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Reflexões Disse-o mal acabou a Peregrinação que fizemos a Fáma a Pé. E voltou a dizê-lo quando, cerca de um mês depois, nos juntámos novamente para parlhar entre todos os momentos mais significavos daqueles cinco dias vividos tão intensamente em comum. Era fácil de perceber que não se referia a ninguém em concreto. Referia-se à totalidade da experiência vivida e à sua qualidade. E aqui contava tudo: os momentos de oração, as conversas e as parlhas feitas, as brincadeiras, as palavras proferidas e os gestos simples que exprimiam a preocupação de uns pelos outros num grupo em que, à parda quase ninguém se conhecia (havia alguns que não conheciam mesmo ninguém e eu, que era quem mais conhecia, não chegava a conhecer um terço dos 26 que embarcámos naquela aventura)mesmo tudo! Mais do que qualquer coisa em concreto ou qualquer pessoa em parcular era do ambiente que se respirava que ela queria falar quando dizia: Não sabia que havia gente assim!...” Penso que grande parte de nós já viveu momentos semelhantes. Momentos em que senmos que, num instante, se cria uma sintonia com os outros que nos ultrapassa, que não vem de nósE esses são momentos que permanecem gravados no coração porque percebemos neles a marca de Deus. Não deixei, por isso, de acolher com algum espanto aquela forma dela traduzir a excelência do que nha vividoClaro que fiquei feliz por ela. Mas ao mesmo tempo não pude deixar de ficar a pensar como uma coisa tão simples (ir a Fáma a Pé, em grupo) podia desencadear algo de tão rico e emocionante. E como isso podia ser uma novidade absoluta para alguém. E quantas oportunidades, feitas de coisas simples, deixamos escapar todos os dias? E se não haverá mais gente a passar ao lado deste po de experiências únicas, experiências de verdadeira parlha e comunhão, simplesmente por não conhecerem esta Boa Nova, este Evangelho. E lembrei-me das palavras de Paulo: Como hão-de invocar aquele em quem não acreditaram? E como hão-de acreditar naquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, sem alguém que anuncie? E como hâo-de anunciar, se não forem enviados?Pe Luís Alberto COMO INSCREVER-SE: Mande um e-mail para: manifestando o seu desejo de ser incluído/a na nossa mailing list , passando assim a receber a nossa Newsleer Para deixar de a receber, basta enviar um e-mail e será rerado/a da mailing list. Número 57 - Julho de 2016 Não sabia que havia gente assim!!!newsletter Reflexões … newsletter

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Page 1: newsletter Reflexões · da mailing list. Número 57 - Julho de 2016 ... Uns dias antes de fazer o risma recebi um convite da Teresa Oliveira para dar catequese. Não pude recusar!

R e f l e x õ e s …

Disse-o mal acabou a Peregrinação que fizemos a Fátima a Pé. E voltou a dizê-lo quando, cerca de um mês depois, nos juntámos novamente para partilhar entre todos os momentos mais significativos daqueles cinco dias vividos tão intensamente em comum.

Era fácil de perceber que não se referia a ninguém em concreto. Referia-se à totalidade da experiência vivida e à sua qualidade. E aqui contava tudo: os momentos de oração, as conversas e as partilhas feitas, as brincadeiras, as palavras proferidas e os gestos simples que exprimiam a preocupação de uns pelos outros num grupo em que, à partida quase ninguém se conhecia (havia alguns que não conheciam mesmo ninguém e eu, que era quem mais conhecia, não chegava a conhecer um terço dos 26 que embarcámos naquela aventura)… mesmo tudo!

Mais do que qualquer coisa em concreto ou qualquer pessoa em particular era do ambiente que se respirava que ela queria falar quando dizia: “Não sabia que havia gente assim!...”

Penso que grande parte de nós já viveu momentos semelhantes. Momentos em que sentimos que, num instante, se cria uma sintonia com os outros que nos ultrapassa, que não vem de nós… E esses são momentos que permanecem gravados no coração porque percebemos neles a marca de Deus.

Não deixei, por isso, de acolher com algum espanto aquela forma dela traduzir a excelência do que tinha vivido…

Claro que fiquei feliz por ela. Mas ao mesmo tempo não pude deixar de ficar a pensar como uma coisa tão simples (ir a Fátima a Pé, em grupo) podia desencadear algo de tão rico e emocionante.

E como isso podia ser uma novidade absoluta para alguém.

E quantas oportunidades, feitas de coisas simples, deixamos escapar todos os dias?

E se não haverá mais gente a passar ao lado deste tipo de experiências únicas, experiências de verdadeira partilha e comunhão, simplesmente por não conhecerem esta Boa Nova, este Evangelho.

E lembrei-me das palavras de Paulo: “Como hão-de invocar aquele em quem não acreditaram? E como hão-de acreditar naquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, sem alguém que anuncie? E como hâo-de anunciar, se não forem enviados?”

Pe Luís Alberto

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Número 57 - Julho de 2016

“ Não sabia que havia gente assim!!!”

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No dia 18 de maio de 2014, depois de uma conversa com o Padre Luís Alberto ele lançou-me o desafio: “porque é que não vens fazer a preparação para o Crisma?”. Penso que na altura terei respondido que era capaz de ser uma boa ideia, mas qualquer resposta que tenha dado não foi de todo com a certeza de que queria fazê-lo. Isto porque me lembro de ter chegado a casa nesse dia, de ter ido pegar na Bíblia para ler a passagem “Magnificat” e de ter sido nesse momento que percebi que tinha que fazer o Crisma. Porque me senti uma serva do Senhor e porque um dos primeiros passos para reencontrar o meu caminho na Fé tinha que ser esse. As reuniões de preparação para o Crisma são momentos que guardarei para sempre no meu coração. Aprendi a sentir que Jesus estava presente em cada reunião. Percebi que para sentir a presença de Jesus é importante estar em comunidade e que também é importante vivenciar a experiência da igreja em comunidade. Não é um caminho que tenha nem que deva fazer sozinha. Ficou a vontade de querer saber mais, de querer aprofundar melhor muito do que falámos. Ao longo dos 7 meses de preparação para o Crisma fui-me tornando uma pessoa diferente, mais atenta e mais aberta aos sinais de Jesus e de Deus. Fui percebendo que não preciso de ver para crer, que posso sentir a presen-ça de Deus na minha vida de muitas formas. Que posso conversar com Jesus como converso com um amigo. E que posso dar muito mais do que imagino. Fiz o Crisma no dia 28 de junho de 2015. Foi um dos dias mais importantes da minha vida. Foi um dia muito boni-to, cheio de emoção. Nasci de novo e uni-me mais firmemente a Cristo. Senti que o meu laço com a igreja se tor-nou mais forte. E este dia deu-me também força para iniciar o meu caminho de propagação da fé e de nunca me envergonhar de ser Cristã. Percebi que Deus esperava muito mais de mim e que a partir daquele dia eu iria enten-der cada vez melhor os sinais que Ele me iria dando. Uns dias antes de fazer o Crisma recebi um convite da Teresa Oliveira para dar catequese. Não pude recusar! Sa-bia que sozinha não conseguiria, mas com a ajuda da comunidade paroquial e do Espírito Santo seria possível abraçar o desafio. Fiz algumas ações de formação para catequistas e em setembro comecei a dar o 1º catecismo. Foi uma experiên-cia muito gratificante que espero ter oportunidade de repetir para o ano. É uma missão com muita responsabilida-de – iniciar as crianças na sua vida cristã. Mas conto com a ajuda de Deus, dos dons do Espírito Santo e de todo o grupo de catequese. Também fiz a formação de leitores e estou inserida na escala de leitores das missas de domingo das 19 horas. Ou-tra missão que me foi atribuída de forma inesperada, mas que aceitei de bom grado. Seria mais uma maneira de prestar o meu serviço a Deus - Ter a possibilidade de ser a Sua voz e de transmitir a Sua palavra a toda a comuni-dade. Participo nas reuniões dos Crismados que fazemos mensalmente. São momentos de convívio em que temos a oportunidade de ter o grupo reunido de novo e podemos partilhar as experiências de fé que temos vivido. Na última reunião, recordo-me de uma conversa interessante que tivemos: no início das nossas reuniões de pre-paração, o Padre Luís Alberto perguntou-nos o que é cada um de nós mais fazia quando rezava: Agradecer, Pedir ou Escutar. E que atribuíssemos percentagens a cada uma destas ações. A minha maior percentagem na altura foi para o PEDIR. Depois vinha o ESCUTAR e por fim o AGRADECER. (As minhas orações na altura quase se resumiam a pedir a Deus - pedia ajuda para tudo). Na nossa última reunião lembrei-me desta pergunta do Padre Luís Alberto e concluí o quanto mudei desde então… hoje em dia, a maior percentagem das minhas orações é para AGRADECER. De seguida está o ESCUTAR e por fim o PEDIR. Ao longo de todo o meu caminho tenho percebido o quanto DEUS tem feito por mim e pela minha família. O quão perto está de nós - DEUS É AMOR. E sinto uma necessidade cons-tante de lhe AGRADECER por esse Amor incondicional que tem por nós. Interessante foi saber que todos os outros crismados que estavam presentes também tinham passado a AGRADECER mais. Todas estas mudanças que têm acontecido na minha vida desde o Crisma fazem parte do compromisso que assu-mi no dia 28 de junho de ser um membro ativo na igreja e dar o meu testemunho. Aprendi que, tal como a nossa vida humana tem que ser alimentada, também a nossa vida cristã pode crescer, mas para isso, também precisa de alimento. Sei que ainda tenho um grande caminho a percorrer – o caminho da fé é um caminho que não tem um fim, é um caminho de constante aprendizagem. Tudo tentarei fazer para ser uma pessoa melhor, com a ajuda dos dons do Espírito Santo: Quero ser uma pessoa mais corajosa e mais forte interiormente; Quero ter Deus muito mais presente na minha vida; Quero ter plena consciência da grandeza de Deus e do quão pequenina eu sou;

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Página 2 Tempo de Partilha

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Quero ajudar outras pessoas a crescer na fé, através da catequese; Quero aprender mais e mais sobre DEUS. Lendo, questionando quem sabe, procurar aprofundar os meus conhecimentos. Ao dar catequese também tenho a responsabilidade de passar a mensagem de forma corre-ta e clara; Quero ter discernimento, capacidade de aprender a ler no íntimo; Quero ter o coração ainda mais cheio com um convívio mais perto de DEUS. A todos os jovens e adultos que vão fazer o Crisma desejo que seja um dia muito especial. Que o Amor de Deus permaneça para sempre nos vossos corações. Por fim, quero agradecer ao Padre Luís Alberto, à Zé Rodrigues, ao Diácono Tomás e a toda a comunidade paro-quial pela forma como me prepararam e pela forma como fui recebida na paróquia. Todo este meu caminho tem sido feito com a vossa ajuda.

Isabel Barbosa

A minha caminhada teve início no momento em que me foi dado a perceber que a minha relação com Deus era uma relação infantil e algo ignorante. Foi essa constatação intrigante que me motivou a partir à descoberta. Co-mecei por participar em diversas actividades promovidas por grupos de jovens cristãos e reuni alguma bibliogra-fia. Estes primeiros passos foram bastante reveladores e os novos sentimentos que me dominavam, conduziam-me num rumo diferente. Percebi que a minha fé tinha dado um pequeno, mas importante pulo. Nasceu então em mim um desejo novo: o de me tornar um membro legítimo e responsável da Igreja, um membro integrado na comunidade cristã. E foi por isso que decidi preparar-me para o Crisma. As reuniões semanais foram uma forma de me rotinar e aproximar ainda mais da Igreja. Passei a viver semanal-mente o pouco que compreendia do Evangelho. As reuniões foram também um potenciador para a minha fé do tamanho de um pequeno grão de mostarda, a minha fé germinal. Cada leitura é uma nova lição que Jesus nos dá e todas essas aprendizagens nos fazem crescer e nos revelam a presença do Espírito Santo, o hóspede silencioso da nossa alma. Estes 8 meses de reuniões serviram também para proclamarmos em voz alta a nossa fé. Apesar de ser assumida individualmente, a fé é para ser partilhada e estas reuniões permitiram a cada um expressá-la e, assim, inserir-nos na comunidade de irmãos que formamos. Em suma, foi muito bom poder libertar a minha fé privada, envergonhada e tímida e trazê-la até aqui para parti-lhar convosco. Esta aproximação de vós deixou em mim o desejo de ser mais activa no seio da Igreja e da nossa comunidade. Por fim, agradecer ao Pe. Luís Alberto, ao Tomás e à Zé, que tão disponíveis foram em trocar o conforto do lar pe-la nossa companhia. Obrigada pela paciência e dedicação.

Joana

Chegam as férias. Nem todos as temos ao mesmo tempo. O tempo em que vamos abrandar o ritmo da nossa actividade paroquial é também o espelho disso mesmo. Durante os meses de Julho e Agosto e até ao segundo fim de semana de Setembro rever-nos-emos certamente. Uns com ar de quem vai de férias e outros a mostrar que ainda estão por ir (contando ainda com aqueles para quem férias não significa, infelizmente, nada de muito especial e que se vão limitar a viver um tempo mais repou-sado e menos corrido, mas sem sair daqui…).

Férias há-de significar para todos um retemperar de forças. Não apenas energias físicas, mas a energia interior que advém de um coração reconciliado com a sua verdade, com espaço e tempo para dedicar àquilo que é verdadeiramente importante: a nossa relação com os outros e a qualidade dessa relação, seguramente mais marcada pela gratuidade…

Férias há-de significar também tempo para investir naquelas outras coisas que, normalmente, sem deixarem de ser as mais importantes, vamos deixando ficar para segundo plano na nossa vida, esmagadas pela tirania das “urgências” com que preenchemos o dia-a-dia…

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