei n° 3, de 15 de março do referido ano.

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JUNHO DE 2014

Estado da Guanabara foi criado pela Lei n° 3.752, de 14 de abril de 1960, em cumprimento ao artigo 4° do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias de 1946. As-sim, o dia 21 de abril de 1960 marca não apenas a mudança da Capital da República para Brasília, mas também o surgimento de uma nova unidade federativa, constituída pelo território do antigo Distrito Federal.

A justiça do Distrito Federal era regida por leis federais, muitas das quais, inclusive o próprio Código de Organização Judiciária, continuaram a vigorar no novo estado, onde surgiu um Poder Judiciário composto de magistrados oriundos do antigo Distrito Federal.

TRIBUNAL DE JUSTIÇADO ESTADO DA GUANABARA

(1960-1975)

ODesembargador O scar Accioly Tenório, primeiro presidente eleito do Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara ( 1 9 61 – 1 9 6 2)

Presidiu inicialmente o Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara o desem-bargador Homero Brasiliense Soares de Pinho, que iniciara mandato na presidência do Tribunal de Justiça do antigo Distrito Federal para completá-lo em dezembro de 1960. O primeiro presidente eleito, para o biênio 1961 – 1962, foi o desembargador Oscar Accioly Tenório.

Instalado no palácio da Rua Dom Ma-nuel nº 29, o Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara foi sede da Terceira Conferên-cia Nacional de Desembargadores, realizada em 1965. Permaneceu no histórico prédio até 8 de dezembro de 1974, data em que ocorreu a inauguração do novo Palácio da Justiça, na administração do desembargador Nelson Ribeiro Alves.

No ano seguinte, em decorrência da fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro para formar nova unidade fede-rativa, o Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara foi extinto, juntamente com o do antigo Estado do Rio de Janeiro, pelo Decreto-Lei n° 3, expedido em 15 de março de 1975.

“Na data em que se efetivar a mudança da Capital Federal, prevista no art. 4º do Ato das Constitucionais Transitórias, o Distrito Federal passará (...) a constituir o Estado da Guanabara, com os mesmos limites geográficos, tendo por Capital e sede do Governo a Cidade do Rio de Janeiro.”

Lei nº 3.752, de 14 de abril de 1960 (art. 1º)

Desembargador H omero Brasiliense Soares de Pinho, ú ltimo presidente do Tribunal de Justiça do antigo Distrito Federal. Presidiu inicialmente o Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara

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o período imperial, a justiça de segunda instância em toda a Província do Rio de Janeiro era exercida pela Relação da Corte, tribunal sediado na capital do Impé-

rio. Proclamada a República, as antigas pro-víncias, transformadas em estados, tiveram ampla autonomia para se organizarem polí-tica e administrativamente, vindo a Justiça a estruturar-se de várias formas, de acordo com as diversas unidades da Federação.

O Decreto n° 272, de 29 de junho de 1891, organizou o Poder Judiciário do Esta-do do Rio de Janeiro, sendo a mais elevada instância exercida pelo Tribunal da Relação, com jurisdição em todo o território estadu-al. Instalado em 15 de julho de 1891, em Niterói, o novo tribunal teve como primeiro presidente o desembargador João Gonçalves Gomes e Sousa.

DO TRIBUNAL DA RELAÇÃO AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ANTIGO ESTADO DO

RIO DE JANEIRO (1891 – 1975)

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“A Justiça do Estado do Rio de Janeiro será exercida por um Tribunal da Relação composto de Desembargadores; Juízes singulares intitula-dos Juízes de Direito e substitutos (...); Tribunal Correcional e Júri; e será auxiliada pelo Ministério Público.”

Decreto nº 272, de 29 de junho de 1891 (art. 1º)

al. Instalado em 15 de julho de 1891, em Niterói, o novo tribunal teve como primeiro presidente o desembargador João Gonçalves Gomes e Sousa.

Desembargador Arthur Annes Jácome Pires, presidente do Tribunal da Relaçã o do Estado do Rio de Janeiro ( 1 9 2 0)

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Palácio da Justiça em N iterói, onde se instalou, em 3 1 de j aneiro de 1 9 2 0, o Tribunal da Relaçã o do antigo Estado do Rio de Janeiro

Em 31 de janeiro de 1920, o Tribunal da Relação, que até então tivera diversas sedes, sendo a última o prédio da Rua 15 de Novembro nº 56 (já demolido), instalou-se no recém-construído Palácio da Justiça, na atual Praça da República, em Niterói, em sessão presidida pelo desembargador Arthur Annes Jácome Pires.

A Constituição da República de 1934 deu nova denominação aos tribunais estaduais, que passaram a ter o nome de Corte de Apelação, tal como o do Distrito Federal. Essa denominação foi posterior-mente alterada para Tribunal de Apelação pela Carta de 1937 e, finalmente, para Tribunal de Justiça pela Constituição promulgada em 1946.

Em 1975, em conseqüência da fusão dos Esta-dos do Rio de Janeiro e da Guanabara para formar nova unidade federativa, o Tribunal de Justiça do an-tigo Estado do Rio de Janeiro foi extinto, juntamente com o do Estado da Guanabara, pelo Decreto-Lei n° 3, de 15 de março do referido ano.

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JUNHO DE 2014

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

“Fica criado o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, como órgão superior do Poder Judiciário no Estado, com jurisdição em todo o território estadual e sede na cidade do Rio de Janeiro.”Decreto-Lei nº 3, de 15 de março de 1975 (art. 2º)

m cumprimento ao artigo 8º da Lei Comple-mentar n° 20, de 1º de julho de 1974, os Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro passaram a constituir, a partir de 15 de

março de 1975, uma única unidade federativa, com a denominação de Estado do Rio de Janeiro.

Dispunha ainda o artigo 11 da referida lei que o Poder Judiciário do novo estado seria exercido “pelo Tribunal de Justiça constituído pelos Desembargadores efetivos dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, e por seus Tribunais e Juízes”.

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Vista do atual Palácio da Justiça, na esq uina da Rua Dom Manuel com a Avenida Erasmo Braga

efetivos dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, e por seus Tribunais e Juízes”.Tribunais e Juízes”.T

Vista do atual Palácio da Justiça, na esq uinada Rua Dom Manuel com a AvAvA enida Erasmo Braga

Desembargador L uí s Antô nio de Andrade, primeiro presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

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Desembargador N ewton Quintella, q ue presidiu a sessã o de instalaçã o do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

corregedor-geral elegeram-se, respecti-vamente, os desembargadores Salvador Pinto Filho e Luiz Henrique Steele Fi-lho.

Formavam a primeira composição do Tribunal de Justiça, constituído de oito câmaras cíveis e três criminais, 36 desem-bargadores, oriundos dos tribunais extintos, sendo 24 do Estado da Guanabara e 12 do antigo Estado do Rio de Janeiro.

Realizada a fusão, o Decreto-Lei n° 3, de 15 de março de 1975, extinguiu os Tribunais de Justiça das duas antigas unidades da Fede-ração e criou o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, “com jurisdição em todo o território estadual e sede na cidade do Rio de Janeiro”.

Em 17 de março do mesmo ano, insta-lou-se o recém-criado tribunal no Palácio da

Justiça, em sessão presidida pelo decano, o desembar-gador Newton Quintella, sendo, nessa ocasião, eleito

o seu primeiro presidente, o desembargador Luís

Antônio de Andrade. Para os cargos de vice-presidente e

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Plenário do atual Palácio da Justiça, onde se realizou, no dia 1 7 de março de 1 9 7 5, a sessão de instalação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

“Fica criado o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, como órgão superior do Poder Judiciário no Estado, com jurisdição em todo o território estadual e sede na cidade do Rio de Janeiro.”Decreto-Lei nº 3, de 15 de março de 1975 (art. 2º)

m cumprimento ao artigo 8º da Lei Comple-mentar n° 20, de 1º de julho de 1974, os Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro passaram a constituir, a partir de 15 de

março de 1975, uma única unidade federativa, com a denominação de Estado do Rio de Janeiro.

Dispunha ainda o artigo 11 da referida lei que o Poder Judiciário do novo estado seria exercido “pelo Tribunal de Justiça constituído pelos Desembargadores efetivos dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, e por seus Tribunais e Juízes”.

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Desembargador N ewton Quintella, q ue presidiu a sessã o de instalaçã o do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

corregedor-geral elegeram-se, respecti-vamente, os desembargadores Salvador Pinto Filho e Luiz Henrique Steele Fi-lho.

Formavam a primeira composição do Tribunal de Justiça, constituído de oito câmaras cíveis e três criminais, 36 desem-bargadores, oriundos dos tribunais extintos, sendo 24 do Estado da Guanabara e 12 do antigo Estado do Rio de Janeiro.

Realizada a fusão, o Decreto-Lei n° 3, de 15 de março de 1975, extinguiu os Tribunais de Justiça das duas antigas unidades da Fede-ração e criou o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, “com jurisdição em todo o território estadual e sede na cidade do Rio de Janeiro”.

Em 17 de março do mesmo ano, insta-lou-se o recém-criado tribunal no Palácio da

Justiça, em sessão presidida pelo decano, o desembar-gador Newton Quintella, sendo, nessa ocasião, eleito

o seu primeiro presidente, o desembargador Luís

Antônio de Andrade. Para os cargos de vice-presidente e

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JUNHO DE 2014

RELAÇÃO DO RIO DE JANEIRO (1751 – 1808)G O V ERN ADO RES / V I C E- REI S *

Gomes Freire de Andrada (conde de Bobadela) 1751 – 1762D. Antônio Álvares da Cunha (1º conde da Cunha) 1763 – 1767D. Antônio Rolim de Moura Tavares (1º conde de Azambuja) 1767 –1769D. Luiz d’Almeida Portugal Soares Alarcão Eça Mello Silva e Mascarenhas (2º marquês do Lavradio e 5º conde de Avintes)

1769 – 1779

Luiz de Vasconcelos e Souza (4º conde de Figueiró) 1779 – 1790D. José de Castro (2º conde de Resende) 1790 – 1801D. Fernando José de Portugal (1º conde e 2º marquês de Aguiar) 1801 – 1806D. Marcos de Noronha e Brito (8º conde dos Arcos) 1806 – 1808

* A Relação era presidida pelo governador da cidade e capitania do Rio de Janeiro. A partir de 1763, com a transferência do vice-reinado para o Rio de Janeiro, essa incumbência passou a ser do vice-rei.

CASA DA SUPLICAÇÃO DO BRASIL (1808 – 1833)

REG EDO RES DA JU S T I Ç A*

D. Francisco de Assis Mascarenhas (6º conde de Palma e depois marquês de São João da Palma)

1821 – 1824

João Ignácio da Cunha (barão e depois visconde de Alcântara) 1824 – 1829

* A Casa da Suplicação do Brasil era presidida pelo regedor da Justiça.

RELAÇÃO DO RIO DE JANEIRO/RELAÇÃO DA CORTE (1833 – 1890)PRES I DEN T ES *

João Antonio Rodrigues de Carvalho 1833

Francisco Carneiro de Campos 1834 – 1835

Lúcio Soares Teixeira de Gouveia 1835 – 1838

Manoel Pinto Ribeiro Pereira de Sampaio 1839 – 1842

José Verneque Ribeiro d’Aguilar 1842

José Carlos Pereira de Almeida Torres (2º visconde de Macaé) 1843 – 1846

Manoel Ignácio Cavalcanti de Lacerda (barão de Pirapama) 1846 – 1854

Euzébio de Queiroz Coutinho Mattoso da Câmara 1854 – 1864

Manoel de Jesus Valdetaro (visconde de Valdetaro) 1864 – 1867

Antônio da Costa Pinto 1867 – 1870

Jerônimo Martiniano Figueira de Melo 1871 – 1873

D. Francisco Balthazar da Silveira 1875

Manoel José de Freitas Travassos 1875 – 1878

José Tavares Bastos 1878 – 1885

Olegário Herculano de Aquino e Castro 1885 – 1886

Joaquim Francisco de Faria 1886 – 1887

João Sertório (barão de Sertório) 1888

Francisco de Faria Lemos 1888 – 1890* Extinta a Casa da Suplicação do Brasil, foi restabelecida a Relação do Rio de Janeiro, também denomi-nada Relação da Corte, administrada por um presidente.

CORTE DE APELAÇÃO/TRIBUNAL DE APELAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL (1891-1945)

PRES I DEN T ES

Francisco de Faria Lemos 1891 – 1892Eduardo Pindahyba de Mattos 1892 – 1894Antônio Joaquim Rodrigues 1894 – 1904Luiz Antônio Fernandes Pinheiro 1905Agostinho de Carvalho Dias Lima 1906Cassiano Cândido Tavares Bastos 1907Henrique João Dodsworth 1908Antônio Ferreira de Souza Pitanga 1909João da Costa Lima Drummond 1910Affonso Lopes de Miranda 1911Ataulpho Nápoles de Paiva 1912Celso Aprígio Guimarães 1913Pedro de Alcântara Nabuco de Abreu 1914Virgílio de Sá Pereira 1915Caetano Pinto de Miranda Montenegro 1916 – 1924Ataulpho Nápoles de Paiva 1925 – 1926Celso Aprígio Guimarães 1927 – 1928Pedro de Alcântara Nabuco de Abreu 1929 – 1932Elviro Carrilho da Fonseca e Silva 1933 – 1934Cesário da Silva Pereira 1935 – 1936Luiz Guedes de Morais Sarmento 1937Vicente Ferreira da Costa Piragibe 1937 – 1940Álvaro Goulart de Oliveira 1941 – 1942Álvaro Bittencourt Berford 1942Edgard Costa 1943 – 1945José Antônio Nogueira 1945 – 1946

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL (1946 – 1960)PRES I DEN T ES

José Antônio Nogueira 1946Augusto Sabóia da Silva Lima 1947 – 1948Adelmar Tavares da Silva Cavalcanti 1949 – 1950Antonio Rodolpho Toscano Espínola 1951 – 1952Ary de Azevedo Franco 1953 – 1954Miguel Maria de Serpa Lopes 1955 – 1956Romão Cortes de Lacerda 1957 – 1958Homero Brasiliense Soares de Pinho 1959 – 1960

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA GUANABARA (1960 – 1975)PRES I DEN T ES

Homero Brasiliense Soares de Pinho 1960Oscar Accyoli Tenório 1961 – 1962Vicente de Faria Coelho 1963 – 1964Martinho Garcez Neto 1965 – 1966Aloysio Maria Teixeira 1967 – 1968José Murta Ribeiro 1969 – 1970Moacyr Rebello Horta 1971 – 1972Nelson Ribeiro Alves 1973 – 1975

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIROPRES I DEN T ES

Luiz Antônio de Andrade 1975 – 1976Marcelo Santiago Costa 1977 – 1978Carlos Luiz Bandeira Stampa 1979 – 1980Antônio Marins Peixoto 1981 – 1982Francisco Rangel de Abreu 1982Lourival Gonçalves de Oliveira 1983 – 1984Paulo Dourado de Gusmão 1985 – 1986Wellington Moreira Pimentel 1987 – 1988Pedro Américo Rios Gonçalves 1989 – 1990Jorge Fernando Loretti 1991 – 1992Antônio Carlos Amorim 1993 – 1994José Lisboa da Gama Malcher 1995 – 1996Thiago Ribas Filho 1997 – 1998Humberto de Mendonça Manes 1999 – 2000Marcus Antonio de Souza Faver 2001 – 2002Miguel Pachá 2003 – 2004Sergio Cavalieri Filho 2005 – 2006José Carlos Schmidt Murta Ribeiro 2007 – 2008

PRESIDENTES DAS CORTES DE JUSTIÇA COM SEDE NA CIDADE

DO RIO DE JANEIRO

NOTA: No quadro acima não constam os presidentes interinos.

Luiz Zveiter 2009 – 2010Manoel Alberto Rebêlo dos Santos 2011 – 2012Leila Maria Carrilo Cavalcante Ribeiro Mariano 2013 – 2014

Livros e PeriódicosABREU, Antônio Izaias da Costa. História do Judiciário - origem e evolução: o Judiciá-rio fluminense (no prelo).

____________. Palácios e Fóruns do Judici-ário do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: COP Gráfica e Editora Ltda., 2005.

ACOSTA, Walter P. Coletânea da organi-zação judiciária. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1969.

CARRILLO, Carlos Alberto. Memória da jus-tiça brasileira. Coordenação do Desembargador Gérson Pereira dos Santos. Salvador: Tribunal de Justiça, 1993. v. 1.

____________. Antecedentes históricos do Fórum Ruy Barbosa. Salvador: Comissão de Memória do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, 1994.

DEBRET, Jean Baptiste. Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. São Paulo: Livraria Mar-tins, [19--].

Do pardieiro ao palácio. O Globo, p.3, 6 nov. 1926.

DÓRIA, Escragnolle. Riscando história. Revista da Semana. Rio de Janeiro, ano 36, n. 48, p. 18, 9 nov. 1935.

FONTES, Nylton Lago Ilhas. Um nortista no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: [s.n.], [19--].

Inaugurou-se hoje, finalmente, o novo Palácio da Justiça. A Noite, p.3, 6 nov. 1926.

História do Brasil. Rio de Janeiro: Bloch, 1976.

MAGALHÃES, Roberto B. de. Comentários à Constituição do Estado da Guanabara. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1964.

MARTINS JUNIOR, J. Izidoro. História do di-reito nacional. Rio de Janeiro: Typ. da Empreza Democrática, 1985.

MIRANDA, Francisco Gonçalves. Memória his-tórica da Imprensa Nacional. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1922.

NEQUETE, Lenine. O Poder Judiciário no Brasil a partir da Independência. Porto Ale-gre: Sulina, 1973. v. 1-2.

PASSOS, José Joaquim da Fonseca (coord.). Tribunais do Rio de Janeiro – 250 anos. Da Relação, 1752, ao Tribunal de Justiça, 2002. Rio de Janeiro: Museu da Justiça (TJERJ) / Ventura Cultural, 2002.

REIS, Liana Maria; BOTELHO, Ângela Vianna. Dicionário histórico Brasil: Colônia e Im-pério. Belo Horizonte: Dimensão, 1998.

SILVA, Paulo Roberto Paranhos da. Rio de Janeiro, 240 anos de Justiça: regedores e presidentes. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 1990.

___________ (coord.). Catálogo de desem-bargadores da Justiça do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Tribunal de Justiça, 1991.

Livros da Magistratura (*)Ata de inauguração do Palácio da Justiça do Distrito Federal.

Livro de registro de atas do Tribunal da Relação do Estado do Rio de Janeiro (1918 – 1919).

Livro de registro de atas do Tribunal da Relação do Estado do Rio de Janeiro (1919 – 1920).

Livro de registro de atas do Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara (1974).

Livro de registro de atas do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (1975 – 1978).

Livro de termos de posse dos desembargadores da Relação do Rio de Janeiro (1752 – 1808).

Livro de termos de posse dos ministros da Casa da Suplicação do Brasil e desembargadores da Relação do Rio de Janeiro (1808 – 1847).

Livro de termos de posse dos presidentes e ministros da Relação do Rio de Janeiro (1846 – 1891).

Livro de termos de posse de magistrados da Relação do Rio de Janeiro (1847 – 1890).

Livro de termos de posse dos desembargadores da Corte de Apelação do Distrito Federal, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e do Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara (1891 – 1974).

Livro de termos de posse dos presidentes da Corte de Apelação do Distrito Federal, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e do Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara (1934 – 1973).

BIBLIOGRAFIA

(*) Acervo do Museu da Justiça do Estado do Rio de Janeiro

JUNHO DE 2014

RELAÇÃO DO RIO DE JANEIRO (1751 – 1808)G O V ERN ADO RES / V I C E- REI S *

Gomes Freire de Andrada (conde de Bobadela) 1751 – 1762D. Antônio Álvares da Cunha (1º conde da Cunha) 1763 – 1767D. Antônio Rolim de Moura Tavares (1º conde de Azambuja) 1767 –1769D. Luiz d’Almeida Portugal Soares Alarcão Eça Mello Silva e Mascarenhas (2º marquês do Lavradio e 5º conde de Avintes)

1769 – 1779

Luiz de Vasconcelos e Souza (4º conde de Figueiró) 1779 – 1790D. José de Castro (2º conde de Resende) 1790 – 1801D. Fernando José de Portugal (1º conde e 2º marquês de Aguiar) 1801 – 1806D. Marcos de Noronha e Brito (8º conde dos Arcos) 1806 – 1808

* A Relação era presidida pelo governador da cidade e capitania do Rio de Janeiro. A partir de 1763, com a transferência do vice-reinado para o Rio de Janeiro, essa incumbência passou a ser do vice-rei.

CASA DA SUPLICAÇÃO DO BRASIL (1808 – 1833)

REG EDO RES DA JU S T I Ç A*

D. Francisco de Assis Mascarenhas (6º conde de Palma e depois marquês de São João da Palma)

1821 – 1824

João Ignácio da Cunha (barão e depois visconde de Alcântara) 1824 – 1829

* A Casa da Suplicação do Brasil era presidida pelo regedor da Justiça.

RELAÇÃO DO RIO DE JANEIRO/RELAÇÃO DA CORTE (1833 – 1890)PRES I DEN T ES *

João Antonio Rodrigues de Carvalho 1833

Francisco Carneiro de Campos 1834 – 1835

Lúcio Soares Teixeira de Gouveia 1835 – 1838

Manoel Pinto Ribeiro Pereira de Sampaio 1839 – 1842

José Verneque Ribeiro d’Aguilar 1842

José Carlos Pereira de Almeida Torres (2º visconde de Macaé) 1843 – 1846

Manoel Ignácio Cavalcanti de Lacerda (barão de Pirapama) 1846 – 1854

Euzébio de Queiroz Coutinho Mattoso da Câmara 1854 – 1864

Manoel de Jesus Valdetaro (visconde de Valdetaro) 1864 – 1867

Antônio da Costa Pinto 1867 – 1870

Jerônimo Martiniano Figueira de Melo 1871 – 1873

D. Francisco Balthazar da Silveira 1875

Manoel José de Freitas Travassos 1875 – 1878

José Tavares Bastos 1878 – 1885

Olegário Herculano de Aquino e Castro 1885 – 1886

Joaquim Francisco de Faria 1886 – 1887

João Sertório (barão de Sertório) 1888

Francisco de Faria Lemos 1888 – 1890* Extinta a Casa da Suplicação do Brasil, foi restabelecida a Relação do Rio de Janeiro, também denomi-nada Relação da Corte, administrada por um presidente.

CORTE DE APELAÇÃO/TRIBUNAL DE APELAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL (1891-1945)

PRES I DEN T ES

Francisco de Faria Lemos 1891 – 1892Eduardo Pindahyba de Mattos 1892 – 1894Antônio Joaquim Rodrigues 1894 – 1904Luiz Antônio Fernandes Pinheiro 1905Agostinho de Carvalho Dias Lima 1906Cassiano Cândido Tavares Bastos 1907Henrique João Dodsworth 1908Antônio Ferreira de Souza Pitanga 1909João da Costa Lima Drummond 1910Affonso Lopes de Miranda 1911Ataulpho Nápoles de Paiva 1912Celso Aprígio Guimarães 1913Pedro de Alcântara Nabuco de Abreu 1914Virgílio de Sá Pereira 1915Caetano Pinto de Miranda Montenegro 1916 – 1924Ataulpho Nápoles de Paiva 1925 – 1926Celso Aprígio Guimarães 1927 – 1928Pedro de Alcântara Nabuco de Abreu 1929 – 1932Elviro Carrilho da Fonseca e Silva 1933 – 1934Cesário da Silva Pereira 1935 – 1936Luiz Guedes de Morais Sarmento 1937Vicente Ferreira da Costa Piragibe 1937 – 1940Álvaro Goulart de Oliveira 1941 – 1942Álvaro Bittencourt Berford 1942Edgard Costa 1943 – 1945José Antônio Nogueira 1945 – 1946

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL (1946 – 1960)PRES I DEN T ES

José Antônio Nogueira 1946Augusto Sabóia da Silva Lima 1947 – 1948Adelmar Tavares da Silva Cavalcanti 1949 – 1950Antonio Rodolpho Toscano Espínola 1951 – 1952Ary de Azevedo Franco 1953 – 1954Miguel Maria de Serpa Lopes 1955 – 1956Romão Cortes de Lacerda 1957 – 1958Homero Brasiliense Soares de Pinho 1959 – 1960

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA GUANABARA (1960 – 1975)PRES I DEN T ES

Homero Brasiliense Soares de Pinho 1960Oscar Accyoli Tenório 1961 – 1962Vicente de Faria Coelho 1963 – 1964Martinho Garcez Neto 1965 – 1966Aloysio Maria Teixeira 1967 – 1968José Murta Ribeiro 1969 – 1970Moacyr Rebello Horta 1971 – 1972Nelson Ribeiro Alves 1973 – 1975

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIROPRES I DEN T ES

Luiz Antônio de Andrade 1975 – 1976Marcelo Santiago Costa 1977 – 1978Carlos Luiz Bandeira Stampa 1979 – 1980Antônio Marins Peixoto 1981 – 1982Francisco Rangel de Abreu 1982Lourival Gonçalves de Oliveira 1983 – 1984Paulo Dourado de Gusmão 1985 – 1986Wellington Moreira Pimentel 1987 – 1988Pedro Américo Rios Gonçalves 1989 – 1990Jorge Fernando Loretti 1991 – 1992Antônio Carlos Amorim 1993 – 1994José Lisboa da Gama Malcher 1995 – 1996Thiago Ribas Filho 1997 – 1998Humberto de Mendonça Manes 1999 – 2000Marcus Antonio de Souza Faver 2001 – 2002Miguel Pachá 2003 – 2004Sergio Cavalieri Filho 2005 – 2006José Carlos Schmidt Murta Ribeiro 2007 – 2008

PRESIDENTES DAS CORTES DE JUSTIÇA COM SEDE NA CIDADE

DO RIO DE JANEIRO

NOTA: No quadro acima não constam os presidentes interinos.

Luiz Zveiter 2009 – 2010Manoel Alberto Rebêlo dos Santos 2011 – 2012Leila Maria Carrilo Cavalcante Ribeiro Mariano 2013 – 2014

Livros e PeriódicosABREU, Antônio Izaias da Costa. História do Judiciário - origem e evolução: o Judiciá-rio fluminense (no prelo).

____________. Palácios e Fóruns do Judici-ário do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: COP Gráfica e Editora Ltda., 2005.

ACOSTA, Walter P. Coletânea da organi-zação judiciária. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1969.

CARRILLO, Carlos Alberto. Memória da jus-tiça brasileira. Coordenação do Desembargador Gérson Pereira dos Santos. Salvador: Tribunal de Justiça, 1993. v. 1.

____________. Antecedentes históricos do Fórum Ruy Barbosa. Salvador: Comissão de Memória do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, 1994.

DEBRET, Jean Baptiste. Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. São Paulo: Livraria Mar-tins, [19--].

Do pardieiro ao palácio. O Globo, p.3, 6 nov. 1926.

DÓRIA, Escragnolle. Riscando história. Revista da Semana. Rio de Janeiro, ano 36, n. 48, p. 18, 9 nov. 1935.

FONTES, Nylton Lago Ilhas. Um nortista no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: [s.n.], [19--].

Inaugurou-se hoje, finalmente, o novo Palácio da Justiça. A Noite, p.3, 6 nov. 1926.

História do Brasil. Rio de Janeiro: Bloch, 1976.

MAGALHÃES, Roberto B. de. Comentários à Constituição do Estado da Guanabara. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1964.

MARTINS JUNIOR, J. Izidoro. História do di-reito nacional. Rio de Janeiro: Typ. da Empreza Democrática, 1985.

MIRANDA, Francisco Gonçalves. Memória his-tórica da Imprensa Nacional. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1922.

NEQUETE, Lenine. O Poder Judiciário no Brasil a partir da Independência. Porto Ale-gre: Sulina, 1973. v. 1-2.

PASSOS, José Joaquim da Fonseca (coord.). Tribunais do Rio de Janeiro – 250 anos. Da Relação, 1752, ao Tribunal de Justiça, 2002. Rio de Janeiro: Museu da Justiça (TJERJ) / Ventura Cultural, 2002.

REIS, Liana Maria; BOTELHO, Ângela Vianna. Dicionário histórico Brasil: Colônia e Im-pério. Belo Horizonte: Dimensão, 1998.

SILVA, Paulo Roberto Paranhos da. Rio de Janeiro, 240 anos de Justiça: regedores e presidentes. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 1990.

___________ (coord.). Catálogo de desem-bargadores da Justiça do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Tribunal de Justiça, 1991.

Livros da Magistratura (*)Ata de inauguração do Palácio da Justiça do Distrito Federal.

Livro de registro de atas do Tribunal da Relação do Estado do Rio de Janeiro (1918 – 1919).

Livro de registro de atas do Tribunal da Relação do Estado do Rio de Janeiro (1919 – 1920).

Livro de registro de atas do Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara (1974).

Livro de registro de atas do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (1975 – 1978).

Livro de termos de posse dos desembargadores da Relação do Rio de Janeiro (1752 – 1808).

Livro de termos de posse dos ministros da Casa da Suplicação do Brasil e desembargadores da Relação do Rio de Janeiro (1808 – 1847).

Livro de termos de posse dos presidentes e ministros da Relação do Rio de Janeiro (1846 – 1891).

Livro de termos de posse de magistrados da Relação do Rio de Janeiro (1847 – 1890).

Livro de termos de posse dos desembargadores da Corte de Apelação do Distrito Federal, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e do Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara (1891 – 1974).

Livro de termos de posse dos presidentes da Corte de Apelação do Distrito Federal, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e do Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara (1934 – 1973).

BIBLIOGRAFIA

(*) Acervo do Museu da Justiça do Estado do Rio de Janeiro

70

JUNHO DE 2014

Museu da Justiça do Estado do Rio de Janeiro, inaugurado em 23 de agosto de 1988 e pioneiro em seu gênero no País, tem por objetivo resgatar, pre-servar e divulgar a memória do Judiciário fluminense.

Instalado inicialmente no prédio da Praça da República nº 26, inte-grava o Departamento-Geral de Arquivo e Documentação Histórica do Tribunal de Justiça, mas dele se desvinculou em 1995, ficando então subordinado à presidência do Tribunal e passando a realizar as suas atividades no prédio do Fórum de Niterói, antigo Palácio da Justiça da ex-capital fluminense.

Museu da Justiça do Estado do Rio de Janeiro

OAcervo do Museu da Justiça do Estado do Rio de Janeiro

A nobreza do pórtico de entrada e a imponência das escadarias do antigo Palácio da Rua Dom Manuel, onde se acha sediado o Museu da Justiça

Em 1998, a sede do Museu foi transferida para o terceiro andar do histórico palácio situado na Rua Dom Manuel nº 29, permanecendo em Niterói apenas o Centro da Memória Judiciária daquela comarca.

O valioso acervo do Museu da Justiça é constituído de um grande número de proces-sos, livros, documentos, fotografias e objetos diversos relacionados com fatos significativos e personalidades de destaque da Justiça do Rio de Janeiro, assim como fitas de vídeo e áudio contendo arquivos sonoros e visuais com depoimentos de magistrados e outras personalida-des ligadas à história do Judiciário fluminense.

O Museu desenvolve, entre outras, as seguintes atividades: a realização de pesquisas sobre a história da Justiça do estado, inclusive mediante convênio com instituições univer-sitárias e culturais; a preservação da memória oral e visual do Poder Judiciário fluminense, por meio de entrevistas com membros desse poder e indivíduos cujas atividades profissionais tenham estado ligadas à sua história; exposições permanentes e temporárias na sede do Museu e no Centro da Memória Judiciária de Niterói; a promoção de cursos, palestras e concursos de monografias que estimulem a integração entre os campos da História e do Di-reito; e o Programa de Arquivo Digital, que envolve o trabalho de digitalização dos processos e livros históricos de valor singular existentes no acervo do Museu.

71

JUNHO DE 2014

Museu da Justiça do Estado do Rio de Janeiro, inaugurado em 23 de agosto de 1988 e pioneiro em seu gênero no País, tem por objetivo resgatar, pre-servar e divulgar a memória do Judiciário fluminense.

Instalado inicialmente no prédio da Praça da República nº 26, inte-grava o Departamento-Geral de Arquivo e Documentação Histórica do Tribunal de Justiça, mas dele se desvinculou em 1995, ficando então subordinado à presidência do Tribunal e passando a realizar as suas atividades no prédio do Fórum de Niterói, antigo Palácio da Justiça da ex-capital fluminense.

Museu da Justiça do Estado do Rio de Janeiro

OAcervo do Museu da Justiça do Estado do Rio de Janeiro

A nobreza do pórtico de entrada e a imponência das escadarias do antigo Palácio da Rua Dom Manuel, onde se acha sediado o Museu da Justiça

Em 1998, a sede do Museu foi transferida para o terceiro andar do histórico palácio situado na Rua Dom Manuel nº 29, permanecendo em Niterói apenas o Centro da Memória Judiciária daquela comarca.

O valioso acervo do Museu da Justiça é constituído de um grande número de proces-sos, livros, documentos, fotografias e objetos diversos relacionados com fatos significativos e personalidades de destaque da Justiça do Rio de Janeiro, assim como fitas de vídeo e áudio contendo arquivos sonoros e visuais com depoimentos de magistrados e outras personalida-des ligadas à história do Judiciário fluminense.

O Museu desenvolve, entre outras, as seguintes atividades: a realização de pesquisas sobre a história da Justiça do estado, inclusive mediante convênio com instituições univer-sitárias e culturais; a preservação da memória oral e visual do Poder Judiciário fluminense, por meio de entrevistas com membros desse poder e indivíduos cujas atividades profissionais tenham estado ligadas à sua história; exposições permanentes e temporárias na sede do Museu e no Centro da Memória Judiciária de Niterói; a promoção de cursos, palestras e concursos de monografias que estimulem a integração entre os campos da História e do Di-reito; e o Programa de Arquivo Digital, que envolve o trabalho de digitalização dos processos e livros históricos de valor singular existentes no acervo do Museu.

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JUNHO DE 2014

001 DES. LUIZ ZVEITER

002 DES. ANTONIO EDUARDO FERREIRA DUARTE

003 DES. CLAUDIO DE MELLO TAVARES

004 DES. JORGE LUIZ HABIB

005 DES. SERGIO DE SOUZA VERANI

006 DES. NILZA BITAR

007 DES. LEILA MARIANO

008 DES. CAETANO ERNESTO DA FONSECA COSTA

009 DES. MARIA INES DA PENHA GASPAR

010 DES. VALMIR DE OLIVEIRA SILVA

011 DES. MARIA AUGUSTA VAZ

012 DES. EDSON QUEIROZ SCISINIO DIAS

013 DES. SERGIO LUCIO DE OLIVEIRA E CRUZ

014 DES. JOSE CARLOS DE FIGUEIREDO

015 DES. LUIZ FERNANDO RIBEIRO DE CARVALHO

016 DES. LUIZ FELIPE DA SILVA HADDAD

017 DES. SIDNEY HARTUNG BUARQUE

018 DES. REINALDO PINTO ALBERTO FILHO

019 DES. LETICIA DE FARIA SARDAS

020 DES. ELIZABETH GOMES GREGORY

021 DES. MILTON FERNANDES DE SOUZA

022 DES. OTAVIO RODRIGUES

023 DES. ADEMIR PAULO PIMENTEL

024 DES. NILDSON ARAUJO DA CRUZ

025 DES. NAGIB SLAIBI FILHO

026 DES. ADRIANO CELSO GUIMARAES

027 DES. BERNARDO MOREIRA GARCEZ NETO

028 DES. ROBERTO DE ABREU E SILVA

029 DES. ELISABETE FILIZZOLA

030 DES. ODETE KNAACK DE SOUZA

031 DES. JESSE TORRES PEREIRA JUNIOR

032 DES. MAURICIO CALDAS LOPES

033 DES. JOSE CARLOS VARANDA DOS SANTOS

034 DES. CELSO FERREIRA FILHO

035 DES. FERDINALDO DO NASCIMENTO

036 DES. GIZELDA LEITAO TEIXEIRA

037 DES. FRANCISCO JOSE DE ASEVEDO

038 DES. MARIO GUIMARAES NETO

039 DES. SUELY LOPES MAGALHAES

040 DES. NANCI MAHFUZ

041 DES. EDSON AGUIAR DE VASCONCELOS

042 DES. CARLOS EDUARDO DA ROSA DA FONSECA PASSOS

043 DES. HENRIQUE CARLOS DE ANDRADE FIGUEIRA

044 DES. RICARDO RODRIGUES CARDOZO

045 DES. ANTONIO SALDANHA PALHEIRO

046 DES. JOSE CARLOS MALDONADO DE CARVALHO

047 DES. GILBERTO DUTRA MOREIRA

048 DES. MAURO DICKSTEIN

049 DES. ROSITA MARIA DE OLIVEIRA NETTO

050 DES. MARCO ANTONIO IBRAHIM

051 DES. ANTONIO JOSE FERREIRA CARVALHO

052 DES. LEILA MARIA RODRIGUES PINTO DE CARVA-

LHO E ALBUQUERQUE

053 DES. HELDA LIMA MEIRELES

054 DES. ROBERTO GUIMARAES

055 DES. SIRO DARLAN DE OLIVEIRA

056 DES. ANTONIO CARLOS NASCIMENTO AMADO

057 DES. MARCUS QUARESMA FERRAZ

058 DES. CONCEICAO APARECIDA MOUSNIER TEIXEI-

RA DE GUIMARAES PENA

059 DES. LUIZ FELIPE FRANCISCO

060 DES. JOSE CARLOS PAES

061 DES. MARCUS HENRIQUE PINTO BASILIO

062 DES. FERNANDO FOCH DE LEMOS ARIGONY DA SILVA

063 DES. ANA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA

064 DES. PAULO MAURICIO PEREIRA

065 DES. KATIA MARIA AMARAL JANGUTTA

066 DES. GILMAR AUGUSTO TEIXEIRA

067 DES. BENEDICTO ULTRA ABICAIR

068 DES. LINDOLPHO MORAIS MARINHO

069 DES. DENISE LEVY TREDLER

070 DES. MARIO ASSIS GONCALVES

071 DES. HELENA CANDIDA LISBOA GAEDE

072 DES. CARLOS SANTOS DE OLIVEIRA

073 DES. CARLOS JOSE MARTINS GOMES

074 DES. CRISTINA TEREZA GAULIA

075 DES. CAMILO RIBEIRO RULIERE

076 DES. JOSE AUGUSTO DE ARAUJO NETO

077 DES. FERNANDO FERNANDY FERNANDES

078 DES. CAIRO ITALO FRANCA DAVID

079 DES. CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ JUNIOR

080 DES. ANTONIO JAYME BOENTE

081 DES. SUIMEI MEIRA CAVALIERI

082 DES. MARILIA DE CASTRO NEVES VIEIRA

083 DES. MONICA MARIA COSTA DI PIERO

084 DES. AGOSTINHO TEIXEIRA DE ALMEIDA FILHO

085 DES. MARCOS ALCINO DE AZEVEDO TORRES

086 DES. ROGERIO DE OLIVEIRA SOUZA

087 DES. PAULO DE TARSO NEVES

088 DES. ANDRE GUSTAVO CORREA DE ANDRADE

089 DES. PAULO SERGIO PRESTES DOS SANTOS

090 DES. LEONY MARIA GRIVET PINHO

091 DES. CARLOS EDUARDO MOREIRA DA SILVA

092 DES. SIRLEY ABREU BIONDI

093 DES. GABRIEL DE OLIVEIRA ZEFIRO

094 DES. LUIZ NORONHA DANTAS

095 DES. NORMA SUELY FONSECA QUINTES

096 DES. CLEBER GHELFENSTEIN

097 DES. LUCIA MARIA MIGUEL DA SILVA LIMA

098 DES. CUSTODIO DE BARROS TOSTES

099 DES. GUARACI DE CAMPOS VIANNA

100 DES. RICARDO COUTO DE CASTRO

101 DES. ELTON MARTINEZ CARVALHO LEME

102 DES. JOSE MUINOS PINEIRO FILHO

103 DES. HORACIO DOS SANTOS RIBEIRO NETO

104 DES. MARCIA PERRINI BODART

105 DES. CELSO LUIZ DE MATOS PERES

106 DES. PEDRO FREIRE RAGUENET

107 DES. HELENO RIBEIRO PEREIRA NUNES

108 DES. MARCO AURELIO BEZERRA DE MELO

109 DES. MONICA TOLLEDO DE OLIVEIRA

110 DES. RENATA MACHADO COTTA

111 DES. TERESA DE ANDRADE CASTRO NEVES

112 DES. PEDRO SARAIVA DE ANDRADE LEMOS

113 DES. WAGNER CINELLI DE PAULA FREITAS

114 DES. FABIO DUTRA

115 DES. ROSA HELENA PENNA MACEDO GUITA

116 DES. ALEXANDRE ANTONIO FRANCO FREITAS

CAMARA

117 DES. JACQUELINE LIMA MONTENEGRO

118 DES. KATYA MARIA DE PAULA MENEZES MON-

NERAT

119 DES. CLAUDIO BRANDAO DE OLIVEIRA

120 DES. MARCIA FERREIRA ALVARENGA

121 DES. MARIA ANGELICA GUIMARAES GUERRA

GUEDES

122 DES. CLAUDIO LUIS BRAGA DELL ORTO

123 DES. GEORGIA DE CARVALHO LIMA

124 DES. MARIA SANDRA KAYAT DIREITO

125 DES. INES DA TRINDADE CHAVES DE MELO

126 DES. EDUARDO GUSMAO ALVES DE BRITO NETO

127 DES. ANTONIO ILOIZIO BARROS BASTOS

128 DES. SIDNEY ROSA DA SILVA

129 DES. CLAUDIA PIRES DOS SANTOS FERREIRA

130 DES. PAULO SERGIO RANGEL DO NASCIMENTO

131 DES. MARIA REGINA FONSECA NOVA ALVES

132 DES. JOSE ROBERTO LAGRANHA TAVORA

133 DES. SEBASTIAO RUGIER BOLELLI

134 DES. ADOLPHO CORREA DE ANDRADE MELLO

JUNIOR

135 DES. MARCELO LIMA BUHATEM

136 DES. CLAUDIA TELLES DE MENEZES

137 DES. ANDRE EMILIO RIBEIRO VON MELENTO-

VYTCH

138 DES. PAULO DE OLIVEIRA LANZELLOTTI

BALDEZ

139 DES. CARLOS AZEREDO DE ARAUJO

140 DES. GILBERTO GUARINO

141 DES. ELIZABETE ALVES DE AGUIAR

142 DES. PATRICIA RIBEIRO SERRA VIEIRA

143 DES. LUCIANO SABOIA RINALDI DE CARVALHO

144 DES. CLAUDIO TAVARES DE OLIVEIRA JUNIOR

145 DES. GILDA MARIA DIAS CARRAPATOSO

146 DES. ANTONIO CARLOS DOS SANTOS BITENCOURT

147 DES. FERNANDO CERQUEIRA CHAGAS

148 DES. MYRIAM MEDEIROS DA FONSECA COSTA

149 DES. PLINIO PINTO COELHO FILHO

150 DES. CEZAR AUGUSTO RODRIGUES COSTA

151 DES. VALERIA DACHEUX NASCIMENTO

152 DES. DENISE VACCARI MACHADO PAES

153 DES. FLAVIA ROMANO DE REZENDE

154 DES. JUAREZ FERNANDES FOLHES

155 DES. FERNANDO ANTONIO DE ALMEIDA

156 DES. JOSE ROBERTO PORTUGAL COMPASSO

157 DES. REGINA LUCIA PASSOS

158 DES. LUCIA HELENA DO PASSO

159 DES. JOAO ZIRALDO MAIA

160 DES. EDUARDO DE AZEVEDO PAIVA

161 DES. CARLOS EDUARDO ROBOREDO

162 DES. MAURO PEREIRA MARTINS

163 DES. JAIME DIAS PINHEIRO FILHO

164 DES. MÔNICA DE FARIA SARDAS

165 DES. LUCIANO SILVA BARRETO

166 DES. FLAVIO MARCELO DE AZEVEDO HORTA

FERNANDES

167 DES. JOAQUIM DOMINGOS DE ALMEIDA NETO

168 DES. TEREZA CRISTINA SOBRAL BITTEN-

COURT SAMPAIO

169 DES. CESAR FELIPE CURY

170 DES. ALCIDES DA FONSECA NETO

171 DES. LUCIO DURANTE

172 DES. PETERSON BARROSO SIMÃO

173 DES. AUGUSTO ALVES MOREIRA JUNIOR

174 DES. MARIA LUIZA DE FREITAS CARVALHO

175 DES. MARCELO CASTRO ANATOCLES DA SILVA

FERREIRA

176 DES. SANDRA SANTAREM CARDINALI

177 DES. MARGARET DE OLIVAES VALLE DOS SANTOS

178 DES. ANDREA FORTUNA TEIXEIRA

180 VAGA EM ABERTO

181 VAGA EM ABERTO

Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Composição do Tribunal Pleno Antiguidade de magistrados

73

JUNHO DE 2014

PRINCIPAIS REALIZAÇÕES QUANTO À

EFETIVIDADEJURISDICIONAL

• Implementação do PIA - Pro-grama de Incentivo à Aposenta-doria, os servidores que tiveram a aposentadoria concedida recebe-ram o pagamento de indenizações administrativas referentes a licen-ças-prêmio e férias não gozadas;

• Criação de cinco novas câmaras cíveis com competência especiali-zada em Direito do Consumidor. A iniciativa, inédita na Justiça bra-sileira, fez referência ao Princípio da Efetividade Jurisdicional, entre outros inerentes ao desenvolvimento de um judiciário preocupado em so-lucionar a morosidade processual;

• Edição de verbetes sumulares;

• Inauguração e modernização de fóruns e serventias, Criação de novos juízos, readequação do Com-plexo Judiciário do Fórum Central da Capital. Medidas essas, entre outras, tomadas a fi m de se cumprir com os princípios inerentes a uma justiça célere e igualitária, dando tratamento condigno ao jurisdicionado;

• Protesto de Sentenças - Identi-fi cação da Prática – o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janei-ro possui acervo de 9 milhões de processos, dos quais 5,5 milhões estão em execução. Signifi ca, nas palavras da presidente do tribunal, Des. Leila Mariano, que “sabemos dizer o direito, mas não consegui-

mos efetivá-lo”. A prática propos-ta viabiliza a disponibilização de mais um instrumento de execução, posto à disposição do exequente. Através da prática se disponibiliza aquele que disponha de título exe-cutivo judicial, líquido e certo, isto é, sentença condenatória líquida e transitada em julgado, a possi-bilidade de extrair certidão repre-sentativa desse crédito, para ser protestada. Expedida a certidão de crédito, ultrapassados 60 (sessenta) dias, os autos do processo judicial serão remetidos ao arquivo defi niti-vo com baixa na distribuição, com a verifi cação de eventual diferença de custas e taxa, que igualmente poderá ser objeto de certidão a ser protestada. Havendo o pagamento junto ao cartório de protesto, esse transferirá os valores aos credores. Ultrapassado o prazo de seis meses após o envido da certidão de dé-bito para protesto, sem que tenha havido o pagamento, a certidão do FETJ será enviada para fi ns de ins-crição na dívida ativa;

• Gestão de Competências - A prática implementada consiste no mapeamento, junto a Magistrados e Chefes de Serventia da 1ª instância, das lacunas de competências técnicas existentes na equipe de trabalho.

Em uma primeira fase, defi ne-se o conjunto de competências neces-sárias para o melhor desempenho das equipes da 1ª instância, estabe-

lecendo-se por meio de métodos e técnicas próprias as Matrizes de Competências da Área Judiciária.

Em uma segunda fase, consul-tam-se os Magistrados e Chefes de Serventia sobre as competências que precisam ser desenvolvidas pe-las equipes de trabalho, por meio da aplicação de formulário próprio encaminhado por e-mail.

No referido formulário, que se-gue já com a lista das competências previamente mapeadas, são apon-tadas pelos magistrados até cinco competências mais necessárias para melhorar o desempenho da equipe e, após, registra-se a quantidade de pessoas da equipe que o magistra-do indica para o desenvolvimento da competência.

Com o resultado, é possível co-nhecer não apenas as competências mais demandadas, mas também a quantidade de servidores que em determinada região precisará de curso específi co sobre conheci-mentos relacionados ao desenvol-vimento da competência.

O material retorna à equipe de Gestão de Pessoas, que o tabula e consolida, gerando relatórios de diagnóstico sobre as lacunas de competência existentes na Institui-ção, por região e comarca.

Os resultados são obtidos em cer-ca de 20 dias e o diagnóstico reali-zado auxilia a elaboração do Plane-jamento Anual de Cursos da Escola de Administração Judiciária.

Em 2016, Belém completa 400 anos. Fundada pelos portugueses às margens da baía do Guajará, a cidade fl oresceu, cresceu e virou metrópole, unindo o charme do passado à efervescência cultural do presente. Lugares históricos como a Cidade Velha, o Ver-o-Peso e o Theatro da Paz dividem as atenções dos visitantes com as modernidades da Estação das Docas, Mangal das Garças e o Ver-o-Rio. A Prefeitura trabalha para que Belém chegue ao quarto centenário ainda mais bonita, realizando diversas melhorias na cidade. Para o orgulho dos seus moradores e o encanto dos que vierem conhecer a Cidade das Mangueiras.

BELÉM RUMO AOS 400 ANOS.AINDA MAIS BONITA E CHARMOSA.

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Segundo o Financial Times, revista britânica especializada em identificar oportunidades de investimento no mundo, o Pará foi conside-rado o sexto melhor Estado na América do Sul na categoria infraestru-tura e o quarto melhor do Brasil como Estado do Futuro, na perspectiva 2014-2015. A pesquisa internacional comprova o potencial de cresci-mento em infraestrutura do Pará. Foram avaliados os incentivos e as capacidades das cidades e regiões para atrair futuros investimentos para os municípios do interior. Na categoria infraestrutura, vinte e um itens serviram de base para a avaliação.

Para o Governo do Estado, ver o Pará tão bem avaliado entre duzentos e trinta e sete estados da América do Sul apenas confirma que investir em logística, infraestrutura, hidreletricidade e nos grandes em-preendimentos da área mineral e do agronegócio é uma das melhores obras que um governo pode fazer para o desenvolvimento e o cresci-mento econômico, pois são eles que abrem novas oportunidades de negócios, atraindo os investidores nacionais e internacionais. E o mais importante: quem ganha com isso é a população do Pará, com mais empregos, mais qualidade de vida e um futuro melhor.