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100 VEZES NO BRASIL 9 771413 159005 00100 ISSN1413-1595 Edição comemorativa da revista O Cooperador Paulino

NO BRASIL · novo vigor na missão a nós confi ada. A graça de Deus que acompanhou o bem-aventurado Tia-go Alberione, a força do carisma por ele vivido e transmitido a nós, nas

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Edição comemorativa da revista O Cooperador Paulino

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Consagração de si mesmo a

Acolhei-me, ó Maria, Mãe, Mestra e Rainha, entre os que amais, nutris, santifi cais e guiais, na escola de Jesus Cristo, Divino Mestre.

Vós reconheceis nos planos de Deus os fi lhos que ele chama, e por eles intercedeis, obtendo-lhes graça, luz e conforto. Desde a encarnação até a ascensão, o meu Mestre Jesus Cristo se entregou completamente a vós. Isso é para mim ensinamento, exemplo e dom inefável. Também eu me coloco inteiramente em vossas mãos. Alcançai-me a graça de conhecer, imitar e amar sempre mais o divino Mestre, Caminho, Verdade e Vida. Apresentai-me vós a Jesus: sou pecador, não tenho outro documento para ser acolhido na sua escola senão a vossa recomendação. Iluminai a minha mente, fortifi cai a minha vontade, santifi cai o meu coração nesta etapa de meu trabalho espiritual, para que eu possa corresponder plenamente à vossa bondade e possa um dia dizer: “Já não sou eu que vivo, mas Jesus Cristo é que vive em mim”.

São Paulo apóstolo, meu pai e fi delíssimo discípulo de Jesus, fortalecei-me; desejo empenhar-me e superempe-nhar-me, até que em mim se forme Jesus Cristo.

“Essa oração de entrega, uma das mais amadas, foi escri-ta pelo bem-aventurado Tiago Alberione, em Roma, pelos anos 1937-1938, pela consagração dos noviços e noviças a Maria.

Ela se tornou depois uma das orações da Família Paulina a Maria.Nessa oração, percebem-se logo a centralidade cristológica

e a fi nalidade pedagógica, que encontra o seu quadro doutrinal na teologia do Divino Mestre, Caminho, Verdade e Vida, e na mariologia alberioniana, toda orientada à formação ao apostolado paulino.

Para padre Alberione, o sentido da consagração a Maria é: confi ar-se a ela qual mãe e formadora de Jesus, para ser por ela introduzido na escola do Mestre e acompanhado, dia após dia, até a plena identifi cação com Cristo.”

*Oração integrante do Livro de Orações da Família Paulina, p. 200.

Oraçãocp

MariaConsagração de si mesmo a

Acolhei-me, ó Maria, Mãe, Mestra e Rainha, entre os que amais, nutris, santifi cais e guiais, na escola de Jesus

Vós reconheceis nos planos de Deus os fi lhos que ele chama, e por eles intercedeis, obtendo-lhes graça, luz e conforto. Desde a encarnação até a ascensão, o meu Mestre Jesus Cristo se entregou completamente a vós. Isso é para mim ensinamento, exemplo e dom inefável. Também eu me coloco inteiramente em vossas mãos. Alcançai-me a graça de conhecer, imitar e amar sempre mais o divino Mestre, Caminho, Verdade e Vida. Apresentai-me vós a Jesus: sou pecador, não tenho outro documento para ser acolhido na sua escola senão a vossa recomendação. Iluminai a minha mente, fortifi cai a minha vontade, santifi cai o meu coração nesta etapa de meu trabalho espiritual, para que eu possa corresponder plenamente à vossa bondade e possa um dia dizer: “Já não sou eu que vivo, mas Jesus Cristo é

São Paulo apóstolo, meu pai e fi delíssimo discípulo de Jesus, fortalecei-me; desejo empenhar-me e superempe-

“Essa oração de entrega, uma das mais amadas, foi escri-ta pelo bem-aventurado Tiago Alberione, em Roma, pelos anos 1937-1938, pela consagração dos noviços e noviças a Maria.

Ela se tornou depois uma das orações da Família Paulina a Maria.Nessa oração, percebem-se logo a centralidade cristológica

e a fi nalidade pedagógica, que encontra o seu quadro doutrinal na teologia do Divino Mestre, Caminho, Verdade e Vida, e na mariologia alberioniana, toda orientada à formação ao

Para padre Alberione, o sentido da consagração a Maria é: confi ar-se a ela qual mãe e formadora de Jesus, para ser por ela introduzido na escola do Mestre e acompanhado, dia após dia,

*Oração integrante do Livro de Orações da Família Paulina, p. 200.

Maria

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O Cooperador PaulinoPublicação quadrimestral da Família Paulina

Ano LXXV – No 100Maio – Agosto de 2012ISSN 1413-1595

Sumáriocp

O Cooperador Paulino é uma revista fundada pelo bem-aventurado Tiago Alberione em 1918. Sua missão é servir o Evangelho, a cultura humana e a catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da Família Paulina, que procura manter viva, no mundo mo-derno, a obra evangelizadora do apóstolo Paulo.

Editora:Pia Sociedade de São Paulo(Paulus)

Presidente:Pe. Valdecir Conte, ssp

Jornalista responsável Pe. Valdir José de Castro, sspMTb 32385/SP

Editor Sílvio Ribas, ssp

RevisãoTiago José Risi LemeCaio Pereira

Projeto gráfi co:Pia Sociedade Filhas de São Paulo/Paulinas

Diagramação:Família Cristã/Paulinas

cooperador paulino maio/agosto 20124

10 Caminhar com a IgrejaPadre Alberione no Concílio Vaticano II

Entrevista.............................6Espiritualidade......................9Santidade Paulina...............12Testemunho........................14Recado de Paulo.................15Família Paulina....................16Institutos............................17 Catequese Paulina..............22Livros..................................25Formação...........................28Destaques..........................30Tiago Alberione..................34

26 Palavra e comunicação Preparar-se: eis o caminho para uma boa evangelização

18 Capa

O Cooperador Paulino: 100 vezes no Brasil

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Jornalista responsável Pe. Valdir José de Castro, sspMTb 32385/SP

Editor Sílvio Ribas, ssp

RevisãoTiago José Risi LemeCaio Pereira

Projeto gráfi co:Pia Sociedade Filhas de São Paulo/Paulinas

Diagramação:Família Cristã/Paulinas

Redação:O Cooperador PaulinoCaixa Postal 2.53401060-970 São Paulo – SP

Página na internet:http://www.paulinos.org.br

Endereço eletrônico:[email protected]

Capa – Mateus Leal

Equipe de redação:Ir. Lucivânia Conceição Oliveira, apIr. Inês Creusa do Prado, sjbpIr. Ivonete Kurten, fspIr. Maria Rogéria Bottasso, fspIr. Terezinha Lubiana, pddm

Colaboraram:Pe. Antônio Francisco da Silva, sspPe. Paulo Bazaglia, sspDiác. Antonio Iraildo Alves de Brito, sspFr. Alexandre da Silva Carvalho, ssp

Ir. Élide Pulita, fspIr. Clarice Wisniewski, fspIr. Rosa Ramalho, fsp

Impressão:Paulus Gráfi caVia Raposo Tavares, Km 18,5São Paulo (SP)

Tiragem:12.500 exemplares

Editorialcp

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Caro(a) Cooperador(a),Graça e Paz!

Um motivo de muita alegria nos estimula a celebrar com cada membro da Família Paulina, atuais e antigos colaboradores de redação e com cada leitor(a) de O Cooperador Paulino. Chegamos à edição número 100!

Por cem vezes a Família Paulina chegou a milhares de lares brasileiros por meio desta revista. É a Palavra traduzida nos anais da história, na Igreja e nas obras fundadas pelo bem-aventurado Tiago Alberione.

Neste momento especial, a revista ganha um novo editor, que passa a integrar a equi-pe de redação. Com muita gratidão rendemos graças a Deus pelo trabalho realizado por todos os que fazem e fi zeram parte deste instrumento de evangelização.

Para celebrar esta edição especial, trouxemos uma memória histórica para apreciar a trajetória que marca as cem edições de O Cooperador Paulino.

As diversas matérias desta edição nos levam a celebrar a história da Família Paulina neste período de celebração de seu centenário, como também a refl etir acerca do desafi o de seguir continuamente se preparando para responder efi cazmente aos sinais dos tempos atuais com a mesma audácia de seu fundador.

Buscamos resgatar as raízes e a comunhão da obra do bem-aventurado Tiago Albe-rione situada na história eclesial e mundial. Neste ano em que celebramos os 50 anos do Concílio Vaticano II, somos convidados a revisitar a participação do padre Alberione nesse período ímpar na vida da Igreja.

Que o Divino Mestre siga nos abençoando e nos conduzindo nesta tarefa apostólica de seguir os passos do apóstolo Paulo e do bem-aventurado Tiago Alberione.

Boa leitura e parabéns a todos os que fazem parte da história de sucesso e de evange-lização de O Cooperador Paulino!

Sílvio Ribas, sspEditor

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Alegria de viver os laços de Família

Como a senhora conheceu a Família Paulina e o que a motivou a fazer parte desta grande família religiosa? Irmã Luiza: Ainda criança, sem contato com irmãs religiosas e nada sabendo sobre vida reli-giosa, sentia no mais profundo de mim mesma desejos de ser missionária, ir a terras distantes e estar com o povo para rezar. Ouvindo minha

mãe falar dos santos, pensava: o que posso fazer para ser santa? Chegarei lá como eles chegaram? Alimentando esses sonhos, o tempo foi passando e já com mais de vinte anos de idade conheci algumas irmãs, entre elas as Paulinas, que vi-sitavam a minha família para fazer a assinatura da Revista Família Cristã. A voz interna continuava interpelando: viver no meio do povo, catequese, liturgia, canto, participar da vida da Igreja integralmente. Foi então que as Irmãs Pastorinhas foram tra-balhar em Regente Feijó, SP, no ano de 1962. A resposta foi clara. Sem conhecimento de que elas

faziam parte de uma grande famí-lia religiosa, senti a proteção de Maria, Mãe do Bom Pastor, conduzindo meus passos, pois a vi em sonho pastoreando e me chamando para junto dela. Nes-se mesmo ano, comecei a fazer parte desta árvore frondosa que é a Família Paulina.

Entrevista por irmã Inês Creusa do Prado, sjbpcp

o tempo foi passando e já com mais de vinte anos de idade conheci algumas irmãs, entre elas as Paulinas, que vi-sitavam a minha família para fazer a

Revista Família Cristã. A voz interna continuava interpelando: viver no meio do povo, catequese, liturgia, canto, participar da vida da Igreja integralmente. Foi então que as Irmãs Pastorinhas foram tra-balhar em Regente Feijó, SP, no ano de 1962. A resposta foi clara. Sem conhecimento de que elas

faziam parte de uma grande famí-lia religiosa, senti a proteção de Maria, Mãe do Bom Pastor, conduzindo meus passos, pois a vi em sonho pastoreando e me chamando para junto dela. Nes-se mesmo ano, comecei a fazer parte desta árvore frondosa que é a Família

Luiza dos Santos (foto), da Congregação dasIrmãs Pastorinhas, conta sua experiência vo-cacional e ressalta que a Família Paulina é convocada a evangelizar com os meios de comunicação mais rápidos e efi cazes.

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Alegria de viver os laços de FamíliaO que mais encantou e encanta a senhora na Fa-mília Paulina? Irmã Luiza: Um fato marcante foi a última vi-sita de padre Alberione ao Brasil, em 1963. No seminário dos Padres e Irmãos Paulinos se deu um grande encontro do pai com seus fi -lhos. O sentido de pertença à Família Paulina foi se dando aos poucos: em 1964, agraciada pelo Senhor, fui fazer o noviciado em Alba-no, Roma, e aí fui conhecendo mais de perto padre Alberione, ouvindo as meditações que fazia na Casa-mãe. Sua presença era conta-giante e impulsionava a assumir a missão pas-toral. Vivenciei com as Irmãs Apostolinas os seus primeiros anos, ajudando a costurar suas vestes para as profi ssões religiosas. A partici-pação em muitos eventos da Família Paulina

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foi dando consistência aos laços que nos unem sempre mais. Sempre admirei nosso fundador, sua atitude orante, silenciosa e operante, sua concentração quando rezava e as orientações claras quando pregava. Ouvi dele muitas vezes estas palavras: “Acompanhem a Igreja, fi quem atentas aos sinais dos tempos, sejam alegres”. Falava das vocações com frequência: a messe precisa de operários, os meios modernos exi-gem preparação para viver e anunciar Jesus Mestre e Pastor, Caminho, Verdade e Vida. A simplicidade e a fi rmeza nas ideias, a profun-didade na dimensão profética, o anseio mis-sionário eram transparentes em Alberione. Tenho bem viva a espiritualidade que une a Família Paulina e a integração na ação evan-gelizadora.

Um recado: Jovem, precisamos de você, apaixo-nado por Jesus Cristo Bom Pastor. O povo e a Igreja precisam de jovens corajosos e ousados que saibam ouvir a voz de Deus e dizer :

SIM! Estou aqui, envia-me!

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Como a senhora vê a atuação da Família Paulina na Igreja? Irmã Luiza: Diante dos grandes desafi os, a Famí-lia Paulina procura responder às exigências da realidade atual. Sinto que a vivência partilhada une forças e enriquece todos os membros. Sem-pre que desenvolvi algum trabalho conjunto, seja na Pastoral Vocacional e, atualmente, na equipe de espiritualidade da Família Paulina, sinto que procuramos anunciar o projeto sal-vífi co, dentro do carisma deixado por Alberio-ne: Jesus Mestre e Pastor, Caminho, Verdade e Vida.

Diante da realidade do mundo atual, a Família Paulina poderia dar uma resposta incisiva?Irmã Luiza: A Família Paulina tem tudo para responder, desde que viva com fi delidade a proposta de Alberione. Os meios mais moder-nos e potentes, para fazer desabrochar o po-tencial evangelizador de cada um, nós temos. Toda a Família Paulina é convocada a evange-

lizar com os meios mais rápidos e efi cazes, que se expressam de várias formas. As Pastorinhas fazem a comunicação à viva voz, no contato direto com o povo, na organização e acompa-nhamento às comunidades. Vivendo a mesma espiritualidade, a presença da Família Paulina será sempre um sinal profético em todos os lu-gares por onde passarmos.

O centenário de nascimento da Família Paulina poderá trazer um novo impulso para a sua cami-nhada? Irmã Luiza: Acredito que a celebração do cente-nário da Família Paulina trará para cada mem-bro um novo dinamismo, novas relações e um novo vigor na missão a nós confi ada. A graça de Deus que acompanhou o bem-aventurado Tia-go Alberione, a força do carisma por ele vivido e transmitido a nós, nas várias Congregações e Institutos, para que sejamos imitadores de Pe-dro e Paulo, é a força motora para estarmos a serviço do Povo de Deus.

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Entrevista por irmã Inês Creusa do Prado, sjbpcp

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Espiritualidade por padre Antônio Francisco da Silva, sspcp

Arrependei-vos dos pecadosAo experimentar o aproximar-se de Deus, o bem-aventurado Tiago Alberione sentiu, ao mesmo tempo, temor e felicidade.

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A Família Paulina está vivendo in-tensamente o triênio de prepa-ração para celebrar o centenário

de sua fundação, que aconteceu em 20 de agosto de 1914, quando nasceu o primeiro dos seus dez ramos, ou seja, o dos Padres e Irmãos Paulinos.

O superior e as superioras gerais traçaram um programa inspirado nas palavras com as quais o bem-aventurado Tiago Alberione des-creveu uma forte experiência espiritual sua: “Não temais, eu estou convosco – daqui quero iluminar –, arrependei-vos dos pecados”.

O Padre Alberione encontrou dificulda-de em verter do italiano para o latim essas expressões, mantendo toda a força daquele momento em que as havia recebido. Por exemplo, na frase “daqui quero iluminar”, que se referia à presença evangelizadora de Jesus no Tabernáculo, o “daqui” lhe parecia não ser suficientemente expressivo com o advérbio latino “hinc”. Alberione preferiu usar o advérbio “abhinc”, no qual o prefi-xo “ab” (= de) sublinhava melhor o “desde aqui”. Independentemente da questão gra-matical do latim, é clara a insistência sobre a importância da centralidade da presença eucarística na vida e missão paulinas.

No artigo do número precedente de O Cooperador, procuramos contextualizar es-sas expressões, situando-as em 1921. Desde aquele momento, muito difícil para o apos-tolado paulino da comunicação, passaram a fazer parte do patrimônio carismático e fo-ram escritas em todas as capelas da Família

Paulina. Fizemos também algumas conside-rações sobre a expressão: “Não temais, eu estou convosco”.

No presente escrito, vamos considerar as palavras: “Arrependei-vos dos pecados”, que em italiano é “Abbiate il dolore dei pecca-ti” (= Tende dor pelos pecados) e, em latim, foi vertido assim: Poenitens cor tenete [pro-núncia: pénitens cór tenête].

Mais recentemente, foi entrando em algu-mas comunidades o costume de partir do latim para escrever “vivei em contínua conversão”, em vez de “arrependei-vos dos pecados”. Tal frase, ainda que tenha grande valor para in-dicar a metanoia neotestamentária, não con- segue apresentar a expressão sentida pelo pa-dre Alberione, que nunca a escreveu dessa outra forma nas capelas paulinas.

Na experiência de 1921, ao experimentar o aproximar-se de Deus, o padre Alberione sentiu, ao mesmo tempo, temor e felicidade. Ao temor, Jesus respondeu: “Não temais, eu estou convosco”, demonstrando a sua mise-ricórdia. Mas a felicidade que ele sentia ao ser envolvido pelo amor misericordioso do Mestre levou nosso Fundador a tomar ainda mais consciência da própria nulidade e do perigo de perder aquilo que mais desejava para si e para os seus: encontrar e perma-necer no Deus vivo. Daí o vivo sentido do temor do pecado e, então, o compromisso fortíssimo e sincero, e tantas vezes repetido: “Nada de pecados!”. Entende-se, então, por que a vida paulina é pautada pela invoca-ção: “De todo pecado, livrai-nos, Senhor!”.

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Caminhar com a Igreja por irmã Élide Pulita, fspcp

Concílio Vaticano II e a Família Paulina

Padre Tiago Alberione participa do Concílio Vaticano II, convidado pelo papa João XXIII

O anúncio de um Concílio Ecumêni-co feito pelo papa João XXIII, há 50 anos, surpreendeu positivamente

o mundo, dilacerado por divisões políticas e religiosas e impulsionado por profundas transformações sociais, culturais e econômi-cas.

Surpreendeu, ou melhor, quase assustou os cardeais presentes no mosteiro beneditino, no momento do anúncio, pois a ideia de um concílio não havia amadurecido entre eles com prolongada reflexão, mas brotou qual flor espontânea, de inesperada primavera, do coração de João XIII.

Num horizonte mais vasto, esse anúncio

levantou a opinião pública mundial, católica e leiga, provocando expectativas, indagações e uma onda de esperança e otimismo para toda a família humana.

Será que o anúncio do Concílio surpreen- deu a Família Paulina e cada uma de suas congregações? Como ela reagiu?

A importância desse tema exigiria uma fundamentação histórica, porém, minha contribuição é uma partilha nascida da ob-servação do dinamismo renovador vivido no pós-Concílio pelas congregações paulinas.

Foi motivo de grande alegria e até orgulho para a Família Paulina o convite feito pelo papa João XXIII ao padre Alberione, para que ele participasse, junto com outros superiores gerais, do Concílio ecumênico, na qualidade de “ouvinte”. Alberione não foi apenas um “ouvinte”, mas uma presença ativa, como o demonstram as propostas que ele apresentou ao Concílio. Suas intervenções caracteriza-vam-se pela gentileza. Quase sempre iniciam com a palavra “me parece que...”

Inter Mirifica – A Família Paulina recebeu outro dom especial do Concílio, transmiti-do pelo próprio Alberione: a aprovação do decreto Inter Mirifica sobre os meios de co-municação social e a evangelização. Esse decreto, aprovado em 4 de dezembro de 1963, assinala a aceitação oficial, por parte da Igreja, dos meios de comunicação social para a evangelização. É a primeira vez que um Concílio Ecumênico se dedica à questão da comunicação e assegura a “obrigação” e o “direito” de utilizar os meios de comunicação social para a obra da salvação (IM 3; cf. AV in Concílio Vaticano II, Análise e prospecti-vas, São Paulo, Paulinas, 2004).

O Concílio encontrou na Família Paulina um terreno propício para lançar a semente

Padre Tiago Alberione, padre Alberto Barbieri e frei Silvano De Blasio durante o Concílio Vaticano II

Crédito: sxc; O COOPERADOR PAULINO;

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da renovação eclesial e congregacional. As intuições carismáticas de padre Alberione traziam em seu núcleo os grandes valores pro-clamados pelo Concílio Vaticano II, como a centralidade da Palavra de Deus, da Eucaris-tia e o diálogo com o mundo de hoje.

O mandato conciliar dado às congrega-ções de “voltar às fontes” e “adaptar-se aos tempos” encontrou total adesão na Família Paulina. Cada congregação viveu longos pro- cessos de estudo e aplicação dos documentos conciliares, de atualização de seus documen-tos internos, de renovação de seu estilo de vida e, particularmente, da pastoralidade em seus apostolados.

O fundador, em idade avançada, ainda deu orientações sobre essa fase de renovação, afir-mando: “A nossa família religiosa nasceu há pouco tempo; e está crescendo em pessoas, no espírito e no apostolado. Muitos institu-tos, nascidos há alguns séculos, sentem mais esta necessidade. Deve-se, todavia, conforme o Concílio pede, rever a Pia... (indica o nome de cada uma das congregações Paulinas e os Cooperadores Paulinos)”.

Esse mandato, que se realizou ao longo de muitos anos, teve seu momento forte com os Capítulos Especiais e a elaboração dos Docu-mentos Capitulares e, a seguir, a atualização das Constituições. Cada congregação viveu os processos de renovação em meio a sofri-mentos, crises e ressurreições.

Outra marca inovadora do Concílio que

refletiu muito na Família Paulina foi seu ca-ráter primordialmente pastoral, como João XXIII insistia: “a Igreja Católica deseja mos-trar-se mãe amorosa de todos, benigna, pa-ciente, cheia de misericórdia e bondade com os filhos dela separados. Ao gênero humano oprimido por tantas dificuldades, ela diz, como outrora Pedro ao pobre que lhe pedia esmola: ‘Eu não tenho nem ouro nem pra-ta, mas dou-te aquilo que tenho: – em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda’ (At 3,6)”. A missão paulina viveu processos de inculturação e empenho pastoral signifi-cativos para atender às necessidades espiritu-ais de nosso povo.

A Família Paulina, motivada por uma eclesiologia de comunhão, abriu suas portas à presença dos leigos, para que eles pudessem viver sua vocação batismal através de nossos apostolados específicos e da espiritualidade paulina.

Podemos concluir, recordando as palavras de Bento XVI sobre o Concílio: “Hoje ve-mos que a boa semente, embora se desen-volvendo lentamente, continua crescendo, e cresce com ela a nossa profunda gratidão pela obra realizada pelo Concílio Ecumênico Vaticano II”.

Essa semente continua crescendo no ser da Família Paulina. A celebração dos 50 anos do Concílio leva-nos a redescobrir a riqueza e o dinamismo presente nos 16 documentos conciliares.

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Praça de São Pedro: na abertura do Concílio, João XXIII disse que a Igreja precisava falar a todas as pessoas.

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Santidade Paulina por Irmãs Apostolinas

Maria, a Apostolina muito boa!

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Maria foi a irmã maior, sabia escutar e guardar as preocupações do apostolado e do cotidiano, acompanhar com a sua oração nas grandes e pequenas escolhas.

Escrever recordando Maria Scionti não é simples, pois a simplicidade e as qualidades humanas e cristãs sem-

pre foram características que a tornaram uma pessoa rica de dons e de bondade. Maria, como simplesmente a chamávamos, vivia conosco havia 35 anos e, mesmo não tendo emitido os votos religiosos, viveu a missão apostolina oferecendo a vida pelas voca-ções. Seu anseio, desde jovem, era con- sagrar a vida a Deus, mas a assistência aos pais idosos não permitiu que realizasse seu dese-jo. Isso, porém, não lhe tirou a possibilidade de viver totalmente o sentido da consagra-ção religiosa.

Nascida em Cittanova (RC), Itália, no dia 25 de fevereiro de 1926, Maria era irmã de sangue de um irmão paulino chamado Ga-briel (falecido em 2003). Irmão Gabriel, sa-bendo que estávamos procurando uma cos-tureira para confeccionar o novo hábito da congregação, nos apresentou sua irmã, que acabou ficando conosco. Desde então, Ma-

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ria continuou a “vestir” as várias gerações de Apostolinas; para ela, era uma grande alegria poder costurar os novos hábitos para as noviças que faziam sua Primeira Profissão Religiosa! Mas Maria não foi somente uma ótima costureira: partilhou em tudo nossa vida religiosa, participando da nossa vida de oração e da vida de comunidade, dando sua disponibilidade para o serviço da casa e aos pobres que vinham bater à nossa porta...

São muitos os jovens que, tendo partici-pado dos encontros vocacionais em nossa casa, a recordam por essa excelente qualida-de, característica, além de dizerem toda vez que lá se encontram: “Maria, a Apostolina muito boa!”.

Para nós, Apostolinas, Maria foi nossa irmã maior, que sabia escutar e guardar as preocupações do apostolado e do cotidiano, nos acompanhar com a sua oração em nos-sas grandes e pequenas escolhas. Nela en-contrávamos escuta e sabedoria.

Para cada uma de nós, Apostolinas, dizer OBRIGADA a Maria é bem pouca coisa! Somente o Senhor sabe o bem que nos fez e nos deixou.

Maria esperou o último sábado do Adven-to de 2006 para completar sua peregrinação terrena. Faleceu em Castel Gandolfo, no dia 24 de dezembro de 2006. Seu amor a Maria, Rainha dos Apóstolos, à oração do Terço, suas últimas invocações nos convidam a viver como viveu a Virgem Maria: guar-dando todos os acontecimentos da vida e meditando-os no seu coração. Assim, nós, Apostolinas, reconhecemos em Maria Scionti a graça de Deus, que a chamou para viver e oferecer a vida pelas vocações nas realidades mais simples da vida, e por isso mesmo a “nossa alma engrandece ao Se-nhor” pelo dom que Maria Scionti foi e continua sendo para nós.

Maria Scionti: vivei o sentido da consagração religiosa

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Depois de décadas, as Irmãs Discípulas deixam o Seminário Paulino

Missão de família

Testemunho por juniorista Sílvio Ribas, sspcp

Estamos celebrando o triênio em pre-paração ao centenário de fundação da Família Paulina. No projeto vis-

lumbrado pelo bem-aventurado Tiago Al-berione, as congregações por ele fundadas formam uma verdadeira “família” e colabo-ram entre si, com seu carisma próprio, para a salvação das almas.

A Congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre é a terceira na ordem das fundações do padre Alberione. Como par-te integrante da Família Paulina, as Irmãs Discípulas, como são carinhosamente cha-madas, receberam a missão de auxiliar no serviço ao sacerdócio de todos os batizados e aos ministérios da Igreja. Desde os primór-dios da congregação, as Discípulas realizam o apostolado da oração, do testemunho e do zelo pelo ministério sacerdotal.

Como família, as missões dos Paulinos e das Discípulas sempre estiveram associadas e se complementam como missões de verdadeiros irmãos a serviço do Reino. Como parte de seu apostolado, as irmãs colaboravam nos se-minários e comunidades dos Padres e Irmãos Paulinos, associando-se à missão de viver e dar ao mundo Jesus Mestre, Caminho, Verda-de e Vida através da comunicação social.

No Seminário Paulino da cidade de São Paulo, as Discípulas sempre estiveram pre-sentes como verdadeiras “mães” dos padres e seminaristas que por décadas ali passaram.

Nos últimos anos, a presença das irmãs Rosa Marchetti e Lourdes Tonon foi o rosto feminino e materno na vida de tantos que vivem e viveram nessa comunidade.

O serviço em prol do sacerdócio paulino que essas duas mulheres exerceram se con-cretizava no cuidado com a alimentação, a saúde, o bem-estar e, sobretudo, com a ora-ção que colaborou na formação de vários padres e religiosos paulinos.

GRATIDÃO! Esse é o sentimento pre-sente no coração daqueles que viveram no Seminário Paulino e puderam contar com os cuidados dessas duas Discípulas.

Depois de décadas, as Irmãs Discípulas deixam o Seminário Paulino. As duas últi-mas irmãs a exercer esse apostolado regres-sam à comunidade de origem para continuar seu trabalho de santificação no exercício do seu apostolado específico. As Discípulas deixarão saudades, mas a colaboração no apostolado e a comunhão na oração sus-tentarão nossos vínculos familiares; essa é a garantia de que a missão sonhada e pro-posta por Alberione aos seus filhos e filhas permanecerá.

As irmãs Lourdes Tonon e Rosa Marchetti foram o rosto feminino e materno na vida de tantos

que vivem e viveram no seminário

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“Considero tudo como perda, diante do bem superior que é o conhecimento de Jesus Cristo, meu Senhor” (Fl 3,8).

A experiência de Deus

como Absoluto

Recado de Paulo por padre Paulo Bazaglia, sspcp

Ao celebrar 100 anos de fundação, a Família Paulina se propõe a revisi-tar sua origem e a reafirmar as raí-

zes que a alimentam. Uma família religiosa se define, basicamente, por seu carisma, pelo dom que Deus lhe concede, e que deseja ver doado a serviço de seu povo. Carisma, no entanto, não se define como o trabalho ou a ação pastoral. A ação pastoral é o meio para alcançar o resultado, mas não se confunde com o fim nem com a essência.

Se olharmos a vida de Paulo, o inspira-dor de nossa Família, e a quem temos como modelo para o apostolado, vamos encontrar um homem coerente e decidido, cuja exis-tência não se poderia compreender fora de uma atitude genuinamente religiosa.

Aquele fariseu fervoroso, que perseguia os cristãos, era coerente com seu farisaísmo. Na intimidade com o Deus de seus pais, Paulo acreditava na observância da Lei ju-daica como o meio absoluto para que Deus olhasse novamente para seu povo escolhido e enviasse o Messias, que, como sucessor de Davi, restabeleceria o reino de Israel, expul-sando os romanos da terra prometida. Aque-le homem obstinadamente religioso, então, numa experiência extraordinária a caminho de Damasco, encontra vivo um irmão judeu que os romanos haviam condenado à mor-te e crucificado. Essa experiência religiosa, mística, de contato com o sagrado, leva Paulo a compreender que o tempo da espe-ra havia terminado. Seu Deus havia decre-tado o fim dos poderes que dominavam o povo de Israel. E é assim que, com a mesma obstinação, de fariseu perseguidor, Paulo torna-se o maior dos apóstolos. E, para os que o acusavam de não ser apóstolo por não

ter estado fisicamente entre os Doze, Paulo sempre dava as suas credenciais: o próprio Deus o havia escolhido para o apostolado entre as nações. Sim, porque agora se trata-va de preparar todos os povos para o retor-no de Jesus ressuscitado. E a Lei judaica não era mais o meio absoluto, pois, a partir de então, a fé em Jesus ressuscitado era como que a porta aberta, para que todas as nações chegassem à salvação.

Considerar o Absoluto que era Deus na vida de Paulo e como a experiência desse Absoluto em sua vida marcou sua história, mudou a orientação de sua existência e o transformou em Apóstolo das Nações, signi-fica dizer hoje: nós, Família Paulina, formada por cada um de seus membros, somos pessoas que se consagram para uma experiência de intimidade com Deus. É essa experiência que nos alimenta, define, orienta e reorienta, nos passos de Paulo, sem intimismos baratos, para o anúncio do Evangelho a todos.

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Família Paulina por diácono Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp

Urgência apostólica

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Na raiz da Família Paulina está a vocação para a abertura a todas as realidades humanas.

A razão de ser da Família Paulina é evangelizar. Nascida da Palavra de Deus e da Eucaristia, ela é qual

uma carta que leva em si o anúncio da Boa Notícia. Não uma carta qualquer, mas uma carta de Jesus Cristo, escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo. Escrita não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, nos corações (cf. 2Cor 3,3). Dentro do coração da Família Paulina há um monte Sinai (cf. Ex 24,14).

Mais do que uma fundamentação teológi-ca, essa premissa é uma certeza consoladora. E, mais do que isso, é uma certeza compro-metedora. Trata-se de uma Família que a todo instante deve ser sinal de santidade no mundo, procurando conformar-se ao Cristo (cf. Gl 4,19).

Depositária que é do patrimônio caris-mático legado pelo bem-aventurado padre Tiago Alberione, a Família Paulina bebe na fonte do Evangelho do Apóstolo Paulo. Por isso, é chamada a viver e comunicar Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, com o mesmo caráter, vigor, urgência e paixão do Apóstolo.

Assim, São Paulo não se constitui somente em um simples “protetor”, no sentido devo-cional, mas é o constante modelo para viver e renovar o carisma. É o Apóstolo, pois, o mo-delo que inspira a Família Pauli-na a viver a experiência pessoal e comunitária de fé, apontando os horizontes e emergências da missão.

Inspirada no coração univer-sal de Paulo, a Família Paulina

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assume a urgência apostólica dele: anunciar a Boa Notícia não é motivo de orgulho, mas obrigação que lhe incumbe: “Ai de mim se não anunciar o Evangelho!” (1Cor 9,16). Dessa forma, o convite de Cristo: “Venham todos a mim” (Mt 11,28), tão fortemente sentido pelo Fundador, deve ser o apelo in-cessante dos membros dessa Família, sobretu-do quando o assunto é o apostolado. Isso tem a ver com o carinho, o apreço, o interesse pelo destinatário da missão.

Dessa forma, a Família Paulina tem, na raiz de sua vocação, uma abertura para to-das as realidades humanas. Não deve ter preconceitos! É continuamente desafiada a evangelizar as grandes metrópoles e suas múltiplas culturas. Daí o esforço para adap-tar a mensagem da salvação ao destinatário, sua situação econômica, cultural, religiosa. Nisso consiste a “juventude” permanente da Família Paulina. Tendo seu modelo de pastoral em São Paulo, igualmente deve estar preocupada em “tornar-se tudo para todos, a fim de salvar alguns a qualquer cus-to” (1Cor 9,22). A finalidade da Família Paulina é comunicar a Boa Notícia, utili-zando-se dos meios de hoje, no sentido de tornar Deus conhecido. Ele mesmo toma a iniciativa de buscar incessantemente o co-ração humano.

Família Paulina: é desafiada a evangelizar as grandes metrópolis

e suas múltiplas culturas

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Santi� car o começo do dia

Quero iniciar esta refl exão relatando a minha experiência de vida, a partir

do texto do retiro de Padre Tiago Albe-rione: santifi car o começo do dia. Trata-se de um retiro pregado pelo nosso fundador às Anunciatinas que estavam iniciando a caminhada na vida secular consagrada do Instituto Nossa Senhora da Anunciação.

Antes de minha consagração a Deus, meu ritmo de vida cristã era de colocar-me em oração somente à noite, ao me deitar, e muitas vezes o cansaço vencia e eu não fazia as minhas orações como deveria.

No dia seguinte, era o mesmo ritmo. Na época, para mim, estava tudo bem, pois não deixava de participar da Igreja, dos sa-cramentos.

Tinha as minhas contrariedades durante o dia, com certeza, e eu me cansava mais, mas até aí era tudo normal.

A falta de espiritualidade, a falta de for-ça deixava-me inquieta. Como resultado, eu tinha um dia bastante atribulado e isso prejudicava as minhas potencialidades de vida cristã, com o compromisso de teste-munhar Jesus.

Eu não correspondia plenamente ao gran-de amor de Deus; contudo, Deus é mise-ricordioso, conhece as misérias humanas, com certeza sua graça me acompanhava durante o dia. “Com vínculos humanos eu os atraía, com laços de amor eu era para eles como os que levantam uma crianci-

nha até o seu rosto; eu me inclinava para ele e o alimentava” (Os 11,4).

Ao iniciar minha caminhada no Insti-tuto Nossa Senhora da Anunciação, eu conheci o método paulino de oração. A princípio fi quei um pouco assustada com aquelas palavras escandidas continuamen-te: Jesus Caminho, Verdade e Vida. Será que eu conseguiria aprender a riqueza dessemétodo?

Já de manhã me coloco em oração, em meditação, e procuro manter-me durante o dia em adoração. Sempre que possível, medito alguns versículos da Bíblia, ou um trecho de algum canto. Assim consigo vi-ver na paz interior, mesmo diante de difi -culdades.

A oração que faço de manhã se estende durante o dia. Sinto a presença de Jesus Mestre, procuro me unir a ele, de modo que o fardo fi ca mais leve.

Ofereço tudo a Deus nos momentos di-fíceis, coloco-os como reparação de meus pecados, como sacrifício para a conversão da humanidade e por aqueles que sofrem.

Sei que ainda tenho muito para aprender com Jesus Mestre, reconheço as minhas fragilidades, porém, a vida consagrada e a espiritualidade paulina fi zeram-me avan-çar no caminho de santidade, na graça de Deus.

Para mais informações: [email protected]

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A oração Paulina não se resume a um momento específi co, mas concretiza-se em um modo de viver.

Institutos uma Anunciatina

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cp Formação Antonio F. da Silva

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cp Capa juniorista Sílvio Ribas, SSP

O Cooperador Paulino:100 vezes no Brasil

Este é um momento de festa para toda a Família Paulina. Junto ao centenário de fundação desta frondosa árvore funda-

da pelo bem-aventurado Tiago Alberione são muitos os motivos de festa e de ação de graças a Deus. Neste clima de celebração e júbilo, a revista O Cooperador Paulino está em festa. Há mais de 74 anos, este veículo de comunicação chega a milhares de pessoas em todo o Brasil, transmitindo a espiritualidade e missão da Fa-mília Paulina. A nova fase, iniciada no ano de 1981, chega agora a sua centésima edição.

Por 100 vezes, você, caro(a) cooperador(a), pôde entrar em comunhão com a Família Pau-lina, comungar de nossa vida e missão, estabe-lecer laços de amizade... Como muitos leitores se manifestam: “esperar ansiosamente” a che-gada de cada edição de O Cooperador Paulino. Conteúdos de qualidade e técnicas modernas compõem cada edição desta revista, que busca oferecer o melhor a seus leitores.

Neste momento de festa e celebração, que-remos parabenizar a todos os filhos e filhas do bem-aventurado Tiago Alberione que, man-tendo-se firmes na missão herdada de nosso

fundador, se empenharam para levar formação e informação ao longo dessas 100 edições. Pau-linos, Paulinas, Discípulas, Pastorinhas, Apos-tolinas e membros dos Institutos Paulinos se dedicaram a cada edição para que você, caro(a) cooperador(a), tivesse o melhor conteúdo para poder comungar da espiritualidade paulina e participar de nossa missão de viver e comuni-car Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida.

Para celebrar este momento tão especial para todos nós, reunimos nesta publicação as capas das 100 edições da nova fase de O Coopera-dor Paulino. É um misto de emoção e nostalgia rever, juntos, tantos momentos marcantes da Igreja e de nossa Família Paulina.

Desde a primeira edição, feita em chumbo, até a atualidade, quando a revista pode ser lida digitalmente através do site paulinos.org.br, o espírito empreendedor herdado do bem-aven- turado Tiago Alberione por seus filhos e filhas perpassa cada publicação. Resta-nos, ainda, o desejo de que este “centenário” de edições fru-tifique em milhares, e que Jesus Mestre, Cami-nho, Verdade e Vida continue sendo anunciado através deste instrumento de evangelização.

Para melhor animar e guiar a Associação dos Cooperadores Paulinos, o bem-aventu-rado Tiago Alberione fundou o boletim Unione Cooperatori Buona Stampa, atualmente O Cooperador Paulino.

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1981

1991

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1992

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Capas das edições da revista O Cooperador Pauli-no, nas quais foi mostrado o caminho da missão paulina situada na Igreja e no mundo.

2003

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Segredo de Êxito: “A mão do Senhor esteve sobre mim”

Catequese Paulina por irmã Clarice Wisniewski, fspcp

O Pacto, ou o Segredo de Êxito, se torna prática viva na Família Paulina

Com o passar do tempo, a experiência de fé viva explicitada no “contrato” inicial é transformada por Alberione

em uma oração que vai recebendo retoques até assumir uma forma definitiva nos anos 50. Ora-ção que ele insiste seja rezada frequentemente por todos, especialmente quando as necessi-dades da missão são maiores. Oração que, ao longo dos anos fundacionais, vem sendo reci-tada com fé, conforme claras recordações dos primeiros discípulos paulinos: “Quando entrei na Família Paulina, em 1920, se recitava o Pac-to e o Primeiro Mestre dizia que aquela era uma oração muito importante porque nos havia obtido graças extraordinárias. No estudo, por exemplo: estudantes se formavam com brilho e profissionalismo nas faculdades sem deixar suas muitas ocupações apostólicas” (Paolino Gilli, ssp).

O Pacto surgiu num contexto no qual a vo-cação paulina, com toda a sua carga profética, pedia uma fé incondicional. Alberione sentia hostilidade de todos os lados, incompreensões em relação à missão nova e diferente, a Tipo-grafia havia sofrido um incêndio. Pouco antes, Deus chamara a si dois queridos e entusiastas jovens com os quais Alberione contava para a missão: Majorino Vigolungo e Clélia Caliano. O Pacto nasceu nesses tempos difíceis como

Padre Tiago Alberione: peçam um aumento de fé, esperança e amor.

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expressão de confiança no Deus que faz o im-possível e contém uma força espiritual e místi-ca capaz de sustentar a Família Paulina quando grandes dificuldades assomam: “Quanto mais encontrarmos dificuldades, mais fé coloque-mos! Recitemos o Pacto para que se multipli-quem em nós as graças e correspondamos ao divino chamado” (1954, PrPm, 91).

O contexto da época e o relato sapiencial de Giaccardo nos dizem que na origem do Pacto está uma enorme fé. A fé que move Alberione é a mesma de Abraão, de Maria, de Paulo. A fé do Pacto não é a fé de quem deixa tudo por conta de Deus e espera passivamente. Tam-bém não é uma adesão verbal e descompro-metida. A fé do Pacto é a fé do risco, que in-tegra a graça e a correspondência e se enraíza no encontro pessoal e real com Jesus Cristo:

“Peçam um aumento de fé, esperança e amor. Creiamos que o Senhor nos deu uma missão e nos dá as ajudas e graças necessárias. Fé que se demonstra com a vida prática, fazendo como se tudo dependesse de nós e confiando em Deus, como se tudo dependesse Dele. Essa é a fé que nós professamos no Pacto ou Segredo de Êxito” (1952, RS 27).

Passaram-se os anos e constatamos que Tiago, na maturidade de sua missão, continuava insis-tindo sobre a graça do Pacto e a necessidade de renová-lo todos os dias: “Renovemos com frequência o Pacto com o Senhor! Quando nos percebermos pobres em tudo, nos empenhemos em usar todos os meios para a glória de Deus e para a paz de todas as pessoas” (RSP, 557).

O Pacto, que, em 1919, se situava no âmbito dos estudos e da santidade, aos poucos incidirá

Família Paulina: para lançar-se e relançar-se na missão, é necessário viver o Pacto ou o Segredo de Êxito.

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nos quatros aspectos da vida paulina, chama-dos em nossa tradição de quatro rodas do car-ro paulino. “Jesus Mestre, multiplicai, con-forme vossa imensa bondade e as exigências de nossa vocação especial, os frutos de nosso trabalho espiritual, de nosso estudo, de nossa missão e de nossa pobreza”, continuamos a suplicar na oração do Pacto ainda hoje.

A fé do Pacto caracteriza a Família Paulina, pois o Pacto pertence à nossa identidade. O espírito do Pacto não ficou no passado; pul-sa no coração de cada membro da Família Paulina que está filialmente vinculado a Al-berione. Os desafios dos inícios eram imen-sos. Grandes são os desafios de hoje. Filhos e portadores da profecia de Alberione, conhe-cemos os horizontes infinitos da missão. A humanidade, hoje, talvez mais do que nunca, procura, quase que tateando, a Boa Notícia que só o Evangelho pode dar. Somos enviados a comunicar a força transformadora do Evan-gelho em linguagens capazes de alcançar o coração das pessoas. Os sentimentos de fragi-lidade e de pequenez evangélica, mediante os desafios e riscos que nos habitam. Da mesma forma, habitam em nós a humildade e a con-fiança de Alberione. E palpitam em nós as suas convicções: “Para lançar-se e relançar-se na missão, é necessário viver o Pacto ou Se-gredo de Êxito” (1957, CISP, 164).

Move-nos a confiança dos profetas: “Colo-carei minhas palavras em sua boca!”

Carregamos em nosso ser um pouco da fé de Maria: “Para Deus, nada é impossível”.

Trazemos em nós as certezas do apóstolo Paulo: “É na fraqueza que a força de Deus manifesta todo o seu poder. Não temas, crê somente!”.

Inspira-nos a simplicidade de Tecla Merlo, Giaccardo, Escolástica, Dolores e todos os outros colaboradores de Alberione que pau-

taram suas vidas na fé do Pacto.Impulsiona-nos a fé nas palavras de Jesus:

“Tudo o que pedirdes ao Pai, em meu nome, Ele vo-lo concederá!”

Humildade e confiança juntas, inseparáveis: esse é Segredo de Êxito para que hoje a Famí-lia Paulina caminhe fiel ao Projeto de Deus de forma criativa, dinâmica, nova: “Só humildade leva-nos ao desânimo. Só confiança pode inspi-rar-nos a ambição. Mas a humildade de coração e a confiança em nosso interior são como dois pés que nos fazem caminhar. Um passo de hu-mildade e outro de confiança e se procede, se procede... E caminhamos 100 por um” (1963, PD, 8, 412).

Catequese Paulina por irmã Clarice Wisniewski, fspcp

Alberione: o Pacto é a fé do risco que integra a graça e a correspondência no encontro pessoal com Jesus Cristo.

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Livroscp

Na comemoração do centenário de sua fundação, a Família Paulina disponibiliza para seus membros e aos cooperadores pau-linos uma valiosa obra que contém a síntese da herança alberio-niana.

O livro Catequese Paulina, composto de mais de cem fi chas que contêm os elementos principais da formação paulina, está ago-ra disponível para todos aqueles que querem conhecer melhor o pensamento do bem-aventurado padre Tiago Alberione sobre a missão de sua família religiosa e de cada uma de suas fundações.

Ao apresentar a primeira edição de Catequese Paulina, padre Renato Perino, então superior geral dos Padres e Irmãos Paulinos, destacava que a obra serviria à Família Paulina para dar “unifor-midade de intenções e direcionamentos a respeito do conteúdo da realidade a ser vivida e transmitida”.

Esta preciosa obra pode ser adquirida através de pedidos pelo e-mail [email protected], pelo valor de R$ 30,00 + postagem.

Catequese Paulina

Livro de Orações da Família PaulinaA Família Paulina possui um modo próprio de rezar com a Igreja, he-

rança carismática do fundador, o bem-aventurado Tiago Alberione. Tra-ta-se da espiritualidade centrada em Cristo, Caminho, Verdade e Vida, e que, à luz desses títulos, o considera como Mestre, Pastor e Sacerdote, fonte espiritual, modelo de seguimento e inspiração para a missão.

Com o objetivo de que as instituições por ele fundadas estivessem unidas pela oração, padre Alberione compôs uma série de orações que estão reunidas no Livro de Orações da Família Paulina. Esta obra, após um longo período de trabalho da equipe de espiritualidade da Família Paulina no Brasil, está agora disponível ao público em geral.

Totalmente revisado e reeditado, de modo que possa corresponder fi elmente ao pensamento do fundador, o Livro de Orações, defi nido pela equipe como “patrimônio carismático de alto valor espiritual”, torna-se um marco para a Família Paulina no Brasil na celebração do seu cente-nário de fundação.

O Livro de Orações da Família Paulina está disponível para compra nas livrarias Paulus e Paulinas, Livraria e Centro Vocacional Apostolinas e no Apostolado Litúrgico de todo o Brasil.

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Palavra e comunicação por frei Alexandre da Silva Carvalho, sspcp

Preparar-se: eis o caminho para

uma boa evangelização

Crédito: sxc; O COOPERADOR PAULINO;

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Se, por um lado, comunicar se torna algo caro, por outro, comunicar se torna um instrumento de poder. Quem detém a informação se torna todo-poderoso num mundo em que checar a veracidade do que se diz é praticamente impossível.

Na noite da passagem do século XIX para o século XX, o jovem Tiago Alberione, então com 16 anos,

colocou-se em adoração diante do Santíssi-mo Sacramento por mais ou menos quatro horas. O tímido seminarista da Diocese de Alba sentiu em seu coração que precisava se preparar para fazer algo em favor das pes-soas com as quais viveria. Ele sentia que Deus o interpelava e ele não poderia sim-plesmente omitir-se. O século XX começou numa terça-feira. Era inverno no hemisfé-rio norte.

O novo século, assim como o idealista Alberione, nascia envolto em esperanças e almejava grandes conquistas. Os pessimis-tas, porém, dizem que o século XX foi o pe-ríodo mais sangrento da humanidade. Além de muitos conflitos ditos menores, o século XX viu o deflagrar de duas guerras que tive-ram proporções mundiais. Por outro lado, os otimistas viram, sim, grandes avanços, principalmente no campo da tecnologia. Aos poucos, o mundo foi se tornando uma “aldeia global”. É bem verdade que essa al-deia não engloba todos igualmente; contu-do, é uma realidade que principalmente o fim do século XX deixou como herança.

Um recorte possível para a compreen-são ou percepção do século XX é olhá-lo a partir do uso e consolidação dos meios de comunicação, dentre eles: a imprensa, o rá-dio, o cinema, a televisão, a Internet. Esses veículos de comunicação – e eventualmen-te outros – ganharam roupagem nova com a assim chamada revolução tecnológica. Numa sociedade notadamente urbana, era necessário que houvesse entretenimento e informação que satisfizesse e atendesse à demanda que se apresentava. O olhar que recai sobre esses instrumentos não pode ser

ingênuo ou simplista. Afinal, comunicar custa e quem está por trás desses veículos espera retorno – e não pouco – do inves-timento feito. Comunicar se torna, no sé-culo XX, um grande negócio, que cada vez menos acolhe e aceita sócios. Se, por um lado, comunicar se torna algo caro, por ou-tro, comunicar se torna um instrumento de poder. Quem detém a informação se torna todo-poderoso num mundo em que checar a veracidade do que se diz é praticamente impossível. Mesmo quando a comunicação é utilizada como entretenimento, não se deveria simplesmente aceitar pacificamen-te o que é proposto. Afinal, quais ideologias sustentam a diversão que faz tantas pessoas rirem ou se desmancharem em lágrimas?

O jovem Alberione enveredou pelo mundo da comunicação e tornou-se uma referência. Ele não se tornou um magnata de um conglomerado de empresas comuni-cativas. Ao contrário, viveu pobre e com discrição, quase anônimo; contudo, a co-municação que ele promoveu tinha o in-tuito de levar às pessoas vida plena e digni-dade. Padre Tiago Alberione, fundador da Família Paulina, preocupou-se em fazer uso dos mais modernos e rápidos veículos de comunicação. Contudo, a essa preocupa-ção, Alberione sempre associou a excelên-cia do conteúdo que deveria estar centrado na Palavra de Deus. Noutras palavras, ele se preparou de maneira intensa e nun-ca se deu por satisfeito. Sempre sentia-se devedor aos homens e mulheres a quem deveria atingir com a missão que recebeu do Senhor: anunciar a Boa-Nova de Jesus através da cultura da comunicação.

Preparar-se! Eis uma expressão forte para a Família Paulina. *continua na próxima edição

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cp Formação Antonio F. da Silva

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cp Formação por padre Antônio Francisco da Silva, ssp

A estudiosidade,segundo Alberione

A vida na Família Paulina é guiada por três dimensões, calibradas por uma modalidade. As dimensões são a pie-

dade, o estudo e o apostolado. A modalidade, igualmente importante, que calibra o exercí-cio de cada uma dessas dimensões é a pobreza. O bem-aventurado Tiago Alberione adotou uma imagem muito signifi cativa e prática para lembrar essas quatro referências da vida paulina: a imagem do carro. Piedade, estudo, apostolado e pobreza são as quatro rodas do carro paulino.

A pobreza, portanto, equilibra tempo e meios na prática da piedade, do estudo e do aposto-

lado. Especificamente para a dimensão do estudo, o padre Alberione adotou como fator calibrador o termo “estudiosidade” e o chama de virtude. Para ele, estudiosidade “é a virtude que regula a nossa tendência a saber e tam-bém o nosso instinto natural. Por um lado, ela leva a aprender o que é necessário para a vida e para a felicidade eterna, e, por outro, essa virtude tempera e modera o instinto de curio-sidade, para que nos mantenhamos no reto caminho e santifi quemos a mente”. Afi rma então que a estudiosidade é conexa ao mesmo tempo com a temperança e com a fortaleza, para podermos fazer todo o esforço necessário para aprender e para evitar os maus pensa-mentos, substituindo-os pelos bons.

Para essas considerações, o padre Alberione se inspira no ensinamento tradicional da Igreja e tem certamente como referência a Questão 166 da IIª-IIae [pronúncia: secunda secunde] da Suma Teológica de São Tomás de Aquino.

Mais imediatamente, dado o amplo uso e conhecimento do latim naquele tempo, com a palavra estudiosidade Alberione traduzia to-

Com a palavra estudiosidade, padre Albe-rione não indica simplesmente a atividade intelectual, mas também aplicação, cuida-do, diligência, empenho, paixão, entusias-mo, zelo e ainda outros signifi cados.

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29cooperador paulino setembro/dezembro 2011 29cooperador paulino janeiro/abril 2012

Pias Discípulas do Divino Mestre

Como discípulas, vivemos o seguimento de Jesus Mestre em comunidade e somos enviadas a

servir o povo de Deus pelo ministério da oração e da arte a

serviço da liturgia.

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dos os matizes de “studium”, que naquela lín- gua não indica simplesmente a atividade inte-lectual, mas também aplicação, cuidado, dili-gência, empenho, paixão, entusiasmo, zelo e ainda outros significados.

Para dar um exemplo, podemos ter presente esta afirmação do livro Imitação de Cristo que era repetida constantemente no Seminário de Alba e, mais tarde, também por Alberione à Família Paulina: “Summum igitur studium nostrum sit in vita Jesu Christi meditari”. Na frase, o termo em questão não é traduzido por estudo, mas por empenho ou compromisso: “Seja, pois, o nosso principal empenho medi-tar sobre a vida de Jesus Cristo”.

Mas qual o motivo para praticar a estudiosi-dade com afinco?

Para Alberione, era o zelo pela glória de Deus e a salvação da humanidade, seguindo o exemplo de São Paulo Apóstolo.

Por esse zelo, ele afirma que, graças à estu-diosidade, “há pessoas simples, mas, quanto ao espírito, quanto à ascética, sabem mais do que os doutos”. Nesse sentido, aponta para Cura d’Ars, São João Maria Vianney, como exem-plo de estudiosidade.

Na vida paulina, a estudiosidade deve ser aplicada a tempo pleno, para fazer com que todo conhecimento seja procurado e recebido não como mera informação, mas seja levado ao nível de formação pessoal e se torne um recurso vivo para ser comunicado na missão.

Assim, a estudiosidade passa a envolver a pessoa inteira, não só no horário dedicado di- retamente ao estudo, mas a torna constan-temente humilde para ter a mente sempre aberta. Torna, então, os membros da Família Paulina motivados a crescer em todo conheci-mento para serem comunicadores da Palavra de Deus, ou, em outras palavras, para cumpri-rem a missão de “Viver e dar Cristo, Cami-nho, Verdade e Vida”.

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Padres e Irmãos Paulinos promovem encontro vocacional

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“Eu venho do Sul e do Norte, do Leste e do Oeste de todo lugar...” Com essa canção do padre Zezinho demos voz, sotaques, culturas e cores ao en-contro vocacional dos Padres e Irmãos Paulinos, que aconteceu no mês de janeiro de 2012, no Seminário Paulino, em São Paulo, SP. Oriundos de todas as re-

Pe. Arnoby (Colômbia), Sérgio (México), Joan (Venezuela); pe. Valdecir (Brasil), e Augusto (Brasil) pe. Salvador (Brasil).

17 novos Noviços Paulinos

No dia 6 de janeiro, ingressaram simultaneamente nas comunidades de noviciado de Bogotá e Medellín, na Colômbia, 17 novos noviços vindos de vários paí-ses da América Latina. Entre eles estão dois brasileiros: Elpenor Robson da Silveira Ferrante e Mackson Pedro. “O Noviciado é um tempo de reflexão, oração e princi-

palmente é um momento de chegar mais próximo ao Divino Mestre, portanto é necessário que se viva bem essa etapa do Noviciado”, cita padre Andrés Monroy, superior provincial (Colômbia-Equador-Pa- namá), que acolheu com muita alegria os novos noviços.

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giões de nosso Brasil, com seus ritmos e motivações, 22 jovens vieram fazer um caminho de discernimento vocacional, tendo um encontro com o Mestre Jesus, que é Caminho, Verdade e Vida. Ao final do encontro vocacional, 12 jovens ingressaram no Propedêutico de Campinas, SP, e 2 no Propedêutico de Porto Alegre, RS.

Medellín – Colômbia Bogotá – Colômbia

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Primeira Pro� ssão Religiosa de dois Noviços Paulinos

Na Celebração Eucarística da Epifania do Senhor, os jovens Guilherme César da Silva e Tiago José Theisen emitiram pela primeira vez os votos religiosos de pobreza, castida-de, obediência e fi delidade ao papa no que diz respeito ao apostolado, na congregação dos Padres e Irmãos Paulinos. Guilherme eTiago escolheram ser Irmãos Paulinos. A ce-rimônia, presidida pelo superior provincial,padre Valdecir Antônio Conte, ocorreu no Seminário Paulino, em São Paulo. Além dos parentes, amigos e confrades dos mais novos juniores da Província dos Paulinos do Brasil, participaram da celebração irmãs da Família Paulina.

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Festa de Jesus Mestre – Caxias, RS

A comunidade das Pias Discípulas de Caxias do Sul celebrou a solenidade de Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, com a presença de membros da Família Paulina, familiares, ami-gos e colaboradores. A circunstância favoreceu também um momento de celebração do Jubi-leu de Prata de consagração religiosa de Irmã Analice Lúcia Balestrin (foto).

“De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8b)

No dia 5 de fevereiro, as comunidades das Pias Discípulas do Divino Mestre e dos Padres e Irmãos Paulinos, presentes no estado de São Paulo, esti-veram na Paróquia Jesus de Nazaré, em Cabreúva, SP, para celebrar a consagração defi nitiva de irmã

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Edilene Pereira de Oliveira, entre as Discípulas.Foi um momento intenso para todos os pre-

sentes, especialmente para irmã Edilene, que as-sim se expressa: “Compartilho a alegria que vivi no dia de minha Profi ssão Perpétua. Jesus Mes-tre chamou-me a fazer parte da Congregação das Irmãs Discípulas do Divino Mestre. Ele con-quistou meu coração, por isso dei meu sim con-fi ante em seu amor fi el. Com a Profi ssão Perpé-tua, afi rmo que me empenho por viver na Igreja o carisma do padre Tiago Alberione, a serviço da Eucaristia, do sacerdócio e da liturgia, para o advento do Reino de Deus no mundo, junto com minhas irmãs e as jovens que fazem parte desta família religiosa. Sou muito grata a todos os que estiveram presentes”.

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Campanha da Fraternidade e Bio-Saúde

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“Que a saúde se difunda sobre a terra!” (Eclo 38,8)No dia 25 de fevereiro, aconteceu, na Paróquia

São José Operário, Jardim D’Abril, Diocese de Osas-co, SP, onde as Irmãs Pastorinhas atuam, um encon-tro de formação sobre a Campanha da Fraternidade de 2012. Entre os assuntos debatidos, houve um momento especial de apresentação do trabalho Bio-Saúde (práticas integrativas complementares), uma prática incentivada pela Secretaria da Saúde. Esse trabalho, coordenado pela irmã Luiza Santos e desen-volvido por várias terapeutas dessa área, iniciou-se há seis anos no quintal das Pastorinhas e funciona com

Bodas de Ouro de vida consagrada

No dia 6 de janeiro, aconteceu em Caxias do Sul, RS, a celebração de Bodas de Ouro de vida consagrada das irmãs Iolanda Agliardi, Lilian Dal Santo, Adriana Cortelini (Província Jesus Bom Pastor), Bertila Picelli (Província Padre Alberione), Alba Bellançon e Beatriz Festa (Delegação da Argentina).

A celebração eucarística foi presidida pelo padre Nilo Luza, ssp, e contou com a presença de muitas ir-mãs, familiares, amigos e membros da Família Paulina.

Nos dias que antecederam a celebração, as jubilan-das realizaram um momento forte de oração e partilha de vida, no qual fizeram memória da caminhada, lou-vando e agradecendo o Deus Pastor pelo dom da vida e da missão pastoral junto ao povo de Deus.

muito sucesso, havendo grande procura de pes-soas que desejam fazer esse tratamento natural. Entre os participantes, muitos deram testemunho e depoimento sobre o uso das ervas e argila, feito com resultado admirável.

Essa prática de tratamento preenche o ob-jetivo desta Campanha, que visa o cuidado da vida, pois é realizado com especial carinho dos terapeutas com cada pessoa que os procura. O uso do método de tratamento natural é uma valorização da criação de Deus, dom para toda a humanidade.

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Entrega a Deus nos Institutos Paulinos

A festa de Nossa Senhora de Lourdes marcou um momento muito importante para os Institutos Paulinos de vida secular consagrada. Depois do re-tiro mensal, os membros se reuniram na capela do Seminário Paulino para a celebração da Santa Missa. Dois momentos importantes nessa celebração: a re-novação dos conselhos evangélicos, por um biênio, das Anunciatinas Doralice Moreira da Silva e Melissa Aparecida Amorim da Silva. O segundo momento

foi no final da celebração eucarística, quando três Anunciatinas, de forma simples, mas rica em signifi-cado, fizeram o ingresso no Noviciado: Daniela, Gi-sana e Maria Rosângela (em Belo Horizonte). O cele-brante destacou o chamado do Mestre Divino, “Vem e segue-me”, e comentou a generosidade de alguns jovens que, com a graça de Deus, rompem com os padrões estabelecidos e entram num instituto de vida secular consagrada.

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4o Capítulo Geral das Irmãs Apostolinas

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O ano de 2012 já foi marcado por um momento muito im-portante para as Apostolinas. De 25 de janeiro a 11 de feverei-ro, aconteceu na Itália o 4o Capítulo Geral, que teve por tema: Traduzir toda a vida em apostolado vocacional. Nessa experiência capitular de partilha, reflexão, avaliação e perspectivas para o fu-turo, foram eleitas irmã Marina Beretti, como superiora geral, e as demais conselheiras, dentre elas irmã Paula Toninato, pertencente à comunidade de São Paulo, SP. A todos(as) que nos acompanha-ram com as orações, pedimos que continuem a rezar por nós e conosco, pois devemos, como nos diz o bem-aventurado Tiago Alberione: “Pedir esta graça: sermos iluminadas sobre o apos-tolado vocacional… aquele apostolado que é o mais delicado e fundamental na Igreja: a busca e a formação das vocações”.

Preparação para os votos perpétuosEu, irmã Luciana, por ocasião dos votos perpétuos que já se

aproximam, fui presenteada pela congregação com uma riquíssi-ma experiência na Itália e na Polônia, de 28 de dezembro a 13 de janeiro. Foi um momento em que experimentei profundamente a graça de Deus na minha vida. Parti desejosa de acolher e viver cada momento que me fosse concedido com muita intensidade. Quando chegava aos lugares onde o bem-aventurado Tiago Albe-rione nasceu, viveu e entregou a sua vida, a emoção tomava conta de mim, do meu coração, e assim pude perceber e experimentar a beleza da missão apostolina em outras culturas e nos seus mo-dos diversos de se realizar, mas com o mesmo objetivo de viver e anunciar o Evangelho da vocação.

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O fiel colaborador

Era verão de 1896, quando nasceu José Giaccardo em uma família simples na cidade de Narzole, Norte da Itália.

Em maio de 1908, José encontrou-se pela primeira vez com o jovem padre Tiago Alberione, que logo se surpre-endeu com os dons do menino e o in-centivou a entrar no seminário.

No seminário, em 8 de dezembro de 1912, recebe o hábito clerical, mas logo depois, em 1914, tem início a Primeira Guerra Mundial, e é convocado ao ser-viço militar, que termina em 1916.

Padre Tiago Alberione, em 1914, havia dado início à Pia Sociedade de São Pau-lo, com a missão de evangelizar com a imprensa. José se entusiasma com essa missão e deseja unir-se ao grupo.

Em 19 de outubro de 1919, José Giac-cardo é ordenado sacerdote, tornan-do-se o primeiro sacerdote paulino. Com a profissão religiosa, em 1920, José recebeu o nome de Timóteo, o fiel colaborador de São Paulo.

Fiel colaborador de padre Alberione, era um exemplo de fé para todos. Em janeiro de 1926, é mandado a Roma para dar início à primeira casa filial da congregação.

Dedicou-se com muito amor e empe-nho para que a Congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre recebesse a aprovação pontifícia. E por isso deu a sua vida. No momento em que o papa Pio XII assinava o Decreto de Louvor para as Pias Discípulas, padre Timóteo celebrava a sua última missa, vindo a falecer dias depois, em 24 de janeiro de 1948.

Ele foi um modelo de santidade e amor à missão para toda a Família Paulina.No dia 22 de outubro de 1989, o papa João Paulo II o proclama bem-aventu-rado, pelo milagre alcançado por sua intercessão à irmã Maria Luciana La-zzarini, Pia Discípula no Japão.

Timóteo Giaccardo sabia falar com Deus! De modo especial, vivia da Eucaristia, da devoção mariana, da liturgia, do amor à Igreja e ao papa, de caridade, doce e operante, para com os irmãos e para com todos; de pensamentos e aspirações sempre eleva-das, de plena observân-cia religiosa.

Bem-aventurado Tiago Alberione

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Irmãs

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Se a voz de Deus ressoa no seu coração, o primeiro passo é fazer a experiência de um acompanhamento vocacional com alguém que já passou por tudo isso. Assim, você poderá perceber qual o caminho a seguir. Nós, Irmãs Paulinas, somos mulheres consagradas por Deus para comunicar a Palavra!

Conheça nossa vida e missão! Afi nal, o Evangelho nao pode fi car off-line!

Isaías 43,5

Todos os dias uma irmã Paulina está online para conversar com você e tirar suas dúvidas sobre vocação

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