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Aula 02 Noções de Direito Administrativo p/ INSS - Técnico do Seguro Social - Com videoaulas - 2016 Professor: Daniel Mesquita Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

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  • Aula 02

    Noes de Direito Administrativo p/ INSS - Tcnico do Seguro Social - Com videoaulas -2016

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    1. INTRODUO AULA 02 2

    2. PODERES ADMINISTRATIVOS. 2

    2.1. USO E ABUSO DE PODER 5

    3. PODER HIERRQUICO 9

    4. PODER DISCIPLINAR 16

    5. PODER REGULAMENTAR 22

    6. PODER DE POLCIA 34

    6.1. CONCEITO 34 6.2. ATRIBUTOS 35 6.3. INDELEGABILIDADE 39 6.4. POLCIA ADMINISTRATIVA X POLCIA JUDICIRIA 40

    7. PODER VINCULADO 57

    8. PODER DISCRICIONRIO 58

    9. RESUMO DA AULA 65

    10. QUESTES COMENTADAS 70

    11. REFERNCIAS 90

    AULA 02: Poderes administrativos

    SUMRIO

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    1. Introduo Aula 02

    Nessa aula 02 do curso de Direito Administrativo, preparatrio para

    o concurso do INSS- Tcnico de Seguro Social, falaremos dos

    seguintes assuntos: 5 Poderes administrativos: poder hierrquico;

    poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polcia; uso e abuso do

    poder..

    Seguiremos com a anlise de diversas questes que j caram em

    concursos anteriores, especialmente do CESPE.

    No se esquea que, ao final, voc ter um resumo da aula e as

    questes tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na

    vspera da prova!

    Num concurso como este, a matria muito extensa. No h como

    voc ler a matria hoje e apreender tudo at no dia da prova. Por isso,

    programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova.

    Lembre-se: o planejamento fundamental.

    Chega de papo, vamos luta!

    2. Poderes administrativos.

    Certamente, voc j ouviu falar que na Administrao Pblica vige

    o princpio da supremacia do interesse pblico sobre o interesse

    privado, ou seja, os atos estatais se impem perante os particulares,

    pois o Estado age visando o interesse pblico.

    Entretanto, como que esse princpio se materializa? Como que,

    na prtica, a Administrao se sobrepe ao particular?

    Isso ocorre por meio dos poderes administrativos. O ordenamento

    jurdico coloca esses poderes a disposio do Estado para que ele tenha

    meios de impor a sua a supremacia.

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    Os agentes pblicos, por gozarem desses poderes (=

    prerrogativas), encontram-se numa posio superior ao cidado

    comum. Assim, o Estado consegue dirimir os conflitos da sociedade.

    Esse poder no uma faculdade da Administrao. A professora Di

    Pietro assim diz Embora o vocbulo poder d a impresso de que se

    trata de faculdade da Administrao, na realidade trata-se de poder-

    dever, j que reconhecido ao poder pblico para que o exera em

    benefcio da coletividade; os poderes so pois irrenunciveis.

    So poderes da Administrao: 1.Poder hierrquico; 2.Poder

    disciplinar; 3.Poder regulamentar; 4. Poder de polcia. Alguns autores

    colocam a discricionariedade e a vinculao como poderes da

    Administrao, por isso, esses poderes tambm sero tratados ao

    longo desta aula.

    Os poderes, contudo, no so uma arma brutal que provoca um

    ataque sem defesa contra os administrados, eles so limitados pelos

    direitos individuais previstos na Constituio, como o direito a ampla

    defesa e o contraditrio, por exemplo, pela lei, pelos princpios da

    proporcionalidade e da razoabilidade e por diversos outros postulados,

    como o do controle dos atos administrativos.

    Agindo o administrador fora dos objetivos legais ele comete abuso

    de poder, e se ao contrrio no exerce os poderes a ele conferidos

    comete abuso de poder por omisso.

    timo professor! Quanto ao poder-dever, entendi a noo geral de

    poder, mas h um contrapeso em relao a esses poderes? No incide

    aqui no direito administrativo a mxima de que grandes poderes geram

    grandes responsabilidades?

    H sim um contrapeso, meus caros e este contrapeso so os

    deveres (= restries ou sujeies) dos administradores pblicos.

    O administrador no pode se abster de praticar os atos de sua

    competncia legal, uma vez que ele deve obedincia ao princpio da

    legalidade. Dessa forma, quando a Administrao tem o dever de agir,

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    mas assim no faz, o agente que for omisso ser responsabilizado,

    possibilitando que cidado acione as vias judiciais para a obteno do

    ato que a autoridade ou a Administrao tinha o dever de faz-lo, e no

    o fez.

    Tendo em vista que a Administrao deve obedecer lei, inclusive

    nas atividades discricionrias, surgem os deveres do Administrador

    Pblico. De forma geral, a Administrao deve agir com eficincia (=

    boa administrao), proporcionalidade, lealdade, obedincia (o

    servidor deve obedecer e executar s ordens legais de seus

    superiores), devendo ainda prestar contas de seus atos e agir de

    forma correta, tica, com probidade.

    Hely Lopes traz os trs principais deveres do Administrador

    Pblico:

    1. DEVER DE EFICINCIA: Espera-se que o Administrador

    Pblico tenha bons resultados, atuando com o melhor desempenho

    possvel em suas atribuies. Esse dever se impe a todo agente

    pblico, visando resultados positivos e satisfatrios para a atividade

    pblica com a sociedade. No basta agir com rapidez, o rendimento

    essencial! Alm de abranger os aspectos quantitativos e qualitativos do

    servio.

    2. DEVER DE PROBIDADE: Este dever est enraizado na

    conduta do Administrador, do mais simples ao mais complexo ato

    praticado pelo Administrador, afinal, para que o Administrador aja com

    na forma da lei, a probidade indispensvel. O dever de probidade

    to importante que foi tratado pela Constituio Federal. Veja s:

    Art. 37 4 Os atos de improbidade administrativa importaro a suspenso dos direitos polticos, a perda da funo pblica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao Errio, na forma e gradao prevista em lei, sem prejuzo da ao penal cabvel.

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    3. DEVER DE PRESTAR CONTAS: J que Administrao

    administra os bens e tambm gere os interesses da populao como

    um todo, existe um cuidado a ser feito com a gerncia do que do

    povo. Nas palavras de Hely Lopes: Se o administrar corresponde ao

    desempenho de um mandato de zelo e conservao de bens e

    interesses de outrem, manifesto que quem o exerce dever contas ao

    proprietrio.

    O dever de prestar contas da Administrao para com a

    sociedade, devendo a gesto administrativa ser clara, no s quanto ao

    uso de dinheiro, mas a toda atividade realizada pela Administrao.

    Este dever tambm foi tratado na nossa Constituio Federal:

    E o dever de lealdade, professor, o que esse dever significa?

    Significa que o administrador deve ser leal s instituies

    pblicas. Assim como ele fiel a sua esposa, ele deve ser fiel ao

    interesse pblico, devendo se dedicar ao servio e respeitar as leis e

    as instituies estatais, nunca atuando contra os objetivos da

    Administrao.

    2.1. Uso e Abuso de poder

    Uso e abuso de poder o gnero que abrange duas espcies:

    desvio de poder e excesso de poder.

    Art. 70 nico. Prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores pblicos ou pelos quais a Unio responda, ou que, em nome desta, assuma obrigaes de natureza pecuniria.

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    Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder

    pode se manifestar de duas formas: (a) o agente busca finalidade

    alheia ao interesse pblico; (b) o agente busca uma finalidade de

    interesse pblico, mas alheia prevista para o ato que utilizou.

    Como se v: sempre, no desvio de poder, o que est envolvido a

    finalidade do ato, ou fora do interesse pblico ou fora da finalidade

    prevista na lei para aquele ato especfico.

    Excesso de poder, por sua vez, vcio na competncia. Quando

    o agente atua transbordando de sua competncia, ou seja, vai alm de

    sua competncia definida em lei ou na Constituio, h o excesso de

    poder.

    Assim, temos o importante quadro, com fundamento na doutrina

    de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino SINAL DE ALERTA:

    1. (CESPE 2015 - TRE-GO - Tcnico Judicirio - rea

    Administrativa) Julgue o item que se segue, referentes aos poderes da

    administrao pblica. O excesso de poder, espcie de abuso de poder,

    ocorre quando o agente pblico ultrapassa os limites impostos a suas

    atribuies.

    O abuso de poder divido em duas vertentes. A primeira o

    Excesso de Poder, que ocorre quando o agente excede os limites da

    sua competncia. Logo viola no s o princpio da Supremacia do

    Interesse Pblico mas tambm a sua competncia.

    Desvio de poder vcio na

    finalidade

    Abuso de poder

    Excesso de poder vcio na

    competncia

    Questes de concurso

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    A segunda o Desvio de Poder ou de finalidade, que ocorre

    quando o agente possui a competncia, mas no responde a

    determinada finalidade disposta na lei. Logo viola no s os princpios

    da Impessoalidade e da Moralidade, como tambm a sua finalidade.

    Gabarito Certo.

    2. (CESPE -2015- MPU- Tcnico do MPU - Segurana

    Institucional e Transporte) O servidor responsvel pela segurana da

    portaria de um rgo pblico desentendeu-se com a autoridade superior

    desse rgo. Para se vingar do servidor, a autoridade determinou que,

    a partir daquele dia, ele anotasse os dados completos de todas as

    pessoas que entrassem e sassem do imvel. Com referncia a essa

    situao hipottica, julgue o item que se segue.

    O ato da autoridade superior foi praticado no exerccio de seu

    poder disciplinar.

    Resposta:

    Dentre as formas do desvio de poder est a atuao do agente

    buscando finalidade alheia ao interesse pblico. Dessa forma, o ato no

    foi praticado no uso do poder disciplinar, mas houve o desvio de poder.

    Gabarito: Errado.

    3. (2014/CESPE/ SUFRAMA/Agente Administrativo) A

    legislao concede administrao poderes extraordinrios, necessrios

    para que o Estado alcance os seus fins. Em relao aos poderes da

    administrao pblica, julgue os itens seguintes. A remoo de ofcio de

    um servidor, como forma de puni-lo por faltas funcionais, configura

    abuso de poder.

    RESPOSTA:

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    A remoo de ofcio de um servidor configura abuso de poder na

    categoria desvio de finalidade, nesse caso o agente atua dentro de

    sua competncia, porm busca finalidade diversa daquela prevista em

    lei.

    Cuidado! O examinador tentou confundir voc: Abuso de poder

    gnero do qual decorrem as espcies: desvio de finalidade (ou desvio

    de poder) e excesso de poder.

    Gabarito: Certo.

    4. (2014/ CESPE/ MDIC/Analista Tcnico - Administrativo) O

    exerccio dos poderes administrativos no uma faculdade do agente

    pblico, mas uma obrigao de atuar; por isso, a omisso no exerccio

    desses poderes poder ensejar a responsabilizao do agente pblico

    nas esferas cvel, penal e administrativa

    RESPOSTA:

    De acordo com Hely Lopes Meirelles:

    "(...) se no Direito Privado o poder de agir uma faculdade, no

    Direito Pblico, o poder de agir uma imposio, um dever para o

    agente que o detm. um poder-dever."

    Alm disso, temos o artigo 121 da Lei 8112/90 que diz: "O

    servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exerccio

    irregular de suas atribuies."

    Gabarito: Certo

    5. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Tcnico Judicirio - rea

    Administrativa) Considere que determinado agente pblico detentor de

    competncia para aplicar a penalidade de suspenso resolva impor, sem

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    ter atribuio para tanto, a penalidade de demisso, por entender que o

    fato praticado se encaixaria em uma das hipteses de demisso. Nesse

    caso, a conduta do agente caracterizar abuso de poder, na modalidade

    denominada excesso de poder.

    Com o que vimos voc j acertaria, mas observe como o CESPE

    copiou o exemplo dado por Di Pietro:

    Seria o excesso de poder, que ocorre quando a autoridade vai

    alm daquilo que ela teria competncia para praticar. Por exemplo, ela

    s pode aplicar a pena at de suspenso, mas aplica a pena de

    demisso. Outro exemplo o do policial que se excede no uso da fora.

    Ele tem competncia para atuar, mas se excede no uso dos meios que a

    lei lhe d para atingir os fins de interesse pblico.

    Item correto!

    6. (CESPE 2013 CNJ Tcnico Judicirio rea

    Administrativa) Considere que determinado servidor pblico, dentro de

    suas atribuies, tenha se afastado do interesse pblico e atuado

    abusivamente. Nessa situao hipottica, esta conduta estar sujeita

    reviso judicial ou administrativa, podendo, inclusive, o servidor

    responder por ilcito penal.

    Pessoal, aqui o caso clssico de abuso de poder. Nessas

    situaes, a conduta do servidor pblico est sujeita ao controle judicial

    ou administrativo, podendo responder por ilcito na esfera criminal.

    Logo, est CORRETA.

    3. Poder Hierrquico

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    Segundo Leandro Zannoni, o poder hierrquico decorre da

    hierarquia, que o vinculo de subordinao e coordenao entre rgos

    e agentes superiores e inferiores. Ou seja, tanto os rgos como os

    agentes pblicos esto organizados de forma hierrquica e dessa

    relao de superioridade surgem poderes, o chamado poder

    hierrquico.

    O poder hierrquico garante que o princpio da eficincia seja

    cumprido na administrao pblica, atravs do poder de coordenao e

    subordinao dentro da mesma pessoa jurdica. Aqueles que so

    subordinados esto mais prximos da execuo dos atos. Os superiores

    controlam e fiscalizam a atuao dos inferiores.

    Nos Poderes Legislativo e Judicirio a relao diferente, pois os

    seus membros (juzes e parlamentares) gozam de independncia

    funcional no exerccio de suas funes tpicas.

    No Poder Judicirio, por exemplo, existe uma distribuio de

    competncia entre as instncias, essas instncias funcionam com

    independncia umas das outras, e prevalece o princpio da livre

    convico do juiz, em que no h subordinao jurdica aos tribunais

    superiores.

    Zannoni ainda leciona que da hierarquia decorrem os seguintes

    poderes:

    i) De editar atos normativos (como decretos,

    resolues, portarias e instrues) com o intuito de ordenar

    genericamente os subordinados;

    ii) De comandar os subordinados por meio de ordens

    especficas, os quais devem obedecer, salvo se a ordem for

    manifestamente ilegal;

    iii) De fiscalizar a atividade inferior;

    iv) De anular os atos inferiores ilegais;

    v) De revogar os atos inferiores inoportunos ou

    inconvenientes;

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    vi) De aplicar sanes aos infratores;

    vii) De solucionar conflitos de atribuio (positivos ou

    negativos);

    viii) Delegar atribuies

    ix) Avocar atribuies.

    MUITO CUIDADO: O poder hierrquico no chega ao ponto de

    excluir ou retirar a competncia do subordinado. Isso porque, a

    competncia decorre de lei e no da vontade do administrador.

    Assim sendo, quando h a delegao - transferncia de

    atribuies de um rgo a outro no aparelho administrativo- CRETELLA

    JR., dever ser temporria e certa, tendo em vista que a lei prev como

    regra o exerccio da funo pelo rgo ou agente originrio. Obviamente

    que havendo uma delegao ilegal o agente delegante no ser

    obrigado a cumpri-la.

    A avocao de atribuies, por sua vez, ocorre quando a

    autoridade hierarquicamente superior chama para si, as atribuies do

    seu subordinado, sendo esse exerccio temporrio e discricionrio.

    7. (CESPE 2015 - TRE-GO - Tcnico Judicirio - rea

    Administrativa) Julgue o item que se segue, referentes aos poderes da

    administrao pblica.

    O poder hierrquico aquele que confere administrao pblica a

    capacidade de aplicar penalidades.

    A questo no trata do poder hierrquico e sim do poder de

    disciplinar, que concede administrao pblica o poder de pugnar as

    infraes seus servidores e infraes administrativas cometidas por

    particulares que estejam vinculados por algum motivo jurdico.

    Questes de concurso

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    Gabarito Errado.

    8. (2014/CESPE/TJ-SE/Tcnico Judicirio - rea Judiciria) No

    tocante aos atos e aos poderes administrativos, julgue os prximos

    itens. O Poder Judicirio s tem competncia para revogar os atos

    administrativos por ele mesmo produzidos.

    RESPOSTA:

    O Poder Judicirio, na sua funo atpica de administrao,

    expede atos administrativos, podendo nesse caso revogar, por

    convenincia e oportunidade, ou anular, quando eivados de vcios. Veja

    o que a smula 473 diz:

    Smula 473 STF: A administrao pode anular seus prprios

    atos, quando eivados de vcios que os tornam ilegais, porque deles no

    se originam direitos; ou revog-los, por motivo de convenincia ou

    oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em

    todos os casos, a apreciao judicial.

    Gabarito: C

    9. (2014/CESPE/SUFRAMA/ Agente Administrativo) O poder

    hierrquico confere aos agentes superiores o poder para avocar e

    delegar competncias

    RESPOSTA:

    Consequncias da hierarquia:

    Dar ordens

    Controlar/fiscalizar as ordens

    Rever os atos praticados pelos subordinados

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    Pode delegar ou avocar competncia. Delegao significa o chefe

    transferindo a competncia para o seu subordinado. Avocao

    puxar para seu ncleo de responsabilidade a competncia.

    Gabarito: C

    10. (2014/CESPE/ SUFRAMA/ A legislao concede

    administrao poderes extraordinrios, necessrios para que o Estado

    alcance os seus fins. Em relao aos poderes da administrao pblica,

    julgue os itens seguintes.

    Em decorrncia do poder de polcia, a administrao pode

    condicionar ou restringir os direitos de terceiros, em prol do interesse

    da coletividade.

    RESPOSTA:

    O poder de polcia a faculdade da Administrao Pblica para

    condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos

    individuais, em beneficio da coletividade ou do prprio Estado.

    Gabarito: C

    11. (2014/ CESPE/TJ-DF/ Titular de Servios de Notas e de

    Registros) Com relao aos poderes administrativos, assinale a opo

    correta.

    a) A polcia administrativa realiza atividades fiscalizatrias e

    repressivas e suas aes incidem sobre bens, servios e pessoas.

    b) Ao buscar uma finalidade, ainda que de interesse pblico, alheia

    categoria do ato que utilizou, o agente pblico competente incorre em

    excesso de poder.

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    c) Os atos administrativos praticados no exerccio do poder de polcia

    no so suscetveis de controle judicial, uma vez que se caracterizam

    por coercibilidade e autoexecutoriedade.

    d) A atividade da administrao pblica que, mediante atos

    normativos ou concretos, limita ou condiciona a liberdade e a

    propriedade dos indivduos, de acordo com o interesse coletivo, refere-

    se ao exerccio do poder regulamentar.

    e) A avocao e a delegao de competncia so atos

    administrativos praticados no exerccio do poder hierrquico da

    administrao pblica.

    RESPOSTA:

    a) ERRADO. Poder de polcia no atua sobre pessoas, apenas

    sobre propriedade e liberdade.

    b) ERRADO. O excesso de poder ocorre quando o administrador

    competente para realizar o ato, mas ao faz-lo extrapola seu limite. No

    caso, ocorreu desvio de finalidade.

    c) ERRADO. Todo ato administrativo suscetvel de controle judicial na

    forma do art. 5o, XXXV, CF. O Poder Judicirio no pode adentrar na

    discricionariedade do administrador.

    d) ERRADO. O item se refere ao poder de polcia.

    e) CORRETO. A avocao e a delegao de competncia so, de fato,

    atos administrativos praticados no exerccio do poder hierrquico da

    administrao pblica.

    Gabarito: E

    12. (CESPE - 2013 - Telebrs - Tcnico em Gesto de

    Telecomunicaes Assistente Administrativo) No exerccio do

    poder hierrquico, a delegao pode ocorrer de modo vertical

    ou horizontal, enquanto a avocao se d exclusivamente no

    sentido vertical.

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    Tudo certo, pessoal! Avocao e delegao nascem do poder

    hierrquico. A avocao ocorre sempre entre um superior e um

    subordinado, sendo que o primeiro chama a si a competncia para a

    execuo de determinado ato. J a delegao ocorre tanto em nveis

    diferentes de hierarquia quanto em nveis iguais.

    Resposta: Certo.

    13. (CESPE/2010/ANEEL/Tcnico Administrativo) Como

    decorrncia da relao hierrquica presente no mbito da

    administrao pblica, um rgo de hierarquia superior pode

    avocar atribuies de um rgo subordinado, desde que estas

    no sejam de competncia exclusiva.

    Ressaltamos, agora, os seguintes dispositivos da Lei n 9.784/99

    para resolvermos a questo:

    A questo est correta, pois a avocao decorre da hierarquia.

    Alm disso, se a lei veda a delegao de matrias de competncia

    exclusiva do rgo (art. 13), via reflexa, veda tambm a avocao

    dessa competncia.

    14. (CESPE/2010/DPE-BA) Em decorrncia do poder hierrquico,

    permitida a avocao temporria de competncia atribuda a

    rgo hierarquicamente inferior, devendo-se, entretanto,

    Art. 11. A competncia irrenuncivel e se exerce pelos rgos administrativos a que foi atribuda como prpria, salvo os casos de delegao e avocao legalmente admitidos. (...) Art. 13. No podem ser objeto de delegao: I - a edio de atos de carter normativo; II - a deciso de recursos administrativos; III - as matrias de competncia exclusiva do rgo ou autoridade.

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    adotar essa prtica em carter excepcional e por motivos

    relevantes devidamente justificados.

    Essa questo importante, pois destaca uma caracterstica

    essencial da delegao e da avocao: a limitao temporal e a

    excepcionalidade, pois a competncia foi conferida por lei, no podendo

    o agente alter-la de modo perptuo. O item, portanto, est correto.

    15. (CESPE/2010/MPU) O ordenamento jurdico pode

    determinar que a competncia de certo rgo ou de agente

    inferior na escala hierrquica seja exclusiva e, portanto, no

    possa ser avocada.

    Pelas mesmas razes do item 1, esse item tambm est correto,

    pois diz que a competncia exclusiva no pode ser avocada.

    4. Poder disciplinar

    O poder disciplinar um poder-dever que cabe Administrao de

    examinar infraes cometidas por servidores pblicos e demais

    pessoas com vnculo jurdico especfico, sujeitas disciplina

    administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessrio aps

    a devida averiguao dos fatos.

    Esse poder disciplinar est intimamente ligado ao poder

    hierrquico. No momento em que administrao exerce o controle

    interno das pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em uma

    relao decorrente do poder hierrquico.

    Nos contratos administrativos regidos pela Lei n 8.666/93 no h

    hierarquia. Apesar das clusulas exorbitantes nos contratos

    administrativos, a Administrao e o particular contratado no se

    situam em uma relao de subordinao.

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    Contudo, as bancas vm adotando cegamente o posicionamento

    doutrinrio de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino de que as

    sanes administrativas a que se sujeitam os contratados decorrem do

    poder disciplinar, uma vez que este seria um vnculo jurdico

    especfico.

    Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar

    fundamenta as sanes aplicadas nos contratos administrativos.

    CUIDADO: Quando o assunto a aplicao de pena para crimes e

    contravenes prprias do Cdigo Penal pelo Poder Judicirio, no h

    manifestao do poder disciplinar. Nesse caso, o poder pblico est

    exercendo poder punitivo do Estado e no o poder disciplinar.

    Voc ver que quando a lei confere alguma margem de liberdade ao

    administrador para decidir sobre qual medida ser adotada na situao que

    se apresenta, o ato a ser praticado ser discricionrio.

    Agora, uma pergunta: o poder disciplinar discricionrio?

    Em regra no.

    Normalmente, a lei, de forma expressa, estabelece qual a sano

    ideal a ser aplicada no caso concreto. Se ocorreu o fato X, a lei diz que

    o superior deve aplicar a sano Y.

    Nesse caso, ocorrido o fato X, no h pra onde correr. A sano Y

    deve ser aplicada, no h discricionariedade.

    Pode-se chegar a essa concluso observando o posicionamento do

    STJ: 6.1. A infrao do art. 117, XI, da Lei 8.112/90 atuar, como

    procurador ou intermedirio, junto a reparties pblicas, salvo quando

    se tratar de benefcios previdencirios ou assistenciais de parentes at o

    segundo grau, e de cnjuge ou companheiro , impe a aplicao da

    pena de demisso, nos termos do art. 132, XIII, desse mesmo estatuto.

    6.2. Portanto, nesse caso, o administrador no tem qualquer margem

    de discricionariedade na aplicao da pena, tratando-se de ato

    plenamente vinculado. Configurada a infrao do art. 117, XI, da Lei

    8.112/90, dever ser aplicada a pena de demisso, nos termos do art.

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    132, XIII, da Lei 8.112/90, sob pena de responsabilizao criminal e

    administrativa do superior hierrquico desidioso (MS 15.437/DF, Rel.

    Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEO, julgado em 27/10/2010,

    DJe 26/11/2010)

    H casos, porm, em que a discricionariedade existe. Isso porque,

    algumas vezes a prpria lei concede autoridade competente a

    prerrogativa de decidir o alcance da sano.

    Se, por exemplo, a lei prev que para o fato A aplica-se a pena de

    suspenso por at 90 dias, ocorrido o fato A, o superior hierrquico tem

    a liberdade de escolher por quanto tempo suspende o seu subalterno:

    por 10, 20, 50 ou 90 dias, por exemplo.

    Por fim, IMPORTANTE ter em mente que, conforme determina o

    artigo 5, LV, da CF: aos litigantes, em processo judicial ou

    administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o

    contraditrio e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela

    inerentes;.

    Assim, para que a Administrao utilize de seu poder disciplinar,

    ela deve promover o contraditrio e a ampla defesa do acusado, em

    processo administrativo regularmente instaurado, antes de dar a

    punio.

    Para corroborar esse entendimento, destacamos tambm o 1 do

    art. 41 da Constituio Federal:

    NO CAIA NESSA PEGADINHA:

    1 O servidor pblico estvel s perder o cargo: I - em virtude de sentena judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliao peridica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

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    Juiz no demitido com processo administrativo. Ele tem a

    garantia da vitaliciedade.

    O que isso professor?

    Isso quer dizer que ele s pode ser demitido por deciso judicial

    transitada em julgado! Isso mesmo: s um juiz ou um tribunal

    (composto de juzes) pode demitir um colega!

    Veja o art. 95, I, da Constituio:

    Como se v, a vitaliciedade adquirida com 2 anos. Aps a

    aquisio da vitaliciedade, a demisso s ocorre com sentena judicial

    transitada em julgado.

    Vejam que esse assunto cai em prova! Vamos s questes!!!

    ATENO! NO CONFUNDAM PODER HIERRQUICO COM PODER

    DISCIPLINAR!!!

    16. (2014/CESPE/Polcia Federal/Agente Administrativo). O

    poder para a instaurao de processo administrativo disciplinar e

    aplicao da respectiva penalidade decorre do poder de polcia da

    administrao.

    RESPOSTA:

    Poder disciplinar o poder que a administrao tem de apurar e

    punir o servidor pblico e aquele que tem uma subordinao/vnculo

    com a administrao.

    Questes de concurso

    Art. 95. Os juzes gozam das seguintes garantias: I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, s ser adquirida aps dois anos de exerccio, dependendo a perda do cargo, nesse perodo, de deliberao do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentena judicial transitada em julgado;

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    Poder de polcia o poder que a administrao, a partir da lei, utiliza

    para impor condicionamentos e restries ao gozo de bens e exerccios

    de direitos e atividades individuais em prol do interesse pblico.

    Gabarito: Errado

    17. (CESPE/2010/INSS/Engenheiro Civil) O poder disciplinar

    exercido pela administrao pblica para apurar infraes e

    aplicar penalidades no somente aos servidores pblicos, mas

    tambm s demais pessoas sujeitas disciplina administrativa.

    Como vimos acima, o poder disciplinar cabe no s para examinar

    infraes cometidas por servidores pblicos como tambm as demais

    pessoas com vnculo jurdico especfico com a Administrao Pblica.

    Correto.

    18. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judicirio) O poder disciplinar

    consiste em distribuir e escalonar as funes, ordenar e rever

    as atuaes e estabelecer as relaes de subordinao entre os

    rgos pblicos, inclusive seus agentes.

    Essa a definio do Poder Hierrquico. Portanto, item errado.

    19. (CESPE/2010/TRT-21Reg/Tcnico Judicirio) A avocao

    deriva do poder disciplinar e utilizada de forma excepcional

    quando o servidor pblico subalterno comete uma falta

    funcional e punido com a perda temporria da funo, desde

    que devidamente justificado pelo chefe do setor.

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    Errado. Mais uma vez o examinador tentou confundir Poder

    Hierrquico com Poder Disciplinar. Mas j sabemos que a avocao

    decorre do poder hierrquico e no do poder disciplinar, importante

    lembrar que a avocao no um tipo de punio, mas trata-se da

    ao de chamar para si uma competncia do subordinado, desde que

    no seja competncia exclusiva.

    20. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judicirio - Oficial de

    Justia Avaliador) A atribuio conferida a autoridades administrativas

    com o objetivo de apurar e punir faltas funcionais, ou seja, condutas

    contrrias realizao normal das atividades do rgo e irregularidades

    de diversos tipos traduz-se, especificamente, no chamado poder

    hierrquico.

    Mais uma vez a banca fazendo a relao entre poder hierrquico e

    disciplinar!

    Item errado. Estamos diante do conceito de poder disciplinar e no

    hierrquico!

    21. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo

    - Auditoria Governamental) O poder disciplinar da administrao pblica

    confunde-se com o poder punitivo do Estado.

    A partir de hoje vocs no podem mais confundir! O poder

    punitivo est intimamente ao Direito Penal e proteo de bens

    jurdicos considerados da mais alta importncia, como a vida e a

    integridade fsica. O poder de polcia est ligado a aspectos

    administrativos da vida do Estado e dos administrados e a limitao de

    alguns direitos, ao poder de sancionar os servidores e alguns

    particulares em situao excepcionais.

    Resposta: errado.

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    22. ( 2014/CESPE/CADE/Nvel Mdio) No que se refere aos

    agentes pblicos, aos poderes administrativos e ao controle da

    administrao pblica, julgue o item subsecutivo. A funo

    fiscalizatria exercida pelos tribunais de contas dos estados inclui-se

    entre as hipteses de controle do Poder Legislativo sobre os atos da

    administrao pblica.

    RESPOSTA:

    O artigo 70 da Constituio Federal estabelece que o controle

    externo da Administrao direta e indireta cabe ao Legislativo,

    competindo realizar fiscalizao contbil, financeira, oramentria,

    patrimonial e operacional, quanto legalidade, legitimidade,

    economicidade, aplicao das subvenes e renncias de receitas, para

    o qu contar com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio. Sendo

    assim, existe uma funo fiscalizatria exercida pelos tribunais de

    contas dos estados, e configura controle do Poder Legislativo sobre os

    atos da administrao pblica.

    Gabarito: C

    5. Poder regulamentar

    Tudo bem at aqui?

    Qualquer dvida voc pode me mandar um e-mail.

    Vamos em frente!

    A corrente majoritria dos doutrinadores aponta o poder

    regulamentar como sendo a competncia exclusiva do Chefe do

    Poder Executivo para editar atos administrativos normativos,

    complementares lei para a sua fiel execuo.

    Nas palavras de Marcelo Alexandrino Os atos administrativos no

    tm destinatrios determinados; incidem sobre todos os fatos ou

    situaes que se enquadrem nas hipteses que abstratamente

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    preveem. Os atos administrativos normativos editados pelo Chefe do

    Poder Executivo assumem a forma de decreto.

    Veja o que a Constituio Federal diz a respeito:

    Mas se s o Chefe do Poder Executivo tem o poder regulamentar,

    em que poder se enquadrariam as resolues, instrues normativas,

    regimentos expedidos por outras autoridades administrativas?

    Nesse caso, fala-se em poder normativo, que o poder da

    Administrao de editar atos gerais (o ato no dirigido a um sujeito

    especfico, mas a uma generalidade) e abstratos (o ato no foi editado

    para incidir sobre um nico fato, mas para ser aplicado todas as vezes

    que ocorrer determinada situao descrita na norma).

    E qual seria a diferena fundamental entre lei e regulamento,

    professor?

    Leandro Zannoni d uma resposta precisa a essa pergunta: a lei e

    o regulamento no se confundem, pois aquela poder inovar na

    ordem jurdica, criando direitos e obrigaes para as partes, j que a lei

    ato normativo primrio, fundado na Constituio. J o regulamento,

    no obstante ser geral e abstrato, no pode inovar a ordem jurdica,

    pois sua funo de apenas detalhar o significado da lei: ato

    normativo secundrio.

    Essa distino entre poder regulamentar e poder normativo

    consagrada, principalmente, por Di Pietro. Carvalho Filho e Bandeira de

    Mello no adotam essa diviso. Assim, bom que voc saiba que parte

    da doutrina (= Di Pietro) considera que poder normativo gnero e

    poder regulamentar (ato s do Chefe do Executivo) espcie desse

    gnero.

    Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repblica: (...) IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execuo;

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    MUITO CUIDADO, MEUS CAROS, ESSE O PONTO FULCRAL DE

    NOSSA AULA!!!

    Existe no nosso ordenamento exceo a essa regra? Ou melhor,

    existe regulamento autnomo no Brasil?

    H sim uma exceo, meus caros. A prevista no art. 84, VI, da

    Constituio. Vejamos:

    Como se v, pode o Presidente (e os demais chefes do Poder

    Executivo: Governadores e Prefeitos) editar decreto autnomo,

    primrio, para a:

    organizao e

    funcionamento da administrao federal

    DESDE QUE esse decreto no implique em:

    aumento de despesa ou

    criao ou extino de rgos pblicos.

    Alm disso, ele pode editar um decreto autnomo para extinguir

    funes ou cargos pblicos quando vagos.

    Lembre-se desse ponto da aula: (a) no h decreto autnomo, em

    regra; (b) h decreto autnomo para a organizao e funcionamento da

    Administrao; (c) esse decreto no pode aumentar despesa nem criar

    ou extinguir rgos pblicos; (d) h decreto autnomo para extinguir

    funes ou cargos quando vagos.

    Esse decreto autnomo (como conhecido o decreto com

    fundamento no art. 84, VI, da Constituio) pode ser delegado aos

    Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Repblica ou ao Advogado-

    Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repblica: (...) VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organizao e funcionamento da administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos; b) extino de funes ou cargos pblicos, quando vagos;

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    Geral da Unio, que observaro os limites traados nas respectivas

    delegaes.

    Nesse sentido, o pargrafo nico do art. 84 da Constituio:

    MUITO CUIDADO NESSE PONTO!

    A autorizao para o Presidente delegar essa atribuio no

    significa que os atos normativos possam ser delegados. Como vimos

    acima, h previso legal expressa no sentido de se vedar a delegao

    de atos normativos (art. 13, I, da Lei n 9.784/99).

    Assim, a previso constitucional do art. 84, pargrafo nico, uma

    exceo e deve ser interpretada restritivamente, para se alcanar

    apenas as hipteses elencadas na CF.

    Por fim, no podemos fechar esse tpico sem a meno forma de

    controle que a Constituio traz para retirar do ordenamento jurdico

    um decreto que exorbite do poder regulamentar.

    Ou seja: se o Presidente editar um decreto dizendo o que s a lei

    pode dizer, o que ocorre?

    Nesse caso, o Congresso Nacional pode sustar o ato normativo.

    Confira a redao do art. 49, V, da Constituio:

    Vamos ver como esse tpico cai em concurso? Vamos l!

    Questes de concurso

    Art. 84. Pargrafo nico. O Presidente da Repblica poder delegar as atribuies mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Repblica ou ao Advogado-Geral da Unio, que observaro os limites traados nas respectivas delegaes.

    Art.49. da competncia exclusiva do Congresso Nacional: (...) V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegao legislativa;

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    23. (CESPE 2015 - TRF - 1 REGIO - Juiz Federal Substituto)

    Relativamente ao poder regulamentar, regulao e ao poder de polcia

    administrativa, assinale a opo correta.

    a) O regulamento autnomo diferencia-se do regulamento de execuo

    porque, enquanto este editado com fundamento na lei, aquele possui

    fundamento direto na Constituio, sendo possvel, portanto, que inove

    na ordem jurdica.

    b) Nem todos os atos de polcia so autoexecutrios, mas todos

    possuem o atributo da coercibilidade na medida em que impem

    restries ou condies que devem ser obrigatoriamente cumpridas

    pelos particulares.

    c) No mbito federal, adota-se o limite temporal de trs anos para o

    exerccio de ao punitiva pela administrao pblica no exerccio do

    poder de polcia, objetivando apurar infrao legislao em vigor.

    d) No exerccio do poder regulamentar, compete ao presidente da

    Repblica sancionar, promulgar e fazer publicar as leis e as propostas

    de emenda Constituio, bem como expedir decretos e regulamentos

    que disciplinem sua execuo.

    e) O poder regulamentar exercido pelo chefe do Poder Executivo no se

    confunde com o poder regulatrio atribudo a certas entidades

    administrativas. Ambos possuem, porm, contedo eminentemente

    tcnico e englobam o exerccio de atividades normativas, executivas e

    judicantes.

    Para respondermos essa questo, devemos nos voltar ao art. 84

    inc. VI alneas a e b da Constituio Federal que dispe:

    Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repblica: (...) VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organizao e funcionamento da administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos; b) extino de funes ou cargos pblicos, quando vagos;

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    este artigo que dispe sobre o regulamento autnomo no

    Brasil, com essa nica exceo. o chefe do Poder Executivo

    (Presidente) e os demais chefes do Poder Executivo: Governadores e

    Prefeitos) que editam esse decreto autnomo, primrio, para a:

    organizao e

    funcionamento da administrao federal

    DESDE QUE esse decreto no implique em:

    aumento de despesa ou

    criao ou extino de rgos pblicos.

    Alm disso, ele pode editar um decreto autnomo para extinguir

    funes ou cargos pblicos quando vagos.

    Lembre-se desse ponto da aula: (a) no h decreto autnomo, em

    regra; (b) h decreto autnomo para a organizao e funcionamento da

    Administrao; (c) esse decreto no pode aumentar despesa nem criar

    ou extinguir rgos pblicos; (d) h decreto autnomo para extinguir

    funes ou cargos quando vagos.

    Esse decreto autnomo (como conhecido o decreto com

    fundamento no art. 84, VI, da Constituio) pode ser delegado aos

    Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Repblica ou ao Advogado-

    Geral da Unio, que observaro os limites traados nas respectivas

    delegaes.

    Gabarito Letra A.

    24. (2014/CESPE/TJ-DF/Titular de Servios de Notas e de

    Registros) A respeito dos poderes administrativos, assinale a opo

    correta.

    a) Desde que haja previso legal, possvel o exerccio do poder de

    polcia, em especial a realizao de atos coercitivos, por pessoa

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    jurdica da iniciativa privada no integrante da administrao

    pblica.

    b) O poder disciplinar e o hierrquico fundamentam a aplicao de

    sano administrativa a particular que, contratado pela

    administrao, descumpra obrigaes contratuais.

    c) Insere-se no mbito do poder regulamentar a competncia

    privativa, no passvel de delegao, do presidente da Repblica

    para expedir decretos para a fiel execuo das leis.

    d) A interdio de estabelecimentos comerciais, a apreenso de

    mercadorias e a deteno de pessoas so exemplos de atos

    praticados pela administrao pblica no mbito do poder de

    polcia.

    e) Dada a relao de hierarquia existente entre a Unio e autarquia

    federal, possvel a delegao a esta de parte da competncia

    daquela, quando conveniente, em razo de circunstncias de

    ndole tcnica, social, econmica, jurdica ou territorial.

    RESPOSTA:

    a) ERRADA. O exerccio do Poder de Polcia no pode ser delegado a

    entidades privadas, conforme entendimento do STF na ADI 1.717/DF

    Rel. Min. Sydnei Sanches.

    b) ERRADA. O item estaria correto se escrito assim: O poder

    disciplinar fundamenta a aplicao de sano administrativa a particular

    que, contratado pela administrao, descumpra obrigaes contratuais.

    c) CORRETA. Existe uma diferena entre decreto regulamentar (que

    no pode ser delegado) com decreto autnomo (que pode ser

    delegado). Decreto Regulamentar (expedido apenas para dar fiel

    execuo s leis) no pode ser delegado. J decreto autnomo, aqueles

    elencados no art. 84, V e VI da CF podem ser delegados.

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    d) ERRADA. A deteno de pessoas no incide na esfera das infraes

    administrativas. Cabe polcia judiciria a deteno de pessoas.

    e) ERRADA. No existe hierarquia entre a Unio e uma autarquia

    federal. H apenas um vnculo. Porm, possvel que a Unio delegue

    determinadas competncias para uma autarquia, conforme o art. 12 da

    Lei federal 9.784.

    Gabarito letra C.

    25. (2014/ CESPE/CADE/ Nvel Mdio) Existem casos em

    que mesmo existindo lei especfica sobre determinada matria, cumpre

    administrao criar mecanismos para aplic-la. Nessas hipteses,

    surge o poder regulamentar, que confere administrao a prerrogativa

    de editar atos gerais para alterar e complementar as leis.

    RESPOSTA:

    Poder regulamentar a prerrogativa conferida Administrao

    Pblica de editar atos gerais para complementar as leis e possibilitar

    sua efetiva aplicao. Seu alcance apenas de norma complementar

    lei. Sendo assim, Administrao no pode alter-la, e caso o faa,

    estar cometendo abuso de poder.

    Gabarito: E

    26. (2014/CESPE/TJ-CE/Analista Judicirio - Execuo de

    Mandados) Em relao aos poderes administrativos, assinale a opo

    correta.

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    a) As prerrogativas do Poder Legislativo incluem a sustao dos atos

    normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder

    regulamentar.

    b) O poder discricionrio no passvel de controle pelo Poder

    Judicirio.

    c) O desvio de poder configura-se quando o agente atua fora dos

    limites de sua competncia administrativa.

    d) Nenhum ato inerente ao poder de polcia pode ser delegado, dado

    ser expresso do poder de imprio do Estado.

    e) O poder hierrquico restringe-se ao Poder Executivo, uma vez que

    no h hierarquia nas funes desempenhadas no mbito dos

    Poderes Legislativo e Judicirio

    RESPOSTA:

    a) CORRETO. Segundo a Constituio Federal:

    "Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar

    os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder

    regulamentar ou dos limites de delegao legislativa;"

    b) ERRADO. O poder discricionrio, em determinadas circunstncias,

    pode ser controlado pelo poder judicirio.

    c) ERRADO. A afirmativa trata de excesso de poder e no desvio de

    poder.

    d) ERRADO. Alguns Doutrinadores admitem a delegao da polcia

    administrativa em circunstncias excepcionais.

    e) ERRADO. Existe poder hierrquico nos trs poderes da repblica e

    no ministrio pblico.

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    27. (CESPE - 2014 - SUFRAMA - Agente Administrativo) Poder

    regulamentar o poder que a administrao possui de editar leis,

    medidas provisrias, decretos e demais atos normativos para disciplinar

    a atividade dos particulares.

    Poder conferido com exclusividade aos chefes do poder executivo

    para editar atos normativos. O agente pblico no tem o poder de

    editar (alterar ou revogar) a lei nem medida provisria como diz a

    questo, essa funo tpica do legislativo. Alm disso, o poder

    regulamentar no pode existir sem lei e, alm disso, ato normativo no

    pode contrariar/revogar a lei que autorizou o ato.

    Gabarito: Errado.

    28. (CESPE/2010/DETRAN-ES) No exerccio do poder

    regulamentar, o presidente da Repblica pode dispor, mediante

    decreto, sobre a extino de funes ou cargos pblicos,

    quando vagos.

    Essa redao corresponde ao art. 84, VI, b, da Constituio, por

    isso o item est correto.

    29. (CESPE /2011/TRE-ES /Tcnico Judicirio) Caso se determine, por

    meio de lei, a certa autoridade a competncia para editar atos

    normativos secundrios, essa competncia pode ser objeto de

    delegao.

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    Os atos normativos secundrios, que so os decretos de execuo

    ou regulamentares, so indelegveis, conforme previso legal do art.

    13, I, da Lei n 9.784/99. Por isso, o item est errado.

    30. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) Quando a

    administrao expede normas de carter geral e impessoal, ela est

    desempenhando o poder regulamentar e a funo normativa

    simultaneamente.

    Tudo certo, pessoal. Como falamos, Poder Regulamentar est

    intimamente ligado s competncias do chefe do Executivo e, nesse

    caso se consubstanciam principalmente por meio de decretos. O poder

    regulamentar uma categoria dentro do poder normativo, que mais

    amplo e consubstanciado em regimentos, instrues, deliberaes,

    resolues e portarias.

    Resposta: correto.

    31. (2014/ CESPE/ TJ-CE/Analista Judicirio - rea

    Administrativa) No tocante aos poderes da administrao pblica,

    assinale a opo correta.

    a) O poder disciplinar aquele exercido pela administrao pblica

    para apurar infraes e aplicar penalidades aos servidores

    pblicos e aos empregados terceirizados que lhe sejam

    subordinados.

    b) O poder de polcia, em sentido amplo, estende-se atividade do

    Estado de condicionar a liberdade e a propriedade, ajustando-as

    aos interesses coletivos, o que abrange os atos do Judicirio, do

    Legislativo e do Executivo.

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    c) Na hiptese de o presidente da Repblica editar decreto que

    exorbite do poder regulamentar, possvel a sustao do referido

    ato normativo do Poder Executivo pelo Congresso Nacional.

    d) Caso um agente pblico atue fora dos limites de sua competncia,

    ficaro caracterizados tanto o excesso quanto o desvio de poder.

    e) Decorre do poder hierrquico a possibilidade de delegao da

    edio de atos de carter normativo, devendo o ato de delegao

    ser publicado em meio oficial

    RESPOSTA:

    O artigo 49, inciso V, da Constituio Federal estabelece que da

    competncia exclusiva do Congresso Nacional:

    V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegao

    legislativa;

    Sendo assim, temos o item C como correto.

    Veja os outros itens:

    a) ERRADA. Empregados terceirizados no se encontram

    submetidos disciplina administrativa.

    b) ERRADA. Em sentido amplo, o poder de polcia, corresponde

    atividade estatal de condicionar a liberdade e a propriedade

    ajustando-as aos interesses coletivos e envolve os atos do

    Legislativo e do Executivo

    d) ERRADA. No caso de excesso de poder, o agente pblico

    ultrapassa os limites da competncia legal outorgada. J no desvio

    de poder, o agente pblico exerce a competncia nos estritos limites

    legais, mas atinge finalidade diversa daquela prevista na lei.

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    e) ERRADA. Segundo a Lei 9784/99, em seu artigo. 13, inciso I:

    No podem ser objeto de delegao: a edio de atos de carter

    normativo.

    Gabarito: C

    6. Poder de polcia

    6.1. Conceito

    Vamos ao poder de polcia!

    O poder de polcia decorre da prerrogativa que o Estado tem de

    restringir o exerccio dos direitos individuais em prol do interesse

    coletivo. Nesse sentido, o conceito de poder de polcia no pode ser

    dado sem mencionar a ideia de restrio de atos individuais em prol da

    coletividade.

    Celso Antnio Bandeira de Mello (2010, p. 822-823) apresenta o

    conceito de poder de policia sob dois enfoques: sentido amplo e sentido

    estrito. O primeiro englobaria todas as atividades do Estado

    limitadoras do exerccio da liberdade e da propriedade, inclusive

    as editadas pelo Poder Legislativo sob a forma de lei geral e abstrata. O

    segundo seria relacionado s restries realizadas pelo Poder Executivo

    (sejam elas gerais e abstratas ou concretas) com o propsito de coibir

    atos individuais contrrios aos interesses sociais.

    Para que fique claro na sua cabea, citamos alguns exemplos de

    poder de polcia: concesso de alvar de construo pelo Municpio,

    aplicao de multa por construo irregular, por excesso de velocidade,

    por infrao ambiental, etc., demolio de casa construda em obra

    pblica, concesso de licena de instalao etc.

    ATENO: O poder de polcia se preordena a impor obrigaes

    de no fazer, ou seja, a Administrao se vale do poder de polcia para

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    evitar a ocorrncia de danos, seja aplicando multa para quem viola a

    legislao seja condicionando a execuo de atividades a determinadas

    regras.

    Assim, diz-se que esse poder um poder negativo.

    6.2. Atributos

    Um tema IMPORTANTSSIMO para a sua prova quanto ao poder de

    polcia so os seus atributos.

    So caractersticas ou atributos especficos mas no exclusivos

    do poder de polcia: discricionariedade, autoexecutoriedade,

    coercibilidade e indelegabilidade.

    No que concerne ao atributo da discricionariedade, como vimos

    acima, margem de liberdade que a lei confere ao agente pblico na

    prtica de determinado ato. Ele poder escolher se vai aplicar o ato

    desse ou daquele modo.

    A discricionariedade ser avaliada no caso concreto, observando se

    h essa margem de liberdade na lei.

    Mas, via de regra, o ato proferido no uso do poder de polcia

    discricionrio, pois, na maioria das vezes, a lei d ampla margem ao

    agente (p. ex.: ocorrido um dano ambiental, a lei prev que o

    administrador deve aplicar multa, mas esta pode variar entre R$ 100,00

    e R$ 20.000,00, o agente quem vai decidir o valor)

    Como vimos acima, se a lei der certa margem de liberdade ao

    agente, deixando de prever todas as hipteses possveis de aplicao da

    restrio ou qual a sano que se deve impor, o ato decorrente do

    poder de polcia ser discricionrio. Por outro lado, se a lei no deixar

    margem ao agente, o ato ser vinculado.

    CUIDADO: A doutrina tradicional informa que a discricionariedade

    um atributo do poder de polcia. Contudo, h casos em que a lei no

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    confere ao agente pblico qualquer margem para avaliar se aplicar um

    ato de polcia ou como aplicar.

    Por exemplo: se Joo construiu sua casa em rea pblica, no h

    outra sada, o agente pblico deve determinar que Joo deixe o local e

    promova a demolio da casa. Se Joo no sair no prazo, o agente

    dever demolir a construo.

    Nessa situao, o agente no tem pra onde correr, o ato

    vinculado.

    A autoexecutoriedade, por sua vez, o poder que a

    Administrao tem de modificar imediatamente a ordem jurdica

    valendo-se de seus prprios atos ou instrumentos, sem precisar

    buscar as medidas executrias do Poder Judicirio.

    Esse atributo, contudo, no pode ser aplicado irrestritamente pela

    Administrao.

    Bandeira de Mello (2010, p. 842) informa que o atributo da

    autoexecutoriedade pode ser colocado em prtica nas seguintes

    hipteses:

    a) quando a lei expressamente autorizar;

    b) quando a adoo da medida for urgente para a defesa do

    interesse pblico e no comportar as delongas naturais do

    pronunciamento judicial sem sacrifcio ou risco para a

    coletividade;

    c) quando inexistir outra via de direito capaz de assegurar a

    defender em cumprimento medida de polcia.

    Por fim, como ltimo atributo do poder de polcia, tem-se a

    coercibilidade.

    Esse atributo representa a imposio dos atos do Estado sobre os

    indivduos. Como bem destaca Carvalho Filho (2005, p. 67), esses atos

    decorrem do ius imperii estatal. Assim, no uso do poder de polcia, a

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    Administrao pode usar a fora necessria para impor a vontade geral

    sobre o particular.

    Esse atributo coloca em destaque o princpio da

    proporcionalidade. No uso dos meios coativos, a Administrao deve

    agir com os instrumentos estritamente necessrios para fazer impor a

    sua vontade, ou seja, o meio escolhido deve ser adequado para atingir

    o objetivo e, ao mesmo tempo, deve ser o menos gravoso possvel para

    se obter o resultado esperado. Caso essa relao entre meios e fins no

    seja observada, o agente incorrer em abuso de poder.

    32. (CESPE 2015 DPU - Defensor Pblico Federal de

    Segunda Categoria) A multa, como sano resultante do exerccio do

    poder de polcia administrativa, no possui a caracterstica da auto

    executoriedade.

    Essa muito fcil pessoal. Vejam que o poder de polcia possui

    alguns atributos. So eles: Discricionariedade, autoexecutoriedade e

    a Coercibilidade.

    So esses elementos que permitem que a Administrao

    demande cumprimento de uma deciso sobre pena de sano, sendo

    assim, no possui a caracterstica de autoexecutoriedade.

    Resposta Certo.

    33. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo -

    Auditoria Governamental) Com relao aos poderes administrativos,

    julgue o item subsequente. obrigatria a obteno prvia de

    autorizao judicial para a demolio de edificao irregular.

    Questes de concurso

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    Essa questo est cobrando de vocs, meus caros, o atributo da

    autoexecutoriedade. Lembrem-se que, em determinados casos, o poder

    de polcia confere Administrao Pblica a capacidade de executar

    suas determinaes sem necessidade de aguardar pronunciamento

    judicial.

    Resposta: errado.

    34. (CESPE - 2011 - PC-ES - Escrivo de Polcia - Especficos)

    Todas as medidas de polcia administrativa so auto executrias, o que

    permite administrao pblica promover, por si mesma, as suas

    decises, sem necessidade de recorrer previamente ao Poder Judicirio.

    Complementando o comentrio anterior, veja que a auto

    executoriedade no atributo de TODOS os atos. O nico atributo

    extensvel a todos os atos a presuno de legitimidade.

    Resposta: errado.

    35. (CESPE - 2010 - AGU - Procurador) Atos administrativos

    decorrentes do poder de polcia gozam, em regra, do atributo da

    autoexecutoriedade, haja vista a administrao no depender da

    interveno do Poder Judicirio para torn-los efetivos. Entretanto,

    alguns desses atos importam exceo regra, como, por exemplo, no

    caso de se impor ao administrado que este construa uma calada. A

    exceo ocorre porque tal atributo se desdobra em dois, exigibilidade e

    executoriedade, e, nesse caso, falta a executoriedade.

    Questo na mesma linha das anteriores. Nesse exemplo, o atributo

    da autoexecutoriedade no est presente nesse ato de polcia, to

    somente a exigibilidade. Isso significa que a Administrao Pblica pode

    exigir, mas no pode executar o particular caso ele no cumpra seu

    dever.

    Nesse caso, vai precisar da ao do Judicirio para que o particular

    seja compelido a construir a calada. Ateno, porque, de forma

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    genrica, o atributo em questo est incluso nos atos de polcia, mas a

    questo fez uma ntida ressalva ao dividir a autoexecutoriedade e

    exigibilidade, o que voc deve perceber ao julgar o item.

    Resposta: Certo.

    6.3. Indelegabilidade

    Alguns doutrinadores colocam a indelegabilidade com um atributo

    do poder de polcia.

    De qualquer forma, bom que ele venha em tpico separado de

    nossa aula PARA VOC NO SE ESQUECER NUNCA que o poder de

    polcia no pode ser delegado!

    Na lio de Marcelo Alexandrino (2010, p. 243-244), o poder de

    polcia no pode ser delegado para pessoas da iniciativa privada. No

    seria possvel sequer a delegao do poder de polcia s empresas

    concessionrias de servio pblico ou s empresas estatais (empresas

    pblicas e sociedades de economia mista).

    Assim, o poder pblico no pode delegar empresa que administra

    determinada rodovia privatizada a atribuio de aplicar multa aos

    motoristas que viajam em excesso de velocidade. As multas devem ser

    aplicadas pelo DETRAN do respectivo Estado.

    Isso quer dizer que at os pardais ou os radares eletrnicos

    devem ser instalados e administrados pelo Estado, professor?

    No, meus caros, essa mais uma valiosa lio que voc deve

    levar para a sua prova: o Estado pode contratar particulares e delegar a

    eles a atribuio de executar atos materiais relacionados s

    atividades tipicamente de polcia, ou seja, ele pode contratar uma

    empresa para, simplesmente, tirar as fotos dos carros que passam em

    alta velocidade. Quem vai aplicar a multa e cobr-la o DETRAN e no

    a empresa.

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    Assim, falou em atributos do poder de polcia, lembre-se das

    iniciais:

    6.4. Polcia administrativa x Polcia judiciria

    Estamos estudando o poder de polcia no mbito do direito

    administrativo, exercido pela Administrao Pblica. Essa polcia, sob

    um enfoque tradicional, se contrape polcia judiciria, que aquela

    exercida, normalmente, pela Polcia Militar e pela Polcia Civil.

    Segundo os ensinamentos de Gasparini (2008, p. 131-132),

    apresentamos o seguinte quadro que diferencia a polcia administrativa

    da polcia judiciria:

    Polcia administrativa Polcia judiciria

    atuao essencialmente

    preventiva

    atuao repressiva

    exercida por vrios rgos da

    Administrao Pblica

    exercida pelos rgos

    responsveis pela segurana

    pblica (PM e polcia civil);

    incide sobre a propriedade, a

    liberdade e as atividades dos

    indivduos

    Incide sobre a prpria pessoa

    visa coibir a desordem social busca a responsabilizao penal

    sujeita s normas administrativas sujeita, essencialmente, s

    normas processuais penais

    carter investigativo

    Questes de concurso

    D A C I

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    36. (CESPE 2015 - TRF - 5 REGIO - Juiz Federal Substituto)

    Assinale a opo correta com relao ao poder regulamentar e ao poder

    de polcia administrativa.

    a) O poder de polcia administrativa tem como uma de suas

    caractersticas a autoexecutoriedade, entendida como sendo a

    prerrogativa de que dispe a administrao para praticar atos e coloc-

    los em imediata execuo sem depender de autorizao judicial.

    b) O exerccio do poder de polcia administrativa sempre

    discricionrio, caracterizando-se por conferir ao administrador liberdade

    para escolher o melhor momento de sua atuao ou a sano mais

    adequada no caso concreto, por exemplo, quando houver previso legal

    de duas ou mais sanes para determinada infrao

    c) No exerccio da atividade de polcia, a administrao atua por

    meio de atos concretos e impositivos que geram deveres e obrigaes

    aos indivduos, no sendo possvel considerar que a edio de atos

    normativos caracterize atuao de polcia administrativa.

    d) O poder regulamentar prerrogativa concedida textualmente

    pela CF ao chefe do Poder Executivo federal que no se estende aos

    governadores e aos prefeitos.

    e) No exerccio do poder regulamentar, o presidente da Repblica

    pode dispor, mediante decreto, sobre a organizao e o funcionamento

    da administrao federal, quando tal ato administrativo no implicar

    aumento de despesa; sobre a criao e extino de rgos pblicos;

    sobre a extino de funes ou cargos pblicos, quando estes estiverem

    vagos.

    Letra (A) Correta, uma vez que a autoexecutoriedade, sim uma

    prerrogativa para a administrao praticar atos e coloc-los em

    imediata execuo independente de autorizao judicial.

    Letra (B) O poder de polcia administrativa no somente

    discricionrio, uma vez que tambm pode ser vinculado.

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    Letra (C) POSSVEL que a edio de atos normativos que figurem

    como poder de policia. Sendo assim a alternativa esta errada.

    Letra (D) O poder regulamentar se amplia ao chefe do executivo

    federal, estadual e municipal.

    Letra (E) No permitido que o DR Decreto Regulamentar

    estipule sobre extino ou criao rgos. o que dispe o art.84, VI,

    a, da Constituio Federal.

    Gabarito A.

    37. (CESPE-MPU - 2015-Analista do MPU) O poder de polcia

    administrativa, que incide sobre as atividades, os bens e os prprios

    indivduos, tem carter eminentemente repressivo.

    Pessoal, a atuao da polcia adminsitrativa essencialmente

    preventiva.

    Gabarito: Errado

    38. (2014/CESPE/ SUFRAMA/Agente Administrativo) Em

    decorrncia do poder de polcia, a administrao pode condicionar ou

    restringir os direitos de terceiros, em prol do interesse da coletividade.

    RESPOSTA:

    O poder de polcia a faculdade da Administrao Pblica para

    condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos

    individuais, em beneficio da coletividade ou do prprio Estado.

    Gabarito: C

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    39. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judicirio) A fiscalizao

    realizada em locais proibidos para menores retrata o exerccio de polcia

    administrativa.

    Como vimos, a atuao da polcia administrativa essencialmente

    preventiva. Alm disso, em locais como os proibidos para menores, o

    Estado tem a responsabilidade de conceder a licena de funcionamento

    condicionada proibio de menores. Se essa condio for

    desrespeitada, a Administrao pode se valer do poder de polcia

    administrativa para fechar o estabelecimento. A questo est correta.

    40. (CESPE - 2013 - Telebrs - Tcnico em Gesto de

    Telecomunicaes Assistente Administrativo) A polcia administrativa

    se expressa ora por atos vinculados, ora por atos discricionrios.

    Acabamos de comentar sobre a polcia administrativa, no

    mesmo? Como todos aqueles que se sujeitam s normas

    administrativas, seus atos variam entre discricionrios e vinculados,

    como ensina Celso Antnio Bandeira de Mello:

    Pode-se, com propriedade, asseverar, isto sim, que a polcia

    administrativa se expressa ora atravs de atos no exerccio de

    competncia discricionria, ora atravs de atos vinculados.

    Resposta: Correto.

    41. (CESPE/2009/TRE-PR/Analista Judicirio) O poder de polcia

    no poder ser delegado s concessionrias, no mbito das parcerias

    pblico-privadas.

    Vimos que ao particular no pode ser delegado o poder de policial.

    No caso das parcerias pblico-privadas, h vedao legal expressa.

    Vejamos:

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    42. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo -

    Auditoria Governamental) O exerccio do poder de polcia no pode ser

    delegado a entidade privada.

    Meu caro, se voc estudar com afinco, ler e reler, voc vai passar.

    Veja como essa questo do Cespe repetitiva. Voc j sabe a resposta.

    O poder de polcia no pode ser transferido a particulares, somente

    outorgados a entes da administrao indireta, como o caso da

    ANVISA.

    Resposta: certo.

    43. (CESPE/2010/INSS/Engenheiro Civil) O poder de polcia a

    atividade do Estado que consiste em limitar o exerccio dos direitos

    individuais em benefcio do interesse pblico, e cujo exerccio se

    condiciona a prvia autorizao judicial.

    Essa questo no observou que o poder de polcia possui o atributo

    da autoexecutoriedade, segundo o qual a Administrao no depende

    do Poder Judicirio para que seja executar um ato. Por isso, a questo

    est errada.

    44. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Analista Judicirio - rea

    Administrativa) Quando um fiscal apreende remdios com prazo de

    validade vencido, expostos em prateleiras de uma farmcia, tem-se

    exemplo do poder disciplinar da administrao pblica.

    Esse um bom exemplo do exerccios do poder de polcia. Afinal, o

    Estado est agindo limitando o exerccio da propriedade do

    Art. 4o Na contratao de parceria pblico-privada sero observadas as seguintes diretrizes: III indelegabilidade das funes de regulao, jurisdicional, do exerccio do poder de polcia e de outras atividades exclusivas do Estado;

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    particular com o propsito de coibir atos individuais contrrios aos

    interesses sociais.

    Resposta: Errado.

    45. (CESPE - 2010 - MPU - Analista - Processual) A

    administrao pblica exerce seu poder disciplinar quando exige do

    particular a entrega de estudo de impacto ambiental para a liberao de

    determinado empreendimento.

    Outro caso que emana do poder de polcia. Veja que o poder

    disciplinar se desdobra em duas hipteses: (a) punir o servidor que

    viola determinada norma ou princpio da Administrao Pblica e (b)

    punir determinados particulares que possuam vnculo especfico com a

    Administrao como no caso de contrato administrativo.

    A exigncia de licena no punio, mas medida preventiva

    adotada para evitar a ocorrncia de danos futuros.

    Resposta: errado.

    46. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judicirio) Alm dos atos que

    provm de autoridade pblica, caracterizam-se, tambm, como

    atividades de polcia administrativa as providncias tomadas por

    particulares para prevenir prejuzos ou ameaas a seus direitos ou

    patrimnios.

    O ordenamento brasileiro no admite que o particular execute a

    fora determinado ato, sob pena disso se enquadrar no crime de

    exerccio arbitrrio das prprias razes (salvo em hipteses

    excepcionais em situaes de legtima defesa ou de defesa da posse).

    Ademais, o poder de polcia no pode ser delegado ao particular. Assim,

    o item est errado.

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    47. (CESPE/2010/TRT-21Reg/Analista Judicirio) Segundo a

    doutrina, o poder de polcia tanto pode ser discricionrio quanto

    vinculado.

    O poder de polcia, via de regra, discricionrio a lei confere ao

    administrador uma margem para avaliar como o poder de polcia ser

    exercido. Entretanto, por vezes, o poder de polcia se expressa de

    forma vinculada. Isso ocorre quando a lei no confere ao administrador

    qualquer margem de liberdade, juzo de valor, convenincia e

    oportunidade. Assim, a questo est correta.

    48. (CESPE/2011/PC-ES) A atividade do Estado que condiciona

    a liberdade e a propriedade do indivduo aos interesses coletivos tem

    por fundamento o denominado poder hierrquico.

    Por bvio, a questo est errada, pois esse o fundamento dado

    do Poder de Polcia.

    Fique tranqilo! Estude com ateno as nossas aulas e voc no

    ser surpreendido na hora da prova!

    49. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Tcnico Judicirio) O poder de

    polcia deriva do poder hierrquico. Os chefes de repartio, por

    exemplo, utilizam-se do poder de polcia para fiscalizar os seus

    subordinados.

    Mais uma vez o CESPE associando o poder de polcia com o poder

    hierrquico.

    Como vimos, o poder de polcia decorre da prerrogativa que o

    Estado tem de restringir o exerccio dos direitos individuais em prol do

    interesse coletivo. E o poder hierrquico decorre da hierarquia, que o

    vinculo de subordinao e coordenao entre rgos e agentes

    superiores e inferiores. Percebeu que so institutos diferentes?

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    Gabarito: Errado.

    50. (CESPE 2015 DPU - Defensor Pblico Federal de

    Segunda Categoria). A hierarquia uma caracterstica encontrada

    exclusivamente no exerccio da funo administrativa, que inexiste,

    portanto, nas funes legislativa e jurisdicional tpicas.

    A hierarquia desempenhada de forma tpica pelo Poder Executivo

    ao exercer sua funo administrativa, e de forma atpica, pelos demais

    Poderes. Entre as funes tpicas realizadas pelo Legislativo e tambm

    pelo