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Destaques NMP: proibição de abate de coníferas hospedeiras sem sintomas de declínio Os grandes incêndios de junho e outubro de 2017 tornaram necessária a aplicação de medidas fitossanitárias extraordiná- rias, tendo sido aprovada a proibição temporária de abate de coníferas hospe- deiras do NMP, sem sintomas de declínio, na zona tampão e nos locais de interven- ção localizados nos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coim- bra, Guarda, Leiria, Lisboa, Porto, Santa- rém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu, durante 180 dias, terminando a 15 de maio de 2018. Encontra-se salvaguardada a não aplicação desta proibição a abates decorrentes do cumprimento de disposi- ções legais e contratuais. Processionária do pinheiro: alteração de comportamento Nos úlmos anos, os ataques de processi- onária têm sido intensos, tornando-se mais preocupantes em áreas urbanas. Sendo o seu ciclo de vida influenciado pelas chuva e pela temperatura, têm-se registado algumas alterações de compor- tamento decorrentes das alterações cli- mácas (2 anos quentes e secos), que se traduzem no aumento das populações e ataques severos. O conhecimento do seu ciclo de vida é a base para uma correta aplicação de medidas prevenvas e de controlo. Xylella fastidiosa: medidas adicionais obrigatórias Face ao risco de introdução e dissemina- ção da bactéria Xylella fasdiosa, a circu- lação e emissão de passaporte fitossani- tário para as espécies da União Europeia consideradas mais susceveis (Coffea, Lavandula dentata, Nerium oleander, Olea europaea, Polygala Myrfolia e Pru- nus dulcis) fica condicionada a parr de 1 de março: os lotes destas espécies pre- sentes nos locais de produção, para além de sujeitos às inspeções oficiais, deverão também ser sujeitos a amostragem e testes oficiais obrigatórios. Editorial Resinosas: intervenção em áreas ardidas Entre janeiro e outubro de 2017 arderam cerca de 442 mil ha de espaços florestais 1 , destacando- se a área de resinosas com cer- ca de 125 mil ha de povoamen- tos puros ou mistos dominantes e cerca de 10 mil ha de povoa- mentos dominados, no total de 135 mil ha ardidos. Os incêndios florestais são um importante agente causador de desequilíbrios na árvore, exercendo grande influência sobre o aparecimento de pragas, sendo as áreas percorridas por incêndios florestais e zonas circundantes especialmente vulneráveis a ataques de insetos perfuradores do lenho. Estes, para além de causarem danos sicos às árvores, são também vetores de fungos e de outros agentes patogénicos, muitos dos quais responsáveis pelo aparecimen- to de doenças, que muito contribuem para a depreciação da qualidade do mate- rial lenhoso e com impactes ecológicos e económicos não negligenciáveis. As resinosas são parcularmente sensíveis a estes ataques, especialmente quan- do afetadas pelo fogo estando, ainda, sujeitas à imposição de medidas fitossani- tárias no âmbito do controlo do nemátodo da madeira do pinheiro (NMP), regu- lamentadas pelo Decreto-Lei n.º 95/2011, de 8 de agosto, alterado e republicado pelo Decreto-lei n.º 123/2015, de 3 de julho, na sua redação atual. Tais medidas incluem a idenficação e corte das árvores que apresentem sintomas de declínio, incluindo as afetadas por incêndios, assim como as medidas de proteção fitossa- nitária aplicáveis ao parqueamento da madeira resultante do seu abate. Estas árvores devem, assim, ser removidas o mais rapidamente possível, evitan- do que se tornem atravas e sejam colonizadas por insetos prejudiciais, salva- guardando-se os princípios de minimização dos riscos fitossanitários, indispensá- veis para reduzir os riscos de dispersão da doença do NMP e a propagação de outras pragas nas áreas circundantes. Complementarmente, podem ainda ser implementadas outras medidas de controlo, nomeadamente biológicas, com re- (1) Dados provisórios à data de 31 de outubro de 2017. n.º 14|3º quadrimestre de 2017 | 1 Os incêndios florestais têm um forte impacte no estado fitossanitário das árvo- res, pois exercem grande influência no aparecimento e dispersão de pragas, importando por isso acionar mecanismos adequados para a sua prevenção e controlo, sobretudo tendo em atenção que muitas delas dependem de vários fatores, designadamente do nível de severidade do fogo e do grau de afetação da árvore. Em muitos casos, a extração da madeira queimada destaca-se num conjunto de medidas dirigidas à recuperação das zonas ardidas, sendo o aproveitamento económico da madeira ou a prevenção de problemas fitossanitários, argumen- tos a favor desta forma de gestão. A existência de parques de madeira, para armazenamento da madeira queimada rerada das zonas afetadas pelos incên- dios, impõe a adoção de medidas fitossanitárias para evitar a dispersão e insta- lação de pragas, enquadrando a necessidade de agir com as exigências legais sobre estas matérias. + Saiba mais Em foco + +

NMP: proibição de abate de coníferas hospedeiras sem ... a identificação e corte das árvores que apresentem sintomas de declínio, incluindo as afetadas por incêndios, assim

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Destaques

NMP: proibição de abate de coníferas hospedeiras sem sintomas de declínio

Os grandes incêndios de junho e outubro de 2017 tornaram necessária a aplicação de medidas fitossanitárias extraordiná-rias, tendo sido aprovada a proibição temporária de abate de coníferas hospe-deiras do NMP, sem sintomas de declínio, na zona tampão e nos locais de interven-ção localizados nos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coim-bra, Guarda, Leiria, Lisboa, Porto, Santa-rém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu, durante 180 dias, terminando a 15 de maio de 2018. Encontra-se salvaguardada a não aplicação desta proibição a abates decorrentes do cumprimento de disposi-ções legais e contratuais.

Processionária do pinheiro: alteração de comportamento Nos últimos anos, os ataques de processi-onária têm sido intensos, tornando-se mais preocupantes em áreas urbanas. Sendo o seu ciclo de vida influenciado pelas chuva e pela temperatura, têm-se registado algumas alterações de compor-tamento decorrentes das alterações cli-máticas (2 anos quentes e secos), que se traduzem no aumento das populações e ataques severos. O conhecimento do seu ciclo de vida é a base para uma correta aplicação de medidas preventivas e de controlo.

Xylella fastidiosa: medidas adicionais obrigatórias Face ao risco de introdução e dissemina-ção da bactéria Xylella fastidiosa, a circu-lação e emissão de passaporte fitossani-tário para as espécies da União Europeia consideradas mais suscetíveis (Coffea, Lavandula dentata, Nerium oleander, Olea europaea, Polygala Myrtifolia e Pru-nus dulcis) fica condicionada a partir de 1 de março: os lotes destas espécies pre-sentes nos locais de produção, para além de sujeitos às inspeções oficiais, deverão também ser sujeitos a amostragem e testes oficiais obrigatórios.

Editorial

Resinosas: intervenção em áreas ardidas Entre janeiro e outubro de 2017 arderam cerca de 442 mil ha de espaços florestais1, destacando-se a área de resinosas com cer-ca de 125 mil ha de povoamen-tos puros ou mistos dominantes e cerca de 10 mil ha de povoa-mentos dominados, no total de 135 mil ha ardidos.

Os incêndios florestais são um importante agente causador de desequilíbrios na árvore, exercendo grande influência sobre o aparecimento de pragas, sendo as áreas percorridas por incêndios florestais e zonas circundantes especialmente vulneráveis a ataques de insetos perfuradores do lenho. Estes, para além de causarem danos físicos às árvores, são também vetores de fungos e de outros agentes patogénicos, muitos dos quais responsáveis pelo aparecimen-to de doenças, que muito contribuem para a depreciação da qualidade do mate-rial lenhoso e com impactes ecológicos e económicos não negligenciáveis.

As resinosas são particularmente sensíveis a estes ataques, especialmente quan-do afetadas pelo fogo estando, ainda, sujeitas à imposição de medidas fitossani-tárias no âmbito do controlo do nemátodo da madeira do pinheiro (NMP), regu-lamentadas pelo Decreto-Lei n.º 95/2011, de 8 de agosto, alterado e republicado pelo Decreto-lei n.º 123/2015, de 3 de julho, na sua redação atual. Tais medidas incluem a identificação e corte das árvores que apresentem sintomas de declínio, incluindo as afetadas por incêndios, assim como as medidas de proteção fitossa-nitária aplicáveis ao parqueamento da madeira resultante do seu abate.

Estas árvores devem, assim, ser removidas o mais rapidamente possível, evitan-do que se tornem atrativas e sejam colonizadas por insetos prejudiciais, salva-guardando-se os princípios de minimização dos riscos fitossanitários, indispensá-veis para reduzir os riscos de dispersão da doença do NMP e a propagação de outras pragas nas áreas circundantes. Complementarmente, podem ainda ser implementadas outras medidas de controlo, nomeadamente biológicas, com re-

(1) Dados provisórios à data de 31 de outubro de 2017.

n.º 14|3º quadrimestre de 2017 | 1

Os incêndios florestais têm um forte impacte no estado fitossanitário das árvo-res, pois exercem grande influência no aparecimento e dispersão de pragas, importando por isso acionar mecanismos adequados para a sua prevenção e controlo, sobretudo tendo em atenção que muitas delas dependem de vários fatores, designadamente do nível de severidade do fogo e do grau de afetação da árvore.

Em muitos casos, a extração da madeira queimada destaca-se num conjunto de medidas dirigidas à recuperação das zonas ardidas, sendo o aproveitamento económico da madeira ou a prevenção de problemas fitossanitários, argumen-tos a favor desta forma de gestão. A existência de parques de madeira, para armazenamento da madeira queimada retirada das zonas afetadas pelos incên-dios, impõe a adoção de medidas fitossanitárias para evitar a dispersão e insta-lação de pragas, enquadrando a necessidade de agir com as exigências legais sobre estas matérias.

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Saiba mais Em foco

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Portaria nº 298/2017, de 12 de outubro, aprova o regime das taxas devidas pelos serviços de inspeção e controlo fitossa-

nitário prestados pela DGAV, e pelas DRAP e ICNF, I. P., enquanto organismos que atuam em estreita ligação com a

DGAV, nomeadamente o regime de taxas aplicáveis aos atos de inspeção fitossanitária de madeira de coníferas, material

de embalagem de madeira e colmeias e ninhos.

Decreto-Lei n.º 137/2017, de 8 de novembro, introduz nova alteração ao Decreto-Lei n.º 154/2005, de 6 de setembro ao

incluir a transposição da Diretiva de Execução (UE) n.º 2017/1279, da Comissão, de 14 de julho de 2017 que altera os

anexos I a V da Diretiva 2000/29/CE do Conselho, de 8 de maio.

Decisão de Execução (UE) 2017/2352 da Comissão de 14 de dezembro, altera a Decisão de Execução (UE) 2015/789 rela-tiva às medidas para impedir a introdução e a propagação na União de Xylella fastidiosa (Wells et al.)

Diplomas legais recentes

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Nos parques de madeira proveniente do abate de madeira de coníferas, e para manter a qualidade do material lenhoso par-queado e evitar o agravamento de problemas fitossanitários nas áreas circundantes, devem ser sempre aplicadas diversas medidas de proteção fitossanitária, em particular as previstas no Decreto-Lei n.º 95/2011, de 8 de agosto, na sua redação atual.

Porém, devem ainda ser estabelecidas medidas alternativas ou complementares às referidas anteriormente, indispensáveis à mi-nimização dos riscos de dispersão da doença do NMP e à propagação de outras pragas às áreas circundantes, com o objetivo de

preservar as áreas de resinosas circundantes que resistiram aos incêndios e evitar a depreciação da madeira em parque.

Parques de madeira queimada: aplicação de medidas de proteção fitossanitária

Saiba mais Prevenção e controlo

n.º 14|3.º quadrimestre de 2017 | 2

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curso a instalação de ninhos artificiais para nidificação de aves insetívoras.

A dimensão da área ardida e o avultado volume de madeira quei-mada de resinosas resultante da premência em retirar material lenhoso afetado, conduziu à necessidade de promover a criação de novos parques ou ampliar a capacidade de parques já existen-tes, para que essa madeira seja armazenada, observando-se os princípios considerados necessários para a manutenção da quali-dade do material lenhoso e, bem assim evitar a dispersão de problemas fitossanitários nas áreas circundantes .

Aviso de abertura para candidaturas - parques de madeira queimada de resinosas

Despacho Normativo n.º 2-A /2018, de 11 de janeiro

Aproveitamento económico do material lenhoso.

Manutenção da capacidade produtiva dos terrenos florestais.

Prevenção da disseminação de pragas.

Recuperação da paisagem e efeito psicológico nas populações.

Cumprimento das normas do Sistema de Defesa da Floresta

contra Incêndios, nomeadamente a retirada de árvores quei-

madas das bermas da rede viária.

Devem ser localizados, de preferência, em freguesias classificadas como

local de intervenção (LI - freguesias onde já é reconhecida a presença do

NMP ou o risco do seu estabelecimento e dispersão, evitando assim a sua

instalação em novas áreas).

Instalação de armadilhas com feromonas específicas para escolitídeos e

para o inseto vetor do NMP.

Aplicação de produto fitofarmacêutico autorizado ou, em alternativa,

de dispositivo de proteção fitossanitária impregnado com inseticida

autorizado pela DGAV, de acordo com procedimentos definidos pela

DGAV ou em alternativa, sujeitar o material lenhoso a molha perma-

nente (parques irrigados), ou ainda, em alternativa, sujeição do mate-

rial lenhoso ao seu completo descasque.

Realização de inspeções regulares aos parques de madeira para averi-

guar o cumprimento das medidas aqui consideradas.

Medidas alternativas ou complementares

Inscrição obrigatória no registo oficial de Operador Económi-

co atribuído e mantido pela Direção-Geral de Alimentação e

Veterinária (DGAV).

Exigência de manifesto de abate, desramação e circulação de

madeira de coníferas para toda a madeira de coníferas que entrar

no parque, impresso ou sua cópia, e conservação deste por um

período mínimo de 2 anos.

Emissão do manifesto de abate, desramação e circulação de

madeira de coníferas sempre que a madeira parqueada sair

do parque até ao local de destino.

Cumprimento de outras medidas de carácter fitossanitário,

estabelecidas nos anexos II, III e IV, do Decreto-Lei n.º

95/2011, de 8 de agosto, na sua redação atual.

Medidas gerais

Principais razões que justificam a retirada de árvores afetadas por incêndios florestais

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Até final de Abril

O Decreto-Lei n.º 123/2015, de 3 de

julho obriga ao abate e remoção, da

sua área florestal, das resinosas

tombadas, ardidas, afogueadas ou

que apresentem a copa seca ou a

secar assim como a eliminação dos

sobrantes da exploração.

Planeie as suas operações de explo-

ração florestal e comercialização de

produtos e subprodutos de resino-

sas atempadamente, tendo em

atenção as alterações à circulação e

armazenamento de material lenho-

so que têm lugar a partir de 1 de

abril.

Ao realizar faixas de gestão de vege-

tação, à volta das suas infraestrutu-

ras, para prevenção dos incêndios

florestais, prevista pelo Decreto-Lei

n.º 17/2009, de 14 de janeiro, e

demais legislação relacionada, elimi-

ne preferencialmente, as árvores

doentes, enfraquecidas ou mortas.

Qualquer tipo de podas em sobrei-

ros e azinheiras precisam de autori-

zação do ICNF, I.P. e devem estar

concluídas até 31 de Março.

Independentemente do método

utilizado para controlo das lagartas

da processionária do pinheiro deve

usar luvas, proteger os olhos usan-

do óculos apropriados, usar másca-

ra de proteção no nariz e boca e

proteger o pescoço.

A partir de meados de abril, esteja

atento aos seus castanheiros. O

principal sintoma associado à vespa

das galhas do castanheiro é o apa-

recimento de galhas nos ramos

mais jovens, nos pecíolos ou na

nervura central das folhas.

Recomendações Investigação

NMP: GO “GI (PiN) Gestão Integrada do Pi-nhal/Nemátode da Madeira do Pinheiro” Projeto apoiado pelo PDR2020 em que 8 entidades nacionais colaboram no de-senvolvimento de métodos de gestão florestal, meios de diagnóstico precoce e novos meios de luta que permitam ao Estado e aos proprietários florestais atua-rem precocemente e prevenirem o avanço da doença-da-murchidão-do-pinheiro para novas áreas.

Objetivo: O projeto tem como objetivos gerais a definição, o teste e a promoção de práticas de gestão que visem melhorar o estado sanitário do pinhal, bem co-mo de métodos de deteção precoce da doença que evitem a sua dispersão. Mais especificamente, pretende-se criar uma “zona de contenção ativa” para evitar a dispersão do nemátodo-da-madeira-do-pinheiro (NMP), avaliar a influência dos incêndios florestais no aumento da dispersão natural, propor formas de minimi-zar o risco de efetuar operações florestais durante o período de voo do inseto-vetor, utilizar ferramentas expeditas de deteção remota para identificação de árvores em declínio, conhecer os tipos de árvores que podem estar infetadas, avaliar a possibilidade de novos meios de luta na prevenção/controlo da doença, bem como avaliar o período de emergência e voo do inseto-vetor em diferentes condições climáticas.

Parceiros I&D e da Administração Indireta do Estado: Instituto Nacional de In-vestigação Agrária e Veterinária, I.P.; Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P.; Universidade de Coimbra.

Parceiros representantes das Associações de Produtores Florestais: Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais (FNAPF), entidade coorde-nadora do projeto e Centro PINUS.

Parceiros empresariais: Firemap, Florgenese e Floponor.

Situação: aprovado em setembro de 2017, duração de 4 anos.

Noticias da Região

Áreas percorridas por incêndios: também um pro-blema fitossanitário Reconstrução, recomeço e persistência são palavras que marcam o início deste ano para o setor florestal da região Centro, depois dos trágicos incêndios de 2017 terem consumido 189 380 ha de floresta. Qualquer exercício de contabili-zação dos danos e prejuízos materiais causados, diretos e indiretos, ficará neces-sariamente aquém da realidade. À perda de madeira acresce a perda de animais, cultivos, maquinaria e postos de trabalho.

A extensão da área ardida coloca enormes desafios ao corte atempado das árvo-res e ao devido processamento dos sobrantes. Para além disso, a elevada oferta de matéria-prima origina uma volatilidade dos preços de mercado, o que ocasio-na, grande parte das vezes, elevadas perdas para os produtores. As opções que se lhes apresentam são vender com significativo prejuízo financeiro, ou por ou-tro lado não vender, mantendo-se o material na floresta, potenciando um emi-nente risco de problemas fitossanitários e consequentes incumprimentos legais. Em particular na área ardida ocupada com resinosas (60% da área total), sujeita a medidas de controlo do nemátodo-da-madeira-do-pinheiro regulamentadas

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Ficha técnica

Coordenação Divisão de Fitossanidade Flores-

tal e Arvoredo Protegido

Conteúdo Dina Ribeiro, Helena Marques, Helena Martins, José Rodrigues, Rita Fernan-des, Sofia Domingues, Suzel Marques e Telma Ferreira.

Colaboração Luís Nunes

Foto Luis Palinhos

Ilustração João Carlos Farinha

Design gráfico e criatividade Inês Vasco

Revisão de texto João Pinho

Contactos

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, IP | Departamento de Gestão de Áreas Públicas e de Proteção | Divisão de Fitossanidade Florestal e Arvoredo Protegido

Avenida da República, 16 , 1050-191 LISBOA | tel. 213 507 900 | www.icnf.pt

Para receber o nosso boletim informativo ou propor sugestões, envie um email para [email protected]

tanto no Direito Nacional como no Direito Comunitário.

Para fazer face a esta situação, o Governo

criou uma linha de crédito para a instalação

de parques de receção de madeira de resino-

sas através do Decreto-Lei n.º 135-C/2017, de

3 de novembro. A concretização dos parques

de madeira tem igualmente o papel de garan-

tir às indústrias transformadoras um abastecimento assegurado e gradual depois

da retirada do todo material.

Além do incentivo à criação dos parques, através da linha de crédito, prevê-se a subvenção, através da abertura de Avisos para o efeito, dos produtores florestais que concretizem a venda do material afetado e das entidades gestoras, tendo por base a contratualização do período de armazenamento e o modo de conser-vação do material. O primeiro Aviso foi publicado a 8 de Fevereiro.

A preparação, o acompanhamento e a monitorização da constituição e do funcio-

namento dos parques de madeira, em particular os que forem objeto de apoio por

parte do Estado, serão garantidos por uma Comissão de Acompanhamento de Par-

ques de Madeira criada pelo Despacho n.º 11352/2017, de 27 de dezembro.

Glossário, Siglas e Acrónimos

Sobrantes de exploração - material lenhoso e outro material vegetal resultante de atividades agroflores-tais (Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de

junho).

Povoamento florestal - área ocupa-da com árvores florestais que cum-pre os critérios definidos no Inventá-rio Florestal Nacional, incluindo os povoamentos naturais jovens, as plantações e sementeiras, os poma-res de sementes e viveiros florestais e as cortinas de abrigo.

Parque de madeiras - qualquer local, coberto ou a céu aberto, de armaze-namento ou parqueamento de ma-deira, independentemente da sua duração.

Feromona - Substância segregada por um animal cuja libertação influ-encia o comportamento de outros indivíduos da mesma espécie.

Local de Intervenção (LI) - as unida-des administrativas territoriais onde é conhecida a presença do NMP ou em que seja reconhecido, pelo ICNF, I. P., o risco do seu estabelecimento e dispersão. Encontram-se listadas e publicitadas no sítio na Internet do ICNF, I. P., bem como por editais afixados nas respetivas juntas de freguesia.

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Aconteceu

O ICNF, I.P. , com o apoio do Fundo Florestal Per-manente, reforçou a sua capacidade operativa na área da fitossanidade com a aquisição de 8 viatu-ras todo-o-terreno, adequadamente equipadas, as quais estão afetas a 8 equipas de inspeção fitossanitária que vão operar em todo o território continental, em ações de inspeção fitossanitária e prospeção de pragas florestais.