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neuza-teixeira
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No nos envia mais saudosos raios
Do seu leito fulgente.
A virao da tarde, mais amena
No bosque, no murmura;
A alva aucena, que o vergel enfeita,
No tem a cor mais pura.
Surges, e magoada
Pareces ver as vagas desta vida
Na margem debruada.
Vejo-te ento ainda, e pensativa,
Os lbios entreabertos,
Murmurando em sentida linguagem
Pensamentos incertos.
Vejo-te ainda, as lgrimas ferventes
Dos olhos rebentando,
E, ao correrem nas faces, indiscretas,
Segredos revelando.
Que segredo o teu, lnguida virgem,
Ideal dos meus amores?
Que imaginas nos sonhos dessas noites
To cheias de fulgores?
Que mistrio procuras no ocidente
Ao desmaiar do dia?
Ou que viso esperas, quando a aurora
Com rosas se anuncia?
Que oculto sentimento reprimido
Te faz ansiar o seio?
Que ntima dor, que pensamento acerbo?
Que indefinido enleio?
Olha, se o corao te pede amores,
Virgem, no chores, canta,
Para ti que so as flores da vida
E a luz que nos encanta.
Tu, sim, podes amar; nas sacras aras
Dessa chama inquieta,
Ateia o sacro fogo com que inflamas
O corao do poeta.
Tu sim, podes amar; mas eu... se ao ver-te
Interrogo o futuro,
Uma voz me murmura: Adora, mrtir,
Adora, e morre obscuro.
Enfim! enfim! encontrei-te.
Luz h tanto suspirada!
Raiaste, aurora fadada
De um longo dia de amor!
Resplandece,
Sol brilhante
Da primavera da vida!
Surge, surge, estrela querida,
Que to grato teu fulgor!
Se soubesses como ansioso
Aguardava este momento,
Que h tanto no pensamento
Me aprazia em conceber!
Se soubesses, minha esperana,
Que anelar ardente e incerto
Na aridez deste deserto
Me fazia esperar e crer!
Ai, bem-vinda, mensageira
De uma indizvel ventura!
A uma vida de amargura,
Ridente imagem, pe fim!
Para longe esta tristeza,
Vejo enfim formosos dias!
Oh! d-me, d-me alegrias,
Que me cansa a vida assim!
Qual a terra desflorida
Pelas mos do Inverno agreste,
Que de gelos a reveste,
E lhe afrouxa a luz do Sol;
Cinge as vestes de verdura,
Toda de amor palpitante,
Qual virgem junto do amante
Da Primavera ao arrebol;
De um passado de incerteza,
Rasga o seu vu de tristeza,
Ao ver-te surgir, amor!
E num hino de alegria
Sada a risonha aurora,
Que deslumbrante a namora
Com fatdico fulgor,
Bela flor, fragrante rosa