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“Natação no âmbito do Desporto Escolar e actualização em Educação Física” Conceitos Teóricos

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“Natação no âmbito do Desporto Escolar e actualização em Educação Física”

Conceitos Teóricos

CARLOS ALBERTO GOMES

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Natação _ Conceitos Teóricos

Índice

CROL.............................................................................................................................................3

REGULAMENTO......................................................................................................................3

DESCRIÇÃO DA TÉCNICA DE CROL...................................................................................3

Posição do corpo.....................................................................................................................3

Acção dos Membros Inferiores...............................................................................................4

Acção dos Membros Superiores.............................................................................................5

Sincronização Membros Superiores/Membros Inferiores.......................................................8

COSTAS.........................................................................................................................................9

REGULAMENTO......................................................................................................................9

DESCRIÇÃO DA TÉCNICA DE COSTAS..............................................................................9

Posição do Corpo....................................................................................................................9

Acção dos Membros Superiores...........................................................................................10

Acção dos Membros Inferiores.............................................................................................12

Sincronização Membros Superiores/ Membros Inferiores -.................................................13

BRUÇOS......................................................................................................................................14

REGULAMENTO....................................................................................................................14

DESCRIÇÃO DA TÉCNICA DE BRUÇOS...........................................................................14

Estilo Formal.........................................................................................................................14

Estilo Natural......................................................................................................................15

Posição do Corpo..................................................................................................................15

Acção dos Membros Superiores...........................................................................................15

Acção dos Membros Inferiores.............................................................................................17

Coordenação Membros Superiores/ Membros Inferiores/ Respiração.................................18

MARIPOSA.................................................................................................................................19

REGULAMENTO....................................................................................................................19

DESCRIÇÃO DA TÉCNICA DE MARIPOSA.......................................................................19

Posição do Corpo..................................................................................................................19

Acção dos Membros Superiores...........................................................................................20

Coordenação e Sincronização...............................................................................................22

PARTIDAS..................................................................................................................................24

VIRAGENS..................................................................................................................................27

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Natação _ Conceitos Teóricos

CROL

REGULAMENTO

Nas competições oficiais não é feita uma referência específica à técnica de

crol. Falando-se apenas em "Estilo Livre".

“…Estilo Livre significa que numa prova assim designada o nadador pode

nadar em qualquer estilo, excepto nas provas individuais ou de estafetas de

estilos em que «livres» pode ser qualquer estilo que não costas, bruços ou

mariposa.

Assim os nadadores podem optar por nadar crol nas provas de livres, pela

simples razão de ser a técnica mais rápida.

Por último, ao nadar uma prova de livres, o nadador nas viragens e na

chegada tem que tocar com qualquer parte do corpo na parede.

DESCRIÇÃO DA TÉCNICA DE CROL

Posição do corpo

O uso alternado dos membros superiores provoca uma acção natural de rotação (para

a esquerda e para a direita), que deve ser estimulada durante a aprendizagem pois é uma

aquisição fundamental na construção duma técnica eficiente, já que permite:

Reduzir a resistência ao avanço

Facilitar a respiração

Facilitar a recuperação dos membros superiores

Permitir uma acção muscular mais potente do membro superior que está em imersão.

Mínimo, 45° para cada lado em relação ao plano horizontal.

Alinhamento Horizontal

Procura-se uma posição "alta " na água de modo a reduzir o atrito de forma e

de onda. Aqui é importante o batimento dos pés que, se por um lado, permite manter os

membros inferiores junto à superfície, deve por outro, não ser demasiado profundo

pois assim, aumenta a superfície frontal do corpo geradora de atrito. A cabeça deve ser

mantida em alinhamento com o corpo e ligeiramente elevada, mas rodando para a inspiração

segundo um eixo longitudinal comum ao resto do corpo.

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Erros:

Batimento de pernas demasiado profundo.

Posição da cabeça demasiado elevada (costas arqueadas),

Elevação frontal da cabeça no acto da inspiração.

Inicio da acção propulsiva dos braços com estes em extensão, ou segundo um ângulo

de ataque errado que provoque uma resultante no sentido vertical ascendente.

Alinhamento Lateral do Corpo

Qualquer oscilação lateral do corpo provoca um aumento da resistência ao

avanço. Para se evitarem estes movimentos laterais é necessário executar um complexo

conjunto de gestos que se compensam entre si, para que o resultado seja a manutenção do

corpo numa linha longitudinal de deslocamento cabendo o papel equilibrador aos

membros inferiores. Com efeito, as acções dos braços, principalmente na fase de

recuperação aérea são sempre geradoras de desvios laterais, devendo o nadador ter como

preocupação fundamental, a execução de todos os movimentos o mais perto possível da

linha longitudinal de deslocamento.

Erros:

- Recuperação demasiado lateralizada do braço - virar a cabeça para trás no acto da

inspiração.

- Entrada da mão na água num ponto mais interior à linha dos ombros.

Acção dos Membros Inferiores

Função:

Estabilização da posição do corpo - do ponto de vista do alinhamento lateral:

compensa as oscilações provocadas pelos movimentos de braços e cabeça.

Manutenção dos membros inferiores numa posição alta - alinhamento

horizontal.

Propulsão mínima. O batimento de pernas em crol tem fundamentalmente uma

função equilibradora.

O Movimento dos Membros Inferiores é composto por duas fases:

Fase Ascendente

Fase Descendente

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A Fase Descendente é essencialmente propulsiva. O movimento tem

origem na articulação coxo-femural e não na articulação do joelho como à

primeira vista pode parecer. A flexão do joelho, que aparece gradualmente, é

passiva causando uma acção de chicotada da perna e do pé. O pé deve estar em

extensão completa, descontraído e em rotação interna de modo a aumentar a

superfície motora composta pelo pé e pela perna.

A Fase Ascendente é passiva. A perna chega a uma posição de quase total

extensão e sobe. Não há qualquer flexão do segmento nesta fase. É importante

que haja uma grande flexibilidade a nível do tornozelo e também uma

sincronização óptima entre o movimento dos dois membros inferiores. A função

principal deste batimento é de equilíbrio.

Aspectos a salientar:

A rotação interna do pé e a extensão são passivas.

Orientação do pé nesta fase - para cima e para dentro.

Erros:

- Não ter os pés devidamente orientados, em extensão completa e com o tornozelo

descontraído.

- Utilizar prioritariamente a articulação do joelho.

Acção dos Membros Superiores

- Existem duas fases fundamentais:

Fase propulsiva subaquática

Fase de recuperação aérea.

FASES DA ACÇÃO PROPULSIVA SUBAQUÁTICA:

Entrada

Deslize

Agarre

Acção Descendente

Acção Lateral Interior

Acção Ascendente

Saída

Entrada - Deve ser realizada à frente da cabeça. entre a linha média do corpo e a linha

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dos ombros. A orientação da mão deverá rondar os 30-40° e o braço deve

estar ligeiramente flectido, com o cotovelo por cima da mão, para que sejam os

dedos os primeiros a entrarem na água.

Erros:

- Mão em pronação, horizontal em relação à superfície da água, pulso flectido.

- Mão a cruzar a linha média do corpo.

- Mão a entrar demasiado perto da cabeça,

- Mão a entrar violentamente na água, de cima para baixo.

Deslize - Vai desde a entrada da mão na água até ao momento em que o segmento inicia

a acção propulsiva. O braço estende à frente e o deslize não é propulsivo.

Consiste na extensão do braço, com a mão na horizontal e deve ser feito de

maneira a não haver desvios laterais, para que a superfície de contacto não

aumente. A eficácia do deslize está muito relacionada com urna boa entrada da

mão na água. O deslize acaba quando o braço está praticamente em extensão e tem

que ser feito de maneira a preparar a acção seguinte. Durante a extensão o pulso

deve permanecer numa posição natural e a mão deve rodar orientando-se para

baixo ao mesmo tempo que desliza.

Erros:

- Execução demasiado rápida.

- Execução demasiada curta.

- Paragem na movimentação da mão.

- Braço orientada para cima ou para baixo, para fora ou para dentro.

Agarre - Consiste na fixação do pulso e da mão. Esta acção realiza-se no momento

em que o outro membro deixa de exercer pressão sobre a água. A mão deve estar

orientada para trás, para baixo e para fora. O pulso flecte mais ou menos a 40°

roda para fora e o cotovelo começa a flectir neste ponto.

Acção Descendente - É um movimento que se passa basicamente de cima para baixo.

Termina no ponto mais profundo da trajectória da mão. Nesta acção é essencial a posição

alta do cotovelo e o ângulo ideal de ataque é entre 30° e 40°. Deve-se ter em conta que não se

pretende empurrar a água mas sim afundar a mão, mantendo o cotovelo alto. A mão deve

deslocar-se para baixo e para fora numa trajectória curvilínea e o cotovelo vai flectindo

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gradualmente. É a fase menos propulsiva da braçada, mas é importante que seja executada

correctamente de forma a colocar o braço em posição de iniciar uma efectiva acção lateral

interior.

Erros:

- Rodar a mão para dentro logo após a entrada, de forma a puxar a água para trás.

- Empurrar a água para baixo com a mão mal orientada.

- Posição "baixa" do cotovelo.

Acção Lateral Interior - Tem início quando a mão se aproxima do ponto mais fundo da sua

trajectória. Há uma grande flexão do cotovelo fazendo a mão passar perto da linha média do

corpo. Pretende-se criar grande quantidade de força ascensional e é muito importante que

haja boa orientação do segmento com um ângulo de ataque de cerca de 20°. Todo o

segmento se orienta "de fora" para "dentro".

Erros:

- Rodar a mão demasiado cedo para dentro (antes de passar por dentro da linha dos ombros.

- Não orientar a mão para dentro e para cima.

Acção Ascendente - Trajectória de baixo para cima. No período inicial a mão desloca-se de

frente para trás estando colocada verticalmente em relação ao eixo do deslocamento. É um

movimento de grande tensão muscular. No período final a mão é orientada de maneira

diferente pois a resistência da água coloca o segmento na posição ideal. Já não é necessária

uma tensão muscular tão grande.

Erros:

- Empurrar a água até à superfície,

- Empurrar a água directamente para trás.

Saída - Quando as mãos passam a linha da coxa, a pressão da água é aliviada e a

mão descontraída roda para dentro permitindo uma continuidade entre a acção

ascendente e a saída da mão da água com o mínimo de turbulência e atrito.

FASE DE RECUPERAÇÃO AÉREA:

Inicia-se no momento em que a mão termina a acção propulsiva. Esta acção é

regulada por três normas:

- Não deve perturbar o equilíbrio do corpo - a mão deve passar o mais perto possível

da cabeça para reduzir ao máximo as oscilações laterais. Isto implica urna posição

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flectida e alta do cotovelo durante toda a trajectória. O percurso deve ser rápido

para evitar o afundamento do corpo e a dessincronização com a acção do braço

contrário.

- Deve ser realizada com o mínimo de esforço - deve haver descontracção

dos músculos participantes na acção propulsiva, sendo notória a posição

"abandonada" da mão. É um período de relaxamento muscular.

- Deve preparar da melhor maneira possível a entrada da mão na água - o cotovelo

permanece numa posição alta até à entrada da mão, procedendo-se a uma ligeira

rotação do antebraço para fora, dando à mão a inclinação adequada.

Erros:

- Execução demasiado rápida.

- Execução demasiado lateral.

- Cotovelo "baixo" na segunda fase da recuperação.

Respiração - O momento mais oportuno para iniciar a rotação da cabeça para respirar é

quando o braço do lado oposto está a entrar na água. A inspiração faz-se através da

rotação lateral da cabeça e não deverá provocar desequilíbrios que prejudiquem em

excesso a propulsão do nadador. A inspiração é feita num espaço de tempo muito

pequeno e a expiração deve executar-se pela boca e pelo o nariz devendo o fluxo de ar

expirado ser constante até ao momento em que a boca do nadador esteja prestes a sair da

água. Nessa altura, a expiração deve tornar-se vigorosa expulsando o resto do ar

remanescente e ao mesmo tempo expelindo a água que se comprime contra a boca,

libertando-a para iniciar de imediato a função respiratória.

Sincronização Membros Superiores/Membros Inferiores

6 Batimentos / ciclo braços - utiliza-se mais para distâncias curtas. Existe

simetria perfeita entre as três fases da propulsão e o número de batimentos que

acompanha a acção propulsiva de cada braço.

COSTAS

REGULAMENTO

O nadador não pode abandonar a posição dorsal, excepto durante a viragem.

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Considera-se que o nadador abandona a posição a posição dorsal sempre que a linha dos

ombros ultrapassa os 90º.

Na partida, o nadador deve colocar-se virado para a parede, agarrando-se na

borda da piscina, na barra de apoio ou nos suportes específicos para o efeito.

Os pés, incluindo os dedos, têm que estar completamente submersos. O nadador

tem que se manter imóvel até ser dado o sinal de partida. Após o salto, o nadador terá

que regressar à superfície antes de ter percorrido uma distância de 15m.

Na viragem, o nadador só pode abandonar a posição dorsal numa acção contínua

de viragem e até que os pés deixem a parede.

Tal como na partida, após a viragem o nadador terá que regressar à superfície antes de

ter percorrido uma distância de 15metros.

Fixados por suportes colocados a 5m das paredes-testa da piscina e suspensos a

1,80m do nível da água, existem festões como indicadores para as viragens de costas.

Na chegada o nadador só pode abandonar a posição dorsal após ter tocado na

parede.

DESCRIÇÃO DA TÉCNICA DE COSTAS

É uma técnica alternada onde a posição do corpo e os aspectos do alinhamento

corporal são idênticos ao crol. O batimento de pernas é essencial para manter um bom

alinhamento corporal e existe apenas uma forma correcta de o executar, 6 batimentos

por ciclo de braços.

Posição do Corpo

O corpo deve encontrar-se numa posição horizontal, dorsal e com um ligeiro

afundamento da bacia de forma a permitir uma pernada eficiente. A posição da cabeça é

determinante no alinhamento do corpo devendo ser suportada pela água numa posição

natural. com o queixo dirigido ligeiramente para o peito e com a linha da água passando

por baixo das orelhas. Uma posição mais alta da cabeça provoca um afundamento

excessivo da bacia e consequentemente um alinhamento que irá oferecer uma maior

resistência ao avanço. Se a cabeça estiver demasiado afundada a respiração é

dificultada porque a água passará constantemente pela cara e a bacia elevar-se-á

demasiado dificultando a acção das pernas. Devem ser evitados os movimentos

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verticais e laterais do corpo, mantendo-se no entanto o alinhamento lateral e o

horizontal. A rotação do corpo sobre o eixo longitudinal é importante mas não

deve provocar oscilações da cabeça.

Acção dos Membros Superiores

- Composta por duas fases fundamentais:

Acção propulsiva subaquática

Recuperação aérea.

FASES DA ACÇÃO PROPULSIVA SUBAQUÁTICA:

Entrada

Acção descendente inicial

Acção Ascendente

Acção descendente final

Saída

Entrada - Deve ser feita com o braço em extensão completa, na linha do ombro e

com a mão virada para fora para que seja o dedo mínimo a entrar na água em

primeiro lugar. O ombro afunda através de uma rotação do corpo sobre o eixo

longitudinal a que vai corresponder a elevação do ombro contrário quando o

outro braço se encontra a sair da água.

Erros:

- Entrada do braço demasiado "dentro", cruzando a linha média do corpo,

provocando assim, perturbações no alinhamento lateral do corpo, e aumentando

a superfície de contacto.

- Entrada do braço demasiado "fora", reduzindo o trajecto subaquático e

comprometendo a boa execução da fase seguinte, comprometendo também a

rotação dos ombros

- Bater com os braços na água, sobretudo quando a entrada é feita com a parte

dorsal da mão, provocando atrito de onda e perturbações no alinhamento horizontal do

corpo.

Acção Descendente Inicial - A mão orienta-se para baixo e para fora de forma a

agarrar a água (catch). Não é uma acção muito propulsiva. Os membros

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superiores continuam o movimento num trajecto circular para baixo e para fora até

uma profundidade de cerca de 20cm, com a mão orientada para baixo, para fora e para

trás.

Erros:

- Deixar cair o cotovelo, na intenção de puxar a água para trás logo a seguir à

entrada.

- Deslocar o braço ou só para baixo, ou só para fora e não para baixo e para fora em

simultâneo, provocando diminuição da velocidade durante as fases da braçada e

perturbações no alinhamento horizontal do corpo (saltitar dos ombros).

Acção Ascendente - Verifica-se a flexão do cotovelo quando a mão atinge a sua

máxima profundidade. Em seguida, a mão desloca-se para trás, para cima e para

dentro até que esteja em frente das costelas e perto da superfície, com os dedos

apontados para cima e para fora e a mão orientada para cima e para dentro.

Erros:

- Mudar a trajectória da mão sem mudar a sua orientação, ou seja, continuar com a mãe

virada para trás e para baixo.

- Puxar a mão directamente para cima e não na diagonal.

Acção Descendente Final - É a acção mais propulsiva e mais potente. Há uma extensão

do membro superior onde a mão percorre uma trajectória para fora e de cima para baixo

e o braço vai estender-se para trás, para baixo e para dentro ultrapassando a linha da coxa.

Esta fase termina quando o braço está completamente em extensão, abaixe da bacia e

com a mão virada para dentro e para baixo.

Erros:

- Empurrar a água com a palma da mão virada para trás.

Saída - A mão é elevada para fora da água através da rotação do ombro para cima.

Verificando-se a entrada na água do membro oposto facilitada por esta rotação. No final

da acção descendente final a mão roda para dentro até que a palma da mão esteja virada para a

coxa, saindo a mão com o polegar em primeiro lugar.

Erros:

- Tirar a mão da água antes do ombro, provocando desta forma o afundamento deste e

comprometendo a sua rotação.

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FASE DE RECUPERAÇÃO AÉREA

É feita com o membro superior em extensão sendo importante que exista um

bom alinhamento com a vertical. No fim da recuperação o membro tem que

estarem condições de fazer uma boa entrada na água com a mão virada para fora,

sendo o dedo mínimo e primeiro a entrar. Nesta técnica é o ombro que vai

orientar o movimento na fase de recuperação. Há uma rotação interna que vai

implicar a saída do ombro da água.

Erros:

- Trajectórias lateralizantes que vão perturbar o alinhamento lateral do corpo e que

podem comprometer a entrada da mão na água

Acção dos Membros Inferiores

- Compreende dois movimentos:

Movimento Ascendente

Movimento Descendente

Movimento Ascendente - É a fase mais propulsiva da pernada. A perna

eleva-se na direcção da superfície, terminando com uma rápida extensão do

joelho e com uma rotação do pé ligeiramente para fora. Os joelhos não devem

Ultrapassar o nível da água nesta fase. Os pés devem encontrar-se em hiper-

extensão e em rotação interna.

Erros:

- Flexão excessiva da anca e extensão incompleta do joelho, provocando o

"movimento de bicicleta".

Movimento Descendente - É a fase de recuperação da pernada. A perna desce e

flecte ligeiramente de uma forma passiva, devido à pressão da água.

Erros:

- Afundar demasiado as pernas, aumentando a resistência ao avanço, perturbando o

alinhamento horizontal e aumentando a superfície frontal de contacto.

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Sincronização Membros Superiores/ Membros Inferiores -

Executam-se seis batimentos de pernas para cada ciclo de braços, ou seja,

três acções ascendentes de pernas para cada braçada, acompanhando cada uma das

acções propulsivas dos braços.

Erros:

- Afundamento das ancas, aumentando a resistência ao avanço (posição de "sentado").

- Bacia demasiado alta, que leva ao afundamento dos ombros (costas arqueadas).

Sincronização dos Membros Superiores - A mão do braço em recuperação

deve entrar na água quando o outro braço completa a acção descendente final.

É possível assim, manter a continuidade das acções propulsivas e a sincronização

com a rotação do corpo em torno do eixo longitudinal. Um braço deve atingir o

ponto mais alto da recuperação quando o outro inicia a acção descendente final

BRUÇOS

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REGULAMENTO

O corpo deve ser mantido na posição ventral e os ombros deverão estar

alinhados com a superfície da água.

Os movimentos dos membros superiores terão que ser durante todo o percurso,

simultâneos e realizados no plano horizontal, sem movimentos alternados.

As mãos deverão ser transportadas juntas para a frente a partir do peito e

ser trazidas à retaguarda abaixo da linha da água. Com excepção do momento da

partida e das viragens, as mãos não deverão ultrapassar a linha das ancas.

Os movimentos dos membros inferiores deverão ser, em todos os momentos,

simultâneos e realizados no plano horizontal, sem movimentos alternados.

Na pernada, os pés deverão estar orientados para fora durante a fase

propulsiva. Não são permitidas pernadas alternadas ou de mariposa.

Em todas as viragens e na chegada. o contacto com a parede tem de ser realizado

com ambas as mãos em simultâneo, acima ou abaixo do nível da água e os ombros

devem manter-se no plano horizontal.

Durante cada ciclo completo de braços e de pernas, qualquer parte da

cabeça do nadador terá que romper a linha da água excepto na partida e após

cada viragem onde o nadador poderá realizar uma braçada completa atrás e uma

pernada, enquanto estiver completamente submerso e antes de regressar à superfície.

DESCRIÇÃO DA TÉCNICA DE BRUÇOSPodemos definir dois estilos diferentes da técnica de bruços:

Estilo Formal

- Mais horizontal; os ombros não saem da água limitando as

possibilidades de se conseguir uma trajectória favorável à obtenção de força

ascensional. É um estilo pouco eficaz apresentando uma maior frequência de

braçada. A respiração é feita apenas por uma ligeira elevação da cabeça de

forma a manter a estabilidade do corpo e as acções propulsivas decorrem num

plano paralelo à superfície da água, com acções potentes e de pequena amplitude.

A posição alta da bacia diminui o ângulo coxa-tronco, contribuindo muito para

o aumento da resistência frontal.

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Estilo Natural

- Considerado o que melhor acompanha as acções propulsivas. Há um

movimento ondulatório que origina o levantamento dos ombros, possibilitando

trajectórias num plano mais vertical e permitindo uma maior amplitude de

braçada acompanhada da saída dos ombros da água, na última fase da braçada. A

respiração está mais facilitada devido à elevação dos ombros e ao movimento

ondulatório do corpo. As acções propulsivas decorrem em diversos planos na

procura de apoios e com grande amplitude gestual.

Posição do Corpo

Deverá ser ventral, alongada e o mais hidrodinâmica possível embora

havendo um ligeiro abaixamento dos membros inferiores de forma a

garantir uma maior sustentação durante o percurso. Esta posição permite uma

aplicação adequada da força por todos os segmentos propulsivos e diminui a

resistência ao avanço devido ao aumento do ângulo entre a coxa e o tronco.

Erros:

- Movimentos ondulatórios exagerados

- Elevação excessiva dos ombros,

- Elevação dos ombros para cima e para trás, provocando o aumento da

resistência frontal e perturbações na continuidade das acções motoras.

Acção dos Membros Superiores

Acção Lateral Exterior

Agarre

Acção Descendente

Acção Lateral Interior

Fase de Recuperação

Acção Lateral Exterior - inicia-se no final da recuperação quando os braços

estão em extensão e as mãos viradas para fora e para trás com as pontas dos

dedos apontadas para fora. Tem como objectivo principal a colocação dos

segmentos de modo a permitir unia efectiva acção lateral interior. Esta acção

consiste no afastamento dos braços até se atingir a linha dos ombros. Tem resultados

propulsivos muito limitados e os braços mantém-se em extensão. Confunde-se por

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Natação _ Conceitos Teóricos

vezes esta acção com o deslize do final da recuperação, devendo este ser evitado

ao máximo de forma ser conservado o momento de inércia, havendo assim um menor

dispêndio de energia.

Erros:

- Afastamento insuficiente das mãos, levando ao encurtamento da braçada,

- Afastamento exagerado das mãos, provocando atraso no desencadeamento das acções

seguintes.

- Puxar a água directamente para trás.

Agarre - Consiste na fixação do pulso é faz a transição da acção lateral exterior

para a acção descendente.

Acção Descendente - As mãos continuam a dirigir-se para baixo e para fora num

trajecto circular, através da flexão do cotovelo num movimento em aceleração

contínua até se aproximarem do ponto mais fundo da sua trajectória.

Erros:

- Puxar as mãos "para dentro", em vez de "para dentro" e "para baixo".

Acção Lateral Interior - Tem início quando as mãos se aproximam do ponte

mais fundo da sua trajectória. As mãos orientam-se para dentro e para cima

até se aproximarem do nível dos cotovelos no seu movimento para cima,

terminando esta acção com as mãos por baixo do peito e com as palmas viradas para

cima.

Erros:

- Iniciar o deslocamento das mãos para a frente antes do final da acção, levando a

uma posição "baixa" do cotovelo.

- Orientar as mãos para "dentro" antes destas passarem para uma linha interna aos

cotovelos.

Recuperação - Verifica-se uma extensão dos braços para a frente e quando

estes estão perto da extensão completa, as mãos começam a deslocar-se para fora

preparando a acção seguinte.

Erros:

- Recuperar com demasiada velocidade.

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Natação _ Conceitos Teóricos

- Recuperar sem juntar as mãos e os braços.

- Perder o alinhamento dos braços com o corpo.

Acção dos Membros Inferiores

Acção Lateral Exterior

Acção Descendente

Acção Lateral Interior

Recuperação

Acção Lateral Exterior - Tem início quando as pernas se aproximam da parte

final da recuperação. Há uma ligeira flexão da articulação coxo-femural e uma

grande flexão dos joelhos que se afastam sensivelmente à largura dos ombros,

colocando os tornozelos por cima das nádegas. Os pés rodam para fora e para

trás, ficando as plantas orientadas para cima, para fora e para trás.

Erros:

- Orientação incorrecta dos pés, sem estarem em dorsi-flexão e eversão.

- Empurrar a água directamente para trás com a planta dos pés.

Acção Descendente - Quando as pernas se aproximam da extensão começam a

orientar-se para baixo, para fora e para trás, orientando-se os pés para fora e para

baixo até à extensão total. Esta acção vertical para baixo é muito importante

devendo sei executada em grande aceleração pois vai provocar a elevação das ancas

do nadador.

Acção Lateral Interior - Os pés orientam-se para dentro e para cima até se

encontrarem ao nível da coxa. Assim, as pernas ficam colocadas em linha com o tronco,

proporcionando um momento de deslize coincidente com a acção propulsiva dos braços.

Erros:

- Virar os pés para trás demasiado cedo.

Recuperação - Tem início no final do deslize dos membros inferiores, ou

seja, quando os braços terminam a sua acção lateral interior. A elevação dos braços

provoca o abaixamento das coxas e os calcanhares são rapidamente puxados

para cima e para a frente em direcção às nádegas através de uma grande flexão

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Natação _ Conceitos Teóricos

dos joelhos e de uma ligeira flexão da articulação coxo-femural. A recuperação

termina quando os pés se aproximam das nádegas, dirigindo-se para fora de modo a

prepararem a acção seguinte.

Erros:

- Flexão exagerada da coxa sobre o tronco, aumentando a atrito frontal, recuperar

com os joelhos demasiado afastados, comprometendo a eficácia possível das acções

seguintes

Coordenação Membros Superiores/ Membros Inferiores/ Respiração

A coordenação utilizada no estilo natural é caracterizada por um

movimento sobreposto, onde a acção lateral exterior dos braços se inicia antes da

acção lateral interior das pernas ser completada, permitindo assim uma contínua

aplicação da força propulsiva. Embora o corpo deva estar tão horizontal quanto

possível, há movimentos verticais dos ombros e das ancas que acompanham a

respiração. A cabeça inicia a saída da água durante a acção descendente dos braços

e a inspiração deve ocorrer durante a acção lateral interior da braçada.

MARIPOSA

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REGULAMENTO

Ambos os braços deverão ser enviados juntos para a frente, por fora de

água e deverão ser puxados para trás simultaneamente.

O corpo deverá manter-se sobre o peito e ambos os ombros deverão

estar em linha com a superfície da água, a partir da primeira braçada que se

der depois da partida e depois de cada viragem.

Todos os movimentos dos pés deverão ser executados de forma

simultânea. Serão permitidos movimentos dos membros inferiores, de cima

para baixo, no plano vertical. Aqueles não necessitam de estar ao mesmo nível,

mas não são permitidos movimentos alternados.

O toque na parede, na viragem ou na finalização da prova, deverá fazer-se com

as duas mãos em simultâneo, no mesmo nível e com os ombros em posição

horizontal. O toque poderá ser acima ou abaixo do nível da água.

Na partida e nas viragens o nadador poderá dar uma ou mais pernadas

mas só uma braçada debaixo de água para regressar à superfície.

DESCRIÇÃO DA TÉCNICA DE MARIPOSA

Posição do Corpo

A execução simultânea das acções motoras provoca, nesta técnica,

perturbações no alinhamento horizontal resultante da maior amplitude de

movimentos no plano vertical. A oscilação do corpo, própria da mariposa,

apresenta um carácter ondulatório proveniente de três características desta técnica:

- O batimento simultâneo dos membros inferiores acentua a elevação e o

abaixamento da bacia.

- A recuperação dos membros superiores, aérea e simultânea, obriga a uma

considerável elevação dos ombros acima do nível da água.

- O carácter descontínuo desta técnica leva a que exista um período de

desaceleração resultante do atrito provocado pela entrada dos ombros e da cabeça

na água.

O efeito ondulatório observável nesta técnica é uma consequência das

características específicas das acções propulsivas, consistindo na oscilação de

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Natação _ Conceitos Teóricos

dois eixos corporais transversais - um que atravessa a linha dos ombros, outro que

passa pelos tornozelos. Esta oscilação acompanha as diferentes fases do ciclo

gestual. O efeito ondulatório, ao contrário do que se poderá julgar à partida, não

é uma fonte de propulsão quando integrado na dinâmica global da técnica, mas

sim um importante processo de equilibração.

Acção dos Membros Superiores

É composta por duas fases:

Fase Propulsiva (subaquática)

Fase de Recuperação (aérea).

Fase Propulsiva

Entrada

Acção Lateral Exterior

Agarre

- Acção Descendente

- Acção Lateral Interior

Acção Ascendente

Entrada

- Membros descontraídos, quase em extensão e com uma ligeira flexão do cotovelo.

- Os antebraços encontram-se em rotação interna.

- As mãos entram na água sensivelmente no prolongamento da linha dos ombros.

- As mãos estão em rotação interna formando com a superfície da água um ângulo aproximado

de 45°.

Erros:

- Mão em pronação.

- Pulso flectido.

Acção Lateral Exterior

- Dá-se um afastamento dos membros estando estes orientados para fora e para baixo.

Erros:

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Natação _ Conceitos Teóricos

- Puxar as mãos para baixo do corpo imediatamente a seguir à entrada, rodando ao mesmo tempo as

mãos para dentro.

Agarre

- Consiste na fixação dos pulsos e na orientação das mãos para baixo.

Acção Descendente

- Os membros continuam a afastar-se, mas o trajecto dos antebraços e das mãos

começa a dirigir-se para baixo mantendo-se os cotovelos altos. Os antebraços e as mãos

estão orientados para fora e para baixo.

Erros:

-orientação errada da mão - completamente virada para baixo.

Acção Lateral Interior

- Quando as mãos atingem o plano vertical que passa pela parte superior da

cabeça, a orientação e o trajecto dos antebraços e das mãos passam a realizar-se

para dentro e ligeiramente para cima até que as mãos quase tocam sob a região

abdominal. Esta fase termina quando os membros ultrapassam o plano vertical que

passa pelo ombro.

Erros:

- Orientar as mãos demasiado cedo, antes de passarem para dentro da vertical definida

pelos cotovelos.

Acção Ascendente

- Os antebraços estão orientados para trás e para cima e as mãos encontram-se em

extensão. O trajecto efectua-se para trás e para cima. Esta fase termina com os

membros em extensão quase completa e quando as mãos estão a terminar o seu

movimento para trás os cotovelos flectem ligeiramente, de modo a garantir uma

acção ininterrupta entre o final desta acção e a fase de recuperação. Quando os

cotovelos saem da água, as mãos e os antebraços efectuam uma rotação externa de

modo a criarem uma menor superfície de contacto facilitando assim, a sua saída da

água.

O trajecto realizado pelos membros assemelha-se a um buraco de fechadura.

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Natação _ Conceitos Teóricos

A fase propulsiva da acção dos membros superiores deve realizar-se em

aceleração constante sendo a acção lateral interior a mais potente de todas as acções

propulsivas.

Fase de Recuperação

- Inicia-se quando os membros abandonam a água saindo da de forma vigorosa

devido ao impulso dinâmico realizado no final da acção propulsiva. Há uma

rotação em tomo dos ombros e os membros superiores encontram-se em extensão

ou com uma ligeira flexão dos cotovelos. As mãos estão descontraídas.

No último terço da recuperação, os antebraços e as mãos sofrem uma

aceleração que é acompanhada por uma acentuação da flexão do cotovelo. Esta

posição vai permitir uma entrada que garante uma óptima sincronização da técnica

global, através da correcta colocação das superfícies propulsoras com vista à

prossecução do movimento. Esta última acção tem ainda o efeito de diminuir a tensão

a que estão sujeitos os músculos dos ombros.

Erros:

- Arrastar os braços na água,

- Lançar os braços exageradamente para cima.

Respiração

- A inspiração realiza-se através da extensão do pescoço, provocando a

elevação da cabeça. Esta acção muscular permite uma posição relativamente

baixa dos ombros, com o queixo à superfície e com a boca fora de água. A

seguir à inspiração os músculos extensores do pescoço relaxam-se e a cabeça

coloca-se em ligeira flexão relativamente ao tronco, entrando desta forma na água.

- A expiração deve ser explosiva.

Coordenação e Sincronização

Dois batimentos dos membros inferiores por cada ciclo completo dos

membros superiores.

O 1º batimento ocorre logo após a entrada dos membros superiores na

água. É o batimento mais propulsivo pois é realizado quando os membros

superiores se encontram na fase do Agarre e tem também uma função

equilibradora pois a sua acção vai elevar a bacia possibilitando uma posição onde

a resistência ao avanço é reduzida.

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Natação _ Conceitos Teóricos

O 2º batimento verifica-se quando os membros superiores iniciam a

Acção Ascendente. Embora seja normalmente mais potente que o primeiro não é

o mais propulsivo, pois a sua acção ocorre durante o momento mais propulsivo

dos membros superiores. Este segundo batimento ao elevar as ancas permite que

as mãos passem sobre as mesmas. Caso este batimento sofra um atraso, as mãos

não terão espaço para passar no local correcto.

A sincronização Braços/Respiração põe em jogo a continuidade e a

dinâmica da técnica global. A posição da cabeça vai condicionar a posição do

resto do corpo e esta deve ser erguida quando os membros superiores iniciam a

acção ascendente devendo imergir antes da entrada das mãos na água.

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PARTIDAS

A vitória nas competições de natação depende de sobremaneira da partida ou

saída. Um indivíduo de reacções rápidas poderá sair junto com ordem de partida, porém, se o

estilo for deficiente, é quase certo que perderá imediatamente na distância ganha com a

saída, para um nadador que, embora de reacções mais lentas, tenha uma saída perfeita,

ganhando grande impulso com a mesma. Aliando reacção rápida a bom estilo, naturalmente os

resultados serão os melhores possíveis.

Nadadores há que, com grande facilidade, conseguem excelentes resultados logo

com as primeiras práticas de partida. Outros, porém, necessitam de contínuos e

constantes exercícios para não perderem a forma.

A natação é um dos desportos mais ingratos no que se refere à competição . O

indivíduo precisa de uma prática constante, rigorosa e metódica, sem o que, só com grandes

dificuldades conseguirá melhorar.

Na realidade, porém, os grandes êxitos são devidos aos incessantes e

rigorosos treinos a que se têm submetido os nadadores, ao que se aliam, também, as

condições físicas e grande habilidade individual dos nadadores que têm conseguido

os espantosos recordes modernos.

Partida para Estilos Livres

Posição inicial - Pés ligeiramente separados, (o suficiente para dar um perfeito

equilíbrio) paralelos, dedos agarrados fortemente no bordo da piscina, pernas

flexionadas; corpo inclinado para a frente; mãos apoiadas sobre os joelhos; braços

estendidos: cabeça erguida, olhando para a frente, é uma posição cómoda, e de

descanso.

1- Inspirar pela boca; levantando-se nas pontas dos pés erguer ligeiramente o tronco, levando

os braços em pequeno e rápido círculo, um pouco para os lados e para trás.

2 - Saltar com forte impulso das pernas e pés; forte balanço dos braços para a frente, cabeça

entre os mesmos. Este é na realidade, um salto em distância, no qual o nadador procura

atingir a maior distância possível, no ar, para cair na água com o corpo completamente

estendido. A parte do corpo que toca a água em primeiro lugar é a palma das mãos.

Este salto de extensão deve ser praticado procurando o nadador alcançar o longe possível

com a palma das mãos.

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Natação _ Conceitos Teóricos

3 - As mãos estão tocando a água. A sequência será naturalmente, a entrada das demais

partes do corpo na mesma

A cabeça e os braços desempenham neste momento, importantíssimo

t rabalho. São es tes e a cabeça o leme que controla a maior ou menor

profundidade que o corpo vai conseguir. Se a cabeça e os braços baixarem,

consequentemente o corpo tenderá a afundar em direcção aos mesmos. O contrário

se dará se ambos se levantarem.

Aqui está um ponto importante, em que só a prática e a experiência poderão

determinar o quadro deve o nadador graduar os movimentos dos braços e da cabeça.

Numa saída, o nadador jamais deve deixar o corpo avançar muito por baixo da água,

nem tão pouco deixar que o mesmo atinja profundidade maior do que 30 a 40 centímetros.

O impulso dado com o sal to de part ida deve ser aproveitado com

inteligência. Ao cair na água, o nadador deve relaxar os músculos e começar a batida de

pernas. Começa a levantar lentamente os braços e a cabeça, para, antes de começar a

perder o impulso, dar a primeira braçada.

A medida que o corpo vem vindo à superfície, o nadador vai expelindo o ar, para em

seguida, começar a primeira braçada, e inspirar novamente,

Partida do Estilo de Costas

É o nado de costas o único estilo cujo regulamento exige que a saída seja

feita de dentro da água.

Posição inicial - Braço estendido; agarrar o bordo da piscina com as duas mãos;

pé esquerdo (ou direito), Firmemente apoiado na parede, pouco mais ou menos

no mesmo plano das mãos, e entre as mesmas; pé direito abaixo um pouco com os

artelhos aproximadamente na mesma linha horizontal do calcanhar do pé esquerdo; esta

é uma posição encaracolada, mas na qual o nadador deve sentir -se comodamente.

Movimentos

1 - Inspirar pela boca; flexionar ligeiramente os braços; levantar o busto para

fora da água, apoiando-se nos pés.

O ligeiro arqueamento da coluna vertebral, bem como o movimento dos braços

e o impulso do salto farão com que a primeira parte que toque a água sejam as

mãos.

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Natação _ Conceitos Teóricos

2 - Saltar para traz, em posição horizontal: arquear ligeiramente as costas; levar os

braços para traz, no prolongamento do corpo, cabeça entre os mesmos

À ligeira imersão que se dá como resultado do impulso, deve seguir-se a batida de

pernas.

Antes que diminua o deslizamento, o nadador deve ir levantando a cabeça,

trazendo o queixo para o peito; expirando e dar a primeira braçada, com uma nova

inspiração.

É importante que a permanência em baixo da água não seja muito

prolongada. Antes de começar a perda de propulsão, o nadador deve começar

a perda de propulsão, o nadador deve começar a nadar. Numa corrida, o menor

descuido pode ser a causa da derrota.

Os dedos dos pés devem agarrar-se fortemente no bordo da piscina,

desempenhando importante papel no salto. Qualquer descuido neste sentido é

frequentemente, a causa dos tombos e escorregões. A cabeça deve colocar-se

entre os braços, e como dissemos atrás, é o leme de todo o corpo. Um movimento

brusco para baixo implica numa imersão demasiada do corpo. Um levantamento

brusco implica numa parada rápida do deslizamento, devido o forte arqueamento da

coluna vertebral.

O que se conhece, por saída curta, dá-se devido o fraco balanço dos

braços. O contrário acontece, isto é, uma saída longa, com bom deslizamento,

quando há perfeita coordenação entre o movimento dos braços e os das pernas

Se o nadador começar a bracejar antes que o corpo haja emergido, o

resultado será considerável atraso no deslizamento e uma possível perda da

coordenação de movimentos pode-se conseguir com a prática do salto a seco, isto

é, em terra firme. Basta fazer todos os movimentos idênticos ao das saídas

descritas, saltando porém em posição vertical e caindo de pé. Conseguida a

coordenação em terra firme, sem dificuldade poder-se-á na água.

Pode-se calcular que uma boa saída atinge uma distância de 6 a 8 metros,

em grande velocidade.

VIRAGENS

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Natação _ Conceitos Teóricos

Elemento de grande valor, as viragens, constitui um factor importantíssimo

em qualquer prova.

A vitória ou a derrota está, muitas vezes nas viragens. Convém no treino não

esquecer-se da prática, das voltas e saídas, pois, aliadas ao bom estilo e à boa

velocidade, dão, naturalmente, a eficiência máxima que se pode desejar de um

nadador.

Convém, que os nadadores se exercitem desde princípio, de ambas os

lados, pois isso só poderá trazer vantagens. A habilidade que um nadador

adquire neste sentido nunca lhe será prejudicial.

De alguns anos para cá a maior parte dos grandes nadadores de estilo livre

vem praticando a viragem de cambalhota como sendo a que mais rende ou

produz.

Conforme se pode verificar pelas figuras, o nadador dá uma perfeita cambalhota

pouco antes de aproximar-se da parede, variando a distância para isso de nadador para

nadador, conforme a sua estatura ou rendimento na braçada.

Ao aproximar-se da parede, o nadador fixa uma das mãos dentro da água e afunda a

cabeça levantando simultaneamente ambas as pernas para fora da água.

Realizada esta manobra ele dobra as pernas em direcção à parede, até tocar nela as

plantas dos pés.

Os joelhos dobrados permitirão o impulso que se dará logo a seguir,

começando o deslizamento provocado pela propulsão, durante o qual as mãos

projectam-se para a frente, com a extensão simultânea dos braços.

Esta manobra, que pode ser conseguida com um pouco de prática, resultará na

viragem mais rápida que se pode imaginar.

A respiração não oferece maiores problemas, bastando algum exercício para o

nadador adaptar-se a ela, seguindo as instruções já descritas nas demais

viragens.

Observações

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Não parar para respirar na viragem, pois isso retarda a marcha da corrida.

Respirar como se fosse continuar com outra braçada.

Quanto mais encolhido estiver o corpo, próximo à parede, tanto maior será o

impulso.

A cabeça deve conservar-se sempre em linha para o impulso. Qualquer

desvio da mesma resultará no consequente acompanhamento do

corpo.

Lembremos que a cabeça é um leme dentro da água. A viragem deve ser

rápida urna continuação da corrida e não um momento de repouso.

A rapidez da viragem não implica uma série de movimentos bruscos. Isto

dificultaria o deslizamento e a acção livre dos membros.

Os movimentos devem ser rápidos mas, ao mesmo tempo, desembaraçados. Na

rapidez, deve-se considerar que o movimento está sendo feito dentro da água.

Uma acção muito brusca encontra mais resistência, é menos eficiente e

cansa mais.

O impulso deve dar-se com ambos os pés, pois um só tem menos força e

pouca direcção.

A volta sem ar faz o corpo afundar mais do que é necessário e desejável.

Qualquer indecisão que seja, numa única viragem, pode produzir uma

derrota.

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