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Introdução 05Mapa 1: Mapa social 06

Questões prioritárias 07Ato infracional 07

Tabela 1: Crimes violentos 08Mapa 2: Adolescentes envolvidos com ato infracional 10

Atenção básica: superação do assistencialismo 11Tabela 2: Atendimentos do CRAS em 2016 12Plano de Acompanhamento Familiar 12SCFV 13

CREAS: estruturação 15Estabelecimento de papéis, protocolos e fluxos 15

Conselho Tutelar 16Conselho do Idoso 17

Acolhimento institucional 18Entidades sociais 21Pessoas com deficiência 22

Tabela 3: Pessoas com deficiência de baixa renda sem benefício 22Foco territorial 23

Eixos e ações 25Eixo 1: medidas socioeducativas 25Eixo 2: atenção básica 28Eixo 3: atenção especial de média complexidade 29Eixo 4: acolhimento institucional 30Eixo 5: articulação em rede 31Eixo 6: acessibilidade 32Eixo 7: capacitação 32Eixo 8: prioridades territoriais 33Eixo 9: orçamento 33

Quadro lógico do Plano Municipal 34

Índice

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Prefeitura Municipal de Machado

Julbert Ferre de Morais - Prefeito

Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Promoção SocialAna Maria Gonçalves - SecretáriaJane Corsini Luz - Diretoria Administrativa e FinanceiraCaroline Lucas dos Santos - Diretora de Proteção Especial de Alta ComplexidadeAline Caixeta Ferreira - Diretora de Proteção Social BásicaPoliane Caixeta Soares - Diretora de Proteção Especial de Média ComplexidadeAdriana Nogueira Silva - Diretora do Programa Bolsa Família

Diagnóstico social, mediação e realizaçãoElvis Cesar Bonassa - Kairós Desenvolvimento Socialhttp://www.kairos.srv.br

Machado - MGOutubro de 2017

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territórios classificados em grau de priorida-de, do mais escuro (maior prioridade) aomais claro (menor pri-oridade). Para fazer aclassificação territorial, foi considerado oconjunto total de indicadores usados no sis-tema.

Além da análise territorializada, os resulta-dos do município como um todo fo-ramcomparados, em cada indicador, com os re-sultados de outros 111 municípios de mes-mo porte socioassistencial - Pequeno PorteII, de 20 mil a 80 mil habitantes. Com isso,foram identificadas as questões municipaisde maior prioridade, ou seja, aquelas nasquais o município fica em pior situaçãocomparativa com os demais municípios.

Adicionalmente, foram apresentadas sérieshistóricas dos indicadores do município, oque permite avaliar da situação nos últimosanos - melhorou, piorou ou ficou estável emcada indicador considerado.

Com essa estrutura, o Sistema de Indica-dores revelou:

• Os territórios prioritários do município• As questões críticas a serem enfrentadas

nesses territórios• As questões críticas a serem enfrentadas

no município como um todoA rede de atendimento socioassistencial foi

analisada por meio de visitas técnicas e en-trevistas com técnicos e gestores. O Conse-lho Tutelar do município também foi objetode análise técnica. Os parâmetros adotadossão as leis, normas operacionais e regrasaplicáveis a cada tipo de atendimento. Foramconsiderados:

• Espaço físico• Recursos humanos• Atividades realizadas

O Plano Municipal de Assistência Socialde Machado foi elaborado de forma partici-pativa, tendo por base o Diagnóstico Socialdo município. O diagnóstico foi elaboradocom três partes complementares:

• Sistema de indicadores territorializadospor área da cidade e para a cidade como umtodo, com séries históricas e comparaçãocom outros municípios de mesmo porte so-cioassistencial

• Análise da rede de atendimento• Participação de técnicos e população

O sistema de indicadores reuniu um amploconjunto de informações de diferentes polí-ticas públicas para avaliar a situação de vida ede garantia de direitos da população resi-dente em cada território do município. Osindicadores foram calculados para cada ter-ritório, permitindo conhecer com profundi-dade as realidades locais. Os territóriosforam classificados, em cada indicador,comparativamente com os demais territóriosda cidade, revelando as desigualdades muni-cipais e os lugares que apresentam os resul-tados mais críticos - e portanto os focos deprioridade territorial.

Machado foi dividida em dez regiões dediagnóstico (oito urbanos e duas rurais),conforme o mapa 1. Esse mapa apresenta os

Introdução

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• Metodologias de atendimento• Formas de registro de informações

A análise da rede permitiu identificar ne-cessidades prioritárias de estruturação:

• Implantação de serviços socioassistenci-ais ainda não existentes

• Aprimoramento metodológico do PAIF,

PAEFI e SCFV• Aprimoramento do registro de informa-

ções e uso dos sistemas oficiais do SUAS(CadÚnico e Prontuário SUAS)

• Realocação do CREAS e dos serviços deacolhimento institucional

• Definição de atribuições do ConselhoTutelar

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• Definição de atribuições do Conselho doIdoso

• Reestruturação do sistema de atendi-mento socioeducativo

As questões identificadas no Sistema deIndicadores e na análise da rede foram leva-das à discussão com técnicos e conselheirose com a população dos territórios de maiorprioridade. Esse momento metodológico foifundamental para o aprofundamento dacompreensão das questões levantadas eidentificação de suas causas territoriais emunicipais.

Questõesprioritárias

07

Foram identificadas, por meio do diagnós-tico, questões prioritárias a serem enfrenta-das e incluídas no Plano Municipal deAssistência Social.

A violência apresenta uma tendência deaumento significativo em Machado desde2012. Considerando as ocorrências de cri-mes violentos (roubo e extorsão mediantesequestro), o total de casos foi de 74 em2012 e atingiu um pico de 208 em 2015, re-cuando um pouco, para 176 casos, em 2016.Nesse indicador, Machado fica em 96º lugarentre os 112 municípios de comparação

(municípios de mesmo porte socioassisten-cial), no grupo mais crítico, o que revela arelevância e prioridade da questão.

Este problema de segurança pública temimpacto direto sobre a Assistência Social,devido ao crescente envolvimento de ado-lescentes nesses atos. Em 2016, foram regis-trados 99 casos de adolescentes envolvidoscom ato infracional que receberam medidasocioeducativa. No entanto, o atendimento aesses casos, conforme previsão da legislaçãoe normas vigentes, não está estruturado emMachado. O serviço de proteção social aosadolescentes em cumprimento de medidasocioeducativa em meio aberto não existe noCREAS e não há articulação de serviços efinanciamento entre as políticas públicas en-volvidas - especialmente educação e saúde.

Os casos de adolescentes em cumprimentode medidas socioeducativas têm sido acom-panhados pelo Conselho Tutelar, sem ne-nhuma base legal para isso. Além disso, omunicípio teve a implantação de um espaçodestinado a adolescentes dentro do presídioda cidade, em desacordo com determinaçãoexpressa do ECA:

Art. 185. A internação, decretada ou mantidapela autoridade judiciária, não poderá ser cum-prida em estabelecimento prisional.§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as ca-racterísticas definidas no art. 123, o adolescentedeverá ser imediatamente transferido para a loca-lidade mais próxima.§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, oadolescente aguardará sua remoção em repartiçãopolicial, desde que em seção isolada dos adultos ecom instalações apropriadas, não podendo ultra-passar o prazo máximo de cinco dias, sob penade responsabilidade.

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A internação mencionada nesse artigo dizrespeito diretamente à internação provisória

(antes da sentença), regulada nos artigosimediatamente anteriores da lei, que só po-

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derá ser cumprida em entidades com as ca-racterísticas definidas no art. 123, no própriomunicípio ou, inexistindo, na localidade maispróxima - ou seja, nas mesmas condições damedida socioeducativa de internação. Em-bora a internação provisória e a medida so-cioeducativa de internação sejam deresponsabilidade estadual, o município devedesenvolver tratativas para a desativação daala prisional para adolescentes e instalaçãona cidade de uma entidade adequada paraessa função, em obediência às determinaçõesdo Estatuto da Criança e do Adolescente.

Ao poder público municipal, cabe o aten-dimento direto dos adolescentes em cum-primento de medida socioeducativa em meioaberto (prestação de serviços à comunidadee liberdade assistida). Esse atendimento éregido pelo ECA e pela lei do SINASE (Sis-tema Nacional de Atendimento Socioeduca-tivo).

Para a Assistência Social, que coordena oatendimento, existem ainda as determinaçõesda Tipificação Nacional de Serviços Socio-assistenciais. Para a saúde e educação, cor-responsáveis diretas pelo atendimentosocioeducativo, também existem normas es-pecíficas: a Portaria Nº 1.082, de 23 de maiode 2014, do Ministério da Saúde, que redefi-ne as diretrizes da Política Nacional deAtenção Integral à Saúde de Adolescentesem Conflito com a Lei, em Regime de In-ternação e Internação Provisória (PNAISA-RI), incluindo-se o cumprimento de medidasocioeducativa em meio aberto e fechado; eo Parecer CNE/CEB Nº: 8/2015, homolo-gado pelo ministro da Educação e publicadono Diário Oficial da União de 11/5/2016,Seção 1, Pág. 42.

Esse conjunto de normas prevê a elabora-

ção, para cada adolescente em cumprimentode medida socioeducativa, de um Plano In-dividual de Atendimento (PIA) que englobetodas as políticas públicas necessárias à ga-rantia e ao acesso aos direitos, serviços eatendimentos necessários. Além disso, re-quer a atuação ativa e responsabilidadecompartilhada das diferentes políticas . Ouseja, trata-se de estruturar um Sistema Mu-nicipal de Atendimento Socioeducativo, coma participação e comprometimento de todasas políticas municipais. O instrumento paraisso é o Plano Municipal de AtendimentoSocioeducativo. Embora já exista, esse planonecessita de revisão para definir com maiorprecisão o funcionamento do sistema muni-cipal e as responsabilidades de atendimentoe financiamento das ações.

É importante frisar que o Estatuto da Cri-ança e do Adolescente prevê, no artigo 90,que os recursos para o atendimento socioe-ducativo (entre outros) têm origem no orça-mento de diferentes secretarias,mencionando expressamente Educação,Saúde e Assistência Social:

Art. 90. As entidades de atendimento são res-ponsáveis pela manutenção das próprias unida-des, assim como pelo planejamento e execução deprogramas de proteção e sócio-educativos destina-dos a crianças e adolescentes, em regime de:I - orientação e apoio sócio-familiarII - apoio sócio-educativo em meio abertoIII - colocação familiarIV - acolhimento institucionalV - prestação de serviços à comunidadeVI - liberdade assistidaVII - semiliberdade;VIII - internação(...)

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§ 2o Os recursos destinados à implementação emanutenção dos programas relacionados neste ar-tigo serão previstos nas dotações orçamentáriasdos órgãos públicos encarregados das áreas deEducação, Saúde e Assistência Social, dentreoutros, observando-se o princípio da prioridadeabsoluta à criança e ao adolescente preconizadopelo caput do art. 227 da Constituição Federal epelo caput e parágrafo único do art. 4o desta Lei.

Toda a definição do funcionamento dosistema socioeducativo deverá ser feita nareformulação do correspondente plano. Doponto de vista específico da Assistência So-cial, no entanto, já sem impõem necessida-des imediatas de organização de equipe doCREAS e instalação do serviço, para elabo-ração dos PIA e acompanhamento dos ado-lescentes e suas famílias.

As responsabilidades do CREAS nesseatendimento são essenciais: elaboração doPlano Individual de Atendimento (PIA) eacompanhamento de sua realização, comatuação intersetorial. O fato de o acompa-nhamento das medidas estar hoje em Ma-chado com o Conselho Tutelar priva osadolescentes do acesso a seus direitos socio-assistenciais e ao amplo atendimento quecaracteriza a medida socioeducativa. OCREAS precisa completar sua equipe técnica- preferencialmente, criar uma equipe com-pleta a mais para responsabilizar-s exclusiva-mente por esses casos - e assumir essaresponsabilidade, estruturando o serviço deatendimento aos adolescentes. A questão doatendimento socioeducativo tem repercussãotambém no atendimento da atenção básica,já que esses adolescentes constituem públicoprioritário para o Serviço de Convivência eFortalecimento de Vínculos.

O componente socioterritorial é evidente:adolescentes moradores nos quatro territó-rios de maior prioridade social (Santa Luiza,Santo Antonio, Jardim das Oliveiras e VilaCentenária) respondem por 75 dos 99 casosde cumprimento de medida em 2016. É evi-dente que as dinâmicas territoriais, suas vul-nerabilidades e a presença de organizaçõescriminosas têm atraído os adolescentes paraatos infracionais.

Para “disputar” os adolescentes com o cri-me organizado é necessária uma atuação in-tersetorial e conjunta, na qual o SCFV temum papel importante na organização degrupos de crianças e adolescentes e suas fa-mílias. Esses grupos, no SCFV, desenvolvematividades e projetos variados, tendo comotema questões e problemas territoriais, comoobjetivo de criar novos vínculos sociais vir-tualmente capazes de resistir à cooptaçãocriminosa.

Para melhor cumprir esse objetivo, oSCFV precisa desenvolver uma nova abor-dagem metodológica, baseada na pedagogiade projetos e no apoio e estímulo à forma-ção de organizações locais, como será expli-citado mais adiante.

A principal ação da atenção básica da As-sistência Social, no CRAS e nos atendimen-tos realizados na sede da Secretaria, consistena entrega de auxílio material - principal-mente cesta básica e gás de cozinha. A aná-lise dos atendimento realizados no CRAS em2016 dá a dimensão do problema (vide Ta-bela 2 abaixo). O auxílio material, em grandeparte, é fornecido às famílias de forma iso-

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lada, sem que haja acompanhamento ou in-clusão em qualquer serviço socioassistencial.No CRAS, é comum até mesmo que famíliasrecebam auxílio material sem serem incluídasno CadÚnico. Por todas essas razões, daforma como é realizada essa ação ainda podeser classificada como exclusivo assistencia-lismo.

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A superação desse quadro não se dá ape-nas com a suspensão ou adoção de critériosrigorosos para a concessão de auxílio mate-rial - isso tem mesmo de ser feito, nos parâ-metros adotados pelo SUAS, restrito asituações emergenciais ou críticas, mas nãobasta. A superação do assistencialismo exigetambém a consolidação dos serviços deatenção básica do SUAS no município, coma adoção de formas estruturadas e metodo-logicamente adequadas para o Serviço deProteção e Atendimento Integral à Família(PAIF) e, como já mencionado no item an-terior, para o SCFV.

O PAIF é o programa geral de atendimen-

to do CRAS. Ele requer diagnóstico social dafamília e seus componentes e a elaboraçãode um plano de desenvolvimento/acompa-nhamento familiar, com objetivos e metas aserem alcançados. Sem o plano familiar, comobjetivo e metas, não é possível atuar na di-reção da superação de barreiras de acesso adireitos ou vulnerabilidades sociais e pesso-ais das famílias e indivíduos atendidos, nemavaliar os resultados concretos dos serviçossocioassistenciais prestados.

Além disso, é a partir do diagnóstico e doplano familiar elaborados no PAIF que sedefinem as necessidades de inclusão em ou-tros serviços socioassistenciais, em especial oServiço de Convivência e Fortalecimento deVínculos (SCFV), e a identificação de ques-tões que exigem a atenção especial da Assis-tência Social ou acesso prioritário a outraspolíticas públicas.

Há uma distinção inicial a ser feita entreatendimento e acompanhamento (individualou familiar):

• Atendimento: uma ação imediata deprestação ou oferta de atenção, com vistas auma resposta qualificada de uma demandada família ou do território.

• Acompanhamento: conjunto de inter-venções, desenvolvidas de forma continuada,a partir do estabelecimento de compromis-sos entre famílias e profissionais, que pres-supõem a construção de um Plano deAcompanhamento Familiar com objetivos aserem alcançados, a realização de mediaçõesperiódicas, a inserção em ações do PAIF (ouPAEFI, no caso do CREAS), buscando a

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superação gradativa das vulnerabilidadesidentificadas.

O primeiro contato com a família ou indi-víduo é um atendimento inicial. É feita aidentificação e caracterização da família e, sefor o caso, preenchimento ou atualização doCadÚnico. Neste momento, independente-mente da demanda expressa que levou apessoa ou família ao CRAS, é feita análisegeral da situação, com levantamento da exis-tência ou não de questões de vulnerabilidadeou que requerem intervenção socioassisten-cial. O mesmo procedimento de atendimen-to inicial é feito no processo de busca ativa:o técnico faz uma primeira visita de conhe-cimento ao domicílio, para a identificação danecessidade ou não de intervenções socioas-sistenciais. Frise-se que a busca ativa precisaser adotada como procedimento permanentedo CRAS, com definição sistemática de nú-mero de domicílios a serem visitados a cadamês, até completar toda a sua área de abran-gência.

Esse atendimento inicial precisa dispor decritérios de análise - mais propriamente, umprotocolo de avaliação. Esse protocolo éconstituído pela definição das situações que,uma vez verificadas, exigem a atuação daAssistência Social, a inserção em serviçose/ou encaminhamento para outras políticaspúblicas. São critérios objetivos, a seremadotados por todos os técnicos e equipes.

Esses critérios permitirão definir tecnica-mente a forma de atenção que será dispen-sada, entre outras:

1. Não requer nenhuma atenção2. Requer apenas atendimento de demanda

pontual ou específica

3. Requer encaminhamentos pontuais ouespecíficos

4. Requer acompanhamento e plano deatendimento, na atenção básica ou na aten-ção especial, frente à situação de ameaça ouviolação de direitos ou vulnerabilidade iden-tificadas.

A elaboração do Plano de Acompanha-mento (ou Desenvolvimento) Familiar é ne-cessária nos acompanhamentos, ou seja, nasituação 4. Nesses casos, será feito um diag-nóstico mais aprofundado da situação da fa-mília e de seus membros, com identificaçãodas causas (familiares e territoriais) dasquestões identificadas. Poderá ser feito emmais de um encontro com a família, prefe-rencialmente com realização de visita domi-ciliar e deverão ser consultados os demaisserviços e políticas que atendem a família.

Esse Plano de Acompanhamento, a serelaborado e implantado nos atendimentossocioassistenciais de Machado, conterá, nomínimo:

• Diagnóstico e análise• Plano de Metas• Ações previstas• Monitoramento e avaliação

O SCFV merece alguns esclarecimentos.Conceitualmente, os vínculos aqui implica-dos são de quatro tipos:

• Vínculo de filiação / parentesco (naturalou substituto), que surge pelo nascimento ouadoção ou outras formas de arranjo familiar.É o lugar de desenvolvimento da identidade

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e da socialização desde a primeira infância,responsável por proteção, cuidado, apoio,desenvolvimento e sustento de crianças eadolescentes e, em geral, por pessoas compouca autossuficiência (mais comum entreidosos e pessoas com deficiência)

• Vínculo eletivo, estabelecido fora das re-lações familiares, como amizades; gruposculturais, esportivos, religiosos, políticos; re-lações afetivas e sexuais etc. É lugar de mai-or autonomia de escolha individual e dedesenvolvimento/aprendizado de formas dese relacionar.

• Vínculo orgânico, estabelecido com omundo do trabalho, por meio do aprendiza-do e exercício de uma determinada funçãoprodutiva. O tipo ideal de integração profis-sional traz a dupla segurança do reconheci-mento material e simbólico do trabalho e aproteção social que deriva do emprego.

• Vínculo de cidadania, estabelecido pelopertencimento a uma Nação, que implica di-reitos e deveres (civis, políticos e sociais),incluindo o acesso às políticas públicas.

Esse conjunto de vínculos deve ser consi-derado, para cada indivíduo ou família, emsuas inter-relações. O exercício desses vín-culos é chamado de “convivência”. OSCFV, portanto, não tem como foco pro-mover simplesmente o convívio entre usuá-rios durante a realização de atividades. Muitomais do que isso, precisa atuar dentro de co-munidades e territórios para fortalecer osvínculos mencionados e gerar a convivênciaem seu sentido próprio. O serviço busca:

• Fortalecer os vínculos existentes• Promover a criação de novos vínculos• Evitar a entrada ou promover a saída de

vínculos ilegais ou criminais• Enfrentar as causas materiais da vulnera-

bilidade relacional (em articulação com ou-tros serviços e programas socioassistenciais)

Metodologicamente, ele pode se dar pelaorganização de grupos que desenvolvemprojetos específicos dentro da comunidade.São projetos desenvolvidos coletivamente,com resultados concretos/palpáveis, a partirdos interesses e questões relevantes para osparticipantes, com início, meio e fim - ou, nalinguagem socioassistencial, constituem per-cursos. O produto final (seja um vídeo, umaapresentação de teatro, um blog, um jornal, arevitalização de uma praça, entre dezenas deexemplos possíveis) mobiliza os participan-tes, cria objetividade, mas igualmente im-portante é o processo e as aquisiçõesdecorrentes do fazer coletivo, bem como apossibilidade de este grupo continuar a exis-tir e atuar mesmo fora do SCFV. O educa-dor/mediador, muito mais do que um“oficineiro”, tem a função de apoiar, pro-blematizar, propor reflexões a partir da prá-tica para consolidar aquisições.

Essa abordagem é também a mais adequa-da para territórios com situações de violên-cia envolvendo adolescentes. Não podemosdesqualificar a revolta e a rebeldia das pes-soas exploradas e sujeitas a violação de di-reitos. Não se trata de “apaziguá-las”,ensinar bons modos e bom comportamento,mas de dar direcionamento a essa revolta erebeldia por meio de formas sociais de or-ganização, participação, reivindicação e ca-pacidade de atuação.

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O CREAS de Machado apresenta fragili-dades do ponto de vista do espaço físico, daequipe e dos serviços oferecidos. Seu localde funcionamento não cumpre minimamen-te as previsões da Tipificação Nacional deServiços Socioassistenciais. O pequeno es-paço disponível não permite nem mesmoque sejam feitas adaptações ou reformas pa-ra torná-lo adequado ao funcionamento doCREAS, impondo-se o planejamento deinstalação em outro imóvel.

A equipe do CREAS está incompleta. Ho-je é constituída por assistente social, psicó-logo e técnico administrativo. Pela NOBRH, seria necessário, para a composição deuma equipe:

• 1 Coordenador• 1 Assistente Social• 1 Psicólogo• 1 Advogado• 2 Profissionais de nível superior ou mé-

dio (abordagem dos usuários)• 1 Auxiliar administrativo

As limitações de espaço e equipe não têmpermitido que o CREAS desenvolva todas assuas atribuições. Cabe ao CREAS oferecer:

• Serviço de Proteção e Atendimento Es-pecializado a Famílias Indivíduos (PAEFI);

• Serviço Especializado em AbordagemSocial;

• Serviço de proteção social a adolescentesem cumprimento de medida socioeducativade Liberdade Assistida (LA) e de Prestaçãode Serviços à Comunidade (PSC);

• Serviço de Proteção Social Especial para

Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Fa-mílias;

• Serviço Especializado para Pessoas emSituação de Rua.

O CREAS atende a demandas pontuaisreferentes a casos de atenção especial, masnão tem os serviços funcionando de formaestruturada. No caso dos adolescentes emcumprimento de medida socioeducativa, oacompanhamento tem sido feito pelo Con-selho Tutelar. O CREAS não elabora nemacompanha o PIA. No caso de idosos, asdemandas da cidade são atendidas em suamaior parte pelo Conselho do Idoso. Essesdois casos mostram a ausência do CREASno desenvolvimento de serviços que são desua competência direta. Há vezes em que oCREAS é demandado a atender casos depessoas em situação de rua, embriagadas oucausando distúrbios, na perspectiva de “re-solver o problema” de ordem pública, nãona direção da garantia de direitos e atendi-mento integral à pessoa em situação de rua.

A rigor, o CREAS precisa passar por umacompleta estruturação, com equipe adequadae serviços em funcionamento. Cabe notarque, frente ao número de adolescentes emcumprimento de medidas, é recomendávelque o CREAS seja estruturado com umaequipe técnica adicional, exclusiva para esseserviço, como previsto nas orientações téc-nicas do MDS.

A falta de completude dos serviços socio-assistenciais em Machado propiciou que ou-tros órgãos assumissem papéis de

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atendimento típicos da Assistência Social.Os casos mais evidentes são o atendimentode adolescentes em cumprimento de medidasocioeducativa pelo Conselho Tutelar e oatendimento de idosos em situação de viola-ção de direitos pelo Conselho do Idoso.

Além disso, os fluxos de atendimento in-tersetoriais - ou seja, a garantia de atendi-mento, por exemplo, pela Educação ou pelaSaúde a partir de encaminhamentos da As-sistência Social - não estão definidos.

Ao mesmo tempo, a AS, no CRAS e noCREAS, recebe demandas de atendimento eacompanhamento - da parte do MP, Judiciá-rio e Conselho Tutelar - de situações quenem sempre dizem respeito a seu papel esuas atribuições legais e normativas.

Toda essa rede necessita de organização eoficialização de seus papéis, bem como dedefinição dos fluxos de atendimento a seremobrigatoriamente seguidos. É preciso definir,em uma elaboração conjunta de todos osórgãos e entidades, quem faz o quê, as atri-buições, obrigações e limites de atuação. Es-sa definição implica o estudo prévio de todaa legislação e normas existentes, em umprocesso que vai além da esfera específica daAssistência Social.

Por exemplo, em um caso de suspeita deabuso sexual de criança ou adolescente, osfluxos e protocolos irão definir quem faz oprimeiro atendimento, que medidas devemser obrigatoriamente tomadas (as normas dasaúde, por exemplo, preveem medidas pro-filáticas em no máximo 48 horas), quem in-vestiga o caso, quem conduz a vítima paraexame do Instituto Médico Legal se neces-sário, quem (ou qual equipe intersetorial) te-rá a responsabilidade pelo acompanhamento,e assim por diante.

O mesmo raciocínio se aplica a serviçosque fiquem no âmbito exclusivo da AS. De-verão ser consolidados fluxos e protocolosde atendimento, definindo por exemplo oscritérios de inclusão no PAIF, PAEFI, SCFVetc., a forma de funcionamento desses ser-viços, as situações que exigem encaminha-mento entre CRAS e CREAS, e assim pordiante. É um trabalho amplo de elaboraçãopara a consolidação do SUAS no município.

O Conselho Tutelar não compõe a políticade atendimento, definida pelo ECA defineno art. 87 . Ele compõe o Sistema de Ga-rantia de Direitos, é guardião dos direitosprevistos na Doutrina da Proteção Integral.Como guardião, deve zelar pela garantia eprimazia dos direitos em todas as esferas(sociedade, governo, iniciativa privada, co-munidades, famílias). Isso significa que podeatuar para garantir os atendimentos necessá-rios, podendo portanto requisitar, mas nãorealizar diretamente serviços técnicos ouações de específica responsabilidade das po-líticas públicas ou dos pais ou responsável.

Sendo tutor de direitos, o CT não é tutordas crianças e adolescentes que atende e nãopode assumir esse papel. Ele não tem a atri-buição de assumir poder familiar em substi-tuição aos pais e responsáveis, como emdelegacia ou hospital, nem de assinar docu-mentos ou providenciar transporte nessashipóteses.

O CT também não é um órgão técnico.Eleito diretamente pela população, constituiórgão administrativo e político, nunca técni-co. Por essa razão, não tendo legalmenteatribuição técnica nem papel de substituto

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do poder familiar, não cabe aos conselheirosrealizar ações relativas, entre outras, a:

• Avaliação familiar• Avaliação sobre a adequação ou não de

acolhimento institucional e participação emaudiências concentradas

• Transporte de crianças e adolescentespara hospitais ou delegacias

• Assinatura de boletins de ocorrência ouautorizações para procedimentos médico-hospitalares em lugar dos pais ou responsá-vel

• Atendimento de adolescentes em cum-primento de medidas socioeducativas

• Atendimento e entrevista com criançasou adolescentes vítimas de violência ou abu-so

• Localização de pais ou responsável

O que compete ao CT é garantir que asações específicas e atendimentos necessáriossejam realizados, nunca realizá-los no lugardas políticas públicas responsáveis por eles.Se há um caso de suspeita de abuso, por ex-emplo, o CT deve garantir atendimento es-pecializado, da saúde e assistência social, semrealizar diretamente qualquer ação. No casode crianças e adolescentes abrigados, emoutro exemplo, o CT deve garantir que hajaequipe intersetorial para avaliação do caso,sem realizar ele mesmo essa avaliação. Emmais um exemplo, a localização de pais eresponsáveis é atribuição de um serviço mu-nicipal de identificação e localização de pais,responsável, crianças e adolescentes desapa-recidos, previsto em lei (item IV do art. 87do ECA citado acima). Se esse serviço nãoexiste, o CT não deve substituí-lo, mas ga-rantir que o poder público crie esse serviço.

E assim por diante.Isso exige que a definição de papéis, fluxos

e protocolos inclua a revisão da atuação doCT. É preciso definir claramente suas atri-buições, oficializando em regimento internoe resolução do CMDCA. É urgente que eledeixe de atuar em atendimentos substitutivosa serviços públicos de responsabilidade daAssistência Social, Educação, Saúde ou polí-cia e de realizar avaliações individuais ou fa-miliares de qualquer tipo, que requeremequipe técnica especializada

O Conselho do Idoso tem desempenhadopapel de atendimento de demandas e de-núncias. A rigor, o papel deste conselho, deacordo com as leis 10.741/03 e 8.842/94, éde:

• Formular, acompanhar, fiscalizar e avaliara Política Municipal dos Direitos do Idoso,zelando pela sua execução.

• Elaborar proposições, objetivando aper-feiçoar a legislação pertinente à Política Mu-nicipal dos Direitos do Idoso.

• Indicar as prioridades a serem incluídasno planejamento municipal quanto às ques-tões relativas ao idoso.

• Inscrever e fiscalizar programas e enti-dades de assistência ao idoso, governamen-tais e não governamentais.

• Definir o percentual (limitado ao máxi-mo de 70%) dos benefícios previdenciáriosque poderá ser cobrado dos idosos por ins-tituições de longa permanência filantrópicas.

Em nenhuma de suas atribuições legais, oConselho do Idoso tem a prerrogativa de

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agir como órgão de atendimento, no sentidode fazer análise de casos, laudos, investiga-ções de qualquer ordem, visitas domiciliaresetc. Sua função é garantir que a rede deatendimento exista e funcione, zelar pelaadequação às normas, fiscalizar. Nos casosque chegam ao seu conhecimento, tem opapel de verificar se as políticas públicas es-tão fazendo os atendimentos necessários,não substituí-las.

O artigo 19 do Estatuto do Idoso (Lei10.741/03) prevê ainda que o Conselho sejanotificado pelos serviços de saúde a respeitode suspeita ou confirmação de violênciapraticada contra idosos.

Art. 19. Os casos de suspeita ou confir-mação de violência praticada contra idososserão objeto de notificação compulsória pe-los serviços de saúde públicos e privados àautoridade sanitária, bem como serão obri-gatoriamente comunicados por eles a quais-quer dos seguintes órgãos:

I – autoridade policial;II – Ministério Público;III – Conselho Municipal do Idoso;IV – Conselho Estadual do Idoso;V – Conselho Nacional do Idoso.

O objetivo dessa notificação é permitir queo conselho exerça seu papel fiscalizador egarantidor de direitos. Não se trata, nemmesmo aqui, de atuar no sentido de investi-gar ou atender as possíveis vítimas.

O papel de atendimento, visitas domicilia-res, elaboração de diagnósticos e relatórios eadoção de medidas específicas cabe, doponto de vista técnico, à Assistência Social,por meio do CREAS. As ações de investiga-ção e responsabilização cabem à autoridade

policial e ao Ministério Público.Desse modo, ainda que não seja de forma

abrupta, dada a necessidade de o CREAS seestruturar adequadamente, o Conselho Mu-nicipal do Idoso de Machado deve cessar asações de atendimento que tem realizado edesenvolver exclusivamente as atividadesprevistas na legislação.

Essa reorientação do funcionamento doConselho pode ser feita por meio da refor-mulação de seu Regimento Interno, que tor-ne explícito seu papel institucional, deacordo com o regramento legal.

O acolhimento institucional de crianças eadolescentes e de idosos é feito em Machadopor entidades não governamentais: AbrigoJesus Maria José (acolhimento de crianças eadolescentes) e Lar São Vicente de Paulo(acolhimento de idosos).

Nos dois casos, os serviços são oferecidosem espaços físicos “institucionalizados”,com características arquitetônicas e identifi-cação do local que não estão mais de acordocom a concepção de acolhimento vigente. Oacolhimento deve ser realizado hoje em uni-dades inseridas na comunidade, com carac-terísticas residenciais, não com característicasinstitucionais. A Tipificação é expressa a esserespeito.

Espaço físico de acolhimento de crianças eadolescentes: Áreas residenciais, sem distan-ciar-se excessivamente, do ponto de vistageográfico e socioeconômico, da realidadede origem das crianças e adolescentes aco-lhidos. Deverá manter aspecto semelhanteao de uma residência, seguindo o padrão ar-

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quitetônico das demais residências da co-munidade na qual estiver inserida. Não de-vem ser instaladas placas indicativas danatureza institucional do equipamento.

Espaço físico de acolhimento de idosos:Deve funcionar em unidade inserida na co-munidade com características residenciais,ambiente acolhedor e estrutura física ade-quada, visando o desenvolvimento de rela-ções mais próximas do ambiente familiar ecumprir Resolução da ANVISA (RDC nº283, de 26 de setembro de 2005).

Embora sejam entidades privadas, elasprecisam estar adequadas às exigências danormatização dos serviços socioassistenciaise demais normas que regem os serviços. Nosdois casos, é indicada a mudança de local deatendimento.

No acolhimento de idosos, as atividadesprevistas na regulamentação do serviço nãosão completamente oferecidas. Os idososrecebem alimentação e atenção de saúde,mas não há nenhum tipo de atividade recre-ativa ou sociocultural. Eles passam o diapraticamente sem atividades. Permanecem,na maioria, ociosos. Também não existemações de integração com atividades comuni-tárias.

A equipe técnica é praticamente inexisten-te. Conta com enfermeira e coordenadoraadministrativa, apenas. A equipe completaprevista é de:

• Coordenador nível superior ou médio• Cuidadores nível médio• Assistente Social nível superior• Psicólogo nível superior• Profissional para desenvolvimento de

atividades socioculturais nível superior

No acolhimento de crianças e adolescen-tes, há equipe técnica suficiente, que estáengajada, junto com a Secretaria Municipal,no aprimoramento do serviço. mas o funci-onamento das relações existentes tambémsão ainda institucionalizados. As regras eobrigações de cada acolhido, como tarefas eresponsabilidade diárias, ainda têm um cará-ter de instituição, não um caráter mais fami-liar.

O dormitório é um alojamento em comumpara todos, sem quartos individualizados. Aentidade planeja instalar divisórias nesse es-paço amplo onde estão as camas para for-mar quartos menores - o que não ésuficiente para constituir um ambiente decasa. Acresce a isso o fato de o térreo serocupado por uma escola infantil, impossibi-litando com isso qualquer ambiente domés-tico.

No caso do acolhimento de idosos, as ne-cessidades podem ser resumidas como:

• Mudar para local adequado• Completar a equipe• Estruturar os atendimentos e as ativida-

des necessárias• Modelo de financiamento adequado do

poder público municipal, definido no cha-mamento

No caso do acolhimento de crianças eadolescentes:

• Mudar para local adequado• Elaborar projeto político-pedagógico (em

elaboração)• Definir regras claras de acolhimento

emergencial (envolvendo especialmente oConselho Tutelar)

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O último item mencionado merece expli-citação. A regra geral do acolhimento de cri-anças e adolescentes é definida pelo Estatutoda Criança e do Adolescente (ECA), art.101, parágrafos 2 e 3, como competênciaexclusiva da autoridade judiciária:

Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciaispara proteção de vítimas de violência ou abusosexual e das providências a que alude o art. 130desta Lei, o afastamento da criança ou adolescen-te do convívio familiar é de competência exclusivada autoridade judiciária e importará na deflagra-ção, a pedido do Ministério Público ou de quemtenha legítimo interesse, de procedimento judicialcontencioso, no qual se garanta aos pais ou aoresponsável legal o exercício do contraditório e daampla defesa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de2009).Crianças e adolescentes somente poderão ser enca-minhados às instituições que executam programasde acolhimento institucional, governamentais ounão, por meio de uma Guia de Acolhimento, ex-pedida pela autoridade judiciária (Incluído pelaLei nº 12.010, de 2009)

O ECA, no artigo 93, prevê entretanto ex-ceção a essa regra geral, no caso de acolhi-mento emergencial:

As entidades que mantenham programa de aco-lhimento institucional poderão, em caráter excep-cional e de urgência, acolher crianças eadolescentes sem prévia determinação da autori-dade competente, fazendo comunicação do fato ematé 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infânciae da Juventude, sob pena de responsabilidade.(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009).

Com base nessa excepcionalidade, o Con-

selho Tutelar tem encaminhado crianças eadolescentes para o acolhimento, alegandosituação de urgência. O problema todo estána caracterização dessa urgência, que muitasvezes é fundamentada em suposta negligên-cia dos pais ou responsável. A caracterizaçãode negligência tem servido muitas vezes parajustificar acolhimentos emergenciais. No en-tanto, negligência não é hipótese de afasta-mento emergencial. Negligência éfrequentemente uma interpretação da situa-ção de vulnerabilidade material para justificaro acolhimento, o que é vedado pelo ECA:

Art. 23. A falta ou a carência de recursos mate-riais não constitui motivo suficiente para a perdaou a suspensão do poder familiar.Parágrafo único. Não existindo outro motivo quepor si só autorize a decretação da medida, a cri-ança ou o adolescente será mantido em sua famí-lia de origem, a qual deverá obrigatoriamente serincluída em programas oficiais de auxílio.

As hipóteses emergenciais que autorizamacolhimento antes de decisão judicial sãorestritas e estão definidas no já citado art.101: violência ou abuso sexual. Fora disso, aentidade não pode acolher e o ConselhoTutelar não pode determinar acolhimentoemergencial. A competência é exclusiva-mente judiciária, com base em análise técnicamultidisciplinar. Pois, ainda que condiciona-do a uma decisão judicial, o afastamento dacriança ou do adolescente da sua família deorigem deve advir de uma recomendaçãotécnica, a partir de um estudo diagnóstico,caso a caso, preferencialmente realizado porequipe interdisciplinar de instituição pública,ou, na sua falta, de outra instituição que de-tenha equipe técnica qualificada para tal.

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(Plano Nacional de Promoção Proteção eDefesa do Direito de Crianças e Adolescen-tes à Convivência Familiar e Comunitária)

Além das entidades de acolhimento deidosos e de crianças e adolescentes (AbrigoJesus Maria José e Lar São Vicente de Paulo),Machado conta com outras cinco entidadessociais:

• APAE• Lar Fabiano de Cristo• Resgatando Vidas• Herman Douglas - Amigos da Vida• Edukaris

Independentemente da relevância e quali-dade de seus serviços, essas entidades nãoatuam dentro do SUAS. Para compor a redeSUAS, é necessário que a entidade cumpratrês requisitos:

• Atuar de forma integrada e subordinada,no que diz respeito a atendimentos socioas-sistenciais, ao CRAS ou CREAS

• Atender prioritariamente as demandas doSUAS

• Definir os serviços socioassistenciaisoferecidos com base na Tipificação Nacional

A integração e subordinação significa queo fluxo do atendimento socioassistencial temde começar, necessariamente, pelo CRAS ouCREAS (ou alta complexidade), que devemfazer a avaliação do caso e encaminhar, deacordo com as características e demandas decada família ou pessoa, para serviços da redegovernamental ou a entidades sociais ligadas

ao SUAS. O atendimento socioassistencial sedá sempre por encaminhamento do CRASou CREAS (ou da alta complexidade).

Com o funcionamento regular do SUAS, oatendimento em entidades sociais deve fazerparte do Plano Familiar ou Individual deatendimento, com vistas a atingir determi-nados objetivos em termos de superação debarreiras e garantia de direitos. Por isso deveser um atendimento integrado ao conjuntode ações planejadas pelos técnicos da Assis-tência Social para cada caso.

Adicionalmente, por se tratar de serviçopúblico, quando integradas ao SUAS, as en-tidades não podem desenvolver com osusuários ações de cunho religioso, por ferir oprincípio da laicidade do atendimento.

Do ponto de vista da tipificação, é neces-sário verificar se os serviços oferecidosconstituem de fato serviço socioassistencial.O fato de atender pessoas pobres ou vulne-ráveis não é suficiente para caracterizar oatendimento socioassistencial. Mesmo ochamado contraturno escolar não é por si sóSCFV nem outro serviço socioassistencial,sendo muito mais característico da políticade Educação, que tem como objetivo atingira escola em tempo integral.

Isso quer dizer que as ações de saúde eeducação, mesmo que para pessoas pobres, éresponsabilidade das respectivas políticas edevem ser financiadas por elas, não pela As-sistência Social.

No caso dessas entidades que se dedicam aserviços característicos de outras políticaspúblicas, é preciso verificar se esses serviçospodem ser úteis como possibilidades parafamílias e pessoas atendidas no CRAS eCREAS e planejar quantas vagas serão ne-cessárias no ano para famílias ou pessoas

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que estão em atendimento no PAIF ou noPAEFI (ou mesmo em serviços de altacomplexidade, como acolhimento), conside-rando sempre o público prioritário definidona Tipificação Nacional (beneficiários dobolsa família, adolescentes em cumprimentode medida socioeducativa, pessoas com de-ficiência, entre outros).

Todas essas questões precisam ser deta-lhadas e resolvidas para que se possa montaro processo de chamamento para entidadessociais.

A partir dos dados do Censo 2010 do IB-GE, é possível estimar a presença de 1.412pessoas com deficiência na população da ci-dade. Desse total, cerca de 10% (153 pesso-as) moram em domicílios com renda percapita mensal de até um quarto do saláriomínimo e não recebem nenhum tipo de be-nefício socioassistencial ou previdenciário.Comparando com os outros 112 municípiosde mesmo porte, Machado fica em 76º lugar,

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no penúltimo grupo de avaliação.Essa situação pode ser compreendida em

parte pela inexistência de serviços de atendi-mento específicos para pessoas com defici-ência na Assistência Social da cidade. Nem oCRAS nem o CREAS oferecem os serviçosde atendimento domiciliar a essa população,bem como não realizam a busca ativa dessescasos. As pessoas com deficiência constitu-em prioridade da política socioassistencial eesse fato extremo indica que outras situaçõesde vulnerabilidade devem estar presentes,mesmo para pessoas com deficiência comrenda per capita maior que um quarto dosalário mínimo.

Deve-se levar em conta, ainda, que o Cen-so 2010 foi realizado em um momento demelhor situação econômica do país. Nesteano, com a crise e seus efeitos, é possível su-por que os impactos sobre essa populaçãotenham se agravado, indicando a necessidadede ações de políticas públicas especifica-mente direcionadas a essa parcela de mora-dores.

Além da inexistência dos serviços especí-ficos para pessoas com deficiência na AS,enfrenta-se a questão da falta de acessibili-dade física e comunicacional. Não há mate-riais acessíveis (em braile, por exemplo), nemtécnicos capacitados para comunicação comdeficientes auditivos.

A análise do conjunto de indicadores utili-zados no Diagnóstico Social mostra grandesdisparidades internas no município, do pon-to de vista da garantia de direitos e das con-dições de vida. Os territórios de Santa Luizae Santo Antonio têm a maioria de seus indi-

cadores entre os piores da cidade. Os terri-tórios de Vila Olímpica e Jardim das Olivei-ras apresentam um número menor, masainda significativo, de indicadores classifica-dos entre os piores da cidade, com a dife-rença, nesses dois casos, de reunir maiorcontingente populacional (mais de seis milhabitantes em cada, enquanto Santo Antoniotem cerca de 2 mil e Santa Luiza, 3,4 mil).Essas quatro áreas são os territórios de pri-oridade do município.

O foco territorial traz especificamente paraa Assistência Social a necessidade de desen-volver processos de busca ativa, organizaçãoe discussão com os moradores, além deconsiderar essas áreas como focos obrigató-rios do desenvolvimento dos programas so-cioassistenciais.

Essa situação também torna evidente anecessidade da instalação de um novo CRASna região Sul da cidade (está previsto paraser instalado no Jardim das Oliveiras). Alémdisso, dada a extensão da área rural do mu-nicípio e a presença, ali, de questões socio-assistenciais a serem enfrentadas, érecomendável a criação de um CRAS itine-rante ou equipes volantes para o atendimen-to dessa população.

A abordagem das questões existentes nosterritórios de prioridade não pode ser feitade maneira pontual ou exclusivamente pelaAssistência Social. O que se exige é umaatuação integrada de diferentes políticas pú-blicas, consolida em planos de desenvolvi-mento territorial. Isso significa que énecessário reunir as secretarias municipais e,a partir dos problemas identificados, propore discutir com a população as possíveis so-luções para o quadro existente, a começarpor Santa Luzia, que representa hoje a maior

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prioridade municipal.As discussões com técnicos e moradores

evidenciaram a grande dificuldade de acessoàs políticas públicas dos moradores das re-giões Santa Luzia, Santo Antonio - comotambém área rural.

Em Santa Luiza, o Programa de Saúde daFamília funciona em um espaço cedido peloCAIC, não totalmente adequado (há umasede própria em construção, sem prazo de-finido de inauguração). Não são feitos exa-mes laboratoriais nem procedimentossimples como administração de medicamen-tos injetáveis e inalação. Por isso, os atendi-mentos e exames precisem ser direcionadosà Policlínica, no centro da cidade. Isso temimpacto importante na saúde sexual e re-produtiva e no atendimento de mulheresgrávidas. Atendimentos ginecológicos e depré-natal exigem o deslocamento à Policlíni-ca, dificultam a adesão e o acompanhamen-to.

Na educação, os moradores da região dis-põem de creche, pré-escola e anos iniciais doensino fundamental (até o 5º ano). A partirdo 6º ano até o ensino médio é preciso fre-quentar escolas na região central.

Além de ir contra o princípio educacionalda proximidade entre moradia e escola,principalmente no ensino fundamental, afrequência a escolas de outras regiões expõeas crianças e adolescentes, segundo os mo-radores, a situações de violência, gerada pelarivalidade violenta entre bairros. Essa bar-reira de violência territorial é apontada pelosmoradores como causa de abandono escolare de impossibilidade de frequência a ativida-des esportivas ou culturais nas outras regiõesda cidade.

Na visão dos pais, isso leva crianças e ado-

lescentes a situações de ociosidade e envol-vimento com atividades ilegais, resultandoem atos infracionais - o que é potencializadopela presença de grupos de crime organiza-do ligados ao tráfico de drogas.

No caso da área rural, as dificuldades deacesso são potencializadas no caso da saúde.O quadro difere de Santa Luiza e Santo An-tonio pelo fato de presença bem menor deenvolvimento de adolescentes com ato in-fracional e de relatos de violência. Os mora-dores de Douradinho, por exemplo, relatamque exames e consultas são marcados para aPoliclínica, no centro da cidade - emobra oPSF local disponha de boas instalações e re-alize vacinação, inalações, e alguns exameslaboratoriais. A saúde só oferece transportepara casos de emergência. Nos demais casos,para comparecer a consultas ou exames, in-clusive mulheres grávidas para o pré-natal, omorador perde o dia inteiro - só há ônibusàs 6h e às 18h.

Na educação, há escolas rurais e atendi-mento de demanda. O que se verifica aí é,segundo dirigentes de escola, é escassez derecursos e falta de motivação dos alunos que“não veem um futuro diferente da vida deseus pais”. A área rural é marcada pela sazo-nalidade da safra de café, com cerca de trêsmeses de colheita e trabalho garantido, enove meses de sobrevivência com trabalhosesporádicos.

Seja nas áreas urbanas de prioridade, sejanas áreas rurais, esse quadro de barreiras deacesso é acompanhado por baixa renda dosmoradores, em um círculo de reproduçãodas condições precárias de vida - menos es-tudo e menos saúde, desde crianças, leva amenor capacidade de desenvolvimento hu-mano e profissional.

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A visão dos técnicos locais e dos morado-res dá bem a dimensão da complexidade dosproblemas enfrentados pelas comunidadesnas áreas de maior prioridade social. A As-sistência Social, isoladamente, não tem ser-viços, programas ou ações que sejamcapazes de interferir efetivamente para mo-dificar a situação. Por isso, nessas regiões, acomeçar por Santa Luiza e Santo Antônio, épreciso desenvolver um planejamento inter-setorial, envolvendo diferentes setores dogoverno municipal e também de políticasestaduais, para promover o desenvolvimentolocal e a garantia de direitos.

Eixos e ações

O conjunto de questões identificadas nodiagnóstico social, na análise da rede e naparticipação de técnicos e população levou àelaboração do conjunto de ações previstasno presente Plano Municipal de AssistênciaSocial. As ações estão organizadas em noveeixos apresentados abaixo e consolidados, aofinal, em um quadro lógico.

Ação 1.1 Revisar o Plano Municipal deAtendimento Socioeducativo.

O Plano Municipal de Atendimento Soci-oeducativo deverá ser revisado com base emum processo de discussão e participação detodos os atores envolvidos, sob direção doConselho Municipal dos Direitos da Criança

e do Adolescente. O Conselho instituirá umacomissão intersetorial de elaboração/revisãodo Plano, com especial atenção para o cum-primento de todos os preceitos do SINASEe da participação das diferentes políticas pú-blicas (em especial Assistência Social, Edu-cação e Saúde, incluindo a esfera estadual,no que couber) no atendimento e no finan-ciamento das ações.

Ação 1.2 Implantar no CREAS o serviçode proteção social a adolescentes em cum-primento de medida socioeducativa de Li-berdade Assistida (LA) e de Prestação deServiços à Comunidade (PSC).

O CREAS tem como atribuição específicarealizar a interpretação de medida, a elabo-ração do PIA - Plano Individual de Atendi-mento (com a participação das outraspolíticas públicas envolvidas) e acompa-nhar/coordenar o atendimento prestadosaos adolescentes em cumprimento de medi-das socioeducativas em meio aberto e suasfamílias. Inicialmente, esse atendimento seráfeito pela equipe técnica atualmente existen-te no CREAS.

Ação 1.3 Montar equipe técnica exclusivapara medidas socioeducativas no CREAS.

A demanda de atendimento de medidassocioeducativas é significativa a ponto deabsorver toda a capacidade de atuação deuma equipe técnica. Isso significa que seránecessário compor uma equipe completa,específica para o atendimento de medidassocioeducativas. Como forma de transição,poderão ser contratados educadores sociais,subordinados aos técnicos do CREAS, parao apoio à realização dos serviços antes damontagem da nova equipe.

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Ação 1.4 Estabelecer formalmente res-ponsabilidades da AS, Saúde, Educação eoutras políticas nos atendimentos a adoles-centes em cumprimento de medida socioe-ducativa.

O atendimento socioeducativo em meioaberto é atribuído ao CREAS pela Tipifica-ção Nacional de Serviços Socioassistenciais,mas não de maneira isolada. Este atendi-mento é responsabilidade do conjunto depolíticas públicas ao lado da AS, especial-mente Educação e Saúde, programas deprofissionalização, esportes e cultura. OCREAS elabora o PIA e coordena o atendi-mento, mas a responsabilidade é comparti-lhada com as demais políticas.Historicamente, no entanto, o atendimentotem ficado, de forma indevida, sob respon-sabilidade exclusiva da Assistência Social. Énecessário, portanto, pactuar explicitamenteos papeis e as responsabilidades de cada po-lítica (incluindo a esfera estadual, principal-mente no que diz respeito à Educação). Estaformalização poderá se dar no âmbito doprocesso de revisão do Plano Municipal deAtendimento Socioeducativo.

Ação 1.5 Montar orçamento intersetorial,nos termos do artigo 90 do ECA, para aten-dimentos a adolescentes em cumprimentode medida socioeducativa.

A responsabilidade compartilhada no âm-bito do atendimento é acompanhada pelanecessária participação das diferentes políti-cas no financiamento dos serviços de aten-dimento socioeducativo, conformedeterminação expressa do Estatuto da Cri-ança e do Adolescente. Todas as áreas têmde investir no atendimento socioeducativo,dentro de suas competências, como forma-

ção específica de pessoal, capacitação conti-nuada, ações de apoio e reforço, projetos,instalação de equipamentos e serviços ne-cessários, entre outras iniciativas que garan-tam a eficácia do atendimentosocioeducativo.

Ação 1.6 Formalizar protocolos de PSCjunto às instituições parceiras.

As instituições parceiras em Prestação deServiços à Comunidade (PSC) são órgãospúblicos e privados que oferecem vagas paraos adolescentes em cumprimento de medidasocioeducativa nessa modalidade. O adoles-cente deve prestar serviços de acordo comsuas aptidões, com a supervisão de um pro-fissional do local que oferece a vaga. Os ór-gãos públicos, das diferentes secretariasmunicipais, têm a obrigação em primeiro lu-gar de oferecer essas vagas. Para que a pres-tação de serviços atinja seus objetivossocioeducativos, além do acompanhamentodo CREAS, a instituição parceira deve estarpreparada para acolher e orientar o adoles-cente. As formas de atendimento, os tiposde atividade laboral e a necessidade de capa-citação de um profissional da instituição de-vem ser, entre outras regras, formalizadasem protocolos de atendimento. A criação detais protocolos deve ser feita em processoque envolva todas as políticas públicas en-volvidas e instituições parceiras da iniciativaprivada e do terceiro setor.

Ação 1.7 Desenvolver tratativas com a Se-cretaria de Saúde para adoção das determi-nações do PNAISARI no município.

O Ministério da Saúde baixou a Portaria1082, de 23 de maio de 2014, que redefine asdiretrizes da Política Nacional de Atenção

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Integral à Saúde de Adolescentes em Con-flito com a Lei, em Regime de Internação eInternação Provisória (PNAISARI), incluin-do-se o cumprimento de medida socioedu-cativa em meio aberto e fechado; eestabelece novos critérios e fluxos para ade-são e operacionalização da atenção integral àsaúde de adolescentes em situação de priva-ção de liberdade, em unidades de internação,de internação provisória e de semiliberdade.

Além de instituir as regras para a atençãointegral à saúde dos adolescentes em cum-primento de medida socioeducativa, com adefinição do papel estratégico dos profissio-nais de saúde mental, a portaria determinaque seja criado um grupo intersetorial paraintegrar as ações da saúde ao atendimentosocioeducativo, inclusive - em cada casoconcreto - a partir da elaboração do PIA. Édefinida também a obrigatoriedade da ela-boração de Plano Anual e Plano Operativo.

Embora esta ação esteja fora do âmbitoespecífico da Assistência Social, a adoção doPNAISARI pela Secretaria Municipal deSaúde terá impacto positivo e consequênciasdiretas sobre a eficácia do programa deatendimento aos adolescentes em cumpri-mento de medida socioeducativa.

Ação 1.8 Desenvolver tratativas com a Se-cretaria de Educação e escolas estaduais paraadoção das determinações do ParecerCNE/CEB 8/2015 no município.

O Parecer CNE/CEB 8/2015, do Conse-lho Nacional de Educação, homologado pe-lo Ministério da Educação, define asdiretrizes nacionais para o atendimento es-colar de adolescentes e jovens em cumpri-mento de medidas socioeducativas. Além dagarantia básica de matrícula a qualquer tem-

po, esse parecer define uma série de regrasde atuação dos sistemas educacionais, combase na prevalência da ação socioeducativasobre os aspectos meramente sancionatórios.O documento reforça a responsabilidadecompartilhada e o necessário engajamentodos sistemas educacionais no atendimentoaos adolescentes em cumprimento de medi-das socioeducativas, e em cada caso concretoa partir da elaboração do PIA.

A exemplo da ação anterior, esta medidaestá fora do âmbito estrito da AssistênciaSocial, mas seus impactos e consequênciastêm relação direta com o atendimento dosadolescentes e a eficácia das ações desenvol-vidas.

Ação 1.9 Desenvolver tratativas com ogoverno do Estado para implantação de en-tidade adequada para internação provisóriano município, desativando a ala para adoles-centes no presídio.

A instalação de uma ala para adolescentesno presídio da cidade é uma iniciativa quepode estar em oposição direta a determina-ções do Estatuto da Criança e do Adoles-cente. Os adolescentes em privação deliberdade, mesmo provisória, devem sermantidos em entidade especializada, con-forme a determinação legal. O município deMachado deverá desenvolver todas as açõesnecessárias, nos campos administrativo e ju-dicial, para garantir que a privação de liber-dade dos adolescentes, quando necessária, sedê estritamente de acordo com os parâme-tros do ECA e do SINASE, sob responsabi-lidade do governo do Estado.

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Ação 2.1 Completar a equipe do CRASSanta Luiza.

O CRAS Santa Luzia possui equipe técnicacompleta, mas não tem equipe administrati-va, o que leva os técnicos a terem de desem-penhar essas funções.

Ação 2.2 Implantar o serviço de atençãobásica em domicílio para pessoas com defi-ciência, idosos e suas famílias.

Pessoas com deficiência e idosos que per-manecem em casa, sem condições de acessoa atividades (por dificuldade de locomoção,falta de recursos ou de acompanhantes)constituem grupo de grande vulnerabilidade,que permanece “invisível”. A AssistênciaSocial deverá implantar o serviço de atençãobásica em domicílio para essas pessoas, deacordo com a Tipificação, além de fazerdesse grupo específico foco de atenção dabusca ativa.

Ação 2.3 Redefinir e consolidar metodolo-gias de atendimento na atenção básica(PAIF).

O Programa de Atendimento Integral àFamília deverá definir a metodologia deatendimento familiar, em suas diversas eta-pas (acolhida, atendimento familiar, gruposde famílias e atividades coletivas/territoriais),com foco em identificação das questões fa-miliares e das territoriais, que afetam o con-junto de famílias pertencentes a uma mesmacomunidade. A metodologia deverá con-templar a participação das famílias na defi-nição das ações a serem adotadas, tendo porbase os diagnósticos familiares e territoriais eos planos de desenvolvimento familiar.

Ação 2.4 Redefinir e consolidar metodolo-gias de atendimento no SCFV adotando alógica da pedagogia por projetos e da parti-cipação dos usuários na escolha das ativida-des a serem desenvolvidas.

O Serviço de Convivência e Fortalecimen-to de Vínculos deverá adotar metodologiaque contemple a formação de grupos querespeite os parâmetros da Tipificação, masgaranta o princípio da territorialidade - ouseja, que os grupos sejam pertencentes aomesmo território/comunidade. Esses gru-pos, em cada faixa etária, serão conduzidoscom base na lógica da pedagogia de projetos,de forma participativa, com os membros decada grupo definindo, com mediação dostécnicos do serviço, os temas, os objetivos,os prazos e os resultados esperados, sempreligados a questões que afetam seu territó-rio/comunidade. A inserção no SCFV seránecessariamente por encaminhamento doPAIF ou PAEFI, a partir da identificação, nodiagnóstico familiar, de vulnerabilidades re-lacionais dos membros das famílias atendi-das.

Ação 2.5 Elaborar modelo e adotar o Pla-no de Atendimento e Desenvolvimento Fa-miliar, com diagnóstico, objetivos, metas eindicadores.

Será desenvolvido pelos técnicos da ASmodelo de Plano de Atendimento e Desen-volvimento Familiar, a ser integrado aoProntuário SUAS, com diagnóstico familiar,visão do diagnóstico territorial, questões aserem enfrentadas, ações a serem desenvol-vidas, objetivos, prazos e resultados espera-dos. Este plano será aplicado para cadafamília, com a participação dos usuários.

O desenvolvimento do modelo será feito

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com a participação das equipes da AtençãoBásica, Atenção Especial e gestão.

Ação 2.6 Rever a política de concessão debenefícios eventuais, tornando-a adequada àsprevisões das normas do SUAS.

Os benefícios eventuais (cesta básica e gás,principalmente) serão concedidos apenas emcasos de real necessidade, de acordo com osparâmetros do SUAS, identificada no diag-nóstico familiar e inserida no Plano deAtendimento e Desenvolvimento Familiar.

Ação 2.7 Garantir o registro no CadÚnicode todas as famílias atendidas.

Todos os atendimentos prestados peloCRAS devem ter como ponto de partida aconsulta ao CadÚnico ou o cadastramentoda família, caso não exista. Para isso, cadaCRAS deverá ter acesso ao sistema, que seráintegrado ao Prontuário SUAS, tornando-seferramenta de trabalho e atendimento soci-oassis

Ação 2.8 Informatizar o Prontuário SUAS,integrado ao CadÚnico.

O Prontuário SUAS será informatizado eintegrado ao CadÚnico, por meio desoftware a ser desenvolvido pela equipe daPrefeitura ou por meio de aquisição/cessãode uso de software comercial já existente.

Ação 2.9 Implantar no municípioprogramas de apoio à profissionalização eacesso ao mercado de trabalho paraadolescentes e jovens.

Deverão ser implantados pelo municípioos programas Jovem Aprendiz e BolsaTrabalho.

Ação 3.1 Realocar o CREAS em nova se-de, adequada às exigências da normatização.

O atual local de funcionamento do CRE-AS não atende minimamente as exigênciasda Tipificação. O CREAS deverá ser trans-ferido para novo endereço, com instalaçõesadequadas e já dimensionadas para a futuraampliação de equipes, planejada para darconta do atendimento de medidas socioedu-cativas em meio aberto.

Ação 3.2 Completar a equipe técnica doCREAS.

O CREAS ainda não conta com equipetécnica completa. Está em curso processo decontratação para atender as definições daTipificação Nacional.

Ação 3.3 Redefinir e consolidar metodolo-gias de atendimento no PAEFI.

O CREAS possui um âmbito extenso desituações que estão sob sua responsabilidade,entre outros: casos de violência e abusocontra crianças e adolescentes, violênciacontra a mulher, violação de direitos de ido-sos e pessoas com deficiência, atendimento aadolescentes em cumprimento de medidasocioeducativa em meio aberto. Cada tipo deatendimento requer competências específi-cas e atividades próprias, que devem ser de-finidas e consolidadas em protocolos deatendimento e articulação de rede, tanto paraindivíduos como para famílias, com foco emresultados e resolutividade das ações.

Ação 3.4 Elaborar modelo e adotar o Pla-no de Atendimento e Desenvolvimento Fa-

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miliar, com diagnóstico, objetivos, metas eindicadores.

A exemplo da atenção básica, o CREASdeverá adotar o Plano de Atendimento eDesenvolvimento Familiar em todos os seusatendimentos (incluindo medidas socioedu-cativas). Nos casos em que a família já tenhaum plano elaborado no âmbito da AtençãoBásica, caberá ao CREAS inserir as questõesespecíficas necessárias a seu atendimentoespecializado.

Ação 3.5 Implantar Serviço Especializadoem Abordagem Social.

Atualmente, o CREAS é demandado aatuar de forma paliativa e num certo sentido“higienista” para resolver situações em quepessoas em situação de rua estejam causandodistúrbios ou incômodo ao comércio e aosmoradores. Essa perspectiva não condiz coma linha de atendimento do SUAS. Para fazerface a essas questões e adotar a perspectivada garantia de acesso aos direitos das pesso-as em situação de rua, deverá ser implantadoo Serviço Especializado de Abordagem So-cial, tal como previsto na Tipificação.

Ação 3.6 Implantar serviço de atenção es-pecial em domicílio para pessoas com defi-ciência, idosos e suas famílias.

Como observado na ação 2.2, pessoas comdeficiência e idosos que permanecem emcasa, sem condições de acesso a atividades(por dificuldade de locomoção, falta de re-cursos ou de acompanhantes) constituemgrupo de grande vulnerabilidade, que per-manece “invisível”. Em alguns casos, o idosoou pessoa com deficiência pode estar em si-tuação de violação direta de seus direitos(abandono, negligência, abuso, violência

etc.), exigindo a atuação da Atenção Especialda AS, por meio do serviço em domicílio,como determinado na Tipificação.

Ação 4.1 Completar a equipe técnica doLar São Vicente de Paulo.

Esta ação deve ser exigida da entidade, pormeio de compromisso no chamamento queserá base do convênio e, independentementedo convênio, ser exigida e fiscalizada peloConselho do Idoso e CMAS.

Ação 4.2 Realocar o Abrigo Jesus MariaJosé em nova sede, adequada às exigênciasda normatização.

O Abrigo deverá buscar nova sede, quegaranta as características de ambiente domi-ciliar, além de integrado à comunidade, semaspecto de institucionalização.

Ação 4.3 Realocar o Lar São Vicente dePaulo em nova sede, adequada às exigênciasda normatização.

A realocação do Lar São Vicente de Pauloé de difícil execução, dados os padrões e aadministração nacional da entidade. No en-tanto, é uma ação fundamental e indispensá-vel para garantir os direitos dos idososacolhidos. Independentemente do convenia-mento ao SUAS, as instituições de longapermanência para idosos devem seguir asnormas e orientações da Assistência Social,da Vigilância Sanitária e do Estatuto do Ido-so, tanto do ponto de vista do funciona-mento e das atividades, como do ponto devista das instalações físicas.

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Ação 4.4 Garantir o atendimento adequa-do no Lar SVP com oferecimento de ativi-dades, ações e atenções previstas naTipificação.

O Lar São Vicente de Paulo deverá garan-tir aos idosos atividades diárias de recreação,esporte, atividades comunitários e formas departicipação social. Esta ação deve ser exigi-da da entidade, por meio de compromissono chamamento para convênio e, indepen-dentemente do convênio, ser exigida e fisca-lizada pelo Conselho do Idoso e CMAS.

Ação 5.1 Criar comitê intersetorial paraorganização de fluxos, incluindo AssistênciaSocial, Saúde, Educação e demais políticaspúblicas envolvidas no atendimento aos ci-dadãos em política social.

A necessidade de articulação intersetorialpara as ações na área social requer a cons-trução de fluxos e a definição de papeis dosdiferentes atores. Para que os fluxos e papeissejam definidos de acordo com as exigênciaslegais e contemplem as especificidades detodos os envolvidos, eles devem ser elabora-dos por uma comissão intersetorial, a sercriada por ato do Prefeito, para garantir sualegitimidade e aplicabilidade.

Ação 5.2 Pactuar fluxos e papéis, por tipode atendimento, com as demais políticas pú-blicas (Estabelecer pactos formais entre asdiferentes secretarias municipais para os flu-xos e papéis de atendimento).

Os pactos formais serão definidos pelocomitê intersetorial previsto na ação 5.1.Deverão ser consolidados fluxos e papeispara cada tipo de atendimento, com defini-

ção clara de responsabilidades, atividades decada ator, fluxo de informações e mecanis-mos institucionais de encaminhamento, re-ferência e contra-referência.

Ação 5.3 Estabelecer procedimentos dereuniões técnicas intersetoriais para discus-são e acompanhamento de casos de indiví-duos e famílias atendidos por diferentespolíticas públicas.

As reuniões técnicas para discussão de ca-sos serão realizadas pelos técnicos direta-mente envolvidos no atendimento dosindivíduos ou famílias. Por exemplo, no casode adolescente em cumprimento de medidasocioeducativa, será composta por técnicodo CREAS que acompanha o caso, educadorda escola que o adolescente frequenta, pro-fissional de saúde da unidade de referênciaou do atendimento em saúde mental, alémde outros envolvidos. Os mecanismos e pe-riodicidade dessas reuniões, em cada tipo decaso, deverão constar da definição de fluxose papeis elaborada pelo comitê intersetorial.

Ação 5.4 Definir e consolidar papéis e flu-xos de atendimento em todos serviços da AS(atuação conjunta, encaminhamentos, con-cessão de benefícios etc.), incluindo regraspara acolhimento de crianças e adolescentes.

Ação 5.5 Estabelecer regras e condições deatendimento para entidades conveniadas,respeitando a Tipificação Nacional de Servi-ços Socioassistenciais e a integração dosatendimentos com o CRAS e CREAS, pormeio do chamamento.

Ação 5.6 Propor a formalização do papel eatribuições do Conselho Tutelar.

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O Conselho Tutelar deverá elaborar Regi-mento Interno que defina claramente suasatribuições de acordo com a legislação, a serreferendado (para fins de legitimidade) peloCMDCA. O processo de elaboração do re-gimento interno, com papel e atribuições doCT, deverá ser feito preferencialmente com aparticipação/consulta às políticas de atendi-mento e ao Sistema de Garantia de Direitos.

Ação 5.7 Propor a formalização do papel eatribuições do Conselho do Idoso.

O Conselho do Idoso deverá elaborar Re-gimento Interno que consolide suas atribui-ções dentro dos limites das previsões legais,sem desempenhar atividades de atendimentotécnico direto ao idoso. O processo de ela-boração do regimento interno, com papel eatribuições do Conselho do Idoso, deveráser feito com a participação/consulta àspolíticas de atendimento e ao Sistema deGarantia de Direitos.

Ação 6.1 Garantir acessibilidade física emtodos os serviços.

Todos os serviços socioassistenciais devemestar de acordo com as normas ABNT deacessibilidade. Isso requer planejamento dereformas para adequação dos serviços exis-tentes e adoção de acessibilidade em qual-quer nova edificação a ser destinada aosserviços da AS.

Ação 6.2 Garantir acessibilidade comuni-cacional em todos os serviços.

Além da acessibilidade física, deverá sergarantida a acessibilidade comunicacional,com técnicos capacitados em Libras em to-

dos os serviços socioassistenciais, materiallegal e de divulgação em formatos acessíveise garantia de acessibilidade comunicacionalem todos os eventos da AS (Libras, audio-descrição, vídeo com legendas etc.)

Ação 7.1 Elaborar plano de educação per-manente dos trabalhadores do SUAS.

A gestão deverá adotar a Política Nacionalde Educação Permanente do SUAS, cujoobjetivo é “institucionalizar, no âmbito doSUAS, a perspectiva político-pedagógica e acultura da Educação Permanente, estabele-cendo suas diretrizes e princípios e definindoos meios, mecanismos, instrumentos e ar-ranjos institucionais necessários à sua opera-cionalização e efetivação.”

O plano será constituído de percursosformativos e ações de formação e capacita-ção, voltados para os trabalhadores do SUAScom ensino fundamental, médio e superior,que atuam na rede socioassistencial gover-namental e não governamental, assim comoaos gestores e conselheiros.

Ação 7.2 Elaborar, em conjunto com asoutras políticas, plano de educação perma-nente para atendimento de medidas socioe-ducativas.

A educação permanente para o atendi-mento de medidas socioeducativas abrangetodos os atores envolvidos no sistema deatendimento (as diferentes políticas públicas,órgãos de segurança, instituições parceirasem PSC, entre outros). Seus princípios de-vem também estar de acordo com a PolíticaNacional de Educação Continuada do SUASe com o SINASE.

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Ação 8.1 Elaborar plano de desenvolvi-mento territorial intersetorial para o territó-rio Santa Luiza.

A complexidade da situação social do ter-ritório Santa Luiza requer a elaboração deum plano intersetorial, envolvendo todo opoder público, para fazer frente às necessi-dade de garantia de direitos, especialmenteem educação, saúde, assistência social, segu-rança e direitos de crianças e adolescentes.Recomenda-se a criação de grupo de traba-lho por ato do Prefeito do município.

Ação 8.2 Implantar o CRAS Jardim dasOliveiras.

A área do Jardim das Oliveiras foi identifi-cada como área de prioridade no Diagnósti-co Social. Com mais de seis mil habitantes, aregião necessita de um CRAS para a efetiva-ção do atendimento socioassistencial.

Ação 8.3 Criar CRAS itinerante ou equipesvolantes para os núcleos urbanos em árearural e área rural.

Os núcleos urbanos em área rural e a árearural apresentam déficit de garantia de aces-so às políticas sociais básicas, em grandeparte pela distância e dificuldade de loco-moção aos serviços localizados predomi-nantemente em área urbana (notadamentenos casos de Assistência Social e Saúde). Nocaso da AS, deverão ser montadas equipevolantes, ligadas ao CRAS ou à gestão, parapercorrer esses territórios, garantindo aten-dimento próximo às moradias. Em um se-gundo momento, havendo condições definanciamento, deverão ser adotados osCRAS itinerantes.

Ação 8.4 Desenvolver ações sistemáticas econtinuadas de busca ativa nos territóriosSanta Luiza e Jardim das Oliveiras.

O CRAS Santa Luiza e o futuro CRASJardim das Oliveiras realizarão visitas domi-ciliares em todo o território de abrangência,a fim de identificar em cada família questõesa serem atendidas. A busca ativa será siste-mática, com a definição do número mensalde visitas , a partir das quadras consideradasde maior vulnerabilidade.

Ação 8.5 Garantir condições de acesso àspolíticas sociais básicas (em especial saúde eassistência social) aos moradores de áreasrurais e núcleos urbanos em áreas rurais.

Esta ação está além das competências es-pecíficas da Assistência Social, mas tem im-pactos significativos sobre a garantia dedireitos dessas populações. A dificuldade delocomoção, com horários restritos de trans-porte público, e a distância em relação aosserviços prestados na área urbana têm difi-cultado em muito o acesso à Saúde e à AS.O governo municipal deverá desenvolverestratégias de atendimento a essas comuni-dades, tanto pela facilitação do transporte,como pela progressiva instalação de serviçospúblicos nessas áreas.

Ação 9.1 Elaborar estimativa de investi-mento e custeio necessários para a implan-tação do presente plano.

A gestão, por meio da Diretoria Adminis-trativa e Financeira, deverá analisar as neces-sidades de investimento e custeio geradaspelo presente plano e elaborar estimativa deorçamento para sua realização.

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Quadro lógico

O Plano Municipal de Assistência Social de Machado é apresentado a seguir na forma de umQuadro Lógico, com os eixos, ações, prazos e responsáveis.

Os prazos foram definidos como:Curto prazo: um anoMédio prazo: três anosLongo prazo: cinco anos

No caso da mudança das instalações do Lar São Vicente de Paulo, não foi possíveldeterminar prazo, embora a medida seja indispensável. Adotou-se, nesse caso, PI - prazoindeterminado.

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PRAZO RESPONSÁVELEIXO 1 AÇÕES

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EIXO 2 AÇÕES PRAZO RESPONSÁVEL

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EIXO 3 AÇÕES PRAZO RESPONSÁVEL

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EIXO 4 AÇÕES PRAZO RESPONSÁVEL

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EIXO 5 AÇÕES PRAZO RESPONSÁVEL

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40EIXO 6 AÇÕES PRAZO RESPONSÁVEL

EIXO 7 AÇÕES PRAZO RESPONSÁVEL

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EIXO 8 AÇÕES PRAZO RESPONSÁVEL

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EIXO 9 AÇÕES PRAZO RESPONSÁVEL