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1 Grupo de Comunicação CLIPPING 30 de julho de 2019

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Grupo de Comunicação

CLIPPING 30 de julho de 2019

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Grupo de Comunicação

SUMÁRIO

ENTREVISTAS ............................................................................................................................... 4

Gestão Dinâmica e Integrada .......................................................................................................... 4

SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ....................................................................... 7

Emae busca sócios para disputar leilão com termelétrica de US$1,7 bi ................................................. 7

Educação ambiental na ETE envolve servidores públicos ..................................................................... 9

Em Ribeirão, cemitério público aguarda zeladoria ............................................................................ 10

Empresa gaúcha obtém licença para projeto de usina termelétrica em SP ........................................... 11

Gaema Piracicaba promove reuniões para prevenção e controle de incêndios florestais ........................ 12

Saneaqua planta mais de 1.600 mudas de árvores em Mairinque ...................................................... 13

Sagui pega 'carona' de 300 quilômetros escondido em lataria de carro ............................................... 14

Assis ganhará novo poço profundo para garantir segurança hídrica futura .......................................... 15

Levantamento mostra que 30% da água tratada em São Paulo é disperdiçada .................................... 16

Sabesp e Semasafirmam contrato de concessão .............................................................................. 17

VEÍCULOS DIVERSOS .................................................................................................................. 19

Batizada de Marsha ..................................................................................................................... 19

Exposição no Sesi de Mogi das Cruzes debate sobre meio ambiente ................................................... 20

Pesquisa mira preservação das abelhas .......................................................................................... 21

Braskem desenvolve primeiro solvente a partir de fonte renovável .................................................... 22

Barbeiros chegam à Grande São Paulo ........................................................................................... 23

FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................... 26

Guedes quer proibir que estados usem verba do petróleo para bancar servidor ................................... 26

Após abastecimento e problemas técnicos, navio iraniano deixa o Brasil ............................................. 28

Painel: Chocados com retórica de Bolsonaro, congressistas discutem podar MPs e decretos do presidente ................................................................................................................................................. 29

Sob Bolsonaro, multas contra desmatamento caem 23%.................................................................. 31

Mônica Bergamo: Ação de hacker contra Bolsonaro segue como dúvida no Planalto ............................. 33

O mistério das jararacas que abandonaram o chão e agora vivem em árvores na Amazônia ................. 35

ESTADÃO ................................................................................................................................... 38

Pesquisa relaciona fungo imune a remédios ao aquecimento global ................................................... 38

Eliane Cantanhêde: Réquiem para os índios .................................................................................... 39

Brasil é o quarto país com mais assassinatos de ativistas ambientais no mundo, diz ONG ..................... 40

‘Privatização vai ajudar País a atrair investimentos’ ......................................................................... 42

VALOR ECONÔMICO .................................................................................................................... 45

Acordo sobre Itaipu gera crise política no Paraguai .......................................................................... 45

Crise política trava acordo de R$ 1 bi pela energia de Itaipu ............................................................. 46

Bolsonaro põe em dúvida assassinato de índio ................................................................................ 48

Lei de licenciamento afeta descoberta de sítios arqueológicos ........................................................... 49

Planejamento antes do licenciamento ambiental .............................................................................. 51

Novo plano florestal vai diversificar investimento ............................................................................ 53

Actis montará 4ª companhia no país, com ativo da EDP ................................................................... 54

Usinas de BP e Bunge já perderam R$ 7 bi ..................................................................................... 55

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Grupo de Comunicação

Dano ambiental no Brasil já está em curso ..................................................................................... 57

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ENTREVISTAS Veículo: RMAI

Data: 30/07/2019

Gestão Dinâmica e Integrada

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Grupo de Comunicação

SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E

MEIO AMBIENTE Veículo1: Exame Notícias

Veículo2: DCI Online

Veículo3: UOL Notícias

Veículo4: Terra

Data: 29/07/2019

Emae busca sócios para disputar

leilão com termelétrica de US$1,7 bi

Já haveria conversas com possíveis

interessados, incluindo fundos de

investimento, após o empreendimento ter

obtido licença ambiental prévia

Reuters

São Paulo - A estatal paulista Empresa

Metropolitana de Águas e Energia (Emae)

vai buscar parcerias para tentar viabilizar um

projeto termelétrico bilionário no próximo

leilão de energia do governo federal, o

chamado A-6, agendado para 17 de outubro.

Já há conversas com possíveis interessados,

incluindo fundos de investimento, após o

empreendimento, o chamado Bloco I da

térmica Piratininga, ter obtido licença

ambiental prévia junto aos órgãos estaduais

de licenciamento, disse à Reuters o presidente

da Emae, Ronaldo Souza Camargo.

O projeto a gás natural, com 1,7 gigawatt em

capacidade, deve demandar cerca de 1,7

bilhão de dólares em investimentos. Ele

envolveria a substituição de unidades da

antiga térmica Piratininga, na capital paulista,

que funcionava a diesel e está parada.

'Por essas negociações serem sigilosas, o que

posso adiantar é que temos grupos de fundos.

Temos quatro grupos, de três países,

interessados? um grupo brasileiro', afirmou

Camargo, acrescentando que a Fundação

Getulio Vargas (FGV) está assessorando a

estatal paulista nas negociações.

O executivo disse que há 'forte vontade

política' para viabilização da termelétrica, que

o governo paulista estima que poderia gerar

milhares de empregos durante a fase de

construção.

Apesar de ter um amplo programa de

privatizações como uma das bandeiras de sua

gestão, o governador de São Paulo, João

Doria, já decidiu que não privatizará a Emae,

que deverá buscar parcerias, segundo

Camargo.

'O governador me recomendou, antes de eu

assumir aqui, que nós atraíssemos sócios e

negócios. Fortalecer e ampliar os negócios

com sócios, o que é diferente de privatização',

afirmou.

O executivo explicou que a Emae já possui

um sócio acertado para a térmica, a Gasene, e

que as empresas ainda negociarão o desenho

final do grupo que iria implementar o projeto.

'Tudo vai depender da equação econômico-

financeira que a FGV está estruturando? estão

em negociação os percentuais de

participação', disse.

A Emae já tem pré-acertos com a Comgás

para o fornecimento do gás natural que iria

abastecer a térmica, embora a empresa e seus

sócios possam também avaliar outros

fornecedores. Também há pré-acordo com a

Siemens para os equipamentos, embora

também com possibilidade de mudança após a

licitação.

Os vencedores do leilão em outubro assinarão

contratos com distribuidoras de energia para a

venda da produção por 25 anos, no caso das

térmicas a gás, com entrega dos projetos em

2025.

'Esse é um projeto que, no Brasil, não existe

outro igual, em termos de localização e

produção de energia. Nós estamos

exatamente ao lado dos consumidores, da

carga? é realmente um investimento muito

grande, entretanto de retorno rápido',

acrescentou Camargo.

Segundo ele, a Emae é dona do terreno onde

o projeto seria construído, assim como

responsável pelo licenciamento ambiental.

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Grupo de Comunicação

Além da usina Piratininga I, o Conselho

Estadual do Meio Ambiente de São Paulo

aprovou na semana passada licença prévia

também para a chamada Fase II do projeto,

que seria uma parceria com a AES Tietê, mas

não disputará leilões de energia neste ano,

segundo Camargo.

O órgão ambiental ainda garantiu licença

também para a termelétrica de Lins, da

privada Omega Engenharia.

http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?

c=0&n=28160507&e=577

http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?

n=28159479&e=577

http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?

n=28159899&e=577

http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?

n=28160653&e=577

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Veículo: Prefeitura Lençóis Paulista

Data: 29/07/2019

Educação ambiental na ETE envolve

servidores públicos

Na quinta-feira, 25 de julho, os servidores da

Secretaria de Meio Ambiente que atuam na

limpeza pública de Lençóis Paulista

participaram de uma visita ao Centro de

Educação Ambiental da Estação Elevatória de

Esgotos do SAAE.

Na oportunidade, a bióloga Milena Guirado

Coneglian, do SAAE, explanou em palestra

sobre o tema saneamento básico, e o

educador ambiental e interlocutor do PMVA,

Helton Damacena, da Secretaria de Agricultura

e Meio Ambiente, colocou o tema no contexto

do Programa Município Verde Azul.

Ao final todos conheceram as dependências do

espaço e viram de perto o tratamento

preliminar do esgoto gerado no município,

bombeado por uma rede de recalque até as

lagoas de tratamento para devolver o efluente

ao Rio Lençóis. Outros temas foram

abordados, como o descarte correto de óleo

de cozinha, usado, e campanha da Coopróleo

nas escolas. Todos os participantes da ação

tiveram uma nova visão sobre a importância

do trabalho de cada um, na limpeza pública e

no serviço dos agentes comunitários de saúde

para o saneamento básico no município, uma

vez que está diretamente ligado ao tratamento

de água e esgotos, drenagem de águas

pluviais e resíduos sólidos.

A ação é uma medida que dá continuidade à

proposta de educação ambiental da diretiva

'Esgoto Tratado', sobre tornar pública a

existência e funcionamento da ETE de Lençóis

Paulista, desta vez envolvendo a educação

ambiental não formal, ou seja, público não

pertencente às redes de ensino formal, de

acordo com o Programa Município Verde Azul.

As visitas ocorrem com frequência, de acordo

com agendamento prévio com o SAAE e

Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente. A

rede formal de ensino, alunos das escolas

municipais do 6º ano, também participam

dessas visitas técnicas, sendo que outras

turmas devem ser agendadas a partir de

agosto, na volta às aulas.

http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?

c=0&n=28161113&e=577

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Veículo: Diário do Grande ABC

Data: 30/07/2019

Em Ribeirão, cemitério público

aguarda zeladoria

http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?

c=0&n=28187244&e=577

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Grupo de Comunicação

Veículo: Zero Hora online

Data: 29/07/2019

Empresa gaúcha obtém licença para

projeto de usina termelétrica em SP

Omega Engenharia busca construir

empreendimento na cidade de lins

Leonardo Vieceli

A gaúcha Omega Engenharia conseguiu

avançar um degrau para instalação de usina

termelétrica a gás natural na cidade de Lins,

em São Paulo. Com sede em Porto Alegre, a

empresa obteve na semana passada licença

prévia da Companhia Ambiental do Estado

de São Paulo (Cetesb). O projeto foi

batizado como UTE Lins.

Agora, a Omega aguarda por leilão de energia,

em outubro, para levar o empreendimento

adiante. O investimento estimado é de US$

1,5 bilhão.

- A licença prévia era necessária para o leilão.

Estamos ajustando o contrato. Passado o

leilão, o prazo para instalação é de seis anos -

diz Carlos Eduardo Trois de Miranda, diretor-

executivo da empresa.

A usina foi projetada com capacidade instalada

de cerca de 2 mil megawatts (MW). Segundo

Miranda, o potencial de geração de energia

pode atender a quatro milhões de famílias.

- A capacidade é grande. O projeto está

localizado junto ao Gasoduto Bolívia-Brasil. A

ideia é aproveitar a oportunidade que está

sendo criada com a abertura do mercado de

gás no Brasil - frisa Miranda.

http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?

c=0&n=28163908&e=577

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Grupo de Comunicação

Veículo: Cidade Azul Notícias

Data: 29/07/2019

Gaema Piracicaba promove reuniões para

prevenção e controle de incêndios

florestais

Setores e órgãos públicos apresentaram

propostas

Nos últimos dias 25 e 26 de julho, foram

realizadas em Piracicaba reuniões promovidas

pelo Grupo de Atuação Especial do Meio

Ambiente (Gaema) sobre prevenção,

monitoramento e combate a incêndios

florestais, em lavouras de cana-de-açúcar e

em rodovias. A iniciativa é coordenada pela

promotora de Justiça Alexandra Facciolli

Martins e pelo 16º Grupamento do Corpo de

Bombeiros.

Diversos setores e órgão públicos foram

chamados a colaborar, dentre eles a

Coordenadoria de Fiscalização e

Biodiversidade (CFB/ Sima), Fundação

Florestal, Instituto Florestal, Cetesb, Polícia

Militar Ambiental e Escritório de Defesa

Agropecuária de Piracicaba. Os encontros têm

como objetivo a elaboração de estratégias

regionais para a melhoria das medidas de

prevenção, monitoramento e combate aos

incêndios florestais e em lavouras de cana-de-

açúcar na área de abrangência do Gaema

Piracicaba.

Foram discutidas providências para a criação

de redes de apoio regionais de prevenção e

que possam prover respostas mais rápidas e

eficientes. Pretende-se, ainda, por meio da

articulação, otimizar recursos e aperfeiçoar a

comunicação.

A primeira reunião, na manhã do dia 25 de

julho, foi realizada com o setor

sucroenergético. União da Agroindústria

Canavieira (Unica), Associação dos

Fornecedores de Cana de Piracicaba (Afocapi),

Raízen, Grupo Furlan, Usina Ester, USJ Açúcar

e Álcool, entre outras, apresentaram os

compromissos assumidos pela indústria e

associações de fornecedores de cana por meio

do Protocolo Agroambiental Etanol Mais Verde,

que prevê a eliminação da queima como

método de colheita. Além disso, foram

também expostos os esforços adotados para a

manutenção de uma estrutura adequada de

prevenção e de combate rápido aos incêndios.

Na mesma data, no período da tarde, o DER, a

Artesp e as concessionárias de rodovias da

região, como AutoBAn, Centrovias e Intervias,

também compareceram para esclarecer sobre

as ações adotadas, apresentando os dados de

monitoramento e os procedimentos para

atendimento e comunicação.

Em 26 de julho os encontros foram com as

administrações municipais da região, com o

objetivo de verificar a estrutura de

atendimento pela Defesa Civil e a necessidade

de sua adequação para viabilizar a formação

das redes de apoio regionais coordenadas pelo

Corpo de Bombeiros. Também está sendo

estimulada a ampliação das adesões ao

Sistema Estadual de Prevenção e Combate a

Incêndios Florestais - Operação Corta Fogo.

A educação ambiental e a comunicação com a

sociedade sobre a eliminação do uso de fogo e

sobre os riscos de incêndios florestais também

foram apontadas por todos os participantes

como imprescindíveis para o sucesso do

projeto.

Nos dias 30 de julho e 1º de agosto

acontecerão mais encontros. Fazem parte do

Gaema Piracicaba os municípios de Águas de

São Pedro, Americana, Analândia, Capivari,

Charqueada, Cordeirópolis, Corumbataí,

Ipeúna, Iracemápolis, Itirapina, Limeira,

Mombuca, Piracicaba, Rafard, Rio Claro, Rio

das Pedras, Saltinho, Santa Bárbara d'Oeste,

Santa Gertrudes, Santa Maria da Serra e São

Pedro.

Fonte: Ministério Público de São Paulo

http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?

c=0&n=28167411&e=577

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Grupo de Comunicação

Veículo: JE online – São Roque

Data: 29/07/2019

Saneaqua planta mais de 1.600 mudas de

árvores em Mairinque

Assessoria de Imprensa Foto: Divulgação

A Saneaqua, empresa responsável pelos

serviços de água e esgoto de Mairinque,

realizou o plantio de mais de 1.600 mudas de

árvores de espécies nativas da região nas

margens do Ribeirão Varjão, em Mairinque.

A iniciativa tem como objetivo recuperar as

intervenções ambientais geradas pelas obras

de implantação da Estação de Tratamento de

Esgoto (ETE) do município, promovendo uma

melhoria na qualidade do ar, além de garantir

temperaturas mais agradáveis, diminuição da

poluição sonora e a valorização paisagística.

'A área que margeia o Ribeirão Varjão era um

descampado e se tornou um espaço repleto de

árvores da espécie nativa. Essa transformação

é resultado de um trabalho comprometido com

o bem-estar e a qualidade de vida da

população', diz Alaíde Martins, diretora da

Saneaqua.

O plantio das mudas é resultado do Termo de

Compromisso de Recuperação Ambiental

(TCRA), emitido pela Companhia Ambiental

do Estado de São Paulo (Cetesb), e torna a

Saneaqua responsável pela recomposição

ecológica da área pelos próximos 20 anos, o

que assegurará que todas as mudas se

desenvolvam da forma correta.

Implantação da Estação de Tratamento de

Esgoto

Em maio, a Saneaqua iniciou as obras para a

implantação da Estação de Tratamento de

Esgoto de Mairinque.Com previsão de início

das operações até junho de 2020, a primeira

etapa do projeto contará com um investimento

de R$ 15 milhões e beneficiará metade da

população do município.

Em caso de dúvidas em relação às obras, a

Saneaqua está à disposição na Central de

Atendimento, que funciona de segunda a

sexta-feira, das 8h às 17h. A empresa

também disponibiliza atendimento 24 horas

por dia no 0800 771 0001.

http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?

c=0&n=28176919&e=577

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Grupo de Comunicação

Veículo: Metro Jornal

Data: 29/07/2019

Sagui pega 'carona' de 300 quilômetros

escondido em lataria de carro

Um pequeno primata viajou mais de 300

quilômetros no Estado de São Paulo,

escondido entre a roda e a lataria de um

carro. O dono do veículo, um homem de 51

anos, avistou o bichano nesta segunda-feira

(22), e logo acionou a Polícia Militar

Ambiental para o resgate.

O senhor tinha encontrado o animal

anteriormente, em uma estrada de

Tremembé, município do Vale do Paraíba. Em

seguida, iniciou uma viagem de mais de 300

quilômetros até Taubaté, cidade interiorana a

130 quilômetros da capital.

Foi em Taubaté, no bairro Bonfim, que o dono

do carro encontrou o primata, na manhã de

segunda. O sagui parecia ferido, e fugiu após

a aproximação. Segundo relato ao site G1, ele

não havia percebido que o animal estava ali

antes.

O pequeno já foi transportado pela PM

Ambiental para ser examinado e, caso

necessário, receber tratamento adequado.

http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?

c=0&n=28155975&e=577

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Grupo de Comunicação

Veículo: Jornal de Assis

Data: 30/07/2019

Assis ganhará novo poço profundo para

garantir segurança hídrica futura

http://cloud.boxnet.com.br/y2j3dwe6

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Grupo de Comunicação

Veículo: SP no Ar / TV Record

Data: 30/07/2019

Levantamento mostra que 30% da água

tratada em São Paulo é disperdiçada

SP NO AR/RECORDTV/SÃO PAULO Data

Veiculação: 30/07/2019 às 07h58

Duração: 00:03:20

Transcrição

Não há texto a ser exibido.

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Grupo de Comunicação

Veículo: ABC Repórter

Data: 30/07/2019

Sabesp e Semasafirmam contrato de

concessão

http://cloud.boxnet.com.br/y2wol4oe

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Grupo de Comunicação

Veículo: Gazeta de Limeira

Data: 30/07/2019

Vazamento de produto químico mobiliza

agentes de vários órgãos

http://cloud.boxnet.com.br/yy4w6d6r

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Grupo de Comunicação

VEÍCULOS DIVERSOS Veículo: Notícia Já

Data: 30/07/2019

Batizada de Marsha

http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?

c=0&n=28191744&e=577

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Grupo de Comunicação

Veículo: O Diário de Mogi

Data: 30/07/2019

Exposição no Sesi de Mogi das Cruzes

debate sobre meio ambiente

A exposição 'Mata Atlântica, Berço das Águas',

do fotógrafo Simão Salomão, está em cartaz

na unidade mogiana do Sesi. A visitação é

gratuita. Neste trabalho, o profissional chama

a atenção para o movimento e a fragilidade da

água, a partir do foco em gotas sobre as

plantas, brotos e galhos.

As 20 fotografias mergulham no bioma da

Mata Atlântica, que detém sete das nove

grandes bacias hidrográficas brasileiras, e

apresentam um registro da região da Serra do

Mar - onde estão localizadas várias nascentes

de rios e mananciais. A mostra é resultado da

iniciativa promovida pelo Instituto

Socioambiental - ISA, na campanha 'De Olho

nos Mananciais', que contou com uma

expedição fotográfica, em julho de 2008, pela

região da Serra do Mar.

Salomão enfatiza o fato de que o

gerenciamento dos recursos hídricos -

extremamente necessários para a manutenção

da vida no planeta - não se restringe apenas

aos governantes e analistas técnicos. Pelo

contrário, abrange toda a população que,

devidamente informada, assume novas

atitudes e hábitos ambientalmente

responsáveis.

O fotógrafo

O paulistano Simão Salomão, tecnólogo por

formação e fotógrafo por vocação, dedica

parte de seu trabalho à documentação de São

Paulo, suas mudanças e permanências.

Entretanto, seu universo de interesses é

amplo: por meio de suas lentes, registra

também as pessoas, a miscigenação e as

diferentes origens do povo brasileiro. Como

fotógrafo profissional, colabora com editoras e

escritórios de arquitetura e design; faz o

registro visual de obras de arte e realiza fotos

institucionais.

Desde 1999, vem participando de exposições

em instituições renomadas, entre elas a FAAP

(Fundação Armando Alvares Penteado) e a

Biblioteca Mário de Andrade. Além do

interesse em registrar singelos retratos,

manifestações culturais e as cenas urbanas,

Salomão dedica-se também a retratar a

natureza, as paisagens e viagens. Foi

selecionado duas vezes no concurso Árvores

da Cidade de São Paulo - em 2010, com a foto

publicada no livro comemorativo dos cinco

anos do concurso - e em 2011.

O endereço do Sesi é Rua Valmet, 171, em

Braz Cubas. O telefone é 4723-6917. A

visitação pode ser feita de segunda a sexta,

das 8 às 20 horas e aos sábados, das 9 às 18

horas.

http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?

c=0&n=28195530&e=577

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Grupo de Comunicação

Veículo: Diário do Grande ABC

Data: 30/07/2019

Pesquisa mira preservação das abelhas

https://s3-sa-east-

1.amazonaws.com/multclipp/arquivos/noticias

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Grupo de Comunicação

Veículo: RMAI

Data: 29/07/2019

Braskem desenvolve primeiro

solvente a partir de fonte renovável

Investimento de cerca R$ 1 milhão contribuiu

para o desenvolvimento da solução a partir da

cana-de-açúcar, que já foi implementada por

clientes da companhia e outros estão em fase

de testes para customização

Comprometida com o desenvolvimento de

soluções sustentáveis e inovadoras, a

Braskem anuncia seu primeiro solvente feito a

partir de fonte renovável. O produto chega

para reforçar o já robusto portfólio de

especialidades químicas da companhia e

atende aplicações em segmentos como tintas,

tíneres e adesivos.

Feito à base de cana-de-açúcar, o HE-70S é

resultado de um investimento de R$ 1 milhão

e da constante busca da Braskem por soluções

sustentáveis. Este novo solvente oxigenado de

origem renovável apresenta menor toxicidade,

além de maior poder de solvência quando

comparado aos solventes hidrocarbônicos

tradicionais. A solução já foi implementada no

processo produtivo de clientes e outros estão

em fase de testes, a fim de customizar o

produto para necessidades específicas de cada

aplicação.

No Brasil, o mercado de solventes

hidrocarbônicos e oxigenados representa cerca

de 700 mil toneladas anualmente. Como uma

das líderes do segmento no país, a Braskem

busca oferecer alternativas para que o setor

cresça de forma sustentável. Na visão

estratégica da companhia em prol da Química

Verde, os bioprodutos podem ser utilizados

como ferramenta de captura de carbono,

contribuindo para a redução na emissão de

gases do efeito estufa.

“O foco da nossa atuação é oferecer aos

clientes a possibilidade de inovar e se destacar

no setor. Procuramos manter uma relação

próxima a fim de entender os desafios e

atender da melhor forma as demandas,

inclusive, por meio da customização de

soluções que possam contribuir com a

performance no mercado”, explica Cláudia

Madrid, responsável comercial pelo Negócio de

Solventes da Braskem.

O solvente HE-70S é o primeiro produto

desenvolvido pelo Laboratório de Solventes,

inaugurado pela Braskem em 2018, no Polo

Petroquímico do Grande ABC (SP). “Desde a

inauguração, avançamos em pesquisas que já

vinham sendo desenvolvidas internamente e

chegamos a esse novo produto, contemplando

uma parte importante da cadeia de valor”,

complementa Claudia.

http://rmai.com.br/braskem-desenvolve-

primeiro-solvente-partir-de-fonte-renovavel/

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Grupo de Comunicação

Veículo: Revista Fapesp

Data: 07/2019

Barbeiros chegam à Grande São Paulo

Carlos Fioravanti

Nos últimos cinco anos, equipes da

Superintendência de Controle de Endemias

(Sucen) encontraram 135 insetos

transmissores do protozoário causador da

doença de Chagas em municípios da Grande

São Paulo. Desses, 30,8% estavam infectados.

Por enquanto, o risco de contaminação é

pequeno. Ainda não há casos da enfermidade

registrados em seres humanos, mas as

análises de laboratório na Sucen indicaram

que os insetos capturados, conhecidos como

barbeiro, alimentaram-se de sangue humano e

de animais, como aves, roedores, gambás,

cães e gatos. “Precisamos ficar atentos para

evitar a transmissão para pessoas”, alerta o

biólogo Rubens Antonio da Silva, pesquisador

científico e coordenador técnico do programa

de controle de doença de Chagas da

superintendência.

Ao identificar um barbeiro em Pirapora do Bom

Jesus, a 61 quilômetros (km) da cidade de

São Paulo, e outro em Taboão da Serra, a 18

km da capital, em 2015, Silva e sua equipe

pensaram que poderia se tratar de episódios

esporádicos. A conclusão se desfez quando

atenderam outros chamados de moradores de

Taboão da Serra nos anos seguintes e, em

2018, também de Carapicuíba, Embu das

Artes, Itapecerica da Serra e bairros da zona

oeste de São Paulo. Em 2019, Juquitiba e

Santana de Parnaíba reforçaram a lista de

municípios com relatos de barbeiros.

Em Carapicuíba, os pesquisadores

identificaram colônias com 57 insetos vivendo

em ninhos de gambás no telhado de três casas

de condomínios cercados por matas – nenhum

deles estava infectado. Em Taboão da Serra,

porém, 47% dos barbeiros estavam infectados

com Trypanosoma cruzi, o protozoário

causador da doença de Chagas. Em uma casa

em Embu das Artes, havia fêmeas com ovos

embaixo do colchão sobre o qual dormiam os

moradores, que não foram contaminados, de

acordo com os exames feitos até agora.

Enquanto cresce pela primeira vez na Região

Metropolitana de São Paulo, a população de

barbeiros tem caído no interior do estado: o

total de insetos capturados diminuiu de cerca

de 6 mil em 2007 para aproximadamente 2

mil em 2018, como Silva descreve em um

artigo publicado em abril de 2019 na revista

Brazilian Journal of Health Review. De acordo

com o Ministério da Saúde, o estado de São

Paulo registrou apenas um caso novo de

pessoa com doença de Chagas em 2016 e dois

em 2017. Nesses dois anos, o número de

casos novos passou de 20 para 320 no Pará e

de 3 para 24 no Amapá, estados que

concentram a maioria dos relatos.

Em 2006, o Brasil recebeu da Organização

Mundial da Saúde (OMS) certificação

internacional por ter praticamente eliminado o

barbeiro Triatoma infestans, a principal

espécie transmissora da doença, hoje restrita

a regiões da Bahia e do Rio Grande do Sul. No

entanto, em consequência da intensa

transmissão até meados do século XX, estima-

se que entre 1,2 milhão e 4,6 milhões de

pessoas no Brasil tenham a forma crônica da

doença de Chagas, com cerca de 6 mil mortes

por ano, principalmente por insuficiência

cardíaca, que afeta cerca de 30% das pessoas

com o parasita, de acordo com a OMS.

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Grupo de Comunicação

Atualmente a espécie de barbeiro que mais

preocupa é Panstrongylus megistus, por ser

capaz de viver tanto em matas quanto em

espaços domésticos. P. megistus tem o corpo

marrom com manchas vermelhas e 2,5 a 4

centímetros de comprimento. Atraído pela luz,

o inseto pode entrar nas casas por portas ou

janelas abertas. Os barbeiros se infectam com

T. cruzi ao se alimentarem do sangue de

animais que o abrigam sem desenvolver a

doença, os chamados reservatórios naturais,

como gambás, morcegos, tatus, macacos,

preguiças, pacas, capivaras, cães e gatos.

Até agora os registros de P. megistus na

região metropolitana paulistana eram

esparsos. De 1999 a 2017, 15 exemplares

foram capturados na cidade de São Paulo.

Apenas dois insetos foram examinados: o

coletado em 2011 no Jabaquara, zona sul,

estava infectado com T. cruzi, e o de 2014 no

Sacomã, na região sudeste, não tinha o

parasita, de acordo com um levantamento

realizado pelo biólogo Walter Ceretti Junior, da

Faculdade de Saúde Pública da USP, publicado

em julho de 2018 na Revista do Instituto de

Medicina Tropical de São Paulo. “Com o

desmatamento, roedores e gambás

aproximam-se das casas em busca de abrigo e

alimento”, diz Ceretti Júnior. “A possibilidade

de a transmissão do parasita sair do ciclo

silvestre e se expandir para áreas urbanas é

no mínimo preocupante”, diz o médico

epidemiologista Guilherme Werneck, professor

da Universidade Federal do Rio de Janeiro

(UFRJ).

Em 2018 e 2019, as equipes da Sucen

registraram P. megistus em áreas próximas a

matas de quatro bairros da zona oeste da

capital: Jardim Amaralina, Cohab Raposo

Tavares, Jardim Esmeralda e Butantã.

Examinando os locais de ocorrência de

barbeiros nos últimos anos, concluíram que os

insetos podem estar se movendo,

aproveitando conexões de matas e parques, a

partir da região entre as rodovias Régis

Bittencourt e Raposo Tavares. “Se de fato

houver uma expansão territorial dos insetos

transmissores, a situação tende a se agravar”,

comenta Silva. Segundo ele, se a hipótese

estiver correta, como os insetos se

reproduzem mais intensamente no verão, no

final de 2019 os moradores de bairros da zona

norte como o Tucuruvi, perto do Parque da

Cantareira, e da zona sul, próximos ao

zoológico de São Paulo, devem encontrar

insetos perto ou dentro de suas casas. O plano

de ação da Sucen inclui comunicação com os

moradores de Cotia, Osasco, São Bernardo do

Campo, Santo André e Ribeirão Pires,

possíveis áreas vulneráveis.

O parasita é transmitido principalmente por

meio de alimentos ou bebidas contaminados

com fezes dos insetos

“Temos de evitar a formação de colônias,

como em Araçatuba”, comenta Silva. Em

2017, foram coletados 565 adultos e 1.183

ninfas de barbeiros da espécie Rhodnius

neglectus em dezenas de palmeiras das ruas e

praças dessa cidade do noroeste do estado de

São Paulo. Segundo ele, embora os barbeiros

não estejam infectados, o que se teme é que

um gambá contaminado, por exemplo, escale

as palmeiras em busca de ovos das maritacas

e transmita o parasita aos insetos. “A

identificação de barbeiros em áreas urbanas

reforça a necessidade de alertarmos para o

risco, ainda que pequeno, de transmissão para

seres humanos”, comenta o biólogo José

Eduardo Tolezano, diretor do Centro de

Parasitologia do Instituto Adolfo Lutz (IAL).

A chamada transmissão vetorial, por meio dos

insetos infectados pelos protozoários, hoje

responde por 9% dos casos humanos

registrados no país pelo Ministério da Saúde.

Em 18% das ocorrências, a forma de

transmissão do parasita não é identificada.

Predomina atualmente a transmissão oral

(72%), por meio do consumo de alimentos ou

bebidas com fezes dos insetos contaminadas

com o parasita. Em abril deste ano, um estudo

da Fundação de Medicina Tropical, publicado

na Emerging Infectious Diseases, relatou 10

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casos de pessoas que apresentaram os

sintomas iniciais da doença de Chagas – febre,

dor de cabeça e fraqueza – depois de terem

tomado suco de açaí contaminado com T.

cruzi, em 2017 e 2018.

Também em abril deste ano, foi relatado um

episódio de origem ainda incerta. De um grupo

de 77 pessoas que participou de um retiro

religioso durante a Semana Santa, em

Ibimirim, no sertão pernambucano, 31 foram

diagnosticadas com doença de Chagas,

contraída possivelmente por alimento ou

bebida contaminada. Elas começaram a ser

tratadas com o medicamento benznidazol,

eficaz no controle da fase aguda da doença,

mas com fortes efeitos colaterais, como

reações alérgicas cutâneas, enjoos e vômitos.

Artigos científicos

SILVA, R. A. de. Estado atual da vigilância

entomológica da doença de Chagas no estado

de São Paulo. Brazilian Journal of Health

Review. v. 2, n. 2, p. 742-55. mar.-abr. 2019.

CERETTI JÚNIOR, W. et al. Occurrences of

triatomines (Hemiptera: Reduviidae) and first

reports of Panstrongylus geniculatus in urban

environments in the city of São Paulo, Brazil.

Revista do Instituto de Medicina Tropical de

São Paulo. v. 60, p. e33. 19 jul. 2018.

SANTANA R. A. G. et al. Oral Transmission of

Trypanosoma cruzi, Brazilian Amazon.

Emerging Infectious Disea­ses. v. 25, n. 1, p.

132-5. jan. 2019.

https://revistapesquisa.fapesp.br/2019/07/10/

barbeiros-chegam-a-grande-sao-paulo/

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FOLHA DE S. PAULO Guedes quer proibir que estados usem

verba do petróleo para bancar servidor

Recursos foram prometidos a governadores para

facilitar aprovação da reforma da Previdência

Bernardo Caram

BRASÍLIA

Diante da promessa do ministro da Economia,

Paulo Guedes, de distribuir recursos aos estados

após a aprovação da reforma da Previdência, o

governo estuda criar travas para impedir que

governadores direcionem as verbas para

finalidades consideradas inadequadas.

Membros do Ministério da Economia afirmaram à

Folha que a pasta avalia enviar uma proposta ao

Congresso neste semestre para vedar

determinados tipos de gasto.

O foco principal é impedir que os novos recursos,

provenientes da exploração de petróleo, sejam

consumidos com a folha de pagamentos de

servidores públicos estaduais.

A regra proibiria os governadores de direcionar

os valores para pagamento de salários,

concessão de reajustes e ampliação de

benefícios.

Desde a apresentação da proposta de reforma

das regras de aposentadoria, Guedes disse mais

de uma vez que ampliaria os repasses aos

estados caso a medida fosse aprovada no

Legislativo.

O ministro já chegou a afirmar que pretendia

destinar a governos estaduais e municipais até

70% do Fundo Social, composto por recursos de

exploração de petróleo e hoje de uso exclusivo

da União.

Em abril, Guedes também disse que, após a

aprovação da nova Previdência, o governo

repassaria até R$ 6 bilhões a estados como

forma de antecipar a arrecadação do megaleilão

de petróleo do pré-sal, agendado para o fim

deste ano. No certame, o governo espera receber

R$ 106 bilhões pela assinatura do contrato.

A reforma da Previdência foi aprovada em

primeiro turno na Câmara com larga vantagem

de votos favoráveis. Após o retorno do recesso

parlamentar, em agosto, o texto passará por

votação em segundo turno na Câmara, antes de

ser enviado para o Senado.

Técnicos do ministério defendem a criação das

travas antes da liberação dos recursos aos

estados. O argumento é que as receitas de

petróleo são variáveis, sujeitas a flutuações na

produção e nos valores do dólar e do barril.

O gasto com salário de servidores, por sua vez, é

permanente. Por isso, defendem que o dinheiro

não seja usado para essa finalidade.

O exemplo prático de que não é possível contar

com a regularidade desses recursos é visto no

governo federal, que teve de reduzir em mais de

R$ 8 bilhões as projeções de arrecadação

vinculada à exploração de petróleo em 2019 em

relação ao que estava previsto no Orçamento. O

movimento se deu em razão das variações do

mercado e da redução de quase 13% no preço

médio do barril de petróleo.

A discussão, considerada delicada pela equipe

econômica, deve ser feita com a participação do

Congresso, de governadores e do STF (Supremo

Tribunal Federal).

Para criar as exigências, é necessário aprovar

alterações legais no Congresso. Ainda não há

definição sobre a possibilidade de aproveitar

algum projeto que já está em tramitação ou se

será necessário apresentar um novo texto.

A medida pode envolver alterações na

Constituição, o que exigiria um número maior de

votos para ser aprovada. A depender da

tramitação no Legislativo, os repasses poderiam

atrasar.

Outra proposta em avaliação na pasta e que

pode ser levada ao debate no Congresso

simultaneamente pretende dar mais poder aos

governadores para cortar recursos de outros

Poderes.

Hoje, a União pode contingenciar verbas do

Legislativo e do Judiciário em casos de aperto no

Orçamento. A ideia é ampliar essa possibilidade

para os governos regionais, que só conseguem

bloquear recursos do Executivo, e não dos outros

Poderes.

O governo também tenta impedir que

governadores concedam reajustes que

provoquem impacto fora de seus mandatos.

Atualmente, os gestores podem dar aumentos

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Data: 30/07/2019

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parcelados em períodos que extrapolam o

mandato.

Essa trava foi incluída no Plano de Promoção de

Equilíbrio Fiscal, programa que visa antecipar a

liberação de recursos a estados após a aplicação

de medidas de ajuste nas contas. O projeto foi

enviado ao Congresso e depende de análise dos

parlamentares.

A avaliação de técnicos do Ministério da

Economia é que os estados precisam avançar na

gestão de pessoal.

Relatório divulgado em junho pelo Tesouro

Nacional mostra que a maioria dos estados se

aproxima do limite de gasto com pessoal

estabelecido na legislação.

A Lei de Responsabilidade Fiscal define que o

patamar máximo para despesa com servidores

nos Executivos estaduais é de 49% da

arrecadação. Minas, Mato Grosso, Tocantins,

Amazonas e Paraíba estão descumprindo a regra.

A norma determina que medidas de correção de

rumo sejam adotadas para que os entes

retornem ao patamar regular em até oito meses.

O descumprimento pode gerar punições como a

suspensão de transferências do governo federal,

de garantias da União e de empréstimos.

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/07

/guedes-quer-proibir-que-estados-usem-verba-

do-petroleo-para-bancar-servidor.shtml

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Após abastecimento e problemas técnicos,

navio iraniano deixa o Brasil

Petrobras se recusava a abastecer embarcações

por temor de sanções dos EUA

SÃO PAULO | REUTERS

A embarcação iraniana Bavand, um dos navios

envolvidos no impasse jurídico sobre o

abastecimento pela Petrobras, deixou o porto de

Paranaguá, no Paraná, nesta segunda-feira (29).

A segunda embarcação, chamada Termeh, já

havia partido no início da tarde de sábado (27)

para Imbituba (SC), onde está sendo carregada

com 60 mil toneladas de milho antes do retorno

ao Irã.

Os navios ficaram mais de 50 dias parados no

porto de Paranaguá depois que a Petrobras se

recusou a vender combustível para abastecer as

embarcações. A estatal alegou que ambos

estavam na lista de empresas sancionadas pelos

Estados Unidos e temia ser penalizada pelos

americanos.

O impasse sobre o abastecimento só chegou ao

fim na noite da última quarta-feira (24), quando

o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal),

Dias Toffoli, determinou que a Petrobras

fornecesse o combustível.

Após o abastecimento dos navios no sábado

(27), o Bavand apresentou problemas técnicos,

causados, segundo pessoas próximas ao assunto

ouvidas pela Folha, por falta de combustível por

tempo prolongado.

As embarcações vieram ao Brasil com

carregamento de ureia e retornarão com cerca de

100 mil toneladas de milho. O Irã é um dos

maiores compradores da produção brasileira da

commodity.

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/07/

apos-abastecimento-e-problemas-tecnicos-navio-

iraniano-deixa-o-brasil.shtml

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Data: 30/07/2019

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Painel: Chocados com retórica de Bolsonaro,

congressistas discutem podar MPs e

decretos do presidente

Sem asas para cobra

A ofensa disparada por Jair Bolsonaro ao

presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, chocou a

elite do Congresso e do Judiciário. Líderes e

dirigentes de partidos dizem que os arroubos

retóricos estão em escalada e pregam uma

reação do Parlamento. Além da condenação dos

destemperos verbais, deputados passaram a

defender que o Congresso avalie extinguir a

figura das medidas provisórias e derrubar todo

decreto em que o capitão exorbitar de suas

funções, independentemente do conteúdo.

Serial

O deputado Marcelo Ramos (PL-AM), por

exemplo, vê no excesso de medidas provisórias e

decretos um método para burlar o Parlamento.

“Defendo que a gente reaja a todo e qualquer

decreto que extrapole a prerrogativa do

presidente”, afirma.

Serial 2 “

O problema não é só de conteúdo, a prática de

passar por cima do Congresso é que é grave”,

conclui.

Limite

Ministros do STF se solidarizaram com o

presidente da OAB e trataram a fala de Bolsonaro

como especialmente infeliz. “Faz troça da dor

alheia, algo inaceitável”. Ele disse que poderia

contar o que aconteceu com o pai de Santa Cruz,

preso pela ditadura e desaparecido desde então.

Diga

Familiares de Fernando Santa Cruz —pai de

Felipe cujo corpo jamais foi encontrado— vão

pedir à Comissão Interamericana de Direitos

Humanos que se manifeste sobre a fala de

Bolsonaro. Ocultação de cadáver é crime

permanente. Logo, dizem, se o presidente sabe

de algo, deve falar.

Para todos

A Comissão Especial sobre Mortos e

Desaparecidos Políticos enviou ofício à

Presidência no qual solicita agenda com o

presidente ou um porta-voz que possa repassar

ao grupo as informações que ele disse ter não só

sobre o pai de Santa Cruz, mas sobre o paradeiro

de corpos buscados por mais de 130 famílias.

Pessoal

Neto de Mário Covas (1930-2001), que teve os

direitos políticos cassados pela ditadura, o

prefeito de SP, Bruno Covas (PSDB), repudiou o

discurso de Bolsonaro. “Absurdo, inaceitável,

incompatível com a República democrática”,

afirmou.

Pessoal 2

“O presidente precisa falar menos e governar

mais. A sociedade não vai tolerar posturas

antidemocráticas e gestos de intolerância. Como

advogado, me solidarizo com a OAB; como

cidadão me indigna comportamento que vai

contra o processo civilizatório”, disse.

Tiro, porrada…

O senador Major Olímpio (PSL-SP) entrou com

representação no comitê de ética do partido

contra Alexandre Frota (PSL-SP). Ele diz que vai

processar o deputado por danos morais. Motivo:

uma série de tuítes publicados na semana

passada.

…e bomba

Neles, Frota diz que o senador instalou “uma

milícia de ex-PMs” no PSL. Sobre a pressão de

Olímpio, o deputado diz que mostrará que ele e a

deputada Joice Hasselman (PSL-SP), sua aliada,

não estão isolados no partido.

Como está, fica

Cogitada para agradar Bolsonaro, a mudança de

nome do PSL é descartada com veemência por

Luciano Bivar (PE), dirigente nacional da legenda.

Ele argumenta que a sigla “não muda ao sabor

dos eventos”.

Comigo não

Dirigentes do Cidadania negam ter feito qualquer

conversa sobre 2020 com o ex-governador de SP

Márcio França (PSB). Em nota, a legenda afirmou

que, “se conversou com alguém da direção do

Cidadania, França conversou com a ‘direção’

errada”.

Menos é menos

Assim como Bolsonaro, a ministra Damares Alves

(Direitos Humanos) minimizou a denúncia de que

garimpeiros tomaram a terra indígena Waiãpi, no

Amapá. A ministra contou, inclusive, ter recebido

mensagem de prefeita da região pedindo

desculpas por ter “exagerado” no pedido de

ajuda federal.

Cabelo em pé

A condução das negociações com caminhoneiros

tem deixado empresários inquietos. Além do

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Grupo de Comunicação

tabelamento do frete, dizem, o ministro Tarcísio

Freitas (Infraestrutura) debate pactuar margem

de lucro e cota obrigatória de contratação de

autônomos. Há críticas a “medidas

intervencionistas” e que possam dar margem à

caracterização de cartel.

Visita à Folha

José Renato Nalini, presidente da Academia

Paulista de Letras, visitou a Folha nesta segunda

(29).

TIROTEIO

Fala desumana e ainda mais lamentável porque

veio de quem deve dar exemplo de respeito à

democracia e às instituições

De Fernando Mendes, da Ajufe, sobre Bolsonaro

ter dito que poderia contar como o pai do

presidente da OAB desapareceu na ditadura

https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/07/30/c

hocados-com-retorica-de-bolsonaro-

congressistas-discutem-podar-mps-e-decretos-

do-presidente/

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Sob Bolsonaro, multas contra

desmatamento caem 23%

Especialistas apontam retórica anti-Ibama do

presidente e o enfraquecimento de fiscalização

como razões

Rubens Valente

BRASÍLIA

Levantamento feito pela Folha no sistema público

de registros de multas do Ibama mostra que o

número de multas por crimes contra a flora caiu

23% nos seis primeiros meses do governo

Bolsonaro, na comparação com a média

registrada no mesmo período nos últimos cinco

anos, o que inclui os governos Dilma Rousseff

(PT) e Michel Temer (MDB).

Entre janeiro e junho de 2019, foram 5.826

autuações. O ano com menos autuações dessa

série, nesse mesmo período, até então era 2017,

sob Temer, quando as multas somaram 7.051

(17% a mais do que em 2019).

Crimes contra a flora compreendem

desmatamento comércio de madeira, incêndios,

entre outros.

Especialistas explicam a queda nas infrações

registradas a partir da retórica anti-Ibama de Jair

Bolsonaro, que disse haver uma suposta “festa

de multas” e desestimulou os fiscais, da

diminuição das ações de fiscalização; de

declarações negativas do governo sobre

operações e até da reforma da Previdência, que

gerou expectativa de aumento dos pedidos de

aposentadoria no órgão.

Recentemente o presidente disse não ter

confiança nos dados de obtidos pelo Inpe

(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e que

apontam um aumento do desmatamento em

relação ao último ano.

Outro motivo para explicar a queda das

autuações seria a chegada de gestores sem

experiência —alguns novos ocupantes de cargos

de chefia do Ibama são militares e policiais

militares que não teriam conhecimento do

sistema de fiscalização ambiental.

A ex-presidente do Ibama Suely Araújo disse que

além de assegurar o orçamento para fiscalização,

o governo precisa reverter “o discurso de crítica

às ações, que gera reflexos na motivação da

equipe”. Sobre a Amazônia, ela disse que há

indicativos preocupantes do Deter, sistema de

alertas sobre degradação florestal.

“O controle do desmatamento requer não apenas

comando e controle, mas também

desenvolvimento regional, regularização fundiária

e um conjunto de políticas públicas. Mas

fiscalização sempre será um componente

necessário nesse conjunto, assim como a

transparência dos dados e o controle social das

ações governamentais.”

Carlos Rittl, do Observatório do Clima, disse que

dados obtidos por meio da Lei de Acesso à

Informação apontam uma queda de 58% nas

operações de fiscalização realizadas pelo Ibama

até abril deste ano, na comparação com o

mesmo período do ano passado. Na Amazônia, a

queda nas operações foi de 70%.

“A isso se soma um vazio administrativo absurdo.

Das 27 superintendências estaduais do Ibama,

19 não têm um novo superintendente”, diz.

Segundo dados obtidos pela ONG, o

desmatamento de junho seria o mais alto desde

2015.

“Bolsonaro foi eleito com uma agenda

antiambiental, com discursos de ataque aos

órgãos ambientais. Ele e Ricardo Salles [ministro

do Meio Ambiente] constrangem os órgãos e

agentes de fiscalização ambiental. As mensagens

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Grupo de Comunicação

de tolerância aos crimes ambientais são muito

fortes”, diz Ritll.

O governo iniciou um “novo Deter”, exclusivo

para o cerrado, o que, em tese deveria elevar as

ações e autuações. “O governo tem dado sinais

de que isso não é prioridade e, pelo contrário,

sempre que há alguma ação, há uma reversão

dela pelo próprio governo”, diz Tasso Azevedo,

coordenador-geral do MapBiomas, uma iniciativa

do Seeg/OC (Sistema de Estimativas de Emissões

de Gases de Efeito Estufa do Observatório do

Clima) produzida por uma rede colaborativa de

ONGs, universidades e empresas de tecnologia.

A Folha procurou o Ibama e o MMA na última

terça (23), mas não houve resposta até o

fechamento desta edição. Desde o início do

governo Bolsonaro, a assessoria de comunicação

do Ibama é desautorizada a manter contato com

a imprensa —todas as dúvidas devem ser

direcionadas à Comunicação Social do MMA,

chefiada pelo capitão da reserva do Exército

Pallemberg Pinto de Aquino.

Além do email, a Folha telefonou na manhã de

sexta (26) para falar com Aquino, mas a

assessoria disse que ele estava em agenda

externa.

https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0

7/sob-bolsonaro-multas-contra-desmatamento-

caem-23.shtml

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Data: 30/07/2019

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Grupo de Comunicação

Mônica Bergamo: Ação de hacker contra

Bolsonaro segue como dúvida no Planalto

Informação de que o celular do presidente foi

alvo de ataque não convenceu parte do núcleo do

governo

A informação de que o celular de Jair Bolsonaro

foi hackeado não convenceu parte do núcleo duro

do governo federal.

VER E CRER

Assessores do presidente ainda duvidam que isso

tenha ocorrido, apesar da nota divulgada pelo

Ministério da Justiça, comandado por Sergio

Moro.

O presidente Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro - Pedro

Ladeira/Folhapress

LINHA DIRETA

Uma das razões para a descrença é que as

comunicações entre Bolsonaro e essas pessoas

nunca sofreram interferência nem o presidente

se queixou de qualquer anormalidade.

NADA DISSO

Já o hacker Walter Delgatti Neto declarou à

Polícia Federal que invadiu os celulares de

diversas autoridades —mas nenhuma do atual

governo federal.

PONTO FINAL

O The Intercept Brasil desmente os rumores de

que tem em seus arquivos diálogos de

magistrados do STF (Supremo Tribunal Federal).

“O Intercept não tem conversas extraídas de

Telegram de ministros”, diz o site.

PONTO INICIAL

As versões surgiram depois que Moro disse ao

STF que um dos magistrados havia sido alvo dos

hackers.

LUTO

Os restos mortais de Fernando Santa Cruz, pai

do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, podem

estar entre os de outros desaparecidos

encontrados na vala de Perus. As identificações

ainda não foram concluídas.

LUTO 2

O caso voltou à tona depois que Bolsonaro, ao

atacar a OAB, afirmou que sabe como Santa Cruz

foi morto.

CHUMBO

E a Comissão Especial Sobre Mortos e

Desaparecidos, presidida pela procuradora

regional Eugênia Augusta Gonzaga, pode acionar

o Congresso para que Bolsonaro dê explicações

sobre as afirmações.

POSITIVO

O governador João Doria, de SP, autorizou

pessoalmente que a PM usasse um de seus

helicópteros Águia

para transportar o ex-governador Alberto

Goldman (PSDB-SP) de São José dos Campos a

São Paulo no fim de semana. Ele teve uma queda

de pressão arterial.

NO PASSADO

Doria e Goldman protagonizaram

desentendimentos públicos de alta voltagem no

ano passado.

RETROSPECTIVA

O presidente da Fundação Bienal SP, José

Olympio Pereira, e sua mulher, Andrea Pereira,

foram à inauguração da exposição

“Estranhamente Comum”, do artista Marepe, no

sábado (27), na Pina Estação. O diretor de

relações institucionais da Pinacoteca, Paulo

Vicelli, o diretor-geral do museu, Jochen Volz, o

presidente da Japan House SP, Marcelo Araujo, e

a artista Marcia Pastore compareceram.

NO LUCRO

O Festival de Inverno de Campos do Jordão, que

terminou no domingo (28), custou R$ 7,8

milhões —mas teve impacto de R$ 131 milhões

na economia de SP. Os números são de um

estudo da FGV encomendados pela Secretaria de

Cultura do Estado e pela Fundação Osesp.

SINFONIA

O trabalho mostra ainda que foram gerados

1.844 postos de trabalho e arrecadados R$ 17

milhões em impostos. Dos 674 mil turistas que

estiveram na cidade, 34,6% dizem que a

principal motivação era o festival.

DÁ CERTO

“É mais uma demonstração clara de como o

investimento em cultura produz desenvolvimento

econômico e fortalece o turismo”, diz o secretário

Sérgio Sá Leitão.

BIS

Para “celebrar”, diz ele, o governo realizará no

próximo domingo, no parque do Ibirapuera, o bis

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Grupo de Comunicação

do concerto que reuniu a Orquestra Jazz

Sinfônica e o músico Carlinhos Brown.

SOPRANDO VELINHAS

Os atores Sérgio Mamberti e Duda Mamberti

foram ao aniversário da consultora de arte

Bianca Cutait, filha do médico Raul Cutait e da

artista plástica Márcia Cutait. A festa ocorreu em

São Paulo, no sábado (27). A fotógrafa Vania

Toledo também esteve lá.

SINAL

O Ministério Público Federal do Rio (MPF-RJ)

protocolou uma ação civil pública pedindo a

anulação da portaria do governo federal que

fundiu TV Brasil e a TV NBR.

CRUZADO

O MPF diz que com a fusão “constatou-se a

inclusão indevida de programações tipicamente

estatais e de interesse dos atuais ocupantes do

Poder Executivo no canal público federal, a TV

Brasil”. “E o que é mais grave: sem que o

telespectador-cidadão possa distinguir com

clareza”, emenda.

CRUZADO 2

O órgão aponta que a TV Brasil tem como função

conteúdo informativo de natureza não estatal,

enquanto a TV NBR é o canal de promoção do

governo federal.

REDE

O Fundo Social de São Paulo vai lançar na

semana que vem o site SOS Mulher, que reunirá

informações sobre segurança, saúde e

independência financeira para mulheres em

situação de vulnerabilidade social.

REDE 2

A plataforma será atualizada diariamente com

vídeos informativos de cerca de um minuto de

duração gravados por especialistas como

delegadas, promotoras, juízas, médicas,

psicólogas e economistas.

NOVA CARA

O artista visual Pazé desenvolveu projetos que

criam parques em quatro cemitérios de São

Paulo: Araçá, Vila Nova Cachoeirinha, Vila

Formosa e São Pedro. Eles serão expostos na

mostra “Jardim do Tempo”, que abre no dia 17

de agosto no Centro Cultural Banco do Brasil, em

SP.

CURTO-CIRCUITO

A MIXED faz brunch para apresentar nova

coleção. Nesta terça (30), às 11h.

A vinícola Concha y Toro lança dois rótulos nesta

terça (30) com jantar no Terraço Italia.

Jorge Vercillo faz show nesta terça (30) no

Teatro Porto Seguro. Às 21h.

O Club Athletico Paulistano apresenta a peça “O

Que Mais Você quer de Mim?”. Nesta terça (30),

às 21h.

com Bruna Narcizo, Bruno B. Soraggi, Victoria

Azevedo E Gabriel Rigoni

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe

rgamo/2019/07/acao-de-hacker-contra-

bolsonaro-segue-como-duvida-no-planalto.shtml

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Grupo de Comunicação

O mistério das jararacas que abandonaram

o chão e agora vivem em árvores na

Amazônia

Todos os anos, na época das cheias, jararacas da

espécie Bothrops atrox se concentram no alto

das árvores - Divulgação/BBC News Brasil

BBC News Brasil

EVANILDO DA SILVEIRA

SÃO PAULO

Um fenômeno que vem ocorrendo com cobras

nas várzeas alagáveis da floresta amazônica, na

região de Santarém, no Pará, está intrigando os

cientistas. Todos os anos, na época das cheias,

de fevereiro a julho, um número grande de

jararacas da espécie Bothrops atrox se concentra

no alto das árvores e em tufos de capim que

ficam acima da linha d'água – às vezes, até três

em uma única planta.

Além da concentração, também chamou a

atenção dos cientistas o fato de que esses

ofídios, que são terrícolas, ou seja, vivem no

solo, estão passando por mudanças morfológicas

para viver nas árvores. Ou seja, elas podem

estar se transformando em outra espécie e,

assim, se diferenciando das suas irmãs que

vivem nas regiões de terra firme da floresta, que

raramente alagam. É a evolução, descoberta por

Charles Darwin, acontecendo a olhos vistos.

A densidade dos animais nas árvores é tão

grande quanto a que até agora só era encontrada

em ilhas isoladas, sem predadores, como a de

Queimada Grande, conhecida como Ilha das

Cobras, no litoral de São Paulo. O local se

destaca por ter a segunda maior concentração

desses répteis por área no mundo: cerca de 45

por hectare.

Segundo o pesquisador Rafael de Fraga, da

Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA),

jararacas atrox são venenosas e responsáveis

por mais de 90% das picadas em pessoas no

norte do Brasil.

"Nas comunidades que visitamos, já houve

acidentes que resultaram em morte de

moradores", conta. "Por isso, eles enxergam as

cobras aglomeradas como um perigo em

potencial. Ainda mais pelo fato de que existem

sérias restrições logísticas para que os

comunitários tenham acesso ao soro antiofídico e

ao tratamento hospitalar adequado no caso de

ataques."

Para se livrar das cobras, os moradores partiram

então para uma ação preventiva: todos os anos,

durante a cheia dos rios, se organizam para

caçá-las. Grupos saem em canoas capturando

jararacas, com ajuda de alguns herpetólogos.

"Antes da participação desses profissionais, os

comunitários matavam a maioria das que

capturavam, mas atualmente eles doam grande

parte para coleções científicas e criação em

cativeiro para obtenção de veneno", explica

Fraga.

"Ele é necessário para produção de soro

antiofídico, mas também faz parte de alguns

medicamentos, como os usados para tratar

pressão alta, por exemplo."

MUDANDO O CORPO

De um ponto de vista científico, a aglomeração

sazonal de cobras sobre as árvores fez com que

os cientistas levantassem a hipótese de que, se

jararacas da região estão se tornando arborícolas

durante as cheias, então elas devem ser

morfologicamente diferentes das suas irmãs de

terra firme. A questão foi estudada pela bióloga

Ana Maria Coelho, durante sua dissertação de

mestrado, apresentada na UFOPA.

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Grupo de Comunicação

Ela explica que, embora filhotes de jararacas

tenham maior capacidade de subir e caçar em

árvores que adultos, a espécie atrox é

considerada como principalmente terrícola.

"Habilidade para escalar depende de uma série

de características morfológicas, sem as quais

alguns processos fisiológicos, principalmente

aqueles dependentes da circulação sanguínea,

entram em colapso devido à aceleração da força

da gravidade", diz Ana Maria.

Fraga lembra que cobras possuem corpo

cilíndrico, que é bastante sensível à aceleração

da força da gravidade durante movimentos de

escalada. Além disso, quando elas estão em

posição vertical para subir nas árvores, órgãos

vitais como o cérebro podem deixar de receber

irrigação sanguínea se o corpo for pouco

adaptado.

"Para compensar esse problema, as arborícolas

possuem caudas compridas, com vasos

sanguíneos longos, e baixa relação entre massa e

comprimento do corpo, o que significa que são

esguias", explica.

A principal hipótese dos cientistas para explicar

as alterações morfológicas pelas quais as atrox

estão passando está fundamentada na evolução

biológica por seleção natural de Darwin.

"De modo geral, testamos a hipótese de que a

pressão seletiva imposta pelo habitat está

eliminando jararacas menos aptas a escalar as

árvores para dormir, caçar e reproduzir", explica

Fraga.

De modo geral, a pesquisa a comprovou. "As

diferenças morfológica que nós observamos são

diretamente associadas à vida sobre as árvores",

diz Fraga.

"Jararacas de florestas alagáveis de várzea

possuem de fato caudas mais longas e corpos

mais esguios que as de florestas de terra firme.

Essas características tornam-nas habilitadas para

escalar e se deslocar por sobre as árvores, sem

que isso cause problemas fisiológicos,

especialmente processos de colapso no sistema

circulatório."

COBRA MACHO

Além disso, os pesquisadores observaram que as

jararacas de florestas de várzea possuem

cabeças maiores, o que indica um processo de

adaptação para caçar presas específicas desses

ambientes, que são diferentes daquelas

encontradas em terra firme.

"Interessantemente, as diferenças morfológicas

entre florestas de terra firme e várzea não são

homogêneas entre machos e fêmeas", revela

Fraga. "Isso nos sugere que as forças seletivas

impostas pelos habitats alagados agem por

caminhos evolutivos diferentes entre machos e

fêmeas."

De acordo com ele, isso está diretamente

relacionado ao fato de que os machos se

deslocam mais para encontrar fêmeas

reprodutivas e, por isso, já possuem

normalmente corpos mais esguios que as

parceiras.

"Elas, por outro lado, são mais sedentárias e

precisam de maior acúmulo de energia na forma

de gordura para produzir filhotes", explica Fraga.

"Por isso têm cabeças maiores nas florestas de

várzea, o que deve garantir a habilidade para

caçar presas também maiores."

Ana Maria concluiu em sua dissertação que as

características dos habitats estão de fato

direcionando a história evolutiva de jararacas da

região por de meio de seleção natural.

"Esse dado é sustentado pelo fato de que uma

pesquisa anterior na mesma região demonstrou

que populações da espécie são geneticamente

distintas entre florestas de várzea e terra firme",

diz.

"Resultados semelhantes foram encontrados para

populações de cobras que ficaram isoladas em

ilhas, e se tornaram espécies arborícolas

distintas, devido ao bloqueio total de fluxo gênico

com as populações ancestrais do continente."

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Grupo de Comunicação

No caso das várzeas que os cientistas estudaram,

ainda não existem evidências robustas de que as

jararacas tenham se tornado duas espécies

diferentes.

"Achamos que se trata de um cenário mais

complexo do que o que tem sido encontrado em

ilhas, porque a troca de genes entre várzea e

terra firme deve ser consideravelmente

aumentada durante a estação seca, quando

grandes corredores de dispersão ficam

disponíveis entre esses dois tipos de floresta",

explica Fraga.

"Em uma conclusão conservadora, nosso estudo

demonstrou um estágio intermediário de

evolução biológica, embora processos de

especiação [surgimento de uma nova espécie a

partir de uma já existente] ainda não sejam

claros."

https://f5.folha.uol.com.br/bichos/2019/07/o-

misterio-das-jararacas-que-abandonaram-o-

chao-e-agora-vivem-em-arvores-na-

amazonia.shtml

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ESTADÃO Pesquisa relaciona fungo imune a remédios

ao aquecimento global

Identificado em 2009, o organismo resistente se

adaptou à temperatura do corpo humano, dizem

cientistas americanos

Roberta Jansen, O Estado de S.Paulo

RIO - O aumento das temperaturas médias do

planeta pode ser responsável pela misteriosa

disseminação de um fungo resistente a múltiplas

drogas. Isso é o que indica novo estudo científico

publicado este mês.

O fungo Candida auris ataca pessoas com o

sistema imunológico debilitado e pode causar

vários tipos de infecção, dos ouvidos ao sistema

sanguíneo. Em casos graves, há risco de morte.

Pesquisa relaciona fungo imune a remédios ao

aquecimento global

Surtos da infecção fúngica apareceram,

simultaneamente, em três continentes, de 2012

a 2015 Foto: Melissa Golden/The New York Times

O fungo é do mesmo gênero da Candida albicans,

um dos principais causadores de candidíase, mas

de espécie diferente. Enquanto a primeira afeta a

pele, unhas e órgãos genitais e é de fácil

tratamento, a C. auris tem resistência extrema.

Até agora, cientistas não sabiam explicar como

ela surgiu em mais de 30 países após ter sido

descoberta, em 2009. Surtos da infecção fúngica

apareceram, simultaneamente, em três

continentes, de 2012 a 2015.

O fungo já invadiu uma unidade neonatal na

Venezuela e um hospital espanhol e fez com que

um centro médico britânico fechasse a Unidade

de Terapia Intensiva (UTI). Recentemente, foi

identificado nos Estados Unidos. Segundo a

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),

o Brasil já teve dez casos suspeitos, mas nenhum

foi confirmado. Em 2017, a agência publicou

comunicado aos serviços de saúde sobre como

prevenir e proceder com o fungo.

O novo estudo publicado na mBio, revista da

Sociedade Americana de Microbiologia, sustenta

que esse seria o primeiro exemplo de uma nova

doença fúngica se espalhando por causa das

mudanças climáticas. “Como as temperaturas

ficaram mais altas, alguns organismos, entre eles

a C. auris, se adaptaram ao clima mais quente e,

à medida em que se adaptaram, romperam a

barreira da temperatura humana”, diz o coautor

do estudo, Arturo Casadevall, especialista em

Imunologia da Johns Hopkins (EUA).

Infecções fúngicas são relativamente raras em

humanos porque, normalmente, fungos não

crescem à temperatura média do corpo e por

causa de nossos mecanismos naturais de defesa.

Estudos já mostraram que, por isso, de milhões

de espécies de fungos, só algumas centenas são

capazes de causar doenças em humanos. “O que

o estudo sugere é que os fungos começam a se

adaptar a temperaturas mais altas, e que vamos

ter cada vez mais problemas ao longo deste

século”, diz Casadevall.

Alerta

Estudos mais antigos sustentavam que o uso

indiscriminado de drogas antifúngicas seria o

motivo. Mas, para muitos especialistas, esse uso,

ainda que problemático, não explicaria surtos

simultâneos em três continentes. Mudanças do

clima, com aumento médio de 1°C na

temperatura da Terra, são uma resposta mais

factível. O Acordo de Paris, firmado por 195

países, tem como meta conter a alta de

temperatura do planeta a menos de 2°C até o

fim do século.

Dengue

Em 2017, estudo na revista Lancet mostrou que

a capacidade do Aedes aegypti de transmitir

dengue cresceu, no planeta, 9,4% desde 1950

como resultado da elevação de temperaturas.

https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,pes

quisa-relaciona-fungo-imune-a-remedios-ao-

aquecimento-global,70002946292

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Eliane Cantanhêde: Réquiem para os índios

Bolsonaro critica o interesse da Europa na

Amazônia, mas abre mineração em reservas aos

EUA

O mesmo presidente Jair Bolsonaro que definiu o

Brasil como “uma virgem que todo tarado quer” é

o que, agora, confirma publicamente sua

disposição de fazer parcerias nos Estados Unidos

para explorar minério em terras indígenas da

Amazônia, particularmente a ianomâmi e a

Raposa Serra do Sol. O governo vai entregar a

virgem para os tarados? Ou os tarados são só os

países europeus?

O discurso de Bolsonaro é um para a Europa,

outro muito diferente para os EUA. Ao falar sobre

meio ambiente, desmatamento da Amazônia,

reservas ecológicas, terras indígenas e

quilombolas, ele inevitavelmente mistura um tom

agressivo com pitadas de sarcasmo: o diretor do

Inpe é mancomunado com ONGs estrangeiras e

os europeus só defendem a preservação da

Amazônia para depois explorá-la. “Na cabeça dos

europeus, a Amazônia não é do Brasil.”

É curioso que, nos tempos dos militares no

poder, o temor do olho gordo sobre a maior

floresta tropical e a maior biodiversidade do

mundo não era por causa dos europeus, ou, pelo

menos, não era principalmente por causa deles,

mas, sim, dos irmãos do Norte, dos americanos.

Na “nova era” de Bolsonaro, o tarado mudou.

E os índios? Doido para criar “uma Cancún” em

paraísos ecológicos e crítico da “psicose

ambiental” que assola Alemanha, França,

Noruega, Suécia..., o presidente acha que “índios

em reservas são iguais a animais em zoológico” e

o que eles querem mesmo é “internet, médico,

dentista, banho com sabonete...” Bolsonaro,

aliás, disse ontem que não há “indícios fortes” de

que um cacique wajãpi tenha sido assassinado

por invasores no Amapá. Uma declaração que só

piora as coisas.

O primeiro anúncio da disposição do governo

brasileiro de abrir a mineração em reservas

indígenas foi feito pelo ministro de Minas e

Energia, Bento Albuquerque, numa palestra no

Canadá. Na época, houve surpresa. Agora, é o

presidente quem dá a coisa com certa. Isto é: se

o Congresso deixar.

A Constituição é clara ao defender os “direitos

originários” dos índios sobre suas terras. Para

abrir a exploração mineral, agrícola ou de

qualquer natureza em reservas ianomâmi,

Raposa Serra do Sol e tantas outras, é, ou será,

preciso emenda constitucional, com quórum

qualificado e votação em dois turnos na Câmara

e no Senado. E há questões externas.

Ontem, em Brasília, o chanceler Ernesto Araújo

acertou com o ministro de Negócios Estrangeiros

da França, Jean-Yves Le Drian, a criação de um

grupo de trabalho para trocar informações

sobre... meio ambiente. Diplomaticamente, como

convinha, Le Drian falou da importância, “além

do cumprimento do Acordo de Paris, também do

respeito a normas ambientais e sanitárias”. E

Araújo prometeu um fluxo de informações

“precisas e científicas”. Com Bolsonaro jogando

descrédito sobre o Inpe, o Ibama e o ICMBio, fica

difícil, ministro.

Detalhe: ao falar sobre parcerias com americanos

para explorar minérios em reservas indígenas, o

presidente voltou a defender a nomeação do

deputado Eduardo Bolsonaro, o “03”, como

embaixador em Washington: “Por isso minha

aproximação com os EUA, por isso quero uma

pessoa da minha confiança para a embaixada”.

Entenderam?

OAB. É inacreditável o ataque ao presidente da

OAB, Felipe Santa Cruz, desrespeitando a dor de

um filho e a memória de um pai, Fernando Santa

Cruz, que, preso pela ditadura militar, integra a

lista macabra de “desaparecidos”. Governadores,

parlamentares, acadêmicos e pessoas comuns

reagiram com espanto e repulsa ao jogo sujo

político. Mas Felipe reagiu como ser humano,

acusando Bolsonaro de “traços de caráter graves:

crueldade e falta de empatia”.

https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,req

uiem-para-os-indios,70002946293

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Grupo de Comunicação

Brasil é o quarto país com mais assassinatos

de ativistas ambientais no mundo, diz ONG

Em 2018, foram registrados 20 assassinatos de

ativistas ambientais. É a primeira vez que o país

deixa o primeiro lugar do ranking da Global

Witness

Redação, O Estado de S.Paulo

PARIS - Pelo menos 164 ativistas ambientais

foram assassinados no ano passado por defender

suas casas, terras e recursos naturais da

exploração de mineradoras, empresas do setor

de alimentos e de madeireiras, segundo o

balanço anual da ONG Global Witness. O Brasil

ocupou a quarta posição do ranking, com 20

assassinatos em 2018. É a primeira vez que o

País deixa a primeira colocação do levantamento,

feito desde 2012. O relatório foi publicado nesta

terça-feira, 30, e atribui a dimuição a uma

"queda geral nas taxas de homicídio no ano

passado".

Indígenas

Segundo a ONG, outros "incontáveis" ativistas

foram silenciados em todo o mundo por meio de

violência, intimidação e uso indevido das leis

anti-protesto em todo o mundo.

O país mais perigoso do ano passado para esses

ativistas e líderes indígenas foram as Filipinas,

com 30 assassinatos, segundo a organização,

substituindo o Brasil no topo da lista. O segundo

lugar mais periogoso é a Colômbia, com 24

mortes em 2018, e o terceiro é a Índia, com 23.

Por outro lado, a Guatemala, com 16

assassinatos confirmados, é o país com mais

mortes em relação ao número de habitantes.

"É um fenômeno que pode ser visto em todas as

partes do mundo. Os defensores do meio

ambiente e da terra, dos quais um número

significativo são representantes dos povos

indígenas, são considerados terroristas,

criminosos ou bandidos por defender seus

direitos", disse Vicky Tauli-Corpuz, relatora

especial sobre os direitos dos povos indígenas da

ONU. "Essa violência é uma crise para os direitos

humanos, mas também uma ameaça para todos

aqueles que dependem de um clima estável",

acrescentou.

Ao falar do Brasil, o relatório cita que pelo menos

oito ativistas envolvidos em disputas com

representantes da indústria da soja morreram

em 2018 apenas no estado do Pará. Além disso,

afirma que o presidente Jair Bolsonaro "prometeu

abrir reservas indígenas ao desenvolvimento

comercial, incluindo mineração, agricultura e

infraestrutura" e que, em 2019, "isso já provocou

uma série de invasões de terras indígenas por

grupos armados de grileiros, com comunidades

que vivem com medo de futuros ataques".

O número de mortos foi reduzido em comparação

com 2017, que foi o ano mais mortífero, com 207

mortos. Mas a Global Witness aponta que o

montante pode ser desvalorizado, principalmente

porque alguns fatos ocorrem em lugares muito

remotos.

O evento mais mortal foi registrado em 2018 e

ocorreu no estado de Tamil Nadu, no sul da

Índia, onde 13 pessoas morreram após uma

manifestação contra uma mina de cobre,

segundo a organização.

Nas Filipinas, nove produtores de cana de açúcar,

incluindo mulheres e crianças, foram mortos por

homens armados na ilha de Negros, afirmou a

Global Witness, observando que o advogado que

representa as famílias das vítimas foi assassinado

15 dias depois. A ONG também denunciou uma

"tendência preocupante" em relação à

intimidação e à prisão de defensores do meio

ambiente.

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Grupo de Comunicação

O relatório denunciou o papel de investidores,

incluindo bancos de desenvolvimento, em

projetos polêmicos, e cita algumas empresas

acusadas de facilitar a violação de direitos. "Não

basta que as multinacionais ligadas aos confiscos

de terras invoquem sua ignorância", insiste. "Eles

têm a responsabilidade de garantir

preventivamente que as terras de que eles se

beneficiam tenham sido alugadas legalmente,

com o consentimento das comunidades que nelas

habitaram por gerações." / AFP

https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/

geral,brasil-e-o-quarto-pais-com-mais-

assassinatos-de-ativistas-ambientais-no-mundo-

diz-ong,70002946522

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Data: 30/07/2019

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Grupo de Comunicação

‘Privatização vai ajudar País a atrair

investimentos’

Um dos maiores fundos de pensão do mundo já

investe US$ 5 bi no Brasil e está aberto a

compras em diversos setores

Entrevista com

Rodolfo Spielmann, diretor-geral do Canada

Pension Plan Board para América Latina

Mônica Scaramuzzo, O Estado de S.Paulo

Entrevista

Um dos maiores fundos de pensão do mundo, o

Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB)

quer ampliar sua presença no Brasil. No ano

passado, a gestora se tornou sócia do Grupo

Votorantim na Companhia Energética de São

Paulo (Cesp). Neste ano, participou de consórcio

para comprar a TAG, gasoduto da Petrobrás, mas

perdeu o páreo para a francesa Engie.

O gestor do CPPIB para a América Latina, Rodolfo

Spielmann, afirmou ao Estado que o fundo está

olhando diversos negócios no Brasil – de

empresas da Petrobrás e de energia a fintechs e

operações do setor financeiro. Com mais de US$

300 bilhões sob gestão, o fundo quer ampliar

presença em países emergentes como o Brasil.

Por aqui, o CPPIB tem quase US$ 5 bilhões

investidos. Leia, a seguir, os principais trechos

da entrevista.

Por que o CPPIB quer aumentar sua participação

no Brasil?

Estamos presentes em todo o mundo. Cerca 85%

dos investimentos estão fora do Canadá – a

maior parte nos Estados Unidos. Depois,

direcionados para Europa, Ásia e América Latina.

Queremos crescer em economias emergentes,

como China, Índia e Brasil.

Mas no Brasil a presença ainda é pequena. Por

quê?

Não é. A América Latina como um todo responde

por 4% do total – só Brasil tem 1,5% e pode

atingir de 2% a 3%. É muito.

O CPPIB está esperando as reformas para

avançar?

Não traçamos perspectiva política. Temos uma

visão macro e microeconômica. Sob o ponto de

vista macro, o Brasil está bem melhor do que um

par de anos atrás. Inflação baixa, juros em

queda e continuamos com política monetária

responsável. Agora, com a reforma da

Previdência, o País pode endereçar também a

questão fiscal.

O sr. já dá a reforma da Previdência como certa?

Não. Não dá para dar o que não se tem ainda.

Mas tem um otimismo no mercado financeiro.

É um leve otimismo depois de anos de recessão.

Mas a reforma ainda não foi aprovada (em

segundo turno).

O mercado financeiro e o governo têm a

percepção que, após a aprovação da Previdência,

os investidores estrangeiros vão voltar ao País. O

sr. concorda?

A reforma da Previdência não vai ser a bala de

prata. A Previdência é o principal foco, mas é o

primeiro passo. Está longe de ser a solução para

tudo. Faltam outras mudanças.

Quais?

A tributária, por exemplo. Mesmo que seja a

simplificação para depois eventualmente vir uma

redução da carga. Temos em curso um programa

de privatização, que terá o duplo beneficio de

contar com a gestão privada. A privatização não

só proporcionará o melhor serviço e eficiência,

mas também impulsionará investimentos. E mais

investimentos atraem concorrentes. O Estado

não tem mais capacidade de investir, sobretudo

nessa cadeia de infraestrutura e energia.

Privatizar é um caminho necessário para

melhorar o serviço e atrair mais investimentos.

Quais empresas o CPPIB avalia nesse pacote de

privatização?

Olhamos todos os tipos de negócios – sejam

empresas privadas, listadas em Bolsa e as que

podem ser privatizadas. Empresas de meios de

pagamento, no poder do Estado, interessam,

mas queremos ter clareza sobre as regras de

governança. Então, o ativo tem de ser (avaliado)

após a privatização. Não dá para ser empresa

mista.

E as empresas da Petrobrás?

Participamos do processo da TAG. Estávamos em

um dos consórcios. De modo geral, no setor de

combustível, seja gasolina ou gás, estamos mais

focados na extração e produção, menos na

distribuição.

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Data: 30/07/2019

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Grupo de Comunicação

O fundo é sócio do grupo Votorantim. Os

negócios desse setor só serão feitos com eles?

Em principio, o foco dessa parceria é em energia

renovável. Os dois primeiros investimentos foram

em parques eólicos e outro na Cesp. Isso pode

mudar no futuro.

Ao CPPIB só interessa ser sócio, sem ter o

controle?

Cada caso é um caso. Temos facilidade de fazer

parcerias. Buscamos parceiros que tenham

experiência em operação, seja em rodovias, gás,

transmissão. Não somos operadores.

Trabalhamos no conselho de administração e

governança. Não damos palpite no dia a dia.

Quais outros investimentos interessam ao fundo?

Tudo. Temos quatro grandes grupos de ativos:

infraestrutura para energia renovável,

imobiliário, private equity (compra de

participações em empresas) e crédito privado

(debêntures).

Qual a meta de expansão para o Brasil e o

mundo?

A estratégia até 2025 é sair de 15% para 33%

do portfólio em países emergentes, como China,

Índia e América Latina. Até 2025, os US$ 305

bilhões serão US$ 455 bilhões. A orientação para

a América Latina é ter o mesmo peso do PIB

global. Até 2025, a China ser a maior economia

do mundo. A América Latina crescerá em menor

ritmo, mas também crescerá.

QUEM É RODOLFO SPIELMANN

Diretor-geral do fundo de pensão canadense CPP

Investment Board (CPPIB), Rodolfo Spielmann é

formado em economia e mestrado em

administração na Wharton School, nos EUA, nos

EUA. O executivo teve passagem de 21 anos na

consultoria Bain & Company.

https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,

privatizacao-vai-ajudar-pais-a-atrair-

investimentos,70002946379

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Grupo de Comunicação

Sonia Racy: Carta contra alteração do Censo

2020 do IBGE não é unânime

Oito a quatro

Chegou à linha abaixo da cintura o movimento de

ex-presidentes do IBGE que estão se

posicionando contra o novo desenho do Censo de

2020, montado pela atual direção do instituto.

Dos cinco ex-presidentes que, em carta aberta,

divulgada há duas semanas, expressaram

“extrema preocupação” com os rumos do órgão,

soube-se que um deles assinou a missiva

acreditando que todos os ex-presidentes o

fariam.

Trata-se de Eurico Borba, responsável pelo IBGE

entre os anos 1992 e 1993.

Oito a quatro 2

Ontem, quando tomou conhecimento da emissão

de nova carta pública – reação de outros sete

também ex-presidentes do instituto de pesquisa

– declarando que “não procede, como às vezes

tem sido dito, que a redução do tamanho dos

questionários do Censo significaria a perda

irreparável de séries históricas sobre diferentes

características da população”, Borba se

surpreendeu.

E quase transferiu seu apoio à ação da atual

presidente do instituto, Susana Guerra. Mas

pensou melhor e achou mais adequado não criar

confusão.

Recado dado

A França quer que o Brasil cumpra o Acordo de

Paris sobre mudanças climáticas, respeite

normas ambientais francesas e proteja áreas

sensíveis da economia francesa por meio de

salvaguardas.

Esses três “lembretes” foram deixados ontem, ao

que se apurou, por Jean-Ives Le Drian, ao seu

colega Ernesto Araujo, no Itamaraty, como

condição para que Paris assine o Acordo entre

Mercosul e União Europeia.

Recado 2

Enquanto isso, no horário marcado para receber

o chancelar francês, Bolsonaro resolveu cortar o

cabelo.

União x SP

Saíram os números da arrecadação paulista em

junho – R$ 12,65 bilhões, crescimento de 0,7%,

sobre o valor arrecadado em junho do ano

passado. Na comparação de semestre a

semestre, a situação do Estado é melhor: o total

obtido é de 2% a mais.

A União, entretanto, disparou na frente. A

arrecadação em junho registrou um aumento de

4,6% acima do conseguido mesmo mês em

2018. E a do primeiro semestre de 2019 foi a

melhor nos últimos cinco anos.

Barbárie

Bruno Paes Manso, um dos autores do livro A

Guerra: a Ascensão do PCC e o mundo do crime

no Brasil, pondera que a ocorrência do massacre

no Pará já era previsível.

Reflete que desde 2017 – quando houve racha

entre o PCC e o Comando Vermelho – “já era

evidente que o tráfico de drogas se tornou

modelo de negócios, há mais de dez anos,

contando com escritórios localizados dentro dos

presídios, causando tensão entre as facções”

Barbárie 2

Adianta separar essas lideranças em presídios

diferentes, conforme proposta de Sérgio Moro?

“Como atitude emergencial, sim, mas é preciso

olhar para a questão estrutural”.

Segundo o integrante do Núcleo de Estudos de

Violência da USP, o número de presos cresceu

700% nos últimos 20 anos sem contrapartida de

melhorias no sistema prisional.

Barbárie 3

Marcos Fuchs, do Instituto Pro Bono e da

Conectas, concorda com o diagnóstico. “Super

lotação, falta de juízes, defensores públicos e

ausência de promoção de liberdade por meio de

mutirões, mais a progressão de regime cria

fabrica diária de ‘soldados’ a serviço do crime

organizado”.

https://cultura.estadao.com.br/blogs/direto-da-

fonte/carta-contra-alteracao-do-censo-2020-do-

ibge-nao-e-unanime/

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Grupo de Comunicação

VALOR ECONÔMICO Acordo sobre Itaipu gera crise política no

Paraguai

Por Daniel Rittner e Rafael Bitencourt | De

Brasília

O agravamento da crise política no Paraguai criou

dúvidas sobre acordo firmado com o Brasil, em

24 de maio, em torno da quantidade de energia

contratada pelo país vizinho e produzida pela

hidrelétrica de Itaipu, empresa binacional

mantida pelas duas nações.

O pano de fundo da crise é uma diferença de

aproximadamente US$ 250 milhões - quase R$ 1

bilhão, pela taxa de câmbio atual - entre o

volume "declarado" de compra pelo Paraguai e o

que é efetivamente consumido pelo país vizinho.

O valor do acordo, que provocou demissões na

cúpula do governo paraguaio e ameaça o futuro

do presidente Mario Abdo Benítez, deveria

reverter em economia para os consumidores

brasileiros no período entre 2019 a 2022.

A turbulência política se agravou ontem, após a

demissão do ministro das relações exteriores do

Paraguai Luis Alberto Castiglioni, do diretor-geral

de Itaipu pelo lado paraguaio e do presidente da

Administração Nacional de Eletricidade. O

embaixador do Paraguai em Brasília, Hugo

Saguier, também caiu.

O Tratado de Itaipu define em partes iguais a

divisão da energia da hidrelétrica. Os paraguaios,

porém, consomem apenas fração a que têm

direito - menos de 15% da geração total - e

vendem o restante ao Brasil. No acerto fechado

em maio, os dois governos definiram o vo-lume

de energia destinado a cada lado.

O problema é que autoridades brasileiras alegam

que, desde 2002, a estimativa de consumo

apresentada pelo Paraguai é inferior à realmente

verificada. Na prática, o país vizinho estaria

subcontratando energia de Itaipu. Essa diferença

aumentou recentemente.

"Nos últimos quatro anos, o consumo do

Paraguai aumentou 40%, mas suas indicações

anuais apontavam variação de 8%", disse um

negociador em Brasília. A Eletrobras vem

assumindo o ônus dessa distorção. Como não

deve haver lucro nem prejuízo com a usina

binacional, o custo é integralmente repassado

aos consumidores brasileiros das distribuidoras

de energia das regiões Sul, Sudeste e Centro-

Oeste.

https://www.valor.com.br/brasil/6369995/acordo

-sobre-itaipu-gera-crise-politica-no-paraguai

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Grupo de Comunicação

Crise política trava acordo de R$ 1 bi pela

energia de Itaipu

Por Daniel Rittner e Rafael Bitencourt | De

Brasília

O agravamento da crise política no Paraguai

deixou enorme incerteza sobre a manutenção de

um acordo alcançado com o Brasil, no dia 24 de

maio, em torno da quantidade de energia da

usina binacional de Itaipu que é contratada pelo

país vizinho.

Está em jogo uma diferença de

aproximadamente US$ 250 milhões - quase R$ 1

bilhão pelo câmbio atual - entre o volume

"declarado" de compra pelo Paraguai e o que é

efetivamente consumido. O valor do acordo, que

deflagrou uma série de demissões na cúpula do

governo paraguaio e ameaça o futuro do

presidente Mario Abdo Benítez, se reverteria em

economia a favor dos consumidores brasileiros

em quatro anos (2019 até 2022).

A crise no país vizinho subiu ontem mais alguns

degraus com a demissão do chanceler Luis

Alberto Castiglioni, do diretor-geral de Itaipu pelo

lado paraguaio e do presidente da Administração

Nacional de Eletricidade (Ande). O embaixador

do Paraguai em Brasília, Hugo Saguier, também

caiu.

Sem nenhuma divulgação pública, Brasil e

Paraguai chegaram a um acordo no fim de maio

sobre o montante da energia que é destinado

para cada lado. O Tratado de Itaipu define a

divisão, em partes iguais, da potência da

hidrelétrica. Só que os paraguaios consomem

apenas uma fração do que têm direito - menos

de 15% da geração total. O restante é comprado

pelo Brasil.

Reclamação do governo brasileiro: o Paraguai

tem indicado todos os anos, desde 2002, uma

estimativa de consumo energia inferior à

realmente verificada. Na prática, vem

subcontratando a energia de Itaipu. Essa

diferença se acentuou recentemente. "Nos

últimos quatro anos, o consumo de energia do

Paraguai aumentou 40%, mas suas indicações

anuais apontavam variação de 8%", afirma um

negociador em Brasília.

A Eletrobras vem assumindo o ônus dessa

distorção. Como não deve ter lucro nem prejuízo

com a usina binacional, o custo é integralmente

repassado aos consumidores brasileiros das

distribuidoras de energia em três regiões - Sul,

Sudeste e Centro-Oeste.

A estatal paga US$ 43,80 por cada megawatt-

hora das "sobras" de energia que o Paraguai

indica, a cada início de ano, não consumir

internamente. E desembolsa mesmo esses

valores.

Contudo, quando o Paraguai excede suas

estimativas de consumo, paga uma tarifa bem

menor: cerca de US$ 6 - o valor da chamada

"energia excedente", ou seja, o que é produzido

acima da potência oficial graças a chuvas mais

fortes e reservatórios mais cheios. O governo

paraguaio tem utilizado essa energia barata,

inclusive, para atrair indústrias.

Um acordo para acabar com essas distorções foi

costurado, no fim de maio, mediante a

interferência direta dos ministérios das Relações

Exteriores de cada país. Não houve entendimento

técnico entre as autoridades da área energética.

Esse acordo, registrado em ata, previa uma

evolução gradual do consumo paraguaio: hoje

está em 1.270 MW médios, iria para 1.534 MW

em 2020 e continuaria subindo até 1.924 MW em

2022.

O efeito líquido da negociação, conforme apurou

o Valor, seria de US$ 250 milhões em quatro

anos. O acordo era considerado um

"compromisso político-diplomático" que ganharia

validade jurídica somente com a assinatura de

um contrato formal.

Foi no processo de confirmação do acordo entre

os dois países que houve a reviravolta. Pedro

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Grupo de Comunicação

Ferreira, ex-presidente da Ande, recusou-se a

assinar o contrato e declarou que esse

instrumento seria lesivo aos interesses do

Paraguai. Ele alegou que não tinha conhecimento

dos detalhes negociados. Isso deu munição aos

opositores para falar até em impeachment do

presidente Abdo.

Reservadamente, o governo brasileiro repudia a

atitude de Ferreira e vê interesse político em sua

"denúncia", garantindo que ele estava a par dos

termos em negociação. A intenção é seguir firme

no propósito de equacionar o problema dos

volumes da energia de Itaipu. Há um

reconhecimento, porém, de que a crise política

supera questões energéticas ou diplomáticas. Os

próprios signatários da ata do dia 24 de maio,

pelo lado paraguaio, não estão mais em seus

cargos. Por isso, o futuro do acordo é

imprevisível.

Como fazem questão de ressaltar todas as

autoridades brasileiras ouvidas pelo Valor, o

acordo não afeta a renegociação do Anexo C,

parte do Tratado de Itaipu que vence em 2023.

Nesse ano, segundo as interpretações

majoritárias, o Paraguai fica livre da exigência de

vender ao Brasil tudo o que não consome da

usina.

Uma fonte diplomática lembrou que, nas

tratativas com o governo paraguaio, o termo

usado foi "sinceramento" (palavra comum em

espanhol) da quantidade de energia efetivamente

consumida. "Diferentemente do que está sendo

dito no Paraguai, não há amarras à contratação

de mais energia pelo país e nós incentivamos

isso", disse a fonte, lembrando que o PIB tem

crescido mais de 4% nos últimos anos e que a

linha de transmissão Itaipu-Assunção foi

financiada em grande parte pelo Focem (fundo

de convergência do Mercosul), com recursos

brasileiros a fundo perdido. O linhão livrou a

capital dos constantes apagões.

https://www.valor.com.br/brasil/6369965/crise-

politica-trava-acordo-de-r-1-bi-pela-energia-de-

itaipu

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Bolsonaro põe em dúvida assassinato de

índio

Por Fabio Murakawa, Carla Araújo e Isadora

Peron | De Brasília

O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que não

tem "nenhum indício forte" de que um cacique

tenha sido assassinado por garimpeiros durante

uma invasão à Terra Indígena Wajãpi, no Amapá.

Bolsonaro disse ainda que é sua intenção

regulamentar o garimpo nessas terras e criticou

as reservas, que segundo ele estão

"inviabilizando" o negócio do Brasil, que "vive de

commodities".

Ontem, a Polícia Federal afirmou, em relatório,

"não haver nenhum indício, até o momento, da

presença de grupo (s) armado (s)" na Terra

Indígena Wajãpi, onde o cacique Emyra Wajãpi

foi morto na semana passada. Indígenas acusam

garimpeiros de serem os responsáveis pelo

crime.

Em nota, a Fundação Nacional do Índio (Funai)

afirmou que a informação consta de um relatório

da equipe da PF enviada à região. Segundo o

órgão, a PF fará um relatório pormenorizado,

contendo até os pontos georreferenciados.

No domingo, a PM amapaense afirmou que o

corpo de Emyra, de 62 anos, tinha perfurações e

cortes na região pélvica. Um filho do cacique

disse que ele morreu em confronto com

garimpeiros.

Bolsonaro foi questionado por jornalistas sobre o

caso na manhã de ontem, ao deixar o Palácio da

Alvorada rumo ao Planalto.

"Nesse caso agora aqui, as informações até o

momento, vou atualizar de manhã, não tem

ainda nenhum indício forte de que esse índio foi

assassinado lá agora", afirmou. "Chegaram

várias possibilidades. A PF está lá, quem nós

pudermos mandar para lá já mandamos para

buscar desvendar o caso e buscar a verdade

sobre isso aí."

Bolsonaro falou ainda sobre sua intenção de

legalizar o garimpo.

"É intenção minha regulamentar o garimpo,

legalizar o garimpo. É intenção minha, inclusive

para o índio. Tem que ter o direito de explorar o

garimpo na sua propriedade. A terra indígena é

como se fosse propriedade dele", disse.

O presidente criticou o tamanho das reservas,

citando a terra dos ianomami, que segundo ele

ocupa uma área que é o dobro da do Estado do

Rio de Janeiro e onde vivem 9.000 índios.

Ele afirmou que "há um interesse enorme de

outros países de ganhar, de ter para si a

soberania da Amazônia" e que eles "usam o índio

como massa de manobra, para demarcar cada

vez mais terras, dizer que estão sendo

maltratados".

O presidente disse ainda que as reservas

indígenas têm impacto negativo sobre o

agronegócio e que, se o setor quebrar, "todo

mundo vai para o barro" no país.

"Está inviabilizando nosso negócio. O Brasil vive

de commodities. Daqui a pouco o homem do

campo vai perder a paciência e vai cuidar da vida

dele, sair do Brasil", disse. "E a gente vai viver

do quê? O que nós temos aqui além de

commodities? Será que o pessoal não acorda? Se

esse negócio quebrar, acabou o Brasil."

Um gabinete de gerenciamento de crise foi

montado com seis órgãos públicos, entre eles a

Funai, a PF, o Ministério Público Federal. Um

inquérito foi aberto para averiguar as

circunstâncias da morte.

Questionado sobre o tema, o porta-voz da

Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse que o

governo "não entende que a dinamização

econômica das áreas indígenas possa trazer

como consequência o conflito entre índios e

eventuais cidadãos que giram em torno das suas

respectivas reservas".

https://www.valor.com.br/brasil/6369957/bolson

aro-poe-em-duvida-assassinato-de-indio

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Lei de licenciamento afeta descoberta de

sítios arqueológicos

Por Luísa Martins | De Brasília

Em discussão no Congresso Nacional, uma das

sugestões de texto para a Nova Lei Geral do

Licenciamento Ambiental praticamente acaba

com a descoberta de novos sítios arqueológicos

no país. O alerta foi feito pelo Instituto do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)

em nota técnica enviada à Câmara dos

Deputados, no qual um grupo de trabalho analisa

o marco legal do licenciamento e reúne

sugestões para aperfeiçoá-lo.

O projeto de lei (PL) limita a participação de

entidades como o Iphan em estudos sobre os

impacto das grandes obras de infraestrutura no

ambiente e no patrimônio cultural. De acordo

com texto elaborado pelo relator, deputado Kim

Kataguiri (DEM-SP), a participação das

autoridades só está prevista quando existirem

bens culturais formalmente catalogados, já

tombados ou protegidos por lei.

O Iphan pondera que, ao estabelecer essa

restrição, ignora-se que 95% dos bens

arqueológicos do Brasil são descobertos

justamente durante o processo de licenciamento

ambiental, uma vez que, por sua natureza, em

geral estão debaixo da superfície.

"Na prática, resultará na impossibilidade de

preservação dos bens culturais acautelados pelo

Iphan no processo de licenciamento ambiental,

especialmente na incapacidade absoluta de

preservação do patrimônio arqueológico, bem

cultural protegido por lei e que, conforme a

Constituição, é um bem da União de caráter

finito, difuso e não renovável", escreveu a

autarquia.

O Iphan diz ainda que essa versão do PL

representa "grave mácula à memória nacional",

ao desconsiderar a viabilidade de identificação de

bens culturais acautelados em áreas que nem

sequer foram avaliadas antes da instalação do

empreendimento.

O documento é assinado pelo coordenador

substituto da Coordenação Nacional de

Licenciamento do Iphan, Roberto Stanchi, e pela

diretora substituta do Centro Nacional de

Arqueologia, Danieli Helenco. O encaminhamento

à Câmara foi feito pelo próprio presidente

substituto da autarquia, Andrey Schlee.

De 2016 para cá, o número de empreendimentos

analisados pelo Iphan durante processos de

licenciamento ambiental foi de 10.636. Uma

simulação feita pelo próprio órgão estimou que,

se essa versão do projeto estivesse em vigor

neste mesmo período, seriam avaliados apenas

148 - uma queda de 98,6%.

O Iphan não teria participado, por exemplo, de

qualquer processo de licenciamento ambiental

das grandes hidrelétricas erguidas na Amazônia

nos últimos anos, deixando de identificar 198

sítios arqueológicos na região de Belo Monte -

alguns com datação de 10 mil anos. Também não

teriam sido descobertas, na área da hidrelétrica

Teles Pires, gravuras rupestres feitas há mais de

5 mil anos.

A redação do PL também manteria soterrado o

mais recente sítio arqueológico inserido na lista

de patrimônio mundial da Unesco: o Cais do

Valongo, construído em 1811 e redescoberto dois

séculos depois, durante as escavações para as

obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. É

considerado vestígio material de uma época em

que populações africanas eram trazidas de navio

para serem escravas no Brasil. "A identificação

deste bem cultural acautelado de relevância

mundial só foi possível em função da participação

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do Iphan no processo de licenciamento", diz a

nota.

Há uma outra versão do projeto, segundo a qual

não é preciso exigir o reconhecimento formal dos

bens culturais para que haja a intervenção do

Iphan. Ainda assim, órgãos de proteção

verificaram problemas, como a omissão em

relação às áreas de entorno dos

empreendimentos. Todas as sugestões de texto

ainda estão sendo discutidas no Legislativo.

Os encaminhamentos do grupo de trabalho sobre

a Nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental são

acompanhados de perto pelo Ministério Público.

Em Minas Gerais, Estado com o maior número de

bens tombados no Brasil (sendo quatro

patrimônios culturais da humanidade, segundo a

Unesco), uma coordenadoria criada

especialmente para analisar o tema já detectou

suas principais preocupações.

Uma delas é o prazo, considerado exíguo, de 30

dias para a manifestação do Iphan. Além disso,

tal parecer teria caráter meramente consultivo -

isto é, as obras poderiam ser iniciadas a despeito

dele, diante da falta de obrigatoriedade de ser

levado em conta pelo órgão licenciador.

"Isso causa espanto. Como dizer que um

empreendimento é ambientalmente viável se o

seu licenciamento deixou de olhar para o

ambiente cultural? O empreendimento

sustentável é aquele que respeita o ambiente em

cada um de seus aspectos - natural, urbanístico e

cultural", disse ao Valor a promotora Giselle de

Oliveira, coordenadora das Promotorias de

Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e

Turístico de Minas Gerais.

Ela também chama a atenção para o fato de o PL

não prever a avaliação dos bens culturais

localizados no entorno da obra, a chamada " área

de influência". Dessa forma, a promotora

exemplifica, o Iphan não participaria do

licenciamento de uma grande fábrica erguida ao

lado de uma igreja tombada. "Não seria possível,

pelo texto atual, que o Iphan determinasse

medidas de mitigação, como a instalação de um

filtro na chaminé ou de contenções de vibração,

para evitar que o empreendimento prejudique a

estrutura da igreja ou até mesmo a faça ruir",

alerta.

Procurado, Kataguiri disse que ainda não havia

atentado para os temas dos questionamentos

feitos pelo Valor. "Agradeço por ter levantado

esses pontos. Vou conversar com o Iphan para

que a gente construa o melhor texto possível;

para que não fique abrangente, a ponto de o

Iphan ter de opinar em todo licenciamento, nem

restritivo demais. Como está no período de

consulta pública, é bom que as pessoas chamem

a atenção para os seus respectivos setores",

afirmou.

Flexibilizar as regras do licenciamento ambiental

é uma bandeira do presidente Jair Bolsonaro,

para quem a norma atual "atrapalha" os planos

dos gestores públicos para a área de

infraestrutura. O presidente da Câmara, Rodrigo

Maia (DEM-SP), também tem dito que o tema

está entre as suas prioridades.

O projeto relatado por Kataguiri, designado

nominalmente por Maia, já tem urgência

aprovada e não deve passar pelas comissões,

mas seguir direto ao plenário. Maia já afirmou

que pretende pautar o tema na volta do recesso.

Antes de ser enviado à sanção presidencial, o

texto precisa ser aprovado pelo Senado.

https://www.valor.com.br/brasil/6369955/lei-de-

licenciamento-afeta-descoberta-de-sitios-

arqueologicos

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Data: 30/07/2019

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Planejamento antes do licenciamento

ambiental

Por Rodrigo Koblitz e Carlos Grelle

O licenciamento ambiental no Brasil recebe

críticas há décadas de diversos grupos sociais. O

Ibama costuma ser o alvo principal dada sua

maior visibilidade, principalmente pelo porte das

obras por ele licenciadas. Dentre as críticas,

talvez a mais persistente seja a demora do

instituto em emitir a licença ambiental. Essa

demora se dá pela análise em si, pelas

interferências de outros órgãos federais e pela

eventual prolongada interferência judicial.

Existem ainda críticas à qualidade do parecer do

órgão licenciador e ao próprio estudo ambiental

que somadas às anteriores, fragilizam o processo

aos olhos de todos os atores envolvidos.

Um dos fatores que podem influenciar na

amenização de todos esses problemas é o

planejamento. Com ele seria possível identificar

os conflitos com antecedência e otimizar o

investimento de recursos financeiros e humanos.

Apesar de alguns setores produtivos terem o

planejamento do setor como obrigatório, definido

por lei, o modo de elaborar o plano está aquém

das necessidades da nossa sociedade. Será

exatamente sobre o planejamento que iremos

refletir no presente artigo, especificamente no

setor elétrico.

O planejamento hidrelétrico no Brasil é feito,

muito grosseiramente, nas etapas que se

seguem. Inicialmente, uma empresa (ou um

grupo delas) escolhe uma bacia hidrográfica

brasileira e se dispõe a estudá-la para produzir o

inventário hidrelétrico. Também chamada de

partição de queda, esse inventário define em

qual local da bacia do rio estudado terá este ou

aquele tipo de aproveitamento hidrelétrico, e se

será de pequeno ou grande porte. Tais estudos

são conduzidos e pagos pelas empresas que

futuramente serão as interessadas na compra da

concessão de energia.

Aqui, já se faz presente algum inconveniente,

pois com esse formato, nada garante que o foco

das empresas são soluções otimizadas para o

ganho econômico e social do país. Pode não ser

equivocado considerar que tais planejamentos

sejam orientados para otimizar o lucro dessas

empresas. A análise do processo de elaboração

do inventário elétrico pode nos dar algumas

pistas sobre isso. Nessa etapa, apenas (ou

desproporcionalmente de forma mais influente) o

grupo preocupado com as questões de

engenharia e economia opinam. Esses

inventários têm pouca visibilidade e baixa, ou

nenhuma, participação social. Por mais que

algumas partes consigam se fazer ouvidas, a

decisão é de fato da empresa (ou grupo delas)

que está contratando o estudo, deixando nas

mãos deles a decisão final sobre que projeto

apresentar.

Após a apresentação do inventário hidrelétrico,

são feitas as Avaliações Ambientais Integradas

(AAI), que é um tipo de avaliação estratégica,

mas focada apenas em um determinado setor

produtivo. Em geral, a AAI apenas indica se é ou

não possível construir tais barragens

considerando sua posição e tamanho

apresentada pelo inventário. Portanto, não é um

tipo de estudo que avalia se é melhor construir

diversas pequenas usinas ou uma única grande

usina. Costumeiramente, a AAI não muda nada

da decisão de partição de queda. Um exemplo

recente ocorreu para a Bacia do Tapajós, onde a

AAI corroborou integralmente a partição de

queda.

Há grande preocupação com a produção, mas

pouca expertise na proteção ambiental e

desenvolvimento social

Por fim, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é

apresentado ao órgão ambiental e outra grave

tendência é encontrada aqui. Até o momento em

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que se escreve este artigo, os autores não

conhecem nenhum licenciamento no Ibama em

que um EIA foi apresentado indicando a

inviabilidade do empreendimento. É possível

notar portanto, que até o pedido da opinião do

órgão ambiental sobre a viabilidade, apenas o

setor economicamente interessado na construção

do empreendimento conduz o processo. Nesse

momento está adicionado um ponto de

tensionamento extremo. Bilhões, às vezes

dezenas de bilhões de reais, do mundo inteiro

estão totalmente mobilizados para serem

investidos nessa obra. O único empecilho é o

órgão ambiental. Com esse formato de

planejamento, todo o embate sobre modelo de

desenvolvimento recai em um órgão apenas, que

por sua vez tem pouca margem para discutir

alternativas.

Todo esse viés da construção de uma hidrelétrica

tem um grave problema na hora da tomada de

decisão do Ibama. Para responder

adequadamente sobre a viabilidade de uma

hidrelétrica, é preciso considerar quais são as

outras opções. Ou seja, uma resposta razoável à

pergunta da viabilidade poderia ser algo como:

sim, tal hidrelétrica pode ser instalada desde que

aquele outro rio, ou trecho de rio, fique intocado.

A viabilidade de um empreendimento é uma

decisão que dependente de outras decisões. Ou

seja, para que opções sejam discutidas, é preciso

garantir não apenas onde fica a hidrelétrica,

como também onde não pode ter hidrelétrica.

Entretanto, o marco regulatório do setor

hidrelétrico não define como se pode criar rios

livres de barragem e, portanto, nada impede que

após o planejamento do governo federal um

Estado ou município construa barragens em rios

que deveriam ficar livre delas.

O planejamento estratégico verdadeiramente

elaborado com os múltiplos atores é de longe o

mais importante estudo que se pode fazer. As

decisões técnicas dos órgão licenciadores seriam

melhor compreendidas, a ocupação do território

seria prevista amplamente e, inclusive,

aumentaria a segurança dos investidores.

O país tem muito a ganhar com o planejamento

do setor elétrico, mas esse ganho só será efetivo

se o planejamento não ficar restrito aos

interessados diretos nos lucros que podem ter.

As agências, o próprio Ministério de Minas e

Energia e os empresários do setor são um grupo

que se preocupa muito com a produção, mas tem

pouca expertise na proteção ambiental e

desenvolvimento social. Pactuando

verdadeiramente com esses outros atores no

início do processo, o planejamento seria focado

em otimizar o sistema considerando os

componentes sociais e ambientais e não seria tão

fortemente focado em quantidade de Megawatts

por m2 de cimento. O primeiro e grande ganho

com isso seria a aceitação por todos os atores do

resultado final.

Se tudo acima faz sentido, é possível que o

caminho seja o de não estimular a mobilização

de bilhões de reais para um projeto que o país, e

não apenas os empresários, nem pensou se será

ou não bom. Claro, o impacto óbvio dessa

concordância no planejamento seria enfim a tão

almejada celeridade no emissão de licenças.

Rodrigo Vasconcelos Koblitz é analista ambiental

do Ibama

Carlos Eduardo Viveiros Grelle é professor da

UFRJ

https://www.valor.com.br/opiniao/6369889/plan

ejamento-antes-do-licenciamento-ambiental

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Novo plano florestal vai diversificar

investimento

Por Stella Fontes | De São Paulo

O Plano Nacional de Florestas Plantadas (PNDF),

aprovado no mês passado pelo Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento, deve

atrair novos investimentos e indústrias para o

país. E, no longo prazo, poderá levar à redução

dos preços da madeira em determinadas regiões,

na avaliação do sócio-diretor do Grupo Index e

da Forest2Market do Brasil, Marcelo Schmid. "O

mais interessante desse plano é que dá

perspectivas para outras empresas que não

celulose", diz o especialista.

A meta do plano é ampliar a área de produção

florestal no Brasil em 2 milhões de hectares até

2030, o que representa aumento de 20% sobre a

área atual. E os termos aprovados, segundo

Schmid, tornam mais atrativas as florestas

plantadas. "Sozinho, o plano não faz nada. Mas,

sem ele, o restante não avança", diz, citando a

necessidade de uma política pública para os

investimentos florestais.

Como ponto de partida, explica Schmid, o PNDF

deve ter como consequência o aumento da

demanda por matéria-prima florestal, com o

maior uso de biomassa para produção de

energia, o avanço das novas fronteiras de plantio

e desenvolvimento de novas indústrias. Com

isso, os fornecedores de madeira poderão ter

clientes mais diversificados, além dos produtores

de celulose, que hoje respondem pela maior

parte da demanda de madeira no país.

O próprio PNDF prevê o aumento da participação

do setor florestal na geração de energia - as

fábricas mais modernas de celulose, por

exemplo, já são autossuficientes em energia e

exportam o excedente para o sistema. Diante

disso, o uso de biomassa florestal para a geração

de energia pode ser um dos grandes beneficiados

pela nova política, embora o custo ainda

represente um desafio a ser superado.

"É preciso diversificar o negócio de madeira,

reduzindo a dependência da produção de

celulose. O que não é ruim, mas é importante

para quem planta poder manejar essa madeira",

afirma Schmid.

A aprovação do PNDF também tende a permitir o

desenvolvimento de novas fronteiras florestais,

entre as quais o chamado Matopiba (que reúne

os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e

Bahia). O aumento da área plantada em Estados

onde o plantio já é tradicional, como Paraná e

Santa Catarina, acaba limitada pela concorrência

com outros usos do solo. Se for bem-sucedido, o

plano tende a levar ao equilíbrio entre oferta e

demanda de madeira no longo prazo, com

potencial queda do preço.

https://www.valor.com.br/empresas/6370023/no

vo-plano-florestal-vai-diversificar-investimento

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Actis montará 4ª companhia no país, com

ativo da EDP

Por Camila Maia e Raquel Brandão | De São

Paulo

A gestora britânica Actis vai lançar sua quarta

empresa de energia renovável no Brasil, desta

vez voltada a ativos operacionais, apurou o

Valor. O primeiro ativo será o complexo eólico

Babilônia, de 137 megawatts (MW) de potência,

adquirido da EDP Renováveis por cerca de R$ 1,2

bilhão, incluindo a assunção de dívidas.

A Actis já controla três empresas de energias

renováveis no país: Atlantic Energias Renováveis,

que tem 642 MW de potência em operação por

meio de cinco complexos eólicos; a Echoenergia,

que tem 700 MW em operação e 273 MW em

construção também em empreendimentos

eólicos; e a Atlas Renewable Energy, que tem 1,2

GW em projetos de energia solar em operação ou

construção no Brasil e outros países da América

Latina.

Os recursos que serão investidos na nova

empresa são do fundo Long Life Infraestructure,

levantado ano passado pela gestora com destino

em projetos de infraestrutura em mercados

emergentes. Por meio das três empresas em

operação no Brasil, a gestora já havia se

comprometido com investimentos de cerca de

US$ 1,4 bilhão no país.

No caso do projeto adquirido da EDP Renováveis,

o valor a ser desembolsado será de R$ 650

milhões, sujeito a ajustes no fechamento. Além

disso, a companhia vai assumir cerca de R$ 550

milhões em dívidas. Com isso, o investimento

representa um múltiplo presumido de R$ 9,1

milhões por MW. A transação está sujeita a

aprovação pelos órgãos regulatórios e deve ser

concluída até o fim deste ano.

Segundo fontes, a Actis não deve parar nessa

transação, e já está olhando outros ativos

operacionais de geração renovável para adquirir

para a nova empresa que será lançada.

O complexo de Babilônia, localizado na Bahia,

está em operação desde o quarto trimestre do

ano passado. A energia foi objeto de um contrato

de compra de energia de 20 anos por meio do

leilão de energia de reserva (LER) de 2015.

Na ocasião, a energia foi contratada ao preço de

R$ 199,37 por megawatt-hora (MWh), muito

acima dos preços praticados hoje no mercado

regulado, abaixo de R$ 100/MWh, o que torna o

empreendimento um investimento rentável. Por

estar em operação, também há redução

significativa dos riscos atrelados ao projeto.

Para a EDP Renováveis, o negócio faz parte da

sua estratégia para reciclar capital. O objetivo da

companhia, que é controlada pela Energias de

Portugal, é vender participações em projetos em

operação ou em desenvolvimento para acelerar a

criação de valor e possibilitar reinvestimentos no

seu crescimento. Com essa venda, a holding

portuguesa executou aproximadamente 25% da

meta de venda de € 4 bilhões entre 2019 e 2022,

que foi anunciada em março na atualização do

plano estratégico da companhia.

O Valor procurou a Actis e a EDP Renováveis

para informações adicionais, mas ambas

disseram que não iriam se manifestar.

https://www.valor.com.br/empresas/6370013/ac

tis-montara-4-companhia-no-pais-com-ativo-da-

edp

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Usinas de BP e Bunge já perderam R$ 7 bi

Por Camila Souza Ramos | De São Paulo

Quando as usinas sucroalcooleiras que a

americana Bunge e a britânica BP possuem no

Brasil estiverem unidas, a direção da companhia

terá como primeira tarefa investir na

produtividade dos ativos, hoje abaixo da média

do setor, o que deve demandar aportes

estimados pelo mercado em cerca de R$ 300

milhões. Para isso, no entanto, a joint venture

terá que buscar recursos no mercado sozinha,

sem a ajuda habitual das controladoras, que já

amargaram prejuízos superiores a R$ 7,5 bilhões

desde que estrearam em açúcar e etanol.

As duas companhias estrangeiras - uma de

origem no agronegócio, outra no setor de

petróleo - entraram no ramo na época do boom

de investimentos da década passada, quando

reinava o otimismo com o mercado de etanol.

Desde 2011, quando a BP comprou a Companhia

Nacional de Açúcar e Álcool (CNAA), montando

sua estrutura atual no Brasil com três usinas no

triângulo mineiro, a companhia britânica já

aportou mais de R$ 4 bilhões, conforme

levantamento da consultoria FG/A. A maior parte

do aumento de capital ocorreu em 2011,

superando R$ 1 bilhão. Nos últimos três anos, a

múlti britânica injetou mais de R$ 600 milhões no

negócio.

Todo esse investimento não ofereceu retorno.

Até o fim de 2017 - data do último balanço

publicado -, a BP Biocombustíveis registrava

prejuízo acumulado de R$ 2,2 bilhões. Apenas

em 2017 (o exercício social da empresa termina

em 31 de dezembro), que compreende a safra

2017/18, a companhia teve um prejuízo de R$

565 milhões.

Mas os aportes não ficaram limitados à

compensação de prejuízos. Na avaliação da

consultoria FG/A, os recursos tiveram como

intenção elevar a capacidade das usinas para

cerca de 10 milhões de toneladas de cana

processadas por safra.

Nesse mesmo período, a Bunge injetou

diretamente mais de R$ 3,3 bilhões em suas

usinas no Brasil. A multinacional deu entrada no

negócio em 2007, quando adquiriu a Usina Santa

Juliana, em Minas Gerais, mas só chegou ao

tamanho que tem hoje, com nove usinas, depois

que adquiriu as seis usinas do grupo Moema, em

uma transação na época de quase US$ 1 bilhão.

Desde que começou a operar no setor, porém, a

Bunge já acumulou prejuízo de R$ 5,4 bilhões.

Apenas em 2018 (o exercício social termina em

31 de dezembro), a Bunge Açúcar e Bioenergia

teve um prejuízo líquido de R$ 431 milhões.

Além dos aumentos de capital, a Bunge ainda

financiou diretamente o negócio, o que levou a

sucroalcooleira a acumular dívida de mais R$ 2,9

bilhões somente com a matriz americana.

Essa dívida será herdada pela BP Bunge

Bioenergia e será convertida para uma dívida

bancária de US$ 700 milhões. Não se trata de

um endividamento grande dentro dos parâmetros

do setor diante de sua situação operacional. A

dívida estaria próxima de R$ 90 por tonelada de

cana moída, ante uma média no setor em torno

de R$ 140 de dívida por tonelada de cana moída.

Além disso, a primeira amortização de principal

só ocorrerá no segundo trimestre de 2022 (safra

2022/23), segundo a empresa.

Outra herança será a necessidade de aumentar a

produtividade dos canaviais, hoje abaixo da

média do Centro-Sul. De acordo com dados do

Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) obtidos

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Data: 30/07/2019

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pelo Valor, das 11 usinas, apenas a Tropical, em

Edéia (MG), da BP, e a Monte Verde, em Ponta

Porã (MS), da Bunge, tiveram rendimentos acima

da média na safra passada. O rendimento da

primeira ficou em 10,2 quilos de açúcares totais

recuperáveis (ATR, ou sacarose) por hectare, e o

da segunda, em 9,9 quilos de ATR por hectare.

As demais tiveram rendimentos inferiores à

média do Centro-Sul (de 9,66 quilos de ATR por

hectare). O pior resultado foi registrado na usina

em Pedro Afonso (TO), com 7,48 quilos de ATR

por hectare.

Segundo Geovane Consul, que será o CEO da

companhia, a produtividade dos canaviais

plantados nos últimos três anos supera a média

do setor, e a empresa terá que aumentar a oferta

em 3 milhões de toneladas de cana para

completar a capacidade das usinas, de 32

milhões de toneladas. Estimativas do mercado

avaliam que a joint venture terá que investir em

torno de R$ 300 milhões para renovar canaviais,

reduzindo a idade média e aumentando sua

produtividade.

Ao Valor, a BP Bunge Bioenergia confirmou que

agora será "autossuficiente". A empresa afirmou

que "se beneficiará de uma estrutura de capital

sólida e conservadora, e começará suas

atividades com um dos níveis mais baixos de

endividamento do mercado".

Segundo a companhia, as controladoras

"esperam que a joint venture opere de forma

autônoma e que seja autossuficiente para

financiar seus investimentos" e que "seja capaz

de gerar o caixa necessário para suas

necessidades". Sua prioridade, acrescentou, será

"integrar rapidamente os negócios e realizar as

sinergias esperadas".

https://www.valor.com.br/agro/6369875/usinas-

de-bp-e-bunge-ja-perderam-r-7-bi

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Dano ambiental no Brasil já está em curso

Por Daniela Chiaretti

O Nobel de Economia Joseph E. Stiglitz disse em

junho, em artigo no britânico "The Guardian",

que a emergência climática é a "nossa Terceira

Guerra Mundial." O professor da Universidade de

Columbia foi claríssimo: "Nossas vidas, e a

civilização como a conhecemos, estão em jogo".

Nos últimos dois anos, os Estados Unidos

perderam quase 2% do PIB em desastres

relacionados ao clima - secas, inundações e

incêndios florestais - e o custo para a saúde será

de dezenas de bilhões de dólares, sem contar as

mortes. O ex-economista-chefe do Banco Mundial

se interessa pelo debate sobre como organizar

recursos para o que muitos chamam de "Green

New Deal", o grande esforço para enfrentar a

mudança do clima que empresta o termo do

programa que reergueu a economia americana

depois da crise de 1929.

No Brasil, o governo Jair Bolsonaro está alheio a

tudo isso. Corrigindo: desde antes da posse o

presidente procura bloquear qualquer iniciativa

nesse rumo, a menos que os interesses

comerciais mandem dar verniz verde ao discurso.

Talvez por isso não tenha anunciado a saída do

Acordo de Paris, como ameaçou na campanha,

ou a extinção do Ministério do Meio Ambiente

(MMA), fundido com o da Agricultura, como no

plano inicial. Mas, na prática, o dano está em

curso.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tem

se dedicado a liberar a pesca de sardinha em

Fernando de Noronha, visitar madeireiros em

Rondônia e pensar se é viável criar mais gado e

talvez plantar café no Acre. Nenhum pio sobre a

liberação de agrotóxicos em ritmo alucinante, a

pavimentação de estradas na Amazônia ou a

integridade dos dados oficiais sobre o

desmatamento feitos há décadas pelo Instituto

Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe. O Brasil

sob Bolsonaro parece ter dois ministros da

Agricultura e nenhum do Meio Ambiente.

No país, nasce uma semente de resistência à

agenda do governo

Os núcleos que tratavam da mudança do clima

nos ministérios ou foram extintos ou estão quase

lá. Não se fala mais em adaptação à mudança do

clima, embora o Brasil tenha um plano há anos,

discutido com vários setores da sociedade e

agora embolorando em alguma gaveta do MMA.

O mesmo silêncio recai sobre as metas climáticas

de reflorestar milhões de hectares e ampliar a

matriz energética com energias renováveis e

maior eficiência. Salles assumiu dizendo que essa

agenda não era a dele. Só a cita quando repete

que, se os outros países querem que o Brasil

preserve, têm que pagar por isso.

Tereza Cristina disse em entrevista recente à

"Folha de S.Paulo" que não acredita em

"sustentabilidade e preservação ambiental com

miséria". Ninguém acredita, ministra. É

precisamente por isso que, há muitos anos, nas

conferências climáticas internacionais criaram-se

mecanismos para ajudar os países que precisam.

Um dos mais bem-sucedidos é justamente o

Fundo Amazônia, que opera com dinheiro doado

(não é empréstimo, é doação) de contribuintes

noruegueses e alemães. Funcionou muito bem

até Salles anunciar, em março, um pente-fino

nos recursos e na governança do Fundo. Está

tudo em suspenso desde então.

Enquanto o Brasil segue desenfreado na direção

errada, a crise do clima continua acelerada.

Tornou-se "emergência climática" para

pesquisadores, ambientalistas e governos que

atuam com seriedade em seu enfrentamento e

em adaptar suas sociedades.

No início de julho, a Organização Internacional do

Trabalho (OIT) divulgou um relatório que indica o

quanto o aumento da temperatura pode afetar

negativamente o mercado de trabalho e a

produtividade das empresas. O estudo trabalha

com a previsão conservadora de uma alta de

apenas 1,5 °C no aquecimento global até 2030.

Nesse cenário, o mundo deverá lidar com uma

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perda de horas de trabalho de 2,2%. No sul da

Ásia e nos países da África Ocidental, mais

afetados pela conjunção entre aquecimento e

pobreza, isso pode significar até 5% de perda

nas horas trabalhadas. Os números de "Working

in a Warmer Planet" são brutais: ameaça 80

milhões de empregos e US$ 2,4 trilhões de

prejuízos econômicos globais.

O estudo da OIT trata do estresse térmico,

conceito que define os limites do corpo à alta de

calor antes de colapsar. O excesso de calor

durante o trabalho é risco sério para a saúde

ocupacional. "Quando a temperatura corporal

chega a 39 graus há perda de produtividade e

pode-se chegar à morte", diz o consultor Paulo

Muçouçah, coordenador de empregos verdes da

OIT no Brasil até 2018. "É por isso que

ocorreram muitas mortes no interior de São

Paulo entre cortadores de cana. Os trabalhadores

davam mais de mil golpes de facão por dia, a

temperatura era muito alta. Morriam pelo calor."

A atividade mais atingida, segundo a OIT, será a

agricultura, sobretudo nos países tropicais onde o

calor é maior, e a agricultura, menos

mecanizada. A perda de horas de trabalho pode

chegar a 40%. A construção civil é outro setor

em risco, com potencial de 19% de perda, diz o

estudo da agência mais antiga da ONU. Mas

Bolsonaro nunca escondeu o desdém pelas

Nações Unidas e costuma reduzir desafios dessa

magnitude à "psicose ambientalista". Em pouco

mais de 200 dias de seu governo, a lista de

retrocessos é deprimente.

Há, contudo, uma semente de resistência que se

esboça na articulação em torno da Conferência

Brasileira de Mudança do Clima, que acontecerá

em outubro, no Recife. O evento foi pensado

quando Bolsonaro retirou a candidatura brasileira

para que o Brasil sediasse a próxima conferência

do clima da ONU, a CoP 25.

Um dos objetivos do encontro a ser realizado no

Brasil é mostrar que sociedade, setor produtivo e

alguns governos locais se mantêm firmes no

Acordo de Paris e que a agenda de clima,

florestas e desenvolvimento sustentável tem

grandes oportunidades para o Brasil. "Esse é um

tema que interfere na estratégia de negócios",

reconhece Luiz Carlos Xavier, coordenador da

área da Braskem. "É assunto que precisa ficar

em alta", concorda Tomás Carmona,

superintendente de sustentabilidade da

SulAmérica.

Longe de ter algo parecido à Califórnia ou à

oposição articulada do Partido Democrata à

agenda antiambientalista de Donald Trump, o

ainda tímido movimento de algumas ONGs e

empresas em torno da conferência brasileira tem

potencial para ganhar ressonância e montar uma

delegação paralela à CoP que o Chile sediará no

fim do ano.

Daniela Chiaretti é repórter especial

E-mail: [email protected]

https://www.valor.com.br/brasil/6369979/dano-

ambiental-no-brasil-ja-esta-em-curso

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