48
QREN Governo quer QREN a dar resposta ao desafio do desemprego Pág. 31 ENERGIA Ameaça de conflito envolve Portugal Taxas anti-dumping colocam em risco 242 mil empregos na UE Pág. 32 MERCADOS Bancos oferecem produtos de gestão de pagamentos para empresas Págs. 42 e 43 PUB Cobrança de dívidas vai passar a ser mais célere e transparente Págs. 4 e 5 www.vidaeconomica.pt Nº 1502 / 19 de julho 2013 / Semanal / Portugal Continental J 2,20 www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa 9 720972 000037 01502 PUB Transporte em segurança com a Sage Não deixe para a última! Saiba mais em: www.sage.pt · 808 200 482 · [email protected] PUB Indústria da cortiça exporta mais de 95% do que produz As exportações de cortiça, que em 2012 ascenderam a 850 milhões de euros, aproximam-se dos valores alcançados em 2000 (917 milhões de euros). “O rumo é positivo” , numa indústria em que predomina o subsetor das rolhas (cerca de 70% do peso relativo no volume total de negócios) e onde aumenta a performance dos outros subsetores, nomeadamente materiais de construção e “novas aplicações” —refere João Rui Ferreira, presidente da APCOR. Págs. 22 e 24 PRESIDENTE DA CESPU CONSIDERA No ensino e na saúde o financiamento deve ser feito diretamente ao cidadão Págs. 6 e 7 ARAN Tecnologias de Informação SUPLEMENTOS NESTA EDIÇÃO

No ensino e na saúde o fi nanciamento deve ser feito ... · THE WALL STREET JOURNAL Bruxelas endurece regras sobre o tabaco O Parlamento Europeu votou favoravelmente a abolição

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Page 1: No ensino e na saúde o fi nanciamento deve ser feito ... · THE WALL STREET JOURNAL Bruxelas endurece regras sobre o tabaco O Parlamento Europeu votou favoravelmente a abolição

QREN

Governo quer QREN a dar resposta ao desafi o do desemprego

Pág. 31

ENERGIAAmeaça de confl ito envolve Portugal

Taxas

anti-dumping

colocam

em risco 242 mil

empregos na UEPág. 32

MERCADOS

Bancos oferecem

produtos

de gestão

de pagamentos

para empresasPágs. 42 e 43

PUB

Cobrança de dívidas vai passar a ser mais célere e transparente

Págs. 4 e 5

www.vidaeconomica.pt

Nº 1502 / 19 de julho 2013 / Semanal / Portugal Continental J 2,20

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

9 720972 000037

0 1 5 0 2

PUB

Transporte em segurança com a SageNão deixe para a última! Saiba mais em: www.sage.pt · 808 200 482 · [email protected]

PUB

Indústria da cortiça exporta mais de 95% do que produzAs exportações de cortiça, que em 2012 ascenderam a 850 milhões de euros, aproximam-se dos valores alcançados em 2000 (917

milhões de euros). “O rumo é positivo”, numa indústria em que predomina o subsetor

das rolhas (cerca de 70% do peso relativo no volume total de negócios) e onde aumenta a performance dos outros subsetores, nomeadamente materiais de construção e “novas aplicações” —refere João Rui Ferreira, presidente da APCOR.

Págs. 22 e 24

PRESIDENTE DA CESPU CONSIDERA

No ensino e na saúde o fi nanciamento deve ser feito diretamente ao cidadão

Págs. 6 e 7

ARANTecnologias de Informação

SUPLEMENTOS NESTA EDIÇÃO

Page 2: No ensino e na saúde o fi nanciamento deve ser feito ... · THE WALL STREET JOURNAL Bruxelas endurece regras sobre o tabaco O Parlamento Europeu votou favoravelmente a abolição

MARIANO RAJOY

A vida política está ao rubro no país vizinho. O chefe do Governo está cada vez mais

sob pressão, num caso que aparenta o pagamento de favores. Para já, só se conhece a ponta do icebergue, mas tudo aponta para que as coisas se compliquem para o Partido Popular. A crise política espanhola terá efeitos devastadores não só em Espanha, mas em toda a Europa, e muito particularmente em Portugal. A gestão da coisa pública continua a ser um assunto de pouca importância para muitos políticos europeus, pelo que a recessão que se faz sentir não é uma mera consequência da crise financeira. A crise de valores tem levado a problemas muito sérios sobre os cidadãos cumpridores e ainda indefesos.

2 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

ABERTURA

Top da semana

LOBO XAVIER

Já são conhecidas algumas das propostas contidas do grupo de trabalho para a reforma

do IRC, liderado pelo advogado Lobo Xavier. A acontecerem as alterações previstas, as perspetivas são animadoras para as empresas, desde logo com uma redução substancial da taxa do imposto, o que fará com que aumente a competitividade empresarial. Por outro lado, a comissão pretende que os prejuízos fiscais possam ser deduzidos num período de 15 anos, contra os atuais cinco. O diploma só não foi apresentado na data marcada, devido à crise política. Lobo Xavier está a prestar um serviço importante ao país, sem qualquer tipo de remuneração, o que é sempre louvável.

ALBERTO JOÃO JARDIM

Igual a si próprio, Alberto João Jardim não poupa críticas ao Presidente da República. Algo inédito no

líder madeireirense, normalmente de acordo com Cavaco Silva. Tem razão ao afirmar que a proposta avançada pelo Presidente só vai prolongar a confusão. Como lhe é habitual, lamenta que os políticos portugueses se caraterizem pela sua falta de autoridade e tomem as decisões de acordo com os calendários políticos. Entretanto, Alberto João Jardim sacode a água do capote no que toca às culpas que tem no cartório relativamente à atual crise.

EXPANSIÓN

JP Morgan prevê saída da crise no segundo semestre

A Europa sairá da recessão na segunda metade deste ano e voltará ao crescimento em 2014, de acordo com as últimas previsões da JP Morgan. Existem indicadores que apontam nesse sentido, afirma a casa de investimento.A JP Morgan valoriza os bons dados macro e mostra-se convencida de que a descida da inflação, que qualifica de bastante agressiva, permitirá que os consumidores europeus tenham um maior poder aquisitivo, com a consequente contribuição para o crescimento. Considera ainda que a situação na Europa está a melhorar e a estabilizar. Defende ainda a necessidade de o Velho Continente avançar com o sistema de união bancária.

INVESTIR

Produção industrial desce na Zona Euro

A produção industrial registou uma quebra de 0,3%, na Zona Euro, em maio, um ritmo mais elevado do que esperavam os analistas. Em abril, verificou-se um aumento de 0,5%, sendo que, num ano, houve uma diminuição de 1,3%, de acordo com a maioria das previsões.

Os preços na produção desceram 0,3%, no mês em análise, de acordo com o Eurostat. Num ano, os referidos preços registaram uma baixa de 0,1%, sendo que a descida terá ficado a dever-se ao recuo nos custos da energia. Por sua vez, a taxa de desemprego progrediu ligeiramente, para se fixar em 12,1%, contra os 12% verificados em abril. Este continua a ser o problema mais grave de algumas das economias da Zona Euro, com Espanha à cabeça.

THE WALL STREET

JOURNAL

Bruxelas endurece regras sobre o tabaco

O Parlamento Europeu votou favoravelmente a abolição dos cigarros de mentol e de outros sabores na União Europeia. Esta medida faz parte de uma legislação mais ampla que vai restringir a forma como produtos de tabaco são vendidos na Europa.A legislação também prevê que a maioria dos cigarros eletrónicos seja regulamentada como medicamento. Entretanto, o combate ao fumo está a tornar-se cada vez mais agressivo, por exemplo, com a obrigatoriedade de colocar nos maços de tabaco imagens de doenças relacionados com o vício, como já sucede na Austrália. Os Estados Unidos, de onde provêm os gigantes do setor, também estão a preparar legislação bastante mais rígida.

ImprensaEM REVISTA

Internacional ...........Pág. 11

Crise impulsiona consumo de energias renováveis

Negócios e Empresas Pág. 14

TrofaSenior Residências faz balanço positivo da implementação do onAll

Negócios e Empresas Pág. 16

Adega de Favaios lança o novo Sparkling Moscatel

Negócios e Empresas Pág. 18

Real Indiana inaugura restaurante na baixa do Porto

PME ........................ Pág. 21

Mercado das TI ainda apresenta oportunidades

Empresas Familiares Pág. 33

O que mais evoluiu na comunicação da empresa familiar

Fiscalidade .............. Pág. 35

Estados-Membros têm de melhorar eficácia dos serviços fiscais

Mercados ............... Pág. 42

Bancos oferecem produtos de gestão de pagamentos para empresas

Mercados ................ Pág. 43

Empresas portuguesas demoram a pagar o dobro da média europeia

Nesta edição

20 Negócios e Empresas

Atividade portuária gera riqueza e deve ser prioridade nacional

22 Negócios e Empresas

Inovação e campanhas de promoção dinamizam exportações de cortiça

31 QREN

Poiares Maduro quer QREN a dar resposta ao desafio do desemprego

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Marta Araújo, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO

PUBLICIDADE LISBOA [email protected]; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

14.100

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

Aproveitei o solstício de verão para olhar de outro sítio para a crise que nos atormenta – de um ponto de vista menos pessimista e interpelando, sobretudo, as oportunidades de construirmos um novo Portugal. Na última crónica referi-me, por isso, ao turismo de saúde e bem-estar. Agora deixo umas breves linhas sobre educação.

Assomou-me à memória, nessa reflexão, recorrentemente, Agostinho da Silva e a sua fé numa missão especial de Portugal no mundo: a de construir um Quinto Império cultural (já oiço vozes a clamar: loucura!, mas deixem-me ir até ao fim). Recordo, em particular, uma frase “A Europa esgotou-se no Poder e temos, agora, de partir para outra fórmula que é cada homem ser aquilo que é” (in Agostinho da Silva, “Dispersos”, p. 128). Loucuras vulgares, decerto…

Face a todos os problemas que surgem ao evocar esse termo, polissémico e de largo espectro, é na perspetiva de sistema que vão ancorar estas breves linhas. E com os olhos, tanto quanto possível, virados para o amanhã. Convoco, para tanto, alguns conceitos e ideiais da chamada “economia de educação”,

designadamente os aspetos “microeconómicos” do sistema educativo.

O financiamento do sistema de educação em Portugal atravessa dificuldades dramáticas, mas é inegável que nele se integram profissionais da excecional qualidade intelectual e não faltam instituições de ensino competitivas ao nível do que de melhor há no mundo.

Porquê, então, a presente crise?Creio que se tem olhado excessivamente para

o dia a dia ou, então, para as grandes filosofias, deixando, porém, de lado coisas simples, em busca de respostas complexas que nada têm resolvido.

Anda na boca de muitos a ideia de exportação do Ensino Superior – atrair alunos estrangeiros para as instituições de ensino supeior portuguesas. O objetivo é meritório e, mais do que isso, estratégico também para a economia nacional. Outros países já descobriram essa mina há muito tempo. Acontece, porém, que, deixando nós tudo ao “desenrascanço” e ao voluntarismo de alguns, o mundo ignora Portugal também como destino para estudar. E os poucos que não ignoram chegam cá e têm aulas em “globish” – o inglês da praia e das discotecas.

Ora para isso iam para os EUA ou para o Reino Unido!

Defendo, pois, que se valorize a língua portuguesa nesse ensino, deixando de lado o provincianismo tradicional. Aulas em português, por professores portugueses e, eventualmente, em outras línguas (repito, outras) por professores eméritos de outras nacionalidades, se for oportuno.

Não ignorem o potencial económico de língua portuguesa – atual e futuro. Pensem e informem-se, senhores do poder. Leiam, por exemplo, esse livrinho fundamental de Luís Reto (“Potencial Económico da Língua Portuguesa”, Texto, 2012), além dos já escritos de Agostinho da Silva!

E para concluir, que o espaço é curto, haverá alguém disponível para apoiar a institucionalização de um projeto de mobilidade de estudantes de todos os países de língua portuguesa, algo tipo “Erasmus”?

A Fundação Afro-Lusitana (que a irresponsabilidade que nos governa quer extinguir sem contraditório) vai tentar fazê-lo. E, também, organizar uma Universidade de Verão para esses estudantes.

Construir um novo Portugal também pela “exportação” da educação

O financiamento do sistema de educação em Portugal atravessa dificuldades dramáticas, mas é inegável que nele se integram profissionais da excecional qualidade intelectual e não faltam instituições de ensino competitivas ao nível do que de melhor há no

mundo.

Causas do dia-a-diaANTÓNIO VILAR [email protected]

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IVA ENCAIXA

HÁ UM BANCO QUE ESTÁ A AJUDARA ECONOMIA A DAR A VOLTA. A CAIXA. COM CERTEZA.

Agora, mais que nunca, é importante que as empresas Portuguesas se sintam apoiadas. Assim, temos mais uma solução para lhe oferecer. O IVA EnCaixa é um produto diferenciador que lhe permite adiantar o reembolso do IVA. Como sabe, é algoque pode fazer toda a diferença na tesouraria de uma empresa. E é por isso que temos mais de 333 milhões de euros disponíveis para adiantamento do IVA a receber pelas empresas.

www.cgd.pt/empresas | 707 24 24 77 | 08h às 22h/todos os dias do ano. Informe-se na Caixa.

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TERESA [email protected]

A remuneração adicional entre 2% e 10% dos montantes em dí-vida (ver tabela nestas páginas) a receber pelos agentes de execução – hoje cerca de 1100 profissionais acreditados em Portugal —, pre-vista na Portaria n.º 225/2013, de 10 de Julho, que passará a aplicar-se aos processos executi-vos iniciados após 1 de setembro de 2013, está longe de ser con-sensual.

Em declarações à “Vida Eco-nómica”, o presidente da Câmara dos Solicitadores, José Carlos Re-sende, prefere salientar a ideia da

“celeridade” nas execuções daqui para a frente, dizendo que, acima de tudo, “o sistema passa a ser muito mais transparente”, uma vez que o agente de execução deve informar o exequente, no início do processo, e o executado, no ato da citação, do montante provável dos seus honorários e despesas. Além de que todas as di-ligências só podem ser efetuadas “com autorização do exequente”, frisa José Carlos Resende.

O presidente da Câmara dos Solicitadores reconhece, porém, que, “do ponto de vista dos exe-cutados [os devedores], há um aumento dos valores a pagar”, pese embora tal só deva come-çar a acontecer “lá para janeiro ou fevereiro de 2014”, uma vez que este regime só se aplica aos processos de cobrança de dívidas entrados após 1 de setembro.

Ainda assim, ouvidos pela “Vida Económica”, Paulo Pi-menta, professor universitário de Direito e membro da Comissão nomeada pelo Ministério da Jus-tiça para integrar a reforma do Código do Processo Civil (Lei n.º

41/2013, de 26 de junho), assim como o advogado e candidato a bastonário da Ordem dos Advo-gados António Raposo Subtil, lamentam a opção pela medida.

Se, por um lado, Paulo Pimen-ta diz que “são sempre bem-vin-das as tentativas de simplificar um sistema que é confuso e ge-rador de desinteligências entre os agentes de execução e as partes e seus mandatários”, aplaudindo a “alguma simplificação” e a “preo-cupação de assegurar o acesso ao registo dos atos praticados pelo agente de execução de modo a que haja um efetivo controlo sobre o desempenho deste”, por outro lado, este jurista mostra “dúvidas” quanto à referida re-muneração adicional.

“Não me parece próprio que o agente de execução tenha prémios de desempenho”

“A existência de tarifas fixas [agora introduzida] é indispen-sável para haver objetividade e igualdade no tratamento dispen-

REMUNERAÇÃO ADICIONAL VARIÁVEL VISA PREMIAR EFICÁCIA DOS AGENTES DE EXECUÇÃO

Cobrança de dívidas vai passar a ser

PUB

Os tribunais passaram a pente fino nos últimos 18 meses mais de um milhão de processos de cobranças coercivas de dívidas, tendo conseguido extinguir “mais de 300 mil ações”, revelou a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, na última sexta-feira. Ainda estão pendentes mais de um milhão de processos.

Inaugurada primeira fábrica de biodiesel em SinesFoi inaugurada a primeira fábrica nacional de produção de biocombustível, situada na Zona Industrial e Logística de Sines. A Enerfuel prevê uma capacidade anual de produção de 27 mil toneladas de biocombustível. . O combustível destina-se a ser integrado no ga-sóleo rodoviário, permitindo a redução de CO2 em mais de 80%, face à alternativa fóssil. A nova instalação prevê a criação de 65 postos de trabalho e as exportações terão início já no ano que vem.

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

“Ao adotar um regime de tarifas fixas, procura-se estimular a sã concorrência entre agentes de execução”, lê-se na Portaria n.º 225/2013, de 10 de julho, as-sinada pela ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz.

A partir de 1 de setembro, a cobrança coerciva de dívidas em Portugal promete ficar mais célere e eficaz. Aos valores em cobrança é adicionada uma remuneração adicional criada com o objetivo de premiar a eficácia e a eficiência na recuperação das dívidas. Essa remuneração adicional, calculada a partir do montante recuperado, varia entre 2% e 10% do valor em dívida, em função do momento em que a cobrança é conseguida. Com a nova tabela de honorários, fixos e variáveis, a pagar aos agentes de execução, “o sistema passa a ser mais transparente”, afirma José Carlos Resende, presidente da Câmara dos Solicitadores. O advogado Raposo Subtil discorda, no entanto, com a imposição da “contratualização de um tipo de justiça privada”.

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sado aos exequentes pelo agente de execução”, explica este mem-bro da Comissão de reforma do Código do Processo Civil. Expõe, contudo, à “Vida Económica”, outros argumentos desta forma: “Bem sei que vivemos uma fase em que o brio no exercício das funções (públicas ou privadas) parece não ser algo inerente à na-tureza das coisas, a ponto de ser preciso premiar o mero cumpri-mento dos deveres, mas não me parece próprio que o agente de execução, que até exerce funções por delegação do Estado, tenha prémios de desempenho, mais a mais quando isso é invocado para justificar maior eficiência e celeri-dade”. Pergunta até Paulo Pimen-ta: “É possível desligar eficiência e celeridade desta atividade?”.

Para além disso, e aquilo que mais o “impressiona” na portaria agora publicada é “a persistên-cia da Câmara dos Solicitadores em todo o sistema de execução”. Para mais, diz, “quando é certo que urge pôr fim a esta situação, tornando a carreira de agente de execução autónoma da advocacia e da solicitadoria, com as ineren-tes incompatibilidades, e subme-tendo os agentes de execução ao controlo de uma entidade tercei-ra, sem qualquer ligação à Câma-ra dos Solicitadores ou à Ordem dos Advogados”. Daí “lamentar e não compreender” como é que “uma ideia que sempre foi susten-tada junto do Ministério da Jus-tiça pela Comissão de Revisão do Código de Processo Civil pareça agora estar a tomar outro rumo”.

Na mesma linha, o advogado e candidato a bastonário da Ordem dos Advogados António Raposo

Subtil critica a continuação da preferência do Estado pela priva-tização da Justiça.

“O Governo aprovou uma nova tabela de honorários, fixos e variá-veis (Portaria nº 225/2013) que os credores (exequentes ou reclaman-tes de créditos em processos judi-ciais) devem pagar aos agentes de execução”, mas, diz Raposo Subtil à “Vida Económica”, “no fundo, mais uma vez, o Estado fomentou e impôs a contratualização de um tipo de justiça privada”, uma vez que “indica os clientes e fixa pre-viamente os honorários em bene-fício de profissionais liberais – os agentes de execução –, que desen-volvem a sua atividade dentro da ‘casa da justiça’ – os tribunais”, explica o advogado.

“Soluções mais onerosas e lesivas do direito de acesso aos tribunais”

Apesar de concordar que “num mundo em austeridade crescen-te sejam redefinidas as funções do Estado e procuradas soluções para atingir, a um custo mais re-duzido, resultados equivalentes”, o jurista discorda das soluções en-contradas pelo Ministério da Jus-tiça para a solução dos problemas da cobrança coerciva de dívidas.

Assim como discorda das so-luções para outros problemas da Justiça, referindo até o procedi-mento de despejo e o novo re-gime do inventário, que visam a “eficiência processual e a redução de encargos para os cidadãos”, mas que se traduzem, “na práti-ca, em soluções mais onerosas e lesivas do direito fundamental de acesso aos tribunais e a uma deci-

são judicial, que, a médio prazo, degradará a ideia de uma justiça pública para todos”.

António Raposo Subtil per-gunta até: “Serão estas as bases para uma desjudicialização de relações jurídicas vitais para uma

sociedade equilibrada e justa, subtraindo-as, sem qualquer cri-tério, aos tribunais, à intervenção dos juízes e ao patrocínio dos ad-vogados?”, questionando logo a seguir se não se pretenderá, “de forma dissimulada, refundar o Estado social (organização judi-

ciária), sobrecarregando os cida-dãos e as empresas com encargosque aquele deveria assumir”.

Questionado pela “Vida Eco-nómica” sobre as vantagens dasnovidades acabadas de publicare se a referida remuneração adi-cional entre 2% e 10% dos mon-tantes em dívida são um incenti-vo financeiro para os agentes de execução e uma forma de conse-guirem mais celeridade e eficácia nas cobranças, o presidente da Câmara dos Solicitadores não se compromete. Prefere dizer que se “têm dado passos positivos” nes-se sentido, admitindo, contudo,que não acredita em “soluções milagrosas”, dado o “momentode profunda crise económica” que se vive em Portugal.

Contrapõe, ainda assim, comos efeitos da entrada em vigor deoutra medida que, essa sim, pode“fazer a diferença”: a desburocra-tização da penhora dos depósitos bancários” dos executados. Ao entrar em vigor em 1 de setem-bro, diz José Carlos Resende, esta medida “pode implicar muita efi-cácia”.

mais célere e transparente

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 5

“Previsibilidade e segurança num domínio como o dos custos associados à cobrança coerciva de dívidas são, reconhecidamente, fatores determinantes para o investimento externo na economia nacional e para a confiança dos cidadãos e das empresas”

BdP espera bom desempenho das exportaçõesO Banco de Portugal espera que as exportações apresentem um comportamento positivo esteano e no próximo. O que resultará de ganhos de quota de mercado. Os aumentos são de 5,7% e 5,5%, respetivamente, com o reforço da presença nacional fora da União Europeia. Por ou-tro lado, os produtos relacionados com a energia estarão em destaque. Este ano, o excedente externo será de 4,5% do PIB e 2014 representará o terceiro ano consecutivo de saldo externo positivo, de acordo com o banco central.

BNI Platina promove debate sobre novo regime de IVA de caixaO BNI Platina, com o apoio da Associação de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbla, promove no dia 30 de julho uma sessão de trabalho sobre a gestão das cobranças e as novas regras do contencioso e o novo regime de IVA de caixa. A iniciativa conta ainda com o apoio do jornal Vida Económica. No dia 1 de setembro entram em vigor as alterações legais com reflexos na cobrança de dívidas e, um mês depois, entra em vigor o novo regime de IVA de caixa.

Remuneração adicional ao agente de execução

O valor da remuneração adicional do agente de execução destinado a premiar a eficácia e eficiência da recuperação ou garantia de créditos na execução nos termos do artigo 18.º é calculado com base nas taxas marginais constantes da tabela abaixo, as quais variam em função do momento processual em que o valor foi recuperado ou garantido e da existência, ou não, de garantia real sobre os bens penhorados ou a penhorar.

Processos executivos para pagamento de

quantia certa

Valor recuperado ou garantido

Momento em que o valor é recuperado ou garantido

Antes da primeira penhora

Após a penhora e antes da venda

Após a venda

Taxa aplicável (em percentagem)

Até 160 UC (A) i 10 % 7,5% 5%

Superior a 160 UC (B) ii 4% 3% 2%

i - Se o valor recuperado ou garantido por acordo de pagamento for inferior ou igual a 160 UC, aplica-se a taxa prevista em (A).ii - Se o valor recuperado ou garantido for superior a 160 UC, aplica-se a taxa prevista em (A) às primeiras 160 UC e ao valor remanescente a taxa prevista em (B).NOTA 1 - O valor da Unidade de Conta (UC) que vigora em 2013 é de 102,00 J, por força da alª. a) do artº. 114º da Lei 66-B/2012, 31.12 (Lei do Orçamento do Estado).NOTA 2 - Valores sujeitos a IVA à taxa legal em vigor.FONTE: Portaria n.º 225/2013, de 10 de Julho, do Ministério da Justiça.

As grandes alterações ao processo executivo a partir de 1 de setembro de 2013

Dever de informação e de registo:1. O exequente, o executado, a Câmara dos Solicitadores, o tribunal e qualquer terceiro que tenha um interesse legítimo no processo executivo têm direito a ser informados, preferencialmente por via eletrónica, sobre a respetiva conta corrente discriminada, nomeadamente sobre as diligências efetuadas.2. Também é disponibilizado, pela Câmara dos Solicitadores, um simulador de honorários e despesas dos agentes de execução, com valor meramente informativo, em página informática de acesso público.

Remuneração do agente de execução: 1. Passam a existir tarifas fixas, quer para efeitos de adiantamento de honorários e despesas, quer para honorários devidos pela tramitação dos processos, quer ainda pela prática de atos concretos que lhes caiba praticar. 2. Também se clarificam as fases do processo executivo, para efeitos de adiantamento de honorários e despesas.3. Podem ser cobradas despesas de deslocação se o agente de execução designado pelo exequente praticar atos a mais de 50 km do tribunal da sua comarca.4. A remuneração do agente de execução passa a ser fixa (nos termos do anexo II da Portaria n.º 225/2013, de 10 de julho) e é calculada nos seguintes termos:

- J 188,19 quando haja recuperação ou garantia do crédito;- J 313,65 pagos em quatro fases quando haja recuperação ou garantia do total ou parcial crédito;

5. Pode ainda ser cobrado:

- J 25,50 em caso de citação ou notificação postal extra; - J 51,00 em caso de um ato externo (penhora, citação, afixação de edital, apreensão de bem, assistência a abertura de propostas no tribunal; - J 25,50 por cada ato externo frustrado.

Pagamento de honorários e reembolso de despesas:1. O agente de execução deve informar o exequente, no início do processo, e o executado, no ato da citação, do montante provável dos seus honorários e despesas, devendo tal informação ser registada no sistema informático.2. O agente de execução que, por sua iniciativa, pratique atos desnecessários, inúteis ou dilatórios, é responsável pelos mesmos, não podendo reclamar a qualquer das partes o pagamento de honorários ou despesas incorridas em virtude da sua prática. 3. Por outro lado, todas as importâncias devidas ao agente de execução são pagas com base em identificador único de pagamento emitido através do sistema informático de suporte à atividade dos agentes de execução, sendo as mesmas depositadas na conta-cliente do exequente e a operação de depósito obrigatoriamente registada no sistema informático.

Penhoras dos saldos bancários:1. As penhoras dos saldos dos depósitos bancários são totalmente desburocratizadas, dispensando-se a existência de um despacho judicial. 2. A comunicação é feita pelo agente de execução à entidade bancária, preferencialmente por via eletrónica, havendo ganhos em termos de tempo e burocracia e minimizando-se os riscos de esvaziamento das contas para fugir à execução.

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PRESIDENTE DA CESPU CONSIDERA

No ensino e na saúde o financiamento

ATUALIDADE

6 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

“O setor público do ensino superior é uma das áreas onde existe mais despesismo em Portugal” – afirma António Almeida Dias. Em entrevista à “Vida Económica”, o presidente da CESPU defende uma mudança do atual modelo de financiamento do ensino superior. Em alternativa ao sistema quase gratuito no ensino público e integralmente pago pelos estudantes nas escolas privadas, António Almeida Dias propõe um sistema de financiamento aos alunos, através de incentivos fiscais ou de ação social do Estado para os cidadãos com menos recursos, dando a liberdade de opção pelo ensino público ou privado.Apesar de dispor das condições necessárias, a CESPU continua a não obter autorização para lecionar uma licenciatura em Medicina. Ao contrário do que acontece na maioria dos países europeus, em Portugal o ensino da Medicina continua vedado aos privados.Para os jovens que não conseguem obter vaga para Medicina no sistema público, a CESPU disponibiliza a licenciatura em Ciências Biomédicas, que pode ser a base para a formação em Medicina, através de um acordo de cooperação com a Universidade Alfonso X, em Madrid.

JOÃO LUÍS DE [email protected]

Vida Económica - A CESPU pretende continuar a expandir a sua atividade de formação na área da saúde?

António Almeida Dias - A CESPU é das instituições privadas mais antigas do país. Basta percebermos que estamos no 32º ano e se virmos a idade das outras ins-tituições privadas, à exceção das escolas de enfermagem que, tradicionalmente eram ligadas a ordens religiosas, diria que é das instituições mais antigas a ensinar esta área.

A CESPU foi constituída em 1982 para criar pela primeira vez em Portugal um cur-so de Medicina Dentária não público.

Obviamente que a seguir à medicina dentária, a tendência foi criar cursos que de alguma forma se relacionassem com aque-las disciplinas que são transversais na área da saúde.

Além da medicina dentária, seguimos com ciências farmacêuticas, depois a psi-cologia clínica, a educação física, saúde e

desporto, no âmbito do Instituto Superior de Ciências da Saúde Norte, que é o nosso instituto de cariz universitário. Surgiram depois os chamados cursos politécnicos da saúde, desde enfermagem, fisioterapia, ra-diologia, terapia ocupacional, entre outros.

Ao fim de alguns anos, a CESPU passou a ser a instituição portuguesa com o maior número de cursos na área da saúde e com uma dimensão significativa, mesmo a nível europeu, daí o seu reconhecimento inter-nacional.

VE - O próximo passo será o curso de Medicina?

AAD - O Estado tem vedado ao setor privado o ensino da Medicina, evocando mil e uma razões. É uma decisão claramen-te política. O Estado não abre mão de ser a única instituição a produzir médicos ou licenciados em Medicina, portanto é um curso que ainda não podemos criar.

Temos o curso de ciências biomédicas que neste momento corresponde essencial-mente à primeira fase de formação médica e depois os alunos podem terminar essa formação, no âmbito do acordo que existe entre a CESPU e a Universidade Alfonso X, El Sabio.

Se não houvesse esse obstáculo, a CES-PU avançaria porque é a instituição por-tuguesa com mais experiência no ensino nas diferentes áreas da saúde. Tem muito mais experiência que a maior parte das instituições públicas do ensino da saúde. À exceção das universidades clássicas e à exceção de algumas instituições, como es-colas de tecnologias de saúde, e Alcoitão por exemplo, em Lisboa, que também é uma instituição histórica nesta área. Além de ter começado mais cedo que a maioria das escolas, a CESPU tem neste momento a colaborar, nesta área específica da saúde, quase 190 doutorados, para além de mui-tos especialistas e mestres. Do ponto de vista de técnica instalada, hoje temos pu-blicações em revistas indexadas em todas as áreas da saúde.

VE - A Ordem dos Médicos também é restritiva em relação aos cursos de Me-dicina?

AAD - Os médicos não ajudam, mas existe alguma confusão. As pessoas acham que tirar um curso é igual ao exercício da profissão e isso não é verdade. Uma pessoa pode ter o curso de Medicina e não exer-cer a profissão. A Ordem dos Médicos tem possibilidade de determinar quem tem ca-pacidade para exercer medicina criando um exame de acesso ao exercício da profissão. Aí terminava essa discussão.

Espanha tem mais de 10 cursos privados de Medicina a funcionar

VE - E nos outros países da União Eu-ropeia há escolas privadas com cursos de Medicina?

AAD - Nos outros países existem escolas privadas sem qualquer tipo de constrangi-mento, basta olhar para Espanha, isto é, tem que demonstrar que tem qualidade para o fazer, mas sem haver este tipo de preconceito. Espanha tem mais de 10 cur-sos privados de Medicina a funcionar, ape-sar de o ensino superior privado ser menos expressivo. Em Portugal, o ensino privado tem vindo a ser desmantelado nos últimos anos de uma forma absolutamente inacre-ditável.

VE - A estratégia seguida pela CESPU é de agregar o ensino à prática hospi-talar, à semelhança do que acontece com outras instituições nesta área? Geralmente, as universidades na área da saúde são agregadas a hospitais.

AAD - Se tiver duas atividades na mes-ma estrutura, pode haver partilha de re-cursos e reduzir ao máximo aquilo que são os desperdícios. É muito mais fácil rentabi-lizar um hospital que tem estas duas ativi-dades do que rentabilizar um hospital que só tem uma atividade. A CESPU tem neste momento uma unidade hospitalar que já está a funcionar muitíssimo bem, o hospi-tal da misericórdia de Paredes, para além de contar com várias unidades de saúde mais pequenas.

É a única instituição portuguesa que tem neste momento serviços a funcionar em hospitais públicos. Temos oito hospitais públicos onde prestamos vários serviços, nomeadamente de medicina dentária, a funcionar com protocolos em que a popu-lação beneficia muito com a nossa ativida-de, e nós obviamente também. Podemos contar com esses hospitais para a formação dos nossos alunos. Para nós, a Medicina seria relativamente simples de pôr a fun-cionar. Diria que, se fosse aprovado agora, no próximo ano letivo estaríamos aptos. Temos a funcionar as matérias correspon-

dentes aos primeiros três anos, já na nossa instituição por via da existência dos vários cursos. E depois porque temos já garantido o funcionamento em hospitais de grande dimensão. Estamos a falar de três dos dez maiores hospitais da zona Norte do país que estão disponíveis para fazer esta forma-ção connosco. Teríamos todas as condições para fazer bem.

VE - Um curso de Medicina na sua cooperativa seria mais barato e mais eficiente do que os cursos do sistema público?

AAD - Sabemos que Medicina é um cur-so extremamente caro e por isso fizemos um estudo de viabilidade económica. É um curso que gostaríamos de colocar no mer-cado e que fosse relativamente aceite, sem ser considerado um curso de preços exage-rados. Temos essa opção porque na CESPU há outras vantagens, a notoriedade, produ-ção científica e conseguimos pôr o curso no mercado a um valor dentro daquilo que se pratica em Portugal e bastante abaixo daquilo que se pratica no resto da Euro-pa. Isso seria uma grande vantagem para a população. O Estado não devia insistir em manter numerus clausus acima daquilo que está inicialmente aprovado para os cursos. Quase todos os diretores do curso de Me-dicina a funcionar em Portugal se queixam do esforço que as instituições estão a fazer para dar aulas a mais alunos do que os pre-vistos, levando a um aumento da despesa pública. Se o Estado percebesse que devia manter as suas instituições que têm quali-dade a funcionar e a dar Medicina dentro dos números previstos e deixasse ao setor privado, de facto, aquela margem que há de liberdade para as pessoas poderem optar conforme a maior ou menor procura por parte do mercado, seria um excelente ato de gestão. Neste momento, o que o Estado está a fazer é aumentar a despesa pública,

“Há uma coisa que os portugueses devem ter consciência: o país não sobrevive mantendo um setor públi Dias.

Alunos do Curso de Ciências Biomédicas podem terminar formação em Medicina em universidade espanhola

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deve ser feito diretamente ao cidadão

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 7

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quando haveria sempre uma proposta pri-vada de uma ou duas instituições que resol-veriam o problema.

“O Estado paga muito dinheiro a muita gente para não fazer mais nada”

VE - A despesa pública nesta área continua a aumentar?

AAD - Mesmo que não aumente, tam-bém não diminui. O setor público do en-sino superior é uma das áreas onde existe mais despesismo em Portugal. Basta falar de algum modelo de contratação pessoal e o Estado tem de perceber que não pode continuar a investir nesse tipo de soluções. O regime de exclusividade de contratação de professores devia ser uma exceção para aqueles que, por interesse institucional, devem estar mais tempo na instituição e devem eventualmente dedicar-se de outra forma à instituição. Num setor público é a maneira normal de se estar, isto é, qual-quer pessoa pode optar pela exclusividade. Invertemos o sentido naquilo que é exclu-sividade. Não deve ser um interesse pessoal, deve ser um interesse institucional. O Esta-

do paga muito dinheiro a muita gente para não fazer mais nada e é por aí que se devem fazer os ajustamentos.

VE - Em vez de o Estado financiar di-retamente as instituições públicas de ensino, seria preferível fazer o finan-ciamento aos estudantes, dando-lhes a liberdade de opção pelo público ou pelo privado?

AAD - Há dois setores onde o financia-mento deve ser feito ao utilizador e não às instituições. Ao financiarmos as instituições estamos a introduzir múltiplos fatores de des-pesa. No ensino e na saúde, o financiamento devia ser feito diretamente ao cidadão.

Há muitas maneiras de o fazer. Através de benefícios fiscais e através de bolsas para os carenciados de facto. Através destes dois modelos o Estado resolvia 99% dos proble-mas. Lamentavelmente, a uma dada altura, utilizou-se o termo, o cheque ensino ou o cheque aluno, para desvalorizar a ideia.

A perspetiva é correta no sentido de fi-nanciar os utilizadores. Não tem de ser através do cheque, como é óbvio, mas é através de ação social. O Estado apoia os alunos que são carenciados e paga-lhes, ou paga diretamente às instituições que têm esses alunos. Depois tem a redução do be-nefício fiscal de quem pode pagar, propor-cionalmente aos seus benefícios fiscais, e obtém assim uma contrapartida. A maior parte dos portugueses – lamentavelmente, não estamos a falar de ricos, estamos a falar da classe média que tradicionalmente aca-ba por pagar as faturas todas – que têm o filho a estudar no ensino superior privado, através dos seus impostos, está a sustentar um setor público que não vai utilizar e não tem nenhum benefício por estar a pagar os estudos dos seus familiares.

VE - Nem benefício fiscal…AAD - Nenhum. Não há benefícios por

estar a pagar os meus estudos, e ainda por cima sou obrigado a sustentar um sistema que não utilizo e com desperdícios que toda a gente conhece. As instituições pú-blicas do ensino superior continuam a con-tratar docentes.

O financiamento tem de ser claramente alterado.

Há uma coisa de que os portugueses devem ter consciência: o país não sobre-vive mantendo um setor público com a dimensão que tem. E onde é que o setor público tem maior dimensão? Na saúde, na educação e depois obviamente nos servi-ços públicos e da administração pública. É preciso mudar e estou convencido que esta seria uma forma correta. Cada um paga as suas propinas e de acordo com os rendi-mentos que tem acaba por obter benefícios fiscais. Para quem não é capaz de pagar ou não pode pagar, existe a ação social e o Es-tado ou paga dando bolsas aos alunos ou faz contratos programa com as instituições e paga às instituições por prestarem esses serviços. Garanto que reduzia significati-vamente os encargos com o setor público.

VE - Tem uma estimativa sobre a re-dução de custos que seria possível obter por essa via?

AAD - Pelas nossas contas, e já fizemos um estudo muito por alto porque é difícil saber com rigor quanto se gasta no setor público, admito que pudéssemos fazer uma poupança superior a 30 por cento, se, em vez de estarmos a atribuir orçamentos às universidades, financiássemos os utentes.

Esta medida à partida não ia causar de-semprego. Se as instituições estão bem ajus-tadas às necessidades, continuariam a ter os seus clientes, só invertíamos a forma do financiamento, o que tornaria mais compe-titiva a relação das instituições no mercado,sendo que todas estariam em igualdade decircunstância.

Ao fim de 20 anos, garanto que só as boasinstituições estariam a funcionar porque asoutras, naturalmente, por falta de clientes, acabariam por se extinguir. É inadmissível que, num país como o nosso, todos os dis-tritos tenham um ensino superior público.

Quando as pessoas acham que o setor público é melhor que o privado, as pesso-as não têm que ter receio. Há instituições privadas tão boas ou melhores que muitaspúblicas e vice-versa, há bom e mau dos dois lados. Mas, de facto, as pessoas que de-fendem tanto a qualidade do setor público não tinham de ficar preocupadas com estaabertura que um aluno pudesse escolher a instituição para onde poderia ir estudar.Seguramente que iam escolher sempre as melhores e essa é que é a grande vantagem.É lançar a competição direta da qualidade perante um mercado que hoje não existe porque hoje o privado está a concorrer comum setor que é praticamente gratuito.

co com a dimensão que tem”, afirma António Almeida

Financiamento direto de utentes permitiria poupança superior a 30% da despesa com universidades

Obstáculo à criação do ensino da Medicina privada “não se remove”

O obstáculo que existe à criação do ensino da Medicina privada em Portugal “não se remove porque ainda vivemos, lamentavelmente, do estatuto das instituições, das pessoas e provavelmente por isso também estamos na situação em que estamos”, afirma o presidente da CESPU. “As universidades que têm Medicina têm uma grande vantagem sobre as outras, por uma questão de notoriedade. Aquelas que têm Medicina também não querem que as outras tenham. Costuma-se dizer que a Medicina é a cereja em cima do bolo das universidades. É aquilo que as universidades acabam por querer ter para dizerem que atingiram determinado estatuto numa determinada dimensão.” “Quando universidades, como Aveiro e o Algarve, quiseram ter Medicina, a de Aveiro acabou por não abrir e no Algarve está sob avaliação. Todas as outras que têm Medicina reagiram, porque não faz sentido, de acordo com os seus responsáveis, existirem mais estabelecimentos de ensino com essa atividade. Penso que é por isto, pelo estatuto”, acrescenta. António Almeida Dias recorda ainda que “a UBI foi mais falada por ter Medicina nos últimos anos do que desde a sua

constituição. Poderíamos dizer que a UBI é falada nos meios de comunicação social e 90 por cento é sobre Medicina. A própria Universidade do Minho, na maior parte das vezes em que é referenciada, é-o por causa do curso de Medicina. Aveiro foi badalada em todo lado porque disse que queria ter um curso de Medicina. O Algarve andou em todos os jornais quando abriu o curso de Medicina. Portanto, de facto, a Medicina é um curso que acaba por dar muita notoriedade às instituições.” “Quando esprememos os motivos/objetivos que levariam as pessoas a não querer que o curso de medicina existisse noutras instituições, teríamos de pensar muito mal dessas pessoas. Teríamos de pensar que elas preferem que os portugueses vão para a República Checa e para outros sítios pagarem imenso dinheiro para terem os jovens a estudar Medicina. Motivos objetivos não encontramos nenhum, porque, se temos corpo docente, se temos investigação, se temos hospitais, se temos tudo, devíamos ter autorização! Depois ainda dizem – “não autorizamos”, porque não têm qualidade - quando vemos aprovar cursos no setor público, absolutamente sem qualidade nenhuma feitos em instituições sem experiência na área da saúde.

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ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

Um dos maiores salões europeus do setor da construção vai acolher, em novembro, expositores de todo o mundo para dar a conhecer os seus produtos e soluções. Uma oportunidade que poderá ser aproveitada pelos profissionais portugueses para fazer frente à crise do setor no mercado domésticoANA SANTOS [email protected]

Todas as profissões, fileiras, técni-cas e soluções relacionadas com o se-tor da construção e atividades-satélite estarão concentradas em Paris, de 4 a 8 de novembro, no Batimat, um salão inteiramente dedicado à construção. O certame realizou-se pela última vez em 2011 e espera este ano receber mais de três mil expositores e 400 mil visitantes profissionais. Entre eles, estarão alguns empresários portugueses, tendo a “Vida Económica” confirmado junto da or-ganização que a afluência de inscrições

portuguesas segue a bom ritmo, repe-tindo a procura de 2011. “Aguardamos ainda mais inscrições de empresas por-tuguesas, pois estamos certos que esta é uma boa oportunidade para ficar a par daquilo que vai acontecer de inovador neste setor nos próximos dois anos e é também uma excelente ocasião para as empresas portuguesas apresentarem as suas soluções a tantos visitantes, prove-niente de todo o mundo”, alega Cécile Caruana, diretora de Comunicação e Marketing do Batimat.

Além do salão dedicado à construção, o certame acolhe ainda dois salões reali-zados em paralelo – o Interclima+Elec, dedicado à eficiência energética dos edi-fícios, e o Ideo Bain, inteiramente fo-cado nas casas de banho. “Na verdade, este é o encontro mundial de todas as profissões ligadas à construção e é tam-bém o salão de grandes dimensões que

se realiza geograficamente mais próximo de Portugal”, explica Cécile Caruana, acreditando que o contexto de crise que o mercado doméstico atravessa atual-mente poderá motivar os empresários portugueses a apostar nesta componen-te de visibilidade internacional. “É im-

portante que os expositores apareçam com inovações e com capacidade para apresentar aplicações diretas dos seus produtos. Devem apostar no concreto, na apresentação concreta das suas solu-ções”, aconselha a porta-voz do Batimat.

Cécile Caruana revela também à “Vida

Económica”, que tem encontrado nos empresários portugueses grande moti-vação para apostarem na internaciona-lização das suas empresas. “A crise é um fator adicional de motivação, é certo. Mas em Espanha o setor da construção também está em crise e encontrámos em Portugal maior vontade de internacio-nalizar do que em Espanha”, compara. Cécile Caruana confirma que os mer-cados da Europa Ocidental são aqueles que, atualmente, apresentam contextos internos mais difíceis neste setor da construção, “ao contrário da Europa de Leste, que está bem melhor, ou de países onde o setor está em expansão, como o Brasil ou a China”.

Além das visitas aos expositores, os vi-sitantes do Batimat poderão ainda par-ticipar nas conferências paralelas. Este ano, o destaque no ciclo de conferência vai para o Encontro de Arquitetos, que irá compilar mais de três dezenas de projetos e obras exemplares de arquite-tura de renome internacional.

PME PORTUGUESAS RECETIVAS À PARTICIPAÇÃO

Batimat abre portas à internacionalização na construção

“O Batimat é uma excelente ocasião para as empresas portuguesas apresentarem as suas soluções a tantos visitantes, proveniente de todo o mundo”, alega Cécile Caruana.

Portugal com terceira maior quebra na construção da UEA produção na construção nacional registou uma quebra de 12,9%, em maio, face a igual mês do ano passado. Foi a terceira maior descida neste setor de atividade da União Europeia, de acordo com o Eurostat. Apenas a Polónia e a República Checa tiveram descidas ainda mais acentuadas. Ainda assim, Portugal apresentou uma queda homóloga menos acentuada desde o início do ano passado. Em contrapartida, relativamente a abril, a queda foi de 2,1%, quando em março se tinha registado um aumento de quase sete pontos percentuais.

Bruxelas quer criar Procuradoria EuropeiaA Comissão tem a intenção de criar a Procuradoria Europeia para reforçar o combate à frau-de e à evasão fiscais. A nova entidade terá como competências exclusivas a investigação, a ação penal e, se se justificar, a submissão a julgamento, nos tribunais dos Estados-Membros, de cri-mes que afetem o orçamento da UE. A Procuradoria Europeia será uma instituição indepen-dente, sujeita ao normal controlo democrático, garante Bruxelas. A entidade terá uma estru-tura descentralizada e economicamente eficiente.

“Mercados externos têm mais riscos”

África é o continente que reúne o maior número de destinos de internacionalização de empresas portuguesas no setor da construção, mas o fenómeno tem já uma escala mundial, confirma António Manzoni, diretor de serviços da AECOPS. Na sessão de apresentação do Batimat, Manzoni revelou que a internacionalização de empresas portuguesas ocorre já em 40 países e que, “apesar da instabilidade dos mercados africanos, há muito potencial de crescimento para explorar e Portugal está bem posicionado”. No entanto, o responsável da AECOPS fez questão de salientar que esta não é a solução para todos os problemas das empresas portuguesas que operam no setor da construção. “Convém ter noção que a internacionalização não é futuro para todos. Os mercados externos têm mais riscos e nenhum setor pode crescer de forma sustentada sem um mercado interno”, alega António Manzoni.Ainda assim, Manzoni reconhece que Portugal “não voltará a ter um grande ciclo de investimentos em obras públicas” e por isso alega que “o grande desfio do setor está nas cidades”, referindo-se concretamente à reabilitação urbana, à eficiência energética e à mobilidade.

Certame espera este ano receber mais de três mil expositores e 400 mil visitantes profissionais

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ATUALIDADE/Opinião

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 9

O novo ciclo de gestão governativa, centrado numa agenda de crescimento, deverá reforçar o papel da diplomacia económica. A diplomacia económica é fundamental na nova agenda económica para Portugal e deverão ser as empresas a liderar o processo de afirmação da competência portuguesa no mundo global. Impõem-se neste processo empresas capazes de projetar no mundo uma dinâmica de procura permanente da criação de valor e aposta na criatividade. Têm que se assumir como atores “perturbadores” do sistema, induzindo na sociedade e na economia um capital de exigência e de inovação que façam da marca Portugal uma clara referência internacional. Por isso, a diplomacia económica não se faz por decrero!

A diplomacia económica tem que se assumir como o ponto de partida e de chegada

de uma nova dimensão da competitividade em Portugal. Assumido o compromisso estratégico da aposta na inovação e conhecimento, estabilizada a “ideia coletiva” de fazer do valor e criatividade a chave da inserção das empresas, produtos e serviços portugueses no mercado global, compete às empresas a tarefa maior de saber protagonizar o papel simultâneo de ator indutor da mudança e agregador de tendências. As empresas terão que saber utilizar as redes diplomáticas existentes, sempre numa base de partilha colaborativa estratégica e tendo por base a concretização de objetivos claros e adequados á carteira de competências do país.

As empresas têm que se assumir como atores globais, capazes de transportar para a nossa matriz social a dinâmica imparável do conhecimento e de o transformar em ativo

transacionável indutor da criação de riqueza. Para isso, a chave da diplomacia económica deverá assentar em três grandes instrumentos estratégicos – a captação de investimento de inovação, o reforço da carteira de valor das exportações e a projeção superior da marca Portugal. Diplomacia económica é, assim, um compromisso entre ambição e excelência, um verdadeiro apelo à mobilização dos nossos melhores talentos e competências.

A questão do papel dos talentos na diplomacia económica é decisiva. É inequívoco o sucesso que nos últimos anos se tem consolidado na acumulação de capital de talentos de Norte a Sul, nos diferentes centros de competência que proliferam pelo país. Chegou agora o tempo de dar a estes talentos dimensão global, no aproveitamento das suas competências e na geração de criatividade e

valor que eles podem induzir. Duma forma sistemática, arrojada mas também percebida e participada. A sua participação em projetos integrados e colaborativa de base global é um desafio que tem que ser incentivado.

As empresas têm um grande desafio no grande projeto da diplomacia económica. Porque as empresas são um percurso possível decisivo na nossa matriz social, o sucesso com que conseguirem assumir este novo desafio que têm pela frente será também em grande medida o sucesso com que o país será capaz de enfrentar os exigentes compromissos da globalização e do conhecimento. As empresas têm que assumir dimensão global ao nível da geração de conhecimento, valor, mas também de imposição de padrões sociais e culturais. As empresas têm que ser o grande ator da mudança que se quer para Portugal.

AS REDES INTERNACIONAIS TERÃO QUE ESTAR CADA VEZ MAIS AO SERVIÇO DAS EMPRESAS

Diplomacia económica e crescimento

Começo por colocar uma questão: e se eu, gestor de uma empresa, conseguisse profissionais especializados que melhorassem o meu serviço ao cliente, permitindo uma melhor gestão de tempo e recursos e um controlo de custos em simultâneo? É uma excelente perspetiva e, por isso, muitos dirão que é utópica. Porém, na realidade, trata-se exatamente do que o modelo de outsourcing permite a qualquer empresa, independentemente da sua dimensão.

Avancemos por partes, começando pela atual conjuntura de negócio: dominada pela contração económica e pela necessidade de fazer mais com menos. A palavra de ordem em qualquer empresa, seja ela uma grande empresa ou uma PME, é contenção. Qualquer gestor sabe que contratar novos serviços vai implicar mais dinheiro e por isso a grande questão é: onde é que o serviço de outsourcing marca a diferença? Com um só plano de prestação de serviço, a empresa beneficia de apoio especializado (realizado por pessoas habilitadas para tal), melhor controlo de desempenho, flexibilidade na adaptação aos fluxos de trabalho e também a novos processos. Isto, por sua vez, permite que a estrutura diretiva esteja mais liberta e se mantenha totalmente focada no core business, sem outras preocupações. Voltando ainda à contenção de custos, é necessário ter em conta que o recurso ao outsourcing permite transformar boa parte dos custos fixos em custos variáveis, partilhando-se o risco com o outsourcer o que, naturalmente, também se converte em ganho.

Falemos agora de boas práticas. São indispensáveis para que um negócio tenha sucesso e culmine na satisfação final dos clientes. No caso da área de atenção ao cliente, por exemplo, a contratação de empresas especializadas tem-se tornado uma mais-valia interessante para as empresas. O

mesmo vai acontecendo noutros setores, como mostram as últimas reações do mercado, que apontam para um aumento de confiança na qualidade deste serviço. Isto só foi conseguido graças a uma vasta gama de profissionais especializados e altamente motivados, que se empenham no trabalho desenvolvido e na criação de um modelo assente na estreita ligação e parceria com o cliente. A isto junta-se o acesso às diferentes ferramentas tecnológicas e um know how, determinantes para se conseguir excelentes resultados.

Porém, investir num serviço de outsourcing é em simultâneo um desafio, já que implica entregar setores do negócio a outras empresas, o que nem sempre é fácil para quem gere. A boa notícia, sabe-se agora, é a satisfação final. Estudos mostram que quem optou por contratar serviços de outsourcing está cada vez mais satisfeito. Por outro lado, o governo português está empenhado em manter o país como um dos principais destinos de outsourcing, tendo já definido um plano estratégico para tal. A perspetivas são, por isso, muito positivas.

Os gestores estão cansados da crise e da constante chamada de atenção quanto à necessidade de contenção de custos. São provavelmente as duas expressões que mais os atemorizam. Estas preocupações reais só podem ser combatidas com duas coisas: criatividade e know how. São estes elementos que se tornam diferenciadores, transformando-se em alternativas necessárias. Felizmente, as empresas fornecedoras de serviços de outsourcing têm sabido mostrar estes argumentos, tornando-se apostas seguras, com retorno de negócio e determinantes na resposta à crise. Para muitos que decidiram aceitar este desafio, o recurso ao outsourcing tem sido a razão para dizer “eu tenho sobrevivido à crise”.

Muito se tem dito sobre o novo regime de IVA de caixa, aprovado pelo Decreto-Lei 71/2013, de 30 de maio, para vigorar a partir de 1 de outubro. Este regime permite às empresas com um volume de negócios anual não superior a 500.000 euros, tipicamente as PME, a opção de atrasarem a exigibilidade do IVA devido para o momento do recebimento dos valores faturados, com o limite temporal de doze meses. Em paralelo, a dedução do imposto pelos clientes fica condicionada à posse do recibo comprovativo do pagamento.

Sem entrarmos na questão da eficácia prática do novo regime, o objeto desta nota é o de sublinhar que o regime especial de exigibilidade do IVA é uma realidade com vários anos de existência para certos setores, onde o novo diploma vai provocar efeitos muito negativos.

É o caso das empreiteiras e subempreiteiras de obras públicas (Decreto-Lei 204/97, de 9 de agosto), dos lavradores, nas entregas de bens às cooperativas agrícolas (Decreto-Lei 418/99 de 21 de outubro), e das transportadoras rodoviárias de mercadorias (Lei 15/2009, de 1 de abril). Estes regimes setoriais, equiparáveis ao novo no que se refere à entrega e dedução do imposto, abrangem a generalidade das operações desses operadores, sem lhes exigirem condições relativas à dimensão do volume de negócios.

Ora, ao revogar os regimes especiais existentes, o Decreto-Lei 71/2013 vem expulsar do regime de IVA de caixa várias empresas que dele têm beneficiado, i.e., as que têm um volume de negócios anual superior a 500.000 euros. Se este efeito já decorre da autorização legislativa constante do Orçamento do Estado para 2013, isso apenas parece significar que a falta de maturação das soluções vem de muito

antes da aprovação do Decreto-Lei 71/2013.

Na verdade, o Governo não está ‘amarrado’ ao limite dos 500.000 euros por força do direito comunitário. A Diretiva 2006/112 permite que o limite seja aumentado até 2.000.000 euros, mediante consulta ao ‘Comité do IVA’, ou mesmo sem consulta a este órgão quanto a Estados-Membros que já aplicassem um limite superior a 500.000 euros a 31 de dezembro de 2012.

Já que os regimes setoriais de IVA de caixa especiais não têm limitação de acesso em razão do volume de negócios, o Governo tinha a opção de fixar unilateralmente para os mesmos o limite de 2.000.000 euros. Isso não resolveria o problema da expulsão das não PME do regime de IVA de caixa, mas permitiria ao Governo aproveitar toda a margem de manobra que a Diretiva lhe concede.

Mesmo para os demais setores, o Governo poderia ter procurado fixar o limite nos 2.000.000 euros, embora, neste caso, já necessitasse de acordo do ‘Comité do IVA’. Quanto a estes, é, porém, razoável considerar que razões de prudência na gestão da receita fiscal tenham sido ponderadas. O preâmbulo do Decreto-Lei 71/2013 aponta o carácter inovador como justificação para a introdução da medida de forma gradual, deixando aberta a porta a ulteriores elevações do limite.

Para aqueles setores negativamente afetados é que não cabe pensar em razões de prudência, pois que, após todos estes anos de histórico de IVA de caixa, não há o apontado ‘caráter inovador’. Se sempre sofreriam um efeito de exclusão do regime do IVA de caixa por força da Diretiva 2010/45, tal efeito podia ter sido limitado às empresas com volume de negócios superior a 2.000.000 euros, certamente um universo muito menor do que o daquelas que serão excluídas por força da opção do Governo.

Outsourcing: o desafio que permite responder à crise

IVA de caixa para as PME — os setores que perdem

com a mudança

ÁLVARO BUESADirector Regional de Marketing & Vendas da Transcom para a Península Ibérica e América Latina.

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

LUÍS M. S. OLIVEIRA / ANA RAQUEL COSTASócio / AdvogadaMiranda Correia Amendoeira & Associados

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10 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

O regime dos bens em circulação previsto no Decreto-Lei n.º 147/2003 foi objeto de algumas alterações com o Decreto-Lei n.º 198/2012 e com a Lei do OE para 2013, originando a republicação do diploma.

As alterações, apesar de não serem numerosas, introduziram um conjunto de novas obrigações para os sujeitos passivos que sejam detentores/remetentes de bens, quer no que à emissão de guias de transporte diz respeito, quer no que concerne à comunicação à Administração Tributária das mesmas.

O sistema que agora se pretende implementar visa permitir à Autoridade Tributária um maior controlo das operações realizadas e tornar mais simples e mais rápido o cumprimento das obrigações de emissão de documentos de transporte pelas empresas.

Concordamos que as alterações previstas cumprirão de facto os objetivos a que se propõem, se estivermos perante um cenário idealista de perfeição.

Ou seja, nos casos em que o remetente de bens, por exemplo, com um programa de faturação certificado, emite a fatura com os elementos exigíveis para que esta possa também servir de documento de transporte. Neste caso, não

necessita de código e a comunicação prévia às autoridades é automática, com a emissão do documento. A mercadoria chega ao seu local de destino, todas as quantidades indicadas no documento foram entregues, cumprindo-se todas as fases com enorme sucesso.

O problema é que, frequentemente, ocorrem situações imprevisíveis na entrega da mercadoria que irão certamente complicar os procedimentos que se pretendiam simplificados.

Por exemplo, uma empresa que transporta determinados materiais, tendo emitido uma fatura- documento de transporte, mas chega ao local de entrega e o mesmo está encerrado, ou, apesar de estar aberto, não quer ficar com a totalidade da encomenda, tem de regressar, o que faz ao documento de transporte?

Ora, nestes casos, tem de existir um documento adicional que irá ser sempre emitido em papel e que deve referenciar o documento de transporte que se pretende alterar. O adquirente dos bens tem 5 dias para comunicar estes elementos ao Fisco pelas vias informáticas.

Ou seja, no exemplo dado parece que não se conseguiu facilitar em nada a burocracia.

As alterações introduzidas poderão

causar alguns transtornos e custos adicionais no seio das empresas, questiona-se, por isso, se este será o melhor momento para a sua introdução.

É que estas alterações ao regime de circulação de bens não só irão envolver os serviços administrativos de uma empresa como também poderão alterar os hábitos do setor logístico de armazenagem, etc.

Acresce que, na nossa opinião, o legislador não soube aproveitar esta oportunidade, continuando a não regular situações similares que podem levar a situações de incerteza.

Por outro lado, este novo regime não teve em consideração determinadas especificidades de alguns setores de actividade que poderão pôr em risco este processo, nomeadamente o setor das indústrias farmacêuticas, que vão ter de emitir e comunicar milhões de documentos.

Assim, e face aos sucessivos adiamentos da vigência do diploma, o “novo” regime entrou em vigor em 01.07.2013, tendo sido instituído por despacho do Senhor Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, que a não comunicação prévia dos documentos de transporte não importará qualquer contra-ordenação, devendo as mesmas ser comunicadas até 15 de Outubro.

O “novo” regime de bens em circulação

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www.vidaeconomica.pt

O AR CONDICIONADO DE GASPAR

Pós-memorando, se analisarmos cerca de uma dezena de indicadores macroeconómicos e de finanças públicas do nosso país, existe apenas um único indicador com comportamento positivo. De forma análoga, podemos dizer que o teto da casa já caiu, as paredes ruíram, o chão desabou, mas, felizmente, o ar condicionado está a trabalhar! Gaspar sai do governo mas deixa-o a trabalhar. O ar condicionado deu um jeitão, não foi Gaspar? Com unhas e dentes, enquanto se aguentou no executivo, Gaspar sempre argumentou que o ar condicionado funcionava em perfeitas condições e ainda melhor do que tinha previsto aquando da sua aquisição. Consequências que dele advêm, a preservar o ar condicionado de Gaspar?

A CRISE - EXEMPLOS DE INICIATIVAS PARA CRIAR INGRESSOS E INVESTIMENTOS

Para reforçar os argumentos antes expostos quanto à possibilidade e interesse financeiro global dessa venda de imobiliário a estrangeiros, ocorre-me imaginar, como simples exemplo, um certo tipo de atividade económica e nela um hipotético “projeto”, no qual até o próprio mercado interno pode facultar à iniciativa a dimensão de procura suficiente para satisfazer essa necessidade financeira de “grandes números”.Há pouco, o “The Economist” noticiava que, na China e na Índia, foram desenvolvidos estudos e experiências relativamente à exploração de instalações assistenciais e seus equipamentos, estudos que reduziram o custo permanente dessa assistência a ¼ a 1/5 do valor a que ela normalmente ascendia.

GONÇALO BRÁSEconomista e Doutorando na Faculdade de

Economia da Universidade de Coimbra.

MANUEL JOAQUIM MONTEIRO DE BARROS

Counselor of real estate (CRE)

ACESSIBILIDADE EM TI, UMA OPORTUNIDADE DE FUTURO

A abordagem de novos serviços em Tecnologias de Informação (TI) está, mais do que nunca, orientada para melhorar a performance das pessoas e a sua ligação à tecnologia. Uma ligação que envolve novos componentes, os quais juntam o poder da criatividade aliado à exequibilidade das soluções. Hoje, na dinâmica do mundo das TI assistimos a uma nova tendência que marca o compasso da inovação, falamos da orientação do negócio ao design thinking e da acessibilidade à informação.Os estudos mais recentes afirmam que as organizações estão mais conscientes e que os profissionais e criativos que desenvolvem novas soluções interiorizaram dois conceitos: design e usabilidade acessível para todos.

INTERNACIONALIZAÇÃO E CUSTOS DE CONTEXTO

Com frequência ouvimos falar em custos de custos referindo-se, sobretudo, aos existentes no mercado português. Contudo, os custos de contexto são características específicas de qualquer mercado. Assim, quando se fala de internacionalização, trata-se de algo a que se deve dar especial atenção. Até porque, muitas vezes, a sua consideração é facilmente descurada na fase inicial de um processo deste tipo. E, no entanto, os custos de contexto podem acabar por ter impactos devastadores no sucesso das operações.É comumente aceite que “custos de contexto” (ambiente competitivo ou fatores de competitividade estrutural) se referem a quaisquer eventos, situações ou condições de natureza estrutural que se revelem contrários a um ambiente propício ao investimento.

FRANCISCO LOPES DA FONSECA CEO da Mind Source

[email protected]

Logo após a venda, não vá festejar!Festeje a vitória apenas durante uns

breves minutos. E, enquanto ainda tem presente na sua memória, reflita e registe toda a informação crítica que considere pertinente para a realização do negócio que acabou de fechar.

Avaliar de forma ativa e consistente como fez a venda e porque é que o cliente lhe comprou é uma etapa essencial para realizar as vendas que se seguem.

Um dos aspetos críticos das razões pelas quais os clientes lhe compraram reside na confiança em si.

Quando os seus clientes confiam em si apenas algumas vezes, significa que vão continuar a pressioná-lo no preço. Presumo que não quer que isto ocorra na sua empresa.

Para conquistar a confiança do seu cliente tem primeiro que fazer com que este goste de si, acredite em si e que mantenha essa confiança consistentemente ao longo do tempo.

A confiança é uma questão de

perceção e de concretização. Baseia-se em sensações únicas percecionadas pelo seu potencial cliente. Quando o seu potencial cliente perceciona valor na relação que começa a estabelecer, começa a acreditar e a ganhar confiança que talvez seja uma boa opção fazer negócio consigo e, talvez, o faça!

A confiança não é algo oferecido. Tem de ser conquistada. Não é conquistada num dia, mas sim dia após dia. Depende das interações ao longo do tempo, das suas palavras e realizações, da sua performance histórica e da sua empresa.

Pode demorar algum tempo e despender imensos recursos para inspirar e fomentar a confiança dos seus clientes. MAS só precisa de um minuto para que o seu cliente deixe de confiar em si e na sua empresa.

A confiança não existe a meio termo: ou o cliente confia ou não confia.

Aqui vão alguns conselhos que o

podem ajudar a melhorar a relação de confiança que instiga…

Faça aquilo que diz! Diga sempre a verdade e entregue aquilo que promete. É exatamente isso que o seu cliente espera.

Acrescente valor ao seu cliente! Aquilo que faz ajuda o seu cliente a beneficiar ainda mais do seu produto ou serviço.

Seja consistente! A confiança não surge uma vez num todo. É uma realidade constante. Não pode entregar bem num dia e no outro dia mal. Ser pontual num dia e no outro não. A confiança e a permanência no tempo não podem ser dissociados.

Nos negócios a confiança é um elemento crítico que une e dá consistência a uma realidade mais complexa.

O que é que está a fazer para tornar a sua empresa mais confiável?

Comece já e coloque a Sua Empresa um passo à frente da sua concorrência!

O que deve fazer logo após fechar uma venda?

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geral www.QuantumCrescimentoNegocios.com

ATUALIDADE/Opinião

Dachser transporta material de construção para AngolaA Dachser Portugal Air & Sea Logistics é a empresa responsável pelo transporte de 70 tone-ladas de material de construção para Angola. O transporte é efetuado de avião, a partir do aeroporto de Lisboa, tendo como destino Luanda. A carga transportada destina-se a obras de iluminação na cidade de Cabinda. Angola assume-se como o principal mercado de exportação da Dachser Portugal, com duas saídas semanais por avião para Luanda. Naquele país, o setor logístico tem uma relevância superior à do setor industrial.

Auto Sueco entre as maiores empresas do BrasilCom duas operações em território brasileiro – Auto Sueco São Paulo e Auto Sueco Centro Oeste (Estados de Mato Grosso, Rondônia e Acre), o grupo Auto Sueco acaba de ver a Auto Sueco S. Paulo posicionar-se entre as maiores do ranking nacional das 1000 maiores empre-sas brasileiras, de acordo com a recente publicação da edição 2012 das “Maiores e Melhores Empresas da Revista Exame”. A Auto Sueco Centro Oeste colocou-se entre as 100 maiores do ranking regional do Centro Oeste.

ANDREIA JÚ[email protected] Associada do Departamento Fiscal da Gali Macedo e Associados, RL

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ATUALIDADE/Internacional

FMI revê em baixa crescimento mundialO Fundo Monetário Internacional reviu em baixa as estimativas de crescimento mundial. Os problemas na Zona Euro e a estimativas menos otimistas para a economia norte-americana contribuem para a descida de 0,2%, para 3,1%, crescendo 3,8% no próximo ano. En-tretanto, as economias emergentes também tendem a abrandar, pelo que ainda há muitos riscos a recaírem sobre o crescimento global.

Espanha vai continuar em recessão no próximo anoO Governo espanhol continua a lançar mensagens de otimismo, as-segurando que a recuperação económica do país terá lugar no ano que vem. No entanto, são cada vez mais os analistas que afirmam que a crise se manterá no próximo exercício. O FMI reduziu em sete décimas o crescimento, o que significa uma estagnação. As empre-sas de análise não compartilham o otimismo dos políticos no poder.

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SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 11

Crise impulsiona consumode energias renováveis

A produção mundial de energia verde continuou a crescer e atingiu novos máximos históricos. O con-sumo de renováveis aumentou 15%, no ano passado. Em contrapartida, a crise faz-se sentir no investimento mundial em renováveis, com uma quebra de 12%, para 244 mil mi-lhões de dólares.

As energias verdes duplicaram a sua produção global durante a crise. Em apenas cinco anos, o seu con-sumo mais do que duplicou. No entanto, o peso das renováveis con-tinua a ser modesto em relação às fontes de energia tradicionais. Con-centram apenas 2,4% do consumo energético global e são responsáveis

por 4,7% da geração de eletricida-de. As grandes potências renováveis continuaram a aumentar o seu con-sumo no ano passado, como foram os casos dos Estados Unidos ou da China. Também a Alemanha tem reforçado o consumo das energias verdes. A energia eólica é aquela que tem merecido maior atenção por parte dos grandes consumidores.

O investimento nestas energias tem-se ressentido da crise. A que-da ficou a dever-se sobretudo ao abrandamento dos projetos futuros nos Estados Unidos e na União Eu-ropeia. O que acabou por dar um maior protagonismo às potências emergentes e aos países em desen-

volvimento. A Europa continua a sera região que concentra os maiores investimentos no que toca às ener-gias renováveis, mas sofreu uma for-te quebra de 29%, no ano passado. Os países asiáticos, em contraparti-da, têm assistido a uma aceleração nos respetivos investimentos.

O objetivo central, por parte dos grandes consumidores, passa por reduzir a dependência relativamen-te ao petróleo. Pelo que este é um mercado com uma ampla margemde crescimento, nos próximos anos. Os analistas acreditam que com o abrandar da crise sejam retomados os investimentos nesta área energé-tica.

O “boom” do petróleo de xisto nos Estados Unidos vai provocar uma erosão no peso da OPEP no mercado global e contribuir para sustentar os preços, ape-sar do crescimento previsto na procura durante o próximo ano. A oferta vai acompanhar sem dificuldades as neces-sidades de procura.

As perspetivas não são otimistas para aqueles que apostam na valorização do preço do petróleo, no ano que vem, ten-do em conta as mudanças esperadas no mercado. Desde logo, o crescimento da oferta fora da OPEP está perto de atin-gir um valor recorde em duas décadas, superior a 1,3 milhões de barris diários. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo arrisca uma mudança de ce-nário radical em mais de duas décadas. A produção deverá aumentar a um ritmo extremamente rápido em países como os Estados Unidos, a Rússia ou o Canadá, prevê a Agência Internacional de Energia (AIE) no seu estudo mais recente. Por sua vez, a China manter-se-á o principal mo-tor da procura, com mais 385 mil barris

por dia. O mapa energético continua a mudar a nível global, com novos agentes de mercados, quer do lado da produção, quer da procura.

Petróleo norte-americano compensa aumento da procura

Os computadores pessoais (PC) sofreram mais uma forte quebra nas vendas durante o segundo trimestre, na ordem de quase 11%. Foi o quinto trimestre consecutivo de des-cida, num total de 85 milhões de unidades vendidas. Os tablets ganham terreno, com um aumento de 70%, no segundo trimestre.

O PC converteu-se no concorrente mais fraco relativamente aos aparelhos móveis, smartphones e tablets, que continuam a sua escalada no mercado global das tecno-lógicas. A dimensão, a comodidade e a pos-

sibilidade de se estar ligado sem cabos em qualquer sítio são os fatores principais que marcam a diferença na batalha tecnológica. As marcas que mais têm sido penalizadas são a Acer, que perde 35% das vendas, e a ASUS, com uma quebra de 21%, no perí-odo em análise e face a igual trimestre do ano passado. Ainda nos PC tradicionais, a marca menos afetada foi a Lenovo, que ga-rante a maior quota de mercado (16,7%) e a menor quebra (0,6%), seguindo-se a HP e a Dell.

Vendas de PC tornam a sofrer forte quebra

Os Estados Unidos e a Europa têm reduzido consideravelmente os investimentos em energia verde.

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“Na TrofaSenior, estamos constantemente à

Vida Económica – Pode des-crever como é que o cuidado com os idosos tem evoluído e os novos problemas com que se tem deparado?

Alfredo Gomes – O decrés-cimo do número de pessoas por habitação a que se assiste no nos-so país – particularmente com o efeito do envelhecimento da população e fenómenos como a emigração – está a reduzir o su-porte facultado pelos cuidadores informais e a aumentar a neces-sidade de cuidados em residên-cias e cuidados domiciliários. Tem-se verificado um acréscimo da necessidade de cuidadores for-mados para lidar com residentes com diferentes tipos de demên-cia. Devido ao decréscimo gene-ralizado de poder de compra (que se irá manter nos próximos anos), as residências veem-se obrigadas a otimizar custos, mantendo ou, se possível, aumentando a quali-dade de serviço.

VE – Como tem sido a procu-ra por soluções para endereçar esses problemas?

AG – Na TrofaSenior, estamos constantemente à procura de so-luções que nos possam ajudar a otimizar as operações da nossa equipa sem prejudicar a quali-

dade do serviço prestado. Natu-ralmente, procuramos também diferenciadores na nossa oferta que nos permitam estar à frente da concorrência. Visitámos di-versos eventos e congressos, onde observámos várias soluções e ofertas… Mas, na nossa opinião, eram todas muito caras e comple-xas, na perspetiva dos cuidadores e dos utilizadores finais (os nossos clientes, os seniores).

VE – Porque é que escolheu a onCaring?

AG – Em primeiro lugar, por-que a solução deles, o onAll, é totalmente automatizada e não obriga a nenhuma interação entre o sénior e os equipamentos. Na realidade, os seniores apenas têm de utilizar os dispositivos e tudo o resto é com a nossa equipa de cui-dadores. Em segundo lugar, por-que se tornou desde logo evidente que a solução onAll é completa e intuitiva para os cuidadores. Para este ponto contribuiu o facto de ter sido desenvolvido com o su-porte de pessoas que estão envol-vidas no domínio das operações de residências assistidas. Depois, e não menos importante, porque a solução deles realmente funcio-na! Os alarmes de localização e deteção/prevenção de quedas são

de tal forma assertivos que rara-mente perdemos tempo a olhar para situações de falsos alarmes. Finalmente, porque, olhando para todas as outras soluções no mercado e considerando todas as suas funcionalidades, o onAll é uma situação muito em conta.

VE – Como é que as soluções da onCaring, em particular o onAll, ajudam a resolver os problemas?

AG – Temos conseguido con-trolar, sistematicamente, as inci-dências derivadas de localizações inapropriadas de residentes com demência e temos sido capazes de reagir e responder a situações de quedas em menos de três minu-tos, minimizando lesões e trau-mas para os nossos residentes.

VE – Que efeitos positivos salienta da utilização do onAll e como é que estes se refletem no negócio?

ALFREDO GOMES, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO, INDICA

TrofaSenior Residências faz balanço posi FERRAMENTA DE ACOMPANHAMENTO PERMANENTE A RESIDENTES DESENVOLVIDA PELA ONCARING

Os alarmes de localização e deteção/prevenção de quedas são de tal forma assertivos que raramente perdemos tempo a olhar para situações de falsos alarmes

A TrofaSenior Residências faz um balanço positivo da implementação da ferramenta onAll no Clube Residencial Sénior de Alfena (uma parceria quadripartida entre o Sindicato dos Bancários do Norte, a Família Carriço, o Grupo Trofa Saúde e Vila Nova Saúde). Desenvolvido pela onCaring, do grupo da Critical Software, o onAll monitoriza a localização e detecta e previne quedas de cidadãos seniores. “Nos primeiros três meses após estarmos a usar o sistema, conseguimos reestruturar a equipa de cuidadores, reduzindo o respetivo número no turno da noite sem comprometer a qualidade do serviço. Só com esta medida recuperámos o investimento na solução. Mesmo assim, temos conseguido não só controlar, de forma sistemática, as incidências derivadas de localizações inapropriadas de residentes com demência como também sido capazes de reagir e responder a situações de quedas em menos de três minutos, minimizando lesões e traumas para os nossos residentes”, explica, em entrevista, o presidente do conselho de administração da TrofaSenior Residências, Alfredo Gomes.

Exportações da ITV consolidam crescimentoAs exportações da indústria têxtil e vestuário (ITV) cresceram 7,1%, em maio, face a igual mês do ano passado, um valor que consolidou os resultados agregados, com um acréscimo de 2,4% nos cinco primeiros meses, o correspondente a mais 41 milhões de euros exporta-dos. A balança comercial da ITV, no período de janeiro a maio, foi de 463 milhões de euros ou mais 1,6%, em termos homólogos. Destaque para o bom desempenho das exportações de artigos têxteis-lar e outros artigos confecionados, bem como para o vestuário e acessórios de malha.

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

12 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

onCaring / onALL

A crescente procura por instituiçõesde cuidados à população sénior incrementa o recurso a tecnologias que permitem poupar tempo aos cuidadores e aumentar a qualidade de serviço oferecido. A onCaring, empresa portuguesa do grupo da Critical Software, concebe, desenvolve e comercializa sistemas de acompanhamento e gestão de cuidados para a população sénior.Com o sistema onAll da onCaring reduz o tempo que o idoso espera atéreceber auxilio de um cuidador mediante a utilização de sensores portáteis e fáceis de usar, que fornecem informação sobre a localização do sénior, a sua condição geral e eventos de risco melhoram a suan eficiência. Desta forma, atenua-se o impacto dos episódios de urgência e economiza-se tempo aos cuidadores. O sistema permite ainda a documentação do evento e a partilha de informação.Entre as várias funcionalidades

que o onAlldisponibiliza, destacam-se:

voluntário de ajuda.

movimentos que poderão anteceder quedas, podendo preveni-las.

sénior, e geração de alarme nas situações de localização indevida. onCaringParque Industrial de Taveiro, Lote 493045-504 Coimbra, PORTUGAL +351 239 989 100 [email protected]

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procura de soluções que nos possam ajudar a otimizar as operações da nossa equipa sem prejudicar a qualidade do serviço prestado”, refere Alfredo Gomes.

tivo da implementação do onAll

AG – Conseguimos reduzir muito rapidamente o nosso custo operacional. Nos primeiros três meses após estarmos a usar o sis-tema, conseguimos reestruturar a equipa de cuidadores, reduzindo o seu número no turno da noite sem comprometer a qualidade do serviço. O investimento efetuado foi por isso recuperado em mui-tos menos de um ano.

Por outro lado, temos evidên-cias factuais que nos permitem demonstrar o nível de qualidade de serviço fornecido pela Trofa-Senior aos seus residentes, um fator que é naturalmente chave para as famílias que procuram os nossos serviços.Em termos de marketing, temos também dados que nos permitem demonstrar que fornecemos melhores servi-ços que quaisquer outros, fazen-do uso da informação estatística fornecida pelo onAll.

VE – Qual é o nível de acei-

tação do produto pelos cuida-dores?

AG – A maioria dos cuidado-res recebeu o onAll de braços

abertos. Era evidente para eles que existia a necessidade de uma solução de fácil utilização e que se traduzisse num impacto signi-

ficativo em termos da qualidade do serviço que fornecem aos nos-sos residentes. Curiosamente, os poucos cuidadores que não fica-ram convencidos logo de início são talvez agora os mais entusias-tas da utilização da solução.

VE – Como descreve que es-

teja a decorrer a experiência de implementação do produto onAll na instituição?

AG – A implementação técni-ca da solução foi extremamente rápida. O grande desafio foi a adoção apropriada por parte da equipa de cuidadores. Levou-nos cerca de seis semanas para que toda a equipa de cuidadores es-tivesse a usar a solução de forma natural. Tivemos o suporte da equipa de acompanhamento da onCaring que trabalhou continu-amente para identificar melhorias e atualizar um manual de boas práticas de cuidadores que usam o onAll.

Empresas apoiam colaboradores na marcação de férias

Com a chegada do verão, existem empresas no nosso país que também se preocupam com os seus trabalhadores no cam-po puramente lúdico e de lazer,ajudando-os a procurar viagens e alojamento, assim como assesso-rando noutras questões, como ocuidado de crianças, idosos e até animais de estimação.

A maioria dos trabalhadores não dispõe do tempo necessário para organizar as suas viagens com as devidas garantias. É com intenção de resolver este e outros problemas relacionados com o descanso estival que cada vez são mais as empresas, como a Proc-ter & Gamble, Novartis, San-doz, Alcatel Lucent, Cushamn & Wakefield, Rexel ou a ThompsonReuters, que optam por contratar serviços externos que ajudam a conciliar a vida laboral e pessoaldos seus funcionários.

A Albentrure é uma das enti-dades em Portugal a oferecer aostrabalhadores das suas empresas--cliente serviços destas caracte-rísticas, como: planeamento de atividades lúdico-terapêuticas em spas e termas; procura de hotéis com a melhor relação qualidade--preço; assessoria, informação e recomendação de destinos turísti-cos; cuidado de crianças e idosos;cuidado de animais de estimação; preparação e limpeza de residên-cias secundárias; apoio contínuo 24 horas em caso de urgências(assistência de saúde, procura de especialistas em reparações em caso de avarias, etc.); assessoriae ajuda em reclamações a hotéis, agências de viagens e outras en-tidades em casos de cobrançasindevidas ou incumprimentos do contrato

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 13

Zona Euro com excedente comercial de mais de 15 mil milhõesA Zona Euro registou um excedente comercial de bens de 15,2 mil milhões de euro, em maio, mais 6,6 mil milhões do que em igual período do ano passado, de acordo com o Eurostat. A Ale-manha, a Holanda e a Irlanda foram os países que apresentaram os maiores excedentes comerciais de janeiro a abril, enquanto o Reino Unido, a França e a Grécia tiveram os défices mais acentuados.Portugal apresentou um défice de 2,7 mil milhões, contra os 3,8 mil milhões do exercício anterior.A União Europeia, em maio, teve um excedente comercial de 15,8 mil milhões de euros.

Internacionalização leva Lena a resultados recordeO grupo Lena garantiu resultados recorde, no ano passado, sobretudo devido à internacionaliza-ção. Os bons resultados ficaram a dever-se principalmente às atividades de construção na Vene-zuela, em Angola, no Brasil e na Argélia. A construtora obteve um resultado líquido de quase 30 milhões de euros, com um EBITDA de 47,2 milhões de euros. A faturação fixou-se em cerca de 200 milhões de euros. A nível nacional, o destaque, pela positiva, foi para as áreas do ambiente e da energia. Em termos consolidados, a faturação cifrou-se em 495,4 milhões de euros.

TrofaSenior Residências

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FERNANDA SILVA [email protected]

A Companhia Própria, em-presa especializada em forma-ção profissional e consultoria de recursos humanos, foi es-colhida pela Sonangol para dar formação aos seus quadros su-periores, em áreas como a con-sultoria e imagem empresarial, protocolo internacional e orga-nização de viagens.

Em declarações à ‘Vida Eco-nómica’, Luís Ferreira, Executi-ve Partner da consultora, afir-ma que esta escolha traduz “um reconhecimento” do trabalho desenvolvido pela Companhia Própria e aponta a “possibili-dade de desenhar conteúdos ‘customizados’ ao cliente” e a “proximidade e disponibilida-de” que procuram ter com os seus clientes, como atributos diferenciadores que fizeram a diferença nesta escolha.

“Sentimos que o trabalho da Companhia Própria está a ser reconhecido por empresas de referência, com fortes exigên-cias ao nível dos resultados da formação”. Por isso, “saber que preferem as nossas ações de for-mação e o trabalho dos nossos técnicos é muito gratificante, significa que estamos no cami-nho certo”, assegura o respon-sável.

Para Luís Ferreira, a escolha da petrolífera angolana “mos-tra” também que a estratégia de internacionalização, “assen-ta numa base de crescimento que incorpora a diferenciação e adaptação do produto face aos diferentes mercados”, “está a produzir os seus resultados”. Prova disso mesmo, a empresa promove já ações de formação em seis países, a saber, Portu-gal, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Brasil.

Questionado se a aposta nos países lusófonos era inevitável face à atual situação económica nacional, o Executive Partner da Companhia Própria admite que este “é o caminho correto e a altura certa para implemen-tarmos a nossa estratégia” e ga-rante estar consciente de que “este é um caminho com alguns riscos, uma vez que implica a apresentação de novos produ-tos em novos mercados”.

Consciente que um dos fa-tores críticos de sucesso numa operação de internacionaliza-ção é o conhecimento profun-do dos mercados de destino e que grande parte dos insu-cessos empresariais nesta área surge de deficientes estudos do mercado, a consultora definiu, como estratégia de abordagem, a criação de parcerias com em-

presas locais, com um amplo conhecimento do mercado onde atuam. “Deste modo, mi-nimizamos o risco de insucesso e, simultaneamente, criamos

mais valor acrescentado para o cliente final, dado que tem um parceiro local na cadeia de valor do serviço”, remata o res-ponsável.

Jorge Vasconcellos e Sá vai dar uma conferência sobre liderança no British Museum, em Londres. Organizada pelo London Business Forum, está marcada para 12 de novembro. “Na atual crise eco-nómica, há muito a dizer sobre a importância de haver liderança e sobre o sentimento de insatisfa-ção com os nossos líderes económicos e políticos. Essa insatisfação decorre de um equívoco do que a liderança realmente é. O professor Jorge Vascon-cellos vai explorar esse tema recorrendo a eventos da história como a criação do Império Persa e a Batalha de Chancellorsville em conjunto com as práticas dos melhores gestores mundiais, como Pe-ter Drucker, Steve Jobs, Bill Gates ou Jack Welch”, pode ler-se no comunicado do London Business Forum. No mesmo documento, a entidade descre-ve Jorge Vasconcellos e Sá como uma “autoridade nas ideias de Peter Drucker”.

Companhia Própria selecionada para dar formação aos quadros da Sonangol

Vasconcellos e Sá vai dar conferência sobre liderança no British Museum

Função pública com “futuro adiado”A legislação relativa ao agravamento da carga horária na função pública, bem como à requalificação dos trabalhadores só deverá subir à votação na próxima legislatura, ou seja, no próximo mês de Setembro. Dificilmente a votação poderá ocorrer no dia 24 de julho, até porque os dois diplomas estão a ser debatidos com um pacote de medidas pelo PSD, o PS e o CDS. Como tal, os diplomas não deverão avançar antes das férias parlamentares.

Parceiros sociais querem acordo rápidoOs parceiros sociais, através da respetiva confederação, estão a pressionar o poder político no sentido de se chegar rapidamente a um entendimento. Apelam para que “os partidos que se encontram a negociar o compromisso de médio prazo envidem todos os esforços, pondo de lado interesses partidários de conjuntura”. As confederações consideram que o país atravessa um período muito complicado e que o crescimento económico e a melhoria de vida depende do entendimento de todos os agentes com responsabilidades políticas.

CANDIDATO À CÂMARA DO ,GRESSO

Rui Moreira deixa presidência da ACP por “questões éticas”

O candidato independente à Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, que anunciou recente-

mente a suspensão do seu man-dato de presidente da Associação Comercial do Porto (ACP), jus-tifica que a decisão foi tomada, “exclusivamente, por uma ques-tão ética”.

“Com o intensificar da cam-panha eleitoral autárquica, não podia exercer da mesma forma o cargo, pois se, enquanto pre-sidente da ACP, tivesse de tomar uma posição sobre determinado assunto, isso confundir-se-ia com a posição do candidato”, expli-cou.

“Faltam cerca de três meses para as eleições autárquicas e, numa altura em que a campanha vai intensificar-se, entendo que não devo manter-me na presi-dência desta associação, até por respeito aos interesses dela e dos seus associados”, afirmou Rui Moreira, durante a conferência de imprensa realizada no Palácio da Bolsa, sede da ACP.

O até agora presidente da ACP será substituído no cargo pelo vi-ce-presidente da associação, Rui Ferreira Marques, como previsto nos estatutos, sendo que, após as eleições, será convocada uma assembleia geral, eletiva. Rui Moreira não revela contudo, se pretende regressar à liderança da associação, caso os munícipes não o elejam presidente da Câmara Municipal do Porto.

Os associados da ACP já fo-ram informados desta decisão e tiveram também acesso ao re-latório e contas da Associação Comercial do Porto, que obteve 190 mil euros de lucro no últi-mo exercício.

FST

NEGÓCIOS E EMPRESAS

14 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

“Sentimos que o trabalho da Companhia Própria está a ser reconhecido por empresas de referência”, salienta Luís Ferreira.

Jorge Vasconcellos e Sá.

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MARC [email protected]

As dificuldades levantadas pela desmaterialização de procedimen-tos na justiça podem pôr em causa o sucesso de processos de revitaliza-ção de empresas. Em causa está o envio de documentos por via ele-trónica aos tribunais, sendo que, segundo o artigo 10º da Portaria 114/2008, de 6 de Fevereiro, sobre desmaterialização de procedimen-tos na justiça, estes não podem exceder a capacidade de três mega-bytes (3 mb) por cada envio.

A VE tomou conhecimento de um caso que pode pôr em causa centenas de postos de trabalho. Com efeito, está em curso, a pedido dos trabalhadores da empresa Am-bar, um processo de insolvência es-pecial da empresa, que deu entrada no tribunal do Comércio de Gaia em Fevereiro último, ao qual a Ad-ministração interpôs, cerca de um

mês e meio depois, uma oposição junto do mesmo tribunal.

Para dar seguimento à mesma, e ainda segundo nota de imprensa da Comissão de Trabalhadores da Am-bar, o tribunal solicitou, em 11 de abril último, ou seja, quinze dias após o fim do prazo em que se deveria ter pronunciado quanto à mesma opo-sição, a junção de um conjunto de documentos em falta, que deveriam ser entregues por via eletrónica.

Porém, atendendo ao facto de o tamanho dos documentos a juntar exceder o limite de 3 mb previstos, os mesmos tiveram que ser entre-gues por via postal. Desta forma, a empresa fez chegar ao tribunal os documentos pedidos em 22 de Abril, ou seja, mais de um mês após a entrega da oposição – em desres-peito até “dos prazos previstos na lei”, aponta a CT.

Assim, segundo o documento da Comissão de Trabalhadores, “foi

perdido mais de um mês neste pro-cesso”, numa altura em que “a em-presa enfrentou uma paragem de laboração” numa altura crucial para a sua faturação, em concreto “o pe-ríodo de preparação da campanha escolar”, conduzindo “a perdas de vários milhões de euros”.

Limitação a 3mb bloqueia processo

Segundo declarou Reinaldo Cos-ta, consultor sénior da turnwin, empresa especialista em recupe-ração de empresas, à VE, “não se compreende a limitação a 3 mb”, sendo que “os senhores advogados ou quem quer que seja devem re-partir as peças pelos ficheiros neces-sários inferior a 3 mb”.

Frisando não ser jurista, aquele especialista explicou que “no que respeita à questão em concreto, a portaria no artigo que menciona

estabelece na alínea d) que o meio de remessa aos autos é o correio eletrónico; mas diz na alínea e) que por impossibilidade pode ser utilizado outro meio”. E, acrescen-ta, “nos termos do artigo 150º do CPC sempre teriam de apresentar a juízo os atos processuais nos cinco dias seguintes”.

Algo que, na prática, contraria o disposto da referida portaria, pois esta estabelece no seu enun-ciado que a desmaterialização tem como objetivo que “o trabalho nos

tribunais seja mais simples com oauxílio das novas tecnologias, evi-tando desperdícios de tempo e de esforço em tarefas inúteis e repe-titivas, designadamente através da prática de atos pelos magistrados e secretarias através de aplicaçõesinformáticas”.

Ainda no mesmo enunciado pode ler-se que “a apresentação de peças processuais, requerimentose documentos por via eletrónica dispensa as partes de os remeter aotribunal em suporte de papel”.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Carglass fornece a Fundação do GilA Carglass Portugal, empresa de reparação e substituição de vidro automóvel, acaba de assinarum protocolo com a Fundação do Gil, instituição reconhecida pelo trabalho de âmbito clíni-co, social e emocional, que desenvolve com crianças e jovens em situação de risco. Neste âm-bito, a marca compromete-se a reparar ou substituir os vidros de toda a frota da instituição, tendo em conta todas as suas necessidades a este nível.

Universidade de Lisboa e Universia criam novo Portal de Emprego A Universidade de Lisboa lançou um novo Portal de Emprego para toda a Universidade, pas-sando a estar integrada na rede internacional “Trabalhando”, uma rede presente em 11 países ibero-americanos e que oferece cerca de 200 mil oportunidades mensais de emprego. No por-tal de emprego poderão registar-se alunos e ex-alunos e colocar o seu currículo.

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 15

Desmaterialização na Justiça atrasa recuperação de empresas

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VIRGILIO [email protected]

A Adega de Favaios acaba de lançar o novo Sparkling Mosca-tel Bruto e Meio Seco, um vinho jovem, alegre, fresco, irreverente e inovador.

“Mais uma vez a adega de Fa-vaios com a casta moscatel galego branco consegue criar uma nova aposta no mercado, para um públi-co apreciador de espumantes, des-contraído e gastronómico”, afi rma à “Vida Económica” Gina Francis-co, diretora comercial da Adega de Favaios.

O Sparkling Moscatel tem um grau alcoólico de 12,5% e apresen-ta-se com uma bolha fi na, mousse delicada e persistente, aromas pri-mários marcados pela casta mos-catel, com notas fl orais e bastante refrescante. Na boca tem um toque leve, com uma acidez viva e pro-longada, terminando equilibrado.

Este produto evidencia tam-bém a aposta contínua da Adega de Favaios na inovação. Tal como nos explica Gina Francisco, “é pela qualidade e pela inovação que con-seguimos distinguir-nos e sermos líderes de mercado, apresentar pro-dutos de excelente qualidade, alia-dos a design inovadores e aliciantes

Participação sem custos para empresas com resultados negativos e desempregados.No âmbito da sua política de responsabilidade social, nas ações de formação a Vida Económica criou uma quota de inscrições gratuitas para os assinantes empresas com resultados negativos ou individuais em situação de desemprego. Para beneficiar desta oferta até ao limite dos lugares disponíveis, deverá enviar uma cópia da última Declaração mod. 22, ou uma cópia do comprovativo da situação de desemprego, emitida pelo IEFP.

Público Geral: G140

Assinantes VE/Associados AEA:

G110(+ IVA)

Como analisar as demonstrações

da sua empresa

LISBOA22 julhoHorário: (7 horas)9h30 às 18h

DESTINATÁRIOS:

ENQUADRAMENTO:

desempenho económico e financeiro da empresa estarão refletidos nos principais indicadores de gestão.

simples destes dois importantes documentos (o Balanço e a Demonstração de Resultados) e a interpretação dos principais indicadores económicos e financeiros da

as principais causas dos problemas da empresa e a melhor forma de ultrapassá-las,

OBJETIVOS:

balanço, da demonstração de resultados e da interpretação dos principais indicadores de gestão

informação do seu balanço e da demonstração de resultados

PROGRAMA:

Adega de Favaios lança o novo Sparkling Moscatel

“Nestes últimos anos a adega tem crescido pela sua enorme aposta na quali-dade, nos produtos inovadores, na diversifi cação do seu portfolio e no mar-keting”, afi rma Gina Francisco.

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NEGÓCIOS E EMPRESAS

16 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

com excelentes relações qualidade/ preço, de forma a atingir todas as expectativas dos consumidores na-cionais e internacionais”.

Segundo a mesma responsável, o balanço da atividade, produção, vendas e exportação, da Adega de Favaios é “muito positivo. Nestes últimos anos a adega tem crescido quer no mercado nacional, quer na exportação, muito pela sua enorme aposta na qualidade, nos produtos inovadores, na diversifi cação do seu portfolio e no marketing”.

Viborel é parceira de distribuição

Saliente-se que a rede de distri-buição da Adega de Favaios é for-mada por uma “excelente e longa” parceria com a distribuidora Vibo-rel para o mercado nacional, “lo-jas Adega” distribuídas por vários pontos do país (Favaios, Mirandela e Braga), loja online e distribuição direta para exportação.

Dirigindo-se especifi camente aos consumidores, Gina Francisco acrescenta “que tivessem cada vez mais consciência dos excelentes vinhos que temos em Portugal. A Adega de Favaios, além de ter ex-celentes e medalhados moscatéis, tem um riquíssimo portefólio de vinhos tintos, brancos, do Porto, espumantes e colheitas tardias que demonstram toda a grandiosida-de de uma adega com 60 anos de existência, fruto de um trabalho conjunto. ‘Favaios’ é uma das mais conceituadas marcas portuguesas e representa a grande importância do cooperativismo do trabalho em equipa, do esforço comum”.

“Quero realçar algo que muitas vezes é esquecido pelo consumi-dor quando bebe os vinhos, tudo começa com o trabalho das vinhas e com quem as trabalha, um traba-lho difícil mas que tem conseguido cada vez mais levar a marca de Fa-vaios além-fronteiras”, conclui. A Adega de Favaios marcou presença na primeira grande apresentação dos melhores produtos agro-ali-mentares portugueses em Bruxelas, o evento “O Melhor de Portugal”, que se realizou a 29 e 30 de junho no Parque Cinquentenário.

A Adega de Favaios, além de ter excelentes e medalhados moscatéis, tem um riquíssimo portefólio de vinhos, espumantes e colheitas tardias

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as we know it

facebookTHE END OF

www.theendoffacebook.com

Será possível o fim do Facebook estar para breve?

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VIRGILIO FERREIRAvirgilio@vidaeconomica

No ano em que comemora o seu 10º aniversário, a Real In-diana acaba de inaugurar um restaurante no Porto.

Situado na baixa portuense, junto aos Clérigos, mais pre-cisamente na Rua de Conde Vizela, nº 127, o espaço foi decorado pelo arquiteto Paulo Lobo.

A Real Indiana é um proje-to cultural e gastronómico que recria o ambiente e cultura da Índia em Portugal. Mais que uma refeição, o Real India-na transporta-nos até à Índia

numa atmosfera de sabores, aromas e sonoridades genuina-mente indianas.

Para o Porto, é esperado o mesmo sucesso alcançado por outras unidades da marca: Edi-fício Transparente (Porto), Cais de Gaia, Parque das Nações (Lisboa).

Na inauguração do restau-rante Real Indiana no Porto, estiveram presentes várias ce-lebridades e figuras públicas de destaque nacional como: Cláu-dia Jacques e Max Oliveira; António Pereira Coutinho (Ro-ckfeller) e filho; Bebe Moreira; Bi Rua; Elsa Barreto (estilista);

Miguel Medina; Mix e Bruce (Momentum Crew / Portugal tem Talento); Patrícia Pereira da Silva e Rui; Paulo Lobo e Paula Lobo (decorador); Pedro Tabuada (DJ); Rui Terra; Rute Miranda e Ricardo Amorim; Sara Brandão; Susana Camelo, entre muitos outros.

O Real Indiana tem dois ho-rários de funcionamento: das 12 h às 15 h e das 19 h às 23 h (de domingo a quinta-feira); das 12 h as 15 h e das 19 h à 00 h (à sexta-feira e ao sábado). O preço médio é de 18 euros (sem bebidas) e de 22 euros (com be-bidas).

Real Indiana inaugura restaurante na baixa do Porto

Rádio Comercial é a rádio ofi cial dos principais festivais de verão

A Rádio Comercial é, mais uma vez, a rádio ofi cial de quatro dos grandes festivais de verão: edpcool-jazz, Optimus Alive, MEO Marés Vivas e MEO Sudoeste, apoiando mais de 100 bandas e artistas de todo o mundo. O início da tempo-rada 2013 é já esta semana com os primeiros concertos da 10ª edição do edpcooljazz.

Nos vários eventos, a Rádio Co-mercial irá desenvolver ações de ati-vação da marca e outros conteúdos: emissões em direto com estúdios montados nos locais, entrevistas aos artistas e ao público presente. Transmissão de concertos numa ló-gica multiplataforma.

“Como rádio ofi cial destes gran-des festivais de verão, continuamos a ser um dos maiores parceiros e divulgadores de grandes eventos musicais, permitindo trazer ao nos-so país bandas e artistas de todo o mundo e que se identifi cam com a nossa identidade musical e a dos nossos ouvintes. A promoção de novas bandas e jovens talentos é também para nós uma prioridade e por isso mantemos o apoio aos eventos que fomentam esta fi loso-fi a”, afi rma Pedro Ribeiro, diretor da Rádio Comercial.

Interiores juntam os ambientes orientais à modernidade.

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NEGÓCIOS E EMPRESAS

18 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

CALENDÁRIO 2013

edpcooljazz4, 5, 21, 24, 25, 26 e 27 de Julho Local: Jardins Marquês de Pombal e Parque dos Poetas - Estádio Municipal, em OeirasOptimus Alive’1312, 13 e 14 de Julho Local: Passeio Marítimo de AlgésMEO Marés Vivas 201318, 19 e 20 Julho | Local: Praia do Cabedelo, em Vila Nova de GaiaMEO Sudoeste 20137 a 11 Agosto Local: Zambujeira Mar

PORTO 16 setembro9h30 às 13h00

Organização:

Media Partner:

Informações e inscrições: Vida Económica – Patrícia Flores

[email protected]

OBJETIVOS:A formação tem como principal objetivo que os participantes, após a sua frequência, dominem e apliquem, de acordo com a atual legislação em vigor, as: Novas regras de circulação de bens; Novas regras de faturação;

PROGRAMA:

1. Novo Regime de Bens em Circulação1.1. Definições1.2. Exclusões1.3. Documentos de transporte1.4. Processamento dos documentos de transporte1.5. Circuito e validade dos documentos de transporte1.6. Transportador1.7. Impressão dos documentos de transporte1.8. Subcontratação1.9. Aquisição de documentos de transporte

2. Novas Regras de Faturação 2.1. Obrigatoriedade de emissão de fatura2.2. Comunicação da faturação à Autoridade Tributária (AT)2.3. Benefício fiscal pela exigência de fatura

FORMADORES:

Jorge Pires - Diretor geral da Moneris Risa S.A., Co-autor dos livros SNC - Teoria e Prática , Normalização Contabilística para Microentidades e com artigos publicados em revistas da especialidade.

João Gomes - Manager da Moneris Santarém e Supervisor da Moneris Risa, Co-autor dos livros SNC - Teoria e Prática , Normalização Contabilística para Microentidades e com artigos publicados em revistas da especialidade.

Público Geral: G90Assinantes VE: G45

(+ IVA)

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Com a chegada das férias de verão, muitos pais começam a preparar um programa com atividades culturais, educativas e recreativas para manter os filhos ocupados durante as férias escolares. Para dar resposta a esta ne-cessidade, o Colégio Viera de Castro (CVC) lançou uma iniciativa gratuita de ocupação de tempos livres – Jovens Verão - permitindo aos mais novos experiências e atividades pe-dagógicas, ao mesmo tempo que promovem a criatividade e o espírito de equipa, contri-buindo para a sua formação durante as férias.

Dirigido a jovens com idades compreen-didas entre os 7 e os 16 anos, a iniciativa Jo-vens Verão realiza-se, nos próximos meses de julho e agosto, no Colégio Viera de Castro, no Porto, e prevê diversas ações de formação escolhidas pela atualidade das matérias abor-dadas e pelo interesse que as mesmas desper-tam nos jovens.

Os cursos previstos incluem as seguintes temáticas: Microsoft Office, Fotografia Di-gital, Internet Segura e Redes Sociais, De-sign, Cinema Digital, Desenvolvimento de Videojogos, Apresentação Criativa, Anima-ção 3D. Estas formações têm como objetivo desenvolver as capacidades dos mais novos, permitindo a partilha de experiências, a formação, o conhecimento e o desenvolvi-mento.

De acordo com Carlos Viana, da Direção do Colégio Vieira de Castro, “a iniciativa Jovens Verão é uma ação gratuita, aberta ao público em geral, que tem como principal objetivo incentivar a ocupação dos mais jo-vens durante o período das férias escolares, em áreas que lhes proporcionem não só di-vertimento e novas amizades, como conheci-mentos de grande importância e atualidade”, explica.

A Samsung Electronics (vendas anuais de mais de 143 milhões de euros) apre-senta o novo Samsung Galaxy S4 com ele-mentos inovadores no sensor e tecnologias de reconhecimento.

Este smartphone apresenta inovações a nível do hardware, mas também combina diversos sensores e um alargado espetro de tecnologias de reconhecimento que com-preendem o comportamento do utilizador. Promover a saúde dos utilizadores, com-preendendo-os e identificando as carate-rísticas do ambiente é uma preocupação assumida pela marca Samsung.

Logo, o Galaxy S4 possui a funcionali-dade S Health que permite utilizá-lo como um “companheiro” que melhora a qualida-de de vida e a saúde do utilizador. O sensor de temperatura e humidade é uma nova

adição ao Galaxy S4 e identifica os níveis de temperatura e humidade do ambiente através de um pequeno orifício localizado na base do equipamento. Depois, mostra quais são os níveis ótimos de conforto para o utilizador no ecrã do S Health.

O Galaxy S4 permite manter-se a par de toda a informação referente à saúde e ao bem-estar pessoal através do novo software “S Health”.

Através da combinação de sensores inte-grados no equipamento, a saúde do utiliza-dor é monitorizada de forma automática, natural e permanente ao longo do dia. Esta informação pode ser complementada com registos diários de alimentação e de exercí-cio físico, para além da monitorização do sono, para o utilizador se manter saudável e em forma.

Colégio Vieira de Castro cria atividades para as férias

Novo Samsung Galaxy S4 ajuda a cuidar da saúde

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 19

Nersant incentiva desempregados a criarem negóciosA NERSANT esteve em Abrantes para dar a conhecer os seus mecanismos de apoio ao em-preendedorismo e à criação de empresas. Esta sessão foi direcionada para os desempregadosdesta região e teve como parceiro o Serviço de Emprego de Abrantes. No total das três ses-sões, estiveram presentes mais de 350 desempregados oriundos desta região.

Sunset Wine Party no The YeatmanA melhor vista sobre a cidade do Porto e as melhores provas estarão reunidas na Sunset Wine Party do The Yeatman que acontece já no próximo dia 25 de julho e que conta até ao momento com a presença de 40 produtores vínicos nacionais e com mais de 80 vinhos em prova.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Novo Samsung Galaxy S4 informa sobre a queima de calorias, monitoriza o sono e regista a ali-mentação diária de forma a poder cuidar melhor do seu bem-estar

João Gomes da Costa é, desde dia 1 de ju-lho, o novo diretor-geral da maior associação do setor do Ambiente em Portugal, a Asso-ciação das Empresas Portuguesas para o Setor do Ambiente (AEPSA).

A Associação nomeou o ex-quadro da Efa-cec e ex-administrador da Águas de Cascais e da Águas do Sado, com o intuito de con-tribuir para a consolidação de um setor am-biental sustentável em Portugal. O presidente da AEPSA, Diogo Faria de Oliveira, entende que este é o momento para fortalecer o setor, para contribuir ainda mais para a economia nacional e bem estar dos portugueses.

“João Gomes da Costa reforça-nos nes-te esforço para clarificar o papel dos vários intervenientes, designadamente do papel atribuível ao Estado e ao setor privado, apoia-nos na consolidação de um setor em-presarial forte, que contribua positivamente para a economia e para o ambiente em Por-tugal e vai, ainda, ajudar-nos na afirmação da AEPSA enquanto interlocutor privilegiado

entre os seus associados e as autoridades por-tuguesas com influência no domínio do am-biente”, sublinha o presidente da Associação.

João Gomes da Costa tem já definidas assuas orientações, centradas na clarificação doenquadramento legal, designadamente noapoio às alterações da Lei de Delimitação deSetores e na cooperação com o Governo nadefinição das políticas para o setor. Por outrolado, e não menos importante, o responsáveldestaca a procura da igualdade de acesso aosfundos comunitários entre as empresas asso-ciadas e o setor empresarial do Estado.

“Iremos unir esforços para, a médio prazo,fortalecer o papel do setor privado nas estra-tégias do Governo, quer para o abastecimen-to de água e saneamento de águas residuais,quer para os resíduos e materiais reutilizáveis,e, ainda, desburocratizar o setor, de modo aque o cidadão comum possa ter uma perce-ção do valor das políticas ambientais e nãoque estas continuem um empecilho à sua ati-vidade normal”, afirma.

AEPSA tem novo diretor-geral

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DORA TRONCÃ[email protected]

A cada dia que passa, a população está mais virada para o mar/rio, para as frentes ribeirinhas, tanto ao nível do lazer como das atividades portuárias, ambas possíveis geradoras de riqueza essencial a Portugal. José Luís Cacho, presidente da Associação de Portos de Portugal, começa por apontar uma realidade histórica nacional e interna-cional: o crescimento das cidades portuá-rias como consequência da proximidade aos portos. “A nível global, as zonas mais industriais e mais desenvolvidas estão jun-to aos portos porque os portos eram um ponto de desenvolvimento do comércio mundial, da industrialização. Os grandes investimentos industriais nos últimos 10 anos em Portugal foram feitos em proje-tos junto a áreas portuárias – Sines (pro-jeto químico); Setúbal (projeto Portucel); Aveiro (polo químico Estarreja e aquacul-tura); Leixões (refinaria) e Viana (projetos ligados às energias renováveis) – salvo pou-cas exceções, como Ikea e Embraer, grosso modo representam 70% ou 80% dos gran-des investimentos feitos em Portugal e nos outros países é a mesma coisa”.

Luís Rodrigues, especialista em Planea-mento e Ordenamento do Território, se-gue a mesma linha de pensamento e acen-tua quão “importante é ver como os portos se integram e articulam com as cidades e a importância que têm para a economia nacional e para o nosso presente e futuro, considerando que esta atividade portuária deve ser uma prioridade nas nossas cida-des. Não sei quem apareceu primeiro, se as cidades se os portos? No caso do porto de Sines, era um porto projetado na altura do Estado Novo para uma vila piscatória que era Sines. Nos restantes casos, as cidades apareceram ao mesmo tempo dos portos. Nos últimos 20 anos, começou, e bem, uma nova vertente ao nível das cidades portuárias, como, por exemplo, Lisboa: as pessoas adotaram uma atitude diferen-te para aproveitar melhor a ligação entre cidade e rio, seja ela qual for. Há portos em que isso é menos visível, como é o caso de Aveiro, que envolve uma grande área, e a cidade de Ílhavo, em que a zona ur-bana não está propriamente “em conflito” no mesmo espaço, enquanto em cidades como Lisboa e Setúbal, por exemplo, pode haver alguma fricção com aquilo que apa-rentemente a nova sociedade: querer usu-fruir mais do rio. Isso é verdade e é bom porque requalifica as zonas portuárias de rio. Tem a sua importância para a ativida-de económica ao nível do turismo (não só para estrangeiros), e dos serviços. A grande dificuldade é não podermos escolher só es-ses objetivos e dizer não à atividade de car-ga ou contentorização ou granel. Há uns anos, houve um conflito relativamente ao terminal de contentores de Alcântara, em que estive muito envolvido, um tema que não está terminado. Não seria a minha in-tenção acabar com a carga contentorizada em Alcântara porque, se olharmos pela Eu-ropa fora, existem cidades de grande qua-lidade urbana que convivem perfeitamen-te com os seus portos, como Barcelona, Amesterdão, Roterdão. Temos de conse-guir conciliar o uso puro e duro da ativi-dade portuária e industrial com a vivência

das cidades e requalificação urbana. Não podemos querer só requalificação urbana e imagem e acabar com uma das grandes vantagens competitivas de Portugal que é sua frente marítima. Não podemos hipo-tecar, no caso do porto de Setúbal, a am-pliação e utilização de áreas de futuro para o uso portuário.

José Luís Cacho salienta a importância de envolver todas as partes interessadas, uma estratégia que, enquanto adminis-trador do Porto de Aveiro, adotou desde o início do projeto em 1999/2000. “Toda a estratégia de desenvolvimento do porto de Aveiro teve uma grande articulação com os municípios desde a primeira hora e isso define o futuro do que se quer fazer com o porto. O que se quer do porto é uma questão muito importante, porque, se as cidades perceberem a importância que tem na economia, naturalmente que o enqua-dram numa perspetiva diferente e numa abordagem integrada do caminho a seguir. Tenho excelentes relações com os municí-pios porque a grande ameaça aos portos é a evolução urbana. Os portos nasceram e as cidades cresceram. Isso foi criando uma

pressão maior sobre os portos mais anti-gos, os portos urbanos, e levou a que haja uma articulação permanente que muitas vezes não foi conseguida. No caso concreto de Lisboa, nunca foi conseguida comuni-cação e articulação entre municípios.

Luís Rodrigues faz a ressalva que, “no caso concreto de Lisboa, cada vez mais este conflito entre autoridades portuárias e câ-maras se vem atenuando, porque estes tem-pos de conjuntura difícil ajudam a alterar-mos o nosso comportamento. As receitas camarárias serviam e sobravam no que diz respeito ao urbanismo e construção civil e como tinham grandes receitas não preci-savam de se preocupar com outro tipo de desenvolvimento económico do concelho, porque tudo girava à volta dessa atividade. As cidades portuárias não se preocupavam com o facto de haver mais porto ou menos porto. Para alguns dirigentes municipais, era uma questão não muito importante. Era fácil vender a ideia de utilizar a frente urbana para o lazer e com bons exemplos. Os municípios perceberam que o desen-volvimento e crescimento económico tem de estar noutras áreas que não aquelas que

eram mais fáceis até agora. As câmaras têm de encontrar receitas para a própria atividade e são cada vez mais responsáveis pela criação de emprego. Também devem incrementar, com parceiros públicos ou privados, a criação de riqueza, porque sem isso os seus municípios estagnam”.

Mar é investimento a longo prazo

José Luís Cacho lembra que “há con-sultores que identificaram num conjunto de estudos juntamente com o Governo algumas orientações estratégicas para in-crementarmos e captarmos investimento estrangeiro. Portugal disputa este inves-timento com um conjunto de países que oferecem condições muito melhores do que as nossas. Tem de haver uma orienta-ção estratégica para conseguirmos atingir os nossos objetivos. Fala-se muito na estra-tégia para o mar e percebe-se que o mar é uma oportunidade, mas não deve ser enca-rada no curto prazo. Não podemos pensar que agora estamos virados para a Europa e viramo-nos para o mar. Temos de apostar no desenvolvimento de tecnologia e co-nhecimento para podermos ter reconheci-mento”.

Há fundos disponíveis, mas, falando para além das pescas e do turismo, existem os fundos marinhos e offshores que são ex-plorados com tecnologias de ponta em que muitos países investem, como a Noruega e o Canadá, e países que estão na UE tam-bém. José Luís Cacho diz que “devemos alinhar nesse sentido, mas o retorno será “à la longue” e o investimento tem de ser captado a curto prazo”.

A aquacultura é também uma área com expressão nos espaços portuários, segundo Luís Rodrigues. “Uma produção de ostras Setúbal exporta 100% do que produz para França, país que tem a “bandeira” da os-tra. Nos últimos 10-15 anos reiniciou-se esta atividade com investigação, e bem. A Universidade do Algarve tem desenvolvido novos conhecimentos nestas áreas e esta é uma atividade onde os portos se integram e que devem ter”.

O mesmo acontece em relação à náutica de recreio, “mas teríamos de mudar algu-mas preferências de lazer, porque o cida-dão comum ainda não a procura muito. No caso do estuário do Tejo, na margem sul, apesar de braços de rio excelentes, estes projetos não estão muito concretizados. O estuário do Tejo, com poucos custos e in-vestimento, pode ser mais utilizado”. É na atividade marítimo-turística, em Lisboa, que Luís Rodrigues aponta uma possibili-dade forte, existindo no Douro um maior desenvolvimento desta área. “Esta é uma das áreas com mais potencial e investimen-to público muito menor. Pode ser desen-volvida nas infraestruturas existentes, mas, claro, tem de haver procura de empresários interessados. Temos condições brutais em todo o país: Lisboa, Setúbal, Aveiro, Algar-ve. Somos um país seguro, com ótimo cli-ma, e o turista com mais algum dinheiro, o turista sénior, prefere Portugal por isso. As autarquias podem ajudar nesta promoção, como o que se fez no Douro em termos de imagem. São ações fundamentais. É preci-so pensar em acupuntura na mudança de imagem das cidades. Com uma alfinetada resolvemos problemas”.

Imagem aérea do Porto de Sines, um dos poucos portos projetados de raiz para servir uma vila piscatória, sendo o crescimento simultâneo de cidades e portos a realidade mais usual em Portugal e a nível internacional

“FRENTES RIBEIRINHAS EM ARTICULAÇÃO COM AS CIDADES”

Atividade portuária gera riqueza e deve ser prioridade nacional

NEGÓCIOS E EMPRESAS

20 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

“Toda a estratégia de desenvolvimento do porto de Aveiro teve uma grande articulação com os municípios desde a primeira hora e isso define o futuro do que se quer fazer com o porto.”

“Temos de conseguir conciliar o uso puro e duro da atividade portuária e industrial com a vivência das cidades e requalificação urbana. Não podemos querer só requalificação urbana e imagem e acabar com uma das grandes vantagens competitivas de Portugal que é sua frente marítima.”

INTERVENIENTES

Luís Rodrigues, especialista em Planeamento e Ordenamento do Território,

ex-parlamentar

José Luís Cacho, presidente da Associação dos Portos de Língua Portuguesa, presidente

da Associação dos Portos de Portugal e presidente da Administração do Porto de

Aveiro e Região

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NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 21

Concurso premeia um design inovador As inscrições para o Swedish Steel Prize de 2013 já abriram e vão decorrer até ao dia 15 deagosto. O vencedor será anunciado no mês de novembro, por ocasião de uma cerimónia queterá lugar em Estocolmo, Suécia. O montante do prémio é de 100 mil coroas suecas. Paramais informações: www.steelprize.com.

PATRÍCIA FLORES [email protected]

A iTGrow, em parceria com a Universidade de Coimbra, irá lançar o programa Acertar o Rumo, com o objetivo de au-mentar o nível de qualificação dos profissionais na área das Tec-nologias de Informação.

“Estamos convencidos que os que tiverem sucesso neste cur-so conseguirão emprego sem grande dificuldade e o número de empresas que já se associa-ram ao programa comprova isso mesmo”, começa por referir a diretora-geral da iTGrow. Aliás, Catarina Fonseca assegura que “o mercado das tecnologias de in-formação apresenta, ainda, opor-

tunidades de carreira para quem decidir apostar nele. Acreditamos que esta tendência irá manter-se nos próximos anos”.

O Programa terá a duração total de 22 meses, repartidos por um período de 10 meses de formação académica, e por um segundo período de 12 meses de um estágio profissional remune-rado numa das empresas aderen-tes ao programa.

Embora a organização queira receber pelo menos 500 candida-turas, apenas 25 profissionais po-derão frequentar este programa intensivo a partir de setembro.

De acordo com a empresária, o programa procura “pessoas moti-vadas para as tarefas de um técni-

co de programação e dispostas a investir na sua formação para au-mentar as oportunidades de em-prego em Portugal. O programa não tem qualquer restrição etária, geográfica ou outras”.

Estágio remunerado no final desta formação

Catarina Fonseca recorda que o nosso país tem profissionais de TI com uma boa formação aca-démica, todavia considera que “Portugal tem necessidades de mais recursos técnicos de progra-mação do que aqueles que tem conseguido formar. A dificuldade em recrutar nesta área, com qua-lidade e em número suficiente, para fazer face às necessidades é, aliás, sentida pelas empresas que aderiram ao Programa e que vi-ram no Acertar o Rumo uma for-ma de recrutarem eficazmente ao mesmo tempo que se envolvem numa solução para a diminuição do desemprego em Portugal”.

Sendo muitas vezes proble-mática a entrada na vida ativa, a responsável salienta que é uma mais-valia o estágio profissional remunerado no final desta for-mação. “Este fator representa uma segurança acrescida para os formandos, uma vez que come-çam imediatamente a ter retorno do investimento efetuado (paga-mento do curso). A possibilidade de exercitarem, em contexto real, os conhecimentos adquiridos no Acertar o Rumo permite uma entrada controlada na vida ativa, com aquisição de níveis de expe-riência profissional e autonomia que serão valorizados pelo merca-do das TI”.

De recordar que as inscrições decorrem até 22 de julho através do site www.acertarorumo.pt.

Mercado das TI ainda apresenta oportunidades

Lusitania reforça venda de Seguro de Viagem OnlineA partir de agora e sem grandes burocracias, o Seguro de Viagem da Lusitania pode ser contrata-do online, de forma imediata e autónoma. Através de um sistema de venda eletrónica, simples, disponível 24 h/dia, os clientes podem simular e contratar este seguro, recebendo de seguida toda a documentação no seu e-mail.

Possuímos uma quinta produtora de vinho localiza-da em Paredes e pretende-mos alavancar o crescimen-to da nossa marca através da expansão da nossa linha de engarrafamento. Para tal, necessitamos de adquirir nova maquinaria e execu-tar obras de alargamento do nosso armazém de engarra-famento. Estima-se que este investimento ronde os 125 000 J. Existe algum fundo nacional ou comunitário que nos possa apoiar?

RESPOSTAA atividade de produção e engarrafamento de vinho encontra-se abrangida pelo grupo de atividades de transformação e comercialização de produtos agrícolas elegíveis no âmbito da Componente 2 da Acção 1.1.1 – Modernização e Capacitação das Empresas do PRODER.Contudo, para se poderem candidatar, deverão tratar-se de um PME ou ter menos de 750 empregados ou um volume de negócios inferior a 200 milhões de euros.As despesas elegíveis são:

Construção ou aquisição de edifícios, instalações e outras construções (por exemplo, vias de acesso);Investimentos destinados à valorização de subprodutos e resíduos;Compra de máquinas e equipamentos novos, incluindo equipamentos informáticos, telecomunicações, de laboratório, de controlo de qualidade, salas de conferência e show room;Equipamentos de transporte interno e movimentação de cargas, caixas isotérmicas, grupos de frio e cisternas de transporte;Automatização de equipamentos já existentes e utilizados há mais de 2 anos;Estudos técnico-económicos, de arquitetura, consultoria, processos de certificação e aquisição de patentes até 5% do montante elegível das restantes despesas.

O investimento mínimo elegível é de 25.000 J, pelo que cumprem esta condição.O apoio tem a natureza de subsídio não reembolsável (a fundo perdido), sendo a taxa de apoio de 25% para PME e 12,5% para Não PME. Pode, ainda, usufruir das seguintes

majorações:Região de convergência – caso o investimento se localize nas regiões Norte, Centro ou Alentejo: 10 p.p. para PME e 5 p.p. para Não PME;Organização de Produtores – caso o beneficiário seja uma OP: 5 p.p. para PME e 2,5 p.p. para Não PME.

O apoio a receber não pode ultrapassar os 5.200.000 J.Por outro lado, este programa também apoia a modernização do sistema de produção agrícola, que serve de base à produção de uva para transformação em vinho. Neste caso, são, ainda, elegíveis as seguintes despesas:

A aquisição de prédios rústicos (terrenos) até ao montante de 10% das restantes despesas elegíveis;Construção ou aquisição de edifícios;Plantações plurianuais;Instalação de pastagens biodiversas;Aquisição de máquinas e equipamentos novos;Investimentos associados ao cumprimento de normas ambientais, de higiene e e bem-estar animal;Contribuições em espécie;Programas informáticos;Processos de certificação reconhecidos;Estudos técnico-económicos, aquisição de patentes, licenças e seguros de construção e de incêndios até 5% das restantes despesas elegíveis (exceto a aquisição de prédios rústicos).

Relativamente a estas despesas, a taxa base de apoio é de 30%, podendo usufruir de 3 majorações, acumuláveis entre si:

Localização em zona desfavorecida: 10 p.p.;Jovem agricultor: 10 p.p.;Associado de Organizações de Produtores reconhecidas: 5 p.p.

O apoio a receber relativamente a estas despesas não pode ultrapassar os 975.000 J.O período de candidaturas encontra-se aberto em regime de continuidade.

WWW.SIBEC.PT [email protected] 228 348 500

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Engarrafamento de vinho no PRODER

RETIFICAÇÕES

“Documento de Estratégia Orçamental 2013-2017”

No texto com o título “Documento de Estratégia Orçamental 2013-2017”, constante do Suplemento da Ordem dos Economistas, publicado na edição VE nº 1501, de 12 de julho, na nota que acompanha a legenda, em vez de 5 de julho, deverá ser mencionada a data de “12 de junho”.

“Cultura inovadora deve ser uma prioridade em todas as PME”

O texto com o título em epígrafe, publicado na edição VE nº 1500, saiu com um erro no nome atribuído ao designer da ColorADD, onde se lê Carlos Neiva, deve ler-se “Miguel Neiva”.

“AEP avalia seguro de responsabilidade para gestores”

A notícia com o título acima referido, publicada na edição de 5 de julho, saiu com uma incorreção relativamente ao ano de referência, que deve ser 2012 e não 2013.Pelos situações acima apontadas, pedimos desculpas aos nossos leitores.

Catarina Fonseca, diretora-geral da iTGrow, assegura que “o mercado das tecnologias de informação apresenta, ainda, oportunidades de carreira para quem decidir apostar nele.

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Portugal é líder mundial da cortiça, com uma quota de 62%, e exporta mais de 95% da produção nacional desta indús-tria, revelando sustentabilidade no respe-tivo ritmo de crescimento. A inovação, o desenvolvimento tecnológico, o design, as campanhas agressivas de divulgação e pro-moção externa da cortiça e a permanente atenção à problemática da floresta a mon-tante têm constituído alavancas para ven-cer adversidades e enfrentar com sucesso o futuro.

Estas foram as conclusões dum debate promovido pela APCOR, moderado pela Vida Económica, que juntou empresários dos diversos subsetores da indústria da cortiça.

ALBANO DE [email protected]

“Os primeiros meses de 2013 confir-mam a linha de crescimento das exporta-ções, encetada desde 2010”, afirma João Rui Ferreira, presidente da APCOR e em-presário da Waldemar Fernandes da Silva.

Em 2012, as exportações já ascende-ram a 850 milhões de euros, embora não atingindo ainda os valores alcançados em 2000 (917 milhões de euros). De qualquer modo, “o rumo é positivo” numa indús-tria onde predomina o subsetor das rolhas (cerca de 70% do peso relativo no volume total de negócios) mas onde se deve salien-tar a performance dos outros subsetores, nomeadamente materiais de construção e “novas aplicações”.

Conforme refere João Rui Ferreira, a indústria da cortiça nacional exporta mais de 95% do que produz e por essa via tem conseguido uma certa estabilidade quer no número de empresas ativas quer no número de trabalhadores. Contudo, “isto não significa que no setor não existam empresas que se deparam com fortes difi-culdades, sendo que algumas vivem uma situação limite de insolvência e fecho”, adverte.

A nível global, o presidente da APCOR

refere que, “depois dos ataques fortíssimos por parte dos vedantes alternativos, a cor-tiça conseguiu, nos últimos anos, manter a sua posição de liderança nos mercados vinícolas mais tradicionais, como é o caso da França, Itália e Espanha. E conseguiu

solidificar e manter a sua posição liderante no mercado dos EUA. Este sim, chave e decisivo para o futuro, pois é o mercado onde o consumo mais cresce e claramente de maior valor acrescentado”.

Aliado a tudo isto, “conseguimos ter na China uma posição dominante e de gran-de preferência do consumidor e estamos pouco a pouco a recuperar para a cortiça marcas emblemáticas em mercados de vi-nho do ‘novo mundo’, como são o caso da Austrália, Nova Zelândia e África do Sul”.

“Não menos importante tem sido tam-bém a presença da cortiça em alguns mer-cados na área dos materiais de construção, com particular relevo para a Alemanha e os EUA/Canadá, onde claramente o fator da sustentabilidade, aliado a uma cada vez melhor performance técnica dos produtos, tem feito crescer a quota de mercado da cortiça nas mais diversas aplicações, com destaque, claro, para os pavimentos e os isolamentos.”

Por fim, “as novas aplicações da cortiça, Design moda, etc. têm também crescido e sobretudo servem como bandeira para o setor, pois levam a cortiça a um grupo muito mais vasto de pessoas, potenciando

NUM DEBATE PROMOVIDO PELA APCOR, EMPRESÁRIOS REFEREM

Inovação e campanhas de promoção ex

Empresários do setor da cortiça consideram vital a constituição de parcerias quer com as universidades quer com outros centros de saber.

Sonae Sierra apresenta Argélia a lojistas europeusA Sierra Cevital, subsidiária argelina da Sonae Sierra, apresentou novas marcas ao mercado local, numa missão empresarial àquele país do Norte de África. A missão contou com o apoio da Em-baixada de Portugal e teve como objetivo demonstrar o mercado de retalho argelino. As entida-des visitantes tiveram ainda a oportunidade de apresentar as suas empresas, marcas e produtos a empreendedores locais. A Argélia revela-se cada vez mais um mercado repleto de oportunidades para novos produtos, serviços e marcas.

Montepio compra participação no moçambicano Banco TerraA Caixa Económica Montepio Geral está a ponderar a compra de uma participação financeira do Banco Terra, um banco moçambicano com sede em Maputo. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Montepio informa que caberá à assembleia geral extraordinária, marcada para 30 de julho, tomar uma decisão definitiva sobre a eventual aquisição. O banco terra tem entre os acionistas de referência o Rabobank e o Norfund, um fundo de investimento norueguês.

O subsetor das rolhas tem um peso relativo de cerca de 70% no volume total de negócios

É vital dispor duma floresta que alimente a indústria

Com todos estes bons indícios de crescimento assente na permanente inovação e desenvolvimento tecnológico, o Presidente da APCOR considera que é vital para a indústria da cortiça dispor de uma floresta que alimente o crescimento do setor, até porque o país não é autossuficiente nesta matéria-prima natural. Daí a APCOR integrar proativamente o Pólo de Competitividade da Fileira Florestal onde se têm realizado estudos e debates sobre a questão de saber de que floresta precisaremos daqui a 30 a 60 anos.João Rui Ferreira salienta que o processo em curso e a plantação de 150 mil hectares de novo montado de sobro constituem de per si sinais positivos para o desenvolvimento futuro do setor. João Rui Ferreira termina com uma máxima que considera basilar da estratégia setorial em curso: “apostar em novas aplicações que acrescentem valor ao setor”.

João Rui Ferreira, presidente da APCOR.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

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terna dinamizam exportações de cortiça

dessa forma todas as aplicações mais tradi-cionais”, acrescenta.

Considera o presidente da APCOR que a forte afirmação exportadora saiu sem dú-vida reforçada com o desenvolvimento da campanha internacional Intercork (que já vai na sua 2ª edição), a qual vem consti-tuindo um excelente veículo de promoção sustentável do “produto da cortiça” e cujo êxito só foi possível graças à participação muito empenhada dos associados da AP-COR.

João Rui Ferreira dá grande ênfase às for-mas de comunicar a realidade da indústria da cortiça, que não deve privilegiar apenas os aspectos técnicos mas também questões como a natureza, a biodiversidade, os ecos-sistemas, vetores estes que foram tidos em conta na dinamização da Intercork.

O presidente da APCOR faz, ainda, questão de salientar e reconhecer os apoios dados pelos diversos governos, designada-mente no âmbito da Intercork, facto que também pode ser devido à credibilidade que a APCOR ganhou em matéria de boa gestão dos fundos comunitários.

A cortiça nos materiais de construção

O empresário da Amorim Isolamentos, Carlos Manuel, começou por expressar a notável evolução de subsetores – para além do das rolhas – como aquele em que a sua empresa opera, ligada aos materiais de construção com cortiça (pavimentos, isolamentos e outras soluções técnicas na aérea da acústica, bem como design).

E referiu que, hoje em dia, os produtos da cortiça começam a ter uma imagem muito interessante no domínio dos ma-teriais de construção (e do design). Este empresário refere que neste subsetor foram acompanhadas as exigências do mercado, o qual, aliás, é muito competitivo face à diversidade do tipo dos materiais de cons-trução e ao facto de se tratar duma área de negócio bem estruturada à volta de gran-des empresas multinacionais que têm di-tado os normativos e a legislação aplicável.

Ora, reconhece Carlos Manuel, a indús-tria da cortiça, em termos de materiais de construção estava e está confrontada com a concorrência de materiais de proveniência diversa, mas agora e de forma mais susten-tada e em segmentos específicos, os mate-riais de cortiça são já uma mais-valia para soluções técnicas e incomparáveis no con-ceito de sustentabilidade e durabilidade.

Utilizadores informados

Segundo este administrador da Amorim Isolamentos, os utilizadores potenciais co-meçaram a ficar informados sobre as ca-racterísticas intrínsecas da cortiça, apesar de reconhecer que em termos de custos os produtos específicos são mais elevados mas que podem ser compensados pelas vanta-gens concretas da utilização da cortiça nos pavimentos e isolamentos.

Na opinião de Carlos Manuel, para pro-mover a cortiça como efetivo material de construção, é necessário trazer a Portugal especialistas, jornalistas, arquitetos e desig-ners, pois eles ficam com uma ideia melhor e mais clara quando observam localmente os processos de extração e de produção. E faz questão de salientar o papel decisivo dos grandes arquitetos mundiais, donde destaca os portugueses Álvaro Siza Vieira e Souto Moura e outros de renome interna-cional que, ao utilizarem a matéria-prima cortiça nos seus projetos, dão um enorme contributo para a notoriedade desta indús-tria, em particular, na área de soluções téc-nicas – isolamento e pavimentos.

Em suma, para Carlos Manuel, o sub-setor corticeiro dos materiais de constru-ção tem vindo a registar um aumento do volume de negócios – com forte peso das exportações, mas reconhece que a conso-lidação dos mercados é um processo que leva o seu tempo e exige fortes investimen-tos para se poder ter êxito.

Para este empresário, é vital a constitui-ção de parcerias quer com as universidades e centros de saber quer com empresas ligadas a outros tipos de materiais de construção que possam vir a incorporar a matéria corti-ça, na medida em que esta reforça a susten-tabilidade e durabilidade das próprias obras.

Design e funcionalidade

Sara Nunes, empresária da 3DC – In-telligent Nature, resumidamente inti-tulada 3DCORK, detentora da marca 3DCORK, nome pelo qual é mais conhe-cida no mercado, salientou que esta em-presa opera num setor polivalente, pois trata-se da área das chamadas “novas apli-cações” da cortiça, procurando privilegiar o design e a funcionalidade dos produtos que comercializa.

Sara Nunes refere que se deve estar permanentemente atento aos interesses e necessidades dos nichos de mercado a sa-tisfazer e, por isso, a grande importância duma campanha global de sensibilização às

vantagens da matéria-prima cortiça.Como exemplo, um dos aspetos que po-

tenciam a adesão do consumidor é ser-lhe proporcionada uma espécie de “história da cortiça” relevando as vantagens da sua utili-zação, e refere mesmo que ficar a saber que a extracção de cortiça não danifica a árvore acaba por constituir, complementarmente, um fator de adesão. Claro, acrescenta, que Portugal ainda não valoriza esta temática, ao contrário dos países do Norte e Centro da Europa, bem como dos EUA.

Os produtos desenvolvidos pela 3DCORK, nesta fase, estão focados no se-tor do calçado de alta-média gama através das palmilhas de conforto (sobressaindo uma grande interação com o Centro Tec-

nológico do Calçado) e na produção deutilitários e produtos de decoração, por vezes de uma forma integrada com outros produtos como os cerâmicos.

Sara Nunes referiu que, no fundo, a sua empresa está num negócio cujo horizonteé delimitado pela criatividade, o que em sirevela boa potencialidade de crescimento. E conclui que, sendo o preço do produtoum travão à respetiva massificação, a em-presa vem adoptando uma estratégia de não estar presente no artesanato (nas pe-quenas lojas e nas estações de serviço), massim na grande distribuição, ao lado dos produtos de gama alta-média. E conclui que a estratégia da empresa é privilegiar a qualidade em detrimento do preço.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 23

Vicaima presente em mais um projeto Vila GaléAs portas da Vicaima foram selecionadas para equipar o remodelado Palácio dos Arcos, o projeto mais recente do grupo turístico Vila Galé. O desafio passou pelo desenvolvimento de opções que recaem em portas que assumem diversas configurações. Houve a necessidade de colocar soluções técnicas e de design adequadas ao desafio lançado pelo referido grupo hoteleiro. Em causa estão portas de uma a duas folhas, portas de correr, portas com bandeira e painéis.

Associação do Ambiente tem novo diretor-geralJoão Gomes da Costa é o novo diretor-geral da Associação das Empresas Portuguesas para o Setor do Ambiente (AEPSA). O novo responsável tem definidas as suas orientações, centradas na clari-ficação do enquadramento legal, designadamente no apoio às alterações da Lei de Delimitações de Setores e na cooperação com o Governo na definição das políticas para o setor. João Gomes da Costa terá um papel importante na afirmação da associação enquanto interlocutor privilegiado entre os associados e as autoridades nacionais com influência no domínio do ambiente.

Em 2012, as exportações já ascenderam a 850 milhões de euros

Indústria da cortiça deve cada vez mais interagir com outras atividades

Finalmente, a intervenção do diretor-geral da APCOR, Joaquim Lima, salienta o facto de cada vez mais a indústria da cortiça interagir em domínios como a joalharia e o vestuário de luxo e até com agentes da cultura em sentido mais estrito. E a propósito citou o caso recente do trabalho do artista plástico Alexandre Farto, mais conhecido como Vhils, para dar corpo a uma peça sobre a indústria da cortiça e os seus

trabalhadores e que esteve em exposição na Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, por altura do Festival Internacional de Teatro de Rua, Imaginarius. Ainda na cultura, dá o exemplo do contributo dado por Joana Vasconcelos ao utilizar a matéria cortiça nos seus trabalhos mais recentes. Por último, lembra que o setor foi reconhecido recentemente de uma forma muito particular. A empresária do setor da cortiça, Sandra Correia, administradora da empresa algarvia Pelcor, venceu o Troféu de Melhor Empresária da Europa 2011, atribuído pelo Parlamento Europeu e Conselho Europeu das Mulheres Empresárias.Joaquim Lima conclui pois que deve ser prosseguida a via duma crescente interação com agentes da cultura, arquitetos, designers ,etc , como verdadeiros prescritores que na realidade são.

A cortiça conseguiu solidificar e manter a sua posição liderante no mercado dos EUA.

Custos da energia, dos transportes e do crédito condicionam dinâmica empresarial

Questionados os empresários presentes sobre quais os principais fatores exógenos que podem bloquear a dinâmica empresarial desta indústria, os mais citados foram: elevado custo da energia e as dificuldades de acesso ao crédito, tão mais grave quanto a sazonalidade do setor exige fortes e concentradas necessidades de fundo de maneio. Também foram considerados como fatores condicionadores o estigma que subsiste quanto à imagem do “made in Portugal” que exige esforços redobrados para se atingir os resultados já obtidos, bem como em termos logísticos, os elevados custos de transporte que afetam a competitividade quando se pretende consolidar mercados de exportação para os quais já se disponibiliza uma oferta com valor acrescentado.

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A ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários promove, a partir do próximo dia 16 de setembro, no seu Centro de For-mação Empresarial do Porto, o Master em Gestão Inovadora de Equipa de Vendas. A formação de cariz avançado integra uma tríade de Masters em Gestão da Força de Vendas, que teve início em fevereiro com o Master em Marketing e Vendas e prosseguiu depois com um outro dedicado à Direção Estratégica de Vendas. Dada a acumulação de unidades de crédito devidamente certifica-das (30 ECTS - European Credit Transfer System), a frequência dos três cursos confere aos par-ticipantes o diploma de pós-gra-duação.

Os masters são independentes e foram cuidadosamente arquite-tados, de modo a primarem pela complementaridade entre si, sem descurar uma abordagem coesa e completa de cada uma das três temáticas focadas. Por isso, este último master dirige-se a todos os empresários, gestores e outros quadros de empresas interessados em reforçar competências ao ní-vel da coordenação de equipas comerciais. “Gestão de Equipa de Vendas e Liderança”, “Ava-liação de Desempenho da Força de Vendas”, “Gestão Estratégica da Força de Vendas” e “Venda Consultiva e Adaptativa” são os

quatro módulos que compõem o programa de conteúdos.

O objetivo passa por veicu-lar conhecimentos e estimular o desenvolvimento de competên-cias que permitam aos gestores a maximização do desempenho das respetivas equipas comer-ciais, assim como a construção de relações de fidelidade com os clientes. A chamada “Pipeline Analysis”, útil ao acompanha-mento global da força de vendas, ou a dicotomia entre as vendas consultivas e as técnicas “hard selling” são alguns dos conceitos que estarão em destaque.

Um dos elementos mais dife-renciadores da unidade forma-tiva é o corpo docente, que se distingue pela reconhecida ex-

periência profissional, não ape-nas no campo académico mas também empresarial. No caso concreto do Master em Gestão Inovadora de Equipa de Vendas, os conteúdos ficam a cargo dos seguintes formadores: Carlos Rouco, diretor do Mestrado de Liderança da Academia Militar; José Manuel Carvalho Vieira, coordenador da Licenciatura e Mestrado em Gestão de Marke-ting do Instituto Superior da Maia (ISMAI) e do Projeto Eu-ropeu EMIC – European Ma-rketing & Innovation; António Nogueira da Costa, diretor de programas da Escuela de Negó-cios Caixanova e sócio da EF – Consulting; e ainda Elisabeth de Magalhães Serra, CEO da Gap

Consulting, coordenadora e au-tora do livro “Direção e Gestão da Força de Vendas” (Edições Vida Económica, 2012).

Recorde-se que, de a formação avançada de dirigentes e altos quadros ao reforço da qualifica-ção de colaboradores, a ANJE tem uma resposta formativa completa, perfeitamente adap-tável às características do tecido empresarial português. A ambi-ção de integrar no seu plano de formação todos os públicos do universo das empresas justifica uma oferta que culmina com o ensino pós-graduado e que inclui também uma pós-graduação em Gestão. Informações adicionais e inscrições no site www.anje.pt/portal/mastervendas.

ANJE promove Master em Gestão Inovadora da Equipa de Vendas

24 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

Prospeção no mercado da América Latina A ANJE, no âmbito do GET OUT - Projeto Conjunto de Internacionalização de PME, cofinancia-do pelo QREN, promove uma missão de prospeção à Colômbia, entre os dias 9 e 14 de setembro, com passagem pelas cidades de Bogotá e Medellín. Contactos institucionais, reuniões com empresas locais e encontros com empresas portuguesas a operar no mercado compõem o programa da viagem.

Colômbia: seminário de financiamento ao investimentoAs oportunidades de negócio e as soluções de financiamento disponíveis para apoiar investi-mentos na quarta potência económica da América Latina são o tema principal do seminário “Financiamento e Investimento na Colômbia”. A iniciativa organizada pela ANJE acontece no dia 24 de julho, na sede nacional da associação, no Porto. Inscrições online.

Curso de Gestão Financeira para não financeiros

Depois do sucesso da primeira edição, iniciada a 15 de julho, a ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários avança com o segundo curso de “Gestão Fi-nanceira para não financeiros” já no próximo dia 18 do corrente mês. A decorrer no Centro de Formação Empresarial da asso-ciação, no Porto, esta oferta for-mativa de 20 horas visa preparar empresários e gestores, cuja for-mação e experiência profissional não implicou a aquisição de co-nhecimentos técnicos nesta área, para o complexo processo de ges-tão financeira de uma empresa.

No programa de conteúdos destaca-se a abordagem de con-ceitos como os custos fixos e vari-áveis, os rácios financeiros, a au-tonomia financeira, as economias de escala, os ciclos económicos e o reconhecimento dos fatores críticos de sucesso. Na perspeti-va prática, os formandos poderão calcular o “break-even” de uma empresa e aprender a ler balanços e demonstrações de resultados.

Através do recurso a situações do quotidiano empresarial, bem como através da resolução de simulações e outros exercícios, o curso aposta na familiarização dos empresários com os concei-tos essenciais da área financeira, preparando-os para o cálculo dos diversos indicadores e para o do-mínio das competências e conhe-cimentos necessários à respetiva interpretação.

Jorge Soares Pinto é o respon-sável pelos trabalhos. Licenciado em Engenharia Eletrotécnica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, o forma-dor leciona em cursos de pós-gra-duação e MBA no ensino univer-sitário e conta com 12 anos de experiência como consultor de gestão de empresas, tanto a ní-vel nacional como internacional. Informações e inscrições no site www.anje.pt/formacao.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE

Um foco comercial

A tríade de Masters em Gestão da Força de Vendas promovida pela ANJE aborda a gestão empresarial desde a sua dimensão mais estratégica até à operacionalização das coordenadas comerciais. A frequência e aproveitamento positivo em todos os masters confere aos participantes o diploma de Pós-Graduação em Gestão da Força de Vendas (30 ECTS - European Credit Transfer System), bem como um plano de equivalências no Mestrado de Marketing do ISMAI, instituição de ensino superior parceira da ANJE neste projeto.

Curso prepara empreendedores para o processo de gestão financeira de uma empresa

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“França é desde o ano passa-do o principal mercado emis-sor de receitas de turismo para Portugal” – afirmou Aude de Amorim, durante a celebração do Dia Nacional que assinala a Tomada da Bastilha. A cônsul--geral de França no Porto des-tacou a presença bem integra-da na economia portuguesa.

Sendo o terceiro maior parcei-ro comercial para Portugal, a França subiu ao segundo lugar no ranking do investimento estrangeiro e deve atingir em 2013 a primeira posição, com a compra da ANA pela Vinci.

Em termos da circulação de pessoas, Aude de Amorim con-sidera haver uma ligação única entre Portugal e França. “No ano passado mais de 40 mil portugueses estabeleceram-se em França, tendo-se observado em sentido inverso a chegada de cidadãos franceses, incluin-do luso-descendentes”.

Sobre o Consulado-Geral de França no Porto, Aude de Amo-rim salientou um crescimento de 6% na comunidade inscrita, ultrapassando 5500 pessoas. Mas, de acordo com o Censos 2011, há mais de 20 mil france-ses e franco-portugueses que re-sidem na região Norte, ou seja,

quatro vezes mais.Como prioridades para a ação

na região Norte, Aude de Amo-rim referiu a diplomacia econó-mica para apoiar e promover as empresas francesas que se ins-talam em número crescente em Portugal e reforçar a atrativida-de de França.

Destacou também a diploma-

cia migratória, enquanto novo conceito que valoriza as verten-tes da mobilidade, bem como a diplomacia linguística e cultural em torno dos valores da diversi-dade cultural e do multilinguis-mo, reforçando o interesse e o espaço da língua francesa.

“Nestes períodos difíceis, rei-vindicar laços fortes com o país de acolhimento é uma força. Reforçar a ideia da ligação en-tre os nossos dois países é uma riqueza” – acrescentou.

Aude de Amorim salientou também a qualidade da relação com os parceiros portugueses, ao nível das autarquias, fun-dações, instituições culturais, universidades, escolas e repre-sentantes das empresas, dos media e da Administração Pú-blica portuguesa.

A mais emblemática das par-cerias foi o ciclo de França na Casa da Música com um con-

junto de conferências.A cônsul-geral referiu ainda

a ampliação das instalações do Liceu Francês do Porto, com a celebração do 50.º aniversário, e o dinamismo das delegações da Alliance Française em Bra-ga, Coimbra, Guimarães, Porto e Viseu.

Como exemplo de cidada-

nia europeia, Aude de Amorim recordou que os franceses resi-dentes em Portugal há mais de três anos podem inscrever-se

nas listas para as eleições mu-nicipais portuguesas e exercero direito de voto no dia 29 desetembro.

Artista de R&B Ne-Yo estreia-se em Albufeira A 17ª edição da conceituada gala de verão do Sheraton Algarve Hotel & Pine Cliffs Resort decorrerá no próximo dia 4 de agosto, nos relvados da Pine Cliffs Golf Academy, ao som de Ne-Yo, estrela internacional de R&B e vencedor de vários Grammy’s.

ÓCIO E NEGÓCIOS

DIA NACIONAL COMEMORADO NO PORTO

França ascende à primeira posição do investimento estrangeiro em Portugal

Luís Valente Oliveira foi um dos convidados presentes no Dia Nacional da França.

A comunidade francesa no Norte de Portugal continua a crescer. Em paralelo está a aumentar o número de portugue-ses que optam por trabalhar e residir em França.

França vai atingir este ano a primeira posição no ranking do investimento estrangeiro em Portugal – prevê Aude de Amorim.

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 25

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O Chef Jaime Perez, catalão, antigo subchefe de Ferran Adriá (três estrelas Miche-

lin), responsável pelo catering do emblemático El Bulli, mudou--se de armas e bagagens para Vila Nova de Cacela e com ele levou a mulher, sommelier de profi ssão que trata dos vinhos do Mon-te Rei Country & Golf Club. O restaurante Vistas dá um contri-buto decisivo para a atratividade do resort tanto na cozinha como no serviço de vinhos competente do Chefe de Sala Rui Pinto. Em

cinco anos, o restaurante Vistas já tem numerosos clássicos, pratos que não consegue tirar da carta devido ao sucesso que obtiveram junto dos clientes. Deixa-se um exemplo de degustação e respeti-vos vinhos: snack de miniprego e minissanduíche de foie gras com decomposição de pina colada; amuse bouche – bochecha de por-co preto com trufa e ervas; miolo de sapateira com manga maracujá e rebentos; creme de batata roxa, polenta, gema de ovo com espu-ma de trufa; dourada selvagem

em leito de espinafres frescos, sul-tanas, pinhão e beterraba; leitão desossado e caramelizado com mel, mousse de maçã e rúcula e, para sobremesa, Royal de Maracu-já, granizado de hortelã e gelado de coco. Os vinhos que podem acompanhar a degustação foram espumante Filipa Pato, Blanc de Blancs, Quinta da Chocapalha branco Arinto, 2011; Palestra, Douro tinto, 2009, e Madei-ra Blandy 5 anos. Para além do menu, é possível escolher dois pratos por J 43, por exemplo,

entre outras possibilidades de de-gustação. O Restaurante Vistas re-gistou um crescimento gradual do número de clientes entre 2008 e 2010 (cerca de 30% ao ano), ten-do triplicado o número de clientes entre 2010 e 2011, coincidindo com o início da exploração turís-tica das moradias do Monte Rei. No ano de 2012, o número de clientes do restaurante estabilizou e para o ano de 2013 contam com um crescimento a acompanhar o crescimento da ocupação hoteleira ( cerca de 30%).

3 RESTAURANTES TOP

ONDE DEGUSTAR NO SOTAVENTO

26 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

LUXO & NÚMEROS

ÚNICO CAMPO DE GOLFE DESENHADO POR JACK NICKLAUS EM PORTUGAL

O campo de Golfe do Monte Rei Country & Golf Club é o único desenhado em Portugal pela empresa líder mundial em projetos de campos de golfe, fundada pelo golfi sta de renome Jack Nicklaus, e o arquiteto Pete Dye. Até hoje construíram 380 campos em 36 países no mundo. Os prémios do campo de Monte Rei falam por si, citando apenas alguns: em 2008 foi considerado Nº1 em Portugal pela revista Inglesa Golf Monthly; em 2011 e 2012, a mesma distinção foi obtida junto do sítio “top100golfcourses.uk” e nos mesmos anos foi também Nº1 em Portugal, segundo a revista Americana Golf Digest. Atualmente está na 12ª posição no ranking da Europa Continental e foi classifi cado o 3º melhor campo na Europa pela revista

Alemã Golf Journal. Jack Nicklaus apresenta este campo como “uma joia rara”.Segundo o General Manager do Monte Rei, Salvador Lucena, “dado o nível de serviço oferecido e o intervalo entre saídas, o campo de golfe de Monte Rei

não é um campo desenhado para acolher um tráfego elevado de golfi stas, mas antes um campo de elevada qualidade onde se espera que cada golfi sta tenha uma experiência verdadeiramente única dentro e fora do campo. O campo abriu no verão de 2007

e em 2008 recebeu cerca de 10.000 golfi stas. Devido à crise que se instalou, os dois anos seguintes registaram uma quebra no número de golfi stas. No entanto, o empreendimento continuou a apostar na qualidade e não desceu os preços, e os anos de 2011 e 2012 registaram uma recuperação signifi cativa, neste último devido à contribuição da oferta de alojamento e consequentemente ao número de golfi stas que fi cam alojados no empreendimento, sendo que esperamos terminar o

ano de 2013 com números semelhantes a 2008. O campo tem sido reconhecido como o melhor campo de Portugal e entre os melhores da Europa pelos ‘rankings’ mais reconhecidos e conceituados no mundo do golfe”.

NO HOTEL

VISTAS, O HARMONIOSO Degustação G 69 e suplemento de vinhos G 31

NA PRAIA

LA CIGALE, O PRAZENTEIRO Lavagante G 69/kg

NA RUA

SÃO GABRIEL, O ESPECIAL Degustação G 92,5

O Restaurante S. Gabriel (Vale do Lobo, Quinta do Lago, Almancil) é brin-

dado há 15 anos com uma estrela Michelin. Acolheu recentemente um fi lho da terra, o Chef Leonel Pereira, de origem algarvia, após dois anos no restaurante Panora-ma no Sheraton Lisboa, para co-mandar a cozinha. Faz-se acompa-nhar pelo escanção Victor d’Avo e pelo Chefe de sala Delfi m João. Apresenta uma cozinha muito específi ca, muito rebuscada e que se pode dizer para veteranos dos

La Cigale é um restaurante situado na praia dos Olhos d’Água (Albufeira, Algarve).

Se a esplanada é tentadora, dada a posição suspensa sobre o areal, na realidade o charme da sala interior conquista devido ao mobiliário azul marroquino é muito mais confor-tável pela temperatura, pelo silên-cio e em nada diminui a vista. O cardápio é maioritariamente cons-tituído por peixe fresco e marisco. O ex-líbris são os camarões fl ambés

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Esta é uma história que remonta aos anos 60 quando um avô, João Penedo, começou por fazer lentes cor-tadas à mão, resultando naquilo que é hoje o Grupo Optivisão. “Um tio galego Manolo tinha uma empre-sa e o meu avô cortava os óculos que dos vendedores levavam para a província para vender. Posteriormente, abriu uma ótica na Parede e as coisas correram bem até determinado ponto em que ele saiu da sociedade e se estabeleceu sozinho. Durante dois anos o meu tio foi sócio do meu avô numa ótica que ainda temos hoje na Graça: o Oculista Central da Graça. Abriu-se uma outra loja em 1972, no Conde Redondo, seguiram-se a Praça do Chile e a rua Castilho, já em 1990”, recorda

Hugo Frederique, porta-voz do Grupo. Hoje são setelojas com mais de 30 pessoas a trabalhar. Pertencem àsÓpticas Conde Redondo (OCR), Grupo Optivisão,que, apesar de ter no avô, João Penedo, o fundador, temna tia Maria Adelaide Penedo, presidente do Conselhode Administração da Optivisão, a líder do projeto. “Omeu avô era a cabeça de cartaz. Ele estava sempre na lojaa trabalhar, era contatologista, e a minha tia encabeçouo projeto da Optivisão.” Hoje é tempo de lançar umamarca própria e de parceria com Nuno Baltazar. RetroP., nome escolhido pelo estilo retro e “p” de Penedo e dePortugal, foi uma ideia de Hugo Frederique que surgiuno ano passado (2012). “Começámos a trabalhar com oNuno Baltazar em dezembro de 2011 – desenvolvemosuma coleção que está a um nível superior a muitas mar-cas internacionais. Os preços são de J160, J190 e J220.As edições não são limitadas, mas existem duas coresque o são porque são feitas de um acetato dos anos 60que já não existe mais. “Era um acetato do Sr. Zé Maria[José Maria Santos Rodrigues da fábrica portuguesa deóculos Sociel] e que foi utilizado para os óculos RetroP de Nuno Baltazar.” Quanto aos restantes modelos, aSociel fabrica-os a partir de amostras de acetato italianoporque “infelizmente não temos ninguém a produziracetatos e preferíamos fazer tudo português”, lamentaHugo Frederique.

DORA TRONCÃO

Havaianas continua a política de expansão de abertura de lojas pró-prias e conta agora com duas lojas em Portugal (a recém-inaugurada em Lisboa e outra em Portimão), para além de numerosas presen-ças em espaços multimarcas, entre os quais os dois Corte Inglés, em Lisboa e de Gaia. Havaia-nas é uma marca de moda alta-mente en-raizada nos hábitos de c o n s u m o portugue-ses, con-forme revela a Country Manager para Portugal, Marta Lima. Desenga-nem-se aqueles que pensam que é no pre-

ço base, os 15 euros, que estão os modelos preferidos dos adeptos da marca em Portugal. A Special Collection, que integra as edições especiais da marca, entre as quais as Havaianas com cristais Swaro-vski (cerca de J160), é a preferida dos portugueses neste momento. As Havaianas com plataforma são

outra das preferências das mu-lheres portuguesas. Marta

Lima desvenda ainda que os apreciadores portu-gueses nunca dizem não “a uma nova estampa, mais colorida e arroja-da, e são aqueles que estão mais próximos do perfi l do compra-dor no Brasil, o país de origem da marca”. A marca comemora 50 anos de vida, pro-duzindo apenas no

Brasil por uma ques-tão de manter secreta a fórmula da borracha que faz o sucesso de Havaianas. “A produção de Ha-vaianas é de sete pares por segun-do, quando falamos do modelo

básico, enquanto um chinelo daSpecial Collection pode demoraraté 40 minutos como é o caso dasedições com cristais Swarovski co-sidos à mão. O target da marca édos 18 aos 30 anos, mas felizmentea marca agrada a muitas pessoas detodas as cidades e classes sociais”.Em 2012, Havaianas cresceu 10%a nível europeu e pretende crescer20% em 2013.

ALGARVIO

RETRO P - ÓPTICAS CONDE REDONDO (OCR)

Óculos portugueses com “nível superior a marcas internacionais”

HAVAIANAS

Edições especiais são as preferidas

em Portugal

Peugeot 508 Business Line oferece muito por pouco

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 27

Marta Lima, Country Manager Havaianas, revela que o apreciador da marca português é o mais próxi-mo do brasileiro, sendo ambos adep-tos de escolhas arrojadas.

Pensado para o empresário, assim se apresenta o 508 Business Line (Carro do ano 2012 em Portugal) e com 259 unidades vendidas só no primeiro trimestre de 2013. “Luxo & Números” experimentou e comprovou os consumos otimizados com a motorização 2.0 HDi 140 cv (J32.115 no

caso da versão SW), consumindo apenas 4,6l /100 km. O preço do 508 Business Line começa nos J29.140 para o 1.6 HDi de 115 cv, sendo esta versão a que apresenta o consumo misto mais baixo, 4 l/100 km, e que pode ser adquirida por 275J/mês. É ainda de referir o equipamento de série

muito generoso que inclui, por exemplo, airbags frontais, laterais e de cortina; ajuda ao estacionamento traseiro, ESP + ASR Perfo + Hill Assist; Rádio CD MP3 WIP Sound, 6 altifalantes, comandos no volante, tomada USB/Jack; retrovisores elétricos e aquecidos e sensor de chuva e luz e volante em couro.

menus degustação. Os suportes em que serve as criações são alta-mente estudados, surpreendendo com uma pedra de sal a ferver, extraída das minhas de sal de Loulé para um preparar um bife de atum na pedra ou um tubo cor de cobre brilhante cheio de creme de algas, preparado e selado pelo Chef e que acompanha uma hós-tia de camarões secos de Alcácer. Estas duas sugestões foram para a Luxo & Números momentos altos da degustação. É notória a ligação à Herdade da Malhadinha

(Albernoa, Beja) em vários aspe-tos da mesa: a escolha dos vinhos e do azeite e vinagre. É preciso ter presente quando se escolhe o São Gabriel que Leonel Pereira fez es-cola com gigantes como Bocus e Ducasse, além de ter passado pela Escola Le Nôtre, e que, sobretu-do, prima por uma atitude de “re-beldia” na cozinha. O restaurante tem capacidade para 70 pessoas, está aberto para jantar de terça--teira a domingo e também ao almoço de domingo. Encerra às segundas-feiras, todo o dia.

(J25,5), receita ultrassecreta deste restaurante aberto todo o ano, ao jantar e ao almoço e com pessoal atencioso. Das entradas destacam--se ainda a salada de polvo fresquís-simo (J7,5) e as amêijoas (J15,5).Mas atenção que este restauran-te tem preços ligeiramente mais elevados ao jantar. A sugestão de vinho vai para o branco algarvio, cada vez mais bem feito – produ-zido tanto nas regiões de Albufeira como Lagos, Portimão, Lagoa e

Tavira – e para o Barranco Longo Grande Escolha, da Herdade com o mesmo nome situada em Algoz, por 19,95 euros. É um investimen-to que vale a pena e que casa bem com as propostas de cozinha do La Cigale. À mesa encontrará sempre a fl or de sal do Algarve e o azeite e vinagre da Herdade da Malhadinha (Alentejo). O “trio algarvio”, bolo feito de alfarroba, amêndoa e fi go (3,5 euros) é o doce ideal para fe-char a refeição em terras algarvias.

Havaianas Leaves (J160), um dos modelos da Special Collection, disponíveis na nova loja própria da marca no Chiado, em Lisboa.

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FERNANDA SILVA [email protected]

A campanha para levar mais portugueses a consumir cavala resultou num aumento de 22,8% do volume deste peixe vendidos nas lotas, o que permitiu que os pescadores nacionais obtivessem no ano passado uma receita adicional de cerca de dois milhões de euros.

Em declarações à “Vida Económica”, José Apolinário garantiu que a ação de va-lorização da cavala promovida pela Doca-pesca teve, como primeiro resultado, “uma maior atenção dos consumidores para esta espécie”, o que resultou num “aumento de vendas em lota de, aproximadamente, dois milhões de euros”.

Ainda assim, para o presidente do Con-

selho de Administração da Docapesca o rendimento dos pescadores que se dedicam à captura desta espécie “pode ainda aumen-tar” pois “há ainda muitas toneladas de ca-vala que se destinam a alimento de outras espécies ou isco”. Por outro lado, verifica--se, “em alguns portos, um recurso algo significativo a contratos de pesca que, em-bora garantindo um preço médio quando não têm cavala vendida em leilão, deixam a mais-valia noutros intervenientes que não os pescadores”, denuncia.

Desvalorizada por muitos portugueses, a cavala era, até há bem pouco tempo, pro-curada apenas pelas classes mais baixas, devido ao seu baixo preço. Todavia, este é um cenário em mudança. Na verdade, atualmente, este peixe é cada vez mais uma

opção na mesa dos portugueses, que, sendo abundante na nossa costa, é também um dos mais ricos do ponto de vista nutricio-nal. “Em fresco ou em conserva a cavala é rica em Ómega 3” e, por isso, “o seu consu-mo é bom para a saúde”, explica José Apo-linário.

Capturada pela frota do cerco, sem res-trições de contingente e de baixo valor co-mercial, esta espécie é abundante na costa nacional, pelo que, defende este responsá-vel, “pode e deve ser valorizada”, contri-buindo para o aumento da rentabilidade da frota, a retribuição justa do pescador e um consumo económico e responsável.

Procurando justificar a crescente valori-zação desta espécie, o presidente da Do-capesca lembra que os dados mais recen-tes revelam que “a abundância da cavala e da sardinha estão exatamente em direção oposta. Ou seja, a redução das capturas de sardinha – redução abrupta, diga-se – tem sido acompanhada pelo aumento da cap-tura da cavala”, sendo que esta ultrapassou mesmo em 2012 a captura de sardinha.

Campanha do polvo é a próxima ação promovida pela Docapesca

Terminada a campanha que procurou aproximar a cavala da mesa dos portugueses, a Docapesca avança agora com um novo pro-jeto, desta feita, a campanha do polvo, que visa também valorizar esta espécie ao longo de toda a fileira comercial e no consumo.

Questionado acerca desta nova campa-nha, José Apolinário explica que o objetivo passa por “promover o polvo ao longo de toda a sua cadeia de valor”. Para tal, adian-ta, está previsto um conjunto de iniciativas que passam pela sensibilização dos pesca-dores “para melhores práticas na captura e conservação”, pelo estímulo à indústria para o “desenvolvimento de novos pro-dutos que permitam utilizações mais ade-quadas ao novo estilo de consumo dentro e fora de casa” e pela realização de ações de divulgação e informação ao consumidor “sobre dicas úteis ou sobre a versatilidade gastronómica da espécie”.

Docapesca promove

campanhas de pescado

nacional

Campanha da Cavala gerou receita adicional de dois milhões de euros

Siemens fornece maior parque eólico do mundo sobre o marNo dia 4 de Julho foi inaugurado o maior parque eólico do mundo construído no mar, o London Array. A Siemens forneceu 175 turbinas eólicas e a respetiva ligação à rede elétrica do London Array. Juntamente com a Dong Energy, e ao abrigo de um acordo de longo prazo, a Siemens também será responsável pela assistência técnica das turbinas.

EMPRESAS

28 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

Faz de conta!Os partidos políticos que

por estes dias tentam chegar a um acordo de “salvação nacional”, como foi imposto pelo Presidente da República, apostam em continuar a dar um espetáculo algo deprimente ao País.

Merecem-me todo o respeito as personalidades que esses partidos indicaram para as reuniões que têm decorrido. Parecem-me, aliás, pessoas dignas do maior crédito, mas a culpa não é deles, é de um sistema que acha que o País pode ficar paralisado durante semanas enquanto que saia fumo branco ou … negro.

Ao longo da última década, tenho tido a feliz oportunidade de escrever em jornais. Tenho, assim, publicado a minha opinião sobre os mais diversos assuntos da nossa atualidade política e económica, com particular realce para as questões agrícolas.

No entanto, esta faceta de “opinion maker”, por assim dizer, não me afastou do terreno, da economia e do país real, das pessoas que quotidianamente tentam dar o seu contributo para levar a nossa economia para a frente.

O conhecimento desta realidade faz-me dizer que os nossos políticos e os nossos governantes nem imaginam o mal que têm feito à nossa economia e à economia das pessoas. Quantos negócios ficaram por realizar? Quantos empregos ficaram por criar? Quantos projetos ficaram por desenvolver?

Muitos e muitos. Sei do que falo porque estou na economia real e vejo todos os dias o que esta incerteza política e esta paralisia governativa provoca em quem quer fazer investimentos. É o país que está todos os dias a perder.

Se os nossos políticos e governantes conhecessem a economia real, estou certo que em poucas horas resolveriam o problema e não deixariam arrastar este triste espetáculo. Aliás, em pouco tempo, com coragem política, rigor e determinação, podia-se alterar muitas das regras burocráticas que emperram a atividade agrícola e prejudicam a economia. Querem a reforma do Estado? Podiam começar por aqui…

JOSÉ MARTINOengenheiro agrónomojosemartino.blogspot.com

José Apolinário (esquerda), acompanhado do Chef João Sá (direita) na Caravela Vera Cruz.

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SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 29

O Autódromo Internacional do Algarve recebe, entre hoje (19 de julho) e domingo (21 de julho), o Superstars International Series e Filipe Albuquerque, que venceu uma destas corridas em 2010, em Porti-mão, está de regresso, desta feita na catego-ria GT Sprint, fazendo equipa com Tho-mas Schoffler num Audi R8 LMS. Não será, no entanto, o único português em pista, uma vez que já estão confirmados, para as mesmas provas, a participação de José Pedro Fontes/Miguel Barbosa, num Mercedes AMG SLS, Filipe Barreiros/Rui Águas, com um Ferrari 458 GT3, e Antó-nio Coimbra/Luís Silva, também com um Mercedes AMG SLS.

Os pilotos portugueses vão assim enri-quecer um vasto leque de pilotos que bri-lham nestes campeonatos, tais como Vi-tantonio Liuzzi, Domenico Schiattarella, Gianni Morbidelli ou Nicola Larini, ex-pi-

lotos de F1 e que competem nos Superstars International Series. Filipe Albuquerque, que não tem, nos últimos anos, corrido em solo nacional, mostra-se agradado por regressar ao Autódromo do Algarve, pista que conhece bem e onde já foi, por diver-sas vezes, bem sucedido. “É um privilégio poder correr no AIA e na frente do público português. O Algarve é um dos meus cir-cuitos preferidos e tenho a certeza que este fim de semana será uma grande festa. Estou confiante que darei razões aos portugueses para festejar”, disse Albuquerque.

Para além dos Superstars International Series, International GT Sprint, vai estar também em pista o Ferrari Challenge, que terá igualmente a participação de Filipe Barreiros, o único português em competi-ção neste campeonato. Os bilhetes podem ser adquiridos a partir de 10 euros no site e loja do Autódromo ou nos postos dos CTT.

Os jardins da Secção Regional do Nor-te da Ordem dos Médicos recebem hoje a Orquestra do Norte para um concer-to de verão dedicado a Wagner e Verdi, compositores de referência do século XIX e que têm a particularidade de cum-prirem, em 2013, 200 anos sobre o seu aniversário.

Com a direção de José Ferreira Lobo, a Orquestra do Norte vai explorar, além do repertório dos dois compositores, as influ-ências que geraram na sua época em auto-res como Otto Nicolai, Franz von Suppé e Johann Strauss.

A SRNOM recebe assim mais uma noi-

te dedicada à música clássica que combina natureza e musicalidade.

Com entrada gratuita, o concerto tem início marcado para as 21h30.

Filipe Albuquerque regressa ao Autódromo Algarve para o Superstars GT Sprint

Orquestra do Norte em concerto de verão

Nomes do automobilismo português e mundial vão estar no Algarve este fim de semana.

Porto de Sines cresce em mercadorias e nos contentoresO Porto de Sines registou um crescimento de 22% no total de carga movimentada no primeiro semestre de 2013, em comparação com o período homólogo do ano anterior. Foram movimen-tados 17,4 milhões de toneladas. Nos contentores esta evolução foi ainda mais significativa, com um impressionante aumento homólogo de 62% no semestre, ultrapassando os 422 mil TEU acumulados.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

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PLMJ assessora negócio de 2,5 mil milhões em MoçambiqueA PLMJ – Sociedade de Advogados e o GLM – Gabinete Legal Moçambique assessoraram as empresas Oil and Natural Gas Corporation (ONGC) na aquisição de 10% do interesse participativo detido pelo grupo indiano Videocon Industries no bloco Área 1 do offshore da Bacia do Rovuma. Tratou-se de uma das maiores operações na área das energias levada a cabo na África Ocidental, num valor de cerca de 2,5 mil milhões de dólares. O processo foi acom-panhado pelos dois gabinetes, parceiros no âmbito da PLMJ International Legal Network.

Carga contentorizada aumenta mais de 13% no Porto de LisboaO Porto de Lisboa teve, no primeiro semestre, um bom desempenho no que tocou à carga contentorizada. O aumento foi de 13,4%, face a igual período do ano passado. Foram 705 os navios que acostaram ao Porto de Lisboa. O tráfego de contentores é considerado um merca-do estratégico para este porto, que possui serviços regulares operados pelos maiores armadores mundiais. A carga contentorizada tem um peso de 44% do total da carga movimentada. No total, 1 434 navios passaram pelo Porto de Lisboa durante o primeiro semestre.

EMPRESAS

30 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

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MARC [email protected]

Na 25ª edição do Prémio D. Antónia, instituído pela Sogrape e pelos descen-dentes de D. Antónia Adelaide Ferreira, conhecida como a “Ferreirinha” do Dou-ro, o júri atribuiu o galardão a Maria do Carmo Fonseca, diretora do Instituto de Medicina Molecular.

O prémio, que todos os anos distingue uma personalidade empreendedora do sexo feminino, pretendeu ainda “destacar a excelência da investigação portuguesa”, como afirmou Artur Santos Silva, presi-dente do júri, durante a cerimónia de en-trega do prémio, que decorreu nas caves Ferreira.

Segundo Santos Silva, Maria do Carmo Fonseca é “uma figura notável do Portu-

gal contemporâneo”. Relevando o seu percurso académico e perfil de investiga-dora, enquanto licenciada em Medicina e doutorada em Biologia Celular pela Universidade de Lisboa, Maria do Carmo Fonseca é ainda pós-doutorada pelo La-boratório Europeu de Biologia Molecu-lar, na Alemanha, e dirige o programa de cooperação internacional Harvard Medi-cal School - Portugal, tendo já recebido o prémio Gulbenkian de Ciência, o prémio ibérico Dupont da Ciência e a Comenda da Ordem de Santiago da Espada.

O Instituto de Medicina Molecular, frisou, “estuda doenças causadas pelas alterações genéticas, nomeadamente o cancro, contribuindo para apresentar so-luções terapêuticas”, disse. Santos Silva destacou o facto de que Maria do Carmo Fonseca é responsável por 500 investiga-

dores de mais de 30 diferentes naciona-lidades, e “tem conseguido enfrentar o desafio de não perder para o estrangeiro os melhores cérebros”. Ao mesmo tempo, ao permitir que “as diferentes nacionali-dades se articulem”, procura que “o su-cesso de uns seja mobilizador de recursos financeiros para todos”.

Porém, este prémio visou ainda distin-

guir “o salto extraordinário que o país deu nos últimos anos” em matéria de ciência. O também presidente da Gul-benkian recordou que, em 2000, Portu-gal tinha um rácio de três investigadores por cada mil habitantes, passando para oito em mil em 2012. “Na UE a 15 esse valor é de sete para mil e na UE a 27 é de seis para mil”.

Para além de Santos Silva, o júri do prémio Dona Antónia integra dois repre-sentantes dos descendentes de D. Antó-nia (Maria João Spratley Ferreira, pelo ramo Ferreira, e Francisco Javier Olaza-bal, pelo ramo dos Condes de Azambu-ja), bem como o ex-presidente da Asso-ciação Comercial do Porto, Rui Moreira, o presidente da Associação Empresarial de Portugal, José António Barros, e Luís Valente de Oliveira e Rui Guimarães.

Prémio D. Antónia destaca excelência da investigação portuguesa

Em meados de 2010, transitou em jul-gado uma partilha de herança da qual re-sultou que o imóvel onde vivo ficou adju-dicado a mim e aos restantes herdeiros.

O imóvel em causa é uma moradia uni-familiar, não existindo condições para ser dividido pelos restantes herdeiros.

No início deste ano (2013), fui notifi-cado pelo Tribunal que os herdeiros mo-veram ação judicial para Divisão de Coisa Comum, com o fundamento de que o imóvel é indivisível e que não pretendem manter-se comproprietários. Contudo, sou portador de grau de deficiência su-perior a 60% e encontro-me desempre-gado, sendo esta a minha única morada.

Sendo portador de deficiência, não es-tou salvaguardado no regime de exceção no meu direito a permanecer na habita-ção da qual sou comproprietário?

Se a venda do imóvel se realizar, quanto tempo poderei permanecer na habitação?

Existe propriedade em comum ou compropriedade quando duas ou mais pessoas são, simultaneamente, titulares do direito de propriedade, pelo que, se, como o leitor refere, o imóvel foi adjudicado em conjunto aos vários herdeiros, os mesmos são comproprietários da moradia em questão e cada um tem direito sobre a correspondente parte ideal do imóvel e não sobre uma parte especificada do mesmo.

De acordo com o regime da compropriedade, na falta de acordo sobre o uso da coisa comum a qualquer dos comproprietários é licito servir-se dela, conquanto não a empregue para fim diferente daquele a que a coisa de destina e não prive os outros consortes do uso a que igualmente têm

direito.Por este motivo e ainda porque o uso da

coisa comum por um só dos proprietários não constitui posse exclusiva ou posse de quota superior à dele, no que excedesse a sua quota-parte na compropriedade, o leitor só teria direito a utilizar a totalidade do imóvel se tivesse celebrado com os demais comproprietários um contrato que lhe conferisse legitimidade para o efeito, fosse um contrato de arrendamento, ou a constituição de um direito de uso e habitação, usufruto ou outro.

Muito embora tal contrato não fosse suscetível de impedir a divisão de coisa comum, na medida em que, salvo convenção em contrário, nenhum dos proprietários é obrigado a permanecer na indivisão, poderia ser oponível ao adquirente do imóvel, de modo a permitir que o leitor continuasse a utilizá-lo.

Acresce que, dependendo do tipo de contrato que o leitor poderia ter celebrado para acautelar a continuidade do uso da moradia, poderia auferir de alguma proteção jurídica em função da deficiência de que é portador, quer quanto à duração do contrato quer quanto à entrega do imóvel.

Se nenhum contrato chegou a ser celebrado entre o leitor e os demais comproprietários, e caso não chegue a adquirir a moradia, por acordo ou através de licitações em sede de conferência de interessados a realizar no processo em questão, o leitor deverá proceder á entrega do imóvel, logo que a decisão que homologue a adjudicação transite em julgado ou noutro prazo que, para o efeito, lhe seja deferido no processo, recebendo, nesse caso, a parte do preço obtido pelo imóvel correspondente à sua quota-parte na compropriedade.

DIVISÃO DE COISA COMUM

Imóvel habitado por um dos comproprietários

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

Procura que “o sucesso de uns seja mobilizador de recursos financeiros para todos”

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FERNANDA SILVA [email protected]

O ministro-adjunto e do Desenvol-vimento Regional, Miguel Poiares Ma-duro, disse esta semana que o próximo quadro de apoio comunitário, a vigo-rar no período entre 2014 e 2020, terá como foco o reforço da competitividade externa da economia portuguesa.

“Há um défice de competitividade na economia portuguesa. É para aí que de-vemos dirigir boa parte dos fundos do próximo quadro de programação”, de-clarou Poiares Maduro no Parlamento, sobre as estratégias para a parte final do Quadro de Referência Estratégico Na-cional (QREN). Para o ministro, os fun-dos do próximo quadro devem ainda ser utilizados junto de empresas que “pro-movam competitividade, criem empre-go” e tenham “capacidade exportadora”.

Já no que refere ao atual QREN, lem-brou que as verbas do QREN já servi-ram para apoiar quase 10 mil empresas portuguesas e adiantou que existe, nesta fase, um valor de compromisso dos fun-dos de 96,5% e uma taxa de execução de 62,9%, sendo de esperar que até final de 2015 se atinjam os 100% de fundos comprometidos.

Criação de uma entidade finan-ceira

Miguel Poiares Maduro destacou ain-da a necessidade de envolver “partidos, parceiros sociais e todos os portugueses” no novo quadro comunitário, já que o mesmo envolve fundos e apoios que “ultrapassam uma legislatura” e onde é fundamental uma determinada posição negocial de Portugal junto de Bruxelas e Estados-membros da União Europeia. A criação de uma entidade financeira para o desenvolvimento e financiamen-to por via de fundos comunitários foi

também abordada por Poiares Maduro, para quem esta instituição se comple-mentará com a Caixa Geral de Depósi-tos (CGD), ligada à “banca comercial”, no financiamento à economia. “No lon-go prazo é importante que a CGD seja complementada com uma instituição fi-nanceira de desenvolvimento”, declarou o ministro.

O ministro disse ainda que, a partir de agora, estas verbas europeias vão servir sobretudo para apoiar empresas expor-tadoras, e promete que em quatro meses será criada a instituição financeira de desenvolvimento. Não se trata de um banco, pois não compete com os bancos comerciais, mas vai colmatar a dificul-dade de acesso das empresas ao crédito.

Poiares Maduro quer QREN a dar resposta ao desafio do desemprego

QREN destinou 346 milhões a projetos de eficiência energética

Os projetos de eficiência energéti-ca receberam 346 milhões de euros do Quadro de Referência Estratégico Na-cional (QREN), 2% do total de fundos disponibilizados, avança o Observatório do QREN.

De acordo com as principais conclu-sões do estudo do Observatório, estes investimentos em “rubricas de despesa associadas à eficiência energética” vão permitir “uma redução do consumo energético, para o período de 2013-2016, na ordem dos 352 534 tep (to-neladas equivalentes de petróleo), a que correspondem 858 391 toneladas de emissões de CO2 evitadas”.

Para o Observatório do QREN, os dados revelam ainda que a eficiência energética “pode vir a ser uma área a ga-nhar um maior protagonismo no próxi-mo ciclo de fundos comunitários, numa maior articulação entre a alocação dos recursos comunitários e os instrumentos de política setorial neste domínio”.

Apesar disso, o volume de financia-mento comunitário mobilizado em Por-tugal para o aumento da eficiência ener-gética não ultrapassou os 2% do total dos recursos do QREN até setembro de 2012, segundo a mesma fonte.

Assembleia da República reclama medidas de combate ao desemprego juvenil

Na resolução publicada em Diário da República a 8 de julho de 2013, a Assembleia da República recomenda ao Governo a tomada de medidas tendo em vista combater o desemprego juve-nil.

Entre estas medidas está a “reclama-ção de um fundo europeu para imple-mentação de programas de emergência nacionais de combate ao desemprego jovem, que privilegie, nos montantes de apoio e incentivo atribuídos, os Estados Membros da União Europeia com taxa de desemprego juvenil acima da média europeia.

Outra medida é a “definição de uma rubrica de financiamento às micro, pe-quenas e médias empresas, para investi-mento no emprego de jovens”.

Por fim, propõe a AR ao Governo o “aumento dos níveis de educação e de formação dos jovens com vista à garan-tia de maior empregabilidade e produ-tividade”.

As verbas do QREN já serviram para apoiar quase 10 mil empresas portuguesas

O taxa de compromisso dos fundos é de 96,5% e a taxa de execução de 62,9%

QREN

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 31

“Há um défice de competitividade na economia portuguesa. É para aí que devemos dirigir boa parte dos fundos do próximo quadro de programação”, declarou Poiares Maduro.

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imposição por Bruxelas de direi-tos aduaneiros designados “anti--dumping”, para travar a impor-tação de painéis solares e outros componentes “made in China”. A medida entrou em vigor, a tí-tulo preliminar, no passado dia 6 de junho, isto apesar de 17 estados-membros da UE terem votado contra esta decisão. Por-tugal, todavia foi um dos países que votaram a favor da medida. Apesar do diferendo, a CE come-çou já aplicar direitos aduaneiros de 11,8 %, mas já a 6 de agosto, a taxa irá subir para níveis que podem atingir os 70%, um valor que constituirá um aumento de 500%.

Em risco 242 empregos na Europa

Para a Alliance for Afforda-ble Solar Energy (AFASE), que promoveu a iniciativa, as medi-das impostas serão “devastadores para a generalidade da indústria europeia” e colocarão “em sério risco” cerca de “242 mil empre-gos na UE”, afi rmou Thorsten Preugschas.

Fazendo uma antevisão da au-diência, o presidente da Soventix GmbH e da AFASE assegurou que a deslocação a Bruxelas visou manifestar a oposição das empre-sas “à continuação da aplicação destes direitos lesivos e prejudi-ciais”, na medida em que estes “apenas estão a levar à contração do mercado e a custar muitos em-pregos verdes em toda a Europa”.

A terminar, Thorsten Preugs-chas afi rma ainda esperar que o exemplo da Gehrlicher Solar, uma das empresas mais antigas na indústria solar e que anun-ciou há cerca de quinze dias ter pedido a insolvência como con-sequência direta “da implemen-tação em toda a UE das tarifas ‘anti-dumping’, sobre os painéis solares chineses e como resultado da deterioração das condições de mercado na Europa”, tenha sido sufi ciente para convencer a CE “a agir, ao invés de se colocar à mar-gem”, isto “enquanto a indústria colapsa”.

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ENQUADRAMENTO: A relação entre empresas industriais e clientes é um aspeto fulcral nos dias de hoje. As empresas têm de estar cada vez mais preparadas para acompanhar as exigências dos seus clientes, prestando-lhes um serviço de mais qualidade. É essencial que o foco da empresa esteja “verdadeiramente” nos seus clientes. Assim, é crucial que as empresas utilizem uma abordagem de marketing focada num equílibrio entre atrair novos clientes e manter os já existentes!

PROGRAMA: - Como criar relações de longo prazo entre empresas e clientes- Utilizar diferentes estratégias de Marketing Relacional- Como atrair novos clientes- Como manter a lealdade dos clientes- A importância da comunicação interna vs. comunicação externa- Database Marketing e CRM – Customer Relationship Management- Como usar o Marketing Relacional numa perspetiva de vendas

FORMADOR: Dr. Pedro AguiarPresidente do Conselho de Administração da CMN, SA (atual); CEO – Esferasaúde (atual); CEO – Ahptus (atual); Administrador executivo da Onestone, SGPS, SA; Ad-ministrador Executivo da AH Business, SGPS, SA (atual); Presidente da Comissão Executiva da QnS SGPS, SA; Regional Manager – Abbott Laboratórios, Divisão de Diagnóstico; Membro no Conselho Europeu da Empresa; Membro do Corpo Especial de Negociação para a criação do Conselho Europeu.Formador: em várias Empresas e Instituições (Vendas, Marketing, Gestão)Doutorando em Ciências Empresariais pela Universidade Rey Juan Carlos; MBA em Marketing – Escola de Gestão do Porto; Marketing Management – Instituto Portu-guês de Marketing; Lic. Biologia – Universidade do Minho; Formação em Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Espanha, nas áreas de Vendas, Liderança, Marketing, Estratégia, Negociação.

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EM FOCO

Empresas do setor fotovoltaico estão contra o protecionismo europeuFERNANDA SILVA [email protected]

Cerca de 30 empresas euro-peias do sector fotovoltaico, entre as quais a EDP e a Efacec, via-jaram esta semana até Bruxelas

para participar numa audição na Comissão Europeia (CE), numa tentativa de evitar a concretiza-ção de um confl ito comercial de grandes proporções entre a União Europeia e a República Popular da China.

Na sessão, os responsáveis das empresas procuraram sensibilizar a CE para a possibilidade de uma “guerra” comercial China-UE poder alargar-se a outros setores e atingir proporções incalculáveis. A ocorrer esse confl ito, Portugal

estará entre os países-alvo da reta-liação chinesa, dado que foram já reportadas notícias, não desmen-tidas, sobre a hipótese de penali-zação dos vinhos, cortiça e azeite portugueses.

Na base do diferendo está a

Ameaça de confl ito comercial China-UE envolve Portugal

32 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

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Os últimos artigos focaram--se nos distintos fatores que têm contribuído para a evolução da comunicação na empresa fa-miliar e, como caraterística dos mesmos, casos ilustrativos de ne-gócios portugueses.

O estudo da Edelman, ao ter solicitado aos inquiridos que referissem quais os principais itens de comunicação que mais se destacaram, permite uma análise mais profunda desta contínua abertura dos negócios familiares.

O primeiro grande ponto a re-levar é que a envolvente atual está favorável e reconhece valor a este tipo de companhias. Esta parti-cularidade permite uma grande convergência dos interesses dos “media” – ávidos por falar com e de negócios tradicionalmente pouco dialogantes e mais desco-nhecidos, com o dos empresários

– ao sentirem que existe impacto e valor acrescido da sua abertura

e maior comunicação.O segundo aspeto a considerar

é que esta tendência não parece tratar-se de uma moda, mas sim de uma estratégia deliberada e proativa: existe uma visibilidade premeditada e preparada com es-truturas de comunicação efetivas.

Para concluir esta síntese, e porque iremos detalhar futu-ramente cada um dos pontos focados no gráfico, o reconhe-cimento da importância para a empresa e família de uma co-municação efetiva com os seus

principais grupos de interesse (stakeholders).

o que mais evoluiu na comunicação

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EMPRESAS/Empresas Familiares

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 33

O que mais evoluiu na comunicação da empresa familiar

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTAConsultor Empresas [email protected]

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FERNANDA SILVA [email protected]

Foi inaugurada na passada se-mana no Hospital da Prelada, no Porto, a Blueclinical Phase I, a primeira unidade certificada em Portugal para a condução de ensaios clínicos em voluntários saudáveis ou em populações se-lecionadas de doentes, um tipo de ensaios essencial para a inves-tigação de novos medicamentos, sejam eles originais ou genéricos.

Apesar de não ter sido divul-gado o investimento realizado, o projeto prevê a criação de 26 postos de trabalho diretos e a disponibilização de 29 camas, na expectativa de desenvolver várias dezenas de ensaios clínicos por

ano para clientes nacionais e in-ternacionais.

Em declarações à “Vida Eco-nómica”, Luís Almeida, admi-nistrador da Blueclinical, salienta que, “apesar de muitas empresas estarem a investigar novos medi-camentos, não existia nenhuma entidade habilitada a proceder às respetivas experiências”. Por isso, “era imperioso haver uma unida-de de ensaios fase I em voluntários

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Encomendas:

Unidade de ensaios clínicos em seres humanos inaugurada no Porto

Criação de 26 postos de trabalho diretos e disponibilização de 29 camas

O novo centro visa satisfazer as necessidades das empresas portuguesas, em grande parte PME, que desenvolvem projetos de I&DT.

PUB saudáveis em Portugal. Há diver-sas startups e instituições a desen-volver novos medicamentos, e fal-tava uma entidade onde pudessem experimentá-los pela primeira vez em seres humanos”, explica.

Potencial de exportação de serviços

Surgindo num momento em que a investigação clinica é decla-rada como do máximo interesse estratégico para o país, “porque está na génese da inovação na área da saúde e tem um eleva-díssimo valor acrescentado e po-tencial económico”, o projeto apresenta “um enorme potencial de exportação de serviços”, pois visa “satisfazer as necessidades das empresas portuguesas, em grande parte Pequenas e Médias Empresas (PME), que desenvol-vem projetos de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (I&DT) e que necessitam deste tipo de ensaios para prosseguir com o desenvolvimento dos seus produtos e para a entrada destes no mercado”.

Discursando na sessão de apresentação do projeto, o sócio fundador assegurou ainda que existem “várias oportunidades no setor da saúde”, dado que o “I&DT internacional está a cres-cer e em grande mudança”, e que o nosso país pode beneficiar disso mesmo se souber tirar proveito de um “ambiente político favorável”, das “excelentes infraestruturas de saúde” existentes e de uma “pre-paração clínica ao mais alto ní-vel”. Prova disso mesmo tem sido a crescente “procura dos especia-listas nacionais por parte dos mer-cados internacionais”, reforçou.

A terminar, Luís Almeida lem-brou ainda que existem cerca de 5800 medicamentos em ensaios clínicos a nível mundial, sobretu-do em classes terapêuticas como o cancro, vacinas, infeções cutâneas e outras, e sublinhou que, apesar de os “ensaios clínicos terem vin-do a registar um decréscimo nos últimos anos em Portugal”, os 99 ensaios aprovados em 2012 repre-sentaram um investimento que ascendeu a 36 milhões de euros.

EM FOCO

34 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

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O Comité Económico e Social Europeu (CESE) vê com bons olhos o plano de ação apresentado pela Comissão Europeia, no âmbito do reforço do combate à fraude e à evasão fiscais. No entanto, avisa que um progresso real só será possível se os Estados--Membros desenvolverem esforços para melhorar a eficácia dos serviços fiscais. O que implica a disponibilização de recursos financeiros e humanos, bem como uma co-ordenação mais eficaz entre as várias admi-nistrações fiscais.

O CESE recomenda a Bruxelas que a fraude e evasão fiscais, a par do planeamen-to fiscal agressivo, façam parte da Análise Anual do Crescimento e do Semestre Eu-ropeu e que sejam adotadas medidas especí-ficas contra aqueles fenómenos. Considera o comité que só assim será possível realizar progressos no que respeita ao pagamento e

cobrança de impostos, promover uma maior equidade, assegurar uma melhor redistri-buição e combater a pobreza. Ainda que a entidade esteja de acordo com a proposta de colocar em lista negra os Estados-Membros que operam como paraísos fiscais, defende que os critérios comuns para a identificação desses estados e territórios sejam definidos a nível europeu, de modo a evitar uma apli-cação desequilibrada em termos nacionais. Na lista negra devem entrar não só países terceiros, mas também os territórios e as ju-risdições pertencentes a Estados-Membros e as empresas que aí operam.

O comité considera que a Comissão pode completar as suas propostas de criação de uma lista negra dos países não cumprido-res com sanções a impor às empresas, como a sua exclusão de contratos públicos, de financiamento da União Europeia ou de

auxílios estatais. Quanto ao planeamento fiscal agressivo, o CESE assume que as pro-postas da Comissão devem ser suficiente-mente claras no que respeita à cláusula geral antiabuso e à definição de acordos bilaterais artificiais, de modo a serem facilmente apli-cáveis por todos os Estados-Membros.

Simplificar e harmonizar processos

Mas o CESE vai mais longe e recomen-da à Comissão e aos Estados-Membros que prossigam os seus esforços no sentido de simplificar e harmonizar o quadro jurídico vigente, aos níveis europeu e nacional. Um quadro jurídico mais simples e harmoniza-do, no domínio fiscal, reduziria substancial-mente a possibilidade de fraude e evasão fiscais. Também defende que os Estados--Membros sejam desencorajados de manter entre si diferenças profundas no que respei-ta aos níveis de tributação direta ou indireta que favorecem a concorrência fiscal.

A organização, na sua avaliação das pro-postas apresentadas pela Comissão Eu-ropeia, reitera o seu pedido em que insta os Estados-Membros a harmonizarem o sistema de tributação indireta. Encoraja a Comissão a apresentar propostas neste do-mínio. Esta harmonização, e a introdução de um número de identificação fiscal euro-peu, permitiriam diminuir drasticamente a fraude do tipo “carrocel”. É um facto que a fraude e a evasão fiscais, associadas a pla-neamentos fiscais agressivos, representam perdas de receita num valor anual na ordem de um trilião de euros. Como tal, é funda-mental avançar com medidas eficazes e ime-diatas, na ótica do CESE.

NA PERSPETIVA DO CESE

Estados-membros têm de melhorar eficácia dos serviços

JULHO

Até ao dia 20

- º pagamento por conta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) de titulares de rendimentos da categoria B. - Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Singulares.

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Coletivas.

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto do Selo.

- Declaração Recapitulativa - Entrega da De-claração Recapitulativa pelos sujeitos pas-sivos do regime normal mensal que tenham efectuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Estados Membros, no mês anterior, e para os sujeitos passivos do regime normal trimestral quando o total das transmissões intracomuni-tárias de bens a incluir na declaração tenha no trimestre em curso excedido o montante de 50.000 euros.

Até ao dia 25

Comunicação por transmissão eletrónica de dados dos elementos das faturas emitidas no mês anterior pelas pessoas singulares ou coletivas que tenham sede, estabelecimento, estável ou domicílio fiscal em território portu-guês e que aqui pratiquem operações sujeitas a IVA.

Até ao dia 31

- Pagamento da 2º prestação do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), referente a 2012, quando o seu montante seja superior a J 500,00.

- Entregada Declaração Modelo 30, por trans-missão electrónica de dados, pelos devedores de rendimentos a não residentes.

- Entrega da Declaração Modelo 31 pelas en-tidades devedoras dos rendimentos sujeitos a retenção na fonte a taxas liberatórias cujos titulares beneficiem de isenção, dispensa de retenção ou redução de taxa e sejam residen-tes em território português.

- Liquidação e pagamento do Imposto Úni-co de Circulação, relativo aos veículos cujo aniversário da matricula ocorra no presente mês.

Dupla Tributação

Convenção Portugal-Singapura

Foi publicado no dia 11 de Julho a Resolução da Assembleia da República n.º 96/2013, diploma que aprova o Protocolo que altera a Convenção entre Portugal e a República de Singapura para evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal em matéria de impos-tos sobre o rendimento, assinado em Singa-pura em 28 de maio de 2012.Este Protocolo, que altera o texto do artº 27 da Convenção, passa parte integrante da Con-venção e permanecerá em vigor enquanto a Convenção estiver em vigor.O Protocolo entrará em vigor no 30.º dia após a data em que forem trocadas as notas diplo-máticas indicandoa conclusão das formalidades legais internas de Portugal e Singapura, necessárias à sua entrada em vigor.

AGENDA FISCAL

FISCALIDADE

Ordem rejeita alterações ao regime simplificado de tributaçãoA Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas disponibilizou uma minuta para os membros efetuarem uma reclamação relacionada com o regime simplificado de tributação. Acontece que muitos profissionais se confrontaram com o enquadramento dos seus clientes no regime simplificado de tributação de IRS, sem que, atempadamente, tivessem conhecimento da necessidade de procederem à entrega de qualquer decla-ração de alterações. Considera a Ordem que se trata de uma situação que não possui a necessária cober-tura legal, pelo que passou a disponibilizar um formulário que servirá de base a uma reclamação graciosa.

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 35

PRÁTICA FISCAL

No âmbito das novas regras de faturação e comunicação dos elementos das faturas à A.T., solícito os seguintes esclarecimentos: 1. Num trespasse de um estabelecimento comercial, abrangido pelo º 4 do art. 3º do CIVA, em que o documento que suporta a operação é o próprio contrato ou a escritura do trespasse, uma vez que, pelo facto de não ser considerado uma transmissão de bens ou prestação de serviços, esta operação fica afastada do âmbito da incidência em IVA, não existe, por isso, a obrigação de emitir fatura prevista no art. 29º do CIVA. Nesta situação existem alguns elementos que devam ser comunicados no âmbito da obrigação da comunicação dos elementos das faturas à AT previstas no Decreto-Lei nº 198/2012?

2. Um sujeito passivo que adote o ficheiro SAFT como a via para comunicação dos elementos das faturas pode, em simultâneo, enviar a informação por inserção direta no Portal das Finanças, relativa a uma autofatura em que é emitente, elaborada por um seu cliente?

Resposta do Assessor Fiscal:1. O trespasse de estabelecimento comercial não é considerado transmissão de bens, de acordo com o nº 4 do artigo 3º do CIVA. Tal operação está, por conseguinte, fora das regras de incidência do IVA, designadamente, do regime de facturação. Apenas as pessoas, singulares ou coletivas, que tenham sede, estabelecimento estável ou domicílio fiscal em território português e aqui pratiquem operações sujeitas a IVA são obrigadas a comunicar à

Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), por transmissão electrónica de dados, os elementos das faturas emitidas nos termos do Código do IVA, de acordo com o nº 1 do artigo 3º do DL 198/12, de 24.08. 2. Nestas condições, nada há para comunicar à AT. 3. Nos termos do nº 3 do artigo 3º do DL 198/12, de 24.08, os sujeitos passivos que sejam obrigados a produzir o ficheiro SAF-T (PT), criado pela Portaria nº 321-A/2007, de 26.03, alterada pela Portaria nº 1192/2009, de 08.10, devem optar, para fazer a comunicação dos dados das facturas que emitem, por uma das modalidades constantes das alíneas a) e b) do nº 1 daquele normativo. Neste sentido está-lhes proibido o uso da via prevista na alínea c), ou seja, não podem usar, para esse efeito, a via de

inserção direta no Portal das Finanças. 4. Da interpretação conjunta da alínea b) do nº 1 e do nº 14 do artigo 29º e ainda do nº 11 do artigo 36º, todos do CIVA, conclue-se que não obstante as faturas possam ser elaboradas pelo próprio adquirente dos bens ou serviços (autofaturação), elas são emitidas em nome e por conta do sujeito passivo, pelo que são os fornecedores ou prestadores do serviço, os responsáveis pela sua emissão enquanto sujeitos passivos do imposto, a eles cabendo dar cumprimento às demais obrigações decorrentes do Código, nomeadamente, a de relevar o imposto liquidado na respectiva declaração periódica e proceder à sua entrega nos cofres do Estado, sempre que o mesmo se mostre devido, bem como, comunicar à AT os elementos dela constantes.

Comunicação dos dados das faturas à AT

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

A fraude e a evasão fiscais, associadas ao planeamento fiscal agressivo, representam uma perda de receita anual de um trilião de euros na União Europeia.

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Técnicos de contas lamentam lentidão do site das FinançasTrata-se de um problema recorrente e que a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas quer ver resolvido o mais rapidamente possível. Acontece que existe uma desatualização dos meios in-formáticos por parte da Autoridade Tributária, que se agrava com o facto de o Governo ter lançado novas obrigações que levam os contribuintes para o portal online do Ministério das Finanças.

GEOTOC e IDEFF debatem relação do fisco com o contribuinteO Gabinete de Estudos da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (GEOTOC) e o Institu-to de Direito Económico, Financeiro e Fiscal (IDEFF) organizam, nos próximos dias 27 e 28 de setembro, em Lisboa e no Porto, respetivamente, duas conferências subordinadas ao tema da relação entre o fisco e o contribuinte e o papel desempenhado pelo TOC. O objetivo é de-bater várias temáticas associadas que estão diretamente associadas com o exercício do TOC.

FISCALIDADE

36 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

CONSULTÓRIO TÉCNICO

Cooperativas também

estão obrigadas a aplicar

o Sistema de Normalização

Contabilística

Para efeitos de IRC, as cooperativas serão consideradas como entidades que exercem, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, efetuando--se a tributação pelo lucro contabilístico (de resultados e capital próprio).

Uma cooperativa de ação social exerce a título principal uma atividade comercial, industrial ou agrícola e usufrui do benefício fiscal relativo a cooperativa de ação social, obtendo rendimentos não isentos relativos a não cooperantes. Esta entidade não se encontra sujeita a prestação de contas, pelo facto de ser uma cooperativa. Neste sentido, em termos de anexos da IES, existe a obrigação de entrega do anexo A, visto que esta é a base da prestação de contas em relação ao registo comercial?

As cooperativas, exceto aquelas equiparadas a instituições particulares de solidariedade social (IPSS), estarão obrigadas a aplicar o SNC, nos termos previstos na alínea e) do n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho (redação dada pela Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro – OE/2013). Para efeitos de IRC, as cooperativas serão consideradas como entidades que exercem, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, efetuando-se a tributação pelo lucro contabilístico (de resultados e capital próprio), corrigido pelas disposições do código deste imposto, conforme previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo 3.º e n.º 1 do artigo 17.º ambos do Código do referido imposto. Em termos de obrigações declarativas, as cooperativas deverão cumprir com o estabelecido para todos os sujeitos passivos de IRC que exercem, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, nomeadamente no que se refere à entrega da declaração periódica de rendimentos modelo 22, prevista no artigo 112.º do CIRC, e a declaração anual de informação contabilística e fiscal, atualmente integrada na declaração IES, prevista no artigo 113.º do mesmo Código. As cooperativas têm que entregar o anexo A da IES, que corresponde à declaração anual de informação contabilística e fiscal prevista no Código do IRC, para as referidas entidades que exercem, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola. Independentemente de as cooperativas não estarem sujeitas ao depósito das contas na conservatória do registo comercial, têm a obrigação da entrega do anexo A da IES. Apenas não efetuando o pagamento dos emolumentos de 80 euros, que correspondem ao referido registo do depósito das contas.

(INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS,

SEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO)

O regime simplificado de IRS foi criado em 2001 com o objetivo de criar uma coleta mínima para os empresários em nome individual e profissionais liberais, face à constatação da evasão fiscal elevada existente em certas atividades económicas e também como uma forma simples de gerir estes contribuintes.Trata-se de um regime fiscal forfetário que consiste em aplicar um coeficiente de 0,75 aos rendimentos de prestações de serviços e outros rendimentos da categoria B e 0,2 para vendas de bens e serviços de restauração para volumes de negócios inferiores a150 mil euros.

Os sistemas fiscais forfetários ignoram as regras da contabilidade organizada e os gastos reais incorridos e presumem um determina percentagem de custos, tributando o “lucro” presumido.Neste regime, os subsídios relacionados com a atividade são classificados como subsídios à exploração ou subsídios não destinados à exploração.

Incentivo aos jovens agricultores

Por vezes, contudo, dada a especificidade de determinados subsídios é difícil determinar se estamos, ou não, perante subsídios à exploração. É o caso do “prémio à instalação de jovens agricultores” que, pela sua natureza, levou a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) a solicitar esclarecimento sobre o enquadramento fiscal deste subsídio que, há muito se impunha.De facto, existiu sempre a dúvida se este “prémio à instalação de jovens agricultores” revestia a natureza de uma subvenção meramente pessoal ou se estas ajudas teriam conexão com a atividade empresarial exercida.Este incentivo obriga a manter a atividade durante o período mínimo de cinco anos

e, por outro lado, de acordo com os considerandos da Autoridade Tributária (AT), visa auxiliar a criação das condições (prévias) constitutivas e de arranque da atividade e não propriamente o desenvolvimento efetivo da atividade ou a realização de investimentos materiais.Trata-se de uma ajuda financeira que visa fazer face as despesas anteriores ao início da exploração agrícola e daí a grande dificuldade em enquadrar como subsídio à exploração ou não, não tendo subjacente, conclui a AT, qualquer compensação por perda de

rendimentos ou de cobertura de défices de exploração, sendo, portanto, considerado um “subsídio não destinado à produção”.

Subsídios não tributados em IRS

Ainda neste programa de desenvolvimento rural do Continente, existe também o “apoio ao investimento”, com tratamento fiscal idêntico ao do “prémio à instalação”, considerado “subsídio não destinado à exploração”.Efetuado este enquadramento pela AT, estes subsídios não destinados à exploração são tributados em IRS, no âmbito do regime simplificado, sendo considerados como proveito em frações iguais, durante cinco anos, sendo o primeiro o do recebimento do subsídio. Finalmente, o esclarecimento que se aguardava.Este é o caso típico em que a realidade económica não se confina aos rígidos conceitos tributários que, redutores da realidade, tentam enquadrá-la em conceitos estanques, obrigando frequentemente os contribuintes em desespero a solicitar entendimentos e informações vinculativas à Administração Tributária.

Subsídios e regime simplificado

JOÃO ANTUNESCONSULTOR DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

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uma parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian para a pro-moção de iniciativas que levem a novos públicos uma programa-ção musical de excelência.

No contexto difícil que o país

hoje atravessa, a Santa Casa está apostada em apoiar as artes e as letras nacionais, colocando a cultura ao serviço da coesão da sociedade e do desenvolvimento da pessoa humana.

“SAÚDE MAIS PRÓXIMA” FAZ RASTREIOS DE ALCOOLEMIA E SENSIBILIZA PARA O CANCRO DA PELE

Santa Casa dá palco à música portuguesa no Meo Marés Vivas

Funmácia abre loja no Centro Comercial Vasco da GamaA Funmácia, doces para crescidos comercializados em embalagens farmacêu-ticas rotuladas com mensagens humorísticas, acaba de abrir a nova loja, situ-ada no Centro Comercial Vasco da Gama, situado no 1º piso da extremidade Sul do Centro.

MARKETING

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 37

VIRGILIO [email protected]

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa associa-se ao Festival Meo Marés Vivas, pelo segundo ano consecutivo, dando nome ao palco de música portuguesa. É pelo Palco Santa Casa que vão passar alguns dos protagonis-tas mais promissores da música nacional, de 18 a 20 de julho, na praia do Cabedelo, em Vila Nova de Gaia.

“A Santa Casa está apostada em abrir portas à cultura e apoiar a música e os músicos portugue-ses, para aproximar os valores da instituição dos mais jovens e dar a conhecer as Boas Causas que promove a cada dia”, afirma uma fonte de comunicação da Santa Casa.

“É sobretudo junto dos mais jovens que a Santa Casa quer chegar com a presença nos festi-vais de verão, no Norte e Sul do país. A pensar neles, equipas do programa ‘Saúde Mais Próxima’, promovido pela instituição, vão fazer rastreios de alcoolemia, no recinto do festival, para alertar para perigos decorrentes do con-sumo excessivo de álcool, sensibi-lizando também para os perigos da exposição solar e do cancro da pele, cuja incidência continua a aumentar”, acrescenta.

Entre outros, pelo Palco San-ta Casa vão passar a banda rock de Barcelos The Glockenwise, os Throes + The Shine, Márcia, The Happy Mess e os Ultraleve, que, depois dos concertos, darão autógrafos no stand da Santa Casa. Neste espaço, serão regis-tados os melhores momentos fo-tográficos para atualização diária numa aplicação própria, sempre disponível no Facebook e no site da Santa Casa. Via Facebook está também assegurada a cober-tura em “livestream” deste palco.

Boas Causas que são o desígnio da instituição

A Santa Casa leva assim ao maior festival do Norte do país a bandeira da Música Portuguesa e as Boas Causas que são o desíg-nio da instituição, há 515 anos.

Neste mesmo sentido, no âm-bito da celebração dos seus 515 anos, a Santa Casa organizou um conjunto de concertos gratuitos, este mês, no Largo Trindade Coe-lho, em Lisboa, onde se localiza a sua sede. Estabeleceu também

A Santa Casa está apostada em abrir portas à cultura e apoiar a música e os músicos portugueses.

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“As pessoas que trabalham na Makro são o ativo mais importante. São as pessoas que fazem as empresas e os nossos êxitos foram possíveis pela coragem, esforço e determinação de 1190 pessoas”, afirma à “Vida Económica” Isabel Caeiro, Corporate Communication, PR & CSR da Makro Portugal.“Apostamos na formação contínua que potencie o desenvolvimento das nossas equipas e que tenham impacto positivo na relação com os nossos clientes, proporcionando--lhes um atendimento de excelência e que acrescente valor ao negócio.

VIRGILIO [email protected]

Vida Económica - A Makro juntou-se este ano, pela primei-ra vez, ao Circuito da Boavista, no Porto, tendo sido responsável por todo o serviço de “catering”. Que balanço pode ser feito?

Isabel Caeiro - A Makro, nome-adamente a loja de Matosinhos e V.N.Gaia juntou-se este ano, pela primeira vez, ao Circuito da Bo-avista, no Porto, associando-se a alguns Chefs enquanto fornecedor de produtos alimentares.

As oito mil refeições, com uma média de 1300 por dia, foram pre-paradas com produtos das nossas marcas próprias – Horeca Select, Aro, Rioba – um sortido orientado às necessidades das cozinhas profis-sionais, confecionadas pelos chefs Manuel Almeida, António Vieira, Sara Oliveira, Manuel Teixeira, Nuno Inverneiro e de alunos de vá-rias escolas e da Escola Profissional de Esposende.

A presença da Makro no maior evento do desporto motorizado foi muito positiva e reforçada pela si-nalética na pista e num stand que contou com a presença da força de vendas das lojas Makro de Matosi-nhos e Vila Nova de Gaia, e com

um sommelier, responsáveis pelo contacto direto com os clientes, parceiros e visitantes que podiam provar os vinhos Monte Baixo, um exclusivo Makro.

O balanço da participação da Makro foi muito positivo, pela divulgação das nossas marcas pró-prias e na visibilidade da marca Makro.

VE – A Makro apoiou ainda as Festas Populares Lisboa 2013. Que balanço pode ser também feito?

IC - O apoio da Makro de Alfra-gide às festas de Lisboa prende-se com o suporte que a Makro presta aos profissionais de hotelaria e reta-lho e na integração da imagem da Makro nos materiais promocionais e em todas as iniciativas promovi-das pelas festas de Lisboa 2013. É uma forma de estar perto dos clien-tes em termos de serviço e armaze-nagem, para que os nossos clientes prestem também um melhor servi-ço aos seus clientes.

Paralelamente, houve um envol-vimento muito grande com os co-laboradores da loja e dos escritórios criando as festividades no local de trabalho. Estas iniciativas permi-tem uma maior interligação entre todos os colaboradores, clientes e fornecedores.

VE - Podemos considerar o pa-trocínio um custo ou um investi-mento e em que aspetos?

IC - A Makro Portugal sempre pretendeu ser muito mais que um simples fornecedor no mercado e patrocinar o Circuito da Boavista e as Festas de Lisboa, ou outros, como o Chefe Cozinheiro do ano, Jovem Talento da Gastronomia, ou as Equipas Olímpicas de Culinária, profissionais ou futuros profissionais do canal horeca, é permitir conhecer e dar visibilidade aos nossos produ-tos de marca própria, mostrando as potencialidades e rentabilidade dos mesmos, de forma a tornar os seus negócios mais rentáveis.

Um investimento que fazemos nas nossas marcas próprias, aliados com os nossos clientes ou futuros clientes, permite-nos dar-lhes visi-bilidade e como marca Makro po-tenciar a notoriedade.

Promover a motivação das equipas

VE – Este tipo de eventos re-quer a afetação de grande nú-mero de trabalhadores Makro ou

recorrem também à subcontra-tação?

IC - No caso do Circuito da Boavista, foi um grande desafio e contámos com o grande apoio, en-volvimento e dedicação das nossas equipas das lojas de Vila Nova de Gaia e Matosinhos, bem como al-guns reforços de Leiria, Coimbra e Braga, pela sua proximidade, e também de extrema importância ,com alunos, chefs, escolas e a Es-cola profissional de Esposende, na concretização deste evento.

Todos os outros apoios a even-tos ou patrocínios são sempre as-segurados pelos colaboradores da Makro Portugal.

VE – Relativamente aos cola-boradores que participam nestes eventos, são equipas motivadas? Que trabalho é feito a este nível?

IC - Internamente, é missão da empresa promover a motivação das nossas equipas, assegurando a sua participação e envolvimento em eventos desta natureza. Para o efeito apostamos numa política de recursos humanos consistente que aposta no desenvolvimento de competências, chave através de programas de formação direciona-dos para áreas específicas mas tam-bém a projetos de natureza corpo-rativa que permitam criar uma cultura de “empowerment” das nossas pessoas. Em 2012 iniciámos a implementação de um projeto, de desenvolvimento de competên-cias à escala mundial, que se esten-de a todos os colaboradores do gru-po Metro e aos 1190 colaboradores da Makro Portugal na valorização do colaborador como indivíduo.

Trata-se de um projeto estra-tégico que o grupo está a imple-mentar e que pretende gerar um sentimento de verdadeira pertença à comunidade Makro/Metro, atra-vés de um programa de 10 passos que estão ajustados à realidade das lojas, com o propósito de apresen-tar conceitos que proporcionem às nossas pessoas momentos de forte emoção e partiha de experiências.

O objetivo é levar as nossas pes-soas a fazer parte deste projeto, sen-tirem-se inspiradas, sentirem que possuem um espaço para crescer e contribuir, sentirem-se interligadas e trabalharem em cooperação para alcançar metas comuns.

VE – Podemos considerar o fator humano como um dos trunfos estratégicos da Makro em Portugal?

IC - Absolutamente. As pessoas que trabalham na Makro são o ati-vo mais importante. São as pessoas que fazem as empresas e os nossos êxitos foram possíveis pela cora-gem, esforço e determinação de 1190 pessoas.

O nosso maior investimento em termos de recursos humanos é o enfoque na preocupação com a sua satisfação. Apostamos na formação contínua que potencie o desenvol-vimento das nossas equipas e que tenham impacto positivo na rela-ção com os nossos clientes, propor-cionando-lhe um atendimento de excelência e que acrescente valor ao negócio. Acreditamos, acima de tudo, na construção de relações de confiança, pelo que são os nossos colaboradores o nosso principal elemento de diferenciação.

Makro recupera clientes e aumenta a sua quota de mercado

VE – Qual é o balanço das vendas da Makro em Portu-gal?

IC - Desde a implementação da nova estratégia sustentada por um novo modelo de negócio, há cerca de um ano, com maior enfo-que no cliente, com reestruturação das equipas, reforço das suas com-

petências, investimento de cinco milhões de euros na descida de preço em quatro mil produtos e num novo “layout” das lojas apre-sentando soluções diferenciadoras aos nossos clientes permitindo a Makro recuperar clientes e aumen-tar a sua quota de mercado. Em janeiro começámos uma tendência de crescimento homólogo que se tem mantido de mês para mês.

VE – Quais são as áreas de in-vestimento prioritárias?

IC - No desenvolvimento e cres-cimento profissional e pessoal dos colaboradores. Como mencionado acima, a descida de preços perma-nente em 4000 produtos e por últi-mo a remodelação das nossas lojas com o novo modelo de negócio cuja principal mudança está em fa-cilitar a compra dos nossos clientes nas lojas.

Com o novo modelo de negócio, os clientes poupam tempo, dinhei-ro e trabalho.

VE – Que mensagem gostaria de transmitir?

IC - Estar ao lado dos profissio-nais no seu dia-a-dia ajudando os nossos clientes a ter negócios mais rentáveis oferecendo-lhes novas soluções, sendo o melhor parceiro para a hotelaria e restauração.

ISABEL CAEIRO, RESPONSÁVEL DE COMUNICAÇÃO DA MAKRO PORTUGAL, AFIRMA

“As pessoas que trabalham na Makro são o ativo mais importante”

Quinta da Lixa investe 500 mil euros em marketingA produtora de vinhos verdes “Quinta da Lixa” duplicou o investimen-to em marketing em 2013 face ao ano anterior, para meio milhão de euros. O aumento do portefólio de produtos, a entrada em novos mer-cados e o apoio a modalidades desportivas, como o ciclismo e o atletis-mo, representam parte dos investimentos da empresa em 2013.

Altis Avenida Hotel com certificação em gestão ambientalO Altis Avenida Hotel obteve a certificação em gestão ambiental (ISO 14001), norma reconhecida a nível nacional e internacional atribuída pela Associação Portuguesa de Certificação (APCER). Este Boutique Hotel de 5 estrelas do Grupo Altis Hotels está localizado no centro histó-rico de Lisboa, em plena Praça dos Restauradores.

MARKETING

38 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

“Acreditamos acima de tudo na construção de relações de confiança”, afirma Isabel Caeiro.

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MERCADOS

Dow Jones 17/Jul .......15448,15

Var Sem ................................1,02% Var 2013 ...............................17,89%

Nasdaq 17/Jul .............3605,298

Var Sem ................................2,40% Var 2013 ..............................19,40%

IBEX 35 17/Jul ...............7812,70

Var Sem ...............................-2,28% Var 2013 ...............................-4,34%

DAX 17/Jul ....................8254,72

Var Sem ................................2,33% Var 2013 ................................8,44%

CAC40 17/Jul.................3872,02

Var Sem ................................0,82% Var 2013 ................................6,34%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

PSI-20 (17.07) 5442,70

-1,66% Var. Semana

5300

5350

5400

5450

04 Jul 05 Jul 08 Jul 09 Jul 10 Jul

-3,76% Var. 2013

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 39

CARLA BAMBULO EXPLICA CONCEITO

Allianz promove mobilidade internacional dos seus colaboradores

O grupo financeiro e segurador Allianz está a promover em larga escala a mobilidade internacional dos seus quadros. Trata-se de um projeto que consiste na crescente rota-tividade dos colaboradores, através da oferta de oportunidades de carreira nos diferentes países do grupo, explicou à “Vida Econó-mica” Carla Bambulo, consultora sénior da divisão de negócio para a região ibérica e da América Latina do grupo alemão.

A mobilidade processa-se de diversas for-mas, por via de “assignments” (até cinco anos), projetos específicos ou até mudanças definitivas. Para além de enriquecer as car-reiras dos profissionais, pretende-se poten-ciar o negócio de algumas entidades, através dos conhecimentos aportados por alguns dos envolvidos nestas situações. “Os chama-dos assignments são transferências de cola-boradores de um país para outro – dentro do grupo – com um determinado objetivo, que pode ir desde a colaboração na criação de uma nova empresa até à partilha de co-nhecimentos ou competências com outros colaboradores, passando pela participação em projetos específicos”, de acordo com Carla Bambulo.

A finalidade deste projeto passa sempre por aumentar o conhecimento sobre o negócio na Allianz e potenciar a sua trans-versalidade a todos os quadros da empresa. “O grupo procura criar um conjunto de colaboradores que, obtendo experiência em vários países e realidades, estão prontos a as-sumir as mais variadas funções onde o gru-

po mais necessitar, desenvolvendo carreiras internacionais e projetos de vida. A média anual de colaboradores envolvida neste pro-jeto ascende a cerca de 450 colaboradores, a nível global. Muitas vezes, estas experi-ências acabam por ser uma grande mais--valia para o colaborador e para a empresa, pois ao regressar ao país de origem podem ser proporcionadas excelentes e desafiantes oportunidades de carreira e a empresa be-neficia sempre com a melhor preparação do colaborador.”

Alemanha ainda tem capacidade para absorver profissionais qualificados

Carla Bambulo está a viver e a trabalhar em Munique, no âmbito do projeto de mobilidade da Allianz. Neste momento, é a única colaboradora da Allianz Portugal a desempenhar uma missão internacional. Revela quais as razões que levaram à sua escolha e que explicam o conceito adotado pelo grupo. “A ideia era reforçar, ao nível da holding em Munique, a equipa da divisão de negócio onde Portugal está integrado. Pretendia-se alguém com background fi-nanceiro e que estivesse familiarizado com o modelo de negócio regional. O facto de, nos últimos anos, ter estado ligada a projetos regionais e ter um contacto muito próximo com o grupo em Munique, devido às fun-ções que desempenhava em Portugal, terá sido levado em conta aquando do convite.”

Carla Bambulo está satisfeita com o cargo que desempenha e garante que a adaptação não foi difícil, já que a Allianz possui uma estrutura de suporte que auxilia muito os colaboradores e as respetivas famílias duran-te o processo de mudança. A responsável da Allianz acredita que as universidades portu-guesas formam profissionais que podem ter

sucesso na Alemanha, como em qualquerparte do mundo. “É um país que continua a ter capacidade de absorver mão-de-obra qualificada. O domínio da língua alemã, por exemplo, é importante numa PME ounum setor ligado à indústria, mas nas áreasfinanceira ou de TI a questão pode ser ultra-passada muito mais facilmente.”

Através deste modelo, é possível alargar os horizontes dos funcionários e criar novas oportuni-dades de negócio para a empresa, segundo Carla Bambulo.

Começaram a surgir fendas nas defesas criadas pelos bancos centrais e dúvidas quanto à invencibilidade destas instituições. O discurso dos responsáveis dessas instituições é cada vez mais confuso. Bernanke avança e recua com a promessa de um abrandamento do QuantitativeEasing (QE) - os índices acionistas americanos continuaram a dançar ao som das suas declarações. Esta classe de ativos tem sido a mais beneficiada pelas medidas ultraexpansionistas adotadas pela Reserva Federal americana (FED). Como se pode confirmar pelos máximos históricos atingidos recentemente.

Na Europa também já se fez história! O presidente do Banco Central Europeu (BCE), MarioDraghi, comprometeu-se a manter os juros nos níveis atuais ou mais baixos por um longo período de tempo. Estas declarações não foram bem recebidas por todos. O Bundesbank (banco central alemão) não está plenamente de acordo e

refere que não é um bom caminho manter as taxas de juro por demasiado tempo (temendo uma repetição da hiperinflação da república Weimar).

O BCE e a FED querem um exemplo? O Banco Central do Japão (BoJ) é o campeão da política monetária ultraexpansionista. As injeções de liquidez nos últimos anos levaram a uma acumulação de dívida sem precedentes que condenou a recuperação da economia – o marasmo económico caracteriza o período pós-1989.

Desaceleração do crescimento económico chinês

De cada vez que saem dados relativos à China (Produto Interno Bruto – PIB – ou atividade industrial), os mercados tremem. Pois os “players” de mercado precisam de uma tábua de salvação. No entanto, não nos podemos esquecer que tudo aponta para que a contração do PIB da Zona

Euro seja mais prolongada e ainda existem muitas indefinições da recuperação da economia americana. O desempenho destas duas zonas do globo afeta obviamente os cálculos do PIB chinês (sem falar nos problemas internos da China – como por exemplo crédito malparado e investimentos de racionalidade económica bastante duvidosa).

As perspetivas de uma desaceleração no crescimento económico mundial para este ano estão cada vez mais alinhadas – Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) têm o mesmo discurso!

Instabilidade política na periferia da Zona Euro

Olha para o que eu digo e não para o que eu faço (é muito capital político que está investido e os políticos, pela sua natureza,

não admitem o erro).Espanha e Portugal são o exemplo de que

ainda falta muito para que a Zona Euro consiga inverter o caminho (a periferia não consegue desencalhar). A Grécia continua a ser a protegida, pois este caso tem de dar certo a todo o custo – as eleições na Alemanha estão à porta e a Dra. Merkel não quer essa pedra no sapato.

O abrandamento das economias do “core” põe a nu uma Europa condenada pelas taxas, pelos impostos e pelos regulamentos. As tentativas de planeamento central levadas a cabo pela União Europeia e pelo BCE continuam a falhar.

NOTA: Olhando para a exuberância dos mercados financeiros, esquecemo-nos facilmente das dificuldades da economia real. Mas as divergências não são sustentáveis a prazo.

Alerta! Alerta! É melhor prevenir do que remediar.

ON FIRE!

Políticas e discursos dos principais bancos centrais mundiais

JOSÉ DIASTrader Golden Brokerhttp://bgoldenbroker.blogspot.com/www.goldenbroker.com

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MERCADOS

40 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

1,89% Var. Semana -0,001% Var. Semana -0,05% Var. Semana

-078% Var. 2013 -0,893% Var. 2013 -2,39% Var. 2013

Euro/Libra 17/Jul ......0,8624

Var Sem ........................ -0,24% Var 2013 ........................ -5,79%

Euro/Iene 17/Jul ...130,6100

Var Sem ........................ -1,39% Var 2013 ...................... -12,48%

Euribor 3M 17/Jul .... 0,2200

Var Abs Sem ................... 0,002 Var 2013 ......................... -0,781

Euribor 1Y 17/Jul ......0,5210

Var Abs Sem ................... 0,004 Var 2013 ......................... -0,983

Ouro 17/Jul .......... 1273,36

Var Sem .......................1,42% Var 2013 ....................-24,04%

Prata 17/Jul .............. 19,34

Var Sem .......................0,36% Var 2013 ....................-36,04%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (17.07) 1,3094 EURIBOR 6M (17.07) 0,3310 PETRÓLEO BRENT (17.07) 108,45

1,2951,3

1,3051,31

1,3151,32

04 Jul 05 Jul 08 Jul 09 Jul 10 Jul0,3290,33

0,3310,3320,333

04 Jul 05 Jul 08 Jul 09 Jul 10 Jul106107108109110

04 Jul 05 Jul 08 Jul 09 Jul 10 Jul

Passadas duas semanas, existem agora alguns indicadores que dão a medida do custo que a decisão de demissão do ministro Paulo Portas infligiu à economia portuguesa e aos cidadãos e contribuintes do país.

A Bolsa de Lisboa foi severamente afetada, com os bancos particularmente atingidos. O BCP voltou a cotar-se a oito cêntimos por acção, uma cotação que já conhecera, e o Banif vale agora cerca de quatro cêntimos por acção. As taxas de juro implícitas na dívida pública voltaram a subir, especialmente nos prazos mais curtos, e registaram novos máximos de curto prazo.

A decisão do ministro lançou o país numa crise política por cima de uma gravíssima crise económica. Em resultado de tudo isto, existe a possibilidade – embora ainda não

se saiba ao certo – de o ministro vir a ser promovido a vice-primeiro-ministro.

Um segundo resgate parece agora inevitável, e deverá ocorrer lá para o final do ano, pondo Portugal no caminho da Grécia.

Os partidos políticos foram criados nos países do Norte da Europa e representam a evolução laica das seitas religiosas do protestantismo. Trata-se de instituições que, como o seu nome indica, são próprias de sociedades “partidas” por divisões religiosas que, mais tarde, se tornaram também divisões políticas. Em termos religiosos, o protestantismo nunca entrou em Portugal nem nos outros países do Sul da Europa.

Porém, Portugal é um país de cultura católica ou universal e, portanto, um país que tem de ter tudo aquilo que há no mundo – um país cuja cultura faz dele

um imitador por excelência. E se Portugal resistiu inicialmente, e por cerca de três séculos, aos efeitos da Reforma religiosa, haveria de chegar o momento em que Portugal também iria ter partidos.

Os partidos entraram em Portugal com a Revolução Liberal de 1820, que foi o equivalente português da Revolução Francesa de 1789.. Os partidos vinham de sociedades divididas e chegaram a Portugal que era, então, uma sociedade coesa, uma verdadeira comunidade. Naturalmente, a primeira coisa que fizeram foi dividir, partir a comunidade, pôr os portugueses uns contra os outros. Em breve, Portugal estava lançado numa guerra civil entre absolutistas e liberais.

Aquilo que se seguiu, ao longo de todo o século XIX e até 1926, é uma história

devastadora de instabilidade política, conflitualidade social, não raro violência, e ruína financeira. O período de 1910 a 1926 foi particularmente negro, em termos económicos, o pior período da nossa história desde que há registos do PIB e de outros indicadores económicos modernos.

Passaram agora cerca de duzentos anos desde que os partidos políticos chegaram pela primeira vez a Portugal com a Revolução de 1820. Desde então, pode dizer-se com toda a segurança que o único período em que Portugal cresceu de forma duradoura e sustentada, num clima de paz social e estabilidade política, e se manteve solvente, foi o período em que os partidos políticos estiveram proibidos.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Partidos políticos

O banco Santander Totta foi distinguido pela revista “Euro-money” como o “Melhor Banco a atuar em Portugal”, no âm-bito dos “Euromoney Awards Excellence”, que se realizaram

em Londres. Para aferir estes resultados, a “Euromoney” ba-seou-se em indicadores como a rentabilidade, a solidez, o cres-cimento e a eficiência, que têm caracterizado a performance do

banco.A revista destaca os resulta-

dos alcançados pelo banco, que “em 2012 teve um resultado lí-quido de 250,2 milhões de eu-ros, o mais alto da banca portu-

guesa”. A publicação evidencia ainda “o crescimento dos de-pósitos, que dá ao Santander Totta uma quota de mercado superior a 10%, e a redução dos custos operacionais em 9,5%, o que contribuiu para que o ban-co tenha o melhor rácio de efi-ciência do país”.

Os premiados são selecio-nados por editores, jornalistas e analistas da “Euromoney”, tendo em conta critérios ob-jetivos como a rentabilidade, crescimento e eficiência, com-binados com critérios subjeti-vos. Desta forma, são eleitos os melhores bancos em cada país, ou seja, aqueles que apresentam

uma elevada rentabilidade e de-monstram crescimento e uma melhor performance do que a concorrência, adaptando-se às condições de mercado e/ou às necessidades dos clientes.

Este ano, o Banco Santander Totta já tinha sido eleito pela revista “Euromoney” como o “Melhor Banco em Portugal na área de Private Banking. Além disso, o Santander Totta foi distinguido em 2012 como o “Melhor Banco em Portugal” pelas revistas “Euromoney”, “The Banker” e “Global Finan-ce” e, ainda, pela revista “Exa-me”, como o “Grande Banco Mais Sólido” do país.

SEGUNDO A REVISTA EUROMONEY

Santander Totta é o “Melhor Banco em Portugal”

A revista destaca os resultados alcançados pelo banco, que “em 2012 teve um resultado líquido de 250,2 milhões de euros, o mais alto da banca portuguesa”.

Horta Osório considerado o melhor banqueiro do mundo

O português Horta Osório, CEO do banco Lloyds, foi, no âmbito dos mesmos prémios desenvolvidos pela revista “Euromoney”, distinguido como o melhor banqueiro do mundo. A “Euromoney” justifica a distinção do executivo “pelos seus esforços, nos últimos dois anos, em fazer com que o banco britânico regressasse aos lucros”.Horta Osório, que lidera os destinos do banco inglês de março de 2011, tem 49 anos é já passou pelo Citibank, Goldman Sachs, Santander e Banco de Inglaterra, onde se mantém como administrador não-executivo. Quanto a outros prémios atribuídos pela “Euromoney”, o Wells Fargo foi eleito o melhor banco a nível global e o Goldman Sachs o melhor banco de investimento.

EspeculaçãoPEDRO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA

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Orey Antunes compra participação no Banco Inversis

A Sociedade Comercial Orey Antunes (SCOA) chegou a acordo com o banco es-panhol Banca March (BM) para a aquisição de uma participação de 50% no Banco In-versis. “O objetivo é desenvolver a platafor-ma tecnológica do Banco Inversis e promo-ver a sua comercialização, à escala mundial, junto de clientes institucionais”, refere o grupo nacional em comunicado à CMVM.

Previamente à aquisição da participação pela SCOA, a BM vai proceder ao exercí-cio do direito de preferência, na qualidade de atual acionista do Banco Inversis, pelo valor de 217,4 milhões de euros e vender o negócio de retalho deste banco ao An-dorra Bank Agricol Reig, num montante de 179,8 milhões de euros. Para a SCOA, “este negócio está integrado na sua estra-tégia de desenvolver um grupo bancário com operações maioritariamente na área de online financial services, à semelhança do que vem sendo feito pela sua partici-pada Orey Financial”. As transações estão ainda sujeitas às autorizações das autorida-des competentes.

Durante alguns meses foi falado do caso de sucesso que representava o ajuste da economia portuguesa. Foi referido que os elevados custos de financiamento em mercado de Portugal não eram apropriados. Tal como a economia irlandesa, merecíamos recuperar o acesso aos mercados, e que era inclusivamente justificada uma revisão positiva da notação de rating (que continua abaixo de investment grade). Ambos os países conseguiram entretanto realizar operações de colocação de dívida em mercado primário. No entanto, os dois países encontram-se em situações bem diferentes, como aliás é visível a partir da análise do comportamento das yields soberanas em mercado secundário.

A crise na Irlanda foi essencialmente uma crise do setor financeiro e do setor imobiliário. Em Portugal, a crise é, contudo, de natureza estrutural. Ajustes nos dois países têm sido feitos, com diferentes

resultados. Na Irlanda, o setor bancário foi reestruturado, embora os elevados montantes de crédito em incumprimento permaneçam uma importante preocupação. A produtividade continua elevada e a balança comercial equilibrada. Os custos de trabalho têm vindo a corrigir e o desemprego já começou a cair, numa economia altamente especializada e industrializada. Em Portugal a situação é bem diferente. O peso do setor industrial é bem mais reduzido e focado em indústrias de menor valor acrescentado, enquanto o crescimento potencial da economia é mais fraco. A população tem menor formação. O mercado laboral é muito rígido, e os custos de trabalho têm vindo a ajustar-se lentamente. Particularmente revelantes foram as dúvidas apresentadas no último relatório do FMI quanto aos ganhos de competitividade já alcançados pela economia portuguesa, assim como a

referência à elevada dívida externa líquida do país por parte da Standard & Poor’s (uma das mais elevadas entre os soberanos acompanhados por esta agência de rating).

A implementação do programa de assistência na Irlanda tem sido elogiado pelas autoridades internacionais (tendo o mesmo ocorrido relativamente a Portugal, pelo menos até à 7ª revisão do programa e recente crise política), tendo recentemente a Standard & Poor’s aumentado “o outlook” do país para positivo (e mantido o estatuto de “investment grade”). Pelo contrário, em Portugal, a recente crise política veio inclusivamente colocar em causa a implementação do programa de assistência do país, algo necessário para que Portugal consiga pelo menos reequilibrar o seu saldo primário governamental. Refletindo esta crise política, a Standard & Poor’s cortou o “outlook” de Portugal de estável para negativo, devido aos riscos

de implementação do programa, numa altura em que ainda terão de ser discutidos os cortes de despesas a implementar no Orçamento de Estado de 2014. Com a provável realização de eleições antecipadas já no próximo ano, os investidores consideram agora ser mais provável um segundo programa, ainda que com contornos bem diferentes do primeiro, e provavelmente com uma presença bem mais significativa por parte do Banco Central Europeu. Mais tempo para realizar os ajustes necessários pela economia portuguesa continua a ser reivindicado. Contudo, convém não esquecer o que terá sido um dos mais importantes comentários contidos pelo relatório do FMI: no atual contexto de fraco crescimento económico, será difícil conceder mais tempo para realizar a necessária consolidação fiscal, sem que isso coloque em causa a sustentabilidade da dívida portuguesa.

Irlanda e Portugal – dois resgates com diferentes finais?

JOSÉ SARMENTOanalista de mercados da Fincor

Montepio renova plataforma Netmóvel24

O Montepio renovou o seu serviço Net-móvel24. Esta plataforma mobile, integra-da no serviço Montepio24 Particulares e Empresas, permite a realização das princi-pais consultas e operações bancárias atra-vés de equipamentos móveis. Se até aqui todos os clientes já podiam aceder aos seus dados através dos respetivos smartphones, “agora tornou-se ainda mais fácil realizar essa tarefa”, segundo o banco. O acesso a esta plataforma pode ser realizado através do endereço m.montepio.pt, acedendo desde logo a uma área pública com diver-sas funcionalidades disponíveis para qual-quer utilizador e uma área reservada para Clientes Particulares ou Empresas aderen-tes ao Serviço Montepio24.

“Como uma das principais institui-ções do país, o Montepio tem de estar na vanguarda de tudo o que são ofertas de serviços aos seus clientes e o processo de modernização da nossa plataforma mobile surge nesta lógica. O objetivo desta refor-mulação passa por assegurar a atuais e a novos clientes maior comodidade e acesso

‘anytime, anywhere’ às suas operações ban-cárias através de qualquer equipamento móvel, desde os mais antigos até às plata-formas mais recentes no mercado, como o iOS, Android, BlackBerry ou Windows Phone”, explicou Fernando Amaro, dire-tor de marketing do Montepio.

Uma das principais novidades desta renovação prende-se com a inclusão nas opções de acesso público de um sistema baseado em georreferenciação que permi-te a localização do balcão Montepio mais próximo. Para além da vertente operacio-nal, o Netmóvel24 faculta também um serviço de informação integrado de bol-sa e mercados, com notícias financeiras e market reports. “Com a atualização e re-formulação do Netmóvel24 pretendeu-se não somente incrementar a usabilidade para o utilizador, respondendo às me-lhores práticas de utilização de aplicações mobile banking em smartphone como também atribuir um layout mais apela-tivo e próximo do utilizador”, concluiu Fernando Amaro.

EDP Renováveis aumenta produção em 8% A EDP Renováveis produziu 10,7 TWh de energia limpa, no primeiro trimestre, o que se traduziu num aumento de 8%, face a igual período do ano passado. “O crescimento anual da produção reflete o aumento da capacidade instalada nos últimos 12 meses e o forte recur-so eólico na Europa”, refere a empresa em comunicado. A EDPR atingiu um fator de utili-zação de 33%, “reforçando o seu posicionamento líder na indústria, em resultado de uma carteira de ativos sólida e bem diversificada, evidenciando a elevada qualidade dos seus par-ques eólicos”.

BCE pressiona governos a reforçarem a bancaO Banco Central Europeu (BCE) está a pressionar os governos da Zona Euro a assegurarem que os bancos estão adequadamente capitalizados e que os seus balanços foram limpos. Sem que sejam feitos progressos ao nível do sistema bancário e em termos de reformas estruturais, a Zona Euro corre o risco de apresentar um crescimento pouco consistente de forma perma-nente. Mesmo que os estados garantam financiamento, os bancos continuam a ser essenciais, especialmente no que toca às PME. É fundamental a banca apresentar ativos saudáveis e estar em condições de garantir o necessário financiamento.

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 41

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O acesso a esta plataforma pode ser realizado através do endereço m.montepio.pt.

MERCADOS

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Governo alemão volta a privatizar o CommerzbankO Governo alemão tem sondado o banco suíço UBS com o objetivo de privatizar novamente o Commerzbank, parcialmente nacionalizado em consequência da crise financeira. O que sig-nifica que o Executivo está disposto a recorrer a investidores estrangeiros no sentido de o banco, o segundo maior depois do Deutsche Bank, voltar a mãos privadas. O Estado alemão detém uma participação de 17%, tendo sido injetados desde a sua nacionalização cerca de 18,2 mil milhões de euros. Foi feita uma reestruturação, contando atualmente com 56 mil funcionários.

CMVM disponibiliza simulador de custos e rentabilidades A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) disponibiliza no seu site um simula-dor de custos e rentabilidade das emissões de obrigações colocadas em mercado primário, bem como as tabelas comparativas dos preços praticados pelos intermediários financeiros. Refere a entidade reguladora que com este novo simulador pretende “contribuir para o aumento do ní-vel de informação e proteção conferida aos investidores não qualificados, disponibilizando uma ferramenta através da qual podem efetuar uma análise mais completa dos custos envolvidos”.

MERCADOS

42 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

AQUILES [email protected]

A lei que impõe um prazo máximo para 60 dias nos pa-gamentos entre empresas en-trou em vigor no início deste mês. O objetivo é diminuir a demora das empresas portu-guesas para regularizarem as dívidas. Segundo um estudo da Intrum Justitia, 53% das em-presas nacionais espera quase quatro meses (116 dias) antes de entregar os seus créditos. De acordo com um barómetro em-presarial da consultora Informa D&B, as empresas portuguesas demoram o dobro a efetuar pa-gamentos do que as suas congé-neres europeias (ver caixa).

O Decreto-Lei n.º 62/2013 resulta, aliás, da transposição, por parte de Portugal, de uma diretiva comunitária sobre este tema. Tendo em conta que muitas empresas estão, devido à conjuntura económica, com graves dificuldades de tesou-raria, importa às empresas sa-berem que ferramentas têm ao dispor para fazer frente a esta nova realidade legal. A “Vida Económica” questionou os maiores bancos a operar em Portugal que soluções de gestão de pagamentos para empresas têm. BES, BPI, Millennium bcp, Montepio e Santander Totta responderam em tempo útil (tal como o Crédito Agrí-

cola, mas neste caso não há um produto específico).

Três grandes regras com a nova lei

O Decreto-Lei n.º 62/2013 pretende ser um instrumento legal de proteção do credor e vem definir três grandes regras relativamente ao pagamento das transações comerciais. Pri-meiro, os prazos de pagamento não podem exceder em regra os 60 dias, exceto acordo ex-presso entre as partes, e desde que não configure abuso mani-festo face ao credor. Segundo, na ocorrência de atrasos no pa-gamento, a definição de uma taxa de juro mínima de 8,5% (BCE + 8%) a título de juros legais de mora comerciais, sem necessidade de interpelação. E, terceiro, a definição de custos com a cobrança da dívida, que

acrescem aos juros de mora co-merciais, e também sem neces-sidade de interpelação, que são fixados num mínimo de 40 eu-ros a título de despesas internas de cobrança, aos quais poderão ser acrescidos encargos com o serviço de advogados, solicita-dores ou agentes de cobrança.

NOVA LEI, QUE IMPÕE UM PRAZO MÁXIMO PARA 60 DIAS NOS PAGAMENTOS ENTRE EMPRESAS, SUBLINHA IMPORTÂNCIA DESTAS FER

Bancos oferecem produtos de gestão de paga

Soluções de factoring do BPI com “adesão crescente”

A oferta do BPI em termos de gestão de pagamentos entre empresas empresas é o factoring. As soluções de factoring e pagamento a fornecedores incluem gestão de pagamentos e soluções integradas, que permitem a gestão de pagamentos e a garantia de recebimento. “A adesão a este tipo de produtos tem sido crescente, até por parte dos fornecedores, que encontram neste tipo de produtos formas de contornarem não só as necessidades de tesouraria, mas também a redução de plafonds de limites de crédito dos seus clientes pelas seguradoras de risco de crédito”, disse à “Vida Económica” fonte do banco presidido por Fernando Ulrich.Os preços variam de acordo com o risco do cliente e a complexidade da solução. “A título exemplificativo, um cliente que recorra ao crédito (enquadrado na Linha BPI Empresas 1000 milhões de euros) para efetuar os referidos pagamentos poderá usufruir de um spread entre 4% e 5%. Os custos de gestão do contrato dependem do tipo de produto ou das combinações possíveis de acordo com preçário público do banco BPI”, indica.Uma postecipação de 10 mil euros, a 30 dias, teria, de acordo com a mesma fonte, um custo de perto de 300 euros. “Estes pagamentos enquadram-se na aprovação de um limite de periodicidade renovável. Um pagamento de 10 mil euros, ao abrigo

de um limite para pagamento a fornecedores, com o financiamento do montante, teria um custo de 285,08 euros (ao qual acresceriam 11,4 euros de imposto de selo), a que corresponde um custo de 3% sobre o pagamento. Neste exemplo consideraram--se as condições aplicáveis na linha BPI Empresas 1000 milhões de euros, aplicando-se um spread de 4% sobre a taxa de referência de Euribor 3 Meses (0,210%) e, adicionalmente, assumiu-se a comissão de pagamento a fornecedores máxima comunicada ao Banco de Portugal”, explica a nossa fonte. O número de empresas que utilizam estes serviços ascende a cerca de 7500, segundo o BPI.

Fatura OK é o produto do MontepioO Montepio comercializa, para esta área, o Fatura OK, produto de pagamento a fornecedores que permite às empresas a centralização de pagamentos, a prestação de informação aos seus fornecedores sobre as datas de pagamento dos créditos e a garantia do recebimento dos valores faturados e confirmados. Os créditos confirmados poderão ainda ser pagos na data de vencimento convencionada, ou antecipadamente, a pedido do fornecedor ou por iniciativa do devedor.“O Fatura OK permite reduzir custos administrativos com o processamento dos pagamentos, que passa a ser efetuado pelo Montepio, assegura uma gestão eficaz de tesouraria, elimina o risco de crédito e gera disponibilidades adicionais de tesouraria, sem acréscimo de endividamento bancário para os fornecedores”, disse à “Vida Económica” fonte da entidade.O preço varia de acordo com o serviço e com o risco associado à operação, sendo a sua análise casuística e enquadrada no preçário do Montepio. Para além da comissão de contratação, de renovação e de alteração contratual, é cobrada uma comissão de gestão de pagamentos e que consiste na comissão principal pelo serviço

prestado pelo Montepio.O banco avisa que “nem todas as empresas possuem um perfil funcional ideal para contratarem este tipo de serviço”. É, por isso, efetuada, por parte do Montepio, uma análise prévia à entidade por forma a identificar as suas reais necessidades de tesouraria no que concerne aos pagamentos a fornecedores. “Trata-se de um serviço muito específico para empresas que apresentem um elevado volume de pagamentos a fornecedores, geralmente habituais e diversificados, e cujo prazo médio de pagamentos seja superior a 30 dias”, indica a nossa fonte. Quer o número de clientes quer o volume de negócios têm evidenciado alguma estagnação, em resultado, fundamentalmente, do agravamento dos riscos associados a este tipo de operações.

Millennium bcp disponibiliza-se para centralizar pagamentos das empresas

O BCP tem como solução de gestão de pagamentos o Confirming ON-Time Millenniumbcp/Serviço de Pagamento a Fornecedores, com a qual o banco se torna na entidade centralizadora dos pagamentos das empresas, assegurando a gestão total dos pagamentos aos fornecedores, nacionais e internacionais, e garantindo o cumprimento dos prazos de pagamento entre empresas. “Esta solução, para além do serviço que presta aos nossos clientes, possibilita aos fornecedores dos nossos clientes a obtenção de liquidez imediata sobre a faturação emitida, através do adiantamento desde logo daqueles valores, ou em momento por estes escolhido”, indicou à “Vida Económica” fonte do BCP.O Confirming ON-Time do Millenniumbcp tem uma comissão de abertura de 150 euros, sendo igualmente este o valor da comissão de gestão a cobrar anualmente. Pela gestão das ordens de pagamento enviadas pelos clientes, comunicação de toda a informação relativa às mesmas aos fornecedores e respetivo pagamento, é cobrada uma comissão de serviço que varia entre 0,15% e 0,25%. “Contudo, ao suportar estes custos, as empresas delegam no banco todo o processo administrativo associado a pagamentos, obtendo reduções significativas ao nível dos custos de estrutura e das despesas associadas aos meios habituais para pagamento. Por outro lado,

ao apresentar aos fornecedores uma solução que lhes permite antecipar receitas e garantir o pagamento atempado das faturas, as empresas dispõem de condições que lhes permitem aumentar a margem negocial junto dos fornecedores e beneficiar de melhores condições de compra”, recorda a mesma fonte.Em relação à postecipação por 30 dias do pagamento de 10 mil euros – a simulação pedida pela “Vida Económica” –, tem um custo máximo de 25 euros, de acordo com o BCP. O Confirming ON-Time Millenniumbcp/Serviço de Pagamento a Fornecedores efetua atualmente pagamentos a mais de 27 mil fornecedores. Até maio último, foram, segundo o Millennium bcp, cerca de 739,3 milhões de euros de assegurados ordens de pagamento.

A “Vida Económica” questionou os maiores bancos a operar em Portugal que soluções de gestão de pagamentos para empresas têm.

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As empresas portuguesas demo-ram o dobro a efetuar pagamentos do que as suas congéneres euro-peias, de acordo com um baró-metro empresarial da consultora Informa D&B sobre o primeiro trimestre do ano. Aquele estudo apontava naquela data uma média de 31,29 dias em Portugal, contra 14,01 da média europeia (ver grá-fico).

Portugal é, de longe, o país em que as empresas pagam mais tarde. Para se ter uma ideia, o segundo país em que esse processo é mais demorado é a Espanha e apresen-ta uma média de 19,3 dias, bem mais próximo da média europeia. De notar, contudo, que a tendên-cia, em todo o continente, é de os prazos de pagamento crescerem. Com efeito, no primeiro trimestre de 2013, a média de dias de atraso de pagamento na Europa (14,01) foi superior à registada no quarto trimestre de 2012 (13,22). Tam-bém em Portugal se registou esta subida (de 30,2 para os já referidos 31,29 dias).

Os países europeus que apresen-tam um número médio de dias de atraso de pagamento inferior ao da média europeia são a Alemanha, Países Baixos, Bélgica e França. Entre os países que apresentam atraso de pagamento superior ao da média europeia, encontramos: Reino Unido, Irlanda, Itália, Espa-nha e Portugal.

A Informa D&B recorda que, “de forma a melhorar o cenário de pagamentos, no passado dia 10 de Maio, Portugal transpôs para o ordenamento interno a diretiva comunitária a implementar nos vários países”. A consultora de-fende que, com o Decreto-Lei nº 62/2013, “Portugal passa assim a estar incluído nesta nova estrutura legal desenhada para reduzir e har-

monizar os períodos de pagamen-to na União Europeia”.

Heterogeneidade à escala europeia

O estudo mostra uma certa he-terogeneidade, à escala europeia, de comportamentos de pagamen-to ao longo do período analisado.39,1% das empresas respeitam os prazos de pagamento acordados, embora a categoria de pagamen-tos com um atraso moderado (até 30 dias) seja aquela que apresentamaior concentração de empresas (51,3%). Por outro lado, ocorre-ram pagamentos com um atrasosuperior a 90 dias em 3,3% das empresas, tendo 1,8 % ultrapassa-do os 120 dias.

Em 2012, a percentagem de em-presas portuguesas que realizaram pagamentos dentro do prazo foide 17,6%, valor que tem vindo a reduzir desde 2008 e que se encon-tra abaixo da média europeia. Noentanto, à semelhança da Europa, mais de metade das empresas por-tuguesas (58,5%) encontra-se na categoria de pagamento com umatraso inferior a 30 dias

O estudo “Payment Study 2013”, elaborado pela CRIBIS D&B, apresenta a evolução dos comportamentos de pagamento das empresas nos principais paísesdo mundo, com base na infor-mação produzida pelo programa Duntrade, onde a Informa D&Bparticipa com informação sobre Portugal. Este estudo apresenta a evolução do comportamento de pagamento das empresas nos prin-cipais países do mundo incluindo países europeus e não-europeus (Estados Unidos da América, Ca-nadá, México, China, Hong Kong e Taiwan).

AP

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 43

Aquisições de tecnológicas europeias disparamO setor das tecnológicas está num processo acelerado de concentração na Europa. As operações defusões e aquisições das empresas europeias tecnológicas atingiram um montante de cerca de 46,7mil milhões de euros, no primeiro semestre, um valor que quase duplicou o de igual período do ano passado. A consultora Dealogic admite que esta tendência vai manter-se nos próximos meses. “O mercado europeu das telecomunicações é cada vez mais competitivo e crescer é mais difícil,pelo que o setor necessita de se especializar e reposicionar os seus produtos e serviços.”

Popular vende seguros do PastorO banco Popular continua com a sua estratégia de desinvestimento de ativos não estratégi-cos. Agora concluiu a venda dos seguros do ramo vida do Pastor por 50 milhões de euros, a que correspondem mais-valias de 21 milhões. A entidade financeira espanhola passou para o Allianz Popular todo o negócio do Pastor Vida, que inclui as carteiras do ramo vida, risco e pensões que pertenciam à instituição galega. Os ativos totais ascendem a mais de 620 milhões de euros.

RAMENTAS

mentos para empresas

Santander Totta propõe confirming

O confirming é a solução proposta pelo Santander Totta. O banco tem várias soluções: Confirming Standard (pagamentos a fornecedores a prazo, com a possibilidade de estes solicitarem o recebimento antecipado dos fundos), SelfConfirming (pagamentos a fornecedores a pronto pagamento, permitindo aos clientes diferirem o débito na sua conta); Confirming Garantia (pagamento aos fornecedores a prazo, com a garantia de que na data de vencimento a fatura é sempre paga) e Confirming Internacional (embora o banco já disponibilize as outras modalidades também para pagamentos Internacionais, nomeadamente união europeia e outros países sob consulta).Quanto a preços, depende da modalidade contratada. No Confirming Standard o produto é gratuito para o cliente (desde que as instruções de pagamento sejam enviadas no mínimo com 30 dias de antecedência relativamente à data de vencimento das mesmas, no SelfConfirming o custo é idêntico ao de uma linha de financiamento à tesouraria da empresa e no Confirming garantia tem o custo de uma comissão de garantia que varia entre 1,5% e 2%. No que se refere ao Confirming Internacional, tem de forma resumida os encargos acima descritos (não tem encargos adicionais).Pelo facto de poder ser gratuito, o Santander Totta

não nos enviou simulação para a postecipação por 30 dias do pagamento de 10 mil euros. Quanto ao número de empresas que recorrem ao serviço, utilizam, segundo o banco, “esta solução cerca de mil empresas nacionais e são beneficiários cerca de 20 mil fornecedores”.

BES Express Bill traz “certezas para os negócios”

A solução de garantia de pagamento do BES é o BES Express Bill. Lançado há três anos, assenta numa garantia de pagamento do BES e na faculdade de antecipação automática de recebimentos. “É um regresso às origens do financiamento das necessidades de fundo de maneio das empresas, garantindo o pagamento a fornecedores e antecipando o recebimento de clientes. Um sistema de crédito ‘saudável’ e virtuoso. Na mesma operação financiamos duas entidades e trazemos certezas para o mundo dos negócios. Asseguramos o melhor dos dois mundos ao permitir, a quem paga, pagar mais tarde, ao mesmo tempo que asseguramos, a quem recebe, receber mais cedo”, disse à “Vida Económica” o diretor coordenador marketing de empresas e institucionais do BES, Luis Guimarães de Carvalho. O sistema é totalmente eletrónico e online, funcionando na plataforma de e-banking BESnetwork, e está acessível a empresas de todas as dimensões e setores de atividade.“A nossa avaliação de risco cinge-se exclusivamente ao devedor, pelo que qualquer empresa, independentemente da sua situação económico-financeira, pode negociar com os seus clientes receber por esta via e antecipar imediatamente os seus créditos”, indica Luís Guimarães de Carvalho. Os custos dependem do risco do cliente e das contrapartidas comerciais para o banco. “Em todo o caso, e face a um financiamento tradicional, os custos são modulares, o que permite poupanças significativas. O custo base é o da garantia bancária de bom pagamento, que está indexado ao rating do cliente. O fornecedor, para beneficiar desta garantia, não tem qualquer custo, existindo apenas um custo de liquidez, caso pretenda antecipar o recebimento”, explica a nossa fonte. “A garantia de um pagamento de 10 mil euros pelo prazo de 30 dias, num cliente com uma comissão de garantia anual de 2% ao ano, representa um custo de 16,67 euros mais imposto selo”, exemplifica o diretor coordenador marketing de empresas e institucionais do BES.

Atualmente, o BES Express Bill tem, de acordo com a nossa fonte, mais de 2250 milhões de euros de limites de crédito contratados, o que permite garantir e antecipar mais de 11 mil milhões de euros de pagamentos por ano. “Até abril deste ano, o fluxo de pagamentos BES Express Bill cresce em termos homólogos 61%, enquanto o mercado de factoring regista uma quebra de 14%, os pagamentos eletrónicos a fornecedores uma quebra de 24% e os cheques de 21%. Ou seja, em plena recessão económica, esta é cada vez mais a solução de pagamentos e recebimentos entre empresas. São já mais de 11 mil empresas que, ao longo destes três anos, aderiram a esta solução financeira inovadora e exclusiva do BES”, remata Luis Guimarães de

Empresas nacionais demorar cinco vezes mais tempo do que as alemãs.

INDICA BARÓMETRO DA INFORMA D&B

Empresas portuguesas demoram a pagar o dobro da média europeia

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Banco de Portugal avisa para produtos de alto riscoÉ um facto que ainda há falta de uma legislação que regulamente de forma efetiva a comer-cialização de produtos financeiros de elevado risco. É o que dá a entender o recente aviso do Banco de Portugal. Chama a atenção que os produtos de elevado retorno não estão isentos de riscos acrescidos, pelo que os investidores devem estar bem preparados e aconselhados quando adquirem produtos financeiros mais complexos. De notar que muitos dos ativos tóxicos que ainda estão nos mercados derivam precisamente da compra de produtos de alto risco.

G20 quer políticas monetárias clarasO G20 defende políticas monetárias claras. O apelo surge numa altura em que os países emer-gentes estão a ser penalizados pelas medidas tomadas pela Reserva Federal dos Estados Uni-dos. Estas estarão a desestabilizar os mercados e a levar à fuga de capitais. A Rússia e outros países emergentes foram afetados pelo anúncio do presidente da Fed sobre o resgate de ativos. O rublo e os principais índices da bolsa de Moscovo caíram para os níveis mais baixos num ano, enquanto o real e a bolsa de São Paulo tocaram os valores mais reduzidos em quatro anos.

MERCADOS

44 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

Seis microempreendedores por-tugueses do Millennium bcp viaja-ram até Estocolmo, para participa-rem na primeira Innovation Race, organizada pela Rede Europeia de Microfinança (EMN, em inglês), com o intuito de darem o seu con-tributo para o desenvolvimento futuro da microfinança.

Integrada na 10ª Conferên-cia Anual da EMN, estes micro-empreendedores, apoiados por consultores e especialistas, ideali-zaram produtos e serviços inova-dores. Para o efeito foram cons-tituídos qautro grupos, “Youth”, “Woman”, “Senior” e “Migrant”, representativos dos principais des-tinatários da Microfinança.

Joana Gameiro (“BodyCon-cept” em Carcavelos) e Tiago Costa (“Cool Hostel” em Setúbal) integraram o grupo “Youth”, Pau-

la Barreiros (“Adding Talent, con-sultoria” Sónia Rodrigues (“Maria Chá, Pastelaria Gourmet” em Tor-res Novas) e Mónica Fernandes (“BeAtelier Coaching”) o grupo “Woman” e Priscila Beck (“Ver-niz de Luxo” em Lisboa) o grupo “Migrant”.

Todos deram o seu contributo, o seu testemunho, partilharam a sua experiência e as suas ideias para construir uma nova micro-finança, ainda mais próxima das pessoas sem acesso a crédito e que pretendam criar o seu próprio posto de trabalho. Para todos foi uma experiência inesquecível e enriquecedora.

“Apesar de todos terem uma história de vida e um percurso di-ferentes, em dado momento todos se depararam com desafios seme-lhantes e recorreram ao micro-

crédito por sentirem que este res-pondia às suas necessidades. Têm esse elo em comum, o que lhes permite, mais facilmente, identifi-car a forma como este modelo de financiamento poderá evoluir no futuro, para melhor responder às necessidades dos microempreen-dedores”, refere João Fezas Vital, responsável pelo Microcrédito Millennium bcp. “É muito gra-tificante ver o sucesso dos nossos microempreendedores. Foi com grande satisfação que recebemos a notícia de que seis microempreen-dedores do Millennium bcp, iriam representar Portugal nesta iniciati-va. É para nós um enorme orgulho e uma motivação acrescida para continuarmos a desenvolver o nos-so trabalho. Até hoje já ajudámos a criar cerca de quatro mil postos de trabalho”, acrescenta.

A ida ao mercado da última quarta-feira (17 de junho) tradu-ziu-se numa subida dos juros a pagar, sobretudo no caso do leilão a 12 meses. Nos Bilhetes do Te-souro (BT) a cinco meses, a taxa conseguida foi de 1,045% (com-para com a taxa de há um mês para BT a seis meses de 1,04%). O montante colocado foi de 300 milhões de euros e a procura 4,4 vezes a oferta. No que se refere aos BT a 12 meses, a taxa foi de 1,72% (compara com a taxa de 15 de maio passado, de 1,23%) e o montante colocado de 1,2 mil mi-lhões de euros, com uma procura 1,8 vezes a oferta (quase o dobro).

“Os leilões correram com nor-malidade, com as taxas a saírem dentro daquilo que tem estado a ser praticado no mercado. A taxa

do muito curto prazo, a cinco me-ses, quase se manteve igual à pra-ticada há um mês. Neste leilão a procura foi elevada, mas só 20% do montante colocado foi dirigido para esta maturidade”, disse Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa.

“No leilão a 12 meses, se tiver-mos em conta a taxa praticada em maio, subiu bastante. Tivemos um agravamento de 0,41% no espaço de dois meses. O impasse político interno pode ter pesado um pouco nesta taxa a 12 meses. Mas os leilões foram um não--acontecimento. A Alemanha, a cinco anos, financia-se a um cus-to de 0,8%. Portugal, a um ano, financia-se a 1,72%. Isto espelha bem a dimensão dos nossos pro-blemas”, explica.

O Montepio entrega hoje (19 de julho) a Frota Solidária 2013. A edição deste ano está marcada para Setúbal, depois de as cinco anteriores edições terem passado por outras tantas cidades nacio-nais.

Todos os anos, a Fundação Montepio recebe do Ministério das Finanças um montante rela-tivo à consignação fiscal, um va-lor que atingiu 459 mil euros em 2012, montante que a entidade emprega na aquisição de viaturas para 21 instituições particulares

de solidariedade social (IPSS). “Pelo facto de este montante ter sido entregue, pelos contri-buintes, ao cuidado e gestão da Fundação Montepio, decidiu esta instituição de utilidade pú-blica devolvê-lo à sociedade civil através da aplicação do referido montante na aquisição de veícu-los automóveis especiais e adap-tados, que, constituindo o que designámos por Frota Solidária, apoiarão a atividade de mais 21 IPSS”, refere a Fundação Monte-pio, em comunicado.

O Banco Popular lançou um produto dedicado aos avós: o Depósito eu Poupo!. “Todos os avós se preocupam com os seus netos e querem apoiá-los no seu crescimento. Por isso se torna tão importante garantir-lhes desde os primeiros anos de vida o cresci-

mento das suas poupanças”, refe-re o banco em comunicado.

O depósito Super Avós apresen-ta uma taxa de 3,15% (TANB) a 12 meses para depósitos de 2500 a 250 mil euros e um bónus de 25 euros na constituição do De-pósito eu Poupo! para os netos.

Microempreendedores portugueses na primeira Innovation Race

Leilão de dívida portuguesa com juros mais altos

Montepio entrega Frota Solidária 2013 em Setúbal

Banco Popular lança produto dedicado exclusivamente aos avós

A OPEP vai perder partes de mercado no ano que vem – quan-do a procura mundial atingir o nível mais elevado em quatro anos – devido à oferta crescente de petróleo de xisto, proveniente dos Estados Unidos.

A Organização dos Países Ex-portadores de Petróleo prevê, num relatório mensal, que a procura de petróleos brutos será, em média, de 29,61 milhões de barris por dia, no próximo ano, ou seja, menos 250 mil barris di-ários do que no presente exercí-cio. A oferta será excedentária se a OPEP continuar com a extra-ção ao ritmo atual. O cartel tem

um objetivo de produção de 30 milhões de barris por dia e, em junho, esse valor foi ultrapassado em 380 mil barris diários. Este facto implicaria um aumento dos stocks de crude a nível mundial, os quais estão já a níveis elevados. No entanto, o mercado começa a procurar cada vez mais outro tipo de petróleo, como é o caso daque-le resultante do xisto e que está a ser explorado de forma crescente nos Estados Unidos. Por outro lado, a OPEP terá de contar com a concorrência de crude prove-niente de profundidades cada vez maiores, em resultado de novas técnicas de perfuração.

Os CTT Correios de Portugal e a Fidelidade Companhia de Seguros assinam um novo acor-do de distribuição. Há mais de 15 anos que os CTT têm vindo a distribuir produtos da Fideli-dade, com especial relevo para os seguros de Vida Capitaliza-ção, cuja evolução das vendas tem sido assinalável, estimando--se encerrar o ano em curso com um crescimento significativo do volume de vendas. O acor-do agora assinado, que vigorará até 2018, prevê a distribuição nas mais de 600 lojas CTT de uma gama alargada de seguros de Vida e de Saúde em regime de exclusividade, regime que po-derá ser extensivo a outros ramos

e produtos se e quando as partes o considerarem desejável.

“Pretendemos assim dar início a uma nova fase na relação entre duas instituições que são das mais presentes na vida dos portugue-ses. Esperamos também reforçar a diversificação das áreas de negó-cio dos CTT Correios de Portu-gal, apostando num parceiro que partilha connosco competências distintivas de confiança e solidez financeira”, de acordo com Fran-cisco de Lacerda, presidente do conselho de administração dos CTT. Jorge Magalhães Correia, presidente da Fidelidade, afirma que “a parceria entre a Fidelida-de e os CTT tem sido geradora de valor para ambas as empresas,

pelo que o alargamento desta re-lação de longo prazo vai contri-buir para uma valorização con-junta dos seus negócios e para um reforço da oferta e fidelização dos clientes”.

Os CTT Correios de Portugal são uma das três principais re-des na colocação de seguros em Portugal. “Esta parceria de longo prazo assenta no objetivo claro de oferecer seguros de capitalização muito competitivos e diversifica-dos, para que os CTT reforcem a sua posição como uma das redes em que os portugueses apostem para aplicar as suas poupanças”, refere o comunicado conjunto. A Fidelidade tem uma quota de mercado de cerca de 30%.

OPEP vai perder partes de mercado

CTT e Fidelidade assinam parceria

Os seis microempreendedores portugueses do Millennium bcp viajaram até Estocolmo.

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MERCADOS

O nosso objetivo na gestão de patrimónios financeiros é encontrar negócios com caraterísticas excecionais a preços sensatos. Uma empresa que consiga gerar retornos elevados no capital investido durante muitos anos irá capitalizar a riqueza dos seus acionistas a taxas de rentabilidade mais elevadas. Os negócios medíocres, mesmo em saldo, não interessam ao investidor em valor.

Na procura de valor para uma carteira de investimentos, a ênfase deve ser colocada, primeiro, na procura de bons negócios, aqueles com grandes vantagens competitivas e capacidade para as manter por muitos e bons anos; segundo, na margem de segurança que conseguimos quando compramos a ação, isto é, o desconto que conseguimos no preço a que compramos face ao valor justo que determinamos para a empresa.

É claro que uma excelente empresa pode não ser um bom investimento se comprarmos as suas ações sem margem de segurança. A Microsoft, em 2000, já era uma empresa excecional e, no entanto, quem a comprou nessa altura ainda está a perder dinheiro. Contudo, quem a comprou em novembro passado, quando aqui escrevi o artigo “Microsoft – quando uma boa empresa é um bom investimento”, está a ganhar cerca de 36% e continua a ter na sua carteira de investimento um ativo cujo preço ainda é inferior ao seu valor intrínseco.

O que é a Moat ou fosso de uma empresa?

Warren Buffett apelidou este conjunto de vantagens competitivas de Moat, ou seja, o fosso, como os que existiam à volta dos castelos medievais para os proteger dos inimigos e que, no caso das empresas com fundamentos económicos excelentes, contribuem para manter a concorrência afastada do seu negócio e permitem que a empresa ganhe rentabilidades excecionais.

As empresas que conseguem fazer isto não são comuns, uma vez que a obtenção de retornos elevados atrai concorrentes para o setor, o que reduz as rentabilidades do negócio. No entanto, algumas empresas resistem aos ataques da concorrência promovendo o seu crescimento por períodos bastante alargados de tempo. Empresas deste género podem fazer parte de qualquer carteira de investimento em ações com horizonte de investimento adequado e que tenha como objetivo obter um bom retorno com risco muito reduzido.

Alguns negócios excecionais

Alguns exemplos de empresas com grandes vantagens competitivas e que desde 1980 conseguiram rentabilidades excepcionais: Johnson & Johnson (retorno total: 10.563% i.e, 15,23% anuais), Exxon Mobil (retorno total: 8.006% i.e, 14,28% anuais), Coca-Cola (retorno total:

12.316% i.e, 15,77% anuais), Wells Fargo (retorno total: 5.928% i.e, 16,22% anuais), Microsoft (retorno total: 48.430% i.e, 25,46% anuais), Wal-Mart (retorno total: 3890% i.e, 14,48% anuais) ou Procter & Gamble (retorno total: 7470% i.e, 14,04% anuais). Estas empresas continuam a gerar excelentes retornos do capital apesar da competição intensa. As suas vantagens competitivas e a capacidade de as manter por muitos anos permitem-lhes ganhar retornos excepcionais.

Como se constroem as vantagens competitivas?

Por que razão consegue uma empresa criar e manter as suas vantagens competitivas? Embora o setor em que a empresa opera possa ajudar, o mais importante é a estratégia seguida pela empresa. Um estudo de Anita McGahan e Michael E. Porter, “How much does industry matter, really”, concluiu que a estratégia seguida pela empresa é duas vezes mais importante que o setor em que se insere.

De uma forma geral, há cinco maneiras através das quais uma empresa pode construir as suas vantagens competitivas sustentáveis: Os atributos mais comuns que conferem vantagens a um negócio são:

1. ativos intangíveis, como marcas fortes criadas quer pela confiança na marca ou reputação. Criadas através de tecnologia ou características superiores, permitem à empresa vender produtos e serviços que os seus concorrentes não conseguem replicar, de que é exemplo a Johnson & Johnson;

2. produtos e serviços muito difíceis de abdicar pelos clientes, criando custos de mudança que conferem à empresa poder de fixação de preços, de que é exemplo a Microsoft;

3. efeitos de rede – uma força poderosa de vantagem competitiva que pode permitir manter os concorrentes à margem por longos períodos de tempo, de que é exemplo a Western Union ou o ebay,

4. vantagens na estrutura de custos, que podem ter origem nos processos operacionais, na localização, escala ou no acesso privilegiado a determinado ativo (uma matéria-prima, por exemplo), que permite à empresa disponibilizar bens

e serviços a preços mais baixos que os concorrentes, de que é exemplo a Posco,

5. patentes ou licenças regulatórias, de que são exemplo empresas farmacêuticas no primeiro caso e empresas de rating no segundo, de que são exemplo a Pfizer ou a Moodys.Com a mesma naturalidade com que o dia

segue a noite, os retornos excecionais atraem concorrentes. Quanto maiores os lucros, mais forte será a concorrência. Este é, aliás, o princípio básico de um mercado livre: o capital procura as áreas em que os retornos são mais elevados. Por isso, com o decorrer do tempo, empresas muito lucrativas tendem a ganhar retornos mais baixos.

Até quando consegue a empresa manter as vantagens competitivas?

É muito difícil determinar até quando consegue uma empresa manter as suas

vantagens competitivas e seus concorrentes à distância. Em todo o caso, a resposta não precisa de ser exata.

As vantagens competitivas devem ser avaliadas considerando quanto consegue a empresa ganhar e quanto tempo consegue ganhar lucros acima da média. Para se encontrar boas empresas com grande potencial a prazo, é necessário concentrar os esforços na análise dos negócios que lhes estão subjacentes e determinar se essas empresas têm o seu futuro protegido por atributos que lhes conferem vantagens competitivas duráveis que permitirão rentabilidades acima da média.

Para detetar se a empresa tem vantagens competitivas duráveis, devemos fazer uma análise profunda dos seus balanços e demonstrações financeiras e avaliar a sua rentabilidade:

Primeiro, avalie a rentabilidade histórica da empresa: a empresa tem sido capaz de gerar retornos sólidos nos seus ativos e capitais próprios? Que Free-Cash-Flows liberta ano após ano? Quais as suas margens líquidas? Este é o verdadeiro teste que nos diz que uma empresa conseguiu construir um fosso económico à sua volta.

Segundo, se a empresa consegue retornos sólidos no capital e é consistentemente lucrativa, avaliam-se as fontes de lucros da empresa. Por que razão a empresa consegue manter os concorrentes afastados? O que impede os concorrentes de “roubarem” os seus lucros?

Terceiro, tentar estimar quanto tempo a empresa consegue afastar a concorrência: algumas empresas conseguem evitar a concorrência apenas por alguns anos, outras são capazes de o fazer durante décadas.

Quarto, analise a estrutura

competitiva da indústria: como competem entre si as empresas nesta indústria? É uma indústria atrativa, com muitas empresas lucrativas, ou uma indústria altamente competitiva, onde as empresas lutam para sobreviver?

Em todo este processo de análise, o mais importante é olhar para uma variedade de empresas ao longo de um período de tempo razoável – preferencialmente ao longo de 10 anos – e procurar consistência nesta informação.

Depois de analisar todas estas medidas, devemos identificar a fonte de vantagens competitivas da empresa, conforme enumeradas acima, do ponto 1 ao 5. O fosso económico deve ser analisado em duas dimensões: quanto dinheiro consegue a empresa ganhar e durante quanto tempo consegue manter os seus lucros acima da média. Regra geral, qualquer fosso económico baseado na inovação tecnológica terá muito provavelmente vida curta.

Não devemos esquecer que, apesar de a indústria específica não nos contar toda a história, é importante conhecer a competitividade da empresa no seu setor. Há setores em que é mais fácil ganhar dinheiro do que noutros.

Quanto vale uma empresa?

Uma empresa vale o valor presente de todo o dinheiro que vai ganhar no futuro. As empresas criam riqueza ao investir capital e ao gerar um retorno para esse investimento. Algum do dinheiro que a empresa gera paga as despesas operacionais, algum é reinvestido no negócio e o restante é o denominado Free-Cash-Flow, a quantidade de dinheiro que pode ser retirada todos os anos pelos donos da empresa sem prejudicar o normal funcionamento da mesma.

Quando nos focamos na procura de empresas com fossos económicos, estamos a maximizar o nosso retorno do investimento, estamos a procurar empresas capazes de criar valor económico e de aumentar os seus recursos ao longo de largos períodos de tempo.

O investimento em valor pressupõe a seleção de um conjunto limitado de boas empresas cujos negócios subjacentes tenham fundamentos económicos soberbos, que sejam geridas por gestores capazes e honestos e que estejam a transacionar a preços sensatos.

Ao prestar grande atenção à avaliação das empresas, estamos a maximizar o impacto de algo que conseguimos prever (a performance financeira de uma empresa) nos nossos retornos de investimento e a minimizar aquilo que não conseguimos adivinhar (o entusiasmo ou pessimismo de grande parte dos participantes do mercado). Quando compramos uma ação, tudo o que precisamos de saber é que o preço a que compramos é bastante mais baixo que o valor provável do negócio.

O quadro acima apresenta sete negócios excecionais, que em pouco mais de 30 anos conseguiram ganhos extraordinários para os seus acionistas. Provam que, ao longo de qualquer período de tempo alargado, estes investimentos serão os vencedores destacados face a outros ativos. Melhor ainda, se os comprarmos a desconto do seu valor, serão os mais seguros.

“Moat” ou fosso: a importância das vantagens competitivas

EMÍLIA O. VIEIRAPresidente do Conselho de Administração

Casa de Investimentos – Gestão de Patrimónios, SA

www.casadeinvestimentos.pt

Investimento

em valor

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 45

De 07/31/1980 a 06/28/2013 Periodo Mensal 395 meses

Security Moeda Variação de preço Rentabilidade acumulada

Rentabilidade anual

JNJ US Equity USD 4988,00% 10563,4% 15,23%

XOM US Equity USD 1976,27% 8006,33% 14,28%

KO US Equity USD 5103,46% 12315,7% 15,77%

WFC US Equity USD 2586,05% 5927,59% 16,22%

MSFT US Equity USD 36078,0% 48430,8% 25,46%

WMT US Equity USD 2926,90% 3890,00% 14,48%

PG US Equity USD 2960,74% 7470,15% 14,04%

Dados Bloomberg

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Fixing17.jul.13

Variação semanal (%)

Variação no mês (%)

Desde 1 jan. (%)

EUR/USD 1,3136 0,71% -1,51% -0,44%

EUR/JPY 131,15 1,17% 3,79% 15,44%

EUR/GBP 0,8632 0,03% 1,84% 5,77%

EUR/CHF 1,2340 -0,60% 0,26% 2,22%

EUR/NOK 7,8775 -0,65% 3,18% 7,20%

EUR/SEK 8,6295 -0,87% 0,20% 0,55%

EUR/DKK 7,4573 -0,01% -0,02% -0,05%

EUR/PLN 4,2610 -1,70% 0,74% 4,59%

EUR/AUD 1,4273 0,78% 2,86% 12,28%

EUR/NZD 1,6725 0,83% 1,25% 4,24%

EUR/CAD 1,3656 0,62% 0,80% 3,95%

EUR/ZAR 13,0168 0,26% -1,17% 16,51%

EUR/BRL 2,9669 0,74% 3,54% 9,74%

Eur/Usd continua em queda

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O PSI-20 manteve esta semana a tendência negativa, iniciada em início de maio, altura em que cotou nos máximos do ano (perto dos 6400 pontos). A partir daí registou-se uma elevada força descendente, que levou a bolsa de Lisboa, no início de julho, até perto dos 5120 pontos, correspondentes a mínimos de 9 meses. Nestas últimas duas semanas o PSI-20 recuperou algum terreno, mas a barreira dos 5630 pontos mantém-se como uma zona de resistência importante, tendo já sido efetuados dois testes à sua quebra, ambos mal sucedidos.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O índice alemão voltou esta semana a ter uma evolução positiva, ultrapassando uma zona de resistência importante. Mais importante ainda foi o facto de ter conseguido inverter a tendência descendente que se verificava desde meados de maio e que resultou numa perda de quase 1000 pontos em apenas um mês. O DAX evolui agora numa tendência de alta que terá como suporte os 8100 pontos, e que poderá levar o índice de volta aos máximos históricos, na zona entre os 8400 e os 8550 pontos.

O excesso de liquidez na Zona Euro encontra-se nos 262 mil milhões de euros, ainda em níveis elevados o suficiente para impedir que as Euribor se aproximem da taxa central de referência. Mario Draghi, no seu boletim mensal, revelou que, caso o excesso de liquidez se mantenha acima de um determinado nível, estimado entre 100 e 200 mil milhões de euros, as taxas do mercado de capitais de curto prazo deverão ser ligeiramente superiores às taxas de depósito do BCE.Joerg Asmussen, uma das principais figuras do BCE, afirmou na segunda-feira que a permanência de reduzidas taxas de juro durante um longo período de tempo acarreta o risco de uma ineficiente alocação de capitais entre os membros da Zona Euro.O Eurostat avançou com a confirmação de que a inflação anual de junho encontrava-se nos 1,6%, acima dos 1,4% em maio, impulsionada pelos voláteis preços dos bens energéticos e alimentares. Este centro de estatística também adiantou que a balança comercial da Zona Euro apresentou um

excedente mais reduzido, em maio, comparativamente ao mesmo mês de 2012. Esta situação resulta principalmente de uma quebra nas importações maior do que o crescimento das exportações, com um nível de exportações praticamente estável e com as importações a caírem 6%. Mas, apesar da diminuição das exportações, ainda se verificou um superávite comercial de 15,2 mil milhões de euros, em maio, acima de um valor revisto de 14,1 mil milhões de euros, em abril. Esta situação relativamente à quebra nas importações sublinha a dificuldade em que a Zona Euro se encontra para revitalizar a procura doméstica, que tem vindo a esmorecer devido a uma taxa de desemprego recorde, relutância por parte dos consumidores em efetuar gastos e às empresas que se encontram a debater com dificuldades de acesso ao crédito.A crise da dívida da Zona Euro, reacesa por receios relativos à crise política em Portugal e dúvidas quanto aos progressos da reforma da economia grega, foi a principal

responsável pela queda inesperada do sentimento dos analistas alemães, em julho. O índice ZEW caiu dos 38,5 para os 36,3, contrariando a expetativa de subida para os 39,6. No entanto, além das negativas notícias na Zona Euro, os EUA e a China, os principais mercados das exportações alemãs, não mostram sinais de recuperação económica.Os países do bloco europeu deparam-se constantemente com a sua realidade económica e as consequências da crise de dívida europeia. Na Grécia, continua a assistir-se à pressão das uniões sindicais que reagem aos cortes no setor público. Também esta semana assistiu-se a um corte de rating por parte da Fitch ao EFSF, depois de a França ter perdido na sexta-feira o seu nível de AAA. Em Espanha, foram emitidas obrigações do tesouro a 6 meses e 12 meses, tendo-se registado uma subida nas taxas de juro média de 0,821% para 0,958% e de 1,395% para 1,503%, respetivamente.

ANÁLISE PRODUZIDA A 17 DE JULHO DE 2013

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd Esta semana, o Eur/Usd conse-

guiu, por fim, quebrar a tendên-cia negativa que registava desde meados de junho. Mais uma vez, o suporte dos 1,275 dólares revelou-se difícil de quebrar, e o câmbio voltou a evoluir posi-tivamente até aos 1,32 dólares, nível que constituiu, uma vez mais, uma resistência a maiores subidas que poderão levar o Eur/Usd a aproximar-se novamente dos 1,34 dólares. Os 1,30 dólares continuam a ser um valor para o qual a cotação tem tendido sem-pre, permanecendo assim um pi-vot point neste câmbio.

Eur/JpyO Eur/Jpy evoluiu positiva-

mente esta semana, anulando as perdas registadas nos primeiros dias de julho. Desde meados de abril que este câmbio tem oscilado pouco e registado um movimento de lateralização, mas pode agora estar a formar-se uma tendência

ascendente. Os máximos e míni-mos relativos cada vez mais altos indiciam isso mesmo, mas para que tal se confirme será necessário quebrar em alta a zona dos 133 ienes, máximos de 3 anos e meio registados em Maio de 2013.

Eur/GbpO Eur/Gbp continuou o seu

movimento ascendente verifica-do desde o início de julho. Na semana passada, havia quebrado a resistência das 0,86 libras, sen-do que nos últimos dias chegou a cotar acima das 0,87 libras, não tendo, no entanto, conseguido quebrar em alta a barreira das 0,871 libras. Caso o consiga fa-zer, poderá ser impulsionado até à zona das 0,88 libras, valores em que chegou a cotar no início des-te ano. Por outro lado, caso volte a valores a baixo das 0,86 libras, poderá voltar a testar o limite in-ferior da banda de variação em que permaneceu durante os últi-mos meses.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)17,julho13 31,outubro12 10,outubro12

1M 0,122% 0,123% -0,001 0,123% -0,001

3M 0,220% 0,217% 0,003 0,212% 0,008

1Y 0,521% 0,512% 0,009 0,506% 0,015

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,50%BCE Lending Facility* 1,00% Deposity Facility* 0,00%

*desde 2 de maio 2013

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 8,50%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

CARLOS BALULA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

September 13 0,250%October 13 0,260%

November 13 0,275%March 14 0,335%June 15 0,600%

December 16 1,320%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0,220 0,2403X6 0,239 0,2891X7 0,320 0,3703X9 0,371 0,386

6X12 0,434 0,44912X24 0,764 0,784

*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0,502 0,5223Y 0,660 0,6905Y 1,114 1,1348Y 1,668 1,688

10Y 1,945 1,975

Obrigações 5Y 10Y 6,91 7,20

3,49 4,741,01 2,200,52 1,543,37 4,491,22 2,301,31 2,490,30 0,83

Fontes: Reuters e IMF

Liquidez impede subida das Euribor

MERCADOS

46 SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013

Daily QEUR=

1,275

1,32

1,34

1,3

Price

USD

.1234

1,27

1,28

1,29

1,3

1,31

1,32

1,33

1,34

04 11 18 25 01 08 15 22 29 06 13 20 27 03 10 17 24 01 08 15 22

Mar 13 Abr 13 Mai 13 Jun 13 Jul 13

Daily Q.PSI20

5.630

5.120

5.900

Pric e

EUR

.12

5.100

5.200

5.300

5.400

5.500

5.600

5.700

5.800

5.900

6.000

6.100

6.200

6.300

09 10 11 12 15 16 17 18 19 22 23 24 25 26 29 30 02 03 06 07 08 09 10 13 14 15 16 17 20 21 22 23 24 27 28 29 30 31 03 04 05 06 07 10 11 12 13 14 17 18 19 20 21 24 25 26 27 28 01 02 03 04 05 08 09 10 11 12 15 16 17 18 19 22 23

Abril 2013 Maio 2013 Junho 2013 Julho 2013

Daily Q.GDAXI

7.660

8.100

8.400

8.550Price

EUR

.123

7.400

7.500

7.600

7.700

7.800

7.900

8.000

8.100

8.200

8.300

8.400

8.500

22 29 06 13 20 27 03 10 17 24 01 08 15 22

Abr 13 Maio 2013 Junho 2013 Julho 2013

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TítuloÚltima

Cotação Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est ActPER Est FutDiv. Yield

IndDiv. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 1,770 1,20% 2,066 1,081 0,270 0,223 6,556 7,937 1,41% 1,13% 17-07-2013 16:35:12

B. COM. PORT. 0,089 -4,30% 0,120 0,048 -0,016 0,006 -- 14,833 -- 1,12% 17-07-2013 16:35:00

B.ESP. SANTO 0,607 -3,19% 1,190 0,456 -0,002 0,069 -- 8,797 -- 0,00% 17-07-2013 16:36:39

BANIF-SGPS 0,056 -6,67% 0,170 0,035 -- -- -- -- -- -- 17-07-2013 16:38:25

B. POP. ESP. 2,600 4,84% 5,244 2,350 0,020 0,221 130,000 11,765 -- 0,00% 17-07-2013 15:51:58

BANCO BPI 0,914 -0,33% 1,380 0,475 0,074 0,089 12,351 10,270 -- 0,00% 17-07-2013 16:35:00

COFINA,SGPS 0,420 -2,33% 0,730 0,300 0,040 0,030 10,500 14,000 2,38% 2,38% 17-07-2013 16:36:02

CORT. AMORIM 2,020 3,06% 2,100 1,250 0,240 0,240 8,417 8,417 4,95% 4,46% 17-07-2013 16:16:31

CIMPOR,SGPS 3,140 -1,26% 3,920 3,000 0,390 0,445 8,051 7,056 0,52% 5,57% 17-07-2013 16:35:00

EDP 2,419 -2,50% 2,670 1,752 0,262 0,270 9,233 8,959 7,65% 7,81% 17-07-2013 16:35:00

EDPR 3,787 -5,33% 4,434 2,252 0,168 0,218 22,542 17,372 -- 1,22% 17-07-2013 16:35:00

MOTA ENGIL 2,551 1,63% 2,581 0,993 0,230 0,295 11,091 8,647 4,31% 4,31% 17-07-2013 16:35:00

ESF GROUP 5,200 0,74% 5,732 5,010 -- -- -- -- -- -- 17-07-2013 16:35:00

GALP ENERGIA 11,610 -0,51% 13,285 9,991 0,444 0,513 26,149 22,632 2,07% 2,41% 17-07-2013 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0,650 3,18% 0,680 0,280 0,040 0,040 16,250 16,250 -- -- 17-07-2013 16:18:41

J. MARTINS 15,660 -0,95% 18,560 11,071 0,693 0,816 22,597 19,191 1,88% 2,19% 17-07-2013 16:35:00

MARTIFER 0,500 -7,41% 0,820 0,480 -0,010 0,020 -- 25,000 -- -- 17-07-2013 16:35:00

NOVABASE 2,400 -0,83% 3,080 1,660 0,217 0,240 11,060 10,000 4,17% 3,54% 17-07-2013 16:35:00

GLINTT 0,140 0,00% 0,210 0,090 -- -- -- -- -- -- 17-07-2013 11:03:07

P. TELECOM 2,785 -1,80% 4,462 2,573 0,286 0,299 9,738 9,314 11,67% 11,85% 17-07-2013 16:35:00

PORTUCEL 2,635 3,21% 2,915 1,896 0,260 0,262 10,135 10,057 6,07% 7,29% 17-07-2013 16:35:00

REDES E. NAC. 2,170 -0,55% 2,390 1,800 0,228 0,244 9,518 8,893 7,83% 7,74% 17-07-2013 16:35:00

S. COSTA 0,200 -4,76% 0,330 0,120 -- -- -- -- -- -- 17-07-2013 15:30:10

SEMAPA 6,588 -0,96% 7,410 4,749 0,767 0,790 8,589 8,339 3,87% 3,84% 17-07-2013 16:35:00

SONAECOM 1,650 2,74% 1,818 1,131 0,158 0,152 10,443 10,855 7,27% 5,03% 17-07-2013 16:35:00

SONAE,SGPS 0,712 -3,65% 0,800 0,400 0,040 0,060 17,800 11,867 4,65% 4,64% 17-07-2013 16:37:08

SONAE IND. 0,475 -3,06% 0,683 0,408 -0,227 -0,133 -- -- -- 29,47% 17-07-2013 16:35:00

SAG GEST 0,180 5,88% 0,400 0,160 -0,040 -0,010 -- -- -- 0,00% 17-07-2013 08:00:00

TEIX. DUARTE 0,520 -7,14% 0,680 0,200 -- 0,050 -- 10,400 2,88% -- 17-07-2013 15:28:53

Z. MULTIMEDIA 3,840 2,16% 3,941 1,980 0,143 0,191 26,853 20,105 3,13% 3,70% 17-07-2013 16:36:21

Governo pode obrigar a recapitalização forçadaOs bancos que coloquem em causa a estabilidade do sistema financeira podem ser obrigados a receber apoio do Estado e terão uma administração provisória nomeada pelo Governo. Se-gundo um diploma publicado esta semana, compete ao ministro das Finanças tomar a deci-são sobre uma eventual capitalização obrigatória, por via de proposta do Banco de Portugal. Os acionistas têm a possibilidade de adquirir as ações de que o Estado seja titular, tendo em conta a operação de capitalização obrigatória.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 19 DE JULHO 2013 47

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Goldman Sachs duplica lucros no segundo trimestreÉ um bom sinal para o setor financeiro a nível global. O gigante norte-americano Goldman Sachs duplicou os seus lucros, no segundo trimestre, face a igual período do ano passado, para cerca de 1,9 mil milhões de dólares. As receitas cresceram 30%, para mais de 8,6 mil milhões de dólares. A banca de investimento registou um acréscimo de 29% nas receitas, para 1,55 mil milhões de dólares. Verificou-se um forte aumento das comissões de subscrição de dívi-da, em particular.

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

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EPS Est Act

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PER Est Act

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Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 2,582 0,43% 5,271 2,320 0,020 0,221 129,100 11,683 -- 0,31% 17-07-2013 16:38:00

INDITEX 98,02 -0,59% 111,800 77,493 4,204 4,698 23,316 20,864 1,94% 2,51% 17-07-2013 16:38:00

REPSOL YPF 16,44 -2,20% 18,550 10,900 1,696 1,698 9,693 9,682 2,95% 5,96% 17-07-2013 16:38:00

TELEFONICA 9,765 -3,17% 11,780 7,900 1,063 1,105 9,186 8,837 3,58% 7,61% 17-07-2013 16:38:00

FRA. TELECOM #N/A N.A. - -- -- 1,048 1,025 -- -- -- -- #N/A N Ap #N/A N Ap

LVMH 133,1 0,53% 143,400 117,000 7,401 8,357 17,984 15,927 2,18% 2,39% 17-07-2013 16:36:00

BAYER AG O.N. 84,15 1,00% 87,210 56,000 5,780 6,486 14,538 12,956 2,26% 2,46% 17-07-2013 16:35:23

DEUTSCHE BK 33,65 1,68% 38,730 22,110 3,957 4,694 8,504 7,169 2,23% 2,42% 17-07-2013 16:35:24

DT. TELEKOM 8,88 0,26% 10,110 7,976 0,705 0,750 12,516 11,765 7,90% 5,88% 17-07-2013 16:35:27

VOLKSWAGEN 163,25 4,48% 175,650 120,950 21,058 24,384 7,743 6,687 2,15% 2,60% 17-07-2013 16:35:22

ING GROEP 7,264 -2,88% 7,905 4,640 0,976 1,073 7,443 6,770 -- 0,00% 17-07-2013 16:35:00

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O futuro do mercado de NPLPensei no tema deste artigo no dia em que, por motivos profissionais,

viajava do Porto para Lisboa. Durante a viajem comecei a pensar no mercado português de non performingloans (NPLs) e no já longo caminho percorrido desde a primeira transação da ServDebt, há já quase 10 anos. O que tinha mudado, a evolução que o mercado teve, os servicers que existiam e os que existem hoje. Até dos bancos que existiam e que hoje mais não são do que meras lembranças cada vez mais esbatidas na memória coletiva.

Mas, aquilo que mais ocupava o meu pensamento era o futuro. O passado por mais importante que tenha sido, não passa disso mesmo, passado. E, na minha opinião, o passado apenas serve para evitarmos cometer os mesmos erros que nós ou outros tenhamos cometido. Assim e focando o meu pensamento no futuro, comecei a pensar no dia de hoje.

Hoje, como nunca, no Portugal dos últimos 30 anos, temos mais crédito em incumprimento do que alguma vez tivemos. Hoje, como nunca, temos mais processos em tribunal e mais custos para recuperar créditos em incumprimento. Hoje, mais do que nunca, o Governo, tentando resolver um problema estatístico, resolve acabar com execuções e outras pendências judiciais para evitar números que não agradam, sem ter em consideração os legítimos interesses de quem tem dívidas para cobrar. Hoje, mais, que nunca, os problemas relacionados com o crédito em incumprimento são enormes, mas todos parecem ignorá-lo.

E qual a solução?Não há nunca soluções fáceis para estes problemas, porque, se

houvesse, já se tinham resolvido, mas podemos sempre olhar para o que fazem os nossos congéneres europeus, sobretudo os que têm altos níveis de incumprimento, como Portugal, ou como se comportam os mercados mais desenvolvidos. E como? Resolvendo os problemas um a um.

Comecemos pelos elevados rácios de incumprimento existentes. Na Europa, sobretudo Espanha, Itália, Irlanda, países com níveis de incumprimento igualmente elevados, os bancos têm vendido cada vez mais carteiras de crédito a investidores internacionais de reputação inquestionável. Essas vendas permitem encaixes financeiros significativos, maior liquidez que pode ser reintroduzida na economia e menores custos. Permite ainda uma “limpeza” dos balanços e uma maior focalizacão dos bancos no seu negócio tradicional. E os reguladores deviam incentivar estas vendas, sobretudo em momentos como os atuais. A Itália fê-lo, na década de 90.

Nos últimos dois anos, várias operações de venda de carteiras foram efetuadas com vantagens para quem vendeu e para o sistema financeiro. Mais se adivinham num futuro próximo. Não há como fugir a esta realidade. O problema será que se venderão em piores condições financeiras para os bancos, atendendo a que a situação económica do país continua a deteriorar-se em virtude dos últimos acontecimentos políticos.

Quanto aos processos judiciais para recuperar créditos, parece-me que a estratégia para a resolução dos processos pendentes não passará pela sua eliminação artificial e pelo cada vez maior ónus dos credores, mas sim, sobretudo, pela racionalização dos meios que o sistema tem ao seu dispor e de uma maior eficiência do processo, algo que não existe atualmente. Quanto à penalização dos maiores litigantes, é contraproducente e levará a uma maior restrição do crédito. Confesso que nunca compreendi o critério para a definição de grande litigante e muito menos como foi estabelecido o número a partir do qual se é grande litigante (200 processos).

Espero que a razão impere e se tomem decisões conscientes e racionais, ao invés de decisões fictícias que a nada levam.

BRUNO CARNEIROCEO da ServDebt

Page 48: No ensino e na saúde o fi nanciamento deve ser feito ... · THE WALL STREET JOURNAL Bruxelas endurece regras sobre o tabaco O Parlamento Europeu votou favoravelmente a abolição

Economia vai eliminar mais 4,8% do emprego

A economia portuguesa deverá destruir mais 4,8% do emprego este ano, depois de uma descida de 4,2%, no ano passado. No próximo exercício, a quebra deverá cifrar-se em cerca de 1,3% do emprego, de acordo com o Banco de Portugal.

Adianta o relatório do banco central: “Esta situ-ação poderá colocar desa-fi os adicionais ao mercado de trabalho e a reafetação setorial do emprego – que é potenciada por uma evo-lução da atividade particu-larmente desfavorável nos setores relativamente mais intensivos em mão-de-obra, como é o caso da construção – pode gerar fenómenos de persistência de desempre-go.” Estas previsões são mais negativas do que as apresen-tadas pelo BdP em março. Quanto ao crescimento, os indicadores apontam para uma recessão (mais ligeira) de dois pontos percentuais, mas, no próximo exercício, em vez de se registar um au-mento de 1,1%, a subida deverá ser mais ligeira, de apenas três décimas.

Novo resgate a Portugal continua a ser uma possibilidade

O Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM) não coloca de parte a possibi-lidade de um novo resgate a Portugal. A opinião é do diretor executivo do ESM, Klaus Regling, que consi-dera que até à crise política o desempenho de Portugal foi muito positivo. A Gré-cia também poderá ser alvo de um novo resgate, na óti-ca daquele responsável.

Para Klaus Regling, os mercados compreenderam que Portugal fez progressos consideráveis. As taxas de juros desceram para cerca de 6,8%, metade do que se ve-rifi cou quando se atingiu o pico da crise. Quanto à pos-sibilidade de a dívida passar por um processo de reestru-turação, Regling considera não haver necessidade, ape-sar de existirem algumas es-peculações. Seja como for, caso haja necessidade, Por-tugal poderá sempre recor-rer a um novo resgate, pois existe dinheiro disponível para o efeito. Para já, ainda é muito cedo para se ter cer-tezas, até porque ainda falta um ano para terminar o pro-grama em curso.

[email protected]

www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁMestre Drucker SchoolPhD Columbia UniversityProfessor Catedrático

http://www.linkedin.com/in/vasconcellosesa

Vide artigos e gráficos:

http://economiadasemana.blogspot.pt

https://twitter.com/VasconcelloseSa

A TENDÊNCIA(?)

COMENTÁRIO: Portugal não só tem das taxas de juro mais altas (afectando a competitividade da economia) como das maiores diferenças entre PMEs (± 7%) e grandes empresas (± 5%): ou seja, o motor da economia paga 40% mais.

Instituto de Liberdade Económica

Fonte: Comissão Europeia (in Artigo “The mystery of why Portugal is so doomed”, The Atlantic, 5/6/2013)

Taxas de juro para empréstimos a um ano, Abril 2013

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Sucesso individual e fracasso coletivo

Vivemos num país a duas velocidades. Há um país ativo,

dinâmico, empreendedor, exportador, com os melhores exemplos de iniciativa, que se aproxima das nações mais prósperas, e há um país improdutivo, amorfo, acomodado, funcionalizado, insustentável, que nos aproxima da Grécia e de outros Estados com falta de disciplina.

Há factos que nos surpreendem pela positiva. Na semana passada, António Horta Osório foi considerado pela “Euromoney” como o melhor banqueiro do mundo, tendo em conta o trabalho desenvolvido como presidente do Lloyds. No fi nal de Junho, José Fernando Figueiredo, presidente da SPGM, foi eleito pela quarta vez presidente da AECM – Associação Europeia de Garantias, organização que representa as 40 instituições fi nanceiras de 21 países da UE, Rússia, Turquia e Montenegro.

Contrariando o que deveria ser a imagem negativa pelo facto de Portugal estar sob resgate, em situação de quase bancarrota, com degradação do rating, alguns gestores portugueses veem o seu mérito reconhecido em áreas exigentes e difíceis como a atividade fi nanceira.

O facto de serem considerados como os melhores não resulta apenas da sua iniciativa individual. É o fruto de um trabalho de equipa, envolvendo milhares de pessoas das suas organizações, onde revelam a sua capacidade de liderança através do exemplo, conseguindo um resultado coletivo muito superior à soma dos contributos individuais.

Estes dois bons exemplos na área fi nanceira não devem ser dissociados do mérito de bastantes empresas

portuguesas que, apesar de suportarem custos elevados de contexto e de serem penalizadas pelo peso excessivo do Estado, conseguem ser competitivas e ver reconhecido a nível interno e externo a qualidade e o valor dos seus produtos e serviços.

O que temos de bom a nível individual contrasta com o que vamos tendo de mau e muito mau no plano coletivo. O rumo que existia com o plano de assistência externa e a estabilidade governativa dá lugar a uma contestação a todo e qualquer tipo medidas ou mudanças, com um governo de gestão ao qual se retira autoridade para tomar as decisões difíceis mas necessárias.

Somos seguramente o único país do mundo civilizado onde a queda do Governo através da dissolução do Parlamento é anunciada com um ano de antecedência.

Perante o agravar das difi culdades, a maioria dos políticos revelam uma atitude comum, quer estejam no Governo ou na Oposição, sendo quase irrelevante o facto pertencerem à maioria ou minoria parlamentar: afastam sempre a responsabilidade individual dos políticos e dos cidadãos, preferindo debates superfi ciais e inconclusivos. Acreditam que dessa forma não têm que dizer a verdade e podem evitar fazer o que deve ser feito, mantendo assim a quota de popularidade.

É uma forma estranha de querer o poder através do não fazer.

A decisão bem intencionada do Presidente da República ao impor um consenso alargado tem o inconveniente de diluir a responsabilidade individual dos políticos e acentuar a coletivização dos problemas. Provavelmente o acordo de salvação nacional não irá passar de um acordo de indefi nição nacional.

Entretanto, o desequilíbrio acentua-se neste país a duas velocidades. Em Portugal o espaço torna-se cada vez mais exíguo para o sucesso individual e cada vez mais amplo para o fracasso coletivo.

NOTA DE FECHO

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR [email protected]

Nº 1502 / 19 de julho 2013 Semanal J 2,20 Portugal Continental

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O endividamento e a negociação com a banca

LISBOA25 julhoHorário: (7 horas)9h30 às 18h

Objetivos: Preparar os participantes a tirarem partido dos benefícios de uma boa negociação com a banca e outros organismos financeiros.

Público-alvo: Empresários, Diretores Financeiros e outros quadros que sejam responsáveis nas empresas, pela negociação com a banca e com outros organismos financeiros.

Formador: Dr. Agostinho Costa

PROGRAMA:

1. As dificuldades das empresas: sinais e ameaças

2. A análise de risco da empresa por parte da banca

3. A prestação de informação às instituições bancárias

4. O diálogo empresa - banco

5. Como uma PME deve negociar com a banca

6. O relançamento de empresas em dificuldades

Participação sem custos para empresas com resultados negativos e desempregados.No âmbito da sua política de responsabilidade social, nas ações de formação a Vida Económica criou uma quota de inscrições gratuitas para os assinantes empresas com resultados negativos ou individuais em situação de desemprego. Para beneficiar desta oferta até ao limite dos lugares disponíveis, deverá enviar uma cópia da última Declaração mod. 22, ou uma cópia do comprovativo da situação de desemprego, emitida pelo IEFP.

O rumo que existia com o plano de assistência externa e a estabilidade governativa dá lugar a uma contestação a todo e qualquer tipo medidas ou mudanças