18
67 NATAÇÃO A natação é uma modalidade que engloba quatro disciplinas: a disciplina de natação pura desportiva (modalidade individual); a disciplina de pólo-aquático (jogo desportivo colectivo); a disciplina de natação sincronizada (modalidade individual e por grupos); a disciplina de saltos para a água (modalidade individual). No entanto, é a natação pura desportiva, usualmente designada unicamente por nata- ção, que está mais divulgada e desenvolvida no nosso país. As restantes três discipli- nas têm vindo a desenvolver-se progressivamente, nomeadamente o pólo-aquático. A prática de cada uma destas disciplinas exige condições próprias, como é o caso, por exemplo, das específicas características da piscina e requer técnicas específicas. As técnicas de nado da natação são quatro: › mariposa, a técnica mais recente; › costas, a única técnica que se nada na posição dorsal; › bruços, a técnica que implica uma coordenação mais complexa; crawl, a técnica mais rápida, económica e eficiente. Complementam estas formas de nadar as técnicas de viragens e de partidas. Mas nadar bem significa, primeiro, saber estar bem na água, isto é, estar na água com naturalidade. Desde o nascimento que o ser humano desenvolve o seu processo de adaptação ao meio terrestre, deixando para trás a vida no meio líquido em que se desenvolveu durante os nove meses de gestação. Uma vez de regresso ao meio líquido, mais correctamente ao meio aquático, torna-se necessária uma nova adap- tação, já que as diferenças entre ambos são radicais, nomeadamente aos níveis da respiração, da posição do corpo, da flutuação/equilíbrio e da propulsão.

Natacao.paula romão.sílvinapais

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Natacao.paula romão.sílvinapais

67

NA

TA

ÇÃ

OA natação é uma modalidade que engloba quatro disciplinas:

› a disciplina de natação pura desportiva (modalidade individual);

› a disciplina de pólo-aquático (jogo desportivo colectivo);

› a disciplina de natação sincronizada (modalidade individual e por grupos);

› a disciplina de saltos para a água (modalidade individual).

No entanto, é a natação pura desportiva, usualmente designada unicamente por nata-ção, que está mais divulgada e desenvolvida no nosso país. As restantes três discipli-nas têm vindo a desenvolver-se progressivamente, nomeadamente o pólo-aquático. Aprática de cada uma destas disciplinas exige condições próprias, como é o caso, porexemplo, das específicas características da piscina e requer técnicas específicas.

As técnicas de nado da natação são quatro:

› mariposa, a técnica mais recente;

› costas, a única técnica que se nada na posição dorsal;

› bruços, a técnica que implica uma coordenação mais complexa;

› crawl, a técnica mais rápida, económica e eficiente.

Complementam estas formas de nadar as técnicas de viragens e de partidas.

Mas nadar bem significa, primeiro, saber estar bem na água, isto é, estar na águacom naturalidade. Desde o nascimento que o ser humano desenvolve o seu processode adaptação ao meio terrestre, deixando para trás a vida no meio líquido em que sedesenvolveu durante os nove meses de gestação. Uma vez de regresso ao meiolíquido, mais correctamente ao meio aquático, torna-se necessária uma nova adap-tação, já que as diferenças entre ambos são radicais, nomeadamente aos níveis darespiração, da posição do corpo, da flutuação/equilíbrio e da propulsão.

Page 2: Natacao.paula romão.sílvinapais

68

NATAÇÃO

MEIO AQUÁTICOMEIO TERRESTRE

› respiração voluntária› dominância vocal› inspiração reflexa› expiração activa

› respiração reflexa› dominância nasal› inspiração activa› expiração passiva

› horizontal› visão vertical

› vertical› visão horizontal

› equilíbrio instável› força de impulsão

› equilíbrio vertical› força da gravidade

› m. i. responsáveis pelo equilíbrio› m. s. responsáveis pelo deslocamento› ausência de apoios plantares

› m. i. responsáveis pelo deslocamento› m. s. responsáveis pelo equilíbrio› apoios plantares

RESPIRAÇÃO

POSIÇÃO DO CORPO

FLUTUAÇÃO / EQUILÍBRIO

PROPULSÃO

Adap

tado

de

Mot

a, J

orge

, 199

0

Todas estas diferenças alteram significativamente a percepção do nosso corpo dentro daágua, o que se, por um lado, nos pode dar sensações muito agradáveis, por outro pode dificul-tar a aprendizagem dos gestos motores essenciais para saber nadar. No entanto, se se proce-der a uma correcta adaptação ao meio aquático, a aprendizagem é facilitada. Assim, só depoisde estarmos adaptados ao meio aquático é que podemos aprender as técnicas de nadar, virare partir. Todavia, a adaptação ao meio aquático constitui-se como um processo contínuo, o quesignifica que é possível conseguir fazer sempre mais e mais coisas novas na água.

Cumprir as regras de utilização de uma piscina, entre as quais as regras básicas dehigiene e de segurança, é essencial. Portanto, não nos devemos esquecer de:

› utilizar fatos de banho adequados que nos permitam liberdade de movimentos dentrode água (preferencialmente, fatos de banho inteiros para as raparigas, e calções deperna curta para os rapazes);

› usar obrigatoriamente toucas adequadas para natação (mesmo se os cabelos são curtos);

› usar óculos apropriados para natação (somente quando o professor o permitir ouquando as condições da água o exigirem);

› usar chinelos (o que previne doenças de pele e promove a aderência nos locais maismolhados e escorregadios);

› tomar um duche rápido, mas completo, antes de entrar na água;

› fazer o saco para ir à piscina com toalha, sabonete ou gel, e champô para o banho depoisda piscina, creme hidratante para o corpo e todos os restantes utensílios de uso pessoal;

› não permanecer dentro do espaço da piscina sem calçado apropriado;

› não fumar nem comer dentro do espaço da piscina;

› não correr dentro do espaço circundante da piscina;

› não entrar na água sem autorização do professor;

Page 3: Natacao.paula romão.sílvinapais

69

NATAÇÃO

› não saltar para a água de cabeça sem utilizar uma técnica correcta ou sem a autoriza-ção do professor;

› não se separar do grupo;

› cuidar da boa manutenção do material didáctico e da conservação das instalações dapiscina;

› não utilizar adornos.

NÍVEL/INTRODUÇÃO

Conhecer a piscina/Familiarização com a água [posição vertical]

Entra de costas na água, pela escada, na parte de menor profundidade da piscina.

Percorre na posição vertical (de pé), o espaço da piscina junto das paredes laterais etestas, utilizando-as como apoio com uma ou com as duas mãos, tomando conheci-mento da sua profundidade.

Desloca-te dentro da água livremente por todo o espaço com pé.

Molha a cara sem a sua imersão (ex.: “lavar a cara”).

Após apneia inspiratória (inspirar e manter o ar dentro dos pulmões), imerge a cara.

Após apneia inspiratória, imerge a cara e olhos abertos.

Inspira e expira forçadamente ao nível da água (ex.: soprar uma bolinha).

Inspira e expira repetidamente, com imersão completa da cara.

Inspira e expira repetidamente, com imersão completa da cara e olhos abertos.

Inspira e expira repetidamente, com imersão completa da cara e olhos abertos, comum tempo de inspiração curto e aumentando progressivamente o tempo de expiração.

Distingue a expiração pela boca, pelo nariz e pelas duas vias.11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

Page 4: Natacao.paula romão.sílvinapais

70

NATAÇÃO

Flutuação (posição horizontal)

Com ajuda, estende o corpo na posição dorsal, sentindo-o a flutuar (manter o corpo ea cabeça descontraídos).

1.1. Passa da posição anterior à posição vertical, através das flexões da cabeça(puxando o queixo ao peito) e dos joelhos (puxando os pés para o fundo da pis-cina), e complementa a elevação do tronco com a ajuda dos m. s.

1

Page 5: Natacao.paula romão.sílvinapais

71

NATAÇÃO

Com ajuda, estende o corpo na posição ventral, sentindo-o a flutuar (mantém o corpoe a cabeça descontraídos, expirando dentro da água).

2.1. Passa da posição anterior à posição vertical, através da extensão da cabeça(puxando a nuca para trás) e da flexão dos joelhos (puxando os pés para o fundoda piscina), e completa a elevação do tronco com a ajuda dos m. s.

2

Em apneia inspiratória, deixa o corpo flutuar na posição de flexão da cabeça e flexãodos joelhos, puxando o queixo e os joelhos ao peito e abraçando os m. i. (posição demedusa); esta posição permite um maior grau de flutuabilidade possível para o corpohumano.

3

3.1. Passa da posição de medusa à posição vertical.

3.2. Passa da posição de medusa à posição ventral, através do afastamento dos m. i.e dos m. s. (como uma estrela).

3.3. Passa da posição de flutuação ventral à posição vertical.

Page 6: Natacao.paula romão.sílvinapais

72

NATAÇÃO

Flutua na posição dorsal, sem ajuda, explorando a colocação dos m. s. junto ao corpoou afastados do mesmo, e dos m. i. juntos ou afastados.

4.1. Passa da posição de flutuação dorsal à posição de flutuação vertical.

4

Exploração do meio aquático

Desloca-te em posição dorsal, com os m. s. colocados ao longo do corpo, através debatimentos alternados dos m. i.

Desloca-te em posição ventral, com os m. s. em extensão à frente do corpo, atravésde batimentos alternados dos m. i. (sem movimentos de respiração/distâncias redu-zidas).

Desloca-te ao fundo da piscina por acção dos m. i. (ex.: ir buscar um objecto).3

2

1

3.1. Explora diferentes profundidades, de acordo com as características da piscina.

Desloca-te debaixo da água (ex.: passa por baixo das pernas de um companheiro) poracção dos m. i.

4

Page 7: Natacao.paula romão.sílvinapais

73

NATAÇÃO

4.1. Explora diferentes planos de água (ex.: passa pelo meio de um arco).

4.2. Explora distâncias superiores (ex.: passa por baixo daspernas de 2, 3, 4 ou mais companheiros).

Salta de pé para a piscina partindo do cais da piscina.

Iniciação ao salto de cabeça do cais da piscina.

6.1. 1.a posição – senta-te na borda da piscina, com os m. s.juntos em extensão acima da cabeça.

6.2. 2.a posição – um joelho e um pé na borda da piscina, comos m. s. juntos em extensão acima da cabeça.

6.3. 3.a posição – de pé, em grande flexão dos m. i., com os m.s. juntos em extensão acima da cabeça.

6.4. 4.a posição – de pé, diminuir a grande flexão dos m. i., com os m. s. juntos emextensão acima da cabeça.

6

5

Salto de partida do bloco, partindo da posição engrupada:posição dos m. i. com ligeira flexão e grande flexão dotronco à frente, com as mãos a agarrar o bloco (cabeça nomeio dos m. s.).

7

Page 8: Natacao.paula romão.sílvinapais

74

NATAÇÃO

NÍVEL ELEMENTAR

As técnicas alternadas (crawl e costas)

Acção dos m. i. – pernada

A acção dos m. i. é extremamente importante para uma correcta e equilibrada posição docorpo durante o nado.As pernadas das técnicas de crawl e costas caracterizam-se por movimentos alternadosdos m. i., algo semelhantes aos movimentos naturais de andar. O movimento alternado da pernada divide-se em dois batimentos: o batimento ascendentee o batimento descendente. Na técnica de crawl, o batimento descendente é propulsivo e obatimento ascendente é de recuperação, enquanto que na técnica de costas é o batimentoascendente o propulsivo e o batimento descendente é de recuperação.

Acção dos m. s./respiração – braçada

As braçadas da técnica de crawl caracterizam-se por movimentos alternados dos m. s.,que devem ser coordenados com os movimentos da cabeça, para a respiração.

DEVES

ter presente que o ponto central do movimento da pernada é a articulação coxa--fémur, isto é, os m. i. devem permanecer em extensão durante os batimentos;

no entanto, ao nível da articulação do joelho, verificar uma ligeira flexão por acção daágua nos batimentos propulsivos, isto é, nos batimentos descendentes no estilocrawl e nos batimentos ascendentes no estilo costas;

manter os pés sempre em extensão durante todo o movimento;

executar os batimentos propulsivos bem fortes e efectuar os batimentos de recupe-ração em relaxamento;

ter em atenção que a amplitude do movimento não deve ser excessiva;

permanecer com o corpo em extensão, sem o abaixamento da bacia, mas descontraído.6

5

4

3

2

1

Determinantes técnicas

Page 9: Natacao.paula romão.sílvinapais

75

NATAÇÃO

Iniciação – CRAWL

DEVES

ao terminar a fase aérea do m. s. direito, efectuar a entrada da mão na água no prolon-gamento do ombro, sem passar para além da linha média da cabeça (lado esquerdo);

simultaneamente, iniciar a extensão da outra mão, que permite finalizar a fase aquá-tica do m. s. esquerdo;

quando completada a extensão do m. s. dentro da água, iniciar a fase de recuperação(aérea) pela articulação do cotovelo, devendo este manter-se sempre mais alto doque a mão;

durante a fase aquática do m. s. direito, fazer a tracção de forma ondulada, enquantoque o m. s. esquerdo efectua a fase aérea;

efectuar a respiração através de uma rotação lateral da cabeça, para o lado do m. s.que efectua a fase aquática;

em cada braçada privilegiar a amplitude do movimento e a rotação longitudinal dotronco, o que facilitará a respiração.

Iniciação – COSTAS

DEVES

ao terminar a fase aquática do m. s. direito, tirar a mão da água, com o dedo polegarvirado para cima, para que todo o m. s. descreva uma rotação aérea;

ao passar na vertical do ombro (± 90°), descrever com a mão uma rotação externa,para que seja o dedo mínimo o primeiro a entrar na água, terminando a fase aérea;

durante a fase aérea do m. s. direito, efectuar com o m. s. esquerdo a fase propul-siva, através de uma tracção ondulada, terminando com a mão junto à coxa;

em cada braçada privilegiar a completa alternância dos movimentos e a rotação lon-gitudinal do tronco, o que facilitará a execução da fase aquática.

4

3

2

1

6

5

4

3

2

1

Determinantes técnicas

Na técnica de costas, as braçadas são também caracterizadas por movimentos alternadosdos m. s., sem, no entanto, ser necessário proceder a movimentos da cabeça para a respi-ração, uma vez que a cara se encontra fora da água. Embora as vias respiratórias perma-neçam fora da água durante toda a técnica, é importante que, ao nadar, se imponha umritmo respiratório, correspondendo a inspiração à fase aérea de um m. s. e a expiração àfase aérea do outro m. s.Na técnica de crawl, a coordenação da respiração com os m. s. pode ser efectuada de duasformas: a respiração unilateral (sempre para o mesmo lado e de 2 em 2, de 4 em 4… braça-das), ou a respiração bilateral (para os dois lados e de 3 em 3, de 5 em 5… braçadas).Cada braçada é constituída por uma fase aérea, de recuperação (em descontracção), e umafase aquática, propulsiva (em força). Um ciclo completo de braçada é constituído por duasbraçadas, a do m. s. direito e a do m. s. esquerdo.

Page 10: Natacao.paula romão.sílvinapais

76

NATAÇÃO

a Batimento dos m. i com o m.s. esquerdo em extensão noprolongamento do ombro,executar a braçada com o m.s. direito: a mão direita entrana água ao lado da mãoesquerda e sai ao lado da coxaapós a fase aquática, quando om. s. completa a extensão.

a’ Trocar o lado de execução doexercício (respiração de duasem duas braçadas).

Ao terminar a fase aérea dom. s. direito, a entrada damão na água deve efectuar--se no prolongamento doombro sem passar paraalém da linha média dacabeça (lado esquerdo).

Simultaneamente, a outramão deve iniciar a extensãoque permite finalizar a faseaquática do m. s. esquerdo.

2

1

b Exercício igual a a + a’ comum toque da mão no ombrodurante a fase aérea da bra-çada: após a saída da mão, ocotovelo flecte, ficando diri-gido para cima, “puxando” amão para perto do corpo.

c Nadar a técnica completatocando com a mão no ombroem cada braçada (respiraçãode três em três braçadas).

Quando completada a exten-são do m. s. dentro da água, oinício da fase de recuperação(aérea) deve efectuar-se pelaarticulação do cotovelo,devendo este manter-se sem-pre mais alto do que a mão.

Durante a fase aquática dom. s. direito, que se devecaracterizar por uma tracçãoondulada, o m. s. esquerdoefectua a fase aérea.

4

3

d Batimento dos m. i. com os doism. s. ao lado do corpo, rodar acabeça para um lado para respi-rar a cada seis batimentos dosm. i. (apenas a boca sai da água).

d’ Trocar o lado de execução doexercício.

d’’ Respirar alternadamentepara os dois lados.

A respiração efectua-seatravés de uma rotaçãolateral da cabeça, para olado do m. s. que efectua afase aquática.

5

e Nadar a técnica completa pa-rando o movimento dos m. s.durante seis batimentos dos m. i.quando um m. s. está à frenteapós a fase aérea e o outro m. s.atrás após a fase aquática (res-pirar para um lado de duas emduas braçadas e/ou alternada-mente de três em três braçadas).

Em cada braçada dever-se--á privilegiar a amplitudedo movimento e a rotaçãolongitudinal do tronco, quefacilitará a respiração.

6

EXERCÍCIOS EDUCATIVOS – CRAWL

NÍVEL AVANÇADO

Aperfeiçoamento das técnicas alternadas

Determinantes técnicas

Page 11: Natacao.paula romão.sílvinapais

77

NATAÇÃO

Determinantes técnicas

b Exercício igual a a + a’ com ocorpo “colado” à pista sepa-radora, por forma que a mão,ao entrar na água, possaagarrar a pista e que o m. s.descreva a fase aquática“puxando-a”: a mão deveagarrar a pista por baixo e aflexão do cotovelo deve dirigi--lo para baixo, mantendo amão sempre mais “alta” doque o cotovelo até o m. s.estar em completa extensão(mão ao lado da coxa).

Durante a fase aérea do m.s. direito, o m. s. esquerdoefectua a fase propulsiva,através de uma tracçãoondulada, terminando coma mão junto à coxa.

3

c Nadar a técnica completaparando o movimento dos m.s. durante seis batimentosdos m. i., quando um m. s.está em extensão acima dacabeça após a fase aérea e ooutro m. s. em extensão aolado do corpo após a faseaquática.

Em cada braçada dever-se--á privilegiar a completaalternância dos movimen-tos e a rotação longitudinaldo tronco, o que facilitará aexecução da fase aquática.

4

a Batimento dos m. i. com o m. s.direito em extensão ao longo docorpo, executar a braçada com om. s. esquerdo: a mão esquerdasai da água com o dedo polegarvirado para cima e, ao passar navertical do ombro (± 90°), des-creve uma rotação externa, demodo que o dedo mínimo fiquevirado para baixo (o ombroesquerdo deve romper a super-fície da água antes de a mão ini-ciar a fase aérea).

a’ Trocar o lado de execução doexercício (respiração de duasem duas braçadas).

Ao terminar a fase aquáticado m. s. esquerdo, a mãosai da água com o dedopolegar virado para cima,para que todo o m. s. des-creva uma rotação aérea.

Ao passar na vertical doombro (± 90°), a mão des-creve uma rotação externapara que seja o dedomínimo o primeiro a entrarna água, terminando a faseaérea.

2

1

EXERCÍCIOS EDUCATIVOS – COSTAS

Page 12: Natacao.paula romão.sílvinapais

78

NATAÇÃO

As viragens de crawl e de costas

ˆViragem de crawl

As viragens das técnicas de crawl e de costas são caracterizadas por movimentos de rota-ção (cambalhota):

› no caso da técnica de crawl, a aproximação à parede é feita na posição ventral e a vira-gem é uma meia-rotação à frente, seguida de uma meia-pirueta, para colocar o corpode volta à posição ventral;

› no caso da técnica de costas, a aproximação à parede é feita na posição ventral e aviragem é uma rotação completa, para colocar o corpo na posição dorsal caracterís-tica do nado.

ˆViragem de costas

Page 13: Natacao.paula romão.sílvinapais

79

NATAÇÃO

Acção dos m. s./respiração – braçada

A acção dos m. s. divide-se, igualmente, em duas fases: a fase de recuperação e a fase de propulsão. Embora ambasse executem, normalmente, dentro da água, há em algumasinterpretações da técnica de bruços a possibilidade de trazeras mãos e parte dos antebraços fora da água, caracterizandoa fase de recuperação por um movimento aéreo. Um ciclo completo de nado da técnica debruços corresponde a uma braçada, uma pernada e um movimento da cabeça, rompendo asuperfície da água para executar a respiração.

A técnica de bruços (técnica simultânea)

Acção dos m. i. – pernada

Ao contrário do que acontece com as técnicas alternadas,onde a acção dos m. i. é fundamentalmente equilibradora,as possibilidades propulsivas da técnica de bruços decor-rem, em elevada percentagem, da pernada. A sua acção é caracterizada por movimentosde grande exigência ao nível das articulações do joelho e do tornozelo.

Cada pernada é constituída por uma fase de recuperação e uma fase propulsiva, ambasaquáticas.

DEVES

durante a acção dos m. i., manter os joelhos orientados para dentro e os pés orienta-dos para fora, excepto no momento de total extensão do movimento;

ao terminar a fase propulsiva (com os m. i. juntos e em completa extensão), efectuara fase de recuperação com a flexão dos m. i. ao nível das articulações do joelho,“puxando” os pés descontraídos e em rotação externa para junto dos nadegueiros;

após este movimento, iniciar a fase de propulsão, através do “empurro” da água paratrás pelos pés em flexão e rotação externa, descrevendo as pernas uma rotaçãoexterna sobre as coxas, para que as partes internas dos pés e das pernas se consti-tuam como superfícies propulsivas.

3

2

1

Determinantes técnicas

DEVES

executar a braçada com grande amplitude, sem que, no entanto, as mãos e os coto-velos passem para trás da linha dos ombros;

executar a braçada de tal modo que sejam as partes internas dos m. s. as superfíciesde onde decorre maior propulsão;

2

1

Determinantes técnicas

Page 14: Natacao.paula romão.sílvinapais

80

NATAÇÃO

ter sempre presente que o início da flexão da coluna cervical para a emersão dacara, permitindo a inspiração, deve coincidir com o início do movimento dos m. s.,isto é, quando as mãos, que se encontram juntas à frente com os m. s. em extensão,começam a “abrir” descrevendo um movimento lateral;

à passagem pela linha dos ombros, juntar as mãos debaixo do peito;

de seguida descrever com as mãos um movimento para a frente até à completaextensão dos m. s.

5

4

3

A técnica de mariposa (técnica simultânea)

A técnica de mariposa caracteriza-se pelo movimento ondu-latório global do corpo. Este movimento ondulatório é maisacentuado ao nível da acção dos m. i. Esta técnica é a queusualmente aparece em último lugar na sequência do pro-cesso de aprendizagem, o que se justifica pela especificidadedo movimento ondulatório e pela exigência ao nível dascapacidades condicionais.

A possibilidade de aprender a nadar mariposa correctamente é superior em idades baixas,pelo que os métodos de ensino devem adequar-se aos diferentes escalões etários. No pre-sente caso, e após uma demonstração de boa qualidade, a utilização do método de “tenta-tiva e erro”, numa perspectiva global do movimento, acompanhado de alguns exercícios deaprendizagem, é normalmente eficaz para a aquisição de uma técnica razoável.

A técnica de mariposa é um tanto semelhante à técnica de crawl, se imaginarmos um crawlcom as acções dos m. s. e m. i. simultâneas e com a respiração efectuada para a frente.

Um ciclo completo de nado compreende um movimento completo da acção dos m. s. e doismovimentos completos da acção dos m. i. Existem vários padrões de sincronização da res-piração com a acção dos m. s., sendo o mais comum a utilização de uma respiração porciclo dos m. s. ou uma respiração por cada dois ciclos dos m. s.

Page 15: Natacao.paula romão.sílvinapais

81

NATAÇÃO

DEVES

ter sempre presente que é essencial a coordenação de dois batimentos de pernaspor ciclo de braços;

ter presente que o momento da inspiração que decorre de uma flexão da coluna cervical,para a emersão da cabeça, ocorre durante a fase final do movimento aquático, devendo acabeça voltar a entrar na água antes de as mãos voltarem a penetrar na água;

efectuar o movimento ondulatório de modo a não ser “quebrado”, dissociando otronco dos m. i.;

ter sempre presente que a acção dos m. i. deve decorrer de uma fase de recupera-ção (ascendente) e de uma fase de propulsão (descendente) associada à ondulação.

4

3

2

1

Determinantes técnicas

As viragens das técnicas de bruços e mariposa

As viragens das técnicas de bruços e mariposa caracterizam-se por movimentos de rota-ção em torno de um eixo longitudinal:

› a aproximação à parede é feita em deslize, até que as duas mãos toquem ao mesmotempo na parede, após o que os joelhos são “puxados” para o peito, para que os pés secoloquem na parede simultaneamente com a rotação do tronco, o que permite colocaro corpo novamente na posição ventral.

Viragem de bruçosˆ

Page 16: Natacao.paula romão.sílvinapais

82

NATAÇÃO

Viragem de mariposaˆ

Page 17: Natacao.paula romão.sílvinapais

83

auto-avaliaçãof icha de Auto-Aval iação

Antes de preencheres a ficha de auto-avaliação, deves reflectir sobre o teu desempenho, ao nível motor, cognitivo e afectivo, de modo que esta faça transparecer a verdade.Completa a ficha de acordo com o que abordaste nas aulas.

GRELHA DE AVALIAÇÃO

EXECUÇÃO TÉCNICA/CONHECIMENTOS/COMPORTAMENTOS 1-5 6-9 10-13 14-17 18-20 Observações

MOT

OR

Conseguir deslocar-se utilizando os estilos:

– crawl

– costas

– bruços

– mariposa

COGN

ITIV

O

Conhecer e aplicar as determinantes técnicas

AFEC

TIVO

Sentir-se bem na água

AVALIAÇÃO FINAL

NATAÇÃO

Ano Turma

N.° Data – –

1 a 5 – Não consigo

6 a 9 – Consigo mas com muita dificuldade

10 a 13 – Consigo mas ainda com dificuldade

14 a 17 – Executo bem

18 a 20 – Executo muito bem

Escola

Nome

Page 18: Natacao.paula romão.sílvinapais

84

competiçãoEscola Ano Turma

f icha de Competição

Vamos organizar uma prova de Natação na tua turma?

Como?

Prova de Prova realizada em – –NATAÇÃO

OBJE

CTIV

OS

MOTORES• Proporcionar uma oportunidade de aplicares todas as técncias de nado

e respectivas viragens aprendidas.

COGNITIVOS• Conhecer como se organiza, de forma geral, uma prova de Natação.• Saber avaliar o desempenho motor dos colegas.

AFECTIVOS• Proporcionar momentos de alegria e de companheirismo durante a

organização e o decorrer da prova.

VencedorMesa Professor responsável

• Divide a tua turma em dois grupos: um faz a prova (nadadores) e o outro forma um júri, que terá de ser constituído por juiz de partida, juízes de viragens, juízes de chegada encarregados da gestão das falsas partidas e cronometristas. Cada pista terá um juiz de viragem, um juiz de chegada e um cronometrista. Na mesa estarão dois colegas, que preenchem o boletim da prova.Podes realizar a prova de modo que os colegas percorram duas vezes a distância do comprimento da piscina, num estilo predeterminado, tendo de executar a respectiva viragem.

Estilo

Nota: Nas observações podes incluir as falsas partidas, as viragens não regulamentares, etc.

NOMES TEMPO OBSERVAÇÕES CLASSIFICAÇÃO