4
NBA Brasil sonha com TV aberta 66 B O L E T I M 04/08/2014 NÚMERO DO DIA R$ 50 mi é o quanto a Fiat pagará pelo patrocínio à Juventus (ITA); a montadora é acionista do clube 1 O escritório da NBA no Brasil tem função diferente de uma entidade esportiva comum. Em vez de geren- ciar uma liga, am- plia o alcance – e as receitas – de uma competição estrangeira, e isso está intimamen- te relacionado a transmitir mais partidas. O sonho de consumo é a TV aberta. “A maneira mais efetiva de expandir a liga, mas não a mais fácil, é ter jogos na televisão aberta”, diz Arnon de Mello, diretor executivo da NBA no Bra- sil, à Máquina do Esporte. A missão não é fácil porque envolve vários complicadores. Um deles, o horário. Com jogos nas duas costas dos Estados Unidos, as partidas variam de 19h a depois das 23h para o Brasil. Não conflita com o ho- rário da novela, mas a variação incomoda executivos da NBA. O ideal, diz Mello, seria ter dia e horário fixos para acostu- mar o público ao basquete. O escritório brasileiro também não pode prejudicar o league pass – pacote com transmissão online de toda a temporada. Hoje, o Brasil está entre os cinco países no mundo além dos EUA que mais vendem este pacote. Se jogos demais passarem na TV, o produto sai enfraquecido. Hoje, a NBA brasileira tem acordos com ESPN, Space, Sports Plus, da Sky, e Globosat na TV fechada. Na rádio, acer- tou com a Bradesco Esportes FM. Na TV aberta, conversa com Globo, Record, Bandeiran- tes e RedeTV!, mas ainda não concluiu nenhuma negociação. POR RODRIGO CAPELO

NBA Brasil sonha com TV aberta · única semelhança com o ... as cadeiras vazias são evidentes mesmo em jogos em que a Arena ... tinha três times e agora tem quatro. Perdeu o Osasuna,

  • Upload
    lamcong

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

NBA Brasil sonha com TV aberta

66

B O L E T I M

0 4 / 0 8 / 2 0 1 4

N Ú M E R O D O D I A

R$ 50 mié o quanto a Fiat pagará pelo patrocínio à Juventus (ITA); a

montadora é acionista do clube

1

O escritório da NBA no Brasil tem função diferente de uma entidade esportiva comum. Em vez de geren-ciar uma liga, am-plia o alcance – e as receitas – de uma competição estrangeira, e isso está intimamen-te relacionado a transmitir mais partidas. O sonho de consumo é a TV aberta.

“A maneira mais efetiva de expandir a liga, mas não a mais fácil, é ter jogos na televisão aberta”, diz Arnon de Mello, diretor executivo da NBA no Bra-sil, à Máquina do Esporte.

A missão não é fácil porque envolve vários complicadores. Um deles, o horário. Com jogos nas duas costas dos Estados Unidos, as partidas variam de 19h a depois das 23h para o

Brasil. Não conflita com o ho-rário da novela, mas a variação incomoda executivos da NBA. O ideal, diz Mello, seria ter dia e horário fixos para acostu-mar o público ao basquete.

O escritório brasileiro também não pode prejudicar o league pass – pacote com transmissão online de toda a temporada. Hoje, o Brasil está entre os cinco países no mundo além dos EUA

que mais vendem este pacote. Se jogos demais passarem na TV, o produto sai enfraquecido.

Hoje, a NBA brasileira tem acordos com ESPN, Space, Sports Plus, da Sky, e Globosat na TV fechada. Na rádio, acer-tou com a Bradesco Esportes FM. Na TV aberta, conversa com Globo, Record, Bandeiran-tes e RedeTV!, mas ainda não concluiu nenhuma negociação.

POR RODRIGO CAPELO

2

Liga de basquete multiplica seus eventos para conquistar brasileiros

Barueri recebeu, no último fim de semana, o NBA3X, evento promovido pela NBA Brasil para di-fundir o basquete e a liga americana entre o públi-co brasileiro. O escritório da instituição aqui no país conseguiu as presenças de Tiago Splitter, brasileiro que joga no atual campeão, San Antonio Spurs, do americano Danny Green, das cheerleaders do Cle-veland Cavaliers, do troféu de campeão da NBA, entre outras atrações. Eventos assim representam a aposta da liga para se aproximar do público.

“Combinamos basquete e entretenimento, algo que somos reconhecidos no mundo inteiro”, expli-ca James Cannon, diretor comercial da NBA Brasil.

Estão confirmadas mais duas etapas nesta tempo-rada 2014/2015, uma no Rio de Janeiro e outra em Vitória, no Espírito Santo. Se tudo der certo, mais um evento será realizado e irá totalizar quatro edições, recorde histórico da liga no país. Em 2013/2014, fo-ram duas. Um ano antes, só houve uma.

A escolha das cidades tem a ver com o tamanho do mercado, mas também com algum vínculo do local com um atleta brasileiro – faz parte da estraté-gia da NBA Brasil promover nomes como Anderson Varejão, Nenê, Leandrinho e Splitter para fortalecer o basquete no país. Barueri foi onde Nenê começou a jogar, pelo Vasco/Barueri, em 2000. Já a litorânea Vitória é a cidade natal de Varejão, cuja participa-ção está prevista para aquele evento.

Nos eventos da NBA, a entrada é gratuita, por-tanto não se ganha dinheiro com ingressos. O mu-nicípio cede a infraestrutura, e cotas de patrocínio são vendidas para empresas. Em Barueri, investiram Oi, Sprite, Adidas e Crocantíssimo. O escritório brasileiro tem liberdade para fechar com qualquer empresa, desde que não conflite com parceiros glo-bais da NBA que tenham atuação no Brasil. Ter uma concorrente da Adidas, por exemplo, é impensável.

POR RODRIGO CAPELO

Setores VIPs vivem às moscas no atual Campeonato Brasileiro

O que vale mais: um jogo da Pre-mier League inglesa ou do Campeo-nato Brasileiro? Em muitos estádios brasileiros, a conta tem se igualado, o que mostra a dificuldade dos clubes em precificar ingressos, especialmen-te porque a venda de tíquetes para empresas é uma raridade no país.

O melhor exemplo do erro brasileiro é a Inglaterra, onde os ingressos são os mais altos da Europa e a bilheteria é triplicada em gastos dentro dos es-tádios, ao menos nos grandes clubes.

Considere, primeiramente, a reali-dade completamente diferente dos países. Um exemplo: o salário mínimo do Reino Unido é de R$ 3.600, contra R$ 724 no Brasil. Ainda assim, alguns valores de ingressos se equivalem.

Segundo levantamento da BBC, em 2013, o ingresso mais caro da Premier League é do Arsenal, em R$ 479, ou R$ 79 a mais que a área VIP da Are-na Corinthians. Mas é uma exceção. O Chelsea, com o segundo mais caro, cobra R$ 150 pela entrada mais alta.

Na Alemanha, país ainda mais rico que a Inglaterra, uma imagem tem fascinado torcedores nos últimos anos: a geral do estádio do Borussia Dortmund. Neste ano, no clássico contra o Schalke 04, as 25 mil pessoas presentes no setor pagaram 13 euros para entrar, o equivalente a R$ 40.

Em comum, os dois países têm fu-tebol recheado de craques, altíssima taxa de ocupação e arenas que ven-dem suas propriedades comerciais.

Pelo visto, o preço da entrada é a única semelhança com o Brasil.

Como foi visto mais uma vez na rodada do último fim de semana, mesmo com o estádio cheio, as áreas VIPs, normalmente no primei-ro anel central, permanecem com baixíssimo público. Quando os estádios estão vazios, isso é um fator esperado. Mas as cadeiras têm se mantido assim mesmo nos melhores públicos dos clubes.

O maior público do Campeonato, até o momento, foi entre Flu-minense e Vitória, com promoção nos ingressos populares. Havia 50 mil pessoas no Maracanã, que geraram mais de R$ 600 mil. Na área mais nobre, o “Maracanã Mais Oeste”, apenas 245 pessoas, que geraram R$ 26 mil. Isso se repetiu em diversos estádios. Melhor público do Cruzeiro teve 24 mil pessoas no Mineirão, mas 153 na “Inferior Vermelha”, com ingresso a R$ 130. No Beira-Rio, 28 mil em Internacional e Atlético Paranaense, e apenas 691 na área VIP.

Em termos financeiros, há uma exceção. Em nenhuma partida, o Corinthians conseguiu lotar o seu setor mais nobre, a parte oeste de sua arena, com preços entre R$ 250 e R$ 400. Mas isso não signifi-cou pouca renda. No melhor cenário, 4,7 mil pessoas estiveram no local, o que rendeu R$ 667 mil aos cofres corintianos.

Ainda assim, as cadeiras vazias são evidentes mesmo em jogos em que a Arena Corinthians está cheia. Contra o Palmeiras, clássico que gerou apreensão pelo risco de violência, foram 3 mil pessoas. O setor, porém, tem capacidade para abrigar quase 10 mil torcedores.

POR DUDA LOPES

PREÇOS AQUI ESTÃO FORA DA REALIDADE

3

DA REDAÇÃODuda Lopes é gerente

de novos negócios da

Máquina do Esporte

Com seis equipes, a Nike per-manece líder em clubes patro-cinados da primeira divisão do Campeonato Espanhol na tem-porada 2014/2015. A companhia norte-americana apenas trocou a Real Sociedad, que passa a ser Adidas, pelo Levante, que era Kelme. No mais, manteve Almería, Athletic Bilbao, Atlético de Madrid, Barcelona e Málaga.

A vice-líder Adidas encostou em sua principal concorren-te: tinha três times e agora tem quatro. Perdeu o Osasuna, que foi rebaixado, mas tirou a Real Sociedad da Nike e o Valencia da Joma. A empresa alemã ainda manteve o Celta e o Real Madrid.

A única marca que possui

duas equipes é a Joma. A cor-poração espanhola tirou o Gra-nada da Luanvi, mas perdeu o Valencia para a Adidas, além de ter mantido o Getafe.

Os outros oito clubes da Liga BBVA estão nas mãos de oito fornecedoras de material es-

portivo diferentes. Errea, Puma, Warrior e Xtep seguem com Rayo Vallecano, Espanyol, Se-villa e Villarreal. Lotto, Acerbis e Hummel viram La Coruña, Cór-doba e Eibar subirem. E a Kelme trocou o Levante pelo Elche.

Eram 12 forne-cedoras de

material esportivo na elite do fute-

bol es-panhol em

2013/2014. Já em 2014/2015, o

número caiu a 11. Ma-cron, que viu o Betis ser rebaixado, e Luanvi, que perdeu o Granada para a Joma, deixam a elite espanhola. A novidade é o retorno da Lotto com o La Coruña. O Espanhol começa dia 24 de agosto.

Adidas encosta na Nike no duelo pelos times do futebol espanhol

POR MAURO ZAFALON

MARCASCLUBES EM

2013/2014CLUBES EM

2014/2015

NIKE

ADIDAS

JOMA

LOTTO

ACERBIS

HUMMEL

KELME

ERREA

PUMA

WARRIOR

XTEP

LUANVI

MACRON

FICOU COM: ALMERÍA,

ATHLETIC BILBAO, ATLÉTICO

DE MADRID, BARCELONA,

LEVANTE E MÁLAGA

PERDEU REAL

SOCIEDAD PARA

ADIDAS

PERDEU VALENCIA

PARA ADIDAS

FICOU COM:

GETAFE E GRANADA

PERDEU GRANADA

PARA JOMA

VIU BETIS CAIR

BETIS

GRANADA

VILLARREAL VILLARREAL

SEVILLA SEVILLA

ESPANYOL

RAYO VALLECANO

LEVANTE

VALLADOLID

ELCHE

RAYO VALLECANO

ELCHE

EIBAR

CÓRDOBA

LA CORUÑA

ESPANYOL

FICOU COM: CELTA, REAL

MADRID, REAL SOCIEDAD E

VALENCIA