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NEUROLOGIA NO BRASIL - cadastro.abneuro.org · a presença dos convidados internacionais Prof. Dr. Ricardo Allegri, do Serviço de Neurologia Cognitiva do Instituto de ... o Dr. Ricardo

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POR DENTRO DA ABN EXPEDIENTEDIRETORIA EXECUTIVA DA ABN

Dra. Elza Dias Tosta da SilvaPresidente

Dr. Rubens José Gagliardi Vice-Presidente

Dr. Gilmar Fernandes do PradoSecretário-Geral

Dra. Márcia Maiumi Fukujima1º Secretária

Dra. Mônica Santoro HaddadTesoureira-Geral

Dr. Luiz Henrique Martins Castro 1º Tesoureiro

Aureo Dias de OliveiraGerente Administrativo e Financeiro

Simone Regina OstiAssistente Administrativa Plena

Lidiane Soares Lima Assistente Administrativa Jr.

Patrícia B. TeixeiraAssessora de Imprensa

Academia Brasileira de NeurologiaRua Vergueiro, 1353 – 14º andar – sala 1404

São Paulo – SP – CEP 04101-000Tel. e fax (11) 5084 9463 ou 5083 3876

www.abneuro.orge-mail: [email protected]

COMISSÃO DE COMUNICAÇÃO E EDITORAÇÃODra. Márcia Maiumi Fukujima (Coordenadora)

Dr. Antonio P. Gomes Neto (Suplente) Dra. Elza Márcia T. Yacubian

Dr. Hélio Afonso Ghizoni Teive

PRODUÇÃOTrixe Comunicação Empresarial

www.trixe.com.brAv. Nazaré, 1139 – cj. 107 | Ipiranga

04263-100 – São Paulo | SPTel.: (11) 5052 4072

Jornalista responsável e editoraPatrícia B. Teixeira – MTB. 51.202/SP

[email protected]

REPÓRTERES Ana Carolina Souza

Raphaella Rodrigues

DiagramaçãoBia Prado

RevisãoIsabel Menezes

COMERCIALEditora Omni Farma Ltda.

Av. Américo Brasiliense, 2171 - cj.109 - São Paulo SP | CEP 04715-004 • PABX: (11) 5181 6169

[email protected]

ISSN2175-1080 3

ESPECIAL

Realizações da ABN

em 2011A Academia Brasileira de Neurologia tem grande motivos para comemorar o ano de 2011, durante o qual foram promovidas diversas ações envolvendo seu associado, comunidade médica, governo, população. Também foram implantadas melhorias na gestão interna da entidade. Segundo a presidente Dra. Elza Dias Tosta, as ações fazem parte de um planejamento para expor a marca ABN, como também implantar novos sistemas para demonstrar transparência aos associados.

Participação da ABN junto aos órgãos governamentaisPor meio da sua presidência, da coordenação dos depar-tamentos científicos e de representantes junto aos órgãos governamentais, a ABN marcou presença nas seguintes reuniões junto ao Ministério da Saúde:

- Fórum de apresentação do Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil;- Audiências na Secretaria de Direitos Humanos e Ministério da Saúde;- Reunião sobre a prova de título na área de atuação em Sono na Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia em Brasília-DF;- Reunião do Departamento de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia - Ministério da Saúde.

Cursos e eventos para os associadosEm março, entre os dias 25 e 27, o DepartamentoCientífico de Distúrbio de Movimento realizou a IV Reunião de Pesquisadores em Distúrbio do Movimento e Gânglio de Bases para aproximadamente 200 participantes. Entre os convidados internacionais: Dra. Emília Mabel Gatto (Sanatorio de la Trinidad Mitre, Instituto Neurociencias de Buenos Aires – Ineba, Argentina); Dr. Pedro Chaná (Centram Usach, Chile); Dr. Jorge L. Juncos (Ermory University, EUA); Dr. Anthony E. Lang (University of Toronto, Canadá).

Nos dias 29 e 30 de setembro de 2011, São Paulo foi palco do Encontro de Neuroinfecção de 2011, realizado pelo Departamento Científico de Moléstias Infecciosas com a presença de mais de 200 neurologistas.

O Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e de Envelhecimento da ABN promoveu a VIII Reunião de Pesquisadores de Alzheimer e Desordens Relacionadas. Ocorrida em São Paulo nos dias 20, 21 e 22 de outubro, essa reunião contou com mais de 200 participantes, e com a presença dos convidados internacionais Prof. Dr. Ricardo Allegri, do Serviço de Neurologia Cognitiva do Instituto de Investigaciones Neurológicas Raúl Carrea – FLENI (Argen-tina) e Dr. Jacobo Mintzer, presidente da International Psychogeriatric Association (Estados Unidos).

Além disso, houve a distribuição dos seguintes prêmios: 1° Prêmio – Pesquisa Básica com dois ganhadores: Orestes Forlenza e Patricia Regina Manzine; 2° Prêmio – Pesquisa Clínica: Antonio Eduardo Damin.A ABN também marcou presença no Congresso Nacional de Medicina Intensiva, entre os dias 9 e 12 de novembro, graças ao convite da Associação de Medicina Intensiva, que reservou um dia da sua programação para a neurologia, que foi representada pelo Dr. Jamary Filho. A ABN ainda recebeu um estande para demonstrar suas ações junto à comunidade médica.

Curso OnlineNo que diz respeito à atualização médica, a ABN também promoveu o Curso Online de Alzheimer. Foram três aulas de 30 minutos sobre os temas: Quadro Clínico e Diagnóstico, com o Dr. Ricardo Nitrini; Tratamento Medicamentoso, aula ministrada pelo Dr. Paulo Caramelli; e Demência com Corpos de Lewy e Outras Demências, ministrada pela Dra. Sonia Brucki.

CampanhasA ABN também manteve seu papel junto à população com as campanhas de conscien-tização da doença de Parkinson (abril), esclerose múltipla (agosto) e Alzheimer (setembro) com palestras e entrega de folhetos. Na campanha de AVC (semana do dia 29 de outubro), em parceria com a Rede Brasil e Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, foi fechada uma parceria com times de futebol, entre eles o Vasco, Corinthians, Grêmio, Figueirense, Internacional, Avaí, Ceará e Fluminense, que entraram em campo com a camiseta da campanha “1 em 6”, uma mobilização mundial que chama a atenção para o fato de que uma a cada seis pessoas tem AVC no mundo. E no Brasil, a cada cinco minutos morre uma pessoa com doenças cerebrovasculares. A equipe de comunicação da ABN também fechou uma parceria com os jornalistas esportivos para que no meio do jogo eles escrevessem frases de prevenção ao AVC e remetessem ao site www.brasilsemavc.com.br, criado pela própria ABN.

RecomendaçõesOutro ponto positivo foi a criação das Recomendações de Alzheimer e EscleroseMúltipla, um debate entre médicos para obter um consenso entre diagnóstico, procedi-mento referente à doença, exame, avaliação e tratamento.

Gestão ABNCom a necessidade de constante profissionalização da instituição, a ABN em 2011 implan-tou um sistema informatizado de gestão financeira, que permitirá a modernização e o aperfeiçoamento dos controles internos da ABN. Também visando a capacitação e aperfeiçoamento administrativo da ABN, a diretoria ini-ciou este ano a elaboração do Planejamento Orçamentário da instituição com objetivos a serem atingidos a curto, médio e longo prazo, direcionando dessa forma o crescimento e solidificação da instituição.

Dra. Elza Dias Tosta,presidente da AcademiaBrasileira de Neurologia.

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Também dê um curtirna página Academia Brasileira de Neurologia.

“2011 foi um anoprodutivo e com

metas cumpridas.Também permitiu que

fosse feita umaconstrução sólida

para os anos futuros”

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JOVEM NEURO

Quem escolhe trilhar, profissionalmente, os caminhos da medicina, sabe muito bem qual será o preço para a construção de sua carreira. Anos de estudo, especia-lização e residência são necessários antes que o agora doutor possa, de fato, iniciar o exercício da atividade. Planejamento e estratégias são importantes para que esse trabalho passe a ser reconhecido.São várias as escolhas a serem feitas e todas exigem atenção. Entre os principais quesi-tos analisados por aqueles que entram na área está o local, ou seja, cidade ou Estado a fixar seus serviços. As cidades do interior, normalmente, sofrem com uma grande carência de especialistas e, por isso, pagam salários mais elevados para aqueles que decidem atender em consultórios próprios, em rede pública de saúde ou privada.Durante a residência, os futuros médicos têm a possibilidade de entrar em contato com diversas áreas da medicina e aprender sobre cada um dos tipos de atendimento. A Dra. Juliana Shinosaki, médica neurologista aspirante a membro da Academia Brasileira de Neurologia, conhece a rotina de todos esses estabelecimentos e, apesar de já sa-ber qual deles é mais gratificante, acredita na possibilidade de conciliá-los.A rede pública, na opinião da Jovem Neuro, proporciona aos profissionais momentos de satisfação e resultados gratificantes, mas também é preciso conviver com dificul-dades. “Há preocupação e às vezes o paci-ente não consegue cumprir o plano médi-co devido à condição financeira”, explica a neurologista com relação ao diagnóstico e

tratamento dessas pessoas. Isso significa que no Sistema Único de Saúde (SUS) o médico desempenha tam-bém a função de psicólogo e assistente so-cial e, quando observa avanços e melhoras, renova suas forças e convicções com relação à profissão escolhida: a de salvar vidas.Consultório próprio e o convênio médicoAs grandes capitais, apesar de concentrarem um grande número de pessoas e com isso, pacientes, possuem imóveis a altos custos, o que pode ser um empecilho para aqueles que estão iniciando carreira. Por isso, a Dra. Juliana demonstra interesse em atender em sua ci-dade natal, Uberlândia (MG). “Em uma cidade menor, o custo é menor.”Independente da cidade escolhida para ter um consultório próprio ou compartilhado, o negócio é sinônimo de bons resultados. Se bem gerido e administrado, esse esta-belecimento tende a crescer e atrair muitos pacientes. Parcerias com convênios médi-cos, no entanto, cada vez mais discrimina-dos por profissionais da saúde, tornam a rotina desses lugares turbulenta e apertada, atrapalhando a vida do profissional.Apesar da extrema importância na vida da população, os convênios médicos não são mais sinônimos de boas parcerias. Pagam um valor muito baixo e obrigam o profissional a atender um número maior de pacientes por dia e nem sempre de maneira eficiente. “É preciso atender um volume grande de pacientes por hora para ter um bom retorno, o que compromete muito a qualidade do trabalho”, explica a Dra. Juliana.

PLANEJAMENTO DA CARREIRA MÉDICA:UM DESAFIO PARA O JOVEM MÉDICO

NEUROLOGIA NO BRASIL

OS ENTRAVES DO ERRO MÉDICO

É encantador o papel que um médico, independente de sua es-pecialização, desempenha na sociedade. Por vezes, chegamos a acreditar que esses profissionais, sempre de branco, estão livres de enganos e equívocos. No entanto, apesar de salvar vidas e melhorar a qualidade da saúde de seus pacientes, a medicina envolve uma série de riscos que não podem ser ignorados. Os erros médicos são parte desses riscos presentes na realidade médica. Infelizmente, acontecem com frequência e, ao con-trário do que cidadãos comuns podem pensar, não são atribuí-dos apenas à competência do profissional. A medicina, como um todo, está sujeita a fatalidades e dificuldades; e encontrar um culpado para os casos pode não ser possível.Para começar, não podemos nos esquecer da condição huma-na do médico. Apesar da figura caricata que assumem durante a carreira, esses profissionais não têm pleno poder sobre todas as circunstâncias e variantes que envolvem uma simples con-sulta ou até mesmo as condições físicas dos hospitais onde são realizadas intervenções médicas.“A medicina é uma ciência, portanto, possui limitações e, na signifi-cativa maioria dos tratamentos ou intervenções, trata-se de obriga-ção de meio, ou seja, o médico deverá utilizar todos os recursos e meios para restaurar a saúde do paciente, pois não pode garantir o resultado”, afirma Gustavo Pamplona, advogado especialista em responsabilidade médica e mestre em Direito Público.De acordo com o advogado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aponta que o número de processos por erro médico aumentou 200% nos últimos seis anos, o que chama a atenção de pacien-tes e médicos.Falhas que precedem o erroA massificação do atendimento, ocasionado por parcerias com convênios médicos, alterou a relação entre médicos e pacientes e projetou a população à posição, estritamente, de consumido-ra. Não é difícil encontrarmos queixas sobre a falta de persona-lização e humanização durante essas rápidas consultas. Há alguns anos, médicos contavam com mais tempo e, por isso, tinham condições de conhecer melhor a saúde e a vida de seus pacientes. A preocupação com o bem-estar dessas pessoas era, de fato, mais visível e real. Ou seja, o paciente que era amigo passou a ser, simplesmente, consumidor. Um bom atendimento tem como base, então, esclarecimentos sobre os detalhes e intervenções necessárias para a reversão do quadro apresentado, já que em alguns dos casos o risco de vida surge como uma possível consequência. O consentimento desses pacientes deve, portanto, ser informado e, obrigatoria-mente, assinado e documentado por profissionais, pacientes e testemunhas.De acordo com o Código Internacional de Ética Médica adota-do em outubro de 1949, em Londres, pela 3ª Assembleia Geral da Associação Médica Mundial, “o médico deve ter sempre o cuidado de conservar a vida humana. O médico deve a seu

paciente completa lealdade e empregar em seu favor todos os recursos da ciência”.Paciente = ConsumidorDe acordo com Pamplona, o STJ entende que deve ser aplicado o Código de Defesa do Consumidor (CDC) aos serviços presta-dos por médicos. “Nesses casos, prescreveria em cinco anos a pretensão à reparação, contados do conhecimento do dano ou de sua autoria. Destaca-se que o prazo se inicia quando o paci-ente se dá conta da lesão”, afirma.Cercar-se de outros profissionais não médicos, para o advo-gado Pamplona, pode garantir ações preventivas e orienta-ções em caso de urgência. “Como exposto, a questão do aci-dente médico e suas implicações jurídicas é tema que requer atenção, não apenas referente às consequências financeiras, mas principalmente no tocante ao bom nome do profissio-nal e da ciência médica.”Caracterização dos erros e puniçõesSegundo o Dr. José Vinagre, corregedor do Conselho Federal de Medicina e conselheiro federal pelo Estado do Mato Grosso, os erros médicos enquadram-se em três diferentes modalidades, sendo elas imperícia, imprudência e negligência. Para cada uma delas há uma determinada espécie de punição, já que suas consequências também podem ser diversas. Pois, dolosos ou culposos, esses equívocos, comprometem a integridade física e até mesmo emocional dos pacientes.Após a denúncia do suposto erro ter sido realizada junto ao Con-selho Regional de Medicina, por parte do paciente ou familiar, é instaurada sindicância. O procedimento a partir de então de-pende da análise das possibilidades de o erro ter, de fato, ocorrido, feita após o médico ter apresentado esclarecimentos ao órgão. Recorrer depende de o Conselho atestar ou não a inocência do

profissional.A punição, por sua vez, acontece em cinco níveis (ver quadro). Erros por imperícia são os mais comuns, e em alguns é aplicado o último grau de penali-dade, a cassação. “São erros mais graves, apli-cados para outros tipos de infração – crime, as-sédio sexual. Envolve prática de crime, erros graves que custam a vida do paciente”, afir-ma o Dr. José Fernando Maia Vinagre.

Níveis de punição:

- Advertência confidencial, em aviso reservado;- Censura confidencial, em aviso reservado;- Censura pública empublicação oficial;- Suspensão do exercício profissional, até 30 dias;- Cassação do exercício profissional.

Durante seu mandato, a presidenta Dilma Roussef e o ministro da Saúde Alexandre Padilha lançaram o pro-grama “Saúde Não Tem Preço”. A ini-ciativa alerta médicos e estudantes para que conheçam melhor as neces-sidades do país, ou seja, que analisem as regiões onde há maior carência e falta de médicos. Durante seu pro-grama de rádio que vai ao ar semanal-mente, o Café com a Presidenta, Dilma destacou, inclusive, uma medida de incentivo criada pelo governo fe- deral segundo a qual médicos recém-formados que escolherem colaborar no Sistema Único de Saúde terão suas dívidas do financiamento estudantil reduzidas. Com isso, a medida visa elevar a qualidade do atendimento do sistema público e deixá-lo tão bom quanto o encontrado nos hospitais particulares.

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INFORME PUBLICITÁRIOEMPRESÁRIO MÉDICO

MOMENTO CERTO PARA PLANEJAR OCONSULTÓRIO PARA 2012. SAIBA COMO

O ano chega ao fim e a sensação é de que não rendeu o esperado financeiramente. Não foi a crise na Europa que interferiu nas consultas. É mais provável que o erro tenha sido o planejamento anual.

De acordo com João Sundfeld, economista e consultor da Sundfeld & Associados, este é o momen-to de analisar as despesas orçadas para 2011 e saber o que foi considerado gasto extra e por que não havia sido previsto. “Nesse ponto, é possível mensurar outras possíveis falhas. Por que houve um gasto extra tão significativo? As análises desses dados permitirão conhecer, em detalhes, todas as distorções ocorridas e que merecerão novas providências a serem adotadas para evitar que se repitam no ano de 2012.”

Para a neurolinguista e consultora em gestão e marketing em saúde, Marisa Martins Carvalho, analisar os resultados versus o desempenho esperado depende da clínica. O médico precisa ter claras quais as metas que quer atingir e quais são as visões de futuro da clínica. “Dependendo de seus objetivos, através da com-paração dos resultados em meses de trabalho, o profissional vai analisar quais eram os resultados espera-dos e se não foram atingidos, e quais as providências que devem ser tomadas. Deve-se ter planejamento, que pode ser modificado sempre que for necessário, pois ele não é estático.”

Marisa diz ainda que é importante elaborar um fluxo de caixa no qual o profissional consiga visualizar todas as despesas que fazem parte da organização e sobrevivência da clínica. “A partir do fluxo de caixa, o profis-sional poderá avaliar se tem verba ou não para cursos, viagens, aquisição de novos equipamentos. Tudo deve ser planejado e não se deve gastar por impulso.”

Segundo ela, esse planejamento financeiro deve ser feito pelo profissional de saúde e depois passado para a administração executar as ações. “É como no comércio. Em negócios que dão certo, percebe-se sempre o proprietário presente em todos os momentos.”

Sundfeld orienta, também, para a necessidade de reorganizar a visão e o objetivo do consultório para os próximos anos. Isso dará ao gestor um panorama interno para que possa analisar o atual e futuro ambiente – a neurologia, por exemplo – para programar possíveis alterações no modo de trabalho ou até mesmo mudanças estruturais no consultório.

“Ao fazer essa apreciação, é possível calcular a necessidade de investimento para se destacar no merca-do”, explica o consultor. Para a gestora, os investimentos em marketing, como materiais de propaganda e publicidade, podem – inicialmente – prospectar clientes, porém, adverte que o marketing que tem maior credibilidade é o boca a boca. “O marketing negativo de um cliente mal atendido é a pior propaganda para um profissional. Existem estatísticas de que para cada paciente perdido, o profissional perde mais 10 ou 12 futuros clientes.”

De acordo com Sundfeld, com a projeção dos resultados previstos para os próximos anos, fica garantida uma maior tranquilidade para trabalhar e até mesmo para gerenciar os imprevistos.

Doença de Pompe, distrofia muscular de cinturas, po-limiosite, distrofia muscu-lar de Duchenne, distrofia miotônica de Steinert, dis-trofia muscular de Becker... São todas doenças neuro-musculares que começam com os mesmos sintomas: fraqueza muscular com pre-domínio em cinturas escapu-lar/ pélvica, perda de força progressiva e, em crianças, atraso na aquisição dos mar-cos do desenvolvimento mo-tor. O que as diferem é o fator desencadeante da fraqueza muscular. No caso de Pompe é a deficiência enzimática da al-fa-glicosidase-ácida que resul-ta no acúmulo de glicogênio nos lisossomos das células e tecidos; para polimiosite é um processo inflamatório auto-imune; e se há um processo degenerativo do corno an-terior da medula e de alguns núcleos motores de nervos cranianos o diagnóstico é de amiotrofias espinhais infantis, por exemplo.

Doença de Pompe (DP) não é a mais prevalente e, por isso, em muitos casos, nem chega a ser cogitada durante a in-

vestigação de doenças neu-romusculares. No entanto, es-tudos mostram que é preciso uma maior análise dos casos antes do diagnóstico.

Em Cuiabá, os pacientes com queixas que sugerem doen-ças neuromusculares, en-caminhados ao ambulatório de neurologia do Hospital Geral Universitário (HGU), são investigados para doença de Pompe. “No período de 14 meses avaliamos 76 indi-víduos e identificamos três pacientes com DP, sendo um com a forma clássica e dois com a tardia. Desses, dois ti-nham diagnóstico preliminar de distrofia muscular e o caso da forma clássica, de amiotro-fia espinhal”, conta a neurolo-gista Heloise Helena Siqueira. Há quatro anos, foram iden-tificados três indivíduos com doença de Pompe em uma mesma família e há dois anos, após a triagem no HGU, ou- tros três. “Ou seja, quando pesquisamos doença de Pompe em um grupo de pacientes com sintomas es-pecíficos para doença neuro-muscular, a frequência de di-agnóstico nos parece maior”.

Para a neurologista, o fato de Pompe ser uma enfermidade pouco frequente e de certa forma desconhecida, não in-centiva os estudos por parte dos médicos. Outra dificul-dade, segundo ela, é que o exame para iniciar a investi-gação e os que comprovam o diagnóstico, até pouco tem-po atrás, eram enviados para a Argentina para serem anali-sados. Hoje, o exame da gota seca em papel filtro pode ser feito em três laboratórios no país a custo zero para o paci-ente e médico.

Heloise acredita que esses es-tudos confirmam aos profis-sionais que trabalham com doenças neuromusculares que é preciso estar atento e instituir a investigação do exame de gota seca em papel filtro, como parte do processo de diagnóstico diferencial. Principalmente, porque a única dessas pa-tologias que permite um tratamento, terapia de reposição enzimática, au-mentando a sobrevida e melhorando a qualidade de vida dos pacientes, é a doença de Pompe.

DIAGNÓSTICODIFERENCIAL DE POMPE

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“Deve-se ter planejamento,

que pode ser modificado sempre que

for necessário, pois ele não

é estático”

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