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BOLETIM SEMANAL RESERVADO 1 BS N° 01/17 SEMANA: 02/01/17 a 20 /01/17 ASSUNTOS: COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA OS TELEFONES PÚBLICOS HOMOLOGAÇÃO DE DRONES IoT NA AUTOMATIZAÇÃO DE FERROVIAS NOTA: OS TENS EM VERMELHO INDICAM TEMA NOVO OU ALTERAÇÃO EM ITEM DE EDIÇÕES ANTERIORES. 01.COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA Índice O momento da Banda Larga e os Planos de Dados Ilimitados Artigo do Presidente da Anatel – O marco regulatório das telecomunicações O silêncio do “barulho”! Agenda Regulatória da Anatel Compartilhamento de Infraestrutura entre Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Ampliado o prazo para alterações quinquenais dos Contratos de Concessão do STFC Anuência Prévia da Oi – Fato Relevante Argentina “desamarra” a regulação do Setor de Telecomunicações...mas, há problemas! Um jantar privado de Donald Trump com Carlos Slim Qualquer semelhança não é mera coincidência Sinal dos Tempos – Colete à Prova de Balas Nesta semana o BS selecionou para registro e comentários os tópicos que seguem abaixo

NOTA: OS TENS EM VERMELHO INDICAM TEMA NOVO OU … · opinião pública e das possíveis repercussões que poderia ter na mídia. No texto da mensagem foi considerado que tal assunto

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BS N° 01/17

SEMANA: 02/01/17 a 20 /01/17

ASSUNTOS:

COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA OS TELEFONES PÚBLICOS HOMOLOGAÇÃO DE DRONES IoT NA AUTOMATIZAÇÃO DE FERROVIAS

NOTA: OS TENS EM VERMELHO INDICAM TEMA NOVO OU ALTERAÇÃO EM ITEM DE EDIÇÕES ANTERIORES.

01.COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA

Índice

O momento da Banda Larga e os Planos de Dados Ilimitados Artigo do Presidente da Anatel – O marco regulatório das telecomunicações O silêncio do “barulho”! Agenda Regulatória da Anatel Compartilhamento de Infraestrutura entre Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Ampliado o prazo para alterações quinquenais dos Contratos de Concessão do STFC Anuência Prévia da Oi – Fato Relevante Argentina “desamarra” a regulação do Setor de Telecomunicações...mas, há problemas! Um jantar privado de Donald Trump com Carlos Slim Qualquer semelhança não é mera coincidência Sinal dos Tempos – Colete à Prova de Balas

Nesta semana o BS selecionou para registro e comentários os tópicos que seguem abaixo

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O momento da Banda Larga e os Planos de Dados Ilimitados

O BS enviou a seus leitores no dia 13/01/17, uma mensagem tratando de duas reportagens sequencias do Site Veja online. Em uma, o Ministro Kassab anunciava a possibilidade de se introduzir a franquia nos Planos de Banda Larga, e acabar com os Planos Ilimitados. Na outra, o Presidente da Anatel colocava que a Agência não tinha tomado nenhuma decisão sobre a matéria e que o tema continuava em Consulta Pública.

Posteriormente, o próprio Ministro emitiu uma Nota “minimizando” o escopo de suas declarações o que, efetivamente, tinha fundamento, pois, claramente, ele colocou que a questão ainda estava sendo examinada. Na verdade, o Ministro fez uma declaração tecnicamente correta que, no entanto, admitia interpretações à luz dos interesses particulares de cada segmento envolvido nas discussões. O possível “agravante” seria o fato de haver uma Consulta Pública em andamento que daria ensejo a eventuais ilações de que ele estaria “forçando” uma posição antecipada que, em tese, seria do agrado das Prestadoras.

Ainda que se tratasse de um “desencontro” de informações prontamente equacionado, o BS considerou importante levar o assunto aos seus leitores pela “sensibilidade” do tema junto à opinião pública e das possíveis repercussões que poderia ter na mídia. No texto da mensagem foi considerado que tal assunto estava “superado”. A constatação é correta, mas, também é certo que a ocorrência “mexeu no vespeiro” que estava relativamente calmo.

Vale lembrar, que a Medida Cautelar mencionada da Anatel impede as Operadoras de obrigarem os usuários a aceitarem Planos de Serviços que tenham limitação em relação à quantidade de tráfego de Dados que podem utilizar. E, devido a polêmica anterior sobre o tema – que foi a origem da referida Cautelar – a Agência optou por colocar o assunto em Consulta Pública cujo término está previsto para o final de abril próximo.

A possibilidade de polêmica é real e, provavelmente, se estenderá por algum tempo. É possível afirmar-se que não se terá uma solução para a questão de imediato. Pela simples razão de que tal solução não existe; pelo menos, na forma como as Partes a desejam. Este problema não é específico do Brasil; está disseminado por todas as partes do mundo onde há a prestação de serviços de Banda Larga em escala comercial e processo competitivo.

As Operadoras têm de viabilizar seu negócio e a conta é difícil de “ fechar” caso se adote o princípio do uso “ilimitado”. Isto somente seria possível se o custo dos serviços também fosse “ilimitado”, o que não é factível em termos comerciais. Por outro lado, os usuários desejam ter a liberdade de utilizar o Serviço de acordo com suas necessidades. Sem limitações, que restrinjam esse seu desejo como, por exemplo, a redução da taxa de transmissão quando se atinge determinado valor de “consumo”. Ou, que impliquem em surpresas desagradáveis dos valores financeiros das contas dos Serviços quando os “limites” são ultrapassados e não ocorre a redução da taxa, ou, mesmo, o corte do Serviço.

Tentativas de impor limites também se mostram inadequadas pela própria evolução tecnológica. Há menos de 5 anos atrás, uma Banda Larga com taxa de 1,0 Mbps era objeto de desejo da grande maioria dos usuários. Hoje, tal valor é considerado “ridículo”, ainda que uma considerável legião

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desses usuários tenha dificuldades para alcança-lo. E, se tal taxa de transmissão fosse aplicada, não haveria nenhum sentido prático em instituir o “ilimitado” nos Planos de Serviço. A barreira estaria na baixa velocidade que não permitiria alcançar “volumes” razoáveis de uso, quanto mais “ilimitados”.

Então, falar em “ilimitado” sem considerar a elevação considerável das taxas de transmissão, é uma atitude que não faz muito sentido. E, como se sabe, para elevar as taxas de transmissão é necessário fazer significativos investimentos nas Redes Fixas e Móveis, através das quais os Serviços SCM e SMP (Banda Larga Fixa e Móvel) são prestados.

Chega-se, então, ao ponto em que as Partes, por conveniência, “passam por cima”, porque ficaria escancarada a questão que não tem a resposta imediata: como obter os recursos necessários para os imprescindíveis investimentos que deverão ser feitos na modernização e expansão dessas Redes de Telecomunicações Fixas e Móveis de modo a atender aos “desejos” e, até, “caprichos” de uma parcela de usuários atuantes que, provavelmente, é uma minoria?

Não são muitos, diante da massa de usuários, aqueles que fazem download de arquivos imensos; que trocam arquivos enormes em conexões peer-to-peer; que praticam sofisticados jogos online em tempo real; que utilizam a Rede para streaming de vídeo permanente; ou, outras situações de elevadas taxas de transmissão e tempos infindáveis da conexão.

Na visão do BS o começo das discussões deveria passar pela clara definição de “sobre o que se está falando”. A maneira correta de se chegar neste ponto é dispor de um efetivo PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA – PNBL. Não um simples “rótulo”; mas, um documento contendo avaliações detalhadas de estratégias, metas, objetivos, planos e projetos, para se alcançar os objetivos desejados. Com propostas reais que indiquem a viabilidade técnica e econômica das ações que devem ser implementadas e os prazos nos quais isto deverá ocorrer. E, a partir daí, promover medidas para “convencer” os “agentes investidores” a colocarem seus recursos no Setor.

Ao mesmo tempo, há que definir-se o equacionamento da questão da universalização da Banda Larga. No caso, envolvendo as situações onde a viabilidade econômica da prestação não é tão clara e se torna necessário lançar mão de alternativas que suportem projetos com nítido caráter social, mas, da maior relevância para a sociedade e para a economia do País.

Há algum tempo o BS vem se fixando nesta questão. Mesmo anteriormente, o assunto já era objeto das preocupações do seu atual Consultor Principal. As divergências das declarações do momento ensejaram a oportunidade de rememorar posições colocadas no passado. Uma vez “revisitadas, fica evidente que muitas das considerações pretéritas continuam válidas no presente, pois, a evolução dos fatos não acompanhou a realidade de sua necessidade.

Há mais de 5 anos atrás, foi publicada na seção “Artigos do Leitor” do TeleSíntese um Artigo com o título “Os Desafios do Programa Nacional de Banda Larga”. É certo que alguns aspectos estão ultrapassados (a taxa de transmissão de 1 Mbps, por exemplo, é um deles; a Copa 2014 e a Olímpiada Rio 2016 são eventos do passado). Mas, outros permanecem vivos no momento em que se torna inevitável enfrentar a situação de modo efetivo. Assim, o BS reproduz para seus

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leitores o mencionado Artigo, com as devidas vênias para a extensão do texto e para os eventuais aspectos que o tempo se encarregou de superar.

Também se constitui numa oportunidade de levantar esta importante questão no início do Ano Novo, no qual não se podem perder as esperanças da ocorrência de grandes avanços no Setor Brasileiro de Telecomunicações.

Os investimentos deverão se constituir no foco permanente. Sem os vultosos recursos necessários o discurso e as boas intenções não se materializam. A capacidade dos agentes públicos de viabilizarem políticas que sejam realmente atrativas neste sentido é o grande desafio a ser enfrentado e superado.

TeleSíntese - Artigos do leitor

Os Desafios do Programa Nacional de Banda Larga Ter, 21 de junho de 2011 12:20 por Antonio Ribeiro dos Santos

Ainda falta um plano que consiga oferecer as mesmas oportunidades de acesso para todos e o equacionamento econômico do projeto é a peça-chave O PNBL foi oficialmente instituído pelo Decreto N⁰ 7.175, de 12 de maio de 2010. Um ano se passou e o Programa pouco evoluiu, apesar das expectativas criadas, principalmente pelo que foi divulgado a respeito da participação da Telebrás na sua implementação. No entanto, um primeiro e efetivo passo está em andamento com a assinatura da revisão dos contratos de concessão do STFC e a oficialização do PGMUIII. Atrelado a estas obrigações do STFC, as concessionárias assumem voluntariamente compromisso de oferecer planos dirigidos a usuários que contemplem a oferta de taxas de transmissão mínimas (download de 1 Mbps); preços máximos dos serviços (29,90 Reais, sem ICMS); escalonamento de atendimento no tempo (até 2014); e, parâmetros mínimos de qualidade do serviço. Este compromisso voluntário das operadoras privadas pressupõe a garantia de que os projetos se desenvolverão na forma prevista como ocorreu, por exemplo, no ”Banda Larga nas Escolas”.

Contudo, apesar do relevante significado, esta ação deve ser considerada, simplesmente, como o embrião de um projeto de dimensões muito maiores que o Brasil necessita desenvolver na próxima década. Na verdade, o PNBL carece, até aos dias atuais, de um Plano oficial, formalmente aprovado, que indique claramente à sociedade, entre outros, os reais objetivos a ser alcançados, a forma como ocorrerá a sua implementação, as vantagens que resultarão para a sociedade, e as possibilidades de viabilização da obtenção, pela iniciativa privada, dos volumosos recursos financeiros necessários, principalmente para os atendimentos previstos no Plano que não apresentarem viabilidade econômica.

Por outro lado, têm sido abundantes as discussões associadas ao modelo de exploração dos serviços de banda larga que remetem a questões de importância relativa – para os objetivos a ser alcançados – como é o caso: dos bens reversíveis; do regime de exploração dos serviços; das obrigações específicas das concessionárias, no novo cenário, à luz dos contratos vigentes; e, de atribuições específicas de empresas com Poder de Mercado Significativo. Ainda que não se negue a importância destes temas é conveniente cuidar para que sua discussão não interfira, ou, mesmo, se sobreponha à da rápida formulação e implementação do Plano de modo a não se criarem potenciais barreiras que comprometam a sua

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exequibilidade no tempo necessário. A inexistência de um Plano de maior abrangência prejudica a possibilidade de se ter uma noção real da dimensão do que se está tratando.

Investimentos

Recentemente, o Sinditelebrasil divulgou estudo preparado pela LCA no qual se projeta a necessidade de recursos da ordem de 140 bilhões de reais, até o ano 2020, para se atingirem determinados objetivos envolvendo a Banda Larga. Um valor significativo que, no entanto, pode ser considerado conservador dependendo do nível de atendimento que se deseja alcançar. A mesma entidade tem divulgado que no período de privatização – últimos 11 anos – as operadoras privadas investiram da ordem de 230 bilhões de reais no sistema de telecomunicações brasileiro. Os resultados são inquestionáveis e mostram a correção das diretrizes adotadas. Mas, também não há dúvidas de que, ainda, existem brechas importantes a ser preenchidas. O atendimento das regiões periféricas e de urbanização precária das regiões metropolitanas é insuficiente; as áreas rurais não têm serviço adequado; e, as regiões remotas tem atendimento altamente deficiente ou inexistente. E o diagnóstico fica bastante mais prejudicado quando se consideram os acessos para a chamada Banda Larga (aqui definidos como sendo aqueles que propiciam taxas de download iguais ou superiores a 1 Mbps).

Um raciocínio simplificado nos leva a admitir que os investimentos para os próximos 10 anos devem ser da mesma ordem ou, provavelmente, superiores àqueles da década passada para que se atendam às necessidades crescentes dos mercados mais exigentes e se preencham as brechas existentes nos mercados menos consolidados. Reforçando a tese da necessidade de maiores investimentos devido ao crescimento quantitativo e à expansão dos serviços demandados pelo mercado consumidor, não é difícil constatar que a próxima década será campo de profundas transformações na estrutura das redes de telecomunicações envolvendo: o núcleo da Rede, incluindo os meios de transmissão associados; as redes de acesso; e, os dispositivos terminais.

Algumas dessas transformações vêm sendo anunciadas há algum tempo. Um exemplo é a opticalização plena das redes de acesso. Apesar da acelerada evolução tecnológica e das reduções de custo, ainda não foi possível viabilizar técnica e economicamente este procedimento até os dias atuais, em grande escala, não só no Brasil como na grande maioria dos países do mundo. Outro é a aceleração do processo de substituição de grande quantidade das centrais telefônicas da “velha” tecnologia de comutação de circuitos por sistemas que utilizem a comutação de pacotes e protocolos IP, comumente denominados NGN – Next Generation Networks. E, por último, mas não menos relevante: a evolução/substituição tecnológica das redes celulares atuais que demandará grandes investimentos na sua expansão e na introdução do 4G que, por sua vez, também envolve sistemas NGN.

Além disto, não se pode deixar de considerar de modo particular a questão dos dispositivos terminais. Não é suficiente dispor de redes e oferta de serviços avançados se os usuários não tiverem condições de fazer pleno uso de todas as suas potencialidades. Na telefonia tradicional fixa este ônus - perfeitamente suportável – fica por conta dos usuários. Na telefonia móvel celular o grande crescimento da demanda somente se materializou a partir do momento em que as operadoras passaram a equalizar a oferta do aparelho nos pacotes de serviços. Pensando na massificação dos serviços de banda larga (multimídia) estamos diante de um cenário em que, eventualmente, será necessário adotar idêntico procedimento. Mas isto nos remete a dificuldades substancialmente maiores do que aquelas encontradas nos terminais pessoais da telefonia móvel celular, de ordem operacional, administrativa, e, econômica, incluindo aspectos associados à propriedade da receita de aplicativos proporcionados por tais terminais.

É fundamental que um Plano do tipo considerado se aprofunde em questões desta ordem não somente pelas razões genéricas colocadas, mas, por outras de ordem prática. Partindo do princípio de que a exposição básica está correta, é inequívoco que estamos diante de uma tarefa gigantesca cuja execução demandará atuação nos mais diversos segmentos das telecomunicações. Estruturalmente falando, é como se estivéssemos considerando a ruptura do sistema atual e sua evolução para um novo sistema de forma gradativa e irreversível nos próximos dez anos.

Então, e este é um dos principais enfoques deste texto, o Plano não deve considerar somente as necessidades crescentes do mercado; e esta, por si só, é uma tarefa árdua considerando as deficiências atualmente verificadas. Figurativamente falando, é fundamental levar em conta que os passageiros devem continuar sendo transportados em uma malha ferroviária cujos trilhos, máquinas, vagões e estações serão progressivamente substituídos ou modificados, em um ambiente de demanda crescente (velocidade, quantidade e qualidade dos serviços) de forma que o transporte continue ocorrendo, sendo imaterial para os

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usuários se, ao final, isto for feito por uma rede que ainda possa ser denominada “ferroviária” ou por qualquer outra forma análoga ou substitutiva.

O equacionamento econômico do projeto como um todo é peça chave para sua execução. No que tange à massificação do atendimento, é possível que, mesmo sem um Plano público formal, os agentes provedores dos serviços atendam a boa parte das necessidades do mercado. Inegavelmente, isto já vem ocorrendo, ainda que não se defenda este procedimento como o ideal. A questão básica é que o atendimento tende a ser feito de forma seletiva levando em conta, principalmente, o retorno dos investimentos. Nada há de incorreto neste enfoque. Mas ele se torna insuficiente quando se consideram as necessidades da sociedade brasileira que exige as mesmas oportunidades de acesso para todos, independentemente de sua condição social, de sua estrutura financeira ou empresarial, ou, de seu posicionamento geográfico. É aqui que se apresentam as brechas anteriormente mencionadas que tendem a se ampliar caso não sejam adotadas as medidas necessárias.

A universalização da oferta dos serviços tem de deixar de ser um conceito retórico para se tornar uma realidade nos novos tempos. Mais do que nunca, a oportunidade está presente. A tarefa não pode ser atribuída exclusivamente ao mercado. O Governo tem de se envolver no tema ainda que, não necessariamente, materialmente. Incentivos financeiros, tributários, ou algum tipo de desoneração, feitos direta ou indiretamente, são formas usuais de participação do Governo. Países mais evoluídos estão adotando ações neste sentido (Austrália, Reino Unido, EUA, Nova Zelândia, Coréia, Japão, Europa como um todo, etc.). Este, sem dúvida, é um dos maiores desafios que o Plano oficial deve considerar e, por si só, demandador da necessidade de sua rápida formulação.

Também é impossível não mencionar que, em um projeto das dimensões e relevância já suficientemente caracterizadas, seja imprescindível levar em consideração as questões associadas à pesquisa, ao desenvolvimento tecnológico e à produção nacional de equipamentos e serviços; ao treinamento intensivo de mão de obra especializada; e a um profundo trabalho intersetorial e multidisciplinar que permita que os benefícios de tão potente infraestrutura se reflitam na melhoria da educação, da saúde, da segurança da sociedade brasileira e, de modo geral, em todos os aspectos de seu sistema produtivo e de governo.

Cabe registrar, ainda, que Congresso Nacional, especificamente o Senado Federal, tem em suas mãos decidir pela rápida aprovação de um instrumento que, certamente, terá um forte papel de alavancagem do PNBL e um importante impacto na produção de conteúdo nacional: o PLC 116/10.

Por fim, não é demais lembrar que em 2014 e 2016 o Brasil sediará os dois mais importantes eventos esportivos mundiais: a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O tempo disponível é curto. O Brasil não pode perder a oportunidade de mostrar ao mundo que, realmente, está preparado para assumir o lugar que lhe é reservado no conjunto das nações líderes do planeta, no século XXI. E, neste contexto, é indispensável que o país disponha de uma estrutura de telecomunicações avançada, confiável, e, abrangente.

*Professor da UnB; ocupou diversas posições em empresas prestadoras de serviços de telecomunicações

Artigo do Presidente da Anatel – O marco regulatório das telecomunicações

O Presidente da Anatel, Juarez Quadros, escreveu um oportuno Artigo sobre o novo marco regulatório das telecomunicações que o jornal Valor Econômico publicou na sua primeira edição de 2017.

Pela importância do texto o BS reproduz o inteiro teor do referido Artigo, na forma publicada na edição do Valor de 02.01.2017, à qual é dado o devido crédito. Os leitores que não tiveram a oportunidade de conhecer o texto diretamente do jornal, podem fazê-lo agora.

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Valor Econômico – 02.01.2017

O marco regulatório das telecomunicações

Por Juarez Quadros

O projeto de lei da Câmara 79/2016 (projeto de lei 3.453/2015, na origem) promove atualizações no marco regulatório das telecomunicações, alterando a Lei 9.472/1997 (Lei Geral de Telecomunicações, LGT), para permitir a adaptação da modalidade de outorga do serviço de telecomunicações de concessão para autorização, mediante contrapartidas às obrigações da concessão por investimentos, priorizando a implantação de infraestrutura de rede de comunicação de dados (banda larga) em áreas sem competição e evitando desigualdades, conforme dispõe o art. 68-B, § 3º do projeto, sem qualquer tipo de doação dos bens reversíveis, ou de quaisquer outros bens.

Os termos dessas contrapartidas, após a sanção da lei, serão calculados pela Anatel e verificados pela Advocacia Geral da União (AGU) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU), de forma a garantir que seja observado o interesse público, como dispõe o projeto que, a bem da verdade, tem por base estudos realizados pelo Poder Executivo nos últimos nove anos.

O projeto permite que a valoração desses bens será levantada pelo seu valor econômico, mediante o fluxo de receitas que são capazes de gerar. Essa avaliação é, portanto, benéfica para o interesse público, pois o valor de uma central telefônica e das redes destinadas à exploração da telefonia fixa não está no valor contábil desses ativos, mas sim no fluxo de caixa que é possível extrair deles. O valor presente desse fluxo de caixa é que será considerado para calcular o montante das contrapartidas a serem exigidas das empresas. Tal condicionamento está contido no art. 68-B, § 1º do projeto.

Destaque-se que a telefonia fixa (Serviço Telefônico Fixo Comutado, STFC) é o único serviço explorado em regime público (e somente no Brasil, Turquia e Peru) mediante contrato de concessão, cujos bens vinculados, se houver, pela lei em vigor, seriam devolvidos à União, que em 2025 (ano em que se encerram os contratos) reassumiria uma infraestrutura defasada e um serviço com problemas de sustentabilidade, dado o obsoletismo funcional e perda de valor a cada ano que passa.

Outros serviços como o celular (Serviço Móvel Pessoal), os de acesso à banda larga (Serviço de Comunicação Multimídia) e aqueles que permitem televisão por assinatura (Serviço de Acesso Condicionado), todos explorados em regime privado, mediante Termos de Autorização, pela lei em vigor, têm seus ativos excluídos do condicionamento de devolução à União findos seus termos de autorização, pois já os são de propriedade dos outorgados.

Hoje, o sonho de consumo da quase totalidade dos usuários brasileiros são os smartphones com acesso à tecnologia celular de 4ª Geração (4G), e a partir de 2020 de 5ª Geração (5G), que permitem facilidades de voz, dados e vídeo. Tais serviços, em função da rápida inovação tecnológica e da concorrência com outros agentes não concessionários e, também outros não regulados, passam por inovação regulatória constante e não somente no Brasil. Quem ainda não usa os aplicativos via internet, como WhatsApp, Telegram, Netflix e outros? Eu uso.

Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, segundo a União Internacional de Telecomunicações (UIT), a telefonia fixa só cresceu até o ano de 2006, quando alcançou 1,261 bilhão de terminais. Reduzindo ano a ano, em 2014 a telefonia fixa decresceu para 1,147 bilhão de telefones fixos.

No Brasil, segundo dados da Anatel, a telefonia fixa cresceu até 2013, quando o País alcançou 47,2 milhões de telefones fixos. Em outubro/2016, já chegou a 42,2 milhões de telefones fixos e continuará a decrescer. Hoje, o que os brasileiros querem, e precisam, é de banda larga, que mesmo tendo crescido de 2010 a 2015 em média 53% ao ano, atende com banda larga fixa a metade dos domicílios do País. Em outubro/2016 o Brasil continha 27 milhões de acessos banda larga fixa e 183 milhões de acessos banda larga móvel (modalidade com maior crescimento).

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O projeto estabelece como condição necessária para a mudança de modelo a apresentação de garantias financeiras (como carta fiança e outras) em valor equivalente aos projetos de investimentos assumidos, que possam ser resgatadas de forma a garantir que os projetos de investimento sejam realizados como definido pelo órgão regulador (inciso III do art . 68-A). Esse mecanismo já é utilizado pela Agência, desde 2007, para garantir o cumprimento das metas de cobertura de telefonia celular.

A renovação do espectro não é um direito subjetivo da empresa, mas sim uma faculdade do poder concedente. A possibilidade de renovação da autorização de uso da radiofrequência não garante ao administrado o direito de renovação do uso de radiofrequência. Ao fim do período de utilização caberá à Anatel avaliar, com a participação da AGU e do TCU, se há interesse público em renovar o uso do espectro.

Além disso, a eventual renovação do direito de uso de radiofrequência será a título oneroso, como determina a LGT, sem prejuízo dos compromissos de investimento, conforme diretrizes do Poder Executivo, alternativamente ao pagamento do valor do preço público devido pela prorrogação (art. 9º do projeto). Portanto, a possibilidade de renovação sucessiva de espectro não representa um direito garantido ao regulado, mas sim uma faculdade ao poder concedente. Além disso, em havendo renovação, essa nunca poderá ser gratuita, como estabelecido na própria LGT.

De igual modo, a renovação da concessão não é um direito subjetivo do outorgado, mas sim, também, uma faculdade do poder concedente. A possibilidade de renovação da concessão não garante ao regulado o direito da renovação. Ao fim do período de concessão caberá ao poder concedente avaliar o interesse público, com a participação da AGU e do TCU.

Decorridos 19 anos, não dá mais para seguir a modelagem concluída em 1997, pois a telefonia celular invade o espaço da fixa, a banda larga torna-se essencial e a TV paga é ofertada nos pacotes de serviço que incluem dados, imagem e até voz. Considere-se ainda que diariamente 60% dos brasileiros acessam internet, principalmente com os telefones celulares. Por outro lado, as atuais concessionárias de telefonia fixa não são obrigadas a migrar das modalidades de outorga e podem deixar essa discussão para 2025, quando o valor dos ativos vinculados será ainda menor.

O que o Poder Legislativo agora procede, ao alterar a lei 9.472/1997, se insere no contexto regulatório e o faz observando os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e igualdade, ainda que, com relativo atraso e no momento em que é conduzida a penúltima renovação quinquenal dos contratos de concessão da telefonia fixa, relativa ao período 2016-2020. Estrategicamente, tal alteração deveria ter ocorrido em 2010, na ocasião da antepenúltima renovação quinquenal, quando os ativos provavelmente valiam mais. Porém, ainda é tempo, pois, antes tarde do que em 2020 (quando os ativos ainda terão algum valor) ou em 2025 (quando tal valor será ínfimo).

Juarez Quadros do Nascimento, ex-ministro das Comunicações, é engenheiro eletricista e presidente da Anatel.

O silêncio do “barulho”!

Não passa desapercebido ao BS o “silêncio’ das Entidades de Classe das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações em relação à tramitação do PLC 79/2016.

No COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS Nº 40/16 foram feitas considerações a respeito de Recursos interpostos por alguns Senadores no sentido de levar o PLC para o Plenário do Senado, deixando de considerar o “caráter terminativo” de sua aprovação na Comissão Especial daquela Caso do Congresso Nacional.

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Alguns Senadores interpuseram um Mandato de Segurança junto ao STF tentando evitar a promulgação da Lei antes de ser avaliado o seu Recurso junto à Suprema Corte. No caso, o MS foi interposto contra a decisão da Mesa Diretora que não acolheu os Recursos de levar o PLC para discussão e aprovação no Plenário da Casa.

A Ministra Presidente do STF concedeu 10 dias de prazo para a manifestação da Mesa Diretora que, no prazo, teria respondido que não havia decisão tomada em relação ao assunto. Portanto, não se configuraria a urgência demanda pelo MS. As últimas informações, dão conta de que a Ministra teria acatado as informações e distribuiu o processo para o Ministro Teori Zavasky. Fica, portanto, a expectativa, sobre a decisão da Mesa Diretora do Senado quando do retorno dos trabalhos legislativos no início de fevereiro próximo.

Neste interim, a única ação conhecida na defesa do PLC foi o Artigo do Presidente da Anatel cujo texto está reproduzido no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste BS 01/17.

Assim, retoma-se o título deste comentário “O silêncio do “barulho””, metaforicamente indicando a estranheza de as Entidades de Classe das Prestadoras – com interesse nas mudanças introduzidas pela nova legislação que há algum tempo vinham reivindicando – não terem, pelo menos até o momento, se manifestado de forma peremptória na defesa do referido PLC. Seria em razão das festividades e do recesso de fim de Ano?

O fato é que podem existir razões mais objetivas para tal posição. Em suma, o texto do PLC não teria a “unanimidade” das Grandes Prestadoras. Em relação às Pequenas Prestadoras, tal texto também não transmite entusiasmo suficiente para coloca-las na linha de frente de sua defesa pública. Na verdade, não conseguem enxergar as reais vantagens que “desamarrem” o Setor de forma a criar um ambiente novo virtuoso de expansão e aceleramento dos seus negócios. Então, se não se posicionam contra, também, não emitem sinais tácitos de seu apoio à proposta de Lei.

Em relação às Grandes Prestadoras, o BS já havia feito considerações cautelosas sobre a posição da TIM, no ítem “Declarações do Presidente da TIM e algumas considerações decorrentes” do COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS Nº 39/16. Lá, pode-se verificar que o Presidente da Companhia Stefano de Angelis declarou o seguinte:

“a mudança regulatória foi acelerada devido à situação da Oi”. “As mudanças afetam a indústria de telecom como um todo, que também tem o interesse comum de que a concessionária dê certo”.

Depois, aliviou um pouco as declarações dizendo:

“acredita que a aprovação da lei com o novo modelo de telecomunicações deixa o ambiente regulatório mais tranquilo, o que é bom para os investimentos”.

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Também ficaram evidentes suas preocupações em relação à questão da possibilidade da venda de espectro (que o Presidente da Anatel esclareceu em seu Artigo):

“a liberação da revenda do espectro prevista na nova legislação irá criar um novo desafio regulatório, que é o de redefinir o limite de frequências que cada operadora poderá ter. A Agência deve avaliar a possibilidade de considerar caso a caso as Prestadoras, em relação à concentração de mercado”.

Desta forma, com o “retorno” às atividades normais depois das festividades de fim de Ano, ficam as expectativas em relação ao posicionamento do Setor, de modo mais firme na defesa do PLC e dos devidos esclarecimentos junto à opinião pública de suas vantagens para o Setor e, de modo geral, para os usuários e para a sociedade como um todo.

É importante enfatizar este ponto e, ao mesmo tempo, descaracterizar objetivamente os aspectos associados ao que correntemente está sendo veiculado como o “presente bilionário” que estaria sendo dado às “teles”.

Neste sentido, o BS é forte incentivador para que o Setor evolua do “silêncio constrangedor” para um “barulho esclarecedor”, aliás, como já foi iniciado pelo Presidente da Anatel, através de seu Artigo no Valor.

Agenda Regulatória da Anatel

O Conselho Diretor da Anatel aprovou em 03/01/2017, através de Circuito Deliberativo, a Consulta Pública da Agenda Regulatória para o Biênio 2017-2018. Estão previstas 56 ações, incluindo novos regulamentos, reavaliação de outros existentes, e, a revogação de algumas Normas. As ações propostas levam em conta o Plano Estratégico seguido pela Anatel.

A relação completa dos itens pode ser obtida clicando Aqui.

Conforme pode ser observado há uma quantidade considerável de processos de “Reavaliação” de Práticas existentes e diversos casos de “Elaboração”. Entre estes últimos, provavelmente, o mais emblemático é o que trata do “Novo Regimento Interno da Anatel”.

Um outro bastante significativo, aliás, indicado como o nº 1 da relação, é o que trata da “Reavaliação do Regime e escopo dos Serviços de Telecomunicações”. Um tema bastante atual que, realmente, merece uma atenção especial por parte da Agência. Isto se torna obrigatório com a promulgação do PLC 79/16 quedeverá acontecer em algum momento futuro.

Os assuntos envolvidos são os mais diversificados possíveis: “Homologação das Ofertas de Referência de Produtos de Atacado”; Interconexão de Redes; Qualidade dos Serviços; Gestão do Espectro; Fiscalização Regulatória; reavaliação do SeAC; Radiação Restrita e isenção de outorgas; Licenciamento de Prestação de Serviços; Controle de Bens Reversíveis; Certificação e

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Homologação de Produtos de Telecomunicações; Modelo de Tratamento das Prestadoras de Pequeno Porte; e, outras.

Um tema de grande interesse que o BS destaca é o que se refere ao “Compartilhamento de Infraestrutura entre Prestadoras de Serviços de Telecomunicações”. Este item é comentado em separado no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste BS Nº 01/17.

Vale lembrar que o prazo previsto para os comentários da Consulta Pública é de 30 dias, a partir da data de sua publicação no DOU.

Compartilhamento de Infraestrutura entre Prestadoras de Serviços de Telecomunicações

A Anatel aprovou em 05/01/2017 a nova Agenda Regulatória 2017. Nela, consta como item 2 a Reavaliação da regulamentação sobre compartilhamento de infraestrutura entre prestadores de serviços de telecomunicações, conforme a descrição abaixo.

A Aprovação deste Regulamento está prevista para o 2º semestre de 2017.

A observar que a Agência continua a falar em compartilhamento de infraestrutura “entre prestadores de serviços de telecomunicações”, enquanto a Lei Nº 11.934/2009 menciona “compartilhamento de torres pelas prestadoras de serviços de telecomunicações”.

A diferença é sutil, mas, na opinião do BS faz toda a diferença, pois, a palavras “pelas” pressupõe que elas compartilhem Torres de terceiros. Este é o caso das Prestadoras que utilizam as Torres das Detentoras deste tipo de infraestrutura. O BS considera ser este o entendimento prevalente de forma que se deve ficar atento para que a redação futura do Regulamento considere este particular e importante aspecto.

Quanto à Lei Nº 13.116/2015 (Lei das Antenas), deve-se observar que a redação do Art. 15 constitui-se em uma preocupação para as Detentoras de Infraestrutura ao estabelecer que “Nos termos da regulamentação da Anatel, as detentoras devem tornar disponíveis, de forma transparente e não discriminatória, às possíveis solicitantes, documentos que descrevam as condições de compartilhamento, incluindo, entre outras, informações técnicas georreferenciadas da infraestrutura disponível e os preços e prazos aplicáveis”.

Não faz sentido que uma atividade desenvolvida em ambiente estritamente privado e regime de intensa competição estabeleça parâmetros desta natureza que, na prática, constituem uma verdadeira regulamentação sobre o Setor. É justo que se considerem condições de caráter geral como, por exemplo, que as condições devem ser isonômicas e aplicadas de “forma transparente e não discriminatória”. Mas, nada além disso, como é o caso de se publicarem preços e prazos aplicáveis.

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Os preços e prazos devem ser aqueles decorrentes das condições do momento e de cada caso em particular. É lógico supor que são admitidas negociações comerciais que levem em conta os aspectos de cada situação relacionados, entre outros, com os seguintes fatores: quantidade de Sites locados, prazos e condições de pagamentos, localização dos Sites, particularidades operacionais, potencial de novos negócios futuros, nível de compartilhamento da infraestrutura, custos do aluguel do Sítio, serviços complementares contratados, etc.).

Agenda Regulatória 2017 da Anatel

SEQ: 2

Iniciativa Regulamentar: Reavaliação da regulamentação sobre compartilhamento de infraestrutura entre prestadores de serviços de telecomunicações

Descrição: Reavaliação da regulamentação sobre compartilhamento de infraestrutura entre prestadores de serviços de telecomunicações, atualmente regido pela Resolução nº 274, de 5 de dezembro de 2001, considerando as determinações da Lei nº 11.934, de 5 de maio de 2009, em especial seu artigo 10, e da Lei nº 13.116, de 20 de abril de 2015.

Meta: 2º 2017 - Aprovação final

Art. 10. É obrigatório o compartilhamento de torres pelas prestadoras de serviços de telecomunicações que utilizam estações transmissoras de radiocomunicação, conforme definição constante do art. 73 da Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997, nas situações em que o afastamento entre elas for menor do que 500 (quinhentos) metros, exceto quando houver justificado motivo técnico.

§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica à utilização de antenas fixadas sobre estruturas prediais, tampouco as harmonizadas à paisagem.

§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica à utilização de antenas fixadas sobre estruturas prediais, das harmonizadas à paisagem e tampouco das instaladas até 5 de maio de 2009. (Redação dada pela Lei nº 13.116, de 2015)

§ 2o O órgão regulador federal de telecomunicações estabelecerá as condições sob as quais o compartilhamento poderá ser dispensado devido a motivo técnico.

CAPÍTULO III

DO COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA DE TELECOMUNICAÇÕES

Art. 14. É obrigatório o compartilhamento da capacidade excedente da infraestrutura de suporte, exceto quando houver justificado motivo técnico.

§ 1o A obrigação a que se refere o caput será observada de forma a não prejudicar o patrimônio urbanístico, histórico, cultural, turístico e paisagístico.

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§ 2o As condições sob as quais o compartilhamento poderá ser dispensado serão determinadas em regulamentação específica.

§ 3o A construção e a ocupação de infraestrutura de suporte devem ser planejadas e executadas com vistas a permitir seu compartilhamento pelo maior número possível de prestadoras.

§ 4o O compartilhamento de infraestrutura será realizado de forma não discriminatória e a preços e condições justos e razoáveis, tendo como referência o modelo de custos setorial.

Art. 15. Nos termos da regulamentação da Anatel, as detentoras devem tornar disponíveis, de forma transparente e não discriminatória, às possíveis solicitantes, documentos que descrevam as condições de compartilhamento, incluindo, entre outras, informações técnicas georreferenciadas da infraestrutura disponível e os preços e prazos aplicáveis.

Ampliado o prazo para alterações quinquenais dos Contratos de Concessão do STFC

O Conselho Diretor da Anatel aprovou, antes do encerramento do ano (30/12/2016), a alteração da Cláusula 3.2 do Contrato de Concessão para a prestação do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) nas modalidades de Serviço Local, Longa Distância Nacional (LDN) e Longa Distância Internacional (LDI), de modo a ampliar em 180 dias o prazo para a realização de alterações referentes ao período de 2016 a 2020.

Como se sabe, existe nos Contratos de Concessão do STFC, a previsão (não obrigação) para sua revisão quinquenal. Há toda uma processualística envolvida, que passa por uma Consulta Pública na qual são submetidas à apreciação da sociedade as eventuais mudanças do Contrato.

O assunto não é trivial, devido à sua própria essência. Geram-se expectativas de eventuais grandes saltos em razão da natureza do processo, com a “Revisão” dos Contratos. Ele desperta em alguns segmentos da sociedade anseios para o equacionamento ligeiro de problemas estruturais do Setor, utilizando um instrumento que, aparentemente, seria a solução para “todos os males” dos quais padece o “Modelo”: a Concessão!

Ocorre que as limitações são evidentes, exatamente, pela natureza do instrumento, vinculada ao “Modelo”. Quando ambos foram concebidos a abrangência foi limitada ao que, realmente, era importante no cenário vislumbrado à época: a necessidade de se ter a garantia da “continuidade” do Serviço Telefônico Fixo Comutado, em quaisquer circunstâncias. E, ainda mais, de tornar tal Serviço Universal, ou seja, transformá-lo em um “direito” da sociedade brasileira.

Neste período, o “mundo mudou”! O “rio” continuou o seu curso seguindo os ditames da natureza; insensível, ao que se passa ao seu redor e atrelado aos condicionamentos que lhe foram impostos quando ocorreu a sua “gênese”. Estes condicionamentos não têm a força suficiente para estabelecer um “curso” diferente daquele que lhe foi concedido. Quando muito, podem

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influenciar circunstancialmente em algumas situações para acomodações temporárias ou de caráter bem particular. Então, é necessário entender os “novos tempos” do ambiente no qual o “rio”se espraia, e, procurar adaptar estes condicionantes às situações do presente e as que se imagina poderão ocorrer no futuro próximo.

No caso específico, as necessidades da sociedade não estão mais restritas à “Voz”; elas estão muito mais vinculadas à chamada “Banda Larga”. Porém, a Banda Larga, não está alcançada diretamente pela “Concessão”. Assim, o Poder Público se vê na contingência de criar “obrigações”, cujo entendimento pode perfeitamente ser interpretado como uma “imposição” de algo ao qual as Concessionárias não se consideram obrigadas a atender, a não ser por “liberalidade”, ou, quem sabe, por uma “colaboração voluntária”. Mas, acabam aceitando, pelo singelo fato de que não há outra alternativa viável a seguir, para não confrontar o Poder Público.

A Concessão, que seria “a solução”, passa a ser “o problema”. As expectativas não se materializam por sua evidente inconsistência com a situação real. Cai-se, assim, no “pior dos mundos”, ou seja, quando se deseja aquilo que não se pode alcançar, por mais esforços que se façam. Neste momento passa-se a ir contra a natureza das coisas! Os agentes do processo exigem que o “rio” saia do seu curso e que passe a se deslocar naquele que reflita seus interesses imediatos.

Este “tom” filosófico, até um pouco vulgar, pode ser considerado inconveniente no tratamento do assunto. Porém, o BS o utiliza para tentar dar uma visão mais “universal e coloquial” ao caso, no pressuposto de que seus leitores estão engajados na questão e entendem o real significado do que está sendo sugerido e que pode ser resumido na seguinte e extensa frase: “É necessário estabelecer profundas mudanças no Modelo da Prestação de Serviços de Telecomunicações no Brasil, uma vez que o atual está esgotado, principalmente por razões de ordem tecnológica, mantendo-se os princípios básicos da exploração dos Serviços que atendam à razoabilidade das necessidades do mercado e da sociedade como um todo, e, à viabilidade perene da economicidade da atividade”.

O sentido amplo de tal frase não é novo nem, tão pouco, original. Mas, é importante que ela seja repetida frequentemente para despertar no Setor o real engajamento nas mudanças que se fazem necessárias, saindo do discurso e das intenções, para a prática efetiva. Sair das palavras ligeiras e aprofundar a questão com estudos detalhados que embasem as decisões consistentes que se fazem notórias. Há que fazer isto de forma natural. Acredita-se não ser necessário sacar o “rio” do seu curso para se conseguir alcançar os resultados desejados.

Voltando à Resolução, o que ela traz de novo, não é uma novidade, mas, formalmente, uma necessidade: fundamentalmente, está alterando a data para a assinatura da Revisão quinquenal que deveria ter ocorrido até 31/12/2015. Agora, passou para até 30/06/2017! Fato similar já havia ocorrido em 2010. Há de se convir que na execução do processo não se está conseguindo ajustar as peças de modo adequado!

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Neste interim, ocorreram os movimentos – mais efetivos do que nunca – para introduzir as tão desejadas alterações no “Modelo” (PL 3.453/2015 e PLC 79/2016). Tais ações, podem ter alguns (desejados) reflexos na Revisão, uma vez que se consiga implementá-los na prática. A promulgação do documento (ainda) não ocorreu da forma prevista. Então, é inevitável que ocorra o “ajuste” de datas.

A íntegra da Resolução é reproduzida abaixo, conforme publicado no Site da Anatel. As considerações feitas no presente item desvinculadas diretamente do teor da Resolução do CD, são postas nesta primeira edição de 2017 do BS, para a reflexão dos seus leitores.

“RESOLUÇÃO Nº 673, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2016

Aprova a alteração da Cláusula 3.2 do Contrato de Concessão para a prestação do Serviço Telefônico Fixo Comutado ‐ STFC, nas modalidades de serviço Local, Longa Distância Nacional ‐ LDN e Longa Distância Internacional ‐ LDI, para ampliar prazo para a realização de alterações referentes ao período de 2016 a 2020.

O CONSELHO DIRETOR DA AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, no uso das atribuições que lhe foram conferidas pelo art. 22 da Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997, e pelo art. 35 do Regulamento da Agência Nacional de Telecomunicações, aprovado pelo Decreto nº 2.338, de 7 de outubro de 1997,

CONSIDERANDO que a Cláusula 3.2 dos Contratos de Concessão do Serviço Telefônico Fixo Comutado – STFC vigentes possibilita alterações quinquenais dos Contratos para estabelecer novos condicionamentos, novas metas para universalização e para qualidade;

CONSIDERANDO os comentários recebidos decorrentes da Consulta Pública nº 40, de 19 de dezembro de 2016, publicada no Diário Oficial da União do dia 20 de dezembro de 2016;

CONSIDERANDO deliberação tomada por meio do Circuito Deliberativo nº 177, de 30 de dezembro de 2016;

CONSIDERANDO o constante dos autos do Processo nº 53500.030929/2016‐64,

R E S O L V E:

Art. 1º Aprovar a alteração dos Anexos I, II, III e IV da Resolução nº 552, de 10 de dezembro de 2010, que passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Cláusula 3.2. O presente Contrato poderá ser alterado em 30 de junho de 2011, em 30 de junho de 2017 e em 31 de dezembro de 2020 para estabelecer novos condicionamentos, novas metas para universalização e para qualidade, tendo em vista as condições vigentes à época, definindo‐se, ainda,

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no caso de metas de universalização, os recursos complementares, nos termos do art. 81 da Lei nº 9.472, de 1997”.

§1º A Anatel, 24 (vinte e quatro) meses antes das alterações previstas nesta cláusula, fará publicar consulta pública com sua proposta de novos condicionamentos e de novas metas para qualidade e universalização do serviço, submetidas estas últimas à aprovação, por meio de Decreto, do Presidente da República, nos termos do art. 18, inciso III, da Lei n.º 9.472, de 1997.

I ‐ A Consulta Pública com as propostas de alterações previstas para 31 de dezembro de 2015 será publicada até 30 de junho de 2014.

§ 2º As alterações mencionadas na presente cláusula não excluem a possibilidade de revisão, a qualquer tempo, do presente Contrato em virtude da superveniência de fato relevante, a critério da Anatel.

§3º Cumpre à Anatel assegurar a proteção da situação econômica da Concessionária, nos termos do Capítulo XIII deste Contrato.

Art. 2º O termo aditivo contendo as alterações contidas no art. 1º deverá ser firmado com as Concessionárias, por meio de seus representantes legais.

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Juarez Martinho Quadros do Nascimento Presidente do Conselho Diretor da Anatel”

Anuência Prévia da Oi – Fato Relevante

A Anatel concedeu Anuência Prévia para a posse de novos Membros do Conselho de Administração da Oi. Eles haviam sido anteriormente indicados, mas, não puderam efetivamente exercer suas atividades enquanto a Anuência não fosse concedida. O fato, na época, foi objeto de uma Medida Cautelar da Agência, comentada pelo BS.

A solicitação de Anuência foi feita. Após o devido processo, foi aprovada pelo Conselho Diretor, com alguns condicionantes, entre eles, o do fornecimento de determinadas informações, constantes do Acórdão que oficializou a Decisão.

A Oi publicou um FATO RELEVANTE no qual manifesta: “A Companhia informa que ainda está avaliando o teor das deliberações constantes da decisão do Conselho Diretor da Anatel e manterá seus acionistas e o mercado informados sobre o desenvolvimento dos assuntos objeto deste Fato Relevante”.

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Ao tempo em que registra a publicação do FR o BS mantém as expectativas em relação às razões que levaram a Companhia a adotar tal medida. Em princípio, pode-se inferir que os condicionantes colocados pela Anatel podem ter gerado algum nível de preocupação, suficiente para que seja considerada a importância de tal avaliação.

O BS, sem fazer juízo de mérito, reproduz o ACÓRDÃO do Conselho Diretor da Anatel que aprovou a Anuência Prévia. Os leitores, que se interessarem pelo assunto terão oportunidade de verificar os detalhes envolvidos na Decisão.

Devido à sua natureza, o BS considera este tema um dos principais aspectos das atividades da Agência no que diz respeito ao estabelecimento de parâmetros associados ao processo de gestão das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações, no escopo de uma atividade regulada desenvolvida em um ambiente de plena competição.

No caso presente, ainda se verifica a particularíssima condição de a Oi estar em Processo de Recuperação Judicial, além de ter o status de Concessionária de um Serviço de Telecomunicações prestado no Regime Público. Um nível de complexidade que, provavelmente, se consitui no caso mais emblemático já submetido à avaliação da Agência.

Oi S.A.

FATO RELEVANTE

Decisão do Conselho Diretor da ANATEL sobre a efetivação da posse dos novos membros do Conselho

de Administração da Oi

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial ("Companhia") em atendimento ao art. 157, §4º, da Lei nº 6.404/76 e nos termos da Instrução CVM nº 358/02, em continuação às informações dos Fatos Relevantes divulgados pela Oi em 14.09.2016 e 09.11.2016, vem informar aos seus acionistas e ao mercado em geral que, nesta data, tomou ciência de decisão do Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL a respeito do pedido de anuência prévia da Oi para a efetivação da posse dos novos membros do Conselho de Administração, tendo a Anatel deliberado, dentre outras matérias:

(i) conceder anuência prévia à efetivação da posse dos seguintes novos membros no Conselho de Administração da Oi: Demian Fiocca, Hélio Calixto da Costa, Blener Braga Cardoso Mayhew, Luís Manuel da Costa de Sousa de Macedo, Nelson Sequeiros Rodriguez Tanure e José Manuel Melo da Silva; e

(ii) denegar anuência prévia à efetivação da posse dos seguintes novos membros do Conselho de Administração da Oi: Pedro Grossi Junior e Nelson de Queiroz Sequeiros Tanure.

A Anatel também estabeleceu certas obrigações à Oi e determinou à Oi e aos seus administradores a prestação de determinadas informações, conforme íntegra do Acórdão que está anexo a este Fato Relevante.

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A Companhia informa que ainda está avaliando o teor das deliberações constantes da decisão do Conselho Diretor da Anatel e manterá seus acionistas e o mercado informados sobre o desenvolvimento dos assuntos objeto deste Fato Relevante.

Rio de Janeiro, 06 de janeiro de 2017.

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial Ricardo Malavazi Martins

Diretor de Finanças e de Relações com Investidores

06/01/2017 - SEI / ANATEL 1098196

ACÓRDÃO

AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES

ACÓRDÃO Nº 3, DE 06 DE JANEIRO DE 2017 Processo nº 53508.003900/2016-30 Recorrente/Interessado: OI S.A. Conselheiro Relator: Igor Vilas Boas de Freitas Fórum Deliberativo: Circuito Deliberativo nº 178, de 30 de dezembro de 2016 EMENTA VOTO. ANUÊNCIA PRÉVIA. GRUPO OI. TRANSFERÊNCIA DE CONTROLE ACIONÁRIO. INGRESSO DO SOCIÉTÉ MONDIALE FUNDO DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES NO CONTROLE DA OI S.A. VIA INDICAÇÃO DE MEMBROS AO SEU CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO. CONSIDERAÇÕES SOBRE A MATÉRIA. APROVAÇÃO COM CONDICIONANTES. 1. Avaliação de pedido de anuência prévia para transferência de controle acionário, com alteração do Conselho de Administração do OI S.A. 2. Considerações sobre o ingresso do Société Mondiale Fundo de Investimentos em Ações no controle da OI S.A. por meio da indicação de membros ao seu Conselho de Administração, nos termos do art. 1º, § 1º, inciso I, da Resolução nº 101/1999. 3. Acompanha, parcialmente, a proposição do Conselheiro Relator, com as alterações e acréscimos propostos nos termos do Voto nº 1/2017/SEI/LM (SEI nº 1086753). ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do Conselho Diretor da Anatel, nos termos da Análise nº 133/2016/SEI/IF (SEI nº 1051598), com as alterações propostas

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pelo Conselheiro Leonardo Euler de Morais, nos termos do Voto nº 1/2017/SEI/LM (SEI nº 1086753), ambos integrantes deste acórdão: a) conceder anuência prévia para o ingresso do Société Mondiale Fundo de Investimentos em Ações (Société), representado por sua gestora Bridge Administradora de Recursos Ltda., no bloco de controle do GRUPO OI, via indicação de membros para o Conselho de Administração da OI S.A. e sociedades por esta controladas; b) conceder anuência prévia à efetivação da posse dos seguintes novos membros no Conselho de Administração da OI S.A.: Demian Fiocca, Hélio Calixto da Costa, Blener Braga Cardoso Mayhew, Luís Manuel da Costa de Sousa de Macedo, Nelson Sequeiros Rodriguez Tanure e José Manuel Melo da Silva, todos indicados por Société e nomeados na Reunião nº 144, de 14 de setembro de 2016; c) denegar anuência prévia à efeĕvação da posse dos seguintes novos membros do Conselho de Administração da OI S.A.: Pedro Grossi Junior e Nelson de Queiroz Sequeiros Tanure, indicados por Société e nomeados na Reunião nº 144, de 14 de setembro de 2016; d) estabelecer que o ingresso do Société Mondiale no bloco de controle do GRUPO OI, previsto na alínea "a", enquanto perdurar o processo de Recuperação Judicial do GRUPO OI, fica condicionado: d.1) à imediata notificação, pela OI S.A., à Superintendência de Competição da Anatel, na mesma data que houver a convocação, das Reuniões do Conselho de Administração da OI S.A., de modo a possibilitar a presença de representante da Agência para acompanhar a referida reunião; e, d.2) à submissão, pela OI S.A., à Superintendência de Competição da Anatel, de cópia das Atas de Reunião do Conselho de Administração da OI S.A., no prazo de até 2 (dois) dias úteis após a sua assinatura; e) determinar à OI S.A. e aos seus administradores estatutários a submissão à Agência, no prazo de 20 (vinte) dias a contar da presente deliberação, de declarações, sob as penas da lei, e informações, da seguinte forma: e.1) para os membros do Conselho de Administração e da Diretoria que se declararem independentes, submissão de declaração, sob as penas da lei, de que preenche concomitantemente as condições requeridas nas definições de “Conselheiro Independente” previstas no Regulamento de Listagem do Novo Mercado, no “Código Brasileiro de Melhores Práticas de Governança Corporativa” editado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e no art. 26 da Instrução CVM nº 461, de 23 de outubro de 2007, e alterações; e.2) para os membros do Conselho de Administração e da Diretoria que não se declararem independentes, submissão de declaração, sob as penas da lei, indicando o(s) acionista(s) ao(s) qual (is) se vincula ou cujos interesses representa; e, e.3) para todos os membros do Conselho de Administração e da Diretoria, submissão de currículo atualizado, detalhando em separado todos e quaisquer vínculos com acionistas da OI S.A. ou seus representantes; f) determinar à OI S.A. que: f.1) submeta à anuência prévia desta Agência quaisquer alterações, inclusive no que concerne aos representantes suplentes, no Conselho de Administração da OI S.A., enquanto perdurar o processo de recuperação judicial do Grupo; e, f.2) preste informações completas e detalhadas sobre a

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implementação dos mecanismos de governança corporativa e pulverização do capital descritos no Processo nº 53500.028844/2013; e, g) determinar aos acionistas que têm indicado (s) no Conselho de Administração e/ou na Diretoria da OI S.A. que informem à Anatel acerca de eventuais acordos que interfiram de forma direta ou indireta no exercício do controle, de fato ou de direito, da companhia. Votou vencido o Conselheiro Otavio Luiz Rodrigues Junior, nos termos do Voto nº 33/2016/SEI/OR (SEI nº 1084495). Participaram da deliberação o Presidente Juarez Quadros do Nascimento e os Conselheiros Igor Vilas Boas de Freitas, Anibal Diniz, Otavio Luiz Rodrigues Junior e Leonardo Euler de Morais.

Argentina “desamarra” a regulação do Setor de Telecomunicações...mas, há problemas!

Enquanto no Brasil se aguarda a promulgação da Lei (PLC 79/2016) para “destravar” o Setor de Telecomunicações, a Argentina o fez por meio de um Decreto do Presidente Maurício Macri. Com esta medida, o Governo espera mais competição no Setor e ampliar a penetração da Internet em todo o seu território. A expectativa é que com a nova legislação, investimentos da ordem de 20 bilhões de dólares sejam aportados para o País vizinho, nos próximos quatro anos.

A essência das alterações é eliminar as barreiras que impediam a uma mesma Companhia ser fornecedora de Serviços de TV por Assinatura, de Internet, de Telefonia Fixa e de Telecomunicações Móveis. Isto atende, por exemplo, à DirecTV (AT&T), que opera Serviços de TV por Satélite, e poderá passar a fornecer Serviços de Internet. Também é o caso da Operadora de TV a Cabo, Cablevision (Grupo Clarin) que poderá fornecer Serviços Móveis, com tecnologia 4G.

Este fato, poderia não ter uma maior contestação se as Operadoras atuais (Telefónica, Claro e Telecom Argentina) não ficassem impedidas (pelo mencionado Decreto) de fornecer Serviços de TV por Assinatura, somente a partir de janeiro de 2018. Também há outros pontos que, aparentemente, prejudicam estas Operadoras, principalmente a Telefónica e que são objeto de críticas contundentes à medida adotada pelo Governo. Esta, por meio de um porta voz, não afastou a possibilidade de apelar para o Judiciário contra a ação do Executivo.

A Empresa espanhola está se posicionamento fortemente contra o Decreto alegando que ele beneficia as novas entrantes, ou sendo mais diretos, o Grupo Clarin. Este, obviamente, nega tal fato; ao contrário, indica que a Telefónica é que estaria sendo favorecida.

Sem dúvida, está posta uma situação delicada, muito sensível em termos políticos e econômicos, que em nada ajuda os planos da Telefónica de consolidar suas posições na América Latina. Há que registrar os problemas que esta Operadora vem tendo em outros países, como é o caso do México, da Venezuela, e, mesmo, do Peru, onde tem uma atuação largamente dominante.

O BS registra o fato em razão de algumas similaridades que ocorrem com o caso brasileiro, principalmente, no que diz respeito à questão da produção e da distribuição de conteúdo de TV

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por Assinatura (SeAC). Também, em relação aos movimentos de atualizar a legislação e regulamentação do Setor de Telecomunicações.

Aqui, entretanto, a questão tem se mantido no nível conceitual, não se observando maiores pressões desta ou daquela Empresa no sentido de receber algum tipo de privilégio decorrente das eventuais mudanças que venham a ser introduzidas. Por exemplo, uma Empresa de mídia receber autorização para entrar no segmento de comunicações móveis sem participar de um processo licitatório como – assim parece - é o caso que a Telefónica está denunciando no caso argentino.

O BS, no momento, apenas registra o fato não tendo maiores informações sobre os detalhes do mencionado Decreto e que poderiam ensejar considerações adicionais. Mas, reproduz abaixo, para a consideração dos seus leitores, uma reportagem do El País – sensivelmente com um viés pró-Telefónica – na qual é dada a versão para os fatos mencionados.

E, o assunto ganha uma dimensão toda especial, pois, está prevista para o final de fevereiro uma visita oficial de cinco dias do Presidente da Argentina à Espanha. E, pelo que se pode deduzir, as pressões para atenuar seu posicionamento devem chegar ao nível de Governo o que, certamente, trará uma dimensão bem maior na abordagem da questão.

Telefónica recrudece su batalla contra el Gobierno de Macri por el decreto de telecomunicaciones

Poco antes de la visita del presidente argentino a España, la compañía amenaza con

acciones legales

Carlos E. Cué

El País, Buenos Aires 5 ENE 2017

Telefónica fue durante años el puente de entrada de España en Argentina. El gigante de las telecomunicaciones tiene una posición clave en el mercado de la telefonía móvil argentina, como sucede en varios países latinoamericanos, y siempre buscó buenas relaciones con los distintos gobiernos. Pero ahora, con un Ejecutivo con el de Mauricio Macri, en teoría muy cercano al de Mariano Rajoy, ha estallado la tensión que se recrudece por momentos y amenaza con convertirse en un tema espinoso para la visita de Macri a España, a finales de febrero. Telefónica ataca con dureza el decreto aprobado esta semana por el Gobierno argentino, que regula las telecomunicaciones y da entrada al Grupo Clarín, el más influyente políticamente, en el negocio de la telefonía móvil, donde competirá directamente con el gigante español. La multinacional amenaza incluso con acudir a la justicia y a organismos internacionales como el CIADI. Mientras, desde Clarín niegan que el decreto les beneficie, más bien al contrario creen que es muy bueno para Telefónica, y en el Gobierno aseguran que han tratado de armonizar todos los intereses y sobre todo de abrir

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más la competencia y mejorar un servicio que es claramente peor que el de la mayoría de los países latinoamericanos.

Las empresas españolas no han pasado su mejor momento en Argentina en los últimos años. Después del durísimo golpe de la renacionalización de YPF en 2012, cuando era propiedad de Repsol, todas vieron con enorme esperanza la llegada de Mauricio Macri al poder en 2015. De hecho, desde la Cámara de Comercio española y la embajada insisten en que las consultas de compañías españolas para volver a invertir en el país son constantes. Sin embargo, Telefónica, la más importante estratégicamente, con el Banco Santander y el BBVA, está en guerra abierta con el Ejecutivo. "Este decreto beneficia solamente al sector de los operadores de cable y a un solo actor", dicen en Telefónica en referencia al Grupo Clarín. "La política de telecomunicaciones que lleva adelante este gobierno inexorablemente demorará las inversiones que son tan necesarias para el desarrollo de infraestructura que requiere el país", insisten para anunciar después que se están estudiando las posibles acciones legales.

La situación ha llegado a tal enfrentamiento que solo una negociación al máximo nivel entre gobiernos puede desbloquearla. Si el asunto llega sin solución a febrero, sin duda formará parte de las conversaciones del viaje de cinco días que realizará Macri a España, en el que se verá con Mariano Rajoy y también con los jefes de las principales empresas, incluida Telefónica.

En Clarín dicen exactamente lo contrario. "El decreto es muy beneficioso para Telefónica, porque van a mantener sus privilegios. De hecho, gracias a su presión ya ha logrado que en todo 2016 no hubiera competencia en telefonía celular. Además, les adelantan un año la entrada en el sector del cable", aseguran.

La guerra es por la fusión de varios sectores. Clarín es muy fuerte en televisión por cable e internet, Telefónica en telefonía móvil, un negocio clave en un país con 60 millones de líneas para 40 millones de habitantes. El decreto permite a las telefónicas entrar en el sector del cable a partir de 2018, para poder ofrecer un paquete completo al usuario (teléfono, internet, televisión) similar al de otros países. Y a Clarín, que compró Nextel, un pequeño operador, le deja entrar ya en la telefonía y los servicios de 4G. Pero en vez de sacar ese espectro a licitación e ingresar muchísimo dinero, el Gobierno de Macri se lo ha autorizado a Clarín por una cantidad que aún está por determina,r pero se presume pequeña. Telefónica cree que el Gobierno está regalando al influyente Clarín –tiene el diario más leído y las televisiones más vistas en abierto y cable- el negocio definitivo. Clarín asegura que ya pagó 150 millones por Nextel y otras compañías que tenían ese espectro y además tendrá que invertir otros 500 millones para poder empezar a competir en serio no antes de mediados de 2018, con lo que no sería ningún regalo.

La gran pregunta es por qué no se ha sacado directamente a licitación. "Los Estados no tienen solo un fin recaudatorio, también deben pensar en mejorar el servicio, y creemos que la mejor manera de lograrlo es con más competencia. Llevamos seis meses dialogando con las empresas. Se ha hecho

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un decreto equilibrado para dar entrada a un cuarto operador [además de Telefónica, Telecom y Claro] y aún no se conoce el precio que tendrá que pagar. Deberían esperar al desarrollo reglamentario de este decreto", explica a EL PAÍS Miguel de Godoy, un hombre cercano a Macri –fue su jefe de comunicación- y titular de la Autoridad Federal de Servicios de Comunicación Audiovisual, AFSCA, que se encargará de desarrollar los detalles de este polémico decreto.

Además de la habitual guerra entre colosos de las comunicaciones por un negocio millonario, en este asunto parece haber un trasfondo político importante, puesto que la relación con Clarín ha sido clave para todos los gobiernos argentinos. El enfrentamiento de los Kirchner con ellos llegó a tal nivel que en los mítines de la expresidenta se gritaban "el que no salte, es de Clarín". Telefónica dará la batalla a todos los niveles. Si no hay acuerdo, la solución final puede quedar para el primer viaje de Macri a España.

Um jantar privado de Donald Trump com Carlos Slim O fato poderia ter passado desapercebido: não para o BS! Donald Trump e Carlos Slim tiveram um jantar privado no dia 17.12.2016, em um resort de propriedade de Trump, na Flórida. A notícia foi veiculada pelo The Washington Post. Muito provavelmente, o foco das conversas não foram as telecomunicações. Ainda que possa ter girado em torno delas, pelo menos indiretamente. O fato real é que Carlos Slim é um dos maiores acionistas do The New York Times. E o Times se posicionou claramente contra Trump durante toda a campanha das eleições presidenciais americanas, e, abertamente, a favor da candidatura de Hilary Clinton. Slim pode não ter influência na linha editorial e política do maior jornal americano. Mas, sendo um de seus grandes acionistas isto tem um peso que não pode ser ignorado e configura um fato do qual Slim não consegue se desvencilhar facilmente. Slim é mexicano. E, Trump, claramente, adotou uma linha na Campanha que não se pode afirmar ser anti-mexicana, mas, foi bastante agressiva em relação àquele País, principalmente, em dois aspectos mais significativos: o questionamento sobre o tratado comercial existente entre os USA e o México (NAFTA) e, certamente, o mais polêmico, a construção de um muro na fronteira entre os dois Países como forma de combater, entre outras, a imigração ilegal de pessoas (mexicanos e não mexicanos). Provavelmente, estas questões não eram confortáveis para Slim e tal fato pode ser interpretado como fundamento de seu eventual apoio (indireto ou oculto) a Hillary. A imprensa americana, na sua grande maioria apoiou Hillary de forma escancarada, a ponto de, em alguns casos, ter se transformado em uma verdadeira “torcida”. Trump chegou a se manifestar publicamente sobre este fato. Mas, voltando à origem do comentário, se Trump quiser se fixar neste ponto em particular, não há como deixar de considerar que o NYT é o foco das atenções.

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Portanto, parece estar justificada a razão do jantar “privado” antes mencionado. O BS não apostaria contra a possibilidade de Slim ter levado um “puxão de orelhas” “no estilo Trump”de conduzir os assuntos. Contudo, as declarações formais foram bem elegantes do tipo: “a lovely dinner with a wonderful man”, segundo Trump. E, “If Trump is able to grow the United States economy and jobs, that would be fantastic for Mexico”, declarou Slim. A questão fática é que os USA são fundamentais para a economia mexicana com grande potencial de influenciar os negócios de Slim, principalmente, nas Telecomunicações. E, se Slim fez uma “aposta” ele perdeu. Agora, deve haver uma recomposição. O tempo dirá como isto ocorrerá. Mas, tudo isto, deve ser interpretado em um contexto político de campanha. O México e os mexicanos também são importantes para a economia dos USA. Portanto, “muita água ainda vai rolar” como se diz no jargão popular. Contudo, as “comportas” já foram abertas. Agora, resta esperar os desdobramentos. A importância do fato para o Brasil pode ser relevante na medida em que um eventual “desgaste” político de Slim com Trump, na hipótese de ocorrerem desdobramentos mais sérios, poderia influenciar seus investimentos no País. Naturalmente, trata-se de uma especulação, possivelmente, com pequenas chances de acontecer. Neste mundo fervilhante de notícias e de especulações nunca é demais fazer o registro de determinadas situações que não são usuais. Não é todo dia que um (futuro) Presidente dos Estados Unidos da América se reúne privadamente para jantar, num sofisticado Resort, com um Empresário Mexicano, ainda que ele seja o maior e mais influente do País. Como, aliás, também não é usual um outro encontro que o mesmo Trump teve, no dia 09.01.2017 com o “Homem mais rico da China”: o Presidente da Alibaba, Jack Ma! Mas, esta é uma outra questão que o BS passará ao largo nesta oportunidade.

Qualquer semelhança não é mera coincidência

Há situações que se imagina serem próprias de um determinado País, como é usual quando se considera o Brasil no que diz respeito à incidência de determinadas taxas ou a dificuldades de construção de infraestrutura para telecomunicações.

A realidade é outra, como pode ser observado na reportagem abaixo descrita, que se refere à situação da Espanha, onde, pelo visto, as Autoridades Municipais criam dificuldades para a instalação de tal infraestrutura. Nada muito diferente do que se passa por aqui. Lá, também, se cogita fazer alterações na legislação para refrear as Administrações Municipais a criarem empecilhos para a instalação de tal infraestrutura.

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Mas, há um outro ponto: o reconhecimento de que é necessário fazer grandes investimentos para “responder ao tráfego de dados e à velocidade de conexão que triplicarão em três anos”. Também, nada muito diferente do que o BS vem reiterando frequentemente quanto à situação do Brasil.

Vale registrar a informação de que as Operadoras espanholas vêm investindo, em média, mais de 4 bilhões de euros anualmente o que representa algo em torno de $5bilhões. Um número que, considerando as características e diferenças entre a Espanha e o Brasil, de certa forma, respalda a cifra de $20 bilhões que o BS tem insistido ser necessário investir anualmente no Brasil, para a modernização e expansão das Redes das Operadoras que atuam no País. Não é demais imaginar que o Brasil necessite investir 4 vezes mais do que a Espanha, em um raciocínio simples e linear.

Claro que tais investimentos têm de ser viabilizados e devidamente remunerados. Neste sentido, também não é muito diferente a “manifestação” corrente das Operadoras sobre as facilidades que os Governos devem conceder para que as coisas ocorram de maneira mais fácil e no tempo devido.

O BS reproduz uma reportagem do El País sobre o tema e deixa aos seus leitores tirarem suas próprias conclusões, com as considerações colocadas pelo BS.

Las ‘telecos’ hacen frente común para exigir al Gobierno menos tasas y más antenas Las operadoras movilizarán inversiones millonarias para responder al tráfico de datos y la velocidad de conexión que se triplicarán en tres años

Ramón Muñoz

Madrid 19 DIC 2016 - 04:54 BRST

Centro de Supervisión y Operación de Telefónica en Aravaca (Madrid)

Las grandes compañías de telecomunicaciones han hecho un frente común para instar al nuevo Gobierno a que incentive una economía digital, favoreciendo la inversión en redes de nueva generación y a que les levante la pesada carga fiscal que pesa sobre el sector, con tasas singulares que no soporta ningún otro sector

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Las principales operadoras (Telefónica, Vodafone y Orange), fabricantes de equipos y otras empresas se van a apoyar en un informe realizado por la consultora independiente Arthur D. Little sobre la importancia del sector para la economía española y las elevadas cargas impositivas con el que tratan de convencer al ministro de Energía, Turismo y Agenda Digital, Álvaro Nadal, para que atienda sus demandas.

Las dos más urgentes son frenar la voracidad fiscal de los ayuntamientos y ampliar regulatoriamente la Ley General de Telecomunicaciones para impedir que los entes locales sigan poniendo trabas al despliegue de antenas y redes de fibra óptica.

Contribución al empleo e inversión. El sector supone el 2% del PIB y más de medio millón de empleos, según un informe de Arthur D. Little

Según el informe de la consultora, que será presentado la próxima semana, el sector de las telecomunicaciones supone un 2% del PIB español y genera 546.000 empleos (40.000 directos), y augura que el 50% del crecimiento económico en España en los próximos años, lo generará la economía digital.

Los operadores han llevado a cabo una inversión media anual de 4.100 millones de euros en los últimos cuatro años, muy superior a la de los principales sectores en España, y con un incremento del 26% desde 2012, mientras sus ingresos y resultados se han reducido un 14% y un 48% respectivamente según el estudio de Arthur D. Little.

Los operadores defienden que su sector es el único que no ha contribuido a la inflación, con una caída del precio de los servicios de telecomunicaciones de un 15% desde 2010, pese a la mejora de los servicios.

20 tasas singulares

Entre esas tasas está la de financiación RTVE (0,9% de los ingresos minoristas y mayoristas detrayendo los pagos minoristas); financiación de la CNMC (2 por 1.000 sobre ingresos minoristas y mayoristas detrayendo los pagos minoristas); tasa de reserva del dominio público radioeléctrico; Impuesto sobre Actividades Económicas (IAE) (137 euros por cada 1.000 abonados de telefonía fija y 632 euros por cada 1.000 abonados de móvil y 649 euros por antena); tasa de numeración; tasa por la utilización privativa del dominio público local para telefonía fija (entre 2% y 1,5% de los ingresos según el operador); impuestos locales por la apertura de zanjas, obras y otras; impuestos medioambientales (500-800 euros por antena); tasas por uso del subsuelo y tasa de banda ancha, entre otras.

Las compañías defienden que los españoles disfrutan de redes de banda ancha fija y móvil de cada vez mayor capacidad: la cobertura de red de nueva generación fija y móvil ha subido al 56% y 94% respectivamente, y en 2015 se construyeron más accesos en España que los que había construidos en Francia, Reino Unido y Alemania. Pero no es suficiente ya que en los próximos años habrá una fuerte demanda de datos y muy alta velocidad para algunos servicios

Así, estima que la velocidad media se multiplicará por más de tres en 2019, se triplicará el consumo de datos y se cuadruplicarán los objetos conectados, con aplicaciones críticas como la telecirugía, los vehículos sin conductor, los sensores en cadenas de producción y los servidores en la nube.

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Sinal dos Tempos – Colete à Prova de Balas

A Anatel emitiu um Release divulgando a compra de “coletes à prova de bala” para serem utilizados pelos Fiscais da Agência em suas atividades usuais. A compra parece ser estranha, mas o texto do Release é suficientemente esclarecedor para justificar a medida. Uma parte do mesmo é a seguir reproduzido:

“O objetivo é investir na segurança dos servidores durante situações de risco, como nas missões em que é necessário o apoio da Polícia Federal ou Militar e existe a possibilidade de conflitos armados entre os policiais e os indivíduos que sofrem a fiscalização. No total, foram adquiridos 99 coletes que atenderão as demandas da sede e das unidades descentralizadas em todos os estados...

As ações que envolvem o reforço de policiais são realizadas em localidades consideradas perigosas pelos fiscais. Por esta razão, antes da fiscalização, a Agência entra em contato com o órgão de segurança, que, por sua vez, fará o pedido de mandado de busca e apreensão ao judiciário, e, posteriormente, acompanhará a ação da Anatel no local.

A atuação ocorre, geralmente, a partir das denúncias de uso não autorizado do espectro e de prestação clandestina de serviços de telecomunicações, como as rádios piratas e empresas que vendem internet ou TV por assinatura clandestinamente.

Algumas dessas missões são realizadas por meio de grandes operações policiais nas quais são fiscalizadas diversas entidades clandestinas em uma mesma ação. Nessas situações, devido à necessidade de maior número de pessoas envolvidas e à organização da logística adequada (carros necessários, por exemplo), são planejadas reuniões para a discussão da estratégia que será empregada durante a fiscalização e divisão das atividades das equipes da Agência e da polícia”.

Em tempos em que a violência, infelizmente, está sendo banalizada no País, é de se entender que a Agência tome medidas para a proteção de seus funcionários em atividades de fiscalização. Contudo, não deixa de ser preocupante que se chegue ao ponto de considerar de extremo perigo uma atividade corriqueira de fiscalização do uso do espectro de radiofrequência.

OS TELEFONES PÚBLICOS

Como sabem os leitores do BS, os Telefones Públicos no Brasil – os populares TPs – são objeto de políticas públicas. É obrigatório que as Concessionárias mantenham determinada quantidade destes aparelhos, inclusive, a distâncias regulares. É altamente questionável que tais políticas persistam, pois, se mostram descoladas da realidade dos fatos. A evolução da tecnologia na prestação dos serviços de telecomunicações, simplesmente, está tornando obsoletos tais dispositivos. Mas, as obrigações regulatórias continuam. Se a obrigação regulatória é mantida, a obrigação do Agente Público é fazer cumpri-la. E, então, o sistema se defronta com alguns absurdos, como o de punir as Prestadoras por não estarem cumprindo tais obrigações que, entretanto, não implicam em qualquer vantagem de ordem social.

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Os TPs, na verdade, não estão mais sendo utilizados, da forma como originalmente foram concebidos. As fotografias abaixo, que não são das piores que podem ser mostradas, indicam um cenário bem elucidativo do que está sendo mencionado. A lata de lixo junto do TP dá uma ideia subjetiva do desleixo a que, de modo geral, estes equipamentos estão submetidos. E muito distante de esta ser uma crítica pujante contra a Operadora, trata-se, tão somente, de um caso entre muitos outros em que a desnecessidade do equipamento é flagrante. Contudo, isto não se constitui em justificativa para minimizar a realidade formal da questão.

O assunto não é só de interesse para o Brasil. Na verdade, o tema está em evidência em outros países que, de uma forma ou de outra, estão submetidos a contingências similares. Neste sentido, o BS dá guarida a duas reportagens do jornal El País, que trata do assunto na Espanha. As considerações feitas para aquele País, são aplicáveis a outras situações similares, incluindo as do Brasil. Muito sugestivo a manchete da primeira delas: “Elogio fúnebre da cabine telefônica”. Por mera curiosidade, tais reportagens são reproduzidas para os leitores do BS que se interessem pelo assunto, com a observação de que ele tem bastante a ver com as pretendidas reformas da prestação dos serviços de telecomunicações no denominado “Regime Público”.

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Elogio fúnebre de la cabina de teléfono

Los teléfonos públicos se extinguen, pese a que su espacio en nuestra cultura sentimental es enorme

El País, Guillermo Altares

Madrid 21 DIC 2016 - 17:10 BRST

Una leyenda urbana relata que, en los años sesenta, existía una cabina de teléfono en París, en los Campos Elíseos, desde la que se podía llamar a España por un franco sin límite de tiempo. La había tuneado un ingeniero de telecomunicaciones y siempre se concentraba una tremenda cola de españoles para llamar a casa. Esta vieja historia de la inmigración en Francia refleja hasta qué punto las cabinas de teléfono han formado parte de nuestra vida cultural y sentimental. Ahora, se extinguen poco a poco: aunque su cierre estaba previsto para este mes de diciembre, finalmente el Estado ha decidido ampliar su presencia, pero ninguna empresa ha querido presentarse al concurso.

Como ocurre con las cabinas rojas de Reino Unido, que han sido declaradas monumento nacional y están protegidas, su presencia en las calles españolas, casi siempre deterioradas y medio abandonadas, nos habla de unos tiempos que se acaban; pero también de la gigantesca importancia del teléfono desde su invención. Los primeros teléfonos públicos llegaron a España a finales de los años veinte del siglo pasado y las cabinas se generalizaron en los sesenta.

La investigadora francesa Frédérique Toudoire-Surlapierre acaba de publicar un ensayo Téléphonez-moi. La revanche d'Echo (Llámame, la revancha de Eco) en el que repasa la historia cultural de esta forma de comunicación (que se ha convertido cada vez más en una forma de incomunicación) y describe su "divinización" a través del cine y la literatura. Es imposible resumir el enorme espacio que han ocupado en el cine, desde la claustrofóbica película de Antonio Mercero hasta alguna de las mejores escenas de Alfred Hitchcock (Tippi Hedren se refugiaba en una del ataque de Los pájaros). Superman se cambiaba en una cabina, mientras que los periodistas de Primera Plana corrían como locos en busca de un teléfono para dar una noticia. Hoy las noticias saltan en los teléfonos.

No desaparecerán porque seguramente, como ya ocurrió en el pasado, el Gobierno obligará a Telefónica a hacerse cargo de su mantenimiento hasta que no cambie la ley que prevé un teléfono público de pago por cada 3.000 habitantes y en ciudades con más de 1.000 habitantes. Pero se han convertido en objetos extraños, cada vez más incomprensibles para una parte de la población, que hablan de una relación diferente con el teléfono. En 2006, cuando todavía no existían los teléfonos inteligentes, en España ya había más móviles que habitantes. Las cabinas eran discretas y sus llamadas imposibles de trazar —su presencia es esencial en el cine negro y de espionaje—; pero el espacio que ocupaban en las calles presagiaba lo que se nos venía encima. Me pregunto si, como el personaje de López Vázquez en el filme de Mercero, nos hemos quedado encerrados en una cabina y no estaría mal guardar monedas y volver a buscar en la calle un lugar para hacer una llamada.

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Nadie quiere hacerse cargo de las cabinas ni de las guías telefónicas

Ninguna operadora se presenta al concurso para garantizar teléfonos públicos y listines como regula el

servicio universal de telecomunicaciones

Ramón Muñoz

Madrid 21 DIC 2016 - 07:38 BRST

teléfono de uso público de Telefónica en una estación.

Nadie quiere hacerse cargo de las cabinas telefónicas ni de las guías pese a que la ley del servicio universal de telecomunicaciones en España garantiza esa oferta en todas las poblaciones. Los concursos públicos convocados por el Ministerio de Energía, Turismo y Agenda Digital para proveer este servicio en toda España han quedado desiertos, según publica este martes el Boletín Oficial de Estado (BOE).

Ni Telefónica, ni Vodafone ni Orange, únicos operadores nacionales capaces de prestar el servicio, han decidido concurrir a estos concursos porque consideran altamente deficitarios tanto el mantenimiento de las cabinas como los listines, y entienden que la compensación que regula la Comisión Nacional del Mercado y la Competencia no es suficiente para cubrir los costes.

iLa situación no es nueva. El Gobierno tuvo que asignar por decreto a Telefónica en 2011 que se hiciera cargo de la obligación de tener teléfonos públicos de pago (con monedas o tarjetas) en toda la geografía española durante cinco años, pese a la oposición de la operadora. Una vez vencido ese plazo había que convocar otro concurso, como se hizo el pasado 30 de septiembre, pero ninguna operadora ha manifestado el más mínimo interés por concurrir al mismo.

El vandalismo y la popularización de la telefonía móvil ha hecho que las cabinas sean altamente deficitarias y un negocio ruinoso para quien las explota. La CNMC fija una compensación que deben abonar todos los operadores, pero esta es mínima. En 2013, último año para el que se ha hecho el cálculo –la CNMC lleva siempre un retraso de tres años- se dictaminó en 1,2 millones de euros el coste del mantenimiento de las cabinas. El Ministerio de Energía asignará ahora por decreto el operador que debe hacerse cargo de estas obligaciones y todo apunta a que, como en anteriores ocasiones, será Telefónica

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De hecho, la propia CNMC remitió en primavera un informe al Ministerio de Energía en el que le aconsejaba que revise la conveniencia de mantener las cabinas dentro de las obligaciones del servicio universal de las telecomunicaciones, lo que, en la práctica, suponía pedir su retirada.

En España quedan 25.820 cabinas telefónicas de las 100.000 que había en el año 2000, según las últimas cifras correspondientes a 2015. En los últimos tres años la caída interanual ha sido del 40%. Son todas deficitarias por su bajo uso, y el alto grado de vandalismo que hace muy costoso su mantenimiento.

El actual servicio universal garantiza que tiene que haber al menos un teléfono público de pago y uno más por cada 3.000 habitantes, en cada localidad de 1.000 o más habitantes y una cabina en cada uno de los municipios de menos de 1.000 habitantes en los que esté justificado en base a los criterios de oferta mínima.

HOMOLOGAÇÃO DE DRONES

Um Comunicado da Anatel permite ao BS retornar a um de seus temas favoritos e repetidamente presentes nas suas edições: a Operação e as Aplicações dos Drones. Há algum tempo, inclusive, o BS estranhava que a Agência não se posicionasse em relação a um tema que vem ganhando espaço em todo mundo.

Nesta oportunidade, o tema é a sua “Homologação”. A Agência divulgou um documento, abaixo reproduzido que fala a respeito do uso e aplicações dos Drones para, no final, remeter aos procedimentos que devem ser seguidos para o processo de sua homologação na Anatel.

Tal processo torna-se imprescindível pelo fato de estes Dispositivos serem operados por meio de sistemas Sem Fio. Então, é necessário que sejam tomados os cuidados devidos para evitar interferências entre os Transceptores destes dispositivos e outros equipamentos que utilizam frequências.

Cabe registrar que há mais de um ano a Anac lançou uma Consulta Pública sobre o uso de Drones, pontuando questões do uso do espaço aéreo, no País. Até o momento, não se tem notícia do resultado dessa Consulta Pública ou de qualquer regulamentação dela derivada.

Segue o texto do informe da Anatel, chamando-se a atenção para o link colocado ao seu final que remete ao conjunto de procedimentos para a homologação.

Drones devem ser homologados para evitar interferências Quinta, 29 de Dezembro de 2016, 10h20 Última atualização em Quinta, 29 de Dezembro de 2016, 10h32

As empresas ou pessoas físicas proprietárias de Drones (veículos aéreos não tripulados) precisam homologar seus equipamentos com a Anatel. Mas não são todos eles que estão sujeitos à homologação da Anatel, somente aqueles que utilizam radiofrequência. Muitos Drones possuem transmissores de

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radiofrequência em seus controles remotos e, em alguns casos, no próprio veículo aéreo, para a transmissão de imagens. A homologação concedida pela Anatel é restrita as unidades que emitem radiofrequência e que estão embarcadas nos aparelhos.

A medida da Agência tem como objetivo evitar interferências dos Drones em outros serviços, a exemplo das comunicações via satélite. Os interessados em utilizar esta tecnologia deverão preencher um requerimento disponível no site da Agência e pagar uma taxa. No processo de homologação são verificadas as características técnicas de transmissão dos equipamentos.

Os Drones, além do uso recreativo, ajudam no combate ao mosquito Aedes Aegypti identificando os criadouros em áreas de difícil acesso, em pesquisas e em operações de segurança. Na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016 eles também foram usados, e anteriormente na Copa das Confederações e na Copa do Mundo, principalmente para as transmissões de televisão. No caso da iniciativa privada, por exemplo, as construtoras estão utilizando para fazer o acompanhamento de obras. Os aparelhos que variam em design, valor e tecnologia.

Além da homologação da Anatel, só poderá operar um Drone quem possuir uma autorização da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) ou o “Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE)”, que permite o uso de aeronaves apenas em operações experimentais sem fins lucrativos e sobre áreas pouco povoadas.

A operação dos Drones faz parte das atividades de controle do espaço aéreo, segundo o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), compartilhado por aviões e helicópteros, por isso necessitam de autorização. A regulamentação preserva o tráfego de aeronaves e a segurança das pessoas em solo, informa o órgão. O uso de Drones para lazer e hobby seguem as regras válidas para o aeromodelismo e o Decea recomenda que a os vôos dos Drones devem ser feitos durante o dia.

São proibidos pelo Decea os voos dos Drones sobre infraestruturas consideradas críticas, áreas de segurança, aglomerações de pessoas e trajetórias utilizadas por outras aeronaves. São consideradas infraestruturas críticas as redes elétricas, usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares, redes de abastecimento de água ou gás, barragens ou represas, ou de vigilância da navegação aérea (radares de vigilância aérea), entre outras.

Anatel

O primeiro passo para homologar um Drone na Agência é fazer um auto cadastramento no Sistema de Gestão de Certificação e Homologação e preencher o requerimento de homologação. Para isso, são necessários alguns documentos: carteira de identidade, CPF, manual do produto e certificado da Federal Communications Commission. No caso de pessoa jurídica é necessário anexar o CNPJ e cópia do o contrato social.

O interessado deverá imprimir o boleto e efetuar o pagamento da taxa de R$ 200,00. Após o pagamento, o processo será analisado por um especialista da Anatel.

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Antes de utilizar o equipamento, mesmo com a homologação da Anatel, o interessado deve entrar em contato com a ANAC, por meio do e-mail [email protected] , e com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e-mail [email protected] . Eles Existem requisitos para a utilização do produto no espaço aéreo brasileiro.

Para mais detalhes quanto às instruções para homologação de Drones acesse aqui.

IoT NA AUTOMATIZAÇÃO DE FERROVIAS

A Internet das Coisas (IoT) é um dos segmentos mais promissores e, provavelmente, um dos dominantes, das telecomunicações do futuro. A necessidade do uso intensivo de Sistemas Sem Fio de altíssima confiabilidade e, em alguns casos, de elevada capacidade, é um dos aspectos que norteiam a concepção tecnológica e operacional de tais Sistemas. Como está sendo amplamente divulgado, os padrões da futura geração 5G, estão sendo preparados para atender situações deste tipo.

A automatização e a supervisão generalizada das “coisas” diretamente, e, indiretamente das “pessoas” através das “coisas” que terão incorporadas no seu corpo (também direta ou indiretamente) são aspectos gerais desta tendência.

Em termos particulares, já estão sendo divulgadas as pesquisas e testes operacionais que vêm sendo feitas com o chamado “carro autônomo”, bem como com Drones. Estes dois segmentos, mencionados a título de exemplo, por si só, são capazes de introduzir profundas alterações no modo de vida da sociedade e nos negócios e na economia do futuro não muito distante.

Entretanto, há outras áreas onde a automatização ampliará gradativa e consideravelmente o nível de autonomia dos Sistemas, no sentido de progressivamente tornar dispensável a intervenção humana em operações onde hoje ela é imprescindível. Uma dessas áreas é a do transporte por ferrovias, seja de passageiros ou de cargas.

As redes de Metrô e de transporte urbano e suburbano de passageiros podem ser incluídas nesta categoria. No caso dos Metrôs, particularmente, os avanços devem ser bastante importantes para tornar cada vez mais prático, confortável e acessível o deslocamento de pessoas nas grandes Metrópoles.

Como em edições anteriores o BS já fez referência ao caso dos carros autônomos e ao uso de Drones, nesta primeira edição de 2017 fará uma referência ao caso das Ferrovias. Trata-se de um Artigo de Phillip Tracy com o título (em tradução livre): “Trens Inteligentes: casos de utilização em que o IoT pode transformar as ferrovias”.

Não é demais ressaltar que se trata de mais uma situação em que as Telecomunicações (principalmente Sem Fio) têm uma importância preponderante em Sistemas que afetam o dia a

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dia da sociedade. No caso, por se tratar de transporte urbano de pessoas e considerando a inevitável necessidade dessas pessoas se comunicarem enquanto estão se deslocando.

Portanto, além dos Sistemas de Telecomunicações vinculados diretamente à operação das Ferrovias, nas suas mais diversas configurações, é fundamental considerar a importância de dispor de redes para as comunicações dos passageiros, na totalidade do ambiente em que se deslocam, inclusive, nos túneis das linhas de Metrô.

Para aqueles leitores que se interessam pelo assunto, o BS reproduz o texto do Artigo antes mencionado.

Smart trains: Use cases for how IoT can transform railways

By Phillip Tracy on September 8, 2016

Smart trains and the connected railway

The industrial “internet of things” has had a major impact on the transportation industry, with the advent of autonomous vehicles and improved cargo management. One area that has seen less coverage is the connected railway. The fact that trains operate at such high speeds through tunnels and extreme weather conditions, presents real challenges when it comes to deploying IoT systems. But advances in networking have made smart trains a possibility, and one that could provide significant benefits when transporting goods, providing comfort for passengers and increasing operators’ return on investments.

Source: Trainfart/Youtube

In fact, legacy infrastructure is gradually being replaced by train management systems in which trains become interconnected communication hubs, transmitting data among themselves and to network control centers, and receiving instructions from control centers. Machine-to-machine communication, with some help from the cloud, enables operators to utilize equipment, tracks and stations more efficiently, while dramatically reducing safety risks, according to Eurotech, a provider of embedded boards and systems.

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Here are several potential use cases presented by Eurotech for using IoT to create a connected railway.

• A journey planner application could recommend the fastest or most comfortable current trip allowing for road conditions to the station, live train times, available car parking capacities, passenger loading, etc., allowing passengers to make informed choices about what option will provide them with the best experience according to their personal circumstances, for example whether it is more important to have the shortest journey time, or to be guaranteed a seat. Allowing the inclusion of historic data will enable evaluation not only for a current trip, but also in a predictive way for a trip planned at a future date, based upon what is normal for the planned day and time of travel.

• Combining passenger loading information from trains with social networking apps will help spread demand peaks. The same base information shared at a terminus can help in selecting the destination platform offering the most efficient passenger egress considering the loadings of other inbound trains, whilst sharing the same information on the train can produce a more even distribution of passengers within the carriages, potentially allowing standing passengers to find a seat.

• Combining status information from diverse on-board public-facing assets such as toilets, food car chillers and ovens, and presenting it to service organizations with current positional information can improve the customer experience and reduce the penalty costs associated with having these assets out of service.

• Intelligent closed-circuit TV cameras not only provide a record of events in case of an incident, they actively provide real-time alarms of the occurrence of potential problems, allowing more timely intervention responses and potentially reducing service outages.

• Information concerning categorization of faults can be analyzed across multiple assets, even multiple operators, to spot trends and identify areas for preventative maintenance.

Safety is a key area of concentration

Source: findlaypublishing/Youtube

Safety is, of course, a primary element of IoT applications and solutions when it comes to train management. One safety use case is on-board train location and detection systems that enable trains to be “aware” of the positions of other trains. This reduces the risk of collisions while allowing trains to operate safely in close proximity to one another.

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Speed monitoring and control is another important safety application. Systems have been developed that can display train velocity for drivers and report speeds back to central control systems. On-board monitoring systems are interconnected with outdoor signaling systems that can regulate train speeds or even remotely command trains to stop based on track conditions, the positions of switches, the presence of other trains on the track and other factors.

Umberto Malesci, CEO of Fluidmesh Networks, wrote in a LinkedIn post that there are three major systems within railroads that automation and the IoT can bring significant benefits: signaling, interlocking and level crossings control.

Signaling systems control the movement of a train by remotely adjusting train speed and braking. More traditional signaling systems are based on radio-frequency identification along the train track, but wireless train to ground signaling is getting more and more common in both railroad and metro systems, according to Malesci. He said most of the new European high-speed railroads are equipped with European Train Control System level 2, which is a signaling standard that requires constant radio communication between the train and the group.

Source: fromtokio/Youtube

Interlocking avoids conflicting movements on the tracks at junctions and crossings by using red and green light signals. The interlocking system works in conjunction with the signaling system to prevent a train from getting a signal to proceed if the route is proven to be unsafe. The IoT can further improve the system’s level of automation and its integration with the signaling system.

Level crossings control is the third system that impacts safety on railroads. According to the European Railway Agency, 619 accidents occurred at level crossings in 2010, causing 359 fatalities in the European Union that year – 2009 stats show 831 level crossings-related accidents caused 405 fatalities that year. Accidents related to level crossings represent 30% of all railway fatalities in the EU. IoT can help decrease those statistics by deploying cameras and sensors for increased safety.

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Many more use cases

Malesci gives a number of use cases beyond safety that the internet of things is creating to enhance the operational efficiency of railways.

Source: The Japan Times/Youtube

• The automation of toilets can significantly reduce the cost incurred by the train operator and, at the same time, provide a better service to passengers who will less likely find a toilet out of order. Currently, most train operators are unable to determine the status of the on-board toilets in real time and a significant amount of manual checking is required.

• Management of the video recordings on board. Many rail operators have to send personnel on board their trains to manually pick up the hard drive when video recordings are requested by a law enforcement agency for investigation of an incident.

• Food and drinks can be easily refilled at the upcoming station if data is available in real time regarding the items sold.

• Temperature can be remotely controlled to avoid issues with refrigerators that might not be working at all times but whose temperature is critical to preserve the food quality over time.

• Predictive and preventive maintenance can dramatically increase the percentage of times a train is in use rather than sitting in a maintenance or repair shop, and also improve the passenger experience and safety.

According a recent report by Cisco, almost $30 billion will be spent in the next 15 years on the IoT projects in the railway industry.

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