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Nº 14, dezembro de 2013 Prof. Dr. José André da Costa Diretor Geral do IFIBE Há sempre uma dialética de difícil síntese entre o livro, o leitor e a leitura. O autor de uma obra escrita ou “dita” com outro código passou por este mo- mento de decisão teórico-intelectual frente à intuição primeira e pelo signo conceitual dessa expressão. Expor a intuição, “em bronze ou em papel”, é sempre algo muito difícil. O ato de ler é uma decisão política que exige do(a) leitor(a) fazer uma escolha e discernir por alguma das literaturas disponíveis. Escrever também é um ato de leitura. Não se escreve um tex- to ou livro sem leitura e, dificilmente, lê-se sem o exercício trabalhoso do escrever. Não há leitura neutra. Toda leitura é fruto de escolhas resultantes de inquietações espirituais. A arte da leitura e a arte de escrever caminham juntas. Escrever bem supõe ler bem e vice-versa. Os entraves cognitivos do aprender a ler e escrever se encon- tram, muitas vezes, neste trânsito en- tre a leitura e o escrito. Por isso, entre o dito e o não-dito permanece uma distância enorme. A leitura não se restringe somen- te a ler palavras ou silogismos orga- nizados. A leitura é a arte de deci- frar o que está para além do texto, do pre-texto e do contexto. É a capacidade de extrair do texto lido um outro texto, não escrito. A lei- tura coerente requer a capacidade de descobrir os significados que um texto carrega “fora” de suas linhas escritas. O leitor, no ato de ler, é o sujeito capaz de fazer a leitura do que está “dentro” e “fora” do texto escrito, sem destruir o sentido do es- crito no texto. Ler é uma atitude inte- lectual laboriosa que exige paciência e atenção responsável. Escrever bem é um exercício de cortar palavras e, ler bem, é a atitude de não se fixar nas palavras. Entre o leitor, a leitura, o livro e o autor, há sempre uma exigência meto- dológica que implica dois passos ne- cessários: o analítico e o empírico. O primeiro é a capacidade de tomar as categorias no seu plano concreto (grá- fico) e levá-las ao plano do abstrato, para verificar sua coerência lógica e sua consistência semântica. O segundo passo consiste em tomar estas mes- mas categorias em seu plano abstrato e fazer sua decomposição, trazê-las ao plano do concreto e verificar sua con- sistência epistêmico-ontológica. Ler é a capacidade de ressignificar o escrito. Depois da leitura, o leitor e o livro “não são mais” os mesmos. O livro ganha novos significados e o leitor constrói uma nova cosmovisão. A leitura criteriosa muda a vida e, o livro bem escrito transforma o mun- do. E, o que acontece quando não se lê e não se escreve? O problema maior não é saber escrever, mas na resistência em “ler” o mundo. Neces- sariamente, para ler o mundo não é preciso ser “alfabetizado nas le- tras”, mas exige o aprender a ver o mundo como uma leitura do mundo, com os “olhos” da inteligência, que está muito acima das letras impres- sas. O fato é que há muitos analfa- betos letrados que não sabem ler e nem ver o mundo criticamente. Os parasitas intelectuais são os fraudadores da cultura, pois, querem apenas se hospedar nas caronas das literaturas alheias, com o mínimo de esforço cognitivo. A inércia intelectu- al é a paralisia da inteligência. Abrir mão do pensar por conta própria sig- nifica dar vazão à violência conceitu- al, que termina sempre na violação dos Direitos Humanos. Contudo, o maior perigo não é a ignorância das letras, mas o fingimento da leitura. Simular o conhecimento é parasitar no saber do outro, o que evidencia postura imoral, maculando a ética e a política. Por fim, escrever é um esforço humano para absorver as sintaxes do texto, sem se reduzir a elas. Ler, é levar a sério o significado cultural e social do texto sem, no entanto, su- cumbir ao doutrinamento. Em cada texto escrito, de autoria própria, pesa uma hipoteca ética e cada leitura é uma atitude política. Por isso, a dia- lética entre o livro, a leitura e o leitor é a inteligência em movimento para gestar a democracia cognitiva. A dimensão dialética da leitura

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Nº 14, dezembro de 2013

Prof. Dr. José André da CostaDiretor Geral do IFIBE

Há sempre uma dialética de difícil síntese entre o livro, o leitor e a leitura. O autor de uma obra escrita ou “dita” com outro código passou por este mo-mento de decisão teórico-intelectual frente à intuição primeira e pelo signo conceitual dessa expressão. Expor a intuição, “em bronze ou em papel”, é sempre algo muito difícil. O ato de ler é uma decisão política que exige do(a) leitor(a) fazer uma escolha e discernir por alguma das literaturas disponíveis. Escrever também é um ato de leitura. Não se escreve um tex-to ou livro sem leitura e, dificilmente, lê-se sem o exercício trabalhoso do escrever. Não há leitura neutra. Toda leitura é fruto de escolhas resultantes de inquietações espirituais. A arte da leitura e a arte de escrever caminham juntas. Escrever bem supõe ler bem e vice-versa. Os entraves cognitivos do aprender a ler e escrever se encon-tram, muitas vezes, neste trânsito en-tre a leitura e o escrito. Por isso, entre o dito e o não-dito permanece uma distância enorme.

A leitura não se restringe somen-te a ler palavras ou silogismos orga-nizados. A leitura é a arte de deci-frar o que está para além do texto, do pre-texto e do contexto. É a capacidade de extrair do texto lido um outro texto, não escrito. A lei-

tura coerente requer a capacidade de descobrir os significados que um texto carrega “fora” de suas linhas escritas. O leitor, no ato de ler, é o sujeito capaz de fazer a leitura do que está “dentro” e “fora” do texto escrito, sem destruir o sentido do es-crito no texto. Ler é uma atitude inte-lectual laboriosa que exige paciência e atenção responsável. Escrever bem é um exercício de cortar palavras e, ler bem, é a atitude de não se fixar nas palavras.

Entre o leitor, a leitura, o livro e o autor, há sempre uma exigência meto-dológica que implica dois passos ne-cessários: o analítico e o empírico. O primeiro é a capacidade de tomar as categorias no seu plano concreto (grá-fico) e levá-las ao plano do abstrato, para verificar sua coerência lógica e sua consistência semântica. O segundo passo consiste em tomar estas mes-mas categorias em seu plano abstrato e fazer sua decomposição, trazê-las ao plano do concreto e verificar sua con-sistência epistêmico-ontológica.

Ler é a capacidade de ressignificar o escrito. Depois da leitura, o leitor e o livro “não são mais” os mesmos. O livro ganha novos significados e o leitor constrói uma nova cosmovisão. A leitura criteriosa muda a vida e, o livro bem escrito transforma o mun-do. E, o que acontece quando não se lê e não se escreve? O problema maior não é saber escrever, mas na

resistência em “ler” o mundo. Neces-sariamente, para ler o mundo não é preciso ser “alfabetizado nas le-tras”, mas exige o aprender a ver o mundo como uma leitura do mundo, com os “olhos” da inteligência, que está muito acima das letras impres-sas. O fato é que há muitos analfa-betos letrados que não sabem ler e nem ver o mundo criticamente.

Os parasitas intelectuais são os fraudadores da cultura, pois, querem apenas se hospedar nas caronas das literaturas alheias, com o mínimo de esforço cognitivo. A inércia intelectu-al é a paralisia da inteligência. Abrir mão do pensar por conta própria sig-nifica dar vazão à violência conceitu-al, que termina sempre na violação dos Direitos Humanos. Contudo, o maior perigo não é a ignorância das letras, mas o fingimento da leitura. Simular o conhecimento é parasitar no saber do outro, o que evidencia postura imoral, maculando a ética e a política.

Por fim, escrever é um esforço humano para absorver as sintaxes do texto, sem se reduzir a elas. Ler, é levar a sério o significado cultural e social do texto sem, no entanto, su-cumbir ao doutrinamento. Em cada texto escrito, de autoria própria, pesa uma hipoteca ética e cada leitura é uma atitude política. Por isso, a dia-lética entre o livro, a leitura e o leitor é a inteligência em movimento para gestar a democracia cognitiva.

A dimensão dialética da leitura

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Ensino de Filosofia

Aula inaugural

No dia 06 de março, em conjunto com o Instituto de Teologia e Pastoral (ITEPA), o IFIBE promoveu palestra com o arcebispo da Arquidiocese de Passo Fundo, Dom Antônio Carlos Altieri, marcando a abertura das atividades leti-vas. A palestra aprofundou o tema da Campanha da Fraternidade de 2013: Fraternidade e Juventude. Dom Altieri, de forma simpática e descontraída, foi didático no aprofundamento dos objetivos e problemáticas levantadas pela Campanha da Fraternidade. Foi enfático ao afirmar que um dos desafios urgentes para a Igreja é saber acolher os jovens no atual contexto de mudan-ça de época. Afirmou que a Filosofia e a Teologia têm um papel fundamental nesse novo contexto, onde, cada vez mais, o mundo e a sociedade precisam de pessoas preparadas para oferecer respostas diante das mudanças.

Colóquio docente

Realizado no dia 21 de outubro, teve como objetivo refletir sobre a ava-liação da aprendizagem retomando aspectos históricos e epistemológicos em diálogo com a prática pedagógica do IFIBE. O tema foi abordado pela Profª Me. Selina Maria Dal Moro (UPF). A professora fez uma abordagem in-trodutória recuperando as principais posições teórico-epistemológicas sobre avaliação da aprendizagem, enfatizando o impacto e influência de cada um dos modelos no contexto brasileiro. Em seguida aprofundou a reflexão sobre as posições contemporâneas sobre o tema e propôs a discussão sobre os elementos centrais de cada uma delas com os docentes. A oportunidade de discutir o tema da avaliação da aprendizagem com a Prof. Celina foi muito bem avaliado pela relevância e pela metodologia utilizada. O debate gerou diversas problematizações e comentários que seguramente serão motivo de continuidade e aprofundamento.

Formandos 2012

Carmen Elisa Dallagnol

Edegar Passaglia

Elias Fochesatto

Érico Anhaia Martins

Felipe Carra

Felipe F. Filippini

Igor Pereira dos Santos

Ricardo Klock

Pablo Cechinato de

Lima

Meir A. da Silva Pinheiro

Márcia Aparecida Pavoski

Maicon Endler

Jean Carlos Demboski

Profª Me Selina Maria Dal Moro (UPF).

Dom Antonio Carlos Altieri, arcebispo metropolitano de Passo Fundo

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Produção de Conhecimento

Fundamentos dialéti-cos da Pedagogia do

OprimidoJoão Alberto Wohlfart

Ética e política em Levinas:

alteridade, responsabilidade e justiça no contexto

contemporâneoJosé André da Costa

Walter Benjamin: a filosofia como exercício

Oneide Perius

Racionalidade dialética entre mito e

esclarecimentouma leitura da Dialética do

EsclarecimentoOlmaro Paulo Mass

Sentido filosófico dos direitos humanosleituras do pensamento

contemporâneo 3Paulo César Carbonari (Org.)

textos referenciais para a educação em

direitos humanosEldon Henrique Mühl et al.

(Orgs.)

Disfunções músculo- esqueléticas:prevenção e reabilitaçãoLia Mara Wibelinger (Org.)

Adultos, escolarização e trajetórias de vida:

compreendendo sentidosMaria Carolina Fortes

Existência e liberdadediálogos filosófico pedagógicos

em Jean-Paul SartreDiego Ecker;

Ésio Francisco Salvetti(Orgs.)

CompaixãoSueli Gehlen Frosi

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Monografias

CARMEN ELISA DALLAGNOLA compreensão política do totalitarismo nas Origens do Totalitarismo de Hannah ArendtDndo. Iltomar Siviero (Or.)Me. Diego EckerDr. José André da Costa

EDEGAR PASSAGLIAO sentido político do pluralismo religioso em Entre Naturalismo e Religião de Jürgen HabermasDndo. Ésio Francisco Salvetti (Or.)Dr. João Alberto WohlfartDndo. Maicon Rodrigo Rossetto

ELIAS FOCHESATTOA exigência da responsabilidade ética frente ao avanço científico e tecnológico em O princípio responsabili-dade de Hans JonasDndo. Paulo César Carbonari (Or.)Dndo. Valdevir BothDr. José André da Costa

ÉRICO ANHAIA MARTINSRazões culturais da alienação na Dialética do Escla-recimento de Adorno e HorkheimerMe. Nilva Rosin (Or.)Me. Diego EckerDndo. Iltomar Siviero

FELIPE CARRAA educação libertadora na Pedagogia do Oprimido de Paulo FreireDndo. Valdevir Both (Or.)Dr. João Alberto WohlfartDndo. Ésio Francisco Salvetti

FELIPE F. FILIPPINIO sentido ético da Beatitude na Suma Teológica de Tomás de AquinoDndo. Alexander M. Jaeger (Or.)Dndo. Olmaro Paulo MassMe. Nilva Rosin

IGOR PEREIRA DOS SANTOSOs princípios educativos da emancipação na obra Educação e Emancipação de Theodor W. AdornoMe. Nilva Rosin (Or.)Me. Diego EckerDndo. Olmaro Mass

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JEAN CARLOS DEMBOSKIA compreensão ética do indivíduo autônomo em So-bre a liberdade de John Stuart MillDndo. Paulo César Carbonari (Or.)Dndo. Valdevir BothDndo. Ésio Francisco Salvetti

MAICON ENDLERO sentido antropológico da alienação nos Manuscri-tos Econômico-Filosóficos de Karl MarxDndo. José André da Costa (Or.)Dndo. Iltomar SivieroDndo. Olmaro Mass

MARCIA APARECIDA POVOSKIA concepção pedagógica na prática da ação libertado-ra em Pedagogia do Oprimido de Paulo FreireDr. João Alberto Wohlfart (Or.)Dndo. Maicon Rodrigo RossettoDndo. Olmaro Paulo Mass

MEIR A. DA SILVA PINHEIROLeitura antropológica da reciprocidade nas relações em Eu e Tu de Martin BuberDndo. Paulo César Carbonari (Or.)Dndo. Maicon Rodrigo RossettoDr. José André da Costa

PABLO CECHINATO DE LIMAA justificação hermenêutica do diá-logo em Verdade e Método de Hans-Georg GadamerDndo. Paulo César Carbonari (Or.)Dr. João Alberto WohlfartMe. Diego Ecker

RICARDO KLOCKA necessidade metafísica do amor em A metafísica do amor de Arthur SchopenhauerMe. Diego Ecker (Or.)Dr. João Alberto WohlfartDndo. José André da Costa

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Presença na Sociedade

Em 2013 o projeto Filosofia nas Comunidades enfocou o tema da educação ambiental: crise e alter-nativas. Em sintonia com inúmeros eventos, escritos e atividades re-alizadas por instituições privadas e públicas acerca da preocupação com a questão ambiental e, sobre-tudo, considerando o contexto das obras que estão sendo realizadas pela Prefeitura Municipal de Passo Fundo em torno do saneamento, com atenção à água e esgoto, as oficinas despertaram para o apro-fundamento e socialização de ini-ciativas em vista do enfrentamen-to de um problema que envolve a todos/as. Com esta preocupação,

Filosofia nas comunidades: educação ambiental, crise e alternativas

Prof. Ésio Salvetti em apresentação do projeto.

as oficinas visaram refletir sobre a educação ambiental na perspectiva crítica e global, problematizando e apresentando alternativas a partir da relação entre o homem, a na-

tureza e o mundo, mediados pela ideia do cuidado. Tais problemas desafiam para a necessidade de re-pensar sobre o presente e o futuro da vida no planeta.

Seminário temático: filosofia, ética e política em Giorgio Agamben

Nos dias 21 a 23 de agosto o IFIBE promoveu a sétima edição do Seminário Temático. Neste ano aprofundou e refletiu sobre o pensamento de um dos maiores filósofos da atualidade, o Italiano Gior-gio Agamben. O evento contou com a presença de professores especialistas e estudantes de diversas partes do país e exterior, que debateram temas e questões à luz da contribuição de Giorgio Agamben.

A conferência de Abertura (21) foi proferida pelo professor Sandro Chignola, da Università di Pa-dova, Itália. Na noite seguinte (22) a conferência foi ministrada pelo Dr. Selvino Assmann, professor da UFSC, responsável pela tradução, no Brasil, de algumas obras de Agamben. Na última noite (23) o ministrante foi Gustavo Oliveira de Lima Pereira, professor da PUCRS. Nas tardes dos dias 22 e 23 houveram momentos de comunicações e apresen-tação de painéis temáticos. Prof. Sandro Chignola, da Università di Padova, Itália

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Seminário educação em direitos humanos: desafios à educação superior

Curso sobre envelhecimento humano

Durante os dias 15 a 17 de abril, o Grupo de Estudos e Pesquisa so-bre Educação em Direitos Humanos (GEPEDH), formado por professores do IFIBE, da Faculdade de Educação da UPF e sócios da Comissão de Di-reitos Humanos de Passo Fundo rea-lizou o seminário com o tema Edu-cação em direitos humanos: desafios à educação superior, no Auditório da FEAC/UPF e contou com a inscrição de 400 pessoas. O evento foi promovido em parceria com a Universidade Federal Frontei-ra Sul, Instituto Federal do Rio Gran-de do Sul – Campus Sertão, Instituto Federal Sul-rio-grandense – Campus de Passo Fundo e a Faculdade de Administração da Associação Brasi-liense de Educação de Marau.

A iniciativa de realização do evento nasceu em 2012, com mo-vimentos realizados pelo GEPEDH, em consonância com a aprovação

da inclusão da educação em di-reitos humanos na grade curricu-lar das instituições de ensino pelo Conselho Nacional de Educação. O objetivo do evento foi de construir estratégias para a implementação da educação em direitos humanos na educação superior, refletindo sobre seus fundamentos e impor-tância, comprometendo os diver-sos segmentos das comunidades acadêmicas com sua efetivação. O seminário teve palestras abertas ao público em geral e reuniões nos turnos da tarde com reitores, dire-tores, coordenadores de cursos, de projetos de pesquisa e extensão e de professores que trabalham dis-ciplinas com abordagens de temas voltados à educação em direitos humanos. A socialização de expe-riências, as discussões realizadas e os compromissos de garantir novas

agendas, caracterizaram a finaliza-ção do evento.

O seminário contou com a pre-sença de membros do Comitê Na-cional de Educação em Direitos Hu-manos e da Coordenadora Nacional de Educação em Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos. O evento repercutiu destacando a região pelo pioneirismo, em termos nacionais, nesta área tão nobre e tão cara à educação superior e à formação do ser humano em geral. O GEPEDH teve reconhecimento pelo sua atuação em estudos, pu-blicações, participação e promoção de eventos. Durante o evento, fez o lançamento da obra Textos Refe-renciais para a Educação em Direitos Humanos, organizada pelos membros do GEPEDH, em sua segunda edição (Editora IFIBE), re-vista e ampliada.

Em 2013 o IFIBE iniciou duas turmas do Curso sobre Envelheci-mento Humano e Espiritualidade. A primeira edição do Curso foi re-alizada no final de julho, com 50 participantes, e terá mais duas eta-pas em fevereiro e julho de 2014. A segunda edição iniciou no dia 28 de outubro, com 30 participantes, a segunda e terceira etapas serão realizadas em março e outubro de 2014. Depois de realizado seminá-rio sobre o tema, em 2011, e curso em Brasília, em março de 2013, jun-to ao Centro Cultural Missionário (CCM), o IFIBE lançou a proposta para Passo Fundo e teve adesão sig-nificativa de religiosos e religiosas, já que a temática visa aprofundar

o tema do envelhecimento humano no universo da Igreja, envolvendo a vida presbiteral e a vida religiosa.

É notório o crescimento popu-lacional de pessoas idosas, assim como de iniciativas, embora ainda muito lentas e precárias, em aten-ção ao idoso. Atualmente, mais de 12% da população é idosa, e a vida dos presbíteros e das congrega-ções religiosas não está fora deste cenário. Pelo contrário, a realidade de envelhecimento da vida pres-biteral e da vida religiosa é ainda mais acentuada. Há congregações que possuem mais de 50% com faixa etária próxima ou acima de 60 anos. Adentrar a esta realidade e aprofundar o significado disso

para a vida pessoal e coletiva das congregações é o desafio que se apresenta neste contexto e o IFIBE está disposto a refletir e oportuni-zar maior aprendizado em vista do cuidado de si, garantindo a ressig-nificação da vida ativa e contempla-tiva, resultando em novas formas de pensar e organizar a missão, a ocupação social e o cultivo pessoal. O curso Envelhecimento Humano e Espiritualidade, tem o objetivo de aprofundar a relação entre enve-lhecimento humano e espirituali-dade gerando conhecimento maior no tema, promover a maturidade pessoal e qualificação técnica no cuidado com idosos/as nas casas de longa permanência.

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No dia 21 de novembro o Ins-tituto Superior de Filosofia Berthier (IFIBE) promoveu no SESC Passo Fundo a 6a edição da comemoração do Dia Mundial da Filosofia, institu-ído pela UNESCO em 2002.

Em 1995, a UNESCO assinou a Declaração de Paris para a Filosofia, reconhecendo o importante papel da Filosofia na promoção da demo-cracia por meio do encorajamento do pensamento independente e do estimulo à capacidade crítica e de julgamento. Declarou, ainda, que se deveria expandir e promover o pa-pel e o ensino da Filosofia.

A celebração deste dia tem por objetivo animar os povos do mundo a compartilharem sua herança filo-sófica e abrir suas mentes para no-vas ideias, assim como para inspirar um debate público entre os intelec-tuais e a sociedade civil sobre os desafios que a sociedade enfrenta.

Professor e filósofo Euclides André Mance (esq) e Prof. Paulo César Carbonari

Em harmonia com o tema deste ano, a comunidade passofundense, que prestigiou a comemoração pro-movida pelo IFIBE, assistiu a con-tação de história intitulada Luneta Mágica, uma adaptação do conto de Frei Beto, apresentada pelo Gru-po Ritornelo de Teatro. Em seguida, acompanhou a reflexão do profes-sor e filósofo Euclides André Mance, que palestrou sobre O papel da filosofia na construção do bem viver e, por fim, assistiu ao show musical com diversos artistas de

Dia mundial da Filosofia

Passo Fundo que aderiram ao Proje-to Recitocta, de Aline Bouvié, profes-sora de Música da Escola Musiclass.

Os alimentos arrecadados com os ingressos dos participantes foram doados para duas entidades assis-tenciais: a Fundação Lucas Araújo, que atende crianças no Lar da Meni-na, e a Associação Amigos do Meio Ambiente (AAMA), coordenada pelo Projeto Transformação, que atende, semanalmente, cerca de 50 crianças em cursos e oficinas diversas.

Espiritualidade, educação e cultura do bem-viver

Nos dia 24 a 26 de setembro foi realizado o seminário sobre Espiri-tualidade, Educação e Cultura do Bem-Viver. O objetivo do se-minário foi refletir sobre a impor-tância da educação e da espirituali-dade como princípios fundamentais para a construção de uma cultura de paz e do bem-viver. O evento foi promovido pelo Itepa Faculdades e a Universidade de Passo Fundo, com o apoio do Instituto Superior de Fi-losofia Berthier (IFIBE) e mais de 20 entidades e organizações.

O Seminário buscou aprofunda-mentos teórico-práticos de uma cul-

tura do bem-viver e, para tal, con-tou com a assessoria de Marcelo Barros, monge beneditino, e Carlos Brandão, professor e pesquisador da UNICAMP. Os dois assessores são re-ferências nos estudos e nas práticas do tema proposto. Outro objetivo do seminário foi proporcionar o conhe-cimento de experiências e práticas que resgatam o respeito à vida, à natureza e ao meio ambiente. Em painel específico, foram aborda-das diferentes práticas sociais que promovem a cidadania e os direitos humanos.

Rua Senador Pinheiro, 350 99070-220 – Passo Fundo - RS

Fone/Fax: (54) 3045-3277 E-mail: [email protected]

www.ifibe.edu.brExpediente

PHILOS é o Boletim Informativodo Instituto Superior de Filosofia Berthier

Conselho Diretor do IFIBEJosé André da Costa - Diretor Geral

Paulo César Carbonari - Diretor PedagógicoValdevir Both - Vice-Diretor PedagógicoIltomar Siviero - Diretor Administrativo

Moacir Filipin - Vice-Diretor Administrativo

Coordenação da EdiçãoÉsio F. Salvetti e Diego Ecker

Editora IFIBEFotos - Arquivo do IFIBETiragem 250 exemplares

Distribuição Gratuíta

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