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“APRENDIZAGEM HÍBRIDA”:

Opção para a formação profissional dos jovens agricultores

Newton Cesar Marques1

Percy Nohama2

RESUMO

Os filhos dos agricultores familiares, prováveis agricultores no futuro, ao concluírem o ensino fundamental, com idade entre 14 e 15 anos, são obrigados a sair de sua comunidade rural de origem, para dar seqüência a sua escolarização. Muitos optam em estudar como interno nos colégios agrícolas. O internato implica no distanciamento do aconchego familiar. A formação profissional de nível médio ocorre no período da adolescência, onde o indivíduo encontra-se vulnerável, sendo facilmente influenciado pelo meio. Quando concluírem seus estudos poderá ter esfriado o vínculo familiar e rompido com suas origens. A educação concebida a partir das reais necessidades do contexto social, o aproveitamento do potencial econômico do segmento familiar, passando pela valorização da agricultura e dos agricultores, são algumas das saídas para enfrentar o desequilíbrio social originado no êxodo rural. Neste estudo propõe-se uma prática pedagógica de aprendizagem híbrida, conforme as concepções metodológicas da educação do campo, articulada com as tecnologias de informação e de comunicação, e com o método presencial de ensino, como uma estratégia voltada para a escolarização dos jovens agricultores. A metodologia empregada precisa ser vista no sentido da dialética. Uma boa conversa entre os métodos, com o foco no segmento da agricultura familiar. Por outro lado, entende-se que as novas perspectivas educacionais surgidas no Século XXI apontam para que a formação profissional perpasse pelos novos recursos tecnológicos, neste contexto, o processo digital é irreversível e assim necessário à inclusão digital escolar. Palavras-chave: Aprendizagem Híbrida. Formação Profissional. Inclusão Digital. Técnico em Agropecuária.

INTRODUÇÃO

No Estado do Paraná, o “Curso de Técnico em Agropecuária”, de nível médio,

é a opção mais palpável quanto à formação profissional para os jovens agricultores.

Este curso é ofertado pelos Colégios Agrícolas pertencentes à Secretaria de Estado

da Educação, e, as Casas Familiares Rurais (CFR), vinculadas à Associação

Regional das Casas Familiares Rurais do Sul do Brasil.

Os filhos dos agricultores familiares, os adolescentes, os prováveis

agricultores no futuro, ao concluir o ensino fundamental, com idade entre 14 e 15

anos, são obrigados a sair de sua comunidade rural de origem, para dar seqüência a

sua escolarização ou formação profissional.

As dificuldades de escolarização para a juventude do campo motivaram as

instituições brasileiras de ensino agrícola adotar o sistema de internato como regra, 1 Professor PDE. Especialista em Educação. Docente do CEEP Lysímaco Ferreira da Costa. Rio

Negro – PR 2 Orientador PDE. Doutor em Engenharia Elétrica. Docente da UTFPR – Curitiba - PR

sua existência remonta ao ano de 1934, com as instituições federais de ensino

profissional vinculadas ao Ministério da Agricultura (MORAIS, 2011).

Deve-se considerar que o adolescente mantém uma barreira natural entre ele

e sua família, e o internato implica no distanciamento do convívio familiar, estando

ausente das atividades produtivas familiares. Quando concluir seus estudos, poderá

ter esfriado o vínculo familiar e rompido com suas origens (MILANI, 1998;

CAMARANO e ABRAMOVAY, 1999; WANDERLEY, 2011).

Após a conclusão do curso, se o jovem retornar às origens, não por opção,

mas por não ter conseguido espaço na cidade, o jovem que permaneceu três anos

afastados da propriedade familiar terá dificuldades de adaptação na nova condição,

pois a vivência no colégio durante o período de sua formação acaba por distanciá-lo

da realidade dos seus familiares (STROPASOLAS, 2011).

A cultura, os saberes da experiência o modo de vida dos povos do campo

raramente são tomados como referência nos meios educacionais. Essa visão

simplista parte do princípio que o espaço urbano, pode ser visto como modelo ideal

para o desenvolvimento humano. Essa perspectiva contribui para descaracterizar e

fragilizar a identidade dos povos do campo, em especial, os adolescentes que são

susceptíveis aos modismos, permitindo um distanciamento do seu universo cultural

(PARANÁ, 2010).

A ausência de uma política educacional efetiva contribui para o esvaziamento

humano no campo (CAMARANO e ABRAMOVAY, 1999; PASTORAL, 2008;

GODOY et al., 2009; FETRAF; STROPASOLAS; WANDERLEY, 2011).

Entende-se que o êxodo rural jovem é uma triste realidade. A ausência dos

jovens no espaço rural desencadeia o processo de desruralização. Entre os anos de

1996 e 2006, mais de três milhões de jovens deixaram o campo. Os migrantes

aportam nos centros urbanos. Atualmente, 40 % dos brasileiros vivem em regiões

metropolitanas. Nesses espaços, o crescimento populacional é desorientado,

facilitando a ausência ou escassez dos serviços públicos. Agora é outro problema

instalado, a desestruturação urbana (ANDRADE, 2011).

Há predomínio jovem e feminino nos movimentos de saída do campo. Este

fato não pode ser entendido apenas como “lei objetiva” desses processos: torna-se

imprescindível que se busquem as raízes do problema, ou seja, as razões que

fazem do campo um espaço social ainda “menos propício para as moças do que

para os rapazes” (CAMARANO e ABRAMOVAY, 1999; STROPASOLAS, 2011).

Como a ação educacional não é isenta, suas implicações podem estar em

desacordo com as necessidades e com as expectativas dessa parcela da população

(FETRAF; WANDERLEY, 2011). As moças estudam pensando numa melhor

colocação no universo urbano, ou seja, saem do campo os que mais estudam e

permanecem os demais (STROPASSOLAS, 2011).

A permanência dos jovens deve basear-se em projetos de vida voltados para

o crescimento humano e profissional. Ficar na propriedade e ser um agricultor não

deve ser encarado como uma “fatalidade” de alguém que ficou porque não tinha

outra coisa a fazer. Portanto, não é simplesmente “Fixar o Homem no Campo”

(CAMARANO e ABRAMOVAY, 1999; STROPASSOLAS, 2011).

A saída dos jovens do campo implica no rompimento da sucessão do

patrimônio familiar. A sucessão requer uma análise profunda do segmento, não é

uma simples troca do comando, sai o gestor idoso para a entrada do gestor jovem, o

estabelecimento de novas gerações de agricultores, envolve três circunstâncias: A

herança patrimonial, a reprodução da atividade profissional paterna e a saída dos

antigos gestores do controle patrimonial (CAMARANO e ABRAMOVAY, 1999;

GODOY et al., 2009; STROPASOLAS; WANDERLEY, 2011).

A organização curricular e a metodológica do ensino disponível para os

jovens pode ser determinante neste processo. O curso profissionalizante de nível

médio ocorre no período da adolescência, onde o indivíduo encontra-se vulnerável,

sendo facilmente influenciado pelo meio. Ora, se o meio (mídias) favorece no

sentido do modo urbano de vida, e se o aluno está distante da família, é provável o

seu encantamento pelos bens e condições da vida urbana (STROPASSOLAS;

WANDERLEY, 2011).

Por outro lado, as Casas Familiares Rurais têm na Pedagogia da Alternância

a base da organização curricular. Nesta metodologia, os jovens alternam períodos

de estudo junto à escola (internato) e períodos de estudo e de vivência na

propriedade familiar (FONSECA, 2008; WANDERLEY, 2011).

O plano profissional e de estudo favorece a inserção social e a conquista da

confiança dos familiares. Dessa forma, a alternância é uma metodologia apropriada

para a escolarização dos jovens agricultores (SILVA, L, 2003 apud FONSECA,

2008).

Ao longo dos três anos de sua formação, o aluno passa um período definido

na escola e outro na sua propriedade. “[...] a família exerce um papel importante na

vida dos indivíduos, sendo um modelo ou um padrão cultural que se apresenta de

formas diferenciadas nas várias sociedades existentes e que sofre transformações

no decorrer do processo histórico-social” (OSÓRIO, 1996, apud PRATTA e

SANTOS, 2007, p. 248).

As novas perspectivas educacionais surgidas no Século XXI apontam para

que a formação profissional perpasse pelos novos recursos tecnológicos.

Precisamos empregar as tecnologias para a construção de uma nova dinâmica

social, na perspectiva de que “a educação não pode se submeter à tecnologia; ao

contrário, deve usá-la a favor da emancipação do homem”, e ir ao encontro da

humanidade (MARCELO, 2002; MEIRINHO, 2006; WILSON apud CORTELAZZO,

2010, p.177).

A metodologia da educação à distância pode auxiliar no processo de

escolarização dos jovens agricultores, a partir da inclusão digital e dos recursos

pedagógicos das tecnologias de informação e de comunicação, na perspectiva de

mantê-los na propriedade familiar durante a sua formação, se conciliados com a

metodologia da alternância (WANDERLEY, 2011).

O processo digital é irreversível e assim necessário à inclusão digital escolar.

“[...] o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação descortinam novas

perspectivas para a Educação a Distância com suporte em ambientes digitais de

aprendizagem acessados via internet” (ALMEIDA, 2003).

O uso das diversas mídias aponta para novas perspectivas educacionais. Há

uma tendência de que os métodos à distância e presencial caminhem para

metodologias educacionais híbridas (MORAN apud RODRIGUES, 2010), como a

aprendizagem híbrida, que é um termo derivado do inglês, blended learning, que

significa a “integração do e-learning com abordagens tradicionais de educação a

distância – EaD, isto é, com encontros presenciais apoiados pelos serviços

disponíveis na internet“ (CORTELAZZO, 2010, P. 179).

Neste contexto, lançou-se o seguinte questionamento: a inclusão digital, o

uso das tecnologias da informação e comunicação, na escolarização dos jovens

agricultores pode contribuir, para a superação das dificuldades de escolarização e

de formação profissional, para a juventude do campo, e da desagregação do tecido

social rural?

Neste estudo, propõe-se que a organização do processo de

ensino/aprendizagem, possa ocorrer numa perspectiva sistêmica ou de rede, porque

o conhecimento está na escola, no seu entorno; dessa forma, a superação das

dificuldades de escolarização e da desagregação do tecido social rural, não pode ser

responsabilidade única da escola (CAMARANO E ABRAMOVAY, 1999;

STROPASSOLAS; WANDERLEY, 2011; CORTELAZZO, 2012).

Portanto, o objetivo do estudo proposto foi desenvolver uma prática

pedagógica de aprendizagem híbrida, conforme as concepções metodológicas da

educação do campo, articulada com as tecnologias de informação e de

comunicação, e com o método presencial de ensino, como uma estratégia voltada

para a escolarização dos jovens agricultores.

METODOLOGIA

O projeto foi organizado em dois momentos de interação. O primeiro

constituiu-se da implementação do projeto propriamente dito no ambiente escolar,

com a participação dos alunos, dos professores e da equipe pedagógica. Esta etapa

foi estruturada como um Ensaio de Curso Aprendizagem Híbrida: Formação para

Agricultores.

O segundo momento refere-se à participação dos professores da rede

estadual de ensino, com a integração do professor PDE, analisando e contribuindo

para a construção do conhecimento, ou das práticas metodológicas, a partir do

Grupo de Trabalho em Rede – GTR / via portal Moodle da SEED.

Ensaio de Curso: Estratégias metodológicas

O Ensaio de Curso foi organizado como um Caderno Temático, articulado em

à apresentação do projeto para a comunidade escolar; em 4 Unidades Temáticas;

mais a Avaliação da Metodologia, num total de 35 h.

Participaram do projeto os alunos internos, filhos de agricultores, matriculados

na 3ª Série do ano letivo de 2013, do Curso de Técnico em Agropecuária do Centro

Estadual de Educação Profissional Lysímaco Ferreira da Costa/Colégio Agrícola de

Rio Negro – PR.

Em relação ao local do estudo, as atividades foram executadas, em espaços

distintos, nas dependências do Colégio Agrícola de Rio Negro; no Ambiente Virtual

de Aprendizagem – AVA, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – (Curso:

Aprendizagem Híbrida no Curso Técnico / código AHCT101), nas propriedades dos

participantes, e no horário do contra turno escolar.

A apresentação do estudo para os professores e funcionários, ocorreu na

semana pedagógica de fevereiro de 2013. Nesta oportunidade, foi disponibilizada

cópia do projeto de intervenção, da produção didático/pedagógica, ambas no

formato “arquivo pdf”.

As estratégias metodológicas foram planejadas e estruturadas para atender o

objetivo geral do estudo, que é, de desenvolver uma prática pedagógica adequada à

escolarização e formação profissional dos jovens agricultores (adolescentes),

considerando a origem dos estudantes (agricultura familiar), as peculiaridades do

segmento social ao qual eles pertencem (alternância), e de acordo com as novas

concepções curriculares possibilitadas pelos recursos tecnológicos existentes

(inclusão digital), convergindo para a articulação e integração das diferentes

metodologias (métodos híbridos).

Após serem apresentados ao estudo, os alunos voluntariamente se

inscreveram no ensaio de curso. Na conclusão das atividades do projeto, os

participantes receberam um certificado, contabilizando a carga horária e registro das

ações realizadas.

Contou-se na execução do projeto com o apoio da Coordenação em EaD da

UTFPR, e no Colégio Agrícola, com a assistência do responsável pelo laboratório de

informática, com a colaboração do assistente do setor de produção animal, da

unidade de caprino/ovinos, e do acompanhamento, orientação e supervisão da

equipe pedagógica e da direção escolar.

Unidade: “A inclusão Digital do Jovem Agricultor”

A ambientação no AVA foi fundamental, tanto para a realização deste ensaio

de curso, como na consolidação da prática de ensino. Neste contexto, a EaD com

seus recursos e serviços, tem papel fundamental na interlocução entre o

colégio/professor, e o aluno/propriedade familiar.

Na metodologia desta unidade, tanto a inclusão digital como a plataforma

moodle, devem ser vistas como pilares metodológicos necessários para que a

formação profissional dos agricultores ocorra vinculada à produção agropecuária

familiar.

Atividade 1: Aula inaugural on-line mediada com os recursos da ferramenta

hangout. (tempo previsto: 2:00 h).

Os organizadores do “ensaio de curso” realizariam a aula, para tecer as

considerações iniciais deste estudo, a partir dos estúdios da UTFPR, enquanto os

integrantes do Colégio Agrícola encontrar-se-iam nas dependências escolares.

Realizamos um hangout, a partir das dependências do laboratório de informática da

escola (alunos), e da propriedade rural (autor), supervisionado pela equipe

pedagógica do Colégio Agrícola.

Atividade 2: As tecnologias educacionais e a profissionalização do jovem agricultor

(tempo previsto 4:00 h).

Nesta atividade, os alunos assistiram ao vídeo sobre a EaD, e juntos com o

professor, realizaram a leitura do texto proposto, procedendo reflexões, na

seqüência, elaboraram um texto sobre os temas.

- Vídeo: Introdução a EAD. Disponível em: http://www.e-treinamento.pr.gov.br/

- Texto para leitura: O jovem agricultor e o desafio educacional de sua formação

profissional, do Prof. Newton Cesar Marques.

Atividade 3: Conhecendo o AVA (tempo previsto 4:00 h).

Os alunos foram orientados, para a abertura de conta individual, para que

pudessem acessar ao portal dos cursos de educação a distância da UTFPR

(ead.ct.utfpr.edu.br/moodle/).

O acesso, e elaboração dos exercícios no AVA, permitiram que o aluno, fosse

apresentado às principais funções didáticas pedagógica do AVA. Moodle, dentre

outras, os fóruns; Livro; Blog; Wikis; Chats.

Atividade 4: As jovens agricultoras e a masculinização da população rural (tempo

previsto 2:00 h).

Os alunos acessaram o AVA, procederam à leitura do texto: As Jovens

Agricultoras (Prof. Newton Cesar Marques). Na seqüência, elaboraram uma síntese

emitindo a opinião sobre o tema.

Avaliação: foi realizada a partir da verificação da pertinência das produções

realizadas, conforme os textos propostos, da ambientação dos alunos no ambiente

virtual, e das dificuldades encontradas no decorrer das ações.

Unidade 5: “Construção do Conhecimento”

Nesta unidade, foi demonstrada a importância do momento de ensino

presencial, onde o professor organiza a construção do conhecimento, apresenta o

conteúdo, oportuniza momento de desenvolvimento da habilidade técnica

operacional, instiga os alunos para a pesquisa e os estudos complementares. Com

atividades em espaços físicos distintos: sala de aula, fazenda escola, e no ambiente

virtual.

Atividade 1: aula presencial de caráter teórico, expositiva, dialogada, tendo como

apoio recurso áudio-visual. Os assuntos abordados foram referentes aos principais

parasitas dos ovinos e dos caprinos, sua etiologia, manejo profilático, formas de

diagnóstico, importância econômica, prejuízos advindos com a infestação, dentre

outros (tempo previsto da aula: 2:00 h).

Atividade 2: aula prática de demonstração do diagnóstico a campo, e controle

químico das parasitoses (tempo previsto da aula: 3:00 h).

A aula foi iniciada com o professor realizando uma análise situacional do rebanho, e

do problema sanitário abordado. Na seqüência foram demonstradas as ações. Após,

os alunos em dupla realizaram as ações, com a supervisão do professor.

Tarefa da unidade: Os alunos responderam o relatório da aula prática e elaboraram

uma síntese do tema aula, para postagem no AVA (tempo previsto: 3:00 h).

Avaliação: individual, envolvendo: realização das atividades práticas, elaboração de

síntese postada no AVA, e redação do relatório da aula prática, conforme roteiro

descrito no quadro 1.

Quadro 1. Roteiro para o relatório da aula prática Nome:____________________nº:_____série:_____turma:____data:_____nota:___ Espécie:_____________raça:__________________________nº de cabeças:_____ Estado geral do rebanho: ( )ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim Nº de animais famacha ( ) grau 1 ( ) grau 2 ( ) grau 3 ( ) grau 4 ( ) grau 5 Nome do produto Princípio ativo Dose Via adm. Observações: medicar os animais grau 3, 4 e 5. Total medicados:

Unidade: “Hangout: Distante da escola, perto da aprendizagem”

Esta unidade apontou a perspectiva educacional emergente quando ocorre a

apropriação dos recursos e serviços das mídias em favor dos interesses públicos.

Não foi somente uma aula on-line que se pretendia desenvolver, mas também refletir

sobre o descortinar que as mídias possibilitam para ensinar e aprender,

considerando o universo do aprendiz.

Cada aluno precisou abrir uma conta no gmail, após orientações quanto ao

uso do recurso, foi organizado uma aula on-line.

Por questões técnicas, procedeu-se à inversão da ordem inicial; assim, a

atividade ocorreu, com o professor estando na sua propriedade rural, e os alunos no

laboratório do Colégio Agrícola.

Atividade: Tema da aula: verminoses gastrintestinais (tempo previsto 4:00 h).

A atividade permitiu o diálogo e interação entre: professor e aluno(s), e entre

alunos, demonstrando a importância e o manuseio da ferramenta hangout para fins

educacionais.

Unidade: “Alternância/EaD, Vivenciando a Aprendizagem”

Momento de vivência da prática profissional, na perspectiva formativa

sistêmica, articulando recursos da alternância e da EaD. Esta unidade encerrou a

prática de ensino. Ainda como estudante, segue amparado pelo professor, porém,

envolvido no processo da produção, com atuação na propriedade familiar.

Atividade: Prática e responsabilidade profissional. Na propriedade familiar, o aluno

aplica os conhecimentos aprendidos, sobre o controle dos parasitos nos

ovino/caprinos. (tempo previsto 8:00 h).

Observação: adequação do local, pois nem todos os familiares dos participantes

possuem rebanho caprino ou ovino; desta forma, os alunos cujos familiares não

possuem esses rebanhos, realizaram a atividade de vivência na fazenda/escola.

Avaliação: Realizada mediante a interpretação do relatório das atividades em

alternância e das ações registradas no AVA, em conformidade com o quadro 2.

Quadro 2. Roteiro para o relatório da atividade de alternância Nome:____________________nº:_____série:_____turma:____data:_____nota:___ Nome do Produtor ________________________ Espécie:________raça:_______nº de cabeças:____ Estado geral do rebanho: ( )ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim Nº de animais famacha ( ) grau 1 ( ) grau 2 ( ) grau 3 ( ) grau 4 ( ) grau 5 Nome do produto Princípio ativo Dose Via adm. Observações: medicar os animais grau 3, 4 e 5. Total medicados:

Avaliação da metodologia empregada

A avaliação da metodologia foi realizada com os alunos respondendo ao

formulário próprio constituído de 10 questões, da seguinte forma: Tema pertinente

ou relevante, isto é, se a metodologia empregada está de acordo com os objetivos

do tema de estudo, atende, ou concordo. Tema não relevante/pertinente, não

atende ou não concordo. E com as respostas justificadas. Tempo previsto: 3:00h.

Formulário de avaliação

01) A Unidade Temática, “A inclusão digital do jovem agricultor”, o objetivo proposto,

foi o de conhecer alguns recursos e empregos educacionais das Tecnologias de

Informação e de Comunicação. Para você, a metodologia empregada alcançou seus

objetivos?

02) Na unidade “Construção do Conhecimento” partimos da aula teórica, como base

do conhecimento; depois realizamos uma aula prática, com os alunos observando as

demonstrações técnicas, logo após, exercitam as técnicas empregadas. Na

seqüência o professor sugere que os alunos realizem estudos complementares,

como visitas em sites, e tarefa específica Em sua opinião esta metodologia, contribui

para a formação de um bom profissional?

03) Utilizamos a ferramenta Hangout para realizar uma aula on-line, orientando os

alunos, de como deveria ser realizada as ações da unidade seguinte. Partindo do

princípio de que o aluno tenha acesso a internet, ou na sua casa ou na escola rural

mais próxima, a ferramenta utilizada se apresenta como uma metodologia adequada

para a escolarização dos jovens agricultores?

04) Na unidade “Vivenciando a aprendizagem”, após ter participado no colégio da

aula teórica, da aula prática, de ter realizado estudos complementares, de ter

participado da aula on-line, você se sentiu mais seguro para realizar o controle dos

parasitas nos ovinos/caprinos, de propriedade de seus familiares?

05) O vídeo e o texto, utilizados na unidade “A inclusão digital do jovem agricultor”

contribuíram para seu entendimento a respeito da importância dos jovens

agricultores no contexto social brasileiro?

06) O ensaio do curso realizado no ambiente virtual, o conhecimento do AVA, os

exercícios realizados, no fórum, blog, e na wikis, auxiliaram na sua compreensão de

como funciona um curso a distância? Você encontrou muitas dificuldades para

realizar as atividades no AVA?

07) Para você, as tecnologias de informação e comunicação, precisam estar mais

próximas dos agricultores familiares, sob risco de distanciamento tecnológico e

dificuldades futuras de se manterem na atividade da agropecuária?

08) A organização curricular dos cursos de formação profissional de nível médio,

destinado à profissionalização dos jovens filhos dos agricultores familiares, precisa

ser orientada, segundo as demandas específicas deste setor, assim, evitando ou

minimizando o processo de migração jovem, sentido campo – cidade. (CAMARANO

e ABRAMOVAY, 1999; STROPASSOLAS, 2011).

09) Precisamos desenvolver competências para empregar as tecnologias para a

construção de uma nova dinâmica social, na perspectiva de que “a educação não

pode se submeter à tecnologia, ao contrário, deve usá-la a favor da emancipação do

homem” (WILSON apud CORTELAZZO, 2010).

10) O ensaio de curso, ora chamado "aprendizagem híbrida" pode ser visto na

perspectiva, da superação das dificuldades de escolarização dos agricultores e da

minimização da desagregação do segmento agrícola familiar?

Grupo de Trabalho em Rede: Estratégias metodológicas

As atividades do GTR foram organizadas em três tópicos. As participações

dos professores ocorreram nos diferentes espaços de produção, como nos fóruns de

discussão, e diários específicos para cada um dos tópicos.

Tópico 1 – A Inclusão Digital do Jovem Agricultor e sua Escolarização no

Contexto Social da Agricultura Familiar

Neste tópico, foi solicitado que os professores examinassem o projeto de

intervenção, participassem do fórum e do diário emitindo seus pareceres e

considerações a respeito do tema: O uso das tecnologias da informação e

comunicação na escolarização dos jovens agricultores pode contribuir para a

superação das dificuldades de formação profissional para esses jovens, e para a

minimização da desagregação do tecido social rural?

Tópico 2 - Aprendizagem Híbrida: Formação para Agricultores

Neste tópico, foi solicitado que o professor examinasse as estratégias

propostas, lendo o texto "Produção Didático-Pedagógica", e emitissem no fórum e no

diário, suas considerações, pareceres sobre o tema: Aprendizagem Híbrida:

Formação para Agricultores.

Tópico 3 - Ensaio de Curso

Este tópico coincide com a finalização das atividades do projeto, dessa forma,

as reflexões sobre o tema de estudo encontram-se solidificadas, as impressões

sentidas pelo professor PDE durante o transcurso das atividades, é compartilhada

com os professores integrantes do estudo do GTR.

Neste contexto, foi solicitado aos participantes, que participassem do fórum e

do diário, e que emitissem seus pareceres sobre o tema do estudo, mas, sobretudo,

suas contribuições na forma de sugestões a partir da vivência e da experiência

profissional.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ensaio de curso

Estrategicamente, a análise dos resultados foi realizada agrupando-se as

“questões” em dois eixos. O primeiro eixo envolveu “O Universo do Jovem e da

Agricultura Familiar”, e o segundo a “Metodologia da Aprendizagem Híbrida” e a

compreensão do conteúdo proposto.

Eixo: O Universo do Jovem e da Agricultura Familiar

Todos os participantes responderam as questões de nº: 01, 03, 05 – como:

atende; e as questões nº 07, 08 – como: concordo. Portanto, os alunos

consideraram que a organização curricular pode contribuir ou não para a ocorrência

do êxodo rural jovem.

Para ilustrar o afirmado anteriormente, exemplificam-se alguns recortes das

considerações dos alunos registradas no formulário avaliativo:

- “Existem muitos casos de jovens que querem estudar e não podem, pois tem que

ficar ajudando na propriedade, então com isso acontece o êxodo rural, pois não tem

escolas no interior, com isso acabam indo para o meio urbano”.

- “Pois completa o conhecimento através de aulas online e visitas de sites, e até pelo

MSN, redes sociais”.

- A importância da internet, “para que o agricultor se mantenha informado sobre a

agropecuária brasileira, fazendo com que ele busque uma maior rentabilidade em

seu negócio”.

Eixo: Metodologia da Aprendizagem Híbrida

Todos os participantes responderam a questão nº: 06 – como: atende; e as

questões nº: 02, 04, 09, 10 – como: concordo. Portanto, na análise dos alunos a

metodologia proposta é adequada para a formação profissional dos seus iguais.

Para exemplificar os relatos coletados, apresentam-se alguns recortes dos

comentários dos alunos registrados no formulário avaliativo:

- “Pois o aluno aprende a teoria, aplica na prática e no final demonstra o que

aprendeu”.

- “Ao passar por todas as fases do estudo não terá dúvida em fazer certos

procedimentos”.

- “Não encontrei nenhuma dificuldade. Funciona desde que tenha um sinal bom de

internet”.

- “[...] ao mesmo tempo, que ele está estudando, está associando a tecnologia, está

aplicando na propriedade, ajudando a mesma, e após colhendo os resultados”.

Grupo de trabalho em rede

Síntese das considerações e discussão referentes ao diário e fórum 1

Para os professores, o tema do projeto de intervenção é relevante para a

sociedade paranaense, tendo em vista as dimensões sociais que envolvem a

formação profissional dos jovens agricultores familiares, como o fenômeno do êxodo

rural jovem, suas implicações no âmbito da agricultura familiar, com alcance nas

regiões metropolitanas.

Os jovens do campo assediados pelos atrativos urbanos, e ao se depararem

com a realidade agrária, como a falta de perspectivas de crescimento profissional,

baixo rendimento do trabalho agrícola, baixa capacidade de investimento das

famílias na produção agropecuária familiar, dentre outras, induz a uma parcela ao

êxodo.

A inclusão digital é uma necessidade atual dos agricultores familiares, que

suas aplicações são fundamentais tanto no processo educativo como do contexto da

produção agrícola.

A permanência do jovem no campo, depende de outras ações de ordem das

políticas públicas para o segmento familiar: que a sociedade se mobilize para

garantir políticas públicas específicas para a agricultura familiar, que crie

mecanismos de valorização da agricultura familiar e dos agricultores.

Neste sentido, dentre as várias contribuições recebidas neste GTR, pinçou-se

algumas, que podem representar as intenções/considerações dos professores

participantes, em relação à inclusão digital, no contexto da escolarização da

juventude rural:

- “[...] a inclusão digital não é a solução, mas sem dúvida uma das principais

ferramentas para contribuir com as novas demandas da formação profissional dos

jovens agricultores”.

- “[...] uma questão que tem sido recorrente, seria o êxodo rural dos jovens

estudante/trabalhadores. A opção que possuem é partir para grandes centros a fim

de obter conhecimento, ou em busca de trabalho com registro em carteira,

enfraquecendo assim a agricultura familiar. Uma alternativa foi levantada neste

projeto à inclusão digital, favorecendo a qualificação profissional, no meio onde o

jovem encontra-se inserido”.

Observando as produções deste tópico, verificou-se que há uma

convergência para alguns temas abordados no estudo. Quantificando as produções,

analisando as considerações e os pareceres, chegou-se aos resultados

apresentados a seguir no quadro 3:

Quadro 3: Pertinência dos principais temas, segundo os participantes do GTR

Pertinência do tema %

O êxodo rural jovem está intrinsecamente relacionado com a organização curricular. 60

Os currículos escolares devem convergir para novas concepções, e de que a Inclusão Digital é necessária.

66

O modelo atual de escolarização e de formação profissional dos jovens agricultores, não contribui para minimizar a desruralização.

82

A permanência dos jovens no campo passa necessariamente pela valorização da agricultura e dos agricultores.

75

Síntese das considerações e discussão referentes ao diário e fórum 2

Na opinião dos participantes, é inegável a importância educacional das

tecnologias de informação e de comunicação, que a educação a distância é uma

modalidade de ensino de grande abrangência social, porém existem diferentes

realidades educacionais quanto ao uso das mídias, em algumas comunidades rurais

inexiste internet, telefonia celular, dificultando o acesso dos estudantes aos cursos

de educação à distância. Para reverter esta situação, seriam necessários

investimentos em infra-estrutura e capacitação profissional.

Para estruturar a matriz curricular, torna-se imprescindível a presença de

profissionais da área da informática para garantir os conteúdos necessários, a partir

de disciplinas específicas, para atuarem nessas novas concepções curriculares.

Para realizar a comunicação do aluno no momento da alternância, o sinal de

internet é fundamental. Porém, não pode ser excludente, neste sentido, iniciar a

inclusão digital a partir de ações que possam ser executadas em ambientes on-line

ou off-line.

A pedagogia da alternância desponta como uma metodologia de ensino mais

adequada ao contexto social agrícola, podendo ser significativa frente ao êxodo, e

para a manutenção da estrutura agrícola familiar.

Neste contexto, dentre as várias contribuições recebidas neste GTR, pinçou-

se algumas, que podem representar as intenções/considerações dos professores

participantes, em relação à metodologia proposta:

- “[...] acredito que o mais interessante para iniciar este processo de inclusão digital

é partir do conceito de atividades iguais, que possam ser desenvolvidas em

ambientes on-line ou off-line [...]”.

- “A aprendizagem híbrida permite apresentar ao jovem agricultor os modernos

recursos de ensino, mantendo-o em seu meio de origem. Desta forma, criam-se

condições e incentivos práticos para que estes jovens conheçam outras realidades,

sem ter que abandonar a sua própria”.

- “Mesclar recursos tecnológicos na educação do aluno é nortear o uso inteligente da

tecnologia, que infelizmente é sub-aproveitada no cotidiano de milhares de

pessoas”.

Observando as produções deste tópico, verificou-se que alguns temas

preponderaram nas discussões. Assim, analisando as considerações e os

pareceres, chegou-se aos resultados apresentados no quadro 4.

Quadro 4: Pertinência dos principais temas, segundo os participantes do GTR

Pertinência do tema %

A metodologia da Aprendizagem Híbrida é adequada para a escolarização e a formação profissional dos jovens agricultores.

100

A Aprendizagem Híbrida depende de investimentos na melhoria no “sistema de internet”, como: no acesso e na qualidade do sinal.

82

A plasticidade da metodologia, as diversas possibilidades de interação do professor/alunos, como o CD-ROM, material impresso, dentre outras na substituição da interação online, para o período da alternância é significativa.

75

Os profissionais da educação devem ter novas posturas, mantendo-se capacitados, frente ao avanço das TICs, e das novas concepções curriculares.

60

Síntese das considerações e discussão referentes ao diário e fórum 3

Ao incorporar as produções realizadas pelos colegas participantes deste

GTR, percebe-se que existem pontos de estrangulamento (internet, diferentes

interesses dos alunos, postura profissional, dentre outros) comuns quanto à

utilização das TIC, independentemente da região ou do curso de formação.

Quando bem utilizada, a informática adquire grande significância no processo

de ensinar/aprender, do contrário, distancia mais os adolescentes do significado da

aprendizagem. Para exemplificar, observe-se o relato de um aluno, participante do

projeto: “[...] está sendo usado a internet só para jogos, redes sociais, ao invés de

melhoria do conhecimento técnico”.

Neste sentido, dentre as várias contribuições recebidas, pinçou-se algumas,

que podem representar as intenções/considerações dos professores participantes,

em relação à metodologia proposta:

- “Penso que o seu trabalho seja importante também para repensarmos a atual

prática pedagógica, no sentido de melhorá-la buscando alternativas para amenizar o

problema da evasão escolar”.

- “A forma na qual foi aplicado o projeto foi excelente, diversos recursos foram

utilizados, as ferramentas de tecnologia foram bem escolhidas e adequadas.

Realmente, ainda há muito que avançar na qualidade dos laboratórios de

informática, os links são estreitos e muitas vezes desmotiva os alunos nas práticas,

pois o congestionamento se torna evidente na execução de atividades que envolvam

principalmente vídeos”.

CONCLUSÕES

A educação concebida a partir das reais necessidades do contexto social, o

aproveitamento do potencial econômico do segmento familiar e a valorização da

agricultura e dos agricultores são algumas das saídas para enfrentar o desequilíbrio

social originado pelo êxodo rural.

Ao analisar as contribuições dos alunos no decorrer do ensaio, conclui-se

que: as tecnologias devem ser mais bem aplicadas no âmbito educacional; que

muitos jovens não podem se ausentar das propriedades dos pais para estudar, pois

decidem entre abandonar a atividade agrícola ou os estudos; que a inclusão digital é

necessária, para que os agricultores possam acompanhar a evolução, mantendo-se

competitivos na atividade agropecuária; que os diferentes métodos de ensino

facilitam a aprendizagem; que os recursos tecnológicos estão mais acessíveis e

podem ser úteis na profissionalização dos agricultores; que ficam preocupados com

a ausência das moças no meio rural; que a metodologia pode facilitar a permanência

no meio rural, dentre outros.

Durante o projeto, percebeu-se que o tempo destinado ao estudo foi restrito e

que a qualidade do sinal de internet limitou algumas ações, como o “hangout”,

dentre outros. Porém, com adequações pontuais e por se tratar de um “ensaio”,

entende-se que não houve comprometimento dos objetivos propostos.

Considerando as produções dos professores no Grupo de Trabalho em Rede,

e dos alunos no “Ensaio de Curso”, todos, sempre no sentido da aprovação da

metodologia sugerida, pode-se considerar que a proposta pode representar uma

saída para a minimização dos problemas educacionais apontados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta estratégia metodológica, que abriga a alternância, não há rompimento

do vínculo familiar no início do curso. Desta forma, permite que o jovem decida o

destino de sua vida somente após a conclusão dos seus estudos de nível médio, o

que propicia a ele um grau maior de maturidade.

Na elaboração da proposta metodológica, tomou-se o cuidado de pensar

numa estratégia plausível para o público objeto da intervenção e ao incluir os

recursos tecnológicos, são muitas as perspectivas educacionais que se abrem.

Neste contexto, na unidade “A inclusão Digital do Jovem Agricultor”

demonstrou-se que a EaD com seus recursos e serviços, pode ter papel

fundamental na interlocução entre o colégio/professor, e o aluno/propriedade

familiar.

Na unidade “Construção do Conhecimento”, demonstrou-se a importância do

momento de ensino presencial, onde o professor organiza a construção do

conhecimento, com ações realizadas em espaços físicos distintos, incluindo

exercícios de habilidade técnica operacional, instigando os alunos para a pesquisa e

os estudos complementares.

Já a unidade “Hangout”, aponta novas perspectivas educacionais, quando

ocorre a apropriação dos recursos e serviços das mídias em favor dos interesses

públicos.

Finalizando, a unidade “Vivenciando a Aprendizagem”, contempla momentos

de vivência da prática profissional, na perspectiva formativa sistêmica, articulando

recursos da alternância e da EaD. Assim, o estudante, segue amparado pelo

professor, porém, envolvido com seus familiares no processo produtivo.

A metodologia empregada foi concebida, a partir da interlocução do método

Presencial, da Alternância e da Educação a Distância, objetivando a construção de

uma prática pedagógica adequada para a escolarização dos jovens agricultores.

Portanto, a “Aprendizagem Híbrida” precisa ser vista no sentido da dialética.

É uma simples conversa, porque a estratégia busca recursos e serviços dos

diferentes métodos de ensino como um diálogo entre amigos, que buscam solução

para o êxodo rural jovem.

Assim, todos podem numa perspectiva colaborativa, cortar a raiz que causa

esta desagregação social, na medida em que a migração campo/cidade primeiro

atinge uns, mas suas conseqüências, por sua vez, não têm fronteiras. No entanto,

entende-se que este trabalho apenas aponta uma direção e que estudos

complementares serão necessários.

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