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Aula 02
Noções de Direito Administrativo p/ INSS - Técnico do Seguro Social - Com videoaulas -2016
Professor: Daniel Mesquita
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Direito Administrativo p/ INSS に Técnico de Seguro Social.
Teoria e exercícios comentados.
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1. INTRODUÇÃO À AULA 02 2
2. PODERES ADMINISTRATIVOS. 2
2.1. USO E ABUSO DE PODER 5
3. PODER HIERÁRQUICO 9
4. PODER DISCIPLINAR 16
5. PODER REGULAMENTAR 22
6. PODER DE POLÍCIA 34
6.1. CONCEITO 34 6.2. ATRIBUTOS 35 6.3. INDELEGABILIDADE 39 6.4. POLÍCIA ADMINISTRATIVA X POLÍCIA JUDICIÁRIA 40
7. PODER VINCULADO 57
8. PODER DISCRICIONÁRIO 58
9. RESUMO DA AULA 65
10. QUESTÕES COMENTADAS 70
11. REFERÊNCIAS 90
AULA 02: Poderes administrativos
SUMÁRIO
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1. Introdução à Aula 02
Nessa aula 02 do curso de Direito Administrativo, preparatório para
o concurso do INSS- Técnico de Seguro Social, falaremos dos
seguintes assuntos: “5 Poderes administrativos: poder hierárquico;
poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do
poder.”.
Seguiremos com a análise de diversas questões que já caíram em
concursos anteriores, especialmente do CESPE.
Não se esqueça que, ao final, você terá um resumo da aula e as
questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na
véspera da prova!
Num concurso como este, a matéria é muito extensa. Não há como
você ler a matéria hoje e apreender tudo até no dia da prova. Por isso,
programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova.
Lembre-se: o planejamento é fundamental.
Chega de papo, vamos à luta!
2. Poderes administrativos.
Certamente, você já ouviu falar que na Administração Pública vige
o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse
privado, ou seja, os atos estatais se impõem perante os particulares,
pois o Estado age visando o interesse público.
Entretanto, como é que esse princípio se materializa? Como é que,
na prática, a Administração se sobrepõe ao particular?
Isso ocorre por meio dos poderes administrativos. O ordenamento
jurídico coloca esses poderes a disposição do Estado para que ele tenha
meios de impor a sua a supremacia.
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Os agentes públicos, por gozarem desses poderes (=
prerrogativas), encontram-se numa posição superior ao cidadão
comum. Assim, o Estado consegue dirimir os conflitos da sociedade.
Esse poder não é uma faculdade da Administração. A professora Di
Pietro assim diz “Embora o vocábulo poder dê a impressão de que se
trata de faculdade da Administração, na realidade trata-se de poder-
dever, já que reconhecido ao poder público para que o exerça em
benefício da coletividade; os poderes são pois irrenunciáveis”.
São poderes da Administração: 1.Poder hierárquico; 2.Poder
disciplinar; 3.Poder regulamentar; 4. Poder de polícia. Alguns autores
colocam a discricionariedade e a vinculação como poderes da
Administração, por isso, esses “poderes” também serão tratados ao
longo desta aula.
Os poderes, contudo, não são uma arma brutal que provoca um
ataque sem defesa contra os administrados, eles são limitados pelos
direitos individuais previstos na Constituição, como o direito a ampla
defesa e o contraditório, por exemplo, pela lei, pelos princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade e por diversos outros postulados,
como o do controle dos atos administrativos.
Agindo o administrador fora dos objetivos legais ele comete abuso
de poder, e se ao contrário não exerce os poderes a ele conferidos
comete abuso de poder por omissão.
Ótimo professor! Quanto ao poder-dever, entendi a noção geral de
poder, mas há um contrapeso em relação a esses poderes? Não incide
aqui no direito administrativo a máxima de que grandes poderes geram
grandes responsabilidades?
Há sim um contrapeso, meus caros e este contrapeso são os
deveres (= restrições ou sujeições) dos administradores públicos.
O administrador não pode se abster de praticar os atos de sua
competência legal, uma vez que ele deve obediência ao princípio da
legalidade. Dessa forma, quando a Administração tem o dever de agir,
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mas assim não faz, o agente que for omisso será responsabilizado,
possibilitando que cidadão acione as vias judiciais para a obtenção do
ato que a autoridade ou a Administração tinha o dever de fazê-lo, e não
o fez.
Tendo em vista que a Administração deve obedecer à lei, inclusive
nas atividades discricionárias, surgem os deveres do Administrador
Público. De forma geral, a Administração deve agir com eficiência (=
boa administração), proporcionalidade, lealdade, obediência (o
servidor deve obedecer e executar às ordens legais de seus
superiores), devendo ainda prestar contas de seus atos e agir de
forma correta, ética, com probidade.
Hely Lopes traz os três principais deveres do Administrador
Público:
1. DEVER DE EFICIÊNCIA: Espera-se que o Administrador
Público tenha bons resultados, atuando com o melhor desempenho
possível em suas atribuições. Esse dever se impõe a todo agente
público, visando resultados positivos e satisfatórios para a atividade
pública com a sociedade. Não basta agir com rapidez, o rendimento é
essencial! Além de abranger os aspectos quantitativos e qualitativos do
serviço.
2. DEVER DE PROBIDADE: Este dever está enraizado na
conduta do Administrador, do mais simples ao mais complexo ato
praticado pelo Administrador, afinal, para que o Administrador aja com
na forma da lei, a probidade é indispensável. O dever de probidade é
tão importante que foi tratado pela Constituição Federal. Veja só:
Art. 37 § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao Erário, na forma e gradação prevista em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
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3. DEVER DE PRESTAR CONTAS: Já que Administração
“administra” os bens e também gere os interesses da população como
um todo, existe um cuidado a ser feito com a gerência do que é do
povo. Nas palavras de Hely Lopes: “Se o administrar corresponde ao
desempenho de um mandato de zelo e conservação de bens e
interesses de outrem, manifesto é que quem o exerce deverá contas ao
proprietário.”
O dever de prestar contas é da Administração para com a
sociedade, devendo a gestão administrativa ser clara, não só quanto ao
uso de dinheiro, mas a toda atividade realizada pela Administração.
Este dever também foi tratado na nossa Constituição Federal:
E o dever de lealdade, professor, o que esse dever significa?
Significa que o administrador deve ser leal às instituições
públicas. Assim como ele é fiel a sua esposa, ele deve ser fiel ao
interesse público, devendo se dedicar ao serviço e respeitar as leis e
as instituições estatais, nunca atuando contra os objetivos da
Administração.
2.1. Uso e Abuso de poder
Uso e abuso de poder é o gênero que abrange duas espécies:
desvio de poder e excesso de poder.
Art. 70 § único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
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Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder
pode se manifestar de duas formas: (a) o agente busca finalidade
alheia ao interesse público; (b) o agente busca uma finalidade de
interesse público, mas alheia à prevista para o ato que utilizou.
Como se vê: sempre, no desvio de poder, o que está envolvido é a
finalidade do ato, ou fora do interesse público ou fora da finalidade
prevista na lei para aquele ato específico.
Excesso de poder, por sua vez, é vício na competência. Quando
o agente atua transbordando de sua competência, ou seja, vai além de
sua competência definida em lei ou na Constituição, há o excesso de
poder.
Assim, temos o importante quadro, com fundamento na doutrina
de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino – SINAL DE ALERTA:
1. (CESPE – 2015 - TRE-GO - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) Julgue o item que se segue, referentes aos poderes da
administração pública. O excesso de poder, espécie de abuso de poder,
ocorre quando o agente público ultrapassa os limites impostos a suas
atribuições.
O abuso de poder é divido em duas vertentes. A primeira o
Excesso de Poder, que ocorre quando o agente excede os limites da
sua competência. Logo viola não só o princípio da Supremacia do
Interesse Público mas também a sua competência.
Desvio de poder – vício na
finalidade
Abuso de poder
Excesso de poder – vício na
competência
Questões de concurso
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A segunda é o Desvio de Poder ou de finalidade, que ocorre
quando o agente possui a competência, mas não responde a
determinada finalidade disposta na lei. Logo viola não só os princípios
da Impessoalidade e da Moralidade, como também a sua finalidade.
Gabarito – Certo.
2. (CESPE -2015- MPU- Técnico do MPU - Segurança
Institucional e Transporte) O servidor responsável pela segurança da
portaria de um órgão público desentendeu-se com a autoridade superior
desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade determinou que,
a partir daquele dia, ele anotasse os dados completos de todas as
pessoas que entrassem e saíssem do imóvel. Com referência a essa
situação hipotética, julgue o item que se segue.
O ato da autoridade superior foi praticado no exercício de seu
poder disciplinar.
Resposta:
Dentre as formas do desvio de poder está a atuação do agente
buscando finalidade alheia ao interesse público. Dessa forma, o ato não
foi praticado no uso do poder disciplinar, mas houve o desvio de poder.
Gabarito: Errado.
3. (2014/CESPE/ SUFRAMA/Agente Administrativo) A
legislação concede à administração poderes extraordinários, necessários
para que o Estado alcance os seus fins. Em relação aos poderes da
administração pública, julgue os itens seguintes. A remoção de ofício de
um servidor, como forma de puni-lo por faltas funcionais, configura
abuso de poder.
RESPOSTA:
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A remoção de ofício de um servidor configura abuso de poder na
categoria desvio de finalidade, nesse caso o agente atua dentro de
sua competência, porém busca finalidade diversa daquela prevista em
lei.
Cuidado! O examinador tentou confundir você: Abuso de poder é
gênero do qual decorrem as espécies: desvio de finalidade (ou desvio
de poder) e excesso de poder.
Gabarito: Certo.
4. (2014/ CESPE/ MDIC/Analista Técnico - Administrativo) O
exercício dos poderes administrativos não é uma faculdade do agente
público, mas uma obrigação de atuar; por isso, a omissão no exercício
desses poderes poderá ensejar a responsabilização do agente público
nas esferas cível, penal e administrativa
RESPOSTA:
De acordo com Hely Lopes Meirelles:
"(...) se no Direito Privado o poder de agir é uma faculdade, no
Direito Público, o poder de agir é uma imposição, é um dever para o
agente que o detém. É um poder-dever."
Além disso, temos o artigo 121 da Lei 8112/90 que diz: "O
servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício
irregular de suas atribuições."
Gabarito: Certo
5. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) Considere que determinado agente público detentor de
competência para aplicar a penalidade de suspensão resolva impor, sem
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ter atribuição para tanto, a penalidade de demissão, por entender que o
fato praticado se encaixaria em uma das hipóteses de demissão. Nesse
caso, a conduta do agente caracterizará abuso de poder, na modalidade
denominada excesso de poder.
Com o que vimos você já acertaria, mas observe como o CESPE
copiou o exemplo dado por Di Pietro:
“Seria o excesso de poder, que ocorre quando a autoridade vai
além daquilo que ela teria competência para praticar. Por exemplo, ela
só pode aplicar a pena até de suspensão, mas aplica a pena de
demissão. Outro exemplo é o do policial que se excede no uso da força.
Ele tem competência para atuar, mas se excede no uso dos meios que a
lei lhe dá para atingir os fins de interesse público.”
Item correto!
6. (CESPE – 2013 – CNJ – Técnico Judiciário – Área
Administrativa) Considere que determinado servidor público, dentro de
suas atribuições, tenha se afastado do interesse público e atuado
abusivamente. Nessa situação hipotética, esta conduta estará sujeita à
revisão judicial ou administrativa, podendo, inclusive, o servidor
responder por ilícito penal.
Pessoal, aqui o caso é clássico de abuso de poder. Nessas
situações, a conduta do servidor público está sujeita ao controle judicial
ou administrativo, podendo responder por ilícito na esfera criminal.
Logo, está CORRETA.
3. Poder Hierárquico
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Segundo Leandro Zannoni, “o poder hierárquico decorre da
hierarquia, que é o vinculo de subordinação e coordenação entre órgãos
e agentes superiores e inferiores”. Ou seja, tanto os órgãos como os
agentes públicos estão organizados de forma hierárquica e dessa
relação de superioridade surgem poderes, o chamado poder
hierárquico.
O poder hierárquico garante que o princípio da eficiência seja
cumprido na administração pública, através do poder de coordenação e
subordinação dentro da mesma pessoa jurídica. Aqueles que são
subordinados estão mais próximos da execução dos atos. Os superiores
controlam e fiscalizam a atuação dos inferiores.
Nos Poderes Legislativo e Judiciário a relação é diferente, pois os
seus membros (juízes e parlamentares) gozam de independência
funcional no exercício de suas funções típicas.
No Poder Judiciário, por exemplo, existe uma distribuição de
competência entre as instâncias, essas instâncias funcionam com
independência umas das outras, e prevalece o princípio da livre
convicção do juiz, em que não há subordinação jurídica aos tribunais
superiores.
Zannoni ainda leciona que da hierarquia decorrem os seguintes
poderes:
i) De editar atos normativos (como decretos,
resoluções, portarias e instruções) com o intuito de ordenar
genericamente os subordinados;
ii) De comandar os subordinados por meio de ordens
específicas, os quais devem obedecer, salvo se a ordem for
manifestamente ilegal;
iii) De fiscalizar a atividade inferior;
iv) De anular os atos inferiores ilegais;
v) De revogar os atos inferiores inoportunos ou
inconvenientes;
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vi) De aplicar sanções aos infratores;
vii) De solucionar conflitos de atribuição (positivos ou
negativos);
viii) Delegar atribuições
ix) Avocar atribuições.
MUITO CUIDADO: O poder hierárquico não chega ao ponto de
excluir ou retirar a competência do subordinado. Isso porque, a
competência decorre de lei e não da vontade do administrador.
Assim sendo, quando há a delegação - “transferência de
atribuições de um órgão a outro no aparelho administrativo”- CRETELLA
JR., deverá ser temporária e certa, tendo em vista que a lei prevê como
regra o exercício da função pelo órgão ou agente originário. Obviamente
que havendo uma delegação ilegal o agente delegante não será
obrigado a cumpri-la.
A avocação de atribuições, por sua vez, ocorre quando a
autoridade hierarquicamente superior chama para si, as atribuições do
seu subordinado, sendo esse exercício temporário e discricionário.
7. (CESPE – 2015 - TRE-GO - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) Julgue o item que se segue, referentes aos poderes da
administração pública.
O poder hierárquico é aquele que confere à administração pública a
capacidade de aplicar penalidades.
A questão não trata do poder hierárquico e sim do poder de
disciplinar, que concede à administração pública o poder de pugnar as
infrações seus servidores e infrações administrativas cometidas por
particulares que estejam vinculados por algum motivo jurídico.
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Gabarito – Errado.
8. (2014/CESPE/TJ-SE/Técnico Judiciário - Área Judiciária) No
tocante aos atos e aos poderes administrativos, julgue os próximos
itens. O Poder Judiciário só tem competência para revogar os atos
administrativos por ele mesmo produzidos.
RESPOSTA:
O Poder Judiciário, na sua função atípica de administração,
expede atos administrativos, podendo nesse caso revogar, por
conveniência e oportunidade, ou anular, quando eivados de vícios. Veja
o que a súmula 473 diz:
Súmula 473 STF: A administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não
se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.
Gabarito: C
9. (2014/CESPE/SUFRAMA/ Agente Administrativo) O poder
hierárquico confere aos agentes superiores o poder para avocar e
delegar competências
RESPOSTA:
Consequências da hierarquia:
“Dar ordens”
Controlar/fiscalizar as ordens
Rever os atos praticados pelos subordinados
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Pode delegar ou avocar competência. Delegação significa o chefe
transferindo a competência para o seu subordinado. Avocação é
puxar para seu núcleo de responsabilidade a competência.
Gabarito: C
10. (2014/CESPE/ SUFRAMA/ A legislação concede à
administração poderes extraordinários, necessários para que o Estado
alcance os seus fins. Em relação aos poderes da administração pública,
julgue os itens seguintes.
Em decorrência do poder de polícia, a administração pode
condicionar ou restringir os direitos de terceiros, em prol do interesse
da coletividade.
RESPOSTA:
O poder de polícia é a faculdade da Administração Pública para
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos
individuais, em beneficio da coletividade ou do próprio Estado.
Gabarito: C
11. (2014/ CESPE/TJ-DF/ Titular de Serviços de Notas e de
Registros) Com relação aos poderes administrativos, assinale a opção
correta.
a) A polícia administrativa realiza atividades fiscalizatórias e
repressivas e suas ações incidem sobre bens, serviços e pessoas.
b) Ao buscar uma finalidade, ainda que de interesse público, alheia à
categoria do ato que utilizou, o agente público competente incorre em
excesso de poder.
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c) Os atos administrativos praticados no exercício do poder de polícia
não são suscetíveis de controle judicial, uma vez que se caracterizam
por coercibilidade e autoexecutoriedade.
d) A atividade da administração pública que, mediante atos
normativos ou concretos, limita ou condiciona a liberdade e a
propriedade dos indivíduos, de acordo com o interesse coletivo, refere-
se ao exercício do poder regulamentar.
e) A avocação e a delegação de competência são atos
administrativos praticados no exercício do poder hierárquico da
administração pública.
RESPOSTA:
a) ERRADO. Poder de polícia não atua sobre pessoas, apenas
sobre propriedade e liberdade.
b) ERRADO. O excesso de poder ocorre quando o administrador é
competente para realizar o ato, mas ao fazê-lo extrapola seu limite. No
caso, ocorreu desvio de finalidade.
c) ERRADO. Todo ato administrativo é suscetível de controle judicial na
forma do art. 5o, XXXV, CF. O Poder Judiciário não pode adentrar na
discricionariedade do administrador.
d) ERRADO. O item se refere ao poder de polícia.
e) CORRETO. A avocação e a delegação de competência são, de fato,
atos administrativos praticados no exercício do poder hierárquico da
administração pública.
Gabarito: E
12. (CESPE - 2013 - Telebrás - Técnico em Gestão de
Telecomunicações – Assistente Administrativo) No exercício do
poder hierárquico, a delegação pode ocorrer de modo vertical
ou horizontal, enquanto a avocação se dá exclusivamente no
sentido vertical.
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Tudo certo, pessoal! Avocação e delegação nascem do poder
hierárquico. A avocação ocorre sempre entre um superior e um
subordinado, sendo que o primeiro chama a si a competência para a
execução de determinado ato. Já a delegação ocorre tanto em níveis
diferentes de hierarquia quanto em níveis iguais.
Resposta: Certo.
13. (CESPE/2010/ANEEL/Técnico Administrativo) Como
decorrência da relação hierárquica presente no âmbito da
administração pública, um órgão de hierarquia superior pode
avocar atribuições de um órgão subordinado, desde que estas
não sejam de competência exclusiva.
Ressaltamos, agora, os seguintes dispositivos da Lei nº 9.784/99
para resolvermos a questão:
A questão está correta, pois a avocação decorre da hierarquia.
Além disso, se a lei veda a delegação de matérias de competência
exclusiva do órgão (art. 13), via reflexa, veda também a avocação
dessa competência.
14. (CESPE/2010/DPE-BA) Em decorrência do poder hierárquico,
é permitida a avocação temporária de competência atribuída a
órgão hierarquicamente inferior, devendo-se, entretanto,
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. (...) Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
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adotar essa prática em caráter excepcional e por motivos
relevantes devidamente justificados.
Essa questão é importante, pois destaca uma característica
essencial da delegação e da avocação: a limitação temporal e a
excepcionalidade, pois a competência foi conferida por lei, não podendo
o agente alterá-la de modo perpétuo. O item, portanto, está correto.
15. (CESPE/2010/MPU) O ordenamento jurídico pode
determinar que a competência de certo órgão ou de agente
inferior na escala hierárquica seja exclusiva e, portanto, não
possa ser avocada.
Pelas mesmas razões do item 1, esse item também está correto,
pois diz que a competência exclusiva não pode ser avocada.
4. Poder disciplinar
O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração de
examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais
pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina
administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessário após
a devida averiguação dos fatos.
Esse poder disciplinar está intimamente ligado ao poder
hierárquico. No momento em que à administração exerce o controle
interno das pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em uma
relação decorrente do poder hierárquico.
Nos contratos administrativos regidos pela Lei nº 8.666/93 não há
hierarquia. Apesar das cláusulas exorbitantes nos contratos
administrativos, a Administração e o particular contratado não se
situam em uma relação de subordinação.
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Contudo, as bancas vêm adotando cegamente o posicionamento
doutrinário de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino de que as
sanções administrativas a que se sujeitam os contratados decorrem do
poder disciplinar, uma vez que este seria “um vínculo jurídico
específico”.
Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar
fundamenta as sanções aplicadas nos contratos administrativos.
CUIDADO: Quando o assunto é a aplicação de pena para crimes e
contravenções próprias do Código Penal pelo Poder Judiciário, não há
manifestação do poder disciplinar. Nesse caso, o poder público está
exercendo poder punitivo do Estado e não o poder disciplinar.
Você verá que quando a lei confere alguma margem de liberdade ao
administrador para decidir sobre qual medida será adotada na situação que
se apresenta, o ato a ser praticado será discricionário.
Agora, uma pergunta: o poder disciplinar é discricionário?
Em regra não.
Normalmente, a lei, de forma expressa, estabelece qual é a sanção
ideal a ser aplicada no caso concreto. Se ocorreu o fato X, a lei diz que
o superior deve aplicar a sanção Y.
Nesse caso, ocorrido o fato X, não há pra onde correr. A sanção Y
deve ser aplicada, não há discricionariedade.
Pode-se chegar a essa conclusão observando o posicionamento do
STJ: “6.1. A infração do art. 117, XI, da Lei 8.112/90 – ‘atuar, como
procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando
se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro’ –, impõe a aplicação da
pena de demissão, nos termos do art. 132, XIII, desse mesmo estatuto.
6.2. Portanto, nesse caso, o administrador não tem qualquer margem
de discricionariedade na aplicação da pena, tratando-se de ato
plenamente vinculado. Configurada a infração do art. 117, XI, da Lei
8.112/90, deverá ser aplicada a pena de demissão, nos termos do art.
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132, XIII, da Lei 8.112/90, sob pena de responsabilização criminal e
administrativa do superior hierárquico desidioso” (MS 15.437/DF, Rel.
Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/10/2010,
DJe 26/11/2010)
Há casos, porém, em que a discricionariedade existe. Isso porque,
algumas vezes a própria lei concede à autoridade competente a
prerrogativa de decidir o alcance da sanção.
Se, por exemplo, a lei prevê que para o fato A aplica-se a pena de
suspensão por até 90 dias, ocorrido o fato A, o superior hierárquico tem
a liberdade de escolher por quanto tempo suspende o seu subalterno:
por 10, 20, 50 ou 90 dias, por exemplo.
Por fim, IMPORTANTE ter em mente que, conforme determina o
artigo 5º, LV, da CF: “aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;”.
Assim, para que a Administração utilize de seu poder disciplinar,
ela deve promover o contraditório e a ampla defesa do acusado, em
processo administrativo regularmente instaurado, antes de dar a
punição.
Para corroborar esse entendimento, destacamos também o § 1º do
art. 41 da Constituição Federal:
NÃO CAIA NESSA PEGADINHA:
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
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Juiz não é demitido com processo administrativo. Ele tem a
garantia da “vitaliciedade”.
O que é isso professor?
Isso quer dizer que ele só pode ser demitido por decisão judicial
transitada em julgado! Isso mesmo: só um juiz ou um tribunal
(composto de juízes) pode demitir um colega!
Veja o art. 95, I, da Constituição:
Como se vê, a vitaliciedade é adquirida com 2 anos. Após a
aquisição da vitaliciedade, a demissão só ocorre com sentença judicial
transitada em julgado.
Vejam que esse assunto cai em prova! Vamos às questões!!!
ATENÇÃO! NÃO CONFUNDAM PODER HIERÁRQUICO COM PODER
DISCIPLINAR!!!
16. (2014/CESPE/Polícia Federal/Agente Administrativo). O
poder para a instauração de processo administrativo disciplinar e
aplicação da respectiva penalidade decorre do poder de polícia da
administração.
RESPOSTA:
Poder disciplinar é o poder que a administração tem de apurar e
punir o servidor público e aquele que tem uma subordinação/vínculo
com a administração.
Questões de concurso
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
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Poder de polícia é o poder que a administração, a partir da lei, utiliza
para impor condicionamentos e restrições ao gozo de bens e exercícios
de direitos e atividades individuais em prol do interesse público.
Gabarito: Errado
17. (CESPE/2010/INSS/Engenheiro Civil) O poder disciplinar é
exercido pela administração pública para apurar infrações e
aplicar penalidades não somente aos servidores públicos, mas
também às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa.
Como vimos acima, o poder disciplinar cabe não só para examinar
infrações cometidas por servidores públicos como também as demais
pessoas com vínculo jurídico específico com a Administração Pública.
Correto.
18. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) O poder disciplinar
consiste em distribuir e escalonar as funções, ordenar e rever
as atuações e estabelecer as relações de subordinação entre os
órgãos públicos, inclusive seus agentes.
Essa é a definição do Poder Hierárquico. Portanto, item errado.
19. (CESPE/2010/TRT-21ªReg/Técnico Judiciário) A avocação
deriva do poder disciplinar e é utilizada de forma excepcional
quando o servidor público subalterno comete uma falta
funcional e é punido com a perda temporária da função, desde
que devidamente justificado pelo chefe do setor.
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Errado. Mais uma vez o examinador tentou confundir Poder
Hierárquico com Poder Disciplinar. Mas já sabemos que a avocação
decorre do poder hierárquico e não do poder disciplinar, é importante
lembrar que a avocação não é um tipo de punição, mas trata-se da
ação de chamar para si uma competência do subordinado, desde que
não seja competência exclusiva.
20. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Oficial de
Justiça Avaliador) A atribuição conferida a autoridades administrativas
com o objetivo de apurar e punir faltas funcionais, ou seja, condutas
contrárias à realização normal das atividades do órgão e irregularidades
de diversos tipos traduz-se, especificamente, no chamado poder
hierárquico.
Mais uma vez a banca fazendo a relação entre poder hierárquico e
disciplinar!
Item errado. Estamos diante do conceito de poder disciplinar e não
hierárquico!
21. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo
- Auditoria Governamental) O poder disciplinar da administração pública
confunde-se com o poder punitivo do Estado.
A partir de hoje vocês não podem mais confundir! O poder
punitivo está intimamente ao Direito Penal e à proteção de bens
jurídicos considerados da mais alta importância, como a vida e a
integridade física. O poder de polícia está ligado a aspectos
administrativos da vida do Estado e dos administrados e a limitação de
alguns direitos, ao poder de sancionar os servidores e alguns
particulares em situação excepcionais.
Resposta: errado.
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22. ( 2014/CESPE/CADE/Nível Médio) No que se refere aos
agentes públicos, aos poderes administrativos e ao controle da
administração pública, julgue o item subsecutivo. A função
fiscalizatória exercida pelos tribunais de contas dos estados inclui-se
entre as hipóteses de controle do Poder Legislativo sobre os atos da
administração pública.
RESPOSTA:
O artigo 70 da Constituição Federal estabelece que o controle
externo da Administração direta e indireta cabe ao Legislativo,
competindo realizar fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
patrimonial e operacional, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de receitas, para
o quê contará com o auxílio do Tribunal de Contas da União. Sendo
assim, existe uma função fiscalizatória exercida pelos tribunais de
contas dos estados, e configura controle do Poder Legislativo sobre os
atos da administração pública.
Gabarito: C
5. Poder regulamentar
Tudo bem até aqui?
Qualquer dúvida você pode me mandar um e-mail.
Vamos em frente!
A corrente majoritária dos doutrinadores aponta o poder
regulamentar como sendo a competência exclusiva do Chefe do
Poder Executivo para editar atos administrativos normativos,
complementares à lei para a sua fiel execução.
Nas palavras de Marcelo Alexandrino “Os atos administrativos não
têm destinatários determinados; incidem sobre todos os fatos ou
situações que se enquadrem nas hipóteses que abstratamente
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preveem. Os atos administrativos normativos editados pelo Chefe do
Poder Executivo assumem a forma de decreto.”
Veja o que a Constituição Federal diz a respeito:
Mas se só o Chefe do Poder Executivo tem o poder regulamentar,
em que “poder” se enquadrariam as resoluções, instruções normativas,
regimentos expedidos por outras autoridades administrativas?
Nesse caso, fala-se em “poder normativo”, que é o poder da
Administração de editar atos gerais (o ato não é dirigido a um sujeito
específico, mas a uma generalidade) e abstratos (o ato não foi editado
para incidir sobre um único fato, mas para ser aplicado todas as vezes
que ocorrer determinada situação descrita na norma).
E qual seria a diferença fundamental entre lei e regulamento,
professor?
Leandro Zannoni dá uma resposta precisa a essa pergunta: “a lei e
o regulamento não se confundem, pois aquela poderá inovar na
ordem jurídica, criando direitos e obrigações para as partes, já que a lei
é ato normativo primário, fundado na Constituição. Já o regulamento,
não obstante ser geral e abstrato, não pode inovar a ordem jurídica,
pois sua função é de apenas detalhar o significado da lei: é ato
normativo secundário.”
Essa distinção entre poder regulamentar e poder normativo é
consagrada, principalmente, por Di Pietro. Carvalho Filho e Bandeira de
Mello não adotam essa divisão. Assim, é bom que você saiba que parte
da doutrina (= Di Pietro) considera que poder normativo é gênero e
poder regulamentar (ato só do Chefe do Executivo) é espécie desse
gênero.
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...) IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;”
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MUITO CUIDADO, MEUS CAROS, ESSE É O PONTO FULCRAL DE
NOSSA AULA!!!
Existe no nosso ordenamento exceção a essa regra? Ou melhor,
existe regulamento autônomo no Brasil?
Há sim uma exceção, meus caros. A prevista no art. 84, VI, da
Constituição. Vejamos:
Como se vê, pode o Presidente (e os demais chefes do Poder
Executivo: Governadores e Prefeitos) editar decreto autônomo,
primário, para a:
“organização” e
“funcionamento” da administração federal
DESDE QUE esse decreto não implique em:
“aumento de despesa” ou
“criação ou extinção de órgãos públicos”.
Além disso, ele pode editar um decreto autônomo para extinguir
funções ou cargos públicos quando vagos.
Lembre-se desse ponto da aula: (a) não há decreto autônomo, em
regra; (b) há decreto autônomo para a organização e funcionamento da
Administração; (c) esse decreto não pode aumentar despesa nem criar
ou extinguir órgãos públicos; (d) há decreto autônomo para extinguir
funções ou cargos quando vagos.
Esse “decreto autônomo” (como é conhecido o decreto com
fundamento no art. 84, VI, da Constituição) pode ser delegado aos
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...) VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;”
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Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.
Nesse sentido, o parágrafo único do art. 84 da Constituição:
MUITO CUIDADO NESSE PONTO!
A autorização para o Presidente delegar essa atribuição não
significa que os atos normativos possam ser delegados. Como vimos
acima, há previsão legal expressa no sentido de se vedar a delegação
de atos normativos (art. 13, I, da Lei nº 9.784/99).
Assim, a previsão constitucional do art. 84, parágrafo único, é uma
exceção e deve ser interpretada restritivamente, para se alcançar
apenas as hipóteses elencadas na CF.
Por fim, não podemos fechar esse tópico sem a menção à forma de
controle que a Constituição traz para retirar do ordenamento jurídico
um decreto que exorbite do poder regulamentar.
Ou seja: se o Presidente editar um decreto dizendo o que só a lei
pode dizer, o que ocorre?
Nesse caso, o Congresso Nacional pode sustar o ato normativo.
Confira a redação do art. 49, V, da Constituição:
Vamos ver como esse tópico cai em concurso? Vamos lá!
Questões de concurso
“Art. 84. Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações”.
“Art.49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...) V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;”
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23. (CESPE – 2015 - TRF - 1ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto)
Relativamente ao poder regulamentar, à regulação e ao poder de polícia
administrativa, assinale a opção correta.
a) O regulamento autônomo diferencia-se do regulamento de execução
porque, enquanto este é editado com fundamento na lei, aquele possui
fundamento direto na Constituição, sendo possível, portanto, que inove
na ordem jurídica.
b) Nem todos os atos de polícia são autoexecutórios, mas todos
possuem o atributo da coercibilidade na medida em que impõem
restrições ou condições que devem ser obrigatoriamente cumpridas
pelos particulares.
c) No âmbito federal, adota-se o limite temporal de três anos para o
exercício de ação punitiva pela administração pública no exercício do
poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor.
d) No exercício do poder regulamentar, compete ao presidente da
República sancionar, promulgar e fazer publicar as leis e as propostas
de emenda à Constituição, bem como expedir decretos e regulamentos
que disciplinem sua execução.
e) O poder regulamentar exercido pelo chefe do Poder Executivo não se
confunde com o poder regulatório atribuído a certas entidades
administrativas. Ambos possuem, porém, conteúdo eminentemente
técnico e englobam o exercício de atividades normativas, executivas e
judicantes.
Para respondermos essa questão, devemos nos voltar ao art. 84
inc. VI alíneas a e b da Constituição Federal que dispõe:
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...) VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;”
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É este artigo que dispõe sobre o regulamento autônomo no
Brasil, com essa única exceção. É o chefe do Poder Executivo
(Presidente) e os demais chefes do Poder Executivo: Governadores e
Prefeitos) que editam esse decreto autônomo, primário, para a:
“organização” e
“funcionamento” da administração federal
DESDE QUE esse decreto não implique em:
“aumento de despesa” ou
“criação ou extinção de órgãos públicos”.
Além disso, ele pode editar um decreto autônomo para extinguir
funções ou cargos públicos quando vagos.
Lembre-se desse ponto da aula: (a) não há decreto autônomo, em
regra; (b) há decreto autônomo para a organização e funcionamento da
Administração; (c) esse decreto não pode aumentar despesa nem criar
ou extinguir órgãos públicos; (d) há decreto autônomo para extinguir
funções ou cargos quando vagos.
Esse “decreto autônomo” (como é conhecido o decreto com
fundamento no art. 84, VI, da Constituição) pode ser delegado aos
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.
Gabarito – Letra A.
24. (2014/CESPE/TJ-DF/Titular de Serviços de Notas e de
Registros) A respeito dos poderes administrativos, assinale a opção
correta.
a) Desde que haja previsão legal, é possível o exercício do poder de
polícia, em especial a realização de atos coercitivos, por pessoa
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jurídica da iniciativa privada não integrante da administração
pública.
b) O poder disciplinar e o hierárquico fundamentam a aplicação de
sanção administrativa a particular que, contratado pela
administração, descumpra obrigações contratuais.
c) Insere-se no âmbito do poder regulamentar a competência
privativa, não passível de delegação, do presidente da República
para expedir decretos para a fiel execução das leis.
d) A interdição de estabelecimentos comerciais, a apreensão de
mercadorias e a detenção de pessoas são exemplos de atos
praticados pela administração pública no âmbito do poder de
polícia.
e) Dada a relação de hierarquia existente entre a União e autarquia
federal, é possível a delegação a esta de parte da competência
daquela, quando conveniente, em razão de circunstâncias de
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
RESPOSTA:
a) ERRADA. O exercício do Poder de Polícia não pode ser delegado a
entidades privadas, conforme entendimento do STF na ADI 1.717/DF
Rel. Min. Sydnei Sanches.
b) ERRADA. O item estaria correto se escrito assim: O poder
disciplinar fundamenta a aplicação de sanção administrativa a particular
que, contratado pela administração, descumpra obrigações contratuais.
c) CORRETA. Existe uma diferença entre decreto regulamentar (que
não pode ser delegado) com decreto autônomo (que pode ser
delegado). Decreto Regulamentar (expedido apenas para dar fiel
execução às leis) não pode ser delegado. Já decreto autônomo, aqueles
elencados no art. 84, V e VI da CF podem ser delegados.
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d) ERRADA. A detenção de pessoas não incide na esfera das infrações
administrativas. Cabe à polícia judiciária a detenção de pessoas.
e) ERRADA. Não existe hierarquia entre a União e uma autarquia
federal. Há apenas um vínculo. Porém, é possível que a União delegue
determinadas competências para uma autarquia, conforme o art. 12 da
Lei federal 9.784.
Gabarito – letra C.
25. (2014/ CESPE/CADE/ Nível Médio) Existem casos em
que mesmo existindo lei específica sobre determinada matéria, cumpre
à administração criar mecanismos para aplicá-la. Nessas hipóteses,
surge o poder regulamentar, que confere à administração a prerrogativa
de editar atos gerais para alterar e complementar as leis.
RESPOSTA:
Poder regulamentar é a prerrogativa conferida à Administração
Pública de editar atos gerais para complementar as leis e possibilitar
sua efetiva aplicação. Seu alcance é apenas de norma complementar à
lei. Sendo assim, Administração não pode alterá-la, e caso o faça,
estará cometendo abuso de poder.
Gabarito: E
26. (2014/CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário - Execução de
Mandados) Em relação aos poderes administrativos, assinale a opção
correta.
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a) As prerrogativas do Poder Legislativo incluem a sustação dos atos
normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar.
b) O poder discricionário não é passível de controle pelo Poder
Judiciário.
c) O desvio de poder configura-se quando o agente atua fora dos
limites de sua competência administrativa.
d) Nenhum ato inerente ao poder de polícia pode ser delegado, dado
ser expressão do poder de império do Estado.
e) O poder hierárquico restringe-se ao Poder Executivo, uma vez que
não há hierarquia nas funções desempenhadas no âmbito dos
Poderes Legislativo e Judiciário
RESPOSTA:
a) CORRETO. Segundo a Constituição Federal:
"Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar
os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;"
b) ERRADO. O poder discricionário, em determinadas circunstâncias,
pode ser controlado pelo poder judiciário.
c) ERRADO. A afirmativa trata de excesso de poder e não desvio de
poder.
d) ERRADO. Alguns Doutrinadores admitem a delegação da polícia
administrativa em circunstâncias excepcionais.
e) ERRADO. Existe poder hierárquico nos três poderes da república e
no ministério público.
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27. (CESPE - 2014 - SUFRAMA - Agente Administrativo) Poder
regulamentar é o poder que a administração possui de editar leis,
medidas provisórias, decretos e demais atos normativos para disciplinar
a atividade dos particulares.
Poder conferido com exclusividade aos chefes do poder executivo
para editar atos normativos. O agente público não tem o poder de
editar (alterar ou revogar) a lei nem medida provisória como diz a
questão, essa função é típica do legislativo. Além disso, o poder
regulamentar não pode existir sem lei e, além disso, ato normativo não
pode contrariar/revogar a lei que autorizou o ato.
Gabarito: Errado.
28. (CESPE/2010/DETRAN-ES) No exercício do poder
regulamentar, o presidente da República pode dispor, mediante
decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos,
quando vagos.
Essa redação corresponde ao art. 84, VI, b, da Constituição, por
isso o item está correto.
29. (CESPE /2011/TRE-ES /Técnico Judiciário) Caso se determine, por
meio de lei, a certa autoridade a competência para editar atos
normativos secundários, essa competência pode ser objeto de
delegação.
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Os atos normativos secundários, que são os decretos de execução
ou regulamentares, são indelegáveis, conforme previsão legal do art.
13, I, da Lei nº 9.784/99. Por isso, o item está errado.
30. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) Quando a
administração expede normas de caráter geral e impessoal, ela está
desempenhando o poder regulamentar e a função normativa
simultaneamente.
Tudo certo, pessoal. Como falamos, Poder Regulamentar está
intimamente ligado às competências do chefe do Executivo e, nesse
caso se consubstanciam principalmente por meio de decretos. O poder
regulamentar é uma categoria dentro do poder normativo, que é mais
amplo e é consubstanciado em regimentos, instruções, deliberações,
resoluções e portarias.
Resposta: correto.
31. (2014/ CESPE/ TJ-CE/Analista Judiciário - Área
Administrativa) No tocante aos poderes da administração pública,
assinale a opção correta.
a) O poder disciplinar é aquele exercido pela administração pública
para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores
públicos e aos empregados terceirizados que lhe sejam
subordinados.
b) O poder de polícia, em sentido amplo, estende-se à atividade do
Estado de condicionar a liberdade e a propriedade, ajustando-as
aos interesses coletivos, o que abrange os atos do Judiciário, do
Legislativo e do Executivo.
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c) Na hipótese de o presidente da República editar decreto que
exorbite do poder regulamentar, é possível a sustação do referido
ato normativo do Poder Executivo pelo Congresso Nacional.
d) Caso um agente público atue fora dos limites de sua competência,
ficarão caracterizados tanto o excesso quanto o desvio de poder.
e) Decorre do poder hierárquico a possibilidade de delegação da
edição de atos de caráter normativo, devendo o ato de delegação
ser publicado em meio oficial
RESPOSTA:
O artigo 49, inciso V, da Constituição Federal estabelece que é da
competência exclusiva do Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa;
Sendo assim, temos o item C como correto.
Veja os outros itens:
a) ERRADA. Empregados terceirizados não se encontram
submetidos à disciplina administrativa.
b) ERRADA. Em sentido amplo, o poder de polícia, corresponde à
atividade estatal de condicionar a liberdade e a propriedade
ajustando-as aos interesses coletivos e envolve os atos do
Legislativo e do Executivo
d) ERRADA. No caso de excesso de poder, o agente público
ultrapassa os limites da competência legal outorgada. Já no desvio
de poder, o agente público exerce a competência nos estritos limites
legais, mas atinge finalidade diversa daquela prevista na lei.
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e) ERRADA. Segundo a Lei 9784/99, em seu artigo. 13, inciso I:
Não podem ser objeto de delegação: a edição de atos de caráter
normativo.
Gabarito: C
6. Poder de polícia
6.1. Conceito
Vamos ao poder de polícia!
O poder de polícia decorre da prerrogativa que o Estado tem de
restringir o exercício dos direitos individuais em prol do interesse
coletivo. Nesse sentido, o conceito de poder de polícia não pode ser
dado sem mencionar a ideia de restrição de atos individuais em prol da
coletividade.
Celso Antônio Bandeira de Mello (2010, p. 822-823) apresenta o
conceito de poder de policia sob dois enfoques: sentido amplo e sentido
estrito. O primeiro englobaria todas as atividades do Estado
limitadoras do exercício da liberdade e da propriedade, inclusive
as editadas pelo Poder Legislativo sob a forma de lei geral e abstrata. O
segundo seria relacionado às restrições realizadas pelo Poder Executivo
(sejam elas gerais e abstratas ou concretas) com o propósito de coibir
atos individuais contrários aos interesses sociais.
Para que fique claro na sua cabeça, citamos alguns exemplos de
poder de polícia: concessão de alvará de construção pelo Município,
aplicação de multa por construção irregular, por excesso de velocidade,
por infração ambiental, etc., demolição de casa construída em obra
pública, concessão de licença de instalação etc.
ATENÇÃO: O poder de polícia se preordena a impor obrigações
de não fazer, ou seja, a Administração se vale do poder de polícia para
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evitar a ocorrência de danos, seja aplicando multa para quem viola a
legislação seja condicionando a execução de atividades a determinadas
regras.
Assim, diz-se que esse poder é um poder negativo.
6.2. Atributos
Um tema IMPORTANTÍSSIMO para a sua prova quanto ao poder de
polícia são os seus atributos.
São características ou atributos específicos – mas não exclusivos –
do poder de polícia: discricionariedade, autoexecutoriedade,
coercibilidade e indelegabilidade.
No que concerne ao atributo da discricionariedade, como vimos
acima, é margem de liberdade que a lei confere ao agente público na
prática de determinado ato. Ele poderá escolher se vai aplicar o ato
desse ou daquele modo.
A discricionariedade será avaliada no caso concreto, observando se
há essa margem de liberdade na lei.
Mas, via de regra, o ato proferido no uso do poder de polícia é
discricionário, pois, na maioria das vezes, a lei dá ampla margem ao
agente (p. ex.: ocorrido um dano ambiental, a lei prevê que o
administrador deve aplicar multa, mas esta pode variar entre R$ 100,00
e R$ 20.000,00, é o agente quem vai decidir o valor)
Como vimos acima, se a lei der certa margem de liberdade ao
agente, deixando de prever todas as hipóteses possíveis de aplicação da
restrição ou qual a sanção que se deve impor, o ato decorrente do
poder de polícia será discricionário. Por outro lado, se a lei não deixar
margem ao agente, o ato será vinculado.
CUIDADO: A doutrina tradicional informa que a discricionariedade é
um atributo do poder de polícia. Contudo, há casos em que a lei não
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confere ao agente público qualquer margem para avaliar se aplicará um
ato de polícia ou como aplicará.
Por exemplo: se João construiu sua casa em área pública, não há
outra saída, o agente público deve determinar que João deixe o local e
promova a demolição da casa. Se João não sair no prazo, o agente
deverá demolir a construção.
Nessa situação, o agente não tem pra onde correr, o ato é
vinculado.
A autoexecutoriedade, por sua vez, é o poder que a
Administração tem de modificar imediatamente a ordem jurídica
valendo-se de seus próprios atos ou instrumentos, sem precisar
buscar as medidas executórias do Poder Judiciário.
Esse atributo, contudo, não pode ser aplicado irrestritamente pela
Administração.
Bandeira de Mello (2010, p. 842) informa que o atributo da
autoexecutoriedade pode ser colocado em prática nas seguintes
hipóteses:
a) quando a lei expressamente autorizar;
b) quando a adoção da medida for urgente para a defesa do
interesse público e não comportar as delongas naturais do
pronunciamento judicial sem sacrifício ou risco para a
coletividade;
c) quando inexistir outra via de direito capaz de assegurar a
defender em cumprimento à medida de polícia.
Por fim, como último atributo do poder de polícia, tem-se a
coercibilidade.
Esse atributo representa a imposição dos atos do Estado sobre os
indivíduos. Como bem destaca Carvalho Filho (2005, p. 67), esses atos
decorrem do ius imperii estatal. Assim, no uso do poder de polícia, a
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Administração pode usar a força necessária para impor a vontade geral
sobre o particular.
Esse atributo coloca em destaque o princípio da
proporcionalidade. No uso dos meios coativos, a Administração deve
agir com os instrumentos estritamente necessários para fazer impor a
sua vontade, ou seja, o meio escolhido deve ser adequado para atingir
o objetivo e, ao mesmo tempo, deve ser o menos gravoso possível para
se obter o resultado esperado. Caso essa relação entre meios e fins não
seja observada, o agente incorrerá em abuso de poder.
32. (CESPE – 2015 – DPU - Defensor Público Federal de
Segunda Categoria) A multa, como sanção resultante do exercício do
poder de polícia administrativa, não possui a característica da auto
executoriedade.
Essa é muito fácil pessoal. Vejam que o poder de polícia possui
alguns atributos. São eles: Discricionariedade, autoexecutoriedade e
a Coercibilidade.
São esses elementos que permitem que a Administração
demande cumprimento de uma decisão sobre pena de sanção, sendo
assim, não possui a característica de autoexecutoriedade.
Resposta – Certo.
33. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo -
Auditoria Governamental) Com relação aos poderes administrativos,
julgue o item subsequente. É obrigatória a obtenção prévia de
autorização judicial para a demolição de edificação irregular.
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Essa questão está cobrando de vocês, meus caros, o atributo da
autoexecutoriedade. Lembrem-se que, em determinados casos, o poder
de polícia confere à Administração Pública a capacidade de executar
suas determinações sem necessidade de aguardar pronunciamento
judicial.
Resposta: errado.
34. (CESPE - 2011 - PC-ES - Escrivão de Polícia - Específicos)
Todas as medidas de polícia administrativa são auto executórias, o que
permite à administração pública promover, por si mesma, as suas
decisões, sem necessidade de recorrer previamente ao Poder Judiciário.
Complementando o comentário anterior, veja que a auto
executoriedade não é atributo de TODOS os atos. O único atributo
extensível a todos os atos é a presunção de legitimidade.
Resposta: errado.
35. (CESPE - 2010 - AGU - Procurador) Atos administrativos
decorrentes do poder de polícia gozam, em regra, do atributo da
autoexecutoriedade, haja vista a administração não depender da
intervenção do Poder Judiciário para torná-los efetivos. Entretanto,
alguns desses atos importam exceção à regra, como, por exemplo, no
caso de se impor ao administrado que este construa uma calçada. A
exceção ocorre porque tal atributo se desdobra em dois, exigibilidade e
executoriedade, e, nesse caso, falta a executoriedade.
Questão na mesma linha das anteriores. Nesse exemplo, o atributo
da autoexecutoriedade não está presente nesse ato de polícia, tão
somente a exigibilidade. Isso significa que a Administração Pública pode
exigir, mas não pode executar o particular caso ele não cumpra seu
dever.
Nesse caso, vai precisar da ação do Judiciário para que o particular
seja compelido a construir a calçada. Atenção, porque, de forma
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genérica, o atributo em questão está incluso nos atos de polícia, mas a
questão fez uma nítida ressalva ao dividir a autoexecutoriedade e
exigibilidade, o que você deve perceber ao julgar o item.
Resposta: Certo.
6.3. Indelegabilidade
Alguns doutrinadores colocam a indelegabilidade com um atributo
do poder de polícia.
De qualquer forma, é bom que ele venha em tópico separado de
nossa aula PARA VOCÊ NÃO SE ESQUECER NUNCA que o poder de
polícia não pode ser delegado!
Na lição de Marcelo Alexandrino (2010, p. 243-244), o poder de
polícia não pode ser delegado para pessoas da iniciativa privada. Não
seria possível sequer a delegação do poder de polícia às empresas
concessionárias de serviço público ou às empresas estatais (empresas
públicas e sociedades de economia mista).
Assim, o poder público não pode delegar à empresa que administra
determinada rodovia privatizada a atribuição de aplicar multa aos
motoristas que viajam em excesso de velocidade. As multas devem ser
aplicadas pelo DETRAN do respectivo Estado.
Isso quer dizer que até os “pardais” ou os radares eletrônicos
devem ser instalados e administrados pelo Estado, professor?
Não, meus caros, essa é mais uma valiosa lição que você deve
levar para a sua prova: o Estado pode contratar particulares e delegar a
eles a atribuição de executar atos materiais relacionados às
atividades tipicamente de polícia, ou seja, ele pode contratar uma
empresa para, simplesmente, tirar as fotos dos carros que passam em
alta velocidade. Quem vai aplicar a multa e cobrá-la é o DETRAN e não
a empresa.
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Assim, falou em atributos do poder de polícia, lembre-se das
iniciais:
6.4. Polícia administrativa x Polícia judiciária
Estamos estudando o poder de polícia no âmbito do direito
administrativo, exercido pela Administração Pública. Essa polícia, sob
um enfoque tradicional, se contrapõe à polícia judiciária, que é aquela
exercida, normalmente, pela Polícia Militar e pela Polícia Civil.
Segundo os ensinamentos de Gasparini (2008, p. 131-132),
apresentamos o seguinte quadro que diferencia a polícia administrativa
da polícia judiciária:
Polícia administrativa Polícia judiciária
atuação essencialmente
preventiva
atuação repressiva
exercida por vários órgãos da
Administração Pública
exercida pelos órgãos
responsáveis pela segurança
pública (PM e polícia civil);
incide sobre a propriedade, a
liberdade e as atividades dos
indivíduos
Incide sobre a própria pessoa
visa coibir a desordem social busca a responsabilização penal
sujeita às normas administrativas sujeita, essencialmente, às
normas processuais penais
caráter investigativo
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D A C I
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36. (CESPE – 2015 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto)
Assinale a opção correta com relação ao poder regulamentar e ao poder
de polícia administrativa.
a) O poder de polícia administrativa tem como uma de suas
características a autoexecutoriedade, entendida como sendo a
prerrogativa de que dispõe a administração para praticar atos e colocá-
los em imediata execução sem depender de autorização judicial.
b) O exercício do poder de polícia administrativa é sempre
discricionário, caracterizando-se por conferir ao administrador liberdade
para escolher o melhor momento de sua atuação ou a sanção mais
adequada no caso concreto, por exemplo, quando houver previsão legal
de duas ou mais sanções para determinada infração
c) No exercício da atividade de polícia, a administração atua por
meio de atos concretos e impositivos que geram deveres e obrigações
aos indivíduos, não sendo possível considerar que a edição de atos
normativos caracterize atuação de polícia administrativa.
d) O poder regulamentar é prerrogativa concedida textualmente
pela CF ao chefe do Poder Executivo federal que não se estende aos
governadores e aos prefeitos.
e) No exercício do poder regulamentar, o presidente da República
pode dispor, mediante decreto, sobre a organização e o funcionamento
da administração federal, quando tal ato administrativo não implicar
aumento de despesa; sobre a criação e extinção de órgãos públicos;
sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando estes estiverem
vagos.
Letra (A) Correta, uma vez que a autoexecutoriedade, é sim uma
prerrogativa para a administração praticar atos e colocá-los em
imediata execução independente de autorização judicial.
Letra (B) O poder de polícia administrativa não é somente
discricionário, uma vez que também pode ser vinculado.
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Letra (C) É POSSÍVEL que a edição de atos normativos que figurem
como poder de policia. Sendo assim a alternativa esta errada.
Letra (D) O poder regulamentar se amplia ao chefe do executivo
federal, estadual e municipal.
Letra (E) Não é permitido que o DR – Decreto Regulamentar
estipule sobre extinção ou criação órgãos. É o que dispõe o art.84, VI,
a, da Constituição Federal.
Gabarito – A.
37. (CESPE-MPU - 2015-Analista do MPU) O poder de polícia
administrativa, que incide sobre as atividades, os bens e os próprios
indivíduos, tem caráter eminentemente repressivo.
Pessoal, a atuação da polícia adminsitrativa é essencialmente
preventiva.
Gabarito: Errado
38. (2014/CESPE/ SUFRAMA/Agente Administrativo) Em
decorrência do poder de polícia, a administração pode condicionar ou
restringir os direitos de terceiros, em prol do interesse da coletividade.
RESPOSTA:
O poder de polícia é a faculdade da Administração Pública para
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos
individuais, em beneficio da coletividade ou do próprio Estado.
Gabarito: C
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39. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) A fiscalização
realizada em locais proibidos para menores retrata o exercício de polícia
administrativa.
Como vimos, a atuação da polícia administrativa é essencialmente
preventiva. Além disso, em locais como os proibidos para menores, o
Estado tem a responsabilidade de conceder a licença de funcionamento
condicionada à proibição de menores. Se essa condição for
desrespeitada, a Administração pode se valer do poder de polícia
administrativa para fechar o estabelecimento. A questão está correta.
40. (CESPE - 2013 - Telebrás - Técnico em Gestão de
Telecomunicações – Assistente Administrativo) A polícia administrativa
se expressa ora por atos vinculados, ora por atos discricionários.
Acabamos de comentar sobre a polícia administrativa, não é
mesmo? Como todos aqueles que se sujeitam às normas
administrativas, seus atos variam entre discricionários e vinculados,
como ensina Celso Antônio Bandeira de Mello:
“Pode-se, com propriedade, asseverar, isto sim, que a polícia
administrativa se expressa ora através de atos no exercício de
competência discricionária, ora através de atos vinculados.”
Resposta: Correto.
41. (CESPE/2009/TRE-PR/Analista Judiciário) O poder de polícia
não poderá ser delegado às concessionárias, no âmbito das parcerias
público-privadas.
Vimos que ao particular não pode ser delegado o poder de policial.
No caso das parcerias público-privadas, há vedação legal expressa.
Vejamos:
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42. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo -
Auditoria Governamental) O exercício do poder de polícia não pode ser
delegado a entidade privada.
Meu caro, se você estudar com afinco, ler e reler, você vai passar.
Veja como essa questão do Cespe é repetitiva. Você já sabe a resposta.
O poder de polícia não pode ser transferido a particulares, somente
outorgados a entes da administração indireta, como é o caso da
ANVISA.
Resposta: certo.
43. (CESPE/2010/INSS/Engenheiro Civil) O poder de polícia é a
atividade do Estado que consiste em limitar o exercício dos direitos
individuais em benefício do interesse público, e cujo exercício se
condiciona a prévia autorização judicial.
Essa questão não observou que o poder de polícia possui o atributo
da autoexecutoriedade, segundo o qual a Administração não depende
do Poder Judiciário para que seja executar u