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Normas para cabeamento estruturado 0 Comentários Edição 110 - Março de 2015 Artigo: Cabeamento Estruturado Por Marcelo Barboza* Recomendações normativas para cabeamento estruturado em edifícios comerciais e em data centers. Frequentemente observamos projetos de cabeamento estruturado sendo feitos com base em normas de outros países ou até mesmo sem se basearem em norma alguma. Talvez seja porque a maior parte dos projetistas não saiba da existência das normas nacionais sobre a disciplina. Normas usualmente citadas em projetos e em instalações de cabeamento incluem aquelas publicadas pela ANSI/TIA, como a 568 e a 569, e pela ISO, como a 11801. Ao final do artigo, há um guia com as principais normas referenciadas neste texto e pelo mercado. Ao se fazer um projeto, o primeiro cuidado que devemos ter é o de antes verificar se há norma nacional sobre o assunto em questão. Não havendo, a preferência recai por normas publicadas pela ISO. Não devemos nos basear em normas de outros países se houver norma sobre o assunto publicada no Brasil ou na ISO. Para a disciplina de cabeamento estruturado, existem duas normas nacionais já publicadas e que devem ser utilizadas em preferência às demais. São as normas que especificam sistemas de cabeamento estruturado para edifícios comerciais e para data centers (ABNT NBR 14565) e sistemas

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Normas para Cabeamento Estruturado

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Edio 110 - Maro de 2015Artigo: Cabeamento EstruturadoPor Marcelo Barboza*Recomendaes normativas para cabeamento estruturado em edifcios comerciais e em data centers.Frequentemente observamos projetos de cabeamento estruturado sendo feitos com base em normas de outros pases ou at mesmo sem se basearem em norma alguma. Talvez seja porque a maior parte dos projetistas no saiba da existncia das normas nacionais sobre a disciplina.Normas usualmente citadas em projetos e em instalaes de cabeamento incluem aquelas publicadas pela ANSI/TIA, como a 568 e a 569, e pela ISO, como a 11801. Ao final do artigo, h um guia com as principais normas referenciadas neste texto e pelo mercado.Ao se fazer um projeto, o primeiro cuidado que devemos ter o de antes verificar se h norma nacional sobre o assunto em questo. No havendo, a preferncia recai por normas publicadas pela ISO. No devemos nos basear em normas de outros pases se houver norma sobre o assunto publicada no Brasil ou na ISO.Para a disciplina de cabeamento estruturado, existem duas normas nacionais j publicadas e que devem ser utilizadas em preferncia s demais. So as normas que especificam sistemas de cabeamento estruturado para edifcios comerciais e para data centers (ABNT NBR 14565) e sistemas de cabeamento estruturado para residncias (ABNT NBR 16264). H duas outras normas que ainda no foram publicadas, a que trata de caminhos e espaos para cabeamento estruturado e a que trata sobre cabeamento estruturado industrial. Neste artigo, vamos discutir sobre a primeira, a ABNT NBR 14565.A norma brasileira ABNT NBR 14565 tem como escopo especificar um sistema de cabeamento estruturado para uso nas dependncias de um nico edifcio ou um conjunto de edifcios comerciais em um campus, bem como para a infraestrutura de cabeamento estruturado de data centers. Ela cobre os cabeamentos metlico e tico.Ela foi originalmente publicada no ano 2000, sendo revisada em 2007 e em 2012, recebendo uma emenda em 2013. Portanto, as verses anteriores a 2013 esto canceladas.Grande parte da norma NBR 14565 se baseia nas normas internacionais ISO/IEC 11801 e ISO/IEC 24764. A primeira trata de cabeamento estruturado para edifcios comerciais e a segunda, sobre cabeamento estruturado para data centers.Cabeamento estruturado para edifcios comerciaisElementos funcionaisPara edifcios comerciais, a ABNT NBR 14565 define diversos elementos funcionais para o cabeamento, que so: Distribuidor de campus (CD); Backbone de campus; Distribuidor de edifcio (BD); Backbone de edifcio; Distribuidor de piso (FD); Cabeamento horizontal; Ponto de consolidao (CP); Cabo do ponto de consolidao (cabo do CP); Tomada de telecomunicaes multiusurio (MUTO); Tomada de telecomunicaes (TO).As siglas permaneceram no original, em ingls, para evitar confuses de nomenclatura para quem j da rea e est acostumado com os termos das normas internacionais. O relacionamento entre esses elementos se d conforme mostra a Figura 1.

Figura 1 Estrutura do cabeamento em edifcios comerciais. Fonte: ABNT NBR 14565.O equipamento terminal (TE) no faz parte do escopo da norma.Os distribuidores (CD, BD e FD) so peas de hardware de conexo de onde partem cabos de telecomunicaes (cobre ou fibra tica), que so neles fixados de maneira permanente, usualmente pela parte posterior. Tais peas tambm possuem entradas, geralmente frontais, para a conexo de cabos de manobras (patch cords), representados como X dentro dos distribuidores na Figura 1. Normalmente esses distribuidores so formados por patch panels ou distribuidores ticos (DIO) e fixados em racks ou sobre paredes recobertas com pranchas de madeira.As tomadas de telecomunicaes (TO) so compostas por conectores modulares de oito posies, popularmente conhecidos como jack RJ-45. So fixadas em caixas embutidas ou de superfcie, ou em mobilirio. Patch cords devem ser utilizados para a conexo com os equipamentos terminais, como computadores, telefones e impressoras.Na Figura 2, as linhas horizontais retas representam cabos com condutores slidos, enquanto as linhas em curva representam cabos com condutores multifilares (flexveis).HierarquiaA estrutura hierrquica, com raiz no CD, como podemos ver na Figura 2.

Figura 2 Estrutura hierrquica do cabeamento. Fonte: ABNT NBR 14565.S h um CD em uma instalao, de onde se originam os cabos que sero distribudos por todo o campus, interligando todos os edifcios do local. Tais cabos levam o nome de backbone de campus. Usualmente, as linhas externas de comunicao provenientes das operadoras se interconectam ao sistema por meio do CD.O BD distribui os cabos em uma nica edificao, alimentando as redes dos diferentes pavimentos. Idealmente, s deve haver um BD em cada edifcio. Os cabos que partem do BD em direo aos andares fazem parte do backbone de edifcio. Como normalmente so instalados em shafts, so tambm conhecidos como cabeamento vertical, ou riser em ingls.O FD distribui os cabos em um nico pavimento, alimentando as tomadas de telecomunicaes, que, por sua vez, atendero s necessidades de conexo dos equipamentos dos usurios. Esse cabeamento chamado de horizontal justamente por ser essa a orientao padro desses cabos. Deve haver pelo menos um FD por pavimento, mas pode haver mais que um, caso o comprimento dos cabos horizontais ultrapasse o recomendado.Subsistemas de cabeamento O cabeamento estruturado possui trs diferentes subsistemas de cabeamento: Backbone de campus Backbone de edifcio Cabeamento horizontalOs cabos utilizados nesses subsistemas devem ser de par tranado ou de fibra tica e devem estar de acordo com as normas ABNT NBR 14565 e ABNT NBR 14703.Os cabos componentes do backbone de campus devem ser especialmente protegidos das intempries e de condies extremas de uso, como a presena de roedores e trfego de pessoas e veculos. A maioria dos cabos de uso externo, utilizados neste subsistema, no atende aos requisitos da ABNT NBR 14705, pois possuem elementos inflamveis ou que emitem fumaa txica ao pegarem fogo, com exceo dos cabos indoor/outdoor.J os cabos do backbone de edifcio no precisam ser to mecanicamente resistentes quanto os cabos do backbone de campus, mas devem possuir classificao quanto ao comportamento diante da chama conforme a norma ABNT NBR 14705. Como normalmente so instalados em shafts, a classificao mnima requerida a CMR (cabo metlico riser) para cabos de par tranado, e a COR (cabo tico riser), para cabos ticos, ou ento a LSZH (baixa emisso de fumaa, sem halognios), para ambos.Os cabos horizontais so compostos por cabos de par tranado de quatro pares ou por cabos ticos com duas ou mais fibras. Cada cabo horizontal pode atender a somente uma tomada de telecomunicaes. Usualmente possuem a classificao CM (cabo metlico geral) ou COG (cabo tico geral). Cabos metlicos tipo CMX devem ser evitados em edifcios comerciais, pois no podem ficar expostos por mais de trs metros, devendo ser instalados em tubulao metlica, o que geralmente no o caso nesses tipos de ambiente.EspaosOs locais de um edifcio comercial que abrigaro distribuidores do sistema de cabeamento ou interfaces com equipamentos TI so chamados de espaos. Os espaos utilizados pelo cabeamento so: Sala de equipamentos (ER) Sala de telecomunicaes (TR) rea de trabalho (WA) Sala de entrada e infraestrutura de entrada (EF)Conforme a definio da ABNT NBR 14565, a sala de equipamentos a rea dentro do edifcio ou de um complexo de edifcios em que os equipamentos de uso comum a todos os usurios da rede so instalados. Isso normalmente inclui switches core, servidores e dispositivos de armazenamento. Pode ser tambm um data center. usual que a sala de equipamentos abrigue o CD ou um BD.A norma define a sala de telecomunicaes como sendo a rea dentro do edifcio localizada em cada um dos pavimentos que contm o distribuidor de piso, bem como os equipamentos ativos dedicados a atender aos usurios desse pavimento. O equipamento mais comumente instalado em uma TR o switch de acesso. A TR deve possuir fcil acesso ao backbone de edifcio e prover ampla infraestrutura de distribuio para o cabeamento horizontal.A rea de trabalho o espao do edifcio no qual seus ocupantes interagem com os servios disponibilizados pelo cabeamento estruturado. Normalmente o local em que fica a mesa de trabalho do usurio e os equipamentos, como computadores desktop e notebook, telefones e impressoras. Esses equipamentos so conectados, por meio de patch cords, s tomadas de telecomunicaes (TO).A sala de entrada o espao, de preferncia uma sala, na qual ocorre a juno do backbone de campus com o backbone de edifcio. Um provedor de servios (operadora) tambm pode utilizar este espao para terminao de sua rede externa (ENI) e colocao de equipamentos correspondentes.Mais detalhes sobre os espaos de telecomunicaes podero ser consultados na norma brasileira correspondente, que dever ser publicada em breve.Desempenho dos cabos de par tranadoOs cabos utilizados devem possuir desempenho conforme definido na ABNT NBR 14565. Para o cabeamento de par tranado balanceado, blindado ou no, so definidas as seguintes categorias de desempenho para seus componentes (cabos e conectores): Categoria 3: banda passante de at 16 MHz Categoria 5e: banda passante de at 100 MHz Categoria 6: banda passante de at 250 MHz Categoria 6A: banda passante de at 500 MHz Categoria 7: banda passante de at 600 MHzA impedncia nominal dos cabos e componentes deve ser de 100?.Quando um subsistema montado, a especificao de desempenho dos enlaces (links) resultantes possui a denominao de classe: Classe C: componentes de categoria 3 Classe D: componentes de categoria 5e Classe E: componentes de categoria 6 Classe EA: componentes de categoria 6A Classe F: componentes de categoria 7A norma especifica ainda as classes A e B, mas elas no so apropriadas para redes de dados.A banda passante das classes de cabeamento garantida por meio de ensaios que incluem os seguintes requisitos eltricos: Perda de retorno (RL) Perda de insero (IL) Paradiafonia (NEXT) Relao de atenuao paradiafonia na extremidade prxima (ACRN) Relao de atenuao telediafonia (ACRF) Resistncia em corrente contnua Desequilbrio resistivo em corrente contnua Capacidade de transmisso de corrente Atraso de propagao Diferena de atraso de propagao Perda de converso transversal e atenuao de acoplamento Alien crosstalk (apenas para a Classe EA)Aps a instalao, o cabeamento horizontal deve ser testado para garantir que o desempenho original permanea dentro das especificaes. Para tanto, so definidos dois tipos de enlaces a serem testados em campo: Canal Enlace permanenteA ABNT NBR 14565 define o canal como sendo o caminho de transmisso entre o equipamento ativo de rede e o equipamento terminal. Um canal tpico consiste em um subsistema horizontal com uma rea de trabalho e os cordes dos equipamentos. O canal compreende at 100 metros de cabo e de duas a quatro conexes reconhecidas, sendo FD e TO as duas conexes obrigatrias.J o enlace permanente consiste na tomada de telecomunicaes, no cabo horizontal, em um ponto de consolidao opcional e na terminao do cabo horizontal no distribuidor de piso. O enlace permanente inclui as conexes nas extremidades do cabo instalado. Os patch cords no fazem parte do enlace permanente. Seu limite de comprimento de 90 metros, includo entre duas e trs conexes: FD, TO e o opcional CP.Desempenho dos cabos de fibra ticaOs cabos de fibra tica multimodo devem seguir a seguinte classificao de desempenho: OM1: largura de banda modal efetiva de 200 MHz.km a 850 nm OM2: largura de banda modal efetiva de 500 MHz.km a 850 nm OM3: largura de banda modal efetiva de 2.000 MHz.km a 850 nm OM4: largura de banda modal efetiva de 4.700 MHz.km a 850 nmA fibra OM1 possui ncleo de 62,5 m, enquanto as demais, 50 m. Todas possuem casca de 125 m.Os cabos de fibra tica monomodo devem seguir a seguinte classificao de desempenho: OS1: atenuao mxima de 1,0 dB/km em 1.310 nm e 1.550 nm OS2: atenuao mxima de 0,4 dB/km em 1.310 nm, 1.383 nm e 1.550 nmAs fibras OS2 so preferidas em aplicaes do tipo WDM (multiplexao por diviso do comprimento de onda), pois, ao disponibilizarem o comprimento de onda 1383 nm, usualmente inutilizvel devido a um pico de atenuao conhecido por pico dgua, aumentam a quantidade de canais trafegveis.Aps instalado, o cabeamento tico deve ter sua atenuao testada e comparada com os valores requeridos pelas aplicaes a serem utilizadas.ConfiguraesO cabeamento horizontal usualmente apresenta quatro possveis configuraes, dependendo do custo versus benefcio em cada aplicao:

Figura 3 Modelos de cabeamento horizontal. Fonte: ABNT NBR 14565.O componente opcional CP til em situaes em que a mudana de layout frequente. Nessas situaes, s necessria a substituio do cabo do CP, preservando o investimento do cabo horizontal permanente, j que o cabeamento horizontal no admite emendas.No lugar do CP, possvel a instalao de um Muto. O Muto um conjunto de tomadas que atende a mais de uma rea de trabalho, usualmente montado em uma caixa. A conexo do Muto com o TE se d por patch cords diretos, sem a necessidade da TO. Como nesse caso, os patch cords tendem a ser longos, devem-se observar os clculos de compensao de comprimento do canal, j que o desempenho dos cabos de patch cords (multifilares) inferior ao dos cabos slidos. usual para a alimentao de bancadas compartilhadas e salas de reunio.Tanto o CP quanto o Muto devem atender, cada um, no mximo a 12 reas de trabalho, e devem estar a pelo menos 15 metros do distribuidor de piso.As opes com conexo cruzada, apesar de introduzirem mais componentes nos canais, podem ser teis para isolar os equipamentos, caros e sensveis, de frequentes manobras realizadas no cabeamento.O cabeamento de backbone usualmente apresenta a seguinte configurao:

Figura 4 Modelo de cabeamento de backbone. Fonte: ABNT NBR 14565.O projeto do cabeamento em par tranado deve levar em conta comprimentos mximos de cabos, quantidades de conexes e comprimentos dos patch cords, conforme explicaes detalhadas na norma.Cabeamento estruturado para data centersElementos funcionaisPara data centers, a norma ABNT NBR 14565 define diversos elementos funcionais para o cabeamento, que so: Interface de rede externa (ENI); Cabo de acesso rede; Distribuidor principal (MD); Cabeamento de backbone; Distribuidor de zona (ZD); Cabeamento horizontal; Ponto de distribuio local (LDP); Cabo do ponto de distribuio local (cabo do LDP); Tomada de equipamento (EO).O relacionamento entre esses elementos se d conforme a Figura 5.

Figura 5 Estrutura do cabeamento em data centers. Fonte: ABNT NBR 14565.Os distribuidores (MD e ZD) so peas de hardware de conexo semelhantes aos j mencionados (CD, BD e FD), s que apropriados para ambientes de alto desempenho e alta densidade. Normalmente, esses distribuidores so formados por patch panels ou distribuidores pticos fixados em racks. usual que eles apresentem algum sistema de gerenciamento de camada fsica.As tomadas de equipamento (EO) so compostas por conectores de par traado (jack RJ-45) ou fibra ptica fixados em painis nos racks. Patch cords devem ser utilizados para a conexo com os equipamentos, como servidores e storage.A ENI o ponto de conexo da rede do data center com a rede do provedor de acesso. Ela deve ficar em sala isolada do restante do data center, a sala de entrada.Distribuidores do cabeamento do edifcio, para atendimento dos usurios, podem ser conectados ao MD por meio de backbones.Todos os elementos entre o MD e os equipamentos devem ficar dentro da sala de computadores, que o ambiente mais seguro do data center.HierarquiaA estrutura hierrquica, com raiz no MD, como pode-se ver na Figura 6.

Figura 6 Estrutura hierrquica do cabeamento do data center. Fonte ABNT NBR 14565.S h um MD em uma instalao, de onde se origina os cabos que sero distribudos por todo o data center. Tais cabos levam o nome de backbone. Os links externos dos provedores de servios chegam aos ENIs, nas salas de entrada, e so conectados ao MD do data center. Em data centers redundantes, pode haver uma duplicao do MD e do ENI. Junto ao MD, normalmente so instalados os switches core do data center.Cada ZD distribui cabos para um conjunto de racks de equipamentos. Os cabos que partem do ZD so chamados de horizontais. Os ZDs geralmente abrigam switches de borda ou de acesso. O ZD opcional em data centers pequenos.O LDP um ponto opcional de conexo, semelhante ao CP do cabeamento em edifcios comerciais, que se encontra na distribuio horizontal. Quando implementado, fica instalado em caixa sob o piso elevado ou por sobre os racks. Pode ser vantajoso em ambientes de colocation ou para a conexo de equipamentos que no so acomodveis em racks padres.A conexo direta entre ZDs e entre ENIs permitida como rota backup ou redundante.Subsistemas de cabeamentoO cabeamento estruturado para data centers possui trs diferentes subsistemas: Acesso rede Backbone HorizontalO cabeamento de acesso rede interconecta os links provenientes da(s) sala(s) de entrada ao(s) MD do data center. Eventualmente, devido a limitaes de comprimento, o cabeamento de acesso pode alimentar diretamente o ZD.O backbone e o cabeamento horizontal so compostos por cabos similares aos j comentados na seo de cabeamento em edifcios comerciais. Como normalmente so instalados sob piso elevado, e muitas vezes com ventilao forada, a recomendao a utilizao de cabos classificados como LSZH, CMP (cabo metlico plenum) ou COP (cabo ptico plenum) em relao ao comportamento diante da chama.DesempenhoAs especificaes de desempenho dos cabos para data centers so as mesmas j definidas na seo sobre edifcios comerciais, mas h uma recomendao relativa ao desempenho mnimo desejado: Par tranado: Categoria 6A/Classe EA Fibra tica: OM3O objetivo de tal recomendao mnima de cabeamento garantir a velocidade Ethernet a 10 Gb/s para par tranado e 40 Gb/s e 100 Gb/s para fibra tica dentro das distncias usuais encontradas em data centers.Consideraes extras: Para a utilizao de velocidades de 40 Gb/s e maiores em Ethernet, necessria a utilizao de cabos ticos terminados em conectores do tipo MPO. Est sob desenvolvimento a norma internacional para cabos de par tranado que garantir a aplicao Ethernet a 40 Gb/s em links metlicos de at 30 metros com duas conexes, objetivando links intra-fileira.RedundnciaPor ser um ambiente crtico, que deve manter seus servios funcionando ininterruptamente, deve-se considerar a redundncia dos sistemas de cabeamento do data center. A norma ABNT NBR 14565 exemplifica uma topologia redundante que pode ser aplicada em projetos de data centers de alta disponibilidade:

Figura 7 Exemplo de topologia redundante para data centers. Fonte: ABNT NBR 14565.EspaosA norma no define os nomes dos espaos relacionados aos locais de distribuio de cabeamento de um data center. Podemos tomar emprestado, ento, para a finalidade deste artigo, a nomenclatura utilizada na norma norte-americana ANSI/TIA-942: MDA rea de distribuio principal HDA rea de distribuio horizontal ZDA rea de distribuio de zona EDA rea de distribuio de equipamentoEsses locais so usualmente compostos por racks (ou caixas de piso, no caso do ZDA) e tm a finalidade de abrigar os distribuidores que j discutimos: MDA: abriga o MD HDA: abriga o ZD ZDA: abriga o LDP EDA: abriga a EOA reviso atual da norma TIA-942 incluiu mais um nvel hierrquico por meio do IDA (rea de distribuio intermediria). O IDA dividiria o backbone em duas partes, sendo aplicvel em data centers de grande tamanho. Mas no h equivalente a ele na norma nacional ainda.Melhores prticasA ABNT NBR 14565 possui ainda um anexo informativo, o Anexo F Melhores prticas para projeto e instalao de infraestrutura para data centers, que estabelece um conjunto de melhores prticas e recomendaes mnimas para projetos e instalaes de infraestrutura de data centers, como especificaes gerais a respeito da sua localizao, estrutura civil, instalaes eltricas, piso elevado, infraestrutura, condicionamento de ar, automao, equipamentos, acessrios e outros componentes.So 14 pginas de informaes muito teis para quem vai participar do projeto ou da instalao de um data center, envolvendo diversas disciplinas relacionadas.Referncias ABNT NBR 14565:2013 Cabeamento estruturado para edifcios comerciais e data centers; ABNT NBR 14703:2012 Cabos de telemtica de 100 para redes internas estruturadas Especificao; ABNT NBR 14705:2010 Cabos internos para telecomunicaes - Classificao quanto ao comportamento frente chama; ABNT NBR 16264:2014 Cabeamento estruturado residencial; ANSI/TIA-568-C.0 Generic telecommunications cabling for customer premises; ANSI/TIA-568-C.1 Commercial building telecommunications cabling standard; ANSI/TIA-568-C.2 Balanced twisted-pair telecommunications cabling and components standards; ANSI/TIA-568-C.3 Optical fiber cabling components standard; ANSI/TIA-568-C.4 Broadband coaxial cabling and components standard; ANSI/TIA-569-C Telecommunications pathways and spaces; ANSI/TIA-942-A Telecommunications infrastructure standard for data centers; ISO/IEC 11801 Information technology Generic cabling for customer premises; ISO/IEC 24764 Information technology Generic cabling systems for data centres.

*Marcelo Barboza analista de sistemas, certificado como RCDD e NTS pela BICSI, ATS pelo Uptime Institute e membro da Comisso de Estudos CB-03/CE-03:046.05 da ABNT sobre cabeamento estruturado. diretor tcnico da Apogee Consultoria | [email protected] http://www.osetoreletrico.com.br/web/component/content/article/57-artigos-e-materias/1635-normas-para-cabeamento-estruturado.html