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Noite brancaVestida de Água
Não era apenas uma noite branca. Era uma luz confusa direcionando
a Lua. E ela, enamorada do infinito,
pensava a vida como se folheasse um livro.
Tudo dentro da margem.Tudo em monólogos curtos.
Amou além do que seria lenda.Supriu o corpo saciando-se do
hermético.Fez mais que uma viagem.Fez um passeio de postal.
Selado, sem remetente, sem contorno, sem confidente.
Ela não se deteve nos penhascos.
Nem ficou a ouvir notícias.Buscou nas letras o que era
sina, descobriu que o fato não lhe
cabia.
E viu-se em folhetins nem manuseados.Pintura tosca, olhos marejados.
Sorriu de si mesma, sem medo do ridículo.
E a noite branca, em sons de guizos, mostrou-lhe os dentes.
Dentes alvos, como lírios...Fechou a prosa, desfez a cama.
Enroscou-se nua na nuvem gélidaE iluminou-se, inteira, daquela luz confusa.
Formatação:Zélia Nicolodi
Novembro/ 2007
Poema:Vestida de
Água