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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DOS
MATERIAIS
Neilson Mendes dos Santos
SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE NANOESTRUTURAS DE TITANATO:
TROCA IÔNICA E ESTUDO DE SUAS PROPRIEDADES CATALÍTICAS
Teresina – PI.
Novembro de 2012.
Neilson Mendes dos Santos
SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE NANOESTRUTURAS DE TITANATO:
TROCA IÔNICA E ESTUDO DE SUAS PROPRIEDADES CATALÍTICAS
Dissertação de Mestrado submetida à Coordenação
do Programa de Pós – Graduação em Ciência dos
Materiais, Centro de Ciências da Natureza da
Universidade Federal do Piauí, como pré-requisito à
obtenção do grau de Mestre em Ciências dos
Materiais.
Orientador: Profº. Dr. Bartolomeu Cruz Viana Neto
Co-orientador: Profº. Dr. José Milton Elias de Matos
Teresina – PI.
Novembro de 2012.
Neilson Mendes dos Santos
SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE NANOESTRUTURAS DE TITANATO:
TROCA IÔNICA E ESTUDO DE SUAS PROPRIEDADES CATALÍTICAS
Aprovada por:
______________________________________
Profº. Dr. Bartolomeu Cruz Viana Neto (orientador)
Universidade Federal do Piauí
______________________________________
Profº.Dr. José Milton Elias de Matos (Co-orientador)
Universidade Federal do Piauí
_______________________________________
Profº. Dr. Welter Cantanhêde da Silva
Universidade Federal do Piauí
_______________________________________
Profº. Dr. Antônio Gomes de Souza Filho
Universidade Federal do Ceará
Teresina – PI
26 de Novembro de 2012.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, aos meus professores e amigos, que compõem
o alicerce necessário para o êxito no meu crescimento como profissional e como pessoa.
AGRADECIMENTOS
À Deus, pelo dom da vida e por estar comigo em todos os momentos;
Aos meus pais, Nilson e Rosa, pelo carinho, amor e dedicação dispensados a mim e que me
fizeram a pessoa que sou hoje, e aos meus avós, Rosa Batista e Roque, pela importância que
tem na minha vida e pela experiência;
À minha família em geral Nielda, Neilda e Alice (irmãs); Francisca Maria e Roberto (tios);
Fransquin, Duca, Junin, (primos) pelo suporte necessário em busca de uma vida melhor;
Aos professores: Rita e Edson pelos conhecimentos, experiência de vida e amizade; Welter e
Antônio Gomes por terem aceitado participar da minha banca de defesa de mestrado e pela
grande contribuição na correção da minha dissertação; Alcinéia por fazer parte do meu
trabalho sem a qual não seria possível;
Aos colegas de curso (Mirna, Jardel, Ludyane, Jéssica, Patrícia, Fernando, André, Katiane,
Rafael, Thales, Marcos, Fabrícia, Ruzivelt, Paulo Ronaldo, Xavier, adriano, Kerlaine,
Cláudia) pela força e encorajamento durante o curso e aos demais colegas do LIMAV
(Fabrícia, Kilson e Kelson) pelo suporte técnico e pela amizade;
Em especial ao meu orientador, Prof. Bartolomeu, e co-orientador, Prof. Milton, pela
paciência e benevolência com que me orientaram, pois sem eles não seria possível a
concretização desta minha realização.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. VIII
LISTA DE TABELAS ................................................................................................... XI
RESUMO ...................................................................................................................... XII
ABSTRACT ................................................................................................................. XIII
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 17
CAPÍTULO 1: Artigo de Revisão Bibliográfica ............................................................ 19
RESUMO........................................................................................................................21
ABSTRACT ................................................................................................................... 22
1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 23
2 - HISTÓRICO ............................................................................................................. 26
3 - NANOMATERIAIS ................................................................................................. 27
3.1- Dióxido de titânio – TiO2 ............................................................................................ 28
3.2 - Nanoestruturas de Titanato ......................................................................................... 32
3.3 - Nanotubos de titanato ................................................................................................ 33
3.4 - Troca iônica .............................................................................................................. 37
4- APLICAÇÕES DO NANOTUBO DE TITANATO - TNT ...................................... 39
4.1 - Potenciais aplicações ................................................................................................. 39
4.1.1 - Fotocatálise ............................................................................................................ 42
4.1.2 - Catálise .................................................................................................................. 45
4.1.3 - Condensação de Knoevenagel .................................................................................. 47
5 - CONCLUSÕES ......................................................................................................... 51
6 - REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 53
CAPÍTULO 2: Artigo Original ...................................................................................... 57
RESUMO.........................................................................................................................59
ABSTRACT ................................................................................................................... 60
1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 61
2 - PARTE EXPERIMENTAL ...................................................................................... 64
2.1 - Materiais ................................................................................................................... 64
2.2 - Síntese dos nanotubos de titanato (TNT) ..................................................................... 64
2.3 - Reações de troca iônica: La+3
, Co+2
, Ce+4
, Cu+2 ............................................................ 64
2.4 - Condensação de Knoevenagel .................................................................................... 64
2.5 - Caracterizações ......................................................................................................... 65
3 - RESULTADO E DISCUSSÃO ................................................................................ 67
3.1 - Difração de Raios X (DRX) ....................................................................................... 67
3.2 - Espectroscopia Raman ............................................................................................... 70
3.3 - Microscopia de Eletrônica de Transmissão (MET) ....................................................... 72
3.4 - Propriedades Texturais – BET e BJH .......................................................................... 76
3.5 - Teste Catalítico – Condensação de Knoevenagel .......................................................... 79
4 - CONCLUSÕES ......................................................................................................... 83
5 - REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 84
VIII
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 1 – Artigo de Revisão Bibliográfica
Figura 1 - Representação da estrutura de bandas eletrônicas do TiO2. Figura adaptada de
Bem (2011)................................................................................................ 29
Figura 2 - Estruturas cristalinas dos polimorfos do TiO2, Anatásio e Rutilo. Figura
adaptada de Bem (2011)............................................................................ 31
Figura 3 - Morfologias idealizadas para as nanoestruturas de Titanano: Nanofolhas (a),
nanoesferas (b), nanofibras em seção retangular (c), Nanotubos (d) e
nanofios ou nanobastões (e). Figura adaptada de Bavykin & Walsh
(2010)......................................................................................................... 33
Figura 4 - Mecanismo de formação das nanoestruturas tubulares de TiO2 a partir das
nanofolhas de titanato. Figura adaptada de Bavykin, & Walsh
(2010)......................................................................................................... 36
Figura 5 - Células solares sensibilizadas por corantes com o Nanotubos de titanato como
suporte para o corante. Figura adaptada de Bavykin & Walsh
(2010)......................................................................................................... 40
Figura 6 - Princípio de estocagem de Lítio nos nanotubos de Titanato. Figura adaptada
de Bavykin & Walsh (2010)...................................................................... 41
Figura 7 - Comparação da Energia de ativação de uma reação catalisada e não -
catalisada................................................................................................ 42
Figura 8 - Esquema do processo de formação dos pares elétron/ lacuna e consequente
oxidação/ redução numa partícula de TiO2. Figura adaptada de Bem
(2011)......................................................................................................... 44
IX
CAPÍTULO 2 – Artigo Original
Figura 1 - Difratograma de raios-X do TNT como preparado (a), do TNT trocado com
Co+2
(b), Cu+2
(c), La+3
(d) e Ce+4
(e)............................................................................................................... 69
Figura 2 - Série de Espectros Raman referente às amostras de TNT (a), do TNT
intercalado com Co+2
(b), intercalado com Cu+2
(c), T intercalado com La+3
(d) e intercalado com Ce+4
(e)............................................................................................................... 72
Figura 3 - Imagens MET dos catalisadores nanotubos de titanato trocados com Ce+4
(a),
Cu+2
(b), Co+2
(c) e La+3
(d)...................................................................... 74
Figura 4 - Imagens METAR dos catalisadores nanotubos de titanato trocados com Ce+4
(a) e Cu+2
(b).............................................................................................. 75
Figura 5 - Isotermas de adsorção-dessorção de N2 dos TNTs puros e trocados Co-TNT,
Ce-TNT e La-TNT. A Figura inserida é a distribuição dos
poros.......................................................................................................... 75
Figura 6 - Conversão e seletividade dos catalisadores TNT, Cu-TNT, Co-TNT, La-TNT
e Ce-TNT utilizados na produção dos ésteres , insaturados à temperatura
de 90°C durante 1h de reação. Condições da reação: catalisador (50 mg); 4,6
mmol de uma mistura de cianoacetato de etila com butiraldeído, em
presença de tolueno.................................................................................... 80
Figura 7 - Curso das reutilizações dos TNT’s catalisadores substituídos com íons La+3
e
Ce+4
para formação do 2-ciano 3-butil
acrilato........................................................................................................ 81
X
Figura 8 - Mecanismo geral da reação de Condensação de Knoevenagel catalisada por
TNT........................................................................................................... 82
XI
LISTA DE TABELAS
Capítulo 1 – Artigo de Revisão
Tabela 1 - Características das três fases polimórficas mais comuns do TiO2. Adaptada
de Gupta et al, (2011).............................................................................. 32
Tabela 2 - Estrutura cristalina e respectivo grupo de simetria dos titanatos Na2Ti3O7 e
H2Ti3O7. Tabela adaptada de Bem, (2011).............................................. 34
Tabela 3 - Condições reacionais limites e típicas da síntese hidrotérmica alcalina de
Nanotubos de Titanato. Adaptada de Morgado Jr, (2007)...................... 35
Capítulo 2 – Artigo Original
Tabela 1 – Fases dos nanocristais formados, valores das distâncias interlamelares e do
tamanho do nanocristal das amostras obtidos a partir dos resultados de DRX
e MET................................................................................................... 76
Tabela 2 - Propriedades texturais das amostras: BET- áreas superficiais (Sg); BJH-
Volume dos poros (Vp) e diâmetro dos sólidos (D).............................. 78
XII
RESUMO
Esta dissertação é estruturada em dois capítulos onde o primeiro é uma revisão
bibliográfica sobre os nanotubos de Titanato, que descreve a sua síntese (destacando a
técnica hidrotérmica alcalina), troca iônica e potenciais aplicações, com destaque para a
fotocatálise e a reação de Condensação de Knoevenagel. A dissertação está organizada
em quatro partes, sendo composta por introdução, discussões, conclusões e referências.
O capítulo 2 trata do artigo original, produzido a partir dos resultados obtidos no projeto
de pesquisa de mestrado expondo introdução, parte experimental, resultados,
discussões, conclusões e referências citadas a cerca da síntese de nanotubos de Titanato
(TNTs), partindo do precursor TiO2 (Anatásio); troca iônica dos seus íons sódio
interlamelares por quatro cátions, sendo dois terras raras (Ce+4
e La+3
) e dois metais de
transição externa (Co+2
e Cu+2
), e aplicação em teste catalítico, dos TNTs intercalados
com Na+ e trocados ionicamente na reação de Condensação de Knoevenagel.
Palavras - Chave: Nanotubos de Titanato, Troca iônica e Terras raras.
XIII
ABSTRACT
This dissertation is organized in two chapters where the first is a review of literature on
titanate nanotubes. We discuss the synthesis (highlighting alkaline hydrothermal
technique), ion exchange and potential applications, with focus on photocatalysis and
Knoevenagel condensation reaction. This review chapter contains introduction,
discussions, conclusions and references. The Chapter 2 is the original article produced
by development of Master’s research project and we organized it as follows:
introduction, experimental results, discussions, conclusions and references. We describe
the titanate nanotubes obtained by hydrothermal treatment of TiO2 anatásio and the ion
exchange of interlamelar sodium by four cations, being two rare earths (Ce+4
and La+3
)
and two external transition metals (Co+2
and Cu+2
). Finally, the application of the Na
intercalated TNTs and the ion exchanged TNT in Knoevenagel condensation reaction.
Key Words: Titanate Nanotubes, Ion Exchange and Rare Earths.
14
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
INTRODUÇÃO
O Dióxido de Titânio, também conhecido como titânia, é um pigmento de
coloração branca com certa relevância no cenário nanotecnológico atual, devido às suas
singulares propriedades químicas e catalíticas que, aliadas a uma boa estabilidade
química e térmica, baixa toxicidade e custo, tem como consequência uma boa
aplicabilidade em pigmentos, anti-corrosivos, cosméticos, auto - limpantes, sensores de
gases, prótese dentárias entre outros. A sua produção anual já é, atualmente, de cerca de
quatro milhões de toneladas (BAVYKIN, FRIEDICH & WALSH, 2006; MORGADO
Jr, 2007).
A Titânia é o composto mais estável do titânio e se apresenta, na maioria
dos casos, em três fases polimórficas principais, a Anatásio (de estrtura cristalina
tetragonal, com a fase cineticamente mais provável e que se converte em Rutilo de
forma extremamente lenta), a Rutilo (também de estrutura cristalina tetragonal é a fase
termodinamicamente mais estável) e a Bruquita (com fase cristalina ortorrômbica é o
polimorfo menos estudado e de menor aplicabilidade). Todas as estruturas são
constituídas das mesmas unidades básicas – os octaedros de TiO6 - dispostos em
camadas corrugadas (MORGADO Jr, 2007; RODRIGUES, FERREIRA & ALVES,
2010).
Espécies nanoestruturadas (com tamanhos menores que 100 nm) a base de
TiO2, têm, nos últimos anos, conseguido notoriedade no meio científico de materiais.
(BAVYKIN, FRIEDRICH & WALSH, 2006). Tais espécies nanoestruturadas têm
como principais meios de produção o método hidrotérmico alcalino e o método sol –
gel, destacando-se a primeira técnica (FERREIRA, et al, 2006; COSTA, 2006).
15
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
A síntese de nanoestruturas de Titanato via tratamento hidrotérmico
alcalino, a partir do TiO2, e seus produtos formados (nanotubos, nanofolhas, nanofitas e
etc) são, nos últimos anos, o foco dos estudos e esforços da comunidade de ciência e
engenharia dos materiais, devido às novas e aprimoradas propriedades adquiridas pela
redução do seu tamanho à escala nanométrica, em comparação com seu sólido estendido
(COSTA, 2009; VIANA, et al. 2011) . O método hidrotérmico é uma técnica simples de
baixo custo e eficiência para obtenção de amostras com boa distribuição morfológica e
com bom rendimento da nanoestrutura desejada, e devido a essas características tem
sido o método mais empregado na síntese de nanoestruturas, sendo o mesmo
denominado de alcalino pelo fato da reação ocorrer via interação do TiO2 com uma
solução concentrada de hidróxido de sódio (NaOH) por tempo e temperatura
programados, como nos trabalhos Kasuga, et al (1998).
Em especial, os nanotubos de titanato alcalinos tem chamado muita atenção
por causa da sua elevada área superficial, que leva a uma variada gama de aplicações
tecnológicas. Além disso, os nanotubos de titanato alcalinos podem possuir uma
estrutura em camadas do tipo pergaminho que tem sido objeto de intensivos estudos e
discussões, pois são substâncias com grande habilidade para troca iônica, o que os
tornam excelentes materiais para aplicação em fotocatálise, fotoluminescência, células
solares entre outros (VIANA, et al. 2011).
Dentre as potenciais aplicações dos nanotubos de titanato tem-se a
fotocatálise em destaque, à medida que esses nanomateriais são amplamente aplicados e
estudados como fotocatalisadores na decomposição de poluentes orgânicos,
contaminantes de solos, do ar e de águas, utilizando radiação na faixa do UV-VIS
(BEM, 2011).
16
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
Outra aplicação, extremamente interessante dos nanotubos de titanato é na
interação catalítica com substratos orgânicos, como é o caso da reação de condensação
de Knoevenagel que é empregada na síntese orgânica de compostos α,β-insaturados,
aumentando assim a funcionalização da cadeia carbônica, pois se tratam de compostos
bifuncionais, também denominados "adutos” (ZHANG, et al 2004).
O crescimento exponencial das atividades ligadas à nanociência e
nanotecnologia tem sido impulsionado pelos avanços da tecnologia nos últimos anos, o
que torna importante os debates e estudos científicos a cerca dos métodos e materiais
em escala nanométrica, imprescindíveis para um melhor controle e direcionamento da
ciência e seus materiais (BAVYKIN & WALSH, 2010).
A presente dissertação estrutura-se em dois capítulos. O primeiro capítulo é
uma revisão bibliográfica sobre a síntese das nanoestruras de titanato, com ênfase nas
nanoestruturas de titanato com morfologia tubular, discutindo a capacidade de troca
iônica e as potenciais aplicações, com destaque para a fotocatálise de corantes têxteis e
para catálise (enfatizando a reação de condensação de Knoevenagel). No segundo
capítulo são descritos os procedimentos experimentais e as técnicas de análises
utilizadas na caracterização de nanotubos de titanato sintetizados e trocados
ionicamente, assim como as respectivas discussões a cerca dos resultados obtidos a
partir dessa síntese e substituição iônica e da sua aplicação em teste catalítico através da
reação de condensação de Knoevenagel, sendo, ao final, expostas as conclusões.
17
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
REFERÊNCIAS
1. BAVYKIN, D. V.; FRIEDRICH, J. M.; WALSH, F. C. Protonated Titanates and TiO2
Nanostructured Materials: Synthesis, Properties, and Applications. Advanced Materials.
2006. v. 18 2807 – 2824.
2. BAVYKIN, D. V.; WALSH, F. C. Titanate and Titania Nanotubes: Synthesis,
Properties and Applications. Southampton – UK. RSC. v. 24. 2010. 154.
3. BEM, V. R. Síntese e Fotosensibilização de Nanotubos de Titanatos. 2011. Dissertação
de Mestrado (Mestrado em engenharia Química) – Departamento de engenharia
Química, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, 2011.
4. COSTA, L. L. Aplicação de Nanotubos de Titânia na fotodegradação de Corantes.
2009. Tese de doutorado (doutorado em Química) – Programa de Pós-Graduação em
química, Universidade de Brasília, Brasília – DF, 2009.
5. FERREIRA, O. P.; SOUZA FILHO, A. G.; MENDES FILHO, J.; ALVES, O. L.
Unveiling the Structure and Composition of Titanium Oxide Nanotubes through Ion
Exchange Chemical Reactions and Thermal Decomposition Processes. Journal of the
Brazilian Chemical Society. 2006. v. 17. 393 – 402.
6. GUPTA, S. M.; TRIPATHI, M. A review of TiO2 nanoparticles. Physical Chemistry.
2011. v. 56. 1639 – 1657.
7. MORGADO JR, E. Estudo de Titatanatos nanoestruturados obtidos por tratamento
hidrotérmico de óxido de titânio em meio alcalino. 2007. Tese de doutorado (Doutorado
em Química) – Programa de pós-graduação em química, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal – RN, 2007.
8. RODRIGUES, C. M.; FERREIRA, O. P.; ALVES, O. L. Interaction of Sodium Titanate
Nanotubes with Organic Acids and Base: Chemical, Structural and Morphological
Stabilities. Journal of the Brazilian Chemical Society. 2010. v. 21. 1341 – 1348.
18
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
9. VIANA, B.C.; FERREIRA, O. P.; SOUZA FILHO, A. G.: HIDALGO A. A.; MENDES
FILHO, J.: ALVES, O. L. Highlighting the mechanisms of the titanate nanotubes to
titanate nanoribbons transformation. Journal of Nanoparticle research. 2011.v. 13. 3259
– 3265.
10. ZHANG, X; LAI, S. M; MARTIN-ARANDA, R; YEUNG, K. L. An investigation of
Knoevenagel condensation reaction in microreactors using a new zeolite catalyst.
Applied catalyst a: General. 2004. v. 261. 109-118.
CAPÍTULO 1:
Artigo de Revisão
Bibliográfica
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
20
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
NANOTUBOS DE TITANATO: SÍNTESE, TROCA IÔNICA E APLICAÇÕES
N. M. Santosa, B. C. Viana
* a*
, J. M. E. Matosa
a Universidade Federal do Piauí, Centro de Ciências da Natureza, Caixa Postal 676, CEP
64049-505, Teresina - Piauí, Brasil.
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
21
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
NANOTUBOS DE TITANATO: SÍNTESE, TROCA IÔNICA E APLICAÇÕES
RESUMO
Neste artigo, é abordada a história e as propriedades gerais do dióxido de titânio (TiO2)
e suas nanoestruturas (nanotubos, nanofitas, nanofolhas, etc) com ênfase em
nanoestruturas de titanato tubulares e comparando-os entre si. Algumas das
propriedades consideradas são: estrutura cristalina, morfologia, mecanismo de formação
de nanoestruturas de titanatos e capacidade de troca iônica. A síntese hidrotérmica
alcalina de nanoestruturas a partir de TiO2 é destacada como o método de síntese mais
eficiente. Mostramos também as possíveis aplicações dos nanotubos de titanato em
catálise e fotocatálise. No caso do ensaio catalítico, a condensação de Knoevenagel é
enfatizada.
Palavras-chave: Nanotubos de titanato, troca iônica e fotocatálise.
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
22
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
TITANATE NANOTUBES: SYNTHESIS, ION EXCHANGE AND
APPLICATIONS
ABSTRACT
This article reposts the history and the general properties of Titanium Dioxide (TiO2)
and their nanostructures (nanotubes, nanobelts, nanosheets, etc.) with emphasis on
tubular nanostructures of titanate and comparing among themselves. Some of the
properties considered are: crystal structures, morphology, formation mechanism of
titanates nanostructured and ion exchange ability. The alkaline hydrothermal synthesis
of nanostructures using TiO2 as precursor pointed as the most efficient synthesis
technique. We also show the potential applications of titanate nanotubes in catalysis and
photocatalysis. In the case of catalytic test the Knoevenagel Condensation reaction is
emphasized.
Key Words: Titanate Nanotubes, Ion Exchange and Photocatalysis.
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
23
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
1- INTRODUÇÃO
A demanda por novas tecnologias baseadas na ciência em escala
nanométrica (nanociência), por parte do mercado mundial, tem crescido muito nos
últimos anos e potencializado avanços e investimentos no desenvolvimento de técnicas
e materiais mais eficientes. Em 2004, a produção anual de materiais que contêm
substâncias em nanoescala, era de aproximadamente 1.000 toneladas, tendo
ultrapassado, atualmente, a marca de 5.000 toneladas e com a perspectiva de chegar à
marca de 100.000 toneladas na próxima década. Nesse contexto, pode ser considerado
que desta demanda surgiu a parceria bem sucedida entre a nanociência e a
nanotecnologia (N&N), onde o primeiro cuida dos fenômenos ligados aos sistemas em
escala nanométrica (agregado, partículas ou aglomerados, com tamanhos no intervalo
entre 1 e 100 nm), e o segundo se encarrega da aplicação (PASCHOALINO,
MARCONE & JARDIM, 2010).
Dentre os materiais mais empregados em nanociência e nanotecnologia
destaca-se o dióxido de Titânio (TiO2, composto mais comum do Titânio e que se
apresenta, geralmente, em três fases distintas: Anatásio, Bruquita e Rutilo), por ter
atraído a atenção dos pesquisadores, devido às suas propriedades ópticas, elétricas,
eletroquímicas e catalíticas singulares (MORGADO Jr, 2007; ALVES, 2009 ;
BAVYKIN, & WALSH, 2010). Uma forma encontrada de potencializar essas
propriedades do TiO2 é o processo de redução de tamanho das suas partículas para
escala nanométrica, que são extremamente interessantes para os pesquisadores e para
indústrias da área. Isso se deve a um aumento considerável da área superficial e
consequente formação de produtos com propriedades físicas e químicas distintas
daquelas de seu precursor. Essas nanoestruturas formadas possuem diversas
morfologias, tais como: nanofolhas, nanofitas, nanofios e nanotubos. Esta última
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
24
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
morfologia é a de maior interesse devido a sua estrutura unidimensional e espaço
interno (lamelas) acessível. Dentre as técnicas utilizadas para produção de estruturas em
escala nanométrica ressalta-se a síntese hidrotérmica alcalina utilizada por Kasuga, et al.
(1998), por ser uma técnica de fácil manuseio, baixo custo e menos agressiva ao meio
ambiente (MORGADO Jr, 2007; BAVYKIN & WALSH, 2010; & VIANA, et al. 2011).
Apesar de haver muitos pontos obscuros, é consenso na literatura que
algumas propriedades dos Nanotubos de Titanato, como as ópticas, podem ser
modificadas e controladas por meio de reações de troca iônica ou intercalação de outros
metais entre as lamelas, no lugar dos íons de sódio interlamelares (VIANA, et al. 2009).
O dióxido de titânio (TiO2 - precursor), os nanotubos de titanato (TNTs) e os
nanotubos resultantes de reação de troca iônica foram utilizados várias vezes como
catalisadores nas reações de fotocatálise, principalmente na degradação de corantes
têxteis (COSTA, 2009). Outra aplicação interessante dos TNTs é na reação de catálise,
em que se pode ressaltar a interação de espécies inorgâncias com substratos orgânicos,
como por exemplo, na reação de Condensação de Knoevenagel, que é uma técnica
utilizada para formação de compostos bifuncionais, potencializando assim as
propriedades de compostos antes sem utilidade individual ou com aplicação diversa da
que se necessita. A catálise heterogênea de reações orgânicas por sólidos inorgânicos
está se ampliando e dando uma nova dimensão à química orgânica
preparativa (ZHANG, et al 2004).
Dentro deste contexto, esta revisão descreve as estruturas cristalinas, os
métodos de preparação, intervenção e aplicabilidade dos sólidos cristalinos de TiO2
precusores; das nanoestruturados produzido a partir do TiO2 por meio do método
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
25
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
hidrotérmico alcalino, com ênfaze nos nanotubos de Titanato (TNTs); e dos nanotubos
de titanato trocados ionicamente mais recorrentes nos trabalhos científicos da área.
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
26
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
2- HISTÓRICO
Ao se comparar com a história das demais áreas das ciências, pode-se dizer
que a Nanociência, reconhecida na comunidade científica, é relativamente recente,
mesmo os nanomateriais fazendo parte da nossa história há séculos, pois as suas
aplicações já ocorriam sem que se entendessem as propriedades induzidas pelo seu
tamanho. Há vários exemplos históricos relatados, e o mais clássico vem dos romanos
que misturavam cloreto de ouro com vidro fundido para fazer vitrais na cor vermelha.
Eles estavam produzindo nanopartículas de ouro inconscientemente. Outro exemplo é o
da lendária espada de “Damasco” que contem nanotubos de carbono e nanofibras de
cementita, incorporados na matriz de aço da espada. É possível que a combinação não
usual de dureza e ductilidade do compósito, que fornece uma força mecânica
impressionante, flexibilidade e nitidez da espada, seja devido aos nanotubos de carbono
incorporados as nanoestruturas (BAVYKIN, & WALSH, 2010). E mesmo com a
presença das nanoestruturas por longo período, somente a partir do século XIX houve as
primeiras discussões científicas a cerca dos nanomateriais, sendo que muitos cientistas
fizeram grandes contribuições como a de Richard Adolf Zgismondy (1865- 1929), o
primeiro a caracterizar o Nanômetro (nm), e o determinou como 10-9
m; Irving
Langmuir (1881- 1957) e Katherine B. Blodgett (1898-1979) que introduziram o
conceito de “monolayer” (monocamada), que consiste numa camada de material com as
espessuras na ordem do tamanho de uma molécula; Richard Feynman (1918 – 1988),
em 1959, iniciou as discussões sobre nanoescala em uma palestra intitulada “There is
plenty of room at the bottom” .
Disponível em: http//columano.blogspot.com.br/2011/03/nanohistória-história-dananotecnologia. html.
Acesso em: 12 de maio de 2012.
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
27
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
3 - NANOMATERIAIS
Os termos empregados “Nanotecnologia, Nanoestruturas, Nanomateriais,
nanopartículas” etc, que compartilham o prefixo “nano” (a bilionésima parte - 10-9
) em
seus conceitos, se aplicam e compõem uma área relativamente nova da ciência: a
“Nanociência”, a qual se conceitua pela observação, interpretação, interferência e
manipulação dos fenômenos e das propridades inerentes aos materiais nanoparticulados.
Baseado na unidade de medida de comprimento “nanômetro” (nm – bilionésima parte
do metro, 10-9
m) define-se como “Nanomateriais” aqueles com dimensões superficiais
internas ou externas entre 1 e 100 nm, logo acima desse valor o tamanho é considerado
como “micrométrico”( MORGADO Jr, 2007; ZARBIN, 2007 ; BAVYKIN, & WALSH,
2010).
Nanomateriais com tamanho e forma controláveis têm estado em foco na
comunidade científica de materiais devido às novas e melhoradas propriedades em
relação aos seus sólidos estendidos e isso está abrindo várias possibilidades para novas
aplicações dos mesmos (VIANA et al, 2011).
Dentre as principais áreas de trabalho
com nanomateriais estão os materiais orgânicos ou nanomateriais baseados em carbono,
como os negro de fumo (carbon black), fulerenos, nanotubos de carbono, grafenos,
nanopartículas e nanofibras de carbono. Destacam-se entre os nanomateriais orgânicos
devido à vasta aplicabilidade, o fulereno e os nanotubos de carbono, sendo as
nanopartículas do terceiro alótropo do carbono, fulereno (C60), alvo de muitas pesquisas
e de produção em grande escala, produzindo atualmente mais de 40 toneladas por ano
deste material (PASCHOALINO, MARCONE & JARDIM, 2010).
Partículas de fulereno (nano-C60) vêm sendo testadas para atuarem como
sensores e catalisadores devido às propriedades consequentes de sua estrutura singular.
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
28
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
Os nanotubos de carbono por sua vez, que também estão sendo produzidos em grande
escala, configuram como os nanomateriais com a mais alta resistência mecânica já
observada, possuindo estrutura eletrônica singular e grandes potenciais de aplicação,
incluindo dispositivos para armazenamento e conversão de energia, semicondutores,
sensores, armazenamento de hidrogênio, aditivos para materiais poliméricos e suporte
em processos catalíticos (PASCHOALINO, MARCONE & JARDIM, 2010). Isso tudo
sem contar com o fato de que a descoberta dos nanotubos de carbono no início dos anos
90 abriu uma nova área de pesquisa em ciência dos materiais e desde então, muita
atenção tem sido dada ao estudo e à pesquisa de novos materiais com estruturas
tubulares. Depois da descoberta dos nanotubos de carbono abriu-se caminho para o
estudo de materiais unidimensionais inorgânicos, sendo que os primeiros a serem
estudados foram os nanotubos inorgânicos de WS2, MoS2 e NbS2 (FERREIRA, et al.
2006), que tambem pertencem à classe dos nanomateriais mais estudados a princípio.
Hoje, há uma infinidade de nanomateriais inorgânicos promissores tais como o SiO2,
TiO2, ZrO2, MnO2 e o V2O5, todos muito atraentes devido a suas variadas
aplicabilidades como em fotocatálise, absorção no UV - Visível, células solares e etc
(MORGADO Jr, 2007).
3.1 - Dióxido de titânio – TiO2
O Titânio é um dos metais mais importantes em se tratando de aplicações
tecnológicas, sendo ele o nono elemento em maior quantidade e o quarto metal da crosta
terrestre (MORGADO Jr, 2007). Ele é um elemento litófilo e tem uma forte afinidade
por oxigênio, fazendo com que a maior parte do titânio na litosfera esteja na forma de
óxido, ocorrente na maioria das vezes em rochas ígneas, sendo que podemos destacar
como a sua forma mais estável o dióxido de titânio (titânia – TiO2).
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
29
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
O TiO2 é atualmente o pigmento branco mais utilizado na fabricação de
tintas, polímeros, cosméticos e recobrimentos em geral, chegando a ter uma produção
mundial em torno de 2,5 milhões de toneladas por ano. O TiO2 é considerado um
semicondutor de banda larga com gap de 3,2 eV (Figura 1) e possui elevada foto-
sensibilidade na faixa do ultravioleta (UV), o que o torna o material preferido para
processos fotocatlíticos, como verifica-se em trabalhos anteriores (MORGADO Jr,
2007). Exemplos da utilização do TiO2 em catálise vão desde tratamento de esgotos e
desinfecção (eliminação de bactérias) até recobrimentos inteligentes que sejam auto -
limpantes.
O dióxido de titânio é formado por uma estrutura básica octaédrica que
consiste de um átomo de titânio envolvido por seis átomos de oxigênio e ocorre
habitualmente em três formas polimórficas: anatásio, rutilo e bruquita. Esses três
polimorfos se diferenciam, estruturalmente, pela forma como o padrão de construção
das cadeias octaédricas se arranjam (MORGADO Jr, 2007), sendo esses três polimorfos
os mais estáveis em condições de pressão e temperatura ambientes.
Eg = 3,2 eV
Figura 1 - Representação da estrutura de bandas eletrônicas do TiO2. Figura
adaptada de Bem (2011).
+ -
Banda de valência
Banda de condução
Banda proibida (Gap)
En
ergia
dos
elét
ron
s (h
v)
+
-
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
30
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
Há, além dos três citados, outras formas polimórficas como TiO2-(B) e mais
três de fórmula geral TinO2n-1 com 4 ≤ n ≤10 (Bem, 2011). O anatásio possui estrutura
cristalina tetragonal (Figura 2) e é cineticamente mais provável em comparação com os
outros, sendo também metaestável, ao passo que se converte irreversivelmente em rutilo
em altas temperaturas (acima de 600◦C), e possui maior atividade fotocatalítica que o
rutilo na maioria dos cenários reacionais. O rutilo é o polimorfo com maior estabilidade
termodinâmica e possui estrutura cristalina tetragonal (Figura 2). O bruquita, com
estrutura cristalina ortorrômbica, é o polimorfo menos estudado e com menor
aplicabilidade, sendo que não há concordância na literatura sobre a estabilidade relativa
entre bruquita e anatásio (MORGADO Jr, 2007). O polimorfo, supracitado, TiO2 (B) é
de estrutura cristalina monoclínica, que assim como seus precursores lamelares é
composta de octaedros (TiO6) dispostos em camadas corrugadas e é obtido pela
decomposição térmica de titanatos protonados do tipo H2TnO2n+1, podendo em suma ser
obtido a partir de qualquer titanato lamelar protonado, inclusive os de estrutura tipo
túnel e é uma fase metaestável com estabilidade ainda menor que a do anatásio. As
atenções dispensadas pelos pesquisadores da área dos materiais a esses pós de TiO2
provém das suas inúmeras e inestimáveis propriedades tais como: atividade óptica,
elétrica, eletroquíımica e catalítica, entre outras (SAUVET, et al. 2004; MORGADO Jr,
2007; ALVES, 2009).
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
31
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
Figura 2 - Estruturas cristalinas dos polimorfos do TiO2, anatásio e rutilo. Figura
adaptada de Bem (2011).
Algumas características e propriedades gerais dos polimorfos mais estáveis
do dióxido de titânio (anatásio, rutilo e bruquita), como estrutura cristalina, constante de
rede, grupo espacial e etc, são apreciadas na Tabela 1.
Oxigênio
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
32
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
Tabela 1 - Características das três fases polimórficas mais comuns do TiO2. Adaptada
de Gupta et al (2011).
Propriedades Rutilo Anatásio Rutilo
Estrutura cristalina Tetragonal Tetragonal Ortorrômbica
Constante de Rede (Å) a=b=4,5936
c=2,9587
a=b=3,784
c=9,515
a=9,184
b=5,447
c=5,154
Grupo espacial I41/amd P42/mnm Pbca
Molécula (Célula) 4 2 4
Volume/ Molécula (Å3) 31,216 34,061 32,172
Densidade (g/ cm3) 4,13 3,79 3,99
Comprimento da ligação Ti – O (Å) 1,949(4)
1,980(2)
1,937(4)
1,965(2)
1,87 – 2,04
Ângulo da ligação O – Ti – O 81,2°
90,0°
77,7°
92,6°
77,0°- 105°
3.2 - Nanoestruturas de titanato
Um fato interessante e intrigante é que essas, já notáveis, propriedades
podem ser modificadas através do processo de redução de tamanho das partículas do
material para escala nanométrica, que são ainda de maior interesse por parte dos
pesquisadores e da indústria, pois formam produtos com propriedades físicas e químicas
drasticamente diversas daquelas de seu precursor, chegando, por exemplo, a um
aumento considerável da área superficial. Esses materiais “nanoestruturados” têm como
exemplos de morfologia: nanofolhas, nanofios, nanotubos e nanofitas, já estudadas por
vários grupos de pesquisadores (BEM, 2009; VIANA, et al. 2009; MORGADO Jr, et al.
2009; VIANA, et al. 2011; GUPTA & TRIPATHI, 2011). As nanofolhas e as nanofitas
possuem morfologia bidimensional (2D), os nanotubos e os nanofios já fazem parte das
espécies com morfologia unidimensional (1D), tendo essas últimas maior área
superficial, sobretudo os nanotubos que, devido a sua morfologia nanométrica, alongada
e também constituída de lamelas internas possui especial atenção dos pesquisadores por
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
33
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
apresentar melhores propriedades catalíticas consequentes da sua morfologia (VIANA
et. al, 2009). Uma ilustração das morfologias das espécies nanoestruturadas citadas pode
ser observada na Figura 3.
3.3 - Nanotubos de titanato
Admite-se que, para os nanotubos de titanato, a constituição das camadas de
titanato seja baseada em trititanato, possuindo como fórmula molecular básica geral,
Na2-xHxTi3O7 • nH2O (0 ≤ x ≤ 2), onde x depende das condições de lavagens e das
propriedades de decomposição térmica. A morfologia é controlada por parâmetros tais
como tipo de íon intercalado, temperatura da reação, concentração alcalina, tempo de
reação e precursor adotado (PAPP, et al. 2005; VIANA, 2006). As composições
químicas apontadas como as mais prováveis dos nanotubos de titanato produzidos via
método hidrotérmico alcalino são Na2Ti3O7 (trititanato de sódio) e H2Ti3O7 (trititanato
Figura 3 - Morfologias idealizadas para as nanoestruturas de Titanato: Nanofolhas (a),
nanoesferas (b), nanofibras em seção retangular (c), Nanotubos (d) e
nanofios ou nanobastões (e). Figura adaptada de Bavykin & Walsh (2010).
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
34
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
protonado). O trititanato protonado pode ser obtido a partir do trititanato de sódio pela
troca dos ions sódio (Na+) interlamelares por ions H
+, através da imersão/ lavagem do
Na2Ti3O7 em soluções ácidas diluídas. Os sistemas cristalográficos e os respectivos
parâmetros de rede e grupos de simetria dos trititanatos de sódio e protonado
encontram-se descritos na Tabela 2.
Tabela 2 - Estrutura cristalina e respectivos grupos de simetria dos trititanatos Na2Ti3O7
e H2Ti3O7. Tabela adaptada de Bem (2011).
Titanato
Sistema
Cristalográfico
Grupo de
simetria
Parâmetros de Rede
a (nm) b (nm) c (nm) β°
Na2Ti3O7 Monoclínico P21 / m 0,8740 0,3879 0,9320 101,40
H2Ti3O7 Monoclínico P21 / m 0,8998 0,3764 0,9545 102,65
Os nanotubos de titanato possuem aplicações similares ao TiO2 e podem ser
utilizados em baterias de lítio, células solares, fotocatalisadores e sensores (PAPP et al.
2005; VIANA, 2006; MORGADO Jr, 2007). E eles, assim como os demais titanatos
nanoestruturados tem sido, na maioria das vezes, sintetizados por meio do tratamento
hidrotérmico alcalino em soluções aquosas de NaOH (Kasuga, et al. 1998). Este método
dentre os outros existentes se destaca pela simplicidade, baixo custo financeiro, não
agressão ao meio ambiente e pela eficiência na obtenção de amostras com alto grau de
pureza morfológica e de fase. Acredita-se que o rendimento da produção das
nanoestruturas através de tal técnica seja diretamente influenciado por certas condições
reacionais tais como: tempo de reação (que influencia na morfologia e tamanho dos
nanotubos), qualidade, pureza e tamanho das partículas do material de partida (Bem,
2011). De acordo com YUAN & SU (2004) a concentração da solução de NaOH é outro
parâmetro crítico, à medida que em concentrações menores que 5 mol ∙ L-1
ou maiores
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
35
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
que 20 mol ∙ L-1
a formação de nanotubos é prejudicada, formando estruturas pequenas
e consequentemente dando origem a nanotubos com uma área superficial reduzida,
neste caso sendo a concentração ideal entre 10 e 15 mol ∙ L-1
. A temperatura de reação
hidrotérmica é outro parâmetro importante, pois segundo YUAN & SU (2004),
nanotubos produzidos a partir de anatásio possuem temperatura ideal de síntese no
intervalo entre 100 e 150°C, obtendo-se rendimento na faixa de 80 a 90% de nanotubos,
ao passo que em temperaturas menores que 80°C ou maiores que 180°C pode ocorrer a
formação de nanotubos com tamanhos diferentes do esperado. As condições reacionais
limítrofes, utilizadas na síntese dos nanotubos pela técnica hidrotérmica alcalina,
utilizada por Morgado et al (2007) pode ser vista na Tabela 3.
Tabela 3 – Condições reacionais limites e típicas da síntese hidrotérmica alcalina de
Nanotubos de Titanato. Adaptada de Morgado Jr (2007).
Parâmetro
Reacional
Valor Mínimo Valor Máximo Valor típico
Razão molar
NaOH/ TiO2
10 20 10
Razão molar H2O/
TiO2
50 200 50
Temperatura (°C) 120 170 120
Tempo de reação 1 3 15/ 30
pH ajustado na
lavagem ácida
1 6 1,5/ 4,5
Aceita-se que as condições reacionais obtidas pelo método hidrotérmico
alcalino favoreçam o mecanismo de formação dos nanotubos (1D) pela ocorrência da
seguinte sequência de eventos reacionais: delaminação do “bulk” de titanato (3D), ou
seja, quebra das ligações entre os octaedros das estruturas tridimensionais do precursor
TiO2 (material de partida) em meio alcalino (favorecendo o esfoliamento das mesmas) e
formando um intermediário, as nanofolhas (2D), agora com ligações Ti-O-Na (presença
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
36
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
de sódio também na superfície das nanofolhas). Em seguida essas nanofolhas
momentaneamente estabilizadas eletrostaticamente (com o mínimo de energia e com
estrutura simétrica) começam a se desestabilizar e encontram uma nova estabilidade
eletrostática ao se dobrarem pela tensão mecânica resultante do desbalanceamento das
cargas na superfície (SOUZA, 2011) e por fim enrolando-se para encontrar uma nova
simetria com mínimo de energia (Figura 4). Recristalizam-se, dando origem a
nanoestruturas com geometria tipo tubo (1D), ou melhor, os nanotubos de titanatos,
amplamente discutidos em trabalhos anteriores (ZHANG, et al. 2004; BAVYKIN, et al.
2004; VIANA, 2006; MORGADO Jr, 2007; VIANA, et al. 2009; SOUZA, 2011; BEM,
2011)
3.4 - Troca iônica
O sítio de cristalização Cristalização Dissolução
CurvandoNanofolhas
Posições com o mínimo de energia
+ 2Na+
+ TiO32-
Figura 4 - Mecanismo de formação das nanoestruturas tubulares de TiO2 a partir das
nanofolhas de titanato. Figura adaptada de Bavykin, & Walsh (2010).
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
37
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
Os nanotubos podem ser modificados pela intercalação de cátions metálicos
entre suas lamelas, o que sempre leva a mudanças significativas nas propriedades
ópticas e magnéticas, assim como em suas propriedades fotocatalíticas, como mostram
trabalhos anteriores (FERREIRA, et al. 2006; VIANA, et al. 2009; MORGADO Jr, et
al. 2009; GU, et al. 2011). Essas alterações podem, por exemplo, levar a uma mudança
na energia da banda eletrônica proibida (gap), fazendo com que os nanotubos, que
possuem uma banda proibida larga e por isso só absorverem luz na região ultravioleta
(abaixo de 400 nm), desloque a absorção em direção à faixa da luz visível (entre 400 e
800 nm, aproximadamente) (MORGADO Jr, et al. 2009; BEM, 2011).
Diversos trabalhos científicos que estudaram os nanotubos de titanatos ou
outros materiais nanoestruturados já deliberaram em suas práticas sobre as trocas
iônicas com vários íons (cátions) como, por exemplo, os pertencentes à classe dos
metais de transição externa, destacando-se o Cobalto (Co+2
) e o cobre (Cu+2
), como no
trabalho de Ferreira et al. (2006) e Morgado Jr et al. (2009); e os cátions pertencentes à
classe dos Lantanídeos (transição interna), por exemplo, o cátion de cério (Ce+4
) como
no trabalho de Gu, et al (2011) e Viana et al. (2009). No trabalho de Viana et al. (2009)
foram sintetizados nanotubos de titanato de sódio e em seguida intercalados com Cério
(Ce-TNTs), que apresentaram uma maior atividade fotocatalítica para a degradação do
corante Reativo Blue 19, em comparação com os nanotubos de titanatos originais.
Todavia, muitos métodos de preparação de íons lantanídeos intercalados em titanatos
envolvem, geralmente, métodos de reação em estado sólido (SSR), método complexo
polimerizável (PC) e método sol-gel, enquanto que a técnica de troca iônica é um pouco
menos utilizada (GU, et al. 2011). Dentre as potenciais classes de elementos viáveis
para trocas iônicas, destacam-se os íons lantanídeos, como cátions cério (Ce+4
) e
lantânio (La+3
), pois é comum a esta classe de elementos, ao formar complexos, a
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
38
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
tendência de transferir carga no sentido ligante - metal (LMCT) na região do
ultravioleta e desta forma possibilitar a redução de eventuais substratos (BATISTA &
LONGO, 2001).
.
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
39
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
4 - APLICAÇÕES DOS NANOTUBOS DE TITANATO
4.1 - Outras aplicações
Através dos inúmeros relatos científicos constantes na literatura, percebe-se
o quão interessantes podem ser as intervenções (como dopagem, troca iônica,
calcinação entre outros) sobre os nanoestruturas tubulares, obtidas a partir do TiO2, com
vista a modificar suas propriedades e apontar novos rumos na pesquisa científica da
área. Isso é devido as propriedades inerentes ao TiO2, precursor e modificado. Dentro
deste contexto, muitas são as potenciais aplicações práticas dos nanotubos a base de
titanato, como:
a) Célula solar: Nanoestruturas Tubulares alongadas de titanato têm sido examinadas
para o uso como eletrodo em células solares sensibilizadas por corantes. A potencial
vantagem dos nanotubos de titanato como um eletrodo para esse processo é através da
exploração do fenômeno de adsorção melhorada dos corantes (Figura 5), carregados
positivamente, e da sua solução aquosa sobre a superfície dos nanotubos de titanato
(de carga negativa), sendo que isso disponibiliza uma camada de corante depositada
com capacidade de mais de 1000 moléculas por nanotubo (BAVYKIN & WALSH,
2010).
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
40
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
b) Baterias de Lítio: As nanoestruturas de Titanato alongadas também são interessantes
como material de eletrodo negativo para pilhas de lítio, devido à sua estrutura aberta,
mesoporosa e eficiente para transporte de íons de lítio (Figura 6) e também pela sua
eficaz capacidade de substituição iônica. Tais particularidades inerentes eventualmente
resultam em uma alta capacidade de carga/ descarga (< 300 mAhg-1
) desses eletrodos,
e cinética rápida, juntamente com uma boa robustez e características de segurança
eficazes (BAVYKIN & WALSH, 2010).
Nanotubo de titanato
elet
rod
o
corante
Figura 5 - Células solares sensibilizadas por corantes com o nanotubos de titanato como
suporte para o corante. Figura adaptada de Bavykin & Walsh (2010).
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
41
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
c) Célula combustível: Os titanatos nanoestruturados têm sido considerados como
suportes para eletrocatalisador da oxidação de combustível. Alguns estudos indicam
que a deposição de nanopartículas de paládio sobre a superfície de nanotubos de
titanato já mostram a possibilidade de titanatos nanoestruturados na oxidação de
metanol em células de combustível líquido (BAVYKIN & WALSH, 2010).
d) Armazenamento e sensoriamento de Hidrogênio: Nos últimos anos o armazenamento
de Hidrogênio tem sido um assunto bastante debatido, isso devido ao seu potencial
enquanto fonte energética. Mesmo havendo várias tecnologias disponíveis
comercialmente para o armazenamento de hidrogênio tais como fisiossorção de
hidrogênio em materiais de alta área de superfície específica, em temperaturas
criogênicas e a quimissorção de hidrogênio em nanopartículas de ligas metálicas que
formam hidretos, a habilidade que os nanotubos de titanato possuem de acumular,
reversivelmente, o hidrogênio, com uma absorção relativamente elevada e abrangendo
Nanotubo de titanato
elet
rod
o
Li+ e- LixTiO2
Figura 6 - Princípio de estocagem de Lítio nos nanotubos de titanato. Figura adaptada
de Bavykin & Walsh (2010).
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
42
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
um vasto intervalo de temperaturas (de -196 a 125 °C), os torna uma promissora
possibilidade como célula combustível no armazenagem do hidrogênio (BAVYKIN &
WALSH, 2010).
4.2 - Fotocatálise
Uma “catálise” ocorre quando a velocidade de uma reação é alterada
mediante interação de seus reagentes com uma substância denominada “catalisador”
que, por sua vez, pode ser definido como qualquer participante da reação que aumente a
sua velocidade pela diminuição da sua energia de ativação (Figura 7). Apesar do
catalisador não ser considerado na estequiometria geral da equação química, ao final ele
pode ser recuperado total ou parcialmente (OLIVEIRA, 2011).
Curso da Reação
Reagentes
Produtos
Energia de ativação (Ea)
com catalisador
Energia de ativação (Ea) sem
catalisador ou anticatalisador
Ener
gia
da
Rea
ção
Figura 7 – Comparação da Energia de ativação de uma reação catalisada e não-
catalisada.
Energia de ativação (Ea)
com anticatalisador
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
43
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
Desde 1960 a fotocatálise está envolvida em um enredo onde o protagonista
é o fascinante dióxido de titânio e tudo começou com a conversão de energia solar
(FUJISHIMA, RAO & TRYK, 2000).
O termo fotocatálise (fotoquímica + catálise) pode ser definido como a
aceleração de uma foto-reação na presença de um catalisador. Todavia, é importante
salientar que a fotoquímica não se resume apenas ao estudo das reações provocadas pela
presença da radiação eletromagnética (luz), mas também compreende todos os aspectos
da química e física de estados eletronicamente excitados da matéria, desde a sua
excitação até a sua eventual desativação de volta ao estado fundamental (estado da
matéria não excitado eletronicamente), portanto, devido a sua natureza complexa, seus
mecanismos ainda não estão totalmente elucidados (OLIVEIRA, 2011).
A fotocatálise faz parte da classe dos processos oxidativos avançados
(POA), que são baseados na geração do radical hidroxila (OH) altamente reativa. Esses
processos ocorrem quando um fotocatalisador (sólido semicondutor) absorve um fóton
de energia igual ou superior a sua banda proibida, promovendo um elétron da banda de
valência para banda de condução, e assim levando à geração simultânea de uma lacuna
na banda de valência (h+) e de um excesso temporário de elétrons na banda de condução
(e-) o que pode acarretar uma oxidação e/ou redução direta dos compostos alvos ou
mesmo interagir com o meio através de diferentes vias reacionais podendo, dentre
outras, ser aplicada para promover a degradação indireta de poluentes (COSTA, 2009).
Todo esse processo fotocatalítico é baseado na excitação do semicondutor, por exemplo,
TiO2, pela radiação eletromagnética de energia igual ou maior que a diferença entre a
banda de valência e a banda de condução (Figura 8). Na fase anatásio do TiO2 temos
uma energia de banda proibida de 3,2 eV e a rutilo de 3,0 eV, aproximadamente, ambos
na região do ultravioleta (OLIVEIRA, 2011).
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
44
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
Dentre as aplicações fotocatalíticas mais estudadas na literatura científica
destaca-se a fotodegradação de corantes têxteis, à medida que os efluentes industriais
são um problema ambiental recorrente. No quadro ambiental, a água, em particular,
adquire especial importância, devido a crescente demanda, sob o impacto do
crescimento exagerado da população, o que a coloca como produto de alto interesse
estratégico. Este problema ameaça a sobrevivência da biosfera como um todo, ao passo
que pode impor dificuldades ao desenvolvimento, aumentar a tendência a doenças de
veiculação hídrica, aumentar as desigualdades sociais, entre outros. Sabendo que as
atividades industriais são as que mais contribuem para o quadro supracitado e que as
indústrias têxteis ganham destaque neste contexto, (COSTA, 2009)
torna-se
imprescindível mais estudos nessa área de forma a encontrar soluções adequadas para o
tratamento dos efluentes.
Banda de
condução
Banda de
valência
Partícula
de TiO2
Adsorção
Redução (ox + ne- red)
Adsorção
oxidação (red ox + ne- )
UV
e-
e-
h+
Figura 8 - Esquema do processo de formação dos pares elétron/ lacuna e consequente
oxidação/ redução numa partícula de TiO2. Figura adaptada de Bem (2011).
e-
e-
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
45
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
O processo de fotodegradação dos eventuais reagentes pode ser classificado
em fotocatálise homogênea e heterogênea, sendo o primeiro, ocorrente, quando a fase
do catalisador e a do reagente ou material a ser degradado compartilham o mesmo
estado físico, ao passo que catálise heterogênea se dá quando as fases do catalisador e
demais participantes da reação forem distintas. Entre os dois processos oxidativos
avançados a fotocatálise heterogênea é a mais praticada e estudada, devido a vantagens
relevantes em relação ao processo homogêneo como, a possibilidade de utilização da
luz solar para a ativação do semicondutor, maior rendimento e recuperabilidade do
catalisador, menor custo de produção, entre outros. Como exemplo desse fato, vários
trabalhos recentes apontam a possibilidade de degradação de contaminantes orgânicos
como fenol, hidrocarbonetos clorados, clorofenóis, inseticidas, corantes e outros em
presença de catalisador à base de TiO2, sob irradiação da luz solar (LACEY &
SCHIRMER, 2008).
Entre as mais recentes aplicações da fotocatálise heterogênea, além da
descontaminação ambiental, está sendo aplicada em: a) desodorização de ambientes
através da utilização de filtros impregnados com TiO2, que sob iluminação é capaz de
degradar substâncias orgânicas causadoras de mal odor; b) tintas fotocatalíticas para
revestimentos anti-bactericidas e auto-limpantes de paredes de centros cirúrgicos; c)
vidros e espelhos anti-embassantes. As propriedades semicondutoras dos nanotubos de
titanato aliadas às suas características morfológicas e texturais fazem dele um
catalisador baseado em TiO2 promissor (MORGADO, Jr. 2007).
4.3 - Catálise
Atualmente há uma gama de substâncias bem sucedidas na função de
catalisador. No entanto algumas delas se destacam como é o caso dos titanatos
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
46
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
nanoestruturados, principalmente os nanotubos de titanato com sua morfologia especial
alongada, o que confere a eles uma específica e relativamente alta área de superfície,
que é tipicamente na faixa de 200 a 300 m2 ∙ g
-1, e de 20 a 50 m
2 ∙ g
-1 para as outras
nanoestruturas de titanato consideradas, como as nanofibras ou nanobastões. Estes
valores contrastam com os valores bem inferiores encontrados para os TiO2 precursores.
O intervalo de tamanhos de poros (de 2 a 10 nm) os classifica como materiais
mesoporosos, com base nessas características e sabendo que as reações catalíticas são
diretamente influenciadas pela adsorção entre os reagentes e o catalisador, tais
estruturas são ideais e largamente utilizadas como suporte em processos catalíticos
heterogêneos. A elevada área superficial do suporte facilita uma alta dispersão do
catalisador, enquanto os mesoporos abertos fornecem o transporte eficiente dos
reagentes e produtos (BAVYKIN & WALSH, 2010).
Outro fator que faz das nanoestruturas a base de titanatos (principalmente os
nanotubos de titanato) extremamente interessantes para os processos catalíticos é a sua
alta capacidade de troca iônica que oferece a possibilidade de conseguir uma elevada
carga de catalisador ativo com uma distribuição uniforme e uma alta dispersão. As
propriedades semicondutoras dos nanotubos de titanato resultam em forte interação
eletrônica entre o suporte e o catalisador, melhorando o desempenho catalítico em
eventuais reações redox. A moderada condutividade elétrica dos nanotubos de titanato
pode estimular o uso deste material em processos eletrocatalíticos e há também alguns
(poucos) relatos na literatura científica de atividade catalítica de nanotubos de titanato
como catalisadores ácido-base na reação de esterificação e de hidrólise (BAVYKIN,
FRIEDRICH & WALSH, 2006).
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
47
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
5 - CONDENSAÇÃO DE KNOEVENAGEL
Uma potencial, e não muito comum, aplicação para os nanotubos de titanato
trocados ionicamente é no papel de catalisador em reações orgânicas, como a reação de
“Condensação de Knoevenagel”, haja vista que a catálise de reações orgânicas por
sólidos inorgânicos naturais esteja se ampliando e dando uma nova dimensão à química
orgânica preparativa. As aplicações de sólidos inorgânicos tal como fosfato de cálcio
natural e Zeólitas (ZHANG, et al 2004), como exemplos de catalisador, têm sido
exploradas recentemente, havendo várias vantagens do uso de catalisadores
inorgânicos, como o fato de serem relativamente
baratos, ecológicos, atóxicos, recuperáveis, reutilizáveis e catalisadores “leves”. No
trabalho de Zhang et al. (2004), as zeólitas utilizadas como catalisadores foram testadas
para reações de condensação de Knoevenagel entre benzaldeído e cianoacetato de etila,
etil acetoacetato e malonato de dietilo e elas se mostraram como catalisadores bastante
eficientes por serem baratos, fáceis de preparar, estáveis e com fácil recuperação.
A condensação de Knoevenagel é uma variação da “condensação aldólica”
que por sua vez é uma vertente da “adição aldólica” que é a reação entre dois aldeídos
com hidrogênios enolizáveis na posição α à carbonila, na presença de bases, com a
formação de β‐hidroxialdeídos, sendo que com o aquecimento o aldol formado,
eventualmente, elimina água, dando origem a um aldeído α,β-insaturado, ou seja, a
eliminação de uma molécula de água para fornecer um composto carbonílico α, β ‐
insaturado é denominada condensação aldólica. A adição aldólica, assim como a
condensação aldólica, tem sido empregada na síntese de diversas classes de produtos
naturais com atividades biológicas importantes como policetídeos, polipropionatos,
macrolidos e poliésteres (MARTINS, 2009).
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
48
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
A adição aldólica foi descoberta em 1864 por Aleksandre Borodin ao
misturar o pentanal com sódio, na esperança de obter pentanoato de sódio. Após
tratamento com água, Borodin obteve uma mistura complexa, onde um dos produtos
parecia resultar da condensação entre duas moléculas de pentanal, com eliminação de
uma molécula de água. Ao utilizar o etanal, Borodin, obtinha um produto com duas
funções orgânicas: álcool e aldeído, ou seja, o aldol (termo empregado por Charles
Adolphe Wurtz a fim de retratar a bifuncionalidade do composto formado: ald-aldeído e
ol-álcool) (MARTINS, 2009).
Emil Knoevenagel, autor da condensação de Knoevenagel, tornou público a
sua reação em 1894, quando publicou um trabalho no jornal Chemische Berichte sobre a
condensação entre o formaldeído e o malonato de dietila, em presença de dietilamina. A
reação de condensação Knoevenagel é empregada para se obter compostos com cadeias
carbônicas maiores e também com maior conjugação eletrônica, característica estrutural
importante, que pode aumentar a bioatividade destes compostos. A reação de
Knoevenagel consiste na condensação de aldeídos ou cetonas que geralmente não
possuem átomo de H ácido, na posição β, com um composto que contenha metileno
ativo. Esta reação é catalisada por bases, como amônia, amidas, aminas ou seus
respectivos sais. A reação de Knoevenagel pertence à classe geral das condensações do
tipo aldólicas, catalisadas por bases. A reação é fortemente dependente de solventes tais
como benzeno, etanol, tolueno e N, N-dimetilformamida. Essa reação vem sendo
bastante empregada na síntese de coumarinas e seus derivados, que são importantes
matérias-primas para a produção de cosméticos, perfumes e compostos com aplicações
farmacêuticas (WADA & SUZUKI, 2003; ZHANG, et al. 2004; MEDEIROS, 2006)
Nos últimos anos, a condensação de Knoevenagel vem sendo aplicada com
a utilização de sistemas catalíticos heterogêneos, uma vez que estes catalisadores podem
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
49
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
ser separados e reciclados mais facilmente, o que em muitos casos reduz custos de
produção (MEDEIROS, 2006). Tipicamente a reação de condensação de Knoevenagel
pode ocorrer na presença de ácidos ou bases como catalisadores. No caso da presença
de catalisador básico a catálise fundamenta‐se na acidez acentuada apresentada pelos
hidrogênios α à carbonila. Devido à formação da espécie enolato que é estabilizada por
ressonância e gerada pela abstração do Hα (ácido) por uma base apropriada. A adição
nucleofílica do enolato à carbonila de outra molécula fornece um alcóxido denominado
aldolato que, posteriormente, sofre protonação gerando o β‐hidróxi‐aldeído como
afirma Zhang et al (2004).
A finalidade principal da reação de Knoevenagel é sintetizar compostos
desejados com a vantagem de se agregar seus valores biológicos individuais e formando
um composto aperfeiçoado, agora com bifuncionalidade, assim como nos estudos de
Tamami & Fadavi (2006), sendo que o etil 2-cloroacetil-3-arilpropenoato é preparado
por meio de uma condensação de Knoevenagel entre 4-cloroacetoacetato de etilo e
aldeídos aromáticos. Outro exemplo da reação de condensação de Knoevenagel é a que
ocorre entre Cianoacetato e Butiraldéido, em presença de Tolueno, na formação do etil
2-ciano,3-butil acrilato, um composto bifuncional muito utilizado e produzido em vários
setores da indústria e que é pertencente a classe dos Cianoacrilatos, que são
denominados como substâncias adesivas, sendo mais especificamente classificada como
“super cola”. Sua invenção foi acidental e ocorrente em 1949 por Harry Coover ao
tentar sintetizar plástico transparentes. Posteriormente à sua invenção, este pesquisador
se deu conta do potencial de tal adesivo e atualmente o cianoacrilato movimenta
centenas de milhões de dólares por ano em vários setores da indústria química e de
engenharia. Alguns tipos de cianoacrilatos podem ser usados no lugar de pontos e
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
50
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
suturas, tornando eventos cirúrgicos mais eficientes e podem servir também como
adesivos oftálmicos, na redução de cicatrizes, no tratamento de úlceras do estômago,
lesões pulmonares e de órgãos moles, em tratamentos odontológicos, para produzir
nanocápsulas ocas, que liberam medicamentos em alvos específicos do organismo, para
revelar impressões digitais, procedimento ocorrente desde 1970
†.
Disponível em: http : // www.chm.bris.ac.uk/ motm/ superglue/ superglueh.htm. Acesso em: 20 de maio
de 2012.
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
51
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
6- CONCLUSÕES
As propriedades físicas e químicas, singulares, das nanoestruturas de
titanato, sintetizadas através do método hidrotérmico, têm chamado atenção da
comunidade cientifica da área, devido ao leque de aplicações que esses materiais
proporcionam. O método hidrotérmico alcalino, de preparação das nanoestruturas de
titanato, possui vantagens em relação aos demais, tal como o método sol-gel, por ser
mais barato e de manuseio mais simples. Essa síntese fornece nanoestruturas com várias
morfologias (tubulares, formato de folhas, fitas etc), sendo que esse processo de redução
do tamanho das estruturas à escala nanométrica ocorre com a mudança nas dimensões
do precursor, que é 3D (TiO2), e passa para 2D (nanofitas e nanofolhas) e/ou 1D
(nanotubos, nanofios etc), desta maneira modificando o caminho que os elétrons
percorrem e consequentemente alterando suas propriedades em relação ao seu sólido
estendido.
O destaque dos nanotubos nanoestruturados, em relação às demais
nanoestruturas, se dá devido à sua maior área superficial e por sua estrutura em camadas
permitir reações de trocas iônicas, já que é formado por lamelas com íons sódio entre
elas. Os nanotubos de titanato são semicondutores com energia de banda proibida de 3,2
eV, sendo materiais interessantes para aplicação em fotodegradação de materiais, como
corantes têxteis. Assim como sua elevada área superficial e tamanho de poros ser ideal
para testes catalíticos, como a reação orgânica da condensação de Knoevenagel. Além
dessas, os nanotubos podem ter outras alicações como: células solares, baterias de lítio,
célula combustível, armazenamento e sensoriamento de hidrogênio, entre outros.
Embora haja consenso na literatura em relação a várias características, como
os métodos de síntese e algumas aplicações dos nanotubos de titanato, existem pontos
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
52
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
obscuros em relação as sua estrutura e à sua formação a partir das nanofolhas, pois a
estrutura dos nanotubos, baseada na interação entre os octaedros (TiO6), ainda é objeto
de debate científico. Desta maneira esses são, também, alvos de futuras pesquisas e
esforços que podem direcionar os rumos da pesquisa na área da nanotecnologia.
Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
53
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
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Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
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Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
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Capítulo 1: Artigo de Revisão Bibliográfica
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Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
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CAPÍTULO 2:
Artigo Original
Capítulo 2: Artigo Original
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Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE NANOESTRUTURAS DE TITANATO:
TROCA IÔNICA E ESTUDO DE SUAS PROPRIEDADES CATALÍTICAS
N. M. Santosa, B. C. Viana
* a,3
, J. M. E. Matosa
aUniversidade Federal do Piauí, Centro de Ciências da Natureza, Caixa Postal 676, CEP
64049-505, Teresina - Piauí, Brasil.
Capítulo 2: Artigo Original
59
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE NANOESTRUTURAS DE TITANATO:
TROCA IÔNICA E ESTUDO DE SUAS PROPRIEDADES CATALÍTICAS
RESUMO
Nanoestruturas tubulares de titanato de sódio foram sintetizadas pelo método
hidrotérmico alcalino, trocados ionicamente seus Na+ interlamelares por íons Ce
+4, La
+3,
Co+2
e Cu+2
, e testados na reação de condensação de Knoevenagel. Suas propriedades
estruturais, morfológicas, texturais e catalíticas são comparados com o TNT puro.
Medidas DRX e Raman confirmaram o sucesso da síntese e da troca iônica. A análise
por MET mostrou que todas as amostras trocadas mantiveram a morfologia tubular
original e mostrou a formação de nanopartículas de CuO e CeO2 nas paredes exteriores
do Cu - TNTs e Ce - TNT, respectivamente. As técnicas BET e BJH foram utilizadas
para determinar propriedades texturais das diferentes amostras.
Palavras-Chave: Nanotubos de Titanato, Método Hidrotérmico alcalino, Troca Iônica.
Capítulo 2: Artigo Original
60
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
SYNTHESIS AND CHARACTERIZATION OF TITANATE
NANOSTRUCTURES: ION EXCHANGE AND STUDY THEIR CATALYTIC
PROPERTIES
ABSTRACT
Tubular nanostructures of sodium titanate were synthesized by using the alkaline
hydrothermal method. The interlayer Na+ ions were exchanged by Ce
+4, La
+3, Co
+2 and
Cu+2
ions and tested in the Knoevenagel condensation reaction. Their structural,
morphological, textural and catalytic properties are compared with the pure TNT. The
XRD and Raman measurements have confirmed the success in the synthesis and ion
exchange. The TEM measurements showed that all samples exchanged kept their
original tubular morphology and showed the formation of CuO and CeO2 nanoparticles
anchored on the outer walls of the Cu - TNTs and Ce - TNT, respectively. The BET e
BJH methods were used to obtain the textural properties.
Key Words: Titanate Nanotubes, Alkaline Hydrothermal Method, Ion Exchange.
Capítulo 2: Artigo Original
61
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
1 - INTRODUÇÃO
Atualmente, nanoestruturas unidimensionais de titanatos tais como
nanotubos, nanofios, nanofolhas e nanofibras têm atraído grande atenção,
principalmente devido às suas capacidades de troca iônica (OU & LO, 2007; WANG, et
al. 2009; LI, et al. 2012). De fato, esses sólidos são promissores para uma variedade de
aplicações incluindo armazenamento de hidrogênio, tratamento de água, catalisadores,
suportes de catalisadores, sensores de gases, células solares, medicina e eletroquímica
(OU & LO, 2007; VIANA, et al. 2009; CHONG, et al. 2009 ; HERNADEZ, et al 2011;
VIANA, et al. 2011; LIU, et al. 2012; CHANG, et al. 2012; AL-HAJJAJ, et al. 2012;
SHENG, et al. 2012; LI, et al. 2012; CAMPOSECO, et al 2012; UMEK, et al. 2012).
Particularmente, nanotubos de titanato (TNTs), obtidos por um tratamento hidrotérmico
alcalino, são unidimensionais e compreendem estrutura lamelar com uma cavidade oca
(WANG, et al. 2009). Esses materiais têm certo grau de porosidade e alta área
superficial que resultam em uma capacidade superior de adsorção e, por isso, em
princípio aperfeiçoariam suas propriedades catalíticas (OU & LO, 2007; CHANG, et al.
2012).
Entre as potenciais aplicações, o uso dos TNTs como suporte de catalisador
tem sido explorado para oxidação de CO, isomerização de alilbenzeno, reação de
deslocamento de gás, polimerização do metil metacrilato, estocagem/redução de NOx,
hidrotratamento para abertura do anel de tretalina, fotocatálise e tratamento de ar
(DOMSAK, ANTHONY & LOTT. 1995; IDAKIEVA, et al. 2005; BAVYKIN, et al.
2006; BARRIENTOS-RAMÍREZ, et al. 2009; MORGADO JR, et al. 2009; GU, et al.
2011; STEWART, NYMAN & DE BOER. 2011; YOSHIDA, et al. 2012; CHANG, et
al. 2012). Além do mais, a decoração do TNTs com nanoparticulas de metais óxidos e/
ou intercalação de íons metálicos em TNTs tem sido explorada como uma estratégia
Capítulo 2: Artigo Original
62
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
para aperfeiçoar a atividade catalítica desses sólidos (VIANA, et al. 2009). Portanto,
TNTs decorados com nanopartículas de RuO2, ZnO, MnOx, Cs2O, SnO2, NiO ou CuO
tem demonstrado excelente performance como catalisador ácido-base (OU & LO, 2007;
WANG, et al. 2009; GU, et al. 2011) e quando intercalados com Cd, Pd, Ce, Pt ou Au,
demonstram uma grande habilidade redox (IDAKIEVA, et al. 2005; BAVYKIN, et al.
2006; YOSHIDA, et al. 2012).
Em outro contexto, ésteres α,β-insaturados são intermediários químicos
adequados para usos farmacêutico e cosmético ( FREIRE, et al. 2009; DE
NOGUEIRA, et al. 2011). Muitos estudos sobre a formação da ligação carbono-carbono
através da condensação de Knoevenagel usando catalisadores ácido-base têm sido
relatados como um método versátil para produção de ésteres (COSTANTINO, et al.
2006; DE NOGUEIRA, et al. 2011). A principal desvantagem do uso de catalisadores
ácidos sólidos nesta reação é a baixa seletividade catalítica para ésteres, causada pela
ocorrência de reações laterais, enquanto os catalisadores básicos sólidos sofrem de falta
de força básica relativamente forte necessária para obter aceitáveis taxas globais
(COSTANTINO, et al. 2006). À medida que os nanotubos de titanato possuem sítios
ácidos de Lewis, o seu uso com nanopartículas de ácido ou base intercaladas entre as
lamelas pode ser interessante para modelar a acidez ou a basicidade desses sítios de
Lewis (VIANA, et al. 2009). Portanto, a condensação de Knoevenagel parece ser uma
reação adequada para sondagem da referida propriedade desses sólidos.
Recentemente, a atividade catalítica dos nanotubos de titanato trocados
ionicamente com cério, decorados com nanoestruturas de CeO2, tem sido investigada
em nosso grupo, devido ao seu efeito sinergístico nas propriedades catalíticas, não
toxicidade e custo relativamente baixo. Desta maneira, nanotubos de titanato
intercalados com metais ou aqueles com nanopartículas suportadas podem aumentar a
Capítulo 2: Artigo Original
63
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
eficiência do desempenho catalítica na condensação de Knoevenagel em comparação
com a catálise ácido-base tradicional.
Embora as propriedades desses materiais tenham sido bastante exploradas
(VIANA, et al. 2009 ; VIANA, et al. 2009; KITANO, et al. 2010; VIANA, et al. 2011;
UMEK, et al. 2012), os efeitos das propriedades físico-químicas dos sólidos (estrutura,
textura e morfologia) nas propriedades catalíticas não têm sido explorados. Nesse
sentido, o objetivo deste trabalho é avaliar as propriedades catalíticas dos TNTs puros e
intercalados com os íons Ce+4
, La+3
, Co+2
e Cu+2
na reação de condensação de
Knoevenagel. As caracterizações por difração de raios-X (DRX), espectroscopia
Raman, microscopia eletrônica de transmissão (MET) e as propriedades texturais (BET
e BJH) são também discutidas. Os nanocompósitos preparados mostram propriedades
catalíticas distintas na condensação de Knoevenagel e até onde sabemos esses
resultados ainda não foram relatados na literatura especializada.
Capítulo 2: Artigo Original
64
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
2 - PARTE EXPERIMENTAL
2.1 – Materiais
Os reagentes (Sigma – Aldrich) usados são de elevado grau de pureza e
foram utilizados como adquiridos. Todas as soluções foram preparadas utilizando-se
como solvente água deionizada.
2.2 - Síntese dos nanotubos de titanato (TNT)
A síntese foi realizada usando o método hidrotérmico alcalino. Em uma
síntese típica como descrita por Viana et al. (2011), 2 g (25 mmol) de TiO2 (anatásio)
comercial [99,8%] foi suspenso em 60 mL de solução aquosa de NaOH 10 mol.L-1
,
durante 24h. A suspensão branca formada foi transferida para um béquer de Teflon com
volume de 100 mL de um reator de aço inoxidável e mantida a 140 °C por 96h em
estufa. Após resfriamento até à temperatura ambiente, o sólido branco resultante foi
separado por centrifugação e lavado seis vezes com água deionizada atingindo pH entre
11 e 12. Após secagem por 24h em forno convencional (estufa), à temperatura de 80 ºC,
os nanotubos de titanato intercalados com sódio foram obtidos.
2.3 - Reações de troca iônica: La+3
, Co+2
, Ce+4
e Cu+2
Tipicamente, as reações de troca iônica nos nanotubos de titanato (troca do
Na+ interlamelar pelos metais La
+3, Co
+2, Ce
+4 e Cu
+2) foram realizadas usando
procedimentos semelhantes. As trocas iônicas foram efetuadas pela suspensão de 100
mg de TNT em 100 mL, da solução aquosa, 0,05 mol L-1
, dos respectivos nitratos
metálicos, à temperatura ambiente. A suspensão ficou em agitação magnética por 24h.
O sólido foi isolado por centrifugação a 3500 rpm e lavado várias vezes com água
deionizada, com o intuito de remover íons solúveis remanescentes (NO3-, Na
+, OH
-,
La+3
, Co+2
, Ce+4
, Cu+2
) e secado em estufa à 80 ºC durante 24h, obtendo-se nanotubos
Capítulo 2: Artigo Original
65
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
de titanato intercalados com os respectivos metais (La-, Co-, Ce-, Cu -TNT). Os nitratos
metálicos utilizados para troca iônica foram: Cu(NO3)2 . 3H2O, La(NO3)3.H2O,
(NH4)2Ce(NO3)6 e Co(NO3).6H2O.
2.4 - Condensação de Knoevenagel
A condensação de Knoevenagel foi usada como modelo reacional para
determinar a perfomance catalítica da produção de ésteres sólidos α,β-insaturados. A
atividade catalítica foi realizada em um sistema que consistia de um reator de vidro.
Após colocar cerca de 100 mg do catalisador (como preparado) no reator junto com uma
mistura equimolar do cianoacetato de etila e butiraldeído, em tolueno, o sistema foi
agitado continuamente sob temperatura controlada. Depois disso, o teste catalítico foi
realizado a 90 °C durante 4h. Então, a mistura foi centrifugada e resfriada rapidamente.
Aliquotas da mistura reacional foram retiradas em intervalos regulares de 15min e
injetadas em um cromatógrafo para analizar os produtos formados.
A conversão foi definida como percentagem em peso, seguindo a
metodologia dos trabalhos anteriores (FREIRE, et al. 2009; DE NOGUEIRA, et al.
2011). Estudos da reutilização dos melhores catalisadores foram realizados pelo reuso
dos sólidos na reação (até cinco vezes) a fim de conhecer a estabilidade catalítica dos
sólidos.
2.5 - Caracterizações
As técnicas empregadas na análise estrutural dos materiais foram: a difração
de raios-X (DRX), utilizando um difratômetro de pó XRD 6000 da Shimadzu com
radiação Cu-Kα (λ = 1,5406 Å), monocromador de grafite e 2θ no intervalo de 5 a 60°,
taxa de varredura 1° min-1
; e a espectroscopia Raman, através de um espectrômetro
senterra da Bruker com microscópio olympus BX5 acoplado, utilizando como
Capítulo 2: Artigo Original
66
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
condições de análise, um laser de 532 nm com potência de saída de 5mW. Uma baixa
potência de laser foi utilizada a fim de evitar o aquecimento da amostra. Uma resolução
espectral de 3 cm-1
foi utilizada em uma geometria de retroespalhamento. A área de
superfície específica, morfologia, tamanho e volume dos poros foram medidos por
isotermas de adsorção/dessorção de nitrogênio no equipamento Flowsorb 2300 da
Micrometrics, usando o método Brunauer-Emmet-Teller (BET) e o de Barett–Joyner–
Halenda (BJH). Medidas de Microscopia eletrônica de transmissão (MET) e de alta
resolução (METAR) foram realizadas utilizando um FEI-Tecnai G2S-Twin operando
com 200 kV de tensão, foi utilizada para análise da forma e tamanho dos nanotubos. Os
pós das amostras foram preparados para o MET e METAR em uma suspensão aquosa
gotejada em grade de cobre com carbono poroso revestindo a mesma, e aguardando-se a
água evaporar a temperatura ambiente.
Capítulo 2: Artigo Original
67
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
3 - RESULTADO E DISCUSSÃO
3.1 - Difração de raios – X (DRX)
A difração de raios-X é uma técnica de caracterização microestrutural de
alta tecnologia utilizada para identificar o plano de cristalinidade característico de uma
larga escala de materiais.
A Figura 1 ilustra os resultados de DRX das amostras de TNT (curva (a)) e
os trocados ionicamente Co-TNT (curva (b)), Cu-TNT (curva (c)), La-TNT (curva (d)) e
Ce-TNT (curva (e)). O perfil do difratograma para o TNT (como preparado) está em
boa concordância com os dados publicados, revelando em destaque quatro linhas de
difração típicas dos nanotubos de titanato em torno de 10°, referente à distância
interlamelar; 24°, referente aos planos diagonais formados por hidrogênio-lamela; 28°,
referente aos planos diagonais formados pela interação sódio-lamela; e 48°, referente
aos planos formados pela rede TiO6 (ZHANG, et al. 2004; VIANA, et al. 2011). Esses
picos correspondem aos planos cristalinos do Na2Ti3O7 indexados como (200), (110),
(211) e (020), respectivamente.
Com relação à amostra Co-TNT, (Figura (1(b)), observa-se a presença de
indicativos da efetiva troca iônica do Na+ pelo Co
+2 através do deslocamento do
primeiro pico em torno de 2θ = 10° (responsável pela distância interlamelar) para
menores valores de 2θ. Esse deslocamento indica um aumento da distância interlamelar.
Situação controversa, pois à medida que incorporamos cobalto, teoricamente
deveríamos obter uma diminuição do espaço interlamelar, pois seu raio iônico (Co2+
=
0,082 nm), em qualquer número de coordenação é significativamente menor do que o
raio iônico do sódio (Na+ = 0,098 nm). Porém, esse aumento na distância interlamelar
pode ser explicado pela provável formação de Cobalto hidrato (Co(OH)4), mecanismo
Capítulo 2: Artigo Original
68
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
proposto por Ferreira et al. (2006) e criticado por Morgado Jr et al. (2009). A acentuada
diminuição da intensidade do pico em torno de 2θ = 28°, indicando uma eventual
diminuição na quantidade de sódio interlamelar, é outro indicativo da efetividade da
troca iônica. O aumento da intensidade e o alargamento do pico próximo de 2θ = 40º, é
uma característica da troca do Na+ por Co
2+ em nanotubos de titanato (FERREIRA, et
al. 2006; MORGADO Jr, et al. 2009).
O perfil cristalográfico do Cu-TNT (Figura 1(c)) mostra em relação ao pico
próximo de 2θ = 10° um deslocamento para valores superiores, o que indica uma
diminuição nas distâncias interlamelares. Isto já era esperado à medida que o raio iônico
do Cobre (Cu2+
= 0,072 nm) é inferior ao do Sódio (Na+ = 0,098 nm). Nota-se também
que o pico em torno de 2θ = 24°, experimenta um aumento de intensidade. Já o pico em
torno 2θ = 28º, que depende da quantidade de Na+ interagindo com as lamelas,
diminui, sendo mais uma prova da efetiva troca iônica (FERREIRA, et al. 2006). Os
picos localizados em 2θ = 33° e 38°, são bastante pronunciados no Cu – TNT
(FERREIRA, et al. 2006), indicando, possivelmente distorções ocorridas na rede, que
podem ser induzidas pelas intercalações das espécies Cu2+
entre as lamelas, sugerindo a
efetiva troca iônica sódio-cobre.
Para o La-TNT (Figura 1(d)), em comparação ao TNT (Figura 1(a)), nota-se
que há um deslocamento do primeiro pico de difração (2θ = 10°), para maiores valores
de 2θ, revelando uma diminuição na distância entre as lamelas, resultado não esperado,
uma vez que o raio iônico do íon lantânio (La3+
= 0,122 nm) é maior do que o do sódio
(Na+ = 0,098 nm). O alargamento do pico em torno de 2θ = 28° indica um certo grau de
desordem entre íons sódio e a lamela. A diminuição da distância interlamelar pode ser
entendida como uma diminuição da hidratação interlamelar e distorções na coordenação
do La+3
em relação ao íon Na+.
Capítulo 2: Artigo Original
69
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
Observa-se na Figura 1(e), Ce-TNT, que os picos de difração em torno de
2θ = 10° estão ligeiramente deslocados para valores menores de 2θ, indicando um
aumento da distância interlamelar, o que faz sentido sabendo-se que o raio iônico do
Ce4+
(0,102 nm) é maior do que o raio do Na+ (0,098 nm) (VIANA, et al. 2011). O pico
próximo a 2θ = 28° se mostra mais largo, o que pode demonstrar uma amorfização dos
planos formados por Ce4+
- lamela, podendo indicar menor repetição dessas ligações no
interior das lamelas e assim podendo ser mais uma evidência da troca do íon Cério por
sódio (CORTÉS – JÁCOME, et al. 2007; VIANA, et al. 2011). Notamos também a
presença de picos próximos a 2θ = 57°, 48° e 33° (marcados com setas) que sugerem a
formação de CeO2 produzido na reação de troca (MAZALI, et al. 2007).
Figura 1 – Difratograma de raios-X do TNT como preparado (a), do TNT trocado com
Co+2
(b), Cu+2
(c), La+3
(d) e Ce+4
(e).
Cu-TNT
La-TNT
Co-TNT
(d)
(e)
TNT
(a)
(b)
(c)
Ce-TNT
Capítulo 2: Artigo Original
70
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
3.2 - Espectroscopia Raman
Os resultados do estudo das propriedades vibracionais obtidos via
espectroscopia Raman e mostradas na Figura 2 tem o objetivo de avaliar o aspecto
estrutural dos TNTs (espectro (a)) e dos quatro nanotubos de titanato intercalados com
metais Co-TNT (espectro (b)), Cu-TNT (espectro (c)), La-TNT (espectro (d)) e Ce-TNT
(espectro (e)) apresentaram diferenças com relação à posição de algumas bandas,
podendo ser consequência das trocas iônicas. As amostras de TNTs apresentaram
assinaturas vibracionais típicas de formação de nanotubos de titanato com bandas em
torno de 160, 191 cm-1
(atribuídos aos modos da rede e estiramento Na-O-Ti); 275, 454,
658 e 699 cm-1
(associados às vibrações Ti-O-Ti do octaedro TiO6) e em 908 cm-1
(atribuído ao estiramento de ligações terminais não compartilhadas) (YUAN & SU,
2004; YOSHIDA, SUZUKI & YOSH. 2005; CORTÉS – JÁCOME, et al. 2007;
VIANA, et al. 2009).
Nota-se que para a amostra Co-TNT (Figura 2(b)) houve deslocamentos
para menores números de onda das bandas em torno de 160 e 191, 454, 668 e 908 cm-1
,
sendo esta última banda vibracional deslocada para um valor em torno de 862 cm-1
e
assim confirmando a provável troca iônica dos íons sódio pelo cobalto (FERREIRA, et
al. 2006)
O espectro Raman para o Cu-TNT (Figura 2(c)) exibe deslocamento para
menores valores de números de onda das bandas em torno de 160, 191, 275, 454, 658,
699 e 908 cm-1
, sendo que neste último caso (principal modo vibracional indicador da
troca iônica) ocorreu o deslocamento, após a efetivação da troca iônica, para em torno
de 825 cm-1
(FERREIRA, et al. 2006). Ao mesmo tempo em que o deslocamento da
Capítulo 2: Artigo Original
71
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
banda próxima a 285 cm-1
pode ser atribuído à assinatura do óxido de cobre, formado
nos nanotubos durante a troca iônica. (SCEPANOVIC, et al. 2008).
Com relação aos nanotubos intercalados com La+ (Figura 2(d)) percebe-se
um sutil deslocamento dos picos mais intensos, denominados como suas assinaturas
espectrais, para menores valores de números de onda quando comparados aos nanotubos
de titanato como preparados (Figura 2(a)), indicando a ocorrência da efetiva troca
sugerida, com especial atenção ao deslocamento dos picos em 908 cm-1
, formando um
ombro na área próxima de 875 cm-1
. Pelo fato desse deslocamento ser característico às
intercalações iônicas, indica-se assim a consistente probabilidade da ocorrência da
substituição iônica do Na+ por La
+3 entre as lamelas dos nanotubos de titanato.
O comportamento do Ce-TNT, visto na Figura 2(e), quanto a eventual reação
de substituição iônica é verificado através do deslocamento da banda em 908 cm-1
para
em torno de 830 cm-1
. Podendo, esse fato, ser consequência da presença de Ce+4
entre as
lamelas dos titanatos após a troca com os íons sódio. O deslocamento da banda em 908
cm-1
para 830 cm-1
corrobora os resultados de troca iônica de trabalhos anteriores
(VIANA, et al. 2009; GU, et al. 2011).
Capítulo 2: Artigo Original
72
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
200 400 600 800 1000
Inte
nsid
ade R
am
an
Deslocamento Raman (cm-1)
CuTNT (c)
TNT (a)
CoTNT (b)
CeTNT (e)
LaTNT(d)
Figura 2 - Espectros Raman referentes às amostras de TNT (a), do TNT intercalado
com Co+2
(b), intercalado com Cu+2
(c), intercalado com La+3
(d) e
intercalado com Ce+4
(e).
3.3 Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET)
A Figura 3, que mostra as imagens de MET dos nanotubos de titanato
trocados com os íons cério, cobre, cobalto e lantânio, revela grande quantidade de
matéria com morfologia tubular distribuída de forma bem uniforme e confirmando as
características já identificadas por difração de raios-X e espectroscopia Raman
(KASUGA, et al. 1998; VIANA, et al. 2009; MORGADO Jr, et al. 2009).
Através da Figura 3(a) pode-se observar que, após a reação de troca iônica,
as amostras de Ce-TNT preservaram a morfologia tubular e os diâmetros médios, e que
as amostras trocadas com Cério estão decoradas em sua superfície externa com
nanopartículas cristalinas, sendo que, para confirmação dos resultados do DRX (que
sugeriram a presença de CeO2), se faz necessário uma análise mais detalhada por meio
da METAR (VIANA, et al. 2009).
Co- TNT
La- TNT
Ce- TNT
Cu- TNT (b)
(c)
(d)
(e)
Capítulo 2: Artigo Original
73
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
A Figura 3(b) revela que as amostras trocadas com íons de cobre mantem a
morfologia tubular em comparação com os TNT puros e observa-se também que houve
a formação de nanopartículas cristalinas na superfície. Sendo necessária uma análise
mais detalhada por meio do METAR para definir se corrobora o Raman, que sugeriu a
presença de fase CuO nas camadas externas do Cu-TNT (FERREIRA, et al. 2006).
As espécies modificadas com Cobalto têm sua imagem de MET ilustrada na
Figura 3(c) e nos mostra que a morfologia tubular do precursor nanoestruturado
continua resguardada após a modificação com os íons de Cobalto, não havendo
formação de cristais óxidos precipitados na superfície (MORGADO Jr, et al. 2009),
concordando com os resultados de DRX e Raman.
A Figura 3(d) mostra a imagem de MET para a amostra La-TNT. Após
análise nota-se que a morfologia nanotubular foi resguardada após a reação de troca
iônica continuando assim com morfologia substancialmente composta de nanotubos,
estando em pleno acordo com os resultados de DRX e Raman (JAGTAP, et al. 2011).
Capítulo 2: Artigo Original
74
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
Figura 3 - Imagens MET dos catalisadores nanotubos de titanato trocados com Ce+4
(a), Cu+2
(b), Co+2
(c) e La+3
(d).
Imagens de microscopia eletrônica de alta resolução (METAR- Figura 4)
foram realizadas a fim de se analisar melhor as nanoestruturas formadas na superfície
das amostras Ce-TNT (Figura 4(a)) e Cu-TNT (Figura 4(b)) e após cálculo do tamanho
médio dos seus cristalitos (3,9 nm para o Ce-TNT e 3,2 nm para o Cu-TNT), juntamente
com as distâncias interlamelares, encontradas atravé do DRX, para essas nanopartículas
(0,31 nm para o Ce-TNT e 0,23 nm para o Cu-TNT), constatou-se que se tratava da
formação de CeO2 e CuO formados nas camadas externas dos TNTs trocados com Cério
e Cobre, respectivamente, corroborando os resultados do DRX e Raman (FERREIRA,
et al. 2006; VIANA, et al. 2009).
a b
c d
Ce-TNT
Co-TNT La-TNT
Cu-TNT
Capítulo 2: Artigo Original
75
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
Figura 4 - Imagens METAR dos catalisadores nanotubos de titanato trocados com Ce+4
(a) e Cu+2
(b).
A Tabela 1 lista os valores das distâncias interlamelares dos nanotubos de
titanato puro e trocados (calculados via DRX) e o tamanho médio do cristalito
depositado na superfície do Ce-TNT e Cu-TNT ( calculado pelo METAR), assim como
suas fases encontradas, também, a partir dos resultados de DRX. As distâncias
interlamelares mostram também uma diminuição das distâncias interlamelares para as
amostras trocadas La-TNT e Cu-TNT e um aumento para Ce-TNT e Co-TNT em
comparação ao TNT de referência (WANGA, et al. 2011).
a b
Ce-TNT Cu-TNT
Capítulo 2: Artigo Original
76
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
Tabela 1. Fases dos nanocristais formados, valores das distâncias interlamelares e do
tamanho do nanocristal das amostras obtidos a partir dos resultados de DRX
e MET.
Catalisador Distância
interlamelar
(nm)
Tamanho do
nanocristal do
óxido (nm)
Fases
TNT 0,95 - -
Ce-TNT 1,00 3,9 CeO2
La-TNT 0,90 - -
Cu-TNT 0,90 3,2 CuO
Co-TNT 1,10 -
3.4 – Propriedades Texturais - BET e BJH
Para obtermos as propriedades texturais (área superficial específica e a
estrutura porosa) das amostras, foram realizadas medidas de isotermas de adsorção-
dessorção de nitrogênio (N2) nas amostras de nanotubos como sintetizados (TNT) e nos
nanotubos trocados ionicamente Co-TNT, Ce-TNT, La-TNT e Cu-TNT. Os resultados
(com exceção do Cu-TNT) são mostrados na Figura 5 e revelam o comportamento da
quantidade molar do gás adsorvido e/ou dessorvido pelas amostras, a uma temperatura
constante em função da pressão do gás. A área superficial foi determinada através da
aplicação da equação isotérmica de Brunauer-Emmett-Teller - BET (adsorção), assim
como a equação de Barett–Joyner–Halenda - BJH (dessorção) (BAVYKIN,
FRIEDRICH & WALSH, 2006) foi aplicada para que se determine a distribuição de
tamanhos e volumes de poros (COSTA, 2009). A curva de adsorção apresenta
características típicas de nanotubos de titanato à medida que indica a presença de
Capítulo 2: Artigo Original
77
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
histerese estendida a elevados valores de pressão relativa (P/Po ≈ 1) (BAVYKIN &
WALSH, 2010).
A comparação entre as espécies trocadas deixa claro que os La-TNTs
(máximo de adsorção em torno de 2550 cm3 ∙ g
-1) demonstram maior adsorção de N2 em
relação aos demais, seguido da espécie Ce-TNT (em torno de 2495 cm3.g
-1), Co-TNT
(em torno de 1490 cm3 ∙ g
-1), sendo que a isoterma de adsorção/dessorção de N2
indicou, para todas a mostras analisadas, elevada adsorção a altas pressões (entre 0,8 e
1,0) de N2. Ainda nessas pressões notou-se acentuado declínio das curvas de dessorção,
evidenciando a presença de mesoporos nos materiais, podendo classificá-los, desta
forma, como materiais mesoporosos. Além do fato de que todas as curvas se
comportaram de maneira exponencial crescente em valores elevados de pressão relativa,
indicando que, provavelmente, a isoterma seja do tipo IV (CORTÉS – JÁCOME, et al.
2007). O gráfico inserido na Figura 5 mostra a curva indicativa da distribuição do
volume de poros obtida por meio do algoritmo BJH (dessorção).
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
500
1000
1500
2000
2500
200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
CoTNT
CeTNT
dV
/dlo
gD
pore
s v
olu
me
(cm
-3.g
-1A
-1)
Pore diameter (ngstron)
LaTNT
TNT
CeTNT
LaTNT
CoTNT
vo
lum
e d
e N
itro
gê
nio
ad
so
rvid
o (
cm
-3.g
-1)
P/po
TNT
Figura 5 - Isotermas de adsorção-dessorção de N2 dos TNTs puros e trocados Co-TNT,
Ce-TNT e La-TNT. A Figura inserida é a distribuição dos poros.
La-TNT
Ce-TNT
La-TNT
Ce-TNT
TNT
Co-TNT Co-TNT
Diâmetro de poros (Å)
TNT
Vo
lum
e d
e p
oro
s
Capítulo 2: Artigo Original
78
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
A Tabela 2 revela algumas caraterísticas texturais observadas dos materiais
estudados, obtidos a partir do tratamento dos dados usando os algoritmos de BET e
BJH, e mostram os valores médios estimados para a área superficial dos nanotubos de
titanato (BET: 150–300 m2∙ g
–1) e do volume de poros (BJH: 0,60–0,85 cm
3 ∙ g
–1),
(MORGADO Jr, 2007). O diâmetro dos poros (entre 2 e 50 nm) confirma a
mesoporosidade dos nanotubos trocados e revela uma desvantagem em termos de área
superficial, volume de poros e diâmetro dos sólidos das amostras trocadas em relação ao
TNT de partida. Porém dentre as espécies trocadas, aquela com os melhores resultados
texturais foi o La-TNT seguido do Ce-TNT.
Tabela 2 - Propriedades texturais das amostras: BET- áreas superficiais (Sg); BJH-
Volume dos poros (Vp) e diâmetro dos sólidos (D).
Catalisador Sg (m2 g
-1) Vp
a (cm
3 g
-1) D
a (Å)
TNT 180 0,62 109
Co-TNT 114 0,24 71
Ce-TNT 129 0,32 69
La-TNT 130 0,3 85
Cu-TNT 101 0,17 58
a A partir do ramo das isotermas de dessorção e o método BJH
3.5 - Teste Catalítico – Condensação de Knoevenagel
A avaliação da atividade catalítica das amostras estudadas (TNT, Cu-TNT,
Co-TNT, La-TNT e Ce-TNT) foi realizada através da reação de contato entre as
espécies supracitadas e o substrato cianoacetato de etila e butiraldeído em presença de
tolueno, e assim tornando a formação do produto final, etil 2-ciano 3-butil acrilato, mais
rápida. No intervalo e temperatura reacionais de 1h e 90 °C, os melhores desempenhos
Capítulo 2: Artigo Original
79
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
catalíticos foram observados para o Ce-TNT e La-TNT. Estes foram reutilizados até
cinco vezes, nas mesmas condições, a fim de conhecer a estabilidade catalítica dos
sólidos e testar suas capacidades de reutilização, visando sondar a influência e a
versatilidade do grau de seletividade, do caráter ácido-base e da interação superficial
dos catalisadores sobre a formação das ligações Carbono-Carbono através da
condensação de Knoevenagel. Deste modo, obtivemos o teor de conversão do substrato
e a seletividade dos catalisadores, que estão expostos na Figura 6.
A cerca do teor de seletividade dos catalisadores ficou claro que os TNTs
obtiveram seletividade em torno de 100%, enquanto que dentre as amostras trocadas
ionicamente o catalisador La-TNT demonstrou o melhor desempenho seletivo,
indicando assim possuir o maior número de sítios ativos dentre as amostras testadas,
sendo, também, em torno de 100%. Na escala de seletividade temos o Ce-TNT com
cerca de 95%, Co-TNT com cerca 87% e Cu-TNT cerca 71%.
Na conversão do Butiraldeído ao produto α,β-insaturado (ainda na Figura 6),
ficou claro que o catalisador Ce-TNT apresentou o desempenho catalítico mais
eficiente. Esse resultado demonstrou que as características texturais não foram por si
suficientes para afirmar o melhor catalisador na prática da reação de condensação de
Knoevenagel.
De acordo com Martins et al. (2009), isto pode ser resultado da interação
singular formada entre os íons cério e as lamelas dos nanotubos de titanato (Ti-O-Ce),
devido, por exemplo, às propriedades únicas do elemento químico cério que o difere
drasticamente das demais espécies deste trabalho. Por exemplo, a coordenação
interlamelar superior (+4) pode ter ocasionado uma interação diferenciada e
influenciado positivamente as propriedades catalíticas, isso tudo aliado a presença do
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TNT CuTNT CoTNT LaTNT CeTNT
20
40
60
80
100
20
40
60
80
100
Catalyst
Bu
tyra
lde
hyd
e c
on
ve
rsio
n (
%)
Se
lectivity (
%)
sistema híbrido (CeO2) adicional à estrutura superficial dos nanotubos de titanato
trocados com Cério terem, provavelmente, favorecido a interação do Ce-TNT com o
substrato, pois o CeO2 tende a aumentar a quantidade de H2O, O-2
, O2 e OH- aderidos a
superfície dos catalisador Ce-TNT (MAZALI, et al. 2007).
Os dois catalisadores que apresentaram os melhores desempenhos na
conversão catalítica do substrato (Butiraldeído) foram Ce-TNT e La-TNT, e esses foram
reutilizados em ensaios de reações de condensação de Knoevenagel (cinco ensaios), sob
as mesmas condições reacionais anteriores, a fim de experimentar sua reutilização e
recuperabilidade, enquanto espécies catalisadoras. Nota-se desta maneira que a amostra
trocada com cério indicou claramente o melhor potencial de reutilização, permanecendo
em melhores condições ao final da quinta reutilização e apresentando uma variação bem
menor quanto à perda do seu poder de interação com o substrato, isso provavelmente
Figura 6 - Coversão e seletividade dos catalisadores TNT, Cu-TNT, Co-TNT, La-TNT e
Ce-TNT utilizados na produção dos ésteres α,β insaturados à temperatura de
90°C durante 1h de reação. Condições da reação: Catalisador (50 mg); 4,6
mmol de uma mistura de Cianoacetato de etila e Butiraldeído, em presença
de tolueno.
Catalisador
TNT Cu-TNT Co-TNT La-TNT Ce-TNT
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1 2 3 4 5
5
10
15
20
25
30
35
Bu
thyra
lde
hyd
e c
on
ve
rsio
n (
%)
Uses
LaTNT
CeTNT
pela permanência de um maior número de sítios ativos recuperados e/ou um maior
número dos mesmos intactos (Figura 7).
A ilustração do mecanismo de reação da condensação de Knoevenagel,
proposto, para interação entre os substratos orgânicos, butiraldeído e cianoacetato de
etila, e os catalisadores inorgânicos, TNT puro e trocados, realizados no presente
trabalho, pode ser visualizada através da Figura 8.
Figura 7 - Curso das reutilizações dos TNTs catalisadores substituídos com íons La+3
e
Ce+4
para formção do 2-Ciano 3-butil acrilato.
Usos
La-TNT Ce-TNT
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N O
O
+ TNT
N O
O
+
TNT
-
O
H
N O +
-
H
O
O
TNT N O
+
H
OH
H
H
H
H
O
N O
β
H
O
α
+ H2O
Cianoacetato de etila
Butiraldeído Enolato
Intermediário
Etil 2 – Ciano 3 – Butil Acrilato
Catalisador
Intermediário
Catalisador (Recuperado)
Àgua
Figura 8 - Mecanismo geral da reação de Condensação de Knoevenagel catalisada por TNT.
Meio reacional = Tolueno
TNT = Nanotubos de
titanato puro e trocados
Capítulo 2: Artigo Original
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4 - CONCLUSÕES
As interpretações dos resultados estruturais e morfológicos apresentados
via DRX, Raman e MET neste trabalho apontaram para a efetiva formação de estruturas
nanotubulares com dimensões típicas e ricas em sódio, assim como para o sucesso das
reações de troca iônica Na+/M
+x interlamelares propostas, apesar de, no caso do Co-
TNT ter havido um aumento interlamelar não previsto, no caso do La-TNT ter ocorrido
uma diminuição interlamelar também não esperada e durante a formação das espécies
trocadas Ce-TNT e Cu-TNT ter acontecido a formação de nanopartículas cristalinas
CeO2 e CuO, respectivamente, nas paredes externas dos nanotubos, o que no caso do
trocado com cério pode ter afetado positivamente a sua atividade catalítica.
As áreas superficiais, os volumes e diâmetros de poros dos nanotubos de
titanato intercalados com metais (M = Cu+2
, Co+2
, La+3
ou Ce+4
) tiveram uma redução
comparados com o TNT puro. Os resultados catalíticos do Ce-TNT mostraram que
ambas as espécies de Ce+4
(na região interlamelar) e as nanopartículas de CeO2
(distribuídas pelas paredes externas) permitiram-no a melhor performance catalítica,
para produção de ésteres α,β-insaturados, com atividade 5 a 7 vezes maior que o TNT
puro, isso mesmo depois de 5 repetições. O oposto foi observado para o TNT contendo
Cu e Co devido à menor acessibilidade das espécies ativas para os regentes. Como as
sínteses dos TNTs trocados são relativamente fáceis de realizar, outros cátions podem
ser usados como sítios ativos para reação. Portanto, os TNTs seriam um bloco na
plataforma de construção da produção de novos catalisadores.
Capítulo 2: Artigo Original
84
Neilson Mendes dos Santos, Dissertação de Mestrado, 2012
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