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1 Newsletter agosto de 2011 Nesta Edição: 01 – A inconstitucionalidade do seguro perfil de automóveis 02 – Caso Porsche: a (difícil) prática da lei 12.403/11 03 – Fabricante terá de pagar pensão a mulher que engravidou por falha em anticoncepcional 04 – Congresso reforma seis códigos 05 Governo sanciona lei que cria empresas individuais 06 Juízes poderão indicar mediação familiar em divórcio 07 Reforma do Código Florestal ganha página especial multimídia 08 Universidade privada terá que indenizar por furto de carro em estacionamento gratuito 09 - TRF decide que não incide contribuição previdenciária sobre horas extras 10 - Lei é sancionada e certidão trabalhista será exigida a partir de 2012 A inconstitucionalidade do seguro perfil de automóveis Adotado pelo mundo afora e, segundo seus defensores, fundamentado em regras atuariais rígidas, o seguro perfil é muito utilizado no Brasil. A partir de diversos questionamentos sobre os hábitos de vida do proponente é traçado um perfil de risco segundo o qual é calculado o prêmio, que a importância que o segurado terá que pagar para proteger seu bem. Existem questionamentos que são formulados pelas seguradoras, em relação ao seguro de automóveis, absolutamente impertinentes, como, por exemplo, se o segurado reside com adolescentes. A utilização do veículo segurado por pessoa inabilitada e incapaz exime a seguradora do pagamento da indenização, por configurar culpa exclusiva do segurado. O grande problema do perfil é que, a partir dele, são encontradas justificativas diversas por parte das seguradoras para o não pagamento da indenização. Por exemplo, se o segurado afirma que possui garagem na sua residência e, por uma noite apenas, pernoita em casa de amigo e deixa o carro na rua, tal circunstância já é suficiente para o não pagamento da indenização, caso o sinistro aconteça justamente nesse dia. Da mesma forma, aquele consumidor que sempre deixa o carro em estacionamento quando vai à faculdade e, em uma situação isolada, estaciona na rua por não encontrar vaga, perde direito à indenização segundo as seguradoras caso o sinistro aconteça nessas circunstâncias. Qualquer mudança pontual no comportamento do consumidor, decorrente até mesmo de razões circunstanciais, é vista como má-fé ou declaração inexata do consumidor para eximir a seguradora, nos termos do artigo 766 do Código Civil, do pagamento da indenização. O risco securitário deve levar em conta aspectos objetivos e previstos em lei e não regras atuariais fundadas em bancos de dados alimentados pelas próprias seguradoras que, muitas vezes, divergem até mesmo das estatísticas oficiais. É um absurdo, por exemplo, mulher pagar menos do que homem, a partir de uma afirmação constitucional de que homens e mulheres devem ser tratados da mesma forma. A justificativa para isso está nas estatísticas de que homens são mais imprudentes do que as mulheres no trânsito. Isso, por óbvio, não é uma verdade absoluta e leva a inúmeras injustiças.

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Newsletter agosto de 2011

Nesta Edição:

01 – A inconstitucionalidade do

seguro perfil de automóveis

02 – Caso Porsche: a (difícil)

prática da lei 12.403/11

03 – Fabricante terá de pagar

pensão a mulher que engravidou

por falha em anticoncepcional

04 – Congresso reforma seis

códigos

05 – Governo sanciona lei que

cria empresas individuais

06 – Juízes poderão indicar

mediação familiar em divórcio

07 – Reforma do Código

Florestal ganha página especial

multimídia

08 – Universidade privada terá

que indenizar por furto de carro

em estacionamento gratuito

09 - TRF decide que não incide

contribuição previdenciária sobre

horas extras

10 - Lei é sancionada e certidão

trabalhista será exigida a partir

de 2012

A inconstitucionalidade do seguro perfil de automóveis

Adotado pelo mundo afora e, segundo seus defensores,

fundamentado em regras atuariais rígidas, o seguro perfil é muito utilizado

no Brasil. A partir de diversos questionamentos sobre os hábitos de vida do

proponente é traçado um perfil de risco segundo o qual é calculado o

prêmio, que a importância que o segurado terá que pagar para proteger

seu bem.

Existem questionamentos que são formulados pelas seguradoras,

em relação ao seguro de automóveis, absolutamente impertinentes, como,

por exemplo, se o segurado reside com adolescentes. A utilização do

veículo segurado por pessoa inabilitada e incapaz exime a seguradora do

pagamento da indenização, por configurar culpa exclusiva do segurado.

O grande problema do perfil é que, a partir dele, são encontradas

justificativas diversas por parte das seguradoras para o não pagamento da

indenização. Por exemplo, se o segurado afirma que possui garagem na sua

residência e, por uma noite apenas, pernoita em casa de amigo e deixa o

carro na rua, tal circunstância já é suficiente para o não pagamento da

indenização, caso o sinistro aconteça justamente nesse dia.

Da mesma forma, aquele consumidor que sempre deixa o carro em

estacionamento quando vai à faculdade e, em uma situação isolada,

estaciona na rua por não encontrar vaga, perde direito à indenização

segundo as seguradoras caso o sinistro aconteça nessas circunstâncias.

Qualquer mudança pontual no comportamento do consumidor, decorrente

até mesmo de razões circunstanciais, é vista como má-fé ou declaração

inexata do consumidor para eximir a seguradora, nos termos do artigo 766

do Código Civil, do pagamento da indenização.

O risco securitário deve levar em conta aspectos objetivos e

previstos em lei e não regras atuariais fundadas em bancos de dados

alimentados pelas próprias seguradoras que, muitas vezes, divergem até

mesmo das estatísticas oficiais. É um absurdo, por exemplo, mulher pagar

menos do que homem, a partir de uma afirmação constitucional de que

homens e mulheres devem ser tratados da mesma forma. A justificativa

para isso está nas estatísticas de que homens são mais imprudentes do que

as mulheres no trânsito. Isso, por óbvio, não é uma verdade absoluta e leva

a inúmeras injustiças.

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pena é de seis meses), a prisão torna-se dispendiosa para o Estado - disse o juiz da Vara de

Execuções Penais de Alagoas, Braga Neto.

Detentos homossexuais terão direito à visita íntima em presídios

Os detentos homossexuais terão direito à visita íntima nos presídios de todo o país. A resolução do

Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), do Ministério da Justiça, foi publicada

nesta segunda-feira, 4, no Diário Oficial da União.

De acordo com a resolução, "o direito de visita íntima é, também, assegurado às pessoas presas

casadas, em união estável ou em relação homoafetiva".

A medida vale a partir desta segunda-feira e revoga a Resolução nº 01/99 de 30 de março de 1999,

publicada no Diário Oficial da União de 5 de abril de 1999, que omitia, na recomendação sobre a visita

íntima feita aos departamentos penitenciários estaduais, o relacionamento gay.

A visita íntima deve ser assegurada pela direção do estabelecimento prisional pelo menos uma vez

por mês.

Teoria do fato consumado beneficia candidato que assumiu o cargo

de forma precária

A par das injustiças de ordem prática, não há dúvida acerca da inconstitucionalidade da medida,

porque, conforme ensina Celso Antônio Bandeira de Mello "o fator diferencial adotado para qualificar

os atingidos pela regra não guarda relação de pertinência lógica com a inclusão ou exclusão no benefício

deferido ou com a inserção ou arredamento do gravame imposto".

As distinções de tratamento devem ter base na lei ou decorrer de um conjunto harmônico de

leis. Se o objetivo de desigualar não consta inequivocamente da lei, ainda que de maneira implícita, a

distinção atenta contra a isonomia. Homens e mulheres podem receber tratamento distinto quando a

lei assim prevê, como, por exemplo, em relação à licença pelo nascimento de filho e ao tempo de

aposentadoria. Não existe lei que permita essa distinção no caso de seguro de automóveis.

A nosso ver, o seguro perfil de automóveis acaba sendo uma forma da seguradora estipular o

prêmio que bem entende, de acordo com a "cara do freguês". Isso porque não são incomuns os casos

de diferentes valores de prêmios orçados para uma mesma pessoa, nas mesmas circunstâncias, para a

mesma seguradora, no mesmo dia. O que justifica essa variação de preço? O seguro perfil também

acaba prejudicando a comparação dos preços entre as seguradoras, dificultando o exercício da

liberdade de escolha pelo consumidor.

A definição do grau de risco é da essência do contrato de seguro mas deve levar em conta

fatores objetivos e previstos em lei. Os critérios que vêm sendo adotados hoje pelas seguradoras, que

levam em conta o sexo e a idade dos proponentes por exemplo, são inconstitucionais, porque não têm

respaldo na lei e porque o fator de distinção não tem relação lógica com a cobrança maior ou menor no

valor do prêmio. O perfil até pode ser utilizado mas levando em consideração fatores objetivos, como o

preço do veículo e local de circulação, e outros previstos em lei.

De qualquer forma, as seguradoras não podem, pura e simplesmente, deixar de pagar as

indenizações, alegando declarações falsas ou inexatas nos perfis. A culpa e as declarações inexatas por

parte dos consumidores dependem de provas que devem ser feitas pelas seguradoras em sede de

processos judiciais. Primeiro a indenização deve ser paga e depois a questão deve ser discutida na

Justiça. Não é como acontece hoje que a seguradora deixa de pagar, para jogar o ônus da demanda

judicial para o segurado.

Fonte: Última instância

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Caso Porsche: a (difícil) prática da lei 12.403/11

João Ibaixe Jr.

Envolvido em um acidente de carro, o engenheiro Marcelo Malvio Alves de Lima depositou na

última terça-feira o valor de R$ 300 mil reais, o qual foi arbitrado como fiança para obtenção de sua

liberdade – erroneamente pela lei chamada ainda de provisória. Agora o Ministério Público pede que o

valor dessa garantia seja elevado para R$ 600 mil.

Segundo divulgado pela mídia, o acidente aconteceu na madrugada do último sábado, no Itaim-

Bibi, zona sul de São Paulo, quando num cruzamento, o engenheiro bateu seu veículo Porsche no veículo

da advogada baiana de Carolina Menezes Cintra Santos, a qual veio a falecer. Foi divulgado ainda que

testemunhas ouvidas informaram estar o Porsche a uma velocidade de cerca de 150 km/h, quando o limite

na via é de 60 km/h. Sendo socorrido também, recebeu alta médica no final da manhã de ontem, menos

de um dia depois de pagar a fiança.

No inquérito respectivo, o delegado entendeu indiciá-lo pelo crime de homicídio doloso pelo fato

de ter assumido o risco de produzir o resultado criminoso.

Como obteve a liberdade, o MP pretende seja duplicado o valor da fiança. O requerimento foi feito

com base nas condições financeiras do engenheiro e considerou também o valor do veículo envolvido no

acidente, cerca de R$ 600 mil. Os pedidos fundam-se no argumento de que o pagamento da fiança não

torna definitivo o valor, o qual pode ser alterado para mais ou para menos.

Todavia, a fiança não foi a única medida aplicada, pois, segundo informado, a Justiça determinou

que ele não poderá deixar sua residência durante a noite nem frequentar bares e casas noturnas, terá que

avisar as autoridades se precisar deixar a cidade e está impedido de sair do País. Logo, foram determinadas

além da fiança mais quatro medidas cautelares.

Eis um caso de repercussão para testar a aplicação da nova Lei 12.403/11, que alterou a prisão

preventiva. Diante do clamor da popular e midiático, como se sairá a nova legislação?

O MP, percebendo a atenção da imprensa, já criou uma tese de elevação da fiança. Será ela

sustentável? Qual o momento adequado para se avaliar qual o valor de tal garantia? Não é o do momento

em que o juiz decide pela liberação? Por que agora pedir aumento?

E quanto às outras medidas cautelares aplicadas? Seriam elas suficientes para conceder a liberdade

neste caso?

Obviamente, o que chama a atenção mais agudamente é o fato do valor da fiança ser elevadíssimo

em termos de realidade econômica brasileira, mas ter sido efetivamente pago. Aqui se pode notar certa

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revolta traduzida pela mídia e que deve ser também a do cidadão: como o cara mata e depois fica livre

pagando R$ 300 mil?

Sem querer talvez, a Justiça reforça a tese de quem tem dinheiro não é “punido” no país. E o MP,

notando a situação, tenta agravar o valor da fiança, criando uma tese que não parece ter força teórica

consistente, mas que eventualmente funcione por força da repercussão do caso.

Mais uma vez é perdida a oportunidade de se levar ao cidadão a necessária reflexão que o caso

poderia permitir. O debate judicial será em torno da vida financeira do acusado e se esta lhe garantirá a

continuidade de sua liberdade.

O real fundamento da nova lei – de que o processo é um caminho para a punição e não a própria

punição – este não será examinado.

O engenheiro pode ser sim um assassino; porém, ele só deve ser assim nomeado quando, ao final

do procedimento judicial, ele for efetivamente considerado culpado. Aí será feita justiça.

Fonte: Última instância

Fabricante terá de pagar pensão a mulher que engravidou por falha em

anticoncepcional

Um juiz de Caxias do Sul (RS) decidiu que fabricante de anticoncepcional deve indenizar

consumidora que engravidou durante uso do medicamento. Para o magistrado Clóvis Mattana Ramos, da

5ª Vara Cível, o risco de o anticoncepcional não funcionar deve ser suportado por quem explora a atividade

econômica - no caso, a empresa fabricante dos medicamentos.

Além da indenização por danos morais de 50 salários mínimos, a decisão condena a empresa ao

pagamento de pensão alimentícia de um salário mínimo mensal desde o nascimento da criança até a data

em que completar 18 anos. A decisão é de primeira instância e cabe recurso.

A consumidora afirmou que, após o nascimento do seu terceiro filho, foi orientada pelo médico a

utilizar anticoncepcional. Mesmo tomando o medicamento regularmente, segundo disse, e vivendo em

situação econômica que "não lhe permitiria nova gravidez", ficou grávida.

A empresa fabricante dos anticoncepcionais argumentou que o uso regular do medicamento não

foi comprovado e ressaltou que nenhum anticoncepcional apresenta eficácia de 100%.

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Para o juiz responsável por avaliar o caso, a pequena probabilidade de falha que o medicamento

apresenta deve caber à fabricante, "que possui o conhecimento técnico e obtém lucro mensal estimado

em R$ 6 milhões com sua comercialização".

Clóvis Ramos fundamentou sua decisão, da última segunda-feira (18/7), no Código de Defesa do

Consumidor. Ele considerou que os documentos que comprovam a aquisição do medicamento e a

ocorrência da gestação, além das alegações da mulher, são suficientes para demonstrar que utilizava o

contraceptivo com frequência.

Segundo o juiz, não é viável exigir que a consumidora guarde a nota fiscal de todos os produtos

comprados ou que prove que tomou o anticoncepcional todos os dias.

"Embora traga muitos benefícios e alegrias com o nascimento do novo filho, é causa de severas

preocupações, como uma possível gravidez de risco em razão da idade e a dificuldade de criar mais uma

criança para uma família de escassos recursos econômicos e com outros filhos para sustentar", completou

o magistrado, falando sobre a gravidez indesejada.

Fonte: Instituto Brasileiro de Direito de Família

Congresso reforma seis códigos

Depois de duas décadas de reformas econômicas e avanços sociais, o Brasil vive um momento de

intensa revisão legal. Nada menos que seis códigos estão em processo de alteração no Congresso, iniciado

principalmente nos últimos dois anos: os que tratam do processo civil e penal, das relações comerciais e de

consumo, além de áreas mais específicas, como a legislação eleitoral e florestal. A peculiaridade é que não

se trata de alterar pontualmente a lei, o que ocorre a todo tempo. Está surgindo um movimento mais

amplo de recodificação das normas atuais.

Estudiosos apontam o crescimento econômico como um dos principais incentivadores dessas

mudanças, 20 anos depois da promulgação da Constituição de 1988. Enquanto o Brasil se desenvolve

internamente e ocupa posição de destaque no mundo, a sensação é de que as leis ficaram para trás. "O

Brasil alcançou um patamar econômico novo, que demanda uma revisão de todo o aparato jurídico",

defende o jurista Fábio Ulhoa Coelho, autor da minuta que serviu de base para o projeto de um novo

Código Comercial, apresentado ao Congresso no mês passado. A proposta, criticada por alguns, é

defendida por organizações empresariais como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e

a Confederação Nacional da Indústria (CNI), para quem, nesse novo contexto econômico, seria preciso

desburocratizar os negócios, proteger o empresário competitivo e dar maior força aos contratos.

A revisão legal também se deve aos avanços políticos e sociais das últimas décadas. Dos 17 códigos

em vigor no ordenamento jurídico brasileiro, apenas dois foram aprovados depois do processo de

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democratização - o Código Civil, de 2002, e o Código de Defesa do Consumidor, de 1990. O atual Código

Comercial - tão dilacerado que hoje trata apenas do direito marítimo - foi editado em 1850, mesmo ano da

lei que acabou com o tráfico negreiro. A antiga parte que tratava dos negócios foi inserida no novo Código

Civil. Já o Código de Minas, de 1940, começa com a justificativa de que "o uso das substâncias minerais" foi

alterado profundamente com "a notória evolução da ciência e da tecnologia, nos anos após a 2ª Guerra

Mundial". Além dos seis códigos em processo de revisão, o Executivo irá encaminhar nos próximos dias ao

Congresso o projeto de um novo Código de Mineração.

Baseados em premissas constitucionais antigas, muitos livros ficaram fora de sintonia com o

ordenamento atual. Outros acabaram desfigurados por sucessivas alterações por leis esparsas. "A

Constituição Federal de 1988 foi o primeiro marco temporal que ocasionou um envelhecimento de nossos

códigos", aponta o advogado Dalton Miranda, que atua em Brasília na área empresarial. Num sistema

jurídico como o brasileiro, baseado na "civil law", o direito segue mais o texto da lei que a jurisprudência

dos tribunais. Por isso, a data de promulgação faz com que muitos desses instrumentos estejam

amparados em normas ou situações ultrapassadas.

Exemplo disso é o Código de Processo Civil (CPC), editado em 1940. Setenta anos depois, a procura

crescente do Judiciário e a proliferação do uso de recursos abarrotou os tribunais, gerando demora na

tramitação das ações. O sistema também já não serve a uma sociedade e uma economia dinâmica,

segundo especialistas. Em 2009, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), criou uma comissão de

juristas para elaborar um novo CPC. O texto foi aprovado pelo Senado em dezembro e encaminhado à

Câmara. A ideia é simplificar o sistema recursal e agilizar a tramitação dos casos. "Algumas vezes, o juiz fica

muito mais tempo concentrado em resolver problemas do próprio processo que o direito da parte", diz a

professora Teresa Arruda Alvim Wambier, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Processual e

relatora da comissão que elaborou o novo CPC.

O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira, atribui aos

avanços tecnológicos da última década a necessidade de mudanças legais. "As relações sociais foram se

modificando de forma mais rápida e ficaram à frente do que está nos códigos", afirma. Mas, para ele, foi a

circunstância política atual que permitiu propostas mais amplas de alteração de alguns códigos - como nos

casos do processo civil e penal. "Antes, a avaliação era de que não havia condições políticas. Por isso,

foram feitas reformas pontuais", afirma. "Agora, há uma avaliação de que estão dadas as condições

políticas para se aprovar novas codificações."

Para o jurista Silvio Venosa, a sociedade tecnológica gera um envelhecimento precoce das leis. "Isso

coloca os códigos em xeque. Torna-se necessário fazer uma reestruturação", diz. Mas ele classifica as

alterações legais no Brasil como "um pouco desconjuntadas". "Vamos dilacerando os códigos e criando leis

extravagantes, ficamos com leis e códigos pela metade, e isso traz uma dificuldade enorme de

interpretação."

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O advogado Ronaldo Cramer, procurador-geral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de

Janeiro, entende que nem todas as mudanças seriam necessárias, e algumas delas correm o risco de gerar

insegurança jurídica. "Não pode haver um movimento genérico de revisão, tem que ser algo peculiar. A

apresentação de um código no Congresso Nacional demanda uma tramitação mais lenta, e, quando ele

entra em vigor, leva algum tempo até que se chegue a uma interpretação segura", alerta. O novo Código

Civil, por exemplo, já nasceu velho: foi apresentado em 1943 e entrou em vigor quase 30 anos depois.

Fonte: Valor econômico

Governo sanciona lei que cria empresas individuais

O Diário Oficial da União de terça-feira (12/7) publicou a sanção da Lei 12.441, que cria a empresa

individual de responsabilidade limitada. A nova modalidade jurídica permite que empreendedores

individuais tenham as mesmas proteções que as sociedades por cotas de responsabilidade limitada, ou

seja, a empresa responde por dívidas apenas com seu patrimônio, e não com os bens dos sócios. O capital

social mínimo para as empresas individuais é de 100 salários mínimos, o que hoje equivale a R$ 54,5 mil.

A norma entra em vigor somente a partir de janeiro, quando os sistemas de registro público

deverão ter seus sistemas adaptados. A Presidência da República, no entanto, vetou um dos dispositivos da

nova lei. O artigo 2º do projeto enfatizava que “somente o patrimônio social da empresa responderá pelas

dívidas da empresa individual de responsabilidade limitada, não se confundindo em qualquer situação com

o patrimônio da pessoa natural que a constitui, conforme descrito em sua declaração anual de bens

entregue ao órgão competente”. O texto foi considerado desnecessário.

“Não obstante o mérito da proposta, o dispositivo traz a expressão ‘em qualquer situação’, que

pode gerar divergências quanto à aplicação das hipóteses gerais de desconsideração da personalidade

jurídica, previstas no artigo 50 do Código Civil”, diz mensagem de veto da Presidência. “Assim, e por força

do parágrafo 6º do projeto de lei, aplicar-se-á à EIRELI as regras da sociedade limitada, inclusive quanto à

separação do patrimônio.”

A mudança se baseou em preocupação manifestada pelo Ministério do Trabalho. Para o advogado

Rogério Aleixo Pereira, do escritório Aleixo Pereira Advogados, o parágrafo 6º da norma, que prescreve a

aplicação das regras já previstas para as sociedades limitadas, é suficiente para proteger os titulares de

empresas individuais. “Se a lei das limitadas conseguia conviver com o artigo 50 do Código Civil, a lei da

Eireli também consegue”, diz.

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A nova norma alterou a Lei 10.406 que, em 2002, instituiu o novo Código Civil. O código teve agora

acrescentados o inciso VI ao artigo 44, o artigo 980-A ao Livro II da Parte Especial e alterado o parágrafo

único do artigo 1.033. Apesar de não tratar de uma sociedade, o projeto manteve termos como “capital

social” e “patrimônio social” — este último excluído pelo veto.

Fim da mentira

Domingos Orestes Chiomento, presidente do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo,

comemorou a sanção da lei. “A mudança deve contribuir para que micro e pequenos empresários saiam da

informalidade. Essa lei trará estímulo, segurança, simplificação e transparência aos processo de formação

de empresas, emprego e renda no Brasil”, diz.

Para Rogério Aleixo, é o “fim das empresas de mentira”. Segundo ele, a nova modalidade acaba

com organizações que funcionam como sociedade apenas no papel, em que um dos sócios detém 99% do

capital social e é, de fato, o único dono. “Mães, pais, irmãos e esposas acabam emprestando seus nomes

para que se constitua uma sociedade, e isso é ruim porque essas pessoas, mesmo sem participar da

empresa nem mesmo no recebimento de lucros, podem ser prejudicadas por dívidas da pessoa jurídica”,

explica.

Apesar da boa intenção, a recém-criada modalidade já gera dúvidas — a começar por quem pode

ser titular da nova empresa. A lei permite que a empresa preste “serviços de qualquer natureza”, mas o

parágrafo único do artigo 966 do Código Civil diz que atividades intelectuais ou de natueza científica não

podem ser classificadas como empresariais. A restrição hoje pesa sobre profissões regulamentadas como

advocacia, medicina, contabilidade e engenharia, por exemplo. “Se o novo parágrafo 5º se sobrepõe ao

antigo parágrafo único do Código Civil, então parte do anterior foi revogado”, diz Aleixo Pereira.

“A partir dessa interpretação, haverá distinção entre as sociedades simples e as sociedades

empresárias?”, questiona. A classificação entre sociedade simples e limitada é importante, por exemplo,

para se definir qual será o órgão de registro obrigatório dos contratos: as juntas comerciais ou os cartórios

de registro de títulos e documentos.

Outra dúvida é se pessoas jurídicas também poderão ser titulares de empresas individuais. Na

opinião de Aleixo Pereira, não. “A lei menciona a ‘pessoa natural que constituir empresa individual’, e

pessoa natural é pessoa física”, entende. Já para os advogados Felipe Maia e Júlio Queiroz, o termo gera

dúvidas, mas não proíbe a prática.

“É fundamental que seja suprimida a expressão ‘natural’ do texto da lei”, escreveram em artigo

publicado nesta segunda-feira (11/7) pela ConJur. “Essa insegurança jurídica não pode permanecer no

texto da Lei, sob pena de desestimular a constituição de Empresa Individual por sociedades empresárias.”

Tempo para regulamentação

Segundo Aleixo Pereira, que faz parte do colégio de vogais da Junta Comercial de São Paulo, nos

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próximos seis meses o Departamento Nacional do Registro do Comércio, que estabelece as regras para o

setor, ainda terá de regulamentar os procedimentos relacionados ao novo tipo empresarial. Entre eles

estão a chamada transformação, em que uma sociedade altera sua natureza, de anônima para limitada,

por exemplo, ou, no caso da nova lei, de limitada ou anônima para empresa individual. A situação está

prevista no novo parágrafo 3º do artigo 980-A do Código Civil, acrescentado pela Lei 12.441.

“A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das

quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal

concentração”, diz o dispositivo. Rogério Aleixo lembra, no entanto, que a alteração pode influenciar em

questões sucessórias, já que cotas transformadas em capital da empresa individual passam a ser um único

elemento, indivisível.

O DNRC também terá de regulamentar a forma de constituição dessas empresas. Hoje, o

mecanismo para formalização dos MEI (Microempreendedor Individual) nas Juntas é frágil e abre

possibilidade para fraudes. Consultando os procedimentos no site do órgão, é fácil chegar à conclusão de

que não é necessário conhecimento profundo da burocracia para se abrir um empreendimento em nome

de um terceiro com apenas algumas informações. Por isso, para negócios maiores, como as empresas

individuais, o procedimento deve ser semelhante ao usado hoje para as sociedades.

Conheça o texto da lei:

LEI Nº 12.441, DE 11 DE JULHO DE 2011

Altera a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), para permitir a constituição

de empresa individual de responsabilidade limitada.

A P R E S I D E N T A D A R E P Ú B L I C A

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Esta Lei acrescenta inciso VI ao art. 44, acrescenta art. 980-A ao Livro II da Parte

Especial e altera o parágrafo único do art. 1.033, todos da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro

de 2002 (Código Civil), de modo a instituir a empresa individual de responsabilidade

limitada, nas condições que especifica.

Art. 2º A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com as

seguintes alterações:

"Art. 44. ...................................................................................

..........................................................................................................

VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

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..............................................................................................." (NR)

"LIVRO II

..........................................................................................................

TÍTULO I-A

DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE

L I M I TA D A

Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma

única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não

será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.

§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a

firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.

§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada

somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade.

§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da

concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio,

independentemente das razões que motivaram tal concentração.

§ 4º ( V E TA D O ) .

§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída

para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão

de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor

o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional.

§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as

regras previstas para as sociedades limitadas.

........................................................................................................."

"Art. 1.033. ..............................................................................

..........................................................................................................

Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive

na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade,

requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da

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sociedade para empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade

limitada, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código." (NR)

Art. 3º Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data de sua publicação.

Brasília, 11 de julho de 2011; 190º da Independência e 123º da República.

DILMA ROUSSEFF

José Eduardo Cardozo

Nelson Henrique Barbosa Filho

Paulo Roberto dos Santos Pinto

Luis Inácio Lucena Adams

Juízes poderão indicar mediação familiar em divórcio

Tramita na Câmara o Projeto de Lei 428/11, do deputado Luiz Couto (PT-PB), que insere no Código

Civil (Lei 10.406/02) a recomendação para que juízes incentivem a mediação familiar em casos de divórcio.

Por meio da mediação familiar, os casais têm a ajuda de uma terceira pessoa (um técnico neutro e

qualificado), que pode ajudá-los a resolver seus conflitos e alcançar um acordo durável, levando em conta

as necessidades de todos os membros da família, em especial as crianças.

Segundo o Instituto Português de Mediação Familiar, a mediação é uma alternativa à via litigiosa.

Ajuda os pais a não abdicarem da sua responsabilidade como pais e leva-os a assumirem, eles mesmos, as

suas próprias decisões.

O objetivo principal é que os pais, depois da separação, mantenham convívio intenso e frequente

com seus filhos e não fiquem lesados no seu acordo de separação.

Segundo Luiz Couto, a utilização da mediação no âmbito das relações de família e na resolução de

conflitos é uma antiga reivindicação de entidades que representam magistrados, advogados, promotores

de justiça, psicólogos, psicanalistas e sociólogos.

O deputado argumenta que a mediação familiar fundamenta-se na cultura da paz e do diálogo e

não na mera pacificação de conflitos, como ocorre na conciliação, ou em sentenças proferidas por um

árbitro que não investiga o que motivou a discórdia, como no caso da arbitragem.

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Newsletter agosto de 2011

"A linguagem ternária [que envolve três partes] utilizada no processo de mediação pretende

construir uma solução para os conflitos por meio da comunicação, do diálogo, sem, no entanto, que o

mediador decida a controvérsia", afirma.

A proposta é semelhante ao PL 4948/05, do ex-deputado Antonio Carlos Biscaia, que foi arquivado

no fim da legislatura passada, pelo fato de não ter concluído sua tramitação.

E é idêntica ao PL 505/07, do deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA), que já foi aprovado pela

Comissão de Seguridade Social e Família e aguarda votação na Comissão de Constituição e Justiça e de

Cidadania.

Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Seguridade Social e

Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Instituto Brasileiro de Direito de Família

Reforma do Código Florestal ganha página especial multimídia

A partir desta quarta-feira (13), o cidadão terá mais facilidade para acompanhar todas as notícias e

debates em torno do projeto do novo Código Florestal que tramita no Senado. A Agência Senado, em

parceria com os demais veículos de comunicação da Casa, desenvolveu uma página especial multimídia

que vai concentrar todas as informações sobre o tema divulgadas em áudio, vídeo e texto no Portal do

Senado.

A nova página especial multimídia "Reforma do Código Florestal" trará a cobertura jornalística dos

debates nas comissões e no Plenário sobre o tema, além de agregar outros conteúdos que ajudarão o

leitor a acompanhar os debates e entender melhor o assunto, como entrevistas, opiniões e infográficos.

Acesse a nova página pelo endereço: http://www12.senado.gov.br/codigoFlorestal

Fonte: Senado Federal

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Newsletter agosto de 2011

Universidade privada terá que indenizar por furto de carro em

estacionamento gratuito

De acordo com a jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a Terceira Turma

manteve a decisão do ministro Sidnei Beneti que condenou a Fundação Universidade do Vale do Itajaí

(Univali), instituição particular de Santa Catarina, a ressarcir prejuízo à Tokio Marine Brasil Seguradora S/A.

Depois de indenizar um aluno que teve o carro furtado, a seguradora entrou com ação regressiva de

indenização contra a Univali.

O furto aconteceu no estacionamento da universidade. O local era de uso gratuito e não havia

controle da entrada e saída dos veículos. A vigilância não era específica para os carros, mas sim para zelar

pelo patrimônio da universidade. O juízo de primeiro grau decidiu a favor da seguradora, porém o Tribunal

de Justiça de Santa Catarina (TJSC) reformou a sentença.

Consta do acórdão estadual que o estacionamento é oferecido apenas para a comodidade dos

estudantes e funcionários, sem exploração comercial e sem controle de ingresso no local. Além disso, a

mensalidade não engloba a vigilância dos veículos. Nesses termos, segundo o TJSC, a Univali não seria

responsável pela segurança dos veículos, não havendo culpa nem o dever de ressarcir danos.

Entretanto, a decisão difere da jurisprudência do STJ. Segundo a Súmula 130/STJ, "a empresa

responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo ocorrido em seu estacionamento".

O relator, ministro Sidnei Beneti, destacou que a gratuidade, a ausência de controle de entrada e saída e a

inexistência de vigilância são irrelevantes. O uso do estacionamento gratuito como atrativo para a clientela

caracteriza o contrato de depósito para guarda de veículos e determina a responsabilidade da empresa.

Em relação às universidades públicas, o STJ entende que a responsabilidade por indenizar vítimas

de furtos só se estabelece quando o estacionamento é dotado de vigilância especializada na guarda de

veículos.

Fonte: STJ – Superior Tribunal de Justiça

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Newsletter agosto de 2011

TRF decide que não incide contribuição previdenciária sobre horas

extras

O Tribunal Regional Federal da 5ª Região, responsável pelo julgamento de processos que tramitam

no nordeste do país, vem decidindo que não incidem contribuições previdenciárias sobre o pagamento de

horas extras. O entendimento é que as horas extras não são incorporáveis ao salário do trabalhador e,

além disso, possuem natureza indenizatória, de modo que não sofrem a incidência da contribuição

previdenciária. A hora extra é mais um exemplo de verba sobre a qual pesa discussão nos Tribunais a

respeito da incidência ou não da contribuição previdenciária. Já foi assim com o vale transporte, ainda que

pago em dinheiro, terço constitucional de férias, auxílio-doença e auxílio-acidente nos primeiros 15 dias,

abono de férias, aviso prévio indenizado, auxílio-educação, auxílio-creche etc.

Lei é sancionada e certidão trabalhista será exigida a partir de 2012

Conforme antecipado pela Brandt, Cremonese e Soder Advogados Associados, foi sancionada a Lei

Federal n. 12.440, de 7 de julho de 2011, que cria a certidão negativa de débitos trabalhistas.

De acordo com a nova lei, o interessado não obterá a certidão quando em seu nome constar o

inadimplemento de obrigações estabelecidas em sentença condenatória transitada em julgado proferida

pela Justiça do Trabalho ou em acordos judiciais trabalhistas. Se os débitos estiverem garantidos por

penhora ou com a exigibilidade suspensa, será expedida certidão positiva com efeitos de negativa. A

instituição da certidão acabou alterando o artigo 29 da Lei de Licitações, incluindo a certidão trabalhista no

rol de documentos exigidos para contratar com a Administração Pública. A certidão passará a ser exigida

nas licitações a partir de janeiro de 2012.

Assim, a empresa que costuma contratar com o Poder Público já deve verificar a sua situação e

procurar regularizar eventuais pendências durante esse período. Segundo o presidente do Tribunal

Superior do Trabalho, a certidão será emitida em tempo hábil, de forma eletrônica e gratuita. A criação da

certidão de débitos trabalhistas e a sua exigência no processo de licitação ocorre justamente após o

Supremo Tribunal Federal sinalizar que é inconstitucional a exigência desse tipo de prova, o que deve gerar

muita discussão nos próximos meses. Muitas empresas com problemas trabalhistas devem questionar essa

nova exigência.

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Esse newsletter é redigido com fins informativos, não

devendo ser considerado como opinião legal sobre o assunto

ou consulta jurídica.

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