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Edição 590 - 11.09.2015 Informativo eletrônico semanal do mandato Não podemos legitimar tamanha afronta à democracia: ASSEMBLEIA SEM POVO E SITIADA POR FORÇAS POLICIAIS As bancadas do PT e PSol se retiraram do Plenário da Assembleia Legislativa, na tarde de quarta-feira (17), para não dar legitimidade à sessão plenária que proibiu a pre- sença do povo nas galerias de um Parlamento semi sitiado por forças policiais, construindo cenário que remete para os tempos da ditadura. Não é possível aceitar uma situa- ção que envergonha os democratas e os progressistas. A atitude autoritária, de impedir o acesso da sociedade à sessão, coloca o Poder Legislativo de costas para o povo e desrespeita as mais caras tradições da política gaúcha manchando a própria história do Rio Grande do Sul. Esta insólita votação de projetos do Executivo que desagradam servidores, também constrange porque ocorreu justamente no dia em que estava programada para acontecer uma sessão solene em homenagem aos valores e princípios que inspiraram a Revolução Farroupilha. Na terça-feira (15), servido- res públicos manifestaram- se contra os projetos de des- monte do Estado propostos pelo governo Sartori No dia seguinte, a Praça da Matriz ama- nheceu cercada por grades e por policias que impediam a entrada do sociedade na Assembleia Presidente da Assembleia, Edson Brum, conduziu sessão sem a presença do pú- blico Por não concordarem com a posição anti democrática de impedir a população de en- trar na casa do povo, as bancadas do PT e do PSOL retiraram-se e foram para Praça da Matriz mostrar o apoio aos manifestantes Caco Argemi

Não podemos legitimar tamanha afronta à democracia · Informativo eletrônico semanal do mandato Edição 590 - 11.09.2015 ... alguma empresa concessionária do P aulo P imenta

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Edição 590 - 11.09.2015Informativo eletrônico semanal do mandato

Não podemos legitimar tamanha afronta à democracia:

ASSEMBLEIA SEM POVO E SITIADA POR FORÇAS POLICIAIS

As bancadas do PT e PSol se retiraram do Plenário daAssembleia Legislativa, na tarde de quarta-feira (17), paranão dar legitimidade à sessão plenária que proibiu a pre-sença do povo nas galerias de um Parlamento semi sitiadopor forças policiais, construindo cenário que remete paraos tempos da ditadura. Não é possível aceitar uma situa-ção que envergonha os democratas e os progressistas. Aatitude autoritária, de impedir o acesso da sociedade àsessão, coloca o Poder Legislativo de costas para o povo edesrespeita as mais caras tradições da política gaúchamanchando a própria história do Rio Grande do Sul. Estainsólita votação de projetos do Executivo que desagradamservidores, também constrange porque ocorreu justamenteno dia em que estava programada para acontecer umasessão solene em homenagem aos valores e princípios queinspiraram a Revolução Farroupilha.

Na terça-feira (15), servido-res públicos manifestaram-se contra os projetos de des-monte do Estado propostospelo governo Sartori

No dia seguinte, a Praça da Matriz ama-nheceu cercada por grades e por policiasque impediam a entrada do sociedade naAssembleia Presidente da Assembleia, Edson Brum,

conduziu sessão sem a presença do pú-blico

Por não concordarem com a posição antidemocrática de impedir a população de en-trar na casa do povo, as bancadas do PT edo PSOL retiraram-se e foram para Praça daMatriz mostrar o apoio aos manifestantes

Caco Argemi

(DES)GOVERNOSARTORI EM IMAGENS

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Não é preciso cartunista de opo-sição para o governo Sartori virarmotivo de piada. O próprio presiden-te da Associação Beneficente Anto-nio Mendes Filho (Abamf), entidadeque representa os servidores de ní-vel médio da Brigada Militar (BM),Leonel Lucas, se encarrega de reper-cutir a colocação de escolta para aestátua de Bento Gonçalves, com du-pla de militares paralisada na PraçaPiratini, perto do Colégio Júlio deCastilhos. “Tu imagina a falta de efe-tivo na BM, os camaradas deviam es-tar patrulhando a rua. Os PMs vãoficar de 14 até o dia 20 protegendo aestátua de Bento Gonçalves. Temuma viatura parada junto com eles.”.Leonel ainda completa: “A genteacha que se o governo diz que nãotem efetivo e realmente não tem, édesproporcional colocar os PMs aliparados se fazendo de enfeite”.

SUL21

COMBATE À CORRUPÇÃO

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Zelotes é o maior e mais importantedesvio de recursos públicos do país

onsiderando que há mais de R$ 516bilhões ainda em julgamento no Conse-lho Administrativo de Recursos Fiscaisda Receita Federal (Carf), também sobsuspeita da sonegação gerada pelas in-vestigações da Operação Zelotes, o de-putado Adão Villaverde (PT) não temdúvidas que se trata da maior e maisimportante operação de desvios de re-cursos públicos do país.

No momento, estão sendo analisa-dos 74 julgamentos com suspeita defraude, nos quais, R$ 19,6 bilhões nãoforam recolhidos aos cofres públicosdeixando de ser aplicados em políticasde Estado.

O deputado assinalou que a estrutu-ra armada para não pagar tributos en-volve conselheiros, consultores, escri-tórios de advocacia e empresas priva-das em um crime organizado absoluta-mente grave, de enormes proporções,que atinge todo cidadão do país e doRio Grande do Sul que padecem da fal-ta de recursos em políticas públicas.

“A revelação da corrupção da elitebrasileira, evidenciada na operaçãodeflagrada em março pela Polícia Fede-ral e Ministério Público, poderá levar auma profunda mudança estrutural nosórgãos de controle e fiscalização, eli-minando as máfias que lesam os inte-

resses dos contribuintes e doscidadãos”, disse o deputado fe-deral Paulo Pimenta (PT), naabertura da audiência públicasobre a sonegação tributáriaque abarca empresas gaúchascomo RBS, Gerdau, Marco Poloe Mundial Eberle, realizada noPlenarinho, na tarde de segun-da-feira (14), por iniciativa daFrente Parlamentar em Defesado Serviço Público daAssembleia Legislativa do RScoordenada pela deputada StelaFarias (PT).

Relator da subcomissão da Comis-são de Fiscalização Financeira e Con-trole, da Câmara Federal, que acompa-nha as investigações acerca das “qua-drilhas de esquemas sofisticados”,como ele define, Pimenta relatou osprejuízos que o poder judiciário temimposto à Policia Federal e ao Ministé-rio Público Federal negando, por exem-plo, quebra de sigilo bancário ou pedi-dos de prisões de suspeitos para deporprestando esclarecimentos.

O deputado explicou que inclusiveingressou com representação no Con-selho Nacional de Justiça (CNJ) questi-onando o comportamento de juiz. “Étudo ao contrário da Lava Jato. Para a

Zelotes não vale o mesmo argumentode transparência para informar a soci-edade, quando se referem às máfias queatuam na sonegação tributária. Comoa operação envolve empresa de comu-nicação e grandes anunciantes da mídiahá um silêncio estratégico para nãodesvendar os seus subterrâneos e, porisso, não ganha a necessária repercus-são para informar a sociedade”.

O próprio superintendente da ReceitaFederal no RS, Paulo Roberto Silva daPaz, foi aplaudido ao questionar o ca-ráter do sigilo fiscal que caracteriza asações tributárias. “A quem serve talsigilo?”, indagou. “Isto deve ser revi-sado”, acrescentou.

Marcelo Bertani

C

Procuradoria fechacerco a sonegadores

Correio do Povo não sonegou a seus leitoresa audiência pública sobre a Zelotes

O destino de bilhões de reais devidos por empresas — que pagari-am propina a conselheiros do Conselho Administrativo de RecursosFiscais (Carf) para se livrarem de dívidas com impostos — deverá serconhecido ainda nesta semana como um dos resultados da OperaçõesZelotes. A informação foi divulgada ontem, em audiência pública re-alizada na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre, com a presençado relator da Subcomissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados,que acompanha as investigações da Operação Zelotes, Paulo Pimenta(PT). Durante o evento, a deputada estadual Stela Farias (PT) afir-mou que poderá ser pedido o fim da concessão “se ficar provado quealguma empresa concessionária do Paulo Pimenta confirmou a infor-mação antecipada à Rádio Guaíba pelo procurador da RepúblicaFrederico Paiva, integrante do Ministério Público Federal, que está àfrente das investigações, de que seis empresas serão denunciadasainda em setembro. Continue lendo em http://goo.gl/WViXKT

CONTRA AUMENTODE IMPOSTOS NO RS

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Aumento de tributo regressivopune ainda mais quem ganha menos

o se manifestar diante do TeatroDante Barone da Assembleia Legislativalotado por servidores da saúde, deba-tendo as formas de financiamento doSUS, o deputado Adão Villaverde (PT)destacou que há uma diferença enormeentre o imposto regressivo do aumentodo ICMS proposto pelo governo Sartori eo tributo progressivo da CPMF, cuja co-brança poderá atingir as grandes opera-ções financeiras e permite orastreamento do valor descontado. “Osmodelos tributários regressivos taxamo consumo e impõe penalização aos queganham menos. É uma pirâmide inver-tida, sem justiça social. Também sali-entei que não existe política pública semfinanciamento e defendendo também ataxação das grandes fortunas”, afirmou.

A opinião foi manifestada na manhãde segunda-feira (14), durante aassembleia da Frente Gaúcha em Defe-sa da Saúde Pública. A Frente Gaúcha foicriada para unificar as ações de todosos setores em defesa da saúde pública.Entre as reivindicações das entidadespara o Estado estão a exigência do re-passe regular e mensal dos 12% estabe-lecidos por lei, a garantia de aplicação

A

Assista ao vídeo com o pronunciamento do deputado acessando https://goo.gl/5gVHtb

prioritária de novos recursos na saúde,a manutenção dos recursos livres para ocusteio, o cofinanciamento dos hospitaise a não redução de serviços e de finan-ciamento nos novos contratos.

Integram a Frente as seguintes en-tidades: Federação das Associações deMunicípios do Rio Grande do Sul(FAMURS); Associação Gaúcha de Mu-nicípios (AGM); Federação das SantasCasas e dos Hospitais Filantrópicos;

Associação Gaúcha dos Hospitais Públi-cos Municipais; Frente Parlamentar emDefesa das Santas Casas; FEESSERS;Conselho das Secretarias Municipais deSaúde do Rio Grande do Sul (COSEMS/RS); OAB/RS; Sindicatos dos Enfermei-ros do RS; União de Vereadores do RioGrande do Sul (UVERGS); Central deMovimentos Populares; Conselho Regi-onal de Farmácia; SindiSaúde; Parla-mento Metropolitano.

RELAÇÃO COM SINDICATO

Deputado participa de atividade comvigilantes no Acampamento Farroupilha

o sábado (12), o deputado Adão Villaverde (PT) esteve no AcampamentoFarroupilha participando de almoço com os vigilantes. Entre os presentes, opresidente do Sindi Vigilantes Do Sul, Loreni Dias, o presidente da CUT-RS,Claudir Nespolo, a diretora da Semampi, Maria Helena e sindicalistas devárias regiões do RS.

Na ocasião, Villaverde salientou a importância da categoria na luta pordireitos trabalhistas. Também falou do PL proposto pelo mandato e conheci-do como Lei Anticalote. O projeto propõe a criação de uma conta vinculadaem banco público para serem depositados os percentuais relativos aos direi-tos dos trabalhadores contratados por empresas que prestam serviços a ór-gãos públicos. Nesta conta bancária estariam resguardados os valores dos direitos dos trabalhadores, independente dasituação das empresas. Saiba mais sobre o PL acessando http://goo.gl/SPPUf5

N

Devido à mobilização dos servidores públicos contra os projetos de desmonte do Estado do governo Sartori na terça-feira (15), a audiência pública sobre o PL da Parada do Orgulho Louco, proposta pelo nosso mandato em conjunto com adeputada Stela Farias, não foi realizada na quarta-feira.

A nova data do encontro será divulgada em breve. Agradecemos a compreensão de tod@s.

Audiência pública do Orgulho Louco será remarcada

DOCTOR HONORIS CAUSA

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Pesquisador Jorge Guimarãesrecebe mais alta honraria da PUCRS

deputado Adão Villaverde (PT) re-presentou a Assembleia Legislativa nasolenidade de outorga do título de DoctorHonoris Causa da PUCRS ao pesquisa-dor e cientista Jorge Almeida Guima-rães “por sua relevante contribuição aodesenvolvimento e ao reconhecimentointernacional da Pesquisa e da Pós-Gradução brasileiras” na manhã de quin-ta-feira (17), na Faculdade deBiociências. “É mais uma homenagemextremamente justa e merecida à tra-jetória qualificada do professor e pes-quisador que tanto contribui para o avan-ço científico e para a democratizaçãodo conhecimento no país”. A cerimôniateve a presença do reitor da PUCRS, ir-mão Joaquim Clotet, do proponente dahonraria e pró Reitor de Pesquisa e Ino-vação, Jorge Audy, do reitor da Univer-sidade Federal do RS, Carlos AlexandreNetto, de representantes de instituiçõesde ciência e tecnologia, professores,pesquisadores, estudantes da universi-dade, mestres e doutores ex-alunos deGuimarães, que lotaram o auditório doprédio.

O evento, com entrega de capelo,borla e de diploma, foi realizado diantedos integrantes do Egrégio ConselhoUniversitário da PUC, devidamenteparamentados para o ato solene. Mani-festaram-se Clotet e Audy, celebrandoas qualidades do pesquisador que servede referência e inspiração.

O Audy relembrou que Guimarães criouuma agremiação política informal cha-mada Partido da Educação, Pesquisa eInovação (PEPI) que usava para defen-der as três áreas de saber.

Agradecido, Guimarães acentuousua crença na pesquisa e no conheci-mento como ferramentas imprescindí-veis para contribuir com o bem estarde todos e, assim, mudar o mundo. Dis-se, também, que momentos de criseservem “para se avançar, engajar asuniversidades na busca de maior desen-volvimento e mais justiça social”.

Bioquímico, formado também emMedicina Veterinária, professor de oitouniversidades do país incluindo a UFRGSe presidente do Capes no Ministério daEducação, Guimarães foi agraciado coma comenda da Ordem Nacional do Méri-to Científico Nacional. Com intensa par-ticipação na política científica, foi di-retor do CNPq e ocupou cargos na Soci-edade Brasileira para o Progresso daCiência (SBPC). Foi secretário do Mi-nistério da Ciência e Tecnologia, posi-ção que deixou em fevereiro de 2003ao ser convidado, pelo ministro da Edu-cação na época, Tarso Genro, a assu-mir a presidência da Coordenação deAperfeiçoamento de Pessoal de NívelSuperior (Capes) que ocupou até esteano. Atualmente, preside a (AssociaçãoBrasileira de Pesquisa e Inovação Indus-trial (Embrapii).

André Pereira

Na manhã desta sexta-feira (18),durante seminário na Câmara de Vere-adores de Porto Alegre, o Sindicato dos

Entidades buscam apoioparlamentar para emenda ao PPA

Engenheiros do RS (Senge-RS) erepresentantes da Frente pela re-novação das concessões de dis-tribuição de energia elétrica(CEEE-D) colheram a assinatura dodeputado Adão Villaverde apoian-do a emenda proposta pelas enti-dades ao Plano Pluri Anual, quetramita na Comissão de Finançasda Assembleia Legislativa, da qualo parlamentar petista é membro

titular.A proposta tem o objetivo de cum-

prir a obrigação legal do decreto presi-

dencial que estabelece as condições darenovação das concessões de distribui-ção no país. A justificativa da emendaressalta que o regramento federal paraprorrogação das concessões define comocondicionantes indicadores desustentabilidade econômica-financeirae que a CEEE-D está atende a estas exi-gências.

Na foto, à esquerda do deputadoVillaverde, o presidente do Senge-RS,Luiz Alberto Schreiner, e à direita, Ger-son Carrion e Marco Garcia, ambos daCEEE.

Diogo Baigorra

COMISSÃO DE FINANÇAS

MEIO SÉCULO

Em 2009, Jorge foi homenageado pelacomunidade acadêmica e científica bra-sileira pelos seus 50 anos de dedicaçãoà Ciência, em vários eventos de reco-nhecimento em todo o país. O professorde 70 anos à época foi saudado em umseminário que lotou o anfiteatro Centrode Biotecnologia (Cbiot), no campus daUniversidade Federal do Rio Grande doSul (Ufrgs), em Porto Alegre.

Leia mais em http://goo.gl/uu8CoE

PORTO ALEGRE

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Comassetto comemora volta da zona rural, mas lamentarejeição de veto a transgênicos e à eliminação de agrotóxicos

projeto de lei do governo muni-cipal que visa restabelecer a zonarural em Porto Alegre foi aprovadopela Câmara no início da noite desegunda-feira (14), em votação unâ-nime. Responsável pela elaboração dorelatório da comissão especial doLegislativo que discutiu o assunto demaio a agosto, o vereador Engenhei-ro Comassetto (PT) manifestou sa-tisfação com a aprovação do proje-to, principalmente por terem sido in-cluídas emendas de sua autoria quecorrigem deficiências da propostaoriginal do governo. Lamentou, con-tudo, a rejeição, por parte da basealiada do governo Fortunati/Melo, deduas outras emendas apresentadasque tornariam Porto Alegre, num pra-zo de cinco anos, uma cidade comprodução primária isenta deagrotóxicos e de transgênicos. “No

O momento em que países do chamadoPrimeiro Mundo restringem cada vezmais o uso de pesticidas ou o plantiode transgênicos, Porto Alegre ignoraessa possibilidade, deixa de lado a saúdedos consumidores e fica ao lado doconservadorismo”, destacouComassetto. A derrota das emendas 6e 7 causou o desagrado dos presentesnas galerias, onde havia produtores,ambientalistas e representantes de en-tidades da sociedade. O parlamentartambém se queixou da base aliadaquando esta votou contra uma emendasua que tinha o objetivo de sanar ou-tras limitações do projeto do governo.Havia concordância do secretário mu-nicipal da Produção, Indústria e Comér-cio, Humberto Goulart, presente à Câ-mara, para que a proposta fosse acei-ta. A emenda propunha várias medidaspara fortalecer a produção da zona ru-

ral da capital, entre as quais realizaro cadastramento das propriedades ru-rais do município, conforme o próprioPlano Diretor de DesenvolvimentoAmbiental (PDDUA) prevê desde 2010.Outra proposta da emenda era a exe-cução de um programa de desenvol-vimento sustentável para a região deprodução primária, o que também éuma determinação do PDDUA.

Marcelo Antunes

a manhã desta sexta-feira (18), odeputado Adão Villaverde (PT) represen-tou a Assembleia Legislativa no semi-nário da Comissão de Urbanização,Transporte e Habitação (CUTHAB) so-bre “povos e comunidades tradicionais:territórios e territorialidade”. A ativi-dade, realizada no Plenário Otávio Ro-cha da Câmara de Vereadores de PortoAlegre, discutiu temas como a consti-tuição de uma mapa dos espaços con-

CUTHAB realiza seminário sobrepovos tradicionais de matriz africana

sagrados para reivindicação da manu-tenção dos povos tradicionais de ma-triz africana no plano diretor da cidadee o fortalecimento das manifestaçõesculturais nas mais variadas expressõesdestas comunidades.

Presidente da CUTHAB, o vereadorEngenheiro Carlos Comassetto (PT) des-tacou que o objetivo do seminário éevidenciar, dentro do conceito da cida-de que queremos, a constituição da pre-

sença dos povos tradicionais a partir damanutenção dos seus valorescivilizatórios, linguísticos e culturais.

Para Villaverde, o encontro é um mo-mento de diálogo que reúne militantesengajados com o fortalecimento das ma-nifestações de matriz africana na capital.

À tarde, na Câmara de Vereadores,a CUTHAB lançou a Frente Parlamentarem Defesa dos Povos Tracionais de Ma-triz Africana.

N

Diogo Baigorra Diogo Baigorra

NÃO AO TARIFAÇODE SARTORI

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oi grande a presença da imprensana entrevista coletiva concedida pelaCUT-RS, centrais sindicais e movimen-tos sociais no começo da tarde de quin-ta-feira (17), no centro de Porto Ale-gre. A atividade iniciou na Praça daMatriz e encerrou no saguão daAssembleia Legislativa, com os líderesdo movimento sindical explicando comoserá o dia estadual de lutas com gre-ves, paralisações e protestos contra otarifaço do governo Sartori (PMDB), queserá realizado na próxima terça-feira,22, em todo o Estado.

O presidente da CUT-RS, ClaudirNespolo, esclareceu que as atividadesdos servidores públicos e dos trabalha-dores da iniciativa privada irão acon-tecer desde a madrugada na capital eem diversas cidades do interior do RioGrande do Sul. “O objetivo das mani-festações é mostrar toda a indignaçãodos trabalhadores do campo e da cida-de e da sociedade gaúcha, com o ab-surdo tarifaço proposto pelo governo

CUT e Movimento Unificado dos Servidoresconvocam para grande paralisação no dia 22

F Sartori”, disse.A partir do meio dia, haverá uma

grande concentração na Praça da Ma-triz, pois nesta data o governo preten-de aprovar na Assembleia Legislativa RSo projeto de aumento linear do ICMS,que terá um impacto profundo no em-prego e na economia gaúcha.

De acordo com Claudir, os trabalha-dores dos municípios próximos a PortoAlegre, após realizarem suas manifes-tações pela manhã, devem se dirigirpara a Praça da Matriz. “A elevação daalíquota não resolve a crise financeirado Estado e vai penalizar a classe tra-balhadora. Sobre os impostos, a CUTdefende que quem ganha mais devepagar mais. O governo deveria largar opé do servidor, cobrar os sonegadores,revisar as isenções e renúncias fiscaise renegociar a dívida do estado com aUnião”, defendeu.

Os representantes das entidadestambém denunciaram a tentativa dogoverno de reduzir os serviços públicos

de saúde, educação, segurança e o ata-que aos direitos dos servidores. “Va-mos fazer uma grande atividade na pró-xima terça. Nossa expectativa é repe-tir o dia 18 de agosto, quando 50 milservidores foram às ruas”, afirmou apresidente da CPERS/Sindicato, HelenirAguiar Schürer.

Os dirigentes sindicais também lem-braram a morte do diretor da CUT Me-tropolitana e vice-presidente do Sindi-cato dos Servidores Públicos do RioGrande do Sul (Sindsepe-RS), Rogérioda Silva Ramos, assassinado a tiros nanoite desta quarta-feira, 16, quandoesperava a esposa na parada de ônibusna zona norte de Porto Alegre.

“Sem dúvida, o Rogério estaria aquiconosco lançando o dia estadual de lu-tas. Vamos fazer um grande ato no dia22 em memória do nosso companheiro,que é mais uma vítima do descaso dogoverno estadual com a sociedade”,declarou o presidente do Sindsepe-RS,Cláudio Augustin.

Confirme sua presença noevento no Facebookacessando https://goo.gl/BDbucm

CUT/RS CUT/RS

GOVERNO DILMA

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Usar crise econômica para chegar ao poder éversão moderna de golpe, afirma presidenta

uerer utilizar crise econômicacomo um mecanismo para chegar aopoder é uma versão moderna de golpecontra a democracia, afirmou apresidenta Dilma Rousseff em entrevis-ta, na quarta-feira (16), à Rádio Comer-cial 1440 AM, de Presidente Prudente. Edisse que “infelizmente, há pessoas quenão se conformam que o Brasil seja umademocracia sólida, cujo fundamentomaior é a legitimidade dada pelo votopopular”.

“O Brasil tem uma solidezinstitucional. De todos os países quepassaram por dificuldades, você não viunenhum propondo a ruptura democráti-ca como forma de saída da crise. Essemétodo, que é querer utilizar a crisecomo um mecanismo para você chegarao poder, é uma versão moderna dogolpe. Essas pessoas torcem para o‘quanto pior melhor’ em todas as áreas– na economia, na política. Todas elasesperando uma oportunidade para pes-car em águas turvas”.

A presidenta defendeu que este é ummomento que requer união, indepen-dentemente das posições e interessespessoais ou partidários. “Tomarmos opartido do Brasil, o partido que leva àmudança da nossa situação”, disse. Eafiançou que o governo tem trabalhado“diuturnamente, incansavelmente, paragarantir a estabilidade econômica epolítica do País”.

Respondendo sobre a nova avaliaçãoda nota de crédito de longo prazo emmoeda estrangeira pela agênciaStandard & Poor’s (S&P), a presidentaafirmou que o Brasil é muito maior que

Q

essa nota. “Estamos honrando nossoscompromissos e contratos. Não temosproblemas de crédito internacional, nemtampouco problema para atrair inves-timento para o Brasil. Aliás, somos umdos países em que mais há entrada decapital para isso”, demonstrou.

“Estamos trabalhando intensamen-te para que a nossa economia se tornecada vez mais sólida, para aumentar aconfiança dos agentes econômicos emrelação aos investimentos para permi-tir que o Brasil volte a crescer. Até por-que o Brasil é uma economia grande ediversificada, nós somos a sétima eco-nomia do mundo”.

E referiu-se a momentos similaresvividos por países, inclusive desenvol-vidos. “Muitos países, nessa década,passaram por situações de crise e tive-

ram as suas notas de risco rebaixadas.Isso aconteceu com os Estados Unidosem 2011; como também com a França,com a Itália, com a Espanha, em 2012.E agora aconteceu conosco. Todos vol-taram a crescer, e assim vai ser com oBrasil também”.

E para garantir a superação dessemomento econômico, o governo estátomando, nas palavras da presidenta,“todas as medidas para nós, não porcausa da nota, mas para nós mesmos”.E relacionou dois tipos de medida: “Umaé de controle da inflação e de equilíbriofiscal do nosso orçamento federal; e asoutras são de estímulos ao crescimen-to”. Destas, exemplificou com o Progra-ma de Investimento em Logística (PIL),o Programa de Investimento em EnergiaElétrica (PIEE), e o Plano Safra.

Roberto Stuckert FilhoPR

No mês de agosto, a produção de petróleo e gás natural da Petrobras, no Brasil e no exterior, atingiu a marca de2,88 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), um recorde histórico, 0,8% superior ao recorde anteriorde 2,86 milhões boed alcançado em dezembro de 2014. Esse volume é também 4,5% maior que o registrado emagosto de 2014 (2,76 milhões boed). Em relação ao mês anterior (julho), houve um crescimento na produção depetróleo e gás natural de 3,1%, quando foram produzidos 2,80 milhões.

A produção total de petróleo e gás natural no Brasil foi de 2,69 milhões boed, 3,1% superior ao mês anterior(2,61 milhões boed), representando também novo recorde de produção nacional (0,6% superior ao recorde anteriorde 2,67 milhões boed atingido em dezembro de 2014). Vale destacar que a produção total que operamos no país,incluída a parcela operada para empresas parceiras, ultrapassou pela primeira vez os 3 milhões de barris de óleoequivalente por dia, atingindo 3,01 milhões boed. Nossa produção de petróleo foi de 2,21 milhões bpd (3% acimados 2,14 milhões bpd produzidos no mês anterior), constituindo-se, assim, a segunda melhor marca histórica.

Produção de petróleo e gás naturalcresce e bate recorde em agosto

SAÚDE

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ALEGRETE

s ações da Prefeitura do Alegretepara qualificação da infraestrutura di-gital no município foram apresentadasna quinta-feira (10) no I Fórum de Ci-dades Digitais da Região Serrana do RioGrande do Sul, realizado em Gramadopela Prefeitura Municipal em parceriacom a Rede Cidade Digital (RCD).

O evento tinha como objetivo esti-mular investimentos em tecnologia queaprimorem a relação entre população e

Município é destaque no 1º Fórum de Cidades Digitais

a administração municipal, com infor-mações e exemplos de iniciativas noEstado, soluções de mercado e linhasde financiamento com a participação doBanco Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES).

Alegrete foi representada pela vice-prefeita, Preta Mulazzani, e pelo dire-tor do Departamento de Tecnologia deInformação (DTI) da Secretaria de Go-verno, Adão Severo, este como convi-dado a palestrar sobre ações de inclu-são digital e social. “Apenas seis muni-cípios tiveram este destaque, o quevaloriza o trabalho realizado por nos-sos servidores e o esforço da gestão embuscar melhorias estruturais”, destacaa vice-prefeita.

Ações como a interligação via fibraótica de 41 prédios públicos, implanta-ção de internet via satélite em 11 poloseducacionais localizados na zona rural

através do Programa Gesac do Ministé-rio das Comunicações, e gestão comsoftware livre de áreas como financei-ro, tributário, patrimonial, recursoshumanos e saúde, levaram Alegrete aintegrar a Rede Cidades Digitais e, porisso, foi convidada a participar dofórum.

Além disso, o município em breveterá o Conecta Alegrete, projeto de in-clusão digital que vai implantar internetcom sinal wi-fi livre em cinco pontos dacidade. Para o diretor de DTI, Alegreteé destaque em infraestrutura digital naregião pelo investimento em mão deobra qualificada e iniciativa em capta-ção de recursos. “O nosso departamentotem profissionais qualificados e a Pre-feitura tem bastante foco nocadastramento de projetos para capta-ção de recursos e, por isso, temos umaestrutura muito boa”, explica.

A

Divulgação prefeitura de Porto Alegre

Hospital de Taquari terá UTI e novo Centro de Imagem

o lado do prefeito de Taquari, EmanuelHassen de Jesus (Maneco), o deputadoAdão Villaverde acompanhou o lançamentodo edital para a reforma do Instituto deSaúde e Educação Vida (Isev), que ocor-reu na Câmara de Vereadores do municí-pio nesta sexta-feira (18).

Além de aumento na estrutura deatendimento de urgência e emergência,o edital prevê para o hospital de Taquarium novo Centro de Imagem para a rea-lização de exames como ecografia, rai-os-x e tomografia computadorizada, edez leitos em uma Unidade de Trata-mento Intensivo (UTI). O investimentoé de R$ 1,1 milhão, com recursos re-

passados pelo Governo do Estado.Segundo o prefeito Maneco, o tem-

po total do trabalho, do ato de lança-mento do edital à conclusão da obra,deve ser de 10 meses a um ano. “Alémdesse recurso, já temos também R$ 2,5milhões homologados no Governo Fe-deral – R$ 2 milhões para a compra dosequipamentos e R$ 500 mil para refor-mas em outras áreas do hospital”.

Villaverde ressalta que as melhoriasde infraestrutura no hospital qualifica-rão o atendimento à população. O ins-tituto, que é referência regional em cin-co especialidades (traumatologia, cirur-gia vascular, otorrinolaringologia, cirur-

gia geral e oftalmologia), conta atual-mente com 82 leitos e realiza mais detrês mil atendimentos mensais no pron-to-atendimento - sem contar as cercade 700 consultas e 150 cirurgias feitasmensalmente. Por meio do atual inves-timento, que dá um importante passocom o lançamento do edital, a expecta-tiva é de que mais 20 leitos comunssejam abertos, além dos 10 da UTI.

Também participaram da solenidade,o vice-prefeito de Taquari, André Vargas,o presidente do Instituto de Saúde e Edu-cação Vida (Isev), Juarez dos Santos, eo secretário da Saúde e Meio Ambientedo município, José Harry Dias.

A

DICAS DE LEITURA

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Na próxima segunda-feira (21), às 16h, a Representação Regional Sulfará uma roda de conversa sobre as eleições no Ministério da Cultura parao Conselho Nacional de Políticas Culturais, na sede da RRSUL (Rua AndrePuente, 441/604). Convidamos artistas, ativistas, produtores, criadores epesquisadores, todos e todas cuja cultura é essencial na sua vida. A escolhados futuros conselheiros é muito importante! O CNPC auxilia o MinC. aconstruir e formular suas políticas culturais.

Roda de conversa sobre as eleições do CNPC

Respeito à história do Rio Grande

O homem que disse não

Em época de celebrações alusivas às tradições e costumes rio-grandenses, o livro “História Regional da Infâmia – Odestino dos negros farrapos e outras iniquidades brasileiras (ou como se produzem os imaginários)”, do historiador ejornalista Juremir Machado da Silva, fornece conhecimentos importantes sobre os bastidores da chamadaRevolução Farroupilha que durou cerca de uma década (1835/1845) em solo gaúcho.

Com farta comprovação de dados, após consulta a cerca de 15 mil documentos, a obra revela contradi-ções entre discurso e prática dos líderes do embate bélico que opôs brasileiros, civis e militares; embalou osonho do separatismo do RS em relação ao Brasil e evidencia que as guerras servem a interesses que são,geralmente, apenas de minorias poderosas economicamente, dificilmente pertencem às maiorias vulnerá-veis que marcham a frente dos oficiais e morrem antes e, muitas vezes, no lugar dos generais estancieiros.

O livro tem, também, o mérito de questionar a interpretação pronta e imune à discussões.Recontada nas cartilhas escolares e repetida, à exaustão, pelas instituições e pelos meios de comunica-

ção que constroem o imaginário popular do estado, esta versão do passado, por vezes, confunde o desejo decriar falsos heróis e alardear façanhas enganosas com o verdadeiro respeito à história, a preservação danossa cultura e aos legítimos valores da identidade gaúcha.

“Vandré – o homem que disse não” é a biografia do celebradíssimo e histórico cantor, compositor e advogado GeraldoVandré, nascido em 1935, do experiente jornalista e romancista Jorge Fernando dos Santos, mineiro de Belo Horizonte,colunista de teatro e cinema, que atuou em rádio, na tevê e na música, acaba de ser lançada e tenta oferecer respostas aperguntas que nunca calaram, sobre um dos artistas mais importantes e irônicos do Brasil.

Por sua amplitude social e alcance simbólico, Pra não dizer que não falei das flores, imortal canção de Vandré, se tornouuma espécie de símbolo do martírio e da resistência ao autoritarismo nos anos em que a juventude, intelectuais e artistasse engajavam contra a opressão, a tortura e o arbítrio da ditadura militar. Anos sessenta, 1964, Beatles, Tropicalismo,festivais de música, repressão, uma época marcante, inesquecível, os “anos de chumbo”.

Quem foi realmente Geraldo Vandré? O que os militares da era repressora fizeram dele? O autor da biografia buscarespostas para essas e outras obscuridades da vida do homem que, até hoje, desafia estudiosos e biógrafos. Controvertido,Vandré, hoje com 80 anos e vivendo no Rio de Janeiro, era visto como insuportável e encrenqueiro mas,ao mesmo tempo, era generoso e emotivo, segundo seus amigos. Muitos o consideravam um megaloma-níaco sem limites. Depois que retornou ao Brasil vindo do exílio, muitos acharam que ele estava maisalucinado que antes.

Nascido na Paraíba, filho de um médico de esquerda, Dr. Vandregísilo, de onde veio o Vandré, Geraldotornou-se cantor e compositor no Rio nos tempos da bossa nova. Suas primeiras composições guardaramessa influência, mas a nordestinidade e o interesse num canto mais popular e politizado prevaleceram.Com Disparada e Porta-estandarte, ele desabrochou nos festivais, vencendo dois deles e, com Pra nãodizer que não falei das flores – Caminhando, fez o que muitos consideravam impossível: o público politizadoda época vaiar o grande e genial Tom Jobim.

Citando fontes autorizadas, longas entrevistas em quase 300 páginas, em 18 capítulos, e mencionandoa discografia e as composições de Vandré, o autor nos apresenta todas as nuances da personalidade deGeraldo Vandré e o clima trepidante dos anos 1960. A obra lança luzes sobre o mito e o enigma do homemcarismático, contestador e controvertido que pagou caro por desafiar a ditadura, dizer “não” ao regime eque, depois de ser amado pelo público e odiado pelos militares, resolveu se afastar dos palcos, paraperplexidade e tristeza de seus fãs. Vandré até hoje não fala.

(ANDRÉ PEREIRA)

(JAIME CIMENTI/JC)

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