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Ano III - Junho de 2007 6 IPPP RESTAURA MAIS DOIS BENS TOMBADOS PELO PATRIMÔNIO HISTÓRICO pag. 4 A IMPORTÂNCIA DAS SALAS DE CINEMA DIGITAIS NO INTERIOR pag. 10 SEGURANÇA PÚBLICA: MOMENTO DE REFLEXÃO pag. 14 RESPONSABILIDADE SOCIAL: IPPP NA INCLUSÃO DIGITAL pag. 17 CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO FAZENDA AURORA DA PREFEITURA DE ARARUAMA

neste século XXI. Esta iniciativa do IPPP business ... · Outro projeto de inclusão, ... Internet, o futuro da sociedade moderna, e para a vida, ... teto Heitor de Mello e construído

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Ano III - Junho de 2007

6

IPPP RESTAURAMAIS DOISBENS TOMBADOSPELO PATRIMÔNIOHISTÓRICO pag. 4

A IMPORTÂNCIA DAS SALAS DE CINEMA DIGITAIS NO INTERIOR pag. 10

SEGURANÇA PÚBLICA: MOMENTO DE REFLEXÃO pag. 14

RESPONSABILIDADE SOCIAL: IPPP NA INCLUSÃO DIGITAL pag. 17

CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

FAZENDA AURORA DA PREFEITURA DE ARARUAMA

A

ENTRE AS PALESTRAS E CURSOS OFERECIDOS PODEMOS DESTACAR:

NA ÁREA DE GESTÃO EMPRESARIAL: Jogos de Negócios / 24 h/a – Prof. Adélcio

Sant´ana

Gerenciando Grandes Contas / 24 h/a – Prof.Fernando Carvalho

NA ÁREA DE GESTÃO DE PESSOAL:

Gestão de Pessoas / 24 h/a – Profs. RicardoQueiroz e Gustavo Bloog

Comunicação Interpessoal / 24 h/a – Profs.Baltazar Melo e Gustavo Blog

Técnica de Redação Oficial / 12h/a – Prof.Jefferson Beivis Jorge

NA ÁREA DE MARKETING:

Jogos de Marketing / 24 h/a – Prof. AdélcioSant’ana

Fundamentos de Marketing para Advogados eProfissionais de Escritórios de Advocacia / 24 h/a– Prof. Fernando Marchesini

Fundamentos de Marketing para Empresários eExecutivos / 24 h/a – Prof. Fernando Marchesini eFrancisco Tavora

Fundamentos de Marketing para Médicos eProfissionais de Saúde / 24 h/a – Prof. FernandoMarchesini

linhado aos objetivos das empresas de sucesso, a

CENTRAL DE CURSOS E PALESTRAS visa oIPPP LANÇACENTRALDECURSOS EPALESTRAS:CCP

Gestão Estratégica de Marketing / 24 h/a – Prof.Fernando Marchesini, Arão Sapiro, CarlosAlecrim, Carlos Mello Moyano e Ivagner Texeira

Pesquisa de Marketing: Soluções Estratégicas /24 h/a – Profª Sonia Koehler

Pesquisa de Mercado / 24 h/a – Profª SoniaKoehler

Marketing Viral / 24h/a – Profs. Omar Souki,Aarão Sapiro e Carlos Alecrim

NA ÁREA DE GESTÃO DA COMUNICAÇÃO

Mídia - como Planejar e Decidir Investimentos /24 h/a – Profs. Omar Souki, Rita Martins eAugusto Masini

Organização de Eventos / 24 h/a – Profª RitaMartins

Planejamento e Operacionalização da Promoção/ 24 h/a

Publicidade e mídia / 24 h/a. – Profª. Rita Martinse Omar Souki

Assessoria de Imprensa para área médica / 24h/a– Prof. Luiz Marchesini

Comunicação Empresarial / 24 h/a – Prof. LuizMarchesini

aprimoramento profissional daqueles que almejam posições de

destaque em seu campo de trabalho e que possam suprir as

necessidades empresariais surgidas com os avanços das novas

práticas de business neste século XXI. Esta iniciativa do IPPP

procura atender a profissionais do meio empresarial nas áreas

pública e privada, com o que há de mais moderno na área da

pedagogia empresarial, por meio de cursos, treinamentos e

palestras personalizadas e integradas à política de Recursos

Humanos das empresas. A Central de Cursos e Palestras conta

com palestrantes e consultores de altíssimo nível técnico e

acadêmico, conhecidos nacional e internacionalmente.

Veja mais cursos e informações em: www.ippp.org.br/cursosOu informe-se pelos telefones: (21) 2544-6672 e (21) 2533-0504

Índice

3

4

5

8

10

12

14

17

18

Editorial

IPPP na defesa do Patrimônio

Histórico e Nacional

Maria do Carmo Ibiapina de Menezes

Uma nova ferramenta de gestãoJosé Guilherme Whitaker Ribeiro

Responsabilidade Social por

meio da Inclusão Digital

Câmara Municipal do Rio de Janeiro é restaurada

IPPP restaura Fazenda Aurora da Prefeitura Municipal de Araruama/RJ

Mais salas de cinema para BrasilNilson Rodrigues

IPPP lança o Cine-Praça

Algumas reflexões sobre

Segurança Pública no Brasil

Av. Rio Branco, 185 - sl. 1312

Centro - Rio de Janeiro - RJ

CEP 20040-000

Tels: (21) 2533-0504

Fax: (21) 2533-8174

E-mail: [email protected]

Site: www.ippp.org.br

PRESIDENTE

Roberto Francisco Marchesini

DIRETOR

João Batista de Morais Júnior

EDITOR E JORNALISTA

RESPONSÁVEL

Luiz Marchesini

Mtb. 17.450

DIAGRAMAÇÃO/EDITORAÇÃO

ELETRÔNICA

Martha Braga

FOTOS DA CAPA

REVISÃO

Emilia Teles

IMPRESSÃO

Iarte

TIRAGEM

20.000 exemplares

CIRCULAÇÃO

Nacional

DISTRIBUIÇÃO

Gratuita e dirigida

oN 6 – junho/2007

U O R UC RS S G AT ITOS

DE FO Á

IN RM TICA

Vagas para todas as faixas etárias, dos 10 anos à terceira idade.

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Informações e inscrições: (21) 2558-6350 - ramal 238, das 14h às 18h, de segunda a sexta.

Ou no local: Rua do Catete, 153 - CateteRio de Janeiro - RJ(prédio anexo, no Laboratório de Informática do Museu da República)

ns i õe er as

i cr ç s ab t

uma parceria IPPP e Museu da República

3

editor

ial

A restauração do patrimônio histórico, artístico e cultural do prédio da Marinha,na rua Teófilo Otoni no Centro da cidade do Rio de Janeiro e logo depois do prédiodo Palácio Tiradentes, sede da Assembléia Legislativa do Estado, realizada peloInstituto de Professores Públicos e Particulares marcou o início do movimento da

instituição para promover restaurações históricas preservando o patrimônio históriconacional, de acordo com os seus objetivos estatutários.

Atualmente, o IPPP está finalizando a restauração de dois importantes bens tombados pelo InstitutoEstadual do Patrimônio Cultural - INEPAC – do Estado do Rio de Janeiro: o Palácio Pedro Ernesto,sede da Câmara Municipal do Rio de Janeiro e o prédio da Fazenda Aurora, atual sede do MuseuArqueológico da Região dos Lagos, pertencente à Prefeitura Municipal de Araruama.

Além de 36 obras de arte históricas, algumas medindo mais de 10 metros de largura por dois dealtura, o IPPP está restaurando todo o Palácio Pedro Ernesto em seus mínimos detalhes, inclusive otelhado. É a maior obra de restauração já realizada pelo IPPP. A restauração da sede da FazendaAurora, em Araruama, resume-se às pinturas nas paredes e afrescos do século passado e aosornamentos em folha de ouro do teto.

De acordo com o que há de mais moderno em técnicas de restauração e graças ao trabalho deprofissionais especialistas no assunto, todos professores com ampla experiência, o IPPP vemconsolidando parcerias fundamentais para o trabalho de restauração em prédios históricos, comoa Fundação Oscar Niemayer, por exemplo.

Outro objetivo do IPPP é promover a Responsabilidade Social, contribuindo para a valorização dobrasileiro por meio da educação e da inclusão digital. Para o instituto, toda instituição deveria seguireste caminho para doar e criar, nem que seja um pouco, oportunidades para as comunidadesmenos favorecidas, apostando no crescimento da Nação, com consciência e cidadania.

O IPPP vem desenvolvendo, com recursos próprios, atividades gratuitas de capacitação e apoio àpopulação da cidade do Rio, por meio de ações como o programa Inclusão e Ação e o patrocínioda creche Grupo Comunitário Maria-Maria, na favela da Rocinha.

Em parceria com o Museu da República, pertencente ao Ministério da Cultura, a Inclusão e Açãodo IPPP desenvolve cursos de informática em várias áreas nas dependências do museu, já tendomatriculado mais de duas mil pessoas, muitas delas pertencentes à terceira idade, público majoritá-rio ao redor do Museu da República. O IPPP e o Museu da República estão analisando o ofereci-mento de um novo curso aberto à comunidade: o de restaurador de patrimônio histórico.

Outro projeto de inclusão, mas desta vez social, é o patrocínio da creche Grupo Comunitário Maria-Maria, localizada na Rocinha, que viabiliza a sustentação do apoio pedagógico integral a 70 criançasde zero a quatro anos. Crianças estas que não têm onde ficar enquanto as mães vão trabalhar.

Uma contribuição sem igual para a inclusão de milhares de pessoas ao mundo da informática eInternet, o futuro da sociedade moderna, e para a vida, no caso destas 70 crianças, que poderiammuito facilmente ser desvirtuadas para outros caminhos não dignos e sem retorno, caso nãotivessem a atenção e a educação que estão recebendo.

Ponto para o IPPP, ponto para a sociedade.

Roberto Francisco MarchesiniPresidente do IPPP

AA

4

O Instituto de Professores Públicos e

Particulares, preocupado com o resgate

da memória nacional, tem desenvolvido

ações concretas em prol da preservação

do Patrimônio Histórico. O IPPP vem

restaurando importantes patrimônios

culturais tombados pelo Instituto Estadual

do Patrimônio Cultural – INEPAC. Com

uma equipe de professores especialistas

em restauração, com cursos em Veneza e

Florença, na Itália, o IPPP , após

restaurar obras de arte da Assembléia

Legislativa do Estado do Rio de Janeiro,

está concluindo duas importantes

restaurações: a do palácio Pedro Ernesto,

sede da Câmara Municipal do Rio de

Janeiro, e da sede da Fazenda Aurora, o

primeiro museu Arqueológico da Região

dos Lagos, em Araruama, pertencente ao

governo local. Saiba como foram os

processos das duas restaurações

IPPPENGAJADONA DEFESA DOPATRIMÔNIOHISTÓRICO EDA CULTURADO ESTADODO RIO

5

Instituto de Professores Públicose Particulares, após restaurarcom sucesso o patrimônio his-

tórico da Assembléia Legislativa do Es-tado do Rio de Janeiro, está terminan-do a restauração completa do PalácioPedro Ernesto, sede da Câmara Muni-cipal do Rio de Janeiro. Baseado noprojeto de restauração da Câmara, ela-borado pelo arquiteto Wallace Caldas,diretor da empresa Ópera Prima e apro-vado pelo Instituto Estadual do Patrimô-nio Cultural – INEPAC, o IPPP vem rea-lizando a restauração do palácio a fimde resgatar a função original do prédio,construído na década de 20.

A restauração realizada é a maiorem um patrimônio público pela quali-dade e quantidade de bens, de valorhistórico, integrados. Todos os proce-dimentos laboratoriais foram realiza-dos de acordo com as normas inter-

O

compõe as parades (boiseries) foireintegralizado. As esquadrias e pare-des foram pintadas com tons e mode-los originais e 36 obras de arte quecompõem o rico acervo da Câmaraforam restauradas de acordo com aépoca em que foram feitas.

O conjunto arquitetônico e urba-nístico da região da Cinelândia, cen-tro do Rio, o qual a Câmara dos Vere-adores integra com os prédios doTheatro Municipal, do Museu Nacio-nal de Belas Artes, da Biblioteca Na-cional e do prédio da Justiça Federal,é único por suas peculiaridades his-tóricas e arquitetônicas, permitindo aspessoas nos dias de hoje perceberemcomo era a cidade do Rio de Janeirono início do século, em sua parte maisnobre.

Portanto a restauração do PalácioPedro Ernesto, desenhado pelo arqui-teto Heitor de Mello e construído en-tre 1920 e 1923 pelos arquitetosArquimedes Memória e FranciscoCuchet, os mesmos que construíramo Jockey Club e o Palácio Tiradentes,atual Alerj, é um marco para a cida-de, que receberá o palácio totalmen-te restaurado. Não apenas as obrasde arte que compõem o acervo daCasa, mas cada detalhe, das orna-mentações ao madeiramento, doslustres de cristal aos móveis revesti-dos em folha de ouro passando atémesmo pela pintura geral.

Cerca de 38 operários especiali-zados, entre marceneiros, serralhei-

nacionais de restauração em patrimô-nio artístico cultural antes do início dasobras. O projeto consiste em restau-rar todo o interior da Câmara dos Ve-readores, incluindo a preservação his-tórica de 36 pinturas a óleo dos sécu-los XVIII e XIX.

“A pintura de Eliseu Viscondi nosalão de entrada do prédio, já restau-rada, é o maior triptico (composiçãode três telas) em marrouflage (tela aóleo colada no reboco da parede) doBrasil que eu conheço”, diz o arquite-to Wallace, especialista em restaura-ções históricas e profundo conhece-dor do projeto de construção do Palá-cio Pedro Ernesto.

Até o fechamento desta edição fo-ram totalmente restaurados o Plená-rio, o hall principal da entrada do Pa-lácio, o salão Nobre e o Salão do Ceri-monial. Todo o madeiramento que

Restauração da Câmara Municipaldo Rio de Janeiro

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ros, pintores, entre outros, estão tra-balhando nas obras físicas e 12 ar-tistas na restauração das obras dearte. Toda a pintura interna do palá-cio, a reforma das esquadrias demadeira, a recuperação do piso ori-ginal, em taco, a reforma geral do te-lhado, substituindo as telhas pelasdo tipo francesa, a mesma usada naépoca, são fases que estão sendoestabelecidas, além da revisão com-pleta das instalações elétricas, de cli-matização, de lógica (informática) ede telefonia. Todas as etapas estãoseguindo fielmente o plano de obraselaborado pelo IPPP .

A NOVA ILUMINAÇÃO DO PLENÁRIOAproveitando a infra-estrutura de obrasno local, o IPPP, em parceria com aFundação Oscar Niemeyer, cumpriusolicitação da presidência da Câmarae instalou nova iluminação do Plená-rio, para atender às necessidades detransmissão da TV Câmara das ses-sões plenárias. O projeto de ilumina-ção foi concebido por Peter Gasper,especialista no assunto, com vastaexperiência em projetos deste porte. Ainstalação realizada pelo IPPP seguiucomo premissa principal a preservaçãoe a manutenção das característicasarquitetônicas do local, de acordo com

o projeto de restauração aprovadopelo INEPAC.

ACERVO HISTÓRICOObras como as reproduções das ba-talhas do Havaí e a do Riachuelo, pin-tadas a óleo no século XVIII, cópias fi-éis as que estão hoje no Museu Naci-onal de Belas Artes, foram algumasdas 36 que foram restauradas pelaequipe de 15 profissionais em restau-

ração, coordenada e dirigida pela pro-fessora e artista plástica, Helena ÁvilaTeixeira, profissional com mais de 25anos dedicados à restauração deobras de arte do patrimônio históricobrasileiro.

Outras obras trabalhadas que po-demos citar são: a pintura principal doPlenário em marrouflage, retratando afundação da cidade do Rio de Janei-ro, no Morro do Castelo, medindo 14metros por 15 e pintada por R. Amoe-do em 1925; a Batalha do Uruçumirim,também no Plenário em marrouflage,pintada igualmente por R. Amadeo nomesmo ano; o Suplício de Tiradentes,quadro a óleo com moldura em folhade ouro, pintada por Francisco Auréliode Figueiredo, no início do século,medindo 2,80 m por 3m. As obras daCâmara, em sua maioria, tiveram asmolduras adornadas em folha de ouro,devidamente restauradas pela equipeda professora Helena, como os retra-tos a óleo do Conde de Bobadella, ede José Bonifácio, por exemplo.

UMA DESCOBERTA HISTÓRICADentre os quadros restaurados pelaequipe do IPPP está o quadro “Prin-cesa Isabel com a carta da Liberda-de”, a qual o registro histórico realiza-do por pesquisadores afirma ser a

Restauração da Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Portanto a restauração

do Palácio Pedro

Ernesto, desenhado

pelo arquiteto Heitor

de Mello e construído

entre 1920 e 1923

pelos arquitetos

Arquimedes Memória e

Francisco Cuchet... é

um marco para a

cidade

As obras na Câmara tiveram todo o cuidadonecessário, digno da preservação comumenterealizada pelo IPPP em prédios históricos

7

carta da Lei Áurea, a qual libertou osescravos. No entanto, após a restau-ração feita pela equipe da professoraHelena, foi encontrada a data da pin-tura, datada de 1886, três anos an-tes da assinatura da Lei Áurea, queaconteceu em 1889. Após algumas

Um pouco de história: como nasceu o Palácio Pedro ErnestoEm 1911, procurando instalaçõesmais adequadas, a Câmara Munici-pal instituiu concurso público paraescolha de projeto para a construçãoda nova sede no mesmo endereçodos dias de hoje. O arquiteto Heitorde Mello foi o vencedor do concurso,mas o seu projeto só veio a sercolocado em prática nove anosdepois, após a demolição do prédioantigo da Câmara, exatamente em1920. O Conselho fazedor de leis daépoca teve que ser transferido,provisoriamente, para o prédio doLiceu de Artes e Ofícios (na época,localizado na Avenida Rio Branco)enquanto durassem as obras 1.

Durante os anos de construção danova sede, entre 1920 e 1923, oarquiteto Heitor de Mello falece, e aobra teve que ser assumida pelos

arquitetos Arquimedes Memória eFrancisco Cuchet. A construção esteve acargo da firma Antônio Januzzi, Irmãos &Cia 2; a mais importante construtora daépoca, que só na Avenida Central,construiu 14 prédios 3.

De 1937 a 47, com a dissolução daCâmara e a instituição do Distrito Federal,o palácio serviu como sede da Prefeitura.De 1960 a 64 e a partir de 75, tornou-sesede da Assembléia Legislativa do Estado

1 PROCESSO DE TOMBO. (1978), s/p.2 Uma fotografia do Arquivo Malta do MIS,permite vislumbrar a placa do construtor nafachada do prédio recém construído.3 BRENNA. (1987) p. 60.4 WROBEL. (1991) s/p.5 Idem.

da Guanabara e, depois com a fusão,do Estado do Rio de Janeiro. O prédiofoi devolvido ao município quando datransferência dos deputados estaduaispara o Palácio Tiradentes 4.

A denominação de Palácio PedroErnesto foi confirmada a partir de umaResolução de 1971, que homenageouo primeiro governador eleito do estadono período Republicano.

O prédio foi tombado pelo INPACprovisoriamente em 08/10/1979, o qualtornou-se definitivo em 17/05/1988 5.

pesquisas e conversas com historia-dores, a equipe do IPPP passou aconsiderar que o quadro em que aPrincesa Isabel assina uma nova Leié alusivo ao momento histórico da as-sinatura da Lei Saraiva, promulgadaem 1885, que antes da liberdade to-

tal dos escravos libertou primeiro ascrianças nascidas negras.

A iniciativa de restaurar o PalácioPedro Ernesto partiu da atual presidên-cia da Câmara, presidida pelo verea-dor Ivan Moreira (PFL).

A equipe de restauradoras,coordenadas pela restauradoraHelena Ávilla, recuperou36 obras de arte

Mais um quadro do início do século sendo restaurado pelas mãoshábeis de um dos restauradores da equipe

8

A fazenda foi construída pelo ca-sal Francisco Pereira da Costa Vieirae Gertrudes Maria Custódia, ele de ori-gem açoreana, Portugal, ela natural deAraruama. Em meados do século XIXa fazenda prosperou com o surto ca-feeiro na região, entrando em declínioem seguida com a supremacia do cafédo Vale do Paraíba paulista, por voltade 1885. Ainda hoje, nos dois senti-dos da atual rodovia que corta a re-gião, sua bela arquitetura de feiçãoneoclássica impõe-se de forma mar-cante na paisagem rural circundante.

Deteriorado pelo tempo, a prefei-tura municipal de Araruama comprouo prédio em 2002 e, em seu terreno,construiu a Escola Aurora. Com intui-to de preservar a história do municí-pio, resolveu restaurar a sede da fa-zenda de acordo com as normas doInstituto de Patrimônio Histórico, Ar-t íst ico e Cultural – INEPAC - e

transformá-la no primeiro Museu Ar-queológico da Região dos Lagos,aproveitando a sua proximidade como sít io arqueológico dos índiosTupinambás, o segundo maior dopaís, existente no município.

O Museu resgata a história dosTupinambás e está funcionando, du-rante 24 horas por dia, dentro do Com-plexo Educacional e Cultural Aurora,composto de uma escola de tempointegral, biblioteca específica sobre acultura Tupinambá, auditório, bibliote-ca virtual 24h, capela, espaço cultu-ral, salão para exposições temporári-as e uma área de convivência e lazer.

No museu a historia dos Tupinam-bás é contada por meio de painéisexplicativos sobre a cultura dos ho-mens sambaquis, índios Goitacás eTupinambás, moradores do períodopré-colonial brasileiro. Neles mostramartefatos encontrados nos sítios ar-queológicos do município, como ur-nas funerárias e peças utilitárias emcerâmica, e o próprio trabalho das ar-queólogas responsáveis pelas esca-vações.

A própria história da Fazenda Au-rora também pode ser vista por meioda restauração do complexo, ondepodem ser vistas correntes que aprisi-onavam os escravos, ainda preserva-das, as telhas da sede, torneadas nascoxas das pernas dos escravos, e osafrescos que retratavam a cultura e opensamento da elite na época.

Para a restauração do prédio o Ins-tituto de Professores Públicos e Parti-culares foi contratado, devido à suaexperiência em restaurações, como ospainés da Assembléia Legislativa do

IPPP restaura Fazenda Aurora da

prédio da Fazenda Aurora, pal-co da história do município de

Araruama no Estado do Rio de Janei-ro, é um dos raros exemplos de arqui-tetura preservada dos tempos dos Ba-rões do Café, de suas grandes fazen-das e da escravidão que compuseramo século XIX e caracterizaram o RioAntigo.

Com um estilo único, a FazendaAurora é um exemplo de construçãorural da primeira metade do século XIX.Em estilo neoclássico, é composta pelaCasa-Grande, engenho e senzalas.Localizada à beira da Rodovia RJ-124,a Via Lagos, o prédio possui decora-ção interna, que engloba ornamentosem folha de ouro em seus tetos,portões de madeira trabalhados e ra-ras pinturas murais em trompe l’oeil etrabalhos em estuque. Os afrescos doséculo passado são de valor inestimá-vel, como o que retrata os canais deVeneza, na Itália.

O

Restauração da Fazenda Aurora

A fazenda foi

construída pelo casal

Franscisco Pereira da

Costa Vieira e

Gertrudes Maria

Custódia, ele de origem

açoreana e ela

portuguesa, nos

meados do século XIX

Fotos de Luiz Marchesini

9

Estado do Rio de Janeiro e o prédioda Câmara Municipal do Rio de Janei-ro. O IPPP disponibilizou uma equipede restauradores renomados, sob acoordenação das arquitetas DanielaSergipense e Leila dos Santos, ambascom ampla experiência em restaura-ção e cursos em Roma e Veneza, naItália, para o trabalho.

COMO FOI A RESTAURAÇÃOO IPPP encontrou o prédio da Fazen-da Aurora deteriorado pelo tempo,com seus afrescos descascados esujos, rachaduras, rebocos, cimentosque desfiguraram o patrimônio, man-chas, pedaços faltantes dos tetos tra-balhados dos salões, entre outras ava-rias. Foi preciso a remodelação e a

Prefeitura de Araruama/RJ

No corredor e no salão do segun-do andar os mesmo processos e nosforros dos tetos dos salões Ouro e Jan-tar, a higienização, a limpeza, a mode-lagem das partes faltantes, a confec-ção de formas e fundição, a fixação, oacabamento, a reintegração pictóricae redouramento em folha de ouro e aproteção final do patrimônio. Tudo deacordo com as normas e orientaçõesdo INEPAC-RJ.

reconstrução de partes deste trabalho,feito no século passado, para o inícioda restauração que contou com eta-pas específicas. Primeiro foi trabalha-do o hall da escada em caracol, de-pois as salas laterais do térreo, o cor-redor, o salão do segundo andar e porúltimo o forro dos salões Ouro e dasala de jantar.

Durante o trabalho, as pinturas nohall da escada caracol tiveram quepassar pelo processo de dessaliniza-ção, preenchimento das lacunas, con-solidação, nivelamento, reprodução dapintura e proteção. Nas salas lateraisfoi preciso a decapagem das paredes,a reintegração das pinturas, a repro-dução, a produção do decalque daproteção e a proteção em si.

O trabalho de restauração da Fazenda Aurora foiminicioso e cada detalhe foi recuperado, dentrodas especificações técnicas recomendadas

10

Q período de transformações da históriahumana só comparável ao que o mun-do assistiu com a introdução da im-prensa a partir do século 15.

Em verdade, chegamos a esse pon-to menos pela ausência de um hábitoque se perdeu do que pela falta de ofer-ta de salas e pela elevação do custo doingresso. A partir das décadas de 60 e70, as penetrações da televisão e, emseguida, do vídeo e da tv por assinaturafizeram o público de cinema se reduzirdrasticamente. Sintomaticamente, oafastamento do filme brasileiro do cená-rio contribuiu bastante para essa redu-ção, uma vez que ele levava para os ci-nemas uma grande faixa do público,bastante popular, que não era atraídapor outro tipo de filme. Dessa forma,se, em 1980, o total de ingressos vendi-dos foi de quase 165 milhões, esse nú-mero foi caindo até chegar a 70 milhões,em 1993. O número de salas do país,que era de 2.365 em 1980, baixou para1.033 em 1995. No começo da décadade 90, o mercado de cinema no Brasilenfrentou uma das mais fortes crises desua história. Cinemas – principalmentedo interior – foram fechando, melancoli-camente, suas portas. Cidades peque-nas que tinham uma ou duas telas fica-ram sem nenhuma, a ponto de hoje ape-

nas 7% dos municípios brasileiros pos-suírem salas, segundo o IBGE.

A reversão relativa desse quadro co-meçou em meados dos anos 90. Ajuda-dos pela estabilidade monetária, osexibidores subiram consideravelmente opreço médio do ingresso no Brasil. Des-se modo, mesmo com um reduzido nú-mero de salas, o setor da exibição con-seguiu manter o patamar de arrecada-ção do setor. Enquanto nos EstadosUnidos o preço do ingresso estava emtorno de 5 dólares, no Brasil o preço mé-dio nunca ultrapassou a marca dos 2 dó-lares. Atualmente ele se situa em tornode 3,5 dólares, o que é excessivamentealto para os padrões do custo de vidabrasileiro, considerando ainda outrasdespesas que o ato de ir ao cinema hojeenvolve. Foi assim que se iniciou o pro-cesso de elitização que mudou radical-mente o perfil do espectador de cinemano Brasil.

O estado de retração e o conseqüen-te desvirtuamento do papel social do ci-nema evidenciaram-se como uma reali-dade inquestionável. Em 1996, um anoantes da entrada do sistema de exibi-ção de conjuntos de salas multiplex emshoppings no mercado nacional, o Bra-sil tinha uma sala de cinema para cada120 mil habitantes, uma das piores rela-ções do mundo. Em 2001, mesmo de-pois de ter conseguido melhorar essaproporção com a inauguração de cen-tenas de salas, chegou à marca de umasala de cinema para cada 105 mil habi-tantes. Para efeito de comparação, osEstados Unidos têm uma sala para cada10 mil habitantes e o México e a Argenti-na uma para cerca de 35 mil habitantes.

Nesses anos, em que os cinemas derua fecharam maciçamente suas portas,houve uma migração das salas para osnovos shoppings que estavam sendoconstruídos nos centros urbanos, que,por sua vez, eram decorrência de umaprofunda modificação dos hábitos deconsumo por parte da população brasi-leira. A própria estrutura do multiplex fa-vorece sua lucratividade, proporcionan-do, além de custos operacionais mais

Quando se fala em indústria audiovisual, a questão implica

necessariamente o cinema no circuito de salas de exibição,

como vértice da produção audiovisual mundial. Como se

explica então que o Brasil, tendo um mercado audiovisual

vigoroso com vídeo-locadoras na quase totalidade dos seus

municípios e uma produção de televisão reconhecida

nacionalmente e no exterior, apresente um dos mais baixos

índices mundiais quanto à freqüência de sua população às

salas de cinema? No Brasil, lamentavelmente, não é incomum

encontrar pessoas que nunca entraram numa sala de cinema

MAIS SALAS DE CINEMA

uando se fala em indústriaaudiovisual, a questão implica ne-

cessariamente o cinema no circuito desalas de exibição, como vértice da pro-dução audiovisual mundial. Como se ex-plica então que o Brasil, tendo um mer-cado audiovisual vigoroso com vídeo-lo-cadoras na quase totalidade dos seusmunicípios e uma produção de televisãoreconhecida nacionalmente e no exteri-or, apresente um dos mais baixos índi-ces mundiais quanto à freqüência de suapopulação às salas de cinema? No Bra-sil, lamentavelmente, não é incomum en-contrar pessoas que nunca entraramnuma sala de cinema.

O saudável hábito de ir ao cinema éprezado como uma das mais importan-tes atividades de lazer urbano em todoo mundo, associado que está à sociali-zação comunitária, à construção da ci-dadania, e, conseqüentemente, aocombate à alienação dos jovens frenteaos desafios da vida moderna. Para osmais velhos, é das mais gratificantes eacessíveis fontes de lazer a seu dispor.Por outro lado, ao afastarmos o públi-co do filme brasileiro, estamos na ver-dade deixando de refletir, por meio docinema, sobre a realidade brasileira,sobre o que somos e o que queremosser com a agravante de vivermos um

11

Nilson Rodrigues

vantajosos em relação ao cinema de rua,maior afluência de publico. Cabe, porém,ressaltar que, embora o número de sa-las tenha voltado a crescer, o número decadeiras decresceu consideravelmente,na medida em que as novas salasmultiplex são menores que as antigassalas dos cinemas de rua. A exibição ci-nematográfica, ao se transferir para no-vas ilhas de consumo e optar por ingres-sos de preço alto, solidificou o processode elitização de seu público.

Entre 1995 e o fim de 2002, o núme-ro de salas no Brasil passou de cercade mil para perto de 1.700, calculando-se hoje em torno de 2100, com cerca de65% localizadas em centros comerciais.Calcula-se, no entanto, que o mercadobrasileiro comporte pelo menos 5 milsalas, número considerado satisfatóriopara a dimensão do país, para o tama-nho de sua população e também parasua auto-sustentabilidade. Tal quantida-de representaria uma relação próximade 30 mil habitantes por sala, igualan-do-se, à proporção dos mercados me-xicano e argentino.

Por outro lado, as experiências de im-plantação das salas multiplex no Brasilmostraram, ainda, que a concentraçãode renda do país é um obstáculo para acontinuidade da expansão do circuito

exibidor, fato que foi referendado pelagrande concentração do mercado con-sumidor em geral e de espectadores decinema em particular no eixo Rio - SãoPaulo. Dessa forma, há que se conside-rar a necessidade de uma política cultu-ral específica para o setor de exibiçãoque privilegie tanto o resgate do papelsocial que o cinema desempenha comoveículo do imaginário simbólico coletivoquanto à própria expansão econômicada atividade, restrita pelas limitações deconcentração de renda nos grandescentros urbanos – em suma, uma políti-ca de fomento público que viabilize aabertura de novos circuitos de salasexibidoras.

Nos contatos que tenho feito com pre-feitos de cidades do interior assim comocom subprefeitos das áreas periféricasdas grandes cidades, tenho recebidounânimes manifestações de interessepela abertura de salas de cinema, o quenão surpreende, na medida em que asestatísticas comprovam que a grandemaioria das cidades médias e pequenas,assim como das periferias dos grandescentros urbanos, carece dramaticamen-te de espaços de lazer que atendam àpopulação. Ora, está comprovado que asnovas tecnologias digitais de exibição

Nasceu em Abadia de Dourados,Minas Gerais, em 02 de janeiro de1965. Produtor cultural. Coordenadorda I Mostra do Cinema Brasileiro deTaguatinga/ DF (1985), do FestivalBrasileiro de Teatro Amador/Brasília(1988), da I Feira Nacional do Livro doEstado de Tocantins (1992), doFestival Nacional do Vídeo Ecológicode Palmas/TO (1994). Produtor dosfilmes Teatro de rua no Brasil -1989(direção de Sérgio Sanz e AmirHaddad), Bernardo Sayão e ocaminho das onças – 1997 (direçãode Sérgio Sanz) e Josué de Castro –Por um mundo sem fome – 2004

(direção de Tânia Quaresma).Diretor da Associação Brasileira deVídeo Popular (1990). Diretor doFestival de Brasília do CinemaBrasileiro (1995,1997,1998), doFestival de Inverno de Bonito/MS(2000-2004) e do Festival de Cinemade Campo Grande/MS (2004-2005).Diretor-Executivo da FundaçãoCultural do Distrito Federal (1995-1998). Diretor do DepartamentoEstadual de Cultura de Tocantins(1991-1994). Nomeado em 23/05/2005 membro da DiretoriaColegiada da Ancine, com manda-to até 2009.

Nilson RodriguesNilson RodriguesNilson RodriguesNilson RodriguesNilson RodriguesDiretor da ANCINE – Agência Nacional do Cinema

PARA O BRASIL

...em 1980, o total

de ingressos vendidos

foi de quase 165

milhões; esse número foi

caindo até chegar a 70

milhões, em 1993. O

número de salas do

país, que era de 2.365

em 1980, baixou para

1.033 em 1995

reduzem drasticamente os custos da dis-tribuição e da exibição cinematográfica.É perfeitamente viável, portanto, pôr emprática um programa de financiamentopúblico, integrado pelo Ministério da Cul-tura e o Ministério das Cidades, articula-do com os municípios, para a ampliação,renovação e modernização do parqueexibidor brasileiro. Com linhas de créditodo BNDES, em que as salas e as rendasgarantiriam o pagamento dos emprésti-mos, os proprietários e arrendatários dassalas do setor privado ainda contariamcom a receptividade por parte das auto-ridades municipais no sentido da obten-ção da doação de terrenos para a cons-trução de salas e de redução de impos-tos como o IPTU e o ISSQN.

Um programa desta envergadura,ao contemplar a abertura de salas decinema nos pequenos e médios muni-cípios e periferias das grandes cidades,certamente entraria para a históriacomo das mais notáveis contribuiçõesdo governo à melhoria das condiçõesda vida urbana no país. Além disso,seria um efetivo impulso para a auto-sustentabilidade do cinema nacional,que poderia vir a ter no ingresso vendi-do uma forma complementar de finan-ciamento da atividade.

12

m país se reconhece pela sua imagem e fala. Acultura de um povo se revela pela educação e

história. Baseado nestas premissas, a política de di-fusão cultural vem ganhando força no Brasil e, se-guindo tendências mundiais, a abertura de salas decinema no Brasil torna-se primordial.

O cinema no interior tem comprovado ser uma ati-vidade interessante, agregadora e educacional e, prin-cipalmente, um fator importante para a retirada dosjovens das ruas, os afastando de caminhos às vezeserrados, substituindo-os por um espaço onde encon-tram segurança, harmonia, sonhos, emoções e risos.

O Instituto de Professores Públicos e Particulares,a produtora de cinema Usina de Produção, a distri-buidora de filmes digitais Rain Network e o escritóriode arquitetura Rodrigo Azevedo resolveram se asso-ciar para materializar o projeto Cine-Praça para muni-cípios. Salas de cinema gigantes e digitais integra-das com um centro cultural e em conexão com osgrandes centros de lançamentos cinematográficos doBrasil e do mundo.

Com uma área de eventos ao ar livre, com telãogigante, ampla área gramada para assistir ao filme,relaxar etc, e na parte interna, au-ditório, sala de cinema para 120pessoas com som e imagem digi-tais, cafeteiria, palco para peçasde teatro, congressos, conferên-cias entre outros, o Cine-Praça terátambém uma lona para exposiçõesartísticas, festas, confraterniza-ções entre outras atividades soci-ais e culturais.

O Cine-Praça oferece ao muni-cípio a possibilidade de criar umespaço para múltiplas apropriaçõesculturais, além de somente umasimples sala de cinema. Desta ma-neira o espaço pode atingir a todaa comunidade, atraindo um públi-co maior e mais diversificado e nãoapenas aqueles que gostam de ci-nema, o que torna o Cine-Praça um

verdadeiro espaço multicultural. A prefeitura poderáter diversas atividades em um único lugar, que se tor-naria um ponto de encontro e referência para a popu-lação. Desta forma o caráter público de seu usoirrestrito, como a exibição de cinema na praça perma-nentemente, estará presente na política cultural dogoverno municipal.

Desenhado pelo arquiteto Rodrigo Azevedo, o Cine-Praça é dotado de uma arquitetura inovadora e podeser construído em um terreno de não mais que dez milmetros quadrados. O tempo de construção é rápido:cerca de oito meses.

Os traços arquitetônicos ousados dão à constru-ção uma visibilidade marcante para a vida na cidadee para a gestão do prefeito interessado em investirem cultura e entretenimento para os seus cidadãos.

O espaço com suas características especiais, temum forte apelo para o incremento turístico e possibili-ta a prospecção de patrocínios por parte da iniciativaprivada para agregar suas marcas a este novo pólocultural da cidade.

O IPPP em parceria com os seus associados nesteprojeto tem todas as condições e aparelhamento de

última geração para a construçãototal do Cine-Praça. A execuçãodo projeto terá duas etapas: emum primeiro momento, a constru-ção da sala de cinema interna eexterna e, posteriormente, a pra-ça atrás com a área de eventos,que terá lona tensionada impor-tada com garantia de fábrica de10 anos.

A sala de cinema será todaem concreto armado, com suacobertura impermeabilizada. Oprojeto permite a isenção, pelospróximos oito anos, de qualquertipo de manutenção. O custo ar-cado pela Prefeitura após a inau-guração será basicamente o cus-teio dos funcionários e a limpe-za do espaço.

IPPP LANÇA O CINE-PRAÇA

U

Desenhado pelo arquiteto

Rodrigo Azevedo, o

Cine-Praça é dotado de

uma arquitetura inovadora

e pode ser construído em

um terreno de não mais

que dez mil metros

quadrados. O tempo de

construção é rápido: cerca

de oito meses

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ERA DIGITAL

Na atual fase do mundo globalizado, com o adventoda Era Digital, todas as cidades do Brasil têm condi-ções de exibir um filme ao mesmo tempo em que omesmo está sendo lançado nos cinemas mundiais.

Graças à conectividade via satélite, os grandescentros de lançamentos cinematográficos (Rio de Ja-neiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasí-lia, Curitiba, Juiz de Fora e Fortaleza), bem como ascidades do interior, já podem receber filmes lançadosnas principais capitais do país e do mundo, simulta-neamente.

É a Era Digital economizando tempo, espaço, lo-gística e trazendo a modernidade. O Cine-Praça éuma sala digital com estas características. Ou seja,o filme que será lançado sexta-feira em uma rede decinemas na capital poderá ser lançado ao mesmotempo no Cine-Praça da cidade onde esteja instala-do.

O sistema utilizado para exibição de filmes é o quehá de mais moderno no mundo em cinema digital, osistema KINOCAST® consiste em um software exclu-sivo, que administra todo conteúdo exibido nas salasde cinema do circuito Rain Network. De simples ins-talação e operação, o software permite elaborar umaprogramação de filmes diversificada para atender atodas as demandas locais, sejam elas com fins cultu-rais ou educacionais, recreativas, de acordo com apolítica pública do governo na área cultural.

O Cine-Praça é um espaço público sofisticado que unecultura e lazer em um só lugar. Ele oferecerá sala de

cinema, tela gigante para assistir filmes no gramado, lonacultural para shows, festas, exposições, entre outros

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ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE SEGURANÇAPÚBLICA NO BRASIL EM ANO ELEITORALMaria do Carmo Ibiapina de Menezes

s acontecimentos em São Paulo no ano passado,os quais em três oportunidades inverteram a ordem

republicana ao transformar as forças da ordem em refénsdas forças do crime, colocaram novamente em primeiroplano a questão da Segurança Pública no País. Acredibilidade das polícias foi, mais uma vez, posta emquestão. E o que é mais estarrecedor, após a onda deataques, as forças da ordem anunciaram, através deseus comandos legalmente constituídos, que iriam àrevanche prometendo uma média de 10 a 15 mortes deagressores por dia. Tudo “dentro da lei”... promessacumprida.

Esta banalização da morte através de execuções sumári-as de infratores presumíveis há muito se tornou o cotidia-no da crônica policial dos grandes centros urbanos,como Rio e São Paulo, consagrando a prática da execu-ção particularizada da pena capital. “... quem dá liberda-de para matar (...) arbitrariamente, confere, por viaindireta, autorização para que se negocie a vida e aliberdade. Essa negociação prossegue, envolve interes-ses cada vez mais fortes e tende a gerar as condições

O

Os acontecimentos em São Paulo, que, em

três oportunidades nestes últimos meses,

vêm invertendo a ordem republicana ao

transformar as forças da oradem em reféns

das forças do crime, colocaram novamente

em primeiro plano a questão da Segurança

Pública no país. A credibilidade das Polícias

foi, mais uma vez, posta em questão. E o que

é mais estarrecedor, após a onda de ataques,

as forças da ordem anunciaram através de

seus comandos, legalmente constituídos, que

iriam à revanche prometendo uma média de

10 a 15 mortes de agressores por dia. Tudo

“dentro da lei”... promessa cumprida

para a celebração de acordos permanentes, que tornamsegmentos das instituições policiais sócios do crime.Nasce, assim, uma das modalidades do crime organiza-do, gerada pela brutalidade policial, um dia tacitamentetolerada ou mesmo induzida por gestores irresponsáveis,que repelem os direitos humanos em nome de umasuposta eficiência no enfrentamento do crime” 1.....

É verdade que não atinge a totalidade das Polícias quese encontram envolvidos com este tipo de práticas, comotambém não se trata de uma perversão intrínseca, inata,do policial envolvido. Não se pode tampouco relacionar omau desempenho e a truculência apenas com o despre-paro. “A primeira pergunta a fazer é a seguinte: o queestamos chamando de mau desempenho é realmentemau desempenho ou é desempenho segundo ummodelo de emprego que, na raiz, legitima as ações queestamos questionando?” 2

A criminalização da pobreza conduz, por sua vez, àjustificativa das execuções por parte das “forças daordem” e as propostas de segregação territorial degrandes parcelas das populações urbanas. É verdadeque há vítimas de vários tipos de violência em todos ossegmentos da sociedade. Nenhum desses atos é tolerá-vel. No entanto, as camadas mais pobres, que são delonge as mais numerosas, não têm alternativas demoradia segura e outros meios de proteção individual oucoletivo. Encontram-se expostas permanentemente. E oque é uma eventualidade para alguns torna-se o cotidia-no para a maioria.

COMO CHEGAMOS A ESTA SITUAÇÃO?

Não há dúvida de que o período da Ditadura Militarcontribuiu amplamente para agravar o perfil das forçaspoliciais afastando-as de suas funções de defender ocidadão e de promover os direitos, para consolidá-las nopapel de extermínio daqueles a quem elas deviamdefender. O cidadão foi transformado em “inimigointerno”, presumível culpado, fortalecendo a militarizaçãodas polícias em sua ideologia, objetivos e métodos.

O amplo debate que floresceu no período da transiçãodemocrática culminou com a promulgação da Constitui-ção de 1988, do Estatuto da Criança e do Adolescente –ECA – em 1990 e da Lei Orgânica de Assistência Social –LOAS em 1993, sem esquecer a Lei de Execuções Penais,promulgada em 1984. Mas a questão da Segurança

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Pública e das Polícias foi relegada a um segundo plano,para não dizer esquecida. O assunto continuava um tabupara grande parte das forças progressistas do país.

Mas a redemocratização trouxe também de volta a livrecirculação das idéias e “um maior e mais livre trânsito dospesquisadores nas instituições, com o correspondentecontato com perspectivas distintas de análise do sistemade justiça criminal”. A partir da década de 80, começou-se a desenvolver uma sociologia da organização policialcontemporânea. São 20 anos de produção acadêmica,relativamente regular, sobre as áreas temáticas daviolência, da criminalidade, da segurança pública e dajustiça criminal.3 Criaram-se nas universidades públicas eprivadas centros de excelência dedicados à pesquisanestas áreas.

Em fase mais recente, verificou-se um investimento noplano da formação, tendo surgido a oferta de cursos deextensão, especialização, graduação e pós-graduaçãopara profissionais da segurança pública e pessoashabilitadas e interessadas pelo tema. É o caso da UFF(Universidade Federal Fluminense), onde desde 1999 éministrado o curso de especialização em Políticas Públicasde Justiça Criminal e Segurança Pública. É o caso doCentro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública– Crisp – ligado à Universidade Federal de Minas Gerais ede órgãos públicos envolvidos no combate à criminalida-de. Para citar apenas duas experiências: em 14 desetembro do ano passado foi lançada pelo Ministério daJustiça a Rede Nacional de Especialização em Seguran-ça Pública, credenciando 21 instituições para ministraremcursos de pós-graduação para policiais civis e militares,guardas municipais e bombeiros. (O Globo 15/09/2006).

Em algumas Academias de Polícia, já se admite queparte da formação e capacitação dos servidores da áreade segurança seja ministrada, concomitantemente, parapoliciais civis e militares, contribuindo para amenizar adicotomia, ou a fratura, existente entre as duas Polícias, anível nacional, onde nem uma nem outra tem um ciclocompleto e, a maioria das vezes, não interagem entre si.

Paralelamente, ao longo destes anos, entidades indepen-dentes, sem uma vinculação institucional com organis-mos públicos, tomaram inúmeras iniciativas nesta esferada segurança, abrangendo a área dos direitos. Foi ocaso de ONGs, nacionais e internacionais, militantespelos Direitos Humanos: por meio de seminários, pales-tras, conferências, cursos, pesquisas e publicaçõesvariadas, que denunciam a arbitrariedade e os excessospoliciais, a impunidade e a lentidão do judiciário, aexploração da criança e do adolescente, a violênciacontra a mulher, o racismo e a homofobia. Outras atuamno terreno da prevenção, sobretudo por meio de progra-mas de inclusão social.

Algumas experiências em nível municipal e estadualapresentam resultados positivos e sustentáveis no planoda gestão da Segurança Pública. Outras, promissoras,não têm continuidade e desaparecem quando há amudanças de gestão.

O que é feito destas e muitas outras contribuições dentroe fora das corporações policiais? Por que, apesar daqualidade dos textos de Leis produzidas no bojo doprocesso de redemocratização, a violência continua aimperar e o cidadão se sente cada vez mais desprotegidoe abandonado? Por que a produção acadêmica namatéria, tão rica e perspicaz, não produz os frutos que sepoderiam esperar?

Estamos diante de uma situação de extrema complexida-de, exigindo respostas à altura. Não há solução únicapara uma situação que não é unívoca, assim como nãohá soluções rápidas para um processo histórico deacumulação de arbitrariedades por parte do poderconstituído e de perpetuação de um modelo profunda-mente desigual de sociedade

Perdura no Brasil um divórcio entre as três esferasadministrativas: União, Estado e Município. A maioria doscidadãos conhece na prática os resultados catastróficosdeste divórcio na área da saúde e da educação. As leisexistem, os meios também. Mas os serviços não funcio-nam como deveriam. Na área da segurança pública nãoé diferente. O problema não reside apenas nosenfrentamentos entre os estados e a União quando sediscute uma eventual intervenção das Forças Armadasou da Força Nacional de Segurança, em casos de neces-sidade. O problema faz parte do cotidiano do cidadãoquando, por exemplo, no Rio de Janeiro, a PM se recusa

Maria do Carmo Ibiapina de MenezesMaria do Carmo Ibiapina de MenezesMaria do Carmo Ibiapina de MenezesMaria do Carmo Ibiapina de MenezesMaria do Carmo Ibiapina de Menezes foi diretora do Serviço deSegurança e Prevenção da Criminalidade da Prefeitura de Champigny-sur-Marne, região metropolitana de Paris, consultora junto ao grupotemático Gestão Municipal de Segurança Pública no projeto ArquiteturaInstitucional do SUSP (Sistema Único de Segurança Publica)/SENASP/FIRJAN/PNUD e Mestre em Sociologia pela escola de Altos Estudos emCiências Sociais, Paris, França

16

a intervir no problema do menormorador de rua, sob a alegação deque se trata de uma responsabilidadedo Prefeito. Não se trata aqui dediscutir as competências de cada um,nem muito menos de afirmar que omenor abandonado à sua sorte seja“caso de Polícia”, mas de sublinhar aausência de qualquer articulaçãoentre os diferentes serviços públicosdas diferentes esferas de governo,sobretudo em matéria de prevenção.

PARCERIA E PREVENÇÃO

A prevenção da criminalidade e daviolência está no cerne da questão daSegurança Pública. Por muito tempo,esta foi competência exclusiva da esfera estatal. Alémdisto, dada a inexistência de diagnósticos, planejamentoe de um órgão gestor da segurança pública municipal, aintegração e complementação de funções entre esferasde governo carecem de definições reguladoras. Noentanto, a esfera local é a mais propícia para o desenvol-vimento de programas e ações de prevenção, a saber:proximidade entre governantes e governados, conheci-mento fino da realidade e de seus problemas, facilidadede integração da sociedade nas políticas públicas, nasfases de planejamento e implementação. Uma prevençãoconseqüente da criminalidade urbana deve envolver ofortalecimento das comunidades locais.

Além da articulação necessária entre as diferentesesferas de governo, a função segurança pública nomunicípio deve estar integrada às outras competênciasmunicipais, sobretudo às políticas públicas de provimen-to de infra-estrutura e lazer, às políticas sociais e aopapel das Guardas Municipais, até hoje à procura desua identidade. Estas deveriam cooperar de formaintegrada e complementar com as polícias Civil e Militar,sem duplicação de funções, e com os demais órgãos dosistema de justiça criminal, seguindo o espírito do SUSP(Sistema Único de Segurança Pública).

Passando do local ao estadual, o problema permaneceo mesmo. “ (...) nada impede, enquanto vigorar a atualestrutura, que o governo constitua um grupo executivoou um comando unificado ou um Gabinete de GestãoIntegrada - GGI (composto de várias Secretarias). Alémdas políticas específicas, voltadas para o aprimoramentodas funções estritamente policiais e que seriam imple-mentadas pela Secretaria de Segurança...” 4

Sem pretender, por enquanto, que revisões constitucio-nais possam tratar corretamente o problema, ficaimplícita a urgência de estabelecer entre a Polícia Civil e a

Polícia Militar uma cooperação queviabilize verdadeiras políticas públi-cas de segurança e prevenção.Cabe também ressaltar a necessida-de de resgatar a vasta contribuiçãodo mundo acadêmico nesta área,aproximando-o das parcerias devários tipos.

Não é possível concluir sem umapalavra sobre o sistema prisionalbrasileiro, cuja reforma em profundi-dade deveria ser uma das priorida-des de todos os novos governos.Mas cabe uma preocupaçãoparticular com a rede que acolhe omenor em conflito com a lei, seja emregime fechado ou de semi-liberda-de. Verdadeiras escolas do crime,

estas instituições (enquanto existem como tal) podemtransformar-se em magníficos centros de educação e deinserção profissional, como pode-se constatar emexperiências exitosas como a do CRIAM de Bangu, noRio de Janeiro. Não foi por acaso que a realidade localfoi abordada em primeiro lugar no “tratamento dasfraturas”.

Concomitantemente ao tratamento das causas estrutu-rais da violência e da segurança, é junto às populaçõesdiretamente atingidas pelo problema que se deve come-çar. É a mobilização das mesmas que pode alavancaruma mudança em profundidade.

Embora estas idéias pareçam utópicas, um ano de novosgovernos permite-nos alçar vôo e pensar que umamudança é possível. O Brasil não está condenado apermanecer num estado de barbárie com a riqueza decontribuições de que dispõe – dispersas na sociedade, éverdade – mas que podem ser aglutinadas e alavancadas.

A Segurança Pública não deveria estar à mercê demudanças políticas, mas constituir um sistema estávelcapaz atravessar as instabilidades, posicionando-seacima dos interesses particulares e passageiros. Seriademais reivindicar que tenhamos no Brasil um Estadodigno desse nome?

1 Luiz Eduardo Soares, Prefácio a “Direitos Humanos: coisa de Polícia”, Ricardo B.Balestreri CAPEC, Porto Alegre, 2003

2 Plano Estadual sobre política pública para a segurança, justiça e cidadania. Capí-tulo 3.4.3, Rio de Janeiro, 2000

3 Jorge da Silva – Ana Paula M. de Miranda, Prefácio a “Políticas públicas de justiçacriminal e segurança pública 1” ISP – Instituto de Segurança Pública”- EdUFF –Niteroi, 2003.

4 Luiz Eduardo Soares, “Segurança tem saída”, Sextante, Rio de Janeiro 2006.

O Instituto de Professores Públicos e Privados – IPPP –, em parceria com o Governode Minas Gerais, aplicou o primeiro curso de Promotor de Polícia Comunitária para aspolícias Militar e Civil deste estado. Foram formados cerca de três mil policiais: 2500PMs e 500 policiais civis.

ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL

(... ) nada impede,

enquanto vigorar a atual

estrutura, que o governo

constitua um grupo

executivo ou um comando

unificado ou um Gabinete

de Gestão Integrada

(composto de várias

Secretarias)

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A INFORMAÇÃO E A BOA GESTÃOA INFORMAÇÃO E A BOA GESTÃOA INFORMAÇÃO E A BOA GESTÃOA INFORMAÇÃO E A BOA GESTÃOA INFORMAÇÃO E A BOA GESTÃO Algumas verdades são tão óbvias e tão pre-sentes nas atividades administrativas, quea sua evidência as banaliza e sua impor-tância tende a ser relevada a um segundoplano.

É o caso da fundamental relação entreuma boa administração e uma boa infor-mação. É claro que para dirigir bem umempreendimento, qualquer que ele seja, éessencial que se conheça o que está acon-tecendo, sob todos os aspectos e com omáximo de detalhes. Além disso, é preci-so que se saiba interpretar as informações,para que se possa agir, tomando providên-cias cabíveis, para corrigir tudo o que nãoestiver indo bem.

Assim, mais do que o talento, mais doque boa vontade, o que importa numa boagestão é ter ótimas informações.

O que é a ótima informação? É aquelaatual, completa, precisa, detalhada, clara, eprincipalmente bem interpretada.

Com o grande avanço das comunica-ções e o advento do computador, as infor-mações ganharam em velocidade e quan-tidade. Estes avanços e a necessidade,cada vez mais, de melhorias na gestão,levaram a um aprimoramento da tecnolo-gia jamais visto na atualidade para a ci-ência da Administração.

A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO O termo TI, de tão usado, se banalizou.Quando se pensa em TI vêm logo à men-te computadores, seus operadores e suasferramentas. A Tecnologia da Informaçãoabrange isso e muito mais: os procedi-mentos, os fluxos, a consistência, a vera-cidade da informação. E mais: a abran-gência, a atualidade, a distribuição e ocompartilhamento.

Com a evolução da TI, a ênfase inicialde obtenção dos dados relativos ao em-preendimento foi agregada a necessida-de de transformar dados em informações.Atualmente, a maior atenção está em tra-duzir as informações em diretrizes para agestão. Esta interpretação e aplicação dasinformações compõe a chamada“Business Inteligence”

Este é um assunto importantíssimo eatual para todos os que se interessam porAdministração.

FERRAMENTAS E SISTEMAS ACEITOS EUSADOS ATUALMENTEPara tentar organizar esforços e padroni-zar métodos, foram criados alguns proces-sos, por agências internacionais de gran-de prestígio, que procuram definir de ma-neira genérica, o que é desejável numaestrutura de informação. Ou seja, estabe-lecer o que é uma boa “Tecnologia de In-formação”.

Um destes processos é o COBIT-Contrôle, que gera objetivos da informa-ção e de sua tecnologia. Temos ainda,entre tantos outros, o ITIL, o COSO, oPMBOK, cada um com aplicações especí-ficas, sempre com o intuito de aprimorar agestão através de informações.

Ocorre que em empreendimentos ra-zoavelmente organizados, já há dadossobre tudo o que é relevante e a falta de-les quase nunca é um problema. Porém,nem sempre dados são informações e nemas informações, quando existem, são cor-retamente interpretadas.

AS INFORMAÇÕES ORIENTANDO AS AÇÕES Para que o grande número de informaçõesajude o administrador ao invés deatrapalhá-lo, estas devem receber um tra-tamento prévio relativo à interpretação de-las. Esta interpretação deve ser feita deacordo com certos critérios:

Comparação com metas desejáveis ea importância relat iva da informa-ção. Para que isso seja viável, obtendo-se informações “inteligentes” que sirvamcomo subsídio objetivo para ações geren-ciais, o IPPP está oferecendo uma ferra-menta de última geração em BusinessInteligence: o Sistema Teveris, compostopor Metodologia e Software que contribuipara a organização, interpretação edecodificação das informações, atributosessenciais à excelência em governançacorporativa, de uma forma simples, dire-ta e transparente.

Uma nova ferramenta:gestão eficiente e transparenteno Serviço Público

A GESTÃO EFICIENTEO serviço público também precisa de umaeficiência em sua gestão, similar àgovernança corporativa privada. O SistemaTeveris implantado no Serviço Público de-senvolve uma metodologia moderna edescomplicada à gestão pública, permitin-do ao setor a transparência das informa-ções, simplicidade, dinamismo garantindoa consensual e eficiente gestão adminis-trativa, muito importante, talvez mais do quena iniciativa privada, no Serviço Público.

A partir de matrizes de correlaçãoentre qualidade e o nível das atividadese recursos, o Sistema Teveris indica o graude atendimento às metas estabelecidaspara cada qualidade planejada.

O IPPP, ao implantar o Sistema Teverisno Serviço Público, irá adaptar os empre-endimentos às qualidades desejadas, queresultem das atividades exercidas e dos re-cursos aplicados.

On-line na Internet, o Sistema Teveris éuma ferramenta leve e descomplicada, po-dendo ser utilizado nas mais longínquasregiões do Estado de uma forma sim-ples, de fácil entendimento para todos,dentro dos padrões de utilização para amelhoria das gestões no Serviço Públi-co, atingindo perfeitamente as metas dosagentes e gestores públicos.

José Guilherme W. RibeiroJosé Guilherme W. RibeiroJosé Guilherme W. RibeiroJosé Guilherme W. RibeiroJosé Guilherme W. Ribeiro é engenheiromecânico formado pela Escola Politécnica daUniversidade de São Paulo, com pós-graduação pela Fundação Getúlio Vargas. FoiVice-Presidente Executivo e Presidente dediversas empresas nas décadas de 70, 80 e90, entre elas: Engesa, Envemo, FNV,Engequímica e Engelétrica. Atualmente,fundou e é o responsável técnico da empresaTEVEC, Metodologias e Sistemas.

José Guilherme W. Ribeiro

Índice

3

4

5

8

10

12

14

17

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Editorial

IPPP na defesa do Patrimônio

Histórico e Nacional

Maria do Carmo Ibiapina de Menezes

Uma nova ferramenta de gestãoJosé Guilherme Whitaker Ribeiro

Responsabilidade Social por

meio da Inclusão Digital

Câmara Municipal do Rio de Janeiro é restaurada

IPPP restaura Fazenda Aurora da Prefeitura Municipal de Araruama/RJ

Mais salas de cinema para BrasilNilson Rodrigues

IPPP lança o Cine-Praça

Algumas reflexões sobre

Segurança Pública no Brasil

Av. Rio Branco, 185 - sl. 1312

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Gratuita e dirigida

oN 6 – junho/2007

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ns i õe er as

i cr ç s ab t

uma parceria IPPP e Museu da República

18

o Brasil, 148 milhões de habitantes não têm acesso acomputadores. Segundo o professor Manuel Castells,

da Universidade da Califórnia, em Berkeley, em seu livro AGaláxia da Internet (2001: 269): o Desenvolvimento sem a In-ternet seria o equivalente à industrialização sem eletricidadena Era Industrial. É por isso que a declaração freqüentementeouvida sobre a necessidade de se começar com “os proble-mas reais do Terceiro Mundo” — designando com isso: saúde,educação, água, eletricidade e assim por diante — antes dechegar a Internet, revela uma profunda incompreensão dasquestões atuais relativas ao desenvolvimento. Porque, sem umaeconomia e um sistema de administração baseados na Inter-net, qualquer país tem pouca chance de gerar os recursosnecessários para cobrir suas necessidades de desenvolvimento,num terreno sustentável — sustentável em termos econômi-cos, sociais e ambientais.

Portanto, para um país para crescer nesta nova onda re-volucionária, a da Internet, as pessoas necessitam ter acessoa esta ferramenta, e principalmente, a chave para o engran-decimento do homem do século XXI: o conhecimento, bemmais precioso para o desenvolvimento das nações.

Portanto a Inclusão Digital, principalmente para as comu-nidades pobres do Terceiro Mundo, é extremamente impor-tante. Diversas empresas e instituições brasileiras têm se pre-ocupado com este desenvolvimento humano, entendendo quea saída para o crescimento mundial passa pela inclusão daspessoas à margem da nova revolução mundial da Era Digital.

O papel da Responsabilidade Social nas empresas e insti-tuições tem sido cada vez mais valorizado dentro deste novocompromisso: o de valorizar o ser humano e o de fazê-lo teruma participação não apenas no crescimento econômico daregião, onde estão instaladas as organi-zações, mas também no crescimento dacomunidade por meio de valoreseducativos e promovendo a melhoria dascondições sociais.

O Instituto de Professores Públicos eParticulares desde 2001 tem realizado oprojeto Inclusão & Ação Digital, que inici-almente implantou cursos de qualificaçãoprofissional para professores e profissio-nais da área da Educação em 34 municí-pios do Estado do Rio de Janeiro. Foram

IPPP na Responsabilidade Socialpor meio da Inclusão Digital

três mil profissionais formados em um curso sobre como in-cluir crianças e jovens, portadoras de necessidades especi-ais, na rede regular de ensino. Este projeto contou, na época,com financiamento da Fundação Banco Itaú Social e do Fun-do de Amparo ao Trabalhador-FAT.

Desde 2006 o IPPP vem oferecendo o projeto Inclusão &Ação Digital, com recursos próprios, na forma de cursos deinformática gratuitos para os moradores dos bairros do Catete,Flamengo, Glória e Santa Teresa da cidade do Rio de Janeiro,em parceria com o Museu da República.

Um laboratório completo de informática com 10microcomputadores foi instalado pelo IPPP no Palácio doCatete, sede do Museu da República, e vem oferecendo àcomunidade do entorno cursos introdutórios de aplicação desoftwares como Word, Excel, Power Point, Windows e Internet.O IPPP disponibiliza todo o material pedagógico, osmicrocomputadores, os professores e a certificação e o Mu-seu da República cede as salas de aula. Pessoas com neces-sidades especiais têm prioridade na inscrição dos cursos den-tro do conceito da inclusão.

Os cursos são de 12 a 15 horas para todas as idades eorganizados em turmas de no máximo 20 alunos na mesmafaixa etária. O público é formado, segundo o regulamento doprojeto, pelos freqüentadores do museu e de preferência paraa população de baixa renda das comunidades do entorno.Como os freqüentadores do Museu são, em sua maioria, pes-soas da terceira idade, o projeto abriu turmas específicas paraesta faixa etária e tem sido um grande sucesso, com salascheias. Por se tratar de uma iniciativa de cunho social, o con-teúdo programático não se limita apenas a atividades ligadasà informática, contando também com assuntos relacionados

à cidadania e à Responsabilidade Social.Em 2006 foram formados cerca de 800

alunos. A primeira formatura das seis pri-meiras turmas aconteceu em uma cerimô-nia no auditório do Museu da República econtou com a presença do Presidente doIPPP, Roberto Francisco Marchesini, da co-ordenadora Geral do projeto Inclusão &Ação, Rachel Carneiro e do Assessor de Co-municação Social do IPPP, Luiz Marchesini.

Para 2007 estão abertas 150 vagas paraos oito cursos oferecidos pelo projeto.

N

Cerca de 800

alunos se formaram

no projeto de

Inclusão Digital do

IPPP em 2006

Ano III - Junho de 2007

6

IPPP RESTAURAMAIS DOISBENS TOMBADOSPELO PATRIMÔNIOHISTÓRICO pag. 4

A IMPORTÂNCIA DAS SALAS DE CINEMA DIGITAIS NO INTERIOR pag. 10

SEGURANÇA PÚBLICA: MOMENTO DE REFLEXÃO pag. 14

RESPONSABILIDADE SOCIAL: IPPP NA INCLUSÃO DIGITAL pag. 17

CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

FAZENDA AURORA DA PREFEITURA DE ARARUAMA

A

ENTRE AS PALESTRAS E CURSOS OFERECIDOS PODEMOS DESTACAR:

NA ÁREA DE GESTÃO EMPRESARIAL: Jogos de Negócios / 24 h/a – Prof. Adélcio

Sant´ana

Gerenciando Grandes Contas / 24 h/a – Prof.Fernando Carvalho

NA ÁREA DE GESTÃO DE PESSOAL:

Gestão de Pessoas / 24 h/a – Profs. RicardoQueiroz e Gustavo Bloog

Comunicação Interpessoal / 24 h/a – Profs.Baltazar Melo e Gustavo Blog

Técnica de Redação Oficial / 12h/a – Prof.Jefferson Beivis Jorge

NA ÁREA DE MARKETING:

Jogos de Marketing / 24 h/a – Prof. AdélcioSant’ana

Fundamentos de Marketing para Advogados eProfissionais de Escritórios de Advocacia / 24 h/a– Prof. Fernando Marchesini

Fundamentos de Marketing para Empresários eExecutivos / 24 h/a – Prof. Fernando Marchesini eFrancisco Tavora

Fundamentos de Marketing para Médicos eProfissionais de Saúde / 24 h/a – Prof. FernandoMarchesini

linhado aos objetivos das empresas de sucesso, a

CENTRAL DE CURSOS E PALESTRAS visa oIPPP LANÇACENTRALDECURSOS EPALESTRAS:CCP

Gestão Estratégica de Marketing / 24 h/a – Prof.Fernando Marchesini, Arão Sapiro, CarlosAlecrim, Carlos Mello Moyano e Ivagner Texeira

Pesquisa de Marketing: Soluções Estratégicas /24 h/a – Profª Sonia Koehler

Pesquisa de Mercado / 24 h/a – Profª SoniaKoehler

Marketing Viral / 24h/a – Profs. Omar Souki,Aarão Sapiro e Carlos Alecrim

NA ÁREA DE GESTÃO DA COMUNICAÇÃO

Mídia - como Planejar e Decidir Investimentos /24 h/a – Profs. Omar Souki, Rita Martins eAugusto Masini

Organização de Eventos / 24 h/a – Profª RitaMartins

Planejamento e Operacionalização da Promoção/ 24 h/a

Publicidade e mídia / 24 h/a. – Profª. Rita Martinse Omar Souki

Assessoria de Imprensa para área médica / 24h/a– Prof. Luiz Marchesini

Comunicação Empresarial / 24 h/a – Prof. LuizMarchesini

aprimoramento profissional daqueles que almejam posições de

destaque em seu campo de trabalho e que possam suprir as

necessidades empresariais surgidas com os avanços das novas

práticas de business neste século XXI. Esta iniciativa do IPPP

procura atender a profissionais do meio empresarial nas áreas

pública e privada, com o que há de mais moderno na área da

pedagogia empresarial, por meio de cursos, treinamentos e

palestras personalizadas e integradas à política de Recursos

Humanos das empresas. A Central de Cursos e Palestras conta

com palestrantes e consultores de altíssimo nível técnico e

acadêmico, conhecidos nacional e internacionalmente.

Veja mais cursos e informações em: www.ippp.org.br/cursosOu informe-se pelos telefones: (21) 2544-6672 e (21) 2533-0504