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BOLETIM SEMANAL RESERVADO 1 N° 06/16 SEMANA: 22/02/16 a 26/02/16 ASSUNTOS: COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA NOVOS CABOS SUBMARINOS COMPARTILHAMENTO DE POSTES – RESOLUÇÃO CONJUNTA ANATEL ANEEL OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015 IMPLANTAÇÃO DA FAIXA DE 700 MHz E DIGITALIZAÇÃO DA TV A REVISÃO DO MODELO – O FOCO DA COMISSÃO DO MINICOM O OUTRO LADO DA PRIVACIDADE NOTA: OS ITENS EM VERMELHO INDICAM TEMA NOVO OU ALTERAÇÃO EM ITEM DE EDIÇÕES ANTERIORES. 01.COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA Índice O velho e o novo...as comunicações se renovam permanentemente Bill Gates apoia a colaboração da Apple...Depois, recua um pouco...e, a “briga” continua... A LetterOne está fora da “capitalização” da Oi Redução no custo das ligações fixo-móvel A GVT – somente uma lembrança As possibilidades do MVNO... reacendendo as discussões Brasil assina acordo de cooperação de 5G com a União Europeia Um Case de Realidade Virtual Nesta semana o BS selecionou para registro e comentários os tópicos que seguem abaixo. O item de abertura tem alguns aspectos de tutorial, e objetiva embasar o entendimento de comentários deste BOLETIM que, por vezes, necessitam de conceitos nele expostos.

NOTA: OS ITENS EM VERMELHO INDICAM TEMA … SEMANAL RESERVADO 4 Novos elementos de Rede e a IoT O cenário sinteticamente descrito, força a introdução de novos elementos de Rede,

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BOLETIM SEMANAL RESERVADO

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N° 06/16

SEMANA: 22/02/16 a 26/02/16

ASSUNTOS:

COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA

PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA

NOVOS CABOS SUBMARINOS

COMPARTILHAMENTO DE POSTES – RESOLUÇÃO CONJUNTA ANATEL ANEEL

OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA

LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015

IMPLANTAÇÃO DA FAIXA DE 700 MHz E DIGITALIZAÇÃO DA TV

A REVISÃO DO MODELO – O FOCO DA COMISSÃO DO MINICOM

O OUTRO LADO DA PRIVACIDADE

NOTA: OS ITENS EM VERMELHO INDICAM TEMA NOVO OU ALTERAÇÃO EM ITEM DE EDIÇÕES ANTERIORES.

01.COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA

Índice

O velho e o novo...as comunicações se renovam permanentemente

Bill Gates apoia a colaboração da Apple...Depois, recua um pouco...e, a “briga” continua...

A LetterOne está fora da “capitalização” da Oi

Redução no custo das ligações fixo-móvel

A GVT – somente uma lembrança

As possibilidades do MVNO... reacendendo as discussões

Brasil assina acordo de cooperação de 5G com a União Europeia

Um Case de Realidade Virtual

Nesta semana o BS selecionou para registro e comentários os tópicos que seguem abaixo. O item

de abertura tem alguns aspectos de tutorial, e objetiva embasar o entendimento de comentários

deste BOLETIM que, por vezes, necessitam de conceitos nele expostos.

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O velho e o novo...as comunicações se renovam permanentemente

A realidade virtual... parece fantasia, mas é realidade

Nos tempos atuais comenta-se mais do que nunca sobre inovações e novos rumos do Setor de

Telecomunicações em termos globais e de países individualmete; no Brasil, não é diferente. Isto é

uma verdade “real” nesta época em que a “Realidade Virtual” é considerada uma das “estrelas

ascendentes” entre uma enorme quantidade de novidades que surgem a cada dia. E que mudam

hábitos e conceitos sociais de modo acelerado, capazes de influenciar radicialmente no modo de

viver, tanto nos aspectos profissionais como pessoais, inclusive nas, até então, formas tradicionais

de relacionamento social.

Mesmo no presente momento, chegam notícias de Barcelona (ver “Um case de Realidade Virtual”

no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste BS 06/16) dando conta de que a Realidade Virtual foi

um dos temas dominantes nas apresentações e demonstrações do MWC 2016. Não se fala mais das

“Redes do Futuro”, mas das “Redes Virtuais do Futuro”; seja lá qual for o significado que se queira

dar a esta expressão. Isto porque, muito provavelmente, o conceito varie de pessoa para pessoa ou

de Empresa para Empresa. Ou, ainda, seja tão somente mais um modismo para tentar dar uma nova

roupagem a algo que já é conhecido e se procura expor de outra forma mais impactante, para

parecer mais convincente.

E o que ocorre com as comunicações?

Conceitualmente, as Redes atuais não diferem muito das do Século passado. Na prática, as

telecomunicações continuam sendo a “comunicação” à distância” como se fazia no início do Século

XIX. Época (iniciada em 1844) em que foram instaladas as primeiras “Redes” de Telegrafia (Texto à

distância). Já no final deste mesmo Século começou a implantação das pioneiras “Redes” de

Telefonia (Voz à distância). Vale registrar que o Telefone foi inventado em 1876, por Alexander

Grahan Bell.

Na sequência, a Telegrafia ficou num segundo plano (passou a ser atividade dos Correios

tradicionais), mas a Telefonia teve um boom espetacular. Transformou-se num dos ítens de

infraestrutura mais poderosos para o desenvolvimento da sociedade do Século XX. Pode-se afirmar,

sem sombra de dúvida, que o Telefone Fixo foi um dos principais responsáveis pelos grandes

avanços ocorridos neste Século emblemático, pois também determinou o encerramento de um

Milênio. Parece algo muito distante, mas, na verdade, o Século XX terminou praticamente, “ontem”

(fazem pouco mais de 15 anos). O Século XXI, por sua vez, parece já ter durado uma “eternidade”

apesar desses poucos 15 anos, tamanha é a rapidez com que os fatos se desenrolam.

Foi no final deste Século XX (durante a década de 90) que se intensificaram dois sensacionais

desenvolvimentos: (i) a Telefonia Móvel Celular; (ii) e, a consolidação do conceito da Internet

(Web) baseada nas Redes de Comutação de Pacotes utilizando os protocolos TCP/IP . Ambos,

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alavancados pelas Comunicações Ópticas e por “Terminais” (Aparelhos de Assinantes), cada vez

mais poderosos (velocidade e capacidade de processamento e armazenamento de dados, redução

de consumo de energia, de volume físico, e de peso, melhoria da portabilidade nas suas diversas

formas (computadores pessoais, Smartphones, Tablets, etc.).

A “explosão” definitiva ocorreu neste início do Século XXI, como é sobejamente conhecido pelos

leitores do BS, com os resultados que estão à vista de todos e que dão a sensação de que se passou

muito tempo. Diversos “aplicativos” de grande apelo público nasceram, cresceram e, praticamente,

desapareceram, neste pequeno período de tempo. Outros ganharam corpo e se consolidaram – até

quando? Tais “Aplicativos”são a manifestação prática destas tendências que penetram em muitas

das atividades do dia a dia das pessoas e as impactam de modo visível.

Hoje em dia, a novidade não costuma se constituir em surpresa. Via de regra, a surpresa está na

velocidade com que as coisas acontecem. E, mais ainda: na rapidez com que a sociedade acolhe e

absorve as inovações que são de seu interesse. Como explicar, por exemplo, que em menos de cinco

anos o Facebook tenha superado 1 bilhao de usuários? E que as pessoas já não se interessem tanto

em comunicar-se por voz; mas, por texto! Ou que o vídeo, passe a ter uma predominância entre as

formas das pessoas se comunicarem ou de obterem informação (as pessoas, no geral, claramente

gostam de se expor perante as outras).

O caso da comunicação de voz

A voz passa a ser quase uma forma alternativa de comunicação e perde algum status em relação ao

que já foi no passado; mas, não se questiona sua importância como forma de as pessoas se

relacionarem à distância, nem agora, nem no futuro, através da Telefonia. Ocorre que a tecnologia

materializou a possibilidade de disponibilizar para a sociedade outras formas de interagir à distância

que, em certas circunstâncias, se mostram mais interessantes e, mesmo, mais eficientes.

Este fato, analisado no seu conjunto, apenas indica que a Telefonia deixa de ser o meio dominante

de comunicação à distância e passa a ser uma das formas de se alcançar tal objetivo. E ela

continuará preservando uma de suas características básicas que é a de obrigar os interlocutores a

se colocarem “ao vivo” no momento da comunicação (Tempo Real) o que lhe dá uma caráter de

pessoalidade insubstituível em determinadas situações.

Esta característica é dispensável quando se emprega o texto, o vídeo, ou, as imagens, desde que

não se esteja em “videoconferência”. Em situações deste tipo, a interatividade não se faz tão

importante; a informação pode ficar “armazenada” e acessada a qualquer tempo, de acordo com a

conveniência ou necessidade do “consumidor” das informações, que pode ser uma pessoa ou uma

“máquina”.

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Novos elementos de Rede e a IoT

O cenário sinteticamente descrito, força a introdução de novos elementos de Rede, não existentes

nas chamadas “Redes Legadas”, porque desnecessários. Os olhos passam a ser uma “interface”

básica da comunicação, tão importante quanto a boca e o ouvido. A “tela” e a “câmera” ganham

destaque nos Aparelhos pessoais que passam a ser “icones” e objeto de desejo das pessoas. Os

“novos lançamentos” e “atualizações” (up grading) desses dispositivos ocorrem a intervalos de

tempo cada vez menores. A tendência é se transformarem em “descartáveis” ou assumirem novas

formas de se “integrar” com as pessoas (wearables).

Neste contexto, começa a ganhar corpo o conceito da chamada Internet das Coisas (IoT). Algo tão

genérico que não é simples explicar. Mas, o sentimento é que será inevitável lidar com esta

tendência futurista de se viver em um mundo “supervisionado”. As pessoas serão e estarão

permanentemente “monitoradas”; os seus bichos de estimação, idem; também todo o ambiente

que as cerca, inclusive o seu próprio lar e os veículos no quais se deslocam. No trabalho a

automatização será levada a níveis extremos o que leva ao inevitável questionamento sobre o papel

dos “humanos” nas atividades laborais do futuro. De forma figurada, as pessoas serão “prisioneiras”

do ambiente em que vivem.

A “realidade virtual” (mencionada no início deste texto) passará a ser algo que levará as pessoas

para “dimensões” que ainda estão por ser devidamente caraterizadas. Estará se chegando àquilo

que em algum momento já foi qualificado como o “Admirável Mundo Novo”! Certamente, um de

seus atributos será a volta e o aprofundamento da importância do chamado “Tempo Real” (Real

Time) entre as caracteristicas impostas à operação das “novas Redes” que teve sua importância

relegada a um segundo plano com a perda do status da voz, conforme foi antes comentado. O

monitoramento, deve ser feito no momento da ocorrência dos eventos, na grande maioria dos

casos.

Neste mundo do IoT, o Tempo Real é fundamental e a confiabilidade das Redes e dos dispositivos a

ela agregados passa a ser um parâmetro chave, não sendo descartada a exigência de operar com

100%, em determinadas circunstâncias. Esta é uma realidade com a qual os usuários, as Operadoras,

os Reguladores terão de conviver e, neste sentido, desde logo devem começar a agir para

prepararem o “modelo estrutural” de uma forma de “prestação de serviços” que se ajuste ao novo

ambiente.

O conceito da realidade virtual naturalmente ultrapassará os limites da IoT. Diversos de seus

aspectos estarão ligados a vídeo de alta resolução e tridimensional; à holografia que simulará a

presença física local de algo que ocorre à distância, incluindo as pessoas que estiverem na “cena”;

à “conexão” do real com o imaginário; e, nestas circunstâncias, permitir que haja a “interação

virtual” entre ambos. As telecomunicações surgiram para colocar as pessoas em contato à distância;

agora, parecem evoluir para “acabar”(?) com as distâncias. Assim, é previsível chegar a situações

em que no limite será dificil distinguir o que é real e o que é “ficção” ou imaginário.

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Os sistemas de telecomunicação que suportarão estas “coisas” serão de extrema complexidade o

que leva à inevitável conclusão de que investimentos gigantescos devem ser feitos e, obviamente,

devem-se se estabelecer “modelos” (estratégicos, de negócios, operacionais, regulatórios, etc.) que

garantam a sua sustentação e viabilidade econômica. Neste sentido, os movimentos que ocorrem

no Brasil na busca de um “novo modelo” podem ser considerados como o embrião inicial de algo

muito maior que terá de se desenvolver para o futuro e cujas bases ainda estão sendo delineadas.

Voltando à realidade do IoT, a forma de se alcançar tal patamar será um dos grandes desafios que

a tecnologia do futuro terá de superar. Não basta a inovação nestes casos: os sistemas – conforme

afirmado anteriormente - devem ter níveis extremos de confiabilidade devido aos elevados níveis

de segurança envolvidos e de serem imunes a “intervenções indevidas”- o que também é segurança

- garantindo a privacidade exigida por cada pessoa individualmente e de toda a sociedade de forma

coletiva.

Situações deste tipo já estão sendo vivenciadas nos tempos atuais (vide o recente caso Apple x FBI),

mas deverão ganhar uma conotação muito mais abrangente daqui para a frente. No caso dos US,

este exemplo citado, levou a um inusitado movimento legislativo dentro do Congresso Americano.

E, na esfera judicial, o assunto também está tendo uma relevância extraordinária. Pode-se

interpretar estes fatos, em alguns aspectos, como movimentos iniciais para enfrentar o cenário

futuro que se está tentando traçar no presente texto.

Transformações no conceito de Rede

O conceito de “Rede” e dos elementos que a compõem sofre radicais transformações. A

“inteligência”, anteriormente concentrada em alguns pontos bem definidos da Rede passa a ser

distribuida praticamente por toda ela, incluindo os dispositivos Terminais (aparelhos dos usuários).

Grandes Bases de Dados tiveram de ser construídas para armazenar o “conteúdo” resultante das

comunicações ou que é acessado nas comunicações (texto, imagens e vídeo). Outras, estão sendo

projetados antevendo-se as necessidades futuras. A questão de sua localização geográfica assume

uma importância estratégica extrema, por diversas rezões técnicas e operacionais, e, mais ainda, de

segurança física. Na situação legada esta questão não exigia o mesmo nível de atenções pois,

somente em circunstâncias especiais a voz era armazenada (voicemail); normalmente para “deixar”

uma mensagem, não para “trocar” informação.

Informações pessoais que anteriormente eram dispensáveis no estabelecimento da comunicação

agora passam a ser essenciais e ficam armazenadas. Para acessar Redes, dispositivos, e, Bases de

Dados as pessoas necessitam se identificar de forma segura (senhas de entrada na rede). O acesso

indevido aos dados pessoais resulta na perda ou invasão da “privacidade” das pessoas e pode

impactar as condições de sua segurança física, material, ou emocional. Informações que antes

ficavam guardadas com os interlocutores (conversas de voz) agora ficam armazenadas na Rede ou

nos Terminais dos usuários, portanto mais vulneráveis ao acesso de terceiros. Este ponto reafirma

a importância das questões de segurança nas comunicações. Já está ganhando relevância um termo

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cunhado neste sentido identificado como “Cybersecurity” ou “Segurança Cibernética” que, por

óbvio, também se estende a “transações” de todo tipo realizadas por máquinas.

Como consequência de tudo isto criam-se ambientes em que é possível e, em certos casos

necessário, que as pessoas (ou as máquinas) estejam sendo permanentemente “rastreadas”. E, no

caso das pessoas, sua localização, seus hábitos, seus costumes, seus gostos, seus relacionamentos,

são do conhecimento dos Provedores de certos serviços por elas utilizados ou acessados. E, por

certo, por Autoridades do Estado que tiverem tal competência e estiverem devidamente

autorizadas a fazê-lo.

Assim, o sigilo não pode ser garantido a qualquer um que utilizar a Rede para suas necessidades de

comunicação. Esta constatação, de certa forma, contrasta com os requisitos anteriormente

elencados o que se constitui em um dos problemas que a sociedade deve democraticamente

resolver. Até que ponto os cidadãos devem ter sua privacidade garantida e quais as circunstâncias

e formas em que tal poderá não ocorrer?

Parada estratégica...

Para não se estender demais o BS se detém aqui nestas considerações exploratórias. São colocadas

reconhecendo-se que são visionárias e um tanto quanto deslocadas da realidade do momento

presente. Mas, com elas pretende-se levar os leitores – obviamente que assim o desejarem – a

penetrarem superficialmente nesta instigante seara proporcionada pela revolução tecnológica em

andamento no mundo das telecomunicações. Na sequência o BS vai tentar utilizar algumas das

ideias livremente desenvolvidas para se aproximar da situação real atual e especular sobre ideias e

fatos que contribuam de alguma forma para o encaminhamento de algumas questões para as quais

se busca alternativas de solução.

O passado ensina alguma coisa?

Como se está a falar de períodos que envolvem um Século, uma década, alguns anos, ou poucos

meses, o BS julgou que também poderia ser do interesse dos leitores – até por curiosidade – tomar

conhecimento de algumas formas ou procedimentos utilizados para as pessoas se comunicarem em

períodos menos recentes – mas, nem tanto! Uma conexão entre o passado e o presente neste

fantástico mundo das telecomunicações!

O Telégrafo

Começa-se pelo Telégrafo, inventado por Morse (lembrar do código Morse) em 1844. Quem já não

teve conhecimento do sinal ●●● ꟷ ꟷ ꟷ ●●● (SOS) secularmente empregado para informar sobre

situações de grande perigo, principalmente de navios em alto mar? A Telegrafia era um sistema

coletivo, não podia existir um telégrafo na casa de cada pessoa ou em cada escritório ou

estabelecimento comercial e industrial. Exigia um intermediário (Telegrafista) com habilitação e

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conhecimentos específicos do código utilizado na comunicação que lhe permitia receber o código e

fazer a transcrição para texto no idioma utilizado. As pessoas não se comunicavam diretamente.

O telégrafo – atentar para o significado deste fato na época! - foi extraordinário no sentido que

substituiu o “Correio a Cavalo”; em vez do cavalo e do cavaleiro carregando mensagens físicas

escritas entre uma origem e um destino distantes, um sinal elétrico codificado poderia fazer algo

similar na velocidade da corrente elétrica. Uma mudança, sem dúvida espetacular que mexeu com

os padrões de vida daqueles tempos! Um impacto gigantesco na vida das pessoas que, assim, se

sentiam livres para se deslocar para mais longe (o Farwest) ficando menos isoladas das raízes e dos

ambientes que deixavam para trás. Mas, o mais importante, é que era ampliado o nível de

“conexão” de tais ambientes. Além das “estradas de ferro”, também se criavam as “estradas de

comunicação”! Neste sentido, o BS indaga: o que mudou conceitualmente daquela época para os

dias atuais? De certa forma, uma parte da resposta está dada nas considerações iniciais do presente

texto.

Na sequência é mostrada uma figura de um aparelho de telégrafo Morse e uma tabela com os

códigos das letras e dos números. O princípio de operação deste aparelho é relativamente simples:

estabece-se uma corrente elétrica através de um fio (o retorno para a circulação da corrente é feito

pela terra) que se comporta como uma espécie de “portadora” do sinal codificado. Esta portadora

(carrier) é interrompida em intervalos curtos (dot) ou intervalos longos (slash) de acordo com a

combinação estabelecida para cada letra. E, de letra em letra vão se formando as palavras e as

frases. Dois Telegrafistas – um na origem e outro no destino – são os responsáveis por transmitir e

receber os códigos e, assim, formar a mensagem que será registrada em papel, lacrada e entregue

ao destinatário.

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O Telefone...A Comutação...As Centrais Telefônicas...a Rede Telefônica...o STFC

Depois, veio a Telefonia que permite a comunicação direta por meio de sinais de voz. Nesta Rede já

está prevista a instalação de um Aparelho individual (Telefone) na casa, escritório, Órgão Público,

indústria, etc. Para isto se fazia necessário lançar fios (mais de um por linha) entre um ponto central

de onde saiam ou para onde convergiam ( Central Telefônica) e cada um desses locais individuais

de instalação do Telefone. Não havia, no início, cabos nos quais os fios estivessem reunidos e

compactados. Desta forma, eles eram lançados nos postes individualmente. Por esta razão, não

deve causar estranheza que se tivessem situações do tipo visualizado na figura abaixo ainda que

seja algo inimaginável no qual se acredita porque está se vendo.

À esquerda tem-se a saída de uma Central Telefônica no início do Século XX quando se falava em

uns poucos milhares de usuários em uma determinada cidade. Algo inimaginável hoje em dia onde

é comum encontrar dezenas de milhares concentrados em uma única Central Telefônica. À direita

observa-se um telefone “primitivo” do início do Século XX. A “manivela” lateral era usada pelo

usuário para enviar um sinal para a Telefonista indicando que desejava fazer uma chamada.

Aqui cabe fazer uma pausa para uma referência às instalações atuais de cabos e fios em postes nas

grandes metrópoles brasileiras vinculadas, em boa parte, à prestação do STFC. Sobre esta questão,

o BS tem insistido – quase no nível da inconveniência - na necessidade de uma atuação articulada

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para que tais elementos desapareçam da vista das pessoas, promovendo-se o seu lançamento em

galerias ou dutos subterraneos, até sua chegada às dependências dos usuários. Obviamente, as

situações registradas no BS são incomparáveis com o que é mostrado na foto acima. Mas,

considerando a modernidade e as proporções, o impacto e a “indignação” das pessoas em relação

aos inconvenientes das instalações pode ser tratada de forma similar. Uma síntese simples, leva à

conclusão que passado pouco mais de um Século, neste particular, as coisas se mantiveram estáveis

para não dizer que involuiram na maior parte das cidades brasileiras. Ou seja: a despeito de todas

as inovações e todas as evoluções das redes de telecomunicações, em relação a este aspecto, o

Brasil parece ter parado no tempo! Esta é uma constatação dolorosa, mas que deve ser enfrentada

de forma concatenada pelos diversos setores envolvidos. E, isto não deve estar descolado da

“realidade” (não virtual) de que chega um momento em que o phase out tem de ser efrentado com

todo o pragmatismo exigido pela situação. Não seria este o caso quando se discutem abertamente

os rumos que o STFC deverá seguir nos próximos anos?

É importante notar que a partir desse momento as comunicações passam a ser pessoais, ainda que

em pontos fixos (observar que no sentido atual, “pessoal” é entendido como o atendimento

“individual” das pessoas em qualquer lugar); chamador e chamado se entendem diretamente, sem

a participação de um “intermediário” (como no caso do Telegrafista) com acesso direto ao conteúdo

da mensagem. E tal intermediário pode ser uma “máquina”; não necesariamente outra pessoa. Esta

possibilidade levou ao desenvolvimento dos sistemas automáticos de telefonia que evoluiram

tecnologicamente com o tempo até chegar à era da chamada “comutação digital”; isto, já a partir

dos anos 80, do Século XX.

Um comentário particular do BS

É através destas Centrais ou Estações Telefônicas que, ainda hoje, é prestado o STFC – Serviço

Telefônico Púbico Comutado – que é o “serviço de voz”: fortemente regulado por força da legislação

vigente no País. E, certamente por isto, mas, não somente por isto, fonte de grandes polêmicas que

pesam sobre o ambiente regulatório e operacional no Brasil.

Como se pode depreender desta simples constatação não devem ser desprezadas as ponderações

do BS no sentido de que o passado não está assim tão distante do presente, apesar de mais de um

Século transcorrido (desde a invenção do Telefone) e das perspectiva que se apresentam para o

futuro.

Um futuro no qual, conforme já foi observado, a “Realidade Virtual” será um fato concreto; as Redes

passam a operar em “Nuvem” (Cloud); a Comunicação das “Coisas” será corriqueira (antevendo-se

mais de 100 bilhões!!! de dispositivos conectados no futuro ao nosso alcance, em ambientes

futuristicos do tipo “Cidades Inteligentes”, “Lares Inteligentes”, “Indústria e Prestação de Serviços

Robotizadas e Monitoradas”, etc.).

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Neste cenário em que a “Prestação dos Serviços” se confunde entre as diversas “Prestadoras”, são

óbvias as oportunidades que surgem para o empreendorismo típico desta nova era e que tantas

dores de cabeça têm dado às tradicionais “Operadoras de Serviços de Telecomunicações”.

O BS julga que o cenário é favorável para elas; mas, é inegável que as oportunidades somente se

concretizarão se houver profundas mudanças nas suas estratégias atuais de negócio que passam,

necessariamente, pela governança das Empresas e pelas atitudes corporativas diante dos desafios

que se colocam.

As Centrais Telefônicas...

Quanto às Centrais Telefônicas (os locais onde as comunicações de voz se concentram e ocorre seu

processamente e direcionamento), antes de serem automáticas elas eram manuais. Abaixo são

apresentadas figuras das chamadas “Mesas Telefônicas” (Switchboard) e de um painel

(jocosamente chamado pelos técnicos de “teia de aranha”) no qual estão estabelecidos alguns

circuitos fazendo a conexão entre o chamador (usualmente identificado por A) e o chamado

(usualmente identificado por B).

Chega a ser dantesco imaginar que este tipo de conexões poderiam levar a situações da fiação como

a que está representada na figura a seguir que o BS tomou ao acaso.

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Também pode ser acessado um vídeo dos arquivos da AT&T (US) mostrando a evolução desses

comutadores manuais. Pelas datas indicadas pelo apresentador pode-se verificar que havia

equipamentos deste tipo – naturalmente com tecnologia mais moderna - funcionando nos anos 70,

do Século XX. Portanto, menos de 30 ou 40 anos atrás que é um tempo relativamente curto numa

perspectiva da vida das pessoas. O link para o acesso é https://youtu.be/xJ1fKFqt7qU.

Saindo da comutação (chaveamento, roteamento) manual evoluiu-se para a comutação

automática, realizada por máquinas, não por pessoas. É óbvio que se fazia necessário introduzir

sistemas automáticos diante da evidência de que o tráfego telefônico crescia de modo tão intenso

e rápido – nada diferente do que ocorre atualmente - que não haveria mão de obra suficiente para

exercer o papel de “OPERADORA ou TELEFONISTA” (OPERATOR); além de outros óbvios

inconvenientes dos sistemas manuais (inclusive, a privacidade...que, conforme se observa é um

problema que permeia o tempo e continua sendo crítico nos dias atuais).

O filme que pode ser acessado pelo enlace abaixo dá uma ideia de como funcionavam essas

primeiras “avançadas” Centrais Telefônicas Automáticas). Como se observa o filme é de 1951. Mas

elas já operavam em escala comercial antes de 1920. E, centrais deste tipo eram feitas para operar

durante 30, 40 ou mais anos. Desta forma, sabe-se que nos anos 90 e, provavelmente, no início do

Século XXI, enquanto estavam em pleno andamento algumas das “revoluções” antes mencionadas,

ainda havia em operação “coisas” deste tipo.

www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=xZePwin92cI

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A comunicação das máquinas...Surgem os “Dados”...o “primitivo” Telex...Dados Comutados...o

pioneiro X25...as Redes IP

A partir de meados do Século XX tornou-se evidente que seria possível utilizar “máquinas” mais

avançadas do que o Telégrafo para transmitir informação. E seria inevitável no futuro próximo que

as próprias máquinas se “comunicassem” (trocassem informações) entre si. Neste tempo, o

Computador estava dando os seus primeiros passos! Iinicialmente, configurado em grandes

estruturas (mainframes) instaladas em CPDs – Centros de Processamento de Dados. Depois, vieram

os primeiros “computadores pessoais” ou “computadores de mesa”. Era a evidência de uma nova

área de atuação que estava surgindo e que teve um tremendo desenvolvimento subsequente: a

Informática!

A interligação de máquinas que necessitavam se comunicar à distância deu origem a um termo

bastante utilizado não faz muito tempo atrás: a “Teleinformática”! Ainda que cercado de muito

“charme” este termo – que, de certa forma, ainda segrega as funções de Telecomunicações e de

Informática - caiu em desuso perdendo espaço para um outro mais abrangente: “Convergência” (de

Redes)!

É este mundo da “Convergência” que se vive nos dias atuais suportado pela Rede Internet. O termo

Internet acabou sintetizando qualquer forma de comunicação que se utilize para trocar informação

à distância (Homem-homem, Homem-máquina, ou, Máquina-máquina”), no contexto até aqui

descrito. Até no caso da voz (Homem-homem) é possível se estabelecer a comunicação pela Internet

(VoIP).

Rapidamente, se fará referência a dois sistemas pioneiros que foram os “embriões” deste fantástico

mundo da Internet.

O Telex

Bem nos primórdios, e de certa forma descolado conceitualmente da Internet, o Telex foi o sistema

que, praticamente, automatizou o Telégrafo ainda que isto sirva apenas como uma referência

simbólica, por se tratarem de sistemas distintos, que conviveram operacionalmente durante algum

tempo.

Na figura abaixo é reproduzida a foto de uma máquina de Telex. Clicando em

https://www.youtube.com/watch?v=9nHfztP9Qqs é possível assistir um curto vídeo com uma

destas máquinas em funcionamento. É, na verdade uma impressora à qual foi incorporado um

sistema de transmissão e recepção, bem como interfaces com a Rede Telex (Modem), que permite

sua interligação com outras máquinas que funcionam com a mesma codificação.

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O X25

De forma bem sintética, este foi o Protocolo que também designou as primeiras Redes de Dados

especificamente projetadas para a comunicação Máquina-máquina de forma estruturada e

universas. Neste caso, é, sem dúvida, a “semente" de Redes mais avançadas que surgiram dentro

de conceito similar (Frame Relay e ATM) e uma referência mais próxima – ainda que também

simbólica por se tratarem de conceitos diferentes – das Redes Internet.

As Redes IP

Nesta sucinta “viagem” pelo mundo das Redes de Telecomunicações chega-se, finalmente, ao

“estado da arte” em termos operacionais: a Rede IP!

Suas origens remontam a trabalhos de pesquisa desenvolvidos por proeminentes cientistas de

Universidades americanas (anos 60) na tentativa de substituir a “Comutação de Circuitos” pela

“Comutação de Pacotes”. Um conceito radical na época, pois pressupunha que as comunicações

seriam feitas com sinais digitais.

Neste ponto é necessário fazer uma digressão para lembrar que naquele tempo a voz era o meio de

comunicação dominante e que, por natureza, os sinais são analógicos (o Homem é analógico! As

máquinas é que são digitais!). Portanto, se fazia necessária a conversão analógico-digital caso se

desejasse transmitir a voz dentro de sistemas que adotassem o “novo” conceito.

Na verdade, o foco das atenções era a “comunicação” entre Máquinas. Para os leitores que

desejarem se aprofundar no tema, sugere-se consultar os arquivos da História da Internet, onde vão

se deparar com nomes como DARPA e ARPANET que foram os termos iniciais usados para identificar

os desenvolvimentos realizados neste campo.

Nos anos de 1970 e 1980 houve grandes avanços, já se saindo do ambiente universitário e com o

envolvimento da indústria americana de ponta (Xerox, IBM, HP, etc.), e do Departamento de Defesa

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dos US, ganhando corpo o desenvolvimento do email (mais ou menos na forma que hoje é

conhecido) que foi a grande aplicação inicial da Internet. O conceito de Rede de Comutação de

Pacotes, baseada no Protocolo TCP/IP, praticamente se consolidou e com isto a consolidação da

própria Internet. A partir da primeira metade da década de 90, com a invenção e o desenvolvimento

da Web (www), a Internet galgou novos patamares e ganhou o status como é conhecida

atualmente.

Sem dar maiores detalhes, o BS reproduz a foto de um Roteador de grande porte (no caso da Cisco)

utilizado nas Redes Internet. Com isto se pretende, simplesmente, cotejar a figura com as fotos de

equipamentos das Redes Analógicas antes mencionadas para que os leitores tenham um ideia da

dimensão das diferenças entre ambos os casos, inclusive, no que se refere à literalidade da palavra.

Neste ponto, o BS para a “viagem” e passa a fazer algumas considerações aplicáveis a alguns fatos

que fazem parte do dia a dia do Setor.

O sentido do velho e do novo

O BS se fixa neste ponto para acentuar as dificuldades em se lidar com estes aspectos quando o

“novo” e o “velho” têm de conviver, no mundo real. E, aqui, novo e velho não se referem somente

aos equipamentos e sistemas, mas, também: (i) aos usuários, que são os consumidores dos serviços;

(ii) às regras de funcionamento e de prestação dos serviços; e, (iii) a certos procedimentos e

tradições que não são simples de alterar de um dia para outro, quando se envolve todo o arcabouço

social. Manter esta convivência de forma sadia, e atendendo aos interesses da sociedade, é uma

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“arte” que as Autoridades (Formuladores de Políticas Públicas, Legisladores e Reguladores) devem

perseguir com extremo zelo, máxima prudência, e, muito realismo e, competência.

Não há mais centrais passo-a-passo, nem comutadores manuais hoje em dia nas redes públicas de

telecomunicações de interesse coletivo. Elas foram substituídas por Centrais Telefônicas Digitais de

geração moderna. Mas que, ainda, não se encaixam no mundo mais recente da “Comutação de

Pacotes” conhecidas como “Redes IP” (Internet com Protocolo IP), conforme antes descrito.

Portanto, elas passam a ser dispensáveis!

Mas, pela realidade sistêmica e pela ordem natural das coisas, ainda devem cumprir sua missão

presumivelmente nos próximos 10 anos. Um período durante o qual progressivamente elas irão

sendo desativadas e substituídas por outros tipos de equipamentos ou de sistemas. Isto pressupõe

uma convivência do “velho” com o “novo” que deve ser administrada de forma bastante ponderada.

Da mesma forma que no passado, os Reguladores dos novos tempos devem exercer a sua “arte”

para que as coisas se encaixem e o resultado final seja o melhor para toda a sociedade e para os

players efetivo do processo, inclusive, e principalmente, os usuários (consumidores dos serviços).

Propositadamente, foram consideradas situações do “velho” para tentar demonstrar o enorme

contraste com o “novo”, no caso das telecomunicações. Mas, a mensagem que o BS insiste em

colocar à consideração dos seus leitores é que, em diversos aspectos, o “novo” é novo somente nas

aparências; neste sentido, conceitualmente, o novo e o velho se confundem. Mas, isto não significa

que se deva eternizar o velho porque, se assim for, o novo nunca “acontecerá”. E, há situações no

tempo em que eles se distanciam tanto que não resta outra alternativa senão “descartar” o que já

não detém mais condições de se manter, sem causar transtornos ao meio no qual está

inserido...Obviamente, está se considerando o mundo material.

Palavras de encerramento...

O BS não pretende parar nas presentes considerações. Os conceitos deste texto deverão ser

utilizados e referenciados em outras oportunidades. Mas, de imediato, a mensagem que se deseja

“lançar ao vento” é que o Brasil está se confrontando e vivendo na prática uma situação realmente

notável e decisiva no Setor de Telecomunicações.

Deixando de considerar-se a situação econômica do País – de fato não pode ser ignorada – constata-

se que uma série enorme de questões de ordem legal e regulatória – mas que têm impacto na ordem

econômica - estão carecendo de uma maior discussão e, aprofundamento, na busca de soluções que

atendam aos diversificados interesses em jogo, de todas as Partes envolvidas. Permeando todo o

processo, apresenta-se o interesse público.

De um lado estão em franco andamento os trabalhos da Comissão que trata do novo “modelo” de

prestação de serviços de telecomunicações no País. Por tudo o que foi comentado sobre o tema – e

não é muita coisa – o foco está mais voltado para fazer “ajustes” e “reformulações” em questões

remanescentes do modelo passado que carecem de solução do que, realmente, fixar-se em uma

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visão de futuro, na linha do que foi superficialmente comentado na parte inicial deste texto. Em

outras palavras: concentrar-se em um “modelo” que atenda ou, pelo menos, esteja mais alinhado

com as impactantes tendências tecnológicas descritas e os seus desdobramentos técnicos,

operacionais, legais e regulamentares na prestação dos serviços (que serviços?).

Para não se ficar somente na teoria, apresenta-se o caso “clássico” do STFC. O STFC foi fortemente

regulado (e, ainda o é, no Brasil) por mais de 100 anos quando ele era, realmente, o serviço

dominante. Aquele cuja eventual ruptura ou inexistência, significaria o “caos” no mundo das

telecomunicações e, portanto, com possibilidade de ter sérios reflexos sociais. Conforme foi

comentado, o panorama mudou radicalmente; e deve se alterar muito mais no futuro próximo.

Portanto, premissas absolutamente válidas anteriormente sobre este tema perdem o sentido no

contexto atual e futuro. Então a indagação inevitável é sobre a conveniência de se continuar

gastando tempo, recursos, energia intelectual, para tentar encontrar solução para algo que já

perdeu a relevância e, certamente, desaparecerá no futuro. E, para não pairarem dúvidas, está a se

falar do STFC e não das comunicações de voz que podem e devem continuar sendo oferecidas com

outras tecnologias e baseadas em outras formas de prestação dos serviços, inclusive do Regime de

prestação.

O BS não deseja ser interpretado como simplista em não reconhecer que existem grandes

dificuldades a superar. Há contratos vigentes e com período de validade relativamente longo. E, há,

também, obrigações das Partes, devidamente formalizadas, envolvendo o interesse público que,

usualmente, exige negociações intensas. Há uma quantidade significativa de usuários que

dependem deste serviço para os quais devem ser encontradas alternativas por eles naturalmente

aceitas. Enfim, há um longo e sinuoso caminho a trilhar.

O que o BS insiste em manifestar é que se deve tentar encontrar uma forma de desvincular os

aspectos envolvidos na discussão, ou seja: os referenciados ao passado e aqueles que dizem

respeito ao futuro. Se não se proceder desta forma corre-se o enorme risco de manter o futuro

acorrentado ao passado. A chance de não se evoluir da forma desejável é considerável.

Outros aspectos podem ser explorados. Mas o bom senso indica que os leitores do BS já foram

suficientemente “explorados” em sua tolerância na leitura deste texto situação em que, desde logo,

se rogam as devidas escusas.

Bill Gates apoia a colaboração da Apple...Depois, recua um pouco...e, a “briga”

continua...

Na edição Nº 05/16, sob o título “O iPhone do terrorista…o boicote à Apple...a coincidência com o

MWC“, o BS fez amplas considerações sobre a disputa que vem sendo travada entre a Apple e o FBI

relacionada com a “quebra de sigilo” do iPhone de um dos atiradores que participaram da morte de

14 pessoas em San Bernardino, Califórnia, em dezembro do ano passado.

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Nesta semana, Bill Gates, o fundador da Microsoft, fez declarações públicas nas quais ele se

posicionou diferentemente de outros líderes do segmento tecnológico dos US que têm dado suporte

à posição da Apple na sua recusa em ajudar o Governo (FBI) a desbloquear o iPhone em questão.

Em entrevista ao Financial Times, Gates declarou que o Governo não está propondo uma “porta dos

fundos” (back door) para o iPhone, como o CEO da Apple Tim Cook e alguns advogados dos “direitos

digitais” têm manifestado. Ele considera “um caso específico” a iniciativa do Governo em tentar

conseguir as informações que necessita. Segundo suas declarações, “Eles estão buscando alguma

coisa particular e não algo que seja geral; não é uma questão diferente do que sempre foi feito ao

se pedirem registros das Companhias Telefônicas ou dos Bancos”.

Posteriormente, em declarações feitas à Bloomberg, ele aliviou um pouco suas declarações.

Esclareceu que sua posição não representava necessariamente um apoio à decisão do Tribunal que

autorizou o FBI a acessar a informação; mas, a oportunidade proporciona as condições para “haver

uma discussão”. Declarou, ainda: “Eu acredito que há conjuntos de garantias nas quais o governo

não pode ficar completamente sem saída”, e que o assunto “deve ser decidido nos Tribunais e no

Congresso”.

Na sequência, o BS reproduz uma reportagem do WSJ na qual são tratadas as declarações de Bill ao

Financial Times e à Bloomberg. Em seguida, o BS retoma os comentários.

Bill Gates Calls for Discussions in Wake of Dispute Between Apple, Government

Microsoft founder likens case to police getting records from a phone company

By Austen Hufford The Wall Street Journal Updated Feb. 23, 2016 3:26 p.m. ET

Bill Gates in a television interview called for discussions over the tradeoffs between privacy and security, pushing

back against an earlier report that he “backs” the FBI in its public fight with Apple Inc.

The FBI wants Apple to help it break into a locked iPhone as part of an investigation into the terrorist shooting in

San Bernardino. Apple has resisted developing a piece of programming that would help access the phone. Apple

argues that governments, both in the U.S. and overseas, are likely to use the program in other cases,

undermining data privacy.

The heads of tech companies such as Facebook, Twitter and Google have sided with Apple.

In an interview published early Tuesday with the Financial Times, Microsoft founder Mr. Gates said “this is a

specific case where the government is asking for access to information.” He likened it to the police getting records

from a phone company.

However, later in the day in an interview with Bloomberg TV, Mr. Gates said he was disappointed in a media

report “because that doesn’t state my view on this.”

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The Financial Times said it made the full video available and updated the headline to better reflect the exchange.

Representatives for Mr. Gates didn’t immediately respond to request for comment. A spokesman for Microsoft,

the company Mr. Gates founded, declined to comment.

Mr. Gates told Bloomberg that no one supports the “extreme” ideas that the government should have access to

all data, or the opposite view that the government should be locked out from all information. He said people want

to feel like their information will be kept private but at the same time, technology can empower terrorists to harm

people.

Mr. Gates said now is the time to have a public debate on these issues until the courts and Congress ultimately

decide.

“I’m hoping now we can have the discussion,” he told Bloomberg. “I do believe that are sets of safeguards where

the government shouldn’t have to be completely blind.”

—The Associated Press contributed to this article

O BS registra as declarações de Bill Gates por seu evidente peso nas discussões, principalmente, por

ter colocado – pelo menos inicialmente - uma posição divergente do senso comum que prevalece

entre os “lideres” do “Vale do Silício”. E, por outro lado, por ele ter dito nas entrelinhas que “não é

uma questão diferente do que sempre foi feito ao se pedirem registros das Companhias

Telefônicas...”.

Os leitores que se fixaram na leitura do item mencionado do BS 05/16 devem estar lembrados que

se chamava a atenção para esta questão. Uma parte do texto comenta o seguinte:

O assunto não é novo...a “cara” é diferente!

Fazendo correlação com algo que já é conhecido há algum tempo, trata-se da “quebra de sigilo” de

uma comunicação. Há mais de um Século atrás, há narrativas similares do tempo em que a

“Autoridade Policial” queria ter acesso ao “conteúdo” dos telegramas que eram transmitidos pelas

“Companhias de Telégrafos” da época...

Em tempos mais recentes da Telefonia também é sobejamente conhecido e está estabelecido em

Lei que a Autoridade Policial pode ter acesso (quebra de sigilo) a determinadas informações das

comunicações “mediante ordem da Autoridade Judiciária”...

Então, de certa forma, o BS e Bill Gates estão alinhados em alguns pontos da questão,

principalmente que o assunto não deve ter uma discussão polarizada por considerações vagas na

linha dos chamados “direitos digitais”. E, ainda, deve ser encarado de forma pragmática visando se

encontrarem soluções específicas para casos específicos, que não coloquem em risco o conjunto dos

usuários, sejam eles proprietários de dispositivos da Apple ou de qualquer outro fabricante de

equipamentos.

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E, a “disputa” continua...

Conforme o BS colocou nos seus comentários anteriores, o assunto virou tema nacional de

discussões nos US. A imprensa escrita e a TV repercutem intensamente a questão. No âmago do

debate coloca-se o problema de como pode ser mantido o equilíbrio entre a privacidade e a

segurança das pessoas em termos individuais e da sociedade de forma coletiva.

O Wall Street Journal publicou uma reportagem na sua edição de 22/02/2016 com o título “Apple,

FBI Wage War of Words” que o Valor Econômico reproduziu mediante licença, no Brasil, sob o título

“Apple e FBI travam debate sobre privacidade nos EUA”.

Este texto é a seguir reproduzido; com isto, o BS pretende levar aos seus leitores mais alguns

detalhes da disputa que vinha se travando nos “bastidores” há algum tempo, mas que só agora se

tornou pública.

Vale observar a pesquisa da Pew (Centro de Pesquisas Pew) que comprovou que 51% dos

americanos são favoráveis à abertura dos dados pela Apple (posição favorável ao FBI). Como se

observa, a população está praticamente dividida em relação ao assunto.

Do ponto de vista da Apple, além dos interesses de ordem comercial já apontados, também pesa

um certo “messianismo” de seu CEO Tim Cook que, segundo a reportagem, “passou a acreditar que

a privacidade é um direito humano básico que a Apple precisa defender”.

Como se observa, o tema ainda promete boas emoções. Se fosse para fazer uma aposta o BS jogaria

algumas fichas na possiblidade de o smartphone ser “desbloqueado”. O que não está claro é o modo

como isto poderá ocorrer e quais serão as implicações desta eventual decisão que, conforme

manifestação de alguns, reúne ingredientes para ser considerada “histórica”.

Apple e FBI travam debate sobre privacidade nos EUA

Valor Econômico, 24/02/2016

Por Daisuke Wakabayashi e Devlin Barrett | The Wall Street Journal

No mês passado, Tim Cook, diretor-presidente da Apple, e James Comey, diretor do FBI, a polícia federal

americana, encontraram-se para discutir como o governo e as empresas do Vale do Silício poderiam trabalhar

juntos para combater o terrorismo.

Durante aquela reunião, que ocorreu em 8 de janeiro em San Jose, Califórnia, e contou com a presença do chefe

do gabinete da Casa Branca, Denis McDonough, e da secretária de Justiça dos Estados Unidos, Loretta Lynch,

Cook exortou as autoridades a reconhecer publicamente os benefícios da criptografia, dizem pessoas a par das

discussões. Comey disse que as empresas deveriam trabalhar com o governo para conceber uma forma de

permitir o acesso - quando autorizado pela Justiça - a dados de aparelhos eletrônicos requisitados em

investigações.

Nenhum dos dois mencionou a sua então secreta disputa ligada ao iPhone de Syed Rizwan Farook, um dos

atiradores no ataque de 2 de dezembro em San Bernardino, Califórnia, dizem as fontes. A disputa se tornou

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pública na semana passada, após um juiz ordenar à Apple que ajudasse o Departamento de Justiça dos EUA a

contornar os recursos de segurança do telefone fabricado pela Empresa.

Agora, Cook e Comey estão no centro de um debate nacional sobre o equilíbrio entre segurança e privacidade,

que está se desenrolando tanto nos tribunais de Justiça quanto nos da opinião pública.

Num intervalo de poucas horas entre a noite do domingo e a manhã da segunda-feira, ambos usaram a internet

para defender suas posições.

"Não podemos olhar os sobreviventes nos olhos, ou nos olharmos no espelho, se não seguirmos" essa linha de

investigação, escreveu Comey no blog Lawfare. Ele disse que desbloquear o telefone é importante porque o

aparelho poderia fornecer pistas para encontrar outros terroristas.

Cook respondeu num e-mail aos funcionários da Apple que foi compartilhado com repórteres, chamando a

iniciativa do governo de "um precedente perigoso que ameaça as liberdades individuais de todos". Ele pediu aos

promotores para desistir de suas exigências e sugeriu que o governo formasse uma comissão para lidar com o

complicado problema causado pelo uso crescente da criptografia.

"Todo mundo concorda que é uma questão importante de política", disse na segunda-feira Theodore Boutrous,

advogado contratado pela Apple, numa entrevista ao "The Wall Street Journal". Ele acrescentou que o Congresso

e o presidente deveriam encontrar um equilíbrio entre a privacidade dos cidadãos e as necessidades da polícia.

Na sexta-feira, a Apple deve apresentar sua resposta oficial ao governo em um Tribunal.

Até agora, o público está do lado de Comey. Uma pesquisa publicada na segunda-feira pelo Centro de Pesquisa

Pew mostrou que 51% dos entrevistados disseram que a Apple deve ajudar o governo a desbloquear o telefone de

Farook, enquanto 38% disseram que não deveria e 11% não tinham opinião formada.

A posição de Cook sobre privacidade e segurança - juntamente com a de muitos outros altos executivos da Apple

- vem se tornando mais rígida com o tempo, dizem pessoas a par do assunto. A Apple reforçou a segurança de

seus aparelhos e está criptografando mais dados de seus usuários. Cook passou a acreditar que a privacidade é

um direito humano básico que a Apple precisa defender, dizem as fontes.

O normalmente afável Cook se recusaria a ceder numa questão em que acredita estar certo, dizem pessoas que

trabalharam com ele. Numa entrevista dada em 2014 ao apresentador de TV Charlie Rose, Cook disse que "eles

teriam que nos remover dentro de uma caixa antes que deixássemos" pessoas de fora da Apple, inclusive a

Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), criar uma porta de acesso ("back door") aos dados

pessoais dos usuários dos aparelhos produzidos pela companhia.

Uma porta-voz da empresa não quis comentar o assunto. Ela também não quis disponibilizar Cook para uma

entrevista, considerando a carta sobre o assunto que o executivo enviou aos clientes na semana passada.

Comey também construiu uma reputação de não ter receios de defender um princípio. Promotor de carreira que

se tornou uma alta autoridade do Departamento de Justiça durante o governo do presidente George W. Bush, ele

ficou conhecido por se recusar, em 2004, a aprovar programas de monitoramento defendidos pelo governo até

que fossem feitas mudanças. Embora a divergência tenha sido mantida em segredo na época, acabou sendo

revelado que Comey e outros ameaçaram se demitir.

Ele geralmente menciona o ditado de que "é difícil odiar de perto". É uma maneira de dizer que, numa disputa,

as pessoas deveriam se sentar e expressar suas diferenças cara a cara, porque é a melhor forma de se chegar a

um acordo, disse ele. Na sua briga com a Apple, Comey está testando esse princípio, até agora, sem muito sucesso.

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A LetterOne está fora da “capitalização” da Oi

A Oi publicou um FATO RELEVANTE referente a “Atualizações da LetterOne Technology sobre as

negociações da proposta da união da O com a Tim no Brasil”, no dia 25/02/2016. O texto é abaixo

reproduzido bem como a tradução livre do Press Release publicado pela L1 Technology.

O BS não pode deixar de mencionar que o FR não é convencional e o texto tem aspectos

relativamente confusos. Ademais, está publicado, pelo que consta, com base em um Press Release.

De qualquer forma, parece que o ato encerra um capítulo de uma história que não estava

devidamente concatenada com cada uma das Partes não negando nem confirmando as (possíveis)

negociações que estavam em andamento. Sobre este aspecto, o BS tinha feito considerações no

COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA de sua edição Nº 01/16 com o título “Oi & TIM...Idas e Vindas”.

Fica, agora, a indagação de como se posicionará a Oi. Não tem ficado claro – pelo menos até onde

tem sido colocado publicamente – qual a real posição da Pharol que é a maior acionista privada da

Companhia e que tem opção para ampliar tal participação.

E, cabe observar o aspecto politicamente correto do Press Releas de L1 Technology quando, no final

do texto, escreve: “Apesar de um ambiente macroeconômico desafiador, LetterOne está

interessada em investir no Brasil: um país com bom potencial de crescimento de longo prazo”.

OI S.A.

CNPJ/MF nº 76.535.764/0001-43

FATO RELEVANTE

Atualizações da LetterOne Technology sobre as negociações da proposta de união da Oi com a Tim

no Brasil

Oi S.A. ("Oi") vem, em cumprimento ao art. 157, §4º da Lei nº 6.404/76 e em continuidade aos Fatos Relevantes

divulgados em 26 e 30 de outubro de 2015, informar aos seus acionistas e ao mercado em geral que foi

comunicada pela LetterOne Technology (UK) LLP ("L1 Technology") que esta divulgou um comunicado

afirmando que foi informada pela TIM que esta não tem interesse em aprofundar negociações a respeito da

possibilidade de uma combinação de negócios com a Oi, no Brasil.

A L1 Technology informou que, sem a participação da TIM, não pode proceder neste momento com a operação

da forma anteriormente prevista.

A íntegra do Press Release divulgado pela L1 Technology encontra-se anexa.

Diante desta informação, a Oi avaliará os impactos deste anúncio para as possibilidades de consolidação no

mercado brasileiro.

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A Oi continua a empreender seus esforços de melhorias operacionais e transformação do negócio, com foco em

austeridade, otimização de infraestrutura, revisão de processos e ações comerciais.

A Oi manterá os seus acionistas e o mercado informados sobre quaisquer eventos relevantes relacionados aos

temas aqui descritos.

Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2016.

Flavio Nicolay Guimarães

Diretor de Finanças e de Relações com Investidores

Oi S.A.

Atualizações da L1 Technology sobre as negociações da proposta de união da TIM com a Oi no Brasil

25 de fevereiro, 2016: A LetterOne Technology (UK) LLP (“L1 Technology”) atualiza as discussões sobre a

proposta de união envolvendo a potencial combinação entre a TIM Participações S.A. (TIM) e a Oi S.A. (“Oi”),

que teria criado uma operadora de telecomunicações bem posicionada para competir contra players

internacionais que já operam no Brasil.

Ao longo dos últimos quatro meses, a L1 Technology explorou propostas para desenvolver opções de estruturas

e de financiamento viáveis que possibilitariam que a Oi participasse de uma consolidação com a TIM.

Ocorreram amplas conversas com diversos acionistas no Brasil, e conversas com a TIM, e a L1 Technology

agradece a eles por todo o interesse demonstrado.

A L1 Technology foi informada pela TIM que – embora agradeça a L1 Technology por sua abordagem – não

deseja aprofundar negociações a respeito da possibilidade de uma união entre a Oi e a TIM, no Brasil.

A abordagem da L1 teve o objetivo de destravar o potencial desta operação no setor de telecom através de uma

estrutura por meio da qual todas as sociedades estivessem alinhadas. Porém, sem a participação da TIM, a L1

Technology não poderá neste momento prosseguir com a operação proposta conforme anteriormente prevista.

Apesar de um ambiente macroeconômico desafiador, LetterOne está interessada em investir no Brasil: um

país com bom potencial de crescimento de longo prazo.

Redução no custo das ligações fixo-móvel

A Anatel anunciou que os custos das ligações de telefones fixos para móveis ficarão mais baratas

devido à redução do VR (Valor de Referência) das tarifas que remuneram as redes móveis. O

instrumento normativo que estabeleceu as novas tarifas foi o Ato Nº 50.509, publicado no DOU de

26/02/2016 (pg. 52) que os leitores do BS poderão consultar clicando pesquisa.in.gov.br/imprensa/

Um fato importante, além da redução foi a unificação das tarifas das chamadas fixo-móvel local, de

forma que os usuários dos telefones fixos pagarão a mesma tarifa para uma chamada local

independentemente da Operadora do destino.

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A GVT – somente uma lembrança

Em uma mensagem enviada aos seus clientes a Vivo informou que a partir de 15/04/2016 deixará

de existir a marca GVT. Desta forma, os clientes GVT passarão a ser Vivo. Com isto, a Empresa que

foi comprada em 2014 por cerca de 7 bilhões de euros, simplesmente acabará. Será “incorporada”:

uma palavra técnica para dizer que será absorvida, desaparecerá, “sumirá do mapa”.

Em termos de equipamentos e de sistemas não deverão se manifestar grandes problemas. Em

grande parte das situações, a área de atuação da GVT não coincidia com a da Telefônica Vivo.

Portanto, não há grandes superposições e, provavelmente, esta foi uma das razões que levou a

Telefônica a desembolsar quantia tão expressiva pela Empresa. É como se a GVT fosse concebida e

construída para ser adquirida pela Telefônica.

As “diferenças” normalmente estão ligadas a questões humanas. Nem sempre é simples fazer a

“incorporação” de pessoas; isto, não no sentido técnico acima descrito, mas, ao contrário, no seu

efetivo encaixe das pessoas (de ambas as Companhias) no novo contexto; no novo ambiente. Nestas

situações, melhor é falar em “união” e não em “incorporação”.

Será este o espírito que existe na nova Organização? Vale registrar que neste caso ocorreu algo que

não é comum em situações deste tipo: o Presidente da Empresa incorporada foi mantido em igual

posto da nova Empresa. Isto deve ter um significado que somente o tempo dirá; pelo menos, que

seja de conhecimento público.

O que é inegável é que a nova estrutura passa a ter formalmente uma presença nacional bem mais

abrangente e forte. No caso, a soma de 2 + 2 pode ser mais do que 4. Resta aguardar e esperar que

isto seja bom para o mercado, para a competição, e, por consequência, para os usuários.

As possibilidades do MVNO... reacendendo as discussões

O tema das MVNOs – Mobile Virtual Network Operators, ganhou mais espaços e, assim parece,

novos defensores e adeptos, exteriorizados no recente MWC 2016, realizada em Barcelona. O

surgimento de uma gama infindável de aplicativos, parece ter alertado esses novos players para

oportunidades de negócio que antes era impossível considerar. Isto acende nesses novos entrantes

um otimismo que eles procuraram demonstrar, que contrasta com as reações negativas das

Operadoras tradicionais MNO – Mobile Network Operators.

É com este espírito que o BS aborda esta questão em um momento particular de intensas e

abrangentes discussões que se abrem no Setor, incluindo o Brasil. O presente texto contou com a

participação imprescindíve de um amigo e leitor do BS.

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As MNOs, enxergam na iniciativa uma perspectiva real de se incrementar a competição em um

segmento que já apresenta alguns problemas estruturais para elas, decorrentes de fatores diversos,

entre os quais: (i) o nível de concorrência já existente que obriga ao lançamento de Planos de Serviço

mais “em conta” e ao aumento de gastos em subsídio de aparelhos (aquisição de clientes); (ii) a

revisão e estabelecimento de regulamentos que impactam as receitas das Operadoras e, por

consequência, diminuem suas margens (ex. a redução ou eliminação das taxas de roaming); (iii) as

quedas das receitas de voz e do SMS não compensadas com o aumento da oferta da Banda Larga

Sem Fio; (iv) a redução das tarifas de uso das Redes Móveis, nas ligações fixo-móvel; (v) necessidade

de investimentos vultosos nas Redes (Móvel e Fixa) para atender o extraordinário aumento de

tráfego e permitir a introdução de novas tecnologias (4G LTE, por exemplo); (vi) necessidade de

fortes investimentos em CRM e na qualidade dos serviços prestados, devido a exigência regulatórias

e a imposições do modelo de competição; (vii) gastos elevados para a aquisição de licenças de uso

do espectro e de sua renovação.

É de se esperar que as MNOs reajam a tais iniciativas que as levem a ter de competir com mais

players no seu próprio campo (MVNOs). Ainda mais, que as condições lhes são desfavoráveis pois

têm de arcar com todos os ônus acima descritos e, ainda, se ver diante do aumento da competição.

Contudo, isto não é uma questão de querer ou de gosto. Está escrito nos regulamentos! Faz parte

da regra! Portanto, a possibilidade não tem volta! A questão básica é como viabilizar

empreendimentos desta espécie, pois para a sua implementação também há barreiras

consideráveis a superar.

Não se pode querer incrementar a competição – com todos os benefícios dela esperados – com

recursos da Parte que vai ser, justamente, a mais atingida. Não tem sentido querer forçar uma

Empresa a agir contra ela mesma. Então, está-se diante de um tema sensível para o qual devem ser

feitos todos os esforços visando encontrar formas adequadas para sua viabilização.

No caso particular brasileiro, há peculiaridades que têm contribuído, ainda mais, para uma certa

paralisia deste segmento, conforme pode ser verificado nos Relatórios e estatísticas da Anatel e de

outros Órgãos que se dedicam a esta finalidade. Os resultados não têm sido animadores desde que

as licenças de MVNO puderam ser concedidas no País, com a publicação do Regulamento de

Exploração do SMP por Meio de Rede Virtual – RRV-SMP, de 22/11/2010; portanto, há quase 6 anos.

Os objetivos iniciais perseguidos por esse Regulamento da Anatel, eram quatro: (1) Possibilitar

novos modelos de negócio; (2) Permitir a oferta de Serviços por entidades que não detenham

Autorização de uso de radiofrequências; (3) Atender mercados de nicho; e, (4) Criar um mercado de

atacado para as Operadoras de SMP. Tais objetivos, conforme se pode deduzir do presente texto,

continuam presentes na situação atual.

Pode-se imaginar que, até o momento, as iniciativas foram modestas, conforme já ressaltado. Isto,

a despeito de algumas medidas tomadas pela Agência em 2014, colocadas em Consulta Pública, que

previam, por exemplo: a exigência de oferta de referência pelas Operadoras de SMP em todas as

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Faixas autorizadas; a permissão para as MVNOs acumularem Autorizações numa dada Região; e,

liberação de Autorização para as Credenciadas de MVNO.

Cabe registrar que a regulamentação permite que o interessado em MVNO possa também solicitar

Autorização de SMP – obviamente, assumindo todas as obrigações exigidas, ou, atuar como

Integradora de credenciadas do MVNO.

Por outro lado, reitera-se que existe e sempre deverá existir uma certa resistência das Operadoras

dominantes contra as medidas que possam implicar na queda de suas margens de lucro e no

aumento real da competição. As MVNOs, aparentemente, tendem a ser “empresas de OTT” que

podem construir suas redes, além de ter o direito de uso das redes das MNOs.

E, também se reforça o conceito de que a evolução da tecnologia das Redes, e o continuado esforço

de padronização para permitir a interconectividade de diferentes dispositivos, geram pontos de

conflitos onde a oferta aos usuários pode ser feita tanto pelas tradicionais MNOs como pelos novos

Empreendedores, muitos deles advindos do segmento de Informática.

Cabe, ainda, lembrar que o início das MVNOs em todo mundo, na última década de 2000, foi

alavancado tanto por ações regulatórias que protegeram e até reservaram mercado para as MVNOs,

como por decisões judiciais que forçaram a interligação das MVNOs com as MNOs na Europa. Os

Estados Unidos mantiveram sua política de livre concorrência por conta de iniciativas surgidas nessa

área, o que é comprovado pelo elevado nível de mortalidade observado naquele País; ainda que

isto não tenha sido ruim em muitos dos casos.

Além de iniciativas regulatórias para fomentar o mercado de MVNOs, apesar das dificuldades

momentâneas que o país enfrenta, parecem surgir novas concepções sobre o papel de uma MVNO,

conforme foi anteriormente aventado. Isto, em razão dos novos Aplicativos e do crescimento do

uso dos mais diversos dispositivos nos segmentos M2M, IoT, por exemplo. De modo geral, tratam-

se de aplicações baseadas em sinais de vídeo de Banda Estreita e de Banda Larga, com diferentes

requisitos de latência, que são enquadrados como Serviços de Valor Adicionado.

Com estas considerações é possível esperar algumas novidades no campo das MVNOs, no País. Para

iniciar, é necessário avançar ainda mais na regulamentação tornando-o mais leve e flexível. Uma

das possibilidades é permitir a oferta por conjunto de localidades ou por Regiões. Outra, seria a de

estimular a entrada das Operadoras de Porte médio no negócio. Para tanto, poderia se aproveitar

a “onda” do Leilão das Sobras para uma divulgação ampla das novas possibilidades, tão logo todas

as licenças de outorga tenham sido assinadas.

Uma terceira, seria a conscientização das MNOs, no sentido de que as MVNOs não são, na prática,

concorrentes naturais de seu negócio. Pelo contrário, podem se tornar parceiras em diversas

situações, principalmente, nas Regiões do País onde é mais difícil e custoso o contato direto com os

usuários. E, é bom lembrar que um modo simples de fazer a “união” de duas Empresas é quando

elas já têm alguma forma de ligação, ainda que sejam competidoras.

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Brasil assina acordo de cooperação de 5G com a União Europeia

Aproveitando sua estada em Barcelona, o Ministro das Comunicações, André Figueiredo, assinou

um acordo de cooperação com a Comunidade Europeia relativa ao desenvolvimento do padrão 5G

que ora está dando seus passos iniciais (ainda que se fale em “experiências” individuais de

Operadoras com Fornecedores de Equipamentos).

Tal Acordo bilateral seguiu-se a outros que a EC já havia firmado com a China, com o Japão, e com

a Coreia. Estão em andamento, os Acordos com a Índia e com os US.

Esta cooperação internacional visa: (a) parar os desenvolvimentos localizados e individualizados;

(b) analisar e identificar as melhorar Faixas de Frequências a serem empregadas; (c) definir padrões

globais de interconectividade para o 5G.

O evento, certamente, indica a relevância que o Brasil tem no contexto da fixação de padrões

universais para este novo Sistema. A sua participação, estará mais voltada para o item (b)

envolvendo o estudo das Faixas de Frequência.

Um Case de Realidade Virtual

O jornal O ESTADO DE S. PAULO, na sua seção Link, de 25/02/2016, traz uma reportagem baseada

em notícias das Agências Reuters e AFP, a respeito de uma demonstração de “Realidade Virtual”

feita pela Empresa HTC (Taiwan), utilizando “óculos ”HTC Vive VE” que já haviam sido lançados com

sucesso durante a CES - Consumer Electronic Show - realizada em Las Vegas.

De notar o preço “salgado” ($799,00) dos óculos o que leva a crer que, pelo menos no lançamento,

será um atrativo somente para os aficionados das novas tecnologias. Mas, as oportunidades de

utilização futura se multiplicarão e é de se prever que os preços serão significativamente reduzidos.

A menos que as “grifes” (Gucci, Prada, Versace, e Cia.) de costume resolvam entrar no negócio:

neste caso, as previsões apontam para preços estratosféricos.

O BS reproduz a reportagem para maiores informações de seus leitores uma vez que este assunto

está sendo abordado em um outro item do COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA desta edição.

MWC 2016: Realidade virtual se torna centro das atenções em evento

O ESTADO DE S. PAULO Tecnologia

25 de fevereiro de 2016 17h07

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O aguardado óculos de realidade virtual HTC Vive VR chamou a atenção durante a MWC; o

dispositivo deverá começar a ser vendido em Abril

Por Agências – Reuters, AFP

AFP

Com a realidade virtual a caminho de se tornar um mercado mundial de US$ 1 bilhão, o anúncio do

lançamento dos óculos HTC Vive VR — que era ansiosamente aguardado nos últimos anos — se

tornou um dos principais destaques da Mobile World Congress (MWC), realizada em Barcelona.

A empresa taiwanesa HTC montou um estande na exposição, mostrando como a edição dos óculos para

o consumidor irá operar. A companhia também anunciou que os óculos deverão começar a ser vendidos

em abril. O Vive, que foi desenvolvido em parceria com a Valve (criadora de jogos como Counter-

Strike e Half-Life, e dona da loja digital de games Steam), será uma plataforma para rodar o Steam VR,

uma versão especial do sistema operacional SteamOS, focado em rodar jogos.

Similar na aparência ao Vive Pre, que foi apresentado na Consumer Electronics Show 2015 (CES), em

Las Vegas, o Vive contém uma série de recursos atualizados. O pacote do aparelho vem dois

controladores de rastreamento de mão e duas caixas de rastreamento a laser, que medem a posição do

fone de ouvido — que promete criar uma melhor experiência para os óculos de realidade virtual.

Antonio Munoz, diretor de contas global da HTC, disse à Reuters: “hoje, durante a MWC, estamos

apresentando também alguns dos novos recursos e funcionalidades dos novos óculos, que incluem a

câmera frontal que irá permitir-lhe introduzir algumas novas características de segurança. Também

estamos introduzindo funcionalidades que combinam com o uso do telefone celular, como a

possibilidade de ver as notificações que você está recebendo em seu smartphone”.

Além de ser uma plataforma de jogos e vídeo, o Vive também é projetado para que usuários possam

responder a chamadas em seus celulares, ler mensagens de texto e ainda visualizar o calendário de

telefone do usuário.

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O HTC Vive está disponível através de pré-venda, por US$ 799 (o equivalente a R$ 3,1 mil) por

unidade. Munoz, é claro, defendeu o alto preço, dizendo que “vale cada dólar”.

A fabricante dos óculos está disputando mercado com vários outros aparelhos, como o Oculus Rift e os

dispositivos de realidade da Samsung, Sony e Microsoft. Os analistas de mercado CCS Insight

acreditam que 13 milhões de óculos de realidade virtual deverão ser vendidos até o final deste ano. Até

2020, de acordo com estes mesmos analistas, as vendas deverão aumentar para 97 milhões de

dispositivos.

NOTA: Não houve alterações significativas na semana em relação aos itens 02 a 08 que se seguem.

Eles são mantidos como referência na forma anterior por se tratarem de temas de

acompanhamento permanente por parte do BS.

02. PROGRAMA NACIONAL DE BANDA LARGA – BLPT

O Programa Banda Larga para Todos não teve evolução em 2015 que possa ser destacada. As

perspectivas para os próximos anos não são animadoras haja visto que sequer constam recursos

significativos no PPA do período 2016 – 2019. Na semana foram dadas maiores informações sobre

o PPA conforme a seguir comentado.

PPA 2016 - 2019

O DOU de 11/01/16 publicou o Plano Plurianual para o período 2016 - 2019. Nele estão contidas

metas para o Setor de Telecomunicações. Surpreendentemente, há metas quantitativas para a

Banda Larga Móvel e não estão incluídas para a Rede Fixa (Banda Larga Fixa; Backbone; e Backhaul).

Para estes segmentos há apenas algumas metas de qualidade a serem perseguidas.

No caso da Banda Larga Móvel espera-se que ao final do período 90% dos usuários móveis (sem fio)

tenham a ela acesso. Isto pode caracterizar uma aposta do governo no sentido de que a Banda Larga

no País, principalmente, nas regiões do Interior seja provida pelas Redes Móveis e não pelas Fixas.

Se este é o objetivo aumenta a necessidade de se acelerar a implantação das redes de 700 MHz bem

como da construção de Backbones e Backhauls. Ocorre que as perspectivas de momento apontam

de forma categórica em sentido contrário!

Também há metas relacionadas com a digitalização da TV; programas de inclusão digital em cidades

do Interior; incentivo à produção nacional de conteúdo; estações de rádio comunitárias; emissoras

educativas; incentivos ao desenvolvimento e produção de equipamentos e software nacionais; e

outros de menor relevância.

Assim, pode-se concluir que o crescimento da Banda Larga no País, no período do PPA, estará mais

condicionado às ações da iniciativa privada – portanto do mercado – do que, propriamente, por

ações diretas do governo. Na visão do BS, em princípio, este não será um grande problema desde

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que sejam tomadas medidas para reativar a economia do País, criando-se mecanismos para sair da

crise em que se encontra no momento. As perspectivas de curto prazo neste sentido não são

animadoras.

Por outro lado, está contemplado o lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e

Comunicações Estratégicas; lançamento do cabo submarino Brasil – Europa; implantação da Rede

Privativa da Adminstração Pública Federal; e, realização de leilões reversos para a implantação de

redes de transporte ópticas capazes de atender aos Pequenos Provedores. Claramente, estes

projetos, estão relacionadas com atividades nas quais a Telebras estará envolvida. Uma outra

incógnita, pois são de conhecimento geral as dificuldades de ordem econômica e financeira pelas

quais pass a Empresa. Será um enorme desafio para a atual Diretoria conseguir equalizar este

aspecto com a real necessidade da implementação dos projetos em causa.

No campo da gestão do Setor de telecomunicações estão previstas diversas medidas que fazem

parte do Planejamento da Anatel para o período em questão, já divulgadas pelo BS em edição

anterior.

03. NOVOS CABOS SUBMARINOS

Foram, finalmente, anunciados o nome e o CEO da Empresa que irá lançar e operar o cabo

submarino entre o Brasil (Fortaleza) e a Europa (Lisboa). A Empresa se denominará Ellalink e o CEO

será João Pedro Flecha de Lima que, ultimamente, estava na Samsung, depois de ter passado vários

anos na Huawei, no Brasil, praticamente, desde a chegada da fabricante chinesa ao País.

Com esta definição o projeto dá um passo importante para que possa deslanchar com maior rapidez.

O início da construção está prevista ainda para o primeiro semestre de 2016 e a conclusão no

segundo semestre de 2017; estas datas garantem o início das operações comerciais para o primeiro

semestre de 2018. A capacidade e total do cabo é 30 Tbps e os investimentos em infraestrutura e

sistemas complementares ficarão na casa dos $200 milhões.

O grande desafio de João Paulo e sua equipe será conseguir clientes que estejam dispostos a

comprar capacidade do cabo antecipadamente possibilitando financiar (direta ou indiretamente) o

projeto. Este procedimento ainda que pareça estranho para os padrões usuais da prestação de

serviços de telecomunicações, no caso dos cabos submarinos é uma prática usual.

Na visão do BS um outro “desafio” importante – e talvez isto tenha influído na escolha de João Paulo

– é a forma como ocorrerá o relacionamento com a Telebras (indiretamente com o Governo) por se

tratar de uma PPA na qual a Empresa Estatal tem uma participação relevante. Além disto, o projeto

está claramente cercado de aspectos estratégicos de interesse do governo brasileiro.

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04. COMPARTILHAMENTO DE POSTES – DIFICULDADES PARA NEGOCIAR O ALUGUEL

Este item é de importância relevante para as Concessionárias de Energia Elétrica e para as

Prestadoras de Serviços de Telecomunicações, em particular, as que oferecem Serviço Fixo. Assim

mantém-se atual o texto do BS N° 18/15 com os comentários feitos nos BS 22/15 e BS 23/15.

Chama-se, no entanto, a atenção dos leitores para a leitura atenta do item 11 do BS 33/15

“COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E O PL Nº 6.789/2013”. E, também, se sugere a leitura

do item 11. “FIOS & POSTES – UMA SITUAÇÃO QUE INCOMODA”do BS 34/15.

Por fim, sugere-se a leitura do item “Jogos Olímpicos – Uma oportunidade perdida...em Telecom –

O Case Avenida das Américas” inserido no BS 03/16 e sua complementação no BS 05/16, sob o título

“Rede Aérea de Telecomunicações – Avenida das Américas – Rio de Janeiro – Trajeto Olímpico”.

Tendo como referência as obras realizadas na Avenida das Américas devido à realização dos Jogos

Olímpicos no Rio de Janeiro, o BS aproveitou o caso para comentar a ausência de planejamento

integrado em obras de grande vulto e o fato de ser mantida nos postes desta via uma cabeação

instalada em condições precárias.

05. OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA

A Anatel deverá se posicionar sobre o assunto agora que a Lei das Antenas foi aprovada. O

compartilhamento no rais de 500 m só é obrigatório, ressalvadas condições técnicas, para os sites

implantados de maio de 2009 em diante.

Espera-se a aprovação da regulamentação em que serão estabelecidas as situações dispensadas do

compartilhamento obrigatório previsto na Lei No. 11.934/2015, conforme abordado no RELATÓRIO

SEMANA No. 13/15.

Ver item “Compartilhamento de Infraestrutura” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS 32/15 e

sugere-se fortemente a leitura do item 11 do BS 33/15 “COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E

O PL Nº 6.789/2013” bem como o item 11 do BS 34/5, já identificado no item 04 acima.

Sugere-se, também, a leitura do item “Telefónica cria uma Empresa de Infraestrutura” no

COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste BS Nº 04/16.

06. LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015

Não houve alterações em relação a este ítem durante a semana. Permanecem os comentários do

RELATÓRIO SEMANAL N° 13/15. Aguarda-se uma manifestação da Anatel (regulamentação da Lei

aprovada com os vetos da Presidente de República) que deverá colocar proposta de

regulamentação em Consulta Pública.

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A expectativa é que o assunto evolua na medida em que se tenta envolver algumas Prefeituras que

já aprovaram legislação municipal aderente aos princípios desta legislação e outras que ainda têm

dificuldades em fazê-lo.

No entanto, sugere-se aos leitores atentarem para o texto do item 11 do BS 33/15

“COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E O PL Nº 6.789/2013” no qual são feitas referências

relacionadas com a Lei das Antenas. Também se aconselha ler o item “Lei das Antenas - Mantido o

Veto Presidencial” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS 34/15.

07. IMPLANTAÇÃO DO LTE NA FAIXA DE 700 MHz E DA TV DIGITAL

Foi transferida para data ainda não definida a migração da TVA para a TVD no Projeto Piloto de Rio

Verde. Sugere-se ler o item “ O cronograma da TV Digital deverá ser alterado...O consenso e o bom

senso! ” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS 02/16.

08. A REVISÃO DO MODELO – O FOCO DA COMISSÃO DO MINICOM

Nota: A Comissão do Minicom deverá se posicionar sobre as contribuições feitas na Consulta

Pública. O BS manterá este item e irá fazendo os comentários na medida em que houver alguma

divulgação, inclusive sobre as contribuições de outras Entidades, a exemplo do que ocorreu com a

da Telefônica na edição 01/16 do BS. Esta será mantida (foi criada um título indicativo) bem como

os comentários repetidos de edições de 2015. Quando, eventualmente, houver referências a eles a

remissão será sempre feita ao BS 01/16 ou a outro posterior, conforme for o caso.

REP1. MODELO REGULATÓRIO DO SETOR DE TELECOM 2025 – DECISÕES DE INVESTIMENTOS E

CONSOLIDAÇÃO DO SETOR (BS 01/16)

REP2. O FUTURO DA REDE BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES E A TEORIA DOS $200 BILHÕES DE

INVESTIMENTOS, EM 10 ANOS (BS 01/16)

REP3. VoWiFI e VoLTE - UMA ABORDAGEM TECNOLÓGICA COM REPERCUSSÕES REGULATÓRIAS NO

STFC e no SMP (BS 01/16)

REP4. A UNIVERSALIZAÇÃO E CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS EXPLORADOS EM REGIME PÚBLICO (BS

01/16)

REP 5. COMENTÁRIOS DA TELEFÔNICA NA CONSULTA PÚBLICA (BS 01/16)

08A. COMENTÁRIOS DA INTERVOZES NA CONSUTLA PÚBLICA (BS 02/16

08B. COMENTÁRIOS DA Oi NA CONSULTA PÚBLICA (BS 02/16)

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09. O OUTRO LADO DA PRIVACIDADE

Como os leitores do BS estão acompanhando, trava-se uma batalha entre a Apple e o FBI

relacionada com o acesso aos dados armazenados em um iPhone de um suposto terrorista morto

após um tiroteio em San Bernardino, Califórnia, no qual morreram 14 pessoas.

As discussões, agora levadas ao âmbito judicial, mas, também circulando aceleradamente pelo

Congresso Americano, tendem a impactar o rumo de certas discussões que envolvem a prestação

de serviços pela Internet e, particularmente, questões relacionadas com a Neutralidade de Rede.

Chamou a atenção do BS a reportagem do El País que segue reproduzida abaixo na qual,

abertamente, se discutem aspectos que envolvem a privacidade das pessoas que, aparentemente,

não criam tanto impacto quanto a do iPhone, mas, que no fim, são de natureza idêntica.

No caso trata-se do chamado “Big Data” e da Internet das Coisas que envolvem o “rastreamento”

de ações comportamentais das pessoas e que, a partir do seu tratamento, podem gerar

procedimentos de ordem diversa por parte das Empresas. Especificamente, é comentado o caso do

Uber.

O BS sugere a leitura de tal texto aos interessados no tema que, por oportuno, também é

comentado em um item do COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste BS 06/16. E, em passant deixa

a dúvida de se o segmento das OTTs não está enxergando esse mundo novo com dois olhos: os que

refletem os seus interesses (portanto tudo é válido) e os que refletem os interesses dos outros (só

é válido o que não contraria os seus interesses).

Lo quieren saber todo

El ‘big data’ y el Internet de las cosas son ya una realidad insoslayable. Convendría que nuestras

ciudades no se quedaran atrás en su uso

Mario Tascon

Arantza Coullaut

El País, 27 FEB 2016 - 20:42 BRT

Una gran parte del multimillonario negocio que puede desarrollar Uber no son los viajes: se basa en el

big data. La polémica compañía norteamericana, que tiene en pie de guerra a los taxistas de medio

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mundo y que pone en contacto a viajeros con conductores a través de una aplicación para el teléfono

móvil, se asienta encima de un gran tesoro: la información que se suministra sobre cada viaje, su

frecuencia, su coste, el propio servicio.

El modelo es, en realidad, muy sencillo: desde el momento en que uno activa una petición para un coche

Uber, este nos recoge, realiza el transporte y luego pagamos y, además, valoramos al conductor y su

vehículo. Ese viaje ha sido datificado, traducido a datos procesados en tiempo real. Esto permite a Uber

desplegar con rapidez nuevos modelos de negocio y modificar los existentes. Si todos los días a la

misma hora hay una gran demanda de vehículos en un determinado trayecto, ¿no será mejor crear un

nuevo servicio de coches compartidos que atienda más rápido la demanda?; ¿no preferirán los viajeros

compartir frente a esperar? Uber responde inventando el servicio casi en el mismo momento en que se

detecta. Manejo de datos que se mueven a gran velocidad, con una amplia variedad y un gran volumen,

eso es el big data. Quienes sepan aplicarlo serán los dueños de un nuevo mundo en la política, las

finanzas o la educación, aunque también en el espionaje y la guerra.

El manejo diestro y avanzado de estas nuevas habilidades, en las que la matemática y la estadística son

la columna vertebral, ha disparado las expectativas de valoración de esta empresa de transporte privado

(por cierto, el automóvil es el nuevo paradigma de los cambios tecnológicos) y la ha convertido en una

de las pocas compañías unicornio —ese selecto club de nuevo cuño al que pertenecen aquellos que, en

sus primeras rondas de financiación, han conseguido una valoración de más de 1.000 millones de

dólares, y en el que solo hay unos 150 miembros, por cierto, con un montón de compañeros relacionados

directa e indirectamente con el big data—.

Quienes sepan manejar el Big Data serán los dueños de un nuevo mundo en la política, las

finanzas o la educación, aunque también en el espionaje y la guerra

Pero si estos datos son los impulsos neuronales, el Internet de las cosas completa el nuevo sistema

nervioso digital y recubre poco a poco todo el mundo físico con sentidos y músculos: los datos los

recogen millones de dispositivos, de los que el teléfono es uno de los más importantes, y, además,

muchas máquinas empiezan a hablar entre ellas y a generar de manera automática diferentes

comportamientos y acciones, que pueden ir desde la compraventa de acciones a cambiar los intervalos

de los semáforos en una ciudad.

En el reciente foro de Davos se aseguró que el binomio big data-Internet de las cosas está configurando

la cuarta revolución industrial (tras el vapor, la electricidad y la informática).

Pero la construcción de una nueva sociedad y el progreso en esta revolución, si estos elementos

disruptivos no son manejados ni conocidos por toda la población, abren incógnitas y avivan miedos.

Por un lado, la creciente automatización de tareas que propicia el mundo conectado, muchas en manos

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de sensores y robots, hace temer que, en breve, habrá menos trabajo para los seres humanos. La

centenaria lucha hombre-máquina que anticipaba Karl Marx en El capital —“allí donde la máquina

conquista un campo de producción provoca la miseria crónica de las capas obreras que compiten con

ella. Si la transición es rápida, los efectos se dan en masa…”— se ha trasladado a una lucha hombre-

robot (digno descendiente de las máquinas de Marx).

En el reciente foro de Davos se aseguró que el binomio big data-Internet de las cosas está

configurando la cuarta revolución industrial (tras el vapor, la electricidad y la informática).

Esos miedos inconscientes quizá son los que empujaron hace poco a titular a muchos diarios del mundo:

“Un robot mata a un empleado de una fábrica”, pero cuando uno leía la noticia descubría el lapsus, ya

que en realidad “un trabajador moría en un accidente al montar un robot”. Y si el Internet de las cosas

genera miedos en el mundo laboral, también inquieta lo relativo a la seguridad personal y de los

nuestros. A las sospechas de un uso inadecuado de nuestros datos personales se añaden las del posible

manejo a distancia inadecuado de cualquier cosa conectada: nuestro móvil, nuestro coche, la cámara y

el micrófono de nuestra tele…, no ya por robots sino por otros hombres. Hace unos meses se supo que

no era muy difícil captar imágenes sin permiso de las cámaras de seguridad que algunos padres usan

para observar a sus hijos a distancia mientras trabajan o están en otra habitación: un sencillo filtro en

un buscador mostraba cientos de esas transmisiones por errores en los protocolos de seguridad.

Pero el Internet de las cosas es imparable. Dejando a un lado la simplista anécdota de que lo que trae

son neveras que nos avisan de los alimentos que caducan, o impresoras que, al acabarse, encargan solas

la tinta a las tiendas online, se necesita un mayor conocimiento de qué nos ofrece este campo por parte

de la sociedad, las empresas y los Gobiernos. El avance de un país, sus industrias, sus escuelas y

ciudades estará completamente ligado al big data. España, incluidas Madrid y Barcelona, se queda atrás

en el desarrollo, por ejemplo, de nuevos espacios urbanos del siglo XXI. No se trata ya solo de que

nuestro entorno sea sostenible, solo faltaría, sino de que nuestro futuro se pueda desenvolver en un

nuevo entorno cada vez más inteligente pero también más seguro.

Mario Tascón y Arantza Coullaut son periodistas y autores del libro Big data y el Internet de las cosas, de la editorial

Los Libros de la Catarata (2016)

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NOTA: Os comentários do presente BOLETIM SEMANAL bem como a edição final do texto são de responsabilidade

de Antonio Ribeiro dos Santos, Consultor Principal da PACTEL. A precisão das informações não foi testada. O

eventual uso das informações na tomada de decisões deve ocorrer sob exclusiva responsabilidade de quem o fizer.

Também não se assume responsabilidade sobre dados e comentários realizados por terceiros cujos termos o BS

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