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    Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social

    Noções de Direito Administrativo – INSS: Técnico do Seguro Social

    Professor: André Barbieri

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    Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social

    Apresentação

    Salve, Salve! Seja muito bem-vindo! Seja muito bem-vinda!

    Meu nome é André Barbieri, sou professor de Direito Administrativo há mais de sete

    anos, sempre na preparação daqueles que ontem eram concurseiros e, hoje, após

    muita dedicação e perseverança são agentes públicos. Dessa forma, a busca pela

    melhor preparação para você é uma meta diária! Minha formação acadêmica sempre

    foi voltada para o Direito Público (três especializações e um mestrado), bem como

    toda à atividade docente voltada para esse apaixonante ramo do Direito.

    É com grande satisfação e felicidade que começamos os estudos para esse grande

    concurso do INSS, tendo em vista a remuneração, o alto número de vagas, uma banca

    examinadora que, tanto pode ser o CESPE/UNB quanto a FCC – tendo em vista os

    últimos concursos – mas, de qualquer forma, podem ser perfeitamente mapeadas e

    estudadas para uma otimização dos seus estudos pois, ao final, o que mais desejo é a

    sua vitória! Lembre-se, há apenas uma forma de não conquistar sua aprovação no

    concurso público...desistindo e, com toda sinceridade, nem cogito isso para você!

    Quantos foram os objetivos já conquistados na sua vida?! Diversos! Então, esse será

    mais um!

    Para conquistarmos sua aprovação quero que saiba que as nossas aulas de Direito

    Administrativo abordarão o edital de forma precisa, sempre tendo em vista o foco da

    banca organizadora (CESPE/UNB ou FCC são as mais prováveis) que, nesse caso,

    como você bem sabe, existem perguntas e “pegadinhas” peculiares, razão pela qual

    os estudos serão acompanhados (sempre) da resolução dos exercícios. Somado ao

    conteúdo doutrinário e aos exercícios teremos inúmeros macetinhos, esquemas e

    resumos para otimizar seu estudo, reunindo sempre as informações essenciais

    daquele ponto.

    A partir do estudo das últimas provas, bem como da reunião de toda a estatística

    prometo, de todo o meu coração: você terá o melhor curso preparatório para o INSS!!!

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    Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social

    Ah, por falar nisso, lembra da nossa primeira aula e o que combinamos?! Não pode

    ficar com dúvida, seja ela qual for. Por isso, esteja à vontade para solucionar seus

    questionamentos e, se preferir, poderemos utilizar do facebook, acesse minha página

    (www.facebook.com/professorandrebarbieri), clique em curtir e, do que precisar, está

    em casa!

    Um grande abraço, ótimos estudos, sucesso em sua vida e fica com Deus!!!

    Prof. Barbieri

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    Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social

    Assunto: Agentes Públicos

    Tema: Agentes Públicos (Teoria Geral)

    1. Conceito

    Vamos lá! Primeiro de tudo, quem é considerado agente público?

    Será agente público toda e qualquer pessoa que atue em nome do Estado. Em outras

    palavras, a compreensão é ampla e, dessa forma, quer seja com aprovação prévia

    em concurso público (ou não), de forma remunerada (ou não) e com vínculo duradouro

    (ou não), aquele que prestar um serviço ou exercer uma função, em nome do Estado,

    será considerado agente público.

    Um bom artigo para realizar a leitura é o artigo 2º da Lei 8.429/92 (Lei da Improbidade

    Administrativa):

    Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que

    exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,

    designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,

    mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo

    anterior.

    Você deve perguntar: Barbieri, mas, como compreender esse tema tendo em vista um

    conceito tão amplo?! Pois é, por isso precisamos estudar a classificação e todos os

    seus desdobramentos.

    2. Classificação

    Dentro dos agentes públicos (gênero) temos três espécies (agentes políticos, agentes

    administrativos e particulares em colaboração com o Estado).

    Os Agentes Políticos são aqueles que exercem função política, ou seja, estão no

    topo da estrutura do Estado, possuem competência constitucional ou legal e,

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    Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social

    geralmente, eleitos. Assim, serão considerados agentes políticos os eleitos, os

    secretários de Estado, os Ministros de Estado, os membros do Ministério Público e

    membros do Poder Judiciário

    Cuidado: A súmula vinculante n.º 13 (que fala do nepotismo) não se aplica aos

    agentes políticos, pois a nomeação, nesses casos, é um ato político. Lembra do

    exemplo que falei em sala? Se eu for o Governador do Estado a Clara, minha filha,

    pode sim ser nomeada para ser a Secretária de Estado.

    Os Agentes Administrativos estão ligados com o Estado por um vínculo e,

    justamente este vínculo é quem determina suas características. Assim, temos o

    celetista, o estatutário e o temporário.

    Celetista: O vínculo é contratual e os direitos e obrigações estão estabelecidos

    no contrato de emprego que firmou com o Estado. Muito cuidado porque jamais

    adquirem estabilidade. A súmula 390 do TST não é aplicada. O celetista é detentor

    de EMPREGO PÚBLICO.

    Estatutário: O vínculo é legal, uma vez que todos os direitos e obrigações

    estão estabelecidos na lei contrato, mas na Lei. AO contrário do celetista, o estatutário

    pode adquirir estabilidade. Mas, a parte ruim é que o estatutário não terá direito

    adquirido, pois, mudou a lei mudou o vínculo com o Estado. Podem adquirir

    estabilidade, mas cuidado que a estabilidade é somente para os detentores de cargos

    efetivos, não em cargos em comissão. Uma vez estável poderá perder a estabilidade

    por: PAD, avaliações periódicas de desempenho, sentença judicial transitada em

    julgada e o corte de despesa pública (artigo 169, §4º, CF). O estatutário é detentor de

    CARGO PÚBLICO.

    Cuidado: Lembrar que a licença prêmio não existe mais na esfera federal.

    Cuidado: o prazo de validade do concurso público é de ATÉ 2 anos, prorrogável uma

    única vez, por igual período.

    Temporários: contratados com base no artigo 37, IX, CF, sempre tendo em

    vista uma serviço temporário, com interesse público e prestado em hipóteses

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    excepcionais, ou seja, em momentos de anomalia. O temporário é detentor de

    FUNÇÃO PÚBLICA.

    Olha o que diz o artigo 37, inciso IX, da CF:

    IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para

    atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;

    Cuidado: Não pode contratar temporário no lugar da nomeação daquele aprovado

    mediante concurso público para exercer o mesmo cargo/função.

    Os Particulares em Colaboração com o Estado não possuem vínculo administrativo

    com o Estado (uma vez que são particulares), mas são considerados agentes públicos

    pois atuam em nome do Estado. Podem ser designados/honoríficos, voluntários,

    credenciados e delegados.

    3. Vitaliciedade e estabilidade

    Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores

    nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

    § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

    I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

    II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

    III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de

    lei complementar, assegurada ampla defesa.

    Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do

    Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos

    em lei complementar.

    (...)

    § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo,

    durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os

    Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:

    I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em

    comissão e funções de confiança;

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    II - exoneração dos servidores não estáveis.

    § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem

    suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar

    referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato

    normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o

    órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.

    § 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a

    indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.

    § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será

    considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com

    atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.

    § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na

    efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de

    1998)

    A vitaliciedade é somente para os membros da Magistratura, Ministério Público e

    Tribunal de Contas, tendo um prazo de estágio probatório de 2 anos. A vitaliciedade

    somente será perdida por sentença judicial transitada em julgado.

    Por sua vez, muito cuidado com a estabilidade, pois o prazo de estágio probatório

    passa a ser de 3 anos. Para adquirir a estabilidade precisa somar: aprovação prévia

    em concurso público (requisito óbvio) + 3 anos de exercício (estágio probatório) +

    avaliação especial de desempenho.

    Barbieri, quais são as hipóteses pelas quais se perde a estabilidade?

    A estabilidade pode ser perdida por sentença judicial transitada em julgado, PAD,

    avaliação periódica de desempenho e o corte de despesas públicas (artigo 169, §4º,

    CF).

    Cuidado: Existem duas avaliações de desempenho, quais sejam: a avaliação especial

    de desempenho que concede a estabilidade e a avaliação periódica de desempenho

    que, se reprovado, perderá a estabilidade.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21

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    4. Direito de greve e sindicalização do servidor

    Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da

    União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

    princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,

    também, ao seguinte:

    (...)

    VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

    VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei

    específica;

    Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela

    Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas

    com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente

    da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes

    constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

    (...)

    § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-

    lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:

    (...)

    IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

    Tema fácil e muito importante.

    Vale lembrar que o servidor público civil tem direito de greve e de sindicalização.

    Cuidado: O militar não tem direito de greve e nem de sindicalização.

    Porém, quanto o direito de greve do servidor público civil, tal direito é garantido

    constitucionalmente, porém, até hoje não há norma que regulamente o exercício desse

    direito. Sendo assim, o STF mandou aplicar a lei geral de greve do particular para o

    servidor público civil, NAQUILO QUE FOR CABÍVEL!

    Lembra da nossa aula?! O servidor público civil ligado na prestação de um serviço

    público essencial não poderá paralisar a prestação desse serviço de forma completa.

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    Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social

    Ex: um hospital público não pode paralisar integralmente suas atividades, pois, as

    cirurgias e atendimentos emergenciais deverão continuar.

    Assunto: Agentes Públicos

    Tema: Agentes Públicos (Lei 8.112/90)

    Assim inicia o texto da Lei 8.112/90:

    Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da

    União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações

    públicas federais.

    Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em

    cargo público.

    Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas

    na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

    Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são

    criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres

    públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.

    Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em

    lei.

    1. Quais são os requisitos para ser servidor público federal?

    Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público:

    I - a nacionalidade brasileira;

    II - o gozo dos direitos políticos;

    III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

    IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

    V - a idade mínima de dezoito anos;

    VI - aptidão física e mental.

    § 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos

    estabelecidos em lei.

    § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se

    inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam

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    Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social

    compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão

    reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

    § 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais

    poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros,

    de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.

    Ser brasileiro (nato ou naturalizado) + 18 anos de idade + quitação militar e eleitoral +

    gozo dos direitos políticos + nível de escolaridade para o cargo + aptidão física e

    mental para o exercício do cargo

    Cuidado: o estrangeiro pode ingressar na Administração a partir das Universidades

    Públicas e Instituições de Pesquisas (Cientistas, Técnicos, Professores...), desde que

    respeite os requisitos da lei.

    Olha o que determina o artigo 37, Inciso I, da CF:

    I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que

    preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na

    forma da lei.

    2. Portadores de Deficiência (Necessidades Especiais)

    O máximo de reserva de vagas para quem tem necessidade especial (portador de

    deficiência) será de até 20 % das vagas. A lei 8.112/90 não fala do mínimo, por isso o

    STJ estabeleceu que o mínimo será de5% das vagas para o cargo.

    3. Provimentos

    a) Originário: é o primeiro provimento na carreira, não no serviço público. O único

    existente hoje no Brasil é a nomeação.

    Cuidado: A investidura no cargo se dá com a posse.

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    Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social

    Cuidado: Uma vez nomeado tem o prazo máximo de 30 dias para tomar posse,

    inclusive com procuração com poderes específicos. Tomou posse, então tem até 15

    dias para entrar em exercício.

    Barbieri, o que acontece se: o servidor foi nomeado e não tomou posse? E se o

    servidor tomou posse, mas não entrou em exercício? No primeiro caso a

    nomeação fica sem efeito, no segundo caso o servidor será exonerado! Não caia na

    pegadinha que o servidor será “demitido”; lembre que a demissão (na Administração

    Pública) tem conteúdo de sanção/punição.

    b) Derivado: agora falamos da promoção, readaptação, reversão, reintegração,

    recondução e aproveitamento.

    Cuidado: A transferência e ascensão (acesso) foram declarados inconstitucionais.

    Promoção: alternadamente por antiguidade e merecimento. É o chamado

    provimento vertical. Precisa ter cargo vago.

    Readaptação: é o provimento horizontal e ocorre quando o servidor sofrer

    limitação na capacidade física ou mental. A readaptação não depende de cargo vago,

    pois fica como excedente.

    Reversão: é a volta do servidor aposentado. Quando não mais existir o motivo

    para a aposentadoria ocorrerá a reversão. O máximo da reversão é a idade de 70

    anos.

    Reintegração (tem que ser estável): é o retorno do cargo público do servidor

    em razão da anulação do ato de demissão. A reintegração, automaticamente, acarreta

    o direito do recebimento da verba indenizatória.

    Recondução (tem que ser estável): tanto pode acontecer quando estiver no

    contexto da reintegração como, também, não for apto no estágio probatório de outro

    cargo. Na recondução não existe indenização.

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    Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social

    Aproveitamento (tem que ser estável): é o retorno daquele que estava em

    disponibilidade.

    Cuidado: A disponibilidade é remunerada proporcionalmente ao tempo de serviço do

    servidor.

    4. Vacância

    A promoção e a readaptação são hipóteses de vacância e, também, de provimento, as

    demais são: falecimento, aposentadoria, promoção, readaptação, demissão,

    exoneração e posse em outro cargo inacumulável.

    5. Acumulação lícita/remunerada na Administração Pública

    Vamos lembrar? A regra é que não pode acumular!

    Mas, excepcionalmente, desde que tenha disponibilidade de horário e respeite o teto

    remuneratório do STF é possível acumular nas seguintes hipóteses SOMENTE:

    1º. 2 cargos de professor;

    2º. 2 cargos da área da saúde, com profissão regulamentada;

    3º. 1 cargo de professor com outro cargo de técnico/pesquisador;

    4º 1 juiz + 1 professor

    5º 1 promotor + 1 professor

    6º 1 efetivo + 1 vereador

    6. Exercício de mandato eletivo

    Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no

    exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

    I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de

    seu cargo, emprego ou função;

    II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou

    função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

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    Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social

    III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,

    perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da

    remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a

    norma do inciso anterior;

    IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato

    eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto

    para promoção por merecimento;

    V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores

    serão determinados como se no exercício estivesse.

    Uma vez servidor e detentor de mandato eletivo a situação será assim:

    Se o mandato for federal, estadual ou distrital o servidor deverá se afastar do cargo

    e da respectiva remuneração e exercer o mandato.

    Se o mandato for municipal pode ser para prefeito ou para vereador. Se prefeito

    deverá se afastar do cargo e optar pela remuneração. Se vereador existirá um novo

    desdobramento:

    7. Remoção e redistribuição de cargos

    A Redistribuição é o deslocamento do cargo, ocupado ou vago, desde que seja

    dentro do mesmo Poder. A redistribuição ocorre sempre no interesse da Administração

    Pública.

    Cuidado: Não existe distribuição a pedido, pois o que se analisa é o cargo.

    Na Remoção ocorre o deslocamento do servidor dentro do mesmo quadro de carreira,

    podendo mudar de sede ou não. A remoção pode ser de ofício (no interesse da

    Administração) ou a pedido (a critério da Administração, mas a pedido do servidor).

    Cuidado: Como regra a remoção é sempre discricionária

    Lembra das nossas aulas?! Se existe regra é porque existe exceção! No caso da

    remoção existem 3 exceções, em outras palavras, o servidor vai pedir para ser

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    Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social

    removido e à Administração Pública deverá removê-lo. São essas as exceções

    mencionadas:

    1ª. Deslocamento do cônjuge do servidor que foi deslocado de ofício no

    interesse da Administração (desde que tenha coabitação e os dois sejam servidores).

    2ª. Por motivo de saúde do próprio servidor, do cônjuge ou de dependente

    econômico dele.

    3ª. Concurso de remoção (concurso interno realizado quando existem mais

    interessados na vaga do que vagas disponíveis).

    Vamos resolver questões... Olha como esse tema foi cobrado na prova de 2012

    (CESPE/UNB)

    01. Cargos públicos, segundo a Constituição Federal,

    (A) são preenchidos apenas por candidatos aprovados em concurso público de provas

    e títulos.

    (B) podem ser acumulados, inclusive de forma remunerada, na hipótese de serem dois

    cargos de professor com outro, técnico ou científico, desde que haja compatibilidade

    de horários.

    (C) impedem que o servidor público civil exerça o direito à livre associação sindical.

    (D) em nenhuma hipótese são acessíveis a estrangeiros.

    (E) proporcionam estabilidade ao servidor nomeado em caráter efetivo, após três anos

    de efetivo exercício e mediante avaliação especial de desempenho por comissão

    instituída para essa finalidade.

    COMENTÁRIOS...

    01. Letra B. Literalidade da Constituição Federal.... Artigo 37, inciso XVI, CF.

    Agora, vamos resolver questões do CESPE/UNB e da FCC sobre os assuntos

    estudados... Lembre-se: todas as questões são das provas desse ano (2014), ou

    seja, temos aqui uma tendência de cobrança na sua prova do INSS!!!

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    Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social

    01. Acerca dos agentes públicos e do processo administrativo disciplinar, julgue o item

    seguinte.

    A promoção, a readaptação e a posse em outro cargo inacumulável incluem-se entre

    os fatos que geram a situação de vacância do cargo público.

    ( ) Certo ( ) Errado

    02. No que concerne ao regime jurídico do servidor público federal, julgue os próximos

    itens.

    A nomeação para cargo de provimento efetivo será realizada mediante prévia

    habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos ou, em algumas

    situações excepcionais, por livre escolha da autoridade competente.

    ( ) Certo ( ) Errado

    03. Em relação ao regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue os itens

    subsequentes.

    A posse do servidor público nomeado, que pode ocorrer mediante procuração

    específica, deve acontecer no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de

    provimento, sendo, ainda, conferidos ao servidor mais trinta dias para entrar em

    exercício no cargo.

    ( ) Certo ( ) Errado

    04. Claudio, servidor público federal ocupante de cargo efetivo, foi colocado em

    disponibilidade em face da extinção do órgão no qual estava lotado. Posteriormente, o

    Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinou o imediato provimento, por

    Cláudio, de vaga aberta junto a outro órgão da Administração pública federal. De

    acordo com as disposições da Lei no8.112/90, referida situação caracteriza

    a) aproveitamento, cabível desde que se trate de cargo com vencimentos e atribuições

    compatíveis com o anteriormente ocupado pelo servidor.

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    Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social

    b) recondução, obrigatória apenas se o servidor estiver em disponibilidade há menos

    de 5 (cinco) anos.

    c) reintegração, somente obrigatória em se tratando de órgão sucessor do extinto nas

    respectivas atribuições.

    d) reversão, facultativa para o servidor, que poderá optar por permanecer em

    disponibilidade, recebendo 50% (cinquenta por cento) de seus vencimentos.

    e) redistribuição, obrigatória para o servidor, independentemente dos vencimentos do

    novo cargo.

    COMENTÁRIOS...

    01. Certo. Texto de lei da 8.112/90. Lembra que essa questão é sempre cobrada,

    tanto pela CESPE quanto pela FCC.

    02. Errado. Nomeação em cargo de provimento efetivo é sempre mediante aprovação

    em concurso público.

    03. Errado. Para entrar em exercício o prazo é de 15 dias.

    04. Letra A. É o conceito de aproveitamento... Aquele que estava em disponibilidade e

    foi chamado para retornar à prestação do serviço pela Administração Pública.

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    Assunto: Agentes Públicos

    Tema: Agentes Públicos (Lei 8.112/90 e o Regime Disciplinar)

    1. Introdução

    Vamos lá! Na Lei 8.112/90 é de fundamental importância compreender todos os

    desdobramentos do Regime Disciplinar, ou seja, compreender o artigo 116 e

    seguintes, bem como todos os seus reflexos. Não esqueça: os temas mais cobrados

    da Lei 8.112/90 são: a parte inicial (vai até remoção e redistribuição) e a parte do

    regime disciplinar (começa no artigo 116). Por já estudarmos a parte inicial, cumpre

    iniciarmos o estudo do regime disciplinar. Para uma melhor compreensão faremos a

    leitura da “Teoria Geral do Regime Disciplinar” para, posteriormente, compreender as

    espécies sancionatórias.

    2. Teoria Geral do Regime Disciplinar

    a) Verdade Sabida: primeiramente, lembre-se: a verdade sabida é

    INCONSTITUCIONAL!!! Como assim, Barbieri?

    O Instituto da verdade sabida nada mais é do que, perante um flagrante da prática de

    uma irregularidade pelo agente público, este seria automaticamente punido. Ou seja,

    já que o agente foi flagrado praticando o ato irregular/ilícito, não haveria razão para ele

    se defender no processo.

    É facilmente perceptível que esse instituto ofende todas as garantias constitucionais e,

    por isso, não é mais aplicado, tendo inclusive sendo declarado inconstitucional pelo

    STF.

    A conclusão imediata é: se o servidor for punido com a pena mais branda, qual seja,

    advertência, ainda assim deverá ter a garantia do devido processo legal.

    Cuidado: para toda e qualquer possível sanção a ser aplicada ao agente é,

    obrigatória, a garantia prévia do devido processo legal, mesmo que seja para aplicar

    uma pena branda ou que tenha sido o agente flagrado praticando o ato irregular/ilícito.

    Qualquer pena aplicada sem o devido processo legal será uma sanção nula.

    b) Devido processo legal: é a grande garantia/princípio processual, estando no artigo

    5º, inciso LIV, da CF, bem como no artigo 2º da Lei 9.784/99.

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    O devido processo legal determina que ninguém poderá perder seus bens ou ser

    privado de sua liberdade sem antes ter a garantia da defesa e, claro, com todos os

    meios legítimos para tal. Assim, junto com o devido processo legal temos os

    desdobramentos no princípio do contraditório (também chamado de audiência

    bilateral, pois, uma parte acusa e a outra tem o direito de defesa) e no princípio da

    ampla defesa (dentro do processo deve a parte se defender com todos os meios de

    prova permitidos: prova testemunhal, perícias, documentos, depoimento pessoal,

    dentre outros).

    A ampla defesa sofre um desdobramento, qual seja: autodefesa (é o direito daquele

    que está sendo processado apresentar defesa antes da decisão final) e defesa técnica

    (aquela realizada pelo advogado). É muito importante lembrar que o devido processo

    legal é aplicado tanto no processo judicial quanto no processo administrativo, porém,

    muito cuidado, pois a defesa técnica (aquela realizada pelo advogado), não é mais

    obrigatória no processo administrativo.

    Cuidado: a Súmula Vinculante n.º 05 garante que a ausência de defesa técnica no

    processo administrativo disciplinar não ofende o texto constitucional. Em outras

    palavras: na esfera administrativa o advogado é PRESCINDÍVEL (se quiser contratar

    pode, mas, se não tiver advogado para realizar a defesa administrativa isso não

    acarreta a nulidade do processo administrativo disciplinar.).

    c) Sindicância x PAD: muito cuidado que a sindicância não se confunde com o

    processo administrativo disciplinar. Vamos lá...

    Uma vez instaurada a sindicância ela pode ter três resultados possíveis: 1º.

    Arquivamento, pois não existiu qualquer irregularidade, uma vez que era apenas uma

    fofoca; 2º. Aplicar a sanção de advertência ou suspensão. 3º. Para penas graves

    (demissão, cassação de aposentadoria...) a sindicância deverá ser convertida em

    PAD.

    Cuidado: a suspensão do servidor público vai de 1 até 90 dias, se a sindicância

    aplicar a suspensão será de, no máximo, 30 dias. Em outras palavras, a sindicância

    pode, perfeitamente aplicar sanções, desde que seja advertência ou suspensão de até

    30 dias.

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    Barbieri, uma suspensão de 31 dias deve ser feita por...? PAD!!! Por sindicância

    somente advertência ou suspensão de até 30 dias!

    Porém, existe outra diferença entre a sindicância e o PAD? Sim, quanto ao prazo. A

    sindicância deve durar até 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30 dias. Já, o

    PAD deve durar até 60 dias, podendo ser prorrogado por mais 60 dias, além de mais

    20 dias para à autoridade julgar. Enquanto a sindicância pode alcançar até 60 dias, o

    PAD pode alcançar até 140 dias. Lembra, por favor, que o extrapolar desses prazos

    não causa nulidade.

    d) Revelia: muito cuidado...muito cuidado mesmo! A revelia deve sempre ser

    analisada em duas partes: o instituto em si e os efeitos. Vamos por etapas... O instituto

    da revelia determina que o servidor que responde ao processo e, regularmente citado,

    não apresenta defesa, não mais será notificado ou informado de qualquer outro ato

    processual... Ou seja, o processo administrativo caminhará sem a sua presença. Já,

    quanto aos efeitos, aquele que não apresentar defesa terá contra si presunção de que

    tudo aquilo pelo qual foi acusado será verdade. Vamos ao exemplo: imagine que um

    servidor foi acusado da prática de corrupção. Instaurando o PAD ele foi regularmente

    notificado, porém, não apresentou defesa e/ou compareceu para dar suas explicações.

    O que acontecerá? Será aplicado o instituto da revelia, assim, o processo

    administrativo caminhará sem que novas notificações sejam feitas ao investigado.

    Porém, a grande pegadinha é quanto aos efeitos da revelia. Lembra: no PAD existe

    sim o instituto da revelia, porém JAMAIS SERÃO APLICADOS OS EFEITOS DA

    REVELIA! Como assim? Aquele servidor que não apresentou defesa será declarado

    revel, contudo, à Administração Pública não presumirá que, de fato, ele é um corrupto.

    Então, na prática, como faz? Será nomeado um outro servidor para defender os

    interesses daquele que está sendo processado e, ao final, poderá ser condenado ou

    não. Barbieri, e na hora da prova, como faço para lembrar? Muito fácil!!! Na esfera

    administrativa existe o instituto da revelia, mas NÃO EXISTE OS EFEITOS DA

    REVELIA! Pronto!

    e) Prescrição: por mais culpado que alguém seja, o Estado tem um prazo para

    processar e, se for o caso, punir esse indivíduo. Assim, de forma bem simples, o prazo

    prescricional é o intervalo de tempo que à Administração Pública tem para processar e

    julgar o servidor que praticou um ato irregular/ilícito. Porém, a pergunta na prova será

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    outra: quando é que começa a contar o prazo prescricional? Começa no momento em

    que o ato foi praticado? Começa no momento em que à Administração Pública tomou

    conhecimento? E agora, José?! Olha que fácil... Na esfera administrativa o prazo

    prescricional sempre será contado do momento em que à Administração Pública

    tomou conhecimento! Vamos ao exemplo: imagina que o Zezinho, servidor público,

    praticou improbidade administrativa no ano de 2012. Porém, à Administração Pública

    tomou conhecimento somente em março de 2014. Pergunta: quando começou a

    contar o prazo prescricional para o Zezinho ser processado e demitido? Em março de

    2014, pois foi a data em que à Administração Pública tomou conhecimento do ato

    ilícito.

    Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:

    I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão,

    cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em

    comissão;

    II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;

    III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.

    § 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se

    tornou conhecido.

    § 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações

    disciplinares capituladas também como crime.

    § 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar

    interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.

    § 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir

    do dia em que cessar a interrupção.

    f) Reformatio in pejus: já ouviu falar num cara chamado Murphy? Isso mesmo, o

    responsável pela famosa Lei de Murphy: “se alguma coisa pode dar errado, dará.”.

    Então, a reformatio in pejus é a lei de Murphy aplicada no processo administrativo,

    pois aquilo que já estava ruim...ficará pior! Tenha cuidado com o comparativo entre o

    processo judicial e o processo administrativo. A reformatio in pejus existe no processo

    administrativo, mas NÃO EXISTE NO PROCESSO JUDICIAL. Assim, imagine que o

    servidor foi punido, no PAD, com uma pena de 35 dias de suspensão. Inconformado

    ele recorreu e, adivinha?! A pena passou de 35 dias para 55 dias de suspensão! Essa

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    é a reforma para piorar, ou seja, a reformatio in pejus. Sobre o outro desdobramento

    da reformatio in pejus verifique o item abaixo.

    g) Recurso administrativo x Revisão do processo administrativo: agora sim!

    Pensa uma questão que, quando cobrada, derruba quase todo mundo! Fica esperto...

    Lembra da reformatio in pejus? Então, ela existe somente no recurso administrativo.

    Assim, lembre-se: NÃO EXISTE REFORMATIO IN PEJUS NA REVISÃO DO

    PROCESSO ADMINISTRATIVO. Porém, quais são as reais características e

    distinções entre o recurso e a revisão. Vamos lá... O recurso administrativo é utilizado

    contra uma decisão, uma vez que o processo administrativo está em curso, enquanto

    que a revisão do processo administrativo, como o próprio nome diz, revisa o processo

    em si, pois ele já encerrou. Para recorrer basta uma contrariedade, para revisar

    precisa do fato novo, ou seja, aquela circunstância que, não apreciada no processo,

    pode influenciar em nova decisão. Para recorrer tem prazo, para revisão não tem

    prazo e, mesmo depois do falecimento do servidor apenado, poderá, por exemplo, a

    viúva ingressar com a revisão, desde que exista um fato novo. A decisão do recurso

    administrativo pode ter três possíveis desfechos: 1ª. Manutenção da decisão recorrida;

    2ª. A decisão recorrida foi modificada a favor do servidor; 3ª. A decisão recorrida foi

    modificada contrariamente aos interesses do servidor, ou seja, o que estava ruim ficou

    pior (é a reformatio in pejus!). Já, a decisão da revisão do processo administrativo

    pode ter dois possíveis desfechos: 1ª. Manutenção da decisão revisada; 2ª. A decisão

    revisada foi modificada a favor do servidor. Ou seja, na revisão do processo

    administrativo NÃO EXISTE A REFORMATIO IN PEJUS.

    h) Proibição de prova ilícita: tanto no processo administrativo quanto no processo

    judicial as provas ilícitas NÃO PODEM SER UTILIZADAS!!! Se o tema for cobrado na

    sua prova pode ter certeza que a banca examinadora vai tentar lhe induzir ao erro com

    algum tipo de exceção! Lembre-se: PROVAS ILÍCITAS SÃO PROIBIDAS!!!

    i) Duração razoável do processo: o mesmo raciocínio do item acima vale para esse,

    porém, invertido. Agora, a duração razoável do processo é aplicada tanto ao processo

    administrativo quanto ao processo judicial! Barbieri, tá bom, mas, na prática, qual é o

    tempo da duração razoável do processo? Adivinha? Não tem! Então, para a prova,

    você precisa lembrar que a duração razoável é aplicada...

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    j) Comissão do PAD: a comissão do processo administrativo disciplinar deve ser

    formada por 3 servidores estáveis (se for PAD sumário bastam dois servidores

    estáveis). A estabilidade dos membros da comissão é uma garantia de quem estiver

    sendo processado, pois, dessa forma, não serão influenciados ou direcionados para

    decidir de uma certa forma. Lembre-se: se na comissão do PAD existir algum servidor

    que não tenha estabilidade a decisão será nula! Então, cuidado se a comissão do PAD

    tiver um servidor em cargo em comissão ou um servidor em estágio probatório, ok?!

    k) Esferas sancionatórias: quando o agente público praticar um ato irregular/ilícito

    poderá responder em três esferas sancionatórias. Dessa forma, poderá receber uma

    sanção civil, uma sanção penal e uma sanção administrativa. Eis que você pode me

    perguntar: Barbieri, essas três esferas devem, necessariamente, serem aplicadas em

    conjunto? Não. Deve ser visualizado o caso concreto, uma vez que pode ser aplicada

    uma sanção, duas ou, até mesmo, as três sanções de forma cumulativa. Daí, você me

    faz a segunda pergunta: Barbieri, mas se mais de uma sanção for aplicada para o

    mesmo ato irregular/ilícito existirá bis in idem (quando alguém é punido duas vezes

    pelo mesmo fato)? Não! Sendo assim, se o servidor for punido nas três esferas, sendo

    legítimas as punições, não há que se falar em bis in idem. Então, é importante lembrar

    que a regra é que as esferas sancionatórias são autônomas (cada uma caminha por si

    só) e independentes (o resultado de uma não interfere no resultado da outra). Porém,

    quando existe regra é porque também existirá a exceção... Nesse caso, a exceção fica

    por conta da esfera penal que, a depender do caso, pode vincular a esfera

    administrativa. Quando isso acontecerá? Quando ocorrer uma absolvição na esfera

    penal por inexistência de materialidade (absolvido porque não existiu o crime) ou

    negativa de autoria (absolvido porque não foi o autor do crime, mesmo que o crime

    tenha ocorrido) esse resultado vinculará a esfera administrativa e somente a esfera

    administrativa (a esfera civil não sofre qualquer vinculação!). Muito importante lembrar

    que não é toda e qualquer absolvição na esfera penal que vincula a esfera

    administrativa, mas, tão somente as absolvições ditas acima! Sendo assim, se o

    servidor for absolvido por ausência de provas (in dubio pro reo) ou por prescrição, isso

    em nada vincula a esfera administrativa!

    Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo

    exercício irregular de suas atribuições.

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    Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,

    doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

    § 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente

    será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que

    assegurem a execução do débito pela via judicial.

    § 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor

    perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.

    § 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra

    eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.

    Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções

    imputadas ao servidor, nessa qualidade.

    Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou

    comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

    Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se,

    sendo independentes entre si.

    Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no

    caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.

    Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou

    administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver

    suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração

    de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha

    conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou

    função pública

    2. Dos Deveres e das Proibições

    Muito cuidado com os artigos 116 (deveres) E 117 (proibições) da Lei 8.112/90.

    Lembre-se que que o artigo 116 fafla dos deveres genéricos e, sendo assim, cuidado

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    com o inciso IV, porque o servidor deve obedecer as ordens do superior hierárquico,

    salvo quando elas forem manifestamente ilegais.

    Art. 116. São deveres do servidor:

    I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;

    II - ser leal às instituições a que servir;

    III - observar as normas legais e regulamentares;

    IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

    V - atender com presteza:

    a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas

    as protegidas por sigilo;

    b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou

    esclarecimento de situações de interesse pessoal;

    c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.

    VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao

    conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de

    envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para

    apuração;

    VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;

    VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;

    IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

    X - ser assíduo e pontual ao serviço;

    XI - tratar com urbanidade as pessoas;

    XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

    Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será

    encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela

    contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

    Já, no artigo 117 temos as infrações e, assim, a ofensa a qualquer desses incisos

    acarretará em sanção. A Lei 8.112/90 expressamente definiu quais são as sanções

    aplicadas a cada conduta, são elas:

    Art. 117. Ao servidor é proibido:

    I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do

    chefe imediato;

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    II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer

    documento ou objeto da repartição;

    III - recusar fé a documentos públicos;

    IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo

    ou execução de serviço;

    V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da

    repartição;

    VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em

    lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu

    subordinado;

    VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação

    profissional ou sindical, ou a partido político;

    VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança,

    cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;

    IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em

    detrimento da dignidade da função pública;

    X - participar de gerência ou administração de sociedade privada,

    personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de

    acionista, cotista ou comanditário;

    XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas,

    salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes

    até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

    XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer

    espécie, em razão de suas atribuições;

    XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

    XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;

    XV - proceder de forma desidiosa;

    XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou

    atividades particulares;

    XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa,

    exceto em situações de emergência e transitórias;

    XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o

    exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;

    XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

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    Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo

    não se aplica nos seguintes casos:

    I - participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou

    entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no

    capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a

    seus membros; e

    II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art.

    91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses.

    Cuidado: Para uma melhor visualização das sanções que resultarão da inobservância

    das proibições acima, segue uma tabelinha:

    Do inciso I ao VIII resulta em advertência.

    Do inciso IX ao XVI resulta na demissão (+ artigo 132)

    Do inciso XVII ao XVIII resulta em suspensão.

    Inciso XIX resulta advertência

    3. Espécies sancionatórias

    Art. 127. São penalidades disciplinares:

    I - advertência;

    II - suspensão;

    III - demissão;

    IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

    V - destituição de cargo em comissão;

    VI - destituição de função comissionada.

    Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a

    gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço

    público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes

    funcionais.

    Demissão: a competência para demitir o servidor é do chefe do poder ao qual o

    servidor está vinculado. Tenha muito cuidado porque essa competência é delegável,

    ou seja, é perfeitamente possível que o Presidente da República delegue ao Ministro

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    (da respectiva pasta) a competência para demitir o servidor. Ex: O Presidente delega

    ao Ministro da Justiça a competência para assinar o ato demissional do agente da

    Polícia Federal. A prescrição é de 5 anos.

    Cuidado: tanto o abandono de cargo quanto à inassiduidade habitual acarretam a

    demissão, porém, no abandono é preciso ter + de 30 faltas consecutivas

    (injustificadas) e na inassiduidade é preciso ter 60 faltas interpoladas (durante 12

    meses).

    Cassação de aposentadoria/disponibilidade: ocorrerá a cassação da aposentadoria

    sempre que o servidor aposentado tiver praticado, na ativa, falta punível com

    demissão. O mesmo vale para o servidor que está em disponibilidade (o cargo foi

    extinto e o servidor está em disponibilidade, por exemplo). Além disso, seguem as

    mesmas regras válidas para a pena de demissão.

    Destituição de Cargo em Comissão e de Função de Confiança: não confuda

    destituição (que tem caráter de pena) com a exoneração (que não possui caráter de

    pena). A exoneração é sempre livre, mas a destituição é penalidade e, assim, depende

    de processo.

    Será destituído o servidor que praticar qualquer conduta apenada com demissão ou

    suspensão.

    Cuidado: não existe suspensa do servidor que ocupa cargo em comissão.

    A prescrição é de 5 anos e será competente para aplicar a pena à autoridade que

    nomeou.

    Suspensão: o prazo máximo de suspensão é de 90 dias.

    Cuidado: pode à Administração Pública substituir a penalidade da suspensão por 50%

    da remuneração do servidor.

    Cuidado: a reincidencia na advertencia gera a suspensão, porém, a reincidência na

    suspensão não gera demissão automática.

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    Cuidado: o servidor que não se submeter a inspeção médica será suspensão por 15

    dias.

    A prescrição na suspensão ocorre em 2 anos e a competência para aplicar a

    pensalidade vai depender do tempo de sanção: para suspensão de até 30 dias basta o

    chefe da repartição aplicar a sanção; para supensão de 31 dias até 90 dias será de

    competência da autoridade imediatamente inferior daquela que aplica demissão.

    Exemplo: na esfera do Poder Executivo Federal quem aplica a demissão é o

    Presidente da República, logo, quem suspenderia o servidor por mais de 30 dias seria

    o Ministro.

    Cuidado: a suspensão por até 30 dias do servidor pode ser por sindicância, contudo,

    se a suspensão for de 31 dias até 90 dias, somente por PAD.

    Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas

    com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração

    sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.

    § 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que,

    injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada

    pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez

    cumprida a determinação.

    § 2o Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de

    suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por

    cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a

    permanecer em serviço.

    Advertência: é cabível para as irrgularidas brandas. O prazo prescricional é de 180

    dias e a competencia para aplicar a penalidade é do próprio chefe da repartição.

    Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de

    proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de

    dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não

    justifique imposição de penalidade mais grave.

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    Vamos treinar com as questões do CESPE/UNB e FCC

    01. Determinado servidor público federal, que responde a processo administrativo

    disciplinar, requereu sua aposentadoria voluntária, e a administração pública indeferiu-

    lhe o pedido. Nessa situação, o indeferimento do pleito está de acordo com a

    legislação de regência, pois o servidor que responde a processo disciplinar somente

    poderá ser aposentado voluntariamente após a conclusão do processo e o

    cumprimento da penalidade eventualmente aplicada.

    ( ) Certo ( ) Errado

    02. Acerca dos agentes públicos e do processo administrativo disciplinar, julgue o item

    seguinte.

    A instauração de processo administrativo disciplinar é obrigatória para a aplicação das

    penas de suspensão por mais de trinta dias, demissão, cassação de aposentadoria ou

    disponibilidade e destituição de cargo em comissão

    ( ) Certo ( ) Errado

    03. Em relação ao controle e à responsabilidade civil da administração, julgue os itens

    subsequentes.

    Uma infração administrativa de impontualidade de um servidor causa a sua

    responsabilidade administrativa e também acarreta sua responsabilidade penal.

    ( ) Certo ( ) Errado

    04. Com referência aos agentes administrativos, julgue os itens subsequentes.

    Um dos fundamentos aptos a ensejar a revisão do processo disciplinar é a alegação e

    a demonstração da injustiça na aplicação da pena.

    ( ) Certo ( ) Errado

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    05. Mediante portaria ministerial, um ministro de Estado determinou a demissão de um

    funcionário do cargo de servidor público, com restrição do seu retorno ao serviço

    público federal, devido ao fato de este ter praticado ato de improbidade administrativa

    e ter-se valido do cargo para lograr proveito pessoal.

    Com base nessa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.

    Não gera nulidade do ato administrativo o fato de o servidor processado, apesar de

    intimado, não se fazer acompanhar por advogado no momento do seu interrogatório.

    ( ) Certo ( ) Errado

    COMENTÁRIOS...

    01. Certo. Artigo 172, da Lei 8.112/90

    02. Certo. Artigo 146, da Lei 8.112/90

    03. Errado. Chegar atrasado não é crime.

    04. Errado. Artigos 174 e 176, da Lei 8.112/90

    05. Certo. Súmula Vinculante n.º 05, STF.

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    Assunto: Princípios do Direito Administrativo

    Tema: Princípios Constitucionais e Infraconstitucionais

    1. Introdução

    SALVE, SALVE FUTURO APROVADO NO INSS!!! Vamos lá!

    Compreender os Princípios do Direito Administrativo é tema de fundamental

    importância por, no mínimo, duas razões: primeiro, porque podem surgir perguntas

    específicas sobre o tema, segundo, porque a partir da compreensão desse assunto

    poderemos resolver questões das mais diversas na prova, pois todo o sistema do

    Direito Administrativo já foi entendido.

    2. Princípios Constitucionais

    Assim determina o artigo 37, “caput”, da CF:

    Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da

    União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

    princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,

    também, ao seguinte:

    a) Legalidade: a legalidade pública é sempre restritiva, ou seja, o administrador só

    pode fazer o que a lei permitir, aquilo que a lei determinar. Assim, o administrador está

    subordinado à lei, somente podendo atuar nos termos da lei e conforme a lei. Sendo

    assim, administrar é aplicar a lei de ofício. Lembre-se: se a lei nada afirmar o

    administrador não pode atuar.

    Pergunta: Barbieri, legalidade se confunde com reserva de lei? Não! Quando a

    Constituição Federal determina que um assunto x seja abordado por lei complementar

    isso é a reserva de lei. Ex: no artigo 37, inciso XIX, da CF, a lei complementar é a

    responsável por definir o campo de atuação da fundação pública.

    b) Impessoalidade: esse princípio se desdobra em três reflexos, quais sejam: 1º.

    Garantia da Sociedade; 2º. Artigo 37, §1º, CF e, 3º. Garantia do Agente Público. No

    primeiro caso o administrador não pode discriminar, nem privilegiar ninguém, ou seja,

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    todos devem ser tratados com isonomia/igualdade. No segundo caso é proibido ao

    agente público se autopromover com a coisa pública. No terceiro caso, agora uma

    garantia do agente público, pois, quando ele atuar exercendo a função e causar um

    dano ao particular deverá o Estado responder.

    Resumo: A impessoalidade acaba por impor três reflexos, quais sejam: não privilegiar

    ou prejudicar ninguém, não se autopromover com a utilização da coisa pública e, na

    responsabilidade civil, o dano praticado pelo agente público, no exercício da função,

    acarreta a responsabilidade do Estado, não do agente, no primeiro momento.

    Pergunta: Barbieri, a Súmula Vinculante 13 se aplica a todos os agentes públicos?

    Não! Não se aplica aos agentes políticos e nem ao grau de parentesco de primo.

    c) Moralidade: é a probidade, a honestidade, a boa-fé, ou seja, não desejamos o

    corrupto. Muito cuidado que não se confunde com a moralidade social.

    Pergunta: uma saia curta ou um decote ofende a moralidade pública? Não. A

    moralidade comum/social não se confunde com a moralidade pública.

    d) Publicidade: é sempre a regra na Administração Pública, ou seja, o Estado tem o

    dever de revestir seus atos com a publicidade. Em outras palavras, como regra,

    afastamos os atos secretos. Porém, como exceção, temos: a segurança do Estado, a

    segurança da Sociedade e a intimidade/privacidade dos indivíduos. A publicidade não

    se confunde com a publicação, pois esta é espécie da qual aquela é o gênero. Assim,

    a publicidade exterioriza alguns efeitos clássicos: i) contagem do prazo; ii) controle da

    legalidade e iii) exigibilidade da conduta.

    Pergunta: Publicidade é sinônimo de publicação? Não! O primeiro é gênero e o

    segundo é espécie.

    e) Eficiência: passou a ser expressamente contido na Constituição Federal com a

    Emenda Constitucional n.º 19/98. Assim, eficiência será sempre o alcance do máximo

    de resultado com o menor custo possível. Importante lembrar que a eficiência não

    requer, para sua aplicação, a existência de lei, pois possui aplicação imediata,

    irradiando-se como regra para o Estado e para todos os agentes públicos.

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    Pergunta: A avaliação especial de desempenho para adquirir ou perder a garantia da

    estabilidade.

    Lembrete: O atual modelo de administração pública brasileira é o modelo gerencial.

    3. Princípios infraconstitucionais

    Sobre os princípios infraconstitucionais é de fundamental importância compreender o

    artigo 2º, da Lei 9.784/99.

    Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da

    legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,

    ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

    Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros,

    os critérios de:

    I - atuação conforme a lei e o Direito;

    II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de

    poderes ou competências, salvo autorização em lei;

    III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção

    pessoal de agentes ou autoridades;

    IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;

    V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo

    previstas na Constituição;

    VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições

    e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento

    do interesse público;

    VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a

    decisão;

    VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos

    administrados;

    IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de

    certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;

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    X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à

    produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam

    resultar sanções e nas situações de litígio;

    XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas

    em lei;

    XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação

    dos interessados;

    XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o

    atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova

    interpretação.

    a) Supremacia do interesse público sobre o privado: O Estado pode restringir

    direitos individuais em benefício da coletividade. Assim, o Estado possui prerrogativas

    que não são estendidas ao particular. Ex: desapropriação, requisição, tombamento,

    dentre outas.

    Pergunta: Todo interesse público será sempre supremo em face do interesse do

    particular? Não! Somente o Interesse público primário prepondera ao interesse do

    particular. Lembre-se que o interesse público não prepondera contra o particular.

    b) Indisponibilidade do interesse público: o limite da supremacia do interesse

    público é encontrado na indisponibilidade do interesse público, assim, enquanto

    aquele concede prerrogativas, este impõe limitações à atuação estatal. Assim, o

    administrador não pode abrir mão do interesse público para buscar o interesse do

    particular.

    Cuidado: A supremacia do interesse público e a indisponibilidade são considerados

    os dois grandes princípios do Direito Administrativo, razão pela qual são

    complementares.

    Lembrete: Se o Estado for condenado ao pagamento de R$ 100,00 (cem reais) de

    indenização ao particular, DEVERÁ ingressar com à ação regressiva contra o agente

    público causador do dano.

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    c) Devido processo legal: O devido processo legal determina que ninguém poderá

    perder os seus bens ou sua liberdade sem a garantia do devido processo legal. Assim,

    mesmo que esteja na Constituição Federal (artigo 5º, inciso LIV), a cobrança acaba

    por recair nos aspectos infraconstitucionais. O devido processo legal se desdobra em:

    contraditório e ampla defesa. O contraditório é à audiência bilateral, onde uma parte

    acusa e a outra rebate, uma afirma e a outra se defende. Já, para a ampla defesa todo

    e qualquer meio de defesa (legítimo) pode ser utilizado no processo, tais quais: provas

    documentais, provas periciais, testemunhas...A ampla defesa, por sua vez, se

    manifesta como o direito de defesa prévia/autodefesa, ou seja, o particular tem direito

    de se manifestar anteriormente à uma decisão que o imponha uma lesão. A defesa

    técnica também faz parte da ampla defesa, porém, no processo administrativo, a

    ausência do advogado não viola tal princípio, pois, com a súmula vinculante n.º 05 a

    figura do advogado passou a ser prescindível.

    e) Proporcionalidade: meios e fins

    d) Razoabilidade: é a noção de equilíbrio, ou seja, toda e qualquer decisão

    extremada deverá ser afastada. Cuidado, na prova pode ser cobrada uma distinção

    entre razoabilidade e proporcionalidade.

    Lembrete: a razoabilidade é sempre a noção do equilíbrio.

    e) Proporcionalidade: é a relação entre meios e fins, ou seja, o meio escolhido deve

    ser adequado ao fim pretendido.

    f) isonomia: devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na

    exata medida da desigualdade. Assim, a depender do caso concreto, os editais de

    concursos públicos podem discriminar sim, desde que a discriminação seja

    proporcional, ou seja, compatível com a prestação do serviço. Ex: forças de segurança

    limitam o acesso quanto ao critério da idade. Claro, como regra, se o exercício da

    atividade for comum, não poderá o edital do concurso restringir o acesso de homens

    ou mulheres.

    g) Impulso Oficial/Oficialidade: à Administração Pública pode atuar de ofício, assim

    como também pode atuar por provocação do interessado. Porém, quando

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    comparamos com o Poder Judiciário, este somente pode atuar por provocação do

    interessado, pois a jurisdição é inerte.

    h) Gratuidade: os atos da Administração Pública devem ser gratuitos, nos termos da

    Súmula Vinculante n.º 21, pois não podemos admitir a cobrança de custas, por

    exemplo, para à admissibilidade do recurso administrativo.

    i) Segurança Jurídica: novas interpretações por parte da Administração Pública não

    podem retroagir, ou seja, não podem ir ao passado.

    Lembrete: a ofensa a qualquer princípio da Administração Pública gera a

    possibilidade de responder por ato de improbidade administrativa - Lei de Improbidade

    Administrativa – artigo 11.

    Vamos treinar com as questões já cobradas nas provas do INSS

    01. Em relação à organização administrativa do estado brasileiro e aos princípios

    administrativos, julgue os itens a seguir

    Dado o princípio da legalidade, os agentes públicos devem, além de observar os

    preceitos contidos nas leis em sentido estrito, atuar em conformidade com outros

    instrumentos normativos existentes no ordenamento jurídico nacional.

    ( ) Certo ( ) Errado

    02. Acerca do regime jurídico-administrativo e dos princípios jurídicos que amparam a

    administração pública, julgue os itens seguintes.

    O atendimento ao princípio da eficiência administrativa autoriza a atuação de servidor

    público em desconformidade com a regra legal, desde que haja a comprovação do

    atingimento da eficácia na prestação do serviço público correspondente.

    ( ) Certo ( ) Errado

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    03. No que se refere aos poderes e princípios da administração pública, assinale:

    a) O estágio probatório configura exemplo de instituto relacionado ao princípio da

    eficiência, norteador da atuação administrativa.

    b) O princípio da moralidade administrativa não exige do agente público a obediência a

    padrões éticos específicos no exercício de suas atribuições, basta que atenda à moral

    comum vigente na sociedade.

    c) O STF entende, com base no princípio da ampla defesa, que, em processo

    administrativo disciplinar, é obrigatório que a defesa técnica seja promovida por

    advogado.

    d) Em razão do princípio da publicidade, que rege a administração pública, todos têm

    direito de obter dos órgãos públicos, desde que mediante o pagamento de taxa,

    certidões para a defesa e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

    04. Com referência aos princípios do direito administrativo e aos poderes da

    administração, julgue os próximos itens.

    O princípio da moralidade administrativa torna jurídica a exigência de atuação ética

    dos agentes públicos e possibilita a invalidação dos atos administrativos.

    ( ) Certo ( ) Errado

    COMENTÁRIOS...

    01. Certo. A legalidade é sempre restritiva e se desdobra no dever de cumprir as leis e

    regulamentos.

    02. Errado. Ser eficiente é um dever, mas não autoriza a cometer condutas ilícitas.

    Assim, a eficiência não pode ser um pretexto para o Estado descumprir a lei.

    03.

    a) Correto. É um dos reflexos da eficiência.

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    b) Errado. É exatamente o contrário, a moralidade pública exige um comportamento

    honesto, probo do agente público.

    c) Errado. A defesa técnica não mais é obrigatória no processo administrativo

    disciplinar. Ver súmula vinculante 05, STF.

    d) Errado. O artigo 5º, inciso XXXIV, afasta o pagamento de taxa.

    04. Correto. O agir com probidade é um dever do Estado e do Agente Público.

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    Assunto: Agentes Públicos

    Tema: Improbidade Administrativa

    1. Introdução

    SALVE, SALVE FUTURO APROVADO NO INSS!!! Vamos lá! Compreender

    Improbidade Administrativa é tema de fundamental importância uma vez que está no

    contexto dos agentes públicos e, inevitavelmente, é um tema sempre presente nas

    provas.

    2. Fundamentos e Natureza Jurídica

    O fundamento constitucional está no art. 37, §4º, da CF, uma vez que determinou o

    constituinte:

    Art. 37: § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão

    dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o

    ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da

    ação penal cabível.

    Pergunta: Qual é a pena, qual é a sanção que não está no art. 37, §4º? Cuidado que

    é pegadinha!!! Não tem pena de prisão, bem como não existe a cassação dos direitos

    políticos.

    Cuidado!!! Não existe cassação de direitos políticos, porque existe a suspensão de

    direitos políticos.

    Pergunta: Qual foi o princípio concretizado pela Lei 8.429/92? Foi o princípio da

    moralidade administrativa.

    Agora, veja lá... Por um único ato de improbidade administrativa poderá o agente

    responder em três esferas sancionatórias, quais sejam: esfera civil, esfera criminal e

    esfera administrativa. Sendo assim, pergunta-se: qual é a natureza jurídica do ato de

    improbidade administrativa?

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    Para facilitar, a natureza jurídica é uma ação civil. E sendo uma ação civil, o STF e

    STJ pacificaram o entendimento em que não se aplica a prerrogativa de foro/

    prerrogativa de função, pois são institutos das ações penais, além de iniciar na vara

    cível, deve ser proposta perante o juiz singular.

    Cuidado: Nos termos do art. 29, X, da CF, quando se fala sobre o julgamento do

    prefeito e a prerrogativa de função

    Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o

    interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da

    Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos

    nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes

    preceitos:

    X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;

    Esse julgamento não está atrelado à ação de improbidade, pois é um julgamento

    criminal. Lembra que a natureza jurídica da ação de improbidade é uma ação civil,

    assim não falamos de prerrogativa de foro, de prerrogativa de função ou até aquela

    expressão de foro privilegiado porque tudo isso está atrelado às ações penais, e, aqui,

    falo de uma ação civil.

    Além de ser uma ação civil, você vai lembrar que ela corre em primeiro grau, vai

    tramitar inicialmente em primeiro grau de jurisdição.

    3. Princípio da insignificância ou bagatela

    São aqueles casos em que terá no desdobramento a atipicidade da conduta. Logo a

    conduta será atípica porque o grau de reprovabilidade é pequeno, a lesão é ínfima,

    não há violência ou grave ameaça à pessoa, então você entende que aquilo foi

    insignificante.

    Pergunta: Aplico o princípio da insignificância dentro do contexto da lei de

    improbidade administrativa? Não, porque o STF assim decidiu: se a improbidade

    administrativa veio para concretizar a moralidade administrativa, e aqui falo de

    honestidade, probidade, não é possível admitir que tenha uma conduta mais ou menos

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    desonesta. Então o princípio da insignificância, em que a conduta será atípica e não

    vai receber sanção, não se aplica na LIA.

    Pergunta: Existe relação de exclusão ou de inclusão entre as sanções do art. 37, §4º,

    da CF com as sanções do art. 12 da Lei de Improbidade Administrativa? Em outras

    palavras, tenho sanções no art. 37, §4º da Constituição que não estão

    necessariamente repetidas no art. 12 da LIA e vice versa. Aqui o que você tem que

    entender: será que isso faz com que exista uma relação de exclusão, daí somente as

    penas na Constituição seriam admitidas, ou será que as penas do art. 37, §4º da

    Constituição complementam o art. 12 da lei de improbidade administrativa?

    O que a doutrina e a jurisprudência afirmaram é que o art. 37, §4º juntamente com o

    art. 12 da LIA são complementares.

    4. Quem pode ser réu na ação de improbidade perante a LIA?

    Deve-se tomar cuidado porque dentro do agente público existe o agente político. Por

    qual razão? Se a Lei de Improbidade Administrativa não admite foro privilegiado, não

    admite prerrogativa de função, ela vai iniciar em primeiro grau. Se ela inicia em

    primeiro grau você vai ter que dividir esses agentes porque uma parte dos agente

    políticos responde por crime de responsabilidade e a outra parte responde por

    improbidade administrativa.

    Crime de responsabilidade.

    Agentes políticos:

    LIA

    Dentro do crime de responsabilidade nós falamos da improbidade administrativa,

    porém, tenho uma lei própria. Aqui temos o Presidente da República, os Governadores

    e Secretários de Estado, Ministros do STF, autoridades que responderão por crime de

    responsabilidade.

    Todavia, outra parcela dos agentes políticos responderão pela LIA, tais quais:

    vereadores e prefeitos, dentre outros.

    Cuidado: Nem todos agentes políticos responderão pela LIA e nem todos agentes

    políticos responderão pela Lei dos Crimes de Responsabilidade. No fundo teremos

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    sanções por improbidade administrativa nas duas legislações, mas há essa divisão

    técnica.

    Outro ponto