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Outubro | Novembro ! Dezembro 2014

Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

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Revista sobre cães e lobos propriedade do Centro Canino Vale de Lobos

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Page 1: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Outubro | Novembro ! Dezembro

2014

Page 2: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

Características do Curso

Objectivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre Criação Canina, todos os criadores, ou que pretendam vir a sê-lo, na medida em que, este Curso abarca toda esta temática, desde os conceitos de Genética Canina até à entrega do cachorro ao futuro dono.

Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 6 meses ou 500 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Criadores Caninos que sintam algumas lacunas no seu conhecimento acerca dos Temas propostos no mesmo. É igualmente dirigido a todos aqueles que pretendam iniciar esta apaixonante e nobre atividade que é a Cria-ção Canina. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de Criação Canina. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, Criar cães, uma vez que está na posse de formação técnica e científica específica necessária para o fazer.

Estrutura Programática (Resumida)

Tema 1 - A Genética Canina Tema 2 - O Período Reprodutivo Tema 3 - A Reprodução Tema 4 - A Gestação Tema 5 - A Patologia da Reprodução Tema 6 - A Alimentação da Cadela gestante Tema 7 - O Parto Tema 8 - A Amamentação Tema 9 - O Desmame Tema 10 - Primeiras etapas do desenvolvimento do Cachorro Tema 11 - Enfermidades do Período neonatal Tema 12 - O Crescimento do cachorro Tema 13 - Desparasitação e Vacinação dos Cachorros Tema 14 - A entrega dos Cachorros Tema 15 - Identificação e Registo dos Cachorros

Curso destinado a todos os criadores, ou potenciais criadores caninos.

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

Formamos:

Profissionais competentes...

Page 3: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

É tudo novo!

Findo o verão é altura de renovação e nós também aproveitá-

mos este momento para fazermos uma revista toda nova, só

ficou o nome. Design do título, o layout, a forma de inserir as

fotos e os artigos, os espaços livres que foram criados para tor-

nar a revista mais leve e mais atrativa, etc., tudo foi repensado

e alterado. Ficou melhor? Os nossos leitores o dirão.

Depois dos mais de 10.000 leitores que nos deram a honra de

perder algum tempo a ler-nos no número anterior da revista,

com este pretendemos ir bastante mais além, temos a cons-

ciência que trabalhámos arduamente para o conseguir.

Agradecemos a todos os colaboradores que, de forma total-

mente graciosa aceitaram o desafio de partilhar as suas ideias

e opiniões connosco e com os leitores, reconhecemos que é

preciso alguma coragem, mas é de pessoas com essa fibra que

nós e o universo canino necessitam.

Queríamos relembrar que todos os conteúdos foram produzi-

dos por formados e formandos dos cursos de formação canina

que o CCVL - Academia disponibiliza. Essa é uma condição que

nos orgulhamos de manter desde o primeiro número.

Boas leituras e até Janeiro 2015

A Redação

Navegue connosco nas ondas da web

Centro Canino de Vale de Lobos

www.ccvlonline.com

Departamento de Formação do CCVL

http://formacaoccvl.weebly.com

Departamento de Divulgação do CCVL

Blogue: http://comportamento-canino.blospot.com

Fórum: http://comportamento-canino.forumotion.net

www.facebook.com/ccvlobos

Revista Cães & Lobos

www.facebook.com/

revistacaeselobos

2

Apresentação ao cão de um novo

membro da família

(Vanda Botelho)

7, 11 e 15

Homenagem à Dra. Sophia Yin

(Andreia Lauro)

10

Sensiência Animal

(Karin Medeiros)

13

A importância do exercício no com-

portamento canino

(Sílvio Pereira)

17

Terapia Bowen para cães

(Maria do Céu Martins)

21

Será o Halti uma boa ferramenta

de trabalho?

(Francisco Barata)

27

Cão. Um amigo para sempre

(Ricardo Duarte)

30

Higiene oral dos cães (Ricardo Duarte)

33

Livro recomendado

(Inês Pereira)

35

Enriquecimento ambiental para

cães

(Vanda Botelho)

45

Será que eles sentem culpa?

(Sílvio Pereira)

47

A importância do Microchip

(Ricardo Duarte)

48

Ser voluntário

(Nídia Rodrigues)

50 - Espaço Lobo

56 - Espaço “Adestramento

Positivo Project”

Page 4: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Apresentação ao cão

de um novo membro

da família

Autoria: Vanda Botelho da

A chegada de um bebé tem como consequência várias

mudanças no seio familiar, influenciando não só, a

rotina diária da família como também, a interacção

entre a família e o cão! Novos Barulhos, odores, e

novos horários poderão influenciar o comportamento

do cão de uma forma negativa. Para evitar que surjam

comportamentos não desejados por parte do cão, é da

responsabilidade dos seus proprietários prepará-lo

para as mudanças que se avizinham.

O período ideal para a preparação do cão é ainda

durante a gravidez, é exactamente nesta fase em que

a família em conjunto, deverá elaborar um plano de

acção e colocá-lo em prática. Caso o cão demonstre

sinais e sintomas típicos de algum problema compor-

tamental ainda não resolvido, durante estes nove

meses essa será uma das prioridades! O tempo de

gestação será mais que suficiente para resolvê-lo ou

atenuá-lo. Porém, a família deverá ter consciência de

que problemas comportamentais já instalados, exigem

sempre a orientação de um com um profissional da

área do adestramento e comportamento canino, auxi-

liando em todo o processo de alteração comportamen-

tal.

Investir tempo num plano de preparação do cão e num

plano de apresentação do bebé ao cão, fundamental

Page 5: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

para construir uma base sólida que será um forte alicer-

ce para uma relação saudável e duradoura entre o cão e

a criança, prevenindo a ocorrência de incidentes graves

que tão frequentemente são relatados através da

imprensa.

Antecipe as mudanças

Com a chegada do novo membro irá ser estabelecida

uma nova rotina e horários logo, é fundamental criar con-

dições semelhantes antes do bebé vir para casa. Desta

forma, o cão irá adaptar-se gradualmente a uma nova

rotina, evitando alterações bruscas que normalmente se

associam a alterações comportamentais consideráveis.

A chegada de um novo membro poderá alterar a estrutu-

ra da matilha (família humana), reduzir gradualmente a

atenção disponibilizada ao cão bem como, delimitar as

áreas da casa a que este não terá acesso antes da che-

gada do novo membro, permite que o cão se adapte pro-

gressivamente às novas alterações sem as associar à

presença do bebé, sentindo que a sua posição como

membro da matilha continua garantida. O facto de redu-

zir a atenção disponibilizada ao cão, obrigará a alternati-

vas para auxiliar nos períodos de tempo em que o cão

ficará sozinho. Recorrer a brinquedos interactivos estimu-

lando-o cognitivamente poderá ser uma das opções.

Outra opção poderá ser o aumento da intensidade de

desgaste físico durante os passeios diários, aumentando

o ritmo de caminhada no passeio ou recorrendo ao jogo

do “busca” de forma mais intensa.

Apresente o odor do bebé

Com o bebé ainda na maternidade, é importante que

sejam levadas para casa algumas roupinhas usadas do

bebé. A apresentação do odor do bebé deve ser feita por

um dos donos do cão. Ao contrário do que se possa pen-

sar habitualmente, devemos inicialmente, evitar que o

cão entre em contacto directo com os objectos impregna-

dos com o odor a apresentar, o cão deverá senti-lo à dis-

tância, sem tocar!

Apresentação ao cão de um novo membro da família | por Vanda Botelho

Page 6: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Pois se associarmos o odor do bebé a uma brincadeira

com contacto físico, corremos o risco que o cão associe o

bebé a um brinquedo, ao qual ele terá permissão para

tocar e empurrar em qualquer altura. A apresentação do

objecto deve ser feita na mão do dono permitindo ao cão

sentir o seu odor à distância, podendo aproximar-se até

uma distância que o dono considere segura. Caso o cão

insista em aproximar-se ou “abocanhar” o objecto, o dono

deverá repreender e criar um limite. Sempre que o cão

respeitar o limite imposto pelo dono, deverá ser recom-

pensado com um biscoito. Desta forma, estamos não só a

mostrar ao cão que se exceder o limite ocorre algo desa-

gradável mas também, que se respeitar este limite algo

de agradável ocorre.

Este exercício deverá ser repetido sempre que o dono se

deslocar a casa antes de trazer definitivamente o bebé,

ou antes de fazer a apresentação real do bebé ao cão.

A chegada do bebé

Ao chegar a casa da maternidade, o ideal é agir com natu-

ralidade sem demonstrar demasiada alegria ou ansieda-

de. Para a apresentação do bebé, escolha uma hora em

que o cão esteja mais calmo e relaxado, poderá ser a

seguir a um passeio longo, ou uma sessão de brincadeira

intensa com os donos. Caso tenha mais que um cão, faça

a apresentação individual, pois será mais fácil controlar

um só cão do que vários simultaneamente. É frequente

que os cães estranhem o choro do bebé, mostrando curio-

sidade, tentando aproximar-se e elevando-se para tentar

chegar ao bebé ao colo dos donos. Não permita que o cão

salte para cima de quem tem o bebé ao colo, repreenda e

estabeleça um limite de aproximação, assim que o cão

respeitar os limites estabelecidos, recompense-o com

uma guloseima ou festa.

A recompensa deverá ser fornecida ao cão sempre que

este demonstrar um comportamento calmo na presença

do bebé e sempre que demonstre alguma curiosidade

Apresentação ao cão de um novo membro da família | por Vanda Botelho

curiosidade usando o nariz para sentir o odor do bebé,

respeitando a distância de segurança. Porque alguns cães

ficam desconfiados e estranham o choro da criança e

seus movimentos, evite sempre o contacto directo do foci-

nho do cão com o bebé. A aproximação deve ser gradual,

de acordo com o comportamento do cão face ao bebé, e

sempre supervisionado por um adulto consciente das

regras e limites estabelecidos pelos pais do bebé.

As visitas em casa

Nestas primeiras semanas irá com certeza ter mais visitas

em casa do que o habitual, o que poderá deixar o seu cão

mais nervoso e ansioso. Para que o cão não associe estes

comportamentos de nervosismo e excitação ao bebé ou

às visitas, deverá instruir as suas visitas para ignorarem

inicialmente o comportamento do cão caso se encontre

num estado mais excitado e nervoso, e só deverão dar

uma guloseima ou festa quando o cão se acalmar. Se as

visitas não pretenderem dar atenção ao cão quando este

se acalma, deverá ser o dono a fazê-lo, para que o cão

Page 7: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

sinta que a presença das visitas e do bebé não significa

ser completamente ignorado, sendo mesmo recompensa-

do quando demonstra um comportamento calmo e rela-

xado. Caso o comportamento de excitação seja demasia-

do intenso, poderá colocar uma trela para o controlar

melhor, usando repreensões para que o cão entenda que

um comportamento extremamente excitado não é de

todo aceitável, mas lembre-se sempre que assim que o

cão demonstrar o comportamento desejado deverá ser

recompensado com uma guloseima.

Dividir a atenção entre o cão e o bebé

Sempre que estiver ocupado a tratar do bebé ou simples-

mente a dar-lhe alguma atenção extra, lembre-se de

manter o seu cão também ocupado com algo. Antes de

iniciar a muda da fralda, ou a brincadeira com o bebé, dê

um brinquedo ao seu cão, um brinquedo interactivo com

guloseimas no interior ou ossos para roer. Para além de

estar ocupado, não incomodará os donos evitando

repreensões na presença do bebé. Desta forma, o cão

associará algo de positivo à presença do bebé sem que

tenha necessariamente de estar em contacto directo

com o bebé ou os donos.

O quarto do bebé

Estabeleça desde o início limites em relação ao quarto do

bebé. O cão não deverá ter acesso permanente a este

local, deverá criar um limite à entrada do quarto pois,

este é um local onde o bebé poderá no futuro estar a

brincar no chão, caso o cão tenha acesso permanente a

esta divisão, poderá ter contacto directo com o seu filho

sem supervisão de um adulto o que poderá também con-

duzir a incidentes desagradáveis. Crie uma rotina de

comportamentos ou seja, o seu cão deverá habituar-se a

manter-se à porta do quarto e somente entrar quando o

dono chamar. Inicialmente, poderá usar um gradeamento

de protecção para bloquear a entrada no quarto do bebé.

Repita o exercício de espera à porta do quarto várias ve-

Apresentação ao cão de um novo membro da família | por Vanda Botelho

Page 8: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

zes durante o dia, recompensando o cão sempre que ele

demonstrar o comportamento desejado. Poderá iniciar

este exercício mesmo antes do nascimento do bebé.

Criança, família e cães

Com o passar dos anos a confiança vai aumentando e a

aproximação pode ser maior. A convivência entre cães e

crianças é muito benéfica para ambos, pode e deve ser

incentivada! Porém, mesmo que o seu cão seja dócil e

calmo, as brincadeiras entre os seus filhos e o cão devem

ser sempre supervisionadas por um adulto responsável.

Lembre-se que o cão não deve ser esquecido nunca! Os

seus passeios, as brincadeiras com a família ou entre um

dos donos, devem continuar a existir!

Os limites que estabeleceu inicialmente também devem

manter-se. Muitas vezes, na tentativa de “compensar” o

tempo que se passa longe do cão, o dono permite que cão

faça o que quiser... E isso nunca deverá acontecer!

Supervisione sempre a interacção

Uma criança em crescimento terá vontade de explorar

tudo o que a rodeia. É importante que os pais mantenham

uma supervisão constante, e acima de tudo, ensinem a

criança a lidar e a cumprimentar cães em geral. Agarrar e

puxar as orelhas e a cauda, saltar para cima do cão, colo-

car as mão no interior da boca e nariz, poderá ser bastan-

te desagradável para alguns cães e poderão responder

com um comportamento um pouco mais agressivo do que

o habitual. A criança não saberá ler estes sinais de aviso!

Será da responsabilidade do adulto repreender a criança

quando esta demonstra atitudes que possam conduzir a

uma potencial agressão por parte do cão.

Apresentação ao cão de um novo membro da família | por Vanda Botelho

A CRIANÇA DE VERÁ SER ENSINADA A:

CUMPRIMENTAR O CÃO ADEQUADAMENTE: SEM GRITOS,

SEM CORRERIAS OU GESTOS BRUSCOS;

RESPEITAR O ESPAÇO DO CÃO: EVITANDO ACORDÁ-LO,

INCOMODÁ-LO QUANDO ESTE DESCANSA NA CASOTA,

NÃO MEXENDO NO COMEDOURO QUANDO ESTE COME,

EVITANDO RETIRAR O BRINQUEDO DA BOCA SEM QUE O

COMADO “LARGA” TENHA SIDO PREVIAMENTE ENSINA-

DO AO CÃO;

RESPEITAR O CÃO COMO SER VIVO; EVITANDO INFLIGIR-

LHE DOR ATRAVÉS DOS PUXÕES DE ORELHAS E CAU-

DAS, EVITANDO PEQUENOS TOQUES REPETITIVOS OU

QUALQUER OUTRA ATITUDE QUE PODERÁ MAGOAR O

CÃO;

Page 9: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Homenagem à Dra. Sophia Yin falecida no mês de Setembro 2014 | traduzido por Andreia Lauro

Page 10: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Autoria: Karin Medeiros da

Page 11: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Senciência animal é a capacidade de os animais sentirem

sensações e emoções como dor, medo, prazer, alegria e

stress. O estudo da senciência animal é recente, mas tem

ganho relevância, influenciando os hábitos de consumo e

comportamento das sociedades.

Um grupo de neurocientistas canadenses, chefiados pelo

doutro Philip Low, comprovou cientificamente a

senciência dos animais através de estudos comparados

entre o cérebro humano e o de animais. Ao concluir a

pesquisa, dr. Philip subscreveu um manifesto ao mundo

científico sobre a comprovação de que os animais

possuem consciência, tal como nós.

O estudo da senciência inicialmente atingia os animais de

trabalho e de consumo, mas hoje em dia abrange todos

os animais, selvagens, domésticos e até mesmo os

invertebrados. O objetivo da senciência é procurar

alternativas para elevar o bem estar e qualidade de vida

dos animais, através da conscientização da

responsabilidade do homem no que diz respeito a

exploração e ao seu tratamento.

No caso dos animais de trabalho e de consumo, são

estudadas formas de criação e manejo que não causem

stress nem dor aos animais, incentivando os governos a

procurar sistemas produtivos alternativos.

A caça comercial de animais também é vista com maus

olhos, levando países a optar pelo lucrativo e educativo

turismo de observação, como no caso das baleias.

Sensiência Animal | por Karin Medeiros

Page 12: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

No âmbito dos animais domésticos, a senciência vem

ajudando a consciencializar sobre a posse responsável,

através de campanhas de esterilização e de vacinação,

reduzindo os casos de abandono e maus tratos.

No futuro pode ser que a senciência nos leve a não

termos mais animais domésticos, mas enquanto isso não

acontece, devemos nos preocupar com o seu bem estar,

já que dependem exclusivamente de nossos cuidados.

Com o crescente número de cães e gatos nos grandes

centros, crescentes também são os problemas de

comportamento consequentes da falta de manejo

adequado e da humanização dos animais. Sabendo-se

então, que o animal doméstico pode sofrer de doenças

psicológicas, é fundamental que as pessoas aprendam

sobre sua natureza, sua forma de comunicação e

estrutura social para tentar minimizar os efeitos da

domesticação, permitindo que eles realizem seus

instintos ao invés de reprimi-los por achar que são

inadequados ao seu ambiente e convivência.

O adestramento pode fazer parte desse processo

auxiliando as pessoas a criar hábitos de convivência mais

adequados aos animais, levando em consideração suas

emoções e sensações, ao invés de acharem que os

animais precisam “entender” e se adaptar ao estilo de

vida humano.

Sensiência Animal | por Karin Medeiros

Page 13: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Homenagem à Dra. Sophia Yin falecida no mês de Setembro 2014 | traduzido por Andreia Lauro

Page 14: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014
Page 16: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

“Um cão cansado é um cão bem

comportado!”

Isto tem sido dito de forma intuitiva ao longo dos anos,

mas existe uma base fisiológica que confirma esta afirma-

ção.

A investigação mostra que a estimulação física exerce

uma influência terapêutica significativa na fisiologia do

cão (Lindsey 2000). O exercício físico estimula a produção

de serotonina, noradrenalina e certas endorfinas

(hormonas do prazer e bem-estar), o que explica porque é

que a estimulação física tema a capacidade de alterar o

humor de forma tão significativa. O exercício estimula a

libertação de noradrenalina e de várias hormonas do eixo

hipotalâmico-pituitário-adrenocortical (HPA), como são os

casos das hormonas betaendorfinas, a hormona adreno-

corticotrófica e o cortisol (Lindsey 2000). O exercício breve

e explosivo pode exercer uma influência stressante negati-

vo sobre o corpo enquanto que a estimulação física mais

moderada e de maior duração produz os efeitos benéficos

mencionados anteriormente.

A importância do exercício no comportamento canino | por Sílvio Pereira

Numa prova de força com cães os investigadores chega-

ram à conclusão que o exercício agudo tende a gerar

angustia nos animais e a reduzir a quantidade de noradre-

nalina, provocando, em alguns casos, indefesa aprendida

(decisão de não se defender). Concluíram também que o

exercício regular favorece a actividade noradrenégica e

aumenta as quantidades de noradrenalina armazenadas

em diferentes partes do cérebro e de serotonina na amíg-

dala central (Lindsey 2000). Parece então existir uma

base fisiológica que apoia o uso da estimulação física

regular em caso de cães que sofrem de stress, ansiedade,

reactividade ou agressividade. Lindsey descreve o seu uso

da seguinte maneira:

“A descoberta que o exercício favorece a actividade

serotonérgica é importante para o uso do exercício no

controlo de problemas comportamentais relacionados

com o stress. Dentro da neuroeconomia do cérebro, a

serotonina joga um importante papel moderador sobre

o stress e o controlo de comportamentos impulsivos

indesejáveis. Dey e seus colegas (1992) apresentaram

um prometedor estudo que fundamenta que a relação

funcional entre a produção de serotonina e o exercício

ao demonstrar uma alteração significativa da activida-

de serotonérgica central em cobaias expostas a um

exercício regular. Chegou-se à conclusão que o exercí-

cio regular gerava um incremento sustentável e mar-

cado do metabolismo da serotonina em várias áreas

do cérebro, incluído o córtex cerebral. Os autores

sugerem que o córtex é provavelmente o lugar do sis-

tema nervoso que medeia os exercícios benéficos do

exercício sobre a depressão. Os estudos mencionados

anteriormente corroboram a hipótese de que o exercí-

cio, especialmente o exercício diário e a longo prazo,

tem em potência efeitos benéficos sobre a neuroeco-

nomia do cão…

Genericamente, a resposta ao exercício dos subtipos

receptores da serotonina foi muito similar aos efeitos

produzidos por antidepressivos tricíclicos” (Lindsey

2000)

Page 17: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Homenagem à Dra. Sophia Yin falecida no mês de Setembro 2014 | traduzido por Andreia Lauro

Page 18: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Autoria: Maria do Céu Martins da

Page 19: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014
Page 20: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

A Terapia Bowen é uma terapia natural, manual desenvol-

vida na Austrália por Tom Bowen nos anos 50 e 60. É uma

técnica pouco invasiva que originalmente foi usada para

ajudar pessoas com dores músculo-esqueléticas e visce-

rais.

Esta Terapia foi agora adaptada para tratar animais de

uma forma também não invasiva.

Esta terapia é usada em animais feridos ou se lesionam

por qualquer razão, ao mudarem a forma como se movi-

mentam num esforço para aliviar a dor. Ao fazerem isso

estão a colocar pressão sobre outras partes do seu corpo.

A Terapia Bowen é aplicada, fazendo movimentos Bowen

nos músculos, tendões e ligamentos do animal em deter-

minados pontos.

São enviados, através da fáscia, impulsos neurológicos

para o cérebro, o que ajuda o corpo a encontrar o seu

equilíbrio, relaxando os músculos e reduzindo a dor.

A Terapia Bowen é usada em todos os tipos de animais:

cavalos, cães, gatos, lobos e porcos são alguns dos ani-

mais tratados com esta terapia.

A terapia é usada em animais domesticados e selvagens,

que sofrem de lesões, maus tratos ou doença.

Alguns exemplos de sintomas tratados com a Terapia

Bowen incluem dor músculo-esquelética, recuperação

após a cirurgia ou lesão e ansiedade.

A Terapia Bowen resulta no aumento da circulação sanguí-

nea e do metabolismo dos tecidos, o que elimina toxinas e

diminui o inchaço. Esta Terapia também pode melhorar o

tónus muscular e a flexibilidade, o que contribui para ace-

lerar a cura física.

A Terapia Bowen é uma técnica de toque minimalista bas-

tante eficaz (pois atua na causa) para tratar dores e sinto-

mas variados. Através da aplicação da terapia em locais

específicos, o próprio corpo responde restaurando a

homeostase e corrigindo os desequilíbrios. Embora suave

os seus efeitos sobre o corpo são profundos.

O processo de cura ocorre de dentro para fora do organis-

Terapia Bowen para Cães | por Maria do Céu Martins

mo, respeitando a capacidade individual de cada um nas

respostas ao tratamento. A interferência do terapeuta é

mínima.

A Terapia Bowen é uma terapia corporal, capaz de actuar

na fáscia muscular ativando os recetores presentes na

sua membrana que sinalizam respostas do sistema nervo-

so central. Atua de forma a equilibrar os sistemas simpáti-

co e parassimpático, desencadeando um profundo relaxa-

mento.

Após os tratamentos Bowen, os animais mostram um bem

estar geral e podem mostrar alivio em problemas digesti-

vos, alergias, problemas de pele, etc. Pode também aliviar

estados de stress emocional e comportamental.

A Terapia Bowen para cães é indicada

para:

* Rigidez e lesões musculares;

* Melhorar a mobilidade das articulações,

como é o caso, por exemplo, da displasia

coxo-femural, disfunção na zona lombar ou

nas patas traseiras, tensão no ombro, etc.;

* Complementar tratamentos veterinários

de doenças crónicas e artrites;

* Assistir na reabilitação e recuperação de

ferimentos ou cirurgias;

* Ajudar a resolver problemas comporta-

mentais e de stress;

* Ajudar a manter o equilíbrio corporal do

animal.

Page 21: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Terapia Bowen para Cães | por Maria do Céu Martins

Nota do editor:

Indo contra os princípios que regem a

edição desta revista, os conteúdos

serem sempre da autoria de formados

ou formandos do CCVL - Academia,

decidimos publicar este artigo da tera-

peuta Bowen Maria do Céu Martins,

para dar a conhecer esta nova forma

de proporcionar melhor qualidade de

vida aos nossos animais e pelo facto

de a Maria do Céu Martins estar sem-

pre disponível para colaborar com o

CCVL, e o APP, em todas as iniciativas

organizadas por estas instituições.

Page 22: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Autoria: Francisco Barata da

Page 23: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014
Page 24: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

O Halti é um aparelho utilizado pela maioria dos treinado-

res e donos cujos cães apresentam problemas comporta-

mentais, como é o caso da agressividade para com outros

cães ou a tendência de arrastarem os seus donos durante

os passeios.

Para escrever esta crónica baseei-me em artigos credí-

veis e em entidades que apoiam e validam o bom funcio-

namento mecânico dos animais e prezam a utilização

consciente dos aparelhos, como é o caso da Federação

Internacional Equestre.

Desde muito novo que o meu gosto e interesse pelos ani-

mais surgiu de uma forma involuntária e natural. Sempre

vivi rodeado de cães, cavalos e outros animais domésti-

cos.

Com cinco anos comecei as aulas de equitação num cen-

tro hípico perto de casa e desde então nunca mais parei.

Chegada a idade de optar qual a profissão que queria

seguir, escolhi enveredar por uma carreira profissional na

área equestre, tirei o curso Técnico de Gestão Equina, o

Curso de Monitores de equitação e algumas formações e

estágios adicionais. Também tive o privilegio de trabalhar

em casas de referência, como a Quinta das Varandas e

entre outras.

A minha grande fonte de inspiração para escrever sobre

este aparelho baseia-se num outro dispositivo com o mes-

mo tipo de utilização, mas adaptado aos cavalos, que em

casos da má utilização, pode criar danos irreversíveis a

nível das vértebras cervicais, lombares e sacrais. Esse

aparelho tem o nome de “rédea alemã” e, como o nome

indica, teve a sua origem na Alemanha, na idade média,

com os objectivos de muscular a linha de cima do cavalo

(pescoço, dorso e garupa) e estabilizar a atitude do pesco-

ço do equino, dando maior controlo ao cavaleiro.

Como referi, a “rédea alemã” usada indevidamente pode

criar lesões bastantes graves, como é o caso de inflama-

ções ao nível do ligamento nucal, provocado pelo stress

excessivo dos músculos, lesões ósseas, nomeadamente o

desgaste nas vértebras, que causam dores localizadas e

Será o Halti uma boa ferramenta de trabalho? | por Francisco Barata

afectam a massa muscular circundante, provocadas pela

híper-flexão do pescoço.

A híper-flexão é um método de trabalho no qual o animal é

obrigado a contrair o pescoço. Este procedimento tem

suscitado muita polémica a nível mundial. Em 2006 a

Federação Equestre Internacional (FEI), juntamente com

cavaleiros, treinadores, médicos veterinários, e juízes al-

Fig. 1 e 2

Utilização indevida da “Rédea Alemã”

Fig. 3 e 4

Crescimento ósseo na inserção do crâneo

Page 25: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

teraram os regulamentos de avaliação das provas, com o

objectivo de mudarem as mentalidades e zelarem pelo

bem estar dos animais.

Fig. 1 e 2

Utilização indevida da “Rédea Alemã”

Fig. 3 e 4

Crescimento ósseo na inserção do crâneo

Fig. 5, 6 e 7

Hiper-flexão do pescoço

Será o Halti uma boa ferramenta de trabalho? | por Francisco Barata

Page 26: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Outro ponto que gostaria de referir é que o aparelho

Haltis tem uma correia que passa pela chanfro do cão,

bem junto aos olhos, e em muitos casos encostado aos

mesmos, o que me suscita a seguinte questão: será

que o canal lacrimal e o globo ocular não são afecta-

dos, podendo sofrer danos graves?

A dacriocistite é a consequência da obstrução do canal

nasolacrimal que resulta numa infecção que faz com que

a zona que circula o saco lacrimal fique dorida, inchada e

vermelha. O olho liberta pus, torna-se vermelho e lacrime-

jante.

Também um impacto brusco pode fazer com que o olho

recue na cavidade ocular, sendo provavelmente danifica-

das as estruturas superficiais (a pálpebra, a conjuntina, a

esclerótica, a córnea e o cristalino) e mesmo a parte pos-

terior do olho (a retina e os nervos).

Olhando para os dois aparelhos as semelhanças são evi-

dentes. Será que é assim tão benéfico para os cães o uso

deste aparelho, mesmo sabendo que muitos deles nunca

se vão adaptar ao Halti? Por quanto tempo vão os donos e

treinadores insistir no fracasso?

Fig. 8

Halti - Colocação do aparelho

Fig. 9 e 10

Obstrução do canal lacrimal

Fig. 11 e 12

Úlcera profunda da córnea

Será o Halti uma boa ferramenta de trabalho? | por Francisco Barata

Page 27: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Fontes:

Pinto, António Filipe Canelas. “O Processo de Hiperflexão”.

Tese para obtenção do grau de mestre de equitação.

Sousa, Ana. Animais de Quinta, Problemas de Dorso nos

Cavalos.

http://fep.com

http://www.fei.org

http://www.mundodosanimais.pt

http://www.manualmerck.net

http://www.ene.pt

Fig. 13 e 14

Parece que as semelhanças são evidentes, não?

Será o Halti uma boa ferramenta de trabalho? | por Francisco Barata

Page 28: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Autoria: Ricardo Duarte

Page 29: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014
Page 30: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

A escolha de um animal de estimação em geral e de um

cão em particular deve ser uma escolha bastante ponde-

rada. Não nos podemos esquecer que um amigo destes

dependerá de nós para sempre e como tal, as nossas roti-

nas diárias terão também que se adaptar às suas necessi-

dades.

Todos nós decerto já ouvimos um comentário do género

“Oh que cachorrinho fofinho… também quero um destes!”,

no entanto, não nos podemos esquecer que o filhote vai

crescer e vai ter necessariamente que ter o seu espaço, a

sua rotina e que será necessário disponibilidade e carinho

por parte dos donos para o educar e fazer crescer feliz e

saudável. O que acontece muitas vezes quando estas con-

siderações não são tidas em conta é o abandono do ani-

mal em canis ou na rua. Embora Portugal tenha adotado

algumas medidas como a obrigatoriedade de identificação

eletrónica (chip) em todos os animais nascidos depois de

Junho de 2008, infelizmente o número de abandonos tem

aumentado nos últimos anos, tendo-se registado em

2013 cerca de 29.645) abandonos (tanto cães como

gatos), sem falar claro nos animais que são resgatados

por particulares, e que por esse motivo não entram para

as estatísticas.

Muitas são as desculpas dadas para o abandono, desde

problemas de saúde como alergias e mobilidade, separa-

ções e falta de tempo, a crise e o mau comportamento do

patinhas, entre outras. No entanto, ao olhar para estas

desculpas não consigo deixar de pensar que acima de

tudo o que deveria contar era a amizade, a fidelidade e o

companheirismo entre ambos sabendo de antemão que

nós nunca seriamos os abandonados e que fomos acolhi-

dos como um dos seus.

Muitas vezes o erro começa na escolha de um compa-

nheiro patudo, pois Por vezes esta escolha passa por ser

algo apenas emocional. No entanto o nosso lado racional

deve sempre estar presente. Devemos ter em conta o nos-

so estilo de vida, as características e necessidades do

filhote, os custos em alimentação e veterinário, maiores

ou menores facilidades de aprendizagem, necessidade de

Cão, um amigo para sempre | por Ricardo Duarte

espaço, entre outros. Seguem-se alguns exemplos:

Se sou uma pessoa recatada e que gosta de ficar em

casa não devo escolher um patinhas que necessi-

te de muito exercício como por exemplo Labrado-

res, Dálmatas, Pastores Alemães entre outros;

Se sou uma pessoa que gosta de desporto, de correr

e que saio várias vezes por semana para longos

passeios no parque não deverei escolher raças

como por exemplo Bulldog Francês, Pug, Pequi-

nês, Rafeiro do Alentejo, entre outros;

Se sou uma pessoa que tem alguma propensão para

alergias uma das hipóteses que tenho é o Sch-

nauzer

Se tenho crianças pequenas em casa uma boa hipó-

tese passa por Pastores Alemães, Golden Retrie-

vers ou Dálmatas

A ideia é ter em conta a nossa personalidade e do tipo de

vida que temos, o tempo que podemos despender com o

nosso patinhas e a partir daí procurar informação sobre

raças que mais se adequam a cada um de nós.

Contudo existe ainda outro fator que deve ser tido em

conta na hora da escolha: a adoção ou a compra. Como

todos sabemos, existem milhares de amiguinhos em asso-

ciações e canis e como tal, na altura da escolha devemo-

nos colocar uma questão: será que realmente se justifica

a compra de um patinhas? Ou será que não encontrarei o

meu grande companheiro numa associação de abrigo de

animais? Julgo que esta pergunta deve também estar pre-

sente durante a vossa escolha e caso não exista uma

razão específica para uma determinada raça penso que

uma boa solução pode passar pela adoção de um animal

abandonado e indefeso, dando-lhe uma família e tornan-

do a vida de um desses patinhas bem mais feliz.

É importante também que os donos saibam que a partir

do momento da sua escolha não se encontram sozinhos.

Por exemplo, imaginemos que surgiu finalmente aquela

oportunidade de que tanto esperava para uma viagem

aquele destino que tanto anseia, ou que por motivos de tra-

Page 31: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

balho vai ter que chegar um pouco mais tarde a casa e

não tem ninguém que possa cuidar do seu amigo. Hoje

em dia em Portugal existem dezenas de hotéis caninos

por todo o país e serviços de dog walking ou petsitting que

pode solicitar e que garantem o bem-estar do seu amigo

na sua ausência. Pode ainda planear as suas férias tendo

em conta sítios para pernoitar onde aceitem cães. Vai

ficar surpreendido com a quantidade de hotéis que acei-

tam os nossos amigos, nacionais e internacionais!

Se se deparar com algum problema comportamental do

seu patinhas para o qual não encontre justificação e que

sinta que não consegue resolver, não desespere nem

desista! Existem atualmente muitos treinadores que os

podem guiar e ajudar a ultrapassar esses pequenos pro-

blemas!

Felizmente a 1 de Outubro de 2014 foi publicada uma lei

que criminaliza os maus tratos e abandono de animais,

como mais uma medida para inverter esta realidade, no

entanto não nos podemos apoiar apenas em leis e puni-

ções, devemos sim mudar mentalidades para evoluir e

compreender que um animal de estimação é um amigo,

um companheiro e que decerto as nossas vidas serão

mais completas se os tratarmos com o amor e respeito

que merecem.

Mahatma Gandhi

Cão, um amigo para sempre | por Ricardo Duarte

Page 32: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Higiene Oral nos cães

Tal como os seres humanos, os cães também sofrem de

afecções orais, por este facto neste artigo vamos abordar

6 questões muito importantes para poder ter uma higiene

oral saudável no seu amigo de 4 patas.

1- Como se desenvolvem os dentes?

Os dentes de leite do cachorro (28 no total) são progressi-

vamente substituídos pelos dentes definitos (42 dentes) a

partir dos 4 meses.

Cronologia de erupção dos dentes definitivos :

Incisivos 4 a 5 meses

Caninos 4 a 5 meses FIG.1

Pré-molares 4 a 5 meses

Molares 5 a 7 meses

É frequente, principalmente nos cães de raça pequena,

que um ou mais dentes de leite persistam, sendo neces-

sário a sua extração. De facto, a persistência de um dente

de leite pode, não só impedir a correcta erupção do dente

definitivo, como também favorecer a acumulação de partí-

culas alimentares e a consequente formação de tártaro.

Mau Hálito

Um hálito desagradável pode ser resultado de várias cau-

sas e deve ser motivo para uma ida ao médico veterinário.

Só um exame detalhado permite descobrir qual a origem

exacta desta halitose: abcesso, doença periodontal, pro-

blemas digestivos, insuficiência renal, entre outros.

2-A placa dentária e o tártaro são visíveis a “olho nu”?

Fase 1 - Placa dentária: Não visível

Os micro-organismos (mais de 300 espécies de bactérias)

naturalmente presentes na cavidade oral, misturam-se

com a saliva e com os detritos alimentares para formar, á

superfície do dente, um biofilme: a placa dentária. Esta

placa necessita de ser corada para ser observada, uma

vez que é invisível á vista desarmada.

Fase 2 - Tártaro: Visível

Após a escovagem dos dentes, a placa dentária reaparece

ao fim de 6 horas. Se esta placa não for removida (por

uma escovagem diária), é mineralizada pelo cálcio salivar,

o que leva á formação de tártaro, um depósito duro e

acastanhado observado na superfície do dente. O tártaro

não é removido com uma simples escovagem dos dentes,

mas sim através de uma destartarização realizada pelo

Médico Veterinário. O crescimento bacteriano causa a

inflamação das gengivas (que ficam vermelhas e tumefac-

tas). A gengivite, nome dado a esta inflamação, é respon-

sável pela diminuição do apetite e pela dor sentida pelo

animal durante a mastigação. O mau hálito resulta da

libertação, por parte das bactérias, de compostos sulfura-

dos voláteis com odor nauseabundo.

Fase 3 - Mobilidade dentária

Numa fase mais avançada, as bactérias alojam-se junto á

raiz do dente e atacam o osso no qual o dente está

implantado (osteólise). Nesta fase, o risco de formação de

abcessos é considerável.

A Doença Periodontal é a junção das 3 fases: Fase 1 –

Placa dentária, Fase 2 – Tártaro e gengivite e Fase 3 –

Mobilidade dentária.

3- Quais as consequências da doença periodontal?

A doença periodontal é a afecção mais frequente diagnos-

ticada nos animais de companhia. No entanto, um animal

afectado pode não apresentar sintomatologia evidente.

Autoria: Vanessa Correeia da:

Fig. 1

Page 33: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Primeiros sinais

- Mau hálito progressivo: As bactérias multiplicam-se e

decompõem as proteínas alimentares, libertando compos-

tos sulfurados voláteis, responsáveis por um hálito desa-

gradável.

- Salivação excessiva (hipersiália): um animal com doença

periondontal produz uma grande quantidade de saliva.

- Dificuldade em alimentar-se: as gengivas estão inflama-

das e irritadas e os dentes estão mais sensíveis. A dor

provocada pela mastigação impede o animal de se ali-

mentar correctamente.

Consequências

- Descarnação, com eventual queda do dente: após a des-

tuição do ligamento periodontal pelas bactérias da cavida-

de oral, os dentes deixam de estar fixos e podem inclusi-

vamente cair.

- Formação de abcessos: nos cães de raça pequena, a

formação de abcessos juntos á raiz do dente pode levar á

fractura da mandíbula.

- Infecções secundárias de outros orgãos: o coração, os

pulmões, or rins e o fígado podem ser infectados pela

entrada das bactérias na circulação sanguínea.

4- Como e quando fazer uma destartarização?

Tudo depende da fase em que a doença periodontal se

encontra. Se apenas existir placa dentária, e se o animal

colaborar, a escovagem diárias dos dentes, complementa-

da com um alimento e ou brinquedo para a higiene oral

pode ser suficiente.

Procedimento a adoptar FIG. 2

Numa fase mais avançada, apenas uma destartarização

realizada sob anestesia permite remover o tártaro. O seu

médico veterinário poderá informá-lo acerca da necessi-

dade, altura ideal e método utilizado para destartarizar o

Seu animal

Intervenção sob anestesia

A destartarização é um procedimento médico que deve

ser realizado unicamente sob anestesia geral, para evitar

qualquer sensação dolorosa e stress associados á utiliza-

ção da máquina de ultra-sons. Todos os dentes são des-

tartarizados, um a um, tanto na face interna, como na

fase externa.

Para finalizar a operação, normalmente procede-se ao

polimento dos dentes que permite alisar todas as irregula-

ridades existentes na sua superfície dificultando, assim,

uma nova implantação bacteriana.

A destartarização é, igualmente, o momento certo para

proceder á remoção de qualuqer dente que se encontre

descarnado e que apresente mobilidade

Acompanhamento bucodentário

Na altura da destartarização, o Médico Veterinário pode

prescrever um tratamento e indicar quais os cuidados a

ter com a higiene oral do animal, nomeadamente qual o

alimento mais adequado. Ao remover a placa dentária

regularmente, as medidas de higiene oral permitem evitar

ou diminuir a formação de tártaro reduzindo, assim, a fre-

quência das destartarizações.

5- Que cuidados de higiene oral se devem ter com o

animal?

Escovagem dos dentes

Este método é o mais eficaz para lutar contra a placa den-

tária. Para os animais que já apresentem alguns indícios

de doença periodontal, a escovagem diária é a única solu-

ção para limitar o desenvolvimento desta doença.

Alimentação

Já existem rações no mercados com diferentes formas e

texturas do croquete já especificamente estudados para

Fig. 1

Fig. 2

Page 34: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

aumentar o efeito de escovagem. Permite um efeito abra-

sivo suave no dente durante a mastigação. Esta acção

permite desagregar a rede de bactérias que constitui a

placa dentária. Por este motivo, e para conservar o seu

efeito benéfico, é importante não humedecer os croque-

tes ou parti-los.

Suplementos e barras dentárias

No cão, uma barra dentária oferecida regularmente com-

pleta a eficácia da escovagem, graças ao efeito da masti-

gação prolongada que permite eficazmente a acumulação

de placa dentária ou caso não seja possível realizar a

escovagem (ausência de disponibilidade do proprietário,

não cooperação do animal, etc).

Brinquedos

Existe no mercado variadíssimos brinquedos com resis-

tências, formas, e características diferentes que ajudam á

higiene dos dentes, bolas com dentes especiais que mas-

sajam as gengivas e faz efeito de escovagem nos dentes

enquanto eles mordem e brincam.

Por fim mas não por último…

6- Como escovar os dentes do seu canino?

Escovar os dentes de um animal de estimação não é tare-

fa fácil, por este motivo recomenda-se que o habitue des-

de cedo a este ritual.

Comece o mais cedo possível

Embora os dentes de leite sejam rapidamente substituí-

dos pelos dentes definitivos, a sua escovagem frequente

é importante porque permite que o animal se habitue a

esse procedimento, tornando-o mais fácil de realizar após

o aparecimento dos dentes definitos.

Alguns conselhos para realizar a

escovagem dos dentes

-Coloque-se preferencialmente ao lado e não á

frente dele,

- Posicione o animal o mais confortável possível,

por exemplo, no seu colo

- Escolha uma escova suave e com um tamanho

adaptado ás mandíbulas do animal.

- Utilize um dentífrico formulado especialmente

para animais de companhia.

- Espalhe o dentífrico e pressione-o para o interior

das cerdas da escova para evitar que o animal o

retire ao lamber.

- Comece a escovagem de modo progressivo esco-

vando alguns dentes de cada vez (de preferencia

os molares e os pré-molares) depois aumente o

número de dentes escovados em cada movimen-

to.

- Inicialmente pode ser difícil alcançar o interior

da boca do animal. Neste caso escove apenas as

faces externas dos dentes, especialmente ao lon-

go das gengivas.

Se o animal for cooperante, pode começar logo a

escovar os dentes da região interior da boca.

Depois da escovagem é importante recompensar

o animal com algo que ele goste muito, um

biscoito, uma barrita, um brinquedo, um

passeio

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Título: Um amigo chamado Henry

Autor: Nuala Gardner

Editora: Casa das Letras

Publicação: 2009

Sinopse:

Quando Jamie e Nuala Gardner escolheram um

cachorrinho para o filho Dale, não

eram uma família como qualquer

outra à procura de um animal de

estimação. O autismo de Dale era

tão profundo que o mais pequeno

desvio à sua rotina podia provocar-

lhe um assustador acesso de fúria. A

vida familiar fora praticamente

devastada pela sua doença e os

Gardner passavam a maior parte do

tempo a tentar entrar no mundo

autista do filho e dar-lhe o auxílio de

que ele tanto precisava.

Porém, depois de anos de esforços

constantes e progressos lentos, as

suas vidas transformaram-se ao aco-

lherem um novo membro na família,

Henry, um cachorrinho golden retrie-

ver lindíssimo. Os laços criados

entre Dale e o seu cão ajudaram

finalmente os pais deste menino a

atingir o objectivo quase milagroso

que tanto haviam procurado e a pro-

porcionar-lhe uma vida preenchida e

feliz.

Livro do trimestre | recomendado por Inês Pereiras

Page 36: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014
Page 37: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Autoria: Vanda Botelho da

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Desde sempre que o Homem tem vindo a manter em cativeiro espécies exóticas por diversas razões, no entanto nos dias de hoje, a

sua manutenção fora do seu habitat natural prende-se essencialmente, com a problemática da conservação de espécies em vias

de extinção.

A manutenção de animais selvagens em cativeiro traz inúmeros desafios, principalmente em relação ao seu bem-estar. Para evitar

determinados comportamentos desviantes e anómalos melhorando o seu bem-estar em geral, houve, desde sempre, a necessida-

de de realizar intervenções no ambiente do recinto onde o animal está alojado. Estas intervenções são levadas a cabo através de

um processo dinâmico que tem como objectivo estimular os comportamentos naturais de cada espécie.

Pensado de forma a respeitar os hábitos sociais da espécie, organizando os animais de acordo com as suas relações e hierarquias

no meio natural.

Apostando na promoção da procura de alimento e caça, através da introdução de alimentos com maior ou menor grau de dificulda-

de de alcance, tal como aconteceria num habitat natural.

Encontra-se relacionado com as estruturas das instalações, bem como a locomoção dos animais. Utilizam-se cordas, lagos, redes,

plataformas de madeira, tudo para tornar a instalação mais naturalista, de acordo com o habitat natural.

Tem como principal objectivo estimular os sentidos dos animais, oferecendo-lhes cheiros e texturas diferentes.

Visa desenvolver cognitivamente o animal, despertando-lhe interesse e proporcionando-lhe ocupação para que se mantenha activo.

•Enriquecimento ambiental, o que é e para que serve?

•O enriquecimento ambiental integra 5 dimensões:

•O enriquecimento social

•O enriquecimento alimentar

•O enriquecimento físico

•O enriquecimento sensorial

• O enriquecimento ocupacional

Page 39: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Os cães, apesar de animais domésticos, tal como os animais selvagens mantidos em cativeiro, também têm necessidades parti-

culares. O dispêndio energético, tanto físico como mental são algumas das principais. É da responsabilidade do proprietário de

um cão assegurar que as suas necessidades sejam sempre supridas.

Apesar de a maioria dos donos assegurar alimento, abrigo e afecto aos seus cães, a verdade é que existem outras tão importan-

tes quanto estas últimas! Quando não são satisfeitas, é frequente o aparecimento de problemas comportamentais, fruto da falta

de actividade física, mental e social. Entre vários problemas comportamentais em cães, os mais comuns são:

•Comportamentos estereotipados:

-O cão passa muito tempo a perseguir insectos, pássaros, a própria cauda e até sombras de uma forma compulsiva;

-O cão lambe compulsivamente determinadas partes do corpo, geralmente as mãos e pés. Alguns lambem compulsivamente o

próprio nariz;

-O cão morde-se a si próprio até apresentar ferimentos consideráveis, geralmente nas almofadinhas plantares e às vezes na cau-

da.

-Faz sempre a mesma trajectória, formando padrões de movimentação;

-O cão destrói plantas, cava buracos no quintal, rói paredes, mastiga portas e pés de mesas e cadeiras, destrói sofás e colchões,

etc…;

-Late sem parar e sem motivo aparente, geralmente de forma cadenciada e constante;

-A maior parte dos episódios ocorre na ausência dos proprietários;

•Agressividade:

-O cão desenvolve possessividade por um objecto, comida ou local em particular, não permitindo que outros cães ou pessoas se

aproximem;

-O cão demonstra sinais de agressividade quando se encontra com receio, ou lhe tocam em determinados locais do corpo ou

simplesmente, quando a brincadeira com pessoas e/ou outros cães se torna muito intensa;

Para evitar que surjam comportamentos anómalos e desviantes em cães, fruto da falta de actividade física e mental, Os donos

de cães poderão recorrer às técnicas de enriquecimento ambiental.

O principal objectivo será sempre manter o cão ocupado num ambiente apelativo que contribua para que o cão possa desenvol-

ver e expressar os comportamentos naturais da sua espécie. Enquanto um cão estiver ocupado com actividades consideradas

normais e saudáveis para a espécie canina, não incomodará pessoas nem destruirá a casa. Ocupá-lo é sempre a opção mais

saudável comparativamente à opção de simplesmente impedi-lo de fazer o que ele quer.

É fácil entreter um cão durante a interacção entre este e o seu dono, actividades como passear, brincar com uma bola ou brincar

com uma corda de tracção, são das actividades mais comuns. Mas poucos sabem como entretê-lo enquanto conversam com

alguém, vêem televisão ou dão atenção a uma visita. O segredo consiste em planear e antecipar estes momentos, aplicando as

várias técnicas de enriquecimento ambiental em todas as suas dimensões.

•Ansiedade de separação:

•Como entreter um cão?

Page 40: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

1- actividade física é fundamental!

O passeio, no caso dos cães, poderá ser encarado como uma técnica de enriquecimento social, pois acaba por ser uma activi-

dade partilhada com o seu dono (considerado pelo cão como um membro da sua matilha). É das actividades mais importan-

tes na vida de um cão doméstico. Infelizmente, muitos proprietários não lhe dão a devida importância! A actividade física rea-

lizada durante um passeio estruturado e bem orientado tem inúmeros benefícios para um cão, nomeadamente:

—A Diminuição dos níveis de ansiedade e hiperactividade;

–A manutenção do peso corporal;

–Excelente oportunidades de socialização intra e inter-espécie;

—Contribui para a introdução de comandos básicos de obediência

social.

Para além do passeio, poderá ainda interagir com o seu cão, criando

uma pista de obstáculos no jardim ou simplesmente brincar ao “busca”.

Estas sessões podem de aproximadamente 30 – 40 minutos, com algumas pausas de descanso de 3 a 5 minutos, depen-

dendo da motivação do cão para brincar e interagir com o dono.

Se o dono planear uma sessão de actividade física antes de receber uma visita, com certeza o cão estará ocupado a descan-

sar nas próximas horas.

2- À procura de comida…

Uma forma de enriquecimento alimentar é a exploração das várias possibilidades de fornecer alimento a cães, criando dife-

rentes rotinas de alimentação.

A maior parte dos animais no seu habitat natural, passam grande parte do seu tempo à procura de alimento. Este comporta-

mento é natural e saudável permitindo que estes desgastem alguma energia mental e física.

Em alternativa ao habitual fornecimento de ração num comedouro, pode-se optar por oferecer o alimento de uma forma lúdi-

ca e divertida, mantendo o cão ocupado e prolongando o tempo de alimentação, proporcionando-lhe actividade física e men-

tal. Existem no mercado vários artigos destinados a este efeito. Desde comedouros com diferentes formas passando por

alguns artigos com formas redondas e ovais nos quais é possível introduzir ração no seu

Outra opção viável e económica para que o cão se mantenha ocupado durante

bastante tempo, será fornecer pedaços de comida previamente cozidos

ou até ração, no interior de um cubo de gelo.

Não nos podemos ainda esquecer, que os cães canalizam grande parte do seu

comportamento na sua boca, usando-a para morder, lamber, latir, etc…

Por esta razão, para além da procura de alimento, será fundamental introduzir

artigos próprios para roer interior.

Page 41: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

3- Um espaço só para ele!

Uma forma de manter o seu cão ocupado através do enriquecimento físico, poderá ser a alteração do espaço destinado somente

ao cão.

A introdução de novos elementos estruturais, tais como:

São opções a que os donos de cães poderão recorrer facilmente. Com a introdução de novos elementos estruturais no espaço

destinado ao cão, estará a oferecer a oportunidade para que este se mantenha entretido a explorar todas as novidades introduzi-

das.

Outra opção também bastante útil, poderá ser a simples alteração da disposição dos objectos e estruturas já existentes no local.

É importante referir que o enriquecimento físico pode ser aplicado em prática também em apartamentos, desde que exista uma

varanda ou um quarto arejado com dimensões suficientes para criar um espaço somente destinado ao cão. Neste espaço pode-

se também criar uma zona destinada somente às necessidades fisiológicas do cão, usando por exemplo, uma caixa de areia de

dimensões adequadas ou, os mais actuais, tapetes de erva sintética com escorredor vendidos em várias lojas de animais para o

efeito.

•Uma pequena piscina onde o cão possa refrescar-se no verão;

•Uma rampa de acesso a um local mais elevado;

•Um novo abrigo ou casota;

•Um túnel ou outros obstáculos para o cão explorar;

•Uma corda com um brinquedo ou pedaço de pneu pendurado;

•Vegetação (não tóxica) que também lhe permitirá ter mais sombra no verão;

Page 42: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

4- Não esquecer a diversidade de materiais

O enriquecimento sensorial, é uma das dimensões do enriquecimento ambiental que se encontra intimamente ligado ao enri-

quecimento físico, sendo que o principal objectivo nesta dimensão será a introdução de elementos que estimulam os sentidos

dos cães.

Para atingir este objectivo, poderemos optar por usar materiais de várias texturas nas diferentes estruturas físicas que estão

incluídas no no espaço destinado ao cão. Tais como:

Com estas pequenas mudanças estaremos a disponibilizar diferentes tipos de pisos que naturalmente estimulam a sensação

táctil do cão sempre que este se movimenta pelo espaço.

•Casota ou abrigo de madeira ou pedra;

•Plataformas e passadeiras em metal;

•Zona de brincadeira em relva artificial;

•Zona para necessidades fisiológicas em gravilha ou areia;

•Zona de repouso com um pequeno colchão ou tapete;

•Zona de acesso à casa em mosaico;

Page 43: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

5- Escolher as ferramentas correctas!

A capacidade mental do cão é estimulada por meio de jogos desenvolvidos especialmente para cães, estes jogos podem ser consi-

derados ferramentas úteis a incluir nas técnicas de enriquecimento ocupacional. A maioria destes jogos estão relacionados tam-

bém com o enriquecimento alimentar, visto que na sua maioria, incluirão sempre petiscos escondidos.

Existem no mercado várias opções, no entanto uma opção bem mais

económica pode ser o uso de materiais resistentes para criar jogos

para o seu cão.

Page 44: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Apesar de o adestramento não ser considerado por alguns autores como uma técnica de enriquecimento ambiental propriamen-

te dito, na verdade, é que muitos outros autores mais actuais consideram que poderá ser integrado em duas das dimensões de

enriquecimento ambiental. Sendo considerado por alguns como uma técnica de enriquecimento cognitivo e social visto que,

para além de ser uma interacção entre dono e cão, é também um momento de aprendizagem de novas respostas por parte do

cão face a determinados estímulos.

O adestramento em obediência social torna-se por isso fundamental! acima de tudo, porque é algo que contribui significativa-

mente para uma forte relação entre cão e dono, melhorando a eficácia da comunicação entre ambos.

Para além do adestramento em obediência social, o dono deve manter-se consciente que o cão necessita de disciplina.

Estabelecer regras e limites ao seu cão desde tenra idade, contribuirá para que o cão venha a associar facilmente quais os com-

portamentos que deve oferecer em determinadas situações, evitando incidentes desagradáveis em locais públicos que o dono e

cão frequentem diariamente, bem como incidentes no interior da sua própria casa.

•O papel do adestramento em obediência social!

•A importância da disciplina

Page 45: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

A maior parte das pessoas proprietárias de cães, principalmente aquelas cuja residência se encontra em meios urbanos, acha difí-

cil manter uma rotina com tantas actividades e/ou novidades para o seu cão. Na verdade, a tão célebre e conhecida expressão:

“falta de tempo” nada mais é do que falta de organização, motivação e disciplina!

A partir do momento em que decide coabitar com um cão ou outro animal de qualquer espécie domestica, passa a ser responsável

pelo seu bem-estar. Certificar-se que consegue satisfazer as suas necessidades é fundamental. A gestão de tempo bem como a

motivação e a manutenção da disciplina em relação aos horários e rotina, são fundamentais para que possa desfrutar da compa-

nhia do seu cão da melhor forma possível.

Não se centre somente nas suas necessidades, e lembre-se de que o seu cão só está consigo porque assumiu a responsabilidade

e tomou a decisão de tratar dele! Seja realista em relação às condições e disponibilidade de tempo que pode oferecer à sua mas-

cote, caso não possua o requisitos necessários para supriras necessidades de um cão, então adquirir ou adoptar não será uma

opção válida para si!

-Uma adequada sociabilização;

-Adestramento em obediência social;

-Disciplinar o seu comportamento face a outros cães e pessoas;

-Disciplinar o seu comportamento em locais públicos;

-Garantir que a disciplina e o adestramento são cumpridos por todos os membros da família;

-Garantir que a disciplina e o adestramento não são impostos com recurso à violência.

•Organize-se!

•Ser um dono responsável é garantir ao seu cão:

O comportamento do seu cão espelha a sua O comportamento do seu cão espelha a sua

personalidade!personalidade!

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Autoria: Sílvio Pereira do

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Quantas vezes ouvimos os donos de cães dizer coisas

como: “o meu cão sabe quando faz algo de mal, vem ter

comigo com cara de culpa”, será que realmente isso é

verdade? Os nossos cães na realidade têm sentimentos

de culpa?

Foi para esclarecer este mito que a Psicóloga e investiga-

dora da Barnard College de Nova Iorque Alexandra Horo-

witz dedicou alguma da sua investigação.

Ao criar condições em que o proprietário estava mal infor-

mado sobre do seu cão havia cometido alguma infração,

ela consegui descobrir as origens da “cara de culpa” dos

cães.

Horowitz mostrou que a tendência humana em atribuir

culpa ao olhar de um cão não se deve ao facto de ele ser

realmente culpado. Em vez disso, as pessoas vêm esse

sentimento quando simplesmente acreditam que o cão

fez algo que não deveria ter feito, mesmo se ele for ino-

cente.

Durante os estudo, os proprietários de 14 cães foram con-

vidados a deixarem uma sala após ordenarem aos ani-

mais para não comerem um determinado alimento.

Enquanto o dono estava ausente, Horowitz deu a alguns

dos cães esse alimento proibido antes de pedir aos pro-

prietários que voltassem para a sala. Em certos casos,

eles foram informados que o animal havia comido o ali-

mento, noutros receberam a informação de que o cão se

havia comportado de forma adequada. Porém, isso nem

sempre correspondia à verdadeira situação.

Ou seja, o “olhar de culpa” dos cães pouco ou nada tem a

ver com o facto de serem realmente culpados. Na verda-

de, os que foram obedientes e não comeram, mas que

haviam sido repreendidos pelos seus (desinformados)

donos, pareciam mais “culpados” do que aqueles que

tinham, de facto, comido o petisco.

A cara de culpa funciona como uma resposta ao compor-

tamento do dono, e não necessariamente um indicativo

de qualquer julgamento dos próprios erros caninos.

Este estudo lançou uma nova luz sobre o antropomorfis-

mo – tendência natural do ser humano em comparar o

comportamento animal com o comportamento humano e

se existe alguma semelhança superficial entre eles. Isso

inclui a atribuição de emoções de ordem superior como a

culpa, ou o remorso, para o animal, mesmo que este não

esteja com esses sentimentos, segundo Horowitz.

O estudo é uma demonstração da necessidade de projec-

tos experimentais cuidadosos se quisermos compreender

a relação cão-humano e não apenas afirmar os nossos

preconceitos naturais sobre o comportamento animal.

Será que eles sentem culpa? | por Sílvio Pereira

Page 49: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

Certamente muitos de vós já ouviram falar da implantação

de um microchip nos nossos amigos patudos, mas o que é

realmente o microchip canino e para que serve? Será

incómodo ou poderá causar algum tipo de problemas de

saúde ao vosso amiguinho? Neste artigo vamos tentar

explicar e desmistificar um pouco este assunto.

Já imaginaram um passeio pelo parque com o vosso pati-

nhas e de repente quando menos esperam ele corre atrás

de algo e desaparece… procuram-no mas não o encon-

tram… Pois é, este tipo de situações é mais frequente do

que possam pensar. Nestes casos o microchip pode apre-

sentar-se como uma ajuda preciosa para a recuperação

do vosso amiguinho. Mas então o que é o microchip?

O microchip é acima de tudo o bilhete de identidade do

vosso patinhas. Trata-se de um microcircuito eletrónico do

tamanho de um grão de arroz (cerca de 12mmx2mm) com

o seu próprio código de registo e que é colocado na face

lateral esquerda do pescoço do seu cão através de uma

injeção subcutânea.

Esta injecção, embora seja feita com uma seringa de agu-

lha ligeiramente maior do que o normal não causa qual-

quer tipo de dor extra ao animal, não existindo a necessi-

dade de anestesiar o patinhas. Ao colocar o microchip, o

veterinário vai enviar também a informação sobre o cão

(nome e morada) para uma base de dados nacional (SIRA)

que poderá ser consultada por qualquer veterinário.

A lei portuguesa exige, desde 1 de Julho de 2008, que

todos os cães nascidos após esta data possuam tal identi-

ficação sendo uma das principais medidas tomadas pelo

governo para prevenir a perda, abandono e o roubo de

animais.

Embora o microchip possa ser colocado após as 2 primei-

ras semanas de vida do cachorro, normalmente este é

apenas ministrado conjuntamente com o terceiro “cocktail

de vacinas” aos 3 meses de idade. Ao contrário do que

possam pensar este objeto não causa qualquer descon-

forto ao animal não apresentando também qualquer tipo

de risco para o cachorro. O microchip é inerte e está

encapsulado em vidro cirúrgico biocompatível, de forma a

prevenir qualquer tipo de reação alérgica ou inflamatória.

Este componente é também envolvido numa substancia

que evita que o microchip se desloque dentro do corpo do

patinhas.

Sem qualquer tipo de bateria integrada, o microchip per-

manece inativo a maior parte do tempo, não emitindo

qualquer tipo de sinal ou radiação, e sendo apenas ativa-

do na altura em que recebe o sinal enviado pelo leitor de

microchips (Figura 2 e 3). A durabilidade deste então não

está dependente de qualquer tipo de recarga e como tal

estima-se que a sua durabilidade seja de cerca de 100

anos que corresponde ao tempo de degradação do biovi-

dro utilizado para encapsular o microchip.

Resumindo, a utilização do microchip é essencial por duas

razões principais:

O microchip proporciona maior facilidade em encontrar o

seu cão caso este se perca ou seja roubado;

Não necessita de qualquer tipo de manutenção e não pro-

voca qualquer tipo de desconforto ou problemas de saúde

ao animal.

Autoria: Ricardo Duarte

Fig

ura

1:

Mic

roch

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.S. grã

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e a

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Figura 2: Seringa, microchip e scan de leitura do chip

Figura 3: Procedimento de leitura do microchip

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Enquanto voluntária numa associação de animais aban-

donados, venho aqui contar um pouco da minha experiên-

cia.

No primeiro dia em que entrei no canil senti um misto de

emoções. Entusiasmo, por começar a fazer voluntariado, e

algum choque, porque por mais que pudesse imaginar

como seria, nunca estamos preparados.

Fui com um grupo de amigos e logo antes de chegarmos à

porta já se sentia aquele odor forte e ácido que quase faz

arder os olhos. Mais tarde, foi algo a que nos habituámos,

tal como a roupa suja de fezes, urina, por vezes até san-

gue. Não é fácil de início, mas chega uma altura que já nem pensamos nisso.

Foi uma surpresa ver que os cães estavam todos visivel-

mente bem tratados, sem sinais de magreza nem doença

na sua maioria, tendo em conta as péssimas condições

do canil. De uma forma geral pareciam cães comuns, que

podiam ser de qualquer um de nós. Mas, com o tempo,

vamos aprendendo a ler no seu olhar. Tanta excitação por

verem pessoas novas! Tudo saltava e ladrava! Uns mais

efusivos, outros mais recatados, muitos curiosos. Tantos

olhos postos em nós.

Distribuídos por várias zonas, havia muito mais cães. To-

dos diferentes mas em comum o abandono, o esqueci-

mento. Estavam "a mais" nalgum sítio e ali foram parar.

As condições do canil eram terríveis, buracos no chão por

onde andam ratazanas, abrigos partidos e remendados

onde entra a chuva, uma fossa constantemente cheia e

entupida, portões corroídos pela ferrugem, redes metáli-

cas retorcidas e partidas, paredes cobertas pela humi-

dade e sujidade. Os voluntários e os tratadores tentam

manter as zonas minimamente limpas, mas com tantos

animais e com estas condições é uma tarefa ingrata ten-

tar dar algum conforto e bem-estar a estes cães.

Munidos de galochas e roupas impermeaveis, pás, vas-

souras e muita vontade, os voluntários fazem o que

Autoria: Nídia Rodrigues

Page 51: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

muitos se recusaram. Cuidar dos animais, distribuir ração

e água fresca, dar medicação, limpar, brincar e acarinhar,

ajudar em tudo o que for necessário.

Alguns cães vão partindo, porque são finalmente adopta-

dos ou porque chegaram ao final da sua vida, mas outros

tantos vão entrando. O canil deveria ser um abrigo tem-

porário mas para muitos infelizmente não o é.

A melhor parte do trabalho são os passeios, as brincadei-

ras, os mimos. Vê-los felizes a brincar nas poças de água,

a correr, para que possam ter um bocadinho daquilo que

os nossos têm, nas nossas casas. A distribuição de biscoi-

tos e mantinhas no Natal é uma alegria! Ficam tão con-

tentes com tão pouco e agradecem-nos sempre, cada um

à sua maneira.

Mas dói... dói sair de lá e deixá-los para trás, dói não po-

der fazer mais, dói o sentimento de incapacidade e im-

potência perante determinadas situações. Muitas vezes

saímos de lágrimas nos olhos e com um nó na garganta. O

choque de estar num canil é brutal para alguns cães que

não se adaptam. Alguns parece que desistem mesmo de

viver.

As adopções têm sempre um sabor agridoce. Nenhum

merece viver num canil, mas a verdade é que todos eles

são um pouco de nós e nós deles. Quando há uma

adopção o sentimento é de alívio e felicidade por saber-

mos que vai ter uma casa e a família a que têm direito.

Fica para trás a saudade e a recordação dos momentos

que passou conosco, daquele passeio, aquele carinho, do

seu olhar.

Revoltante é quando alguns voltam passados dias, meses

ou anos. Porque não se adaptaram, porque os humanos

esperavam mais deles, porque fazem as necessidades

fora do sítio, porque vai haver uma mudança de casa, a

família aumentou, porque as condições de vida se altera-

ram. Para algumas pessoas a solução é "despejar" o cão

no canil novamente porque se tornou um "empecilho". Em

alguns casos este ciclo repete-se várias vezes, tornando,

consequentemente, ainda mais difícil o processo de

adopção e adaptação desse cão que já foi abandonado

tantas vezes e perde toda a confiança nas pessoas. São

tratados como coisas que se compram, trocam e de-

volvem.

Ser voluntário é gratificante, mas também revoltante

quando nós percebemos que muitas vezes não se faz

mais porque não se quer, porque existem outros inter-

esses envolvidos nos canis, nas associações em geral. Por

vezes quem devia proteger os animais que tem a seu

cargo, é quem os prejudica também.

Anualmente são abandonados centenas ou milhares de

animais domésticos, muitos desses encontram-se em

canis municipais, muitos ainda com política de abate, em

associações, FAT‘s, etc. Outros vivem na rua, sobre-

vivem com a ajuda de alguns amigos dos animais ou

daquilo que encontram, ficam doentes, feridos e morrem

sozinhos.

Antes de adoptarmos/comprarmos um cão ou gato, deve-

mos pensar seriamente se estamos dispostos a nos re-

sponsabilizarmos por ele para o resto da sua vida, inde-

pendentemente das circunstâncias.

Autoria: Nídia Rodrigues

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Fotos gentilmente cedidas por:

Living With Wolves

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Grupo Lobo

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Cães & Lobos

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Cães & Lobos

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Espaço dedicado à divulgação das actividades do “Adestramento Positivo

Project” iniciativa criada e dinamizada pelo Dep. de Divulgação, em estreita

colaboração com Dep. de Formação do CCVL, com o objectivo de divulgar e

difundir o ensino animal sem castigos, cujo lema é:

O Projecto A convite do CCVL, três adestradores formados pelo Dep. de Formação do Centro Canino Vale de Lobos, decidiram

unir-se para criar o presente "Adestramento Positivo Project".

As Adestradoras Tânia Carvalho da TC-Treino Canino, Ana Bártolo e o Adestrador Francisco Barata da Oficina dos

Cães, mais tarde entraram Vanda Botelho e Ricardo Pinto da Ativanimal e mais recentemente Andreia Lauro da Dog

Instinct com o apoio técnico e logístico do Centro Canino de Vale de Lobos, acharam que o panorama do ensino

canino em Portugal não reflectia o que já se fazia nesta área por essa Europa fora. As suas formações tiveram como

suporte o adestramento científico baseado no condicionamento operante com a apresentação de um estímulo agra-

dável e o que acontece é que os métodos tradicionais da obrigação, da subjugação e dos castigos físicos e psíqui-

cos ainda é o mais utilizado no nosso país o que é totalmente errado e retrógrado. A ciência já nos permite ensinar

animais sem recorrer a esses métodos, e são essas evoluções da ciência da aprendizagem que este projecto pre-

tende divulgar e difundir.

A particularidade deste projecto está em que todos os profissionais que o compõem terem feito a sua formação cino-

técnica no Centro Canino de Vale de Lobos - Cursos de Formação Canina

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Durante os últimos 3 meses foram estabelecidas uma série de

parcerias com diversas entidades do universo canino

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Organização: Francisco Barata

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Veja uma reportagem fotográfica deste evento em:

http://www.approject.pt/#!dia-mundial-do-animal-2014/clmv

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Veja uma reportagem fotográfica deste evento em:

http://www.approject.pt/#!dia-mundial-do-animal-2014/clmv

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Veja uma reportagem fotográfica deste evento em:

http://www.approject.pt/#!dia-mundial-do-animal-2014/clmv

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Cães & Lobos Edição Nº 1

Página 1

Cães & Lobos Edição Nº 1

Página 1

Estrutura Programática do Curso

Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos

que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores

caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles

que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como

profissionalmente.

Primeiro curso administrado em Portugal com base nas últimas investigações

Presencial

Módulo 1 (teórico)

1.1 CONHECER O CÃO

1.1.1 Conhecer como funciona um cão

1.1.2 O Carácter num cão

1.1.3 O Temperamento num cão

1.1.4 A Comunicação canina

1.1.5 Os Instintos Básicos caninos

1.1.6 Conhecer o cão que se vai adestrar

1.2 MÉTODOS DE ADESTRAMENTO

1.2.1 Métodos de Adestramento

1.2.2 Traçar objetivos

1.2.3 Escolher o melhor método de Adestramento

1.2.3.1 Em função do cão

1.2.3.2 Em função do dono

1.2.3.3 Em função dos objetivos

1.2.4 As várias fases do Adestramento

1.3 CONDICIONAMENTO OPERANTE

1.3.1 Definição

1.3.2 O que é o Clicker

1.3.3 O treino com Clicker

Módulo 2 (prático)

2.1 O ADESTRAMENTO EM OBEDIÊNCIA SOCIAL

2.1.1 Material de adestramento

2.1.1.1 Material de contenção

2.1.1.2 Material de assistência

2.1.1.3 Material didático

2.1.2 Postura corporal do adestrador

2.1.3 Desenvolvimento da motivação do cão

2.1.4 Condicionamento e aquisição de hábito

2.1.5 Exercícios de Obediência Básica

2.1.5.1 Exercício de andar ao lado

2.1.5.2 Exercício de sentar

2.1.5.3 Exercício de deitar

2.1.5.4 Exercício de deitar e ficar quieto

2.1.5.5 Exercício de chamada

2.2 SOCIABILIZAÇÃO

2.2.1 Sociabilização intraespecífica

2.2.2 Sociabilização interespecífica

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Cães & Lobos Edição Nº 4

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Entrevista Cães & Lobos Edição Nº 1

Página 1

Cães & Lobos Edição Nº 1

Página 1

Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Módulo 3 (prático)

3.1 ADESTRAMENTO EM GUARDA E DEFESA

3.1.1 Determinar as aptidões do cão

3.1.2 O Figurante (Homem de ataque)

3.1.2.1 Vestuário

3.1.2.2 Equipamento

3.1.2.3 Formação

3.1.3 O trabalho de motivação

3.1.4 O treino técnico das mordidas

3.1.5 O treino da inibição da mordida (larga)

3.1.6 O treino da fuga do figurante

3.1.7 O treino da busca do figurante

3.1.8 O treino do ataque surpresa ao guia

3.1.9 O treino do ataque longo

Módulo 4 (teórico)

4.1 COMPORTAMENTOS ANÓMALOS E DESVIANTES

4.1.1 Agressividades

4.1.1.1 Definição e tipologias

4.1.2 Micção ou defecação inadequadas

4.1.2.1 Definição

4.1.2.2 Tratamento

4.1.3 Ansiedade por separação

4.1.3.1 Definição

4.1.3.2 Tratamento

4.1.4 Fobias

4.1.4.1 Definição

4.1.4.2 Tratamento

4.1.5 Manias Maternais

4.1.5.1 Definição

4.1.5.2 Tratamento

4.1.6 Hiperatividade e hiperexceptibilidade

4.1.6.1 Definição

4.1.6.2 Tratamento

4.1.7 Comportamentos estereotipados

4.1.7.1 Definição

4.1.7.2 Tratamento

4.1.8 Ingestão Inadequada

4.1.8.1 Alimentação Estranha

4.1.8.2 Coprofagia

4.1.8.3 Objetos

4.1.9 Síndrome de Disfunção Cognitiva

Curso intensivo de formação de monitores de

adestramento científico canino (presencial)

Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente

Características do Curso

Tipo de Curso: Curso presencial ministrado em sistema intensivo de 15 dias de duração, com uma carga horária lectiva diária de 4 horas, incluindo as componentes prática e teórica. Início do Curso: A combinar com o formando

Local das Aulas: Campo de Trabalho do Centro Canino de Vale Lobos – Vale de Lobos - Sintra Método de Ensino: Científico Quantidade de Alunos por Curso: 1

Documento fim de Curso: Certificado com informação detalhada sobre as avaliações intercalares e finais e matéria leccionada

Estrutura Programática do Curso Módulo 1 (teórico)

Módulo 2 (prático) Do Curso de duração normal

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Page 77: Nº 12 - Outubro | Novembro | Dezembro 2014

www.facebook.com/doginstinctpt

www.ativanimal.com

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Propriedade:

Centro Canino de Vale de Lobos

www.ccvlonline.com

[email protected]

Edição:

Dep. Divulgação do CCVL

http://Comportamento-

canino.blogspot.com

Revista Digital de Cães e

Lobos Editor:

Sílvio Pereira

[email protected]

Colaboraram nesta Edição:

Andreia Lauro, Francisco Barata, Inês Pereira, Karin Medeiros,

Maria Céu Martins, Nídia Rodri-

gues, Ricardo Duarte, Vanda Botelho, Vanessa Correia

Paginação e execução gráfica:

Sílvio Pereira

Nota:

Todo o material publicado nesta

edição é da exclusiva responsa-bilidade dos seus autores.

_________________________ Página web: http://revistacaeselobos.weebly.com

[email protected]

Cães & Lobos Nº 12

Colaboradoraram nesta edição:

Andreia Lauro

[email protected]

Francisco Barata

[email protected]

Inês Pereira

[email protected]

Karin Medeiros

[email protected]

Maria do Céu Martins

[email protected]

Nídia Rodrigues

[email protected]

Ricardo Duarte

[email protected]

Vanda Botelho

[email protected]

Vanessa Correia

[email protected]

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

Curso destinado a todos os proprietários que queiram adestrar os seus cães em casa

(portanto, no seu território) evitando assim as sempre stressantes e por vezes

traumatizantes idas às escolas de treino canino.

Características do Curso Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: De 2 a 4 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do aluno).

A quem é dirigido este Curso: Com este Curso o dono dispensa as sempre angustiantes e traumáticas idas às escolas de trei-no, uma vez que o cão aprende no seu próprio território, portanto, qualquer pessoa está em condições de frequentar este curso, a única limitação prende-se com a obrigatoriedade de possuir um cão (seja ele de que raça for) uma vez que numa das fases do Curso terá que aplicar na prática, as técnicas que vão sendo estudadas.

Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/teórica e conhecimento profundo do aspeto funcional do cão, assim como uma identificação da interação dos mecanismos da aprendizagem com os vários tipos de condicionamento. No aspeto prático adquire-se um conhecimento básico dos princípios gerais do Condicionamento Operante assim como a utiliza-ção do clicker como instrumento fundamental no moderno treino científico canino. Resumindo, o formando fica perfeitamente preparado não só para poder treinar o seu cão positivamente mas também para com-preender a sua linguagem, o seu carácter, a sua personalidade e o seu temperamento.

Módulo 1 (teórico)

1ª Parte - Conhecer o Aspeto Funcional do Cão

2ª Parte - O Carácter e o Temperamento num Cão

3ª Parte - A Comunicação Canina

4ª parte - Os Instintos

5ª Parte - Condicionamento Operante

6ª parte - Descobrir o Clicker

Estrutura Programática (resumida)

Módulo 2 (prático)

7ª Parte - O Adestramento em Obediência Social

8ª Parte - Motivar e Condicionar o Cão

9ª parte - Exercícios de Obediência Básica

10ª Parte - Sociabilização

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-on-line-de-adestramento-positivo-canino.html

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do: CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Características do Curso

Objetivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre a identificação, diagnóstico, tratamento e prevenção dos Comportamentos anómalos, desviantes e patológicos dos cães que vivem integrados na sociedade humana. É um Curso abrangente uma vez que é transversal a todos os Problemas Comportamentais dos canídeos domésticos.

Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 3 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do for-mando).

A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Adestradores Caninos que sentem dificuldades na interpretação e tratamento destas patologias cada vez mais presentes na interação dos cães com os seus donos e o meio envolvente. Mas tam-bém a todos os interessados na temática do Comportamento Canino e nas alterações causadas por via da domesticação.

Perspetival de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de interpretação, diagnóstico, tratamento e prevenção das Patologias do Comporta-mento. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, resolver todos os problemas ligados à área Com-portamental.

Tema 1 - Como Funciona um Cão

Tema 2 - O Carácter

Tema 3 - O Temperamento

Tema 4 - A Comunicação Canina

Tema 5 - Os Instintos Básicos de Sobrevivência

Tema 6 - Os Condicionamentos Tema 7 - As Agressividades

Tema 8 - Ansiedade por Separação

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

Estrutura Programática do Curso (Resumido)

Tema 9 - Síndrome de Disfunção Cognitiva

Tema 10 - Fobias

Tema 11 - Manias Maternais

Tema 12 - Hiperatividade e Hiperexcitabilidade

Tema 13 - Comportamentos estereotipados

Tema 14 - Ingestão Inadequada

Tema 15 - Eliminação Inadequada