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NEGÓCIOS I alimentos
UM DOS PILARES DE UMA ESTRAnGIA de investimentos prudente é a capacidade de limitar perdas. No meio de uma cri
se, quando ações despencam, juros disparam e o câmbio vai para a Lua, grandes investidores adotam O mecanismo conhecido em inglês como "stop loss": vendem, mesmo no vermelho, para evitar um prejuizo insuportável. Esse é um conceito que pode ser apli-
cado a diversas áreas, mas, no Brasil de hoje, ninguém aperta tanto a tecla do stop loss quanto as empresas que estão sendo investigadas por corrupção. A forma de fazer isso é o agora famoso "acordo de leniência", em que empresários se ajoelham no milho, assumem os erros que cometeram, pagam multas com muitos zeros e, com isso, podem voltar a ter uma vida relativamente normal. A holding J&F, dona da gigante de processamento de carne JBS, foi a últi-
ma a seguir essa cartilha. Seus donos assinaram um rumoroso acordo de delação premiada com o Ministério Público e, duas semanas depois, fecharam o tal acordo de leniência. Toparam pagar a multa de 10,3 bilhões de reais. A esperança era zerar a perda. Mas, passados poucos dias do anúncio do acordo, já é possível dizer: no caso da J&F, as perdas ainda estão muito longe de terminar.
O acordo, em si, foi bem mais palatável do que os 10,3 bilhões de reais de
multa podem fazer crer. É a maior muIta da história da Justiça brasileira e responde pÕr 5,6% do faturamento das empresas da holding J&F, mas será paga em suaves prestações anuais - o grupo SÓ tenninará de pagar no longínquo ano de 2042. Mas a chave para a suavidade da pena é a fonna de correção de seu valor. Em vez de embutir a taxa de juro da economia, como ocorreu nos acordos das construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez, a multa da
J&F será corrigida pela inflação. O negócio foi tão bom para a empresa que as ações da JBS valorizaram 8,5% no dia seguinte à assinatura. Estavam encerradas, e a um preço camarada, as pendências do grupo com o governo federal e suas agências. Mas O histórico dos irmãos Batista - controladores da J&F - cria outro tipo de problema daqui para a frente. Fora de Brasília, longe do alcance do acordo com o Ministério Público, esqueletos que vinham
~ -- Baixe o aplicativo gratuito BI"par e ouça a reportagem (St3iba mais IIdpág. 10)
sendo escondidos nos armários da família Batista começam a dar o ar da graça. E ninguém consegue calcular o tamanho desse problema para o grupo.
Talvez o maior problema a ser enfrentado pelos irmãos Batista seja justamente a ira do governo federal. Joesley Batista gravou o presidente da República na calada da noite. e Michel Temer orientou seus lugares-tenentes a complicar a vida de seu algoz sempre que possível. Para fechar o acordo de leniêncio., a J&F teve de se comprometer a pagar contas atrasadas ou em discussão judicial com órgãos públicos, quitando atrasos de INSS, FGTS e Fazenda Nacional. Trata-se de um montante estimado em 4 bilhões de reais. A empresa pretendia usar créditos ttibutários para quitar a divida previdenciária, de 2,4 bilhões de reais, mas a Receita Federal já avisou que quer receber em dinheiro. Alguns analistas acreditam que o próprio governo acabará questionando a obtenção desses créditos, já que eles foram obtidos em operações que podem ser consideradas ilegais. No limite, podem valer zero. Segundo dois bancos ouvidos por EXAME. a JBS tem mais de 5 bilhões de reais de créditos tributários em seu balanço, além de 22 bilhões de reais de ágio de aquisições (que são usados para dedução de imposto de renda da empresa) que correm risco. Hoje, diversas dessas operações estão sendo questionadas. e caberá à nada amigável Receita Federal decidir o que fazer. "Qualquer mudança no valor real de uma compra feita pela empresa vai mexer nessa conta", diz o executivo de um banco que acompanha o caso JBS.
Enquanto isso, o acesso a crédito tem se complicado. No acordo com o MP. a J&F obteve o compromisso que suas empresas poderiam pegarempréstimos em bancos públicos. Mas, dez dias depois de fechado o acordo, a JBS começou a se queixar com os procuradores de estar sofrendo hostilidades por parte da ex-amigona Caixa Econômica Federal, por ordem do Planalto. A Caixa comunicou à empresa sua intenção de suspender linhas de meio bilhão de reais e cobrou uma divida da empresa de produtos de limpeza Flora, do grupo.
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Procurada, a Caixa nega qualquer orientação do Planalto ou retaliação, e afirma que o prazo do empréstimo para a Flora venceu. O Banco do Brasil decidiu manter as linhas de capital de giro para a JBS, que são garantidas por contratos de exportação - mas não vai abrir linhas para investimento. BB, Bradesco e Itaú resolveram manter os empréstimos, fazendo revisões periódicas da situação da empresa (os três bancos não comentam). Em nota. aJ&F diz que não houve alteração em suas relações com as instiruiçàes, incluindo a Caixa. Apesar da posição institucional dos bancos., alguns gerentes de agências têm tomado as próprias precauções. Segundo as associações de pecuaristas de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, bancos e cooperativas pararam de aceitar o desconto de notas promissórias de vendas feitas àJBS - que aumentaram de volume, uma vez que a empresa deixou de pagar à vista e passou a pagar com prazo de 30 dias. "Se o vendedor não consegue descontar, vai ter de vender menos para a JBS ou vender mais caro", diz Jonathan Barbosa, presidente da Associação dos Criadores de Ma-
o impacco desses acontecimentos na situação de liquidez das empresas - o rebaixamento, por si só, já encarece O
custo de financiamento. Por fim. segundo dois executivos, a empresa não pode mais recorrer ao Original, inclusive para a venda de carteiras de crédito, por ter atingido o limite legal de exposição ao mesmo grupo econômico (procurado, o Original afinna que não concede linhas de crédito às empresas do grupo).
Apesar de o livre acesso ao BNDES estar previsto no acordo com a Justiça.. especialistas acreditam que vai ser dificil para aJ&F conseguir financiamento no banco enquanto não ficarem claros eventuais prejuízos sofridos pela instituição em seus anos de apoio irrestrito à JBS. Em seus depoimentos à Procuradoria, Joesley descreveu O pagamento de propina para obtenção de linhas de crédito e aporte de capital na JBS. Mas não há detalhes, pelo menos por enquanto, das perdas geradas quan· do a JBS comprou o frigorífico Bertio em 2009. Na ocasião, a JBS diluiu os acionistas, incluindo o BNDESPar, em· presadeparticipaçõesdoBNDES.Ape. sar de estar à beira da falência. a Bertio
A JBS deu férias coletivas a funcionários em Mato Grosso do Sul e diminuiu os abates em 65% para preservar capital de giro
to Grosso do Sul. o problema, para os pecuaristas, é que a demanda também caiu, uma vez que a JBS tenta preservar o caixa - a JBS deu férias coletivas em Mato Grosso do Sul e, segundo a consultoria MB Agro, sua ociosidade aumentou devido à queda de 65% na escala de abates em um mês. liA leniência é só o começo do processo", diz José Roberto Mendonça de Barros, diretor da l\'lB Associados. Além disso, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota de risco do banco Originai (que pertence à holding J&F) e da JBS, por achar dificil estimar qual será
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foi avaliada em 12 bilhões de reais, e a família vendedora receberia 9 bilhões de reais em ações da JBS. Em uma transação complexa, a famíliaBertin acabou virando sócia da holding J&F em um fundo de investimento. Segundo a Receita Federal, numa autuação de fevereiro do ano passado no valor de 3 bilhões de reais, essa transferência de ações da empresa para a holding foi fraudulenta - a avaliação para os minoritários teri a sido diferente da relação de troca de ações entre os dois donos de frigoríficos, segundo a Receita..
Há ainda outra novela paralela envol-
I ~--~ ...... ª
MULTA RECORDE ... ... mas nem tanto. O grupo Jlt:F pagará o maior valor da história, mas não o maior percentual sobre a receita
• Multa (em bi/Mes de redis)
'-__ -'R,,' .::" ::::ita: 183 bil:~hO=es __
ODEBRECHT (dezembrot16)
Receita: 95,3 bilhões
CAMARGO CORREA (ago,lo/15)
7 bilhões (7.3%)
I
O,8bilMo (3%)
ANDRADE GUTIERREZ (maiotI6) l bilMo (6.6%)
I
vendo os Bertin. Eles acusam os Batista de, em 2013, vender cotas que lhes per· tendam, avaliadas em 970 milhões de reais, por apenas 17 milhões de reais a um fundo offshore chamado Blessed, cujos acionistas seriam seguradoras de Porto Rico e Ilhas Cayman. Os Batista teriam falsificado a assinatura do patriarca, Natalino Bemn. Na versão dos Bertin, a Blessed seria controlada pela f::urulia Batista. Os Bertin entraram com uma ação contra a JBS em 2013 e decidiram fechar um ncordo em fevereiro de 2014. Segundo pessoas próximas aos Berrin, a familia recebeu algumas cen·
tenas de milhões para encerrar o assun· to - e nenhuma das partes deu satisfa· ções aos investidores. No ano passado, os irmãos Batista declararam no impos· to de renda terem comprado as ações da JBS de tidas pela Blessed, mas só comunicaram aos investidores oito me· ses depois, o que contraria as melhores práticas de mercado (a empresa diz que "cumpre os prazos da regulamentação vigente"). O que mais chamou a atenção foram as condições do negócio. Eles pagaram 300 milhões de dólares (pau· co menos de 1 bilhão de reais pelo câm· bio do período de aqui sição), sendo apenas 15 milhões de dólares à vista, por uma participação que, anos antes, havia sido avaliada em 3 bilhões de reais. ''As ações foram recompradas por uma fra· ção ínfima do valor original, em uma empresa que só cresceu", diz um gestor de fundo que aguarda a investigação da CVM. EXAME apurou que o BNDES pediu satisfações à J&F sobre o assunto e que pode processá·la pela diluição danosa. No fim de maio, o banco criou uma comissão de apuração interna, co· mandada pelo diretor de controladoria Ricardo Baldin, em que técnicos do banco têm 45 dias para checar todas as transações feitas com a JBS. Procurado. o banco afirmou que não vai comentar assuntos relacionados à empresa até a conclusão desse trabalho.
O escandaloso caso de possível insi· der tmdingprotagonizado pelos irmãos Batista às vésperas da divulgação da de lação premiada dificilmente sairá barato. Eles terão de explicar à CVM por que venderam ações da JBS pouco antes de ser veiculada a notícia sobre a gravação dã comprometedora conversa entre Joesley Batista e o presidente Mi· chel Temer. No dia 17 de maio, horas antes de a noticia ser publicada, os Batista deram a maior ordem de venda do mês, vendendo 35,2 milhões de reais - no mesmo dia, a tesouraria da própria JBS comprou o equivalente a 35 milhões de reais. É, portanto, uma forma de transferir o prejuízo com a queda das ações para os demais acionistas da empresa. Também no dia 17 a JBS comprou 1 bilhão de dólares em contratOs de câmbio para apostar na valo-
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NEGÓCiOS I alimentos
rização do dólar - O que aco nteceu quando a gravação veio à tona.
É comum que produtoras de commo· dities. como a JBS, tenham mesas de operação bem equipadas para proteger seus resultados das esperadas oscilações de preços no mercado internacional. Ada JBS, porém, sempre foi conhecida como uma das mais ativas. Um levantamento feito por gestores de fundos mostra que, nos últimos dez anos, cerca de 30% do lucro daJBS veio da mesa de operações. e não de alimentos. Mas a operação pre-delação foi grande demais até para os padrões da lBS. Alguns bancos se recusaram a executar o negócio - um deles foi o francês BNP Paribas (o banco não comentou). No iJÚcio de junho, umjuiz de São Paulo determinou o bloqueio de 800 milhões de reais das contas de Joesley Batista enquanto a investigação sobre uso de informação privilegiada estiver sendo realizada. Quatro funcionários foram levados pela Polícia Federal para depor sobre as transações.
Quatro motivos fazem com que a JBS e o grupo possam sofrer menos do que as empreitei ras envolvidas na Lava-Jato. A empresa não depende de contratos públicos. no Brasil ou no exterior; seu negócio não é baseado em projetos que precisam de complexa cadeia financeira; a corrupção declarada estava con-
OS NEGóciOS DO GRUPO
centrada em cerca de dez pessoas da aJta cúpula da companhia - enquanto a Odebrecht, por exemplo, tinha um departamento dedicado à corrupção e negociou uma delação premiada que incluiu mais de 70 executivos. O quarto motivo é que a J&F tem mais de 30 marcas, que não são associadas ao grupo de imediato pelos consumidores. Ainda assim, como no caso das empreiteiras, a empresa JBS enfrenta uma fabulosa crise de imagem. Pelo menos cinco gerentes e diretores pediram demissão no último mês. "Os funcionários dessas empresas começam a esconde r o crachá", diz Renato Almeida dos Santos, sócio da 52 Consultoria, especial izada em combate a fraudes corporativas.
.... ~ .. ·MtA
O abalo nuclear na reputação do grupo causou danos numa das fundações de seu sucesso, a publicidade. Seus garotos-propaganda Tony Ramos e Fátima Bemardes suspenderam os contratos. Até o contrato com o ator americano Robert de Niro com a Seara está em risco - segundo duas pessoas com conhecimento do assunto, ele pode processar a empresa por dano de imagem, conforme cláusulas de seu contrato. Um executivo de uma agencia de publicidade que atende o grupo di z que, por enquanto, não h á "clima" sequer para
A holding J&Fpode vender parte de seus ativos se precisar levantar dinheiro - suas dívidas somam cerca de 70 bilhões de
,--{1')-------,
lBS Maior empresa
de protefna animal do mundo, dona das marcas Friboi, Seara,
Swift e Pilgrim's
Quanto vale (em reais)
22 bilhões
Participaçio da J&F (em%)
' 1m
66 I www.exame.com
~-{~)---, VIGOR
Fabriearie de latiefnios, dona das marcas
Vigor, Leco, FaiKa Azul, e acionista da
mineira Jlambé
Quanto vale (em reais)
___ 5 bilhões
Partlclpaçio da J&F (em%)
I 100,. L _____ . ______ 1
ALPARGATAS Fabricante e varejista
de calcados e vestu~rio, dona das marcas
Havaianas, Topper e Osklen
Quanto vale (em reais)
____ 5.6 bilhões
Partlclpaçio da J&F
L- f'" %) . __ J
ELDORAOO Segunda maior
empresa de papel e celulose do pais,
criada em 2010
Quanto vale (em reais)
• 3 bilhões
Participação da J&F (em%)
,---<+ l---, AMBAR ENERGIA
Geradora e transmissora
de energia térmica e eólica e dona
de gasoduto
Quanto vale (em reais)
• 2,5 bilhões
Partkipaçio da J&F (em%)
100%
reais
BANCO ORIGINAL
Empréstimos ao agronegócio e banco digital
de varejo
Quanto vale (em reais) ,
t- 700 milhôes I !
Participacao daJ&F (em %)
100"
r----1@f-----1 FLORA
Fabricante _ de cosmêticos
e produtos de limpeza
Ouantovale (em redis)
t-=- 1,5 bilhão
Participacao daJ&F (em %)
I I 1._-_ .. ,,---_.,,--,
100'\
campanha institucional. "G3roto-prop3g:mda novo nem se fa13, só se for um boi no pasto", diz o publicitário. A JBS "não comenta os próximos passos de sua campanha de marketing".A ameaça de grandes redes varejistas pararem de comprar os produtos da empresa ainda não se concretizou - é difícil, segundo os varejistas, conseguir garantir a oferta de carnes e frangos, por exemplo, com outros fornecedores. A única rede de grande porte a cancelar contrato foi a pizzaria Domino's. Empresas como McDonald's, Walmart e Carrefour continuam avaliando o assunto. Nos Estados Unidos, a associação de pecuaristas R-Calf enviou uma carta no início de junho ao presidente americano, Donald Trump, pedindo que o país faça investigações sobre a JBS para apurar se a empresa praticou corrupção em solo americano (o que a companhia nega).
A JBS é o principal alvo, mas não o único, de credores e autoridades. A empresa de papel e celulose Eldorado,
"perdão" aos credores por ter rompido as cláusulas acordadas de limite de endividamento e pagar uma taxa extra para que eles não antecipassem os vencimemos das dívidas. Os fundos de pensão Funcef e Petros, que são acionistas da Eldorado e ficarão com parte do dinheiro da multa da leniência 0,8 bilhão de reais cada uma), querem aumentar a indenização, abrindo processos paralelos. Outra empresa do grupo, a Âmbar Energia., tem se reunido com fundos de investimento em busca de estruturas de financiamento - a companhia investe em parques eólicos e tem uma usina de energia térmica e um gasoduto. Somadas as empresas do grupo, são 70 bilhões de reais em dívidas e cerca de 15 bilhões de reais em caixa O grupo J&F contava com uma ofert:l de ações em Nova York para reduzir :ldívida, mas a captação agora ficou inviável.
Para levantar recursos num cenário completamente diferente, a empresa começou ase desfazer do que pode. Em
Empresas menores do grupo J&F, como a indústria de limpeza Flora e a geradora de energia Ambar, tentam obter novas linhas de financiamento
controlada pela J&F, foi obrigada a reabrir uma investigação interna - em abril, a empresa afirmou ter concluído que não havia irregularidades nas operações, mas foi desmentida pelo depoimento dos próprios controladores ao MP. José Carlos Grubisich, presidente da Eldorado, é investigado em urna operação da Polícia FederaJ, mas continua à frente da companhia. No fim de 2016, a empresa, aJtamente endividada, concedeu um empréstimo de quase 2S milhões de reais ao executivo - segundo pessoas próximas, pane do dinheiro foi usada para pagar advogados (a Eldorado diz que o crédito foi "aprovado formalmente"). Em abril deste ano, um mês antes do escândalo dos Batista se tornar público, a Eldorado conseguiu
junho vendeu sua subsidiária na América do Sul à concorrente Minerva por 300 milhões de dólares. Está negociando a venda da Vigor com duas interessadas, a francesa Lactalis e a americana Pepsico. O grupo afirma a bancos que não quer se desfazer das participações acionárias detidas nos Estados Unidos - onde moram atualmente Joesley e a família. Os fornecedores e clientes têm revisado suas operações com o grupo. "Há muita movimentação de empresas que não estão diretamente implicadas em investigações para identificar riscos", diz Fabíola Cammarota, sócia do escritório de advocacia Souza Cescon. A vida pós-delação não vai ser fácil para os innãos Batista - nem para quem faz negócios com eles. _
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