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A realização de uma etapa da Fórmula 1 no Brasil virou um jogo de cena entre promotores e autoridades públicas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Após o presidente da República Jair Bolsonaro afirmar que o Rio receberia no ano que vem a prova num novo autódromo que ainda será construído na cidade, governo e prefeitura de São Paulo reforçaram o contrato que possuem com a Liberty Media, dona dos direitos comerciais da F-1, até o ano que vem. Ago- ra, é o promotor da prova na capital paulista que colocou em dúvida a capacidade de o autódromo ficar pronto e, ainda, de o Rio conseguir pagar a conta da prova. Em entrevista ao jornal "O Globo", Tamas Rohonyi, promotor do GP do Brasil desde 1980, afirmou que possui contrato com a Formula One Management (FOM) até 2020 para a prova acontecer em São Paulo. Além disso, o empresário afirmou O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR REDAÇÃO F-1 no Brasil vira jogo de cena entre Rio e SP 1 NÚMERO DO DIA EDIÇÃO 1244 - TERÇA-FEIRA, 14 / MAIO / 2019 de euros por temporada deve faturar a La Liga, primeira divisão espanhola, com direitos de transmissão a partir do ano que vem 2,1 bi O FE R E C I M E N T O

NÚMERO DO DIA 2,1 espanhola, com direitos de transmissão a ... · to de que "a zueira não tem limites". Mas é preciso compreender que toda liberdade acaba quando fere o próximo

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Page 1: NÚMERO DO DIA 2,1 espanhola, com direitos de transmissão a ... · to de que "a zueira não tem limites". Mas é preciso compreender que toda liberdade acaba quando fere o próximo

A realização de uma etapa da Fórmula 1 no Brasil virou um jogo de cena entre promotores e autoridades públicas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Após o presidente da República Jair Bolsonaro afirmar que o Rio

receberia no ano que vem a prova num novo autódromo que ainda será construído na cidade, governo e prefeitura de São Paulo reforçaram o contrato que possuem com a Liberty Media, dona dos direitos comerciais da F-1, até o ano que vem. Ago-ra, é o promotor da prova na capital paulista que colocou em dúvida a capacidade de o autódromo ficar pronto e, ainda, de o Rio conseguir pagar a conta da prova.

Em entrevista ao jornal "O Globo", Tamas Rohonyi, promotor do GP do Brasil desde 1980, afirmou que possui contrato com a Formula One Management (FOM) até 2020 para a prova acontecer em São Paulo. Além disso, o empresário afirmou

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR REDAÇÃO

F-1 no Brasil vira jogo de cena entre Rio e SP

1

N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1244 - TERÇA-FEIRA, 14 / MAIO / 2019

de euros por temporada deve faturar a La Liga, primeira divisão espanhola, com direitos de transmissão a partir do ano que vem2,1bi

O

F E R E C I M E N

TO

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que deverá ter de negociar com a Liberty Media no ano que vem para obter os direitos de fazer a prova. Segundo Rohonyi, o grupo vem pedindo aos promotores cada vez mais dinheiro para ceder a licença, o que tem dificultado o negócio.

" Essa história de 2020 foi um erro a que o (presidente Jair) Bolsonaro foi levado. Alguém anuncia que, em 2021, vai fazer no Rio uma corrida de F-1 num autódromo que não existe, cujo projeto, diferentemente do que aquilo que se publica, não existe. O que existe é o conceito, mas o projeto executivo que tem que ser apro-vado na FIA não existe", afirmou o promotor em entrevista ao "O Globo".

De acordo com ele, os custos para fazer a corrida são de cerca de US$ 50 milhões (algo em torno de R$ 200 milhões). Como a Liberty Media tem pedido cerca de US$ 20 milhões só pela licença da prova, Rohonyi acredita que seria inviável ter as garantias bancárias para que a competição mudasse para o Rio de Janeiro. O Brasil é o único país, além de Monaco, a não pagar uma taxa para ter o GP. Outro ponto que o empresário considera difícil para a cidade é conseguir viabilizar as licenças ambientais para construir o autódromo num curto espaço de tempo.

Por outro lado, o presidente da FOM, Chase Carey, confirmou que negocia com as duas cidades. O Brasil é hoje o país com maior audiência televisiva da F-1 no mundo, já que é o único em que as provas ainda passam na TV aberta.

"Temos uma boa relação com São Paulo. Mas temos que resolver o que fazer em 2021. Estamos em negociações com ambas as cidades e apreciamos o interesse, já que o Brasil é um mercado importante para nós e uma parte importante de nossa história. Estamos focados e comprometidos em continuar correndo no Brasil. Só temos de resolver qual o melhor caminho a partir de 2021", disse Carey ao UOL.

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O P I N I Ã O

A tênue linha entre humor e humilhação

A tentação de "lacrar" na internet tem levado a sociedade a viver situa-ções até então impensáveis no mundo real e que antes eram típicas do mundo virtual. O caso Sidão é só mais um exemplo de como não é tão

simples transportar o comportamento de um tipo de ambiente para o outro. É um absurdo ainda maior a humilhante situação vivida pelo goleiro vascaíno ter

partido de um dos mais influentes canais de futebol no YouTube brasileiro atualmen-te. O Desimpedidos não pode deixar de entender sua importância como formador de opinião no mundo atual. Isso vale tanto para justificar os quase R$ 100 milhões que o veículo faturou no último ano quanto para entender sua posição no mercado.

Como o próprio perfil da empresa gosta de frisar, o que move o canal é o concei-to de que "a zueira não tem limites". Mas é preciso compreender que toda liberdade

acaba quando fere o próximo. Não pode um canal estabelecido e influente não ter noção da responsabilidade sobre o conte-údo que ele publica e repercute.

Essa tênue linha que separa o mundo virtual do real é, da mesma forma, aquela que separa o humor da humilhação. Não podemos achar que é legal tirar sarro do outro sem pensar no outro lado.

O caso de Sidão mostra exatamente o degrau que os influenciadores digitais ain-da precisam subir na escada do profissio-

nalismo. Quando o jornal Extra, do Rio, provocou o linchamento moral do goleiro Muralha, do Flamengo, questionou-se a função do jornalismo. No caso do Desim-pedidos, é curioso notar como o canal não é visto como jornalístico, apesar de sê-lo.

Estamos vivendo hoje uma nova era no relacionamento das marcas com os tais influenciadores. Passada a euforia dos milhões de seguidores, começa o questiona-mento de qual é de fato a influência que eles geram para as pessoas e o que isso traz de benefício para as marcas. O caso Sidão e Desimpedidos é mais uma prova disso.

Todo humor, apesar de engraçado, carrega consigo uma enorme crítica. Ser sar-cástico é fazer crítica de forma engraçada. Geralmente o grande humorista é aquele que consegue ser extremamente crítico sendo divertido. Só que ele geralmente sabe ver qual é o limite que existe entre o humor e a humilhação. Os canais influentes de esportes têm geralmente confundido bom humor com a "zoeira sem limites".

O esporte permite a leveza da brincadeira. Mas desde que ela entenda que, para ser boa, precisa ser leve. Do contrário, será um crime contra quem for ofendido.

Caso Sidão mostra o degrau que os

influenciadores digitais ainda têm de

subir na escada do profissionalismo

POR ERICH BETING

diretor executivo da Máquina do Esporte

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Atlético terá parte das vendas da Le

Coq Sportif em MG

Um dos canais de futebol mais influentes do YouTube, o Desimpe-didos teve de divulgar comunicado se desculpando pela gafe envolven-do o goleiro Sidão, do Vasco.

Foi a partir de uma postagem do perfil do canal no Twitter que o pú-blico decidiu votar ironicamente no goleiro vascaíno, resultando numa situação constrangedora.

Pressionado nas redes sociais, o Desimpedidos afirmou que não pretendia desrespeitar Sidão, e lem-brou que influenciar votações on-line é prática recorrente do canal.

"A prática é comum no canal, tanto que rendeu o prêmio Puskas ao Wendell Lira, em 2016, e o Lau-reus à Chapecoense, em 2018".

P R E S S I O N A D O , D E S I M P E D I D O S P E D E D E S C U L PA S E M C A S O S I D Ã O

Finalista da Liga dos Campeões, o Liverpool estabeleceu os Estados

Unidos como destino para a pré-tem-porada a ser realizada em julho.

A equipe jogará contra o alemão Borussia Dortmund, o espanhol Se-

villa e o português Sporting.Os duelos serão em estádios tradi-

cionais para a prática do beisebol: o Notre Dame Stadium (Indiana), o

centenário Fenway Park (Boston) e o Yankee Stadium (Nova York). A ideia

é buscar novos fãs nesses locais.

POR MERCADO, L IVERPOOL FARÁ PRÉ -

TEMPORADA NOS EUA

POR REDAÇÃO

O Atlético Mineiro apresentará na próxima quinta-feira (16) o novo uniforme do clube, produzido pela Le Coq Sportif. Mas, mais do que o fornecimento do material esportivo, ha-verá o anúncio de uma sociedade entre clube e empresa, na qual o Atlético terá participação sobre as vendas de todos os produtos da marca no estado de Minas Gerais.

A coleção "Galo 2019" será apresentada a partir das 20h num evento em Belo Horizonte e terá transmissão ao vivo pelo canal do Atlético no YouTube. Os produtos da Le Coq Sportif poderão ser encontrados nas lojas do clube, assim como em lojas da própria empresa de origem francesa e também nas varejistas que trabalham com marcas esportivas.

O mote da campanha de divulgação da parceria é o galo, símbolo do clube e também da marca. "Atlético Mineiro e Le Coq Sportif: juntos, os dois galos ainda terão muita história para contar", afirmou o clube para comunicar a parceria.

A Le Coq Sportif substituirá a Topper como fornecedora de material esportivo do Atlético. A troca é mais uma envol-vendo o clube, que no passado recente teve acordos com diversas marcas: Lupo (2013), Puma (2014 e 2015), Dry World (2016) e Topper (desde 2017). Em todos esses negócios, clu-be e fornecedora tiveram problemas de relacionamento.

A Lupo, que vestiu o clube na campanha do inédito título da Copa Libertadores, não conseguia entregar produtos nas lojas. A Puma foi trocada pela Dryworld, que não pagou todo o contrato. Já a Topper sai após reduzir o projeto no futebol.

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POR ERICH BETING

Aagência de marketing Octagon tem passado, há alguns anos, por uma grande transformação conceitual. Com a chegada do ex-jogador Ronal-do para a empresa, o foco de atuação da Octagon deixou de ser apenas

o esporte para se tornar o entretenimento. Isso levou a agência a atuar em outros eventos, como o Carnaval do Rio de Janeiro e o Lollapalooza. Agora, a Octagon Brasil cruzou a fronteira e abriu também operações no México.

O novo passo da empresa foi revelado por Ronaldo em entrevista exclusiva ao canal da Máquina do Esporte no YouTube. Eleito o Executivo do Ano na premia-ção dos Melhores do Ano de 2018 da Máquina, Ronaldo recebeu o troféu e falou sobre os planos da Octagon. Segundo ele, a agência mudou o foco de atuação para poder atender a uma necessidade do próprio mercado patrocinador no país.

"As empresas estão buscando cada vez mais os projetos empacotados, que en-treguem tudo. Isso que a gente oferece. Uma consultoria juntamente com a pro-dução e execução do projeto. Foi muito acertada essa mudança, a gente está colhendo muitos resultados positivos e ganhando a confiança no mercado", disse.

Atualmente, a Octagon tem contas de empresas como Nike e MasterCard, como a de Budweiser, que envolve tanto ativações no esporte quanto no universo da música. Além disso, a agência conta com eventos proprietários, como o camarote no Carnaval do Rio de Janeiro, e executa outros projetos de parceiros, como a NBA House, que será aberta no próximo dia 30 de maio para as finais do basquete.

Clique aqui para conferir a entrevista. Na sexta-feira será publicada a segunda parte do bate-papo, que fala sobre o Valladolid, clube comprado por Ronaldo.

Com Ronaldo, Octagon mira mercado mexicano

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POR REDAÇÃO