36
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência. Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. Processo: 48500.000484/2015-77 Assunto: Aperfeiçoamento do sistema de Bandeiras Tarifárias. I. DO OBJETIVO A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições recebidas no âmbito da AP 53/2015, instituída para obter subsídios quanto à adequação do sistema de Bandeiras Tarifárias. II. DOS FATOS 2. A REN nº 464/2011, de 22 de novembro de 2011, homologou o Módulo 7 dos Procedimentos de Regulação Tarifária – PRORET, estabelecendo os procedimentos a serem aplicados ao processo de definição da Estrutura Tarifária para as concessionárias de serviço público de distribuição de energia elétrica. 3. O Submódulo 7.1 do PRORET definiu que o sistema de bandeiras tarifárias seria aplicado a partir no ano de 2015 às concessionárias do Sistema Interligado Nacional – SIN, após terem sido realizados, em 2013 e 2014, anos teste com a finalidade de simular os resultados obtidos com a aplicação hipotética das bandeiras amarela e vermelha e divulgar aos consumidores os procedimentos de aplicação do sistema. 4. Em 05 de fevereiro de 2015, foi emitido o Decreto nº 8401/2015, determinando a criação da Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias, destinada a administrar os recursos decorrentes da aplicação das bandeiras tarifárias, a qual deveria ser regulamentada pela ANEEL. 5. Em 05 de fevereiro de 2015, foi emitida a Nota Técnica nº 28/2015-SGT/ANEEL, contendo proposta de regulamentação da Conta Centralizadora de Recursos de Bandeiras Tarifárias. 6. De 09 a 20 de fevereiro de 2015, foi realizada a AP 06/2015 com a finalidade de obter subsídios e informações para aprimoramento do sistema de bandeiras tarifárias e da regulamentação da Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias. 7. Em 26 de fevereiro de 2015, foi emitida a Nota Técnica nº 34/2015-SGT/ANEEL, apresentando a proposta final de regulamentação da Conta Centralizadora de Recursos de Bandeiras Tarifárias, bem como a recomendação de alteração dos adicionais de bandeira amarela e vermelha. 48581.001778/2015-00

Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

  • Upload
    ngodang

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL

Em 27 de agosto de 2015.

Processo: 48500.000484/2015-77 Assunto: Aperfeiçoamento do sistema de

Bandeiras Tarifárias.

I. DO OBJETIVO

A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições recebidas

no âmbito da AP 53/2015, instituída para obter subsídios quanto à adequação do sistema de Bandeiras

Tarifárias.

II. DOS FATOS 2. A REN nº 464/2011, de 22 de novembro de 2011, homologou o Módulo 7 dos Procedimentos

de Regulação Tarifária – PRORET, estabelecendo os procedimentos a serem aplicados ao processo de definição da Estrutura Tarifária para as concessionárias de serviço público de distribuição de energia elétrica.

3. O Submódulo 7.1 do PRORET definiu que o sistema de bandeiras tarifárias seria aplicado a partir no ano de 2015 às concessionárias do Sistema Interligado Nacional – SIN, após terem sido realizados,

em 2013 e 2014, anos teste com a finalidade de simular os resultados obtidos com a aplicação hipotética das bandeiras amarela e vermelha e divulgar aos consumidores os procedimentos de aplicação do sistema.

4. Em 05 de fevereiro de 2015, foi emitido o Decreto nº 8401/2015, determinando a criação da Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias, destinada a administrar os rec ursos decorrentes da aplicação das bandeiras tarifárias, a qual deveria ser regulamentada pela ANEEL.

5. Em 05 de fevereiro de 2015, foi emitida a Nota Técnica nº 28/2015-SGT/ANEEL, contendo proposta de regulamentação da Conta Centralizadora de Recursos de Bandeiras Tarifárias.

6. De 09 a 20 de fevereiro de 2015, foi realizada a AP 06/2015 com a finalidade de obter

subsídios e informações para aprimoramento do sistema de bandeiras tarifárias e da regulamentação da Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias.

7. Em 26 de fevereiro de 2015, foi emitida a Nota Técnica nº 34/2015-SGT/ANEEL, apresentando a proposta final de regulamentação da Conta Centralizadora de Recursos de Bandeiras Tarifárias, bem como a recomendação de alteração dos adicionais de bandeira amarela e vermelha.

48581.001778/2015-00

Page 2: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 2 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

8. Em 27 de fevereiro de 2015, foi publicada a REH 1.859, a qual estabeleceu que, partir de 2 de março de 2015, os valores a serem adicionados à tarifa de aplicação de energia, TE, s eriam de 25,00

R$/MWh, quando da vigência da bandeira tarifária amarela, e de 55,00 R$/MWh, quando da vigência da bandeira tarifária vermelha. A mesma resolução definiu o critério de acionamento com base no valor do CVU da última usina térmica com previsão de despacho por ordem de mérito ou segurança energética para o mês

subsequente à reunião do Planejamento Mensal de Operação – PMO. 9. Em 05 de agosto de 2015, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE se reuniu e

decidiu pelo desligamento da geração térmica despachada com CVU superior a R$ 600,00/MWh, em um total de 2.660 MW de potência, o que equivale a cerca de 2.000 MW médios. Essa decisão foi baseada em estudos do ONS que avaliaram as condições de atendimento energético do SIN no presente ano, bem como

em 2016. 10. Em reunião realizada no dia 11 de agosto de 2015, a Diretoria da ANEEL solicitou à SGT a

elaboração de um estudo prospectivo para simular o efeito da decisão do CMSE nos custos a serem cobertos pelas Bandeiras Tarifárias para o último quadrimestre de 2015, a fim de avaliar a oportunidade e conveniência

de alteração dos adicionais das Bandeiras Tarifárias a serem cobrados no período de setembro a dezembro de 2015.

11. Em atendimento à decisão da diretoria, em 12 de agosto de 2015, foi emitida a Nota Técnica nº 212/2015-SGT/ANEEL, contendo previsão de comportamento dos custos a serem cobertos pelas Bandeiras Tarifárias para o último quadrimestre de 2015 frente à decisão de desligar as térmicas com CVU

acima de R$ 600/MWh. 12. A referida Nota Técnica foi submetida à Audiência Pública AP nº 53/2015, do período de 14 a

24 de agosto de 2015, com a finalidade de receber subsídios quanto à adequação do sistema de Bandeiras Tarifárias.

13. No dia 18 de agosto de 2015, foi editada a Medida Provisória n° 688, cujo conteúdo versa sobre a repactuação do risco hidrológico de geração de energia elétrica, com impactos na Conta

Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias.

III. DA ANÁLISE 37. Conforme Nota Técnica nº 212/2015-SGT/ANEEL, após terem sido simulados diversos

cenários para estimar os efeitos: (i) da decisão do CMSE de despachar as usinas térmicas com o CVU de até R$ 600/MWh; (ii) da inclusão dos custos provenientes das liminares de GSF e (iii) da variação dos valores de PLD nos custos a serem cobertos pelas Bandeiras Tarifárias para o último quadrimestre de 2015, a área

técnica chegou às seguintes conclusões:

a. Os custos a serem cobertos com a conta de bandeiras tarifárias são bastante voláteis em relação às variáveis de interesse;

b. Foram simuladas as oscilações decorrentes de variações do PLD, da política de despacho térmico e de liminares judiciais relativas ao GSF. O valor esperado dessas variáveis é de

difícil previsão. Por exemplo, o CMO médio utilizado na projeção de bandeiras tarifária para o ano de 2015, realizada em fevereiro, foi de aproximadamente R$ 1.000/MWh, enquanto o PLD atualmente esperado para o segundo semestre de 2015 é de R$

148/MWh;

Page 3: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 3 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

c. Outras variáveis podem afetar o resultado de maneira importante, como o comportamento da demanda, o GSF e uma eventual decisão de retirar cotas dos consumidores cativos.

Esses impactos não foram simulados;

d. Com a configuração atual, o PLD reduzido penaliza a Conta Bandeiras porque os custos adicionais com ESS, Sobrecontratação e Energia de Reserva são preponderantes em relação à redução do Risco Hidrológico e CCEAR-D;

e. Nos cenários em que o despacho é limitado às térmicas com CVU menor ou igual a R$

600/MWh, a conta de bandeiras é superavitária para todos os patamares testados de PLD;

f. Nos cenários com a presença das liminares e volta do despacho térmico das usinas com CVU maior do que R$ 800/MWh ou de todo o parque térmico, a conta de bandeiras seria deficitária para praticamente todos os patamares de PLD;

g. Nos cenários sem liminares e volta do despacho térmico das usinas com CVU maior do

que R$ 800/MWh ou de todo o parque térmico, a resultado da conta depende do PLD. Com o nível atualmente esperado do PLD, de R$ 148/MWh, a conta seria deficitária;

h. As simulações de ESS têm produzido valores sistematicamente mais elevados do que os

realizados. Vale a pena aprofundar essa análise para refinar as simulações porque as conclusões podem ser diferentes;

i. Uma eventual revisão da política de despacho térmico pelo CMSE ou pelo ONS altera completamente o equilíbrio da Conta Bandeiras e o fluxo de caixa das distribuidoras.

Considerando todos os cenários de PLD, com ou sem liminares, uma decisão de elevação do despacho térmico até o final do ano poderá facilmente inverter o saldo da Conta Bandeiras, caso se opte por uma redução dos adicionais das Bandeiras Tarifárias.

14. Frente a essas conclusões, a área técnica recomendou a abertura de audiência técnica com a finalidade de receber contribuições quanto à oportunidade e conveniência, bem como os impactos e riscos, de uma alteração dos adicionais das Bandeiras Tarifárias a serem cobrados no período de setembro a

dezembro de 2015.

15. Na AP 53/2015, foram recebidas diversas contribuições de distribuidoras, conselhos de consumidores, bem como de consumidores de forma geral. Quanto às premissas e os resultad os das simulações apresentadas na Nota Técnica nº 212/2015-SGT/ANEEL, foram recebidas contribuições da EDP,

Elektro, CEEE-D, Grupo CPFL Energia e AES Brasil. Dentre elas, podemos destacar as apresentadas pela Elektro que solicitou que fossem observados os seguintes pontos:

a. Risco Hidrológico: A Medida Provisória 688/2015 determina condições de repactuação do risco hidrológico das geradoras, sendo que a exposição a esse risco, para os agentes que entrem no acordo, passa a ser arcada pela Conta Centralizadora dos Recursos das Bandeiras Tarifárias.

Apesar do prêmio a ser pago pelos geradores como contrapartida à repactuação, há a tendência de se aumentar a pressão sobre os gastos dessa Conta. Como a publicação de tal MP é posterior à abertura da presente Audiência Pública, sugere-se que os cálculos sejam revisitados de forma a

contemplar uma eventual adesão maciça dos geradores e, dado as incertezas sobre quais agentes irão aderir e quais não irão, entende ser prudente aguardar a diminuição dessas incertezas para se

prosseguir com análises sobre uma eventual redução do valor do adicional das bandeiras.

b. Portaria MME 384/2015: A Nota Técnica nº 212/2015-SGT/ANEEL afirma que o grupo de

distribuidoras está sobrecontratada, mas não foi considerada nas simulações a potencial redução nas cotas de garantia física associadas em decorrência da Portaria MME 384/2015. Nesse contexto,

Page 4: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 4 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

existe a possibilidade de que as cotas das hidrelétricas que serão objeto do Leilão de Contratação de Concessões, que já estão alocadas integralmente às distribuidoras, sejam reduzidas a somente

70% da garantia física.

c. Liminares de usinas: A Elektro alega que não foi considerado o efeito de liminares de usinas em decorrência de atrasos de cronograma, cujos efeitos são alocados às distribuidoras via Mecanismo

Auxiliar de Cálculo, mas que têm o efeito prático de uma redução de lastro , e que essas situações contribuem para a percepção de que esses custos foram subestimados .

d. Energia de Reserva: De acordo com a Elektro, a MP 688/2015 também prevê a possibilidade de

repactuação do risco hidrológico referente à parcela do lastro das hidrelétricas não comprometida com contratos no ACR. Nesses casos, a neutralização desse risco seria feita através da CONER, o que faz com que as premissas adotadas para a simulação dessa rubrica na NT 212/2015-

SGT/ANEEL necessitem também ser revisitadas à luz do novo cenário.

16. Na mesma linha, a CEEE-D argumenta que na elaboração dos cenários foram

desconsideradas variáveis que podem alterar significativamente as conclusões quanto à alteração no valor da Bandeira Vermelha, sendo elas: comportamento da demanda, o GSF e uma eventual decisão de retirar cotas

dos consumidores cativos. Já o Grupo CPFL Energia solicita que a ANEEL reveja as premissas utilizadas no cálculo dos custos, tais como atualização do CVU das termelétricas com base nas informações disponíveis no PMO de agosto, exposição comercial de Itaipu, CCGFs e exposição das distribuidoras no MCP decorrente de

liminares das UHEs Teles Pires e Belo Monte; ajuste do rateio para o valor de 83,8% contabilizado pela CEEE para o Encargo de Serviço de Sistema, devido ao despacho por Segurança Energética, e correção dos valores de carga realizada de 2014 considerados no cálculo das exposições involuntárias .

17. Buscando atualizar a simulações apresentadas na Nota Técnica nº 212/2015-SGT/ANEEL, foram adotadas as informações mais recentes dos seguintes parâmetros: CVU das usinas térmicas e

previsão de crescimento de mercado para os meses de julho a dezembro de 2015 (PMO de agosto), tarifa média de cobertura para fins de cálculo dos resultados no MCP e montante de cotas alocadas às

distribuidoras de energia (REH 1.925/2015). A seguir, são apresentados os resultados obtidos com base nos cenários na Nota Técnica referida acima1.

1 Cenário 1 - Sem liminares GSF, térmicas CVU < 600 Cenário 2 - Sem liminares GSF, térmicas CVU < 800 Cenário 3 - Sem liminares GSF, todas as térmicas despachadas Cenário 4- Com liminares GSF, térmicas CVU < 600 Cenário 5- Com liminares GSF, térmicas CVU < 800 Cenário 6- Com liminares GSF, todas as térmicas despachadas

Page 5: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 5 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

18. Com base na atualização dos parâmetros das simulações, pode -se observar pouca alteração nos resultados das simulações apresentadas na Nota Técnica nº 212/2015-SGT/ANEEL, porém não mudariam as conclusões da área técnica, de que os custos a serem cobertos com a conta de bandeiras

tarifárias são bastante voláteis em relação às variáveis de interesse e que uma eventual revisão da política de despacho térmico pelo CMSE ou pelo ONS altera completamente o equilíbrio da Conta Bandeiras e o flux o de

caixa das distribuidoras.

19. Porém, destacamos aqui a crescente judicialização do setor de energia elétrica, que pode

gerar impactos relevantes sobre os custos de geração de energia e consequentemente sobre o resultado da Conta Bandeiras. Em especial, temos a recente decisão liminar, proferida em 19 de agosto de 2015, relativa ao cronograma de execução da obra da Usina Hidroelétrica de Jirau. A decisão conclui que a ANEEL e CCEE

mitigaram o atraso apurado pelo perito, descontando do cronograma do empreendedor o tempo de antecipação da geração anterior aos atos de vandalismo, fixando em apenas 41 dias e não 535 dias. Entretanto, conforme decisão proferida, o parecer de força executória estabeleceu de forma equivocada os

parâmetros para o cumprimento da decisão judicial vigente porque, na interpretação da sentença pela ANEEL, foi adotado como referencial o cronograma interno do empreendedor, quando o correto seria a partir da data definida no contrato de concessão. Conforme simulações realizada pela CCEE, o efeito da recente

decisão quanto à liminar de Jirau poderá resultar em um valor de aproximadamente R$ 3,4 bilhões a serem pagos pelas distribuidoras conectadas no Sistema Interligado Nacional – SIN, o que poderá impactar

significativamente nos resultados da Conta Bandeiras. Desta forma, a seguir, são apresentados os resultados das simulações realizadas considerando essa nova decisão.

Page 6: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 6 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

20. Com base nos resultados na simulação apresentada acima, que considera a liminar de Jirau com efeitos de R$ 3,4 bilhões a serem pagos pelas distribuidoras, podemos observar que até no cenário mais

favorável (Cenário 1 - sem liminares de GSF e despacho de térmicas com CVU até R$ 600/MWh), o adicional da Bandeira Vermelha, de R$ 55/MWh não seria suficiente para arcar com os custos estimados para o

período de setembro a dezembro de 2015, produzindo assim um déficit na Conta Bandeiras. 21. Desta forma, observamos que, no momento, existem diversas variáveis ainda sem definição,

tais como a adesão ao acordo setorial definido na Medida Provisória nº 688/2015, o consumo de energia que de fato se realizará, as condições hidrológicas, o nível dos reservatórios, e em especial, a liminar de Jirau. Além disso, o saldo da Conta Bandeiras permanece deficitário. Quanto às usinas referidas na Portaria MME

384/2015, esclarecemos que não deverá haver efeitos na realocação da garantia física, destinada ao atendimento do mercado de contratação regulada para o ano de 2015.

22. Todos esses itens levam à área técnica a concordar com as contribuições de que o adicional da bandeira tarifária deva ser revisto futuramente, quando estiverem disponíveis mais elementos que garantam que uma eventual redução não produza desequilíbrio na Conta Bandeiras. A ABRADEE, por

exemplo, apresentou a seguinte contribuição: reavaliar os cenários de redução ou de aumento do valor da Bandeira Vermelha a partir de outubro do corrente, conforme a evolução da tendência de mercado e dos

reservatórios, bem como dos efeitos da regulamentação e adesão ao acordo setorial previsto na MP 688/2015.

23. Adicionalmente, a CEMIG, o Grupo CPFL e ABRADEE argumentam que as distribuidoras

vêm suportando o atraso do repasse de recursos da CDE, que cobrem os diversos subsídios concedidos pela

Page 7: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 7 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

legislação setorial, de forma que o comprometimento do fluxo de caixa das distribuidoras não se restringe somente ao déficit da Conta Bandeiras. Assim, alegam que a manutenção dos atuais valores é de extrema

importância para que as distribuidoras possam saldar seus compromissos financeiros, promovendo alívio na pressão sobre o seu caixa e garantindo a preservação do equilíbrio econômico-financeiro assegurado no contrato de concessão. E nesse ponto, a área técnica entende que a redução do adicional da bandeira

vermelha, dada a imprevisibilidade dos custos futuros, imputaria mais um adicional de risco sobre a situação do setor de energia elétrica, o que não é desejável.

24. Por outro lado, ainda que as condições futuras de custos e as premissas dos cenários de

simulação fossem conhecidas, o que permitiria a revisão do adicional com maior segurança – o que não se observa na prática – foram recebidas diversas contribuições solicitando que o mesmo seja mantido até o final do ano tendo em vista a segurança regulatória, uma vez revisões de valores dos adicionais das bandeiras em

prazo inferior a um ano não estão previstas na regra vigente. A CEMIG alega, por exemplo, que se passaram apenas seis meses da publicação da Resolução Homologatória nº 1.859/2015 e que qualquer alteração dos valores estabelecidos poderia sinalizar uma carência de robustez teórica do mecanismo de bandeiras,

comprometendo-se assim, a estabilidade regulatória do modelo setorial.

25. Já a CEEE-D relembra que, em economia, o risco está associado à estabilidade de regras,

sendo estas variáveis inversamente proporcionais e quanto maior a estabilidade, menor o risco de um negócio. Nesse sentido, argumenta que as agências regulatórias possuem a função de garantir a estabilidade de regras claras, definidas pelo poder concedente e que a redução do adicional da bandeira vermelha

demonstraria uma instabilidade da regra definida, já que seria a terceira metodologia aplicada em menos de um ano de vigência das bandeiras. De acordo com a CEEE-D:

a. Para o consumidor, essas sucessivas alterações dificultariam sua compreensão podendo

levá-lo a desacreditar a metodologia das bandeiras tarifárias. Ainda que nesse momento a redução do valor da bandeira vermelha pareça ser em benefício ao consumidor, tais alterações indicam ao consumidor que a cada fato novo que surja, no volátil mercado de

energia, considerando as inúmeras variáveis que o afetam, o adicional das bandeiras será alterado.

b. Para as concessionárias cria-se também um cenário de incerteza já que a partir da definição das regras, cada empresa procurará estimar seu fluxo de caixa, faturamento com bandeiras e seus impactos nos processos tarifários, além do que exigirá uma nova

adequação, onerosa, nos sistemas de faturamento das distribuidoras.

26. A área técnica compartilha do entendimento de que devam ser mantidas as regras definidas nos atos administrativos da ANEEL, dando assim uma maior segurança e estabilidade regulatória. E, ainda

nesse sentido, cabe aqui destacar as contribuições do Conselho de Consumidores da Energisa Mato Grosso do Sul e da CEMIG-D. Ambos os conselhos mostraram-se favoráveis à redução do adicional da bandeira vermelha, porém ressaltaram a necessidade que tal decisão seja sustentável ao longo do tempo e que não

reflita em aumentos futuros. As palavras do conselho da Energisa Mato Grosso do Sul foram: Assim, estamos diante de um quadro de riscos setorial e os que planejam essa politica devem saber de antemão os seus reflexos desfavoráveis. Não aceitaremos “efeitos chicote”. Desta forma, nas contribuições recebidas, pôde ser

observado que os consumidores também desejam estabilidade e previsibilidade tarifária.

27. Dentre as diversas contribuições recebidas dos conselhos de consumidores, destacamos os seguintes questionamentos, cujos textos são transcrições:

a. Conselho de Consumidores de Energia da Coelba: Entendemos que a Sociedade não deva ser, mais uma vez, surpreendida e nem tenha que assumir os custos adicionais

Page 8: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 8 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

decorrentes de decisões baseadas em simples expectativas; deste modo, solicitamos uma análise mais cautelosa a respeito da proposta apresentada;

b. Conselho de Consumidores de Energia da Coelba: As simulações feitas no sentido de levantar os custos necessários para serem cobertos pelas Bandeiras Tarifárias têm provocado incertezas e preocupações para a Sociedade, uma vez que o Setor Elétrico

atravessa um cenário preocupante, (...);

c. Conselho de Consumidores da Bandeirante Energia S.A: Não há segurança de que uma eventual redução hoje não seja revertida em dezembro, o que só reforça a politização de

um ambiente eminentemente técnico.

28. Ainda em relação aos conselhos de consumidores, destacamos aqui que, das contribuições

recebidas na AP 53/2015, a única que se mostrou favorável à redução do adicional da bandeira vermelha , sem ressalvas, foi enviada pelo Conselho de Consumidores de Energia Elétrica do Estado de Pernambuco. O referido conselho argumenta que, dado à atividade econômica reduzida, sem perspectiva de retomada no

período mencionado de setembro a dezembro de 2015 e que, uma vez que o modelo de bandeiras adotado pelo Brasil é para compensar valores associados aos custos de geração nos ajustes tarifários, com o

representantes legais dos consumidores, preferimos correr o risco e ter o benefício da redução para o acionamento da bandeira amarela de imediato; e que compensação, caso venha a ocorrer, seja efetuada nos devidos momentos dos ajustes tarifários de cada distribuidora.

29. Foi recebida também contribuição de consumidor sugerindo uma graduação intermediária entre a verde e a amarela e outra entre a amarela e a vermelha, mas que não fossem alterados os valores

nem da bandeira verde nem bandeira da vermelha. E sobre esse ponto, a área técnica entende que a contribuição poderá ser estudada no âmbito de audiência pública que deverá tratar de aperfeiçoamentos no sistema das bandeiras, bem como propor os adicionais para o ano de 2016.

30. Destacamos ainda que o Grupo CPFL alega que a redução do adicional da bandeira

vermelha medida afrontaria os princípios da legalidade, segurança jurídica, da boa-fé, da confiança, da cooperação, da lealdade e da não surpresa os atos estatais. E ao assim proceder, a ANEEL descumpre o processo de preservação das tarifas pelo mecanismo legal e contratual assegurados ao concessionário . Dado

que se trata de contribuição de cunho legal, a mesma não foi analisada pela SGT/ANEEL.

31. Deve-se relembrar que o sistema de bandeiras tarifárias, instituído pela Resolução Normativa

464/2011, foi aplicado na forma de Anos-Teste, para dar tempo à sociedade para absorver as mudanças no repasse de custos. Adicionalmente, observa-se uma situação quase unânime nas contribuições dos diversos agentes quanto ao pleito de maior previsibilidade regulatória. Portanto, deve-se voltar aos objetivos originais

do sistema de bandeiras tarifárias visando garantir à sociedade regras mais perenes e favorecer a construção de um ambiente setorial com maior segurança e previsibilidade para realização de investimentos.

IV. DO FUNDAMENTO LEGAL

32. A presente Nota Técnica está fundamentada nos seguintes dispositivos legais: art. 3º da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996; inciso X do art. 4º do Anexo I do Decreto nº 2.335, de 6 de outubro de

1997; e Submódulos 6.8, 7.1 e 7.3 do PRORET.

Page 9: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 9 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

V. DA CONCLUSÃO

33. Com base na legislação vigente, nas informações contidas neste Processo e nesta Nota Técnica, a área técnica mantém as conclusões apresentadas Nota Técnica nº 212/2015-SGT/ANEEL, de que os custos a serem cobertos com a conta de bandeiras tarifárias são bastante voláteis em relação às variáveis

de interesse. 34. Porém, ao considerar a atual decisão sobre a liminar de Jirau, proferida em 19 de agosto de

2015, e uma estimativa de respectivo repasse de custos às distribuidoras na ordem de R$ 3,4 bilhões, foi observado que até no cenário mais favorável (Cenário 1 - sem liminares de GSF e despacho de térmicas com CVU até R$ 600/MWh), o adicional da Bandeira Vermelha, de R$ 55/MWh não seria suficiente para arcar com

os custos estimados para o período de setembro a dezembro de 2015, produzindo assim um déficit na Conta Bandeiras ao final do ano.

35. Desta forma, considerando que ainda existem inúmeras variáveis pendentes de definição, tais como a adesão ao acordo setorial definido na Medida Provisória nº 688/2015, o consumo de energia que de

fato se realizará, as condições hidrológicas, o nível dos reservatórios, e em especial, a liminar de Jirau e, adicionalmente, o atual saldo negativo da Conta Bandeira, a SGT conclui pela manutenção do adicional de bandeira vermelha de R$ 55/MWh.

VI. DA RECOMENDAÇÃO

36. Em face do exposto, recomenda-se a manutenção do adicional da bandeira vermelha em R$ 55/MWh, conforme definido pela REH nº 1.859/201, de 27/02/2015.

CRISTINA SCHIAVI NODA

Especialista em Regulação

FELIPE PEREIRA

Especialista em Regulação

CAMILA FIGUEIREDO BOMFIM LOPES Especialista em Regulação

De acordo:

CLÁUDIO ELIAS CARVALHO

Superintendente de Gestão Tarifária Substituto

Page 10: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 10 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

ANEXO - RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES

O presente anexo apresenta as respostas e esclarecimentos da ANEEL referentes às

contribuições recebidas da AP 53/2015 relativa à proposta de adequação do sistema de Bandeiras Tarifárias.

As contribuições estão apresentadas sob a forma de extratos retirados dos textos integrais apresentados na citada audiência pública com o objetivo de apresentar sucintamente a mensagem princip al

do autor da contribuição. Cabe ressaltar que a contribuição em sua forma integral pode ser acessada no endereço www.aneel.gov.br no link Audiências/Consultas/Fórum. Ao início de cada comentário é identificado seu autor. As contribuições estão agregadas por temas. Para cada tema, são apresentadas todas as

contribuições que o abordaram. A Resposta será única por tema, e buscará contemplar todos os pontos levantados pelas contribuições de forma direta ou indireta, exp licitando, quando for o caso, sobre sua incorporação ou não na decisão final. É importante ressaltar que boa parte das contribuições foi respondida,

direta ou indiretamente, no corpo da Nota Técnica.

Tabela 1 – Contribuições recebidas na da AP 53/2015

# Instituição AceitaParcialmente

AceitaNão Aceita

Não

ConsideradaJá Prevista

Total de

Contribuições

1 ABRADEE 1 1

2 AES Brasil 1 1 2

3 CEEE-D 2 1 1 4

4 Celesc-D 1 1

5 Cemig-D 2 2

6 Conselho de Consumidores da AES Sul 1 1 1 3

7

Conselho de Consumidores da área de

concessão da Energisa Mato Grosso do

Sul – CONCEN-MS

1 1

8Conselho de Consumidores da

Bandeirante Energia S.A. 11

9Conselho de Consumidores da CEEE

Distribuição (Classe Rural)1 1 1 3

10 Conselho de Consumidores da Cemig 1 1

11Conselho de Consumidores de Energia

da Coelba - CCEC2 1 3

12Conselho de Consumidores de Energia

Elétrica do Estado de Mato Grosso 11

13Conselho de Consumidores de Energia

Elétrica do Estado de Pernambuco 11

14Consumidor - Engº Rogerio Gonçalves

Tavares 11

15 Consumidor sem identificação 1 1

16 Consumidor - Ivan Rosa 1 1

17 Consumidor - Paulo José Jaber 1 1

18 Consumidor- Aurea Ferro 1 1

19 Consumidor- Vilton Medeiros 1 1

20 Copel Distribuição S.A. 1 1

21 EDP 1 1 2

22 Elektro 1 1 2

23 ENEL 2 1 3

24 Grupo CPFL Energia 1 1 1 3

25 SINERGIA CUT/FTIUESP/STIEEC 2 1 3

Page 11: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 11 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Conselho de Consumidores de Energia da Coelba

Entendemos que a Sociedade não deva ser, mais uma vez, surpreendida e nem tenha que assumir os custos

adicionais decorrentes de decisões baseadas em simples expectativas; deste modo, solicitamos uma análise mais cautelosa a respeito da proposta apresentada;

A Nota Técnica 212 SGT/ANEEL diz que a "Conta Bandeiras atualmente está deficitária em aproximadamente R$ 1,25 bilhão, considerando as competências de Janeiro a Junho de 2015, as quais já foram apuradas e liquidadas na CCEE, que tem que ser coberto com um custo mensal adicional de R$ 312,5

milhões, de Setembro a Dezembro de 2015" e, também diz que "os efeitos das competências de Julho e Agosto são desconhecidos”; isto nos preocupa, pois, pode ocasionar aumento no valor do passivo, caso a apuração da Conta Bandeira referente a essas competências seja deficitária";

Sendo o valor deficitário da Conta Bandeiras já conhecido (R$ 1, 25 bilhão), questionamos: Como será possível assegurar que a decisão do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico - CMSE poderá garantir a

receita necessária para equacionar o passivo apresentado? Isto porque, as simulações efetuadas para cobrir os custos de bandeiras tarifárias são bastante voláteis e incluem inclusive questões que são afetadas por

liminares judiciais sobre o risco hidrológico (GFS); (...)

As simulações feitas no sentido de levantar os custos necessários para serem cobertos pelas Bandeiras Tarifárias têm provocado incertezas e preocupações para a Sociedade, uma vez q ue o Setor Elétrico

atravessa um cenário preocupante, pela ingerência do Governo que se sobrepõe às decisões técnicas, além de provocar sérios transtornos de ordem financeira às empresas Geradoras e Distribuidoras e de trazer um ônus significativo aos Consumidores;

(...)

Entendemos como bem vinda (e agradecemos) a iniciativa do CMSE de reduzir o custo da energia elétrica; porém, esperamos que essa redução seja sustentável por um tempo mais prolongado, uma vez que os aumentos ocorridos neste último ano trouxeram um enorme sacrifício para os Consumidores, tanto no

controle restritivo do seu próprio consumo de energia elétrica, como no fato de provocar impacto extremamente pesado no orçamento de suas famílias.

Grupo CPFL Energia

Desta forma, é preciso avaliar com extrema cautela o real benefício para o consumidor a eventual redução do valor da bandeira vermelha, bem como a sustentabilidade da decisão. Caso os cenários estimados não se realizem, haverá maior pressão nos fluxos de caixa das distribuidoras, pelo aumento de custos de Parcela A

sem cobertura tarifária. Vale lembrar que tais custos serão repassados aos consumidores devidamente atualizados por SELIC, somados ao considerável “estoque” de CVA que as distribuidoras já estão acumulando em 2015, mais precisamente de CDE e Compra de Energia, ou seja, a eventual redução do valor

da bandeira em 2015 é contraditória ao possível aumento tarifário que os consumidores perceberão em 2016.

COPEL-D

Neste sentido, a Copel é favorável a toda e qualquer alteração nos valores dos adicionais das bandeiras tarifárias, desde que se mostrem compatíveis com os custos reais aos quais as distribuidoras estarão sujeitas. O atendimento a esse critério é essencial para a preservar a transparência adquirida pelo

consumidor e a saúde financeira das concessionárias de distribuição.

Page 12: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 12 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Ocorre que a Nota Técnica n° 212/2015-SGT/ANEEL analisou seis cenários, com o objetivo de projetar os custos a serem cobertos pela CCRBT entre os meses de setembro a dezembro de 2015. Observou-se que

caso o valor adicional atualmente praticado na bandeira vermelha (R$ 55/MWh) fosse mantido:

· Em dois cenários a CCRBT seria superavitária, sinalizando a possibilidade de redução imediata do valor adicional atual;

· Em quatro cenários a CCRBT seria deficitária, sinalizando a necessidade de aumento imediato do valor adicional atual.

Adicionalmente, é importante analisar os reflexos de fato posterior à abertura desta Audiência Pública, qual

seja, a publicação da Medida Provisória n° 688, de 18 de agosto de 2015, que dispõe sobre a repactuação do risco hidrológico de geração de energia elétrica.

Parte do risco hidrológico repactuado pelos agentes de geração participantes do Mecanismo de Realocação

de Energia – MRE será coberto pela CCRBT, mediante o pagamento de prêmio de risco e cessão de energia secundária.

Entretanto, no primeiro momento, esta contrapartida dada pelo gerador não se refletirá em incremento de

receitas à CCRBT, pois:

· O início do pagamento do prêmio de risco deverá ser postergado, como forma de ressarcir os

geradores dos custos incorridos desde janeiro de 2015;

existência de energia secundária.

Além disso, o risco hidrológico repactuado vinculado à energ ia não contratada no Ambiente de Contratação Regulada será coberto com recursos da Conta de Energia de Reserva – Coner, reduzindo o excedente financeiro destinado às distribuidoras e, por consequência, à Conta Bandeiras.

Portanto, a CCRBT sofrerá um aumento no volume de despesas sem incremento imediato em suas receitas, sendo que este fato não foi contemplado pela análise apresentada na Nota Técnica n° 212/2015-SGT/ANEEL.

Diante do exposto, a Copel reafirma ser favorável à alteração no valor do adicional da bandeira tarifária, mas entende que esta decisão ainda carece de análises mais aprofundadas, sob o risco de comprometer os

objetivos essenciais para os quais o mecanismo de bandeiras tarifárias foi instituído.

Resposta da SGT/ANEEL

Aceita. A área técnica compartilha do entendimento que se deve ter cautela na alteração do adicional da

bandeira vermelha, isto porque, no momento temos diversas variáveis sujeitas a indefinição, tais como a adesão ao acordo setorial definido na Medida Provisória nº 688/2015, o consumo de energia que de fato se realizará, bem como as condições hidrológicas e o nível dos reservatórios. Somando tudo isso, temos ainda o

atual saldo negativo da Conta Bandeira e as liminares relativas à entrada em operação de usinas.

ELEKTRO

O mecanismo das bandeiras tarifárias, mais do que sinalizar de forma coerente para o consumidor final os

custos correntes com a geração de energia elétrica, se tornou um importante instrumento de manutenção do equilíbrio econômico/financeiro das distribuidoras – e se tornará em breve importante também para as

Page 13: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 13 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

geradoras, a partir da MP 688/2015. Alterações nos valores de seus adicionais de cobrança devem ser avaliados com muita cautela, para evitar desequilíbrios na Conta Centralizadora ou a necessidade de novas

revisões dos valores em curto intervalo de tempo.

Nesse sentido sugerimos que sejam revisitadas algumas premissas, em decorrência de MP 688/2015, Portaria MME 384/2015, liminares por conta de atraso em entrada em operação de usinas e uma potencial

recuperação do consumo no cenário de redução do valor do adicional de bandeiras. Uma alternativa prudente é aguardar os desdobramentos da referida MP para se tomar uma decisão. De todo modo, reforçamos que a decisão pela redução seja assertiva, de forma a não causar desequilíbrios à Conta Centralizadora.

ABRADEE

A ABRADEE ressalta que a prudência regulatória, sempre observada pela Agência, deve pautar a decisão nesse momento. Por isso, nossa contribuição para a AP 53/2015 é unicamente:

reavaliar os cenários de redução ou de aumento do valor da Bandeira Vermelha a partir de outubro do corrente, conforme a evolução da tendência de mercado e dos reservatórios, bem como dos efeitos da regulamentação e adesão ao acordo setorial previsto na MP 688/2015.

Resposta da SGT/ANEEL

Aceita. No momento temos diversas variáveis sujeitas a indefinição, tais como a adesão ao acordo setorial

definido na Medida Provisória nº 688/2015, o consumo de energia que de fato se realizará, bem como as condições hidrológicas e o nível dos reservatórios. Somando tudo isso, temos ainda o atual saldo negativo da Conta Bandeira e as liminares relativas à entrada em operação de usinas.

Quanto às liminares, ressalta-se que seus efeitos, dada a crescente judicialização do setor de energia elétrica, podem gerar impactos relevantes sobre os custos de geração de energia e consequentemente sobre o resultado da Conta Bandeiras. Em especial, pode-se citar a recente decisão, proferida em 18 de agosto de

2015, relativa à liminar interposta pelo consórcio Energia Sustentável do Brasil S/A sobre o cronograma de execução da obra da Usina Hidroelétrica de Jirau. A decisão conclui que a ANEEL e CCEE mitigaram o atraso apurado pelo perito, descontando do cronograma do empreendedor o tempo de antecipação da

geração anterior aos atos de vandalismo, fixando em apenas 41 dias e não 535 dias. Entretanto, conforme decisão proferida, o parecer de força executória estabeleceu de forma equivocada os parâmetros para o

cumprimento da decisão judicial vigente porque, na interpretação da sentença pela ANEEL, foi adotado como referencial o cronograma interno do empreendedor, quando o correto seria a partir da data definida no contrato de concessão. Conforme simulações realizada pela CCEE, o efeito da recente decisão quanto à

liminar de Jirau poderá resultar em um valor de aproximadamente R$ 3,4 bilhões a serem pagos pelas distribuidoras conectadas no Sistema Interligado Nacional – SIN.

Todos esses itens relacionados levam à área técnica a concordar com as contribuições de que o adicional da bandeira tarifária deva ser revisto somente futuramente, quando estiverem disponíveis mais elementos que garantam que uma eventual redução não produza desequilíbrio na Conta Bandeiras.

Conselho de Consumidores de Energia Elétrica do Estado de Pernambuco

1. Atividade econômica reduzida, sem perspectiva de retomada no período mencionado de SET à DEZ/2015;

2. Uma vez que o modelo de bandeiras adotado pelo Brasil é para compensar valores associados aos custos de geração nos ajustes tarifários, como representantes legais dos consumidores, preferimos

correr o risco e ter o benefício da redução para o acionamento da bandeira amarela de imediato; e

Page 14: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 14 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

que compensação, caso venha a ocorrer, seja efetuada nos devidos momentos dos ajustes tarifários de cada distribuidora.

Resposta da SGT/ANEEL

Não aceita. O sistema de bandeiras não tem como objetivo compensar os valores associados aos custos de geração nos ajustes tarifários, mas sim sinalizar ao consumidor os custos efetivos de geração. A área técnica

entende que a redução da bandeira vermelha, dada a atual conjuntura, não será realizada com segurança suficiente para que a conta não permaneça deficitária e nem haja rebatimentos futuros decorrentes dessa redução. Além disso, os custos não cobertos pela Conta Bandeiras são repassados às tarifas dos

consumidores por meio da CVA, cujo apuração do saldo incide a apl icação da SELIC. Assim, o consumidor pode não ser indiferente ao deslocamento do pagamento de déficit ao longo do tempo.

Conselho de Consumidores da área de concessão da Energisa Mato Grosso do Sul – CONCEN-MS

O Conselho de Consumidores da área de concessão da Energisa Mato Grosso do Sul – CONCEN-MS vem no âmbito da Audiência Pública 053/15 manifestar que o consumidor cativo sempre será favorável a qualquer redução de tarifas que se lhe apresente o órgão responsável pela formulação e estudos técnicos que b alizem

a tomada de decisões.

(...)

Estamos diante de um quadro que inspira ainda muitos cuidados em relação ao seu planejamento e por fim aos seus desdobramentos no próximo ano. A conjuntura é desfavorável e as questões estruturantes do Setor Elétrico ainda demandam mais planejamento e cautela, com ações preventivas a fim de se evitar que o

consumidor cativo esteja na ponta somente para pagar a conta de alguns equívocos que conduzem o processo desde 2012.

A proposta da AP 053/2015 é colher subsídios dos consumidores sobre alteração dos adicionais das

Bandeiras Tarifárias a serem cobrados no período de setembro a dezembro de 2015, o quais somos obviamente favoráveis desde que não sejamos surpreendidos com aumentos e reflexos negativos frente a homologação dessa alteração.

É complexo o assunto, as variáveis são por demais voláteis, porém existe uma situação que é cristalina aos olhos do cidadão consumidor do serviço de fornecimento de energia elétrica: não se suporta mais qualquer

aumento de encargos e tarifas na energia, ante a sua essencialidade para todas as classes de consumo, provocadas pela tomada de decisões sem verdadeiro e efetivo estudo de seus impactos regulatórios.

Assim, estamos diante de um quadro de riscos setorial e os que planejam essa politica devem saber de

antemão os seus reflexos desfavoráveis. Não aceitaremos “efeitos chicote”.

Conselho de Consumidores da Cemig

O Conselho de Consumidores da Cemig, após análise da NT 212, vem manifestar sua concordância com a

proposta de redução dos valores da bandeira vermelha.

Tal posição se apoia nas análises técnicas do ONS e ANEEL, onde fica evidenciada a redução dos custos previstos para serem cobertos com a arrecadação das bandeiras tarifárias no segundo semestre de 2015.

Esta redução de custos se origina na decisão do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE, de desligar as usinas térmicas com CVU acima de R$600,00/MWh.

Page 15: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 15 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

As iniciativas que contribuam para a redução do custo da energia elétrica para os consumidores são sempre bem vindas, especialmente num ano em que as tarifas já subiram tão fortemente.

Cabe lembrar que, conforme explicitado na NT, os custos a serem cobertos com as bandeiras tarifárias são muito voláteis. Isto implica em se ter razoável segurança quanto ao comportamento das variáveis que afetam estes custos, pelo menos no curto prazo, de forma a evitar novos aumentos logo a seguir. Consideramos que

esta razoável segurança está presente nestas análises apresentadas pelo ONS e ANEEL.

Assim sendo, a expectativa do Conselho de Consumidores é de que esta redução no valor da bandeira vermelha seja algo sustentável, evitando novos aumentos dentro de poucos meses.

Resposta da SGT/ANEEL

Parcialmente aceita. No momento temos diversas variáveis sujeitas a indefinição, tais como a adesão ao acordo setorial definido na Medida Provisória nº 688/2015, o consumo de energia que de fato se realizará,

bem como as condições hidrológicas e o nível dos reservatórios. Somando tudo isso, temos ainda o atual saldo negativo da Conta Bandeira e as liminares relativas à entrada em operação de usinas. Assim, a área técnica recomenda a manutenção do adicional da bandeira vermelha, pois cenário atual não fornece

elementos para uma redução dos adicionais com segurança suficiente para que a conta não permaneça deficitária e nem haja rebatimentos futuros decorrentes de uma possível redução.

Celesc

Sendo os vetores deste processo de adequação das tarifas finais, os itens da Parcela A (despesa com compra de energia, custo com transmissão e encargos setoriais) que são essencialmente repasses de

despesas para terceiros, observa-se a necessidade de adequação e equilíbrio econômico e financeiro do setor elétrico. Neste ponto, a contribuição de Celesc D. sugere que:

a) Caso ocorra redução significativa com o custo de geração de energia, ocorra a mudança da cor da

bandeira de vermelha para amarela, que seria a indicação de condições menos custosas de geração para condições menos favoráveis de geração;

b) O patamar de valores para bandeira vermelha permaneça como está atualmente , a fim de evitar um

déficit ainda maior, onde parte dos custos não cobertos pela Conta Centralizadora de Recursos da Bandeira Tarifária - CCRBT são arcados pelo caixa das distribuidoras, comprometendo seus planos

de investimento e a capacidade de honrar seus compromissos financeiros.

CEMIG

CONTA CENTRALIZADORA DEFICITÁRIA – A CEMIG entende que não se mostra adequada a alteração na

precificação das Bandeiras Tarifárias uma vez que a conta centralizadora das Bandeiras Tarifárias está altamente deficitária. A própria nota técnica nº212/2015 SGT/ANEEL, em seu item III.1.6, reconhece um déficit de R$1,25 bilhão no período de janeiro a junho deste ano. Dessa forma, para que o mecanismo de

Bandeiras Tarifárias cumpra com os objetivos que justificaram sua criação, é necessário que os valores arrecadados via bandeira sejam suficientes para cobrir todos os custos elencados anteriormente, além da amortização de eventuais déficits que venham a ocorrer na conta centralizadora. Ademais, faz parte das

regras do sistema de bandeiras, que se o Custo Variável Unitário da última usina despachada estiver abaixo das faixas determinadas na Resolução homologatória ANEEL nº 1.859/2015, que sejam alteradas as cores da bandeira vigente, beneficiando de forma imediata os consumidores d e energia. Destacamos também que,

desde meados de 2014, as distribuidoras estão suportando o atraso dos repasses de recurso da CDE, que cobrem diversos subsídios concedidos pela legislação setorial. Assim, o comprometimento do fluxo de caixa

das distribuidoras não se restringe somente ao déficit da Conta Bandeiras, mas é majorado pela CVA e pelo

Page 16: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 16 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

atraso nos repasses das subvenções da CDE. Nestes termos, a manutenção dos atuais valores é de extrema importância para que as distribuidoras possam saldar seus compromissos financeiros, promovendo alívio na

pressão sobre o seu caixa e garantindo a preservação do equilíbrio econômico -financeiro assegurado no contrato de concessão. Cabe ressaltar também, que é claramente perceptível nas análises gráficas apresentadas na citada nota técnica, principalmente nas figuras 6 e 7, que a maioria dos cenários simulados

apresentam tendência de impacto negativo na conta das Bandeiras tarifárias o que poderia agravar o quadro atual.

(...)

ALTA VOLATILIDADE DOS CUSTOS COBERTOS PELO SISTEMA DE BANDEIRAS – É fato inconteste que aqueles custos adicionais a serem cobertos pelas Bandeiras Tarifárias estão intrinsicamente ligados a incertezas futuras. Estas incertezas decorrem da falta de previsibilidade acerca do comportamento futuro de

variáveis como o nível de afluências dos reservatórios e a evolução da demanda por energia. Dessa forma, o equilíbrio entre a arrecadação de recursos via bandeira tarifária e os custos a serem cobertos por estes

recursos, torna-se muito tênue. Neste sentido, é de se esperar que o montante dos custos a serem cobertos pelo sistema de bandeiras tarifárias apresente certa volatilidade ao longo dos meses, não sendo no entanto, esta volatilidade, uma justificativa para constantes recálculos nos valores das bandei ras.

ENEL

Assim, considerando que:

1. Não há fato novo com relação à Resolução Homologatória nº 1.859, de 27 de fevereiro de 2015, que

justifique a ruptura na regulamentação das bandeiras tarifárias

2. Em 2/3 dos cenários simulados na NT 212 o valor atual da bandeira vermelha é insuficiente para cobrir integralmente os custos

3. Há volatilidade e imprevisibilidade das variáveis de interesse

4. Há ainda delicada situação dos reservatórios

5. O iminente esgotamento financeiro das distribuidoras e o elevado d éficit de caixa no setor de

distribuição

É prematura e arriscada uma redução no valor da bandeira neste instante, uma vez que eventual déficit não

só impactará significativamente o caixa das distribuidoras, como se reverterá em aumentos tarifários futuros.

Por outro lado, adiar esta decisão por alguns meses não trará nenhum dano ao consumidor, uma vez que possíveis superávits desta conta reduzirão o saldo a receber das CVA´s nos reajustes tarifários

subsequentes. Por outro lado, não se confirmando esta melhora, o custo do arrependimento de ter reduzido agora o valor da bandeira será elevado no futuro.

Dessa forma, entende-se como prudente a manutenção dos valores atuais das bandeiras e, caso se verifique,

de fato, que os recursos arrecadados superam os custos de forma significativa e permanente, e tenham sido amortizados os déficits já existentes, então que esta decisão seja revisitada antes do final ano com a segurança regulatória que o tema exige.

ABRADEE

Page 17: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 17 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Além desse déficit da Conta das Bandeiras, parte dos custos com a compra de energia (a diferença entre os valores praticados e os reconhecidos nas tarifas dos demais contratos não cobertos pela CCRBT) é arcado pelo

caixa das distribuidoras e, posteriormente será incorporado nos processos tarifários. Contudo , a magnitude desse

ativo financeiro tem comprometido o plano de investimento das distribuidoras e, em casos mais extremos, a capacidade de honrar seus compromissos financeiros.

Cabe destacar, que desde meados de 2014, as distribuidoras estão suportando o atraso do repasse de recursos da CDE, que cobrem os diversos subsídios concedidos pela legislação setorial. Assim, o comprometimento do

fluxo de caixa das distribuidoras não se restringe somente ao déficit da Conta Bandeiras, mas é majorado pela

CVA e pelos atraso nos repasses das subvenções da CDE que atingem, no momento, R$ 5 bilhões, comprometendo substancialmente a saúde financeira das empresas.

Assim, a combinação do atual passivo da Parcela A (CCRBT e CVA) com a elevada volatilidade de cenários2 apresentados pela própria área técnica da ANEEL resulta num rol de impactos, para o final desse ano, que variam

de um superávit financeiro de R$ 10 bilhões a um déficit de R$ 9 bilhões, conforme pode ser visto na figura 2,

abaixo:

(...)

Desta forma, data a elevada, recomendamos aguardar, pelo menos até o final de setembro, as evoluções do quadro hidrológico, do potencial acordo setorial e da tendência de mercado para uma eventual tomada de decisão

com precisão regulatória adequada. Vale destacar que a atual regulamentação já prevê a revisão das Bandeiras ao final de cada ano, para vigência no ano civil subseqüente.

CEEE-D

Em vista do que foi exposto, a CEEE-D posiciona-se pela manutenção dos valores vigentes definidos por meio da

Resolução Homologatória N°1.857, de 27/02/2015. Entendemos que o momento é inoportuno, considerando que

estamos em meio ao período seco. Além disso, os riscos são muito elevados, considerando que apenas dois dos seis cenários justificam a redução de valor proposto. A volatilidade e difíci l precisão das variáveis utilizadas, além

da omissão de variáveis de grande impacto nos resultados, tornam as conclusões e impactos de tal alteração incertos.

Caso opte-se pela manutenção do valor de bandeira vermelha, além de trazer uma maior garantia pa ra as

distribuidoras quanto a redução do atual déficit existente na conta de bandeiras, caso a conta venha se tornar superavitária, como propõe alguns cenários, não haverá prejuízo ao consumidor, já que o mesmo receberá estes

valores corrigidos para a manutenção da modicidade tarifária. Entretanto, a alteração e conseqüente não realização dos cenários esperados, trarão um risco desnecessário para a concessionária, que pode ver piorado o

seu equilíbrio financeiro, e, especialmente para o consumidor, que terá de arcar com essas diferenças,

futuramente na sua tarifa, pagando além do déficit gerado uma correção monetária sobre este valor.

AES Brasil

Em que pese a decisão do CMSE, entende-se que a redução ora sugerida no valor da bandeira vermelha pela ANEEL ainda é prematura, pois seria mais razoável observar por mais tempo se, de fato, o cenário escolhido é o mais provável. Embora tenha havido chuvas acima da média em algumas regiões no mês de

julho de 2015, a situação hidrológica do sistema ainda não é confortável.

Além disso, conforme consta do item (ix) das conclusões da referida Nota Técnica, “Uma eventual revisão da política de despacho térmico pelo CMSE ou pelo ONS altera completamente o equilíbrio da Conta Bandeiras

e o fluxo de caixa das distribuidoras. Considerando todos os cenários de PLD, com ou sem liminares, uma decisão de elevação do despacho térmico até o final do ano poderá facilmente inverter o saldo da Conta Bandeiras, caso se opte por uma redução dos adicionais das Bandeiras Tarifárias”. Logo, não parece

Page 18: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 18 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

razoável alterar o valor da bandeira vermelha neste momento, pois, caso decida-se por religar as térmicas com CVU acima de R$ 600/MWh, uma nova discussão acerca do patamar da bandeira se faria necessária,

gerando instabilidade no fluxo de caixa das distribuidoras e também para os consumidores, que também seriam afetados. Isso provocaria uma situação de se reduzir o patamar da bandeira em um determinado mês e aumentálo logo em seguida em um curto período de tempo, o que não é desejável.

Vale ressaltar que apesar da Revisão Extraordinária e da adequação das Bandeiras Tarifárias ocorridas em março de 2015, as Distribuidoras ainda estão em fase de recuperação de seu fluxo financeiro, o qual continua sofrendo forte pressão de caixa em função dos custos elevados com compra de energia, encargos,

componentes financeiros e do repasse ainda deficitário das bandeiras.

Cabe destacar que atualmente a Conta Bandeiras está deficitária em cerca de R$ 1,25 bilhão, considerando o período de janeiro a junho de 2015. Ou seja, este valor pode estar subestimado, caso as competências de

julho e agosto de 2015 sejam deficitárias.

Por fim, recentemente o Governo editou a Medida Provisória nº 688/15, a qual permitirá a repactuação do risco hidrológico assumido pelos geradores hidrelétricos. Ainda que a ANEEL vá discutir este tema com mais

profundidade em audiência pública específica, entende-se que a tendência é que poderá haver impactos para a Conta Bandeiras, de modo que este fato não foi avaliado nos cenários simulados.

Diante do exposto, em virtude dos elevados riscos envolvidos, os quais geram incertezas quanto à realização dos cenários propostos, solicita-se que o valor da bandeira vermelha seja mantido no atual patamar de R$ 55/MWh.

Conselho de Consumidores de Energia Elétrica do Estado de Mato Grosso- CONCEL/MT.

O CONCEL/MT entende que o consumidor encontra-se maduro o suficiente para compreender que ações políticas têm dominado as decisões recentes do regulador e que discussões no afogadilho da hora

comprometem a estabilidade regulatória.

O entendimento é que a regra original – com discussão apenas em dezembro – deve ser mantida até para se ter o reflexo real do direcionamento dado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico com relação ao

desligamento das térmicas.

Entretanto, caso não seja esse o posicionamento da Agência, o CONCEL /MT entende que ao menos o

período de validade dessa nova discussão seja de 1 ano.

Resposta da SGT/ANEEL

Aceita. No momento temos diversas variáveis sujeitas a indefinição, tais como a ade são ao acordo setorial

definido na Medida Provisória nº 688/2015, o consumo de energia que de fato se realizará, bem como as condições hidrológicas e o nível dos reservatórios. Somando tudo isso, temos ainda o atual saldo negativo da Conta Bandeira e as liminares relativas à entrada em operação de usinas.

Quanto às liminares, ressalta-se que seus efeitos, dada a crescente judicialização do setor de energia elétrica, podem gerar impactos relevantes sobre os custos de geração de energia e consequentemente so bre o resultado da Conta Bandeiras. Em especial, pode-se citar a recente decisão, proferida em 18 de agosto de

2015, relativa à liminar interposta pelo consórcio Energia Sustentável do Brasil S/A sobre o cronograma de execução da obra da Usina Hidroelétrica de Jirau. A decisão conclui que a ANEEL e CCEE mitigaram o atraso apurado pelo perito, descontando do cronograma do empreendedor o tempo de antecipação da

geração anterior aos atos de vandalismo, fixando em apenas 41 dias e não 535 dias. Entretanto, conforme decisão proferida, o parecer de força executória estabeleceu de forma equivocada os parâmetros para o

Page 19: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 19 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

cumprimento da decisão judicial vigente porque, na interpretação da sentença pela ANEEL, foi adotado como referencial o cronograma interno do empreendedor, quando o correto seria a partir da data definida no

contrato de concessão. Conforme simulações realizada pela CCEE, o efeito da recente decisão quanto à liminar de Jirau poderá resultar em um valor de aproximadamente R$ 3,4 bilhões a serem pagos pel as distribuidoras conectadas no Sistema Interligado Nacional – SIN.

Todos esses itens relacionados levam à área técnica a concordar com as contribuições de que o adicional da bandeira tarifária deva ser revisto somente futuramente, quando estiverem disponíveis mais elementos que garantam que uma eventual redução não produza desequilíbrio na Conta Bandeiras.

Por outro lado, ainda que as condições futuras de custos e as premissas dos cenários de simulação fossem conhecidas, o que permitiria a revisão do adicional com maior segurança – o que não se observa na prática – foram recebidas diversas contribuições solicitando que o mesmo seja mantido até o final do ano tendo em

vista a segurança regulatória. A área técnica compartilha do entendimento de que devam ser mantidas as regras definidas nos atos administrativos da ANEEL, devendo os adicionais de b andeiras tarifárias serem revisitados anualmente, ou somente quando de eventos notadamente extraordinários, para que haja

previsibilidade e sinalização regulatória concreta à sociedade.

Consumidor Rogerio Gonçalves Tavares

Sou Engenheiro Eletricista e venho acompanhando a criação das bandeiras tarifárias, sua finalidade e o ano em que ela entraria em vigor.

Se com a criação das 3 bandeiras: verde, amarela e vermelha, a intenção era a retratar a produção de

energia (mais cara - vermelha - todas termoelétricas em funcionamento), e verde (mais barata - nenhuma termoelétricas em funcionamento) e uma intermediária (a amarela - funcionamento parcial das TE's), sinceramente não entendi este "desconto" da bendeira vermelha. parece que só existem as duas - vermelha e

verde.

Se as TE's foram parcialmente desativadas, que a ANEEL sinalize com bandeira AMARELA.

Ou, se a variação for grande, façam uma graduação intermediária entre a verde e a amarela e outra entre a

amarela e a vermelha, MAS NÃO ALTEREM OS VALORES NEM DA VERDE NEM DA VERMELHA (apenas os Reajustes tarifários das distribuidoras, que já ocorriam), ficaria, por exemplo, com 5 bandeiras:

Ex.:

VERMELHA - fica igual ao que está (nos preços)

LARANJA - preço INTERMEDIÁRIO entre a da VERMELHA e da AMARELA

AMARELA - fica igual ao que está (nos preços)

AZUL - preço INTERMEDIÁRIO entre a da AMARELA e da VERDE

VERDE - fica igual ao que está (nos preços)

E, daí, só se altera a cor da bandeira, sem falar: "desconto do valor da bandeira tal ...", pois o desconto está implícito na "cor" da bandeira tarifária (se altera a bandeira, se altera o valor)

Resposta da SGT/ANEEL

Page 20: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 20 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Parcialmente aceita. A área técnica compartilha o entendimento de que o adicional da bandeira vermelha não deve ser alterado. Em relação à criação de novas faixas de acionamento, entende-se que a contribuição

poderá ser estudada no âmbito de audiência pública que deverá tratar de aperfeiçoamentos no sistema das bandeiras, bem como propor os adicionais para o ano de 2016.

ENEL

Embora os reservatórios tenham apresentado uma importante evolução desde o início do ano, a situação ainda requer atenção especial, principalmente no nordeste. Vale frisar que a queda no consumo de energia verificada no Brasil nos últimos meses foi um dos principais fatores que contribuíram para esta recuperação

dos reservatórios e, o realismo tarifário praticado até então, por seu turno, foi um dos indutores desta retração no mercado de energia elétrica. Por este motivo, reduzir neste instante o valor da bandeira vermelha, e consequentemente a tarifa percebida pelo consumidor final, dará justamente o sinal o oposto, levando o

consumidor a retomar seu consumo de energia.

Resposta da SGT/ANEEL

Parcialmente aceita. O sistema de bandeiras tarifárias foi criado para sinalizar o consumidor os custos de

geração de energia. No momento temos diversas variáveis sujeitas a indefinição, tais como a adesão ao acordo setorial definido na Medida Provisória nº 688/2015, o consumo de energia que de fato se realizará,

bem como as condições hidrológicas e o nível dos reservatórios. Somando tudo isso, temos ainda o atual saldo negativo da Conta Bandeira e as liminares relativas à entrada em operação de usinas. Assim, a área técnica recomenda a manutenção do adicional da bandeira vermelha, pois cenário atual não fornece

elementos para que seja dada ao consumidor uma sinalização de redução dos custos de geração com segurança suficiente para que não haja rebatimentos futuros.

CEMIG

COMPROMETIMENTO DA ESTABILIDADE REGULATÓRIA – Não restam dúvidas que os valores das bandeiras tarifárias definidos pela Resolução Homologatória ANEEL 1.859/2015 foram obtidos a partir de estudos técnicos, devidamente embasados pelo Regulador, que pressupunha um horizonte de vigência de 12

meses para estes valores. Dessa maneira, dado que apenas 6 meses se passaram desde a publicação da referida resolução, qualquer alteração dos valores estabelecidos poderia sinalizar uma carência de robustez

teórica do mecanismo de bandeiras, comprometendo- se assim, a estabilidade regulatória do modelo setorial.

ENEL

Assim, entende-se que a decisão do CMSE, isoladamente, não deveria provocar uma ruptura na regulamentação atual das bandeiras tarifárias com o recálculo do valor da bandeira vermelha.

CEEE-D

Em economia, risco está associado a estabilidade de regras, sendo estas variáveis inversamente

proporcionais. Ou seja, quanto maior a estabilidade, menor o risco de um negócio. As agências regulatórias possuem, portanto, uma função importantíssima para a economia, qual seja, garantir a estabilidade de regras claras, definidas pelo poder concedente. Sobre isso, Luiz Guilherme Schymura, diretor do Instituto Brasileiro

de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), comentou: “regras claras e estáveis são fundamentais para o investidor”. Tais afirmações são pertinentes ao considerar a alteração dos valores definidos para as Bandeiras Tarifárias.

As Bandeiras Tarifárias, objeto desta Audiência Pública, tiveram iniciada a sua aplicação a partir de 01 de janeiro de 2015 segundo metodologia definida no Submódulo 7.1 do Proret determinando os valores a serem

Page 21: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 21 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

adicionados a TE (15,00 R$/MWh quando da vigência da Bandeira Amarela e 30,00 R$/MWh quando da vigência da bandeira vermelha). Tal decisão foi tomada após dois anos de testes (2013 e 2014). Em 27 de

fevereiro de 2015 através da REH 1.859 foi definido o critério de acionamento e os novos valores serem aplicados a partir de 02 de Março. Fixou-se 25,00 R$/MWh quando da vigência da Bandeira Amarela e 55,00 R$/MWh quando da vigência da bandeira vermelha, a fim de contemplar todos os custos de geração que

variam conforme o cenário hidrológico. Na AP 053/2015 a ANEEL propõe uma redução do valor da bandeira vermelha para 45,00 R$/MWh entre setembro e dezembro de 2015.

Isto posto, demonstra-se primeiramente uma instabilidade da regra definida, já que seria a terceira

metodologia aplicada em menos de um ano de vigência das bandeiras:

• Os primeiros valores para bandeiras tarifárias vigoraram dois meses, após terem sido testados por dois anos;

• Os valores vigentes, neste caso seriam por seis meses;

• Os novos valores propostos vigorariam por quatro meses.

Para o consumidor, essas sucessivas alterações dificultariam sua compreensão podendo levá-lo a

desacreditar a metodologia das bandeiras tarifárias. Ainda que nesse momento a redução do valor da bandeira vermelha pareça ser em benefício ao consumidor, que reduziu seu consumo desde a aplicação dos

novos valores das bandeiras (combinado também pelo impacto da RTE2015 sobre as tarifas), tais alterações indicam ao consumidor que a cada fato novo que surja, no volátil mercado de energia, considerando as inúmeras variáveis que o afetam, o adicional das bandeiras será alterado. Para um cenário de geração de

energia mais favorável, a metodologia prevê a aplicação da bandeira amarela, não alterações sucessivas no valor da bandeira vigente. Entretanto, mesmo com o cenário vigente mais favorável à geração e com o desligamento de cerca de 2 mil MW médios oriundos de termelétricas de alto custo, não há segurança

necessária para a aplicação da Bandeira Tarifária Amarela.

Para as concessionárias cria-se também um cenário de incerteza já que a partir da definição das regras, cada empresa procurara estimar seu fluxo de caixa, faturamento com bandeiras e seus impactos nos processos

tarifários, além do que exigirá uma nova adequação, onerosa, nos sistemas de faturamento das distribuidoras.

Conclui-se que pelo critério da estabilidade de Regras é essencial que a atual metodologia de precificação das bandeiras tarifárias seja mantida. Uma alteração da mesma prejudicaria a percepção do consumidor quanto à metodologia, bem como prejudicaria a concessionária, tanto do ponto de vista de alteração do

sistema comercial como da projeção financeira anual.

Conselho de Consumidores da Bandeirante Energia S.A

No entendimento do ConBand as recentes mudanças no sistema de Bandeiras Tarifárias aumentam

significativamente o risco regulatório no país, gerando incertezas para todos os agentes envolvidos.

Não há segurança de que uma eventual redução hoje não seja revertida em dezembro, o que só reforça a politização de um ambiente eminentemente técnico.

Os ganhos efetivos, caso sejam mantidos os números noticiados, serão muito pequenos em face do risco regulatório – a redução na tarifa vigente para a classe residencial seria de 2% (reduzindo dos atuais R$ 55,00/MWh para R$ 45,00/MWh).

Resposta SGT/ANEEL

Page 22: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 22 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Aceita. No momento temos diversas variáveis sujeitas a indefinição, tais como a adesão ao acordo setorial definido na Medida Provisória nº 688/2015, o consumo de e nergia que de fato se realizará, bem como as

condições hidrológicas e o nível dos reservatórios. Somando tudo isso, temos ainda o atual saldo negativo da Conta Bandeira e as liminares relativas à entrada em operação de usinas.

Quanto às liminares, ressalta-se que seus efeitos, dada a crescente judicialização do setor de energia

elétrica, podem gerar impactos relevantes sobre os custos de geração de energia e consequentemente sobre o resultado da Conta Bandeiras. Em especial, pode-se citar a recente decisão, proferida em 18 de agosto de 2015, relativa à liminar interposta pelo consórcio Energia Sustentável do Brasil S/A sobre o cronograma de

execução da obra da Usina Hidroelétrica de Jirau. A decisão conclui que a ANEEL e CCEE mitigaram o atraso apurado pelo perito, descontando do cronograma do empreendedor o tempo de antecipação da geração anterior aos atos de vandalismo, fixando em apenas 41 dias e não 535 dias. Entretanto, conforme

decisão proferida, o parecer de força executória estabeleceu de forma equiv ocada os parâmetros para o cumprimento da decisão judicial vigente porque, na interpretação da sentença pela ANEEL, foi adotado como referencial o cronograma interno do empreendedor, quando o correto seria a partir da data definida no

contrato de concessão. Conforme simulações realizada pela CCEE, o efeito da recente decisão quanto à liminar de Jirau poderá resultar em um valor de aproximadamente R$ 3,4 bilhões a serem pagos pelas

distribuidoras conectadas no Sistema Interligado Nacional – SIN.

Todos esses itens relacionados levam à área técnica a concordar com as contribuições de que o adicional da bandeira tarifária deva ser revisto somente futuramente, quando estiverem disponíveis mais elementos que

garantam que uma eventual redução não produza desequilíbrio na Conta Bandeiras.

Por outro lado, a área técnica também compartilha do entendimento de que devam ser mantidas as regras definidas nos atos administrativos da ANEEL, dando assim uma maior segurança e estabilidade regulatória.

Os adicionais de bandeiras tarifárias devem ser revisitados anualmente, ou somente quando de eventos notadamente extraordinários, para que haja previsibilidade e sinalização regulatória concreta à sociedade.

CEEE-D

No item 7 do Submódulo 6.8 do PRORET, que entrou em vigência em 02/03/2015, determina-se: “A ANEEL fixará em Resolução Homologatória específica os valores das Bandeiras Tarifárias Amarela e Vermelha, bem

como as faixas de acionamento, para cada ano civil [grifo nosso], a partir da previsão dos custos relativos à geração de energia por fonte termelétrica e exposições ao mercado de curto prazo que afetem os agentes de distribuição”. O valor das Bandeiras Tarifárias para o ano civil de 2015 já foi definido pela Agência por meio

da Resolução Homologatória N°1.857, de 27/02/2015. Sendo assim, esta nova alteração no valor da Bandeira Vermelha afronta diretamente o estabelecido no PRORET, que tem caráter normativo.

Grupo CPFL Energia

Em que pese o entendimento do Grupo CPFL Energia sobre a necessidade de monitoramento das receitas e custos cobertos pelo sistema de Bandeiras Tarifárias, e conseguinte redimensionamento deste em acordo com a

evolução do saldo da CCRBT, observa-se que pelo atual arcabouço regulatório, definido pelo Decreto nº 8.401/2015, não permite mais que uma revisão anual dos valores das Bandeiras Tarifárias .

Adicionalmente, a fim de conferir estabilidade e segurança regulatória ao sistema de Bandeiras Tarifárias, torna-se

prudente que o mesmo não seja revisto para o ano de 2015. Ainda assim, caso a ANEEL entenda necessário atualizar os valores das Bandeiras Tarifárias ao longo dos anos civis, será indispensável rever a legislação

superveniente, bem como definição de periodicidade adequada para tal atualização.

(...)

Page 23: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 23 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

O Decreto 8401/15 prevê:

“Art. 2º As bandeiras tarifárias serão homologadas pela ANEEL, a cada ano civil, considerada a

previsão das variações relativas aos custos de geração por fonte termelétrica e à exposição aos preços de liquidação no mercado de curto prazo que afetem os agentes de distribuição de energia elétrica conectados ao Sistema Interligado Nacional – SIN.” (grifo nosso)

Ou seja, o Decreto expressamente prevê que as bandeiras tarifárias serão homologadas anualmente, não

podendo haver qualquer alteração pela ANEEL em prazo inferior ao previsto no dispositivo legal, sob pena de ferir de forma flagrante o princípio da legalidade.

A respeito do assunto, merece destaque a oportuna lição do Professor CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE

MELLO:

(...)

Mas o princípio da legalidade inserido no art. 5°, II, da CF, determina ao Agente Regulador estabelecer sua

decisão dentro dos limites traçados pe la lei ou decreto, o que equivale dizer que a aplicação da norma ao caso concreto deve configurar como uma decisão vinculada. É como ensina MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO:

(...)

Ainda que este ponto fosse uma barreira transponível, o que obviamente não é, a alteração das bandeiras no

atual cenário, ofende ao direito das distribuidoras ao equilíbrio econômico -financeiro, previsto no artigo 37, caput, inciso XXI, da Constituição Federal:

(...)

O direito ao reequilíbrio também tem sede legal, no artigo 65, inc iso II, alínea “d”, da Lei n. 8.666/93, o qual evidencia que “a manutenção do equilíbrio econômico -financeiro inicial do contrato” deve ser assegurada nos “contratos regidos por [aquela] Lei”:

(...)

Não se pode perder de vista ainda que a Lei de concessões (8987/95) também prevê o direito do concessionário de seu equilíbrio econômico ser amparado pelas tarifas:

(...)

Cumpre ter em perspectiva, ainda, que, na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, os princípios da boa-fé e da proteção da confiança são aplicados às mais diversas questões de direito público. Para ilustrar a

posição do Tribunal, vale destacar trechos das ementas (i) do RE 601.914 AgR/DF, em que se enfatiza a necessidade de o cidadão de boa-fé ser amparado contra comportamentos estatais que possam causar

prejuízo ou surpresa, e (ii) do MS 22.357/DF, em que se consigna o princípio da confiança como elemento do princípio da segurança jurídica e manifestação de ética jurídica:

(...)

Nesses termos, esta medida afronta os princípios da legalidade, segurança jurídica, da boa-fé, da confiança, da cooperação, da lealdade e da não surpresa os atos estatais. E ao assim proceder, a ANEEL descumpre o processo de preservação das tarifas pelo mecanismo legal e contratual assegurados ao concessionário.

Page 24: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 24 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Reposta da SGT/ANEEL

Não considerada. Dado que se trata de contribuição de cunho legal, a mesma não foi analisada pela

SGT/ANEEL.

EDP

TEXTO/INSTITUIÇÃO

Foram atualizados a premissas de custo da Compra de Energia.

No caso da Sobrecontratação, considerou-se como preço médio o preço fiscalizado na CVAenergia das distribuidoras com Reajuste ou Revisão Tarifária em agosto de 2015. Nelas, foi o último mês verificado (abril

de 2015), resultando no preço médio de R$ XX/ MWh.

JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO

Há uma grande distância do custo de Sobrecontratação que a ANEEL irá observar em 2016 com os dados

realizados de 2015 e a premissa de preço médio da Sobrecontratação (PMIX de 2014) da presente Audiência Pública, de R$ 159 / MWh. O preço médio de compra de energia têm se mos trado na ordem de R$ 205 / MWh, seguindo a alta do dólar para pagamento de Itaipu, maiores custos de térmicas e redução da

quantidade de energia de projetos estruturantes.

TEXTO/INSTITUIÇÃO

A cobertura tarifária para as distribuidoras foi atualizada considerando os reajustes tarifários ocorridos no ano de 2015. Até o presente momento, a maioria das distribuidoras já passaram por reajustes tarifários em 2015, cujo PLD era inferior em alguns meses a R$ 200 / MWh.

JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO

Nos últimos meses, há uma redução do PLD projetado pelo ONS para cálculo dos reajustes tarifários, de modo que a cobertura tarifária tem média inferior a R$ 200 / MWh. De fato, as distribuidoras com reajuste em

agosto de 2015 tiveram PLD projetado de R$ 165/MWh na média. Isso aumenta o déficit entre o custo ora projetado e a cobertura tarifária para cálculo da Bandeira Tarifária.

TEXTO/INSTITUIÇÃO

26. A figura a seguir apresenta a relação entre a exposição involuntária das distribuidoras e o PLD, considerando uma estimativa de redução de 2,4% do mercado comparado ao mesmo período do ano

anterior.

JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO

No PMO de agosto de 2015, o ONS estimou uma redução de 2,4% para os meses de julho a dezembro de

2015 em relação ao mesmo período de 2014. Essa redução está e m linha com a redução de 2,4% observada no segundo trimestre de 2015.

TEXTO/INSTITUIÇÃO

Page 25: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 25 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

27. Adicionalmente, a quantidade de energia associada à usina de Itaipu foi reduzida pelas Perdas da Rede Básica e pelas Perdas internas da usina, no percentual de 5,53%, conforme tratamento dado pelas Regras de

Comercialização.

JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO

Da energia informada na Resolução Homologatória de Itaipu, devem ser descontadas as Perdas Internas e

de Rede Básica, tal como o PRORET 3.3 faz para cálculo do custo de compra de energia em DRP.

TEXTO/INSTITUIÇÃO

28. As reduções contratuais de CCEARs foram atualizadas para aquelas verificadas nas contabilizações da

CCEE consideradas nos cálculos mensais da Conta Centralizadora de Recursos das Bandeiras Tarifárias.

JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO

Os meses mais recentes dão conta de uma redução contratual por meio de MAC (Mecanismo Auxiliar de

cálculo) de 2.240 MWm, ao invés dos 1.730 MWm considerados na atual Audiência Pública.

TEXTO/INSTITUIÇÃO

29. As Cotas de Garantia Física e Potência da Chesf foram reduzidas em função da MP 677/2015, de forma

que foram atualizadas na atual projeção de exposição ao mercado de curto prazo.

JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO

A MP 677 retirou parte das Cotas de Garantia Física e Potência da Chesf que eram destinadas ao mercado cativo, de forma que não formam mais lastro de compra de energia das distribuidoras para o 2º semestre de 2015.

ELEKTRO

A seguir discorremos sobre os pontos que, a nosso ver, precisariam ser observados.

Risco Hidrológico

A publicação da Medida Provisória 688, em 18/08/2015, determina condições de repactuação do risco hidrológico das geradoras, sendo que a exposição a esse risco, para os agentes que entrem no acordo, passa a ser arcado pela Conta Centralizadora dos Recursos das Bandeiras Tarifárias. Apesar do prêmio a ser

pago pelos geradores como contrapartida à repactuação, há a tendência de se aumentar a pressão sobre os gastos dessa Conta. Como a publicação de tal MP é posterior à abertura da presente Audiência Pública,

entendemos ser prudente revisitar os cálculos de forma a contemplar uma eventual adesão maciça dos geradores. Alternativamente, tendo em vista as incertezas sobre quais agentes irão aderir e quais não irão, entendemos ser prudente aguardar a diminuição dessas incertezas para se prosseguir com análises sobre

uma eventual redução do valor do adicional das bandeiras.

Exposição Involuntária

Quanto a esse item, a NT 212/2015-SGT/ANEEL afirma que o grupo de distribuidoras está sobrecontratada,

sendo o seu efeito o de reduzir a necessidade de recursos das bandeiras, para valores de PLD superiores ao PMIX.

Page 26: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 26 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Ocorre que não estão sendo consideradas nas simulações a potencial redução nas cotas de garantia física associadas em decorrência da Portaria MME 384/2015. Nesse contexto, existe a possibilidade de que as

cotas das hidrelétricas que serão objeto do Leilão de Contratação de Concessões, que já estão alocadas integralmente às distribuidoras, sejam reduzidas a somente 70% da garantia física.

Além disso, não está sendo considerado o efeito de liminares de usinas em decorrência de atrasos de

cronograma, cujos efeitos são alocados às distribuidoras via Mecanismo Auxiliar de Cálculo, mas que têm o efeito prático de uma redução de lastro.

Essas situações contribuem para a percepção de que esses custos foram subestimados (ou as reduções de

custos, superestimadas) nas simulações realizadas e entendemos ser prudente a sua revisão.

Energia de Reserva

A MP 688/2015 também prevê a possibilidade de repactuação do risco hidrológico referente à parcela do

lastro das hidrelétricas não comprometida com contratos no ACR. Nesses casos, a neutralização desse risco será feita através da CONER, o que faz com que as premissas adotadas para a simulação dessa rubrica na NT 212/2015-SGT/ANEEL necessitem também ser revisitadas à luz do novo cenário.

CEEE-D

As variáveis desconsideradas na elaboração dos cenários podem alterar significativamente as conclusões

quanto à alteração no valor da Bandeira Vermelha. Tal risco foi reconhecido na Nota Técnica e no voto do Relator:

i. Item 39, tópico III, da Nota Técnica nº 212/2015-SGT/ANEEL: “Outras variáveis podem afetar o

resultado de maneira importante, como o comportamento da demanda, o GSF e uma eventual decisão de retirar cotas dos consumidores cativos. Esses impactos não foram simulados;”

ii. Item 27, da Nota Técnica nº 212/2015-SGT/ANEEL: “Não foi simulado nenhum cenário em que

parte das cotas de energia renovada deixaram de ser alocadas às distribuidoras no segundo semestre de 2015. Também não foram simuladas variações da carga em razão, por exemplo, de temperaturas atípicas.”

Salientamos a omissão do Efeito do GSF de maio, que será computado na CVA Energia das Distribuidoras. Adicionalmente a este fato, não foram considerados valores de GSF de julho e agosto que, mantida a

proporção, podem gerar mais de R$ 700 milhões de passivo na conta de bandeiras caso as geradoras não aceitem as condições propostas na Nota Técnica nº 146/2015–SRM/SRG/ANEEL. Fica evidente pela Nota Técnica e pela memória de cálculo disponibilizada que apenas o passivo não pago até junho foi considerado

dentre as variáveis, desconsiderando-se possíveis déficits posteriores até a aplicação do novo valor de bandeiras proposto.

Quanto às variações da carga e do mercado, citados no item 27 (destacado acima), há alguns pontos de

atenção que prejudicam a análise dos cenários apresentados. Para 2015 está sendo considerada uma estimativa de redução de 4% do mercado cativo quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Tal percentual de queda não está alinhado com a previsão da EPE para o consumo de energia em 2015. Na

resenha mensal de mercado de energia elétrica de junho/2015, os analistas da EPE revisaram para baixo o consumo de eletricidade total no país, indicando retração de 1,6% em relação ao ano de 2014. Levando em consideração que, sistematicamente, o mercado cativo apresentou percentuais de variação superiores ao

mercado livre em 2015, é possível que a queda em relação a 2014 do consumo cativo não chegue a 1,6%. Assim, parece-nos que a previsão de consumo cativo utilizada na NT n°212/2015 está subestimada.

Além disso, considerando a elasticidade-preço do consumo (evidenciada entre março e julho de 2015 pelo comportamento do consumidor frente a elevação das tarifas e aumento dos valores das bandeiras) e o

Page 27: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 27 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

possível efeito psicológico resultante de uma queda no valor da bandeira vermelha, não seria inesperado um aumento do consumo no último trimestre de 2015. O desligamento das 21 térmicas com CVU acima de

R$600/MWh foi possível dada a forte redução do consumo nacional, além do cenário hidrológico favorável. Assim, caso o consumo volte a crescer e o cenário hidrológico esperado não se confirme nesses primeiros meses a probabilidade de realização de um dos quatro cenários deficitários para os valores corrente s de

bandeira vermelha aumentará.

Devido aos problemas elencados nas variáveis, na análise dos cenários se evidencia a falta de robustez da metodologia, em vista das muitas variáveis de grande sensibilidade e dependência a situações exógenas ao

modelo. Apenas os cenários 1 e 4 apresentam resultados que satisfatórios e coerentes a uma redução no valor da Bandeira Vermelha, porém com grande incerteza quanto a sua ocorrência. Não se concretizando um desses dois cenários, manter-se-ia o déficit na conta de bandeiras, e, ainda tal passivo será pago pelo

consumidor no próximo processo tarifário, trazendo em seu bojo um aumento tarifário futuro em decorrência de uma redução momentânea de frágil sustentação, considerando que todo passivo será repassado ao consumidor acrescido da correção pela SELIC, atualmente em 14,25%a.a. Cabe destacar que a redução do

valor de bandeira vermelha representa um sinal para o consumidor reajustar seu nível de consumo, o que em breve poderá ser novamente alterado pela revisão dos valores das bandeiras para 2016. Essas constantes

alterações nos valores dificultam a evolução do aprendizado quanto ao uso racional de energia proposto pelo sistema de bandeiras tarifárias.

Grupo CPFL Energia

Em que pese o entendimento do Grupo CPFL Energia quanto à ilegalidade da atualização dos valores das Bandeiras Tarifárias para o último quadrimestre de 2015, a partir do arquivo de memória de cálculo, considerado no estudo da Nota Técnica nº 212/2015-SGT/ANEEL, diversas análises foram realizadas.

A proposta do Grupo CPFL Energia, caso a legislação seja alterada, é que a Agência reveja as premissas utilizadas no cálculo dos custos que devem ser cobertos pelas Bandeiras Tarifárias nos quatro últimos meses do ano. A análise da memória de cálculo disponibilizada revelou que os pontos a seguir carecem de

atualização de dados ou aprimoramento na análise, para que a mesma possa subsidiar a decisão do regulador com a maior assertividade possível.

PMO de agosto (números mais atuais);

a ser coberto pelas bandeiras;

de liminares das UHEs Teles Pires e Belo Monte;

Sistema, devido ao despacho por Segurança Energética;

involuntárias;

É necessário ressaltar que os itens “Exposição de Itaipu e CCGFs” e “Exposição ao mercado de curto praz o decorrente de liminares das UHEs Teles Pires e Belo Monte”, apesar de não serem considerados pela

ANEEL, compõe parte da insuficiência de R$ 1,25 bilhões de recursos das Bandeiras Tarifárias até o mês de junho/15. Portanto, é imprescindível que sejam considerados.

(...)

Page 28: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 28 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Dada sua a importância financeira, o Grupo CPFL acompanha e projeta a cobertura das Bandeiras Tarifárias mensalmente, considerando premissas de mercado, energéticas e regulatórias aderentes ao atual estado do

setor.

A atualização mais recente deste acompanhamento prevê uma falta de cobertura da ordem de R$ 0,3 Bilhões para o ano de 2015, valor que considera mantida a tarifa da Bandeira Vermelha de R$ 55/MWh e a limitação

do despacho termelétrico com Custo Variável Unitário – CVU menor que R$ 600/MWh até o final do ano.

Ao se aplicar o valor proposto no Voto desta AP, de R$ 45/MWh para a Bandeira Vermelha a partir de Setembro de 2015, as análises do Grupo CPFL indicam que a receita tende a ser insuficiente para a

cobertura do custo anual, que atualmente já se encontra em R$ 1,25 Bilhões até Junho de 2015. Por mais que o valor proposto pela Agência seja aderente para a cobertura dos custos de Julho a Dezembro, a falta de cobertura anual se manteria no nível atual.

Nesta projeção, a CPFL entende que para garantir o atendimento dos itens cobertos pela bandeira, a tarifa deveria sofrer um reajuste de R$ 2,94/MWh, passando a ser de R$ 57,94 /MWh em Setembro de 2015. O Gráfico 1 apresenta a projeção de déficit de cobertura pelas bandeiras considerando três cenários de tarifa da

Bandeira Vermelha a partir de set/2015.

(...)

O assunto desta AP já foi discutido por esta agência e a sociedade no âmbito da Audiência Pública nº 06/2015, quando a contribuição do Grupo CPFL identificou uma necessidade da tarifa vermelha ser de R$ 68/MWh, a fim de se atender os custos projetados à época.

Esta necessidade se viu reduzida nos últimos meses devido à drástica queda de carga que foi observada no início do segundo semestre de 2015, que aliviou a subcontratação das distribuidoras, chegando até a inverter a posição contratual de algumas delas.

As projeções atuais são de que a carga para o segundo semestre apresente uma retração da ordem de 4 a 7% em relação ao mesmo semestre de 2014, valor considerado, inclusive, na memória de cálculo da NT da atual AP.

Esta redução da carga aliada à uma ligeira melhora na hidrologia foram fatos que geraram também uma grande redução no Preço de Liquidação das Diferenças – PLD (expectativa, para o último quadrimestre, de

R$ 175/MWh, frente aos R$ 388/MWh que se projetava para o ano todo), além de possibilitar a recente redução do despacho termelétrico.

Ambas as reduções amenizaram um pouco o déficit no fluxo de caixa das distribuidoras, mas é preciso

ressaltar que ainda existe um passivo significativo ainda não pago na CCRBT e dos elevados custos que continuarão sendo incorridos pelas distribuidoras, não previstos em suas revisões tarifárias, como:

empreendimentos e o montante de contratos que deve ser atendido)

Além de novos custos que surgem, decorrentes de alteração regulatória e da redução de carga e PLD:

Encargo de Energia de Reserva, que até o momento gerava um excedente finance iro aliviando a falta

de recurso das Bandeiras Tarifárias.

Bandeiras Tarifárias.

(...)

Page 29: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 29 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Ao se considerar os fatos apontados neste documento, verifica-se que existem premissas subestimadas e desatualizadas na PLANILHA que baseia a Nota Técnica 212/2015-SGT/ANEEL. As atualizações dessas

premissas são imprescindíveis para a correta estimativa dos custos que deverão ser cobertos pela bandeira tarifária vermelha nos últimos quatro meses do ano.

(...)

A partir dos resultados apresentados no gráfico e tabela acima, conclui-se que a Bandeira Vermelha no nível atual é necessária para garantir o atendimento de todos os seis cenários estudados pela SGT/ANEEL, inclusive considerando o PLD esperado pela Agência de 175 R$/MWh e, portanto, esta deveria ser no mínimo

mantida no atual patamar de R$ 0,055/kWh.

Resposta SGT/ANEEL

Parcialmente aceita. Foram atualizadas as premissas para as simulações do adicional da bandeira verme lha,

dados diferentes cenários. Destacamos aqui as seguintes atualizações: CVU das usinas térmicas e previsão de crescimento de mercado para os meses de julho a dezembro de 2015 (PMO de agosto), tarifa média de cobertura para fins de cálculo dos resultados no MCP e montante de cotas alocadas às distribuidoras de

energia (REH 1.925/2015). Além disso, foram considerados os efeitos da decisão judicial quanto à liminar de Jirau, proferida em 19 de agosto de 2015, que conforme simulações realizadas pela CCEE, po derá resultar

em um valor de aproximadamente R$ 3,4 bilhões a serem pagos pelas distribuidoras conectadas no Sistema Interligado Nacional – SIN.

AES Brasil

De acordo com a memória de cálculo disponibilizada na Audiência Pública, os cálculos que a ANEEL realizou para estimar o custo e receita das bandeiras considera uma simulação mensal das variáveis, e depois tira -se a média dos valores de julho a dezembro (6 meses), sendo que a partir daí estima-se o valor da nova

bandeira.

O passivo não coberto de competências anteriores (de janeiro a junho) de R$ 1,25 bilhão entra como um custo nas simulações. Conforme descrito no item 30 da NT 212, este custo deveria ser considerado nas

simulações no valor de R$ 312,5 milhões mensais. No entanto, verifica-se na referida memória de cálculo que o valor considerado para este item de custo é de R$ 208 milhões por mês, o que provoca um

sobredimensionamento da redução do patamar da bandeira.

Resposta SGT/ANEEL

Já prevista. Nas simulações disponibilizadas na AP 53/2015, foram consideradas as parcelas mensais de R$

312 milhões (setembro a dezembro de 2015) relativas ao déficit acumulado da conta bandeiras até junho de 2015.

Conselho de Consumidores de Energia da Coelba

O parágrafo 39 da mesma Nota Técnica 212 SGT/ANEEL informa que foram efetuadas simulações baseada nas oscilações decorrentes de variações PLD; da política de despacho térmico e de liminares judiciais relativas ao GFS; e dá como exemplo que o CMO médio utilizado na projeção de Bandeiras Tarifárias para

este ano de 2015, foi de aproximadamente R$ 1.000,00/MWh, enquanto que o PLD esperado para o segundo semestre de 2015 é de R$ 148,00/MWh. A questão é a seguinte: Existindo mesmo essa diferença entre o PLD simulado e o PLD esperado, pleiteamos que a diferença seja repassada para os Consumidores, já que

após a MP 579 vem sofrendo com aumentos nas tarifas de energia elétrica;

Page 30: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 30 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Resposta SGT/ANEEL

Aceita. Caso haja redução dos custos de geração resultante de uma redução do PLD, quando comparado ao

estimado, é garantido o seu repasse às tarifas por meio da Conta de Compensação de Variação de Valores de Itens da Parcela A – CVA.

EDP

PRORET 2.2 – Custos Operacionais

Com relação às Bandeiras Tarifárias, é preciso rever o item 56 do PRORET 2.2, que trata da projeção de Receitas de Bandeira Tarifária no período tarifário.

TEXTO/INSTITUIÇÃO

56. A previsão de receitas de bandeiras será baseada em simulação com o modelo Decomp considerando a Função de Custo Futuro – FCF para o Programa Mensal de Operação – PMO do último mês disponível no

processo de Revisão Tarifária Periódica – RTP da empresa, alterando-a quando houver decisão do CMSE de Despacho fora da ordem de mérito.

JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO

As Bandeiras Tarifárias são acionadas com despacho de CVUs maiores que os limites de R$ 200 / MWh (Bandeira Amarela) e R$ 388/ MWh (Bandeira Vermelha) dentro ou fora da ordem de mérito, conforme

Resolução Homologatória 1.859/2015. Desta maneira, ainda que o PLD esteja abaixo do limite de R$ 200 /MWh em determinado mês, a Bandeira Tarifária pode ser Vermelha, como verificado no mês de agosto de 2015. Essa metodologia de cálculo subestima a projeção de custos de Bandeiras Tarifárias para o ano, de

forma que as distribuidoras com revisão no final do ano podem ter todo o ano projetado com Bandeira Verde, apesar da decisão do CMSE estiver executando Bandeiras Vermelhas.

Resposta SGT/ANEEL

Não considerada. Não é objeto da AP 53/2015 o Submódulo 2.2 do PRORET.

Conselho de Consumidores da CEEE-D (representação da Classe Rural) e Conselho de Consumidores da AES Sul

Assim, a contribuição da representação da Classe Rural do CCCEEE-D é:

(A) que mudança no valor da tarifa seja mantida pelo menos até o próximo reajuste tarifário ou revisão

tarifária periódica – dependendo da distribuidora. Portanto, manter o valor até a data-base do contrato.

(B) que a ANEEL relacione no documento final dessa discussão todos aqueles – Leis, Decretos e Despachos – que direcionaram a decisão.

(C) que a ANEEL se comprometa a agir de forma proativa nas discussões que envolvere m mudança de tarifa decorrente de ações políticas, notificando a sociedade sobre essas ações.

Resposta SGT/ANEEL

Parcialmente aceitas. O art. 2º do Decreto nº 8.401/2015, estabelece que as bandeiras tarifárias serão homologadas pela ANEEL, a cada ano civil. Desta forma, a área técnica entende que o adicional da bandeira

Page 31: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 31 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

tarifária vermelha não deva ser alterado. Entende-se que seu valor deve ser revisitando anualmente, ou quando de eventos notadamente extraordinários, para que haja previsibilidade e sinaliz ação regulatória

concreta à sociedade. Quanto a legislação, a conta bandeiras foi criada pelo referido decreto, enquanto que oi sistema de bandeiras e a regulamentação da conta foram aprovadas pela ANEEL pela Resolução Normativa nº 649/2015, a qual aprovou o Submódulo 6.8 dos Procedimentos de Regulação Tarifária – PRORET. Por fim

destacamos que as mudanças metodológicas que envolvam os cálculos de tarifas são sempre precedidas de audiência públicas, para que a sociedade possa ser ouvida e contribuir com o aprimoramento do processo.

SINERGIA CUT/FTIUESP/STIEEC

Se a receita faturada com a aplicação das bandeiras permanece em posse da distribuidora até que seja feito o encontro de contas para o repasse à Conta Bandeiras, caso incida juros sob o montante faturado, o mesmo é calculado e repassado integralmente para a Conta Bandeiras?

Resposta SGT/ANEEL

Não considerada. Não é objeto da AP 53/2015 discutir a apuração dos resultados da conta bandeiras. Entretanto, esclarecemos que a receita faturada pela distribuid ora ao longo de determinado mês é

considerada para fins de apuração da conta, a ser realizada no mês subsequente, quando já estão disponíveis as informações de custos e receitas necessárias para o cálculo, e os pagamentos são realizados

no começo do mês subsequente à apuração. Logo, não incidem juros sobre o montante faturado.

Consumidor Ivan Rosa

Vejo que é extremamente necessário que a coelha, bem como as demais administradoras, especifiquem nas

contas de seus usuários os valores consumidos em cada bande ira. Visto que nos consumidores nao temos como calcular os valores gastos por não sabermos quanto consumimos em cada bandeira, com isso o valor fica obscuro. Ex: foi consumido :

X kWh - na bandeira verde Y kWh - na bandeira amarela N kWh - na bandeira vermelha

Bem como o valor cobrado por kwh em cada bandeira

Resposta SGT/ANEEL

Não considerada. Não é objeto da AP 53/2015 discutir os procedimentos de comerciais de aplicação das bandeiras tarifárias, as quais foram definidas na Resolução Normativa nº 547/2013. Entretanto, destacamos que o art. 4 da referida Resolução estabelece que a distribuidora deve discriminar na fatura os valores

adicionais a serem cobrados quando da aplicação das bandeiras amarela ou vermelha.

SINERGIA CUT/FTIUESP/STIEEC

Propomos abaixo mais duas questões ANEEL e à CCEE sobre a Conta bandeiras para intensificar sua

transparência, são elas:

1. Onde os consumidores podem ter acesso à prestação de contas de todo este processo, (informações gerais e mensais):

stribuidora;

Page 32: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 32 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Conta Bandeiras para cobrir o total do custo – com valores;

2. O voto do diretor relator apresenta a informação sobre passivos não cobertos, que a conta bandeiras está deficitária em aproximadamente R$ 1,25 bilhão, o que explica esta situação?

Resposta SGT/ANEEL

Já prevista. A ANEEL, buscando dar ampla transparência em seus proce ssos, divulga mensalmente os valores relativos à Conta Bandeira em seu site, com o seguinte endereço: www.aneel.gov.br (Informações

Técnicas > Tarifas > Conta Bandeiras).

Conselho de Consumidores de Energia da Coelba

Entendemos que o CMSE ao limitar o despacho das térmicas com CVU até R$ 600/MWh e a retirada das

térmicas mais caras, deve reduzir em 2.660 MW de potência, equivalente a 2.000 MW médio, provocando uma economia até o final do ano da ordem de R$ 5,5 bilhões, está se baseando na estabilidade da demanda que vem responde satisfatoriamente, inclusive com reflexo na redução do consumo, no entanto, essa medida

deve implicar numa redução até o final do ano de aproximadamente R$ 2 bilhões na arrecadação das empresas de distribuição. Quem vai assumir essa conta? Será que vai ser repassada novamente aos

consumidores? Compreendemos que o CMSE ao limitar o despacho das térmicas com CVU até R$ 600/MWh e a retirada das

térmicas mais caras, deva reduzir em 2.660 MW de potência, (equivalente a 2.000 MW médio) e que pode provocar uma economia até o final do ano da ordem de R$ 5,5 bilhões, isto porque está se baseando na estabilidade da demanda que pode responder satisfatoriamente (inclusive com reflexo na redução do

consumo), entretanto, essa medida deve implicar numa redução até o final de 2015 de aproximadamente dois bilhões de reais na arrecadação das empresas de distribuição. Então, quem vai assumir essa conta? Tememos que seja repassada novamente aos consumidores!

Resposta SGT/ANEEL

Não considerada. Não é objeto da AP 53/2015 discutir o repasse de custos e perda de receita decorrente de redução de mercado. Entretanto, esclarecemos que redução de mercado, bem como uma consequente redução nos custos de compra de energia, é refletida nos processos tarifários conforme regras estabelecidas

nos contratos de concessão para a prestação do serviço público de distribuição de energia.

SINERGIA CUT/FTIUESP/STIEEC

Propomos: ciais, implicados por suas propostas regulatórias,

que possuem protagonismo no setor e que necessitam de espaço/canais de comunicação para a discussão e acompanhamento de todos os processos que lhes impactem a vida e a luta histórica.

e comissões para o acompanhamento de suas propostas e reduza a assimetria de

informações com a sociedade e com os trabalhadores;

Page 33: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 33 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Que toda a informação sobre as bandeiras tarifárias esteja disponível no item de observações da conta de energia elétrica (percentual de aumento relativo ao mês vigente e percentual acumulado desde a sua

vigência);

o Acompanhamento dos níveis dos reservatórios e bandeira tarifária para o mês vigente, se possível

incluir dados de previsão futura; o Estudo que contenha o impacto percebido pelos consumidores ao articular a tarifa das distribuidoras à média de consumo/valor adicional das bandeiras tarifárias;

o Acompanhamento da Conta Bandeiras com dados de arrecadação e saldo, arrecadação por distribuidora, custo determinado pelo CMSE mensal por distribuidora e demais informações importantes;

o Que seja disponibilizado o estudo realizado pelo ONS, juntamente com versão comentada didática, para a compreensão dos fundamentos da decisão do CMSE, pelo desligamento das térmicas;

importante subsídio) nos setores produtivos e junto aos consumidores, tendo em vista a crise na qual nos encontramos;

a que as distribuidoras receberam percentuais de reajuste acumulado superiores à inflação, é importante questionar sua contribuição para minimizar os efeitos da crise econômica em nosso país. A reposição dos valores mencionados, devidos às distribuidoras, precisa necessariamente ocorrer de forma

direta/integral sobre a tarifa neste momento? Não existe possibilidade de negociação visando a um pacto conjunto da sociedade para enfrentar a crise?

contratação à luz do vencimento das concessões de distribuição que estão em pauta na Audiência Pública 038/2015 no sentido de acabar com a transferência do risco do empreendimento privado para a sociedade. Energia é serviço essencial, isto é uma questão moral que a ANEEL deve considerar na minuta do contrato

de concessão de distribuição, as contratações não devem, jamais, ser guiadas pela lógica perversa de mercado.

- 2ª fase, com base no que determina a Medida Provisória 688/2015, a reposição do risco do empreendimento de geração de energia elétrica com recurso da Conta Bandeiras tendo por princípio a transferência deste risco para a população e a manutenção

do lucro integral para o acionista.

Resposta SGT/ANEEL

Não considerada. O objeto da AP 53/2015 é discutir com a sociedade a conveniência e oportunidade de redução do adicional da bandeira vermelha. Entretanto, sobre as sugestões da SINERGIA CUT, FTIUESP e STIEEC, temos as seguintes considerações: a. Os processos da ANEEL que envolvam mudanças

metodológicas de cálculos de tarifas são sempre precedidas de audiência públicas, para que a sociedade possa ser ouvida e contribuir com o aprimoramento do processo; b. as informações relativas à Conta Bandeias e sistema de bandeiras estão disponíveis no site da ANEEL. c. Informações adicionais relativas às

condições dos reservatórios podem ser encontrados no site do ONS (www.ons.org.br), em especial nos relatórios de divulgação dos resultados da reunião do PMO (Programa Mensal de Operação); e d. os

impactos tarifários de cada processo de reajuste e revisão são divulgados pela ANEEL e os respectivos documentos (Nota Técnica, Planilhas de Cálculo e Voto) podem ser encontrados no site da ANEEL.

Consumidor Paulo José Jaber

A minha opinião a respeito da diminuição do valor da bandeira vermelha de R$ 5,50 para R$ 4,50 é que ela é uma diminuição muito pequena, para não dizer ridícula. A minha gente não concorda com estes preços e pede mais redução no valor da conta de energia elétrica.

Page 34: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 34 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

A verdade é que o valor do KWh (KiloWatt/Hora) nas contas de energia aumentou absurdamente nos úl timos

meses, em especial nas regiões Sul e Sudeste. Apesar da minha grande economia, minha conta passou de R$ 35,00 para quase R$ 70,00 em um ano. Diminuições tímidas no valor da bandeira não vão resolver o problema dos consumidores que estão fazendo a sua parte.

Sugestões:

Investir e incentivar mais a energia solar com a redução significativa de impostos. O chuveiro elétrico é um grande vilão. Caso fosse alimentado com energia solar, o valor da conta cairia drasticamente. O Brasil

precisa urgentemente explorar mais a energia solar. Incentivar as pessoas a substituir geladeiras antigas que consomem sozinhas cerca de 60 KWh por mês por

geladeiras modernas que consomem muito menos. O governo deve voltar a fazer um sacrifício e reduzir drasticamente os impostos (IPI, etc) sobre este eletrodoméstico. Com a redução dos impostos, os fabricantes serão obrigados a reduzir os preços e melhorar a qualidade do produto. Com isso, as vendas, é claro,

aumentariam. O governo Federal precisa ouvir a população e deixar de lado questões ideológicas e partidárias. A

Presidente não nos dá atenção. O Brasil tem a pior tributação do Mundo (41% do PIB) e os mais castigados com isso são os mais pobres.

Outra sugestão: Os governos estaduais também precisam fazer a sua parte. O ICMS das contas de energia está muito caro e precisa ser reformado. A União Federal e a ANNEL devem forçar os governos dos Estados

a diminuir a alíquota de ICMS das contas de energia e como compensação, aumentar a alíquota de produtos mais supérfluos.

Consumidor Vilton Medeiros

é um absurdo os impostos de 40% sobre a energia agora esta tax vermelha , não sou especialista , mas vcs deveriam ter previsto isto, construindo mais reservatorios, ate quando este país vai viver esta situação, nos não suportamos mais isto, um absurdo, vcs dobraram o preço , gora vem fazendo marketing com esta

merreca, é muita cara de pau... por isto que o brasileiro a cada dia se frustra e esta indo embora ser ilegal em outros paises.

Resposta SGT/ANEEL

Não considerada. O objeto da AP 53/2015 é discutir com a sociedade a conveniência e oportunidade de

redução do adicional da bandeira vermelha. Entretanto, compartilhamos o entendimento da importância da implementação de projetos que buscam a eficiência energética. Destacamos aqui, que as distribuidoras têm como obrigação, conforme regulamentação específica da ANEEL, executar tais projetos. Porém, quando a

incidência de tributos, esclarecemos que não é de competência da ANEEL legislar sobre o tema. Quanto à sugestão de construção de novos reservatórios, destacamos que é de competência da Empresa de Planejamento Energético – EPE e Ministério de Minas e Energia – MME, a realização de estudos e

implementação dos mesmos.

Consumidor

Page 35: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 35 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Olá, se o assunto é bandeira vermelha, que é uma cobrança injusta , pois onera o consumidor, a minha pergunta é ,porque as empresas de luz deixam as pessoas fazerem ligações clandestinas na rede de energia

e quem paga a conta são os consumidores de bem? Dizer que combatem parece piada pois só aqui no Rio de Janeiro para onde se olhe tem uma ligação clandestina, nos poste da light, nos nede da Rio luz porque nada é feito.

Resposta SGT/ANEEL

Não considerada. Não é objeto da AP 53/2015 discutir o repasse das perdas de energia. Entretan to,

destacamos que nos processos de revisão tarifária, a ANEEL, por meio de estudos comparativos, define metas e limites de repasse das perdas de energia, dentro dos princípios da regulação por incentivos, evitando assim que o consumidor arque com as perdas resultantes de uma má gestão da distribuidora.

Consumidor Aurea Ferro

Bom dia!

Sou empresário, do segmento fitness.

Vi a reportagem no Jornal O Dia, em 14/08/2015.

Então, venho através dessa, não dar sugestões, e sim pedir orientações... Tenho uma academia, na Zona Norte do Rio de Janeiro, gerando qualidade de vida para meus clientes.

Funciono de segunda a sexta, das 6:00 às 22:00 horas, e ao sábados das 8:00 às 14: horas..

Também tenho uma piscina, onde há a necessidade da bomba ficar ligada 24 horas por dia.

Para o setor da Musculação, há a necessidade do ar ficar ligado, o tempo em que a academia estiver aberta, ou seja, de segunda a sexta, das 6:00 às 22:00 horas, e ao sábados das 8:00 às 14: horas..

Já tentei instalar a energia solar, mas minha localização não permite. Não tenho como economizar energia....

Se fizer a tal economia, perderei clientes, correndo o risco de fechamento da minha empresa... que completa 21

anos mês que vem...

Aqui no bairro, teremos a segunda academia fechando, num prazo de um ano...

Fazer economia numa residência é uma coisa, agora numa empresa, que depende da energia para funcionar...é

outra.... Ter que pagar a mais R$714,33, por está na classificação da bandeira vermelha...

Page 36: Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL Em 27 de agosto de 2015. · A presente Nota Técnica tem como objetivo apresentar a análise das contribuições ... Por exemplo, o CMO médio

Pág. 36 da Nota Técnica nº 226/2015-SGT/ANEEL, de 27/08/2015.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Então, qual seria a orientação????

Resposta SGT/ANEEL

Não considerada. Não é objeto da AP 53/2015 orientar o consumidor quanto à gestão de seu consumo de energia elétrica.