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Transporte rodoviário de produtos perigosos — Diretrizes do atendimentoà emergência Road transportation of dangerous goods — Guidelines for emergency response Prefácio A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As NormasBrasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismosde Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), sãoelaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto danormalização.Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da Diretiva ABNT, Parte 2. A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido soli citada manifestação sobre eventuais direitosde patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT aqualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).Ressalta-se que Normas Brasileiras podem ser objeto de citação em Regulamentos Técnicos. Nestescasos, os Órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar outras datas paraexigência dos requisitos desta Norma, independentemente de sua data de entrada em vigor. A ABNT NBR 14064 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Transportes e Tráfego (ABNT/CB-16), pelaComissão de Estudo de Transporte de Produtos Perigosos

NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

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Transporte rodoviário de produtos perigosos — Diretrizes do atendimentoà emergência

Road transportation of dangerous goods — Guidelines for emergency response

Prefácio

 A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de

Normalização. As NormasBrasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos

Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismosde Normalização Setorial

(ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE),

sãoelaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no

tema objeto danormalização.Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme

as regras da Diretiva ABNT, Parte

2. A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestaç

ão sobre eventuais direitosde patentes durante a Consulta Nacional, estes podem

ocorrer e devem ser comunicados à ABNT aqualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de

maio de 1996).Ressalta-se que Normas Brasileiras podem ser objeto de citação

em Regulamentos Técnicos. Nestescasos, os Órgãos responsáveis pelos

Regulamentos Técnicos podem determinar outras datas paraexigência dos

requisitos desta Norma, independentemente de sua data de entrada em vigor. A ABNT

NBR 14064 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Transportes

e Tráfego (ABNT/CB-16), pelaComissão de Estudo de Transporte de Produtos

Perigosos (CE-16:400.04). O Projeto circulou emConsulta Nacional conforme

Edital nº XX, de XX.XX.XXXX a XX.XX.XXXX, com o número de Projeto

 ABNT NBR 14064.

Esta segunda edição cancela e substitui a edição anterior (ABNT NBR 14064:2003), a qual

foi tecnicamente revisada.

O Escopo desta Norma Brasileira em inglês é o seguinte:

Scope

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This Standard establishes minimum requirements and operational procedures to be

consideredin preparation of actions and quick response to accidents involving the Road

Transport of DangerousGoods (RTDG). The response actions to emergencies in

this Standard does not limit or excludethe adoption of procedures and stricter

guidelines.The guidelines in this Standard applies to public and / or private that

respond to emergencies involvingthe RTDG.The types of accidents addressed in

this Standard include any unwanted event involving the RTDG,representing or

may represent some kind of danger, actual or potential health and safety of the population

and the environment, and also put under threat the public property and / or

private.

This Standard focuses primarily on aspects of preparedness, response and

mitigation of accidents.The aspects related to prevention RTDG are not objects

of this Standard.This Standard can be applied to emergency response with

products or substances which, although not

classied as hazardous for transport, when out of its original contention (leak /

spill), have the potential

to pose risks to the environment.

This Standard does not apply to hazardous products of risk classes 1

(explosives) and 7 (radioactive).NOTE Hazardous products of risk classes 1

and 7 are the responsibility of the Brazilian Army and the

National Nuclear Energy Commission (CNEN), respectively.

 

ABNT/CB-16PROJETO ABNT NBR 14064ABR 2015

em massa expressa a massa de soluto (disperso), em

μ

g (micrograma), existente em 1 g (1 milhão

Page 3: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

de

μ

g) de solução. Exemplo: 5 ppm de mercúrio na água signi ca que 1 g da água contém 5

μ

g

de mercúrio. A concentração ppm em volume indica o volume de soluto (disperso), em

mililitros,

existente em 1 m

3

 (1 milhão de mL) de solução. Exemplo: 8 ppm de gás hélio signi ca que em cada

1 m

3

do ar atmosférico existe 8 mL de hélio

3.63

potencial hidrogeniônico (pH)

expressa a intensidade da condição ácida ou básica de um determinado meio. Valor que

representaa acidez ou a alcalinidade (ou basicidade) de uma solução aquosa, em uma

escala de 1 a 14. A águapura tem o pH igual a 7. Um valor de pH inferior a 7 indica

que uma solução é ácida. Um valor de pHigual a 1 indica uma solução extremamente

ácida. Um valor de pH superior a 7 indica uma soluçãoalcalina (ou básica). Um valor de pH

igual a 14 indica uma solução extremamente alcalina (ou básica)

3.64

potencial de ionização (pI)

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energia necessária para remover o elétron mais externo de uma molécula,

sendo especí ca para cada substância química. A cada novo elétron que se retira do

átomo, maior ca sendo o potencial de ionização. Isso ocorre por causa do aumento

da carga do átomo

3.65produto perigoso

produtos que tenham potencial de causar dano ou apresentem risco à saúde,

segurança e meio ambientee tenham sido classi cados como tais de acordo com os

critérios de nidos pela regulamentação

de transporte

NOTA Instruções complementares do Regulamento para o Transporte 

de Produtos Perigosos (RTPP)aprovado pelo Decreto 96 044

3.66programa de gerenciamento de risco

documento que de ne a política e diretrizes de um sistema de gestão, com

vista à prevençãode acidentes em instalações ou atividades potencialmente perigosas

3.67

proteção respiratória

medida de proteção do trato respiratório, mediante utilização de equipamentos

de proteção respiratória(EPR), que pode ser autônoma ou com uso de elementos

ltrantes

3.68

resíduo sólido

resíduo em estado sólido e semissólido, incluindo lodos provenientes de sistemas de

tubulação deágua, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de

poluição, bem como gasescontidos em recipientes e determinados líquidos cujas

particularieddaes tornam inviável seu lançamentoem redes públicas de esgotos

ou corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente

inviáveis em face à melhor tecnologia disponível

Page 5: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

3.69

roupa de proteção química

traje especial que tem como finalidade proteger o corpo do usuário contra o contato e ação

de produtos químicos

3.70

segurança global da população

conjunto de medidas objetivando garantir o direito à vida, à saúde, à segurança pública e à

incolumidadedas pessoas e do patrimônio, em todas as circunstâncias e, em

especial, em circunstâncias de desastre

3.71

sistema de comando em operações

modelo de gerenciamento desenvolvido para comando, controle e coordenação em

resposta a umasituação de emergência, tendo como objetivo a padronização das ações de

resposta, a estabilizaçãoda ocorrência e a proteção da vida, da propriedade e do meio

ambiente

3.72

solução descontaminante

solução que contém produto capaz de remover fisicamente contaminantes ou

transformá-los em produtos mais inócuos

3.73

substâncias perigosas diversas

substâncias e artigos perigosos diversos da classe 9, que apresentam, durante

o transporte, umrisco, não contemplados por nenhuma outra classe de nidas pelo

regulamento de transporte terrestre

de produtos perigosos (RTPP)

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3.74toxicidade

capacidade, inerente a uma substância química ou a um produto químico, de produzir um

efeitodeletério sobre um sistema biológico

3.75tóxico

característica de um produto capaz de provocar efeitos nocivos a organismos

vivos, quando ingeridos,inalados ou por contato com a pele

3.76transferência

processo para trasladar produtos químicos entre recipientes

3.77vazamento

perda de contenção (intencional ou acidental) de produto químico líquido ou gasoso para o

ambiente

3.78

ventilação

movimento de ar gerado para promover a diluição e/ou a remoção e dispersão

sistemática de fumaça,gases e vapores de locais con nados, proporcionando a troca

de ar contaminado por ar fresco. Podeser natural (abertura de portas, janelas,

telhados) ou forçada (por meio de exaustores e ventiladores)

3.79zona de exclusão

área além da zona fria, onde permanecem as pessoas e instituições que não possuem

qualquerenvolvimento direto com a ocorrência, como imprensa e comunidade,

entre outros

NÃO TEM VALOR NORMATIVO

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ABNT/CB-16PROJETO ABNT NBR 14064ABR 2015

3.80zona fria

área perimetral à zona morna, onde não há qualquer concentração do produto envolvido na

emergência.É nessa zona em que cam instaladas as áreas de apoio, o comando da

operação, viaturas e pessoalnão paramentado envolvido com o atendimento

3.81zona morna

área adjacente à zona quente, onde está situado o corredor de redução de contaminação e,

deforma eventual, o pessoal de apoio às ações de controle da emergência. Técnicos na

zona mornautilizam o mesmo nível de proteção da equipe que ingressou na zona quente

ou, no máximo, um nívelde proteção abaixo, pois pode haver concentração perigosa do

produto envolvido na emergência

3.82zona quente

área imediatamente adjacente ao acidente cujo ingresso e permanência exigem proteção

adequada.Nessa área ingressam apenas os técnicos que estiverem realizando as ações

de combateao vazamento, incluindo avaliação e monitoramento

4 Requisitos

 As atividades de resposta a emergências envolvendo o TRPP envolvem a apr

oximação segura,a identi cação dos perigos e riscos, a análise do acidente, o

planejamento tático, a implementaçãoda resposta, a avaliação das ações

colocadas em prática, o restabelecimento da segurança locale o encerramento da

fase emergencial.

5

Atribuições e procedimentos

Sem prejuízo das responsabilidades legais atribuídas às instituições públicas e

as empresas privadas,envolvidas direta ou indiretamente nas situações de emergência

no TRPP, as atividades e práticasprevistas nesta Norma visam o exercício

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satisfatório da pronta resposta às emergências. Assimsendo, no Anexo A foram

descritos os procedimentos no atendimento à emergência que envolvemas principais

instituições públicas e privadas.

6 Padrão de resposta emergencial

6.1

 A

utilização de procedimentos operacionais padronizados nas diversas fases do a

tendimentoemergencial tem por objetivo promover um tratamento organizado e

estruturado nas ações de resposta.

6.2

O uso de um padrão de resposta emergencial não pode criar um desa o adicional paraas

equipes de resposta a emergência. A nalidade do padrão de resposta é diminuir as

di culdades normalmente encontradas no cenário acidental, em particular

quando diferentes instituições, públicase privadas, atuam em conjunto.

6.3

 As atividades necessárias ao padrão de resposta emergencial

no TRPP podem ser divididasem dez fases que interagem entre si, contudo

não se limitam à relação proposta na Figura 1, podendoser adaptadas e

adequadas às realidades e necessidades locais.

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Figura 1 – Padrão de resposta emergencial

ABNT/CB-16PROJETO ABNT NBR 14064ABR 2015

Figura 1 – Padrão de resposta emergencial

7 Fase 1 – Primeiro no local

7.1 Procedimentos gerais

Page 11: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

7.1.1

Para os efeitos desta Norma, o primeiro no local é aquele que foi designado para se

dirigirao local do acidente, constatar os fatos e adotar as primeiras ações

protetivas. Portanto, nãose confunde com aquele que não possui essa atribuição

funcional e por acaso é o primeiroa se deparar com o acidente. Este con gura o informante

do acidente e não o primeiro no local.

7.1.2

Primeiro no local é aquele que realiza a abordagem inicial no cenário

acidental,independentemente da instituição ou empresa que represente e cuja

atribuição consiste

em: a)  constatar os fatos; b)  identi car  o(s) produto(s) envolvido(s); c)  

identi car a  contaminação efetiva ou potencial do meio ambiente local; d)  identi car

a exposição efetiva ou potencial de pessoas;

NÃO TEM VALOR NORMATIVO

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ABNT/CB-16PROJETO ABNT NBR 14064ABR 2015

e)  sinalizar e isolar o local; f)  identi car  e afastar possíveis fontes de igniç

ão; g)  afastar curiosos; h)  acionar as equipes de intervenção e de apoio emerge

ncial; i)  contribuir no sentido de facilitar o acesso das equipes de intervenção e apoio

ao local da ocorrência.

7.1.3

Os acidentes rodoviários em que haja a con rmação ou a suspeita da presença de

produtosperigosos devem ser tratados com o devido cuidado por aqueles que primeiro

abordarem a ocorrência.

7.1.4

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 Além dos perigos intrínsecos de cada produto, outros fatores contribuintes pod

em agravaruma situação onde haja perda efetiva ou potencial de contenção do

produto transportado, razão pelaqual a situação não pode ser tratada pelo

primeiro no local como um acidente comum de trânsito.Produtos perigosos

requerem procedimentos, materiais e equipamentos especí cos para cada

umadas diferentes classes de risco.

7.1.5

Nos casos em que, pelas consequências do acidente, se torne impossível obter

as primeirasinformações do condutor do veículo sinistrado ou ter acesso à

documentação de transporte, a atençãodo primeiro no local deve ser redobrada,

considerando as variáveis de riscos que podem estar presentesno veículo acidentado,

como por exemplo: o transporte de produtos de classes/subclasses de

riscosdiferentes, ausência de identi cação da unidade de transporte, a não

correspondência da simbologiacom o produto transportado ou a ocorrência de

reações adversas por incompatibilidade química.

7.1.6

O primeiro no local deve possuir habilidades, experiência e conhecimento su cientes

paraentender que muitos produtos classi cados como perigosos para o

transporte podem acarretardanos severos ao homem, mesmo em baixas

concentrações. O primeiro no local deve ainda possuiro discernimento que as

tentativas de socorro às vítimas do acidente envolvendo o TRPP, semo preparo e

os recursos necessários que os produtos requerem, em regra, tendem

a agravar a situação

e gerar mais vítimas a serem socorridas.

7.1.7

O primeiro no local deve possuir os conhecimentos básicos sobre os perigos

intrínsecos dosprodutos perigosos, principalmente no que se refere

às propriedades de alerta dos produtos, ou seja,características que podem

indicar ou mascarar sua presença no ambiente. Para as ações do primeirono

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local, deve estar implícita a concepção de que respostas rápidas nem sempre

representama melhor resposta.

7.1.8

O primeiro no local deve obter, o mais breve possível, as informações sobre o produto

envolvidono acidente, seja pela sinalização do veículo, do equipamento de

transporte ou das embalagensou pela documentação fornecida pelo condutor do

veículo.

7.2

Aproximação segura

7.2.1

 A aproximação ao cenário acidental deve ser realizada de forma cautelosa.

A observaçãoinicial deve ser realizada à distância, de preferência com o auxílio de

binóculo ou outro dispositivo que

permita aproximar as imagens do acidente e do entorno.

7.2.2

Os procedimentos de observação à distância devem ser rigorosamente seguidos, ainda

queoutros veículos estejam envolvidos no acidente e aparentemente existam

vítimas a serem socorridas.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO

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ABNT/CB-16PROJETO ABNT NBR 14064ABR 2015

7.2.3

 A avaliação preliminar acerca da presença do produto no ambiente não pode

ser totalmentecon ada aos órgãos dos sentidos, tendo em vista que muitos

Page 14: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

dos produtos classi cados comoperigosos para o transporte não possuem cor

ou odor que possam ser percebidos pelos sentidos,como, por exemplo, o monóxido

de carbono (ONU 1016), e outros produtos que, em determinadasconcentrações,

inibem ou mesmo paralisam a capacidade olfativa, como, por exemplo, o gás

sulfídrico(ONU 1053), de forma que se torna impossível determinar sua presença

somente pelo odor.

7.2.4

O primeiro no local, bem como as equipes de intervenção e apoio devem ter em mente

queo produto vazado ou derramado pode estar presente em concentrações

perigosas em locais muito alémdo que é possível enxergar, dada sua alta mobilidade

no meio. Por isto, o primeiro no local não podebasear as ações de sinalização e isolamento

somente naquilo que é visível (névoas esbranquiçadas).

7.2.5

 As névoas esbranquiçadas provenientes de vazamentos de gases, por

exemplo, nem semprerepresentam a extensão el do perigo, normalmente as

névoas são visíveis em razão da condensaçãoda umidade atmosférica gerada

pela diferença de pressão ou temperatura entre o produto e o ambiente.Dessa

forma, concentrações perigosas podem estar presentes além das nuvens

esbranquiçadas,normalmente observadas no entorno dos vazamentos, conforme

ilustrado em 11.6.8.

7.2.6

Efeito semelhante pode ser observado nos vazamentos de líquidos criogênicos,

os quaisencontram-se a temperaturas inferiores a - 160 ºC e, por tal razão,

quando fora da sua contenção,provocam a condensação da umidade

atmosférica. Além disso, devido à sua natureza fria, os líquidoscriogênicos

apresentam três riscos principais:

a)

alta taxa de expansão na evaporação: metano liquefeito, por exemplo, expande

aproximadamente630 vezes o seu volume inicial, ou seja, seu volume no estado

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líquido;b) capacidade de condensar ou solidi car  outros gases: em um

vazamento de um líquido criogênico,a possibilidade de solidi cação da

umidade presente na atmosfera é bastante elevada quandocomparada com os

demais gases. Essa solidi cação geralmente ocorre nas proximidades do

localdo vazamento. Quando tal fato ocorre próximo às válvulas, por exemplo, pode haver

di culdadepara a realização de manobras com tais equipamentos;

c)

potencial de danos aos tecidos vivos: queimaduras podem ser provocadas quando ocorre

contatodo produto com a pele, devido à natureza extremamente fria dos líquidos

criogênicos. Taisqueimaduras são conhecidas por enregelamento.

7.2.7

Caso o primeiro no local venha a sentir algum odor, irritação nos olhos ou nas vias

respiratórias,deve imediatamente se afastar e sempre procurar se posicionar em

local mais elevado e com ventopelas costas em relação ao acidente.

7.2.8

O vento pode mudar repentinamente de direção, em razão de fatores

atmosféricos, razãopela qual a observação da direção do vento deve ser uma

constante durante todo o atendimentoemergencial.

7.2.9

 A m de se  posicionar com o vento pelas costas em relação ao local

do acidente, é possívelbuscar referências da direção do vento com o auxílio de

indicativos presentes no ambiente, como:movimentação de folhagens, de

nuvens, de roupas no varal, de bandeiras, entre outras.

Page 16: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

7.2.10

Outros indicativos visíveis podem sugerir a presença e o grau de severidade do

produto vazado/derramado, como insetos, aves e outros animais mortos

ou moribundos, assim como o amarelecimentoe o murchecimento das folhagens

próximo ao local do acidente.

7.2.11

Sinais audíveis, como estalos, explosões e ruído sibilar, característicos de

perda de pressão,podem ser percebidos à distância e merecem a devida atenção.

7.2.12

O local de parada e estacionamento do veículo do primeiro no local deve ser

planejado,considerando a necessidade de uma saída rápida em razão de diversos fatores,

como deslocamentoda nuvem de produto, incêndio, explosão e odor intenso.

7.2.13

O primeiro no local deve procurar parar ou estacionar em local distante do cenário

acidental,tendo em vista que as partes aquecidas do veículo podem se constituir

em fontes de ignição frenteao perigo da exposição a atmosferas in amáveis.

7.2.14

O primeiro no local deve parar o veículo em posição de fuga, ou seja, se o espaço

permitir,parar e/ou estacionar o(s) veículo(s) em ângulo de 45° em relação à via

(de frente para rota de fuga),de forma que, na necessidade de uma saída rápida, não

demande manobras. O primeiro no local deveestar atento para que todas as viaturas

de intervenção e apoio que posteriormente chegarem ao localda ocorrência

estacionem em posição de fuga, conforme ilustrado na Figura 2.

Page 17: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

 

ABNT/CB-16PROJETO ABNT NBR 14064ABR 2015

7.2.9

 A m de se  posicionar com o vento pelas costas em relação ao local

do acidente, é possívelbuscar referências da direção do vento com o auxílio de

indicativos presentes no ambiente, como:movimentação de folhagens, de

nuvens, de roupas no varal, de bandeiras, entre outras.

7.2.10

Outros indicativos visíveis podem sugerir a presença e o grau de severidade do

produto vazado/derramado, como insetos, aves e outros animais mortos

ou moribundos, assim como o amarelecimentoe o murchecimento das folhagens

próximo ao local do acidente.

7.2.11

Sinais audíveis, como estalos, explosões e ruído sibilar, característicos de

perda de pressão,podem ser percebidos à distância e merecem a devida atenção.

7.2.12

Page 18: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

O local de parada e estacionamento do veículo do primeiro no local deve ser

planejado,considerando a necessidade de uma saída rápida em razão de diversos fatores,

como deslocamentoda nuvem de produto, incêndio, explosão e odor intenso.

7.2.13

O primeiro no local deve procurar parar ou estacionar em local distante do cenário

acidental,tendo em vista que as partes aquecidas do veículo podem se constituir

em fontes de ignição frenteao perigo da exposição a atmosferas in amáveis.

7.2.14

O primeiro no local deve parar o veículo em posição de fuga, ou seja, se o espaço

permitir,parar e/ou estacionar o(s) veículo(s) em ângulo de 45° em relação à via

(de frente para rota de fuga),de forma que, na necessidade de uma saída rápida, não

demande manobras. O primeiro no local deveestar atento para que todas as viaturas

de intervenção e apoio que posteriormente chegarem ao localda ocorrência

estacionem em posição de fuga, conforme ilustrado na Figura 2.

Figura 2 – Posicionamento de viaturas

7.2.15

O primeiro no local deve evitar posicionar o veículo próximo aos locais que, por

suascaracterísticas, possam contribuir para um con namento e/ou di cultar a

dispersão do produto vazado/derramado, como túneis, passagens

subterrâneas, edifícios e construções diversas, taludes, lugarescom cota

inferior ao local do acidente e outras barreiras físicas.

8

Fase 2 – Primeiro no local – Identi cação do(s) produto(s)

8.1

O gerenciamento dos riscos envolvendo a perda ou a possibilidade de perda de

contençãode produto perigoso para o meio ambiente demandam o prévio

Page 19: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

conhecimento acerca das característicasfísicas, químicas e toxicológicas

destes.

8.2

O conhecimento das características do produto permite que as equipes de intervenção e de

apoiotenham um melhor planejamento e execução nas ações de resposta. Conhecer o

produto envolvidona emergência é, portanto, o primeiro passo para a solução do

problema.

8.3

 A identi cação do  produto deve, no primeiro momento, ser realizada

a uma distância segura.O primeiro no local não pode se expor na tentativa

de identi car o produto envolvido na ocorrência.

8.4

No TRPP, a identi cação dos produtos transportados segue um padrão, o qual tem por

nalidade advertir que seu conteúdo é composto por produtos classi cados

como perigosos, com potencialde oferecer danos ao homem, ao meio ambiente e ao

patrimônio.

8.5

 A identi cação  do produto transportado, quando aplicável (casos de isenções 

previstasna legislação), pode ser realizada pela leitura e interpretação da sinalização da

unidade de transporte,a qual é composta por rótulos de risco, painéis de segurança e ainda

pela rotulagem das embalagensinterna e externa (rótulos de risco, de segurança, especiais

e símbolos de manuseio). A identi cação para o transporte rodoviário (unidades de

transporte e embalagens) deve cumprir os requisitosda ABNT NBR 7500.

8.6

 A identi cação  de risco é representada por rótulos, painéis e/ou símbolos esq

uemáticosnormalizados. Ainda é possível identi car o produto envolvido em acidente por

meio dos documentosde porte obrigatório, denominados “documentos de

transporte”, os quais incluem: notas scais, chasde emergência, onde

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constem, entre outras informações, o nome do produto, número ONU e

a classe

de risco do produto transportado.

8.7

Dos métodos formais de identi cação do produto transportado destacam-

se: a)  identi cação do  produto pelo número ONU, quando aplicável, no painel

de segurança:no transporte terrestre de produtos perigosos, a identi cação do

produto é demonstrada por meiodo número ONU, o qual é constituído por

quatro algarismos, pintados ou impressos na cor pretae localizados na parte

inferior do painel de segurança (placa retangular na cor laranja). O painelde

segurança é a xado nas laterais, na frente e na traseira dos compartimentos de cargas,

sejacarga a granel ou fracionada; b)  identi cação  da natureza e da intensidade do

risco pelo número de risco, quando aplicável,no painel de segurança: ainda no painel de

segurança, na parte superior, acima do número ONUde quatro dígitos, são identi cados os

números de risco, os quais são compostos por no máximotrês e no mínimo dois algarismos

e, em alguns casos precedidos da letra “X” (usada quando oproduto reagir

perigosamente com água). Os números de risco identi cam as propriedades

deperigo dos produtos, artigos e resíduos transportados, ou seja, indicam

a natureza e a intensidadedo risco; c)  identi cação  dos riscos associados ao

produto pelo rótulo de risco, quando aplicável: os rótulosde risco são constituídos

por um quadrado posicionado em ângulo de 45°, com cores de fundovariadas, e

apresentam símbolos ( guras) e/ou expressões emoldurados. O rótulo de

riscoé dividido em duas metades. Na metade superior são exibidos os símbolos de

identi caçãodo risco e, na metade inferior, o número da classe ou subclasse de risco e,

quando aplicável,

o texto indicativo da natureza do risco.

8.8

 A classi cação de  um produto considerado perigoso para o transporte

deve ser feita pelo seufabricante ou expedidor orientado pelo fabricante,

tomando como base as características físico-químicas do produto, alocando-o em

Page 21: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

uma das classes ou subclasses de risco: a)  identi cação  do produto pela

documentação de transporte: os documentos de porte obrigatórioconstituem

uma importante fonte de informação acerca do que está sendo transportado.

Dosdocumentos que acompanham o embarque a serem exigidos pelas autoridades de

scalização econtrole, estão o documento scal, a cha de emergência (quando aplicável)

e o envelope para otransporte (quando aplicável); b)  identi cação  do produto e

seus riscos: estas informações podem ser obtidas no Manual

para Atendimento à Emergência com Produtos Perigosos

[5]

 que, pelo caráter genérico das informações,é recomendável para consulta e

orientação das primeiras ações no cenário acidental até achegada de técnicos

especializados. O uso correto do manual, nas primeiras ações, visa evitar

procedimentos equivocados e riscos desnecessários.

9

Fase 3 – Primeiro no local – Sinalização e isolamento

9.1

Sinalização

9.1.1

 As situações de emergência envolvendo o TRPP, normalmente, geram

problemas de  uideze de segurança na circulação viária. Os  órgãos

operacionais com jurisdição sobre a via devem contarcom dispositivos de

sinalização de fácil transporte e colocação, como cones, cavaletes,

placas,barreiras, luzes piscantes, cordas, faixas, lanternas, coletes re etivos

para uso noturno, ou seja,um conjunto de equipamentos que permita o

imediato e efetivo controle do tráfego.

9.1.2

Page 22: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

 A sinalização mal planejada pode agravar a situação da cena acidental,

pois pode transmitirinformações confusas ou contraditórias, expondo usuários

da via e a população do entorno a riscosdesnecessários. Essa situação pode ser

agravada pela implantação de sinalização em distânciasincorretas ou mesmo pela escolha

e implantação de dispositivos de canalização e controle inadequadosou em número

insu ciente em relação à extensão e à gravidade do acidente. Dessa forma,

cuidadosespeciais devem ser dados ao planejamento e aos recursos de sinalização, para

que se obtenhaum controle seguro do uxo de tráfego.

9.1.3

 A sinalização para cenários acidentais envolvendo produtos perigosos deve ad

vertir coma necessária antecedência a existência de situações de emergência adiante,

assim como devecontrolar as velocidades e outras condições para a circulação

segura, bem como transmitir e orientaros usuários quanto às mensagens sobre as

condições de utilização adequada da via, compreendendoas proibições, restrições e

informações que lhes permitam adotar comportamento adequado à situação.

9.1.4

Nos casos de emergências com produtos perigosos, recomenda-se a utilização

de dispositivosportáteis, que possibilitem uma rápida implantação ou desativação da

sinalização.

9.1.5

 A sinalização de emergência deve ser perfeitamente visível no período

noturno. Para tanto,todos os dispositivos a serem utilizados devem ser

retrorre etivos e, quando necessário, também iluminados. A iluminação não pode

provocar ofuscamento aos usuários da via.

9.1.6

Havendo o risco de incêndio ou explosão em razão das características do produto

vazadoou derramado, deve ser dada especial atenção aos equipamentos eletroeletrônicos

que não sejamintrinsecamente seguros para a sinalização do cenário acidental,

pois podem se constituir em fontesde ignição. Não pode ser utilizado sistema de

Page 23: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

iluminação com chamas vivas como sinalizadoresou mesmos latas contendo material

inflamável.

9.1.7

O veículo do primeiro no local só deve ser utilizado como auxiliar da sinalização, com faróis

eluzes de emergência ligados, se estiver posicionado a uma distância segura

da cena accidental, a mde evitar se constituir em  uma fonte de ignição frente

ao produto vazado ou derramado. Os mesmoscuidados se aplicam quando da

utilização de painéis com seta luminosa, montados em veículos epainéis de mensagens

variáveis (PMV).

9.1.8

Todos os envolvidos de forma direta ou indireta no cenário acidental que necessitem

semovimentar em locais próximos ao uxo de veículo e em  faixas de

acostamento, por exemplo, devemestar perfeitamente visíveis e identi cáveis,

tanto no período diurno quanto no noturno. Para tanto, asequipes devem estar

equipadas com uniformes, coletes ou faixas que sejam retrorre etivos para

usonoturno como forma de garantir sua visibilidade e proteção.

9.2 Isolamento

9.2.1

 A área de isolamento inicial a ser demarcada é aquela que se encontra nas pr

oximidadesda ocorrência, na qual as pessoas podem estar expostas em razão de

concentrações perigosas

do produto.

9.2.2

 Antes de realizar o isolamento, o primeiro no local deve determinar os riscos

principais compotencialidade para causar direta e imediatamente danos às pessoas e

impactos ao meio ambiente,devendo, portanto, considerar direção, sentido e

intensidade do vento. O isolamento pode ser feitoem um raio a partir do ponto de

vazamento ou, de forma parcial, abrangendo uma ou mais direções.

Page 24: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

NOTA Para realizar o isolamento inicial, pode-se utilizar como 

referência o Manual para Atendimentoà Emergências com Produtos

Perigosos

[5]

. Esse manual dispõe de uma tabela de distâncias de isolamentoe

proteção inicial aos produtos tóxicos por inalação (páginas de borda

verde), bem como traz informaçõessobre procedimentos de

evacuação para pequenos e grandes derramamentos e situações em

que hajaa ocorrência de fogo (páginas de borda laranja). Essas

recomendações podem ser utilizadas como basepara a realização de

um isolamento seguro para a comunidade até a chegada das equipes

especializadaspara intervenção. As distâncias de isolamento inicial e

de ação protetora do Manual para Atendimentoa Emergências com

Produtos Perigosos foram originadas de dados históricos de

incidentes no transportee do uso de modelos matemáticos.

10

Fase 4 – Primeiro no local – Avaliação preliminar e acionamento

10.1

Avaliação preliminar do cenário acidental

10.1.1

 A avaliação da extensão e da severidade do acidente no TRPP permite o

estabelecimento decritérios para uma melhor gestão da situação emergencial.

10.1.2

 A avaliação preliminar deve ser realizada tendo em conta os efeitos

produzidos pelo acidentesobre a saúde e a segurança da população, sobre a qualidade

do meio ambiente, bem como sobre oseventuais danos ao patrimônio e outros

danos possíveis de serem produzidos.

Page 25: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

10.1.3

São informações e circunstâncias fundamentais a serem consideradas na

avaliação preliminardo acidente, seja pelo primeiro no local ou pelas primeiras

equipes de

intervenção: a)  identi cação  do produto (classe/subclasse, número ONU);

b) tipo, características físicas e químicas, estado físico e comportamento

do(s) produto(s) no meio; c)  critérios para sinalização e isolamento da área;

d) existência de vítima(s); e)  operação de resgate e

atendimento médico à(s) vítima(s); f)  existência de vazamento(s); g)  fonte o

u origem do(s) vazamento(s); h)  tipos e condições das embalagens e/ou

equipamento de

transporte; i)  estimativa do porte do vazamento (pequeno, médio ou grande);

j)  estimativa da quantidade vazada; k)  quantidade transportada; l)  contami

nação aparente ou possibilidade de contaminação de corpos d’ água; m)  característi

cas do tipo de carga transporte envolvida (granel ou

fracionado); n)  identi cação  do transportador; o)  áreas diretamente atingid

as ou impactadas; p)  incêndio, explosão, intoxicação, risco de exposição

e contaminação de pessoas e do meioambiente; q)  sistemas de drenagem

de águas pluviais das vias de transporte; r)  características do local

do acidente, estado da via, tipo de pavimento, topogra a,  densidade detráfego,

meios de acesso ao local

do acidente; s)  condições meteorológicas (atuais e previstas); t)  população,

edi cações,  obras de arte na via (ponte, túnel, viaduto, rede

elétrica, dutos subterrâneosetc.) e outros elementos físicos capazes de agravar

ou atenuar a situação; u)  características ambientais do

entorno: fauna,  ora  e recursos hídricos; v)  características do uso

e ocupação do entorno: escola, hospital, posto de abastecimento

decombustível, indústria, centros de compras, atividade agrícola, áreas de

recreação etc.; w)  ocorrência de reatividade do(s) produto(s) vazado(s), com

outros produtos químicos transportados,ou reatividade com água, umidade,

metais, matéria orgânica, entre outros; x)  avaliação preliminar de consequências

para a saúde e segurança da população, segurançaambiental, segurança patrimonial e

Page 26: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

demais consequências advindas do

acidente; y)  órgãos e empresas a serem acionados.

10.2

Fontes de ignição

Fontes de ignição devem ser eliminadas, sempre que possível, em ocorrências envolvendo

a perdaou possibilidade de perda de contenção de produtos in amáveis. Entre

as fontes possíveis de ignição,em um cenário acidental, destacam-se:

a)

chamas vivas;b) superfícies aquecidas;

c)

lanternas e outros dispositivos eletroeletrônicos não intrinsecamente seguros;

d)

automóveis, caminhões e outros veículos automotores;

e)

cigarros acesos;f) interruptores de energia elétrica;

g)

lâmpadas;h) reatores;

i)

motores elétricos;

 j)

faíscas produzidas por atrito;

k)

eletricidade estática;l) descargas elétricas (raios);

Page 27: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

m)

incompatibilidade química.

10.3

Acionamento dos órgãos de intervenção e apoio

10.3.1

 A partir do conhecimento de um acidente envolvendo o TRPP, é necessário

o cumprimentode uma sequência de procedimentos visando a comunicação de

ocorrência, a qual deve subsidiaras ações iniciais de resposta por parte das equipes de

intervenção e de apoio, acionadas paraprestar o atendimento requerido e restabelecer as

condições normais de tráfego e de segurança paraa população e para o meio ambiente

local.

10.3.2

O acionamento pode ser considerado como o tempo decorrido entre a primeira

informação,ou seja, do conhecimento da ocorrência, até sua noti cação às

autoridades locais de intervenção

e apoio.

10.3.3

Uma vez efetuada a ligação com a central de atendimento às emergências, o poder de

síntesedo informante, sua capacidade de observação e de orientação espacial e seu

conhecimento sobreas formas de identi cação dos produtos perigosos

envolvidos no acidente, são fundamentais paraa rapidez e a e ciência na recepção

e no processamento da informação.

10.3.4

Quanto mais detalhadas as informações sobre o evento, mais adequados e mais rápidos

serãomobilizados os recursos humanos e materiais para o atendimento.

10.3.5

Page 28: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

Na comunicação, o informante deve, sempre que possível, transmitir no mínimo

as seguintesinformações: a)  local exato da ocorrência; b)  horário da ocorrê

ncia; c)  forma de acesso ao local; d)  condições de tráfego; e)  produto(s) e

nvolvido(s); f)  porte do vazamento; g)  principais características da região,

como ocupação humana, corpos d’água, vias públicas etc.; h)  órgãos,

equipes e pro ssionais  já acionados ou presentes

no local; i)  ocorrência de incêndios, explosão e liberação de produto na atmosf

era; j)  existência de vítimas; k)  identi cação  do informante.

10.3.6

 A Figura 3 apresenta um quadro esquemático com o resumo dos seguintes

procedimentos a serem adotados pelo primeiro no local:

a) aproximar-se com cautela do local do acidente, mantendo o vento pelas

costas em relação ao veículo ou equipamento sinistrado;

b) evitar se posicionar nos locais mais baixos em relação ao local

do acidente; c)  manter uma distância segura do veículo ou equipamento sinistrado

ou produto derramado ou vazado;

d) garantir a sinalização e o isolamento da área afetada;

e) manter curiosos afastados;

f) interditar a via ou parte dela, ou solicitar sua interdição, se necessário;

g) acionar ou requerer o acionamento dos órgãos de intervenção e apoio,

fornecendo informações sobre a existência de vítimas no local, vazamento de

produto, incêndio, explosão, bem como fornecer informações sobre

a localização exata da ocorrência (identificação da via, quilometragem, sentido,

pontos de referência etc.);

h) verificar a existência de vazamento de produto e avaliar a extensão do

acidente, bem como as áreas no entorno e ambientes atingidos ou que possam ser

atingidos pelo produto;

Page 29: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

i) orientar o local seguro para estacionamento, bem como o posicionamento das viaturas

de intervenção e apoio à emergência;

j) orientar as equipes de atendimento pré-hospitalar quanto à existência de

produto perigoso no local do acidente;

k) comunicar ou requerer de imediato a comunicação à empresa

responsável pelo abastecimento público de água na região, caso haja contaminação ou

possibilidade de contaminação de recursos hídricos;

l) verificar se há no local possíveis fontes de ignição e informar de imediato tal

situação de risco às equipes de intervenção;

m) providenciar a construção de diques, barramentos ou qualquer outro

dispositivo de contenção, de forma a evitar que o produto vazado atinja as

redes de drenagem da via. Essa ação só deve ser realizada se houver meios

seguros para tal.

Page 30: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

Figura 3 – Quadro esquemático de procedimentos – Primeiro no local

11

Fase 5 – Sistema de comando em operações (SCO)

11.1 Procedimentos gerais

11.1.1

Durante uma emergência envolvendo o TRPP, é necessário assegurar que as

condutasdos envolvidos nas ações de resposta sigam o rigor dos procedimentos

técnicos e de segurançapreviamente estabelecidos pelo comando e controle da

operação.

11.1.2

Independentemente do porte, da severidade ou da complexidade de uma ocorrência

envolvendoo TRPP, é necessária a efetivação de um SCO, a qual deve ser exercida,

sempre que possível, peloCorpo de Bombeiros, de forma conjunta e participativa

com as demais instituições públicas e privadasenvolvidas no planejamento e na

execução das ações de resposta à emergência.

11.1.3

Page 31: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

Por se tratar de um sistema orientado em procedimentos, o SCO ou similar

constitui umaferramenta importante de gestão na organização das atribuições e

das táticas operacionaisem qualquer situação de emergência.

11.1.4

O SCO deve: a)  atender às necessidades especí cas do acidente, tomando

por base a magnitude (porte),a complexidade (grau de di culdade), a severidade

(impacto ao homem/meio ambiente/patrimônio), bem como as características

especí cas da  região; b)  operar de forma rápida e e ciente, tanto para acidentes

de pequeno porte envolvendo o TRPP,como para acidentes de grande magnitude,

cuja natureza, em regra, é crítica; c)  ser um sistema de fácil aplicação, de modo

que possa ser expandido ou contraído, de acordo como momento e as necessidades da

ocorrência; d)  ser colocado em prática independentemente da situação ser real

ou simulada. A prática reiteradado SCO ou similar, propicia a familiaridade com o modelo

de gerenciamento de emergência,sedimentando nas equipes de intervenção a real

percepção dos riscos e perigos relacionados

ao TRPP.

11.1.5

O SCO deve estar integrado com sistemas semelhantes de outras

organizações e de serviçosde emergência, como os planos de auxílio mútuo (PAM),

planos de contingências, planos de açãode emergência (PAE) e demais formas de

organização emergenciais existentes.

11.1.6

O SCO não pode constituir um embaraço ao cumprimento das atribuições e

competênciaslegais das diversas Instituições públicas que normalmente

participam do atendimento às emergênciasdessa natureza. O SCO deve, de forma

rápida e objetiva, delegar funções e tarefas a indivíduosquali cados para a missão. O

improviso operacional deve ser evitado pelo comando, sob penade colocar em

risco a segurança da operação.

11.2

Page 32: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

Documentos relacionados às ações de resposta

11.2.1

É recomendável que, durante a operação de emergência, as ações adotadas pelo SCO

sejamdocumentadas por escrito e assinadas pelo comandante da operação e por quem

mais este julgarnecessário, como forma de organizar, registrar e resguardar as tomadas de

decisões.

11.2.2

 A produção de documentos destinados a retratar os fatos ocorridos em um aci

dente envolvendoo TRPP é uma etapa de extrema importância nas ações

desenvolvidas pelo SCO, uma vez que permiteregistrar parcialmente a realidade dos

acontecimentos, bem como as características do ambienteou uma determinada

situação

 

ABNT/CB-16PROJETO ABNT NBR 14064ABR 2015

11.2.3

O registro dos acontecimentos deve ser feito, principalmente quando o acidente

resultar emperda de vidas, lesões, ameaças à saúde e à segurança da população, danos

ao meio ambiente, aopatrimônio e interrupção de serviços considerados

essenciais à população.

11.2.4

Um registro documentado pode, inclusive, contribuir para ações preventivas, de

modoa evitar que o ocorrido se repita. Pode ainda embasar futuras ações

de ordem jurídica e administrativarelacionadas aos danos, às responsabilidades e às

consequências geradas pelo acidente.Os documentos produzidos para registro da

ocorrência, além dos citados no Anexo C, devem ser: a)  precisos: as

informações devem ser recopiladas de forma objetiva, retratando

restritamenteos fatos, sem juízos de valor sobre culpas, erros,

falhas, responsabilidades ou outras abordagensde caráter subjetivo

Page 33: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

ou controverso; b)  autênticos: os documentos produzidos devem ter a

identi cação e a assinatura de quemos

produziu; c)  completos: minimamente, devem compor o documento informações 

sobre:

 —

cronologia do acidente;

 —

identi cação de todos os envolvidos nas ações de respostas e  suas

respectivas funções;

 —

ordens dadas: A quem? Por quem? Onde? Quando?;

 —

ações adotadas;

 —

resultados e interpretações de monitoramento ambiental;

 —

inspeções e demais ações;

 —

exposições ou possibilidades de exposições de pessoas, animais, recursos naturais;

 —

resultado das ações de resposta.

11.3

Comandante de operações

Page 34: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

11.3.1

O comandante de operações é a pessoa que responde globalmente pelo acidente.É quem

controla e comanda as principais atividades que devem ser realizadas na etapa de

atençãoà emergência.

11.3.2

 As tarefas sob responsabilidade do comandante de operações, dependendo d

o porte,da complexidade da ocorrência e da especi cidade do tema, podem ser

delegadas a especialistas,representantes de outras instituições (públicas e/ou

privadas).

11.3.3

 As quali cações  exigidas para atuar como comandante de operações devem 

aumentarde acordo com a magnitude e a complexidade da ocorrência.

11.3.4

O processo participativo de tomada de decisões deve ser sempre considerado pelo

comandantede operações, tendo em vista as di culdades práticas em comandar

e controlar as inúmeras frentesde trabalhos em acidentes de alta complexidade e/ou

quando este atinge grandes extensões geográficas.

11.3.5

O comandante de operações deve estar presente no posto de comando e não na áreade

operação das equipes de intervenção. Se houver a necessidade de deixar o posto, o

comandantedeve designar um substituto para assumir temporariamente seu lugar, sob

pena das equipes deintervenção e apoio perderem a referência hierárquica da linha de

comando.

11.4

Estrutura do comando de operações – Atribuições e funções delegadas

11.4.1

Page 35: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

Cabe ao comandante de operações estabelecer os níveis de supervisão que dão o

apoionecessário no gerenciamento e controle da operação.

11.4.2

Os diferentes níveis de supervisão seguem a cadeia de comando estabelecida

na estruturaorganizacional do SCO.

11.4.3

 As atribuições de cada uma das funções delegadas de supervisão são de nid

as pelocomandante de operações.

11.4.4

Os níveis de supervisão devem ser de nidos caso a caso pelo comando de operações,

tendopor parâmetro a magnitude do acidente, o grau de risco e a complexidade deste.

11.4.5

 As funções de supervisão devem ser delegadas àqueles que possuem experiê

nciae conhecimentos técnicos necessários à execução das tarefas.

11.4.6

Os supervisores de operação devem ter conhecimento ou ser devidamente

orientados acercada doutrina do SCO implantada.

11.4.7

Salvo necessidades especiais, recomenda-se somente um supervisor para cada

funçãodelegada.

11.4.8

O comando de operações deve possuir uma estrutura e caz de comunicação

e scalização sobre cada uma das funções delegadas aos supervisores de operação.

11.4.9

Page 36: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

Cabe ao comando de nir um assistente direto (adjunto), o qual pode, de acordo com as

circunstâncias, assumir o comando das operações, se necessário.

11.4.10

O comandante de operações deve ter autonomia para modi car as funções e as

atribuiçõesdelegadas sempre que uma situação especí ca do acidente assim o requerer.

11.4.11

Os níveis de supervisão delegados pelo comando de operações podem ser aumentadosou

diminuídos em razão das particularidades de cada acidente. Minimamente, em

ocorrênciasde médio e grande portes, devem ser considerados os níveis de

supervisão apresentados na Figura 4.

Figura 4 –

Sistema de comando em operações – Comando e funções delegadas

11.4.12

 As atribuições do comandante de operações e das

demais funções delegadas encontram-se

descritas no Anexo A.

11.5

Avaliação preliminar do cenário acidental pelo comando de operações

11.5.1

Page 37: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

Independentemente do fato de uma avaliação preliminar do cenário acidental ter sido

realizadapelo primeiro no local, cabe ao comando de operações, antes de

iniciada as ações efetivas de combate,realizar de forma conjunta uma avaliação visual

do cenário acidental, minimamente observandoo descrito em 10.1.3.

11.5.2

 A etapa de avaliação pelo comando permite, além de um melhor conheciment

o da área,observar de uma distância segura, as evidências ou fatos que levem

a suspeitar ou con rmar a contaminação das áreas adjacentes ao acidente pelo

vazamento ou derramamento do produto,de modo a indicar a necessidade de priorização

de ações emergenciais, visando a proteçãodos recursos hídricos, da saúde e da segurança

da população, da integridade do meio ambiente locale de outros bens a proteger.

11.5.3

 A necessidade estratégica somada à prudência da avaliação visual preliminar, 

frenteàs primeiras ações de combate, prende-se ao fato de que muitos dos produtos

classi cados como perigosos possuem características físicas e químicas que

podem di cultar a percepção da suapresença no ambiente, como, por

exemplo, ausência de cor e odor (poucos produtos têm cor), altamobilidade,

entre outros fatores.

11.5.4

Merece igualmente atenção o fato de muitos produtos produzirem, quando fora

da suacontenção original, nuvens de gás ou vapor que podem facilmente ser confundidas

com condiçõesclimáticas e ambientais comumente observadas em determinados trechos

rodoviários e ferroviários,principalmente em trechos de serra, como névoas

esbranquiçadas, neblinas e garoas.

11.5.5

 A observação espacial do cenário acidental deve ser interpretada pelo

comando com o intuitode formular hipóteses

sobre: a)  características da fonte de contaminação; b)  características ambie

ntais da região em relação ao comportamento do produto no

Page 38: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

ambiente; c)  prováveis vias de transporte dos contaminantes (meios

por onde podem se propagar); d)  distribuição espacial da contaminação; e)  pr

ováveis receptores ou bens a proteger atingidos (população, fauna, ora,

recursos hídricos,solo).

11.5.6

Outro fator que merece atenção da equipe no diagnóstico inicial da área, diz respeito à

posiçãoda unidade de transporte sinistrada em relação à topogra a local. As

características do terreno, emregra, de nem o grau de di culdade das ações

operacionais, tais como: acesso, transferência deproduto, transbordo da carga,

destombamento, içamento da unidade de transporte entre outras ações. A

di culdade  operacional gerada pela topogra a do  terreno permite ainda

a avaliação qualitativa equantitativa dos recursos humanos e materiais

necessários à pronta resposta emergencial.

11.5.7

O comandante da operação e as equipes de intervenção e apoio devem estabelecer

ummodelo conceitual inicial da área e da situação, o qual deve servir de base para o

planejamento e odesenvolvimento das etapas posteriores da resposta emergencial

11.6

Avaliação de riscos e perigos com base no monitoramento ambiental

11.6.1

 As primeiras ações de resposta como: isolamento,

sinalização de área e interdição da via,normalmente são realizadas com base nas

informações iniciais obtidas pelo primeiro no local, oqual, em regra, lança mão da

consulta à cha de emergência e demais documentos de transporte, bem como

na observação à distância das simbologias de transporte e nas consultas a manuais

paraatendimento à emergência, os quais podem fornecer orientações iniciais sobre

perímetros de isolamentoe de segurança.

11.6.2

Page 39: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

 Ações posteriores de resposta à emergência, como estabelecimento

das zonas de trabalho,resgate de vítimas, interdição de imóveis, remoção de

pessoas, interrupção de serviços essenciais,seleção de EPI e EPR e autorizações

de entrada na zona quente, devem ser balizadas nas caracte

-

rísticas do produto sinistrado e em resultados e, preferencialmente, nas avaliações do

monitoramentoambiental da área sinistrada.

11.6.3

 As tomadas de decisões baseadas unicamente em critérios subjetivos, como

contar somentecom a experiência pro ssional dos envolvidos e de nir perímetros de

isolamento de área tomandopor base a presença de odor no ambiente ou a visualização de

névoas, sem a certeza técnicado monitoramento ambiental, ou seja, sem saber se há de

fato a presença do produto no ambientee em qual concentração, tornam prejudicada

a avaliação dos riscos químicos no cenário acidental.

11.6.4

De nir zonas de trabalho como isentas de contaminação (zona fria e de exclusão – ver

11.10)requer certeza nessa de nição, a qual, dependendo das características

do produto, somente podeser obtida por meio do uso de equipamentos

portáteis de detecção, como por exemplo, o vazamentode oxigênio (ONU 1072 e

1073). Para garantir que determinada área de trabalho está ou não comconcentrações

excessivas do produto (acima de 23,5 % em volume), portanto, sob risco

imediatode explosão, para essa avaliação, é necessário uso de detectores

de oxigênio.

11.6.5

De nir zonas de trabalho em situações que envolvam, por exemplo, vazamentos de

gasestóxicos ou in amáveis, desconhecendo a concentração do produto no ambiente,

pode ser uma decisãoarriscada. Decisões de caráter puramente subjetivo podem

comprometer a segurança da operaçãocomo um todo, constituindo um risco

signi cativo à vida, à saúde, à segurança das pessoas e ao meio ambiente. Caso

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as equipes não possuam equipamentos de monitoramento ambiental, as zonasde trabalho

devem ser estabelecidas a partir do conhecimento e experiência das equipes, assim

comopor meio da consulta ao Manual para Atendimento à Emergência com

Produtos Perigosos

[5]

. A Figura

5 ilustra a possibilidade de exposição ao se avaliarem subjetivamente as áreas de risco,

baseadosomente naquilo que é visível.

F

Figura 5 –

Consequências de uma aproximação indevida e avaliação subjetiva nas áreas

de risco

 

ABNT/CB-16PROJETO ABNT NBR 14064ABR 2015

11.6.6

Concentrações de produtos perigosos podem ser identi cadas e quanti cadas pelo uso de

equipamentos portáteis de detecção com leitura direta, que fornecem os

resultados no mesmomomento em que o monitoramento está sendo realizado.

11.6.7

Page 41: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

Equipamentos portáteis de detecção com leitura direta são ferramentas

essenciais de avaliaçãode perigos, permitindo minimamente que as equipes de

intervenção: a)  determinem se há ou não no ambiente

sinistrado concentrações perigosas

geradas pelos produtosvazados/derramados; b)  identi quem  perigos desconhe

cidos; c)  quanti quem e, quando  possível, identi quem  os

perigos existentes; d)  determinem os níveis adequados de proteção

(equipamentos de proteção individual (EPI),equipamentos de proteção

respiratória (EPR) e roupas de proteção (química ou térmica); e)  determinem

a extensão e a localização das zonas de trabalho; f)  embasem as

ações operacionais

de segurança, isolamento, contenção, descontaminação,recolhimento, acondici

onamento, transferência, transbordo, aterramento, remoção, interdição devias e

imóveis e interrupção de serviços essenciais; g)  subsidiem a tomada de decisão pelo

comando de operações quanto ao encerramentoda ocorrência em face do

restabelecimento da segurança local.

11.6.8

Os equipamentos de monitoramento devem ser empregados sempre que houver a

possibilidadede risco à vida e à saúde da população, ao meio ambiente e ao património,

provocados pela perda decontenção de produtos perigosos.

11.6.9

Os equipamentos de monitoramento podem propiciar um meio e caz de redução dos

riscospor meio da detecção da presença do contaminante no ambiente, indicados pela

emissão de sinaissonoros e/ou luminosos, informando no monitor os valores

quantitativos da detecção.

11.6.10

 As variáveis ambientais como temperatura, umidade, pressão atmosférica e ch

uva, nãopodem ser desprezadas no monitoramento ambiental, sob pena de

se obterem resultados errôneos,com consequentes tomadas de decisões

equivocadas que podem comprometer a segurançada operação. De igual

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forma, devem ser consideradas no monitoramento as interações

entre produtosperigosos vazados ou derramados (reatividade). A Figura 6 ilustra o

desencadeamento de açõesa partir do monitoramento ambiental.

Figura 6 –

Desencadeamento de ações a partir do monitoramento ambiental

11.7

Sinalização e isolamento de área pelo SCO

11.7.1

Cabe ao comandante de operações, por ação própria ou delegada ao supervisor de

segurançade perímetro de isolamento, veri car se  as ações de segurança na

sinalização e isolamento de áreaforam adotadas pelo primeiro no local ou se

fatos novos demandam procedimentos diferenciadosnestas atividades, como a

redução ou ampliação da área sinalizada e isolada em razão do aumentoou diminuição dos

riscos.

11.7.2

Muito embora seja desejável, em acidentes no TRPP, um grande perímetro de isolamentoa

partir do local sinistrado, um procedimento equivocado que deve ser evitado pelo

Page 43: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

comandode operações é de nir uma área maior do que a capacidade operacional de

controlá-la e cazmente.

11.7.3

 A dimensão do perímetro de isolamento tende a se alterar, dependendo do ta

manhodo incidente e da natureza dos perigos e riscos. Manter perímetros

extensos por longos períodos, semuma ação e caz de  segurança operacional

e sem razões técnicas para tal, pode gerar con itos entre o comando de

operações e a comunidade afetada, uma vez que a população tem o direito de sabere o

comando de operações tem o dever de informar sobre como e por que sua liberdade de

ação estásendo restrita em razão do acidente.

11.8 Controle de tráfego pelo SCO

11.8.1

 Acidentes envolvendo o TRPP são acontecimentos não planejados que, em

regra, prejudicamou mesmo impedem o uxo normal do tráfego de uma via.

11.8.2

O SCO deve contemplar, na organização da resposta emergencial, as ações voltadasao

controle de tráfego. O controle de tráfego deve ser exercido por autoridade de

trânsito com jurisdiçãosobre a via.

11.8.3

Convém que o comando de operações estabeleça um responsável pelo controle de

tráfego,sendo que o controle deve compreender linearmente, desde o primeiro dispositivo

de aviso sobreo acidente (tal como uma viatura com sinais luminosos ligados,

cones, painéis eletrônicosde mensagens variáveis e outros meios

de sinalização), até o último dispositivo de controle de tráfego,após o qual

os veículos podem ser autorizados a retornar à pista de rolamento em

segurança.

11.8.4

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 A capacidade do SCO em instalar rapidamente os controles de tráfego pode re

duzir muitoos efeitos de um acidente, como acidentes secundários ou atrasos

na capacidade de respostadas equipes, por conta da lentidão no tráfego.

11.8.5

Uma parte essencial do atendimento diz respeito a segurança das equipes de

resposta. A exposição ao risco se acentua quando somente parte da via foi inter

ditada, ou quando o atendimentioestá restrito à faixa de acostamento da via,

permitindo o uxo normal de  veículos nas faixas contiguasde rolamento. Em

razão disto, o risco de atropelamento passa a ser uma constante ao longo de

todoo atendimento, razão pela qual cabe às autoridades com jurisdição sobre a

via zelar constantementepela segurança das equipes, propiciando um uxo

de tráfego razoavelmente seguro no entornodo cenário acidental.

11.8.6

 A colaboração dos órgãos de imprensa na divulgação do acidente e nas recom

endaçõesde segurança pode ser de grande ajuda ao SCO na administração da resposta

emergencial.O comandante de operações deve, sempre que possível, buscar

o apoio dos órgãos de imprensa paraessa prestação de serviço público.

11.9

Segurança do perímetro pelo SCO

11.9.1

 A presença e a permanência dos órgãos de segurança pública no cenário

acidental é condiçãoindispensável para o exercício da segurança do perímetro de

isolamento. O comando de operaçõesdeve delegar e de nir as atribuições dos

responsáveis por essas ações, tão logo isso seja possível.

11.9.2

Um dos principais itens da e cácia das ações de isolamento guarda relação com o

sistemade comunicação entre o comando dos órgãos de segurança pública da região e o

comandode operações. Essa ação exige uma estreita coordenação do SCO.

Page 45: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

11.9.3

É imprescindível que os policiais e agentes de trânsito responsáveis pela segurançae

manutenção dos perímetros de isolamento tenham recebido as devidas informações

acerca dosriscos e perigos da operação e quais procedimentos devem ser adotados, caso

haja a necessidadede ampliar a área isolada em razão de uma liberação inesperada de

produto no ambiente.

11.9.4

O conhecimento acerca dos riscos e dos perigos deve ser o su ciente para que

policiais,guardas civis e agentes de trânsito possam orientar as pessoas das

comunidades afetadas peloacidente e assim evitar que o pânico e a confusão

se instalem.

11.9.5

Sendo o caso, com a aprovação do comando de operações, a segurança privada podeser

empregada, complementarmente, no auxílio da segurança e da manutenção do

perímetrode isolamento. Porém, as ações da segurança privada devem ser

restritas e previamente de nidaspelo comando de operações. As ações da

segurança privada não podem con itar ou substituir as ações de segurança

pública que demandam competência para o exercício legal do poder de polícia.

11.10

Zonas de trabalho (zona quente, zona morna, zona fria e zona de exclusão)

11.10.1 Estabelecimento de zonas de trabalho pelo SCO11.10.1.1

O controle de acesso ao cenário acidental visa basicamente restringir a entrada

oupermanência de pessoas não autorizadas ou não protegidas nas áreas sob risco de

exposição aosprodutos vazados ou derramados, ou em qualquer área onde o uso de

equipamentos de proteção individual seja necessário.

11.10.1.2

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Vários procedimentos de controle de acesso podem ser implementados pelo SCO.O

método comumente utilizado é o de delimitar ou dividir a área do cenário

acidental em “zonasde trabalho”. Esta Norma estabelece quatro diferentes

zonas de trabalho (conforme ilustradonas Figuras 7 e

8): a)  zona quente (área diretamente afetada pelo produto); b)  zona morna [área

intermediária, área de descontaminação e corredor de redução

de contaminação(CRC)]; c)  zona fria (área isenta de contaminação e

exposição aos riscos); d)  zona de exclusão (área na qual devem permanecer

as pessoas não envolvidas na respostaemergencial).

Figura 7 – Vista lateral das zonas de trabalho (quente, morna, fria e de exclusão

Page 47: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

Figura 8 – Vista superior das zonas de trabalho (quente, morna, fria e de exclusão)

11.10.1.3

O delineamento das zonas de trabalho deve, sempre que possível, ser

estabelecidocom base no resultado e na avaliação de monitoramento ambiental, somado

à experiênciae ao conhecimento técnico do SCO.

11.10.1.4

Sendo possível realizar o monitoramento ambiental, este deve guardar relação

com ascaracterísticas sicas, químicas e toxicológicas dos produtos

envolvidos no acidente, como forma dese evitar um caráter meramente

subjetivo na avaliação dos riscos nas diversas zonas de trabalho.

11.10.1.5

Em razão dos riscos envolvidos, tempo e esforços devem ser dedicados na

preparaçãodo local destinado às zonas de trabalho. O delineamento das zonas

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de trabalho pode se con gurar em uma atividade tão perigosa quanto a própria

intervenção na zona quente, em razão da possibilidadede exposição ao produto. Por

essa razão, nesta etapa das atividades, os procedimentos de segurança

devem ser rigorosamente seguidos.

11.10.1.6

 As diferentes zonas de trabalho são de nidas

dentro do perímetro de isolamento combase no grau de risco e de perigo envolvidos,

conforme ilustrado nas Figuras 7 e 8. O procedimentose inicia a partir da zona quente

(maior risco pois é a área diretamente impactada pelo produto), seguidada zona

morna, área intermediária entre as zonas de maior e as de menor risco. A partir dos

limitesexternos da zona morna, inicia-se o perímetro das áreas isentas de

exposição e/ou contaminação(zona fria).

11.10.1.7

 A zona fria é a área onde devem permanecer o posto de comando e todo o su

portehumano e material necessário para suprir as necessidades das equipes de

intervenção, de backup e de descontaminação.

11.10.1.8

Por m, a partir dos  limites externos da zona fria, inicia-se a zona de exclusão,

que é aárea destinada às pessoas e instituições não diretamente envolvidas na resposta

emergencial, comoa população e os órgãos de imprensa, por exemplo.

11.10.2 Preparando o local para as zonas de trabalho11.10.2.1

 As características topográ cas  do local do acidente, em regra, são determinan

tes nodelineamento das zonas de trabalho. Diversos aspectos devem ser considerados

nessa etapa daresposta emergencial, como o padrão de dispersão dos contaminantes e as

rotas de entrada e saídade veículos (leves e pesados), máquinas e equipamentos. A

topogra a também contribui para de nir como é feito o controle de acessos e

movimentações das equipes entre as diversas zonas de trabalho.

Page 49: NBR ISO 14064 - Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos — Diretrizes Do Atendimentoà Emergência

11.10.2.2

O uxo de pessoas, veículos e equipamentos entre as zonas de trabalho deve

sercontrolado por meio de pontos de controle de acesso. A criação de pontos de controle

de acesso visagarantir que somente as pessoas autorizadas podem entrar ou permanecer

na zona quente e, quandoda saída destas, garantir que a descontaminação seja realizada

no CRC.

11.10.2.3

Normalmente são utilizadas as laterais do CRC como corredor de entrada na zonaquente.

Deve-se evitar a criação de muitos pontos de acesso, pois quanto mais pontos,

maiores sãoas di culdades de controle. O controle de acesso visa prevenir a

contaminação cruzada de áreascontaminadas para áreas isentas de contaminação.

11.10.3 Zona quente11.10.3.1

 A zona de maior risco é comumente denominada zona quente. É a área em

que o produtovazado ou derramado deve permanecer contido, como forma de evitar sua

propagação para áreasisentas de contaminação.

11.10.3.2

 A delimitação da zona quente se inicia no entorno da área

diretamente impactada peloproduto, ou seja, na área na qual a aproximação, a entrada

ou a permanência dependem de recursosadequados e autorização prévia do SCO.

11.10.3.3

 As principais atividades realizadas na zona quente são:

a) resgate de vítimas;

b) combate a incêndios;

c) monitoramento ambiental;

d) contenção do produto;

e) neutralização do produto;

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f) recolhimento do produto;

g) recolhimento dos resíduos gerados;

h) operações de transbordo e transferência de produto e de carga;

i) operações de destombamento, içamento e arraste dos veículos

e unidades de transportes inistradas;

j) limpeza e restabelecimento das condições de segurança.