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Abril 2010 Nº 8 Tomada de posse do Presidente, Vice-Presi- dente e Conselho Pedagógico da ESE Licenciaturas e Mestrados da ESE Pgs. 6 e 7 Frente a Frente: António Alberto Silva e Isabel Timóteo: Partilha de pontos de vista Pgs. 8 e 9 Pág. 3 por Rui Pinheiro IPP|GCM 2010 - Mudanças e desafios para uma Escola em constante evolução

Nº8 Abril de 2010

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Tomada de posse do Presidente, Vice-Presidente e Conselho Pedagógico da ESE Licenciaturas e Mestrados da ESE Frente a Frente: António Alberto Silva e Isabel Timóteo: Partilha de pontos de vista

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Abril 2010

Nº 8

Tomada de posse do Presidente, Vice-Presi-

dente e Conselho Pedagógico da ESE

Licenciaturas e Mestrados da ESE

Pgs. 6 e 7

Frente a Frente: António Alberto Silva e

Isabel Timóteo:Partilha de pontos de

vista Pgs. 8 e 9Pág. 3

por Rui Pinheiro IPP|GCM

2010 - Mudanças e desafios para uma Escola em constante evolução

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EDITORIAL2

por Ana Cruz, Maria José Barros (alunas do 1º ano de Ed. Musical)

O conteúdo de cada artigo é da responsabilidade dos seus signatários ou responsáveis pelos órgãos.

A publicação Note-se é uma iniciativa do Centro de Recursos em Conhecimento da Escola Superior de Educação do Porto e do Gabinete de Educação para o Desenvolvimento e Cooperação, e conta com o apoio da Presidência da ESEP.

Apesar de atravessado pela época de exames, ou talvez por isso mesmo, este foi um início do ano agitado, marcado pela eleição da nova presidente do IPP (Rosário Gambôa), pelas eleições para Presidente e para o Conselho Pedagógico da ESE, pelas mais diversas manifestações culturais e não só… Ora recordemos.

Imagens, música, partilha, emoção, …

Note-se que estamos a falar dos alunos de 1º ano de AVTA que apresentaram no dia 19 de Janeiro “Imagens em concerto”, o resultado final do projecto desen-volvido ao longo de um semestre na disciplina de Oficina da Música, sob orientação da professora Ana Veloso. Os alunos de AVTA partiram de conceitos como mote para um processo de criação que misturou imagens, elementos musicais aleatórios e instrumentos alternativos. Encontraram neste projecto a possibilidade e o desafio da criação musical em conjunto e partilharam de forma despretensiosa e original as suas descobertas e emoções possibilitando que cada espectador experimentasse o concerto de forma pessoal, com total liberdade de percepção e interpretação.

Pós-guerra, Weill, Eisler, Brecht, performance, viagem, …

Note-se que nos referimos ao recital da turma de 2º ano de Educação Musical, “Alle reden vom Wetter. Wir nicht.” (Todos falam sobre o tempo. Nós não.) rea-lizado no dia 21 de Janeiro que fez quem lá esteve viajar ao som de Weill e Eisler e sentir-se, ainda que por instantes, confortavelmente sentado num clube dos anos 30-40 (em Nova Iorque talvez, onde ambos os compositores estiveram expatria-dos). Esta apresentação foi o resultado do trabalho desenvolvido na disciplina de Música de Conjunto, orientada pelo professor Francisco Monteiro.

Desenvolvimento, formação, responsabilização, qualidade, …

Note-se que fomos duas das dezenas de pessoas que encheram o auditório da ESE para ouvir João Carvalho apresentar de forma apaixonada e profissional o Programa “Mós Bele” - Cluster da Cooperação Portuguesa em Timor-Leste, que visa, através da formação, o fortalecimento de competências laborais que permitem a criação do próprio emprego. Um processo onde qualidade e responsabilização são palavras de ordem, mas onde se trabalha directamente com pessoas, com as suas necessidades, expectativas e capacidades.

Muitas outras actividades terão decorrido nestes últimos meses. Algumas delas terão passado despercebidas na correria dos dias, mas isso pode mudar: apresentem os vossos projectos curriculares e extracurriculares aqui na escola. Chamem a atenção para eles neste jornal que também é vosso. Muitos de nós passam mais tempo na escola do que em casa. Já é tempo de fazermos da ESE a nossa casa.

Uma escola vive da riqueza e da diversidade dos seus membros. Vivemos numa época em que, dizem, tudo já foi inventado, onde cada um de nós sozinho sabe muito sobre pouco e pouco sobre muito, por isso atrevemo-nos a reformular o princípio da conservação da matéria de Lavoisier para concluir: nada se cria, tudo se transforma, mas só não se perde o que se partilha!

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NOTÍCIAS 3

por Irene Peres

Tomada de posse na ESENovo Presidente, nova Vice-Presidente e Conselho Pedagógico

No passado dia 22 de Março de 2010, pelas 10.30h realizou-se no Auditório da Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto a cerimónia de tomada de posse do novo Presidente eleito da ESE, Prof. Doutor Paulo Pereira. A posse foi conferida pela Presidente do IPP, Professora Doutora Rosário Gambôa, naquele que foi o seu primeiro acto oficial naquele cargo.

Na mesma Cerimónia foram também empossados os docentes e discentes eleitos para o Conselho Pedagógico.

No mesmo dia, ás 14:15h o Presidente da ESE deu posse à Vice-Presidente, Dra. Prudência Coimbra.

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4 NOTÍCIAS

por António Alberto Silvapor Liliana Abreu

por Maria João Silva

Apresentação Pública da LES Online na ESE/IPPorto

No passado dia 22 de Janeiro, pelas 18h, realizou-se no auditório da Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto a apresentação pública da revista LES Online. A LES Online é uma publicação digital dedicada à reflexão sobre as questões lésbicas e que pretende contribuir para a pro-moção dos direitos e da igualdade de oportunidade das mulheres lésbicas.

A revista LES Online é uma iniciativa do Grupo LES – Grupo de Discussão sobre Questões Lésbicas, criada a partir da constatação da dificuldade em encontrar abordagens teóricas à especificidade das realidades das mulheres lésbicas, das suas experiências sociais e emo-cionais, das suas expectativas, medos e ansie-dades. Esta constatação surgiu na sequência do trabalho de voluntariado dos elementos da Equipa Editorial na área dos direitos sexuais e reprodutivos, nomeadamente em grupos de apoio a lésbicas no contexto de uma organiza-ção não governamental de defesa dos direitos das lésbicas.

Trata-se de uma publicação semestral – um número em Junho e outro em Dezembro – e o primeiro número é bilingue (português e in-glês). No entanto, a LES Online também aceita textos em francês e espanhol. É uma revista de acesso gratuito, que pretende contribuir para o desenvolvimento e aprofundamento do debate sobre as questões lésbicas na academia e na sociedade, criando um espaço de abordagens múltiplas.No primeiro número da LES Online a Equipa

Editorial problematizou a própria especifici-dade da revista, convidando investigadores/as e activistas a partilharem as suas visões e argumentos sobre o seguinte problema: “Os temas relacionados com as lésbicas são fre-quentemente abordados num enquadramento feminista ou LGBT. Existem questões que não se tornam visíveis em contextos feministas ou LGBT? Há necessidade de uma abordagem específica?” O segundo número da LES Online será dedicado ao tema “Visibilidade lésbica - (in)visibilidades e discriminações nas diferentes áreas da vida” (mais informação em http://www.lespt.org/lesonline/). A apresentação pública da LES Online contou

com uma mesa redonda constituída por: Rui Ferreira (Presidente da Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto), Eduarda Ferreira (Equipa Editorial da LES Online), Con-ceição Nogueira (Docente e Investigadora da Universidade do Minho), Milice Ribeiro dos Santos (Docente e Investigadora da Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto e três elementos de partidos de assento parla-mentar (Bloco de Esquerda, Partido Socialista e Partido Comunista Português). Após as in-tervenções dos elementos da mesas, o debate alargou-se ao público, tendo sido diverso e participado.

O Centro de In-vestigação em Psi-cologia da Música e Educação Musical - CIPEM, criado em 1998 pela Área de Música da Escola Superior de Educa-ção do Porto, tem vindo a promover

a investigação e contribuir para a valorização dos profissionais nos domínios da música, psi-cologia e educação em Portugal. O intercâmbio entre investigadores e docentes tem sido concretizado em diversas actividades, desde a implementação de projectos de investigação até à realização de seminários. Na sequência de um projecto de investigação, intitulado, “A

Construção da Identidade Musical e Profis-sional de Jovens Portugueses através das Ban-das Filarmónicas – Uma perspectiva cultural”, subsidiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia - FCT, foi lançado um livro com os resultados da investigação, em Março de 2009, na Casa da Música, livro este que se encontra à venda no CIPEM (Edifício de Música, 1º piso). Quem estiver interessado em consultá-lo, poderá fazê-lo no local.

Para além desta edição, também se encontra à venda a Revista do CIPEM, “Música, Psicologia e Educação”, mais concretamente os números 4, 5 e 6, pois os primeiros números estão esgotados, também no CIPEM.

O CIPEM é um Centro de Investigação, aberto à comunidade académica da ESE, com uma vasta biblioteca científica ligada à Música, à Psicologia e à Educação. Parte dessa biblio-teca, nomeadamente os livros, são passíveis de requisição por parte dos alunos e docentes da ESE, por períodos de uma semana; as revistas nacionais e internacionais podem ser consul-tadas no local.

CIPEM

O objecto deste livro é um tracinho: o acento que transforma ‘Ciência e Cultura’ em‘Ciência é Cultura’. Ciência e Tecnologia são Cultura. Todos o sabemos; mas todosdemasiado o esquecemos. Ouso relembrá-lo porque sinto um pulsar social e pessoal queme reclama urgência. Como português, eu-ropeu, cidadão do mundo, professor,investigador. Por motivos teóricos e práticos, explicativos e interventivos, políticos e decidadania, humanistas e de desenvolvimento. Sinto a premência de aprofundar o que unee distingue Ciências Físicas, da Vida e do Ambi-ente, Artes, Ciências Humanas e Sociais,Matemática, Tecnologias e outros empreendi-mentos humanos que empreendem aCultura.

Não é muita a minha luz, e por isso a foco. Ilu-mino a necessidade e a utilidade de aceitar,entender, ensinar, praticar, promover, que a C&T é uma vertente da Cultura humana, deuma Cultura una, uma. Que a focagem seja imperfeita q.b. para não escurecer que, seCultura há só uma no sentido por onde nestas Notas vou, Culturas há mais que mil nossentidos por onde todos por aí vamos.

Não sou enciclopédico, não trato tudo, de problemas muitos toco poucos, de questõessem fim retoco umas a termo incerto, de inu-meráveis abordagens enumero uma mãodelas. Na primeira pessoa estão presentes as minhas lentes, visões, saberes, limites,perplexidades, opções; em páginas feitas de fibras e fios e tecidos culturais onde seentretecem Ciência, Tecnologia, História, Epis-temologia, Psicologia, Ensino, Aprendizagem,Artes, Retórica, Argumentação, Criativi-dade, Ideologia, Política, Ética e o que mais o Leitorconstruir apesar do que escrevo.

Apresentação do livro CéC

Convite a toda a Comunidade Académica para visitar, co-nhecer e rentabilizar recursos existentes

Notas do autor

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por Teresa Martins

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Workshop Plano B

NOTÍCIAS

A Inducar, organização para a promoção da educação não formal e da integração social é um agente internacional a actuar em contexto de redes e parcerias para uma sociedade in-tegrada, assente na capacitação do indivíduo, numa cultura de responsabilidade e apren-dizagem mútua.

Democracia Participativa Igualdade de Opor-tunidades: Uma Estratégia de Capacitação para Agentes de Intervenção Local é um projecto que visa o desenvolvimento de uma estratégia de formação a longo prazo, dois anos. Este pro-jecto é apoiado pelo EEA Grants (Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu).

A democracia participativa, com as suas necessárias implicações ao nível do fortaleci-mento da sociedade civil, providencia opor-tunidades para a aprendizagem da cidadania, constituindo-se assim como uma “escola” informal de integração social.

As metodologias privilegiadas passam pela investigação-formação-acção e pela educação não formal; sendo os principais conteúdos a democracia participativa; as parcerias de base

local e as estratégias de coaching local.Este projecto convocou diversas parcerias

(nacionais e europeias) e, no seu desenrolar, tem estabelecido outras tantas.

Seguindo esta metodologia e através do formando Pedro Rodrigues, ex aluno da ESE, foi estabelecida uma parceria com o Gabi-nete de Educação para o Desenvolvimento e Cooperação com o intuito de promover o workshop “Plano B”.

Através desta simulação os participantes con-frontaram-se com oportunidades e limitações inerentes à Democracia Participativa, e foram actores e agentes de processos de tomada de decisão, confrontando-se com as dificuldades que frequentemente estes implicam.

Assim no passado dia 11 de Março, com um impacto bastante positivo, realizou-se o “Plano B” nas instalações da Biblioteca Central do IPP com a presença 26 participantes entre alunos e docentes da ESE. Este “Plano B” foi facilitado por dois formadores na área da Educação não Formal, Jo Claeys da Team Mais e Susana Constante Pereira da Rede Inducar, na quali-dade de formadora do Projecto Democracia Participativa e Igualdade de Oportunidades e por Pedro Rodrigues, formando do mesmo Projecto.

Com a realização deste workshop e a par-ceria com o GEDC pretende-se futuramente promover acções e projectos que possibilitem o acesso igualitário às oportunidades e que contribua para uma maior qualidade de vida de todos

por Adelina Correia

Na sequência da deslocação de alguns do-centes da Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto a Timor em 2009, e das actividades e contactos lá estabelecidos, realizou-se no passado dia 13 de Janeiro de 2010, no Auditório da ESE, uma sessão de apresentação pública de um dos projectos da Cooperação Portuguesa em Timor Leste, desenvolvido na região de Maubara: Cluster de Cooperação Uma Mós Bele, por iniciativa

por Teresa Martins

Alunos e docentes da ESE participam em Workshop sobre De-mocracia Participativa promovido pela Inducar

Cluster de cooperação em Timor apresentado na ESE

Apresentação do Projecto Uma Mós Bele

dos professores António Fernando Silva, Rui Ferreira e Prudência Coimbra.

Este projecto, que surge em Timor como um caso particular de intervenção comunitária e consolidação/ desenvolvimento da cultura lo-cal (com integração de actividades de ensino formal e não formal), suscitou o interesse dos docentes que o visitaram e que o consideraram um exemplo que valia a pena partilhar com os restantes elementos da ESE, e particular-mente para as Licenciaturas/ Mestrados de Artes Visuais e Educação Musical, Intervenção Comunitária, Gestão do Património, Educação Social e Educação Básica.

A apresentação deste projecto, que encheu o Auditório com pessoas dos mais variados cursos e áreas científicas da ESE, foi da respon-sabilidade do Coordenador Geral Executivo do projecto, o Dr. João Carvalho, que pron-tamente aceitou este convite.

O NITA - Núcleo de Investigação em Tecnologias Artísticas, tem vindo a promover um conjunto de Workshops subordinados a distintos temas no âmbito das Artes Plásticas e das Tec-nologias Artísticas:

> 20 e 27 de Novembro de 2009 - Work-

shop Oficina de Papel, orientado por Maria de

Freitas e Susana Lopes e dirigido às turmas de

Educação Básica e 4º ano de PEB EVT;

> 23 Novembro 2009 – Workshop de

Moldes em Gesso dirigido pelo técnico

António Guedes, destinando-se a toda a co-

munidade, mas especialmente dirigido ao 2º

ano de AV&TA;

> Quinta-feira, 10 de Dezembro – Confer-

ência “Fluxo e Refluxo: A crise no processo

criador”, pela Professora Ana Elisabete de

Gouveia do Departamento de Teoria da Arte

e Expressão Artística da Universidade Federal

de Pernambuco

> 4 Março 2010 - Ferramentas Web, Web

2.0 e Software Livre em EVT, dirigido pelo

Professor José Alberto Rodrigues, aberto a

toda a comunidade, mas especialmente dirigido

aos alunos de AV&TA

> 24 Março 2010 - Workshop de Moldes em

Látex, dirigido pelo técnico António Guedes,

aberto a toda a comunidade, mas especial-

mente dirigido ao 2º ano de AV&TA

> 22, 23 e 24 de Março de 2010 - Workshop

de Marionetas em Esponja, orientado por

Maria de Freitas e Susana Nogueira e dirigido

ao 3º ano do Curso AVTA.

NITAWorkshops e conferências

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6 ÁGORA

Licenciatura em Educação Básica

por Francisco Ferreira (GRP)

por João Sampaio Maia

A Licenciatura em Educação Básica (LEB) é a principal “herdeira”, no âmbito do modelo de Bolonha, dos cursos de formação de edu-cadores de infância e de professores do 1.º e do 2.º Ciclo do Ensino Básico (CEB) que, du-rante quase vinte e cinco anos, foram o cerne da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto (ESEPP). Doravante, quem pretender vir a leccionar na Educação Pré-escolar, do 1.º CEB e de Português, Matemática, Ciências da Natureza, História e Geografia de Portugal, no 2.º CEB, antes de se inscrever num mestrado que profissionalize para aqueles níveis educativos, terá de concluir a LEB. Isto é, esta licenciatura, com três anos de duração, é uma etapa crucial na formação daqueles docentes.

Assim, embora os licenciados em Educação Básica possam exercer a sua acção profis-sional (não docente) em diversas instituições, de carácter educativo formal ou não formal, como, por exemplo, Agrupamentos de Escolas, Hospitais, Bibliotecas, Museus, etc., o desígnio principal desta licenciatura é desenvolver com-petências que sejam um suporte consistente e dinâmico para as aprendizagens que irão fazer no mestrado subsequente.

Dado que esse suporte é a base comum para

o desenvolvimento de actividades docentes tão díspares como a educação de infância e o ensino no 2.º CEB, foi necessário conceber um currículo muito abrangente, construir, nas diferentes unidades curriculares de cada uma das áreas científicas, programas que abran-gessem um leque de conhecimentos muito diversificados e implementá-los nas aulas, o que foi um desafio para todos os docentes; ou melhor, é um enorme desafio que todos os docentes implicados nesta licenciatura estão, no momento, a enfrentar e que irá prolongar--se no futuro. Todavia, estou certo que, com o retorno, empenhado, que está a ser dado pelos estudantes, a experiência e proficiência de docentes, dirigentes e funcionários e a vontade e o esforço de todos, a LEB será uma das imagens de qualidade da ESEPP.

No final deste ano lectivo, esperamos que a grande maioria dos 81 estudantes que fre-quentam o 3.º ano (num total de cerca de 270 distribuídos pelos três anos curriculares) possa concluir a licenciatura e ingressar no mundo do trabalho ou inscrever-se no mestrado da sua preferência na ESE-Porto – é esta, de facto, a expectativa de quase todos eles, a minha, como coordenador da Licenciatura em Educação Básica, e, seguramente, de todos os docentes e dirigentes da ESEPP.

A presença em Portugal de crianças e jovens oriundos dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), de outros “de 2.ª ou 3.ª geração”, descendentes de imigrantes desses mesmos países, e ainda de filhos de estrangeiros residentes em Portugal e de imigrantes em condição de retorno* é uma realidade que tem vindo a crescer anualmente por efeito de factores vários, como a livre circulação de pessoas e uma economia global. Essa realidade tem preocupado os professores de Português que, por falta de instrumentos teóricos e didácticos específicos, sentem ne-cessidade de respostas para os problemas do ensino da Língua Portuguesa, nos casos em que ela não é a língua materna do aluno.

Consciente de que o conhecimento cabal da Língua Portuguesa é factor de integração social e veículo para a aquisição de outros saberes escolares, a Unidade Tecnico-científica de Ciências da Linguagem e Literatura propõe o Mestrado em Didáctica do Português Língua Não Materna. Pretende-se, assim, dar resposta

aos problemas educativos que emergem da crescente diversidade linguística e cultural patente na sociedade portuguesa, através não só da actualização dos formandos em quadros teorico-metodológicos específicos, mas também no que toca a práticas pedagógi-cas diferenciadas no processo de ensino e de aprendizagem do Português. Outro propósito é o de reforçar, nestes profissionais, por um lado, a consciência da heterogeneidade e da dimensão multicultural desses grupos de aprendentes e, por outro, a responsabilidade educativa que, neste aspecto particular, cabe a uma Escola que se deseje inclusiva. Por último, pretende--se, também, formar docentes para o ensino do Português no estrangeiro, tra-balhando aspectos fundamentais da educação linguística, literária e cultural.

*A Direcção Regional do Norte registou, em 2002, 1738 alunos com outra língua materna que não o Português. Cf. Caracterização na-cional dos alunos com língua portuguesa como língua não materna, DEB, Janeiro de 2003, p. 15.

Mestrado em Didáctica do Português Língua não Materna

por Ana Cristina Macedo

(do Lat. agora < Gr. agorá, praça pública)

No passado dia 28 de Fevereiro de 2010 pelas 15h00 teve lugar no Auditório da Escola Superior de Educação a Cerimónia de Entrega de Diplomas referentes ao ano lectivo 2008/09, presidida pelo Professor Dr. Rui Ferreira (Presidente), pelo Professor Doutor Rui Bessa (Vice Presidente) e pela Professora Doutora Irene Figueiredo (Presidente do Conselho Técnico Científico), entre os familiares, amigos e docentes convidados. A Cerimónia teve a duração de aproximadamente 2 horas.

Num universo de 236 Diplomados, estiveram presentes 43 licenciados afectos aos Cursos de

Educação de Infância (3), Gestão do Património (6), Educação Social (19), Professores do Ensino Básico – Educação Física (1), Ensino Básico – 1º Ciclo (1), Professores do Ensino Básico – Português/Francês (1), Tradução e Interpretação em Língua Gestual Portuguesa (6), Bietápica Gestão do Património (3), e Professores do Ensino Básico Matemática/Ciências (3).

Cerimónia de Entrega dos Diplomas na ESE43 diplomas entregues em Cerimónia solene

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5NOTE-SE7ÁGORA

Mestrado em Administração das Organizações Educativas

por Fernando Diogo

A formação sistemática no âmbito da Ad-ministração Educacional é uma necessidade dos Sistemas Educativos decorrente dos variados papéis e funções que actualmente são exigidos aos educadores e professores. Num contexto em que são delegados às escolas espaços de autonomia pedagógica, curricular e profissional, torna-se essencial que os ac-tores em presença possuam o conhecimento e compreensão de instrumentos científicos e metodológicos que lhes permitam captar a complexidade das dinâmicas em presença nas instituições escolares, a fim de poderem ser promotores de processos de mudança organizacional que conduzam à eficácia e à qualidade do serviço educativo.

Por outro lado, o domínio da Administração Educacional tem sido objecto de abordagens científicas, investigativas e metodológicas aprofundadas, que têm contribuído para a

construção de um campo de conhecimento extremamente rico que engloba, nomeada-mente, a Sociologia das Organizações, a Teoria Administrativa, as Políticas Sociais.

A Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto vem acumulando, desde 1989, experiência de formação neste domínio através da realização de Cursos de Estudos Superiores Especializados, Cursos de Comple-mentos de Formação, Cursos de Qualificação para outras Funções Educativas em Adminis-tração Escolar e Administração Educacional, Cursos de Formação Especializada e Cursos de Formação Especializada Pós – Licenciatura .

O número elevado de candidaturas à frequência destes cursos tem confirmado as necessidades de formação neste domínio sen-tidas pelos educadores e professores. Também as avaliações relativas à qualidade da formação

O Mestrado em Estudos de Gestão de Património – Especializações em “Património e Serviços Educativos” e em “Turismo Cul-tural e Património” – direcciona-se para as especificidades de ambas especializações, consolidando as competências decorrentes da licenciatura de Gestão de Património e outros Cursos de 1º Ciclo afins, aprofundando vertentes que, após o levantamento de Cur-sos de 2º Ciclo existentes em Portugal e na União Europeia, surgiram como oportunas e consequentes.

A análise, reflexão e estudos comparativos realizados para a apresentação deste Mestra-do, demonstraram a necessidade de:

- Formar, ao nível de pós-graduação diplo-mada, especialistas e profissionais altamente qualificados, através de um programa de articulação teórico e prático/profissional de alto nível;

- Privilegiar uma organização curricular consentânea com a situação do mercado profissional, sem descurar as mais actualizadas competências e potencialidades científicas e tecnológicas;

- Aprofundar os domínios de conhecimento, intervenção e produção, numa perspectiva de complementaridade, num campo substan-cialmente carenciado – ainda amador, em

Mestrado em Estudos de Gestão do Património

muitos casos – no mercado e oferta de pós-graduações e mestrados em Portugal;

- Implementar uma sistematização de áreas culturais, científicas e tecnológicas no campo da cultura, do património artístico e das artes, numa perspectiva do desenvolvimento local e regional em bases sustentadas.

O Plano de Estudos deste 2º ciclo fornecerá uma formação especializada, atribuindo:

Especialização: Património e Serviços Educativos

- Criar e desenvolver serviços educativos nas diferentes tipologias culturais e educativas.

- Gerir serviços educativos em equipamen-tos culturais, em parceria com os mesmos ou em entidades com eles relacionadas.

- Conceber, produzir e implementar pro-gramação em serviços educativos.

- Implementar elos de ligação entre os núcleos patrimoniais, educacionais e a co-munidade.

Especialização: Turismo Cultural e Património

- Definir e implementar projectos de Tu-rismo Cultural e Patrimonial nas suas vertentes estratégica, financeira, de recursos humanos e logísticos.

- Conceber, elaborar, executar e avaliar projectos de turismo cultural ou de actividades relacionadas

- Operacionalizar bens patrimoniais no âmbito de projectos e actividades de Turismo Cultural

- Programar, organizar, coordenar a produção e avaliação de actividades de valorização, interpretação e divulgação do património no contexto e ambiente de Tur-ismo Cultural.

Enquanto definidos como campos de de-senvolvimento teórico-prático no âmbito da Gestão de Património, os Estudos em Serviços Educativos e os Estudos em Turismo Cultural afirmam-se claramente como áreas de ne-cessidades emergentes em termos profission-alizantes, no caso português, verificando-se a urgência em formar técnicos qualificados.

O curso tem a duração global de 2 anos e é composto por duas partes: uma parte curricu-lar, com a duração de um ano, e uma parte de realização de um Estágio, consubstancializado num Relatório final, cuja estrutura implica uma sólida fundamentação teórica devidamente concertada com a área temática e o local de Estágio.

realizadas ao longo e após a conclusão dos cursos demonstram claramente níveis de sa-tisfação elevados.

O Mestrado em Administração de Or-ganizações Educativas assume-se como a continuidade do trabalho desenvolvido por formadores e formandos nos cursos anterior-mente referidos. Frequentam-no, actualmente, 35 professores e educadores.

O curso de Mestrado em Administração Edu-cacional está estruturado em três semestres (90 ECTS) e apresenta uma configuração de abordagens multidisciplinares que permitam reflexões aprofundadas sobre o (s ) sistemas educativos e as organizações como cenários de acção, bem como a aquisição de metod-ologias e técnicas para lidar com a mudança e promover a melhoria contínua.

Por Maria de Fátima LambertSérgio Veludo

Amândio Barros

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por Inês Pinho

ÁGORA

B.I.: Serviços e Colaboradores da ESE

VOX POPULI

Secretariado da Presidência Carla Soares Funções: > Mediação dos contactos entre os

vários serviços da Escola,docentes, .ç alunos e entidades/ pessoas externas com a Presidência. > Arquivo dos documentos anuais do Secretariado; > Elaboração e envio de ofícios, notas internas, despachos e publicações em Diário da Republica. > Entre inúmeros serviços Comentário pessoal:

Estou na ESE desde 1998, inicialmente fui trabalhar para o Conselho Cien-tífico, cuja presidente era a Doutora Fátima Lambert e o Vice-Presidente o Doutor Paulo Pereira. Foi uma experiência boa e interessante.

Em 1999 passei a fazer parte do Secretariado do Conselho Directivo da altura e aqui me encontro. Desde que estou neste serviço já secretariei quatro Con-selhos Directivos diferentes. É bom trabalhar com pessoas diferentes porque se aprendem sempre coisas novas. Gosto muito de trabalhar na ESE porque já faz parte da minha vida. Não é de admirar... ao fim de tanto tempo criam-se laços fortes, porque a ESE acaba por ser a nossa casa, também. É onde passamos a

maior parte do tempo.

Gabinete de Relações Inter-nacionais Ana LopesFunções: .>Assistente Administrativa

Comentário pessoal:

Em 2007, estava no último ano

da licenciatura em Assessoria e

Tradução no ISCAP e surgiu a

oportunidade de estagiar durante os meses de Março a Julho na

ESE, mais precisamente, no Gabinete de Relações Internacionais

com a supervisão da Dra. Inês Pinho. Desde então, que tenho

vindo a exercer funções de secretariado neste gabinete. O que

mais aprecio no que faço é a interacção com alunos/docentes

estrangeiros e a aquisição de novos conhecimentos relacionados

com programas internacionais. Em suma, gosto de trabalhar na

ESE e espero puder continuar a fazê-lo.

No decorrer de mais um semestre, o Gabinete de Relações Internacionais encontra-se a organizar as mobilidades Erasmus de alunos, docentes e pessoal não docente.

Assim, o GRI acolhe no 2º semestre 2009/10, 7 alunos estrangeiros, sendo eles:

> Patrícia Espina – Universidad de Cantábria (Espanha) – Ciências do Desporto;

> Charikleia-Nefeli Derdelakou e Vasiliki-Eirini Konitopoulou – Artistotle University of Thessaloniki (Grécia) – Educação Básica;

> Malin Bogren Lund – Bergen University College (Noruega) – Artes Visuais e Tecno-logias Artísticas;

> Fulya Dila Çoban – Selcuk University (Turquia) – Educação Musical;

> Lieke Nielen e Ivonne Reijers – Hoge-school Van Arnhem en Nijmegen (Holanda) – Educação Básica;

> Aleksander Budzynski – Marie Curii-Sklodowskiej Uniwersytet (Polónia) – Educa-ção Básica.

Em relação aos alunos da ESE, segue abaixo lista dos que se encontram em mobilidade no estrangeiro:

> Maria Manuel Figueiredo e Joana Margarida Costa – Gestão do Património – University of Ljubljana (Eslovénia);

> Ana Sofia Martins, Ana Filipa Lopes e Maria

João Machado – Gestão do Património – Uni-versitat de Valência (Espanha);

> Ana Aresta e Cátia Barbosa – Gestão do Património – Universitá di Bologna (Itália);

> Ana Mafalda Ferreira – Tradução e Inter-pretação da Língua Gestual Portuguesa – Uni-versitá di Bologna (Itália).

Este ano, e pela primeira vez, o Gabinete de Relações Internacionais acolhe entre Fe-vereiro de 2010 e Janeiro de 2011, uma aluna brasileira, Mariana Garcia Carrati, no âmbito do protocolo de cooperação assinado com a Universidade do Sul de Santa Catarina (UN-ISUL). Esta aluna será integrada no curso de Ciências do Desporto.

Em relação aos docentes, o Gabinete de Relações Internacionais irá receber, no 2º semestre, os seguintes professores:

> Terezia Slancova da University of Ljubljana (Eslovénia);

> Torunn Bakken Hauge, Trine Daviknes e Bjorg Solsvik Ävitsland da Bergen University College (Noruega);

> Katrien Van Gerwen, Evelien Wijnant e Geert Callebaut da Katholieke Hogeschool Sint-Lieven (Bélgica)

> Marie Näslund, Eva Jakobsson e Ola Lind-berg da Mid-Sweden University (Suécia);

> Ernst Nausner da PH-Linz (Austria); > Zbigniew Makieła, Andrzej Woźniak

e Krzysztof Rejman da Bronislaw Markiewicz State School of Higher Vocational Education (Polónia).

No que concerne à mobilidade de docentes da ESE, podemos informar que o Instituto Politécnico do Porto aprovou a atribuição de 9 bolsas de mobilidade, distribuídas da seguinte forma:

a) Teaching Staff Mobility (STA) - Dr. Rui Santos – a Uniwersytet Rzeszowski

(Polónia); - Doutora Irene Figueiredo – KPH – Edith

Stein (Áustria); - Doutor Paulo Delgado – Bergen University

College (Noruega); - Doutora Dárida Fernandes – Tallinn Uni-

versity (Estónia); - Doutora Manuela Pessanha e Doutora Sílvia

Barros – Technologic Educational Institution of Athens (Grécia).

b) Staff Training Mobility (STT) - Doutora Cristina Pinto – Tallinn University

(Estónia); > Filipe Lopes – Universidad de Cantábria

(Espanha).

c) Organização de Mobilidade (OMS) > Dra. Inês Pinho – Tallinn University (Es-

tónia).

O Gabinete de Relações Internacionais Mobilidades no 2º Semestre

Page 9: Nº8 Abril de 2010

5NOTE-SE9 VOX POPULI

Convite aos leitores: Este espaço é vosso! Enviem os vossos textos para o endereço de e-mail [email protected]

Alunos/ as de TILGP visitam o Centro de Histocompatibilidade do Norte

por Isabel Regina Coelho BorralhoIsabel Margarida Chaves

No passado dia 3 de Março, as turmas do 3.º ano do Curso de Tradução e Interpre-tação de Língua Gestual Portuguesa, diurno e pós-laboral, deslocaram-se ao Centro de Histocompatibilidade do Norte, situado perto da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com o objectivo de compreender que através de pequenos ‘gestos’ podemos fazer a diferença. Graças à disponibilidade e amabilidade do téc-nico especializado presente, que durante uma pequena palestra, nos elucidou sobre o que é a

Medula Óssea e como esta pode ser recolhida, assim como algumas patologias relacionadas com o descontrolo na produção de glóbulos brancos, descobrimos que para salvar uma vida basta um pequeno acto altruísta.

Para ser dador necessita ter entre os 18 e os 45 anos, ter um peso mínimo de 50kg, não ser portador de doenças crónicas ou autoimunes e realizar uma pequena colheita de sangue para determinação do HLA (Antigénios Leu-cocitários Humanos). A partir deste momento fica inscrito no CEDACE (Centro Nacional de

Dadores de Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão) e fica considerado como potencial dador compatível.

Esta sessão contribuiu para fortalecer a nossa consciência de que tal como um intérprete pode fazer a diferença na vida de um surdo, também uma pequena doação pode fazer a diferença na vida de alguém com leucemia.

“Muitas vezes uma pequena oferta produz grandes efeitos.” Séneca

A Educação Social – Teorias e Práticas é uma Unidade Curricular anual do 1º ano do curso em Educação Social. Esta UC conceptualiza e interroga a identidade da Educação Social, os pressupostos, valores e âmbitos da inter-venção sócio-educativa e pretende constituir uma base teórica e prática a partir da qual os discentes estruturam o conhecimento no início da sua formação e nos anos seguintes de aprendizagem.

O aluno é encarado pelos docentes res-ponsáveis por esta UC, eu próprio e a Dra. Márcia Cardoso, como um actor da sua própria aprendizagem, capaz de mobilizar competências metodológicas, conhecimentos científicos e técnicos, mas também filosóficos e artísticos, que caracterizam no seu conjunto o saber pedagógico.

E porque educar apela à criatividade, e porque o educador social deve apostar no “ensino da cultura nas suas múltiplas mani-festações” (García, 2004, p.8), foi lançado aos alunos no ano lectivo transacto, no decurso de um dos trabalhos de grupo, o seguinte desafio:

“Foi convidado para desenvolver uma sessão numa turma de crianças do 4º ano do 1º ciclo do EB sobre as competências e funções do Educador Social. Atendendo à idade dos desti-natários, decidiu contar uma história, compor

uma canção, fazer uma representação teatral ou apresentar uma experiência que facilitasse a compreensão do que significa educar no âmbito social. E começou…”

Os Trabalhos de Grupo iniciam-se e ter-minam dentro do tempo disponível para a sessão em que decorrem e os documentos produzidos constituem um elemento de avaliação. Procura--se deste modo incentivar a descoberta de soluções ou modos de agir e estimular a autonomia, a cooperação e o interesse pelos conteúdos abordados.

Entre as respostas recolhidas destacou-se pela originalidade, simplicidade e simbolismo, a história que passamos a narrar, da autoria dos alunos (então no 1º ano) Selma Guedes, Hélder Reis, Filipa Fonte, Joana Pereira e Mónica Ferreira.

“Era uma vez um bairro social onde os pré-dios eram escuros. As pessoas viviam tristes e algumas de costas voltadas. Até que um dia apareceu um senhor que questionou todas as crianças e adultos do bairro perguntando-lhes:

- Porque é que vivem assim tão tristes? Porque é que o vosso bairro é assim tão escuro?

- Sabe, nunca pensei nisso… – respondeu o Joaquim.

Entre adultos e crianças as respostas eram sempre as mesmas, nunca tinham pensado nisso.

Então o senhor que chegou ao bairro, mais conhecido por Educador Social, resolveu mostrar um catálogo de cores para que aquelas paredes se tornassem diferentes. Com as cri-anças e com a população do bairro e após uma decisão em conjunto pintaram um primeiro prédio de verde.

Sabem o que aconteceu? Algumas pessoas daquele bairro passaram a ser mais simpáti-cas. Conseguem imaginar o que aconteceu com o bairro todo pintado e depois de muito trabalho? As pessoas tornaram-se mais amigas, compreensivas e a partir dessa altura passaram a olhar para o futuro com mais optimismo.

Já percebem então o que é um Educador Social? É um «pintor» que pinta a mesma história com cores diferentes, acreditando que as realidades se podem modificar com o seu trabalho.”

García, J. (2004). Que tipo de profesión é a Educación Social?. Galeduso: Revista do Colexio de Educadores Sociais de Galicia, n.4, 4-8.

As cores da Educação SocialExplicar o trabalho do Educador Social a crianças do 4º ano

por Paulo Delgado

Uma manhã diferente...

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10 DUAS DE LETRA

Frente a Frente: Cultura, cidadania e participação em debate

António Alberto Silva e Isabel Timóteo aceitaram o desafio do Note-se para partilhar connosco algumas opiniões e pontos de vista. A partir do C é C muitas fo-ram as reflexões e discussões que nesta animada conversa foram surgindo...

António Alberto Silva: Eu vim aqui só para apresentar este meu livro, CéC, e vou-me embora! [Risos…]

Isabel Timóteo: Ai sim? E o livro está a sair agora?

AAS: O lançamento acontecerá no próximo dia 14 de Abril às 18 h no Palacete dos Vis-condes de Balsemão, Praça de Carlos Alberto. Posso ir embora?

IT: Não. E o que te levou a escrever este livro?

AAS: Na distribuição de serviço para este ano coube-me a disciplina Literacia Científica e Cultura. Fiquei tão aterrado… que escrevi um livro: Ciência é Cultura.

IT: Perspectivas a Cultura num sentido lato…

AAS: Sim. A Ciência e a Tecnologia são em-preendimentos culturais humanos, como são as Artes Plásticas, a Literatura, a Filosofia… Tudo vertentes culturais. E todas entrelaçadas com temáticas políticas, económicas, sociais… E a partir daqui surgem debates interessantes… Provoco os alunos um bocadinho… e eles estão a aderir bem.

IT: Um livro provocador, desafiador tam-bém… E que por isso pode ser lido por outras pessoas que não sejam só da área científica em que tu estás, não é?

AAS: Claro!

IT: Estava a pensar na questão do desafio, que é um método com o qual me identifico muito. Mas nem sempre temos condições plenas para o usar com os alunos…este é um obstáculo… e um desafio. Insisto no desenvolvimento da consciência crítica, na reflexividade. Claro

que esta questão se refere a todas as profis-sões, mas na Educação Social terá um especial significado... Se um trabalhador social não ler de forma crítica o que faz para transformar a sociedade, alterar condições de vida… acaba por ser mero elemento de controlo social.

AAS: Sim, isso é mesmo muito impor-tante…

IT: Pois, e não podem fragmentar-se certas dimensões…

AAS: Sim, e o CéC também tem a ver com isso… Separa-se a C&T da Cultura … Associa--se a C&T a algo de frio, lógico e pouco cria-tivo… Associa-se criatividade à Cultura e não à Química ou à Biologia. Mas os cientistas passam horas e anos à procura de uma boa ideia, e têm sentimentos e emoções e impulsos criativos e tensões, como outros profissionais. E a C&T está sujeita a controvérsias e a argumentação, e estas não cabem na lógica…

“Às vezes sinto que o trabalho que fazemos aqui é quase contra-corrente em relação ao paradigma dominante. Se calhar tudo isto tem a ver com um cenário mais plural, mais global.” (IT)

IT: Estava a pensar: como é que nós aqui na Escola podemos contribuir para formar alunos mais criativos, mais críticos? Às vezes sinto que o trabalho que fazemos aqui é quase contra-corrente em relação ao paradigma dominante. Se calhar tudo isto tem a ver com um cenário mais plural, mais global.

AAS: Se fizermos aqui o que pudermos, isso já é um contributo, até porque estes alunos, estas pessoas, têm um grande efeito multipli-cador. Além disso, estamos a falar no desen-volvimento de competências, em consonância com o espírito de Bolonha. Literacia científica, literacia cultural, competências de as pessoas se enquadrarem socialmente, entenderem e formularem problemas e questões, considera-rem valores por vezes antagónicos, tomarem opções…

IT:…Podendo ter a opção de não se en-quadrar… Não tem que ser esta a meta.

AAS: Ah, disse enquadrar, não no sentido de encaixar, acomodar, mas de socializar, de sermos indivíduos que são também entes sociais.

IT: Pois, mas com sentido crítico…

AAS: Sim. Mas sem desdenhar do que temos de bom. Críticos sim, queixinhas não. Há tendência para dizer mal de tudo. Eu gosto muito dos portugueses, mas acho que temos esse defeito.

IT: Achas que é um defeito?

AAS: Acho, porque não estou a referir críticas fundamentadas, mas uma pulsão.

IT: A mim preocupa-me mais quando as

pessoas não conseguem dizer nada, mesmo quando não o façam de uma forma fundamen-tada… Incomoda--me mais quando as pessoas estão apáticas, num estado de anomia tal que não conseguem sequer falar.

AAS: Pois, mas a maledicência é precisamente apatia, anemia… “Está tudo mal”, “só em Portugal é que”, “só neste país é que”… e cruzam-se os braços. Conhecem uma canção em que Sérgio Godinho diz: “Só neste país é que se diz… só neste país”? O Sistema de Saúde de Portugal é um dos melhores do mundo, o Sistema Educativo tem defeitos mas é globalmente bom, os nossos professores são bons … Portugal é 21º país do mundo com melhor qualidade de vida… é segundo a ONU o 34º país mais rico do mundo. A comunicação social só o refere em letras pequeninas e pouca gente lê e liga…

IT: Mas achas que não há motivo para as pes-soas se queixarem? Tudo isso, no meu ponto de vista, são heranças do 25 de Abril…

AAS: O nosso grande progresso só foi pos-sível com o 25 de Abril, sim… Mas não é só herança do 25 de Abril, é fruto de trabalho de 30 anos, dia-a-dia realizado pelos portu-gueses…

IT: Mas tem vindo a ser ameaçado nos últimos anos de forma muito séria! O actual PEC apon-ta para uma série de privatizações em áreas que são mais ou menos centrais. Por outro lado, vemos a Educação a ficar dominada pelo poder económico e não propriamente assente em critérios pedagógicos e científicos…

AAS: Há aspectos preocupantes. E eu ficaria muito contente por vê-los debatidos nos jor-nais e trazidos pelos alunos para debates em aula… Mas o que domina não é o debate fun-damentado dos assuntos importantes nem os contributos para avançar, mas a maledicência e o desânimo.

IT: Pois, mas o 25 de Abril abriu um cenário político que o permitiu….

AAS: Claro. Portugal foi o país do mundo que mais se desenvolveu de 1975 e 2005. Mas não foi o 25 de Abril que o fez por si só. E, sim, há muitos factores muito preocu-pantes… o neoliberalismo selvagem, hiatos entre países mais desenvolvidos e menos, fos-sos entre ricos e pobres… Curiosamente, em Portugal, nos últimos 20 anos, e ao contrário do que eu julgava…

IT: Não aumentou o fosso entre ricos e pobres?

AAS: De 1990 a 2010, o fosso está pratica-mente igual. Há um ligeiro aumento, mas não por os pobres estarem mais pobres: é por os ricos estarem mais ricos. Ora, eu tinha a ideia de que tinha aumentado o número de pobres.

IT: Mas há muitos anos que já temos em Portugal uma concentração dos mais ricos

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11DUAS DE LETRA

da Europa…

AAS: Sim. Mas não aumentou a pobreza, ao contrário do que eu pensava…

IT: Isso é muito interessante… Mas o pro-blema é o mesmo… Se aumentaram os mais ricos, continua a haver um desequilíbrio na distribuição de recursos.

AAS: É. Mas contenta-me que, apesar das crises, a pobreza não tenha aumentado.

IT: A mim não me contenta nada…

AAS: Mas temos que ver isto no contexto mundial…Nos EUA há 20% de pobres, em Portugal temos 14%.

IT: Eu estou naquela fatia dos descontentes que referias há pouco. Não consigo contentar-me com estes valores.

AAS: Mas o fosso também não me contenta! Agora, não sustenta o discurso catastrófico e miserabilista do “só em Portugal é que…”. Quando digo que Portugal é o 34º país mais rico do mundo, quase ninguém acredita. Estou de acordo contigo: 14% de pobreza é muito; a riqueza em Portugal está mal dis-tribuída. O Vale do Ave é a zona da Europa com mais Ferraris por metro quadrado… Debatamos isso. Mas sem cair na apatia de dizer que tudo está mal… Muitas pessoas já nem votam porque, dizem, “isto já não tem remédio, nada vai mudar”… E esta é apenas uma das facetas da democracia, e nem sequer a mais interventiva.

IT: Aliás, isso vai tendo custos na Democracia Participativa. Nós fazemo-nos representar e acabamos por participar pouco no dia-a-dia e é por isso que se ouvem discursos como: “não vale a pena, é tudo igual…”.

AAS: Pois! Se a pessoa não vota, não se mo-biliza no dia-a-dia, diz que “nada vale a pena fazer” porque “este país é e sempre será um caos”… isso é maledicência e apatia!

IT: Para mim a questão da distribuição da riqueza é um eixo central de análise, é um el-emento central no desenvolvimento do país. A grande questão é a supremacia do poder económico que dá aos grandes empresários a liberdade de se deslocalizarem conforme são taxados os seus lucros… Mas este é um problema mundial e não de Portugal!

AAS: E por isso é que me irrita o “só em Portugal é que”… Esse não é um problema interno de Portugal. As políticas dos países são determinadas pelos poderes financeiros. O problema é mundial: não existe uma regulação política do capital financeiro.

IT: Mas há um quadro de aceitação dessa lógica… Tem que haver alternativas, isso não é uma fatalidade.

AAS: Há muitas coisas “da casa” sobre as quais podemos falar aqui. Posso abrir as hostilidades? Isabel: porque é que não aceitaste vir para a Lista de docentes candidata ao Conselho Pedagógico, apesar de eu te ter suplicado de joelhos?

IT: Não suplicaste de joelhos… [Risos…].O Pedagógico para mim é um órgão central, aliás já fiz parte dele enquanto aluna da ESE, em 94/ 95, quando estava no 2º ano. Acho que é um órgão central e sinto que precisa ali de uma volta… Precisamos todos de sentir que é de facto um órgão a que possamos recorrer, que dá feedback, que acolhe as questões que são levadas. A equipa que acabou de ser eleita tem aqui um desafio central. Eu tenho neste momento uma vida complicada, como se calhar temos todos, mas estou ligada à coordenação do Curso de Educação Social, diurno e pós-laboral, estou a acabar o Mestra-do, vou defender a tese, estou a começar o Doutoramento… Nesta fase, com tudo isto, e considerando que podemos distribuir estas oportunidades… Foi o que me levou a dizer que não à proposta.

“Mas chega-se a alturas de os alunos poderem dar um contributo cívico den-tro da Escola, que também é formação da própria pessoa, e não há disponibil-idade… Será que os alunos andam a trabalhar demasiado?” (AAS)

AAS: Gostava de partilhar… sinto que os alunos são dificilmente mobilizáveis para isto… e mesmo para outras actividades… Dizem que estão muito pressionados por trabalho… Ouvi há dias do Luís Graça que talvez o facto de o Curso ser agora de 3 anos crie uma pressão muito grande… Ainda não tinha pensado nisso…

IT: Sim, cria uma pressão muito grande mesmo. E a carga de trabalho é muita!

AAS: E aconteceu uma coisa pouco positiva: neste Pedagógico só vão estar alunos da Li-cenciatura em Educação Básica… nenhum de outros Cursos…

IT: Isso também nos deve fazer pensar, porque podemos estar a organizar os Cursos muito em função dos conteúdos que dizem respeito à formação das áreas específicas, nos seus domínios científicos, e de uma forma menos global, menos ligada à vida na Escola, às questões da gestão, da vida associativa…

AAS: Não sei… Mas os alunos estão mesmo pouco disponíveis, de um modo geral, para actividades deste tipo.

IT: Eu acho que de um modo geral as pessoas têm uma vida muito preenchida, têm muitas solicitações…

AAS: Mas isto cria um impasse… E de um modo geral os nossos Cursos até têm uma natureza interventiva nuclear… Mas chega-se a alturas de os alunos poderem dar um contributo cívico dentro da Escola, que tam-bém é formação da própria pessoa, e não há disponibilidade… Será que os alunos andam a trabalhar demasiado?

IT: Acho que essa é uma boa pergunta!

AAS: Eu suspeito que sim… Ao contrário da vulgata, aquela de “os alunos não sabem nada” e “não estudam” e “os professores não exigem”… a minha experiência nesta Escola mostra-me é que globalmente os alunos são bons alunos e interessados e trabalham muito, e também os professores são bons professores e interessados e trabalham muito.

IT: Estarão as propostas de trabalho a ser apresentadas de forma muito fragmentada, não permitindo fazer estas ligações com out-ros contextos de vida? Com outras áreas da Escola? Porque estas coisas também podem ser trabalhadas no âmbito de disciplinas, em determinados contextos… Será que as pro-postas de trabalho não estão a permitir que o aluno se inscreva de uma forma mais plural nos seus diversos contextos?

AAS: Não sei… Vejo os alunos atafulhados de livros e tralhas e trabalhos… Será que esta-mos a exigir-lhes trabalho em excesso? E que nem lhes damos tempo para pensar, estudar e reflectir por eles?

IT: Pois, isso preocupa-me muito!

AAS: Tenho esta percepção de excesso.O que podemos fazer para motivar os alunos para a sua intervenção? Não sei… Quando falo com eles sobre isto, a resposta típica é: “Eu gostava muito, mas não posso!” Receio também que os alunos estejam a perder tempo demasiado com as praxes e lides similares que lhes tiram imenso tempo, de dia e também de noite, e muitos depois nem dormem, e faltam às aulas para ir para as concentrações…

IT: Sim, a praxe nesta Escola estende-se du-rante todo o ano lectivo, o que é uma coisa curiosa… E esta questão daria uma discussão muito interessante…

AAS: Pois… Os alunos têm direito às suas iniciativas e actividades, e com muitas delas nós nem temos nada a ver. Agora, se faltam às aulas ou chegam atrasados por iniciativas organizadas e dirigidas por alguém que muitas vezes nem se sabe quem é…

IT: Isso é de facto curioso… é uma caracterís-tica que se inscreve num determinado padrão em que se inserem estas lógicas da praxe… Essa autoridade…

AAS: E baseada em quê?!

IT: E, numa Escola Superior de Educação, as-sistir a determinadas práticas entre os alunos é uma coisa que me faz alergia… Isso merece um debate muito sério! Em termos educativos, defender que se aprende por via da repressão, da autoridade, é preocupante!

AAS: É mesmo. As pessoas têm direito a desenvolver as actividades que entenderem, designadamente na sua vida privada. Mas, se institucionalmente for considerado que há práticas na ESE que são perturbadoras e des- educativas, será necessário tomar medidas… Há normativos que têm que ser respeitados dentro da Escola.

por Teresa Martins

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12 NOTE-SE QUE...

Ficha TécnicaRedactores: Teresa Martins e Francisco Ferreira

Designer gráfico: Rui Reisinho

Fotografia: Rui Pinheiro e Note-se

Apoio editorial: Jordana Penteado

Editores: Todos

SUGESTÕES

ÚLTIMA NOTA

A ESE tem vindo a sofrer nos últimos tempos alguns melhoramentos no que con-cerne às suas instalações físicas. Deste modo, ficam como última nota algumas das intervenções efectuadas:

> Remodelação nas salas 22 e 23.

> Remodelação do espaço destinado a Artes e Ofícios.

> Requalificação do jardim sul com construção de hortas pedagógicas e plantação de árvores de fruto, tudo com sistema de rega automático e manual.

> Remodelação das salas 19 e 20 (Língua Gestual).

> Recuperação de suporte para reclame da E. S. E. na entrada da escola.

> Reparação da cobertura situada sobre corredor/hall e salas 3 e 4.

> Reparação da estrutura (pilares e vigas) de suporte da cobertura nascente.

> Construão de nova Secretaria / Serviços Académicos.

> Remodelação da entrada principal de acesso à E. S. E.

Esperamos pelos contributos

para o próximo número através

do e-mail:[email protected]

APONTAMENTOS

> As edições anteriores do Note-se estão disponíveis em formato digital em: www.ese.ipp.pt/info/notese > Procuram-se colaboradores para in- tegrar a equipa técnica do Note-se! .. Os interessados podem enviar-nos . um e-mail para:

[email protected]

8 de Maio – Gotan Project – Coliseu do Porto20 de Junho – Air – Coliseu do Porto

“O Papalagui” – de 8 a 21 de Maio – Teatro da Vilarinha

O Príncipe de Homburgo 7 a 16 Maio, Teatro Carlos Alberto

"Vice-Versa" 6 a 9 Maio, Teatro Campo Alegre

12º Festival Gastronómico – de 1 a 30 de Maio, na Maia

“Brinquedos do nosso mundo” – até 28 de Agosto de 2011 – Museu da História e Etnologia da Terra Maia

INAUGURAÇÕES SIMULTÂNEAS NO QUARTEIRÃO MIGUEL BOMBARDA 2010:

5 Junho18 Setembro6 Novembro

Documente-Se! Música, Dança, Teatro, Cinema, Instala-ções, Debates e Confe-rências | 2º Mo-mento: 13 a 16 de Maio Serralves

Porto Road Show 23 Maio, Avenida dos AliadosMais informações em www.rallydeportugal.pt

Feira do Livro de Matosinhos Até 25 Maio, Galeria Nave Paços do Con-celho (13h e as 20h, de segunda-feira a domingo.)

Música na Rua Até 31 Maio | Estações de Metro da Casa da Música, Trindade e S. Bento

Montagem e impressão: Serviços Gráficos do IPP