Nocoes Politica Cidadania Brasil

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    Presidente:

    - Celso Napolitano (SINPRO/SP e FEPESP)

    Vice-Presidentes:

    - Lcio Flvio Costa (CNPL)

    - Aramis Marques da Cruz (SINDICATO NACIONAL DOS MOEDEIROS)

    - Joo Batista da Silveira (SAAE/MG)

    - Nelson de Miranda Osorio (COBAP)

    - Cledo de Oliveira Vieira (SINDJUS/DF)

    Superintendente:

    - Epaminondas Lino de Jesus (SINDAF/DF)

    Suplente:

    - Ricardo Nerbas (SINTEC/SP)

    Secretrio:

    - Wanderlino Teixeira de Carvalho (FNE)

    Suplente:

    - Antnio de Lisboa Amncio Vale (SINPRO/DF)

    Tesoureiro:

    - Izac Antonio de Oliveira (FITEE)

    Suplente:

    - Maria Aparecida Sousa (SEEB/DF)

    Conselho Fiscal

    Efetivos:

    - Itamar Revoredo Kunert (Sind. Adm. de Santos/SP)

    - Douglas de Almeida Cunha (FENASERA)

    - Vicente Venuk Pretko (SINTRACARP/PR)

    Suplentes:

    - Mrio Souto Lacerda (SAEP-DF)

    - Arthur Emlio O. Caetano (STIU-DF/FNU)

    - Francisco Pereira da Silva (SINRAD/DF)

    Conselho Diretor do DIAP

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    Srie Educao Poltica2012

    Noes de Poltica eCidadania no Brasil

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    Noes de Poltica e Cidadania no BrasilEsta publicao faz parte da srie Educao Poltica do DIAP

    Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, dezembro de 2012.

    Ficha Tcnica

    Concepo, pesquisa e texto

    Antnio Augusto de QueirozDiretor de Documentao

    SupervisoUlisses Riedel de Resende

    Diretor-Tcnico

    RevisoViviane Ponte Sena

    Apoio

    Andr Lus dos SantosAlysson de S AlvesIva Cristina Pereira de SantAnaMarcos Verlaine da Silva Pinto

    Neuriberg Dias do RgoRicardo Dias de Carvalho

    Robson Lopes Graa

    Ilustraes:Paulo Oliveira

    Diagramao e editorao eletrnica:Fernanda Medeiros

    permitida a reproduo, desde que citada a fonte.Edio n 1, Ano 1 - 2012

    Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar - DIAPSBS - Quadra 01 - Bloco K - Ed. Seguradoras - 3 andar - Salas 301 a 307

    70093-900 - Braslia - DFTelefones: (61) 3225-9704 / 3225-9744 Fax: (61) 3225-9150

    Pgina: www.diap.org.br E-mail: [email protected]

    N756 Noes de Poltica e Cidadania no Brasil / texto de Antnio Augustode Queiroz. -- Braslia : DIAP, 2012. 52 p. ; il. ; color. (Srie Educao; v.1)

    ISBN: 978-85-62483-09-7

    1. Poltica Cartilha. I. Queiroz, Antnio Augusto. II. DepartamentoIntersindical de Assessoria Parlamentar. II Srie.

    CDU: 32(076) CDD: 320

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    Apresentao

    Com esta publicao, o Diap lana a srie Educao Poltica, que

    consistir na edio de cartilhas, manuais e livros voltados formaopara a cidadania. Ela se soma a outras sries de publicaes do rgo,como Quem foi Quem, Cabeas do Congresso, Estudos Polticos,Radiografia do novo Congresso e Estudos Tcnicos.

    A nova srie, portanto, faz parte da filosofia da entidade de estimulara conscincia poltica, resgatar valores ticos e de cidadania, contribuirpara o aprofundamento da democracia, promover os interesses coletivos

    e pblicos, alm de defender a participao poltica dos cidados.A Cartilha Noes de Poltica e Cidadania no Brasil, que inaugura a

    srie Educao Poltica, foi concebida e escrita pelo jornalista, analistapoltico e Diretor de Documentao do Diap, Antnio Augusto de Queiroz.Sob a forma de perguntas e respostas, ela amplia e aprofunda a CartilhaCidado Consciente, tambm de autoria de Toninho do Diap.

    A publicao, enfocando as dimenses da poltica, aborda conceitos,detalha princpios, estimula a cidadania, explica o papel do Estado, doGoverno e de suas instituies, enfim, alerta para os direitos e deveres,

    alm de fazer um chamamento participao poltica, especialmentejunto ao primeiro setor (o Governo, que tem a primazia de administrar ouso de bens pblicos para fins pblicos) e o terceiro setor (organizaesno-governamentais, privadas sem fins lucrativos, que desempenham

    aes de carter pblico). Por sua vez, o segundo setor formado pelomercado, que representa as empresas com fins lucrativos.

    O Diap, com mais esta iniciativa, espera estar contribuindo para aformao poltica e a participao efetiva dos cidados no processopoltico, sempre com o objetivo de avanar nas conquistas polticas,econmicas, sociais e culturais do povo brasileiro, dos cidados em gerale dos trabalhadores e suas lideranas, em particular.

    A Diretoria

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    Agradecimentos

    equipe do Diap, nas pessoas de Iva Cristina Pereira deSantAna e Neuriberg Dias do Rgo, pelo empenho para

    viabilizar os trabalhos da entidade, em particular de suaspublicaes, e jornalista Viviane Ponte Sena pelas sugestese diligente reviso.

    s entidades co-editoras, sem as quais no teria sidopossvel viabilizar esta publicao: ANABB, ANER, ANFFA-SINDICAL, ANFIP, ANTEFFA, CNPL, CNTC, CNTE, CNTI,CNTM, CONDSEF, CONTEC, CONTEE, CONTRATUH, CSPB,CTB, CUT, FECOMERCIRIOS, FENAFISCO, FEPESP, FNE,FETRACONSPAR, FORA SINDICAL, FUP, NCST, SAAE-MG,SAEP-DF, SINAIT, SINAL NACIONAL, SINDIFISCO-NACIONAL,SINDILEGIS, SINDIRECEITA, SINPROFAZ, SINPRO-SP,SINTRACARP, UGT, UNAFE.

    Aos amigos que leram e criticaram o texto: Aldemrio AraujoCastro, Cristiano Noronha, Enrico Ribeiro, Flvio Tonelli, Geraldo

    Costa Jnior, Gustavo de Lima, Jorge Mizael, Luiz Alberto, Mar-cos Augusto, Miguel Gernimo, Maria Lcia, Paulo Freitas, PauloMendes, Rmulo Osrio, Soraia Costa, Ulisses Rapassi, ThiagoVidal e Thiago Rgo.

    equipe da F4 Comunicao, na pessoa de Fernanda Me-deiros, pela programao visual, e ao ilustrador Paulo Oliveira.

    Finalmente, um agradecimento especial Diretoria do Diap,nas pessoas de Celso Napolitano, Epaminondas Lino de Jesus,

    Izac Antnio Oliveira e Ulisses Riedel pelo incentivo e apoio realizao desta publicao.

    Braslia-DF, dezembro de 2012.

    Antnio Augusto de Queiroz

    Diretor de Documentao do DIAP

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    SumrionIntroduo ........................................................................................................................ 7

    nPara comeo de conversa, o que poltica? ...................................................................... 9

    nA poltica realmente necessria?.................................................................................. 10

    nA essncia da poltica o ser humano? .......................................................................... 11nA poltica trouxe algum progresso para a humanidade? ................................................ 12

    nO que democracia? ...................................................................................................... 13

    nFala-se muito em ideologia, o que ela tem a ver com a poltica? ................................... 14

    nE a cidadania, o que e como se relaciona com a poltica? ........................................... 15

    nComo posso saber mais sobre poltica? .......................................................................... 15

    nMas onde vou encontrar essas informaes? .................................................................. 16

    nO que Estado? ............................................................................................................. 17

    nQual a diferena entre Nao e Estado? ........................................................................ 17

    nO que Governo? .......................................................................................................... 17

    nE o que so instituies polticas? ................................................................................... 18

    nO que poder poltico? .................................................................................................. 18

    nO que e qual a funo da Constituio? ..................................................................... 19

    nQuais so os pilares do Estado brasileiro? ..................................................................... 19

    nPor que o Brasil adota o regime poltico democrtico?.................................................... 20

    nO que forma de Governo? ........................................................................................... 20

    nPor que o Brasil adota a Repblica como forma de Governo?......................................... 21

    nE por que Repblica Federativa? ..................................................................................... 22

    nE sistema de Governo, o que seria? ................................................................................ 22

    nPor que o presidencialismo como sistema de Governo? .................................................. 23

    nEsses pilares, ento, so o que se chama de Estado Democrtico de Direito?................. 23

    nOs fundamentos da Repblica esto na Constituio? .................................................... 24

    nOs objetivos do Estado Brasileiro tambm esto na Constituio? .................................. 25

    n

    E por que nem todos tm acesso aos direitos sociais? .................................................... 25nSe todos so iguais perante a lei, correto o Estado tratar pessoas, estados ou regies de

    modo diferente? ................................................................................................................. 26

    nAfinal, quantas so e quais seriam as principais funes do Estado? ............................. 26

    nPoderia detalhar mais a funo jurisdicional? ................................................................ 27

    nE as ordens econmica e social possuem alguma diretriz constitucional no Brasil? ........ 28

    nO Estado dispe de que poderes para cumprir sua misso? ........................................... 28

    nO que poltica pblica? ................................................................................................ 29

    n

    Por que poltica pblica? ................................................................................................. 30nE quais so as leis oramentrias? ................................................................................. 30

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    nComo devo proceder para exigir do Estado meus direitos? ............................................ 31

    nComo estruturada a organizao poltica brasileira? ................................................... 32

    nQuem escolhe os governantes e parlamentares? ............................................................ 32

    nH diferena entre a eleio de presidente e de deputado, por exemplo? ...............................33

    nComo composto o Poder Legislativo? .....................................................................................34

    nQual a misso do Congresso Nacional? ...................................................................... 34nE como o Congresso cumpre sua misso? ...................................................................... 35

    nO que faz o Congresso na funo representativa?.......................................................... 35

    nQual o escopo da funo legislativa? ............................................................................. 36

    nE na funo de fiscalizao? ........................................................................................... 36

    nOs cidados tambm participam da elaborao das leis? .............................................. 37

    nO senso comum diz que a maioria dos polticos corrupta. Isso verdade? .................. 37

    nO que tem sido feito para combater a corrupo? .......................................................... 38

    nParticipar da eleio dos titulares dos poderes importante?......................................... 39nSou obrigado a votar? .................................................................................................... 39

    nO que um voto consciente? .......................................................................................... 40

    nE se o eleitor escolher mal? ............................................................................................ 41

    nAnular o voto no seria uma boa ideia? ......................................................................... 41

    nE se a maioria da populao votar em branco ou nulo, seria anulada a eleio? ......... 41

    n possvel melhorar a qualidade da representao? ....................................................... 42

    nEm que mais o eleitor deve prestar ateno: no partido, no candidato ou no programa? ......42

    nDevo me guiar pela chamada opinio pblica? .............................................................. 43nComo est a representao dos trabalhadores no Congresso?....................................... 44

    nE a participao das mulheres, maior que a dos sindicalistas? .................................... 45

    nQuais so as exigncias para disputar um mandato? ..................................................... 45

    nE no plano internacional, existe algum organismo que cuide da governana regional ou

    mundial? ............................................................................................................................ 46

    nQue portais devo consultar para ter informaes sobre as questes polticas

    e de Estado? ....................................................................................................................... 47

    O analfabeto poltico .......................................................................................................... 50

    O que o DIAP .................................................................................................................. 51

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    Aideia da srie e da cartilha Noes de Poltica e Cidadania no Brasil partedo pressuposto de que as escolas, os partidos, os meios de comunicaoe at os movimentos sociais deixaram em segundo plano a educao poltica.

    Com isto, o conhecimento sobre valores da cidadania e o despertar daconscincia coletiva para o que so, o que fazem e como funcionam asinstituies pblicas perdeu importncia na formao do povo brasileiro,com prejuzos irreparveis para o pleno exerccio da cidadania.

    Essa lacuna na formao poltica, alm de criar condies para o denun-cismo e a judicializao da poltica, deu ensejo a um ambiente de forte ques-tionamento das instituies do Estado, liderado por foras atrasadas do pas,inclusive por alguns importantes veculos de comunicao, com o propsito

    de retirar do povo seu papel de cidadania ativa sobre os destinos do pas.A presidente Dilma Rousseff, em seu discurso na Conferncia Inter-

    nacional Anticorrupo, captou bem esse sentimento ao alertar que: Ocombate ao malfeito no pode ser usado para atacar a credibilidade da

    ao poltica to importante nas sociedades modernas. O discurso anticor-rupo no deve se confundir com o discurso antipoltica, ou antiestado,que serve a outros interesses. Deve, ao contrrio, valorizar e reconhecero papel do Estado como instrumento importante para o desenvolvimento,

    a transparncia e a participao poltica.Como no existe soluo para os problemas coletivos fora da poltica,

    assim como no h cidadania sem educao poltica, a soluo paraenfrentar esse dficit de cidadania e essa campanha de deslegitimaoda poltica passa pela educao poltica, em todos os espaos possveis,

    particularmente nas escolas, imprensa, partidos, movimento sociais etc.

    Os que desdenham a poltica o fazem por ignorncia ou m-f: igno-ram o mal que fazem a si prprios ficando alheios ao que acontece em

    seu entorno, tornando-se potenciais vtimas dessa escolha, ou, inten-

    Introduo

    A poltica a mais importanteatividade humana coletiva. Carlos Ayres Britto,

    ex-presidente do Supremo Tribunal Federal.

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    cionalmente, desqualificam a poltica para domin-la, excluindo o povodo processo de escolha e de presso sobre os detentores de mandatos,

    polticos e governantes.

    O objetivo final de quem desqualifica a poltica transferir as decisesdos cidados, por meio da poltica, para grupos econmicos e de poder que

    se apoderam do aparelho do Estado em busca de interesses prprios. Apoltica, em lado diverso, considera princpios como equidade, participaoe legitimao pela maioria.

    No o excesso, mas a falta de poltica, na perspectiva do senso crticoe da participao cidad, que tem levado descrena nas instituies.Sem ela prevalecem a lei do mais forte, o individualismo, o salve-se quem

    puder. E essa conversa de que poltica no se discute bobagem. Polticase discute sim, pois na poltica que as grandes questes so resolvidas,com ou sem a nossa participao. Participar, portanto, fundamental,inclusive para que a deciso seja boa para todos.

    A poltica tem vrias dimenses, sendo uma delas o exerccio do poderno Estado. Nesse quadro, bem verdade que no pode ser ignorado que hmuitos maus polticos que, pelos atos, levaram a uma averso poltica pormuitos cidados. bem verdade tambm que h enormes problemas com

    o processo da escolha dos candidatos a cargo eletivo pblico e h outrostantos graves problemas com as campanhas eleitorais, que transitam porcaminhos nada democrticos.

    Tudo isso verdade e por essas mesmas razes que a poltica precisaretornar ao meio social de onde saiu. Resgatar a participao poltica direta,colocar a vida social e coletiva como um dos mais importantes centros da

    poltica torna-se vital, porque no h vida social sem poltica.

    Nesse diapaso, a produo que ora se inicia, ainda que modesta, se

    insere numa perspectiva que se pretende histrica para o Pas.

    Celso Napolitano Ulisses Riedel de Resende

    Presidente Diretor Tcnico

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    Segundo So Toms de Aquino,a poltica a arte de governar oshomens e administrar as coisas, vi-sando ao bem comum, e de acordocom as normas da reta razo.

    A palavra poltica possui vriossignicados, que vo desde governar,

    administrar ou dirigir instituies p-blicas ou do Estado, passando pelaarte de conciliar interesses para aconquista e manuteno do poder ata promoo do bem comum.

    Originariamente, o termo pol-tica, conforme Norberto Bobbio em seu Dicionrio de Poltica (Ed. UnB,12 ed. BSB: UnB, 2002. p. 954-963), derivado do grego (politiks),

    que signica tudo o que se refere vida da cidade e, conseqentemen-te, compreende toda a sorte de relaes sociais, o que urbano, civil,pblico, e at mesmo socivel e social, tanto que o poltico vem acoincidir com o social. O termo se expandiu graas inuncia dagrande obra de Aristteles, intitulada Poltica, que foi o primeiro tratadosobre a natureza, funes e diviso do Estado, e sobre as vrias formasde Governo.

    A poltica que consiste em tomar decises e xar regras destinadas a

    todos, independentemente da condio, status, cargo, formao ou origem deve buscar a legitimao de seus atos. Nessa perspectiva, o meio maisecaz para organizar a vida em sociedade e garantir o respeito aos direitoshumanos.

    O ser humano pratica a poltica em seu cotidiano, mesmo sem terconscincia. Isso porque a poltica no diz respeito apenas ao exerccio dopoder pblico, mas tambm vida social. A administrao do oramentodomstico, a mediao de conitos familiares ou a forma de se relacionarcom os vizinhos so exemplos do exerccio cotidiano da poltica.

    nPara comeo de conversa,o que poltica?

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    Nos regimes democrticos, portanto, a poltica consiste na escolha, naseleo ou na denio de prioridades que, mesmo no sendo as ideais, soaceitas por todos, seja na oferta de bens e servios e na sua regulao, sejana soluo de conitos, com o objetivo do bem comum, atingido ou no.

    Sem a poltica no seria possvel a convivncia pacca entre as pessoas eos povos.

    tambm pela via poltica que o povo escolhe seus representantes, tantoaqueles que, em seu nome, vo administrar as coisas pblicas e governar ou executar as polticas ou prioridades, de cujas escolhas a sociedade podeparticipar com mais ou menos intensidade quanto aqueles que vo fazeras leis, acompanhar e scalizar os governos.

    O objetivo nal da poltica , na denio, a dignidade da pessoa humanaem todas as suas dimenses. O atingimento desse objetivo depende dosagentes, do envolvimento das pessoas e da qualidade que se d poltica.

    nA poltica realmente necessria?

    mais do que isso. essencial. No existe

    uma boa soluo para os problemas coletivosfora do entendimento poltico. Ela inerente aoser humano. Ou o entendimento poltico ou abarbrie/anarquia, o Estado de Natureza descritopor Hobbes, onde o que existe a guerra detodos contra todos.

    Realmente, fora do regramento legitimado,que se d pelo processo poltico, vale a lei do

    mais forte. Muitos dos que professam o m dapoltica e desacreditam esse processo o fazemporque querem o poder na mo dos mais fortes,em contraposio ao poder da maioria para adenio das preferncias, das prioridades e daescolha das melhores pessoas para implementara vontade do povo.

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    nA essncia da poltica o ser humano?

    Sem dvida. O ser hu-mano possuidor de in-teligncia, livre arbtrio edetentor de valores e espritode agregao um agentepoltico por natureza porque o sujeito e o artce de sua

    prpria histria. Seu objetivonal a felicidade.

    A pessoa o nico ser do-tado de conscincia capaz deexercer domnio sobre a natu-reza, alm de criar instituiespara o convvio em sociedade,com dignidade e sem o em-

    prego da barbrie como regra. Para tanto, contribui para sua manutenoe submete-se ao conjunto de leis, regras e normas estabelecidas por ele.

    O conjunto das pessoas a sociedade delega ao Estado, por meio dapoltica, o atendimento de necessidades bsicas, o provimento de bens,servios e direitos fundamentais, a denio de princpios e parmetros dosistema jurdico, assim como o regime, o sistema e a forma de governo decada pas.

    A pessoa ou o ser humano, portanto, o centro do universo e a razo

    de existir das instituies polticas. Onde h gente, h poltica. Por isso,querendo ou no, toda pessoa um ser poltico.

    O exerccio de cidadania, que condio para que a pessoa seja sujeitoe no objeto na vida em sociedade, a principal expresso da poltica.

    A prtica da cidadania leva exigncia de vrias polticas, entre elas asvoltadas para a proteo natureza e ao meio ambiente, que so indispen-sveis sobrevivncia das espcies, notadamente a humana.

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    nA poltica trouxe algumprogresso para a humanidade?

    Muitos. Graas luta polti-ca, a humanidade j conquis-tou cinco geraes de direitos,extensivos sociedade todaonde foram implantados, cujosbenefcios so inestimveis emtermos de liberdade, participa-

    o e bem-estar.Com a primeira gerao, no

    sculo XVIII, conquistamos osdireitos civis (direitos vida, propriedade, segurana, integridade fsica, de acesso Justia e daampla defesa) e as liberdades (de ir e vir, de pensamento, de opinio eexpresso, entre outros).

    Com a segunda, no sculo XIX, chegamos aos direitos polticos, como ode associao e reunio, de organizao poltica, partidria e sindical, departicipao poltico-eleitoral (votar e ser votado), de sufrgio universal,de liberdade de imprensa e de alternncia no poder.

    Com a terceira gerao, a partir do sculo XX, avanamos e conquistamosos direitos sociais, econmicos e culturais entre os quais se destacam: odireito ao trabalho decente, ao salrio justo, jornada de oito horas, ao des-canso semanal remunerado, aposentadoria digna, ao seguro-desemprego,

    sade, educao e ao lazer.Com a quarta gerao, a partir da segunda metade do sculo XX, evolu-mos para: a) os direitos difusos (com titular indeterminado), como direito aomeio ambiente equilibrado, direito do consumidor, das mulheres, crianase adolescentes, dos idosos, das minorias tnicas, dos portadores de neces-sidades especiais, e b) os direitos coletivos (vlidos para grupos, categoriase classes de pessoas por relao jurdica), como advogados, associaesprossionais, sindicatos, contribuintes de determinado tributo e contratantes

    de determinado plano de sade.

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    Com a quinta gerao, uma realidade do sculo XXI, incorporamos aonosso ordenamento jurdico os direitos bioticos ou a necessidade de regu-lao da interdio da interveno indbita na estrutura da vida (engenhariagentica/transgnicos etc), bem como a denio de parmetros de orde-

    nao e legislao para o universo da tecnologia, comunicaes e Internet.Ou seja, atender a uma imposio tica de se discutir publicamente o que e o que no legtimo em termos dessa interveno.

    nO que democracia?

    Democracia o regime poltico participa-tivo que tem como pressuposto a liberdadee a igualdade poltica. Nela o cidado temo poder de tomar decises polticas, indire-tamente, por meio dos seus representantes,eleitos pelo voto (universal e secreto), oudiretamente, por intermdio de plebiscito(povo consultado antes da aprovao dalei), de referendo (povo consultado aps aprovao da lei) e de iniciativapopular (propor projeto de lei).

    No Brasil, aps a Constituio de 1988, cresceram o conceito e opor-tunidades da democracia participativa, com o cidado podendo atuar nostrs poderes (Executivo, Legislativo e Judicirio) e em quatro dimenses,conforme exemplos:

    I)no Legislativo, votando em consulta popular (eleies) e propondoprojetos de lei (art. 14 da CF);

    II)no Executivo, participando de conselhos de gesto e scalizao deservios pblicos, promovendo o controle social e participando de audinciase consultas pblicas e

    III)no Judicirio, participando de jri popular.

    Cada pas dene em sua Constituio seu modelo de democracia. O Brasil,segundo a Constituio de 1988, art. 1, pargrafo nico, assim dispe:todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes ou

    diretamente.

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    nFala-se muito em ideologia,o que ela tem a ver com a poltica?

    Tudo. Ideologia um con-junto de idias, pensamentos,crenas e vises de mundo deuma pessoa ou de um grupode pessoas que orientamsuas opes polticas e aessociais.

    A ttulo de exemplos, pode-mos citar as seguintes vises:a neoliberal, a liberal, a social-democrata e a socialista, assim como aecologista, crist, etc.

    O neoliberalismo uma doutrina poltico-econmica que visa o estadomnimo e tende a admitir a interveno do Estado para reduo de gastospblicos e desregulamentao da economia e de direitos, priorizando olivre mercado.

    O liberalismo, igualmente, uma doutrina poltico-econmica na qual opapel do Estado assegurar os direitos de propriedade privada e garantir sociedade apenas os direitos clssicos, como por exemplo o direito segurana.

    A social-democracia, uma viso intermediria entre liberalismo e socia-lismo, defende o equilbrio entre o Estado e o mercado na explorao daatividade econmica e adepta de polticas de bem-estar social abrangentes,

    com a defesa da universalizao dos direitos sociais, amplo acesso sade, educao e valorizao do trabalho.

    J o socialismo defende o controle pelo Estado dos meios de produocomo forma de evitar a concentrao da renda e da propriedade.

    Todo partido poltico, por exemplo, tem por princpio uma ideologia, umadoutrina que guia suas aes.

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    nE a cidadania, o que e comose relaciona com a poltica?

    A palavra cidadania, nos dias de hoje, traduz a ideia de participaoou atuao em todos os aspectos polticos da sociedade, em especial naconstruo e usufruto de direitos, o que pressupe no somente conheci-mento sobre o Estado, suas instituies polticas e as leis, mas tambm aconscincia das obrigaes.

    Todos devem ser tratados igualmente em direitos e em deveres, pois noexiste verdadeira cidadania com discriminao.

    Ser cidado , antes de tudo, ter conscincia e fazer valer seus direitose cumprir seus deveres. O cidado, portanto, o sujeito de seus direitos.

    Ao votar e scalizar a atuao dos representantes eleitos seja no Legis-lativo ou no Poder Executivo assim como cobrar o respeito a seus direitos,o cidado estar agindo politicamente.

    A cidadania, denida como a posse de direitos civis, polticos e sociais,ainda precisa avanar muito no Brasil, porque ainda existe misria, faltam

    servios essenciais populao, como saneamento bsico, e convive-secom carncia de sade pblica e analfabetismo funcional, entre outros fatos.

    nComo posso saber maissobre poltica?

    Interessando-se por educao poltica, que consisteem conhecer conceitos e instituies e dominar valoresorientadores da cidadania. Isto pressupe estudar aConstituio, as leis, o funcionamento do Estado, osprincpios que regem as relaes entre pessoas e insti-tuies, a organizao dos poderes, a forma de escolhados representantes do povo, enm, conhecer o papel decada um dos trs setores em que se dividem as foras

    impulsoras da Nao e acompanhar o processo poltico.

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    tambm fundamental utilizar a prtica poltica como referncia parao aprendizado. Isso se faz participando dos movimentos sociais, sindicaise estudantis, das associaes, das mobilizaes, das discusses e debatessobre os temas de interesse, sempre com o propsito de inuenciar a to-

    mada de deciso, seja no mbito de organizaes da sociedade civil, sejana esfera governamental.

    Finalmente, importante dominar conceitos como os de Poltica (a artede governar), Governo (o responsvel pela Administrao Pblica), Estado(sociedade politicamente organizada, em que seus habitantes compartilhamterritrio denido e interesses comuns), Nao (povo unido por laos e sen-timentos comuns) e Cidadania (conscincia dos direitos e deveres), entreoutros, reunidos nesta publicao.

    nMas onde vou encontraressas informaes?

    Aqui nesta publicao e em outras fontes,como livros, revistas, jornais, portais na Internet,

    bem como ouvindo rdio e assistindo na televi-so noticirios e debates ou acompanhando assesses da Cmara e do Senado, do SupremoTribunal Federal e das Assembleias Legislativase Cmara de Vereadores.

    A prpria Constituio Federal uma exce-lente fonte. Ela detalhada o suciente parafornecer importantes informaes sobre o Estadoe sobre direitos e deveres.

    Uma das melhores maneiras de se informar e entender a poltica aparticipao direta em eventos de interesse da cidadania em escolas eentidades, em que se destacam sindicatos, ONGs, associaes de bairros,igrejas e partidos polticos.

    No nal desta cartilha encontra-se uma lista com portais e publica-es teis para aprofundar o conhecimento e domnio sobre os temas

    da poltica.

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    nO que Estado?

    Estado, no sentido aqui pretendido, repre-senta o povo, o territrio, o governo, os objetivosnacionais e a soberania, enm, a Nao politica-mente organizada; o poder pblico em sentidoamplo. No se trata dos estados-membros oudas unidades da federao, como So Paulo,Bahia ou Mato Grosso, mas sim dos poderes,instituies e rgos nacionais ou da Unio.

    nQual a diferena entreNao e Estado?

    A Nao o alicerce do Estado. Representa uma comunidade poltica,a comunho de ideais, de aspiraes e desejos, os costumes, a lngua, a

    tradio, a cultura, a religio, enm, o sentimento nacional. Pode at existirNao sem Estado, caso dos Palestinos, mas Estado sem Nao no seriaforte nem duradouro.

    O Estado, portanto, maior que o Governo. Ou melhor, o Governo umdos elementos constitutivos do Estado.

    nO que Governo?

    Governo o conjunto de pessoas, in-vestidas de autoridade, que, por interm-dio das instituies polticas, exercem opoder poltico e determinam a orientaode uma sociedade. a direo superiorou a instncia mxima de administraode uma unidade poltica, que pode ser

    local, regional ou nacional.

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    Os governos, nas democracias, devem representar a vontade popularnum determinado momento histrico. A participao poltica do povo, nos nas eleies, e o interesse pela informao poltica so condies paraaproximar os governos, a sim, da vontade popular.

    nE o que so instituies polticas?

    So partes do Estado voltadas, entre outras nali-dades, para : a) satisfazer necessidades humanas, b)estruturar as interaes ou relaes sociais e c) deter-minar, mediante regulao, os processos de tomadade deciso.

    Esto nessa categoria os poderes Executivo, Legisla-tivo e Judicirio; as entidades do Estado, como o INSS,que cuida dos benefcios previdencirios; o Tribunal deContas da Unio, que scaliza os gastos do governo; a

    Defensoria Pblica, que promove a defesa dos mais pobres; o SUS Sistemanico de Sade, que atende aos doentes; as escolas pblicas, que educam

    os estudantes etc.Todo cidado deve saber quem so, o que fazem e como funcionamessas instituies, inclusive para exigir ou reclamar seus direitos. So elas,por intermdio das autoridades, que exercem o poder poltico de Estado.

    nO que poder poltico?

    Poder, na acepo poltica, o resultado da delegao legtima e legalpara que algum possa desempenhar uma misso ou exercer um mandatocom autoridade sobre os representados.

    O poder poltico, portanto, aquele cujo exerccio permite ao seu titulardeterminar o comportamento de outros. Todo poder, entretanto, deve serlimitado, no tempo e no espao, e scalizado por quem o delegou. H umacompreenso tambm de que o limite de um poder se d pela existnciade outro poder, da a relevncia da participao de todos na poltica para

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    direcionar aes do governo a favor do prprio povo, reduzindo o espao degovernantes em ao em sentido diferente.

    O poder poltico, em conformidade com os princpios e comandosconstitucionais, visa dar efetividade aos programas de governo legiti-mados nas urnas.

    nO que e qual a funoda Constituio?

    A Constituio a lei mxima de umpas. Ela traa os parmetros do sistemajurdico e dene os princpios e diretrizesque regem uma sociedade. Essencialmen-te: (a) regula a natureza, a amplitude e oexerccio dos poderes do Estado; (b) instituios direitos bsicos dos cidados; (c) deneas instituies essenciais ao Estado e xaas suas competncias; e (d) dene os m-

    todos de escolha dos governantes.Constituio tambm pode ser entendida como um conjunto de preceitos,

    normas, prioridades e preferncias que a sociedade acordou. um pactosocial constitutivo de uma Nao.

    nQuais so os pilares

    do Estado brasileiro?Segundo a Constituio Federal, o re-

    gime poltico (democrtico), a forma degoverno (repblica), o sistema de governo(presidencialismo) e a ordem econmicae social, com importncia maior para asgarantias e direitos individuais.

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    nPor que o Brasil adotao regime poltico democrtico?

    Porque o mais legtimo; o que estimula a participao popular; e oque melhor atende aos objetivos da promoo do desenvolvimento inclusi-vo. Na democracia, todo poder emana do povo e em seu nome exercido,ou seja, o regime no qual o cidado pode ser o sujeito ativo do processopoltico. No regime autoritrio, o cidado objeto.

    No regime democrtico h consulta, plebiscito, referendo, iniciativapopular, eleio, ou seja, as pessoas so ouvidas ou elegem algum para

    represent-las. Alm disso, h alternncia no poder. Isto , de tempos emtempos, h eleio. E o poder mais amplamente distribudo, favorecendoa participao e o acesso aos recursos econmicos e polticos para o con-junto da sociedade.

    nO que forma de Governo?

    A forma de governo tem a ver com omodo como estabelecido o poder nasociedade e com a maneira como se d arelao entre governantes e governados, ouseja, trata de quem exerce o poder e comoo exerce num determinado pas.

    Convencionalmente, so trs as formasde governo: Monarquia, Aristocracia e De-mocracia, que resumimos a seguir.

    A monarquia, governo de um s, deorigem hereditria e vitalcia, uma dasformas mais antigas de governo, que nosseus primrdios no possua vnculos delegitimidade. Nasceu como uma instituio militar, em que o rei era o chefemilitar de seu povo, e, com a criao e xao dos povos em territrios,

    evoluiu para uma instituio poltica.

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    A aristocracia, governo de poucos, uma forma de organizao sociale poltica liderada por classes privilegiadas, formadas em geral por nobres,dalgos ou membros de castas.

    A democracia o governo do povo, que elege seus representantes assimcomo ocorre no Brasil.

    nPor que o Brasil adota a Repblicacomo forma de Governo?

    Porque a forma mais compatvel com a democraciae tem como base o consenso dos cidados, por meiode instituies prprias.

    Na Repblica, os poderes so independentes e harm-nicos entre si (Executivo, Legislativo e Judicirio). Ela podeser unitria ou federativa.

    So pressupostos da Repblica a alternncia no poder, arealizao regular de eleio, a prestao de contas, o respeito

    aos princpios da impessoalidade, da moralidade e o interesse pblico.Em sentido puro, a Repblica seria o governo guiado pelo interesse comum

    (uma vez que Repblica vem do latim res publica, ou seja, coisa pblica),pelos interesses da coletividade. Essa expresso res publica quer, assim, porem relevo a coisa pblica, a coisa do povo, o bem comum, a comunidade. Suadegenerao leva demagogia/populismo ou anarquia e revoluo.

    Em sentido moderno, segundo Nicola Mateucci (indicionrio de Poltica,p. 1107), conforme a tipologia das formas de Estado, o termo Repblica secontrape Monarquia. Nesta, o chefe do Estado tem acesso ao supremopoder por direito hereditrio; naquela, o chefe do Estado, que pode ser umas pessoa ou um colgio de vrias pessoas na Sua, por exemplo, eleitopelo povo, quer direta, quer indiretamente (atravs de assembleias primriasou assembleias representativas).

    No Brasil, em 21.04.1993, houve plebiscito (uma votao ou consultaaos eleitores) para decidir entre a Monarquia e a Repblica. Prevaleceu aescolha popular pela Repblica.

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    nE por que Repblica Federativa?

    Porque o Brasil a unio de um

    conjunto de entes polticos, os Estados,dotados de seus prprios governos,que se unem para conformar um pas,onde h repartio de poderes entre ostrs nveis federativos ou de governo:Unio, Estado/Distrito Federal e Muni-cpios, todos autnomos nos termos daConstituio.

    Na Repblica Federativa do Brasil, as unidades da Federao possuemautonomia, com Constituio prpria, no caso dos Estados, e Lei Orgnica,no caso dos Municpios e do Distrito Federal.

    nE sistema de Governo, o que seria?

    O sistema de Governo, conceitualmente, tem a ver com relao entres ospoderes, notadamente o Legislativo e o Executivo, no exerccio das funesgovernamentais.

    Os tipos de sistema de Governo possveis so trs: presidencialismo,parlamentarismo e misto ou semipresidencialismo, que resumimos a seguir.

    O presidencialismo o sistema de Governo em que o presidente da Re-pblica acumula as funes de Chefe de Governo, Chefe de Estado e Lderda Nao. eleito, direta ou indiretamente, possui mandato xo e, exceto

    por impeachment, no est sujeito destituio.Como regra, o presidencialismo concentra muitos poderes nas mos do

    governante e so escassos os mecanismos para a soluo de crise ou im-passe com outros poderes, podendo levar, em algumas situaes, a regimesde exceo.

    No sistema parlamentarista, diferentemente do presidencialista, hdiviso entre as funes de chefe de governo e chefe de estado. As

    funes de chefe de governo cabem ao primeiro-ministro, em geral es-

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    colhido pelo parlamento. E as funes de chefe de estado cabem a ummonarca (rei ou rainha) ou a um presidente sem atribuies executivas.

    O sistema misto ou semipresidencialismo possui trs caractersticas: i)o presidente eleito por toda a populao, ii) o presidente possui grandespoderes, como o de dissolver o parlamento; e iii) o primeiro-ministro e seugabinete possuem poderes executivos, mas a investidura e permanncia nocargo dependem da conana do parlamento.

    O semipresidencialismo ou sistema misto, tambm conhecido como h-brido, mais recente e tornou-se muito diversicado, com a sua expansonas novas democracias, especialmente no leste europeu.

    nPor que o presidencialismo comosistema de Governo?

    No Brasil, o sistema de governo adotado o presidencialismo,com eleio direta pelo voto popular, universal e secreto.

    Foi introduzido pela Constituio de 1891, que seguiu

    a Proclamao da Repblica. A Constituio de 1988 opreservou, embora com alguns traos parlamentaristas.Essa deciso foi submetida ao povo brasileiro no mes-mo plebiscito que optou pela repblica como forma degoverno. A populao votou em 21 de abril de 1993para decidir entre presidencialismo e parlamentarismo,aprovando o presidencialismo por ampla maioria.

    nEsses pilares, ento, so o quese chama de Estado Democrticode Direito?

    Exatamente. O regime poltico, ou seja, a forma e o sistema de governoexpressam a dimenso democrtica, e os fundamentos da Repblica tra-

    duzem a ideia de direito.

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    Alm disso, eles so perenes ou imutveis. A Constituio Federal aodenir a Repblica Federativa do Brasil como um Estado Democrtico deDireito inscreve uma importante conquista porque diz respeito a princpios

    imutveis, as chamadas clusulas ptreas.O Estado Democrtico de Direito, portanto, pressupe um modelo no

    qual todos sejam iguais perante a lei e que a lei resulte de processos de-mocrticos, ou seja, da participao da sociedade, e, nalmente, que sejaobrigatria para todos.

    nOs fundamentos da Repblica

    esto na Constituio?Sim, logo no artigo 1. So cinco

    e eles falam por si mesmos: 1) sobe-rania; 2) cidadania; 3) dignidade dapessoa humana; 4) valores sociais dotrabalho e da livre iniciativa e 5) plu-

    ralismo poltico.a)Soberania signica autodetermi-

    nao do Brasil perante outras naes.

    b)Cidadania traduz a conscinciados direitos e o cumprimento dosdeveres.

    c)Dignidade da pessoa humana, em todas as suas dimenses, o ob-

    jetivo nal da poltica.d) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa representam remunera-o adequada e condies de trabalho dignas, alm de liberdade empresarial.

    e)Pluralismo poltico sinnimo de democracia e diversidade partidria.

    Esses fundamentos so complementados e reforados pelos objetivos doEstado Brasileiro, conforme segue.

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    nSe todos so iguais perante a lei, correto o Estado tratar pessoas,

    estados ou regies de modo diferente?Sim, um princpio de justia tratar desigualmente os desiguais; a forma

    que o Estado tem de combater as desigualdades e corrigir os desequilbrios.

    O socilogo portugus Boaventura de Souza Santos arma que temos o direitoa ser iguais quando a diferena nos inferioriza, assim como temos o direito a serdiferentes quando a igualdade nos descaracteriza.

    Exemplo I. O trabalhador que exerce sua atividade exposto a agentesnocivos a sua sade ou integridade fsica tem direito a aposentadoriaespecial, com menos tempo de trabalho que os demais trabalhadores.

    Exemplo II. A tabela do imposto de renda, por exemplo, progressiva,ou seja, quem ganha mais paga uma taxa (alquota ou percentual) maior.

    nAfinal, quantas so e quais seriam as

    principais funes do Estado?

    So quatro tipos de funes funda-mentais e indispensveis garantia daordem econmica e social:

    i)funo poltica, que consiste nadenio de direitos e deveres, como a

    lei que probe dirigir depois de ingerirbebida alcolica ou a lei que garantea licena maternidade s mes;

    ii)funo executiva, voltada paraa implementao de polticas p-blicas, como a distribuio de livrodidtico, campanha de vacinao,entre outros;

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    iii)funo jurdica, direcionada soluo de litgios, como a garantiade assistncia jurdica aos pobres (Defensoria Pblica) e ao consumidor(Procon Procuradoria do Consumidor), por exemplo; e

    iv) funo scalizadora ou investigatria, ou seja, de controle da aoestatal, como por exemplo as comisses parlamentares de inquritos (CPIs)do Congresso Nacional que investigam a maneira como gasto o dinheiropblico, tribunais de contas e controladorias.

    nPoderia detalhar mais a funojurisdicional?

    Sim. A prestao jurisdicional feitapor quatro instituies do Estado, queso consideradas essenciais Justi-a, conforme os artigos 127 a 135da Constituio Federal: a) o PoderJudicirio, que julga; b) o MinistrioPblico, que acusa ou promove a

    defesa da sociedade; c) a AdvocaciaPblica, que defende o Estado; e d)a Defensoria Pblica, que defende ospobres ou necessitados.

    O Poder Judicirio, cujos integran-tes so vitalcios e inamovveis, ouseja, no podem ser destitudos de seus postos por via administrativa, oprincipal pilar da prestao jurisdicional. Sua funo, no Estado Democrticode Direito, julgar ou aplicar as leis, fazer o controle de constitucionalidadee promover a justia.

    O Ministrio Pblico, tambm conhecido como scal da sociedade eda lei, atravs dos promotores pblicos, a instituio responsvel peladefesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos interesses sociais eindividuais indisponveis.

    A Advocacia-Geral da Unio (AGU), rgo essencial Justia, faz a re-

    presentao judicial e extrajudicial da Unio (Poderes Executivo, Legislativo

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    e Judicirio), com atuao no contencioso (disputas judiciais) na defesa dostrs Poderes. Exerce, ainda, as atividades de consultoria e assessoramentojurdico no mbito do Poder Executivo.

    A Defensoria Pblica, outra instituio essencial Justia, responde pelaorientao jurdica, a promoo dos direitos humanos e a defesa, em todosos graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de formaintegral e gratuita, dos necessitados, entendendo-se como tais os pobres ouos indivduos que comprovarem insucincia de recursos, nos termos dosartigos 5, inciso LXXIV, e 134 da Constituio Federal.

    nE as ordens econmica e socialpossuem alguma diretrizconstitucional no Brasil?

    Sim, a ordem econmica, segundoo artigo 170 da Constituio Federal, fundada na valorizao do trabalho

    humano e na livre iniciativa e tem pornalidade assegurar a todos existnciadigna. A ordem social, de acordo como artigo 193 da Constituio, tem comobase a primazia do trabalho e como objetivo o bem-estar e a justia social.

    Sua efetividade, entretanto, depende dos governantes, que so eleitospelo voto popular. Assim, quando lutamos pela melhoria da educao, pormais verbas para a sade, por melhores condies de trabalho e melhores

    salrios, ajudamos a transformar em realidade essas diretrizes.

    nO Estado dispe de que poderespara cumprir sua misso?

    O Estado, representado pelo Governo em sentido amplo (Poderes Exe-

    cutivo, Legislativo e Judicirio), para colocar em prtica esses princpios

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    e enunciados constitucionais e legais, dispe dos monoplios de legislar(fazer a lei), punir (poder de polcia) e tributar (cobrar impostos, taxas econtribuies de todos).

    Cabe a ele, por intermdio da elaborao e aplicao das leis, denir,entre outras coisas, a carga tributria, a forma como deve ser gasto o di-nheiro arrecadado com os impostos cobrados obrigatoriamente de todos,como so xadas taxas e tarifas pblicas (Imposto de Renda, ICMS, IPTU,IPVA, taxa de iluminao pblica, servio de esgoto etc), enm, as regrasque regem a sociedade.

    Ou seja, o Estado, por meio dos governantes e parlamentares, quemadministra os recursos, elabora e aplica as polticas pblicas em todas

    as relaes humanas, especialmente nas arenas regulatria (denio detarifas e preos), distributiva (sade, educao, segurana e transporte) eredistributiva (previdncia, reforma agrria, entre outras).

    nO que poltica pblica?

    So decises dos Poderes Pblicos

    de fazer ou no fazer alguma coisa paraa sociedade e o mercado. So aesintencionais, com objetivos a seremalcanados, com impactos de curto,mdio e longo prazo, e que, emborano se limitem a leis e regras, depen-dem, muitas vezes, das leis para seremimplementadas.

    Em geral, as polticas pblicas tra-duzem a ideia de valor, de alocao derecursos ou benefcios, distribuio debens e servios pblicos para localidades, indivduos ou grupos, mas elastambm regulam a relao entre pessoas e entre estas e as instituies,pblicas ou privadas.

    comum as pessoas confundirem polticas pblicas com polticas sociais,quando estas so parte daquelas.

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    nPor que poltica pblica?

    As polticas so pblicas, e no privadas ou apenas coletivas, porque esto

    revestidas da autoridade soberana do Poder Pblico ou porque emanam doEstado, nico ente que detm o monoplio legtimo do uso da fora parafazer valer suas decises e aes.

    Assim, toda poltica pblica exige uma deciso governamental de fazerou no fazer algo, mas nem toda deciso governamental signica uma pol-tica pblica. Por exemplo: as leis de homenagens ou datas comemorativas.

    Eventuais gastos ou investimentos governamentais em polticas pblicas

    precisam estar disciplinados no oramento que se expressa atravs de leisque so discutidas e aprovadas ou no pelas casas legislativas.

    nE quais so as leis oramentrias?

    Todo gasto governamental deve ser previsto e autori-zado nas leis oramentrias, um conjunto de trs peas:

    lPPA Plano Plurianual, que dene o cenrio ou oplanejamento governamental para um perodo de quatroanos, iniciando-se sempre no segundo ano de mandato dogovernante. Estabelece, de forma regionalizada, as diretri-zes, objetivos e metas da administrao pblica federal.

    lLDO Lei de Diretrizes Oramentrias, que xa a pol-tica de gasto do governo e orienta o processo oramentrioanual. Compreende as metas e prioridades da administraopblica para o ano seguinte.

    lLOA Lei Oramentria Anual, que promove as alocaes especcasde recursos. Compreende: i) o oramento scal referente aos Poderes daUnio, seus fundos, rgos e entidades da administrao direta e indireta,inclusive fundaes institudas e mantidas pelo poder pblico, ii) o oramen-to de investimentos de empresas estatais e iii) o oramento da seguridadesocial (previdncia, assistncia social e sade).

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    nComo devo proceder para exigirdo Estado meus direitos?

    H vrias formas e meios. O primeiro identi-car, entre as instituies pblicas, quais delas tm amisso de fazer valer seus direitos. Feito isto, pede--se o apoio delas para que tomem as providnciasquanto ao cumprimento de seus direitos.

    Entre as instituies com essa misso ou aresponsabilidade de receber reclamaes e de-

    mandas da sociedade, em suas respectivas reasde atuao, podemos citar o Ministrio Pblico, aDefensoria Pblica, as Ouvidorias dos rgos pblicos, a Controladoria-Geralda Unio, os Tribunais de Contas, os Conselhos Tutelares, entre outros.

    garantia constitucional do cidado, diretamente ou por intermdiodessas instituies, o direito de petio aos poderes pblicos em defesa dedireitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

    Para isto, pode utilizar os mecanismos jurdicos, como a Lei de Acesso Informao, bem como outros remdios jurdicos para garantir probidade noexerccio de funes pblicas e o atendimento de seus direitos por rgose servidores pblicos.

    Entre esses mecanismos, podemos citar o habeas data, utilizado para teracesso a informaes em bases de dados ociais a seu respeito; o mandadode injuno, destinado ao cumprimento de direito no-regulamentado pelogoverno ou pelo Congresso Nacional; e o habeas corpus, que garante pro-teo a quem sofre violncia ou ameaa em sua liberdade de locomoo.

    Existe, ainda, aAo Popular e aAo Civil Pblicapara denunciar, porexemplo, ato lesivo ao patrimnio pblico ou promover representao aoMinistrio Pblico e aos Tribunais de Contas, entre outros.

    A Lei de Acesso Informao, que entrou em vigor em maio de 2012, um novo instrumento que tambm permite ao cidado exercer os seusdireitos de acesso informao, promover o controle social e igualmentepressionar o Estado para fazer cumprir as leis e assegurar os demais direitos

    individuais e coletivos.

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    nComo estruturada a organizaopoltica brasileira?

    A Repblica Federativa do Brasil formada pela unio indissolvel dosEstados e Municpios e do Distrito Fede-ral do ponto de vista da organizaopoltica, adota o princpio da separaodos poderes em trs nveis de governo(Unio, Estados e Municpios) e da se-

    parao funcional dos poderes (Executivo, Legislativo e Judicirio), sendodois deles eleitos pelo voto popular, conforme tabela abaixo.

    Tabela I Poderes nos trs nveis de Governo

    Poder Pblico Executivo Legislativo Judicirio

    Federal Presidncia daRepblica

    CongressoNacional

    Conselho Nacional de Justia,Tribunais Superiores, TribunaisRegionais e Juzes de Primeira

    InstnciaEstadual/DF Governadoria Assembleia

    Legislativa ouCmara Legislativa

    Tribunal de Justia e Juzes dePrimeira Instncia

    Municipal Prefeitura Cmara deVereadores

    -

    A Administrao Federal inclui os trs poderes federais: Executivo, Le-gislativo e Judicirio.

    nQuem escolhe os governantese parlamentares?

    O povo, pelo voto direto da populao. Segundo o pargrafo nico do art.1 da Constituio Federal, todo poder emana do povo, que o exerce por

    meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituio.

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    A soberania popular, segundo o artigo 14 da Constituio Federal, quetrata dos partidos polticos, exercida pelo voto direto e secreto, com va-lor igual para todos e, nos termos de lei, mediante plebiscito, referendo einiciativa popular.

    A cada dois anos h eleies no Brasil. Uma no plano municipal (prefeitose vereadores) e outra nacional e estadual (presidente, senador, deputadofederal, governador e deputado estadual ou distrital).

    nH diferena entre a eleio depresidente e de deputado, por exemplo?

    Sim. No Brasil, o sistema eleitoral adotaduas formas de eleio: a majoritria e aproporcional.

    A eleio majoritria inclui os cargosde presidente da Repblica, governador,prefeito e senador. Como regra, eleito o

    candidato que alcanar a maior votaoentre os que disputam a vaga.

    Entretanto, para os cargos de presiden-te, governador e prefeito nas cidades ouestados com mais de 200 mil eleitores, aeleio pode se dar em dois turnos de votao. Nesse caso, se no primeiroturno nenhum dos candidatos alcanar a maioria absoluta dos votos ousuperar a soma dos seus adversrios, haver segundo turno entre os dois

    candidatos mais votados.O segundo turno no se aplica nas cidades ou estados com menos de 200

    mil eleitores nem na eleio para o Senado. Nesta, a deciso ocorre em turnonico, sendo considerado eleito o que obtiver a maior votao individual.

    Quanto eleio proporcional que inclui os cargos de vereador, de-putados federais e estaduais ou distritais o eleitor vota no candidato, nopartido ou na coligao e a soma dos votos vlidos dividida pelo nmerode vagas em disputa. Com isso, forma-se o quociente eleitoral, isto , o

    nmero de votos vlidos necessrios para que o partido eleja um ou mais

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    representantes. Depois, divide-se o total de votos obtidos pelo partido oucoligao pelo quociente eleitoral. O resultado (quociente partidrio) o n-mero de vagas que o partido ter direito de preencher com seus candidatos

    em ordem decrescente de votao.nComo composto o Poder Legislativo?

    O Poder Legislativo Federal ouo Congresso Nacional bicameralou composto por duas casas legis-lativas: a Cmara dos Deputados,

    que representa o povo, e o SenadoFederal, que representa os Estadose o Distrito Federal.

    Os deputados, com mandato dequatro anos, so eleitos pelo sistemaproporcional. Cada um dos 26 Estados e o Distrito Federal podem eleger omnimo de oito e o mximo de 70, dependendo do tamanho da populao,limitada a composio total da Cmara Federal a 513 deputados. J os

    senadores, em nmero de 81, so eleitos pelo sistema majoritrio para ummandato de oito anos, sendo trs por unidade da federao, alternando aeleio de um tero numa eleio e dois teros na seguinte.

    nQual a misso do CongressoNacional?

    A misso do Congresso Nacional, que vota os projetos de leis do pase as mudanas constitucionais, organizar, democrtica e pacicamente,as contradies que a sociedade no pode nem deve assumir, sob pena doretorno da barbrie.

    Ele ser o reexo da sociedade. Se o cidado consciente escolher pessoasde bem, honestas, ticas, comprometidas com os interesses do pas e dopovo, com sensibilidade social e esprito republicano, suas decises sero

    legtimas e tendero a ser mais justas.

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    Se, entretanto, for formado por pessoas de m ndole, individualistas,defensoras apenas dos interesses de pessoas e de grupos, as decisesque adotar sero aplicadas a todos, o que pode resultar em problemas,pelo menos at que haja nova eleio e essas leis possam eventualmente

    ser alteradas.Por exemplo: chegou a ser aprovado na Cmara, em dezembro de 2001,

    um projeto de lei de exibilizao da CLT, que acabava com a obrigatorie-dade dos direitos trabalhistas, medida que prejudicava os trabalhadores ebeneciava os patres. O projeto foi retirado do Congresso em 2003 peloento presidente da Repblica por presso dos trabalhadores.

    Ou seja, ou o cidado participa organizadamente, e o faz de modo cons-

    ciente, ou paga o preo pela omisso.

    nE como o Congresso cumpresua misso?

    Por intermdio de suas trs funes fundamentais, previstas em nossa

    Constituio Federal (CF), que so: l) representar (artigos 45 e 46 daCF); II) legislar (artigos 48, 51 e 52 da CF); e III) scalizar (artigo 49,inciso X da CF).

    nO que faz o Congresso na funorepresentativa?

    Na funo representativa, o parlamentarmedia conitos sociais, intermedia deman-das, abre canais de dilogo, negociao eencaminhamento de soluo entre repre-sentantes de segmentos sociais, lideranaspolticas e autoridade do governo, articulaconsensos, concilia interesses das diversascorrentes e segmentos sociais e econmicos,alm de ouvir e falar em nome da populao.

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    nOs cidados tambm participamda elaborao das leis?

    Sim, a sociedade participa direta e indiretamente. Hoje no Brasil existeminstrumentos de democracia direta que permitem a participao popular no pro-cesso legislativo. Alm da iniciativa popular de lei, bem como do plebiscito e doreferendo, previstos na Constituio, h outros institutos de participao direta.

    As comisses de legislao participativa, existentes no Congresso Nacionale em vrias assemblias legislativas e cmaras municipais, so exemplos.Esses colegiados permitem sociedade civil organizada, ou seja, sindicatos,

    associaes, entidades do terceiro setor, rgos de classe, exceto partidospolticos, a apresentarem sugestes legislativas a serem analisadas pelosparlamentares e que podem vir a se tornar lei.

    Alm disso, o Congresso e outras casas legislativas possuem canais institu-cionais de participao, como a realizao de audincias pblicas e a possibi-lidade de apresentao de projeto de lei de iniciativa popular. Exemplos dissoso as consultas pblicas online e redes sociais e servios de atendimento aocidado, para os quais possvel enviar sugestes, apresentar denncias ou

    requerer providncias acerca de determinado assunto em anlise. o casodo e-democracia, em que o cidado pode opinar por meio da Internet nosdebates e projetos que tramitam na Cmara dos Deputados.

    Tais modalidades de participao ainda so pouco explorados. Entretanto,a difuso dessa cultura participativa fundamental para aproximar aindamais os legisladores dos anseios populares.

    n

    O senso comum diz quea maioria dos polticos corrupta. Isso verdade?

    No se pode generalizar. Existem bons e mauspolticos, assim como em todas as reas da socie-dade h boas e ms pessoas.

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    A tica um valor que deve estar presente no s na poltica, mas em tudona vida. No a poltica que torna algum menos tico, a prpria formaoque a pessoa traz de sua vida nos processos construtivos, nas instituies queparticipa, em todas as instncias que denem as aes e comportamentos

    de cada indivduo.Por isso to importante ter conscincia dos valores e acompanhar a

    poltica, alm de conhecer a vida dos candidatos para escolher bem.

    nO que tem sido feito paracombater a corrupo?

    Muita coisa, a comear pelo aumento docontrole e da transparncia, alm da aprova-o de leis importantes para punir corruptose corruptores. Mas ainda estamos longe dopleno controle social e do m da impunidade.

    O Brasil, desde a redemocratizao, j

    avanou muito em termos de transparncia econtrole. Neste quesito, podemos mencionaro sistema de administrao nanceira (Sia), com o registro de todos osgastos governamentais, a criao da Controladoria-Geral da Unio, a divul-gao, em portais ociais, como o da Transparncia Brasil, disponveis paraconsulta, de todos os gastos pblicos, compras e pagamentos de benefciospelo governo, entre outros.

    No combate corrupo, podemos citar a lei que pune a compra de votos

    (Lei n 9.940/1999), a cha limpa (Lei Complementar n 135/2010), a leide combate lavagem de dinheiro (Lei n 12.826/2012), a Lei de Acesso Informao (Lei n 12.527/2011), a Lei da Transparncia ou Lei Capi-beribe (Lei Complementar 131/2009), que obriga a Unio, os Estados, oDistrito Federal e os Municpios a debaterem com a sociedade sua propostaoramentria e tornarem pblicas, em tempo real, todas as suas despesas.

    Na dimenso do controle das aes multifacetadas do poder pblico,dentro do sistema de freios e contrapesos prprios da diviso das funes

    dos poderes, existem pelo menos cinco instituies, cuja misso tambm

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    inclui o combate corrupo: i) as Cortes de Contas (TCU e Tribunais deContas dos Estados), ii) o Ministrio Pblico, iii) os Sistemas de ControleInterno, iv) a Advocacia-Geral da Unio, e v) a Controladoria-Geral da Unio.

    nParticipar da eleio dos titularesdos poderes importante?

    fundamental. So eles que iro conduzir as instituies do Estado, compoderes para denir o que fazer e como fazer. Iro colocar em prtica osmonoplios do Estado. A denio das prioridades ser delegada a esses

    titulares de poder por meio do voto, que podero ou no, dependendo doseleitos e de seus compromissos, priorizar os direitos sociais, por exemplo.

    Portanto, no participar do processo poltico como cidado, eleitor, can-didato ou scal da aplicao dos recursos pblicos entregar a terceiros aresponsabilidade de escolher quem ir represent-lo e tambm renunciar aodireito de inuenciar nos destinos do Pas.

    Quando algum no exerce o direito de cidadania na hora de escolher os

    governantes e os parlamentares est abrindo mo de participar do processodecisrio do Estado, que possui o monoplio (o poder exclusivo) de legislar(fazer a lei), de punir (poder de polcia) e de tributar (cobrar impostos, taxase contribuies de todos).

    Cumpre ressaltar que no existe soluo dos problemas coletivos fora dapoltica. na poltica que as grandes questes so resolvidas, com ou sema nossa participao. Participar, portanto, fundamental, inclusive para quea deciso seja boa para todos.

    nSou obrigado a votar?

    Sim, o alistamento eleitoral e o voto soobrigatrios para todos os cidados brasileirosmaiores de 18 anos.

    H, entretanto, trs excees. O voto

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    facultativo, ou seja, opcional para: a) os eleitores com idade entre 16a 18 anos, b) os analfabetos e c) os maiores de setenta anos de idade.

    Isso signica que o cidado com idade entre 18 a 70 anos obrigado avotar, sob pena de multa e outras sanes. Trata-se de um dever cvico, quedeve ser exercido com muita responsabilidade e, preferencialmente, como umdireito de bem escolher seus representantes. Quanto mais pessoas votareme quanto mais votos um candidato receber, maior ser a legitimidade e aresponsabilidade desse eleito para exercer a delegao que o povo lhe deu.

    Com a maturidade e a conscincia eleitoral, espera-se que no futuro ovoto seja facultativo em nosso Pas.

    nO que um voto consciente?

    o voto livre, soberano e indepen-dente, que recai sobre um candidato queo eleitor considere capacitado tcnica,tica, poltica e moralmente para repre-sent-lo, tanto no Congresso (Cmara e

    Senado), como tambm nas AssembleiasLegislativas e na Cmara de Vereadores onde tero a misso de fazer leis, scalizara aplicao do dinheiro dos impostos eformular polticas pblicas quanto noPoder Executivo (Presidncia da Rep-blica, Governos Estaduais e Prefeituras),administrando o oramento em favor da

    populao.Os candidatos devem merecer o apoio

    e o voto por seus compromissos de campanha e, no caso dos que j detmmandato, por suas gestes, atitudes, comportamentos e votos no exercciodas funes pblicas. Assim, beleza fsica, uma boa conversa ou distribui-o de favores, bens ou dinheiro no podem, nem devem orientar o votoconsciente.

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    nE se o eleitor escolher mal?

    S quatro anos depois poder corrigir e, no caso de senador, oito anos,

    mas o equvoco j estar feito. Nesse perodo, o eleito falar, votar ouadministrar em nome do povo, com direito a imunidade, foro privilegiado,bom salrio, verba de representao e outras vantagens e prerrogativas.

    Imagine um trabalhador que, em sua boa-f, vota em algum que consi-dera simptico, de bom discurso, articulado, mas, no exerccio do mandato,esse parlamentar vota tudo contra o interesse dos trabalhadores. Como caa situao desse trabalhador?

    Por isso importante observar a trajetria pessoal e poltica do candidatopara identicar que interesses representa. Quem nancia sua eleio podeser uma boa pista de como ir atuar no Executivo ou no Legislativo.

    nAnular o voto no seria umaboa idia?

    No. Anular o voto, em geral, alm de no punir os maus polticos,costuma prejudicar os bons, tanto os que possuem mandato quanto os quecolocam seu nome disposio dos partidos para exercer com dignidadeum mandato no Legislativo ou no Executivo, nos trs nveis de Governo:Unio, Estados e Municpios.

    nE se a maioria da populaovotar em branco ou nulo,seria anulada a eleio?

    No, pois so considerados apenas os votosvlidos, ou seja, aqueles que foram dados aoscandidatos. Assim, se o eleitor anular seu voto ou

    votar em branco, essa deciso no altera o resulta-

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    do da eleio, simplesmente porque o voto no ser computado para nenhumm. Somente a Justia Eleitoral por fraude, abuso de poder econmico ououtra razo legal pode anular a maioria dos votos e convocar nova eleio.

    n possvel melhorar a qualidadeda representao?

    Sim. Depende da mobilizao, da participaocidad e da qualidade do voto ou da escolha doseleitores, de um lado, e de mudanas na legisla-

    o eleitoral e partidria, de outro.Mas, para que haja mudana na legislao,

    preciso eleger uma maioria com essa dispo-sio.

    Enquanto as eleies forem caras e nancia-das com recursos do prprio candidato ou comdoaes de pessoas e empresas, haver grande desequilbrio na disputaeleitoral, onde o poder econmico continuar decidindo quem ser ou noeleito. Alm disso, o risco de corrupo grande. A compra de votos crime,punvel, inclusive, com a perda do mandato caso o candidato seja eleito,mas ainda acontece no nosso Pas.

    S com uma reforma poltica que torne mais baratas as campanhas eadote o nanciamento pblico ou apenas a possibilidade de doao de pes-soas fsicas e limitada a um pequeno valor haver reduo da inunciado poder econmico nas eleies.

    nEm que mais o eleitor deveprestar ateno: no partido,no candidato ou no programa?

    Nos trs, mas o partido fundamental. Desde a eleio de 2006 o man-

    dato passou a ser do partido e no mais do parlamentar ou do presidente,

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    governador ou do prefeito. Assim, fundamental conhecer a doutrina, omanifesto, o estatuto, o programa e as demais resolues dos partidos parabem escolher os candidatos, que devero obedecer a orientao partidria.Em seus documentos constitutivos e doutrinrios consta o que o partido

    pensa, faz ou defende, e com dicas preciosas sobre que interesses defende.No Brasil, portanto, ningum pode ser candidato sem estar liado a um

    partido. Se um deputado ou senador, por exemplo, divergir e votar contra aorientao partidria ou mesmo mudar de partido, est sujeito a perder omandato ou sair do partido, conforme o caso.

    Os partidos, a partir da Lei 12.039/2009, so obrigados a divulgar seusprogramas e diretrizes e se manter is a eles, at para que possa exigir

    delidade dos parlamentares e governantes eleitos.Preste tambm ateno na vida pregressa do candidato. Observe o seucarter, o compromisso, a capacidade, a experincia poltica ou prossionaldo pretenso representante.

    Sempre descone de promessas irreais ou de competncia de outra esferade poder. Por exemplo: no acredite num candidato a deputado federal queprometer reduzir o valor do IPTU, que denido pelo prefeito e Cmara deVereadores, ou do IPVA, que xado pelo governo estadual e Assembleia

    Legislativa.

    nDevo me guiar pela chamadaopinio pblica?

    preciso cuidado e senso crtico. Os

    jornais, as revistas, as rdios e as televisesprivadas, embora se apresentem comopretensos intrpretes isentos da opinio p-blica, muitas vezes representam interessesprprios ou de grupos econmicos dos quaisso donos ou scios, inclusive de anuncian-tes (empresas privadas ou pblicas, organi-zaes sociais e governo federal, estaduais

    e municipais) e at de partidos polticos.

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    verdade que a intensidade, a velocidade e a constncia, quase oni-presena, da exposio dos meios de comunicao perante a sociedade,fazem dela a expresso ou representao da opinio pblica. Mas a chama-da opinio pblica mais precisamente opinio publicada no coincide

    necessariamente com a verdade e nem resulta necessariamente de reexoe anlise racional dos fatos.

    A opinio pblica, alm da mdia, tambm se expressa por intermdiodos grupos organizados, das manifestaes espontneas, das pesquisas,das eleies, das discusses em situaes sociais, entre outras formas. um fenmeno social e plural.

    Portanto, seja na imprensa tradicional, seja nos portais de Internet,

    deve-se sempre vericar que interesses defende o veculo de comunicao. sempre bom conhecer mais de uma opinio ou viso do sindicato, da OAB,da CNBB, de ONGs ou de partidos polticos antes de assumir as campanhasou bandeiras da mdia.

    nComo est a representaodos trabalhadores no Congresso?

    Aqum da importncia da classe trabalhadorana sociedade brasileira. Est sub-representada. Acorrelao de foras amplamente favorvel ao po-der econmico. So pouco mais de 50 sindicalistascontra mais de 200 empresrios.

    preciso equilibrar essa participao, ampliando

    a quantidade de trabalhadores, servidores pblicose aposentados no Congresso. necessrio elegermais sindicalistas e representantes dos assalariados,tanto para propor leis em benefcio de quem trabalha,quanto para resistir s investidas patronais contra os direitos dos empregados.

    A presena de parlamentares identicados com os trabalhadores, mulhe-res, servidores e aposentados e pensionistas faz a diferena. Mas, ateno: fundamental que o candidato tenha chances reais de ganhar para evitar

    a disperso de votos.

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    nE a participao das mulheres, maior que a dos sindicalistas?

    No, menor. A participao da mulher no Par-lamento no corresponde com a sua importnciana sociedade, mas houve dois avanos importantesque vo ajudar a ampliar a presena feminina nasdisputas eleitorais como candidata.

    O primeiro avano a garantia de cotas, ou seja,a determinao de que nenhum dos sexos tenha

    mais de 70% dos candidatos, fato que assegurapelo menos 30% de participao da mulher nasdisputas eleitorais.

    O segundo, voltado para um maior equilbrioentre os sexos na disputa eleitoral, consiste: a) naexigncia de xao de percentual da receita do partido, nunca inferior a5%, para promover programas desenvolvidos pelas mulheres e b) na obri-gao de destinar, no mnimo 10% do tempo de rdio e TV do partido, para

    difundir a participao poltica feminina.A presena feminina no Congresso tem permitido conquistas importantes.

    preciso valorizar o gnero feminino, que deve merecer maior e melhorespao na tomada de decises no mbito dos poderes, visto que representaparcela expressiva da populao brasileira e deve ter sua representaopoltica e seus direitos garantidos.

    nQuais so as exigncias paradisputar um mandato?

    Para disputar uma vaga na eleio, algumas regras bsicas precisam serobservadas pelo cidado, sob pena de tornar-se inelegvel:

    a)ter nacionalidade brasileira;

    b)estar no pleno exerccio dos direitos polticos;

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    c)ter idade mnima, at a data da posse, de: i) 18 anos para vereador;ii) 21 anos para deputado e prefeito; iii) 30 anos para governador e vice--governador e iv) 35 anos para presidente, vice-presidente e senador;

    d) estar liado a um partido poltico, pelo menos um ano antes do pleito;

    e) ter seu nome aprovado na conveno do partido, que ser realizadaentre 10 a 30 de junho do ano eleitoral.

    nE no plano internacional, existe algumorganismo que cuide da governana

    regional ou mundial?Sim. O Brasil participa, como membro efetivo, dos principais organis-

    mos internacionais que regulam as relaes entre pases, seja no campodos direitos humanos, como o caso da ONU - Organizao das NaesUnidas; seja na rea de comrcio, como a OMC - Organizao Mundialdo Comrcio; seja no campo nanceiro, como o FMI- Fundo MonetrioInternacional; seja no campo do desenvolvimento, como o Bird - Banco

    Internacional para a Reconstruo e o Desenvolvimento, conhecido comoBanco Mundial; seja no caso da Sade, como a OMS - Organizao Mun-dial da Sade, seja no mundo do trabalho, como a OIT - OrganizaoInternacional do Trabalho, entre outras. E participa, como observador, deorganizaes multilaterais que, embora no tenham funes regulatrias,inuenciam essas questes,como a OCDE - Organizao de Cooperaopara o Desenvolvimento Econmico.

    No plano regional, pode-se mencionar, ainda, o Mercosul, a OEA Or-ganizao dos Estados Americanos e a CELAC - Comunidade dos EstadosLatinoamericanos e Caribenhos, entre outras que o Brasil participa comomembro-efetivo.

    As resolues desses organismos, em suas competncias, possuemequivalncia de lei e devem ser observadas pelos pases signatrios, da aimportncia da insero soberana do Brasil nessas instncias de deliberaoe regulao da chamada governana global.

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    nQue portais devo consultar parater informaes sobre as questes

    polticas e de Estado?Existem muitos e quase todos com link para outras pginas teis. A

    rede mundial de computadores, a Internet, disponibiliza, gratuitamente,um volume incalculvel de dados e informaes, que podem ser teis paraconhecer a poltica, o papel do Estado e fortalecer a conscincia e a cida-dania. Citaremos, por rea, alguns desses portais.

    Governamentaiswww.camara.leg.brwww.senado.leg.brwww.presidencia.gov.brwww.cgu.gov.brwww.tcu.gov.brwww.mpu.gov.brwww.tse.jus.brwww.brasil.gov.brwww.transparencia.gov.br

    Sindicais

    www.cgtb.org.brwww.ctb.org.brwww.cut.org.brwww.csbbrasil.org.brwww.cspconlutas.org.brwww.fsindical.org.brwww.ncst.org.brwww.dieese.org.brwww.diap.org.brwww.agenciasindical.com.brwww.diesat.org.brhttp://cspconlutas.org.brwww.observatoriosocial.org.br/portalwww.ugt.org.br

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    Noticiosos e de fscalizao

    www.congressoemfoco.com.br

    www.transparencia.org.brwww.votoconsciente.org.brwww.contasabertas.org.br

    www.redebrasilatual.com.brwww.teoriaedebate.org.brwww.brasil247.com.br

    www.cnbb.org.br

    www.conjur.com.brhttp://poliarquia.com.brwww.wikipedia.com.br

    www.brasildefato.com.brwww.inesc.org.brwww.fase.org.br

    www.cfemea.org.br

    Partidos polticos

    www.pmdb.org.brwww.ptb.org.brwww.pdt.org.br

    www.pt.org.brwww.dem.org.br

    www.pcdob.org.brwww.psbnacional.org.br

    www.psdb.org.brwww.ptc36nacional.com.br

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    www.psc.org.brwww.pmn.org.brwww.prp.org.br

    www.pps.org.brwww.pv.org.brwww.ptdob.org.br

    www.pp.org.brwww.pstu.org.brwww.pcb.org.brwww.prtb.org.br

    www.phs.org.brwww.psdc.org.brwww.pco.org.brwww.ptn.org.brwww.psl.org.br

    www.prb10.org.brwww.psol50.org.br

    www.partidodarepublica.org.brwww.psd.org.br

    www.partidopatrialivre.org.brwww.pen51.org.br

    Publicaes do autor abertas na internet

    Acesse no portal www.diap.org.br

    lPor dentro do processo decisrio como se fazem as leislPor dentro do governo como funciona a mquina pblica

    lPerl, Propostas e Perspectivas do Governo DilmalMovimento Sindical - Passado, Presidente e Futuro

    lCartilha do Cidado Consciente

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    O Analfabeto PolticoBertold Brecht

    O pior analfabeto o analfabeto poltico.

    Ele no ouve, no fala, nem participa

    dos acontecimentos polticos.

    Ele no sabe que o custo de vida, o preo do feijo,

    do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato

    e do remdio dependem das decises polticas.

    O analfabeto poltico to burro que se orgulha

    e estufa o peito dizendo que odeia a poltica.

    No sabe o imbecil que da sua ignorncia poltica nasce

    a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos

    os bandidos, que o poltico vigarista, pilantra, corrupto

    e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

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    O QUE O DIAP

    O DIAP o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar,

    fundado em 19 de dezembro de 1983, para atuar junto aosPoderes da Repblica, em especial no Congresso Nacional, com

    vistas institucionalizao e transformao em normas legais das

    reivindicaes predominantes, majoritrias e

    consensuais do movimento sindical.

    O QUE FAZ

    lMonitora a tramitao legislativa de emendas constitucionais, projetos

    de lei, substitutivos,emendas, pareceres, requerimentos de informao

    e discursos parlamentaresde interesse da sociedade em geral e dos

    trabalhadores em particular;

    lPresta informaes sobre o andamento e possveis desdobramentos

    das matrias

    monitoradas por intermdio de relatrios e demais veculos de

    comunicao do DIAP,

    notadamente a Agncia, o Boletim e o Jornal;

    lElabora pareceres, projetos, estudos e outros documentos para as

    entidades fliadas;

    lIdentifca, desde a eleio, quem so os parlamentares eleitos, de

    onde vm, quais so seus redutos eleitorais, quem os fnancia, e elabora

    seu perfl poltico;

    lPromove pesquisa de opinio com o objetivo de antecipar o pensamentodo Congresso em relao s matrias de interesse dos trabalhadores;

    lOrganiza base de dados com resultados de votaes;

    lProduz artigos de anlise poltica, edita estudos tcnicos, polticos e

    realiza eventos

    de interesse do movimento social organizado;

    lMapeia os atores-chave do processo decisrio no Congresso

    Nacional;

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    Srie Educao Poltica

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    lFornece os contatos atualizados das autoridades dos Trs Poderes;

    lMonta estratgias com vistas aprovao de matrias de interesse

    das entidades sindicais.

    COMO ESTRUTURADO

    O comando poltico-sindical do DIAP exercido pelas entidades

    fliadas, que constituem a Assemblia Geral, e se renem periodicamente

    na forma estatutria. A sua Diretoria, por igual, constituda por

    dirigentes sindicais.

    Operacionalmente, o DIAP possui em sua estrutura uma Diretoria

    Tcnica, recrutada em seu quadro funcional, que atua junto Diretoria

    Executiva, cujas funes consistem em coordenar as reunies de

    tcnicos e consultores, emitir pareceres, monitorar projetos, atuar junto

    aos parlamentares e assessorar as entidades sindicais.

    PRINCPIOS FUNDAMENTAIS

    Os princpios fundamentais em que se baseia o trabalho do DIAP so:ldecises democrticas;

    latuao suprapartidria;

    lconhecimento tcnico;

    l atuao como instrumento dos trabalhadores em matrias

    consensuais no movimento sindical, que representem o seu pensamento

    majoritrio.

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    FEDERAO NICA DOS PETROLEIROS

    www.fetraconspar.org.br/FENAFISCO

    Sindicato Nacional dos

    Auditores Fiscais do Trabalho

    Sindicato Nacional dos

    Procuradores da Fazenda Nacional