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ÍNDICES EXPORTAÇÃO DO AGRONEGÓCIO 3º TRIMESTRE DE 2019

ÍNDICES EXPORTAÇÃO DO AGRONEGÓCIO · 2019-11-11 · EPORTAÇO ÍNDICE 3º TRIMESTRE DE 2019 3 DO AGRONEGCIO CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

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ÍNDICES

EXPORTAÇÃODO AGRONEGÓCIO

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Após registrar recorde em 2018, o valor das vendas externas do agronegócio bra-sileiro passou a cair em 2019. Essa que-

da do faturamento em dólar pode ser atribuída aos preços médios em moeda norte-americana, que estiveram em baixa de janeiro a setembro, acumulando recuo de aproximadamente 8% nos primeiros nove meses do ano. O volume ex-portado, por outro lado, cresceu 6% frente ao mesmo período de 2018, devido ao crescimento das vendas de carnes, milho, algodão, etanol e café. Esse aumento no volume embarcado, no entanto, não foi suficiente manter faturamento externo do setor nos mesmos níveis observa-dos em 2018, houve queda de 4% e o fatu-ramento do setor somou US$ 72 bilhões nesse período. O faturamento em moeda nacional registrou recuo ainda mais intenso, de 15%, o que se deve aos efeitos tanto da retração dos preços em dólar quanto da valorização do Real. De 2000 a 2019, o volume expor-tado (medido pelo IVE-Agro/Cepea) tem apresentado crescimento praticamente cons-tante. As vendas externas registraram expres-

siva alta de 354% nos primeiros nove meses de 2019 frente ao volume embarcado em 2000. O preço em dólar (IPE-Agro/Cepea), por sua vez, tem apresentado comportamen-to de queda desde 2012, mas ainda acumula alta de 53% nos últimos 20 anos (Figura 1). A taxa de câmbio efetiva real do agro-negócio (IC-Agro/Cepea), que é obtida a par-tir da relação comercial do setor com seus 10 principais parceiros comerciais, registrou recuo de 51% na comparação da média dos pri-meiros nove meses de 2019 com a de 2000, o que evidencia a valorização do Real, des-contando-se o efeito da inflação, nestes últi-mos 20 anos. A moeda nacional, que se man-teve mais estável em termos reais de 2011 a 2015, voltou a se valorizar depois de 2016, comparando-se a média de janeiro a setem-bro de 2019 com a de 2000, observa-se que os preços internalizados (em reais) das expor-tações (IAT-Agro/Cepea), que representam a atratividade das exportações do agronegó-cio, caíram aproximadamente 25% (Figura 1).

Volume exportado é recorde, mas faturamento externo do agronegócio cai em 2019

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Figura 1 - Índice de Preços de Exportação do Agronegócio (IPE-Agro/Cepea) em dólar, Índice de Volume de Exportação do Agronegócio (IVE-Agro/Cepea), Índice de Atratividade das Exportações do Agronegócio (IAT-Agro/Cepea) e Índice da Taxa de Câmbio Efetiva Real do Agronegócio (IC-Agro/Cepea). Dados anualizados. Para o ano de 2019, considera-se a média de janeiro a setembro.

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

Vendas externas do agronegócio brasileiro entre 2018 e 2019

Em 2019, os preços médios em dólares dos produtos exportados pelo agronegócio brasileiro (IPE-Agro/Cepea) se mantiveram

em níveis inferiores aos registrados durante todos os meses de 2018. Entre janeiro e mar-ço de 2019, houve alta, mas há tendência de queda de abril até setembro deste ano. Com-parando-se as variações de janeiro a setem-bro de 2019 com os mesmos meses do ano anterior, observa-se recuo de quase 8% nos preços médios em dólares dos produtos ex-portados pelo agronegócio nacional; na com-paração mensal, setembro/18 contra setem-bro/19, a retração foi de quase 2,6% (Figura 2). O volume exportado pelo agronegó-cio brasileiro (IVE-Agro/Cepea), por outro lado, iniciou 2019 com desempenho acima do veri-ficado em 2018. E, embora tenha apresenta-do retração a partir de julho, os volumes dos

embarques mensais têm se mantido acima dos níveis verificados em todos os meses de 2018. Desse modo, o indicador registrou crescimento de 6% no acumulado de 2019 (até setembro) frente ao mesmo período de 2018, e foi maior em setembro/19 frente a setembro/18, apre-sentando variação positiva de 12% (Figura 2). Quanto ao Índice da Taxa de Câm-bio Efetiva Real do Agronegócio (IC-Agro/Ce-pea), houve tendência de queda de novembro de 2018 até fevereiro de 2019, configurando a valorização da moeda nacional (Real) nes-se período. O Real voltou a se desvalorizar a partir de março de 2019 e, tem se mantido em patamar médio inferior ao observado em 2018. Na comparação entre os nove primei-ros meses de 2019 com o mesmo período de 2018, o Real se valorizou aproximadamen-te 7% (em termos reais); já no comparativo

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mensal (setembro/19 frente a setembro/18), a valorização é de quase 5% (Figura 2). O recuo dos preços em dólares em todos os meses de 2019 impactou a atrativi-dade do setor. Somando-se a valorização da moeda nacional em 2019, frente ao ano ante-rior, o efeito sobre a atratividade do setor foi

de redução dos preços em Reais (IAT-Agro/Cepea). Assim, as vendas externas do setor perderam atratividade, de 21% em setembro de 2019 frente ao mesmo mês de 2018 e de 15% na média dos nove meses deste ano fren-te à de janeiro a setembro de 2018 (Figura 2).

Figura 2 - Índice de Preços de Exportação do Agronegócio em dólar (IPE-Agro/Cepea), Índice de Volume de Exportação do Agronegócio (IVE-Agro/Cepea), Índice de Atratividade das Exportações do Agronegócio (IAT-Agro/Cepea) e Índice da Taxa de Câmbio Efetiva Real do Agronegócio (IC-Agro/Cepea). Dados mensais de janeiro de 2018 a setembro de 2019 (Base 100=jan/18).

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

Em termos anualizados, de outubro de 2018 a setembro de 2019, o volume exportado pelo agronegócio brasileiro (IVE-Agro/Cepea) apre-sentou expressiva alta, de aproximadamente 9% frente aos 12 meses anteriores. No en-tanto, os preços médios em dólares recebidos pelos exportadores do agronegócio caíram quase 6% (IPE-Agro/Cepea). A atratividade do

setor, por sua vez, recuou 10% (IAT-Agro/Ce-pea), influenciada tanto pela baixa dos preços médios em dólar recebidos pelas vendas ex-ternas do agronegócio brasileiro quanto pela valorização do Real no período, tendo em vista que a taxa de câmbio efetiva de real do setor (IC-Agro/Cepea) caiu quase 5% da (Figura 3).

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Depois de registrar alta expressiva nas vendas externas em 2018, os produtos do com-plexo da soja apresentaram redução de seus embarques em 2019. O volume de soja em grão, o farelo e o óleo de soja exportados em 2019 (até setembro) recuaram frente ao mes-mo período de 2018. O destaque de avanço nas vendas externas neste ano, por sua vez, tem sido o milho, que obteve taxa de crescimento das suas vendas externas superior a 130%; as

carnes também têm passado por bom período de vendas ao exterior, com altas de 9% para as carnes bovina, de 12% na suína e de 3% para aves. Aumentaram também os embarques de algodão (114%), etanol (20%), café (38%), frutas (12%); e os produtos do setor florestal, papel e celulose (2%) e a madeira (6%). Por outro lado, além dos produtos do complexo da soja, vendas menores também para açú-car (-20%) e suco de laranja (-9%) (Figura 4).

Figura 3 - Variação percentual do: Índice de Preços de Exportação do Agronegócio em dólar (IPE-Agro/Cepea); Índice de Volume de Exportação do Agronegócio (IVE-Agro/Cepea); Índice de Atratividade das Exportações do Agronegócio (IAT-Agro/Cepea) e Índice de Câmbio do Agronegócio (IC-Agro/Cepea). Comparação entre a média de outubro de 2018 a setembro de 2019 com a de outubro de 2017 a setembro de 2018

Exportações setoriais

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Figura 4 - Variação do Volume das Exportações para Produtos Específicos (IVE-Agro/Cepea) – variações percentuais referentes ao intervalo entre janeiro e setembro de 2019 comparados ao mesmo período de 2018

Figura 5 - Variação do Preço das Exportações para Produtos Específicos (IPE-Agro/Cepea) – variações percentuais referentes ao intervalo entre janeiro e setembro de 2019 comparados ao mesmo período de 2018

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

Em 2019, o milho e o algodão brasileiro têm aumentado sua representatividade no co-mércio internacional, e a crise sanitária na China, devido ao episódio da Peste Suína Africana (PSA) favoreceu o setor de pecuária de corte brasileiro. O preço em dólar (IPE-Agro/Cepea), que também influencia o faturamento do se-tor, caiu para a maioria dos principais produ-tos do agronegócio brasileiro vendidos ao ex-terior, no agregado dos nove primeiros meses

de 2019, comparado ao mesmo período de 2018. Nesse período, se retraíram os preços de café (17,9%), soja em grão (12%), fare-lo de soja (11%), frutas (10%), óleo de soja (9,1%), açúcar (6,7%), suco de laranja (6,5%), papel e celulose (4,6%), madeira (4,4%), car-ne bovina (4%), etanol (3,8%), e algodão em pluma (3,5%). Preços em alta foram verifica-dos apenas para a carne suína (9%), as car-nes de aves (4,9%) e milho (1,9%) (Figura 5).

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Figura 6 - Índice de Atratividade da Exportação para Produtos Específicos (IAT-Agro/Cepea) – variações percentuais referentes a comparações entre os nove primeiros meses de 2019 e o mesmo período de 2018

Destinos das exportações do Agronegócio Brasileiro

A China se mantém como principal des-tino das exportações do agronegócio brasilei-ro, com participação de 32% do total vendido pelo setor ao exterior, seguida pelos países da Zona do Euro, que representaram 15%, e os Es-tados Unidos, com 7% (Figura 7). A demanda chinesa continuou concentrada nos produtos do grupo cereais/leguminosas/oleaginosas, que representou 70% das compras do país asiático. O produto mais importante da pauta de com-pras chinesa foi a soja em grão – o país asiático foi destino de 76% de toda a oleaginosa ex-portada pelo Brasil. Outro produto importante é a carne bovina: do total da carne brasileira exportada de janeiro a setembro, quase 41% tiveram como destino China ou Hong Kong.

Quanto aos países que compõem a Zona do Euro, 35% da demanda por produtos do agronegócio brasileiro foi concentrada no grupo cereais/leguminosas/oleaginosas, seguido dos grupos: produtos florestais (20%), café e estimu-lantes (13%) e frutas (12%). Os Estados Unidos demandaram produtos dos grupos: florestais (37%), frutas (13%), café e estimulantes (14%), bovídeos (8%) e os da cana-de-açúcar (11%). Em relação aos destinos dos principais produtos exportados pelo agronegócio brasilei-ro, o Irã foi responsável por demandar 17% do total de milho embarcado pelo Brasil, seguido pelo Japão (12%), Egito (5%), Vietnã (9%) e Espanha (9%). Os principais destinos do etanol foram os Estados Unidos, com quase 66% das

A valorização média do Real, de 7% no agre-gado de janeiro a setembro de 2019, afe-tou setor. Com isso, o preço internalizado em reais (IAT-Agro/Cepea), ou a atrativida-

de das vendas externas, caiu para todos os produtos, com exceção da carne suína, que apresentou leve alta de 1,6% (Figura 6).

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

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Figura 7 - Principais destinos das exportações do agronegócio brasileiro (US$ FOB) e as respectivas participações (%) no total exportado pelo agronegócio brasileiro

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

exportações brasileiras do produto, e a Coreia do Sul (21%). No caso do farelo de soja, o des-taque em termos de destino das exportações nacionais foi a Holanda, que comprou 11% do produto. Para o óleo de soja, o destaque de janeiro a setembro foi a Índia, responsável por comprar mais de 44% do óleo brasileiro vendi-do ao exterior. Em relação à carne suína, desta-caram-se Hong Kong, responsável por 20% das exportações desse produto, e China, com 33%.

Já a respeito das carnes de aves, os principais países demandantes foram a China (16%), Ará-bia Saudita (11%), Japão (11%), e Emirados Árabes Unidos (8%). Os destinos mais impor-tantes da exportação de açúcar foram a Argélia (12%), seguida da Índia (4%), Bangladesh (9%) e Emirados Árabes Unidos (5%). No caso da carne bovina, os principais importadores foram China (26%), Hong Kong (15%) e Egito (8%).

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Foto: Mauro Osaki/Cepea

As exportações brasileiras do agronegó-cio têm se mantido em patamares recordes em termos de volume agregado no ano de 2019. Neste ano, os preços em dólares da maioria dos produtos exportados pelo setor têm se desvalorizado. Com isso, o faturamento em moeda norte-americana recuou 4% de janei-ro a setembro de 2019 frente a igual período de 2018. Outro fator que influenciou a perda de atratividade do setor exportador foi a va-lorização do Real no período (de 6,8%). Com esses dois componentes puxando para baixo, o faturamento em Reais caiu mais de 10%. Des-se modo, o setor teve que ser mais produtivo, aumentando o volume produzido e destinado ao mercado externo, para atenuar a queda no faturamento. Mesmo nesse cenário, houve gran-de contribuição para o País, já que o setor apre-sentou superávit superior a US$ 60 bilhões em sua balança comercial com o resto do mundo. A soja em grão continua sendo o carro chefe das vendas externas do setor e a China, a maior parceria comercial. Em 2019, reduziram--se os embarques de soja, mas aumentaram os de carnes para o país asiático. Com isso, a par-ticipação chinesa no total exportado pelo Brasil ficou em 32% no período. O setor de carnes tem demonstrado bom desempenho em 2019, em termos de crescimento, o destaque foi a carne suína, mas as carnes de aves e bovinas também

apresentaram maior demanda do mercado in-ternacional. Milho e as carnes de aves e de su-ínos foram favorecidos tanto pelo aumento do volume quanto do preço em dólar.

No entanto, o resultado destes nove me-ses de 2019 mostra que a valorização da mo-eda nacional e a queda dos preços em dólar impactaram negativamente o faturamento do setor. O crescimento das vendas (volume) não conseguiu impedir, dessa forma, a queda tan-to no faturamento em dólar quanto em Reais. A economia brasileira tem apresentado bons fundamentos macroeconômicos, com in-flação na meta a redução nas taxas de juros. Taxas de juros em níveis menores podem favo-recer os investimentos na produção agrícola, o que contribui para que a oferta brasileira de ali-mentos, fibras e energia continue em expansão para atender a uma demanda internacional que se mantém crescente. Ainda, contribui para que a moeda nacional não seja excessivamente va-lorizada, o que é bom para o setor exportador. Por outro lado, a oferta mundial dos produtos do agronegócio em níveis eleva-dos tem impactado os preços externos, que apresentaram sucessivas quedas durante o ano. Diante desse cenário, o faturamento em dólar do setor deve ser menor em 2019 frente ao de 2018, mesmo que o que volu-me exportado se mantenha em expansão.

COORDENAÇÃO GERAL: Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, Ph.D, Pesquisador Chefe/Coordenador Científico do Cepea-Esalq/USP PESQUISADORA DO CEPEA: Andréia Cristina de Oliveira Adami, Dra. EQUIPE TÉCNICA: Frederico Ilenburg, graduando em Ciências Econômicas

CONTATOS: (19) 3429-8836/37 • [email protected] INFORMAÇÃO: www.cepea.esalq.usp.br

EXPEDIENTE

CONCLUSÕES