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Notas Introdutórias AULA 25 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 1

Notas Introdutórias · 2017. 10. 14. · A questão tida como prejudicial ao julgamento do próprio mérito da demanda, pois, em considerando o Pretório Excelso válida dita ‘criaçãode

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  • Notas Introdutórias

    AULA 25

    PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

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  • Conceito de judicialização na saúde

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  • A saúde é direito do cidadão e dever do

    Estado

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  • A importância da declaração do médico

    assistente do paciente para obtenção do

    tratamento

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  • Vamos refletir um pouco sobre aimportância do médico assistente dopaciente.

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  • Com a evolução da tecnologia, a sociedadequer ter a saúde tratada com tecnologia deponta.

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  • O que devemos procurar são tratamentoseficazes.

    Exemplo: mulher grávida = exame deradiografia ou ultrassonografia?

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  • O avanço tecnológico e os produtos eserviços na área da saúde se estendem ahospitais, medicamentos, órteses, prótesesetc.

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  • Sob esta ótica, surge o Poder Judiciário paradeterminar o tratamento da saúde dopaciente por meio da concessão de tutelasprovisórias de urgência e de liminares.

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  • É importante salientar que as novastecnologias obtidas por ações judiciaisimpactam no orçamento da saúde pública eparticular.

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  • As decisões dos médicos determinam oimpacto financeiro nos cofres públicos.

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  • O Ministério da Saúde tem um Departamentode Economia e Desenvolvimento (DESDE), juntoà Secretaria Executiva, responsável porsubsidiar o Ministério da Saúde no que dizrespeito ao aspecto econômico e outrasquestões ligadas à saúde.

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  • Temos ainda o Núcleo Nacional deEconomia da Saúde (Nunes) que realizaavaliações econômicas de tecnologias desaúde.

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  • Será que a saúde e a economia podemcaminhar juntas?

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  • A ideia que se tem é que se busca no PoderJudiciário medicamentos em faseexperimental ou não autorizados pelaANVISA (Agência Nacional de VigilânciaSanitária)

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  • Busca-se ainda tratamento oncológico parapacientes terminais.

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  • O Conselho Nacional de Justiça ingressounesse debate a partir da Resolução n. 107,de 06 de abril de 2010, que instituiu oFórum Nacional do Judiciário paramonitoramento das demandas deassistência à saúde.

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  • Em 30 de março de 2010, a Recomendação31 orientou os Tribunais a adotaremmedidas com o objetivo de subsidiar osjuízes e demais profissionais do direito aassegurarem maior eficiência na soluçãodas demandas judiciais envolvendo aassistência à saúde.

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  • 2ª Parte do Estudo sobre Judicialização na Saúde

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  • A Constituição Federal deve efetivar osdireitos individuais e sociais necessários aobem-estar de toda a Nação.

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  • Percebemos que a Constituição Federal nãoalcançou com êxito em igualar o tratamentodado para seus cidadãos.

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  • A ordem social tem como base o primadodo trabalho, e como objetivo o bem-estar eas justiças sociais. (Art. 193 da CF)

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  • Seguridade Social (Art. 194 do CF)

    A seguridade social compreende umconjunto integrado de ações de iniciativados Poderes Públicos e da sociedade,destinadas a assegurar os direitos relativosà saúde, à previdência e à assistência social.

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  • Art. 200 da CF

    Ao sistema único de saúde compete,além de outras atribuições, nos termos dalei:

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  • I - controlar e fiscalizar procedimentos,produtos e substâncias de interesse para asaúde e participar da produção demedicamentos, equipamentos,imunobiológicos, hemoderivados e outrosinsumos;

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  • II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

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  • III - ordenar a formação de recursos humanosna área de saúde;

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  • IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

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  • V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação;

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  • VI - fiscalizar e inspecionar alimentos,compreendido o controle de seu teornutricional, bem como bebidas e águas paraconsumo humano;

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  • VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

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  • VIII - colaborar na proteção do meioambiente, nele compreendido o do trabalho.

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  • Lei n. 8.080 de 19 de setembro de 1990Art. 3o

    Os níveis de saúde expressam aorganização social e econômica do País,tendo a saúde como determinantes econdicionantes, entre outros, aalimentação, a moradia, o saneamentobásico, o meio ambiente, o trabalho, arenda, a educação, a atividade física, otransporte, o lazer e o acesso aos bens eserviços essenciais.

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  • EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTALEM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ÀSAÚDE. MEDICAMENTO NÃO PADRONIZADO. FORNECIMENTOPELO PODER PÚBLICO. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência doSupremo Tribunal Federal é firme no sentido de que, apesardo caráter meramente programático atribuído ao art. 196 daConstituição Federal, o Estado não pode se eximir do deverde propiciar os meios necessários ao gozo do direito à saúdedos cidadãos. 2. O Supremo Tribunal Federal tem seorientado no sentido de ser possível ao Judiciário adeterminação de fornecimento de medicamento não incluídona lista padronizada fornecida pelo SUS, desde que restecomprovação de que não haja nela opção de tratamentoeficaz para a enfermidade. Precedentes. 3. Agravo regimentala que se nega provimento. (ARE 926469 AgR,Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgadoem 07/06/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-128 DIVULG20-06-2016 PUBLIC 21-06-2016)

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  • Artigo 2º da Constituição Federal

    “São Poderes da União, independentes eharmônicos entre si, o Legislativo, oExecutivo e o Judiciário.”

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  • Pode Executivo

    Cabe elaborar e executar políticaspúblicas a serem desenvolvidas nos váriossetores em que o Estado atua. Aformulação/implementação de políticaspúblicas é competência exclusiva do PoderExecutivo.

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  • A constituição estabelece em seu art.196o direito à saúde como dever do Estado,garante a efetivação de políticas públicasque alcancem toda a coletividade, de formauniversal e igualitária, e não em situaçõesindividualizadas, como no caso emcomento, pacientes, por meio de açõesjudiciais, buscam o fornecimento demedicamento excepcional que está fora dalista do Sistema Único de Saúde (SUS).

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  • Revela-se assim, ilegal e inconstitucional, adecisão que obriga a aquisição demedicamento, cujo fornecimento não éobrigatório, ante a ausência de previsãolegal e que não foi adotado pelo SUS, porrepresentar uma ingerência indevida doPoder Judiciário em matérias que teriamsido exclusivamente conferidas aoLegislativo e ao Executivo.

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  • O Poder Judiciário pode criar obrigação nãoprevista em lei?

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  • A questão tida como prejudicial ao julgamento dopróprio mérito da demanda, pois, em considerandoo Pretório Excelso válida dita ‘criação de obrigaçãofora da lei’ pode comprometer toda a ordeminstitucional, uma vez que, com o precedente,abre-se a possibilidade de o Judiciário obrigar acompra de medicamento fora da lista do SUS(RENAME), mesmo sem prévio requerimentoadministrativo e sem comprovação de que outromedicamento previsto pelo SUS pudesse substituir.

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  • O tratamento médico adequado aosnecessitados se insere no rol dos deveresdo Estado, sendo responsabilidade solidáriados entes federados, podendo figurar nopolo passivo qualquer um deles, emconjunto ou isoladamente.

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  • Esse entendimento foi reafirmado peloPlenário desta Corte no julgamento do RE855.178-RG, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de6/3/2015, Tema nº 793. O acórdão possuia seguinte ementa:

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  • “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL EADMINISTRATIVO. DIREITO À SAÚDE. TRATAMENTOMÉDICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTESFEDERADOS. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA.REAFIRMAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. O tratamentomédico adequado aos necessitados se insere no roldos deveres do Estado, porquantoresponsabilidade solidária dos entes federados. Opolo passivo pode ser composto por qualquer umdeles, isoladamente, ou conjuntamente.”

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  • Essa decisão vale para todos os recursossobre matéria idêntica, consoantedeterminam os arts. 326 e 327, § 1º, doRISTF, e o art. 543-A, § 5º, do CPC,introduzido pela Lei nº 11.418/2006.

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  • O exame da legalidade e abusividade dosatos administrativos pelo Poder Judiciárionão implica violação ao princípio daseparação dos Poderes (CF, artigo 2º),porquanto não se trata, nessas hipóteses,de análise das circunstâncias quecircunscrevem ao mérito administrativo.

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  • “Consolidou-se a jurisprudência desta Corte no sentido deque, embora o art. 196 da Constituição de 1988 traga normade caráter programático, o Estado não pode furtar-se dodever de propiciar os meios necessários ao gozo do direito àsaúde por todos os cidadãos. Se uma pessoa necessita, paragarantir o seu direito à vida, de medicamento que não estejana lista daqueles oferecidos gratuitamente pelas farmáciaspúblicas, é dever solidário da União, do Estado e do Municípiofornecê-lo. Nesse sentido, AI 396.973 (rel. min. Celso deMello, DJ 30.04.2003), RE 297.276 (rel. min. Cezar Peluso, DJ17.11.2004) e AI 468.961 (rel. min. Celso de Mello, DJ05.05.2004).”

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  • Entendimento da Primeira Turma destaCorte ao apreciar o RE 831.385-AgR, Rel.Min. Roberto Barroso, DJe de 6/4/2015, doqual destaco a seguinte passagem do voto,verbis:

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  • “Em quarto lugar, esta Corte tem seorientado no sentido de ser possível aoJudiciário a determinação de fornecimentode medicamento não incluído na listapadronizada fornecida pelo SUS, desde quereste comprovação de que não haja nelaopção de tratamento eficaz para aenfermidade. Dessa orientação não divergiuo acórdão recorrido. De fato, assim concluiuo Tribunal de origem:

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  • Nesse sentido, veja-se trecho do voto doMinistro Gilmar Mendes na STA 175- AgR:‘[…] em geral, deverá ser privilegiado otratamento fornecido pelo SUS emdetrimento de opção diversa escolhida pelopaciente, sempre que não for comprovada aineficácia ou a impropriedade da política desaúde existente.

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  • Essa conclusão não afasta, contudo, apossibilidade de o Poder Judiciário, ou de aprópria Administração, decidir que medidadiferente da custeada pelo SUS deve serfornecida a determinada pessoa que, porrazões específicas do seu organismo,comprove que o tratamento fornecido não éeficaz no seu caso.’”

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