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Instituto Rui Barbosa - IRB NORMAS BRASILEIRAS DE AUDITORIA DO SETOR PÚBLICO (NBASP) Belo Horizonte IRB 2015 Nível 1 - Princípios Basilares e Pré-requisitos para o Funcionamento dos Tribunais de Contas Brasileiros

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Instituto Rui Barbosa - IRB

NORMAS BRASILEIRASDE AUDITORIA DO SETOR

PÚBLICO (NBASP)

Belo HorizonteIRB2015

Nível 1 - Princípios Basilares ePré-requisitos para o Funcionamento dos

Tribunais de Contas Brasileiros

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Instituto Rui BarbosaCOPYRIGHT© 2011 IRBPEDIDOS E CORRESPONDÊNCIAS:Instituto Rui BarbosaAv. Raja Gabaglia, 1315, LuxemburgoBelo Horizonte - MGCep: 30380-435Telefone: (31) 3348-2679Email: [email protected]

FICHACATALOGRÁFICAI61n Instituto Rui Barbosa.

Normas brasileiras de auditoria do setor públicoNBASP: nível 1 – princípios basilares e pré-requisitospara o funcionamento dos tribunais de contasbrasileiros. Belo Horizonte, 2015.

90p.

ISBN: 978-85-450-0115-7

1. Auditoria - Normas. 2 Tribunal de Contas I.

Título

CDU 657.6

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Aimportância das auditorias nas atividades de controle éhistórica, democrática e vital para o aprimoramento daadministração pública. A Cour des Comptes da França,

que em tempos idos ocupou o prédio onde hoje se instala o char-moso Museu D’Orsay e, atualmente, ocupa o prestigioso PalaceCambron, tem sua origem no ano de 1318, embora seja na eranapoleônica que tenha adquirido similitude com o modelo atual.Estudiosos da região de Puglia, no sul da Itália, em especial, ohistoriador Renato Russo de Barletta, assinalam que Frederico IIaponta o pioneirismo do Imperador do Sacro-Império em insta-lar uma Corte de Conti ainda no século XII. O Reino Unido, pormeio do National Audit Office (NAO), refere-se ao ano de 1314como primeira manifestação documentada.

É evidente que se a auditoria estatal era importante para re-gimes absolutistas, com o surgimento do Estado moderno, a suamagnitude ganha contornos decisivos, pois hodiernamente aprestação de contas é um pilar republicano e, ouso dizer, o con-trole externo é função essencial à democracia.

O cenário atual − conforme assinala F. Leew em seu insti-gante Auditing and evaluation: bridging a gap: words to meet,publicado na edição número 71 da New Directions for Evalution− é o do surgimento de uma nova disciplina, ou melhor, uma in-terdisciplina do terceiro milênio, reunindo os melhores conheci-mentos das técnicas de auditar e de avaliar. Este é o tênue limiteque revela, em si, a diferença fundamental na perspectiva que di-ferencia auditores e avaliadores.

As Normas Brasileiras de Auditoria do Setor Público(NBASP), agora disponibilizadas à sociedade brasileira, são oresultado de exaustivo trabalho de abnegados auditores de con-trole externo dos Tribunais de Contas do Brasil que harmoniza-ram as normas, mantendo coerência com os princípios da

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Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superio-res (Intosai), homologadas após o devido processo legal emAs-sembleia Geral do Instituto Rui Barbosa, realizada em 9 deoutubro de 2015, no Tribunal de Contas de Minas, na cidade deBelo Horizonte.

Portanto, é hora de celebrar! Temos o LivroAzul dos audito-res brasileiros! Hora de dizer muito obrigado a todos e todas quepermitiram esta edição! Hora de registrar a contribuição dos 34Tribunais de Contas do Brasil! Enfim, boa leitura e, principal-mente, excelente uso!

Sebastião HelvecioPresidente do IRB

Presidente do TCEMG

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SUMÁRIONORMAS BRASILEIRAS DEAUDITORIA

DO SETOR PÚBLICO (NBASP)

NÍVEL 1

PRINCÍPIOS BASILARES E PRÉ-REQUISITOSPARAO FUNCIONAMENTO DOS

TRIBUNAIS DE CONTAS BRASILEIROS

APRESENTAÇÃO........................................................................... 8

NBASP 10 – INDEPENDÊNCIADOSTRIBUNAIS DECONTAS ......................................................................................... 11

NBASP 12 – VALOR E BENEFÍCIOS DOSTRIBUNAIS DE CONTAS – FAZENDOA DIFERENÇANAVIDADOS CIDADÃOS ......................................................... 23

NBASP 20 – TRANSPARÊNCIAEACCOUNTABILITYINTRODUÇÃO.............................................................................. 41

NBASP 30 – GESTÃO DAÉTICA PELOSTRIBUNAIS DE CONTAS ........................................................... 53

NBASP 40 – CONTROLE DE QUALIDADEDASAUDITORIAS REALIZADAS PELOSTRIBUNAIS DE CONTAS ........................................................... 75

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NORMAS BRASILEIRAS DEAUDITORIADO SETOR PÚBLICO – NBASPs

NÍVEL 1PRINCÍPIOS BASILARES E PRÉ-REQUISITOS

PARAO FUNCIONAMENTO DOSTRIBUNAIS DE CONTAS BRASILEIROS

APRESENTAÇÃO

Normas e orientações profissionais são essenciais para a credi-bilidade, a qualidade e o profissionalismo da auditoria do setorpúblico. As Normas Brasileiras de Auditoria do Setor Público –NBASPs do nível 1, emitidas pelo Instituto Rui Barbosa – IRB,têm como objetivo promover uma auditoria independente e efi-caz e ainda apoiar os Tribunais de Contas brasileiros no desem-penho de suas atribuições constitucionais e legais, em benefícioda sociedade.As NBASPs do nível 1 definem os princípios basilares e os pré-requisitos para o adequado funcionamento dos Tribunais de Con-tas brasileiros e para a realização de suas atividades de auditoriae, sempre que aplicável, demais atividades de fiscalização. Elasforam desenvolvidas com base nas Normas Internacionais deAu-ditoria das Entidades Fiscalizadoras Superiores (Issais) dos ní-veis 1 e 2, emitidas pela Organização Internacional de EntidadesFiscalizadoras Superiores (Intosai). Também foram utilizadascomo referência as Normas de Auditoria do Tribunal de Contasda União – NAT, as Normas deAuditoria Governamental – NAG,as resoluções daAssociação dos Membros dos Tribunais de Con-tas do Brasil – Atricon, bem como o marco legal que rege a Ad-ministração Pública brasileira.

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Os pré-requisitos abordados nas NBASPs do nível 1 tratam deIndependência dos Tribunais de Contas (NBASP 10), Valor e Be-nefícios dos Tribunais de Contas – fazendo a diferença na vidados cidadãos (NBASP 12), Transparência e Accountability dosTribunais de Contas (NBASP 20), Gestão da Ética pelos Tribu-nais de Contas (NBASP 30) e Controle de Qualidade para os Tri-bunais de Contas (NBASP 40). Todos abrangem princípiosbásicos, que por sua vez são suportados por requisitos, caracte-rizados pelo termo “deve” e suas variações. Os requisitos apon-tam o que é esperado dos Tribunais de Contas na condução deum desempenho de alta qualidade e credibilidade e representamo mínimo necessário para o alcance desses objetivos. A expres-são “é recomendável” representa uma boa prática que é desejá-vel que seja implantada. A forma “podem” representa umafaculdade de agir conforme o que foi descrito ou não.Ao delinear um padrão nacional de atuação, espera-se que asNBASPs, ora aprovadas ad experimentum, tornem-se um instru-mento efetivo para promover a competência, a qualidade e a cre-dibilidade da auditoria do setor público no Brasil e, porconseguinte, contribua para ummelhor desempenho institucionaldos órgãos de controle governamental.As NBASPs foram elaboradas seguindo um devido processo, queabrangeu a elaboração de propostas de minutas pelo Subcomitêde Normas de Auditoria do IRB, a consulta pública a todos osTribunais de Contas brasileiros e a aprovação pela Assembleiado IRB, composta por membros representantes de todos eles. OIRB expressa seus mais profundos agradecimentos a todas as ins-tituições e pessoas que contribuíram efetivamente para o êxitodessa importante iniciativa.

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As Normas Brasileiras de Auditoria do Setor Público(NBASP) do Nível 1 – Institucional dos Tribunais de Contasdo Brasil, são emitidas pelo Instituto Rui Barbosa (IRB).Para mais informações visite www.irbcontas.org

NBASP 10

Independência dosTribunais de Contas

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................... 14

PRINCÍPIOS.................................................................................... 16

Previsão legal da independência dos Tribunais de Contas,de seus membros e de seu quadro funcional. ................................... 16

Mandato suficientemente amplo e discricionariedade noexercício das funções dos Tribunais de Contas................................ 16

Acesso irrestrito a informações........................................................ 17

Independência dos Tribunais de Contas para odesempenho de suas competências .................................................. 18

Prevenção ao conflito de interesses ................................................. 18

Adoção de medidas pertinentes no caso de quaisquer questõesque possam afetar ou que afetaram sua independência ................... 19

Direito e obrigação de informar sobre seu trabalho......................... 19

Liberdade de decidir o conteúdo e o momento oportuno depublicação e divulgação de seus relatórios de auditoria .................. 20

Utilização de mecanismos eficazes de monitoramentodas deliberações ............................................................................... 20

Cooperação interinstitucional sem prejuízo daindependência e da autonomia ......................................................... 21

Autonomia financeira e gerencial/administrativa edisponibilidade de recursos humanos, materiaise monetários adequados ................................................................... 21

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NBASP 10 – INDEPENDÊNCIADOS TRIBUNAIS DE CONTAS

INTRODUÇÃO

1. Normas e orientações profissionais são essenciais para acredibilidade, a qualidade e o profissionalismo da auditoriado setor público. As Normas Brasileiras de Auditoria doSetor Público (NBASPs), Nível 1, desenvolvidas e emiti-das pelo Instituto Rui Barbosa (IRB), visam a realização deauditorias independentes e eficazes pelos Tribunais de Con-tas brasileiros.

2. As NBASPs, Nível 1, abrangem os princípios basilares e ospré-requisitos para o adequado funcionamento dos Tribu-nais de Contas, relacionados a independência, transparênciae accountability, ética e controle de qualidade, que são re-levantes para todas as auditorias.

3. A NBASP 10 tem como objetivo definir, no nível institu-cional, os princípios relacionados ao pré-requisito da inde-pendência e as diretrizes que devem reger a atuaçãoindependente dos Tribunais de Contas.

4. A presente norma foi desenvolvida com base nas Nor-mas Internacionais de Auditoria das Entidades Fiscali-zadoras Superiores (Issai) 1 e 10, da OrganizaçãoInternacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores(INTOSAI), e também incorporou disposições, com elasconsistentes, das Normas de Auditoria do Tribunal deContas da União (NAT), das Normas de Auditoria Go-vernamental (NAG) e do marco legal que rege a Admi-nistração Pública brasileira.

5. Os Tribunais de Contas somente podem desempenharsuas atribuições com objetividade quando são indepen-dentes das entidades fiscalizadas e são protegidos contra

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influências externas. Em uma democracia é indispensávelque os Tribunais de Contas tenham independência garan-tida por lei e, embora se reconheça que as instituições doEstado não possam ser totalmente independentes, os Tri-bunais de Contas devem exercer sua independência fun-cional e organizacional no cumprimento de suascompetências constitucionais.

6. O auxílio prestado pelos Tribunais de Contas ao Poder Le-gislativo, conforme art. 71 da Constituição Federal, não re-presenta subordinação hierárquica. Os Tribunais de Contasexercem competências próprias, atribuídas diretamentepela Constituição, independentes das funções dos órgãoslegislativos, e de suas decisões não cabem recursos aoPoder Legislativo.

7. A independência e autonomia dos Tribunais de Contas estãoimplícitas nas disposições constitucionais que lhes assegu-ram a iniciativa exclusiva de projetos de lei para propor al-terações e revogações de dispositivos da sua Lei Orgânica,bem como para dispor sobre o seu quadro de pessoal e a re-muneração de seus membros.

8. A independência dos Tribunais de Contas se completapela capacidade de se autogovernar, de elaborar, segundoseus próprios desígnios, seu Regimento Interno e de es-tabelecer sua organização interna, a competência e o fun-cionamento de suas unidades, prover e gerir seu quadrode servidores, observadas apenas as diretrizes previstasna legislação.

9. Mediante a aplicação dos princípios relacionados ao pré-re-quisito da independência, os Tribunais de Contas podem al-cançar a independência por diferentes meios e utilizardiferentes garantias. Visando ao cumprimento desses prin-cípios, a NBASP 10 estabelece para cada um deles algunsrequisitos que devem ser observados.

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PRINCÍPIOS

Princípio 1Previsão legal da independência dos Tribunais de Contas,de seus membros e de seu quadro funcional.

10. Os Tribunais de Contas devem fazer cumprir os dispositi-vos legais que garantam a sua efetiva independência, de seusmembros e de seus servidores, incluindo a estabilidade nocargo e a imunidade legal no exercício normal de suas fun-ções.

11. Os Tribunais de Contas devem fazer cumprir os dispositi-vos legais que definam critérios legais objetivos e impes-soais para o recrutamento, nomeação, remoção, avaliação epromoção dos servidores dos Tribunais de Contas.

12. Os Tribunais de Contas devem promover, proteger e manterum quadro constitucional, legal ou jurídico efetivo e apro-priado quanto a sua independência.

Princípio 2Mandato suficientemente amplo e discricionariedadeno exercício das funções dos Tribunais de Contas

13. Os Tribunais de Contas, no exercício de suas funções e res-ponsabilidades, devem fazer uso de suas competências e dis-cricionariedade para contribuir para o aprimoramento dagestão dos recursos públicos em benefício da sociedade.

14. Os Tribunais de Contas devem ter poderes para auditar:a) o uso de dinheiro, recursos ou bens públicos por qualquerdestinatário ou beneficiário, independentemente de suanatureza jurídica;

b) a arrecadação de receitas devidas ao Governo ou às enti-dades públicas;

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c) a legalidade e a regularidade das contas do Governo oudas entidades públicas;

d) a qualidade da gestão financeira e a elaboração de de-monstrações financeiras;

e) a economicidade, eficiência e efetividade das operaçõesdo Governo ou das entidades públicas.

15. Os Tribunais de Contas, de acordo com sua competênciaconstitucional e legal, devem exercer liberdade para estabe-lecer prioridades, programar seu trabalho e adotar metodo-logias apropriadas às auditorias a serem realizadas.

16. Os Tribunais de Contas, respeitando suas competências le-gais, devem ser independentes para:a) selecionar temas de auditoria;b) planejar, executar, produzir relatórios e monitorar deli-berações;

c) decidir sobre sua organização e gestão;d) promover a execução de sanções administrativas decor-rentes de suas decisões;

e) atuar com outras entidades de fiscalização, governos ououtras partes interessadas objetivando a melhoria no usode recursos públicos.

Princípio 3Acesso irrestrito a informações

17. Os Tribunais de Contas, no exercício de suas competênciasconstitucionais, legais e regimentais, não devem sofrer limita-ções quanto ao acesso a pessoas, propriedades e informaçõesnecessárias à execução dos seus trabalhos, nem ser restringidospor nenhum tipo de sigilo, à obtenção e ao manuseio de infor-mações, documentos ou locais, independentemente da naturezadas transações e das operações examinadas, inclusive em siste-mas eletrônicos de tecnologia da informação e comunicação.

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Princípio 4Independência dos Tribunais de Contaspara o desempenho de suas competências

18. Os Tribunais de Contas não podem sofrer ingerência porparte da Administração Pública sobre o desempenho dassuas funções.

19. Os Tribunais de Contas devem exercer suas atividades deauditoria de forma autônoma e independente dos entes au-ditados, livre de interferência política, financeira, adminis-trativa ou de quaisquer outras.

20. Os Tribunais de Contas têm a responsabilidade de assegurarque se mantenha a independência em todas as fases da au-ditoria.

21. Os Tribunais de Contas não podem ser obrigados a modifi-car ou se abster de realizar determinadas auditorias, nemtampouco retirar ou alterar constatações, conclusões, deter-minações e recomendações.

22. Ao atender às solicitações para realizar trabalhos espe-cíficos, os Tribunais de Contas devem manter indepen-dência para conduzir todas as suas atividades, nãopermitindo interferências na escolha da equipe, das téc-nicas das ferramentas a serem aplicadas na execução dosexames, na contratação de consultores e especialistas, naextensão dos procedimentos e na forma de comunicar osresultados.

Princípio 5Prevenção ao conflito de interesses

23. Os Tribunais de Contas devem prevenir situações que pos-sam afetar ou parecer afetar o desempenho de suas funçõescom independência.

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24. Os Tribunais de Contas devem garantir que seus membros eservidores não desenvolvam relação próxima, ou que assimo pareça, com órgãos jurisdicionados e outros responsáveispela guarda e aplicação dos recursos públicos, em todos osníveis e esferas de governo, para que possam manter um jul-gamento objetivo e independente.

25. Os membros e servidores dos Tribunais de Contas nãopodem exercer cargos em conselhos diretores, administrati-vos, fiscais ou quaisquer outras atividades de gestão em en-tidades sob sua jurisdição ou que possam comprometer suaindependência.

26. Os membros e servidores dos Tribunais de Contas nãodevem ser influenciados pelas organizações auditadas e nãodevem ser dependentes dessas organizações.

Princípio 6Adoção de medidas pertinentes no caso dequaisquer questões que possam afetar ou queafetaram sua independência

27. Os Tribunais de Contas devem adotar medidas cabíveisquando cerceados nas suas prerrogativas constitucionaispara o exercício pleno da auditoria do setor público.

Princípio 7Direito e obrigação de informar sobre seu trabalho

28. Os Tribunais de Contas devem fazer uso dos seus direitose obrigações para relatar seu trabalho de forma indepen-dente.

29. Os Tribunais de Contas não podem ser impedidos de comu-nicar os resultados das atividades de auditoria e devem in-formar, pelo menos uma vez por ano, esses resultados.

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Princípio 8Liberdade de decidir o conteúdo e o momentooportuno de publicação e divulgação de seusrelatórios de auditoria

30. Os Tribunais de Contas têm a liberdade de decidir o con-teúdo de seus relatórios de auditoria.

31. Os Tribunais de Contas têm a liberdade de fazer observa-ções e deliberar sobre determinações e recomendações emseus relatórios de auditoria, levando em consideração, con-forme o caso, os pontos de vista da entidade auditada.

32. Os Tribunais de Contas têm a liberdade de decidir sobre omomento oportuno de divulgação e publicação de seus re-latórios de auditoria, salvo quando houver exigências espe-cíficas prescritas em lei.

Princípio 9Utilização de mecanismos eficazes demonitoramento das deliberações

33. Os Tribunais de Contas devem implantar um sistema de mo-nitoramento com o objetivo de aferir o grau de atendimentode suas determinações e recomendações e de assegurar queos órgãos e as entidades auditadas sigam adequadamentesuas deliberações.

34. Os Tribunais de Contas devem comunicar o grau de atendi-mento das deliberações monitoradas ao Poder Legislativoou às suas comissões, quando for o caso, e para o dirigentemáximo da entidade auditada.

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Princípio 10Cooperação interinstitucional sem prejuízo da independênciae da autonomia

35. Os Tribunais de Contas podem, sem prejuízo de sua inde-pendência e autonomia, estabelecer cooperação e colabora-ção com outros órgãos e entidades que tenham acompetência ou o interesse em promover a accountabilitypública.

36. A independência funcional dos Tribunais de Contas não im-pede que eles compartilhem, com os demais órgãos e enti-dades daAdministração Pública, informações e boas práticas.

37. Os Tribunais de Contas, ao realizarem parcerias ou atuaremem rede de controle, não devem comprometer a sua autono-mia nem se submeter à interferência de terceiros.

38. Os Tribunais de Contas podem articular esforços medianteo estabelecimento de compromissos e de ações conjuntascom outros órgãos de fiscalização e controle, com o obje-tivo de viabilizar o apoio às fiscalizações das instituiçõesenvolvidas, norteando-se pela confiança bem como pelo res-peito à independência de cada uma.

Princípio 11Autonomia financeira e gerencial/administrativae disponibilidade de recursos humanos, materiaise monetários adequados

39. Os Tribunais de Contas devem possuir autonomia para es-tabelecer seus próprios serviços, métodos, organização, or-çamento, estrutura e funcionamento.

40. Os Tribunais de Contas devem dispor dos recursos huma-nos, materiais e financeiros necessários para desempenharsuas tarefas.

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41. Os Tribunais de Contas devem administrar seu orçamentocom autonomia.

42. Os Tribunais de Contas devem comunicar ao Poder Legis-lativo qualquer restrição em matéria de recursos ou quais-quer outras restrições, por parte do Poder Executivo, quepossam cercear o exercício de suas competências.

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As Normas Brasileiras de Auditoria do Setor Público(NBASP) do Nível 1 – Institucional dos Tribunais de Contasdo Brasil, são emitidas pelo Instituto Rui Barbosa (IRB).Para mais informações visite www.irbcontas.org

NBASP 12

Valor e Benefíciosdos Tribunais deContas – Fazendoa Diferença naVida dos Cidadãos

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................... 26

FORTALECERAACCOUNTABILITY,ATRANSPARÊNCIAEAINTEGRIDADEDOSÓRGÃOS / ENTIDADESGOVERNAMENTAIS .............................................................................. 27

Salvaguarda da independência dos Tribunais de Contas.......................... 28

Realização de auditorias objetivando verificar a boa e regularaplicação de recursos públicos, responsabilizando osresponsáveis quando necessário................................................................. 29

Habilitação dos responsáveis pela governança do setor público paraque possam cumprir suas responsabilidades e responder aos achados erecomendações da auditoria e adotar as ações corretivas apropriadas .... 30

Produção de relatórios sobre os resultados de auditoria edisponibilização ao público para que tome ciência dos achadosde auditoria e das responsabilidades dos gestores .................................... 31

DEMONSTRARRELEVÂNCIAPARAOS CIDADÃOS, PARAOLEGISLATIVO E PARAOUTRAS PARTES INTERESSADAS. ....... 32

Sensibilidade a mudanças de ambiente e riscos emergentes.................... 32

Comunicação efetiva com as partes interessadas ..................................... 33

Promoção de aperfeiçoamento daAdministração Pública, sendouma fonte confiável de conhecimento e de orientaçãoobjetiva e independente .............................................................................. 34

SER UMAORGANIZAÇÃOMODELO, QUE LIDERAPELO EXEMPLO...................................................................................... 35

Garantia de transparência e accountability dos Tribunais de Contas ...... 35

Garantia de boa governança dos Tribunais de Contas.............................. 36

Cumprimento de Código de Ética do Tribunal de Contas ....................... 36

Busca de excelência e de qualidade do serviço......................................... 37

Construção de capacidade por meio de promoção de aprendizageme de compartilhamento de conhecimento.................................................. 38

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NBASP 12 – VALOR E BENEFÍCIOS DOSTRIBUNAIS DE CONTAS – FAZENDOADIFERENÇANAVIDADOS CIDADÃOS

INTRODUÇÃO

1. Normas e orientações profissionais são essenciais para acredibilidade, a qualidade e o profissionalismo da auditoriado setor público. As Normas Brasileiras de Auditoria doSetor Público (NBASPs), Nível 1, desenvolvidas e emiti-das pelo Instituto Rui Barbosa (IRB), visam à realização deauditorias independentes e eficazes pelos Tribunais de Con-tas brasileiros.

2. As NBASPs, Nível 1, abrangem os princípios basilares e ospré-requisitos para o adequado funcionamento dos Tribu-nais de Contas, relacionados a independência, transparênciae accountability, ética e controle de qualidade, que são re-levantes para todas as auditorias.

3. A NBASP tem como objetivo contribuir com o aprimora-mento dos Tribunais de Contas e estabelecer um padrão na-cional de atuação para comunicar e promover o valor e osbenefícios que podem trazer para a sociedade por meio dasauditorias que realizam.

4. A presente norma foi desenvolvida com base nas NormasInternacionais deAuditoria das Entidades Fiscalizadoras Su-periores (Issai 12) da Organização Internacional das Enti-dades Fiscalizadoras Superiores (Intosai), no marco legalque rege a administração pública brasileira, nas Normas deAuditoria do Tribunal de Contas da União (NAT), nas Nor-mas de Auditoria Governamental (NAG) e nas Resoluçõesda Associação dos Membros dos Tribunais de Contas doBrasil (Atricon).

5. A atuação em prol do interesse público enseja a responsabi-

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lidade dos Tribunais de Contas de demonstrar a sua impor-tância para os cidadãos, para o Legislativo e para os ór-gãos/entidades governamentais. Os Tribunais de Contaspodem demonstrar sua relevância respondendo apropriada-mente às demandas e expectativas das partes interessadas emantendo uma boa comunicação no sentido de demonstrarcomo as auditorias realizadas proporcionam o aperfeiçoa-mento da Administração Pública.

6. Para cumprirem sua missão constitucional e garantirem oseu valor, os Tribunais de Contas precisam ser reconhecidospela sua credibilidade, competência e independência, tor-nando-se, assim, um modelo para aAdministração Pública.

7. Os princípios e requisitos em torno da expectativa funda-mental dos Tribunais de Contas de demonstrarem o seu valorpara a sociedade e de fazerem a diferença na vida dos cida-dãos encontram-se divididos pelas seguintes ações:a) fortalecer a accountability, a transparência e a integridadedos órgãos/entidades governamentais;

b) demonstrar relevância contínua para os cidadãos, para oLegislativo e para outras partes interessadas;

c) ser uma organização modelo, que lidera pelo exemplo.

FORTALECERAACCOUNTABILITY,A TRANSPARÊNCIA EA INTEGRIDADE

DOS ÓRGÃOS/ENTIDADES GOVERNAMENTAIS

8. Os Tribunais de Contas exercem ação independente, pormeio de auditorias, de formulação de determinações e reco-mendações e de outras ações de controle externo, incluindoa aplicação de sanções. A atuação dos Tribunais de Contasé instrumento da governança pública cujo objetivo é asse-gurar a accountability pública, contribuindo para reduzir asincertezas sobre o que ocorre no interior da administração

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pública, fornecendo à sociedade e ao Poder Legislativo umarazoável segurança de que os recursos e poderes delegadosaos administradores públicos estão sendo geridos medianteações e estratégias adequadas para alcançar os objetivos es-tabelecidos pelo poder público, de modo transparente, emconformidade com os princípios de administração pública,as leis e os regulamentos aplicáveis.

9. Os Tribunais de Contas têm a responsabilidade de assegurarque seja cumprido o dever de prestar contas por parte dequalquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, queutilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,bens e valores públicos ou pelos quais a Administração res-ponda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natu-reza pecuniária.

10. Além disso, as ações de controle externo apoiam os respon-sáveis pela governança do setor público no exercício de suasresponsabilidades ao monitorar e reportar sobre as medidasadotadas para sanar falhas, aperfeiçoar atividades e apro-veitar oportunidades de melhoria, assim, completando ociclo de accountability.

Princípio 1Salvaguarda da independência dos Tribunais de Contas

11. Os Tribunais de Contas devem realizar seus trabalhos ob-servando o princípio da independência de que trata aNBASP 10.

12. Os Tribunais de Contas devem buscar promover, proteger emanter um quadro constitucional, legal e regulamentar ade-quado e efetivo para apoiar o exercício de suas funções.

13. Os Tribunais de Contas devem preservar a independênciade seus membros e servidores, incluindo as garantias legaisnecessárias ao exercício normal das suas funções.

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14. Os Tribunais de Contas devem fazer uso de suas competên-cias e discricionariedade no exercício das suas funções e res-ponsabilidades para melhorar a gestão dos recursos públicos.

15. Os Tribunais de Contas devem ter direitos irrestritos deacesso a todas as informações necessárias para o bom de-sempenho de suas funções, inclusive direito de acesso aossistemas eletrônicos de tecnologia da informação e comuni-cação dos órgãos ou entidades auditadas.

16. Os Tribunais de contas devem usar os seus direitos e obri-gações para relatar seu trabalho de forma independente, de-cidindo livremente o conteúdo e o momento oportuno dedivulgação dos seus relatórios.

17. Os Tribunais de Contas devem possuir mecanismos ade-quados para o monitoramento de suas deliberações.

18. Os Tribunais de Contas devem manter a autonomia finan-ceira e gerencial ou administrativa e recursos humanos, ma-teriais e financeiros adequados.

19. Os Tribunais de Contas devem relatar todas questões quepossam afetar sua capacidade de realizar seu trabalho deacordo com as respectivas competências.

Princípio 2Realização de auditorias objetivando verificar a boae regular aplicação de recursos públicos,responsabilizando os responsáveis quando necessário

20. Os Tribunais de Contas devem, de acordo com suas compe-tências e padrões profissionais aplicáveis, realizar audito-rias financeira, operacional e de conformidade.

21. Os Tribunais de Contas devem examinar a fidedignidadedos demonstrativos contábeis e a eficácia dos controles in-ternos de órgãos e entidades, conforme disposições regu-lamentares.

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22. Os Tribunais de Contas devem avaliar o desempenho dosórgãos e entidades jurisdicionados, assim como o dos siste-mas, programas, projetos e atividades governamentais,quanto aos aspectos de economicidade, eficiência, eficáciae efetividade dos atos praticados.

23. Os Tribunais de Contas devem examinar a legalidade e a le-gitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos asua jurisdição.

24. Os Tribunais de Contas devem promover a instituição e oefetivo funcionamento dos sistemas de controle interno dasentidades fiscalizadas.

25. Os Tribunais de Contas devem aplicar aos responsáveis, emcaso de irregularidade, as sanções previstas em lei.

Princípio 3Habilitação dos responsáveis pela governança do setorpúblico para que possam cumprir suas responsabilidadese responder aos achados e recomendações da auditoria eadotar as ações corretivas apropriadas

26. Os Tribunais de Contas devem assegurar uma boa comuni-cação com as entidades auditadas e outras partes interessa-das relacionadas, conforme o caso, e mantê-las beminformadas durante o processo de auditoria sobre questõesdecorrentes do trabalho dos TCs.

27. Os Tribunais de Contas devem prestar as informações soli-citadas pelo Legislativo sobre as auditorias realizadas esobre seus resultados.

28. Os Tribunais de Contas devem fornecer ao Legislativo e aosórgãos/entidades auditados informações relevantes, objeti-vas e oportunas e com eles desenvolver um relacionamentopróximo para ajudá-los a entender melhor os relatórios econclusões da auditoria e tomar as medidas apropriadas.

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29. Os Tribunais de Contas devem permitir ao auditado exa-minar o relatório preliminar de auditoria antes que ele sejatornado público, oportunizando ao gestor tomar conheci-mento dos achados, conclusões e propostas em seu con-texto completo e por escrito, exceto nos casos nos quais,de forma fundamentada, o exame prejudique o objetivo dafiscalização.

30. Os Tribunais de Contas devem procurar analisar o relatóriode auditoria, identificar e discutir com os principais interes-sados temas, achados comuns, tendências, causas raiz e re-comendações de auditoria, fornecer orientações e boaspráticas e esclarecer como suas conclusões podem ser úteispara a obtenção de um maior benefício com a observânciadas recomendações/determinações.

Princípio 4Produção de relatórios sobre os resultados de auditoria edisponibilização ao público para que tome ciência dosachados de auditoria e das responsabilidades dos gestores

31. Os Tribunais de Contas devem relatar informações objeti-vas, de forma simples e clara, usando uma linguagem queseja compreendida por todas as partes interessadas.

32. Os Tribunais de Contas devem divulgar de forma ampla osrelatórios de auditoria e os resultados de suas ações, inclu-sive em meio eletrônico, exceto nos casos nos quais, justifi-cadamente, o sigilo seja necessário.

33. Os Tribunais de Contas devem facilitar o acesso aos seus re-latórios de auditoria a todas partes interessadas, usando fer-ramentas de comunicação apropriadas.

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DEMONSTRAR RELEVÂNCIA PARAOSCIDADÃOS, PARAO LEGISLATIVO E PARA

OUTRAS PARTES INTERESSADAS

34. Os Tribunais de Contas demonstram sua relevância res-pondendo adequada e tempestivamente aos interesses doscidadãos, às expectativas das diferentes partes interessa-das e aos riscos emergentes decorrentes da variação do am-biente que envolve as organizações auditadas. Além disso,é essencial que os Tribunais de Contas procurem demons-trar como suas auditorias agregam valor e contribuem paraa avaliação e aperfeiçoamento da Administração Pública.

Princípio 5Sensibilidade a mudanças de ambiente e riscos emergentes

35. Os Tribunais de Contas devem, no desenvolvimento de seuprograma de trabalho, responder, conforme o caso, às prin-cipais questões que afetam a sociedade.

36. Os Tribunais de Contas devem avaliar a mudança no am-biente de auditoria e os riscos dele emergentes e respondê-los em tempo hábil, por exemplo, por meio da promoção demecanismos que abordem impropriedade financeira, fraude,corrupção, ineficácia e ineficiência.

37. Os Tribunais de Contas devem se manter a par das questõesrelevantes que estão sendo debatidas em foros nacionais einternacionais, e participar, conforme o caso.

38. Os Tribunais de Contas devem assegurar que as expectativasdas partes interessadas e os riscos emergentes sejam consi-derados nos planos estratégicos, de negócios e de auditorias,conforme o caso, sem afetar sua independência.

39. Os Tribunais de Contas devem implementar medidas vol-tadas à gestão de informações estratégicas, usando, por

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exemplo, ferramentas de inteligência e de tratamento degrandes massas de dados com uso intensivo de tecnologiada informação.

Princípio 6Comunicação efetiva com as partes interessadas

40. Os Tribunais de Contas devem promover, junto aos entesauditados, a compreensão de sua função, objetivando a ob-tenção de informações espontâneas e fidedignas, bem comodevem conduzir discussões em uma atmosfera de respeito ecompreensão mútuos.

41. Os Tribunais de Contas devem comunicar e sensibilizar aspartes interessadas sobre a necessidade de transparência eaccountability do setor público.

42. Os Tribunais de contas devem interagir adequadamentecom a mídia, de modo a facilitar a comunicação com a so-ciedade.

43. Os Tribunais de Contas devem implementar ações de co-municação com o objetivo de cumprir os princípios da pu-blicidade e transparência, demonstrar a utilidade e aefetividade do controle externo e fortalecer a imagem insti-tucional.

44. Os Tribunais de Contas devem sistematizar sua jurispru-dência tendo por objetivo a harmonização e a transparênciadas suas decisões.

45. Os Tribunais de Contas devem divulgar as decisões e as pau-tas de julgamento como instrumento de comunicação com opúblico externo de interesse e com a sociedade.

46. Os Tribunais de Contas devem fortalecer suas ouvidoriasno sentido de torná-las efetivos instrumentos de interaçãocom a sociedade, favorecendo as ações de controle ex-terno.

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Princípio 7Promoção de aperfeiçoamento da AdministraçãoPública, sendo uma fonte confiável de conhecimentoe de orientação objetiva e independente

47. Os Tribunais de Contas devem alcançar e manter junto à so-ciedade, aos demais Poderes do Estado e às entidades fisca-lizadas, um elevado nível de credibilidade, confiança erespeito públicos, transmitindo segurança por meio de atua-ção caracterizada pela objetividade, neutralidade, indepen-dência e imparcialidade.

48. O trabalho dos Tribunais de Contas deve basear-se no jul-gamento profissional independente e em uma análise sólidae profunda.

49. Os Tribunais de Contas devem contribuir para o debatesobre o aperfeiçoamento da Administração Pública, semcomprometer sua independência.

50. Os Tribunais de Contas devem usar seu conhecimento e ex-periência para promover mudanças benéficas na Adminis-tração Pública.

51. Os Tribunais de Contas podem cooperar com instituiçõesacadêmicas, públicas ou privadas, e manter relações formaiscom associações profissionais, desde que não comprome-tam a sua independência, autonomia e objetividade.

52. É recomendável que os Tribunais de Contas desenvolvam eregulamentem sistemática de avaliação de desempenho ins-titucional quanto ao exercício da auditoria do setor público,no intuito de avaliar, periodicamente, se o Legislativo, osauditados e os cidadãos percebem que os Tribunais de Con-tas são efetivos e contribuem para o aperfeiçoamento daAd-ministração Pública.

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SER UMAORGANIZAÇÃOMODELO,QUE LIDERAPELO EXEMPLO

53. Os Tribunais de Contas devem inspirar confiança. Sua cre-dibilidade depende de serem vistos como independentes,competentes e publicamente responsáveis por suas atuações.Para tornar isso possível, os Tribunais de Contas precisam li-derar sendo exemplo.

Princípio 8Garantia de transparência e accountabilitydos Tribunais de Contas

54. Os Tribunais de Contas devem observar os ditames daNBASP 20 que trata da transparência e da accountabilitydos Tribunais de Contas.

55. Os Tribunais de Contas devem exercer suas funções deforma a oferecer accountability, transparência e boa gover-nança pública.

56. Os Tribunais de Contas devem tornar públicos suas compe-tências, suas responsabilidades, sua missão e sua estratégia.

57. Os Tribunais de Contas devem usar, de acordo com suas cir-cunstâncias, normas, processos e métodos de auditoria quesejam objetivos e transparentes, bem como dar conhecimentoàs partes interessadas sobre as normas e os métodos utilizados.

58. Os Tribunais de Contas devem gerenciar suas operaçõescom economicidade, eficiência e efetividade e em confor-midade com as leis e regulamentos aplicáveis, e informarpublicamente estas questões, conforme o caso.

59. Os Tribunais de Contas devem estar sujeitos ao exame ex-terno independente, a exemplo da revisão por pares, e dis-ponibilizar relatórios de auditoria e avaliação de suasatividades às partes interessadas.

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Princípio 9Garantia de boa governança dos Tribunais de Contas

60. Os Tribunais de Contas devem observar os bons princípiosde governança e reportar publicamente sobre esse aspectode forma apropriada.

61. Os Tribunais de Contas devem ter uma estrutura de gestãoe apoio organizacional adequados que propiciem um bomprocesso de governança e boas práticas de gestão.

62. Os Tribunais de Contas devem promover o aperfeiçoamentode seus sistemas de controle interno como instrumento demelhoria da governança e da gestão de riscos.

63. Os Tribunais de Contas devem identificar, avaliar, respondere monitorar regularmente os riscos organizacionais.

64. Os Tribunais de Contas devem fortalecer suas corregedoriasno sentido de torná-las instrumentos de eficiência, eficáciae efetividade das ações de controle externo.

65. Os Tribunais de Contas devem imprimir agilidade na apre-ciação e julgamento de processos de auditoria, cumprindoprazos razoáveis.

Princípio 10Cumprimento de Código de Ética do Tribunal de Contas

66. Os Tribunais de Contas devem observar os preceitos daNBASP 30 que trata da gestão da ética pelos TCs.

67. Os Tribunais de Contas devem criar ou aplicar um código deética que seja consistente com suas competências e ade-quado para suas circunstâncias.

68. Os Tribunais de Contas devem aplicar altos padrões de in-tegridade e ética, expressos em código de conduta.

69. Os Tribunais de Contas devem instituir políticas e processosadequados para garantir a conscientização e adesão dos

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membros, servidores e contratados para as atividades deapoio aos requisitos de código de conduta.

70. Os Tribunais de Contas devem aplicar seus valores funda-mentais e seu compromisso para com a ética profissional emtodos os aspectos do seu trabalho, de modo a servir comoexemplo.

Princípio 11Busca de excelência e de qualidade do serviço

71. Os Tribunais de Contas devem observar os ditames daNBASP 40 que trata do controle de qualidade para os Tri-bunais de Contas.

72. Os Tribunais de Contas devem assegurar que suas audito-rias sejam realizadas em conformidade com as NBASPs,com as normas da Intosai e demais normas técnicas e pro-fissionais aplicáveis.

73. Os Tribunais de Contas devem realizar, periodicamente, umaavaliação do sistema de controle de qualidade das suas au-ditorias, com vistas a avaliar a aderência às técnicas e nor-mas profissionais.

74. Os Tribunais de Contas devem estabelecer normas específi-cas, manuais ou guias, para orientar as tarefas de auditoriaou outras atividades assemelhadas.

75. Os Tribunais de Contas devem contar com métodos atuali-zados de auditoria.

76. Os Tribunais de Contas devem estar capacitados para reali-zar suas auditorias, em um prazo determinado.

77. Os Tribunais de Contas devem designar, para executar asauditorias, profissionais que possuam, em conjunto, a for-mação, a experiência, as habilidades e os conhecimentos téc-nicos necessários para realizar as tarefas com eficiência eeficácia.

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78. Os Tribunais de Contas devem acompanhar o cumprimentoou a implementação das deliberações por eles proferidas eaferir os seus efeitos, possibilitando, assim, verificar se asações adotadas têm contribuído para o alcance dos resulta-dos desejados, identificar/mensurar os benefícios aferidoscom a auditoria e dar retorno à sociedade.

79. Os Tribunais de Contas devem adotar, no que couber, o con-trole externo concomitante como instrumento de efetividadede suas atribuições.

80. Os Tribunais de Contas devem adotar critérios objetivos dejulgamento e uniformizar suas decisões por meio de proce-dimentos próprios, previstos em suas leis orgânicas, ou pro-videnciar a sua criação, quando não instituídos.

81. Os Tribunais de Contas devem atuar proativamente nasquestões de ampla repercussão e interesse público por meiode orientações técnicas ou por deliberações do órgão cole-giado com carácter vinculante.

Princípio 12Construção de capacidade por meio de promoçãode aprendizagem e de compartilhamento de conhecimento

82. Os Tribunais de Contas devem promover o desenvolvimentoprofissional contínuo, que contribua para a excelência do in-divíduo, da equipe e da organização.

83. Os Tribunais de Contas devem ter uma estratégia de desen-volvimento profissional, incluindo a formação baseada nosníveis mínimos de qualificação, experiência e competêncianecessários para realizar auditoria.

84. Os Tribunais de Contas devem desenvolver e promover oaperfeiçoamento da legislação e dos sistemas, ou ferramen-tas, que contribuam para o desenvolvimento profissional deseus servidores.

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85. Os Tribunais de Contas devem garantir que seus servidorestenham as competências profissionais e o apoio de colegase da gestão para realizar seu trabalho.

86. Os Tribunais de Contas devem incentivar o intercâmbio deconhecimento e a capacitação de seus servidores.

87. Os Tribunais de Contas devem aproveitar o trabalho de ou-tros Tribunais de Contas, do Controle Interno e da auditoriainterna de entidades governamentais e, com eles e com ou-tras instituições de fiscalização e controle, construir redespara se manterem a par das questões emergentes e promo-verem o intercâmbio de conhecimento.

88. Os Tribunais de Contas devem promover ações no sentidode trocar experiências quanto ao desenvolvimento/aperfei-çoamento de métodos e procedimentos de fiscalização.

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As Normas Brasileiras de Auditoria do Setor Público(NBASP) do Nível 1 – Institucional dos Tribunais de Contasdo Brasil, são emitidas pelo Instituto Rui Barbosa (IRB).Para mais informações visite www.irbcontas.org

NBASP 20

Transparência eAccountability

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................... 44

PRINCÍPIOS .................................................................................... 45

Exercício das funções dos Tribunais de Contas no âmbito deum marco legal que preveja a transparência e a accountability. ...... 45

Publicidade de competências, responsabilidades,missão e planejamento. .................................................................... 46

Adoção de normas, processos e métodos de auditoriaobjetivos e transparentes. ................................................................. 46

Garantia de altos padrões de integridade e de ética por partedos membros, servidores e demais colaboradores. .......................... 47

Garantia de que os princípios de transparência e deaccountability não sejam comprometidos quando parte desuas atividades forem executadas por terceiros................................ 48

Gerenciamento das operações dos Tribunais de Contas comeconomicidade, eficiência e eficácia, e em conformidade comas leis e regulamentos, e divulgação dos resultados atingidos......... 48

Publicidade dos resultados das auditorias e das conclusõessobre as atividades gerais do governo. ............................................. 49

Comunicação oportuna e ampla dos resultados das atividadesde auditoria por intermédio da mídia, de sites e de outros meios. ... 50

Cumprimento das Normas Brasileiras de Auditoria do SetorPúblico e busca de aprendizagem contínua, usandoorientações ou conhecimentos de colaboradores externos. .............. 51

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NBASP 20 – TRANSPARÊNCIAE ACCOUNTABILITY

As Normas Brasileiras de Auditoria do Setor Público(NBASPs) são elaboradas e emitidas pelo Instituto Rui Barbosa(IRB), com fundamento no art. 2º, inciso XV, do seu estatuto.

INTRODUÇÃO

1. Normas e orientações profissionais são essenciais para acredibilidade, a qualidade e o profissionalismo da auditoriado setor público. As Normas Brasileiras de Auditoria doSetor Público (NBASPs), Nível 1, desenvolvidas e emiti-das pelo Instituto Rui Barbosa (IRB), visam à realização deauditorias independentes e eficazes pelos Tribunais de Con-tas brasileiros.

2. As NBASPs, Nível 1, abrangem os princípios basilares e osrequisitos para o adequado funcionamento e a conduta pro-fissional dos Tribunais de Contas, relacionados a indepen-dência, transparência e accountability, ética e controle dequalidade, que são relevantes para todas as auditorias.

3. A NBASP 20 objetiva promover os princípios de transpa-rência e de accountability nos Tribunais de Contas, quedevem atuar de forma exemplar, mediante a aplicação des-tes princípios em todos os seus atos.

4. Esta Norma foi desenvolvida com base nas Normas Inter-nacionais de Auditoria das Entidades Fiscalizadoras Supe-riores (Issai 20) da Organização Internacional de EntidadesFiscalizadoras Superiores (Intosai), no marco legal que regea administração pública brasileira, nas Normas deAuditoriado Tribunal de Contas da União (NAT), nas Normas deAu-ditoria Governamental (NAG) e nas Resoluções da Asso-ciação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil(Atricon).

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5. Os Tribunais de Contas devem divulgar as suas atribuiçõese os resultados das suas atividades para a Administração epara o público em geral, ajudando-os a compreender as suasfunções. Seus processos de trabalho, atividades e produtosdevem ser transparentes. Os Tribunais de Contas tambémdevem se comunicar claramente com a mídia e outras par-tes interessadas, e buscar ser reconhecidos na esfera públicae na comunidade.

6. A presente norma encontra-se estruturada na forma de prin-cípios e requisitos que buscam a transparência e a accoun-tability dos Tribunais de Contas.

PRINCÍPIOS

Princípio 1Exercício das funções dos Tribunais de Contasno âmbito de um marco legal que preveja atransparência e a accountability

7. Os Tribunais de Contas devem atuar sob normas a partir dasquais seja possível responsabilizar seus membros e servidores.

8. As normas devem incluir:a) as competências para as auditorias, a jurisdição e as res-ponsabilidades dos Tribunais de Contas;

b) as condições sobre a nomeação e o afastamento de mem-bros e servidores dos Tribunais de Contas;

c) os requisitos de gestão operacional e financeira dos Tri-bunais de Contas;

d) a publicação oportuna dos relatórios de auditoria;e) a supervisão das atividades dos Tribunais de Contas;f) o equilíbrio entre o acesso do público à informação e apreservação do sigilo das evidências de auditoria e de ou-tras informações dos Tribunais de Contas.

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Princípio 2Publicidade de competências, responsabilidades,missão e planejamento

9. Os Tribunais de Contas devem tornar públicas suas compe-tências, suas missões, sua organização, sua estratégia e suasrelações com as várias partes interessadas, incluindo os ór-gãos legislativos e autoridades executivas.

10. Os Tribunais de Contas devem tornar públicas as condiçõesde nomeação, eleição, reeleição, aposentadoria e destituiçãodos seus membros e servidores.

11. É recomendável que os Tribunais de Contas divulguem aopúblico as informações básicas sobre suas competências,suas responsabilidades, sua missão, sua estratégia e suas ati-vidades em uma das línguas oficiais da Intosai, além da lín-gua portuguesa.

Princípio 3Adoção de normas, processos e métodos deauditoria objetivos e transparentes

12. Os Tribunais de Contas devem adotar normas e metodolo-gias que estejam em conformidade com os princípios fun-damentais de auditoria e elaborados de acordo com asNormas Brasileiras de Auditoria do Setor Público.

13. Os Tribunais de Contas devem informar quais são essas nor-mas e metodologias, e como as cumprem.

14. Os Tribunais de Contas devem informar as atividades de au-ditoria que realizam no âmbito de sua competência, combase em seus processos de avaliação de riscos e planeja-mento.

15. Os Tribunais de Contas devem informar às autoridadescompetentes quaisquer ilegalidades ou irregularidades que

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apontem a existência de indícios de crimes de responsabi-lidade e improbidade administrativa, entre outros pratica-dos contra a Administração Pública.

16. Os Tribunais de Contas devem manter a entidade auditadainformada sobre os objetivos, critérios, metodologias e con-clusões de suas auditorias, de modo que ela possa com-preender a forma como o controle externo pode contribuirpara a melhoria da qualidade da gestão dos recursos públicos.

17. Os Tribunais de Contas devem adotar procedimentos de mo-nitoramento das suas deliberações, assegurado à entidadeauditada o direito de fornecer informações sobre as medi-das corretivas adotadas ou sobre os motivos de não teremsido tomadas as ações corretivas.

18. Os resultados das auditorias dos Tribunais de Contas devemestar sujeitos a comentários, e as recomendações e determina-ções sujeitas a discussões e a respostas pela entidade auditada.

19. Os Tribunais de Contas devem implementar um sistema ade-quado de controle de qualidade sobre suas atividades de au-ditoria e produção de relatórios, e submeter tal sistema auma avaliação periódica independente.

Princípio 4Garantia de altos padrões de integridade e de éticapor parte dos membros, servidores e demais colaboradores

20. Os Tribunais de Contas devem ter regras ou códigos de ética,políticas e práticas que estejam alinhados com as NormasBrasileiras de Auditoria do Setor Público, especialmente aNBASP 30.

21. Os Tribunais de Contas devem prevenir conflitos internosde interesses, corrupção e outras situações danosas ao patri-mônio público, assegurando a transparência e a legalidadede seus próprios atos.

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22. Os Tribunais de Contas devem promover ativamente o com-portamento ético em toda a organização.

23. Os Tribunais de Contas devem divulgar as exigências éticase as obrigações de seus membros, servidores e outros cola-boradores.

Princípio 5Garantia de que os princípios de transparência e deaccountability não sejam comprometidos quandoparte de suas atividades forem executadas por terceiros

24. Os Tribunais de Contas também devem garantir a obser-vância dos princípios de transparência e de accountabilitypelos contratados para atividades de apoio.

25. A execução de trabalhos especializados por contratadospara atividades de apoio é de responsabilidade dos Tribu-nais de Contas e está sujeita a políticas éticas (especial-mente conflito de interesses) e de garantia da integridade eindependência.

Princípio 6Gerenciamento das operações dos Tribunais de Contascom economicidade, eficiência e eficácia, e emconformidade com as leis e regulamentos,e divulgação dos resultados atingidos

26. Os Tribunais de Contas devem empregar boas práticas degestão, incluindo controles internos adequados sobre suasoperações. Isso pode incluir auditorias internas e outras me-didas descritas na Intosai Gov 9100.

27. Os Tribunais de Contas devem tornar públicas suas pres-tações de contas e sujeitá-las à análise parlamentar ou à au-ditoria.

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28. Os Tribunais de Contas devem avaliar e tornar públicas as in-formações sobre suas operações, bem como sobre os resulta-dos de auditorias e dos demais trabalhos de controle externo.

29. Os Tribunais de Contas devem tornar público seu orçamentoe informar sobre a origem de seus recursos financeiros ecomo esses recursos são utilizados.

30. Os Tribunais de Contas devem medir e tornar públicos os re-sultados sobre a eficiência e eficácia no uso de seus recursos.

31. Os Tribunais de Contas devem utilizar indicadores de de-sempenho para avaliar o benefício de seus trabalhos para oPoder Legislativo, os cidadãos e outras partes interessadas.

32. Os Tribunais de Contas devem acompanhar a sua visibili-dade pública, os resultados e o impacto de suas ações me-diante retroalimentação externa.

33. Os Tribunais de Contas devem possuir ouvidorias que ga-rantam o amplo acesso do cidadão às informações da própriagestão, favorecendo o controle social e a transparência desuas atividades.

34. Os Tribunais de Contas devem possuir área de comunicaçãosocial, com política de comunicação aprovada, que asse-gure o alcance do objetivo de cumprir os princípios da pu-blicidade e da transparência, além de demonstrar a utilidadee a efetividade do controle externo e fortalecer a imageminstitucional.

Princípio 7Publicidade dos resultados das auditorias e dasconclusões sobre as atividades gerais do governo

35. Os Tribunais de Contas devem dar ampla divulgação do re-sultado de suas ações, inclusive em meio eletrônico, ressal-vadas as situações consideradas sigilosas por leis eregulamentos.

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36. Os Tribunais de Contas devem tornar públicas as medidas eos resultados do monitoramento das suas recomendações.

37. Os Tribunais de Contas devem tornar públicas as sanções eas penalidades impostas aos gestores governamentais, assimcomo aos seus membros e servidores.

38. Os Tribunais de Contas devem manter um forte relaciona-mento com as comissões parlamentares relevantes, paraajudá-las a compreender melhor os relatórios e as conclu-sões da auditoria e tomar as medidas adequadas.

39. Os Tribunais de Contas podem comunicar os resultados desuas auditorias com variações na forma e no conteúdo, de-pendendo dos destinatários e da finalidade da divulgação,bem como do público-alvo, que deve ser informado a res-peito, cabendo às normas específicas disporem acerca de co-municações por outros meios, que não o relatório.

Princípio 8Comunicação oportuna e ampla dos resultados das atividadesde auditoria por intermédio damídia, de sites e de outrosmeios

40. Os relatórios de auditoria devem ter ampla divulgação, in-clusive em meio eletrônico, sendo obrigatoriamente publi-cados na página eletrônica do Tribunal de Contas.

41. Os Tribunais de Contas devem incentivar o interesse públicoe acadêmico sobre suas conclusões mais importantes.

42. Os Tribunais de Contas devem iniciar, realizar auditorias eemitir os respectivos relatórios em tempo hábil. A transpa-rência e a accountability serão melhoradas se as auditoriase as informações fornecidas forem tempestivas.

43. Os Tribunais de Contas devem tornar disponíveis e com-preensíveis os relatórios de auditoria para o grande públicoatravés de vários meios (resumos, gráficos, apresentaçõesde vídeo e comunicados de imprensa).

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Princípio 9Cumprimento das Normas Brasileiras de Auditoria doSetor Público e busca de aprendizagem contínua, usandoorientações ou conhecimentos de colaboradores externos

44. Os Tribunais de Contas podem recorrer a uma entidade ex-terna independente a fim de avaliar suas operações e seuatendimento às normas. Para isso, podem utilizar a revisãopor pares.

45. Os Tribunais de Contas podem recorrer a especialistas ex-ternos para fornecer consultoria independente em questõestécnicas relacionadas à auditoria, caso não disponha em seusquadros de profissionais especializados ou suficientes, sem-pre observados os limites da objetividade, da neutralidade,do sigilo e da independência nas auditorias. Nesses casos,os Tribunais de Contas assumem a responsabilidade pelo tra-balho entregue pelo especialista e pelas conclusões que deledecorram.

46. Os Tribunais de Contas devem tornar públicos os resultadosde revisões por pares e avaliações externas independentes.

47. Os Tribunais de Contas devem promover a execução de tra-balhos conjuntos de forma a aumentar a eficácia do controlee estimular o desenvolvimento profissional.

48. O trabalho dos consultores e especialistas deve ser limitadoao escopo delineado por profissional do Tribunal de Contas,responsável pelas auditorias, e suas conclusões devem serreproduzidas no relatório de auditoria, acompanhadas daopinião e dos comentários dos profissionais de auditoria.

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As Normas Brasileiras de Auditoria do Setor Público(NBASP) do Nível 1 – Institucional dos Tribunais de Contasdo Brasil, são emitidas pelo Instituto Rui Barbosa (IRB).Para mais informações visite www.irbcontas.org

NBASP 30

Gestão da Éticapelos Tribunaisde Contas

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................... 56

PRINCÍPIOS ÉTICOS E GESTÃO DAÉTICA ............................. 58

RESPONSABILIDADES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS.......... 60

Liderança.......................................................................................... 60

Código de Ética ................................................................................ 60

Orientação sobre ética ...................................................................... 61

Gestão e controle da ética................................................................. 62

PROMOÇÃO DOS PRINCÍPIOS E DOCOMPORTAMENTO ÉTICO ......................................................... 64

Integridade........................................................................................ 64

Independência e objetividade ........................................................... 64

Competência..................................................................................... 67

Comportamento profissional ............................................................ 70

Confidencialidade............................................................................. 72

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NBASP 30 – GESTÃO DAÉTICAPELOS TRIBUNAIS DE CONTAS

INTRODUÇÃO

1. Normas e orientações profissionais são essenciais para a cre-dibilidade, a qualidade e o profissionalismo da auditoria dosetor público.AsNormas Brasileiras deAuditoria do Setor Pú-blico (NBASPs), Nível 1, desenvolvidas e emitidas pelo Ins-tituto Rui Barbosa (IRB), visam à realização de auditoriasindependentes e eficazes pelos Tribunais de Contas Brasileiros.

2. As NBASPs, Nível 1, abrangem os princípios fundadores eos pré-requisitos para o adequado funcionamento e a con-duta profissional dos Tribunais de Contas, relacionados a in-dependência, transparência e accountability, ética e controlede qualidade, que são relevantes para todas as auditorias.

3. A presente norma foi desenvolvida com base no projeto daNorma Internacional de Auditoria das Entidades Fiscaliza-doras Superiores (Issai) 30, da Organização Internacionaldas Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai), e tambémincorporou disposições, com elas consistentes, das Normasde Auditoria do Tribunal de Contas da União (NAT), dasNormas de Auditoria Governamental (NAG) e do marcolegal que rege a Administração Pública brasileira.

4. Há muitas expectativas em torno da atuação dos Tribunaisde Contas, que devem contar com a confiança das partes in-teressadas. A reputação de confiança e de credibilidade deseus trabalhos perante a sociedade, ao Poder Legislativo, aspartes responsáveis e aos demais usuários de suas informa-ções representa um propósito que deve ser perseguido e umrisco que deve ser permanentemente gerenciado em nívelinstitucional nos Tribunais de Contas.

5. Os Tribunais de Contas precisam agir como instituições

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modelo e inspirar comportamento ético, confiança e credi-bilidade. Como o comportamento ético é um componenteessencial no estabelecimento da confiança e reputação deuma entidade, a gestão da ética é um pré-requisito para ofuncionamento dos Tribunais de Contas.

6. ANBASP 30 – Gestão de Ética pelos Tribunais de Contas –estabelece um padrão nacional de atuação, abordando as res-ponsabilidades gerais dos Tribunais de Contas para promo-ver o comportamento ético como um componente essencialpara sustentar a confiança e a credibilidade.

7. A ética de um Tribunal de Contas é, essencialmente, um re-flexo da conduta de seus membros e servidores, que devemseguir um conjunto de princípios e normas, consubstan-ciando um padrão de comportamento irrepreensível. Em-bora o comportamento ético pessoal dependa da vontade decada um, ele também é influenciado pelo ambiente de tra-balho. Portanto, independentemente do comprometimentoindividual das pessoas em agir de acordo com princípios éti-cos, os Tribunais de Contas têm a responsabilidade especí-fica de promover e proteger a ética e os princípios éticos emtodos os aspectos da organização e de suas atividades.

8. O objetivo desta norma é apresentar um conjunto de princí-pios éticos e uma visão geral dos aspectos básicos envolvi-dos na gestão de ética, descrever os requisitos e fornecerorientações adicionais para auxiliar o cumprimento destes,tanto nos aspectos relacionados às responsabilidades dos Tri-bunais de Contas quanto na incorporação dos princípios eno direcionamento do comportamento ético pessoal no tra-balho cotidiano e nas situações específicas inerentes a umaentidade de auditoria pública.

9. Para facilitar a incorporação dos princípios e o direcionamentodo comportamento ético, esta norma contempla requisitos eorientações para a sua aplicação, como descritos a seguir.

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10. Os requisitos, considerados como critérios para reconhecerinstituições e comportamentos éticos, devem ser cumpridostanto pelos Tribunais de Contas quanto pelos seus membrose servidores. Ao avaliá-los, deve-se considerar que, porserem requisitos éticos, muitos deles estão relacionados acontroles abstratos e, por isso, requerem a aplicação de mé-todos de avaliação específicos e adequados.

11. As orientações para aplicação, no âmbito dos Tribunais deContas para seus membros e servidores, têm como objetivoauxiliar no cumprimento dos requisitos. As orientaçõespodem abordar esclarecimentos sobre o significado dos re-quisitos, dos conceitos e das justificativas fundamentais;pontos a serem considerados na implementação, nas suges-tões de procedimentos para um determinado requisito nosexemplos de boas práticas que podem ser adotadas.

PRINCÍPIOS ÉTICOS E GESTÃO DAÉTICA

12. Nas atividades de auditoria pública, é esperado que o com-portamento ético se baseie pelos menos nos cinco princípiosenunciados a seguir, com uma explicação resumida.a) integridade – agir com integridade, boa-fé e em prol dointeresse público;

b) independência e objetividade – fazer julgamentos deforma imparcial e isenta;

c) competência – manter conhecimentos e habilidades ade-quados à função;

d) comportamento profissional – agir de acordo com asnormas profissionais aplicáveis e as mais altas expecta-tivas das partes interessadas;

e) confidencialidade – proteger adequadamente as infor-mações.

13. A gestão de ética tem por objetivo fornecer uma razoável

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segurança de que, no trabalho cotidiano e em situações es-pecíficas inerentes às atividades de auditoria pública, osprincípios éticos serão cumpridos, mediante um comporta-mento ético esperado e aceitável.

14. A gestão da ética envolve a identificação de riscos (tambémchamados de “ameaças” ou “vulnerabilidades”), reais ouvislumbrados, que possam impactar a reputação de con-fiança e a credibilidade dos trabalhos dos Tribunais de Con-tas, e a adoção de respostas mediante a implementação decontroles (também chamados de “salvaguardas”) para redu-zir os riscos de desvios éticos a um nível aceitável.

15. Riscos de não cumprimento dos princípios éticos podem sur-gir de diversas formas, incluindo, mas não se limitando, aosdecorrentes de:a) interesses pessoais;b) parcialidade inadequada de julgamentos feitos anterior-mente pelo Tribunal de Contas;

c) defesa dos interesses de entidades fiscalizadas ou de ou-tras partes;

d) relacionamentos próximos ou de longa data;e) pressões externas de entidades fiscalizadas ou de outraspartes.

16. Quando são identificados riscos que ameaçam qualquer umdos cinco princípios, é necessário implementar controles afim de reduzir o risco de comportamentos antiéticos a umnível aceitável. Esses controles podem ser estabelecidos porleis, regulamentos ou por atos normativos do próprio Tribu-nal de Contas.

17. A estrutura ou o sistema de gestão de ética a ser desenvol-vido e mantido pelos Tribunais de Contas é implementadocom a adoção de estratégias, políticas e procedimentos apro-priados e específicos para direcionar, gerenciar e controlar ocomportamento ético.

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RESPONSABILIDADES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS

18. A estrutura ou o sistema de gestão de ética fornece os funda-mentos e os arranjos organizacionais que direcionam o com-portamento ético, incluindo a liderança, o código de ética, asorientações éticas e os mecanismos de gestão e controle daética, considerando os requisitos e orientações a seguir.

Liderança

Requisitos institucionais:19. A liderança dos Tribunais de Contas deve demonstrar cons-

ciência da dimensão ética, destacar sua importância e pro-mover uma cultura ética na organização.

20. A liderança dos Tribunais de Contas deve servir como mo-delo de conduta, por meio de suas ações e exemplo, agindode acordo com os princípios éticos.

Orientações para aplicação:21. Aconstrução de uma cultura ética em uma instituição começa

pela sua liderança, que inclui a Presidência, os membros doTribunal e doMinistério Público e todos aqueles que exerçamcargos ou funções que possam influenciar o comportamentode outras pessoas.Aética deve ser explicitada como uma prio-ridade e, para enfatizar a importância de agir de acordo com osprincípios éticos, são necessárias mensagens claras, consis-tentes e frequentes, associadas a ações apropriadas.

Código de Ética

Requisitos institucionais:22. Os Tribunais de Contas devem adotar e divulgar um Código

de Ética elaborado de acordo com esta norma.

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Orientações para aplicação:23. Um código de ética ou um código de conduta expressa os

princípios éticos e define como o Tribunal de Contas esperaque seus membros, servidores e terceiros que com ele se re-lacionam ou atuam em seu nome se comportem, orientando,assim, o comportamento individual. Também tem o papelde servir como uma declaração profissional e de sustentar aimagem ética, interna e externamente.

24. Adefinição dessas expectativas em cada Tribunal de Contasdeve considerar pelo menos os seguintes elementos: decla-rações sobre os princípios norteadores da conduta, descri-ção dos comportamentos esperados, casos concretos dedilemas éticos e situações delicadas, e disposições para lidarcom desvios de conduta.

25. A aceitação e a legitimidade do código são maiores se a suaelaboração ou o seu desenvolvimento forem inclusivos etransparentes.

Orientação sobre ética

Requisitos institucionais:26. Os Tribunais de Contas devem exigir que todos os seus

membros e servidores ajam em conformidade com o Códigode Ética, bem como prover orientação e respaldo para in-fluenciar a sua compreensão. Os Tribunais de Contas devemexigir que qualquer parte contratada para realizar trabalhosem seu nome se comprometa com os requisitos éticos poreles definidos.

Orientações para aplicação:27. A compreensão do código é maior quando há estratégias cla-

ras de comunicação, commensagens educativas para os ser-vidores sobre a promoção dos princípios, a abordagem de

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dilemas éticos etc. Essas estratégias de comunicação podemincluir oficinas de trabalho, treinamentos e compromissosda liderança.

28. É recomendável que os Tribunais de Contas criem uma Co-missão de Ética com o objetivo de implementar e gerir o Có-digo de Ética, elaborado de acordo com esta NBASP.

29. Os Tribunais de Contas podem atribuir responsabilidades acomissões de ética, coordenadores de integridade, oficiaisde ética, consultores ou conselheiros a fim de oferecer acon-selhamento a problemas reais apontados por membros ouservidores, observada a confidencialidade para a aplicaçãoefetiva desse apoio.

30. É recomendável que os Tribunais de Contas mantenham ca-nais formais para recepção, encaminhamento e processa-mento de opiniões, sugestões, reclamações, críticas edenúncias sobre transgressões éticas por parte dos seus ser-vidores e/ou membros.

Gestão e controle da ética

Requisitos institucionais:31. Os Tribunais de Contas devem identificar e analisar riscos

éticos ou ameaças à ética, e adotar estratégias, políticas eprocedimentos para mitigá-los e sustentar o comportamentoético.

32. Os Tribunais de Contas devem adotar políticas e procedi-mentos para identificar, investigar e tratar qualquer violaçãoaos princípios éticos.

33. Os Tribunais de Contas devem identificar potenciaisconflitos entre os seus requisitos éticos e as normas de ór-gãos profissionais aos quais pessoas do seu quadro pos-sam pertencer e estabelecer procedimentos para trataresses conflitos.

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Orientações para aplicação:34. Incorporar a ética na gestão diária é essencial para refor-

çar os princípios. Isso inclui, entre outros procedimentos,a aplicação do mérito à ética como um critério de recruta-mento, avaliação de desempenho e desenvolvimento pro-fissional. Implica também reconhecer e recompensar ocomportamento ético, e ainda aplicar salvaguardas parariscos específicos, como aqueles decorrentes de conflitosde interesse, questões de confidencialidade ou conflitosde requisitos.

35. Controles de monitoramento fazem parte da gestão da éticapara auxiliar os Tribunais de Contas a mitigar eventuais ris-cos. Como parte dos controles de monitoramento, podemser adotadas medidas como as seguintes:a) manutenção de registros para rastrear interesses, presen-tes e atos de hospitalidade;

b) autoavaliações, revisões internas e externas que podemser usadas regularmente, seja como ferramentas de mo-nitoramento, seja como um meio para analisar e identifi-car vulnerabilidades e recomendar medidas paraaperfeiçoar a gestão da ética e/ou como uma rotina paraassegurar accountability. Avaliações precisarão conside-rar que muitos requisitos éticos estão relacionados a con-troles abstratos e, por isso, requerem a aplicação demétodos de avaliação específicos e adequados. Ferra-mentas como a Intosaint (ferramenta de autoavaliação daintegridade de Entidades Fiscalizadoras Superiores), di-retrizes de revisão por pares (peer review), pesquisas,questionários, entrevistas e opiniões de clientes são fer-ramentas úteis para essas avaliações;

c) políticas claras sobre desvio de condutas éticas e denún-cias, incluindo procedimentos para relatar casos de des-vio para fins de investigação e sanção.

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36. As informações obtidas a partir dos procedimentos acimapodem ser usadas em avaliações periódicas com vistas àatualização e aperfeiçoamento das políticas de ética. Os Tri-bunais de Contas podem informar sobre essas avaliações àspartes interessadas.

PROMOÇÃO DOS PRINCÍPIOSE DO COMPORTAMENTO ÉTICO

Integridade

Requisitos institucionais:37. Os Tribunais de Contas devem destacar, demonstrar e pro-

mover a integridade, estabelecendo e mantendo sistemas decontrole da ética de seus membros e servidores.

38. Os Tribunais de Contas devem respaldar o valor da integri-dade, que abarca respostas oportunas e adequadas a viola-ções de tal valor.

Orientações para aplicação:39. Para promover a integridade, os Tribunais de Contas devem

implementar e manter sistemas de controle, que consistemem um conjunto equilibrado de medidas e controles.

40. Os Tribunais de Contas devem implementar ferramentaspara controlar essas vulnerabilidades, na forma de orienta-ções claras, meios de monitoramento e declarações de inte-resses, atividades e/ou presentes.

Independência e objetividade

Requisitos institucionais:41. Os Tribunais de Contas devem realizar suas atividades obser-

vando o pré-requisito da independência de que trata a NBASP

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10, adotando políticas que visem à criação de condições parao seu funcionamento independente e objetivo no que tange àsentidades auditadas, ao seumandato, à sua discricionariedade,aos seus relatórios e à sua autonomia administrativa. Esta in-dependência deve estar prevista em um ordenamento consti-tucional, jurídico ou regulatório adequado e eficaz.

42. Os Tribunais de Contas devem estabelecer uma estruturapara identificar e aplicar controles para mitigar as ameaçassignificativas à independência, bem como devem fornecerorientação e direcionamento a seus servidores nesse sentido.

43. Os Tribunais de Contas devem adotar políticas para rodízioperiódico de servidores, particularmente em níveis hierár-quicos mais altos do pessoal de auditoria e devem proversalvaguardas apropriadas onde o rodízio não for viável.

Orientações para aplicação:44. Para garantir a credibilidade do trabalho, o Tribunal de Con-

tas deve observar as normas de processo e as garantias pro-cessuais das partes, e as partes interessadas devemreconhecê-lo como uma instituição justa e imparcial. Paraisso, é essencial que os Tribunais de Contas e seus servido-res sejam independentes, atuem com imparcialidade e isen-ção, e que seus trabalhos sejam objetivos.

45. O valor da independência compreende a independência defato e a independência aparente. Independência de fato é asituação que permite o desempenho de atividades sem queestas sejam afetadas por influências que comprometam o jul-gamento profissional, permitindo, assim, que um indivíduoaja com integridade, objetividade e ceticismo profissional.Já a independência aparente é caracterizada pela ausênciade circunstâncias que fariam com que uma parte interessada,razoavelmente bem informada, tendo conhecimento deinformações relevantes, viesse a ter dúvidas razoáveis da

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integridade, da objetividade ou do ceticismo profissionaldo(s) auditor(es), ou a concluir que esses princípios foramcomprometidos.

46. Os princípios fundamentais da independência dos Tribunaisde Contas são descritos na NBASP 10. Para cada um dessesprincípios, é fundamental ter um ordenamento constitucio-nal, jurídico ou regulatório adequado e eficaz para apoiar oTribunal de Contas em seus trabalhos de auditoria. Um or-denamento adequado e eficaz ajuda a garantir que o Tribu-nal de Contas e os seus auditores estejam livres deinterferências na escolha das questões de auditoria, bemcomo no planejamento, programação, execução, elaboraçãode relatórios e monitoramento das auditorias, no acesso a in-formações, na aplicação das decisões e sanções, no conteúdoe na periodicidade dos relatórios de auditoria, bem como nasua publicação, divulgação e disseminação. Para tanto, éfundamental que os Tribunais de Contas possuam autono-mia financeira, organizacional e administrativa.

47. Cada Tribunal de Contas é responsável por implementar sal-vaguardas à sua independência, tais como:a) declarações de interesses e de conflitos de interesses a fimde ajudar a identificar e mitigar ameaças à independência;

b) medidas que ajudem a garantir que o pessoal de alto es-calão exerça sua função de supervisão e revisão de acordocom critérios profissionais rigorosos, definidos para ex-cluir influências externas que poderiam afetar a indepen-dência do Tribunal de Contas e de seus servidores;

c) políticas e procedimentos para tratar ameaças, como o afas-tamento de alguém que tenha conflito de interesses de umaequipe de auditoria, ou a revisão de decisões significativastomadas por esta pessoa enquanto integrava a equipe;

d) políticas e normas para identificar e sanar situações emque um membro de equipe de auditoria tenha trabalhado

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recentemente na entidade fiscalizada ou tenha auditadoa mesma questão sob o manto de outra organização;

e) um ambiente no qual o julgamento profissional objetivonão seja afetado por trabalhos realizados anteriormentepelo Tribunal de Contas.

48. De acordo com o mandato constitucional dos Tribunais deContas brasileiros, um Tribunal não pode recusar ou des-continuar um trabalho de auditoria. Assim, se não houvercontroles capazes de eliminar ou reduzir uma ameaça à in-dependência ou à objetividade a um nível aceitável, a lide-rança do Tribunal de Contas deve considerar relatar talameaça no relatório de auditoria.

Competência

Requisitos institucionais:49. Os Tribunais de Contas devem adotar políticas para assegu-

rar que as auditorias sejam realizadas por indivíduos ouequipes com conhecimentos e habilidades apropriados eadequados para concluí-las com sucesso. Isso inclui os se-guintes pontos:a) implementar políticas de recrutamento de recursos hu-manos que se baseiam em critérios de competência;

b) designar equipes de trabalho eficientes que coletivamentepossua a qualificação e o conhecimento necessários paracada atribuição;

c) proporcionar a seus servidores treinamento, suporte e su-pervisão adequados;

d) aplicar mecanismos para aperfeiçoar a difusão de conhe-cimento e o compartilhamento de informações;

e) estar preparados para enfrentar novos desafios decorren-tes de mudanças no ambiente do setor público e/ou nasexpectativas das partes interessadas.

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50. A confiança e a credibilidade das partes interessadas nos jul-gamentos dos Tribunais de Contas estão relacionadas com otrabalho profissional rigoroso que deve ser por eles desen-volvidos. Para conquistar esse patamar, os Tribunais de Con-tas, seus membros e servidores precisam ter a necessáriacompetência. Neste aspecto, ser competente implica de-monstrar e aplicar conhecimentos e habilidades adequadospara desempenhar as atividades, mantendo-se atualizado,conforme necessário, e agindo com diligência e em confor-midade com os padrões éticos, profissionais e de qualidadedefinidos e esperados.

Orientações para aplicação:51. A fim de garantir que as tarefas sejam desempenhadas por

servidores devidamente qualificados, que os recursos sejamgerenciados com eficácia e eficiência e que os servidorestrabalhem em tarefas para as quais eles tenham competência,os Tribunais de Contas têm a responsabilidade de:a) identificar os conhecimentos, as habilidades e as atitudesque são necessários para o desempenho de cada tipo detrabalho requerido pelo seu mandato;

b) recrutar profissionais que tenham o mais alto nível pos-sível de tais qualificações e qualidades;

c) atribuir aos servidores tarefas específicas, de acordo comas suas capacidades identificadas.

52. Considerando a diversidade do trabalho de cada Tribunal deContas, é importante que os Tribunais identifiquem os co-nhecimentos necessários para cada tarefa a ser executada eque sejam definidas equipes multidisciplinares, que coleti-vamente possuam o conhecimento requerido e as habilida-des necessárias ao trabalho da equipe.

53. Caso um servidor indique que sua competência é inadequadapara o desempenho de uma tarefa concreta, espera-se que a

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liderança do Tribunal de Contas supra essa lacuna. Em al-gumas auditorias, por exemplo, auditorias de desempenho einvestigações especiais, técnicas especializadas, métodos ouhabilidades de disciplinas não disponíveis dentro do Tribu-nal podem ser necessários. Nesses casos, podem-se usar es-pecialistas externos para prover conhecimentos oudesempenhar tarefas específicas.

54. É necessário manter e desenvolver a competência profissio-nal para acompanhar os avanços técnicos, profissionais e denegócios, bem como para responder a um ambiente em mu-dança permanente e às crescentes expectativas das partes in-teressadas. O desenvolvimento das técnicas de TI, aevolução das estruturas de gestão e de contabilidade do setorpúblico são exemplos de setores que os Tribunais de Contase os auditores devem estar sempre a par dos novos conheci-mentos.

55. Os Tribunais de Contas são responsáveis por criar um am-biente de aprendizagem contínua e por dar condições quepermitam aos indivíduos aplicar e desenvolver suas compe-tências. Esse apoio inclui as seguintes áreas:a) estratégias e programas de treinamento iniciais e contí-nuos nas áreas mais importantes para o desempenho dosTribunais de Contas;

b) elaboração e atualização contínua de manuais e orienta-ções escritas;

c) mecanismos de treinamento, supervisão e aconselha-mento;

d) sistemas de TI para compartilhar conhecimentos dentrodos Tribunais de Contas: intranets, pastas documentaisacessíveis e abertas a pesquisas e espaços de trabalho co-laborativos;

e) acesso a bancos de dados externos, portais e plataformasou comunidades de conhecimento;

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f) estímulo e reconhecimento de talentos, habilidades, ex-periências, desempenhos, posturas e abordagens de de-senvolvimento profissional, como sistemas adequados deavaliação e gestão de desempenho, planos de desenvol-vimento profissional e critérios de promoção;

g) fomento e apoio a um ambiente de trabalho que valorizeo trabalho em equipe, comunicação aberta, talento, apren-dizagem, compartilhamento de conhecimento e melhoriacontínua.

Comportamento profissional

Requisitos institucionais:56. A liderança dos Tribunais de Contas deve manter um am-

biente de controle que promova a aderência ao princípio docomportamento profissional.A liderança de um Tribunal in-fluencia a cultura da entidade pelo exemplo que representa.Portanto, a liderança dos Tribunais de Contas deve sempreapresentar uma conduta que esteja de acordo com o com-portamento profissional exemplar.

57. A liderança dos Tribunais de Contas deve implementar con-troles que fomentem os mais altos padrões de comporta-mento profissional e para identificar atividades que sejamincompatíveis com esse padrão.

58. A liderança dos Tribunais de Contas deve prover aos seusservidores orientações claras, consistentes e frequentes, taiscomo políticas e procedimentos que promovam a aderênciaaos valores de comportamento profissional.

Orientações para aplicação:59. As partes interessadas esperam que a liderança e os servido-

res dos Tribunais de Contas conduzam suas atividades comprofissionalismo.Aaderência ao princípio do comportamento

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profissional significa sempre agir de acordo com as mais altasexpectativas das partes interessadas.

60. A liderança e os servidores dos Tribunais de Contas devemcompreender as expectativas das partes interessadas e con-duzir suas atividades de acordo com tais expectativas. Agirde acordo com o princípio do comportamento profissionalinclui abster-se de praticar qualquer ação que leve a um ter-ceiro, que seja objetivo e tenha conhecimento de todas asinformações relevantes, a concluir que o trabalho é profis-sionalmente deficiente. Inclui também cumprir todas as leise regulamentos aplicáveis e abster-se de praticar qualqueração que possa desacreditar os Tribunais de Contas ou osprofissionais de auditoria em geral.

61. Controles para fomentar altos padrões de comportamentoprofissional podem incluir:a) um código de conduta profissional;b) uma função, dentro do Tribunal de Contas, que monitoreo cumprimento das políticas e dos procedimentos de éticae que ofereça aos servidores um canal para denunciarcondutas antiéticas e mecanismos para prover orientaçãosobre ética;

c) treinamentos e orientações para os servidores sobre oscanais de denúncia de condutas antiéticas e meios deorientações sobre ética;

d) controles que permitam à liderança do Tribunal de Con-tas identificar casos de comportamento que sejam incon-sistentes com os altos padrões de comportamentoprofissional, tais como: registro de interesses e políticassobre reclamações, suspeitas e denúncias;

e) procedimentos delineando medidas que podem ser toma-das caso as ações de um servidor destoem de altos pa-drões de comportamento profissional.

62. Alguns integrantes do quadro de pessoal de um Tribunal de

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Contas podem ter a obrigação de seguir padrões de condutaaprovados por organizações que definem diretrizes éticaspara profissionais que trabalham em contabilidade, recursoshumanos, compras e licitações ou outros campos relevan-tes. A liderança dos Tribunais de Contas deve estar atenta aquaisquer potenciais conflitos entre as orientações éticasdestas organizações e as dos Tribunais de Contas.

63. Para conseguirem estabelecer uma cultura em que os servi-dores sigam altos padrões de comportamento profissional,é primordial que os líderes dos Tribunais de Contas tambémsigam tais padrões.A típica liderança pelo exemplo abrangesempre aderir a políticas e procedimentos implementadosnos Tribunais.

Confidencialidade

Requisitos institucionais:64. Os Tribunais de Contas devem estabelecer um sistema ade-

quado para a manutenção da confidencialidade, que incluaos seguintes pontos:a) definir normas claras e procedimentos razoáveis com oobjetivo de manter a confidencialidade, abrangendo in-formações contidas em documentação de auditoria e sis-temas de TI, bem como estabelecer como essas normasdeverão ser cumpridas;

b) estabelecer regras claras para situações em que a exigên-cia de confidencialidade deixa de ser válida em razão dedeveres legais específicos;

c) adotar medidas para que todas as partes contratadas paraatuarem em seu nome estejam sujeitas a acordos de con-fidencialidade;

d) dispor sobre as condições de segurança para guarda dedocumentos de auditoria e/ou retenção de informações

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armazenadas em sistemas de TI durante os períodos es-pecificados em leis, regulamentos, normas ou orientaçõesprofissionais;

e) estabelecer normas de confidencialidade aplicáveisquando da realização de auditorias conjuntas ouparalelas;

f) elaborar diretrizes para balancear de forma adequada aconfidencialidade das auditorias com a necessidade detransparência e accountability. Os Tribunais de Contasdevem divulgar as conclusões e recomendações resul-tantes de auditorias, salvo se forem consideradas confi-denciais por leis e regulamentos específicos. Taisdiretrizes devem mencionar especificamente a comuni-cação com a mídia.

Orientações para aplicação:65. Aatividade de auditoria lida com o acesso a informações que

são próprias e privativas das entidades auditadas e que, se di-vulgadas, podem causar danos a tais entidades, ao Estado, àprivacidade ou ao interesse de indivíduos, assim comopodem ser utilizadas para obtenção de vantagens pessoais.Portanto, os Tribunais de Contas precisam proteger adequa-damente as informações adquiridas e não podem divulgá-lassem a devida e específica autorização, salvo se houver umdireito ou dever legal ou profissional para fazê-la.

66. Nas auditorias, os Tribunais de Contas estão expostos a ris-cos relacionados a violações de confidencialidade que, nãoconsiderando o uso intencional de informações confiden-ciais, podem decorrer de, por exemplo, falta de compreen-são sobre o que deve ou não ser tratado como informaçãoconfidencial, permissão a acesso não autorizado a informa-ções confidenciais ou divulgação acidental de informaçõesconfidenciais.

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67. Violações à confidencialidade podem ocorrer em diversascircunstâncias:a) uso intencional de informações confidenciais;b) divulgação não intencional de informações confidenciais;c) falta de compreensão sobre o que deve ou não ser consi-derado confidencial.

68. Estes são exemplos de controles/salvaguardas que os Tribu-nais de Contas podem utilizar para prevenir riscos de viola-ções da confidencialidade:a) conscientização da importância da confidencialidade;b) orientações claras sobre quais informações e documentos,e em que fase da auditoria, devem ser tratados como con-fidenciais, podendo incluir um sistema de classificação erotulagem de informações confidenciais;

c) registro apropriado de um termo para a aplicação de re-gras de confidencialidade;

d) definição de procedimentos específicos para relatar sus-peitas de violação de leis nos casos em que o dever de si-gilo profissional possa ser sobrepujado por outrasresponsabilidades jurídicas reguladas por leis federais;

e) condições seguras de armazenamento de informações emqualquer meio (impresso, eletrônico, áudio etc.);

f) especificação adequada de direitos de acesso a arquivos,sistemas de TI e áreas físicas;

g) aconselhamento sobre a aplicação de normas de confi-dencialidade e exigências legais relativas às condições dedivulgação;

h) procedimentos de descarte de documentos em papel oueliminação de informações em dispositivos eletrônicos.

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As Normas Brasileiras de Auditoria do Setor Público(NBASP) do Nível 1 – Institucional dos Tribunais de Contasdo Brasil, são emitidas pelo Instituto Rui Barbosa (IRB).Para mais informações visite www.irbcontas.org

NBASP 40

Controle deQualidade dasAuditoriasRealizadas pelosTribunais de Contas

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................... 78

ELEMENTOS DO SISTEMADE CONTROLEDAQUALIDADE............................................................................ 80

Responsabilidades da Liderança pela Qualidade nosTribunais de Contas.......................................................................... 80

Exigências Éticas Relevantes ........................................................... 81

Condições para realização e continuidade dos trabalhos ................. 83

Recursos Humanos........................................................................... 84

Compromisso com o desempenho ................................................... 86

Monitoramento ................................................................................. 88

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NBASP 40 – CONTROLE DE QUALIDADEDASAUDITORIAS REALIZADASPELOS TRIBUNAIS DE CONTAS

As Normas Brasileiras deAuditoria do Setor Público (NBASPs)são elaboradas e emitidas pelo Instituto Rui Barbosa (IRB).

INTRODUÇÃO

1. Normas e orientações profissionais são essenciais para acredibilidade, a qualidade e o profissionalismo da auditoriado setor público. As Normas Brasileiras de Auditoria doSetor Público (NBASPs), Nível 1, desenvolvidas e emiti-das pelo Instituto Rui Barbosa (IRB), visam à realização deauditorias independentes e eficazes pelos Tribunais de Con-tas Brasileiros.

2. As NBASPs, Nível 1, abrangem os princípios basilares e ospré-requisitos para o adequado funcionamento dos Tribu-nais de Contas, relacionados a independência, transparênciae accountability, ética e controle de qualidade, que são re-levantes para todas as auditorias.

3. A NBASP 40 tem como objetivo ajudar os Tribunais deContas a instituir, estabelecer e manter um sistema de con-trole da qualidade de suas auditorias apropriado às suas com-petências, de forma a responder aos seus riscos de qualidade.

4. Esta norma foi baseada nas Normas Internacionais deAudi-toria das Entidades Fiscalizadoras Superiores (Issai) 40 daOrganização Internacional das Entidades Fiscalizadoras Su-periores (Intosai), que por sua vez se fundamentou na NormaInternacional de Controle de Qualidade (ISQC-1) elaboradapelo Conselho Internacional deAuditoria e Garantia (Iaasb)e publicada pela Federação Internacional de Contadores(Ifac). Também foi inspirada nas Normas de Auditoria do

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Tribunal de Contas da União (NAT), nas Normas de Audi-toria Governamental (NAG) e nas Resoluções daAssociaçãodos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon).

5. A implementação de um sistema de controle da qualidadedas auditorias é essencial para que o Tribunal de Contasmantenha a reputação, a credibilidade e a capacidade deexercer suas competências.

6. O sistema de controle da qualidade inclui o controle e a as-seguração da qualidade do processo de auditoria dos TCs.

7. O controle de qualidade do processo de auditoria com-preende as medidas tomadas para assegurar a alta quali-dade de cada produto de auditoria. É executado comoparte integrante do processo de auditoria. Para que um sis-tema de controle de qualidade seja eficaz, precisa fazerparte da estratégia, cultura, políticas e procedimentos decada Tribunal de Contas. Assim, a qualidade deve estar in-corporada ao trabalho da entidade e à produção dos seusrelatórios.

8. A asseguração da qualidade é uma avaliação periódica doprocesso de auditoria. É executada por pessoas indepen-dentes, ou seja, que não participaram do processo de audi-toria avaliado. O processo de avaliação deve abranger oexame de uma amostra de auditorias concluídas que repre-sente todo o conjunto de auditorias realizadas em cada Tri-bunal de Contas.

9. Cada Tribunal de Contas implementará estas orientações emconformidade com sua competência, sua estrutura, seus ris-cos e o tipo de trabalho que realiza.

10. A Issai 40 estabelece como elementos relevantes e quedevem integrar um sistema de controle da qualidade nas au-ditorias do setor público:a) responsabilidades da liderança pela qualidade nos Tribu-nais de Contas;

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b) exigências éticas relevantes;c) condições para realização e continuidade dos trabalhos;d) recursos humanos;e) compromisso com o desempenho;f) monitoramento.

11. Os princípios e requisitos associados a cada um dos ele-mentos do sistema de controle da qualidade encontram-sedetalhados a seguir.

ELEMENTOS DO SISTEMADE CONTROLE DAQUALIDADE

Elemento 1

Responsabilidades da Liderança pela Qualidadenos Tribunais de Contas

Princípio

Estabelecimento de um sistema de controle da qualidadeque abranja políticas e procedimentos destinados apromover uma cultura que reconheça que aqualidade é essencial para a realização dos trabalhos.

12. Os Tribunais de Contas devem empreender esforços paraimplantar uma cultura de reconhecimento que recompensetrabalhos de alta qualidade realizados na instituição. Paraisso, devem comunicar claramente, a partir da Presidênciada instituição, a importância da qualidade em todos os tra-balhos. Esta cultura depende também de ações claras, con-sistentes e frequentes em todos os níveis de gestão dosTribunais de Contas.

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13. Os Tribunais de Contas devem ter como estratégia reconhe-cer requisitos primordiais para alcançar a qualidade emtodos os trabalhos realizados de modo que consideraçõespolíticas, econômicas e outras pautas não comprometam aqualidade dos trabalhos produzidos.

14. Os Tribunais de Contas devem garantir que as políticas e osprocedimentos de controle da qualidade sejam claramentecomunicados a todas as suas equipes e aos contratados paraatividades de apoio.

15. Os Tribunais de Contas devem assegurar que haja recursossuficientes para manter o sistema de controle da qualidade.

16. A Presidência dos Tribunais de Contas deve assumir res-ponsabilidade pela implantação e manutenção de sistema decontrole da qualidade que assegure a qualidade de todo otrabalho realizado.

Elemento 2

Exigências Éticas Relevantes

Princípio

Formulação de políticas e procedimentos para fornecersegurança razoável de que todos os seus membros eservidores bem como contratados para atividadesde apoio cumpram exigências éticas relevantesna realização dos trabalhos.

17. Os Tribunais de Contas devem observar os ditames daNBASP 30, que trata da Gestão da Ética pelos Tribunais deContas.

18. Os Tribunais de Contas devem ressaltar a importância deserem observadas as exigências éticas relevantes.

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19. Os membros e servidores dos Tribunais de Contas e todos oscontratados para atividades de apoio devem demonstrar umcomportamento ético adequado.

20. A Presidência e os demais níveis de gestão do Tribunal deContas devem dar o exemplo de comportamento ético ade-quado.

21. As exigências éticas relevantes devem observar os requi-sitos relacionados à ética previstos no marco legal e re-gulatório que regem as atividades dos Tribunais deContas.

22. Os Tribunais de Contas devem assegurar a existência de po-líticas e procedimentos que reforcem os princípios funda-mentais de ética profissional da NBASP 30 e nas normas eregulamentos aplicáveis, que incluam:a) integridade;b) independência e objetividade;c) competência;d) comportamento profissional;e) confidencialidade.

23. Os Tribunais de Contas devem assegurar-se de que todos oscontratados para atividades de apoio estejam sujeitos a acor-dos de confidencialidade adequados.

24. Os Tribunais de Contas devem fazer uso de declarações es-critas de seus servidores para confirmar o cumprimento dasexigências éticas.

25. Os Tribunais de Contas devem assegurar-se da existência depolíticas e procedimentos para notificar imediatamente aoórgão responsável pelas atividades de correição sobre o des-cumprimento de requisitos éticos.

26. Os Tribunais de Contas devem assegurar a existência de po-líticas e procedimentos que mantenham a independência deseus membros, seus servidores e quaisquer pessoas contra-tadas para atividades de apoio.

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27. Os Tribunais de Contas devem assegurar a existência de po-líticas e procedimentos que destaquem a importância do ro-dízio de pessoal chave nas auditorias, quando apropriado,de modo a reduzir o risco de comprometimento da indepen-dência e da objetividade, dentre outras medidas.

Elemento 3

Condições para realização e continuidade dos trabalhos

Princípio

Estabelecimento de políticas e procedimentosprojetados para fornecer segurança razoável de que asauditorias somente serão realizadas quando os auditores:

a) forem competentes para executar os trabalhos epossuírem habilidades, tempo e recursos;

b) conseguirem cumprir as exigências éticas relevantes;c) considerarem as condições relativas à integridade daentidade auditada e como tratar os riscos à qualidadeque possam surgir.

28. Os Tribunais de Contas devem considerar os riscos para aqualidade que surgem na realização de auditorias.

29. Os Tribunais de Contas devem considerar, nas programa-ções anuais e nos programas de trabalho, os recursos quedispõem para executar suas atividades no nível de quali-dade desejado, estabelecendo um sistema que priorize suautilização.

30. Os Tribunais de Contas devem ter procedimentos para as-segurar que os riscos para a qualidade, por insuficiência derecursos, sejam levados ao conhecimento da sua Presidênciae, quando apropriado, ao Poder Legislativo.

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31. Os Tribunais de Contas devem considerar se há um riscomaterial para a independência e, quando identificado, reco-nhecer, documentar e tratar os riscos.

32. Os Tribunais de Contas devem assegurar que os procedimen-tos de gerenciamento sejam apropriados para mitigar os riscosna realização da auditoria. A resposta aos riscos pode incluir:a) determinar cuidadosamente o escopo da auditoria;b) designar servidores mais experientes;c) realizar adequado controle da qualidade da auditoria antesda publicação do relatório.

Elemento 4

Recursos Humanos

Princípio

Estabelecimento de políticas e procedimentosdestinados a fornecer segurança razoável de que têmpessoal suficiente, competente, capaz e comprometidocom os princípios éticos para:

a) executar trabalhos de acordo com as normas profis-sionais, a legislação e as exigências regulamentarescorrespondentes;

b) permitir aos Tribunais de Contas que emitam relató-rios adequados às circunstâncias.

33. Os Tribunais de Contas podem utilizar diferentes fontes paragarantir que seus servidores tenham as habilidades e a ex-periência necessárias para executar os vários trabalhos, querpela equipe, quer por contratados para atividades de apoio.

34. Os Tribunais de Contas devem assegurar que as responsa-bilidades estejam claramente designadas em todos os seustrabalhos.

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35. Os Tribunais de Contas devem garantir que suas equipes te-nham as competências coletivas necessárias para a realiza-ção de seus trabalhos.

36. Os Tribunais de Contas devem reconhecer que, em certascircunstâncias, os seus servidores e, quando for o caso, opessoal contratado para atividades de apoio, podem ter ob-rigação de cumprir as normas da categoria profissional daqual fazem parte, além dos requisitos da própria instituição.

37. Os Tribunais de Contas devem assegurar que as políticas eos procedimentos de gestão de pessoas contemplem:a) competências necessárias ao pessoal recrutado;b) avaliação de desempenho;c) desenvolvimento profissional;d) competências pessoais, técnicas e gerenciais;e) tempo suficiente para realização das tarefas com o pa-drão de qualidade exigido;

f) plano de carreira;g) política de promoção;h) remuneração;i) estimativa das necessidades do pessoal.

38. Os Tribunais de Contas devem promover a aprendizagem ea formação de todos os membros e servidores para facilitaro desenvolvimento profissional e a capacitação adequada aoestágio atual da profissão.

39. Os Tribunais de Contas devem assegurar que os servidorese o pessoal contratado para atividades de apoio tenham o co-nhecimento adequado do setor público em que operam euma boa compreensão das auditorias que precisam executar.

40. Os Tribunais de Contas devem assegurar que a qualidade eos princípios éticos sejam os principais condutores das ava-liações de desempenho dos servidores e do pessoal contra-tado para atividades de apoio.

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Elemento 5

Compromisso com o desempenho

Princípio

Estabelecimento de políticas e procedimentos destinadosa fornecer segurança razoável de que as auditorias e outrostrabalhos estão sendo realizados de acordo com as normasprofissionais e as exigências legais e regulamentaresaplicáveis, e que emitem relatório apropriado àscircunstâncias. Essas políticas e procedimentos devem incluir:

a) questões relevantes que promovam a qualidade dotrabalho realizado;

b) responsabilidades de supervisão;c) responsabilidades de revisão.

41. Os Tribunais de Contas devem assegurar a existência de po-líticas, procedimentos e ferramentas, tais como metodolo-gias de auditoria, para realizar os vários trabalhos de suaresponsabilidade, incluindo os trabalhos específicos reali-zados por contratados para atividades de apoio.

42. Os Tribunais de Contas devem estabelecer políticas e pro-cedimentos que incentivem a alta qualidade e desencorajemou previnam a má qualidade, incluindo a criação de um am-biente que promova o uso adequado de juízo profissional ea melhoria da qualidade.

43. Os Tribunais de Contas devem garantir que todo trabalhoseja objeto de revisão, preservada a independência da con-clusão técnica do auditor, como forma de contribuir para aqualidade e promover a aprendizagem e o desenvolvimentodos seus servidores.

44. Os Tribunais de Contas devem garantir que os recursos

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adequados, inclusive a opinião de especialistas, sejam utili-zados para resolver questões difíceis ou controversas.

45. Os Tribunais de Contas devem assegurar que as normassejam seguidas em todos os trabalhos realizados e garantirque eventuais razões pela inobservância sejam devidamentedocumentadas e aprovadas.

46. OsTribunais deContas devem assegurar que as divergências deentendimento na equipe ou com especialistas sejam claramentedocumentadas e resolvidas antes que o relatório seja emitido.

47. Os Tribunais de Contas devem assegurar que todas as in-consistências identificadas pelo controle de qualidade sejamsatisfatoriamente solucionadas antes da emissão do relatóriode auditoria.

48. Os Tribunais de Contas devem garantir a existência de proce-dimentos para a autorização da emissão de relatórios, em es-pecial dos trabalhos complexos emuito importantes, exigindocontrole de qualidade intensivo antes de serem emitidos.

49. Os Tribunais de Contas devem seguir de forma consistenteos procedimentos específicos de evidenciação.

50. Os Tribunais de Contas devem ter por objetivo finalizar asauditorias tempestivamente, considerando que a importânciadas constatações pode diminuir em decorrência de eventuaisatrasos.

51. Os Tribunais de Contas devem assegurar que todo trabalhorealizado seja documentado tempestivamente, principal-mente, os papéis de trabalho da auditoria.

52. Os Tribunais de Contas devem assegurar a propriedade e aposse de toda a documentação de auditoria, a exemplo dospapéis de trabalho, independentemente de ter sido realizadapela equipe de servidores ou por contratados para ativida-des de apoio.

53. Os Tribunais de Contas devem assegurar que foram segui-dos os procedimentos adequados para conferir os achados e

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as conclusões da auditoria e para garantir que aqueles queforem diretamente afetados pelo trabalho tenham a oportu-nidade de comentar os resultados antes da sua finalização.

54. Os Tribunais de Contas devem assegurar que toda a docu-mentação seja mantida nos prazos previstos nas leis, nos re-gulamentos e nas normas.

55. Os Tribunais de Contas devem procurar um equilíbrio entreo sigilo de documentos e informações e a necessidade detransparência e prestação de contas.

56. Os Tribunais de Contas devem estabelecer procedimentostransparentes para lidar com os pedidos de informação deacordo com as leis em sua jurisdição.

Elemento 6

Monitoramento

Princípio

Estabelecimento de um processo de monitoramento -asseguração da qualidade – projetado para fornecersegurança razoável de que as políticas e os procedimentosrelacionados com o controle de qualidade são relevantes,adequados e operam de maneira efetiva.

57. O monitoramento – asseguração de qualidade – deve abran-ger a avaliação contínua do controle de qualidade dos Tri-bunais de Contas, incluindo a revisão de uma amostra deauditorias concluídas. A avaliação deve ser conduzida porprofissionais com experiência e autoridade suficientes eapropriadas para assumirem essa responsabilidade, bemcomo não envolvidos na realização das auditorias e na exe-cução dos controles pertinentes.

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58. Os Tribunais de Contas devem adotar providência para queos resultados da asseguração da qualidade sejam relatados àpresidência dos TCs em tempo hábil para que possam tomarmedidas apropriadas.

59. Os Tribunais de Contas devem considerar envolver-se entresi, quando apropriado, para realizarem, de forma periódica,revisões independentes do controle de qualidade, em geral,por meio de revisão por pares. Os revisores devem elaborarrelatórios e emitir pareceres sobre aspectos operacionais ede conformidade e, se necessário, apresentar recomendaçõespara melhorias.

60. Os Tribunais de Contas devem considerar outros meios deasseguração da qualidade das auditorias realizadas, quepodem incluir, mas não se limitarem a:a) revisão acadêmica independente;b) acompanhamento da implementação das recomendaçõesquanto à asseguração da qualidade;

c) comentários das organizações auditadas (por exemplo,questionários preenchidos pelo jurisdicionado);

d) pesquisas com partes interessadas, a exemplo de repre-sentantes da sociedade, dos Poderes Legislativo e Exe-cutivo e do Ministério Público.

61. Os Tribunais de Contas devem assegurar a existência de pro-cedimentos adequados para resolver reclamações e questio-namentos sobre a qualidade das auditorias.

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